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Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa Monitorização das Comunidades Biológicas Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) agosto de 2016

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Implementação do Plano de Monitorização das

Comunidades Biológicas do Plano de Valorização

de Hidrodinâmica da Ria Formosa

Monitorização das Comunidades Biológicas

Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão)

agosto de 2016

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 2

Mod.039.09

ÍNDICE GERAL

1 . I n t r o d u ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 . 1 . I d e n t i f i c a ç ã o e o b j e t i v o s d a m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 . 2 . Â m b i t o d o R e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 . 3 . E n q u a d r a m e n t o L e g a l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 . 4 . A p r e s e n t a ç ã o d a e s t r u t u r a d o r e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

1 . 5 . A u t o r i a t é c n i c a d o r e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 . A n t e c e d e n t e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 . 1 . A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m o s p r o c e s s o s d e A I A e P ó s - A I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 . 2 . A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m a m o n i t o r i z a ç ã o d a s c o m u n i d a d e s . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 . D e s c r i ç ã o d o s p r o g r a m a s d e m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 . 1 . Á r e a d e E s t u d o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 . 2 . P e r í o d o d e A m o s t r a g e m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3 . 3 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e B e n t ó n i c a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0

3 . 4 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e P i s c í c o l a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 4

3 . 5 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e d e F a n e r o g â m i c a s m a r i n h a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9

3 . 6 . M o n i t o r i z a ç ã o d a P o p u l a ç ã o d e C a v a l o - m a r i n h o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1

3 . 7 . M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e d e A v e s A q u á t i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2

3 . 8 . R e l a ç ã o d o s d a d o s c o m c a r a c t e r í s t i c a s d o p r o j e t o o u d o a m b i e n t e e x ó g e n o a o p r o j e t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4

3 . 9 . C r i t é r i o s d e a v a l i a ç ã o d e d a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4

4 . R e s u l t a d o s e d i s c u s s ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5

4 . 1 . C o m u n i d a d e B e n t ó n i c a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 5

4 . 2 . C o m u n i d a d e P i s c í c o l a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 5

4 . 3 . C o m u n i d a d e d e F a n e r o g â m i c a s m a r i n h a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 9

4 . 4 . P o p u l a ç ã o d e C a v a l o - m a r i n h o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 6

4 . 5 . C o m u n i d a d e d e A v e s A q u á t i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1

4 . 6 . A v a l i a ç ã o d a e f i c á c i a d a s m e d i d a s a d o t a d a s p a r a p r e v e n i r o u r e d u z i r i m p a c t e s 7 0

4 . 7 . C o m p a r a ç ã o c o m o s i m p a c t e s p r e v i s t o s n o E I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0

5 . C o n c l u s õ e s e r e c o m e n d a ç õ e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1

5 . 1 . S í n t e s e d a a v a l i a ç ã o d o s i m p a c t e s m o n i t o r i z a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1

5 . 2 . P r o p o s t a o u a l t e r a ç ã o d e m e d i d a s d e m i t i g a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5

5 . 3 . A n á l i s e d a a d e q u a b i l i d a d e d o s p r o g r a m a s d e m o n i t o r i z a ç ã o e m c u r s o . . . . . . . . . . . . 7 5

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6 . R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 7

7 . A n e x o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 0

7 . 1 . A n e x o I – D e s e n h o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 0

7 . 2 . A n e x o I I – C a r a c t e r i z a ç ã o d o s p o n t o s d e a m o s t r a g e m d e A v e s A q u á t i c a s . . . . . . . . . 8 6

7 . 3 . A n e x o I I I – L i s t a d e E s p é c i e s I d e n t i f i c a d a s p a r a a Á r e a d e E s t u d o . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 7

7 . 4 . A n e x o I V – R e s u l t a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Identificação e objetivos da monitorização

O Plano de Ação para a Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira –

Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) tem como objetivo fazer face às necessidades de alargamento

da praia a Este da barra de Faro-Olhão (praia do Farol) e, por outro lado, proceder à abertura de uma nova

barra do Ancão, fechando a existente e reforçando o cordão dunar da península do Ancão.

As Decisões sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (DCAPE) resultantes do processo de

Avaliação de Impacte Ambiental, iniciado em 2013, apresentam um conjunto de Planos de Monitorização para

as Comunidades Biológicas. Este plano prevê a execução de quatro relatórios de monitorização (Relatório

Prévio, Relatório Inicial, Relatório Intermédio e Relatório Final), sendo o presente documento o terceiro

relatório – Relatório Intermédio.

O Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria

Formosa da área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) tem como objetivo geral a avaliação da evolução das

comunidades biológicas durante o período de pré-empreitada, fase de execução da empreitada e pós-

empreitada, para as seguintes comunidades biológicas: comunidades bentónicas, comunidades piscícolas,

comunidades de fanerogâmicas marinhas, populações de cavalo-marinho e comunidade de aves aquáticas. No

caso de serem detetadas alterações, deve ser avaliada a necessidade de sugerir a aplicação de medidas

corretivas, de forma a salvaguardar as comunidades.

1.2. Âmbito do Relatório

O presente relatório apresenta resultados das campanhas de monitorização das comunidades biológicas,

realizadas na 2ª campanha durante a fase de dragagem e na campanha pós-dragagem, durante a execução das

intervenções previstas na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão).

1.3. Enquadramento Legal

De acordo com o n.º 5 do artigo 12º do Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de Maio, o EIA relativo ao

empreendimento em causa apresenta um programa de monitorização para os descritores considerados mais

sensíveis. Essa imposição legal foi formalizada na DIA emitida a 13 de Dezembro de 2013.

De acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 29º do Decreto-Lei anteriormente referido, o presente relatório

deverá ser submetido à autoridade de AIA (Avaliação de Impacte Ambiental) nos prazos fixados na Declaração

de Impacte Ambiental (DIA).

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1.4. Apresentação da estrutura do relatório

O presente relatório de monitorização seguiu a estrutura definida na Portaria n.º 395/2015 de 4 de novembro.

O seu conteúdo foi adaptado ao âmbito dos trabalhos efetuados, tal como previsto nesta mesma Portaria,

sendo organizado em sete capítulos:

Capítulo 1: Introdução – descrição dos objetivos, âmbito e enquadramento legal do estudo;

Capítulo 2: Antecedentes – referências a documentos antecedentes (AIA e pós-AIA);

Capítulo 3: Descrição dos programas de monitorização – descrição das metodologias de campo, análise

de dados e critérios de avaliação;

Capítulo 4: Resultados – apresentação e discussão dos resultados obtidos;

Capítulo 5: Conclusões e recomendações – síntese da avaliação de impactes monitorizados e análise

do plano e/ou das medidas de mitigação em curso;

Capítulo 6: Referências bibliográficas;

Capítulo 7: Anexos.

O respetivo esquema de apresentação pode ser consultado no Índice, nas páginas 1 a 3.

1.5. Autoria técnica do relatório

A equipa técnica responsável pelo presente relatório de monitorização e pelo trabalho de campo é apresentada

no Quadro 1.

Quadro 1 – Equipa técnica.

Nome Formação Funções

David Piló

Licenciatura em Biologia Marinha

Mestre em Biologia Marinha – especialização em Ecologia e Conservação Marinha

Trabalho de campo das Comunidades Bentónicas

Diogo Paulo

Licenciado em Biologia Marinha e Pescas

Mestre em Biologia Marinha, Gestão e Conservação

Instrutor de Mergulho Científico (SSI e PADI)

Trabalho de campo das Componentes de Fanerogâmicas e Cavalos-

marinhos

André Silva Licenciado em Biologia Marinha

Mergulhador científico (SSI)

Trabalho de campo das Componentes de Fanerogâmicas e Cavalos-

marinhos

Frederico Oliveira Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Trabalho de laboratório e elaboração

de relatório das Comunidades piscícolas

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Nome Formação Funções

Pedro Monteiro Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros Trabalho de campo e laboratório e

revisão do relatório das Comunidades piscícolas

Luis Bentes Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros Trabalho de campo e laboratório e

revisão do relatório das Comunidades piscícolas

Carlos Afonso Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Trabalho de laboratório relativo às

Comunidades piscícolas

Jorge M. S. Gonçalves Doutorado em Biologia Pesqueira e Dinâmica Populacional Coordenação da componente

piscícola

Sérgio Correia Licenciado em Biologia

Mestre em Ciências Biológicas

Trabalho de campo da componente de aves aquáticas

João Paula

Licenciado em Biologia

Pós-graduação em Sistemas de Informação Geográfica – recursos Agro-Florestais e Ambientais

Elaboração de Relatório da componente de aves aquáticas

Dárcio Sousa Licenciado em Biologia

Mestre em Biologia da Conservação

Elaboração de relatório das Comunidades Bentónicas

Ana Paiva Licenciada em Engenharia Biofísica Elaboração de relatório da

componente da comunidade de ervas marinhas e cavalo-marinho.

Sandra Rodrigues Licenciado em Biologia Ambiental – Variante Marinha

Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental Revisão geral de Relatório.

Sónia Roxo Licenciada em Geologia Aplicada e do Ambiente

Mestre em Engenharia Geológica Responsável de Projeto

Helena Coelho Licenciada em Biologia, Mestre em Ciências das Zonas Costeiras

Doutorada em Biologia Direção técnica

Relatório entregue a 10 de agosto de 2016.

Citação recomendada:

Bioinsight. 2016. Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de

Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa – Relatório Final da área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão)

(Fase de Pós-dragagem). Relatório elaborado para Polis Litoral Ria Formosa. Bioinsight, Lda. Odivelas, agosto

de 2016.

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2. ANTECEDENTES

2.1. Antecedentes relacionados com os processos de AIA e Pós-AIA

As ações deste Plano foram objeto de um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), iniciado em 2013

com a elaboração do Estudo de Impacte Ambiental (EIA). Em Setembro do mesmo ano foi emitida a respetiva

Declaração de Impacte Ambiental (DIA). Os Projetos de Execução e respetivos Relatórios de Conformidade

Ambiental dos Projetos de Execução (RECAPE) foram enviados à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), tendo

sido emitidas em Julho de 2014, as Decisões sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução

(DCAPE). Uma vez que as intervenções ocorrem em áreas territoriais diferentes e são enquadradas em projetos

de execução específicos, a implementação estrutura-se em três Blocos autónomos, cada um com os seus

respetivos Planos e DCAPE’s. Os elementos do presente relatório dizem respeito ao Bloco B: Plano de Ação

para a Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira – Intervenção 2 –

Faro/Olhão.

2.2. Antecedentes relacionados com a monitorização das

comunidades

O presente relatório apresenta os dados das duas últimas campanhas, correspondente à segunda campanha

da Fase de Dragagem (Saída 3) e campanha de monitorização da Fase de Pós-Dragagem (Saída 4). No âmbito

desta monitorização foi efetuada uma saída inicial (Saída 1) em abril de 2015 tendo os seus resultados sido

apresentado no relatório inicial (Bio3, 2015b). Previamente a esta monitorização, foi efetuado uma saída prévia

(saída 0) com vista a efetuar um levantamento que permitisse verificar a existência de pradarias subtidais de

Cymodocea nodosa e Zostera marina e a presença de cavalo-marinho nas áreas de afetação da empreitada e

cujos resultados constam do relatório prévio (Bio3, 2015a). Em resultado deste levantamento efetuado em

abril de 2015, foi apenas verificada a existência de cavalo-marinho em dois locais na área de intervenção 2

(Bloco B – Faro/Olhão). De modo a dar cumprimento às medidas de mitigação previstas na respetiva DECAPE

do projeto, foi proposto e executado um “Plano de Translocação e de Monitorização da população Translocada

de Cavalo-marinho presente na área de intervenção 2 da Ria Formosa (Bloco B - Faro/Olhão)”. Este plano de

translocação contemplou a translocação de indivíduos de cavalo-marinho de duas áreas onde iria ocorrer

dragagens para duas áreas recetoras (Bio3, 2015c). Esta medida de mitigação foi alvo de uma monitorização

que permitiu determinar o seu sucesso tendo em conta o elevado reavistamento dos indivíduos translocados

(Bio3d, 2015). Posteriormente foi realizada uma saída durante o inicio da empreitada (saída 2), correspondente

à primeira campanha da fase de empreitada (fase de dragagem), tendo os seus resultados apresentados no

relatório intermedio (Bioinsight, 2015). Nesta saída importa salientar a observação de duas espécies de cavalo

marinho, 24 indivíduos de Hippocampus guttulatus e 7 indivíduos de Hippocampus hippocampus, e ainda a

presença de indivíduos da espécie Raja undulata, espécie classificada com estatuto de “Em Perigo”.

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3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO

3.1. Área de Estudo

O projeto Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira incide sobre o

sistema lagunar e de ilhas barreira da Ria Formosa, que se estende ao longo de aproximadamente 58 km entre

a praia do Garrão, a oeste, e a praia da Manta Rota, a este, e abrange os concelhos de Faro, Olhão e Tavira.

A área do projeto – área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (Figura 1), encontra-se inserida no Parque

Natural da Ria Formosa (PNRF). A sua importância para a conservação da natureza, nomeadamente para a

avifauna selvagem, levou à sua classificação como Zona de Proteção Especial (PTZPE0017), pelo Decreto-Lei n.º

384-B/99, de 23 de setembro. A Ria Formosa insere-se também no Sítio Ria Formosa-Castro Marim

(PTCON0013), pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de agosto. Encontra-se ainda incluída

na lista de Sítios Ramsar (zonas húmidas de importância internacional) desde 1980. A Ria Formosa constitui um

sistema lagunar costeiro com elevado hidrodinâmismo associado e de grande valor ecológico.

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Figura 1 – Áreas classificadas para a conservação na natureza nas quais a área do projeto de encontra

inserido: área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (mapa adaptado de Recurso, 2013).

3.2. Período de Amostragem

O presente relatório refere-se aos resultados obtidos durante a 2ª campanha de amostragem efetuada durante

a Fase de Dragagem e campanha de amostragem realizada durante a Fase de Pós-Dragagem, tal como previsto

na respetiva DCAPE. Assim, no âmbito da Saída 3 e da Saída 4 do plano de monitorização, foram realizadas

amostragens relativas aos grupos das seguintes comunidades biológicas na área de intervenção 2 (Bloco B –

Faro/Olhão) (Quadro 2). No Quadro 2 são também identificadas as datas em que foram realizadas as

amostragens de saídas de fases anteriores do projeto: Pré-Dragagem (Saída 1) e 1ª campanha da Fase de

Dragagem (Saída 2).

Área de intervenção 2

(Bloco B – Faro/Olhão)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 10

Mod.039.09

Quadro 2 - Calendarização dos trabalhos referentes à monitorização das comunidades biológicas na área de

intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (Legenda: X – indica a comunidade biológica monitorizada).

Área de

intervenção Campanha Ano Data

Co

mu

nid

ade

s

be

ntó

nic

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Co

mu

nid

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pis

cíco

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s aq

uát

icas

Faro/Olhão

Saída 1 (campanha da Fase de Pré-Dragagem)

2015

11 e 12 de abril X

19 a 23 de abril X X

29 de abril X X

Saída 2 (1ª campanha da

Fase de Dragagem)

2015

20 a 25 de agosto X X X

29 de agosto X

1 a 3 de agosto X

Saída 3 (2ª campanha da

Fase de Dragagem)

2015

27 a 30 de setembro X

25 a 29 de novembro X X X X

30 de novembro a 4 de dezembro

X X

Saída 4 (campanha da Fase de Pós-Dragagem)

2016

5 a 11 de abril X

11 a 17 abril X X

27 e 28 de abril X X X

3.3. Monitorização da Comunidade Bentónica

Parâmetros Avaliados

Para a caracterização da comunidade bentónica foram avaliados os seguintes parâmetros:

Distribuição das espécies;

Abundância das espécies;

Qualidade dos sedimentos, relativamente aos parâmetros granulometria e teor de matéria orgânica;

Grau de perturbação das comunidades bentónicas.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 11

Mod.039.09

Locais e Frequência de Amostragem

Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização da Fase de Dragagem

(Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), tendo sido recolhidas amostras, em cada

uma das campanhas, nos 9 locais na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo

com o indicado na respetiva DCAPE:

• No Canal de Olhão (PBFO02);

• No Canal de Faro (PBFO06);

• No Canal de Faro, na proximidade do banco natural de apanha de sementes de ameijoa-boa da Culatra,

e uma das maiores concentrações de viveiros da ria (PBFO01);

• No Esteiro do Ramalhete (PBFO07);

• No Esteiro do Ramalhete, na proximidade de pradarias (PBFO03);

• No Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PBFO04; PBFO05);

• No Canal de Praia de Faro – barra do Ancão, de forma a possibilitar o acompanhamento da evolução

destas comunidades após o fecho da barra (PBFO08);

• Num ponto de Controle próximo do canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PBFO09).

De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo

com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +

número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

ex. PBFO01--> Ponto Bentónicos Faro-Olhão 01.

Técnicas e métodos de recolha de dados

As amostragens da comunidade bentónica foram executadas em conformidade com o “Protocolo de

Monitorização e Processamento Laboratorial” para o elemento “Macroinvertebrado bentónicos” na categoria

“Águas de Transição”, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A recolha de amostras das comunidades bentónicas subtidais foi realizada com recurso a dragas Van Veen,

com 0,1 m2 de área de amostragem. Os locais no campo foram identificados com o auxílio de um GPS e em

cada local de amostragem foram recolhidas 3 réplicas sendo rejeitadas as que apresentem um volume inferior

a 5 litros, em substrato de areia, e 10 litros em sedimentos lodosos ou, ainda, as que apresentem sinais de

esvaziamento da amostra ocorrido durante a subida da draga (afundamento da superfície ao centro da

amostra, forma de “V”) ou de mau posicionamento (ou funcionamento) da draga durante a recolha (superfície

da amostra desnivelada relativamente ao topo da draga).

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 12

Mod.039.09

Concomitantemente com a amostragem dos macroinvertebrados bentónicos, foi efetuada uma caracterização

físico-química da coluna de água, sendo medida a temperatura da água, salinidade, oxigénio dissolvido e

profundidade. As medições foram efetuadas junto ao fundo e à superfície.

Para efeitos de caracterização do substrato móvel foram recolhidas amostras de sedimento para análise da

granulometria e determinação do teor de matéria orgânica. Foi retirada uma pequena porção de sedimento

(cerca de 50 ml) de cada uma das dragas e posteriormente analisadas em laboratório.

As réplicas foram peneiradas ainda no campo usando um crivo com malha calibrada de 500 μm, com vista à

remoção do excesso de finos. Depois de lavadas, foram acondicionadas individualmente em recipientes

devidamente identificados, com etiquetas (em papel resistente à água) no exterior e no interior.

Em laboratório, o material biológico retido no crivo de malha 1000 μm foi usado, posteriormente, no processo

de classificação da amostra em questões de qualidade.

A fixação das colheitas foi feita com formaldeído neutralizado (4% de concentração). A diluição do formaldeído

foi feita em água com salinidade idêntica à daquela em que foram recolhidos os organismos. A posterior

conservação foi feita em etanol a 70%.

Os organismos são identificados à lupa ou microscópio até à espécie (sempre que possível), por réplica, e

seguindo a nomenclatura internacionais de sítios da internet da especialidade (WoRMS, Marine Species

Identification Portal) e em bibliografia de especialidade (Fauvel, 1923; 1927; Macedo et al., 1999; Ruffo, 1998;

Teeble, 1976). O número de indivíduos de cada espécie identificada foi contabilizado, por réplica, e registado

numa tabela de dados de formato apropriado (e.g. Excel).

Para a determinação da granulometria dos sedimentos das zonas amostradas, pequenas porções foram

submetidas a pequenos volumes de água oxigenada de modo a destruir a matéria orgânica presente na

amostra. Uma vez livres de matéria orgânica, as amostras foram colocadas numa estufa a 90ºC até à obtenção

de um peso seco total constante. Uma vez secas, as amostras de sedimento foram crivadas por via húmida

através de um crivo com malha de 63 µm de modo a obter a fração mais fina do sedimento. O restante material

foi novamente colocado na estufa a 90º até à secagem completa. A fração dos finos (< 63µm) foi obtida através

da diferença entre o Peso Seco Amostra Inicial e o Peso Seco depois da Crivagem, de acordo com a seguinte

formula:

Sedimentos finos (g) = Peso Seco Amostra – Peso Seco Amostra Retida a 63µm

A determinação da distribuição de tamanhos das partículas sedimentares do material > 63µm foi conseguida

através da crivagem mecânica durante 15 minutos num agitador de peneiros com diferentes malhas (2000 µm,

1000 µm, 500 µm, 250 µm, 125 µm e 63 µm).

As diferentes frações de sedimento foram então convertidas em percentagem em relação à amostra total.

Para determinação do conteúdo dos sedimentos em matéria orgânica, porções de sedimento de cada amostra

previamente homogeneizadas foram colocadas numa estufa (90ºC) até à secagem completa das mesmas (Peso

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Mod.039.09

Seco). Depois da secagem, as amostras de sedimento seco foram incineradas (Peso calcinado) numa mufla a

450ºC durante 5 horas. A quantificação do teor de matéria orgânica foi obtido através da seguinte fórmula:

Teor de matéria orgânica (g) = Peso Seco (g) – Peso Calcinado (g)

Os resultados são apresentados em forma de percentagem (Matéria Orgânica/Peso Seco)*100).

Métodos de Tratamento de dados

Relativamente às amostras de macrofauna foram calculados diversos parâmetros, nomeadamente:

a) Distribuição – presença/ausência de cada espécie por local;

b) Abundância - consistiu no número médio de indivíduos de cada espécie presentes para cada local;

c) Índice de diversidade - o índice de diversidade utilizado foi o de Shannon-Wiener (Shannon e Weaver,

1949), o qual é obtido por:

S

ii pixpH

1

)ln('

Onde,

S - número de taxa presentes;

pi - proporção de indivíduos do taxon i relativamente ao número total de indivíduos.

A equitabilidade, proposta por Pielou (1966), é definida pela expressão:

max'

'

H

HJ

Onde,

H’max = ln S

S - o número de taxa presentes.

d) Granulometria – Média da percentagem de classe de sedimentos em cada local;

e) Teor de matéria orgânica – média do teor de matéria orgânica por local.

f) Avaliação do grau de perturbação – AMBI – AZTI’s Marine Biotic Index (Borja et al., 2000), o qual é

obtido por:

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Mod.039.09

BC = [(0)(%GI)+(1,5)(%GII)+(3)(%GIII)+(4,5)(%GIV)+(6)(%GV)]/100 Onde,

BC – Biotic Index (Índice Biótico),

GI – espécies muito sensíveis ao enriquecimento orgânico e presentes em condições não

poluídas;

GII – espécies indiferentes ao enriquecimento, presentes sempre em densidades baixas e sem

variações significativas ao longo do tempo;

GIII – espécies tolerantes ao enriquecimento excessivo de matéria orgânica, podendo ocorrer

em condições normais mas sendo estimuladas pelo enriquecimento orgânico;

GIV – espécies oportunistas de segunda-ordem, maioritariamente poliquetas de pequenas

dimensões;

GV – espécies oportunistas de primeira-ordem, essencialmente detritívoros.

As percentagens de cada grupo, assim como o valor final do índice, foram calculadas no Software AMBI V 5.0,

desenvolvido pela AZTI-Tecnalia. Salienta-se que o índice AMBI apenas foi calculado no relatório final, uma vez

que se pretendia efetuar a comparação do grau de perturbação na comunidade de macrobentos entre as saídas

realizadas durante as diferentes fases do projeto. (Quadro 3)

Quadro 3 – Limites dos valores do AMBI e respetivo grau de perturbação (Muxika et al., 2005).

Coeficiente Biótico (BC) Classificação do grau de perturbação

0 < AMBI ≤ 1,2 Não perturbado

1,2 < AMBI ≤ 3,3 Ligeiramente perturbado

3,3 < AMBI ≤ 5,0 Moderadamente perturbado

5 < AMBI ≤ 6 Fortemente perturbado

6 < AMBI ≤ 6 Extremamente perturbado

3.4. Monitorização da Comunidade Piscícola

Parâmetros Avaliados

Para determinar a composição da comunidade piscícola foram avaliados os seguintes parâmetros:

Composição;

Abundância;

Parâmetros incluídos no Índice Multimétrico EFAI:

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Mod.039.09

Riqueza específica;

Espécies migradoras marinhas;

Espécies residentes;

Espécies piscívoras;

Espécies diádromas;

Espécies introduzidas;

Espécies sensíveis a perturbações.

Adicionalmente, foram avaliados os parâmetros abióticos: temperatura (ºC), salinidade (‰), oxigénio

dissolvido (mg/l), saturação de Oxigénio (%) e profundidade (m).

Locais e Frequência de Amostragem

Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de

Dragarem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 4 locais na área de

intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

• No Canal de Olhão (PPFO01);

• No Canal de Faro (PPFO02);

• No Esteiro do Ramalhete (PPFO03);

• No Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PPFO04).

De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo

com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +

número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

ex. PPFO01--> Ponto Piscícola Faro-Olhão 01.

O número de replicados efetuados em cada local de amostragem teve em conta a dimensão do mesmo, assim

como o número de massas de água existentes na área. Assim, para os locais PPFO01 e PPFO03 realizaram-se

três replicados, para o local PPFO02 foram efetuados dois replicados, enquanto o local PPFO04 foi

caracterizado com quatro replicados. Deste modo e uma vez que esta área de intervenção inclui três massas

de água distintas (Ria Formosa WB1, Ria Formosa WB2 e Ria Formosa WB3), fica assegurada também a

representatividade das amostras seguindo o protocolo estabelecido para a implementação da Diretiva Quadro

da Água (DQA) (Cabral et al., 2012), com pelo menos três replicados em cada massa de água.

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Mod.039.09

Técnicas e métodos de recolha de dados

As amostragens da componente piscícola foram executadas em conformidade com o estabelecido pela Diretiva

Quadro da Água (DQA) e de acordo com o “Protocolo de Monitorização e Processamento Laboratorial” para o

elemento “Peixes” na categoria “Águas de Transição”, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa

do Ambiente (APA). Assim, as amostragens foram realizadas durante o período de maré vazante e durante a

noite. Embora este protocolo tenha sido elaborado apenas para a categoria de águas de transição, será

considerado para monitorizar esta comunidade da zona lagunar da Ria Formosa, apesar de compreender

massas de água costeiras.

O método de amostragem utilizado seguiu o protocolo definido por Cabral et al. (2012) e de acordo com o

documento apresentado no sítio APA. As amostras biológicas foram recolhidas com recurso a um arrasto de

vara de 2 metros de largura e 50 cm de altura dos patins, com um arraçal de corrente metálica e uma malha

de 5 milímetros no saco. Os arrastos foram realizados a velocidade constante (velocidade média 2 Km/h), ao

longo de uma extensão de cerca de 300 metros, monitorizados por GPS. Com exceção das espécies de maior

sensibilidade ou com estatuto de proteção (e.g. espécies da família Syngnathidae), que foram medidas in situ

e libertadas em seguida, todos os indivíduos capturados foram colocados em sacos devidamente identificados

e acondicionados em arca térmica com elementos de gelo, para transporte para laboratório. Em laboratório,

as amostras foram conservadas em arca congeladora (-20 Cº) até ao seu processamento.

No processamento das amostras, os indivíduos presentes foram identificados até ao nível taxonómico mais

baixo possível recorrendo a guias de identificação (e.g. Whitehead et al., 1986). Todos os indivíduos foram

medidos (comprimento total ao milímetro inferior), quantificados e pesados em balança analítica de precisão

(0,01g). A informação recolhida foi posteriormente inserida em base de dados digital (e.g. formato Excel).

Durante o período de amostragem, foram recolhidos os parâmetros abióticos (temperatura, salinidade,

oxigénio dissolvido e saturação, e profundidade) no início e final de cada transeto com recurso a sonda

multiparamétrica (YSI - professional plus series). As medições destes parâmetros foram efetuadas à superfície,

uma vez que não existia estratificação vertical.

Métodos de Tratamento de dados

Para determinar a composição da comunidade piscícola foram considerados os seguintes parâmetros:

a) Riqueza específica - número total de espécies presente;

b) Abundância (ind./100 m2) - número médio de indivíduos capturados por espécie, por unidade de área.

A representatividade das características estruturais e funcionais das comunidades piscícolas de zonas de

transição foi avaliada utilizando o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI). Para efeitos de cálculo do índice

foram também avaliadas as métricas e respetivas sub-métricas definidas por Cabral et al. (2012):

a) Riqueza específica (Métrica) - número total de espécies presente;

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 17

Mod.039.09

b) Espécies migradoras marinhas (Métrica) - espécies que utilizam o sistema lagunar como viveiro e que o visitam ciclicamente;

i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica);

c) Espécies residentes (Métrica) - Espécies que completam todo o seu ciclo de vida no interior do sistema lagunar;

i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica)

ii. Número de espécies (Sub-métrica)

d) Espécies piscívoras (Métrica) - Espécies que na sua dieta apresentam uma componente de peixe, que podem não ser estritamente piscívoras;

i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica)

ii. Número de espécies (Sub-métrica)

e) Espécies diádromas (Métrica) - Espécies de migração obrigatória entre cursos de água doce e meio marinho (ou vice-versa), sem a qual não completam o seu ciclo de vida;

f) Espécies introduzidas (Métrica) - Espécies que não fazem parte da fauna autóctone;

g) Espécies sensíveis a perturbações (Métrica) - Espécies indicadoras de degradação e/ou perda de habitat.

De modo a determinar a Qualidade Ecológica foi utilizado o índice Ecological Quality Ratios (EQR). Este índice

foi gerado posteriormente com base nos valores obtidos pelo índice anterior (Cabral et al., 2012).

O tratamento da informação recolhida foi realizado com recurso a estatística descritiva. Adicionalmente e para

o cálculo das métricas e sub-métricas do índice EFAI (Cabral et al., 2012), foi atribuída a cada espécie presente

nas amostras o respetivo grupo ecológico, grupo trófico, origem e sensibilidade a perturbação. A atribuição

das categorias seguiu a nomenclatura desenvolvida por Franco et al. (2008) e foi adaptada em função do

ambiente lagunar marinho da Ria Formosa, utilizando para este efeito o estudo de referência das populações

de peixes existentes neste sistema (Erzini et al., 2002). A classificação atribuída a cada métrica e sub-métrica

presente no índice EFAI seguiu a tabela definida por Cabral et al. (2012) para águas consideradas polihalinas,

ou seja quando as massas de água apresentam salinidade superior a 18 (Quadro 4).

Quadro 4 - Classificação e respetivos critérios de atribuição para as métricas e sub-métricas do Estuarine Fish

Assessment Index (EFAI) para águas polihalinas (Cabral et al., 2012).

Métrica e sub-métrica

Classificação atribuída

1 3 5

Riqueza específica ≤ 5 6–15 >15

Espécies migradoras marinhas

Percentagem de indivíduos ≤ 10% 10–50% >50%

Espécies residentes

Percentagem de indivíduos ≤ 10% ou >90% 10–30% ou 70–90% 30–70%

Número de espécies ≤ 2 3–5 >5

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Mod.039.09

Métrica e sub-métrica

Classificação atribuída

1 3 5

Espécies piscívoras

Percentagem de indivíduos ≤ 10% ou >90% 10–30% ou 70–90% 30–70%

Número de espécies ≤ 2 3–5 >5

Espécies diádromas

Redução do número de

espécies/ Impossibilidade de

completar o ciclo de vida

Redução da abundância Sem redução

Espécies introduzidas Presentes e abundantes Presentes mas raras Ausentes

Espécies Sensíveis a

perturbação

Redução do número de

espécies Redução da abundância Sem redução

O valor final do índice é expresso como o somatório das classificações obtidas nas várias métricas. No entanto,

é necessário ter em conta os casos em que uma métrica apresenta mais do que um componente (sub-métrica),

como por exemplo, as espécies residentes e espécies piscívoras (Cabral et al., 2012). Quando uma métrica é

constituída por duas sub-métricas, o seu resultado final é consequência da combinação das sub-métricas, de

acordo com a seguinte matriz (Quadro 5):

Quadro 5 - Valor de uma métrica resultante da combinação de duas sub-métricas (1 e 2) usadas no cálculo do índice

EFAI.

Sub-métrica 2

1 3 5

Sub

-mé

tric

a 1 1 1

3 3 3

5 3 5 5

O valor EQR correspondente é determinado pelo quociente da divisão do valor EFAI obtido pelo máximo valor

EFAI possível (35). A cada intervalo de valores EFAI e EQR é então atribuída uma Qualidade ecológica (Quadro

6).

Quadro 6 - Limites dos valores EFAI, EQR e respetiva Qualidade ecológica (Cabral et al., 2012).

EFAI EQR Qualidade ecológica

7–10 0,20 Má

11–14 0,31 Medíocre

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Mod.039.09

EFAI EQR Qualidade ecológica

15–20 0,42 Razoável

21–29 0,60 Boa

30–35 0,85 Excelente

3.5. Monitorização da Comunidade de Fanerogâmicas marinhas

Parâmetros Avaliados

Para a caracterização da comunidade de fanerogâmicas marinhas foram avaliados os seguintes parâmetros:

• Área total da pradaria;

• Número de espécies e composição específica;

• Densidade e percentagem de cobertura.

Locais e Frequência de Amostragem

Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de

Dragagem (Saída 3) e outra correspondendo à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 5 locais na área de

intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

• Canal de Faro (PFFO01);

• Esteiro do Ramalhete (PFFO02);

• Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PFFO03);

• Junto à área de depósito de materiais na barra do Ancão (PFFO04);

• Num ponto de Controle, próximo do canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PFFO05).

De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo

com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +

número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

ex. PFFO01--> Ponto Fanerogâmicas Faro-Olhão 01.

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Mod.039.09

Técnicas e métodos de recolha de dados

A caracterização da comunidade de fanerogâmicas marinhas baseou-se no “Protocolo de Monitorização e

Processamento Laboratorial” para o elemento “Angiospérmicas – Ervas marinhas” na categoria “Águas de

transição”, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Embora este protocolo

tenha sido elaborado apenas para a categoria de águas de transição, será considerado para monitorizar esta

comunidade da zona lagunar da Ria Formosa, apesar de compreender massas de água costeiras.

A metodologia descrita envolve técnicas de amostragem através de fotoquadrats de 0,2 x 0,2 m, que consiste

no registo fotográfico na vertical de quadrats colocados sobre as ervas marinhas de modo a estimar valores de

percentagem de cobertura. Este protocolo foi adaptado de forma a evitar amostragens destrutivas, sendo que

para estimativas de densidade, foram contados os meristemas das plantas dentro de cada quadrat. Para a

realização destas amostragens recorreu-se a mergulho com recurso a escafandro autónomo em cada local de

amostragem, identificado com o auxílio de um GPS. Foram definidos 3 transetos dispostos de forma aleatória

na área da pradaria. A orientação de cada transeto foi determinada de forma aleatória, gerando uma lista de

valores em Excel de 0 a 360º de forma automática e aleatória. Em cada transeto foi selecionado um valor da

lista e, com auxílio de uma bussola subaquática, foi desenrolado um transeto subaquático de 30 metros com

essa orientação. A cada 10 metros, foi colocado um quadrat, onde foi efetuado um registo fotográfico,

identificação da(s) espécie(s) presentes, determinação de densidade(s) de cada espécie e determinação do

comprimento de 5 folhas com o intuito de determinar o tamanho médio da canópia. A área da pradaria foi

determinada, correspondendo à medição da sua extensão em dois eixos perpendiculares um ao outro e

marcando o ponto limite com recurso a GPS.

Em cada local de amostragem foram igualmente determinados fatores ambientais como, a temperatura da

água, profundidade e corrente (sem corrente, fraca, média, forte).

Métodos de Tratamento de dados

De forma a responder aos objetivos da monitorização foram considerados os seguintes parâmetros:

a) Área da pradaria - corresponde à área estimada da pradaria por local de amostragem;

b) Número de espécies e composição específica – foi considerada para cada local de amostragem;

c) Densidade das espécies - número médio de shoots por espécie por quadrat (0,04 m2) e por local de

amostragem.

d) Percentagem de cobertura – percentagem da área de cada quadrat coberto por ervas marinhas.

A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo verificar a afetação direta e indireta do

projeto nos habitats onde ocorrem comunidades de fanerogâmicas marinhas de elevado valor ecológico.

Os dados serão analisados com base em estatísticas descritivas de modo a permitir a perceção de alterações

dos dados qualitativos e quantitativos.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 21

Mod.039.09

3.6. Monitorização da População de Cavalo-marinho

Parâmetros Avaliados

Para a caracterização das populações de cavalo-marinho foram avaliados os seguintes parâmetros:

Área da pradaria;

Presença de espécies, número de indivíduos e densidade.

Locais e Frequência de Amostragem

Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de

Dragagem (Saída 3) e outra correspondendo à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 7 locais na área de

intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE.

• No Canal de Olhão (PCMFO01);

• No Canal de Faro (PCMFO02; PCMFO03);

• No esteiro do Ramalhete (PCMFO06);

• Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (PCMFO04);

• Na barra do Ancão (PCMFO05);

• Num ponto de Controle, junto a uma população de cavalo-marinho mais afastada das áreas de

intervenção no canal de Faro (PCMFO07).

De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo

com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +

número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

ex. PCMFO01--> Ponto Cavalo-Marinho Faro-Olhão 01.

Técnicas e métodos de recolha de dados

A monitorização da população de cavalo-marinho foi baseada no protocolo indicado por Curtis et al. (2004),

recorrendo a mergulho com escafandro autónomo para a realização de transetos e censos visuais

subaquáticos. Os locais de amostragem foram identificados no campo com auxílio de um GPS. Em cada local

foram efetuados 3 transetos de 30 metros colocados aleatoriamente na pradaria. A orientação de cada

transeto foi determinada de forma aleatória, gerando uma lista de valores em Excel de 0 a 360º de forma

automática e aleatória. Em cada transeto foi selecionado um valor da lista e, com auxílio de uma bussola

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 22

Mod.039.09

subaquática, foi desenrolado um transeto subaquático de 30 metros com essa orientação. Uma equipa

constituída por dois mergulhadores percorreu cada transeto efetuando censos visual de forma lenta, afastando

cuidadosamente algas ou ervas que possam estar a bloquear a visão, numa área de observação até 2 metros

de cada lado do transeto. O protocolo foi adaptado de forma a evitar ao máximo a perturbação dos indivíduos,

pelo que para cada individuo observado, foi registado a espécie e o tamanho aproximado. De modo a

caracterizar o tipo de habitat presente, a cada 10 metros foi identificado a profundidade e tipo de habitat. No

caso da presença de ervas marinhas, foi determinada as espécies de ervas presentes, a altura da canópia

(medição de 5 folhas aleatoriamente) e a presença de algas. A área da pradaria foi determinada,

correspondendo à medição da sua extensão em dois eixos perpendiculares um ao outro e marcando o ponto

limite com recurso a GPS.

Uma vez que a visibilidade da água e a quantidade de luz disponível são fatores determinantes na realização

de censos visuais, em cada local de amostragem foi determinada a visibilidade da água (visibilidade boa –

aproximadamente 0,5 metros de visibilidade; média – entre 0,5 e 0,2 metros; baixa – menos de 0,2 metros) e

cobertura do céu por nuvens (totalmente encoberto – 80 a 100%; medio – 30 a 80%; descoberto – 0 a 30%). A

visibilidade da água foi determinada pela distância aproximada em que um mergulhador deixaria de ver

nitidamente outro mergulhador e a cobertura do céu foi determinada por determinação aproximada da

percentagem de cobertura do céu por nuvens.

Métodos de Tratamento de dados

De forma a responder aos objetivos da monitorização, foram considerados os seguintes parâmetros:

a) Área da pradaria (se presente) - corresponde à área estimada da pradaria por local de amostragem;

b) Presença da espécie – indicação da presença/ausência das espécies por local de amostragem;

c) Número de indivíduos - consiste no número médio de indivíduos por transeto de amostragem.

A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo verificar o impacte das dragagens nas

populações locais de cavalo-marinho (Hippocampus hippocampus e H. guttulatus). Os métodos de análise

deverão envolver métodos estatísticos, que permitam a análise da variação temporal das comunidades.

3.7. Monitorização da Comunidade de Aves Aquáticas

Parâmetros Avaliados

Para a caracterização da comunidade de aves aquáticas foram avaliados os seguintes parâmetros:

• Presença de espécies e número de indivíduos;

• Riqueza específica e abundância.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 23

Mod.039.09

Locais e Frequência de Amostragem

Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de

Dragagem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 5 locais na área de

intervenção 2 (Bloco B – Faro-Olhão) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

• No Canal de Olhão (TAFO01);

• No Canal de Faro (TAFO02);

• No Esteiro do Ramalhete (TAFO03);

• No Canal da Praia de Faro – barra do Ancão (TAFO04);

• Na Barra do Ancão, na área de depósito de sedimentos (TAFO05).

De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo

com a seguinte regra: Transeto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção +

número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE:

ex. TAFO01--> Transeto Aves Faro-Olhão 01.

Técnicas e métodos de recolha de dados

Em cada campanha, a metodologia consistiu na deslocação do observador até ao local previamente

estabelecido (com o auxílio de um GPS), permanecendo imóvel e em silêncio durante dois minutos, de modo

a permitir o regresso de aves que se tivessem afastado com a sua chegada ao local. Cada transeto foi percorrido

tendo sido contadas e registadas todas as aves aquáticas até uma distância máxima de 250 metros. Para cada

observação foi registada a espécie e o respetivo número de indivíduos observados. As condições

meteorológicas em que o ponto foi realizado foram igualmente registadas. As contagens foram sempre

realizadas durante a maré baixa, por serem os períodos do dia mais propícios à inventariação deste grupo.

Todos os contatos realizados foram cartografados num mapa descriminando o seu comportamento no

momento da observação.

Métodos de Tratamento de dados

De forma a responder aos objetivos da monitorização, foram considerados os seguintes parâmetros:

a) Abundância relativa - consistiu no número médio de indivíduos por transeto de amostragem;

b) Riqueza específica relativa - consistiu no número médio de espécies por transeto de amostragem;

c) Abundância relativa por espécie - consistiu no número médio de indivíduos por espécie por ponto de

amostragem.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 24

Mod.039.09

A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo fundamental perceber se ao longo do

tempo as intervenções previstas têm algum tipo de influência na comunidade de aves aquáticas local.

Os dados obtidos no trabalho de campo foram inseridos num SIG, o que permitiu uma análise espacial e o

mapeamento das áreas de alimentação e/ou nidificação (quando se observaram indícios) por este grupo de

aves. Foi definido um raio de 50 metros em torno de todas as observações de aves pousadas, de forma a definir

áreas potenciais de alimentação/descanso.

3.8. Relação dos dados com características do projeto ou do ambiente

exógeno ao projeto

O presente programa de monitorização segue um desenho experimental que permite acompanhar a evolução

das comunidades biológicas na área a intervencionar, antes, durante e depois da ocorrência do impacto.

Paralelamente, a recolha de parâmetros externos ao projeto, nomeadamente fatores ambientais e a sua

variação entre locais e épocas de amostragem permite estabelecer uma relação entre eventuais alterações nos

padrões de atividade ao longo do tempo e a ocorrência de outros fatores exógenos ao projeto. Os dados

recolhidos serão incorporados em SIG e estudados estatisticamente, sempre que possível, com vista a aferir a

significância em termos da sua influência sobre a comunidade em estudo. Caso não seja possível uma análise

estatística por falta de robustez, será efetuado, contudo, uma análise qualitativa dos parâmetros com vista a

identificar possíveis alterações na comunidade.

Nesta temática, mais se acrescenta que se procurará ainda avaliar a relação entre outros fatores exógenos e

os resultados obtidos das comunidades em estudo. Neste sentido, importa referir que no dia 28 de novembro

de 2015 foi efetuada a abertura da nova barra na Praia de Faro, sendo nos capítulos seguintes realizada análise

sobre os potenciais impactes causados nas comunidades em estudo da mesma. Serão efetuadas análises

estatísticas sempre que existir robustez de dados, ou, em último caso, uma análise qualitativa de forma a

evidenciar potenciais relações com fatores externos.

3.9. Critérios de avaliação de dados

O efeito das ações causadores de impacte confirmam-se sempre que, em termos estatísticos (significância, p

<0,05), as variáveis explicam relações significativas na comunidade biológica em estudo. Nos casos em que a

estrutura dos dados não permita a realização de análises estatísticas robustas, serão avaliadas as tendências

de forma a detetar diferenças.

Uma vez que o presente relatório corresponde ao relatório final do projeto, englobando as fases de Pré-

Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem, sempre que necessário, serão apresentadas análises que permitam

determinar alterações relativamente à situação inicial de referência.

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Mod.039.09

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Comunidade Bentónica

Distribuição e abundância de espécies

Os resultados da identificação de organismos bentónicos presentes nas amostras obtidas nos pontos de

amostragem da área de intervenção 2, na saída 3, revelam que o local com maior abundância é o ponto PBFO02

na zona de intervenção com 1921 indivíduos (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados, e Figura 2). O ponto de

controlo também apresenta uma elevada abundância de organismos com 537 indivíduos das diferentes

espécies (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados, e Figura 2). A espécie com maior abundância nos pontos

amostrados é o artrópode Apseudopsis latreillii nos pontos da área de intervenção e o artrópode Siphonoecetes

dellavallei no ponto do controlo (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados). Já no que toca à riqueza específica, é

o ponto PBFO06 que apresenta um valor mais alto com 91 espécies presentes (Figura 2). Relativamente à saída

4, os resultados obtidos, de uma forma geral, demonstram uma maior abundância de organismos na área

intervencionada, destacando-se o ponto PBFO01 com 1119 indivíduos (Figura 3). O ponto realizado na área

controlo também apresenta uma abundância relativamente elevado, com 578 indivíduos (Figura 3). Nesta

saída foi novamente o artrópode Apseudopsis latreillii com a maior contribuição para um valor elevado de

abundância na área de intervenção, enquanto que na área controlo foi o gastrópode Bittium reticulatum a

espécie com maior abundância (Quadro 21, do Anexo IV – Resultados). Em relação à riqueza específica, os

pontos da área de intervenção, de uma forma geral, apresentam um maior número de espécies, destacando-

se o ponto PBFO05 com 60 espécies (Figura 3).

Figura 2 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada local de amostragem, na saída

3.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

Riq

ue

za e

spe

cífi

ca

Ab

un

dân

cia

Número de indivíduos Número de espécies

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Mod.039.09

Figura 3 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada local de amostragem,

na saída 3.

Do conjunto de resultados da identificação de organismos bentónicos presentes nas amostras obtidas nos

pontos de amostragem da área de intervenção 2 (Faro/Olhão), em cada uma das fases do projeto (Pré-

Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem), é possível observar que os valores de abundância e riqueza específica

foram mais elevados durante a fase de Dragagem, tanto na área de estudo como na área controlo (Figura 4).

No que diz respeito à comparação da fase de Pré-Dragagem e Pós-Dragagem, na área de estudo, registaram-

se um total de indivíduos e espécies semelhante, tendo-se verificado a existência de um maior número de

indivíduos, mas menor número de espécies na fase de Pós-Dragagem. Contudo, foi possível observar uma

tendência na variação dos resultados obtidos similar entre a área de estudo e a área controlo, ao longo do

decorrer do projeto, pelo que este resultado parece indicar que nesta área de intervenção (Bloco B –

Faro/Olhão), as dragagens aparentam não provocar alterações na abundância e riqueza das comunidades de

organismos bentónicos, podendo as alterações observadas serem causadas por fatores externos ao projeto.

0

10

20

30

40

50

60

70

0

200

400

600

800

1000

1200

Riq

ue

za e

spe

cífi

ca

Ab

un

dân

cia

Número de indivíduos Número de espécies

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 27

Mod.039.09

Figura 4 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada área de amostragem, nas 3

Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem).

Diversidade e Equitabilidade

Relativamente ao índice de diversidade de Shannon-Wiener (Figura 5 – saída 3 e Figura 6 – saída 4) e o índice

de Equitabilidade de Pielou (Figura 7 – saída 3 e Figura 8 – saída 4) verificou-se que, de uma forma geral, os

valores médios mais elevados foram obtidos na área controlo nos dados recolhidos na saída 3, contrariamente

ao observado na saída 4, em que se registou valores médios ligeiramente mais elevados na área de estudo. De

uma forma geral, os valores de diversidade obtidos podem ser considerados razoavelmente altos,

principalmente na área controlo na saída 3, tendo em conta que uma “elevada diversidade” é normalmente

associada a valores de 5 (Krebs, 1999). O cálculo do índice de diversidade tem em consideração o número de

espécies e a sua abundância, o que, tendo em conta os resultados obtidos levou à obtenção destes valores

elevados na área controlo, onde se observou um elevado número de espécies e elevada abundância.

Relativamente à equitabilidade, a tendência mantém-se com os valores a serem mais elevados para a área

controlo na saída 3 e mais elevados na área de estudo na saída 4. No caso da saída 3 observa-se que os valores

de riqueza específica, não se refletem na diversidade, já que para a área de estudo um maior número de

espécies não se refletiu numa maior diversidade, devido ao fato de existirem algumas espécies com valores de

abundância elevados. Já para a área controlo as abundâncias apresentam-se mais homogeneamente

distribuídas pelas espécies presentes nesses locais, o que se reflete num valor de diversidade e equitabilidade

mais elevados. Relativamente à saída 4, os resultados demonstram a existência de uma maior homogeneidade

da população de macrobentos na área de estudo, uma vez que a presença de um maior número de espécie

está refletida nos valores de diversidade obtidos.

0

10

20

30

40

50

60

70

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0

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1200

1600

2000

Área deestudo

Área controlo Área deestudo

Área controlo Área deestudo

Área controlo

Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem

Riq

ue

za e

spe

cífi

ca

Ab

un

dân

cia

Número de indivíduos Número de espécies

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 28

Mod.039.09

Figura 5 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) registados por tipologia de área de

afetação, na saída 3, (2ª campanha da Fase de Dragagem).

Figura 6 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) registados por tipologia de área de

afetação, na saída 4 (Fase de Pós-Dragagem).

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Área de estudo Área controlo

Ind

íce

de

Div

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e (

H')

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1,5

2

2,5

3

Área de estudo Área controlo

Ind

íce

de

Div

ers

idad

e (

H')

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 29

Mod.039.09

Figura 7 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados por tipologia de área de afetação, na

saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem).

Figura 8 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados por tipologia de área de afetação, na

saída 4 (Fase de Pós-Dragagem).

Para os valores obtidos nos cálculos do índice de diversidade de Shannon-Wiener (Figura 9) e índice de

Equitabilidade de Pielou (Figura 10), em cada uma das fases do projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-

Dragagem), verificou-se, na generalidade, uma diminuição da fase de Pré-Dragagem para as seguintes fases,

na área controlo, e resultados semelhantes com os valores de equitabilidade e diversidade mais elevados na

fase de Dragagem, na área de estudo. Contudo, apesar da variação observada em ambas as áreas, salienta-se

que os mesmos são razoavelmente elevados (Krebs, 1999). Valores de diversidade e equitabilidade mais

elevados, significam que as comunidades estarão distribuídas de forma mais homogénea, pelo que os

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

Área de estudo Área controlo

Equ

itab

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0

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0,3

0,4

0,5

0,6

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Área de estudo Área controlo

Equ

itab

ilid

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(J)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 30

Mod.039.09

resultados obtidos na área de estudo, ao longo das diferentes fases do projeto, poderão significar que nesta

área as comunidades de invertebrados bentónicos são relativamente homogéneas.

Figura 9 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) registados em cada área de amostragem,

nas 3 Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem).

Figura 10 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados em cada área de amostragem, nas 3

Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem).

Granulometria e matéria orgânica

No que toca à granulometria (Quadro 7) observou-se que, de uma forma geral, ambas as áreas, nas duas saídas

realizadas (saída 3 e saída 4), apresentam valores médios de percentagem muito semelhantes, com a

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

Área deestudo

Área controlo Área deestudo

Área controlo Área deestudo

Área controlo

Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem

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Div

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idad

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H')

0,0

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Área deestudo

Área controlo Área deestudo

Área controlo Área deestudo

Área controlo

Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem

Equ

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ade

(J)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 31

Mod.039.09

dominância de areia grossa, areia média e areia fina, com a exceção da área controlo na saída 4 onde se verifica

que os sedimentos dominantes são a areia fina e areia muito fina (Quadro 7). Observando os valores de

percentagem de matéria orgânica (Quadro 7), infere-se que a zona de intervenção apresenta valores

relativamente mais elevados na saída 3, ao passo que na saída 4 é a área controlo que apresenta valores mais

elevados.

Quadro 7 – Qualidade dos sedimentos relativamente a valores médios dos parâmetros granulometria e teor de

matéria orgânica por tipologia de área de afetação. A negrito estão indicadas as duas categorias de sedimento

dominante por área.

Campanha Área Matéria

orgânica (%)

Granulometria (%)

Cascalho Areia muito

grossa

Areia

grossa

Areia

média

Areia

fina

Areia

muito fina

Siltes e

argila

> 2mm 2mm-1mm 1mm-0.5mm 500um-

250um

250um-

125um 125um-63um <63um

Saída 3 (2ª

Campanha

Fase de

Dragagem)

Intervenção 0,81 3,03 8,54 25,15 23,18 31,12 7,64 1,34

Controlo 0,52 2,11 5,72 21,11 16,22 38,49 6,52 9,83

Saída 4

(Campanha

Pós-

dragagem)

Intervenção 0,82 3,21 6,04 25,63 24,51 30,40 4,25 5,96

Controlo 2,06 1,61 1,03 1,12 1,20 55,96 25,01 14,07

Avaliação do grau de perturbação

No que diz respeito à avaliação do grau de perturbação (Quadro 8; Figura 11), com base na aplicação do índice

AMBI, observa-se que tanto os pontos realizados na área de intervenção (PBT01 e PBT02), como o ponto da

área controlo (PBT03), apresentam um baixo grau de perturbação em todas as fases do projeto (Fase de Pré-

Dragagem, Durante a Dragagem, Fase de Pós-Dragagem). Todas as estações de amostragem obtiveram uma

pontuação do índice AMBI correspondente à classe de Ligeiramente perturbado na fase Pré-Dragagem, tendo-

se verificado em várias estações a diminuição do grau de perturbação nos dados obtidos na saída 3 nos pontos

PBFO02, PBFO04, PBFO05, PBFO06, PBFO07 e PBFO08, todos da área de estudo. Contudo, na saída 4 (fase de

Pós-Dragagem) todas as estações, da área de estudo, apresentaram novamente evidências da existência de

perturbações sobre a comunidade de invertebrados bentónicos, verificando-se um grau de perturbação na

classe de Ligeiramente perturbado, sendo que na área controlo obteve uma avaliação final de Não perturbado.

No entanto, apesar de se terem observado estas variações do grau de perturbação em todos os pontos, com

exceção do ponto PBFO01, que se localiza na área de intervenção, salienta-se que de uma forma geral a área

de intervenção de Faro/Olhão (Bloco B) evidenciou níveis de perturbação nas comunidades de invertebrados

bentónicos relativamente baixos, não aparentando que esta situação se deva às intervenções realizadas nesta

área.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 32

Mod.039.09

Quadro 8 – Valores obtidos para o cálculo do AMBI e respetivas percentagens (%) de espécies em cada grupo, de

acordo com o seu grau de sensibilidade.

Estação Saída % GI % GII % GIII % GIV % GV AMBI Classificação do grau de

perturbação

PBFO01

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

32,8 31,8 27,9 7,3 0,2 1,596 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

42,7 24,2 26,7 5,8 0,6 1,422 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

27,8 44 24,9 2,9 0,4 1,445 Ligeiramente perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

25,2 27,9 21,9 0 25 2,514 Ligeiramente perturbado

PBFO02

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

5,9 39,2 44,4 9,8 0,7 2,764 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

28,2 23,5 33,4 13 1,4 2,041 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

63,1 3,5 31,8 1,3 0,2 1,104 Não perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

37,2 36,6 24,4 0,6 1,2 1,415 Ligeiramente perturbado

PBFO03

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

22,5 40 37,5 0 0 1,377 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

34,6 47,7 16,9 0 0,8 0,97 Não perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

28 62 10 0 0 1,257 Ligeiramente perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

31,4 30,8 37,3 0,6 0 1,662 Ligeiramente perturbado

PBFO04

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

39 20,9 37,5 1,9 0,7 1,548 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

39,2 37,5 11,9 10,8 0,6 1,441 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

75,9 8 10,4 4,6 1,2 0,669 Não perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

56,8 8,6 11,5 22,9 0,2 1,456 Ligeiramente perturbado

PBFO05

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

46,4 23,3 26,4 3,7 0,2 1,407 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

30 37,5 8,6 1,1 22,8 2,202 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

88,4 6,5 4,8 0,2 0 0,573 Não perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

53 11,7 15,5 3,1 16,6 1,862 Ligeiramente perturbado

PBFO06

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

22,7 51,4 18,9 1,1 5,9 1,8 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

41,9 20,8 23,5 4,2 9,6 1,892 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

68,5 6,3 23,5 1,5 0,3 0,886 Não perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

43,3 27 27,9 1,3 0,4 1,345 Ligeiramente perturbado

PBFO07

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

14,3 14,8 37,4 30,4 3 2,864 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

21,2 11,7 25,4 39,1 2,5 2,846 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

75,5 13,5 10,9 0 0 0,525 Não perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

38,7 28,2 33,1 0 0 1,422 Ligeiramente perturbado

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 33

Mod.039.09

Estação Saída % GI % GII % GIII % GIV % GV AMBI Classificação do grau de

perturbação

PBFO08

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

34,5 10,3 51,7 0 3,4 2,292 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

37,3 30,5 30,5 0 1,7 1,507 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

46,8 51,1 2,1 0 0 0,844 Não perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

66,3 16,3 14 2,3 1,2 1,441 Ligeiramente perturbado

PBFO09

Saída 1 (campanha – Fase de Pré-Dragagem)

19,5 44,6 26,7 9,2 0 1,944 Ligeiramente perturbado

Saída 2 (1ª campanha – Fase de Dragagem)

6 25,1 63,9 0,6 4,4 2,611 Ligeiramente perturbado

Saída 3 (2ª campanha – Fase de Dragagem)

42,8 36,8 16,7 1,3 2,3 1,267 Ligeiramente perturbado

Saída 4 (campanha – Fase de Pós-Dragagem)

68,7 4,3 24,8 1,9 0,4 0,945 Não perturbado

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Mod.039.09

Figura 11 – Evolução do grau de perturbação da fase de Pré-Dragagem para a fase de Pós-Dragagem.

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Mod.039.09

4.2. Comunidade Piscícola

Na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (massas de água Ria Formosa WB1, Ria Formosa WB2 e Ria

Formosa WB3), os arrastos efetuados cobriram uma distância média (± desvio padrão) de 324,53 (± 36,72) e

361,23 (±77,23) metros, respetivamente na Saída 3 e na Saída 4. Essas distâncias corresponderam a uma área

média amostrada por arrasto de 736,43 (±78,94) m2 e 776,64 (±167,55) m2. No total dos arrastos foram

capturados 508 indivíduos na Saída 3 e 811 indivíduos na Saída 4. Os indivíduos capturados corresponderam a

um peso total de 5.119,52 g e 10.419,54 g, respetivamente. Os 508 indivíduos presentes nas amostras da Saída

3 representaram 36 espécies distribuídas por 13 famílias distintas, enquanto os 811 indivíduos que ocorreram

nas amostras da Saída 4 representaram 44 espécies e 14 famílias (Quadro 9).

Composição da Comunidade

Nesta área de intervenção, os cabozes da família Gobiidae foram claramente os mais representados nas

amostras recolhidas com cerca de 43% do total de organismos capturados considerando todos os locais

analisados, tanto na saída 3 como na saída 4 (Quadro 9). Entre as restantes famílias distinguem-se os peixes-

rei (Atherinidae; 17,7%) e os linguados (Soleidae; 12,6%) na saída 3 e os esparídeos ou sargos (Sparidae; 17,5%)

e os charrocos (Batrachoididae; 10,8%) na saída 4. Na globalidade estas 5 famílias de espécies piscícolas

representaram em ambas as saídas, mais de 83% da abundância em número de indivíduos.

Relativamente à composição das comunidades, por espécies, verificou-se o padrão global descrito para as

famílias piscícolas. De facto, na área de intervenção 2, o Caboz-negro (Gobius niger) foi distintamente a espécie

mais comum representando cerca de 22,6% dos indivíduos capturados na Saída 3 (4,05 ± 5,76 ind/100 m2) e

37,1% na Saída 4 (9,40 ± 12,20 ind/100 m2).

No entanto, devido às distintas características dos locais amostrados, as espécies demonstraram diferentes

contribuições de local para local para a estrutura da respetiva comunidade (Quadro 9). No local PPFO01, o

Caboz-negro (Gobius niger) foi nitidamente a espécie mais abundante tanto na saída 3 (4,16 ± 3,44 ind/100 m2)

como na saída 4 (2,87 ± 1,54 ind/100 m2). A essa espécie seguiu-se a Carta-pontuada (Arnoglossus thori) (0,97

± 0,83 ind/100 m2) e o caboz (Gobius gasteveni) (0,83 ± 0,73 ind/100 m2) na Saída 3 e pela Azevia (Microchirus

azevia) (0,75 ± 0,58 ind/100 m2) e pelo rascasso (Scorpaena porcus) (1,30 ± 0,65 ind/100 m2) na saída 4 (Quadro

9).

No local PPFO02, os valores mais elevados de abundância foram obtidos pelo caboz (G. gasteveni) (1,41 ± 1,58

ind/100 m2) na Saída 3 e pelo Caboz-negro (G. niger) na saída 4 (1,07 ± 1,12 ind/100 m2). Em ambas as saídas

as duas espécies anteriores foram seguidas pelo rascasso (S. porcus) e pela cascarra (M. hispidus) (Quadro 9).

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 36

Mod.039.09

Quadro 9 – Valores de densidade (ind/100 m2) média (± desvio padrão) para cada uma das espécies capturadas nos locais de amostragem.

Família Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase de Pós-Dragagem)

Local de amostragem Local de amostragem

PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04

Anguillidae Anguilla anguilla 0,26 (±0,44)

Atherinidae Atherina presbyter 0,11 (±0,18) 0,37 (±0,33) 3,62 (±3,6) 0,04 (±0,06) 0,84 (±1,02)

Batrachoididae Halobatrachus didactylus 0,14 (±0,13) 0,07 (±0,11) 0,89 (±1,28) 0,11 (±0,19) 2,38 (±2,42)

Bothidae Arnoglossus laterna 0,08 (±0,07) 0,08 (±0,13)

Arnoglossus thori 0,97 (±0,83) 0,37 (±0,1) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,08) 0,08 (±0,11) 0,03 (±0,06)

Gobiesocidae Diplecogaster bimaculata 0,11 (±0,19)

Opeatogenys gracilis 0,1 (±0,18)

Gobiidae

Deltentosteus quadrimaculatus 0,45 (±0,19) 0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)

Gobius cruentatus 0,04 (±0,08)

Gobius gasteveni 0,91 (±0,73) 1,41 (±1,58) 0,22 (±0,38) 0,35 (±0,1)

Gobius niger 4,16 (±3,44) 0,37 (±0,53) 0,99 (±1,22) 2,87 (±1,54) 1,07 (±1,12) 6,71 (±9,8)

Gobius paganellus 0,05 (±0,09) 0,05 (±0,09)

Gobius xanthocephalus 0,03 (±0,06)

Pomatoschistus microps 0,3 (±0) 0,67 (±0,3) 0,87 (±1,29) 0,17 (±0,05) 0,15 (±0,22) 0,23 (±0,23) 1,13 (±0,9)

Pomatoschistus minutos 0,45 (±0,63)

Pomatoschistus pictus 0,25 (±0,44)

Labridae Symphodus bailloni 0,04 (±0,07) 0,11 (±0,19)

Symphodus cinereus 0,04 (±0,08) 0,2 (±0,25) 0,31 (±0,63)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 37

Mod.039.09

Família Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase de Pós-Dragagem)

Local de amostragem Local de amostragem

PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04

Mullidae Mullus surmuletus 0,05 (±0,09)

Rajidae Raja undulata 0,04 (±0,07) 0,08 (±0,11) 0,04 (±0,06) 0,05 (±0,09)

Scorpaenidae Scorpaena notata 0,15 (±0)

Scorpaena porcus 0,41 (±0,36) 1,12 (±1,16) 0,1 (±0,08) 0,58 (±0,65) 0,38 (±0,34) 0,09 (±0,18)

Serranidae Serranus cabrilla 0,07 (±0,11) 0,11 (±0,19)

Serranus hepatus 0,21 (±0,37) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,16 (±0,28) 0,15 (±0,01)

Soleidae

Buglossidium luteum 0,76 (±0,66) (±) 0,04 (±0,08) 0,54 (±0,94) 0,03 (±0,06)

Microchirus azevia 0,53 (±0,36) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,27) 0,15 (±0,01) 0,36 (±0,42)

Monochirus boscanion 0,05 (±0,09)

Monochirus hispidus 0,18 (±0,07) 0,89 (±1,26) 0,13 (±0,23) 0,75 (±1,3) 0,15 (±0,22) 0,09 (±0,18)

Pegusa lascaris 0,21 (±0,19) 0,11 (±0,11)

Solea senegalensis 0,05 (±0,09) 0,04 (±0,08)

Synaptura lusitanica 0,45 (±0,63) 0,04 (±0,07) 0,04 (±0,06)

Sparidae

Boops boops 0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)

Diplodus annularis 0,04 (±0,07) 0,72 (±0,79) 0,54 (±1,09)

Diplodus bellottii 0,07 (±0,11) 0,05 (±0,09) 0,55 (±0,67)

Diplodus puntazzo 0,03 (±0,06)

Diplodus sargus 0,07 (±0,1) 0,15 (±0,17) 0,89 (±1,55)

Diplodus sp. 1,69 (±3,37)

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Mod.039.09

Família Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase de Pós-Dragagem)

Local de amostragem Local de amostragem

PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04

Diplodus vulgaris 0,19 (±0,17) 0,05 (±0,09) 0,09 (±0,17)

Sparidae sp. 0,04 (±0,07)

Sparus aurata 0,04 (±0,06)

Spondyliosoma cantharus 0,04 (±0,07) 0,1 (±0,18)

Syngnathidae

Hippocampus guttulatus 0,47 (±0,71) 0,38 (±0,65)

Hippocampus hippocampus 0,08 (±0,14) 0,37 (±0,52) 0,13 (±0,15)

Nerophis lumbriciformis 0,03 (±0,06)

Nerophis ophidion 0,11 (±0,23)

Syngnathus abaster 0,05 (±0,09) 0,57 (±1,14)

Syngnathus acus 0,15 (±0,16) 0,03 (±0,06)

Syngnathus typhle 0,04 (±0,08) 0,49 (±0,97)

Triglidae

Chelidonichthys lucerna 0,03 (±0,06)

Eutrigla gurnardus 0,04 (±0,08)

Trigloporus lastoviza 0,11 (±0,19)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 39

Mod.039.09

O local PPFO03 evidenciou a menor riqueza específica com apenas 6 espécies capturadas. Neste local, o

Caboz-de-areia (G. gasteveni) foi a espécie mais abundante, com 0,67 ± 0,30 ind/100 m2 na Saída 3 e 0,23

± 0,23 ind/100 m2 na Saída 4, respetivamente. Na Saída 3 seguiu-se o Peixe-rei (A. presbyter) (0,37 ± 0,33

ind/100 m2) e o Linguado-da-areia (Pegusa lascaris) (0,21 ± 0,19 ind/100 m2) (Tabela IV). Por outro lado,

o local PPFO04 revelou ter a maior riqueza específica e das 34 espécies presentes, 23 foram observadas

na Saída 3 e 26 na Saída 4, respetivamente. De entre essas espécies o Peixe-rei (A. presbyter: 3,62 ± 3,60

ind/100 m2) e o Caboz-negro (G. niger: 0,99 ± 1,22 ind/100 m2) foram as espécies mais relevante em

termos de abundância na Saída 3. O Caboz-negro (G. niger: 6,71 ± 9,80 ind/100 m2) e o Charroco (H.

didactylus: 2,38 ± 2,42 ind/100 m2) foram as espécies mais importantes na Saída 4 (Quadro 9).

Globalmente houve um aumento da densidade de indivíduos no bloco B, entre a Saída 3 e 4, devido ao

incremento de indivíduos no local PPFO04, decorrentes do aumento da captura de algumas espécies,

nomeadamente de marinhas (Syngnathus typhle, Syngnathus abaster), Sargo-do-senegal (Diplodus

bellottii), a Azevia (M. azevia) e do Bodião-cinzento (Symphodus cinereus). Nos restantes locais (PPFO01,

PPFO02, PPFO03) houve um decréscimo acentuado no número de indivíduos capturados entre a Saída 3

e a Saída 4 (Quadro 9).

Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR)

Os valores base para a determinação das métricas e sub-métricas e valores usados no cálculo do índice

EFAI encontram-se na parte superior e inferior da Tabela V, respetivamente. De acordo com a referida

tabela, a riqueza específica variou entre locais e período de amostragem, entre as 6 (PPFO04, Saída 3) e

26 espécies (PPFO04, Saída 4), enquanto as espécies Migradoras Marinhas representaram entre 1,23%

(PPFO02, Saída 3) e 38,89% (PPFO03, Saída 4) das espécies. Por seu lado, as espécies residentes variaram

entre 38,89% (2) (PPFO03, Saída 4) e 82,97% (12) (PPFO04, Saída 3), enquanto as espécies piscívoras

representaram entre 6,06% (2) (PPFO03, Saída 3) e 75,72% (14) (PPFO04, Saída 4).

Os valores de EFAI calculados para os locais analisados nesta área de intervenção variaram entre um

mínimo de 25 (EQR: 0,71) nos locais PPFO02 e PPFO03 na Saída 3 e um máximo de 33 (EQR: 0,94) no local

PPFO04 na Saída 4 (Quadro 10). Os valores dos índices obtidos para estes 4 locais corresponderam a uma

classificação de qualidade ecológica de "Boa" para ambos os locais e Saídas, com a exceção do local

PPFO04 na Saída 4, que apresentou valor que se enquadra numa classificação de “Excelente” (Quadro 10).

A área de intervenção 2 que se encontra localizado entre as massas de água "Ria Formosa

WB1/WB2/WB3/" obteve globalmente um valor elevado dos índices EFAI (25; 33) e EQR (0,71; 0,94),

respetivamente na Saída 3 e Saída 4 do projeto de avaliação de impacte das dragagens na fauna piscícola.

Estes valores enquadram-se nas características a partir das quais Cabral et al. (2012) designa uma massa

de água com “Boa” e “Excelente” Qualidade Ecológica, respetivamente (Quadro 11).

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 40

Mod.039.09

Quadro 10 – Resultados, classificação das métricas e valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) dos locais de

amostragem.

Campanha Métricas e sub-métricas (EFAI)

Resultado Classificação Valor EFAI EQR

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

Saída 3 (2ª Campanha

da Fase de Dragagem)

Riqueza específica 18 14 6 23 5 3 3 5 5 3 3 5

Espécies migradoras marinhas 1 1 1 3

Percentagem de indivíduos 2,83 1,23 6,06 9,89 1 1 1 2

Espécies residentes 5 5 3 5

Percentagem de indivíduos 65,57 46,91 75,76 82,97 5 5 3 3

Número de espécies 8 7 2 12 5 5 1 5

Espécies piscívoras 5 5 3 5

Percentagem de indivíduos 60,85 38,27 6,06 35,16 5 5 5 5

Número de espécies 7 7 2 9 5 5 1 5

Espécies diádromas 5 5 5 1 5 5 5 1

Espécies introduzidas 5 5 5 5 5 5 5 5

Espécies Sensíveis a

perturbação 3 0 0 4 3 1 5 3 3 1 5 3

EFAI TOTAL 29 25 25 27 0,83 0,71 0,71 0,77

Qualidade Ecológica Boa Boa Boa Boa

Saída 4 (Campanha da

Fase de Pós-

Dragagem)

Riqueza específica 25 11 8 26 5 3 3 5 5 3 3 5

Espécies migradoras marinhas 1 1 3 3

Percentagem de indivíduos 2,16 6,25 38,89 21,54 1 1 3 3

Espécies residentes 5 5 3 5

Percentagem de indivíduos 65,47 68,75 38,89 73,79 5 5 5 3

Número de espécies 10 4 2 13 5 3 1 5

Espécies piscívoras 5 5 5 5

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 41

Mod.039.09

Campanha Métricas e sub-métricas (EFAI)

Resultado Classificação Valor EFAI EQR

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

PPFO

01

PPFO

02

PPFO

03

PPFO

04

Percentagem de indivíduos 53,96 75,00 33,33 75,72 5 3 5 3

Número de espécies 9 6 3 14 5 5 3 5

Espécies diádromas 1 5 5 5 5 5 5 5 5

Espécies introduzidas 5 5 5 5 5 5 5 5

Espécies Sensíveis a

perturbação 2 1 1 8 1 5 5 5 1 5 5 5

EFAI TOTAL 27 29 29 33 0,77 0,83 0,83 0,94

Qualidade Ecológica Boa Boa Boa Excelente

Quadro 11 – Resultados, classificação das métricas e valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) das massas de água.

Campanha Métricas e sub-métricas

(EFAI)

Resultado Classificação Valor EFAI EQR

Bloco B WB1 WB2 WB3 Bloco

B WB1 WB2 WB3

Bloco

B WB1 WB2 WB3

Bloco

B WB1 WB2 WB3

Saída 3 (2ª

Campanha da

Fase de

Dragagem)

Riqueza específica 36 23 18 20 5 5 5 5 5 3 5 5

Espécies migradoras

marinhas 1 1 1 1

Percentagem de

indivíduos 5,65 5,76 1,96 6,33 1 1 1 1

Espécies residentes 5 5 3 5

Percentagem de

indivíduos 69,49 83,13 55,26 67,09 5 3 5 5

Número de espécies 17 12 8 9 5 5 5 5

Espécies piscívoras 5 5 3 5

Percentagem de

indivíduos 44,49 37,50 28,95 56,84 5 5 3 5

Número de espécies 13 7 9 8 5 5 5 5

Espécies diádromas 0 0 0 0 1 5 5 1 1 5 5 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 42

Mod.039.09

Campanha Métricas e sub-métricas

(EFAI)

Resultado Classificação Valor EFAI EQR

Bloco B WB1 WB2 WB3 Bloco

B WB1 WB2 WB3

Bloco

B WB1 WB2 WB3

Bloco

B WB1 WB2 WB3

Espécies introduzidas 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5 5

Espécies Sensíveis a

perturbação 7 4 0 3 3 3 1 1 3 3 1 1

EFAI TOTAL 25 29 27 23 0,71 0,83 0,77 0,66

Qualidade ecológica Boa Boa Boa Boa

Saída 4

(Campanha da

Fase de Pós-

Dragagem)

Riqueza específica 44 26 16 25 5 5 5 5 5 5 3 5

Espécies migradoras

marinhas 3 3 3 1

Percentagem de

indivíduos 18,00 21,58 18,00 2,71 1 1 1 1

Espécies residentes 5 5 5 5

Percentagem de

indivíduos 71,39 73,75 58,00 65,71 5 3 5 5

Número de espécies 16 13 5 10 5 5 5 5

Espécies piscívoras 5 5 5 5

Percentagem de

indivíduos 71,02 75,85 60,00 53,57 5 5 3 5

Número de espécies 19 14 7 9 5 5 5 5

Espécies diádromas 1 1 0 0 1 5 5 1 5 5 5 5

Espécies introduzidas 0 0 0 0 5 5 5 5 5 5 5 5

Espécies Sensíveis a

perturbação 9 8 1 2 3 3 1 1 5 5 5 1

EFAI TOTAL 33 33 33 27 0,94 0,94 0,94 0,77

Qualidade ecológica Excelente

Excelente

Excelente

Boa

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 43

Mod.039.09

Parâmetros Ambientais

No que diz respeito aos parâmetros ambientais a área de intervenção 2 apresentou valores típicos de uma

zona de forte influência marinha e elevada renovação de água. Os valores de salinidade mantiveram-se,

relativamente estáveis e dentro dos limites típicos de zonas marinhas temperadas entre 35,9 ‰ e

36,5 ‰. Os valores de temperatura também não sofreram grandes variações entre as duas saídas (0,5ºC),

com valores mínimos de 11,1ºC e máximos de 13,2 ºC, ambos verificados na saída 3. Contudo, a

temperatura observada no local PPFO01 na saída 3 foi até 2ºC superior à maior parte dos restantes locais,

para ambas as saídas. A percentagem de saturação de Oxigénio apresentou valores sempre superiores a

85,8% (média: 94,0%), chegando a atingir 101,3% no segundo replicado recolhido no local PPFO04 da

Saída 3 (Quadro 12).

A concentração de Oxigénio dissolvido apresentou valores relativamente estáveis, entre 6,6 (PPFO02) e

8,3 mg/l (PPFO04) na Saída 3, e entre 7,1 e 8,5 mg/l na Saída 4. Nesta área, a profundidade atingiu valores

máximos no primeiro e segundo lance dos arrastos efetuados no local PPFO02 (8,8 m) da Saída 4,

enquanto no local PPFO04 e na Saída 4 foi registada a zona de menor profundidade (1,4 m) (Quadro 12).

Quadro 12 – Valores médios dos parâmetros ambientais registados em cada evento de amostragem realizado.

Campanha Local de

amostragem Replicado Temperatura (°C) Salinidade (‰) O2 (mg/l) O2 (%)

Profundidade

(m)

Saída 3 (2ª

Campanha da

Fase

Dragagem)

PPFO01 1 13,2 35,9 7,3 99,7 5,3

PPFO01 2 13,0 36,2 7,4 98,7 5,7

PPFO01 3 13,1 36,1 7,4 98,5 6,2

PPFO02 1 12,4 36,3 6,6 85,8 7,5

PPFO02 2 12,3 36,2 6,7 86,8 8,4

PPFO03 1 11,1 36,2 7,5 89,6 4,1

PPFO03 2 11,2 36,2 7,3 90,5 3,8

PPFO03 3 11,1 36,2 7,3 90,6 3,0

PPFO04 1 11,5 36,2 7,6 95,0 4,4

PPFO04 2 12,3 36,1 7,9 101,3 2,9

PPFO04 3 12,7 36,0 8,3 100,5 3,8

PPFO04 4 11,6 36,2 7,6 96,0 2,9

Saída 4 (Fase

de Pós-

Dragagem)

PPFO01 1 11,2 36,2 7,6 94,3 6,4

PPFO01 2 11,5 36,2 7,5 93,9 4,3

PPFO01 3 11,4 36,5 7,5 94,5 6,8

PPFO02 1 11,8 36,3 7,4 94,0 8,8

PPFO02 2 11,7 36,3 7,2 90,9 8,8

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 44

Mod.039.09

Campanha Local de

amostragem Replicado Temperatura (°C) Salinidade (‰) O2 (mg/l) O2 (%)

Profundidade

(m)

PPFO03 1 11,7 36,2 7,1 89,7 3,0

PPFO03 2 11,7 36,2 7,1 90,8 2,0

PPFO03 3 11,7 36,2 7,1 90,4 1,9

PPFO04 1 11,8 36,1 7,3 93,5 3,3

PPFO04 2 11,7 36,2 7,4 93,6 4,2

PPFO04 3 11,9 36,0 8,5 100,8 1,4

PPFO04 4 11,6 36,2 7,6 96,0 2,9

As comunidades piscícolas dos locais da área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) foram caracterizadas

por espécies típicas de um sistema lagunar com grande influência marinha e com reduzidos cursos de

água doce. Devido ao facto deste Bloco ser composto por quatro distintos locais (PPFO01, PPFO02,

PPFO03, PPFO04), localizados em três distintas massas de água (WB1, WB2, WB3), proporciona a

existência de uma grande diversidade de habitats (e.g. areia fina, vasa, cascalho e pradaria de ervas

marinhas) e consequentemente a presença de elevada riqueza de espécies. De facto, globalmente foram

amostradas e identificadas variadíssimas espécies piscícolas (51 espécies) com preferências por diversos

habitats. Entre as espécies identificadas nas duas saídas aqui consideradas (Saída 3 e 4), somente o Peixe-

rei (Atherina presbyter) não apresenta uma relação próxima com o fundo. Efetivamente, esta pequena

espécie pelágica é habitualmente abundante na coluna de água, enquanto as restantes espécies

identificadas, estão dependentes do fundo, designadamente de substrato móvel (espécies demersais e

bentónicas) (e.g. peixes chatos: Buglossidium luteum, Synaptura lusitanica, Monochirus hispidus, e os

cabozes: G. niger e P. microps) ou da presença de habitat de pradarias de erva marinha (Bodião-cinzento

Symphodus cinereus e a Marinha Syngnathus acus).

As espécies residentes (e.g. Caboz negro Gobius niger, Charroco Halobatrachus didactylus, Caboz-da-areia

Pomatoschistus microps, Peixe-rei Atherina presbyter) foram notoriamente as mais abundantes nas

amostras recolhidas. De facto, as espécies residentes representaram globalmente cerca de 40% da riqueza

específica e em média compreenderam mais de 60% da abundância de indivíduos capturados na Saída 3

e na Saída 4. Segundo Erzini et al. (2002) as referidas espécies encontram-se, efetivamente, entre as dez

mais abundantes nas zonas centrais dos canais principais e secundários.

A influência marinha nas três massas de água foi igualmente evidente nas duas saídas, tanto pelo facto

da grande maioria das espécies residentes serem frequentemente encontradas nas zonas costeiras, como

pela elevada ocorrência e abundância de espécies consideradas Migradoras Marinhas (e.g. Sargo Diplodus

sargus, Mucharra D. bellottii) ou Marinhas Ocasionais (e.g. Cascarra Monochirus hispidus, Azevia

Microchirus azevia, Caboz Gobius gasteveni). A ocorrência de marés bidiárias proporciona evidentemente

a renovação da massa de água facilitando a entrada destas últimas espécies.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 45

Mod.039.09

Entre as espécies residentes, deve sublinhar-se a presença de duas espécies de Cavalos-marinhos (família

Syngnathidae: Hippocampus hippocampus, H. guttulatus), designadamente nos locais PPFO01 e PPFO04

de ambas as saídas, não só pela relativa abundância, mas sobretudo pelo seu Estatuto de Conservação, e

por isso, incluída na métrica "espécies sensíveis a perturbação". Estas espécies são frequentemente

encontradas em habitats que apresentam grande complexidade e que por isso tendem a albergar não só

maior biodiversidade como também maiores abundâncias, e como tal, apresentam comunidades

piscícolas normalmente mais ricas. A presença de Singnatídeos é de facto, uma clara indicação do bem-

estar daquele ecossistema, não obstante a ocorrência do processo de Dragagem.

No contexto das espécies com estatuto de conservação, deve destacar-se ainda, em ambos os referidos

locais (PPFO01 e PPFO4), a ocorrência também de Raia-curva (Raja undulata). Esta espécie, também

presente no local PPFO02 da Saída 4, encontra-se classificada como "Endangered - Em Perigo" pela

International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2016), e como tal, foi também incluída na métrica

"espécies sensíveis a perturbação" para o cálculo do índice EFAI do presente trabalho. A presença de Raia-

curva na saída 3 (PPFO01) e saída 4 (PPFO03, PFO04), entre os quais de um indivíduo juvenil (PPFO04), tal

como havia sucedido em saídas anteriores, reveste-se ainda de interesse acrescido. Esta espécie possui

um elevado valor comercial e encontra-se sob medida de gestão específica por despacho da DGRM

(Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos). Devido à sobrepesca, a pesca de

Raia-curva encontra-se sujeita a medidas de gestão e critérios de licenciamento específicos (Despacho nº

17/2016/DG). A existência destas raias após as dragagens será um sinal positivo, pois poderá estar

relacionado com uma reutilização rápida destes locais a partir de áreas adjacentes.

A presença ainda de juvenis de esparídeos (Familia Sparidae: Mucharra Diplodus annularis, Sargo-alcorraz

D. annularis; Sargo D. sargus) na Saída 3, mas sobretudo na Saída 4, foi igualmente evidente. Estas

espécies Migradoras Marinhas são frequentes na Ria Formosa, e são vulgarmente encontradas em maior

número a partir da primavera, quando durante a fase juvenil procuram abrigo no interior do sistema

lagunar. Durante os meses mais quentes e mais produtivos, utilizam o sistema lagunar como viveiro,

crescendo rapidamente para posteriormente saírem da Ria Formosa para as zonas costeiras, antes de

terminar o seu primeiro ano de vida (Erzini et al., 2002).

As espécies que compuseram as comunidades piscícolas variaram naturalmente em função do local

analisado, a massa de água e do período de amostragem. Globalmente, identificaram-se mais espécies na

Saída 4 (44) do que na Saída 3 (36), enquanto os locais PPFO01 e PPFO04 foram os mais ricos em termos

de número de espécies e indivíduos. Por outro lado, no local PPFO03 ocorreram menos de 6,5% dos

indivíduos capturados em ambas as saídas e apenas 10 espécies no total. No decurso das amostragens

verificou-se que os locais de maior riqueza e abundância apresentam também maior heterogeneidade no

que respeita à composição do fundo, com fortes coberturas de matéria vegetal e tunicados (PPFO04) ou,

no caso do local PPFO01, colónias de tunicados e ouriços sobre um fundo de forte componente biogénica

(conchas). As diferenças observadas refletiram-se no valor das métricas e na classificação da qualidade

ecológica atribuída a cada local através do índice EFAI.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 46

Mod.039.09

Os índices finais EFAI e EQR determinaram uma "Boa" qualidade ecológica para a totalidade dos locais de

intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão), com exceção para o local PPFO04 que obteve a classificação de

“excelente” na Saída 4. De facto notou-se uma melhoria significativa no valor dos índices, entre a Saída 3

e a Saída 4, facto que estará relacionado com o aumento da abundância de Espécies Migradoras Marinhas,

o aumento da riqueza e abundância de Espécies Sensíveis e sobretudo com a presença de uma espécie

Diádroma (Enguia Anguilla anguilla) na Saída 4. A ausência de áreas de controlo não permite averiguar se

esta melhoria se deveu ao efeito das dragagens.

No que diz respeito à totalidade do Bloco B e às massas de água incluídas nesta área de intervenção,

verificou-se a melhoria da classificação, de "Boa" para "Excelente", entre a Saída 3 e a Saída 4, com a

exceção a ocorrer na massa de água WB3 que manteve a "Boa" Qualidade Ecológica. O aumento da

Qualidade Ecológica ocorrida na globalidade do Bloco B deveu-se essencialmente ao aumento da

abundância generalizada de espécies migradoras marinhas relativamente às restantes espécies, a

presença de uma única Enguia indivíduo da espécie Diádroma (Enguia Anguilla anguilla) no local PPFO04

(Saída 4) e ao aumento da abundância de “Espécies sensíveis a perturbações”, designadamente dos

Cavalos-Marinhos. De facto, de acordo com Cabral et al. (2012) se houver aumento na abundância e no

número de espécies sensíveis, a métrica recebe obrigatoriamente o valor 5.

Apesar dos índices usados (EFAI e EQR) serem considerados apropriados para avaliar a qualidade geral e

ecológica de uma massa de água de transição, deverão ser levados em consideração outros aspetos

quando se trata de avaliar o impacte ou de efetuar uma monitorização resultante de uma atividade

humana como as dragagens, a saber:

- Avaliar da existência de habitats e espécies ameaçados e/ou vulneráveis, nomeadamente aqueles

que já detêm um estatuto de conservação;

- Avaliar aspetos biológicos básicos como sejam as densidades e biomassas, frequências de

ocorrência e épocas e áreas de reprodução;

- Incluir áreas de controlo para aferir da veracidade de eventuais impactos.

Noutros sistemas a existência de viveiros de peixes, isto é, de locais de desenvolvimento de juvenis seria

de extrema importância, porque constituem habitats essenciais para peixes, mas no caso em concreto, a

Ria Formosa, é uma lagoa costeira que no seu todo constitui um viveiro para inúmeras espécies piscícolas

e por outro lado, a técnica de amostragem utilizada privilegia a captura de juvenis, pelo que este

parâmetro foi apenas contemplado em caso de espécies ameaçadas.

Evolução global da qualidade ecológica

Ao longo do acompanhamento da evolução da Qualidade Ecológica, verificou-se efetivamente que a

grande maioria das espécies identificadas no Bloco B (massa de água "Ria formosa WB1, WB3 e WB3")

foram sempre, espécies características deste sistema lagunar. De facto, ao longo das quatro saídas de

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 47

Mod.039.09

amostragem realizadas durante as três distintas fases do processo de Dragagem (Pré-Dragagem,

Dragagem e Pós-Dragagem), as espécies residentes representaram sempre mais de 36% da totalidade das

espécies e representaram cerca 60% da abundância de indivíduos, com destaque para os cabozes (P.

microps, G. niger), o Charroco (H. didactylus) e o Peixe-rei (A. presbyter).

Apesar do impacte expectável da ação das dragagens, a fase 2, correspondente ao período em que a draga

se encontrava a laborar, ocorreu no período de maior densidade de indivíduos. Esse aumento foi sentido

em todas as massas de água, mas sobretudo na massa de água WB1. Efetivamente, nesta massa de água

WB1 houve um aumento entre a Fase 1 e a Fase 2, dos 11,00 ind/100 m2 (Oliveira et al., 2015) para 34,88

ind/100 m2. Nas restantes massas de água (WB2 e WB3) o aumento foi menos significativo, mas ainda

assim equivalente ao aumento obtido para a globalidade do Bloco B, designadamente entre 6,32 ind/100

m2 para 13,34 ind/100 m2 (Figura 12). O aumento da densidade coincidiu com o aumento global do

número de espécies entre o período pré-Dragagem e o período pós-Dragagem, particularmente na massa

de água WB1.

Figura 12 - Evolução dos valores obtidos relativos ao número médio de espécies (S) e a densidade de indivíduos

(ind/100m2) nos locais de amostragem na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) obtidos durante as

diferentes saídas do projeto (massa de água "Ria formosa WB5"). * Os valores correspondentes à Fase de

Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação média das Saídas 2 e 3.

Tendo em conta que as condições ambientais nomeadamente ao nível da temperatura, e mesmo da

salinidade, saturação de oxigénio e profundidade não se alteraram expressivamente entre as diferentes

fases de Dragagem, seria espectável que as densidades se mantivessem estáveis. No entanto, o aumento

da abundância e o aumento de espécies verificados é inteiramente compreensível se tivermos em conta

a sazonalidade e as datas em que se realizaram as dragagens e as respetivas amostragens de

acompanhamento dos impactes. Efetivamente, as amostragens da Saída 2 (durante a Dragagem)

ocorreram no final do verão, um dos períodos do ano em que tipicamente os valores de diversidade e

abundância das comunidades piscícolas são mais elevados na Ria Formosa (Erzini et al., 2002). Para esse

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

0

3

6

9

12

15

Pré-Dragagem Dragagem* Pós-Dragagem

mer

o d

e es

péc

ies

(s)

De

nsi

dad

e d

e in

div

idu

os

(/1

00

m2

)

Densidade Riqueza específica

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 48

Mod.039.09

facto, contribuíram particularmente o aumento de algumas poucas espécies, nomeadamente de quatro

espécies residentes (A. presbyter, H. didactylus, G. niger e P. microps), uma espécie Migradora Marinha

(D. annularis) e uma Migradora Ocasional (G. gasteveni) (Figura 13). Esta situação poderia ter sido

confirmada se tivessem sido consideradas áreas de controlo.

Figura 13 - Evolução dos valores de densidade de indivíduos por espécie em função em função da fase de

Dragagem na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (massa de água "Ria formosa WB1, WB3 e WB3").

*Os valores correspondentes à Fase de Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação

conjunta das Saídas 2 e 3.

O aumento do número de espécies e da abundância generalizada não impediu que se verificasse uma

ligeira diminuição da Qualidade Ecológica, tendo baixado de “Excelente” para “Boa” entre a fase 1 e a fase

2, para novamente voltar a Qualidade de “Excelente” no período pós-Dragagem (Figura 14). A diminuição

da qualidade ecológica encontrar-se-á relacionada com a diminuição do equilíbrio relativo entre os

diferentes grupos ecológicos que compõem a comunidade. Efetivamente ao ter em conta a percentagem

de alguns grupos de espécies (e.g. espécies residentes) na constituição de duas métricas, este índice

favorece como anteriormente referido, mais o equilíbrio entre grupos ecológicos do que a abundância

global e dominância de uma espécie. O equilíbrio é, pois, um fator extremamente importante para este

índice, podendo a pontuação final não refletir as variações da abundância de espécies piscícolas.

Em termos globais, tanto os índices de avaliação das comunidades de peixes (EFAI) e de qualidade

ecológica (EQR), como as densidades, diversidade e mesmo a presença de espécies com estatuto de

conservação, voltaram a valores próximos ou mesmo superiores aos valores de referência, com a

relevância de ponto inicial e final terem sido feitos na mesma época do ano (abril).

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Fase 1 - Pré-dragagem Fase 2 - Dragagem Fase 3 - Pós-dragagem

Qualidade Ecológica Excelente Qualidade Ecológica Boa Qualidade Ecológica Excelente

Den

sid

ade

de

ind

ivid

uo

s (/

100

m2)

Outras Syngnathus acus

Spondyliosoma cantharus Gobius paganellus

Arnoglossus thori Diplodus sargus

Diplodus sp. Serranus hepatus

Syngnathus abaster Hippocampus guttulatus

Gobius gasteveni Diplodus annularis

Atherina presbyter Halobatrachus didactylus

Gobius niger

Pré-Dragagem

Qualidade

“Excelente”

Dragagem*

Qualidade “Boa”

Pós-Dragagem

Qualidade “Excelente”

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 49

Mod.039.09

Figura 14 - Evolução dos valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios

(EQR) dos locais de amostragem na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (massa de água "Ria formosa

WB1, WB3 e WB3") obtidos durante as diferentes fases do projeto. * Os valores correspondentes à Fase de

Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação média das Saídas 2 e 3.

4.3. Comunidade de Fanerogâmicas marinhas

A monitorização de fanerogâmicas marinhas realizada nas duas últimas saídas (saída 3 e saída 4)

confirmou os dados determinados na saída anterior (saída 2), ou seja, foram identificadas duas das três

pradarias identificadas no decorrer da saída inicial (saída 1). Estas pradarias localizam-se nos pontos

PFFO01 e PFFO03 (Figura 15).

0

0,1

0,2

0,3

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0,6

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Pré-Dragagem Dragagem* Pós-Dragagem

Eco

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(EQ

R)

Estu

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(EFA

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EFAI EQR

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 50

Mod.039.09

Figura 15 – Localização das áreas de dragagem e área atual das pradarias

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 51

Mod.039.09

Figura 16 – Variação da área das pradarias de ervas marinhas antes e pós impacto (comparação da Fase

Pré-Dragagem e Fase Pós-Dragagem).

Durante as duas últimas saídas (saída 3 e saída 4) a pradaria de Z. noltii identificada no ponto PFFO01

aumentou consideravelmente a sua área, estimando-se que tenha passado de 3.600 m2, determinada

durante as saídas 1 e 2 (correspondentes, respetivamente, à Fase Pré-Dragagem e saída 1 da Fase

Dragagem), para cerca de 12.054 m2 na saída 3 (saída 2 da Fase Dragagem) e para 14.855 m2 na saída 4

(Fase Pós-Dragagem). No entanto, esta estimativa de área da pradaria é muito incerta por esta se

encontrar fragmentada. Relativamente ao ponto PFFO03, cuja pradaria é formada maioritariamente por

C. nodosa e se localiza entre o Esteiro do Ramalhete e o canal da Barrinha, na saída 4 não se observou

aumento da área da pradaria face à saída 3, mantendo-se em cerca de 5.250 m2 (Figura 17 e Figura 18).

A pradaria de C. nodosa, localizada ponto PFFO02, já tinha sido dada como extinta no relatório anterior,

pois na saída 1 (Fase Pré-Dragagem) já tinha sido verificado que a mesma se encontrava em elevado grau

de degradação. O desaparecimento desta pradaria já tinha sido registado antes do inicio das atividades

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 52

Mod.039.09

de dragagem, muito provavelmente devido a causas provocadas pela própria dinâmica sedimentar da ria

Formosa. Importa uma vez mais referir a elevada erosão do sedimento que se verifica ao longo da margem

esquerda deste esteiro, que já tinha sido reportada durante a saída 1 (Bio3, 2015a). Ao longo deste esteiro

são ainda evidentes os sinais de degradação das pradarias de C. nodosa existentes, nomeadamente: parte

das raízes e rizomas das ervas que se encontravam sem substrato e estavam suspensos na coluna de água,

apenas presos ao substrato pela outra ponta do rizoma até que provavelmente desapareceram por

completo.

Figura 17 – Área da pradaria de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4.

0

2.000

4.000

6.000

8.000

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16.000

Saida 3 Saida 4

Áre

a d

a p

rad

aria

(m

2)

PFFO01 PFFO02

PFFO03 PFFO04

PFFO05

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 53

Mod.039.09

Figura 18 – Área das pradarias de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto

(pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem)

Na saída 3 registou-se também um aumento de densidade média da pradaria de Z. noltii face às saídas

anteriores (saída 1 e saída 2) para valores médios dos 195 shoots/quadrat (ponto PFFO01; Figura 17 ).

Este valor diminuiu ligeiramente na saída seguinte (saída 4), atingindo valores médios de 156

shoots/quadrat. Esta diminuição pouco expressiva de valor de densidade média parece estar mais

relacionada com o fato de Z. noltii ser uma espécie de folha caduca e perder a folhas durante o

outono/inverno do que propriamente com as atividades de dragagem decorridas nas saídas anteriores

(saída 2 e saída 3).

Na saída 4 (Fase Pós-Dragagem) a pradaria de C. nodosa, identificada no ponto PFFO03, diminuiu

ligeiramente face ao determinado na saída 3 (saída 2 da Fase Pré-Dragagem), de 12,4 shoots/quadrat e

11,5 shoots/quadrat. No geral verificou-se que a densidade média da pradaria de C. nodosa diminuiu

ligeiramente ao longo dos anos de monitorização, atingindo na saída 4 (Fase Pós-dragagem) um défice de

8,4% face ao registado na saída 1 (Fase Pré-Dragagem) (Figura 20). Esta diferença não é muito expressiva,

pois trata-se de uma espécia de folha caduca, sendo o valor da densidade média muito variável na altura

do ano em que foram realizadas as campanhas de monitorização destas duas fases (abril).

0

2000

4000

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PFFO01 PFFO02 PFFO03 PFFO04 PFFO05

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2) Pré-Dragagem (abr-2015)

Dragagem (set/nov-2015)

Pós-Dragagem (abr-2016)

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Mod.039.09

Figura 19 – Densidade média de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4.

Figura 20 – Densidade média de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-

dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem)

Na pradaria de Z. noltii a altura média da canópia tem vindo a aumentar anualmente, atingindo o valor

máximo na saída 4 (Fase Pós-Dragagem), cerca de 3,7 cm em média (Figura 21 e Figura 22). Ao longo do

período de monitorização, a altura média da canópia de Z. noltii foi sempre aumentando, sugerindo uma

vez mais que esta pradaria não foi afetada pelas atividades de dragagem.

0

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150

200

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Z. noltii C. nodosa C. nodosa 0 0

PFFO01 PFFO02 PFFO03 PFFO04 PFFO05

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Z. noltii C. nodosa C. nodosa 0 0

PFFO01 PFFO02 PFFO03 PFFO04 PFFO05

De

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sho

ots

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)

Pré-Dragagem (abr-2015)

Dragagem (set/nov-2015)

Pós-Dragagem (abr-2016)

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Mod.039.09

Já na pradaria de C. nodosa (ponto PFFO03) observou-se a situação inversa, pois a altura da canópia

diminuiu cerca de 20,5 cm da saída 3 para a saída 4. No geral das campanhas de monitorização o tamanho

da canópia de C. nodosa foi sempre aumentando desde a saída 1 (Fase Pré-dragagem) até à saída 3 (saída

2 da Fase Dragagem), sofrendo uma ligeira quebra na saída 4 (Fase Pós-Dragagem), atingindo valores

semelhantes aos determinados durante a saída 1 (cerca 27cm). Os indivíduos de C. nodosa por serem

espécies de folha caduca, foram-se desenvolvendo desde o verão até ao inicio ao outono, perdendo as

suas folhas durante inverno, justificando o baixo valor do tamanho médio da canópia observado em abril,

altura em que foram realizadas as saídas 1 e 4 (Figura 21 e Figura 22).

Importa ainda salientar que a cobertura do sedimento foi variável, sendo que na saída 3 apresentava um

valor de 55% e na saída 4 45%. O decréscimo observado na cobertura do sedimento parece estar

relacionado com as pressões antropogénicas existentes sobre a pradaria, onde são evidentes sulcos no

sedimento provocados por motores de embarcações e pegadas humanas, e está muito provavelmente

dissociada de impactes provocados pelas atividades de dragagem.

Figura 21 – Altura média da canópia de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4.

0

10

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40

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Z. noltii C. nodosa C. nodosa 0 0

PFFO01 PFFO02 PFFO03 PFFO04 PFFO05

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dia

da

can

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cm) Saida 3 Saida 4

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Mod.039.09

Figura 22 – Altura média da canópia de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem

De uma forma geral, é possível concluir que as comunidades de ervas marinhas não sofreram efeitos

diretos das dragagens, uma vez que não se verificou perda nem de densidade, nem de área de pradaria

em nenhum dos pontos, sendo que as alterações observadas serão certamente devido a alterações

naturais da dinâmica da espécie quando localizada numa área com elevado hidrodinamismo e sujeita a

muitas outras pressões. As pressões antropogénicas observadas nas pradarias (provocadas por motores

de embarcações e pegadas humanas) parecem ser as ações responsáveis pela degradação das

comunidades de ervas marinhas e não as ações provocadas pelas atividades de dragagem.

4.4. População de Cavalo-marinho

Ao longo das duas últimas campanhas de monitorização (saída 3 e saída 4) da população de cavalo-

marinho apenas se observaram indivíduos na saída 4 (Fase Pós-Dragagem), tendo-se registado 15

indivíduos de Hippocampus guttulatus de 15,13 cm de tamanho médio no ponto PCMFO01 (Figura 24).

No âmbito da campanha de amostragem de cavalos-marinhos não foram observados indivíduos, nestes

pontos, em nenhuma das saídas de monitorização. No entanto, importa referir, que durante a

monitorização das comunidades piscícolas foram observados cerca de 20 indivíduos de Hippocampus

hippocampus e de Hippocampus guttulatus na saída 3 apenas no PPFO01 e na saída 4 no ponto PPFO01 e

no PPFO04. Importa referir que a área de amostragem PPFO01 das comunidades piscícolas é próximo do

ponto de amostragem dos cavalos-marinhos PCMFO01, e a área de amostragem PPFO04 das

comunidades piscícolas é próximo do ponto de amostragem dos cavalos-marinhos PCMFO04.

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5

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Z. noltii C. nodosa C. nodosa 0 0

PFFO01 PFFO02 PFFO03 PFFO04 PFFO05

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cm)

Pré-Dragagem (abr-2015)Dragagem (set/nov-2015)

Pós-Dragagem (abr-2016)

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Mod.039.09

Figura 23 - Registo de indivíduos de cavalo-marinho nas campanhas de monitorização das comunidades piscícolas

Quando comparados os resultados das 3 fases (Figura 25) observa-se um decréscimo de indivíduos de

cavalo-marinho durante a Fase Dragagem (saída 2 e saída 3). No entanto, tal como já referido, houve um

aumento considerável de indivíduos durante a saída 4 (Fase Pós-Dragagem), tendo-se observado 15

indivíduos de Hippocampus guttulatus, mais 4 que na saída 1 (Fase Pré-Dragagem). Importa referir ainda

que, embora na saída 2 apenas se tenha contabilizado 1 individuo, foi ainda observado outro indivíduo de

H. guttulatus fora dos transetos.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 58

Mod.039.09

Figura 24 – Abundância total (n.º de indivíduos) de cavalo-marinho na saída 3 e saída 4.

Figura 25 – Abundância total (n.º de indivíduos) de cavalo-marinho ao longo das 3 fases de monitorização do

projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem).

Durante a Fase Dragagem (saída 2 e saída 3) verificou-se uma afetação transitória da população de cavalo-

marinho, possivelmente motivada pelos trabalhos de dragagem. No entanto, na Fase Pós-Dragagem

(saída 4) a população aumentou consideravelmente, ultrapassando em 3 indivíduos os observados

durante a saída 1 (Fase Pré-Dragagem).

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PCMFO01 PCMFO02 PCMFO03 PCMFO04 PCMFO05 PCMFO06 PCMFO07

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Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem

dados C. Piscícolas

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 59

Mod.039.09

Importa ainda referir que a população de cavalo-marinho, no início das dragagens foi alvo de um plano

de translocação, de modo a minimizar os potenciais impactes previstos pelas dragagens nesta população.

Assim, foram identificadas dois locais com presença de cavalos-marinhos (Canal de Olhão e Esteiro do

Ramalhete), onde foram capturados indivíduos e translocados para locais com caraterísticas adequadas e

suficientemente afastados das dragagens. Este plano de translocação foi bem-sucedida, tendo-se

verificado a presença dos mesmos nos locais onde foram libertados, nos meses seguintes à translocação.

Apesar destas medidas de prevenção, constatou-se nas saídas durante a fase de dragagem e pós-

dragagem a presença de cavalos-marinhos nos locais onde os mesmos foram capturados e alvo de

translocação, o que é um fator positivo, uma vez que apesar das ações de dragagens terem ocorrido, a

população de cavalos-marinhos continua a ter condições adequadas para a sua existência em ambos os

locais.

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Mod.039.09

Figura 26 – Localização dos pontos de amostragem de cavalos-marinhos, das comunidades piscícolas e locais de captura e libertação de cavalos-

marinhos alvo do Plano de translocação.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 61

Mod.039.09

Face aos resultados desta monitorização é possível concluir que a comunidade de cavalo-marinho

amostrada não manifesta evidências de ter sofrido impacte direto gerado pelas dragagens, uma vez que

se verificou o aumento da abundância total dos indivíduos.

Figura 27 – Variação das populações de cavalo-marinho antes e pós impacto (comparação da Fase Pré-Dragagem

e Fase Pós-Dragagem).

4.5. Comunidade de Aves Aquáticas

Espécies Presentes e Abundância

No Anexo III apresentam-se todas as espécies identificadas para a área de estudo e envolvente. Das

espécies identificadas na área de estudo ao longo da monitorização destacam-se as que se encontram

classificadas com estatuto desfavorável de conservação (VU – Vulnerável; EN – Em Perigo, CR –

Criticamente em Perigo): Actitis hypoleucus (VU/VU), Anas clypeata (EN/LC), Anas strepera (VU/NT),

Burhinus oedicnemus (VU), Calidris canutus (VU), Calidris ferrugínea (VU), Larus audouinii (VU), Numenius

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 62

Mod.039.09

Phaeopus (VU), Phoenicopterus roseus (VU), Platalea leucordia (VU/NT), Sterna albifrons (VU) e Tringa

nebularia (VU).

Durante a segunda campanha realizada aquando da execução das dragagens (novembro 2015) foram

identificadas 23 espécies, sendo a mais abundante Calidris alpina (Quadro 13). Na campanha realizada

após términos da empreitada (abril 2016) foram identificadas 27 espécies, sendo a mais abundante

Phoenicopterus roseus (Quadro 13).

Tendo em conta que as amostragens foram realizadas em diferentes alturas do ano, as comunidades

sofrem alterações no número de espécies e abundâncias pelo que não é possível fazer comparações entre

todas para efeitos de análise de impactes. Neste sentido, para efeitos de comparação, serão analisadas

as fases de pré-Dragagem e de pós-Dragagem, uma vez que se realizaram em épocas fenológicas similares.

Assim, no Quadro 25 (Anexo IV) é possível verificar que após o termino da empreitada as abundâncias da

grande maioria das espécies se mantiveram relativamente semelhantes às registadas durante a fase de

pré-Dragagem. No entanto, é possível observar uma diminuição considerável na abundância de Sterna

albifrons após as dragagens. Refere-se, contudo, que esta é uma espécie invernante na área de estudo, e

que na altura em que se realizaram as amostragens (abril) o número de indivíduos presente na área de

estudo está dependente do número de indivíduos que já migraram. Como tal, é muito provável que esta

variação seja fruto da migração, sendo pouco provável que tenha sido causada pelas intervenções

inerentes ao projeto. Destaca-se também a ausência de observações de Sterna albifrons durante o pós-

Dragagem, que pode dever-se à altura em que foi realizada a amostragem, uma vez que esta é uma

espécie migradora reprodutora. De facto, esta espécie também não foi observada em Tavira (Bloco A),

nem em Armona (Bloco C) durante as campanhas realizadas em abril de 2016, pelo que se pode concluir

que na altura das amostragens a espécie ainda não estaria presente na área de estudo.

Quadro 13 – Espécies de aves aquáticas detetadas na área de intervenção e abundância média relativa de cada

uma na área.

Espécie Nome Comum

Abundância relativa

Dragagem Pós-Dragagem

set/nov 15 abr-16

Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 0,4 0,2

Anas platyrhynchos Pato-real 0 1,2

Ardea cinerea Garça-real 1 0

Arenaria interpres Rola-do-mar 5 9,2

Calidris alba Pilrito-das-praias 9,8 13,8

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 28 17,6

Calidris canutus Seixoeira 0 11

Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0 0,6

Calidris minuta Pilrito-pequeno 0,8 0,4

Charadrius alexandrinus

Borrelho-de-coleira-interrompida 15,6 12,4

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 14,6 1,2

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 63

Mod.039.09

Espécie Nome Comum

Abundância relativa

Dragagem Pós-Dragagem

set/nov 15 abr-16

Ciconia ciconia Cegonha-branca 0 0,2

Egretta garzetta Garça-branca 2 4

Haematopus ostralegus Ostraceiro 9,8 1,2

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 3,8 10,6

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 8,2 3,2

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 1,4 0,4

Larus ridibundus Guincho 0,2 0

Limosa lapponica Fuselo 15,6 0,2

Numenius arquata Maçarico-real 0,8 1,2

Numenius phaeopus Maçarico-galego 5,8 4,6

Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0,2 0,4

Phoenicopterus roseus Flamingo 0 23,4

Platalea leucorodia Colhereiro 2,6 2,8

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 11 18,8

Sterna sandvicensis Garajau 1,6 1

Tadorna tadorna Tadorna 0 0,2

Tringa nebularia Perna-verde 1,6 0,8

Tringa totanus Perna-vermelha 10 2

Calidris sp 0 0,8

Larus sp. 302 0

Limicolas pequenas 10 0

Nos quadros seguintes (Quadro 14 ao Quadro 18) apresentam-se as espécies e o número de indivíduos

de cada espécie observados em cada um dos transetos realizados aquando da execução das dragagens

(setembro/novembro 2015) e após término da empreitada (abril 2016).

Quadro 14 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO01.

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem

Pós-Dragagem

set-15 Abr-16

TAFO01

Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 1 0

Anas platyrhynchos Pato-real 0 2

Ardea cinerea Garça-real 3 0

Arenaria interpres Rola-do-mar 5 16

Calidris alba Pilrito-das-praias 18 15

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 15 25

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 7 25

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 21 0

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 64

Mod.039.09

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem

Pós-Dragagem

set-15 Abr-16

Egretta garzetta Garça-branca 6 4

Haematopus ostralegus Ostraceiro 4 5

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 17 11

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 13 3

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 3 0

Larus sp. 8 0

Limosa lapponica Fuselo 4 0

Numenius arquata Maçarico-real 1 2

Numenius phaeopus Maçarico-galego 4 7

Platalea leucorodia Colhereiro 3 1

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 13 13

Sterna sandvicensis Garajau 1 0

Tadorna tadorna Tadorna 0 1

Tringa nebularia Perna-verde 4 1

Tringa totanus Perna-vermelha 14 4

Quadro 15 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO02.

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem

set-15 abr-16

TAFO02

Anas platyrhynchos Pato-real 0 1

Arenaria interpres Rola-do-mar 3 1

Calidris alba Pilrito-das-praias 8 1

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 25 16

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 18 2

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 16 0

Ciconia ciconia Cegonha-branca 0 1

Egretta garzetta Garça-branca 1 3

Haematopus ostralegus Ostraceiro 1 0

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 23 3

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 2 0

Numenius phaeopus Maçarico-galego 6 4

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 1 6

Sterna sandvicensis Garajau 2 3

Tringa nebularia Perna-verde 0 1

Tringa totanus Perna-vermelha 3 1

Limícolas pequenas 15 0

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 65

Mod.039.09

Quadro 16 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO03.

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem

nov-15 abr-16

TAFO03

Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 0 1

Anas platyrhynchos Pato-real 0 3

Arenaria interpres Rola-do-mar 13 6

Calidris alba Pilrito-das-praias 1 1

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 71 18

Calidris minuta Pilrito-pequeno 4 0

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 30 11

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 35 4

Egretta garzetta Garça-branca 1 7

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 0 2

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 1 0

Limosa lapponica Fuselo 2 0

Numenius arquata Maçarico-real 3 1

Numenius phaeopus Maçarico-galego 7 3

Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0 1

Platalea leucorodia Colhereiro 1 1

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 15 12

Sterna sandvicensis Garajau 3 2

Tringa nebularia Perna-verde 0 1

Tringa totanus Perna-vermelha 7 0

Quadro 17 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO04.

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem

nov-15 abr-16

TAFO04

Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 1 0

Ardea cinerea Garça-real 2 0

Arenaria interpres Rola-do-mar 3 9

Calidris alba Pilrito-das-praias 11 12

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 8 11

Calidris canutus Seixoeira 0 38

Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0 2

Calidris minuta Pilrito-pequeno 0 2

Calidris sp 0 4

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 13 18

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 1 2

Egretta garzetta Garça-branca 1 5

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 66

Mod.039.09

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem

nov-15 abr-16

Haematopus ostralegus Ostraceiro 6 0

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 2 32

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 1 8

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 1 0

Larus ridibundus Guincho 1 0

Limosa lapponica Fuselo 51 0

Numenius arquata Maçarico-real 0 3

Numenius phaeopus Maçarico-galego 7 6

Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 1 1

Platalea leucorodia Colhereiro 9 5

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 2 47

Sterna sandvicensis Garajau 2 0

Tringa nebularia Perna-verde 3 0

Tringa totanus Perna-vermelha 13 3

Quadro 18 – Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAFO05.

Transecto Espécie Nome Comum Dragagem Pós-Dragagem

nov-15 abr-16

TAFO05

Arenaria interpres Rola-do-mar 1 14

Calidris alba Pilrito-das-praias 11 40

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 21 18

Calidris canutus Seixoeira 0 17

Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0 1

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 10 6

Egretta garzetta Garça-branca 1 1

Haematopus ostralegus Ostraceiro 38 1

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 0 8

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 3 2

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 1 2

Larus sp. 1502 0

Limicolas pequenas 36 0

Limosa lapponica Fuselo 21 1

Numenius phaeopus Maçarico-galego 5 3

Phoenicopterus roseus Flamingo 0 117

Platalea leucorodia Colhereiro 0 7

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 24 16

Tringa nebularia Perna-verde 1 1

Tringa totanus Perna-vermelha 13 2

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Mod.039.09

Áreas de Alimentação/Descanso

Com base na cartografia das observações foi possível identificar as áreas de alimentação/descanso

utilizadas pelas aves observadas (Figura 28). Conforme se pode observar na figura, as ações de Dragagem

não parecem ter influenciado as áreas de alimentação/repouso utilizadas pelas aves.

Foi identificado um ninho de Charadrius alexandrinus próximo do transecto TAFO01, conforme se pode

observar na Figura 29.

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Mod.039.09

Figura 28 – Cartografia das áreas de alimentação/descanso das aves observadas ao longo da monitorização.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 69

Mod.039.09

Figura 29 – Cartografia dos locais de nidificação confirmados

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 70

Mod.039.09

4.6. Avaliação da eficácia das medidas adotadas para prevenir ou

reduzir impactes

O presente relatório diz respeito ao relatório final da monitorização. Face aos resultados obtidos não foi

possível observar a ocorrência de impactes sobre as comunidades de invertebrados bentónicos, piscícola,

aves aquáticas, comunidades de fanerogâmicas marinhas e populações de cavalo-marinho, pelo que se

pode concluir que as medidas adotadas para a prevenção/redução de impactes parecem ter sido eficazes.

4.7. Comparação com os impactes previstos no EIA

Os resultados obtidos ao longo da monitorização parecem sugerir que as comunidades de invertebrados

bentónicos, piscícola e aves não sofreram os impactes previstos durante a fase de EIA, podendo as

variações observadas ao longo de todas as fases do projeto estarem relacionadas com fatores externos

ao projeto.

No que respeita às comunidades de fanerogâmicas marinhas, o EIA previa que as dragagens poderiam

reduzir as áreas de sedimento e de vasa exposta, podendo causar perturbação direta das pradarias

marinhas (com Zostera noltii, Z. marina e Cymodocea nodosa). Esta situação não ocorreu em nenhum dos

pontos monitorizados; por um lado a densidade média da pradaria de Z. noltii do ponto PFFO01 aumentou

consideravelmente e, por outro, a pradaria de C. nodosa do ponto PFFO03 apesar de ter diminuído

ligeiramente a sua densidade média entende-se que esta diminuição ficou a dever-se a alterações naturais

da dinâmica da espécie quando localizada numa área com elevado hidrodinamismo e sujeita a pressões

antropogénicas (como são as provocadas por motores de embarcações e pegadas humanas). Considera-

se, portanto, que as comunidades de fanerogâmicas não sofreram os impactes previstos durante a fase

de EIA.

Os resultados obtidos durante a monitorização parecem revelar que a população de cavalo-marinho

apesar ter sofrido uma redução durante o período de dragagem, recuperou na fase de pós-dragagem,

pelo que os impactos nesta comunidade consideram-se temporários e recuperáveis.

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Mod.039.09

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Síntese da avaliação dos impactes monitorizados

Os resultados apresentados no presente relatório estabelecem uma comparação entre várias Fases de

monitorização das Comunidades: situação inicial do estado das comunidades biológicas presentes na área

de estudo – (Fase de Pré-dragagem; equivalente à Saída 1), amostragens da Fase de Dragagem (Saída 2 e

Saída 3) e amostragem da Fase de Pós-Dragagem (Saída 4) e servem assim de indicadores de potenciais

impactes previstos no EIA.

O Quadro 19 apresenta um resumo dos principais resultados, da saída 3 e saída 4, e conclusões, das 3

fases da empreitada (Fase de Pré-Dragagem, Fase de Dragagem e Fase de Pós-Dragagem) de cada uma

das componentes monitorizadas:

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Mod.039.09

Quadro 19 - Resumo dos principais resultados e principais conclusões de cada comunidade biológica monitorizada.

Comunidade

Biológica Principais Resultados Principais Conclusões

Comunidade

bentónica

Maior número de indivíduos e espécies durante a fase de Dragagem, em ambas as áreas

(área de estudo e área controlo). Maior abundância na fase de Pós-Dragagem, em

ambas as áreas, comparativamente com a fase de Pré-Dragagem, contudo menor

riqueza específica. De uma forma geral, valores de diversidade e equitabilidade

razoavelmente altos. Todas as áreas no geral evidenciam um baixo grau de perturbação

em todas as fases da empreitada (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem), sendo que

em todos os locais da área de intervenção foi obtida uma classificação de Ligeiramente

perturbado na fase de Pós-Dragagem.

Os resultados obtidos aparentam indicar que não ocorreram impactes

sobre a comunidade de organismos bentónicos. decorrentes das

intervenções levadas a cabo no Bloco B – Faro/Olhão, podendo as

variações observadas serem causadas por fatores exógenos ao projeto.

Na Fase de Pós-Dragagem todos os locais apresentam uma classificação

de Ligeiramente perturbado.

Comunidade

piscícola

Comunidade dominada por espécies comuns nas zonas costeiras do Algarve. A espécie

mais abundante foi o caboz-negro (G. niger), espécie da família Gobiidae.

No ponto PPFO01 foram detetadas espécies de Cavalo-marinho: Hippocampus

guttulatus e Hippocampus hippocampus, tendo ainda sido também detetada a presença

de Hippocampus hippocampus no ponto PPFO04, durante a saída da fase de pós-

dragagem.

Foram também detetados em todos os locais indivíduos de Raia-curva (Raja

undulata)estando catalogada como "Endangered - Em Perigo".

Resultado final dos índices EFAI e EQR determinou uma "Boa" qualidade ecológica para

a área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) na saída 3 e “Excelente” na saída 4.

Na saída 3 todos os locais e massas de água apresentaram um resultado final que

determinou uma “Boa” qualidade ecológica. Esta mesma classificação foi atribuída a três

dos locais (PPFO01, PPFO02 e PPFO03) e a uma das três massas de água presentes na

zona de estudo (Ria formosa WB3), tendo-se verificado a classificação de “Excelente” no

PPFO04 e nas massas de água WB1 e WB2.

Em função dos resultados obtidos não foram identificar efeitos negativos

resultantes das atividades de Dragagem sobre as comunidades piscícolas.

Os resultados evidenciam um aumento na densidade de indivíduos e

número de espécies na Fase de Pós-Dragagem, comparativamente com o

observado na Fase de Pré-Dragagem.

Relativamente à Evolução global da Qualidade Ecológica, durante as

operações de Dragagem, a qualidade ecológica variou entre "Excelente"

(Fase de Pré-Dragagem), "Boa" (Fase Durante a Dragagem) e

“Excelente" (Fase de Pós-Dragagem). Contudo estas variações deverão

estar relacionadas com a perturbação inerente às atividades de

Dragagem, sendo restabelecida rapidamente após a sua conclusão o

estado excelente.

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Mod.039.09

Comunidade

Biológica Principais Resultados Principais Conclusões

Comunidade de

fanerogâmicas

marinhas

A pradaria de Z. noltii do ponto PFFO01 aumentou a sua área entre a saída 3 e a saída 4,

aumento que se tem verificado desde a saída 1, tendo-se registado também um

aumento da sua densidade média na saída 3 e uma ligeira diminuição na saída 4,

devido provavelmente a esta ser uma espécie de folha caduca e como tal perder as

folhas durante o outono/inverno.

A pradaria de C. nodosa, no ponto PFFO03 a altura da canópia aumentou até à saída 3

(2ª saída da Fase-Dragagem), mas diminuiu ligeiramente na saída 4. Por um lado, esta

diminuição deve-se ao fato da espécie (de folha caduca) ter perdido a folha durante o

inverno.

As pradarias existentes não apresentam sinais de terem sofrido

impactes decorrentes das operações de dragagem, mas sim de fatores

de perturbação exógenos e relacionados com atividades antropogénicas.

A pradaria de Z. noltii do ponto PFFO01 aumentou a sua densidade

média de um modo global e aumentou a sua área de 3.600 m2 (saída 1)

para 14.855 m2 (saída 4).

Na pradaria de C. nodosa (PFFO03) verificou-se sempre o aumento da

canópia sofrendo uma ligeira redução na saída 4, atingindo valores

semelhantes aos determinados durante a saída 1.

A pradaria de C. nodosa, localizada no ponto PFF02 foi dada como

desaparecida na saída 2, no entanto esta já evidenciava sinais de erosão

sedimentar na saída 1. O desaparecimento desta pradaria já tinha sido

registado antes do inicio das atividades de dragagem, muito

provavelmente devido a causas provocadas pela própria dinâmica

sedimentar da ria Formosa, pelo que não está relacionado com as

atividades de dragagem.

População de

Cavalo-marinho

Nas duas ultimas saídas apenas foram observados indivíduos de cavalo-marinho no

ponto PCMFO01 na saída 4 (Fase Pós-Dragagem). Foram observados 15 indivíduos

adultos de H. guttulatus. Este valor aumentou face ao observado na saída 1 (Fase Pré-

Dragagem), onde foram observados 11 indivíduos da mesma espécie.

Durante a campanha de amostragem das comunidades piscícolas foram observados

cerca de 20 indivíduos de Hippocampus hippocampus e de Hippocampus guttulatus na

saída 3 apenas no PCMFO01 e na saída 4 no PCMFO04.

População de cavalo-marinho aumentou ao longo do período de

monitorização.

Não há indícios de que as ações de dragagem tenham gerado impacte

sobre as populações de cavalo-marinho, uma vez que as observações

periódicas registaram um aumento considerável do número de

indivíduos.

A população de cavalos-marinhos, no início das dragagens foi alvo de um

plano de translocação, de modo a minimizar os potenciais impactes

previstos pelas dragagens nesta população.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 74

Mod.039.09

Comunidade

Biológica Principais Resultados Principais Conclusões

Constatou-se na saída de pós-dragagem a presença de cavalos-marinhos

nos locais onde os cavalos-marinhos foram capturados e alvo de

translocação, o que é um fator positivo, uma vez que apesar das ações

de dragagens terem ocorrido, a população de cavalos-marinhos continua

a ter condições adequadas para a sua existência em ambos os locais.

Comunidade de

aves aquáticas

Durante a Saída 3, foram identificadas 23 espécies, sendo a mais abundante Calidris

alpina e na Saída 4 foram identificadas 27 espécies, sendo a mais abundante

Phoenicopterus roseus.

Foram detetadas 32 espécies de aves e delimitadas as áreas de alimentação e repouso

onde se concentram as espécies observadas. Foi também identificado um ninho de

Charadrius alexandrinus. Ao longo da monitorização foram identificadas as seguintes

espécies com estatuto desfavorável de conservação: Actitis hypoleucus (VU/VU), Anas

clypeata (EN/LC), Anas strepera (VU/NT), Burhinus oedicnemus (VU), Calidris canutus

(VU), Calidris ferrugínea (VU), Larus audouinii (VU), Numenius Phaeopus (VU),

Phoenicopterus roseus (VU), Platalea leucordia (VU/NT), Sterna albifrons (VU) e Tringa

nebularia (VU).

Os resultados obtidos parecem indicar que não ocorreram alterações na

comunidade de aves aquáticas decorrentes das ações de Dragagem.

Após o termino da empreitada as abundâncias da grande maioria das

espécies mantiveram-se relativamente semelhantes às registadas

durante a fase de pré-Dragagem.

As áreas de alimentação/descanso utilizadas pelas aves, mantiveram-se

praticamente sem alterações durante as ações de dragagem.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 75

Mod.039.09

5.2. Proposta ou alteração de medidas de mitigação

Os resultados do presente relatório não permitem tirar conclusões sobre a ocorrência de potenciais

impactes. Deste modo, não se propõem alterações às medidas de mitigação previstas durante esta fase

de monitorização.

Os resultados das comunidades de fanerogâmicas marinhas e das populações de cavalo-marinho sugerem

que as alterações ocorridas não estão relacionadas com o projeto, pelo que não se preveem aplicações

de medidas de mitigação.

5.3. Análise da adequabilidade dos programas de monitorização

em curso

Considera-se que o plano de monitorização dos invertebrados bentónicos, das aves, de fanerogâmicas e

cavalos marinhos foi adequado aos objetivos delineados.

Relativamente à comunidade piscícola, tal como salientado por outros autores (e.g. Silva-Júnior et al.,

2012) um dos maiores obstáculos à análise de impactes das intervenções no meio marinho sobre

populações de peixes é o facto de estes organismos serem bastante móveis e poderem evitar

perturbações no ambiente deslocando-se para áreas adjacentes. Esta avaliação torna-se mais

problemática quando efetuada em ambientes altamente dinâmicos, como é o caso da área estudada,

onde a composição da comunidade é fortemente influenciada pela sazonalidade.

Por outro lado, o facto da monitorização em curso carecer de zonas de controlo, compromete a avaliação

de potenciais impactes ou a distinção entre alterações naturais ou exógenas das inerentes ao fator de

impacte estudado. De modo a ser minimamente conclusivo é importante que este programa mantenha

no mínimo entre dois a três anos de monitorização, de modo a contemplar a variação sazonal e interanual

na abundância das espécies piscícolas.

Relativamente às comunidades de fanerogâmicas marinhas e às populações de cavalo-marinho o plano

de monitorização em curso foi adequado ao objetivos delineados. O facto das campanhas das Fases Pré-

Dragagem e Pós-Dragagem terem sido coincidentes e realizadas durante o mês de abril, é considerado

um aspeto bastante positivo neste plano permitindo a comparação direta dos resultados e diminuindo os

efeitos associados à altura do ano e ao ciclo evolutivo natural das populações.

De referir ainda as espécies Raja undulata e Anguilla anguilla que, apesar de apresentarem estatutos de

ameaça, não se verificaram impactes significativos sobre as mesmas, pelo que se recomenda que em

futuros trabalhos de Dragagem seja efetuada a avaliação apenas na Fase de Pré-Dragagem da necessidade

de realocação destas espécies em função dos resultados obtidos:

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- Raias, Raja undulata, espécie “em perigo” à luz do livro vermelho da IUCN (IUCN, 2016) e sob

medida de gestão específica por despacho da DGRM. É provável que estes locais façam parte de

uma zona de viveiro (Coelho et al., 2002), podendo uma eventual ação de remoção e realocação

prévia à Dragagem ser preventiva e benéfica para a conservação da espécie.

- Enguias (Anguilla anguilla), embora se tenham encontrado apenas onze enguias no local

PPFO04, o facto de esta espécie estar classificada como “Em Perigo” e “Criticamente em Perigo”

nos livros vermelhos do ICNF (Cabral et al., 2006) e IUCN (IUCN, 2016), respetivamente, pode

justificar o mesmo tipo de ação, com uma operação de realocação de potenciais indivíduos desta

espécie, a realizar antes das dragagens.

Estes trabalhos de realocação poderão ser feitos por uma série de arrastos de vara curtos (<100m), pois

poderão capturar raias, cavalos marinhos e enguias em bom estado de condição e transporta-los em

tanques adequados com aporte de oxigénio para outros locais apropriados na Ria Formosa. Estas

operações são logisticamente mais práticas, podem ser feitas em qualquer circunstância, nomeadamente

em regime de baixa-mar e de noite, sendo rápidas e pouco onerosas.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 77

Mod.039.09

6. REFERÊNCIAS B IBLIOGRÁ FICAS

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 79

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Final da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 80

Mod.039.09

7. ANEXOS

7.1. Anexo I – Desenhos

Localização dos pontos de amostragem

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Desenho 1 – Localização dos pontos de amostragem de monitorização da comunidade bentónica.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 82

Mod.039.09

Desenho 2 – Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade piscícola.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 83

Mod.039.09

Desenho 3 – Localização dos pontos de amostragem de monitorização da comunidade de fanerogâmicas marinhas e população de cavalo-marinho.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 84

Mod.039.09

Desenho 4 – Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade de aves aquáticas na zona de dragagens.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 85

Mod.039.09

Localização das pradarias de fanerogâmicas monitorizadas

Desenho 5 – Localização da área de pradaria dos pontos de monitorização.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 86

Mod.039.09

7.2. Anexo II – Caracterização dos pontos de amostragem de Aves

Aquáticas

Área Descrição Foto

TAFO01

Este transeto situa-se na ilha da Culatra encostado à margem do Canal

de Olhão do sistema lagunar Ria Formosa. Ao longo do transeto esta

margem é constituída por uma face de praia arenosa que contacta

com um raso de maré extenso cuja natureza edáfica alterna entre

zonas de substratos mais arenosos e zonas de substratos mais lodosos

com importante componente silto-argilosa. A Este, o transeto termina

na baía que rodeia por Oeste a povoação da Culatra e onde na maré

vazia emerge uma vasta zona de sapais e rasos de maré lodosos. Em

toda esta zona, tanto nos sapais a Este como nos rasos de maré na

margem lagunar da ilha, estão implementados viveiros e talhões de

recolha de mariscos.

A baía a Este do transeto, que em tempos já foi a margem ocidental

desta ilha e onde vão desembocar uma rede de canais de maré do

interior da ilha, contacta ainda com uma zona de lagunas, juncais,

sapais e salgados interiores à ilha que rodeiam por sul a península

dunar onde está definido o transeto. Na extremidade oeste, ou seja no

início desta península onde está definido o transeto, a zona interior do

transeto apanha ainda a extensa zona dunar com vegetação psamófila

de que é composta a ilha.

TAFO02

Este transeto situa-se no Cais Comercial de Faro (Porto de Faro) virado

a sul para o Canal De Faro. O transeto percorre a zona urbanizada que

constitui o cais, mas é delimitada a Este e a Oeste por esteiros e

sapais. Existe ainda um sapal interior a norte da extremidade Oeste do

transeto.

TAFO03

Este transeto situa-se na margem norte do Esteiro do Ramalhete junto

à Estação Experimental do Ramalhete da Universidade do Algarve. O

transeto percorre um caminho num talude arenoso bordejado por

alguma vegetação psamófila. A margem do esteiro ao longo do

transeto possui primeiro uma banda de sapal lodoso com respetiva

vegetação halófila, após o qual surge na maré vazia uma pequena face

de praia arenosa pouco extensa que contacta com um raso de maré

lodoso, e o mesmo acontece na margem oposta a sul do esteiro. Nas

margens do esteiro a este e a oeste do transecto tanto a banda de

sapal como o raso de maré lodoso são consideravelmente mais

extensos.

Na zona interior a norte do transecto existem tanques associados à

Estação Experimental do Ramalhete, delimitados a oeste por uma

vasta zona de sapal e a este por uma zona de tanques de salinas e

pisciculturas divididos por cômoros colonizados com vegetação

psamófila halófila.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 87

Mod.039.09

Área Descrição Foto

TAFO04

Este transeto tem uma orientação NO-SE e fica situado na Praia de

Faro na Península do Ancão junto da margem lagunar do Esteiro do

Ancão, e é paralelo ao transeto TAA02 que o delimita a sudoeste no

lado do mar, separado deste apenas por uma crista dunar.

Ao longo do transeto, a margem do esteiro é constituída por uma face

de praia arenosa que contacta com um raso de maré extenso de

natureza edáfica silto-argilosa: nas marés mais vazias forma-se um

extenso de lodaçal, tipo sapal embora desprovido de vegetação.

TAFO05

O percurso deste transecto situa-se dentro do Esteiro do Ancão

paralelo à Península do Ancão na sua fase final junto da Barra de São

Luís. A separar o esteiro do mar existe uma crista dunar não

consolidada e praticamente desprovida de vegetação (o final da

península). Toda esta zona no final do esteiro encontra-se bastante

assoreada ficando a descoberto nas marés mais vazias uma vasta área

de fundos arenosos.

7.3. Anexo III – Lista de Espécies Identificadas para a Área de

Estudo

Comunidade de Fanerogâmicas marinhas

Espécies de fanerogâmicas marinhas identificadas na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) e

respetivos pontos em que foram identificadas.

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 88

Mod.039.09

Espécie Pontos de monitorização em

que foi identificada Foto

Zostera noltii PFFO01

Cymodocea nodosa PFFO03

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 89

Mod.039.09

Comunidade de Cavalo-marinho

Espécies de cavalo-marinho identificadas na área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) e respetivos

pontos em que foram identificadas.

Espécie Pontos de

monitorização em que foi identificada

Foto

Hippocampus hippocampus PCMFO01 e PCMFO04

Hippocampus guttulatus PCMFO01

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 90

Mod.039.09

Comunidade Piscícola

Espécies capturadas nas amostras na área de intervenção 2 (Bloco B - Faro/Olhão) (Grupo ecológico (GE): ER - Espécie residente, MO - Espécie marinha ocasional, MM - Espécie migradora marinha; Origem: A – Autóctone; Alimentação piscívora (AP); Sensibilidade a perturbações (SP)).

Família Espécie GE AP Origem SP

Anguillidae Anguilla anguilla C Sim A Sim

Atherinidae Atherina presbyter ES A

Batrachoididae Halobatrachus didactylus ES Sim A

Blenniidae Parablennius pilicornis MS A

Bothidae Arnoglossus laterna MS A

Arnoglossus thori ES Sim A

Callionymidae Callionymus reticulatus MS A

Clupeidae Sardina pilchardus MM A

Congridae Conger conger MS Sim A

Gobiesocidae

Diplecogaster bimaculata ES A

Opeatogenys gracilis ES A Sim

Gobiidae

Deltentosteus quadrimaculatus

MS A

Gobius cruentatus MS A

Gobius gasteveni MS A

Gobius niger ES Sim A

Gobius paganellus ES Sim A

Gobius sp. ES A

Gobius xanthocephalus MS A

Pomatoschistus microps ES A

Pomatoschistus minutus ES A

Pomatoschistus pictus ES A

Labridae Symphodus bailloni MM A

Symphodus cinereus ES A

Mullidae Mullus surmuletus MM A

Rajidae Raja undulata MM Sim A Sim

Scorpaenidae Scorpaena notata ES Sim A

Scorpaena porcus ES Sim A

Serranidae Serranus cabrilla MS Sim A

Serranus hepatus MS Sim A

Soleidae

Buglossidium luteum MS A

Microchirus azevia MS A

Monochirus hispidus MS A

Pegusa lascaris MS A

Sparidae

Diplodus sargus MM Sim A

Diplodus vulgaris MM Sim A

Spondyliosoma cantharus MM Sim A

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 91

Mod.039.09

Comunidade de Aves Aquáticas

Espécies de aves aquáticas identificadas (Legenda: Fenologia: R – Residente, I – Invernante, MR – Migrador Reprodutor; MP – Migrador de Passagem;

Livro Vermelho de Portugal (LVVP) e UICN (LV UICN): EN – Em Perigo, VU – Vulnerável, NT – Quase Ameaçada, LC – Pouco Preocupante, DD –

Informação Insuficiente; Species of European Conservation Concern (SPEC): 2 – espécies com estatuto de conservação europeu desfavorável e

concentradas na Europa, 3 – Espécies com estatuto de conservação europeu desfavorável não concentradas na Europa, N-S – Non-SPEC, N-SE – Non-

SPEC Europe).

Família Espécie Nome Comum LVVP LV

IUCN SPEC DL156-A, 2013 (anexos) Convencao Berna Convencao Bona Fenologia

SULIDAE Morus bassana Alcatraz LC - - III - I / MP

PHALACROCORACIDAE Phalacrocorax carbo Corvo-marinho LC LC N-S - III - I

ARDEIDAE Egretta garzetta Garça-branca LC LC N-S A-I II - R

Ardea cinerea Garça-real LC LC N-S - III - R

CICONIIDAE Ciconia ciconia Cegonha-branca LC LC 2 A-I II II R / MR

THERSKIORNITHIDAE Platalea leucorodia Colhereiro VU/NT LC 2 A-I II II R / I / MP

PHOENICOPTERIDAE Phoenicopterus roseus Flamingo RE/VU LC 3 A-I II II R / I

ANATIDAE

Tadorna tadorna Tadorna - LC N-S - II II I / R

Anas strepera Frisada VU/NT LC 3 - III II R / I

Anas platyrhynchos Pato-real LC LC N-S - III II R

Anas clypeata Pato-colhereiro EN/LC LC 3 - III II I / R

HAEMATOPODIDAE Haematopus ostralegus Ostraceiro RE/NT LC N-SE - III - I

RECURVIROSTRIDAE Himantopus himantopus Pernilongo LC LC N-S A-I II II MR

Recurvirostra avosetta Alfaiate NT/LC LC N-S A-I II II R

BURHINIDAE Burhinus oedicnemus Alcaravão VU LC 3 A-I II II R

CHARADRIIDAE

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira LC LC N-SE - II II I / MP

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida LC LC 3 - II II R

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta LC LC N-S - III II I / MP

SCOLOPACIDAE Calidris canutus Seixoeira VU LC 3 - III II I / MP

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 92

Mod.039.09

Família Espécie Nome Comum LVVP LV

IUCN SPEC DL156-A, 2013 (anexos) Convencao Berna Convencao Bona Fenologia

Calidris alba Pilrito-das-praias LC LC N-S - II II I / MP

Calidris minuta Pilrito-pequeno LC LC N-S - II II I / MP

Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido VU LC Not Assessed - II II I / MP

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto LC LC 3 - II II I / MP

Limosa limosa Milherango LC NT 2 - III II I / MP

Limosa lapponica Fuselo LC LC N-S A-I III II I / MP

Numenius phaeopus Maçarico-galego VU LC N-SE - III II I / MP

Numenius arquata Maçarico-real LC NT 2 - III II I / MP

Tringa totanus Perna-vermelha LC LC 2 - III II I / MP

Tringa nebularia Perna-verde VU LC N-S - III II I / MP

Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas VU LC 3 - II II R

Arenaria interpres Rola-do-mar LC LC N-S - II II I / MP

LARIDAE

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta LC LC N-SE A-I II II I

Larus ridibundus Guincho LC LC N-SE - III - I

Larus audouinii Gaivota de Audouin VU NT 1 A-I* II I e II MR

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura LC LC N-SE - - - I

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas LC LC N-SE - III - R

STERNIDAE Sterna sandvicensis Garajau NT LC 2 A-I II II I / MP

Sterna albifrons Chilreta VU LC 3 A-I II II MR

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 93

Mod.039.09

7.4. Anexo IV – Resultados

Comunidade Bentónica

Quadro 20 – Abundância por grupo taxonómico de espécies presentes por local de amostragem na saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) e na saída 2 (1ª Campanha da Fase de Dragagem).

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Abra alba 1 1

Abra sp. 2 2

Abra tenuis 84 1 1 296 382

Achelia echinata 1 1

Acoetidae 1 1

Acteon tornatilis 1 1

Akanthophoreus gracilis 1 1 2

Ampelisca spp. 22 3 1 16 66 115 81 4 3 8 2 321

Ampharete sp. 1 2 3

Amphilochus brunneus 2 2 4

Amphilochus spencebatei 1 4 2 7

Amphipholis squamata 5 3 8 1 1 2 20

Anapagurus pusillus 3 1 9 1 14

Ancistrosyllis sp. 1 1

Anthozoa 2 2 4

Anthozoa 1 1

Anthura sp. 1 5 1 8 15

Aonides oxycephala 5 10 1 1 5 1 6 3 23 55

Aora gracilis 2 2

Apherusa sp. 1 1

Apolochus neopolitanus 1 2 3

Aponuphis bilineata 4 6 10

Apseudes talpa 3 4 1 11 19

Apseudopsis latreillii 500 6 22 1 26 2 27 672 303 17 55 1 4 1 1637

Arcopagia crassa 1 1

Aricidea (Acmira) cerrutii 2 2 2 13 1 49 1 15 85

Armandia cirrhosa 5 1 9 15

Ascidiacea 1 7 3 11

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 94

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Aspidosiphon muelleri muelleri 8 23 7 1 1 8 3 7 7 1 66

Atelecyclus rotundatus 1 2 3

Barnea candida 1 1

Bathyporeia sp. 1 5 1 4 2 13

Bittium reticulatum 2 255 87 344

Bodotria arenosa 1 1

Bolinus brandaris 5 1 6

Branchiostoma lanceolatum 1 7 6 20 4 1 1 40

Calliostoma sp. 1 1

Calyptraea chinensis 1 5 1 1 3 1 12

Capitella spp. 1 7 1 1 18 1 5 34

Capitellidae indeterminado 2 19 21

Caprella rapax 1 1 2

Caprella sabulensis 1 1

Caprella sp. 1 1

Carcinus maenas 1 1

Cerastoderma edule 1 7 22 30

Cerithiopsis sp. 1 1

Cerithium rupestre 2 2

Cerithium vulgatum 1 1

Chaetozone sp. 2 2 2 8 14

Chamelea gallina 1 1 2

Cheirocratus sundevalli 18 11 29

Chironomidae 1 1 2 1 1 2 8

Cirratulidae 2 11 42 68 7 10 135 3 278

Cirratulus sp. 2 2

Cirriformia tentaculata 9 1 2 12

Cirrophorus sp. 1 1

Cnidaria 1 1

Cnidaria 1 1 2 4

Corbula gibba 4 1 5

Corophium spp. 13 3 21 2 14 53

Crangon crangon 1 1

Ctena decussata 1 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 95

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Cumella (Cumella) pygmaea 1 1 2

Cumopsis goodsir 1 1 2 1 5

Cyathura carinata 6 18 15 1 5 1 2 4 1 3 1 57

Cyclope neritea 1 4 5

Cyclope neritea 4 4

Dexamine spinosa 1 4 2 1 1 9

Diogenes pugilator 26 7 5 1 3 1 9 14 6 1 3 4 4 84

Diopatra neapolitana 1 1

Diplodonta rotundata 1 1

Dolichopodidae 3 1 4

Donax trunculus 1 12 13

Dorvilleidae 1 1 2

Ebalia tumefacta 1 1

Echinocardium cordatum 2 2

Echinocardium fenauxi 1 1

Echinocardium mediterraneum 2 2

Echinocyamus pusillus 5 5

Echiuridae indeterminado 1 1

Edwardsiidae 1 1

Elasmopus rapax 2 5 1 9 17

Ensis siliqua 1 1

Ericthonius difformis 1 1

Ericthonius punctatus 1 1

Eualus cranchii 3 2 5

Euclymene oerstedi 5 5

Eunice sp. 1 1

Eurydice spinigera 1 1 1 3

Euspira nitida 1 1 1 3

Exogone (Exogone)

breviantennata 1 1 2

Exogone naidina 4 3 7

Exogone verugera 2 1 5 8 1 1 1 2 1 22

Flabelligeridae 1 1 2

Flabelligeridae 1 1 2

Galathowenia oculata 14 1 1 1 17

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 96

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Gammarella fucicola 4 3 1 8

Gammaropsis sp. 11 9 20

Gibbula sp. 1 20 2 3 8 34

Glycera sp. 1 1 7 6 11 12 11 2 27 4 82

Glycera tridactyla 7 5 11 11 1 35

Glycera unicornis 6 2 8

Goniada maculata 2 2

Goniadella bobrezkii 30 23 6 21 64 6 19 74 243

Goniadella gracilis 2 2

Gyptis propinqua 1 1

Harmothoe sp. 1 1

Harpinia antennaria 1 1

Harpinia sp. 1 24 25

Hesionidae 1 3 4 6 1 6 21

Hesionura elongata 1 1

Heteromastus filiformis 11 24 2 5 13 1 5 1 62

Heteromysis formosa 2 1 3

Hexaplex trunculus 1 1

Holothuroidea 1 3 1 5

Hyalinoecia cf fauveli 2 2 4

Hyalinoecia sp. 1 1 29 125 10 166

Inermosyllis balearica 1 1

Iphimedia sp. 1 1

Iphinoe acutirostris 1 1

Iphinoe maculata 1 1 2

Iphinoe serrata 1 4 6 1 9 5 2 11 2 1 1 43

Iphinoe sp. 2 2 1 1 6

Janira maculosa 4 4 8

Kurtiella bidentata 30 41 1 1 73

Lagis koreni 1 1 2

Lanice conchilega 1 1

Leiochone leiopygos 3 3

Lekanesphaera monodi 1 1 2 1 1 10 2 2 20

Lekanesphaera rugicauda 1 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 97

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Lepidochitona (Lepidochitona)

cinerea 1 1

Leptocheirus hirsutimanus 3 1 4

Leptocheirus pectinatus 34 1 3 8 46

Leptocheirus pilosus 5 1 12 18

Leptochelia savignyi 1 1 1 3

Leptopentacta tergestina 1 1

Leptosynapta inhaerens 4 1 5

Leucothoe oboa 4 1 3 17 4 5 2 7 7 50

Liocarcinus depurator 1 1

Liocarcinus maculatus 4 1 1 6

Liocarcinus navigator 2 5 7

Loripes lucinalis 1 1 3 1 6

Lucinella divaricata 1 1

Lucinidae 5 5

Lucinidae 2 2

Lucinoma borealis 1 1

Lumbrineridae 1 1

Lumbrineridae 4 14 2 2 1 2 6 31

Lutraria sp. 1 1 2

Lysianassa costae 4 1 5

Lysidice ninetta 1 1

Macropodia sp. 2 2

Maera grossimana 4 3 7

Magelona alleni 1 1

Magelona equilamellae 1 1

Magelona minuta 1 1

Magelona sp. 4 3 7

Maldanidae 4 1 90 1 4 12 36 56 81 8 14 307

Medicorophium runcicorne 1 1 5 2 11 3 23

Mediomastus sp. 38 7 1 4 1 12 37 5 12 4 2 1 124

Megaluropus agilis 1 16 5 2 24

Melinna palmata 1 2 1 3 2 1 10

Melita palmata 1 3 4

Mesalia mesal 2 2 1 5 1 3 1 158 1 174

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 98

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Microdeutopus armatus 15 1 1 1 1 2 1 22

Microdeutopus sp. 1 1

Microdeutopus versiculatus 7 7

Moerella donacina 2 2

Molgula sp. 1 3 2 1 1 8

Monocorophium acherusicum 92 18 11 11 132

Monoculodes carinatus 1 2 6 4 4 17

Monodonta sp. 1 1 1 3

Montacutidae indeterminado 1 1

Munna boeckii 1 1

Nannastacus longirostris 1 1

Nassarius cuvieri 1 1

Nassarius nitidus 2 1 3

Nassarius pygmaeus 1 3 1 1 11 1 1 2 21

Nassarius reticulatus 1 1 2

Nassarius sp. 1 1 1 3

Nebalia sp. 1 1

Nemertea 9 5 6 3 6 12 11 14 4 21 2 1 15 18 23 8 14 18 190

Nephtys cirrosa 8 8 3 6 1 20 10 4 3 63

Nephtys hombergii 8 1 2 1 12

Nereididae 1 1 1 1 4 3 11

Nicomache sp. 2 2

Notomastus sp. 1 189 102 8 2 4 4 13 3 326

Nucula sp. 1 1 2

Odontosyllis gibba 1 1

Odostomia sp. 1 1

Onuphidae indeterminado 1 2 2 1 6

Ophelia bicornis 10 10

Ophelia neglecta 8 8

Opheliidae 1 1

Ophiotrix fragilis 1 1

Ophiura albida 1 1 2

Ophiurida indeterminado 6 2 8

Orbiniidae 3 5 42 16 4 295 3 368

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 99

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Orchomene nana 4 4

Orchomene sp. 1 1

Ostracoda indeterminado 1 2 1 1 1 6

Ostracoda spA 1 2 1 1 3 50 1 1 60

Ostracoda spB 7 43 169 2 63 12 3 299

Ostrea sp. 2 2

Owenia fusiformis 42 3 78 1 3 55 4 23 7 9 225

Paguristes eremita 2 2 1 5

Palaemonidae indeterminado 1 1

Paradoneis lyra 4 3 45 1 5 55 1 4 1 1 48 168

Paragnathia formica 1 2 3

Parapionosyllis elegans 5 49 5 7 2 1 1 12 2 146 11 241

Parapionosyllis labronica 2 4 5 12 23

Peringia ulvae 3 1 349 353

Perioculodes longimanus 9 6 4 35 1 4 3 3 1 2 12 7 6 93

Phoronida 16 19 1 1 6 30 5 3 2 9 1 1 94

Photis longicaudata 4 4 3 11

Photis longipes 31 188 4 5 36 13 2 279

Phtisica marina 2 1 1 1 5

Phyllodoce cf laminosa 1 1

Phyllodoce groenlandica 1 1

Phyllodoce rosea 1 1 2

Phyllodocidae 1 1 1 2 1 1 7

Pionosyllis lameligera 3 3 1 7

Pisidia longicornis 1 1

Pisidia sp. 1 1

Pisione spp. 16 1 1 1 19

Pista mediterranea 2 1 3 1 4 11

Platynereis dumerilii 1 1

Podarkeopsis helgolandicus 3 1 1 1 6

Podocerus variegatus 1 4 3 8

Poecilochaetus serpens 8 4 5 1 1 6 2 1 28

Polititapes aureus 9 1 3 7 2 4 7 12 45

Polycirrus aurantiacus 1 1 2

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 100

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Polycirrus norvegicus 10 2 1 2 15

Polycirrus spp. 2 2 2 7 4 2 19

Polydora spp. 1 1 1 79 1 2 3 4 11 103

Polygordius appendiculatus 5 4 9

Polynoidae 2 1 3

Polyplacophora indeterminado 1 5 8 1 2 17

Pontocrates arenarius 1 2 11 14

Porifera 1 1

Praxillella sp. 1 1

Prionospio fallax 1 1

Prionospio spp. 6 36 9 9 15 1 1 1 1 20 2 101

Processa canaliculata 1 1

Processa elegantula 1 1

Processa modica modica 1 1 1 3

Processa nouveli nouveli 1 1 2

Processa sp. 4 4

Prosphaerosyllis xarifae 1 2 1 3 1 1 1 10

Pseudocuma (Pseudocuma)

longicorne 1 1

Pseudopolydora spp. 1 1 6 22 1 31

Retusa truncatula 3 3

Ruditapes decussatus 3 19 22

Sabellidae 1 2 1 1 168 1 33 8 215

Saccocirrus papillocercus 11 6 1 18

Sagittidae indeterminado 1 1 2

Scacchia zorni 1 3 4

Scolelepis (Scolelepis) squamata 1 1 2

Scolelepis sp. 1 1 1 1 4

Scoloplos (Leodamas) sp. 6 1 2 1 1 11

Scoloplos (Scoloplos) armiger 1 1 2 3 7

Sigambra tentaculata 5 1 4 6 1 17

Siphonoecetes (Centraloecetes)

dellavallei 4 6 17 1 1 7 13 39 7 35 13 2 145

Sipuncula indeterminado 2 56 24 1 83

Solen marginatus 12 12

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 101

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Sphaerosyllis cf glandulata 3 2 1 1 7

Sphaerosyllis pirifera 1 1 1 3

Spio cf armata 1 1 1 3

Spio cf decoratus 2 2

Spio cf filicornis 1 1

Spio sp. 4 4

Spiochaetopterus sp. 3 2 8 13

Spionidae 2 1 1 1 2 1 8

Spiophanes bombyx 2 4 4 10

Spisula solida 5 1 1 1 8

Spisula subtruncata 2 1 9 3 15

Streblospio sp. 1 1

Syllidae indeterminado 9 2 4 1 16

Syllis garciai 46 21 1 1 2 86 1 3 186 347

Syllis gracilis 1 1

Synchelidium longidigitatum 1 1

Synchelidium maculatum 1 1

Synmerosyllis lamelligera 1 1

Tanais dulongii 1 9 2 12

Tanaopsis graciloides 3 3 20 1 26 12 8 73

Tellimya ferruginosa 4 2 6

Tellina sp. 3 1 2 6

Tellina tenuis 1 2 3

Terebellidae indeterminado 4 2 1 1 1 9

Tharyx killariensis 15 2 61 4 3 85

Thracia phaseolina 8 4 1 5 1 2 21

Timoclea ovata 1 1

Tubificidae 1 1 11 7 1 2 5 1 1 160 25 9 1 29 254

Tubificidae 5 5

Tubificoides benedii 1 1 3 7 5 17

Turbellaria 1 1

Turritella communis 1 1

Upogebia deltaura 1 2 1 2 6

Upogebia pusilla 1 6 7

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 102

Mod.039.09

Espécie

Saída 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Upogebia sp. 1 1

Upogebia tipica 4 2 6

Urothoe pulchella 1 2 1 2 2 3 10 21

Venerupis corrugata 1 1

Venerupis sp. 1 1

Venus casina 1 1

Xantho pilipes 1 1

Xantho sp. 1 1

Total Geral 1055 229 122 827 1114 229 369 31 301 1168 854 181 1144 1014 618 463 82 983 10784

Quadro 21 – Abundância por grupo taxonómico de espécies presentes por local de amostragem na saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) e na saída 4 (Campanha da Fase de Pós-Dragagem).

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Abra alba 2 1 5 3 11

Abra nitida 3 3

Abra prismatica 4 2 6

Abra sp. 3 3 6

Abra tenuis 1 13 14

Acanthochitona

fascicularis 1 1

Acrocnida

brachiata 1 1

Ampelisca spp. 51 146 10 28 26 1 21 1 6 1 9 21 321

Amphilochus

brunneus 2 1 2 1 6

Amphipholis

squamata 1 5 1 1 1 1 10

Anapagurus

pusillus 4 1 5

Anomia

ephippium 1 1

Antalis

novemcostata 6 3 9

Anthozoa 1 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 103

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Anthura sp. 2 36 34 72

Aonides

oxycephala 21 1 3 1 4 9 6 45

Aphelochaeta sp. 1 1 2

Aponuphis

bilineata 3 2 4 9

Apseudes talpa 2 1 1 4

Apseudopsis

latreillii 706 364 72 70 122 3 146 83 36 499 1 2102

Aricidea (Acmira)

cerrutii 6 33 2 1 19 2 2 65

Aspidosiphon

muelleri muelleri 4 1 2 12 2 1 1 23

Atelecyclus

undecimdentatus 1 1 2

Axionice flexuosa 2 2

Bathyporeia sp. 1 19 14 1 48 83

Bela nebula 1 1

Bittium

reticulatum 1 717 1 1 75 4 171 2 266 1238

Bodotria arenosa 1 1

Bolinus brandaris 1 1 3 5

Branchiostoma

lanceolatum 1 8 1 29 4 2 1 3 49

Bulla striata 2 2

Callianassa

candida 4 4

Calliostoma sp. 1 1 2

Calyptraea

chinensis 1 1 1 1 1 5

Capitella spp. 3 1 2 5 209 8 2 230

Carcinus maenas 1 3 4

Cerastoderma

edule 1 1 6 1 3 11 23

Cerithium

vulgatum 6 2 8

Chaetozone sp. 1 1

Chamelea gallina 1 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 104

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Chamelea

striatula 1 2 2 5

Cheirocratus

sundevalli 1 1 2

Chironomidae 1 1 1 5 8

Cirratulidae 2 5 18 1 1 62 15 2 8 114

Corbula gibba 4 1 3 8

Crassostrea sp. 1 1

Cumella

(Cumella)

limicola

1 1

Cumella

(Cumella)

pygmaea

2 2

Cumopsis

goodsir 1 1 3 15 5 2 9 1 37

Cyathura

carinata 1 1 1 1 4

Cyclope neritea 1 1

Cymodoce

truncata 1 1

Dexamine

spinosa 2 1 3

Diastylis bradyi 2 2

Diogenes

pugilator 71 4 1 14 11 37 33 1 3 2 2 5 184

Diopatra

neapolitana 2 2 4

Donax trunculus 15 3 18

Dosinia lupinus 1 1

Ebalia tumefacta 1 1

Echinocardium

cordatum 2 5 1 8

Edwardsiidae 1 1 2

Elasmopus rapax 1 1

Eocuma dollfusi 2 2

Eocuma ferox 1 1

Ervilia castanea 1 1 1 2 5

Eteone longa 1 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 105

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Eteone sp. 1 1

Euclymene

oerstedi 4 1 1 1 7

Euclymene sp. 2 28 30

Eulima sp. 2 2

Eurydice

spinigera 3 1 4

Euspira nitida 1 1 1 3

Exogone

(Exogone)

breviantennata

1 1 2

Exogone naidina 4 1 5

Exogone

verugera 1 1 3 14 1 1 21

Flabelligeridae 1 3 4

Galathowenia

oculata 3 1 10 14

Gammarella

fucicola 6 2 1 9

Gammaropsis

palmata 1 1

Gari fervensis 2 2

Gastrosaccus

spinifer 1 1

Gibbula cineraria 1 1

Gibbula sp. 1 1 4 1 5 12

Glycera sp. 10 8 6 1 1 2 5 1 1 8 4 3 1 1 52

Gnathiidae

(larva) 1 1 2

Goneplax

romboides 2 2

Goniadella

bobrezkii 11 27 22 1 8 172 11 13 14 279

Haminoea sp. 1 1

Haplostylus

normani 1 1 2

Harpinia

antennaria 1 1

Harpinia

pectinata 1 46 39 86

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 106

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Harpinia sp. 1 284 79 364

Haustorius sp. 2 2

Hesionidae 1 1 1 2 2 7

Hesionura

elongata 2 2

Heteromastus

filiformis 5 1 1 35 2 44

Hexaplex

trunculus 1 1

Hippomedon

massiliensis 7 3 1 11

Holothuroidea 1 1 2

Hyalinoecia sp. 7 1 12 20

Iphimedia sp. 1 1

Iphinoe armata 4 4

Iphinoe douniae 2 1 2 3 8

Iphinoe serrata 1 5 1 5 12 1 25

Kurtiella

bidentata 3 1 4

Laevicardium

crassum 2 2

Lagis koreni 3 4 3 10

Lanice conchilega 5 2 7

Lekanesphaera

monodi 5 1 2 8

Lepidochitona

(Lepidochitona)

cinerea

1 1

Leptocheirus cf

mariae 16 7 23

Leptocheirus

hirsutimanus 53 5 58

Leptocheirus

pilosus 2 199 1 69 1 1 1 274

Leptochelia

savignyi 5 1 1 7

Leucothoe oboa 7 58 6 34 3 40 1 3 1 153

Liocarcinus

maculatus 1 1 2 1 1 1 7

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 107

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Liocarcinus

navigator 3 2 5

Liocarcinus

pusillus 1 1

Loripes lucinalis 1 1 1 2 20 38 63

Lucinella

divaricata 2 2

Lucinoma

borealis 2 1 3 38 1 45

Lumbrineridae 1 1

Lumbrineridae 4 3 1 1 2 6 1 18

Lutraria sp. 11 1 1 1 15 29

Lygdamis murata 1 1 1 3

Macomopsis

pellucida 1 1 2

Magelona alleni 2 1 3

Magelona sp. 4 3 1 5 1 7 21

Maldanidae 12 25 23 6 4 3 120 4 7 204

Medicorophium

runcicorne 119 66 185

Mediomastus sp. 20 1 15 4 17 85 1 24 12 2 181

Megaluropus

agilis 1 1 1 3

Melinna palmata 1 18 1 2 1 22 71 116

Melita palmata 4 4

Mesalia mesal 4 1 5 49 3 2 64

Microdeutopus

armatus 1 1

Microdeutopus

sp. 6 2 2 10

Microdeutopus

versiculatus 2 7 7 16

Microphthalmus

pseudoaberrans 3 3

Monocorophium

acherusicum 11 2 1 1 2 17

Monoculodes

carinatus 1 2 1 1 5 1 1 1 13

Monodonta sp. 2 2

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 108

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Montacutidae

indeterminado 1 1

Mysia undata 2 2

Nannastacus

longirostris 2 2

Nassarius

incrassatus 1 1

Nassarius

pygmaeus 2 1 3 1 7

Nassarius

reticulatus 2 1 6 3 12

Nassarius sp. 1 2 1 4

Nebalia sp. 2 2

Nemertea 6 2 1 5 2 20 2 22 4 13 1 6 25 12 1 122

Nephtys assimilis 3 3

Nephtys cirrosa 8 7 10 1 3 3 13 6 13 3 32 20 2 4 125

Nephtys sp. 1 1

Nereididae 1 1

Nereididae 1 1

Notomastus sp. 1 5 7 19 10 3 5 50

Nucula sp. 1 1 2

Nudibranchia

indeterminado 4 1 3 8

Ocenebra

erinaceus 1 1

Ocinebrina cf

aciculata 1 1

Odostomia sp. 1 1

Oenonidae 4 5 9

Oestergrenia

digitata 1 1

Oestergrenia

thomsonii 2 2

Onuphidae

indeterminado 1 1

Ophelia neglecta 1 3 4

Ophelia sp. 4 4

Opheliidae 1 5 2 6 1 2 17

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 109

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Ophiura albida 1 2 3

Ophiura grubei 2 2

Orbiniidae 1 3 6 6 2 1 19

Orchomene nana 1 1

Ostracoda

indeterminado 1 12 3 1 3 20

Ostracoda spA 9 1 107 1 3 2 1 124

Ostracoda spB 2 142 11 2 2 15 5 2 181

Ostrea sp. 1 1

Owenia

fusiformis 2 3 2 6 1 4 1 1 7 4 2 7 40

Paguristes

eremita 2 2

Paradoneis

armata 5 5

Paradoneis lyra 1 1 3 3 4 2 44 1 2 30 91

Paraehlersia

ferrugina 2 2

Paragnathia

formica 1 1

Paraphoxus

oculatus 1 1

Parapionosyllis

elegans 1 4 1 5 1 22 19 9 62

Parapionosyllis

labronica 2 1 3

Parasinelobus

chevreuxi 3 3

Parvicardium

exiguum 4 4

Peringia ulvae 21 1 1 1 24

Perioculodes

longimanus 2 1 4 3 2 20 1 1 1 1 1 37

Pharus legumen 3 3

Phaxas pellucidus 2 1 3

Philine aperta 1 1

Phoronida 6 6 5 5 37 3 10 2 1 14 4 93

Photis

longicaudata 18 3 21

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 110

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Photis longipes 5 247 1 126 87 1 1 1 469

Photis reinhardi 10 11 17 38

Phyllodoce

lineata 1 1

Phyllodoce sp. 1 1 2

Phyllodocidae 1 2 1 1 1 17 1 4 1 29

Pilargis verrucosa 1 1

Pilumnus

hirtellus 4 4

Pionosyllis

lameligera 1 1 2 1 5

Pisidia

longicornis 2 2

Pisidia sp. 1 1

Pisione spp. 3 38 18 59

Pista

mediterranea 5 2 7

Pitar rudis 1 2 3

Podarkeopsis

helgolandicus 1 4 5

Podocerus

variegatus 1 1 2

Poecilochaetus

serpens 4 9 2 1 16

Polititapes

aureus 3 6 2 5 7 2 7 32

Polycirrus spp. 23 1 26 1 1 2 54

Polydora spp. 1 1 1 6 1 9 7 26

Polygordius

appendiculatus 1 2 8 1 12

Polynoidae 1 2 1 4

Polyplacophora

indeterminado 3 3

Pontocrates

arenarius 2 5 7

Prionospio spp. 9 10 1 8 4 2 9 2 9 8 1 63

Processa modica

modica 6 4 10

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 111

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Processa nouveli

nouveli 1 1 2

Prosphaerosyllis

xarifae 1 8 9

Pseudomystides

limbata 1 3 4

Pseudopolydora

spp. 1 1 6 2 10

Pycnogonida

indeterminado 1 1

Rissoa sp. 1 2 1 2 6

Rissoa spA 1 1

Ruditapes

decussatus 1 1

Sabellidae 1 379 1 23 1 103 1 1 1 60 571

Saccocirrus

papillocercus 9 1 141 1 38 34 224

Scacchia zorni 1 1

Scolelepis sp. 1 4 8 13

Scoloplos

(Leodamas) sp. 3 2 1 1 5 2 14

Scoloplos

(Scoloplos)

armiger

1 4 2 1 1 9

Sigalion sp. 1 1

Sigambra

tentaculata 3 2 3 1 3 12

Siphonoecetes

(Centraloecetes)

dellavallei

39 6 18 2 122 125 1 5 15 25 53 411

Sipuncula

indeterminado 1 1

Solen marginatus 2 2

Sphaerosyllis cf

glandulata 1 1

Sphaerosyllis

pirifera 1 1

Spio sp. 1 2 2 1 6

Spiochaetopterus

sp. 1 2 3

Spionidae 3 11 4 1 4 19 25 4 9 80

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 112

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Spiophanes

bombyx 1 1 1 1 6 10

Spiophanes

kroyeri 2 1 3

Spisula solida 4 4 10 9 1 28

Spisula

subtruncata 10 1 7 1 3 22

Sthenelais boa 1 1

Streptosyllis

websteri 2 2

Syllidae

indeterminado 1 3 3 7

Syllidia armata 1 1

Syllis garciai 1 1 21 23

Synchelidium

maculatum 1 1 1 3 1 7

Tanais dulongii 1 1 2

Tanaopsis

graciloides 11 7 13 3 20 3 1 58

Tellimya

ferruginosa 1 1

Tellina pulchella 1 1

Tellina sp. 1 4 1 1 2 2 11

Terebellidae

indeterminado 2 1 6 3 4 16

Tharyx

killariensis 3 2 1 6

Thracia

phaseolina 1 6 9 1 11 28

Tubificidae 1 2 7 5 227 1 1 1 2 247

Tubificoides

benedii 2 1 1 78 1 83

Turbellaria 1 1

Turbonilla sp. 1 2 3

Turritella

communis 1 1

Turritella sp.A 1 1

Upogebia

deltaura 1 1

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 113

Mod.039.09

Espécie

Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha Fase Pós-Dragagem)

Total

geral Área de afetação Controlo Área de afetação Controlo

PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09 PBFO01 PBFO02 PBFO03 PBFO04 PBFO05 PBFO06 PBFO07 PBFO08 PBT09

Upogebia tipica 11 2 13

Urothoe cf

intermedia 3 3

Urothoe

hesperiae 1 8 9

Urothoe

pulchella 8 3 93 16 9 4 133

Total Geral 1116 1921 144 829 903 1007 209 219 537 1119 301 232 491 767 802 173 141 578 11489

Comunidade Piscícola

Quadro 22 - Valores de densidade (ind/100 m2) média (± desvio padrão) para cada uma das espécies capturadas nos locais de amostragem da área de intervenção 1 (Bloco B – Faro/Olhão) na Fase 1 (Campanha da Fase de Pré-Dragagem - saída

1), na Fase 2 (1ª Campanha da Fase de Dragagem – saída 2 e 2ª Campanha da Fase de Dragagem – saída 3) ) e na Fase 3 (Campanha da Fase de Pós-Dragagem - saída 4).

Família Espécie

Fase 1 (Pré-Dragagem)

Fase 2 (Fase de Dragagem)

Fase 3 (Fase de Pós-Dragagem)

Saída 1 Saída 2

(1ª Campanha) Saída 3

(2ª Campanha) Saída 4

Área de afetação Área de afetação Área de afetação Área de afetação

PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04

Anguillidae Anguilla anguilla 0,07 (±0,14)

0,04 (±0,08)

0,26 (±0,44)

Atherinidae Atherina presbyter 1,88 (±1,69) 1,33 (±0,40) 0,08 (±0,11) 0,7 (±0,74)

11,38 (±11,11)

0,11 (±0,18)

0,37 (±0,33) 3,62 (±3,6) 0,04 (±0,06) 0,84 (±1,02)

Batrachoididae Halobatrachus

didactylus 1,44

(±1,84) 0,86 (±0,77) 5 (±5,34)

1,46 (±0,70) 1,17 (±1,43) 0,05

(±0,08) 5,83

(±4,16) 0,14

(±0,13) 0,07 (±0,11) 0,89 (±1,28) 0,11 (±0,19) 2,38 (±2,42)

Blenniidae Parablennius pilicornis 0,16 (±0,23)

Bothidae Arnoglossus laterna

0,23 (±0,21)

0,28 (±0,40) 0,34 (±0,17) 0,17 (±0,24)

0,08 (±0,07)

0,08 (±0,13)

Arnoglossus thori

0,97 (±0,83)

0,37 (±0,1) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,08) 0,08 (±0,11) 0,03 (±0,06)

Callionymidae Callionymus reticulatus

0,11 (±0,20)

Clupeidae Sardina pilchardus 0,07 (±0,14)

Congridae Conger conger 0,08 (±0,12)

Gobiesocidae

Diplecogaster bimaculata

0,4 (±0,43)

0,11 (±0,19)

Opeatogenys gracilis 0,1 (±0,18)

Gobiidae

Deltentosteus quadrimaculatus

0,05 (±0,09)

0,45 (±0,19)

0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)

Gobius cruentatus 0,04 (±0,08)

Gobius gasteveni 0,16

(±0,14)

4,22 (±3,85) 0,67 (±0,95) 0,91

(±0,73) 1,41 (±1,58) 0,22 (±0,38) 0,35 (±0,1)

Gobius niger 2,44

(±1,43) 0,99 (±1,39) 5,55 (±4,80)

0,8 (±1,10) 0,08 (±0,11) 10,12

(±9,69) 4,16

(±3,44) 0,37 (±0,53) 0,99 (±1,22) 2,87 (±1,54) 1,07 (±1,12) 6,71 (±9,8)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 114

Mod.039.09

Família Espécie

Fase 1 (Pré-Dragagem)

Fase 2 (Fase de Dragagem)

Fase 3 (Fase de Pós-Dragagem)

Saída 1 Saída 2

(1ª Campanha) Saída 3

(2ª Campanha) Saída 4

Área de afetação Área de afetação Área de afetação Área de afetação

PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04

Gobius paganellus 0,07 (±0,15)

1,48 (±1,87)

0,05 (±0,09) 0,05 (±0,09)

Gobius sp. 0,1 (±0,17)

Gobius xanthocephalus

0,03 (±0,06)

Pomatoschistus microps

0,7 (±0,35) 0,48 (±0,61) 4,1 (±6,26) 0,11 (±0,10) 0,82 (±0,73)

0,05 (±0,08)

1,01 (±1,92)

0,3 (±0) 0,67 (±0,3) 0,87 (±1,29) 0,17 (±0,05) 0,15 (±0,22) 0,23 (±0,23) 1,13 (±0,9)

Pomatoschistus minutus

0,45 (±0,63)

Pomatoschistus pictus

0,25 (±0,44)

Labridae

Symphodus bailloni 0,05 (±0,09) 0,08 (±0,12)

0,39 (±0,78)

0,04 (±0,07)

0,11 (±0,19)

Symphodus cinereus 0,3 (±0,51) 0,22 (±0,44) 0,08 (±0,12)

1,51 (±2,53)

0,04 (±0,08) 0,2 (±0,25) 0,31 (±0,63)

Mullidae Mullus surmuletus 0,08 (±0,11)

0,22 (±0,27)

0,05 (±0,09)

Rajidae Raja undulata 0,72

(±0,59) 0,16 (±0,23)

0,11 (±0,19) 0,08 (±0,11) 0,04

(±0,07) 0,08 (±0,11) 0,04 (±0,06) 0,05 (±0,09)

Scorpaenidae Scorpaena notata

0,07 (±0,12)

0,85 (±1,20) 0,06 (±0,10) 0,17 (±0,24)

0,05 (±0,08)

0,15 (±0)

Scorpaena porcus 0,49

(±0,85)

0,34 (±0,59) 0,25 (±0,36) 0,09

(±0,16) 0,41

(±0,36) 1,12 (±1,16) 0,1 (±0,08) 0,58 (±0,65) 0,38 (±0,34) 0,09 (±0,18)

Serranidae

Serranus cabrilla 0,2 (±0,34) 0,07 (±0,11) 0,11 (±0,19)

Serranus hepatus 0,86

(±1,31)

1,87 (±1,78) 1,51 (±2,13) 0,04

(±0,08) 0,21

(±0,37) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,16 (±0,28) 0,15 (±0,01)

Soleidae

Buglossidium luteum 1,63

(±0,62)

0,62 (±0,64) 0,07

(±0,14) 0,76

(±0,66) (±) 0,04 (±0,08) 0,54 (±0,94) 0,03 (±0,06)

Microchirus azevia 1,26

(±0,64) 1,01 (±0,97) 0,22 (±0,28)

1,59 (±1,31) 0,08 (±0,12) 0,53

(±0,36) 0,15 (±0) 0,04 (±0,08) 0,32 (±0,27) 0,15 (±0,01) 0,36 (±0,42)

Microchirus boscanion 0,05 (±0,09)

Monochirus hispidus 2,17

(±2,59) 1,85 (±2,16) 0,64 (±1,10)

0,62 (±0,64) 0,25 (±0,36) 0,05

(±0,08) 0,11

(±0,22) 0,18

(±0,07) 0,89 (±1,26) 0,13 (±0,23) 0,75 (±1,3) 0,15 (±0,22) 0,09 (±0,18)

Pegusa lascaris 0,18 (±0,31)

0,33 (±0,45)

0,21 (±0,19) 0,11 (±0,11)

Solea senegalensis 0,05 (±0,09) 0,04 (±0,08)

Synaptura lusitanica 0,05 (±0,09) 0,45 (±0,63) 0,04 (±0,07) 0,04 (±0,06)

Sparidae

Boops boops 0,08 (±0,13) 0,07 (±0,1)

Dentex marrocanus 0,11 (±0,20)

Dentex sp.

0,04 (±0,07)

Diplodus annularis 0,11 (±0,10)

13,07 (±20,56)

0,04 (±0,07) 0,72 (±0,79) 0,54 (±1,09)

Diplodus bellottii

0,05 (±0,08)

0,54 (±0,81)

0,07 (±0,11) 0,05 (±0,09) 0,55 (±0,67)

Diplodus puntazzo 0,03 (±0,06)

Diplodus sargus 0,5 (±0,63) 0,05 (±0,09) 0,17 (±0,24)

0,18 (±0,36)

0,07 (±0,1) 0,15 (±0,17) 0,89 (±1,55)

Diplodus sp. 1,69 (±3,37)

Diplodus vulgaris 0,16 (±0,23) 2,75 (±1,89) 0,17 (±0,17)

0,23 (±0,21)

0,11 (±0,14)

0,19 (±0,17)

0,05 (±0,09) 0,09 (±0,17)

Pagellus sp.

0,07 (±0,14)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 115

Mod.039.09

Família Espécie

Fase 1 (Pré-Dragagem)

Fase 2 (Fase de Dragagem)

Fase 3 (Fase de Pós-Dragagem)

Saída 1 Saída 2

(1ª Campanha) Saída 3

(2ª Campanha) Saída 4

Área de afetação Área de afetação Área de afetação Área de afetação

PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04 PPFO01 PPFO02 PPFO03 PPFO04

Sparidae n. id. 0,04 (±0,07)

Sparus aurata 0,08 (±0,12) 0,04 (±0,06)

Spondyliosoma cantharus

0,17 (±0,15)

0,36 (±0,55) 0,11 (±0,10) 0,5 (±0,71)

0,09 (±0,16) 0,4 (±0,46)

0,04 (±0,07) 0,1 (±0,18)

Syngnathidae

Hippocampus guttulatus

2,79 (±3,79)

1,36 (±1,18)

0,47 (±0,71)

0,38 (±0,65)

Hippocampus hippocampus

0,07 (±0,15) 0,4 (±0,43)

0,08 (±0,14)

0,37 (±0,52) 0,13 (±0,15)

Nerophis lumbriciformis

0,03 (±0,06)

Nerophis ophidion 0,11 (±0,23)

Syngnathus abaster 0,15 (±0,17)

2,22 (±4,07)

0,05 (±0,09) 0,57 (±1,14)

Syngnathus acus 0,1 (±0,17) 0,15 (±0,30)

0,73 (±1,18)

0,15 (±0,16) 0,03 (±0,06)

Syngnathus typhle 0,07 (±0,15) 0,9 (±1,8) 0,04 (±0,08) 0,49 (±0,97)

Torpedinidae Torpedo torpedo

0,04 (±0,07)

Triglidae

Chelidonichthys lucerna 0,06 (±0,10)

0,03 (±0,06)

Eutrigla gurnardus 0,04 (±0,08)

Trigloporus lastoviza 0,11 (±0,19)

Comunidade de Fanerogâmicas

Quadro 23 – Área da pradaria, riqueza específica, composição específica, densidade média, cobertura e altura média da canópia por local de amostragem (* estimativa de área da pradaria é muito incerta por esta se encontrar fragmentada; **

percentagem de cobertura foi calculada apenas para a espécie Z. noltii, uma vez que as restantes apresentam uma elevada altura de canópia impossibilitando estimar a % de cobertura de forma assertiva).

Fase Campanha Área Local de

amostragem Área da pradaria

(m2) Riqueza

específica Espécies

Densidade média

Cobertura média (%)

Altura média da canópia (cm)

Pré-Dragagem Saída 1

Área de afetação

PFFO01 3600 1 Z. noltii 32,0 (±22,69) 60 5,0 (±2,72)

PFFO02 140 1 C. nodosa 17,0 (±5,57) - 15,6 (±4,43)

PFFO03 2400 1 C. nodosa 19,9 (±6,15) - 26,8 (±10,39)

PFFO04 0 0 - - - -

Controlo PFFO05 0 0 - - - -

Dragagem

Saída 2 (1ª saída da Fase Dragagem)

Área de afetação

PFFO01 Aprox. 3600* 1 Z. noltii 46,9 (±42,31) 6,9 (±6,60) 2,4 (±1,6)

PFFO02 0 0 - - - -

PFFO03 2400 1 C. nodosa 18,0 (±7,35) ** 42,2 (±12,61)

PFFO04 0 0 - - - -

Controlo PFFO05 0 0 - - - -

Saída 3 (2ª saída da Fase Dragagem)

Área de afetação

PFFO01 12053* 1 Z. noltii 195,4 (±105,44) 54,7 (±28,23) 3,2 (±3,34)

PFFO02 0 0 - 0,0 (±0) 0 (±0,00) 0,0 (±0)

PFFO03 5255 1 C. nodosa 12,4 (±1,16) 92,5 (±14,06) 48,3 (±12,63)

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 116

Mod.039.09

Fase Campanha Área Local de

amostragem Área da pradaria

(m2) Riqueza

específica Espécies

Densidade média

Cobertura média (%)

Altura média da canópia (cm)

PFFO04 0 0 - - - -

Controlo PFFO05 0 0 - - - -

Pós-Dragagem Saída 4

Área de afetação

PFFO01 14855* 1 Z. noltii 155,6 (±141,45) 11,8 (±17,31) 3,7 (±0,53)

PFFO02 0 0 - 0,0 (±0) 0 (±0,00) 0,0 (±0)

PFFO03 5230 1 C. nodosa 11,5 (±3,99) 45 (±28,28) 27,8 (±7,15)

PFFO04 0 0 - - - -

Controlo PFFO05 0 0 - - - -

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 117

Mod.039.09

População de Cavalo-marinho

Quadro 24 – Área da pradaria, abundância e densidade média de cavalo-marinho por local de amostragem (* estimativa de área da pradaria é muito incerta por esta se encontrar fragmentada).

Fase Campanha Área Local de amostragem Área da pradaria

Abundância total (nº indivíduos)

Densidade (indivíduos/m2)

Tamanho médio (cm)

Hip

po

cam

pu

s

gu

ttu

latu

s

Hip

po

cam

pu

s

hip

po

cam

pu

s

Hip

po

cam

pu

s g

utt

ula

tus

Hip

po

cam

pu

s h

ipp

oca

mp

us

Hip

po

cam

pu

s g

utt

ula

tus

Hip

po

cam

pu

s

hip

po

cam

pu

s

Saída 1

Área de afetação

PCMFO01 Sem pradaria 11 1 0,12 0,01 14,18 10

PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO03/PFFO01 3600 (Z. noltii) 0 0 0 0 0 0

Pré-Dragagem PCMFO04/PFFO03 2400 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0

PCMFO05/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO06 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Dragagem

Saída 2 (1ª saída da Fase Dragagem)

Área de afetação

PCMFO01 Sem pradaria 1 0 0,01 0 15 0

PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO03 3600 (Z. noltii) * 0 0 0 0 0 0

PCMFO04/PFFO01 2400 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0

PCMFO05/PFFO03 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO06/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Saída 3 (2ª saída da Fase Dragagem)

Área de afetação

PCMFO01 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO03 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO04/PFFO01 12053 (Z. noltii) 0 0 0 0 0 0

PCMFO05/PFFO03 5255 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0

PCMFO06/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Pós-Dragagem Saída 4

Área de afetação

PCMFO01 Sem pradaria 15 0 0,17 0 15,13 0

PCMFO02 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO03 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

PCMFO04/PFFO01 14855 (Z. noltii) 0 0 0 0 0 0

PCMFO05/PFFO03 5230 (C. nodosa) 0 0 0 0 0 0

PCMFO06/PFFO04 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

Controlo PCMFO07 Sem pradaria 0 0 0 0 0 0

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 118

Mod.039.09

Comunidade de Aves Aquáticas

Quadro 25 – Espécies de aves aquáticas detetadas e abundância média relativa de cada uma na área ao longo da monitorização.

Espécie Nome Comum

Abundância relativa

Pré-Dragagem

Dragagem Pós-

Dragagem

abr-15 jul-15

set/nov 15

abr-16

Actitis hypoleucos Maçarico-das-rochas 0 0 0,4 0,2

Anas platyrhynchos Pato-real 0 0 0 1,2

Ardea cinerea Garça-real 0,2 0,2 1 0

Arenaria interpres Rola-do-mar 7 10 5 9,2

Calidris alba Pilrito-das-praias 13,4 6,2 9,8 13,8

Calidris alpina Pilrito-de-peito-preto 31,6 14,8 28 17,6

Calidris canutus Seixoeira 0,6 10,6 0 11

Calidris ferruginea Pilrito-de-bico-comprido 0,4 0,8 0 0,6

Calidris minuta Pilrito-pequeno 0,6 1,6 0,8 0,4

Charadrius alexandrinus Borrelho-de-coleira-interrompida 8,4 7,8 15,6 12,4

Charadrius hiaticula Borrelho-grande-de-coleira 2,8 7,4 14,6 1,2

Ciconia ciconia Cegonha-branca 0,6 0,2 0 0,2

Egretta garzetta Garça-branca 2,2 3,4 2 4

Haematopus ostralegus Ostraceiro 0,2 12,6 9,8 1,2

Himantopus himantopus Pernilongo 0 0,8 0 0

Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 1,4 2,2 3,8 10,6

Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 0 4 8,2 3,2

Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 0 6,4 1,4 0,4

Larus ridibundus Guincho 0 0,8 0,2 0

Larus sp. Larus sp. 0 53,4 302 0

Limicolas medias Limicolas medias 0 0,6 0 0

Limicolas pequenas Limicolas pequenas 7,6 8 7,2 0

Limosa lapponica Fuselo 4,4 6,8 15,6 0,2

Limosa limosa Milherango 0 2,4 0 0

Numenius arquata Maçarico-real 2,6 0,8 0,8 1,2

Numenius phaeopus Maçarico-galego 5,6 5 5,8 4,6

Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0 0 0,2 0,4

Phoenicopterus roseus Flamingo 0 0 0 23,4

Platalea leucorodia Colhereiro 0,8 1,2 2,6 2,8

Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta 22,6 12,2 11 18,8

Sterna albifrons Chilreta 70,4 1,8 0 0

Sterna sandvicensis Garajau 0,4 1,2 1,6 1

Tadorna tadorna Tadorna 0,4 0 0 0,2

Tringa nebularia Perna-verde 1 1,2 1,6 0,8

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Monitorização das Comunidades Biológicas – Relatório Intermédio da Área de intervenção 2 (Bloco B – Faro/Olhão) 119

Mod.039.09

Espécie Nome Comum

Abundância relativa

Pré-Dragagem

Dragagem Pós-

Dragagem

abr-15 jul-15

set/nov 15

abr-16

Tringa totanus Perna-vermelha 0,2 13,8 10 2

Calidris sp Calidris sp 0 0 0 0,8

limícola pequena limícola pequena 0 0 3 0