Indicadores cido-base naturais
Indicadores visuais so substncias capazes de mudar de cor
dependendo das caractersticas fsico-qumicas da soluo na qual esto
contidos, em funo de diversos fatores, tais como pH, potencial
eltrico, complexao com ons metlicos e adsoro em slidos. - Daniela
Brotto Lopes Terci e Adriana Vitorino Rossi
Os indicadores cido-base ou indicadores de pH so substncias
orgnicas fracamente cidas (indicadores cidos) ou fracamente bsicas
(indicadores bsicos) que apresentam cores diferentes e mudam de cor
de acordo com o Ph. O uso de indicadores de Ph comeou no sculo XVII
com Robert Boyle, esse Observou a partir da preparao de um licor
violeta que este tornava-se vermelho em soluo cida e verde em soluo
bsica e tambm gotejou o licor em papel e depois gotejou vinagre no
mesmo papel e observou que o papel tornou-se vermelho, obteve assim
os primeiros indicadores cido-base nas duas formas mais comuns,
soluo e papel. Ainda nessa poca os conceitos de cido base ainda no
haviam sido formalizados, porm para Boyle cido qualquer substncia
que torna vermelho os extratos de plantas. Bergman em 1775 observou
que plantas de colorao azuis so mais sensveis aos cidos, possuindo
uma variao gradual de cor, podendo ser possvel diferenciar cidos
fortes de fracos, o que no ocorria com diferentes coloraes. Marquat
props o termo antocianinas em 1835 referindo-se aos pigmentos de
cor azul encontrados nas flores. Apenas no incio do sculo XX,
Willsttter e Robinson propuseram que as antocianinas fossem
pigmentos responsveis pela colorao de diversas flores e que os
extratos dessas flores, continham cores que variavam de acordo com
a acidez ou alcalinidade do meio.
--- Reescrevi at aqui ---
Foi notado que as antocianinas possuem colorao avermelhada em
meio cido, violeta em meio neutro e azul em condies alcalinas.
Atualmente, sabe-se que as antocianinas, pigmentos da classe dos
flavonides, so responsveis pelas cores: azul, violeta, vermelho e
rosa de flores e frutas. As diferentes cores exibidas pelos
vegetais que contm antocianinas dependem da influncia de diversos
fatores, como a presena de outros pigmentos, a presena de quelatos
com ctions metlicos e o pH do fludo da clula vegetal. A propriedade
das antocianinas apresentarem cores diferentes, dependendo do pH do
meio em que elas se encontram, faz com que estes pigmentos possam
ser utilizados como indicadores naturais de pH. As mudanas
estruturais que ocorrem com a variao do pH e so responsveis pelo
aparecimento das espcies com coloraes diferentes, incluindo o
amarelo em meio fortemente alcalino, podem ser explicadas pelo
esquema das principais transformaes ilustradas na Figura
abaixo.
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/qn/v25n4/10546.pdf (Acessado em
25/07/2014 as 10h55)
Indicadores naturais e sua aplicao no ensino
Vrios autores tm estudado as propriedades indicadoras de pH das
antocianinas tendo em vista aplicaes analticas para o ensino de
Qumica. Extratos de vrias flores e de feijo preto foram utilizados
em aula, para a determinao do ponto final em titulaes de
neutralizao na Universidade Federal de So Carlos , enquanto o
extrato de repolho roxo foi aplicado em atividades educacionais
para a determinao da acidez de diversas substncias de uso domstico
num trabalho do GEPEQ-SP. Na Universidade de Nebraska, os estudos
foram feitos com o extrato de cranberry, um fruto bastante
utilizado pelos americanos para preparar um molho que acompanha o
tradicional peru do Dia de Ao de Graas.
A utilizao destes extratos naturais indicadores de pH pode ser
explorada didaticamente, desde a etapa de obteno at a caracterizao
visual e/ou espectrofotomtrica das diferentes formas coloridas que
aparecem em funo das mudanas de pH do meio. Daniela Brotto Lopes
Terci e Adriana Vitorino Rossi
Podem ser elaboradas atividades experimentais para o ensino de
Qumica no nvel mdio, visando a abordagem de temas envolvendo
processos de separao de misturas e conceitos relacionados a
equilbrio qumico e indicadores de pH. Incrementando a sofisticao e
o grau de complexidade conceitual, a proposta pode ser adaptada e
tornar-seadequada para o desenvolvimento de atividades didticas
para o ensino superior. As perspectivas de trabalho pedaggico que
podem ser desenvolvidas com a utilizao destes extratos em
atividades didticas representam uma importante ferramenta para
fortalecer a articulao da teoria com a prtica. Isto bastante
desejvel por favorecer o sucesso do processo de
ensino/aprendizagem, o que nem sempre tarefa trivial,
principalmente quando o tema a Qumica. Os PCNs (parmetros
curriculares nacionais) representam a proposta para o ensino mdio,
que fundamentada nos critrios estabelecidos pela Lei de Diretrizes
e Bases da Educao Nacional, LDB/96 (Lei 9.394/96) e regulamentados
pela Cmara de Educao Bsica do Conselho Nacional de Educao (Parecer
no 15/98, aprovado em 01/06/98, Resoluo CEB/ CNE n 03/98), com uma
ampla discusso sobre temas multidisciplinarese interdisciplinares.
Os assuntos devem ser propostos e tratados de uma maneira global,
articulando-se as competncias e habilidades que sero desenvolvidas
em cada disciplina e nos conjuntos das disciplinas, em cada rea e
no conjunto das reas. Com relao ao ensino de Qumica, alm de temas
interdisciplinares, os PCNs enfatizam a explorao de conceitos
qumicos a partir do cotidiano dos alunos. Alm disso, destaca-se que
a experimentao na escola mdia tem funo pedaggica e desenvolve
habilidades cognitivas, tais como controle de variveis, traduo da
informao de uma forma de comunicao para outra (grficos, tabelas e
equaesqumicas), elaborao de estratgia para resoluo de problemas,
tomada de deciso baseada em anlises de dados e valores, respeito s
idias dos colegas e colaborao no trabalho coletivo. Com relao ao
ensino superior, os princpios das Diretrizes Curriculares para os
Cursos de Graduao tambm preconizam fortalecer a articulao da teoria
com a prtica. Certamente, as atividades que podem ser desenvolvidas
com a utilizao dos extratos naturais indicadores de pH representam
importante ferramenta para que sejam atingidos alguns objetivos
apresentados na verso para os Cursos de Graduao em Qumica, que at
Agosto/2001 est em avaliao no Conselho Nacional de Educao.
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/qn/v25n4/10546.pdf (Acessado em
25/07/2014 as 9h00)
