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Número 2 Abril de 2013 1
[email protected] Número 2 Abril 2013
Os cuidados de saúde primários, representam o primeiro nível de contacto
dos indivíduos, famílias e comunidades, com os serviços de saúde. Têm por
missão assegurar aos cidadãos a satisfação das necessidades de saúde de
forma personalizada, garantindo a equidade e a acessibilidade aos servi-
ços. Pilar do sistema de saúde, enfrentando os desafios de um mundo em
mudança, os cuidados de saúde primários organizam-se por forma a otimi-
zar a gestão de recursos, numa rede descentralizada de cuidados, procu-
rando o envolvimento e a participação comunitária no planeamento e fun-
cionamento dos serviços.
O conceito fundamental é o de trabalho em equipa. Consoante os problemas e as necessidades
de saúde a resolver, procurando estar próximas do cidadão, as Unidades Funcionais do Centro
de Saúde, constituídas por equipas multiprofissionais, complementam-se entre si, garantindo assim
uma melhor qualidade de cuidados. A meta a alcançar é a obtenção de ganhos em saúde. Na busca de metas e resultados, unidas
para um objetivo comum, estas equipas criam sinergias, tornando-se mais eficientes, prestando
assim um serviço de melhor qualidade a toda a comunidade. Para obter ganhos em saúde é necessário identificar necessidades de saúde e intervenções prio-
ritárias capazes de alcançar esses ganhos, com os recursos disponíveis. Este processo de Planeamento em Saúde tem a ver com a promoção de mudanças e é essencial
ao sucesso em todos os níveis de qualquer organização. Mediando a integração e a construção de parcerias com as várias instituições públicas ou priva-
das relevantes para a saúde da comunidade, a Unidade de Saúde Pública (USP) fomenta a
necessária articulação, não só internamente a nível do setor da saúde, mas especialmente entre
este setor e todos os outros que têm como missão contribuir para a melhoria da qualidade de
vida da nossa população, com especial ênfase nos grupos mais vulneráveis. Face à diversidade de determinantes de saúde e consequente necessidade de intervenção na
resolução de problemas identificados, a USP surge como uma força nesta abordagem multiseto-
rial necessária para o bem-estar de uma sociedade. Na sua natureza pluridisciplinar, a USP opera de forma planeada, desenvolve novas aborda-
gens, cria sinergias necessárias para que, do comprometimento individual, resulte um esforço
conjunto. “O segredo de um grande sucesso está no trabalho de uma grande equipa” (Murillo).
É esse o nosso segredo… Ana Maria
ÍNDICE
PÁGINA 1
Editorial
Entrevista ao Sr. Vasconcelos
PÁGINA 2
Entrevista ao Sr. Vasconcelos
(continuação)
PÁGINA 3
Entrevista ao Sr. Vasconcelos
(continuação)
Saúde - Datas Comemorativas
PÁGINA 4
Revista Dependências “Parcerias
para a inclusão”
Saúde - Datas Comemorativas
PÁGINA 5
Mão limpa, Mão segura
PÁGINA 6
Reciclagem dos Resíduos Sólidos
Urbanos no ACeS
O que queres ser quando fores
grande?
PÁGINA 7
Avaliação da 1ª Newsletter
Entrevista ao Sr. Vasconcelos
Em entrevista ao Sr. Manuel José Vasconcelos (MJV), nascido a 11 de
novembro em Paranhos, segurança do edifício de Vale Formoso (sede do
ACeS), a Equipa da Área Comunicação (EAC) procura conhecer melhor o
dia-a-dia deste profissional, e os seus conselhos para a melhoria da segu-
rança do nosso edifício.
EAC – Sr. Vasconcelos que dificuldades encontra no seu dia-a-dia?
MJV – As principais dificuldades relacionam-se com o estacionamento.
EDITORIAL
Número 2 Abril de 2013 2
Há pessoas que pedem para entrar de
carro, e quando lhes explico que não
podem, pedem para dar a volta e sair.
Acontece que alguns acabam por ficar, sem
autorização, e depois de estarem cá den-
tro é mais difícil de os fazer sair.
Outras pessoas já vêm com “uma pedra na
mão” e nem cumprimentam, mas são pou-
cos.
Geralmente se se dirigem a mim a pedir
informações eu tento ajudar.
Primeiro (no edifício antigo) era mais difícil
porque eu encontrava-me no meio de todos
os utentes. Logo de manhã eram mais de
40 na mesma sala. Era muitas vezes difícil
controlá-los quando estavam muito tempo à
espera. Eu é que tinha que distribuir as
senhas para marcação de consultas ou
outros assuntos e isso obrigava-me a saber
quem eram os profissionais que estavam, e
os que estavam de reforço.
Agora isso já não acontece.
Outra dificuldade é o telefone.
Às vezes é muito difícil conseguir passar
chamadas para alguns serviços. Quando
me telefonam dos hospitais, centros de saú-
de ou até utentes, eu se não consigo passar
a chamada acabo por registar a informa-
ção (ex. desmarcação de uma consulta) e
quando posso, transmito-a ao seu destina-
tário. Embora não faça parte das minhas
funções, eu tento ajudar. Apesar de eu
sentir dificuldades na passagem de chama-
das para alguns serviços a verdade é que
não há reclamações dos utentes quanto a
isso.
EAC – Como é a sua relação com os res-
tantes profissionais?
MJV - Sinto-me respeitado por todos, nun-
ca tive problemas importantes com nin-
guém. Houve apenas uma situação em que
eu não tinha sido avisado das alterações
de funcionamento (horário de atendimento)
de um serviço e por isso atuei como até aí
fazia e houve algum conflito, mas já foi
ultrapassado.
EAC – Certamente que ao longo destes
anos aconteceram várias situações que o
marcaram. Quer partilhar connosco
algum episódio?
MJV – Houve uma vez um indivíduo, que
tinha saído da prisão e veio cá. A sala
estava mais ou menos vazia, era uma sexta
-feira por volta das 16h – 16h30, eu dirigi
-me a ele, que me disse, com maus modos,
que queria falar com o médico. Vi logo que
tinha que ter cuidado com ele, porque já os
vou conhecendo e pensei “vens perdido,
falta-te qualquer coisa”.
Ele pegou na mochila, atirou-a para um
canto, ao fundo da sala, depois foi buscá-
la, sentou-se e pôs os pés em cima da
cadeira. Chamei-o a atenção, dizendo-lhe
que não podia fazer aquilo, que tinha que
se comportar. Ele levantou-se, veio ter
comigo e disse-me que tinha acabado de
sair da prisão e não tinha documentos.
Levei-o ao balcão e junto da administrativa
tentei resolver a situação. Depois desta
situação nunca mais houve problemas com
este utente. Aos bocadinhos vou mudando
as pessoas à minha maneira.
Outra situação marcante já foi há algum
tempo.
Um indivíduo chegou aqui de manhã e eu
admirei-me porque não era habitual vir
aquela hora. Vinha em tronco nu e descalço
e eu pensei “vens descontrolado”. Eu ía a
sair, passei por ele e perguntei-lhe: “- Diga
lá Sr…. o que precisa?” e ele respondeu: “-
tenho aqui uma carta para ir ao Dr”. Fui ter
com o médico que me disse não o poder
atender. Quando transmiti esta informação
ao utente, ele começou a pontapear a por-
ta. Pedi-lhe para sair das instalações, colo-
quei-o lá fora e quando virei as costas ele
empurrou-me contra a parede. Tive de
fechar o Centro de Saúde (CS), com a cola-
boração de uma colega, e chamar a polí-
cia. Duas horas depois, este utente voltou
ao CS, eu barrei-lhe a entrada, mas ele já
vinha bem comportado e disse-me que só
queria que o médico abrisse uma carta e a
carimbasse. Eu lá fui ter novamente com o
médico e tudo se resolveu. Claro que tive
de fazer um relatório a explicar porque
fechei o CS. Às vezes os utentes vêm muito
zangados, mas basta uma palavra do seu
médico que é suficiente para os acalmar. É
claro que eu sei que às vezes os profissio-
nais não podem atender os utentes mas, se
alguém lhes dirigir umas breves palavras a
maior parte das vezes é suficiente para
não haver confusão.
Houve também uma situação com um casal,
completamente “fora”, ela esquizofrénica,
ele muito violento. Era já a 3ª terceira vez
que vinham e da última vez ele disse-me,
mal chegou, que era melhor eu chamar a
GNR porque ia dar cabo de tudo. Fui ter
com o médico de família do casal, que os
atendeu. Acompanhei-os até ao gabinete e
quando entraram estavam “pianinhos”,
calmos… e ainda hoje são utentes desse
médico. Às vezes os utentes chegam todos
muito exaltados e quando entram nos
gabinetes portam-se como uns
“cordeirinhos”.
EAC – Que sugestões dá para a melhoria
do acesso dos utentes ao Centro de Saú-
de?
MJV – Poderia haver um horário de aten-
dimento telefónico definido. Porque é que
existe um telefone? É para as pessoas tele-
fonarem. Se calhar às vezes há algum
comodismo, mas se podem telefonar, temos
que os atender. Porque penso que a mar-
cação de consultas por internet ainda não
está a funcionar… Outra sugestão é a
colocação de uma caixa no balcão do
atendimento para que as pessoas, que vêm
só pedir medicação crónica, possam lá
colocar o seu pedido e depois vir mais tar-
Número 2 Abril de 2013 3
No outro dia esteve aí um indivíduo que
para levar a medicação crónica esteve
cerca de duas horas à espera. Porque é
natural que se tenha que dar prioridade às
consultas marcadas. Julgo que esta caixa
poderia ajudar. Verdadeiramente um dos
problemas é a falta de pessoal, sobretudo
administrativo.
EAC – O que modificaria nas suas condi-
ções de trabalho?
MJV – Nesta altura, não modificaria nada.
Talvez gostasse que colocassem um painel
lá fora por causa do sol.
EAC – E o frio, não o incomoda?
MJV – O frio habitualmente não me inco-
moda tanto como o calor…
EAC – Não considera a saída para a rua
perigosa? Não seria útil a colocação de
um espelho?
MJV – Claro que sim. Julgo que já foi fala-
do, há muito tempo, que até poderia haver
uma passadeira. Mas disseram-me que isso
não seria possível porque existe outra pas-
sadeira muito perto. Penso que já se pediu
um espelho para ser colocado no outro
lado da rua, mas ainda não foi feito nada.
EAC – Que sugestões dá para persuadir
os utentes a respeitarem as regras de
estacionamento aqui dentro?
MJV – As regras estão bem definidas e só
não entende quem não quer. Mas mesmo
assim seria melhor se a cancela, em vez de
estar colocada já cá dentro, no fundo da
rampa, estivesse logo à entrada, junto do
portão. Assim, conseguia-se evitar entradas
abusivas. Para entrar era de cartão ou
tocavam à campainha e para sair era
automático. Mas disseram-me que não é
possível.
EAC – Como avalia a segurança do edifí-
cio?
MJV – Penso que a segurança aqui é pre-
cária. O facto de as obras estarem inaca-
badas e a pouca iluminação contribuem
para isso. De noite, estando dentro, não
consigo ver se alguém passa para a parte
de trás do edifício.
Deveria haver uma placa que indicasse
claramente este Centro de Saúde, para as
pessoas não andarem aí perdidas.
Outro problema é o facto de haver uma
entrada por trás que pode ser utilizada
abusivamente por utentes quando estou a
tratar de algum assunto e não me aperce-
bo. Às vezes a porta atrás está todo o dia
aberta. Também seria mais seguro se os
profissionais entrassem todos por esta por-
ta principal e não utilizassem as escadas
atrás, até porque as portas de emergência
deveriam estar seladas e só se entrava em
caso de emergência. É frequente saírem e
deixarem a porta aberta.
Seria mais seguro se apenas fosse possível
entrar por uma única entrada.
EAC – Foi positiva a vinda da USP para
aqui?
MJV – A vossa vinda foi uma lufada de ar
fresco…eu já conhecia algumas pessoas de
quem gostava. A vossa maneira de ser é
simpática e afável.
Antigamente todos nos conhecíamos. Agora
somos mais e às vezes as pessoas de pisos
diferentes não se conhecem, o que é uma
pena, porque afinal não somos assim tan-
tos! Bastava que as pessoas se visitassem
mais frequentemente, e até se convidassem
uns aos outros, que já promovia o conheci-
mento entre todos. Mesmo comigo, que
conheço todas as pessoas, às vezes passa-
se muito tempo sem que veja determinados
profissionais, porque ao entrarem por trás,
como não se cruzam comigo, não os vejo.
Para mim também seria muito importante
se pudesse tomar um café durante a
manhã. Mas é difícil que alguém me fique
a substituir. O facto de termos um bar
poderia ser um espaço para promover o
convívio uns com os outros, mas como é
pequeno, se estiverem lá pessoas a ter
conversas mais reservadas, acabamos por
sentir que estamos “a mais…”.
EAC – Muito obrigado pela disponibilida-
de que teve em nos dar esta entrevista
durante o seu almoço.
MJV – Foi um prazer!
20—27 de abril - semana europeia da vacinação A Organização
Mundial de Saúde/Europa promove, de 22 a 27 de Abril de 2013,
a Semana Europeia de Vacinação, subordinada ao tema
“Prevenir, Proteger, Imunizar”. A vacinação é considerada, entre
todas as medidas de saúde pública, a que melhor relação custo –
efetividade tem evidenciado. Na avaliação efetuada no nosso
ACeS (dados do último semestre de 2012) foram obtidos, para
quase todas as vacinas do PNV, nas diferentes coortes de nasci-
mento, ótimos resultados. No entanto, para a vacina HPV os resulta-
dos não atingem a meta esperada (96%; in Plano de Ação do Depar-
tamento de Saúde Pública 2011-2013 “Mudar para Melhorar”) e se com-
pararmos os registos de cobertura entre a 1ª e a 3ª dose, verifica-
mos que diminui a adesão vacinal.
SAÚDE - Datas Comemorativas
Coorte 1999 Coorte 1998 Coorte 1997 Coorte 1996 Coorte 1995
HPV 1 82,3% HPV 1 97,2% HPV 1 95,2% HPV 1 93,9% HPV 1 93,3%
HPV 2 72,8% HPV 2 96,0% HPV 2 94,6% HPV 2 92,5% HPV 2 92,4%
HPV 3 45,7% HPV 3 93,6% HPV 3 92,6% HPV 3 90,5% HPV 3 90,7%
Tabela: Cobertura vacinal da vacina HPV - dados referentes a 31/12/2012
Ana Maria
Número 2 Abril de 2013 4
SAÚDE - Datas Comemorativas
24 de março – dia mundial da Tuberculo-
se”. Para assinalar o dia mundial da tuber-
culose, a USP Porto Oriental dá a conhecer
os dados obtidos por inquérito epidemioló-
gico dos casos de Tuberculose Respiratória
(TR) notificados em 2011. A proporção de
casos notificados de TR na zona oriental do
Porto é ainda significativa (>20/100000
habitantes). No ACeS Porto Oriental foram
notificados 61 casos de TR (mais 16 que em
2010), incluindo casos novos e retratamen-
tos. A idade mediana dos doentes situa-se
entre os 45-54 anos (16 casos), e na faixa
etária 15-24 anos registaram-se 4 casos. A
relação sexo masculino/feminino foi de
1.8/1. Quanto a fatores de risco presentes
nestes doentes, 32 eram fumadores e des-
tes 11 tinham problemas de alcoolismo
associado. A toxicodependência e sem
abrigo são também fatores de risco para o
prognóstico desta doença, devido à menor
procura de serviços de saúde, difícil ade-
são ao tratamento, aumentando assim o
tempo de deteção de doença e o n.º de
contactos no período de infeciosidade. Não
houve casos de tuberculose multi-resistente.
Foram registados 9 óbitos por TR. O agen-
te da tuberculose é altamente infecioso,
transmite-se sobretudo por via inalatória,
tem comportamento oportunista, permanece
quiescente em lesões por vários anos e
adquire facilmente resistência aos fárma-
cos. É, por isso, necessário delinear estraté-
gias de intervenção multidisciplinar sobre o
indivíduo e a comunidade, enfatizando as
medidas de controlo de infeção e a quimio-
profilaxia. Ana Maria
23 de abril - dia europeu de Prevenção e
Controlo da Infeção. O controlo da infeção
associada aos cuidados de saúde exige
uma padronização de procedimentos de
forma a minimizar/eliminar o risco de Infe-
ção Associada aos Cuidados de Saúde
(IACS), indicador de qualidade e imagem
da prestação de cuidados de saúde. As
IACS são ainda indigitadas como uma
importante causa de morbilidade e mortali-
dade, bem como do consumo acrescido de
recursos, sendo já considerada como uma
epidemia silenciosa.
Comissão de Controlo de Infeção
do ACeS Porto Oriental
28 de abril - dia mundial da Segurança e
Saúde no Trabalho (SST). Nós, trabalhado-
res do setor da saúde, fazemos face a uma
série de atividades e ambientes que consti-
tuem uma ameaça para a nossa saúde,
colocando-nos por vezes em risco de doen-
ça profissional ou de acidente de trabalho.
A natureza da nossa atividade obriga a
que a saúde e a segurança constituam uma
prioridade. Entre os riscos a que os traba-
lhadores do setor da saúde estão expostos
contam-se:
Riscos biológicos, como infeções causadas
por picadas de agulhas;
Riscos químicos, incluindo medicamentos
utilizados no tratamento do cancro e desin-
fetantes;
Riscos físicos, como a radiação ionizante;
Riscos ergonómicos, por exemplo, a movi-
mentação de doentes;
Riscos psicossociais, incluindo a violência e
o trabalho por turnos. (In, Agencia Euro-
peia para a SST) O Serviço de Segurança e Saúde no Tra-
balho da ARS Norte, IP comemora este dia
promovendo um evento “Um Olhar dos
Profissionais”, no Hospital Magalhães de
Lemos, dirigido a todos os trabalhadores,
no dia 29 de abril. (ver site da ARS Norte,
IP)
Lígia Monteiro
“Nos dias 7 e 8 de fevereiro, profissionais
de saúde e instituições parceiras com inter-
venção na área do ACeS Porto Oriental,
encontraram-se para debater e partilhar
saberes e experiências no âmbito da saú-
de pública e reforçar a importância das
parcerias no sentido de em conjunto presta-
rem um serviço de maior qualidade a toda
a população. Foram dois dias de intensos
debates sobre diversos temas sobre as
crianças e jovens, um novo olhar sobre o
envelhecimento e o isolamento e finalmente
uma abordagem sobre o ambiente e saú-
de. Dependências esteve presente no
encontro e entrevistou Eduarda Ferreira,
médica do ACeS Porto Oriental.
Como surgiu a ideia de juntar sinergias
para a intervenção? Eduarda Ferreira (EF)
– Esta ideia surgiu do trabalho que vai
sendo feito na comunidade, com os diferen-
tes parceiros, quando atingimos aquela
fase em que todos nos conhecemos. Há
figuras de referência. Há partilhas em ter-
mos de objetivos que respeitam o trabalho,
a instituição e a independência de cada
um, mas já há um trabalho conjunto para
atingirmos um mesmo fim. Chegou a altura
de partilhar saberes e experiências, de
comunicarmos aos outros e, entre nós, aqui-
lo que vamos fazendo, porque quando
estamos na nossa casa, nem sempre conse-
guimos valorizar o trabalho que cada um
desenvolve. Por outro lado, articular o tra-
balho com os outros. Não podemos conti-
nuar a trabalhar de costas voltadas, temos
de potenciar os recursos e saber partilhar
os problemas e as dificuldades. É isto o que
nós chamamos de sinergias para uma inter-
venção em rede. E só assim poderemos
obter os melhores resultados.” (http://
www.dependencias.pt/ Dependências
Revista Dependências “Parcerias para a inclusão”
Número 2 Abril de 2013 5
MÃO LIMPA,
MÃO SEGURA Mãos mágicas, as dos profissionais de saú-
de, contudo do ponto de vista epidemioló-
gico são veículo de transmissão da Infecção
Associada aos Cuidados de Saúde (IACS).
Epidemia silenciosa com consequências
indesejáveis na prestação de cuidados.
As campanhas levadas a cabo pela Orga-
nização Mundial de Saúde e pela Direcção
-Geral da Saúde reforçam a importância
da lavagem das mãos. Um método clássico,
universal e eficiente, reconhecido como
procedimento elementar na prevenção das
IACS.
São necessários pelo menos cinco anos de
uma campanha sustentada de higiene das
mãos para diminuir as taxas de prevalên-
cia.
Actualmente o conceito de higienização das
mãos aplica-se à lavagem e à desinfecção
alcoólica. Tem como finalidade remover
sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células
descamativas e flora microbiana da pele.
Higienizar as mãos é esfregar energica-
mente ambas as superfícies, incluindo
dedos e punhos (Figura 1 – Higienização
simples das mãos).
Os locais das mãos mais frequentemente
colonizados e onde os cuidados com a
lavagem devem ser maiores são: unhas,
zonas interdigitais, punhos e palmas. É
importante para a eficácia da técnica
remover todos os objectos de adorno, usar
unhas curtas e limpas, não usar unhas de
gel, postiças e/ou vernizes.
A higienização das mãos assenta no mode-
lo conceptual dos “cinco momentos” e sime-
triza indicações/tempos, tidos como pontos
de referência, a saber: antes e após o con-
tacto com o doente; antes de procedimen-
tos limpos ou assépticos; após exposição a
fluidos orgânicos; após contacto com o
ambiente envolvente do doente.
Tornar os ambientes de saúde seguros é um
imperativo de todos os profissionais garan-
tindo que os Cuidados de Saúde prestados
à comunidade estão em boas mãos, em
mãos seguras.
Links:
Direcção-Geral da Saúde, Campanha da Higie-
ne das Mãos:
http://www.dgs.pt/ms/3/default.aspx?
pl=&id=5514&acess=0
Referências Bibliográficas:
Circular Normativa n.º 13/DQS/DSD de
14/06/2010: Orientação de Boa Prática para
a Higiene das Mãos nas Unidades de Saúde,
Direcção-Geral da Saúde, Lisboa 2010
Campanha Nacional de Higiene das Mãos -
Relatório 2010-2011, Departamento da Quali-
dade em Saúde, Direcção-Geral da Saúde,
Lisboa
Bruno Morrão, Elsa Santos, Lígia Monteiro,
Maria Clotilde Moutinho, Mariana Mota,
Susana Torres
Figura 1- Higienização simples das mãos
Número 2 Abril de 2013 6
1. Tendo recebido a nossa Newsletter leu o seu conteudo?
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18%
7% 2%
todo a maioria pequenos excertos não li
3 - Na generalidade que avaliação faz?
55%
43%
2%
gostei muito gostei não se aplica
3 - Na generalidade que avaliação faz?
55%
43%
2%
gostei muito gostei não se aplica
A reciclagem visa contemplar a preservação
dos recursos naturais através do reprocessa-
mento dos resíduos, a fim de reduzir a sua
quantidade. O Projeto Reciclagem dos Resí-
duos Sólidos Urbanos no ACeS, consideran-
do este objetivo, necessita da adesão dos
profissionais de saúde intervenientes, bem
como de outros serviços, neste caso, o Eco-
fone (Lipor).
O presente projeto surgiu no âmbito de um
pré projeto realizado pela Unidade de
Saúde Familiar de Arca D’Água, tendo o
propósito de aumentar a reutilização e a
reciclagem do papel/cartão e embalagens
de plástico/metal.
Após despacho da Exma. Diretora Executi-
va, Dr.ª Dulce Pinto, este será alargado
numa primeira fase às unidades funcionais
do edifício do Vale Formoso e numa segun-
da fase às restantes unidades.
Associado à finalidade do projeto, assenta
o perigo para a saúde pública da má ges-
tão dos resíduos, no risco de propagação
de doenças e na sustentabilidade dos
recursos naturais.
É de extrema importância que todos os
profissionais de saúde adiram a esta medi-
da, promovendo a triagem dos resíduos
produzidos no local de trabalho.
“Separar é Valorizar”
Filipa Esteves e Margarida Lopes
Estagiárias de Saúde Ambiental
Reciclagem dos Resíduos Sólidos Urbanos no ACES
“A importância da adesão dos profissionais de saúde”
O que queres ser quando fores grande? O que queres ser quando fores grande?
Quantas vezes todos nós ouvimos e respon-
demos a esta pergunta? Eu sempre respon-
di prontamente – “Quero ser Médica!”.
Agora, recém formada em Medicina outras
questões se colocam – “Que tipo de medi-
cina quero eu exercer? Que contributo pos-
so eu dar à sociedade? Onde serei eu mais
válida?”. Com estas dúvidas existenciais,
surge mesmo a calhar o 1º ano de interna-
to (Internato de Ano Comum – no qual me
incluo), tal qual ano sabático, dedicado a
apreender o máximo da prática clínica e
decidir que futuro seguir.
Foi neste contexto que tomei contacto com
os cuidados de saúde primários, os quais
durante a nossa formação básica são
menos valorizados e pouco aprofundados.
O dia-a-dia de um médico de Medicina
Geral e Familiar (MGF) e a equipa que
com ele trabalha, as problemáticas com
que se debate, a constante pressão dos
números, dos objectivos a cumprir. E o
doente onde fica? Fica exposto, sem res-
postas, só com o seu sofrimento e preocu-
pações, nos escassos 10 minutos de consul-
ta, nos quais parece ser mais importante
inserir as intermináveis listas de diagnósti-
co, passar receitas e atestados.
Nos 2 meses que passei na MGF debati-me
com estas questões e vi profissionais
excepcionais que multiplicam o tempo,
abdicam dos seus interesses e conseguem,
apesar das contrariedades, fazer o impos-
sível e oferecer à sua população o melhor
dos cuidados disponíveis.
Um mês na Unidade de Saúde Pública,
uma equipa, sem dúvida, multidisciplinar,
dedicada, empenhada, capaz de dar o
melhor de si aos outros. Foi o mês em que,
pela primeira vez em 7 anos de formação
superior, tive contacto directo com estas
realidades, do preservar a saúde global,
da prevenção, do intervir a montante, do
trabalhar no campo com os mais desfavo-
recidos, mais desprotegidos, com menos
capacidades de aceder a outros tipos de
cuidados. Tomei, assim conhecimento de
outra realidade, para a qual muitas vezes
estamos tão pouco sensibilizados, e que
tanta diferença faz para tantos, mesmo
que de modo velado.
Não tenho como não apresentar o testemu-
nho de alguém, que pela primeira vez tra-
balha neste ACeS, e que se surpreende
com o esforço de um grupo de pessoas,
que mesmo em
“crise” colabo-
ra, quase como
um todo, para
criar um Portu-
gal melhor.
Sara Pires da Silva
(ex-Interna do Ano Comum;)
Número 2 Abril de 2013 7
1. Tendo recebido a nossa Newsletter leu o seu conteudo?
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todo a maioria pequenos excertos não li
3 - Na generalidade que avaliação faz?
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gostei muito gostei não se aplica
FICHA TÉCNICA
Coordenação: Rosa Mansilha
Direção: Ana Peixoto, Luís Cunha, Mariana Mota, Sandra Almeida
Edição: Ana Peixoto
Edição de Imagem: Margarida Azevedo
Colaboradores: Eduarda Ferreira, Hélder Machado, Isabel Moita, Lígia
Monteiro, Margarida Horta, Maria Clotilde Moutinho, Maria de Lurdes
Maio, Mónica Mata, Natália Silva, Olga Monteiro, Patrícia Andrade, Paula
Gonçalves, Susana Torres
E-mail: [email protected]
Morada: Rua Vale Formoso, 466, 4200- 510 Porto;
Telefone: 228 347 363
3 - Na generalidade que avaliação faz?
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gostei muito gostei não se aplica
5 - Gostaria de colaborar connosco na elaboração da nova
edição?
37%
26%
37%
sim talvez não
No dia 31 de outubro de 2012, a equipa da Área da Comunicação
da Unidade de Saúde Pública do ACeS Porto Oriental lançou a 1ª
edição da sua Newsletter – “INSaúde”, dirigida a todos os profis-
sionais deste ACeS, com o objetivo de partilhar informação útil no
âmbito da saúde pública. Em 22/11/2012 efetuou-se a avaliação
desta 1ª edição (e-mail enviado aos profissionais do ACeS).
Resultados: O Universo é constituído por 319 profissionais e a
amostra por 44 respondentes (13,8%). A recolha da informação foi
feita através do preenchimento de um questionário on-line, contendo
5 perguntas fechadas e 1 aberta:
1-Tendo recebido a nossa Newsletter, leu o seu conteúdo?; 2-
Considerou as notícias publicadas pertinentes?; 3-Na generalidade,
que avaliação faz?; 4-Gostaria de receber a próxima edição da
Newsletter?; 5-Gostaria de colaborar connosco na elaboração da
nova edição?
Relativamente à questão nº4, todos os respondentes disseram que
sim.
Agradecemos a todos a preciosa colaboração, nomeadamente nas
sugestões enviadas que teremos em consideração em futuras edi-
ções.
Avaliação da 1ª Newsletter
1. Tendo recebido a nossa Newsletter leu o seu conteudo?
73%
18%
7% 2%
todo a maioria pequenos excertos não li
2 - Considerou as notícias publicadas pertinentes?
39%
52%
7% 2%
todas a maioria poucas não se aplica