Infecções respiratórias virais em neonatos com suspeita de sepse tardia:

um COORTE prospectivo

Claudia Giselle Santos Arêas1, Renato Vilhena de Oliveira2, Elaine Karoline Lima Rosa3, Larise Santana Chaves4, Murilo Botelho Soares de Brito5, Samara Tamires de Sousa Khoury6, Mirleide Cordeiro dos Santos7, Wyller Alencar de

Mello8, Irna Carla do Rosário Souza Carneiro9

1 Disciplina Saúde da Criança e do Adolescente, Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém (PA), Brasil.

2-6Curso de Medicina, Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém (PA), Brasil.

7,8Laboratório de Virus Respiratórios, Instituto Evandro Chagas – IEC - Belém (PA), Brasil.

9Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará – UFPA - Belém (PA), Brasil

OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a ocorrência de infecções por vírus respiratórios em crianças com suspeita de sepse tardia em hospital que é referência em medicina neonatal da região Norte do Brasil.. MÉTODO: Em um estudo prospectivo, neonatos foram submetidos a testes para diagnóstico de infecções virais, bem como culturas de sangue e outros espécimes clínicos para crescimento bacteriano e fúngico. Todos os recém-nascidos apresentaram pelo menos um episódio sugestivo de sepse tardia. A detecção viral foi realizada através da Reação em Cadeia mediada pela Polimerase precedida de Transcrição Reversa em tempo real (qRT-PCR), dos aspirados da nasofaringe e de secreções brônquicas. Os testes de biologia molecular eram realizados uma vez por semana, e direcionados para Influenza A, Influenza B, Vírus Respiratório Sincicial, Metapneumovírus Humano, Adenovírus, Bocavírus, Coronavírus (subtipos 229E, HKU1, OC43, NL63), Rinovírus, Parainfluenza 1, 2 e 3. RESULTADOS: Entre maio de 2015 e maio de 2016, 57 pacientes foram estudados. As amostras semanais eram colhidas enquanto os neonatos se mantivessem em assistência ventilatória invasiva, quando em unidade de terapia intensiva, e enquanto mantivessem sintomas sugestivos de infecção respiratória viral, se internados em unidades intermediárias (berçários). Cinco crianças foram diagnosticadas com infecção respiratória viral (três casos de rinovírus, um caso de Influenza B e um de adenovírus), e sete tiveram pelo menos uma cultura positiva (quatro apresentaram hemoculturas positivas para fungos, dois com hemoculturas positivas para bactérias, e um com culturas de líquor positivas para bactéria). Não houve nenhum caso de co-infecção viral-bacteriana comprovada. CONCLUSÃO: Vírus respiratórios podem ser diagnosticados em considerável número de neonatos com sepse

tardia suspeitada. Futuros estudos devem estabelecer a importância dos mesmos na evolução dessas crianças.