Upload
others
View
6
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM UM LATOSSOLO, SOB CHUVA DE ALTAINTENSIDADE, EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO
AMAURI ANTUNES BARCELOS(Engenheiro Agrônomo - UFSM)
---CIP - CATALOOA AO INTERNACIONAL NA PUBLICA AO
B242i Barcel05. Amauri Antunes Infiltra<;40 de agua em um lal05sol0. sob chU\'a de alta intensidade. em diferentes
sistemas de manejo I Amauri Antunes Barcelos. - Porto Alegre: UFRGS. 1996.
Disserta.ao (Mestrado) - Unh'crsidade Federal do Rio Grande do SuI. Programa de P6s-Gradua.,ao em Agronomia. Curso de Pos-Gradua,ao em Ciencia do Solo. Porto Alegre. 1996. -
I. FisiC3 do solo: lnftltra.ao. I. Titulo.
CDD: 631.43 CDU: 631.432
Cataloga.ao na publica<;40: Bibliotcca Setoria! cia Faculclade de Agronomia cia UFRGS
, \
AMAURI ANTUNES BARCELOS Engo Agr O (UFSM)
DISSERTA~O
Submetida como parte dos requisitos
para obten9ao do Grau de
MESTRE EM CIENCIA DO SOLO
Programa de Pos-Gradua9ao em Agronomia
Faculdade de Agronomia
Universidade Federal do Rio Grande do SuI
Porto Alegre (RS), Bra~il
Aprovado em: 03.0 Pela Banca Examin
ELEMAR
996 ra
DO SOLO
OM«rtr~(£ G- NCIA 0 screo
JONG V LIER CPG~CIA DO SOLO
~.~~ / Jost( ELOIR tlElUffi!JIN
CN~igo-EMBRAPA
Homologado em: 20.05.1996 Por
~~~. LUIZ ~:EDERiz;I Coordenador do Programa de pos-Gradua9ao em Agronomia
L~R~?f:t:~ Diretor da Fa~id:~! de Agronomia
iii
Dedico este trabalho ao meu
irmao Rodrigo que, com sua
presen~a, uniu nossa familia e
estimulou-me a prosseguir no
caminho.
AGRADECIMENTOS
Ao professor E.A. Cassol, por sua orientac;ao e amizade no decorrer do curso
e durante a realizac;ao deste trabalho.
Ao pesquisador J.E. Denardin por ter aberto as portas da EMBRAP A -CNPT
para a realizac;ao do trabalho, pelo seu envolvimento pessoal nas atividades e pelas
sugestoes apresentadas.
Aos demais professores do Departamento de Solos da Faculdade de
Agronomia da UFRGS.
A CAPES pela bolsa de estudos, 11 EMBRAPA:CNPT pela oportunidade de
desenvolver 0 trabalho e ao Projeto METAS pelo apoio financeiro.
Aos companheiros da EMBRAPA-CNPT Luiz Alberi, Portaiicio, Miorando,
Nelson e Gaudencio (pela colaborac;ao nos trabalhos de campo), Eraci, Miro, Sr. Edu,
Juarez, Ana e Ma Tereza (acompanhamento dos trabalhos de laborat6rio) pela
convivencia cordial e amizade criadas no decorrer da realizac;ao do trabalho.
A colaborac;ao da equipe dos Laborat6rios de Fisica do solo e Quimica
Agricola da FEPAGRO, que nao merliu esforc;os para 0 born funcionamento dos
equipamentos e realizac;ao das arullises, de modo especial 11 Ora. Leda, Jairo e Paulo.
Ao Finamor, Jose, Actio, Jorge, Flavia e Maria, pela maneira simples de ser
e por estarem sempre dispostos a colaborar na tentativa de contornar os problemas, que
nao foram poucos.
A todos os colegas pela amizade e troca de experiencias, a1em de muito
trabalho, acompanhado por alguns momentos de descontrac;ao.
Ao "seu" Martin e a "Dona" Darci, meus pais, que foram fundamentais para
que esse momento fosse alcanc;ado, pois transmitiram, no decorrer da nossa convivencia,
a importiincia da honestidade, da responsabiJidade e, principalmente, da necessidade de
perseguir-se urn objetivo. Esta tambem e uma forma de realizac;ao para eles.
A Carla, pela sua perseveranc;a em acreditar, estimular e compreender nos
momentos mais diffceis, fazendo com que houvesse a certeza de que 0 novo dia
apresentaria cores mais vivas e brilhantes. A sua participac;ao foi essencial para que esse
trabaIho ganhasse forma e, posteriormente, se materializasse.
iv
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM UM LATOSSOLO, SOB CHUVA DEALTA INTENSIDADE, EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO&/
AUTOR: Amauri Antunes Barcelos ORIENTADOR: Prof. Elemar Antonino Cassol
SINOPSE
A taxa de infiltração de água é uma característicaque reflete as condições físicas do solo, principalmentequanto à sua qualidade estrutural. Um estudo de campo foirealizado em Passo Fundo, em área da EMBRAPA-CNPT com o obje-tivo de relacionar as condições físicas gerais e diferentescoberturas com a taxa de infiltração de água no solo, quandoeste é submetido por longo prazo a diferentes sistemas de ma-nejo. Em um Latossolo vermelho escuro cultivado com milho sobos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivomínimo (CM) e sistema plantio direto (SPD) aplicou-se chuvasimulada de 120 mm/h, 45 dias após a semeadura do milho (1'época), após a sua colheita (2' época) e após a semeadura deaveia (3' época), sobre parcelas de 0,81 m' distribuídas den-tro de macroparcelas com os diferentes sistemas de manejo.Das características físicas avaliadas, a macroporosidade, na3' época, foi aquela que melhor mostrou as diferenças provocadas pelos sistemas de manejo. Na 2' época, nos 3 sistemas de manejo, ocorreu um aumento na densidade do solo, evidenciando a consolidação na camada trabalhada. O SPD reteve maior volume de água no solo e apresentou os maiores valores de DMP (3,74 mm) e teor de carbono (0,0187 Kg/Kg). O percentual de cobertura do solo relacionou-se diretamente com a taxa de infiltração de água no solo. As maiores taxas de infiltração ocorreram no sistema de manejo em cultivo mínimo.
WATER INFILTRATION IN AN OXISOL UNDER HIGH RAINFALL INTENSITY IN DIFFERENTS SOIL TILLAGE SYSTEMS
AUTHOR: Amauri Antunes Barcelos ADVISER: Prof. Elemar Antonino Cassol
SUMMARY
Soil water infiltration rate perhaps is the soilcharacteristic that best reflects the general soil physicsconditions, especially the estructural quality. A field studywas conducted in an oxisol at the EMBRAPA-CNPT, Passo Fundo, with the objective to evaluate the relationship of the general soil physics conditions and the surface soil coverwith the soil water infiltration rate, under long-term soiltillage systems. A simulated rainfall with intensity of 120mm/h was applied 45 days after corn sowing (1st run), immediately after the corn harvest (2nd run) and immediatelyafter oat sowing (3rd run), in small plots of 0.81 m2 areainside large plots where was conducted the tillage system inconventional tillage (PC), minimum tillage (CM) and no-tillage (SPD). Among the tested physics characteristics themacroporosity, at the 3rd run, was the only one that showeddifferences due to the soil tillage systems. In all soiltillage system, the soil density reached the highest value bythe 2nd run, showing a soil consolidation in the tilledlayer. Among the different soil tillage systems, the SPDretained the highest volume of water and showed the highestvalue of organic carbon (0.0187 Kg/Kg) and the best soilaggregate stability (DMP 3.74 mm). The percentage of soilresidue cover was correlated with the soil water infiltrationrate. The minimum tillage system showed the highest waterinfiltration rates.
SUMARIO
Pagina
1. INTRODm;::AO • . • • '. • 1
2. REVISAO BIBLIOGRAFICA 5 2.1. sistemas de manejo e suas rela90es com as
condi90es fisicas do solo • . • . • . • . •. 5 2.1.1. Preparo convencional e manejos conser-
vacionistas •.......•.•.. 5 2.1.2. A9ao dos metodos de preparo sobre as
propriedades fisicas do solo . . • " 6 2.1.3. Influencia dos metodos de manejo sobre
a infiltra9ao de agua no solo e 0 es-co amen to superficial . .•. 11
2.2. Modelos de infiltra9ao de agua no solo 15 2.2.1. Equa9ao de Kostiakov . . • . . 16 2.2.2. Equa9ao de Horton . . • • . • • 17 2.2.3. Modelo de infiltra9ao de Green e Ampt 18 2.2.4. Modelo de infiltra9ao de Philip 20
3. MATERIAL E METODOS • . . • • . • . • . • . 21 3.1. Descri9ao geral da area experimental 21
3.1.1. Localiza9ao e solo. . . . • • 21 3.1.2. Hist6rico da area experimental 22
3.2. Tratamentos . • • • • • . . . • . • . 23 3.3. Determina90es dos atributos fisicos do solo 24
3.3.1. Densidade do solo e porosidade do solo. 25 3.3.2. Curva de reten9ao de agua no solo 27 3.3.3. Estabilidade de agregados em agua 27 3.3.4. Distribui9ao de tamanho das particulas
primarias do solo •• . • • • . • •. 28 3.3.5. Teor de carbono organico do solo. •• 29
3.4. Determina9ao do percentual de cobertura do solo e da quanti dade de palha na superficie do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 29
3.5. Testes de infiltra9ao de agua no solo •.. , 30 3.5.1. Descri9ao do mini-simulador de chuvas 30 3.5.2. Unidade experimental .••••. 33 3.5.3. Avalia9ao da intensidade da chuva si-
mulada • . • . • . . . • . • • . • 34
vii
Pagina
3.5.4. Ajuste de dados .......•. 34 3.5.5. Avalia9ao da taxa de infiltra9ao de
agua no solo e do escoamento superfi-cial .•••.•.......... 35
3.6. Ajuste de modelos matematicos para descri9ao da infiltra9ao acumulada, da infiltra9ao de agua no solo e da taxa de enxurrada 37
3.7. Analise estatistica 39
4. RESULTADOS E DISCUSSAO . 40 4.1. Teor de carbono organico do solo 40 4.2. Densidade e porosidade do solo 42 4.3. Estabilidade dos agregados em agua 51 4.4. Curva de reten9ao de agua no solo. 53 4.5. Percentual de cobertura do solo por residuos
culturais e quantidade de palha na superficie do solo . . . . . . . . .. ....... 56
4.6. Taxa de infiltra9ao de agua no solo e infil-tra9ao acumulada . . . •. ...• 59 4.6.1. Teste realizado aos 45 dias apes a se
meadura do milho - l' epoca • • • •• 59 4.6.2. Teste realizado ap6s a colheita do mi-
lho, com os residuos na superficie do solo - 2' epoca .•...••.••• 66
4.6.3. Teste realizado ap6s a semeadura da cultura de aveia - 3" epoca 73
4.7. Taxa de enxurrada 83
5. CONCLUSQES . 93
6. SUGESTQES PARA NOVOS TRABALHOS NESSA LINHA DE PES-QUISA . . • . • . • . • . 94
7. REFER~NCIAS BIBLIOGRAFICAS 96
8. AP~NDICES 103
9. VITA. . • 112
viii
RELAc;AO OE TABELAS
1. Sistema de rota9ao de culturas utilizado na area experimental no decorrer dos ultimos dez anos, nos
Pagina
periodos de inverno e de verao. EMBRAPA-CNPT. 22
2. Teor de carbono organico, nos sistemas de manejo, em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPO), em tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tras profundidades. Cada valor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT. ••••••.••.••• 41
3. Oensidade do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPO), em tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tras profundidades. Cad a valor e uma media de tras repeti-90es. EMBRAPA-CNPT. ••• •••••• • • •• 43
4. Porosidade total do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPO), em tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tras profundidades. Cad a valor e uma media de tras re-peti90es. EMBRAPA-CNPT. • . • • . • • • • •. 45
5. Macroporosidade do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPO), nas tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tras profundidades. Cada valor e uma media de tras re-peti90es. EMBRAPA-CNPT. • • • • . • • • • •. 47
6. Microporosidade do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPO), nas tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tras profundidades. Cada valor e uma media de tras re-peti90es. EMBRAPA-CNPT. • ..••••. , 50
ix
7. Rela9ao entre as medias, p~r profundidade, de microporos/macroporos apresentadas pelos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD). EMBRAPA-
Pagina
CNPT.. . . . . • . . . . . . • • . . • . • . . 51
8. Diametro medio ponderado de agregados do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD) em tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/ 1995) e em tras profundidades. Cada valor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT. ••.•• 52
9. Percentual de cobertura do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo mini-mo (CM) e sistema plantio direto (SPD)em tras epo-cas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995). Cada valor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT. 57
10. Quantidade de ~alha na superficie do solo, nos sistemas de mane]o em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto(SPD) em tras epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril /1995). Cada valor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT. . • • • • . • . • . • • • • . • •. 57
11. Taxa con stante de infiltra9ao (TCI), coeficiente de infiltra9ao (CI), infiltra9ao acumulada (Ia), coeficientes de ajuste e determina9ao da equa9ao representativa da infiltra9ao acumulada (equa9ao 9), nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), na 1" epoca (novembro/1994). Cada valor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT. . . • . . . . . . .. ..•.•.•.•. 61
12. Taxa constante de infiltra9ao (TCI), coeficiente de infiltra9ao (CI), infiltra9ao acumulada (Ia), coeficientes de ajuste e determina9ao da equa9ao representativa da infiltra9ao acumulada (equa9ao 9), nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), na 2" epoca (mar90/1995). Cada va-lor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT. 69
x
13. Taxa constante de infiltrayao (TCI), coeficiente de infiltrayao (CI), infiltrayao acumulada (Ia), coeficientes de ajuste e determinayao da equayao representativa da infiltrayao acumulada (equayao 9), nos sistemas de manejo em prepar~ convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPO), na 3" epoca (abril/1995). Cada va-
Pagina
lor e uma media de tres repetiyoes. EMBRAPA-CNPT. 74
14. Taxa constante de enxurrada (TCE) e coeficiente de enxurrada (CE), para os sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPO), nas tres epocas (novembro/1994, maryo/1995 e abril/1995). Cada valor e uma media de tres repetiyoes. EMBRAPA-CNPT. ••...•.......•....•.. 87
xi
RELA«;AO DE FIGURAS
1. vista parcial da area experimental, apresentando em primeiro plano 0 con junto de equipamentos necessarios para a realiza9ao dos testes de infiltra9ao de agua no solo, constituido pelo minisimulador de chuvas, 0 pulverizador agricola e a
Pagina
fonte auxiliar de agua. .....•••••. 32
2. vista de uma das unidades experimentais durante a realiza9ao de um dos testes de infiltra9ao de agua no solo, detalhando a posi9ao dos pluviometros utilizados para a avalia9ao da intensidade de chu-va. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3. vista do vertedouro, utilizado para coamento superficial, posicionado das unidades experimentais. . ••
avaliar 0 esabaixo de uma
4. Curva de reten9ao de agua no solo, nos tras siste-
36
mas de manejo, preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPO), com amostras coletadas na I" epoca (novembro/1994), sendo cada valor a media das profundidades de 0-10 10-20 e 20-30 cm. EMBRAPA-CNPT. •.••••••. 54
5. Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada no prepar~ convencional, na I" epoca, aos 45 dias ap6s a semeadura da cultura do milho (novembro/1994). EMBRAPA-CNPT. 60
6. Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no cultivo mini-mo, na I" epoca, 45 dias ap6s a semeadura da cultura do milho (novembro/1994). EMBRAPA-CNPT. • •• 63
7. Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no sistema plantio direto, na I" epoca, 45 dias ap6s a semeadura da cultura do milho (novembro/1994). EMBRAPA-CNPT. 65
xii
8. Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no preparo convencional, na 2" epoca, apes a colheita da cultura
pagina
do milho, com os residuos na superficie do solo (maryo/1995). EMBRAPA-CNPT. ...•....... 68
9. Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no cultivo minimo na 2" epoca, apes a col he ita da cultura do milho com os residuos na superficie do solo (maryo/1995) EMBRAPA-CNPT. ....••.. ......... 70
10. Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no sistema plantio direto, 2" epoca, apes a colheita da cultura do milho com os residuos na superficie do solo (maryo/1995). EMBRAPA-CNPT.. ••.•..... 72
11. Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no preparo convencional, 3" epoca, apes a semeadura da cultura de aveia (abril/1995). EMBRAPA-CNPT. . . •. 75
12. Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no cultivo mini-mo, 3" epoca, apes a semeadura da cultura de aveia (abril/1995). EMBRAPA-CNPT. . • • . . . .. 78
13. Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no sistema plantio direto, 3" epoca, apes a semeadura da cultura de aveia (abril/1995). EMBRAPA-CNPT.. . . . . .. 80
14. Taxa de enxurrada estimada (TEx) , durante os 90 minutos de chuva, nos tras sistemas de manejo, na 1" epoca (novembro/1994), 45 dias apes a semeadu-ra da cultura do milho. EMBRAPA-CNPT. • • • • •• 84
15. Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nos tras sistemas de manejo, na 2" epoca (maryo/1995), apes a colheita da cultura do milho, com os residuos na superficie do solo. EMBRAPA-CNPT. • • • • • • • • • • • • • • • • •• 85
16. Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nos tras sistemas de manejo, na 3" epoca (abril/1995), apes a semeadura da cultu-ra de aveia. EMBRAPA-CNPT. •.•.••.... 86
xiii
Pagina
17. Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nas tres epocas de ap1ica9ao de chuva simu1ada (novernbro/1994, mar90/1995 e abri1/ 1995) no preparo convenciona1. EMBRAPA-CNPT. 89
18. Taxa de enxurrada estimada (TEX), durante os 90 minutos de chuva, nas tres epocas de ap1ica9ao de chuva simu1ada (novernbro/1994, mar90/1995 e abri1/ 1995) no cu1tivo minimo. EMBRAPA-CNPT. • .• 90
19. Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nas tres epocas de ap1ica9ao de chuva simu1ada (novernbro/1994, mar90/1995 e abri1/ 1995) no sistema p1antio direto. EMBRAPA-CNPT. 91
xiv
1. INTRODU~O
o solo e um meio poroso e heterogeneo, apresentando
propriedades que pod em se alterar com 0 manejo e com 0 tempo.
A infiltrac;:ao de agua no solo e um £enomeno fisico que
consiste na entrada de agua atraves da superficie do solo,
podendo ser influenciada pelas caracteristicas intrinsecas do
solo e pelo modo como a agua atinge sua superficie. Condic;:oes
ambientais, tais como umidade, cobertura vegetal, atividade
bio16gica, rugosidade superficial e declividade, entre
outras, tambem podem afetar a infiltrac;:ao de agua no solo.
Entre as praticas de manejo, 0 preparo do solo e de
relevante importancia para a conservac;:ao do solo. Quando
realizado em condic;:oes de umidade excessiva e de forma
intensiva, pode produzir serios problemas edaficos e
economic os , em especial a degradac;:ao da estrutura do solo,
tanto superficial como subsuperficialmente. Na ocorrrencia de
chuvas intensas 0 problema se agrava, visto que a imediata
diminuic;:ao da taxa de infiltrac;:ao e 0 aumento do escoamento
superficial ocasionam aumentos nas perdas de solo e de agua
p~r erosao.
De maneira geral, os sistemas de uso do
utilizados atualmente, precisam ser modificados.
solo,
Tais
2
mudanc;:as passam pela transformac;:iio das condic;:oes da
superficie do solo, atraves do aumento de sua cobertura
vegetal, viva ou morta, e do uso de sistemas de rotac;:iio de
culturas, com 0 intuito de melhorar a qualidade estrutural do
solo. conceitualmente, uma boa qualidade estrutural reflete
uma adequada porosidade, a qual favorece condic;:oes ao
des envoI vimento de raizes, ao armazenamento de agua e a
capacidade de infiltrac;:iio de agua no solo. -
A partir do momento em que 0 manejo conservacionista
passa a ser uma rotina na propriedade rural, as perdas de
solo por erosiio tornam-se insignificantes. Entretanto, em
eventos de chuva com alta intensidade, mesmo que as perdas de
solo sejam insignificantes, as perdas de agua podem tornar-se
um problema, se 0 escoamento superficial niio for manejado de
forma correta. A ause!ncia de estruturas para 0 manejo da
enxurrada que escoa na superficie do solo em areas com
elevada decli vidade pode ocasionar condic;:oes para que 0
escoamento superficial adquira alta velocidade, elevando a
capacidade de transporte do fluxo superficial, podendo
conduzir sedimentos sob a palha, alem de desloca-la, expondo
a superficie do solo a ac;:.3.o direta das gotas de chuva. 0
escoamento superficial tambem pode contaminar cursos d'agua
com agroquimicos que permanecem na superficie do solo e que
correm 0 risco de serem transportados para estes mananciais.
No estado do Rio Grande do SuI, onde 0 regime hidrico
e elevado, ha possibilidade de ocorrencia freqOente de chuvas
com alta intensidade, especialmente nas regioes fisiograficas
3
do Planalto Medio, do Alto Uruguai e das Missoes, os sistemas
conservacionistas de manejo de solo ja se tornaram praticas
intensamente difundidas e adotadas. Isso ocorreu devido a
aQoes eficientes e competentes dos 6rgaos de pesquisa, de
ensino e de assistencia tecnica, junto aos agricul tores.
Atualmente, varios sistemas de manejo de solo sao utilizados
nas lavouras dessas regioes do Estado, com diferentes
comportamentos quanto a infiltraQao de aqua no solo.
Com base nas consideraQoes apresentadas, foi possivel
formular as seguintes hip6teses de trabalho:
1. A infiltraQao de agua no solo varia nos diferentes
sistemas de manejo, em funQao dos obstaculos ao livre
escoamento da agua e da qualidade estrutural do solo
(reflexo das suas caracteristicas fisicas).
II. Sob aQao de chuvas de alta intensidade, a menor mobiliza
Qao do solo que ocorre nos manejos conservacionistas,
especialmente no sistema plantio direto, proporciona con
diQoes para que haja uma reduQao na taxa de enxurrada, em
rela9ao ao preparo convencional.
Na tentativa de validaQao destas hip6teses foi
conduzido 0 presente trabalho, testando as taxas de
infiltraQao de agua e de enxurrada em diferentes sistemas de
manejo de solo, com os seguintes abjetivos:
4
I. Avaliar a quantidade de palha e 0 percentual de cobertura
da superficie do solo por residuos de culturas, e
determinar atributos fisicos do solo, em diferentes
sistemas de manejo.
II. Quantificar os val ores das taxas de infiltra9ao de agua
no solo e da taxa de enxurrada em diferentes sistemas de
manejo do solo.
2. REVISAO BIBLIOGRAFlCA
2.1. sistemas de manejo e suas rela90es com as
condi90es fisicas do solo
2.1.1. Preparo convencional e manejos conservacio
nistas
o preparo convencional do solo envolve lavra e
gradagens, corn incorpora9ao de restos culturais. A mobiliza-
9ao do solo e intensa, compactando-o e expondo-o a a9ao dos
agentes erosivos. Nessas condi90es, ern solos de determinada
textura e estrutura, quando da incidencia de chuvas intensas,
forma-se urn selo superficial que, quando seco, transforma-se
ern crosta, diminu1ndo a infiltra9ao de agua no solo e
facilitando 0 processo erosive (DALLA ROSA, 1981).
Manejo adequado do solo foi definido por HUDSON
(1981) como sendo 0 uso mais intenso e produtivo que 0 solo
pode suportar sem sofrer degrada9ao. Para que 0 manejo do
solo seja racional, deve-se escolher e usar as areas mais
aptas para cada atividade agricola a ser desenvolvida.
o preparo do solo voltado para a sua conserva9ao,
evitando danos por erosao, e frequentemente denominado de
preparo conservacionista de solo. De acordo corn DERPSCH et.
al. (1991),0 preparo conservacionista do solo e 0 procedimento
6
pelo qual forma-se uma cobertura marta na superficie do solo,
pela nao incorpora<;:ao total dos restos cuI turais deixados
pelas colheitas e/ou pelas plantas usadas como adubo verde.
Para ALLMARAS & DOWDY (1985), os sistemas de manejo
de solo sao conservacionistas quando mais de 30% da
superficie do solo permanecem cobertos por restos vegetais
ap6s as apera<;:oes de preparo e de plantio.
Con forme DENARD IN (1984), para as condi<;:oes de solo,
clima e especies cultivadas anualmente sob motomecaniza<;:ao
nas regioes SuI, Centro-SuI e Centro-Oeste do Brasil, 0
manejo adequado do solo deve englobar um con junto de praticas
agricolas que proporcionem as seguintes eondi<;:oes: a) retenha
ao maximo a agua das ehuvas onde ela eneontra 0 solo;
b) incremente a veloeidade de infiltra<;:ao de agua no solo;
e) reduza a velocidade de escoamento superficial da agua nao
infiltrada no solo; d) aumente a capacidade de armazenamento
de agua no solo; e e) proporcione boas eondi<;:oes fisico
quimicas para 0 desenvolvimento das culturas.
2.1.2. AQao dos m6todos de preparo sabre as proprie
dades flsicas do solo
A estrutura do solo e reconhecida como uma caracteris
tica altamente instavel, sendo variavel no tempo e no espa<;:o e
sujeita a influencias dos fatores climaticos, da atividade
bio16giea e das praticas de manejo. A estabilizaQiio de uma
estrutura adequada ao desenvol vimento das plantas e, sem
duvida, uma das maiores metas dos sistemas conservacionistas de
7
manejo do solo (FREITAS, 1992).
A densidade do solo das camadas superficiais no
sistema plantio direto e, frequentemente, maior do que no
preparo convenciona1, embora alguns autores considerem que
nao exista essa diferenya. BLEVINS et al. (1983) nao
encontraram diferenyas na densidade do solo entre 0 preparo
convencional (1.250 Kg/m3) e 0 sistema plantio direto
(1.290 Kg/m3), em um solo cu1tivado com milho por dez anos.
Em varias estudos, nao foram observadas diferenyas na
densidade do solo entre esses dois sistemas de manejo, pois
existe um grande numero de fatores envolvidos no
comportamento da densidade do solo. Tais fatores podem ser
arranjados em quatro classes: a) solo; b) planta; c) tempo e
clima; e d) manejo do solo e das culturas, incluindo preparo
e trafego de maquinas.
Para FERNANDES et al. (1983) existe uma tendencia de
aumento da densidade do solo nas camadas superficiais (0 -
10 em), nos primeiros anos de estabelecimento do sistema
plantio direto, devido ao rearranjo natural que 0 solo tende
a apresentar quando deixa de sofrer intensas mobilizayoes
mecanicas.
Resultados obtidos por YOSHIDA et al. (1991), em
experimento realizado para verificar a ayao do preparo
convencional e do sistema plantio direto sobre as proprieda
des fisicas do solo, demonstraram que nas camadas superfi
ciais no sistema plantio direto foram encontrados os valores
mais elevados para a densidade do solo (1.410 Kg/m3) e para
8
a microporosidade (0,495 m'jm'), em relayao ao preparo
convencional, que apresentou 1.350 Kgjm' e 0,436 m'jm',
respectivamente. Entretanto, os valores de porosidade total
e de macroporosidade no sistema plantio direto foram menores
que no preparo convencional. De forma semelhante VIEIRA
(1981), trabalhando com preparo convencional e sistema
plantio direto, em um Latossolo vermelho escuro, mostrou que
a densidade do solo foi maior na camada superficial do solo
submetido ao sistema plantio direto (1.200 Kgjm') do que no
preparo convencional (1.080 Kgjm') e a microporosidade foi de
0,418 m'jm' e 0,357 m'jm', respectivamente.
Segundo DICK (1983), com 0 passar dos anos, e de se
esperar que a densidade do solo diminua no sistema plantio
direto, devido ao aumento da materia organica na camada
superficial, que favorece a um melhor desenvolvimento da
estrutura do solo.
VOORHEES e LINDSTROM (1984) relatam que sao necessa
rios, aproximadamente, tres a quatro anos para que os solos
sob manejo conservacionista desenvolvam porosidades iquais
aos solos submetidos ao preparo convencional e que, ap6s esse
perfodo de tempo, a porosidade dos solos sob manejo
conservacionista superam 0 preparo convencional.
Normalmente as camadas de maior densidade situam-se
entre 10 e 30 cm de profundidade. SIDIRAS et al. (1984)
relatam a existencia, no preparo convencional, de uma camada
com menor densidade do solo na superficie (0-10 cm), tendo
1.010 Kgjm' e um adensamento na camada logo abaixo (20-30 cm)
9
com 1.170 Kg/m'. No sistema p1antio direto, a densidade do
solo encontrada foi de 1.130 Kg/m' ate a profundidade de
25 cm.
Diferenyas na porosidade total, em profundidade e
entre 0 preparo convencional e os sistemas conservacionistas
de manejo de solo (cultivo minimo e sistema plantio direto),
tornam-se evidentes ao observar-se os resultados obtidos p~r
FERNANDES et al. (1983) que, trabalhando em uma area
cuI ti vada com milho durante 7 anos, encontraram para as
camadas de 10-20 e 20-30 cm no preparo convencional valores
menores de porosidade total (0,372 m'/m') em relayii.o ao
sistema plantio direto (0,397 m'/m'). Analisando-se os dados
em relayii.o a profundidade, verificou-se que na camada
superficial (0-10 cm) 0 cultivo minimo apresentou uma
porosidade total mais elevada (0,513 m' /m'), seguido pelo
preparo convencional (0,454 m'/m') e pelo 0 sistema plantio
direto (0,432 m'/m'). Na camada de 10-20 em 0 cultivo minimo foi
superior (0,428 m'/m'), seguido pelo sistema plantio direto
(0,416 m'/m') e pelo prepar~ convencional (0,393 m'/m').
A condutividade hidraulica saturada e mais elevada
nos solos sob os sistemas de manejo conservacionistas devido
a continuidade e a estabilidade estrutural, mesmo que estes
se apresentem em men or quanti dade que sob 0 preparo
convencional (NEGI et al. 1981). FERNANDES et al. (1983)
relatam que na camada de 0-10 cm 0 solo sob cultivo minimo
apresentou uma maior percentagem de poros com diametro
superior a 0,15 rom do que 0 solo sob prepar~ convencional e
10
sob 0 sistema plantio direto. Com relayao a profundidade de
10-20 cm, 0 sistema plantia direto apresentau a maiar
quantidade de poros com diametro superior a 0,15 rom. Nas
condiyoes do estuda desse autor, entre os sistemas de manejo
avaliados, 0 plantio direto foi 0 sistema de manejo que
apresentou um con junto de poros mais uniformes e continuos em
rela9ao a profundidade.
varios resultados experimentais ja mostraram que 0
conteudo volumetrico de agua e maior em solos mantidos sob
metodos de manejo conservacionistas do que naqueles
submetidas ao preparo convencional (HILL et al. 1985).
BLEVINS et. al. (1971) atribuiram 0 aumento da umidade nos
solos sob 0 sistema plantio direto em relac;:ao ao preparo
convencional a reduc;:ao da evapora9ao e a grande capacidade de
armazenar agua. Essa maior capacidade de armazenar agua no
sistema plantio direto parece ser resultante de rearranjo na
distribuiyao do tamanho de poros au do residua de cobertura
que evita a evaporayao.
HEARD at al. (1988) determinaram macroporosidade,
condutividade hidraulica saturada, permeabilidade ao ar e
densidade de um solo cultivado com milho e soja, submetido ao
preparo convencional, cultivo minima e sistema plantio direto
e observaram que nas profundidades de 20 - 30 cm a sistema
plantio direto apresentou um maior numero relativo de canais
condutores de agua que as demais sistemas de manejo
avaliados. 0 sistema plantio direto, alem de ter apresentado
um maior numero de canais a 10 cm de profundidade, em relayao
11
aos demais sistemas de manejo, apresentou tambem uma
tendencia de manter os canais continuos com a profundidade.
LINDSTROM et al. (1981) e TOLNNER et al. (1984)
mostraram que solos submetidos a manejo conservacionista
retem maior quantidade de agua disponivel para as plantas que
solos submetidos ao preparo convencional. Isso implica em que
manejos conservacionistas pod em ser favoraveis ao
desenvolvimento de plantas em anos secos, mas podem
proporcionar problemas em anos umidos.
2.1.3. Influencia dos metodos de manejo sabre a
infil trac;:ao de aqua no solo e 0 escoamento
superficial
A taxa de infiltrac;:ao de agua no solo depende da
textura, da estrutura e cobertura vegetal. Para um mesmo tipo
de solo, a taxa de infiltrac;:ao varia com a porosidade total,
existencia ou nao de camada compactada e com 0 percentual de
umidade (VILLELA e MATTOS, 1975; CAUDURO e DORFMAN, 1988;
BERNARDO, 1989).
capacidade de infil trac;:ao e a vazao maxima, p~r
unidade de area, com que um solo, em dada condic;:ao, e capaz
de absorver agua, normalmente expressa em mm/h (VILLELA e
MATTOS, 1975). Estes autores enfatizam que a capacidade de
infiltrac;:ao s6 e atingida durante uma chuva se houver excesso
de precipitac;:ao. Caso contrario, a taxa de absorc;:ao de aqua
no solo nao e maxima e, por conseguinte, a taxa instantanea
de infiltrac;:ao nao e a capacidade de infiltrac;:ao.
12
Con forme CABEDA (1984), a taxa de infiltraQao de agua
no solo e tal vez, isoladamente, a propriedade que melhor
reflete as condiQoes fisicas gerais do solo, sua qualidade e
estabilidade estrutural. MACHADO (1976), traba1hando com
diferentes metodos de manejo e sua influencia sobre as
propriedades fisicas do solo, verificou que conforme aumenta
o numero de anos de preparo convencional com trigo e soja,
aumenta a degradaQao fisica do solo, indiretamente medida
pela taxa de infiltraQao de aqua no solo.
ROSE (1962) define que dois fatores sao responsaveis
pelo,decrescimo da taxa de infiltraQao de agua no solo em
funQao do tempo, durante uma chuva. 0 primeiro e 0 decrescimo
no gradiente hidraulico vertical, com 0 avanQo da frente de
umedecimento no perfil do solo. 0 segundo fator e 0 selamento
superficial, de grande importancia quando a energia das gotas
de chuva esta envolvida.
A presenQa de camadas compactadas no perfil do solo,
originadas por manejos inadequados, exerce influencia nas
taxa de infiltraQao de aqua e escoamento superficial. CINTRA
(1980) cita que camadas compactadas podem ser identificadas
pela resistencia a que se opoem a penetraQao de raizes de
plantas ou ao penetrometro, pelo grau de degradaQao
estrutural que se observa quando se estuda urn perfil de solo
e pela resistencia que oferecem ao fluxo de aqua. DALLA ROSA
(1981), utilizando aneis concentricos, mediu a taxa constante
de infiltraQao de agua em tres camadas de um Latossolo Roxo
distr6fico, cultivado convencionalmente com trigo e soja por
13
15 anos. Verificou que na camada superficial do solo a taxa
constante de infiltrayao de aqua foi de 48 mm/h, na camada
compactada foi de 8 mm/h e abaixo desta camada compactada foi
de 192 mm/h.
WU et al. (1992), trabalhando com diferentes metodos
de manejo de solo, relatam que no sistema plantio direto os
poros conduzem agua mais eficientemente do que no preparo
convencional. 0 solo sob 0 sistema plantio direto, apesar de
possuir menor porosidade total, apresenta uma condutividade
hidraulica igual ou maior a apresentada no preparo convencio
nal. GANTZER e BLAKE (1978), encontraram que um unico poro,
com dimensoes semelhantes a um lapis, representando 0,002% da
area de 1,35 m' da parcela, aumentou a taxa de infiltrayao de
6,0 para 10,5 cm/h, representando um incremento de 75%.
Em sistemas pouco mobilizadores de solo, a elevada
macroporosidade e devida a ayao de minhocas, de insetos de
solo e de raizes que podem explicar as maiores taxas de
infiltrayao verificadas nesses sistemas (DUNN e PHILLIPS,
1991). Por outro lado, no preparo convencional os macroporos
sao destruidos pelas operayoes de preparo.
Estudos a campo e em casa de vegetayao demons tram a
capacidade dos canais de origem bio16gica em promover
aumentos da ordem de 6 a 15 vezes na taxa de infiltrayao de
agua no solo sob 0 sistema plantio direto em relayao ao
prepar~ convencional, onde estes canais sao destruidos pelo
preparo (EHLERS, 1975; KLADIVKO et al., 1986).
Quando a taxa de infiltrayao diminui, na maior parte
14
das vezes, aumenta 0 escoamento superficial podendo acelerar
o processo erosivo. Restos culturais sobre a superficie do
solo interceptam e dissipam a energia cinetica da chuva,
evitando a desagrega9ao e 0 trans porte de particulas,
prevenindo a forma9ao do selo superficial, diminuindo a
velocidade de escoamento, aumentando 0 tempo de contato agua
solo e permitindo maior infiltra9ao de agua no solo (ALVES,
1986; CASSOL, 1986).
LINSTROM e ONSTAD (1984) reafirmam que a erosao do
solo pode ser um serio problema quando os residuos nao estao
presentes na superficie do solo para reduzir a velocidade do
fluxo superficial.
COGO (1988) relata que, algumas vezes, a enxurrada e,
p~r si s6, a maior responsavel pela erosao dos solos sob usc
agricola. Isso ocorre quando ela flui Ii vremente sobre a
superficie do solo, mesmo estando ele suficientemente prote
gido, porem permit indo que a mesma exer9a a9ao de cisalha
mento por baixo dos residuos culturais. Em alguns casos, a
velocidade e 0 volume da enxurrada sao tais que ela possui
capacidade de, inclusive, remover consideravel quanti dade dos
restos cuI turais deixados sobre 0 solo, desprotegendo-o e
permitindo 0 impacto direto das gotas da chuva.
LINDSTROM e ONSTAD (1984) relatam que dados obtidos
nos Estados unidos, no Corn Belt, mostram que a enxurrada no
sistema plantio direto pode ser comparada aquela encontrada
no preparo convencional e ser ate maior que a produzida nos
preparos reduzidos em que os residuos permanecem na
15
superficie do solo.
Estudo realizado na Esta9ao Experimental Aqronomica
da UFRGS, avaliando tras metodos de preparo do solo
(convencional, escarifica9ao e sem preparo) em rela9ao a
erosao hidrica, durante 0 cicIo da cultura do milho, (LEVIEN
et al., 1990), concluiu que as perdas de aqua foram menores
quando usou-se escarificador e semelhantes no preparo
convencional e sem preparo.
2.2. Modelos de infiltra9ao de aqua no solo
Modelos de infiltra9ao de aqua no solo expressam a
taxa de infiltra9ao ou a quantidade de aqua infiltrada no
solo como uma fun9ao do tempo. Grande parte dos modelos de
infiltra9ao usados atualmente sao derivados empiricamente a
partir de dados de campo. Existem diferentes modelos de
infiltra9ao de agua no solo, apresentando diferentes graus de
empirismo. Alguns sao totalmente empiricos enquanto outros,
apesar de empiricos, sao baseados em principios fisicos
(HILLEL, 1982).
Todos os modelos apresentam a caracteristica comum de
que a taxa de infiltra9ao e maxima no momento em que a agua
come9a a penetrar no solo e diminui com 0 passar do tempo,
quando a frente de molhamento move-se para 0 interior do
perfil do solo (JURY et al., 1991).
o procedimento para desenvolver uma equa9ao de
infiltra9ao, a partir dos dados de campo, consiste em
encontrar uma fun9ao matematica que represente a taxa de
16
infiltra9ao em fun9ao do tempo ou entao tentar-se uma
explica9ao fisica para 0 processo (JURY et al., 1991).
2.2.1. Equa9ao de Kostiakov
Entre varios autores, HILLEL (1982), DORFMAN (1989)
e JURY et al. (1991), citam que em 1932 Kostiakov apresentou
uma equa9ao estri tamente empirica, representada pela
expressao:
i = a. t m [ 1]
onde:
i representa a taxa de infiltra9ao (LIT) entre os tempos
zero e tea (a > 0) e m (-1 < m < 0) sao constantes do local
em fun9ao do tipo de solo. Tais parametros nao tem
significado fisico particular e sao ajustados de tal forma a
adequar 0 modele aos dados experimentais (JURY et al., 1991).
Esta equa9ao nao vale para tempos muito pequenos e nem para
tempos muito grandes.
A formula9ao apresentada por Kostiakov, estritamente
empirica, considera 0 i inicial infinito, mas implica em que
i se aproxime de zero enquanto t aumenta, pois trata-se de
uma equa9ao exponencial negati va, assumindo, a partir de
certo periodo de tempo, um valor constante Ie diferente de
zero (HILLEL, 1982).
17
2.2.2. Equa9ao de Horton
Dados obtidos a campo por Horton em 1940, citado p~r
JURy et al. (1991), semelhantes aos de outros pesquisadores,
indicam um decrescimo na taxa de infiltra9ao de agua no solo
de duas a tras horas ap6s 0 inicio do escoamento superficial.
A taxa de infiltra9ao, eventual mente , aproxima-se de um valor
constante, que as vezes e men or que a condutividade
hidraulica saturada do solo, pois 0 solo pode estar saturado
incompletamente ou haver aprisionamento de ar no interior do
perfil.
Com base nessas informa90es, Horton usou uma fun9ao
exponencial decrescente para descrever a taxa de infiltra9ao,
uma vez que se adaptava razoavelmente bem aos dados
experimentais (HILLEL, 1982).
De acordo com varios autores, (SLACK e LARSON, 1981;
HILLEL, 1982 e JURy et al. 1991), Horton foi um dos pioneiros
no estudo da infiltra9ao de agua no solo ao nivel de campo,
desenvolvendo uma equa9ao que tanto descreve as caracteris
ticas gerais da infiltra9ao de agua em diferentes solos,
quanto foi consistente em rela9ao ao conceito fisico do
processo. A taxa de infiltra9ao e dada no modelo de Horton
pela equa9ao:
[ 2]
onde:
i e a taxa de infiltra9ao (LIT), io e a taxa de
18
infiltraQao inicial (LIT), ir e a taxa constante de
infiltraQao (LIT) que e atingida apes longo periodo, K (liT)
e urn parametro de solo que des creve a taxa de decrescimo da
infiltra9ao e teo tempo (T).
De acordo com MWENDERA e FEYEN (1993), 0 modelo
proposto por Horton considera que as caracteristicas da
superficie do solo sao afetadas pela energia de impacto das
gotas de chuva, por isso os fatores ir e K sao tambem
dependentes da intensidade da chuva.
JURy et ai. (1991) citam que no modelo proposto por
Horton, a redu9ao na taxa de infiltra9ao em fun9ao do tempo
e control ada por fatores relacionados com a superficie do
solo como, por exemplo, obstru9ao de poros por particulas
pequenas, selamento superficial, e compacta9ao da superficie
do solo pelo impacto das gotas de chuva, quando 0 solo esta
descoberto.
2.2.3. Modelo de infiltrayao de Green e Ampt
o modelo de Green e Ampt, de 1911, ainda bastante
citado em trabalhos recentes SLACK e LARSON (1981), CHONG et
ai. (1982), JURy et al. (1991) e MWENDERA e FEYAN (1993),
descreve 0 processo de infiltrayao atraves de urn modelo que
faz varias suposi90es e simplificayoes sobre 0 processo de
umedecimento do solo durante a infiltra9ao de agua. Aplicando
a Lei de Darcy, desenvolveram um modelo de infiltrayao
baseado em process os fisicos, para uma condi9ao de perfil
homogeneo. Tais suposiyoes simplificam a equa9ao de fluxo,
19
tornando possivel uma solu9ao analitica, dada pela seguinte
expressao:
i =
onde:
i + b c I
[3 ]
i representa a taxa de infiltra9ao (LIT), io e a taxa
infiltra9ao final (LIT), b (L'/T) e um parametro empirico e
I e a infiltra9ao acumulada (L).
Durante 0 processo de infiltra9ao, onde a superficie
do solo esta sob influencia do potencial matricial constante
ho com um respectivo conteudo de agua 8 0 , a agua penetra no
solo atraves de uma frente de umedecimento continua e bem
definida, que move-se para baixo com 0 passar do tempo. Green
e Ampt, citados por JURy et ai. (1991), substituiram este
processo por um que tem uma descontinuidade na frente de
umedecimento. Esses autores, baseados em aproxima90es do
comportamento real do solo obtidos em experimentos, tambem
fizeram algumas suposi90es:
a) 0 solo na regiao umida apresenta algumas propriedades
constantes, tais como condutividade hidraulica inicial e
conteudo inicial de agua; e
b) 0 potencial matricial da frente de molhamento e constante.
20
2.2.4. Modelo de infiltrayao de Philip
varios autores, entre os quais SLACK e LARSON (1981),
HILLEL (1982) e JURy et al. (1991), relatam que embora a
teoria matematica do f1uxo da agua em meios porosos nao
saturados tenha sido muito desenv01vida na primeira meta de do
sEkulo XX, a equayao de Richards, sendo uma equac;:ao nao
linear, nao pode ser resol vida sem algumas aproximac;:oes,
apresentando um grau de complexidade tal que dificultava 0
seu uso comum em hidrologia. Por isso, mui tos detalhes a
respeito do fluxo de agua insaturado nao puderam ser
investigados teoricamente. Em 1957, Philip desenvolveu uma
tecnica numerica para resolver a equac;:ao de fluxo de
Richards, produzindo a seguinte equayao, apresentada de forma
simplificada:
s [4]
onde:
i representa a taxa de infiltrayao (LIT), teo tempo
(T), ic e a taxa final de infiltrayao (LIT) e S (L/~,5) e uma
constante caracteristica.
MWENDERA e FEYEN (1993), mencionam que Philip, no seu
novo modelo, propos dois novos termos que foram 0 S, um
parametro de solo conhecido como sortividade, e ic que e a
transmissi vidade de agua do solo. 0 parametro S indica a
capacidade inicial do solo em absorver agua, enquanto 0
parametro ic controla 0 equilibrio da taxa de infiltrac;:ao.
3. MATERIAL E HEToOOS
3.1. Descri9ao geral da area experimental
3.1.1. Localiza9ao e solo
o trabalho foi realizado em -um experimento ja
existente e conduzido a longo prazo, na Area II dos campos
experimentais do Centro Nacional de pesquisa de Trigo (CNPT)
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria (EMBRAPA). A
area experimental fica localizada no Km 7,5 da rodovia
RS-132, que liga Pas so Fundo a Erechim, no municipio de
Coxilha, RS, na regiao fisiografica do Planalto Medio, com
latitude de 28°15'41" suI e longitude de 52°24'45" oeste e com
altitude aproximada de 709 m. A temperatura media anual e de
17,6°C e a precipita9ao pluviometrica anual e de 1658 rom
(IPAGRO, 1989).
o solo da area experimental e um Latossolo vermelho
escuro, com textura argilosa e com relevo suave ondulado
(BRASIL, 1973), apresentando no local do experimento uma
declividade media de 9,0%. A textura do solo na area
experimental e bastante uniforme ate os 30 em de profundi
dade, conforme pode-se observar nos dados de granulometria
apresentados no Apendice 1.
22
3.1.2. Hist6rico da area experimental
A area experimental total e de aproximadamente 1 ha,
compreendendo uma faixa entre terra90s com cerca de 350 m de
comprimento e 30 m de largura. No ano agricola de 1984/85 a
area recebeu corre9ao da acidez e da fertilidade e foi
dividida em tres subareas de aproximadamente 100 m de
comprimento e 30 m de largura. Nesse mesmo ano agricola de
1984/1985, cada subarea recebeu urn tratamento compreendendo
os metodos de prepar~ de solo convencional, cultivo minima e
sistema plantio direto. Esses tratamentos foram aleatoria-
mente distribuidos em cada uma das subareas.
A area ja vern sendo cultivada com urn sistema de
rota9ao de culturas por urn periodo de dez anos (Tabela 1). A
rota9ao utilizada compreende no periodo de inverno as
culturas de aveia preta (Avena strigosa Schieb), aveia branca
TABELA 1 - sistema de rota9ao de culturas utilizado na area experimental no decorrer dos ultimos dez anos, nos periodos de inverno e de verao. EMBRAPA-CNPT.
Periodo Ano
Inverno Verao
1986/87 Trigo soja 1987/88 Aveia Preta Soja 1988/89 Aveia Preta + Ervilhaca Milho 1989/90 Trigo Soja 1990/91 Aveia Preta + Ervilhaca Milho 1991/92 Trigo soja 1992/93 Aveia Preta + Ervilhaca Milho 1993/94 Triticale Soja 1994/95 Aveia Preta + Ervilhaca Milho 1995/96 Aveia Branca Soja
23
(Avena sativa), trigo (Triticum aestivum L.), triticale
(Triticale hexapl6ide Lart.) e ervilhaca (Vicia sativa) e no
periodo de verso as culturas de soja (Glycine max L. Merril)
e de milho (Zea mays L.). Atualmente est a area faz parte de
uma das lavouras demonstrativas do sistema plantio direto do
Programa METAS, pertencente ao Projeto Viabilizayao e Difusao
do Sistema Plantio Direto no planalto do Rio Grande do suI,
conduzido pela EMBRAPA-Centro Nacional de Pesquisa de Trigo.
3.2. Tratamentos
Na safra de verao de 1994/95 foi semeado milho,
hibrido variedade Ag-5011, em 22 de setembro de 1994, nas
tres subareas, utilJ.zando-se os metodos de prepar~ que vinham
sendo usualmente empregados e que se constituem nos
tratamentos do presente estudo, que foram:
a) preparo convencional: uma lavra, com arado de discos,
operando a uma profundidade de 15-20, cm e duas gradagens,
com grade niveladora de discos, incorporando as restevas
ao solo;
b) cultivo minimo: uma escarificayao, com urn escarificador de
5 hastes, equipado com urn rolo destorroador, operando a
uma profundidade de 20 cm, semi-incorporando as restevas
ao solo;
c) sistema plantio direto: semeadura das culturas sobre as
restevas sem preparo de solo e manutenyso das restevas na
superficie do solo.
24
As determina90es dos atributos fisicos do solo foram
efetuados, em cada um dos tratamentos, em tras epocas
diferentes:
a) l' epoca: em torno de 45 dias ap6s a semeadura do milho
(entre 10 e 26 de novembro de 1994);
b) 2' epoca: imediatamente ap6s a colhei ta do milho, na
presen9a de residuos na superficie do solo
(entre 17 e 20 de mar90 de 1995); e
c) 3' epoca: logo ap6s 0 preparo do solo e semeadura da aveia
branca (entre 25 e 28 de abril de 1995).
3.3. Determina90es dos atributos fisicos do solo
Em cad a tratamento de campo e nas tras epocas de
realiza9ao dos testes experimentais foram coletadas amostras
de solo, em tras diferentes pont os e em tras profundidades:
0-10 em, 10-20 em e 20-30 em. As amostras coletadas foram
utilizadas para determina90es da densidade do solo,
porosidade total, macro e microporosidade, curva de reten9ao
de agua no solo, estabilidade de agregados em agua e teor de
carbono organico no solo. Para determina90es da densidade do
solo, da porosidade total, da macro e da microporosidade e da
curva de reten9ao de agua no solo foram coletadas amostras de
solo com estrutura natural indeformada,
cilindros de Uhland.
utilizando-se
As analises de laborat6rio foram realizadas no
Laborat6rio de Fisica do Solo da EMBRAPA-CNPT em Passo Fundo
e da FEPAGRO em Porto Alegre enos Laborat6rios de Erosao,
25
Fisiea e Quimiea do Departamento de Solos da Faeuldade de
Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do SuI
(UFRGS), em Porto Alegre.
3.3.1. Densidade do solo e porosidade do solo
Para a determina9ao da densidade do solo seguiu-se a
metodologia deserita por BLAKE (1965), a partir de amostras
indeformadas, eoletadas em eilindros de Uhland. A densidade
do solo foi ealeulada pela expressao:
onde:
Os e a densidade do solo, em Kg/m';
M. e a massa da amostra seea em estufa a 1050 C, em Kg;
V e 0 volume do eilindro, em m'.
[5]
No ealeulo da porosidade do solo adotou-se a
metodologia deserita por CAUDURO e DORFMAN (1988). A
porosidade total foi ealeulada em fun9ao da densidade do solo
e densidade de partieulas. Foram utilizados para densidade de
partieulas os valores de 2.570 Kg/m' para a profundidade de
0-10 em e 2.600 Kg/m' para a profundidade de 10-30 em, valores
esses obtidos a partir de urn grande numero de observa90es
realizadas na EMBRAPA-CNPT, conforme eomuniea9ao pessoal do
Dr. J.E. DENARDIN. A porosidade do solo foi calculada pela
expressao:
26
[6]
onde:
Pea porosidade total do solo, ern m3/m3;
D. e a densidade do solo, ern Kg/m3;
Dp e a densidade de particulas do solo, ern Kg/m3;
A microporosidade foi obtida a. partir da umidade
volumetrica do solo, equivalente a uma ten sao de 6 kPa,
calculada pela expressao:
Mi [7 ]
onde:
Mi e a microporosidade, ern m3/m3;
M •• e a massa da amostra seca ern estufa a 105"C, ern Kg;
M •• e a massa da amostra umida ao sair da mesa de tensao,
ap6s atingir 0 equilibrio na tensao de 6 kPa, ern Kg;
V e 0 volume do cilindro, ern m3; e
D. e a densidade da aqua, ern Kg/m3 (admitida como sendo igual
a 1.000 Kg/m3).
A macroporosidade foi obtida a partir da diferenya
entre a porosidade total e a microporosidade, pela expressao:
Ma=P-Mi [8]
onde:
Ma e a macroporosidade, em m'/m';
Pea porosidade total, m'/m'; e
Mi e a microporosidade, m'/m'.
3.3.2. CUrva de reten~ao de aqua no solo
27
A curva de reten9ao de agua no solo foi determinada
utilizando-se amostras de solo com estrutura natural
indeformada, seguindo a metodologia descrita por CAUDURO e
DORFMAN (1988). Na mesa de tensao, foram utilizadas as
tensoes de 2, 4, 6 e 8 kPa e na panela de pressao, as tensoes
de 33, 100, 500 e 1.000 kPa.
3.3.3. Estabilidade de agreqados em aqua
o metodo empregado para avaliar a estabilidade de
agregados em agua foi 0 de KEMPER e CHEPIL (1965), com
pequenas modifica90es. Os agregados, inicialmente, foram
passados em peneira de 9,51 mm de malha e retidos na peneira
de 4,76 mm, selecionando-se, dessa forma, uma amostra com
agregados entre 9,51 e 4,76 mm. Em seguida, as amostras foram
secas ao ar e a sombra.
A partir do preparo das amostras 0 metodo consiste na
agita9ao vertical, na agua, dessas amostras, em urn conjunto
de quatro peneiras com aberturas de malha de 4,76, 2,00, 1,00
e 0,50 mm. Ap6s a agita9ao por 15 minutos, os sedimentos
depositados no fundo do balde passaram em outr~ con junto de
tres peneiras com aberturas de malha de 0,250, 0,105 e
28
0,053 rom. Os resultados de estabilidade de agregados estaveis
em agua foram expressos em termos de percentual de agregados
retidos em cada uma das peneiras utilizadas e de diametro
medio ponderado (DMP).
o diametro medio ponderado (DMP) dos agregados
estaveis em agua (descontado 0 teor de areia) foi calculado
atraves do somat6rio dos produtos entre 0 diametro medio de
cada frayao de agregado e a proporyao do peso da amostra que
ocorreu em cada classe, em relayao ao peso total da amostra,
que e obtido atraves da divisao do peso de agregados retidos
em cada peneira pelo peso da amostra corrigida em termos de
umidade, segundo metodologia descrita por KIEHL (1979).
3.3.4. Distribuiyao de tamanho das particulas
primarias do solo
A analise granulometrica foi realizada pelo metodo
expedi to de BOyoucous descri to p~r DAY (1965), rotineiramente
utilizado pelo setor de Genese e Classificayao do solo do
Departamento de Solos da UFRGS.
Na determinayao das frayoes granulometricas,
utilizou-se a classificayao do Departamento de Agricultura
dos Estados unidos, ou seja, argila (D < 0,002 rom), silte
(0,002 < D < 0,05 rom) e areia (0,05 < D < 2,0 rom), onde D e
o diametro de particula primaria. A areia foi fracionada,
usando-se urn conjunto de peneiras, em areia muito grossa
(2,0 ~ D > 1,0 rom), grossa (1,0 ~ D > 0,5 rom), media (0,5 ~
D > 0,25 rom), fina (0,25 ~ D > 0,105 rom) e muito fina (0,105
29
;:: D > 0,05 mm).
3.3.5. Teor de carbono orqanico do solo
o teor de carbono orqanico do solo foi determinado
pelo metodo de Walkley-Black, descri to por TEDESCO et al.
(1985). As determinayoes foram efetuadas nas tres epocas de
realizayiio dos testes, nos tres sistemas de manejo, nas
profundidades de 0-10 cm, 10-20 cm e 20-30 cm.
3.4. Determinay80 do percentual de cobertura do solo
e da quantidade de palha na superficie do solo
Em cada tratamento e nas tres epocas de realizayiio
dos testes de infiltrayiio de aqua no solo foi determinado 0
percentual de cobertura do solo por residuos culturais, pelo
metodo do quadrado entrelayado apresentado por VEIGA e
WILDNER (1993). 0 metodo consiste na leitura direta da
cobertura do solo a partir de um quadrado de 0,5 m de lado.
Nessa moldura, estiio dispostas dez linhas lonqitudinais e dez
linhas transversais, que proporcionam a formayiio de uma malha
com cem intersecyoes. 0 quadrado e depositado ao acaso sobre
a area experimental enos pontos onde houver coincidencia da
cobertura do solo com a intersecyiio soma-se um ponto
percentual na cobertura do solo. Tendo em vista tratar-se de
cem pont os de intersecyiio, ao serem concluidas as leituras
obtem-se diretamente 0 resultado final da cobertura do solo
em percentaqem.
Nas mesmas epocas enos mesmos locais onde eram
30
feitas as determina90es da cobertura do solo, foram
determinadas as quantidades de palha na superficie. Para
tanto, na mesma area do quadrado de 0,5 m de lado era
coletado todo 0 residuo da superficie mais uma camada
superficial de solo de 2,0 cm de espessura. Concluida a fase'
de coleta, 0 material era levado para 0 laborat6rio onde era
lavado para retirar 0 solo e passado em uma peneira de 2,0
rom. Os residuos, entao, eram secos em estufa a 40° C por um
periodo de 72 a 96 horas e depois pesados, para conhecimento
da massa de residuos por unidade de area.
Tanto a determina9ao do percentual de cobertura do
solo, como a quanti dade de palha na superficie, foram
efetuadas em quatro pont os de cada unidade experimental, nas
tres epocas de realiza9ao dos testes de infiltra9ao de agua
no solo.
3.5. Testes de infiltrayao de aqua no solo
Os testes de infiltra9ao de agua no solo foram
realizados utilizando-se um mini-simulador de chuvas. Dentro
das areas de cada unidade experimental, foram escolhidos tres
pontos onde foram instaladas as mini-parcel as para os testes
de infiltra9ao de agua no solo.
3.5.1. Descriyao do mini-simulador de chuvas
o mini-simulador de chuvas foi construido no Setor de
Mecanica da EMBRAPA-CNPT no ano de 1994. Na constru9ao desse
equipamento utilizou-se 0 principio de funcionamento do
31
simulador descrito por BUBENZER & MEYER (1965) e aperfei90ado
por MEYER & HARMON (1979) e tambem os dados tecnicos de
funcionamento de um mini-simulador de chuva apresentados por
BERNARD (1987) e ASSELINE et al. (1993).
o mini-simulador e constituido p~r uma arma9ao
quadrada (0,6 x 0,6 m), apoiada em quatro hastes regulaveis
para uma altura entre 2,.5 e 3, a m acima da superficie do
solo. No centro da arma9ao existe um bico aspers or , tipo
Veejet 80100. Quando em funcionamento, 0 aparelho faz com que
o bico aspersor oscile, molhando urna area quadrada de
aproximadamente 2, a m de lado, no interior da qual esta
instalada a mini-parcela de 0,90 x 0,90 m (0,81 m·). 0 numero
de oscila90es p~r minuto e control ado p~r
eletrico-mecanico, que mantem entre 36 e 40
minuto.
um sistema
oscila90es/
A energia para 0 funcionamento do motor que movimenta
o bico aspersor e proveniente da bateria de um trator que
tambem fornece for9a motriz para um pulverizador agricola,
que impulsiona a aqua para 0 bico aspers or a uma pressao de
41 N/m', que e controlada atraves da manuten9ao da rota9ao do
motor do trator e de urn registro colocado na mangueira que
conduz a aqua ate 0 bico. A intensidade da chuva e obtida em
fun9ao da amplitude das oscila90es do bico aspers or , a qual
e regulada atraves da varia9ao do diametro da polia de
movimenta9ao do bico.
A agua de abastecimento do mini-simulador de chuvas
e proveniente do pulverizador agricola, 0 qual e reabaste-
32
cido, se necessaria, par uma fonte auxiliar de agua. 0
simulador era instalado no campo de tal forma que 0 bieo
aspersor ficasse no centro da unidade experimental e a 2,70 m
de a1 tura. Em seguida, eram conectados as fics ao motor,
ligado 0 motor, regulada a pressao de funcionamento do
equipamento e 0 nurnero de oscila90es do bieD par minuto .
Estando todo 0 con junto funcionando, iniciava-se 0
teste de infiltragao de agua no solo. Urna vista do con junto
do mini-simulador com 0 pulverizador e + a fonte auxiliar de
agua pode ser observada na Figura 1.
FIGURA 1 - Vista parcial da area experimental, apresentando em primeiro plano 0 con junto de equipamentos necessarios para a realizaQao dos testes de infil trac;ao de agua no solo , consti tuido pelo mini-simulador de chuvas, 0 pulverizador agricola e a fonte auxiliar de agua .
33
3.5.2. Unidade experimental
As unidades experimentais, em ndmero de tres para
cad a sistema de manejo, rnediam 0,90 x 0,90 m (0,81 m~), em
fun9clO do espa9amento entre as linhas de semeadura da cultura
do milho, sende instaladas em tres diferentes pontes dentro
de cada subarea que continha as sistemas de manejo. As
unidades experimentais foram separadas do resto da area par
delimitadores construidos de chapas metalicas, medindo 20 em
de altura (Figura 2) .
FIGURA 2 - Vista de uma das un ida des experimentais durante a realizayclo de urn dos testes de infiltra9clO de agua no solo, detalhando a pOSiC;clO dos pluviometros utilizados para a avalia9B.O da intensidade de chuva.
34
A instala9ao das unidades experimentais, delimitadas
p~r chapas metalicas, no interior das diferentes areas de
manejo de solo, foi realizada um dia ap6s a semeadura da
cultura do milho (23 de setembro de 1994), sendo enterradas
a uma profundidade media de 10 cm.
3.5.3. Avaliayao da intensidade da chuva simulada
Antes do inicio de cada teste de infiltra9ao de aqua
no solo eram colocados quatro pluviometros ao lade da unidade
experimental, sendo dois na parte superior e dois na parte
inferior da unidade, para avaliar a intensidade da chuva
simulada.
Os pluviometros permaneciam nessas posi90es durante
a primeira meia hora de chuva. A intensidade de chuva obtida
nesse periodo foi assumida como sendo a intensidade media
durante os 90 minutos de dura9ao de cad a um dos testes
realizados. A intensidade da chuva medida no campo durante os
testes foi ajustada para uma intensidade media de 120 mm/h,
seguindo 0 procedimento sugerido por BERTOL (1986).
3.5.4. Ajuste de dados
o ajuste de dados, em fun9ao da varia9ao verificada
na intensidade das chuvas simuladas (Apendice 2), foi feito
para os valores de taxa de enxurrada, taxa de infiltra9ao e
infiltra9ao acumulada. Tais dados foram ajustados para uma
intensidade con stante de chuva de 120 mm/h, que foi a chuva
planejada.
35
A taxa de enxurrada foi medida a campo no vertedouro,
sendo posteriormente ajustada para a intensidade de chuva
planejada. A taxa de infiltra9ao ajustada foi obtida atraves
da subtra9ao do volume total de enxurrada ajustado do volume
total da chuva planejado.
Considerou-se como taxa con stante de infiltra9ao
(TCI) 0 valor em que a taxa de infiltra9ao estabilizou. 0
coeficiente de infiltra9ao (CI) foi determinado dividindo-se
o valor da TCI ajustada pela intensidade de precipita9ao
planejada. 0 ajuste do coeficiente de enxurrada foi feito de
forma similar, dividindo-se a taxa constante de enxurrada
(TCE) pela intensidade de precipita9ao planejada.
3.5.5. Avalia9ao da taxa de infiltra9ao de aqua no
solo e do escoamento superficial
A taxa de infiltra9ao de agua no solo foi obtida pela
diferen9a entre a taxa de chuva aplicada e a taxa de
escoamento superficial, medido a cada minuto de chuva.
Para medir 0 escoamento superficial construiu-se urn
vertedouro, segundo BRAKENSIEK et. ale (1979), e
posteriormente realizou-se a sua calibra9ao con forme RESCK
(1983). 0 equipamento era colocado a uma distancia de 5,5 m
da unidade experimental, estando ligado a esta atraves de uma
mangueira conectada ao orificio de saida da unidade
experimental. Uma vista do vertedouro utilizado e mostrada na
Figura 3.
A instala9ao do vertedouro resumiu-se ao seu
36
nivelamento e ao ajuste do nivel zero de leitura de altura de
agua em seu p090 tranqtiilizador. Iniciado 0 escoamento
superficial, a sua avaliacao era efetuada no vertedouro,
at raves das lei turas de a1 tura de descarga a cada minuto
durante todo 0 perfodo de simula9ao das chuvas, ate 0 retorno
da descarga ao n1vel zero.
FIGURA 3 - vista do vertedouro, utilizado para avaliar 0 escoamento superficial, posicionado abaixo de uma das unidades experimentais.
Conclufda a fase de coleta dos dados de enxurrada no
campo, as leituras de altura de descarga no vertedouro, em
rom, eram transformadas em taxas de escoamento superficial, em
mm/h, conforme a curva de calibracao do vertedouro.
37
o primeiro passe foi corrigir a leitura da regua em func;ao da
leitura do valor zero do vertedouro. Em seguida, com base na
Tabela de calibrac;ao do vertedouro (Apendice 3), obteve-se 0
valor do escoamento superficial em l/min. Posteriormente,
multiplicou-se este valor por 60 minutos, transformando-o em
l/h e, em seguida, dividiu-se 0 valor expresso em l/h pela
area da parcel a experimental (0,81 m2) obtendo-se, desta
forma, 0 valor da taxa de enxurrada, em 1/m2/h, 0 que
corresponde a expressao em mm/h.
A partir dos dados da intensidade da chuva planejada
(120 mm/h), subtraiu-se 0 valor da taxa de enxurrada (mm/h)
e, desta maneira, obteve-se 0 valor da taxa de infiltrac;ao em
mm/h.
3.6. Ajuste de modelos matematicos para descric;ao da
infiltrac;iio acumulada, da taxa de infiltraC;iio de
aqua no solo e da taxa de enxurrada
A escolha do modelo matematico para descrever
infiltrac;ao acumulada de aqua no solo em func;iio do tempo foi
realizada a partir daqueles modelos que melhor representaram
os dados obtidos no campo. Para esta decisiio, usou-se 0
criterio do maximo coeficiente de determinac;ao obtido e
significancia a 1% de probabilidade.
Considerando-se que a infiltrac;ao acumulada
representa a integrac;ao da curva da taxa de infiltrac;ao de
agua no solo ao longo do tempo, obteve-se um modelo
matematico de ajuste para a taxa de infiltrac;ao de agua
38
atraves da deriva9ao da expressao obtida para a infiltra9ao
acumulada.
A escolha do modelo representativo da taxa de
enxurrada foi realizada utilizando-se 0 criterio do maximo
coeficiente de determina9ao obtido e significancia a 1% de
probabilidade.
Os modelos encontrados foram:
a) Infiltra9ao acumulada:
Ia ~ 1 [9]
onde:
Ia e a infiltra9ao acumulada, em mm;
a (l/mm) e b (h/mm) sao os coeficientes de ajuste da equa-
teo tempo, em horas.
b) Taxa de infiltra9ao de agua no solo:
i ~ b [10] (a.t+b)2
onde:
i e a taxa de infiltra9ao de agua no solo, em mm/h;
a (l/mm) e b (h/mm) sao os coeficientes de ajuste da equa9ao;
teo tempo, em horas.
39
c) Taxa de enxurrada:
TEx=a+b.Logt [ 11]
onde:
TEx e a taxa de enxurrada, em mm/h;
a (rom/h) e b (rom/(h.log h» sao os coeficientes de ajuste da
equac;:ao; e
teo tempo, em horas.
3.7. Analise estatistica
Para os atributos fisicos do solo analisados, fez-se
a comparac;:ao de medias utilizando-se 0 programa estatistico
SANEST. Quando da ocorrencia de diferenc;:as significativas na
analise de variancia, aplicou-se urn teste de comparac;:ao
multipla de medias. 0 teste de medias empregado foi 0 teste
de Duncan, a 5% de significancia. As medias foram comparadas
entre os sistemas de manejo de solo, dentro de cada epoca.
Para ajustar os modelos representativos da taxa de
infiltrac;:ao de agua no solo, da taxa de enxurrada e da
infiltrac;:ao acumulada utilizou-se analise de regressao, sendo
que para isso empregou-se 0 programa computacional SAS
Statistical Analitical Systems (SAS Institute, 1985).
4. RESULTADOS E DISCUSSAO
4.1. Teor de carbono organico do solo
Os teores de carbono organico, determinados nos
diferentes tratamentos e nas diferentes epocas e profundida
des, sao apresentados na Tabela 2.
Analisando-se os diferentes sistemas de manejo,
dentro de cada epoca de avaliayao, observa-se que nas I' e 3'
epocas 0 cultivo minima apresentou os menores teores medios
de carbono organico, 0,0178 e 0,0175 Kg/Kg, respectivamente,
quando comparado aos demais sistemas de manejo, que nao
diferiram entre si. Na 2' epoca os tratamentos nao diferiram
entre si. contudo, percebe-se que no sistema plantio direto,
nas tres epocas, ha uma tendencia de maior concentrayao de
carbono organico em relayao ao prepar~ convencional e ao
cultivo minimo, concordando com os resultados obtidos p~r
CAS SOL (1995).
Nos tres sistemas de manejo avaliados observa-se um
decrescimo no teor de carbono organico com 0 aumento da
profundidade, 0 que e natural mente esperado. Contudo, 0
sistema plantio direto manteve os maiores teores em todas as
profundidades, observayao esta tambem obtida por MACHADO e
PAULA SOUZA (1981).
41
TABELA 2 - Teor de carbono organ~co, nos sistemas de manejo, em prepar~ convenciona1 (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), em tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sisto de Profundidade (cm) Manejo Epoca MediaY
° - 10 10 - 20 20 - 30
. . . . . . . . . . . . . Kg/Kg . . . . . . . . . . . . . . . 1- 0,0182 0,0180 0,0179 0,0180 ab
P.C. 2- 0,0181 0,0181 0,0177 0,0180 a
___________________ 2_~ ________ 9~_~}_~~ ______ 9~_~}_~~ ______ 9~_~}_~? ______ ~~_~}_~~ __ ~ __ __ ~~_~~~ _____________________ 9~_~~~~ ______ 9_'_~}_~~ ______ 9_'_~}_~~ __________________ _
C.M.
0,0182
0,0181
0,0179
0,0178
0,0173
0,0175
0,0178 b
0,0178 a
___________________ .?_: ________ 9_'_~}_~~ ______ 9_'_~}_~~ ______ 9_'_~}_~~ ____ 9_'_~~~:; ___ E __ ~~_~~~ _____________________ 9_'_~}_~9 ______ 9_'_~}~? ______ 9_'_~}~~ __________________ _
1-
S.P.D. 2-
Media
0,0186
0,0186
0,0186
0,0183
0,0177
0,0181
0,0178
0,0177
0,0178
0,0182 a
0,0180 a
~/ Medias de tratamentos com a mesma letra na coluna, dentro da mesma epoca, nao diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nivel de significancia de 5%.
42
Mesmo sem existir diferenya significativa entre os
teores de carbono organico, da mesma forma que descreveu DICK
(1983), 0 maior percentual de carbono organico obtido foi no
sistema plantio direto, alcanyando 0,0187 Kg/Kg e ocorrendo,
especialmente, na primeira camada (0-10 cm).
4.2. Densidade e porosidade do solo
As densidades do solo, determinadas nos diferentes
tratamentos e nas diferentes epocas e profundidades, sao
apresentadas na Tabela 3.
Os valores obtidos para os diferentes metodos de
manejo, dentro de cada epoca, nao diferiram estatisticamente,
exceto na 3" epoca (ap6s a semeadura da cultura de aveia).
Entretanto, nas tres epocas, houve uma leve tendencia para a
densidade do solo ser mais elevada no sistema plantio direto,
o que concorda com os resultados obtidos por FERNANDES e~ al.
(1983) e YOSHIDA e~ al. (1991). Considerando os valores em
profundidade, independentemente do sistema de manejo,
observa-se aumentos na densidade do solo com 0 aumento da
profundidade, indicando uma possivel presenya de camada
compactada. Porem, os maiores incrementos acontecem no
sistema plantio direto, comportamento este tambEim verificado
por CENTURION e DEMATT~ (1985), trabalhando em um Latossolo
Vermelho-escuro, na tentativa de avaliar a ayao de diferentes
sistemas de prepar~ sobre algumas propriedades fisicas do
solo.
43
TABELA 3 - Densidade do solo, nos sistemas de manejo em prepar~ convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), em tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sisto de Manejo
P.C.
Epoca
I"
2"
3"
Profundidade (cm)
o - 10 10 - 20 20 - 30
. • • • . . • • . • • • • • •• Kg/m3 •••••••••••••••
1.314 1.347 1.332 1. 331 a
1.408 1.493 1.467 1.456 a
1.278 1.291 1.349 1.306 b -------------------------------------------------------------------------------------Media 1. 333 1.377 1. 383
I" 1.316 1.328 1.323 1.322 a
C.M. 2- 1.362 1.488 1.496 1.449 a
3- 1.267 1.305 1.349 1.307 b -------------------------------------------------------------------------------------Media
S.P.D.
1-
2-
1.315
1.338
1.416
1.374
1.366
1.507
1.389
1.369
1.494
1.358 a
1.472 a
3' 1. 329 1. 376 1. 363 1. 356 a -------------------------------------------------------------------------------------1.361 1.416 1.409
v Medias de tratamentos com a mesma letra na coluna, dentro da mesma epoca, nao diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nivel de significancia de 5%.
44
Ao analisar-se as densidades do solo entre as
dif erentes epocas, desconsiderando os sistemas de mane jo,
observa-se que na 2' epoca a mesma sofreu urn consideravel
incremento. A possivel explica9clO pode ser dada pelo fato
desta avalia9clo ter sido realizada em mar90 de 1995, ap6s a
colheita do milho, ou seja, 6 meses ap6s 0 preparo do solo,
intervalo este suficiente para que houvesse uma consolida9clo
da estrutura do solo e urn consequente aumento na densidade.
o trafego de maquinas para os tratos culturais durante 0
cicIo da cultura, provavelmente contribuiu para esse aumento
da densidade do solo.
Os men ores valores de densidade do solo na camada
superficial (0-10 cm), podem ser explicados pelos maiores
teores de carbono organico (Tabela 2), proporcionado pela
maior quantidade de residuos culturais nesta camada. Redu90es
da densidade do solo na camada superficial, em sistemas de
manejo onde ha acumulo de residuos, tambem foram encontrados
por OBI e NNABUDE (1988).
Os valores de porosidade total do solo, determinados
em tres profundidades e em tres epocas nos sistemas de manejo
em preparo convencional, cuI ti vo minimo e plantio direto,
estao apresentados na Tabela 4.
Analisando-se os diferentes sistemas de manejo,
dentro de cada epoca de avalia9ao, observa-se que apenas na
3' epoca houve diferen9a significativa entre os tratamentos,
sendo que 0 sistema plantio direto apresentou 0 Menor valor.
Contudo, nessa 3' epoca, ap6s a semeadura da cultura de
45
TABELA 4 - Porosidade total do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), em tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sisto de Manejo
P.C.
Epoca
2"
Profundidade (cm)
o - 10 10 - 20
. . . . . . . . . . . . . . . . . 0,489
0,458
0,476
0,426
20 - 30
m3 /m3 ••••••••••••
0,482
0,436
0,482 a
0,440 a
---------------------~-~---------~!~-~~--------~!~-~~--------~!~~~-------~!-~~?--~----~~-~~-~------------------------~!~~?--------~!~~~--------~!~~~------------------
1"
C.M.
0,488
0,476
0,483
0,428
0,485
0,425
0,485 a
0,443 a
---------------------~-~---------~!~~~--------~!~~~--------~!~~~-------~!-~~?--~----~~-~~-~------------------------~!~-~~--------~!~~~--------~!~~~------------------
S.P.D.
Media
0,479
0,455
0,474
0,468
0,420
0,453
0,467
0,425
0,456
0,471 a
0,433 a
Y Medias de tratamentos com a mesma letra na coluna, dentro da mesma epoca, nao diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nivel de significancia de 5%.
46
aveia, ocorreu um aumento generalizado na porosidade total,
nos tres sistemas de manejo e em todas as profundidades. Nos
metodos de manejo, onde foi maior a mobiliza9ao de solo,
houve um maior aumento na porosidade total, tendo alcan9ado
0,497 m3 /m3 no preparo convencional e no cuI ti vo minimo e
apenas 0,479 m3 /m3 no sistema plantio direto. Esse aumento e
portanto, decorrente da mobiliza9ao do solo, ou seja,
porosidade induzida pelo preparo de solo e nao uma fun9ao
direta da melhoria das condi90es de agrega9ao do solo. Essa
explica9ao po de ser fundament ada na observa9ao dos teores de
carbono organico (Tabela 2), que praticamente nao sofreram
ocila90es nesta 3" epoca, nao justificando 0 aumento da
porosidade total do solo.
Os valores da macroporosidade do solo, determinados
nos diferentes tratamentos e nas diferentes epocas e
profundidades, sao apresentados na Tabela 5.
A macroporosidade do solo foi 0 componente da
porosidade total que sofreu maior influencia dos sistemas de
manejo, dentro das diferentes epocas de avalia9ao. Na 1"
epoca, 45 dias ap6s a semeadura da cuI tura do milho, 0
preparo convencional apresentou os maiores val ores de
macroporosidade (0,162 m3 /m3), diferindo estatisticamente do
sistema plantio direto (0,113 m3 /m3), porem nao apresentando
diferen9a estatistica em rela9ao ao cultivo minimo
(0,147 m3 /m3). Possivelmente, esta semelhan9a entre os valores
de macroporosidade tenha ocorrido pela influencia do efeito
residual da mobiliza9ao do solo, no preparo convencional e
47
TABELA 5 - Macroporosidade do solo, nos sistemas de manejo ern preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), nas tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e ern tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sisto de Manejo
P.C.
Epoca Profundidade (ern)
o - 10 10 - 20 20 - 30
3/ 3 • • • • • • • • • • • • •• m m
0,158
0,134
0,154
0,116
0,174
0,129
0,162 a
0,126 a
_____________________ ~-~---------~!}-~~--------~!}-~~--------~!}-~~-----P-~!~-~--~----~~-~~-~------------------------~!}-~~--------~!}-~?--------~!}-~!------------------
C.M.
0,146
0,108
0,149
0,085
0,146
0,102
0,147 a
0,098 b
---------------------~-~---------~!}-~?--------~!}-~~--------~!}-~~-----P-~!}-~---~--__ ~~_~~_~ ________________________ ~!}_~9 ________ ~!}_~? ________ ~!}_~~ _________________ _
S.P.D.
Media
0,127
0,072
0,097
0,114
0,063
0,088
0,098
0,068
0,087
0,113 b
0,068 c
Y Medias de tratarnentos com a mesma letra na coluna, dentro da me sma epoca, nao diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nivel de signific&ncia de 5%.
48
cuI ti vo minimo, p~r ocasiao da implantac;:ao da cuI tura do
milho.
Na 2' epoca, ap6s a colheita da cultura do milho, 0
comportamento dos valores de macroporosidade foi diferente
daquele encontrado na I' epoca, ou seja, 0 prepar~ conven
cional, com 0,126 m3 jm3, superou 0 cultivo minima (0,098 m3 jm3
)
e sistema plantio direto (0,068 m3 jm3).
Na 3' epoca, todos os tratamentos diferiram
estatisticamente entre si, sendo que os maiores valores de
macroporosidade foram observados no prepar~ convencional
(0,190 m3 jm3), seguido pelo cultivo minima (0,131 m3jm3) e pelo
sistema plantio direto (0,092 m3 jm3).
De modo similar ao ocorrido com a porosidade total,
a macroporosidade aumentou na 3" epoca no preparo
convencional, em func;:ao da intensidade de mobilizac;:ao do solo
para a implantac;:ao da cultura de aveia.
Analisando-se somente 0 preparo convencional,
observa-se que na 2" epoca a macroporosidade caiu para
0,126 m3jm3, enquanto na I' epoca (milho com 45 dias) a
macroporosidade foi de 0,162 m3jm3 e na 3" epoca (apos a
semeadura de aveia) foi de 0,190 m3jm3, isto ocorrendo devido
a porosidade induzida pel os implementos de preparo do solo.
Para 0 cultivo minimo 0 comportamento foi semelhante,
havendo urn decrescimo na macroporosidade na passagem da I"
para a 2' epoca, caindo de 0,147 m3 jm3 para 0,098 m3 jm3•
Entretanto, da 2' para a 3' epoca ocorreu urn aumento de 34%
na macroporosidade, subindo de 0,098 ~3jm3 para 0,131 m3jm3•
49
Este acrescimo foi devido a passagem do escarificador, que
abriu fendas na camada trabalhada, produzindo mudanc;:as na
estrutura do solo. No sistema plantio direto a diferenc;:a na
macroporosidade ocorreu entre a I' epoca com 0,113 m3 /m3 e as
demais epocas, que apresentaram 0,068 eO, 092 m3 /m',
respectivamente.
Os valores de microporosidade, determinados nos
diferentes tratamentos e nas diferentes epocas e profundida
des, sao apresentados na Tabela 6.
Analisando-se os diferentes sistemas de manejo,
dentro de cada epoca de avaliac;:ao, observa-se que os manejos
conservacionistas apresentaram os maiores valores de micropo
rosidade, exceto na I' epoca, onde 0 prepar~ convencional e
o cultivo minimo nao diferiram estatisticamente. A tendencia
de queda nos valores de microporosidade, pode estar
relacionada com 0 aumento da mObilizac;:ao do solo pelos
implementos de preparo no momento da semeadura das culturas
de milho e de aveia, resultados simi lares tambem foram
encontrados por WU et ai. (1991).
Comparando-se os percentuais medios de macroporos com
os de microporos apresentados pelos tres sistemas de manejo,
independente da epoca de realizac;:ao dos testes de chuva
(Tabela 7), observa-se que no sistema plantio direto a
relac;:ao microporo/macroporo e maior, nas tres profundidades
avaliadas, relac;:ao esta semelhante a encontrada por CENTURION
e DEMATT~ (1985).
50
TABELA 6 - Microporosidade do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo m1nimo CM) e sistema plantio direto (SPD), nas tres epocas (novembro/1994, marQo/1995 e abril/1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repetiQoes. EMBRAPA-CNPT.
sisto de Profundidade (em) Manejo Epoca Media!.!
° - 10 10 - 20 20 - 30
. . . . . . . . . . . . . . m3 /m3 ...............
1- 0,331 0,322 0,308 0,320 b
P.C. 2- 0,324 0,310 0,307 0,314 b
_____________________ ~_~ _________ ~!~_~3 ________ ~!~_~? ________ ~!~_~3 _____ ~_~~_~Z ___ ~ __ __ ~~_~~_~ ________________________ ~!~_~3 ________ ~!~_~~ ________ ~!~_~~ _________________ _
1-
C.M.
0,342
0,368
0,334
0,343
0,339
0,323
0,338 ab
0,345 a
_____________________ ~_~ _________ ~!~~~ ________ ~!~_~~ ________ ~!~_~3 _____ ~_~~_~~ __ ~ __ _ --~~-~~-~ ________________________ ~!~_~3 ________ ~!~_~3 ________ ~!~_~? _________________ _
S.P.D.
0,352
0,383
0,377
0,354
0,357
0,365
0,369
0,357
0,369
0,358 a
0,366 a
!.! Medias de tratamentos com a mesma letra na coluna, dentro da mesma epoca, nao diferem entre si pelo teste de Duncan, ao n1vel de significancia de 5t.
51
TABELA 7 - Relayao mieroporosjmaeroporos entre os valores medios, p~r profundidade, apresentada pelos sistemas de manejo ern prepar~ eonveneional (PC), eultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD). EMBRAPA-CNPT.
sisto de Profundidade (ern) Manejo Media
0 - 10 10 - 20 20 - 30
P.C. 1,97 2,02 1,90 1,94
C.M. 3,10 3,01 2,34 2,83
S.P.D. 3,89 4,15 4,24 4,09
Media 2,99 3,07 2,81
4.3. Estabilidade dos agregados em aqua
A estabilidade de agregados ern agua, expressa atraves
do diametro medio ponder ado (DMP) dos agregados, deterrninada
nos diferentes sistemas manejo e nas diferentes epoeas e
profundidades, sao apresentados na Tabela 8. A distribuiyao
percentual de tamanho de agregados, nas diferentes classes de
tamanho, para todos os tratamentos, epocas e profundidades,
sao apresentados no Apendice 4. Nao houve diferenya entre as
frayoes de areia, conforrne pode-se observar no Apendice 5.
Analisando-se 0 DMP, para os diferentes sistemas de
manejo, dentro de cada epoca, observa-se que houve diferenya
entre tratamentos apenas na I" epoca de amostragem, sendo que
o preparo convencional apresentou 0 menor valor (2,55 rom),
estatisticamente diferente do sistema plantio direto
(3,74 rom), mas nao diferente do cultivo minimo (3,29 rom).
Esses resultados evidenciam a ayao eficiente dos ,
52
TABELA 8 - Diametro medio ponderado de agregados do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), em tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sisto de Profundidade (cm) Manejo Epoca Mediav
0 - 10 10 - 20 20 - 30
. . . . . . . . . . . . . . . . . mm . . . . . . . . . . . . . . . I' 2,55 2,39 2,72 2,55 b
P.C. 2' 3,48 2,67 2,27 2,81 a
_____________________ l_~ _________ :?_~l_~ ________ :?_~p_~ _________ 2_~?_~ _______ ~~~~ __ ~ __ _ __ ~~_~i_~ ________________________ :?_~~_~ _________ 2_~~~ _________ ~~?_~ _________________ _
I' 3,23 3,65 2,99 3,29 ab
C.M. 2' 3,43 3,01 2,00 2,81 a
_____________________ !_: __________ ~~!_~ _________ ~!~_~ _________ 3_~~_~ _______ ~1_~~ __ ~ __ _
__ ~~~i_~ _________________________ ~~!_~ _________ 3_!!~ _________ ~~~_~ _________________ _
I'
S.P.D. 2'
4,27
3,41
4,01
2,67
2,93
1,98
3,74 a
2,69 a
_____________________ !_~ _________ ~~~~ ________ ~~~~ _________ 2_~~~ _______ ~~_~~ __ ~ __ _
3,96 3,19 2,49
11 Medias de tratamentos com a mesma letra na coluna, dentro da me sma epoca, nao diferem entre si pelo teste de Duncan, ao nivel de significancia de 5t.
53
sistemas de manejo conservacionistas em melhorar a estabili
dade dos agregados, concordando com os resultados obtidos p~r
ELTZ et al. (1989). Esse aumento no indice de agrega9ao pode
ser atribuido ao nao revolvimento do solo e a manuten9ao dos
restos de culturais na superficie.
Avaliando-se 0 diametro medio ponderado, nas
diferentes profundidades, observa-se que este diminui a
medida que a profundidade aumenta. Esse comportamento
provavelmente esta relacionado com 0 teor de carbono
organico, que tambem diminui com a profundidade (Tabela 2),
o qual influencia a agrega9ao e a estabilidade de agregados
do solo.
Considerando apenas a profundidade de 0-10 cm,
independentemente da epoca, observa-se que 0 DMP decresceu,
a medida que aumentou a mobiliza9ao de solo atraves dos
diferentes sistemas de manejo estudados. Nessa profundidade
o DMP foi de 3,96 rom no sistema plantio direto, 3,32 rom no
cultivo minimo e 3,12 rom no prepar~ convencional, dados estes
semelhante aos obtidos por ABRAO et al. (1979).
4.4. CUrva de reten980 de agua no solo
As curvas de reten9ao de agua no solo, determinadas
nos diferentes tratamentos, nas diferentes profundidades e
apenas na I" epoca, sao apresentadas na Figura 4. Os valores
apresentados representam uma media das tras profundidades
estudadas em cada sistema de manejo, tendo em vista nao ter
havido diferen9a entre as camadas trabalhadas. Valores, para
-PI
0,40
E ;;--E 0,35 -as u .-.. --cD E = - 0,30 ~ CD "a as "a -E ::;) 0,25
0,20
54
--0- P.c. --<>- C.M .
........ S.P.D. o
01L-____ -L ____ J-____ L-____ ~ ______ _L __ ~
o 4 10 33 100 500 1000
Tensio (kPa)
FIGURA 4 - Curva de retenc;:ao de agua no solo, nos tres sistemas de manejo, preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), com amostras coletadas na 1" epoca (novembro de 1994), sendo cada valor a media das profundidades de 0-10, 10-20 e 20-30 em. EMBRAPACNPT.
55
todos os tratamentos, para todas as profundidades e para
todas as tensoes, estao apresentados no Apendice 6.
A visualiza9ao da curva de reten9ao de agua no solo
permite observar a clara tendencia do sistema plantio direto,
em todas as tensoes avaliadas, reter maior quanti dade de agua
do que os demais tratamentos, sendo seguido pelo cul ti vo
minimo e pelo preparo convencional. Comportamento semelhante
foi observado por GANTZER e BLAKE (1978), para essa mesma
profundidade de amostragem de solo. Esses dados demonstram
que 0 sistema plantio direto proporciona melhores condi90es
de umidade no solo para a germina9ao das sementes e 0
posterior desenvolvimento das cu1turas. De modo similar as
observa90es efetuadas por HILL et al. (1985), pode-se afirmar
que os sistemas conservacionistas de manejo de solo
proporcionam condi90es favoraveis ao aumento do conte lido
volumetrico de agua no solo.
Confirmando os resultados obtidos p~r ELTZ et
al. (1989), 0 sistema plantio direto, em reala9ao aos demais
sistemas de manejo, apresentou tendencia a desenvolver maior
quantidade de microporos (Tabela 6), fazendo com que
aumentasse a reten9ao de agua no solo.
comparando-se entre si os sistemas de manejo
estudados, observa-se que 0 percentual de agua facilmente
disponivel para as plantas, compreendido entre as tensoes de
6 kPa e 100 kPa, apresenta uma pequena tendencia de ser maior
nos sistemas conservacionistas de manejo de solo, em rela9ao
ao preparo convencional. De maneira inversa, FARIAS et al.
56
(1985) verificaram que os tratamentos que envolviam 0 sistema
plantio direto apresentaram valores menores de retenyao de
agua em todas as tensoes consideradas para a confecyao da
curva de retenyao, ate a profundidade de 30 cm. Deve-se
considerar que estes autores trabalharam com um tipo de solo
diferente do utilizado no presente estudo.
4.5. Percentual de cobertura do solo por residuos
culturais e quanti dade de palha na superficie do
solo
as percentuais de cobertura de solo e as quantidades
de palha na superficie do solo, avaliados nos diferentes
tratamentos e nas diferentes epocas, sao apresentados nas
Tabelas 9 e 10.
Tanto os
quantidades de
percentuais de cobertura, quanto as
palha na superficie do solo variaram
intensamente entre os tratamentos e as epocas de avaliayao.
as maiores valores, para ambas as avaliayoes, ocorreram na 2"
epoca, periodo compreendido entre a colheita do milho e 0
preparo do solo para 0 pr6ximo cultivo, momento em que os
restos culturais, em todos os tratamentos, estavam dispostos na
superficie do solo.
Nesse periodo a quantidade de residuos foi superior
a 8 tjha e 0 percentual de cobertura acima de 90%, em todos
os tratamentos. Nas demais epocas esses parametros variaram
em funyao da mobilizayao do solo proporcionada pelos
diferentes sistemas de manejo. a sistema plantio direto
57
TABELA 9 - Percentual de cobertura do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPO) em tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995). Cada valor e uma media de tres repeti90~s. EMBRAPA-CNPT. .
Epoca
Milho 45 dias
Ap6s Col. Milho
P.C.
25
90
sistema de Manejo
C.M. S.P.O.
% oo ............................ ..
62
90
84
92
~~~~--~~~:--~:'-~~~----------~~-------------------~~--------------------~~----------Media 46 70 85
TABELA 10 - Quantidade de palha na superficie do solo, nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPO) em tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995). Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
Epoca
Milho 45 dias
Ap6s Col. Milho
Media
sistema de Manejo
p.e. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..
1,20
8,24
4,27
C.M. S.P.D.
t/ha .................................. ..
2,78
8,64
5,95
2,92
9,88
7,48
58
destacou-se com 0 maior percentual de cobertura e com as
maiores quantidades de palha, confirmando os resultados
experimentais obtidos no Instituto Agronomico do Parana e
relatados por VEIGA e AMADO (1994).
Na 1" epoca, os sistemas conservacionistas de manejo
de solo, sistema plantio direto e cultivo minima nao
apresentaram diferen9as expressivas em termos de quanti dade
de palha na superficie do solo (2,92 t/ha no sistema plantio
direto e 2,78 t/ha no cultivo minimo), contudo os percentuais
de cobertura do solo baixaram de 84% para 62%, evidenciando
os efeitos da semi-incorpora9ao dos residuos culturais
promovida pelo cultivo minimo. Nessa epoca, no preparo
convencional, 0 percentual de cobertura do solo e a quanti
dade de palha na superficie foram, respectivamente, de 25% e
de 1,2 t/ha.
Na 3" epoca, logo ap6s a semeadura da cuI tura de
aveia, as quantidades de palha dispostas na superficie do
solo reduziram-se de acordo com 0 aumento da mobiliza9ao do
solo, tendo sido de 9,64 t/ha no sistema plantio direto, 6,42
t/ha no cultivo minimo e 3,36 t/ha no preparo convencional.
Observa9ao semelhante e citada por ARZENO (1990), trabalhando
em um Latossolo roxo distr6fico, cultivado com milho no
verao, quando submetido ao preparo para semeadura de aveia no
periodo de inverno.
59
4.6. Taxa de infiltra9ao de aqua no solo e infiltra-
9ao acumulada
4.6.1. Teste realizado aos 45 dias ap6s a semeadura
do milho - 1" epoca
As taxas de infiltra9ao de agua no solo observadas a
campo e estimadas, para os tratamentos preparo convencional,
cuI ti vo minimo e sistema plantio direto, na l' epoca de
avalia9ao, sao apresentadas nas Figuras 5, 6 e 7. Os valores
da taxa constante de infiltra9ao observados a campo em cada
um dos pontos amostrais, nas tres epocas de avalia9ao, sao
apresentados no Apendice 7.
o tempo para 0 inicio do escoamento superficial no
preparo convencional (5 minutos) foi superior ao observado
para 0 cultivo minimo (3 minutos) e para 0 sistema plantio
direto (2 minutos). Esse comportamento pode ser resultante da
a9ao residual dos implementos de preparo de solo, que
propiciaram, no prepar~ convencional e no cuI ti vo minimo,
irregularidades na superficie do solo, facilitando a reten9ao
da aqua da chuva, na forma de intercepta9ao e deten9ao
superficial. Nao houve diferen9a na umidade gravimetrica
inicial do solo nos diferentes sistemas de manejo
(Apendice 8).
No prepar~ convencional (Figura 5), a redu9ao da taxa
de infiltra9ao foi acentuada e rapida ate 0 minuto 45. Nesse
intervalo a taxa de infiltra9ao caiu de 120 mm/h, no minuto
6, para 70 mm/h, no minuto 45. Ap6s decorrida metade do
teste, os valores de infiltra9ao tenderam a estabilizar,
140
120
-E 100 E E -'-o~ 80
IllS (,)'I lIS ... == :;:: c 60 -
40
20
. 8,24 X 10·' 1=~~~-7~~~~~~~~
(3,242 X 10".t + 8,24 X 10")2
R2 = 0,9813
O~~~~~~~LL~LL~~~~-LWU
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
60
FIGURA 5 - Taxa de infi1tray ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simu1ada no preparo convenciona1, na l' epoca, aos 45 dias ap6s a semeadura da cu1tura do mi1ho (novembro/1994). EMBRAPA-CNPT.
61
atingindo uma taxa constante de infil trac;:ao de 49 rom/h
(Tabela 11).
TABELA 11 - Taxa constante de infiltrac;:ao (TCI), coeficiente de infiltrac;:ao (CI), infiltrac;:ao acumulada (Ia), coeficientes de ajuste e determinac;:ao da equac;:ao representativa da infiltrac;:ao acumulada (equac;:ao 9), nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), na I" epoca (novembro/1994). Cada valor e uma media de tres repetic;:oes. EMBRAPACNPT.
Sistema Coeficientes da Eq. 9.Y de T.C.I.v C.I. Ia
Manejo a b R2
(rom/h) (rom) (l/rom) (h/rom)
P.C. 49 0,4083 111 3,242x10-' 0,4947 0,9999
C.M. 76 0,6333 138 2,l17xl0-' 0,4981 0,9999
S.P.D. 56 0,4667 122 3,132x10-' 0,4993 0,9999 v Para uma chuva simulada de 120 rom/h. iii Equac;:ao 9: Ia = 1
a + b t
A irregularidade superficial do solo, que proporcio-
nou 0 retardamento do in1cio do escoamento superficial no
preparo convencional, teve efei to efemero na contribuic;:ao
para 0 contato duradouro da agua com 0 solo, 0 que favore-
ceria a sua infil trac;:ao. Contudo, 0 menor percentual de
cobertura de solo (Tabela 9) e a menor quanti dade de palha na
superf1cie (Tabela 10), possivelmente explicam essa reduc;:ao
da taxa de infiltrac;:ao no prepar~ convencional ao favorecer
a reduc;:ao da rugosidade do terreno e a formac;:ao do selo
62
superficial, pelo impacto das gotas de chuva sobre 0 solo
desnudo. Segundo EHLERS (1975) e KLADIVKO er al. (1986), 0
selo superficial obstrui os canais condutores de agua e a
falta de cobertura e a men or rugosidade do terreno diminuem
o contato duradouro da agua com 0 solo, proporcionando
incrementos na taxa de enxurrada.
A redu9ao da rugosidade do terreno e a forma9ao de
selo superficial podem ser justificadas, alem da prote9ao
pela cobertura pela menor estabilidade de agregados, expressa
atraves do DMP (2,55 rom), que se observa na camada de 0-10 cm
no preparo convencional (Tabela 8). Esses efei tos sobre a
taxa de infiltra9ao de agua no solo pod em ser tambem
confirmados atraves da infiltra9ao acumulada que foi da ordem
de 111 rom (Tabela 11), sendo 0 men or valor entre os tres
sistemas de manejo avaliados.
No cultivo minima (Figura 6), a diminui9ao da taxa de
infiltra9ao de agua no solo, com 0 passar do tempo, foi mais
suave do que aquela observada no prepar~ convencional, nao
apresentando acentuadas inflex6es na curva. A taxa de
infiltra9ao apresentou uma queda uniforme, caindo de 120
rom/h, no minuto 3, para 76 rom/h, no minuto 80, a partir do
qual tendeu a estabiliza9ao.
o percentual de cobertura do solo (62%) e a
quanti dade de palha na superficie (2,78 t/ha), possivelmente
explicam esse comportamento, ao evitarem 0 impacto direto das
gotas de chuva sobre 0 solo, prevenindo a destrui9ao da
rugosidade do terreno a a forma9ao do salo superficial. A
63
140
120
-E 100 e e -oft 80
'ftl (J'I ftI ~
::: ;:
60 c Q)
" ftI >C 40 ~ 8,30 X 10.3
i= ------------(2,117 x 10·3.t + 8,30 x 10.3)'
20 R2 = 0,9781
o ' o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 6 - Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no cultivo minimo, na 1" epoca, 45 dias ap6s a semeadura da cultura do milho (novembro/1994). EMBRAPA-CNPT.
64
estabilidade dos agregados em agua, expressa atraves do DMP,
atingindo 3,30 rom (Tabela 8), refor9a essa hip6tese, ao se
opor a destrui9ao da rugosidade superficial do solo. Assim,
o condicionamento fisico do solo, com redu9ao da densidade do
solo (Tabela 3), aumento da macroporosidade (Tabela 5) e
estabiliza9ao da estrutura (Tabela 8), proporcionado pela
opera9ao de escarifica9ao, sem mobiliza9ao intensa do solo,
favoreceu a taxa de infiltra9ao de agua.
Essas condi90es fisicas favoraveis permitiram ao
cultivo minimo atingir a maior infiltra9ao acumulada, em·
rela9ao aos demais tratamentos, chegando a 138 rom (Tabela 11)
de urn total maximo possivel de 180 rom, aplicados atraves de
uma precipi ta9ao com intensidade de 120 rom/h durante 90
minutos.
No sistema plantio direto (Figura 7), observa-se que
a taxa de infiltra9ao de agua no solo sofreu uma queda,
relati vamente, acentuada com 0 passar do tempo, caindo de
120 rom/h, no minuto 3, para 62 rom/h, no minuto 75, estabili
zando, a partir desse momento, em 56 rom/h (Tabela 11).
As condi90es de superficie do solo no sistema plantio
direto com urn percentual de cobertura de 84% e a quanti dade
de palha de 2,92 t/ha, melhores que as do cultivo minimo,
poderiam sup~r uma maior taxa de infiltra9ao de agua no solo
no sistema plantio direto. Entretanto, como isso nao ocorreu,
depreende-se que a menor taxa de infiltra9ao no sistema
plantio direto pode ser resultante da menor rugosidade
superficial do solo neste sistema. Contudo, a densidade media
65
140
120
-E 100 E E -~ 80 0
IC'CI U'I C'CI ... == .-- 60 c -CD "0
C'CI >< 40 ~ 8,32 X 10.3
(3,122 x 10·3.t + 8,32 X 10.3)2
20 R2 = 0,9576
OLL'~~-L~~'~'-LLL~~LL~~-L~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 7 - Taxa de infiltrayao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no sistema plantio direto, na I' epoca, 45 dias ap6s a semeadura da cultura do milho (novembro/1994). EMBRAPA-CNPT.
66
do solo, com valor levemente superior no sistema plantio
direto (1.358 Kg/m') do que no cultivo minimo (1.322 Kg/m'),
associ ada a macroporosidade, com valores de 0,113 e
0,147 m'/m', respectivamente, tambem podem ter contribuido
para a taxa de infiltrayao de agua no solo ser men or no
sistema plantio direto do que no cultivo minimo. GREENLAND
(1979) sugere que, no minimo, 10,0% do volume do solo
necessi ta ser consti tuido de poros com diiimetro maior que
50 ~m, para permitir que a agua drene livremente atraves do
solo.
Muito embora a taxa constante de infiltrayao no
sistema plantio direto tenha sido inferior a do cuI ti vo
minimo, nessa l' epoca a infiltrayao acumulada foi elevada,
atingindo 122 rom (Tabela 11), 0 que representa 68% do total
da chuva aplicada.
4.6.2. Teste realizado ap6s a colheita do milho, com
as residuos na superficie do solo - 2" epoca
As taxas de infiltrayao de agua no solo, observadas
a campo e estimadas, para os tratamentos preparo
convencional, cultivo minimo e sistema plantio direto, na 2'
epoca de avaliayao, sao apresentadas nas Figuras 8, 9 e 10.
Os valores da taxa constante de infiltrayao observados a
campo em cada um dos pontos amostrais, nas tres epocas de
avaliayao, sao apresentados no Apendice 7.
o tempo para 0 inicio do escoamento superficial no
preparo convencional foi de 3 minutos, enquanto que no
67
cultivo minimo e no sistema plantio direto foi de 5 minutos.
o maior aumento no tempo decorrido para 0 inicio do
escoamento superficial nos manejos conservacionistas pode ter
sido resultante da presen9a dos residuos na superficie do
solo. A umidade gravimetrica inicial do solo, nesta 2" epoca,
nao foi diferente nos sistemas de manejo e nas profundidades
(Apemdice 8).
No preparo convencional (Figura 8), ocorreu uma
rapida diminui9ao da taxa de infiltra9ao de agua no solo, que
passou de 120 rom/h, no minuto 3, para 80 rom/h, no minuto 45,
estabilizando-se, posteriormente, em 71 rom/h (Tabela 12).
As condi90es de cobertura da superficie, com 8,24
t/ha de palha distribuidas sobre a superficie do solo, ap6s
a colheita do milho (Tabela 10), foi fundamental para
protege-la da a9ao direta das gotas da chuva aplicada e para
permitir que a agua ret ida permanecesse mais tempo junto a
superficie e, assim, tornar a taxa de penetra9ao da agua no
solo mais alta, nos primeiros 20 minutos de realiza9ao do
teste. Conforme os resultados obtidos por ALVES (1986), no
inicio da chuva 0 fluxo de aqua no perfil do solo e maior,
demorando mais tempo para a precipita9ao pluviometrica
exceder a capacidade de infiltra9ao de aqua no solo.
Mesmo com uma queda aproximada de 28 pontos
percentuais nos valores de macroporosidade em rela9ao a l'
epoca, os quais cairam para 0,126 m3 /m3 (Tabela 5), ocorreu um
aumento na taxa de infiltra9ao de agua no solo. Como
consequencia dessa melhoria, a infiltra9ao acumulada chegou
140
120
-~ 100 E E -'-ci 80
IClS U'>
! .:: ;;:: c 60 -
40 8,28 X 10-3
i---------~~--------~~ (2,695 X 10-3 .t + 8,28 X 10-3)2
({{«({«{(((((((((((( )
20 R2 = 0,9583
OLL~~~~~~~~~~~~~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
68
FIGURA 8 - Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no preparo convencional , na 2' epoca, ap6s a colhei ta da cultura do milho, com os residuos na superficie do solo (mar90/1995). EMBRAPA-CNPT.
69
TABELA 12 - Taxa constante de infiltra9ao (TCI), coeficiente de infiltra9ao (CI), infiltra9ao acumulada (Ia), coeficientes de ajuste e determina9ao da equa9ao representativa da infiltra9ao acumulada (equa9ao 9), nos sistemas de manejo em prepar~ convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), na 2' epoca (mar90/1995). Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sistema Coeficientes da Eq. 9~/
de T.C.!'!! C.!. Ia manejo a b R2
(rom/h) (rom) (l/rom) (h/rom)
P.C. 71 0,5917 128 2,695xl0-> 0,4970 1,0000
C.M. 92 0,7667 144 2,191xl0-> 0,4974 0,9999
S.P.D. 86 0,7167 139 2,224xl0-> 0,4967 0,9999 !! Para uma chuva simulada de 120 rom/h. ;1.1 Equa9ao 9: Ia = 1
a + b t
a 128 rom (Tabela 12), porem foi 0 menor valor para a
infiltra9ao acumulada encontrado, entre os tres metodos de
manejo, avaliados nessa 2' epoca.
No cultivo minimo (Figura 9), a curva de infiltra9ao
de agua no solo mostrou uma pequena tendencia de queda nos
primeiros 20 minutos de chuva, diminuindo de 120 rom/h, no
minuto 6, para 97 rom/h, no minuto 25. Logo em seguida, os
valores tornaram-se constantes e, a partir dos 55 minutos de
chuva, a taxa con stante de infil tra9ao estabilizou-se em
92 rom/h (Tabela 12).
Para que a agua possa penetrar no solo, este deve
apresentar uma condi9ao estrutural interna que facilite a sua
70
140
120
-E 100 E E -.-
8,29 X 10.3
1=----------------------(2,191 x 10-3.t + 8,29 x 10.3)2
R2 = 0,7142 20
OLL~~~-L~~~~_LLLLL~~~_L~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 9 - Taxa de infiltra9So observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no cultivo minimo, na 2' epoca, ap6s a colheita da cultura do milho com os residuos na superficie do solo (mar90/1995). EMBRAPA-CNPT.
71
passagern. contudo, no teste realizado nesta 2' epoca, a
macroporosidade diminuiu (Tabela 5). Entretanto, estas
altera90es nas condi90es fisicas do solo nao reduziram a taxa
de infiltra9ao de agua, devido, principalmente, a presen9a
dos residuos culturais na superficie do solo, facilitando 0
contato, por um periodo de tempo maior, entre a agua e a
superficie do solo e, evitando a a9ao direta das gotas da
chuva sobre a superficie do solo, 0 que produziria uma maior
desagregagao de particulas e obstrugao dos canais condutores
de agua, possibilitando a forrna9ao do selo superficial.
Os percentuais de cobertura do solo (Tabela 9) foram
semelhantes entre os tres sistemas de manejo avaliados. A
presen9a de grande quantidade de palha junto a superficie do
solo, produziu uma infiltra9ao acurnulada de 144 mrn (Tabela
12), 0 que representa 80% do total de chuva aplicada, isto e,
a maior infiltragao acumulada ocorrida em todos os testes
realizados.
No sistema plantio direto (Figura 10) pode-se
observar que a diminuigao na taxa de infiltra9ao de agua no
solo foi pouco expressiva e ocorreu, principalmente, nos
primeiros 20 minutos de chuva simulada. No minuto 6 foi
120 mrn/h e no minuto 25 caiu para 101 mrn/h, sendo que apes
esse periodo de tempo a queda foi pequena, mas prolongou-se
ate 0 minuto 40. A taxa constante de infiltragao foi
alcangada apes decorridos 55 minutos de chuva, e atingiu 86
mrn/h (Tabela 12). Possivelmente, as condigoes de superficie,
corn a presen9a de 9,88 t/ha de residuos n~ superficie do solo
140
120
:2100 -E -.-o
'CIS u.. E ::: ;:: c Q) 'tS CIS >C
80
60
~ 40
20
828 X 10.3
1- ' (2,224 x 10.3 • t + 8,28 X 10-3)2
R2 = 0,8164
o~~~~~~~~~~~~~~~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
72
FIGURA 10 - Taxa de infi1trac;:ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simu1ada, no sistema p1antio direto, 2' epoca, ap6s a c01hei ta da cu1tura do mi1ho com os residuos na superficie do solo (marc;:ojI995). EMBRAPA-CNPT.
73
(Tabela 10), tenham proporcionado condi90es para que a taxa
de infiltra9ao diminuisse lentamente. Tendencia semelhante
foi encontrada p~r ALVES (1986), avaliando 0 comportamento
da taxa de infiltra9ao de aqua no solo, quando este foi
submetido ao prepar~ convencional e ao sistema plantio
direto.
Observa-se que, mesmo com as condi90es fisicas
desfavoraveis, ou seja, com uma redu9ao na macroporosidade
(Tabela 5) e com urn diametro medio ponderado de aqreqados de
2,69 mm, no sistema plantio direto (Tabela 8) a infiltra9ao
acumulada (Tabela 12) foi elevada atinqindo 139 rom.
4.6.3. Teste realizado ap6s a semeadura da cultura de
aveia - 3' epoca
As taxas de infiltra9ao de aqua no solo, observadas
a campo e estimadas, para os tratamentos preparo convencio
nal, cultivo minimo e sistema plantio direto, na 3' epoca de
avalia9ao, sao apresentadas nas Figuras 11, 12 e 13. Os valores
da taxa constante de infiltra9ao observados a campo em cada urn
dos pontos amostrais, nas tres epocas de avalia9ao, sao
apresentados no Apendice 7.
o tempo para 0 inicio do escoamento superficial foi
de 2 minutos no preparo convencional, enquanto que no cultivo
minimo e no sistema plantio direto foi de 4 minutos. Nao houve
diferen9a na urnidade gravimetica inicial do solo nessa epoca,
em todas as profundidades e sistemas de manejo do solo
(Apendice 8).
74
No preparo convencional (Figura 11), a curva de
infiltray80 de agua no solo teve duas inflexoes bern
acentuadas. Enquanto no periodo de 2 a 6 minutos a taxa de
infiltray80 caiu de 120 rom/h para 106 rom/h, no periodo de 6
a 21 minutos ela caiu de 106 mm/h para 89 rom/h. Ap6s esse
tempo, a queda na taxa de infiltrayao tornou-se suave,
tendendo a estabilizar-se a partir do minuto 60, com uma
taxa constante de infiltrayao de 57 mm/h (Tabela 13).
As causas para essas inflexoes, uma vez que 0 teste
foi realizado imediatamente ap6s as operayoes de preparo de
solo e de plantio, possivelmente estejam associadas a
estratificayao da camada aravel promovida pel as ayoes de
arayao, de gradagem e de semeadura.
TABELA 13 - Taxa con stante de infiltray80 (TCI), coeficiente de infiltrayao (CI), infiltrayao acumulada (Ia), coeficientes de ajuste e determinayao da equayao representativa da infiltrayao acumulada (equayao 9), nos sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), na 3' epoca (abril/1995). Cad a valor e uma media de tres repetiyoes. EMBRAPACNPT.
Sistema Coeficientes da Eq. 9·Y
de T.C.r. Y c.r. Ia manejo a b R'
(rom/h) (rom) (l/rom) (h/rom)
P.C. 57 0,4750 112 3,771xlO-3 0,4965 0,9999
C.M. 62 0,5167 122 2,822x10-3 0,4970 1,0000
S.P.D. 48 0,4000 91 6,104X10-3 0,4908 0,9997 Y Para uma chuva simulada de 120 rom/h. 21 Equayao 9: Ia = 1
a + b t
75
140
120
-=E:. 100 e e -~ 80 0
'CIS uo CIS .. = .-- 60 r::: -
CD "a CIS
~ 40 8,27 X 10"
(3,771 X 10".t + 8,27 X 10·')2
20 R2 = 0,9695
O~LL~~~-k~~~~~~LL~~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 11 - Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante as 90 minutos de chuva simulada, no preparo convencional, 3" epoca, ap6s a semeadura da cultura de aveia (abril/1995). EMBRAPA-CNPT.
76
Observa-se que, mesmo com a superficie rugosa e com
elevada percentagem de macroporos (Tabela 5), resultantes
das opera90es de preparo e de plantio, a incidencia direta
das gotas de chuva sobre a superficie do solo exposta pelos
implementos de preparo pode ter sido 0 fator preponderante
para em, aproximadamente 60 minutos, a taxa de infiltra9ao
cair em mais de 50%, passando de 120 rom/h para 57 rom/h.
Segundo FREEBAIRN et ai. (1989), ap6s 0 preparo do solo, a
superficie fica exposta a energia das gotas de chuva, as
quais provocam selamento superficial e aumento da enxurrada.
o selamento superficial, possivelmente tenha ocorrido pela
menor estabilidade de agregados expressa pelo DMP (Tabela 8).
A taxa constante de infiltra9ao nessa epoca (57
rom/h), ficou muito pr6xima aquela da I" epoca, que foi de 49
rom/h. Esse comportamento, provavelmente, seja resultado das
condi90es de superf icie que apresentaram, praticamente, 0
mesmo percentual de cobertura do solo (Tabela 9), mui to
embora nessa 3' epoca a quanti dade de palha fosse 2,8 vezes
maior do que na I' epoca (Tabela 10).
Outro aspecto a ser considerado e que a mobiliza9ao
do solo modifica a continuidade natural dos poros construidos
durante 0 cicIo das cuI turas. 0 aumento da porosidade do
solo, promovido pelas opera90es de preparo, pode nao produzir
efeitos favoraveis ao aumento da taxa de infiltra9ao, devido
a destrui9ao da continuidade vertical dos poros (KOISTRA et
ai. 1984).
As opera90es de preparo do solo proporcionaram
77
condi90es para que houvesse aumento da porosidade nas camadas
de 0-10 cm e 10-20 cm de profundidade. Contudo, essa melhoria
das condi90es estruturais do solo nao foi capaz de manter a
taxa con stante de infiltra9ao corn valores pr6ximos aos
encontrados na 2" epoca produzindo, desta forma, uma queda na
infiltra9ao acumulada, ficando ern 112 mm (Tabela 13), 62% do
total da chuva aplicada durante os 90 minutos de realiza9ao
do teste.
No cultivo minimo (Figura 12) pode-se visualizar urn
decrescimo rapido na taxa de infiltra9ao na primeira metade
do teste, caindo de 120 rom/h no minuto 4 para 76 rom/h no
minuto 45. Posteriormente, assumiu valores constantes e
atingiu a taxa con stante de infiltra9ao, a partir do minuto
65, corn 62 rom/h (Tabela 13). Observa-se que a redu9ao na taxa
de infiltra9ao de agua no solo no cultivo minimo foi,
aproximadamente, 1 rom/min nos primeiros 60 minutos de
aplica9ao de chuva, inferior aquela ocorrida no preparo
convencional, onde a queda foi de 1,25 rom/min nos primeiros
47 minutos de ap1ica9ao de chuva.
Antes da rea1iza9ao do teste houve a passagem do
escarificador e, a seguir, a passagem da semeadora de plantio
direto. As opera90es de preparo do solo e semeadura da
cu1tura de aveia, fizeram corn que dimunuisse a quanti dade de
pa1ha na superficie de 8,64 t/ha para 6,42 t/ha e 0
percentual de cobertura de 90% do solo para 58% (Tabelas 9 e
10). A a9ao positiva do escarificador ern abrir fendas na
camada trabalhada, para permitir que a agua retida junto a
•
140
120
-E 100 E E -,; 80
'CIS ()'l CIS ... = ;;:: c 60 CD 't:I CIS >C
~ 40 8,28 X 10-3
(2,822 x 10-3.t + 8,28 X 10.3)'
20 R' = 0,9652
OLL~~~~LL~~~-LLL~~~-LLL~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
78
FIGURA 12 - Taxa de infiItra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no cuI ti vo minimo, 3" epoca, ap6s a semeadura da cultura de aveia (abril/1995). EMBRAPA-CNPT.
79
superficie do solo penetrasse no perfil, nao foi suficiente
para evitar uma queda de 15% na infiltra9ao acumulada, em
rela9ao aquela encontrada na 2" epoca, caindo de 144 mm para
122 mm (Tabela 13).
As condi90es da superficie do solo, associadas com a
queda na cobertura do solo, produzidas pela passagem do
escarificador, dificultaram a infiltra9ao de agua no solo.
Caso a agua, proveniente da chuva aplicada, infiltrasse no
solo, as condi90es fisicas da camada trabalhada favoreceriam
a sua passagem, pois
0,131 m3 /m3 (Tabela 5),
a macroporosidade aumentou para
demonstrando a a9ao eficiente do
escarificador em melhorar as condi90es fisicas do perfil,
facilitando des sa forma a infiltra9ao de agua ret ida
superficialmente pelos residuos culturais remanescentes.
No sistema plantio direto (Figura 13), a taxa de
infiltra9ao de agua no solo foi de 120 mm/h no minuto 4 e
caiu para 53 mm/h no minuto 35, produzindo uma redu9ao de
2,16 mm/min. Porem, logo em seguida, a tendencia foi
estabilizar, atingindo uma taxa constante de infiltra9ao de
48 mm/h (Tabela 13), taxa esta muito semelhante aquela
encontrada no preparo convencional, na l' epoca e 18%
inferior neste mesmo sistema na 3' epoca.
Verifica-se que mesmo com 9,64 t/ha de palha na
superficie (Tabela 10), com capacidade de reter agua junto ao
solo, a taxa de infiltra9ao de agua no solo caiu rapidamente.
Entretanto, em fun9ao da proximidade das linhas de semeadura
(17 cm), 0 trabalho realizado pel~ semeadora de plantio
140
120
-€.100 e e -.-o 80
lClS U'> CIS ...
== ;;::: c 60 CI) "C
~ ~ 40
20
. 8,18 X 10.3
1=-----------------------(6,104 X 10-3.t + 8,18 X 10-3)2
R'= 0,9163
OLL~~~LLLL~~LLLL~~LLLL~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
80
FIGURA 13 - Taxa de infiltra9ao observada e estimada, durante os 90 minutos de chuva simulada, no sistema plantio direto, 3' epoca, ap6s a semeadura da cultura de aveia (abril/1995). EMBRAPA-CNPT.
81
direto que implantou a cultura de aveia, mobilizou a
superficie do solo, triturando a palha em peda90s pequenos,
fazendo com que os residuos fossem cobertos por uma camada de
solo, ou seja, promovendo uma semi-incorpora9ao. Desta forma,
houve uma maior exposi9ao da superficie, como demonstram os
dados de percentual de cobertura do solo (Tabela 9), que
cairam de 92% (2" epoca) para 78% (3" epoca).
ROTH et al. (1988), trabalhando com prepar~ conven--
cional, cuI ti vo minimo e sistema plantio direto, tentando
definir a taxa minima de "mulch" necessaria para controlar a
erosao sob uma chuva de 60,0 rom/h, encontraram que, para
assegurar a infiltra9ao completa de uma chuva de alta
intensidade, e necessario que, no minimo, 90,0% da superficie
do solo esteja coberta. Deve-se esclarecer que a chuva
simulada aplicada sobre a parcel a experimental do sistema
plantio direto foi 0 primeiro evento pluviometrico que
ocorreu na area onde estavam sendo realizados os referidos
testes de chuva simulada.
A mobiliza9ao do solo e a exposi9ao da superficie,
mesmo em um solo com DMP de agregados da ordem de 3,22 rom,
sob a9ao direta das gotas de uma chuva de 120 rom/h facilitou
o processo de desagrega9ao das particulas e obstru9ao de
por~s, com uma conseqUente queda drastica na taxa de
infiltra9ao, principalmente nos primeiros 25 minutos de
chuva, diminuindo de 120 rom/h, no minuto 3, para 62 rom/h.
Associada as condi90es de superficie e a intensidade
da chuva, pode-se considerar que esta redu98o, possivelmente,
82
tenha sido consequemcia das condic;:6es fisicas da camada
superficial do solo, que apresentou 0 menor percentual de
macroporos (Tabela 5), entre os tres sistemas de manejo e
devido a pequena rugosidade superficial apresentada pelo
sistema plantio direto, condic;:6es estas que favoreceram 0
aumento da taxa de enxurrada.
varios pesquisadores (MCGREGOR et a1.; 1975, LAFLEN
e COLVIN, 1981 e LINDSTROM et a1., 1981), consideram que a
enxurrada no sistema plantio direto e semelhante aquela que
ocorre nos sistemas de manejo onde existe mobilizac;:ao do
solo, ou seja, uma indicac;:ao de que 0 desenvolvimento de um
sistema estavel de macroporos nem sempre acontece ou entao,
ira ocorrer lentamente em determinados locais. Portanto, 0
fator que mais influenciou a reduc;:ao da taxa de infiltrac;:ao
de agua no solo, logo ap6s a semeadura da cultura de aveia,
foi as alterac;:6es nas condic;:6es de superficie do solo,
provocadas pela ac;:ao da semeadora. Como reflexo dessas
condic;:6es de superficie, que dificultaram a infiltrac;:ao de
agua no solo, houve uma reduc;:ao de 23% na infiltrac;:ao
acumulada em relac;:ao ao prepar~ convencional, ou seja, caindo
para 91 mm (Tabela 13).
Dez anos de usc continuado do sistema plantio direto
sob um sistema de rotac;:ao de culturas resultaram em uma
condic;:ao de superficie do solo que nao e capaz de retera
grande quanti dade de aqua, produto de uma chuva de alta
intensidade. A grande quantidade de residuos presentes na
superficie (praticamente 100% de cobertura) pode,
83
efetivamente, absorver a energia das gotas da chuva
(LINDSTROM et al., 1981).
4.7. Taxa de enxurrada
As taxas de enxurrada estimadas para os tratamentos
preparo convencional, cultivo minimo e sistema plantio
direto, para as tres epocas de aplica9ao de chuva simulada,
sao apresentadas nas Figuras 14, 15 e 16. Na Tabela 14 sao
tambem apresentados os coeficientes de enxurrada.
Observa-se nas Figuras 14 e 16 que 0 prepar~
convencional e 0 sistema plantio direto apresentaram val ores
de taxa constante de enxurrada muito pr6ximos, diferenciando
se nos coeficientes de enxurrada em 5,84 pontos percentuais,
quando 0 teste foi realizado 45 dias ap6s a semeadura do
milho (Tabela 14). Os resultados obtidos por LINDSTROM et al.
(1981) demonstram que 0 sistema plantio direto pode resultar
em uma superficie consolidada, com baixa capacidade de
infiltra9ao, que persiste com 0 tempo e pode produzir grandes
volumes de enxurrada durante chuvas intensas.
Os resultados experimentais demonstram que e de
fundamental importancia a presen9a de estruturas hidraulicas
para disciplinar 0 excesso de agua que escoa superficialmen
teo A partir do momento em que tais estruturas estao presen
tes, 0 escoamento superficial das aguas pode ser manejado de
forma correta, evitando a a9ao erosiva da enxurrada. Dessa
forma, a presen9a de terra90s nas lavoura e muito importante,
mesmo quando se usa os manejos conservacionistas.
-.c: E E ->< W I-
CIS "0 CIS ... ... :::l >< C W CD "0 CIS >< ~
100
80
60
40
20
--D- PC: TEx = 59,22 + 54,01 Log t; R2 = 0,8817
~ CM: TEx = 31,79 + 26,84 Log t; R2= 0,8817
-0- SPD: TEx = 48,66 + 40,79 Log t; R2= 0,8196
O~~~~~LL~~~~LLLL~~~-L~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
84
FIGURA 14 - Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nos tres sistemas de manejo, na 1" epoca (novembro/1994), 45 dias ap6s a semeadura da cultura do milho. EMBRAPA-CNPT.
100
80 -.c -E E ->< W 60 I--ca 'C ca ... = >< ~ 40 CD 'C
= ~ 20
--0- PC: TEx = 43,50 + 35,44 Log t; R2= 0,9175
--I:::.- CM: TEx = 27,91 + 17,03 Log t; R2= 0,9199
--0- SPD: TEx = 33,14 + 23,73 Log t; R2= 0,9477
o~~~~~~~~~~~~-WU-~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
85
FIGURA 15 - Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nos tras sistemas de manejo, na 2" epoca (mar90/1995), ap6s a colheita da cultura do milho, com os residuos na superficie do solo. EMBRAPA-CNPT.
-.c --E E ->< W I-~
CIS 'C CIS ... ... ::I >< C W CD 'C
CIS >< ~
86
100 -D- pc: TEx = 56,45 + 45,99 Log t; R' = 0,9129
-6- CM: TEx = 49,39 + 43,26 Log t; R' = 0,8681 --0- SPO: TEx = 72,21 + 53,45 Log t; R' = 0,9248
O~~~~~~~~-LLLLL~~~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 16 - Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nos tres sistemas de manejo, na 3" epoca (abril/1995), ap6s a semeadura da cultura de aveia. EMBRAPA-CNPT.
87
TABELA 14 - Taxa constante de enxurrada (TCE) e coeficiente de enxurrada (CE), para os sistemas de manejo em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), nas tres epocas (novembro/1994, maryo/1995 e abril/1995). Cada valor e uma media de tres repetiyoes. EMBRAPACNPT.
sistema 1" epoca 2" epoca 3" epoca de
Manejo T.C.E. C.E. T.C.E. C.E. T.C.E. C.E.
(mm/h) (mm/h) (mm/h)
P.C. 71 0,5917 49 0,4083 63 0,5250
C.M. 44 0,3667 28 0,2333- 58 0,4833
S.P.D. 64 0,5333 34 0,2833 72 0,6000
A tendencia foi a me sma quando 0 teste foi realizado
ap6s a semeadura da cultura de aveia, apresentando uma
diferenya nos coeficientes de enxurrada de apenas 7,5 pontos
percentuais. Sistemas conservacionistas de preparo de solo,
logo ap6s 0 preparo do solo e a semeadura, tern urn impacto
maior sobre a perda de solo do que sobre 0 escoamento
superficial (SIEMENS e OSCHWALD, 1976).
Entretanto, quando 0 teste foi realizado ap6s a
colheita da cultura do milho, com os residuos dispostos na
superficie do solo, a diferenya no coeficiente de enxurrada
entre 0 prepar~ convencional e 0 sistema plantio direto
aumentou para 12,5 pontos percentuais. Este aumento na
diferenya entre os coeficientes ocorreu porque a taxa
constante de enxurrada no preparo convencional foi de
49 mm/h, enquanto no sistema plantio direto foi de 34 mm/h
(Tabela 14).
88
Esse comportamento da taxa constante de enxurrada
pode ser consequencia da quanti dade de palha distribuida na
superficie do solo, que no preparo convencional foi de 1,64
t/ha menor do que aquela existente no sistema plantio direto
(Tabela 10).
No momenta em que se analisa as diferentes epocas de
aplicayao de chuva simulada, fixando a sistema de manejo
utilizado (Figuras 17, 18 e 19), observa-se que para as
manejos conservacionistas a taxa constante de enxurrada,
apresentada na Tabela 14, foi maior quando a teste foi
realizado ap6s a semeadura da cultura de aveia atingindo
58 mm/h no cultivo minima e 72 mm/h no sistema plantio
direto. 0 segundo maior valor para taxa constante de
enxurrada ocorreu par ocasiao do teste realizado 45 dias ap6s
a semeadura do milho, alcan9ando 44 mm/h no cultivo minima e
64 mm/h no sistema plantio direto.
Entretanto, para a preparo convencional a taxa
constante de enxurrada foi maior no teste realizado 45 dias
ap6s a semeadura da cultura do milho, atingindo 71 mm/h e urn
coeficiente de enxurrada de 0,5917 (Tabela 14).
Comparando-se as coeficientes de enxurrada encon
trados para as diferentes sistemas de manejo avaliados
(Tabela 14) e considerando-se apenas na 3" epeca, au seja,
ap6s a semeadura da cultura de aveia, pede-se ordena-los em
ordem decrescente da seguinte forma: sistema plantio direto
(0,6000), preparo convencional (0,5250) e cuI ti va minima
(0,4833).
-.c e E ->< W t-
ft
CIS '0 CIS ... ... :::::I >< C W CD '0 CIS >< ~
89
100 --0- Mllho 45 dlas: TEx = 59,22 + 54,01 Log t; R2 = 0,8817
-b- P6s-colhelta: TEx = 43,50 + 35,44 Log t; R2 = 0,9175
-0- P6s-semeadura: TEx = 56,45 + 45,99 Log t; R2 = 0,9129
80
60
40
20
Omfi~~~~LLLL~~~LLLL~~~LL~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 17 - Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nas tres epocas de aplica9ao de chuva simulada (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) no preparo convencional. EMBRAPACNPT.
90
100
-0- Mllho 45 dias: TEx = 31,79 + 26,84 Log I; R' = 0,8817 -b- P6s-colheila: TEx = 27,91 + 17,03 Log I; R' = 0,9199 -0- P6s-semeadura: TEx = 49,39 + 43,26 Log I; R' = 0,8681
80 -.c -E E ->< w 60 ... -CIS
" CIS ... ... ~ >< c 40 w CD
" CIS >< ~
20
O~~~~~LL~~~~LL~~~~~~
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 18 - Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nas tres epocas de aplica9ao de chuva simulada (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) no cultivo minimo_ EMBRAPA-CNPT.
91
100 --Q- Mllho 45 dlaa: lEx = 48,66 + 40,79 Log I; R2 = 0,8196 -I:!r- P6s-colhella: lEx = 33,14 + 23,73 Log I; R2 = 0,9477 -<>- P6s-.emeadura: TEx = 72,21 + 63,46 Log I; R2 = 0,9248
80 -.c -E E ->< w 60 l-
llS 'C lIS ... ... :2 >< c 40 w GI "C lIS >< ~
20
Om9~~~~LLLL~~~~LL~~~-LW
o 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
Tempo, t (h)
FIGURA 19 - Taxa de enxurrada estimada (TEx), durante os 90 minutos de chuva, nas tres epocas de aplica9ao de chuva simulada (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) no sistema plantio direto. EMBRAPACNPT.
92
Na tentativa de obter dados para definir val ores mais
precisos para 0 coeficiente de enxurrada, HORN e SCHWAB (1963)
trabalhando em 11 microbacias hidrograficas na Estac;:ao de
Experimental de Coshocton, concluiram que para uma chuva de
100 rom/h, quando se utiliza culturas semeadas em linha e com
boas praticas de manejo, 0 coeficiente de enxurrada e de
0,5600.
5. CONCLUSOES
Com base nos resultados obtidos, concluiu-se que:
1) Nas diferentes epocas de realiza9ao dos testes de chuva
simulada houve uma rela9ao direta entre 0 percentual de
cobertura do solo e a taxa de infiltra9ao de agua no solo,
para os manejos conservacionistas e preparo convencional
na I' e 2' epocas.
2) Somente a quantifica9ao das caracteristicas fisicas es
truturais do solo nao foi suficiente para detectar as di
feren9as produzidas pelos tres sistemas de manejo nas ta
xa de infiltra9ao de agua no solo, embora a macroporosi
dade tenha reproduzido essas diferen9as, especialmente
na 3' epoca (ap6s a colheita da cultura de aveia).
3) Os manejos conservacionistas apresentaram as menores taxas
de enxurrada, exceto na 3' epoca (ap6s a semeadura da
cultura de aveia).
6. SUGESTOES PARA NOVOS TRABALHOS NESSA LINDA DE PESQUISA
Recomenda-se para a desenvolvimento de futuros
estudos relacionados corn infiltra9ao de agua no solo
utilizando-se mini-simuladores de ch~va, considerar as
seguintes sugestoes:
1) No momenta da defini9ao dos metodos de analise, para as
avalia90es das caracteristicas fisicas a serem realizadas,
procurar aqueles que apresentem como enfase principal a
qualifica9ao das caracteristicas fisicas do solo,
especialmente ern terrnos de porosidade, e nao somente a sua
quantifica9ao.
2) Tentar elaborar urn cronograma de atividade de campo que
perrnita aurnentar a tempo de dura9ao dos testes de chuva
simulada par urn periodo superior a 2 horas e, caso seja
possivel, chegar a ate mais de 3 horas, como indicam
alguns pesquisadores.
3) Monitorar a avan90 da frente de umidade durante a realiza-
9ao dos testes corn chuva simulada.
95
4) Considerar para 0 calculo do coeficiente de enxurrada nao
apenas a intensidade da chuva aplicada, mas tarnbem a epoca
de coleta dos dados.
7. REFERtNCIAS BIBLIOGRAFlCAS
ABRAO, P.U.R.; GOEPFERT, C.F.; GUERRA, M.; ELTZ, F.L.F.; CAS SOL , E.A. 1979. Efeitos de sistemas de preparo do solo sobre caracteristicas de um Latossolo Roxo distr6fico. Rev. bras. ci. Solo, campinas, v.3, p.169-172.
-ALLMARAS,
systems Tillage
R.R.; DOWDY, R.H. 1985. Conservation tillage and their adoption in the United States. Soil
Res., Amsterdam, v.5, p.197-222.
ALVES, C.M. 1986. Infiltra9ao de aqua em um Podz61ico Vermelho Escuro sob dois metodos de preparo, usando chuva simulada com duas intensidades. Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS. 115f. Diss. mest. em Agronomia - Ciencia do Solo.
ARZENO, J.L. 1990. Avalia9ao fisica de diferentes manejos de solo em um Latossolo Roxo Distr6fico. piracicaba, ESALQ, USP. 259f. Tese dout. em Agronomia - Solos e Nutri9ao de Plantas.
ASSELINE, J.; CUSTODE, E.; NONI, G. de.; L6PEZ, A.; L6PEZ, C.; TRUJILLO, G.; VIENNOT, M. 1993. La siaulacion de lluvia: metodologia y practicas. Quito, Ministerio de Agricultura y GanaderiajORSTOM. 66p.
BERNARD, A. 1987. Le siaulateur de pluie, seconde generation. Montpellier, ORSTOM-Institute Fran9ais de recherche scientifique pour Ie developpement en cooperation. 19p.
BERNARDO, S. 1989. Manual de Irriga9ao. 5.ed. Vi90sa, UFVImpr. Univ. 596p. Cap. 1: Aqua no solo.
BERTOL, I. 1986. Rela90es da erosao hidrica com metodos de preparo do solo, na ausencia e presen9a de cobertura vegetal por residuo cultural de trigo. Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS. 158f. Diss. mest. em Agronomia - Ciencia do Solo.
BLAKE, G.R. 1965. Bulk density. (Eds. ). Methods of soil analysis. of Agronomy. Part 1. p.374-390.
In: BLACK, C.A. et al. Madison, American Society
BLEVINS, R.L.; DOYLE COOK, S.H.P.; Influence of no-tillage on soil Madison, v.63, p.593-596.
PHILLIPS, moisture.
97
R.E. 1971-Agron. J.,
BLEVINS, R.L.; THOMAS, G.W.; SMITH, M.S.; FRYE, W.W.; CORNELIUS, P.L. 1983. Changes in soil properties after 10 years continuous non-tilled and conventionally tilled corn. Soil Tillage Res., Amsterdam, v.3, p.135-146.
BRAKENSIEK, H.B.; OSBORN, W.J.; RAWLS, W.J. 1979. Field manual for research in agricultural hydrology. Washington, USDA. 547p. (Agriculture Handbook, 224).
BRASIL. 1973. Levantamento de reconhecimento dos solos nos Estado do Rio Grande do SuI. Recife, Ministerio da Agricultura. 431p. (Boletim Tecnico, 3Q).
BUBENZER, R.E.; MEYER, L.D. 1965. Simulation of rainfall and soils for laboratory research. Transactions of the ASAE., st. Joseph, v.8, p.73-75.
CABEDA, M.S.V. 1984. DegradaQao fisica e erosao do solo. In: SIMP6sIO DE MANEJO DO SOLO E PLANTIO DIRETO NO SUL DO BRASIL, 1., SIMP6SIO DE CONSERVA~AO DO SOLO DO PLANALTO, 3.,1984, Passo Fundo. Anais ••• Passo Fundo, PIUCS e UPFFaculdade de Agronomia. p.28-33.
CASSOL, E.A. 1986. Erosao do solo: influencia do uso agricola, do manejo e preparo do solo. Porto Alegre, IPRNRAtaliba Paz. 40p. (publicaQao IPRNR, 15).
CASSOL, L.C. 1995. Caracteristicas fisicas e quimicas do solo e rendimento de culturas ap6s a reaplicaQ80 de calcario, com e sem incorporaQ8o, em sistemas de preparo. Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS, 98f. Diss. mest. em Agronomia - Ciencia do Solo.
CAUDURO, F • A.; DORFMANN, R. 1988 • Manual de ensaios de laborat6rio e campo para irrigaQ80 e drenagem. Brasilia, PRONI/MA. 216p. cap. 11: RetenQao de agua pelo solo.
CENTURION, J.F.; DEMATT~, J.L.I. 1985. Efeitos de sistemas de preparo nas propriedades fisicas de um solo sob cerrado cultivado com soja. Rev. bras. Ci. Solo, Campinas, v.9, p.263-266.
CINTRA, F.D. 1980. CaracterizaQ80 do impedimento mecanico em Latossolos do Rio Grande do SuI. Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS. 89f. Diss. mest. em Agronomia - Ciencia do Solo.
98
CHONG, S.K.; GREEN, R.E.; AHUJA, L.R. 1982. Infiltration prediction based on estimation of·Green-Ampt wetting front pressure head from measurements of soil water redistribution. Soil sci. Soc. Am. J., Madison, vol.46, p.235-239.
COGO, N.P. 1988. Conceitos e princfpios cientfficos envolvidos no manejo de solos para fins de controle da eros9ao hfdrica. In: MONIZ, A.C.; FURLANI, A.M.C.; FURLANI, P.R.; FREITAS, S.S. A Responsabilidade Social da Ciencia do Solo. Campinas, SBCS. p.251-262.
DALLA ROSA, A . 1981 . Praticas mecanicas e cuI turais na recupera9ao de caracterfsticas fisicas de solos degradados pelo cultivo solo Santo Angelo (Latossolo Roxo Distr6fico). Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS. 136f. Diss. mest. em Agronomia - Ciencia do Solo.
DAY, P.R. 1965. Particle fractionation and particle size analysis. In: BLACK, C.A. et al. (Eds.). Methods of soil analysis. Madison, American society of Agronomy. Part 1. p.545-567.
DENARD IN , J. E. 1984. Manejo adequado do solo para areas motomecanizadas. In: SIMPOSIO DE MANEJO DO SOLO E PLANTIO DIRETO NO SUL DO BRASIL, 1., SIMPOSIO DE CONSERVA~O DO SOLO DO PLANALTO, 3., 1984, Passo Fundo. Anais ••• Passo Fundo, PIUCS e UPF-Faculdade de Agronomia. p.107-124.
DERPSCH, R.; ROTH, C.H.; SIDIRAS, N.; KOPKE, U. 1991-Controle da erosao no Parana, Brasil: sistemas de cobertura do solo, plantio direto e preparo conservacionista do solo. Londrina, GTZ-IAPAR. 272p. Cap. 4: sistemas de preparo do solo em areas susceptfveis a erosao.
DICK, W.A. 1983. organic carbon, nitrogen, and phosphorus concentrations and pH in soil profiles as affected by tillage intensity. Soil Sci. Soc. Am. J., Madison, v.47, p.102-107.
DORFMAN, R. 1989. Hidrologia Agricola: problemas e solU90es. Porto Alegre, IPH/DOH-UFRGS. 198p.
DUNN, G.H.; PHILLIPS, R.E. 1991- Macroporosity of a welldrained soil under no-till add conventional tillage. Soil Sci. Soc. Am. J., Madison, v.55, p.817-823.
EHLERS, W. 1975. Observations on earthworm channels and infiltration on tilled and untilled loess soil. Soil sci., Baltimore, v.119, p.242-249.
99
ELTZ, F.L.F.; PEIXOTO, R.T.G.; JASTER, F. 1989. Efeitos de sistemas de preparo do solo nas propriedades fisiscas e quimicas de urn Latossolo Bruno Alico. Rev. bras. ci. Solo, campinas, V.13, p.259-267.
FARIAS, G.S.; CASSOL, E.A.; MIELNICZUK, J. 1985. Efeitos de sistemas de cultivo sobre a porosidade e retenyao de agua em urn solo Lateritico Bruno-Avermelhado Distr6fico (Paleudult). Pesq. agropec. bras., Brasilia, v.20, p.1389-1393.
FERNANDES, B.; GALLOWAY, H. M.; BRONSON, R. D.; MANNERING, J. V • 1983. Efeito de tres sistemas de preparo do solo na densidade aparente, na porosidade total e na distribuiyao dos poros, em dois solos (Typic Argiaquoll e Typic Hapludalf). Rev. bras. ci. Solo, Campinas, v.7, p.329-333.
FREEBAIRN, D.M.; GUPTA, S.C.; ONSTAD, C.A.; RAWLS, W.J. 1989. Antecedent rainfall and tillage effects upon infiltration. Soil Sci. Soc. Am. J., Madison, v.53, p.1183-1189.
FREITAS, P.L. de. 1992. Manejo fisico do solo. In: SIMP6SIO SOBRE CONSERVAc;:Ao DO SOLO NO CERRADO. Goiania, 1992. Anais ••• Campinas, Fundayao Cargill. p.117-139.
GANTZER, C.J.; BLAKE, G.R. 1978. Physical characteristics of Le Secur Clay Loam Soil following no-till and conventional tillage. Agron. J., Madison, v.70, p.853-857.
GREENLAND, D.J. 1979. Structural organization of soils and crop production. In: LAL, R. and GREENLAND, D.J. (Eds.). Soil physical properties and crop production in the tropics. New York, J. Willey. p.47-56.
HEARD, J.R.; KLADIVKO, E.J.; MANNERING, J.V. 1988. Soil macroporosity, hydraulic conductivity and air permeability of silty soils under long-term conservation tillage in Indiana. Soil Tillage Res., Amsterdam, v.11, p.1-18.
HILL, R.L.; HORTON, R.; CRUSE, R.M. 1985. Tillage effects on soil water retention and pore size distribution of two Mollisols. Soil Sci. Soc. Am. J., Madison, v.49, p.1264-1270.
HILLEL, D. 1982. Introduction to Soil Physics. New York, Academic Press. 364p. Cap.12: Infiltration and Surface Runoff.
HORN, D.L.; SCHWAB, G.O. 1963. Evaluation of rational runoff coefficients for small agricultural watersheds. Transactions of the ASAE, st. Joseph, v.6, p.195-198, 201.
100
HUDSON, N.W. 1981. Soil Conservation. 2.ed. Ithaca, Cornell University Press. 324p. Cap. 1: Man and soil erosion.
IPAGRO. 1989. Atlas agroclimatico do Estado do Rio Grande do Su1. Porto Alegre, Insti tuto de pesquisas Agronomicas, Se9ao de Eco10gia Agricola. v.1, 102p.
JURY, W.A.; GARDNER, W.R.; GARDNER, W.H. 1991. Soil Physics. New York, J. Willey. 328p. Cap. 4: The field soil water regime.
KEMPER, W.D.; CHEPIL, W.S. 1965. Size distribution of aggregates. In: BLACK, C.A. er a1. (Eds.). Methods of soil analysis. Madison, American society of Agronomy. Part 1. p.499-509.
KIEHL, E.J. 1979. Manual de Edafologia: rela90es solo-p1anta. Sao Paulo, Ceres. 263p. Cap. 10: Estrutura do solo.
KLADIVKO, E.J.; GRIFFITH, D.R.; MANNERING, J.V. Conservation tillage effects on soil properties and of Corn and Soya Beans in Indiana. Soil Tillage Amsterdam, V.8, p.277-287.
1986. yield Res. ,
KOOISTRA, M.J.; BOUMA, J.; BOERSMA, O.H.; JAGER, A. 1984. Physical and morphological chacterization of undisturbed and disturbed ploughpans in a sandy loam soil. Soil Tillage Res., Amsterdam, V.4, p.405-417.
LAFLEN, J.M.; COLVIN, T.S. 1981. Effect of crop residue on soil loss from continuous row cropping. Transaction of the ASAE. st. Joseph, v.24, p.605-609.
LEVIEN, R.; COGO, N.P.; ROCKENBACH, C.A. 1990. Erosao na cu1tura do mi1ho em diferentes sistemas de cu1tivo anterior e metodos de preparo do solo. Rev. bras. ci. Solo, Campinas, v.14, p.73-80.
LINDSTROM, M. J .; VOORHEES, W. B.; RANDAL, G. W. 1981. Long-term tillage effects on interrow runoff and infiltration. Soil sci. Soc. Am. J., Madison, V.45, p.945-948.
LINDSTROM, M.J.; ONSTAD, C.A. 1984. Influence of tillage systems on soil physical parameters and infiltration after planting. J. Soil and Water Cons., Arkeny, v.39, p.149-152.
MACHADO, J.A. 1976. Efeito dos sistemas de cultivo reduzido e convencional na altera9ao de algumas propriedades fisicas e quiaicas do solo. Santa Maria, Centro de Ciencias Rurais, UFSM. 129f. Tese de habilt. a livre docenc.
101
MACHADO, J.A.; PAULA SOUZA, D.M. de. 1981. Efeito de dez anos de cultivo convencional em propriedades f1sicas do solo. Rev. bras. ci. Solo, Campinas, v.5, p.187-189.
McGREGOR, K.C.; GREER, J.D.; GARLEY, G.E. 1975. Erosion control with no-till cropping practice. Transactions of the ASAE, St. Joseph, v.18, p.918-920.
MEYER, L.D.; HARMON, W.C. 1979. Multiple-intensity rainfall simulator for erosion research on row sideslopes. Transactions of the ASAE, St. Joseph, v.22, p.100-103.
MWENDERA, E.J.; FEYEN, J. 1993. Tillage and rainfall effects on infiltration and predictive applicability of infiltration equations. Soil Sci., Baltimore, V.156, p.20-27.
NEGI, S.C.; RAGHAVAN, G.S.; TAYLOR, F. 1981. Hydraulic characteristics of conventionally and zero-tilled field plots. Soil Tillage Res., Amsterdam, V.2, p.281-292.
OBI, M.E.; NNABUDE, P.C. 1988. The effects of different management practices on the physical properties of a sandy loam soil in Southern Nigeria. Soil Tillage Res., Amsterdam, V.12, p.81-90.
RESCK, D.V.S. 1983. Aperfei90amento e calibra9ao de aparelhos coletores de enxurrada para a medi9ao de perdas de solo, aqua e nutrientes em estudos COli simulador de chuva. Planaltina, EMBRAPA/CPAC. 24p. (Boletim de Pesquisa, 19).
ROSE, C.W. 1962. Some effects of rainfall, radiant drying, and soil factors on infiltration under rainfall into soils. J. Soil sci., Harpenden, v.13, p.286-298.
ROTH, C.H.; MEYER, B.; FREDE, H.G.; DERPSCH, R. 1988. Effect of mulch rates and tillage systems on infiltrability and other soil physical properties of an oxisol in Parana, Brazil. Soil Tillage Res., Amsterdam, v.11, p.81-91.
SAS Istitute, Inc. 1985. SAS User's Guide: statistics. 5.ed. Cary, N.C.SAS Institute Inc. 956p.
SIDlRAS, N.; VIEIRA, S.R.; ROTH, C.H. 1984. Determina9ao de algumas caracter1sticas f1sicas de um Latossolo Roxo Distr6fico sob plantio direto e preparo convencional. Rev. bras. ci. Solo, v.8, p.265-268.
SIEMENS, J.C.; OSCHWALD, W.R. 1976. Erosion for Corn tillage systems. Transactions of the ASAE, st. Joseph, v.19, p.69-72.
102
SLACK, D.C.; LARSON, C.L. 1981. Modelling infiltration: The key process in water management, runoff and erosion. In: LAL, R.; RUSSEL, E.W. (Eds.). Tropical Agricultural Hydrology. New York, J. Willey. p.433-450.
TEDESCO, M.J.; VOLKWEISS, S.J.; BOHNEN, H. 1985. Analises de solo, plantas e outros materiais. Porto Alegre, Faculdade de Agronomia, UFRGS. 188p. (Boletim Tecnico de Solos, 5).
TOLLNER, E.W.; HARGROVE, W.L.; LANGDALE, G.W. 1984. Influence of conventional and no-tillage practices on soil physical properties in the southern Piedmont. J. Soil Water Cons., v.1, p.73-76.
VEIGA, M. da.; AMADO, T.J. 1994. Preparo do solo. In: MANUAL de uso, manejo e conserva9ao do solo e_da agua: Projeto de recupera9ao, conserva9ao e manejo dos recurs os naturais em microbacias hidrograf icas. 2. ed. rev., atual., e ampl. Florian6polis, Santa Catarina-SEASjEPAGRI. p. 165-187.
VEIGA, M. da.; WILDNER, L. do P. 1993. Manual para la instalaci6n y conducci6n de experimentos de perdida de suelos. Santiago, EPAGRIjFAO. 34p. (Documento de Campo, 1).
VIEIRA, M.J. 1981. propriedades fisicas do solo. In: ALMEIDA, F.S. Plantio Direto no estado do Parana. Londrina, IAPAR. p. 19-32. (Circular IAPAR, 23).
VILLELA, S.M.; MATTOS, A. 1975. Hidrologia Aplicada. Sao Paulo, McGraw-Hill. 245p. Cap. 4: Infiltra9ao.
VOORHEES, H.B.; LINDSTROM, M.J. 1984. Long-term effects of tillage method on soil tilth independent or wheel traffic compactation. SOil Sci. Soc. Am. J., Madison, V.43, p.152-156.
YOSHIDA, K.; HAKOYAMA, S.; IWAMA, H.; MORAES, M.H.; CARVALHO, W.A.; NAKAGAWA, J. 1991. Efeitos de dois sistemas de cuI ti vo em algumas propriedades fisicas do solo. Cientifica, Sao Paulo, V.19, p.103-127.
WU, L.; SWAN, J.B.; PAULSON, W.H.; RANDALL, G.W. 1992. Tillage effects on measured soil hydraulic properties. Soil Tillage Res., Amsterdam, v.25, p.17-33.
8. APtNDICES
104
APtNDrcE 1 - Analise granulometriea do solo da area experimental submetida aos sistemas de manejo, em prepar~ eonveneional (PC), eultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), com amostras eoletadas em abril/1995. EMBRAPA-CNPT.
Sistema Profun- Frac;:6es de fundi- ----------------------------------------
Manejo dade Areia Silte Argila
(em) . . . . . . . . . . . . . . . . Kg/Kg ................
° - 10 0,31 0,12 0,57 P.C. 10 - 20 0,32 0,10 0,58
20 - 30 0,32 0,08 0,60
-----------------------------------------------------------Media
C.M. ° - 10
10 - 20 20 - 30
0,32
0,35 0,33 0,32
0,10
0,10 0,10 0,07
0,58
0,55 0,57 0,61
-----------------------------------------------------------Media 0,33 0,09 0,58
-----------------------------------------------------------° - 10
S.P.D. 10 - 20 20 - 30
0,32 0,31 0,29
0,13 0,14 0,14
0,55 0,55 0,57
-----------------------------------------------------------Media 0,31 0,14 0,56
105
APtNDICE 2 - Intensidade observada a campo das chuvas simuladas aplicadas nos sistemas de manejo, em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), nas tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995). Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPACNPT.
Epoca
Milho 45 dias Ap6s Col. Milho Ap6s Sem. Aveia
Media
Sistema de Manejo
P.C. C.M.
. . . . . . . . . . . . . . . mm/h
129 122 128
126
125 122 124
124
S.P.D.
125 125 118
123
Media
126 123 123
106
APtNnrcE 3 - Tabela de calibraQao do vertedouro, os testes de calibraQao foram realizados no mes de janei~0/1995, cada um desses valores e uma media de seis repetiQoes. EMBRAPA-CNPT.
Lamina Vazao
(rom) (l/min)
1,0 0,2304
2,0 0,2628
3,0 0,2999
4,0 0,3422
5,0 0,3904
6,0 0,4455
7,0 0,5083
8,0 0,5800
9,0 0,6618
10,0 0,7551
11,0 0,8615
12,0 0,9830
13,0 1,1216
14,0 1,2798
15,0 1,4602
16,0 1,6661
17,0 1,9011
18,0 2,1691
19,0 2,2839
20,0 2,4750
107
APtNOICE 4 - Oistribuiyao percentua1 de tamanho de agregados obtida por via umida, nos metodos de manejo em preparo convenciona1 (PC), cultivo minima (eM) e sistema plantio direto (SPO), nas tres epocas (novembro/1994, mar90/1995 e abril/1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
Epoca
2'
3'
sistema de
Hanejo
PC
CH
SPD
PC
CH
SPD
PC
CH
SPD
Pro- Classes de Agregados, expressas el III
fundi- ------------------------------------------------------------------------dade ) 4,76 4,76-2,0 2,0-1,0 1,0-0,5 0,5-0,25 0,25-0,105 0,105-0,05 < 0,05
(CI) ............................... Kg/Kg ................................ ..
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0-10 10-20 20-30
0,201 0,168 0,252
0,296 0,367 0,278
0,473 0,427 0,245
0,358 0,228 0,174
0,367 0,273 0,139
0,322 0,219 0,138
0,343 0,287 0,210
0,328 0,328 0,359
0,463 0,277 0,235
0,200 0,216 0,136
0,224 0,202 0,170
0,197 0,188 0,165
0,178 0,183 0,161
0,154 0,210 0,144
0,228 0,187 0,139
0,173 0,173 0,189
0,196 0,234 0,217
0,200 0,155 0,139
0,175 0,181 0,164
0,146 0,150 0,172
0,091 0,131 0,193
0,121 0,148 0,162
0,098 0,126 0,178
0,137 0,181 0,176
0,089 0,133 0,138
0,095 0,128 0,126
0,074 0,130 0,136
0,173 0,192 0,207
0,142 0,120 0,172
0,086 0,134 0,195
0,146 0,192 0,238
0,126 0,161 0,250
0,135 0,205 0,254
0,153 0,183 0,220
0,137 0,123 0,120
0,095 0,184 0,218
0,126 0,102 0,126
0,075 0,082 0,090
0,057 0,060 0,104
0,084 0,112 0,144
0,105 0,105 0,150
0,078 0,120 0,182
0,116 0,112 0,143
0,116 0,064 0,063
0,052 0,121 0,138
0,033 0,038 0,041
0,030 0,023 0,028
0,020 0,019 0,040
0,020 0,039 0,025
0,032 0,023 0,029
0,027 0,024 0,038
0,033 0,023 0,032
0,026 0,018 0,014
0,022 0,025 0,024
0,015 0,016 0,023
0,019 0,012 0,012
0,001 0,012 0,022
0,015 0,018 0,039
0,014 0,016 0,017
0,013 0,017 0,018
0,012 0,014 0,016
0,015 0,011 0,010
0,001 0,013 0,017
0,078 0,087 0,051
0,067 0,046 0,079
0,067 0,030 0,018
0,085 0,080 0,056
0,105 0,087 0,094
0,061 0,046 0,056
0,082 0,074 0,072
0,088 0,094 0,091
0,085 0,095 0,094
108
APENDICE 5 - Fracionamento da areia presente no solo da area experimental submetida aos sistemas de manejo, em prepar~ convencional (PC), cultivo minima (CM) e sistema plantio direto (SPD), com amostras coletadas na 3" epoca (abril/1995) .EMBRAPACNPT.
Sistema de
Manejo
PC
CM
SPD
Profundidade
(em)
0 - 10
10 - 20
20 - 30
o - 10
10 - 20
20 - 30
o - 10
10 - 20
20 - 30
Fracionamento da AIeia - Malha das Peneiras em mm' Areia
2,0-1, a 1,0-0,5 0,5-0,25 0,25-0,105 0,105-0, 05 Total
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Kg/Kg ......................
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
O,OOS
O,OOS
0,007
O,OOS
O,OOS
0,007
0,009
O,OOS
0,007
0,017
0,Q1S
O,OlS
0,019
0,019
0,019
0,017
0,017
0,016
0,005
0,005
0,006
0,007
0,005
0,005
0,005
0,005
0,005
0,031
0,032
0,032
0,035
0,033
0,032
0,032
0,031
0,029
Classes de Tamanho da fra9ao areia, segundo elassifica9ao do departamento de Agricultura dos Estados Unides, expressas em mm:
l' - De 2,0 ate 1,0 Muito Grossa; 2" - De 1,0 ate 0,5 Grossa; 3" - De 0,5 ate 0,250 Media; 4" - De 0,25 ate 0,105 Fina; 5" - De 0,10 ate 0,050 Muito Fina.
109
APtNorcE 6 - Agua facilmente disponivel para as plantas e os pontos obtidos para confec9ao da curva de reten9ao de agua no solo nos sistemas de manejo, em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPO) , na primeira epoca (novembro/1994), em tras profundidades. Cada valor e uma media de tras repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
sisteJla de
Manejo
P.C.
Profundidade 2 4
TensiKl (kPa)
6 8 33 AID"
100 500 1000
(CD) ...................................... Ii' /ri' ........................................ .
0-10
10-20
20-30
0,370 0,353 0,331 0,316 0,266 0,251
0,387 0,355 0,322 0,308 0,274 0,244
0,357 0,331 0,308 0,292 0,275 0,238
0,225 0,214 0,080
0,221 0,218 0,078
0,227 0,217 0,070
--------------------------------------------------------------------------
C.M.
0-10
10-20
0,384 0,363 0,342 0,327 0,266 0,240 0,219 0,218 0,102
0,381 0,358 0,334 0,315 0,281 0,256 0,235 0,230 0,078
20-30 0,373 0,351 0,339 0,308 0,288 0,259 0,251 0,224 0,080
--------------------------------------------------------------------------
S.P.D.
0-10
10-20
0,398 0,377 0,352 0,336 0,269 0,237
0,391 0,380 0,354 0,337 0,279 0,253
0,255 0,226 0,115
0,241 0,237 0,101
20-30 0,404 0,385 0,369 0,325 0,303 0,278 0,264 0,258 0,091
--------------------------------------------------------------------------III!dia 0,398 0,381 0,358 0,333 0,284 0,256 0,247 0,240 0,102
" .\gua facilltente disponivel para as plantas (diferen\3 entre a ~ retida nas tensiies de 6 e 100 kPa).
110
APtNoICE 7 - Taxa constante de infiltrayao observada a campo em cada um dos pontos amostrados, nos sistemas de manejo, em preparo convencional (PC), cultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), nas tres epocas (novembro/1994, maryo/1995 e abril/ 1995). EMBRAPA-CNPT.
Sistema de Epoca
Manejo
P.C.
C.M.
S.P.D.
Pontos Amostrados
2·
. . . . . . . . . . . . . . .. mm/h
46 77 69
75 93 55
50 80 41
50 75 49
91 96 60
58 87 49
3·
52 61 54
62 87 71
61 91 55
Media
49 71 57
76 92 62
56 86 48
111
AP2NoICE 8 - Umidade gravimetriea inieia1 nos sistemas de manejo, em preparo eonveneional (PC), eultivo minimo (CM) e sistema plantio direto (SPD), nas tres epoeas (novembro/1994, mar90/1995 e abri1/ 1995) e em tres profundidades. Cada valor e uma media de tres repeti90es. EMBRAPA-CNPT.
Sistema de Epoea
Manejo
P.C.
Media
C.M.
Media
S.P.D.
Media
1" 2" 3"
o - 10
0,183 0,183 0,166
0,177
0,187 0,169 0,186
0,181
0,181 0,170 0,175
0,175
Profundidade (em) Media
10 - 20 20 - 30
Kg/Kg .•...••••...•.••.
0,194 0,175 0,184
0,184
0,199 0,181 0,188
0,189
0,183 0,177 0,181
0,180
0,193 0,181 0,188
0,187
0,206 0,188 0,187
0,194
0,189 0,186 0,185
0,187
0,190 0,180 0,179
0,197 0,179 0,187
0,184 0,178 0,180
9. VITA
Amauri Antunes Barcelos, filho de Martin Barcelos dos
Santos e Darci Antunes Barcelos, nasceu em 11 de julho de
1963, em Sao Luiz Gonzaga, Rio Grande dQ SuI.
Realizou seus estudos de primeiro grau no Grupo
Escolar Senador Pinheiro Machado e na Escola de Area
Polivalente, ambos em sao Luiz Gonzaga, concluindo 0 primeiro
grau em 1977. Cursou 0 segundo grau, entre 1978 e 1980, na
Escola Cenecista de 2· Grau de Sao Luiz Gonzaga. Em 1986
ingressou na Universidade Federal de Santa Maria, graduando
se como Engenheiro-Agronomo em Julho de 1991.
De outubro de 1991 a fevereiro de 1992 trabalhou como
bolsista da EMBRAPA-CPATB, localizado em Capao de Leao-RS,
trabalhando em projetos do Convenio UFPELjCPATB. De mar90 de
1992 a fevereiro de 1993 atuou como bolsista (aperfei90amento
do CNPq) no Departamento de ciencias Rurais da Universidade
Federal de Santa Maria, area de Irriga9ao e Drenagem. Em
mar90 de 1993 ingressou no curso de Mestrado em Ciencia do
Solo no Programa de P6s-Gradua9aO da Faculdade de Agronomia
da Universidade Federal do Rio Grande do SuI.
E ,embro da Sociedade Brasileira de Ciencia do Solo
e da Sociedade Brasileira de Irriga9ao e Drenagem.
"