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i
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
INFLUÊNCIA DA CORROSÃO GENERALIZADA NA
ADERÊNCIA E COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE
ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO
VALÉRIA CONCEIÇÃO MOURO COSTA
ORIENTADOR: ANTÔNIO ALBERTO NEPOMUCENO
TESE DE DOUTORADO EM ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO
CIVIL
PUBLICAÇÃO: E.TD-005A/11
BRASÍLIA/DF: SETEMBRO DE 2012
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
COSTA, VALÉRIA CONCEIÇÃO MOURO
Influência da Corrosão Generalizada na Aderência e Comportamento Estrutural de
Elementos de Concreto Armado [Distrito Federal] 2012.
xviii, 180 p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Doutor, Estruturas e Construção Civil, 2012).
Tese de Doutorado – Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
1.Concreto 2.Corrosão
3.Carbonatação 4.Aderência
I. ENC/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COSTA, V. C. M. (2012). Influência da Corrosão Generalizada na Aderência e
Comportamento Estrutural de Elementos de Concreto Armado. Tese de Doutorado em
Estruturas e Construção Civil, Publicação E.TD-005A/11, Departamento de Engenharia
Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 180 p.
CESSÃO DE DIREITOS
AUTOR: Valéria Conceição Mouro Costa.
TÍTULO: Influência da Corrosão Generalizada na Aderência e Comportamento
Estrutural de Elementos de Concreto Armado.
GRAU: Doutor ANO: 2012
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta tese de
doutorado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte dessa tese
pode ser reproduzida sem autorização por escrito do autor.
____________________________
Valéria Conceição Mouro Costa
Rua Doutor Pina Júnior, no 61, Bairro Jundiaí.
75113-120 Anápolis – GO – Brasil.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Antônio Alberto Nepomuceno, pela paciência durante meus momentos de
ansiedade, pelas palavras de ânimo, valiosas orientações e por toda confiança em mim
depositada.
Ao Prof. Enio José Pazini Figueiredo, pela sua acolhida e orientações na Universidade
Federal de Goiás, pelo seu incentivo e amizade.
Ao Prof. Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo, minha gratidão pelo seu apoio e
decisões estratégicas que possibilitaram a continuação do meu sonho em concretizar o
curso de doutorado, frente às tribulações que surgiram em minha vida.
Ao Prof. Ronaldo Barros Gomes, pelo incentivo, apoio, força, conselhos e amizade nos
momentos de temores, meu imensurável agradecimento.
Aos professores Meira, Sánchez, Bauer e Melo, pelas contribuições e sugestões para o
desenvolvimento final desta tese.
A Eva, por me socorrer nos momentos difíceis, pela sua bondade, carinho e atenção.
Aos professores, colegas e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Estruturas e
Construção Civil – UnB, pela contribuição ao meu aprendizado e pela amizade.
Aos técnicos do Laboratório de Materiais da Universidade Federal de Goiás e, do
Laboratório de Materiais da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, pela ajuda e
cooperação na realização dos ensaios.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ, pela
bolsa de doutorado.
À minha família, em especial ao meu marido, minha mãe e minha filha, que me
ajudaram em todas as etapas do programa experimental, e ao meu pai e meu irmão, pela
torcida constante pelo sucesso deste trabalho.
A Deus, por me orientar nos momentos de dúvida, por me consolar nos momentos de
angústia e pelo seu cuidado constante nos momentos de aflições.
Às vezes tive a impressão de que o lobo iria me devorar, mas as palavras de apoio, de
incentivo, de esperança, que recebi da minha família, dos meus amigos, dos meus
orientadores, dos meus colegas de trabalho, dos médicos que me assistem, das pessoas
que oram por mim, me deram força para continuar, mesmo quando a minha estrutura
não suportava mais tamanho sofrimento, quase chegando a um colapso progressivo,
vocês me deram a mão e me ajudaram a continuar.
Muito Obrigada! A todos vocês minha eterna gratidão.
vi
RESUMO
INFLUÊNCIA DA CORROSÃO GENERALIZADA NA ADERÊNCIA E
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE ELEMENTOS DE CONCRETO
ARMADO
Autor: Valéria Conceição Mouro Costa
Orientador: Antônio Alberto Nepomuceno
Programa de Pós-graduação em Estruturas e Construção Civil
Brasília, 04 de setembro de 2012.
Foi avaliado o comportamento da aderência entre o aço e o concreto em peças
carbonatadas (100%) por um período de 102 (cento e dois) dias, e em peças com
posterior corrosão induzida pela aplicação de uma corrente elétrica por 72 (setenta e
dois) dias. Foram ensaiados 27 (vinte e sete) blocos de arrancamento padronizados pela
Rilem RC 6 (1983), e 81 (oitenta e um) tirantes de acordo com a NBR 7477 (ABNT,
1982). Para investigar a capacidade portante à flexão foram ensaiadas 9 (nove) vigas de
concreto armado, com 750 mm de comprimento e 150 mm de largura e altura,
submetidas a carregamento central.
Verificou-se que as tensões de aderência experimentais se aproximaram mais dos
valores calculados pelas formulações das normas NBR 6118 (ABNT, 2003), CEB-FIP
MC 1990 (1999) e EUROCODE 2 (1992) do que as propostas na literatura por Orangun
et al. (1977), Kemp (1986), Chapman e Shah (1987), Harajli (1994) e Al-Jahdali et al.
(1994). Foi proposta a inserção do coeficiente de conformação superficial experimental
na formulação da tensão de aderência da NBR 6118 (ABNT, 2003), para o ensaio de
tirantes, ajustando os resultados experimentais pela reta dos mínimos quadrados.
Utilizando os resultados experimentais foi sugerida a inserção da taxa de corrosão na
formulação de Kemp (1986), que foi a formulação que mais se aproximou dos valores
experimentais, para o ensaio de arrancamento, para fins de pesquisa, onde se tem uma
corrente imposta. As tensões de aderência foram maiores para os menores diâmetros,
devidos provavelmente à exsudação interna, causada pela maior quantidade de material
poroso (zona de transição) na interface concreto-aço, e à maior dimensão das nervuras.
Os maiores valores da tensão de aderência foram obtidos nos ensaios de tirantes. Os
blocos de arrancamento que não sofreram corrosão romperam por deslizamento do aço e
os blocos que sofreram corrosão romperam no aço. Os resultados indicam que as vigas
com corrosão obtiveram os maiores deslocamentos verticais e romperam no aço,
enquanto as peças carbonatadas apresentaram uma maior abertura de fissura, e
romperam no concreto.
Palavras-chave: aderência, carbonatação, corrosão, ensaio de arrancamento,
ensaio de tirantes.
vii
ABSTRACT
GENERALIZED CORROSION INFLUENCE ON BOND AND ON
REINFORCED CONCRETE STRUCTURES BEHAVIOR
Author: Valéria Conceição Mouro Costa
Supervisor: Antonio Alberto Nepomuceno
Programa de Pós-graduação em Estruturas e Construção Civil
Brasilia, September 4, 2012.
Bond between steel and concrete on blocks and ties was evaluated, for 100% carbonation during
102 days, and for electrical power corrosion induced by during 72 days. Twenty-seven (27)
Rilem type (RC 6 - 1983) blocks, and eighty-one (81) Brazilian Code NBR 7477 (ABNT, 1982)
ties were tested. Nine (9) small beams (150 x 150 x 750 mm) were also tested for flexural
behavior investigation.
Stresses predicted by NBR 6118 (ABNT, 2003), CEB-FIP MC 1990 (1999) and
EUROCODE 2 (1992) were closer to the stresses obtained at the tests, compared with
the predictions by Orangun et al. (1977), Kemp (1986), Chapman e Shah (1987), Harajli
(1994) and Al-Jahdali et al. (1994). Better predictions for the tie tests bond stresses with
the NBR 6118 (ABNT, 2003) were obtained including the superficial conformation
coefficient, while better predictions with Kemp (1986) formulation for the pull out tests
were obtained including the corrosion rate. Bond stresses were bigger for the small
diameters, probably caused by the bigger quantity of porous material at the interface
concrete / steel. Bigger bond stresses were found for the tie tests. For the small beams
failure was reached at the steel for the corroded beams and at the concrete for the
carbonated ones.
Keywords: Bond, carbonation, corrosion, pull out tests, tie tests.
viii
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO 1
1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA 1
1.2 – OBJETIVOS 3
1.3 – ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 4
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6
2.1 – ADERÊNCIA ENTRE O AÇO E O CONCRETO 6
2.2 – TENSÃO DE ADERÊNCIA 6
2.2.1 – Viga à Flexão 7
2.2.2 – Prismas Tracionados Axialmente 8
2.2.3 – Arrancamento 8
2.3 – CAUSAS DAS TENSÕES DE ADERÊNCIA EM ESTRUTURAS 9
2.4 – MODOS DE RUPTURA DA ADERÊNCIA 11
2.5 – FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DA
ADERÊNCIA 12
2.5.1 – Efeitos das Características do Concreto 12
2.5.2 – Efeitos das Características da Armadura 18
2.6 – ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA TENSÃO DE ADERÊNCIA 27
2.6.1 – Ensaio de Arrancamento (Pull-Out Test) 27
2.6.1.1 – Ensaio de Arrancamento RILEM-FIP-CEB (1973) 29
2.6.1.2 – Ensaio de arrancamento ASTM C-234 (1991) 30
2.6.1.3 – Ensaio de Arrancamento Segundo REHM (1961) 31
2.6.2 – Ensaio de Duplo Arrancamento 32
2.6.3 – Ensaio de Arrancamento com Quatro Barras 33
2.6.4 – Ensaio de Arrancamento com Anel Circunferencial 34
2.6.5 – Ensaio de Viga (Beam Test) 34
2.6.6 – Ensaio de Extremo de Viga (Beam-End Test) 35
2.6.7 – Ensaio de Tirantes 36
2.7 – CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA 38
2.8 – EFEITO DA DETERIORAÇÃO DO CONCRETO ARMADO POR
CORROSÃO NA ADERÊNCIA AÇO CONCRETO 46
2.8.1 – Mecanismos Básicos da Corrosão do aço 46
2.8.2 – Corrosão do Aço no Concreto 49
2.8.3 – Corrosão por Carbonatação 53
2.8.4 – Efeito da Corrosão na Aderência Aço Concreto 59
2.8.5 – Pesquisas que Avaliaram o Efeito da Corrosão na Tensão de Aderência 61
3 – PROGRAMA EXPERIMENTAL 64
ix
3.1 – DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS CONTROLADAS E DE RESPOSTA 64
3.2 – MATERIAIS 67
3.2.1 – Concreto 67
3.2.2 – Armaduras 77
3.3 – MÉTODO EXPERIMENTAL 79
3.3.1 – Preparação dos corpos-de-prova 79
3.3.2 – Aceleração da carbonatação 84
3.3.3 – Aceleração da Corrosão 88
3.3.4 – Procedimentos de Determinação da Taxa de Corrosão 96
3.3.5 – Ensaio de Arrancamento (Pull Out Test) 97
3.3.6 – Ensaio de Tirantes 99
3.3.7 – Ensaio de Flexão de Vigas 101
3.4 – DETALHAMENTO DA ANÁLISE ESTATÍSTICA 104
4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 106
4.1 – ENSAIOS DE BLOCOS DE ARRANCAMENTO 106
4.1.1 – Análise da Tensão de Aderência em Relação ao Diâmetro do Aço 106
4.1.2 – Análise da Deformação do Aço no Trecho Não Aderente 112
4.1.3 – Análise do Modo de Ruptura 114
4.2 – ENSAIOS DE TIRANTES 114
4.2.1 – Análise do Espaçamento Entre Fissuras 115
4.2.2 – Análise do Coeficiente de Conformação Superficial 117
4.3 – COMPARATIVOS ENTRE OS ENSAIOS DE ADERÊNCIA 120
4.4 – ENSAIOS DE VIGAS 122
4.4.1 – Análise da Carga e Modo de Ruptura 122
4.4.2 – Análise do Deslocamento Vertical 123
4.4.3 – Análise da Deformação na Armadura Longitudinal 129
4.4.4 – Análise das Fissuras 134
4.4.5 – Análise da Redução do Diâmetro da Armadura de Flexão 135
4.6 – ANÁLISE DA TAXA DE CORROSÃO 136
5 – AVALIAÇÃO TEÓRICA DA INFLUÊNCIA DA CORROSÃO
NA TENSÃO DE ADERÊNCIA 141
5.1 – NORMAS DE PROJETO 141
5.2 – FORMULAÇÕES DA LITERATURA 146
6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 149
6.1 – CONCLUSÕES 149
6.1.1 – Metodologia 149
6.1.2 – Ensaio de Arrancamento 149
6.1.3 – Ensaio de Tirantes 151
6.1.4 – Ensaio de Vigas 152
x
6.1.5 – Avaliação Teórica das Normas de Projeto e Formulações da Literatura 153
6.1.6 – Formulações Propostas 153
6.2 – RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 154
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 155
APÊNDICE A 166
APÊNDICE B 169
APÊNDICE C 171
APÊNDICE D 175
APÊNDICE E 179
APÊNDICE F 180
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Tensões numa viga fissurada submetida à flexão (Adaptado de
MACGREGOR, 1992). 7
Figura 2.2 – Tensões em um prisma fissurado carregado axialmente (Adaptado de
MACGREGOR, 1992). 8
Figura 2.3 – Tensões no ensaio de arrancamento (Adaptado de MACGREGOR, 1992). 9
Figura 2.4 – Fissuração por tração (Adaptado de FUSCO, 1995). 10
Figura 2.5 – Fissuração estabilizada (Adaptado de FUSCO, 1995). 11
Figura 2.6 – Força de arrancamento da barra versus resistência à compressão do
concreto (GJØRV, MONTEIRO E MEHTA, 1990). 14
Figura 2.7 – Influência da resistência à compressão na tensão de aderência versus
deslizamento (SOROUSHIAN et al., 1991). 15
Figura 2.8 – Tensão de aderência versus resistência à compressão (ESFAHANI e
RANGAN, 1998a). 15
Figura 2.9 – Fissuras e forças ao redor da barra (FUSCO, 1995). 18
Figura 2.10 – Tensão de aderência versus deslizamento para barras de aço de diferentes
diâmetros (Soroushian e Choi, 1989). 19
Figura 2.11 – Influência do diâmetro da barra na tensão de aderência (DUCATTI,
1993). 20
Figura 2.12 – Tensões de aderência versus diâmetro da barra (DE LARRARD,
SCHALLER e FUCHS, 1993). 21
Figura 2.13 – Áreas possíveis de ruptura dos consolos de concreto entre nervuras
(REHM, 1969). 22
Figura 2.14 – Parâmetros empregados no estudo de Hamad (1995a). 23
Figura 2.15 – Curvas carga versus deslizamento de barras com angulações de nervuras
variadas (Lutz e Gergeley, 1967). 24
Figura 2.16 – Demarcação da região resistente do concreto em relação ao cobrimento e
espaçamento das barras (ORANGUN, JIRSA e BREEN, 1977). 25
Figura 2.17 – Distribuição de tensões de aderência (CAETANO, 2008). 26
Figura 2.18 – Prismas para o ensaio de arrancamento (LEONHARDT e MÖNNIG,
1977). 28
Figura 2.19 – Corpo de prova para o ensaio de arrancamento, (RILEM-FIP-CEB,
1973). 29
Figura 2.20 - Modelo ASTM C-234 com barra vertical. 31
Figura 2.21 - Modelo ASTM C-234 (1991) com barras horizontais. 31
Figura 2.22 – Corpo de Prova para o ensaio de arrancamento (REHM, 1961). 32
Figura 2.23 – Ensaio de duplo arrancamento (Laranjeiras, 1976). 32
Figura 2.24 – Ensaio de arrancamento com quatro barras (BARBOSA, 2001). 33
Figura 2.25 – Ensaio de arrancamento com anel circunferencial (França, 2004). 34
Figura 2.26 – Ensaio de viga tipo A (RILEM RC 5, 1983). 35
Figura 2.27 – Ensaio de viga tipo B (RILEM RC 5, 1983). 35
Figura 2.28 – Ensaio de extremidade de viga (Adaptado de FRANÇA, 2004). 36
xii
Figura 2.29 – Modelos de corpos de prova de tirantes (BARBOSA, 1998). 36
Figura 2.30 – Resistência de aderência versus deslizamento (CEB-FIP MC 1990, 1991). 39
Figura 2.31 – Reação de corrosão (GEMELLI, 2001). 46
Figura 2.32 – Reação eletroquímica (GEMELLI, 2001). 46
Figura 2.33 – Formação de pilha eletroquímica (ANDRADE, 1992). 48
Figura 2.34 – Diagrama de Pourbaix simplificado para o sistema ferro-água a 25°C
(Adaptado de GENTIL, 1996). 49
Figura 2.35 – Tipos de corrosão (ANDRADE, 1992). 50
Figura 2.36 – Formação de pilha de corrosão em concreto armado (ANDRADE, 1992). 50
Figura 2.37 – Frente de carbonatação (MEDEIROS E HELENE, 2001). 51
Figura 2.38 – Modelo de vida útil em função da corrosão das armaduras proposto por
TUUTTI (1982). 51
Figura 2.39 – Relação entre umidade relativa e grau de carbonatação (ANDRADE,
1992). 52
Figura 3.1 – Organograma dos ensaios definidos para o programa experimental. 66
Figura 3.2 – Linha temporal dos procedimentos experimentais. 66
Figura 3.3 – Retirada do concreto do caminhão betoneira. 70
Figura 3.4 – Ensaio de abatimento de tronco de cone (Slumptest). 71
Figura 3.5 – Mesa vibratória para adensamento do concreto. 72
Figura 3.6 – Cura úmida. 73
Figura 3.7 – Moldagem dos corpos de prova cilíndricos. 73
Figura 3.8 – Ensaios de resistência à tração axial, resistência à tração por compressão
diametral, e módulo de elasticidade. 76
Figura 3.9 – Ensaio de tração do aço. 77
Figura 3.10 – Equipamento e esquema usado para medida da altura das nervuras. 79
Figura 3.11 – Preparação das formas antes da concretagem. 80
Figura 3.12 – Extensômetros elétricos de resistência. 81
Figura 3.13 – Concretagem dos corpos-de-prova cilíndricos, blocos de arrancamento,
tirantes e vigas. 83
Figura 3.14 – Blocos de arrancamento, tirantes e vigas submetidas ao ambiente de
laboratório. 84
Figura 3.15 – Acondicionamento em sacos plásticos e aplicação do CO2 (100%) nos
blocos de arrancamento, tirantes e vigas. 86
Figura 3.16 – Confecção e posicionamento dos calços de PVC. 87
Figura 3.17 – Materiais utilizados na preparação da solução com indicador de pH à base
de fenolftaleína. 87
Figura 3.18 – Conferência do avanço da frente de carbonatação em corpos-de-prova de
referência. 88
Figura 3.19 – Fontes de alimentação. 89
Figura 3.20 – Fonte de alimentação – Diagrama de blocos. 89
Figura 3.21 – Formação de pilha eletroquímica no interior dos corpos-de-prova. 90
xiii
Figura 3.22 – Esquema de ligação em paralelo (vista superior). 91
Figura 3.23 – Verificação da corrosão na armadura longitudinal e estribos das vigas. 92
Figura 3.24 – Barras de aço corroídas extraídas dos tirantes. 93
Figura 3.25 – Ensaio para seccionamento do bloco de arrancamento. 93
Figura 3.26 – Verificação da ocorrência da corrosão. 94
Figura 3.27 – Imersão das barras em solução para remoção dos óxidos composta por
ácido clorídrico e hexametilenotetramina. 94
Figura 3.28 – Lavagem e escovação das barras. 95
Figura 3.29 – Barras imersas em acetona. 95
Figura 3.30 – Secagem das barras. 96
Figura 3.31 – Pesagem inicial (a) e pesagem final das barras de aço (b). 97
Figura 3.32 – Forma para o ensaio de arrancamento. 98
Figura 3.33 – Sistema de ensaio e detalhe da chapa de aço. 98
Figura 3.34 – Leitura das cargas e das deformações. 99
Figura 3.35 – Ensaio do tirante e marcação das fissuras nas quatro faces. 101
Figura 3.36 – Armadura das vigas. 102
Figura 3.37 – Vista lateral da viga. 102
Figura 3.38 – Posicionamento dos relógios comparadores. 103
Figura 4.1 – Tensão de aderência versus deslizamento. Análise do diâmetro de 10,0 mm
e das condições superficiais da barra. 108
Figura 4.2 – Tensão de aderência versus deslizamento. Análise do diâmetro de 12,5 mm
e das condições superficiais da barra. 108
Figura 4.3 – Tensão de aderência versus deslizamento. Análise do diâmetro de 16,0 mm
e das condições superficiais da barra. 109
Figura 4.4 – Tensão de aderência versus deslizamento – Corrosão. Análise do diâmetro
e das condições superficiais da barra. 110
Figura 4.5 – Tensão média de aderência – Análise do trecho aderente. 110
Figura 4.6 – Análise da deformação do aço do trecho não aderente. 113
Figura 4.7 – Comparativo do coeficiente de conformação superficial. 118
Figura 4.8 – Detalhamento do cálculo da tensão de aderência utilizando o coeficiente de
conformação superficial experimental. 120
Figura 4.9 – Comparação da tensão de aderência obtida pelos ensaios de arrancamento
e tirantes. 121
Figura 4.10 – Modos de ruptura das vigas. 123
Figura 4.11 – Deslocamentos verticais nos centros de todas as vigas. 124
Figura 4.12 – Deslocamentos verticais da viga V-01. 125
Figura 4.13 – Deslocamentos verticais da viga V-02. 125
Figura 4.14 – Deslocamentos verticais da viga V-03. 125
Figura 4.15 – Deslocamentos verticais da viga VC-01. 126
Figura 4.16 – Deslocamentos verticais da viga VC-02. 126
Figura 4.17 – Deslocamentos verticais da viga VC-03. 126
Figura 4.18 – Deslocamentos verticais da viga VCC-01. 127
Figura 4.19 – Deslocamentos verticais da viga VCC-02. 127
xiv
Figura 4.20 – Deslocamentos verticais da viga VCC-03. 127
Figura 4.21 – Deformações da armadura longitudinal da viga V-01. 129
Figura 4.22 – Deformações da armadura longitudinal da viga V-02. 130
Figura 4.23 – Deformações da armadura longitudinal da viga V-03. 130
Figura 4.24 – Deformações da armadura longitudinal da viga VC-01. 131
Figura 4.25 – Deformações da armadura longitudinal da viga VC-02. 131
Figura 4.26 – Deformações da armadura longitudinal da viga VC-03. 132
Figura 4.27 – Deformações da armadura longitudinal da viga VCC-01. 132
Figura 4.28 – Deformações da armadura longitudinal da viga VCC-02. 133
Figura 4.29 – Deformações da armadura longitudinal da viga VCC-03. 133
Figura 4.30 – Fissuração das vigas. 134
Figura 4.31 – Alargamento na fissura central da viga corroída antes da ruptura do aço. 134
Figura 4.32 – Paquímetro, esquema das quatro medidas da seção transversal e medição
do diâmetro do aço girando em quatro medidas em dez posições ao longo da barra. 135
Figura 4.33 – Comparação da diminuição do diâmetro do aço de 6,3 mm para as três
vigas ensaiadas. 135
Figura 4.34 – Perda de seção transversal do aço de diâmetro de 6,3 mm. 136
Figura 5.1 – Tensão de aderência experimental. 142
Figura 5.2 – Relação entre as tensões de aderência experimentais e as estimadas pelas
normas. 144
Figura 5.3 – Relação entre as tensões de aderência experimentais da pesquisa de França
(2004) e as estimadas pela Equação 5.1. 145
Figura 5.4 – Comparação entre as tensões de aderência experimentais e as estimadas
pelas normas. 146
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Tensão média de aderência em função da resistência à compressão do
concreto (ROSSI, 2002). 16
Tabela 2.2 – Parâmetros para definição da relação tensão de aderência versus
deslizamento em barras nervuradas (CEB-FIP 195/197, 1990). 40
Tabela 2.3 – Valores de cálculo da resistência de aderência para boas condições de
aderência. 44
Tabela 3.1 – Composição do traço utilizado. 68
Tabela 3.2 – Propriedades da areia utilizada. 68
Tabela 3.3 – Granulometria da areia utilizada. 68
Tabela 3.4 – Propriedades da brita utilizada. 69
Tabela 3.5 – Granulometria da brita utilizada. 69
Tabela 3.6 – Caracterização do cimento CPII-F 32. 69
Tabela 3.7 – Propriedades do aditivo. 70
Tabela 3.8 – Resultados dos ensaios da resistência à compressão axial, resistência à
tração por compressão diametral e do módulo de elasticidade tangencial. 74
Tabela 3.9 – Avaliação da resistência do concreto à tração indireta e determinação do
módulo de elasticidade (NBR 6118, ABNT 2003). 76
Tabela 3.10 – Média das propriedades mecânicas dos aços. 78
Tabela 3.11 – Comparação dos espaçamentos entre nervuras obtidos e os intervalos
exigidos pela NBR 7480 em % (ABNT, 1996). 78
Tabela 3.12 – Relação entre os valores obtidos da altura média das nervuras e os
exigidos pela NBR 7480 (ABNT, 1996), em %. 79
Tabela 3.13 – Relação entre o cobrimento e o diâmetro da armadura. 82
Tabela 3.14 – Umidade relativa do ar e temperatura para a cidade de Goiânia
(www.climatempo.com.br). 85
Tabela 3.15 – Dimensões dos tirantes. 100
Tabela 3.16 – Tabela da análise de variância (Adaptado de MONTGOMERY e
RUNGER, 1999). 105
Tabela 4.1 – Valores utilizados para realizar a análise de variância para o ensaio de
arrancamento, empregando a média das tensões (τ) relativas aos deslocamentos de
0,01, 0,1 e 1mm. 111
Tabela 4.2 – Análise de variância realizada para os resultados da tensão de aderência
pelo ensaio de arrancamento. 112
Tabela 4.3 – Modo de ruptura dos blocos de arrancamento. 114
Tabela 4.4 – Espaçamento médio entre fissuras. 115
Tabela 4.5 – Análise de variância realizada para o espaçamento médio entre fissuras
obtido pelo ensaio de tirantes. 116
Tabela 4.6 – Análise de variância realizada para o espaçamento médio entre fissuras
obtido pelo ensaio de tirantes (α = 6,2%). 116
Tabela 4.7 – Resultados do coeficiente de conformação superficial (η). 117
xvi
Tabela 4.8 – Tabela utilizada para realizar a análise de variância para o coeficiente de
conformação superficial obtido pelo ensaio de tirantes. 119
Tabela 4.9 – Análise de variância realizada para o coeficiente de conformação
superficial obtido pelo ensaio de tirantes. 119
Tabela 4.10 – Tensão de aderência calculada pela NBR 6118 (ABNT, 2003). 120
Tabela 4.11 – Cargas e modos de ruptura. 123
Tabela 4.12 – Dados utilizados para realizar a análise de variância da flecha central
das vigas. 128
Tabela 4.13 – Análise de variância realizada para os resultados da flecha central. 128
Tabela 4.14 – Classificação da corrosividade de acordo com a Norma Nace-RP-07-75. 138
Tabela 4.15 – Avaliação da taxa de corrosão por diferentes métodos. 139
Tabela 4.16 – Dados utilizados para analisar a variância para a perda de massa (%). 140
Tabela 4.17 – Análise de variância realizada para os resultados da perda de massa
obtidos pelos ensaios de arrancamentos e tirantes. 140
Tabela 5.1 – Tensão de aderência calculada pelas normas de projeto. 141
Tabela 5.2 – Relação entre a tensão de aderência experimental e as estimadas pelas
normas. 143
Tabela 5.3 – Cálculo da tensão de aderência considerando o coeficiente de
conformação superficial experimental. 143
Tabela 5.4 – Reta dos mínimos quadrados. 144
Tabela 5.5 – Comparação dos valores da tensão de aderência experimental com os
estimados pela formulação proposta. 148
xvii
LISTA DE SÍMBOLOS
As = área de aço;
A = Área do trecho aderente;
c = cobrimento do concreto;
C = Celsius;
d = lado da seção transversal do tirante;
Ec = Módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial;
F = constante de Faraday (igual a 96500 Ámpere/segundo);
GC (%) = grau de corrosão;
I = corrente aplicada;
ld = comprimento de ancoragem;
l = comprimento de aderência;
L = comprimento da barra de aço;
Mi = massa inicial;
M = peso atômico do metal (valor de 56 para o Fe);
N = Newton;
P = força de tração;
Rst = Força de tração na armadura,
t = tempo de aceleração da corrosão;
V = esforço cortante;
Yij = observação do i-ésimo tratamento na i-jésima unidade experimental;
z = carga iônica (valor igual a 2);
fc = tensão no concreto;
fcm = resistência média à compressão do concreto;
fs = tensão no aço;
τb = tensão de aderência;
τbm = tensão média de aderência;
vp = velocidade de aplicação da carga;
xviii
Δlmédio = distância média entre fissuras, considerando as quatro faces;
ϕ = diâmetro da barra;
fctd = resistência à tração do concreto;
fctk,inf = resistência à tração do concreto característica inferior;
fck = resistência característica à compressão do concreto;
fctm = resistência média à tração direta do concreto;
fct,inf = resistência do concreto à tração direta inferior;
fct,sup= resistência do concreto à tração direta superior;
fc - Resistência à compressão do concreto;
fct,sp - Resistência do concreto à tração indireta;
fct,m - Resistência média à tração direta do concreto;
γc = Coeficiente de ponderação da resistência do concreto
μ = é o efeito constante (média geral);
η = coeficiente de conformação superficial;
η1 = considera a conformação superficial das barras;
η2 = considera a zona de aderência em que a barra se encontra;
η3 = considera o diâmetro do aço;
τ = Tensão de aderência;
τi = o efeito do i-ésimo tratamento;
ϵij = é o erro associado ao i-ésimo tratamento na j-ésima unidade experimental.
1
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA
O concreto armado é um dos materiais mais consumidos pela indústria da construção civil.
De acordo com Mehta e Monteiro (1994), o consumo mundial de concreto é da ordem de
5,5 bilhões de toneladas por ano. Essa utilização pode ser atribuída ao seu baixo custo, ao
seu bom desempenho estrutural, à facilidade de execução, e à diversidade de formas.
Um dos aspectos importantes que é responsável pela boa difusão do uso do concreto
armado é a boa compatibilidade física entre o concreto e o aço e a capacidade de proteção
que o concreto proporciona ao aço devido ao elevado pH do cimento, acima de 12.
O trabalho de Leonhardt e Mönnig (1977) enfatiza que a aderência é a responsável pela
boa ligação entre o aço e o concreto. Ducatti (1993) define a aderência como uma tensão
de cisalhamento entre a superfície de uma barra de armadura e o concreto que a envolve.
De acordo com Herrero (2000), o estudo da aderência torna-se um tema importante devido
aos resultados das pesquisas desenvolvidas nos últimos anos, que colocaram em dúvida os
níveis de segurança oferecidos pelas normas internacionais. A efetividade desta conexão,
entretanto, pode ser reduzida pela deterioração do concreto, da armadura ou de ambos.
Nas primeiras décadas do século XX, acreditava-se que o concreto armado seria um
material de alta durabilidade, sem necessidade de reparos para atingir uma vida útil
elevada. O conceito de durabilidade proposto pelo CEB-FIB MC-90 (1993) afirma que as
estruturas devem ser projetadas, construídas e operadas de tal forma que, sob condições
ambientais esperadas, elas mantenham sua funcionalidade, segurança e aparência aceitável
durante um período de tempo, sem requerer altos custos de manutenção e reparo.
2
Kurtis e Mehta (1997) comentam que a concepção do concreto armado como um material
de grande durabilidade e resistência tem sido questionado devido ao maior surgimento de
degradações, considerando, como a de maior gravidade, a corrosão das armaduras de
concreto.
A corrosão das armaduras é um tipo de deterioração que causa danos econômicos devido
às dificuldades das técnicas de recuperação e sua eficácia em longo prazo, podendo ser
iniciada por carbonatação ou ataque de cloretos. A carbonatação tem sido um tema
bastante pesquisado na área de durabilidade e vida útil das estruturas, por se tratar de um
processo que pode iniciar a corrosão da armadura devido à despassivação da armadura
(ISAIA, VAGHETTI e GASTALDINI, 1998).
Em condições naturais de exposição (0,03% a 1% de CO2), o processo de carbonatação
pode requerer vários anos para apresentar profundidades importantes que comprometam a
durabilidade das armaduras, sendo função, dentre outros aspectos, da relação
água/aglomerante e da composição química do cimento. Para relações água/aglomerante
mais elevadas (acima de 0,60), com cerca de um ano de exposição ao CO2, já é possível
obter dados de profundidade carbonatada. Contudo, para concretos com relações
água/aglomerante menores (inferiores a 0,50), o tempo demandado para determinar a
velocidade de carbonatação pode levar até 20 anos (KOBUKU e NAGATAKI, 1989).
Para Graeff (2007), depois de diagnosticada a corrosão, o acúmulo de produtos de corrosão
ao longo do perímetro da barra pode prejudicar a aderência entre o aço e o concreto.
Segundo Fang et al. (2004), uma pequena redução no diâmetro das barras resultante do
processo corrosivo pode ocasionar uma grande redução da resistência de aderência.
Este trabalho se justifica, porque algumas estruturas podem ser submetidas a condições de
deterioração ao longo de sua vida útil, como no caso de um processo de corrosão das
armaduras, admitindo-se que o comportamento da aderência e a capacidade portante de
elementos de vigas se alteram, devido à degradação do material, com o surgimento de
esforços diferenciais e deletérios na região circundante da barra de aço. Muito se tem feito
na comunidade científica sobre a análise estrutural de elementos corroídos iniciados por
cloretos. Até o presente momento não se encontram na literatura ensaios de aderência e de
3
vigas com a corrosão iniciada pela carbonatação, que é o que está sendo proposto nesta
tese.
Sabe-se que os esforços atuantes em uma estrutura de concreto armado são transmitidos do
aço ao concreto através da aderência e ancoragem. A efetividade desta conexão, entretanto,
pode ser reduzida pela deterioração do concreto, da armadura ou de ambos (KIRCHHEIM
et al., 2005).
Esta tese é relevante para a comunidade científica, pois apesar de muito ter sido feito em
estudos sobre carbonatação, não se encontrou nenhum trabalho que avalia a resposta
estrutural do comportamento da aderência em elementos carbonatados e com posterior
corrosão.
1.2 – OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho consiste em avaliar de que forma a exposição à
carbonatação e a posterior indução da corrosão afetam a aderência entre o aço e o concreto
e a capacidade portante de vigas de concreto armado.
Definiram-se, como objetivos específicos desta pesquisa:
Avaliar como a carbonatação e a corrosão da armadura afeta o desempenho
estrutural de vigas de concreto armado, expresso em termos de variações na
capacidade de deformação do aço, no deslocamento vertical e na carga e modo de
ruptura;
Analisar a variação entre os valores da tensão de aderência obtidos com o ensaio de
arrancamento direto e o ensaio de tirantes;
Realizar uma análise comparativa dos resultados dos diferentes ensaios de
aderência;
4
Comparar os resultados experimentais com os calculados pelas formulações da
literatura e normas de projeto.
1.3 – ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho é constituído por seis capítulos. No capítulo 2 é apresentada uma revisão
bibliográfica sobre os conceitos básicos do comportamento da aderência entre o aço e o
concreto com a finalidade de investigar o comportamento de elementos estruturais
submetidos à carbonatação e ensaios de corrosão acelerada.
O capítulo 3 descreve o programa experimental e a metodologia utilizada nos ensaios de
blocos de arrancamento, tirantes e vigas. As características dos modelos ensaiados, as
variáveis estudadas e os materiais empregados também são apresentados neste capítulo.
Os resultados obtidos experimentalmente são apresentados e analisados no capítulo 4, onde
são mostradas as tensões de aderência obtidas pelos ensaios de arrancamento e tirantes. As
respostas estruturais nos ensaios de vigas são apresentadas por meio das deformações na
armadura longitudinal, dos deslocamentos verticais, da identificação e propagação das
fissuras, e do modo e cargas de ruptura.
No capítulo 5 é feita uma avaliação teórica da influência da corrosão na tensão de
aderência. Apresentando a comparação entre os resultados experimentais para os modelos
de arrancamento e de tirantes, e sua correspondente comparação com os modelos de
previsão da tensão de aderência pelas normas de projeto e formulações da literatura.
As conclusões da pesquisa e as recomendações para trabalhos futuros encontram-se no
Capítulo 6. O Apêndice A apresenta o cálculo da tensão de aderência para os blocos de
arrancamento conforme recomendação do Rilem-Ceb-Fip (1983). O Apêndice B mostra os
5
resultados da deformação do aço nos blocos de arrancamento. Os resultados dos
deslocamentos verticais, e das deformações na armadura longitudinal do ensaio de vigas,
estão apresentados nos Apêndices C e D, respectivamente. Os Apêndices E e F apresentam
as demonstrações das formulações propostas na presente tese.
6
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – ADERÊNCIA ENTRE O AÇO E O CONCRETO
O concreto armado é o material resultante da ação conjunta do concreto e o aço, onde o
concreto resiste à compressão e o aço resiste usualmente apenas à tração, para isso, é
necessário que haja uma transferência de esforços entre os dois materiais, o que é possível
devido à aderência.
A aderência do aço ao concreto, segundo Kirchheim et al. (2005), é a resistência ao
movimento ou ao deslizamento relativo entre a superfície da barra e o concreto ao seu
redor. Essa interação entre os materiais é o mecanismo que caracteriza o concreto armado,
sendo que o seu bom desempenho é garantido pela eficiente ligação entre o aço e o
concreto.
O comportamento solidário entre a barra de aço e o concreto tem grande importância em
relação à capacidade de carga e de serviço das peças de concreto armado, sendo
indispensável para o cálculo das deflexões, controle da fissuração, cálculo de ancoragens,
emendas por transpasse e quantidade mínima de armadura, podendo ser estendido à
durabilidade das estruturas. (DUCATTI, 1993).
De acordo com Park e Paulay (1975), a aderência garante que o aço e o concreto trabalhem
de forma unificada, garantindo a capacidade de o concreto armado continuar a resistir aos
esforços após a ocorrência da sua fissuração.
2.2 – TENSÃO DE ADERÊNCIA
7
Segundo MacGregor (1992), estuda-se a tensão de aderência nas peças de concreto armado
por meio de três modelos distintos: viga à flexão, prisma tracionado axialmente e,
arrancamento.
2.2.1 – Viga à Flexão
Em uma viga fissurada submetida à flexão, há a variação de tensão no concreto e na
armadura, ao longo da viga, como ilustra a Figura 2.1. A Figura 2.1 (a) mostra que, onde
existe a fissura, a tensão no concreto é sempre nula, ocorrendo resistência apenas na
armadura.
A Figura 2.1 (b) mostra que entre as fissuras há a transferência de esforços do aço para o
concreto, e vice-versa. O valor da tensão na armadura nos pontos de fissura não é
constante, devido à variação do momento fletor, existindo também uma variação da tensão
na armadura ao longo de toda a viga, e não apenas entre as fissuras.
Sendo: ΔM = M2 – M1, que é a variação do momento entre as fissuras 1 e 2; ΔT = T2 – T1, que é a variação da tensão de tração entre as fissuras; V = esforço cortante; fs = tensão no aço; fc = tensão no concreto; τb = tensão de aderência; τbm =
tensão média de aderência.
Figura 2.1 – Tensões numa viga fissurada submetida à flexão (Adaptado de
MACGREGOR, 1992).
VIGA FISSURADA
DIAGRAMA DE MOMENTO
VARIAÇÃO NA TENSÃO DO AÇO
TENSÃO DE TRAÇÃO NO CONCRETO
TENSÃO DE ADERÊNCIA
VIGA
FORÇAS NA BARRA
VV
PARTE DA VIGA
ENTRE SEÇÕES 1 E 2
1 2
M1 M2=M1+ΔM
dx
M2=M1+ΔM M1
τb
fc
fs
τbm
Fs1=M1ΙAsΙz
M1
(a) (b)
τ2=τ1+Δτ τ1
8
2.2.2 – Prismas Tracionados Axialmente
Em um prisma fissurado carregado axialmente, como ilustra a Figura 2.2, a tensão no aço
entre duas fissuras é menor, a tensão no concreto nas fissuras é nula e, a tensão de
aderência é nula, pois não há variação de tensão na armadura de um ponto de fissura em
relação a outro, há variação da tensão apenas entre as fissuras.
Sendo: P = força de tração; As = área de aço; fs = tensão no aço; fc = tensão no concreto; τb = tensão de aderência.
Figura 2.2 – Tensões em um prisma fissurado carregado axialmente (Adaptado de
MACGREGOR, 1992).
2.2.3 – Arrancamento
De acordo com MacGregor (1992), o ensaio de arrancamento padrão tem sido o mais
utilizado no estudo da aderência desde antes da década de 50, como apresenta a Figura 2.3,
pois fornece bons resultados quando se quer avaliar parâmetros distintos que influenciam
na aderência. É um ensaio de simples execução, fornece uma leitura direta da tensão de
aderência.
Não apresenta resultados representativos para elementos de concreto armado, como por
exemplo, as vigas, pois tem o inconveniente do concreto ficar comprimido, não havendo
P P
Fs=P/As
fc
τb
9
fissuração. Existe também um confinamento da armadura devido ao cobrimento exagerado
de concreto, onde há um impedimento da expansão transversal do corpo de prova, devido
ao atrito com a placa de apoio da máquina de ensaio.
Sendo: P = força de tração; A = área de aço; fs = tensão no aço; τb = tensão de aderência.
Figura 2.3 – Tensões no ensaio de arrancamento (Adaptado de MACGREGOR, 1992).
2.3 – CAUSAS DAS TENSÕES DE ADERÊNCIA EM ESTRUTURAS
Segundo Leonhardt e Mönnig (1977), sempre que ocorre variação de tensões em um
determinado trecho das barras de aço, surgem tensões de aderência nas peças estruturais de
concreto armado. São consideradas causas das variações de tensões os seguintes fatores:
As ações externas, que alteram as tensões de compressão e tração nas barras de aço;
As fissuras, que geram nas regiões de descontinuidade um acréscimo de tensões na
armadura, resultando em altas concentrações de tensões de aderência;
A retração do concreto, que ocasiona tensões de compressão nas barras e tensões de
tração no concreto, devido à presença das barras de aço, que impede a deformação.
Forças de atrito
P
fs τb
10
A B
RST RST
A A’ B’ B
A A’ B’ B
Sr
ct < fct
st
ct
A Figura 2.4 apresenta o modelo de Fusco (1995), que considerou apenas duas fissuras A e
B. São mobilizadas as tensões de aderência nos trechos AA’ e BB’ e, no trecho A’B’ a
tensão de tração no concreto é constante. Assim, o autor propõe mobilizar as tensões de
aderência nos trechos A’B’, aumentando a tensão de tração do concreto, com a formação
de uma terceira fissura C, como apresenta a Figura 2.5.
Sendo RsT = força de tração
Figura 2.4 – Fissuração por tração (Adaptado de FUSCO, 1995).
Com a presença da fissura C, a tensão de tração do concreto dependerá da capacidade de
transferência de tensões da armadura para o concreto. Quando as tensões de aderência
mobilizadas no trecho AD e DC não forem suficientes para que a tensão de tração do
concreto atinja o limite de ruptura, não haverá uma nova fissura entre A e C, tornando-se
estável.
Tensões no
concreto
Tensões na
armadura
Tensões no
concreto
Tensões na
armadura
Tensões de
aderência
Antes da
fissuração
Após a
fissuração
Ação da barra sobre o concreto
st
τb
11
D
Sendo Rst = força de tração
Figura 2.5 – Fissuração estabilizada (Adaptado de FUSCO, 1995).
2.4 – MODOS DE RUPTURA DA ADERÊNCIA
Segundo Dumêt (2003) dentre os diversos tipos de modos de ruptura causados pela perda
de aderência, destacam-se a ruptura por arrancamento e a ruptura por fendilhamento, que
são influenciados por diversos fatores como, por exemplo, o tipo de armadura, a
conformação superficial, o diâmetro da barra, a distância entre as barras, o cobrimento do
concreto, a presença de armadura de confinamento, entre outros.
De acordo com Al-jahdali, Wafa, e Shihata (1994), podem ocorrer quatro modos de ruptura
em um ensaio de arrancamento sem adição de fibras ou armadura de confinamento, que
são:
Ruptura por arrancamento, que consiste no escorregamento da barra de aço, onde o
cobrimento do concreto adjacente à barra promove um confinamento adequado,
evitando o fendilhamento. Este tipo de ruptura é caracterizado como dúctil.
Tensões na
armadura
Tensões no
concreto
Rst Rst
Tensões de
aderência
A C B
st
τb
ct
12
Ruptura por fendilhamento, que consiste na ruptura do prisma de concreto
adjacente à barra de aço. Este tipo de ruptura é caracterizado como frágil, pois
ocorre uma fissuração intensa na direção transversal e longitudinal, como
consequência do aumento das tensões que superam a capacidade resistente da peça.
Ruptura por tração, que ocorre na extremidade da barra de aço envolvida pelo
prisma de concreto, resultante da formação de fissuras perpendiculares a direção de
aplicação da carga.
Ruptura do aço, que ocorre quando a aderência entre os dois materiais excede o
limite de escoamento do aço e, caracteriza-se pelo escoamento da barra de aço
antes de atingir a capacidade resistente entre o aço e o concreto.
2.5 – FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DA ADERÊNCIA
São considerados fatores que influenciam o comportamento da aderência àqueles relativos
ao comportamento local da aderência, que é controlado pelas condições básicas de
aderência, como a posição de concretagem e, os fatores relacionados à resposta global, que
é influenciado por aspectos relacionados ao confinamento, como o arranjo das barras
ancoradas e o arranjo da armadura transversal (CEB-FIP MC-1990, 1991).
2.5.1 – Efeitos das Características do Concreto
A tensão de aderência atua como uma força cortante, sendo aumentada com a tensão de
tração ou de compressão do concreto. A condição de aderência será resultante da menor
das resistências, cortante, tração ou compressão, a que for excedida primeira. Assim,
podem-se considerar três tipos de falhas de aderência relacionadas à resistência do
concreto, segundo Tepfers (1982):
13
1. Falha na resistência ao cisalhamento: se a resistência ao cisalhamento, que é baixa,
vir a falhar, poderá romper em todo o perímetro da barra e, esta poderá ser
arrancada.
2. Falha pelo fendilhamento do concreto de cobrimento: se a resistência ao
cisalhamento é tamanha quanto à tensão de tração principal, que excede a
resistência à tração do concreto poderá aparecer fissuras transversais à tensão de
tração principal, sendo a força de aderência irradiada para fora do perímetro da
barra. Estas forças podem ser resistidas pelo concreto ao redor, se as falhas forem
imediatamente contidas. Este tipo de aderência é considerado a falha mais comum
em estruturas de concreto com barras nervuradas. Estas conclusões foram
observadas nos trabalhos de Goto (1971), Lutz e Gergely (1967) e em Rehm
(1961).
3. Fissuras ao longo da nervura da barra: se o fendilhamento é resistido pelo concreto
circunvizinho, a falha de aderência pode ocorrer como ruptura do concreto por
força cortante ao redor da nervura da barra, sendo considerada a máxima tensão de
aderência possível, e segundo Tepfers (1982), pode ser estudada em ensaios de
arrancamento em curtos comprimentos de aderência, iguais a três vezes o diâmetro
do aço (= 3Ø).
Ribeiro (1985) comenta que, para concretos de menor resistência, a ruptura da aderência se
dá por arrancamento da barra. No caso de concretos de maior resistência, geralmente a
ruptura se dá por fendilhamento. A resistência à compressão do concreto é importante para
suportar as tensões concentradas geradas nas nervuras. Constata-se que quanto maior a
resistência à compressão do concreto, maior a resistência de aderência na interface aço-
concreto.
Yenlici e Özturan (2000) realizaram ensaios de arrancamento excêntrico cujo objetivo era
investigar o efeito na resistência de aderência da resistência à compressão do concreto fc
(variado entre 60 e 90 MPa), os resultados indicaram que a resistência de aderência
aumenta com incremento da resistência à compressão do concreto.
Gjorv, Monteiro e Mehta (1990) estudaram a tensão de aderência utilizando o ensaio de
arrancamento (ASTM C 234), em concretos com resistências à compressão de 35 MPa, 42
MPa, 63 MPa e 84 MPa e constataram que, a resistência ao deslizamento aumenta com o
14
acréscimo da resistência à compressão, sendo linear em relação a resistência do concreto,
como verifica-se na Figura 2.6.
Figura 2.6 – Força de arrancamento da barra versus resistência à compressão do concreto
(GJØRV, MONTEIRO E MEHTA, 1990).
Soroushian et al. (1991) investigaram os efeitos da resistência à compressão do concreto,
no comportamento da aderência local de barras nervuradas nas uniões dos elementos de
concreto armado. A resistência de aderência, que correspondente ao valor máximo da
curva tensão de aderência versus deslizamento, aumentou com o crescimento da resistência
à compressão, como indica a Figura 2.7.
Esfahani e Rangan (1998a) ensaiaram corpos-de-prova com pequenos comprimentos de
aderência, com o objetivo de estudar o comportamento entre a razão do cobrimento do
concreto pelo diâmetro da barra (C/db) sob a resistência do concreto (fc) e, observaram que,
para um valor da relação C/db, a tensão de aderência (u) foi maior para os blocos de
arrancamento, com valores maiores da resistência à compressão (fc), como indica a Figura
2.8. Se considerar o valor de fc constante na figura, verifica-se que com o incremento da
relação C/db, ocorreu um aumento na tensão de aderência.
15
Figura 2.7 – Influência da resistência à compressão na tensão de aderência versus
deslizamento (SOROUSHIAN et al., 1991).
Figura 2.8 – Tensão de aderência versus resistência à compressão (ESFAHANI e
RANGAN, 1998a).
Rossi (2002) analisou a influência da resistência à compressão sobre o método
RILEM/CEB/FIP RC 5 (1983), que estima a aderência em vigas articuladas com alta taxa
16
de armadura de confinamento. Verifica-se na Tabela 2.1 que, os valores médios da tensão
de aderência aumentam com o aumento da resistência.
Tabela 2.1 – Tensão média de aderência em função da resistência à compressão do
concreto (ROSSI, 2002).
fc 28 dias
(MPa)
Tensão média
de aderência
(MPa)
25,0 7,0
50,0 11,8
85,0 19,8
A resistência à compressão do concreto é importante para suportar as tensões concentradas
geradas nas nervuras e, a resistência à tração do concreto limita sua resistência à
compressão num campo multi-dimensional de tensão. Se inicialmente a ruptura foi causada
pelo início das fissuras de cisalhamento nos consolos de concreto, a resistência de
aderência é proporcional à x
cmf , com x variando entre 0,5 e 1,0 (DUCATTI, 1993).
De acordo com Reynolds e Beeby (1982), o movimento da barra é resistido pela estrutura
compressiva do concreto agindo sobre as nervuras, sendo equilibrado por um arco de
tração pelo concreto circunvizinho o outro lado final desta estrutura. Assim, a ruptura
ocorre quando o arco de tração excede a capacidade de tração do concreto, concluindo que
a tensão de aderência é proporcional à resistência à tração do concreto, que pode ser
considerada proporcional à raiz quadrada da resistência à compressão do concreto. Porém,
a proporcionalidade à raiz quadrada não representa o comportamento para concretos de
alto desempenho, segundo Ducatti (2001).
Segundo o CEB 151 (1982), o adensamento do concreto influencia tanto a resistência de
aderência quanto a resistência à compressão. O adensamento pode se tornar crítico para a
aderência, pois as zonas de ancoragem são pontos com elevada porcentagem de armadura,
17
dificultando a concretagem e, como consequência, o surgimento de um maior número de
vazios.
Brettmann, Darwin e Donahey (1986) mostraram que, os resultados apontaram um melhor
desempenho de aderência de concretos de grande abatimento, com e sem a utilização de
aditivos plastificantes, quando vibrados com os devidos cuidados, a vibração pode
colaborar para o adensamento e melhorar da zona de transição.
As barras concretadas na posição vertical do fundo da forma apresentam um melhor
comportamento quando comparadas com as barras concretadas na posição horizontal no
topo da forma, pois as barras inferiores situam-se no local mais acentuado do adensamento,
onde é menor a existência de argamassa porosa na metade inferior das barras (RIBEIRO,
1985).
As barras concretadas na posição horizontal ou na posição vertical e solicitada no mesmo
sentido da concretagem apresentam menor resistência ao arrancamento que as barras
concretadas na posição vertical e solicitada em sentido oposto à concretagem (CEB 151,
1982).
A orientação do lançamento de concreto pode influenciar a aderência, pois durante a
concretagem, tendem a surgir pequenas diferenças no teor de agregados graúdos e na
relação a/c, devido à deposição dos materiais mais pesados e exsudação da água (Caetano,
2008).
Conforme os resultados de Ducatti (1993), a orientação do lançamento do concreto afeta o
comportamento de aderência tanto de concretos convencionais como de concretos de alta
resistência, sendo menos acentuada nos concretos de maior resistência devido à baixa
exsudação e retração plástica.
18
2.5.2 – Efeitos das Características da Armadura
Segundo Caetano (2008), a análise da influência do diâmetro da barra na aderência é
dificultada pelo fato de barras de diferentes diâmetros apresentarem diferenças na forma e
distribuição de nervuras.
De acordo com Fusco (1995), barras com maiores diâmetros estão menos propícias ao
arrancamento e mais susceptíveis a ruptura por fendilhamento, devido às tensões radiais de
tração nas nervuras das barras, onde iniciam as microfissuras que se estende até a face
externa do concreto, como ilustra a Figura 2.9.
O ACI COMITTEE 408 (1991) não considera o diâmetro da barra na tensão de aderência,
desde que o comprimento de ancoragem e o cobrimento do concreto sejam proporcionais
ao diâmetro da barra. Entretanto, alguns estudos indicam que quanto menor o diâmetro da
barra pode-se obter uma maior tensão de aderência última.
Figura 2.9 – Fissuras e forças ao redor da barra (FUSCO, 1995).
Soroushian e Choi (1989) estudaram a tensão de aderência para barras de diferentes
diâmetros e verificaram que, com o aumento do diâmetro ocorre uma redução da tensão
máxima de aderência, como pode ser observado na Figura 2.10. Na região pré-pico da
19
curva, as tensões de aderência tendem a ser maior quanto menor for o diâmetro da barra,
sendo essa tendência menos significativa na região pós-pico, onde ocorrem grandes
deformações. Segundo os autores, a redução da aderência causada pelo aumento do
diâmetro da barra é devida uma maior quantidade de material poroso na interface concreto-
aço, onde o diâmetro, aliado à maior dimensão das nervuras, retêm mais água de
amassamento na face inferior da barra, causando uma exsudação interna.
Figura 2.10 – Tensão de aderência versus deslizamento para barras de aço de diferentes
diâmetros (Soroushian e Choi, 1989).
Yerlici e Özturan (2000) investigaram o efeito na resistência de aderência do diâmetro da
barra longitudinal, que variou entre 12 mm e 26 mm, por meio de ensaios de arrancamento
excêntrico e, concluíram que a resistência de aderência diminuiu com o aumento do
diâmetro da barra longitudinal.
Ducatti (1993) estudou a tensão de aderência utilizando o ensaio de arrancamento das
quatro barras para concretos convencionais e de alto desempenho. Os autores observaram
que, para ambos os concretos, houve um decréscimo na tensão de aderência com o
aumento do diâmetro, como mostra a Figura 2.11.
ESCORREGAMENTO
(mm)
TENSÃO DE ADERÊNCIA (MPa)
0 5 10 15
4
8
12
16
20
ϕ10
ϕ8
ϕ6
20
Figura 2.11 – Influência do diâmetro da barra na tensão de aderência (DUCATTI, 1993).
O trabalho de De Larrard, Schaller e Fuchs (1993) mostrou que o efeito do diâmetro da
barra de aço (10 mm, 16 mm e 25 mm) sobre a tensão de aderência pode estar relacionado
com a resistência à compressão do concreto, pois as tensões de aderência reduziram com o
aumento do diâmetro da barra, sendo mais significativa esta redução em concreto de alto
desempenho quando comparada com concretos convencionais, como mostra a Figura 2.12,
onde se verifica que o efeito do diâmetro foi enfatizado com o uso do concreto de alto
desempenho, sendo que o ganho obtido foi de 80% com a barra de 10 mm e 25% para a
barra de 25 mm. Os autores concluíram que este aumento da tensão de aderência que
ocorre com a redução do diâmetro da barra está relacionado à retração autógena do
concreto.
21
Figura 2.12 – Tensões de aderência versus diâmetro da barra (DE LARRARD,
SCHALLER e FUCHS, 1993).
Ichinose et al. (2004) investigaram a influência sobre a tensão de aderência entre as barras
deformadas e o concreto utilizando ensaios de arrancamento. Os resultados experimentais
mostraram que quanto maior o grau de confinamento, sendo obtido introduzindo armadura
transversal ou por meio do incremento do cobrimento, menor é a interferência do diâmetro
do aço na tensão última de aderência.
Segundo Barbosa (2001), algumas barras possuem nervuras e saliências provenientes do
seu processo de laminação que melhoram a resistência de aderência. As nervuras são
elementos descontínuos de ligação que, devido a seu grande número e seu pequeno
afastamento relativo, asseguram uma ligação entre o aço e o concreto mais efetiva e
confiável, funcionando como se houvesse uma ligação contínua de características
melhoradas (FUSCO, 1976).
O valor da resistência de aderência mecânica em barras nervuradas depende da forma e da
inclinação das nervuras, da altura (a) e da distância livre entre elas (c0). A superfície
relativa (fR) é definida pela razão entre a superfície das nervuras (FR), que é a área de
contato dos consolos de concreto sobre as nervuras, e a superfície lateral FM do cilindro de
concreto a ser “cortado” para liberar a barra ao deslizamento e, fornece uma medida de
22
comparação utilizável para barras de perfis diferentes, conforme apresentado na Figura
2.13 (REHM, 1969).
Figura 2.13 – Áreas possíveis de ruptura dos consolos de concreto entre nervuras (REHM,
1969).
Leonhardt e Mönnig (1977) enfatizam que nervuras transversais com inclinação de 60º em
relação ao eixo das barras são mais favoráveis que nervuras perpendiculares. Os autores
ressaltam que as nervuras oblíquas não devem estar ligadas às nervuras longitudinais,
devendo terminar antes destas, em toda a seção transversal.
Hamad (1995a) analisou diferentes configurações geométricas das nervuras, como mostra
na Figura 2.14, utilizando ensaios de arrancamento excêntrico e, ensaios de viga, variando
o espaçamento entre nervuras, sendo a distância de eixo a eixo, entre 35 e 60% do valor do
diâmetro, a altura de nervura, variou num intervalo de 5 a 12,5% do diâmetro e, a
inclinação da face da nervura foi variada em um intervalo de 30° a 90°.
O autor observou que a variação das características das barras influenciou mais os
resultados obtidos em ensaios de arrancamento excêntrico do que em ensaios de viga.
Conseguiu o melhor desempenho de aderência para ambos os ensaios, sendo a angulação
da face da nervura igual a 60°, o espaçamento de 50% e altura da nervura de 10% do
23
diâmetro da barra. Comparando o desempenho de barras com este padrão com o
desempenho de barras que apresentavam a configuração recomendada pela ASTM
(espaçamento de 60% e altura igual a 5%), verificou-se que é possível obter um
incremento na capacidade de aderência de 45%, nos ensaios de arrancamento, e de 26%,
nos ensaios de viga.
Figura 2.14 – Parâmetros empregados no estudo de Hamad (1995a).
O trabalho de Soretz e Hölzenbein (1979) mostrou que o aumento da altura das nervuras,
diminui a flexibilidade em barras nervuradas, ou seja, a capacidade de dobramento. Os
autores consideram uma boa flexibilidade quando o ângulo de inclinação das nervuras em
relação ao eixo das barras fica entre 55° e 65°.
Lutz e Gergeley (1967) analisaram a influencia do ângulo da nervura, em relação ao eixo
longitudinal da barra de aço e observaram que angulações entre 40° e 105° são suficientes
para que não haja movimentações relativas entre a interface da barra de aço e o concreto,
ocorrendo deslizamento por ruptura do console de concreto. Para ângulos inferiores a 30°
esta movimentação não é impedida, sendo favorecida a falha por deslizamento., não
ocorrendo a ruptura do concreto, porém muda o comportamento da curva tensão-
deslizamento, como indica a Figura 2.15.
24
Figura 2.15 – Curvas carga versus deslizamento de barras com angulações de nervuras
variadas (Lutz e Gergeley, 1967).
De acordo com Lorentz e Holzenbein (1979) apud Caetano (2008), a angulação das
nervuras em relação ao eixo da barra deve ser menor que 55º, e sugerem a não utilização
de angulações em torno de 90º, justificando que grandes inclinações reduzem a
flexibilidade das barras mais rapidamente do que colaboram para o ganho de desempenho
de aderência.
Segundo o CEB 118 (1979), a oxidação na barra de aço ocasiona um aumento na
resistência de aderência. As barras lisas contaminadas com desmoldantes praticamente não
apresentam resistência de aderência, de acordo com o CEB 151 (1982). Este assunto será
mais discutido no item 2.8.
Kemp e Wilhelm (1979) investigaram a aderência para barras com condições de superfície
oxidadas ao ar, lubrificadas, com rugosidade obtida artificialmente, oxidadas na água
salgada e, concluiu que o comportamento da aderência foi praticamente o mesmo, com
exceção das barras com rugosidade obtida artificialmente, que apresentaram as maiores
resistência de aderência.
Para evitar uma ruptura por fendilhamento torna-se essencial a utilização de valores
adequados do cobrimento da armadura e do espaçamento entre suas barras, que estão
associadas ao confinamento do concreto. Segundo o Bulletin n. 10 (FIB, 2000), para
25
admitir uma ruptura por arrancamento adota-se um cobrimento do concreto em torno de
três vezes o diâmetro da barra, para peças sem armadura transversal suficiente, ou sem
pressão transversal proveniente de reações de apoio ou cargas externas, para concreto
convencional ou de alto desempenho.
Orangun, Jirsa e Breen (1977) estudaram a relação cobrimento versus fissuração e concluiu
que a região resistente de concreto é demarcada por um círculo de raio igual ao menor
cobrimento (lateral ou inferior) ou meio espaçamento entre as barras, conforme ilustra a
Figura 2.16. Assim, importa somente o raio que produz a menor área no entorno da barra
em termos de possibilidade de ruptura, a falha ocorrerá através do cobrimento até a
superfície livre, se o cobrimento do concreto for menor do que metade do espaçamento
entre barras e, quando o cobrimento for maior que a metade do espaçamento entre as
barras, a situação propicia a formação de fissuras horizontais conectando as barras.
Figura 2.16 – Demarcação da região resistente do concreto em relação ao cobrimento e
espaçamento das barras (ORANGUN, JIRSA e BREEN, 1977).
Segundo Eligehausen, Popov e Bertero (1983), a eficácia da armadura de confinamento
depende do tipo, quantidade e posição em relação à barra ancorada e, do modo de ruptura.
A influência dessa armadura é maior quando ela cruza as fissuras por fendilhamento,
evitando suas aberturas.
A armadura de confinamento pode ser constituída por barras retas, espirais ou estribos e,
segundo os autores, sua influência não é muito significativa quando ocorre ruptura por
arrancamento, na resistência última de aderência e na resistência de aderência residual.
26
A ação de forças de compressão transversal sobre a barra aumenta a rigidez de aderência,
majorando a capacidade última de resistência ao arrancamento da armadura e, diminuindo
o deslizamento para determinado carregamento. O confinamento é aumentado até certo
limite pela tensão última de aderência e a partir desse ponto, não tem mais nenhum efeito o
grau de confinamento (UNTRAUER e HENRY, 1965).
A pressão transversal pode resultar da retração do concreto ou do confinamento exercido
pela armadura ou pelo concreto que, resulta no aumento da resistência de aderência por
atrito e, retardam a ruptura por fendilhamento, por meio da compensação dos esforços
circunferenciais de tração, provenientes da ligação entre o aço e concreto.
Em relação ao comprimento do trecho aderente, deve-se lembrar que, a distribuição de
tensões de aderência é variável ao longo do comprimento de ancoragem da barra, de forma
exponencial, sendo a tensão mais elevada próximo ao ponto de aplicação da carga, como
indica a Figura 2.17, onde apenas um trecho da barra e do concreto, próximos ao ponto de
aplicação da carga, estão sendo mais solicitados no início do carregamento (Caetano,
2008).
Figura 2.17 – Distribuição de tensões de aderência (CAETANO, 2008).
27
O trabalho de Clarck e Johnston (1983) demonstrou que, ao utilizarem esquemas de
ensaios variados, não foram registradas significativas variações na tensão de aderência com
o aumento do comprimento aderente, evidenciando que a capacidade de aderência não
sofre grande influência com o comprimento de ancoragem.
Rossi (2002) investigou comprimentos aderentes de 3 a 10 vezes diâmetros da barra e
concluiu que o nível de deslizamento e a resistência à compressão do concreto podem
influenciar na relação da tensão de aderência frente a diferentes comprimentos aderentes.
Segundo Lahnert, Houde e Gerstle (1986), o aumento do comprimento aderente reduziu a
tensão de aderência, avaliando o valor médio da aderência, que efetivamente cai com o
aumento do comprimento. Os autores justificam que os trechos mais distantes do ponto de
aplicação da carga estão sujeitos a tensões menores.
2.6 – ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DA TENSÃO DE ADERÊNCIA
São apresentados alguns ensaios de aderência que buscam estimar os valores da resistência
de aderência e deslocamento relativo da barra em relação do concreto e, verificar a
influência de alguns fatores no comportamento da aderência, como a resistência à
compressão do concreto, o diâmetro da barra e o sentido do carregamento.
2.6.1 – Ensaio de Arrancamento (Pull-Out Test)
O ensaio de arrancamento consiste em determinar a resistência de aderência pela extração
de uma barra, posicionada no centro de um prisma de concreto colocado sobre apoios, em
uma máquina de ensaio.
28
São consideradas vantagens deste ensaio o baixo custo de execução, a simplicidade do
prisma, a possibilidade de se isolarem variáveis que influenciam a aderência e, a
possibilidade de uma visualização do comprimento mínimo de ancoragem (BARBOSA et
al., 2000).
A Figura 2.18 apresenta os prismas para ensaio de arrancamento e as respectivas variações
da tensão de aderência ao longo do comprimento. O prisma apresentado na Figura 2.17-a é
inadequado, por causa do impedimento à deformação transversal da placa de apoio e, em
virtude da compressão por efeito de arco, que resulta em uma compressão transversal sobre
a barra, provocando aderência adicional por atrito. Considerando trechos sem aderência,
essas influências nos prismas b e c são diminuídas, Rehm utilizou o corpo de prova b para
obter valores de aderência para um elemento de comprimento dx = ϕ, resultando em uma
pequena pressão transversal, devido à força de tração ser muito pequena no referido
pequeno comprimento de aderência (LEONHARDT & MÖNNIG, 1977).
Figura 2.18 – Prismas para o ensaio de arrancamento (LEONHARDT e MÖNNIG, 1977).
Pressão transversal devido
à deformação transversal
impedida
Trajetórias principais
de compressão
a) Corpo-de-prova inadequado
com a indicação esquemática de
compressão por efeito de arco e
da compressão transversal
b) Corpo-de-prova segundo
REHM
c) Corpo-de-prova de acordo
com as recomendações do
RILEM/CEB/FIP (1973)
29
2.6.1.1 – Ensaio de Arrancamento RILEM-FIP-CEB (1973)
A Figura 2.19 mostra que as duas extremidades da barra são projetadas para fora do prisma
de concreto, sendo que em um dos extremos a barra é tracionada e, no outro extremo são
medidos os deslocamentos relativos entre a barra e o prisma de concreto.
Figura 2.19 – Corpo de prova para o ensaio de arrancamento, (RILEM-FIP-CEB, 1973).
Durante a concretagem, o corpo de prova é moldado com a barra na posição horizontal,
utiliza-se um vibrador de imersão e após três dias pode-se realizar a desmoldagem. É
utilizado para resistências do concreto entre 27 MPa e 33 MPa.
A Equação 2.1 calcula a velocidade de aplicação da força (vp), que deve ser determinada
para cada diâmetro ensaiado, em unidade de kgf/s.
Equação (2.1)
Sendo:
ϕ = diâmetro da barra, em cm.
25pv
30
A Rilem RC6 (1983) considera a seção transversal dos corpos de prova igual a 200 mm,
para barras com diâmetro nominal igual ou inferior a 20 mm, sendo este procedimento o
adotado para o programa experimental da presente tese.
2.6.1.2 – Ensaio de arrancamento ASTM C-234 (1991)
São confeccionados dois tipos de corpos de prova para a realização deste ensaio: o
primeiro consiste em uma barra de aço embutida verticalmente no prisma e, o segundo,
possui barras embutidas horizontalmente.
A Figura 2.20 ilustra o corpo de prova para o ensaio com a barra posicionada verticalmente
ao longo do eixo central, com dimensões de 150 mm para cada lado. O comprimento da
barra da extremidade superior deve ser suficiente para fixar nas garras da máquina de
ensaio.
A Figura 2.21 ilustra o segundo corpo de prova, com dimensões de 150 mm de lado e
altura de 300 mm. São concretadas as duas barras perpendicularmente ao eixo da altura do
prisma. Em relação à base do prisma as barras devem ter alturas de 75 mm e 225 mm,
respectivamente. O comprimento das barras deve ser suficiente para posicionar nas garras
da máquina.
Devem fazer ranhuras com, no mínimo, 13 mm de profundidade, em cada uma das faces
opostas do prisma, paralela aos eixos das barras e na metade da altura, com o objetivo de
facilitar a divisão do prisma em dois cubos através da fissura por flexão que passa pelo
plano de enfraquecimento. A velocidade de aplicação da força não pode ser superior a 20
kN/min ou pode-se controlar o deslocamento em 1,3 mm/min.
De acordo com Ducatti (1993), este método não fornece valores de aderência para fins
estruturais, sendo adaptável ao uso em pesquisa, justificando que as dimensões e os tipos
de aço não são as variáveis mais importantes.
31
Figura 2.20 - Modelo ASTM C-234 com barra vertical.
Figura 2.21 - Modelo ASTM C-234 (1991) com barras horizontais.
2.6.1.3 – Ensaio de Arrancamento Segundo REHM (1961)
A Figura 2.22 apresenta o corpo de prova de arrancamento utilizado por Rehm (1961), que
consiste em um cubo de concreto com uma barra posicionada no centro, possuindo dois
trechos sem aderência, nas extremidades do prisma, sendo o valor do comprimento de
aderência uma vez o diâmetro da barra.
32
Figura 2.22 – Corpo de Prova para o ensaio de arrancamento (REHM, 1961).
2.6.2 – Ensaio de Duplo Arrancamento
O modelo utilizado neste ensaio é formado por dois corpos de prova de arrancamento,
ligados por dois tirantes, como apresenta a Figura 2.23.
Figura 2.23 – Ensaio de duplo arrancamento (Laranjeiras, 1976).
Laranjeiras (1976) considera as seguintes vantagens quando comparadas com o ensaio de
arrancamento padrão:
33
Pelo arrancamento simultâneo de duas barras, permite diminuir a dispersão dos
resultados, obtendo uma melhor instrumentação e controle das leituras durante o
ensaio;
A eliminação das pressões laterais sobre a barra, existentes nos ensaios de
arrancamento, oferecendo condições mais desfavoráveis à ação da carga repetida;
Maior simplicidade no sistema de ensaio, por dispensar o dispositivo necessário
para sustentar o corpo de prova do ensaio de arrancamento.
A proposta básica deste ensaio com barras múltiplas é simular a aderência em um campo
de tensões de tração, procurando eliminar os efeitos do uso da chapa para conter o
deslocamento do bloco de concreto, apresentado como desvantagem a dificuldade na
determinação do deslizamento, pois ambas as extremidades acabam ficando sob
carregamento.
2.6.3 – Ensaio de Arrancamento com Quatro Barras
A Figura 2.24 ilustra o corpo de prova utilizado no ensaio com quatro barras, que consiste
em uma emenda por traspasse, ligando três barras a uma barra central, envolvidas por um
cilindro de concreto. O ensaio consiste no esforço de tração exercido na barra central, onde
o cilindro de concreto é mantido imóvel pela força reativa exercida pelas três barras
dispostas segundo um triângulo, evitando-se compressão no concreto e atrito com a placa
de apoio (BARBOSA, 2001).
Figura 2.24 – Ensaio de arrancamento com quatro barras (BARBOSA, 2001).
34
2.6.4 – Ensaio de Arrancamento com Anel Circunferencial
Segundo França (2004), o ensaio de arrancamento com anel circunferencial consiste na
extração de uma barra de aço concretada no interior do corpo de prova, que é envolvido
por um anel metálico que envolve o comprimento mergulhado, sendo instrumentado com
strain gages, como ilustra a Figura 2.25.
Figura 2.25 – Ensaio de arrancamento com anel circunferencial (França, 2004).
Este ensaio permite a medição direta da componente de fendilhamento e das forças de
aderência, bem como a determinação das deformações, o escorregamento e a tração em um
dos extremos da barra.
2.6.5 – Ensaio de Viga (Beam Test)
O ensaio de viga consiste em dois blocos paralelepipédicos de concreto armado, ligados na
parte superior por uma rótula metálica e, na parte inferior por barras, que serão testadas a
aderência.
A RILEM RC 5 (1983), prescreve o ensaio Tipo A, que devem ser ensaiadas barras de aço
entre 10 mm e 16 mm e, o Tipo B, para o ensaio de barras de aço entre 16 e 31 mm, como
ilustras as Figuras 2.26 e 2.27.
35
São aplicadas duas forças iguais e simétricas em relação à rótula, onde são medidos os
deslocamentos de cada extremidade livre das barras após cada incremento de força por um
LVDT.
Figura 2.26 – Ensaio de viga tipo A (RILEM RC 5, 1983).
Figura 2.27 – Ensaio de viga tipo B (RILEM RC 5, 1983).
2.6.6 – Ensaio de Extremo de Viga (Beam-End Test)
A Figura 2.28 apresenta o corpo de prova utilizado no ensaio de extremo de viga, que
consiste em uma barra tracionada na parte inferior, sendo a reação aplicada na parte
superior, que simula a zona de compressão na viga e, o momento é equilibrado por um par
36
de forças que simulam a reação de apoio e a força cortante que será transmitida pelo
concreto (FRANÇA, 2004).
Figura 2.28 – Ensaio de extremidade de viga (Adaptado de FRANÇA, 2004).
2.6.7 – Ensaio de Tirantes
O ensaio de tirantes reproduz satisfatoriamente as condições reais da parte tracionada das
vigas. Podem ser utilizados tirantes prismáticos ou cilíndricos, como ilustra a Figura 2.29.
Figura 2.29 – Modelos de corpos de prova de tirantes (BARBOSA, 1998).
37
O ensaio consiste em aplicar duas forças opostas de tração em cada extremidade da barra.
Barbosa (1998) verifica que o ensaio de tirante permite a visualização das fissuras pelo
espaçamento mínimo, médio e máximo das mesmas ao longo do ensaio e, do total de
fissuras que efetivamente são formadas.
A NBR 7477 (ABNT, 1982) define que deve ser utilizado tirante de seção transversal
quadrada, com as características determinadas pela Equação 2.2.
7
4
d Equação (2.2)
Onde:
d = lado do tirante.
= diâmetro nominal da barra.
Os tirantes devem ser posicionados ao sistema de carregamento por meio das garras livres
às extremidades das barras. A carga deve ser aplicada até atingir 80% da carga de
escoamento da barra presente no ensaio. Após, mede-se as distâncias entre as fissuras,
presentes nas quatro faces do tirante.
Devem ser ensaiados nove tirantes por diâmetro do aço, para calcular o coeficiente de
conformação superficial apresentado na Equação 2.3.
médiol
d
.25,2 Equação (2.3)
Onde:
= coeficiente de conformação superficial.
d = lado da seção do tirante.
l médio = média da distância média entre fissuras, considerando as quatro faces dos nove
tirantes, para cada diâmetro ensaiado.
38
2.7 – CRITÉRIOS PARA ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE ADERÊNCIA
O Rilem-Ceb-Fip (1983) adota para o cálculo da resistência média de aderência a fórmula
da Equação 2.4, que consiste na média das resistências de aderência obtidas para os
deslizamentos de 0,01 mm (0,01), 0,1 mm (0,1) e 1,0 mm (τ1,0). Se o deslizamento máximo
é menor que 1,0 mm no cálculo de m, a tensão última deverá ser empregada no lugar de
1,0.
3
0,11,001,0
m Equação (2.4)
Onde:
m = resistência média de aderência.
O Rilem-Ceb-Fip (1983) considera o valor de cálculo para utilização no dimensionamento
de estruturas em concreto armado o valor referente ao deslizamento de 0,1 mm e, os
valores para as resistências média e última de aderência devem satisfazer as condições
apresentadas pelas Equações 2.5 e 2.6, respectivamente.
.12,00,8 m Equação (2.5)
.19,00,13 u Equação (2.6)
Onde:
m = resistência média de aderência.
u = resistência última de aderência.
= diâmetro da barra de aço.
O CEB-FIP 195/197 (1990) propõe um modelo para determinação da tensão de aderência,
baseado em equações que apresentam relações entre a resistência de aderência e o
deslizamento da barra, como ilustra a Figura 2.30.
39
Figura 2.30 – Resistência de aderência versus deslizamento (CEB-FIP MC 1990, 1991).
A fase de fissuração inicial da matriz, no qual o concreto é esmagado pelas nervuras, é
representada pelo trecho entre 0 e S1 (curva ascendente). A reta horizontal, entre o trecho
S1 e S2 representa um estágio mais avançado do esmagamento e do corte do concreto entre
as nervuras. A reta descendente, entre o trecho S2 e S3 representa a redução da aderência,
consequência do fendilhamento ao longo da barra. O trecho S3 (reta horizontal) faz
referência à capacidade resistente residual da aderência, garantida por armadura transversal
mínima (CEB-FIP, 1990).
As Equações 2.7 a 2.10 levam em consideração o deslocamento relativo e possibilitam
determinar as tensões de aderência entre o concreto e a armadura, segundo o CEB-FIP
195/197 (1990) e, A Tabela 2.2 apresenta os parâmetros especificados para as referidas
equações.
1S
Smáx Para 0 ≤ S ≤ S1 Equação (2.7)
máx Para S1 < S ≤ S2 Equação (2.8)
23
2).(SS
SSumáxmáx Para S2 < S ≤ S3 Equação (2.9)
u Para S3 < S Equação (2.10)
40
Onde:
S = deslizamentos.
= tensão de aderência.
máx = tensão máxima de aderência.
u = tensão de fissuração.
Tabela 2.2 – Parâmetros para definição da relação tensão de aderência versus deslizamento
em barras nervuradas (CEB-FIP 195/197, 1990).
Concreto não confinado Concreto confinado
Condições de aderência
Boa
aderência
Demais
situações
Boa
aderência
Demais
situações
S1 0,60 mm 0,60 mm 1,00 mm 1,00 mm
S2 0,60 mm 0,60 mm 3,00 mm 3,00 mm
S3 1,00 mm 2,50 mm Espaço entre as nervuras
0,4 0,4 0,4 0,4
máx 2,00.fck 1/2
1,00.fck 1/2
2,50.fck 1/2
1,25.fck 1/2
u 0,15.máx 0,15.máx 0,40.máx 0,40.máx
A NBR 6118 (ABNT, 2003) estima que o valor da tensão de aderência deva ser calculado
utilizando a Equação 2.11. Esta norma aplica-se a concretos com resistência característica
à compressão até 50 MPa.
Equação (2.11)
Sendo:
η1 = 1,0 para barras lisas.
η1 = 1,4 para barras entalhadas.
η1 = 2,25 para barras nervuradas.
η2 = 1,0 para situações de boa aderência.
ctdbd ff 321
41
η2 = 0,7 para situações de má aderência.
η3 = 1,0 para ϕ < 32 mm.
η3 = , para ϕ > 32 mm.
fctd = resistência à tração do concreto.
A resistência à tração do concreto pode ser calculada utilizando a Equação 2.12.
c
ctk
ctd
ff
inf, Equação (2.12)
Onde:
fctk,inf = resistência à tração característica do concreto inferior.
c = 1,4.
O limite inferior da resistência característica à tração do concreto pode ser calculado pela
Equação 2.13.
mctctk ff ,inf, 7,0 Equação (2.13)
Onde:
fct,m = valor médio da resistência à tração, que é dado pela Equação 2.14.
100
132
42
3/2
, 3,0 ckmct ff Equação (2.14)
Onde:
fck = resistência característica à compressão do concreto, aos 28 dias.
A NBR 6118 (ABNT, 2003) considera situação de boa aderência os trechos das barras que
estejam em uma das posições:
Inclinação maior que 45° sobre a horizontal;
Horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, desde que:
o Localizados no máximo 30 cm acima da face inferior do elemento ou junta
de concretagem mais próxima, para elementos estruturais com altura < 60
cm.
o Localizados no mínimo 30 cm abaixo da face superior do elemento ou da
junta de concretagem mais próxima, para elementos estruturais com altura >
60 cm.
O CEB-FIP MC 1990 (1999) calcula a tensão de aderência entre o concreto e a armadura
como mostrado na Equação 2.15. Este código aplica-se a concretos com resistência
característica à compressão de até 80 MPa.
ctdbd ff ... 321 Equação (2.15)
Sendo os parâmetros η1, η2 e η3 iguais aos especificados pela NBR 6118 (ABNT, 2003) e, o fctd ,
que é resistência média à compressão é calculada pela Equação 2.16.
5,1
inf,ctk
ctd
ff Equação (2.16)
43
Onde:
fctk,inf = resistência à tração característica do concreto inferior, que pode ser obtida pelas
Equações 2.17 ou 2.18. .
3
2
inf,10
.95,0
ck
ctk
ff Equação (2.17)
ctmctk ff .68,0inf, Equação (2.18)
Onde:
fck = resistência característica à compressão do concreto.
fctm = resistência média à tração direta do concreto, que pode ser obtida aplicando a
Equação 2.19.
3
2
10.4,1
ck
ctm
ff Equação (2.19)
De acordo com o CEB-FIP MC 1990 (1999), a influência da posição da barra durante a
concretagem é considerada através da definição de regiões favoráveis ou desfavoráveis em
relação à aderência. São considerados os trechos das barras que estejam em uma das
seguintes posições em condição de boa aderência:
Inclinação entre 45° e 90º com a horizontal;
Inclinação inferior a 45° com a horizontal, desde que estejam até 25 cm da face
inferior do elemento estrutural ou no mínimo a 30 cm abaixo da face superior.
44
O EUROCODE 2 (1992) considera que, para as condições de boa aderência, os valores de
cálculo para a resistência de aderência são apresentados na Tabela 2.3, que são resultantes
da aplicação da Equação 2.20, para barras lisas e, da Equação 2.21, para barras de alta
aderência. Nas situações de má aderência, os valores da resistência de aderência devem ser
multiplicados pelo coeficiente 0,7. Aplicam-se estas recomendações para concretos com
resistência característica à compressão até 50 MPa.
Tabela 2.3 – Valores de cálculo da resistência de aderência para boas condições de
aderência.
fbd (MPa)
fck (MPa) 12 16 20 25 30 35 40 45 50
Barras lisas 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7
Barras de alta aderência 1,6 2 2,3 2,7 3 3,4 3,7 4 4,3
Considerando: c = 1,5
c
ck
bd
ff
.36,0 Equação (2.20)
c
ctk
bd
ff
inf,.25,2 Equação (2.21)
Onde:
c = coeficiente de minoração da resistência do concreto igual a 1,5;
fctk,inf = resistência à tração característica inferior do concreto, determinada conforme
exposto pelo CEB FIP MC 90 (1991).
O EUROCODE 2 (1992) faz as mesmas considerações que o CEB FIP MC 90 (1991) para
as situações de boa aderência .
45
Os trabalhos de Orangun, Jirsa, e Breen (1977), Kemp (1986), Chapman e Shah (1987),
Harajli (1994) e Al-jahdali, Wafa, e Shihata (1994) consideram a relação entre o
cobrimento e o diâmetro do aço e, a relação entre o diâmetro do aço e o comprimento de
ancoragem e, a resistência característica do concreto, conforme indicam as Equações 2.22
a 2.26, respectivamente. O principal objetivo destes trabalhos foi caracterizar em uma
equação, o valor mais próximo da influência dos cobrimentos, comprimentos de
ancoragem e da resistência à compressão do concreto no cálculo da tensão de aderência.
Kemp (1986) utilizou o comprimento aderente de 1 metro.
Orangun, Jirsa, e Breen (1977):
c
d
fl
c
53.23,322,1 (Psi) Equação (2.22)
Kemp (1986):
(Psi) Equação (2.23)
Chapman e Shah (1987):
(Psi) Equação (2.24)
Harajli (1994):
(Psi) Equação (2.25)
Al-jahdali, Wafa, e Shihata (1994):
(S.I.) Equação (2.26)
Onde:
c = cobrimento do aço.
ϕ = diâmetro do aço.
ld = comprimento de ancoragem (trecho aderente).
fc = resistência a compressão do concreto.
c
d
fl
c
574,35,3
c
d
fl
c
5732,1
c
d
fl
c
79,5324,0879,0
cfc
716,22,232
46
2.8 – EFEITO DA DETERIORAÇÃO DO CONCRETO ARMADO POR
CORROSÃO NA ADERÊNCIA AÇO CONCRETO
2.8.1 – Mecanismos Básicos da Corrosão do aço
Alanis, Berardo e Alvarez (1990) definem a corrosão como um processo espontâneo pelo
qual a maioria dos metais em contato com o meio ambiente apresenta a tendência de voltar
ao estado de minério (óxido, sais) em que são encontrados na natureza.
Gemelli (2001) define corrosão como sendo uma reação de interface em que ocorrem
reações de oxidação e de redução entre o metal e um agente oxidante, conforme
apresentado na Figura 2.31.
Figura 2.31 – Reação de corrosão (GEMELLI, 2001).
A Figura 2.32 mostra o processo global de uma reação de corrosão que, em meio úmido,
pode ser composta de duas reações parciais, a reação parcial de oxidação (reação parcial
anódica) e, a reação parcial de redução (reação parcial catódica), que permitem a
transferência de elétrons da região anódica para a região catódica. A reação química
transfere cargas na interface material/solução, que consiste na transmissão de cargas entre
um condutor eletrônico (eletrodo), e um condutor iônico (eletrólito), formando uma reação
eletroquímica, como representa a Figura 2.32.
Figura 2.32 – Reação eletroquímica (GEMELLI, 2001).
Agente
Redutor
Agente
Oxidante
Produto de
Corrosão
Oxidante + +
Elemento Redutor
Elemento Oxidante +
Elemento Redutor Oxidado
Elemento Oxidante Reduzido +
47
A corrosão pode ser classificada em química e eletroquímica, segundo o ambiente e a
natureza do processo. Wexler e Wolynec (1976) apud Helene (1986) definem a corrosão
química como o ataque resultante de uma reação entre um gás e o metal, ocasionando a
formação de uma película uniforme de óxido de ferro, sendo um processo muito lento e
praticamente inócuo à temperatura ambiente, a não ser que existam gases extremamente
agressivos na atmosfera.
Segundo Helene (1993), a corrosão eletroquímica ocorre em meio aquoso, sendo o
resultado da formação de pilhas ou células de corrosão, com eletrólito e diferença de
potencial entre os trechos da superfície do aço. A corrosão do aço no concreto é um
processo eletroquímico, onde pontos de concentração são formados pela diferença de
concentração de íons dissolvidos ao redor do aço (MEHTA e MONTEIRO, 1994). A
Figura 2.33 mostra a formação de uma pilha eletroquímica.
Os íons Fe++
, com carga elétrica positiva no ânodo passam para a solução, enquanto os
elétrons livres (e-), com carga elétrica negativa, passam pelo aço para o cátodo, sendo
absorvidos pelos constituintes do eletrólito, quando combinados com a água e oxigênio
formam íons de hidroxíla (OH-), que se deslocam pelo eletrólito combinando-se com os
íons ferrosos, formando o hidróxido férrico (ferrugem). Estas reações estão representadas
pelas Equações 2.27 a 2.29, porém, segundo Wolynec (s.d.) apud Cascudo (1997), as
reações são mais complexas, podendo ocorrer em várias etapas sucessivas e, uma gama de
óxidos/hidróxidos de ferro formam os produtos de corrosão (HELENE, 1986).
e2FeFe (oxidação do metal) Equação (2.27)
2)OH(Fe)OH(2Fe (hidróxido ferroso) Equação (2.28)
3222 )OH(Fe4OOH2)OH(Fe4 (hidróxido férrico) Equação (2.29)
48
Figura 2.33 – Formação de pilha eletroquímica (ANDRADE, 1992).
Pourbaix apud Gentil (1996), avaliou as reações termodinamicamente possíveis em função
do potencial de eletrodo (em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio) e do pH em
diversos sistemas metal-solução, dentre eles, o sistema ferro-água que pode ser utilizado
para o caso das armaduras no concreto, mostrado na Figura 2.34.
Por meio deste diagrama é possível constatar as condições sob as quais se podem ter
corrosão, imunidade ou possibilidade de passivação. A região de imunidade corresponde à
zona onde a corrosão é termodinamicamente desfavorável, ou seja, o metal é estável. Na
região de passivação, são estáveis os óxidos ou hidróxidos do metal. Na região de corrosão
têm-se as combinações de pH e potencial que indicam que os íons de metal ou íons
complexos são as fases estáveis. As linhas tracejadas (a e b) delimitam a zona onde a água
é termodinamicamente estável. Abaixo da linha (a) ocorre redução do hidrogênio,
enquanto que acima da linha (b) tem-se a evolução de oxigênio (GENTIL, 1996). No
estado de passivação a corrosão não é exatamente nula, mas é severamente limitada pela
resistência ôhmica do filme.
49
Figura 2.34 – Diagrama de Pourbaix simplificado para o sistema ferro-água a 25°C
(Adaptado de GENTIL, 1996).
2.8.2 – Corrosão do Aço no Concreto
Segundo Pruckner (2001), a interação entre o aço e o concreto se dá quimicamente, pela
formação de um filme protetor que envolve a armadura, de caráter passivo. Esta
passividade é garantida pela presença de produtos alcalinos do cimento na solução aquosa
presente no concreto. O filme composto por óxidos de ferro, aderente e bastante delgado, é
formado rapidamente na superfície da armadura. A alta alcalinidade da pasta hidratada
garante a passivação da armadura contra o risco de corrosão.
Conforme Andrade (1992), a corrosão pode ser classificada em generalizada e localizada,
como mostra a Figura 2.35. A corrosão generalizada é caracterizada pela corrosão de toda
a superfície do metal, ocorrendo principalmente, devido à carbonatação. A corrosão
localizada é normalmente provocada por cloretos e sulfatos caracterizando-se pelo ataque
de pequenas áreas da superfície do metal, denominada também corrosão por pite. Em
estruturas protendidas a corrosão por cloretos pode levar à fragilização do aço, também
chamada de corrosão sob tensão. A Figura 2.36 mostra a formação de uma pilha de
corrosão em concreto armado.
50
Figura 2.35 – Tipos de corrosão (ANDRADE, 1992).
Figura 2.36 – Formação de pilha de corrosão em concreto armado (ANDRADE, 1992).
Com a carbonatação dos produtos alcalinos do cimento ocorre a diminuição da
concentração desses íons e a precipitação de carbonatos, resultando em um pH na ordem
de 9, sendo que a frente de carbonatação separa a zona superficial concreto da zona
interna, como ilustra a Figura 2.37 (MEDEIROS E HELENE, 2001).
51
Figura 2.37 – Frente de carbonatação (MEDEIROS E HELENE, 2001).
Informações de Rosenberg et al. apud Cascudo (1997), destacam que a taxa de corrosão
passiva do aço no concreto é equivalente à dissolução ou oxidação de cerca de 0,1 μm/ano
da superfície do aço, o que é considerada desprezível em termos de vida útil para as
estruturas de concreto. Pode-se, portanto, afirmar sem receios que, enquanto a armadura
estiver passivada, não haverá corrosão, posto que a película impeça o acesso de umidade,
oxigênio e agentes agressivos à superfície do aço, bem como dificulta a dissolução do
ferro.
A durabilidade das estruturas de concreto armado é fortemente associada à vida útil das
mesmas, ou, ainda, ao seu acréscimo. Para ilustrar o conceito de vida útil, Tuutti (1982)
propôs um modelo que é relacionado com o processo da corrosão das armaduras e é
subdividido nas etapas de iniciação e de propagação, como mostra a Figura 2.38.
Figura 2.38 – Modelo de vida útil em função da corrosão das armaduras proposto por
TUUTTI (1982).
G rau de
C orrosão
G rau máximo aceitável de corrosão
O 2 ,T emp., U R
C O 2 , C l -
T empo
Iniciação Propagação
vida útil
tempo antes de reparar
52
O período de iniciação corresponde ao tempo que o agente agressivo demora a atravessar o
cobrimento, alcançar a armadura e provocar a despassivação da mesma; e o período de
propagação compreende a acumulação progressiva da deterioração (corrosão), até que um
grau inaceitável da mesma seja alcançado (ANDRADE, 1992).
Os fatores desencadeantes deste período de iniciação são responsáveis pela destruição da
película passivadora, a qual é responsável pela proteção química das armaduras no
concreto e, podem-se citar como sendo estes fatores, a presença suficiente de cloretos, que
podem ser provenientes tanto do ambiente externo, como terem sidos inseridos dentro do
concreto, a redução da alcalinidade do concreto provocada pela carbonatação, e/ou através
das reações dos compostos do concreto com substâncias ácidas e águas puras (ANDRADE,
1992). A autora relaciona a carbonatação com a umidade relativa do ar, mostrando que
para níveis entre 50 – 70% o processo de carbonatação é favorecido, como mostra a Figura
2.39, e comenta que essa medida de umidade relativa pode sofrer variações acentuadas ao
longo do dia.
Figura 2.39 – Relação entre umidade relativa e grau de carbonatação (ANDRADE, 1992).
0 20 40 60 80 100 0,0
0,2
0,4
0,8
0,6
1,0
Umidade relativa (%)
Grau de
carbonatação
53
Ainda segundo Andrade (1992), o período de propagação é acelerado principalmente pela
presença de oxigênio e conteúdo de umidade que cercam a armadura. O grau de saturação
do concreto reflete diretamente a quantidade de água nos poros do concreto, sendo que o
mesmo tem comportamento mais estável e relação direta com a umidade relativa do ar.
Quando a armadura é despassivada pelos agentes agressivos, dá-se início ao período de
propagação segundo o modelo proposto por Tuutti. Este período termina no momento em
que se chega a um limite inaceitável de corrosão (FIGUEIREDO, 1994).
2.8.3 – Corrosão por Carbonatação
Monteiro e Nepomuceno (1996) citam que a alta alcalinidade da pasta, com pH entre 12,6
e 13,5, é obtida da presença dos íons Na+, K
+, Ca
2+ e OH
-, na fase aquosa. Além dos
álcalis, Mehta e Monteiro (1994) comentam que a pasta hidratada é constituída
aproximadamente de 20% de cálcio sólido, tendo alcalinidade suficiente para manter o pH
do sistema acima de 12.
Papadakis, Vayenas e Fardis (1991 a) dizem que a carbonatação é o principal fator de
iniciação da corrosão das armaduras em áreas que têm maior concentração de CO2, como
áreas urbanas e industriais. Biczoc (1972) afirma que a carbonatação não penetrará
profundamente em um concreto bem compactado e curado, de boa qualidade.
De acordo com Barbosa, Bardella e Camarini (2005), na presença de umidade, o CO2
presente na atmosfera reage com os produtos de hidratação do cimento, formando produtos
de menor alcalinidade que os compostos originais do concreto, desencadeando o fenômeno
conhecido como frente de carbonatação.
O fenômeno de carbonatação é o processo químico de redução do pH de valores próximos
de 12 para inferiores à 10 da fase líquida intersticial saturada de hidróxido de cálcio e
outros compostos alcalinos hidratados do concreto, presentes nas suas fases líquida e sólida
(VENUAT e ALEXANDRE, 1969).
54
As reações que são formadas no fenômeno da carbonatação são descritas a seguir. O
fenômeno da carbonatação envolve diversos processos físico-químicos, que são descritos a
seguir e demonstrado pelas Equações 2.28 a 2.34 (PAPADAKIS et al., 1991 a;
PAPADAKIS, 1999 a).
A Equação 2.30 apresenta a reação de dissolução do CO2 na água dos poros, onde ocorre a
formação e ionização do ácido carbônico, que libera o íon carbonato na segunda etapa.
Ressalta-se que o íon bicarbonato é liberado na primeira etapa, mas não é considerado no
processo de carbonatação.
A Equação 2.31 mostra a dissolução do , a formação do carbonato de cálcio é
mostrada na Equação 2.32 e, o processo de descalcificação do C-S-H é demonstrado pelas
Equações 2.30 a 2.36 (BARBOSA et al., 2005).
Equação (2.30)
OHCaOHCa 22
2 Equação (2.31)
Equação (2.32)
Equação (2.33)
Equação (2.34)
Equação (2.35)
Equação (2.36)
A velocidade e a profundidade de carbonatação dependem de fatores relacionados com o
meio ambiente e com as características finais do concreto endurecido (KAZMIERCZAK,
2)(OHCa
OHCOOHCO 2
2
32 2
3
2
3
2 CaCOCOCa
OHCaCOOHCaCOOH
23222)(
OHCONaOHNaCOOH
232222)(
OHCOKOHKCOOH
232222)(
)()( 2
2
22 .)(2.a qa q
SiOCaOyxyOHCaOHSiOCaO Yzx
55
1995). A diminuição da relação água/cimento dificulta a difusão do CO2 no concreto,
como conseqüência da alteração na dimensão dos poros e capilares. Para condições
ambientais e de cura constantes, a qualidade da pasta, que é função da relação
água/cimento e, a quantidade de na solução intersticial, que é função do tipo de
cimento, são parâmetros que controlam a carbonatação (HELENE, 1993).
Segundo Sanjuán (1992), os concretos produzidos com qualquer tipo de cimento, que tenha
uma baixa relação água/cimento com períodos de cura prolongados, adquirem boa
resistência a carbonatação.
Para Neville (1997), a carbonatação do concreto é um fenômeno natural decorrente da
existência de gás carbônico (CO2) na atmosfera, em concentrações que variam da ordem de
0,03%, em ambientes rurais, a 0,30% ou mais, em grandes cidades e em lugares fechados e
pouco ventilados, como garagens de edifícios. Devido aos maiores teores de CO2 no
ambiente, a carbonatação do concreto assume maior importância nos centros urbanos e
regiões industrializadas.
Ho e Lewis (1987) comentam que uma cura ruim e uma má compactação produzem uma
elevada porosidade na superfície externa do concreto, influenciando na velocidade de
carbonatação.
Tuutti (1982) cita que em ambientes mais úmidos, nos poros totalmente cheios de água, a
velocidade de difusão do CO2 é bem menor e, nos poros secos, o CO2 se difunde, mas não
reage por ausência da água. Uma situação intermediária promove uma maior velocidade de
carbonatação, conforme se observa na Figura 2.39.
onsiderando oscilações de temperatura entre 20 e C, Papadakis et al. (1991) não
encontram aumento na velocidade de carbonatação. Porém, Sanjuán (1992) considera que
o incremento da temperatura favorece a penetração do CO2 no concreto, como em qualquer
processo de difusão, justificado pela Lei de Arrhenius, criador da teoria de dissociação
iônica, em que o incremento de temperatura provoca o incremento da velocidade das
reações químicas segundo uma lei exponencial.
2)(OHCa
56
O processo de carbonatação pode requerer vários anos para apresentar dados passíveis de
análise, sendo dependente da relação água/cimento, da composição química do cimento,
das condições naturais de exposição e do teor de CO2 (KOBUKU e NAGATAKI, 1989).
Kobuku e Nagataki (1989) afirmam que para concretos com relação água/cimento menores
que 0,5, a velocidade para carbonatar uma peça estrutural pode chegar até 20 anos e, para
relações água cimento acima de 0,60, com aproximadamente um ano de exposição ao CO2,
pode-se obter medidas de carbonatação.
Smolczyk (1968) apresenta os primeiros modelos de previsão da profundidade
carbonatada. Ho e Lewis (1987) estudaram uma correlação entre ensaios de carbonatação
acelerada e natural e, sugerem que um ano de ensaio natural equivale a uma semana de
carbonatação acelerada, para um teor de CO2 de 4%, cura de 7 dias com temperatura de 23
°C e umidade relativa (UR) de 50%.
Papadakis, Vayenas, e Fardis (1989) consideram a difusibilidade do CO2 no concreto,
resultando em avanços da modelagem do fenômeno da carbonatação. Parrot (1990), em sua
pesquisa classifica os danos resultantes da carbonatação em estruturas de concreto.
O trabalho de Saetta e Vitaliani (2004) apresenta um modelo de vida útil das estruturas de
concreto armado, o qual faz a interação entre o material e o meio ambiente e sua influência
nas reações de carbonatação.
Duprat et al. (2006) aperfeiçoa o trabalho de Bary e Sellier (2004), que baseado nas
equações de conservação de massa apresenta um modelo de carbonatação.
Conforme comentado por Tuutti (1982), a Equação 2.37 é uma das equações mais
utilizadas para calcular o processo de carbonatação.
Equação (2.37)
Onde:
Xc = espessura carbonatada em mm;
t = tempo em anos ou meses;
tKX c
57
K = depende da difusividade efetiva de CO2 através do concreto e da presença de água
(TUUTTI, 1982).
De acordo com Neville (1997) a equação acima não é válida para condições variáveis de
exposição, mas é aceita de um modo geral. Entretanto, a profundidade de carbonatação é
diferente na face interna e externa de um mesmo elemento estrutural. Curie (1986, apud
NEVILLE, 1997) afirma que o coeficiente K é freqüentemente maior que 3 ou 4
mm/ano0,5
.
Pauletti, Possan e Dal Molin (2007) comentam que não existe um ensaio padronizado de
carbonatação acelerada devido aos fatores ambientais, que estão relacionados à umidade,
temperatura e concentração de CO2, e aos procedimentos de ensaio, que é em função do
tipo e tempo de cura, ao tipo e tempo de sazonamento e, ao tipo, tamanho e forma das
amostras.
Em relação às recomendações e normas, vale comentar que existe uma recomendação para
ensaios de carbonatação acelerada publicada pela Association Française pour la
Construction (AFPC) e pela Association Française de Recherches et d'Essais sur les
Matériaux et lês Constructions (AFREM/AFPC) (1997).
A recomendação da RILEM CPC-18 (1988) descreve parâmetros para a medição da
profundidade de carbonatação. O Comité Européen de Normalisation (CEN, 2000)
desenvolveu um esboço de norma, sob a designação prEN 13293, que prescreve a
determinação da resistência de carbonatação de amostras feitas com produtos ou com
sistemas de reparo, a partir de ensaios acelerados em laboratório, excluindo camadas de
proteção (PAULETTI, POSSAN e DAL MOLIN, 2007).
Para realizar o ensaio acelerado, torna-se importante a concentração de CO2 para atingir a
profundidade de carbonatação. Uomoto e Takada (1993) aceleraram a carbonatação para
percentuais de 0,07%, 1% e 10% e, verificaram que a velocidade de carbonatação foi
elevada, para maiores teores de CO2.
58
Sanjuán e Olmo (2001) concluíram em suas pesquisas que ensaios com percentual de
100% atingem maiores profundidades de carbonatação. Os autores avaliaram corpos de
prova em atmosferas de 5%, 20% e 100% e, calcularam os coeficientes de difusão do CO2
e encontraram para o percentual de 100% valores incomuns na prática, sugerindo que para
elevadas concentrações de CO2 podem ocorrer mudanças microestruturais.
Segundo Neville (1997) ocorre pouca influência na profundidade carbonatada para
pequenas variações de temperatura. Pauletti, Possan e Dal Molin (2007) comentam que os
pesquisadores utilizam para acelerar a carbonatação um teor de umidade em torno de 70%,
e em concentrações menores que 50%, a carbonatação será menor, porque não haverá água
para dissolver o CO2 e, quando ocorre saturação de água dos poros, a difusão de CO2 é
muito pequena.
Pauletti, Possan e Dal Molin (2007) comentam que as dimensões dos corpos de prova são
definidas de acordo com o tempo de medição das profundidades carbonatadas e a
quantidade de medidas a serem realizadas. Os autores comentam que corpos de prova de
dimensões muito reduzidas podem carbonatar completamente antes do término do ensaio,
pois não permitem o estudo do fenômeno por tempos de exposição ao CO2 muito
prolongados.
Segundo Neville (1997), as técnicas de laboratório que podem ser usadas para determinar a
profundidade de carbonatação incluem análise química, difração de raios X, espectroscopia
por infravermelho e análise termogravimétrica. Entretanto, o método mais utilizado
consiste na aspersão de indicadores químicos na superfície do concreto.
A fenolftaleína e a timolftaleína são soluções utilizadas como indicadores químicos para
medir a frente de carbonatação. Em contato com a solução alcalina do concreto, tais
indicadores adquirem colorações típicas a partir de um determinado pH da solução. A
fenolftaleína atinge uma coloração vermelha carmim com pH superior a 9,5 e, a
timolftaleína adquire uma coloração azulada para um valor de pH da ordem de 10,5
(FIGUEIREDO, 1994).
Helene (1993) sugere que a frente de carbonatação deve ser determinada executando uma
fratura na peça de concreto, onde se deve pulverizar uma solução de 1% de fenolftaleína
59
diluída em 49% de álcool e 50% de água ou de timolftaleína diluída em 99% de álcool.
Após aproximadamente 30 segundos, as áreas não carbonatadas assumirão a coloração
típica do indicador químico empregado e, as áreas carbonatadas não apresentarão
coloração alguma.
Para Neville (1997), quando não é possível fraturar o concreto em estudo, podem-se obter
amostras de pó perfurando o concreto em diversas profundidades e, submetendo-as ao
ensaio com o indicador químico. Deve-se ter cuidado da cal livre de uma parte não
carbonatada contaminar uma amostra, tornando-se colorida, dando a impressão de ausência
de carbonatação.
Devido à limitação do tempo para realizar ensaios experimentais e à demora do processo
corrosivo em estruturas reais, há a necessidade de se utilizar métodos acelerados para
desenvolver a corrosão em peças de concreto armado. Os ensaios acelerados acabam
distorcendo as condições de agressividade, dificultando correlacioná-los com as condições
dos ensaios naturais, mas são ferramentas úteis para realizar análises sobre os efeitos
estruturais que ocorrem com o progresso da degradação.
A indução eletroquímica é utilizada para acelerar a corrosão, que expõe os corpos de prova
a soluções agressivas, com posterior aplicação de uma diferença de potencial (d.d.p.).
Encontram-se na literatura diversas referências a métodos com aplicação de baixa
diferença de potencial e constante. Amleh e Mirza (1999) submeteram os corpos de prova
a aplicação de uma diferença de potencial de 5 V. Almusallam, Al-Gahtani e
Rasheeduzzafar (1996) aplicaram uma corrente de 400 mA para acelerar a corrosão, em
corpos de prova de aderência.
2.8.4 – Efeito da Corrosão na Aderência Aço Concreto
Os óxidos que se formam na superfície do aço podem alterar as características de interação
entre o concreto e o aço e consequência a aderência entre os dois materiais.
60
Cánovas (1988) comenta que uma variedade de óxidos e hidróxidos de ferros, que são os
produtos da corrosão do aço, apresentam-se com volumes entre três e dez vezes superiores
ao volume original do aço não corroído, gerando tensões internas que podem variar de 15 a
40 MPa, resultando em uma maior complicação da corrosão de armaduras em concreto.
Segundo Joukoski et al. (2001) essas tensões quase sempre ocasionam a fissuração do
concreto, sendo que as fissuras, então, tornam-se um caminho preferencial por onde os
agentes agressivos penetram ainda mais facilmente no concreto até atingirem as armaduras.
A aderência entre o aço e o concreto pode ser prejudicada devido ao acúmulo de produtos
de corrosão ao longo do perímetro da barra de armadura. A aderência entre o aço e o
concreto pode ser degradada pelo depósito dos produtos de corrosão, na interface aço
concreto, provenientes das reações de oxidação e redução (FANG et al., 2004).
Fu e Chung (1997) sugerem um tratamento superficial das barras de aço com água, antes
da concretagem, para provocar uma oxidação inicial, visando aumentar a resistência de
aderência entre o aço e o concreto. Para os autores, quando os produtos de corrosão
encontram-se profundamente aderidos à armadura, há uma contribuição para a resistência
de aderência.
Fang et al. (2004) e Amleh e Mirza (1999) comentam que a redução da resistência de
aderência torna-se mais crítica que a redução da seção transversal, isto é, uma grande
redução da resistência de aderência pode ser ocasionada por uma pequena redução do
diâmetro da barra de aço.
A corrosão pode afetar a aderência entre o aço e o concreto, quando a superfície da barra
encontra-se coberta continuamente com os produtos da corrosão, resultando na
interferência dos mecanismos que regem a aderência por adesão na superfície da barra. E,
os produtos de corrosão que se acumulam na superfície da barra acabam ocupando maior
volume que o metal que não sofreu corrosão, causando fissuração ou desplacamento do
concreto de cobrimento, o que leva ao enfraquecimento do confinamento entre o aço e o
concreto (STANISH, HOOTON e PANTAZOPOULOU, 1999).
61
Antes de atingir a fissuração, para níveis baixos de corrosão ocorre uma pressão ao redor
da barra e, conseqüentemente, um aumento na capacidade de aderência devido ao aumento
da fricção entre a barra corroída e o concreto. O aparecimento das fissuras é considerado
por alguns autores como sendo um efeito crítico para a aderência, resultando em um
enfraquecimento do confinamento ao redor da barra, provocado pelo processo corrosivo
(CORONELLI, 2002).
Coronelli (2002) sugere que os efeitos como a redução do coeficiente de fricção e da
adesão físico-química inicial entre aço e concreto, a redução da área pertencente às
nervuras, e a mudança da orientação original das nervuras deveriam ser colocados em
modelos adequados que prevejam a resistência de aderência para diferentes níveis de
corrosão.
Fang et al. (2004) e Almusallam, Al-Gahtani e Rasheeduzzafar (1996) comentam que
alguns de seus corpos de prova mostraram aumento da resistência de aderência com níveis
pequenos de corrosão. Houve aumento na resistência de aderência até o grau de corrosão
correspondente a 4% da perda de massa da armadura, sendo que os incrementos na
aderência chegaram a atingir 17%. A aderência começa a diminuir bruscamente no
instante em que começa o aparecimento das fissuras no concreto circundante
(ALMUSALLAM, AL-GAHTANI e RASHEEDUZZAFAR, 1996).
O FIB Bulletin 10 (2000) destaca, ainda, que a corrosão das nervuras só terá efeito
significativo quando atingir a barra de forma generalizada. Caso a redução afete apenas
uma zona ou poucas nervuras, a resistência ao arrancamento é dada pela ação das demais
nervuras, que preservam o desempenho global da ligação, desde que o comprimento de
aderência preservado seja considerável.
2.8.5 – Pesquisas que Avaliaram o Efeito da Corrosão na Tensão de Aderência
São apresentadas as pesquisas que estudaram o efeito da corrosão induzida por cloretos na
tensão de aderência, ressaltando o ineditismo do tema da presente tese, pois não há
62
pesquisas que avaliaram a aderência versus corrosão por carbonatação. Graeff (2007)
investigaram a tensão de aderência por meio de ensaio de arrancamento simples, variando
o grau de corrosão e o diâmetro do aço e concluiu que o aumento da taxa de corrosão
diminuiu a tensão de aderência e, o aumento do diâmetro reduziu a tensão de aderência.
Os trabalhos de Fang et al. (2004) e Lee, Noguchi e Tomosawa (2002) analisaram a tensão
de aderência, ensaiando blocos de arrancamento simples, variando apenas a taxa de
corrosão e, observaram que à medida que aumenta a taxa de corrosão há uma redução
significativa na tensão de aderência.
Al-Sulaimani et al. (1990) avaliaram a tensão de aderência frente ao grau de corrosão e
diferentes diâmetros e constataram que o aumento do grau de corrosão reduz a tensão de
aderência. Os autores verificaram que as maiores tensões de aderência foram obtidas para a
maior relação cobrimento e diâmetro, para a mesma taxa de corrosão.
Amleh e Mirza (1999) ensaiaram tirantes para barras de aço de 19,5 mm de diâmetro com
diferentes graus de corrosão e não registraram aumentos notáveis da tensão de aderência
com o avanço da corrosão, mas concluíram que uma pequena redução no diâmetro das
barras pode ocasionar uma grande redução da resistência de aderência.
Azad, Ahmad e Azher (2007) ensaiaram 56 vigas e verificaram que as que vigas corroídas
apresentam deflexão superior às vigas não corroídas para um mesmo nível de carga, que
pode levar a problemas de funcionalidade.
Ballim e Reid (2003) ensaiaram vigas de concreto armado, onde realizaram medições das
flechas dos elementos submetidos, simultaneamente, aos efeitos de carga, corrosão de
armaduras e despassivação do aço induzida pela carbonatação. Com 10% do tempo
máximo de ensaio de aceleração da corrosão, as vigas apresentaram um aumento
considerável dos deslocamentos no centro do vão (em torno de 27%), devido à formação e
propagação de uma fissura na parte inferior do elemento, carregando o eletrólito, utilizado
para a aceleração da corrosão, diretamente para barra de armadura. Com 20% do tempo
63
total do ensaio de aceleração da corrosão, a taxa do aumento dos deslocamentos aumentou
gradualmente devido a deterioração da aderência na interface entre o aço e o concreto, a
diminuição do confinamento devido ao aumento da abertura das fissuras longitudinais e, a
formação de novas fissuras de flexão e alargamento das antigas.
Yoon et al. (2000) ensaiaram vigas e realizaram a corrosão de armaduras simultaneamente
com a aplicação de carga no elemento e constataram que a perda significativa da rigidez do
elemento devido à corrosão é responsável pelo acentuado aumento dos deslocamentos. Os
resultados do trabalho mostram que o aumento dos deslocamentos do elemento apresentou
duas fases distintas: a primeira representada pelo ligeiro aumento das deflexões, e a
segunda representada pela estabilização destas deflexões em um determinado patamar.
Este patamar ocorre, de acordo com os autores, porque, após certo tempo de corrosão, a
rigidez das vigas não altera significativamente, ao contrário do que ocorre inicialmente.
Mangat e Elgarf (1999) analisaram 111 vigas de concreto armado com diferentes graus de
corrosão e verificaram uma influência marcante nas curvas carga versus deslocamento das
vigas e, concluíram que o aumento dos graus de corrosão aumenta consideravelmente as
flechas, reduzindo gradualmente a rigidez das vigas.
Rodriguez, Ortega e Casal (1997), analisaram experimentalmente 21 vigas com diferentes
geometrias, carregamento e níveis de corrosão. Os autores constataram que a flecha do
centro do vão aumenta em vigas afetadas pela corrosão, devido à redução da seção
transversal das barras, a deterioração da seção de concreto e da aderência entre o concreto
e o aço. Os autores observaram que a corrosão também leva ao aumento da abertura das
fissuras para a carga de serviço e redução da carga última da estrutura.
64
3 – PROGRAMA EXPERIMENTAL
Este capítulo apresenta o programa experimental, de acordo com a estratégia de pesquisa
adotada, e os materiais e equipamentos utilizados.
3.1 – DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS CONTROLADAS E DE RESPOSTA
A partir de uma análise das pesquisas encontradas na literatura foram definidos os
parâmetros que foram utilizados no programa experimental da presente pesquisa, sendo
considerados os seguintes aspectos controláveis:
Diâmetro da barra de aço;
Resistência à compressão do concreto;
Métodos de ensaios de aderência;
Ensaio de flexão em três pontos;
Exposição à carbonatação;
Exposição à corrosão acelerada.
Conforme a revisão bibliográfica espera-se que a tensão de aderência seja reduzida com o
aumento do diâmetro (Ducatti, 1993; De Larrard et al.,1993). Para cada variável foram
estabelecidos três diâmetros de barras de aço, dois tipos de ensaios de aderência e duas
situações de deterioração, uma ocorrendo apenas a carbonatação e outra ocorrendo a
aceleração da corrosão após a despassivação da armadura pela referida carbonatação.
Foram selecionadas duas técnicas de ensaio de aderência descrita na literatura para
determinar a tensão de aderência na presente pesquisa, seguindo a disponibilidade existente
no Laboratório de Materiais de Construção, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Optou-se por utilizar o ensaio de arrancamento simples, recomendado pela RILEM (1973),
e o ensaio de tirantes, que é especificado pela NBR-7477 (ABNT, 1982).
65
O ensaio de arranchamento simples foi empregado em várias pesquisas (Fu e Chung, 1997;
Graeff, 2007; Kirchheim et al., 2005; Ribeiro, 1985; entre outros) devido à simplicidade na
execução do ensaio dos corpos-de-prova, e a possibilidade de pesquisar variáveis que
influenciam a aderência. Porém, os resultados obtidos apresentam apenas os esforços
atuantes de tração no aço e compressão no concreto, não reproduzindo as condições reais
de solicitação das barras de aço quando projetadas para estruturas de concreto armado.
O ensaio de tirantes foi escolhido por haver normatização brasileira sobre sua execução, e
por reproduzir bem as condições reais de solicitação das barras na região tracionada de
vigas fletidas, sendo utilizado por vários pesquisadores (Barbosa et al., 2000c; Castro,
2000; França, 2004; entre outros), que verificaram os fatores que influenciam na tensão de
aderência, na determinação do coeficiente de conformação superficial das barras, sendo
possível também simular a zona de transição entre duas fissuras de flexão e estudar a
fissuração.
Inicialmente foi considerada a possibilidade de utilizar o método de viga preconizado pela
RILEM (1973), pois este reproduz de forma mais aproximada às condições existentes em
elementos reais solicitados à flexão. Porém, decidiu-se moldar vigas de concreto armado
para avaliar suas capacidades portantes residuais após serem submetidas à carbonatação e à
corrosão acelerada, esperando-se que a capacidade portante seja reduzida com o
desenvolvimento do processo da corrosão.
Devido às limitações de tempo para a ocorrência do processo natural de carbonatação e da
corrosão, foi necessário utilizar processos de aceleração que permitissem gerar tais
fenômenos em um menor espaço de tempo.
A ausência de uma câmara de carbonatação com dimensões tais que comportassem os
corpos-de-prova levou à necessidade de utilização de sacos plásticos que receberam o CO2
(100%) por um período pré-determinado de 30 segundos por embalagem, sendo aplicado a
cada 48 horas, durante 102 dias, período em que o avanço da frente de carbonatação
atingiu às armaduras com maior cobrimento de concreto (19 cm). Nepomuceno,
66
dias
ambiente de
laboratório
aceleração da
carbonatação
aceleração
da corrosão
realização dos ensaios
Kazmierczak, Monteiro, Lopes, Cunha e Helene, Coelho et al. e Kirchheim apud Pauletti,
Possam e Dal Molin (2007) também utilizaram teor de CO2 de 100% para diferentes
formas de amostras.
O método de aceleração da corrosão adotado foi caracterizado pelo estímulo da corrosão
por meio da indução eletroquímica, por meio da aplicação de uma corrente elétrica por
períodos de 72 horas para todas as amostras. A Figura 3.1 mostra um organograma
contendo os ensaios desenvolvidos para atingir os objetivos da presente tese. É indicada na
Figura 3.2 uma linha temporal dos procedimentos experimentais realizados, desde a
concretagem até a realização dos ensaios de arrancamento, tirantes e vigas,
respectivamente.
Figura 3.1 – Organograma dos ensaios definidos para o programa experimental.
Figura 3.2 – Linha temporal dos procedimentos experimentais.
Estratégia da Pesquisa
Programa Experimental
Corpos-de-prova de referência, com carbonatação e corrosão aceleradas
Ensaio de Vigas Ensaio de Tirantes
Análise de variância dos resultados experimentais
Ensaio de Arrancamento Direto
cura
1 7 127 27
concretagem
130
67
3.2 – MATERIAIS
3.2.1 – Concreto
O concreto utilizado foi dosado para atingir uma resistência característica à compressão de
35 MPa, aos 28 dias, com relação água e cimento (a/c) de 0,51. Justifica-se a escolha dessa
resistência porque representa um concreto que vem sendo aplicado em projetos atuais. A
Tabela 3.1 mostra a composição do traço utilizado. O agregado miúdo utilizado foi do tipo
areia natural quartzosa proveniente de rios da região, com as características expressas na
Tabela 3.2. As demais características estão especificadas na Tabela 3.3.
Foi utilizado agregado graúdo de rocha britada de origem basáltica. Para os ensaios de
caracterização foram seguidas as normas NBR 9937 (ABNT, 1987) e a NBR 7251 (ABNT,
1982), sendo que os resultados obtidos estão expostos na Tabela 3.4. A análise
granulométrica foi realizada de acordo com a NBR 7217 (ABNT 1987), utilizando-se duas
amostras como exposto na Tabela 3.5.
O aglomerante utilizado foi o cimento Portland CPII-F 32, que possui adição de fíller
calcário, em teor entre 6 e 10%, sendo comumente utilizado para diversas aplicações na
construção civil. Para a caracterização deste cimento, fez-se o ensaio de índice de finura
conforme NBR 11579 (ABNT, 1991), ensaio de tempo de pega e ensaio de resistência à
compressão da argamassa de cimento de acordo com a NBR 7215 (ABNT, 1996). O índice
de finura do cimento CP II-F 32 e os resultados de tempo de pega e da resistência à
compressão estão na Tabela 3.6.
O aditivo utilizado foi o TecFlow 50N, de acordo com o fabricante é um aditivo baseado
em polímeros de éteres carboxílicos modificados. São líquidos prontos para uso e isentos
de cloretos, sendo compatíveis com todos os tipos de cimento Portland. O excelente efeito
dispersante desta classe de aditivos sobre as partículas de cimento possibilita a fabricação
de concretos com relação água/cimento extremamente baixas, com elevada plasticidade e
elevado tempo de manutenção da mesma, obtendo-se dessa maneira ganhos significativos
68
das resistências mecânicas inicias e finais dos concretos. Suas principais características são
descritas na Tabela 3.7.
Tabela 3.1 – Composição do traço utilizado.
Resistência à compressão Traço em Massa
Para um metro cúbico
28 dias Cimento
(kg)
Areia
(kg)
Brita
(kg)
Água
(kg)
Aditivo
(kg)
35 MPa 386,0 846,0 929,0 199,0 2,9
Tabela 3.2 – Propriedades da areia utilizada.
Propriedade Resultado
Massa especifica na condição seca NBR 9937
(ABNT, 1987) 2650 kg/m
3
Massa unitária NBR 7251
(ABNT, 1982) 1500 kg/m³
Tabela 3.3 – Granulometria da areia utilizada.
Peneira (mm) % Média Acumulada
6,30 0,00
4,80 0,00
2,40 5,00
1,20 17,00
0,60 41,00
0,30 83,00
0,15 99,00
<0,15 100,00
Dimensão máxima característica: 2,40 mm
Módulo de finura NBR 7217 (ABNT, 1987): 2,45
Graduação NBR 7217 (ABNT, 1987): média
69
Tabela 3.4 – Propriedades da brita utilizada.
Propriedade Resultado
Massa especifica na condição seca
NBR 9937 (ABNT, 1987) 2650 kg/m
3
Massa unitária
NBR 7251 (ABNT, 1982) 1450 kg/m³
Tabela 3.5 – Granulometria da brita utilizada.
Peneiras 1º determinação 2º determinação %
Acum.
média (mm) Massa
(g)
%
Retida
%
Acum.
Massa
(g)
%
Retida
%
Acum.
19 124,00 2,48 2,48 135,60 2,71 2,71 2,59
12,5 2905,10 58,13 64,62 2738,20 54,83 57,54 59,58
9,5 1519,50 30,41 91,02 1555,60 31,15 88,69 89,85
4,75 432,00 8,64 99,66 531,30 10,64 99,33 99,49
2,36 16,70 0,33 100,00 33,50 0,67 100,00 100,00
1,18
100,00
100,00
0,6
100,00
100,00
0,3
100,00
100,00
0,15
100,00
100,00
Fundo
Total 4997,30 99,99 4994,20 100,00 751,51
Módulo de finura médio (MF): 7,51
Dimensão máxima característica (DMC): 19 mm
Brita 0 Brita 1 Brita 2 Brita 3 Brita 4
DMC 12,3 19 25 a 32 38 a 50 62 a75
Tabela 3.6 – Caracterização do cimento CPII-F 32.
Item de controle Média Unidade
Material Retido #200 2,22 %
Início de Pega 11:10 horas
Fim de Pega 14:55 horas
Resistência aos 3 dias 20,3 MPa
Resistência aos 7 dias 23,7 MPa
Resistência aos 28 dias 32,2 MPa
Observação: A concreteira não forneceu a análise química do cimento.
70
Tabela 3.7 – Propriedades do aditivo.
Dosagem recomendada
para cada 100 Kg de
cimento
Aspectos / cor pH Massa específica
300 a 1200 ml
Sugestão inicial: 800 ml
Líquido
castanho claro
6,00 ±
1,00 1,11 ± 0,02 g/cm
3
O concreto foi cedido pela empresa Realmix Concreto Ltda, como mostra a Figura 3.3, o
concreto sendo retirado do caminhão betoneira para a determinação da consistência pelo
abatimento de tronco de cone, conforme NBR NM 67 (ABNT, 1998). Foi medido o
abatimento de cone (slumptest) antes e após a introdução do aditivo, sendo obtido 4 cm e
18 cm, respectivamente, conforme ilustra a Figura 3.4. Foi solicitado um concreto de
slump de 18 cm devido às características das formas dos tirantes. A concreteira forneceu o
desvio-padrão utilizado de 6,0 MPa.
Figura 3.3 – Retirada do concreto do caminhão betoneira.
71
Figura 3.4 – Ensaio de abatimento de tronco de cone (Slumptest).
A concretagem foi realizada em uma única etapa, com duração de aproximadamente 3
horas. Utilizou-se uma mesa vibratória para o adensamento do concreto, como ilustra a
Figura 3.5. Foi realizada cura úmida, como ilustra a Figura 3.6, por sete dias, sendo os
elementos de concreto cobertos por lona plástica.
Slump inicial = 4 cm.
Slump final = 18 cm.
72
Foram moldados corpos-de-prova cilíndricos de dimensões nominais de 100 mm de
diâmetros e 200 mm de altura para a realização dos ensaios da resistência à compressão
axial, resistência à tração por compressão diametral e do módulo de elasticidade
tangencial, nas idades de 3, 7, 21, 28, 60 e 90 dias, sendo ensaiadas três amostras por
idade. A Figura 3.7 ilustra a moldagem dos corpos-de-prova e a Tabela 3.8 apresenta os
resultados obtidos nos ensaios realizados.
Figura 3.5 – Mesa vibratória para adensamento do concreto.
74
Tabela 3.8 – Resultados dos ensaios da resistência à compressão axial, resistência à tração
por compressão diametral e do módulo de elasticidade tangencial.
Idade
(dias)
Resistência
à
compressão
axial (MPa)
M DP CV
(%)
Resistência
à tração por
compressão
diametral
(MPa)
M DP CV
(%)
Módulo de
Elasticidade
(GPa)
M DP CV
(%)
3
31,4
32,3 0,9 2,8
3,6
3,2 0,4 12,5
20,4
21,2 0,8 3,8 33,2 3,3 22,0
32,3 2,8 21,2
7
36,7
37,9 1,2 3,2
3,7
3,7 0,4 9,6
21,9
22,2 0,8 3,8 37,9 4,0 23,1
39,1 3,3 21,5
21
42,0
41,8 0,2 0,5
3,9
3,9 0,2 3,9
24,0
24,1 0,2 0,7 41,9 4,1 24,0
41,6 3,8 24,3
28
45,1
44,8 0,7 1,6
4,0
4,2 0,2 5,0
25,9
26,5 0,7 2,8 44,0 4,1 27,3
45,4 4,4 26,2
60
48,1
47,7 0,6 1,3
4,8
4,7 0,3 6,5
26,9
27,0 0,2 0,6 48,0 5,0 26,9
47,0 4,4 27,2
90
50,1
50,8 0,7 1,3
5,0
5,0 0,1 1,1
27,1
28,2 1,1 3,8 51,4 5,0 29,2
51,0 5,1 28,4
Sendo: M=média, DP=desvio padrão e CV=coeficiente de variação.
A resistência à tração por compressão diametral foi determinada conforme especificações
da NBR 7222 (ABNT, 1994). Verifica-se que os maiores coeficientes de variação foram
obtidos para os resultados deste ensaio para todas as idades, quando comparados aos
ensaios de módulo de elasticidade tangencial e da resistência à compressão axial,
respectivamente.
A NBR 6118 (ABNT, 2003) recomenda que, na falta dos ensaios para a obtenção da tração
indireta (fct,sp), esta pode ser avaliada utilizando o seu valor médio ou característico por
meio das Equações 3.1, 3.2 e 3.3.
75
32
, 3,0 ckmct ff Equação (3.1)
mctctk ff ,inf, 7,0 Equação (3.2)
mctctk ff ,sup, 3,1 Equação (3.3)
Onde:
mctf , e ckf são expressos em MPa. O ckf deve ser expresso como mostra a Equação 3.4. O
cmf é a resistência média a compressão aos 28 dias.
Sff cmck 645,1 Equação (3.4)
A Tabela 3.9 apresenta o valor obtido da resistência do concreto à tração indireta obtida
experimentalmente e, os limites inferiores e superiores, calculados pelas Equações 3.2 e
3.3, respectivamente. Observa-se que o valor experimental está dentro do limite calculado
pela NBR 6118 (ABNT, 2003), aproximando-se mais do limite superior.
O módulo de elasticidade (Ec) foi obtido experimentalmente seguindo as recomendações
da NBR 8522 (ABNT, 2008). A NBR 6118 (ABNT, 2003) especifica que, na ausência de
ensaios, o módulo de elasticidade deve ser obtido aplicando a Equação 3.5.
21
5600 ckci fE Equação (3.5)
76
A Tabela 3.9 apresenta a comparação do módulo de elasticidade obtido experimentalmente
em relação ao valor calculado pela formulação da NBR 6118 (ABNT, 2003). Verificou-se
que os valores calculados pela referida norma apresentam-se como conservadores, em
torno de 25%, quando comparados com os valores obtidos experimentalmente. A Figura
3.8 apresenta as imagens que ilustram o momento da execução dos ensaios de resistência à
tração axial, resistência à tração por compressão diametral e módulo de elasticidade.
Tabela 3.9 – Avaliação da resistência do concreto à tração indireta e determinação do
módulo de elasticidade (NBR 6118, ABNT 2003).
Idade fck fct,sp
(exp.) fctk,inf fctk,sup fct,m
fct,sp NBR 6118
(ABNT , 2003)
Eci
(exp.)
Eci
NBR 6118
(ABNT, 2003)
(dias) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (GPa) (GPa)
28 35 4,2 2,2 4,2 3,2 2,2<fct,sp<4,2 26,5 33,1 0,8
Sendo: fck - Resistência característica à compressão do concreto; fct,sp(experimental) - Resistência do concreto à tração indireta obtida experimentalmente segundo a NBR 7222 (ABNT, 1994) ; fct,m -
Resistência média à tração direta do concreto; Eci (experimental) - Módulo de elasticidade ou módulo de
deformação tangente inicial obtido experimentalmente segundo NBR 8522 (ABNT, 2008). Foi fornecido
pela concreteira o devio-padrão de 6,0 MPa.
Figura 3.8 – Ensaios de resistência à tração axial, resistência à tração por compressão
diametral, e módulo de elasticidade.
)6118(NBRci
ci
E
E
77
3.2.2 – Armaduras
O aço utilizado para a confecção da armadura longitudinal foi do tipo CA-50, nervurados e
com seção circular, provenientes da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira. Para a
obtenção das propriedades mecânicas, ensaiaram-se três amostras para cada diâmetro
utilizado nos modelos, que são 5,0 mm, 6,3 mm, 10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm,
respectivamente. A Figura 3.9 mostra a barra posicionada na prensa para a realização do
ensaio de tração do aço e, a armadura rompida.
Figura 3.9 – Ensaio de tração do aço.
Foram realizados ensaios referentes à conformação geométrica das barras. O ângulo de
inclinação das nervuras foi obtido por meio da média de dez leituras em cada lado da barra,
e obtendo-se valores superiores a , conforme recomenda a NBR 7480 (ABNT, 1996). A
Tabela 3.10 mostra as médias dos resultados obtidos na caracterização do aço.
A distância entre as nervuras foi aferida por um paquímetro, que mediu a distância entre as
mesmas em 10 pontos afastados, sendo dividida pelo número de pontos. Verifica-se que os
78
valores obtidos do espaçamento médio das nervuras encontram-se dentro dos limites da
NBR 7480 (ABNT, 1996), conforme apresenta a Tabela 3.11.
A altura média da nervura foi realizada por meio de dez leituras para cada diâmetro da
barra, utilizando um relógio comparador, que mediu a distância máxima entre o centro da
barra e o ponto mais alto da nervura, como ilustra a Figura 3.10.
A Tabela 3.12 apresenta a relação entre os valores obtidos da altura média das nervuras (h
médio) e os exigidos pela NBR 7480 (ABNT, 1996). Verifica-se que para todos os
diâmetros, os valores da altura média das nervuras obtidos pela referida norma quando
comparados com os valores medidos com o auxílio do deflectômetro são menores,
chegando a reduções até 50 % para as barras de 10 mm e 12,5 mm, respectivamente.
Tabela 3.10 – Média das propriedades mecânicas dos aços.
Diâmetro
(mm)
Valores Médios
Inclinação
da nervura
( ° )
Limite de
Escoamento
(MPa)
Limite de
Resistência
(MPa)
Alongamento
(%)
5,0 46,0 603,5 762,5 13,9
6,3 45,0 600,7 760,5 13,5
10,0 49,0 609,5 775,3 14,6
12,5 47,0 619,0 778,0 14,0
16,0 48,0 630,1 795,0 16,1
Tabela 3.11 – Comparação dos espaçamentos entre nervuras obtidos e os intervalos
exigidos pela NBR 7480 em % (ABNT, 1996).
Espaçamento Médio das Nervuras
Diâmetro (mm) 5,00 6,30 10,00 12,50 16,00
Espaçamento (mm) 3,60 4,41 6,50 8,62 9,44
Intervalo do
espaçamento NBR-
7480/96 (mm)
2,50 a 4,00 3,15 a 5,04 5,00 a 8,00 6,25 a 10,00 8,00 a 12,80
79
Figura 3.10 – Equipamento e esquema usado para medida da altura das nervuras.
Tabela 3.12 – Relação entre os valores obtidos da altura média das nervuras e os exigidos
pela NBR 7480 (ABNT, 1996), em %.
Diâmetro (mm) 5,00 6,30 10,00 12,50 16,00
h médio (medido) (mm) 0,12 0,15 0,80 1,00 1,20
h recomendado NBR-7480/96 (mm) 0,10 0,13 0,40 0,50 0,64
(%)100)(
96/7480
medidomédio
orecomendad
h
hNBR 16,67 13,33 50,00 50,00 46,67
3.3 – MÉTODO EXPERIMENTAL
3.3.1 – Preparação dos corpos-de-prova
80
Inicialmente, as barras foram submetidas a uma limpeza mecânica, com o auxílio de
escovas de aço, com o intuito de retirar resíduos e uma possível oxidação superficial. As
armaduras das vigas e as barras dos ensaios de aderência foram pesadas antes da
concretagem. As formas foram executadas em compensado naval de 20 mm de espessura,
untadas com desmoldante e, posteriormente, foram posicionadas as armaduras, evitando a
contaminação do aço com o óleo lubrificante. Os orifícios externos foram preenchidos com
massa de calafetar, evitando a movimentação da barra durante a concretagem, como
ilustram a Figura 3.11.
Figura 3.11 – Preparação das formas antes da concretagem.
Nos ensaios de vigas e blocos de arrancamento, foram utilizados extensômetros elétricos
de resistência (EER), tipo PA-06-250BA-120L, da marca Excel, para medir a deformação
nas armaduras, como apresenta a Figura 3.12. Para a preparação da superfície dos pontos
de medida de deformação através dos EER, foram seguidas as seguintes etapas:
1. Remoção das mossas (policorte e rebolo de desgaste);
Massa de calafetar
Forma da viga untada com
desmoldante
Armadura posicionada para
concretagem
Formas dos tirantes Formas dos blocos de arrancamento
81
2. Lixamento da superfície para diminuir a rugosidade e;
3. Limpeza da superfície (álcool isopropílico, condicionador e neutralizador) para
eliminar qualquer tipo de sujeira eventualmente existente.
Após a seqüência da preparação da superfície, colou-se o EER com adesivo de éster de
cianoacrilato, da marca LOCTITE. Os extensômetros foram soldados a um fio de cabo
telefônico. O EER e a ligação foram protegidos com o uso de uma fita elétrica de alta fusão
da marca LORENZETTI.
Figura 3.12 – Extensômetros elétricos de resistência.
Vale salientar que foram escolhidos para corpos-de-prova de referência os blocos de
arrancamento, uma vez que estes possuem o maior cobrimento da armadura. No final, os
Caixa dos extensômetros Excel.
Colagem do extensômetro na
barra de aço.
82
blocos de arrancamento ensaiados foram abertos à tração por compressão diametral na
prensa, verificando que realmente a carbonatação havia atingido o centro de gravidade da
peça, como mostra a Figura 3.18, que indica a relação entre a quantidade de dias e o
avanço da frente de carbonatação. Assim, aos 102 dias as peças encontraram-se
carbonatadas. A Tabela 3.13 apresenta a relação entre o cobrimento e o diâmetro da
armadura.
Tabela 3.13 – Relação entre o cobrimento e o diâmetro da armadura.
Amostra
Diâmetro do
aço Cobrimento
(C)
(cm)
C /ϕ ϕ
(cm)
Blocos de
arrancamento
1,00 9,50 9,50
1,25 9,37 7,50
1,60 9,20 5,75
Tirantes
1,00 1,89 1,89
1,25 2,05 1,64
1,60 2,25 1,40
Vigas 0,63 2,50 3,97
A Figura 3.13 apresenta o procedimento de concretagem realizado para todos os modelos
da tese. Após a concretagem os corpos-de-prova foram nivelados por meio de
sarrafeamento para obterem um melhor acabamento final. A desmoldagem foi cuidadosa,
evitando exercer esforços sobre as armaduras.
83
Figura 3.13 – Concretagem dos corpos-de-prova cilíndricos, blocos de arrancamento,
tirantes e vigas.
Moldagem dos corpos-
de-prova cilíndricos.
Medição do slump.
Moldagem dos
tirantes.
Retirada do concreto
do caminhão
betoneira.
Moldagem dos blocos
de arrancamento.
Moldagem das vigas.
84
3.3.2 – Aceleração da carbonatação
Após a cura úmida, os blocos de arrancamento, tirantes e vigas foram submetidos ao
ambiente de laboratório por um período de 20 dias, como mostra a Figura 3.14. A
temperatura média da cidade de Goiânia ficou em torno de 22°C e, a umidade relativa do
ar, em 68,6%, dados retirados do site www.climatempo.com.br, como mostra a Tabela
3.14.
Figura 3.14 – Blocos de arrancamento, tirantes e vigas submetidas ao ambiente de
laboratório.
Blocos de arrancamento.
Tirantes.
Vigas.
85
Tabela 3.14 – Umidade relativa do ar e temperatura para a cidade de Goiânia
(www.climatempo.com.br).
Dia
Umidade Relativa do Ar (%) Temperatura (C)
Horário Média Máx. Mín. Média
06:00 09:00 12:00 15:00 18:00 21:00
1 82 73 75 53 56 68 67,8 23,0 16,0 19,5
2 83 71 74 56 60 69 68,8 24,0 19,0 21,5
3 77 69 71 59 62 71 68,2 29,0 15,0 22,0
4 88 81 84 65 68 72 76,3 28,0 16,0 22,0
5 75 68 72 60 61 66 67,0 30,0 17,0 23,5
6 79 66 71 59 63 70 68,0 31,0 15,0 23,0
7 82 70 73 55 59 68 67,8 28,0 19,0 23,5
8 78 67 71 65 69 80 71,7 24,0 16,0 20,0
9 76 65 69 52 60 69 65,2 26,0 15,0 20,5
10 87 78 74 50 57 65 68,5 27,0 15,0 21,0
11 75 68 63 49 55 69 63,2 29,0 16,0 22,5
12 86 75 72 54 61 81 71,5 28,0 18,0 23,0
13 81 71 68 48 53 70 65,2 31,0 19,0 25,0
14 83 72 70 62 68 82 72,8 26,0 17,0 21,5
15 80 71 73 56 67 78 70,8 31,0 16,0 23,5
16 82 75 78 58 57 68 69,7 27,0 15,0 21,0
17 83 72 77 56 67 79 72,3 29,0 15,0 22,0
18 77 66 69 48 49 58 61,2 28,0 18,0 23,0
19 79 68 69 45 54 69 64,0 24,0 17,0 20,5
20 84 77 74 51 67 79 72,0 26,0 16,0 21,0
Média (%) 68,6 Média (°C) 22,0
A média da umidade relativa do ar ficou entre 50 e 70%, mesmo sofrendo variações ao
longo do dia, conforme observado na Tabela 3.13, favorecendo o processo de
carbonatação. Este fato foi observado por Andrade (1992) que relacionou a umidade
relativa com o grau de carbonatação e percebeu que o grau de carbonatação é maior para
umidade relativa entre 50 – 70%.
As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e receberam a aplicação direta do
CO2 (100 %), como mostra a Figura 3.15. Foram posicionados pedaços de tubos de PVC
perfurados para permitir a introdução do CO2 (100%) na parte inferior das peças, como
86
ilustra a Figura 3.16. A aplicação do CO2 (100%) foi feita por um período de tempo de 30
segundos, em cada saco, com intervalo de 48 horas até a próxima aplicação.
Uma vez por semana foi verificado a penetração da carbonatação com a aplicação de uma
solução de 1 g de fenoltaleína, conforme recomendação CPC-18 (RILEM, 1988),
dissolvida em 50 ml de álcool etílico e diluída em 100 ml de água destilada, em corpos-de-
prova separados para a verificação da carbonatação.
Os corpos-de-prova eram seccionados e, a solução contendo fenolftaleína era aspergida,
verificando se a frente de carbonatação estava avançando até o centro do elemento
estrutural. A Figura 3.17 mostra os materiais que foram utilizados para preparar a solução
contendo fenolftaleína e a Figura 3.18 apresenta o processo de conferência do avanço da
carbonatação em corpos-de-prova de referência.
Figura 3.15 – Acondicionamento em sacos plásticos e aplicação do CO2 (100%) nos blocos
de arrancamento, tirantes e vigas.
87
Figura 3.16 – Confecção e posicionamento dos calços de PVC.
Figura 3.17 – Materiais utilizados na preparação da solução com indicador de pH à base de
fenolftaleína.
88
Figura 3.18 – Conferência do avanço da frente de carbonatação em corpos-de-prova de
referência.
3.3.3 – Aceleração da Corrosão
O procedimento de aceleração da corrosão foi induzido com a utilização de três fontes de
alimentação, com o objetivo de baixar a tensão da rede elétrica de 220 V para uma tensão
de 50 V, como ilustra a Figura 3.19. A Figura 3.20 apresenta o diagrama de blocos
simplificado da fonte de alimentação. Os corpos-de-prova foram ligados em paralelo às
fontes de alimentação, para que um maior número de amostras pudesse ser ensaiado
simultaneamente, como mostra a Figura 3.21.
102 dias 65 dias 91 dias
48 horas 15 dias
89
Figura 3.19 – Fontes de alimentação.
Foram utilizados dois diodos retificadores para transformar a tensão alternada em tensão
contínua pulsante, onde a tensão terá valor diferente em diferentes tempos, sendo
introduzido o capacitor que transformou a tensão contínua pulsante em tensão contínua
propriamente dita e, foi disposto um regulador de tensão do tipo transitor, que permitiu
fornecer corrente e tensão máxima de 3 A e 50 V, respectivamente. Foram utilizados
fusíveis de entrada e saída para que as fontes ficassem protegidas do excesso de corrente e
de picos de tensão na entrada.
Figura 3.20 – Fonte de alimentação – Diagrama de blocos.
Segundo El-Maaddawy e Soudki (2003) valores elevados de densidade de corrente de
corrosão acima de 500 µA/cm2
provocam um nível irreal de deformabilidade e fissuração,
devido aos produtos de corrosão não se alojarem nos poros do concreto. Foi fixado o
tempo de ensaio de aceleração da corrosão em 72 horas para todos os corpos-de-prova.
Como o objetivo principal foi avaliar a influência da corrosão na aderência entre o aço e
concreto, de acordo com Torres (2006), maiores relações água/cimento apresentam sinais
de corrosão em menores tempos que as menores relações água/cimento, sendo que o menor
tempo analisado pelo autor (24 horas) foi suficiente para estimular corrosões intensas para
tensão de 45 V.
VAC Transformador 127-220 VAC /
Fusível de proteção
Diodos da retificação e
capacitores de filtro
Regulador de Tensão
Controle da tensão de saída do fusível
de proteção
Saída = 3 A; 50 VCC
90
O fenômeno de corrosão nas armaduras ocorreu através da ação eletroquímica que
possibilitou a formação de uma pilha de corrosão. A Figura 3.21 mostra a pilha
eletroquímica formada para os corpos-de-prova de arrancamento, tirantes e vigas, onde o
eletrólito foi o concreto, que funcionou como condutor iônico, devido à agua presente no
concreto e ao clima úmido da região, conforme comenta Fortes (1995) que sempre existe
água no concreto e, em quantitativo suficiente para atuar como eletrólito, quando este está
em presença de climas úmidos.
Figura 3.21 – Formação de pilha eletroquímica no interior dos corpos-de-prova.
A formação da pilha eletroquímica de corrosão foi possível devido à diferença de potencial
(d.d.p.) ocorrida entre o ânodo e o cátodo, possibilitando a circulação da corrente elétrica,
como detalha a Figura 3.22. O anodo foi o eletrodo no qual ocorreu a corrosão. O parafuso
foi o catodo, sendo o eletrodo onde ocorreram as reações de redução de oxigênio na
presença de umidade. A corrente elétrica (fluxo de elétrons) saiu das áreas anódicas para as
catódicas, provocando a corrosão da região de caráter anódico. O pólo positivo foi ligado
no aço e, o pólo negativo foi ligado no concreto.
anodocátodo superfície do concreto
eletrólito
anodo
cátodo
eletrólito
cátodosuperfície do concreto
eletrólito
anodo
TIRANTE:
BLOCO DE ARRANCAMENTO:
VIGA:superfície
do concreto
91
Figura 3.22 – Esquema de ligação em paralelo (vista superior).
+ -
viga
fonte de
alimentação 1
tirantes 10 mmbloco de arrancamento
10 mm
tirantes 12.5 mm
tirantes 16 mm
bloco de arrancamento
12.5 mm
bloco de arrancamento
16 mm
+ -
+ -
viga
alimentação 2
fonte de
tirantes 10 mmbloco de arrancamento
tirantes 16 mm
bloco de arrancamento
12.5 mmtirantes 12.5 mm
10 mm
bloco de arrancamento
16 mm
viga
alimentação 3
fonte de
tirantes 10 mmbloco de arrancamento
tirantes 16 mm
bloco de arrancamento
12.5 mmtirantes 12.5 mm
10 mm
bloco de arrancamento
16 mm
92
Após o processo de indução da corrosão, os corpos-de-prova foram desligados das fontes
de alimentação e, posteriormente, submetidos aos ensaios de arrancamento, ensaio de
tirantes e ensaio de vigas. Ao final dos ensaios foi confirmada a ocorrência da corrosão nas
barras de aço.
Nas vigas, foi retirado o cobrimento do concreto e, verificou-se que a corrosão ocorreu na
extensão da armadura longitudinal e nos estribos, como mostra a Figura 3.23. Nos tirantes,
o concreto envolto à barra foi rompido com marreta e a barra de aço extraída, sendo
confirmada a ocorrência da corrosão, conforme ilustra a Figura 3.24.
Figura 3.23 – Verificação da corrosão na armadura longitudinal e estribos das vigas.
93
Figura 3.24 – Barras de aço corroídas extraídas dos tirantes.
Para a extração das barras de aço nos blocos de arrancamento, os prismas foram levados
até a prensa, sendo aplicada uma carga distribuída ao longo do seu comprimento,
provocando uma ruptura por compressão diametral, separando o corpo-de-prova em duas
metades, possibilitando a retirada da barra de aço e a verificação da ocorrência da corrosão
no trecho aderente, como ilustra a Figura 3.25. A Figura 3.26 mostram os vestígios de
corrosão presentes no concreto e a corrosão no trecho aderente.
Figura 3.25 – Ensaio para seccionamento do bloco de arrancamento.
10 mm
12,5 mm
16 mm
94
Figura 3.26 – Verificação da ocorrência da corrosão.
Após a extração e retirada do concreto aderido, as barras de aço foram submetidas ao
procedimento de limpeza descrito pela ASTM G1-90 (1999) que consistiu na imersão da
barra por 15 minutos em solução composta de água e ácido clorídrico (HCl) na proporção
1:1 e, 3,5 g/l de hexametilenotetramina (C6H12N4), conforme ilustra a Figura 3.27. Para a
remoção final dos óxidos foi feita a lavagem em água corrente e escovação com escova de
cerdas plásticas, como mostra a Figura 3.28.
Após a lavagem, a barra foi imersa em acetona [(CH3)2CO] por 2 minutos para a
eliminação da água, como apresenta a Figura 3.29. Na sequência, as barras foram secadas
com jato de ar quente finalizando o procedimento de limpeza, como mostra a Figura 3.30.
Figura 3.27 – Imersão das barras em solução para remoção dos óxidos composta por ácido
clorídrico e hexametilenotetramina.
96
Figura 3.30 – Secagem das barras.
3.3.4 – Procedimentos de Determinação da Taxa de Corrosão
Nos corpos de prova submetidos aos ensaios de aderência foi avaliada a perda de massa,
que consiste em medir a diferença entre a massa original da barra de aço e sua massa após
a exposição à corrosão. Foi calculada a taxa de corrosão uniforme (TC), seguindo as
recomendações da norma RP 0775 (NACE, 2005), como apresenta a Equação 3.6.
..1065,3 5
tS
MxTC (mm.ano
-1) Equação (3.6)
Onde:
ΔM = diferença de massa antes e após a exposição ao meio corrosivo (g);
S = área exposta da barra de aço (mm2);
t = tempo de exposição em dias;
ρ = massa específica do aço (g.cm3).
97
Para o caso da presente pesquisa, em que a barra de aço encontra-se imersa em toda a sua
forma cilíndrica, a referida norma recomenda calcular a área superficial conforme indicado
na Equação 3.7. Para a pesagem das barras foi utilizada uma balança de precisão semi-
analítica como mostra a Figura 3.31.
RhRS 22 2 Equação (3.7)
(a)
(b)
Figura 3.31 – Pesagem inicial (a) e pesagem final das barras de aço (b).
3.3.5 – Ensaio de Arrancamento (Pull Out Test)
Foram moldados 27 corpos-de-prova de seção transversal quadrada de 200 mm de lado,
conforme recomenda a RC 6 (Rilem e CEB, 1983), para barras de aço com diâmetro
nominal ou inferior a 20 mm, sendo utilizados aços de bitolas nominais de 10 mm, 12,5
mm e 16 mm, respectivamente, sendo três para os ensaios de referência, três para os
ensaios de carbonatação e três para os ensaios de corrosão acelerada após a carbonatação.
98
A Figura 3.32 mostra a forma preparada para a concretagem. Foi utilizado um tubo de
PVC com 20 mm de espessura, selados com massa de calafetar, para impedir a penetração
do concreto, com a finalidade de garantir o comprimento de ancoragem, que é de cinco
vezes o diâmetro nominal da barra (5x), de acordo com a RILEM RC 6
(RILEM/CEB/FIP, 1983).
Figura 3.32 – Forma para o ensaio de arrancamento.
Os ensaios foram realizados após os procedimentos de aceleração da carbonatação e da
corrosão. O sistema de ensaio consiste na aplicação de uma força de tração em uma barra
que se encontra presa na garra da prensa, como indica a Figura 3.32. Na outra extremidade
que permanecerá imóvel será posicionado um relógio comparador, de precisão de 0,001
mm, o qual indicava os escorregamentos. Foi colocada uma chapa de aço de 10 mm entre o
corpo-de-prova e a peça acoplada a prensa para melhor distribuição das tensões na face do
concreto, que pode ser visualizada na Figura 3.33.
Figura 3.33 – Sistema de ensaio e detalhe da chapa de aço.
99
A equipe de ensaio foi composta de três pessoas, uma aplicando a força de tração, outra
observando quando os escorregamentos atingem valores pré-determinados e a terceira
fazendo a leitura dos extensômetros, conforme mostra, parcialmente, a Figura 3.34. Os
extensômetros elétricos de resistência (EER’s) foram posicionados no centro do trecho não
aderente da barra. Antes dos ensaios, os corpos-de-prova foram vistoriados com lentes de
aumento para verificar a existência de fissuras.
Figura 3.34 – Leitura das cargas e das deformações.
3.3.6 – Ensaio de Tirantes
De acordo com a NBR 7477 (ABNT, 1982) as dimensões das seções transversais das
formas devem ser quadradas e variam segundo o diâmetro da barra de aço, sendo
determinadas pelas Equações 3.8 a 3.10. O ensaio de tirantes determina o coeficiente de
conformação superficial das barras de aço destinadas a armaduras de concreto armado,
como indica a Equação 3.11. O comprimento do tirante é determinado pela Equação 3.9 e,
o comprimento da barra é estimado pela Equação 3.10. A Tabela 3.15 apresenta as
dimensões dos tirantes para os aços de 10 mm, 12,5 mm e 16 mm.
100
Equação (3.8)
Equação (3.9)
Equação (3.10)
médiol
d
.25,2 Equação (3.11)
Sendo:
d = lado da seção quadrada do tirante;
= diâmetro nominal da barra;
l = comprimento do tirante;
L = comprimento da barra;
= coeficiente de conformação superficial;
l médio = distância média entre fissuras, considerando as quatro faces.
Tabela 3.15 – Dimensões dos tirantes.
Diâmetro da barra
(ϕ) Largura (d) Altura (d)
Comprimento
(l)
(mm) (mm) (mm) (mm)
10,0 47,7 47,7 750,0
12,5 53,5 53,5 850,0
16,0 60,9 60,9 950,0
Foram confeccionados nove tirantes para cada diâmetro do aço, conforme recomenda a
NBR 7477 (ABNT, 1982), e nove ensaios para cada diâmetro, totalizando 27 tirantes para
7
4
d
dl 15
120 lL
101
cada diâmetro, sendo nove para os ensaios de referência, nove para os ensaios de
carbonatação e nove para os ensaios de corrosão acelerada, para calcular a média do
espaçamento médio entre fissuras dos nove tirantes.
Após a verificação minuciosa da presença de fissuras, os tirantes foram posicionados nas
garras da prensa e submetidos à força de tração até atingir 80% da carga correspondente à
tensão de escoamento da barra de aço, de acordo com a NBR 7477 (ABNT, 1982). Foram
marcadas as fissuras que surgiram nas quatro faces dos tirantes, no eixo longitudinal, como
mostra a Figura 3.35.
Figura 3.35 – Ensaio do tirante e marcação das fissuras nas quatro faces.
3.3.7 – Ensaio de Flexão de Vigas
Foram ensaiadas nove vigas de concreto armado com dimensões de 150 mm x 150 mm x
750 mm e um vão livre de 650 mm. As vigas foram divididas em três grupos, sendo
ensaiadas três vigas de referência, três que sofreram carbonatação e, três que sofreram a
corrosão acelerada após a carbonatação.
102
A armadura inferior e superior das vigas foi dimensionada para ocorrer ruptura
caracterizada por deformação excessiva das armaduras, sendo composta por duas barras de
diâmetro de 6,3 mm, com uma taxa de armadura de 0,28 %.
Os estribos foram dimensionados para evitar a ruptura por cisalhamento, sendo
confeccionados por barras de 5,0 mm, com 8 cm de espaçamento. Foram utilizados
espaçadores de 25 mm de espessuras fixados à armadura para garantir o cobrimento do
concreto. A Figura 3.36 ilustra a armadura das vigas antes de ser posicionada na forma
para a concretagem.
Figura 3.36 – Armadura das vigas.
As vigas foram ensaiadas separadamente na prensa, simulando uma carga concentrada com
o uso de uma peça metálica no meio da viga. Foram utilizados os apoios da prensa, com o
cuidado da viga estar bem nivelada e alinhada. A Figura 3.37 apresenta uma vista lateral da
viga preparada para ser ensaiada.
Figura 3.37 – Vista lateral da viga.
103
Para determinar os deslocamentos verticais em alguns pontos da viga, foram utilizados 3
relógios comparadores digitais, da marca MITUTOYO, com precisão de 0,01 mm. A
Figura 3.38 apresenta a posição dos relógios comparadores.
Todos foram posicionados na face inferior das vigas, sendo um no meio do vão, um à
direita e um à esquerda, em posições proporcionalmente divididas. Os relógios
comparadores foram retirados alguns estágios antes da carga de ruptura para que não
fossem danificados. As flechas centrais foram medidas com o auxílio de uma trena para
obter os deslocamentos próximos à ruptura, evitando, assim, possíveis danos aos relógios
comparadores.
Para medir a deformação das armaduras de flexão, foram utilizados extensômetros
elétricos de resistência (EER). A preparação dos ensaios consistiu na seguinte seqüência de
etapas:
1. Marcação dos relógios comparadores e da posição dos apoios e carga concentrada;
2. Posicionamento e nivelamento da viga na prensa;
3. Fixação da placa nivelada que simulará a carga concentrada;
4. Fixação dos relógios comparadores nos pontos previamente determinados, na parte
inferior da viga;
5. Conexão dos fios dos extensômetros ao sistema de aquisição de dados.
Figura 3.38 – Posicionamento dos relógios comparadores.
104
Em todos os ensaios, antes de começar o carregamento, foi feita a leitura inicial dos
aparelhos na carga zero. Todos os ensaios foram executados com incrementos de carga de
10 kN até atingir a ruptura. Em todas as cargas aplicadas foram feitas leituras de relógios,
medição de trena no centro da laje e, de extensômetros elétricos de resistência. Observou-
se o surgimento e a propagação das fissuras ao longo do carregamento.
3.4 – DETALHAMENTO DA ANÁLISE ESTATÍSTICA
Serão realizadas análises estatísticas com o uso da ferramenta ANOVA, análise de
variância, do Microsoft Office Excel 2007. A análise de variância baseia-se na
decomposição da variação total da variável resposta em partes que podem ser atribuídas ao
tratamento, que é uma condição imposta que se deseja medir em um experimento
(variância entre), e ao erro experimental (variância dentro) (MONTGOMERY e RUNGER,
1999). Em um experimento, cada observação Yij pode ser decomposta conforme a Equação
3.11.
Equação (3.11)
Onde:
Yij = observação do i-ésimo tratamento na i-jésima unidade experimental;
μ = é o efeito constante (média geral);
τi = o efeito do i-ésimo tratamento;
ϵij = é o erro associado ao i-ésimo tratamento na j-ésima unidade experimental.
)...,,1...,,1(Yij JjeIiiji
105
Para testar se há diferenças entre as médias dos tratamentos em um experimento, deve-se
considerar a hipótese nula, onde todos os tratamentos terão uma média comum (µ),
utilizando o teste F (F calculado), que é a relação entre a soma de quadrados de
tratamentos e a soma de quadrados de resíduos, como mostra a Equação 3.12.
Equação (3.12)
Onde:
MQTratamento = é a relação entre soma dos quadrados dos tratamentos (variação entre) pelos
graus de liberdade;
MQResíduo = é a relação entre soma dos quadrados dos resíduos (variação dentro), que é
uma função das diferenças existentes entre as repetições de um mesmo tratamento, pelos
graus de liberdade.
As somas dos quadrados são organizadas em uma tabela, conforme Tabela 3.16. Se F for
maior que o F crítico, rejeita-se a hipótese de nulidade, considerando que existem entre
pelo menos um par de médias evidências de diferença significativa de tratamentos, ao nível
de significância escolhida, que é a probabilidade de rejeitar as atitudes em relação à
Matemática na formação das atitudes em relação à Estatística, considerando que na
verdade não existe nenhuma relação. Este erro é controlado pelo pesquisador e neste
capítulo considerou-se o nível de 5% de significância (α) para analisar os resultados.
Tabela 3.16 – Tabela da análise de variância (Adaptado de MONTGOMERY e RUNGER,
1999).
Causas de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Quadrados
Médios
F
calculado
Tratamentos I-1 SQTratamento MQTratamento
Resíduos I (J-1) SQResíduos MQResíduos
Total IJ -1 SQTotal
síduo
Tratamento
MQ
MQF
Re
Resíduo
Tratamento
MQ
MQ
106
4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados dos ensaios de determinação dos
efeitos estruturais desencadeados pela corrosão das armaduras.
4.1 – ENSAIOS DE BLOCOS DE ARRANCAMENTO
4.1.1 – Análise da Tensão de Aderência em Relação ao Diâmetro do Aço
Os blocos de arrancamento de referência são representados pela letra A, as amostras
submetidas à carbonatação pelas letras AC e as amostras que foram carbonatadas com
posterior corrosão são representadas pelas letras ACC, seguidas pela respectiva numeração,
que representa o diâmetro do aço, em milímetros, que foi ensaiado para cada condição.
Todas as referências bibliográficas utilizadas neste capítulo estudaram peças estruturais
despassivadas pelo ataque de cloretos.
A realização deste ensaio forneceu as cargas que foram utilizadas para o cálculo da tensão
média de aderência, apresentadas no Apêndice A, segundo a recomendação do Rilem-Ceb-
Fip (1983), utilizando a média dos valores correspondentes aos deslizamentos 0,01 mm,
0,10 mm e 1,00 mm. As Figuras 4.1 a 4.3 apresentam três gráficos com a evolução da
tensão de aderência em relação aos deslizamentos para os diâmetros de 10,0 mm, 12,5 mm
e 16,0 mm, respectivamente.
Os menores valores da tensão de aderência foram obtidos para as amostras de 16,0 mm
para todas as situações, referência, carbonatação e corrosão, seguida pelos diâmetros de
12,5 mm e 10,0 mm, respectivamente. Ducatti (1993) justifica que a ocorrência deste
107
comportamento está ligada à espessura da zona de transição, que é mais espessa nas barras
de maior diâmetro, e à altura das nervuras, que é maior nas barras de maiores diâmetros,
possibilitando um maior acúmulo de água na região das nervuras, e consequentemente,
maiores relação água/cimento e espessura da zona de transição, enfraquecendo assim a
ligação entre a pasta de cimento e a barra, tornando-a mais porosa, possibilitando o
esmagamento por compressão pelas nervuras.
Observando as curvas de aderência dos blocos submetidos à carbonatação, verificou-se que
a carbonatação reduziu a tensão de aderência para as barras de 10,0 mm e 12,5 mm, tendo
um comportamento inferior aos blocos de referência, e superior quando comparado aos
blocos de corrosão para as referidas barras. A barra de 16,0 mm obteve uma curva próxima
à curva de corrosão.
Vale salientar que, na presente tese, a carbonatação ocorrida foi de 100%, sugerindo que a
armadura ficou completamente despassivada, o que pode ter ocasionado a diminuição da
tensão de aderência, e essa perda foi mais significante para a barra de 16,0 mm, devido à
interação entre a despassivação e maior altura das nervuras e espessura da zona de
transição, como comentado anteriormente referenciando o trabalho de Ducatti (1993).
Uma das possíveis causas dessa redução de aderência nos blocos carbonatados seria a
alteração da interface aço-concreto pela formação do carbonato de cálcio pela reação de
carbonatação, uma vez que não houve nenhuma outra alteração na região. Outra hipótese
seria que há a carbonatação, mas também há a corrosão, o que interpõe produtos de
corrosão que reduzem a aderência.
Houve um decréscimo na tensão de aderência em relação ao deslizamento nas amostras
com corrosão, quando comparadas com as amostras carbonatadas e de referência. Este fato
se justifica, pois devido à carbonatação, a corrosão ocorreu de forma generalizada nas
nervuras, tendo efeito significativo, conforme enfatiza o FIB Bulletin 10 (2000), que
destaca que a corrosão das nervuras terá efeito significativo se atingir a barra de forma
generalizada. Caso ocorra em poucas nervuras, a resistência ao arrancamento é conseguida
108
pela ação das nervuras que não sofreram a corrosão, que preservam o desempenho global
da ligação, quando o comprimento de aderência preservado é considerável.
Figura 4.1 – Tensão de aderência versus deslizamento. Análise do diâmetro de 10,0 mm e
das condições superficiais da barra.
Figura 4.2 – Tensão de aderência versus deslizamento. Análise do diâmetro de 12,5 mm e
das condições superficiais da barra.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Ten
são
de
ader
ênci
a (M
Pa)
Deslizamento (mm)
Ensaio de arrancamento - 10,0 mm
A-10,0
AC-10,0
ACC-10,0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Ten
são
de
ader
ênci
a (M
Pa)
Deslizamento (mm)
Ensaio de arrancamento - 12,5 mm
A-12,5
AC-12,5
ACC-12,5
109
Figura 4.3 – Tensão de aderência versus deslizamento. Análise do diâmetro de 16,0 mm e
das condições superficiais da barra.
A Figura 4.4 mostra as curvas tensão de aderência em relação ao deslizamento para as
amostras que sofreram corrosão. Observa-se que, no deslizamento de 0,01 mm, as tensões
de aderência tendem a ser maior quanto menor for o diâmetro da barra, no deslizamento de
0,10 mm a tensão de aderência foi maior para a barra de 10,0 mm de diâmetro. Para as
barras de 12,5 mm e 16,0 mm, as tensões de aderência para esse deslizamento ficaram bem
próximas. No deslizamento de 1,00 mm as tensões de aderência foram maiores para as
barras de menor diâmetro.
Soroushian e Choi (1989) justificam a redução da aderência causada pelo aumento do
diâmetro da barra devida a uma maior quantidade de material poroso (zona de transição) na
interface concreto-aço, onde o maior diâmetro, aliado à maior dimensão das nervuras,
retêm mais água de amassamento na face inferior da barra, resultando na exsudação
interna, no entanto essa avaliação não foi feita no presente trabalho.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Ten
são
de
ader
ênci
a (M
Pa)
Deslizamento (mm)
Ensaio de arrancamento - 16,0 mm
A-16,0
AC-16,0
ACC-16,0
110
Figura 4.4 – Tensão de aderência versus deslizamento – Corrosão. Análise do diâmetro e
das condições superficiais da barra.
Foi analisado o comprimento aderente no ensaio de arrancamento, tendo-se obtido valores
de cinco vezes o valor do diâmetro, para as barras de 10 mm, 12,5 mm e 16 mm, para os
trechos aderentes são 50 mm, 62,5 e 80 mm, respectivamente. Analisando o trecho
aderente, as maiores tensões médias de aderência foram obtidas para os menores
diâmetros, como mostra a Figura 4.5, que possuem os menores trechos aderentes, como
verificado nos trabalhos de Lahnert, Houde e Gerstle (1986), onde o aumento do
comprimento aderente reduziu a tensão média de aderência, pois os trechos mais distantes
do ponto de aplicação da carga estão sujeitos a menores tensões, ou seja, os maiores
comprimentos aderentes, que são correspondentes aos maiores diâmetros do aço, possuem
a menor tensão de aderência.
Figura 4.5 – Tensão média de aderência – Análise do trecho aderente.
0
2
4
6
8
10
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 Ten
são
de
ader
ênci
a (M
Pa)
Deslizamento (mm)
Ensaio de arrancamento - Corrosão
ACC-10,0
ACC-12,5
ACC-16,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
10,0 mm 12,5 mm 16,0 mm Ten
são
méd
ia d
e ad
erên
cia
τ (M
Pa)
Tensão média de aderência versus Diâmetro
do aço
Referência
Carbonatação
Corrosão
111
Foram realizadas análises de variâncias com fator duplo, para os resultados das tensões de
aderência (τ) obtidas pelos ensaios de arrancamento, que é a média dos valores obtidos
para os deslizamentos de 0,01 mm, 0,10 mm e 1,00 mm, respectivamente, considerando as
condições de referência, carbonatação e corrosão, para os três diâmetros de aço, 10,0 mm,
12,5 mm e 16,0 mm, respectivamente. A Tabela 4.1 apresenta os dois fatores de análise,
para o ensaio de arrancamento, o fator diâmetro do aço com três níveis de tensão de
aderência e o fator condição do bloco de arrancamento, referência, carbonatação e
corrosão.
A Tabela 4.2 apresenta os resultados obtidos pela análise de variância. Analisando os
resultados da linha interações, que é o resultado da combinação dos dois fatores, condição
do bloco e diâmetro do aço, verifica-se que F calculado é maior que F crítico, evidenciando
que as interações dos efeitos provocados pelos dois fatores influenciam a tensão de
aderência, como observado nas Figuras 4.1 a 4.3, que as condições de referência,
carbonatação e corrosão aliadas aos maiores diâmetros do aço reduziram a tensão de
aderência. O F calculado foi maior para a fonte de variação diâmetro do aço, como
constatado por Yerlici e Özturan (2000), que ensaiaram diâmetros de aço variando entre 12
mm e 26 mm. Assim como Ducatti (1993), os autores concluíram que a tensão de
aderência diminuiu com o aumento do diâmetro do aço.
Tabela 4.1 – Valores utilizados para realizar a análise de variância para o ensaio de
arrancamento, empregando a média das tensões (τ) relativas aos deslocamentos de 0,01,
0,1 e 1mm.
τ (MPa)
Diâmetro do aço (mm) Referência Carbonatação Corrosão
10,00 5,11 4,63 4,18
10,00 5,22 4,65 4,22
10,00 5,12 4,62 4,18
12,50 3,70 3,46 2,97
12,50 3,75 3,49 2,97
12,50 3,75 3,53 2,93
16,00 3,12 2,74 2,53
16,00 3,15 2,73 2,55
16,00 3,16 2,76 2,53
112
Tabela 4.2 – Análise de variância realizada para os resultados da tensão de aderência pelo
ensaio de arrancamento.
Análise de Variância Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico
Diâmetro do aço (10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm) 16,11 2,00 8,05 9214,80 3,55
Condição do bloco (referência, carbonatação e
corrosão) 2,74 2,00 1,37 1566,18 3,55
Interações entre os diâmetros do aço e os blocos de
arrancamento 0,16 4,00 0,04 45,02 2,93
A fonte de variação condição dos blocos de arrancamento (referência, carbonatação e
corrosão) obteve o F calculado maior que o crítico, indicando que a situação de referência,
carbonatação e corrosão teve influência na tensão de aderência, conforme verificado na
Figura 4.1 quando comparada às Figuras 4.2 e 4.3, que a maior tensão de aderência foi
obtida para a barra de 10,0 mm para as três situações, seguidas respectivamente pelas
barras de 12,5 mm e 16,0 mm.
4.1.2 – Análise da Deformação do Aço no Trecho Não Aderente
Foram realizadas medidas da deformação do aço no trecho não aderente para as barras de
10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm, como apresentado no Apêndice B. A Figura 4.6 apresenta
os resultados da curva Carga versus Deformação para as amostras referência,
carbonatação, e corrosão. As leituras foram apresentadas até a carga de 70 kN devido as
limitações do extensômetro. Verificou-se que a deformação do aço para as amostras de
referência tiveram praticamente o mesmo comportamento para os três diâmetros do aço.
Nas amostras que sofreram carbonatação, as maiores deformações foram obtidas para o
aço de menor diâmetro, 10 mm. A deformação das barras de 16 mm que foram submetidas
à corrosão teve um comportamento linear, antes da ruptura do aço. Todas as amostras com
corrosão romperam no aço e tiveram um aumento significante da deformação próximo à
carga de ruptura.
Como justificado por Al-jahdali, Wafa, e Shihata (1994), a ruptura do aço ocorre quando a
aderência entre os dois materiais excede o limite de escoamento do aço, sendo
113
caracterizada pelo escoamento da barra de aço antes de atingir a capacidade resistente entre
o aço e o concreto. Outra justificativa da maior deformação do aço para os blocos
corroídos pode ser a provável alteração das características do aço após a imposição da
corrente elétrica no ensaio de aceleração da corrosão.
Figura 4.6 – Análise da deformação do aço do trecho não aderente.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 10 20 30 40 50
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
10,0 mm
A-10,0
AC -10,0
ACC -10,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 10 20 30 40 50
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
12,5 mm
A-12,5
AC-12,5
ACC-12,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 10 20 30 40 50
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
16,0 mm
A-16,0
AC-16,0
ACC-16,0
114
4.1.3 – Análise do Modo de Ruptura
A Tabela 4.3 apresenta o modo de ruptura dos blocos ensaiados. Os blocos que não
sofreram corrosão romperam por deslizamento do aço, considerado um tipo dúctil de
ruptura, como citado por Al-jahdali, Wafa, e Shihata (1994), caracterizado pelo
confinamento adequado promovido pelo cobrimento do concreto adjacente à barra,
evitando assim, o fendilhamento.
Os blocos que sofreram corrosão romperam no aço, devido à diminuição da altura da
nervura de forma generalizada, resultante do processo corrosivo. Como diz Barbosa
(2001), as barras que possuem nervuras e saliências melhoram a resistência de aderência.
Tabela 4.3 – Modo de ruptura dos blocos de arrancamento.
Variável-diâmetro do aço Modo de ruptura
A-10 deslizamento
AC-10 deslizamento
ACC-10 ruptura do aço
A-12,5 deslizamento
AC-12,5 deslizamento
ACC-12,5 ruptura do aço
A-16 deslizamento
AC-16 deslizamento
ACC-16 ruptura do aço
4.2 – ENSAIOS DE TIRANTES
Os tirantes de referência, carbonatação e corrosão, são representados pelas letras T, TC e
TCC, seguidas pela respectiva numeração, que representa o diâmetro do aço, em
115
milímetros, que foi ensaiado para cada condição. Os tirantes foram ensaiados até 80% da
carga de ruptura do aço.
4.2.1 – Análise do Espaçamento Entre Fissuras
Os espaçamentos entre as fissuras foram medidos após a realização dos ensaios, para se
obter o coeficiente de conformação superficial. A Tabela 4.4 apresenta os valores obtidos.
Verificou-se que os menores espaçamentos foram obtidos para as barras de menor
diâmetro. O mesmo foi observado por Barbosa (2001) para as barras de 16,0 mm, 20,0 mm
e 25,0 mm, e por Silva, Barbosa e Baffa (2005), para as barras de 6,3 mm, 8,0 mm, 10,0
mm e 12,5 mm, respectivamente.
Tabela 4.4 – Espaçamento médio entre fissuras.
Variável -
diâmetro do aço
Espaçamento médio entre fissuras (cm) CPM DP
CV
(%) CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9
T-10,0 3,80 3,41 3,90 3,58 4,05 4,10 3,50 3,30 3,62 3,70 0,27 7,20
T-12,5 5,60 6,22 5,73 5,38 5,42 5,19 5,79 5,67 5,42 5,60 0,28 5,06
T-16,0 7,23 7,38 7,82 7,53 7,13 7,95 7,01 7,30 7,28 7,40 0,29 3,96
TC-10,0 3,89 3,80 3,72 3,80 3,91 4,13 3,62 3,78 3,89 3,84 0,13 3,51
TC-12,5 5,72 5,91 5,90 6,12 5,82 6,14 5,56 5,47 5,59 5,80 0,23 3,88
TC-16,0 7,49 7,32 7,41 7,35 7,33 7,53 7,58 7,65 7,80 7,50 0,15 2,05
TCC-10,0 4,43 3,98 4,27 4,39 3,88 4,04 4,26 4,36 4,23 4,20 0,18 4,34
TCC-12,5 6,76 6,66 6,05 6,12 6,80 6,19 6,67 5,80 6,25 6,37 0,34 5,36
TCC-16,0 7,45 7,78 7,70 7,75 7,74 7,64 7,61 7,80 7,69 7,68 0,10 1,32
Sendo: T = tirante referência; TC = tirante carbonatação; TCC = tirante carbonatação e corrosão; CPn = número
de tirantes ensaiados; CPM = média dos nove tirantes; DP = desvio padrão; CV = coeficiente de variação em %.
Foram confeccionados nove tirantes para cada variável da pesquisa, que é o diâmetro do
aço e a situação de referência, carbonatação e corrosão. Foi realizada a análise de variância
avaliando o espaçamento médio entre fissuras dos nove corpos de prova ensaiados em
relação aos diâmetros do aço e, das condições de referência, carbonatação e corrosão dos
tirantes ensaiados, utilizando os dados da Tabela 4.4.
116
A Tabela 4.5 indica que os diâmetros dos aços de 10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm e os
tirantes de arrancamento de referência, carbonatação e corrosão tiveram influência
significativa na distância entre as fissuras. Porém, as interações entre os diâmetros do aço e
os tirantes, para nível de significância de 5%, não influenciaram o espaçamento entre
fissuras. Para confirmar o resultado desta interação, aumentou-se o nível de significância
até que F calculado comece a ficar maior que F crítico, chegando ao nível de 6,2%, como
mostra a Tabela 4.6. Pode-se verificar que, a partir deste nível de significância, a interação
entre os tirantes de referência, carbonatação, corrosão e, os diâmetros do aço, 10 mm, 12,5
mm e 16 mm, começam a ter influência na distância entre fissuras.
Tabela 4.5 – Análise de variância realizada para o espaçamento médio entre fissuras obtido
pelo ensaio de tirantes.
Análise de Variância (α = 5%)
Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico
Diâmetros do aço (10,0 mm, 12,5 mm
e 16,0 mm) 177,19 2,00 88,59 1447,02 3,12
Condições dos tirantes (referência,
carbonatação e corrosão) 3,86 2,00 1,93 31,51 3,12
Interações entre os diâmetros do aço e
as condições dos tirantes 0,58 4,00 0,14 2,36 2,50
Tabela 4.6 – Análise de variância realizada para o espaçamento médio entre fissuras obtido
pelo ensaio de tirantes (α = 6,2%).
Análise de Variância (α = 6,2%)
Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico
Diâmetros do aço (10,0 mm, 12,5 mm
e 16,0 mm) 177,19 2,00 88,59 1447,02 2,89
Condições dos tirantes (referência,
carbonatação e corrosão) 3,86 2,00 1,93 31,51 2,89
Interações entre os diâmetros do aço e
as condições dos tirantes 0,58 4,00 0,14 2,36 2,35
117
4.2.2 – Análise do Coeficiente de Conformação Superficial
A Tabela 4.7 apresenta os resultados do cálculo do coeficiente de conformação superficial,
de acordo com a NBR 7477 (ABNT, 1982), utilizando a Equação 4.1.
Equação (4.1)
Onde:
η = coeficiente de conformação superficial;
d = lado da seção transversal do tirante;
Δlmédio = distância média entre fissuras, considerando as quatro faces.
Tabela 4.7 – Resultados do coeficiente de conformação superficial (η).
Variável - diâmetro do
aço d (cm) CPM η
T-10,0 4,77 3,70 2,90
T-12,5 5,35 5,60 2,15
T-16,0 6,09 7,40 1,85
TC-10,0 4,77 3,84 2,80
TC-12,5 5,35 5,80 2,07
TC-16,0 6,09 7,50 1,83
TCC-10,0 4,77 4,20 2,55
TCC-12,5 5,35 6,37 1,89
TCC-16,0 6,09 7,68 1,78
Sendo: d = lado da seção transversal do tirante; CPM = média
da distância entre fissuras dos nove tirantes; η = coeficiente de
conformação superficial.
médiol
d
.25,2
118
A Figura 4.7 apresenta a evolução do coeficiente de conformação superficial para as barras
de aço de diâmetros de 10 mm, 12,5 mm e 16 mm, respectivamente, para melhor avaliar o
comportamento da aderência. Pode-se observar que à medida que aumenta o diâmetro da
barra há uma redução no coeficiente de conformação superficial, sendo que os menores
valores foram obtidos para as amostras corrosão. Os valores obtidos do coeficiente de
conformação superficial (η) estão acima de 1,5 conforme recomenda a NBR 7480 (ABNT,
1996).
Figura 4.7 – Comparativo do coeficiente de conformação superficial.
Foi feita a análise de variância para o coeficiente de conformação superficial obtido pelo
ensaio de tirantes, com os dados apresentados na Tabela 4.8, considerando como fonte de
variação as condições dos tirantes (referência, carbonatação, corrosão), e os diâmetros do
aço (10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm), como apresentado na Tabela 4.9.
Como F calculado é maior que F crítico, indicando que a combinação dos fatores
condições dos tirantes e diâmetros do aço é significativa ou, de outra maneira, há evidência
suficiente de que as combinações de efeitos provocados pelos dois fatores influenciem o
coeficiente de conformação superficial.
2,90 2,80
2,55
2,15 2,07 1,89
1,85 1,83 1,78
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
referência carbonatação corrosão
Coef
icie
nte
de
confo
rmaçã
o
sup
erfi
cial
(η)
10,0 mm
12,5 mm
16,0 mm
119
Tabela 4.8 – Tabela utilizada para realizar a análise de variância para o coeficiente de
conformação superficial obtido pelo ensaio de tirantes.
Coeficiente de conformação superficial (η)
Tirantes
Diâmetro da barra (mm)
10 mm 12,5
mm 16 mm
Referência 2,90 2,15 1,85
Carbonatação 2,80 2,07 1,83
Corrosão 2,55 1,89 1,78
Tabela 4.9 – Análise de variância realizada para o coeficiente de conformação superficial
obtido pelo ensaio de tirantes.
Análise de Variância
Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico
Condições dos tirantes (referência,
carbonatação e corrosão) 0,08 2,00 0,04 7,52 6,94
Diâmetros do aço (10,0 mm, 12,5 mm e
16,0 mm) 1,42 2,00 0,71 128,65 6,94
Foi calculada a tensão de aderência, como mostra a Tabela 4.10, aplicando a formulação da
resistência de aderência proposta pela NBR 6118 (ABNT, 2003) inserindo o coeficiente de
conformação superficial experimental (η) para as condições do tipo de barra, calculado
pela formulação da NBR 7477 (ABNT, 1982).
A Figura 4.8 detalha como foi calculada a tensão de aderência para os tirantes. Vale
salientar que esse procedimento ainda não havia sido feito, conforme a revisão da
literatura, sendo uma inovação e possível proposta de aplicação para pesquisas futuras.
Os valores da tensão de aderência calculada pela formulação da NBR 6118 (ABNT, 2003)
fornece apenas um valor igual a 3,54 MPa, pois para a presente pesquisa, foi utilizada
barras nervuradas, considerada todos os tirantes em situação de boa aderência, foram
120
estudados diâmetros das barras menores que 32 mm, e foi utilizado o mesmo concreto para
todos os tirantes.
Figura 4.8 – Detalhamento do cálculo da tensão de aderência utilizando o coeficiente de
conformação superficial experimental.
Tabela 4.10 – Tensão de aderência calculada pela NBR 6118 (ABNT, 2003).
Variável - diâmetro do aço η τ exp NBR 6118 (ABNT, 2003)
(MPa)
T-10,0 2,90 5,39
T-12,5 2,15 3,99
T-16,0 1,85 3,44
TC-10,0 2,80 5,19
TC-12,5 2,07 3,85
TC-16,0 1,83 3,40
TCC-10,0 2,55 4,74
TCC-12,5 1,89 3,51
TCC-16,0 1,78 3,31
4.3 – COMPARATIVOS ENTRE OS ENSAIOS DE ADERÊNCIA
Realizou-se uma comparação dos resultados da tensão de aderência experimental obtida
pelos ensaios de arrancamento e de tirantes, conforme ilustrado na Figura 4.9.
Formulação da tensão de
aderência pela NBR 6118
(ABNT, 2003):
η1 = 1,00 para barras
lisas.
η2 = 1,00 para
situações de boa
aderência.
η3 = 1,00 para φ < 32
mm.
η1 = 1,40 para barras
entalhadas.
η2 = 0,70 para
situações de má
aderência.
η3 =[ (132- φ) / 100],
para φ > 32 mm.
Nesta pesquisa foi
substituído o η1 pelo
ηexperimental
η1 = 2,25 para barras
nervuradas.- -
A NBR 6118 (ABNT, 2003) fornece os valores de η1 , η2 e η3:
ctdbd ff 321
médio
erimentall
d
25,2exp
121
Figura 4.9 – Comparação da tensão de aderência obtida pelos ensaios de arrancamento e
tirantes.
Observa-se que, para ambos os ensaios, a tensão de aderência diminui com o aumento do
diâmetro. Os maiores valores da tensão de aderência foram obtidos nos ensaios de tirantes
para todos os diâmetros e condição de referência, carbonatação e corrosão. As tensões de
aderência foram maiores no ensaio de tirantes devido a barra ser tracionada nas duas
extremidades, sendo que nos blocos de arrancamento tem-se apenas um ponto de aplicação
de carga. Segundo Caetano (2008) a distribuição de tensões de aderência é variável ao
longo do comprimento aderente da barra, sendo a tensão mais elevada próximo ao ponto de
aplicação da carga. Como o bloco de arrancamento possui apenas um ponto de aplicação
quando comparado com os tirantes que possuem dois pontos de aplicação, acabam obtendo
menores tensões de aderência.
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
10 11 12 13 14 15 16
Ten
são
de
ader
ênci
a (M
Pa)
Diâmetro do aço (mm)
τ exp. arrancamento - referência τ exp. tirante - referência τ exp. arrancamento - carbonatação
τ exp. tirante - carbonatação τ exp. arrancamento - corrosão τ exp. tirante - corrosão
Situação φ
(mm)
τ exp.
Arrancamento
(MPa)
τ exp.
Tirantes
(MPa)
Referência 10,00 5,15 5,39
Referência 12,50 3,73 3,99
Referência 16,00 3,14 3,44
Carbonatação 10,00 4,63 5,19
Carbonatação 12,50 3,49 3,85
Carbonatação 16,00 2,74 3,40
Corrosão 10,00 4,19 4,74
Corrosão 12,50 2,96 3,51
Corrosão 16,00 2,54 3,31
122
Nas barras com corrosão generalizada, as maiores tensões de aderência foram obtidas pelo
ensaio de tirantes, este fato se justifica devido os tirantes terem maior comprimento
aderente que os blocos de arrancamento.
Observa-se que, para ambos os ensaios, as maiores tensões de aderência foram obtidas para
as barras de 10 mm, que pode ser justificado pelo maior número de nervuras e menor
espaçamento entre as mesmas. Fusco (1976) enfatiza que o grande número e o pequeno
afastamento das nervuras permitem uma ligação mais efetiva entre o aço e o concreto. As
barras de 10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm obtiveram o espaçamento médio entre nervuras
iguais a 6,50 mm, 8,62 mm e 9,44 mm, respectivamente, conforme apresentado no
Capítulo 3.
4.4 – ENSAIOS DE VIGAS
As vigas de referência, carbonatação e corrosão, são representadas pela letra V, VC e
VCC, seguidas pela respectiva numeração, que representa a quantidade que foi ensaiada
para cada variável.
4.4.1 – Análise da Carga e Modo de Ruptura
As vigas foram ensaiadas em intervalos de carregamento até que se atingisse a ruptura. A
carga adotada no momento da ruptura das vigas foi o valor máximo atingido na leitora da
prensa. Na Tabela 4.11 é apresentado um resumo das principais características das vigas e
suas respectivas cargas de ruptura. As superfícies de ruptura das vigas iniciaram na face
lateral da viga, prolongando-se à face inferior, como mostra a Figura 4.10.
Verifica-se que ocorre uma redução da carga de ruptura nas vigas que sofreram corrosão,
como observado por Rodriguez, Ortega e Casal (1997). A corrosão também leva ao
123
aumento da abertura das fissuras para a carga de serviço e redução da carga última da
estrutura, devido à redução da seção transversal das barras e a redução da aderência entre o
concreto e o aço.
Conforme especificado por Al-jahdali, Wafa, e Shihata (1994), as vigas de referência e
carbonatação romperam no concreto, que consistiu na ruptura do prisma de concreto na
região comprimida e, as vigas de corrosão obtiveram ruptura da armadura de flexão,
devido à aderência entre o concreto e a armadura ter excedido o limite de escoamento do
aço.
Tabela 4.11 – Cargas e modos de ruptura.
Viga Condição Carga de Ruptura (kN) Modo de Ruptura
V-01
Referência
53,0
Concreto V-02 53,4
V-03 53,7
VC-01
Carbonatação
51,0
Concreto VC-02 51,6
VC-03 52,3
VCC-01
Corrosão
50,0
Aço VCC-02 50,5
VCC-02 50,3
Figura 4.10 – Modos de ruptura das vigas.
4.4.2 – Análise do Deslocamento Vertical
Foram feitas leituras de deslocamento vertical em pontos da linha de inflexão de momento
fletor (D1 e D3 – distantes a 162,5 mm do centro da viga) para monitorar possíveis
Referência Carbonatação Corrosão
124
translações (deslocamento de corpo rígido) e, no centro da viga (D2), como apresenta o
Apêndice C.
Os deslocamentos verticais aumentaram com o acréscimo do carregamento sendo que os
maiores valores obtidos foram medidos no ponto central da viga. A Figura 4.11 mostra os
deslocamentos verticais no centro de todas as vigas, até a carga de 50 kN, onde ocorreu a
retirada dos relógios comparadores, para que os mesmos não se danificassem no momento
da ruptura. As vigas que foram submetidas à carbonatação e corrosão foram as que
apresentaram os maiores deslocamentos. Todas as peças obtiveram deslocamentos
simétricos, sendo que foram maiores quando se aproximaram das cargas de ruptura,
conforme ilustra as Figuras 4.12 a 4.20, o desenho acima do gráfico representa a viga com
a respectiva carga de ruptura e o posicionamento dos relógios comparadores D1 a D3.
As vigas que foram submetidas à corrosão de armaduras com a despassivação do aço
induzida pela carbonatação apresentaram um aumento considerável dos deslocamentos no
centro do vão, coincidindo com o observado por Ballim e Reid (2003), em cujo trabalho a
taxa do aumento dos deslocamentos cresceu gradualmente devido à deterioração da
aderência na interface entre o aço e o concreto, causando a diminuição do confinamento
devido ao alargamento da abertura da fissura na parte inferior da viga.
Figura 4.11 – Deslocamentos verticais nos centros de todas as vigas.
0
10
20
30
40
50
0 2 4 6 8 10 12
Car
ga
(kN
)
Deslocamentos centrais (mm)
V-01 V-02 V-03 VC-01 VC-02 VC-03 VCC-01 VCC-02 VCC-03
carbonatação corrosão
125
Figura 4.12 – Deslocamentos verticais da viga V-01.
Figura 4.13 – Deslocamentos verticais da viga V-02.
Figura 4.14 – Deslocamentos verticais da viga V-03.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
V-01
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 53 ,0 kN
centro da viga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
V-02
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 53,4 kN
centro da viga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
V-03
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 53,7 kN
centro da viga
126
Figura 4.15 – Deslocamentos verticais da viga VC-01.
Figura 4.16 – Deslocamentos verticais da viga VC-02.
Figura 4.17 – Deslocamentos verticais da viga VC-03.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
VC-01
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 51,0 kN
centro da viga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
VC-02
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 51,6 kN
centro da viga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
VC-03
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 52,3 kN
centro da viga
127
Figura 4.18 – Deslocamentos verticais da viga VCC-01.
Figura 4.19 – Deslocamentos verticais da viga VCC-02.
Figura 4.20 – Deslocamentos verticais da viga VCC-03.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal
(mm
)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
VCC-01
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 50,0 kN
centro da viga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
ento
ver
tica
l (m
m)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
VCC-02
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 50,5 kN
centro da viga
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
-212,5 0 212,5
Des
loca
men
to v
erti
cal (m
m)
Posição dos relógios em relação ao centro da viga (mm)
VCC-03
10 kN
20 kN
30 kN
40 kN
50 kN
D1 D2D3
Qrup = 50,3 kN
128
A Tabela 4.12 mostra os dados utilizados para realizar a análise de variância para a flecha
central das vigas de referência, com carbonatação e com corrosão, como se observa a
análise na Tabela 4.13. Verifica-se que a condição de corrosão com o acréscimo da carga
aplicada influenciou diretamente na flecha central, como constatado por Azad, Ahmad e
Azher (2007), que ensaiaram 56 vigas e observaram que as vigas corroídas por cloretos
apresentam deflexão superior às vigas não corroídas para um mesmo nível de carga, que
pode levar a problemas de funcionalidade.
Tabela 4.12 – Dados utilizados para realizar a análise de variância da flecha central das
vigas.
Medida central do deslocamento vertical (mm)
Viga Carga (kN)
0 10 20 30 40 50
V-01 150,00 150,00 148,18 147,29 146,18 142,75
V-02 150,00 149,95 148,38 147,89 146,50 142,70
V-03 150,00 149,97 148,25 147,35 146,30 142,65
VC-01 150,00 149,96 149,28 148,78 146,98 142,00
VC-02 150,00 149,95 149,23 148,68 146,68 141,90
VC-03 150,00 149,94 149,25 148,70 146,60 141,80
VCC-01 150,00 149,95 149,33 148,94 147,72 140,49
VCC-02 150,00 149,93 149,31 148,89 147,61 140,39
VCC-03 150,00 149,96 149,43 148,84 147,68 140,44
Tabela 4.13 – Análise de variância realizada para os resultados da flecha central.
Análise de Variância
Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico
Condições das vigas (referência,
carbonatação e corrosão) 0,94 2,00 0,47 39,25 3,26
Carregamentos aplicados (0, 10
kN, 20 kN, 30 kN, 40 kN e 50 kN) 443,35 5,00 88,67 7427,00 2,48
Interações entre as condições das
vigas e carregamentos aplicados 15,33 10,00 1,53 128,37 2,11
129
4.4.3 – Análise da Deformação na Armadura Longitudinal
Foram realizadas medidas de deformações nas barras de aço da armadura longitudinal das
vigas, como apresenta o Apêndice D. Os maiores pontos de deslocamento foram atingidos
pelos pontos mais próximos ao centro da viga (E2), sendo que nas vigas que sofreram
corrosão, a ruptura ocorreu na armadura e não no concreto, como foram com as demais. Os
extensômetros receberam o mesmo posicionamento dos relógios comparadores, sendo os
extensômetros laterais nomeados por E1 e E3, respectivamente, distantes a 162,5 mm do
centro da viga, e o extensômetro central chamado de E2. As Figuras de 4.21 a 4.29
mostram os gráficos da carga versus deformação da armadura longitudinal de todas as
vigas.
Observou-se que, para as vigas de referência, a armadura de flexão apresentou
praticamente a mesma deformação, sendo maiores para o extensômetro posicionado no
centro da viga (E2). Para as vigas carbonatadas, nota-se que o extensômetro posicionado
no centro da viga sofreu grandes deformações, onde o aço escoou até ocorrer a ruptura do
concreto. Nas vigas corroídas, o aço escoou, mas devido à corrosão generalizada, e
consequente redução da seção transversal da barra, acabou ocorrendo a ruptura do aço.
Figura 4.21 – Deformações da armadura longitudinal da viga V-01.
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
V-01
E1
E2
E3
162,5 mm 162,5 mm
130
Figura 4.22 – Deformações da armadura longitudinal da viga V-02.
Figura 4.23 – Deformações da armadura longitudinal da viga V-03.
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
V-02
E1
E2
E3
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
V-03
E1
E2
E3
162,5 mm 162,5 mm
162,5 mm 162,5 mm
131
Figura 4.24 – Deformações da armadura longitudinal da viga VC-01.
Figura 4.25 – Deformações da armadura longitudinal da viga VC-02.
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
VC-01
E1
E2
E3
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
VC-02
E1
E2
E3
162,5 mm 162,5 mm
162,5 mm 162,5 mm
132
Figura 4.26 – Deformações da armadura longitudinal da viga VC-03.
Figura 4.27 – Deformações da armadura longitudinal da viga VCC-01.
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
VC-03
E1
E2
E3
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
VCC-01
E1
E2
E3
162,5 mm 162,5 mm
162,5 mm 162,5 mm
133
Figura 4.28 – Deformações da armadura longitudinal da viga VCC-02.
Figura 4.29 – Deformações da armadura longitudinal da viga VCC-03.
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deslocamento (mm/m)
VCC-02
E1
E2
E3
0
10
20
30
40
50
0 5 10 15 20
Car
ga
(kN
)
Deformação (mm/m)
VCC-03
E1
E2
E3
162,5 mm 162,5 mm
162,5 mm 162,5 mm
134
4.4.4 – Análise das Fissuras
As fissuras, visivelmente, surgiram na superfície lateral central e se desenvolveram de
forma semelhante em todas as vigas. As fissuras transversais (verticais) foram as primeiras
a surgirem, em todas as vigas, no centro e se propagaram em direção à face superior com o
aumento do carregamento. As primeiras fissuras apareceram com uma carga de 17 kN nas
vigas, exceto nas vigas de referência, onde elas surgiram com uma carga de 19 kN. A
Figura 4.30 mostra as fotografias das vigas fissuradas.
Durante os ensaios foi possível perceber que o início da fissuração ocorreu primeiro para
as vigas carbonatadas e para as corroídas, sendo que para as vigas com corrosão ocorreu
uma maior abertura da fissura central, conforme mostra a Figura 4.31, como observado nos
trabalhos de Ballim e Reid (2003) e Rodriguez, Ortega e Casal (1997), que constataram
que na presença de corrosão pode ocorrer o aumento da abertura das fissuras para a carga
de serviço antes da ruptura.
Figura 4.30 – Fissuração das vigas.
Figura 4.31 – Alargamento na fissura central da viga corroída antes da ruptura do aço.
Viga Carbonatada e com
Corrosão Viga Carbonatada Viga de Referência
135
4.4.5 – Análise da Redução do Diâmetro da Armadura de Flexão
Foram realizadas quatro medidas da seção transversal da barra de 6,3 mm, como mostra a
Figura 4.32 em dez pontos ao longo do comprimento da barra utilizando-se um
paquímetro. O comportamento das medições do aço após a corrosão é apresentado na
Figura 4.33. Verifica-se que as menores medições dos diâmetros foram obtidas no centro
da viga que, além da redução causada pelo processo corrosivo, houve a parcela da
deformação do aço, causada pela flexão, que foi maior no centro da viga.
Figura 4.32 – Paquímetro, esquema das quatro medidas da seção transversal e medição do
diâmetro do aço girando em quatro medidas em dez posições ao longo da barra.
Figura 4.33 – Comparação da diminuição do diâmetro do aço de 6,3 mm para as três vigas
ensaiadas.
5,00
5,25
5,50
5,75
6,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Med
ida
do
diâ
met
ro d
o a
ço (
mm
)
N° de medições do diâmetro do aço
Diminuição do diâmetro do aço após corrosão
VCC-01
VCC-02
VCC-03
136
A Figura 4.34 apresenta a perda de seção transversal do aço de 6,3 mm de diâmetro após o
processo corrosivo e ruptura da viga. Observa-se que a porcentagem média de perda da
seção do aço ficou entre 23,75 % e 24,33 %, A grande redução da seção transversal
reduziu a capacidade portante das vigas, que quando solicitadas na armadura de flexão,
acabaram rompendo de forma brusca no aço. Como observado por Rodriguez, Ortega e
Casal (1997), que constataram que a flecha do centro do vão aumenta em vigas afetadas
pela corrosão, devido à redução da seção transversal das barras levando ao aumento da
abertura das fissuras para a carga de serviço e redução da carga última da viga.
Figura 4.34 – Perda de seção transversal do aço de diâmetro de 6,3 mm.
4.6 – ANÁLISE DA TAXA DE CORROSÃO
A intensidade do processo corrosivo foi expressa a partir do cálculo da taxa de corrosão,
utilizando as formulações das normas ASTM G1-72 e NACE RP 0775/87, conforme
indicam as Equações 4.2 e 4.3, respectivamente. Segundo Gentil (1996), a taxa de
corrosão, serve para estimar o tempo de vida útil de uma determinada estrutura, sendo
23,75%
24,33%
24,17%
VCC-01 VCC-02 VCC-03
% de perda da seção transversal do aço de 6,3 mm
137
obtida pela diferença de peso apresentada pelo material metálico durante intervalos de
tempo de exposição ao meio corrosivo.
Equação (4.2)
Sendo:
mmpy = perda da espessura, em mm/ano;
Δm = perda de massa, em mg;
S = área exposta, em pol2;
t = tempo de exposição, em horas;
ρ = massa específica do material, em g/cm3.
Std
xxmassadeperdaT
1000365 Equação (4.3)
Sendo:
T = taxa de corrosão, em mm/ano;
S = área exposta da superfície, em mm2;
t = tempo de exposição, em dias;
d = densidade, em g/cm3.
St
,mmpy m5613
138
A Norma Nace-RP-07-75 estabelece a classificação da corrosividade, como mostra a
Tabela 4.14.
Tabela 4.14 – Classificação da corrosividade de acordo com a Norma Nace-RP-07-75.
Corrosão uniforme (mm/ano) Corrosividade
< 0,025 Baixa
0,025 a 0,120 Moderada
0,130 a 0,250 Alta
>0,250 Severa
A Tabela 4.15 mostra os resultados obtidos para avaliar a taxa de corrosão por diferentes
métodos. Verifica-se que os valores médios das taxas de corrosão (T) estimadas pelas
normas ASTM G1-72 e NACE RP 0775/87 são próximos, evidenciando a semelhança dos
métodos. Segundo a classificação da norma NACE RP 0775/87, apenas a taxas de corrosão
uniforme (T) para o ensaio de arrancamento com barra de aço de 10,0 mm de diâmetro
ficou acima de 0,25 mm/ano, classificando a corrosividade como severa. Para os demais
blocos de arrancamento a corrosividade é classificada como alta.
Nos tirantes, foi verificada aumento da taxa de corrosão com o aumento do diâmetro de 10
mm para 12,5 e, uma menor redução para as barras de 16 mm. A corrosividade dos tirantes
é classificada como moderada. Verificou-se nas vigas que a corrosividade é classificada
como alta.
Os menores comprimentos aderentes apresentaram as maiores taxas de corrosão, pois
possuem uma menor área de exposição à corrosão. Este fato se justifica, pois a taxa de
corrosão é medida em mm/ano, e durante o período de um ano, os menores trechos
aderentes terão as menores áreas, que com o mesmo procedimento para acelerar a corrosão
para todos os tamanhos de comprimentos aderentes, haverá uma maior redução nos
menores trechos aderentes, como pode ser verificado na Tabela 4.16.
139
Tabela 4.15 – Avaliação da taxa de corrosão por diferentes métodos.
Variável -
diâmetro do aço
Perda
de
massa
(%)
T ASTM G1-72
média
(mm/ano)
T NACE RP 0775/87
média
(mm/ano)
Trecho
aderente
(cm)
ACC-10,0 1,139 0,253 0,261 5,000
ACC-12,5 1,036 0,230 0,237 6,250
ACC-16,0 0,984 0,218 0,225 8,000
TCC-10,0 7,028 0,065 0,067 75,000
TCC-12,5 6,509 0,075 0,078 85,000
TCC-16,0 4,225 0,062 0,065 95,000
A perda de massa, em %, foi obtida pela relação entre a perda de massa experimental e a
massa inicial, calculadas para os dois tipos de ensaios, não sendo calculada para o ensaio
de vigas, devido a dificuldade da limpeza da barra após os ensaios, onde os maiores
valores obtidos foram para o ensaio de tirantes, que possui o menor cobrimento do
concreto e, os menores valores foram alcançados pelos ensaios de arrancamentos.
Verifica-se que, o tipo de ensaio que possui o menor cobrimento do concreto em relação à
área lateral ao aço, possui resistividade e corrente diferentes, atingindo maiores perdas de
massa do aço para o mesmo tempo de aplicação da corrente.
Para verificar a influência da perda de massa nos diferentes ensaios de aderência, para
diferentes diâmetros de aço, foi realizada a análise de variância, com os dados mostrados
na Tabela 4.16. A análise de variância realizada para os resultados da perda de massa
obtidos pelos ensaios de arrancamento e tirantes é apresentada na Tabela 4.17.
O resultado da análise de variância mostra que o tipo de ensaio de aderência e os três
diâmetros de aço, possuem valores significativos na perda de massa quando analisada suas
interações, onde F calculado é maior que F crítico. A fonte de variação tipo de ensaio de
aderência apresentou o F calculado bem maior que o crítico. Este fato se justifica devido às
áreas laterais da armadura e ao volume da massa de concreto, que foram utilizados para
acelerar a corrosão, serem diferentes para cada tipo de ensaio.
140
Tabela 4.16 – Dados utilizados para analisar a variância para a perda de massa (%).
Perda de Massa (%)
φ Ensaio de Arrancamento Ensaio de Tirantes
10 mm 1,16 7,09
10 mm 1,13 7,12
10 mm 1,12 6,87
12,5 mm 1,03 6,49
12,5 mm 1,03 6,52
12,5 mm 1,05 6,51
16 mm 0,98 4,25
16 mm 0,98 4,21
16 mm 0,99 4,22
Tabela 4.17 – Análise de variância realizada para os resultados da perda de massa obtidos
pelos ensaios de arrancamentos e tirantes.
Análise de Variância
Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico
Diâmetros do aço (10,0 mm, 12,5
mm e 16,0 mm) 7,28 2,00 3,64 1096,81 3,89
Tipo de ensaio (arrancamento e
tirantes) 106,63 1,00 106,63 32149,35 4,75
Interações entre diâmetros dos
aços e ensaios de arrancamento e
tirantes
6,07 2,00 3,03 915,02 3,89
141
5 – AVALIAÇÃO TEÓRICA DA INFLUÊNCIA DA CORROSÃO NA
TENSÃO DE ADERÊNCIA
Este capítulo apresenta a comparação entre os resultados experimentais para os modelos de
arrancamento e de tirantes e sua correspondente comparação com os modelos de previsão
da tensão de aderência pelas normas de projeto e formulações da literatura.
5.1 – NORMAS DE PROJETO
Serão analisadas as tensões de aderência estimadas pelas seguintes normas: NBR 6118
(ABNT, 2003), CEB-FIP MC 1990 (1999) e EUROCODE 2 (1992). A Tabela 5.1 mostra
os resultados das tensões de aderência calculadas pelas referidas normas. Verifica-se que,
como mostrado no capítulo 2, de revisão bibliográfica, as formulações das normas indicam
apenas um valor de tensão de aderência, pois considera a conformação superficial da barra
(lisa, nervurada ou entalhada), a situação de aderência (boa ou má aderência), a condição
do diâmetro da barra (quando maior ou menor a 32 mm), e resistência à tração do concreto
(que é a relação do fctk,inf pelo c). Na presente tese, essas variáveis foram as mesmas,
considerando barra nervurada, situação de boa aderência e diâmetro menor que 32 mm,
diferenciando apenas o cálculo do fctk,inf de acordo com cada tipo de norma, como foi
apresentado no Capítulo 2. Assim, foi fornecido apenas um valor da tensão de aderência,
conforme Tabela 5.1.
Tabela 5.1 – Tensão de aderência calculada pelas normas de projeto.
Tensão de Aderência (MPa)
τ NBR 6118 (ABNT, 2003) τ CEB-FIP MC 1990 (1999) τ EUROCODE 2 (1992)
3,54 3,26 3,40
A Figura 5.1 mostra os valores experimentais da tensão de aderência obtidos pelos ensaios
de arrancamento e de tirantes. Os maiores valores experimentais da tensão de aderência
142
foram os obtidos para o diâmetro de 10,0 mm, como pode ser verificado na Figura 5.1, e
para o ensaio de tirantes, para todos os diâmetros e condições de referência, carbonatação e
corrosão.
A Tabela 5.2 mostra a relação entre a tensão de aderência experimental e as estimadas
pelas normas de projeto. Todas as normas subestimaram a tensão de aderência para as
barras de 10,0 mm, para os resultados experimentais referentes ao ensaio de arrancamento.
Para o diâmetro de 12,5 mm, na condição de referência, as normas subestimam a
resistência. Para os demais diâmetros de 12,5 mm e 16,0 mm nas condições de
carbonatação e corrosão, as normas CEB-FIP MC 1990 (1999) e EUROCODE 2 (1992)
superestimam a tensão de aderência. Almeida Filho (2006) observou que os resultados
calculados pelas três normas para seus ensaios de arrancamento se apresentaram mais
conservadores frente aos experimentais.
Para o ensaio de tirantes, a NBR 6118 (ABNT, 2003) fornece experimentalmente o
coeficiente de conformação superficial, e calcula a tensão de aderência pela Equação 2.15.
A Tabela 5.3 apresenta o cálculo da tensão de aderência considerando o coeficiente de
conformação superficial experimental. Verifica-se que, para as barras de 12,5 mm e 16,0
mm, o cálculo da tensão de aderência forneceu valores à favor da segurança. Em
contrapartida, para as barras de 10 mm, o resultado calculado subestimou o resultado
experimental.
Figura 5.1 – Tensão de aderência experimental.
0
1
2
3
4
5
6
A-10,0 AC-10,0 ACC-10,0 A-12,5 AC-12,5 ACC-12,5 A-16,0 AC-16,0 ACC-16,0
τex
p. (
MP
a)
τ exp. - Ensaio de Arrancamento
0
1
2
3
4
5
6
T-10,0 TC-10,0 TCC-10,0 T-12,5 TC-12,5 TCC-12,5 T-16,0 TC-16,0 TCC-16,0
τ ex
p. (
MP
a)
τ exp. - Ensaio de Tirantes
143
Tabela 5.2 – Relação entre a tensão de aderência experimental e as estimadas pelas
normas.
Variável-diâmetro do aço
τ exp. τ exp./τu NBR 6118
(ABNT, 2003) τ exp./τu CEB-FIP MC
1990 (1999) τ exp./τu EUROCODE 2
(1992)
A-10,0 5,11 1,46 1,58 1,58
A-12,5 3,70 1,06 1,14 1,14
A-16,0 3,12 0,89 0,96 0,96
AC-10,0 4,63 1,31 1,42 1,42
AC-12,5 3,46 0,99 1,07 1,07
AC-16,0 2,74 0,78 0,84 0,84
ACC-10,0 4,18 1,19 1,28 1,28
ACC-12,5 2,97 0,84 0,91 0,91
ACC-16,0 2,53 0,72 0,78 0,78
T-10,0 5,39 1,52 1,65 1,65
T-12,5 3,99 1,13 1,22 1,22
T-16,0 3,44 0,97 1,05 1,05
TC-10,0 5,19 1,47 1,59 1,59
TC-12,5 3,85 1,09 1,18 1,18
TC-16,0 3,40 0,96 1,04 1,04
TCC-10,0 4,74 1,34 1,45 1,45
TCC-12,5 3,51 0,99 1,08 1,08
TCC-16,0 3,31 0,94 1,01 1,01
Tabela 5.3 – Cálculo da tensão de aderência considerando o coeficiente de conformação
superficial experimental.
Variável -
diâmetro do aço
τ exp NBR 6118
(ABNT, 2003)
τ NBR 6118
(ABNT, 2003)
τ exp NBR 6118 (ABNT, 2003) /
τ NBR 6118 (ABNT, 2003)
T-10 5,39 4,18 1,29
T-12,5 3,99 4,18 0,95
T-16 3,44 4,18 0,82
TC-10 5,19 4,18 1,24
TC-12,5 3,85 4,18 0,92
TC-16 3,4 4,18 0,81
TCC-10 4,74 4,18 1,13
TCC-12,5 3,51 4,18 0,84
TCC-16 3,31 4,18 0,79
A Figura 5.2 mostra a relação da tensão de aderência experimental pela calculada pelas
normas NBR 6118 (ABNT, 2003), CEB-FIP MC 1990 (1999) e EUROCODE 2 (1992),
para os ensaio de tirantes.
144
Figura 5.2 – Relação entre as tensões de aderência experimentais e as estimadas pelas
normas.
Os resultados experimentais da presente pesquisa foram utilizados para aproximar os
resultados da expressão da NBR 6118 (ABNT, 2003) aos resultados reais. Para obter uma
função real que passe mais próximo dos pontos (x,y), que são os resultados experimentais
da presente pesquisa, sendo x, os valores dos diâmetros do aço, e y, os valores para τ exp /
τ NBR 6118 (ABNT, 2003), utilizou-se a reta dos mínimos quadrados, como apresenta a Tabela
5.4.
Tabela 5.4 – Reta dos mínimos quadrados.
NBR 6118 (ABNT, 2003) y
constante (a)
ϕ 10,0 mm -0,0919 . φ + 1,6281 1,5
ϕ > 10,0 mm -0,0389 . φ + 1,1498 1,1
A fórmula proposta está apresentada na Equação 5.1, e foi validada sendo aplicada aos
resultados de França (2004), o que indicou resultados satisfatórios, como mostra a Figura
5.3. A demonstração da referida fórmula está apresentada no Apêndice E. Para as barras de
16,0 mm os resultados ficaram bem próximos, nas barras de 12,5 mm os resultados ficaram
um pouco subestimados, e para as barras de 10,0 mm, os resultados ficaram a favor da
0
1
2
τ exp./τu NBR 6118 (ABNT,
2003)
τ exp./τu CEB-FIP MC 1990 (1999)
τ exp./τu EUROCODE 2
(1992)
T-10,0 T-12,5 T-16,0
0
1
2
τ exp./τu NBR 6118 (ABNT,
2003)
τ exp./τu CEB-FIP MC 1990 (1999)
τ exp./τu EUROCODE 2
(1992)
TC-10,0 TC-12,5 TC-16,0
0
1
2
τ exp./τu NBR 6118 (ABNT,
2003)
τ exp./τu CEB-FIP MC 1990 (1999)
τ exp./τu EUROCODE 2
(1992)
TCC-10,0 TCC-12,5 TCC-16,0
145
segurança. Consideram-se bons resultados devido ao pequeno número de amostras
utilizadas para a obtenção da constante (a).
médio
ctk
L
afd
).(....61,1 inf,32 Equação (5.1)
Sendo:
d = lado da seção do tirante, em cm.
η2 = 1,0 para situações de boa aderência.
η2 = 0,7 para situações de má aderência.
η3 = 1,0 para ϕ < 32 mm.
η3 = , para ϕ > 32 mm.
fctk,inf = resistência à tração característica do concreto inferior.
a = constante proposta de acordo com o diâmetro do aço.
Δl médio = espaçamento médio entre fissuras.
Figura 5.3 – Relação entre as tensões de aderência experimentais da pesquisa de França
(2004) e as estimadas pela Equação 5.1.
100
132
0
1
T-10,0 T-12,5 T-16,0
T-10,0 T-12,5 T-16,0
146
5.2 – FORMULAÇÕES DA LITERATURA
São apresentadas as comparações dos resultados experimentais com os fornecidos pelos
métodos de cálculo propostos por Orangun et al. (1977), Kemp (1986), Chapman e Shah
(1987), Harajli (1994) e Al-Jahdali et al. (1994). A Figura 5.4 ilustram os valores da tensão
de aderência experimental resultante dos ensaios de arrancamento (A) e tirantes (T), e os
valores estimados pela literatura. Verifica-se que, para todas as situações, os valores
experimentais são maiores que os estimados pelos métodos propostos.
Arrancamento:
Tirantes:
Figura 5.4 – Comparação entre as tensões de aderência experimentais e as estimadas pelas
normas.
0
1
2
3
4
5
6
τ exp. τ Orangun, Jirsa e Breen
(1977)
τ Kemp (1986)
τ Chapman e Shah (1987)
τ Harajli (1994)
τ Al-jahdali, Wafa e
Shihata (1994)
A-10,0 A-12,5 A-16,0
0
1
2
3
4
5
6
τ exp. τ Orangun, Jirsa e Breen
(1977)
τ Kemp (1986)
τ Chapman e Shah (1987)
τ Harajli (1994)
τ Al-jahdali, Wafa e
Shihata (1994)
AC-10,0 AC-12,5 AC-16,0
0
1
2
3
4
5
6
τ exp. τ Orangun, Jirsa e Breen
(1977)
τ Kemp (1986)
τ Chapman e Shah (1987)
τ Harajli (1994)
τ Al-jahdali, Wafa e
Shihata (1994)
ACC-10,0 ACC-12,5 ACC-16,0
0
1
2
3
4
5
6
τ exp. τ Orangun, Jirsa e Breen
(1977)
τ Kemp (1986)
τ Chapman e Shah (1987)
τ Harajli (1994)
τ Al-jahdali, Wafa e
Shihata (1994)
T-10,0 T-12,5 T-16,0
0
1
2
3
4
5
6
τ exp. τ Orangun, Jirsa e Breen
(1977)
τ Kemp (1986)
τ Chapman e Shah (1987)
τ Harajli (1994)
τ Al-jahdali, Wafa e
Shihata (1994)
TC-10,0 TC-12,5 TC-16,0
0
1
2
3
4
5
6
τ exp. τ Orangun, Jirsa e Breen
(1977)
τ Kemp (1986)
τ Chapman e Shah (1987)
τ Harajli (1994)
τ Al-jahdali, Wafa e
Shihata (1994)
TCC-10,0 TCC-12,5 TCC-16,0
147
A formulação que mais se aproximou dos valores experimentais para o ensaio de
arrancamento foi a de Kemp (1986), exceto para o diâmetro de 10 mm. No ensaio de
tirantes, as formulações de Orangun et al. (1977), Chapman e Shah (1987), Harajli (1994)
e Al-Jahdali et al. (1994) tiveram um comportamento inverso ao experimental, sendo as
maiores tensões de aderência obtidas para os maiores diâmetro. Nos tirantes, a formulação
de Kemp (1986) apresentou o comportamento mais próximo dos resultados experimentais
desta pesquisa, sendo as maiores tensões de aderência obtidas para os menores diâmetros,
porém com um comportamento mais linear, pois a formulação de Kemp (1986) não
considera o efeito da corrosão na tensão de aderência. Será proposta na Equação 5.2 uma
alteração da formulação de Kemp (1986) incluindo a avaliação da corrosão por meio da
perda de espessura, como analisado no Capítulo 4. A demonstração desta fórmula é
mostrada no Apêndice F.
cfm
Tdtc
3650.
....716,22,232
Equação (5.2)
Sendo:
c = cobrimento do aço, em cm.
t = tempo de exposição, em dias.
d = densidade, em g/cm3.
T = taxa de corrosão, em mm/ano.
Δm = perda de peso, em %.
A Equação 5.2 foi aplicada para os dados da presente pesquisa, como mostra a Tabela 5.5.
Verifica-se que, para ambos os ensaios, a tensão de aderência experimental para o diâmetro
de 10,0 mm foi maior que a estimada pelas normas, literatura e pela formulação proposta.
Pode-se justificar que, antes da fissuração, para níveis baixos de corrosão, ocorre pressão
148
ao redor da barra e um aumento na capacidade de aderência, devido ao aumento da fricção
entre a barra corroída e o concreto (CORONELLI, 2002), como nesta pesquisa não houve
corrosão intensa, isto pode ter ocorrido.
Tabela 5.5 – Comparação dos valores da tensão de aderência experimental com os
estimados pela formulação proposta.
Variável - diâmetro do aço τ exp.
(MPa)
τ proposto
(MPa)
ACC-10 4,19 2,80
ACC-12,5 2,96 2,55
ACC-16 2,54 2,21
TCC-10 4,74 2,69
TCC-12,5 3,51 3,28
TCC-16 3,31 4,24
Outra justificativa pode ser o número e espaçamento das nervuras, que conforme Fusco
(1976), mencionado anteriormente, pode aumentar a tensão de aderência. As nervuras do
diâmetro de 10,0 mm possuem espaçamento médio entre nervuras igual a 6,50 mm, cujas
medidas foram apresentadas no Capítulo 3, sendo os menores espaçamentos quando
comparados com as barras de 12,5 mm e 16,0 mm, com espaçamentos iguais a 8,62 mm e
9,44 mm, respectivamente.
Para a barra de 16,0 mm, do ensaio de tirantes, o valor experimental foi menor que o
proposto, que pode ser justificado pelo grande comprimento aderente, que pode ser
resultante de uma maior quantidade de material poroso na interface concreto-aço, como
discutido no capítulo 4.
Recomenda-se a aplicação da Equação 5.2 apenas para fins de pesquisa, onde se tem uma
corrente imposta.
149
6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo, são apresentadas as principais conclusões desta pesquisa e, sugestões para
trabalhos futuros, visando aprimorar a influência da corrosão induzida por carbonatação
nas respostas estruturais de elementos de concreto armado.
6.1 – CONCLUSÕES
A seguir, serão descritas as conclusões obtidas em função da análise dos resultados dos
procedimentos adotados.
6.1.1 – Metodologia
Em relação à metodologia utilizada para provocar a carbonatação, pode-se afirmar que,
apesar sido utilizado um procedimento empírico em recipientes plásticos todas as peças
foram totalmente carbonatadas.
Quanto ao ensaio de corrosão, apesar do procedimento ter apresentado deficiências quanto
à quantidade de corrente imposta a cada corpo-de-prova impedindo que ela fosse medida e
também pela inexistência de umidade externa para acelerar o processo, constatou-se que
todas as armaduras apresentaram corrosão, com consequência nos comportamentos dos
sistemas estudados tanto nos ensaios de arrancamento e de tirantes como nos de vigas.
6.1.2 – Ensaio de Arrancamento
150
As maiores tensões de aderência foram obtidas para os blocos com menores diâmetros para
todas as condições, referência, carbonatação e corrosão. A provável causa deste
comportamento pode ser a espessura da zona de transição e a altura das nervuras, que é
mais espessa e maior, respectivamente, nas barras de maior diâmetro o que pode
enfraquecer a ligação entre o concreto e o aço.
Em relação aos deslizamentos de 0,01 mm, 0,10 mm e 1,00 mm, as tensões de aderência
foram maiores para os menores diâmetros, provavelmente devido à exsudação interna,
causada pela maior quantidade de material poroso (zona de transição) na interface
concreto-aço, e à maior dimensão das nervuras.
A distância do ponto de aplicação da carga em relação ao comprimento do trecho aderente
influencia a tensão de aderência, sendo que, os maiores comprimentos aderentes, que
correspondem a cinco vezes o diâmetro do aço, e encontram-se mais distantes do ponto de
aplicação da carga, possuem a menor tensão de aderência.
Pela análise de variância verifica-se que o diâmetro do aço tem influência significativa no
resultado da tensão de aderência obtida pelo ensaio de arrancamento, obtendo um F
calculado de 9214,80 e um F crítico igual a 3,55. A condição do bloco (referência,
carbonatação e corrosão) teve uma menor influência na tensão de arrancamento, com o
valor de F calculado e F crítico iguais a 1566,18 e 3,55, respectivamente. A interação entre
os diâmetros do aço e os blocos de arrancamento no resultado da tensão obteve um F
calculado bem inferior aos obtidos quando analisado o diâmetro do aço e a condição do
bloco separadamente, indicando que, o diâmetro do aço tem maior influência na tensão de
aderência.
Na análise da deformação do aço no trecho não aderente verificou-se que as maiores
deformações foram obtidas nos blocos com corrosão, com ruptura no aço.A barra de aço
escoou antes de atingir a capacidade resistente entre o aço e o concreto. Provavelmente
151
essas maiores deformações podem ser resultantes de alteração das características do aço
após a imposição da corrente elétrica no ensaio de aceleração da corrosão.
Os blocos que não sofreram corrosão romperam por deslizamento do aço, considerado um
tipo dúctil de ruptura, e os blocos que sofreram corrosão romperam no aço. Conclui-se que
a ruptura ocorreu devido a diminuição da altura da nervura de forma generalizada,
resultante do processo corrosivo.
6.1.3 – Ensaio de Tirantes
Os menores espaçamentos entre as fissuras nos tirantes foram obtidos para as barras de
menor diâmetro. Na análise de variância, que avaliou o espaçamento médio entre fissuras
dos nove corpos de prova ensaiados em relação aos diâmetros do aço, e das condições de
referência, carbonatação e corrosão dos tirantes ensaiados, concluiu-se que os diâmetros
dos aços de 10,0 mm, 12,5 mm e 16,0 mm e as condições dos tirantes (referência,
carbonatação e corrosão) tiveram influência significativa na distância entre as fissuras, com
F calculados iguais a 1447,02 e 31,51, respectivamente, e F crítico igual a 3,12 para as
duas fontes de variação, diâmetro do aço e condições dos tirantes. As interações entre os
diâmetros do aço e as condições dos tirantes, para nível de significância de 5%, não
influenciaram o espaçamento entre fissuras, começando a influenciar quando aumenta o
nível de significância para 6%, concluindo que essas interações não tem influência na
tensão de aderência.
Em relação ao coeficiente de conformação superficial, observou-se que, à medida que
aumenta o diâmetro da barra, há uma redução no coeficiente de conformação superficial,
sendo que os menores valores foram obtidos para as amostras corrosão. Todos os valores
estão acima de 1,5 conforme recomenda a NBR 7480 (ABNT, 1996). Na análise de
variância do coeficiente de conformação superficial concluiu-se que o diâmetro do aço tem
mais influência no coeficiente de conformação superficial do que as condições dos tirantes
(referência, carbonatação e corrosão).
152
Conclui-se que, para ambos os ensaios, a tensão de aderência diminuiu com o aumento do
diâmetro, sendo os maiores valores da tensão de aderência obtidos nos ensaios de tirantes
por possuir dois pontos de aplicação de carga, sendo a tensão de aderência mais elevada
próximo ao ponto de aplicação da carga.
Os maiores valores da tensão de aderência para ambos os ensaios foram maiores para as
barras de 10,0 mm devido, provavelmente, ao maior número de nervuras e menor
espaçamento entre as nervuras.
Concluiu-se que, nas amostras com corrosão generalizada, apesar da corrosão ser pequena,
houve uma redução da seção transversal da barra, gerando uma considerável redução na
tensão de aderência.
6.1.4 – Ensaio de Vigas
As maiores cargas de ruptura foram para as vigas de referência, seguidas pelas vigas
carbonatadas e, as menores cargas foram obtidas para as vigas com corrosão. Conclui-se
que a corrosão levou ao aumento da abertura da fissura para a carga de serviço e redução
da carga última das vigas, devido à redução da seção transversal da barra longitudinal.
Os maiores deslocamentos verticais foram obtidos no ponto central da viga. As vigas que
apresentaram os maiores deslocamentos foram as vigas corroídas, devido à diminuição do
confinamento causada pela maior abertura da fissura na sua parte inferior.
Com a análise de variância realizada para a flecha central das vigas, concluiu-se que a
condição de corrosão com o acréscimo da carga aplicada influenciou diretamente na flecha
central.
153
Observou-se que, para as vigas de referência, a armadura de flexão apresentou
praticamente a mesma deformação, sendo maiores para o extensômetro posicionado no
centro da viga (E2). Para as vigas carbonatadas, nota-se que o extensômetro posicionado
no centro da viga sofreu grandes deformações, onde o aço escoou até ocorrer a ruptura do
concreto. Nas vigas corroídas, ocorreu o inverso das carbonatadas, o aço escoou, mas
devido à corrosão generalizada, acabou ocorrendo a ruptura do aço, provavelmente, devido
à diminuição da seção transversal da barra causada pelo processo corrosivo.
As medições do aço após a corrosão comprovaram que, mesmo com a parcela da
deformação do aço, que foi maior no centro da viga, houve a diminuição do diâmetro da
barra de 6,3 mm nas extremidades da barra, onde a flexão é menos influente. Pode-se
concluir que, a grande redução da seção transversal reduziu a capacidade portante das
vigas, que romperam de forma brusca no aço.
6.1.5 – Avaliação Teórica das Normas de Projeto e Formulações da Literatura
As normas de projeto apresentaram valores mais próximos aos experimentais que as
formulações da literatura, porém subestimaram a tensão de aderência em todas as
condições e tipo de ensaio para a barra de 10,0 mm. O mesmo ocorreu no ensaio de tirantes
para as barras de 12,5 mm para todas as normas. No ensaio de arrancamento subestimou a
tensão de aderência para as barras de 12,5 mm apenas para a condição de referência, donde
se conclui que deve ser feito um melhor estudo das formulações das normas considerando
os resultados experimentais da literatura, para que os resultados das normas se aproximem
mais do real.
6.1.6 – Formulações Propostas
154
A fórmula proposta para o ensaio de tirantes indicou resultados satisfatórios quando
aplicada no trabalho de França (2004). No entanto, esta formulação dever ser melhor
avaliada com outros trabalhos. A fórmula proposta para o ensaio de arrancamento tem a
limitação de ter sido obtida pela corrosão de uma corrente imposta, o que impõe que ela
dever ser aplicada somente nestas condições.
6.2 –RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Recomenda-se a continuação desta pesquisa, avaliando não apenas a resposta estrutural,
mas focando na resistividade elétrica do concreto e técnicas eletroquímicas.
Como propostas para pesquisas futuras sugerem-se:
Realização de ensaios de aderência em vigas carbonatadas e com posterior
corrosão, conforme proposto pela Rilem FIP CEB (1983), para melhor
representação do comportamento real de estruturas submetidas à ação de momento
fletor;
Estudar peças estruturais, como lajes e pilares, a fim de verificar a influência da
corrosão e carbonatação em estruturas reais, de preferência, com pré-carregamento;
Desenvolvimento de um modelo numérico com a finalidade de se obter melhor
aproximação das formulações teóricas em relação aos resultados experimentais.
155
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166
APÊNDICE A
CÁLCULO DA TENSÃO DE ADERÊNCIA PARA OS BLOCOS DE
ARRANCAMENTO – RILEM-CEB-FIP (1983)
São apresentados os valores da tensão de aderência para blocos de arrancamento,
calculadas de acordo com a Equação A.1, utilizando a média dos valores correspondentes
aos deslizamentos 0,01 mm, 0,1 mm e, 1,0 mm, conforme recomendação do Rilem-Ceb-
Fip (1983), como apresentam as Tabelas A.1 a A.3.
al
P
A
P
.. Equação (A.1)
Sendo:
τ = Tensão de aderência, MPa;
P = Carga de tração aplicada em um extremo do bloco de arrancamento, kN;
A = Área do trecho aderente, cm2;
ϕ = Diâmetro da barra, cm;
la = Comprimento de aderência = 5ϕ, cm.
167
Tabela A.1 – Tensão de aderência (MPa) – referência.
Tensão de Aderência τ (MPa)
Variável-diâmetro do aço Deslizamento (mm)
τ 0,01 0,10 1,00
A-10 2,88 3,51 2,51 2,97
A-10 2,96 3,53 2,60 3,03
A-10 2,92 3,48 2,46 2,95
A-12,5 1,97 2,72 1,77 2,15
A-12,5 1,98 2,84 1,75 2,19
A-12,5 2,01 2,78 1,72 2,17
A-16 1,89 2,53 1,25 1,89
A-16 1,86 2,60 1,29 1,92
A-16 1,82 2,63 1,24 1,90
Tabela A.2 – Tensão de aderência (MPa) – carbonatação.
Tensão de Aderência τ (MPa)
Variável-diâmetro do aço Deslizamento (mm)
τ 0,01 0,10 1,00
AC-10 2,64 4,01 2,24 2,96
AC-10 2,68 4,05 2,22 2,98
AC-10 2,61 3,99 2,26 2,95
AC-12,5 1,96 2,62 1,81 2,13
AC-12,5 1,97 2,64 1,85 2,15
AC-12,5 1,99 2,71 1,88 2,19
AC-16 1,57 2,41 1,24 1,74
AC-16 1,53 2,43 1,23 1,73
AC-16 1,55 2,48 1,25 1,76
168
Tabela A.3 – Tensão de aderência (MPa) – corrosão.
Tensão de Aderência τ (MPa)
Variável-diâmetro do aço Deslizamento (mm)
τ 0,01 0,10 1,00
ACC-10 2,81 4,02 2,14 2,99
ACC-10 2,85 4,21 2,16 3,07
ACC-10 2,84 4,06 2,13 3,01
ACC-12,5 1,95 2,18 1,41 1,85
ACC-12,5 1,99 2,16 1,44 1,86
ACC-12,5 1,91 2,15 1,47 1,84
ACC-16 1,11 2,23 0,94 1,43
ACC-16 1,07 2,28 0,99 1,45
ACC-16 1,12 2,24 1,02 1,46
169
APÊNDICE B
DEFORMAÇÃO DO AÇO NOS BLOCOS DE ARRANCAMENTO
Tabela B.1 – Deformação do aço (mm/m) – 10 mm
Deformação da Armadura do Bloco de
Arrancamento (mm/m)
10 mm
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) A-10 AC -10 ACC -10
0 0,00 0,00 0,00
10 0,22 1,61 15,57
20 0,45 3,88 18,24
30 0,70 5,69 24,03
40 0,94 6,05 29,54
50 1,19 6,44 30,65
60 1,43 6,81 36,34
70 1,68 7,00 44,88
Sendo: A = bloco referência; AC = bloco carbonatação; ACC = bloco
corrosão
Tabela B.2 – Deformação do aço (mm/m) – 12,5 mm
Deformação da Armadura do Bloco de
Arrancamento (mm/m)
12,5 mm
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) A-12,5 AC -12,5 ACC -12,5
0 0,00 0,00 0,00
10 0,21 0,39 0,32
20 0,55 0,69 0,79
30 0,77 0,97 1,23
40 1,06 1,27 1,65
50 1,28 1,59 2,14
60 1,69 1,89 2,76
70 2,10 2,19 22,42
Sendo: A = bloco referência; AC = bloco carbonatação; ACC = bloco
corrosão
170
Tabela B.3 – Deformação do aço (mm/m) – 16 mm
Deformação da Armadura do Bloco de
Arrancamento (mm/m)
16 mm
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) A-16 AC -16 ACC -16
0 0,00 0,00 0,00
10 0,29 0,43 8,35
20 0,68 0,82 8,71
30 0,96 1,15 9,06
40 1,29 1,50 9,40
50 1,66 1,81 9,74
60 1,96 2,13 10,09
70 2,29 2,46 18,54
Sendo: A = bloco referência; AC = bloco carbonatação; ACC = bloco
corrosão
171
APÊNDICE C
DESLOCAMENTOS VERTICAIS
Posição dos
relógios
Distância do centro da viga
(mm)
D1 -162,5
D2 0
D3 162,5
Figura C.1 – Posicionamento dos relógios comparadores nas vigas - (mm)
Tabela C.1 – Deslocamentos verticais (mm) – viga V-01
Deslocamentos verticais (mm) - Viga V-01
Qrup = 53,0 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,09 0,00 0,08
20 1,45 1,82 1,50
30 1,72 2,71 1,80
40 2,48 3,82 2,36
50 4,63 7,25 4,78
162,5 mm 162,5 mm
D1
D2
D3
Face inferior da viga
172
Tabela C.2 – Deslocamentos verticais (mm) – viga V-02
Deslocamentos verticais (mm) - Viga V-02
Qrup = 53,4 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,08 0,05 0,08
20 1,20 1,62 1,33
30 1,62 2,11 1,70
40 2,58 3,50 2,50
50 4,52 7,30 4,65
Tabela C.3 – Deslocamentos verticais (mm) – viga V-03
Deslocamentos verticais (mm) - Viga V-03
Qrup = 53,7 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,10 0,03 0,09
20 1,30 1,75 1,41
30 1,68 2,65 1,65
40 2,50 3,70 2,40
50 4,62 7,35 4,75
Tabela C.4 – Deslocamentos verticais (mm) – viga VC-01
Deslocamentos verticais (mm) - Viga VC-01
Qrup = 51,0 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,02 0,04 0,08
20 0,32 0,72 0,45
30 0,60 1,22 0,74
40 1,48 3,02 1,75
50 3,90 8,00 4,40
173
Tabela C.5 – Deslocamentos verticais (mm) – viga VC-02
Deslocamentos verticais (mm) - Viga VC-02
Qrup = 51,6 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,03 0,05 0,03
20 0,35 0,77 0,44
30 0,65 1,32 0,64
40 1,78 3,32 1,85
50 4,10 8,10 4,20
Tabela C.6 – Deslocamentos verticais (mm) – viga VC-03
Deslocamentos verticais (mm) - Viga VC-03
Qrup = 52,3 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,04 0,06 0,09
20 0,33 0,75 0,43
30 0,62 1,30 0,66
40 1,58 3,40 1,65
50 4,00 8,20 4,30
Tabela C.7 – Deslocamentos verticais (mm) – viga VCC-01
Deslocamentos verticais (mm) - Viga VCC-01
Qrup = 50,0 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,03 0,05 0,04
20 0,25 0,67 0,42
30 0,41 1,06 0,68
40 1,05 2,28 1,46
50 6,01 9,51 6,70
174
Tabela C.8 – Deslocamentos verticais (mm) – viga VCC-02
Deslocamentos verticais (mm) - Viga VCC-02
Qrup = 50,5 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,04 0,07 0,05
20 0,38 0,69 0,40
30 0,51 1,11 0,58
40 1,25 2,39 1,36
50 6,50 9,61 6,60
Tabela C.9 – Deslocamentos verticais (mm) – viga VCC-03
Deslocamentos verticais (mm) - Viga VCC-03
Qrup = 50,3 kN
Força Nomenclatura do relógio comparador
D1 D2 D3
(kN) Distância do centro da viga (mm)
-162,5 0 162,5
10 0,02 0,04 0,03
20 0,28 0,57 0,32
30 0,48 1,16 0,52
40 1,15 2,32 1,26
50 6,10 9,56 6,40
175
APÊNDICE D
DEFORMAÇÃO DA ARMADURA LONGITUDINAL
Tabela D.1 – Deformação do aço (mm/m) – viga V-01
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga V-01
Qrup = 53,0 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,03 0,08 0,04
20 0,35 2,50 0,57
30 0,72 3,61 1,03
40 0,86 3,89 1,26
Tabela D.2 – Deformação do aço (mm/m) – viga V-02
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga V-02
Qrup = 53,4 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,06 0,09 0,04
20 0,58 2,66 0,36
30 1,14 3,71 0,62
40 1,27 4,00 0,76
176
Tabela D.3 – Deformação do aço (mm/m) – viga V-03
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga V-03
Qrup = 53,7 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,05 0,08 0,04
20 0,48 2,58 0,36
30 0,92 3,79 0,62
40 1,30 4,05 0,76
Tabela D.4 – Deformação do aço (mm/m) – viga VC-01
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga VC-01
Qrup = 51,0 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,01 0,18 0,05
20 0,28 1,63 0,33
30 0,82 2,79 0,94
40 0,99 19,75 1,07
Tabela D.5 – Deformação do aço (mm/m) – viga VC-02
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga VC-02
Qrup = 51,6 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,02 0,21 0,04
20 0,29 1,66 0,36
30 0,85 2,83 0,97
40 1,01 19,82 1,11
177
Tabela D.6 – Deformação do aço (mm/m) – viga VC-03
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga VC-03
Qrup = 52,3 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,01 0,19 0,03
20 0,27 1,65 0,35
30 0,83 2,81 0,95
40 1,00 19,79 1,09
Tabela D.7 – Deformação do aço (mm/m) – viga VCC-01
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga VCC-01
Qrup = 50,0 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,03 0,07 0,09
20 0,21 1,87 0,14
30 0,77 4,46 0,48
40 1,10 13,19 0,54
Tabela D.8 – Deformação do aço (mm/m) – viga VCC-02
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga VCC-02
Qrup = 50,5 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,06 0,08 0,08
20 0,23 1,96 0,24
30 0,87 4,99 0,68
40 1,20 14,53 1,54
178
Tabela D.9 – Deformação do aço (mm/m) – viga VCC-02
Deformação da Armadura Longitudinal
(mm/m) Viga VCC-03
Qrup = 50,3 kN
Força Nomenclatura dos Extensômetros
(kN) E1 E2 E3
0 0,00 0,00 0,00
10 0,05 0,06 0,06
20 0,25 1,91 0,23
30 0,80 4,57 0,46
40 1,16 14,06 0,57
179
APÊNDICE E
FORMULAÇÃO PROPOSTA PARA CALCULAR A TENSÃO DE
ADERÊNCIA – ENSAIO DE TIRANTES
ctdbd ff 321
médiol
d
.25,2exp
c
ctk
ctd
ff
inf,
médio
ctk
l
afd
).(....61,1 inf,32
=