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Informativo Sociedade Brasileira de Coluna nº 1 JULHO/AGOSTO/SETEMBRO - 2011
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sbcinformativo
Comissões conquistam avanços importantes para sócios da SBC
Élcio Landim
Entrevista
Motociclismo não é pecado para cirurgião de coluna ortopedista
Mens Sana
Participe da discussão do fórum interativo
Caso Clínico
A força da colaboração associativa
Regionais
01
SBCSociedade Brasileira de Coluna
JUL-AGO-SET2011
02
Publicação científica da Sociedade Brasileira de Coluna • Artigos originais Versão online • Indexada nas bases Lilacs e Scopus/Elsevier Distribuição gratuita para sócios com anuidade em diaEditor: Dr. Helton Defino • Editor Executivo: Dr. Sérgio Daher
REVISTA COLUNA /COLUMNASurpreenda-se com a qualidade da produção científica brasileira na área da coluna vertebral.
Assinatura para não sócios:
R$ 80,00
SBCSociedade Brasileira de Coluna
03
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
Resposta positiva
É com grande orgulho e
satisfação que posso
dizer o quanto é bom
ter amigos. Tenho que dar crédito
aos colegas Sergio Zylbersztejn,
meu assessor, e Eduardo Gil, meu
companheiro da Comissão de
Capacitação Profissional desde
o Congresso da Costa do Sauípe,
que foram arrojados em elaborar
este nosso “novo” jornal, para
que quando chegarmos em casa
possamos desfrutar de uma leitura
informativa, atual e agradável.
O Congresso Brasileiro de Coluna,
em Campos do Jordão, foi um
sucesso. Na edição 2011, tivemos
cerca de 900 congressistas, e o Dr.
Marcelo Wajchenberg e sua equipe
realizaram um grande evento, que
primou pela alta qualidade científica.
Os nossos associados têm
demonstrado amadurecimento e
grande interesse no rumo e futuro
da Sociedade: foram duas as chapas
que se candidataram para a gestão
2013/2014 e quatro as cidades
para sediar o próximo Congresso
em 2013. Todos se envolveram de
tal forma que foi o quórum mais
representativo de uma Assembleia
da SBC, com 300 votantes.
Agradeço, especialmente, ao meu
irmão Edson Pudles e sua equipe
pela sua disposição em conduzir
os trabalhos da Comissão Eleitoral
com lisura, rapidez e precisão, bem
como ao Dr. Waldemar de Souza Jr.
e a Roberto Nadier, pela realização
das modificações prioritárias no
Estatuto. Estamos cientes de
que outras normas deverão ser
realizadas, porém discutidas com
maior profundidade.
Finalizando, parabenizo o Dr.
Carlos Henrique Ribeiro, presidente
eleito para 2013/2014, e o Dr.
Andre Luiz F. Andujar, presidente do
próximo Congresso, a ser realizado
em Florianópolis.
Luis Eduardo Munhoz da Rocha
Presidente
da Sociedade
Brasileira de Coluna
presidentep a l a v r a d o
04
De cara nova
opinião
Ao longo dos 14 anos de
existência do Informativo,
sempre iniciei a coluna
Opinião com uma frase de efeito. Em todas
as ocasiões, elas traduziam um momento
especial em minha vida e também de que
modo estava sentindo a nossa SBC.
O conteúdo editorial do boletim vem sendo
recebido pelos seus leitores de inúmeras
maneiras; alguns aproveitaram para utilizar
em seu trabalho médico, outros
se identificaram com a essência
do boletim e muitos outros
tinham nas mãos, de modo
materializado, o que é a nossa
Sociedade.
Agora estamos vivenciando
um novo momento. E os
bons ventos estão trazendo
novidades promissoras para a
SBC, que está desenvolvendo
um grande trabalho em nível científico e
político.
O resultado disso é uma atuação
profissional concreta e objetiva no
cenário médico brasileiro em benefício do
ortopedista de coluna.
O presidente, Luis Eduardo Munhoz
da Rocha, está imprimindo mudanças
que visam dar transparência às suas
ações, assim como ampliar o elenco de
colaboradores para cumprir a extensa
pauta do nosso Informativo.
Para esse upgrade editorial, a partir desta
edição, contaremos com a participação do
colega Eduardo Gil F. Gomes, no cargo de
Coordenador Editorial do Informativo SBC.
O engajamento do Gil, desde a elaboração
da pauta até o acompanhamento da
finalização da edição, é bem-vindo. Aliás,
é de autoria dele o projeto de reformular o
boletim para o formato revista,
por meio de um projeto de
comunicação mais dinâmico e
diversificado dentro da nossa
estratégia de mídia escrita.
O nome Informativo
permanecerá, porém agora com
mais força nas suas 20 páginas,
que irão tratar de assuntos além
da medicina, com a redação da
nossa jornalista, Gilmara Gil.
O novo Informativo é a nossa cara e
ninguém melhor do que você, sócio leitor,
para enviar a sua opinião, sugerir pautas e
fazer críticas.
Por fim, a frase do presidente norte-americano
Barack Obama serve de incentivo para alçarmos
voos em grupo e mais altos. Sim, nós podemos.
Juntamente com o Eduardo Gil,
desejamos uma boa leitura ao sabor da
nova fase de sucesso do Informativo.
Sergio Zylbersztejn
Editor
“Yes, we can.
”Barack Obama
05
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
nestae d i ç ã o
Ex-presidente Élcio Landim destaca a importância da Sociedade para a ciência da Coluna
Rodando o mundo pilotando uma motocicleta
Entrevista
Mens Sana
/08
/12
ResenhaCientífi ca/16Trabalho mostra a formação dos osteófitos vertebrais – classificação ornitológica
CasoClínico/11Compartilhe experiências no fórum interativo
Seu Olhar/18O flagrante de uma experiência de vida traduzida na emoção de fazer o bem
Comissões/06Novas ações criam instrumentos que trazem benefícios para os sócios
Artigo/14O excesso de informação no processo da tomada de decisão
Regionais/10Atuação em sintonia com a realidade da prática profissional
06
Todos por um para o crescimento da SBC
“Acredito que estamos em meio a um momento em
que, finalmente, a Comissão de Educação Continuada da
SBC (CEC) começará a fazer o seu papel melhor, papel
que, tenho certeza, todos sabem que é extremamente
importante para a nossa Sociedade.” A afirmação é do
coordenador da comissão, Mauro Volpi, ao divulgar o
trabalho que vem sendo desenvolvido pela Sociedade na
área da educação continuada.
Um dos pontos altos das ações da CEC é o anúncio do
novo site da SBC (www.coluna.com.br), desenvolvido pela
empresa Web TV Interativa, de São Paulo. Embora na rede
ainda em fase inicial de funcionamento e organização,
já é possível observar o potencial desse importante
instrumento de tecnologia a serviço da informação.
“Acreditamos que essa ferramenta disponibilizará
o acesso a informações, discussões online, cursos a
distância e realização de teleconferências, além do
acesso a bibliotecas virtuais e uma infinidade de outras
opções que iremos conhecendo aos poucos”, destaca Volpi.
No campo da educação continuada, Volpi diz que, desde
2010, uma antiga reivindicação da Comissão, que era de
participar e opinar mais efetivamente sobre as programações
dos Congressos oficiais, como, por exemplo, o CBOT, tem
sido atendida com a presença de membros da
comissão em vários eventos, como aconteceu
recentemente no congresso da SBC em Campos de
Jordão. “Espero que os colegas organizadores dos
diversos eventos continuem contando com a nossa
participação, e inclusive exigindo isso”, salienta.
Outra questão importante, e sobre a qual o
estatuto antigo da SBC tinha impedimentos
negativos que foram sanados com o novo, diz
respeito aos cursos organizados em conjunto
com as Regionais.
A Comissão espera anunciar em breve alguns
cursos cuja organização está em andamento.
Segundo Volpi, os colegas das Regionais que
tenham interesse na realização dos eventos
devem entrar em contato com a Comissão.
Em conjunto com a diretoria executiva,
várias atividades de educação continuada estão
sendo planejadas em parceria com sociedades
internacionais, como a Eurospine, NASS, SRS,
SILACO e Sociedade Argentina de Coluna, para
citar algumas de grande representatividade no
cenário da coluna vertebral.
comissões
07
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
Comissão Estatutária
No Congresso da SBC de Campos do Jordão,
a assembleia extraordinária alterou o Art. 36,
passando a Comissão de Finanças e Fiscal a ser eleita
e não mais nomeada pelo Conselho Consultivo.
Com a decisão, na próxima eleição do Conselho
Diretor, em 2014, haverá também a eleição para
formação do Conselho de Finanças e Fiscal, com
três membros titulares e três membros suplentes.
Conforme explica o coordenador da Comissão
Estatutária, Waldemar de Souza Júnior, na
próxima Assembleia Ordinária, que será realizada
em novembro, em Ribeirão Preto, deverão ser
apresentadas novas alterações com a finalidade
de deixar o Estatuto e o Regimento Interno mais
abrangentes e dinâmicos.
“A comissão se coloca à disposição e estimula
os sócios da SBC para que enviem sugestões de
alterações, que devem ser encaminhadas para
o e-mail [email protected], para análise e
discussão na Comissão”, completa Waldemar.
A Comissão Estatutária da SBC é composta
pelos seguintes membros: Waldemar de Souza
Júnior (SC); Roberto Nadier (BA); Alexandre Fogaça
Cristante (SP) e Raphael Matus Marcon (SP).
Exercício Profissional
Composta por 11 membros, a Comissão de
Capacitação Profissional (CCP) tem por objetivo
regulamentar e fiscalizar a entrada de novos
associados, cirurgiões de coluna ortopedistas e
cirurgiões de coluna neurologistas.
O grupo desenvolve uma função relevante na
atuação da Sociedade, que é elaborar e executar
o exame de acesso a novos membros, um trabalho
que vem merecendo o reconhecimento da comunidade
médica pela sua transparência, técnica e qualidade.
De acordo com o coordenador da CCP, Edson Pudles,
o exame tem apresentado um número crescente de
candidatos nos últimos anos. “São aproximadamente 50
candidatos inscritos por ano prestando o concurso em
Ribeirão Preto, sendo que oito candidatos pleiteando o
acesso por meio de documentos,benefício exclusivo para
colegas formados antes de 1997”, salienta Pudles.
Conforme explica, no momento a SBC conta com
36 Serviços Credenciados no Brasil para o estágio
mínimo de um ano, especificamente no tratamento das
patologias da Coluna. Além da realização da avaliação
dos novos candidatos, a CCP também é responsável pelo
Credenciamento dos novos Serviços, que se propõem a
formar especialistas.
Para Pudles, há uma grande ansiedade por parte dos
estagiários em relação ao Exame de Ribeirão Preto, que
em 2001 ocorrerá nos dias 25 e 26 de novembro, durante
a realização do Curso de Técnicas Modernas e Avanços em
Cirurgia da Coluna Vertebral. “Gostaria que ficasse claro
que o objetivo da CCP é a inclusão e não a classificação.
Por esse motivo, nunca é informada a nota obtida no
exame, simplesmente o candidato é informado da sua
aprovação”, justifica.
Segundo o coordenador, “a Comissão tem o cuidado de
escolher examinadores que estão envolvidos no processo
de formação de estagiários em seus Serviços para
auxiliarem na realização da prova oral por acreditarmos
que eles têm uma melhor percepção sobre se o candidato
tem condições mínimas para atuar na especialidade”.
A CCP comunica que os interessados em tirar dúvidas e
receber esclarecimentos sobre o Exame podem contatar
a secretaria da Sociedade, que está apta para prestar o
atendimento necessário sobre a realização da prova de
ingresso de novo membro.
08
A partir desta edição vamos dedicar
um espaço exclusivo às lideranças
que comandaram a SBC durante
toda a sua história. Para inaugurar a seção
Entrevista, convidamos o Prof. Élcio Landim, que
presidiu a nossa Sociedade no biênio 1987/1988.
Professor Doutor do Departamento de Ortopedia
e Traumatologia da Faculdade de Ciências
Médicas da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Landim é chefe da Disciplina de
Cirurgia de Coluna e Chefe do Grupo de Escoliose
da AACD (SP), e do Grupo de Cirurgia de Coluna
(Ortopedia) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz,
em São Paulo. Com seu jeito simples de ser, o
cirurgião respondeu às perguntas do editor
executivo do Informativo SBC, Eduardo Gil. Em
tempos de muita novidade científica na área da
coluna vertebral, o ex-presidente disse que é
preciso ser criterioso na adoção de novas técnicas
cirúrgicas e enfatizou a importância do trabalho
em equipe para a segurança do paciente, além de
afirmar que vê com desconfiança a formação de
comitês de subespecialidades.
Informativo – O que o motivou a ser presidente
da Sociedade Brasileira de Coluna?
Élcio Landim - Na época, o primeiro presidente foi o
Prof. Waldemar Carvalho Pinto, na fundação do então
chamado Comitê de Coluna da SBOT, realizado em Belo
Horizonte. Até o Congresso Brasileiro de Ortopedia,
apenas organizamos a assembleia do Comitê de Coluna,
e decidimos lançar a candidatura com o objetivo de
organizar o Comitê e fazer um estatuto inicial.
Informativo - Quais as realizações do seu mandato
que ficaram marcadas na história de nossa Sociedade?
Landim - Realizamos o I Congresso Brasileiro de
Patologia da Coluna, que ocorreu em São Paulo no Centro
de Convenção Rebouças, e organizamos um estatuto
provisório com a relação dos sócios fundadores do
então Comitê, pela lista de participantes no Congresso
em Belo Horizonte. Eu tinha como vice-presidente o Dr.
Fernando Dalmo Borges, de Curitiba, o secretário era o
Dr. Tarcísio Eloy Pessoa de Barros Filho; tesoureiro, o Dr.
Eduardo Barros Puertas. Juntos, realizamos o Congresso.
Informativo - Como era a cirurgia de coluna
naquela época e como a vê na atualidade?
Landim - Era muito diferente. Usávamos as hastes de
Harrington para a correção das escolioses e das fraturas,
e também a tração com o Halo e o Gesso de Risser no
Ensinamentos de um mestre
entrevista
09
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
pós-operatório. Pouco se tinha noção das estenoses,
tanto lombar como cervical. Hoje vemos uma evolução
imensa nos conceitos do tratamento das escolioses,
como a valorização do equilíbrio sagital e correção
da rotação, assim como novos implantes que foram
desenvolvidos.
Informativo - Como o senhor avalia o momento
atual da Sociedade Brasileira de Coluna?
Landim - Acho que é um bom momento que a SBC
atravessa, com novos sócios admitidos por exame, o
credenciamento dos serviços que formam os novos
cirurgiões, a participação dos neurocirurgiões. Não
estou muito convicto da formação de comitês de
subespecialidades, pois acho que divide em setores em
que não vejo grandes vantagens, além de fomentar a
desunião entre os grupos.
Informativo - Que mensagem seria importante
para o jovem cirurgião que ingressa na SBC?
Landim - Primeiro, que ele procure ter uma boa
formação na especialidade; segundo, que tenha
honestidade científica; terceiro, que seja criterioso na
adoção de novas técnicas que surgem a todo momento
e que, em curto prazo, acabam em desuso; e em quarto
lugar, que procure não trabalhar isolado, pois o trabalho
em equipe é mais saudável, oferece mais segurança e
menor risco de criar problemas para os pacientes.
Time do coração: São Paulo Futebol Clube,
Uma dica para ser um bom médico:
Ser competente naquilo que faz, manter-se sempre
atualizado, tratar os pacientes com gentileza e se
dedicar à profissão,
Uma frase que marcou: “Ler sem pensar é vão,
pensar sem ler é perigoso”. (Confúcio)
A maior virtude de alguém: Honestidade. “No
dia em que o malandro perceber as vantagens
da honestidade, ele vai ser honesto só de
malandragem” - frase ouvida do saudoso Prof.
Lizandro Santos Lima, de Curitiba.
O pior defeito de alguém: Falsidade
O que o emociona: Músicas românticas
Um passatempo: Cuidar do meu jardim
Um lugar para viajar: Europa e Nordeste do Brasil
Prato preferido: Moqueca Capixaba
Um filme: Em algum lugar do passado
Música inesquecível: Imagine (John Lennon)
Qual o lugar que escolheria para viver
depois de São Paulo: Salvador
O que gostaria de ouvir de Deus
quando chegar à porta do Céu:
“Volta para a TERRA, que ainda não é sua hora”
01010
Com um trabalho atuante, as nossas
Sociedades Regionais desenvolvem
atividades locais que reforçam a
política da Sociedade em promover e difundir
experiências em temas da cirurgia da coluna e da
prática do exercício profissional.
Rio de Janeiro
Um bom exemplo vem da Regional SBC-RJ.
Fundada durante o Congresso de Foz do Iguaçu,
em 2008, a entidade realiza reuniões mensais na
terceira segunda-feira de cada mês, às 19h30min, na
Clínica CREB, em Botafogo. O presidente, Luiz Otávio
S. Penteado, explica que a Regional conta com o
apoio da maioria dos cirurgiões de coluna do Rio
de Janeiro que buscam trocar experiência na área
das patologias da coluna. “A principal característica
da nossa Regional é a integração das diversas áreas
de conhecimento da cirurgia da coluna tanto da
ortopedia quanto da neurocirurgia, e a utilização
de técnicas tradicionais e de cirurgias minimamente
invasivas”, enfatiza Luiz Otávio. Durante o VI Sincol,
que acontecerá no dia 4 de agosto, no Windsor
Barra Hotel, a Regional RJ terá uma programação
especial, com duração de duas horas, num espaço
cedido pelos organizadores do evento, os cirurgiões
Eduardo Barreto e Ricardo Ribeiro.
Paraná
Uma das afiliadas mais atuantes é a Regional
do Paraná. Ela realiza um calendário de atividades
científicas permanente em parceria com a SBOT e
Serviços Credenciados.
Segundo o presidente Xavier Soler i Graells,
neste ano, a sistemática das reuniões foi alterada
para melhor. “Tivemos já dois encontros mais
participativos e informais na discussão de casos clínicos
e palestras”, afirmando que depois tudo acaba em
churrasco num restaurante tradicional de Curitiba.
As atividades da Regional paranaense começam
com uma palestra de 20 minutos ministrada pelo
convidado do patrocinado. Depois é realizada uma
revisão bibliográfica por um R4 e, posteriormente, os
participantes discutem casos clínicos dos sócios da SBC,
onde são debatidos o diagnóstico e a conduta.
Rio Grande do Sul
O presidente do Comitê de Coluna do Rio Grande
do Sul, Cesar Dall Bello, afirmou que atualmente
os cirurgiões de coluna gaúchos estão realizando
reuniões com o intuito de normatizar e adequar a
tabela CBHPM às necessidades e aos procedimentos
atuais. “Já realizamos dois encontros e contamos
com uma expressiva participação de 28 colegas na
primeira reunião.”
Dall Belo destacou que o Comitê criou uma comissão
para tratar sobre honorários médicos. Ele explicou que
essa comissão já se reuniu neste ano e montou uma
tabela que será discutida com os convênios, entre os
quais a UNIMED POA.
Minas Gerais
A Regional-MG também realiza um trabalho
produtivo e agrupador entre os sócios da SBC e os
cirurgiões de coluna de Minas Gerais.
Segundo o presidente Enguer Beraldo, foram
realizadas duas reuniões científicas no primeiro
semestre de 2011. No encontro do mês de fevereiro e
de junho, a abordagem de 25 temas sobre a Coluna,
em cada evento, contou com cerca de 60 participantes.
A terceira reunião ocorrerá no dia 13 de agosto, das
8h às 14h, no Hospital da Baleia.
Atuação comresultados de sucesso
regionais
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
evento
fórum
Será em Santa Catarina, na capital Florianópolis,
o XIV Congresso da SBC. A eleição da cidade-sede
ocorreu durante a realização do Congresso de Campos
de Jordão (SP).
O presidente do evento, André Andújar, responsável
pela candidatura de Florianópolis, adiantou que a
comissão organizadora está sendo definida e os
primeiros preparativos já estão em andamento, como a
data do evento, que acontecerá entre os dias 27 e 30 de
abril (sábado a terça-feira), sendo que na quarta-feira,
1º de maio, é feriado nacional (Dia do Trabalho).
Segundo Andújar, nessa época do ano, Floripa —
como é chamada carinhosamente a ilha pelos visitantes
— apresenta um clima ameno, com temperaturas que
variam de 19ºC a 28ºC. “Como as águas do Oceano
Atlântico estão mais quentes, é a estação com o
menor índice pluviométrico, e o sol emoldura a Praia
do Santinho, onde fica o Costão do Santinho Resort,
local do nosso Congresso”, justifica o ortopedista. Para
quem não conhece, o Costão do Santinho está situado
ao norte da Ilha de Santa Catarina, permeado por dunas,
costões, trilhas e sítios arqueológicos. O resort é um
empreendimento turístico completo que possui 750 mil
metros quadrados de Mata Atlântica preservada e mais
de 200 mil metros quadrados de área construída. Além
disso, oferece um atendimento de padrão internacional
(alta gastronomia, SPA e lazer diversificado, que
inclui campo de golfe, complexo esportivo e náutico),
constituindo-se no maior conjunto de piscinas internas
e externas aquecidas em resorts no Brasil.
Escoliose idiopática do adolescente
Paciente, sexo feminino
Idade: 13 anos, Risser 3.
História: deformidade da coluna percebida pela mãe
há três meses. Paciente nega tratamento prévio, nega
demais doenças ou uso de medicações.
Resumo do caso: Escoliose idiopática do adolescente
tratada cirurgicamente com artrodose da coluna T4L1
com parafusos pediculares.
Diagnóstico: Escoliose Idiopática
do adolescente, Lenke 1B-.
Tratamento: Artrodese da coluna por via posterior
T4-L1 com parafusos pediculares
Resultado final: Artrodese seletiva torácica T4-L1,
obtida compensação do tronco e nivelação dos ombros.
Congresso da SBC em 2013 será em Florianópolis
O caso clínico do Fórum desta edição é uma colaboração
do dr. Alberto Ofenhejm Gotfryd, do Departamento de
Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Santos (SP).
Participe enviando sua resposta, acessando www.coluna.com.br
i n t e r a t i v o
12
pela Europa percorrendo estradas da Áustria
e Alemanha, sempre em busca de novas rotas
e paisagens.
Maçaneiro explica que é melhor viajar com
poucas pessoas. “Nunca gostei de andar com
grupo muito grande, de preferência não viajo com
mais de quatro motociclistas”, afirmou.
Da preparação da viagem, passando pelas
dificuldades (chuva, sol, gelo na pista), cada viagem
reserva surpresas em cada curva. Ele diz sentir-
se literalmente born to be wild. “Na minha moto,
encontro paz de espírito numa tentativa de deixar
para trás todo o stress do dia a dia de cirurgias e
casos complicados”, sentencia Carlos Henrique.
“A partir do momento em que o motociclista
coloca o capacete, tem a total sensação de
liberdade, confesso que nesse momento aquela
escoliose que descompensou no pós-operatório,
o Cage mal posicionado, a quebra do parafuso
pediculado... são coisas que vou resolver somente
quando voltar para casa”, afirma.
O ortopedista lembra que é muito importante ter
um bom relacionamento familiar, destacando que
a sua esposa, Rose, não só apoia a programação
das viagens como também se “arrisca” na garupa
do marido, porém somente em viagens curtas.
Aventura é o que não falta nas viagens rodadas
por Maçaneiro.
Quando tinha 15 anos de idade, Carlos
Henrique Maçaneiro ganhou sua
primeira motocicleta, num tempo em
que as regras de trânsito não eram tão rígidas
quanto hoje.
O ano era 1971 e, desde então, o ortopedista
catarinense sempre teve uma moto em sua garagem.
Ainda na década de 70, ele conta que já participava
de algumas corridas em Joinville com uma Yamaha
RD 350 cilindradas, conhecida como Viúva Negra,
“uma das motos mais inovadoras da época”.
Com o tempo, a paixão pelo motociclismo
aumentou e hoje ele pilota uma BMW GS 1200
cilindradas, a qual define como a sua “parceira ideal”.
Segundo Maçaneiro, nesses 40 anos ele
teve vários tipos e modelos, entre os quais,
motocross, custom, bike e touring. “Depois da
idade chegando e com a cabeça mais centrada,
resolvi investir numa máquina mais potente para
percorrer quilômetros mundo afora ao som do
ronco do motor e ao sabor dos ventos”, disse o
ex-presidente da SBC.
Nos últimos anos, o ortopedista percorreu
o deserto do Atacama, uma área de 200
quilômetros quadrados localizada no norte do
Chile, considerada o deserto mais alto e árido
do mundo. Ele também viajou pelo sul do Chile,
litoral do Uruguai e Argentina, além de passeios
Sobre duas rodas até o fi m do mundo
mens sana
13
“Qual é o relacionamento do médico ortopedista (cirurgião de coluna) com o motociclismo? Existe o ‘medo’ de andar com a moto?”
Essas são as perguntas mais frequentes que
os pacientes e colegas médicos me fazem.
Confesso que quando pego a moto, seja para um
curto passeio ou para as viagens longas, sempre
me passa pela cabeça o risco de um acidente e
as complicações que possam acontecer.
Acredito muito no destino, acho que
esta passagem que nós temos por aqui está
prevista, determinada. É lógico que andar
bem-equipado, em velocidade compatível
com a estrada, evitar andar à noite e jamais
ingerir bebida alcoólica são alguns requisitos
de segurança indispensáveis.
Todos os riscos e, por que não dizer, até os
preconceitos para quem anda de motocicleta
são infinitamente menores do que o prazer
de andar de motocicleta em uma estrada às
vezes sem um destino final easy ride.
Além do prazer do motociclismo, também
encontro neste hobby uma forma de diminuir
as tensões que a nossa profissão nos causa.
Passar uma semana rodando a Cordilheira dos
Andes é combustível para um ano inteiro de
cirurgia de coluna.”
Um fato curioso, que ele define como “causos que não são de
pescador”, ocorreu em fevereiro de 2008, quando ele fazia uma
viagem sozinho, voltando do deserto do Atacama, no Chile.
“Ao cruzar o Paso Jama, onde passa a estrada mais ao norte na
fronteira do Chile com Argentina, com 4.300m de altitude, nos Andes
havia nevado e a temperatura era baixíssima. A presença de gelo na
pista obrigou a ficar parado. Aproveitei para tomar chimarrão com
alguns caminhoneiros e aguardar que o sol derretesse o gelo, para que
então eu pudesse seguir viagem. Nessa hora, precisamos ser pacientes
e a experiência conta muito.”
Em outro roteiro pela América do Sul, Maçaneiro se encantou
com uma paisagem, considerada inesquecível. Ao retornar de
Puerto Varas, no Chile, em direção a Bariloche, na Argentina, ele
avistou o Lago Nahuel Huapi, de origem glacial, com mais de 500
quilômetros quadrados e cerca de 700 metros acima do nível do mar.
“Era de um tom de azul único e ao fundo as montanhas do
extremo sul das Américas estavam parcialmente descongeladas. Tive
a oportunidade de conhecer os Alpes (suíço, alemão e francês), mas
tenho comigo que esse visual não perde em nada para esses ícones
geográficos europeus, com a grande facilidade de que a Patagônia
está próxima do Brasil.”
Outra viagem marcante foi em um tour pela Alemanha na região de
Fissen-Berg, em companhia de motociclistas amigos.
“O que me chamou a atenção foi o grande número de motociclistas
acompanhados com garupa, são nativos circulando por essas regiões
e tendo todo apoio da população em geral, ou seja, o motociclista é
mais respeitado do que em nosso país, pois é responsável e faz por
merecer o respeito de todos.”
01414
Confira algumas dicas simples que podem ser
utilizadas para a tomada de decisão:
> Confie nos seus instintos. Existe uma razoável
probabilidade de que a primeira impressão que você
teve sobre uma questão seja a acertada.
> Sempre que seus instintos incluírem alguma
parcela de dúvida, postergue sua resposta. Não caia
na armadilha de acreditar que você sempre tem que
dar a resposta imediatamente. Abra o jogo, diga que
vai estudar melhor o assunto, que levará o caso para
discussão com outros colegas, e agende um retorno.
> Dê um tempo ao afluxo constante de informações.
Se algo está incomodando demais e você se sentir
incapaz de resolvê-lo, abandone temporariamente o
problema, deixe a questão “incubar” inconscientemente,
e retome mais tarde.
> Se você não estiver à vontade, não faça. A profissão
é séria, mas estamos envolvidos com ela muito tempo
do nosso dia. Se não for divertido, provavelmente não
vale a pena.
> Cultive um estilo de vida que permita tempo para
contemplação e análise dos resultados das suas ações.
Sobrecarregar-se com atividades em excesso não ajuda.
Estabeleça prioridades.
> Não perca a experiência que você adquiriu numa
ação! Um método simples é relembrar cada ação ao
final dela. Sempre que você terminar um procedimento
— uma consulta, uma cirurgia, um plantão, a avaliação
de uma radiografia —, invista um pequeno tempo
(podem ser segundos) investigando o que aconteceu:
avalie o que você acha que fez de forma adequada e
o que você acha que poderia ter sido feito de forma
diferente. Esse processo de conscientização faz com
que a ação seja rapidamente incorporada ao seu rol
de experiências, aumenta seu conhecimento prático
sobre o assunto, amadurece a visão e entendimento do
problema, faz com que as dúvidas diminuam ou cessem
e fortalece a efetividade das respostas instintivas.
As pessoas costumam acreditar que para
tomar uma decisão acertada elas devem se
basear numa análise profunda e extensa da
questão. Acreditam que, quanto mais informação, maior
será a probabilidade de avaliar o problema corretamente e,
portanto, de ser capaz de fazer a melhor escolha.
Dentre os recursos atualmente úteis e disponíveis para
a nossa vida, o acesso à informação sobressai. Saber o
que o pessoal da universidade está fazendo, qual técnica
cirúrgica tem sido mais empregada, qual é a aplicação de
um exame para o diagnóstico de uma patologia, buscar
evidências científicas para a prática médica: tudo isso
está a uma tecla de distância, basta digitar o assunto no
Pubmed ou no Google.
A impressão é de que essas informações ajudam a tomar a
melhor decisão tanto para si mesmo quanto para os pacientes.
No entanto, recentemente, a revista Newsweek publicou
um artigo da jornalista Sharon Begley em que ela descreve
como as atuais pesquisas na área das neurociências têm
demonstrado, claramente, que um cérebro sobrecarregado
de informações tem sua capacidade de processamento
congelada, o que aumenta brutalmente a possibilidade de
cometer erros tolos ou fazer escolhas ruins.
Está demonstrado que existe um sistema inconsciente que
guia muitas de nossas decisões, e esse sistema pode ser posto
de lado quando somos sobrecarregados por muita informação.
A chave para tomar boas decisões é basear-se no seu
inconsciente ou na sua intuição; no seu instinto. Decisões
que dependem de criatividade se beneficiam de manter o
problema “incubado” num nível inconsciente. Como existem
muitas decisões a serem tomadas, a noção de que a decisão
deve ser rápida tem se tornado dominante.
Num mundo em que os pacientes são cada vez mais
exigentes e em que nós exigimos resultados cada vez melhores
— a quantidade de opções terapêuticas disponíveis é imensa
e praticamente impossível de ser avaliada sistematicamente
—, uma decisão equivocada pode ser o estopim de um
problema insolúvel.
Informação, instinto, e o processo de tomada de decisão
Rafael Trevizan
Ortiz
Médico do Grupo do
Pé e Tornozelo do
IOT-HCFMUSP
Diretor da ABTPé –
Sociedade
Brasileira do Pé
Nota de rodapé: texto extraído, condensado e
editado a partir do Editorial original
do Boletim da ABTPé, publicação
trimestral da ABTPé, Ano 16 n.º 59,
com autorização do autor.
artigo
015
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
15
Meus colegas da SBC. Tenho uma coisa
a confessar: sou um motociclista
inveterado e, até o Congresso de
Campos do Jordão, achava que era um dos poucos
malucos na profissão a andar de motocicleta.
Para minha alegria, descobri que existem vários
outros “loucos” como eu, cirurgiões de coluna
e apaixonados pelo motociclismo e amantes de
viagens longas, às vezes solitárias, outras com
ótimas companhias.
Motos são uma paixão; nelas temos a sensação
de liberdade, a velocidade, o vento no peito, as
viagens para locais pouco conhecidos, os encontros,
as conversas; tudo sempre em alto-astral.
Essa paixão é universal e percebi isso na
viagem mais incrível que já fiz, quando rodei de
motocicleta mais de 2.700 km pela Alemanha,
República Tcheca, Holanda e Bélgica, junto com
minha esposa e mais um casal de amigos.
As melhores viagens são aquelas em que vamos
de motocicleta e, não importando o tempo, chuva,
sol, dia ou noite, sempre que paramos temos
assuntos para conversar e admiradores de nossas
máquinas. Desse modo, estreitamos as nossas
amizades além-fronteiras.
Sou um feliz proprietário de uma máquina
fantástica e casado com uma mulher que ama
motocicleta, que pilota a moto dela e sempre
viajamos juntos, e conversando com ela tivemos
a ideia de formar um grupo de motociclistas da
Sociedade Brasileira de Coluna, que batizei de
COLUNA’S RIDERS.
A intenção principal é a de reunir amigos que
têm dois objetivos em comum: realizar cirurgias da
coluna e viajar muito de motocicleta.
Pensei em nos conhecermos pessoalmente, por
e-mail ou por alguma rede social e
assim formarmos grupos de várias
partes do Brasil para que possamos
ir aos congressos e cursos da SBC de
motocicleta, além de passeios fora do
calendário oficial tipo bate-volta ou
passeios de final de semana e diversas
outras atividades. Floripa 2013!
A ideia está lançada. Eu estou
sempre viajando de moto e conheço
vários locais excelentes para
viajarmos juntos, tanto no Brasil
quanto no exterior — por que não
uma viagem lá fora? Tenho certeza
de que todos os que desejarem
participar também conhecem
lugares incríveis.
Não adianta ficarmos separados,
o melhor é viajarmos juntos e
dividirmos experiências e alegrias.
E o mais legal de tudo é que
nós podemos levar nossas(os)
companheiras(os) e filhos, e será
muito bom para todos se conhecerem
e confraternizarem num momento de
pura felicidade.
Quem estiver interessado, favor
entrar em contato comigo para que,
quem sabe, em breve, possamos
criar um grupo muito ativo e unido,
composto tanto por nós, médicos(as)
quanto por nossas esposas, maridos,
namorados(as), etc.
Abraços aos amigos da Sociedade
Brasileira de Coluna, ficarei aguardando
o contato.
Coluna’s Riders
parceria
JoséGryngogiel
Membro da SBC,
neurocirurgião
de coluna
A intenção
principal é a
de reunir
amigos que têm
dois objetivos
em comum:
realizar
cirurgias da
coluna e viajar
muito de
motocicleta.
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Resumo
Macnab et al., em 1954, descreveram
cinco tipos de esporões nas
articulações vertebrais que se
correlacionavam com alterações nos discos
intervertebrais. Nathan, em 1962, descreveu
quatro graus de osteófitos vertebrais que
evoluem do grau I, como pequenos, ao grau
IV, como praticamente anquilose do espaço
discal. Em 1971, Macnab et al. descreveram
dois tipos de osteófitos vertebrais, os
em tração e os em garra, caracterizando
instabilidade vertebral que evoluía para a
estabilização natural. Kirkaldi-Willis, em
1982, observou que à medida que o osteófito
progride ocorre, progressivamente, maior
rigidez do espaço discal correspondente.
Wright, em 1983, citou a utilização do
termo bico de papagaio para caracterizar os
osteófitos vertebrais.
O objetivo foi o de correlacionar os graus da
classificação de Nathan com aves com bicos
de tamanhos diferentes e progressivamente
maiores, em periquito no grau I, maritaca
no grau II, papagaio no grau III e arara
no grau IV. Essa conotação facilita muito a
comunicação, principalmente com o paciente
leigo, já que caracteriza o grau de doença
degenerativa com o pássaro correspondente,
enfatizando que nem todos os osteófitos
são bicos de papagaio como comumente
conhecidos e, portanto, o grau de artrose
pode variar de mínimo a severo.
Macnab, em 1971, descreveu a ocorrência dos esporões
que surgem à medida que a degeneração discal progride,
caracterizando a instabilidade que ocorre no local. Ao
passo em que essa degeneração discal progride, ocorrem
também movimentos anormais com escorregamentos
vertebrais. Os esporões, chamados de osteófitos de
tração, devem ser diferenciados dos osteófitos em garra,
já que os primeiros se mantêm horizontais e nunca se
curvam buscando o contato entre eles, o que caracteriza
os osteófitos em garra.
Estes osteófitos de tração evoluem para os osteófitos
em garra, e à medida que se tocam podem se juntar,
diminuindo a mobilidade e nos estágios mais avançados
anquilosando o segmento, estabilizando o segmento
inicialmente instável.
Kirkaldy-Willis, em 1985, observou que nos estágios
iniciais da degeneração discal o segmento vertebral se
torna instável, e que nos estágios mais avançados, com
a formação osteofitária reativa, o segmento se torna mais
rígido que o normal. Descreveu três estágios de evolução da
doença degenerativa lombar, sendo na fase 1, onde ocorrem
alterações morfológicas mínimas, na fase 2, quando ocorrem
movimentos anormais caracterizando a instabilidade, e na
fase 3, em que ocorre rigidez do segmento devido à fibrose
capsular e discal, com o desenvolvimento dos osteófitos
Osteófi tos Vertebrais – Classifi cação ornitológica
resenhac i e n t í f i c a
1º grau 2º grau 3º grau 4º grau
Classificação de Nathan dos osteófitos vertebrais, dividindo em 4 graus.
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
17
resultando em movimento mínimo entre as vértebras, sendo
que a rigidez é progressiva e relacionada à evolução da
degeneração discal.
Segundo Nathan, osteófitos posteriores são raros e mais
tardios e em nenhum caso foi encontrado osteófito posterior
de quarto grau, portanto nunca chegarão à caracterização
de arara. Não se desenvolveram onde a aorta estava
presente. Nas escolioses acontecem na concavidade e não
na convexidade. Os osteófitos têm relação com o tamanho
da vértebra, portando são maiores na região lombar.
Esporadicamente, na região anterior da coluna cervical
podem levar à compressão do esôfago com desfaria, seriam
os do tipo papagaio ou arara.
Conforme Nathan, os osteófitos têm início ao redor dos
20 anos de idade e ao redor dos 40 anos 100% das colunas
estudadas tinham algum osteófito, ao redor dos 50 anos
todos os casos tinham pelo menos um osteófito de segundo
grau, maritaca, e ao redor dos 80 todos os esqueletos tinham
osteófitos de terceiro e quarto graus, papagaio e arara.
Osteófitos ocorrem em resposta à carga (anterior maior
que posterior na vértebra), osteófitos torácicos maiores na
parte anterior e na cervical na parte posterior e o mesmo
nas escolioses maiores na concavidade. Osteófitos mais
frequentes em C5, T8 e L4 maior carga devido ao ápice das
curvaturas fisiológicas, e onde a linha da gravidade cruza a
coluna temos a menor incidência T1, T12 e L5.
Osteófitode garra
Osteófitode tração
Imagem demonstrando os osteófitos em garra
e de tração segundo classificação de MacNab.
Imagem dos pássaros com os osteófitos correspondentes
Periquito Maritaca Papagaio Arara
Nathan cita que os osteófitos são de osso cortical
mais forte que o da própria vértebra e que os graus
mais avançados de anquilose correspondem à
artrodese vertebral.
Conclusão
A classificação proposta, relacionando o tamanho
dos osteófitos vertebrais ao tamanho do bico das aves,
em periquitos para osteófitos menores, maritacas
para os levemente maiores, os papagaios para
maiores ainda e arara para aqueles que praticamente
se unem, tem aplicação prática na apresentação do
problema para o paciente, pois caracteriza bem o
que realmente o paciente apresenta e não somente o
tipo papagaio, que é conhecido tanto na linguagem
leiga como especializada.
Autores:
Dr. Jair Ortiz Ortopedista da Clínica Orthos - Campinas / SPDr. Rafael Tormin Ortiz Residente de Ortopedia – R3 – Instituto Jundiaiense de Ortopedia e Traumatologia – Jundiaí / SPDr. Rodrigo Tormin Ortiz
Ortopedista da Clínica Orthos - Campinas / SP
Mais informações sobre o artigo, contatar os autores: [email protected]
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“Esta imagem foi realizada no dia 31 de maio de 2011,
meu último dia de missão com Médicos Sem Fronteiras
(MSF), em Abidjan, a capital econômica da Costa do Marfim.
A foto mostra uma das tendas-enfermaria da organização,
que trabalha há meses no país devido aos conflitos gerados
pela sucessão presidencial. Eu registrei esse momento
porque foi a despedida de um dos pacientes que me
marcou. Ele estava muito feliz com o tratamento proposto
e com o resultado, pois quando cheguei tinha indicação de
amputação do braço.
É emocionante sentir a gratidão dessas pessoas com
nosso trabalho. É forte o sentimento do ser médico e de
poder ajudar sem esperar nada em troca. É recompensador
cada sorriso recebido. É uma experiência de vida que sugiro
a todos os colegas que, um dia, já pensaram em realizar
ajuda humanitária. Vale muito a pena!“
Participe deste espaço enviando uma foto para o e-mail
[email protected], colocando seu nome, a cidade
onde atua profissionalmente e a data em que fez a imagem,
acompanhada de um texto sobre a sua percepção do flagrante.
Alexandre Philippe Boss Jaccard, de Londrina (PR), é
ortopedista com atuação em coluna vertebral. O cirurgião
trabalha no projeto www.experienciasdevida.com.br, sendo
que a primeira missão como voluntário do MSF foi no Haiti,
em 2010, após o terremoto que vitimou cerca de 250 mil
pessoas e deixou mais 1 milhão de desabrigados.
Expediente
Presidente: Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha
Vice-Presidente: Dr. Carlos Henrique Ribeiro
1º Secretário: Dr. Mauro dos Santos Volpi
2º Secretário: Dr. Marcelo Wajchenberg
1º Tesoureiro: Dr. Alexandre Fogaça Cristante
2º Tesoureiro: Dr. Asdrubal Falavigna
Colaboram nesta edição:
Drs. Alberto Gotfryd, Alexandre Phillipe Boss Jaccard,
Eduardo Gil França Gomes, José Grynfogiel,
Jair Ortiz e Rafael Trevisan Ortiz
Jornalista Responsável:
Gilmara Gil – MTBRS 5439
e-mail: [email protected]
Coordenador Editorial:
Dr. Eduardo Gil França Gomes
e-mail: [email protected]
Editor: Dr. Sérgio Zylbersztejn
e-mail: [email protected]
Arte final e editoração: Luciano Maciel
Periodicidade: trimestral
Impressão: Trindade Ind. Gráfica Ltda.
Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores.
Endereço:
Sociedade Brasileira de Coluna – SBC
Alameda Lorena, 1304 - sala 1406
CEP: 01424-001 – São Paulo -SP
Telefax: (11) 30886615
Endereço eletrônico: [email protected]
www.coluna.com.br
Secretária: Ana Maria
Fale com o Informativo SBC enviando sugestão de assuntos para a próxima edição: [email protected]
SBCSociedade Brasileira de Coluna
ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COLUNA
seu olhar
Revista SBC JUL/AGO/SET 2011
agendaagenda
VI Sincol - Simpósio Internacional Coluna & Lasas Meeting
Data: 4 de agosto/2011
Local: Windsor Barra Hotel & Congressos
Informações: www.sincol.com.br
Simpósio Internacional de Radiologia Intervencionista em Oncologia
Data: 6 e 7 de agosto/2011
Horário: 7h30min às 18h
Local: Auditório do Hospital Samaritano de São Paulo
(Rua Conselheiro Brotero, 1486 - Higienópolis)
Convidado especial: Prof. Afshin Gangi, radiologista
intervencionista da Universidade Louis Pasteur de
Estrasburgo, França
Workshop: Vertebroplastia Percutânea
(vagas limitadas a 15 participantes)
Inscrições: (11) 3821 5719 - 3821 5725
10ª Edição do Ciclo de Cursos do CCMI
Data: 9 e 10 de setembro/2011
Local: Hotel Deville, Porto Alegre/RS
Tema: “O estado da arte da cirurgia
minimamente invasiva de Coluna
no Brasil”
Programa: O que é uma cirurgia
minimamente invasiva de coluna?
E o que eu, profissional de saúde,
tenho a ver com isto?
Informações: www.ccmi-sbc.com.br
Spineweek
Data: 19 a 21 de setembro/2011Local: Centro de Convenções de Milão, ItáliaRealização: Euro SpineInformações: www.eurospine.org
XI Congresso SILACO
Data: 13 a 15 de outubro/2011
Local: Sheraton Buenos Aires,
Argentina
Palestrantes convidados:Jean Marc Vital e Ferran Pellisé (França)Temas livres e posters: 1º de agosto, data de encerramento para enviar trabalhos.
Informações:
www.silaco.org
ago/11 set/11 out/11
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