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http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Marechal-Mario-Travassos.pdf
Fonte: Personagens do Espiritismo.
Nascido no dia 20 de janeiro de 1891, na cidade do Rio de Janeiro, vindo a desencarnar
na mesma cidade, no dia 20 de julho de 1973.
Era filho do General Silvestre Rodrigues da Silva Travassos e Dona Maria José de
Araújo Travassos, tendo se casado, em 1912, com a Dra. Felismina Duarte de Oliveira
Travassos.
Ingressou na Escola Militar de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1908, saindo
Aspirante em 2 de janeiro de 1911, fazendo brilhante carreira militar até o generalato.
2° Tenente, em 1915, 1° Tenente, em 1920, Capitão, em 1925, Major, em 1933, Tenente-
Coronel (por merecimento), em 1938, Coronel (por merecimento), em 1941, General de
Brigada em 1946, General de Divisão em 1951 e General de Exército em 1952, posto em que
foi transferido para Reserva.
Posteriormente à sua transferência para a Reserva, foi promovido a Marechal.
Teve os seguintes comandos:
- Participou da Campanha do Contestado, 1914/1915;
- Comandante do 8° BC - São Leopoldo, em Rezende, 1939.
- Serviu no Estado-Maior do Exército,1940.
- Professor da Escola de Estado Maior, 1941.
- Comandante da Escola Preparatória de Cadetes do Ceará, 1942/1943.
- Comandante da Escola Militar do Realengo, 1943/1944.
- Comandante do Depósito do Pessoal da FEB, desembarcando na Zona de Operações de
Guerra, em Nápoles, na Itália, de 1944/1945.
Comissões como Oficial-General:
- Comandante da 5ª Região Militar, 1947.
- Comandante do CAER, 1948.
- Diretor de Ensino do Exército, onde realizou vários Simpósios e Seminários
para reforma total do ensino no Exército.
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL/RIO GRANDE DO SUL (AHIMTB/RS)
- ACADEMIA GENERAL RINALDO PEREIRA DA CÂMARA - E DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E TRADIÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL (IHTRGS)
280 anos da chegada do Brigadeiro José da Silva Pais a Rio Grande -100 anos da entrada do Brasil na I
GM
ANO 2017 Agosto N° 233
O TUIUTI
INFORMATIVO
Esboço biográfico do
GEOPOLÍTICO Marechal Mário Travassos
2
- Juntamente com o General José Pessoa, criou a Academia Militar das Agulhas Negras, tendo
sido o seu primeiro Comandante e, com o mesmo companheiro, foi designado para indicar o
local onde deveria ser construída a nova Capital do Brasil (Brasília).
Fato interessante se deu nessa oportunidade, podendo-se considerar de caráter
mediúnico.
Ao chegarem ao ponto pré-estabelecido, lá depararam com uma inscrição relativa a
uma profecia de Dom Bosco segundo a qual, exatamente ali nasceria uma civilização de onde
emanaria mel e leite para toda a Humanidade (segundo se sabe, na linguagem simbólica dos
clarividentes, mel e leite significam sabedoria espiritual).
No Exército fez os seguintes cursos:
- Infantaria e Cavalaria, Aperfeiçoamento e de Estado-Maior.
- Recebeu inúmeras medalhas e condecorações.
- Por longos anos presidiu a ABE - "Associação Brasileira de Educação".
- Jornalista profissional, pertenceu ao quadro de redatores do Jornal do Brasil durante muitos
anos, colaborando ainda em outros periódicos, como: A Defesa Nacional e O Estado de S.
Paulo.
Sua obra literária, ressalta importantes aspectos da Geopolítica Brasileira, com os
seguintes volumes:
- "Aspectos Geográficos Sul-Americanos",1933.
- "Projeção Continental do Brasil", 1938.
- "Introdução à Geografia das Comunicações Brasileiras", 1942.
Alguns de seus livros inspiraram o aproveitamento do Rio São Francisco e segundo o
próprio Ministro da Educação, a Transamazônica.
Nasceu em lar espírita, onde seu pai costumava realizar uma sessão de caráter
experimental com os familiares.
Em sua juventude, passou a estudar a Doutrina, à Luz da Codificação Kardequiana, para
a qual se sentiu inclinado diante dos argumentos de "O Livro dos Espíritos" e de "O Evangelho
Segundo o Espiritismo", passando a adotar os seus princípios morais.
Na década de 1920, conheceu Viana de Carvalho, um dos maiores tribunos da Doutrina
Espírita de todas as épocas, o qual iniciava uma campanha de evangelização da infância, com
as chamadas "Aulas de Moral Cristã". O Marechal Mário Travassos entusiasmou-se pelo
assunto, colaborando muito nesse setor, sendo mesmo um dos pioneiros do movimento de
evangelização da infância no meio espírita.
Orador fluente, era convidado constantemente para conferências no Rio de Janeiro e
Estados vizinhos, pregando Doutrina Espírita e Evangelho.
Deolindo Amorim o convidou para ser um dos professores do Instituto de Cultura
Espírita do Brasil, no qual ministrou aulas de Doutrina por muitos anos.
Foi Vice-Presidente da Cruzada dos Militares Espíritas, por anos seguidos e o iniciador
das Semanas Maurícias. Idealizou o Dicionário Espírita, quando colaborava no Grupo Espírita
"Regeneração", ministrando aulas de Doutrina Espírita, baseado em "O Livro dos Espíritos".
Foi um dos expositores de um Círculo "de Cultura Espírita, que até hoje se realiza no
Grupo Espírita "Discípulos de Samuel" em Aldeia Campista.
No dia 30 de junho de 1953, juntamente com Luiz Antônio Mileco e Marcos Vinícius
Teles, fundava a SPLEB "Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille", realizando o seu primeiro
anteprojeto de Estatuto.
Durante 20 anos, foi o seu Presidente e membro vitalício de seu Conselho. Essa
Sociedade tem por finalidade editar e distribuir gratuitamente livros espíritas em Braille, a
todas as Sociedades de Cegos do Brasil, já tendo editado em Braile quase toda obra de Allan
Kardec, exceto "Obras Póstumas" e a "Revista Espírita".
Editou também, "O Consolador" de Emmanuel e "Biografias de Grandes Vultos do
Espiritismo". Para o Braille, foram passadas várias obras espíritas, espiritualistas e de cultura
geral, destinadas às bibliotecas das Sociedades.
3
Em 1953, realizou o Primeiro Congresso de Cegos Espíritas, no Rio de Janeiro, o
primeiro congresso nesse gênero de que se tem notícias.
Com o seu prestígio pessoal muito contribuiu para o desenvolvimento da SPLEB,
inclusive dotando-a de sede própria.
O Marechal Mário Travassos era um idealista, amava Jesus com todas as veras de seu
grande coração e procurava segui-lo por meio de Seu Evangelho de Amor Penalizado da
prova dos cegos, desejando minorar-lhes os sofrimentos, dedicou-se de corpo e alma ao
estudo do Braille, para que por meio da leitura das obras espíritas, principalmente dos livros
da Codificação Kardequiana pudessem compreender a bondade infinita de Deus, e pela lei
da reencarnação, descobrissem o porquê de suas deficiências físicas.
O seu corpo foi velado por parentes e amigos, além de uma guarda de honra
constituída por Cadetes da Academia Militar de Agulhas Negras. Ao seu sepultamento
compareceram inúmeros oficiais, generais e militares de várias categorias, grande número
de representantes de Instituições Espíritas. Antes da saída do féretro, Luiz Antônio Mileco,
seu companheiro de todas as horas, fez breve alocução exaltando as qualidades militares e
espíritas do insigne confrade, terminando com sentida prece a Jesus, rogando amparo e luz,
para o companheiro que partiu.
A guerra e a paz de Vegécio na atualidade: breve análise
Por Rayanne Gabrielle da Silva
Há frases e ditos de personalidades
históricas e da cultura popular de um lugar que
se enquadram apenas em seu tempo – como é
o caso da célebre frase do general prussiano
Clausewitz1. Outras parecem atemporais, como
é o caso do dito acima, cujo nascimento
ocorreu na Roma Antiga com o escritor
Vegécio Renato no século IV de nossa era. A
temporalidade e o espaço não poderiam ser
mais apropriados: potência dominante no
mundo ocidental antigo, graças a uma política
e cultura fortes, detentora de um exército
devidamente treinado e partícipe de cons-
tantes campanhas nos três continentes circun-
dantes ao mar Mediterrâneo, incluso o próprio
europeu do qual faz parte a pequena e estreita
península itálica onde o império assentou suas
bases. Contudo, a famosa frase fora deformada
ao longo dos séculos, assim expressa no Livro
Terceiro do Compêndio de Arte Militar do
próprio Vegécio:
Portanto, quem deseja a paz, que prepare a guerra; quem almeja
a vitória, que instrua com esmero seus soldados; quem aspira a resultados
favoráveis, que lute confiando na técnica militar e não no azar. Ninguém ousa
provocar nem ofender a quem sabe que é superior em combate. (RENATO,
2006, p. 241, tradução minha)2
A frase extraída desse curto trecho,
independentemente de suas variações, é reve-
ladora da contradição e semelhança entre os
termos guerra e paz. Ambos parecem traduzir
1 “A guerra é meramente a continuação da política por
outros meios.” 2 (8) Así pues quien desea la paz, que prepare la guerra;
quien pretende la victoria, que instruya con esmero a sus
a face de uma mesma moeda, enquanto são
antagonistas. Em linhas gerais, a paz é uma
idealização, em constante construção, da
inexistência de guerras ou conflitos, portanto,
soldados; quien aspira a resultados favorables, que luche
encomendándose a la técnica militar y no al azar. Nadie osa
provocar ni ofender a quien sabe que es superior en
combate.
4 uma abstração. Já a guerra é um termo com-
plexo, voltado para o impasse extremo entre
vontades, conceitos e ideias não-realizáveis,
cujo ápice é o uso da força e dos meios dis-
poníveis para exercê-la. A paz é sinônima de
tranquilidade, harmonia e equilíbrio; à guerra,
dedicam-se a violência, a crueldade e a de-
sordem. Dessa forma, como explicar o alcance
– ou o seu desejo de realização – da paz por
meio da guerra?
Quando se afirmou que o dito romano
de Vegécio era atemporal, não se deve des-
considerar que o mesmo é produto de seu tem-
po, aplicando-se assim a época em que o autor
vivera. Mas o diferencial aqui é a sua perpe-
tuidade e adequação ao longo dos séculos a
vários conflitos armados, servindo de mote pa-
ra justificar, em quase todos os casos, porque
se faz a guerra. Ainda dessa frase, infere-se
que, apesar de existir o diálogo e a conse-
quente diplomacia entre os impérios e nações
desde a antiguidade, faltava-lhes a eficácia
necessária para impedir a realização do fim
último para se alcançar a paz, no caso, a guerra.
Ao tentar interpretá-la, comportando-a
aos dias atuais, o desafio torna-se interessante
na medida em que ela própria explica o con-
ceito de “paz armada”. Neste caso, no qual não
existe necessariamente uma paz efetiva, mas
um estado de equilíbrio cuja tranquilidade e
violência coexistem dentro e fora do Estado, as
instituições militares e as Forças Armadas
detêm um papel proeminente e determinante
na defesa e garantia da ordem nacional, do
Estado e de seus elementos constituintes. No
entanto, foi somente há poucos séculos atrás,
na transição da modernidade para a contem-
poraneidade, que os militares passaram a ser
vistos com mais atenção pelo mundo civil como
uma comunidade capaz de auxiliar a nação em
tempos de equilíbrio armado ao guarnecer
suas fronteiras, proteger e auxiliar sua popu-
lação e até mesmo prestar serviços de repre-
sentação diplomática no exterior, possi-
bilitando o estreitamento das relações de
cooperação entre os atores internacionais. Não
é à toa que se percebeu, dentro da própria
nação, o perigo que a comunidade militar
representava, tomando como precaução o afas-
tamento dos militares e de suas instituições da
política interna como entes detentores do
poder, ainda que dela não pudessem ficar
alheios, pois a complementam e fortificam
(KEEGAN, 2015).
Conclusões
A “paz armada” e suas instituições
representativas são vistas dentro de um con-
junto integrado capaz de mitigar os cada vez
mais mortíferos conflitos armados emergentes
em várias partes do mundo. Assim, a máxima
de Vegécio aqui analisada e discutida aparece,
ora de acordo com o passado e o presente - em
relação a este último, quando voltada para uma
preparação armada preventiva ou protetiva
contra algo que ameaça o Estado ou pode vir a
ameaçar - ora em desacordo, pois as men-
talidades mudaram, a racionalização a respeito
das consequências da guerra prevalece com
frequência – herança necessária dos dois
grandes conflitos mundiais do século XX – e
reforça o uso da diplomacia e da dissuasão
antes de qualquer entidade estatal ou
internacional chegar às vias de fato. Numa
modificação e aplicação da frase aos dias de
hoje, se queres ou desejas a paz, prepara-te
para o diálogo!
REFERÊNCIAS
CLAUSEWITZ, Carl von. Da Guerra. São Paulo: Martins Fontes, [s.d.]. p. 91. Disponível em:
<https://www.egn.mar.mil.br/arquivos/cepe/DAGUERRA.pdf>. KEEGAN, John. Introducción. In: ______. La máscara del mando. Madrid: Turner, 2015. Versión
digital. RENATO, Flavio Vegecio. Compendio de Técnica Militar, Libro Tercero. Madrid: Cátedra; Letras
Universales, 2006.
Nota do Editor: Publius Flavius Vegetius Renatus foi um escritor do Império Romano do final do
século IV e início do século V. Autor da obra clássica Tratado de Arte Militar.
(continua)
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LIVROS DA AHIMTB/RS À DISPOSIÇÃO DOS INTEGRANTES
Os livros abaixo foram recebidos, o da esquerda por doação do Membro-efetivo Dr.
Aécio Beltrão, e o da direita por aquisição na Livraria Érico Veríssimo. Estão à inteira
disposição na nossa biblioteca.
BELTRÃO, Romeu. Cronologia Histórica ADAMS FILHO, Nelson. A Maluca viagem de
de Santa Maria e do Extinto Município Dom Pedro I pelo Sul do Brasil – História Guerra
de São Martinho 1787-1930. Santa Maria: Cisplatina – 1826. Torres/Porto Alegre: RJR, 2016.
Ed da UFSM, 2013.
Editor: Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel Pres. da AHIMTB/RS
Nossos sites:
www. ahimtb.org.br
www.acadhistoria.com.br
Site do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMS
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