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CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB CRESESB Centro de Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito - Cresesb ANO XVI Nº 15 Dezembro - 2011 Centros de Demonstração Tecnológica: difusão de conhecimento em Energias Renováveis Informe Informe Esta edição do CRESESB Informe é integralmente dedicada à implantação de novos Centros de Demonstra- ção Tecnológica, que ampliarão a difusão de conhecimento em energias renováveis em todo o país. Trata-se de uma parceria entre o Cepel e o Senai, com recursos do Ministério de Minas e Energia - MME, visando à criação de quatro Centros de Demonstração localizados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil. Acredita-se que esta iniciativa promoverá, de forma expressiva, a divulgação e disseminação das tecnologias destinadas ao aproveitamento das energias solar e eólica, contribuindo também para a formação de pessoal técnico qualificado nestas áreas. Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel

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CRESESBCRESESBCRESESBCRESESBCRESESBCentro de Referência para Energias Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito - Cresesb ANO XVI Nº 15 Dezembro - 2011

Centros de Demonstração Tecnológica:difusão de conhecimento em Energias Renováveis

InformeInforme

Esta edição do CRESESB Informe é integralmente dedicada à implantação de novos Centros de Demonstra-ção Tecnológica, que ampliarão a difusão de conhecimento em energias renováveis em todo o país.

Trata-se de uma parceria entre o Cepel e o Senai, com recursos do Ministério de Minas e Energia - MME,visando à criação de quatro Centros de Demonstração localizados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste eSul do Brasil.

Acredita-se que esta iniciativa promoverá, de forma expressiva, a divulgação e disseminação das tecnologiasdestinadas ao aproveitamento das energias solar e eólica, contribuindo também para a formação de pessoaltécnico qualificado nestas áreas.

Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel

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2 C R E S E S B I N F O R M E

Albert Cordeiro Geber de MeloDiretor Geral - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

Roberto Pereira CaldasDiretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Jorge Nunes de OliveiraDiretor de Gestão e Infraestrutura

Ary Vaz Pinto JuniorChefe do Departamento de Tecnologias Especiais

Ricardo Marques DutraPatrícia de Castro da Silva

PesquisadoresEditoração Eletrônica

Márcia da Rocha RamosPesquisadoraRevisão Final

Alta Atividade em Energia Solar

Os artigos assinados são deresponsabilidade dos autores.

É notório que estamos presencian-do, atualmente no Brasil, um signifi-cativo crescimento no interesse públi-co e nos investimentos em energiasolar fotovoltaica, fenômeno este de-corrente de uma conjunção de fatoresfavoráveis em nível nacional e inter-nacional.

A publicação internacional denomi-nada Unlocking the Sunbelt Potentialof Photovoltaics (Third Edition, March2011, EPIA), por exemplo, classificouo Brasil entre os países de melhoresoportunidades para a aplicação desistemas fotovoltaicos, a partir de umlevantamento que considera inúmerosindicadores.

Esta conjunção favorável tem con-tribuído para o surgimento de inúmerosnovos stakeholders no país, entre elesmuitas empresas da área que aqui vemse instalando, bem como para o flo-rescimento de novas iniciativas.

Entre os projetos já concretizadospode-se mencionar a UFV MPX Tauá(Tauá-CE), operando comercialmentedesde abril de 2011 com potência ins-talada de 1MWp, e previsão de expan-são para 5MWp, além do sistema co-nectado à rede da UTE Norte Flumi-nense (Macaé-RJ), com 320kWp, quese encontra em operação desde fins

de junho de 2011, integrado à edifica-ção por meio de uma estrutura metá-lica de beleza arquitetônica.

Outros projetos, estes em fase delicitação para contratação, incluem o“Projeto Megawatt Solar” da Eletrosul,visando a instalar um sistema conecta-do à rede com 1MWp em seu edifício-sede em Florianópolis-SC, o “ProjetoMineirão Solar”, da Cemig, que irádotar a cobertura do estádio Mineirãoem Belo Horizonte-MG de um sistemafotovoltaico, como parte das obras paraa Copa do Mundo 2014, e um projetoanálogo no Estádio de Pituaçu emSalvador-BA.

Não se pode deixar de mencionartambém a Chamada N0 13/2011 Aneel,destinada a projetos estratégicos pre-vendo sistemas conectados à rede deaté 3MWp, que recebeu cerca de 18propostas em fins de outubro de 2011,as quais se encontram em análise naAgência.

Posto este ambiente dinâmico, épresumível que a demanda por mãode obra qualificada em todos os níveisna área de energia solar fotovoltaicatenda a apresentar crescimento expres-sivo. Face a isto, entendemos que acontribuição do Cresesb na criação dequatro Centros de Demonstração de

Marco Antonio GaldinoPesquisador

Depto de Tecnologias EspeciaisDTE - Cepel

Energias Renováveis, em diferentes re-giões do país, vai totalmente ao en-contro desta demanda. Os projetos fo-ram frutos de parceria com o Senai,entidade de abrangência nacional e re-conhecida competência em qualifica-ção de pessoal, tendo sido financia-dos com recursos provenientes do Mi-nistério de Minas e Energia - MME.

A divulgação desta iniciativa é oobjeto do presente Informe Cresesb,que esperamos servir de inspiração aosleitores para muitas outras atividadesna área, e uma referência para vooscada vez mais ousados.

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§ 3C R E S E S B I N F O R M E

Modelo trazido pela Casa Solar Eficienteé replicado em outras regiões do país

A Casa Solar Eficiente, localizadanas dependências do Cepel, tem ser-vido, desde 1997, como um importantecentro de demonstração de tecnologiaspara geração descentralizada atravésdo uso das energias solar e eólica.

Ao longo dos últimos 14 anos, aCasa Solar tem contribuído tambémpara a disseminação do conceito deCentros de Demonstração, servindo deponto de partida para diversas inicia-tivas semelhantes em outras regiõesdo país. Dentre os vários projetos im-plementados a partir deste conceito,destacam-se a Casa Ecoeficiente - La-boratório de Energias Renováveis cons-truída pelo Senai de Campina Grande(PB), que contou com o apoio do Cepel/Cresesb na fase de pré-projeto; a Ca-sa Eficiente da Eletrosul, fruto de umaparceria entre Eletrosul, Eletrobras/Procel e LabEE/UFSC; e a Casa Eco-lógica do IVIG/COPPE/UFRJ (maioresinformações podem ser obtidas na edi-ção no 11 do Cresesb Informe, disponí-vel em www.cepel.br/cresesb).

De forma a replicar a experiênciabem sucedida da Casa Solar Eficiente,o Cepel/Cresesb, com recursos do Mi-nistério de Minas e Energia - MME,firmou Convênio com o Senai visandoa implantação de quatro novos Centrosde Demonstração de Energias Reno-váveis, nas regiões Sul, Centro-Oeste,Nordeste e Norte do país.

O Senai, sendo uma instituição deensino técnico de excelência com uni-dades espalhadas em todo o territórionacional, constitui-se em um valiosoinstrumento para viabilização destesCentros. Além da demonstração e divul-gação das tecnologias, a principal in-tenção subjacente é de que tais Cen-tros sejam utilizados para cursos e trei-namento de pessoal, atividade em quea competência do Senai é amplamentereconhecida, em tecnologia solar foto-voltaica, formando pessoal habilitadoa realizar a instalação e manutençãode tais sistemas, atendendo à deman-das de mão de obra especializada, co-mo, por exemplo, a prevista no âmbitodo Programa Luz para Todos (LpT).

No escopo do Convênio, o Cepel/Cresesb, repassou ao Senai recursosdo MME apenas para a aquisição dosequipamentos. Os demais custos en-volvidos, tais como obras civis, servi-ços etc., foram atribuídos à contra-partida do Senai, totalizando recursosda ordem de um milhão de reais.

Em junho de 2009 foi efetuado, noCepel, um curso para treinamento emtecnologia fotovoltaica para técnicosdo Senai, de forma a habilitá-los a par-ticipar do desenvolvimento dos proje-tos. Este curso, do qual participaram8 técnicos provenientes das unidadesdo Senai envolvidas, incluiu aulas teó-ricas sobre a tecnologia, exercícios dedimensionamento e prática de mon-tagem de sistemas fotovoltaicos. OCepel/Cresesb prestou ainda assistên-cia técnica ao Senai para o projeto edimensionamento dos sistemas, espe-cificação do material a ser adquiridopor meio de licitação, além de análisedas propostas de fornecimento.

Os sistemas foram dimensionadosusando a metodologia simplificada doManual de Engenharia para SistemasFotovoltaicos, considerando a radia-ção solar do pior mês do local onde ossistemas seriam instalados, de acor-do com o Atlas Solarimétrico do Brasil.Para todos os eletrodomésticos e com-ponentes dos sistemas fotovoltaico etérmico foi exigido o selo do ProgramaBrasileiro de Etiquetagem do Inmetro.

Os Centros foram implantados nascidades de São Luís (MA), Manaus(AM), Curitiba (PR) e Taguatinga (DF),associados às unidades do Senai exis-tentes nestas localidades. Os projetosdos Centros de Demonstração, comcaracterísticas completamente dife-renciadas, são apresentados ao longodeste Informe. Os Centros são aindadotados de kits móveis com diferen-tes aplicações (geração de energia,bombeamento de água, kit para infor-mática e kit de rádio transceptor) edestinados às demonstrações em es-colas, feiras ou eventos em geral.

Em operação há um ano, os Cen-tros de Demonstração Tecnológica de

Energias Renováveis têm contribuído,de forma expressiva, para divulgar ouso das fontes solar e eólica, além decapacitar novos profissionais para rea-lizar o dimensionamento, instalação emanutenção dos sistemas.

Na opinião do Chefe do Departa-mento de Tecnologias Especiais doCepel, Ary Vaz, esta parceria reveste-se de importância para o Cepel. Se-gundo ele, “com esse projeto o Cepelestá cumprindo uma missão delegadapelo Ministério de Minas e Energia,através do Convênio entre o Cepel e oSenai. Essa iniciativa está em conso-nância com a missão do Cresesb, queé difundir o conhecimento sobre ener-gias solar e eólica no Brasil.”

O Cepel/Cresesb orgulha-se do pio-neirismo trazido pela Casa Solar Efi-ciente e alegra-se em ver que os novosprojetos estão sendo aperfeiçoadoscom relação ao modelo original da Ca-sa, havendo uma preocupação maiorna escolha dos materiais e na incor-poração de aspectos relevantes paratornar a edificação mais sustentável,seja do ponto de vista energético ouambiental.

A partir da adoção de critérios dearquitetura bioclimática, de forma aassegurar condições ótimas de funcio-namento, quanto à orientação e inclina-ção, estes espaços abertos ao públicodestinam-se a difundir o uso de tecno-logias alternativas e a apresentar deque forma a arquitetura influencia nouso da energia. Em vários destes pro-jetos são utilizadas técnicas constru-tivas como iluminação eficiente, venti-lação natural, reutilização das águasde chuva etc.

Sem dúvida alguma, todas estasiniciativas destinadas à divulgação dasfontes alternativas de energia e técni-cas de eficiência energética represen-tam um grande auxílio na dissemina-ção destas tecnologias, contribuindotambém para a capacitação de mãode obra especializada no país.

Equipe [email protected]

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4 C R E S E S B I N F O R M E

ifundir os benefícios da utilizaçãoda energia solar e ser usada como fer-ramenta complementar de ensino, co-laborando, desta forma, para a forma-ção dos estudantes do Senai em futu-ros profissionais da área de energiasrenováveis. Essa é uma das propostasdo Centro de Demonstração de Ener-gias Renováveis localizado em Tagua-tinga, no Distrito Federal. A iniciativaé fruto de um convênio firmado entre oCepel e o Senai, com apoio do Minis-tério de Minas e Energia.

O Centro de Demonstração do Se-nai em Taguatinga está sendo utilizadopara demonstração de tarefas simples,como o aquecimento de água parabanho e o uso de aparelhos eletroele-trônicos por meio de energia solar. ACasa Solar, como o Centro está sen-do chamado, entrou em funcionamentoem setembro de 2010, e recebe emmédia 150 visitantes por mês. O pú-blico alvo são estudantes das escolasdo Senai e professores dos níveis mé-dio e superior, mas o Centro atendetambém o pessoal externo e empre-sas, através de visitas previamenteagendadas.

A Casa Solar abriga tecnologiaspara captação da energia provenientedo sol. A ideia é que os estudantesconheçam os benefícios da adoção daenergia solar como fonte alternativa.

O projeto da Casa Solar de Tagua-tinga incorpora um sistema de moni-toramento das grandezas elétricas detodo o sistema fotovoltaico. O sistemadispõe de um quadro de controle,que permite a visualização doestado de todas as cargas elétricas,bem como seu acionamento remo-to. Todas as medições realizadassão transmitidas via rede sem fioao computador do prédio do Senai–DF, onde são armazenadas a cadasegundo e disponibilizadas atravésda internet. Os visitantes têm aces-so a esses dados através de umcomputador localizado no interior daCasa.

Durante a visita à Casa Solar, oguia explica ao público a questão nor-mativa e política relacionada a tecno-logia fotovoltaica, e sua importância aomeio ambiente. Além disso, toda a ar-quitetura e a ação construtiva da Casa,e a automação residencial são trans-mitidas aos visitantes. No momento,a Casa só atende a visitas, mas há aideia de que o Senai promova cursosnas áreas de energia fotovoltaica, tér-mica e eólica.

Em sua estrutura com 65 metrosquadrados, a Casa Solar possui umasala de controle, auditório, banheiro,hall, copa e varanda. Na parte externa,

há painéis fotovoltaicos responsáveispela captação e conversão da energiasolar em energia elétrica que permiteo uso de aparelhos eletroeletrônicoscomo refrigeradores, televisões e apa-relhos de DVD. A Casa conta tambémcom um sistema solar térmico quepropicia o aquecimento de água parao uso em chuveiros e torneiras. A con-figuração dos sistemas utilizados noCentro de Demonstração de Tagua-tinga é apresentada na tabela ao lado.

A Casa Solar de Taguatinga utiliza,ainda, três kits móveis de demons-tração externa. O kit de geração deenergia é semelhante ao que o Cepel

utiliza em feiras e eventos. Este sis-tema apresenta inversores para adisponibilização de corrente alter-nada e atende pequenas cargascomo rádio, TV e iluminação. O kitde bombeamento de água tambémé semelhante ao utilizado pelo Ce-pel na sua Casa Solar e é compostopor dois tanques transparentes, fa-cilitando a visualização dos com-ponentes, além dos módulos foto-voltaicos e da bomba de superfície.Já o kit de informática é composto

Formação de profissionaisCentro de Demonstração de

Distrito Federal ajuda a preparar alun

Centro de Demonstração em Taguatinga - DF.

Sistema Elétrico de Taguatinga - DF.

D

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§ 5C R E S E S B I N F O R M E

por dois microcomputadores com co-nexão via internet através do sistemasem fio.

Mesmo em dias que não haja sol,a Casa tem a capacidade para funcio-nar por até 48 horas, através do arma-zenamento da energia solar. Ao todosão 16 baterias responsáveis por man-ter a Casa funcionando sem a presen-ça do sol. Além disso, a Casa tambémarmazena a água das chuvas para serutilizada em descargas. As janelas fo-ram posicionadas para favorecer a cli-matização e o telhado possui isolantetérmico.

“Ao demonstrarmos que é possívelmanter uma casa completa por meioda utilização de fonte renovável, incen-tivamos, ao mesmo tempo, que o alunoobtenha um novo olhar sobre o con-sumo. Queremos formar profissionaisresponsáveis e preocupados com omeio ambiente”, explicou Luis CarlosHommerding, analista da Unidade deInovação e Tecnologia (Unitec) do Se-nai Nacional.

Durante a construção da Casa So-lar, o Cepel promoveu um treinamentode tecnologia fotovoltaica aos instruto-

res do Senai (conforme já mencionadona página 3 deste Informe), a fim dehabilitá-los a participar do projeto.

O técnico Fábio Lima, do Senai deTaguantiga, que participou dos treina-mentos, falou da importância do projetopara o Senai. Segundo ele, ter toda a

tecnologia fotovoltaica e térmica paraapresentar aos alunos, é a demons-tração da preocupação que o Senaitem com o meio ambiente. “Ter todosos equipamentos indispensáveis paramostrar para o aluno na prática o queé aprendido em teoria, é o nosso maiormérito”, acrescenta o técnico.

Ainda de acordo com Fábio, ao ve-rem toda essa tecnologia no Centrode Demonstração, os visitantes con-seguem assimilar e interligar com aspráticas de melhoria no ambiente emque vivem. “As pessoas vêem na prá-tica o que viram na teoria e usam issopara preservar e ajudar o meio ambien-te”, diz Fábio Lima.

O Cepel escolheu o Senai para aparceria do projeto devido à sua exce-lência na capacitação profissional.Além de serem responsáveis pela dis-seminação do conteúdo e da tecno-logia, os Centros também visam cons-cientizar a população sobre o apro-veitamento das fontes alternativas deenergia.

Comunicação e EventosCepel

conscientes em TaguatingaEnergias Renováveis doos preocupados com meio ambiente

Kit de Informática utilizado somente no Centro de Demonstração deTaguatinga - DF.

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6 C R E S E S B I N F O R M E

Kits de geração e bombeamento d'água utilizados em todos os Centros.

F amosa mundialmente pelo con-junto arquitetônico do seu centro his-tórico, onde se destacam a bela azule-jaria e o casario dos tempos da colo-nização, a cidade de São Luís ganhou,em 2010, ares mais modernos. Em se-tembro do ano passado, o Centro deDemonstração Tecnológica de Ener-gias Renováveis do Senai de São Luísabriu as portas para a comunidade.

Através de um convênio firmadoentre o Cepel e o Senai, com recursosdo Ministério de Minas e Energia, aCasa Solar, como é conhecida, alémda divulgação das energias solar e eó-lica, tem também o objetivo de cons-cientizar a população sobre a utiliza-ção das fontes alternativas de energia,a partir da disseminação deste conhe-cimento. O Centro também tem a fun-ção de complementar o ensino dos es-tudantes do Senai, colaborando paraa formação de novos profissionais emenergias renováveis.

A Casa Solar do Maranhão recebeem torno de seis grupos de visitantesmensalmente. São estudantes, pro-fessores e empresários interessadosem energia fotovoltaica. O Centro aten-de também ao público em geral, atra-vés de visitas agendadas. Dentro daCasa são encontrados exemplos deaparelhos que são ligados por meioda energia alternativa tais como: refri-gerador, TV LCD 32’’, um lap top, umprojetor tipo data show, um DVD, alémdas lâmpadas.

Com uma área de 100m2, o Centroé semelhante à Casa Solar do Cepele conta com uma sala de aula, doisquartos, banheiro, copa/cozinha, áreade serviço e terraço. As palestras eprojeções áudio visuais ocorrem nasala de aula, e um dos quartos abrigaquadros elétricos e o sistema de aqui-sição de dados. Em sua edificação, hácaracterísticas construtivas, particu-larmente no que se refere à inclinaçãodo telhado, adequadas para receber osistema solar térmico (por termosifão),além dos sistemas fotovoltaicos degeração de energia e bombeamento

d’água. Tudo é monitorado através deum sistema de aquisição de dadosdesenvolvido pelo Senai, com o auxíliode um notebook e de uma rede deinternet sem fio.

A fonte de alimentação de energiada Casa Solar se dá a partir de umsistema autônomo híbrido fotovoltaico-eólico. Apesar do recurso eólico nãoser monitorado através de medições,

o local apresenta um perfil de ventofavorável. Desta forma, a utilizaçãodesta tecnologia no litoral maranhenseé de grande importância, já que a cli-matologia favorece os empreendimen-tos eólicos. Já a água para o consumoé fornecida por um sistema fotovoltaicode bombeamento autônomo (não co-nectado ao sistema elétrico da casa).Nesse sistema consta uma moto-bom-

Tradição e modernidadeConhecida pelos seus casarios

ganha Centro de Demonstra

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§ 7C R E S E S B I N F O R M E

Comunicação e EventosCepel

lado a lado em São Luíshistóricos, capital maranhenseção de Energias Renováveis

ba de superfície alimentada por meiode painéis fotovoltaicos. A água quentepara consumo é produzida por um sis-tema solar térmico. A configuração dossistemas utilizados em São Luís en-contra-se na tabela ao lado.

O Centro do Maranhão utiliza doiskits móveis de demonstrações exter-nas. O kit de geração de energia e okit de bombeamento d’água. O primei-ro é semelhante ao que o Cepel utilizaem feiras e eventos, e apresenta inver-sores para a disponibilização de cor-rente alternada, atendendo pequenascargas como rádio, TV e iluminação.Já o segundo, também semelhante aodo Cepel, é composto por dois tan-ques transparentes, facilitando a visua-lização dos componentes, além dosmódulos fotovoltaicos e da bomba desuperfície.

O acordo com o Cepel, além daconstrução da Casa Solar, incluiu tam-bém o treinamento concedido peloCentro de Pesquisas aos instrutoresdo Senai que estão envolvidos no pro-jeto, a fim de habilitá-los a promoverpalestras aos visitantes.

“Obtive um conhecimento maisconsistente nos assuntos de fontes deenergia renováveis, baterias, contro-ladores e inversores de tensão. Foiuma ótima troca de experiência e par-ceria na execução do projeto”, explicao engenheiro eletrônico ClaudiomarCosta, um dos instrutores que partici-pou dos treinamentos. Para ele, o pro-jeto tem um papel muito importante,pois o Senai aproveitou a Casa Solarpara orientar, formar e qualificar alunose professores em tecnologias reno-váveis (energia limpa) no Maranhão.

A parceria do Cepel com o Senaifoi escolhida em função da sua exce-lência na capacitação profissional. Pa-ra o Senai, a expectativa é de que to-do o conhecimento adquirido no Ce-pel, bem como a construção da CasaSolar, atenda às oportunidades de em-prego nas empresas de energia. Paraisso, tem-se investido na formação eatendimento em mão de obra qualifi-cada, além de cumprir com o seu pa-pel social para o Maranhão na preser-vação do meio ambiente.

Um dos maiores benefícios trazi-dos pelo projeto ao Senai é a opor-tunidade de trabalhar com serviçostecnológicos na área de energia e efi-ciência energética.

Centro de Demonstração em São Luís - MA.

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8 C R E S E S B I N F O R M E

H á alguma coisa de novo nas es-tradas que cortam o Paraná. Umpequeno veículo capaz de levar fontesalternativas de energia ao conheci-mento da população e, ao mesmotempo, conscientizá-la de seu papelna preservação do meio ambiente, se-ria algo inimaginável há alguns anos.Desde 2010, essa ideia se tornourealidade com o lançamento de umaunidade móvel para demonstração deenergias renováveis, fruto de umconvênio firmado entre o Cepel e oSenai, com apoio do Ministério de Mi-nas e Energia.

O Projeto Solaris, como é chama-do, funciona através de um furgão, quepercorre o interior do estado do Para-ná desde setembro de 2010, difundin-do a tecnologia de energia solar parao uso residencial, obtida através dosistema fotovoltaico, e do sistema so-lar térmico.

A experiência bem sucedida daCasa Solar do Cepel foi a motivaçãopara que o convênio fosse firmado como Senai - uma instituição de excelênciana capacitação profissional. O objeti-vo do acordo foi difundir os benefíciosda utilização da energia solar comofonte alternativa, através de cursos,palestras e treinamento de pessoal,além da demonstração e divulgaçãodessas fontes, colaborando para a for-mação de profissionais em energiasrenováveis.

“O grande mérito desse projeto édar visibilidade a uma fonte de energiasustentável. A ideia é desmistificar ouso da energia solar. A sua transfor-mação em energia elétrica”, afirmou ocoordenador de Educação do Senai-Curitiba, Miguel Igino Valentini. “Nossaproposta é rodar com o furgão por to-do o Paraná e participar de eventos, co-mo as Olimpíadas do Conhecimento”,adiantou.

Em sua estrutura, o furgão possuidez painéis fixados através de perfis ecantoneiras em alumínio, que são en-caixados de maneira que não se sol-

Centro de Demonstração do Paraná - Projeto Solaris.

tem. O seu carregador de baterias inte-ligente apresenta uma tecnologia mo-derna, além da sua alta eficiência. Abateria, durante a carga, recebe corren-te constante e com limitadores de ten-são de carga e flutuação, protegendoe aumentando o tempo de vida útil.

Como a unidade móvel tem a mis-são de divulgar a energia solar comofonte de energia alternativa, utilizandotecnologias limpas e de alta eficiênciaenergética, optou-se por utilizar umaTV de Led. Este equipamento nãonecessita de lâmpadas, não utiliza

Apresentação do kit de bombeamento de água para alunos do SESI-PR.

Energia solarFurgão do Projeto Solaris levarenováveis a Curitiba e às cid

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§ 9C R E S E S B I N F O R M E

sobre rodasinformações sobre energiasades do interior do Paraná

chumbo na solda dos componentes eainda possui um nível baixo de con-sumo de energia.

No interior do furgão há luminárias,abajur, ventilador, liquidificador, frigo-bar, notebook e uma TV Led 46" ali-mentados a partir do sistema fotovol-taico instalado sobre o teto do veículo.Há ainda o banco de baterias, o inver-sor e o controlador de carga que es-tão em caixas transparentes para faci-litar a visualização dos componentesdurante as visitas. Já o quadro sinóti-co mostra as grandezas (tais comocorrentes, tensões etc.) envolvidas nofuncionamento do sistema fotovoltai-co, além de um piranômetro para amedição da radiação solar instantâ-

Vista interna do furgão (acima) que já esteve emexposição no estacionamento do MME

em Brasília (figura ao lado).

nea. Todasas demons-trações sãofeitas 2 vezesem cada tur-no (manhã,tarde e noi-te), com umaduração má-xima de umahora.

As princi-pais caracte-rísticas técnicas dossistemas de demons-tração que integram oProjeto Solaris estãoapresentadas na tabelaacima.

Este Centro de De-monstração conta tam-bém com dois kits mó-veis: o sistema fotovol-taico para o bombea-mento d’água e o sis-tema solar para gera-ção de energia elétrica.Adicionalmente, contacom um sistema paraaquecimento de água.Quando o furgão estiverem movimento, esseskits ficam no interior do

Comunicação e EventosCepel

veículo e são fixados através de cintasde amarração apropriadas. Nos mo-mentos em que o furgão estiver esta-cionado, esses kits são montados ex-ternamente para melhor visualizaçãodos equipamentos e demonstraçãodas tecnologias.

Antes da efetiva implantação doProjeto Solaris, o Cepel forneceu trei-namento aos instrutores do Senai (con-forme mencionado na página 3 desteInforme), a fim de habilitá-los a passartodo o conhecimento adquirido aos visi-tantes do Centro de Demonstração ena aplicação da inovação, resultandoem melhoria de qualidade, aumento daprodutividade e elevação da competi-tividade.

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10 C R E S E S B I N F O R M E

C onsiderada sagrada pelos Maiase os povos que habitam as florestas,a Samaúma é uma árvore frondosa,nativa da América do Sul e da África,onde chega a atingir 70 metros de al-tura. Típica das várzeas e matas ala-gadas, é conhecida na Amazônia, on-de se encontra em extinção, por ar-mazenar água em seu tronco. Águaque, influenciada pelas fases da lua,migra para a copa ou para a raiz, emum deslocamento semelhan-te ao de um barco cortandoos rios e ondulando a águaao seu redor.

E é assim, deslizando pe-las águas dos rios amazôni-cos, que o Barco Escola Sa-maúma, do Senai, leva cur-sos e palestras sobre energiasolar fotovoltaica e energiasolar térmica (destinada aoaquecimento de água) para osmoradores dos municípios lo-calizados ao longo dos rios daregião Norte. Na embarcaçãofunciona, desde o início de2011, um dos quatro Centrosde Demonstração Tecnológicade Energias Renováveis, cria-dos a partir de um Convêniofirmado entre o Cepel e o Se-nai, com apoio do Ministériode Minas e Energia (MME). Aexpectativa é que essa par-ceria aumente o número desistemas fotovoltaicos insta-lados na região e que, comeles, melhore a qualidade devida da população.

O Barco Escola Samaúma vemsendo utilizado pela instituição, des-de 1979, como unidade móvel parapromover cursos de formação profis-sional, que variam de acordo com anecessidade de cada um dos muni-cípios visitados. São realizados diver-sos cursos, tais como de marcenaria,eletricista residencial, informática bá-sica e avançada, panificação e de me-cânica de motor Diesel e de motor depopa, entre outros.

Conhecimento a bordo nProjeto leva cursos e palestras sobre en

para municípios ribei

O barco, que geralmente fica doismeses em cada município, percorretoda a extensão do Rio Amazonas eatende a cerca de 2.500 pessoas porano. A maioria jovens da região. Coma inclusão das aulas sobre energiasalternativas, o número de beneficiadosdeve subir para 4 mil alunos.

A energia solar fotovoltaica, queconsiste em converter a energia do solem elétrica através de painéis solares,

ção dos sistemas solares e mecanis-mos de financiamento. A embarcaçãofoi totalmente adaptada para receberos equipamentos de demonstração douso da energia solar, como painéis so-lares, inversores, sistemas de aqueci-mento de água e kits móveis para de-monstrações.

“A nossa proposta é apresentar atecnologia, mostrar que é possível utili-zá-la e quais as aplicações no dia a

dia das comunidades isoladas”, expli-ca Delfino Pereira de Souza Filho,instrutor do Senai Amazonas. Duranteesta entrevista, o Samaúma estava emManicoré, distante cerca 600 km deManaus, em linha reta, ou aproxima-damente 1.200 km, navegando du-rante dois dias pelo Rio Amazonas.Delfino cita algumas das aplicaçõesdos sistemas fotovoltaicos. “Em casode acidente, a energia gerada pelosistema é fundamental para operar o

Barco Escola Samaúma amplia a difusão de conhecimento em energia solar emmunicípios ribeirinhos do Amazonas.

é uma das tecnologias demonstradasno barco. A outra é a energia solartérmica, que mostra como aproveitara radiação solar para o aquecimentoda água. O sistema de aquecimentofoi instalado em local de fácil acesso,para que o público possa ter contatocom os equipamentos e verificar a águaaquecida.

O curso sobre sistemas fotovoltai-cos é baseado em três pilares: intro-dução à energia fotovoltaica, instala-

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§ 11C R E S E S B I N F O R M E

Comunicação e EventosCepel

o Barco Escola Samaúmaergia fotovoltaica e energia solar térmicarinhos do Amazonas

1- kit móvel transceptor, 2- alunos de Escola Técnica durante visita ao BarcoEscola Samaúma, 3- vista parcial da estrutura dos módulos fotovoltaicos,

4- vista do quadro sinótico e inversores utilizados no Barco.

rádio e pedir ajuda para transportaruma pessoa até o hospital. A energiatambém pode ser usada para a conser-vação de vacinas”, conta.

Para Delfino, o maior mérito da par-ceria firmada entre o Cepel e o Senaifoi a transferência do conhecimento,da metodologia do projeto. “E dessaforma poder passar para os alunos amesma tecnologia utilizada em outraspartes do mundo”, afirmou.

A intenção é que essas tecnolo-gias, difundidas para a população, con-tribuam para melhorar o cotidiano e aqualidade de vida das comunidadessituadas no interior do estado do Ama-zonas.

As metas são sensibilizar pessoasque possam contribuir para a aquisi-ção dessas tecnologias e repassarinformações dos sistemas instalados,que estarão expostos para visitação.A proposta é ministrar em cada muni-cípio, na própria unidade, pelo menosuma palestra de divulgação, desta-cando, principalmente, a simplicida-de de operação do sistema e da suainstalação, bem como a flexibilidadede sua utilização de acordo com asnecessidades locais.

Pelo jeito, a energia solar fotovol-taica foi mesmo incorporada no dia adia do Senai, no Amazonas. Tanto as-sim é que a instituição está construindoum novo Barco Escola que terá entre80 a 100 módulos fotovoltaicos, compotência estimada em 14,6 kWp.

A embarcação também será dota-da de sistemas para diminuir a geraçãode resíduos e a poluição. “O importanteé que o projeto do sistema fotovoltaicodo novo barco está sendo inteiramen-te desenvolvido pela equipe técnicaque foi capacitada pelo Cepel”, desta-cou Delfino Filho.

A expectativa do Senai é que estaembarcação, após ter sido totalmenteconcluída, possa beneficiar a popula-ção a partir de 2012.

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12 C R E S E S B I N F O R M E

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Geração de energia através do sol no Barco Samaúma

O laboratório de sistemas fotovoltaicos foi montado no segundo andar do Barco Escola Samaúma, onde todosterão acesso aos equipamentos, podendo ter a percepção do consumo e da dimensão da estrutura para eventuaisaplicações. Apenas o painel fotovoltaico não é acessível fisicamente, mas poderá ser visto a um metro de distânciacom todos os seus detalhes.

O painel foi instalado na cobertura do barco sobre uma estrutura me-tálica móvel podendo ser ajustado manualmente de acordo com a loca-lização do município atendido. A energia solar convertida em elétrica seráarmazenada em um banco de baterias, localizado no laboratório, de ondealimentará, através do painel de distribuição, duas lâmpadas, um frigobar,um transmissor de rádio e um computador conectado na internet, nosmunicípios que já dispõem de rádio base de celular.

O Samaúma conta com três grupos de equipamentos. No chamadoGrupo I diversos equipamentos, tais como microcomputador, transceptor,frigobar e lâmpadas, são ligados no sistema de geração de energia apartir de células fotovoltaicas, por um período de 3h/dia. Esses equipa-mentos serão utilizados sempre que houver seminários, para dissemina-ção da tecnologia, ou visitação de pessoas interessadas. O Grupo II abrange equipamentos de apoio ao desen-volvimento do projeto e apresentação das tecnologias, como notebooks, data show, impressora, GPS e o sistemade medição. Já o Grupo III reúne os equipamentos que são utilizados para demonstrações externas da tecnologiasolar, voltadas às comunidades visitadas pela embarcação.

Aquecimento de água também é demonstrado

Além dos equipamentos relacionados à geração fotovoltaica, o barcoSamaúma também dispõe de um sistema para demonstração de aqueci-mento solar da água. O sistema solar térmico foi montado sobre um tuboque permite o movimento circular sobre um eixo vertical, possibilitandodirecionar o coletor solar na direção do norte geográfico em qualquer localdo estado do Amazonas.

A montagem do sistema também permite o ajuste da inclinação docoletor, que pode variar de 0° a 10°, mantendo-se todas as condiçõesnecessárias para o adequado funcionamento do sistema termossifão.

O sistema foi montado na cobertura do barco, onde é possível o acessodos visitantes, em grupos de cinco pessoas, que poderão verificar a tempe-ratura da água, analisar os detalhes do sistema e tirar todas as dúvidasquanto ao seu funcionamento.