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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Instituto de Geociências Departamento de Geologia Geral e Aplicada Disciplina: INSTRUMENTAÇÃO GEOLÓGICA BÁSICA NOTAS DE AULA do Prof. Manfredo Winge http://www.unb.br/ig/cursos/igb/igb.htm . No. T Ó P I C O 1 METODOLOGIA GEOLÓGICA 2 O ESTUDO DE AFLORAMENTOS 3 CURVAS DE NIVEL 4 DIRECIONAIS DE CAMADA ou CURVAS DE CONTORNO ESTRUTURAL 5 MAPAS TOPOGRÁFICOS E GEOLÓGICOS 6 ALTÍMETRO, CLINÔMETRO E A BÚSSOLA DE GEÓLOGO 7 PERFIS TOPOGRÁFICO-GEOLÓGICOS 8 IMAGEAMENTO TERRESTRE E FOTOGEOLOGIA No. E X E R C Í C I O S 1 TRABALHO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 2 EXERCÍCIOS COM MAPAS TOPOGRÁFICOS 3 CURVAS DE NÍVEL E DIRECIONAIS DE CAMADA 4 "LENDO"MAPAS GEOLÓGICOS 5 CÁLCULO DE ESPESSURAS REAIS E APARENTES DE CAMADAS 6 EXERCÍCIOS DE CARTOGRAFIA GEOLÓGICA 1

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4- (CESGRANRIO) Cerca de 80% das reservas de gua existentes no mundo so subterrneas

UNIVERSIDADE DE BRASLIA Instituto de GeocinciasDepartamento de Geologia Geral e Aplicada

Disciplina: INSTRUMENTAO GEOLGICA BSICA NOTAS DE AULA do Prof. Manfredo Winge

http://www.unb.br/ig/cursos/igb/igb.htm.No.T P I C O

1METODOLOGIA GEOLGICA

2O ESTUDO DE AFLORAMENTOS

3CURVAS DE NIVEL

4DIRECIONAIS DE CAMADA ou CURVAS DE CONTORNO ESTRUTURAL

5MAPAS TOPOGRFICOS E GEOLGICOS

6ALTMETRO, CLINMETRO E A BSSOLA DE GELOGO

7PERFIS TOPOGRFICO-GEOLGICOS

8IMAGEAMENTO TERRESTRE E FOTOGEOLOGIA

No.E X E R C C I O S

1TRABALHO DE PESQUISA BIBLIOGRFICA

2EXERCCIOS COM MAPAS TOPOGRFICOS

3CURVAS DE NVEL E DIRECIONAIS DE CAMADA

4"LENDO"MAPAS GEOLGICOS

5CLCULO DE ESPESSURAS REAIS E APARENTES DE CAMADAS

6EXERCCIOS DE CARTOGRAFIA GEOLGICA

METODOLOGIA GEOLGICA1. INTRODUO

O MAPA GEOLGICO a forma de comunicao mais rpida e eficiente do gelogo, apresentando fatos e interpretaes posicionados cartograficamente o que permite uma viso abrangente e imediata da geologia da rea representada . Assim, para se fazer GEOLOGIA, necessario tanto saber interpretar [=LER] mapas geolgicos j existentes quanto saber elaborar mapas geolgicos. Como princpio metodolgico da geologia devemos, em primeiro lugar, obter ou providenciar o mapa geolgico da rea que nos interessa e na escala adequada aos nossos propsitos pois o MAPA GEOLGICO o fundamento para qualquer trabalho subsequente, quer de explorao mineral quer de controle do meio ambiente, desenvolvimento urbano, construo de estradas etc.. Por falta desta viso de base, recursos de vulto do setor mineral tm sido dispendidos no Pas em campanhas de prospeco sem atingir uma definio concreta da existncia ou no de jazidas. Assim, mesmo utilizando tcnicas de etapas mais avanadas da explorao ou prospeco mineral como geoqumica, geofsica, etc.., nunca se deve prescindir do entrelaamento destas tcnicas com uma interpretao ou reinterpretao geolgica, posicionando-se os fatos observados no espao, cartograficamente, e interpretando a sua evoluo no tempo geolgico. O questionamento permanente dos modlos e hipteses inerente profisso da geologia em um processo mental de testes de novas idias face observaes de fatos geolgicos. Para isto necessrio o rigor cientfico com o trato diferenciado entre FATOS e INTERPRETAES.

2. A ESCALA DE TRABALHO E A DENSIDADE DE INFORMAES Um mapa geolgico uma representao sinttica (e bastante interpretada) da natureza. Quanto menor a escala, menos resoluo cartogrfica (menos detalhes) temos no mapa que, por outro lado, representar reas maiores proporcionando-nos uma viso de reas maiores. H no Brasil um limite comumente aceito de escala de mapeamento para trabalhos sistemticos de campo que o da escala de 1:250.000 (1cm = 2,5km). Escalas menores como 1:500.000, 1:1.000.000 etc.. so escalas de integrao de dados de mapeamentos geolgicos j realizados. Este conceito varia de pas para pase e com a evoluo dos conhecimentos geolgicos. Assim, por exemplo, em pases menores as escalas de sntese (sem mapeamento de campo) geralmente so maiores do que esta assumida no Brasil e, no nosso prprio pas, a escala de 1:250.000 j est no grupo de escalas de integrao de dados em vrias regies. A vinculao direta entre a escala de mapeamento e a densidade de afloramentos estudados/km2 deve ser vista como uma aproximao de mdias e com cuidado porqu sempre devem existir variaes nesta densidade que so consequncia da prpria geologia mais ou menos complexa, da disponibilidade de afloramentos rochosos, dos problemas geolgicos no resolvidos bem como do prprio objetivo do mapeamento. Assim, por exemplo, em um mapeamento de 1:100.000 devem ser feitos perfis detalhados e com preciso em locais-chaves para se estabelecer colunas geolgicas medidas visando a definio da estratigrafia. Uma vez atendido este objetivo, o mapeamento do resto da rea ser mais facilitado situando e checando-se as unidades estratigrficas de acordo com o empilhamento definido pelo perfil detalhado. Escalas de mapeamento regional (menor densidade mdia de afloramentos estudados por unidade de rea) exige, normalmente, maiores conhecimentos e prtica do gelogo porqu o levantamento ser apoiado em menos fatos geolgicos observados no campo para interpretar reas maiores do que em escalas maiores.

Classificao das escalas de cartografia geolgica:

a. Escalas de sntese ou de integrao de dados em nvel continental ou nacional: 1:10.000.000; 1:5.000.000; 1:2.500.000. b. Escalas de sntese ou de integrao ou de compilao de dados em nvel regional: 1:1.000.000; 1:500.000. c. Escalas de mapeamento geolgico em nvel de reconhecimento regional: 1:500.000 (Amaznia) e 1:250.000. d. Escalas de mapeamento geolgico sistemtico do Pas: 1:100.000; 1:50.000. e. Escala de mapeamento geolgico de semi-detalhe: 1:25.000. f. Escala de mapeamento geolgico de detalhe: 1:10.000; 1:5.000; 1:2.000. g. Escala de mapeamento geolgico de ultradetalhe 1:1.000 e maiores.

As escalas de detalhe e ultradetalhe so comumente utilizadas nas fases ou etapas prospectivas dos projetos de localizao e avaliao (quantificao e qualificao) de depsitos minerais, em trabalhos de geotcnica (estradas, aeroportos, urbanizao....), de mapeamento de minas e outros. Naturalmente que os custos (pessoal, custos, tempo..) dos mapeamento de maior detalhe so maiores (aumentam exponencialmente - ao quadrado pelo menos) com o aumento de escala.

3. A METODOLOGIA GEOLGICA NA EXPLORAO (PROSPECO) MINERAL

O conhecimento comparado da geologia das principais jazidas, em nvel mundial ou regional, permite-nos avaliar a possibilidade da regio estudada possuir ou no determinados tipos de mineralizaes ao observarmos condies similares s daquelas reas mineralizadas. Assim, fundamental no mtodo geolgico ter-se conhecimento dos modelos evolutivos das principais reas mineralizadas do mundo bem como dos metalotectos que ensejam algum tipo de concentrao mineral (metalotectos = processos "construtores" de concentraes minerais ou feies indicadoras destas concentraes minerais). Esta necessidade est vinculada ao processo mental, muitas vezes realizados em nvel subconsciente, em que um pequeno indcio nos leva a desconfiar da importncia da rea e eventualmente identificar uma regio potencialmente mineralizada. importante que j no campo comecemos a testar hipteses a partir dos indicadores de metalotectos. Como princpio metodolgico deve-se partir do GERAL para chegar ao PARTICULAR. Este princpio est relacionado com a estratgia ou filosofia de trabalho de DESCARTE das reas sem interesse medida que se desenvolve o projeto de pesquisa. Desta forma, partindo-se de reas maiores e usando escalas menores, definem-se reas mais localizadas ("alvos") que se apresentam geologicamente mais promissores para conter os minrios que interessam. Estas reas menores so estudadas em escalas maiores com maior "resoluo" cartogrfica e maior densidade mdia de observaes geolgicas por unidade de rea. De forma semelhante rea inicial, estas sub-reas podem sofrer DESCARTES para estudos de ALVOS mais detalhados ainda. Tcnicas auxiliares diversas como geofsica, geoqumica etc.., vem em auxlio da geologia nos momentos julgados convenientes pela equipe que executa o projeto lembrando-se sempre, da necessidade de integrao entre os gelogos e os especialistas destas tcnicass auxiliares. Empresas privadas normalmente no vo at a concluso (mapa e relatrio final) dos estudos regionais iniciais, deslocando a "mo de obra" geolgica imediatamente para reas-alvo. Isto, naturalmente, conduz a uma perda de informes relativas ao esforo realizado nas etapas iniciais (denominadas de "peneira grossa"), ganhando a companhia em tempo (e nos custos) da campanha.

4 - ETAPAS FUNDAMENTAIS DO MAPEAMENTO GEOLGICO A seguir so relacionados as principais etapas de um projeto de geologia:

A - COMPILAO E ANLISE BIBLIOGRFICA: Reunio de documentos (mapas em especial, arquivos em computador, anlises, relatrios, etc...da rea do projeto, seleo e estudo dos documentos e informaes que interessam no projeto preparando fichas/resumo;

B -FOTOINTERPRETAO PRELIMINAR: Estudo de imagens (LANDSAT, RADAM e outras) e das fotos ereas da regio de interesse e circunjacentes prximas; trabalho frequentemente realizado junto com a anlise da bibliografia. Se a regio do projeto for prxima da sede onde est o gelogo ( ou sendo extremamente necessrio), nesta etapa pode ser realizado um reconhecimento de campo ao longo das principais estradas fazendo-se um mapa geolgico preliminar;

C - ETAPA(S) DE CAMPO: Percorrem-se, inicialmente, as prinicpais estradas para tomar contato com a rea e localizar vias de acesso e facilidades para acampar ou se hospedar. Verifica-se simultaneamente a fotointerpretao no caso de no ter sido feito o reconhecimento de campo na etapa anterior. interessante comear o estudo por reas onde se tem, pela fotointerpretao ou pela bibliografia, conhecimentos de sees estratigrficas completas, mineralizaes importantes ou ainda, padres de fotointerpretao mais comuns. O estudo cuidadoso de afloramentos, principalmente de tipos de rochas ou das formaes que vo sendo encontradas pela primeira vez, facilitar o mapeamento na medida em que for sendo desenvolvido. Mapeamento de detalhe e ultradetalhe exigem trabalhos de topografia simultanemente.

E - ETAPA(S) DE LABORATRIO: A cada etapa de campo sucede-se uma etapa de descanso e, normalmente, de laboratrio na qual o gelogo deve estudar as lminas petrogrficas das rochas coletadas e ir organizando seus dados o que nem sempre possvel fazer nas etapas de campo. So locados os "pontos" estudados em mapa base (mapa de pontos ). passada a limpo a caderneta ou providencida a transcrio sumria para computador. So organizadas as fichas de descrio petrogrfica, de anlise qumica etc..., na mesma ordem da caderneta de campo. refeita a fotointerpretao e preparada a coluna estratigrficas a partir das sees geolgicas. elaborada a maquete do mapa geolgico final das reas que j foram estudadas.

F - ETAPA RELATRIO FINAL : Com o mapa geolgicopronto e a estratigrafia (coluna geolgica composta da rea) definida e todos os pontos controvertidos verificados, deve ser feito o relatrio final. Este relatrio deve se ater aos aspectos importantes ao conhecimento geolgico da rea dentro do objetivo a que se props o projeto lembrando que o(s) mapa(s) geolgicos(s) que o acompanha um dos resultados mais importantes do servio.

Os dados originais obtidos no mapeamento devem ser perfeitamente organizados na forma de um Relatrio de Servio e/ou Banco de Dados em computador contendo: mapa de "pontos", fichas de anlises petrograficas, analises quimicas, transcrio da caderneta etc... Ele uma especie de banco de dados evitando que se percam informaes originais do servio e que sero de utilidade para qualquer projeto futuro na mesma rea.

05 - RELATRIOS GEOLGICOS

O Relatrio Final de um projeto de geologia deve conter os fatos julgados fundamentais e as interpretaes e hipteses relativas evoluo geolgica. Ilustraes fotogrficas, desenhos, seces, etc..., enriquecem o relatrio na medida em que so significativos e bem elaborados facilitando a compreenso do texto e tornando sua leitura mais clara (e amena).

Muitas destas ilustraes so obtidas desde as primeiras etapas de campo ao se desenhar afloramentos, cortes de estrada, amostra de mo, etc... o que leva ao princpio de que importante o capricho e a clareza nas anotaes ao tempo da atividade de pesquisa e no depois quando ocorre o esquecimento dos fatos.

Os relatrios geolgicos so divididos em captulos cujo contedo ou enfse depende do(s) objetivo(s) do trabalho relatado. Assim, por exemplo, se o objetivo avaliao de impacto ambiental em uma rea, seo enfatizados tpicos como poluio de aqiferos, eroso..; se o objetivo for descobrir jazidas minerais, a nfase ser dada a tens como locao de ocorrncias minerais, prospeco geoqumica, geofsica.. do minrio, etc.

Em linhas gerais, um relatrio de levantamento geolgico consta de:

A - RESUMO: O tipo de trabalho realizado e os resultados conclusivos so sumarizados de 05 a 30 linhas. Em princpio no so feitas citaes bibliogrficas no resumo;

B - ABSTRACT: uma verso do resumo em lngua inglesa e indispensvel quando o relatrio objetiva a publicao:

C - INTRODUO: Introduz o leitor no assunto em pauta, situa ou localiza a rea levantada, descreve a metodologia de pesquisa, conceitua termos, etc... . Enfim prepara o leitor para a leitura subsequente podendo sintetizar o contedo dos vrios captulos.

D - CORPO DO RELATRIO: Vrios captulos compem o corpo do relatrio e sero enfatizados de acordo com os trabalhos realizados e com os objetivos colimados, sendo comuns os seguintes captulos: Estratigrafia, Geologia Estrutural, Petrologia, Geologia Histrica, Geologia Econmica.

E - DISCUSSO: Com base nos fatos descritos ou levantados, so discutidos os resultados, as hipoteses genticas e formuladas sugestes de mais trabalho caso os resultados no tenham sido conclusivos, tudo de maneira precisa e sucinta.

G - CONCLUSES: apresentada uma sntese dos principais tpicos discutidos e dos resultados (positivos e negativos !)

F - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS: Todas as citaes de trabalhos anteriores ou relacionados ao assunto e que tenham sido citados no texto, devem ser relacionados neste captulo evitando relacionar trabalhos que no foram citados no texto. Tanto as citaes no texto quanto a listagem no captulo devem seguir uma forma padronizada (ver contra- capa da RBG - Revista Brasileira de Geocincias, na BCE - Biblioteca Central da UnB).

G - DOCUMENTAO E ANEXOS: Mapa(s) geolgico(s), sees geolgicas, so anexadas ao relatrio. Em certos casos interessante que esta documentao fique embutida dentro do corpo do relatrio prximo do local onde citada e/ou discutida. Esta documentao, importante para o bom entendimento dos relatrios em geral, deve estar relacionada com o texto de forma a no se ter um excesso de figuras, fotos... sem objetivo. Cada figura ou ilustrao, apesar de relacionada com o texto, deve ter um certo grau de independncia o que exige, as vezes, uma ou duas frases explicativas associadas diretamente com a ilustrao ou foto.

O ESTUDO DE AFLORAMENTOS1 - ANOTAES DE CAMPO

Os dados de campo do gelogo so registrados em uma caderneta de campo cuja capa deve ser dura tanto para proteo quanto para auxiliar na tomada de medidas de camadas com a bssola. As dimenses aproximadas so de 15x20cm. As folhas devem ser, de preferncia, quadriculadas em tom cinza esmaecido facilitando o desenho esquemtico de afloramentos e de sees geolgicas. Anote o roteiro de cada percurso e os valores de quilometragem se o mesmo for realizado com jipe. A descrio dos dados , normalmente, puntual: descreve-se afloramento por afloramento e estes so numerados sequencialmente na caderneta. Esta descrio acompanhada de sees (perfis longitudinais) e colunas (empilhamento de camadas) geolgicas esquemticas correspondentes a cada percurso ou local. A linguagem deve ser clara, direta, sem palavras desnecessrias. Frases curtas facilitam a compreenso do assunto. Evite usar termos rebuscados que dificultem o entendimento. O uso de abreviaturas nas descries de afloramento fato corriqueiro ao se buscar ganhar tempo e espao na caderneta. Procure manter, entretanto, uma padronizao de abreviaturas para que a caderneta no se torne um amontoado hieroglfico incompreensvel para colegas que trabalham na equipe ou para quem vai transcrever as informaes para banco de dados em computador.Na 1a pgina da caderneta, alm do nome do gelogo, coloque o telefone de contato (se a caderneta for extraviada esta informao importante), a empresa, a campanha de campo ou o projeto, a data de incio (e fim) do servio, a lista de abreviaturas (se no seguirem um padro), a declinao magntica usada na bssola de gelogo e outros dados de interesse geral.

2 - ASPECTOS DO RELEVO, GEOMORFOLOGIA, VEGETAO E SOLOS

Cada tipo de rocha apresenta um padro prprio de topografia, vegetao, drenagem e solo. Este padro poder se diversificar substancialmente com pequenas alteraes de composio mineralgica da rocha mas , por outro lado, rochas bem diferentes podero ter padres semelhantes. Deve-se observar e anotar as variaes caractersticas de relevo, de vegetao, os solos que so prprios de cada tipo de rocha ou de associao de rochas. Lembrar, entretanto, que aplainamento com lateritas, cascalheiros e areia residuais (capeamentos finos), podem mascarar completamente o padro das rochas subjacentes. bvio que estas anotaes referentes a padres no precisam ser repetidas em todos os afloramentos descritos.

3 - BLOCOS ROLADOS X AFLORAMENTO IN SITU E BLOCOS FORA DE POSIO

Grandes blocos, principalmente, os das rochas mais resistentes ao intemperismo, podem rolar encosta abaixo e ficarem enterrados em solo transportado iludindo o gelogo quanto rocha que ocorre neste ponto. Procure, assim, identificar uma continuidade maior do afloramento que garanta ser a rocha autctone (do prprio local onde se encontra). De forma semelhante anterior, podem ocorrer blocos em maior ou menor grau deslocados ou tombados. evidente que as medidas de atitudes de acamadamento, xistosidades, planos de fraturas,etc..., destes blocos deslocados so completamente falseadas.

4- REPRESENTATIVIDADE DAS ROCHAS AFLORANTES

a)Observe se o tipo de rocha que aflora com mais frequncia corresponde a um fcies mais resistente ao intemperismo e que, por isso, sobressai em todos afloramentos enquanto que fcies associados que podem ser at mais comuns do que esses pouco ou no afloram e ficam "escondidos" sob o solo mais espesso. Estude, assim, as alteraes (solos) caractersticas dos diversos tipos de rochas da rea de estudo. Isto servir tambm para inferir qual a rocha que ocorre provavelmente nas regies sem afloramento. b)Inicie o estudo de um afloramento com um reconhecimento do mesmo quebrando e reunindo amostras das diversas fcies (variaes das rochas) ao longo da rea aflorante. Somente depois desta prvia inicie a descrio da(s) rocha(s) do local, evitando estudar somente o primeiro fragmento quebrado.

05- TIPO DE ROCHA E DE INTEMPERISMO

Anote para cada tipo de rocha o intemperismo (rocha alterada ou regolito) e o solo resultantes. Em muitas regies carentes de afloramento de rocha (caso comum no Brasil com seus climas quentes e midos), temos de utilizar extropolaes deste tipo no mapeamento geolgico.

06 - MINERAIS ROLADOS e/ou ROCHAS ROLADAS

Certos minerais ou fcies rochosas ficam mais conspcuos (chamativos) quando rolados. Em geral, so minerais pesados e/ou mais resistentes e que se tornam guia para a localizao, drenagem acima, do afloramento de onde vieram estes rolados. Minerais e rochas pesadas frequentemente apresentam interesse econmico e/ou geolgico. Nas nossas condies mdias de relvo e clima, a distncia do rolamento de blocos, exceto os de quartzo ou quartzitos puros, com mais de 10cm normalmente no ultrapassa 5km.

07 - CONTATOS GEOLGICOS DEVEM SER DETALHADOS

a) localize com preciso o contato;

b) estude e descreva cuidadosamente as feies associadas ao contato identificando a relao entre as rochas ou as formaes, verificando:

=> se existe metamorfismo de contato (minerais e rochas de contato trmico) quando uma das rochas gnea;

=>se existem apfise ou veios em contato com rochas gneas;

=>se existem feies erosionais, ngulo de estratificao, possveis paleo-solos.., que indiquem discordncia entre as duas rochas.

=>se existem feies indicativas de contato falhado como brecha tectnica, cataclase ou milonitizao (moagem) de rochas, muitos veios de quartzo, ou muitas fraturas....

c) ao tempo do mapeamento (no campo) delineie com preciso o contato na foto area ou no mapa de servio. No deixe para fazer isto no laboratrio, porque pode se tornar muito dificil lembrar a posio correta do contato.

08 - DESCRIO DE FCIES

Descreva as diversas fcies (aspectos mineralgicos, texturais e estruturais) de rochas do afloramento, desde a aparentemente mais importante a menos importante mostrando as relaes espacias e, se possvel, genticas entre elas. So itens comuns na descrio:

=> cor e aspecto da rocha fresca e alterada;

=> textura, granulometria, homogeneidade, heterogeneidade, friabilidade, compacidade, dureza..

=>estruturas como camadas, veios, xistosidade distinguindo estruturas primrias e estruturas secundrias (desenhos esquemticos so muito importantes- no esquecer de mostrar uma escala no desenho);

=> minerais identificados macroscopicamente (lupa).

09 - MEDIDAS COM A BSSOLA

Realize as diversas medidas com a bssola como estratificao, xistosidade, clivagem..., e as lineaes, eixos de dobras e de microdobras, orientao de minerais, descrevendo-as cuidadosamente.

11 - AMOSTRAGEM E IDENTIFICAO DE ROCHAS

Amostre as fcies de rochas selecionadas utilizando critrios como:

a) problemas na identificao macroscpica;

b) fcies ainda no coletadas;

c) alguma estrutura especial;

d) locais muito importantes (contatos, zonas mineralizadas..).

A amostra deve ter tamanho razovel ( 5x10x15 cm) e ser da rocha fresca.A etiquetagem deve ser feita cuidadosamente no campo logo aps a seleo das amostras.

Anote na etiqueta a sigla (deve ser combinada com o resto da equipe do projeto; normalmente usam-se as iniciais do gelogo) seguida pelo nmero do afloramento descrito na caderneta e por uma letra que identifique a fcies rochosa amostrada. Se existirem mais amostras da mesma fcies, aps a letra coloque um nmero que identifique a duplicata, triplicata.. de amostragem. Amostrando uma sucesso de camadas no afloramento procure seguir uma ordem: de baixo para cima ou vice-versa de fcies amostradas. Embrulhe as amostras com jornal quando retornar para a sede evitando, assim, perder a identificao das amostras.

CURVAS DE NIVEL1. CONCEITO: curva de nvel uma linha marcada em planta ou mapa topogrfico e que representa os pontos de mesma altitude do terreno. Os limites de gua do Lago Parano quando cheio at a cota de 1.000m de altitude, por exemplo, consubstanciam, fisicamente, uma curva de nvel de 1.000m no terreno.

2. UTILIDADE: as curvas de nvel permitem uma representao cartogrfica do modelado do relvo(3 dimenses) o que atende a um sem nmero de finalidades, alm, naturalmente, daquela que a primordial (visualizao das formas do terreno), a saber, entre outras: clculo de volumes de terra; traado de estradas por declives selecionados; clculo de zonas ou faixas de visibilidade (militar, telecomunices...)..

3. PADRONIZAO E EQUIDISTNCIA DE CURVAS DE NVEL: para podermos "sentir" o modelado do terreno de maneira correta em um mapa e, tambm, para podermos, facilmente, realizar clculos com curvas de nvel, estas, assim como os demais elementos cartogrficos, fsicos ou no, devem ser padronizadas em cores, espessura de trao. Observar o exemplo:

a)As curvas de nvel esto representadas em cor spia que o seu padro. b)Elas apresentam valores de cotas ou altitudes que variam de 40 em 40 (metros), ou seja, elas tem uma equidistncia vertical de 40m. c)Curvas mltiplas de 200 tem uma espessura de trao mais grosso, facilitando o seu acompanhamento em mapa j que este apresenta s localmente os valores de altitude indicados nas curvas de nvel d)O topo de um morro deve ser indicado. Normalmente a simbologia um x ao lado do qual coloca-se o valor da altitude em metros, conforme o exemplo.

4.GRADIENTE TOPOGRFICO E DISTANCIAMENTO DAS CURVAS DE NVEL

Observe o mapa reproduzido parcialmente. Alm das curvas de nvel, ele apresenta o relevo atravs de um sistema sombreado que nos permite "sentir" o modelado do terreno. Nas encostas gremes, as curvas de nvel esto visivelmente prximas, enquanto em relevos menos escarpados a horizontalizados, caso de plancies e plats, as curvas de nvel apresentam-se distantes.

5.PRINCPIO DO NO-CRUZAMENTO DE CURVAS DE NVEL

Observe um mapa topogrfico e procure algum local onde as curvas de nvel se cruzem. No existe, porque curvas de nvel cruzando-se significam relevo com gradiente negativo o que rarssimo e, geralmente, de extenso vertical limitada.

6.REGRA DOS V's EM TALVEGUES

As curvas de nvel ao cruzarem um talvegue (talvegue a linha mais funda de um vale) apresentam uma forma de "V" que aponta para a montante da drenagem.

7.MODELADO TOPOGRFICO E CURVAS DE NVEL RELACIONADAS

Analise a figura atrs e veja a relao entre as formas do terreno (vales, cristas/cumeadas, espiges,.. cncavas ou convexas, agudas ou suaves..) e as respectivas formas e das curvas de nvel que as representam. Abaixo so dados alguns destaques:

ESPIGES: os espiges (pontas de cristas/cumeadas de morros) normalmente tem formas topogrficas convexas. Excesses relacionam-se a regies com eroso glacial ou com veios ou camadas muito resistentes a eroso e com mergulhos fortes, originando cristas pontiagudas. Assim, como regra as curvas de nvel da topografia de espiges, seguem o padro abaixo:

- CRISTAS

-VALES EM "V"

- VALES ABERTOS E EM "U"

- SELAS

- BOQUEIRES

- MORROS REDONDOS

- CUESTAS... 8. REVISO : CONSTRUO DE PERFIL TOPOGRFICO

9. COMO TRAAR CURVAS DE NVEL DADOS PONTOS COTADOS:

--PRINCPIO: interpolao de cotas entre pontos prximos com gradiente topogrfico uniforme (sem talvegues e sem morros entre eles)

10.SELEO DOS PONTOS COTADOS DURANTE O LEVANTAMENTO DE CAMPO:

--CRITERIOS GEOLOGICOS: contatos,afloramentos estudados, falhas...

--CRITERIOS TOPOGRAFICOS: linhas de talvegue e drenagens;quebras de relevo (onde muda o gradiente topografico); vias de acesso; confluencias de drenagens..

11.CALCULANDO COTAS DE PONTOS NO MAPA TOPOGRAFICO:

--por interpolao (regra de tres no maior gradiente);

--graficamente (projeo de perfil topografico);

--mtodo expedito.

DIRECIONAIS DE CAMADA ou CURVAS DE CONTORNO ESTRUTURAL 1.CONCEITO

As direcionais de camada ou curvas de contorno estrutural so anlogas s curvas de nvel diferindo somente na superfcie que est sendo representada cartograficamente: - enquanto que as curvas de nvel representam o modelado topogrfico, as curvas de contorno estrutural representam uma determinada superfcie estratigrfica (subterrnea em sua maior extenso).

2.CURVAS DE TOPO E DE BASE DE CAMADAS As curvas de nvel do contato superior de uma camada geolgica so designadas curvas de topo da camada e s do contato inferior so chamadas de curvas de base da camada. A existncia de diversas superfcies estratigrficas de interesse em uma rea exige, para a necessria clareza do mapa, que cada superfcie seja representada com simbologia de espessura, tipo e/ou cores de traos prprias e bem identificadas na legenda. muito importante tambm que a equidistncia vertical seja a mesma para as curvas de nvel das diversas superfcies estratigrficas e, se possvel, igual das curvas de nvel topogrfico, para facilitar a visualizao e comparao dos diversos relevos e para a aplicao de clculos diversos.

3.CALCULANDO ESPESSURA VERTICAL DE CAMADA (diferena entre cotas da curva de topo e de base da camada)

4.CONCEITO DE ISOPACA (curvas de mesma espessura real de camada) E SUA UTILIDADE (volume de minerio, de ganga..)

5.CASO DE PLANOS PARALELOS (linhas paralelas) =>linhas direcionais so retas e paralelas

6.INTERSEO DE PLANOS GEOLOGICOS COM A SUPERFICIE TOPOGRAFICA

--PLANOS HORIZONTAIS

--PLANOS VERTICAIS

--PLANOS PARALELOS AO TALVEGUE

--PLANOS MERGULHANDO P/MONTANTE DO VALE (CONTRA O DECLIVE DO TALVEGUE)

--PLANOS MERGULHANDO P/JUZANTE C/ANGULO MAIOR DO QUE O DO TALVEGUE

7.COMO PROJETAR O TRAO DO PLANO GEOLOGICO NO MAPA TOPOGRAFICO

8.COMO CALCULAR A ATITUDE DO PLANO DADO O SEU TRACO NO MAPA

MAPAS TOPOGRFICOS E GEOLGICOS(roteiro de aula)

1. CLASSICAO POR TIPOS DE MAPAS

a - MAPAS-BASE:

- planimtricos

- plani-altimtricos ou topogrficos

- fotomapas...

b - MAPAS TEMTICOS

- vegetao

- pedolgicos

- geolgicos

- geofsicos

- geoqumicos

- hidrogeolgicos...

c - MAPAS-NDICE , INDEX OU REFERENCIAIS

-ndice dos levantamentos geolgicos

-ndice dos levantamentos aerofotogrficos

-ndice dos levantamentos pedolgicos....

d - MAPAS DE "PONTOS" OU AFLORAMENTOS

2. CLASSIFICAO QUANTO ESCALA

(ver texto:2 . DENSIDADE DE INFORMAES E ESCALA DE MAPEAMENTO em METODOLOGIA GEOLGICA )

3. PROJEES CARTOGRFICAS

Problema: representar uma superficie esferoide em um plano. Sempre ocorrerao deformacoes.

Tipos de projees:

a: quanto s deformaes:

CONFORMES: mantem os angulos e as formas dos elementos projetados

EQUIVALENTES: mantem as relacoes de superficies areais

b: quanto ao "plano de projeo": AZIMUTAIS:plano tangente a esfera no centro da area representada em mapa

CILINDRICAS: cilindro tangenciais ou secantes ao esferoide

CNICAS: cone ou cones tangenciais ou secantes ao esferoide

c: quanto ao ponto de origem da projeo: ORTOGRFICAS: ponto est no infinito

CENTRAIS: ponto esta no centro da Terra

ESTEREOGRFICAS: geralmente o ponto escolhido o antipoda ao centro da rea representada

Entre as projees de maior uso na Geologia do Brasil, tem- se as POLICONICAS para representar todo o Brasil (escalas 1:2.500.000, 1:5.000.000 principalmente); a CONICA CONFORME DE LAMBERT (escala 1:1.000.000 por exemplo) na qual os meridianos aparecem como retas que convergem para um ponto e os paralelos so semi-circulos com um centro comum (fora do mapa). A projeo de maior uso nos trabalhos de geologia sistematica a U T M (=projeo Universal Transversal de Mercator).

3. SISTEMAS REFERENCIAIS

3.1. COORDENADAS GEOGRFICAS (LAT/LONG= LATITUDE - LONGITUDE) Origem - Meridiano 0o: Greenwich, Inglaterra (180o para W e 180o para E)

- Paralelo 0o : linha do Equador (90 o para N e 90 o para S)

Unidades - angulares: graus (360o), minutos (60'), segundos(60")

3.2. COORDENADAS U T M O sistema de coordenadas UTM um sistema ortogonal dimensionado em metros (ou quilometros) em Norte ( eixo de y) e Este (eixo de x).

A projeo cilindrica central e limitada a faixas de meridianos de 6 graus, ou seja, a cada multiplo de 6 graus meridianos, passa-se para outro cilindro (Zona UTM ou Fuso UTM) de projeo. Os cilindros tericos de projeo tangenciam linhas meridianas (=meridiano central) centrais de cada fuso (na verdade so secantes para uma melhor distribuio de erros da projeo). Assim, para todo o globo terrestre, tem-se 60 zonas ou cilindros de projeo UTM comeando a numerao a partir do anti-meridiano de Greenwich no sentido leste (Exemplo: Zona ou fuso #1 => 180o - 174o W). Dado um meridiano, para saber a zona aplique para o Brasil a frmula: zona=30-inteiro(meridiano/6). A dificuldade maior neste sistema que em areas abrangendo duas zonas tem-se dois mapas com referenciais diferentes. Para superar este problema usa-se um cilindro de projeo fora do padro internacional ou se usa o sistema de um dos cilindros aumentando o erro de projeo dos espaos terrestres referentes ao outro cilindro. Este o caso do mapa em UTM do DF em que utilizou-se como meridiano central 48oW o qual, na conveno internacional um limite de zona (mltiplo de 6o meridianos).

Origem do sistema: para as coordenadas E (=leste) a origem o Meridiano Central da Zona UTM e para as coordenadas N (=norte) a origem o Equador.

Unidades: metros .As coordenadas sempre tem valor positivo. Para no se ter valores negativos no sistema de coordenadas UTM, usa-se o artificio de somar valores em N e em E ao ponto de origem. Assim, a coordenada E de origem somado o valor de 500.000 (metros) crescendo sempre de W (oeste) para E (leste) e a coordenada N de origem o valor de 10.000.000 (metros) crescendo sempre de S para N.

Observao: notar que os traos de paralelos e meridianos (sistema de coordenadas geogrficas lat/long) nos mapas no coincidem com os traos do sistema ortogonal UTM, podendo formar angulos apreciaveis nas partes mais externas da zona. Assim os mapas que tem meridianos proximos a multiplos de 6 ( limites das zonas cilindricas de projeo) so os que mostram a maior diferea entre as direes dos traos dos meridianos e paralelos ( bordas dos mapas) e as da rede UTM indicada internamente no mapa.

6.MDULOS CARTOGRAFICOS INTERNACIONAIS E BRASILEIROS O sistema cartogrfico nacional define mdulos variveis de acordo com a escala cujos limites so definidos pelo trao de coordenadas geogrficas, independentemente da projeo. Os mdulos recebem siglas padronizadas para identificar cada mdulo e a sua escala. Os mdulos e as siglas de escalas menores (1:1.000.000) seguem pado internacional.

Consultar Norma do DNPM a respeito do assunto.

7. CURVAS DE NIVEL

Conceito ( dimenso Z do mapa); equidistancia e notao.

8.PADRONIZACAO DE MAPAS GEOLOGICOS

Necessidade de padronizao para facilitar a "leitura" do mapa. Disposio das informaes perifricas (lay out).

Consultar norma especifica do DNPM.

9.A INTERPRETAO (LEITURA) DE MAPAS GEOLGICOS muito importante que o gelogo saiba ler mapas geologicos buscando "ver" a geologia em tres dimenses a partir do mapa que tem, efetivamente, s duas dimenses. Assim sugere-se sempre uma anlise atenta do mapa geologico em estudo compreendendo, entre outros, os seguintes passos:

- situar a regio abrangida localizando-a em mapa (geolgico e topografico) de menor escala que fornea uma viso mais regional;

- estudar a coluna geolgica, as convenes e a simbologia,buscando os pontos de interesse no mapa e um entendimento da "linguagem grafica";

- " sentir " a escala do mapa e as dimenses das unidades geologicas;

- "visualizar" a disposio das camadas geologicas (horizontais, verticais, inclinadas, dobradas..) atraves da relao topografia x atitudes de camadas;

- "visualizar" o desenvolvimento lateral x posio estratigrafica das diversas unidades geologicas; - realizar perfis topografico-geologicos se necessarios para um melhor entendimento da geologia em profundidade. Voltar para o inicio

ALTMETRO, CLINMETRO E A BSSOLA DE GELOGOALTMETRO

O altmetro largamente usado em geologia: em servios topogrfico/geolgicos expeditos, em reconhecimento geolgico, como auxiliar na localizao em campo.... Uma cmara metlica com vcuo permite se medir as variaes de presso atmosfrica atravs de ponteiro. H uma correlao entre presso atmosfrica (coluna de ar acima do ponto que est sendo medido altimetricamente) e a altitude do ponto registrada no limbo. Alm da prpria altitude do ponto existem outros fatores que alteram ou modificam a presso atmosfrica exigindo, portanto, correo de medidas do altmetro: temperatura (altera a densidade do ar), umidade relativa, correntes areas..

Tcnicas de uso:

1 - Quando executar perfis geolgicos de reconhecimento procure calibrar o altmetro ao iniciar o perfil e sistemticamente sempre que passar em pontos cotados do terreno (marcos geodsicos; RN (referncias de nvel) ou simplesmente pontos com altimetria calculada de mapa regional) anotando a hora e o valor para + ou para - da correo.

2 - Quando realizar trabalhos de mapeamento sistemtico em uma regio procure corrigir as medidas altimtricas de forma sistemtica. Existem diversas tcnicas para tanto:

a. Tendo-se somente um altmetro para o servio, em estao fixa so feitas medidas de altitude (=>variao baromtrica) em intervalos de tempo definidos para estabelecer curva de contrle para a regio em estudo. Esta curva representada em grfico: x= hora do dia; y=variao "altimtrica" (=baromtrica). Este grfico servir para correes das medidas enquanto no houver variao climtica significativa.

b. Usando dois altmetros, um fica fixo no acampamento para se medir as variaes "altmetricas" do mesmo ponto fixo (tarefa realizada pelo cozinheiro ou auxiliar) todos os dias enquanto o outro(s) altmetro(s) realiza o levantamento de campo. As medidas do altmetro de servio so corrigidas atravs das curvas dirias de variao baromtrica.

c. Com um altmetro s, partindo-se de um ponto de controle faz-se o retrno de tempos em tempos ao ponto de contrle cotado (mtodo do SALTO DE R). Pontos novos assim cotados altimtricamente e situados em locais estratgicos passam a ser novos pontos de controle para outro salto da r. Pode-se tambem usar vrios pontos cotados se forem conhecidos prviamente: a cada passagem pelo ponto cotado o altmetro reajustado e as medidas realizadas entre cada passagem de controle corrigidas proporcionalmente (funo linear) ao tempo desde a ltima correo.

CLINMETRO

O clinmetro mede ngulos no plano vertical. usado para levantamentos topogrficos expeditos (clculo de altitude); para medidas geolgicas como valor de mergulho de uma camada ou de uma lineao; para o clculo da altura de um paredo cujo topo seja inacessvel....

A bssola do gelogo incorpora um clinmetro que permite medir os ngulos no plano vertical atravs de limbo graduado em GRAUS e em GRADIENTES %.

Funciona com uma bolha de nvel com brao perpendicular que gira em trno do limbo graduado o qual, por sua vez, relaciona-se linha de visada ou superfcie de contato com o plano que se quer medir a inclinao.

Entre outros cuidados nas medidas: 1) de tempos em tempos verificar o estado da bssola; a articulao do brao com a bolha de nvel pode estar rompida e as medidas serem completamente erradas; 2) cuidado para no trocar as graduaes: graus= medida angular com %=medida de gradiente expresso em porcentagem (45o=>100% ; 90o=>)

Medida de diferena de cota (altitude) entre dois pontos 1 - Medida por nvel (clinmetro fixo em 0o) na altura dos olhos. A diferena de altitude ser dada por n x h sendo n o nmero de visadas e h a altura dos olhos do gelogo.

2 - Medida de ngulo ou de porcentagem. A diferena de altura entre dois pontos ser dada por:

a) d . g% d = distncia entre os dois pontos projetada no mapa em escala

(a medida da distncia no terreno=>hipotenusa ~ cateto para ngulos pequenos)

g% = valor da porcentagem do gradiente topogrfico medido c/ clinmetro;

ou

b) d . sen d = distncia entre os dois pontos ( no terreno => hipotenusa );

d = valor angular do gradiente topogrfico medido com o clinmetro.

Recomenda-se sempre visar a r para confirmar o valor angular ou de porcentagem medido.

As distncias no terreno podem ser medidas a passo (muito precria), trena ou substituto, como por exemplo cordo de nylon com ns para subdivises.

USO DA BSSOLA DE GELOGO (consultar apostila do Prof. Oswaldo). Lembretes:

Uso - Mede rumos ou azimutes e consequentemente variaes angulares no plano horizontal. O clinmetro associado mede ngulos (ou % ) em planos verticais.

Princpio de Funcionamento - agulha imantada que aponta para o N magntico permite medir por visadas horizontais o rumo em graus com relao ao N magntico (projetado no plano horizontal). A diferena angular entre N verdadeiro (Nv) e magntico (Nm) a declinao magntica que varia com o ponto na superfcie terrestre e com a data. Sendo conhecida a declinao, pode-se corrigir a medida angular do rumo somando-se ou subtraindo-se este valor para se ter o rumo verdadeiro. Na bssola de gelogo isto feito fisicamente desviando o N da bssola da linha de visada no valor angular da declinao atravs de um parafuso de compensao da declinao. Isto acertado no necessrio mais se preocupar em corrigir o valor da declinao para obter o rumo com o N verdadeiro naquela rea pois as medidas j so compensadas com o valor da declinao marcada na bssola.

"Problema" da inverso dos quadrantes E e W na bssola de gelogo - deve-se ao fato de que as visadas com a bssola de gelogo so feitas com a linha NS da bssola lendo-se o ngulo do rumo pela ponta N da agulha enquanto que com bssolas tradicionais, faz-se a coincidncia da agulha com o 0o do limbo e a medida do rumo feita com visor (mira ou luneta) sobre a bssola orientada.

Tipos de visadas para aferir o rumo: 1) normal: visando o ponto dentro do alinhamento da linha fiducial no espelho com a pinula da bussola; 2) na altura dos olhos: visando o objeto atraves do orificio da pinula e do circulo vasado do espelho (neste caso o rumo ser dado pela ponta S da agulha imantada).

Obtendo mapa planimtrico com a bssola atravs de TRIANGULAO:

Dados dois pontos bem definidos entre si (= linha de base) e de facil reconhecimento no terreno pode-se desenvolver o levantamento de vrios outros pontos de intersse, com relativa preciso, atravs de sistema de TRIANGULAO. Para isto, inicialmente, em mapa na escala selecionada maracada a linha de base, indicando-se o Nverdadeiro; em cada ponto de interesse geologico visa-se com a bssola os pontos definidos da linha de base e marca-se estes rumos como linhas retas passando pelos pontos visados da linha de base do mapa. A interseo destas retas definir a posio do ponto. Querendo-se determinar, tambem a altitude, faz-se necessario nestas visadas usar o clinometro da bussola; assim, tendo-se a distancia "d" medida em mapa (cateto) e o angulo "a" vertical obtem-se a diferenca de cota "h" (outro cateto), nossa incognita : h=tang a * d

Atitudes de Camadas - Antes de medir a direo e mergulho do plano geolgico:1)verificar se a superfcie realmente a de estratificao (pode ser plano de eroso, tectnico, junta ...); 2) verificar se o afloramento no , na realidade, um bloco rolado ou deslocado;3) verificar se a rocha no magntica; para tanto aproxime e afaste a bssola da rocha procurando no mudar a sua posio com relao ao N mag; 4) verificar se o brao do clinmetro no est solto.... Se o plano exposto for irregular, usar a caderneta para obter um plano mdio. Se a camada tiver forte mergulho ou estiver "recortada" por plano horizontal como estrada nivelada, poa d'gua.... ler a direo da camada diretamente com a bssola nivelada. Caso a camada apresente um ngulo fraco de mergulho, coloque o clinmetro em 0o (zero graus) e marque no plano exposto da rocha a linha horizontal com a bolha em nvel e a bssola encostada no plano. Mea o ngulo de mergulho perpendicularmente a direo marcada na superfcie da rocha.

PERFIS TOPOGRFICO-GEOLGICOS(roteiro)

1 - Seleo da direo do perfil: perpendicularidade s camadas ou as estruturas em estudo; representatividade das unidades geolgicas e sua interrelao estrutural; corte pelos corpos de minrio ou feies geolgicas em estudo e que se quer representar no perfil...

2 - Marcar pontos extremos no mapa geolgico identificando-os (ex. A-B, C-C,' etc...). Lembrar que um mesmo perfil geolgico, de acordo com as convenincias, pode incorporar vrios segmentos de reta em mapa desde que faam pequenos ngulos entre si. Traar a lpis a linha que une os pontos extremos de cada segmento de reta.

3 - Verificar ao longo da linha quais as cotas mximas e mnima.

4 - Selecionar exagro vertical e marcar em papel milimetrado os pontos limites da seo ou corte geolgico e a escala vertical ou altimtrica com os valores das cotas mxima e mnima bem como dos intervalos de curvas de nvel de ambos os lados do perfil ou corte.

5 -Transpor do mapa pontos de interseo das diversas curvas de nvel com a reta que indica a seo geolgica no mapa para papel milimetrado marcando estes pontos na escala vertical de acordo com sua altitude.

6 - Desenhar a superfcie topogrfica unindo os pontos sucessivos marcados conforme 5. de forma a mostrar um modelado mais prximo possvel da realidade topogrfica; para tanto evitar os traos retilneos.

7 - Marcar no papel milimetrado contatos geolgicos, falhas, fraturas... transpondo-os para a superfcie topogrfica modelada.

8 - Calcular mergulhos segundo a linha do perfil (= mergulho aparente);

9 -Calcular ngulo de acordo com o exagro vertical (correo de exagro vertical sobre o mergulho aparente ao longo do perfil para cada mergulho de camada ou de falha) marcar, para cada ponto, o mergulho encontrado como um pequeno segmento de reta a partir da superfcie topogrfica.

10- Unir as linhas de mesmo contato de acordo com as interpretaes estruturais indicadas em mapa como sinclinais, anticlinais ... nas profundidades calculadas (abaixo) ou mais provveis de acordo com a sua interpretao.

11 - Elementos que devem constar no perfil geolgico: ttulo ou identificao; orientao; escalas H e V grficas; escala H numrica e exagro vertical; letras de identificao dos limites (marcadas, tambm, no mapa); legenda com simbologia das unidades geolgicas (se o perfil est no mesmo documento que o mapa geolgico, utilize as mesmas convenes no que couber); identificao dos principais elementos geogrficos interceptados pelo perfil; data; responsabilidade (autoria)... e o perfil topogrfico-geolgico propriamente dito.

IMAGEAMENTO TERRESTRE E FOTOGEOLOGIAAs imagens da superfcie terrestre, obtidas por cmaras fotogrficas ou outros dispositivos instalados em avies ou satlites, constituem uma das mais poderosas ferramentas da cartografia geolgica.

As fotos areas so de diversos tipos, mas s de uso mais intensivo so s FOTOS AREAS VERTICAIS. As fotos verticais so tomadas ao longo de linhas de voo com recobrimentos de uma foto para outra de mais ou menos 60% compondo as FAIXAS DE FOTOS AREAS. Entre faixas laterais se tem cerca de 10 a 15% de recobrimento. Assim pode-se cobrir, de forma sistematica, (mantidas a altura de voo e, portanto, a escala aproximada das fotos), extensas reas de interesse para os mais diversos tipos de estudos.

FOTO-INDICE uma foto da montagem em quadrculas de 30'x30' em lat./long das faixas de fotos ereas etiquetadas com o seu nmero prprio.

A superposio de fotos com recobrimento permite simular a VISO ESTEROSCPICA HUMANA: observando-se duas fotos sucessivas com aparelhos (esteroscpios), a que fica do lado esquerdo simula uma viso do olho esquerdo no ponto acima da foto e a do lado direito, a viso do olho direito, alguns quilometros adiante, acima da foto a direita e que recobre em 60% a foto esquerda. Isto permite VER O MODELADO TOPOGRFICO EM TRS DIMENSES.

A variao de altitude de ponto para ponto terestre proporciona um deslocamento relativo entre eles de foto para foto sucessiva devido a perspectiva diferente entre as tomada das fotos com diferentes pontos de viso. Esta diferena de posicionamento relativo denomina-se diferena de paralaxe. ela que permite realizar a viso esteroscpica e, importante, alem disso, as medidas de paralaxe permitem calcular as altitudes dos pontos e, a partir dai, TRAAR CURVAS DE NVEL EM MAPAS TOPOGRFICOS que so confeccinados a partir, essencialmente das fotos ereas usando-se equipamentos especiais (RESTITUIDORES AEROFOTOGRAMTRICOS).

A viso das formas de relevo em tres dimenses permite interpretar a evoluo da topografia (anlise geomorfolgica) e os tipos de rochas e sua estruturao (fotogeologia).

(Resumo:)

FOTOS EREAS => RECOBRIMENTOS => FAIXAS DE VO => FOTOINDICESFOTOS EREAS => ESTEREOSCOPIA => VISO TRIDIMENSIONAL => FOTOGEOLOGIAFOTOS EREAS => ESTEREOSCOPIA => RESTITUIO TOPOGRFICA EM CURVAS DE NVEL

As IMAGENS DE SATLITE so obtidas pelo registro em "varreduras eletrnicas" de pontos da superfcie terrestre, perfeitamente situados em latitude-longitude, quando o satlite passa em rbitas prprias, geralmente submeridianas ( mais ou menos Norte --> Sul), de altura de centena(s) de quilometros. Estas rbitas sucedem-se de forma a cobrir e registrar, em intervalos de alguns dias, toda a superfcie do globo terrestre. A viso esteroscpica no pode ser usada nas imagens de satlites (com excesso do sistema frances Spot), mas, em compensao, o registro em imagens feito em vrios intervalos do espectro eletromagntico simultaneamente (so as BANDAS DE IMAGEAMENTO DO SATLITE).Alm de bandas na faixa sensvel ao olho humano so registradas tambm imagens de outras radiaes como, por exemplo, radiaes infra-vermalhas. Isto significa que so obtidas imagens da reflexo solar em comprimentos de onda que no veramos se estivessemos dentro do satlite. Como os DIVERSOS OBJETOS TERRESTRES (construes, florestas, lagos, mares, rochas, solos...) ABSORVEM E REFLETEM DIFERENCIALMENTE as radiaes das bandas do satlite, teremos VRIAS IMAGENS das mesmas cenas terrestres, obtidas no mesmo momento mas em bandas diferentes. Isto facilita a interpretao de que tipo de objeto (rocha, vegetao, etc...) foi registrado na imagem.

Esta variao de absoro e reflexo dos objetos para diversos comprimentos de onda caracteriza o que se chama de ASSINATURA ESPECTRAL de cada tipo de OBJETO terrestrre.

O registro das imagens feito em sistema analgico convertido para digital (nmeros); assim, cada ponto (=pixel= picture cell) definido por uma posio X e Y e valores em Z de refletncia da radiao solar nas diversas bandas eletromagnticas do sistema de satlite. Estes valores so transformados em tons de cinza ou em cores dando uma imagem do terrenos naquele(s) comprimento de onda da(s) banda(s) selecionadas. Esta imagem pode ser vista e processada em computador como um sistema numrico (x,y,z) ou ser transformada em filme e revelada como fotomapa.

SATLITE=>VARREDURA ELETRNICA PERIDICA=>BANDAS ESPECTRAIS=> =>IMAGENS SIMULTNEAS => ASSINATURAS ESPECTRAIS => INTERPRETAO DOS OBJETOS TERRESTRES EM IMAGENS DE BANDAS DIFERENTES OBTIDAS SIMULTANEAMENTE E/OU DAS MAIS VARIADAS POCAS E ESTAES DO ANO.

O fato de se tomarem imagens de satlite peridicamente permite o monitoramento ou acompanhamento de processos evolutivos, como eroso, queimadas..., e sazonais como florao, secas, cheias... o que no era possvel com a tomada de um jogo de fotos areas somente devido aos altos custos de um projeto aerofotografico. Atravs de uma anlise cuidadosa e sistemtica das imagens de satlite e de fotos ereas, o gelogo realiza a interpretao com uma viso de conjunto dos elementos registrados na rea de interesse comparando-os com padres j estabelecidos em outras regies. O que se v em uma imagem? - um jogo de cores (imagem colorida) ou de tons de cinza (imagem preto e branco) em manchas mais ou menos uniformes, com delimitaes bruscas ou transicionais que correspondem, com aproximao, a realidade imageada. As variaes de tons correspodem reflexo da luz solar ou de outras radiaes eletromagnticass utilizadas pelos equipamento de imageamento ( mquinas fotogrficas, sensores eletrnicos ...). Estas variaes so fruto, essencialmente, da topografia (jogo de luz e sombra) e das caractersticas fsico-qumicas da superfcie das reas imageadas (absoro, reflexo solar diferenciadas para objetos fsico-quimicamente diferentes).

A IMAGEM DE UM OBJETO depende, intrinsecamente, de suas caracteristicas:

=>TOPOGRAFICAS E

=>FSICO/QUMICAS

O que que o gelogo v nas imagens da superfcie terrestre e que servem para interpretao das mesmas ?

CHAVES DA INTERPRETAO FOTOGEOLGICA:

=> 1 - RELVO

=> 2 - DRENAGEM

=> 3 - TONALIDADE

H uma relao de CAUSA E EFEITO entre as imagens terrestres, analisadas com estas chaves, e as rochas e estruturas geolgicas da regio pesquisada que podem ser correlacionadas a padres dentro de condies climticas anlogas.

RELVO identificado pelo jogo de sombras em reas claras (iluminadas) e escuras (sombreadas) ou pela viso em trs dimenses com pares esteroscpicos; ele permite se ter uma idia do tipo de rocha e das estruturas destas rochas.

RELVO ==> TIPO E ESTRUTURA DA ROCHA

Relvo alto implica em rocha resistente aos processos intemprico/erosivos (ex. quartzitos) e relvo baixo, o contrrio (ex. ardsia, rochas feldspticas...).

J a simetria ou assimetria de relvo, o lineamento de cristas ou de reas baixas permitem interpretar as estruturas das rochas: camadas que megulham com ngulos desde fracos a medianamente fortes, em relvos assimtricos, tendem a apresentar vertentes mais ngremes do lado oposto ao do mergulho; a continuidade de cristas no alinhadas podem estar indicando uma camada dobrada; o alinhamento de cristas e vales podem indicar a existncia de uma linha de falha.

DRENAGEM - A drenagem (rios, riachos nas fotos ereas ou outras imagens permite inferir, tambm o tipo de rocha e estruturas geolgicas em muitos casos.

Assim, dentro do princpio de CAUSAEFEITO, as regies com rochas (+ solos) IMPERMEVEIS como os folhelhos, ardsias... apresentam DRENAGEM DENSA com muitos riachos e crregos (guas pluviais escoam por inmeros pequenos vales) e, pelo contrrio, reas com rochas (+ solos) PERMEVEIS como os arenitos, calcrios... apresentam DRENAGEM RALA com poucos talvegues.

Vales retilneos isolados podem retratar estruturas de fraturas e de falhas onde penetra gua da chuva e altera e erode mais rapidamente as rochas formnando o vale. Alm disso as rochas nas falhas so frequentemente modas e, com isso, so mais intemperisveis/erodveis do que a rocha no fraturada.

O PADRO DE DRENAGEM depende de:

==>PERMEABILIDADE DO SOLO E ROCHAS que depende da

=>NATUREZA DA ROCHA

=>ESTRUTURAS DAS ROCHAS

TONALIDADE - Os tons de cinza mais escuros em fotos pancromticas (Pancromtica = captam "todas" radiaes de cores visveis ao olho humano) correspondem a vegetao mais densa e/ou solos e/ou rochas de maior absoro da radiao solar.

A vegetao est relacionada com o tipo de solo. O solo autctone (no transportado por cima de outros solos e do subsolo rochoso), com sua composio, umidade e cobertura de vegetao prprios relaciona-se com o tipo de rocha que o originou e que est abaixo em uma cadeia de relao de causa e efeito. Assim, a tonalidade, alm de corresponder as variaes devidas ao relvo pode fornecer subsdios muito valiosos na interpretao do tipo de rocha. As rochas de COMPOSIO MAIS BSICA (Mg, Fe, Mn...) tendem a apresentar TONS MAIS ESCUROS fruto de vegetao mais densa e/ou mais absoro (componentes de Fe, Mn principalmente) de seu solo + rocha, enquanto as mais silcicas ou CIDAS (quartzitos, granitos...) so MAIS CLARAS nas fotos, em geral.

A vegetao primria vem sendo cada vez mais substituda por vegetao plantada o que pode distorcer o padro fotogeolgico. Por exemplo, capim, que claro na foto erea tem sido frequentemente, plantado para criao de gado em regies desmatadas ( a mata era escura na foto antes do desmatamento).

A disperso ou concentrao dos raios refletidos, devido a rugosidade e inclinao do relvo, propicia um jogo de luz e sombra (tons + escuros e + claros) devido variao topogrfica. Os vrios tipos de rochas apresentam topografia geral ou detalhada que pode lhe ser caracterstica e, assim, o padro de tonalidade (jogo de luz e sombra) dado pela rugosidade do terreno pode indicar o tipo de rocha provvel deste padro.

TONALIDADE DA IMAGEM depende de:

ABSORO/REFLEXO SOLAR que depende dos

seguintes fatores interrelacionados, entre outros:

=>DENSIDADE DA VEGETAO

=> TIPO DE SOLO + UMIDADE DO SOLO

=>COMPOSIO DO SOLO E DA ROCHA

=>PROPRIEDADES FISICAS DO SOLO E DA ROCHA

=>CLIMA

=>TOPOGRAFIA (JOGO DE LUZ E SOMBRA)

FOTOGEOLOGIA: Com base nos padres fotogeolgicos e na foto-anlise sistemtica da rea, o gelogo interpreta os tipos de rocha e suas estruturas. Deve ser lembrado que muito comum, especialmente aqui no Centro-Oeste, uma fina capa de laterita (formada durante etapa de eroso culminada em aplainamento regional) sobre as rochas mais antigas MASCARANDO a geologia subjacente.

Aliando todos os elementos da fotointerpretao, traam-se em transparncias sobrepostas s imagens: provaveis CONTATOS GEOLGICOS, FALHAS, FRATURAS, DIQUES, MERGULHOS DE CAMADAS...

A fotogeologia traada nas transparncias ("overlays") junto com elementos topogrficos de amarrao (drenagem, estradas, ...) passada para um mapa "fotogeolgico" cuja escala a do mapa geolgico final ou, de preferncia, o dobro da escala final. Estas interpretaes so verificadas nas etapas de campo sendo recomendvel j ir FAZENDO AS CORREES NO CAMPO porque:

1 - mais prtico;

2 - no sero esquecidas as informaes que geraram estas correes;

3 - mais importante - deste traado quase final do mapa geolgico surgiro questes que, em sua maior parte, devem ser resolvidas j no campo.

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