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FERIDAS E ESTOMIAS
Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 1
ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
FERIDAS E ESTOMIAS
Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 2
ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
Maria Genilde das Chagas Araújo Campos
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
Glenda Agra
Suely Coelho Tavares da Silva
Mussara Gomes Cavalcanti Alves Monteiro
Jacira dos Santos Oliveira
Organizadoras
Ideia – João Pessoa – 2018
FERIDAS E ESTOMIAS
Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 3
ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
Todos os direitos reservados.
A responsabilidade sobre textos e imagens são dos respectivos autores.
EXCELENCIA CURSOS E TREINAMENTO LTDA – ME Endereço: Av. Presidente Epitácio Pessoa, 1251, Sala 105, Bairro dos estados, João Pessoa – PB
Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Gilvanedja Mendes, CRB 15/810
F356f Feridas e estomias: reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea/ organizadoras: Maria Genilde das
Chagas Araújo Campos... [et al.]. – João Pessoa: Ideia, 2018.
110p.
ISBN 978-85-463-0332-8
1.Ferimentos e lesões.2. Prevenção e controle.3. Terapêutica. 4. Estomia. I. Vasconcelos, Josilene de Melo Buriti. II. Agra, Glenda. III. Silva, Suely Coelho Tavares da. IV. Monteiro, Mussara Gomes Caval-canti Alves. V. Oliveira, Jacira dos Santos. VI. Título.
CDU 616-001-4
EDITORA
(83) 3222-5986 www.ideiaeditora.com.br
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 4
ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
Sobre as organizadoras
Glenda Agra
Graduada em Psicologia pela UNIPÊ: Graduada em Enfermagem pela Faculdade Santa
Emília de Rodat; Especialista em Cuidados Paliativos (UNISANTA - Universidade Santa
Cecília - SP); Mestra em Enfermagem pela UFPB; Membro adjunto da Academia Nacional
de Cuidados Paliativos (ANCP-RJ); Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem pela UFPB; Professora adjunta da Unidade Acadêmica de Enfermagem da
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
Jacira dos Santos Oliveira
Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (1988), especialista em
Médico-cirúrgica pela Universidade Estadual do Ceará. Mestra em Enfermagem Clínico
Cirúrgica pela Universidade Federal do Ceará. Doutora pela Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto/USP/UFPB/UFPI. Professora adjunta III da Graduação e Pós-Graduação de
Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba. Lider do Grupo de Estudo e Pesquisa
sobre Processo de Cuidar em Enfermagem e Saúde.
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual da Paraíba; Graduada
em Licenciatura em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Especialista
em Capacitação de Recursos Humanos para a Pesquisa Educacional pela UFPB; Mestra em
Enfermagem de Saúde Pública pela UFPB; Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto (EERP/USP); Professora adjunta do Departamento de Enfermagem
Clínica da UFPB; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Feridas da UFPB e do Grupo
de Estudos e Pesquisas em Processo de Cuidar em Enfermagem e Saúde da UFPB; autora
de artigos e livro na área de Segurança do Paciente e Feridas, principalmente na temática
“lesão por pressão”.
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 5
ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
Maria Genilde das Chagas Araújo Campos
Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em
estomaterapia pela Universidade Estadual do Pernambuco. Docente do curso de pós-
graduação em enfermagem dermatológica e docente de cursos de capacitações presenciais
e EAD nas áreas de feridas, estomias e incontinências. Consultora na área de Telemedicina
Cardiológica. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Processo de Cuidar em
Enfermagem e Saúde (GEPPCES/UFPB).
Mussara Gomes C. Alves Monteiro
Graduada em Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba; Graduada em Enfermagem
pela Fundação Francisco Mascarenhas; Mestra em Ciências da Nutrição pela UFPB.
Doutoranda em Ciências da Nutrição pela UFPB. Concursada pelo Estado da Paraíba lotada
na Secretaria de Saúde do Estado.
Suely Coelho Tavares da Silva
Residência médica em doenças infecciosas e parasitárias – UFPB; Especialista em Medicina
da Família e Comunidade – AMB/ SBMFC; Especialista em Pediatria – UFPB, com título de
Especialista - AMB/SBP; Mestra em Ciências da Nutrição – UFPB; Doutoranda em Ciências
da Saúde-FMABC; Professora do curso de medicina-Unipê. Médica pediatra da Prefeitura
Municipal de João Pessoa – PMJP.
Colaboradores
Alfares Cleciano Andrade Lustosa
Graduado em Enfermagem pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP),
Graduado em Gestão Hospitalar pelo Instituto Paraibano de Ensino Renovado (INPER),
Especialista emauditoria em serviços de saúde pela (FACISA - PB), especialista em
enfermagem dermatológica pela (ESTACIO DE SÁ – RJ). Docente dos cursos de pós-
graduação em auditoria em saúde, enfermagem em dermatologia e de cursos de
capacitações presenciais. Assessor técnico nas áreas de estomias, feridas e incontinências.
Ana Elisa Cortez Diniz
Graduada em Enfermagem pela Faculdade Santa Emília de Rodat. Especialista em
enfermagem dermatológica peal Gama Filho – RJ. Docente do curso de pós- graduação em
enfermagem dermatológica e de cursos de capacitações presenciais. Coordenadora técnica
assistencial em estomias, feridas e incontinência.
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 6
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S u m á r i o
Sobre as organizadoras / Colaboradores 4 Prefácio 13
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 14 Apresentação 15
Genilde Campos 15 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PORTADORES DE FERIDAS NO CENÁRIO BRASILEIRO 16
Gabriella de Oliveira Silva 16 Maria Emanuela Siqueira Lopes 16 Maria de Fátima Oliveira da Silva 16 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 16 Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 16 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 16
A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 18
Lucilla Vieira Carneiro 18 Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 18 Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza 18
REPERCUSSÕES DAS FERIDAS CRÔNICAS EM USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 20
Vannessa Kaline de Figueiredo Pontes 20 Elânio Leandro da Silva 20 Gabriella de Oliveira Silva 20 Jacira dos Santos Oliveira 20 Maria Genilde das Chagas Araújo Campos 20 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 20
AUTONOMIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DOMICILIAR DE PORTADORA DE FERIDA COMPLEXA 22
Kátia Cenira da Silva Andrade 22 Erika Acioli Gomes Pimenta 22
EXPERIÊNCIA DE ENFERMEIRAS ASSISTENCIAIS NO CUIDADO INTEGRAL À CRIANÇAS PORTADORAS DE FERIDAS COMPLEXAS 25
Erika Acioli Gomes Pimenta 25 Kátia Cenira da Silva Andrade 25 Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 25 Ana Jacira Fernandes de Sena 25 Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite 25 Maria da Guia Lima Brasil 25
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E CUIDADOS COM A PELE DO RECÉM NASCIDO PREMATURO: REVISÃO INTEGRATIVA 27
João Paulo Lopes da Silva 27 CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS ACERCA DO MANEJO CLÍNICO DE PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA 29
Fábia Letícia Martins de Andrade 29 Débora Thaise Freires de Brito 29 Vitória de Souza Medeiros 29 Alana Tamar Oliveira de Sousa 29 Glenda Agra 29 Thiago Lins da Costa Almeida 29
FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA 32
Débora Thaise Freires de Brito 32 Elton de Lima Macedo 32 Maria Vitória de Souza Medeiros 32 Fábia Letícia Martins de Andrade 32 Glenda Agra 32 Thiago Lins da Costa Almeida 32
CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS NA AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA 35
Fábia Letícia Martins de Andrade 35 Débora Thaise Freires de Brito 35 Vitória de Souza Medeiros 35 Alana Tamar Oliveira de Sousa 35 Glenda Agra 35 Thiago Lins da Costa Almeida 35
FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CAVIDADE ORAL 37
Débora Thaise Freires de Brito 37 Elton de Lima Macedo 37 Maria Vitória de Souza Medeiros 37 Fábia Letícia Martins de Andrade 37 Glenda Agra 37 Thiago Lins da Costa Almeida 37
CONDUTAS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO E SUAS COMPLICAÇÕES 40
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 40 Neyce de Matos Nascimento 40 Adellúcia dos Santos Silva 40 Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza 40
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 8
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USO DE ALOE VERA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS EM DIABETES MELLITUS 42 Lorena Nascimento Carvalho 42 Gislaine Luciana da Silva Araújo 42 Lorena Carine Dantas Moura 42 Rennan Michell dos Santos Macedo 42 Vanessa Bezerra da Costa Vieira 42 Alana Tamar Oliveira de Sousa 42
CONTROLE GLICÊMICO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRURGICO EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS 44
Rennan Michell dos Santos Macedo 44 Gislaine Luciana da Silva Araújo 44 Vanessa Bezerra da Costa Vieira 44 Lorena Nascimento Carvalho 44 Kaline Oliveira da Silva 44 Alana Tamar Oliveira de Sousa 44
PAPEL DA ENFERMAGEM COMO AGENTE DE PREVENÇÃO AO PÉ DIABÉTICO 47
Lorena Nascimento Carvalho 47 Maria de Lourdes Lindja do Santos Costa 47 Rennan Michell dos Santos Macedo 47 Rosilene Souza Silva 47 Vanessa Bezerra da Costa Vieira 47 Bernardete de Lourdes André Gouveia 47
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO USUÁRIO AMPUTADO POR PÉ DIABÉTICO: VIVÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 49
Natana de Morais Ramos 49 Mariana Campos de Carvalho 49 Olga Benário Batista de Melo Chaves 49 Mayara Muniz Rodrigues Peixoto 49 Jacira Oliveira dos Santos 49
RISCO DE QUEDAS EM UMA PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA: ESTUDO DE CASO 52
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 52 Natana de Morais Ramos 52 Rafaella Felix Serafim Veras 52 Maria de Fátima Oliveira da Silva 52 Elânio Leandro da Silva 52 Jacira dos Santos Oliveira 52
ABORDAGEM TERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE ÚLCERA VENOSA: REVISÃO INTEGRATIVA 54
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 54 Neyce de Matos Nascimento 54 Adellúcia dos Santos Silva 54 Raysa Maria Liberalino Ferreira 54
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 9
ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA E A RELEVÂNCIA DA ENFERMAGEM 57
Hannah Karolyne Vieira de Lucena 57 Alexandre Cavalcante Diniz Júnior 57 Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves 57 Isabella Dayani Teles de Lima 57 Ludymilla Linéia Almeida de França 57 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 57
LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTE COM MIELITE TRANSVERSA: RELATO DE CASO 60
Maria de Fátima Oliveira da Silva 60 Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 60 Elânio Leandro da Silva 60 Valkênia Alves Silva 60 Natana de Morais Ramos 60 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 60
FATORES PREDISPONENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS 63
Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves 63 Alexandre Cavalcante Diniz Júnior 63 Hannah Karolyne Vieira de Lucena 63 Isabela Dayani Teles de Lima 63 Ludymilla Linéia Almeida de França 63 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 63
PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO: PERCEPÇÃO E PRÁTICA DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA 65
Glaucianne Mayara de Lima Bragante 65 Analine de Souza Bandeira Correia 65 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 65 Maria de Fátima Oliveira da Silva 65 Elânio Leandro da Silva 65 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 65
CARACTERIZAÇÃO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM 67
Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 67 Maria de Fátima Oliveira da Silva 67 Maria Genilde das Chagas Araújo Campos 67 Ana Paula Feles Dantas Melo 67 Valkênia Alves Silva 67 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 67
O IMPACTO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY PARA QUEM CUIDA: UMA VISÃO ALÉM DA PELE 70
Fernanda Lucia da Silva 70 Alana Tamar Oliveira de Sousa 70
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 10
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CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE COM ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY 72 Elizabeth Cristina dos Santos Silva 72 Fernanda Lúcia da Silva 72 Alana Tamar Oliveira de Sousa 72
A EFICÁCIA DO ANTISSÉPTICO COM POLIHEXANIDA NO TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 74
Maria Genilde das Chagas Araújo Campos 74 Gabriella de Oliveira Silva 74 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 74 Glaucianne Mayara de Lima Bragante 74 Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 74 Josilene de Melo Buriti Vasconcelos 74
EFICÁCIA DOS CURATIVOS COM POLIHEXAMETILENO BIGUANIDA NO TRATAMENTO DE FERIDAS INFECTADAS: REVISÃO INTEGRATIVA 77
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz 77 Neyce de Matos Nascimento 77 Adellúcia dos Santos Silva 77 Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza 77
AS PROPRIEDADES DA CÚRCUMA PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 79
Fernanda Lucia da Silva 79 Laysa da Silva Fidelis 79 Elizabeth Cristina dos Santos Silva 79 Maria Paula Ramalho Barbosa 79 Alana Tamar Oliveira de Sousa 79
UTILIZAÇÃO DA FENITOÍNA NO TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA 82
Maria Paula Ramalho Barbosa 82 Adrielly Cardoso da Silva 82 Kaline Oliveira da Silva 82 Rennan Michell dos Santos Macedo 82 Fernanda Lucia da Silva 82 Fernando de Sousa Oliveira 82
USO DO METRONIDAZOL NO TRATAMENTO DE ODOR EM LESÃO POR PRESSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 84
João Paulo Lopes da Silva 84
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COMPLICAÇÕES E MÉTODOS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS PELA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA ERISIPELA 86
Vanessa Bezerra da Costa Vieira 86 Gislaine Luciana da Silva Araújo 86 Jaysa Soares dos Santos 86 Lorena Nascimento Carvalho 86 Rennan Michell dos Santos Macedo 86 Alana Tamar Oliveira de Sousa 86
EPIDERMOLISE BOLHOSA: CUIDADOS E PERSPECTIVAS 88
Laysa da Silva Fidelis 88 Fernanda Lucia da Silva 88 Gislaine Luciana da Silva Araújo 88 Alana Tamar Oliveira de Sousa 88
PROCESSO DE ENFERMAGEM APLICADO A PACIENTES COM PÊNFIGO VULGAR BOLHOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA 90
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues 90 Maria de Fátima Oliveira da Silva 90 Elânio Leandro da Silva 90 Valkênia Alves Silva 90 Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales 90 Jacira dos Santos Oliveira 90
SÍNDROME DE FOURNIER: CUIDADOS DE ENFERMAGEM 92
Izabel Maria Duarte Costa Menezes 92 Alfares Cleciano Andrade Lustosa 92 Elma Dantas Vicente 92 Joyce Santos Bezerra Finisola 92 Kalline Trajano Feitosa Cabral 92 Neilce Falcão de Souza Nascimento 92
CUIDADO INTEGRAL A UM ESCOLAR COM LESÃO AGUDA NECRÓTICA PÓS TRAUMA 94
Erika Acioli Gomes Pimenta 94 Kátia Cenira da Silva Andrade 94 Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 94 Ana Jacira Fernandes de Sena 94 Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite 94 Maria da Guia Lima Brasil 94
METAPARADIGMA DA ENFERMAGEM E A CRIAÇÃO DE ALGORITMO DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA: RELATO DE CASO 96
Iraktânia Vitorino Diniz 96 Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares 96 Núbia de Souza Rufino 96 Erlaine Souza da Silva 96 Verônica Morais Barreiro Pontes 96
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM COLOSTOMIA 98
Gislaine Luciana da Silva Araújo 98 Lorena Nascimento Carvalho 98 Laysa da Silva Fidelis 98 Rennan Michell dos Santos Macedo 98 Vanessa Bezerra da Costa Viera 98 Alana Tamar Oliveira de Sousa 98
SEXUALIDADE EM PESSOAS ESTOMIZADAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA 100
Izamara dos Santos Nogueira Martins 100 Edva Duarte Brito 100
CUIDADO INTEGRAL AO LACTENTE EM PÓS-OPERATÓRIO DE ANORRETOPLASTIA 102
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 102 Alexandre Cavalcante Diniz Junior 102 Erika Acioli Gomes Pimenta 102
PRODUÇÃO CIENTÍFICA RELACIONADA À ESTOMIA EM PEDIATRIA: UMA ANÁLISE DE PUBLICAÇÕES DA REVISTA ESTIMA 104
Edva Duarte Brito 104 Izamara dos Santos Nogueira Martins 104
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NOS CUIDADOS COM A COLOSTOMIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE RECONSTRUÇÃO ANORRETAL 106
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 106 Erika Acioli Gomes Pimenta 106
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À LACTENTE EM USO DE COLOSTOMIA 108
Alexandre Cavalcante Diniz Júnior 108 Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro 108 Erika Acioli Gomes Pimenta 108
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Prefácio
Na confluência das discussões atuais em torno das questões voltadas para assistência
à saúde, buscando-se, cada vez mais a promoção de um cuidado seguro e de qualidade, os
profissionais de saúde deparam-se, cotidianamente, com as demandas requeridas para
acompanhar as inovações tecnológicas e a disseminação dos conhecimentos produzidos no
campo da ciência. Assim, é mister a necessidade de que todos os profissionais de saúde
procurem se atualizar, acessando as melhores evidências científicas, bem como participando
do processo de produção dessas, por meio do intercâmbio entre academia e o campo de
prática assistencial.
Na área de assistência a pessoa com feridas e estomias a busca de conhecimentos
deve ser incessante e contínua, visto que a produção de insumos, produtos, equipamentos,
bem como de publicações científicas, é dinâmica e farta. Não é redundância afirmar que
aqueles profissionais que não se atualizarem correm o risco de desenvolverem práticas
obsoletas, devendo, pois, ao contrário, adentrarem no universo de informações disponíveis,
analisá-las de forma reflexiva e crítica, e selecionarem as melhores evidências para uma
prática segura nas suas áreas de atuação.
Nesse propósito, profissionais e acadêmicos da saúde, procurando refletir, discutir, e
decidir sobre assuntos pertinentes e prementes, para promoção de intervenções relevantes
nas questões de saúde das pessoas com feridas e estomias, desenvolveram estudos, com
diferentes delineamentos metodológicos; destacando-se revisões integrativas da literatura,
relatos de experiências, relatos de casos e estudos de campo exploratórios e descritivos;
pesquisando em diferentes populações; em diferentes faixas etárias; no campo hospitalar e
comunitário.
Destacam-se as contribuições dos estudos apresentados na coletânea em apreço,
classificados em dois eixos temáticos – Feridas e estomias, para reflexões em relação ao
conhecimento produzido na área, à eficácia de produtos disponíveis no mercado, às práticas
preventivas e terapêuticas voltadas para diversos tipos de feridas complexas e estomias.
FERIDAS E ESTOMIAS
Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 14
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Nos estudos em relação ao tema feridas ressaltam-se aspectos gerais da avaliação das
feridas, da assistência às pessoas com feridas, por profissionais de diversas áreas, das
peculiaridades de lesões diversas e da necessidade de abordagem interdisciplinar para
promoção de uma assistência de qualidade. Do mesmo modo, em relação às estomias,
abordam-se especificidades do cuidado em adultos e crianças, considerando-se a
sistematização do cuidado e as práticas de educação em saúde, como forma de promover a
melhoria da qualidade de vida das pessoas com estomias.
Portanto, após análise dos textos apresentados na coletânea, cumpre-nos recomendar
a leitura aos profissionais da área, certa de que servirão de subsídio para reflexão de suas
práticas, preventivas ou terapêuticas, e de que promoverão indagações que os conduzirão
a busca dos artigos completos junto aos autores dos trabalhos, bem como de outros artigos
sobre os temas de seu interesse.
Nunca foi tão premente a necessidade da translação das evidências científicas para o
campo da prática, como se observa na atualidade, deste modo leiam, discutam, reflitam e
decidam sobre o que é melhor para seus clientes na realidade em que vivem e que são
cuidados.
Boa leitura!
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
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Apresentação
Com a evolução das ciências da saúde, os profissionais necessitam de atualizações
baseadas em evidencias científicas, no intuito de aperfeiçoarem seus conhecimentos,
reavaliarem suas práticas clínicas e promoverem cuidado seguro ao paciente.
A interdisciplinaridade fundamentada na integração sinérgica entre os profissionais,
destaca-se como um elemento central que promove o respeito aos limites éticos e legais
inerentes a cada profissão, amplia os cuidados e possibilita ao paciente ser assistido na sua
integralidade.
Assim, emergiu a motivação para desenvolver a temática em apreço, objetivando
integrar e difundir entre os profissionais de saúde os conhecimentos científicos
interdisciplinares sobre as novas diretrizes para a avaliação clínica e a condução terapêutica
das feridas e estomias
Genilde Campos
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 16
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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A
PORTADORES DE FERIDAS NO CENÁRIO BRASILEIRO
Gabriella de Oliveira Silva
Maria Emanuela Siqueira Lopes
Maria de Fátima Oliveira da Silva
Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
O enfermeiro exerce papel relevante na assistência ao paciente portador ou com risco
de desenvolver feridas, devendo prestar assistência integral e individualizada.1 Dentro
desse contexto, e considerando o que pressupõe a legislação em Enfermagem, é
imprescindível que realize a Sistematização da Assistência em Enfermagem, para os
pacientes portadores de feridas, especialmente aqueles com feridas crônicas, contribuindo
para uma assistência qualificada, auxiliando na sua recuperação.2
A Sistematização da Assistência em Enfermagem deve ser implementada em
ambientes públicos e privados, em que ocorre o cuidado de enfermagem, abrangendo as
instituições prestadoras de serviços hospitalares, ambulatórios de saúde, domicílios,
escolas, entre outros.3
O estudo tem como objetivo caracterizar a produção técnico-científica relacionada à
Sistematização da Assistência de Enfermagem aos portadores de feridas no Brasil, nos
últimos dez anos, trata-se de uma revisão integrativa. A busca ocorreu durante o mês de
abril de 2016, na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a qual agrupa dados
da Lilacs, SciELO, Medline, BDENF; além da ferramenta de busca, Google Acadêmico. Os
critérios de inclusão foram: ser artigo original; publicado no Brasil; em periódicos online; no
período de Janeiro/2006 a Dezembro/2015; responder a questão norteadora; ter
disponibilidade eletrônica na forma de texto completo, resultando em 17 publicações.
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 17
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O ano de 2011 foi o período em que houve mais publicações sobre a temática com
5(27,7%). Em relação à formação acadêmica dos autores dos artigos inseridos 100% são
enfermeiros. Os estudos foram separados em três categorias, conforme os cenários onde
foram realizados: Sistematização da assistência de enfermagem aos portadores de feridas
na atenção básica; Sistematização da assistência de enfermagem aos portadores de feridas
na atenção hospitalar e Sistematização da Assistência de Enfermagem aos portadores de
feridas no Brasil.
Apesar de os artigos abordarem cenários e delineamentos distintos entre si, entram
em concordância no que diz respeito à importância da implantação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem para melhoria da qualidade da assistência aos pacientes, e
também como um valioso mecanismo para compreensão e organização do serviço de
enfermagem. Identificou-se um número reduzido de artigos publicados acerca da temática
em periódicos online no período investigado, apesar de despertar o interesse de
pesquisadores da área da saúde, em especial de enfermeiros.
Sugere-se, a partir dessa pesquisa, que sejam realizadas outras investigações
utilizando este método científico, em outras bases de dados, bem como seja ampliado o
período de análise e fontes internacionais, a fim de buscar evidências mais consistentes
envolvendo a temática, devendo servir de suporte para concretização da Sistematização da
Assistência de Enfermagem no Brasil, uma prática tão relevante e, ainda assim, pouco
explorada.
REFERÊNCIAS
1.Costa KS, Rodrigues APB, Silva AG, Feitosa MSL. Atuação do enfermeiro na assistência aos pacientes portadores de Feridas. Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI. 2012:5(3).
2.Carneiro CM, Sousa FB, Gama FN. Tratamento de feridas: assistência de enfermagem nas unidades de atenção primária à saúde. Rev Enferm Integrada. 2010;3(2):494-505.
3.Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 358/2009 de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem., Brasília, DF. [Citado em 2016 set. 30]. Disponível em: http://www.coren-ro.org.br/resolucao-cofen-35809-dispoe-sobre-a-sistematizacao-da-assistencia-de-enfermagem-e-a-implementacao_800.html.
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Reflexões sobre o cuidado interdisciplinar, ético e humanizado: uma coletânea | 18
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A IMPORTÂNCIA DA TERAPIA NUTRICIONAL NO PROCESSO DE
CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Lucilla Vieira Carneiro
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz
Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza
Uma ferida é definida pela interrupção na continuidade de um tecido, em maior ou
menor extensão, o seu processo de cicatrização implica em uma perfeita e coordenada
cascata de eventos moleculares e celulares. É composta de uma série de estágios, que são
descritos em três fases: fase inflamatória, fase de proliferação ou granulação e fase de
remodelamento ou maturação, tendo como finalidade a reestruturação dos tecidos
lesionados1, 2.
A nutrição adequada é um dos fatores de extrema importância para o sucesso no
processo de cicatrização de feridas, pois a deficiência de um único nutriente pode prejudicar
toda reparação tecidual1, 2, 3, 4. Objetiva-se analisar a importância da terapêutica nutricional
no processo de cicatrização de feridas.
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujo percurso metodológico teve
como alicerce a escolha dos artigos indexados em bases científicas nacionais e
internacionais. Foram estabelecidos como critérios de inclusão: artigos originais; publicados
em português e/ou inglês; artigos na íntegra que apresentassem no título os seguintes
termos isolados ou associados: “Processo de Cicatrização”; “Papel da Nutrição na
Cicatrização”; “Assistência de enfermagem”. A pesquisa foi realizada nas seguintes bases
de dados: BVS - Biblioteca Virtual em Saúde, SciELO – ScientificElectronic Library Online e
LILACS.
Foram utilizados os artigos publicados no período de 2013 a 2017. Foram
encontrados 71 artigos nas bases de dados, mas apenas quatro fizeram parte do estudo.
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ISBN 978-85-463-0332-8 - SUMÁRIO - INÍCIO
A partir da leitura dos artigos infere-se que a nutrição é um fator preponderante ao
longo de todo o processo de cicatrização das feridas1,2. Destaca-se que a associação entre
uma boa nutrição, medidas de conforto, antibioticoterapia adequada e excelência na técnica
de realização de curativos influencia positivamente no processo de cicatrização de feridas2.
Fatores como subnutrição, má nutrição, ingestão inadequada de proteínas e energia,
perda de peso não intencional, influenciam negativamente no processo, como também os
níveis baixos de células sanguíneas interferem na coagulação. Por isso, uma alimentação
adequada pode cooperar para qualquer uma das fases do processo de cicatrização, ativando
a imunocompetência e diminuindo o risco de infecção2,3,4.
Muitos nutrientes estão envolvidos na formação de novos tecidos, na supressão da
oxidação e na melhoria da cicatrização, como também estão disponíveis para promover a
proliferação celular, ajudam na síntese de colágeno e na contração e remodelação da
ferida3,4.
Estudos comprovam que lesões crônicas podem ser parcialmente ou totalmente
cicatrizadas pela terapia nutricional adequada associada aos cuidados de enfermagem. A
visão holística do enfermeiro que faz a avaliação da lesão, associada a uma anamnese de
qualidade, atualização de conhecimento científico e análise individual do aporte nutricional
dos pacientes, de acordo com a doença de base, podem interferir positivamente no processo
de cicatrização.
REFERÊNCIAS
1. Arcênio, CMA. Relevância da nutrição no processo de cicatrização. [Trabalho de Conclusão de Curso] Campina Grande (PB): Universidade Estadual da Paraíba, 2014.
2. Andreia, GD. Relevância da nutrição no processo de cicatrização de feridas. [Trabalho de Conclusão de Curso] Lagoa Santa (MG): Universidade Federal de Minas Gerais, 2013.
3. Oliveira KDL, Haack AFRC. Nutritional therapy in the treatment of pressure injuries: a systematic review. Rev. bras. geriatr. gerontol. [Internet]. 2017 Aug [cited 2017 Nov 11] ; 20( 4): 562-570. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232017000400562&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/1981-22562017020.160195.
4. Blanc G, Meier MJ, StoccoJGD, Roehrs H,Crozeta K, Barbosa DA. Efetividade da terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão: revisão sistemática. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2015 Feb [cited 2017 Nov 11] ; 49( 1 ): 152-161. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342015000100152&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420150000100020.
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REPERCUSSÕES DAS FERIDAS CRÔNICAS EM USUÁRIOS DA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Vannessa Kaline de Figueiredo Pontes
Elânio Leandro da Silva
Gabriella de Oliveira Silva
Jacira dos Santos Oliveira
Maria Genilde das Chagas Araújo Campos
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
As feridas crônicas constituem-se em lesões graves, que acometem a pele e os tecidos
subjacentes, que não evoluem normalmente nas fases de cicatrização ou extrapolam o tempo normal
de cicatrização, causando transtornos a seus portadores e familiares, devido às repercussões
biológicas, como dor permanente e incapacidade; e psicossociais, como sofrimento, perda da
autoestima, dificuldades no convívio familiar, isolamento social, gastos financeiros e afastamento
do trabalho(1,2).
A atenção básica, dada a aproximação com a realidade dos portadores de feridas crônicas,
que permite conhecer os seus problemas de saúde e de doença, e das alternativas para solucioná-
los, é o local mais indicado para a implementação da assistência a essa clientela. Essa configuração
permite um conjunto de ações voltadas para os indivíduos e sua coletividade, tendo como finalidade
a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação(3).
Objetiva-se analisar as repercussões clínicas e psicossociais dos portadores de feridas
crônicas da estratégia saúde da família, através do estudo descritivo com abordagem qualitativa,
realizado em três unidades básicas de saúde, em João Pessoa-PB, no período de 14 de setembro a 14
de outubro de 2016. A amostra constou de dez usuários, entrevistados em seus domicílios, conforme
roteiro estruturado com questões pertinentes a caracterização sociodemográfica (idade, gênero, cor
da pele, número de pessoas na família, renda familiar), e clínica (tipo de lesão, localização,
características clínicas), cuidados com a lesão e suas repercussões biológicas e psicossociais.
Os resultados apontaram portadores de feridas com idades entre 25 e 81 anos, média de 59,4
anos, igualmente distribuídos em relação ao gênero feminino (5) e masculino (5), morando com seus
familiares (9), média de 3,3 pessoas por residência, renda familiar entre um e seis salários mínimos,
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média de três salários por família. Predominaram as úlceras vasculogênicas (6), seguidas de pé
diabético (2), lesão por pressão (1), e úlcera associada à anemia falciforme (1), média de 1,4 feridas
por paciente, tempo médio da lesão de 4,1 anos. Identificaram-se três categorias temáticas: 1)
Convivendo com a dor e suas implicações na mobilidade, destacando-se esse sintoma como fator que limita
a vida social; 2) Percebendo os sentimentos e cuidados da família depois da ferida, enfatizando-se a
importância dos parentes como elemento de reforço positivo no cuidado; e 3) Vivenciando sentimentos
de vergonha, tristeza e de limitações para o trabalho e para a vida social, que explica isolamento social
vivenciado pelo portador de ferida.
Devido às repercussões biológicas e psicossociais, que causam transtornos nas vidas dos
portadores das feridas e de seus familiares, ressalta-se a necessidade de uma maior atenção dos
profissionais da estratégia saúde da família, sob a ótica da integralidade do cuidado e da
interdisciplinaridade.
O estudo aponta subsídios que podem contribuir para definição de estratégias para o
planejamento do cuidado de enfermagem aos portadores de feridas crônicas, com vistas à promoção
de um cuidado de qualidade. Para tanto, destaca-se a necessidade de se adotar as orientações legais
para o exercício profissional, em vigor no País, no que tange a Sistematização da Assistência de
Enfermagem.
REFERÊNCIAS
1. Dantas, DV. Assistência aos portadores de úlceras venosas: proposta de um protocolo [dissertação]. Natal
(RN): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte; 2010.
2. Salomé GM. Processo de viver do portador com ferida crônica: atividades recreativas, sexuais, vida social
e familiar. Saúde Coletiva [internet]. 2010 [acesso em 2016 out 10];46(7);300-304. Disponível em
http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=84215678004
3. Busanello J, Silva FM, Sehem GD, Poll MA, Deus LML, Boheke TS. Assistência de enfermagem a portadores
de feridas: Tecnologias de cuidado desenvolvidas na atenção primária. Rev Enferm UFSM [internet]. 2013
Jan/Abril [acesso em 2016 out 20];3(1):175-184. Disponível em http://dx.doi.org/10.5902/217976928532
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AUTONOMIA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DOMICILIAR DE
PORTADORA DE FERIDA COMPLEXA
Kátia Cenira da Silva Andrade
Erika Acioli Gomes Pimenta
O cuidado com lesões é uma atividade de responsabilidade da Enfermagem,
exigindo conhecimento e competência técnica e científica1. Quando se trata de feridas
crônicas ou complexas esta competência torna-se ainda maior1-4.
Desse modo, objetiva-se relatar a experiência da autonomia de enfermeiras no
cuidado domiciliar a uma paciente portadora de feridas crônicas e complexas, através do
relato de experiência, elaborado a partir da vivência de cinco meses contínuos de cuidados
(junho-novembro de 2017).
O relato trata a experiência de enfermeiras no acompanhamento de uma idosa (com
diagnóstico de carcinoma no canal anal e reto distal (2015), colostomizada após
retosigmoidectomia (2016). Em 2017 foi submetida à vulvectomia ampliada para
minimização da dor relacionada à exteriorização de um tumor, apresentando,
posteriormente duas lesões resultantes de deiscência de ferida operatória. Na vulvectomia,
realizou linfadenectomia pélvica bilateral comprometendo a recuperação devido à
dificuldade do retorno venoso.
Os cuidados domiciliares iniciaram após a alta hospitalar, 21 dias após a cirurgia,
quando apresentou edema e hiperemia na região dos pontos (ainda não retirados). Ao
retornar para casa a família, solicitou avaliação de enfermeiras com experiência em
tratamento de feridas. Na avaliação que se realizou no primeiro curativo, houve a retirada
dos pontos2. Posteriormente, iniciou-se tratamento da lesão pelas enfermeiras, em
colaboração com a fisioterapia para realização de drenagem manual, psicólogo, médico e
nutricionista3.
Ao longo dos cinco meses, uma das lesões que media aproximadamente 15cm2
(oposta a colostomia), cicatrizou e fechou; enquanto outra ferida que media, na época,
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aproximadamente 30cm2 (lado da colostomia), mede atualmente cerca de 12cm2. Durante
esses meses utilizaram-se curativos com solução a base de Polihexametilbiguanida
degermante e aquoso, gazes impregnadas da mesma composição, espuma com prata
(quando necessário), solução com Ácidos Graxos Essenciais e Triglicerídeos de Cadeia
Média, creme de barreira, além de cobertura com filme transparente conforme necessidade
e evolução das lesões4.
No que se refere ao curativo secundário, a troca evoluiu de nove pacotes de
gazes/dia para um pacote, devido à diminuição da quantidade de exsudato. Embora as
lesões não apresentassem secreção purulenta, drenavam moderado exsudato seroso.
Entretanto, a amputação de vulva favorecia micção retrógrada, retardando o processo de
cicatrização.
A responsabilidade do Enfermeiro no cuidado a essas lesões e manutenção da
integridade da pele vai do conhecimento anatomofisiológico da pele até a escolha ideal de
produtos e coberturas a serem utilizados nas diferentes fases da evolução da lesão, bordas
e pele perilesional, exigindo do profissional conhecimento técnico, científico e habilidade
para assumir com autonomia esse cuidado e sobretudo, habilidades empáticas.
Ressalta-se a importância da autonomia das enfermeiras no cuidado a lesões de pele,
sobretudo no âmbito domiciliar quando a escolha pelos produtos foi responsabilidade das
mesmas. Ademais, o profissional precisa reconhecer a necessidade da intervenção
multiprofissional, a exemplo do fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, médico, conforme
foi necessário no caso em questão.
O conhecimento científico e a habilidade técnica das profissionais favoreceram à
cicatrização de uma das lesões, à regressão da segunda ferida em cerca de ¾, além da
melhoria na qualidade de vida e saúde da paciente, tendo em vista o diagnóstico de
neoplasia, devido limitação para escolha de alguns produtos.
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REFERÊNCIAS
1. Ferreira AM, Bogamil DDD, Tormena PC. O enfermeiro e o tratamento de feridas: em busca da
autonomia do cuidado. Arq Ciênc Saúde 2008 jul-set: 15(3): 105-9.
2. Santos JB, Porto SG, Suzuli LM, Sostizzo LRZ, Antoniazzi JL, Echer IC. Avaliação e tratamento de feridas:
orientações aos profissionais de saúde. Hospital de Clínicas. Porto Alegre-RS.
3. Jorge AS, Dantas PE. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas. São Paulo: Atheneu; 2003.
4. Campos MGCA, Sousa ATO, Vasconcelos JMB, Lucena SAP, Gomes SKA. FERIDAS COMPLEXAS E
ESTOMIAS: Aspectos preventivos e manejo clínico. João Pessoa: Idea; 2016.
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EXPERIÊNCIA DE ENFERMEIRAS ASSISTENCIAIS NO CUIDADO
INTEGRAL À CRIANÇAS PORTADORAS DE FERIDAS COMPLEXAS
Erika Acioli Gomes Pimenta
Kátia Cenira da Silva Andrade
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro
Ana Jacira Fernandes de Sena
Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite
Maria da Guia Lima Brasil
Assistência à criança hospitalizada é um desafio para os profissionais que atuam em
pediatria, principalmente quando essas crianças apresentam lesões complexas. Por isso,
urge a necessidade de a assistência ser individualizada e singular.
Desse modo, pretende-se relatar a experiência da Enfermagem Pediátrica durante o
cuidado às crianças hospitalizadas com lesões complexas, através de um relato de
experiência elaborado a partir da vivência e discussões da equipe de enfermagem que atua
em um hospital referência para doenças crônicas na PB. Estudo retrospectivo realizado no
referido hospital na Paraíba entre janeiro de 2015 e outubro de 2017, onde evidenciaram que
as lesões mais frequentes entre as crianças hospitalizadas estão correlacionadas a outras
doenças ou condições.
A assistência à criança hospitalizada demanda um cuidado que vai para além do
paciente e que precisa estar centrado na família, devido às singularidades. De acordo com
os dados, as lesões mais frequentes, no período supracitado, foram: Fasceíte Necrotizante
(03) sendo 01 pós-varicela; lesão inespecífica (01) com Síndrome Nefrótica descompensada;
Lúpus Eritematoso Sistêmico (01); Gangrena de Fournier pós lesão anal infectada pós abuso
sexual (01); Epidermólise bolhosa (02); Ectima Gangrenoso (01); Pioderma Grangrenoso
(02); Lesão infectada pós-trauma (02) e Anorretoplastia sem fechamento de Colostomia (05).
As características dessas lesões demandam conhecimento especializado por parte da
equipe, tendo em vista a complexidade do cuidado com as mesmas, somado às necessidades
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relacionadas à doença de base. Dos 18 casos, uma criança foi a óbito por septicemia; as
demais receberam alta hospitalar; três deram continuidade no serviço ambulatorial da
Comissão de Pele do hospital. Para melhorar a qualidade da assistência, algumas
profissionais realizaram cursos de capacitação e atualização em tratamento de feridas,
outras participam direta ou indiretamente das ações com a Comissão de Pele e outras
participaram de eventos acerca do tema.
A autonomia de enfermeiras pediátricas no tratamento de feridas apresentou eficácia
e eficiência frente aos cuidados com crianças com feridas complexas, porque houve
qualificação profissional e compromisso com a saúde dessas crianças. Neste sentido,
destaca-se algumas questões relevantes para as boas práticas no cuidado à saúde da criança,
a saber: avaliação contínua das lesões e do estado geral das crianças; conhecimento acerca
da evolução das diferentes fases das lesões, assim como o conhecimento dos produtos
adequados para cada etapa; utilização de formulário de evolução elaborado para a avaliação
das crianças no serviço, validado pela equipe e por expertises da área de Saúde da Criança;
visitas à beira leito com a equipe multiprofissional; discussões de casos em grupo,
periodicamente. Todas essas ações favoreceram à recuperação da integridade da pele, bem
como a melhoria na qualidade de vida dessas crianças. Além disso, essas práticas
favoreceram tomada de decisões e autonomia profissional, repercutindo diretamente na
qualidade de vida do binômio criança-família.
REFERÊNCIAS
Fournier: 10 anos de avaliação. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):600-4.
2.Santos JLG; Pestana AL; Guerrero P, Meirelles BSH, Erdmann AL. Práticas de enfermeiros na gerência do
cuidado em enfermagem e saúde. Rev Bras Enferm. 2013; 66(2): 257-3.
3.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de
Doutorado]. Recife: Universidade federal de Pernambuco. 2014.
4.Malagutti W. Curativos, Estomia e Dermatologia. Uma Abordagem Multiprofissional. 2014. São Paulo:
Secretaria de Saúde. Manual de curativos, 2016.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E CUIDADOS COM A PELE DO RECÉM
NASCIDO PREMATURO: REVISÃO INTEGRATIVA
João Paulo Lopes da Silva
A pele tem um papel vital no período neonatal, pois fornece uma barreira protetora
que auxilia na prevenção de infecções, facilita a termorregulação e ajuda a controlar a perda
hídrica insensível e o equilíbrio eletrolítico1. Os recém-nascidos prematuros possuem alto
risco para o desenvolvimento de infecção, em razão da imaturidade da barreira epidérmica
associada a um sistema imunológico pouco desenvolvido2.
Um dos grandes desafios do enfermeiro é assistir essa clientela no ambiente da
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, na tentativa de diminuir a mortalidade infantil,
especialmente entre os bebês prematuros. Entretanto, esse ambiente expõe este pequeno ser
ao excessivo manuseio durante sua fase mais crítica de adaptação à vida extrauterina, tanto
por procedimentos dolorosos quanto pelos cuidados de rotina3. Assim, pretende-se
descrever a assistência de enfermagem relacionada aos cuidados com a integridade da pele
de recém-nascidos prematuros internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal,
através de uma revisão integrativa realizada em outubro de 2017 na Biblioteca Virtual de
Saúde, por meio das bases de dados LILACS, MEDLINE e SciELO, utilizando os descritores:
“Enfermagem”; “Pele”; “Recém-nascido” e “Cuidados”.
Foram identificados inicialmente 900 artigos. Após serem aplicados os critérios de
inclusão: artigos publicados na íntegra, em português, completos e realizados no Brasil, no
período de 2006 a 2016, o número foi reduzido para 25 artigos, lidos na íntegra. Ao final,
foram selecionados apenas 10, cujos dados foram sistematizados a fim de alcançar os
objetivos propostos.
Dados na literatura apontam que cerca de 80% dos recém-nascidos que nascem
prematuramente desenvolvem alguma injúria na pele até o primeiro mês de vida e
aproximadamente 25% de todos os pré-termos e de baixo peso terão ao menos um episódio
de sepse até o 3º dia de vida, sendo a pele a principal porta de entrada1.
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Dentre alguns cuidados apontados na literatura que devem ser realizados
diariamente pelos enfermeiros para manter a integridade da pele do recém-nascidos,
destacam-se: a mudança de decúbito; manter a pele higienizada e seca; providenciar o
rodízio de sensores de oxímetro; utilização de hidrocoloides ou placas em proeminências
ósseas e em locais onde será fixada sonda orogástrica e tubo orotraqueal; organização da
coleta agrupada de exames, evitando, assim, punções repetitivas2,4. Deve ser realizada
também, a avaliação sistemática da pele e cuidados na remoção de adesivos, lubrificação
com emolientes, uso de soluções cutâneas para antissepsia e padronização do cuidado ao
recém-nascido4.
É importante que o enfermeiro detenha conhecimento sobre o cuidado da integridade
da pele em recém-nascidos e padronize suas ações, avaliando rotineiramente as condições
de pele do recém-nascido, identificando e eliminando fatores de risco; e assim poderá
prover um cuidado sistemático, individualizado e seguro.
REFERÊNCIAS
1.Araújo BBM, Esteves SX, Cardoso ES, Meirelles JNL, Dias CMB. A enfermagem e os (des) cuidados com a
pele do prematuro. Rev Pesqui Cuid Fundam. 2012;4(3): 2679-91.
2. Rolim KMC, Farias CPX, Marques LC, Magalhães FJ, Gurgel EPP, Caetano JA. Atuação da enfermeira na
prevenção de lesão de pele do recém-nascido. Rev Enferm UERJ. 2009;17(4):544-9.
3. Rolim KMC, Linhares DC, Rabelo LS, Gurgel EPP, Magalhães FG, Caetano JA. Cuidado com a pele do
recém-nascido pré-termo em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: conhecimento da enfermeira. Rev. Rene.
2008; 9(4):107-15.
4. Santos SV, Costa R. Prevenção de lesões de pele em recém-nascidos: o conhecimento da equipe de
enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2015, 24(3): 731-9.
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CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS ACERCA DO MANEJO
CLÍNICO DE PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA
Fábia Letícia Martins de Andrade
Débora Thaise Freires de Brito
Vitória de Souza Medeiros
Alana Tamar Oliveira de Sousa
Glenda Agra
Thiago Lins da Costa Almeida
O câncer constitui um problema de Saúde Pública mundial, dada a sua magnitude
epidemiológica, social e econômica1. O desenvolvimento desta afecção, em sua forma
maligna traz uma gama de manifestações clínicas, locais e/ou distais, dentre elas destaca-
se as feridas neoplásicas, que acometem cerca de 5 a 10% desses pacientes.
As feridas neoplásicas originam-se a partir de um tumor local, metástase,
procedimento diagnóstico/cirúrgico ou ainda podem estar relacionadas a uma ferida, que
permaneça aberta e em processo inflamatório crônico2. As lesões tumorais apresentam
sinais e sintomas característicos como dor, exsudação, sangramento, sinus (cavidade), odor,
os quais resultam em implicações negativas sobre as dimensões física, psíquica, social e
espiritual do paciente3.
O manejo clínico dessas feridas é considerado um desafio para o enfermeiro, que,
geralmente, é o responsável pela avaliação e tratamento. Dessa forma, torna-se necessário
que o enfermeiro tenha conhecimento científico atualizado e habilidade técnica para avaliar
e tratar esse tipo de ferida, garantindo assistência efetiva e integral ao paciente e sua família.
Assim, objetiva-se investigar o conhecimento e prática de enfermeiros acerca do manejo
clínico de pacientes com feridas neoplásicas. através de um estudo exploratório, de natureza
qualitativa, desenvolvido entre o período de agosto de 2016 a maio de 2017, com nove
enfermeiras assistenciais da Atenção Básica em Saúde do município de Cuité - Paraíba. A
coleta de dados procedeu por meio de entrevistas semiestruturadas e a análise dos dados
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foi realizada por meio da Técnica de Análise Temática de Minayo4, a qual possibilitou a
construção de uma categoria temática, a saber: “Cuidando do paciente e da ferida
neoplásica”.
Na categoria temática “Cuidando do paciente e da ferida neoplásica”, as enfermeiras
ressaltaram o seguinte manejo clínico para os sinais e sintomas apresentados pelo paciente,
no tocante à ferida neoplásica: para o controle da dor, exsudato, sangramento, odor e
necrose, todas as enfermeiras revelaram que os produtos e coberturas eram prescritos pelo
médico, uma vez que as mesmas não podiam prescrever nenhum tratamento considerado
farmacológico na Unidade Básica de Saúde, contudo, para o controle da dor, as participantes
orientavam posições de conforto; para o controle do exsudato e odor, ressaltaram que
realizavam antissepsia com clorexidina; para o controle da necrose, salientavam que
usavam colagenase e para o controle do odor, utilizavam metronidazol gel, ambos produtos
prescritos pelo médico.
No que se refere ao controle do prurido, da fístula e dos sinais de infecção, revelaram
que encaminhavam ao médico assistente, uma vez que desconheciam a conduta correta para
o manejo clínico desses sinais.
Os resultados revelam que as enfermeiras participantes da pesquisa não têm
autonomia frente ao manejo clínico das feridas neoplásicas, o que porventura está
relacionado à fragilidade do conhecimento no que se refere aos cuidados dispensáveis aos
pacientes com feridas neoplásicas.
O Manual do Ministério da Saúde instituído pelo Instituto Nacional do Câncer traz,
em seu bojo, ações uniformizadas para o controle dos sinais e sintomas de feridas tumorais
e serve como norte para toda a equipe de enfermagem, proporcionando autonomia
profissional diante do cuidado.
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REFERÊNCIAS
1. Ministério da saúde. Brasil. Cuidados Paliativos oncológicos. Controle da dor. Brasília. 2016.
2. Matsubara MGS, Vilella DL, Hashimoto SY, Reis HCS, Soconato RA, Dernardi UA, et al. Feridas neoplásicas.
In Matsubara, MGS. Feridas e estomas em oncologia: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Lemar, 2012.
3. Agra G, Fernandes MA, Platel, ICS, Freire, MEM. Cuidados Paliativos ao Paciente Portador de Feridas
Neoplásica: uma Revisão Integrativa da Literatura. Rev Bras Cancerol. 2013; 59(1);95-104.
4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 2010.
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FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E
TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA
Débora Thaise Freires de Brito
Elton de Lima Macedo
Maria Vitória de Souza Medeiros
Fábia Letícia Martins de Andrade
Glenda Agra
Thiago Lins da Costa Almeida
No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, a estimativa para o ano de
2016/2017 aponta a ocorrência de aproximadamente 600 mil casos novos de câncer, onde
são esperados 58 mil casos novos de câncer de mama.1 Estima-se que 5% a 10% dos pacientes
oncológicos desenvolvam feridas neoplásicas, constituindo-se um agravo na vida dessas
pessoas, pois, progressivamente, tornam-se friáveis, dolorosas, exsudativas, fétidas e
mutilantes.2-3
Objetiva-se traçar o perfil sociodemográfico, clínico e terapêutico de pacientes com
feridas neoplásicas, decorrentes do câncer de mama, através de um estudo documental,
retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se dados secundários
extraídos de prontuários de pacientes com feridas neoplásicas de um hospital filantrópico
de Campina Grande, Paraíba, durante o período de agosto de 2015 a abril de 2016. O
instrumento utilizado foi adaptado do manual do Instituto Nacional do Câncer.
Foram analisados 8.360 prontuários, dos quais, 150 atendiam aos critérios de
inclusão: prontuários de pacientes com idade igual ou maior que 18 anos, que possuíssem
o diagnóstico de câncer de mama com presença de ferida neoplásica exofítica, no espaço
temporal de 2009 a 2015, constituindo-se, assim, a amostra final do estudo, sendo esta do
tipo intencional. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. O projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro sob
CAAE nº 42918715.1.0000.5182.
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A maioria dos prontuários apresentavam os seguintes dados: mulheres (98,0%), com
idade entre 20 a 59 anos (66,0%), pardas (46,0%), casadas (41,3%), com prole de um até três
filhos (40,6%), com ensino fundamental incompleto (24,0%), agricultoras (25,3%) e
aposentadas (24,7%). O carcinoma ductal invasivo teve maior ocorrência, com 98 (65,3%)
casos, as lesões apresentavam aspecto de ulceração infiltrante (30,7%), dor (15,3%),
sangramento (3,3%), odor (2,7%), exsudato (9,3%) e sinais de infecção (2,7%). Quanto à
modalidade terapêutica, 63 pacientes (42,0%) se submeteram à mastectomia total, 102
(68,0%) realizaram radioterapia e 125 (83,3%) quimioterapia. Em relação aos produtos
utilizados nas feridas, apenas cinco (3,3%) prontuários continham esta informação e o
produto utilizado foi sulfadiazina de prata (1,3%) e óleo de girassol (1,3%) em duas lesões e
trofodermin em uma (0,7%).
Considerando que a maioria dos prontuários apresentavam registros e informações
incompletos ou ausentes, torna-se urgente atentar para a importância dos registros nos
prontuários dos pacientes por todos os profissionais de saúde, uma vez que estas
informações facilitam a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional;
fornecem dados para a elaboração de planos de cuidados; auxilia no acompanhamento da
evolução do paciente; constitui um documento legal, de caráter sigiloso e científico; facilita
auditoria; bem como contribui para dados epidemiológicos, ensino e pesquisa na área de
saúde.
Evidenciou-se a necessidade tanto de melhorias de políticas públicas quanto de
treinamento de profissionais voltados aos programas de rastreamento de câncer de mama,
com vistas a incentivar a prevenção dessa doença. Sugere-se que a Comissão de Pele da
instituição construa e implemente um protocolo para avaliação e tratamento de feridas
neoplásicas, em forma de check list, a fim de facilitar e padronizar as anotações e ações de
enfermagem.
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REFERÊNCIAS
1. Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2016:
incidência do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca; 2016. Availabre from:
http://www.inca.gov.br/wcm/dncc/2015/dados-apresentados.pdf
2. Beh SY, Leow LC. Fungating breast cancer and other malignant wounds: epidemiology, assessment and
management. Exp Rev Qual Life Cancer Care [Internet]. 2016 [cited 2016 May 18];1(2):137-44. Available
from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/23809000. 2016.1162660? journalCode=terq20
3. Gethin G, Grocott P, Probst S, Clarke E. Current practice in the managements of wound odour: an
international survey. Int J Nurs Stud [Internet]. 2014 June [cited 2016 May 18];51(6):865-74. Available
from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24238490
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CONHECIMENTO E PRÁTICA DE ENFERMEIRAS NA AVALIAÇÃO DE
PACIENTES COM FERIDA NEOPLÁSICA
Fábia Letícia Martins de Andrade
Débora Thaise Freires de Brito
Vitória de Souza Medeiros
Alana Tamar Oliveira de Sousa
Glenda Agra
Thiago Lins da Costa Almeida
Entre os pacientes acometidos por câncer, cerca de 5% a 10% dos casos evoluem para
o desenvolvimento de feridas neoplásicas como complicação da doença, apresentando
maior ocorrência nos últimos meses de vida da pessoa1.
As feridas neoplásicas são lesões decorrentes da infiltração de células malignas do
tumor nas estruturas da pele, que ocasionará rompimento da integridade do tegumento
resultando em uma ferida evolutivamente exofítica2. Quando a doença é diagnosticada
tardiamente e o processo patológico está em fase avançada, o risco de desenvolvimento de
feridas é maior e as chances de cura tornam-se comprometidas resultando apenas em
conduta unicamente paliativa3. Desse modo, objetiva-se investigar o conhecimento e prática
de enfermeiras acerca da avaliação de pacientes com feridas neoplásicas, através de um
estudo exploratório, de natureza qualitativa, desenvolvido entre o período de agosto de
2016 a maio de 2017, com nove enfermeiras assistenciais da Atenção Básica em Saúde do
município de Cuité - Paraíba. A coleta de dados procedeu-se por meio de entrevistas
semiestruturadas e a análise dos dados foi realizada por meio da Técnica de Análise
Temática de Minayo, a qual possibilitou a construção de duas categorias temáticas, a saber:
“Avaliando o paciente com ferida neoplásica” e “Avaliando a ferida neoplásica”4.
Na categoria temática 1 “Avaliando o paciente com ferida neoplásica”, as
enfermeiras ressaltaram os seguintes aspectos: aspecto econômico, comorbidades, estado
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nutricional, aspecto social, medicamentos em uso contínuo, aspecto psicológico, mobilidade
física e condição cognitiva.
Na categoria temática 2 “Avaliando a ferida neoplásica”, as enfermeiras enfatizaram
que realizavam o exame físico, com os métodos propedêuticos inspeção, palpação,
mensuração da lesão (com régua descartável), da dor pela Escala Analógica da Dor e do
odor, pela Escala de Classificação do Odor1.
Ainda acerca da avaliação da ferida, as enfermeiras enfatizaram alguns aspectos
relacionados a essas lesões, a saber: localização da lesão, tamanho (extensão, altura e
abaulamento), estadiamento, tipo de tecido, exsudato (quantidade e tipo), sangramento
(intensidade), odor (graus), bordas. As enfermeiras, a partir das falas, realçaram as
dificuldades frente à avaliação, tais como ausência de insumos, bem como de um protocolo
direcionado para a execução de uma avaliação mais acurada.
Reflete-se sobre uma urgente abordagem de Educação Permanente em Saúde para
essas profissionais, que valorize os seus conhecimentos prévios, a partir do que elas sabem,
do que disponibilizam e do que possam vir a ter mediante a sensibilização de gestores para
o que é adequado ao paciente com ferida neoplásica, e, assim consigam construir e
implementar um protocolo direcionado à avaliação de feridas neoplásicas no serviço.
REFERÊNCIAS
1. Instituto Nacional do Câncer. Brasil. Abordagens Básicas para o Controle do Câncer. Rio de Janeiro:
INCA, 2011.
2. Matsubara MGS, Vilella DL, Hashimoto SY, Reis HCS, Soconato RA, Dernardi UA, et al. Feridas neoplásicas.
In Matsubara, MGS. Feridas e estomas em oncologia: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Lemar, 2012.
3. Carvalho RT, Parsons HA. Manual de cuidados paliativos ANPC. 2ª ed. Academia Nacional de Cuidados
Paliativos. 2012.
4. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; 2010.
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FERIDAS NEOPLÁSICAS: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E
TERAPÊUTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CAVIDADE ORAL
Débora Thaise Freires de Brito
Elton de Lima Macedo
Maria Vitória de Souza Medeiros
Fábia Letícia Martins de Andrade
Glenda Agra
Thiago Lins da Costa Almeida
A incidência do câncer vem aumentando nas últimas décadas e a doença se
caracteriza como um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo,
constituindo-se a segunda causa de morte brasileira.1 No Brasil, segundo o Instituto
Nacional do Câncer, a estimativa para o ano de 2016/2017 aponta para a ocorrência de
aproximadamente 600 mil casos novos de câncer, onde são esperados 11.140 casos novos de
câncer da cavidade oral em homens e 4.350 em mulheres.1 Estima-se que 5% a 10% dos
pacientes oncológicos desenvolvam feridas neoplásicas que, progressivamente, tornam-se
friáveis, dolorosas, exsudativas, fétidas e mutilantes.2-3.
Objetiva-se traçar o perfil sociodemográfico, clínico e terapêutico de pacientes com
feridas neoplásicas, decorrentes do câncer de cavidade oral, através de um estudo
documental, retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se dados
secundários extraídos de prontuários de pacientes com feridas neoplásicas de um hospital
filantrópico de Campina Grande, Paraíba, durante o período de agosto de 2015 a abril de
2016. O instrumento utilizado foi adaptado do manual do Instituto Nacional do Câncer.
Foram analisados 8.360 prontuários, dos quais, 271 atendiam aos critérios de
inclusão: prontuários de pacientes com idade igual ou maior que 18 anos, que possuíssem
o diagnóstico de câncer de cavidade oral com ferida neoplásica exofítica, no espaço temporal
de 2009 a 2015, sendo esta amostra do tipo intencional. Os dados foram analisados por meio
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da estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Hospital Universitário Alcides Carneiro sob CAAE nº 42918715.1.0000.5182.
A maioria dos prontuários apresentavam os seguintes dados: homens (64,0%), com
idade igual ou maior que 60 anos (62,7%), caucasianos (33,9%), casados (23,2%), com prole
de um até três filhos (18,1%), sem escolaridade (32,4%), agricultores (24,3%) e aposentadas
(31,7%). O carcinoma espinocelular teve maior ocorrência, com 250 (92,3%) casos, onde o
tabaco (31,7%) foi o principal fator de risco para o aparecimento do câncer. As lesões se
localizavam na língua (42,8%), apresentavam aspecto de ulceração infiltrante (30,6%), dor
(41,0%), sangramento (14,0%), odor (3,7%), exsudato (2,6%) e sinais de infecção (1,5%).
Quanto à modalidade terapêutica, 165 pacientes (60,9%) se submeteram à biopsia, 168
(62,0%) realizaram radioterapia e 86 (31,7%) quimioterapia. Em relação aos produtos
utilizados nas feridas, apenas dois (0,7%) prontuários continham esta informação e o
produto utilizado foi lidocaína gel (0,4%) e dexametasona (0,4%). A maioria dos prontuários
apresentava registros e informações incompletos ou ausentes.
Faz-se necessário implementar políticas públicas no tocante à prevenção do câncer
de cavidade oral, a fim de diminuir o risco para adoecimento; realizar educação em saúde
para pacientes e familiares visando reduzir complicações; e criar estratégias efetivas para o
registro das informações completas do paciente em prontuários eletrônicos ou
convencionais pelos profissionais de saúde, uma vez que estas informações facilitam a
comunicação entre os membros da equipe multiprofissional; fornecem dados para a
elaboração de planos de cuidados; auxilia no acompanhamento da evolução do paciente;
constitui um documento legal, de caráter sigiloso e científico; facilita auditoria; bem como
contribui para dados epidemiológicos, ensino e pesquisa na área de saúde.
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REFERÊNCIAS
1. Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativas 2016:
incidência do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca; 2016. Availabre from:
http://www.inca.gov.br/wcm/dncc/2015/dados-apresentados.pdf
2. Beh SY, Leow LC. Fungating breast cancer and other malignant wounds: epidemiology, assessment and
management. Exp Rev Qual Life Cancer Care [Internet]. 2016 [cited 2016 May 18];1(2):137-44. Available
from: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/23809000.2016.1162660?journalCode=terq20
3. Gethin G, Grocott P, Probst S, Clarke E. Current practice in the managements of wound odour: an
international survey. Int J Nurs Stud [Internet]. 2014 June [cited 2016 May 18];51(6):865-74. Available
from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24238490
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CONDUTAS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO
DO PÉ DIABÉTICO E SUAS COMPLICAÇÕES
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz
Neyce de Matos Nascimento
Adellúcia dos Santos Silva
Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza
Diabetes Mellitus é um distúrbio metabólico do pâncreas, no qual ocorre um déficit
na produção da insulina, que leva a complicações neurológicas e vasculares importantes
dos membros inferiores. Os membros inferiores constituem-se nas regiões mais vulneráveis
em indivíduos portadores de Diabetes, essa suscetibilidade favorece lesões decorrentes de
neuropatia periférica, que acometem a maioria dos casos, como também a doença vascular
periférica e deformidades, pé diabético1, 2,3.
A incidência e prevalência do Diabetes Melittus têm aumentado nos últimos anos a
ponto de atingir proporções epidêmicas, causando um problema de saúde pública, devido
suas complicações, entre elas o pé diabético, relacionado com infecções e isquemias que é
uma das causas mais frequentes de amputações, afetando a qualidade de vida do paciente3,4.
O Ministério da Saúde com o objetivo de diminuir as internações prolongadas,
amputações e óbitos redefiniu as novas diretrizes de avaliação dos pés dos pacientes
diabéticos, principalmente na Atenção Básica, que corroboram diretamente com a
prevenção de complicações5. Assim, objetiva-se abordar as condutas de enfermagem na
prevenção do pé diabético, através de uma revisão integrativa da literatura, realizada a
partir de publicações científicas indexadas na base de dados Biblioteca Virtual Em Saúde
(BVS) e Scientific Electronic Library (SciELO), entre 2011 e 2016. Foram critérios para inclusão
dos artigos: artigos originais disponíveis na íntegra, publicados em português e/ou inglês,
com pacientes portadores de Diabetes Melittus.
A avaliação dos cuidados com os pés dos clientes com diabetes, além de detectar
possíveis problemas, possibilita sensibilizar as pessoas para o desenvolvimento de
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habilidades de autocuidado na prevenção de lesões. A enfermagem deve demonstrar aos
clientes os benefícios resultantes da mudança de hábitos, incentivando-os frequentemente à
mudança de conduta e ao autocuidado, facilitando a aceitação do problema e a adesão ao
tratamento.
No autocuidado o cliente diabético deve ser paciente e rigoroso para prevenir a
ocorrência de úlceras nos pés e possíveis amputações. As alterações nos pés mais
frequentemente encontradas são: pele seca, micose interdigital, rachaduras, calosidades,
deformidades nos pés e sobreposição dos dedos.
A educação é a maior ferramenta que o enfermeiro tem para contribuir na prevenção
do pé diabético, com isso após atividade educativa reforçada, houve diferença significativa
nos cuidados com os pés: corte das unhas, calçado adequado, não andar descalço, uso de
meias de algodão, sem elásticos e hidratação dos pés5.
Com a implementação da avaliação criteriosa e holística ao portador de diabetes,
espera-se que seja possível reduzir o número de complicações decorrentes do pé diabético,
melhorar a qualidade de assistência prestada, através do cuidado. Com isso, o profissional
deve assistir os pacientes, de forma qualificada, com embasamento em evidências científicas
e técnicas específicas. Além de exercer um papel de educador em saúde, no que diz respeito
à orientação ao autocuidado, preconizando a prevenção de lesões nestes pacientes.
REFERÊNCIAS
1. Santos ICRV, Bezerra GC, Souza CL, Pereira LC. Pé diabético: apresentação clínica e relação com o atendimento na atenção básica. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste [Internet]. 2011; 12(2): 393-400.
2. Martin VT, Rodrigues CDS, Cesarino CB. Conhecimento do paciente com diabetes mellitus sobre o cuidado com os pés. Rev. enferm. UERJ, out/dez 2011, 19(4), 621-625.
3. Manheze AIB, Pezzutto TM. Diabetes e risco de pé diabético: importância do autocuidado. CuidArte, Enferm. 2011, 5(2), 137-142.
4. Santos ICRV, Sobreira CMM, Chagas MSC, Xavier Filho JC. Amputações por pé diabético segundo situação da amputação. Rev. enferm. UFPE online, 2011; 5(6), 1390-1396.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
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USO DE ALOE VERA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS EM
DIABETES MELLITUS
Lorena Nascimento Carvalho
Gislaine Luciana da Silva Araújo
Lorena Carine Dantas Moura
Rennan Michell dos Santos Macedo
Vanessa Bezerra da Costa Vieira
Alana Tamar Oliveira de Sousa
Feridas em pessoas com Diabetes Mellitus constituem um grande problema de saúde
pública, sendo a revitalização tecidual o principal objetivo da intervenção clínica¹. Em
virtude das complicações diabéticas as fissuras e lesões nos pés diabéticos são frequentes e
a cicatrização torna-se lenta e precária. Como alternativa ao tratamento das feridas, o uso
de fitoterápicos que atuam no processo de cicatrização está sendo desenvolvido.
A Aloe vera, também conhecida como babosa, há muito tem sido utilizada no
tratamento de neoplasias, conjuntivite, hiperglicemia, dislipidemia, e cicatrização de lesões
de pele devido ao seu efeito anti-inflamatório, antioxidante, cicatrizante, bactericida e
laxativo, bem como poder emoliente e suavizante².
Assim, objetiva-se sumarizar os benefícios do uso da Aloe vera no tratamento de
feridas em pessoas com diabetes mellitus, bem como a relevância para redução de custos no
tratamento, através de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2017,
por meio da Biblioteca Virtual em Saúde, nas bases de dados indexadas na mesma,
utilizando-se os descritores “Aloe”, “Diabetes Mellitus” e “Cicatrização”, cruzados por meio
do operador booleano “AND”.
Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na
íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem
sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, livros e manuais. Dentre
os 29 artigos encontrados, três atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.
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O tratamento de lesões relacionadas ao diabetes mellitus apresenta-se dispendioso e
lento, com custos que podem chegar a mais de 87,9 milhões de reais ao ano². O uso da Aloe
vera, se mantem como excelente alternativa, para acelerar o processo de epitelização,
associada à alimentação hipoglicêmica². Os estudos evidenciam que a planta pode ser
aplicada in natura, após a extração da Aloe vera, sendo obtido através da eliminação dos
tecidos mais externos da folha, com troca da cobertura duas a três vezes ao dia.
O Aloe vera é rico em vitaminas A, B1, B2, B6, C, E, ácido fólico, sais minerais,
aminoácidos essenciais e polissacarídeos, com propriedades emoliente, antimicrobiana,
anti-inflamatória, antioxidante e anestésica. Nesse sentido, o paciente com diabetes mellitus
pode se beneficiar no tratamento da lesão e da pele perilesional, importante para a remoção
de hiperqueratose e manter a hidratação devido à neuropatia autonômica causada pela
doença³.
A enfermagem com conhecimento técnico e científico, para melhor manejo e
tratamento de lesões, pode dispor da investigação e uso de fitoterápicos, visando menor
gasto ao sistema público bem como ao paciente, no cuidado da pessoa com Diabetes
Mellitus.
REFERÊNCIAS
1. Chini LR, Mendes RA, Siqueira LR, Silva SP, Silva PCS, Dázio EMR, et al. O uso do Aloe sp (babosa) em
feridas agudas e crônicas: revisão integrativa. Aquichan. 2017; 17(1): 7-17.
2. Silva LL, Lopes PF, Monteiro MHDA, Macedo HW. Importância do uso de
plantas medicinais nos processos de xerose, fissuras e cicatrização na diabetes mellitus. Rev. Bras. Pl. Med.
2015; (17): 4, supl. I, 827-835.
3. Freitas VS, Rodrigues RAF, Gaspi FOG. Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.) Burm. f. Rev. Bras. Pl.
Med. 2014; 16(2): 299-307.
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CONTROLE GLICÊMICO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE SÍTIO
CIRURGICO EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS
Rennan Michell dos Santos Macedo
Gislaine Luciana da Silva Araújo
Vanessa Bezerra da Costa Vieira
Lorena Nascimento Carvalho
Kaline Oliveira da Silva
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A Infecção de Sítio Cirúrgico, uma complicação cirúrgica, é definida como uma
infecção sucedida de procedimentos cirúrgicos e é uma das principais causas de aumento
do tempo de internação e custos hospitalares1. No Brasil as Infecções de Sítio Cirúrgico
ocupam o terceiro lugar entre as infecções relacionadas à assistência à saúde.
Dentre vários fatores que contribuem para aumentar o risco de Infecção de Sítio
Cirúrgico estão as condições clínicas do paciente como idade, estado nutricional e doenças
de base como o Diabetes Mellitus, o que evidencia a necessidade de controle dessa doença2,3.
Desse modo, objetiva-se investigar a relevância de um controle glicêmico no período
perioperatório para reduzir a chance de Infecção de Sítio Cirúrgico em pacientes com
Diabetes Mellitus, através de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de
2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde e as bases de dados indexadas na mesma,
utilizando-se os descritores “Ferida Cirúrgica”, “Diabetes Mellitus” e “Infecção”, cruzados
por meio do operador booleano “AND”.
Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na
íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem
sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos ou considerados
literaturas cinzentas como livros e manuais. Dentre os 811 artigos encontrados, 6 atenderam
aos critérios compondo o corpus para análise.
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O Diabetes Mellitus é reconhecido como um dos principais fatores de risco para o
surgimento de uma Infecção de Sítio Cirúrgico em diversas especialidades cirúrgicas,
principalmente cardiotorácicas, bariátricas, ortopédica, hepato-biliares, neoplásicas e
colorretais porque a hiperglicemia estimula a liberação de mediadores inflamatórios
dificultando a cicatrização e decresce a função imune aumentando a suscetibilidade a
infecções4.
Comprova-se que um rígido controle glicêmico no período intraoperatório diminui
a frequência de hiperglicemia pós-operatória, complicação que causa repercussões
negativas na cicatrização da ferida operatória, e contribui para a redução das chances de
Infecção de Sítio Cirúrgico. Os artigos destacam que esse controle ocorre por meio da
infusão contínua de insulina ou terapia intensiva de insulina e que o valor da glicemia entre
120-160mg/dL no pós-operatório imediato é o ideal5.
Evidencia-se a atuação do profissional Enfermeiro na supervisão e preparo da
administração de medicamentos e do rigoroso controle do nível glicêmico no período
perioperatório, portanto, para isto necessita-se um profissional munido do conhecimento
para entender o processo fisiopatológico e fornecer uma assistência completa e resolutiva2,5.
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REFERÊNCIAS
1. Al-Niaimi AN, Ahmed M, Burish N, Chackmakchy SA, Seo S, Rose S, et al. Intensive postoperative
glucose control reduces the surgical site infection rates in gynecologic oncology patients. Gynecol Oncology.
2015. [acesso em 28 out 2017]; 136(1):71-76. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4755696/pdf/nihms660223.pdf
2. Domingos CMH, Iida LIS, Poveda VB. Estratégias de controle glicêmico e a ocorrência de infecção do sítio
cirúrgico: revisão sistemática. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2016. [acesso em 28 out 2017];
50(5):868-874. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v50n5/pt_0080-6234-reeusp-50-05-
0870.pdf
3. Salles LF, Silva MJP. O sinal da Cruz de Andréas na íris e o Diabetes Mellitus: um estudo longitudinal.
Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2015. [acesso em 28 out 2017]; 49(4):626-632. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v49n4/pt_0080-6234-reeusp-49-04-0626.pdf
4. Ehrenfeld JM, Wanderer JP, Terekhov M, Rothman BS, Sandberg WS. A Perioperative Systems Design to
Improve Intraoperative Glucose Monitoring Is Associated with a Reduction in Surgical Site Infections in a
Diabetic Patient Population. Anesthesiology. 2017. [acesso em 28 out 2017]; 126(3):431-440. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28106608
5. Freitas PS, Romanzini AE, Ribeiro JC, Belluce GC, Galvão CM. Controle glicêmico no perioperatório:
evidências para a prevenção de infecção de sítio cirúrgico. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2013. [acesso
em 28 out 2017]; 15(2):541-550. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fen/article/view/23898/14838.
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PAPEL DA ENFERMAGEM COMO AGENTE DE PREVENÇÃO
AO PÉ DIABÉTICO
Lorena Nascimento Carvalho
Maria de Lourdes Lindja do Santos Costa
Rennan Michell dos Santos Macedo
Rosilene Souza Silva
Vanessa Bezerra da Costa Vieira
Bernardete de Lourdes André Gouveia
O Diabetes Mellitus está entre as doenças crônicas não transmissíveis de maior
incidência e prevalência, sendo de início silenciosa com instalação insidiosa, a qual
surpreende o paciente já com o diagnóstico também de complicações agudas e crônicas.
Constitui um grande problema de saúde pública, devido aos índices epidemiológicos
elevados. No Brasil entre 12 e 13% da população adulta com diabetes. Uma das principais
complicações relacionadas esta patologia é a neuropatia periférica, que podem resultar em
ulcerações de membros inferiores, denominado de pé diabético¹.
Assim, pretende-se analisar o papel da enfermagem como agente de prevenção ao pé
diabético, através de uma pesquisa com revisão da literatura nas bases de dados indexadas
na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando-se os descritores “prevenção”, “pé diabético”, e
“enfermagem” cruzados por meio do operador booleano “AND”. Tal estudo se deu no mês
outubro de 2017, considerados como critérios de inclusão: artigos na íntegra, em idioma
português, espanhol e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem sobre a
temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, livros e manuais, além de teses
e dissertações. Dentre os artigos evidenciados 3 atenderam aos critérios compondo o corpus
para análise.
No Brasil 80% dos casos de pé diabético são atendidos nos serviços de saúde pública².
A assistência dada a esta complicação acompanhada de infecção se dá por longos períodos
de internação e recidivas do mesmo membro ou o colateral com alto risco para amputações
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gerando impacto social e tributo ao indivíduo que por vezes deve enfrentar a perda de seu
posto de trabalho. Dados apontam que, quase 80% das amputações em pé diabético
poderiam ser evitadas, e que úlceras em tratamento ambulatorial demoram entre 6 e 14
semanas para epitelizarem, em contrapartida úlceras complexas requerem internação com
mínimo de 30 a 40 dias, esta diferença de temporalidade de evolução e complexidade
demonstram uma diminuição de 40% em gastos finais quando se investe na prevenção³. Em
países desenvolvidos existem evidências de que a prevenção pode reduzir em até 50% o
número de amputações maiores².
No que concerne a Enfermagem é fato de que esta ciência avança em prol do
tratamento de feridas crônicas. Porém no que se refere ao pé diabético e oneração de gastos,
é necessário um olhar mais aguçado para a prevenção do surgimento do pé diabético por
meio de medidas básicas como orientações multiprofissionais para o controle glicêmico de
qualidade, rastreamento e diagnóstico de complicações, atenção especial ao cuidado com os
pés, incentivo a aplicação de tecnologias e uma educação em saúde continuada.
REFERÊNCIAS
1. Oliveira AF, Marchi ACB, Leguisamo CP, Baldo GV, Wawginiak TA. Estimativa do custo
de tratar o pé diabético, como prevenir e economizar recursos. Rev. Ciências & Saúde
Coletiva [Internet], 2014; [Acesso em 12 de Nov 2017] 19(6): 1663 – 1671. Disponível em:
http://www.scielosp.org/pdf/csc/v19n6/1413-8123-csc-19-06-01663.pdf
2. Silva RS, Haddad MCL, Rossanei MA, Gois MFF. Análise Financeira das Internações de
diabéticos Submetidos à amputação de membros inferiores. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde
[Internet],2015 Ago; [Acesso em: 12 de Nov 2017] 36(1): 81-88. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/view/19054/16922
3. Corbone A. Perfil Bacteriano e Repercussões Terapêuticas dos Pacientes com Pés
Diabéticos Atendidos no Hospital do Servidor Público Municipal. São Paulo. Monografia
[Especialização em Residência Médica, na área de Cirurgia Geral] – Hospital do Servidor
Público Municipal de São Paulo; 2013.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO USUÁRIO AMPUTADO POR PÉ
DIABÉTICO: VIVÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Natana de Morais Ramos
Mariana Campos de Carvalho
Olga Benário Batista de Melo Chaves
Mayara Muniz Rodrigues Peixoto
Jacira Oliveira dos Santos
O diabetes mellitus tipo 2 encontra-se presente em cerca de 90% a 95% das pessoas
que são acometidas por essa doença crônica, sendo caracterizado como uma dificuldade na
absorção da insulina pelo organismo, ocasionando assim, a hiperglicemia. O aumento da
glicemia pode desencadear alguns sintomas clássicos, como: poliúria, polidipsia, polifagia,
perda de peso, complicações agudas e crônicas, conferindo elevado risco de
morbimortalidade1.
Dentre as complicações relacionadas ao diabetes, têm-se as microvasculares e as
macrovasculares como a doença arterial periférica (DAP)2 que comumente está associada a
complicações de extremidades inferiores, levando subsequentemente a infecção e, por fim,
a amputação de membros, podendo estar relacionada significativamente com elevados
custos e repercussões a longo prazo, tais como o aumento do risco para reulceração, perda
da mobilidade e diminuição da qualidade de vida3.
O estudo objetiva descrever a assistência de enfermagem, prestada por acadêmicas
ao usuário amputado, devido a complicações do pé diabético, na realidade da atenção
primária à saúde, cujo método trata-se de um relato de experiência que foi desenvolvido em
uma Unidade Básica de Saúde (UBS), localizada no município de Crato - CE, durante a
disciplina de Estágio Curricular Supervisionado na Atenção Básica, em maio de 2016.
O sujeito da pesquisa foi um usuário assistido pela Unidade que carecia de cuidados
especializados, estando o membro inferior a nível de coto, com odor fétido, tecido
necrosado, escasso tecido de granulação, leito aderente de fácil remoção, consistência mole
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e amarela e curativo improvisado. Diante da situação que o mesmo se encontrava, foi
solicitado que as demais trocas de cobertura fossem realizadas com o auxílio das
acadêmicas, promovendo uma experiência ímpar no cuidado com vítima de complicações
do diabetes.
Foram realizadas trocas diárias de curativos ao longo de oito dias, podendo-se
perceber evidente melhora em relação ao tecido de granulação que se encontrava bem
evidente, com bordas de aspecto seco e tecido de aderência quase inexistente, após
desbridamento mecânico. No entanto, devido ao alcoolismo e tabagismo associado à doença
crônica estabelecida, identificada ao realizar o histórico de enfermagem completo, sabia-se
que haveria dificuldade no processo de cicatrização, principalmente porque os cuidados
realizados em domicílio, por sua acompanhante, eram precários, fato evidenciado através
das consultas, em especial, em seu último curativo realizado na Unidade, onde o mesmo
compareceu com uma cobertura diferente da qual havia sido realizada anteriormente,
apresentando odor fétido, miíase e piora do quadro, sendo necessário uma avaliação e
encaminhamento para o Centro de Especialidades a fim de dar prosseguimento nos
cuidados.
Pode-se concluir que a as ações de enfermagem são fundamentais no cuidado e
devem ser reconhecidas e valorizadas, pois fornecem elementos essenciais para a avaliação
da equipe que assiste o usuário, auxiliando no reconhecimento precoce das necessidades de
cuidados, dos possíveis agravos, principalmente, nas quais são imprescindíveis maiores
intervenções.
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REFERÊNCIAS
1. Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech. [et. al.]; organização José
Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.
2. Queiroz, Paulo Cruz de el al. Prevalência das complicações micro e macrovasculares e de
seus fatores de risco em pacientes com diabetes mellitus e síndrome metabólica. Rev Bras Clin Med. São
Paulo, v. 9, n. 4, p.254-58, 2011. Disponível em: < http://files.bvs.br/upload/S/1679-
1010/2011/v9n4/a2181>. Acesso em: 02 mai 2016.
3. Battum, et al., Differences in minor amputation rate in diabetic foot disease throughout Europe are in
part explained by differences in disease severity at presentation. Diabet Med, v.28, n.2, p.199-05, 2011.
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RISCO DE QUEDAS EM UMA PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA:
ESTUDO DE CASO
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues
Natana de Morais Ramos
Rafaella Felix Serafim Veras
Maria de Fátima Oliveira da Silva
Elânio Leandro da Silva
Jacira dos Santos Oliveira
A úlcera venosa é uma síndrome, que acomete geralmente o terço inferior dos
membros inferiores, provocando destruição cutânea podendo atingir tecidos mais
profundos. São consideradas lesões crônicas por serem de longa duração e recorrência
frequente, agridem pessoas de diferentes faixas etárias e causam problemas
socioeconômicos1. Esses pacientes passam por diversas modificações no estilo de vida e
necessitam de visitas ambulatoriais para trocas de curativos, dor crônica e odor
desagradável pelo exsudato da lesão. Os cuidados de saúde ultrapassam questões
biológicas e envolvem quesitos sociais importantes, colocando o indivíduo em risco para o
desenvolvimento de diversas comorbidades2,3.
Desse modo, objetiva-se relatar um estudo de caso de úlcera venosa em paciente com
risco de quedas de acordo com Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem,
através de um estudo transversal, descritivo, do tipo estudo de caso, desenvolvido no
município de uma região do nordeste do Brasil no período de junho a setembro de 2016 com
utilização de instrumentos estruturados. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa com Protocolo 0660/15 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética:
51441815.1.0000.5188.
N. M. S., 66 anos, sexo feminino, solteira, visão prejudicada, problemas de circulação
sanguínea com ulcera venosa em membro inferior direito. Em regime terapêutico com
medicamento específico para úlcera venosa, além de analgesia para queixas frequente de
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dor local. Apresenta-se com limitação física, marcha insegura devido à lesão de membro,
história de queda há menos de seis meses, além de classificação de alto risco de quedas pela
Fall Risk Score de Downtown.
Os principais diagnósticos evidenciados a partir da história de enfermagem com
auxílio da terminologia Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem4 foram:
'Integridade da Pele, Prejudicada'; 'Perfusão Tissular, Ineficaz'; 'Dor por ferida'; 'Mobilidade,
Prejudicada'; 'Risco de Infecção'; e 'Risco de queda'. Para esses diagnósticos foram traçados
intervenções de enfermagem pertinentes, que compreenderam: Avaliar e monitorar
cicatrização da ferida; Avaliar resposta psicossocial a instrução sobre ferida; Tratar lesão;
Orientar sobre autocuidado com a pele; Avaliar e monitorar perfusão tissular; Administrar
medicação para dor; Avaliar resposta ao manejo da dor e colaborar com o mesmo;
Identificar atitude em relac ao a dor; Auxiliar e promover a mobilidade física; Monitorar
sinais e sintomas de infeccao; Orientar usuário e família sobre prevenção de infecção; Obter
dados de conhecimento sobre prevenção de quedas; Monitorar risco de queda; e Orientar
usuário e família sobre prevenção de queda.
O indivíduo acometido por lesão varicosa e com risco de quedas demanda cuidados
de enfermagem, não só curativos, mas também preventivos. Nesse contexto, ressalta-se a
importância do uso do Processo de Enfermagem no planejamento dos cuidados, pois
possibilita uma assistência individualizada voltada para o atendimento das reais
necessidades, o que favorecerá a recuperação do paciente, evitará a ocorrência agravos
posteriores e produzirá impacto na melhoria da qualidade da assistência de enfermagem.
REFERÊNCIAS
1. Oliveira BGRP, Nogueira GA, Carvalho MR, Abreu AM. Caracterização dos pacientes com úlcera venosa
acompanhados no Ambulatório de Reparo de Feridas. Rev eletr enf [Internet]. 2012; 14(1):156-63.
2. Vishwanath V. Quality of life: venous leg ulcers. Indian Dermatol Online J. 2014; 5(3):397-9. 4.
3. Augustin M, Brocatti LK, Rustenbach SJ, Schafer I, Herberger K. Cost-of-illness of leg ulcers in the
community. Int Wound J. 2014; 11(3):283-92.
4. Classificacao Internacional para a Pra tica de Enfermagem (CIPE)®: versa o 2017 [recurso eletro nico] /
Organizadora, Telma Ribeiro Garcia. – Porto Alegre: Artmed, 2018.
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ABORDAGEM TERAPÊUTICA EM PACIENTES PORTADORES DE
ÚLCERA VENOSA: REVISÃO INTEGRATIVA
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz
Neyce de Matos Nascimento
Adellúcia dos Santos Silva
Raysa Maria Liberalino Ferreira
Insuficiência Venosa Crônica é a principal causa da úlcera de origem venosa, com
predominância nos membros inferiores, definida como uma lesão cutânea, que apresenta
alta prevalência, difícil cicatrização, recidiva, que acomete diferentes faixas etárias, com
maior índice após os 65 anos1,2.
Trata-se de uma incapacidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma
incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso, decorrente da
incompetência do sistema venoso superficial e/ou profundo, ou por falha no mecanismo
dos músculos da panturrilha em bombear o sangue, causando hipertensão persistente nos
membros inferiores1,3,4. Assim, provocando alterações cutâneas, que evoluí com a ulceração
do tecido1,2,3,4
Identificar o conhecimento científico disponível sobre os tipos de curativos utilizados
no tratamento de úlceras venosas, realizou-se uma revisão integrativa da literatura,
realizada a partir de publicações científicas indexadas na base de dados Biblioteca Virtual
Em Saúde (BVS), ScientificElectronic Library (SciELO) e LILACS, entre 2013 e 2016.
Foram utilizados como critérios de inclusão: ser artigos originais e na íntegra,
publicados em português e/ou inglês, através dos seguintes descritores “Úlcera Varicosa”
e “Cuidados de Enfermagem”. Foram encontrados 23 artigos, porém apenas cinco
atenderam os critérios de inclusão.
O tratamento com compressão resulta em cicatrização confiável na maioria dos
pacientes, mas deve ser associado ao uso de coberturas adequadas. A terapia compressiva
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ainda é a ferramenta mais utilizada recentemente, pois a bota de unna possibilita ação
bacteriostática e cicatrização das feridas por conter zinco e sulfadiazina1,2,5.
A terapia tópica pode ser com coberturas como hidrocolóides, hidrogéis, alginatos e
outras, e fitoterápicos que mostraram resultados satisfatórios nos estudos. Os tratamentos
das úlceras venosas com fitoterápicos são frequentemente utilizados com resultados
positivos, como o confrei, aloe vera, própolis e rosa mosqueta, os quais apresentam as
seguintes propriedades terapêuticas: cicatrizante, anti-irritante, hidratante, removedor
de tecido necrosado, antimicrobiano, antioxidante, antiinflamatórios e anestésico1.
Houve destaque significativo para a ação cicatrizante dos mesmos, a indicação da
própolis em forma de pomada no processo cicatricial de feridas apresenta ótimo efeito
terapêutico acompanhado de bandagem, já que esse produto age diminuindo os sintomas
de infecções1.
Infere-se que na avaliação dos pacientes portadores de úlceras venosas se exige uma
visão holística, para garantir cuidados adequados5. Com isso, o profissional deve assistir
aos pacientes, de forma qualificada, com embasamento em evidências científicas, técnicas
e produtos apropriados. Além disso, deve-se exercer um papel de educador em saúde, no
que diz respeito à orientação ao autocuidado, o que é primordial para reabilitação destes
pacientes.
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REFERÊNCIAS
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enfermagem: revisão bibliográfica. Rev. de Inic. Cient.da Lib. 2016; 3(2): 62-71.
2. Abreu AM, Oliveira BGRB, Manarte JJ. Treatment of venous ulcers with an unna boot: a case study. Online
braz j nurs [Internet]. 2013 March [Cited 2017 Nov 13]; 12 (1): 198-208. Available
from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3845.
doi: http://dx.doi.org/10.5935/1676-4285.20133845
3. Nicolosi JT, Altran SC, Barragam JP, Carvalho VF, Isaac C. Terapias compressivas no tratamento de úlcera
venosa: estudo bibliométrico. Aquichán [Internet]. 2015 Apr; 15(2): 283-295. Available from:
http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1657-
59972015000200011&lng=en. http://dx.doi.org/10. 5294/aqui.2015.15.2.11.
4. Brito CKD, Nottingham IC, Victor JF, Feitoza SMS, Silva MG, Amaral HEG. Úlcera venosa: avaliação clínica,
orientações e cuidados com o curativo. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste [Internet]. 2013;14(3):470-
480. Acesso: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027991003
5. Jesus P, Brandão E, Silva C. Nursing care to clients with venous ulcers an integrative review of the
literature. Rev de Pesq: Cuidado é Fundamental Online [Internet]. 2015 Apr1; 7(2): 2639-2648. Disponível
em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/2176
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PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO EM UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA E A RELEVÂNCIA DA ENFERMAGEM
Hannah Karolyne Vieira de Lucena
Alexandre Cavalcante Diniz Júnior
Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves
Isabella Dayani Teles de Lima
Ludymilla Linéia Almeida de França
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
A lesão por pressão consiste em um dano localizado na pele e/ou tecidos moles
subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo
médico ou a outro artefato, que pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta,
ser dolorosa e ocorrer como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação
com o cisalhamento1.
Na Unidade de Terapia Intensiva, os fatores de risco para o desenvolvimento das
lesões por pressão são maiores devido às limitações de mobilização, as terapias de alta
complexidade e a própria situação clínica do cliente2. Dessa forma, a qualidade da
assistência de enfermagem é fundamental para reconhecer os fatores de risco e buscar
estratégias de prevenção que contribuam para o estado geral do indivíduo2,3.
Desse modo, objetiva-se identificar as medidas de prevenção de lesões por pressão
em pacientes hospitalizados na unidade de terapia intensiva elencadas na literatura e
destacar o papel da equipe de enfermagem, através de uma revisão integrativa da literatura,
nas bases de dados LILACS, SciELO e BDENF, no período de outubro a novembro de 2017,
selecionando-se artigos disponíveis online nos anos 2013 a 2017.
Na literatura estudada, foram selecionados 13 artigos que evidenciaram a avaliação
do paciente em relação à existência de fatores de risco para o surgimento de lesão por
pressão como o primeiro passo para a prevenção. Esta avaliação deve ser realizada pelo
enfermeiro durante a admissão do paciente e continuada durante a hospitalização. Para isso
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é essencial utilizar recursos e instrumentos adequados para a identificação dos fatores
predisponentes.
Nos últimos anos os instrumentos que estão sendo mais utilizados para a realização
das avaliações são os de Norton, Braden e Waterlow. Além da avaliação, a literatura aborda
cuidados preventivos que precisam ser realizados por toda a equipe, em particular a de
enfermagem, como a mobilização e reposicionamento adequado do paciente, os cuidados
com a pele por meio de uso de técnicas apropriadas de higiene, utilização de creme
hidratante, a indicação e monitoramento das condições nutricionais e ingesta hídrica,
mudança de decúbito de 2 em 2 horas, roupas de camas limpas, secas e sem pregas,
cabeceira elevada a 30º, uso de recursos auxiliares como coxins para a proteção das
proeminências ósseas, películas de proteção, almofadas, colchões para redistribuição de
pressão. Com base nessas ações, o profissional evita surgimentos de novas lesões no cliente
em estado crítico, minimizando seu tempo de internação.
A prevenção de lesões por pressão é imprescindível para segurança do paciente e
promoção de sua qualidade de vida. Para que aconteça é necessário que seja desenvolvido
um programa efetivo de prevenção e manejo dessas lesões, por meio de protocolos, para
assim minimizar a prevalência e a incidência destas, e para tratá-las adequadamente e
prevenir novas ocorrências.
Destarte, é essencial que o enfermeiro possua conhecimentos e habilidades para
utilização das escalas de avaliação de risco dessas lesões, e para planejar uma assistência
contínua aos pacientes, a ser implementada junto com os demais membros da equipe de
enfermagem, que deve estar em constante interação com a equipe interdisciplinar.
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REFERÊNCIAS
1. National Pressure Ulcer Advisory Panel. National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) announces
a change in terminology from pressure ulcer to pressure injury and updates the stagesof pressure
injury. [Internet]. 2016 Abr 13; [cited 2016 jun 29]. Avaliable from: http://www.npuap.org/national-
pressure- ulcer-advisory- panel-npuap- announces-a- change-in-terminology-from- pressure-ulcer- to-
pressure- injury-and- updates-the- stages-of- pressure-injury/.
2. Rolim JA, Vasconcelos JMB, Caliri MHL, Santos IBC. Prevenção e tratamento de úlceras por pressão no
cotidiano de enfermeiros intensivistas. Rev Rene. 2013;14(1):148-57.
3. Rocha LES, Ruas EFG, Santos JAD, LIMA CA, Carneiro JA, Costa FM. Prevenção de úlceras por
pressão: avaliação do conhecimento dos profissionais de enfermagem. CogitareEnferm. 2015;
jul/set;20(3):596-604.
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LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTE COM MIELITE TRANSVERSA:
RELATO DE CASO
Maria de Fátima Oliveira da Silva
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues
Elânio Leandro da Silva
Valkênia Alves Silva
Natana de Morais Ramos
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
A lesão por pressão é definida como dano localizado na pele e/ou tecidos moles
subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo
médico ou a outro artefato1. Os pacientes acamados, com comprometimento da mobilidade,
da percepção sensorial, da nutrição e com comorbidades, apresentam maior risco para o
desenvolvimento destas.
Identificar pacientes em risco para lesão por pressão é essencial à implantação de ações preventivas,
desde o momento da internação até a sua alta³. Os portadores de Mielite Transversa apresentam
fraqueza muscular bilateral de membros inferiores, perda sensorial e disfunção vesical e
intestinal2, tornando-se susceptíveis ao desenvolvimento dessas lesões. Assim, o desafio da
assistência de enfermagem consiste em prevenir essas lesões ou tratá-las adequadamente,
evitando o agravamento e as possíveis complicações.
Objetiva-se descrever um caso de múltiplas lesões por pressão em paciente portador
de Mielite Transversa, através de um estudo descritivo, do tipo estudo de caso, realizado no
mês de outubro de 2017, em um hospital de ensino, do Nordeste do Brasil. Os dados foram
obtidos por meio de registros nos prontuários e do exame físico do paciente e a análise com
abordagem qualitativa. Projeto aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Certificado
de Apresentação para Apreciação Ética nº 69889917.0.0000.5183 e Parecer nº 2186435.
Paciente J.F.S, 18 anos, sexo masculino, internado em maio de 2017, com diagnóstico
de mielite transversa, apresentando dor lombar, cefaleia, fraqueza, dormência nos membros
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inferiores, perda sensorial, mau funcionamento do intestino, bexiga e lesões por pressão em
região sacral, estágio não classificável, com área de necrose de cogulação e drenando
exsudato seropurulento, com desenvolvimento posterior em regiões trocantéricas de lesões
de estágio não classificável, apresentando necrose de liquefação, coagulação e exsudato
piossanguinolento, maléolo lateral com lesão estágio 2, área de necrose de liquefação e
bordas maceradas, calcâneo com lesão tissular profunda caracterizada pela presença de
flictena com exsudato sanguinolento.
As condutas adotadas foram: medidas profiláticas, como: mudança de decúbito a cada
duas horas, avaliação nutricional, uso de colchão pneumático, exame diário da pele, higiene e
hidratação da pele. As regiões sacra e trocantéricas foram submetidas ao desbridamento
conservador cortante usando a técnica de Square e Slice. Decorridos 120 dias de internação,
houve acometimento de múltiplas lesões e infecções sucessivas ocasionadas por
microorganismos multirresistentes, iniciado novos esquemas de antimicrobianos.
Introduziu-se nos curativos, solução hipertônica de cloreto de sódio a 20%, conduta
que mostrou resultado positivo. Na última evolução apresentava melhora satisfatória da
lesão sacra (tecido de granulação ocupando área de 100% da lesão, usando-se como agente
tópico-cobertura primária hidrogel e alginato de cálcio), lesões trocantéricas (Esquerda:
tecido de granulação em 95% da área lesionada, 5% de necrose de liquefação. Direita: tecido
de granulação em 95% da área da lesão, 2% de necrose de coagulação e 3% de esfacelo,
usando hidrogel, alginato de cálcio e colagenase).
As intervenções de enfermagem possibilitaram uma evolução satisfatória do caso e
o alcance dos resultados com base nas necessidades do paciente. Uma assistência de
enfermagem organizada e sistematizada, baseada nos princípios do método científico,
permite a identificação das necessidades, promoção de intervenções, prevenção de agravos,
recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo.
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REFERÊNCIAS
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NPUAP 2016 – adaptada culturalmente para o Brasil. São Paulo: SOBEST, 2016. Disponível em:
http://www.sobest.org.br/textod/35 . Acesso em: 06 nov 2017
2- Desantana, JM; Caetano, PV. Atuação Fisioterapêutica no Tratamento Neuromuscular de Mielite
Transversa: Estudo de Caso. SP: dezembro de 2005. Disponível em:
http://www.fafibe.br/revistaonline/arquivos/josimari_mielitetransversa.pdf Acesso em: 14 nov 2017
3-Pereira, AG; Santos, CT; Menegon, DB: Mello, BS: Azambuja,F; Lucena, AF. Mapeamento de cuidados de
enfermagem com a NIC para pacientes em risco de úlcera por pressão. Rev. esc. enferm. USP. 2014 jun, 48
(3):454-461. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080. Acesso em : 08 nov 2017
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FATORES PREDISPONENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE LESÃO
POR PRESSÃO EM PACIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS
Anny Michelle Rodrigues da Silva Alves
Alexandre Cavalcante Diniz Júnior
Hannah Karolyne Vieira de Lucena
Isabela Dayani Teles de Lima
Ludymilla Linéia Almeida de França
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
As lesões por pressão desenvolvem-se na pele e tecidos subjacentes, geralmente
sobre proeminências ósseas, mas podem resultar de pressões por dispositivos médicos em
outros locais da pele e ainda nas mucosas1. As mesmas representam um desafio para os
cuidados prestados pela equipe multiprofissional, pois afetam diretamente a qualidade
de vida do cliente. Diante de sua grande incidência em pacientes hospitalizados, faz-se
importante estudar métodos de prevenção, no entanto, é necessário compreender os
vários fatores de riscos que contribuem para o desenvolvimento de lesões por pressão2,
notadamente em idosos, cuja vulnerabilidade aumenta devido às mudanças fisiológicas
naturais associadas ao envelhecimento.
Objetiva-se elencar os fatores de riscos que contribuem para o desenvolvimento de
lesões por pressão em pacientes idosos hospitalizados, através de uma revisão integrativa
da literatura nas bases de dados LILACS, SciELO e BDENF, no período de outubro a
novembro de 2017, sendo incluídos artigos publicados no período de 2013 a 2017,
disponíveis online na íntegra, no idioma português. A amostra selecionada foi de 17
artigos.
Os resultados mostraram que os pacientes idosos e hospitalizados, apresentam-se
vulneráveis para o desenvolvimento de lesões por pressão, devido às múltiplas
morbidades, condições crônicas instaladas3. A literatura também relata que a imobilidade,
percepção sensorial prejudicada, forças de atrito e cisalhamento, exposição à umidade,
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pressão prolongada sobre o tecido, trauma; incontinência de urina e fezes, pele ressecada;
idade avançada, sensibilidade reduzida, distúrbios e alterações nutricionais, uso de
medicamentos como: anti-hipertensivos, analgésicos, anticoagulantes e relaxantes
musculares, permanência em decúbito por mais de duas horas, dobras nas roupas de
cama que podem deixar marcas no corpo, diminuição do turgor e da elasticidade da pele,
edema, baixo nível de albumina sérica e circulação prejudicada são fatores que podem
contribuir com o desenvolvimento de lesões por pressão.
A imobilidade, a diminuição da percepção sensorial e a exposição à umidade, fricção
e cisalhamento e a desnutrição são os fatores de risco considerados de maior importância
para o desenvolvimento de lesão por pressão 4-13.
Neste contexto, avaliar pacientes idosos hospitalizados e praticar medidas
preventivas é essencial, devido à multicausalidade das lesões por pressão. O enfermeiro
que realiza os cuidados deve deter conhecimentos sobre os fatores de risco de lesões por
pressão e possuir habilidades para avaliá-los. As lesões por pressão são, quase sempre,
evitáveis, portanto, é fundamental adotar métodos de prevenção, que se inicia por uma
avaliação de risco individualizada. Essas lesões trazem sofrimento para o paciente, como
também propicia infecções, dificultando a recuperação do paciente ao passo que aumenta
o período de hospitalização e os custos para a instituição. Assim, é essencial a realização
de novas pesquisas que possam continuar avaliando o risco do desenvolvimento das
lesões por pressão.
REFERÊNCIAS
1- National Pressure Ulcer Advisory Panel. National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) announces a change in terminology from pressure ulcer to pressure injury and updates the stagesof pressure injury. [Internet]. 2016 Abr 13; [cited 2016 jun 29]. Avaliable from: http://www.npuap.org/national-pressure- ulcer-advisory- panel-npuap- announces-a- change-in- terminology-from- pressure-ulcer- to-pressure- injury-and- updates-the- stages-of- pressure- injury/.
2- Borghardt AT, Prado TN, Bicudo SDS, Castro DS, Bringuento MEO. Úlcera por pressão em pacientes críticos: incidência e fatores associados. Rev. Bras. Enferm.2016. mai/jun;69(3): 460- 67.
3- Matozinhos FP, Melendez EV, Tiensoli SD, Moreira AD, Gomes FSL. Fatores associados à incidência de úlcera por pressão durante a internação hospitalar. Rev. Esc. Enferm. da Usp. 2017. Mai; 511:e03223. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1980-220X2016015803223.
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PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO: PERCEPÇÃO E PRÁTICA DE
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA
Glaucianne Mayara de Lima Bragante
Analine de Souza Bandeira Correia
Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales
Maria de Fátima Oliveira da Silva
Elânio Leandro da Silva
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
A lesão por pressão é reconhecida como evento adverso do cuidado, se ocorrer após
a admissão do indivíduo no serviço de saúde, e como uma das cinco causas mais comuns
de danos aos pacientes (1). Sua prevenção deve ser realizada de forma efetiva para garantir
a segurança do paciente, em todos os cenários de assistência em saúde (2).
Objetiva-se verificar a compreensão dos profissionais de enfermagem sobre a lesão
por pressão e sua prevenção, e a aplicabilidade de ações preventivas, através de um estudo
descritivo, com abordagem quantitativa, realizado na Unidade de Terapia Intensiva de
Hospital de Ensino, em João Pessoa/PB. Participaram da pesquisa nove enfermeiros e 21
técnicos de enfermagem, lotados no serviço. A coleta de dados foi realizada nos meses de
janeiro a março de 2015, após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição, sob
CAAE 38136014.9.0000.5183.
Utilizou-se como instrumento um formulário com questões para caracterização
sociodemográfica e da percepção sobre a lesão e a aplicabilidade das medidas preventivas.
Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva.
Com relação à compreensão sobre os mecanismos de formação da lesão por pressão
a maioria dos enfermeiros revelou conhecimento regular (44,4%) e bom (33,3%) e os técnicos
informaram conhecimento bom (52,4%), seguido de regular (28,6%). Os profissionais
(100,0%), independente da categoria profissional consideram ser de relevante importância
à realização da prevenção dessas lesões em pacientes na UTI, notadamente porque “Reduz
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o risco de infecções/sepse” (43,3%) e “Diminui o tempo de internação do paciente” (16,7%).
Quanto à avaliação do risco para lesão por pressão foi reconhecida pelos enfermeiros como
atividade de sua responsabilidade (66,6%), utilizando a Escala de Braden (77,7%), 44,5%
referiu não utilizar o resultado dessa avaliação para o planejamento da assistência
preventiva. Os técnicos corroboraram a prática da avaliação pelos enfermeiros (76,1%), 38%
desconhecia a existência de instrumento para avaliação, apenas 14,2 referiu-se a Escala de
Braden.
As medidas preventivas mais citadas pelos enfermeiros foram reposicionamento
corporal (88,9%), alívio de pressão em proeminências ósseas e hidratação da pele com
índices semelhantes (44,4%) e uso de coberturas de proteção em proeminências ósseas
(33,3%). Entre os técnicos de enfermagem também houve destaque para o reposicionamento
corporal (100,0%), hidratação da pele (52,4%), uso de coberturas de proteção e alívio de
pressão em proeminências ósseas com igual distribuição (33,3%). A massagem surgiu como
ação não recomendada com índices de 33,3% entre os enfermeiros e 52,4% entre os técnicos.
Os resultados denotam a necessidade de treinamentos sobre a lesão por pressão e
sua prevenção, incluindo a Escala de Braden, padronizada no serviço. Sugere-se refletir
sobre as ações profissionais de modo a disseminar as boas práticas na prevenção desse
evento adverso do cuidado, por meio de fortalecimento da educação permanente em
serviço.
REFERÊNCIAS
1. Elliott R, McKinley S, Fox V. Quality improvement program to reduce the prevalence of pressure ulcers in
an intensive care unit. Am J Crit Care [Internet]. 2008 Jul; [cited 2017 nov. 02];17(4):328-37. Available from:
http://ajcc.aacnjournals.org/content/17/4/328.full.pdf
2. Vasconcelos JMB. Construção, utilização e avaliação dos efeitos de protocolo de prevenção de úlceras por
pressão em Unidade de Terapia Intensiva. [Tese Doutorado]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto/USP; 2014. 342 f. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/ 22/22132/tde-
21052014-192211/pt-br.php [Acesso em: 02 nov. 2017]
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CARACTERIZAÇÃO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY E SUAS
IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM
Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales
Maria de Fátima Oliveira da Silva
Maria Genilde das Chagas Araújo Campos
Ana Paula Feles Dantas Melo
Valkênia Alves Silva
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
A Úlcera Terminal de Kennedy é um subgrupo específico de lesão por pressão,
desenvolvida em um curto período de tempo, em indivíduos em processo de finitude da
vida. Esta afecção cutânea foi notificada pela primeira vez por Karen Kennedy, em 1983,
enquanto trabalhava em uma equipe de cuidados com a pele(1). Geralmente localizada no
sacro ou cóccix, pode ser confundida com uma abrasão ou flictena. Caracteriza-se por um
início repentino e rápida deterioração tecidual, mesmo no decorrer de um único dia,
indicando que a morte é iminente(2).
Objetiva-se caracterizar a Úlcera Terminal de Kennedy, estabelecer o diagnóstico
diferencial com a lesão por pressão clássica, evidenciar as implicações da lesão para os
cuidados de enfermagem, através de uma pesquisa qualitativa, descritiva, do tipo revisão
de literatura, efetuada na base de dados PubMed e no site do Portal de Periódicos CAPES,
no período de outubro a novembro de 2017. Conforme a questão norteadora: Como a úlcera
terminal de Kennedy é abordada nos estudos sobre alterações de pele nos processos de
finitude de vida?
Os critérios de inclusão foram artigos em português, inglês e espanhol; com textos
completos disponíveis nas bases citadas; sem restrição no período de publicação. Critérios
de exclusão: artigos que tratassem de outros tipos de lesão e que não abordassem o conteúdo
relacionado à questão norteadora. Utilizou-se o termo “Skin changes at life’s end”, obtendo-
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se 5 artigos, selecionando-se 3. Com o termo “Kennedy Terminal Ulcer”, surgiram 9 artigos,
elegendo-se 5. A amostra constou de oito artigos.
Dos artigos selecionados, 4 foram publicados no ano de 2009, 1 em 2011, 1 em 2015 e
2 em 2016; 4 tratavam-se de estudos de caso clínico, 1 relato de caso, 1 consenso, 1 editorial
e 1 estudo bibliográfico. Referente à profissão dos autores, 7 eram enfermeiros. Quanto ao
tipo de revista 5 eram especializadas em feridas. Quanto ao local de realização do estudo, 2
foram desenvolvidos em estabelecimento de cuidados de longa duração e 2 em Unidades
de Terapia Intensiva. Nesses estudos, a úlcera terminal de Kennedy foi caracterizada como
lesão grave, que surge subitamente, evoluindo do estágio I ao IV em um intervalo de horas
a dias. Aparece, principalmente, em região sacral ou coccígea, com bordas irregulares e
formatos de pera, borboleta ou ferradura e com variação no padrão da coloração tecidual(3).
Diferencia-se da lesão por pressão clássica, por esta ser causada por fatores externos como
cisalhamento, pressão inadequada e contínua, que quando removidos ocorre regressão da
lesão, enquanto a úlcera terminal de Kennedy não regride mesmo amenizando os fatores
extrínsecos(4,5). Seu surgimento ou agravamento não deve ser relacionado à baixa qualidade
na assistência de Enfermagem(3).
Na gestão da úlcera terminal de Kennedy é imprescindível uma assistência de
enfermagem individualizada e que ofereça melhor conforto ao paciente, já que a cicatrização
das feridas é meta incompatível com a finitude da vida. Pesquisas sobre essa temática
devem ser realizadas para subsidiar a prática, uma vez que os cuidados explanados na
literatura não se fundamentam em investigações clínicas.
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REFERÊNCIAS
1. Kennedy-Evans K. Guest Editorial: Understanding the Kennedy Terminal Ulcer. Ostomy Wound
Management. 2009;55(09):274-278.
2. Bachero JG, Vizcaino TF. Poliulceración en paciente terminal: Úlceras de Kennedy. Plan de cuidados
paliativos. Enferm Dermatol. 2014;8(22):32-40.
3. Rocca-Biosca A, Rubio-Rico L, Velasco-Guillen MC, Anguera-Speras L;. Adecuación del plan de cuidados
ante el diagnóstico de úlcera terminal de Kennedy. Enferm intensiva. 2016;27(04):168-172.
4. Schank JE. Kennedy Terminal Ulcer: The “Ah-Há!” Moment and Diagnosis. Ostomy Wound Management.
2009;55(9):40-44.
5. Reitz M, Schindler CA. Pediatric Kennedy Terminal Ulcer. Journal of Pediatric Health Care. 2016;30(03):274-
278.
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O IMPACTO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY PARA QUEM
CUIDA: UMA VISÃO ALÉM DA PELE
Fernanda Lucia da Silva
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A Úlcera Terminal de Kennedy é uma lesão de pele inevitável que acomete pessoas
que estão em processo de terminalidade da vida.1 Ela é uma ferida de evolução rápida,2 tem
formato de pera, borboleta ou ferradura, suas bordas são irregulares e a coloração da lesão
varia entre amarelo, vermelho, roxo ou preto.3
Este estudo visa relatar a experiência desafiadora vivenciada por uma
filha/cuidadora ao se deparar com a Úlcera Terminal de Kennedy em sua mãe. Trata-se de
um relato de experiência vivenciada durante a última internação de minha mãe, na clínica
médica de um hospital municipal, localizado em uma cidade do Agreste Pernambucano, no
período de tempo compreendido entre 22/12/2012 até 26/12/2012.
Vítima de câncer de mama com metástases pelo organismo, e depois de quatro anos
de tratamentos agressivos, era evidente que minha mãe precisava partir. No dia da
internação, motivada pelo intenso desconforto respiratório e dor, percebi um eritema em
sua região sacral, que pensei ser aliviado com a mudança de decúbito. Passadas vinte e
quatro horas, já era possível ver o comprometimento dérmico e que a lesão estava duas
vezes maior. Desesperada, fui pedir ajuda a uma profissional de enfermagem, que me
proferiu a seguinte resposta: “isso é úlcera de pressão, porque você não está cuidando dela
direito”. Neste momento comecei a me questionar se de fato estava sabendo cuidar dela. No
terceiro dia de internação a lesão estava ainda mais extensa, com tecido necrótico (que para
mim, na época, era entendido apenas como “podre”).
Com condições clinicamente incompatíveis com a vida, minha mãe conseguiu passar
a noite de natal comigo, em um leito de hospital, e no dia seguinte ela partiu. Além da
saudade, ficou em mim a culpa por ser a responsável por aquela ferida. Somente dois anos
após sua partida, quando passei a ser graduanda em enfermagem, pude encontrar, por um
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lindo acaso do destino, um livro que falava sobre a Úlcera Terminal de Kennedy, e a partir
de então venho me aprofundando nesta temática e compreendendo o que de fato aconteceu.
Diante da situação vivenciada, é fato que os profissionais que passaram por nós não
conheciam a Úlcera Terminal de Kennedy, mas esta não é a questão. Minha mãe precisava
de dignidade no fim de sua vida e eu precisava de apoio. Nós precisávamos de humanização
e que alguém tivesse tido um olhar além da pele.
REFERÊNCIAS
1. Reitz M, Schindler CA. Pediatric Kennedy Terminal Ulcer. J Pediatr Health Care. 2016; 30(3):274-278.
2. Miner KJ. Discharge to Hospice: A Kennedy Terminal Ulcer Case Report. J Am Coll Clin Wound Spec.
2009; 1(3): 84 - 85.
3. Silva RS, Amaral JB, Malagutti W. (Org.). Enfermagem em Cuidados Paliativos: Cuidando pra uma boa
morte. São Paulo: Martinari; 2013.
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CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE COM ÚLCERA
TERMINAL DE KENNEDY
Elizabeth Cristina dos Santos Silva
Fernanda Lúcia da Silva
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A Úlcera Terminal de Kennedy foi descoberta pela enfermeira Karen Kennedy, em
1983, nos Estados Unidos. O tempo de progressão da lesão é fator determinante para
diferenciação entre uma lesão por pressão e uma Úlcera Terminal de Kennedy,1 sendo esta
última tida como um subtipo da primeira e de evolução rápida e inevitável, presente
geralmente em algumas pessoas em estágio final da vida,2 indicando que a morte é
eminente. Esse tipo de lesão é estimulado por fatores intrínsecos, isquemia tecidual,
hipoperfusão e falência múltipla dos órgãos.
Desse modo, objetiva-se descrever a evolução e os cuidados de enfermagem para o
paciente com Úlcera Terminal de Kennedy, através de uma pesquisa qualitativa do tipo
revisão narrativa, exploratória, realizada nos bancos de dados BVS, na base de dados Scielo,
sobre a temática, sem limite de tempo ou idioma. Foram utilizados os descritores: úlcera;
assistência ao paciente; cuidados paliativos em paciente terminal e excluídos materiais não
disponíveis na íntegra. Assim, foram selecionados quatro artigos, os quais foram
responsáveis pela produção deste trabalho.
Em virtude da complexidade do surgimento e evolução da Úlcera Terminal de
Kennedy é preciso que seja feita uma avaliação completa dos sistemas corporais, do regime
de medicações e esquema de exames laboratoriais recentes do paciente. Este tipo de lesão
localiza-se principalmente na região sacral e coccígea, em formato de borboleta, ferradura
ou pera, com cores amareladas, vermelho, roxo ou preto, de acordo com a evolução da
ferida.1
O cuidado para uma Úlcera Terminal de Kennedy deve ser realizado por uma equipe
multidisciplinar de saúde4, com foco na equipe de enfermagem, por serem estes
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profissionais os responsáveis pelo cuidado e contato direto com o paciente e a família. O
tratamento não é voltado a cura, e sim a promover cuidados com abordagem paliativa, para
alívio dos sintomas controle da dor e odor, bem como para evitar infecções e maiores
complicações, buscando diminuir o sofrimento e angústia de pacientes e familiares,
mostrando que este ferimento aparece por estímulo de fatores inevitáveis e não por
negligencia de cuidados.3
As pesquisas realizadas mostram que ainda hoje são escassos os dados sobre
surgimento, número de casos, tratamento e evolução da Úlcera terminal de Kennedy3, o que
evidencia a necessidade de novos estudos e pesquisas sobre o tema. Esse tipo de lesão pode
surgir mesmo com as medidas preventivas apropriadas para o risco, sendo assim fator
primordial para a realização de novos estudos e esclarecimentos para familiares e pacientes
e melhoria no treinamento de profissionais de saúde.
REFERÊNCIAS
1. Santos, Lúcia Conceição de Gouveia SCALE: Modificações da Pele no Final da Vida –
ModificaçõesdaPele no Final da Vida. 14. Disponível em:
<https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/article/view/260>. Acesso em: 10 jan. 2017.
2. Bachero JordiGuinot; VIZCAINO Furió.Múltipla ulceração em paciente terminal: Úlceras de Kennedy.
Plano de Cuidados Paliativos. Disponivel em: <http://www.anedidic.com/descargas/casos-
clinicos/22/poliulceracion-kennedy.pdf>. Acesso em 13 jan. 2017
3. Molina, Dr. Pablo Garcia. TagArchives: úlcera terminal de Kennedy. Disponível em:
<http://www.upppediatria.org/tag/ulcera-terminal-kennedy/>. Acesso em: 10 jan. 2017.
4. Evans, Karen Lou Kennedy. Kennedy-terminal-ulcer: thekennedy terminal ulcer. Disponível
em:<http://www.kennedyterminalulcer.com/References. aspx>. Acesso em: 20 Jan. 2017.
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A EFICÁCIA DO ANTISSÉPTICO COM POLIHEXANIDA NO
TRATAMENTO DE FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Maria Genilde das Chagas Araújo Campos
Gabriella de Oliveira Silva
Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales
Glaucianne Mayara de Lima Bragante
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues
Josilene de Melo Buriti Vasconcelos
a infecção das feridas é uma problemática que deve ser abordada de maneira
criteriosa pelo possível aumento no tempo de hospitalização, elevação da morbidade e dos
custos com tratamento. Para tratar essa complicação destaca-se o composto hidrocloro-
polihexametileno biguanida, também conhecido pelo termo polihexanida, que tem função
de antisséptico, com indicação de uso em pele íntegra e tratamento de ferida cutânea, limpa
ou infectada.
Assim, objetiva-se buscar evidências na literatura sobre a eficácia do antisséptico com
polihexanida para prevenção e tratamento de infecção nas feridas e identificar se há relatos
de resistência bacteriana com o uso desse produto, através de uma revisão integrativa da
literatura partindo-se das questões norteadoras: Quais as evidências clínicas que
comprovam a eficácia do antisséptico com polihexanida para a prevenção e tratamento de
infecção nas feridas? O uso indiscriminado dos antissépticos com polihexanida pode causar
resistência bacteriana? Realizou-se buscas nas bases de dados PubMed e Scielo de artigos
publicados entre 2010 a 2017, pesquisas em humanos, disponíveis na íntegra, utilizando-se
os descritores: efficacy polihexanide wound e feridas/antissépticos/polihexanida.
Foram selecionados 12 estudos, dos quais 11 foram publicados em inglês na base de
dados “Pubmed”, e 01 em português na base de dados “Scielo Portugal”. Considerando-se
os resultados dos estudos, construíram-se três categorias temáticas: 1) Eficácia do
polihexanida como antisséptico para prevenção e tratamento de infecção em feridas, que
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evidenciou o polihexanida como um antisséptico com amplo espectro antimicrobiano, baixa
toxicidade, compatibilidade tissular elevada, eficaz para remoção de biofilmes, boa
aplicabilidade e ação cicatrizante1; 2) Segurança do uso do polihexanida no tratamento de
feridas, comprovando-se que as células e os tecidos toleram bem o polihexanida, o qual
possui baixo risco de sensibilização de contato, não provoca irritabilidade cutânea e alergias,
sendo indicado para o tratamento de feridas crônicas e de difícil cicatrização2, além de não
apresentar risco iminente de causar resistência bacteriana, devido a sua ação inespecífica e
a sua heterogeneidade, sendo indicado contra bactérias multirresistentes aos
medicamentos. Ademais, há relato de ser substância tóxica por inalação, com suspeita de
ser carcinogênico, causar danos oculares e ao sistema respiratório após exposições repetidas,
sendo esse risco retratado particularmente na apresentação de aerossol1,3-4; 3) Comparação
da ação antisséptica do polihexanida com outros antissépticos para prevenção e tratamento
de infecção em feridas, observando-se que o polihexanida apresenta aumento significativo
do fluxo sanguíneo5, exige tempos de exposição mais longos ou concentrações mais
elevadas para uma eficácia antimicrobiana comparável à antissépticos como octenidina e
Polivinilpirrolidona-Iodo, contudo apresenta maior tolerabilidade com boa eficácia, sendo
indicado seu uso em lesões agudas e crônicas.
O antisséptico com polihexanida apresenta amplo espectro antimicrobiano contra
bactérias gram-negativas, bactérias gram-positivas e Cândida albicans. É uma substância
antimicrobiana adequada para feridas criticamente colonizados ou infectados, agudas ou
crônicas, permite um maior controle de odores, reduz os sinais inflamatórios e
consequentemente o tempo de cicatrização. Portanto, as evidências científicas denotam
tratar-se de um antisséptico eficaz para prevenção e tratamento de infecção em feridas.
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REFERÊNCIAS
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woundantiseptic. Skin Pharmacol Physiol. 2010;23 Suppl:17-27. Disponível em:<
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso 08 nov.2017.
2. Romanelli M, Dini V, Barbanera S, Bertone MS. Evaluation of the efficacy and tolerability of a solution
containing propyl betaine and polihexanide for wound irrigation. Skin Pharmacol Physiol. 2010;23 Suppl:41-
4. Disponível em:< https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso 10 nov.2017
3. Eberlein T, Assadian O. Clinical use of polihexanide on acute and chronic wounds for antisepsis and
decontamination.. Skin Pharmacol Physiol. 2010;23 Suppl:45-51. Disponível em:<
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso 10 nov.2017.
4. . Fjeld H, Lingaas E. Polyhexanide - safety and efficacy as an antiseptic.Tidsskr Nor Laegeforen. 2016 May
3;136(8):707-711. Disponível: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27143460>. Acesso em: 11 Nov.. 2017
5. Rothenberger J, Krauss S, Tschumi C, Rahmanian-Schwarz A, Schaller HE, Held M. The Effect of
Polyhexanide, Octenidine Dihydrochloride, and Tea Tree Oil as Topical AntisepticAgents on In Vivo
Microcirculation of the Human Skin: A Noninvasive Quantitative Analysis. Wounds. 2016 Oct;28(10):341-346.
Disponível em:< https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/>. Acesso 10 nov.2017.
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EFICÁCIA DOS CURATIVOS COM POLIHEXAMETILENO BIGUANIDA
NO TRATAMENTO DE FERIDAS INFECTADAS: REVISÃO INTEGRATIVA
Amanda Macêdo Burity Dialectaquiz
Neyce de Matos Nascimento
Adellúcia dos Santos Silva
Raysa Maria Liberalino Ferreira Souza
O tratamento de feridas está diretamente relacionado com a identificação da etiologia
da lesão, os fatores que retardam o processo de cicatrização, e o controle das infecções locais
e sistêmicas1,2.
O Polihexametileno Biguanida, também conhecido por Polihexanida, tem capacidade
antimicrobiana contra patógenos, que lhe permite inserir em membranas celulares de
bactérias e matar as bactérias da mesma forma que as Peptídeos Antimicrobianos1,2,3.
Assim, os curativos impregnados desse antimicrobiano são indicados no tratamento de
feridas criticamente colonizadas, infectadas ou com alto risco de infecção, devido a suas
características e propriedades1,2,3,. Desse modo, objetivou-se avaliar a eficácia dos curativos
com base no Polihexanida, como ferramenta no tratamento de feridas infectadas, através de
uma revisão integrativa da literatura.
O percurso metodológico teve critérios estabelecidos, no que diz respeito à inclusão:
serem artigos originais; publicados em português e/ou espanhol; artigos na íntegra que
apresentassem no título os seguintes termos isolados ou associados: “Infecção de
Ferimentos”; “PHMB (polyhexametilenobiguanida) “Curativos” e contidos nas plataformas
BVS - Biblioteca Virtual em Saúde e Scielo – Scientific Electronic Library Online, publicados no
período entre 2010 a 2016. Foram encontrados 15 (quinze) artigos, porém apenas 4 (quatro)
atenderam os critérios de inclusão.
O tratamento de feridas infectadas é primordial na intervenção da enfermagem, que
atua com objetivo de reparar o tecido lesionado e diminuir a infecção, oferecendo condições
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para melhora da qualidade de vida do indivíduo e garantia da homeostase corporal do
mesmo1,4.
O Polihexanida garante sua ampla ação antimicrobiana, antifúngica e anti-
inflamatória; efeitos sustentados pós-aplicação; redução dos biofilmes e fibrina; sem
evidência de desenvolvimento de resistência; sem riscos tóxicos e índice elevado
cicatrização, podendo ser uma alternativa eficaz ao tratamento de feridas infectadas1,2,3,4.
A eficácia no uso dos produtos à base de Polihexanida para tratamento de feridas
colonizadas, infectadas ou com alto risco de infecção é comprovada, pois possuem em sua
composição agentes antimicrobianos de amplo espectro de ação contra microorganismos
patogênicos.
REFERÊNCIAS
1. Borges EL, Novais CA. Estudo de Caso. Revista Estima. 2010. 8(2).
2. Santos V, Marques J, Santos AS, Cunha B, Manique, M. Identificação e tratamento da infecção da ferida
complexa. 2012
3. Timmons J, Leak K. PHMB: Utilización Del apósito de espuma antimicrobiana (AMD) KendallTM (PHMB
0, 5%) em eltratamiento de lãs heridas crónicas. Gerokomos, 2010.21(1), 37-43.
4. Siqueira KCT, Dias BVB, Camposilvan FD, Almeida RS., Santos TJ. O uso do polihexametilenobiguanida
(PHMB) como agente terapêutico na cicatrização de feridas. Sínteses: Revista Eletrônicado SIMTEC.2016, (5),
224-224.
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AS PROPRIEDADES DA CÚRCUMA PARA O TRATAMENTO DE
FERIDAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Fernanda Lucia da Silva
Laysa da Silva Fidelis
Elizabeth Cristina dos Santos Silva
Maria Paula Ramalho Barbosa
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A cúrcuma, também conhecida como açafrão, é uma especiaria que apresenta
diversas aplicações terapêuticas.1 Ela é uma planta da família Zingiberaceae, e seu princípio
ativo de maior destaque é a curcumina.2
Sabe-se que a cúrcuma tem atributos de ser anti-inflamatória, anticarcinogênica,
antidiabética, antitrombolítica, angiogênica, antioxidante, antibacteriana e cicatrizante.1
Assim, objetiva-se abordar as propriedades da cúrcuma mais relevantes para a
aplicabilidade no tratamento de feridas, através de uma revisão integrativa da literatura,
desenvolvida durante o mês de novembro de 2017, por meio da biblioteca online PubMed e
das bases de dados, Scietific Eletronic Library Online e Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online, utilizando-se dos descritores “Curcuma” e “Wound Healing”, cruzados pelo
operador booleano “AND”.
Os critérios de inclusão empregados foram: artigos completos, publicados nos
últimos cinco anos e que abordassem a temática em discussão. Na PubMed foram obtidos
vinte e seis resultados, na Medical Literature Analysis and Retrieval System Online foram
encontrados onze artigos, e na Scietific Eletronic Library Online não houve resultados. Foram
excluídos materiais repetidos e do tipo revisão da literatura, resultando em oito artigos para
o corpus desta análise. Os estudos foram lidos na íntegra e neles foram destacados os
aspectos da cúrcuma relevantes para o manejo das feridas: potencial cicatrizante,
antibacteriano e antioxidante.
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Do total de estudos realizados, quatro foram in vitro, dois foram in vivo, um foi
combinado in vitro e in vivo, e um foi em seres humanos. Quanto à cicatrização, as pesquisas
mostraram um significativo aumento da proliferação de fibroblastos e da síntese de
colágeno III.1
No tocante às propriedades bactericidas, a adição de nano partículas de cúrcuma em
uma cobertura de algodão mostrou eficácia contra Escherichia coli, Staphylooccus aureus,
Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae e Proteus vulgaris.2 Ainda sobre as propriedades
bactericidas, foi analisada a adição de pó de cúrcuma, óleo de cravo e quitosano hidrolisado
em fios de sutura não absorvíveis, o que mostrou uma inibição satisfatória à Staphylooccus
aureus.3
A propriedade antioxidante é experimentada pela redução das espécies reativas de
oxigênio, dos peróxidos lipídicos e do estresse oxidativo.4 Um estudo que fez a combinação
de cúrcuma via oral e óleo de Nim indiano (Azadirachta indica) por via tópica, no leito da
lesão, mostrou evolução significativa em pacientes com pé diabético e úlcera varicosa que
não apresentavam cicatrização há mais de seis semanas.5
A aplicação de cúrcuma em feridas tem uma vasta aplicabilidade e diversos
benefícios, porém sua utilização em seres humanos ainda é pouco utilizada, visto que
muitos estudos ainda estão em processo de testes laboratoriais. Esta pesquisa não obteve
nenhum resultado em nível nacional, apenas estrangeiro, o que reforça a necessidade de
investimento em pesquisas no país. Diante disso, espera-se que esta conduta terapêutica não
tarde em chegar aos serviços de saúde.
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REFERÊNCIAS
1. Jordan BC, Mock CD, Thilagavathi R, Selvam C. Molecular Mechanisms of Curcumin and Its
Semisynthetic Analogues in Prostate Cancer Prevention and Treatment. 2016; 152: 135-144.
2. Venkatasubbu GD, Anusuya T. Investigation on Curcumin nanocomposite for wound dressing. Int J
Biol Macromol. 2017; 98: 366–378.
3. Masood R, Hussain T, Umar MA, Areeb T, Riaz S. In situ development and application of natural
coatings on non-absorbable sutures to reduce incision site infections. J Wound Care. 2017; 26(3):115-120.
4. Chusri S, Settharaksa S, Chokpaisarn J, Limsuwan S, Voravuthikunchai SP. Thai herbal formulas used
for wound treatment: a study of their antibacterial potency, anti-inflammatory, antioxidant, and
cytotoxicity effects. J Altern Complement Med. 2013;19(7): 671-676.
5. Singh A, Singh AK , Narayan G, Singh TB, Shukla VK. Effect of Neem oil and Haridra on non-healing
wounds. Ayu. 2014: 35(4): 398.
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UTILIZAÇÃO DA FENITOÍNA NO TRATAMENTO DE FERIDAS:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Maria Paula Ramalho Barbosa
Adrielly Cardoso da Silva
Kaline Oliveira da Silva
Rennan Michell dos Santos Macedo
Fernanda Lucia da Silva
Fernando de Sousa Oliveira
A fenitoína é um medicamento usado no tratamento das crises convulsivas nas
doenças epilépticas. O local de ação parece ser o córtex motor, onde a extensão da atividade
das crises é inibida. O fármaco foi introduzido no mercado em 1937, mas somente nos anos
de 1945-1958 começou-se a perceber por meio de experimentos, que o mesmo atua no
processo de cicatrização1. Comprovada pelo campo da odontologia, a hipergranulação do
tecido gengival como seu efeito adverso2.
Objetiva-se investigar a aplicabilidade da fenitoína na cicatrização de feridas,
demonstrando as designações para o uso tópico e seus efeitos no tratamento de feridas,
através de uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2017, por meio da
Biblioteca Virtual em Saúde, Scietific Eletronic Library Online, Portal da Biblioteca Virtual em
Saúde e Portal de periódicos CAPES/MEC, utilizando-se os descritores “Cicatrização de
Feridas”, “Cicatrização” e “Fenitoína”, cruzados por meio do operador booleano “AND”.
Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na
íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que vertesse
sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos ou considerados
literaturas cinzentas, como livros e manuais. Dentre os artigos encontrados, cinco
atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.
Verificou-se que a fenitoína tornou-se uma opção de baixo custo e de fácil aplicação
tópica para lesões por pressão, radiodermites, na excisão de nervos melanocíticos na face e
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no dorso do tórax, pé diabéticos e hanseníase3. Outro fator importante para destacar é que
o fármaco aplicado por via tópica apresentou potencial cicatrizante maior que o soro
fisiológico2.
O referido fármaco age combatendo efetivamente a dor, o quadro infeccioso local,
melhorando o desenvolvimento de tecido de granulação e consequentemente, estimulando
a cura, a redução da morbidade e dos encargos financeiros. Os estudos também apontam
que a fenitoína tem uma boa eficácia terapêutica no reparo tecidual com baixa toxicidade2,3.
Notou-se que as pesquisas sobre a temática têm crescido de forma demasiada,
inclusive internacionalmente, que o uso tópico da fenitoína apresenta efeitos benéficos para
o processo de cicatrização de feridas, sendo relevante sua aplicabilidade na prática dos
serviços de saúde. Diante disso, é relevante a continuidade das pesquisas sobre o uso da
fenitoína, para que os profissionais de saúde, principalmente os de enfermagem, possam
estar atualizados e levem para os pacientes esta nova possibilidade terapêutica.
REFERÊNCIAS
1. Firmino F. Potencial terapêutico da fenitoína na cicatrização de radiodermites. Escola Anna Nery Rev
Enfer. 2007. [acesso em 28 out 2017]; 11(1):143-9. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n1/v11n1a21.pdf
2. Lima JHS, Carneiro DF, Santana MC, Ferreira AMM, Sá PS, Passos KUS. Aplicabilidade da fenitoína na
cicatrização de lesões por pressão em unidade de terapia intensiva. Braz J Surg Clin Research. 2016. [acesso
em 28 out 2017]; 16(3):85-9. Disponível em:
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20161104_072027.pdf
3. Santos Junior EP, Batista RRAM, Oliveira RB, Bezerra NMF, Castro LFA. Uso de fenitoína na cicatrização
de úlcera por pressão: desafio terapêutico. Rev Cient ITPAC. 2011. [acesso em 28 out 2017]; 4(2):4-9.
Disponível em: https://www.itpac.br/arquivos/Revista/42/7.pdf
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USO DO METRONIDAZOL NO TRATAMENTO DE ODOR EM LESÃO POR
PRESSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
João Paulo Lopes da Silva
A Lesão Por Pressão é considerada um grave problema, especialmente, em pessoas
idosas e pacientes que possuem doenças crônico-degenerativa1. É caracterizada por uma
lesão de pele que se desenvolve devido à associação de fatores externos e internos que
ocasiona um déficit do aporte sanguíneo, gerando isquemia, hiperemia, edema e necrose do
tecido, e consequentemente, a morte celular, gerando odor1,2.
O odor desagradável é uma preocupação frequente e angustiante para pessoas com
feridas infectadas, bem como, para seus familiares e cuidadores. Pacientes com feridas
fétidas muitas vezes experimentam isolamento social, depressão, vergonha,
constrangimento e falta de apetite, fatores que trazem um impacto negativo em sua
qualidade de vida2. Ao se promover uma redução do odor, dá-se a oportunidade ao paciente
de sentir mais conforto, alívio e dignidade no processo de tratamento.
Objetiva-se descrever a assistência com a utilização de um esquema terapêutico com
metronidazol tópico para controle de odor em uma paciente com Lesão Por Pressão, através
de um relato de experiência, realizada em Outubro de 2017, sobre o tratamento utilizando
o metronidazol tópico em uma paciente idosa interna na clínica médica, em um hospital
público no sertão da Paraíba.
A paciente idosa, acamada, de aspecto desnutrida, apresentava uma Lesão Por
Pressão em região sacrococcígea de tamanho médio, com presença de bastante necrose e
odor fétido. Procurou-se na literatura, diversos produtos disponíveis para auxiliar no
controle do odor, cuja pesquisa apontou produtos à base de prata, iodo, mel e antibióticos
tópicos. Dentre os antibióticos tópicos, o metronidazol tem sido descrito como eficaz no
controle do odor de feridas3,4.
O metronidazol é um derivado do nitroimidazol com ação antiprotozoária. Possui
também atividade bactericida a bacilos anaeróbios gram-negativos, a todos os cocos
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anaeróbios e a bacilos esporulados gram-positivos4. O odor pútrido é característico de
infecção local por bactérias anaeróbias, o que justifica sua ação e utilização para controle de
odor3. Dessa forma, utilizou a maceração de 2 comprimidos de metronidazol de 250mg,
diluídos em 100ml de soro fisiológico 0.9%. Na realização do curativo, a lesão era limpa com
soro fisiológico 0.9% e Clorexidine, depois realizava-se uma nova limpeza com o
metronidazol e umedecia algumas gazes e deixava na lesão como curativo primário, em
seguida, realizava-se o curativo secundário com gazes secas, realizando oclusão com fita
micropore.
O curativo era realizado três vezes por dia. Após 24 horas observou-se considerável
redução do odor da lesão, confirmando o que apontava os estudos. Ressalta-se que no
segundo dia, foi realizado curativo com Metronidazol injetável, sendo este diluído em soro
fisiológico 0.9% na mesma proporção 1/1. Além disso, foi realizada orientação sobre a
importância da mudança de decúbito a cada 2 horas.
Percebeu-se que através do relato que o medicamento trouxe ótimos resultados, no
sentido de reduzir o odor da Lesão Por Pressão. Portanto, fica claro o sucesso do
Metronidazol no controle do odor, mesmo existindo outros produtos que teriam a mesma
ou uma melhor eficácia. Faz-se necessário mais estudos que possam fortalecer a evidencia
de seu uso, considerando seu baixo custo.
REFERÊNCIAS
1. Ministério da saúde. Instituto Nacional do Câncer-INCA. Tratamento e controle de Feridas tumorais e
úlceras por pressão no câncer avançado cuidados paliativos. INCA, 2009.
2.Diccini S, Camaduro C, Lida IS. Incidência de úlcera por pressão em pacientes neurocirúrgicos de hospital
universitário. Acta Paul Enferm, 2009; 22(2):205-209.
3.Castro DLV, Santos VLCG. Controle do odor de feridas com metronidazol: revisão sistemática Rev Esc
Enferm USP · 2015; 49(5):858-863.
4. Agra G, Fernandes MA, Santos IC, Freira MEM. Cuidados paliativos ao paciente portador de feridas
neoplásica: uma revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(1): 95-104.
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COMPLICAÇÕES E MÉTODOS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS PELA
ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA ERISIPELA
Vanessa Bezerra da Costa Vieira
Gislaine Luciana da Silva Araújo
Jaysa Soares dos Santos
Lorena Nascimento Carvalho
Rennan Michell dos Santos Macedo
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A erisipela corresponde a um processo infeccioso tegumentar decorrente da
propagação de bactérias através dos vasos linfáticos1. Trata-se de uma doença comum que
afeta as camadas superiores da pele2. Sua sintomatologia provém de um processo
inflamatório e caracteriza-se por eritema intenso e afecções sistêmicas como náuseas, dor e
febre. Muito frequente em membros inferiores, a erisipela parte de uma simples lesão que
serve como porta de entrada para bactérias estreptocócicas, que, se negligenciada, pode
evoluir para complicações severas como a bacteremia, sepse e morte3.
Objetiva-se sumarizar as principais complicações e os métodos terapêuticos
utilizados pela enfermagem no tratamento da erisipela, através de uma revisão integrativa
da literatura, realizada em outubro de 2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde e as
bases de dados indexadas na mesma, utilizando-se os descritores “Erisipela”, “Infecção
Focal” e “Cuidados de Enfermagem”, cruzados por meio do operador boleano “AND”.
Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na
íntegra, em idioma português, inglês e espanhol, publicados nos últimos cinco anos e que
versassem sobre a temática em discussão. Foram excluídos artigos repetidos, livros e
manuais. Dentre os 96 artigos encontrados, 14 atenderam aos critérios, compondo o corpus
para análise.
Existem várias formas clínicas de erisipela: eritematosa, bolhosa,
gangrenosa e migradora4. Entre as complicações mais citadas na literatura estão recorrência
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da doença, vasculite, linfagite, trombose e ulcerações de pele, sendo a obesidade e a
hipertensão os principais fatores de riscos para recorrência. De modo geral a recorrência
ocorre dentro de seis meses após a recuperação e a cada infecção há um maior
comprometimento do sistema linfático que favorece a recidiva.
O elemento crucial na prevenção da reinfecção é a eliminação de fatores de riscos,
como evitar trauma mecânico, tinea pedis insuficiência venosa, tratamento de ulcerações,
redução do índice de massa corporal e controle glicêmico na diabetes4. Para o tratamento da
erisipela recomenda-se o uso de antibióticos sistêmicos, com lavagem regular do membro
afetado e uso de antissépticos. A terapia compressiva, embora dolorosa na fase aguda
inicial, mostra eficácia na redução do edema, que associada a dieta e perda de peso
apresentam melhoras significativas na terapêutica5.
A recorrência da erisipela traz uma série de complicações que podem ser prevenidas.
A relevância do profissional de enfermagem neste processo é incontestável, sobretudo na
educação do paciente sobre a avaliação diária dos pés para prevenção de doenças dos pés
fúngicos e nos demais cuidados com as lesões para a prevenção de complicações.
REFERÊNCIAS
1. Soares SGSC, Carvalho BE, Lopes AM, Siqueira RMO. Assistência de Enfermagem a um paciente com
integridade da pele prejudicada relacionada à erisipela: Relato de experiência. Nursing. 2016; 17(223):1300-
1303.
2. Inghammar M, Rasmussen M, Linder A. Recurrent erysipelas - risk factors and clinical presentation. BMC
Infect Dis. 2014; 14:270.
3. Bläckberg A, Trell K, Rasmussen M. Erysipelas, a large retrospective study of etiology and clinical
presentation. BMC Infect Dis. 2015; 15: 402.
4. Kozlowaska D, Mysliwiecl H, Kiluk P, Baran A, Milewska AJ, Flisiak I, et al. Clinical and epidemiological
evaluation of hospitalized patients for primary and recurrent erysipelas. Przegl Epidemiol. 2016; 70(4): 575-
584.
5. Thoma KS, Brindle R, Chalmers JR, Gamble B, Francis NA, Hardy D, et al. Identifying priority areas for
research in the diagnosis, treatment and prevention of cellulitis (erysipelas). Br J Dermatol. 2017; 177(2): 541-
543.
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EPIDERMOLISE BOLHOSA: CUIDADOS E PERSPECTIVAS
Laysa da Silva Fidelis
Fernanda Lucia da Silva
Gislaine Luciana da Silva Araújo
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A Epidermólise Bolhosa (EB) é uma doença genética que provoca mutações em várias
proteínas estruturais da pele, representando um quadro clínico grave, com bolhas na pele e
nas mucosas e desprendimento dessas¹. Existem três tipos principais de EB classificados de
acordo com o nível histológico de formação da bolha: EB simples, EB juncional e EB
distrófica².
Por ser uma doença muito rara, sua ocorrência na população não é conhecida com
precisão, estima-se que a prevalência da forma distrófica esteja entre um caso em cada
20.000 a 130.000 pessoas e da forma adquirida um caso para 1.300.000 pessoas². A EB torna
o paciente extremamente frágil, por isso, requer cuidados para evitar novos traumas e
ulcerações¹.
Objetiva-se apresentar o que os estudos revelam sobre a EB, com ênfase nos cuidados
ao paciente e as perspectivas para o futuro, através de uma revisão integrativa da literatura,
realizada em outubro de 2017, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde, nas seguintes bases
de dados: SCIELO (Scientific Eletronic Library), BDENF (Bases de dados de Enfermagem),
incluídos na BVS (Biblioteca nacional de saúde), utilizando-se os descritores “Cuidados de
Enfermagem”, “Enfermagem” e “Epidermólise bolhosa”, cruzados por meio do operador
booleano “AND”.
Foram considerados como critérios de inclusão: artigos na íntegra, em idioma
português e inglês, publicados nos últimos dez anos e que versassem sobre a temática em
discussão. Foram excluídos artigos repetidos, livros e manuais. Dentre os 58 artigos
encontrados, 3 atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.
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Na EB as fibras proteicas que se ligam as camadas da pele, não funcionam de forma
eficaz, separando-se espontaneamente¹. Por ser uma doença rara e como não há muitos
estudos, leva a ser confundida com outras, como pênfigo bolhoso e impetigo². É de grande
importância que o enfermeiro e a equipe multiprofissional estejam aptos a buscar
informações relevantes ao caso do paciente e tomar medidas de intervenções adequadas
para cada caso, tomando-se como ferramenta o histórico de enfermagem importante na
coleta de dados, como também tomar medidas de proteção durante a prestação de cuidados
do paciente evitando danos a pele quando for manusear para não lesionar ainda mais¹,3. A
literatura aponta que dentre as coberturas utilizadas nas feridas estão a espuma de
poliuretano e o silicone, a usar roupas de algodão e macias, que não possuam botões, fazer
dieta à base de alimentos pastosos e de fácil digestão, ricos em fibras que facilitem a digestão
e eliminação¹,2.
A EB é uma dermatose rara, que causa grande impacto na vida dos pacientes e de
seus familiares. Por ser uma doença crônica com um amplo quadro com variados graus de
intensidade, faz-se necessário a implementação dos cuidados de enfermagem e de outros
profissionais para promover um melhor estado de saúde do paciente e também do cuidador.
Pesquisas em andamento revelam que o caminho da cura pode ser o transplante de medula
óssea e até mesmo transplante de pele geneticamente modificada, mas há muito o que
avançar.
REFERÊNCIAS
1. AMARAL, A. P.; ANDRADE, A, P, R; BARBOSA, J.A.G. Epidermólise bolhosa: cuidados de enfermagem
e orientações ao portador. Revista Tecer. 2014. [acesso em 31 out 2017]; 7(13), 133-143. Disponivel em:
http://www3.izabelahendrix.edu.br/ojs/index.php/tec/article/view/700
2. Angelo MMFC, França DC, Lago DBR, Volpato LER. Manifestações Clínicas da Epidermólise Bolhosa.
Pesq Bras Odontoped Clin Integr,2012. [acesso em 31 out 2017]; 12(1):135-42. Disponivel em:
http://revista.uepb.edu.br/index.php/pboci/article/viewFile/1148/807
3. Benício CDAV, Carvalho NAR, Santos JDM, Nolêto IRSG, Luz MHBA. Epidermólise Bolhosa: Foco na
Assistência de Enfermagem. ESTIMA, 2016. [Acesso em 31 out 2017]; 14(2):91-98. Disponivel em:
https://www.researchgate.net/publication/304780281_Epidermolise_bolhosa_foco_na_assistencia_de_enfe
rmagem
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PROCESSO DE ENFERMAGEM APLICADO A PACIENTES COM PÊNFIGO
VULGAR BOLHOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Mayara Muniz Peixoto Rodrigues
Maria de Fátima Oliveira da Silva
Elânio Leandro da Silva
Valkênia Alves Silva
Malueska Luacche Xavier Ferreira Sales
Jacira dos Santos Oliveira
O pênfigo vulgar bolhoso é uma doença autoimune crônica, que acomete pele e
mucosas, acarretando destacamento da pele a nível da camada inferior da epiderme.
Constitui-se importante causa de morbidade, principalmente entre idosos. Além do
tratamento medicamentoso, os cuidados da enfermagem são de extrema importância com a
necessidade de padronização da assistência por meio do processo de enfermagem que se
constitui num instrumento metodológico que orienta o cuidado e a prática profissional, bem
como a documentação dessa prática, por meio de etapas inter-relacionadas, quais sejam: o
histórico, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento da assistência, a implementação e
a avaliação dos resultados.
Desse modo, objetiva-se descrever a assistência de enfermagem à pacientes com
pênfigo vulgar bolhoso com base nas etapas do processo de enfermagem, através de um
relato de experiência baseado no cuidado prestado à pacientes acometidos pelo pênfigo
vulgar bolhoso seguindo o processo de enfermagem com utilização da Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem para seleção dos diagnósticos/intervenções de
enfermagem.
Durante o atendimento, inicialmente foi realizada anamnese contendo: dados de
identificação, sociais, história de patologias anteriores e história da doença atual e realizado
exame físico, que deram embasamento para a identificação dos principais diagnósticos de
enfermagem para elaboração do plano de cuidados: ‘Integridade da Pele, Prejudicada’
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(Realizar higiene diária e curativos com coberturas adequadas, garantir roupas de cama
limpas e secas, promover mudança de decúbito); ‘Condição Nutricional, Prejudicada’
(Supervisionar a aceitação alimentar); ‘Dor, Aguda’ (Dar atenção a queixa de dor e local,
administrar analgésico conforme prescrição , adotar medidas não farmacológicas para alívio
da dor); ‘Ansiedade’ (Estimular a exposição de sentimento); ‘Risco de Infecção’ (Orientar
sobre o uso adequado da medicação prescrita, manter ambiente limpo e adotar medidas
assépticas); ‘Deglutição, Prejudicada’ (Orientar ingesta hídrica e higiene da cavidade oral);
‘Isolamento Social’ (Incentivar o relacionamento com outros pacientes/familiares, estimular
leituras e trabalhos manuais); ‘Risco de Trauma’ (Manter grades elevadas, orientar para
andar devagar, disponibilizar cadeiras de rodas quando necessário, auxiliar/ajudar o
paciente durante o banho); ‘Sono, Prejudicado’ (Discutir com o paciente/família as medidas
de conforto, proporcionar ambiente calmo e tranquilo), além de outros diagnósticos como:
‘Percepção, Alterada’, ‘Medo’, ‘Não Adesão ao Regime Terapêutico’.
Constatou-se que a utilização do processo de enfermagem, como instrumento para
sistematização do cuidado ao paciente com pênfigo, permitiu um cuidado individualizado,
voltado para o atendimento das suas necessidades humanas básicas afetadas, o qual
produziu impacto na melhoria da qualidade da assistência de enfermagem, favorecendo a
recuperação do paciente.
REFERÊNCIAS
1. Cunha PR, Barraviera SRCS. Dermatoses bolhosas auto-imunes. An. Bras. Dermatol. [Internet]. 2009
[acesso em 2017 out 12]; 84(2): 111-124. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000200003&lng=en.
2. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução n.º 358/2009, de 15 de outubro de 2009. Dispõe
sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de enfermagem em
ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras
providências. [Internet]. 2009. [Acesso em 20 mai 2016]. Disponível http://www.cofen.gov.br/resoluo-
cofen-3582009_4384.html.
3. Garcia TR, Bartz CC, Coenen AM. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem CIPE®:
Versão 2017. In: Garcia TR, organizadora. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem –
CIPE®: 2017 Porto Alegre: Artmed 2017.
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SÍNDROME DE FOURNIER: CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Izabel Maria Duarte Costa Menezes
Alfares Cleciano Andrade Lustosa
Elma Dantas Vicente
Joyce Santos Bezerra Finisola
Kalline Trajano Feitosa Cabral
Neilce Falcão de Souza Nascimento
A Síndrome de Fournier é uma infecção causada por bactérias Gram negativas,
positivas e anaeróbicas, que ocasiona uma fascite necrosante que se inicia no escroto e pênis,
no homem, virilha e vulva na mulher e, podendo se alastrar para região abdominal.
Na medida que ocorre a disseminação das bactérias a uma diminuição de oxigênio
tecidual, desenvolvendo isquemia e trombose, resultando necrose na pele e tecidos
adjacentes¹. O profissional de enfermagem tem como atribuição a realização do curativo das
lesões causadas pelas bactérias, com a perspectiva de promover evolução para cicatrização
e conforto ao paciente. Assim, pretende-se descrever os principais cuidados de enfermagem
ao paciente acometido pela Síndrome de Fournier, através de uma revisão integrativa da
literatura, cujos dados foram coletados por meio das bases de dados do SciELO e LILACS
de acordo com a temática.
As manifestações locais começam com edema escrotal, seguido dos outros sinais
flogísticos, progredindo para endurecimento da derme e formação de bolhas, facilitando a
disseminação para a fáscia e a formação da lesão. Além das manifestações locais o paciente
apresenta sinais e sintomas sistêmicos como taquipnéia, taquicardia, hipotensão, náuseas,
vômitos e rebaixamento do nível de consciência. É um processo infeccioso grave e de
progressão rápida².
Diante do quadro clinico, os profissionais de enfermagem devem realizar os
seguintes cuidados: observar os sinais premonitórios de sepse; atentar para o surgimento
de novas áreas de necrose; realizar o curativo na técnica estéril; orientar o paciente e família
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sobre a patologia e o tratamento que será feito; atentar para os sinais de rebaixamento do
nível de consciência; administrar medicações antieméticas, analgésicas, anti-inflamatórias e
antibióticas conforme prescrição médica; promover privacidade e solicitar
acompanhamento psicológico conforme apresente necessidade³.
A equipe de enfermagem deve atender todas as necessidades do paciente em todos
os aspectos físicos, psíquicos e sociais, uma vez que é uma doença que ocasiona problemas
na autoimagem do paciente. Por isso, a equipe deve estar atenta aos sinais de depressão,
medo e insegurança. É importante que os profissionais sejam capacitados, qualificados e
que tenham entendimento científico sobre a patologia para assistir o paciente da melhor
forma.
REFERÊNCIAS
1. Barra FML, Corrêa LD.Síndrome de Fournier: 10 anos de avaliação. Rev Bras Cir Plást. 2012;27(4):600-4.
2. Guimarães A. Síndrome de Fournier. Medicina Ribeirão Preto. 1995; v.28, n.4, p.722-724.
3. Dias CFC, Eberhardt TD. Assistência de Malagutti. Enfermagem ao portador de Síndrome de Fournier:
revisão da literatura. Rev Saúde. AJES. 2014; 1(1): 57-68.
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CUIDADO INTEGRAL A UM ESCOLAR COM
LESÃO AGUDA NECRÓTICA PÓS TRAUMA
Erika Acioli Gomes Pimenta
Kátia Cenira da Silva Andrade
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro
Ana Jacira Fernandes de Sena
Inez Cristina Palitot Clementino Remígio Leite
Maria da Guia Lima Brasil
As lesões traumáticas na infância são as principais causas de internamento e
consultas de urgência e emergência em hospitais de trauma. Tendo em vista que são lesões
com características de evolução aguda, muitas vezes são tratadas no próprio domicílio pelos
familiares. Entretanto, algumas podem complicar e necessitar de intervenções
diferenciadas.
Objetiva-se apresentar os resultados de cuidados integrais a um escolar que
apresentou infecção com necrose em lesão aguda pós trauma, através de um estudo de caso
realizado entre setembro de outubro de 2017, com um escolar de oito anos, respeitando os
aspectos éticos, sob a CAAE: 00955112.6.0000.5183.
O escolar JAFSA, oito anos, foi vítima de lesão em 2º quirodáctilo após fechamento
de uma porta de carro. No dia seguinte, o dedo estava edemaciado e hiperemiado; após sete
dias evoluiu com edema local importante, formação de flictena e necrose na pele perilesional
e no leito ungueal. Ao ser levado ao hospital, foi sugerida a exérese da unha e
desbridamento cirúrgico da lesão. Por sentir-se insegura, a mãe levou o filho para casa,
ademais a criança também apresentou angústia frente à possibilidade da exérese. No dia
seguinte, procurou outro serviço de saúde, onde a criança foi avaliada por enfermeiras com
experiência no tratamento de feridas. Iniciou-se tratamento com limpeza da lesão, usando
antisséptico degermante à base de Polihexametilbiguanida (PHMB), hidrogel (na lesão) e
creme de barreira em pele perilesional; logo após, utilizou-se termoterapia, a fim de
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diminuir o edema. No segundo dia, foi realizado ruptura do flictena e início do
desbridamento mecânico (foto).
A criança foi acompanhada por uma equipe multiprofissional, sem precisar
hospitalizar-se, mas sendo avaliada regularmente a cada dois dias. Dois dias após, realizou-
se novo desbridamento do leito ungueal, havendo necessidade da retirada da unha. Todas
as intervenções foram realizadas a partir de uma abordagem lúdica, de maneira gradativa
e sem traumas. Após a retirada da unha, surgiu um granuloma no leito ungueal o qual foi
tratado com curativos à base de Cloreto de Sódio a 20%, com vistas a diminuir o processo
de hipergranulação, apresentando excelente resultado. Após 20 dias, a nova unha começou
a crescer.
O resultado da boa evolução da lesão no escolar evidencia a importância de uma
assistência integral, que melhorou a qualidade do tratamento a saúde da criança,
minimizando a dor e o sofrimento emocional tanto da criança quanto de sua família. No
caso em estudo, a avaliação por profissionais com experiência no tratamento e feridas teve
êxito, uma vez que houve recuperação precoce e evitou a realização de um procedimento
mais traumático e de risco, a exemplo da exérese.
Ressalta-se a importância de ações de saúde integradas e realizadas por profissionais
qualificados e com conhecimento técnico e cientifico, que enfatizem as necessidades
emocionais, para além do procedimento, a exemplo da observação sobre a insegurança da
mãe e o medo da criança. Sempre que possível, tais necessidades devem ser realçadas,
visando a realização de um cuidado humanizado e integral.
REFERÊNCIAS
1.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de
Doutorado]. Recife: Universidade federal de Pernambuco. 2014.
2.Malagutti W. Curativos, Estomia e Dermatologia. Uma Abordagem Multiprofissional. 2014. São Paulo,
Secretaria de Saúde. Manual de curativos.
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METAPARADIGMA DA ENFERMAGEM E A CRIAÇÃO DE ALGORITMO
DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA: RELATO DE CASO
Iraktânia Vitorino Diniz
Maria Júlia Guimarães Oliveira Soares
Núbia de Souza Rufino
Erlaine Souza da Silva
Verônica Morais Barreiro Pontes
O Metaparadigma da Enfermagem possui quatro conceitos inter-relacionados que
fundamentam a prática assistencial, quais sejam: Pessoa (quem recebe o cuidado); Saúde
(estado ao qual se destina a assistência); Ambiente (entorno imediato da pessoa) e
Enfermagem (metodologia assistencial empregada).
Objetiva-se descrever um caso complexo em estomaterapia baseado no
Metaparadigma da Enfermagem e elaborar um algoritmo do cuidado empregado à pessoa
estomizada, através de um estudo de caso descritivo e observacional realizado em junho de
2016, por meio de entrevista, exame físico e utilização de instrumento desenvolvido na
Clínica Cirúrgica de um hospital universitário. O estudo obteve parecer positivo do Comitê
de Ética em Pesquisa do referido hospital com protocolo nº 269-10. A certidão está vinculada
ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Tratamento de Feridas da Universidade Federal da
Paraíba.
O Metaparadigma da Enfermagem permitiu a descrição do caso baseado em seus
conceitos: a) criança de 5 anos, dinâmica, extrovertida, com deficiência visual parcial em uso
de óculos de grau; no pré-escolar, b) Saúde: condição crônica de Síndrome de Apert, com
colostomia definitiva em quadrante inferior esquerdo, decorrente de imperfuração anal,
apresentando prolapso do estoma. Durante a assistência de Enfermagem, utilizou-se bolsa
coletora de uma peça e foram dadas orientações para o autocuidado a sua genitora c)
Ambiente: convive com os pais; a mãe decidiu cursar o técnico de Enfermagem para
dedicação aos cuidados com o menor.
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A assistência foi prestada em âmbito ambulatorial com foco na adaptação e
orientação sobre o estoma e complicação. d) Enfermagem: a primeira estratégia da técnica de
assistência consistiu no diálogo com a genitora, gerando confiança e segurança. Orientada
quanto à limpeza do estoma e área periestomal, além da utilização da bolsa de uma peça
mais flexível. O estoma apresentava-se com exteriorização de 4 cm, sendo reposicionado
manualmente; os efluentes de coloração, aspectos e odor característicos. Com queixas de
baixa aderência da bolsa e trocas frequentes, gerando dermatite irritativa periestomal por
trauma mecânico. O cuidado prestado com a utilização da placa de hidrocolóide protetora
para estomia e o uso de bolsa de uma peça, promoveu melhoria proporcionando uma
melhor fixação. O algoritmo do cuidado foi norteado pelos seguintes eixos: diálogo, cuidado
com a complicação e cuidado com a estomia.
O Metaparadigma da Enfermagem se mostrou eficaz no direcionamento da
descrição do caso. A assistência de Enfermagem prestada à criança com Síndrome de Apert
e estomizada com complicações, permitiu a criação do algoritmo do cuidado que pode ser
adaptado para outros contextos em saúde.
REFERÊNCIAS
1. Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e Teorias na Enfermagem. Rev. esc. Enferm. USP. 2014
2. Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 maio 2016. Seção 1.
3. Cruz GMG, Constantino JRM, Chamone BC, Andrade MMA, Gomes DMBM. Complicações dos estomas
em câncer colorretal: revisão de 21 complicações em 276 estomas realizados em 870 pacientes portadores de
câncer colorretal. Rev. Bras Coloproct. 2008;28 (1): 50-61. Silva MJP. Comunicação tem remédio. São Paulo:
Loyola, 2011.
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EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO NA MELHORIA DA
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM COLOSTOMIA
Gislaine Luciana da Silva Araújo
Lorena Nascimento Carvalho
Laysa da Silva Fidelis
Rennan Michell dos Santos Macedo
Vanessa Bezerra da Costa Viera
Alana Tamar Oliveira de Sousa
A colostomia é realizada devido doenças ou traumas no aparelho intestinal. Nesta
cirurgia ocorre a ligação do cólon à parede abdominal comunicando-o o exterior, com vistas
à eliminação de fezes, utilizando uma bolsa coletora aderida ao abdômen, a fim de proteger
a pele e coletar os dejetos intestinais1. A pessoa, nessa nova condição, necessitará de
conhecimento para compreensão do estoma, habilidade técnica e cuidados físicos e
biológicos, e de atenção voltada à sua adaptação social, cuidado emocional e espiritual2
Objetiva-se investigar como ocorre a educação em saúde para capacitar a pessoa com
colostomia e seus familiares e o modo como essa interfere na qualidade de vida, através de
uma revisão integrativa da literatura, realizada em outubro de 2017, por meio da Biblioteca
Virtual em Saúde, nas bases de dados indexadas na mesma, utilizando-se os descritores
“Educação em saúde”, “Estomia” e “Cuidados de Enfermagem”, cruzados por meio do
operador booleano “AND”.
Para seleção dos estudos foram considerados como critérios de inclusão: artigos na
íntegra, em idioma português e inglês, publicados nos últimos cinco anos e que versassem
sobre a temática em discussão. Foram excluídos aqueles repetidos, livros e manuais. Dentre
os 18 artigos encontrados, três atenderam aos critérios compondo o corpus para análise.
Artigos revelam que 90% dos usuários não recebem ajuda ou apoio de familiares ou
vizinhos nos cuidados relativos à manutenção da colostomia no seu domicílio, enquanto
10% recebem apoio apenas para colar a bolsa na pele. Identificou-se que a mudança após a
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cirurgia provoca insegurança e medo. Com isso, torna-se essencial desenvolver educação
em saúde, gerando autonomia ao estomizado, além de promover a autoestima3.
A equipe de Enfermagem deve monitorar e certificar-se que as informações
repassadas foram captadas e aplicadas durante a troca de bolsa de colostomia em domicílio,
que deve ocorrer, inicialmente, com o acompanhamento direto dos cuidados realizados pelo
estomizado, incluindo a troca da bolsa e irrigação intestinal. A educação também deve
envolver o uso de vídeos, folders e reuniões com associações que congreguem essas pessoas,
para que se fortaleçam e relatem suas vivências. Ademais, deve-se orientar sobre a
legislação, como o Decreto nº 5.296/2004, em que as pessoas com estomia têm os mesmos
direitos de portadoras de deficiência física, a Portaria SAS/MS nº 400 de 16 de novembro de
2009, que trata da Atenção à Saúde das Pessoas estomizadas e possibilita o acesso a bolsas
e outros dispositivos para o cuidado físico, bem como a lei nº 12.738/12, que obriga planos
de saúde a fornecer bolsas coletoras para estomizados.
Infelizmente a educação ao paciente colostomizado é precária, quando ocorre, se
delimita a aplicação da bolsa, e interfere diretamente na sua qualidade de vida. Para que
haja uma assistência adequada, os profissionais e serviços de saúde precisam estar
preparados, estabelecendo um vínculo para assim garantir o acesso à informação sobre a
nova condição e serviços de apoio. Os conhecimentos repassados contribuem para a
autoformação, fortalecendo a autoestima, com possibilidade de novas oportunidades de
enfrentamento diante de suas fragilidades.
REFERÊNCIAS
1. Barros EL; Santos SSC; Gomes GC; Erdmann AL. Gerontotecnologia educativa voltada ao idoso
estomizado à luz da complexidade. Revista Gaúcha de Enfermagem. 2012; 33(2):95-101.
2. Poletto D, Silva DMGV. Living with intestinal stoma: the construction of autonomy for care. Revista
Latino Americana de Enfermagem. 2013; 21(2):1-8.
3. Martins, P.A.F; Alvim, N.A.T. Perspectiva educativa do cuidado de enfermagem sobre a manutenção da
estomia de eliminação. Revista Brasileira de Enfermagem. 2011; 64(2):322-327.
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SEXUALIDADE EM PESSOAS ESTOMIZADAS:
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Izamara dos Santos Nogueira Martins
Edva Duarte Brito
A estomia é uma abertura originada de um procedimento cirúrgico que consiste na
exteriorização dos sistemas digestório, respiratório ou urinário, criando um orifício externo
chamado estoma. São inúmeros os motivos que levam a confecção de uma estomia, e sua
nomeação e finalidade dependerão da região corporal atingida.
Pessoas estomizadas se deparam com a necessidade de superação relacionada não
apenas à própria doença ou trauma de base, como também as alterações na vida pessoal,
familiar e profissional, sendo bastante impactantes as mudanças no contexto da
sexualidade. Mesmo com os avanços no campo da estomaterapia, a sexualidade ainda é algo
pouco abordado pela equipe multiprofissional, seja pelos tabus que o próprio tema
representa, pelo esquecimento desta intervenção ou pela falta de relato dos clientes em
relação ao problema.
Assim, objetiva-se identificar a produção bibliográfica que aborda a sexualidade em
indivíduos com estomias, a partir do olhar da enfermagem, através de uma revisão
sistemática de artigos científicos pertinentes à temática, sendo a busca realizada no mês de
setembro nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e Scientific Electronic Library
Online.
A localização dos artigos foi realizada utilizando os descritores estomia e
sexualidade catalogados no Descritores em Ciência da Saúde, em conjunto com o operador
booleano AND. Foram considerados os artigos que atenderam a questão norteadora: Qual
a produção científica disponível nos meios eletrônicos relacionada à sexualidade de pessoas
estomizadas, a partir do olhar do enfermeiro? Adotaram-se como critérios de inclusão os
artigos que abordassem a temática sob o olhar da enfermagem, disponíveis na íntegra, e na
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língua portuguesa. Foram excluídos os trabalhos não relevantes ao tema, não disponíveis
na íntegra, em outra língua, teses e dissertações.
Conforme os critérios pré-estabelecidos, foram obtidos 20 publicações com uma
inclusão final de 11 artigos, correspondentes aos anos de 2000 a 2017. Desses, um é
descritivo, um quantitativo, oito qualitativos e um estudo metodológico. Com relação aos
locais das pesquisas, seis ocorreram em Serviços Especializado de Estomaterapia, dois em
Grupos de Apoio e três em Ambulatórios; todos foram desenvolvidos no Brasil, sendo três
do Rio Grande do Sul, dois em São Paulo e um, respectivamente, no Piauí, Minas Gerais,
Distrito Federal, Pará, Santa Catarina e Pernambuco. Após a análise do material obtido,
evidenciou-se que os indivíduos com estomias podem encontrar dificuldades em torno da
sua sexualidade, pois a própria cirurgia contribui para isso, podendo causar problemas
físicos, psicológicos e emocionais.
O reconhecimento pelos profissionais de saúde das alterações na vida das pessoas
estomizadas, bem como as repercussões na sexualidade são necessários para melhoria do
atendimento a esta clientela, principalmente na perspectiva da enfermagem. Faz-se
necessária, portanto, a intervenção da equipe multiprofissional para a compreensão da
sexualidade da pessoa estomizada, tal como a formulação de estratégias que visem à
reconstrução da autoimagem e autoestima, permitindo assim a livre expressão de sua
sexualidade.
REFERÊNCIAS
Blanck M, Giannini T. Úlcera e feridas. As feridas têm alma: uma abordagem interdisciplinar do plano de
cuidados e da reconstrução estética. Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética. Rio de Janeiro:
Di Livros; 2014.
Malagutti W, Kakihara CT. Curativos, Estomia e Dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 2 ed. São
Paulo: Martinari; 2011.
Martins VV, Penna LHG, Paula MAB, Pereira CDC, Leite HC. Sexualidade, Estoma e Gênero: Revisão
Integrativa da Literatura [periódicos na Internet].2011 Estima [acesso em 03 novembro 2017];2011 9(1).
Disponível em:
https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/article/view/294
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CUIDADO INTEGRAL AO LACTENTE EM
PÓS-OPERATÓRIO DE ANORRETOPLASTIA
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro
Alexandre Cavalcante Diniz Junior
Erika Acioli Gomes Pimenta
O cuidado com a criança hospitalizada deve ocorrer para que o mesmo seja atendido
em suas necessidades singulares de saúde. Objetiva-se relatar o cuidado integral a um
lactente de oito meses realizada por discentes em campo de estágio, através de um estudo
caso, realizado no período de 26 de abril a 03 de maio de 2017, em um hospital escola da
Paraíba.
Durante o período de assistência, foi possível acompanhar toda a evolução do quadro
clínico e cirúrgico do lactente (laparotomia exploratória e anorretoplastia). Inicialmente,
ambas evoluíam sem alterações e ausente de sinais flogísticos, sendo realizado curativo e
avaliação diária, porém, após sete dias evidenciou-se sinais flogísticos (hiperemia, dor local,
calor). O lactente evoluiu com sinais de complicações sistêmicas (oligúria, palidez e
irritabilidade) e após avaliação da equipe de enfermagem e médica (Clínica e Cirurgia
Pediátrica), foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, sendo
posteriormente reoperado. Após estabilizado o quadro, o lactente retornou a Clínica
Pediátrica, onde permaneceu até a alta hospitalar.
Embora a anorretoplastia seja um procedimento realizado no cotidiano da assistência
pediátrica no referido serviço, sem maiores complicações, o lactente em estudo teve seu
quadro agravado, fato pouco comum. Sendo assim, a assistência realizada pelos discentes e
docentes favoreceu a identificação precoce dos sinais de gravidade, devido à
individualidade do cuidado, propiciando melhoria na assistência à saúde e antecipando a
intervenção frente as complicações do caso.
Sob a perspectiva acima, reconhece-se e defende-se a necessidade da assistência
individualizada e integral ao binômio mãe-filho, minimizando possíveis complicações, uma
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vez que, eventualmente, haverá casos de gravidade mesmo em pós-operatório tardio.
Ademais, enfatiza-se a relevância da contribuição da Universidade com a assistência
cotidiana, tendo em vista que com a presença dos estudantes, o dimensionamento de
pessoal é favorecido, melhorando a qualidade da assistência.
REFERÊNCIAS
1.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de
Doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. 2014.
2.Alves EF, Oliveira JLD, Martins MR. Anomalia anorretal: relato de caso clínico Rev Uningá, 2006; 8: 41-9.
3.Santos ER, Caetano FCC, Castro LG, Salles LR, Rocha MI, Lara RP, Estanislau RP, Rodrigues VFC, Liu PF.
Ânus imperfurado: revisão da literatura. Rev Médica de Minas Gerais. 2012; 22(Supl 5): S71-5.
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PRODUÇÃO CIENTÍFICA RELACIONADA À ESTOMIA EM PEDIATRIA:
UMA ANÁLISE DE PUBLICAÇÕES DA REVISTA ESTIMA
Edva Duarte Brito
Izamara dos Santos Nogueira Martins
As estomias em pediatria decorrem habitualmente de patologias complexas,
exigindo apoio de uma equipe interdisciplinar1. As complicações dos estomas são
frequentes e, muitas vezes, poderiam ser evitadas com simples cuidado e conhecimentos.
Esse conhecimento é oriundo do saber técnico-científico e da vivência prática dos
profissionais de saúde2.
A Revista Estima, criada no ano de 2003 pela Associação Brasileira de Estomaterapia,
é o único periódico especializado em Enfermagem em Estomaterapia da América Latina,
contemplando as três áreas de abrangência da especialidade: estomias, feridas e
incontinências3. Conhecer as produções na área de estomia em pediatria pode auxiliar na
identificação de interesses de profissionais e pesquisadores, como também na percepção de
lacunas nesta área de conhecimento.
Objetiva-se identificar os artigos publicados pela Revista Estima, que abordaram as
estomias em pediatria, através de uma revisão bibliográfica de caráter exploratório, onde
identificou-se os artigos referentes a estomias em pediatria, publicados no período de junho
de 2003 a outubro de 2017, sendo analisadas 57 edições da Revista. Foram pesquisadas todas
as publicações nas 57 edições em meio eletrônico, sendo separadas conforme as seguintes
categorias: estomias, estomias em pediatria e outras.
Considerou-se como critérios de inclusão os artigos originais e de revisão que
abordaram o tema estomia em pediatria, bem como disponíveis na íntegra. Foram excluídos
os trabalhos não relevantes ao tema, não disponíveis na íntegra, teses e dissertações. A busca
criteriosa e detalhada foi efetuada separadamente pelos dois pesquisadores, sendo realizada
ao final, a comparação dos resultados pelos respectivos autores. Os artigos da área de
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estomia em pediatria, foco desta investigação, foram separados e organizados conforme o
ano de publicação, abordagem metodológica, assuntos abordados e quantidade de autores.
Observou-se que das 384 publicações nas 57 edições da revista, 85 eram sobre
estomias. Destas 85 publicações (100%), apenas 14 (16,5%) abordavam o tema em pediatria,
contudo três trabalhos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão,
totalizando uma amostra de 11 artigos (13%). Entre 2013 e 2017 verificou-se o maior número
de publicações (63,6%), mostrando aumento do interesse sobre a temática. Com relação à
abordagem metodológica, 63,6% correspondiam à quantitativa, e 36,4% à qualitativa.
Diversos assuntos foram abordados, sendo mais freqüentes os relacionados às
dificuldades/sobrecargas e sentimentos dos cuidadores (63,6%). Identificou-se que os 11
artigos foram elaborados por 40 autores, gerando uma média 3,63 autores por artigo, o que
permite inferir que as publicações não tiveram uma concentração de grande número de
autores por artigo.
Apesar da Revista Estima ser o mais conhecido periódico especializado em
publicações de exemplares sobre estomaterapia, esse estudo demonstra uma baixa
incidência de artigos referentes à estomias em pediatria. Diante do exposto, torna-se
fundamental a produção de novos conhecimentos na área sobre o supracitado tema, seja
nos cursos de graduação em enfermagem e pós-graduação em estomaterapia, bem como em
conjunto com profissionais especialistas ou não que atuam nesta área, a fim de fortalecer e
ampliar esse campo da especialidade.
REFERÊNCIAS
1. Rosado SR , Dázio EMR, Siepierski CT, Filipini CB, Fava SMCL. O Cuidado de Enfermagem e as Lacunas na
Assistência à Criança com Estomia: uma Revisão Integrativa [periódicos na Internet]. Rev Estima. 2015;
13(2). [acesso em 03 novembro 2017]; Disponível em:
https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/article/view/230.
2. Malagutti W, Kakihara CT. Curativos, Estomias e Dermatologia: uma abordagem multiprofissional. 2.
ed. São Paulo: Martinari; 2011.
3. Revista da Associação Brasileira de Estomoterapia: estomias, feridas e incontinências [homepage na
internet]. Rev Estima [acesso em 03 nov 2017]. Disponível em:
https://www.revistaestima.com.br/index.php/estima/index.
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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NOS
CUIDADOS COM A COLOSTOMIA EM PÓS-OPERATÓRIO DE
RECONSTRUÇÃO ANORRETAL
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro
Erika Acioli Gomes Pimenta
A colostomia é um procedimento realizado imediatamente após o nascimento de
uma criança com imperfuração anorretal. Após sua realização e estabilização do quadro, a
criança recebe a alta hospitalar. A partir de então, a família assume a responsabilidade por
um cuidado diferenciado, essencial para a manutenção da vida da criança.
O estudo relata a experiência da assistência de alunos de Enfermagem e Fisioterapia
às crianças colostomizadas em processo de anorretoplastia que fazem parte de um projeto
de extensão, no intuito de preparar as famílias para a alta hospitalar do paciente, bem como,
auxiliá-los para o segmento domiciliar. Assim, objetiva-se relatar a experiência de discentes
de enfermagem e fisioterapia sobre o binômio mãe/criança durante o período de internação
de crianças em processo de reconstrução anorretal em uso de bolsa de colostomia,
considerando a experiência da assistência prestada em campo de estágio de um projeto de
extensão em um hospital escola na Paraíba.
De acordo com últimos dados de admissão na Clínica Pediátrica, houve o aumento
da incidência de crianças que nasceram com alguma malformação congênita, entre elas a
imperfuração anorretal, o que vem ocasionando a necessidade de internação intermitente e
procedimentos invasivos e cirúrgicos até a resolução do problema. Com isso, foi possível
identificar a pluralidade dos casos e, consequentemente, as dificuldades encontradas pelas
mães em manusear a bolsa e o estoma, seja pela insegurança do manuseio ou pela
comodidade de usar outras opções (fraldas).
Tais dificuldades favorecem o aumento do risco de infecção nas algumas crianças,
complicando o quadro das mesmas, na maioria das vezes, devido à exposição da pele e dos
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locais das feridas às fezes (quando não há uso da bolsa de colostomia) e pela
limpeza/esvaziamento ineficaz.
Baseado nos dados, as ações adotadas favoreceram a assistência, já que o cuidado foi
direcionado a essa realidade. As mães foram orientas sobre a importância do uso da bolsa
de colostomia e da adequada higiene local, além do esvaziamento eficaz. Além disso,
esclareceram-se dúvidas relacionadas ao processo de reabilitação das funções excretórias,
orientação para as dificuldades na instrumentalização do cuidado.
As informações foram realizadas numa linguagem simples, de acordo com o nível
cultural das genitoras, de forma que garantisse melhor compreensão, propiciando, dessa
forma, melhoria na assistência à saúde.
REFERÊNCIAS
1.Pimenta, EAG. Crianças com necessidades especiais de saúde: famílias que cuidam no domicílio [Tese de
Doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco. 2014.
2.Barreire SG, Oliveira OA, Kazama W, Kimura M, Santos VLCG. Qualidade de vida de crianças ostomizadas
na ótica das crianças e das mães. Jornal Pediatria, 2003; 79(1):55-62.
3.Rocha, JJR. Estomas intestinais (ileostomias e colostomias) e anastomoses intestinais. Rev FMRP. 2011; 44(1):
51-6.
4.Barreto LCL, Cardoso MHCA, Villar MAM, Gilbert ACB. Percepções dos profissionais de uma unidade de
internação pediátrica sobre a alta de crianças ostomizadas. Rev Gaúcha Enfermagem. 2008; 29(3): 438-45.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
À LACTENTE EM USO DE COLOSTOMIA
Alexandre Cavalcante Diniz Júnior
Andrezza Rayana da Costa Alves Delmiro
Erika Acioli Gomes Pimenta
Relato de experiência da assistência de alunos de enfermagem a um lactente
colostomizado em pós-operatório tardio (POT) de anorretoplastia. Sobre a colostomia, é um
estoma intestinal, comunicação artificial em que parte do intestino grosso é exteriorizado no
abdome, cujo objetivo é eliminação do efluente fecal. O paciente em questão, utilizava a
colostomia desde o nascimento sem intercorrências, devido à imperfuração anal.
A assistência de enfermagem considerou o binômio mãe/criança durante o período
de internação do lactente de oito meses em processo de reconstrução anorretal. O referido
relato de experiência, expressa a assistência prestada em campo de estágio da disciplina de
Enfermagem na Atenção à Saúde da Criança II em um hospital escola na Paraíba.
Foi priorizado a manutenção do bem-estar do lactente, avaliando e realizando a
limpeza da bolsa de colostomia e do estoma, sempre explicando e ressaltando à mãe a
importância de seu uso, bem como acerca da manutenção da higiene do dispositivo e da
pele periestomal. No período de oito dias de assistência, percebeu-se a mudança das
eliminações de acordo com o estado geral de saúde do lactente. No início, as eliminações
intestinais apresentavam aspecto líquido e coloração característica. Com a complicação do
quadro do lactente, foi possível perceber mudança na coloração, passando a ser de um tom
esverdeado, bem como a presença de sinais flogísticos (dor, edema e hiperemia da ferida
operatória) e oligúria, palidez, devido à laparotimia, o que culminou com a realização de
outra cirurgia.
Percebeu-se durante todo o processo, a importância da observação das características
da estomia e das eliminações como parâmetro patológico durante o pós-operatório do
lactente. As alterações nas eliminações foram sinais de alerta do quadro geral, de forma a
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nortear as intervenções necessárias, facilitando a resolução de problemas que surgiram até
o momento da alta, sem mais intercorrências.
O conhecimento sobre o funcionamento do estoma intestinal, assim como sua
importância são aspectos importantíssimos no entorno do binômio mãe-filho, uma vez que
o envolvimento da mãe no processo de cuidar é fundamental para o processo de
reconstrução e restauração das funções de eliminação dos efluentes fecais.
REFERÊNCIAS
1.Barreire SG, Oliveira OA, Kazama W, Kimura M, Santos VLCG. Qualidade de vida de crianças ostomizadas
na ótica das crianças e das mães. Jornal Pediatria, 2003; 79(1):55-62.
2.Rocha, JJR. Estomas intestinais (ileostomias e colostomias) e anastomoses intestinais. Rev FMRP. 2011; 44(1):
51-6.
3.Barreto LCL, Cardoso MHCA, Villar MAM, Gilbert ACB. Percepções dos profissionais de uma unidade de
internação pediátrica sobre a alta de crianças ostomizadas. Rev Gaúcha Enfermagem. 2008; 29(3): 438-45.
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