14
FEC - MADALENA DATA: 14/10/12 TRABALHO: ISLAMISMO O QUE É O ISLAMISMO? Islamismo, Islão ou Islã é uma religião abraâmica monoteísta articulada pelo Corão, um texto considerado por seus seguidores como a palavra literal de Deus (em árabe: Allãh), e pelos ensinamentos e exemplos normativos (a chamada suna, parte do hadith) de Maomé, considerado pelos fiéis como o último profeta de Deus. Um adepto do islamismo é chamado de muçulmano. A palavra árabe Islam significa “submissão a Deus”. Os seguidores dessa religião são chamados de maometanos (seguidores de Maomé) ou muçulmanos (palavra francesa que vem do árabe muslim e que significa “aquele que se entrega de corpo e alma a Deus”). COMO FOI FUNDADO? Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais. Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica. Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte. HISTÓRICO 1

Islamismo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Islamismo

FEC - MADALENADATA: 14/10/12TRABALHO: ISLAMISMO

O QUE É O ISLAMISMO?

Islamismo, Islão ou Islã é uma religião abraâmica monoteísta articulada pelo Corão, um texto considerado por seus seguidores como a palavra literal de Deus (em árabe: Allãh), e pelos ensinamentos e exemplos normativos (a chamada suna, parte do hadith) de Maomé, considerado pelos fiéis como o último profeta de Deus. Um adepto do islamismo é chamado de muçulmano.

A palavra árabe Islam significa “submissão a Deus”. Os seguidores dessa religião são chamados de maometanos (seguidores de Maomé) ou muçulmanos (palavra francesa que vem do árabe muslim e que significa “aquele que se entrega de corpo e alma a Deus”).

COMO FOI FUNDADO?

Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais.Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.

HISTÓRICO

O fundador do islamismo, segundo a onomástica árabe, chamava-se bulgasim Mohammad Ibn Abdullah Ibn Abd Al-Muttalib Ibn Hãshim.

O nome Maomé vem de Mohammad e significa “altamente louvado”. Nasceu em Meca, na atual Arábia Saudita, provavelmente no ano 570 a.D., e foi filho de um pobre mercador da tribo Quaraych. Seus pais morreram pouco depois do seu nascimento, tendo sido educado por seu avô e, mais tarde, por seu tio. Foi em sua juventude, pastor e guia de caravanas de comerciantes.

Maomé casou-se com Khádidja – uma rica viúva bem mais velha que ele – quando tinha 25 anos. Estabeleceu-se em Meca e tornou-se um próspero mercador, iniciando uma vida contemplativa. Quinze anos depois, na caverna do monte Hira, ao norte de Meca, Maomé

1

Page 2: Islamismo

declarou ter recebido uma revelação de Alá, na qual teria sido ordenado que pregasse uma nova religião em todo o mundo.

Afirmou ainda ter recebido muitas outras revelações e visões de anjos e arcanjos. Em Hira, por exemplo, apregoou a aparição do anjo Gabriel, que lhe teria dado um manuscrito para ler, e anunciado sua “eleição” como profeta enviado de Deus aos homens. Conta-se também que, certa vez no deserto uma eremita cristã lhe teria revelado sua “missão” de profeta, identificando-o por uma mancha branca nas costas tomada por marca identificadora.

Segundo crêem, Maomé passou a ouvir vozes que o mandavam pregar ou lhe transmitiam certos ensinamentos, registrados mais tarde no Alcorão.

Convencido de sua “chamada”. Maomé passou a pregar sua doutrina.

Os árabes – possíveis descendentes de Abraão através de Ismael, filho de Agar – consideram-no o único profeta de Deus e julgam ser o islamismo o cumprimento da promessa de Deus em Gênesis 17:20:

“Quanto a Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fecundo e o multiplicarei extraordinariamente; gerará doze príncipes, e dele farei uma grande nação.”

Maomé conseguiu alguns discípulos em Medina (colônia judaica), cujo significado do nome em aramaico é “a cidade”.

Dos seus discípulos (califas), o mais fiel era Abu Bakr, companheiro de todas as horas. Depois de uma conspiração dos coraixitas. Maomé fugiu em direção a Medina para não ser morto, chegando lá em 22 de setembro de 622, data que marca a Hégira (emigração ou separação) e o início do calendário muçulmano. Em Medina foi fundada oficialmente a sua religião.

Maomé, chefiando os muçulmanos, partiu para invadir Meca em 628, supostamente, em obediência a uma ordem de Alá. Conquistou a cidade e, depois de um acordo com os coraixitas, destruiu todos os ídolos da Caaba (não confundir com Cabala) e anunciou o advento de uma era de paz e prosperidade geral. Decorridos aproximadamente dois anos, os vultos de maior projeção em Meca já tinham aderido ao islã.

Depois da sua morte, em 8 de junho de 632, seu fiel discípulo Abu Bakr se empenhou na islamização das tribos e empreendeu expedições para a conquista da Síria e da Pérsia. Abu Bakr foi morto em 634 e teve por sucessor Umar, que governou por um período de dez anos, durante o qual estendeu os domínios do Estado islâmico até a Índia, vencendo as forças de Bizâncio para tomar a Síria, a Palestina, o Egito e outros territórios pertencentes ao império persa.

Umar foi assassinado em 644, e Otman o substituiu à frente do já então império muçulmano. Otman se dedicou a redigir a versão definitiva do Alcorão.

Governou até 655 e foi morto por Ali, cunhado de Maomé, que seria o quarto dos califas eleitos. Depois dele, a chefia dos muçulmanos passou a ser hereditária

2

Page 3: Islamismo

EM QUE ACREDITAM?

Os muçulmanos acreditam que Deus é único e incomparável e o propósito da existência é adorá-lo. Eles também acreditam que o islã é a versão completa e universal de uma fé primordial que foi revelada em muitas épocas e lugares anteriores, incluindo por meio de Abraão, Moisés e Jesus, que eles consideram profetas. Os seguidores do islã afirmam que as mensagens e revelações anteriores foram parcialmente alteradas ou corrompidas ao longo do tempo, mas consideram o Alcorão como uma versão inalterada da revelação final da Deus. Os conceitos e as práticas religiosas incluem os cinco pilares do islã, que são conceitos e atos básicos e obrigatórios de culto, e a prática da lei islâmica, que atinge praticamente todos os aspectos da vida e da sociedade, fornecendo orientação sobre temas variados, como sistema bancário e bem-estar, à guerra e ao meio ambiente.

O IMAM

É o chefe espiritual, o guia ou Sheik no contexto islâmico. O Imam é o sacerdote que tem a incumbência de dirigir as atividades superiores de uma Mesquita.

São prelados doutrinados nos divinos e refinados ensinamentos islâmicos. Possuidores de uma memória re-tentativa e privilegiada, altamente capacitada para memorizar os textos alcorânticos e a tradição - Hadith - oral do sagrado Profeta Mohamad - com ele a oração e a paz.

Assim sendo, o Imam tem por dever de dissipar as divergências que surgem no meio da comunidade. Além de harmonizar as pessoas em conflito para superarem as discrepâncias.

Seus estudos são, na maioria das vezes, realizados na Universidade de Al-Azhar, no Egito, as mais antigas do mundo, nas Universidades da Liga Islâmica Mundial na Arábia Saudita ou nas Universidades de outras capitais do mundo muçulmano.

O Imam é um homem que pode possuir família, pois o islamismo não admite em hipótese alguma o celibato.

Sua função primordial nas Mesquitas é liderar os fiéis nas orações. No entanto, antes das orações profere um sermão no qual glorifica a Deus o Magnificente, enaltece a missão profética de Mohamad - com ele a oração e a paz -, suplica a misericórdia de Deus para sua família, para seus seguidores e para seus nobres companheiros.

O Imam tem também sob sua responsabilidade a incumbência de realizar os casamentos entre os noivos muçulmanos, segundo os mandamentos e normas estabelecidas no contexto islâmico.

O serviço fúnebre é também de sua alçada, este serviço consiste em lavar o corpo do falecido, de perfumá-lo e de envolvê-lo com mortalha. E praticar as orações fúnebres e acompanhar o sepultamento até seu último ato.

3

Page 4: Islamismo

O ALCORÃO

O Alcorão está estruturado em 114 capítulos chamados suras. Cada sura está por sua vez subdividida em versículos chamados ayat. Os capítulos possuem tamanho desigual (o menor possui apenas três versículos e os mais longos 286 versículos) e a sua disposição não reflete a ordem da revelação. Considera-se que 92 capítulos foram revelados em Meca e 22 em Medina. As suras são identificadas por um nome, que é em geral uma palavra distintiva surgida no começo do capítulo ("A Vaca", "A Abelha", "O Figo").

Uma vez que os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último de uma longa linha de profetas, eles tomam a sua mensagem como um depósito sagrado e tomam muito cuidado com ela, assegurando que a mensagem tenha sido recolhida e transmitida de uma maneira a não trair esse legado. Essa é a principal razão pela qual as traduções do Alcorão para as línguas vernáculas são desencorajadas, preferindo-se ler e recitar o Alcorão em árabe. Muitos muçulmanos memorizam uma porção do Alcorão na sua língua original e aqueles que memorizaram o Alcorão por inteiro são conhecidos como hafiz (literalmente "guardião").

A mensagem principal do Alcorão é a da existência de um único Deus, que deve ser adorado. Contêm também exortações éticas e morais, histórias relacionadas com os profetas anteriores a Muhammad (que foram rejeitados pelos povos aos quais foram enviados), avisos sobre a chegada do dia do Juízo Final, bem como regras relacionadas com aspectos da vida diária, como o casamento e o divórcio.

Além do Alcorão, as crenças e práticas do Islão baseiam-se na literatura hadith, que para os muçulmanos clarifica e explica os ensinamentos do profeta.

AUTORIDADE RELIGIOSA

Não há uma autoridade oficial que decide se uma pessoa é aceita ou excluída da comunidade de crentes. O Islão é aberto a todos, independentemente de raça, idade, gênero ou crenças prévias. É suficiente acreditar na doutrina central do islamismo, ato formalizado pela recitação da chahada, o enunciado de crença do Islão, sem o qual uma pessoa não pode ser considerada um muçulmano.

Embora não exista no islamismo uma estrutura clerical semelhante à existente nas denominações cristãs, existe contudo um grupo de pessoas reconhecidas pelo seu conhecimento da religião e da lei islâmica, denominadas ulemás. Os homens que se destacam pelo seu grande conhecimento da lei islâmica podem receber o título de mufti, sendo responsáveis pela emissão de pareceres sobre determinada questão da lei islâmica; em teoria esses pareceres (fatwas), só devem ser seguidos pela pessoa que o solicitou.

PRECEITOS RELIGIOSOS

A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:

4

Page 5: Islamismo

Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta; Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os

necessitados; Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida,

desde que para isso possua recursos; Realização diária das orações; Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a

reflexão.

A PROFISSÃO DE FÉ ( CHAHADA )

A profissão de fé consiste numa frase - que deve ser dita com a máxima sinceridade - através da

qual cada muçulmano atesta que "não há outro deus senão Deus, e Maomé é seu servo e

mensageiro". No entanto, os muçulmanos xiitas têm por costume acrescentar "e Ali ibn Abi

Talib é amigo de Deus". Essa frase também é dita quando se chama à oração (adhan).

De acordo com a maioria das escolas islâmicas, para se converter ao Islão é necessário

proclamar três vezes a chahada ("testemunho") perante duas testemunhas: "Achadu ala

ilaha ila Allah. Achadu ana Mohammad Rassululah" ("Testemunho que não há outra

divindade senão Deus. Testemunho que Maomé é seu profeta mensageiro").

O SALAT (A ORAÇÃO)

A oração no Islão (conhecida como Salá) é composta por cinco partes, todas espalhadas durante o dia e a noite, iniciando pela alvorada até à noite. Considerada o ponto mais próximo que se pode chegar de Deus. No Islão, não há obrigatoriamente hierarquia entre os adeptos, porém a comunidade, conhecida como ummah, escolhe uma pessoa com conhecimento suficiente para dirigir a adoração.

Durante essas orações, são recitadas suratas do Alcorão, geralmente ditas em árabe, conduzidas pelo escolhido entre a comunidade. Não existe restrição para que o crente reze fora da mesquita, tampouco isso é uma desbonificação de sua oração, que pode ser feita em qualquer lugar, desde que tenha feito antes sua puruficação.

A purificação é realizada através da higiene especifica e detalhada, que consiste basicamente em lavar as mãos, os antebraços, a boca, as narinas, a face; em passar água pelas orelhas, pela nuca, pelo cabelo e pelos pés.

Se um muçulmano se encontrar numa área sem água ou numa área onde o uso da água não é aconselhável (porque poderia causar uma doença), pode substituir as abluções pelo uso simbólico de areia ou terra (tayammum). A oração abre-se com a orientação do crente na direção de Meca (qibla).

LOCAIS SAGRADOS

5

Page 6: Islamismo

Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.

A Caaba ("O Cubo"), um edifício situado dentro da mesquita principal de Meca (Al Masjid Al-Haram), na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do Islão. De acordo com o Alcorão, ela foi construída por Abraão(Ibrahim) para que todas as pessoas fossem ali celebrar os ritos da Hajj. No tempo do profeta Maomé, o monoteísmo instituído por Abraão tinha sido corrompido pelo politeísmo e pela idolatria. Segundo o islamismo, Maomé não procurou fundar uma nova religião, mas antes restabelecer o culto monoteísta que existia no passado. Uma vez que o Islão se identifica com a tradição religiosa do patriarca Abraão, é por isso classificado como uma religião abraâmica. O islamismo não nega diretamente o judaísmo e o cristianismo, pelo contrário, considera uma versão antiga e perdida dessas religiões monoteístas como parte da sua herança; as suas versões atuais teriam sido alteradas, o próprio Islão considerando-se uma restauração da verdade divina.

O segundo local sagrado do islamismo é Medina , cidade para a qual Maomé e os primeiros muçulmanos fugiram (num movimento conhecido como Hégira), e onde se encontra o seu túmulo.

A cidade de Jerusalém é o terceiro local sagrado do Islão . Este estatuto advém da sua associação aos profetas anteriores a Maomé e sobretudo pelo fato de os muçulmanos acreditarem que o profeta teria viajado para esse local durante a noite, cavalgando um ser denominado Buraq, numa viagem conhecida como Isra. Uma vez em Jerusalém, ele teria ascendido ao céu (Mi’raj), onde dialogou com Deus e outros profetas, entre os quais Moisés. No local de Jerusalém onde se acredita que Maomé subiu ao céu, foi construída a Cúpula da Rocha, em cerca de 690, sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão dos judeus.

Os muçulmanos xiitas consideram ainda como sagradas as cidades de Karbala e Najaf, ambas no Iraque. Na primeira, ocorreu o martírio de Hussein (filho de Ali e neto de Maomé) e dos seus companheiros, quando este contestava o califado omíada. No Irão, devem também ser salientadas duas cidades sagradas para os xiitas, Mashhad e Qom.

A PEREGRINAÇÃO ( HAJJ )

Esse pilar consiste na peregrinação a Meca, obrigatória pelo menos uma vez na vida para todos os que gozem de saúde e disponham de meios financeiros. Ocorre durante o décimo segundo mês do calendário islâmico.

Os muçulmanos vestem-se com um traje especial todo branco, antes de chegar a Meca, para que todos estejam igualmente vestidos e não haja distinção de classes. Durante toda a peregrinação, não se preocupam com o seu aspecto físico. Depois de praticarem sete voltas em torno da Kaaba, os peregrinos correm entre as duas colinas de Safa e Marwa. Na última parte do Hajj, os muçulmanos devem passar

6

Page 7: Islamismo

uma tarde na planície de Arafat, onde Maomé disse o seu "Último Sermão". Os rituais chegam ao fim com o sacrifício de carneiros e bodes.

DIVISÕES DO ISLAMISMO – sunitas 85% e xiitas 15%

Antes do aparecimento de Maomé, os árabes viviam em tribos. Eram politeístas e não tinham governo centralizado. Maomé, através da religião, controlou toda a Arábia e, à medida que dominava os povos pela guerra, impunha-lhes também a religião muçulmana. Surgiu então o império árabe politicamente falando.

Após a morte de Maomé, os quatro primeiros califas (sucessores de Maomé) expandiram o Islã.

A máxima expansão dos árabes, no século XI, já não correspondeu a um império unido, pois governavam califados independentes. Atualmente, entre as principais áreas de influência do islamismo estão o Oriente Médio, o Norte da África, a Ásia Ocidental e numerosas comunidades na Indonésia, Malásia e Filipinas. Essa influência aumenta ainda rapidamente nos países africanos do Sul do Saara.

Quando Otman faleceu, ocorreu uma disputa em torno de quem deveria ser o novo califa. Para alguns essa honra deveria recair sobre Ali, primo de Maomé, que era também casado com a sua filha Fátima. Para outros, o califa deveria ser o primo de Otman, Muawiyah. Quando Ali é eleito califa em 656, Muawiyah contesta a sua eleição, o que origina uma guerra civil entre os partidários das duas facções. Ali acabaria por ser assassinado em 661 e Muawiyah conquista o poder para si e para a sua família, fundando a dinastia dos Omíadas. Contudo, o conflito entre os dois campos continua e, em 680, Hussein, filho de Ali, é massacrado pelas tropas de Yazid, filho de Muawiyah.

Essas lutas estão na origem dos dois principais ramos em que atualmente se divide o Islão. Os partidários de Ali (shiat ali, ou seja, xiitas) acreditam que os três primeiros califas foram usurpadores que retiraram a Ali o seu direito legítimo à liderança. Essa crença é justificada em hadiths interpretados como reveladores de que, quando Maomé se encontrava ausente, ele nomeava Ali como líder momentâneo da comunidade.

É a segunda maior religião do mundo, com mais de meio bilhão de adeptos.

Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.

A MULHER

Uma mulher pode ser identificada claramente como muçulmana se ela usa o "chador" (um lenço). Um homem não pode ser identificado facilmente, pois não há nenhum objeto especial que pode ser reconhecido tão fácil quanto o chador. O lenço pode ser de

7

Page 8: Islamismo

cores diferentes, geralmente preto para o mais religioso, alguns com flores ou ornamentos e também simplesmente brancos. Algumas regras:

Só podem estudar junto aos meninos até os 12 anos. Depois vão para escolas somente para meninas.

Circuncisão feminina é praticada em muitos países Islâmicos, por exemplo, Egito, Sudão, Iraque e Somália.

O Alcorão diz que o testemunho de uma mulher não vale tanto quanto o de um homem

O homem pode se casar com até quatro mulheres livres ao mesmo tempo, e pode divorciar-se de uma delas e casar-se com uma quinta, desde que não mantenha mais do que quatro esposas ao mesmo tempo.

Na mesquita, oram em lugar apropriado, separadas dos homens.

MISTICISMO - SUFISMO

Sufis da ordem Melevi, mais conhecidos no Ocidente como dervixes rodopiantes.

Às vezes visto pelos fieis muçulmanos comuns como um ramo separado do Islão, o sufismo é antes uma forma de mística que pretende alcançar um contacto direto com Deus através de uma série de práticas que geralmente incluem o ascetismo, a meditação, os jejuns, cantos e danças.

ASCETA:

1. Pessoa que se entrega a práticas espirituais, levando vida contemplativa com mortificação dos sentidos.2. Pessoa de sã moral e vida irrepreensível.

ISLÃ NO BRASIL

O Islã no Brasil conta com 27.239 seguidores, segundo dados do censo demográfico de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, algumas instituições islâmicas brasileiras consideram que o número de seguidores é muito superior a isso. A Federação Islâmica Brasileira defende que há cerca de 1,5 milhão de fiéis do Islã no país e estima que 50 mesquitas e mais de 80 centros islâmicos estão espalhados pelo Brasil. No censo anterior, de 1991, o IBGE não tratou o islamismo de maneira isolada, estando os muçulmanos incluídos na categoria de "outras religiões", um grupo que englobou quase 51.000 brasileiros. Mais recentemente, o número de brasileiros convertidos ao islã cresceu 25% entre 2001 e 2011. A maior parte dos muçulmanos brasileiros vivem nos estados de São Paulo e Paraná, mas também existem comunidades significativas em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Grande parte desses muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que fixaram residência no país durante a Primeira Guerra Mundial na iminência da dissolução do Império Otomano. O Brasil também recebeu uma quantidade significativa de refugiados dos conflitos entre israelenses e palestinos, da Guerra do Líbano de 1982 e dos recentes conflitos no Iraque.

8

Page 9: Islamismo

O ISLÃO NO MUNDO

O Islão reúne hoje entre 1,5 a 1,8 bilhão de crentes. Apenas 18% dos muçulmanos vivem no mundo árabe, um quinto encontra-se espalhado pela África subsariana, cerca de 30% vivem no Paquistão, Índia e Bangladesh, e a maior comunidade nacional encontra-se na Indonésia. Há significantes populações islâmicas na China, Ásia Central e Rússia.

A Áustria foi o primeiro país europeu a reconhecer o Islão como uma religião oficial (1912), enquanto que a França tem atualmente a população mais elevada de muçulmanos da Europa Ocidental (entre 5 a 10%).

CALENDÁRIO ISLÂMICO

O (também denominado calendário hegírico em função da sua origem remontar à Hégira ou migração dos primeiros muçulmanos de Meca para Medina em 622 d.C.) segue o ano lunar, que é cerca de onze dias mais curto que o solar. Consequentemente, as comemorações muçulmanas acabam por circular por todas as estações de ano.

As duas comemorações do Islão são o Eid ul-Fitr, que celebra o fim do jejum do Ramadão, e o Eid ul-Adha, que marca o fim da peregrinação a Meca (Hajj).

Outras comemorações populares incluem o Mawlid, que celebra o aniversário de Maomé (12 do mês de Rabi al-Awwal), A Noite da Ascensão (Laylat al-Micraj, no dia 27 de Rajab), quando se recorda o dia em que Maomé subiu ao céu para dialogar com Deus, e A Noite do Poder (Laylat al-Qadr, na noite do 26 para 27 do mês do Ramadão), que marca o aniversário da primeira revelação do Alcorão e durante a qual muitos muçulmanos acreditam que Deus decide o que acontecerá durante o ano.

FUNDAMENTALISMO:

Correntes radicais do islamismo frequentemente são acusadas de atos terroristas, como os atentados às Torres Gêmeas, protagnonizados nos ataques de 11 de setembro de 2001 pela Al Qaeda. E a defesa intolerante da extinção do Estado de Israel defendida pelos grupos terroristas Hamas e Fatah. Em sua carta de fundação, por exemplo, o Hamas é claro na defesa da destruição do Estado Sionista, sendo apoiado pela maioria do povo palestino.

Fundamentalistas também defendem a submissão da mulher, a perseguição a cristãos e o assassinato de dissidentes em países islâmicos. Estima-se que aproximadamente quatro milhões de cristãos libaneses emigraram de seu país em conseqüência das pressões impostas pelos muçulmanos.

A condição de vida das mulheres também é precária em países fundamentalistas islâmicos, como a Arábia Saudita: "Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos […]"Assim sendo, violências físicas e tratamentos desumanos, como o apedrejamento, são constantes entre os países

9

Page 10: Islamismo

fundamentalistas: "Segundo a lei islâmica denominada Sharia (Shari'ah ou Charia), uma mulher considerada adúltera deve ser enterrada até o pescoço (ou as axilas) e apedrejada até a morte […]".

A intolerância a críticas também é alvo constante de respostas por parte da imprensa às vertentes radicais do Islã. Recentemente, cartunistas dinamarqueses foram ameaçados de morte por publicarem charges consideradas insultosas para alguns muçulmanos, algo comum no Ocidente e sua contraparte cristã. O Papa também foi ameaçado de morte por considerar o Islã uma religião violenta

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De uma ou outra forma, o islamismo crê na doutrina do judaísmo, do qual uma vez ou outra tira ingrediente para misturar com doutrinas de outras religiões.

Disse Maomé:

“Eu acredito em Deus; em seus anjos; livros e mensageiros; no último dia; na ressurreição dos mortos; na predestinação por Deus; no bem e no mal; no julgamento; na justiça; no paraíso e no fogo do inferno.”

Para os muçulmanos de hoje, Maomé permanece como modelo de ser humano. Sua autoridade como mensageiro da verdade e líder da luta pela justiça continua sendo suprema. No entanto, para aqueles que acreditam nos ensinamentos do Novo Testamento, Maomé é um falso profeta. À medida que foi dominando as nações e aumentando seu próprio poderio, as suas “revelações” de Deus mudaram de estilo e começaram a responder diretamente às questões de política local e beduína, tornando-se, por isso, muitas vezes obscuras para nós.

Seus ensinamentos se chocam, muitas vezes, com os ensinamentos de Jesus que, dentre outras coisas, afirmou que o seu reino não é desse mundo.

10