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israel-macedo
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portifolio 2014 2015
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israel macedo artista visual
2014-2015
excipienteÉ fato que soropositivos sofrem preconceito, que há estigmas e julgamentos associados a estas pessoas. Porém, um soropositivo responsável e aderente ao tratamento com os antirretrovirais não demonstra perigo algum para a proliferação da infecção.
Estudos mostram que o tratamento antirretroviral é efetivo e elimina o vírus da corrente sanguínea destes pacientes de forma a ter a contagem viral no seu sangue indetectável. Portanto, das únicas diferenças de um soropositivo em tratamento para um soronegativo, é que seu corpo foi marcado por uma resposta imunológica, tornando-o positivo para o teste. Esta resposta imunológica nunca será apagada. Ou seja, um soropositivo sempre será soropositivo e isto independe de sua carga viral. Há uma marca eterna em suas vidas. Porém, seu sangue é livre de vírus.
Em “Excipiente”, trabalho com o que mais intimida os soronegativos, o sangue de um soropositivo, que toma a partir de minha proposta os atributos do substantivo que denomina o trabalho - Exci-pientes são as substâncias que existem nos medicamentos e que completam a massa ou volume especiIicado. Um excipiente é uma sustância farmacologicamente inativa usada como veículo para o princípio ativo. Na formulação, pode atuar como aglutinante, desintegrante, ligante, lubriIi-cante, tensoativo, solubilizante, suspensor, espessante, diluente, emulsiIicante, estabilizante, conser-vante, corante, Ilavorizante. Trato então o sangue como excipiente em seu aspecto neutro e solubi-lizante que completa a massa e o volume do antirretroviral. O que de forma abstrata acontece no organismo, os princípios ativos do medicamento se solubilizam na corrente sanguínea, fazendo com que a medicação percorra todo o corpo, através desta outra massa e volume adquirido, que após o período necessário para a descontaminação não carrega mais nenhum vírus.
O dia, 2015 (trabalho em processo)
Relatos de soropositivos sobre o dia de descoberta da infecção pelo vírus HIV, impressos com amistura de pigmento preto e sangue em nível de carga viral indetectável sobre papel, dispostos em displays de acrílico.16x10 cm cada Tiragem ilimitada
Excipiente, 2015
Marcas de carimbo feitas com sangue de soropositivo em nível indetectável de vírus sobre papel, marcadas uma por dia durante um mês, partindo da data de aniversário do inicio de tratamento
com antirretrovirais do doador do sangue.
187 x 220 cm
colateral
Cartografia de boas vindas, 2015
Impressão sobre canvas e relatos de casos de barreiras imigratórias contra portadores de HIV impressas sobre papel.
110 x 270 cm
Colateral, 2014
Textos científicos de medicamentos de tratamento de infecção por HIV e depoimentos de usuários soropositivos aderentes aos remédios com relatos sobre “efeitos colaterais” impressos em papel layout para bulas 68 g/m².
110 x 270 cm
Vá esquiar onde há neve, 2014
58 Caixas de medicamentos do tratamento de infecção por HIV recriadas em papel couchê com frases de diversos artigos sobre a indústria farmacêutica e testes clínicos, 1 caixa real do medica-mento Fuzeon e armário hospitalar tipo vitrine.
65x52x34 cm
cromática e simbolos
Prevenção, Sedução, Perversão, 2015
Neon.
70 x 270 cm
Uma droga, saudada como um sal-va-vidas para infectados pelo HIV em alguns grupos de risco, está no centro de um debate rancoroso entre ho-mens gays, ativistas da Aids e profis-sionais de saúde. A famosa pílula azul teria potencial para dispensar o uso de preservativos em relacionamentos homossexuais.
Muitos médicos e ativistas veempotencial imenso para o uso preven-tivo do Truvada e tentam mostrá-lo como crucial para a redução de no-vas infecções pelo HIV - no Brasil, ocor-rem 35 mil casos por ano. A propagan-da vai de fóruns na internet a festas em clubes noturnos que contam com a adesão de drag queens.
Apesar da evidência crescente da efi-cácia do Truvada, há quem acredite que essa campanha é imprudente, levando os usuários de preservativos a abandonarem essa proteção e ex-pondo-os a uma série de outras infec-ções sexualmente transmissíveis além do HIV.
Um por dia (Antirretrovirais), 2015
Calendários de bolso e displays de acrílico
43 x 183 cmTiragem ilimitada
Ao desenvolver o projeto que antecede a produção física deste trabalho me deparei com questões que se tornaram importantes: levar as relações das cores e simbolos presentes nas medicações antirretrovirais para pessoas que não vivem o uso destes remédios.Transpor através dos meus trabalhos a relação tem-poral de quem vive o uso dos medicamentos diaria-mente e por tempo indeterminado. Sejam as relações de quem usa o coquetel tradicional com diversos comprimidos ou o mais moderno tratamento com um único comprimido que compreende todos os ele-mentos químicos presentes nas combinações utiliza-das no coquetel.
Passei a pensar o objeto artístico que iria produzir como uma mediação com outras pessoas: as soropo-sitivas e as soronegativas.
Este trabalho, ao meu pensar deveria não só ser uti-litário e problemático, mas também é o que ocorre entre ou mesmo envolvendo consciências individuais.
Proporciono caminhos que dão acesso ao objeto da minha pesquisa como todo (as relações dos soropo-sitivos), porém, aqui, o que interessa é atravessar este aspecto e permitir que outras afinidades sejam esta-belecidas de maneira simbólica e temporal.
Antirretrovirais , 2014
Acrílica sobre tela
30 x 631 cm
Efavirenz, Lamivudina e Tenofovir , 2014
Acrílica sobre tela
90 x 240 cm
cartazes e lambes
Truvada, 2015
Impressão sobre papel
70 x 100 cm
PrEP is the new black, 2015
Impressão sobre papel
100 x 70 cm
Truvada (Enjoy), 2015
Impressão sobre papel
100 x 70 cm
Cartografia de boas vindas, 2015
Impressão sobre papel
70 x 100 cm
performances
Exemplum (Inclusão Excludente)
Instruções para a Ação:
1. Uma pequena bancada será instalada próximo a entradado local onde a performance ocorrerá, sobre ela estará um carimbo de madeira e uma almofada para carimbo. A marca-ção deste carimbo será um sinal de “+”;
2. O performer irá carimbar o maior número de pessoaspossíveis sobre seus pulsos durante a abertura da exposição, fazendo com que a maioria sem explicação prévia receba uma marcação de “+”;
3. Uma bancada com o carimbo e almofada serãodispostos junto ao texto "Exemplum (inclusãoexcludente) ao final da performance como forma deregistro e para que a ação continue.
Exemplum (inclusão Exludente) é uma ação ambivalente em seus significados e parte da realidade de mais de 34 milhões de pessoas no mundo.
É fato que pessoas HIV+ sofrem preconceito e por isto, muitos procuram manter o anonimato por instinto de preservação, pre-vendo condenações massivas e sem fundamento por uma socie-dade mal informada que criou um estereótipo de promiscuidade e descuido de quem vive com HIV. E é fato que um soropositivo nunca deixará de ser positivo.
Porém, é importante entender que única diferença entre um soro negativo e o positivo aderente ao tratamento é uma resposta imunológica que o seu corpo desenvolveu em contato com o vírus, pois a medicação que ele toma diariamente, faz com que os níveis de vírus em seu organismo sejam indetectáveis. Tornan-do o soropositivo somente dependente dos seus remédios - assim como um diabético por exemplo - e não um risco de propaga-ção da doença. Ou seja, seu corpo foi marcado por uma respos-ta imunológica ao vírus, e esta resposta sempre estará presente em seu organismo e está é a única diferença entre sorodiscor-dantes.
Exemplum (inclusão Exludente), 2015
Performance e registro em vídeo
videos
Carimbado, 2015
37'0'' looping
projetos
Vá esquiar onde há neve, 2014
Projeções dos efeitos colaterais de medicamentos antirretrovirais sobre manequins
Dimensões variadas
Você pode me tocar, 2015
Cortina produzida com sinais “+” em plástico.
200 x 300 cm
Sonhos vívidos, 2015
Neons em sala escura
400 m2