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INDICADORES AMBIENTAIS: UMA
PROPOSTA PARA O CEFET/RJ
Teodomiro Firmo (CEFET/RJ)
Aline Guimarães Monteiro (CEFET/RJ)
Alcançar a harmonia entre o crescimento econômico e a preservação
do meio ambiente, é o maior desafio quando se discute a questão
ambiental. Para isso, os indicadores podem ser os instrumentos mais
adequados para constatar tais evidências, principalmente porque
neles, estão contidas todas as informações pertinentes ao desempenho
da empresa, instituição ou órgão público em um determinado período.
A sociedade passa então, a conhecer os esforços e os procedimentos
ambientais de uma organização, através da divulgação externa da
informação ambiental, via indicadores de desempenho ambiental. Com
isso, este artigo vem demonstrar, por meio de levantamento
bibliográfico e documental, a importância do uso de indicadores
ambientais para uma organização. De certa maneira, a avaliação de
cada um dos indicadores se mostrou eficiente, bem como, permite ao
tomador de decisão o seu uso como ferramentas eficazes de gestão,
auxiliando no acompanhamento e monitoramento das informações.
Além de servirem como um bom canal de comunicação entre os
gestores e o grande público, facilitando dessa forma, o acesso à
informação que é uma das recomendações descritas pela Agenda 21.
Palavras-chaves: Gestão ambiental, Indicadores ambientais,
Desenvolvimento sustentável
5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354
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Niterói, RJ, Brasil, 5, 6 e 7 de agosto de 2010
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1- Introdução
A maneira como a atividade humana interage com o meio ambiente vem gerando impactos
ambientais negativos e, alguns necessitam ser evitados a partir da identificação da causas que
os geram para que sejam gerenciados, da melhor forma. O conhecimento do processo que leva
a estes impactos é necessário para todos aqueles que estão sob a sua influência, direta e
indireta, e assim, tenham uma visão do que é correto e incorreto, o que é imprescindível para
garantir a sustentabilidade de uma organização (HERCULANO, 2000).
O desenvolvimento sustentável envolve as dimensões ambiental, ecológica, social,
econômica, cultural, política e psicológica, criando naturalmente a necessidade de estabelecer
indicadores capazes de fornecer informações relevantes e confiáveis sobre a viabilidade de
todos esses aspectos do sistema, e orientar as políticas e decisões em todos os níveis da
sociedade (FERREIRA, 2007).
Nesse sentido, busca-se neste artigo selecionar e desenvolver os indicadores que permitem
acompanhar e avaliar os fatos e as evidências no sistema, de forma a indicar ações na busca
de um meio ecologicamente equilibrado tão necessário à vida do ser humano com qualidade.
Segundo Dias (2006), as instituições de ensino precisam incorporar esta causa e gerar
soluções sustentáveis, contribuindo para modificar o quadro atual que se mostra ameaçador.
Almeja-se dessa forma, a responsabilidade na busca de um meio ambiente saudável e
equilibrado para todos, conforme é retratado no artigo 225 da Constituição Federal:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras
gerações.
Metodologicamente, este estudo caracteriza-se por duas abordagens: qualitativa e
quantitativa. Segundo Deslandes (1994, p. 94), a pesquisa qualitativa:
(...) trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores
e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis.
(...) trabalha com a vivência, com a experiência, com a cotidianidade e também com
a compreensão das estruturas e instituições como resultados da ação humana
objetivada.
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A pesquisa quantitativa é expressa pela presença de números e respectivas fórmulas,
permitindo tratar as informações por meio de técnicas estatísticas, com objetivo de garantir os
resultados.
Com base nos objetivos gerais, a pesquisa é classificada como exploratória, permitindo ao
leitor “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito
ou a construir hipóteses.” (GIL, 1996). O estudo de caso “caracteriza-se pelo estudo profundo
de um ou de poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado” (GIL, 1996), que
em nosso caso, é expresso pela identificação, aplicação e análise de indicadores ambientais
propostos para uma instituição de ensino - o CEFET/ RJ - Centro Federal de Educação
Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.
2- Revisão Bibliográfica
2.1 – Histórico
Os indicadores começaram a ser usados em escala mundial em 1947, quando se disseminou
a medição do Produto Interno Bruto (PIB ou GNP – “Gross Domestic Product”) como
indicador de progresso econômico. Em meados da década de 60, os indicadores sociais foram
inaugurados, complementando a análise econômica e agregando novos conceitos, tais como:
“necessidades básicas”, “self-reliance” (autonomia), “crescimento com eqüidade”, “grass-root
development” (desenvolvimento de comunidades e associações de base, locais), “participatory
development” (desenvolvimento participativo), “enpowerment” (fortalecimento das
associações de base, movimentos sociais) (HERCULANO, 2000).
O PIB se mostrou ineficiente como indicador de desenvolvimento, pois ele não levara em
conta a real distribuição de renda de uma nação, além do que a sua metodologia de
mensuração é inadequada, pois contabilizava como atividades econômicas algumas que, na
verdade, são destrutivas ao meio ambiente, como por exemplo: de construção civil
(demolições – geração de entulhos), madeireiras (desmatamentos) e até mesmo imorais, como
as empresas de prostituição e tráfico de crianças (HERCULANO, 2000).
Em 1990, a ONU (Organização das Nações Unidas) começou a utilizar um índice com
caráter mais humano, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que considera quatro
parâmetros: a expectativa de vida, a taxa de alfabetização, os anos de escolaridade e o PIB per
capita. O índice é aplicado por 177 países, destacando-se nas primeiras posições os países
desenvolvidos (HERCULANO, 2000). O Brasil atualmente ocupa o 70° lugar no ranking do
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IDH (0,807), segundo o relatório anual da ONU de 2009. Acredita-se que investimentos na
área social e econômica possam promover a melhoria da qualidade de vida do brasileiro,
elevando o IDH nacional, ainda que esse se encontre na categoria de alto (0,800 a 0,968)
(VEJA.com, 2010).
2.2- Definições e atributos
O IBGE (2008) define indicador como uma ferramenta constituída por uma ou mais
variáveis que, associadas através de diversas formas, revelam significados mais amplos sobre
os fenômenos a que se referem. Sendo assim, o indicador possui uma dimensão maior do que
os dados primários ou secundários relacionados a uma ação.
Segundo Meadows (1998) citado por Ferreira (2007), o termo indicador é derivado do latim
“indicare”, que significa tornar patente, demonstrar, revelar, denotar, o que permite explicar
os fenômenos que se alteram ou sofrem mudanças ao longo do tempo e que são objetos de
avaliação, derivando de valores (medimos aquilo com o que nos preocupamos) e criando
valores (nos preocupamos com aquilo que medimos).
A partir das definições dadas por outros autores, como Herculano (2000) e ANEEL (2000),
verifica-se que os indicadores constituem informações condensadas, simplificadas e
quantificadas, servindo como instrumentos de comparação e de comunicação para os
tomadores de decisão e o grande público.
Para que se cumpra satisfatoriamente a finalidade para qual são concebidos e utilizados,
devem-se admitir algumas características importantes para qualquer indicador (SILVA,
2008); (AMARAL, 2003):
- disponibilidade: apresenta uma base de dados acessíveis;
- simplicidade: são fáceis de serem compreendidos;
- comparabilidade: permite uma comparação temporal e espacial;
- validade e estabilidade: apresenta uma relação entre conceito e medida;
- seletividade/sensibilidade/especificidade: expressa características essenciais e mudanças
esperadas;
- representatividade: possibilita uma representação dos produtos essenciais;
- homogeneidade: considera apenas variáveis homogêneas;
- praticidade/robustez: dá garantia de que funciona na prática e permite a tomada de
decisões;
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- cobertura: apresenta amplitude e diversidade;
- independência: não está condicionado a fatores externos (exógenos);
- confiabilidade: considera a qualidade dos dados (coleta, sistematização e padronização);
- baixo custo/fácil obtenção/periodicidade/desagregação: incorpora a manutenção dos
dados;
- complementar: são complementares a programas de acompanhamento legais existentes;
- úteis como ferramentas de gestão e possíveis de proteger os dados da companhia ou
instituição.
2.3 – Indicadores Ambientais
O termo desenvolvimento sustentável surgiu em 1980 e foi consagrado em 1987 pela
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Comissão
Brundtland, que produziu um relatório considerado básico para a definição desta expressão e
desenvolvimento dos princípios que lhe dão fundamento (IBGE, 2008, p.40).
desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração
dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento
tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforça o potencial presente
e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações futuras (...) é aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem as suas próprias necessidades.
A interpretação que se dá ao conceito de sustentabilidade irá direcionar o foco para a
seleção dos indicadores que se fazem necessário, em detrimento de outros tantos, definindo e
limitando os problemas que podemos perceber e, conseqüentemente, o tipo de
desenvolvimento sustentável que podemos alcançar (FERREIRA, 2007).
Segundo Kraemer (2004), a formação de um indicador ambiental inclui variáveis
específicas de cada fator ambiental, o que permite a aferição das oscilações de
comportamento e/ou de funcionalidade do fator, tornando-se o elemento mais adequado para a
análise qualitativa e quantitativa das alterações da qualidade ambiental de um ecossistema. O
alcance dos objetivos ambientais de uma entidade pode ser medido por esses indicadores.
Portanto, para que estes sejam calculados, Kraemer (2004) diz que a entidade deve divulgar
algumas informações relativas ao meio ambiente que servirão como dados na geração de
novas informações, que por sua vez trarão informações valiosas para decisões que envolvam a
posição econômica da entidade em sua relação com o meio ambiente, afetando sua posição
presente, mas fundamentalmente no futuro.
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2.4 – Estrutura para Construção de Indicadores Ambientais
O pioneirismo na formação de indicadores ambientais provém de um sistema
tradicionalmente conhecido como estresse-resposta, pela qual a sistematização das
informações, visa facilitar a comunicação para um público mais amplo, em diferentes
variações dessa estrutura original. Essa estrutura compreende as interações humanas com o
ambiente no qual se está inserido e, foi inicialmente proposta pelo World Resources Institute
(WRI), em colaboração com o governo holandês (SILVA, 2008). Cabe citar algumas dessas
estruturas, como a PER (Pressão–Estado-Resposta) da OCDE (Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico), a PERE (Pressão – Estado – Resposta - Efeito) da EPA
(Agência de Proteção Ambiental Norte-americana) e a FPEIR (Força Motriz – Pressão –
Estado – Impacto - Resposta) da EEA (Agência Européia do Ambiente). O enfoque será na
estrutura da OCDE na qual o estudo está baseado.
- Pressão–Estado-Resposta (PER) – OCDE
Em resposta a uma demanda do então G-7, a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 1994, divulgou por todo o mundo, a estrutura
PER, que é a mais consagrada organização da informação, dando suporte à construção de
indicadores ambientais (SILVA, 2008).
a) Pressão – caracteriza as pressões exercidas sobre os sistemas ambientais e podem ser
traduzidos como indicadores de emissão e de lançamento de poluentes (resíduos), de
eficiência tecnológica, e de intervenção no território (KRAEMER, 2004). É o ponto de partida
para se enfrentar os problemas (SILVA, 2008).
b) Estado - refere-se à qualidade e quantidade dos recursos naturais. Reflete, assim, o
objetivo final das políticas ambientais e visa fornecer uma visão geral do estado do meio
ambiente e de sua evolução no tempo (KRAEMER, 2004). A esta categoria pertencem às
concentrações de poluentes nos diversos meios, o excesso de cargas críticas, a exposição da
população à degradação ambiental de um modo geral, o estado da fauna e da flora e das
reservas de recursos naturais
c) Resposta - são ações coletivas ou individuais, que aliviam ou previnem os impactos
ambientais negativos, mitigam ou compensam os danos ao meio ambiente, conservam os
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recursos naturais e contribuem para melhoria da qualidade de vida da população local
(SILVA, 2008). Para Kraemer (2004) estes indicadores mostram em que grau a sociedade
responde às questões ambientais.
2.5 – Seleção de Indicadores Ambientais
Com base no modelo de estrutura de indicador ambiental desenvolvido pela OCDE, foram
selecionados indicadores ambientais – quantitativos e qualitativos, que serão apresentados, em
termos de conceito, importância e forma de cálculo, objetivando a determinação do “estado”
da instituição de ensino, perante as “pressões” ambientais.
QUANTITATIVOS:
- Percentual de Redução do Consumo de Energia Elétrica,
- Percentual de Redução do Consumo de Água,
- Percentual de Redução do Consumo de Combustível (Óleo Diesel/ Gasolina/Álcool) dos
Veículos,
- Percentual de Redução do Consumo de Gás Natural.
QUALITATIVOS:
- Reutilização de Papel,
- Destinação de Resíduos Sólidos,
- Voluntários.
a) Percentual de Redução do Consumo de Energia Elétrica
Descrição
Este indicador expressa a relação entre o consumo de energia elétrica de um mês em relação
ao mês anterior, permitindo assim, verificar se houve a redução ou não do consumo de energia
elétrica.
Importância
A energia passou a se tornar um fator limitante para o progresso econômico de muitos
países em desenvolvimento, pois chegara ao fim à era em que a sua obtenção se dava de
forma barata, passando a exigir o investimento de uma alta soma de capital internacional para
incrementar a sua produção e a sua distribuição. Algumas dessas nações chegam a gastar, por
exemplo, cerca de 30% do seu orçamento total em empreendimentos energéticos. O Banco
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Mundial, dedica cerca de 25% dos seus empréstimos par projetos energéticos, sendo a maioria
deles para geração de eletricidade. Hoje em dia, a energia representa um fator de preocupação
tanto na esfera econômica quanto na esfera ambiental (JANUZZI e SWUISHER, 1997).
O crescimento rápido e mal planejado da produção e do consumo energético gera impactos
ambientais que pode comprometer o desenvolvimento. O uso da energia seja através de
combustíveis fósseis, nucleares ou, como no caso do Brasil, em larga escala da
hidroeletricidade provoca os mais severos impactos ambientais tanto em nações em
desenvolvimento quanto em nações industrializadas, como a poluição do ar, o lixo radiativo, a
sedimentação das bacias dos rios, o desmatamento, a erosão do solo, a perda da
biodiversidade, etc. (JANUZZI e SWUISHER, 1997).
Forma de cálculo
% c.e.e. = [ c.e.e. (kWh do mês i ) - c.e.e. (kWh do mês i -1) / c.e.e. (kWh do mês i ) ] * 100
Onde:
% c.e.e. – percentual de redução do consumo de energia elétrica
c.e.e. (kWh do mês i ) – consumo de energia elétrica em kWh do mês atual
c.e.e. (kWh do mês i -1) – consumo de energia elétrica em kWh do mês anterior
b) Percentual de Redução do Consumo de Água
Descrição
Este indicador expressa a relação entre o consumo de água de um mês em relação ao mês
anterior, permitindo assim, verificar se houve a redução ou não do consumo de água.
Importância
No cenário mundial de eminente escassez dos recursos hídricos, o uso racional da água
constitui quesito fundamental para um desenvolvimento equilibrado e em consonância com a
preservação do meio ambiente (ANEEL, 2000).
A aplicação de meios que possibilitem a otimização do consumo de água se dá de modo a
contemplar o seu uso múltiplo pela sociedade e, possibilitar sua preservação para as futuras
gerações, minimizando ou mesmo evitando os problemas decorrentes da escassez e da
poluição dos cursos de água, os quais afetam e comprometem os diversos usos dos recursos
hídricos (ANEEL, 2000).
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Se uma população faz uso adequado da água, é possível, presumivelmente, a obtenção de
um alto nível de benefícios de saúde com menores custos. Por outro lado, isso implica no
atendimento de maior número de pessoas com o mesmo montante de capital investido.
Forma de cálculo
% c.a. = [ c.a. (m3 do mês i ) - c.a. (m
3 do mês i -1) / c.a. (m
3 do mês i) ] * 100
Onde:
% c.a. – percentual de redução do consumo de água
c.a. (m3 do mês i) – consumo de água em m
3 do mês atual
c.a. (m3 do mês i -1) – consumo de água em m
3 do mês anterior
c) Percentual de Redução do Consumo de Combustível (Óleo Diesel/ Gasolina/ Álcool)
dos Veículos
Descrição
Relaciona o consumo de combustíveis fósseis de um mês em relação ao mês anterior,
permitindo assim, observar se houve redução do consumo.
Importância
A redução de consumo de combustíveis fósseis (gasolina e óleo diesel) é um imperativo da
responsabilidade socioambiental (DIAS, 2006), para que se contribua com um meio ambiente
mais saudável e equilibrado, favorecendo a dignidade humana não só em termos locais como
também mundial, em sintonia com a máxima da Agenda 21 “agir local e pensar global”.
Sendo assim, a organização deve possuir uma frota de veículos com programa de
manutenção adequado a fim de evitar o alto consumo de combustíveis fósseis, bem como
evitar a poluição atmosférica (por falta de manutenção veicular), sonora (devido ao barulho de
motor) e do solo (por conta de possíveis vazamentos de óleo do motor).
Forma de cálculo
% c.c.f. = [ c.c.f. (L do mês i ) - c. c.f. (L do mês i -1) / c.c.f. (L do mês i) ] * 100
Onde:
% c.c.f. – percentual de redução do consumo de combustível fóssil
c.c.f. (L do mês i) – consumo de combustível fóssil em litros do mês atual
c.c.f. (L do mês i -1) – consumo de combustível fóssil em litros do mês anterior
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d) Percentual de Redução do Consumo de Gás Natural
Descrição
Procura relacionar o consumo de gás de um mês em relação ao anterior, a fim de que se
possa avaliar a sua redução.
Importância
O gás natural é uma fonte de energia limpa, pois a sua combustão é completa com reduzida
emissão de poluentes e melhor rendimento térmico. Pode ser usada nas indústrias,
substituindo outros combustíveis mais poluentes, como óleos combustíveis, lenha e carvão.
Desta forma, contribui para reduzir o desmatamento e diminuir o tráfego de caminhões que
transportam óleos combustíveis para as indústrias (AMBIENTEBRASIL, 2009).
O gás natural, depois de tratado e processado, é utilizado largamente em residências, no
comércio, em indústrias e veículos. No Brasil, esse uso é quase exclusivo em cocção de
alimentos e aquecimento de água, muito embora, esteja sendo cada vez mais utilizado em
veículos, o chamado GNV (Gás Natural Veicular) (AMBIENTEBRASIL, 2009).
Em face da grande utilização dos combustíveis fósseis pela humanidade, observa-se, então,
que o consumo do gás natural é bem mais vantajoso, pois atende melhor aos quesitos:
segurança, toxidade e ambiental; contribuindo assim para uma melhor qualidade ambiental e
de vida (AMBIENTEBRASIL, 2009; COMPAGÀS, 2009).
Forma de cálculo
% c.g.n. = [ c.g.n. (m3 do mês i ) - c. g.n. (m
3 do mês i -1) / c.g.n. (m
3 do mês i) ] * 100
Onde:
% c.g.n. – percentual de redução do consumo de gás natural
c.g.n. (m3 do mês i) – consumo de gás natural em metros cúbicos do mês atual
c.g.n. (m3 do mês i -1) – consumo de gás natural em metros cúbicos do mês anterior
e) Reutilização de Papel
Descrição
Demonstra se há reutilização pelos departamentos da instituição de ensino, especificamente
do chamado papel de escritório, que é utilizado para confecção de documentos, provas, etc.
Importância
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No mundo inteiro, a ordem é reduzir a geração do lixo. No Brasil, essa questão foi mais
divulgada com a Agenda 21 durante a RIO-92. Nesse documento, foi estabelecido o princípio
dos 3 R´s: reduzir o consumo e o desperdício de materiais; reutilizar e reciclar os materiais.
Combater a geração do lixo nas fontes geradoras causa menos impacto do que, reciclar os
materiais após o seu descarte (ABREU, 2001).
Sendo assim, a idéia de reutilizar os materiais considerados como lixo tem despertado o
interesse da sociedade e assumido, nos últimos tempos, proporções significativas nos centros
urbanos, já existindo inclusive um verdadeiro ciclo de produção visando ao aproveitamento
do material coletado seletivamente (SEMAD-MG, 2009).
Forma de mensurar
Verificar, a partir de entrevistas realizadas com responsáveis pelos departamentos
pesquisados, se há algum tipo de reutilização de papel.
f) Destinação dos Resíduos Sólidos
Descrição
Indica como a instituição trabalha com os seus resíduos sólidos, orgânicos e inorgânicos,
que são coletados e acondicionados internamente pelos funcionários terceirizados que
trabalham no CEFET/RJ.
Importância
A sociedade é invadida a todo o momento pelo desejo de consumir mais e mais supérfluos
que são promovidos pela mídia da categoria de simples produto a muitas das vezes ao patamar
de essencial, condicionador de status social. As embalagens que antes eram destinadas a
proteger os produtos, hoje estimulam o consumo (a embalagem “valoriza” o produto). O
resultado é um planeta com menos recursos naturais e com mais resíduos, que, além da
quantidade, aumenta em variedade, contendo materiais cada vez estranhos ao ambiente
natural (ABREU, 2001).
Forma de mensurar
Verificar, a partir de entrevistas realizadas com responsável pela coleta de resíduos sólidos
na instituição, se há algum tipo de orientação com relação ao modo, adequado, de coletar os
resíduos sólidos dos recipientes/ coletores presentes na instituição até a entrega à companhia
de limpeza urbana do município.
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g) Voluntários
Descrição
Indica o número de voluntários existentes na instituição.
Importância
Cada indivíduo, no âmbito das suas ações cotidianas, deve ser um agente transformador e
promotor da sustentabilidade. Nesse sentido, o trabalho voluntariado surge como um processo
eficaz, por meio do qual, as pessoas podem oferecer parte do seu tempo em favor da
sociedade, contribuindo para um mundo mais saudável, justo, enfim melhor (DIAS, 2006).
Nos bairros e comunidades, nos grupos de auto-ajuda e nos clubes, nas igrejas, nas
associações culturais e esportivas, nas instituições sociais, educativas e nas empresas, um
número imenso de pessoas ajudam umas às outras e ajudam a quem está em situação mais
difícil. Ao doarem sua energia e sua generosidade, os voluntários estão respondendo a um
impulso humano básico: o desejo de ajudar, de colaborar, de compartilhar alegrias, de aliviar
sofrimentos, de melhorar a qualidade da vida em comum. Amor, compaixão e solidariedade,
altruísmo e responsabilidade são sentimentos profundamente humanos e são também virtudes
cívicas (PORTAL DO VOLUNTÁRIO, 2009).
Forma de mensurar
Verificar, a partir de entrevistas realizadas com o responsável pelo desenvolvimento de
programas voluntários, a participação de alunos, professores e técnicos administrativos da
instituição nestes programas.
3- Procedimentos Metodológicos
Para realização do estudo, coletaram-se dados quantitativos, juntamente aos departamentos
de ordem financeira (DEPAF) e de infra-estrutura (DEIES) do CEFET/RJ, bem como foram
elaboradas entrevistas com professores e funcionários (técnico-administrativos) do CEFET/RJ
para levantamento dos dados e análise das informações qualitativas.
Por meio de gráficos, procede-se a análise dos indicadores quantitativos com base na
expressão (apresentada no capítulo anterior como “forma de cálculo) que retrata o percentual
de redução de consumo de uma “variável”. Para os indicadores qualitativos, a partir das
entrevistas com os funcionários de departamentos pesquisados, realizou-se uma análise
discursiva dos dados levantados.
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4- Resultados e Discussões
Busca-se a comprovação da eficiência dos indicadores escolhidos como forma de se
mensurar a sustentabilidade, bem como ajudar na tomada de decisões do CEFET/RJ,
mediante uma análise criteriosa de cada um deles. Para um estudo futuro, planeja-se elaborar
um índice, que contemple estes indicadores (quantitativos e qualitativos), e se possa medir,
entre as unidades descentralizadas do CEFET/RJ (Maracanã, Maria da Graça, Nova Iguaçu,
Friburgo, Itaguaí), a unidade mais sustentável ambientalmente.
4.1 - Indicadores Quantitativos
Para esses indicadores, foram utilizadas as contas relativas ao consumo (energia elétrica,
gás, etc.) fornecidas pelas respectivas concessionárias e que se encontravam no DEPAF.
a) Percentual de Redução do Consumo de Energia Elétrica
Este indicador procura mensurar os percentuais de redução de energia elétrica, sob a forma
de consumo e da demanda mensal de energia elétrica, durante um período de 13 meses (abril
de 2008 a abril de 2009).
O CEFET/RJ possui uma demanda (média da soma das potências solicitadas em um
determinado intervalo de tempo) de energia elétrica fixa contratada por mês junto à
concessionária Light, de forma que se pague sempre um mesmo valor, se não passar deste
limite. Caso ultrapasse-o, deve pagar pelo excedente. É importante conferir o consumo, e que
independente deste limite, deve-se incentivar a adoção de medidas eficientes que reduzam o
consumo e a demanda de energia elétrica, pois isso deve demonstrar o real comprometimento
socioambiental da instituição de ensino.
Cabe lembrar que praticamente todas as salas dos servidores/ departamentos são
refrigeradas a ar por aparelhos individuais, que por sua vez possuem uma potência alta (o
CEFET-RJ, não possui sistema de refrigeração central) e que quando estes são desligados, há
uma boa redução na demanda de energia elétrica. As atividades encerram-se por volta das
17:30h / 18:00h, justamente quando vigora o horário de ponta. Logo, o pico de demanda
localiza-se no horário fora de ponta.
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-50,0
-40,0
-30,0
-20,0
-10,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
abr/08-
mai08
mai/08-
jun/08
jun/08-
jul/08
jul/08-
ago/08
ago/08-
set/08
set/08-
out/08
out/08-
nov/08
nov/08-
dez/08
dez/08-
jan/09
jan/09-
fev/09
fev/09-
mar/09
mar/09-
abr/09
Período
%
HPT(%)
HTF(%)
Figura 1: Percentual de Redução da Demanda de Energia do CEFET/RJ de abr/2008 a abr/2009.
Nota: HPT (horário de ponta): corresponde ao período entre às 17:30 e 20:30 hs, com exceção de sábados,
domingos e feriados nacionais. É o período do dia de maior utilização de energia elétrica no sistema Light.
HTF (horário fora de ponta): corresponde a resto do dia não contemplado no horário de ponta.
A Figura 1 revela o percentual de redução na demanda de energia elétrica, que se mostra
bastante oscilante. Observa-se, nitidamente, que há uma redução nos meses em que a
temperatura começa a baixar por conta da estação mais fria (no caso, o inverno) e no período
das férias dos alunos. Isto se dá principalmente pelo não uso de equipamentos que solicitam
uma determinada potência. Contudo, verifica-se um aumento na demanda de energia, quando
os alunos voltam de férias e nos meses em que a temperatura é mais alta (no caso, o verão).
No caso do consumo (produto da potência da carga pelo número de horas que a mesma foi
ligada) de energia elétrica, em termos absolutos, observa-se que o consumo no horário de
ponta é muito maior do que no horário fora de ponta (Figura 2). Isto talvez se explique em
função de se verificar, ainda, um número de pessoas estudando/trabalhando dentro da
instituição neste período, bem como, é de se destacar um alto número de salas fechadas, sem a
presença de pessoas, mas com as luzes acesas.
O segundo fato que chama a atenção é que no bimestre de março de 2009 a abril de 2009
houve uma redução no percentual de consumo no horário de ponta, pois se verificou a
ocorrência de dois “apagões”, justamente no horário de ponta.
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-35,0
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mai08
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jun/08
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jul/08
jul/08-
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out/08-
nov/08
nov/08-
dez/08
dez/08-
jan/09
jan/09-
fev/09
fev/09-
mar/09
mar/09-
abr/09
%
HPT(%)
HTF(%)
Figura 2: Percentual de Redução do Consumo de Energia do CEFET/RJ de abr/2008 a abr/2009.
b) Percentual de Redução do Consumo de Água
Este indicador procura mensurar os percentuais de redução de consumo de água um mês em
relação ao outro, durante o período de abril/2008 a abril/2009. Foram utilizados como dados,
os valores constantes nas contas de consumo de água, fornecidos pela concessionária
CEDAE.
O percentual de redução do consumo de água (Figura 3) apresenta-se bastante oscilante,
contudo, observa-se uma clara predominância de um aumento do percentual do consumo
durante o período de análise. Isso se explica pelo fato de haver tido um aumento na
quantidade de alunos como na de professores contratados. Todavia, sugere-se investigar a
ocorrência de vazamentos, pois estes nem sempre são aparentes, porém, sempre são
responsáveis por uma parcela significativa no consumo d’água. Observa-se também a redução
do percentual durante o período de férias e o aumento na retomada das aulas.
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-15,0
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out/08-
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nov/08-
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dez/08-
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jan/09-
fev/09
fev/09-
mar/09
mar/09-
abr/09
%
Figura 3: Percentual de Redução do Consumo de Água do CEFET/RJ de abr/2008 a abr/2009.
c) Percentual de Redução do Consumo de Combustível (Óleo Diesel/ Gasolina/ Álcool)
dos Veículos
Este indicador procura mensurar os percentuais de redução de consumo de combustíveis
(álcool, diesel e gasolina) dos veículos automotores de um mês em relação ao outro, durante o
período de abril/2008 a março/2009.
Na Figura 4, verifica-se que o comportamento do percentual de consumo de combustíveis se
mostra bastante oscilante em relação ao álcool e diesel. A frota de veículos do CEFET/RJ
contempla 10 veículos movidos a álcool, 10 veículos movidos a diesel (que são as
caminhonetes, as vãs, os micro-ônibus e os caminhões) e somente 1 (um) veículo movido a
gasolina. Os veículos são utilizados para atender o transporte de alunos (visitas técnicas as
empresas), o deslocamento de professores para outras unidades do CEFET e órgãos
governamentais. Nota-se que as quedas mais acentuadas no consumo de combustíveis,
principalmente álcool e diesel que são utilizados pela maior parte da frota, se dão justamente
no período das férias escolares.
Com relação ao uso do diesel, o consumo deste combustível ocorre por conta da realização
de visitas técnicas, bem como do deslocamento de funcionários (mais que 5 pessoas) do
CEFET/RJ para outros locais, acarretando um maior uso das vãs e micro-ônibus. No caso do
álcool, pode-se aferir que o período letivo de aulas, também ocasiona um maior uso destes
veículos. De um modo geral, o consumo de combustíveis não possui um padrão definido,
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revelando-se, assim, com mais ou menos intensidade, conforme a necessidade apresentada no
respectivo mês.
-120,0
-100,0
-80,0
-60,0
-40,0
-20,0
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
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abr/08-
mai08
mai/08-
jun/08
jun/08-
jul/08
jul/08-
ago/08
ago/08-
set/08
set/08-
out/08
out/08-
nov/08
nov/08-
dez/08
dez/08-
jan/09
jan/09-
fev/09
fev/09-
mar/09
%
Álcool
Diesel
Gasolina
Figura 4: Percentual de Redução de Consumo de Combustíveis do CEFET/RJ de abr/2008 a mar/2009.
Sugere-se que a frota, principalmente de diesel possa ser convertida a gás natural, que é um
combustível que impacta menos a atmosfera, contribuindo de maneira menos incisiva para a
intensificação do efeito estufa, já que o diesel é um dos grandes vilões do aquecimento global.
Embora tenha um investimento inicial alto, os custos mensais (de combustível e manutenção)
seriam amortizados ao longo do tempo.
d) Percentual de Redução do Consumo de Gás Natural
Este indicador procura mensurar os percentuais de redução de consumo de gás natural de
um mês em relação ao outro, durante o período de abril/2008 a abril/2009.
A Figura 5 apresenta o percentual de redução do consumo de gás natural, que é utilizado
nos seguintes locais: cozinha do NAE (Núcleo de Apoio ao Estudante), laboratório de
química (2° andar – bloco D e 3° andar – bloco A), laboratório de física, gráfica, pavilhão da
mecânica e pavilhão da construção civil. Portanto, o consumo de gás natural na instituição se
dá praticamente com fins didáticos. Percebe-se pouca variação no consumo durante o período
estudado, porém, observam-se dois picos (um em especial) bem altos de consumo.
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nov/08-
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dez/08-
jan/09
jan/09-
fev/09
fev/09-
mar/09
mar/09-
abr/09
%
Figura 5: Percentual de Redução do Consumo de Gás Natural do CEFET/RJ de abr/2008 a mar/2009.
4.2 - Indicadores Qualitativos
e) Reutilização de Papel
Por meio de entrevista realizada com funcionários do CEFET/RJ durante os meses de maio
e junho de 2009, procurou-se investigar se há reutilização de papel, especificamente do
chamado papel de escritório, que é utilizado para confecção de documentos, como
memorandos, provas, etc. pelos departamentos do bloco E da instituição de ensino.
No Quadro 1, são mostrados os departamentos pesquisados e quais fazem à reutilização de
papel.
Quadro 1: Reutilização de Papel
Departamento Reutiliza papel ?
Departamento Disciplinas Básicas e Gerais NÃO
Departamento de Engenharia Civil SIM
Departamento de Ensino Superior SIM
Departamento de Administração Industrial SIM
Departamento de Engenharia de Produção SIM
Coordenação Curso Superior em Tecnologia de
Gestão Ambiental SIM
DEIES – PREFEITURA NÃO
SESUP SIM
Departamento de Informática SIM
COGRA SIM
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Nota-se que 80% dos departamentos pesquisados fazem a reutilização. Contudo, esta ação
não parece fazer parte da política adotada pelo CEFET/RJ, pois os departamentos que fazem a
reutilização, o fazem por conta própria, sem levar em conta que cada departamento possui
uma cota de papel por mês. Por isso, sugere-se a adoção de uma política de reutilização de
papel para que se chegue aos 100% de reutilização de papel e quem sabe a adoção até do
papel reciclado na reprodução de provas e outros documentos, contribuindo, dessa forma, para
o meio ambiente.
f) Destinação de Resíduos Sólidos
Este indicador procura identificar como o CEFET/RJ trata (coleta, transporta e armazena) os
seus resíduos sólidos. Apesar de possuir coletores de coleta seletiva espalhados pelo seu pátio,
atualmente, a instituição de ensino não possui um programa de coleta seletiva. Já se
implementou o programa, no entanto, não houve continuidade do mesmo, e o que se verifica,
hoje, é que, quando os funcionários (terceirizados) da empresa responsável pela coleta de
resíduos no CEFET/RJ recolhem os resíduos, todos os “sacos” (isto é, os resíduos de cada
saco) são misturados juntos. Contudo, havendo a presença de latas de alumínio no lixo, as
mesmas são separadas.
A empresa privada que coleta o resíduo (KOLETA) exige que “alguma coisa” seja separada
nas caçambas, até por uma questão de preservação dos seus caminhões. Por conta disso, existe
o seguinte esquema de separação realizado pelo CEFET/RJ:
- uma caçamba para entulho, madeira e ferro (que no dia da pesquisa, estava sendo usada
para o lixo em geral, estando a madeira e os ferros separados à parte);
- uma caçamba com todo o lixo coletado no CEFET/RJ (varrição, lixo de banheiro,
escritório, coletores);
- uma caçamba com os resíduos do restaurante, que em grande parte é composto de material
orgânico (lixo úmido) e que por isso precisa ser separado (que no dia não havia, pois o
restaurante estava desativado).
Verificou-se, durante o período de estudo (primeiro semestre de 2009), que o local onde
ficam dispostas as caçambas com os resíduos para a posterior coleta pela empresa KOLETA é
suficiente, contudo, pequeno para que se realize um programa de gerenciamento de resíduos
sólidos.
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g) Voluntários
Buscou-se verificar o número de voluntários (alunos, professores ou técnico-
administrativos) existentes na instituição de ensino. O CEFET/RJ possui um projeto de
voluntariado denominado Programa Turma Cidadã (PROTC), sob a coordenação do professor
Silvino Netto. Considera-se este projeto como o ponto de partida para que a instituição de
ensino atinja a responsabilidade socioambiental, pois vem tornar o CEFET/RJ uma referência
na questão de responsabilidade social. Com isso, criou-se a terminologia sociopessoambiental,
justamente, para mostrar que o ser humano deve estar no centro de todas as ações, no sentido
de fazer algo, de verdade, quando se cria uma consciência de que, algo, deve ser realizado. E
não esperar que algo de externo ocorra (como uma tragédia, por exemplo), para que se
comece a tomar uma atitude em favor do próximo.
O PROTC elegeu como mote gerador a expressão: “Pensar globalmente, agir localmente e
conviver transculturalmente”, mostrando assim todo o seu comprometimento com a questão
sociopessoambiental, que contempla o respeito pela cultura e pela individualidade de cada
um.
O Programa conta hoje com 100 alunos voluntários atuantes, todos oriundos das matérias
ministradas pelo professor Silvino Netto. Indiretamente, há professores aderidos ao programa,
a partir do momento em que estes adotam os métodos do PROTC em suas matérias. O
Programa apresenta mais de 20 projetos, tais como:
- “Natal o Ano Inteiro”: Projeto que visa arrecadar doações para institutos sociais.
- “Brigadengue”: Projeto de combate a dengue.
- “Enade”: Haja vista que o curso de Administração Industrial do CEFET/RJ sempre obteve
o conceito máximo no Enade e a fim de que mantenha este grau para os próximos anos, esse
projeto visa dar apoio aos alunos com dificuldades de qualquer ordem (financeira, emocional,
aprendizagem, etc.);
- Coparceira: Sob a perspectiva das oportunidades que a Copa do Mundo de 2014 no Rio de
Janeiro vem trazer, os alunos da disciplina Responsabilidade Social vêm elaborando sub-
projetos que deverão ser negociados com as empresas da região, objetivando a criação de uma
sociedade de convívio e receptiva à Copa, na região da Grande Tijuca, onde o CEFET/RJ e o
Estádio do Maracanã estão inseridos. Já existem alguns sub-projetos, em fase de
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desenvolvimento, como por exemplo: Preservação do Rio Maracanã, Cartilha de Relações
Sociais e Ambientais, entre outros.
- Apoio a Pessoas Deficientes: Com a implantação do Curso de Capacitação para
Atendimento a Pessoas Deficientes, identificou-se no CEFET/RJ a possibilidade de atender
este público no seu PROTC. Através desse projeto, construiu-se a rampa de acesso ao palco
do auditório 1 do CEFET/RJ.
5- Conclusões
As instituições de ensino, bem como outros atores do processo social, encontram-se em
contínua interação com o ambiente externo e devem atuar de forma a gerar as melhores
condições de qualidade de vida para a sua comunidade. Há necessidade que a instituição tenha
uma visão holística e sistêmica, de tudo que ocorre ao seu redor, de maneira, que venha a
construir uma postura pró-ativa. É de suma importância que através dessa atitude, do seu
comprometimento com a questão socioambiental, consiga despertar a consciência em seus
alunos e na comunidade como um todo, até por uma questão de cidadania, de que a sociedade
humana é totalmente dependente dos recursos naturais, sem os quais não se sustenta. Não há
economia e nem condições para uma vida saudável, sem um ambiente estável.
O CEFET/RJ, por ser uma instituição de ensino de perfil tecnológico, forma profissionais
que estarão amanhã em cargos destacados em indústrias consumidoras de recursos naturais.
Sendo assim, se torna realmente importante que a instituição tenha uma atitude
socioambiental responsável, até para mostrar a esses futuros profissionais, que não se pode de
forma irracional, destruir as bases da própria sustentação. Devem perceber que todos
dependem de uma base ecológica, tanto para as suas vidas como para a dos seus descendentes.
O uso dos indicadores ambientais é determinante para avaliar o desempenho econômico e
socioambiental de uma organização, pois compreendem as três esferas do desenvolvimento
sustentável. Constata-se que eles, realmente, auxiliam na tomada de decisões, e são claros
para a comunicação com o público, atendendo a uma das recomendações da Agenda 21, que é
o acesso à informação. As várias situações adversas identificadas, por meio da aplicação de
indicadores ambientais, possibilitaram a investigação de ações que venham a prevenir, bem
como controlar os impactos evidenciados, como é o caso, do já implantado Programa Turma
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Cidadã (PROTC) que é uma ação que coloca o CEFET/RJ no caminho da responsabilidade
socioambiental.
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