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Boletim do Agrupamento de Escolas das Laranjeiras
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AG
RU
PA
MEN
TO
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ESC
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S D
AS LA
RA
NJEIR
AS
A B R I L 2 0 1 3
BOLETIM 6
JANELA ABERTA
P R É M I O D E P O E S I A C A T A R I N A P E R E I R A H E R D E I R O 7.ª edição
blemas.
Nada é menos verda-
deiro. O poeta enten-
de e dá voz, primeiro
que todos, ao sofri-
mento, às dificulda-
Em épocas domina-
das pelo materialismo,
tende-se a desvalori-
zar o trabalho poéti-
co.
Dos poetas, diz-se que
são pessoas infelizes,
que vivem fora da
realidade, alienadas
dos verdadeiros pro-
flete uma época, um
espaço, uma socieda-
de, passa mensagens,
desperta sentidos, dá
voz ao silêncio.
O poeta apreende a
realidade e expres-
sa-a através da pa-
lavra, trabalhada
até à exaustão, numa
aliança de forma e
conteúdo que nos
apela, que nos impe-
le, que é farol ….
No passado, em épo-
cas diferentes, mas
também de crise, Ca-
mões com Os Lusía-
das e Fernando Pes-
soa com a Mensagem
revelam-nos uma es-
crita que, partindo da
História passada do
país, puxa pela alma
lusitana, pelo orgulho
adormecido do povo.
O poeta diz da Vida e
do Homem, de uma
forma bela e pluris-
significativa, por vezes
com sentidos ocultos,
outras vezes com
mensagens que nos
acompanham, que
nos unem em torno de
um ideal, que fazemos
nossas.
No trabalho poético,
N E S T A E D I Ç Ã O :N E S T A E D I Ç Ã O :
PRÉMIO DE POESIA 1/2
O 25 DE ABRIL DE 1974 3
CRONOLOGIA DE UMA
REVOLUÇÃO 4/5/6
O 25 DE ABRIL 7
REVOLUÇÕES 8
FILMES COM HISTÓRIA 9
O DIA DAS MENTIRAS 10/11
OS ANIMAIS AQUÁTICOS 12
A MENINA DO MAR 13
COMO TOMAR NOTAS 14/15
OLIMPÍADAS DA
LÍNGUA PORTUGUESA 15
O MUNDO EM QUE VIVI 16/17
CONCURSO NACIONAL
DE LEITURA 17
CONTADOR DE HISTÓRIAS 17
SEMANA EM MEMÓRIA
DO HOLOCAUSTO 18
OFICINA DO HOLOCAUSTO
9.º ANO 19/20
OFICINA DO HOLOCAUSTO
8.º ANO 21
CONFERÊNCIA DR.
RICARDO PRESUMIDO 22
O RAPAZ DO PIJAMA
ÀS RISCAS 22
FAZ DE CONTA 22
SEMANA DA POESIA 23
QUEM ME DERA... 23
PONTO DE POESIAO 24
SESSÃO DE POESIA 24
A FADA ORIANA 25
O MEDO É... 25
O BICHINHO DA SEDA 26
PESQUISA SOBRE OS
COELHOS 27
TEATRO DO CUQUEDO 27
VISITA DE ESTUDO À
GULBENKIAN 27
PATRONO D. PEDRO V 28
EQ UI P A T É C NI C A:EQ UI P A T É C NI C A:
Coordenação do projeto:
Equipa da BECRE da ESDPV
Revisão de artigos:
Equipa da BECRE da ESDPV
Conceção e montagem
gráfica:
Equipa da BECRE da ESDPV
Palavras de abertura
da coordenadora da
Escola Básica Prof. Del-
fim Santos, na cerimó-
nia de entrega dos pré-
mios, no dia 23 de abril
de 2013.
des, às injustiças. Dá
voz àqueles que a
não têm, deixando
para a posteridade
esse grito aflito, cala-
do, que pode dizer
tanto…
A poesia, como qual-
quer outra forma de
expressão de arte, re-
Alex Wijnen
P R É M I O D E P O E S I A C A T A R I N A P E R E I R A H E R D E I R O (cont.)
o talento que já se
vislumbra, mas que
precisa de ser incen-
tivado, desenvolvido
e trabalhado.
Ficaremos felizes se
alguns destes nomes
premiados, um que
seja, chegarem à
idade adulta deste
género literário. Terá
valido a pena, em
nome da poesia.
Saúdo a professora
Bernardette Pereira,
Instituidora do Pré-
mio, que escolheu
esta forma de pro-
longar a memória
da sua filha, Catari-
na Pereira Herdeiro,
dando voz e expres-
são ao seu gosto pe-
la palavra e pela
poesia. Faço uma
vénia à sua genero-
sidade e dedicação.
Saúdo a professora
Rosete Lino, Comis-
sária do Prémio, que
a apoia e trabalha
neste projeto.
a matéria-prima é a
palavra, em todo o
seu sentido, e a mu-
sicalidade. E nada
nos é mais familiar
do que a palavra. A
palavra faz parte do
quotidiano do Ho-
mem, permite-lhe
expressar-se, cumprir
as suas necessida-
des comunicativas.
Todos têm acesso
ao verbo, à palavra,
mas nem todos têm
o talento para fazer
dela expressão de
arte maior. Transfor-
mar a palavra em
arte requer talento e
trabalho. A palavra
criteriosamente es-
colhida para ser es-
crita é poderosa e
permanece no tem-
po.
Este prémio pode e
deve servir para fo-
mentar o gosto pela
palavra e pelo seu
poder, para desen-
volver nestes alunos
J A N E L A A B E R TA
Página 2
Ambas escrevem
poesia; a Rosete tem
obra publicada, mas
as duas são, acima
de tudo, mulheres
cultas que dão um
exemplo de inter-
venção e de cida-
dania, em prol da
educação pela arte
da palavra.
Saúdo todos os que
cultivam o gosto pe-
la poesia.
Saúdo aqueles que
elegeram a poesia
como forma de co-
municar o visível e o
invisível e que procu-
ram continuamente
o seu espaço nesta
forma de arte. Não
desistam nunca! A
História diz-nos que a
recompensa chega
quase sempre tarde,
mas vale a pena.
Para terminar, faço
minhas as palavras
do poeta Fernando
Pessoa:
«Valeu a pena? Tu-
do vale a pena
Se a alma não é
pequena.
Quem quer passar
além do Bojador
Tem que passar
além da dor.
Deus ao mar o peri-
go e o abismo deu
Mas nele é que es-
pelhou o céu.»
Maria Isabel Policarpo
Jacqueline Hudon Verrelli
P R É M I O D E P O E S I A C A T A R I N A P E R E I R A H E R D E I R O
Dr.ª Isabel Vicente, e
pela Coordenadora
da EB 2.3 Professor
Delfim Santos, Dr.ª Isa-
bel Policarpo.
Prémio ex aequo
Catarina Ferreira dos
Reis - 5.º Ano EB 2,3 Pro-
fessor Delfim Santos
Beatriz B. Marques Pe-
reira - 8.ºAno EB 2,3 Pro-
fessor Delfim Santos
Bianca Burlacchini P.
de Barros – 9.º Ano EB
2,3 Professor Delfim
Santos
Menção honrosa
Daniela Viriato Sequei-
ra – 6.º Ano EB 2,3 Pe-
dro de Santarém
Alexandre Ribeiro da
Eira – 8.º Ano Externato
da Luz
A equipa da BE Delfim Santos
No dia 23 de abril, pe-
las 15:30h, decorreu a
7.ª edição – 2013 do
Prémio de Poesia Ca-
tarina Pereira Herdei-
ro. Concorreram vinte
alunos do 5.º ao 9.º
anos, de seis escolas
da mesma área geo-
gráfica da nossa Es-
cola. A cerimónia da
entrega do prémio
foi presidida pela Vi-
ce-presidente da CAP, Fernando Vicente
O 2 5 D E A B R I L D E 1 9 7 4
Antes do 25 de Abril
não havia liberdade. As
pessoas não podiam
falar mal do governo.
Os polícias da PIDE
(Polícia de Interven-
ção e Defesa do Esta-
do) espiavam as pes-
soas e ouviam nos
cafés, nas ruas, etc..
Os polícias da PIDE
iam às casas das
pessoas prendê-las.
Nas prisões, os polí-
cias da PIDE tortura-
vam as pessoas, que
não podiam dormir
durante 3 ou 4 dias.
Os polícias obriga-
vam as pessoas a di-
zerem quem falava
mal do governo e se
as pessoas não diziam
eram torturadas. Al-
gumas não aguenta-
vam o sofrimento e
morriam. Se as crian-
ças falassem mal do
governo, os pais po-
diam ser interroga-
dos e presos.
As crianças e os jo-
vens iam para a mo-
cidade portuguesa,
uma feminina e ou-
tra masculina, para
os educarem para o
regime.
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 3
A censura era uma
comissão que tinha
de ver tudo o que
era publicado. O
que não era conve-
niente, por não ser
de acordo com o
governo, eles risca-
vam e proibiam a
publicação.
Em 1961, começou
uma guerra em Áfri-
ca chamada guerra
colonial, onde os jo-
vens de mais de 20
anos do sexo mascu-
lino tinham de ir.
Muitos foram, mas
outros, que não
queriam ir, fugiam
para outros países e
não podiam voltar.
Alguns voltaram de-
pois do 25 de Abril
de 1974.
Dos jovens que fo-
ram para África, mui-
tos morreram lá e
outros sobreviveram,
mas mataram pes-
soas do próprio
país. Depois do 25
de Abril, as colónias
tornaram-se países
independentes: An-
gola, Cabo Verde,
São Tomé e Príncipe,
Guiné–Bissau e Mo-
çambique.
Como todos come-
çaram a ficar muito
descontentes, um
grupo de militares
organizou, às escon-
didas, uma revolu-
ção contra a ditadu-
ra. Demorou muito
tempo porque tudo
tinha de ser muito
bem preparado.
Na noite de 24 para
25 de abril, os milita-
res ocuparam as es-
tações de rádio e de
televisão, como ti-
nham combinado. A
música “E depois do
adeus”, que era a
música que tinha ga-
nhado o festival da
canção desse ano,
serviu para dar um
sinal para os outros
militares avançarem.
Quando ocuparam
os principais pontos,
os militares que esta-
vam a ocupar uma
das estações, inseriu
a segunda senha,
que era a música
“Grândola Vila More-
na”, uma das músi-
cas proibidas.
A seguir, prenderam
os elementos da PIDE
e libertaram os pre-
sos políticos. Os jo-
vens, que estavam
exilados, voltaram.
Os portugueses es-
tavam tão conten-
tes que nem conse-
guiam controlar a
sua alegria. Uma
florista começou a
distribuir cravos pe-
los militares e estes
enfiaram os cravos
na ponta das espin-
gardas.
Assim acabou a di-
tadura e começou
uma nova liberdade
em democracia.
Carolina Costa, Diana do
Carmo, Mário Lucas Ndingati -
4ºB da EB1/JI Frei Luís de Sousa
2 5 D E A B R I L D E 1 9 7 4
ninguém podia dizer
nada sobre a repú-
blica, senão era pre-
so, porque antiga-
mente não havia li-
berdade.
O Movimento das
Forças Armadas,
composto por milita-
res que tinham parti-
cipado na guerra
colonial, fez uma re-
volução.
Depois, como as
pessoas ficaram
contentes, começa-
ram a atirar cravos
e os militares puse-
ram os cravos que
as pessoas manda-
ram nos canos das
espingardas.
João Iria e João Pereira – 3º B
da EB1/JI Frei Luís de Sousa Antes do 25 de Abril
C R O N O L O G I A D E U M A R E V O L U Ç Ã O
tema “Grândola Vila
Morena”, de Zeca
Afonso. Por esta ho-
ra, o movimento re-
volucionário do MFA
já está em marcha!
0h30min
Os militares do MFA
ocupam a Escola
Prática de Adminis-
tração Militar.
1h00min
É tomada a Escola
Prática de Cavalaria
de Santarém, ao
mesmo tempo que se
inicia a movimenta-
ção de tropas em
Estremoz, Figueira da
Foz, Lamego, Lisboa,
Mafra, Tomar, Ven-
das Novas, Viseu, e
outros pontos do país.
3h00min
Entre as 03h15min e
24 DE ABRIL
Um grupo de milita-
res comandados por
Otelo Saraiva de
Carvalho instalou
secretamente o pos-
to de comando do
movimento golpista
no quartel da Ponti-
nha, em Lisboa. En-
tre eles estavam
também o coman-
dante Vítor Crespo,
o major Sanches
Osório, o major Gar-
cia dos Santos e o
major Hugo dos San-
tos.
22h55min
É transmitida a can-
ção ”E depois do
Adeus”, de Paulo de
Carvalho, na rádio.
Esta foi a primeira
das senhas previa-
mente combinadas
pelos golpistas para
sincronizar as opera-
ções. Assim, as ope-
rações iniciam-se
com o assalto ao
Rádio Clube Portu-
guês, na Rua Sam-
paio e Pina, pelo 10.º
Grupo de Coman-
dos, para que esta
estação fosse o pos-
to de comando do
Movimento das For-
ças Armadas.
25 DE ABRIL
0h20min
É hora da segunda
senha. A Rádio Re-
nascença passa o
J A N E L A A B E R TA
Página 4
as 03h25min come-
çam a chegar as
mensagens de êxito
das operações ao
posto de comando,
instalado no Regi-
mento de Engenha-
ria 1, na Pontinha. O
major Otelo Saraiva
de Carvalho encar-
regado da coorde-
nação das opera-
ções, recebe as
mensagens de que
Mónaco (nome de
código para a RTP),
México (nome de
código para o Rádio
Clube Português) e
Tóquio (nome de
código para a Emis-
sora Nacional) já fo-
ram tomados. Os
objetivos prioritários
tinham sido alcan-
çados, pois os ca-
nais de informação
estavam controla-
dos pelas forças re-
volucionárias.
No Norte, uma força
do CICA 1, liderada
pelo Tenente-Coronel
Carlos Azeredo, to-
ma o Quartel Gene-
ral da Região Militar
do Porto. Mais tar-
de, estas forças são
reforçadas por ou-
tras vindas de La-
mego. Forças do
BC9 de Viana do
Castelo tomam o
Aeroporto de Pe-
dras Rubras.
4h15min
O regime reagiu,
com o ministro da
Defesa a ordenar às
forças sediadas em
Braga para avan-
çarem sobre o Por-
to, com o objetivo
de recuperar o
Quarte l -General ,
mas estas forças
tinham aderido ao
MFA e ignoraram as
ordens.
4h20min
As forças da Escola
Prática de Infanta-
ria de Mafra contro-
lam o aeroporto de
Lisboa que é encer-
rado. O tráfego aé-
reo é desviado para
Madrid e Las Pal-
mas.
4h26min
Leitura do primeiro
comunicado do
C R O N O L O G I A D E U M A R E V O L U Ç Ã O (cont.)
MFA, pela voz do
jornalista Joaquim
Furtado, aos micro-
fones do Rádio Clu-
be Português:
“Aqui posto de co-
mando do Movimen-
to das Forças Arma-
das.
As Forças Armadas
portuguesas apelam
a todos os habitan-
tes da cidade de
Lisboa no sentido de
se recolherem a suas
casas, nas quais se
devem conservar
com a máxima cal-
ma. Esperamos sin-
ceramente que a
gravidade da hora
que vivemos não
seja tristemente assi-
nalada por qualquer
acidente pessoal,
para o que apelamos
para o bom senso
dos comandos das
forças militarizadas,
no sentido de serem
evitados quaisquer
confrontos com as
Forças Armadas. Tal
confronto, além de
desnecessário, só
poderá conduzir a
sérios prejuízos indivi-
duais que enlutariam
e criariam divisões
entre os portugue-
ses, o que há que
evitar a todo o cus-
to. Não obstante a
expressa preocupa-
ção de não fazer
correr a mínima gota
de sangue de qual-
quer português,
apelamos para o
espírito cívico e pro-
fissional da classe
médica, esperando
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 5
a sua acorrência
aos hospitais, a fim
de prestar a sua
eventual colabora-
ção, que se deseja,
sinceramente, des-
necessária.”
Após a leitura do co-
municado, foi toca-
da A Portuguesa,
prosseguindo a emis-
são com a passa-
gem de marchas
militares, entre as
quais a marcha "A
Life on the Ocean
Waves" de Henry
Russell (1812-1900),
que haveria de se
tornar o hino do
MFA.
Seguiram-se outros
comunicados ape-
lando, não só à cal-
ma e ao recolher da
população às suas
casas, para que se
evitassem confrontos
com as Forças Ar-
madas, como tam-
bém apelos às for-
ças militarizadas e
policiais, que não
estavam envolvidas
no golpe, a recolhe-
rem aos seus quar-
téis e aí aguardarem
as ordens do MFA.
05h00min
Silva Pais, diretor-geral
da PIDE/DGS telefo-
na a Marcello Cae-
tano a informá-lo de
que a revolução es-
tá na rua. Para sal-
vaguardar a segu-
rança do chefe de
Governo, é decidida
a sua ida para o
quartel do Carmo.
06h00min
A coluna militar que
partira de Santarém
sob a liderança de
Salgueiro Maia che-
ga ao Terreiro do
Paço. O posto de
comando é estabe-
lecido no centro da
praça com uma
chaimite e uma au-
tometralhadora EBR.
Salgueiro Maia co-
munica a Otelo Sa-
raiva de Carvalho o
sucesso na ocupa-
ção de Toledo
(Terreiro do Paço) e
no controlo de Bru-
xelas (Banco de Por-
tugal) e Viena
(Rádio Marconi).
A fragata “Almirante
Gago Coutinho”,
que na altura partici-
pava num exercício
militar da NATO, re-
cebe ordens para
abandonar as ma-
nobras no Atlântico
e entrar no Tejo,
com o objetivo de
abrir fogo contra as
forças revolucioná-
rias estacionadas
no Terreiro do Paço.
Sob a ameaça de
tal poder de fogo,
Otelo ordena a Sal-
gueiro Maia que
proteja os militares
e os tanques debai-
xo das arcadas da
Praça do Comércio.
12h00min
Depois de vencida
a ameaça da “Gago
Coutinho”, Salguei-
ro Maia vê-se a
braços com um no-
vo ataque das for-
ças do regime. Cin-
co carros de com-
bate M/47 de Ca-
valaria 7, atiradores
do Regimento de
Infantaria 1 da
Amadora e alguns
soldados da PM de
Lanceiros 2 são as
novas forças envia-
das pelo Governo.
A coluna é coman-
C R O N O L O G I A D E U M A R E V O L U Ç Ã O (cont.)
dada por um briga-
deiro que recusa
o diálogo com Sal-
gueiro Maia e man-
da abrir fogo. Nin-
guém lhe obedece
e a coluna acaba
por se juntar a Sal-
gueiro Maia.
12h30min
A Baixa de Lisboa
está repleta de po-
pulares que encora-
jam os soldados e
lhes colocam cravos
nos canos das G-3.
O Quartel da GNR
do Largo do Carmo
é cercado pelas for-
ças de Salgueiro
Maia, onde se en-
contra o presidente
do Conselho, Mar-
cello Caetano. Este
Largo foi pequeno
para tantos popula-
res, que se amontoa-
vam, procurando
posições com cam-
po de visão, como
árvores e telhados
das casas circun-
dantes.
16h00min
Forças do CIOE con-
trolam as instalações
da RTP do Monte da
Virgem e do RCP, no
Porto.
16h30min
Após negociações,
Marcello Caetano
decide render-se,
mas apenas a um
oficial de alta paten-
te. Deste modo, pre-
tendia evitar que o
“poder caísse na
rua”.
17h45min
Chega ao quartel o
general António de
Spínola, para rece-
ber a rendição de
Marcello Caetano.
18h45min
É redigido o Decre-
to-Lei 171/74, que
"entra imediatamen-
te em vigor", visando
a extinção da Direc-
ção-Geral de Segu-
rança, da Legião
Portuguesa e da Mo-
cidade Portuguesa.
19h30min
Marcello Caetano e
os ministros que com
ele estavam no
quartel do Carmo
são transportados,
numa Chaimite, pa-
ra o posto de co-
mando do MFA, na
Pontinha.
Mesmo depois da
rendição de Marcello
Caetano, e a conse-
quente vitória da
revolução, na sede
da PIDE/DGS, na
Rua António Maria
Cardoso, os agentes
do regime dispara-
vam das janelas,
facto que resultou
em cinco mortes —
as únicas de toda a
revolução!
À noite, os portu-
ra do capitão Sal-
gueiro Maia, cujo
papel foi entregue
ao ator italiano
Stefano Accorsi. A
história do filme cen-
tra-se nos aconteci-
mentos ocorridos na
noite do dia 24 e
manhã do dia 25 de
abril.
A revolução não foi
só isto. No entanto,
é um filme correto,
com uma reconsti-
tuição de época
pertinente, onde o
espectador tem
acesso ao processo
do fim da ditadura e
ao início de uma
nova fase da Histó-
ria de Portugal, que
nos conduzirá a um
regime democráti-
co.
Mais um filme com
História …
Equipa da BECRE da ESDPV
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 6
gueses assistem pe-
la televisão às de-
clarações da Junta
de Salvação Nacio-
nal, composta pelo
general Spínola, Ro-
sa Coutinho, Pinhei-
ro de Azevedo, Cos-
ta Gomes, Jaime
Silvério Marques,
Galvão de Melo e
Diogo Neto, que são
o rosto da nova era,
que se iniciava no
dia 25 de Abril de
1974, para Portugal.
Recomendamos a
visualização do fil-
me da realizadora e
atriz Maria de Me-
deiros, Capitães de
Abril, uma obra que
abordou a temática
da Revolução de 25
de Abril de 1974,
conciliando a reali-
dade histórica com
personagens fictí-
cias. O filme é uma
glorificação da figu-
O 2 5 D E A B R I L
No dia 25 de Abril de
1974, os militares
d e r r u b a r a m a
d i ta d u r a , p a r a
P o r t u g a l t e r
liberdade.
Antes do 25 de Abril,
as pessoas eram
proibidas de fazer
reuniões, de organizar
manifestações e de
dizer tudo o que
pensavam.
A PIDE (Polícia
Internacional de
Defesa do Estado),
que prendia todas as
pessoas que falavam
mal do governo,
controlava todas as
conversas e os
telefonemas; por
isso, dizia–se que a
PIDE tinha um ouvido
em todo o sítio. Eles
estavam disfarçados
20 anos do sexo mas-
culino obrigados a ir
para África. Alguns
fugiram da guerra
para outros países e
nunca mais volta-
ram, e muitos volta-
ram depois do 25 de
Abril de 1974.
As colónias torna-
ram-se países inde-
pendentes depois
do 25 de Abril: Ango-
la, Cabo Verde, Gui-
né-Bissau, Moçambi-
que e São Tomé e
Príncipe.
Linete Neganga e Rodrigo
Almeida – 4ºC da EB1/JI Frei Luís
de Sousa
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 7
e espiavam as
pessoas.
Desde 1961 até 1974,
houve uma guerra a
que deram o nome
de guerra colonial,
sendo os maiores de
Diogo Trindade, João Pedrosa e Pedro Soares - 4ºA da EB1/JI Frei Luís de Sousa
.
O 2 5 D E A B R I L
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 8
R E V O L U Ç Õ E S Divulgação Científica
Nivose – Janeiro Ventose – Março Isabel Ferreira de Almeida,
docente da ESDPV
Thomas Jefferson 1743-1826
Declaração da Independência dos EUA, 1776
Consideramos estas verdades como autoevidentes: que todos os
homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos
direitos inalienáveis, que entre estes estão vida, liberdade e busca
da felicidade.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, França, 1789
Revolução Francesa 1789
Constituição dos EUA, XIII Emenda, 1865
Abraham Lincoln 1809-1865
Constituição Portuguesa, 1976
Eça de Queirós 1845-1900
25 de Abril 1974
Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As desti-
nações sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação
dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a
liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na
nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autorida-
de que dela não emane expressamente.
Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua
jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como
punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente con-
denado.
Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.
Nestas Democracias industriais e materialistas, furiosamente empe-
nhadas na luta pelo pão egoísta, as almas cada dia se tornam
mais secas e menos capazes de piedade.
Artigo 2.º
Estado de direito democrático
A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, ba-
seado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organi-
zação política democráticas, no respeito e na garantia de efetiva-
ção dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e inter-
dependência de poderes, visando a realização da democracia
económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia
participativa.
F I L M E S C O M H I S T Ó R I A O Concerto
Le Concert, em por-
tuguês O Concerto,
é um filme francês
realizado por Radu
Mihai leanu, em
2009, protagonizado
pelo ator russo
Aleksei Guskov e
pela atriz francesa
Mélanie Laurent.
Andrey Simonovich
Filipov (Guskov), um
maestro russo arrui-
nado pelo Partido
Comunista por em-
pregar músicos ju-
deus, trabalha ago-
ra como emprega-
do de limpeza no
teatro Bolshoi, em
Moscovo, mas vive
obcecado com o
seu último concerto,
interrompido pelo
KGB. Trinta anos de-
pois do ocorrido,
com a URSS já des-
membrada, surge-lhe
uma oportunidade
de voltar a realizar o
mesmo concerto e
deixar, assim, para
trás os fantasmas do
passado. A orques-
tra do Bolshoi é con-
vidada para atuar
em Paris, no teatro
Châtelet, e Filipov
decide reunir os
seus antigos músicos
e apresentar a sua
orquestra como sen-
do a daquele tea-
tro.
A música que escolhe
é de Tchaikovsky,
mais especifica-
mente, o Concerto
n.º 35 para Violino e
Orquestra: era esta
a obra que Filipov
dirigia nesse seu últi-
mo concerto, antes
da desgraça. Como
solista, exige a violi-
nista Anne-Marie
Jacquet (Mélanie
Laurent) que, apa-
rentemente, está
também ligada ao
passado do maes-
tro.
O que se segue é
uma história cómi-
ca, comovente e
simplesmente irresis-
tível, na qual segui-
mos Filipov na sua
busca pelos seus
antigos colegas e
na preparação do
que ele deseja ser o
grande concerto da
sua vida. Ao mesmo
tempo, o filme dá-nos
um retrato da Rús-
sia, ou melhor, dos
russos, saídos do co-
munismo.
Cada um encara a
mudança de ma-
neira diferente: há
aqueles que, anti-
gos membros do
Partido Comunista,
acreditam ainda
que podem reviver
a Revolução e vi-
vem ainda apega-
dos aos símbolos do
partido; há também
os novos ricos, que
não sabem o que
fazer com tanto di-
nheiro; e há ainda
os que aproveitam
a viagem para pro-
curar trabalho, ou
fazer negócios em
Paris. Todos revelam
uma capacidade
de adaptação ex-
traordinária face à
liberdade alcança-
da e às tragédias
do passado. Mas o
filme nunca se torna
pesado, graças ao
humor e à frescura
utilizados pelo reali-
zador.
A música está sem-
pre presente. É ela
que une toda a or-
questra, é ela que
desperta emoções
e é através dela
que se comunicam
mensagens que não
podem ser expres-
sas por simples pala-
vras, que se revive o
passado e se cria
um novo futuro. É
com Tchaikosvky
que Filipov conse-
gue chegar ao seu
auge, e é graças à
sua música que
Anne-Marie desco-
bre a verdade sobre
o seu passado e en-
contra novos ami-
gos.
O Concerto pode
não ser um filme
famoso, nem uma
obra-prima; algu-
mas pessoas podem
mesmo achá-lo in-
verosímil ou exage-
rado, mas é, sem
dúvida, um bom
filme. É uma prova
de que não são
precisas fortunas e
grandes estrelas
para contar boas
histórias de amor,
de mudança, de
esperança. E uma
prova de como a
música clássica,
mesmo nos dias de
hoje, continua a
despertar emoções
e a adaptar-se à
realidade, tanto
pessoal como cole-
tiva.
Maria Teresa Oliveira, ESDPV,
12º 4, nº14
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 9
O D I A D A S M E N T I R A S
março. Porém, por-
que na época me-
dieval esse calendá-
rio não era respeita-
do por todos (muitas
aldeias e paróquias
celebravam o Ano
Novo na festa da
Anunciação, em 25
de março, enquan-
to outras prolonga-
vam o ano velho
até 31 de março e
só comemoravam
esta festividade no
dia 1 de abril), em
1582, o papa Gre-
gório III, visando uni-
formizar a data do
início do ano, substi-
tuiu o calendário
juliano pelo grego-
riano, tendo o Ano
Novo início não no
equinócio da Prima-
vera, mas no 1.º dia
de janeiro.
O monarca francês
1885, Teófilo Braga,
in O Povo Português
nos seus Costumes,
Crenças e Tradi-
ções, referia que,
nos Açores, a data
era conhecida por
“dia das petas” e no
Porto por “dia dos
enganos”.
De acordo com a
teoria dominante, a
celebração deste
dia terá a origem
numa alteração no
calendário (do julia-
no para o gregoria-
no) decretada em
França.
Com efeito, segun-
do o calendário
juliano, imposto no
ano 45 a.C. por
Caio Júlio César, o
início do ano coinci-
diria com o equinó-
cio da primavera
entre 20 e 21 de
As várias datas co-
memorativas de fes-
tas religiosas, como
o Natal e a Páscoa,
ou de festas profa-
nas, como efeméri-
des nacionais e os
dias da Mãe, do Pai
ou da Criança, to-
das possuem uma
história, uma origem.
Uma das datas mais
curiosas, e provavel-
mente a mais anti-
ga, é a do Dia das
Mentiras.
Também conhecida
por Dia dos Bobos,
Dia das Petas ou Dia
dos Tolos, o Dia das
Mentiras é celebra-
do no 1.º dia de abril
e, embora amiúde
seja aproveitado
para humilhar e ridi-
cularizar situações e
pessoas, na sua es-
sência, traduz-se na
utilização da menti-
ra com o objetivo
de pura diversão.
Pregar mentiras nes-
se dia, aos familia-
res, aos amigos, aos
vizinhos ou aos cole-
gas de trabalho, é
uma brincadeira
saudável, desde
que se mantenha o
respeito e desde
que delas não resul-
te qualquer prejuízo
para os visados.
Curiosamente, já em
Carlos IX (século
XVI) também de-
cretou que, em
França, seria ado-
tado o calendário
gregoriano, passan-
do o novo ano a
ser comemorado
no dia 1 de Janeiro.
Sucedeu, contudo,
que essa decisão
ou era desconheci-
da ou não foi bem
aceite por muitos
franceses. Muitos
aproveitaram a tei-
mosia de uns e a
falta de lembrança
ou a ignorância de
outros, para satirizar
o facto, através de
brincadeiras pito-
rescas (mentiras
inofensivas, parti-
das, envio de pre-
sentes estranhos e
convites para festas
falsas), conhecidas
por “plaisanteries”,
levando outros,
c h a m a d o s d e
“bobos de abril” a
comemorar, por
engano, em 1 de
abril o dia de Ano
Novo.
Serão, pois, estas
brincadeiras que,
tendo-se perpetua-
do, enraizado e ex-
pandido durante
séculos, terão cria-
do esta simpática
tradição em muitos
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 10
Chiara Giorgiutti
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 11
O D I A D A S M E N T I R A S (cont.
latim hilaris, (cf. hila-
riante), celebrada
em 25 de março na
Roma Antiga, ou à
celebração indiana
Holi, de 31 de março
(festival que come-
mora a chegada da
primavera e que en-
volve brincadeiras
como a de se lam-
buzarem uns aos ou-
tros com cores).
Algumas mentiras
que fizeram história
Seja como for, neste
dia, para além das
brincadeiras entre
colegas, amigos,
familiares ou vizi-
nhos, também os
órgãos de comuni-
cação social, escrita
ou falada, mesmo
os mais importantes,
se empenham em
protagonizar a men-
tira (a notícia falsa)
mais verosímil ou ori-
ginal, conseguindo
muitas vezes enga-
nar os seus leitores
ou ouvintes, em par-
ticular os menos
atentos.
A título de curiosida-
de, eis algumas
mentiras que, veicu-
ladas no dia 1 de
abril pelos órgãos de
comunicação, fica-
ram famosas:
Em 1957, a BBC
emitiu uma peça
jornalística sobre
uma árvore que
produzia spaghetti,
na Suíça;
Em 1976, o astróno-
mo Patrick Moore
anunciou que um
alinhamento gravi-
tacional entre Plu-
tão e Júpiter às 9h
47m reduziria a
gravidade terrestre
e seria possível flu-
tuar;
A rede de restau-
rantes fast-food
Burger King publi-
cou, em 1998, um
anúncio que pro-
movia um novo
hambúrguer para
canhotos;
O diário britânico
The Independent
anunciou, em 2011,
que Portugal havia
vendido Cristiano
Ronaldo à Espanha
por 160 milhões de
euros.
Equipa da BECRE da ESDPV
países. Por exemplo,
em Inglaterra, quem
"cai no primeiro-de-
abril" é chamado de
noodle (pateta); em
França, poisson d'a-
monarca, os france-
ses terão aproveita-
do este facto para o
ridicularizar.
Outra explicação
defende que a data
vril (peixe de abril);
na Escócia, april
gowk (tolo de abril);
nos Estados Unidos,
april fool (bobo de
abril).
Existem outras expli-
cações para esta
manifestação, mas
não têm uma cone-
xão clara com o dia
das mentiras, como
é caso da que refe-
re que foi justamen-
te nesse dia que o
príncipe Loraine, ao
fugir do Castelo de
Nacy, terá engana-
do o rei Luís XIII, com
intenção de brincar
com ele, nadando
pelo rio Meurthe.
Porém, devido à im-
popularidade do
corresponderia a
uma antiga festa
romana. Segundo o
historiador america-
no Joseph Boskin,
professor da Univer-
sidade de Boston,
em Roma já se pre-
gavam mentiras du-
rante o equinócio
de primavera, pelo
que os enganos de
1.º de abril são an-
teriores à reforma
do calendário por
Gregório.
Por outro lado, se-
gundo a Enciclopé-
dia Britânica, esta
tradição pode ser
comparada à festa
Hilaria (ou Dia da
risada romana), do
grego ἱλάρια e do
Pam López
Gabrielle Richard
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 12
E L A B O R A Ç Ã O D A H I S T Ó R I A O S A N I M A I S A Q U Á T I C O S
Trabalho do 1ºA da EB1/JI Frei Luís de Sousa
O António Brito fez esta história na BE, em
tempo de livre acesso, e organizou-a em livro.
No tempo da turma, ilustrou-a com a Beatriz
Garcia, a Joana Faria, o Manuel Aleixo e o
Marco António.
Depois foram pesquisar, para saber mais coi-
sas sobre cada um dos animais da história. A
seguir, apresentaram ambos os trabalhos à
turma.
Inácia Santana, docente da EB1/JI Frei Luís de Sousa
E L A B O R A Ç Ã O D A H I S T Ó R I A A M E N I N A D O M A R
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 13
Trabalho do 3ºA da EB1/JI Frei Luís de Sousa
A Ana Beatriz escreveu esta história, em
livre acesso, inspirada na história com o
mesmo nome de Sophia de Mello Brey-
ner, lida na sala. Mais tarde, em tempo
da turma, foi revista, organizada em li-
vro e ilustrada.
Inácia Santana - professora responsável pela BE da EB1/JI
Frei Luís de Sousa
C O M O T O M A R N O T A S
nar a informação
essencial do texto de
base:
a. pequenos resu-
mos – as diversas no-
tas podem não estar
articuladas entre si,
sendo constituídas
por pequenas frases
completas que vão
resumindo os conteú-
dos essenciais;
b. palavras-chave –
as notas não consti-
tuem um texto com
frases completas,
mas são constituídas
por palavras particu-
larmente significati-
vas que seleciona-
mos e que podemos
organizar de forma
esquemática; po-
dem usar-se setas e
outros sinais para evi-
denciar as relações
entre as palavras re-
gistadas;
c. mapas ou diagra-
mas – as notas são
organizadas em ma-
pas que podem
combinar frases es-
quemáticas com pa-
lavras-chave.
Os apontamentos
por palavras-chave
são, evidentemente,
mais sintéticos do
que os apontamen-
tos por frases-resumo,
que requerem uma
escrita mais rápida,
sobretudo quando
há muita informa-
ção. No entanto, as
frases tornam-se mais
Saber tirar notas ou
apontamentos de
maneira eficaz é
uma habilidade que
contribui para o êxi-
to de pesquisa de
informação. As notas
constituem um ma-
terial de trabalho de
uso pessoal: o estu-
dante tira notas pa-
ra memorizar a infor-
mação, para poder
reler e compreender
melhor o sentido do
que anotou.
A maneira de tomar
notas evolui segun-
do as etapas da
pesquisa e segundo
as necessidades en-
contradas. Na toma-
da de notas, quer
esta seja simples ou
elaborada, a utiliza-
ção de fichas, de
um programa de ba-
se de dados ou de
tratamento de texto
revelam-se meios
eficazes.
Tomar notas é uma
forma de sintetizar a
informação, criando
uma linguagem do-
cumental própria. A
atividade de tomar
notas não se refere
apenas à síntese de
textos de suporte
variado, pois tam-
bém devemos tomar
notas nas aulas.
De um modo geral,
podemos enunciar
três formas que nos
permitem seleccio-
uma prioridade ou
uma hierarquia;
Inspirar-se numa fi-
cha catalográfica,
em resumos existen-
tes, fichas técni-
cas ...;
Suprimir palavras de
ligação sem prejudi-
car o sentido e a
compreensão;
Sintetizar informa-
ções provenientes
de diversas fontes;
Criar uma ficha prin-
cipal, à maneira de
um índice;
Estabelecer ligações
hierárquicas entre as
fichas a partir das
palavras-chave, dos
descritores, dos títu-
los e subtítulos, dos
assuntos, das etapas
do processo;
Criar fichas pouco
densas, bem identifi-
cadas; evitar a utili-
zação de uma única
ficha demasiado
carregada de infor-
mações;
Utilizar um programa
de texto ou de base
de dados;
Deixar (no texto)
uma margem lateral
úteis passado algum
tempo, pois as rela-
ções entre as pala-
vras-chave podem
ser esquecidas.
Assim, tomar aponta-
mentos é uma ativi-
dade que:
− Facilita a concen-
tração na leitura.
− Promove o relacio-
namento das ideias
do(s) texto(s).
− Obriga à identifica-
ção das ideias prin-
cipais.
− Torna a leitura e o
estudo mais ativos.
− Facilita a leitura/
estudo posteriores.
Como anotar?
Podem ser utilizadas
várias técnicas para
organizar os aponta-
mentos, desde textos
até esquemas.
Recorrer a sinais con-
vencionais, abrevia-
turas, siglas, símbolos,
pictogramas oficiais,
cuja significação é
bem conhecida;
Utilizar códigos: subli-
nhar, destacar a cor,
enquadrar a infor-
mação, para pôr em
evidência ou indicar
J A N E L A A B E R TA
Página 14
Esquema de chavetas
mento e o índice da
CDU, ou o endereço
electrónico URL;
O título do docu-
mento e o cabeça-
lho indicativo do as-
sunto ou os seus des-
critores;
O título do docu-
mento, o título do
capítulo e a página;
Os cabeçalhos de
assunto da ficha ca-
talográfica corres-
pondente às pala-
vras-chave do assun-
to de pesquisa;
Textos técnicos ou
em branco, destina-
da a permitir anota-
ções em revisões
posteriores;
Os esquemas po-
dem ser úteis. Há
muitos modelos pos-
síveis: esquemas ou
mapas.
Que anotar?
A definição de uma
palavra, de uma
ideia, de um concei-
to;
As palavras-chave
do assunto de pes-
quisa;
O título do docu-
complexos para os
reformular por pala-
vras suas;
Resumo de um pa-
rágrafo ou de um
capítulo em algu-
mas linhas, identifi-
cando as ideias prin-
cipais e secundárias,
as ideias gerais e
específicas, os fac-
tos e as opiniões;
Algumas frases que
podem ser utilizadas
textualmente, como
a citação, indican-
do com exatidão a
referência, isto é,
transcrevendo com
precisão, e por or-
dem, os factos, as
opiniões, as ideias,
os argumentos a fa-
vor ou contra.
Conclusão
Pelas vantagens que
tirar apontamentos
traz para a leitura/o
estudo e para as re-
visões posteriores,
justifica-se a sua uti-
lização. Há que não
esquecer que a sua
eficácia depende,
entre outros aspe-
tos, de uma boa
identificação das
ideias principais e
do relacionamento
entre as ideias, da
sua avaliação dos
apontamentos tira-
dos e consequente
reformulação, do
treino e aperfeiçoa-
mento da sua utili-
zação.
Bibliografia
Wright, A. - How to
improve your mind.
New York: Cambridge
University Press. 1992
Zenhas, A., Silva, C.,
Januário, C., Malafaya,
C., e Portugal, I. - Ensi-
nar a estudar, Apren-
der a estudar (4.ª ed.).
Porto: Porto Editora.
2002
Equipa da BECRE da ESDPV
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 15
C O M O T OM A R N O T AS (cont.)
Mapa de ideias
O L I M P Í A D A S D A L Í N G U A P O R T U G U E S A
Secundário), em ho-
ra a divulgar em
breve.
Alice Costa docente da ESDPV
(Ensino Básico e Ensi-
no Secundário), os
três alunos finalistas,
a saber,
Ensino Básico:
Adriana Nunes (n.º 1), 8.º1
Ana Luísa Silva (n.º 3), 8.º1
Catarina Freira (n.º13), 8.º1
Ensino Secundário:
Pedro Antunes (n.º 21), 11.º1
Ana Cavaleiro (n.º 2), 11.º3
Maria Teresa Oliveira
(n.º17), 12.º 4
Realizou-se, nos dias
10 e 17 de abril, a
2.ª eliminatória das
Olimpíadas de Lín-
gua Portuguesa.
Foram já apurados,
em cada categoria
A prova final tem lu-
gar nos dias 17 de
maio (Ensino Básico)
e 21 de maio (Ensino
J A N E L A A B E R TA
Página 16
O P I N I Õ E S D O S N O S S O S L E I T O R E S S O B R E O L I V R O O M U N D O E M Q U E V I V I
des; esse é na nossa
opinião o ponto for-
te da obra e da es-
critora.
Gostei muito do livro,
é muito interessante.
Uma obra recheada
de sentimentos ape-
lativos.
Um livro fantástico,
com uma emoção
brilhante. Recomen-
do!
Este livro toca o co-
ração de todos.
André Pinto, David Pereira,
Francisco Martins, João Silva
8. E, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Esta história retrata
bem a dificuldade
que os Judeus ti-
nham em viver a sua
vida, pacificamente.
Este livro desperta
vários sentimentos,
tais como a tristeza,
o entusiasmo e, até,
alguma alegria.
Uma forma diferente
de ouvir contar a
história dos Judeus.
Parece-me que esta
obra é bastante tris-
te e também me
causa uma revolta,
pois havia discrimi-
nação por parte dos
nazis, relativamente
aos Judeus.
Leonardo Santos, Ricardo Par-
reira, Rodrigo Costa, Sandro
Reis 8.ºF, EB 2.3 Prof. Delfim
Santos
Foi uma leitura bas-
tante benéfica. (…)
Esta obra fez-nos
perceber o quão
horríveis eram as
condições de vida
no tempo dos Nazis
e como as pessoas,
ainda assim, tinham
esperança. Pude-
mos concluir que,
nos dias de hoje, as
situações não são
nada parecidas e é
um privilégio ter di-
reito às condições e
oportunidades de
vida que nos são da-
das ou oferecidas
João Soares, André Fonseca,
João Matos e Martim Choon
8.ºE, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
É um livro que reco-
mendo pelo facto
de envolver o leitor
na história e levá-lo
a presenciar alguns
dos momentos mais
importantes e difíceis
da vida das perso-
nagens.
Este livro é um exem-
plo dos tempos de
amor e de dificulda-
des que os Judeus
passaram durante o
tempo de persegui-
ção.
Afonso Fernandes, Rui Reis e
Ricardo Paredes 8.ºF, EB 2.3
Prof. Delfim Santos
O livro está escrito
de uma forma ape-
lativa a todas as ida-
(…)A escritora tem
um dom natural. Di-
zemos isto por causa
da maneira como
escreveu o livro. De-
talhou muito bem os
espaços, as persona-
gens e tudo o resto,
fazendo parecer
que estávamos a
viver a própria Histó-
ria.
Admirámos cada
página, cada senti-
mento, cada mo-
mento, cada emo-
ção, cada palavra.
Fica-se muito surpre-
endido pela diferen-
ça entre a infância
e a fase adulta que
a autora descreveu
no seu livro.
Carolina Araújo, Joana Pinela,
Joana Portugal 8.ºF, EB 2.3 Prof.
Delfim Santos
“O Mundo em que
vivi” é um livro que
dá vontade de ler
até depois de os
pais mandarem ir
dormir.
Um livro que até dá
gosto ler e reler ve-
zes sem conta.
Um livro lindíssimo e
com um extenso vo-
cabulário.
Este livro baseia-se
na história da Segun-
da Guerra Mundial,
o que me interessou
bastante, visto que,
é um tema que me
desperta um certo
interesse, também
porque me fará re-
fletir um pouco acer-
ca da vivência das
pessoas naquela
época.
Filipa Ferraz 8.ºD, EB 2.3 Prof.
Delfim Santos
Ao ler este livro, ini-
cialmente, as pala-
vras fugiram-me,
deixando-me um
certo vazio.
A continuação da
leitura tornou-se cati-
vante, com uma lin-
guagem simples e
bastante expressiva.
As palavras fluíam
da boca da narra-
dora, naturalmente.
Ao longo do livro,
dividido em peque-
nos episódios, a nar-
radora foi relatando
o mundo em que
viveu, numa Alema-
nha dominada pelo
va entranhado no
corpo.
Bruna Santos e Tiago Matias
8.ºD, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Sinceramente, um
dos livros mais cati-
vantes e intensos
que alguma vez le-
mos.
O P I N I Õ E S D O S N O S S O S L E I T O R E S (cont.
nazismo e persegui-
dora dos judeus.
Sendo de origem
judia, a autora viveu
na “pele” os horrores
de uma guerra mor-
tífera.
Ilse Losa viveu num
mundo que não era
o seu, mas que esta-
Sabemos agora que
ter uma religião di-
ferente pode ser dis-
criminatório. Fica-se
exposto a uma gran-
de violência e a um
imenso desrespeito.
Ser Judeu sempre foi
muito difícil, conde-
nado a uma vida de
perseguição e dor,
mas, sem dúvida,
esta história pren-
de-nos de forma
emocionante, quan-
do acompanhamos
o crescimento inte-
rior da personagem
principal, Rose.
Sara Mendonça e Diana Olivei-
ra 8.ºH, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
J A N E L A A B E R TA
Página 17
C O N T A D O R D E H I S T Ó R I A S ANTÓNIO FONTINHA
tar o António Fonti-
nha.
A Equipa da BECRE da EB 2.3
Prof. Delfim Santos
ouviram contos da
tradição oral portu-
guesa. As turmas do
7.º e 9.º anos ouvi-
ram contos de Eça
de Queirós, de Ma-
nuel da Fonseca e
contos com o diabo,
relacionados com os
autos de Gil Vicente.
Durante estes dois
dias, 20 turmas da
Escola distribuídas
por oito sessões pas-
saram pela BE a
quem o António Fon-
tinha encantou com
a sua arte de contar.
Nos dias 11 e 12 de
abril, tivemos a pre-
sença, na nossa es-
cola, do excelente
contador de histórias
António Fontinha.
Este ano todas as
turmas do 5.º ano
Percebemos, pelos
sorrisos felizes e opi-
niões, que os alunos
souberam ouvir con-
C O N C U R S O N A C I O N A L D E L E I T U R A Fase distrital
final Nacional do 3º
ciclo.
A Equipa da BECRE da EB 2.3
Prof. Delfim Santos
terem sido selecio-
nados para a Fase
Nacional, estavam
muito bem prepara-
dos e até falaram
dos livros que tinham
lido para a prova.
Uma revisão da ma-
téria! Enquanto espe-
ravam pelos resulta-
dos visitaram a Torre
Os três alunos sele-
cionados na fase de
Escola realizaram a
prova da fase Distri-
tal no anfiteatro da
Torre do Tombo.
A Cláudia, a Matilde
e o Tiago represen-
taram a nossa Escola
e, apesar de não
do Tombo e a expo-
sição “O Foral Novo:
Registos que contam
histórias”. Por fim, as-
sistiram à prova oral
entre os três concor-
rentes selecionados
(3º ciclo e Secundá-
rio). Destes três con-
correntes só foi apu-
rado um para ir à
J A N E L A A B E R TA
Página 18
S E M A N A E M M E M Ó R I A D O H O L O C A U S T O Oficina
ouviram as explica-
ções enquanto olha-
vam as imagens, os
objetos e os livros.
Viram depois um
Power Point na sala
de Multimédia que
incluía um docu-
mentário conduzido
pelo jornalista Daniel
Oliveira, realizado
em Auschwitz duran-
te o Euro 2012 (Alta
Definição).
Por fim, os alunos do
8.º ano realizaram
uma tarefa com
"palavras-luz" e
"palavras-sombra" e
produziram textos
muito bonitos. Os
alunos do 9.º ano
tinham de viajar no
posição de 20 pai-
néis cedidos pela
Memoshoá intitulada
“Dar Testemunho”
que ocuparam todo
Durante a semana
de 15 a 19 de abril, a
equipa da BE, os pro-
fessores de Portu-
guês, de História e
que fez uma confe-
rência para 2 tur-
mas do 9.º ano. Na
4.ª feira, dia 17 de
abril, tivemos mais
uma sessão de cine-
ma com o filme " O
rapaz do pijama às
riscas".
Todas as turmas fo-
ram muito colabo-
rantes e ficámos to-
dos sensibilizados
para saber mais so-
bre o que se passou
durante aqueles
terríveis anos e, ao
mesmo tempo, cons-
cientes de que só o
Homem faz cruelda-
des destas, assim
como só ele as po-
de evitar.
A Equipa da BECRE da EB 2.3
Prof. Delfim Santos
de Educação Visual
trabalharam em
conjunto nesta ativi-
dade.
Nas aulas de Portu-
guês e Educação
Visual, os alunos do
8.º ano leram e tra-
balharam o livro "O
Mundo em que vivi"
de Ilse Llosa e desen-
volveram o projeto
"Cria capas! à volta
de O Mundo em que
vivi".
Os alunos foram re-
datores e designers,
elaborando uma no-
va capa para o livro
com paratextos iné-
ditos e design perso-
nalizado.
A BE organizou as
exposições e a ofici-
na. Tivemos uma ex-
o bloco A. Organizá-
mos dois painéis, um
sobre o Museu Judeu
de Berlim, que incluía
a página do diário
da professora Bernar-
dete, e outro biográ-
fico sobre Anne
Frank.
Promovemos a cole-
ção da BE relaciona-
da com o tema. Ha-
via também a expo-
sição do projeto
“Cria capas” e a
"Mala de Anne
Frank". Esta ajudava
a transportar os alu-
nos ao imaginário
juvenil da época.
Na oficina viveu-se
um novo ambiente
de aprendizagem.
Os alunos percorre-
ram os vários espa-
ços de exposições e
tempo até 1942 e
escrever uma pági-
na de um diário.
Realizaram a Oficina
todas as turmas dos
8º e 9º anos da Esco-
la.
Terça-feira, dia 16
de abril, fomos visita-
dos pelo Dr. Ricardo
Presumido, da Asso-
ciação Memoshoá,
O F I C I N A D O H O L O C A U S T O 9.º ano
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 19
crever para ti, assim
que puder. Beijinhos.
Inês Martins e Sílvia Rodrigues
9.ºE, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
O Meu Diário
Hoje, os tios Gretel
foram levados por
uns homens com um
símbolo nazi no fato.
A mãe disse para
não me preocupar.
Também nunca gos-
Escreve uma página
do teu Diário
És um(a) jovem de
15 anos, que vive na
Alemanha em 1942
e observas o que se
está a passar à tua
volta.
A mãe nunca me
deixa ouvir rádio. Diz
que não são coisas
para a minha idade.
Não são coisas para
a minha idade?! Eu já
não brinco com bo-
necas! Arrumei-as
todas na caixa da
cave para parecer
mais adulta. Curiosa-
mente, começo a
sentir saudades delas.
Queria também con-
pretendem contar-me.
Quando tiver mais
notícias digo!
Bjs.
Joana e Hugo 9.ºC, EB 2.3 Prof.
Delfim Santos
A sensação que cres-
ce no meu âmago é
como uma sede im-
placável sem espe-
rança de alívio. A ca-
da dia que passa
mais pessoas queri-
das desaparecem e
o desespero só au-
menta. Por toda a
parte os rostos fe-
cham-se com medo,
medo pelos que
amam, medo por si
próprios. Para onde
fora a paz que tanto
se prezava? Onde
estão aquelas curvas
nos rostos de cada
um a expressar ale-
gria? Cresce cada
vez mais uma raiva
aqui dentro; o mundo
não é aquele lugar
que eu pensava ser.
Queria ser ainda me-
ra criança e não ter
noção da tirania à
minha volta, não ter
essa angústia pelos
injustiçados e re-
pugnância por essa
injustiça. O mundo
perdeu a cor; a terra
que deveria ser um
misto de alegria, ago-
ra tem a cor negra
do universo.
Bianca e João. 9.º C, EB 2.3 Prof.
Delfim Santos
15 de abril de 1942
O meu diário
Hoje, a minha vida
mudou. Quando che-
guei à escola, não vi
muitos dos meus ami-
gos e pelo caminho
os meus vizinhos e
amigos alemães olha-
vam para mim com
indiferença. Senti-me
como uma peça fora
do seu enorme puzzle
e questionei-me se
eles tentaram colo-
car-se no meu lugar
ou se pertencia ali.
Apesar de sermos
uma família influente
e com boas condi-
ções de vida, não
escapamos às perse-
guições e à violência
nas ruas. Na rádio, só
ouvimos propaganda
nazi, com ideias mui-
to diferentes das nos-
sas; para eles não
passávamos de rata-
zanas, que deviam
aniquilar.
Tenho receio de que
a “nossa gente” de-
sapareça e temo,
também, pela minha
própria vida.
Prometo voltar a es-
tei muito da tia Gretel
e ela também me
odiava.
Na escola, ouvia a
professora dizer que
temos de aproveitar
ao máximo o que
ainda temos. Come-
ço a perceber que
algo se está a passar
à nossa volta. Nin-
guém me quer dizer,
mas eu sei.
Meinster
tar-te que a Anne e o
Peter foram passar
férias na Espanha.
Bem, na verdade,
acho que eles não
queriam ir. O pai dis-
se-lhes que surgiu um
emprego no Norte de
Portugal. Tão longe!
Não sei porque há
necessidade dos pais
irem trabalhar para
lá, mas também não
J A N E L A A B E R TA
Página 20
O F I C I N A D O H O L O C A U S T O 9.º ano (cont.)
morta. Presumi que
fosse judia. Todos
passavam e nin-
guém a socorria.
Procurei ajuda e não
encontrei, porque
toda a gente se re-
cusava a ajudar.
Não sabia o que fa-
zer. Aproximei-me e
baixei-me, para ver
em que estado ela
estava, mas logo me
disseram: —“Não a
ajudes, porque ain-
da pensam que és
judia e levam-te
também para o
campo de concen-
tração.” Após isso,
fiquei assustada, le-
vantei-me e fui para
casa. Não aguentei
e desatei a chorar.
Jurei que nunca
mais faria isso. Se me
acontecesse uma
situação como esta,
ajudaria sem pensar
nas consequências,
pois o remorso de
pensar que ajudei
uma pessoa a mor-
rer é horrível.
Ana Barreiros e Inês Sanches
9.ºG, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Enquanto os empur-
ro para dentro do
vagão, oiço as suas
queixas e murmúrios,
eu sou fiel a Hitler e,
portanto, não lhes
falo. Apenas fecho
a porta do vagão
atrás de mim sem
pensar duas vezes.
Durante a viagem
momento raiva, an-
gústia, mágoa, triste-
za e um profundo
desespero perante
aquela realidade.
Que miseráveis con-
dições, que terrível
destino os espera!...
Cláudia e Miguel 9.ºC EB 2.3
Prof. Delfim Santos
Querido Diário
Hoje estava um dia
de sol, porém, quan-
do vinha da escola,
algo me chocou
bastante. Estava
uma criança deita-
da no chão, talvez
inanimada, talvez
Hoje, acordei e olhei
para a janela e vi o
mesmo céu debaixo
do qual se revela a
injustiça humana.
Questionei-me em
relação à origem
desta perseguição.
Fui almoçar fora per-
to do Gueto quando
me deparei com
centenas de Judeus
a entrarem para um
comboio de merca-
dorias. Entre eles es-
tava o Ezequiel, um
amigo meu, que foi
forçado a viver num
gueto com a sua fa-
mília. Senti naquele
para Auschwitz,
penso sobre o que
o futuro reserva a
esta gente. Eu sa-
bia, mas eles não!
Durante a noite con-
sigo ouvi-los, espe-
cialmente as crian-
ças, a chorar. Vol-
to-me na cama, no
beliche do com-
boio, e tapo os ouvi-
dos com a almofa-
da para tentar dor-
mir.
Quando chego ao
campo de concen-
tração, sou recom-
pensado pela mi-
nha lealdade à Ale-
manha e sou convi-
dado a trabalhar.
Eu tinha ouvido his-
tórias sobre o oficial
Frank, um homem
sem escrúpulos, e
rejeitar a sua pro-
posta seria uma
ofensa para ele. Por
isso, aceitei e, para
celebrar, partilha-
mos uma garrafa
de vinho.
O meu dia a dia era
horrível e o que via
transformava um
homem num mons-
tro e isso era o que
eu via quando olha-
va ao espelho, um
monstro com forma
de homem, assassi-
no de crianças e
mulheres e a escra-
vizar outros homens.
Marta Dias e Ana Leal 9.ºF,
EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Jun
J A N E L A A B E R TA
Página 21
O F I C I N A D O H O L O C A U S T O 8.º ano
Os alunos do 8º ano dispunham de varia-
das palavras-sombra e palavras-luz, deno-
minação que a equipa da BE deu a pala-
vras com significado mais triste, mais escu-
ro, mais soturno, ou, pelo contrário, mais
alegre, mais luminoso. Com essas palavras
e acrescentando mais algumas da sua au-
toria, escreveram estes textos poéticos.
Equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Amor reconciliado com a ternura
faz-me esquecer tormento que passei
faz-me sonhar com a paz
Que pode existir no mundo
Marta Costa n.º18 8.ºB
PALAVRAS LUZ
Cicatrizar as feridas como uma réstia de espe-
rança
Ter coragem para recomeçar uma vida
Saudades de abraços
Lembrar um mar de recordações
Voltar a sorrir para a luz do dia
E correr para a Paz.
Lucas Garcia e Matilde Bento
Sem saber como recomeçar com os seus so-
nhos destroçados
À procura de esperança e Paz
Nos campos largos nunca mais conseguem
libertar as mãos
Há uma luta diária
Para romper a muralha
E conseguir renascer das cinzas.
Inês Jordão n.º 16 8.ºE
O som metálico, silencioso, escondido…
Deserto fechado, cinzento e trágico… sem
luz.
O que fariam? Iriam quebrar mitos? Quebrar
barreiras?
Ser diferente é resistir? Esperar pelo ama-
nhã?
A questão era:
Que amanhã?
Inês Filipa- n.º8 -8.ºB
PALAVRAS SOMBRA
Desde o início que não posso falar
E apenas tenho uma réstia de esperança
Que me ajuda a cicatrizar as feridas
E os laços perdidos para sempre!
Diogo n.º 6 e Tiago n.º 24 8.ºD
Uma perseguição
Um comboio escuro
Um campo de concentração cinzento
Onde se ouvia um grito silencioso
Tudo isto por apenas ser diferente.
Os dias calados trazem a lembrança
Da trágica solidão.
Joana Guerra n.º10 8. B
Ao entrar no campo de concentração
Era como chegar a um deserto de solidão.
Sentia-me numa prisão onde existia perse-
guição e humilhação.
Com o passar dos dias tentava sobreviver
À crueldade da minha própria sombra.
Era tanta a vontade de gritar e de quebrar
muros.
Sentia-me um intruso no meu silencioso mur-
murar.
Filipa Mendes e Filipa Veiga 8.ºA
Mágoas de medo
Uma prisão insuportável
O horror no fio da navalha
Quebrar barreira, impossível!
Há um destino vazio…
Francisco Marques 8.ºE
Jeannette Woitzik
Um livro é... uma
aventura nos
corredores mais
profundos da
imaginação.
Thainá, 10.º 1
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 22
C O N F E R Ê N C I A D R . R I C A R D O P R E S U M I D O ASSOCIAÇÃO MEMOSHOÁ
Dia 16 de abril, o Dr.
Ricardo Presumido,
a convite da Equipa
da BE, realizou uma
Conferência na nos-
sa escola sobre o
Holocausto. Estive-
ram presentes duas
turmas do 9.º ano e
ficámos todos mais
conscientes do signi-
ficado de holocaus-
to e genocídio co-
metido pela Alema-
nha Nazi. Desde o
boicote às ativida-
des dos judeus, dos
dois rapazinhos se
conhecem: um que
está dentro e outro
fora das grades de
um campo de con-
centração.
Foi um momento
único e muito inten-
so.
A equipa da BECRE da EB 2.3
Prof. Delfim Santos
guetos, dos campos
de concentração e
e x t e r m í n i o , d a
“Solução Final” tu-
do foi falado e es-
cutado com aten-
ção.
Obrigada!
Passados cerca de
setenta anos, não
devemos deixar cair
no esquecimento a
vida despojada de
privacidade, dos di-
reitos humanos, que
pareciam inaliená-
veis tal como a
morte num sofri-
mento inumano de
tantos milhões de
pessoas.
A equipa da BECRE da EB 2.3
Prof. Delfim Santos
O F I L M E O R A P A Z D O P I J A M A À S R I S C A S
Integrado na sema-
na do Holocausto, a
equipa da BE proje-
tou, no dia 17 de
abril, um filme rela-
cionado com o te-
ma. Os alunos tive-
ram oportunidade
de ver "O rapaz do
pijama às riscas",
um filme em que
F A Z D E C O N T A
- Faz de conta que sou flor…
- Eu serei joaninha a voar.
- Faz de conta que sou relva…
- Eu serei a bola colorida.
- Faz de conta que sou caneta…
- Eu serei papel macio.
- Faz de conta que sou peixe…
- Eu serei água translúcida.
- Faz de conta que sou gata…
- Eu serei casa soalheira.
- Faz de conta que sou mar…
- Eu serei sereia em ti a nadar.
- Faz de conta que sou tangerina…
- Eu serei um dos teus gomos.
- Faz de conta que sou céu…
- Eu serei águia num voo alto.
- Faz de conta, faz de conta...
Trabalho coletivo ao estilo de Eugénio de Andrade
(realizado por alunos de PLNM), da docente Renata
Boaventura, EB 2.3 Prof. Delfim Santos Anna Silivonchik
J A N E L A A B E R TA
Página 23
S E M A N A D A P O E S I A
A semana da Poesia
foi celebrada, na
nossa escola, de 22
a 26 de abril. Inte-
grando as ativida-
des, a Biblioteca
participou com os
Sacos de Poesia,
Ponto de Poesia e
Oficina de Poesia de
portas abertas.
O "saco de poesia"
é um saco cheio de
poesia escolhida
leram poesia e sele-
cionaram o poema
de que mais gosta-
ram para colocar
na porta da sua sala
de aula.
O Ponto de Poesia
foi colocado na BE
e os alunos que qui-
seram puderam en-
cher a Biblioteca de
poesia. Participaram
mais de 50 alunos
de 10 turmas, com
os poemas selecio-
nados do saco de
poesia. Leram-se
poemas de Sophia
de Mello Breyner
Andresen, Almeida
Garrett, Manuel Ale-
gre, João Pedro
Messéder, António
Torrado, Albano
Martins, Álvaro Ma-
galhães, Maria Al-
berta Meneres, An-
tero de Quental, Luí-
sa Ducla Soares, Pa-
piano Carlos, Mário
pelos professores de
Português na Biblio-
teca, que durante
esta semana tem
ido às salas para de-
senvolver atividades
várias e para a Es-
cola Ler+ e melhor
Poesia!!!.
Os professores de
Português foram à
BE encher os sacos
para as suas turmas.
Nas aulas, os alunos
Castrim, Florbela
Espanca, Violeta
Figueiredo, Vinicius
de Morais, João de
Deus, Augusto Gil,
Fernando Pessoa,
Luís de Camões,
Cecília Meireles...
Na Oficina de Poe-
sia de portas aber-
tas, os professores
que orientam esta
oficina na escola,
colaboraram com
a BE motivando os
participantes.
Ensinaram várias
técnicas aos alu-
nos e puseram ao
dispor diversos ma-
teriais.
A equipa da BE da EB 2.3
Prof. Delfim Santos
Q U E M M E D E R A . . .
Quem me dera que eu fosse lua… e iluminasse à noite a estrada.
Quem me dera que eu fosse cava-leiro andante… e ajudasse os pobres na poeira do caminho.
Quem me dera que eu fosse luz... e acendesse o amor do mundo.
Quem me dera que eu fosse areia da praia... para ser beijado pelas ondas.
Quem me dera que eu fosse avião... e levasse todos ao país do sonho.
Quem me dera que eu fosse casa-co quente... Que aquecesse os pobres enrege-lados.
Quem me dera que eu fosse giras-sol... e soubesse sempre onde vive a luz.
Antes isso que ser o que atravessa a vida... Olhando para trás de si e tendo pena…
Trabalho coletivo ao estilo de Eugénio de Andra-
de (realizado por alunos de PLNM), da docente
Renata Boaventura, EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Bob Conge
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 24
Um livro é... uma
porta mágica para
um novo mundo.
Constança Monteiro,
7.º 1, n.º 7
Um l iv ro é. . .
imaginação de
alguém dentro de
f o l h a s q u e
d e s c r e v e
sentimentos, algo
que esteja por
contar.
Sofia Sapeira, 10.º 9, n.º 26
Um livro é... um
mundo novo que
d e s c o b r i m o s
página a página
Catarina Tibério, 10.º 9, n.º 6
P O N T O D E P O E S I A
teou-nos com um
poema lido em con-
junto.
O "Ponto de Poesia"
foi instalado na Bi-
blioteca e os alunos
que participaram
tiveram sempre pú-
blico, ou os colegas
da sua turma, ou de
outras que também
vieram assistir e parti-
cipar.
Os poemas foram
escolhidos pelos alu-
nos, podendo ser da
sua autoria, ou sele-
duas horas e meia,
muita poesia.
Participaram mais de
50 alunos de 10 tur-
mas diferentes. Uma
turma inteira presen-
Nas comemorações
da semana da Poe-
sia a equipa da BE e
os professores de Por-
tuguês dinamizaram
o "Ponto de Poesia"
onde se leu, durante
cionados do "Saco
de Poesia".
A equipa da BE da EB 2.3 Prof.
Delfim Santos
S E S S Ã O D E P O E S I A
"Sei que o poema é
qualquer coisa que
nos transforma. O
poeta sonha sem-
pre transformar o
homem, mudar a
vida."
Eugénio de Andrade
so literário, que de-
corre até ao dia 19
de abril. Participe
nesta iniciativa e
venha dar voz aos
poetas.
Alda Cruz docente da ESDPV
poesia, que ocorreu
durante a pausa le-
tiva, a 21 de março,
com uma partilha
de poemas selecio-
nados e lidos por to-
dos os que quiserem
dar voz aos poetas
que admiram. Para
podermos elaborar
o programa, será ne-
cessário enviar o no-
me do poeta, cujo
poema será parti-
lhado, até ao dia 6
de maio, através do
seguinte email: dia-
dapoesia2013@gmail
.com ou junto da
funcionária da biblio-
teca. Também du-
rante esta sessão
serão entregues os
prémios do concur-
No dia 8 de maio,
realizar-se-á uma
sessão de poesia no
auditório Chaves
Santos, na escola D.
Pedro V, pelas 10h,
com a intervenção
de alunos, funcioná-
rios e professores.
Esta iniciativa do
grupo de português
pretende celebrar
o dia mundial da Amanda Cass
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 25
O M E D O É . . .
R E C O N T O D A H I S T Ó R I A A F A D A O R I A N A SOPHIA DE MELLO BREYNER
blioteca para ver o
reconto completo,
propor melhorar
alguns desenhos e
acabar outros.
Decidimos mostrar
aos pais e às outras
turmas e fazer um
CD.
Andreia Marques, Gilda Car-
doso, Matilde Costa, Leonor
Duarte e Luís Marques – 2º A
da EB1/JI Frei Luís de Sousa
Na turma do 2ºA de-
cidimos ler, em gru-
pos, a história A Fa-
quatro grupos de
seis meninos e meni-
nas.
O primeiro grupo foi
à biblioteca ouvir ler
dois capítulos da
história.
A seguir, foi ao di-
cionário procurar o
significado das pa-
lavras que não co-
nheciam.
Recontaram o que
ouviram ler e dese-
nharam, para que o
grupo que viesse a
seguir soubesse o
que se passava nes-
ses capítulos.
Os grupos que se
seguiram fizeram a
mesma coisa até
acabar o reconto.
Como esta história é
muito grande, cada
grupo foi à bibliote-
ca várias vezes.
Fomos organizando
as palavras de que
não sabíamos o
significado, por or-
dem alfabética,
num dicionário da
turma do 2ºA.
No fim, a professora
Inácia fez um Power
Point com o reconto
de todos os capítu-
los e as ilustrações.
Um dia, juntámos a
turma toda na bi-
da Oriana, na Biblio-
teca, no tempo da
turma.
Dividimo-nos em
O medo é a escuridão da noite,
indecifrável...
É o trovão no deserto,
poderoso...
É o uivo do lobo, tão perto...
É um pesadelo assombrado, sem fuga...
É a solidão na floresta,
longínqua...
É um coração que bate, bate, bate,
temeroso.
Luca Yu (aluno de PLNM), EB 2.3 Prof. Delfim Santos
O B I C H I N H O D A S E D A
J A N E L A A B E R TA
Página 26
Turma 2ºB – EB1/JI António Nobre – professora Margarida Rosa
A Turma 2ºB, da EB1 António Nobre, realizou
uma experiência com bichinhos da seda.
Foi muito divertido e quisemos partilhar as
nossas descobertas.
Aprendemos a usar a lupa para observar-
mos melhor os bichinhos da seda a comer
as folhas da amoreira e a produzir o fio de
seda.
Depois descobrimos que o macho é branco
e tem riscas pretas, enquanto a fémea é
toda branca.
De seguida, aprendemos a medir o compri-
mento dos nossos bichinhos da seda.
Apresentamos o
bichinho da seda,
o macho…
Por fim, registámos tudo no nosso caderno
das experiências.
Este bichinho
media três
centímetros.
Trabalho do 1ºB da EB1/
JI Frei Luís de Sousa
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
Página 27
P R O J E T O DE P E S Q U IS A S O B RE O S C OE L HO S
Depois de terminarem
o trabalho, quiseram
fazer uma história pa-
ra apresentar à turma
utilizando a casinha
dos fantoches. Então,
no dia da comunica-
ção à turma, na Bi-
blioteca, depois de
explicarem o que
aprenderam sobre os
coelhos, apresenta-
ram a sua história,
com figuras recorta-
das e manipuladas
por elas, na casinha
dos fantoches.
Ermelinda Rosa (professora do
1ºB) e Inácia Santana (professora
responsável pela BE)
A Carolina Filipa e a
Carolina Ramalho fo-
ram à Biblioteca fazer
um projeto de pesqui-
sa sobre os coelhos,
no tempo da turma.
T E A T R O D O C U Q U E D O
ram de se ver.
Inácia Santana - professora
responsável pela BE da EB1/JI
Frei Luís de Sousa
nos estavam caracte-
rizados nas persona-
gens do Cuquedo.
Fomos para o ginásio
da Escola e as crian-
ças fizeram o teatro
da história.
Representaram muito
bem! Combinámos
que iriam apresentar
este teatro aos meni-
nos de outras turmas.
Como filmei, no dia 18
de abril, na hora da
Os meninos do JI fo-
ram à Biblioteca ouvir
a história do Cuque-
do, de Clara Cunha e
gostaram muito. Logo
aí combinaram com
a Educadora Cristina
fazer-me uma surpre-
sa.
Então, no dia 11 de
abril, convidaram-me
para ir à sala do JI ler
uma história. Quando
lá cheguei, os meni-
biblioteca do JI, pas-
sámos o filme do tea-
tro e também gosta-
V I S I T A D E E S T U D O À G U L B E N K I A N
os alunos aprende-ram e descobriram coisas novas, cujo relato foi registado num diário de bordo coletivo.
Depois almoçaram e passearam no jardim cheio de sol.
A equipa da BECRE da EB 2.3 Prof. Delfim Santos
Os alunos do 8.º ano foram à Gulbenkian e participaram numa visita guiada à exposi-ção 360º Ciência Des-coberta, embarcan-do numa viagem à volta do mundo co-nhecido e desconhe-cido - Viagem: 360º - As voltas que o mundo dá! Nesta visita-viagem
Escola Secundária D. Pedro V
Escola Básica 2. 3. Prof. Delfim Santos
EB1 / JI Frei Luís de Sousa
EB1 / JI António Nobre
EB1 / JI Laranjeiras
Estrada das Laranjeira, 122 1600-136 Lisboa
Rua Maestro Frederico Freitas 1500-400 Lisboa
Rua Raul Carapinha 1500-542 Lisboa
Rua António Nobre, 49 1500-046 Lisboa
Rua Virgílio Correia, 30 1600-224 Lisboa
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DAS LARANJEIRAS
P A T R O N O D . P E D R O V
Não podemos falar
de D. Pedro V sem
associar este rei ao
comboio e ao gran-
de impulso dado às
escolas e ao ensino.
No entanto, poucos
sabem que D. Pedro
V escreveu João de
Berinhão, uma ópera
bufa (obra dramática
cantada, constituída
por uma abertura
orquestral, recitativos,
árias, duetos, coros…
com acompanha-
mento de orquestra;
a ação e as persona-
gens são cómicas).
Foi D. Pedro V o intro-
dutor da árvore de
Natal no nosso país,
influenciado pelo seu
conselheiro e pre-
ceptor Dietz, de na-
cionalidade alemã.
Ressalte-se ainda o
facto de D. Pedro V
ter publicado, em
1850, o abutre gran-
de ordinário, repre-
sentado na figura,
onde se pode ver a
sua própria assinatu-
ra, no canto inferior
direito, em diagonal.
Esta iconografia está
inserida na BND co-
mo litografia, pala-
vra que vem do gre-
go λιθογραφία, de
λιθος - lithos (pedra)
e γραφειν—graféin
(escrever), que é um
tipo de gravura. Esta
técnica1 envolve a
criação de marcas
(ou desenhos) sobre
uma matriz (pedra
calcária). As pedras
especiais calcárias,
de estrutura micropo-
rosa, eram, inicial-
mente, extraídas de
pedreiras de Munique
(pedra de Munique)
e, depois de bem po-
lidas, aceitavam facil-
B O L E T I M 6 B O L E T I M 6 B O L E T I M 6
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mente o processo
planográfico2.
Equipa da BECRE da ESDPV
Iconografia feita por D. Pedro V
(Fonte: BND
acesso em Setembro de 2011)
1A litografia foi descoberta nos finais do séc. XVIII, por Alois Senefelder (1771-1834), de Praga, autor de peças teatrais, que, quando
procurava um meio de impressão para os seus textos e partituras, descobriu as possibilidades da pedra calcária para fazer impres-
sões e acabou por inventar um processo químico novo, mais económico e menos demorado que todos os outros meios conhecidos
na época. Depois de dois anos de experimentações, desenvolveu a técnica da litografia e, em 1800, registou a sua patente em
Londres.
2Processo planográfico - Depois da imagem gravada sobre a pedra, esta é tratada com soluções químicas e água que fixam as
áreas oleosas do desenho sobre a superfície. A base desta técnica parte do princípio químico de que a água e a gordura se repe-
lem (princípio da repulsão entre água e óleo). Ao contrário de outras técnicas da gravura, a litografia é um processo planográfico,
ou seja, o desenho é feito através do acúmulo de gordura sobre a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos na matriz.
No entanto, tal como noutras técnicas, esta também necessita de uma prensa para transferir para o papel a imagem gravada na
pedra. A impressão da imagem é obtida por meio de uma prensa litográfica que desliza sobre o papel. A máquina está munida de
rolos de tinta para tintar a pedra antes de cada impressão, e a mesa horizontal desloca-se num movimento alternado. Nos primór-
dios da imprensa moderna, século XIX, a litografia tornou-se um instrumento da imprensa jornalística, usada extensivamente na
impressão de todo o tipo de documentos, como, por exemplo rótulos, cartazes, mapas, jornais, possibilitando também impressões
em plástico, madeira, tecido e papel.