Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 11 de abril de 2013 - Distribuição: Garoto

Editorial

A diretoria do Sindialimentação tem sido firme ao dar publicidade, ao travar diver-sas batalhas internas e externas quando se trata de defender os trabalhadores das in-dústrias de alimentação. Nos últimos dias, a diretoria esteve no combate interno junto aos diretores da Chocolates Garo-to. Além disso, está com uma campanha externa que também levou nossa causa ao conhecimento dos romeiros que par-ticiparam da Festa da Penha, a terceira maior festa religiosa do país. Enfim, nosso objetivo é lutar por empregos e pela me-lhor qualidade de vida dos trabalhadores.

Por isso, é motivo de total repúdio as si-tuações vexatórias que alguns gestores e supervisores descontrolados têm criado dentro da fábrica. Os trabalhadores do CDES nos relataram que a supervisão reu-niu a equipe e, ao invés de tratar do ex-pediente do dia, humilhou e constrangeu os trabalhadores. O supervisor perguntou: “- Qual é o seu nome?”. O trabalhador respondeu. Não satisfeito, o supervisor per-guntou de novo agressivamente, por qua-tro vezes: “- Qual é o seu nome?! Fala bem alto que eu não estou escutando!” Por fim, o trabalhador gritou bem alto o seu nome e sobrenome. O supervisor, então, proferiu palavras ofensivas à integridade do tra-balhador que não merecem ser repetidas aqui.

E o descontrole continuou: o supervisor perguntou qual tipo de chocolate cada trabalhador gostava. Após a resposta de alguns, ele jogou uma caixa de tabletes no chão, chutou e espalhou as barras para todos os lados.

No dia 10 de março, mais desrespeito. Os trabalhadores do CDES foram obriga-dos operar empilhadeiras na chuva, o que não é permitido pelas normas de seguran-ça. Os trabalhadores foram humilhados com palavras ofensivas e ameaças de demissão.

Casos como esses não podem ser enco-bertos. Já oficializamos a denúncia junto à empresa para que sejam tomadas as devidas providências. Queremos e mere-

cemos a garantia de um ambiente de respeito e qualidade de vida.

Sindialimentação impede demissões em massae fabricação do Surreal volta para a Garoto

Nas últimas semanas, o clima na fábrica tem sido de instabilidade e demissões. Além disso, coletamos infor-mações que comprovam que produtos Garoto estão sendo fabricados fora da fá-brica. A diretoria do Sindica-to atuou com rapidez frente à situação, e realizou uma série de reuniões com a em-presa para negociar ações que preservem os direitos dos trabalhadores. Um dos re-sultados foi a suspensão das demissões em massa e a con-cessão de 200 férias coletivas.

Outra vitória foi o retorno da fabricação do bombom Surreal para a fábrica. Duran-te a negociação, o Sindicato reivindicou o fim da terceiri-zação dos produtos da Ga-roto, visto que a terceirização transfere os postos de traba-lho para outra fábrica e gera a queda na mão de obra lo-cal. Diante disso, a empresa garantiu que o Surreal vai re-tornar para a Garoto.

Nossa negociação com a empresa não vai parar. Continuamos fiscalizando a produção da fábrica e lutan-do pela garantia de empre-go para todos.

Retorno do Surreal traz vantagens para Sortimento

Com o Surreal voltando a ser fabricado na Garoto, os trabalhadores do sortimento não terão mais que abrir cai-xas do produto que vinham de fora. Isso tem gerado um esforço extra dos trabalhado-res daquele setor, problema esse já apontado pelo Sindi-cato, comunicado e cobra-do da empresa. Com a volta do Surreal para onde ele nun-ca deveria ter saído, esse pro-blema será resolvido.

Sindicato prepara dossiêA diretoria do Sindiali-

mentação está acompa-nhando toda e qualquer movimentação a respeito de demissões. Após a finalização de relatório interno baseado em pesquisas com a catego-ria, o Sindialimentação trará a tona as reivindicações dos trabalhadores em favor da melhor qualidade de vida, preservação do número de empregos e valorização da marca Garoto.

VITÓRIA DOS TRABALHADORES!

Linda MoraisCoordenadora Geraldo Sindialimentação

Nosso Sindicato já está organizando o 1º de Maio. Um dia para comemorarmos as lutas e conquistas dos traba-lhadores e também para aproveitar o descanso com a família. O evento será realizado sítio Nandobel, na Barra do Jucu. As inscrições acontecem de 9 a 19 de abril, na sede do Sindicato.

No dia da confraternização, os ônibus sairão da fren-te do Sindialimentação às 9 horas.

A confraternização terá campeonato de futebol masculino e feminino, churrasco e refrigerante e bingo sindical.Rádio Atitude

Durante o dia, haverá momentos de reflexão sobre as lutas do nosso dia a dia. A Rádio Atitude vai promover a integração entre os trabalhadores e apresentar nossas conquistas.

1º de Maio: o Trabalhador em primeiro lugar

Data: 1º de maio (quarta-feira)Hora: saída às 9h e retorno às 16hValores: Crianças de zero a 5 anos não pagam, crianças de 5 a 12 anos pagam R$ 22,50 e maiores de 12 anos pagam R$ 45. Associados não pagam.Mais informações: 3339-5027

Dia do Trabalhador

O sítio Nandobel tem uma estrutura completa com restaurante, piscinas, sauna, rampa molhada, campo de futebol society, camping, bar, sala de jogos, playground, quadra de vôlei de areia, churrasqueira, videoquê e pesque e pague.

o dia 1º de maio de 1886, um grupo de operários de Chicago, Esta-dos Unidos, fez uma greve para protes-tar contra a carga horária de 13 horas e pela jornada de 8 horas por dia. A polícia reprimiu o protesto, mas ele ga-nhou mais força e outros trabalhadores se juntaram àquele grupo.

A campanha continuou pelos dias seguintes, trabalhadores foram mortos, e no dia 4 de maio, uma bomba joga-da sobre os policiais foi estopim para uma repressão policial ainda mais vio-lenta. A tragédia terminou com morte de sete policiais e 12 operários.

Além disso, a maior parte dos tra-balhadores presos foi condenada à morte.

A partir de 1889, grupos sindicais ao redor do mundo passaram realizar grandes eventos, protestos e passea-tas pelos direitos de classe. No Brasil, a data marca a instituição de impor-tantes conquistas dos trabalhadores, como o salário mínimo, a Consolida-ção das Leis Trabalhistas (CLT) e a Justi-ça do Trabalho.

O Primeiro de Maio também é dia de conscientizar sobre a importância da união dos trabalhadores, resgatar as vitórias obtidas com a força dessa união e enumerar as batalhas que te-mos pela frente.

Já foi dada a largada para o 1º Pedalaço Trabalhando Pela Vida. As inscrições devem ser fei-tas no Espaço Atitude, localizado na antiga sede da CrediGaroto, das 12h30 às 15h30 ou das 20h30 às 21h30.

O evento é fruto de uma par-ceria entre o Sindialimentação e a Cooperativa de Crédito da Garo-to.

“Trata-se de uma parceria im-portante já que as duas entidades trabalham pelo bem comum dos trabalhadores que representa-mos”, explica o Presidente da Cre-diGaroto, Dimarcos Bertholini.Solidariedade e premiações

No ato da inscrição, o partici-pante vai escolher de uma lista su-gerida pelo Sindicato e CrediGaro-to qual entidade ele quer que seja beneficiada pelas doações de lei-te em pó.

O pedalaço também contará com o sorteio de brindes para to-dos os participantes, além de um prêmio especial para quem colo-car toda a sua criatividade na bici-cleta mais enfeitada da prova.

Pedalaço abre caminho para diversão em família

Inscrição: até 25 de abril ou até completar 600 inscriçõesLocal: Espaço Atitude (antiga sede da CrediGaroto)Hora: 12h30 às 15h30 e 20h30 às 21h30Taxa solidária: 1 lata de leite em póDia da corrida: 5 de maio (domingo)Largada: 8h30 (em frente à sede do Sindialimentação)Chegada: pracinha da Garoto

Atrações para todas as idadesCada trabalhador pode inscrever um dependente legal. A

idade mínima para participar do pedalaço é 12 anos completos no ano da prova.

A festa da chegada será na pracinha da Garoto. A recrea-ção infantil com pula-pula, algodão doce e pipoca vai fazer a alegria das crianças.

“Esperamos que você se sinta motivado a compartilhar co-nosco este momento de convivência coletiva e demonstração de solidariedade”, convida a Coordenadora Geral do Sindicato, Linda Morais.

Nos dias 14 e 15 de março, o Sindialimentação promoveu o 2º Encontro Estadual de Cipeiros. Fo-ram dois dias de formação sobre a saúde do traba-lhador e trocas de experiência entre trabalhadores da Garoto e outras quatro indústrias de alimentos do estado: Spali, Real Café, Leão Alimentos e Rio de Janeiro Refresco.

Durante o Encontro, os cipeiros receberam orientações sobre como fazer a análise de um aci-dente e sobre a inexistência de ato inseguro, em-bora as empresas ainda insistam em culpar o traba-lhador. Outros temas tratados foram assédio moral, adoecimento no trabalho e orientações sobre pro-cedimento na emissão de Comunicação de Aci-dente de Trabalho (CAT).

O trabalhador Jerônimo de Carvalho Candeia, do Batom 2, relata a importância da participação no evento. “Sempre tive interesse pela CIPA, e veio junto a necessidade de alguém que pudesse repre-sentar o nosso setor. O Batom 2 é uma linha nova, precisamos ver os pontos estratégicos, vias de blo-queio, confeccionar o mapa de risco, a parte ergo-nômica. Eu vim no primeiro encontro, a gente sem-pre leva experiências de vida, de outras empresas, que a gente pode aproveitar”, afirma.

Encontro Estadual capacita cipeiros

INFORMATIVO DOS TRABALHADORES NASINDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DO ES

Estrada Jerônimo Monteiro, 1732 - Vila Velha - ESTelefone: 3339-5027E-mail: comunica.sindi@terra.com.br

COORDENADORA GERAL DO SINDICATOLinda Morais

COORDENADOR DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃOElifas Medeiros

EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃOSylvia Ruth

Atendendo a solicitação de trabalhadores da nossa ca-tegoria, o Sindialimentação vai sediar um Culto Ecumênico no dia 17 (quarta-feira), às 19h. O evento será realizado no auditó-rio da sede do Sindicato.

O convite é aberto para to-dos os membros de denomina-ções cristãs e pessoas que dese-jam partilhar conosco desse ato de fé e união.

O Sindialimentação reali-zou uma assembleia geral com os trabalhadores afastados que estão sem benefícios do INSS para discutir as demissões que estão ocorrendo na fábrica. Além de dispensar trabalhado-res antigos de casa, prestes a se aposentar, a empresa está demitindo alguns trabalhado-res doentes por “abandono de emprego” e ainda outros que acabaram de retornar às suas atividades após receber alta do INSS.

Os trabalhadores doentes que não têm condições de vol-tar às suas funções mesmo de-pois da alta do INSS estão inse-guros. A espera pelo resultado de recurso no INSS abre uma brecha que tem sido usada pela empresa para demitir es-sas pessoas por abandono de emprego, mesmo sabendo que

Assembleia reúne categoria contra demissõeso trabalhador não tem condi-ções de voltar a trabalhar.

A assembleia promoveu a discussão de ações para de-nunciar a situação que a maio-ria desses trabalhadores está vivendo. O Sindicato também colocou em debate a necessi-dade da contratação de assis-tência técnica nas ações judi-ciais.

A ação da Garoto é injusta e desumana. Além de perder a saúde, os trabalhadores têm que conviver com o medo e a insegurança. Medo de a qual-quer hora perder o emprego e insegurança sobre seu futuro.

Nossas ações serão intensi-ficadas para junto com os tra-balhadores pressionarmos por mudanças e mais respeito por quem perdeu a saúde para que a empresa lucrasse mais.

Entrei na empresa em setembro de 2007.

Trabalhei no Bombom Bola e depois de um ano e dois meses eu tive uma trombose no braço direito. Eu tinha 28 anos quando tive o problema. Meu trabalho era na estampadora. Ti-nha que usar o socador que na época era bastante pesado.

No começo, ninguém sa-bia o que eu tinha. A empresa me enviou para o hospital, pois desconfiava que eu estava com trombose. Fiquei uma semana in-ternado e estou em tratamento até hoje.

Eu fiquei afastado por um ano recebendo o benefício. De-pois o INSS me tirou o direito.

Trabalhador acidentado é demitido mas ganha na justiça o direito de ser reintegrado

Retonei finalmente ao traba-lho e 16 dias depois fui mandado embora.

Só voltei porque minha si-tuação financeira estava muito difícil. No momento da minha demissão, eu não soube como reagir. Em menos de 20 dias me mandaram embora, sem justifi-cativa. Primeiro eles pres-sionam para retornar ao trabalho e, quando você volta, te demitem.

Entrei com ação pelo Sindicato e após apenas um ano e cinco meses fui reintegrado. Minha demis-são foi injusta e o juiz me mandou voltar imediata-mente.

Culto Ecumênico celebra a unidade

Agora me sinto um pouco mais útil, pois me sentia muito dis-criminado. Posso ajudar minha família porque o juiz mandou pa-gar o retroativo e minha situação vai se normalizar.

Recomendo aos companhei-ros para correrem atrás, é possí-vel conseguir. Só tenho a agra-decer ao Sindicato.

Tive as orientações corretas e qualquer coisa que eu precisei fui prontamente assistido.

“Recomendo que o trabalhador que estiver na

empresa se sindicalize para ter assistência, principalmente em momentos

como esse”Leonardo A. Valadares

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