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Cidade Jornal da Informativo mensal – dezembro de 2011 – Ano I - Nº 11 – www.sjc.sp.gov.br MENINAS DE SÃO JOSÉ GANHAM INVICTAS A COPA LIBERTADORES DE FUTEBOL. PÁGINA 10 r PREVENÇÃO R$ 32,5 milhões gastos em obras contra enchentes Página 9 r TRABALHO Vagas agora estão no Portal Mais Emprego Página 2 r O que eles esperam Jovens joseenses também querem diversão e arte, mas estão mais preocupados em estudar e construir uma carreira profissional de sucesso Páginas 6 e 7 mundo? do VERÃO Cuidado com a dengue. Ela pode matar Páginas 4 e 5

Jornal da Cidade, n°11

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aInformativo mensal – dezembro de 2011 – Ano I - Nº 11 – www.sjc.sp.gov.br

MENINAS DE SÃO JOSÉ GANHAM INVICTAS A COPA LIBERTADORES DE FUTEBOL. PÁGINA 10

r PREVENÇÃO

R$ 32,5 milhõesgastos em obras contra enchentesPágina 9

r TRABALHO

Vagas agoraestão no PortalMais EmpregoPágina 2

r

O que eles esperam

Jovens joseenses também querem diversão e arte, mas estão mais preocupados em estudar e construir uma carreira profissional de sucesso Páginas 6 e 7

mundo?do

VERÃO

Cuidado coma dengue. Elapode matarPáginas 4 e 5

a cidade é sua

2 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

Os cadastros antigos do PAT e do

Emprega São Paulo não foram

transferidos para o novo sistema.

Por isso, se você quer procurar

ou oferecer vagas, faça o cadastro

no Mais Emprego, via internet,

ou no Posto de Atendimento

ao Trabalhador.

O PAT fica na Rua Pedro Ernesto

111, na Vila Sanches, e funciona de

segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.

Anote

Jornal da Cidade

Informativo mensal da Prefeitura de São José dos Campos | Editado pela Secretaria de Governo | Coordenação editorial e imagens: Departamento de Comunicação Social | Jornalista responsável: Andréa Martins | Cartas: Rua José de Alencar 123 Vila Santa Luzia | CEP 12209-530 – São José dos Campos - SP | Telefone: 55 (12) 3947-8235 | E-mail: [email protected] | www.sjc.sp.gov.br

Primeiro anoEsta última edição de 2011

marca o primeiro ano do Jornal da Cidade. A cada mês, 100 mil exem-plares são entregues em domicílios em todas as regiões de São José, levando informações úteis, orien-tações e dados essenciais sobre a ação do governo no município.

Este jornal é um complemento a tudo que o governo tem feito para facilitar o acesso da população aos serviços públicos e para colocar os gestores do município em contato com a população. Pela internet e jornais próprios, pelas redes sociais e audiências públicas realizadas em toda a cidade. O objetivo principal é aproximar o cidadão e o poder público, é contribuir para a forma-ção da cidadania.

Formar cidadãos, por sinal, é uma das missões expressas nas políticas públicas voltadas para os jovens. Para atender as expectati-vas deles, é preciso compreender seus anseios e o seu jeito de ser. Uma parte dessa questão é apre-sentada na reportagem da página central, em que são apresentados depoimentos indicativos das ex-pectativas, sonhos, carências e te-mores das pessoas dessa faixa de idade.

O objetivo principal é aproximar o cidadão e o poder público, é contribuir para a formação da cidadania.

ueditorial

Relevantes também são a con-quista da Copa Libertadores Femi-nina – mostrada na página 10 – e o programa que permite regularizar atividades econômicas de pequeno porte – as firmas de fundo de quin-tal. Essencial, ainda, entre outros temas, é a reportagem das páginas 4 e 5, sobre a guerra sem fronteiras contra a dengue, à qual cada cida-dão deve aderir, de imediato.

Na página 9, outro alerta. As chuvas de verão estão chegando, e costumam provocar inúmeros pro-blemas. A Prefeitura vem fazendo sua parte, investindo em obras, fa-zendo vistorias constantes e orien-tando as famílias que construíram moradias em áreas com risco de deslizamentos ou de inundações. Se cada um fizer a sua parte, os efeitos serão menos danosos e os riscos tendem a diminuir.

A busca por uma vaga de em-prego fez o encarregado de logísti-ca Vinicius Rodrigo da Silva dobrar a jornada diária no esforço de encon-trar uma oportunidade de trabalho e estar preparado para se habilitar a ela. Há dois meses, ele passa as manhãs e tardes a entregar currí-culos e participar de entrevistas nas agências. À noite, faz um curso de qualificação.

Aos 30 anos, a maior parte da experiência dele registrada na car-teira de trabalho é como estoquista. Por isto, inscreveu-se no Programa Gerando Oportunidades (Progeo) e fez o curso de auxiliar de logística, oferecido gratuitamente pela Pre-feitura, por meio da Secretaria de Relações do Trabalho, em parceria com o Senai e outras organizações sociais.

“Meu último emprego eu conse-gui através do PAT”, conta Vinicius Rodrigo, que voltou ao Posto de Atendimento ao Trabalhador para

Quem procura ou oferece vagas agora deve se inscrever pela internet no Portal Mais Emprego ou no PAT

PAT centraliza procura e oferta de vagas de emprego

consultar currículos de candidatos e acompanhar o processo de sele-ção para os cargos oferecidos. Mas é obrigado a prestar contas ao PAT, devolvendo as cartas de encami-nhamento apresentadas pelos can-didatos e indicando o resultado das entrevistas. E somente terá direito a incluir mais vagas no sistema depois que responder sobre as anteriores.

atualizar o cadastro, em busca de nova colocação no mercado. Como ele, todos que procuram trabalho na cidade podem se cadastrar pre-enchendo um formulário no posto, ou via internet, por meio do portal Mais Emprego, mantido pelo Minis-tério do Trabalho e Emprego e pela Prefeitura.

Somente as pessoas cadastradas nesse site poderão ser encaminha-das às oportunidades disponíveis. O trabalhador localiza as vagas que correspondem a seu perfil profissio-nal e aciona o comando que permi-te reservar uma delas, on-line. Nes-se caso, ele deve ir ao PAT no prazo de 48 horas para que um atendente verifique as informações e confirme a reserva. Se estiver tudo certo, o interessado já sai do posto com a carta de encaminhamento para en-trevista de emprego.

O empregador também pode

Parceria pelo trabalho

PASSO A PASSOl Entre no Portal Mais Emprego e tenha em mãos seus documentos pessoais: PIS, CPF, RG, carteira de trabalho.lPreencha o formulário - quanto mais completo, melhor. lIndique seu endereço eletrônico, o e-mail pessoal.lCrie sua senha e guarde-a – é com ela, além do login, que você vai poder consultar seus dados e as vagas disponíveis.lO login será informado a você por e-mail emitido pelo Portal.lPara consultar os dados, entre no Portal, digite o login e a senha.

www.maisemprego.mte.gov.br É o endereço eletrônico do Portal Mais Emprego

OPERAÇÃO NATAL NAS RUAS DO CENTRO

Para dar mais segurança aos consumidores e lojistas, a Prefeitura está realizando, nas ruas centrais, a Operação Natal, que vai até 24 de dezembro. As rondas a pé e de motocicleta são feitas por 30 guardas-civis municipais e

reforçadas com as câmeras do COI, mais a fiscalização do Procon.

a cidade é sua

3 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

André Nogueira Machado mora na zona norte há 36 anos. Viu a re-gião crescer, diversos bairros surgi-rem e as áreas livres diminuírem. Ele sempre foi um admirador do Alto da Boa Vista, um lugar de beleza natural e de onde se pode ver uma grande parte da cidade. Lá em cima tem um casarão antigo, que é muito bonito e merece ser valorizado e aberto para toda a população.

O sonho de André é o mesmo de diversos moradores da região e já tem prazo para se tornar realidade. Vai surgir ali o Parque Alto da Boa Vista, bem perto dos bairros Altos de Santana, Vila Paiva, Telespark, Vila Dirce e Alto da Ponte, com um total de 165 mil metros quadrados. Trata-se de um dos cinco parques urbanos criados que serão equipados pela Prefeitura, com recursos do emprés-timo obtido no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O parque terá duas trilhas de ca-minhadas, que acompanharão as cur-vas de nível do terreno, com opções de circuitos e vistas panorâmicas em meio a uma paisagem deslumbrante, com muitas árvores nativas. Além dis-so, terá trechos para moutain bike e arborismo.

Localizada no topo da colina, a sede antiga de uma fazenda vai se transformar em restaurante, terá sa-nitários e um escritório para a admi-nistração. O prédio, cercado de vege-tação densa e variada, tem caminhos pavimentados com tijolo de barro, que serão recuperados. No pátio, serão instalados pergolados de ma-deira, fontes e espelhos d’água, com iluminação decorativa para destacar a arquitetura, os caminhos internos e a vegetação do entorno.

O Alto da Boa Vista também terá um mirante, uma área especial de 150 metros quadrados, de onde o visitante poderá se dedicar à ativi-dade contemplativa. Com uma vista privilegiada, terá bancos, iluminação e guarda-corpo em aço, e de lá será possível observar toda a cidade de São José dos Campos.

O Parque Itapuã, na zona leste

São José com mais verdePrefeitura começa a implantação de cinco parques urbanos para criar opções de lazer e pontos de atração turística em todas as regiões da cidade

da cidade, é outro cujos estudos es-tão avançados. Serão beneficiados os moradores do Galo Branco, Jardim Itapuã e de todo o distrito de Eugênio de Melo. O local terá 140 mil metros quadrados, podendo chegar a 185 mil depois que for agregada uma área verde que se estende até a Via Dutra. Vai ter ciclovia, trilhas de caminhadas, parque infantil, quadra poliesportiva, pista de skate, cancha de bocha e raia de malha, além de arena ao ar livre e palco para apresentações artísticas e feiras culturais.

O Parque do Ribeirão Vermelho será um dos maiores da cidade, com um total de 250 mil metros quadra-dos, metade deles ocupada por ma-tas nativas. Fica na região oeste da cidade, no Urbanova. Também terá trilhas de caminhada e áreas de exer-cícios, com acesso fácil ao espaço de convivência, com lanchonete, sanitá-rios, quiosques, pergolados, bancos, telefones públicos, bicicletário e be-bedouros, além dos painéis de locali-zação e totens de sinalização.

Ao longo do Ribeirão Cambuí vai surgir outra área com função ambien-tal e urbanística. Localizado na região leste, perto dos bairros Tatetuba e Martins Pereira, o Parque do Cam-buí terá 120 mil metros quadrados e permitirá a recuperação da mata ciliar nas margens do córrego. Já o Parque Senhorinha, no Satélite, na zona sul, vai ganhar sua segunda etapa, com a incorporação de mais 60 mil metros quadrados de área preservada.

A cidade, observada doAlto da Boa Vista

São José dos Campos tem quatro mirantes muito frequentados por pessoas que passeiam por esses locais e gostam de contemplar belas

paisagens da cidade. Um deles fica na Avenida Anchieta, que oferece uma vista geral do Banhado. Outro, na Vila Cristina, permite observar o Rio Paraíba do Sul.

Na área verde do Satélite, o local elevado fica de frente para a lagoa do DCTA. Já no Parque Alambari, a vista é para a mata preservada e os pássaros que vivem no local.

Visão privilegiada

CAMPANHA QUER REDUzIR SACOLAS PLÁSTICAS

A Prefeitura de São José dos Campos, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) e as entidades ligadas ao comércio local, a partir de agora, são parceiras na campanha que estimula a substituição das sacolas descartáveis por materiais reutilizáveis. O objetivo é reduzir o impacto das embalagens plásticas no aterro sanitário do município.

nossa cidade

4 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

nossa cidade

Dívidas podem serpagas até dia 20com descontosQuem tem dívidas com a Prefeitura pode aderir ao Pague Fácil até 20 de dezembro e paga-las com descontos, que chegam a 85% para pagamento à vista. A Prefeitura também terá plantões aos sábados, até o dia 17, para atender os interessados. Podem ser pagas dívidas de IPTU, ISS, ITBI, taxas, multas e outros débitos inscritos em dívida ativa, com cobrança judicial ou não. Estão excluídas as multas de trânsito, contribuições de melhorias e o ISS retido pelo tomador de serviços. Quem quiser parcelar, deve ir ao Paço Municipal para a negociação, com descontos de até 70%. Todo contribuinte que estiver em dia com 2011 poderá obter os benefícios do Pague Fácil.

utome nota

Mais de 3 mil pessoas participamdos Jogos Regionais do IdosoA final estadual dos Jogos Regionais do Idoso, realizados em novembro em São José, teve 186 delegações, totalizando 3.133 participantes, entre atletas e dirigentes técnicos. As equipes ficaram alojadas em 19 escolas municipais e as competições foram realizadas em 15 poliesportivos. Os jogos, promovidos pelo Fundo Social de Solidariedade, servem para estimular a população idosa a praticar esportes. Foram 13 modalidades adaptadas a pessoas com mais de 60 anos – atletismo, bocha, buraco, coreografia, damas, dança de salão, dominó, malha, tênis de mesa, truco, vôlei e xadrez.

Nota Joseense vai sortear prêmiosaos consumidoresA Prefeitura de São José acaba de lançar um programa de sorteios de prêmios em dinheiro para incentivar os consumidores de serviços a pedirem a nota fiscal eletrônica, com a inclusão do CPF. O primeiro sorteio será em 28 de dezembro, pela Loteria Federal, com premiações que totalizam R$ 60 mil. A Nota Joseense deve ser pedida, por exemplo, quando o consumidor contrata na cidade serviços como escolas de idiomas, academias, laboratórios, hotéis. Serão distribuídos um prêmio de R$ 15 mil, nove prêmios de R$ 2 mil e 90 prêmios de R$ 300.

Plano de carreira para os novos servidores vigora a partir de janeiro

O novo plano de carreira dos servidores do quadro geral e do magistério da Prefeitura de São José dos Campos foi aprovado e vai valer a partir de janeiro para os novos funcionários e para os que aderirem a ele no prazo de três anos. Os novos planos de carreira têm como principal diferencial a adoção da meritocracia. Os servidores com bom desempenho funcional terão acesso a promoções e aumentos salariais, com base em avaliações periódicas de desempenho. Tanto os servidores atuais como os futuros mantêm o direito ao gatilho salarial, aplicado cada vez que a inflação atingir 5%, e à aposentadoria integral.

Começa uma nova guerra contra o mosquito Aedes aegypti, um inimigo silencioso que ameaça contaminar cerca de 12 mil pessoas em São José no ano que vem

Bastou um pequeno período de chuva para os vasos e suportes de plantas da casa do químico Rober-to Monteiro ficarem cheios de água. Esse é o tipo de local propício para o mosquito da dengue proliferar rapida-mente – em apenas dez dias, o ovo se transforma em larva e vira um inseto capaz de contaminar diversas pessoas. “Eu não sabia que era tão rápido, e por isso não retirei a água”, contou ele aos agentes de combate a endemias que visitaram sua casa.

No mesmo dia, a agente Benedita de Souza Oliveira encontrou uma por-ção de larvas do mosquito em outra casa. Elas estavam em um plástico de cobrir carro que estava guardado no fundo do quintal, pegou chuva e se en-cheu de pequenas poças de água. Os dois casos, ambos na região central da cidade, demonstram que a presença do Aedes aegypti nos ambientes do-mésticos é bem mais comum do que se imagina.

“Já achei criadouros do mosquito no tanque, na água para enxaguar as roupas”, informa Benedita. Segundo

ela, os pratinhos dos vasos são os lo-cais onde está a maioria dos focos, mas ela também tem encontrado larvas nos bebedouros de animais, nos ralos e nas calhas das casas, dentro de garrafas e até em tampinhas de refrigerante.

Ela conta que, quando encontra es-sas larvas nas casas, os moradores se surpreendem. “Sempre ficam sem gra-ça e perguntam se a gente tem certeza que são mesmo do mosquito da den-gue.” Benedita informa a todos que o material coletado é levado para análise em laboratório, mas em 90% dos casos a suspeita é confirmada: são mesmo do

Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença.

Precavida, a aposentada Maria Dornelas Moreira eliminou todos os pratinhos embaixo das plantas e pas-sou a deixar bem secos os degraus da escada. Além disso, fica vigilante tam-bém na casa dos vizinhos. Ela sempre alerta os outros moradores, quando vê algum objeto acumulando água, porque seria um drama ver os filhos e os netos pegarem dengue. “Sendo prudente – diz ela – o mosquito já ataca, imagina se a gente não tomar cuidado”, finaliza.

Olha adengue!

CAMPANHA DE VACINAÇÃO COMEÇA EM TODAS AS UBS

Começou a campanha de atualização da vacinação para adolescentes e adultos. A imunização contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) pode ser feita nas 40 UBS

da cidade e foi adotada devido ao surgimento de 18 casos de sarampo no país. Todos os pacientes devem aproveitar e atualizar a carteira de vacinação.

Central 156 agora também atende questões da SaúdeTodas as reclamações e sugestões relacionadas à Secretaria de Saúde devem ser dirigidas agora à Central de Atendimentos e Informações 156, que encaminhará aos setores competentes. Por esse telefone, todo cidadão pode solicitar informação, apresentar reclamações, fazer sugestões ou solicitações de serviços da administração municipal. O 156 também pode ser acionado pela internet, por meio do site da Prefeitura (www.sjc.sp.gov.br).

Benedita vistoria vasos em busca de focos do mosquito

l Se alguém em sua família apresentar

os sintomas da dengue, faça-o procurar

imediatamente a unidade básica

de saúde mais próxima de casa.

l De imediato, suspenda qualquer

tratamento com remédios

como Aspirina, AAS e outros

que contêm ácido acetilsalicílico.

l Não é preciso ir ao Pronto-Socorro

ou Hospital Municipal, porque as

equipes das UBS estão treinadas para os

primeiros exames, testes de confirmação

da doença e medicação.

Anote

5 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

Pedreiro recicla material e monta presépio na Fundhas Isopor, restos de tecidos, madeira, serragem, arames, pedras e outros produtos utilizados na construção civil. Esse é o material que compõe o cenário de um presépio sustentável, construído pelo pedreiro Gilmar da Silva, de 49 anos, e que está em exposição na sede da Fundação Hélio Augusto de Souza (Fundhas). Gilmar levou um mês no trabalho e utilizou 50 quilos de material que iria para o lixo. O presépio foi montado sobre uma velha porta. Gilmar usou engrenagens de impressoras inutilizáveis, barbante e círculos de papelão, que dão movimento e vida aos personagens do Natal ali representados.

A guerra contra adengue é de todos

Neste ano, foram registrados 2.193 casos de dengue contraídos em São José, de janeiro até novembro. Esse número é quatro vezes maior que o registrado em 2010, quando 513 pessoas foram infec-tadas pelo mosquito no município. Mas para o ano que vem, a situação poderá se agravar: o Ministério da Saúde calcula que 2% da população poderá contrair a doença, o que significaria uma verdadeira epidemia, com mais de 12 mil casos.

Diante da ameaça, a Prefeitura mon-tou uma verdadeira operação de guerra contra a dengue, e toda a população está sendo chamada a tomar parte desse es-forço. A campanha inclui mensagens na televisão, distribuição de folhetos, pales-tras e o aumento das ações de vistoria nas casas e eliminação de focos. As ta-refas envolvem todos os secretários e o prefeito municipal, os técnicos da área de saúde, soldados do Tiro de Guerra e vo-luntários.

A Prefeitura também adquiriu kits para fazer testes rápidos para detectar a doen-ça. Assim, todas as unidades de saúde do município estarão equipadas para colher material de pacientes que apresentem sintomas bem definidos e confirmar ou não a existência de dengue. Sem os kits, o material teria que ser enviado para exa-mes de laboratório em São Paulo, o que criaria dificuldades para a estratégia de combate.

Agentes de combate a endemias e do Centro de Controle de Zoonoses estão com a jornada de trabalho ampliada e atu-am também à noite em visitas e vistorias de casa em casa. Somente em novembro eles visitaram mais de 13 mil imóveis na cidade. O trabalho deles inclui investigar denúncias feitas por meio do Disque Den-gue, verificar locais onde há suspeita de foco, fazer nebulizações com inseticidas e ações educativas e de mobilização social.

Até as crianças, nas escolas da rede municipal, estão recebendo tarefas espe-ciais para verificar se existe criadouro do mosquito em suas casas e na vizinhança – e serão cobradas disso em sala de aula. O prefeito, os secretários municipais e os ser-vidores da saúde estão falando do assun-to em todas as oportunidades – nas reu-niões com a comunidade, nas entrevistas. O mesmo está sendo pedido aos líderes e representantes de bairros, sempre focali-zando as mensagens e alertas contidos nas campanhas institucionais para conscien-tizar sobre a necessidade de combater a dengue em todos os ambientes.

O MOSQUITO

NOVOS GUARDAS MUNICIPAIS ESTÃO INTEGRADOS AO SERVIÇO

Os 30 novos profissionais formados pela Prefeitura já estão integrados à Guarda Civil Municipal e atuando nas operações de segurança e defesa da cidadania. A formatura foi no dia 25 de novembro, na Secretaria de Defesa do Cidadão. Assim, chega a 330 o efetivo da corporação, que recebeu também mais equipamentos e veículos.

l O mosquito da dengue é escuro, rajado de brancolTem um terço do tamanho de um pernilongo lAtaca durante o dia e não faz qualquer tipo de ruídolA fêmea faz de 12 a 15 posturas durante a vida, totalizando de 300 a 450 ovos lBasta um pouco de água para os ovos virarem larvas e depois mosquitos

OS SINTOMAS

lDor muscular e nas juntaslDor de cabeça e no fundo dos olhoslFebre alta de início repentinolManchas vermelhas no corpolFalta de apetite e desânimo

COMBATA A DENGUE EM SUA CASA

lEncha de areia os pratinhos de plantaslEvite planta aquáticalNão acumule entulho e lixolRetire a água acumulada da lajelConserve a lixeira sempre fechadalAcondicione pneus em lugares cobertoslGuarde garrafas e baldes sempre virados para baixolLave bem os vasilhames de água para animais domésticoslTampe bem caixas e reservatórios de águalDeixe a tampa do vaso sanitário abaixadalSe a caixa de descarga não tiver tampa, feche-a com plástico e fita adesivalFeche a tampa dos ralos internos ou cubra-os com tapetes ou objetoslBromélias acumulam água: cuide bem, ou substitua-as

2.193 casos de dengue ocorreram neste ano em São José

12 mil casos da doença poderão ocorrer no ano que vem

170 agentes trabalham no combate ao mosquito da dengue no município

n PENSE NISTOO que você pode fazer?O verão está aí e é necessário

mais um alerta: cuidado com a dengue, porque ela pode matar. Já são quatro os tipos de vírus que infestam inúmeras regiões do país. As condições climáticas prometem ser ainda mais propícias à dissemi-nação e aumentam a possibilidade de as pessoas contaminadas uma vez adquirem novamente a doença – nesse caso, em condições ainda mais graves.

Esse quadro levou o Ministério da Saúde a emitir um aviso sobre o risco de uma epidemia nacional. A estimativa do governo é que a dengue atinja 2% da população. Aplicado a São José dos Campos, que tem 630 mil habitantes, se esse porcentual se confirmar, te-remos na cidade 12.600 casos nos próximos meses.

Por conta dessa previsão, a Pre-feitura deflagrou uma verdadeira guerra contra o mosquito trans-missor da doença. A campanha envolve todas as secretarias muni-cipais, que determinaram vistorias em instalações, prédios e áreas públicas e, em todas as oportuni-dades, estão procurando chamar a atenção do público. É muito impor-tante que todos participem desse esforço.

Equipes da Secretaria da Saúde estão caçando focos de larvas em todos os cantos da cidade, já visi-taram milhares de casas e orienta-ram inúmeras pessoas. Agentes de combate a endemias utilizam inse-ticidas para matar os mosquitos, em diversos lugares. Os estoques de medicamentos foram atualiza-dos e as UBS receberam kits para realizar testes, sempre que os mé-dicos suspeitarem que o paciente pode estar com dengue.

Essas providências, necessárias e urgentes, podem não ser sufi-cientes. A ação da Prefeitura só terá sucesso se cada cidadão se tornar um soldado nessa guerra contra a dengue. A prevenção é simples: é só retirar a água empo-çada em lugares onde o mosqui-to poderá procriar. Se necessário, chame a Vigilância Epidemiológica, denuncie na central de atendimen-to do 156. O que não cabe nesse momento é qualquer tipo de omis-são. A dengue mata. Não espere ver para crer.

matéria de capa

6 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

MATÉRIA DE CAPA

O que eles querem da vida

Os jovens estão cada vez mais preocupados com o trabalho, os estudos e a construção de uma carreira profissional de sucesso

“Parece ser mais fácil ser jovem hoje, porque temos acesso ilimitado às in-formações e a diversas oportunidades, mas isso tudo é só aparência”, raciocina Elvis Martins da Silva, um aluno de ad-ministração que, ao longo de sua cami-nhada, viu muita gente utilizar as facili-dades da vida moderna para se destruir, e não para construir um futuro melhor. Apesar disso, ele é otimista, tem certeza que alcançará seus objetivos.

Elvis tem 32 anos e veio de Bananal para trabalhar e estudar em São José. Ele tem o perfil daqueles jovens que não tiveram oportunidades na idade correta e que, no século da informação e da velocidade, raramente escapam de uma certa sensação de insegurança. “Tem sempre um lado complicado pra gente, de muitas cobranças e muitas dificuldades”, diz ele.

Há pouco tempo, o projeto de vida da maior parte dos jovens era estudar, trabalhar, sair de casa, casar e ter filhos. Hoje, o que eles querem da vida é mais ou menos isso, mas não na mesma or-dem, nem com a mesma clareza. Afinal, até o sentido das palavras mudou muito. Em geral, estão ligados em tecnologia e contatos virtuais. Formam galeras, se divertem e até estudam de uma forma que é só deles – na frente do televisor, ou com o computador ligado.

Muitos pesquisadores já consta-taram que a juventude tem desejos, pensamentos e necessidades que são típicos dessa faixa de idade – ela não se compara com nenhum outro grupo da população. Até o jeito de participar da vida política da cidade ou do país é diferenciado. Eles se articulam pelas re-des sociais, se manifestam pelo Orkut ou Facebook, e vão tentando fazer a re-volução a seu modo. Alguns valores são muito fortes entre eles: a educação e o trabalho, principalmente.

Franciele Débora da Silva, de 20 anos, cresceu ouvindo dos pais que deveria “correr” atrás de seus sonhos. Ela aca-bou de sair do ensino médio, faz curso de marketing e não tem dúvida de que a felicidade depende apenas de suas próprias decisões. “Quando eu vi minhas amigas estudando e se dando bem na vida, eu acordei, e entendi, se não estu-dasse, eu nunca seria independente.”

Luna Reis, 26 anos, nasceu em Be-lém (PA), mas é joseense de coração. Faz parte da geração conectada, aces-sa a rede todos os dias, quase sempre para estudar ou pesquisar novidades. “Eu queria montar um negócio de es-tética e estou pesquisando sobre isso na internet”, revela. Para ela, ser feliz é realizar-se profissionalmente, e por isso tem que estar ligada no mundo.

“Eu faço minha parte sendo honesta, conservando a cidade, cuidando da mi-nha vida, mas queria fazer algo mais”, diz ela, que é cristã, mas não pratica re-ligião. Como tantos jovens, pensa em atuar como volunária, quer distância da política e acha que quem usa drogas alimenta o tráfico, a criminalidade e a violência no país.

Já o estudante de Publicidade e Propaganda Vanderlei Diego da Silva, 25 anos, sente falta mesmo é de ati-

Comente esta notí[email protected]

vidades culturais. Para ele, que mora na Vila Sinhá, São José não é um polo gerador de cultura para os jovens, de-finitivamente. Ele não tem tempo de ver TV, adora sair para divertir-se, está disponível para o voluntariado e tem na liberdade seu principal valor.

O pensamento desses jovens coincide em muitos pontos com o perfil da juventude pesquisado pelo grupo BOX 1824, especializado em tendências do comportamento. Diz a pesquisa que, em geral, os jovens estão focados no trabalho, preocu-pam-se com a escolha da carreira e com o sucesso profissional e, sobre-tudo, querem se empenhar em pla-nos realizáveis.

Foi o que aconteceu com a jor-nalista Natália Teodoro, 24 anos. Ela ressalta que o jovem não deve ter medo de assumir seu papel na sociedade, deve procurar seu espa-ço e ter voz ativa. “Você pode, sim, ser formador de opinião, pode ser o que quiser”, diz ela, que começou na TV Band Vale como estagiária e hoje comanda programas de rádio e é repórter e apresentadora de te-lejornais.

Jovens Joseenses

l55% se preocupam mais com a formação profissional e o empregol61% dos jovens fazem parte de redes sociais l56% afirmam ser mais influenciados pelos pais l20% dizem que não recebem influência de ninguéml73% consideram seu rendimento escolar bom ou ótimol9% se declaram péssimos na escola Fonte: BOX 1824

PROMAD FORMA 1.500 AGENTES DE PREVENÇÃO

A Secretaria de Juventude reuniu na Câmara Municipal todos os agentes de prevenção, parceiros e voluntários do Programa Municipal Antidrogas

(Promad). No encontro, 1.500 pessoas receberam o certificado do curso de agentes de prevenção, ministrado por especialistas da Polícia Civil.

e do mundo?

Grupo de alunos das Faculdades Anhanguera

Estão abertas as inscrições para quem

quiser participar do Congresso Municipal

de Juventude, bem como para quem

quiser fazer parte do Conselho Municipal

e Juventude. O prazo de inscrição para

ambos os casos vai até 6 de março de 2012.

Os interessados devem consultar o site da

Prefeitura (www.sjc.sp.gov.br).

Para saber mais sobre os programas

municipais destinados aos jovens, consulte

o Guia da Juventude, disponível na sede

da Secretaria (Rua Arequipa 641,

Jardim América).

Informações pelo telefone 3931-7041

Anote

7 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

200 MIL

É o número de jovensde 13 a 29 anos em

São José dos Campos

Quero abrir a minha clínica de estética e já procurei o Banco do Empreendedor e

os cursos do Sebrae. Acho que São José deveria apoiar mais as pessoas que investem nos seus

sonhos. Isso gera emprego. Priscila Oliveira,

28 anos, esteticista

Faço o técnico de administração para conseguir emprego e pagar a faculdade de psicologia. Seria ótimo se houvesse bolsas de estudos,

ou um financiamento da Prefeitura, com juros pequenos.

Com certeza facilitaria a realização desse sonho.

Thamires Aparecida Gregório, estudante, 18 anos

Gostaria de fazer um curso gratuito de mecânica,

pois é uma área que está crescendo. A gente precisa

também de vereadores mais comprometidos e que escutem as sugestões dos

jovens. João Paulo, 19 anos,

estudante

Eu jogo futebol e quero entrar em um time grande, por isso acho que

São José poderia incentivar mais e investir em estrutura para os atletas. Com certeza iria ajudar

muitos jovens. Lucas Soares

da Rocha dos Santos, estudante, 15 anos

Eu gostaria que tivesse mais cursos gratuitos,

com oportunidade de intercâmbio. Eu faço

espanhol e o próximo passo é fazer inglês. Quero trabalhar

viajando pelo mundo. Jonata Costa Serafim,

estudante, 16 anos

‘Otimistas, apesar de tudo

Uma pesquisa do Instituto Ana-lise, feita a pedido da Secretaria de Juventude, indica que os jovens jose-enses são otimistas, têm auto-estima elevada e seus principais valores são a família, a religião, a educação e os amigos. De outro lado, como ocorre em todo o país, eles tomam contato muito cedo com o cigarro e o álcool, que abrem caminho para as drogas. Seus temores, do mesmo modo, são aqueles ligados à violência e ao de-semprego.

A Secretaria de Juventude de São José dos Campos está empenhada em compreender as demandas des-se público e construir políticas públi-cas para atendê-lo. O grande debate sobre o tema será no 1º Congres-so Municipal de Juventude, em 16 de março de 2012. Terá palestras e exposições de especialistas, parti-cipação de educadores, assistentes sociais, pais e todos os interessa-dos. A meta é incluir o jovem como protagonista das mudanças que ele próprio deseja realizar.

Atualmente, mais de 30 progra-mas da Prefeitura beneficiam a po-pulação jovem. A Secretaria de Ju-ventude desenvolve projetos para apoiar manifestações típicas desse público, como grafite, esportes ra-dicais, hip-hop, música eletrônica. Breve, a maior parte das atividades poderá ser desenvolvida no Cen-tro de Referência da Juventude, em construção na zona sul da cidade.

Os principais programas são o Ação Juventude, que há seis anos é realizado em todas as regiões da cidade, levando serviços, esportes, cultura e orientação profissional; o Programa Municipal Antidrogas, que desenvolve projetos de prevenção ao consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas; e a Gincana Antidro-gas, com participação de alunos das redes pública e privada.

Eu estou procurando emprego para fazer

faculdade de Administração, mas está difícil, porque não tenho

experiência. Seria muito bom se houvesse mais oportunidades para quem está começando. Nós somos capazes, só falta

oportunidade”. Juliana Fernandes de Castro,

estudante, 18 anos

ESCOLAS MUNICIPAIS VENCEM A GINCANA ANTIDROGAS

As escolas municipais Maria Amélia Wakamatsu, do Campos de São José, e Ildete Mendonça, do Residencial União, foram as vencedoras da primeira Gincana Municipal Antidrogas, encerrada em 23 de novembro. Participaram da competição equipes de 40 escolas. As vencedoras ganharam equipamentos de som e vídeo para uso pedagógico.

Eu sou a favor da lei da boa vizinhança:

um faz pelo bem do outro, e assim o mundo

vai mudando Vanderlei Diego da Silva

Já fui contra, mas hoje eu escolheria

um casamento tradicional, na igreja,

com vestido, festa e tudo mais

Luna Reis

Tem sempre um lado complicado

pra gente, de muitas cobranças e muitas

dificuldades Elvis Martins da Silva

‘‘

Todas as pessoas interessadas

devem informar-se na Sala do

Empreendedor.

Lá também poderão receber

orientações sobre as opções

mais viáveis, os documentos

necessários e os procedimentos

para solicitar o registro. O prazo

geralmente é curto.

A Sala do Empreendedor fica no

4º andar do Paço Municipal.

Anote

8 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

nossa cidade

3947-8478É o telefone da Sala do

Empreendedor

Do quintal para o mercadoNova lei amplia oportunidades de regularização de atividades informais, facilita a vida dos empreendedores e contribui para gerar mais emprego e renda

No dicionário, empreendedor é aquele que se aventura na realização de coisas difíceis ou fora do comum; ativo, arrojado. O conceito cabe direi-tinho para os amigos de infância Caio Osório Moreira, de 20 anos, e Marcos Rodolfo, de 23, que vêm batalhando para manter o próprio negócio. Eles têm um salão de cabeleireiros na Ave-nida Carlos Drummond de Andrade, no Dom Pedro 2º, região sul, onde atendem 140 clientes por semana.

Eles já trabalharam como balconis-tas de farmácia e atendentes em lan houses, mas estavam certos de que não teriam futuro nessas atividades. Fizeram o curso profissionalizante, se aprimoraram e, quando se sentiram seguros de suas habilidades, decidiram se tornar empreendedores. Primeiro, abriram um ponto no Jardim Paulista, mas o custo foi subindo e eles decidi-ram mudar de endereço.

“Os clientes são bons pagadores, nunca me pediram fiado aqui neste ponto”, conta Marcos em tom de brin-cadeira. Mas o empreendimento per-manece na informalidade. “Hoje, tenho interesse em formalizar nosso negócio para ter mais segurança e para poder crescer, porque acredito que podemos aumentar a clientela e até prestar ser-viços para empresas.”

Foi pensando em pequenos empre-endedores como Caio e Marcos que a Prefeitura elaborou uma lei que permi-te regularizar 133 tipos de atividades informais, especialmente aquelas que são realizadas em fundo de quintal, ou num cômodo da residência, numa va-

randa ou numa garagem transformada em loja.

A formalização é feita sem grandes despesas, sem onerar o empreendi-mento e garante ao empreendedor vários direitos, como os da Previdência Social, além de incentivar a geração de emprego e renda. Em São José, cerca de 4 mil pessoas podem se beneficiar imediatamente dessa oportunidade.

O pedido de registro deve ser feito diretamente à Sala do Empreendedor, que fica no quarto andar do Paço Mu-nicipal. É um processo simples, sem custo, e geralmente rápido. Se toda a documentação solicitada estiver corre-ta, o registro sai em 24 horas. É tudo feito via internet.

Em alguns casos, são exigidas vis-torias do Corpo de Bombeiros ou da Vigilância Sanitária, como ocorre com os estabelecimentos que produzem alimentos. Mas também nesses ca-sos é a Prefeitura que providencia os laudos – o empreendedor não precisa andar de lugar em lugar para obter a documentação.

Há cinco anos, Gabriela Alves Cân-dido e o marido, Rudinei Gozdziuk, atuam na informalidade. O casal tem 600 clientes, fabrica 200 itens por dia e atende pelo disque-serviço. São 10 tipos de doces, 5 de lanche natural e 6 de salgado assado, além de bolo para festas. Agora, quer regularizar o negó-cio porque precisa aumentar a produ-ção, visando atender empresas e en-comendas para festas – logo, precisará emitir nota fiscal. “Sei que estamos to-mando a atitude certa para melhorar o nosso futuro”, finaliza Gaby.

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NOVA LEI CRIOU MAIS 93 OPORTUNIDADES

A legislação anterior permitia regularizar apenas 40 tipos de atividades econômicas de pequeno porte. Agora, são 133 modalidades que podem ser normalizadas.

Entre outras, foram incluídas atividades caseiras de comércio de bici-cletas (peças e assessórios) e de equipamentos de telefonia, alfaiataria, manutenção de eletrodomésticos, artesanatos, cabeleireiro, fabricação de doces ou salgados, maquiagem, serviços contábeis, papelaria, comércio de artigos de vestuário, bijuterias, chaveiro, tatuagem, venda de peças e manutenção de computadores, aulas de informática, edição de jornais e vídeos, implantação de piercing.

SAIR DA INFORMALIDADE É LEGALu A regularização pode ser feita por meio do registro como Microempreendedor Individual (MEI), pessoa física (contribuinte individual) ou jurídica (em sociedade).

u O titular, ou um dos sócios, precisa residir no endereço em que a atividade é executada.

u O imóvel tem que estar regularizado na Prefeitura.

u O exercício da atividade deve respeitar os horários previstos na legislação.

u Não serão regularizadas atividades que causem transtorno à vizinhança ou contrariem a legislação ambiental.

O PASSO A PASSO DA REGULARIzAÇÃO

l Antes de registrar a empresa ou regularizar o negócio, é preciso consultar a Prefeitura para verificar se a atividade é adequada ao local e se não há restrição prevista na Lei de Zoneamento Urbano.

lFeita a verificação, é só ir à Sala do Empreendedor e pedir o registro. São necessários os seguintes documentos:

lPara o Microempreendedor Individual (MEI): RG, CPF; inscrição imobiliária (IPTU)

lPara firma individual ou pessoa jurídica (sociedade): requerimento do interessado, CNPJ; comprovante da posse do imóvel; inscrição imobiliária (IPTU)

Marcos e Caio, confiantes no negócio iniciado há quatro anos

PREFEITURA ADOTA GESTÃO ELETRôNICA DE PROCESSOS

A Prefeitura tem novo sistema de protocolo. Agora, os processos administrativos são eletrônicos e podem ser acompanhados pelas pessoas ou empresas interessadas via

internet. Basta consultar o site oficial para saber o andamento do processo. A medida gera grande economia de papel e facilita a vida dos cidadãos.

9 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

nossa cidade

Chuvas de verãoSistema de Defesa Civil está pronto para atender situações de emergência e recomenda cuidados especiais nas áreas de risco

“Já ajudei uma mulher a dar à luz, já salvei um homem que tentava suicídio e já resgatei uma família das ferragens depois de um grave acidente de car-ro”, relata Lucas Paulo Soares, 21 anos, que atua há quase quatro anos na Defesa Civil de São José dos Campos. Ele mora no Jardim Valparaíba, região leste da cidade, e já levou dez amigos para trabalhar como voluntários.

Lucas é um dos 150 voluntários que, ao lado de 20 servidores da De-fesa Civil, fizeram 5.400 atendimentos neste ano. A equipe é treinada para atender emergências, como queima-das, enchentes, deslizamentos de terra e até atendimento pré-hospitalar. “Os cursos ajudam muito, e a gente pode prestar serviço à comunidade com mais segurança”, diz ele, que apren-deu nos treinamentos coisas que ja-mais tinha visto.

Nos últimos meses, os técnicos da Defesa Civil mapearam a maior parte das áreas de risco existentes na ci-dade, visitaram diversos locais onde há possibilidade de alagamentos e enchentes, deslizamentos de terras, quedas de barreiras, muros e até resi-dências. As famílias foram alertadas e, nos locais classificados como de risco muito alto, as pessoas receberam a re-comendação para se mudarem.

O perigo, geralmente, está em encostas com declividade maior que 30%, em especial nos trechos em que há lançamento de águas servidas ou onde as enxurradas são dirigidas de forma incorreta, além daquelas em que houve retirada de vegetação, de-pósito irregular de lixo ou plantio de espécies inadequadas - como bana-neiras, por exemplo.

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1.508 famílias que viviam em áreas de risco puderam ir para novas moradias, nos últimos dois anos

470 famílias foram transferidas para conjuntos habitacionais, somente em 2011

124 voluntários e servidores da Defesa Civil receberam treinamento neste ano

É melhor prevenir do que correr riscos provocados pelo período chuvoso

l Procure a Prefeitura antes de realizar qualquer tipo de construção

l Não construa em áreas com declive acima de 30%

l Quando construir, faça uma fossa séptica para jogar o esgoto doméstico

l Não lance águas servidas de uso doméstico na encosta, jogue na fossa

l Não desmate a área, porque a vegetação ajuda a segurar a terra

l Direcione as águas de chuva de forma correta

l Não deixe que as valetas formem grandes volumes de água nem correntezas

l Não jogue lixo nem entulho para não provocar alagamentos

l Bananeiras não servem para segurar encostas

R$ 32,5MILHÕES

foram investidos emobras contra enchentes

nos últimos 5 anos

190É o telefone

para acionar aDefesa Civil

É melhor se prevenir, do que correr riscos

Obras preparam a cidade para enfrentar as chuvas

Para este ano, o sistema de Defe-sa Civil conta ainda com o reforço de sete pluviômetros instalados em to-das as regiões da cidade, inclusive nos distritos. Os equipamentos registram diariamente a quantidade de chuva e os totais acumulados em três dias. Os dados permitem avaliar em que par-te da cidade chove mais e que áreas de risco podem ser mais prejudicadas. Isso ajuda a planejar o atendimento das emergências e dar agilidade aos sistemas de alerta à população e so-corro às eventuais vítimas.

Também há estoque estratégico de equipamentos, roupas e alimentos, além de pontos de apoio para a po-pulação. Nos últimos dois anos, como parte dos trabalhos desenvolvidos du-rante o período chuvoso, a Prefeitura deu assistência a mais de 1.500 famí-lias, que foram transferidas para outras moradias ou abrigos, ou receberam indenizações e aluguéis sociais.

Entre as medidas de prevenção, nos últimos cinco anos a Prefeitura fez mais de 15 quilômetros de galerias de águas pluviais, totalizando 36 obras de drenagem, que exigiram o inves-timento de R$ 27,5 milhões. Somente em 2011, foram entregues as galerias do Jardim Morumbi, da Vila Rossi e da Avenida Benedito Bento, no Jardim Morumbi, além do prolongamento da galeria existente no Morro do Regaço, na Vila Industrial.

Os córregos Cambuí, Pararangaba, Alambari e Bueirinho, com 30,6 quilô-metros de extensão, passam por lim-peza, desassoreamento e alargamento das margens. Esse trabalho é necessá-rio devido ao acúmulo de lixo, entulho, terra e areia no fundo. Também foram empregados R$ 5 milhões em obras de drenagem, construção de gabiões e constenção de margens de córregos.

PROGEO QUALIFICA MAIS 972 TRABALHADORES

Mais 972 alunos concluíram os cursos de gestão oferecidos gratuitamente pelo Programa Gerando Oportunidades (Progeo), da Prefeitura. Eles estão habilitados para as funções de assistente administrativo, assistente de recursos humanos, assistente de contabilidade e auxiliar de logística. Em dois anos, o Progeo qualificou 4.700 trabalhadores.

O Conjunto Interlagos recebeu 427 famílias que viviam em áreas de risco

nossa cidade

10 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

Meninas de São José dominam

Ela acredita que sempre há um lado bom - no caso, a faixa direita do cam-po - e confia nas jogadas das compa-nheiras. No jogo decisivo, contra o time chileno do Colo Colo, ela sabia que o escanteio seria cobrado aberto, em direção à entrada da pequena área. Eram 5 minutos do segundo tempo. Poliana, que joga pela ala direita, par-tiu da marca do pênalti, fugiu das ad-versárias e cabeceou para o fundo da rede, indefensável para a goleira End-ler. Foi o gol que consagrou as meni-nas do São José como as campeãs da Copa Libertadores Feminina.

Foi a primeira vez que a equipe de fu-tebol feminino de São José dos Campos participou de uma competição interna-cional, organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e disputada no Estádio Martins Pereira. Na final, em 27 de novembro, as arqui-bancadas estavam lotadas, quando as vencedoras deram a volta olímpica. No dia seguinte, elas percorreram as ruas do centro da cidade em carro aberto e fizeram uma grande festa na entrada do Paço Municipal, além de serem recebi-das pelo prefeito da cidade.

Poliana era uma das mais felizes

Equipe de futebol feminino disputa primeiro torneio internacional, termina invicta e é campeã da Copa Libertadores

com a conquista. “Foram momentos únicos que vão ficar para a história, não só para mim, mas também para São José”, declarou a atleta, que tem 20 anos e é a caçula do time. A união do grupo fez com que elas superas-sem todas as dificuldades e vencessem o torneio sem perder nenhum jogo e passando por times consagrados,

como o Boca Juniors, da Argentina, e o Santos, que é bicampeão da copa.

Para a capitã Bagé, o sucesso na competição se deve também à estru-tura do futebol feminino na cidade. “Se o Brasil seguir o exemplo que São José deu na Libertadores, a tendência é melhorar cada vez mais a modalidade,

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O time, o troféu e Poliana, que marcou o gol do título

a América

principalmente para ter casa cheia e re-ceber investimento de patrocinadores”, acentua ela. “As jogadoras mostraram garra e determinação para dar alegria à cidade”, observa o técnico Márcio Oliveira, que também é o coordenador de futebol feminino do projeto Atleta Cidadão, mantido pela Prefeitura.

Durante o torneio, o São José mar-cou dez gols, quatro deles feitos pela atacante Daniele Batista. Três jogado-ras - a zagueira Bagé e as volantes For-miga e Francielle - foram convocadas para a seleção brasileira que disputa do Torneio Cidade de São Paulo de Futebol Feminino, entre 8 a 18 de de-zembro. A equipe se reapresenta em 20 de janeiro, visando a prepararação para a Copa do Brasil, que deve come-çar em março.

As meninas de São José foram nove vezes campeãs dos Jogos Regionais, vice-campeãs em 2010 e terceiro lu-gar no Campeonato Paulista de 2011. Chegaram às quartas de final da Copa do Brasil deste ano, sendo eliminadas pelo Rio Preto. Elas representam a ci-dade também na Copa Cidade de São Paulo e Copa Vale do Paraíba e nos Jogos Abertos do Interior.

A equipe principal é formada para representar a cidade nas competições e tem, em sua base, quatro atletas de São José descobertas em seletivas lo-cais (Gislaine, Flávia, Carlinha e Luize). Há dois anos, conta com algumas jo-gadoras em nível de seleção brasileira. Para 2012, quatro alunas do projeto Atleta Cidadão serão promovidas para o time de cima, que é mantido pela Prefeitura, em parceria com a Etep, por meio da Lei de Incentivo Fiscal.

Público bate recorde do torneioA Copa Libertadores Feminina foi realizada de 13 a 27 de novembro

em São José dos Campos. Participaram 12 clubes da América do Sul, sen-do três do Brasil: o Santos, bicampeão do torneio, o Duque de Caxias, campeão da Copa do Brasil, e o São José, como anfitrião e convidado. Mais nove países mandaram seus times femininos: Argentina, Bolívia, Chi-le, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Todas as 22 partidas foram disputadas no Martins Pereira. Duas delas tiveram a maior presença de público em todos os três anos da competi-ção sul-americana. Na semifinal entre Santos e São José, no dia 24, toda a arquibancada coberta e grande parte do estádio ficaram ocupadas pelos torcedores. E o recorde foi registrado na final, com as arquibancadas e as cadeiras cobertas tomadas pelos fãs de esporte. Além da evolução do nível técnico do futebol feminino, a copa foi marcada pela disciplina das atletas: nenhuma jogadora recebeu cartão vermelho.

UM ELENCO DE PRIMEIRA

Goleiras: Renatinha, FernandaLaterais: Poliana, Mari, Fabiane Nascimentozagueiras: Bagé, Gislaine, Flávia, CubanaVolantes: Michele Nunes, Michele Carioca, Formiga, Francielle, Priscilinha, Edna Baiana, Peçanha, Camila NobreAtacantes: Daniele Batista, Fabiana Loirão, Rafaela

A CAMPANHA INVICTASão José 2 X 0 LDUBoca Juniors 0 X 1 São JoséFormas Intimas 4 X 4 São JoséSantos 1 X 2 São JoséColo Colo 0 X 1 São José

Após a conquista, a volta olímpica no Martins Pereira

DOzE PISCINAS FICAM ABERTAS à POPULAÇÃO NO VERÃO

Doze piscinas públicas em todas as regiões da cidade ficarão abertas, de dezembro até o final de março, para receber e divertir milhares de pessoas de todas as idades, nos

finais de semana. É o Projeto Verão, que agora inclui a piscina do Centro Poliesportivo do Jardim Cerejeiras. O horário de funcionamento é de 9h30 às 12h e de 13h30 às 18h.

nossa cidade

11 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

74.560 MERENDASsão servidas por

dia aos alunos dasescolas municipais

87 MILLIVROS

foram distribuídos aosalunos pelo programaGosto de Ler, em 2011

6.600ALUNOS

são transportados em vans fretadas pela Prefeitura

2.800VAGAS

de ensino infantilforam abertas em

São José, desde 2009

313PROJETOS

de empreendedorismo foram feitos por alunosdo município, em 2011

43ESCOLAS

municipais tiveramobras de reforma ou ampliação, neste ano

ufique sabendo

São José dos Campos já vive o clima nata-lino desde o início de dezembro. No centro, a partir da Praça Afonso Pena e do Espaço Mario Covas, que receberam uma iluminação em es-tilo “snow fall”, que simula uma chuva de lu-zes, e abre um corredor ao longo da Rua 15 de Novembro iluminado com unidades de LED (luz fria e de maior intensidade). Ali, Papai Noel desceu de rapel e depois foi recebido por mi-lhares de pessoas no Parque da Cidade.

O portal de entrada do corredor natalino, na esquina das ruas 15 de Novembro e Francisco Paes, tem 5 metros de altura e é decorado com bonecos gigantes de soldadinhos de chumbo. O presépio em tamanho natural, com uma cascata iluminada, está no Largo da Igreja São Benedito, e a casinha do Papai Noel, que é uma boa opção para fotos, em frente ao Centro de Operações Integradas (COI). No pátio externo do COI, outra grande atração: a máquina de “produzir neve”.

Cerca de 500 bonecos de tamanho natural, figuras e símbolos natalinos foram distribuídos ao longo da Rua 15 de Novembro até a Pra-ça Padre João (Matriz). Nas praças, as árvores receberam refletores verdes. Na Rua 7 de Se-tembro, arcos de luzes em toda a extensão, o mesmo ocorrendo nas praças dos distritos de Eugênio de Melo e São Francisco Xavier.

A programação natalina tem festas no Par-que da Cidade, apresentações da Orquestra Sinfônica, cantatas e corais, além do Ciclo de Natal, que tem um presépio montado por Car-los Magno da Silva com raspas de madeira e tinta guache. O trabalho fica em exposição até janeiro no Museu do Folclore (no Parque da Ci-dade, ao lado da Fundação Cultural Cassiano Ricardo). No mesmo local, estão programadas apresentações de grupos de folias de reis.

No Museu de Arte Sacra, a exposição Pre-sépios, Santos e Seus Encantos apresenta 19 obras sacras feitas em barro. A mostra retrata o cotidiano e a criatividade de figureiros jose-enses, como Maria Benedita dos Santos (Dona Lili), Maria Benedita Vieira (Mudinha), José Car-los e Luiz Paulo Ragazini, entre outros. O Mu-seu de Arte Sacra fica na Travessa Chico Luiz 67, no centro (ao lado do Mercado Municipal).

A maior parte das 200 pessoas presentes esperava uma apresentação em defesa da inclusão so-cial de pessoas com deficiência. Mas os aplausos do público depois da peça Noturno Cadeirante, no Teatro Colinas, deixaram evidente a emoção despertada por um belo show de luzes e cores, cenas cô-micas e dramáticas, e lindas vozes cantando músicas de qualidade. A obra original estreou em 1991 e foi adaptada em 2003 para um elenco de cadeirantes, sob a direção de Deto Montenegro. Na aber-tura, apresentou-se o Coral Maestoso, de alunos da Escola Municipal Maria Amélia Wakamatsu.

CADEIRANTES MOSTRAM SUA ARTE NO PALCO DO COLINAS

Em clima de NatalCom decoração tradicional, exposições, muita música e folias, São José começa as celebrações de final de ano

Cenas de Natal nas ruas da cidade

CAMPO DOS ALEMÃES TERÁ FESTIVAL DE BANDAS E FANFARRAS

Será no dia 18 de dezembro o 3º Festival de Bandas e Fanfarras de São José dos Campos, promovido pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo. O festival começa às 9h, na Avenida Adonias da Silva, no Campo dos Alemães. Não terá caráter competitivo e contará com a participação de até 30 grupos, sendo três locais, no mínimo.

12 | Jornal da Cidade | dezembro de 2011

CARMERINDA DOS SANTOS SILVA

Até os 16 anos, a baiana Carmerin-da dos Santos Silva jamais havia entra-do numa escola. Curiosa, foi aprenden-do com a família e com a vida dura que levava em Vitória da Conquista, onde nasceu. Foi com essa idade que ela fez o primeiro teste de conhecimentos para entrar no ensino fundamental, e foi direto para a quinta série. Daí para frente, fez supletivo, concluiu o ensino médio e agora, aos 41 anos, anda so-nhando em fazer faculdade de moda.

Dinheiro para pagar ela não tem, mas acaba de dar uma grande de-monstração de talento e persistência. Ela foi a grande vencedora dos concur-sos culturais de moda promovidos pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo, como parte da 1ª Semana de Econo-mia Criativa, realizada em novembro. Faturou o primeiro lugar como estilista – concorrendo com outros 63 modelos –, levou o segundo lugar como costu-reira e foi eleita pelo júri popular como a melhor de todo o concurso.

Dentro do tema definido – Brinca-deira da Infância – , ela criou um vestido inspirado nas danças de roda. Na barra, costurou silhuetas de diversas bonequi-nhas de mãos dadas e as pernas soltas para fora da saia – durante o desfile, esse artifício dava a impressão de um

gente daqui

Carmerinda aprendeu sozinha a costurar, venceu um concurso cultural de moda como estilista e sonha fazer faculdade

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grande número de bonecas girando e brincando de roda. E arrematou com um laço rosa nas costas. O tecido de al-godão ajudou a dar leveza para a peça e conforto para quem a usava.

O modelito tem tudo a ver com os tempos de criança de Carmerinda. Afi-nal, ela começou a costurar aos 11 anos, alinhavando retalhos que sobravam das costuras encomendadas à irmã dela. “Eu pegava as sobras de pano e fazia roupinhas para a única boneca que ga-nhei de presente”, conta.

Aos 16 anos, foi morar em São Paulo, conseguiu emprego numa loja do Butantã e se tornou atendente de show room. “Eu nem acreditava, quan-do entravam mulheres de políticos e empresários, e aquelas atrizes que eu via na novela e tinha que atender pessoalmente; eu me sentia muito im-portante, e posso garantir que fui uma excelente profissional”, diz.

Mas foi em São José dos Campos, onde mora há 12 anos, que Carmerin-da fez o primeiro curso: aprendeu a fa-zer bolsas no Sesi, e ali seu talento co-meçou a aparecer. “A professora Vera achou que eu levava jeito e me incen-tivou a procurar a Fundação Cultural, onde participei de concursos e come-cei a fazer figurinos para os bailarinos usarem nas apresentações”, diz ela.

“Foi muito emocionante”, declarou, a respeito dos prêmios que ganhou no Concurso Cultural de Moda. “Eu me empenhei muito para fazer aquele vestido, e no último dia ainda cortaram a luz da minha casa e eu tive que usar o ateliê da Fundação para terminar o modelo. Mas deu tudo certo, eu estou muito feliz.”

Os prêmios renderam R$ 1.800. Em tudo que ganha, a prioridade de Car-merinda é comprar livros e material es-colar, bancar os estudos dos filhos. Es-

Nasceu em 1969, em Vitória da Conquista (BA)Vive em São José, há 12 anosMora no Bosque dos EucaliptosEstilista e costureira autodidataMãe de Rodrigo, Rafael e RenatoTrabalha como baby sitterQuer montar um orfanatoSonha estudar Moda

uperfil

“São José foi uma boa escolha para minha família, e abriu muitas portas para mim e meus filhos.” Carmerinda dos Santos Silva

Talento de estilista,que aprendeu com a

pecialmente do mais novo, Renato, de 17 anos, que batalhou muito até entrar no Colégio Embraer, onde faz o ensino médio; Rafael, de 20 anos, é músico e trabalha em telemarketing, e Rodrigo, de 22, é metalúrgico em Taubaté.

Renato gosta de fazer histórias em quadrinhos em estilo japonês (mangá) e é parceiro da mãe estilista. Carmerin-da cria as roupas e veste um manequim, enquanto o filho passa o modelo para o papel. “Eu sou meio suspeita para fa-lar, mas ele desenha muito bem”, diz a mãe. Ela também cria camisetas para os alunos e uniformes para as apresen-tações da equipe da academia onde a família pratica kung fu.

O sonho da estilista autodidata é fazer uma faculdade de moda. Mas a mulher Carmerinda, que trabalha como cuidadora de crianças, também quer montar um orfanato. “Eu sempre cui-dei de criança, fiz curso de baby sitter e gosto muito de dar atenção e carinho para os pequenos”. Ainda vou montar um cantinho para abrigar crianças órfãs – planeja.

vida

A estilista e o modelo vencedor do concurso de moda infantil