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Impresso Especial 7317034806/2006-DR/MG LEEPP CORREIOS LEEPP LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” JORNAL DA MEDIUNIDADE UBERABA-MG INFORMATIVO OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO ANO 2011 N.º 29 E D I T O R I A L Lançamentos "CONHEÇA A NOSSA LOJA VIRTUAL E ADQUIRA OS LIVROS DA EDITORA LEEPP" http://www.leepplojavirtual.com.br/ Temos preços especiais para CLUBE DO LIVRO TEL/FAX: (34) 3322-4873 www.leepp.com.br - Uberaba-MG [email protected] REALIZADO, EM BELO HORIZONTE, O IV ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA RECORDAÇÕES DA MEDIUNIDADE GLORIOSA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br LOJA VIRTUAL www.leepp Nos últimos dias 10 e 11 de setembro, realizou-se, com os resultados esperados, em Belo Horizonte, o IV Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e a sua Obra. No salão “Topázio” do Centro de Convenções “Minas Centro”, cerca de 1.500 pessoas, procedentes das mais diferentes partes do Brasil, estiveram reunidas para estudarem a importância da obra que Emmanuel realizou através de Chico Xavier, no desdobramento da Codificação. Todos os expositores falaram com profundidade sobre o tema escolhido para o Evento, destacando a trajetória e a responsabilidade daquele sábio e amoroso Mentor Espiritual como um dos integrantes da Falange do Espírito da Verdade. O Encontro, como não poderia deixar de ser, foi abrilhantado por várias apresentações artísticas a arrebatarem todo o público presente, que, no sábado pela manhã e no domingo à tarde, em grande número, ainda se dirigiu para Pedro Leopoldo, berço natal do querido medianeiro, onde o Coral “Vida e Luz”, da Na noite fria de 09.08.1996, sob um luar intenso, Chico e eu dirigimo-nos ao lar dos irmãos João e Lázaro, para participarmos do Culto da Oração que lá se realizava, em periferia distante, na cidade de Uberaba. Sentamo-nos à pequena e rústica mesa com alguns poucos companheiros. Chico pediu-me para proferir a oração inicial. Eu tinha acabado de memorizar a “Prece de Lívia”, porém, mesmo assim, retirei do bolso um fragmento de papel, onde li, pausadamente: “— Senhor Jesus, abençoa-nos a fé com que esperamos por ti!... Agradecemos-te a felicidade de nosso encontro e o tesouro da amizade com que nos teces a união. Louvores te rendemos pelo auxílio de nossos companheiros e pelas lições de nossos inimigos. Ensina-nos a descobrir a tua vontade no escuro caminho de nossas provas... Dá-nos a conformação ante a dor e a certeza de que as trevas nos conduzirão à verdadeira luz! Senhor, concede-nos a humildade de teu exemplo e a ressurreição de tua cruz! Assim seja!...” Após a prece, ouviu-se um ruído forte e rouco, como de vento impetuoso, e o médium Xavier começou a psicografar a página “Prodígios da fé”, de Albino Teixeira. Quando o vento silenciou, vimos o médium colocar o lápis à sua frente, apoiando a cabeça com as duas mãos e mantendo os olhos cerrados. Supúnhamos que a reunião estava para terminar, mas tal não ocorreu. Chico retomou o lápis e psicografou o lindo soneto “Caridade”, de Auta de Souza. Após a psicografia, Lázaro retornou a palavra a Chico, que começou a orar a Prece Dominical, para finalizar a reunião. Nesse momento, irrompeu maravilhoso fenômeno de efeitos físicos! As palavras saíram da boca do médium, como escritas em pontos de luz, revestidos de intenso brilho dourado, como que flutuando no ar, desaparecendo bem devagar. Ah, Jesus! Como te agradecer, Senhor, as bênçãos recebidas através da mediunidade gloriosa de Francisco Cândido Xavier? Os demais componentes da mesa, tão surpresos como eu, tentavam tocar as lindas palavras luminosas com as pontas dos dedos, o que fazia expandir intenso aroma, que mais tarde vim a identificar como sendo de nardo puro. Demoramo-nos a nos recompor da emoção e, quando saímos em direção do carro, para retornarmos, pequena multidão de carentes, vizinhos dos irmãos João e Lázaro, tão necessitados quanto eles próprios, se comprimiam, aguardando a presença de Chico, como a derradeira esperança de amparo naquela noite clara e gelada! Espontaneamente, formaram uma fila. Chico não relutou em atendê-los um a um, conversando com cada qual, quanto quisessem, entregando a todos, sem exceção, cédulas de papel-moeda de pequeno valor, o que denominou alegremente como sendo “distribuição de laranjada”, mas que na verdade, foi um dos “cultos de assistência” mais relevantes que presenciei na minha vida. Aquelas pessoas, que para o mundo ilusório de César nada significavam, para Chico eram muito, mas muito importantes mesmo, tanto que lhes declinava o nome, com intensa amabilidade, como em um encontro de familiares muito queridos. Foi nessa oportunidade que indaguei do ancião Joãozinho se ele sabia, desde quando o Chico, mantinha coberta a cabeça, com um gorro escuro que cobria desde a testa à nuca. Respondeu-me que no dia anterior o teria visto, sem tal acessório da indumentária. Naquela noite, ninguém sabia ainda o que ele queria ocultar – as marcas dos sinais da crucificação do Cristo, em sua própria cabeça, marcas que apareceriam e sumiriam até se fixarem em definitivo, obrigando-o ao sigilo absoluto. Já dentro do carro, lembro-me de que Chico falou da sua grande alegria em ter recebido a comunicação de Auta de Souza, que retornou através da psicografia após muito tempo de ausência. Perguntei-lhe da identidade de Albino Teixeira; ele respondeu-me tratar-se de pessoa que vivera na Guanabara e, na Vida Espiritual, apresentava-se como um “espírito completista”. A respeito do fenômeno observado na prece final, pretendi obter melhores esclarecimentos, mas ele apenas respondeu- me ter sentido no encerramento da reunião a presença de sua mãe e nada mais adiantou. Retornando a São Paulo, dei-me pressa em relatar os detalhes da viagem a José Gonçalves Pereira, o construtor da magnífica obra assistencial levantada às margens do Tietê, na altura do Belenzinho, nos idos de 1960. Gonçalves, Joaquim Alves, José Bissolli, eram amigos de Chico desde a época em que ele realizava sessões de materialização (1952- 1953), ocasião em que D. Alvina, mãe de Gonçalves, se materializara por inteiro à frente do filho. Essas magníficas reuniões, que apresentavam os espíritos revestidos com o “ectoplasma” transcendente e luminoso de Chico, foram suspensas por Emmanuel, para atender a prioridade do livro, já que o desgaste físico do Chico era enorme! Porém, depois daquelas reuniões, só restou àqueles companheiros construírem a “Casa Transitória de Fabiano”, encabeçados pela liderança de Gonçalves dentro do princípio evangélico “que muito se pedirá a quem muito recebeu”. Relatou-nos Julinha (Julia Tecla Kolheisen), a mensageira da caridade junto aos hansenianos abrigados em Pirapitingui, que Emmanuel, quando encerrou aqueles trabalhos de materialização, dissera aos presentes que lhes estavam sendo adiantados “50 anos de aprendizado prático espírita”. Gonçalves e os demais companheiros compreenderam perfeitamente o recado e procuraram dar conta do crédito espiritual recebido. Josyan Courté (Itatiba, SP) “Irradiação Espírita-Cristã”, de Goiânia, teve oportunidade de se apresentar no logradouro central da cidade – a Praça “Chico Xavier”! Depois de encerrado o Encontro, muitos caravaneiros se dirigiram para a Casa de Chico Xavier, ainda em Pedro Leopoldo, participando do culto que, todos os domingos, a partir das dezoito horas, lá se realiza, com grande afluência de confrades de toda parte. Os Coordenadores do referido Encontro decidiram que, doravante, ele haverá de percorrer o Brasil, sendo também realizado em outros Estados. Sob a aprovação dos presentes, ficou, então, escolhida a cidade de Votuporanga, no Estado de São Paulo, como a sede do Encontro de 2012, patrocinado pelo Grupo Espírita “Maria de Nazaré”. No mesmo instante, vários outros Estados se inscreveram para hospedarem os futuros Eventos: Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro... Vale ressaltar que, como sempre acontece, a inscrição para o Encontro foi gratuita, não passando de mera formalidade o preenchimento da ficha por parte dos interessados, mediante exigência da direção do “Minas Centro”, que foi locado para tal finalidade. Na oportunidade, dois livros da lavra mediúnica de Chico Xavier, “Bastão de Arrimo” e “Indicações do Caminho”, editados pela “UEM” e pelo “GEEM”, de Belo Horizonte e São Bernardo do Campo, foram ofertados, graciosamente, a todos os inscritos. O Evento foi transmitido ao vivo pela TV- Web “A Caminho da Luz”, da cidade de Itapira, São Paulo, como também gravado em DVD, pela Versátil Home Vídeo, para posterior comercialização. Aspecto parcial do público presente no IV Encontro. Aspecto parcial do público presente no IV Encontro.

JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP - leepp.com.br · responsabilidade daquele sábio e amoroso ... Os demais componentes da mesa, tão ... A respeito do fenômeno observado na p rec f ina

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LEEPP

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LEEPPLIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”

JORNAL DA MEDIUNIDADE

UBERABA-MG – INFORMATIVO OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO – ANO 2011 – N.º 29

E D I T O R I A L

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CLUBE DO LIVRO

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REALIZADO, EM BELO HORIZONTE, O IV ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA

RECORDAÇÕES DA MEDIUNIDADE GLORIOSA DE FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br

Nos últimos dias 10 e 11 de setembro, realizou-se, com os resultados esperados, em Belo Horizonte, o IV Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e a sua Obra.

No salão “Topázio” do Centro de Convenções “Minas Centro”, cerca de 1.500 pessoas, procedentes das mais diferentes partes do Brasil, estiveram reunidas para estudarem a importância da obra que Emmanuel realizou através de Chico Xavier, no desdobramento da Codificação.

Todos os expositores falaram com profundidade sobre o tema escolhido para o Evento, destacando a trajetória e a responsabilidade daquele sábio e amoroso Mentor Espiritual como um dos integrantes da Falange do Espírito da Verdade.

O Encontro, como não poderia deixar de ser, foi abrilhantado por várias apresentações artísticas a arrebatarem todo o público presente, que, no sábado pela manhã e no domingo à tarde, em grande número, ainda se dirigiu para Pedro Leopoldo, berço natal do querido medianeiro, onde o Coral “Vida e Luz”, da

Na noite fria de 09.08.1996, sob um luar intenso, Chico e eu dirigimo-nos ao lar dos irmãos João e Lázaro, para participarmos do Culto da Oração que lá se realizava, em periferia distante, na cidade de Uberaba.

Sentamo-nos à pequena e rústica mesa com alguns poucos companheiros.

Chico pediu-me para proferir a oração inicial. Eu tinha acabado de memorizar a “Prece de Lívia”, porém, mesmo assim, retirei do bolso um fragmento de papel, onde li, pausadamente:

“— Senhor Jesus, abençoa-nos a fé com que esperamos por ti!... Agradecemos-te a felicidade de nosso encontro e o tesouro da amizade com que nos teces a união. Louvores te rendemos pelo auxílio de nossos companheiros e pelas lições de nossos inimigos. Ensina-nos a descobrir a tua vontade no escuro caminho de nossas provas... Dá-nos a conformação ante a dor e a certeza de que as trevas nos conduzirão à verdadeira luz! Senhor, concede-nos a humildade de teu exemplo e a ressurreição de tua cruz! Assim seja!...”

Após a prece, ouviu-se um ruído forte e rouco, como de vento impetuoso, e o médium Xavier começou a psicografar a página “Prodígios da fé”, de Albino Teixeira.

Quando o vento silenciou, vimos o médium colocar o lápis à sua frente, apoiando a cabeça com as duas mãos e mantendo os olhos cerrados.

Supúnhamos que a reunião estava para terminar, mas tal não ocorreu.

Chico retomou o lápis e psicografou o lindo soneto “Caridade”, de Auta de Souza.

Após a psicografia, Lázaro retornou a palavra a Chico, que começou a orar a Prece Dominical, para finalizar a reunião.

Nesse momento, irrompeu maravilhoso fenômeno de efeitos físicos!

As palavras saíram da boca do médium, como escritas em pontos de luz, revestidos de intenso brilho dourado, como que flutuando no ar, desaparecendo bem devagar.

Ah, Jesus! Como te agradecer, Senhor, as bênçãos recebidas através da mediunidade gloriosa de Francisco Cândido Xavier?

Os demais componentes da mesa, tão surpresos como eu, tentavam tocar as lindas palavras luminosas com as pontas dos dedos, o que fazia expandir intenso aroma, que mais tarde vim a identificar como sendo de nardo puro.

Demoramo-nos a nos recompor da

emoção e, quando saímos em direção do carro, para retornarmos, pequena multidão de carentes, vizinhos dos irmãos João e Lázaro, tão necessitados quanto eles próprios, se comprimiam, aguardando a presença de Chico, como a derradeira esperança de amparo naquela noite clara e gelada!

Espontaneamente, formaram uma fila. Chico não relutou em atendê-los um a um, conversando com cada qual, quanto quisessem, entregando a todos, sem exceção, cédulas de papel-moeda de pequeno valor, o que denominou alegremente como sendo “distribuição de laranjada”, mas que na verdade, foi um dos “cultos de assistência” mais relevantes que presenciei na minha vida.

Aquelas pessoas, que para o mundo ilusório de César nada significavam, para Chico eram muito, mas muito importantes mesmo, tanto que lhes declinava o nome, com intensa amabilidade, como em um encontro de familiares muito queridos.

Foi nessa oportunidade que indaguei do ancião Joãozinho se ele sabia, desde quando o Chico, mantinha coberta a cabeça, com um gorro escuro que cobria desde a testa à nuca. Respondeu-me que no dia anterior o teria visto, sem tal acessório da indumentária. Naquela noite, ninguém sabia ainda o que ele queria ocultar – as marcas dos sinais da crucificação do Cristo, em sua própria cabeça, marcas que apareceriam e sumiriam até se fixarem em definitivo, obrigando-o ao sigilo absoluto.

Já dentro do carro, lembro-me de que Chico falou da sua grande alegria em ter recebido a comunicação de Auta de Souza, que retornou através da psicografia após muito tempo de ausência.

Perguntei-lhe da identidade de Albino Teixeira; ele respondeu-me tratar-se de pessoa que vivera na Guanabara e, na Vida Espiritual, ap resen tava-se como um “esp í r i to completista”.

A respeito do fenômeno observado na prece final, pretendi obter melhores esclarecimentos, mas ele apenas respondeu-me ter sentido no encerramento da reunião a presença de sua mãe e nada mais adiantou.

Retornando a São Paulo, dei-me pressa em relatar os detalhes da viagem a José Gonçalves Pereira, o construtor da magnífica obra assistencial levantada às margens do Tietê, na altura do Belenzinho, nos idos de 1960.

Gonçalves, Joaquim Alves, José Bissolli, eram amigos de Chico desde a época em que ele realizava sessões de materialização (1952-1953), ocasião em que D. Alvina, mãe de Gonçalves, se materializara por inteiro à frente do filho.

Essas magní f i cas reuniões , que apresentavam os espíritos revestidos com o “ectoplasma” transcendente e luminoso de Chico, foram suspensas por Emmanuel, para atender a prioridade do livro, já que o desgaste físico do Chico era enorme!

Porém, depois daquelas reuniões, só restou àqueles companheiros construírem a “Casa Transitória de Fabiano”, encabeçados pela liderança de Gonçalves dentro do princípio evangélico “que muito se pedirá a quem muito recebeu”.

Relatou-nos Jul inha (Jul ia Tecla Kolheisen), a mensageira da caridade junto aos hansenianos abrigados em Pirapitingui, que Emmanuel, quando encerrou aqueles trabalhos de materialização, dissera aos presentes que lhes estavam sendo adiantados “50 anos de aprendizado prático espírita”.

Gonçalves e os demais companheiros compreenderam perfeitamente o recado e procuraram dar conta do crédito espiritual recebido.

Josyan Courté (Itatiba, SP)

“Irradiação Espírita-Cristã”, de Goiânia, teve oportunidade de se apresentar no logradouro central da cidade – a Praça “Chico Xavier”!

Depois de encerrado o Encontro, muitos caravaneiros se dirigiram para a Casa de Chico Xavier, ainda em Pedro Leopoldo, participando do culto que, todos os domingos, a partir das dezoito horas, lá se realiza, com grande afluência de confrades de toda parte.

Os Coordenadores do referido Encontro decidiram que, doravante, ele haverá de percorrer o Brasil, sendo também realizado em outros Estados. Sob a aprovação dos presentes, ficou, então, escolhida a cidade de

Votuporanga, no Estado de São Paulo, como a sede do Encontro de 2012, patrocinado pelo Grupo Espírita “Maria de Nazaré”. No mesmo instante, vários outros Estados se inscreveram para hospedarem os futuros Eventos: Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro...

Vale ressaltar que, como sempre acontece, a inscrição para o Encontro foi gratuita, não passando de mera formalidade o preenchimento da ficha por parte dos interessados, mediante exigência da direção do “Minas Centro”, que foi locado para tal finalidade. Na oportunidade, dois livros da lavra mediúnica de Chico Xavier, “Bastão de Arrimo” e “Indicações do Caminho”, editados pela “UEM” e pelo “GEEM”, de Belo Horizonte e São Bernardo do Campo, foram ofertados, graciosamente, a todos os inscritos.

O Evento foi transmitido ao vivo pela TV-Web “A Caminho da Luz”, da cidade de Itapira, São Paulo, como também gravado em DVD, pela Versát i l Home Vídeo, para poster ior comercialização.

Aspecto parcial do público presente no IV Encontro.Aspecto parcial do público presente no IV Encontro.

Página 2 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

SÔNIA BARSANTE - Tributo de Gratidão

Renovação Íntima

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N e s t e n ú m e r o , o “ J o r n a l d a Mediunidade”, em nome de toda a família espírita de Uberaba, presta justo tributo de gratidão à valorosa companheira de Ideal, Sônia Maria Barsante Santos, que, por vários lustros, vem se consagrando com dedicação incomum à Causa do Evangelho de Jesus, nas bênçãos da Doutrina Espírita.

D. Sônia, como carinhosamente é tratada por nós, os seus admiradores, amiga de Chico Xavier de longa data – ela e toda a família, a partir de Sylvia Barsante, sua genitora, residente na cidade de Araxá, Minas Gerais –, há muitos anos labora no campo da Evangelização Infantil, coordenando, à frente da Aliança Municipal Espírita (AME), de Uberaba, este abençoado trabalho que se estende por dezenas e dezenas de casas espíritas de nossa cidade e região. Sim, porque, ainda, através de seu dinamismo exemplar, ela também constitui um dentre os responsáveis pela tarefa de formar e orientar novos evangelizadores na COMMETRIM (Confraternização de Mocidades e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro), tendo já se esmerado na confecção de farto e rico material pedagógico a este respeito, difundido graciosamente entre os interessados.

D. Sônia, viúva de Ariovaldo Santos, sobrinho de Lilito Chaves, de saudosa memória, mãe de muitos filhos e avó de muitos netos, aos quais ama com enternecimento e carinho, não limita, porém, suas atividades doutrinárias à Evangelização da Criança. Dos mais bem preparados expositores de nossos princípios doutrinários, com sua palavra fluente e agradável, ela profere palestras onde lhe seja possível atender os diversos convites que lhe chegam, tanto das casas espíritas de Uberaba quanto de cidades de outros Estados – principalmente, no entanto, no Centro Espírita Uberabense, às segundas-feiras, e no “Grupo Espírita da Prece”, aos sábados.

Trata-se, sem dúvida, de um dos baluartes do Movimento Espírita Brasileiro, sempre fazendo questão de atuar no anonimato, sem que, porém, nos seja possível lhe continuar ignorando os méritos e os muitos exemplos de fidelidade a Jesus, a Kardec e a Chico Xavier.

Como atual Presidente do Centro Espírita

Uberabense, Casa-Máter da Doutrina em nossa cidade, D. Sônia Barsante é Diretora do Sanatório Espírita, desdobrando-se para o bom funcionamento da referida instituição, que, sem dúvida, é uma das maiores referências no campo da Psiquiatria Espírita no mundo.

Ela é uma dama do Espiritismo em Uberaba, sempre zelosa pela união e entendimento entre os companheiros, tendo, em todas as ocasiões, uma palavra conciliadora e de encorajamento a todos os integrantes da grande família espírita à qual temos a honra de pertencer.

Por mais de três décadas, responsável, com valorosas irmãs, pela Evangelização da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, grupo que frequentamos há mais de quarenta anos, D. Sônia foi a evangelizadora de meus dois filhos, Thiago e Marcela, que, graças aos princípios espíritas-cristãos que dela receberam, e de nós, Baccelli e Márcia, os seus pais, se encontram hoje perfeitamente integrados na Doutrina, cada qual, um em Uberaba e outro em Guarujá, no cumprimento do dever espiritual que lhe cabe.

Vale ressaltar, todavia, que suas atividades não se circunscrevem ao campo teórico da Doutrina, visto ei-la sempre envolvida nas tarefas de natureza assistencial, como pela época do Natal, nas distribuições que promove de gêneros alimentícios, roupas e brinquedos a famílias carentes do “Jardim Triângulo”, na sede do Grupo Espírita “Irmão José”, localizado na periferia.

Por tudo isto e muito mais, em meu nome e, tenho certeza, em nome da grande maioria dos integrantes da família espírita de Uberaba e mesmo da comunidade de nossa cidade, que a estima na condição de benfeitora, desejamos externar o nosso tributo de gratidão à querida D. Sônia Maria Barsante Santos, rogando a Jesus, nosso Mestre e Senhor, que, junto a toda a sua família, a cubra de bênçãos, para que, durante muito tempo ainda, possamos continuar contando com a luz de sua presença entre nós, sobre a Terra.

Carlos A. Baccelli

Uberaba - MG, 16 de setembro de 2011.

De “O Livro dos Espíritos” 146 – A alma tem, no corpo, uma sede determinada e circunscrita? — Não. Mas ela se situa mais particularmente na cabeça, entre os grandes gênios e todos aqueles que usam bastante o pensamento, e no coração dos que sentem bastante, dedicando todas as suas ações à Humanidade.

De “O Livro dos Médiuns” “Os espíritos que se apegam aos locais ou às coisas materiais não são jamais espíritos superiores, mas, sem seres superiores, eles podem não ser maus e não terem nenhuma intenção má; eles são mesmo algumas vezes comensais mais úteis que nocivos, porque, se se interessarem pelas pessoas, eles podem protegê-las.” (Cap. IX – Lugares Assombrados)

De “O Evangelho Segundo o Espiritismo” “Toda ideia nova forçosamente encontra oposição e nenhuma há que se implante sem luta. Ora, nesses casos, a resistência é sempre proporcional à importância dos resultados previstos, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos são os interesses que fere.” (Cap. XXIII – Estranha Moral)

De “O Céu e o Inferno” “2º A felicidade perfeita está ligada à perfeição, quer dizer, à depuração completa do espírito. Toda imperfeição é, ao mesmo tempo, uma causa de sofrimento e de privação de prazer, do mesmo modo que toda qualidade adquirida é uma causa de prazer e de atenuação dos sofrimentos.” (Cap. VII – As Penas Futuras Segundo o Espiritismo)

De “A Gênese” “Logo que um mundo alcança um dos seus períodos de transformação que o deve fazer galgar a hierarquia, operam-se mutações em sua população encarnada e desencarnada; é então que se realizam as grandes emigrações e imigrações.” (Cap. XI – Gênese Espiritual)

Não se entregue à derrota ou ao pessimismo.

Imagino que, possivelmente, o momento que esteja passando seja de extrema dificuldade...

E que por isso você pensa sobre onde está a razão disso tudo e se existe mesmo necessidade de se passar por tantas aflições e tormentos na vida.

Refletir a respeito da luta que vivenciamos no Planeta é positivo, mas acalentar ideias que possam aumentar a angústia e, quiçá, levar a uma tentativa de fuga é sempre algo muito perigoso.

Porquanto lhe peço que ouça o conselho de um amigo, ainda imperfeito – é bem verdade, mas que apenas deseja o seu bem: Tenha calma! Tudo passa!

Talvez neste momento da leitura, alguém indague: Mas como é possível que uma pessoa seja capaz de desejar o meu bem, se ela nem mesmo me conhece?

É compreensível essa sua maneira de pensar, mas quero lhe dizer que você é filho de Deus, assim como eu, sendo, assim, meu irmão.

Afinal, todos nós fazemos parte da imensa família do Pai Celestial!

E, por mais que a luta seja árdua, tendo o caminho repleto de pedras e de espinhos, confiemos em Deus, não perdendo a nossa fé!

P e d i m o s l i c e n ç a p a r a transcrever mensagem de que gostamos muito, da lavra mediúnica de Chico Xavier, pelo espírito Meimei, inserida no livro “Amizade”, intitulada “Ora e confia”:

“Se, um dia, te encontrares em situações difíceis, que a vida te pareça um cárcere sem portas, sob o ce rco de pe rsegu ido res a p a r e n t e m e n t e i m b a t í v e i s ; sofrendo a conspiração de intrigas domésticas; na trama de processos obsessivos; no campo de moléstias consideradas irreversíveis; no laço de paixões que te conturbem a mente; debaixo de provas que te induzam à desolação e ao desânimo; sob a pressão de hábitos infelizes; em extrema penúria, sem t r aba lho e sem me ios de sobrevivência; de alma relegada a supremo abandono; na área de problemas criados pelos entes a que mais ames; não desesperes.

Ora em silêncio e confia em Deus, esperando pela Divina Providência, porque Deus tem estradas onde o mundo não tem caminhos.

É por isto que a tempestade pode rugir à noite, mas não existem forças na Terra que impeçam, cada d i a , a c h e g a d a d e n o v o amanhecer.”

Se, por um lado, é verdade que a dor que sente no momento muito o incomoda, lembre-se de que ela apenas existe em favor do seu aprendizado e crescimento.

Portanto, meu amigo, chega de desalento!...

Deixe de lado todo pensamento menos feliz, caminhando com Jesus rumo à Nova Alvorada, que acreditamos chegará em breve tempo para todos os trabalhadores que semeiam a paz e o amor na Terra!

NOVA ALVORADANOVA ALVORADA Thiago Silva Baccelli

e-mail: [email protected] - blog: http://thiagosilvabaccelli.zip.net/

Márcia Queiroz Silva Baccelli

Através da renovação íntima, a alma acelera sua progressão espiritual.

Se te sentes sitiado pela dor, pondera e renova teu modo de ser.Estamos vivendo num mundo ansioso, tenso e aflito.As arestas precisam ser afastadas, para que tenhamos

oportunidade de amparar e auxiliar os outros.Deus é a Providência que contemporiza as dificuldades do

momento que passa.Observa em torno de ti mesmo e contempla aqueles que estão

distanciados do bem...Abre as asas do amor e recolhe em teu ser os necessitados de fé

e esperança.Sê valente peregrino, que escuta as amarguras e tem

oportunidade de amenizar tantas dores!Crê em, Deus! Informa a Ele as necessidades e provas do

caminhar.Perceberás a alegria de ver as águas das fontes murmurando

para servir a todos.Caminharás à maneira de barco no oceano revolto e, com Ele,

encontrarás o equilíbrio que reina em torno de ti.Se a dor te ameaçar em forma de angústia ou abandono, recorre

a Ele!Busca a Deus primeiro e sentirás que a vida é uma bênção de

luz, para sempre guardada nos braços do Eterno Amor!...

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO Página 3 JORNAL DA MEDIUNIDADE

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Melhora Súbita

“Tinha eu dezessete anos, em 1927, quando na noite de 8 de julho do referido ano, em uma reunião de preces, escutei, através de uma senhora presente, D. Carmem Penna Perácio, já falecida, a recomendação de um amigo espiritual, aconselhando-me a tomar papel e lápis, a fim de escrever mediunicamente. Eu não possuía conhecimento algum do assunto em que estava entrando, mesmo porque ali comparecia acompanhando uma irmã doente que recorria aos passes curativos daquele círculo íntimo, formado por pessoas dignas e humildes, todas elas de meu conhecimento pessoal. Do ponto de vista espiritual, apesar de muito jovem, era fervoroso católico que se confessava e recebia a Sagrada Comunhão, deste 1917, aos sete janeiros de idade. Ignorando se me achava transgredindo algum preceito da Igreja, que eu considerava minha mãe espiritual, tomei o lápis que um amigo me estendera com algumas folhas de papel em branco, e meu braço, qual se estivesse desligado do meu corpo, passou a escrever, sob os meus olhos cerrados, certa mensagem que nos exortava a trabalhar, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem era constituída de dezessete páginas e veio assinada por um mensageiro que se declarava “Um amigo espiritual”, que somente conheceria depois. Nenhuma das pessoas presentes se interessou em conservar o comunicado, inclusive eu mesmo, pois nenhum de nós, os companheiros que formavam o círculo de orações, poderia prever que a tarefa de e s c r e v e r m e d i u n i c a m e n t e s e desdobraria para mim, através de vários decênios.

No dia seguinte, após a missa da manhã, procurei o Padre Sebastião Scarzelli, que era meu confessor e protetor, e contei-lhe o sucedido, pedindo-lhe que me aconselhasse quanto ao que me caberia fazer. Ele era um padre moço, creio que de origem italiana. O querido sacerdote, que muitas vezes fora o meu apoio nas dificuldades psicológicas e mediúnicas, que eu periodicamente atravessava, me falou

Lição 137 de “O Evangelho de Chico Xavier”

(Editora “Didier”), de Carlos A. Baccellicom bondade que ele mesmo nunca lera livros espíritas, mas, se eu me sentia bem no círculo de preces a que comparecera, seria justo buscar a paz que me faltava, já que o nome de Jesus presidia aquele grupo de pessoas honestas, e ainda me afirmou que poderia frequentá-lo, mas lembrando a minha devoção a Nossa Senhora, pois ele acreditava que nossa Mãe Santíssima intercederia em meu benefício em qualquer circunstância. Depois desse entendimento, não mais vi o Padre Scarzelli, que fora removido para a cidade de Joinville, no Estado de Santa Catarina, onde faleceu, há poucos anos, na condição de monsenhor e onde se pode ver a obra imensa de benemerência que realizou em favor da comunidade.

Sem a presença daquele apóstolo do Bem, dediquei-me ao grupo espírita, com a mesma fé com a qual comparecia às atividades católicas.

Tudo seguia em ordem, quando, na noite de 10 de julho referido, dois dias depois de haver recebido a primeira mensagem, quando eu fazia as orações da noite, vi o meu quarto pobre se iluminar, de repente. As paredes refletiam a luz de um prateado lilás. Eu estava de joelhos, conforme os meus hábitos católicos, e descerrei os olhos, tentando ver o que se passava. Vi, então, perto de mim uma senhora de admirável presença, que irradiava a luz que se espraiava pelo quar to . Tente i levantar -me para demonstrar-lhe respeito e cortesia, mas não consegui permanecer de pé e dobrei, involuntariamente, os joelhos diante dela. A dama iluminada fitou uma imagem de Nossa Senhora do Pilar que eu mantinha em meu quarto e, em seguida, falou em castelhano que eu compreendi, embora sabendo que eu ignorava o idioma, em que ela facilmente se expressava:

— “ F r a n c i s c o – d i s s e - m e pausadamente – em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, venho solicitar o seu auxílio em favor dos pobres, nossos irmãos.”

A emoção me possuía a alma toda, mas pude perguntar-lhe, embora as lágrimas que me cobriam o rosto:

— Senhora, quem sois vós?

Ela me respondeu:— “Você não se lembra agora de mim,

no entanto eu sou Isabel, Isabel de Aragão.”

Eu não conhecia senhora alguma que tivesse este nome e estranhei o que ela dizia, entretanto uma força interior me continha e calei qualquer comentário, em torno de minha ignorância. Mas o diálogo estava iniciado e indaguei:

— Senhora, sou pobre e nada tenho para dar. Que auxílio poderei prestar aos mais pobres do que eu mesmo?

Ela disse:— “Você nos auxiliará a repartir pães

com os necessitados.”Clamei com pesar:— Senhora, quase sempre não tenho

pão para mim. Como poderei repartir pães com os outros?...

A dama sorriu e me esclareceu:— “Chegará o tempo em que você

disporá de recursos. Você vai escrever para as nossas gentes peninsulares e, trabalhando por Jesus, não poderá receber vantagem material alguma pelas páginas que produzir, mas vamos providenciar para que os Mensageiros do Bem lhe tragam recursos para iniciar a tarefa. Confiemos na Bondade do Senhor!”

Em seguida a estas palavras, que anotei em 1927, a dama se afastou, deixando o meu quarto em pleno escuro. Chorei sob emoção para mim inexplicável, até o amanhecer do dia imediato. Não tinha mais o Padre Scarzelli para consultar e notei que os meus novos companheiros não poderiam me auxiliar, porque eu não sabia o que vinha a ser a expressão “gentes peninsulares” ouvidas por mim; quanto a estas duas palavras, nenhum deles conseguiu fornecer qualquer explicação. Sentindo-me a sós com a lembrança da inesquecível visão, passei a orar, todas as noites, pedindo a Nossa Senhora para que alguém me socorresse com as informações que eu julgava precisas. Duas semanas após a ocorrência, estando eu nas preces da noite, apareceu-me um senhor vestido em roupa branca que, por intuição, notei tratar-se de um sacerdote.

Saudei-o com muito respeito e ele me

respondeu com bondade, explicando-se:— “Irmão Francisco, fui no século XIV

um dos confessores da Rainha Santa, D. Isabel de Aragão, que se fez esposa do Rei de Portugal, D. Dinis. Ela desenvolveu elevadas iniciativas de beneficência e instrução nos dois reinos que formam a Península, conhecida na Europa, e voltou ao Mundo Espiritual em 4 de julho de 1336. Desde então, ela protege todas as obras de caridade e educação na Espanha e Portugal. Foi ela que o visitou, há alguns dias, nas preces da noite, e prometeu-lhe assistência. Ela me recomenda dizer-lhe que não lhe faltarão recursos para a distribuição de pães com os necessitados. Meu nome, em 1336, era Fernão Mendes. Confiemos em Jesus e trabalhemos na sementeira do bem.”

Eu não tive garganta livre para falar.O padre se retirou e, sentindo a

premência do que desejava a nobre senhora, que eu não sabia ter sido, na Terra, tão amada e tão ilustre rainha. No primeiro sábado que se seguiu às ocorrências que descrevo, fui com minha irmã Luíza (atualmente desencarnada) a uma ponte muito pobre, até hoje existente e reformada, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas, onde nasci, conduzindo um pequeno cesto com oito pães. Ali estavam refugiados alguns indigentes. Parti os pães, a fim de que cada um tivesse um pedaço, e assim foi iniciado o nosso serviço de assistência que perdura até hoje. Em Pedro Leopoldo, com alguns companheiros, fiz a distribuição de pães, de 1927 a 1958. Em janeiro de 1959, mudei-me para esta cidade de Uberaba, aqui chegando no dia 5 de janeiro de 1959. Um grupo de amigos já nos esperava e promovemos a distribuição de pães numa vila da periferia uberabense. Essa distribuição semanal, aos sábados, permanece ativa até hoje. Moramos numa casa vizinha de três núcleos de favelados e a nossa distribuição de pães, atualmente, se eleva ao número de um mil e quinhentos por semana, divididos entre os necessitados das três favelas a que me referi.”

Maria Cristina Baracat

Improvisemos temporária melhora para o agonizante, a fim de sossegar-lhe a mente aflita.Somente depois de semelhante medida, conseguiremos retirá-lo, sem maior impedimento. (Obreiros da vida eterna, André Luiz, psicografia de Chico Xavier)

O cheiro de éter expandia-se por todos os cantos do quarto. Já respirava com dificuldade. Os parentes, preocupados, chegavam para as visitas. Seus olhos movimentavam-se por todos os lados. Era a única coisa que nela ainda expressava vida.

Depois de tentar respirar fundo, fechou e abriu os olhos com dor. Lembrou-se da grande jornada. Abandonar o Norte e pegar estrada rumo ao Sul, sem marido, com os filhos ainda adolescentes. A vida ia

e vinha, em flashback, como num filme.

Agora, a enfermeira chegava com mais um frasco de soro para ser trocado. Os netos, já adultos, arredavam, para darem passagem.

O tempo passava lento, e a dor agitava-se rápida. De repente, teve a impressão de ouvir no cérebro as lentas batidas do coração.

O som das buzinas incessantes, lá embaixo, sinalizava a hora do rush. Mas também era hora da Ave Maria, e bem longe se ouvia o tanger dos sinos, numa aldeia que ficara para trás, esquecida havia muito tempo.

Súbito, voltou os olhos para o pequeno quarto. Os filhos e os netos estavam lá, esperando por algo que nem ela sabia ao certo.

Então o milagre aconteceu. As batidas do coração regularizaram-se, o suor frio estancou-se e ela pediu água! Sentou-se na cama e bebeu

devagar, gole a gole, como se a vida retornasse aos poucos. As mãos agora pareciam duas âncoras, diferentes de antes, em que não conseguia firmá-las.

Os olhares ansiosos revelavam surpresa, alívio e bem-estar. Ao poucos, o quarto esvaziara-se. Era preciso que a enferma descansasse, recuperasse as energias para o dia s egu in t e . A lguns f ami l i a r e s exaltavam o avanço da Medicina em que tudo seria possível!

Ficara apenas uma filha que iria pernoitar na cama ao lado. O ar parecia mais leve e a enferma ressonava profundamente. Já não estava tão pálida como no dia anterior.

O relógio do corredor devorava o tempo, quando uma fresta de luz invadiu a cortina do quarto, anunciando o dia seguinte. A filha dormira com um livro sobre o peito. Acordara relutando com as mãos,

para esconder-se da réstia de c l a r idade que anunc iava o amanhecer. Um pássaro pousou no parapeito da janela e fugiu, num voo rápido.

L e m b r o u - s e d e t o c a r a campainha próxima à mesa, para chamar a enfermeira. O soro fora desligado, mas estava na hora dos remédios. Tocou as mãos da mãe, que dormia. Só então percebeu que elas estavam gélidas como o mármore.

Num átimo, veio à memória o dia anterior. Os risos dos sobrinhos e a a tmos fe ra de a l ív io que anunciavam a esperança. Recordou-se do passarinho que fazia pouco pousara na fresta da janela. Agora, ela havia entendido o segredo. As almas escapam leves e suaves, sobretudo quando têm merecimento para isso.

HONRA E GRATIDÃOPágina 4 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

O Natal de

(Soneto recebido pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 24 de setembro de 2011, em Uberaba – MG)

HONRA E GRATIDÃOAntonio Baracat

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“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (JESUS, João 14:12)

Embora Allan Kardec tenha optado por não tratar da questão dos supostos milagres de Jesus, penso que já passa da hora do Espiritismo discuti-los...

Dicionários definem milagre como “feito ou ocorrência extraordinária, que não se explica pelas leis da natureza; Acontecimento admirável, espantoso; Portento, prodígio, maravilha”. Logo, para dicionaristas milagres indicam derrogações da Lei Natural.

Mas multiplicando pães e peixes, transformando água em vinho ou curando paralíticos, leprosos, loucos e cegos, as ações de Jesus não podem se enquadrar como sobrenaturais só porque não compreendemos como isso seja possível, pois nossa ignorância não pode ser a medida das coisas. Quando entendermos, por exemplo, como se pode eliminar o bacilo de Hansen e restaurar os tecidos degenerados pela sua ação, estará encerrada a polêmica.

Coisas semelhantes ocorrem cotidianamente e de forma sistemática nos ambientes espíritas. Afinal, não é exatamente um “milagre” o que ocorre quando um passe ou copinho de água fluidificada age sobre o organismo doente restaurando-o? A associação de encarnados e desencarnados, guiados pela vontade de fazer o bem, não é exatamente a fonte geradora de inúmeras ocorrências excepcionais, que podem se classificar como “milagres”?

A diferença em relação a Jesus é que Ele possui competências no trato com a matéria que nós ainda não temos. Ele sabe modificar a matéria de tal modo, que durante séculos os homens, num misto de reverência e ignorância, ainda sem as luzes da Doutrina Consoladora, pensaram que nas páginas do Evangelho estava a narrativa de fatos que só um Deus Criador poderia executar.

Enfim, apenas um caso de falta de cuidado na leitura! Porque se atentassem para o Versículo 12, do Capítulo 14, do Evangelho de João, verificariam que nosso Divino Amigo nos alertou de que está perfeitamente ao nosso alcance realizar as obras que Ele realiza e ainda fazê-las “maiores”! Para isso precisamos apenas de ajustar nossos passos e torná-los retos em direção à Luz!

MILAGRES SÃO APENAS RESULTADOS DECOMPETÊNCIAS AINDA DESCONHECIDAS

A festa dos corações que se irmanam no reconhecimento justo a quem deu a própria vida em holocausto de Amor e Renúncia, em nome de Deus, é sempre um momento único de congraçamento fraternal, em que temos a oportunidade de trocas sutilíssimas de forças novas a inspirar-nos a continuidade do serviço de renovação espiritual que todos abraçamos, em honra ao Cristo Jesus, nosso divino amigo. Rejubilemo-nos, pois! Alegremo-nos com a bênção destes instantes e aproveitemos as horas que passam, para retemperarmos nossas energias fundamentais para o Bem e a Verdade Libertadora.

Os próximos dias serão para todos nós, os amigos da Carne e nós outros amigos do Além, como pausa justa de gratidão e saudade, inspirando-nos a seguir adiante.

Também nós outros, domiciliados na Vida Espiritual, nos congregamos para receber inumeráveis caravanas de amor, provenientes de outros planos, vindas de colônias espirituais distintas que enxameiam os céus de nosso abençoado Brasil e também de outras nações do Planeta.

De minha parte, uma alegria diferente me domina em especial, ao verificar a presença de conterrâneos queridos de nosso abençoado Sergipe, irmãos que o ideal espírita me concedeu ao destino. E não estou só nesta recepção amiga, pois também faço minhas as palavras de meu pai, Basílio, de Jupira, de Irmão Fêgo e de Lívio Pereira da Silva.

Belo Horizonte é o palco de nossa reunião em nome do Ideal que nos irmana — terra querida que adotei por minha a partir de 1949. Aqui pude tomar conhecimento com dignos trabalhadores de nossa Causa Espírita da primeira metade do findo século XX. Com eles privei, aperfeiçoando conhecimentos e serviços, e com eles logrei conhecer a figura humana incomparável de Francisco Cândido Xavier, na querida cidade de Pedro Leopoldo.

Quanta saudade! Quantas lembranças nos dominam o sentimento de profunda gratidão a todos eles! Hoje, todos estão comigo, na vida espiritual, participando ativamente da recepção de inumeráveis amigos de outras esferas. Cito apenas alguns deles ligados a esta casa de Luz, Amor e Caridade, como Paschoal Comanducci, José Jorge Borges, Paulina Kemper, Gumercinda Caramez Santos, Henrique Kemper, Cícero Pereira e D. Guiomar, Bady Elias Curi e D. Bia, Carmela Aluotto e D. Neném Aluotto, Adélia Machado de Figueiredo, João Machado Sobrinho, Wanda e Paulo Noronha, Camilo Rodrigues Chaves, Virgílio Pedro de Almeida, Antônio Loreto Flores, Ephigênio Salles Victor, Zeca Machado, Irmã Scheilla, Irmão Silvestre e nosso Edson Toledo.

Todos nos unimos no ideal de fraternidade e amor para com a magnífica memória que, em verdade, nunca dorme. Cada um de nós tem uma história a contar em reconhecimento pelo muito que recebemos do Apóstolo da Renovação Humana, que é Chico Xavier.

Os menos avisados poderão tachar-nos de idolatria indébita. Contudo esta não é e nunca foi o móvel de nossas intenções mais puras.

Os amigos leram hoje a lição do Evangelho de Jesus: “O dever de honrar pai e mãe”. Ora, se se espera de nós este simples dever de gratidão a quem nos ofertou o corpo físico pelos laços de família, por quem nos acolheu no lar como aves tenras necessitadas de arrimo e

proteção, por quem nos conduziu os primeiros passos na vida terrestre, quanto maior reconhecimento não se esperará de nós em relação àqueles que se fizeram nossas mães e pais espirituais?

Recordando-nos do ensinamento imortal das letras sagradas, destacamos uma das epístolas de Paulo de Tarso, especialmente aquela em que o Apóstolo dos Gentios endereça aos irmãos da cidade de Filipos, que ele havia convertido às bênçãos da Boa Nova do Cristo. No capítulo segundo da carta, Paulo enumera luminoso roteiro de nossas responsabilidades com Jesus, instando-nos a pensar, falar e agir irrepreensivelmente. Enumera as virtudes que se espera ver nos que seguem a Jesus e, por fim, impossibilitado de voltar ele mesmo à convivência dos filipenses, tendo em vista os compromissos assumidos, indica e recomenda dois companheiros cons iderados por e le d ignos do reconhecimento de todos. Falava o amigo de Tarso de Timóteo e de Epafrodito, nomeando-os como companheiros de fidelidade inabalável ao Cristo. Haviam renunciado ao mundo, sofrido perseguições e vilipêndios, renunciaram a si mesmos para s e c o n v e r t e r e m e m d e d i c a d o s colaboradores da Boa Nova. E, terminando sua luminosa epístola, concluiu, com acerto: “Honrai sempre a homens como esses!”

Amigos da Terra, das múltiplas terras abençoadas de nosso Brasil afora, sejam todos muito bem-vindos ao coração das Minas Gerais! As tradições maternais destas plagas no coração do Brasil falam de riquezas minerais garimpadas ao longo dos séculos. Mas, espiritualmente falando, aqui também tivemos o diamante mais puro da Espiritualidade Maior e as pérolas do Mais Além que se materializaram pelas mãos humildes do Apóstolo Consolador, que é Chico Xavier!

Nosso dever de reconhecimento e gratidão ao trabalho que executou com esmero neste recanto do mundo, com inauditos sacrifícios e sublimes renúncias, é uma obrigação de nossas consciências de beneficiados por suas luzes e assistidos por sua caridade. Ele, no Mais Alto, permanece dizendo que nada fez de si senão pelo amor de Jesus, nosso Divino Mestre. Mas nós sabemos de seu esforço sobre-humano de apagar-se humildemente para servir a Deus e ao Espírito da Verdade. Como poucos na história humana, Chico Xavier soube ouvir a convocação de Jesus para se tornar como sal da terra e luz do mundo.

Como os antigos habitantes de Filipos, recebemos no século XX a dupla enviada pelo Espírito da Verdade, Chico Xavier-Emmanuel, e a tais homens devemos, sim, honrar sempre no fundo de nossas almas. E não guardamos dúvida alguma de que ouviremos a Voz dos Céus, à semelhança do dito paulino, retumbar em nosso ser: “Brilhai agora vós mesmos, a fim de vos tornardes em luzeiros para o mundo dos enganos e das dores!”

Genuflexo de carinho e gratidão pela presença amiga de todos vocês, abraça-os com renovada alegria seu irmão de fé,

José Martins Peralva Sobrinho

(Mensagem psicografada por Geraldo Lemos Neto, em reunião pública no Centro Espírita “Luz, Amor e Caridade”, na noite de 9 de setembro de 2011, véspera do IV Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra, que se realizou no Minascentro em Belo Horizonte e em Pedro Leopoldo, entre os dias 10 e 11 de setembro de 2011).

Conselho Editorial: LEEPPJornalista Responsável: Juvan de Souza Neto - Registro: SC 01359JPRevisão gramatical: Fausto De VitoDiretores: Edson de Sousa Marquez / Mário Alexandre AbudProjeto gráfico e Impressão: Editora Vitória Ltda.E-mail: [email protected]ço p/ correspondência: Av. Elias Cruvinel, 1202B. Boa Vista - 38070-100 - Uberaba-MG DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIENTE

É noite de Natal!... Numa choupanaQue se levanta humilde, ao pé da estrada,Sobre uma esteira ao chão improvisada,Agoniza, em silêncio, Sinhá Joana...

Foi pobre lavadeira, em luta insana...Pela família agora abandonada,Chora baixinho de alma agoniada,Sem o conforto de presença humana...

Lá fora, o temporal se faz tremendo...Sinhá Joana, que, aos poucos, vai morrendo, Desprende-se do corpo magro e fraco...

E, ante a chuva que cai, sob um clarão,Que pensa ser corisco de trovão,Vê a Jesus entrando em seu barraco!...

Eurícledes Formiga

Sinhá Joana

MILAGRES SÃO APENAS RESULTADOS DECOMPETÊNCIAS AINDA DESCONHECIDAS