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RESENDE E ITATIAIA - OUTUBRO DE 2011 Nº 186 . ANO 16 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com por uma civilização mais leve O Steve Jobs há de ter inventado um dispositivo que resolva isso Recorte de O Globo, e tela de Marc Chagall Ainda nesta edição, as histórias de um homem com mais de 40 anos de Prefeitura e 25 de Câmara

Jornal Ponte Velha . outubro . 2011

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ediçao de outubro de 2011

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RESENDE E ITATIAIA - OUTUBRO DE 2011Nº 186 . ANO 16 - JORNAL MENSAL

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O Steve Jobs há de ter inventado um dispositivo que resolva isso

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Page 2: Jornal Ponte Velha . outubro . 2011

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Cabo Euclides e Professor Silva1) POLÍTICOS INFLUEN-TES DE RESENDE, JÁ TESTA-DOS NAS URNAS:

Continuamos apresentando políticos que já concorreram a cargos eletivos, atualmente sem mandato, mas que terão alguma influência nas próximas eleições.

JACINTHO ONOFRE MACHADO - Contabilista, advogado e fazendeiro. Foi candi-dato a Vice-Prefeito na chapa do Edimar Guimarães, pelo PDS, em 15/11/82, ficando na 4ª colocação, com 5.521 votos. Pessoa de primei-ríssima qualidade, administrador de reconhecida competência, é exce-lente quadro para assumir qualquer tarefa na Administração Pública.

JOSÉ GUILHERME CAL-DEIRA (TELECO) - Candidato a Vereador pelo PDS, em 15/11/82, obteve 370 votos, ficando como suplente. Conhecido e estimado líder ruralista, participou dos principais acontecimentos regionais ligados à agropecuária.

PAULO MOREIRA MACHADO - Advogado e contabilista. Vocacionado para ser escritor, aprimorou a arte de escrever, durante sua permanência no Seminário Católico, do qual se desligou pouco antes de ser orde-nado. Suas belas cartas são frequen-temente publicadas pelos jornais. É um profundo conhecedor de política, especialmente a resendense. Petista histórico, foi um dos fundadores do PT em Resende, ao lado do compa-nheiro José Fernando STELZER, baluarte da esquerda resendense. Já em outra esfera ideológica, Paulinho foi candidato a Vereador, em 1982, obtendo 383 votos, pelo PDS.

HELIANO MARCOS DE SOUZA - Candidato a Vereador, em 1992, obteve 355 votos, pelo PMDB. Em 1996, alcançou 396 votos pelo mesmo PMDB. Em 2000, foi candidato a vereador pelo PFL, alcançando 196 votos. Em 2004, candidato pelo PFL, obteve 84 votos. Proprietário de um bar, na Liberdade (Matinha), é também um dos principais compositores e puxadores de samba da Unidos do Manejo. A par de suas próprias

qualidades, é irmão do Heitor J.S., grande líder de nossa política.

ANTONIO CARLOS ABRÃO TEIXEIRA - O popular Tonhão, foi candidato a vereador, pelo PSB, em 1996, obtendo 202 votos. Muito ligado à área do Turismo, foi um dos líderes do movimento pelo tombamento da Cachoeira da Fumaça. Atualmente é diretor da Associação Comercial e a representa no Conselho de Turismo de Resende.

WILLIANS DE SOUZA SAMPAIO - Candidato a Vere-ador em 1992, obteve 544 votos pelo PDT. Operador de máquinas pesadas, Willians tem uma larga experiência de vida, inclusive no exterior, quando trabalhou em Angola, pela Odebrecht. Atual-mente, é comerciante em Resende e filiado ao PTB. Se tiver o apoio da família, especialmente de seu pai, o Oscar Sampaio, é forte concorrente a uma vaga na Câmara.

2) RANKING DOS POLÍTI-COS MAIS IMPORTANTES DE RESENDE:

BERNARDELLI LIGADO NO RANKING DOS 20 MAIS - Nosso estimado e assíduo leitor, Sérgio Bernardelli, comenta o ranking dos 20 maiores políticos vivos de Resende. Observou, e bem, que Noel de Carvalho recebeu crédito de apenas 8 anos como Prefeito. O Ponte Velha considerou apenas mandato exercido. Assim, descontou os 2 anos em que ele não administrou, no final de seu primeiro mandato, eleito para 6 anos - de 1977 a 1982. O Noel exerceu apenas 4 anos de mandato, de 1977 a 1980. Em 1981 e metade de 1982, o vice, Oscar Sampaio, assumiu como Prefeito. O Walmir Rodrigues, então Presidente da Câmara, assumiu os 6 meses finais do mandato, quando o Oscar saiu para se candidatar a Deputado Estadual.

Bernardelli fala também de estendermos o ranking para Itatiaia e Porto Real. Em nossas tabelas, consideramos apenas os mandatos obtidos em função de candidaturas por Resende. Ainda assim, ele ficou em 9º lugar, com 50 pontos, conforme publicado na edição de agosto de 2011. Ali o Ponte cometeu um erro. Segundo uma relação dos ex Presidentes da Câmara, Bernardelli teria sido Pre-sidente em 1980, mas ele informou que presidiu a Casa por dois anos. Neste caso, sua pontuação deveria ter sido 52 pontos. Obrigado, Bernardelli!

3) NOTÍCIAS ATUAIS, COM REFLEXOS NAS ELEI-ÇÕES 2012

ESTRADA VARGEM GRANDE/FUMAÇA/FALCÃO - RES 116 - Essa estrada está uma beleza, toda saibrada e com cortes de água muito bem feitos. Se o Rechuan conseguir estender esse padrão para todas as estradas rurais de Resende, certamente passará para a História, dividindo com o

Aarão o título de melhor Prefeito, na área rural. Ah, o Secretário da área é o Dr. Miguelzinho Magro, mais conhecido como Osama. Precisamos apoiar o Miguel. E, por falar nisso, onde estão os conservas rurais? Vamos copiar da Prefeitura de Quatis, gente!

JURACY AGUIAR CUNHA, FIRME NA BUSCADA - Dá gosto ver a postura do Jurinha, sempre firme e leal, nas boas e nas más horas. Além de tudo, não perde o otimismo. Em suas con-versas semanais com o Prof. Silva, termina sempre falando: Escuta, Professor, o Noel vai ganhar a eleição ...

PTB DE RESENDE - Alceu Vilela Paiva Jr., excelente articu-lador político, é o Presidente da Executiva em Resende.

PSC DE RESENDE - O Pre-sidente da Executiva é o Dr. Edson Andrade Lima. Excelente aquisição do PSC. Esse jovem e dinâmico advogado certamente fará um bom trabalho.

PSB TRAZ ROBERTO AMARAL EM RESENDE - O

Professor Roberto Amaral esteve em Resende, em noite de autógra-fos na Livraria Nobel, lançando a obra Socialismo & Democracia, no Shopping Patio Mix. Presentes vários socialistas locais, como o Professor Paiva, Gastão e Miguel-zinho Osama. O Presidente local, PC, acertou, mais uma vez.

EXAPICOR - Um sucesso, a festa maior da cidade, comandada pelo Marcial Correa, o popular Cial. Os shows foram ótimos e muito concorridos. O gado de pista foi da melhor qualidade possível, raça girolando. Resende é sempre prestigiada pelo José Donato Dias Filho, atual Presidente da Asso-ciação Brasileira do Girolando. O Torneio Leiteiro foi excelente, disputado em 4 categorias, sendo vencedores as seguintes: vaca pura - Lucille, de Altair Silva Reis, com média diária de 76,667 kg; vaca girolando - Lucrécia, de Aurélio Canha, com média diária de 63,4467 kg; novilha pura - Maryke, de Cristiano Canha, com 51,150 kg, e novilha girolando - Daianne, de João Magalhães & Filhos, com 45,617 kg.

PSD COMEÇA FORTE EM PORTO REAL - O Verea-dor José Roberto, já no terceiro mandato, é o Presidente da Exe-cutiva do PSD, em Porto Real, que também conta com Mauro Etore, conceituado político daquela cidade.

PTB EM ITATIAIA - Eduardo BARTOLOMEU Kraucs é o Presidente da Executiva do PTB, em Itatiaia. O simpático e querido hoteleiro tem muito pres-tígio no partido, inclusive com o Presidente, Dr. Roberto Jeferson, o homem que eviscerou o mensalão.

Articula-se para que Penedo volte a ser de Resende Ao que parece,

Rechuan tá na jogada

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O que a gente precisa é mudar radicalmente o mundo. Entender que é bom não crescer, que é bom diminuir. Essa idéia anda há tempos na cabeça de muita gente, porque a natureza humana, além de ser vontade de poder, é também pensamento crítico, procura de sentido,

atualização de valores. O pensamento é mais lento do que o instinto de poder - “Quem pensa, pensa melhor parado” - mas também vigora. Nós somos esse jogo.

Tem um poema do Brecht que, adaptado, poderia dizer assim : Grandes Conglome-rados, o seu cidadão/consumidor é ótimo: ele compra carro, compra eletroeletrônicos (e ouve na TV que o Steve Jobs promoveu a grande revolução democrática), junta dinheiro para viajar no fim do ano, etc. Ele só tem um defeito: ele pensa, ele sempre faz a si mesmo perguntas sobre tudo isso.

Aí as coisas mudam, imper-ceptivelmente, e acontece a demo-cracia. São tão fortes as coisas, diz o Drumond. Neste número do Ponte Velha, em um trecho da nossa entrevista, o Pedro Paulo Florenzano fala assim: “ Hoje nós temos uma riqueza que nos custa caro, em muitos aspectos. Você não consegue viver melhor. Você consegue ter uma televisão melhor, um carro melhor, mas eu acho que viver melhor é dormir bem, se alimentar sem agrotóxico...”

Outro dia, na TV - os muitos espaços do jogo... - a Marilena Chauí falava que o momento em que vivemos requer uma trans-formação de civilização tão profunda quanto a da passagem da idade média para a idade moderna. E isso é cada vez mais claro para mais gente: que os recursos do planeta não aguentam mais. Um dos maiores teóricos do crescimento econômico desenfreado, quando lhe ponderavam os problemas do futuro,

Outubro de 2011 - O Ponte Velha - 3

Gus

tavo

Pra

ça

dizia que “no futuro todos nós estaremos mortos”. Só que a tragédia já se delineia para os nossos netos. E se nossa natureza não é capaz de amar abstratamente a humanidade, ama muito os próprios netos.

Recentemente um francês chamado Serge Latouche repetiu a idéia de pensadores contemporâneos da economia, como Capra e Schumacher, de que não podemos continuar a aumentar a demanda por energia. Diz ele num trecho:

“O projeto de uma sociedade de decresci-mento não é uma alternativa, e sim a liberta-ção de uma ditadura econômica para reinven-tar um futuro sustentável. Uma sociedade não pode sobreviver se não respeitar os limites dos recursos naturais. Eu proponho um ciclo

virtuoso do decrescimento: reavaliar, recon-ceitualizar, rees-truturar, redistri-buir, relocalizar, reutilizar e reciclar. Os dois primeiros termos são importantes para colocar em questão os valores comuns em nosso imagi-

nário”.O que é ser moderno? Essa é a questão.

Já trocamos de civilização muitas vezes, mas sempre acelerando; agora tem que desacelerar. Em nossa vida pessoal somos capazes de desacelerar, mudar o sentido de nossa atividade e viver mais leves e felizes, com menos dinheiro e mais realização exis-tencial. É claro que é possível, no coletivo, priorizar a produção do essencial, resolver que dinheiro não é mercadoria.

E vamos precisar do Noel, do Rechuan, do Cabo Laureano, do Almir, do Luis Carlos, do Jair, da Gilda. Vamos precisar de todo mundo, como diz a música do Beto Guedes. E os equipa-mento do Ton para a cidade serão ainda mais belos, já que traduzirão uma socie-dade substancialmente moderna.

Por um Moderno Substantivo

A insanidade mental do ser humano não tem limite. Pelo menos já sabemos que o céu não é o limite. Depois de emporcalhar a terra com seus detritos, o homem agora faz o mesmo com o espaço extraterrestre. Segundo dados do governo americano, há 22 mil objetos na órbita da terra suficientemente grandes para serem avistados do nosso pla-neta, além de centenas de milhares de outros menores, capazes de derrubar uma espaço-nave tripulada ou um satélite de milhares de dólares. Uma agência aeroespacial russa pretende construir uma nave para carre-gar os primeiros garis espaciais. (Jornal O Globo).

Aqui na terra tão jogando futebol, tem muito samba muito choro... e muita coisa além do que canta-va o Chico no final dos anos oitenta. A degradação do planeta atingiu níveis insuportáveis. A poluição do ar e dos nossos rios piorou. A qualidade de vida das cidades também. E até quem tinha uma boa qualidade de vida, como Resende de 20 anos passa-dos, está hoje irreconhecível. Será este o tão decantado progresso? Mas, e a ordem, não tem que estar junto?

Infelizmente, Resende continua seduzida pelo canto da sereia da industrialização plena, como se isso fosse a nossa única alternati-va. Este modelo de crescimento, e não de desenvolvimento, nunca está só. Ao seu lado está a explosão demográfica e todas as suas conseqüências: violência, trânsito caótico, deterioração da infra-estrutura e de todo o serviço público. Andar a pé hoje, no centro da cidade, é mais rápido do que de carro. Como será daqui a dez anos?

Isso também é uma prova da insanidade humana, cometer os mesmos erros, mesmo sabendo que o resultado final será traumáti-co. Onde ficam nossas vocações e atrativos naturais? Se, sem nenhuma política pública consistente e duradoura, o turismo regional é a nossa maior fonte de geração de trabalho, imagine se tivéssemos um mínimo de política estratégica, de longo prazo, voltada para este setor.

Nossas secretarias municipais de turismo são, com raríssimas exceções, povoa-das por (en)cargos de (des)confiança totalmente desprepa-rados tecnicamente. Quando tem algum treinamento, o que é raro, quem é escalado não é o servidor de carrei-ra, mas o nomeado temporário. Quando ele vai embora, leva com ele os novos conhecimen-

tos. Quem chega, tem que começar tudo outra vez. É assim que (não) funciona. Um eterno recomeçar.

Você tem idéia de quantos empregos diretos e indiretos gera a nossa ativida-de turística regional? Você tem idéia do impacto positivo do nosso turismo sobre o comércio local? De quantos empre-gos são criados e mantidos no nosso comércio, graças ao turismo? Você já notou quantos programas de TV, quan-tos jornais e revistas especializadas em ecoturismo existem no mundo todo? Você já notou a quantidade de produtos fabricados especificamente para a prática do ecoturismo? E nós aqui babando pela chegada de mais uma nova mega indús-tria.

O Limite da Insanidade MentalEliel de Assis Queiróz

Resende continua seduzida pelo canto da sereia da

industrialização plena, como se isso fosse a nossa única alternativa. Este modelo de crescimento, e não de desenvolvimento, nunca está só. Ao seu lado está a explosão demográfica e

todas as suas conseqüências.

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4 - O Ponte Velha - Outubro de 2011

Zé Leon

Vivemos, dia após dia. Sem escolha a vida nos contamina. Trocamos experiências, transformamos nosso entorno coletivamente e nos materializamos na cidade. Esse organismo vivo, produto e reflexo de seus promotores. Seculares, caminham em tempo próprio. Entre seus habitantes há poucos condutores, porém todos sem exceção são passageiros. Tal qual célula viva, tende a crescer a se multiplicar. Não raro esse crescimento assemelha-se a

um câncer em metástase. A cidade doente é aquela que em nome de um questionável progresso esquece sua história e despreza sua memória.

A verdade é que temos certo desprezo pela educação e pela cultura. Não há como negar, o produto deste desprezo se materializa em nossa frente, a todo o momento. Educação como formação de caráter e transmissão de valores morais é considerado algo menor frente às demandas do mercado. Procura-se a todo o tempo a perfeição na limitação do indivíduo. Para a grande maioria a repetição e o consumo se tornam a metas e a criação um risco desnecessário. Neste cenário, os valores históricos são corrompidos. Não há nenhuma

importância para a “geração especializada”, além do imediato.

O artista, por sua vez, vem a irromper o ciclo da mesmice, da falsa percepção, embora muitas vezes o artista tenha que se curvar aos caprichos do mercado. A arquitetura como arte é aquela que interpreta o espaço, o momento histórico e a ela adéqua a função pretendida. Neste ambiente não há espaço para réplicas. Não existe réplica na arte. Reduzir a arqui-tetura à função de reproduzir é confessar a incapacidade de criar em seu tempo. É negar a possibilidade da convivência do passado com o presente. É de certa forma mentir nossa iden-tidade. Em arquitetura réplicas são concebidas em apenas duas situações: Em parques temáti-cos ou quando o conjunto arquitetônico tem tal relevância que mesmo em caso de tragédia como, por exemplo, um incêndio ou uma enchente, o local atingido é apenas uma parte de um todo e que deve ser reconstruído. Essa identidade está muito além da simples arquite-tura, é sobre tudo uma identidade cultural.

Já em relação ao gosto, algo totalmente pessoal, pouco podemos. A percepção daquilo que gosto ou não gosto, vem de um conjunto de experiências vivenciadas ao longo do tempo. A prova mais obvia desta verdade é que algo considerado uma iguaria para determi-nada cultura muitas vezes é algo repulsivo a outra. Desta maneira vale a sabedoria popular: Gosto não se discute! (e suas variáveis ao tema). Quanto à estética, uma nova arquite-tura, inserida em determinado local deve sim respeitar suas características em relação à proporção do entorno, ao ambiente em que está inserida, e conter uma proposta plástica fundamentada e não algo meramente gratuito, na maioria dos casos um reflexo da vaidade do arquiteto.

Muito acima e além da arquitetura existe a educação, a consciência crítica, valores morais e éticos, que a meu ver, deveriam ser o centro das discussões hoje. Como valorizar o patrimônio histórico de uma cidade se não con-seguimos transmitir estes princípios básicos? Qual o caminho a tomar para que a história não desmorone frente a nossa passividade? Quando iremos acordar?

Filosofando no microcosmoRenato Serra

# Esse não é mais um daqueles artigos saudosistas, de Resende dos velhos tempos, tempos rurais. Resende agora está num cainho sem volta. Tem Votorantim, tem MAN Latina, tem na região Peugeot, Guardiam, Michelin, Xerox. E tem, para o orçamento de 2012, 300 milhões de reais para prestar os serviços aos munícipes.

Mas então a gente é presenteado com mais duas montadoras: a Hyunday e a Nissan. Mais gente vindo, mas carros vindo, mas demanda vindo. Eu pergunto: as ruas de Resende vão ficar mais largas? As escolas públicas vão ficar maiores? Os postos de saúde vão se multiplicar? O Hospital de Emergência vai ter dois andares?

Quanto Resende aguenta crescer. A sen-sação que fica é que um dia, nossa cidade vai ter um AVC, as veias vão estourar, e nossa Princesinha do Vale vai acabar virando a bruxa da Branca de Neve.

# Falar em postos de saúde, hospital, a Câmara Municipal de Resende, em 2013, pelo andar da carruagem, vai ser a melhor clínica de saúde. Explico: em 2012 temos eleição para prefeito e vereadores. Vendo a lista dos médicos pré-candidatos, que tem chance de se eleger, nós temos os doutores Julianelli, Carlos Alberto, Alvaro Machado, Maurício Schneider e Irani.

Me diga, caro leitor, que hospital, que posto de saúde tem um Clínico Geral, um Ginecologista, um Dermatologista, um Pediatra e um Geriatra, ao mesmo tempo, no mesmo “plantão”? Como diz sabiamente o vereador Pedra: médico é o único candidato a vereador que é pago para fazer campanha.

# E acabou o Rock in Rio. É legal saber o que há de melhor do rock nacional e inter-nacional depois de dez anos: Cláudia Leite, Kate Perry, Rhiana, Ivete Sangalo, Shakira. Maneiro o rock atual.

# Não é por nada não, mas: Como diria o Romário dos bons tempos, o Rechuan calado é um poeta. Quem assistiu ao improviso dele na festa de entrega dos títulos de cidadania

Quanto Resende Aguenta Crescerna AMAN, saiu impressionado com o festi-val de erros. Não entendo. Com 38 secretá-rios mais milhares de CCs, não um, unzinho, que saiba escrever um simples discurso e não deixar o nosso prefeito na maior saia justa? É gente fina o Rechuan, mas não pode impro-visar.

# Ao infinito e além.

Resendenses jogam pétalas em homenagem à grande

figueira da entrada da cidade. O evento foi produzido pelas

artistas plástica Creuza Mascarenhas e Ivete Simpson no dia da árvore. Ao violão, o

mítico Jorge Viagem

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Outubro de 2011 - O Ponte Velha - 5

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• A coletânea de Chico Fortes (Memórias de um menino da roça) traz-me à memória de menino da roça a riqueza que os escolariza-dinhos de hoje não têm: certos ritos de passagem ao mundo adulto, como a reprovação. Pela iminência de perder, aprendia-se a valorizar. Ganhava-se respeito correndo atrás da bola e da pipa no campinho, o que evitava a pior dis-criminação, que é não pertencer, não partici-par. A coisa “incluía”, à força de apelidos que hoje seriam bullying.

O caráter e as habilidades eram aprecia-dos. Também a malandragem, mas não tanto. Crescíamos dominando a inveja e aprenden-do a reconhecer a verdade onde ela surgisse. A verdade humilha como um drible, mas nos cura de nós mesmos. Lições de filosofia na pescaria, na montaria; lições de estética em cima das árvores com os passarinhos. O lúdi-co é uma forma do ócio que ensina a pensar. E a perder nos sacrifícios que a vida impõe.

Em vez de o jovem atingir a “idade da razão”, que exige sacrifícios, hoje fica sendo bajulado e aliciado em nome das “razões da idade” (vênia ao achador do jogo de pala-vras). Não só pelo mercado que nele vê um segmento comprador, mas por uma espécie de tara revolucionária que endeusa a ado-lescência. Assim não haverá mais meninos, só projetos de cidadão e de consumidor. Nem adultos, a rigor, pois escasseia o sentido dos sacrifícios pelos quais os jovens passam. Para escrever o que lemos nas Memórias, Chico Fortes foi um menino que soube passar.

• Octavio Paz afirmava que “nossa época exaltou a juventude e seus valores com tal frenesi que fez deste culto, se não uma religião,

Em busca da infância perdidasamente passageira. Preservá-la a todo custo é negá-la.

Os poetas entendem de per-das. Percebem o que é um dom,

que pode ocultar-se a qualquer momento e, assim, ganhar status poético. Ler o Chico, engenhei-ro-poeta, é um refrigério neste “deserto de homens e livros” em que nos vamos tornando. Deser-to, não por escassez de palavras,

mas pelo exagero de vozes no coro de políticas culturais, espécie de censura em que toda arte tem que ter uma “finalidade social” ou fazer sucesso. Moralismo que não dá tempo para brincar.

Brincando de construir barragens, Chico Fortes deixa a infância poética protestar ecologicamente contra o culto revolucionário ao jovem. A griffe “jovem” é um deboche que hoje teme mais a taxa de colesterol do que o inferno. Com a bênção dessa ridícula “melhor idade”, o jovem troca a esperança da perfeição eterna pela romântica eternidade da própria companhia. E o que é o inferno?

• Zygmunt Baumann criou o conceito de “modernidade líquida” para mostrar um ângulo disso: O jovem abandona a comunidade her-dada, e passa a viver no mundo virtual, onde é livre para se conectar ou desconectar em rede. Abandona moralmente, pois continua a viver da família ou do Estado. Na “terra desolada” das redes não há amiza-des, ninguém partilha a história, o pão, a dor.

O sociólogo polonês evoca a literatura contra essa fuga pós-moder-na da juventude cibernética, ungida pelas ciências sociais. “Eu me lembro de ganhar de Tolstoi, Balzac, Dickens, Dostoievski, Kafka ou Thomas More muito mais insight sobre a substância das experiências humanas do que de centenas de relatórios de pesquisa sociológica.” Porque a poesia não representa. Porque só apresenta, ela presenteia, e porque presenteia, liberta da imortalidade.

“O que aprendi com Borges? Acima de tudo, aprendi sobre os limi-tes de certas ilusões humanas: sobre a futilidade de sonhos de precisão total, de exatidão absoluta, de conhecimento completo, de informação exaustiva sobre tudo. Lembremos, por exemplo, do conto de Borges que fala sobre o mapa: o sonho do mapa exato que acaba ficando do mesmo tamanho da própria coisa mapeada e, portanto, sem nenhuma utilidade.” Baumann – como Chico – deve ter sido um menino bem sucedido. Parecem dizer aos imortais: “No pasarám!”

Marcos Cotrim

uma superstição; entretanto, nunca se envelheceu tanto e tão rápido como agora. Nossas cole-ções de arte, nossas antologias de poesia e nossas bibliotecas estão cheias de estilos, movimentos, quadros, esculturas, novelas e poemas prematuramente enve-lhecidos.” Perdemos a medida do que é justo controlar, e a juven-tude vira um artifício; não uma floração surpreendente, glorio-

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6 - O Ponte Velha - Outubro de 2011

JOEL: Pedro Paulo Florenzano! 58 anos de Prefeitura.P.PAULO: (rindo) 58 é minha idade. Vamos botar aí mais

de 40 anos de Prefeitura, porque eu entrei na Prefeitura ainda de menor, como servente do cemitério. Eu já trabalhava desde os oito anos no açougue do meu pai, que era onde hoje é o bar do Preguinho, no começo do Manejo. Matei muito boi, porco, galinha, que não era produção em série como hoje. A gente morava na rua Coronel Alfredo Sodré, perto do açougue; eu estudei o primário no Oliveira Botelho. Com a decadência do negócio do meu pai nós fomos morar no Alto dos Passos. Trabalhei em supermercado, em outro açougue, e dali eu fiz

aquela prova para o Souza Dantas, que era muito difícil de passar. Meu pai que me incen-tivou muito. Passei, voltei a estudar e fui trabalhar na constru-ção da subestação de energia elétrica lá da

Boca do Leão, como servente. Eu estava na sexta série, e o Dr, Lucas, que era Chefe de Gabinete do Dr. Aarão Soares da Rocha, era também o meu professor de Geografia e História. Eu disse a ele que queria trabalhar na Prefeitura e que sabia que havia uma vaga no cemitério. Ele sorriu pra mim e per-guntou se eu topava. Eu disse que topava. E aí comecei, ainda menor; só tive a carteira assinada em setembro de 71. Naquele tempo a Prefeitura tinha uns 600 funcionários; hoje está na ordem de 5 mil. Do cemitério eu fui para o setor de Pessoal.

JOEL: Nessa saída do cemitério o futebol te ajudou, certo?

P.PAULO: Foi isso mesmo... O Diretor de Pessoal era o Mário Antônio Sesso - casa colada ali na igrejinha... -, e o Mário gostava de mim por causa do futebol, porque naquela época eu era esperto com a bola no pé. Eu tinha muita habili-dade. Joguei no Resende, joguei no 21 de Abril, fomos campe-ões. No Resende, jogávamos eu, o Pedra, o Storte, o Erval...

GUSTAVO: Você jogava de quê?P.PAULO: Jogava de cabeça de área, e às vezes também

de ponta de lança, meia-esquerda. Acabei aprendendo a

chutar com os dois pés. E o Mário ficou louco pra me levar logo para o Departamento de Pessoal pra poder me colocar no time da Prefeitura. Porque o Mário jogava e gostava de fazer gol, e eu era o cara que trabalhava a bola, dava assistência, como se diz hoje, para os outros fazerem os gols.

GUSTAVO: Você disse aí que foi campeão pelo 21 de Abril. Era o maior rival do Resende?

P.PAULO: O 21 de Abril foi o substituto do Manejo, do grande time do Manejo. Ou melhor, o 21 de Abril era o Manejo, e era um timaço! E quem bancava o time, do próprio bolso, era o Luis Carlos Paiva, o Padeirinho, que era polícia rodoviária, foi vereador comigo, foi presidente da Escola de Samba do Manejo, e faleceu num acidente. E o 21 de Abril era forte porque onde havia um jogador bom, o Padeirinho ia lá e buscava aquele jogador.

JOEL: Apesar de ser bom de bola você não seguiu a carreira e se formou em Direito, certo?

P.PAULO: Fiz aquele curso de Técnico de Administra-ção de Empresa, depois fiz até o terceiro ano de Economia, depois formei em Direito - e fiz um curso de pós graduação em Direito Público, só que esse eu ainda tenho que fazer um trabalho de conclusão de curso. Mas, voltando à Prefeitura, eu, ainda jovem, já era o Diretor do Departamento de Pessoal e homem de confiança do Dr. Aarão. Lembro que o Dr. Aarão foi perguntar ao Aníbal (Rocha Pontes) se eu tinha responsa-bilidade para aquela função. Porque não era fácil como hoje, que tem cartão; naquele tempo era tudo dinheirinho contado dentro do envelope amarelo; tinha que fazer as contas para o desconto do INPS naquela maquininha facit, verdinha, de girar a manivela.

GUSTAVO: E quando o Noel de Carvalho entrou, em 76, você continuou.

P.PAULO: Exato, com o endosso do Benedito Rosa, do Darci Criminal, principalmente do Dr. Jorge Jaime Eu nem conhecia o Noel, só de foto do cartaz, com aquela barba preta; naquela época se colava os cartazes no bairros, hoje não cola mais. Ainda lembro dele entrando na minha sala com o Dr. Jorge Jaime e perguntando se eu o conhecia, e eu dizendo: “não, só conheço o senhor do cartaz”. Ele me pediu que ficasse na função e em 80 eu já era o Secretário de Admi-nistração da cidade.

JOEL: Ô Pedrinho, você foi Secretário de Administra-ção, já tem 25 anos de mandato, sendo dois anos presidente da Câmara, é o quarto político mais conceituado na lista do

vNosso entrevistado deste mês, começou sua carreira pública trabalhando no cemitério do Alto dos Passos, na Rua Senhor dos Passos, que evoca a memória do trajeto de Jesus, desde sua condenação até à morte.Um indivíduo formado nesse ambiente tinha mesmo que ostentar uma diferença em relação às outras pessoas. Ostentar, no bom sentido da palavra, já que Pedro Paulo Florenzano é o retrato da simplicidade. Advogado, funcionário público municipal, vereador com mais anos de mandato em Resende (25 anos), duas vezes Presidente da Câmara Municipal e 4º maior político resendense no ranking do Ponte Velha. Ainda assim, é simples. Seus trajes, em mangas de camisa, sua postura e seu linguajar é de pessoa bem resolvida, de bem com a vida, despido de futilidades e de vaidades. Um líder, o Presidente do PPSF - Partido do Pedro Paulo Soares Florenzano. Pela primeira vez em sua vida política ele está do lado oposto a Noel de Carvalho. Nesta conversa ele explica por que, conta sua vida e fala sobre sua visão da cidade hoje.

25 Anos como Vereador... Mais de 40 de PrefeituraPedro Paulo Florenzano

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Setembro de 2011 - O Ponte Velha - 7

(continua na página 8)

Resende tem que ser pensada e já está até um pouco tarde. A cidade

já tem alguns estrangulamentos, principalmente na área de trânsito. Temos que ter mais pontes, temos

que abrir aquela passagem pela IQR para jogar o trânsito no Acesso Oeste.

Ponte Velha, e continua sendo uma pessoa simples. Que truque você usa para o poder não subir à sua cabeça? Isso é religião?

P.PAULO: É dificil eu te dizer... Acho que isso é de família. A família Florenzano tem sua raíz na Vargem Grande, e todo mundo é muito querido, a começar pelo meu avô, José Antônio Florenzano, conhecido como Zé Brás. Vou só contar uma história pra vocês: uma vez eu estava sentado num banquinho lá no lote 10 e comecei a participar da conversa de dois senhores que estavam perto de mim. Aí chegou o seu Tião Francês e, me vendo ali com os dois idosos, disse assim para eles: “esse aí que é o menino que eu disse que é muito bom, que ajuda a gente com as aposentadorias, que ajuda em tanta coisa; ele é neto do Zé Brás”. Pois bem, sabe o que um dos idosos respondeu? Falou assim: “ele pode ser muito bom, mas igual ao avô dele ele não é; e se ele é neto do Zé Brás ele tem obrigação de ser bom”. Para vocês terem uma idéia, o meu avô fez um galpão aqui na rua Alfredo Sodré, e todo camarada que vinha a cavalo tocando boi - mesmo que não viesse vender pra ele, mesmo que viesse vender pro Dundum, que tinha fábrica de linguiça lá onde hoje é a Graal -, pois bem, todo boiadeiro, na hora de vir comer e dormir era na nossa casa. Mamãe fazia sopa para eles; eu lembro daquelas capas grossas de chuva, que se usa à cavalo, penduradas pra secar...

GUSTAVO: E como foi a sua saída da administração da Prefeitura para a carreira política?

P.PAULO: Eu não queria entrar na política. A minha tendência era votar no tenente Hermínio, que era um homem muito bom lá no Santo Amaro, ajudava todo mundo. Só que ele morreu e eu ia votar no Clécio. Mas aí o Noel de Carvalho acabou me convencendo. Ele mandou até o Renato Lamim ir jogar futebol lá na Vicentina, onde eu jogava. O Renato era muito bom de bola e um sujeito de uma simplicidade incrível. E ele era o Secretário de Fazenda, eu o de Administração, quer dizer, a turma da Vicentina se sentiu prestigiada. Mas o Renato dizia para o Noel: “olha, o Pedro Paulo não gosta de política, fica dizendo pros amigos que vai votar no Clécio”. Aí o Noel me chamou e mostrou uma pesquisa que tinha mandado fazer e que mostrava que eu tinha muito mais voto. E aí, aquela conversa: “você é tão querido, sua familia é tão querida, o pessoal do futebol te adora...”. Acabei candidato, o Clécio ficou chateado, saiu do MDB e foi apoiar o Edmar Guimarães. E aí começou: O Noel me levava para Brasília (até hoje ele diz que eu tremia, e eu tremia mesmo, não era o meu mundo), fui eleito presidente do MDB Jovem...

JOEL: Você me desminta se eu estiver errado: você não só não compra voto como também não vai à casa dos outros

pedir voto.P.PAULO: É verdade. Minha família e meus amigos até

brigam comigo por isso. Quando me pedem então jogo de camisa, cimento, em troca de votos, eu digo logo pra votar em outro que dê. Mas tem o seguinte: você constroi uma relação de afinidade com o seu eleitorado que é impressio-nante, é uma questão de coração, de fidelidade entre você e os eleitores. Quando eu mudei do Santo Amaro para a Cidade Alegria - porque eu não tinha casa própria, fui morar na casa da COHAB logo no começo da Cidade Alegria, cheio de barro lá... - pois bem, quando eu mudei muita gente dizia que eu ia perder os votos do Santo Amaro. Não perdi.Tem gente que diz assim: minha família toda tem seu partido definido, é

o PPSF (Pedro Paulo Soares Florenzano). Eu tenho voto em todo canto de Resende. E o meu eleitor tem orgulho de mim porque viu eu me esforçar para estudar, para me formar, e não sair do meio em que nasci e me criei.

GUSTAVO: Esse cara agora é doutor mas continua aqui ao meu lado, eu posso contar com ele. A maneira de lidar com o eleitor pesa mais do que as realizações?

P.PAULO: É uma soma das duas coisas, porque eu cumpro a minha palavra; aprendi isso com o Dr. Aarão, que foi o homem mais sério que já conheci na política. Você não me vê andar com mau caráter, com cara falso, caluniador. Você me vê com os amigos simplisinhos, tudo madeira de lei.

GUSTAVO: O Aarão foi teu grande mestre?P.PAULO: Nessa questão da seriedade, foi, mas tive

vários mestres. Sobre visão de futuro, desenvolvimento da cidade, por exemplo, meu mestre foi o Noel de Carvalho.

GUSTAVO: Você começou no PMDB, foi para o PP, depois para o PDT e agora voltou ao PP. Explique as motiva-ções das suas mudanças de partido.

P.PAULO: No PMDB, no começo, a gente tinha aquela empolgação de estar trazendo de volta a democracia, a liber-dade de expressão, etc. Meu líder era o Noel, e da noite para o dia eu vejo ele mudar para o PDT.

GUSTAVO: Da noite para o dia, não. Ele até resistiu.P.PAULO: É, primeiro foi o seu Augusto, que fundou

o partido aqui, levou o Odilon, a Dalva, minha prima, um monte de gente, e o Noel não quis ir. O Brizola esteve aqui na Praça da Matriz, falou contra o Noel, que não estava presente, disse que ia voltar na outra semana, o Noel foi lá esperar ele pra enfrentar, ele não veio... E, de repente, o Noel muda para o PDT... Por outro lado, o PMDB começou a ficar muito diferente do que era, do que entusiasmava a gente, e aí eu fui para o PP, que era um partido mais suave. Muito bem: eu era o líder da bancada do PP, o Thuller fazia parte da bancada, e um belo dia eu vejo que ele se tornara, de repente, o presidente do partido e o nosso candidato a deputado estadual... Quer dizer, o diretório que nós haviámos constituído aqui estava destituído

JOEL: Por cima, por determinação da executiva regional.P.PAULO: Pois é... E eu digo: o que é que eu estou

fazendo aqui?, isso não é forma de fazer política, não vou apoiar esse cara para deputado. E no dia em que me desliguei do PP, quando saí no calçadão estavam lá o Noel de Oliveira e o Jacy catando filiados para o PDT.

GUSTAVO: PDT onde já não estava o Noel de Carvalho... Ô joguinho enjoado...

P.PAULO: Eu falei: me dá aqui a ficha, e entrei na hora. Mas me aborreci com o Oliveira porque vi que o candidato dele a vereador era o Elias Drable, embora ele me dissesse “o que é isso, Pedrinho, todos vocês são meus candidatos..”.

JOEL: E você acaba voltando ao PP num outro momento. E agora o Rechuan vai entrar no seu partido. A lei eleitoral ainda permite essas mudanças, sem perda de mandato?

P.PAULO: Para os cargos majoritários eu acho que pode; para os proporcionais, em que conta a legenda, é que não pode.

GUSTAVO: Você sempre esteve ao lado do Noel de Car-valho, certo?

P.PAULO: É verdade. Na última eleição para deputado, por exemplo, eu fui o único vereador a ficar ao lado dele, a colocar o plástico dele no carro. E eu nem era do PMDB. Os vereadores que eram do PMDB apoiaram outros candidatos. Eu acho que o Noel tem uma história nessa cidade, é o nosso maior político, eu cheguei até a pensar, mais recentemente, em voltar para o PMDB, para ficar perto do Noel, que foi quem me botou na política, quem me ensinou tanta coisa, mas

graças a Deus não voltei...GUSTAVO: Por que?P.PAULO: Vamos colocar assim:

o Noel tem todas essas qualidades, uma estrela que não tem igual, mas tem o defeito de andar muito mal assessorado. É uma pena, uma tristeza, porque ninguém fez mais por essa cidade do que o Noel, ninguém chega a 20% do que o Noel fez. Quem é o maior político da minha geração? Eu vou fechar os olhos e ver o Noel de Carvalho. Quem tem um amor desenfreado por Resende? Olha, eu viajei muito com o Noel para a liberação da verba para construir a Cidade Alegia e aqueles dois outros conjuntos, de Engenheiro Passos e de Porto Real...

JOEL: A Prefeitura devia

Page 8: Jornal Ponte Velha . outubro . 2011

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8 - O Ponte Velha - Outubro de 2011

Ninguém fez mais por essa cidade do que o Noel. (...) Eu acho que ele merece um último mandato para coroar

a carreira. Eu acho até que é uma questão de justiça. Mas para ter um último mandato ele tem que ganhar a eleição, e está difícil. Por causa das pessoas que andam

com o Noel (...) Eu, se fosse o Noel, eu andava SO-ZI-NHO.

fundo de garantia e não podia tirar o financiamento.

P.PAULO: Pois é, e eu via a emoção do Noel em cada passo que a gente dava pra conseguir as coisas; o Noel chora, rapaz. Começamos com o Severo Gomes e acaba-mos com o Mário Andreazza

GUSTAVO: Você acha que o Noel não tem mais contribuição a dar para a cidade?

P.PAULO: Eu acho que ele merece um último mandato para coroar a carreira. Eu acho até que é uma questão de justiça. Mas para ter um último mandato ele tem que ganhar a eleição, e está difícil. Sabe por que? Por causa das pessoas que andam com o Noel. Pelo Noel não, que o Noel é uma estrela e ninguém tira esse brilho dele. Eu, se fosse o Noel, eu andava SO-ZI-NHO... Para não afastar os amigos dele. Você veja que hoje eu estou afastado do Noel. Porque a gente tem orgulho, tem amor próprio. Botaram polícia para investigar a minha vida, rapaz!

GUSTAVO: Botaram? Quem?P.PAULO: Denúncia anônima, mas eu

desconfio de gente ligada ao gabinete do Noel. Eu fui processado pelo Ministério Público Estadual da Tutela Coletiva, uma investigação sigilosa, com o GAP, aquele Grupo de Apoio Policial. A denúncia dizia que eu tinha uma firma de prestação de serviços dentro da Prefeitura, que superfatu-rava os preços e que eu rachava o dinheiro com o Rechuan. Olha que maldade... Mas sabe por que? Só porque eu fiz um projeto dizendo que presidente de Associação de Moradores não pode ser nomeado para Cargo de Confiança, porque não tem como ser líder comunitário e ao mesmo tempo ser de confiança do Prefeito, porque vai ficar do lado da caneta, e isso se torna um domínio sobre negócios como COMUTRAN, tarifas, etc. Então, eu mexi numa estrutura que ninguém tinha coragem de mexer. E eu, por ser político honesto, meti a mão e aí comecei a ser ameaçado.

GUSTAVO: Como você vê o governo do Rechuan?

P.PAULO: O que eu vejo no Rechuan é que ele está atingindo todos os segmentos. Está fazendo um trabalho bom na terceira idade; na saúde tem o programa Médico de Família na periferia, que leva o remédio dentro da casa do camarada. O Rechuan é esperto eleitoralmente. Outro dia eu fui num velório na casa de uma família que sempre vota comigo e com o Carvalho, e quem é

que já tinha passado la? O Rechuan. Aí eu pensei: vou arranjar o caixão e correr atrás de um ônibus para levar as pessoas. Sabe quem já tinha providenciado tudo? E a família me contou que quando comentou com o Rechuan que pretendiam pedir ajuda a mim, ele disse assim: ‘Ah, o Pedrinho! Eu gosto muito do Pedrinho! Vocês são amigos do Pedrinho? Que beleza!” E no dia do sepultamento, quando eu cheguei no cemitério, quem é que já tinha passado por lá também?.. Você acha que isso não conta?

GUSTAVO: Mas ele não tem carisma, como o Noel de Carvalho.

P.PAULO: Não tem, não tem o brilho pessoal do Noel, mas ele é um tipo do Noel de Oliveira ampliado. Tem uma presença muito grande na rua e um poder de enca-minhar e resolver as coisas muito grande também. Dá receita até por telefone.

JOEL: Eu acho que ele tem carisma sim, sabe por que? Ele é o melhor cara de rua que já houve aqui.Ele é ótimo no contato

direto com a população.P.PAULO: O carisma dele é no geral,

não é no discurso. Quando a pessoa con-versa com ele, fica fã dele. Essa família aí do enterro, sabe o que eles disseram para mim? Pedro Paulo, esse homem é fora de série... E isso na Grande Alegria, que é região carva-lhista, que é onde a gente sempre ganhou a eleição. No Lava Pés, na Vicentina, no Surubi Velho, a gente sempre perdeu para o Oliveira, mas na Alegria descontava. Então,

vai ser duro para o Noel... Apesar de que o Noel é o Noel, é um vitorioso, abre portas pra tudo quanto é lado, as pessoas sabem disso, e não é justo ele encerrar a carreira dele derrotado. Agora, ele tem que tomar cuidado com as companhias porque isso dá margem ao adversário para fazer um trabalho de desconstrução da imagem dele. O Oliveira fazia isso, o Eduardo também. Essa coisa de desconstrução da imagem é terrível; fizeram isso com o Augusto Leivas, que não con-seguiu ter uma imagem compatível com as grandes realizações do seu governo.

JOEL: Como é o seu relacionamento com o senador Dornelles, do seu partido e agora também do partido do Rechuan?

P.PAULO: É o melhor possível. Há algum tempo já. Quando eu fui candidato a vice prefeito na chapa do Noel de Carvalho ,o Dornelles inclusive gravou depoimento nos apoiando, dizendo que nós éramos o melhor para Resende.

GUSTAVO: Houve recentemente uma polêmica na Câmara sobre a criação desse novo conselho para pensar o crescimento de Resende. Você foi um dos que argumentaram a favor. Fale desse conselho. É para pensar uma filosofia de crescimento?

P.PAULO: Fui a favor do conselho por uma questão de oportunidade. Resende está num boom de crescimento e vai crescer muito mais; dentro de pouco tempo estará se confirmando aí a vinda da Nissan também. E esse conselho reúne o CREA, a Associação

Comercial, a AMAN, a AEDB, todo esse lado acadêmico. Então, Resende tem que ser pensada e já está até um pouco tarde. A cidade já tem alguns estrangulamentos, principalmente na área de trânsito. Temos que ter mais pontes, temos que abrir aquela passagem pela IQR para jogar o trânsito lá no Acesso Oeste.

GUSTAVO: Tem aquele projeto de ponte do Aloísio Balieiro, saindo depois da igreja São Sebastião e ligando com a Beira-Rio na altura do Parque das Águas.

P.PAULO: Esse projeto é ótimo. Se a gente conjuga isso com a abertura de uma passagem para a Beira Rio na altura da IQR a gente joga o trânsito de Campos Elíseos direto na Grande Alegria sem precisar passar pelo Manejo. Você vê hoje como fica aquele sinal na altura do CIEP do Manejo... Vai desafogar também o Jardim Brasília naquela passagem da padaria.

JOEL: Mas alguém tem que ter a coragem de enfrentar a IQR para resolver isso.

P.PAULO: Olha, hoje está mais fácil, porque antigamente a IQR era uma razão social única, uma única empresa, embora produzisse coisas diferentes lá dentro. Hoje não é mais uma coisa única, e já há uma parte que aceita a cessão da passagem. Há espaço para a passagem, entre os dois complexos. Nós temos que buscar, por exemplo, a inter-venção do governador para essa negociação. O pessoal das indústrias ali quer o quê para ceder a passagem? Quer segurança. O trecho ali vai ser de menos de dois quilômetros. Então, o governo do estado e o do município podem garantir essa segurança. Uma passa-gem por dentro do Paraíba seria muito mais cara.

GUSTAVO: Nós sabemos que a cidade não cresce para o lado de Bulhões porque há uma grande área que pertence ao Exército travando. Uma área plana, ótima, que me parece não ter mais sentido para o Exército. A AMAN faz parte desse novo Conselho, essa questão deve ser colocada. O nome do Conselho, inclusive - Brigadeiro José Pessoa - homenageia a AMAN.

P.PAULO: Com certeza, a AMAN pode acionar seu poder superior e intermediar isso para a cidade. Aquela área tem infraestrutura, tem tudo. Não tem mais valor para a AMAN e está bloqueando o desenvolvimento de Resende para um lado e causando congestio-namento do outro lado. Vocês vejam como esse Conselho vai ser importante, é aonde

eu digo da oportunidade dele. As pessoas vão se reunir após seus dias de trabalho, sem ganhar nada, por amor à cidade, ao futuro.

GUSTAVO: Você esteve citado em outra polêmica recente na Câmara sobre a questão da Petro Bonus, una empresa contratada pelo governo do Silvio ,e por muitos

(continua na página 9, após encartes)

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Outubro de 2011 - O Ponte Velha - 9

Noel de Carvalho , procurado por nosso jornal para se defender da acusação de Pedro Paulo, mostrou-se surpreso, disse que não tem nada a ver com a questão e que está à dis-posição do vereador para ajudá-lo no que for preciso. “Gosto muito dele, tenho laços fortes com sua família, seu pai, uma relação de muito tempo. Recentemente ele e a esposa me presentearam com uma camisa linda... Não vai ser qualquer intriga, qualquer acidente de percurso que vai desmanchar isso não” - disse Noel.

Noel repudia acusação e reafirma amizade a Pedro Paulo

Era uma vez... três irmãos porquinhos e o lobo mau. Como são tempos modernos, não moram juntos numa casinha humilde e frágil, e sim num condomínio de luxo, encravado aos pés de uma grande montanha, chamada Itatiaia.

O porquinho mais velho, Jairzinho, era meio carrancudo e tempe-ramental, avesso à novas amizades, mas mesmo assim conseguiu ser eleito síndico do condomínio. Vivia enfurnado em casa lendo livros de auto-ajuda e neurolinguística, e administrava o condomínio só com sua família e poucos amigos. Sua pretensão e arrogância eram muito maiores que sua competência, mas mesmo assim conseguiu adminis-trar o condomínio por duas vezes.

Ensinou algumas lições pro seu irmãozinho, que todo mundo conhecia por Mimi. Este era cobra criada !! Ou porco criado, como você preferir!! Enganava os pais dizendo que ia pra escola, mas vivia nos bares tomando umas e outras, pescando com os amigos no Rio Paraíba. Fazia amizades com facilidade, prometendo mundos e fundos pra todo mundo. Ficou famoso e popular, e também conseguiu ser síndico do condomínio por duas vezes. Como nunca foi de trabalhar muito, entregou a administração pros amigos e foi pescar, mas recebia uma boa mesada da turma.

O caçula era o Luisinho, inteligente, aprendeu muito com os dois irmãos mais velhos. Desde novinho era ambicioso, foi o único que montou empresa, obteve sucesso, vivia bem, mas queria mais $$$$ !!! Convenceu muitos amigos de Mimizinho e Jairzinho a ficarem ao seu lado. Teve sorte, o condomínio cresceu, se valorizou junto com o Brasil, e muitos amigos ficaram satisfeitos com ele.

Já os moradores... viviam reclamando dos porquinhos, dizendo que deixaram tudo acabar, não cuidavam direito das coisas !! Achavam que o condomínio ia de mal a pior. Reclamavam pro conselho fiscal, mas os conselheiros não resolviam nada. Calavam-se, uns por con-veniência, outros por medo. O fato é que o conselho não fiscalizava, e assim, não ajudava nada neste condomínio. Por isso, os moradores viviam trocando de síndico, pra ver se melhorava a situação.

Você caro leitor, há de pensar, que deste jeito, nem precisava do lobo mau. Mas pense bem: o lobo é mau, mas não é bobo ! Virou grande empresário !! Montou uma empresa de engenharia civil, outra de prestação de serviços gerais, uma distribuidora de medicamentos, um supermercado, uma loja de material de construção e mais outra que fazia o recolhimento do lixo.

De vez em quando, o lobo dava uma de mau, soprava e derrubava uns telhadinhos do condomínio. Tinham que manter as aparências né!! Além disso, os três porquinhos tinham que culpar alguém pela situação. E as empresas do lobo esperto se encarregavam de consertar tudo.

Neste meio tempo, os três porquinhos e o lobo mau foram cons-truindo outro condomínio fechado, todo murado. Um luxo só!! Um complexo turístico completo, tipo “resort”, onde os quatro viveram juntos e felizes para sempre.

Pensando bem, acho que este lobo está injustiçado. Só tem um malvado aqui ??

MORAL DA HISTÓRIA : QUANDO OS GOVERNANTES PERDEM A VERGONHA, OS GOVERNADOS PERDEM O RESPEITO

Uma Fábula Moderna!!!Miguel Augusto Monte

outros municípios, para interme-diar o recebimento dos royaltes do Petróleo. É preciso contratar uma empresa para isso? Os municípios, com tanta gente competente nos cargos de confiança, não têm capa-cidade para fazer isso por si?

P.PAULO: Eu não sei como é a complexidade disso lá dentro da Petrobrás. O que eu te digo é que você não imagina o que essa empresa trouxe de dinheiro para Resende. E quando ela parou de atuar o nosso royalt despencou. O que a justiça está contestando é a contratação sem licitação. Mas como essa empresa é de notória especialização, se houvesse lici-tação ela ia ganhar, era só questão de mais uns meses. E aí é que me entristece a questão política: eu era da Comissão de Fiscalização; fizeram um processo e me alija-ram da Comissão, porque eu era carvalhista.

JOEL: Essas empresas são oportunistas, no bom sentido. Se especializam num setor desses e vêm oferecendo serviço; têm um trânsito muito bom para fazer a intermediação. A intenção do Silvio foi a melhor possível. Poderia ter sido o Rechuan, poderia ter sido qualquer um. Hoje é muito peri-goso você ser ordenador de despe-sas, você ser prefeito ou secretário de finanças de qualquer município. Os atos discricionários que o prefeito pode praticar são pouquís-simos, porque está tudo vincu-lado. Então, o camarada senta na cadeira lá e acha que pode fazer isso e aquilo, mas não pode fazer nada. Não conta pra ninguém não, mas não pode fazer nada.

GUSTAVO: Bom, inchar a máquina pública para ganhar eleição e aumentar seus próprios salários, pelo menos, parece que pode.

JOEL: Dependendo da origem dos recursos, não pode quase nada.

P.PAULO: Hoje, o Judiciário, pelo seu poder de imposição dentro da lei, pela razoabilidade, etc, ele pode determinar a obra que você

tem que fazer.GUSTAVO: A Comissão de

Fiscalização está também com um processo para apurar superfa-turamento na limpeza urbana do governo Rechuan. Você acha que procede? Pelo menos é um dos setores onde é sempre notória a corrupção.

P.PAULO: Pois é. A população tem razão de pensar assim porque vê sempre o noticiário. E também na distribuição de remédios para os hospitais, nas concessões para linhas de ônibus. Isso é cultura nossa. Então, quando a população pensa por esse lado ela está pen-sando porque ela está vendo muitos precedentes, eu acho até natural. O que acontece? Você pode também explorar isso eleitoralmente; a opo-sição aproveita e já faz denúncia - no caso atual, através da FAMAR - dizendo que tem caixa dois, e tal. Como a FAMAR está ligada aos Carvalhos, a gente sabe que é uma missa encomendada. Eu acho que tem que apurar. Mas eles acham que não podem me colocar na Comissão de Fiscalização porque eu vou ser legalista. E eu acho que é pela lega-lidade mesmo. Se o Rechuan tiver caixa dois, chumbo nele.

GUSTAVO: No caso do petróleo você vai ser legalista pró carvalhos; no caso do lixo, pró Rechuan... Ô Pedro, você falou aí sobre a sua infância com os cavaleiros que vinham tocando gado para o açougue do seu pai. Você viu essa cidade mudar muito, principalmente dos anos 70 para cá. Como é o seu sentimento em relação a isso?

P.PAULO: Olha, eu tenho orgulho do crescimento da minha cidade, mas tem muita coisa que me entristece, como a questão da droga, da violência. Antiga-mente Resende era uma cidade de famílias que se conheciam; não tinha dia, não tinha hora, podia ser de madrugada, você encontrava pessoas para quem acenava e dizia: “e aí, como é que tá? Como é que tá a família? Vamos jogar bola

no dia tal.” E hoje é uma cidade em que se conhece pouca gente, e onde você vai, você vai com medo. Então, a minha cidade de garoto não tinha industria, não tinha tanto dinheiro, não tinha tanto emprego, não tinha tanto destaque, mas as pessoas dormiam em paz, eram mais unidas, mas religiosas, mais amigas. Vocês vejam que nós estamos conversando alegres aqui porque nós temos muita coisa do passado em comum. Hoje nós temos uma riqueza que nos custa caro, em muitos aspectos. Você não consegue viver melhor. Você consegue ter uma televisão melhor, um carro melhor, mas eu acho que viver melhor é dormir bem, se alimentar sem agrotóxico...

GUSTAVO: Voltando um pouco ao tal Conselhão para pensar o desenvolvimento, eu acho que o que ele pode fazer é apagar incên-dios, porque o poder econômico, a lógica dele, vem atropelando. A gente não consegue dizer “como” a gente quer que a cidade cresça.

JOEL: Eu quero deixar algumas sugestões:que se dê a uma rua o nome do ex-prefeito João Maurício Macedo Costa, e à outra a de dona Aracy Wrigth, única presidente da Câmara que Resende teve. E também que se puna as pessoas que estão parando na vaga de deficiente físico sem ser defi-ciente. Sou contra o estado poli-cialesco, mas nesse caso a guarda municipal devia entrar rachando. Você, como vereador, poderia fazer essas indicações. E quero também responder por você a uma pergunta que acho que você não respondeu direito. Era sobre a sua falta de vaidade. Você disse que é uma coisa de família, mas eu acho que é porque você, ainda rapaz, traba-lhou um tempo no cemitério.

P.PAULO: Sabe que pode ser mesmo. A pessoa convivendo todo dia com a morte dos outros, ela fica humilde. Muitas vezes os coveiros saíam para tomar uma pinga e eu mesmo enterrava os mortos. Ali eu acho que caiu por terra tudo o que eu podia ter de soberba.

(continuação da página 8)

Page 18: Jornal Ponte Velha . outubro . 2011

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Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho

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Flávio Maia

Hannah Arendt, teórica política alemã, tem um pensamento lindo que diz: “Há uns que nos falam e não ouvimos; há uns que nos tocam e não sentimos; há aqueles que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas... há aqueles que simplesmente vivem e nos marcam por toda vida”. Cito este texto, lembrando de Augusto de Carvalho que conheci, quando trabalhei no gabinete de seu filho Noel de Car-

valho, na Prefeitura de Resende. Já tinha conhecimento de

algumas de suas histórias através de Macedo Miranda e de meu pai, André Leite Pereira, que foi verea-dor quando ele era Prefeito.

Na última edição do Ponte Velha, Gustavo Praça fala sobre a personalidade “guerreira” de Augusto de Carvalho que defendia a sua “gente”. Nós o vimos liderar a invasão das casas do conjunto

habitacional de Engenheiro Passos, que já estavam prontas, e o governo não liberava para que os moradores tomassem posse... Isso no auge da ditadura!

Todo este preâmbulo é para falar de outra característica sua que, talvez, a primeira (guerreira) ocultasse. Existem homens que

gostam “de mulher” e homens que gostam “da mulher”. A maioria dos homens gosta “de mulher”, poucos entendem esse universo feminino. Esta sutil diferença, talvez, só nós, mulheres, percebamos.

Temos exemplos clássicos desses amantes e entendedores da alma feminina:

Carlos Drummond de Andrade: “Para entender uma mulher/ é preciso mais que deitar-se com ela.../Há de se ter mais sonhos e cartas na mesa/ que se possa prever nossa vã pretensão (...)

Chico Buarque: “Depois de te perder/Te encontro, com certeza/Talvez num tempo da delicadeza/Onde não diremos nada/Nada aconteceu/Apenas seguirei, como encantado/ Ao lado teu.”

Augusto de Carvalho pertence à categoria dos homens que gostam “da mulher”. Ao nos receber no Hotel Três Pinheiros ou ao nos visitar no Gabinete da Prefeitura de Resende, tinha sempre uma atitude ou expressão de carinho ou de delicadeza que o tornava diferente e encantador.

Em recente curso sobre Violên-cia contra a Mulher em Resende, tomamos conhecimento dos índices assustadores de agressões contra a mulher em nossa cidade. Em 2009, 689 mulheres foram ameaçadas e 343 sofreram violência familiar, fora outras agressões conforme dados do Dossiê Mulher/2009, do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Nota-se, assim, a diferença que faz homens que, como Augusto de Carvalho, respeitam e curtem a mulher... Ele deixou sua marca por onde passou.

Em tempo: só conheci duas pessoas que portavam um mocas-sim com tanta elegância: Macedo Miranda e Augusto de Carvalho. Ah! Isto só mulher observa!!!

Augusto, no “Tempo da Delicadeza”Sônia Pozzato

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Page 19: Jornal Ponte Velha . outubro . 2011

Outubro de 2011 - O Ponte Velha - 11

Joel Pereira Nossa História, Nossa Gente

Posto AvenidaBob`s

Seu carro agradece e seu paladar tambémCREDIBILIDADE

Wellington Ferreira de CastroEsta invocação é uma Prece Mundial

Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como

forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada

frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação

Desde o ponto de Luz na Mente de Deus,que aflua Luz às mentes dos homens.

Que a Luz desça à Terra.

Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, que aflua Amor aos corações dos homens.

Que aquele que vem volte à Terra.

Desde o Centro, onde a Vontade de Deus é conhecida, que o propósito guie

as pequenas vontades dos homens.O propósito que os Mestres conhecem

e a que servem.

Desde o centro a que chamamos raça humana, que se cumpra

o plano de Amor e Luz. E que se feche a porta onde mora o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino na Terra.

Unidade de Serviço para Educação IntegralAv. Nova Resende, 320 – sala 204

CEP: 27542-130 – Resende RJ – BrasilTels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065

O objetivo desta coluna é homenagear pessoas que dão nome a logradouros de Resende. O homenageado deste mês empresta seu nome a uma rua no bairro Morada da Colina, denominação conferida pela Lei 2113, de 19/10/98.

Wellington nasceu em Recreio, na Zona da Mata de Minas Gerais, em 28/08/28 e faleceu, em Resende, no dia 27/01/98.Cursou Odon-tologia na Universidade Federal de Juiz de Fora, onde conheceu a Darcilia, sua colega de estudos, com quem se casou em dezembro de 1956.Tiveram dois filhos, Welington Ferreira de Castro Jr (Tom) e Darcilia Guimarães de Castro (Darcilinha).

Logo depois de formado, foi para Corinto--MG, onde teve um consultório, por 4 anos, até que veio para Resende, em setembro de 1957, para trabalhar em Porto Real, onde França Filho, um empresário muito além de seu tempo, pagava o tratamento dentário de seus funcionários, na Açucareira Porto Real. Tempos depois, transferiu sua atividade para Resende.

Dr. Wellington mantinha em seu consultório

a seguinte oração, atribuída ao Papa Pio XII*, que também seria dentista:

“A odontologia é uma profissão singular, exige dos que a ela se dedicam o senso estético de uma artista, a destreza manual de um cirurgião, os conhecimentos científi-cos de um médico e a paciência de um monge”.

Esta oração é o retrato do Dr. Wellington.

O trabalho de nosso homenageado foi reconhecido até no exterior. Um cliente dele, Coronel do Exército, estava em Toulosse, na França, onde precisou ir ao dentista, em uma luxuosa clínica, composta por muitos profissio-nais. O profissional que medicou o pequeno problema apresentado, começou a chamar vários colegas, o que até assustou o cliente. Todos foram convocados para apreciar o trabalho do Welllington. O dentista francês nem cobrou pelo serviço do Coronel, com o trato de que este ajudasse a convencer o Wellington a ir à França explicar sua técnica de esculpir os

blocos de restauração. Tímido como era, ele nem cogitou de aceitar o convite.

A busca do Wellington pelo conhecimento não se restringia à sua profissão.Era um leitor voraz, chegando ao exagero de, às vezes, ler cinco jornais, no mesmo dia. Para aprimorar sua cultura geral, formou--se também em Direito, em 1973.

O Wellington era um excelente caricaturista e também poeta. Por timidez, jogava fora toda a sua pro-dução. Não se conseguiu resgatar nenhum desenho, mas, nas cartas por ele enviadas para a Darcilia, foi

pinçada uma bela poesia:Darcilia // O amor que lhe dedico, // Por ser

infinitamente grande, // É capaz de zombar do tempo, // De rir da distância, // De gargalhar das tentações. // Um amor tão cândido quanto o lírio, // Tão duradouro quanto o diamante!

* - Outros apontam como autor da oração, o Professor Mário Chaves, em discurso proferido em 1953, na Faculdade Nacional de Odontologia.

REFERÊNCIAS: Arquivo da família;

Indice Geral da Legislação do Município de Resende, obra inédita de Elisa Abrahão

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Francisco de Paula Barbosa Cavalcanti (Chicão, como era conhecido) era carioca de nasci-mento mas mineiro de coração.

Criado no sul de Minas tinha aquela característica dos minei-ros, de contar seus “causos”, de conhecer sempre alguem que conhece alguem e acaba chegan-do num conhecido comum.

Trabalhou muitos anos na antiga Cyanamid onde montou uma fábrica de Suturas Cirur-gicas. Escolheu Resende para morar e Penedo para desfrutar dos momentos de lazer. Lá pelos idos de 78 casou-se e em 79 , prevendo que precisaria de algo para fazer na sua aposentadoria, abriu o Hotel Bougainville em sociedade com sua irmã, Zélia, em Penedo - Jardim Martinelli. Passado algum tempo a irmã resolveu voltar para Minas e ele então assumiu de vez a direção do negócio. Bioquímico de

formação, amante de cinema, de Humphrey Bogart, das Big Bands, Frank Sinatra, encontrou no Hotel o lugar ideal para fazer

amigos, falar sobre suas paixoes sobre cinema, música e futebol (Fluminense até debaixo d’água). Dono de uma memória invejá-vel e um inteligencia impar, os hospedes se encantavam com seu conhecimento e simpatia. Muitos voltam até hoje por conta da boa receptividade e troca de conhecimento. Sempre com um sorriso no rosto, com sua calma de quem não tem pressa de ir embora dava especial atenção a cada um que frequentava o hotel. Não bastasse todos esses predicados, era ainda um exce-lente cozinheiro e seus pratos, especialmente o cozido ficaram famosos entre amigos, parentes e até alguns hóspedes.

Hoje, sua principal obra, o Hotel Bougainville, segue firme

e forte por mais de 30 anos. Conquistou também empregados como o Chiquinho, Ines e Odair que continuam a prestar seu apoio inestimável ao empreendi-mento, colaborando com a famí-lia que irá tocar o negócio daqui para frente (Oneglia, Samantha, Marcio, Erico e Amanda).

Com certeza vai deixar muita saudade, mas aquela saudade gostosa para as pessoas que tive-ram o prazer de desfrutar de sua companhia.

Como a frase de Victor Hugo: “Não há nada como um sonho para criar o futuro”, ele sonhou e concretizou. E somos gratos a ele por isso.

Nota: Faleceu em 28/4/11 e seu corpo foi cremado no Rio de Janeiro.

Lembrança do Chicão

*Viemos comunicar o extravio do diploma de Moacir Máximo

Júnior, do Ensino Médio do curso de Auxiliar de Laboratório de Aná-

lises Clínicas,concluído em 1989 no Colégio Agulhas Negras.

*Outubro é o mês da tempo-rada de trutas em Penedo e Mauá.

Muitas promoções e pratos especiais

*Dia 15/10 às 18:30, no Horto do Paraíso, e dia 16/10, às

19 horas, na Igreja na Praça do Balanço, haverá a Festa da Orques-

tra Sinfonia de Louvor, da Igreja Assembleia de Deus Ministério Sul

Fluminense, com a participação de várias orquestras da Região,

incluindo Angra dos Reis.

Em Visconde de Mauá predomina um clima de substancialismo, não a atmosfera materialista que estão tentando empregar, indo de encontro à natureza do essencial que banha a região. Cuidemo-nos!

As bombas não só são criadas em laboratórios. Elas também se desen-volvem de forma rápida e “eficiente” em nossas cabeças. E a matemática confirma que depois de prontas elas têm que estourar, com uma pequena grande diferen-ça: a científica pode ser desativada, enquanto a mental-sócio-especulativa sempre estoura, contami-na o ser social, e aí, mani-nho, muitos lugares que se diziam bons e seguros foram pra cucuia

SOS Anjos de Luz Paulo Mauá

Notas

Oneglia Cavalcanti

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O Ponte Velha - Outubro de 2011 - 13

O Ponte Velha, nossa revista vestida de jornal, é leitura obrigatória todos os meses. Reúne um bom grupo de articulistas, escritores, observadores e analistas atentos à nossa cena social, política e cultural. Sua leitura sempre acrescenta.

Louvo o esforço e a dedicação do Gustavo Praça que consegue, com sacrifício, e eu sei bem o que é isso, manter a publicação, respeitada e influente, na sociedade resenden-se, já há alguns bons pares de anos.

Geralmente me agrada a maioria do material publicado mas incomo-dou-me a sensação passada pela edição nº 184 (agosto). Após a leitu-ra ficou um tom lamentoso, queixoso, diria até pessimista, com Resende. Artigos, matérias e até na entrevista com a minha amiga Vivi Calaes, percebi esse tom de desesperança e um tanto quanto, passadista.

A maior parte das matérias tem como endereço, direta ou indire-tamente, a atual administração municipal, a qual eu sirvo. Mas não é exatamente a uma defesa do prefeito ou do seu governo que me atenho. Não estou autorizado a assumir essa empreitada e mesmo, todo governo tem erros e acertos e o governo Rechuan, acredito, não carece de tanta defesa.

E até aí, pode ser uma posição político-partidária assumida pela publicação, fato que considero legitimo. Em minha opinião, todos os veículos de comunicação deveriam assumir seu posicionamento político e partidário. Como o jornal O Estado de São Paulo assumiu na última eleição presidencial, informando a seus leitores sua preferência por José Serra.

O incômodo é sobre uma visão defendida no jornal que me parece equivocada. A maioria dos textos acaba por construir no seu conjunto, uma sensação de que Resende anda sendo descaracterizada. Que está perdendo sua identidade. E que teríamos chegado ao fim.

Ou: que restaria uma última saí-da, implícita em algumas entrelinhas, e para a qual o leitor acaba sendo conduzido, com alguma sutileza, sem uma reflexão que deveria ser provocada por um contraponto, inexistente na edição. Considero exagerado o posicionamento contra o trabalho do arquiteto Ton Kneip, quase um dos quatro cavaleiros do

apocalipse, que estaria provocando uma tsunami e levando tudo que era bom em Resende para o esgoto, tornando a identidade da cidade, diluída, ausente, inexistente.

As críticas não o chateiam. Até porque vão contra os postes inclina-dos, as cores, os azulejos. Sinal que sua obra principal, a intervenção no transito da cidade foi absorvida, sem grandes traumas.

Os arquitetos também contam a história do seu tempo. O novo e o velho devem caminhar em harmonia e o novo de hoje será o passado no amanhã. Outro dia contra-argumen-tei sobre uma critica ao projeto do arquiteto Renato Serra para o novo prédio da Câmara. Que destoaria do conjunto da Praça Oliveira Botelho.

Segundo Renato, o muro com arcos romanos quando estiverem cobertos de hera passarão a idéia de ruínas e a folha de vidro do moder-no prédio no interior das muralhas refletirá a Matriz. É uma leitura do artista, sobre o equilíbrio entre o velho é o novo. Nada pior que o trauma causado pelo desabamento do prédio centenário da antiga Casa Modelo.

Ton fez, a pedido de Rechuan, um projeto iniciando a tão sonhada revitalização da Praça Oliveira Bote-lho recuperando no máximo, o antigo traçado. Todos lembram o tempo que a praça ficou cercada de tapumes, um longo período em obras, e quando foi descortinada ao público foi àquela tristeza. Um desenho que separava as pessoas. Ton está fazendo a vida voltar ao logradouro. É um processo.

E a obra da praça é o ponta-pé inicial para a revitalização, não só da praça como de todo centro histórico. Resende não vai ser descaracteriza-da. E nunca é demais lembrar que essa propalada descaracterização não começou de dois anos e nove meses para cá. Tempo da titularida-de de Ton na Secretaria de Urbanis-mo. Todos nós sabemos disso. Um pouco mais de alegria e otimismo, pessoal.

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Caro Gustavo,Acompanho o Ponte Velha, assim

como acompanho a vida da nossa cidade, impressa, falada ou televisada.

Na edição de setembro , mais exatamente na página 5, lí com atenção uma carta a vc esviada pelo sr. Mário Gonçalves. Na carta, Mário intencionalmente pretende esclarecer dados verdadeiros sob a utilização do teatro do SENAC, parte fundamental da história cultural da nossa cidade.

Parabéns ao Mário. Entretanto, devo lembrar ao referido confrade, também ao que se vê leitor do Ponte Velha, que a história do Teatro do Senac teve vida borbulhante após a administração Rui Saldanha. Rui foi vitima da ira do então Presidente da Administração Regional, que engolia a conta gosto a indicação do seu nome pelo Conselho Comunitário. Fui então convocado pelo Presidente para assumir Resende. Professor de car-

Sobre o Senac

Ponte fora do Ton

reira, já com experiência em direção, segui para Resende com a missão, dentre outras, de pacificar o citado Conselho Comunitário, contrariado com a substituição imotivada do seu competente indicado, e fomentar a utilização do nobre espaço escolar, conseguido após longa contenda do então prefeito Noel de Carvalho responsável pela vinda para Resende do SENAC,SENAI, e SESI.

Ao assumir a direção do SENAC CFP 14/Resende, um dos meus primeiros atos foi comprar a briga pela melhor utilização do teatro , do restaurante, e das salas de aulas, espaços nobres, pouco utilizados e fundamentalmente importantes na época para a comunidade.

Confiei ao Boca de Cena, as chaves das portas do teatro. Concedi a eles, contrariando ordens da Presiden-cia, o direito de utilização do espaço a qualquer hora do dia ou da noite, para ensaios, reuniões, etc. Dudu Arbex,

Marta, Vivi, Zé Leon, Felipe Cesar, Kiria, Carla e todos os outros, pas-saram a ter acesso irrestrito ao palco sagrado. Dona Olga Tufick também. O espaço se abriu sem fronteiras.

Enfrentei a ira da Administração Regional que era contra a minha atitude, mas valeu a pena. Pergunte a quem viu a história. Bem caro companheiro, o que eu queria dizer, está dito. O que eu queria lembrar, está lembrado. Se a história continuar sendo contada faltando páginas, tudo bem. Eu acredito que o importante não são os nomes das pessoas que fazem as coisas, mas as obras que estas pessoas fazem. As obras resistem

a passagem do tempo e entram definitivamente para a história. Os nomes das

pessoas não resistem ao mar, quando caprichosamente passa a lingua na areia.

Um afetuoso abraço

N.R: Caro Laís, escreva sempre que achar falta de contraponto. Deus nos livre do ataque sistemá-tico a um grupo e apoio irrestrito a outro. (G.P)

Gilberto Caldas

Caríssimos irmãos e caríssimas irmãs em NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. DEUS PAI TODO PODE-ROSO, na SUA INFINITA MISERI-CÓRDIA E JUSTIÇA, nos concede, através do matrimônio, decidirmos a construção da nossa família, trazendo vida ao mundo. Deus nos permite que marquemos o mês, às vezes até o dia, pois nós somos co-autores do PLANO SALVÍVICO, chamados a formar, para o próprio DEUS, filhos íntegros, na verdadeira acepção da palavra, e a deixar para o mundo em que vivemos o verdadeiro exemplo de uma vivência, embora prematura, toda ela voltada para o bem estar social e religioso da família. Porém, a partida de nosso ente querido pertence ao AUTOR DA VIDA. DEUS NOS DÁ, mas quando ELE precisa de volta à CASA PATERNA, somente nos resta sermos obedientes à VONTADE DE DEUS. BENDITO SEJA DEUS. Caríssimos irmãos e irmãs na mesma FÉ, foi preciso o pequeno intróito acima para melhor exemplificar a imensa dor que eu e minha família sentimos por ocasião do falecimento do nosso querido filho Benedito Luis Barbosa de Andrade, Coronel do Exército Brasileiro, num acidente fatal na noite do dia 23 de agosto de 2011, na rodovia Presidente Dutra, perto da cidade de Floriano, despedindo-se do mundo terreno para entrar no MUNDO DIVINO DE DEUS. A vida do nosso saudoso filho foi toda ela uma vida de oração, como diz SANTO EXPEDITO. A doçura

que se expandia de seus lábios o fez estimado por todos aqueles que dele se acercavam. DEUS é testemunha da

doçura e do afeto que ele devotou aos seus familiares e o cuidado e respeito que ele devotava à instituição família e também a todos que dele se aproxi-massem. Ele jamais será esquecido. É digno da PAZ CELESTIAL, pela lisura no seu comportamento e honestidade em tudo que fazia, e assim, por isso, e em razão disso, viverá eternamente na GLÓRIA DO SENHOR e na memória daqueles que o amaram aqui na terra, e continuarão a amá-lo ainda mais, porque ele está no CÉU. Excelente filho, bom irmão. Amável tio, aluno dedicado, militar íntegro, inteligente e capaz. São os atributos inegáveis do cidadão do mundo, Coronel do Exér-

cito Brasileiro Benedito Luis Barbosa de Andrade, que despediu-se da terra para ingressar na ETERNIDADE COM DEUS. Eu e minha família somos eternamente gratos pelo apoio moral e espiritual recebido por ocasião do difícil momento por que passamos, especialmente do General Arruda, Comandante da AMAN, seus oficiais, cadetes e praças. Ao nosso Capelão Militar, Padre Paulo, Padre Rômulo, Padre Geraldo. Aos oficiais do IME (Instituto Militar de Engenharia), insti-tuição onde meu filho foi aluno e pro-fessor na totalidade de sua brilhante carreira militar. A todos os que nos confortaram também por ocasião de sua missa de 7 e 30 dias, os nossos mais sinceros agradecimentos. DEUS os recomendará por esse nobre ato de FÉ e solidariedade cristã. A passagem do nosso querido e saudoso filho foi para nós o resgate de um Anjo. No dia 10 de agosto de 1961, DEUS, aten-dendo nosso pedido, o mandou, para enriquecer nosso lar e proteger-nos. No dia 23 de agosto de 2011, DEUS precisou dele, e levou-o de volta à CASA PATERNA. As pessoas que amamos não morrem, apenas partem antes de nós. Até logo, meu filho!

Você cumpriu, e bem, a missão para a qual foi predestinado aqui no mundo dos vivos. E DEUS JÁ LHE DEU A RECOMPENSA QUE SOMENTE CABE AOS JUSTOS: O CÉU. DESCANSE EM PAZ NA GLÓRIA DE DEUS PAI

O Resgate de um Anjo Andrade SobrinhoLais Amaral

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