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CURSO DE JORNALISMO BRUNO COSTA FLÁVIA LIMA JOÃO PAULO SENTEIO LUAN VAZ PATRÍCIA GUEDES SANDER ALVARENGA TAINÁH GIGLIO JORNALISMO DIGITAL 1

Jornalismo Digital

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Trabalho jornalismo digital

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CURSO DE JORNALISMO

BRUNO COSTA

FLÁVIA LIMA

JOÃO PAULO SENTEIO

LUAN VAZ

PATRÍCIA GUEDES

SANDER ALVARENGA

TAINÁH GIGLIO

JORNALISMO DIGITAL

SÃO PAULO2009

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BRUNO COSTA

FLÁVIA LIMA

JOÃO PAULO SENTEIO

LUAN VAZ

PATRÍCIA GUEDES

SANDER ALVARENGA

TAINÁH GIGLIO

JORNALISMO DIGITAL

Trabalho apresentado como exigência parcial para a disciplina Conceitos, práticas e técnicas jornalísticas, do curso Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação da Professora Dra. Fábia Dejavite.

São Paulo2009

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................01HISTÓRICO DA INTERNET.....................................................................................02HISTÓRICO DO JORNALISMO DIGITAL.............................................................03CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO DIGITAL.............................................04CONTEÚDO/INFORMAÇÃO NA INTERNET........................................................05O PROFISSINAL DO JORNALISMO DIGITAL.....................................................06ÉTICA NO JORNALISMO DIGITAL.......................................................................07PORTAIS E HISTÓRIA DO PORTAL TERRA.......................................................08BLOG, TWITTER........................................................................................................10CROSSMEDIA: NTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS.........................................................11DECLÍNIO DOS JORNAIS IMPRESSOS.................................................................12DIREITOS AUTORAIS NA NO ESPAÇO VIRTUAL.............................................13TENDÊNCIAS E EXPECTATIVAS DO JORNALISMO DIGITAL.....................14CONCLUSÃO........................................................................REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................

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Introdução

Histórico da Internet

A rede mundial de computadores, ou Internet, surgiu em plena Guerra Fria. Criada com objetivos militares, seria uma das formas das forças armadas norte-americanas de manter as comunicações em caso de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações. Nas décadas de 1970 e

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1980, além de ser utilizada para fins militares, a Internet também foi um importante meio de comunicação acadêmico. Estudantes e professores universitários, principalmente dos EUA, trocavam idéias, mensagens e descobertas pelas linhas da rede mundial.

Desenvolvimento da Internet

Foi somente no ano de 1990 que a Internet começou a alcançar a população em geral. Neste ano, o engenheiro inglês Tim Bernes-Lee desenvolveu a World Wide Web, possibilitando a utilização de uma interface gráfica e a criação de sites mais dinâmicos e visualmente interessantes. A partir deste momento, a Internet cresceu em ritmo acelerado. Muitos dizem, que foi a maior criação tecnológica, depois da televisão na década de 1950.

A década de 1990 tornou-se a era de expansão da Internet. Para facilitar a navegação pela Internet, surgiram vários navegadores (browsers) como, por exemplo, o Internet Explorer da Microsoft e o Netscape Navigator.O surgimento acelerado de provedores de acesso e portais de serviços online contribuíram para este crescimento. A Internet passou a ser utilizada por vários segmentos sociais. Os estudantes passaram a buscas informações para pesquisas escolares, enquanto jovens utilizavam para a pura diversão em sites de games. As salas de chat tornaram-se pontos de encontro para um bate-papo virtual a qualquer momento. Desempregados iniciaram a busca de empregos através de sites de agências de empregos ou enviando currículos por e-mail. As empresas descobriram na Internet um excelente caminho para melhorar seus lucros e as vendas online dispararam, transformando a Internet em verdadeiros shopping centers virtuais.

Nos dias atuais, é impossível pensar no mundo sem a Internet. Ela tomou parte dos lares de pessoas do mundo todo. Estar conectado a rede mundial passou a ser uma necessidade de extrema importância. A Internet também está presente nas escolas, faculdades, empresas e diversos locais, possibilitando acesso as informações e notícias do mundo em apenas um clique.

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Histórico do jornalismo digital

O primeiro grande jornal que ofereceu serviços online foi o The New York Times, em meados dos anos 70, com seu New York Times Information Bank. Na época este veículo de comunicação disponibilizou textos completos e resumos de artigos atuais e de edições diárias a assinantes (do veículo impresso) que possuíam pequenos computadores. Em seguida o News & Observer criou sua própria BBS, que os usuários acessavam mediante uma taxa. Já em 1994, o San Jose Mercury News começou fornecendo gratuitamente resumo de notícias via América Online, a partir daí houve a inclusão total da edição impressa do jornal, mas um tempo depois, os editores do jornal passaram a cobrar o acesso ao seu conteúdo.

No Brasil, as empresas jornalísticas entraram na rede a partir de iniciativas isoladas como as do Grupo O Estado de S. Paulo. Mas o primeiro jornal brasileiro a fazer uma cobertura completa no espaço virtual foi o Jornal do Brasil, em 28 de maio de 1995. Outros veículos que também entraram na rede foram: O Estado de Minas, Zero Hora, Diário de Pernambuco e Diário do Nordeste. Entretanto, somente em 1996, houve o lançamento do Brasil Online, primeiro jornal em tempo real, em língua portuguesa, da América Latina, conhecido hoje na rede como Folha Online. Quatro anos depois, o provedor de acesso à Internet Grátis (IG), coloca na rede o Último Segundo, um jornal digital produzido especialmente para Internet brasileira.

Para alguns autores como Pavlik, Silva Jr/2002 o desenvolvimento dos sítios de jornais passaram por três gerações, a 1ª geração (fase de transposição) na qual o conteúdo dos jornais impressos é transferido para mídia online. A 2ª geração (fase da metáfora) onde ocorrem experiências na tentativa de explorar as características específicas oferecidas pela rede. E-mail passa a ser utilizado como possibilidade de comunicação entre jornalistas e leitores. Surgem as seções “Últimas notícias”, link e hipertexto. E por fim a 3ª geração (fase da exploração das características do suporte web) onde passa-se a produzir a partir da web, aproveitando a tecnologia disponibilizada pela nova mídia.

Ainda não há um consenso sobre a terminologia a ser utilizada quando nos referimos ao jornalismo praticado na internet.

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Jornalismo online: Prática da informação na web

Jornalismo digital ou multimídia: desenvolver e produzir produtos jornalísticos.

Jornalismo eletrônico: Junção do jornalismo online com o digital.

Ciberjornalismo: Realizado com auxílio de possibilidades tecnológicas oferecidas pela cibernética ou ciberespaço.

Webjornalismo: Uso da web no jornalismo.

Características gerais do jornalismo digital

Multimidialidade: Convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico.

Interatividade: O leitor faz parte do processo jornalístico.

Hipertextualidade: Interconexão de textos através de links.

Personalização: Opção oferecida ao leitor para configurar os produtos jornalísticos de acordo com seus interesses individuais.

Memória: Acumulação de informações mais viável técnica e economicamente na web do que em outras mídias.

Instantaneidade: Extrema agilidade de atualização nos jornais da web.

A possibilidade de dispor de espaço ilimitado para disponibilização de material noticioso é a maior ruptura a ter lugar com o advento da web como suporte mediático para o jornalismo.

Classificação das notícias online

1) Últimas notícias, plantão ou breakingnews

Aparecem sempre na primeira tela. São informações em formato de notas que são disponibilizadas de maneira imediata e possibilidade de atualização contínua. O Material jornalístico é proveniente das Agências de notícias

2) Cobertura cotidiana

Materiais de cobertura rotineira do veículo e ocupa normalmente o espaço de uma tela, utiliza fotos, apresenta links para vídeo e áudio.

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3) Especiais

O material informativo é mais extenso, elaborado com mais tempo e ocupa seções específicas do webjornal. Hipertextualidade e multimidialidade sempre presentes na narrativa jornalística.

Informação e conteúdo na Web

Planejar e fazer conteúdo para a Internet inclui escrever, mas não se restringe a isso. Ao pensar o conteúdo online, é preciso avaliar a informação como um todo, a comunicação que aquele site deseja fazer, que tipo de impressão deseja despertar nos internautas e quais as perguntas do público que ele se prestará a responder. É preciso ainda pensar em caminhos, de preferência simples, que façam sentido para o internauta chegar ao que deseja, e isso tem tudo a ver com arquitetura da informação, usabilidade e acessibilidade, três inseparáveis companheiras. De que adianta um conteúdo maravilhoso, mas que ninguém encontra? É algo que tem tão pouca utilidade quanto um site visualmente lindo, mas sem conteúdo algum.

É fundamental que se conheça o público ao qual o site se destina. Quanto mais informação sobre esse público os webwriters, arquitetos da informação, designers e programadores tiverem mais chances eles terão de desenvolver um trabalho que de fato atenda aos internautas e lhes dê aquilo que procuram e esperam. O valor disso é inestimável, considerando que estamos numa rede que, cada vez mais, distancia os clientes do conceito de fidelidade, diante das múltiplas possibilidades de escolha com as quais eles se deparam e da facilidade de, sem custos, simplesmente mudar de URL quando bem entendem. Para conseguir destaque na Web, é preciso estar atento e saber que quem manda é o internauta.

Quando se pretende avaliar a qualidade do conteúdo desenvolvido para um site, faz-se necessário verificar se o que é apresentado ali está sendo dito de uma forma que os internautas entendem e gostam. Avaliar se o conteúdo está bem feito e bem organizado, se os caminhos estabelecidos pela equipe são fáceis de ser compreendidos pelos usuários, enfim, se o site é eficiente é um trabalho para o qual existem os testes de usabilidade, existe o bom senso e existem as métricas, também inseparáveis companheiras dos editores de conteúdo.

As análises estatísticas e a interpretação certeira desses indicadores, dentro do contexto do site e das premissas que se pretende levar em consideração ao avaliá-lo, são eficientes na condução do conteúdo e no estabelecimento de diretrizes para o que se pretende apresentar aos internautas. As métricas mostram onde erramos, onde acertamos o que pode ser melhorado e até o que deve continuar como está.

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O "achismo" não tem valor na Web, e nem é necessário. Os testes de usabilidade são de grande valia para que se evite lançar um site que não seja compreendido pelos internautas, que gere dúvidas e não incentive a navegação. Com estatísticas de fácil acesso e fácil compreensão, pode-se ter certeza de que o trabalho está bem feito, e de que o conteúdo está categorizado e disponibilizado de uma forma que lhe permite ser encontrado e tenha boa aceitação entre os usuários. Podem-se observar os caminhos dos visitantes e evitar que façam uma curva na hora errada, abandonando um portal de e-commerce pouco antes de finalizarem uma compra, por exemplo, ou deixando de ler parte de um texto simplesmente porque não o encontraram.

O Webjornalista

Antes de definirmos quais são as novas funções do jornalista nessa nova realidade que é a Internet, vamos mostrar quais são as diferenças entre o jornalismo impresso e o digital. O jornalismo impresso tem 24 horas para elaborar e concluir suas edições, tem o limite de espaço no papel, enquanto que no digital não tem horário de fechamento e a cada cinco minutos pode se alimentar o site com novas informações da notícia, tudo é em tempo real, não há limites de espaço por que há a possibilidade de se inserir vários links à notícias que são desdobramentos do fato inicial.

Com as crises econômicas que enxugaram as redações, houve um acúmulo de funções para muitos jornalistas. Nos sites da internet, o acúmulo é maior, já que o jornalista deve saber um pouco da tecnologia da rede para agilizar o trabalho.O webjornalista "...não tem medo de manuais de instruções, instala programas, enfim, faz a roda girar dentro daquela caixa que tem tudo o que a gente precisa para fazer o jornalismo multimídia hoje: o computador"1.O profissional passará de guardião da informação a intérprete da notícia, já que deverá ter uma percepção ampla da realidade para interpretar e transmitir esse conhecimento ao leitor, interligando o texto escrito, a imagem, o podcast ou o vídeo, além de relacionar a notícia com outros fatos cobertos por outras editorias ou desdobramentos do mesmo fato.

O webjornalista deve raciocínio sagaz para redigir e revisar o texto do podcast ainda no local onde ocorreu o fato ou a entrevista que substitui as aspas numa reportagem convencional. Ou ainda gravar e editar o vídeo que vai inserir na reportagem. O profissional ainda escolhe os melhores ângulos das fotos que irá compor o slide show, relaciona essa notícia com outras do mesmo tema e insere os links na matéria.2 O webjornalista é em suma um profissional multimídia.

1 Duarte, Alec. Quem pode ser jornalista multimídia? http://webmanario.wordpress.com/2009/02/07/uma-entrevista-aos-sabados captado em 21/10/20092 Santos, Regiane. Um profissional camaleão. www.observatoriodaimprensa.com.br captado em 24/10/2009. Com adaptações.

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A ética no Jornalismo Digital

O jornalismo brasileiro vive hoje uma crise ética muito especial. Mais do que a incidência de desvios éticos pontuais, a característica dessa crise é o vazio ético3. Nas redações, deu-se uma rendição generalizada aos ditames mercantilistas ou ideológicos dos proprietários dos meios de informação. A liberdade de informar e o direito de ser informado, consolidados na Declaração Universal dos Direitos do Homem e erigidos em ideologia dos códigos de ética jornalística nos mais diversos países, tornaram-se letra morta.

No dia-a-dia das redações, o vazio ético é reforçado por mecanismos diversos, entre os quais o fim da demarcação entre jornalismo e assessoria de imprensa; a fusão mercadológica da notícia, entretenimento e consumo; a concentração de propriedade na indústria de comunicação; a crescente manipulação da informação por grupos de interesse; e, principalmente, a mentalidade pós-moderna, que celebra o individualismo e o sucesso pessoal. Aliado a todos esses fatores, pode-se juntar o jornalismo online como fator também dominante para a mudança dos conceitos éticos até então conhecidos, nessa era pós-moderna.

Afinal, ética jornalística deve ser vista como parte ou da ideologia de uma época ou de uma hegemonia datada. E a revolução vinda com a internet representa essa nova ideologia, esse novo modo de vida, o que vem, também, pala revolucionar conceitos antes estabelecidos antes da era da comunicação digital.

Os códigos de ética diferem de país para país, ou de uma época para outra, justamente porque refletem mudanças de ênfase ou de articulação de valores das matrizes éticas de cada cultura ou de cada tempo. De hábitos novos surgem novos valores, que por sua vez se aplicam na forma de normas de conduta, entre elas os códigos aplicados na ética, como são os diferentes códigos de ética profissionais, inclusive os dos jornalistas. Os diferentes códigos aplicados de ética são, portanto, exercícios datados de hegemonia ideológica. Seus processos de formulação e de legitimação se dão em contextos discursivos também datados.

O jornalismo on-line tem, como apontam Palacios e Machado4, se intensificado como objeto de pesquisas acadêmicas e de desenvolvimento profissional. As discussões

3 KUCINSKI, Bernardo. Jornalismo na era virtual. São Paulo: Editora Unesp, 2004.10

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propostas e desenvolvidas nesse campo de estudos variam desde mapeamento de produções, uso de ferramentas e tecnologias na rotina das redações e na distribuição do conteúdo jornalístico, estratégias narrativas, especificidades do ciberespaço e dos fazeres comunicacionais que ele propicia, entre outros. A cada dia mais investigações direcionam seus esforços para o webjornalismo.

Uma área crucial para a discussão e compreensão das rotinas profissionais e do próprio desenvolvimento da profissão e de suas potencialidades é a ética no jornalismo on-line.

A filosofia, origem de toda discussão de ética, não nos permite afirmar que a ética se conceba como uma premissa, fechada, inflexível, indiscutível ou imutável, ainda que esteja sendo aplicada a uma dada profissão. Não é fácil estabelecer regras que determinem ações a partir de uma análise breve de um código de ética. Isso porque pensar a ética, ainda que para analisar premissas deontológicas, significa também pensar a filosofia.

A ética pode ser compreendida de distintas formas. Seja pela idealização de Platão ou pela racionalidade aristotélica, a reflexão ética pode – e deve – ser aplicada ao jornalismo, independente do suporte em que se insira. Ainda que em muitos momentos a discussão filosófica possa parecer distante da realidade da comunicação, ainda se apresenta como fundamental para compreender as relações humanas e, por conseqüência, o papel assumido pelo jornalismo (on-line) na sociedade contemporânea.

É preciso compreender especificidades do jornalismo on-line – que ou são exclusivas dele ou foram potencializadas por ele, como é o caso do usuário produtor de conteúdo (seja através de blogs ou do jornalismo participativo), as novas formas e possibilidades de interação entre o usuário e o jornalista, entre outros.

Uma questão que muito vem sendo debatida, por exemplo, e que foi introduzida graças aos avanços da era digital, é a dos direitos autorais na internet.

Conforme demonstrado neste trabalho, a Lei dos Direitos Autorais protege quaisquer criações do espírito, sejam elas expressas por qualquer meio, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro. Ou seja, independentemente do meio físico em que se encontra a obra, (livro, CD, Internet, etc.), o objeto do direito autoral será sempre o de proteger as obras intelectuais pela originalidade ou criatividade da forma. O bem jurídico protegido pelo legislador é, dessa forma, o produto da criação intelectual. Logo, pode-se afirmar que o meio eletrônico está inserido na proteção local vigente, sendo cabível a reivindicação dos direitos autorais violados através desse meio.

4 MACHADO, Elias; PALÁCIOS, Marcos. O ensino de jornalismo em redes de alta velocidade: Metodologias & Softwares. Salvador: EDUFBA, 2007.

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Isso demonstra o quão importante é a manutenção da discussão acerca da ética jornalística dentro dessa nova era digital. Deve-se, contudo, tomar cuidado para que não ocorra uma tentativa exagerada de marcar uma diferença ética entre os veículos de comunicação, com a criação de novos períodos e novos conceitos, propostos sem que sejam discutidos os conceitos iniciais que propuseram toda essa discussão.

Portais

Portais são as páginas na internet que servem como ponto de acesso direto a um conjunto de serviços e informações. O portal globo.com, por exemplo, permite que o usuário encontre, em uma mesma página, acesso a e-mail, vídeos, notícias, entretenimento, esportes, downloads, jogos, rádios, blogs, fotologs, sites de humor e informações sobre programação de TVs, entre outros serviços e conteúdos. Os portais podem ser horizontais, permitindo acesso a vários tipos de informação e serviços, ou verticais concentrando links para conteúdo sobre um assunto específico. Os portais são as “máquinas de busca”, o lugar onde começa a ação inicial do internauta. A informação está a centrar-se cada vez mais em portais. O primeiro portal do Brasil foi o Cadê, que foi ao ar em outubro de 1995.

UOL – Universo On Line

O portal foi lançado em abril de 1996 pelo Grupo Folha. No mesmo ano é anunciada a fusão das operações com o portal Brasil Online, do Grupo Abril. O site tem parcerias com vários jornais e agências de noticias, como os jornais The New York Times, Der Spiegel, USA Today, BBC e a agência Reuters. Oferece conteúdo das publicações da Editora Abril e blogs de jornalistas renomados.

Terra

Fruto de uma parceria entre o grupo RBS e a Nutec, empresa de software, o portal Zaz é lançado em dezembro de 1996. O site oferecia conteúdos de notícias de grandes grupos de imprensa do Brasil, como O Globo, Agência Estado, Zero Hora, Isto É e Correio Brasiliense. Em 1999, o grupo espanhol Telefónica interessado em iniciar as operações de Internet na América Latina, forma uma join-venture com o grupo controlador do Zaz. Com a nova empresa, o site passa a se chamar Terra. O novo portal ganhou grande notoriedade com os atentados terroristas em 2001 com a cobertura minuto a minuto da tragédia.

IG – Internet Group

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Foi ao ar pela primeira vez em janeiro de 2000, inovou com a primeira redação exclusiva de Internet em um mercado marcado pelo domínio dos grandes grupos de mídia. O IG teve em seu lançamento uma forte campanha publicitária que abalou o mercado brasileiro de Internet. Oferecendo acesso gratuito e conteúdo de qualidade superior para os internautas, o portal apostou no rápido retorno financeiro com as vendas publicitárias. Com o colapso da Nasdaq no mesmo ano, o retorno esperado pela empresa não veio e os balanços financeiros entraram em déficit. Em 2004, os grupos GP Investimentos e Opportunity vendem o IG para a Brasil Telecom, empresa de telecomunicações. No mesmo ano, é feita a fusão com os sites iBest e BrTurbo. Em 2009, o IG passa ao controle da Oi, com a compra da Brasil Telecom.

JB Online

Em janeiro de 1995, foi ao ar o primeiro site jornalístico brasileiro, o JB Online. Criado por Sérgio Charlab, então diretor de projetos especiais do Jornal do Brasil, a versão online do jornal enfrentava descrença dentro da própria redação. O site inovou ao oferecer aos internautas a seção “Extra” que depois viraria “Tempo Real”, publicação imediata das notícias no site.

G1

Lançado em 2006 pelas Organizações Globo, o portal tem conteúdo dos jornais: O Globo, Valor Econômico, Diário de São Paulo, The New York Times, das agências de noticias: Agência Estado, France Press, Reuters, Associated Press e EFE. A Rede Globo, Rádio Globo e CBN dão o conteúdo jornalístico multimídia ao site.

Blogs e Twitter

Blog é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou "posts". Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog. Muitos blogs fornecem comentários ou notícias sobre um assunto em particular; outros funcionam mais como diários online. Um blog típico combina texto, imagens e links para outros blogs, páginas da web e mídias relacionadas a seu tema. A capacidade de leitores deixarem comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante de muitos blogs. Alguns sistemas de criação e edição de blogs são muito

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atrativos pelas facilidades que oferecem, disponibilizando ferramentas próprias que dispensam o conhecimento de HTML. A maioria dos blogs são primariamente textuais, embora uma parte seja focada em temas exclusivos como arte, fotografia, vídeos, música ou áudio, formando uma ampla rede de mídias sociais. Outro formato é o microblogging, que consiste em blogs com textos curtos, como é o caso do Twitter. Em dezembro de 2007, o motor de busca de blogs Technorati rastreou a existência de mais de 112 milhões de blogs. Com o advento do videoblog, a palavra "blog" assumiu um significado ainda mais amplo, implicando qualquer tipo de mídia onde um indivíduo expresse sua opinião ou simplesmente discorra sobre um assunto qualquer.

Os blogs começaram como um diário online e, hoje, são ferramentas indispensáveis como fonte de informação e entretenimento. O que era visto com certa desconfiança pelos meios de comunicação acabou virando referência para sugestões de reportagem. A linguagem utilizada pelos blogueiros foge da rigidez da praticada nos meios de comunicação deixa o leitor mais próximo do assunto, além da possibilidade do diálogo entre jornalista e leitores. Grande portais de notícias veiculam com frequência informações de blog e dão crédito ao jornalista. Muitos sites oferecem gratuitamente serviço de hospedagem de blog com ferramentas que ajudam na configuração da página na web. O BliG do US é o primeiro weblog de jornalismo entre os portais da internet brasileira. Hoje blogs jornalísticos de grande destaque são os dos jornalistas Ricardo Noblat, Juca Kfouri, Marcelo Tas, Rosely Sayão, entre outros.

Twitter é uma rede social baseada em mensagens instantâneas curtas, de até 140 letras, foi o primeiro site a popularizar o conceito de 'microblogging'. A idéia inicial do Twitter era permitir que os usuários informassem, de maneira rápida, o que estavam fazendo no momento em que navegavam pela internet. Atualmente, a ferramenta é usada também para coberturas jornalísticas em tempo real. Como ainda é muito recente, ainda existem muitas discussões em torno da veiculação de notícias nessas redes sociais, mas é inegável a instantaneidade dos fatos e a aprovação da maioria que aposta nesse meio.

Cross Media: Integração das Mídias

Cross Media é a distribuição de serviços ou notícias, produtos e experiências por meio das diversas mídias e plataformas de comunicação existentes no mundo digital e off-line. Cross Media eficaz une as estratégias tradicionais de produção da notícia, publicidade e propaganda com a veiculação de conteúdo direcionado na Internet, através de um web site, hot site ou portal. "Amarrar" a comunicação é o melhor caminho para veicular notícias, promover ou reposicionar a sua Empresa e, para que haja sensibilização e tomada de decisão dos leitores, é necessário utilizar os diversos níveis e meios de comunicação, proporcionando grandes possibilidades de negócios; "Dar pequenos tiros" (diversificados meios de comunicação), a fim de ter maiores resultados, ao invés de um único meio (ex: TV), sem interatividade.

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Silvio Meira, professor de engenharia de software da Universidade Federal de Pernambuco, afirmou durante o MediaOn, maior fórum de jornalismo da América Latina, que a mídia tradicional terá de se adaptar às novas tecnologias sob o risco de extinção. Ele cita o exemplo do jornal inglês The Guardian que está disponibilizando todo o seu conteúdo dos últimos dez anos, com a possibilidade de interatividade com o usuário.

A internet e o declínio dos jornais

"Ainda não é o momento de obter lucro com jornalismo na internet, é hora de investir." A frase, dita pelo jornalista e professor da Universidade do Texas Rosental Calmon Alves, ecoou forte no auditório da Universidade do Minho, em Braga, Portugal, durante as Jornadas dos Dez Anos de Jornalismo Digital em Portugal. Experiente homem de imprensa, Rosental profetiza o fim do jornal de papel tal como o conhecemos. E provoca: "O futuro é a internet. Não podemos ter medo de canibalizar o jornal. Ele vai afundar. É o que chamo de mediacídio: a morte lenta da mídia tradicional. E não estou preocupado com o fim do jornal. Preocupo-me com o futuro do jornalismo".

Rosental faz questão de ressaltar que o desastre provocado pela especulação em torno das ações das empresas pontocom, que desestimulou investimentos na rede, já virou passado e quem continuar no caminho de não investir na web sairá do mercado.

Para ele, as empresas devem entender que o jornal precisa fazer a transição do modelo de produto para o de serviço. "Um produto é algo estático, é uma coisa concreta que você pega e leva para casa, já um serviço é uma coisa dinâmica, que serve ao leitor, no telefone celular, no computador, onde seja que a pessoa quer ter a notícia."

Diretor da Cátedra Knight em Jornalismo, da Universidade do Texas, em Austin (EUA), Rosental também acredita que a mídia precisa aprender a dialogar. "O jornal perdeu o poder de mediação e agora tem que se sujeitar ao julgamento dos milhões de pessoas que estão conectadas e podem ter voz ativa por meio de redes de comunicação", afirma.

O jornalista diz que "hoje os usuários vêem, ouvem e lêem o que querem". O fato de as pessoas poderem escolher onde consumir informação é um enorme desafio e um grande problema para as empresas produtoras de notícias. Elas concorrem com sites que oferecem inúmeras opções, não necessariamente jornalísticas. O grande questionamento que ele deixa é como evitar que a verba publicitária seja desviada para sites que podem ter qualquer tipo de conteúdo. A dúvida ficou no ar, sem resposta.

Os Direitos Autorais na Internet

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A Internet já faz parte do cotidiano das empresas e do cidadão comum. A teconologia trazida pelo avanço das telecomunicações se consagrou e, hoje, não se pensa mais nas relações interpessoais e comeciais sem associá-las à essa ferramenta virtual. No entanto, além das vantagens trazidas pela Internet, surgiram também alguns pontos conflituosos, que antes não causavam tantas preocupações. Uma questão que tem causado muitos debates é a do Direito Autoral na Internet.

Os direitos autorais lidam, basicamente, com a imaterialidade, principal característica da propriedade intelectual. Estão presentes nas produções artísticas, culturais, científicas, etc.

A proteção e a remuneração dos autores começa a ser reconhecido na Inglaterra, por meio do "Copyright Act", de 1790, que protegia as cópias impressas por vinte e um anos, contados a partir da impressão. Obras não-impressas eram protegidas por apenas quatorze anos.

Porém, já em 1662, existia o "Licensing Act", que proibia a impressão de qualquer obra que não estivesse registrada. Na França, durante a Revolução Francesa de 1789, em meio às discussões dos direitos individuais, surge o droit d'auter, que aprimorou o direito autoral, adicionando o conceito de direito moral.

No Brasil, desde a primeira Constituição da República, de 1891, o direito autoral possui proteção constitucional. Atualmente, a proteção aos direitos do autor e dos titulares de criação intelectual é conferido pela Lei n 9.610/1998, a qual, em seu artigo 7, inciso XIII, dispõe que "são obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras que, por sua seleção, organização ou disposição de conteúdo, constituam uma criação intelectual".

Percebe-se, portanto, que a Lei dos Direitos Autorais protege quaisquer criações do espírito, sejam elas expressas por qualquer meio, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro. Ou seja, independentemente do meio físico em que se encontra a obra (livro, CD, Internet, etc.), o objeto do direito autoral será sempre o de proteger as obras intelectuais pela originalidade ou criatividade da forma. O bem jurídico protegido pelo legislador é, dessa forma, o produto da criação intelectual. As ideias em si não são protegidas. O direito autoral passa a existir no momento em que se materializa.

Assim, tem-se que o meio eletrônico está inserido na proteção local vigente, sendo cabível a reivindicação dos direitos autorais violados através desse meio.

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Tal entendimento é corroborado por alguns doutrinadoras do campo dos direitos autorais, a saber:

"Os meios de comunicação ampliaram-se. Mas essa amplitude não pode justificar ou servir como elemento para violar o direito do autor. O espaço cibernético, por exemplo, não é um caminho livre e despreocupado à disposição de todos e para tudo. Ele passa por portas delimitadas e perfeitamente controláveis".5

"A Internet é uma grande rede de computadores que permite a qualquer um deles entrar em comunicação com qualquer outro a ela conectado. A comunicação de todo tipo de criação intelectual entre as diversas pessoas recoloca com intensidade a importância da propriedade intelectual (...) O uso de uma obra qualquer na Internet que seja protegida pela legislação de copyright estará formalmente sujeita às regras de cada país e aos acordos e Convenções Internacionais".6

O importante a ressaltar é que todas as obras intelectuais (livros, vídeos, filmes, fotos, obras de artes plásticas, música, intérpretes, etc.), mesmo quando digitalizadas, não perdem sua proteção e, por isso, não podem ser utilizadas sem prévia autorização.

Apesar de qualquer pessoa que tenha acesso à Internet possa inserir nela material e qualquer outro usuário pode acessá-lo, "os direitos autorais continuam a ter sua vigência no mundo on-line, da mesma maneira que no mundo físico. A transformação de obras intelectuais para bits em nada altera os direitos das obras originalmente fixadas em suporte físicos".7

Assim como a cópia xerográfica é um crime, que continua sendo praticado abertamente, as violações dos direitos autorais pelos usuários da Internet estão se tornando igualmente comuns, de modo que quase ninguém acredita em um controle legal, ainda mais sem uma legislação própria. Afinal, a facilidade em diponibilizar, pela Internet, conteúdos, informações, bases de dados ou qualquer outro tipo de criação intelectual se entrelaça, igualmente, com a simplicidade na produção e edição de cópias de tais criações, em detrimento ao direito dos seus autores.

Todas essas violações seriam legais se fosse pedida a autorização ao titular dos direitos. Para que iso aconteça, é preciso que se criem leis claras e não um emaranhado trabalhoso de normas que, no fundo, tornarão o licenciamento muito oneroso. Enquanto isso não ocorre, estamos fadados a conviver com esse submundo ilegal de violações dos direitos autorais.

5 CABRAL, Plínio. "A nova lei dos Direitos Autorais". p. 30. São Paulo: Harbra, 1998.

6 WILLINGTON, João. OLIVEIRA, Jaury N. de. "A nova lei brasileira de Direitos Autorais". p. 10/11. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 1999.

7 GANDELMAN, Henrique. "De Gutenberg à Internet: direitos autorais na era digital". p. 154. Rio de Janeiro: Record, 1997.

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A difusão cada vez maior das obras intelectuais pelos meios de comunicação gerou a necessidade de proteger o direito autoral pelo mundo. Isso pode ser realizado através da feitura de contratos internacionais nos quais se procuraria dar aos autores e editores dos países assinantes a mesma proteção legal que se têm em seu próprio país.

A Internet está criando um verdadeiro caos à medida que rompe qualquer barreira, pois torna a proteção aos direitos autorais - que atualmente é territorial - obsoleta. E a tendência é que essa "propagação online" de obras das mais diversas áreas só aumente, já que o alcance da Internet será cada vez maior, e, com certeza, chegará a ser, em pouco tempo, um veículo de comunicação em massa. É daí a necessidade de que se crie um código universal plenamente funcional, visando a proteção desses direitos.

Tendências e expectativas do jornalismo digital

Uma das possibilidades mais fortes é que o jornalismo digitale desenvolva melhor o uso da interatividade e da multimidialidade, características já existentes, mas pouco aproveitadas. A ampliação dos recursos atuais é um crescimento natural, usar mais áudio e vídeo já acontece em alguns sites, como O Clarin, assim como a participação maior do leitor, já em alta em sites como o Digg. Dentro da questão da interatividade, Elisabete Barbosa, consultora de relações públicas, escreve :

Os estudiosos dividem-se e apresentam diferentes perspectivas do que está para vir. Por um lado, defende-se que o jornalismo online terá práticas e características semelhantes às atuais, apenas utilizará um meio diferente para a difusão da mensagem, um meio que tem a vantagem de conjugar texto, imagem e som numa só estrutura e que está ao alcance de todos, em qualquer lugar do mundo, à distância de um clique. Em oposição, estão os estudiosos que vêem na Internet o fim do jornalismo. Não sendo necessário um mediador que selecione e apresente as notícias, uma vez que todos podem aceder às mesmas fontes de informação que os jornalistas, estes deixarão de ter um papel relevante na sociedade e seremos, ao mesmo tempo, produtores e consumidores de conteúdos. O futuro do jornalismo, apesar de ser difícil de prever, deverá estar num espaço intermédio entre as duas versões apresentadas anteriormente. A Internet não representará o fim do jornalismo e dos jornalistas, mas vai, certamente, modificar muitas das práticas atuais nas redações (mesmo nas de meios de comunicação online). O profissionalismo dos jornalistas continuará a ser os mesmo; a forma como se investiga e constrói uma notícia terá semelhanças com o que se realiza hoje; a apresentação será diferente e os profissionais do setor terão que se adaptar as novas tecnologias.

Marcio Flizikowski escreve no artigo “O desafio do jornalismo no século 21“, publicado no Observatório de Imprensa, uma interessante análise para o futuro:

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1) O modelo de jornalismo de manual não deve sobreviver, e conseqüentemente, as técnicas jornalísticas atuais, como pirâmide invertida e lide devem se exaurir.

2) O texto informativo cederá espaço à interpretação, e possivelmente o futuro levará o jornalismo para o comentário e a opinião, criando o que denomino jornalismo de grife;

3) O enfoque diferenciado para as informações com certeza será o caminho para o jornalismo no futuro;

4) A credibilidade será o motor propulsor das informações jornalísticas. Com excesso de fontes, sobreviverão apenas aqueles com alto grau de credibilidade entre o público;

5) Velocidade será fundamental, mas ela somente terá validade com credibilidade e correção, não adiantará dar a informação antes, se ela estiver errada;

6) Finalmente, o caráter humano, o lado emotivo das informações deverá ser valorizado. As novas tecnologias estão provocando um distanciamento do público, e o excesso está banalizando as informações. O resgate da humanidade nas notícias jornalísticas com certeza será o contraponto da invasão das novas tecnologias.

As novas tecnologias estão mudando o fazer jornalístico de forma profunda, independentemente do meio, seja rádio, televisão ou veículos impressos, além de dar início a um novo jornalismo praticado na mídia digital. Talvez o mais importante fator a condicionar o futuro do jornalismo é a nova relação entre os profissionais e o público. A internet colocou nas mãos das pessoas comuns a possibilidade de elas tornarem-se protagonistas ativos na arena da informação pública. Isto nunca havia ocorrido antes em escala massiva.Ferramentas como as páginas web, os blogs, as listas de discussão, os fóruns, os chats e o correio eletrônico deram ao público um poder inédito em matéria de observação crítica da imprensa e isso passou a ameaçar o olímpico isolamento dos jornalistas e formadores de opinião pública. Os profissionais que já estavam desorientados pelo inexorável encolhimento das redações, pela introdução maciça de novas tecnologias, pela falta de tempo e recursos para contextualizar informações, passaram também a enfrentar leitores vigilantes e cheios de exigências. Por outro lado, os leitores e os autodenominados jornalistas amadores passaram a exercer o seu papel ativo na comunicação sem terem tomado consciência de toda a complexidade do jogo da informação. Trata-se de uma situação delicada e que pode gerar conseqüências trágicas.

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