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O JORNALZINHO ESCOLAR: ORIENTAÇÕES PARA AS EDUCADORAS NA REVISTA DO ENSINO/RS (1950-
1960)
Tatiane de Freitas Ermel(Escola Monteiro Lobato/Porto Alegre/RS)
Palavras-chave: Imprensa Pedagógica; instituições escolares; jornal escolar
Introdução
O estudo analisa os artigos publicados na Revista do Ensino/RS (1950-1960)
referentes às orientações didático-pedagógicas para a criação e implementação do jornal
escolar. A Revista do Ensino/RS1 (1951-1978), como dispositivo de finalidades educativas,
procurou ser um guia à educadora jovem e idealista, encontrando em suas páginas “a solução
para resolver os árduos, porém sublimes, problemas do seu mister” e orientações/sugestões
sobre como desempenhar suas funções. Buscou ser um instrumento técnico-pedagógico de
atualização permanente dos professores em serviço e dos alunos das escolas normais, através
da divulgação de experiências pedagógicas, da realidade da educação e do ensino, como apoio
ao conteúdo das diferentes áreas que compunham o currículo do ensino. Como instâncias de
produção e de circulação dos saberes escolares, o periódico é uma fonte privilegiada.
Entre as instituições complementares à escola, estimuladas pelos protagonistas da
escola nova, desde as primeiras décadas do século XX, destaca-se o jornal escolar elaborado
pelos alunos, como atividade de sala de aula ou extra-classe, pois desenvolve um “trabalho
social em comum na Escola ou para a Escola”, orientando-se no sentido cívico-cultural de
construção da identidade nacional pela formação de hábitos e atitudes: auto-educação,
iniciativa, cordialidade, respeito mútuo, gosto pela vida ao ar livre, observação direta,
pontualidade e assiduidade, dedicação ao trabalho, zelo pelos instrumentos de trabalho,
sentimento de responsabilidade, de sociabilidade e de cooperação2.
Os jornais escolares, objeto de estudos no campo da história da educação, têm sido um
importante instrumento para investigar a cultura escolar das instituições, em seus mais
variados níveis de ensino3. Com formas e conteúdos variados, o jornal escolar registra em
suas páginas elementos do cotidiano escolar, tornando possível compreender os discursos e as
relações estabelecidas entre os alunos, professores, comunidade e Estado. Segundo Catani e
Bastos (1997), a imprensa oferece muitas perspectivas para a compreensão da história da
educação,
jornais, boletins, revistas, magazines – feitas por professores para professores, feitas para alunos por seus pares ou professores, feitas pelo Estado ou outras instituições como sindicatos, partidos políticos, associações de classe, Igrejas – contêm e oferecem muitas perspectivas para a compreensão da história da educação e do ensino. Sua análise possibilita avaliar a política das organizações, as preocupações sociais, os antagonismos e filiações ideológicas, além das práticas educativas e escolares. A imprensa é um corpus documental de vastas dimensões, pois se constitui em um testemunho vivo dos métodos e concepções pedagógicas de uma época e da ideologia moral, política e social de um grupo profissional. É um excelente observatório, uma fotografia da ideologia que preside. Nessa perspectiva, é um guia prático do cotidiano educacional e escolar, permitindo ao pesquisador estudar o pensamento pedagógico de um determinado setor ou de um grupo social a partir da análise do discurso veiculado e da ressonância dos temas debatidos, dentro e fora do universo escolar (CATANI; BASTOS, 1997).
A Revista do Ensino/RS publica reportagens sobre as instituições escolares, que
segundo o Relatório da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul
(1940-1943), compreendia: “Caixa Escolar, Merenda Escolar, Círculo de Pais e Mestres,
Clube Agrícola, Cooperativa Escolar, Biblioteca, Clube de Leitura, Grêmio Cívico, Liga da
Bondade, Pelotão da Saúde, Clube de ex-alunos, Jornal da Escola, Museu, Grêmio Esportivo,
Clube Musical, Liga de Boas Maneiras, Grupo de Escoteiros e outras instituições”4.
Nas orientações sobre estas instituições, Olga B. Maciel, orientadora da Educação
Primária do Estado do Rio Grande do Sul, destaca que
as instituições escolares vão ao encontro das necessidades infantis, porque delas participam ativamente as crianças, ao viverem situações reais (…) Desenvolvimento pleno e harmônico da personalidade, auto-confiança. Trabalho disciplinado, coletivo. Tornar o indivíduo útil a si próprio, ao seu grupo social e a própria nação. (MACIEL. Revista do Ensino/RS; set.1958, p 9).
Na intenção de que as instituições escolares fizessem parte do programa de ensino,
Maria Therezia Butzen Boni enaltece as funções destas instituições, a fim de construir
“Escolas de Vida” e despertar vocações e canalizar tendências; trazer a família junto à escola;
socializar o aluno, ensinando-o a viver em grupo, a ser sócio, a desempenhar cargos; despertar
e desenvolver espírito de solidariedade, cooperação e senso de responsabilidade; auxiliar no
desenvolvimento do programa de ensino e nas atividades de classe” (BONI. Revista do
Ensino/RS junho de 1955, p.43). Ainda, é salientado que as instituições, cada uma com suas
finalidades específicas, deveriam ser organizadas e dirigidas pelas próprias crianças e somente
orientadas pelos professores. As instalações não precisariam ser “pomposas” poderiam ser até
improvisadas, estimulando o esforço, individual e coletivo, para o funcionamento das
instituições.
A escola primária vista como instituição socializadora, deveria preparar as crianças
para a vida e o estímulo as lideranças para o melhoramento da coletividade: “descobrindo
líderes, ajudá-los a se salientarem sem jactância, como verdadeiros guias, que procurem uma
situação melhor, mais sã, de acordo com os princípios cristãos, não para si, mas para a
coletividade” (MACEDO. Revista do Ensino/RS; mai.jun. 1956, p.13). Era enfatizado às
educadoras que a criança deveria fazer parte ativa nos trabalhos de organização e
desenvolvimento das instituições escolares, pois, não sendo assim, a função das instituições
seria apenas de “auferir lucros materiais que de nada valem na educação integral do
indivíduo” que deveriam ser calcadas nos valores do trabalho, responsabilidade, vencer
dificuldades, aprender com o fracasso, confiança, desempenhar obrigações de uma instituição
escolar.
Dentre as diferentes instituições escolares, a Revista do Ensino/RS traz em suas
páginas orientações específicas para a criação, organização, forma e conteúdo dos jornais
escolares. Durante a pesquisa foram identificados os seguintes artigos, relacionados
diretamente ao tema: “O Jornal Infantil”, de Maria de Lourdes Moraes, Técnica em
Educação/SP, (1953); “Jornal Escolar: Trabalho de Grupo”, organizado pelo Setor de
Bibliotecas e Auditórios da Secretaria Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal,
(1960); “O Jornal Escolar: A Voz da Escola do Grupo Escolar Professor Ivo Courseuil”, de
autoria de Júlia Helena Kroeff Petry (1960); “O Jornal na Escola Primária: notícia de livro”,
de Ophélia Coelho dos Santos, funcionária do Setor de Bibliotecas e Auditórios do DEP/RJ,
(1961) “O Jornal na Escola Primária”, também de Ophélia Coelho dos Santos, (1962) e, por
último, “Jornal Mural”, de Lenice Bezerra Moura, (1968). A partir da análise qualitativa
destas reportagens, apresentadas ao longo das décadas de 1950 e 1960, na Revista do
Ensino/RS, desenvolvemos a pesquisa.
Os Jornais escolares na Revista do Ensino/RS
O jornal infantil é salientado por Maria de Lourdes Moraes (Técnica de Educação –
São Paulo), como um “poderoso instrumento de educação, um elemento eficiente da educação
ativa, contanto que ponha de fato em jogo a iniciativa das crianças” (Revista do Ensino/RS;
set.1953, p.54). O professor deveria apenas sugerir a ideia da fundação do jornal e
orientar/coordenar esta atividade, mas caberiam as crianças que se mostrassem mais
entusiasmadas sua organização,
Elas [as crianças] é que irão dirigir, isto é, encomendar, recolher e selecionar o material, contatar a impressão, cuidando de todas as demais providências que a feitura de um jornal requer. Assim também, convém deixar às próprias crianças a escolha de seus dirigentes, a qual poderá ser feita por aclamação ou votação. Esta, preparada e organizada pelas crianças, será outro grande elemento de educação. (MORAES. Revista do Ensino/RS; set.1953, p. 54)
Aos professores, seguia a orientação de não impor temas, nem formatar sentenças ou
coisas semelhantes. Deveriam apenas auxiliar na resolução de dificuldades e nunca retirar a
iniciativa da criança. Outra questão destacada era referente aos elementos que deveriam
compor o jornal, cabendo aos trabalhos literários e as ilustrações um papel central. Outras
sugestões são a seção charadística, palavras cruzadas e cartas enigmáticas, com torneiros e
prêmios aos vencedores e ainda, notícias sociais, notícias de competições e jogos, atualidades
e etc.
A orientação quanto a confecção do jornal é a de que a escola providencie a tiragem
do primeiro número e, com a renda, as crianças contratem as impressões posteriores. O ideal,
segundo Moraes (1953), é o jornal impresso pelas próprias crianças, pelo “processo
hectográfico”, pois além de mais econômico, exigiria a participação mais ativa das crianças.
A reportagem traz as recomendações para a confecção das cópias pelo processo sugerido e as
fórmulas para fazer a pasta gelatinosa e para a fabricação de tinta hectográfica,
As cópias por este processo poderão ser obtidas por meio de:a) papel acetinado escrito a mão, ou a máquina com tinta hectográfica. Pode-se substituir a tinta por papel carbono hectográfico posto por detrás do original com face voltada para ele. b) pasta gelatinosa destinada a absorver a tinta e colocada em forma de zinco de mais ou menos 0,02 m de altura. Esta forma poderá, também, ser substituída por uma lata grande e rasa (lata vazia de goiabada, marmelada, etc…)c) Folhas de papel ligeiramente absorventesFórmulas para fazer a pasta gelatinosa:1º Água …………..400gGlicerina …………400gGelatina …………..250gCaulim …………….50g2º Caulim ………….50gÁgua …………….1000gGelatina …………..200gGlicerina …………..50gFórmula para a fabricação de tinta hectográfica10 partes de anilina de qualquer cor (de preferência violeta ou preta)10 partes de álcool10 partes de goma arábica70 partes de água (MORAES. Revista do Ensino/RS; set.1953, p. 54)
Em outra reportagem, o tema central abordado é a relação entre a biblioteca e o jornal
escolar: “O livro recém chegado à Biblioteca é notícia para o jornal” (SANTOS. Revista do
Ensino/RS; nº 76; mai. 1961). É recomendada a elaboração de uma coluna por um “aluno
comentarista” que deve ser, naturalmente, “um estudante que revela um gosto definido pela
leitura, facilidade de expressão e escrita e um razoável conhecimento sobre o assunto”. São
ainda sugeridos títulos, tais como “Vitrina da Biblioteca”, “Novidades” ou “Novas Atrações”,
onde o aluno deve comentar um livro que acabou de ler, realizando um fichamento a partir
das três perguntas: “1º - Qual o assunto do livro? 2º - é bom? 3º - eu vou gostar?”.
Recomendam-se também algumas notas biográficas sobre o autor e um comentário sobre se o
assunto é novidade ou uma matéria antiga (SANTOS. Revista do Ensino/RS; nº 76; mai.
1961).
Pensando no intercâmbio entre leitores e a redação do jornal escolar, recomenda-se
que o comentarista abra sua coluna aos interessados, solicitando que sejam enviadas ao jornal
as apreciações de livros lidos, um concurso entre as apreciações e a seleção de algumas para a
publicação e fazer sua publicação, de vez em quanto, substituindo o próprio comentarista da
coluna. Santos (1961), salienta as diferenças entre os tipos de jornais escolares e sugere que
esta atividade de intercâmbio é mais oportuna para o jornal mural, pois este permite uma
maior variedade num espaço de tempo limitado. Já os jornais mensais, do tipo circulante, não
ofereceriam o mesmo grau de oportunidade. Para estes últimos, sugere-se uma coluna ao lado,
com títulos como: “A opinião do leitor” ou “O leitor também escreve”, “Como o leitor aprecia
o livro”, etc. Segundo as orientações de Casassanta (1939), o jornal escolar seria “o
instrumento eficiente não só de propaganda da biblioteca, como lugar indispensável para a
colheita das informações (...). O jornal escolar dará resumo de leituras, movimento da
biblioteca, intercâmbio de livros, etc” (p. 195-198).
Outra sugestão da reportagem é a organização de um concurso de “frases pitorescas”
encontradas nos livros de histórias ou revistas infantis, citando o título do livro, as páginas
onde foram encontradas as frases e o nome do aluno que as enviou. Estas recomendações,
como salienta a autora, serve para relacionar o “assunto dos livros e despertar mais vivo
interesse pelo seu jornal” (SANTOS. Revista do Ensino/RS; nº 76; mai. 1961).
Na reportagem intitulada “Jornal Escolar, Trabalho em Grupo”5 (Revista do
Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p. 48) segue a mesma ênfase sobre participação infantil no
planejamento, direção, organização e execução do jornal. O texto sugere uma série de
perguntas e respostas relacionadas, especificamente, ao planejamento e a direção do jornal. A
primeira orientação é de que as crianças tenham a necessidade de divulgação de seus
trabalhos para toda a escola. A partir de então, pensada a possibilidade de um jornal, surge
então um problema: como será o jornal e se a direção da escola concordará com sua
realização. Com o aceite da direção da escola, começam os questionamentos sobre:
Quem reunirá os trabalhos dos colegas das outras turmas? E em cada turma? Haverá um secretário de turma e também vários redatores. Mas só estes escreverão? Não, não podemos perder para tão poucos, tão precioso incentivo para uma redação: o trabalho deve ser feito por todos, o melhor deles será aproveitado (Revista do Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p. 48)
As notícias da escola deveriam estar presentes no jornal, responsabilidade designada
aos repórteres. Outra questão importante corresponde a organização, assim como a maneira
como será escolhida a direção do jornal. Quanto à escolha, deveria ser feita, “naturalmente”,
pelo processo democrático, ou seja, através de eleições, que procurariam: dar maior número
de oportunidade ao maior número possível de alunos; aproveitar todos os valores; fazer com
que os alunos escolha de acordo com as capacidades necessárias a cada cargo” (Revista do
Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p.49). Quanto as exigências comuns para todos os candidatos,
faz-se indispensável, o “senso de responsabilidade, iniciativa, continuidade de trabalho, boas
notas nas aulas” (Revista do Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p.76). Para cada cargo, em
particular, deveria ser considerado as seguintes habilidades aos candidatos,
O diretor – senso de liderança, visão larga, imaginação, iniciativa, energia, capacidade de trabalho, capacidade de planejamento e organização, habilidade; Os secretários – boa dicção, boa leitura, julgamento rápido, senso de organização, cortesia, habilidade, atenção; Os Redatores – boa redação, atenção, ordem e capricho natural; Os Revisores – observação, paciência; Os repórteres – vivacidade, observação, habilidade, julgamento rápido. (Revista do Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p.49)
Para verificar estas qualidades nos colegas, a sugestão compreende além da
observação infantil, que constituiria um “bom princípio na educação para a cidadania”, a
elaboração de provas específicas para os candidatos a cada cargo.
Neste mesmo número da Revista do Ensino/RS temos a história da fundação de um
jornal, contada pela professora Júlia Helena Kroeff Petry, do “Grupo Escolar Professor Ivo
Courseul”, localizado em Porto Alegre/RS. O jornal chama-se “A Voz da Escola”6 e foi
organizado pela professora que, dentre as demais instituições escolares, entendeu o jornal
como a que melhor poderia ser atendida, devido às deficiências do prédio escolar,
Depois de estudar comparativamente diversas instituições, cheguei à conclusão de que a que melhor se prestava era o jornalzinho escolar e decidi-me por ele. Revisei em “Extra-Curricular Activities”, de Harry C. Mac Kown, a organização de um jornal, seus objetivos dentro da escola, suas características, constituição das notícias de jornais, trabalhos que devem aparecer nos mesmos, etc, etc. Estudei as condições em que poderíamos fazer a tiragem do jornal. Dispúnhamos de um hectógrafo e tiraríamos as cópias nele. O jornal seria escrito à mão pelas crianças, o que serviria de estímulo à boa caligrafia. (PETRY. Revista do Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p.50)
Segundo a professora, todo o processo de organização foi realizado por meio de
votação, desde o nome do jornal até a escolha da comissão, formada por um gerente, dois
redatores e um repórter para cada turno. Em relação à elaboração dos artigos para o primeiro
número do jornal, coube a professora orientar a composição cada classe, desenvolvido a partir
de um tema “dado”, para depois selecionar os melhores trabalhos. Ainda, o artigo de fundo
era realizado sempre pelos redatores e “se enquadra nos objetivos da escola, encaminhado, em
geral, pela direção” (PETRY. Revista do Ensino/RS, nº 68, mai. 1960, p.50).
Segundo Casassanta (1939, p.62), as sugestões, assim escolha do nome do jornal
deveria partir das crianças7, sendo comum alguns nomes que não faziam parte do universo
infantil, como por exemplo, em certa escola, o jornal tinha o nome da professora. Ainda
salienta, que os nomes de aves e animais são do gosto das crianças, como: “O Colibri, O
Beija-Flor; O Papagaio; O Bem-te-vi; O Grilo; O Sabiá; A Andorinha; Borboleta; O Melro (o
nome de pássaros foi de 43 na primeira exposição de imprensa escolar8)”.
Figura 1: Exemplos de jornais escolares. (Fonte: RIELLI, Adelmo. O pequeno jornalista. Livrinho para escolares e colegiais. Capa de Hamilton de Souza. Gráfica Biblos Limitada. São Paulo, 1957, p.30 )
Em relação à escrita do jornal são salientadas as dificuldades, que mesmo escolhendo
os alunos de melhor caligrafia, não se conseguia uma “letra boa” e “uniforme” com a
utilização da pena de aço, devido ao fato dos alunos utilizarem a caneta automática ou caneta
esferográfica. Outro problema seria a “nova tinta hectográfica (única que se encontrava na
praça)”, que tornava as cópias fracas e quase ilegíveis. Como saída, a professora optou por
elaborar o jornal à máquina, condição que concretizou de forma considerada satisfatória. O
pedido da diretora de um mimeógrafo emprestado para a confecção dos jornais tornou-o ainda
melhor, “mais rápido, mais nítido e cópias sempre iguais” (PETRY. Revista do Ensino/RS, nº
68, mai. 1960, p.50).
O primeiro jornal do Grupo Escolar Ivo Courseuil saiu relativo ao mês de maio e foi
composto com três páginas. Logo, sairia o segundo em junho e, no momento da publicação da
reportagem (maio de 1960), o terceiro. A professora salienta a participação mais espontânea
das crianças ao longo da confecção dos primeiros exemplares, tanto para a venda como para
as colaborações. A professora do 1º ano do Grupo Escolar também fez sugestões, como
trabalhos de atenção, de observação, de discriminação visual, de direção.
A reportagem “O Jornal na Escola Primária” (Revista do Ensino, v. 11, nº 83 mai. de
1962), escrita por Ophélia Coelho dos Santos, inicia com a valorização do jornalista,
sintetizada na seguinte frase de Albert Camus “O jornalista é o historiador do momento”. A
partir de então, o artigo apresenta, em 4 páginas, todo o processo organizacional do jornal
escolar, desatacando os aspectos da técnica jornalística e todas as oportunidades para a escrita
do jornal,
É um visitante ilustre que chega à escola – eis o momento para a entrevista; é uma excursão que a turma realiza – momento oportuno para preparar uma reportagem; é um livro novo que chega à biblioteca – momento para redigir uma notícia; é um dia nublado que faz escorrer pingos de chuva pela vidraça – eis o momento de escrever uma crônica. São inúmeros os acontecimentos, diversos os motivos que fazem notícia para o jornal. (SANTOS. Revista do Ensino/RS, v. 11, nº 83 mai. de 1962, p.76)
Assim, como já colocado em outras reportagens, são dadas orientações para a
formação da equipe responsável e os requisitos necessários para a elaboração do jornal:
diretor-presidente, diretor-artístico, repórter, secretário, redator, revisor e tesoureiro. Ainda,
deve ser observada a divisão de tarefas, que requerem habilidades de “desenhistas e
datilográficos e ainda o auxílio de copistas, paginadores, grampeadores e distribuidores”.
Após a escolha da diretoria do jornal e da equipe, seguem as recomendações muito
semelhantes às reportagens anteriores: tipo de jornal, material escolhido para a elaboração, o
conteúdo, notícias selecionadas, comentários, seções, reportagens, entrevistas, conto da
semana, ilustrações, disposições da matéria. Temos também as orientações sobre as técnicas
jornalísticas: “Escrever é em parte arte, e em parte ofício. Como arte é um dom natural, como
ofício, aprende-se e aperfeiçoa-se. A redação jornalística é ofício” (PLACER. In: Revista do
Ensino, v. 11, nº 83 mai. de 1962). A reportagem traz um dos elementos sobre o ofício do
jornalista, embasados obra de Xavier Placer, intitulada “Jornalzinho Escolar” de 1959,
Às vezes, é clara a intenção de fazer jornal. Evidencia-se, porém, a confusão de tipos de redação e técnicas jornalísticas: descrições à guisa de reportagens; diálogos sem objetivo definido, por entrevistas. Confirma-se, então, o pensamento de Xavier Placer: é imprescindível que os pequenos jornalistas aprendam o seu ofício – redigir para um jornal. (SANTOS. Revista do Ensino/RS, v. 11, nº 83 mai. de 1962, p.78)
São destacadas ao longo da reportagem algumas noções prévias que os alunos
deveriam aprender e distinguir quanto ao significado de: tópico, editorial, notícia,
reportagem, entrevista e crônica. Após a apresentação e um breve resumo de todos os
assuntos, Santos (1962) declara a dificuldade em resumir toda a complexidade jornalística
e salienta a importância do desenvolvimento do jornal, “pelo seu valor social e
pedagógico”, na escola primária (SANTOS. Revista do Ensino/RS, v. 11, nº 83 mai. de
1962, p.79).
A última reportagem analisada nesta pesquisa é referente a um tipo específico de
jornal, o “Jornal Mural”, de autoria da professora Lenice Bezerra Moura (1968).
Primeiro, seguem as orientações organizativas do jornal, como o seu espaço dentro da
escola “deve ser colocado num lugar bem visível, de preferência em um corredor de
passagem, onde seja possível parar para ler”. Ainda, destaca que este tipo de jornal não
deve conter palavras-cruzadas, charadas ou artigos e reportagens grandes demais e a
matéria e seções dever ser esteticamente distribuídas e apresentadas sempre no mesmo
lugar. Quem organiza o jornal deveria ter “em mente” que a principal função do jornal é
informação, atualização, recreação e comunicação (MOURA. Revista do Ensino/RS,
nº116, 1968, p.47).
Seguindo as recomendações, uma série de assuntos que poderiam interessar o jornal
mural escolar:
a) Relativos a vida escolar: festas da escola, datas cívicas, matéria dada em classe, excursões feitas pela escola, material novo adquirido pela cooperativa, chega e saída de professores.b) Relativos ao que vai pelo Brasil – ou pelo nosso Estado: notícias selecionadas de jornais e revistas, dispostas ao redor de um mapa e ligadas por um fio de lá ao local onde se deu o fatoc) Relativos a biblioteca – livros recém-chegados, o livro que eu li, gráficos de atendimento mensal, fotografias com dados bibliográficos, de escritores, vultos brasileiros, etc.d) Relativos a alimentação – cardápio da semana (merenda escolar), valor nutritivo dos alimentos , receitas de fácil execução, etc.
e) Relativos a vida social – aniversários (de alunos, professores, funcionários), nascimentos (de irmãozinhos, filhos de professores), casamentos, falecimentos, doenças, fatos ocorridos nos bairrosf) Relativos ao “porquê” das coisas: pergunta pode ser lançada numa semana e respondida na outra. (MOURA. Revista do Ensino/RS, nº116, 1968, p.47).
Ao longo da reportagem são realizadas sugestões que estruturam toda a organização
do jornal. Este, deveria compreender notícias relativas à escola, como festas, merenda e
biblioteca, assim como as notícias do Brasil ou do Estado do Rio Grande do Sul. Para
finalizar, a reportagem traz como exemplo uma figura de jornal mural, distribuindo as
reportagens e seções, assim como os assuntos sugeridos na parte textual.
Considerações finais
Entre as instituições complementares à escola, estimuladas pelos protagonistas da
escola nova, desde as primeiras décadas do século XX, destaca-se o jornal escolar elaborado
pelos alunos, como atividade de sala de aula ou extra-classe, pois desenvolve um “trabalho
social em comum na Escola ou para a Escola”, orientando-se no sentido cívico-cultural de
construção da identidade nacional pela formação de hábitos e atitudes: auto-educação,
iniciativa, cordialidade, respeito mútuo, gosto pela vida ao ar livre, observação direta,
pontualidade e assiduidade, dedicação ao trabalho, zelo pelos instrumentos de trabalho,
sentimento de responsabilidade, de sociabilidade e de cooperação.
Em sua proposta, o jornal escolar busca dinamizar a ação educativa e estimular a
participação do aluno. Como recurso de ensino ou instituição escolar, oportuniza numerosas
atividades, oferece ambiente propício para a criança aprender fazendo, realizando ela própria
o aprendizado de conhecimentos e técnicas, a aquisição de hábitos e atitudes desejáveis, como
o espírito de iniciativa, direção e solidariedade, hábito de trabalho em grupo e cultivo do amor
à língua materna. Como trabalho de equipe, contribui para a formação do espírito de
cooperação, de coletividade, além de expressar o trabalho realizado, sendo uma “fonte
preciosa para a história da vida da Escola”
As reportagens analisadas na Revista do Ensino/RS trazem uma série de orientações às
educadoras, buscando incentivar a produção do jornal escolar pelos próprios alunos, sendo
tarefa dos professores apenas a supervisão desta atividade. Trazendo conteúdos semelhantes,
as autoras enfatizam a importância da escolha dos membros e do nome do jornal através do
processo eleitoral. Mesmo assim, é clara a existência da meritocracia na escolha destes
membros, devido às chamadas “exigências” necessárias para o exercício das atividades no
jornal, através da observação infantil e de provas específicas. No caso do jornal escrito, fica
evidente que aluno o escolhido seria aquele que apresentasse uma melhor caligrafia, ou seja,
uma “letra boa e legível”.
A imprensa e o ofício do jornalista seria o modelo a ser seguido pelas crianças de
diferentes níveis de ensino. O jornal escolar seguiria a estrutura de um jornal de grande
circulação, com alteração apenas os temas abordados, que seria do universo escolar. Também
são sugeridas alternativas para o trabalho ser concretizado mesmo em situações consideradas
não adequadas ou “precárias”, esperando a intervenção ideal do diretor/professora, que não
deveria passar do estímulo e da ajuda na confecção do jornal. Entretanto, esta medida nem
sempre era conseguida, já que professoras acabavam, muitas vezes, fazendo quase todo o
trabalho.
Reconhecendo suas peculiaridades, assim como a importância de uma análise
conjuntural, significativos estudos estão em andamento sobre este tema. Apesar do
esquecimento e, em muitos casos, o descarte constante da imprensa, alguns jornais escolares
foram conservados e aguardam pesquisas que contribuam com a escrita da história da
educação.
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1 Sobre a Revista do Ensino/RS, ver Bastos (1997 e 2005). 2 Recentemente, os alunos do 2º ano do Colégio Marista São Pedro/Porto Alegre lançaram o jornal Florestal Mirim. O conteúdo mostra as principais atividades feitas pelos estudantes durante o ano. As reportagens são escritas pelas crianças e supervisionadas pelas professoras (Jornal Zero Hora, Porto Alegre 13 de dezembro de 2012, p.3). Os alunos do 5º ano do Colégio Bom Conselho/Porto Alegre também vem desenvolvendo as atividades de confecção de um jornal. Neste caso, o trabalho realizado pelos alunos foi divulgado em um jornal de grande circulação no Estado do Rio Grande do Sul. Algumas seções do jornal produzido pelos alunos: “Cabeção, nosso mascote; Bom Conselho Urgente; Auxílio aos Estudos; Antes e Depois; Noite de Luz; Baile da Primavera; Esportes; Direitos Humanos (Zero Hora, Porto Alegre 03 de janeiro de 2013, p. 4 e 5)3 Entre os estudos que investigam jornais escolares, podemos destacar: Almeida (2009, 2010a, 2010b) Amaral (2002), Bastos e Ermel (2010), Cunha (2010), Fraga (2012), Pinheiro (2000), Rabelo (2012), Renk (2011), entre outros. 4 Entre os anos de 1940, 1941 e 1942, temos um significativo aumento na produção de jornais escolares no Estado do Rio Grande do Sul, sendo 6, 32 e 54, respectivamente. Fonte: RS/SEC. Relatório de maio de 1943, p. 52.5 Essa reportagem é assinada pelo Setor de Bibliotecas e Auditórios da Secretaria Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal.6 Foram encontrados, nas décadas de 1930 e 1940, exemplares com esse mesmo nome no Colégio Elementar Souza Lobo, localizado também em Porto Alegre/RS. Sobre, ver Bastos e Ermel (2010).7 Os exemplos citados pelo autor de nomes de jornais que parecem não ser escolha das crianças: “Fonte de Luz; O Indiscreto; Céu de Minas; Horizonte infantil; O Instrutivo; Porta-voz infantil; Rumo do Saber; Folha de trevo; Riso Juvenil; O porvir; O Crisol; Pena Infantil” (Casassanta, 1939, p. 62). Outros exemplos de nomes de jornais de instituições escolares: Primavera (Florianópolis); Voz do Gerb (Orgão do Grêmio Estudantil Ruy Barboza), O Mérito (órgão oficial do ginásio Alcântara), Nossa Escola, O Centenário (Órgão Cultural – alunos do Ginásio e Escola Técnica do Comércio “Vitor Viana”) SP., Folha Acadêmica, A Gazeta (edição infantil, SP), O Ratinho (manuscrito – 4º ano), Netuno (órgão oficial do corpo docente da escola técnica de comércio da Faculdade de Ciências Econômicas de Pernambuco, Colibrí (Jornal da Quarta Série, SP), O Ginasiano (órgão oficial do Ginásio Olavo Bilac de Londrina), O Tico-Tico, O Cooperador Paulino, O Jornalizinho, O XI de Agosto (órgão oficial do centro acadêmico XI de agosto), Dom Bosco (revista mensal). Rielli (1957, p.29-34).8 A exposição a que o autor faz referência é a primeira exposição sobre imprensa escolar, organizada em dezembro de 1933, no Rio de Janeiro, pela Sociedade Amigos de Alberto Torres. Nesta exposição, segundo o autor, “foram apresentados cerca de 500 jornalzinhos, de todos os recantes de Minas” (CASASSANTA, 1939, p.38).