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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
José Francisco Zavaglia Marques
A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO.
Santa Maria, RS, Brasil
2018
José Francisco Zavaglia Marques
A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO.
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Educação Ambiental, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção de
grau de Especialista em Educação Ambiental.
Orientadora: Profª Damaris Kirsch Pinheiro
Santa Maria, RS, Brasil
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço à professora orientadora Damaris Kirsch Pinheiro pelo tempo, dedicação,
paciência e carinho contribuindo para transformar esse sonho em realidade.
Muito obrigado a Deus pela vida e pela força para o desafio de realizar este trabalho
e o apoio, compreensão, carinho, amor e força dos meus pais Vilmar e Marcia Marques e da
minha esposa Keiciane C. D. Marques.
Aos meus colegas e professores pelo compartilhamento de experiências,
conhecimentos, alegrias e angústias nesta formação e que sem dúvida saímos mais unidos e
fortalecidos para encarrar os problemas que a vida apresentar em busca das melhores
soluções.
RESUMO
A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO.
AUTOR: José Francisco Zavaglia Marques
ORIENTADORA: Profª Damaris Kirsch Pinheiro
Diferentes fóruns, simpósios entre outros eventos destacam que os países devem assumir os
seus compromissos para o cuidar do nosso planeta e assim amenizar ou extinguir atitudes que
estão reduzindo a qualidade da natureza. Neste sentido, a educação formal deve desempenhar
a sua função na formação da cidadania dos discentes, de modo a desenvolver o pensamento
crítico, as mudanças de valores, de atitudes e a responsabilidade com a natureza. Assim, a
proposta deste trabalho é relacionar o estudo da disciplina de química com questões ligadas à
temática solo, buscando obter as percepções dos estudantes relacionadas ao tema e
sensibilizá-los sobre os impactos e as consequências das ações humanas. Os sujeitos da
pesquisa foram 31 estudantes do 1° ano do Ensino Médio de uma escola particular do
Munícipio de Cachoeira do Sul-RS. A temática de solos foi desenvolvida dentro de uma
sequência didática e os instrumentos utilizados, nesta pesquisa, com os discentes, foram a
construção de: mapa mental, infográfico e a produção de resumos a partir de textos sobre o
assunto. Como resultados alcançados, aponta-se uma maior motivação dos estudantes no
envolvimento na produção dos mapas mentais e infográficos contendo imagem-texto quando
comparados com a produção dos resumos textuais. Os grupos representaram a partir da
produção dos infográficos o impacto que a mineração produz na sociedade, na natureza e na
economia em nível local e global.
Palavras-chave: Ensino de química. Meio Ambiente. Solos.
ABSTRACT
CHEMISTRY IN MIDDLE SCHOOL THROUGH THE THEME SOIL.
AUTHOR: José Francisco Zavaglia Marques
ADVISOR: Profª Damaris Kirsch Pinheiro
Different forums, symposia and other events highlight that countries should assume their
commitments to take care of our planet and then assuage or extinguish attitudes that are
reducing nature’s quality. The formal education should perform its function on students’
citizenship formation, developing critical thinking, change of values, attitudes and
responsibility about nature. The purpose of this study is to connect the chemistry education to
questions about the theme soil, pursuing students’ perceptions and to sensitize them about the
impacts and consequences of human actions. The subjects of this research are 31 first year
students of a private high school at Cachoeira do Sul-RS. The thematic soil was developed
inside of a didactic sequence and the instruments used in this research were creation of mental
map, infographic and production of abstracts based on texts about the theme. As achieved
results, it was noticed a higher motivation of the students on the creation of the mental maps
and infographics with image-text when compared to abstracts’ production. The groups
represented through infographics’ production the impacts mining generate on society, nature
and economics at local and global levels.
Key-words: Chemistry Education. Environment. Soils.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8
1.1 JUSTFICATIVA ................................................................................................. 9
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 10
1.2.1 Objetivos específicos ......................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 11
2.1 CLASSIFICAÇÃO E FORMAÇÃO DAS ROCHAS ........................................ 11
2.1.1 Magmáticas ou ígneas ....................................................................................... 11
2.1.2 Sedimentares ...................................................................................................... 12
2.1.3 Metamórfica ...................................................................................................... 12
2.2 ESTRUTURA GEOLÓGICA ............................................................................. 12
2.3 MINÉRIOS ......................................................................................................... 14
2.4 A IMPORTÂNCIA DO SOLO ........................................................................... 17
2.5 O SOLO E A PLANTA ...................................................................................... 17
2.5.1 Composição do solo .......................................................................................... 18
2.5.2 O solo como reciclador de matéria orgânica (MO) ........................................ 18
2.5.3 Tamanho das partículas do solo ....................................................................... 19
2.5.4 O Solo como filtro natural ................................................................................ 19
2.5.5 O solo e a água ................................................................................................... 20
2.5.6 Os nutrientes presentes no solo ........................................................................ 20
2.5.7 Composição do solo: ar ..................................................................................... 21
2.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A LEGISLAÇÃO ............................................. 21
2.7 FERRAMENTAS METODOLÓGICAS PARA TRABALHAR AS
PRÁTICAS AMBIENTAIS NO ENSINO FORMAL ........................................
24
2.7.1 Mapa mental ...................................................................................................... 25
2.7.2 Leitura e produção de textos ............................................................................ 26
2.7.3 Infográfico ........................................................................................................ 26
2.8 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO ENSINO BÁSICO
APLICADO COM A TEMÁTICA SOLO .........................................................
29
3 METODOLOGIA ............................................................................................. 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 33
4.1 PRODUÇÃO DO MAPA MENTAL .................................................................. 33
4.2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL .............................................................. 36
4.3 PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICO ..................................................................... 38
5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 45
REFERENCIAL ................................................................................................ 47
ANEXOS ............................................................................................................ 50
8
1 INTRODUÇÃO
O currículo brasileiro apresenta a chamada área do silêncio que, muitas vezes,
significa a ausência completa de referência ao meio ambiente no ensino. Exemplo disso se
pode observar no ensino de química, as representações das reações químicas muitas vezes
ocorrem num espaço abstrato, sem considerar o impacto ambiental que ela vai provocar. O
nosso do currículo se enquadra no modelo cartesiano-newtoniano, problema enraizado numa
cultura, no estilo de pensamentos, valores, epistemologias e conhecimentos que impedem o
trabalho de uma visão complexa e multifacetada da crise ambiental (GRÜN, 2002).
O transcorrer de uma abordagem reducionista para visão complexa é necessário para
alcançar o rompimento dessa cultura formada, nesse sentido realizar a prática da educação
ambiental holística significa oposição às visões fragmentadas do cartesiano. Busca-se uma
educação que permita o desenvolvimento do exercício da cidadania, que eles entendam os
seus direitos e responsabilidades sociais, com o pensamento crítico e participativo de modo a
afetar suas vidas.
Não se resolve os problemas ambientais somente com o trabalho da ecologia e
biologia. Alcançar sua completa resolução demanda a percepção de outros campos como
social, cultural, valores, política e econômica que satisfazem numa abordagem complexa
(PHILIPPI & PELICIONI, 2014). A autora Mansoldo (2012) denomina essa ação de práticas
transformadoras em que precisamos ampliar a nossa percepção ambiental, o que aumenta o
potencial dos nossos sentidos de olhar, ouvir e sentir, avaliando a nossa responsabilidade
individual dentro do contexto.
Essa responsabilidade chamada de corresponsabilidade questiona a falta de iniciativa
dos governos em políticas voltadas às questões de sustentabilidades e a falta de um cidadão
participativo e ativo no controle social da máquina pública, fiscalizando e cobrando os
direitos e deveres. Envolve-se num pensar e no fazer sobre o meio ambiente deixando de ser
um agente passivo dependente somente das ações governamentais. A educação ambiental tem
papel no desenvolvimento da cidadania, em tornar o indivíduo pertencente a uma
coletividade, de modo que suas atitudes reflitam local e global na interação sociedade e
natureza; em que a escola e o educador devam assumir o seu papel na formação desse
educando corresponsável e participativo (JACOBI, 2003).
A educação formal em que a escola está inserida possibilita trabalhar com os
discentes novas perspectivas de ação no mundo, liberdade e responsabilidade pelas
9
consequências a fim de resgatar o papel social da escola na formação do sujeito com
princípios, valores, atitudes e comportamento com a Terra (MANSOLDO, 2012).
1.1 JUSTIFICATIVA
Os documentos de orientação oficiais tais como Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) e o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) de 2014 fortaleceram a
presença da temática ambiental no Ensino de Química (BRASIL,1997, 2014; MORAES et
al.,2012). Os resultados da pesquisa realizada por Francisco e Queiroz (2007) nos periódicos
publicados na Reunião Anual Sociedade Brasileira de Química (RASBQ) mostraram que
apenas 6,15% das produções analisadas, no período de 1999 a 2006, eram voltadas ao tema na
área de educação ambiental e o Ensino de Química.
A dificuldade em abordar temas ambientais inseridos aos conteúdos de química é
apresentada pela pesquisa de Marques (2007) com base nas entrevistas realizadas com alguns
professores de química do Ensino Médio. O Ensino de Química deve ir além dos conceitos e
alcançar conexões com a realidade em que os estudantes estão inseridos para o
desenvolvimento do olhar crítico diante das questões ambientais (SANTA MARIA et al,
2002).
É desafiante ao docente trabalhar com situações ambientais, uma vez que essa
temática exige uma constante busca de integração entre os diferentes conhecimentos de áreas
distintas e aproximação com a interdisciplinaridade. Ainda, essa carece de formação docente
teórica e metodológica para encontrar as ferramentas possíveis e adequadas para as resoluções
dos problemas em questão. A abordagem em sala de aula com o tema da Educação Ambiental
(EA), segundo orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Meio Ambiente (BRASIL,
1998), deve ser um componente integrante, essencial e permanente da Educação. A sua
presença de forma articulada, nos níveis e modalidades da Educação Básica e da Educação
Superior e devem integrar nos seus projetos pedagógicos. O decorrer da EA busca a
percepção da importância para a vida humana e preservação do meio ambiente, sendo assim, é
necessário desenvolver um estudante crítico capaz de perceber a origem e a evolução dos
problemas e diante disso as suas responsabilidades e atitudes de proteção e melhoria dele
(BRASIL, 1997). Desta forma, no presente trabalho, objetiva-se a inserção de questões
ambientais por meio da temática de solos no Ensino de Química do Ensino Médio.
10
1.2 OBJETIVO GERAL
Planejar e aplicar atividades para os estudantes relacionadas ao tema solo buscando a
relação com os conceitos estudados na disciplina de química.
1.2.1 Objetivos específicos
Desenvolver atividades com os estudantes de compreensão e sensibilização do
consumo e da transformação do solo relacionado com as questões ambientais, sociais e
econômicas e suas consequências;
Reconhecer a importância do solo para a sociedade diante dos impactos sociais e
ambientais;
Relacionar os conceitos estudados no componente curricular de química do primeiro
ano do Ensino Médio buscando a contextualização com a temática solo, com vista à formação
de um cidadão crítico e preocupado com a preservação do Meio Ambiente.
11
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste tópico, a proposta é retomar alguns conceitos da temática solo que foram
relacionados com a disciplina de química do 1° ano do Ensino Médio. Esses conceitos
possibilitaram trabalhar com a temática dentro do conteúdo proposto no ensino de química
direcionada à importância do solo, dos minerais e do impacto das ações humanas com a
natureza. Em seguida, são revisadas as referências das leis sobre educação ambiental que
justificam a importância do ensino integrado e interdisciplinar com responsabilidade na
formação dos estudantes.
A seguir são discutidas as ferramentas didáticas que foram aplicadas no ensino de
química para trabalhar a temática solo e posteriormente avaliar os conhecimentos prévios dos
estudantes, envolvimento dos mesmos com a pesquisa e ilustrar a integração da educação
ambiental dentro do estudo da química do 1° ano do Ensino Médio.
Por fim, são apresentados quatro trabalhos que desenvolveram a temática solo no
ensino básico, com destaque para as metodologias e os resultados alcançados por cada um
deles como proposta de discutir tais implicações posteriormente no capítulo dos resultados e
discussão.
2.1 CLASSIFICAÇÃO E FORMAÇÃO DAS ROCHAS
As rochas são classificadas de acordo com suas origens em magmáticas,
sedimentares e metamórficas podendo ser compostas de um ou vários minerais.
2.1.1 Magmáticas ou ígneas
O processo de resfriamento e solidificação do magma produz a rocha magmática. Sua
classificação depende da composição química e o local onde se realizou sua solidificação e
podem ser divididas em magmática extrusiva ou vulcânica e também em magmática intrusiva
ou plutônica.
A diferença entre as duas é que a primeira acontece na superfície terrestre chegando ao
estado de fusão por meio de vulcões ou fendas no solo. Apresenta resfriamento rápido em
contato com o ambiente externo quando comparado com o segundo que acontece no interior
12
da crosta terrestre. Como resultado do resfriamento lento no interior da crosta há formação de
cristais que podem ser vistos a olho nu (FTD, 2016; SAMPAIO; SUCENA, 2010).
De grande importância econômica no país, principalmente no setor da construção
civil de prédios, casas, estradas e viadutos, o uso do granito e do basalto de origem magmática
com formações intrusiva e extrusiva respectivamente é utilizado em demandas cada vez
maiores (SAMPAIO; SUCENA, 2010).
2.1.2 Sedimentares
As rochas magmáticas e metamórficas sofrem intemperismo com o passar do tempo
que modificam as propriedades químicas e físicas com auxílio do transporte por agentes
externos como rios, ventos e gelos, e assim chegam a novos locais. Passam por resfriamento e
diferença de pressão e sedimentam em camadas conhecidas por sedimentação.
Dentro dessas rochas, há várias camadas de sedimentações e podem conter presença
de restos animais e vegetais que passam por diferenças de pressões, temperaturas, reações
químicas e biológicas. Desse modo, formam materiais como o carvão e o petróleo ao longo
dos anos e que são de interesse da sociedade, como fontes de energia (SAMPAIO; SUCENA,
2010).
2.1.3 Metamórfica
Tanto as rochas magmáticas quanto as sedimentares podem dar origem a rocha
metamórfica por meio das transformações química, mineralogia, temperatura e pressão.
Processo esse conhecido como recristalização. Também podem ser formadas de uma rocha
metamórfica a qual se transforma em outra metamórfica. Essas mudanças modificam a
composição dos minerais presentes, por exemplo, o arenito de origem sedimentar forma o
quartzito, já o calcário (sedimentar) em mármore e o granito (magmática) em gnaisse
(SAMPAIO; SUCENA, 2010).
2.2 ESTRUTURA GEOLÓGICA
A estrutura geológica é um agrupamento específico de rochas conforme sua idade e a
composição do material. No Brasil é dividida em dois tipos de estruturas conhecidas como
escudos cristalinos e as bacias sedimentares. A primeira é formada por rochas magmáticas e
13
metamórficas e apresentam idade superior a 600 milhões de anos, exibindo relevos mais altos
do que as bacias sedimentares. O Brasil está situado na região central das placas tectônicas
apresentando grande estabilidade e resistência nos pontos em que estão presentes escudos
cristalinos composto por metais e pedras preciosas (FTD, 2016).
As bacias sedimentares apresentam formação mais recente constituída de rochas
sedimentares em consequência dos desgastes das rochas metamórficas e magmáticas e
apresentam grandes reservas de carvão, petróleo, gás natural e de aquíferos (FTD, 2016). Na
figura 1, há a representação da estrutura geológica do Brasil.
Figura 1. Mapa da estrutura geológica do Brasil.
Fonte: FTD, 2016.
Nessas estruturas geológicas, encontram-se minerais metálicos e não metálicos como
granito, ardósia, quartzo, argila, entre outros. O escudo cristalino representado na figura 1
ocupa 36% do território brasileiro, essas regiões, por conter metais como ouro, cobre, ferro e
bauxita, estão presentes as principais explorações de minerais no Brasil (BRADY & WEIL,
2013; FTD, 2016).
A bacia sedimentar presente em 64% do território nacional está dividida nas bacias
continental sedimentar da Amazônia, Paraná e do Parnaíba. Dentro da bacia Amazônica
14
encontramos o aquífero Alter do Chão, considerado o maior aquífero subterrâneo de água
doce do mundo. Essas bacias contêm reservas de minerais não metálicos como petróleo, gás
natural, carvão e o xisto betuminoso do qual se extraí o óleo combustível, areia e calcário
entre outros componentes (BRADY & WEIL, 2013; FTD, 2016).
2.3 MINÉRIOS
As condições físicas do local como temperatura, pressão e as suas propriedades
químicas dão origem à formação dos minerais. Eles surgiram no período Pré-Cambriano há
mais de 4,6 bilhões de anos. São sólidos, cristalinos, em geral inorgânicos, com composição
química específica; e o único encontrado no estado líquido à temperatura ambiente é o
mercúrio. Toda rocha exibe um ou vários minerais, em geral, são vários elementos
combinados formando os minerais, alguns elementos poderão ser encontrados na forma de
substância pura. As rochas compostas são um conjunto de minerais como o granito, rocha
composta por três minerais básicos: a mica, o feldspato e o quartzo (FTD, 2016; SAMPAIO;
SUCENA, 2010; TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES, 2009).
Quando o mineral é rentável, torna-se explorado e é considerado minério, um
exemplo muito presente no nosso dia a dia é o ferro obtido do minério conhecido por hematita
Fe2O3, muito utilizado nas construções civis, presente na composição do aço. Os minerais
estão divididos em metais e não metais, sendo que o primeiro precisa passar por
transformações para se tornar metal ou uma liga metálica e os não metais podem ser utilizados
na forma natural encontrada ou transformados (ASMPAIO; SUCENA, 2010).
O conhecimento da estrutura geológica da Terra é importante para saber que tipo de
mineral é esperado encontrar na região. Um modelo disso: as rochas magmáticas e
metamórficas no escudo cristalino indicam a possibilidade de encontrar pedras preciosas, não
metais e minerais metálicos como o ferro, alumínio, manganês, cobre, níquel, estanho, ouro,
prata e outros que passam por transformações nas metalúrgicas retornando a sociedade na
forma de um objeto (TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES, 2008, 2009).
A exploração do mineral acarreta problemas socioambientais, como desmatamento,
contaminação, erosão do solo, invasão de terras, assoreamento de rios, exploração de
trabalhadores sem cumprimentos das leis como legalização da mineração e garantia de
condições de qualidade dos trabalhadores como o uso de equipamentos de proteção individual
15
(EPI). Na figura 2, a foto representa a situação da terra no estado de Rondônia com forte
exploração de diamante em terras indígenas (SAMPAIO; SUCENA, 2010).
Figura 2. Terra Indígena Roosevelt em Rondônia é considerada umas das 10 maiores minas
de diamante do mundo.
Fonte: Foto: Marcela Bonfim/AmReal http://amazoniareal.com.br/diamantes-de-sangue-na-amazonia/
A presença de mineração no país não é sinônimo de riqueza, pois muitos dos países
que realizam atividades não apresentam condições como capital ou tecnologia para produção
e comercialização do produto final e acabam passando para as mãos de companhias
transnacionais que recebem licença para a mineração e transportam o mineral dos países
pobres para os ricos e retornam no final na forma de produtos para a venda (BRADY &
WEIL, 2013; TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES, 2008).
Na figura 3, o mapa representa as regiões e os minerais metálicos que são explorados
no Brasil, nosso destaque no país é ter a maior reserva de ferro do planeta a qual representa
8% do total. Nas regiões onde ocorre a mineração, essa permite o desenvolvimento local
juntamente com migrações de pessoas à procura de emprego nas mineradoras, melhoria dos
transportes rodoviários, ferrovias e portos entre outros que estão ligados aos benefícios de sua
instalação (FTD, 2016).
No estado de Minas Gerais, encontra-se o Quadrilátero Ferrífero que representa uma
geometria com conjunto de Serras entre as cidades de Sabará, Santa Bárbara, Mariana e
Congonhas. Historicamente é o lugar que iniciou a mineração no país no século XVII com o
ouro e depois, com o tempo, de outros minerais, principalmente o ferro, sendo a principal
região produtora deste no país.
16
As mais recentes minerações, a da Serra dos Carajás com início por volta de 1978 e da
Serra Pelada na década de 1980, ambas no Pará, envolvem principalmente os metais ouro e
ferro. Em consequência disso, a Serra Pelada ficou conhecida mundialmente pelo maior
garimpo de ouro a céu aberto e proporcionou condições precárias de trabalho no local,
causando mortes pela violência e pelas doenças (FTD, 2016).
Figura 3. Mapa dos principais metais extraídos no Brasil e a sua localização nas regiões do
Brasil.
Fonte: FTD, 2016.
Tanto a degradação e como a decomposição das rochas por meio das chuvas, ventos e
sol modificam as propriedades físicas dos minerais que fazem surgir os diferentes tipos de
solos. O tipo de rocha, relevo e o clima da região determinam a evolução do solo; a ação da
temperatura e a umidade local regulam a velocidade e o intemperismo das rochas, exibindo
em regiões de clima quente e úmido uma combinação acelerada das reações química, torna
mais rápida a degradação das suas rochas.
17
O solo está organizado em diferentes camadas denominadas de horizontes e recém-
identificação por letras (O, A, B, E e C), que, com o passar do tempo de transformação, vão se
diferenciando da sua rocha mãe (BRADY & WEIL, 2013).
2.4 A IMPORTÂNCIA DO SOLO
O solo representa para a sociedade a sobrevivência de diversas espécies fornecendo
alimentos, matéria-prima para a produção de combustíveis, recursos minerais para
construções e do sustento da vida animal e vegetal. O crescimento da população no XXI
proporciona uma demanda de bens materiais que vem colocando em ameaça a oferta dos
recursos naturais. A cada ano que passa, são mais carros, casas, estradas, celulares, alimentos,
plantação e remédios e para-se a refletir: de onde está vindo toda essa matéria-prima que
originou esses produtos? Muitas vezes é obtida de regiões muito distante do seu destino final
e a sociedade tem dificuldade de simular o impacto gerado para o planeta.
O desaparecimento, a contaminação, a destruição são as palavras que vêm tomando
conta das notícias, dos artigos, das pesquisas sobre nosso ecossistema. Um convite para
refletir sobre nossas ações no presente e no futuro para fortalecer a cada ano que passa.
Em 1972, na Conferência de Estocolmo, na Suécia, o primeiro evento organizado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) para debater sobre as questões ambientais apresentou
alguns princípios a serem seguidos por todos os povos. Como evidencia o primeiro princípio:
“O homem tem a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações
presentes e futuras” (BRASIL, 2013b).
2.5 O SOLO E A PLANTA
O solo proporciona sustentação física, água, ar, regulagem da temperatura, proteção
contra toxinas e nutrientes para a planta. Os nutrientes minerais de origem animal que estão
dissolvidos no solo estão divididos entre os metais potássio, cálcio, ferro, cobre e não
metálicos nitrogênio, fósforo, enxofre e boro, todos extraídos pela planta. A energia dos
nutrientes que o ser humano necessita vem diretamente das plantas e indiretamente do solo.
Seus elementos essenciais para completar o ciclo de vida da planta são chamados de
macronutrientes composto por 17 elementos e os que necessitam em menores quantidades são
18
denominados micronutrientes, além de adsorver pequenas quantidades de compostos
orgânicos.
A formação do solo acontece pela decomposição das rochas matrizes, levando
milhares de anos para se formar, a sua diversidade está ligada a fatores como erosões,
intemperismos, composição, estrutura das rochas, revelo, principalmente ao clima de cada
região e à ação bioquímica dos organismos vivos que enriquecem o solo para o cultivo de
alimentos (FTD, 2016).
2.5.1 Composição do solo
Os quatro principais componentes do solo são o ar, a água, os minerais e a matéria
orgânica a qual estão diretamente ligados ao comportamento e à fertilidade do solo. A
proporção da parte sólida composta dos minerais e matéria orgânica é de 50%, mais 25% de
água líquida e 25% de ar, sendo considerada uma ótima proporção para o crescimento das
plantas. Esses valores podem variar de acordo com o perfil do solo e com fatores como clima,
temperatura, intemperismo, erosão entre outros.
2.5.2 O solo como reciclador de matéria orgânica (MO)
A matéria orgânica é o resultado de restos de animais, vegetais e microrganismos que
são decompostos e transformados em novas substâncias. Essa atividade é realizada pelos
microrganismos presentes no solo. Com o passar do tempo, a MO converte em nutrientes
minerais na forma que podem ser absorvidos pelas plantas e animais e devolve o carbono para
atmosférica na forma de dióxido de carbono que pode retornar na fotossíntese (BRADY &
WEIL, 2013).
Para se manter o equilíbrio dos minerais e da matéria orgânica no solo, é necessário
reposição de resíduos minerais e vegetais. O solo é responsável por absorver mais carbono do
que comparados a todas as plantas e a atmosfera somados juntos.
A MO aumenta a quantidade de água que o solo pode reter e é uma importante fonte
de nutrientes como fósforo, enxofre e nitrogênio. Esses são disponíveis à medida que ocorre a
decomposição na forma de íons solúveis, podendo ser absorvidos pelas raízes das plantas.
Uma parte da matéria orgânica, que não se decompõe formando um complexo
orgânico com aparência preta ou marrom conhecida como húmus, apresenta propriedade
coloidal, contendo grande área superficial por unidade de massa com cargas eletromagnéticas
19
capazes atrair íons positivos e negativos. Os húmus, assim como a argila, apresentam a
propriedade coloidal, porém as cargas superficiais dos húmus em reter água e nutrientes é
superior à da argila. Portanto, os solos que apresentam húmus poderão apresentar um ganho
no crescimento das plantas devido à maior fertilidade do solo.
2.5.3 Tamanho das partículas do solo
Sem levar em consideração os fragmentos maiores como pedras, cascalho e areia
grossa, os fragmentos menores variam de tamanhos de acordo com as quatro ordens de
grandezas entre 2,0 a 0,0002mm.
A areia exibe tamanhos entre 2,0 a 0,05mm, pode ser visualizada a olho nu e não adere
uma à outra.
A silte apresenta tamanho entre 0,05 a 0,002mm, é visível em microscópio e tem a
característica de ser pequena e macia.
Argila com tamanhos de partículas menores que <0,002mm, podem ser visíveis com o
microscópio eletrônico. Em geral, é pegajosa quando molhada e quando seca torna-se
torrão duro.
O estudo das partículas do solo comparado às partículas das soluções químicas
permite compreender como os lençóis freáticos estão sendo contaminados por produtos de
limpezas, agrotóxicos entre outros. Uma solução química é formada por uma quantidade de
soluto dissolvido em determinada quantidade de solvente, o tamanho das partículas
dissolvidas está entre tamanhos de 0 a 1 nanômetro, a fim de comparação com o solo equivale
a 0,000001 mm. Os solos retêm as soluções infiltradas, porém devido ao tamanho da partícula
da solução ser muito menor, contaminam nossos lençóis freáticos (BRADY & WEIL, 2013).
2.5.4 O Solo como filtro natural
A água armazenada no solo permite fornecer água para as plantas, abastecer os
lençóis freáticos e as nascentes. Quando infiltrada, mesmo em condições de contaminação, à
medida que vai penetrando vai tornando-se purificada, até mesmo elimina organismos
causadores de doenças.
20
2.5.5 O solo e a água
A presença de íons inorgânicos e orgânicos solúveis no solo transforma a água pura
em uma solução. Quando falamos de água no solo, estamos tratando de uma solução, pois ela
contém uma quantidade de soluto dissolvida em uma quantidade de solvente representado
nessa situação pela água. A argila, o húmus e os microrganismos em decomposição liberam
nutrientes para a solução que poderão ser absorvidos pelas raízes das plantas. Existe
resistência às mudanças de concentrações na solução dos íons adicionados e removidos, já
que o solo tem capacidade de equilíbrio denominado tampão. As mudanças no efeito tampão
do solo estão ligadas às reações químicas e biológicas que podem ocorrer e estão diretamente
ligadas ao pH do meio.
2.5.6 Os nutrientes presentes no solo
Os nutrientes do solo são disponibilizados para a solução através dos processos
químicos e bioquímicos os quais liberam os íons retidos na fase sólida (argila e húmus
principalmente) para a fase líquida. As cargas positivas e negativas presentes na fase sólida
atraem ou adsorvem íons com carga oposta presente em solução. Para ilustrar o que ocorre no
processo conhecido como troca iônica, tem-se o exemplo: o íon H+ presente na solução é
trocado com o íon adsorvido na superfície coloidal da argila ou húmus.
(Coloide)K+
+ íon H+ (aquosa) (Coloide)H
+ + K
+(aquosa)
Na reação química representada acima, o íon H+
presente em solução foi trocado pelo
íon K+, que agora está disponível na solução aquosa para ser absorvido pela raiz da planta e o
íon H+ ficou adsorvido na fase sólida coloidal. Aqui se percebe a importância da medição e
controle do pH do solo em saber se está ácida ou alcalina para a fertilização da planta, pois ele
pode facilitar ou dificultar a troca iônica na solução. A disponibilidade dos nutrientes para a
solução é muito lenta e a maior parte não está pronta para absorção pela planta. Exemplo
disso é o elemento químico essencial para a planta, o cálcio. Em região úmida, a quantidade
apresentada no seu estado sólido é de 8000 Kg/ha, na forma trocável 2250 Kg/ha e em
solução 60 a 120 Kg/ha, sendo o último em sua grande parte que poderá ser absorvida pela
raiz da planta.
21
Quando os nutrientes são consumidos pelas plantas, torna-se o meio em desequilíbrio
e para reestabelecer o equilíbrio a quantidade de nutrientes presentes no solo, ocorre a difusão
de regiões com maiores concentrações para as de menores concentrações que são as mais
próximas das raízes das plantas.
2.5.7 Composição do solo: ar
O ar está presente no solo podendo variar suas quantidades de acordo com a
quantidade de água, solo e água são inversamente proporcionais. Com o teor de ar presente,
pode-se prever a quantidade de água presente, pois o ar ocupa os poros livres que não estão
ocupados pela água. Dentre os gases que constituem o ar do solo estão presentes o gás
oxigênio e o carbônico, ainda uma grande umidade do ar que podem mudar de acordo com a
região e períodos do ano.
2.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A LEGISLAÇÃO
A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), Lei 9.795 sancionada em 28 de
abril de 1999 busca construir caminhos para a consolidação da educação ambiental, a partir do
ano 2004 realizou consulta pública para construir o Programa Nacional de Educação
Ambiental - ProNEA. Dentro das ações, retomaram o compromisso do Estado estabelecido na
Constituição Federal de 1988, em seu artigo de número 225, com o dever de “promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente” (BRASIL, 1988, 1999). Dentre os princípios descritos no
documento, destaca-se um deles para a reflexão o compromisso com a cidadania ambiental,
um convite aos docentes a pensar a sua prática de ensino, na sua disciplina, os conteúdos
trabalhos e sobre o seu compromisso com a cidadania e a educação ambiental em todos os
níveis do ensino.
A lei define o que se entende por educação ambiental:
São os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).
22
Em sala de aula, realizam-se atividades com muitos desses processos, mas nem
sempre com o enfoque ambiental definido, é preciso buscar por mais conexões entre as ações
humanas e as causas do meio ambiente desafiando os estudantes a encontrar as soluções de
modo mais sustentáveis. O educador deve trabalhar com os princípios do ProNEA com a
concepção de um meio em sua totalidade, sempre considerando as interdependências entre o
meio, o socioeconômico e cultural na busca da participação individual e coletiva.
A inclusão da educação ambiental é recomendada segundo as referências dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) e as Diretrizes Curriculares Nacionais
(BRASIL, 2013a) devendo integrar de forma transversal nas disciplinas, contínua e
permanente.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais Meio Ambiente (PCNMA) demonstram a
importância de se trabalhar as questões ambientais no currículo para garantir o futuro da
humanidade retomando a relação da sociedade e natureza (BRASIL, 1998). Quando se trata
de pensar no futuro, é um fruto da reflexão dos fatos e atitudes que vem acontecendo no
presente, uma sociedade que cada vez mais intervém na natureza para satisfazer a oferta e a
demanda do consumo que todos estão inseridos, em um perfil econômico e político. O futuro
dos recursos energéticos e materiais irão se esgotar e para amenizar ou até mesmo frear, a
sociedade precisa estabelecer ações para as mudanças nas suas atitudes comportamentais. As
consequências são inúmeras como o esgotamento do solo, a contaminação da água, a
crescente violência nos centros urbanos entre outros. Quem nos dará a garantia de que no
futuro teremos mais qualidade vida, com mais saúde e alimentação para toda a sociedade? Em
regiões industrializadas, segundo PCNMA (1998, p.174), constatou-se que a qualidade física
e mental das pessoas está se deteriorando, assim como aquelas que vivem em grandes cidades.
O documento reforça que a alteração de um único elemento pode ser nociva ou fatal
para todo o ecossistema e faz chamada para refletir sobre qual será o impacto causado pela
extinção das abelhas, por exemplo, ou de qualquer outra fauna.
O uso dos recursos naturais muitas vezes requer sacrifícios de outros recursos como,
por exemplo, uma rocha que apresente cinco minerais diferentes e o interesse econômico para
mineração é de apenas um deles. Os outros quatro se não tiverem valor significativo para
venda, separação, purificação dos mesmos ou tiverem custo alto para transporte, serão
descartados como rejeitos. A prática acontece em países em desenvolvimento da concessão de
multinacionais para minerações, mas poucos enriquecem com essa prática na região, pois
muitas vezes o dinheiro da atividade é enviado para indivíduos do outro lado do continente. O
documento ainda traz questionamentos para pensar e construir argumentos sobre a questão
23
como forma de orientar os docentes nos seus planejamentos. Será necessário impor limites ao
crescimento? O que se faz num local, num determinado país, pode afetar amplas regiões e
ultrapassar várias fronteiras?
A temática ambiental não é relativa só à proteção da vida, mas também à melhoria do
meio ambiente. Devemos encontrar outra forma de apropriação do conhecimento, com olhar
no estudo em um contexto físico, biológico, histórico, social e político; buscando a superação
dos problemas ambientais (PCNMA, 1998, p. 238).
A conferência Internacional do Rio-92 ou Eco-92 foi representada por 170 países os
quais assinaram um tratado sobre o reconhecimento do papel da educação que é a “construção
de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado” com responsabilidade coletiva
e individuais e do nível local ao planetário.
A principal função de trabalhar com o tema meio ambiente é contribuir na formação
de cidadãos mais conscientes, com poder de decisão, atuantes na sociedade local e global.
Além de levar para a sala de aula mais do que informações e conceitos e sim mudanças de
atitudes, valores e um ensino de aprendizagem de procedimentos para trazer proteção e
melhorias entre os sujeitos e o meio. Isso requer um trabalho reflexivo dos estudantes, para
haver mudanças desejadas e é necessária uma aprendizagem significativa interligando a
realidade e o seus conhecimentos.
O documento orienta ações para os docentes construírem um ensino contextualizado a
partir de pesquisas em livros e levantamento de dados. Além de convidar as pessoas da
comunidade (professores, especializados, técnicos de governo, lideranças, médicos,
agrônomos, moradores que conhecem a história do lugar etc.) para entrevistas ou participarem
das aulas demonstrando uma diversidade de interpretações dos fatos (BRASIL, 1998).
Os parâmetros curriculares nacionais integraram as questões ambientais de maneira
transversal com visão local ao global com os aspectos físicos, sociais, ambientais e históricos.
O docente precisa realizar reflexões tais como que tipo de concepção os estudantes têm
construído em relação ao Ser humano/natureza, retomando a responsabilidade em produzir e
consumir, mas ao mesmo tempo reduzir a destruição dos recursos pensando nas futuras
gerações.
Com o intuito de clarear a importância deste trabalho como ação na educação
ambiental, ele está relacionado com a Conferência Intergovernamental de Educação
Ambiental de Tbilisi, de 1977. Essa definiu princípios para o seu desenvolvimento nas
escolas, aqui estão representados aqueles que têm relações diretas com o trabalho.
24
Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de
cada área, de modo que se consiga uma perspectiva global da questão
ambiental;
Examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional,
nacional e internacional;
Ajudar os alunos a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas
ambientais (tanto as locais quanto as mais amplas de acordo com as
possibilidades de compreensão em cada fase ou ciclo do ensino);
Ressaltar a complexidade dos problemas ambientais e, em consequência, a
necessidade de desenvolver o sentido crítico e as atitudes necessárias para
resolvê-los.
Há uma conexão entre os princípios da conferência citados acima com os objetivos e
os resultados alcançados neste trabalho, sempre que possível relacionando ao conteúdo
específico no Ensino de Química.
2.7 FERRAMENTAS METODOLÓGICAS PARA TRABALHAR AS PRÁTICAS
AMBIENTAIS NO ENSINO FORMAL
Nesta seção, há a seleção e explicação teóricas das ferramentas metodológicas
escolhidas a fim de se atingir os objetivos propostos.
2.7.1 Mapa mental
O mapa mental é um método de organização, armazenamento de lembranças
específicas, estimula reflexão e ideias que utilizam de palavras-chave e imagens-chave. O
mapa é desenhado no formato de um neurônio com o intuito de estimular o cérebro a trabalhar
com mais rapidez e eficiência. Ele pode ser usado em diferentes ramos, mas como a proposta
deste trabalho é no ensino formal, ele permite a leitura, a revisão dos conteúdos, o
desenvolvimento de ideias criativas entre outros (BUZAN, 2009).
O mapa começa com um conceito central e se expande de dentro para fora, as ligações
entre os conceitos-chave estimula a associação de ideias e sentidos e todo mapa mental é uma
criação única, pois possibilita que as memórias sejam mais exatas (BUZAN, 2009).
25
A proposta de elaborar um mapa mental tem como objetivo estimular a memória nos
dois lados do nosso cérebro, a palavra-chave estimula o lado esquerdo e a imagem-chave o
lado direito ativando a memória visual. A imagem-chave significa que é muito mais do que
uma simples imagem, pois ela recorda uma palavra-chave e quando elas são eficazes ativam
os dois lados do cérebro e usam todos os nossos sentidos (BUZAN, 2009).
O autor ainda explica que usamos o pensamento radiante para buscarmos em nosso
cérebro as associações com a palavra-chave e a imagem-chave dadas de forma instantânea,
isto é a base de como funciona nossos pensamentos e da produção dos mapas mentais.
A linguagem principal do nosso cérebro são as palavras e as escritas, ele trabalha por
meio dos sentidos em busca de associações de palavras-chaves, imagens, cores, ideias,
números e símbolos.
2.7.2 Leitura e produção de textos
Tanto a leitura como a escrita são habilidades fundamentais para atuação no mundo,
sendo os estudantes capazes de realizarem leituras dentro e fora dos espaços escolares
(GIRALDI & CASSIANI, 2009). O desenvolvimento dessas habilidades é de
responsabilidade não só do docente de português, mas sim de todas as disciplinas, pois elas
também contêm a linguagem de leitura e escrita. Dados do Sistema de Avaliação da Educação
Básica SAEB em 2003 (BRASIL, 2006) evidenciaram que 42,1% dos estudantes da Terceiro
Ano do Ensino Médio se apresentaram com estágio crítico ou muito crítico do
desenvolvimento da leitura.
Com isso, é fundamental a organização dos docentes de fomentar os educandos a
assumirem o diálogo com o texto, argumentar sobre a leitura, promover os posicionamentos
pessoais e críticos.
Sabe-se que os discursos produzidos são frutos de outros discursos já elaborados
antes, porém o sujeito ao criar, transformar, acrescentar algo “novo” a ele se torna autor dessa
escrita (PAES, 2008). Segundo Orlandi (1996), a autoria denominada de função-autor no
texto acontece toda vez que ele produz um texto com unidade, coerência, progressão, não
contradição e fim. Quando o autor realiza falas ou escritas é responsável pelo sentido do que
diz, pois se parte da suposição de que foi baseado no texto de origem. O texto produzido é um
gesto de interpretação, parte da organização de recortes textuais e discursivos a partir do já
enunciado.
26
2.7.3 Infográfico
Muito conhecido na área da comunicação, presente em jornais e revistas, o infográfico
é uma forma de representação visual das informações, estática ou dinâmica, de modo atraente,
a qual possibilita iniciar em qualquer ponto a leitura. É um instrumento que veio para facilitar
a compreensão do pensamento crítico por meio da síntese e análise dos conceitos estudados.
Além disso, ele estimula o desenvolvimento cognitivo da memória visual, com fácil
assimilação para quem o observa.
A infografia busca informar o leitor de modo sintético e com harmonia composta por
um conjunto de gráfico, desenho, tabela, foto e/ou vídeo que facilitam a explicação e a
compreensão de uma mensagem (BATISTA & JÚNIOR 2014; BULEGON et al, 2017).
A presença dos conjuntos mencionados acima evidencia um novo formato para os
textos agora conhecido como multimídia e o seu uso nos espaços escolares permite uma nova
estratégia de ensino, pois não só os estudantes como a população em geral são conhecidos
como sociedade da informação. Os discentes convivem em seu meio com TV, videogame,
internet e smartphone entre outros e a multimídia através do infográfico aproxima-os da sua
realidade (BATISTA & JÚNIOR 2014).
As pesquisas registradas com o uso de infográfico visam a facilitar o entendimento do
leitor, organizando dados em diferentes formas para quem está observando possa
compreender e interpretar (COSTA & TAROUCO, 2010). Tanto o mapa mental como o
infográfico são facilitadores do processamento da informação. De acordo com Mayer (2005),
quando trabalhamos imagens e textos ao mesmo tempo, desenvolvemos o princípio de
aproximação espacial, o que evita a presença de atenção dividida quando se trabalha textos
sem a imagem e o estudante precisa integrar a imagem à informação trabalhada.
Os softwares usados para construir infográficos são considerados ferramentas de
autoria do material produzido tanto do docente como dos discentes, pois não existe um único
modelo a ser seguido e sim várias ferramentas que podem ser utilizadas para realizar a
atividade (BULEGON et al, 2017). Como exemplo de possibilidade, as figuras 4 e 5
representam infográficos sobre o elemento químico ferro, os mesmos foram demonstrados
para os estudantes como exemplo de um modelo de infográfico que pode ser elaborado.
27
Figura 4. Infográfico do elemento químico ferro
Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.
Figura 5. Infográfico do elemento químico ferro
28
Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.
Esses infográficos representados pelas figuras 4 e 5 foram elaborados no site
canva.com o qual apresenta recursos gráficos suficientes na modalidade gratuita. Ainda
29
permite adicionar textos, imagens externas ao banco de imagens, modelos de layouts pré-
definidos e alterar o plano de fundo.
2.8 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO ENSINO BÁSICO APLICADO
COM A TEMÁTICA SOLO.
O trabalho de Franklin et al. (2011) titulado como “Solo: análise didática na educação
ambiental em química” foi realizado em duas escolas do município de Macapá com os
estudantes do 2° ano do Ensino Médio. Conforme os autores, o conteúdo trabalhado na
disciplina de química dentro do estudo da físico-química apresenta subsídios para trabalhar a
temática do solo. Como levantamento de dados, foi aplicado um questionário para avaliar os
conhecimentos prévios dos estudantes antes de trabalhar o tema, posteriormente foi realizada
uma exposição sobre o tema relacionado à química. No final, foi reaplicado o questionário
para fins de análise comparativo de nível de compreensão após o tema trabalhado.
Santos et al. (2016), com o seu projeto “Educação em solos no Maciço de Baturité”,
desenvolveram o ensino de solos nos municípios de Acarape, Redenção e Barreira
pertencentes ao Maciço de Baturité em escolas de nível fundamental e médio tanto públicas
como privadas. Em todas as escolas, os autores realizaram uma explanação sobre o solo e sua
importância dentre outros conceitos, sempre buscando os conhecimentos prévios dos
estudantes como proposta construtivista, com a realização de atividades experimentais a
respeito da temática.
Destaca-se aqui um dos resultados apresentados pelos autores, a escola de ensino
privado, na qual foi aplicado um mapa conceitual com os estudantes antes da explanação do
estudo dos solos como forma de avaliar os conhecimentos dos estudantes. Os resultados
demonstram que os estudantes têm um domínio sobre a temática estudada, porém a maioria
teve dificuldade de estabelecer grandes relações com o tema. Analisando os mapas exibiram
palavras relacionadas à agricultura e muito pouco sobre as questões ambientais, essa última
questão só apresentou mudanças nas avaliações finais após apresentação da aula sobre a
temática.
Silva e Inácio (2015) realizaram pesquisa com estudantes do 3° ano em três Escolas
Estaduais do Ensino Médio no Município de Ribeirão em Pernambuco (PE). Eles aplicaram
um questionário contendo 15 questões sobre o assunto solo, matéria orgânica e meio
ambiente. Quando perguntados sobre qual a importância do solo, segundo a classificação dos
30
autores, 55% dos estudantes responderam sobre alimentação, agricultura e economia e com
37% ambiente e somente 8% para habitação.
Guilherme et al. (2016) pesquisaram em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental
e Médio em Catingueira na Paraíba. Os estudantes do 3° ano do Ensino Médio responderam a
um questionário, com objetivo de levantar os conhecimentos prévios deles. Das 10 questões
aplicadas, 8 eram discursivas e 2 de múltipla escolha tais como: o que é solo? O que faz os
solos terem cores diferentes? Quais os elementos químicos encontrados no solo? De onde eles
vêm? Quais são os produtos químicos encontrados no solo? Entre outras perguntas. Os
resultados apresentados foram de 26,9% dos estudantes conceituarem correto ou parcialmente
o conceito do solo contra 57,7% não souberam conceituar.
Sendo assim, os quatro trabalhos citados reforçam a importância do estudo do solo na
educação formal. A partir dessas ações os jovens podem compreender o quanto importante é o
solo, assim há a possibilidade da mudança de concepções, atitudes de preservação, consumo e
respeito aos recursos naturais.
31
3 METODOLOGIA
A pesquisa é caracterizada como exploratória, qualitativa e com o método de pesquisa-
ação (GIL, 2008). A pesquisa-ação caracteriza-se como uma estreita relação entre os
pesquisadores e participantes envolvidos de modo colaborativo na resolução de um problema
(THIOLLENT,2002).
A pesquisa-ação facilita o desenvolvimento profissional do professor pesquisador por
ser emancipatória, participativa, cooperativa e crítica, permitindo articulação entre a teoria e a
prática (RAUSCH, 2010).
O presente trabalho foi realizado com 31 estudantes do 1° ano do ensino médio de um
colégio particular do Município de Cachoeira do Sul – RS no período de julho a dezembro de
2017. Durante as reuniões quinzenais dos docentes, foi estabelecido trabalhar no 2° trimestre
do ano letivo com questões ambientais tais como aquecimento global, efeito estufa, poluição
do ar, solo, água e seus impactos na sociedade, economia, política e ambiental. Dentre os
temas abordados foram apresentadas as atividades realizadas pelo docente da disciplina de
química, realizadas com a temática solo no 2° trimestre de 2017. A justificativa da escolha do
colégio foi em razão do autor ser regente do 9° ano do Ensino Fundamental II ao 3° ano do
Ensino Médio. A metodologia realizada para desenvolver o trabalho foi a sequência didática.
A seguir serão apresentadas as etapas desenvolvidas durante o trimestre.
Quadro 1. Etapas realizadas na sequência didática
ETAPA (MOMENTO)
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES AVALIAÇÃO DURAÇÃO
(50 min cada
período)
1°
Aula expositiva
Apresentar os conceitos de ligações químicas,
polaridade, geometria relacionados à temática
solo.
Identificar os relatos e os
conhecimentos prévios dos
estudantes em relação aos
tópicos apresentados.
10 p.
2°
Elaboração dos
mapas metais
Elaboração do mapa mental sobre a importância
e o uso do solo pela humanidade. Abordar o que
é mapa mental, como fazer e exemplos.
Avaliar as palavras e as
imagens desenvolvidas
pelos estudantes e
classificá-los quanto ao
grau de relações acerca da
temática.
2 p;
3°
Abordagem de
textos de
divulgação
científica e
artigos
Interpretar o texto e discutir entre os integrantes
do grupo, posteriormente construir um resumo
deste e apresentar para o restante da turma.
Foram utilizados cinco textos diferentes, após a
leitura desses foi construído um mapa mental
coletivo no quadro branco.
Analisar os textos
produzidos pelos grupos e
identificar a produção de
autoria. Avaliar a
participação na produção e
apresentação dos textos.
2 p.
32
4°
Produção do
infográfico
Abordar o que é infográfico, como fazer e
exemplos.
Cada grupo deverá criar um infográfico com um
elemento químico selecionado pelo docente e
posteriormente apresenta-lo a turma.
Avaliar se o infográfico
está dentro dos tópicos
apresentado em aula, além
verificar se os objetivos
definidos foram
alcançados.
Elaboração em
horário inverso
ao das aulas.
Apresentação
2 p.
Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.
Segundo o quadro 1, foram utilizadas as seguintes metodologias: mapa mental,
infográfico e produção textual para fins de análise e discussão apresentados no próximo
tópico para avaliar os conhecimentos prévios. Ainda, o desenvolvimento das pesquisas, a
presença de autoria e a identificação da importância e dos impactos do uso do solo e a
mineração pela sociedade como forma sensibilizar os estudantes, integrando o estudo de
química com a educação ambiental de modo a abordara temática do solo. As etapas dois a
quatro foram elaboradas em grupos de três a quatro estudantes.
33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PRODUÇÃO DO MAPA MENTAL
Antes da elaboração dos mapas mentais, foi apresentada a definição, os requisitos e os
exemplos para basear os estudantes como deveriam criar seus próprios mapas. Os estudantes
relataram que não haviam construído mapas mentais durante a sua formação escolar até o
momento.
A seguir são apresentados dois mapas mentais denominados imagem A e B
produzidos pelos estudantes, a fim de avaliar os conceitos e conhecimentos prévios
apresentados pelos grupos. A palavra central definida para os mapas era o solo e para auxiliar
os estudantes na elaboração do mesmo foram apresentadas duas perguntas: qual a importância
do solo e para que usamos o solo?
Conforme Marques (2008) menciona, uma avaliação qualitativa e formativa na
análise e discussão das ideias apresentadas nos mapas é mais adequada e funcional na maioria
das situações. Sendo assim, o objetivo principal da elaboração dos mapas mentais era
perceber de forma qualitativa as percepções prévias dos estudantes apresentas e relacionadas
ao tema solo. Os mapas foram desenvolvidos em grupos de até 3 estudantes com o tempo
total de 100 min para a produção da atividade, equivalente a 2 períodos.
Como podemos ver nos mapas mentais nomeados como figuras 6 e 7, o primeiro
desenvolveu um mapa com palavras voltadas à agricultura, composição química, estudo da
arquivologia, presença do ecossistema animal e vegetal e fertilidade do solo sem a presença
de grandes transformações químicas do solo. Em geral os mapas desenvolvidos pela turma
buscam palavras que estão relacionadas com agricultura, alimentação e fatores que alteram o
mesmo como erosão, desmatamento e intemperismo, esses resultados assemelham-se com o
trabalho de Santos et al (2016), que aplicou e analisou os mapas sobre a temática solos e
apresentaram dificuldades de realizarem grandes relações, muitas delas eram voltadas à
agricultura e poucas ligações sobre questões ambientais.
As palavras descritas pelos grupos de estudantes representam os conhecimentos
prévios, que podem ter relação com os conteúdos estudados em outras disciplinas do 1° ano
do Ensino Médio, como biologia e geografia no decorrer do trimestre letivo.
Devemos reforçar que não existe um mapa correto ou único, mesmo que utilizados
os mesmos conceitos e palavras num mesmo grupo de estudantes, pode-se apresentar mapas
diferentes, por isso a dificuldade de realização de uma avaliação quantitativa (MARQUES,
34
2008). A figura 7 apresenta maior número de relações ligadas ao tema. Podemos observar
além da relação com agricultura, os tipos e a classificação dos solos, também a presença de
processo de transformação dos minerais em metais.
Figura 6. Mapa mental elaboração por um grupo de estudantes do 1° ano.
Fonte: arquivos do autor
Figura 7. Mapa mental elaboração por um grupo de estudantes do 1° ano.
Fonte: arquivos do autor
35
A autora Kraisig (2016) desenvolveu com os estudantes do terceiro ano do Ensino
Médio mapas mentais sendo aplicado um antes e outro depois da primeira e da segunda
oficina. Como proposta de avaliar as suas intervenções sobre a temática cores, ela dividiu em
três categorias: sem relação (SR), pouca relação (PR) e grande relação (GR). Classificados os
mapas em SR quando não apresentavam nenhuma relação com a temática “cores” e com os
conhecimentos científicos; PR para aqueles que apresentaram no máximo duas relações da
temática em estudo com os conceitos científicos e como GR os mapas que apresentaram três
ou mais relações da temática “cores” com os conceitos científicos.
Diferentemente nesta pesquisa, ao invés dos grupos fazerem um novo mapa, a turma
construiu um único mapa no quadro branco para observarem as novas relações que
possibilitaram criar um olhar mais amplo sobre o tema e o desenvolvimento do pensamento
crítico após a etapa de leitura, produção de textos e apresentação oral.
A construção do mapa mental da figura 8 foi a partir da contribuição de 2 a 3 palavras
de cada grupo; posterior a leitura, produção dos textos e apresentação oral para a turma. Isso
permitiu assim uma maior percepção da turma toda da importância e do uso do solo pela
sociedade.
Figura 8. Mapa mental coletivo construído pela turma no quadro branco após a leitura,
produção e apresentação oral dos textos.
Fonte: arquivos do autor
36
4.2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL
Os textos de leitura e produção dos resumos pelos estudantes analisados neste trabalho
foram:
- CORDEIRO, M.E.V.M.; CONCEIÇÃO, P.M. D.; LIMA, T.V. A educação ambiental e o
uso do solo-cimento. Revista Vértices, v.8, n.1/3, 2006.
- Grupo de disciplinas de materiais edificações e ambiente. Tijolo e a sua aplicação ao longo
do tempo. Faculdade arquitetura, 2006/2007. Disponível em: <
http://home.fa.utl.pt/~lcaldas/Tijolo.pdf>. Acesso em: 10 de maio de 2017.
Os textos foram escolhidos pelo docente como proposta de atender os objetivos
específicos deste trabalho para que os estudantes pudessem compreender, sensibilizar-se e
reconhecer a importância do solo para nossa existência e do desenvolvimento da sociedade.
Assim os discentes poderiam compreender mais sobre o consumo e a transformação do solo
relacionando com os impactos socais, ambientais e econômicos a nível local, nacional e
internacional.
Pode-se verificar a partir dos textos produzidos a função-autor pelos estudantes a
partir da leitura dos textos e produção dos resumos.
Para fim de avaliação dos resumos dos textos dos estudantes denominou-se de grupos
A, B, C e D. O objetivo da atividade era de que os estudantes lessem os textos recebidos e a
partir da leitura produzissem um resumo, podendo conter no máximo 25 linhas e
posteriormente apresentar na forma oral para a turma. O resumo do texto 1 “Educação
ambiental e o uso do solo-cimento” foi realizado por dois grupos, de 3 estudantes cada.
O grupo A, no início do seu resumo, apresentou uma síntese do que é composto o
solo-cimento, com presença de cópias de uma ou mais palavras do texto original. A partir da 4
linha até a 15 é possível observar que o texto deixou de apresentar autoria para uma cópia na
integra do texto base. Na última parte, entre as linhas 16 até 22 do resumo, o grupo apresentou
duas perguntas: “De que é feito o cimento? Porque ele é misturado com areia?” (GRUPO A)
Em seguida, a presença das respostas. Porém vale destacar a ausência destas
perguntas no texto original e muito menos as respostas, pois o trecho do texto que os
estudantes receberam relatava a importância da educação ambiental e a importância do solo-
cimento e assim deixando carente no resumo a situação da sociedade nacional e internacional.
O diagnóstico do grupo em trazer essas perguntas por motivo de curiosidade ou simplesmente
para esclarecer melhor o texto. O resumo do grupo A não permite confirmar se realmente
37
ocorreu leitura do texto na íntegra pela análise do resumo entregue, os estudantes resumiram
até o final da introdução que representa até a metade da terceira folha do total de 5 páginas,
texto já resumido do original que contém 20 páginas.
O grupo B também trabalhou com o texto 1, assim como o grupo A, e apresentou no
primeiro parágrafo como é produzido o cimento, tentando entender o porquê da presença
desse parágrafo. Isso pôde ter sido a carência dos estudantes para esclarecer mais o texto, ou a
busca pela curiosidade, ou até mesmo julgaram necessária a presença no texto. O resumo do
grupo B apresenta 15 linhas além do título que por sua vez 9 delas estão falando sobre a
educação ambiental, tópico presente no texto. Porém pela análise do texto produzido
identificou-se a presença das palavras-chave do texto base, após análise do resumo do grupo,
é possível identificar que o resumo não saiu da primeira página. Além disso, o texto
apresenta-se como uma cópia e uma parte de autoria de 2 linhas comparado ao número total
de linhas escritas, sem considerar o início que relatava sobre a produção do cimento.
O texto 2 “Tijolo e a sua aplicação ao longo do tempo” foi trabalhado por dois
grupos denominados C e D, constituídos de 3 estudantes cada. O grupo C produziu um texto
de autoria com 22 linhas e apenas 3 linhas de citação direta. É possível identificar palavras-
chaves as quais reforçam que o resumo realizado abrangeu o texto todo, essa semelhança de
trabalho foi também identificada no grupo D com uma produção 17 linhas de autoria.
Podemos identificar nos dois textos tópicos em comum à história do uso do tijolo e sua
composição, a importância para humanidade, os tipos e as propriedades dos tijolos.
Segundo Orlandi (1996), nos textos do grupo A e B há a predominância da repetição
empírica, pois realizaram cópia de longos trechos dos conceitos apresentados no texto original
do que demonstrarem o seu imaginário no resumo. O que leva os estudantes a produzirem
cópia idêntica? Consoante Orlandi (1996), pode ter sido causada por certo receio dos
estudantes de colocar em risco o resumo ao tentar demonstrar com suas próprias palavras, ou
representar incertezas na produção ou até mesmo erros de interpretação do texto.
Nos resumos dos grupos A e B, há presença de ideias distintas daquelas apresentadas
no texto original e incorporação de conceitos do texto original ligada à organização do texto
produzido. Esse modelo é conhecido como repetições históricas, segundo a autora Orlandi
(1996) exerce a função-autor representando um ato interpretativo realizado pelos grupos.
Após análise dos textos permite que o docente refletisse sobre o objetivo do trabalho
proposto e o resultado alcançado e assim identificar os obstáculos presentes para ter alcançado
com êxito o planejado é preciso intensificar a produção e a motivação na produção de texto de
38
autoria pelos estudantes. Percebe-se que é necessária mais produção textual durante o ano
letivo para os estudantes alcançarem um nível de interpretação e de autoria da escrita.
4.3 PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICO
A produção do infográfico possibilita trabalhar com os estudantes a importância do
solo e do mineral contido estabelecendo relação com os conceitos do ensino de química como
os estudos dos elementos químicos, dos processos de separação de misturas e suas
propriedades, além de desenvolver reflexões críticas com os estudantes avaliando os impactos
sociais, ambientais e econômicos no manejo da mineração. Foram apresentados aos discentes
o que é um mapa mental, programas que poderiam criar o mapa e separados os grupos, a cada
3 integrantes por elemento químico. Os elementos químicos foram selecionados a partir do
potencial econômico e de produção do Brasil, são eles: Cromo, Ouro, Nióbio, Chumbo,
Níquel, Cobre, Titânio, Estanho, Manganês e Alumínio. O docente para ilustrar como deveria
ficar a pesquisa, a aparência e os critérios de avaliação do infográfico apresentou um mapa de
sua autoria sobre o elemento químico Ferro representado nas figuras 4 e 5.
Dentre os tópicos apresentados no mapa estão contidos os principais minerais de
obtenção do ferro, preço de exportação, regiões no Brasil com maior exploração, processo de
extração, o lixo produzido, trituração com britador, transporte, processo de separação do ferro,
sua finalidade e o impacto social, econômico e ambiental. O infográfico foi produzido e
sugerido para os estudantes utilizar o canva, encontrado pelo site canva.com, o qual é um
editor online que apresenta várias modelos para produzir e modificar além de apresentar
imagens para ser inserida ou importar do computador pessoal. O site apresenta um manuseio
fácil e contém uma parte dos recursos pagas, caso o estudante decida usar não há problema
em adicionar no inográfico, porém na hora de realizar o download da figura só será possível
mediante pagamento, sendo assim, alguns grupos encontram a solução apresentando online.
Foram produzidos e apresentados dez infográficos e os critérios de avaliação dos
mesmos são apresentados abaixo:
Mineral – presença dos principais tipos de minerais extraídos no Brasil para obtenção do
metal selecionado.
Regiões no Brasil – os principais estados de exploração do mineral com ou sem o percentual
de produção.
39
Países de exportações – destacar os principais países que são comercializados os minerais
com ou sem presença do custo.
Processo de extração e separação – apresentar detalhes sobre o processo de extração do
mineral e os processos de separação da mistura para purificação do metal.
Finalidade – citar exemplos da sua utilização no cotidiano em diferentes locais tais como
cozinha, carro, corpo humano, água, solo entre outros.
Impacto social – por consequência do trabalho de extração e produção qual impacto social
positivo ou negativo poderá causar para a sociedade próxima ou distante dos locais de
produção que afetam diretamente a sociedade.
Impacto ambiental- identificar a presença de ações positivas e negativas nos processos que
afetam a água, solo, ar, flora e a fauna.
Impacto econômico- resultado do trabalho de mineração que apresentam potencial de gerar
benefícios ou malefícios para a sociedade local e/ou para o brasil.
Imagens – que representam ligação ao texto
Síntese – capacidade de representar em poucas palavras ideias essenciais de um conteúdo de
forma clara e objetiva.
Os resultados da avaliação dos infográficos produzidos pelos estudantes estão
representados no quadro 2 para ilustrá-los com maior clareza.
42
Quadro 2. Resultados da análise dos infográficos produzidos pelos estudantes.
Metal
Critérios
Alumínio Manganês Estanho Titânio Cobre Níquel Chumbo Nióbio Ouro Crômio
Mineral 1
Regiões no
Brasil
2
Países de
exportações
Processo de
extração e
separação
Finalidade
Impacto
social
Impacto
ambiental
Impacto
econômico
3
Imagens
relacionadas
ao texto
4
4
Síntese 7
6 5
6 6 5
6 6
43
Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.
Legenda 1O mineral está citado dentro do texto história da descoberta, tópico não exigido.
2Ausência de legenda no mapa inserido no infográfico.
3Os autores mencionam no título o impacto econômico, mas não o descrevem.
4Poucas imagens relacionadas com o texto, até 2 imagens.
5Apresenta igual ou inferior a 25% do infográfico com texto longo de 2 ou mais parágrafos.
6Apresenta igual ou superior a 75% do infográfico com textos longos de 2 ou mais parágrafos.
7Apresenta igual ou inferior a 25% do infográfico com textos longos de até 2 parágrafos.
Quadros em vermelho representam ausência do tópico no infográfico e em verde representam presença dos
tópicos nos infográficos analisados.
A péssima qualidade da imagem do infográfico do grupo do metal cromo limitou
análise dos textos presentes, cabendo só análise das imagens presentes. Dentre os tópicos
ausentes nos infográficos, destaca-se que 7 do total de 10 grupos não conseguiram descrever o
impacto econômico da mineração, os infográficos produzidos pelos grupos do alumínio e
estanho estão representados nos anexos.
Quanto à finalidade do metal para sociedade, todos os grupos alcançaram objetivo a
partir de imagens e outros representaram com imagem e texto. As ligações das imagens ao
texto estão presentes em 9 dos 10 infográficos construídos, porém 2 deles apresentaram até 2
imagens relacionadas. Segundo Mayer (2005), o infográfico precisa desse conjunto
imagem/texto, visto que melhora aproximação espacial, diminuindo o desvio de atenção na
leitura do mesmo.
No ano de aplicação do trabalho, não foram realizados experimentos relacionados à
temática, como sugestão de aperfeiçoamento da aplicação em anos seguintes, essa inserção
poderá contribuir nos estudos e enriquecer o trabalho com a prática experimental. Na
elaboração dos mapas mentais pelos grupos do primeiro e segundo momento, poderiam ter
sido mantidos os grupos da primeira aplicação, permitindo assim, avaliar e comparar os
avanços dos discentes quanto ao tema abordado.
Para auxiliar os estudantes na elaboração dos próximos textos, é preciso esclarecer
como elaborar um texto de autoria e apresentar os critérios de avaliação do mesmo,
permitindo assim que eles alcancem os objetivos propostos.
O modelo de infográfico elaborado pelo autor do trabalho possibilitou orientar os
estudantes na criação dos mesmos, os discentes apresentaram dificuldades em encontrar as
informações necessárias do seu respectivo elemento químico. Diante disso, as orientações do
docente com estratégias e palavras-chaves para buscar na internet e livros, conforme
representado no quadro 1, a qual mais da metade dos grupos conseguiram superar essa
barreira apresentando os tópicos exigidos.
44
Após planejamento, execução e análise dos resultados é possível observar que o
ensino de química dentro da temática solo trouxe um foco de estudo que permite envolver
mais os estudantes não só com as ferramentas didáticas utilizadas e sim na compreensão e
interpretação dos impactos que estão inseridos dentro do tema. Além de desenvolver neles a
reflexão a partir da pesquisa das informações, a leitura dos textos, visualização dos vídeos
sobre a importância do solo, roda de conversas, o consumo de matéria-prima e as
consequências das ações humanas.
Com a sequência didática desenvolvida, foi possível despertar dos estudantes a
responsabilidade com o meio ambiente. Para conseguir esse olhar, o docente precisa ir além
de apenas apresentações de definições de conceitos, teorias e leis e sim relacionar dentro do
contexto não só ambiental, mas também social e econômico que estão inseridas essas
descrições que interferem nas questões locais e globais.
45
5 CONCLUSÃO
A educação ambiental deve estar inserida de forma transversal nas disciplinas,
contínua e permanente no ensino básico e superior. Para isso, sabe-se que a realidade do país
demanda maior formação inicial e continuada dos docentes para que efetive cada vez mais a
inserção da educação ambiental na educação básica.
O uso de objetos educacionais infográficos e mapas mentais possibilitou motivar os
estudantes, percebidos pelo envolvimento na produção e apresentação dos mesmos. A partir
dos mapas mentais, verificou-se que a leitura dos estudantes sobre o uso do solo era delimita
principalmente na área da agricultura e através da leitura dos textos, apresentação das leituras
e produção dos resumos permitiu aos estudantes uma maior abrangência do uso e da
importância do mesmo.
Na atividade de criação dos infográficos, permitiu-se buscar conexões
interdisciplinares com questões sobre a mineração dos metais que não estão presentes na
disciplina de química, além de identificar as dificuldades encontradas pelos grupos, pois
requer pesquisa, leitura, interpretação e síntese de textos para poder elaborá-los. A
apresentação de um modelo de infográfico pelo docente sobre o metal ferro permitiu mostrar
aos estudantes os critérios que deveriam conter no mesmo. Porém, em trabalhos futuros,
carece ao docente além de avaliar e identificar os tópicos presentes e ausentes também a
necessidade de promover um retorno aos grupos do que está faltando para que sejam feitas as
devidas alterações e assim alcançar os objetivos definidos. Desse modo, permite fazer dos
erros um indicador diagnóstico numa avaliação formativa, garantindo avanços e superações
dos estudantes a partir da retomada dos erros apresentados para reconstrução e reavaliação
dos mesmos.
Quanto à leitura e à produção dos textos, alguns grupos apresentaram maior
resistência em ler os mesmos. Porém, pelo seu grau de importância no desenvolvimento de
competências de interpretação, síntese, escrita, autoria, formação do senso crítico deve-se
trabalhar mais com leitura e produção textual em todas as disciplinas do currículo, não só a
disciplina de português, buscando motivação e estratégias para envolver a turma na proposta.
Comparando as três ferramentas avaliadas nos resultados, percebesse maior envolvimento dos
estudantes na produção do mapa mental e do infográfico que envolveu imagens e textos do
que na leitura e produção textual, quando apresentaram maior dificuldade de produção e
autoria.
46
As atividades realizadas buscaram sensibilizar os jovens estudantes sobre a
importância de preservar, reduzir o consumo dos recursos naturais, leitura da mineração no
país, os impactos gerados.
47
REFERENCIAL
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Grupo do Alumínio
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52
Grupo do Estanho
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