Josué Montello

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    JOSUÉ MONTELLO

    BIO ABLQuarto ocupante da Cadeira nº 29, eleito em 4 de novembro de 1954, na sucessão deCláudio de Sousa e recebido em 4 de junho de 1955 pelo Acadêmico Viriato Corrêa.Recebeu os Acadêmicos Cândido Mota Filho, Evaristo de Moraes Filho, José Sarney, JoséGuilherme Merquior, Evandro Lins e Silva e Roberto Marinho.

    Cadeira:

    29

    Posição:

    4

    Antecedido por:

    Cláudio de Sousa

    Sucedido por:

    José Mindlin

    Data de nascimento:

    21 de agosto de 1917

    Naturalidade:

    São Luís do Maranhão - MABrasil

    Data de eleição:

    4 de novembro de 1954

    Data de posse:

    4 de junho de 1955

    Acadêmico que o recebeu:

    Viriato Correia

    Data de falecimento:

    15 de março de 2006

    BIOGRAFIA 

    Quarto ocupante da Cadeira nº 29, eleito em 4 de novembro de 1954, na sucessão deCláudio de Sousa e recebido em 4 de junho de 1955 pelo Acadêmico Viriato Corrêa.

    Recebeu os Acadêmicos Cândido Mota Filho, Evaristo de Moraes Filho, José Sarney, JoséGuilherme Merquior, Evandro Lins e Silva e Roberto Marinho.

    Josué de Souza Montello nasceu em São Luís do Maranhão em 21 de agosto de 1917 e

    faleceu no Rio de Janeiro em 15 de março de 2006. Filho de Antônio Bernardo Montello eMância de Souza Montello.

    http://www.academia.org.br/academicos/claudio-de-sousahttp://www.academia.org.br/academicos/jose-mindlinhttp://www.academia.org.br/academicos/viriato-correiahttp://www.academia.org.br/academicos/jose-mindlinhttp://www.academia.org.br/academicos/viriato-correiahttp://www.academia.org.br/academicos/claudio-de-sousa

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    Estudou em São Luís do Maranhão, concluindo o seu curso secundário em Belém do Pará,de onde se deslocou, em dezembro de 1936, para o Rio de Janeiro, e aí se especializouem Educação. Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Maranhão.

    Cargos exercidos

    Inspetor Federal do Ensino Comercial, no Rio de Janeiro (1937);

    Técnico de Educação (por concurso de provas e títulos), do Ministério da Educação (1938a 1971);

    Diretor Substituto do Ensino Comercial, do Ministério da Educação.

    Técnico de Educação do DASP (Divisão de Aperfeiçoamento) (1942-1944);

    Professor de Organização e Administração de Bibliotecas, dos Cursos de Administração doDASP (1943-1944);

    Professor de Organização de Bibliotecas, do Curso Fundamental de Biblioteconomia daBiblioteca Nacional (1945-1947);

    Professor de História da Literatura, do Curso de Biblioteconomia, da Biblioteca Nacional;

    Coordenador dos Cursos da Biblioteca Nacional (1944);

    Diretor dos Cursos da Biblioteca Nacional;

    Diretor Geral da Biblioteca Nacional (nomeado em 1947);

    Diretor do Serviço Nacional do Teatro, do Ministério da Educação;

    Secretário Geral do Estado do Maranhão (1946 - na intervenção de Saturnino Belo);

    Subchefe da Casa Civil da Presidência da República (fevereiro de 1956 a fevereiro de

    1957);

    Professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, da Universidade Maior de São Marcos, emLima, Peru (1953-1955);

    Diretor Geral do Museu Histórico Nacional;

    Diretor e fundador do Museu da República (Palácio do Catete);

    Professor da Cadeira de Literatura Brasileira, da Universidade de Lisboa (1957);

    Professor da Cadeira de História e Literatura Brasileira, da Universidade de Madri (1958);

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    Presidente do Conselho Federal de Cultura (1967-1968);

    Conselheiro Cultural da Embaixada do Brasil em Paris (1969-1970);

    Reitor da Universidade Federal do Maranhão;

    Professor de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras Pedro II (FAHUPE);

    Embaixador do Brasil junto à UNESCO (1985 a 1989);

    Presidente da Academia Brasileira de Letras (1994 a 1995).

     

    Reformas administrativas realizadas

    Reforma da estrutura técnica e administrativa da Biblioteca Nacional (1944);

    Reforma dos Cursos da Biblioteca Nacional (1944);

    Reforma do Ensino Primário e Normal no Estado do Maranhão (1946);

    Organização e instalação do Museu da República (1960);

    Organização e instalação do Conselho Federal de Cultura (1967-1968);

    Organização e instalação do Museu Histórico e Artístico do Maranhão (1973);

    Instalação da Diretoria da ABL no Centro Cultural do Brasil, compreendendo toda a suaadministração (1994-1995);

    Criação da Sala Machado de Assis na ABL, com as relíquias e originais do primeiro

    Presidente da Academia (1994-1995);

    Criação da Sala dos Fundadores do Petit Trianon com a reposição do prédio primitivo(1994-1995);

    Criação do jardim circular da ABL, com a modificação e transferência da estátua de

    Machado de Assis (1994-1995);

    Reforma do Salão Nobre, com a colocação do busto de Machado de Assis, obra deRodolfo Berardinelli, e ainda a homenagem do busto de Austregésilo de Athayde nomesmo espaço nobre (1994-1995);

    Construção da escada e aço, com 29 andares, no Palácio Austregésilo de Athayde (1994-1995);

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    Eliminação de dois prédios de alvenaria contíguos aos prédios a ABL, permitindo aconstrução do jardim circular da instituição (1994-1995);

    Reforma geral do mausoléu da ABL, no cemitério São João Batista (1994-1995);

    Construção do conjunto de vitrines para as exposições periódicas da ABL, no CentroCultural do Brasil (1994-1995);

     

    Colegiados a que pertenceu

    Membro do Conselho de Serviço Social Rural;

    Membro do Conselho da Sudene (como representante do Ministério da Educação);

    Membro do Conselho do Patrimônio Histórico;

    Membro da Comissão Diretora da Biblioteca do Exército (1961-1968);

    Membro do Conselho Federal de Educação (1962-1967);

    Membro do Conselho Federal de Cultura (1967-1989);

    Membro da Comissão Diretora da Casa José de Alencar (Universidade do Ceará);

    Membro a Comissão Machado de Assis (para fixação dos textos básicos da literatura

    brasileira).

     

    Instituições que fundou

    Museu da República (Palácio do Catete);

    Museu de História Literária (no Museu Histórico Nacional, com o acervo básico do arquivocontendo quase todos os originais manuscritos de José de Alencar e obtido por doação);

    Museu Filatélico (no Museu Histórico Nacional, com uma doação feita pelo Banco deBoston);

    Conselho Federal de Cultura (foi autor do Projeto e Decreto-Lei respectivo assinado peloPresidente Castelo Branco e bem assim dos atos complementares que permitiram a

    implantação do colegiado);

    Museu Histórico e Geográfico do Maranhão;

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    Museu Sacro do Maranhão;

    Sede da Reitoria da Universidade do Maranhão, “Palácio Cristo Rei”, na praça GonçalvesDias, São Luís, Maranhão;

    Casa de Cultura Josué Montello, São Luís, Maranhão.

     

    Outras funções exercidas

    Presidente do Grupo de Trabalho incumbido de estudar a reforma e atualização dasinstituições culturais do País (Decreto de 10 de outubro de 1968, do Presidente Artur daCosta e Silva);

    Membro do Grupo de Estudos da Indústria do Livro e dos Problemas do Escritor (GEILPE);

    Representante do Ministério da Educação e Cultura na Exposição do Livro brasileiro em

    Buenos Aires (1961);

    Membro da Comissão Examinadora das Monografias sobre Joaquim Nabuco (Portaria do

    Ministro da Educação, de 16 de agosto de 1949);

    Membro da Banca Examinadora do Concurso de Provas e Títulos da Cadeira de Literatura

    de Literatura Brasileira, da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio deJaneiro;

    Membro da Banca Examinadora do Concurso de Provas e Títulos para Catedrático deLiteratura Espanhola da mesma Faculdade;

    Membro da Comissão Julgadora do Concurso Benjamim Constant, do Clube Militar do Riode Janeiro (1976);

    Colaborador permanente do Jornal do Brasil ( a partir de 1954);

    Diretor da Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras;

    Membro do Conselho Diretor da Editora José Olympio;

    Membro do Conselho Diretor da Editora Nova Fronteira;

    Presidente do Conselho Editorial da DIFEL (Difusora Européia do Livro);

    Presidente da Câmara de Letras do Conselho Federal de Cultura;

    Sócio benfeitor da Policlínica Geral do Rio de Janeiro;

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    Doação dos originais de O Mulato, de Aluízio de Azevedo, que há 52 anos estavam emseu poder (2001);

    Inaugurada em São Luís a Avenida Josué Montello, homenagem da Universidade CEUMA(2001).

    Membro da Comissão Organizadora das Comemorações do Primeiro Centenário deNascimento do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira., promovida pelo Ministério daCultura (2001).

     

    Instituições a que pertenceu

    Membro efetivo da Academia Brasileira de Letras;

    Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;

    Membro da Academia Maranhense de Letras;

    Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão;

    Sócio Fundador da Sociedade Brasileira de Amigos das Nações Unidas;

    Membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa;

    Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa;

    Membro da Academia das Ciências de Lisboa;

    Membro da Academia Portuguesa de História;

    Catedrático Honorário da Universidade Nacional Maior de São Marcos (Lima, Peru);

    Membro da Association Internationale des Critiques Littéraires (Paris);

    Irmão da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro;

    Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Brasília;

    Sócio benemérito da União Brasileira de Escritores;

    Membro honorário da Academia Pernambucana de Letras;

    Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina;

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    Membro da Academia Venezuelana de Letras;

    Membro da Academia Espanhola de História;

    Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Uruguai.

     

    Exposições de caráter cultural e cívico que organizou

    Na Biblioteca Nacional (como Diretor da Instituição):

    Exposição de Chateaubriand;

    Exposição de Balzac.

    No Museu Histórico Nacional (como Diretor da Instituição):

    Exposição retrospectiva de Cinco Séculos da Marinha (agosto de 1960);

    Exposição comemorativa da Semana de Caxias (agosto de 1961);

    Exposição comemorativa do 1º Centenário da Batalha Naval do Riachuelo (junho de 1965);

    Exposição comemorativa do IV Centenário do Rio de Janeiro (março de 1965);

    Exposição comemorativa do Centenário da Batalha de Tuiuti - inaugurada a 24 de maio de1966, compreendendo o seguinte ciclo de conferências, presididas por Josué Montello: I -A Batalha de Tuiuti (em 24 de maio de 1966); II - Perfil de Osório (em 8 de junho de 1966);III -De Monte Caseros a Tuiuti;

    Exposição comemorativa do Bicentenário da Casa do Trem;

    Exposição da História do Brasil no Século XVIII;

    Exposição sobre Arte do Retrato.

     

    Prêmios recebidos

    Prêmio “Sílvio Romero” de Crítica e História, da Academia Brasileira de Letras, 1945. Coma publicação de Histórias da vida literária;

    Prêmio “Artur Azevedo” de Teatro, da Academia Brasileira de Letras, 1947. Com apublicação de Escola da saudade;

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    Prêmio “Coelho Neto” de Romance, da Academia Brasileira de Letras, 1953. Com apublicação de Labirinto de espelhos;

    Prêmio “Paula Brito” de Romance, da Prefeitura do Distrito Federal, 1959. Com apublicação de A décima noite;

    Prêmio “Fernando Chinaglia” de Romance, da União Brasileira de Escritores, 1965. Com apublicação de Os degraus do paraíso;

    Prêmio “Luísa Cláudio Souza” de Romance, do PEN Clube do Brasil, 1967. Com a

    publicação de Os degraus do paraíso;

    Prêmio “Intelectual do Ano”, da União Brasileira de Escritores e da Folha de S. Paulo,

    1971. Com a publicação de Cais da Sagração;

    Prêmio de Romance da Fundação Cultural de Brasília, 1972. Com a publicação de Cais da

    Sagração;

    Prêmio de Romance da Associação Paulista de Críticos de Arte, 1978. Com a publicaçãode Noite sobre Alcântara;

    Prêmio Nacional de Romance do Instituto Nacional do Livro, 1979. Com a publicação deNoite sobre Alcântara;

    Prêmio “Personagem Literária do Ano 1982”- da Câmara Brasileira do Livro, de São Paulo,pelo seu conjunto de obra;

    Prêmio Brasília de Literatura para conjunto de obra “1982”, da Fundação Cultural do

    Distrito Federal, 1983, para conjunto de obras;

    Grande Prêmio da Academia Francesa, 1987;

    Prêmio São Sebastião de Cultura, da Associação Cultural da Arquidiocese do Rio deJaneiro, 1994;

    Prêmio Ateneu Rotário do Rotary Clube de São Paulo, ao ser eleito “Personalidade doAno” na área de Letras, 1997;

    Prêmio Guimarães Rosa, de prosa, do Ministério da Cultura, 1998;

    Prêmio Oliveira Martins, da União Brasileira de Escritores, pela publicação de Os inimigosde Machado de Assis, 2000;

    Prêmio Ivan Lins (Ensaio) da Academia Carioca de Letras, pela obra O Juscelino

    Kubitschek das minhas recordações, 2000.

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    Medalhas e condecorações

    Grande Oficial da Ordem Militar de Sant́Iago da Espada, de Portugal; Grande Oficial da

    Ordem do Infante Dom Henrique, de Portugal; Grande Oficial da Ordem do Mérito dasForças Armadas; Grã-Cruz da Ordem Andrés Bello, da Venezuela; Grã-Cruz da Ordem doInfante Dom Henrique, de Portugal; Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Brasília; Oficial daOrdem Nacional da Legião de Honra da República Francesa; Oficial da Ordem do MéritoMilitar; Oficial da Ordem Nacional do Mérito Educativo; Comendador da Ordem do MéritoNaval, do Brasil; Comendador da Ordem do Mérito Grão Pará; Comendador da Ordem doCongresso Nacional; Comendador da Ordem “Al Mérito por Servicios Distinguidos”, Peru;Medalha da Imperatriz Leopoldina do Instituto Histórico de São Paulo; Medalha MarechalHermes, do Ministério da Justiça; Medalha do Sesquicentenário do Arquivo do Exército;Medalha Comemorativa do Bicentenário da Casa do Trem, do Ministério da Guerra;

    Medalha Comemorativa da inauguração do Museu de Artilharia, do Ministério da Guerra;Medalha Anchieta, do Distrito Federal; Medalha Companheiros da Aliança, do Ministério

    das Relações Exteriores; Medalha Timbira, do Estado do Maranhão; Diploma HonorisCausa do Instituto de Geografia e História Militar, do Clube Militar e da Biblioteca do

    Exército; Diploma de Reconhecimento da Escola Superior de Guerra; Diploma do ArmorialUniversal, de Bruxelas, conferindo-lhe o título de “Président d̀honneur pour le Brésil”;Grande Oficial da Ordem do Mérito das Forças Armadas; Grã-Cruz da Ordem do Mérito deBrasília; Medalha de ouro comemorativa dos 40 anos da Universidade Federal do Ceará;Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique; Ordem do Mérito do Livro, da Fundação

    Biblioteca Nacional; Medalha do Padre Antônio Vieira, da União Brasileira de Escritores,1997; Diploma de Reconhecimento do Rotary Clube do Rio de Janeiro, em homenagemaos seus 80 anos, 1997; Inaugurada em São Luís do Maranhão a primeira “Biblioteca Farolde Educação Josué Montello”, no Governo Roseana Sarney, 1997; Medalha comemorativados 75 anos do Museu Histórico Nacional, de que foi Diretor de 1960 a 1967; Ordem do

    Mérito Cultural da França, 1999; Medalha Comemorativa dos 40 anos da fundação doMuseu da República, de que foi o organizador e primeiro Diretor, 2000; Medalha do Mérito

    Cultural Acadêmico Austregésilo de Athayde da Academia de Letras e Artes deParanapuã, 2002.

    BIBLIOGRAFIA 

    Romance

    Janelas fechadas. Rio de Janeiro: Pongetti, 1941. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1982.

    A luz da estrela morta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948. 5ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1995.

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    Labirinto de espelhos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952. 4ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1995.

    A décima noite. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. 6ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1982.

    Os degraus do paraíso. São Paulo: Martins, 1965. 6ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1994. 6ª imopressão.

    Cais da Sagração. São Paulo: Martins, 1971. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

    Os tambores de São Luís. Rio de Janeiro: José Olympio / INL, 1975. 6ª ed. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1991. 6ª. impressão.

    Noite sobre Alcântara. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. 4ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1996. 3ª impressão.

    A coroa de areia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. 2ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1984. 1ª impressão.

    O silêncio da confissão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. 3ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1983. 2ª impressão.

    Largo do Desterro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova

    Fronteira, 1982. 2ª impressão.

    Aleluia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. 5ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

    Pedra viva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

    1984. 2ª impressão.

    Uma varanda sobre o silêncio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 4ª ed. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1993. 5ª impressão.

    Perto da meia-noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. 2ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1990. 2ª impressão.

    Antes que os pássaros acordem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. 2ª ed. Rio deJaneiro: Nova Fronteira, 1995. 2ª impressão.

    A última convidada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. 2ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1990. 2ª impressão.

    Um beiral para os bem-te-vis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. 2ª ed. Rio de Janeiro:

    Nova Fronteira, 1990. 2ª impressão.

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    O camarote vazio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. 3ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1995. 3ª impressão.

    O baile da despedida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992. 6ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1994. 8ª impressão.

    A viagem sem regresso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 2ª ed. Rio de Janeiro: NovaFronteira, 1993. 4ª impressão.

    Uma sombra na parede. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. Rio de Janeiro: Nova

    Fronteira, 1995. 3ª impressão.

    A mulher proibida. In: Romances escolhidos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. 2ª

    impressão.

    Enquanto o tempo não passa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

    Sempre serás lembrada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. 2ª impressão.

    A herdeira do trono (a sair)

    A mais bela noiva de Vila Rica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira (a sair).

     

    Romances traduzidos

    Coronation Quay. Tradução inglesa de Cais da Sagração por Myriam Henderson, Londres:Rex Collings, 1975.

    Muelle de la Consagración. Tradução castelhana de Cais da Sagração por Maria JoséCrespo. Buenos Aires: Macondo Editiones, 1979.

    Les Tribulations de Maître Séverin. Tradução francesa de Cais da Sagração por Florence

    Benoist, com a colaboração de Isa de Ricquesen. Paris: Éditions Maritimes et d̀Outres-Mer, 1981.

    Les Tambours noirs. Tradução francesa de Os tambores de São Luís por Jacques Thiérot,Marie-Pierre Mezeas, Monique le Moing. Paris: Flammarion, 1987.

    Natt över Alcântara. Tradução sueca de Noite sobre Alcântara por Margareta Ahlberg.Estocolmo: Ed. Nordan, 1988.

    Notte su Alcantara. Tradução italiana de Noite sobre Alcântara por Adelina Aletti. Milano:

    Bompiani, 1997.

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    Ensaio

    Gonçalves Dias (Ensaios biobibliográficos). Rio de Janeiro: publicações da Academia

    Brasileira de Letras, 1942.

    Histórias da vida literária. Rio de Janeiro: Nosso Livro Ed., 1944.

    O Hamlet de Antônio Nobre. Rio de Janeiro: Ser. Doc. MEC, 1949.

    Cervantes e o moinho de vento. Rio de Janeiro: Gráfica Tupy, 1950. Título mudado:Viagem ao mundo do Dom Quixote. In: MONTELLO, Josué. Caminho da fonte, Rio de janeiro: INL, 1959, p. 203-78.

    Viagem ao mundo do Dom Quixote. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 1983.

    Fontes tradicionais de Antônio Nobre. Rio de Janeiro: Serv. Doc., MEC, 1953.

    Ricardo Palma, clássico da América. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica, 1954.

    Artur Azevedo e a arte do conto. Rio de Janeiro: Liv.São José, 1956.

    Estampas literárias. Rio de Janeiro: Organização Simões, 1956.

    A oratória atual do Brasil. Rio de Janeiro: Serv. Doc. DASP, 1959.

    Caminho da fonte. Rio de Janeiro:INL, 1959.

    "Ford, o mágico dos automóveis". In: Grandes vocações.São Paulo: Donato Ed., 1960, v.2.

    O Presidente Machado de Assis. 1ª edição, São Paulo: Martins, 1961. 2ª ed. Edição paracegos - gravação em cassetes do Livro falado São Paulo: Fundação para o Livro do Cegono Brasil, 1978.

    Santos de casa. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1966.

    Uma afinidade de Manuel Bandeira: Vicente de Carvalho. Fortaleza: Imprensa Universitáriado Ceará, 1967.

    "O conto brasileiro: de Machado de Assis a Monteiro Lobato". In: MONTELLO, Josué.Caminho da fonte. 1ª ed. Rio de Janeiro: INL, 1959, pp. 279-365. 2ª ed. Rio de Janeiro:

    Edições de Ouro, 1967.

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    O assunto é padre. De colaboração com Adonias Filho, Armando Fontes, CassianoRicardo e outros. Rio de Janeiro: Agir, 1968, pp. 99-120: "Bispos de outrora" (ensaio deJosué Montello).

    "Marcas literárias da comunidade luso-brasileira". Lisboa: Comissão Executiva do V

    Centenário de Nascimento de Pedro Álvares Cabral, 1968. In: Separata do Boletim daAcademia Internacional de Cultura Portuguesa. Lisboa, nº 4, 1968.

    Uma palavra depois de outra. Rio de Janeiro: INL, 1969.

    Un maître oublié de Stendhal. Paris: Éditions Seghers, 1970. Esse estudo de JosuéMontello publicado em Paris a respeito do Abbé de Saint-Real, que viveu na França noséculo XVII, determinou a reedição de duas obras desse autor na Suíça, com a expressadeclaração da contribuição de Josué Montello.

    Estante giratória. Rio de Janeiro: Liv. São José, 1971.

    "A transição da cultura brasileira". In: Separata da Revista do Arquivo Municipal de São

    Paulo, 1973, nº 185 a 200.

    A cultura brasileira. Conferência proferida na Escola Superior de Guerra. Rio de Janeiro:

    Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra, 1977.

    Rui, o parlamentar. De colaboração com Américo Lacombe, Luís Viana Filho, Pedro

    Calmon e Pinto de Aguiar. Salvador: ABC Gráfica, 1978, p. 5-20: "O estilo de Rui Barbosa"(ensaio de Josué Montello).

    Para entender os anos 70. De colaboração com Roberto Campos, Murilo Melo Filho,Carlos Heitor Cony e outros. Rio de Janeiro: Bloch, 1980, p.111-19: "Entre o jogo-de-armare o best-seller" (ensaio de Josué Montello).

    Brazilian culture. Estocolmo: Embaixada do Brasil, 1983. (Editado em inglês).Compreende: palestra de Josué Montello na Universidade de Estocolmo (1982); entrevistade Josué Montello à radio sueca (1982); entrevista de Josué Montello à imprensa sueca

    (1982).

    Os caminhos. São Luís: Departamento de Estradas de Rodagem do Maranhão, 1984.

    Lanterna vermelha. São Luís: Academia Maranhense, 1985.

    Alcântara. De colaboração com Barnabás Bossahart e Hugo Loetscher, 1989.

    Janela de mirante. São Luís: SIGE, 1993.

    O Modernismo na Academia - Testemunhos e documentos. Rio de Janeiro: ABL, ColeçãoAfrânio Peixoto, 1994.

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    O tempo devolvido - Cenas e figuras da História do Brasil. Rio de Janeiro: ABL, ColeçãoAfrânio Peixoto, 1996.

    Fachada de azulejo. São Luís: AML, 1996.

    Condição literária: São Luís: CEUMA, 1996.

    Memórias Póstumas de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 2ª

    impressão. Lúcio de Mendonça. Rio de Janeiro: ABL, 1997. Coordenação e prefácio.

    Baú da juventude. São Luís: Academia Maranhense de Letras, 1997.

    Diário da viagem ao Rio Negro. Introdução extensa ao estudo de Gonçalves Dias,levantando todo o trabalho de pesquisa do poeta. Rio de Janeiro: ABL, 1997. ColeçãoAfrânio Peixoto, 30.

    Os inimigos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. 2ª impressão.

    O Juscelino Kubitschek de minhas recordações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 2ªimpressão.

     

    Crônicas

    Os bonecos indultados. Rio de Janeiro: A Casa do Livro, 1973.

     

    História

    História dos homens de nossa história. Em colaboração com Nélio Reis. Belém: Oficinas

    Gráficas do Inst. Lauro Sodré, 1936.

    Os holandeses no Maranhão. 1ª edição Rio de Janeiro: DIP, 1945. 2ª ed. Rio de Janeiro:Serv. Doc. MEC, 1946.

    Theremin. Álbum de gravuras com introdução de Josué Montello. Rio de Janeiro: BibliotecaNacional, 1949.

    História da Independência do Brasil. Introdução, planejamento e direção geral da obra. Riode Janeiro: A Casa do Livro, 1972, 4 vols.

    Pedro I e a Independência do Brasil à luz da correspondência epistolar. Rio de Janeiro:

    Associação Comercial, 1972.

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    História literária

    Pequeno anedotário da Academia Brasileira. Anedotário dos Fundadores. São Paulo:

    Martins, 1974. 2ª ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.

    Aluísio Azevedo e a polêmica d̀"O Mulato". Rio de Janeiro: José Olympio. Brasília: INL,

    1975.

    A polêmica de Tobias Barreto com os padres do Maranhão.Rio de Janeiro: José Olympio.

    Brasília: INL, 1978.

    Primeiras notícias da Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro: ABL, 1997.

    A Academia Brasileira entre o Silogeu e o Petit Trianon. Rio de Janeiro: ABL, 1997.Coleção Afrânio Peixoto, 33.

     

    Discursos

    Discurso de posse como Diretor da Biblioteca Nacional, 1948;

    Discurso na cerimônia de despedida de Pedro Calmon como Ministro da Educação, 1951;

    Discurso de posse na Academia Brasileira de Letras. Discurso de Viriato Corrêa recebendoJosué Montello. Rio de Janeiro: Serv. Doc. MEC, 1956;

    Discurso de saudação ao presidente do Peru, Manuel Prado, na Academia Brasileira deLetras, 1962;

    Discurso de posse na Academia Internacional de Cultura Portuguesa sobre a "Autonomialiterária no Brasil". Lisboa, 1968;

    Quatro discursos em defesa da cultura. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura,1968;

    Discursos acadêmicos. Discurso de saudação a Cândido Motta Filho na AcademiaBrasileira de Letras; discurso de recepção de Cândido Motta Filho. Rio de Janeiro:

    Publicações da Academia Brasileira, 1972;

    Discurso de Reitor da Universidade Federal do Maranhão. Rio de Janeiro: GráficaOlímpica, 1973;

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    Discurso de saudação ao escritor português Joaquim Paço d̀Arcos como sóciocorrespondente da Academia Brasileira de Letras, 1976;

    Discurso de saudação a José Jansen Ferreira na Academia Maranhense de Letras, 1977;

    Discurso na Academia Brasileira, na inauguração do Edifício Centro Cultural do Brasil, desaudação ao representante da Academia Argentina de Letras, Angel Batistessa, 1979;

    Discurso de saudação a Pedro Neiva de Santana na Academia Maranhense de Letras,1980;

    Posse na Academia Brasileira de Letras. Discurso de saudação a José Sarney. Brasília,1981;

    Discurso de recepção de José Guilherme Merquior na Academia Brasileira de Letras eresposta de Josué Montello. Rio de Janeiro: 1983;

    Discurso de posse na Academia de Ciências de Lisboa, como sócio correspondente. " Umescritor esquecido: José Antônio de Freitas", 1983;

    Discurso de saudação a Evaristo de Moraes Filho na Academia Brasileira de Letras, 1984;

    Discurso de saudação a Herberto Salles no PEN Clube do Brasil, 1985;

    Discurso de posse como acadêmico correspondente brasileiro na Academia Portuguesa deHistória (Lisboa). "Um português esquecido na história cultural do Brasil: Manoel

    Bettencourt", 1985;

    Discurso de posse como acadêmico brasileiro na Academia Portuguesa de História

    (Lisboa) - Elogio de Pedro Calmon, 1988;

    Discurso na presidência da Academia Brasileira de Letras, 1994;

    Discurso por ocasião da abertura da 46ª Feira do Livro de Frankfurt, 1994;

    Discurso na inauguração das obras de restauração da sede da Academia, 1995;

    Discurso pronunciado na ABL, em homenagem a Barbosa Lima Sobrinho por ocasião deseu centenário, 1997;

    Discurso de agradecimento pronunciado em São Luís, no CEUMA (Centro de EnsinoUnificado do Maranhão) na inauguração do "Auditório Josué Montello", quando recebeu o

    título de "Patrono Emérito e Perpétuo do Curso de Letras das Faculdades Integradas doCEUMA", 1997;

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    Discurso pronunciado na ABL de saudação ao crítico Wilson Martins pelo Prêmio JoséErmírio de Moraes, 1997;

    Discurso recebendo Evandro Lins e Silva na ABL, 1998;

    Discurso pronunciado em São Luís, na CCJM em cerimônia presidida pelo SecretárioPerpétuo da Academia Francesa Maurice Druon, de agradecimento ao governo francêsatravés do Ministério da Cultura e da Comunicação da República Francesa, pelorecebimento da condecoração da "Ordem do Mérito Cultural das Artes e Letras", 1999;

    Discurso na ABL por ocasião da entrega do Prêmio José Ermírio de Moraes a CíceroSandroni e Laura Sandroni, 1999;

    Palestra proferida na ABL com o título "Liderança da língua portuguesa: José de Alencar,Rui Barbosa e Mário de Andrade", no curso A língua portuguesa nos 500 anos do Brasil,

    1999;

    Discurso recebendo o editor Carlos Augusto Lacerda no PEN Clube do Brasil, 1999;

    Discurso por ocasião da inauguração da reunião Internacional do Instituto Brasil EstadosUnidos em São Luís, 1999;

    Palestra proferida no PEN Clube do Brasil: "A evocação de Maeterlink", 2000;

    Palestra: "O Cronista Machado de Assis" proferida na ABL, na abertura do Ciclo Machadode Assis - cronista e poeta, 2000;

    Palestra proferida no PEN Clube do Brasil sobre "O humor de Machado de Assis", 2001;

    Palestra sobre "José Lins do Rego", proferida na ABL em comemoração ao seu centenário,2001;

    Discurso de recepção a Paulo Coelho no PEN Clube do Brasil, 2001;

    Discurso na ABL; "Como presidi a Academia", 2003.

     

    Antologias (que organizou)

    Aluísio Azevedo (Trechos escolhidos). Apresentação em duas partes: a) situação histórica;b) estudo crítico. Rio de Janeiro:Agir, 1963.

    Machado de Assis. Estudo introdutório e antologia. Lisboa: Editorial Verbo, 1972. (Gigantes

    da Literatura Universal).

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    Para conhecer melhor Gonçalves Dias. Estudo introdutório e Antologia. Rio de Janeiro:Bloch, 1973.

    Para conhecer melhor José de Alencar. Estudo introdutório e Antologia. Rio de Janeiro:Bloch, 1973.

     

    Educação

    O sentido educativo da arte dramática. Tese de concurso, 1937.

    Reforma do Ensino Normal no Maranhão. São Luís: Ser. de Imprensa Oficial, 1946.

    Os feriados nacionais. Rio de Janeiro: MEC, 1953.

    Literatura para professores do 1º grau. In: Biblioteca Educação é Cultura. Rio de Janeiro:Bloch, 1980, 2.

     

    Novelas

    O fio da meada. Rio de Janeiro: Ed. O Cruzeiro, 1955.

    Duas vezes perdida. São Paulo: Martins, 1966.

    Numa véspera de Natal. Rio de Janeiro: Gráfica Tupy, 1967.

    Uma tarde, outra tarde. 1ª ed. São Paulo: Martins, 1968. 2ª ed. São Paulo: Martins, 1971.

    "Um rosto de menina". 1ª ed. In: Uma tarde, outra tarde. São Paulo: Martins, 1968, pp. 11-40. 4ª ed. São Paulo: Difel, 1983.

    A indesejada aposentadoria. Brasília: Ebrasa. Ed. de Brasília, 1972.

    Glorinha. São Paulo: Clube do Livro, 1977.

    O melhor do conto brasileiro - de colaboração com Aníbal Machado, Lygia Fagundes Tellese Orígenes Lessa (1979).

    Pelo telefone - com 11 colaboradores (1981).

     

    Novelas traduzidas

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    "La campana de soledade". O Cruzeiro Internacional, Rio de Janeiro, 16 de outubro de1964. Tradução castelhana de "O sino da soledade", in: O fio meada.

    "La sencilla y complicada historia del viejo diplomata". O Cruceiro Internacional, Rio deJaneiro, 1 de julho de 1965. Tradução castelhana de "O velho diplomata", in: Duas vezes

    perdida.

    "Faded lives" in: Courrier de Messagéries Maritimes. Paris, jan.-fev./1970, nº 114. Traduçãoinglesa de "Vidas apagadas" in: Duas vezes perdida.

    "Viés éteintes" in: Courrier Messagéries Maritimes. Paris,jan.-fev./1970, nº 114. Traduçãofrancesa de "Vidas apagadas", in: Duas vezes perdida.

     

    Romances e novelas editados em Portugal

    Um rosto de menina (novela). Lisboa: Difel, 1984.

    A coroa de areia (romance). Lisboa: Livros do Brasil, 1987.

    Os tambores de São Luís (romance). Lisboa: Livros do Brasil, 1990.

    Largo do Desterro (romance). Lisboa: Livros do Brasil, 1993.

     

    Teatro

    Precisa-se de um anjo.Comédia em 3 atos. Representada no Rio de Janeiro pelaCompanhia Delorges, no Teatro Rival. Estréia em 26 de novembro de 1943.

    Escola da saudade. Comédia em 3 atos. São Luís: imprensa Oficial do Maranhão, 1946.Representada no Rio de Janeiro pela Companhia Jayme Costa, no Teatro Glória. Estréia

    em 19 de agosto de 1947.

    O verdugo. Drama em 1 ato. Rio de Janeiro: Gráfica Olímpica, 1954. Representada em

    Lima pelo Teatro Universitário da Universidade Nacional Maior de São Marcos, noAuditório da Universidade. Estréia em 13 de janeiro de 1956. Representada no Rio de

    Janeiro pelo Teatro de Amadores, no Teatro Mesbla. Estréia em 5 de janeiro de 1957.

    A miragem. Comédia em 3 atos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959.

    Através do olho mágico. Rio de Janeiro: Serv. Nac. do Teatro, 1959. Comédia em 3 atos.

    Representada no Rio de Janeiro pelo teatro de estudantes, por iniciativa da Sociedade

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    Propagadora das Belas-Artes, no auditório de O Globo. Estréia em 6 de dezembro de1963.

    O anel que tu me deste. Comédia em 3 atos. Representada em Paraíba do Sul pelo Teatrode Amadores, na inauguração do Teatro Paroquial de Paraíba do Sul. Estréia em 26 de

    novembro de 1960.

    A baronesa. Comédia em 3 atos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1960. Representada noRio de Janeiro pelo "Studio A", sob a direção de Pernambuco de Oliveira, no TeatroDulcina. Estréia em 17 de março de 1961.

    Alegoria das três capitais. Espetáculo oficial da inauguração de Brasília, 1960.Apresentação na Praça dos Três Poderes, em 21 de abril de 1960. Texto de JosuéMontello em colaboração com Chianca de Garcia, música de Villa-Lobos e Hekel Tavares.

    Um apartamento no céu. Rio de Janeiro: Edições Consultor, 1995.

    O baile da despedida. Romance transcrito para teatro com o título O último baile do

    Império, representada em Coimbra, Portugal, no "Festival da Tondela", 1996. Em Lisboa,no Teatro Barraca, em 1997.

     

    Biblioteconomia

    Curso de organização e administração de bibliotecas. Rio de Janeiro: Dasp, 1943.

    Problemas da Biblioteca Nacional. Discurso de posse do Diretor da Biblioteca Nacional.

    Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1948.

     

    Literatura infantil

    O tesouro de Dom José. Rio de Janeiro: Gráfica Ed. "O Malho", 1944. (Biblioteca Infantil dÓ Tico-Tico).

    As aventuras do Calunga.Rio de Janeiro: Gráfica Ed. "O Malho", 1945. (Biblioteca Infantild̀O Tico-Tico).

    O bicho do circo. Rio de Janeiro: Gráfica Ed. "O Malho", 1945. (Biblioteca Infantil d̀O Tico-Tico).

    A viagem fantástica. Rio de Janeiro: Gráfica Ed. "O Malho", 1946. (Biblioteca Infantil d̀O

    Tico-Tico).

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    Conversa do Tio Juca. Publicado semanalmente em O Tico-Tico. Rio de Janeiro: Gráficaed. "O Malho", 1947 a 1948.

    A cabeça de ouro. Rio de Janeiro: Gráfica Ed. "O Malho", 1949. (Biblioteca Infantil d̀OTico-Tico).

    As três carruagens e outras histórias. São Paulo: LISA; Brasília: INL, 1979. (ColeçãoEstrela da Manhã).

    Fofão, Antena e o Vira-Lata inteligente. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.

    O carrasco que era santo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. 4ª. impressão.

    A formiguinha que aprendeu a dançar. Rio de Janeiro: Consultor, 1997.

     

    Diários

    Diário da manhã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

    Diário da tarde. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

    Diário do entardecer. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1991.

    Diário da noite iluminada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

    Diário das minhas vigílias (a sair).

    Confissões de um romancista (a sair).

     

    Prefácios

    Mais e cem obras foram prefaciadas por Josué Montello, destacando-se os prefácios a:Ficção completa, de José Lins do Rego. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976.

    O fruto do vosso ventre, romance de Herberto Sales, na sua tradução japonesa publicadaem Tóquio: Shinsekaisha Ltda., 1977.

    Cartas do próprio punho, de Gilberto Freyre. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura,1978.

    Mestre Cícero Dias. Livro de arte, com inclusão de uma tela sobre Os tambores de SãoLuís, 2001.

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    Antologias (com contos seus)

    MONTEIRO, Jerônimo. O conto fantástico (antologia). Rio de Janeiro: Civilização

    Brasileira, 1959, pp. 209-23: "O sino da soledade", novela de Josué Montello, in: O fio dameada.

    MAGALHÃES Júnior, R. O conto do Norte (antologia). Rio de Janeiro: CivilizaçãoBrasileira, 1959, v.2; pp.145-61: "O orador" , novela de Josué Montello, in: O fio da meada.

    José de Barros Martins - 30 anos (antologia comemorativa do trigésimo aniversário defundação da Livraria Martins Editora). São Paulo: Martins, 1967; pp. 219-28: "Vidas

    apagadas", novela de Josué Montello, in: Duas vezes perdida.

    NEVES, João Alves das. Mestres do conto brasileiro (antologia). Lisboa:Editorial Verbo,

    1972, pp.127-44: "Numa véspera de Natal" , novela de Josué Montello, in: Uma tarde,outra tarde.

    MORAIS Filho, Nascimento. Esperando a missa do Galo (antologia de contos de Natal).São Luís: Edições SIOGE, 1973; pp. 233 a 251: "Numa véspera de Natal", novela de Josué

    Montello, in: Uma tarde, outra tarde.

    PROENÇA, Ivan Cavalcanti. O melhor do conto brasileiro (antologia). Rio de Janeiro: José

    Olympio, 1979; pp. 51-61: "Numa véspera de Natal", novela de Josué Montello, in: Umatarde, outra tarde.

    Pelo telefone (antologia de contos a respeito do telefone). Edição especial. São Paulo:Telecomunicações de São Paulo S.A , 1981; pp. 115-37: "A extensão", novela de JosuéMontello, in:Um rosto de menina.

     

    Edições para cegos

    Gravações em cassetes do Livro falado, pela Fundação para o Livro do Cego no Brasil,

    com sede em São Paulo, das seguintes obras:

    Cais da Sagração (romance), 1976.

    O presidente Machado de Assis (ensaio), 1978.

    Aleluia (romance), 1982.

     

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    Cinema

    Novelas de Josué Montello que foram transpostas para o cinema:

    "Uma tarde, outra tarde". Com o subtítulo O amor aos 40 (cinema). In: Uma tarde, outra

    tarde (novela). São Paulo: Martins, 1968, pp. 1810213. Novela filmada e dirigida pelocineasta William Cobbett, sob o patrocínio da Embrafilme, em 1974. Adaptação para ocinema com texto do próprio autor. Exibição do filme em Brasília, Rio de Janeiro e SãoPaulo, em 1976.

    "O monstro". Com o título O monstro de Santa Teresa (cinema). In: Duas vezes perdida(novela). São Paulo: Martins, 1966, pp. 11-46. Novela filmada e dirigida pelo cineastaWilliam Cobbett, sob o patrocínio da Embrafilme, em 1975. Adaptação para o cinema comtexto do próprio autor e do cineasta. Exibição do filme no Rio de Janeiro em 1978.

    Filme-documentário a respeito do romance Os tambores de São Luís. Produzido porRenato Bittencourt, para a Agência Nacional - Jornal nº. 96, de 1975.

    Filme-documentário, rodado em São Luís, a respeito de sua vida e obra literária, com ocenário de sua terra natal. Produzido por Pedro Braga dos Santos, em 1978.

     

    Televisão

    Documentário sobre a vida e a obra literária de Josué Montello. Dirigido e apresentado porAraken Távora na TV Educativa para a série "Os Mágicos".

    Entrevista a respeito do Prêmio Nacional de Romance do INL.

    Entrevistado por Márcio Braga a respeito do Prêmio Nacional de Romance do INL,

    conferido a Josué Montello pela publicação de Noites sobre Alcântara e A coroa de areia,1980.

    Filme-documentário sobre a vida e a obra de Josué Montello. Apresentado pela televisãomaranhense, filmado em São Luís e dirigido por Pedro Braga dos Santos, 1980.

    Entrevista a respeito da Academia Brasileira de Letras.

    Entrevistado pela TV Educativa, na Academia Brasileira de Letra, para o Programa Osimortais, 1981.

    Entrevistado por Roberto d̀Ávila para a TV Educativa, no Programa Um nome na História,1981.

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    Transposta para o teleconto a novela de Josué Montello O velho diplomata.Apresentadapela TV Cultura de São Paulo e TV Educativa do Rio de Janeiro, inaugurando o gênero"Teleconto" nessas emissoras de televisão. Seriada em cinco capítulos, com textoadaptado por Jorge Andrade e Abujamra, 1981.

    Longa entrevista a respeito de sua vida e obra literária e a Casa de Cultura Josué Montello,em São Luís.

    Entrevistado em São Paulo por Benedito Buzar para a TV Bandeirantes, no ProgramaMaré Alta, em 1983.

    Entrevista a respeito do romance Pedra viva.

    Entrevista para a TV Manchete, a respeito de sua obra literária e o seu romance Pedraviva, em 1983.

    Depoimento a respeito de Alceu Amoroso Lima.

    Depoimento de Josué Montello para o Arquivo da Fundação Cândido Mendes, gravado emvídeo, para o circuito interno de televisão, em 1983.

    Entrevista a respeito da publicação do Diário da manhã.

    Entrevistado para a TV Manchete, no jornal Manchete panorama a respeito do Diário da

    manhã, em 1984.

    Longo depoimento para Araken Távora, para circuito fechado de televisão.

    A respeito de sua vida, obra e vocação literária, para divulgação no Brasil e no exterior, em

    universidades e instituições culturais, com a participação da IBM e da TV Educativa, ondese encontra arquivada uma cópia da gravação, em 1984.

    Entrevistado em São Luís por Benedito Buzar para a TV Bandeirantes, no Programa MaréAlta, em 1984.

    Depoimento a respeito de Uma varanda sobre o silêncio. Apresentado pela TV Manchete,no jornal Manchete Panorama, em 1984.

    Especial de literatura com Josué Montello-Mar-Amar-Maranhão. Longo documentárioapresentado pela TV Educativa, filmado em São Luís, e pequena parte no Rio de Janeiro,focalizando os cenários dos romances de Josué Montello, juntamente com seusdepoimentos, em 1984.

    Depoimento a propósito do romance Uma varanda sobre o silêncio. Apresentado por

    Danuza Leão, juntamente com a cantora Gal Costa, na TV Record, no programa EncontroMarcado, em 1984.

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    Depoimento para o programa Sem Censura, da TV Educativa do Rio de Janeiro a respeitode Memórias Póstumas de Machado de Assis, 1997.

    Depoimento para a TV Manchete, no programa Campus Universitário sobre Machado deAssis, vida e obra, e a publicação de Memórias Póstumas de Machado de Assis, 1997.

    Depoimento para o programa Sem Censura da TV Educativa, a respeito de Os inimigos deMachado de Assis, 1998.

    Depoimento para o programa Sem Censura da TV Educativa a respeito de O Juscelino

    Kubitschek das minhas recordações, 1999.

    Depoimento para o programa Sem Censura a respeito do romance Sempre serás

    lembrada, 2000.

    Entrevistado pela TV Educativa para o programa Observatório da Imprensa sobre a

    personalidade do grande jornalista Carlos Castello Branco, 2000.

    Entrevistado sobre Darcy Ribeiro em programa transmitido pela TV Senado, 2001.

    Participação no programa Primeiro time da TV Educativa, em que alude à doação dosoriginais de O Mulato à ABL, 2001.

     

    Rádio

    Radiofonização em Lisboa, pela Rádio Renascença, no programa Páginas do Brasil, nº.31, de duas cenas do romance de Josué Montello, A décima noite, precedidas de um

    breve estudo. Produção do Departamento de Rádio do Escritório de Propaganda eExpansão do Brasil em Lisboa, 1960.

    Radiofonização da peça de Josué Montello A baronesa, por Dias Gomes, pela RádioNacional do Rio de Janeiro, 1961.

    Radiofonização da novela de Josué Montello A aposentadoria, pelo produtor Allan Lima,através da Rádio Ministério da Educação e Cultura, programa Vida e fantasia, 1964.

    Radiofonização de passagens do Pequeno anedotário da Academia Brasileira de Letras,pela Rádio Ministério da Educação e Cultura, 1965.

    Trasnmitida pela Rádio Emissora BBC de Londres, conversa de Josué Montello sobre "Osistema nacional de cultura no Brasil", 1968.

    Entrevista de Josué Montello em Paris, para a Rádio Francesa, a propósito do livro deensaios Un maître oublié de Stendhal, publicado pela Editora Seghers, 1970.

  • 8/19/2019 Josué Montello

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    Josué Montello "Especial". Entrevista gravada a respeito de sua obra, focalizando seuromance A coroa de areia, transmitida pela Rádio Jornal do Brasil, 1980.

    Entrevista à Rádio Jornal do Brasil a respeito do romance Aleluia, transmitida no Noticiárioda Manhã, 1982.

    Entrevistado em Estocolmo pela Rádio Suécia Internacional, no programa Debate,transmitido em português para a Europa, África e América Latina, 1982.

    Entrevistado pela rádio francesa a respeito de sua obra literária, no Rio de Janeiro, pela

     jornalista Carmen Bernard, para ser transmitida em Paris pela Radio France Culture noprograma cultural Panorama, 1983.

    Entrevistado pela Rádio Roquette-Pinto, do Ministério da Educação e Cultura, a respeito desua obra literária, 1983.

    Radiofonização pela Rádio Ministério da Educação e Cultura da novela de Josué MontelloNuma véspera de Natal, caracterizada pelos seus personagens, dentro da programação

    especial da Rádio O Natal na visão do contista, 1984.

    Entrevistado ao vivo pela Rádio MEC, prestando depoimento sobre a publicação de

    Memórias póstumas de Machado de Assis, 1997.

     

    Obra completa

    Romances e novelas de Josué Montello, em três volumes, papel bíblia, edição Aguilar,

    incluindo toda a ficção do autor até 1986, e mais uma longa introdução no primeiro volume,"Confissões de um romancista".

    DISCURSO DE POSSE

    O ENCONTRO DA ACADEMIA

    Entre os contos com que Patrônio exercitou a agudeza de espírito de seu amo, o CondeLucanor, na prosa antiga do Infante Juan Manuel, há um pequeno relato, de leve sabor

    anedótico, que desejo evocar no pórtico deste discurso, para assim recomendar-me àvossa benevolência, iniciando-o com a colorida graça monástica de uma iluminuramedieval.

    Entre os monges da Catedral e os frades menores de Paris irrompeu, certo dia, uma

    querela de campanário, porque ambas as ordens igualmente aspiravam à primazia detocar o sino ao apontar do sol.

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    Na condição de cabeças da Igreja na cidade, os monges da Catedral sustentavam quelhes competia a glória matinal desse cuidado. Mas os frades menores logo redargüiamque, sendo tradicionalmente madrugadores e expeditos, não atinavam por que teriam deesperar que outra Ordem lhes tangesse as horas no momento do arrebol.

    A discussão dos frades, colocada nesses termos irredutíveis, converteuse facilmente emprocesso com denúncias, citações, agravos, queixas, embargos e apelações, e arrastou-sepelo tempo adiante, sem que se descobrisse, nas marchas e contramarchas, a soluçãocapaz de harmonizar os querelantes.

    No rolar do tempo, a demanda acabou por alcançar em Roma os ouvidos de SuaSantidade, que logo decidiu pôr termo à contenda com a interferência direta de umcardeal.

    Homem prático e decidido, o representante do papa chamou a si o processo com todas assuas peças e, sem ao menos deter os olhos na montanha de papel, citou os litigantes parao dia seguinte, a fim de conhecerem da sentença.

    E a hora marcada, imutáveis nos seus pontos de vista, lá estavam, diante do emissário deSua Santidade, os frades menores e os monges da Catedral.

    O Cardeal começou por fazer queimar, à vista dos querelantes atônitos, a papelama doprocesso.

    – Amigos – disse então Sua Eminência –, esta questão tem durado muito. E precisaacabar. Agora mesmo lhe daremos um fim. Ambos quereis tocar a matinas, sem que umse conforme com prioridade do outro. Mas aqui vos dou a sentença, que resolve o casopara sempre.E alteando a voz:– Ouçam! – gritou o cardeal –, aquele que acordar mais cedo, é esse que tange o sino!

    Senhores acadêmicos:

    Não me cabendo aspirar, pela natural limitação de meus possíveis merecimentos, à glória

    suprema dos monges da Catedral, somente me posso valer, para explicar minha presençanestas alturas, da desculpa do frade menor de Paris na eminência do campanário: aqui mevedes, minhas senhoras e meus senhores, unicamente porque acordei mais cedo.

    Se chego com relativo adiantamento à serenidade destes cimos, nada mais fiz do queseguir o lema que Rui Barbosa engastou, com a autoridade de seu exemplo, no texto

    lapidar daOração aos Moços: “Curtos se fizeram os dias, para que nós os dobrássemos,madrugando.”

    Ensinou-me um dos meus mestres de filosofia que a dificuldade em ser modesto está na

    circunstância de que não mais o somos, desde que o confessamos.

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    O ato de modéstia, que em geral se pratica nestas ocasiões, é mais um título com que, emtom de humildade, se exorna o recipiendário na solenidade de posse.

    Cumpre-me esclarecer-vos, no início deste exame de consciência, que se me faltam osmotivos para dizer que quem verdade mereço a honra de pertencer a esta Academia, por

    outro lado não me assistem razões, ante a consagração dos sufrágios recebidos, paraimitar aqueles penitentes da Idade Média que vinham para a porta das igrejas apinhadasde povo e confessavam aos gritos os seus pecados.

    Entre a vaidade arrogante, que não se coaduna com o meu feitio nem condiz com a minhaobra, e a exculpação mortificatória, que igualmente pecaria pelo exagero, de mim para mimexplico este triunfo, que sou o primeiro a conquistar em minha geração –, não como umprêmio aos meus trabalhos e sim como um estímulo à minha vocação de escritor.

    Não havendo ainda atingido a idade em que o exercício reiterado das limitações converte afraqueza da véspera na força do dia seguinte e que assim permite aflorar a obra-primaonde somente deveria vingar a mediania, galgo a eminência da Academia Brasileira, poruma deliberação de vossa benevolência, que generosamente se ampara na prospecção daobra que talvez eu chegue a realizar.

    Assim fazendo, meus mestres e meus companheiros, redobrastes a vossa munificência naproporção em que se ampliaram minhas obrigações. E só posso responder a essa provade confiança com o penhor de meus dias advindos e o resgate de meu trabalho, a fim deque não mereçais, pelo pecado de intuir benevolentemente o meu futuro, aquele castigo

    que Dante infligiu a Tirésias como adivinho: retroceder sobre os próprios passos, com acabeça voltada para trás.

    Recebo como legado patrimonial, para desafiar-me a uma competição com a exigüidadede meus recursos, a Cadeira que, ao longo da tradição acadêmica instituída por ArturAzevedo e reatada por meu antecessor, distingue especialmente o Teatro brasileiro, sob a

    invocação do nome de Martins Pena.

    Não obstante incluir-se o teatro entre os caminhos que tenho percorrido nos meus laboresde escritor, todos sabemos que estou longe de conciliar na sobriedade dos títulos de que

    disponho a opulência da herança que neste momento se confia aos meus cuidados.

    E mais me perturbo quando considero que, para me dar as boas-vindas em nome daAcademia, ides ouvir, na magnânima apreciação de minha vida e de meus livros, umautêntico homem de teatro, dos maiores que o Brasil tem tido: o senhor Viriato Correia.

    Num relance, ao lembrar que o teatrólogo de À Sombra dos Laranjais sucedeu nesta Casaa Ramiz Galvão, que mais se engrandeceu ao dirigir o nosso principal institutobibliográfico, logo me fico a imaginar que bem pode ter sido o caso de que, escolhendo-mepara substituir a Cláudio de Sousa, buscastes em mim, por uma secreta lei de equilíbrio

    acadêmico, o ex-diretor da Biblioteca Nacional que teria de suceder, desta vez, ao mestredo teatro.

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    Porque assim também se explica a generosidade dos sufrágios com que me conduzistes,senhores acadêmicos, à consagradora culminância desta tribuna literária.

    Quero confessar-vos, minhas senhoras e meus senhores, o meu deslumbramento desteinstante. A circunstância de me haver adiantado, para atingir bem cedo estas alturas,

    contribui ainda mais para a impressão de imensa alegria e imenso espanto que me dominaa consciência e me faz contemplar tudo isto como se assistíssemos a um capricho defantasia do meu destino, vivamente interessado em me encantar. E vejo agora comigo,acentuando-me o aturdimento, toda uma teoria ornamental de símbolos, que meacompanha no fulgor desta sala.

    Por um momento detenho interpelativamente o olhar neste chapéu de pluma, em cujopenacho Lamartine descobria aquelecimier emprunté à l’oiseau du desert. E consideroesta espada que me pende da cintura. E pergunto a mim mesmo que significação terá esteuniforme, se não sou o Embaixador de Deus que o gênio de Victor Hugo reconhecia nos

    poetas?

    Todos estes símbolos vinculam-se agora a mim, como as peças de minha armadura e asinsígnias de minha condição. Mas não necessito ser outro, sob as galas desta farda. Nemmudar de idéias, com o adorno deste chapéu. Nem me julgar mosqueteiro das musas, com

    esta espada na cinta. Tenho de ser eu próprio, o que sou e o que fui – porque sempre meorientei no sentido destes símbolos, com o tirocínio de toda a minha vida literária, ao servir

    aos valores tradicionais que a Academia simbolizou neste uniforme.

    De mim para comigo refleti há tempos que talvez se ajustasse aos acadêmicos, depreferência a esta farda, a túnica talar, guarnecida por um báculo e um livro, com que atradição fixou, para a objetiva devoção das imagens, a figura miraculosa de São Judas

    Tadeu. Mas a imortalidade das Academias, não colidindo com a do reino dos céus, destase diferencia nos valores de sua contingência humana e no sentido terreno de sua

    perenidade.

    No magistral discurso com que ingressou na Academia Francesa, Paul Claudel, ao referir-

    se ao simbolismo da espada que lhe completava o uniforme, evocou o provérbio queouvira no Oriente e segundo o qual é à sombra das espadas que está o paraíso.

    Antes de te cingir para esta cerimônia, longamente meditei, minha espada acadêmica,sobre a conveniência e a significação da tua companhia.

    Num arremesso de esgrimista improvisado, ensaiei florear-te, e quase desfiz os pingentesdo lustre com a ponta de tua lâmina. Depois, como aquele cavaleiro do quadro de

    Meissonier, estive a experimentar-te o fio, para sentir a periculosidade de teus golpes, sobo comando de punhos adestrados. E concluí de mim para mim, ante a movimentação

    inexperiente de meu braço armado, que eu apenas poderia suster-te com o semblante deinocência do menino da espada, da água-forte de Manet.

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    Sem vocação para converter-me naquele espadachim postado nas esquinas, que serviu àdesafeição de Longfelow para a caricatura dos críticos, não poderás ser em meu punho aespada do capitão dos versos de Antonio Machado:

    Famosa por la mano viril que la blandiera,

    No por el docto oficio del forjador preciada.

    Repara como quase somente tu, minha virgínia espada, estás presente aesta cerimônia,embora tenhas aqui trinta e muitas companheiras, que não saem de casa nem da bainha,mais esquecidas do que os livros que condenam às prateleiras do teto, no dizer deMacaulay.

    Não estranhes que assim seja. Há quase três séculos, quando o Marquês d’Estoublon,secretário perpétuo da Academia d’Arles, assistiu na Academia Francesa à recepção deMonsieur Novion, logo mandou a seus colegas de província a reflexão tardia de que, sehouvesse deixado em casa a espada, o talabarte e o chapéu, teria sido mais bem recebido

    por seus confrades da Casa de Richelieu.

    Nesta noite, assim de público, hás de saber por que razão tens de ser, nesta Casa, maisesquiva do que os candidatos orgulhosos que só freqüentam a Academia nas noites defesta. E é que para nós, que vivemos da palavra e para a palavra, ao contrário do conselho

    de Lisardo da peça de Calderón, é a língua que fala quando à espada competia não calar.

    A palavra foi dada ao escritor para que lhe fosse possível repetir a lição de Deus, quando

    tirou do verbo, no princípio da criação, todas as coisas objetivas.

    Tudo há de poder a palavra, com seu contingente expressional, para viver por ti, minhaespada acadêmica, sem que deixes a bainha, em que te recolhes, ou abandones oarremedo de panóplia, a que invariavelmente te condenamos, ao fim desta noite.

    Na tua condição de símbolo, representas a batalha que travei para conquistar estasculminâncias e que se encerrará com o teu recolhimento definitivo e esta cerimônia,enquanto ficarei repetindo os versos que Rostand pôs nos lábios de Cyrano e que aquinovamente traduzo, para ter a ilusão de que eles são meus, como é minha esta noite e

    para mim esta festa de mestres e companheiros:

    Combater sem esperançaÉ ter de início a vitória:Se o triunfo não se alcança,Mais pura se faz a glória.

    A IDADE NAS ACADEMIAS

    Embora não sejam infensas aos escritores que ainda trazem na bagagem da vida uns

    saldos de juventude, as Academias quase sempre se inclinam, na composição de seusquadros, em favor daqueles que, amadurecidos pelo trabalho e experimentados pelo

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    destino, mais facilmente encontram no sonho da imortalidade acadêmica a mais feliz dasilusões do outono.

    A razão de ser dessa preferência, que as lições do tempo pretendem justificar, estarápossivelmente na alusão que o gênio numeroso de Goethe fez a Oeser, numa das

    conversas com Eckermann: “Ele me ensinou que a Beleza é simplicidade e repouso e daíse conclui que nenhum jovem pode tornar-se mestre.”

    Na controvérsia entre o dionisíaco, que é a juventude em ação, e o apolíneo, que é amaturidade em plenitude, o poeta doDivã do Leste e Oeste, esquecido de si mesmo,recusava conceder aos moços o supremo equilíbrio da emotividade e da razão, que emgeral se conquista sob o signo de Apolo.

    Ainda bem que o próprio Goethe, retomando os enunciados dramáticos do velho conflitocalderoniano, criou no Fausto o símbolo eterno do homem envelhecido que transacionacom o diabo, dando a alma em resgate da juventude.

    Mais do que uma etapa da vida sobre a terra, a velhice é por vezes um ponto de vista. Eum ponto de vista que varia conosco, à medida que vamos vivendo.

    É Henri Massis quem nos transmite, numa evocação da vida literária, a observação sagazde Charles Peguy sobre o momento severo em que o homem, em plena maturidade, abreum dia os olhos em espanto, melancolicamente compreendendo que deixou de ser jovem.

    Numa hora propícia às incursões no passado, Peguy pusera-se a narrar, para um grupo deadolescentes, as cenas a que havia assistido no correr do caso Dreyfus. E enquanto elecontava, recordando fielmente o que vira e ouvira, nenhum dos presentes se animara ainterrompê-lo, para a sombra de um reparo ou o esboço de uma desconfiança.

    Em vez de alegrar-se com a passividade aprovativa de seu auditório, o mestre dosCahiersde la Quinzaine entristeceu-se consigo mesmo, ante a repentina convicção de que, noreconhecimento tácito de sua condição de testemunha do passado, estava a prova de queele, embora estuante de vida, já principiara a envelhecer.

    Quereis saber agora a idade de Charles Peguy no instante dessa melancolia?Precisamente aquela em que, no dizer habitual dos entendidos, se começa a viver:quarenta anos.

    Há aproximadamente um século, nos bons tempos do nosso Romantismo, JoaquimManuel de Macedo, que era médico e escritor, costumava atribuir aos anciãos típicos de

    seus romances – em A Moreninha, em O Moço Louro, emOs Dois Amores – uma idade deque deve merecer, com a solidariedade preventiva de quem vos fala, a retificação oportunade um protesto, que a todos igualmente atinge nesta Casa: cinqüenta anos.

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    A juventude é uma companheira ruidosa que sempre nos poupa, quando se vai, aslágrimas da despedida. Ao deixar-nos – e sempre o faz de manso, caladamente, na pontados pés – nunca sabemos quando foi que partiu.

    Ainda bem que a maturidade, ao sobrevir para ocupar-lhe o posto, obedece à piedade da

    mesma discrição: enquanto uma sai sem ruído, a outra chega sem rumor.

    Não há inquilina mais astuta do que a velhice, assim que se instala em nós. Nos primeirostempos, mantém a casa como a encontrou, para que se prolongue, no engano de nossossentidos, a ilusão de que a primeira hóspede não se mudou. Só mais tarde, depois quelongamente nos distraiu com os seus ardis, é que a nova locatária nos adverte de suapresença traiçoeira.

    E quase sempre a importuna se anuncia através das alterações que faz na casa –principalmente na frontaria. Por dentro, costuma alterar pouco, às vezes quase nada. Porfora, no entanto, tem o mau vezo de empreender mudanças sensíveis, que não rarodolorosamente desfiguram.

    Daí este desencontro, que faz da maturidade da vida a surpresa de um contraste: noíntimo, alvoroça-nos a impressão de que a mocidade mora conosco, nos aposentos queforam feitos para agasalhá-la; mas na fachada do edifício, através das injúrias que o tempovai deixando, logo se vê que a velhice – a grande caricaturista implacável – reside agora alidentro, à revelia do proprietário.

    Só se conhece um processo – aliás muito precário – para abrandar-lhe as impertinências:é aceita-a sem litígio. Ou então combatê-la aos poucos, sem tréguas, por um sistematenaz de guerrilhas em que a estratégia sempre foi um dom feminino. Assim mesmo nãose tem notícia de que ninguém, por mais audaz e destro, haja logrado batê-la em definitivo.O máximo que se obtém, nessas escaramuças contra o tempo, é substituir-lhe o avançorápido por outro lento – para um dia reconhecer-lhe dolorosamente o triunfo, no embate

    trágico do último lance.

    Machado de Assis, nos episódios exemplares dasMemórias Póstumas, com o agudosenso das fraquezas humanas, nos descreve Brás Cubas a enganar a velhice e a ser, logo

    depois, castigado por ela.

    Em um desses episódios, o memoralista machadiano, para espalhar a tristeza de súbitoencontro com a antiga namorada à saída de um baile, tornou à festa e atirou-seanimadamente, com alma e pernas de rapaz, a uma polca buliçosa, no repentino desejode recuperar dançando a juventude distante. “Meia hora depois, quando me retirei do baile,

    às quatro da manhã (é o memoralista quem conta) – o que é que fui encontrar no fundo docarro? Os meus cinqüenta anos. Lá estavam eles, os teimosos, não tolhidos de frio nem

    reumáticos – mas cochilando a sua fadiga, um pouco cobiçosos de sono e repouso.”

    Ao escrever esse romance, que constitui o primeiro cimo de sua magnitude, Machado deAssis havia acabado de completar quarenta anos: se a vida não lhe dera o tempo

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    necessário para a experiência da lição de meio século, o gênio literário encarregara-se dereverlar-lhe intuitivamente o que se passaria com o seu personagem – uma década depois.

    A maturidade plena, que assinala no homem o prenúncio do declínio vital, freqüentementemarca, no destino de grandes escritores, o início da grandeza definitiva.

    Num diálogo com Renan, Maurice Barrès colocou na língua do filósofo a observação deque é possível ser bom poeta aos vinte anos, mas somente se é bom prosador depois dosquarenta.

    Joaquim Nabuco, que se nutriu da seiva renaniana, pensava de igual maneira. E tinhadiante dos olhos, para confirmar a precipitada generalização desse juízo, o exemplo domelhor de seus amigos e do maior dos nossos escritores – porque em verdade Machadode Assis apenas alcançou a mestria de seu oficio, na harmonia da originalidade dopensamento e da forma perfeita, quando escreveu, pelas alturas de 1880, essa admirávelsúmula de desilusões, que são asMemórias Póstumas.

    Apesar de haver Diderot afirmado que Voltaire, aos sessenta anos, era o papagaio deVoltaire aos trinta, a verdade é que o demônio de Ferney levou além dos oitenta invernos aprimavera de seu espírito jovial. E Goethe, ao fim da vida, tirou de seu tinteiro a últimaparte doFausto, com a mesma pena com que, na mocidade, principiara a escrevê-lo. Enão foi para repetir-se, num testemunho de exaustão das forças de seu gênio, que eleretornou ao tema da juventude –, mas para recriar o velho símbolo, multiplicando-lheassombrosamente os enigmas literários, num claro indício de que, aos 83 anos, sua

    inteligência guardava o fulgor da luz do meio-dia.

    É que a maturidade do escritor advém muito menos da cronologia do que do encontro daforma que corresponde à sua originalidade expressional. E o sinal de sua velhice não estána fadiga do corpo, que diminui a freqüência da escrita, nem nos amargores da alma, quedeixam nos textos o sulco dos desencantos –, e sim na uniformidade de processos, que

    exaure a originalidade à força da repetição.

    Inspirados certamente na amplitude dessa compreensão, que liberta do rigor da certidãoda idade a inteligência e a sensibilidade do homem de letras, os fundadores da Academia

    Brasileira, ao constituí-la em 1897, não discriminaram velhos e jovens na estruturação deseus quadros. Ao lado de J.M. Pereira da Silva, que tinha oitenta anos, sentou-se Medeirose Albuquerque, que ainda não chegara aos trinta. Olavo Bilac entrava pela casa

    ensolarada dos 32, enquanto Coelho Neto sonhava na dos 31. Pedro Rabelo andava pelos29 – como Graça Aranha. Aos 35 beirava a timidez de Raimundo Correia. Em plenos trinta

    sonhava impenitentemente a boêmia de Guimarães Passos...

    E foi pela mão prestigiosa de quem já era nesta Casa a sua maior figura que ingressou na

    Academia o mais jovem dos fundadores, precisamente aquele que, trazido por Machadode Assis, ao clarão matinal dos 24 anos, haveria de sobreviver a todos os companheiros,

    para prolongar entre nós, no mais sereno outono da vida, o perfeito modelo da primaveraliterária: o Embaixador Carlos Magalhães de Azeredo.

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    No volver de sua história, a Casa de Machado de Assis não se desgarrou dessa tradição,que despontou no instante de suas origens. Aos 35 anos aqui chegaram os senhoresGustavo Barroso e Hélio Lobo. Aos 36, mestre Aloísio de Castro. Ribeiro Couto, MúcioLeão e Osvaldo Orico entraram com 37. E aos 34 – os 34 anos que ainda parececonservar – o senhor Pedro Calmon entoou nesta sala a sua cantiga de esponsais com a

    glória acadêmica.

    A predominância dos elementos novos na Academia de 1897 levou Joaquim Nabuco aconfessar que aqui viera atraído pelo prazer de sentar-se ao lado da nova geração.

    Não obstante a florada de juventude com que se engalanou e suas origens, a AcademiaBrasileira, inspirada no modelo da Academia Francesa, jamais incidiu, em relação aoproblema da assimilação dos jovens escritores, nos erros ou excessos que pontilham, nocurso de três séculos, a história da Casa de Richelieu.

    Armand de Combout, marquês de Coislin e neto de Séguier, ingressou na AcademiaFrancesa, com a influência do avô, aos dezessete anos. Com dezessete entrou igualmenteGermain Habert, abade de Cérisy. E quando o Duque de Maine, aos quatorze, com o buçomal apontando no rosto juvenil, pensou em pertencer à Academia, logo Racine seapressou a dizer ao Príncipe, em nome da Casa, que, à falta da existência de uma vaga no

    momento, não havia acadêmico que não estivesse disposto a morrer, para que seatendesse aos desejos de Sua Alteza...

    Esses exemplos extremos – a que outros poderiam ser acrescentados, num pitoresco

    respigar da História – valem como exceções à regra, porquanto a tendência manifesta dailustre Companhia sempre foi erigir-se numa assembléia de escritores consagrados, com adupla experiência – a da glória bem conquistada e a da vida bem vivida.

    Em 1720, em carta ao Presidente Bouhier, apresentava o Abade d’Olivet esta explicaçãoimpertinente à estudada serenidade com que aguardava a hora de eleger-se acadêmico:

    “Compreendo que se queira encontrar uma sociedade onde conversar duas ou três vezesno correr da semana, quando se está velho. Mas eu enquanto tiver o pé firme e a vista

    boa, farei melhor emprego do meu tempo depois de meu jantar.”

    Três anos depois de escritas essas palavras, o destino obrigou o abade a morder a pontada língua irreverente ao convertê-lo em sucessor de De La Chapelle, sem exigir-lhe o péhesitante e a vista curta que o novo acadêmico havia atribuído a seus confrades.

    As sátiras que se escreveram visando à Academia Francesa, ao longo das três centúriasde sua existência gloriosa, levam-nos à conclusão de que a idade dos acadêmicos

    raramente armou as flechas envenenadas que se assestaram contra o prestígio dainstituição.

    Tudo o que pôde instilar o ressentimento mordaz de Piron contra a velhice de Fontenelle

    foi que este, aos noventa anos, prometia diariamente abrir a vaga e sempre deixava de darcumprimento à palavra empenhada.

  • 8/19/2019 Josué Montello

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    Na urdidura panfletária deL’Immortel, Alphonse Daudet não conseguiu fazer daancianidade quase centenária do acadêmico Jean Rehu um motivo de zombariacomunicativa. Pelo contrário: deu-nos um aspecto comicamente simpático do bom velho,quando pintou a esse pretenso decano da Academia Francesa, numa recepção mundana,extremamente surdo e muito lépido a redargüir sem propósito algum, apenas pela vaidade

    da velhice, todas as vezes que o cumprimentavam:

    Noventa e oito anos, daqui a quinze dias!

    Na Academia Brasileira – advertiu-nos o seu primeiro secretário, em 1897 – os velhos nãotêm velhice. Quero dar à evidência dessa verdade uma nova forma, com a afirmação deque, nesta Casa de homens de letras, o outono da vida só há de entrar aqui compseudônimo...

    Escoando indistintamente para todos, o tempo reúne, nestas culminâncias, antigos emodernos, no mesmo clima de compreensão cordial que estabelece o entendimento dasgerações.

    O velho conflito entre epiléticos e paralíticos, com que Ortega Y Gasset resumiu oantagonismo das gerações que se sucedem, jamais prevaleceu na Casa de Machado deAssis, em cuja altitude espiritual os acadêmicos podem ser comparados, em relação aotempo que vai fluindo, aos pastores do topo da montanha, na tradição incaica do dilúviouniversal: à medida que as águas subiam, a montanha subia – e salvava os pastores.

    O milagre desse cume flutuante, que é a Academia no curso de sua história, somente setornou exeqüível porque esta Instituição, perenemente atenta aos novos valores doespírito, jamais prescindiu daquela contemplação da juventude, que Montaigne expressouneste trecho de um de seusEnsaios: “Que o tempo me arraste, mas que me leve decostas: enquanto meus olhos puderem contemplar a formosa estação que se foi, cuidareicomigo de não perdê-la de vista”.

    A CADEIRA 29

    Foi sob o signo da juventude que Artur Azevedo criou a Cadeira em que tenho a honra de

    empossar-me nesta noite.

    Pouco antes de ser fundada a Academia, um articulista apressado, aludindo ao criador dacomédia brasileira, confundira Martins Pena com o Presidente Afonso Pena. E logo ArturAzevedo assomou alegremente à sua coluna de jornal, para o remoque desta quadra:

    O Molière cá da terra,Autor de peças tão finas,Não foi Ministro da GuerraNem Presidente de Minas.

  • 8/19/2019 Josué Montello

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    Morto aos 33 anos, Luís Carlos Martins Pena conseguira realizar, com as intuições de sua juventude, esta obra perene: criara no Brasil a comédia de costumes.

    E em dez anos de operosidade, que se iniciam em 1838 e terminaram pouco antes damorte do escritor, deixara ele no papel, ou atirara ao palco, quase trinta obras teatrais,

    entre farsas, dramas e comédias.

    Ao organizar-se a Academia Brasileira, já Artur Azevedo havia recolhido, numa sucessãolegítima, os valores essenciais do teatro de Martins Pena, cuja glória distante, a ajuizar-seda confusão do jornalista, era a tímida luz mortiça reclamando de seu legatário o alento deuma invocação.

    Era natural, assim, que o narrador dosContos Possíveis, à hora em que os fundadores daAcademia escolhiam o patrono da Cadeira que iriam ocupar, se inclinasse para o nome deMartins Pena, que era o seu antepassado mais ilustre na cena brasileira.

    De Artur Azevedo se pode dizer, sem receio de exagero, que morreu aos 53 anos, semhaver deixado nas suas Letras os sinais da fadiga física ou do tédio do espírito.

    Ninguém lhe sentiu jamais, na prosa leve e ágil, a adiposidade excessiva, que foi o seu

    tormento da maturidade. Nem sua inteligência criadora, com os achaques da idade,perdeu a alegria irradiante, o teatrólogo de “Uma Véspera de Reis” guardou a jovialidadecomunicativa com que, ao compasso ruidoso de comédias, contos, sátiras, crônicas,farsas, revistas e paródias, penetrara no mundo das Letras.

    Ao atingir os cinqüenta anos, esse mestre de alegria teve a sua glória confirmada atravésde uma recompensa triste, no grande jornal em que, todos os domingos, na primeirapágina, publicava um conto: insinuaram ao escritor que era chegada a hora de ceder oposto aos mais jovens. Sua maneira de narrar já estaria ultrapassada. Nos escritores danova geração, havia agora um processo diferente de contar – que não era mais o dele. EArtur Azevedo recebeu, assim, do secretário da redação, a notícia de que, nos próximosdomingos, no espaço que lhe publicava habitualmente os escritos, viria a lume a narrativade um jovem escritor, selecionada semanalmente em concurso.

    Feita a primeira seleção, saiu premiado o conto “A Viúva”, de autoria de um desconhecido,que era realmente uma revelação notável de contista: o Sr. Tibúrcio Gama. E quem eraesse jovem, que conseguira derrotar, no lance inicial de uma peleja, perto de cemconcorrentes? É então que Artur Azevedo vem a público, para fazer esta confissão.Tibúrcio Gama, o jovem contista vitorioso, era ele próprio.

    O episódio verídico define o escritor na perenidade de sua juventude espiritual: em vez deabater-se, compreendendo que havia soado no relógio de seu destino a hora triste daretirada, o narrador dosContos em Verso deixara que a pena antiga corresse pelas laudasde papel, animada e lépida, reconquistando com uma graça nova o posto que lhe queriam

    arrebatar.

  • 8/19/2019 Josué Montello

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    Em 1908, esse moço vitalício teve de calar a sua jovialidade insubmissa, por imposiçãoinevitável da morte – e deixou sem sucessor imediato a tradição teatral que ele haviarecolhido na obra singular de Martins Pena.

    E é Vicente de Carvalho – um grande lírico, de nobre estirpe parnasiana – quem recebe

    dos senhores acadêmicos, na eminência desta Casa, o patrimônio de glórias da Cadeiraque fora aqui instituída pela maior figura do Teatro brasileiro.

    Ao contrário do que, de princípio, se pode presumir, o extraordinário poeta de “OPequenino Morto,” substituindo a Artur Azevedo na Academia, não constituiu, com a suaglória de poeta lírico, uma solução de continuidade nas tradições adjudicadas à Cadeira 29por seu fundador.

    Se Artur Azevedo fora essencialmente um homem de teatro, não deixara de ser também,sob o impulso de igual talento, um admirável poeta. Poeta satírico, de verso fácil e mordaz,nas revistas dramáticas ou na graça diária de Gavroche. E poeta sentimental, da linhagemde Vicente de Carvalho, nosSonetos ePeças Líricas.

    É certo que Vicente de Carvalho, nosPoemas e Canções, aludira com uma ponta de mofaà glória dos homens de teatro:

    Queres a glória? Pede-lha: procuraCaminho (e há cem, à escolha)Para alguns desses cumes teatrais,

    Onde quem os atinge faz figura– De bolhaSoprada das colunas dos jornais.

    Não foi necessário que nenhum teatrólogo saísse a campo com o intuito de pedirsatisfações ao poeta pelo desaire desses versos. Em 1918, vamos encontrar o lírico dasCantigas Praianas a fazer teatro, com uma comédia em dois atos intituladaLuizinha. Epelo menos por dois motivos essa peça não pode ficar esquecida: primeiro, porque aí está,na irradiação de seu fulgor, mais uma faceta do talento dominador do poeta; segundo,porque a figura do galã, que anima as cenas fundamentais da comédia, foi colhida entre as

    personalidades mais ilustres desta Casa, na pessoa de um mestre que apenas há algunsmeses nos ensina a ter saudades: o professor Roquete-Pinto.

    Mas Vicente de Carvalho, incorporado às glórias da Academia em 1909, voluntariamentese omitiu na Cadeira de Martins Pena, no curso de quinze anos que se ecoaram após oseu triunfo: não havendo tomado posse solenemente, privou-nos de uma página modelar

    de sua pena, que haveria de ser o elogio acadêmico de Artur Azevedo.

    Em 1924, o lírico deRosa, Rosa de Amor, que se considerava um pobre poeta deserdadoda esperança de outra vida, dormiu o seu último sono, que ele próprio desejara fosse

    assim:

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    O meu último sono eu quero assim dormi-lo:Num largo descampado,Tendo em cima o esplendor do vasto céu tranqüiloE a primavera ao lado.

    E é então que chega à Academia, para louvar o grande morto e receber a herança teatralda Cadeira de Artur Azevedo, um homem de letras que já havia merecido lá fora, comsucessivos triunfos de sua pena de teatrólogo, o direito de abrigar-se nesta Casa, sob ainvocação tutelar da glória de Martins Pena.

    DOIS CIMOS DA GLÓRIA LITERÁRIA

    Num pitoresco livro de história literária, narra-nos Henri d’Alméras aluta que travaramgrandes escritores franceses do último século para firmar um nome e uma posição nomundo das Letras.

     Avant la Gloire intitula-se essa obra curiosa, cuja originalidade, como narrativa biográfica,está na regularidade com que, ao alcançar cada escritor aí estudado o seu instante deglória, o biógrafo o abandona, para narrar a batalha de outro escritor.

    Se um livro dessa espécie fosse escrito a propósito de escritores brasileiros, o historiadorteria de abandonar, no capítulo sobre Cláudio de Sousa, a figura do teatrólogo, nomomento em que ressoaram, a 22 de dezembro de 1916, no Teatro Boa Vista, de SãoPaulo, os aplausos da platéia aos três atos de “Flores de Sombra”, na interpretação de

    Apolônia Pinto e Leopoldo Fróes.

    Porque esse instante assinala o ponto alto da glória na vida literária de meu antecessornesta Academia.

    Ao reparo goethiano, que nos considera incapazes de julgar as obras que causaram

    sensação, poderemos contrapor, como retificação dessa recusa, uma observação feliz deNabuco, quando afirma, em seu estudo sobre Renan, que a obra-prima não se conhecepelo brilho – mas pela órbita que descreve. E por essa repercussão ser-nos-á possívelaquilatar-lhe os méritos.

    “Flores de Sombra”, embora não seja, no conjunto harmonioso das qualidades cênicas, aobra de mais intenso vigor dramático de Cláudio de Sousa, é a que mais longe levou airradiação de sua presença no teatro brasileiro.

    “O Turbilhão”, que a Companhia Maria Matos estreou no Rio, em 1919, e “Os Bonecos

    Articulados”, que a Companhia de Chaby Pinheiro representou em Lisboa, em 1922, nãoobstante mais bem realizadas como técnica, no conjunto das grandes peças do ilustreacadêmico, não alcançaram, como influência renovadora, o raio de ação da comédia que oconsagrou.

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    O conflito estrutural de “Flores de Sombra” punha em confronto dois estilos de vida: avelha fazenda paulista, com seus hábitos de antanho, e o Rio de Janeiro do começo doséculo, com o seu desapego às tradições. A singeleza brasileira desse tema era revestidapor um manto diáfano de romantismo, que fazia destacar o intuito literário do diálogo, noapuro da forma escorreita haurida nas boas fontes clássicas. E seu autor, com essa

    experiência da ribalta, ao mesmo tempo que firmava em definitivo a sua reputação deteatrólogo, instantaneamente transformava, sob o influxo de sua peça, a comédia de

    costumes do Brasil.

    Antes de “Flores de Sombra”, Cláudio de Sousa vivera, por duas vezes, a emoção vitoriosa

    do teatro: a primeira, em 1806, quando fez representar, ainda estudante, pela CompanhiaIsmênia dos Santos, a comédia em um ato “Mata-a ou ela te Matará”, e a segunda, em

    1915, quando já na maturidade, exatamente no centenário de nascimento de MartinsPena, retornou ao caminho de sua verdadeira vocação, com a representação de “Eu

    Arranjo Tudo”, pela Companhia Cristiano de Sousa, no antigo Trianon.

    Entre essas duas datas, que demarcam o início distante e a definitiva realização do talento

    dramático do comediógrafo, o escritor vivera outras experiências igualmente profundas,que lhe decidiram o equilíbrio ulterior da vida.

    Doutor em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, Cláudio de Sousa, assim que seformou, abandonou a Literatura e foi clinicar em São Paulo, todo entregue ao gosto e às

    responsabilidades da nova profissão, sem querer servir simultaneamente às Letras com avelha desculpa de que não fazem mal às musas os doutores.

    Mas o médico ilustre, a quem seus colegas honrosamente distinguiram ao dar-lhe o nomea um instituto hospitalar paulista, terminou por deixar a Medicina, precisamente quando

    firmara seu renome de mestre entre doutores, e veio escrever, com a tinta da melancolia,esta verdade molieresca, no diálogo de uma comédia: “Quando não havia médicos, os

    homens viviam trezentos anos... como os patriarcas.”

    Ao despir a bata de clínico para regressar à Literatura, Cláudio de Sousa não o fez,

    entretanto, através do Teatro: o Romance foi o caminho escolhido pelo filho pródigo nestavolta à casa paterna.

    Pater, publicado em 1913, é o livro destinado a fixar o instante em que o médico denomeada se afasta de seu consultório. Daí em diante o escritor nunca mais se distanciará

    de seus pendores intelectuais: romances, novelas, contos, comédias, ensaios, peças,discursos, conferências, impressões de viagens, hão de constituir, no rolar de quatro

    décadas, a opulenta seara de oitenta e dois volumes, operosamente lavrada semdescanso pelo semeador literário.

    Entre o Romance e o Teatro dissociará Cláudio de Sousa, de preferência, as inclinaçõesde seu espírito criador.

  • 8/19/2019 Josué Montello

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    Em 1928, o homem de letras regressa, por alguns instantes, à meditação do homem deciência, quando escreve, baseado em seus conhecimentos médicos, o romance quecomparte com “Flores de Sombra”, na biografia de nosso confrade, os cimos da glórialiterária.

    Quero referir-me à narrativa de As Mulheres Fatais, cujas quinze edições brasileiras, alémde traduções para o espanhol, o italiano e o francês, só por si atestam a irradiação doromancista, que outra vez envergara a bata do médico para compor o mais famoso e omais discutido de seus livros.

    A vitória do romancista não significa em Cláudio de Sousa o encontro de um gênero capazde desviar do Teatro as inclinações do escritor. Em vez disso, revela-nos uma felizdicotomia da plenitude de seus recursos literários.

    Embora já se tenha afirmado que o Romance é o Teatro de bolso, a verdade é que entreos dois gêneros ocorre uma distinção bem nítida, que não é apenas da técnica, na suaestruturação formal, mas igualmente de processo, na sua elaboração orgânica.

    Monner Sans viu claramente essa diferenciação essencial, quando demonstrou, numlúcido estudo sobre as tendências atuais da arte dramática, que o romance é um gênerode análise, enquanto o teatro é um gênero de síntese. E daí não ser freqüente, no mesmoescritor, o pleno domínio simultâneo das duas formas de expressão literária.

    Nas dimensões adequadas ao seu exemplo, Cláudio de Sousa atingiu o equilíbrio dessa

    conciliação, depois de sucessivas vitórias em cena aberta, quando escreveu o romancede As Mulheres Fatais.

    Mas à medida que o tempo foi distanciando para o passado a hora desse triunfo, oteatrólogo lentamente recuperou a predominância na sensibilidade criadora do homem deletras – e outras vezes impeliu Cláudio de Sousa ao supremo desafio literário, que obriga ohomem de teatro a medir-se com a multidão.

    UM HOMEM DE TEATRO

    Peço-vos que imagineis, senhores acadêmicos, a imprudência de um candidato que,aspirando às glórias da Academia, em vez de apelar para os vossos sufrágios, visitando-osem vossa casa, num tom cerimonioso de polida humildade, como é de antiga praxe –,preferisse assomar a esta tribuna, para vos reclamar, alteando a voz, que o elegêsseis poraclamação.

    Diante de uma interpelação dessa natureza, o vosso pronunciamento, que poderia serindulgentemente favorável no caso das solicitações a domicílio, haveria de propender, omais das vezes, para impugnação formal do postulante.

    Não encontro melhor símile, para distinguir neste recinto