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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3918 | QUINTA-FEIRA, 01 DE DEZEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS PÁG 7 Picasso e Miró na Galeria do IACM Principais bancos centrais vão injectar mais liquidez no mercado Os principais bancos centrais a nível mundial vão injectar mais liquidez em dólares e euros numa acção concertada, noticiou ontem a EFE. De acordo com a agência de notícias espanhola, esta acção concertada visa apoiar o sistema financeiro global e reduzir as tensões dos mercados financeiros, segundo informação divulgada pelo Banco Central Europeu (BCE). A Reserva Federal norte-americana (FED) anunciou também que a acção coordenada começará a 5 de Dezembro, a qual deverá ser estendida até 1 de Fevereiro de 2013, de modo a aliviar a tensão nos mercados financeiros. O Banco da China também anunciou um plano para aumentar a liquidez. PS clama vitória por recuo do Governo no Orçamento “Só um grande esforço político do PS conseguiu que a maioria absoluta recuasse ainda que de forma minimalista.” “São a prova que o nosso esforço, ainda que prejudicado pela visão sobre austera da maioria, teve resultados” disse Zorinho antes de elencar os “160 mil portugueses que viram reduzidos os cortes”, os “novos financiamentos” às empresas, os apoios aos “centros de conhecimento” e a minoração do esforço pedido aos agentes culturais. A proposta de lei do OE/2012 foi ontem aprovada em votação final global com os votos favoráveis da maioria, com a abstenção do PS e o voto contra dos restantes partidos. LEI DE CONTRATAÇÃO DE NÃO RESIDENTES PODE SER ALTERADA Nove trabalhadores “banidos” por dia PÁG 3 Os dados mais recentes indicam que está a aumentar a quantidade de pessoas que vêem a sua autorização de permanência cancelada e são impedidas de trabalhar no território durante seis meses. O Secretário para a Economia e Finanças sugeriu ao CPCS a alteração da polémica norma que afecta os trabalhadores não residentes. Mas nem todos estão de acordo. PÁG 5 RAEM pode ajudar à abertura da China nos Direitos Humanos Edgar Martins explica como Macau lhe influenciou o caminho criativo CENTRAIS

JTM 01-12-2011

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Jornal Tribuna de Macau

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3918 | quiNta-feira, 01 De Dezembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

PÁG 7Picasso e Miró na Galeria do IACMPrincipais bancos centrais vão injectar mais liquidez no mercadoos principais bancos centrais a nível mundial vão injectar mais liquidez em dólares e euros numa acção concertada, noticiou ontem a efe. De acordo com a agência de notícias espanhola, esta acção concertada visa apoiar o sistema financeiro global e reduzir as tensões dos mercados financeiros, segundo informação divulgada pelo banco central europeu (bce). a reserva federal norte-americana (feD) anunciou também que a acção coordenada começará a 5 de Dezembro, a qual deverá ser estendida até 1 de fevereiro de 2013, de modo a aliviar a tensão nos mercados financeiros. o banco da china também anunciou um plano para aumentar a liquidez.

PS clama vitória por recuo do Governo no Orçamento

“Só um grande esforço político do PS conseguiu que a maioria absoluta recuasse ainda que de forma minimalista.” “São a prova que o nosso esforço, ainda que prejudicado pela visão sobre austera da maioria, teve resultados” disse zorinho antes de elencar os “160 mil portugueses que viram reduzidos os cortes”, os “novos financiamentos” às empresas, os apoios aos “centros de conhecimento” e a minoração do esforço pedido aos agentes culturais. a proposta de lei do oe/2012 foi ontem aprovada em votação final global com os votos favoráveis da maioria, com a abstenção do PS e o voto contra dos restantes partidos.

LEI DE coNtRAtAÇÃo DE NÃo RESIDENtES PoDE SER ALtERADA

Nove trabalhadores “banidos” por diaPág 3

Os dados mais recentes indicam que está a aumentar a quantidade de pessoas que vêem a sua autorização de permanência cancelada e são impedidas de trabalhar no território durante seis meses. O

Secretário para a Economia e Finanças sugeriu ao CPCS a alteração da polémica norma que afecta os trabalhadores não residentes. Mas nem todos estão de acordo.

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RAEM pode ajudarà abertura da Chinanos Direitos Humanos

Edgar Martins explica como Macau lhe influenciou o caminho criativo

centrais

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PáG 02 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Fátima Almeida, Paulo Barbosa e Viviana Chan • Editor Multimédia: Pedro André Santos • Colaboradores: José Luís Sales Marques, Miguel Senna Fernandes, Rogério P. D. Luz (S. Paulo) e Rui Rey • Colunistas: Albano Martins, António Aresta, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, Henrique Manhão, João Guedes, Jorge Rangel, Jorge Silva, José Simões Morais, Luis Machado e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected] e [email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

jorNAl trIbuNA de MACAu

localPREvISÃo DE ALBANo mARtINS

Macau cresceu entre 21 e 23 por centoMacau deverá registar este ano um crescimento económico entre os 21,6 e os 23 por cento, reflectindo imunidade à crise internacional devido à dependência do jogo e, consequentemente, da performance da economia chinesa, prevê o economista Albano Martins

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau aumentou 21,1 por cen-to, em termos reais, no terceiro

trimestre face a igual período de 2010 para 66,75 mil milhões de patacas (6,2 mil milhões de euros), sustentado pelo sector do jogo.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o PIB de Macau registou um acréscimo, em termos reais, de 21,8 por cento face a igual período do ano passado, apesar do crescimento econó-mico do primeiro e segundo trimestres ter sido revisto em baixa, de 21,6 por cento para 20,9 por cento e de 24 para 23,4 por cento, respectivamente.

O economista português Albano Martins, radicado em Macau, consta-tou, em declarações à agência Lusa, que “até ao terceiro trimestre, o PIB cresceu, em termos nominais, quase 30 por cento”.

Segundo as contas deste economis-ta, “no final do ano, o PIB [da RAEM] deverá registar um crescimento entre 21,6 por cento e 23 por cento”.

“Não deverá sair fora desse inter-

valo e a sair será para cima”, observou, considerando que “23 por cento é uma boa almofada de crescimento”.

O Governo de Macau mantém, porém, uma perspectiva conservadora que aponta para um crescimento “su-perior a dez por cento”.

Com um crescimento económico a dois dígitos, no território, que esteve sob administração portuguesa durante cerca de quatro séculos e até 1999, “não há crise nenhuma, porque os [seus] fac-tores de crescimento não são os factores de recessão e de estagnação dos países europeus e dos Estados Unidos”, real-çou Albano Martins.

“Crescemos com outro modelo e não estamos dependentes dos factores que têm afectado a Europa e os Estados Unidos, não temos problemas de dívi-da pública, nem problemas do cres-cimento com as mesmas variáveis”, sustentou, apontando que Macau tem “outras variáveis que funcionam de forma diferente, nomeadamente o jogo, que está completamente dependente da China”.

“E enquanto a China crescer e não houver restrições à entrada e saída de

visitantes para Macau ou à saída desses fundos para Macau, tudo continuará a correr bem, mas se a China se constipar nós adoecemos logo no dia seguinte”, alertou.

Analisando a estrutura do PIB de Macau, Albano Martins realçou que se continua a observar que o “jogo tem a grande maioria” do peso na economia local, enquanto as “duas outras grandes componentes continuam a ser as variá-veis que puxam o PIB para baixo”.

Essas componentes são a impor-tação de serviços, “que é realmente brutal, o que só demonstra que Macau vive completamente dependente do exterior, até dos serviços, e a importa-ção de bens”, disse.

Quanto à formação bruta de capital, Albano Martins prevê que venha a “de-crescer mais” à medida que os projectos de casino vão sendo completados.

“A não ser que surjam novos pro-jectos” é que a situação será invertida, acrescentou, ressalvando que essa pos-sibilidade “está ainda no segredo dos deuses”.

JTM/Lusa

Exportações de serviços do jogo “puxam” pelo PIBno 3º trimestre de 2011No terceiro trimestre de 2011, o Produto Interno Bruto de Macau (PIB) cresceu 21,1%, em termos reais, face ao idên-tico trimestre de 2010, um aumento que foi impulsionado principalmente pela exportação de serviços, pela despesa em consumo privado e pelo investimento. As exportações de serviços do jogo aumentaram 39,8%, a despesa total de visitantes (excepto a do jogo) elevou-se 9,1%, a despesa em consumo privado expandiu-se 9,0%, o investimento aumentou 5,7% e a despesa de consumo final do Governo cresceu 6,9%. Já a exportação de mercadorias desceu 4,4%. O deflactor implícito do PIB, que mede a inflacção global, ascendeu 7,9% relativamente ao período homólogo de 2010. No entanto, o PIB subiu 21,8%, em termos reais, nos três primeiros trimestes, em relação ao período homólogo de 2010. A taxa do crescimento do PIB relativo ao primeiro semestre foi revisto em baixa de 21,6% para 20,9. Já o PIB re-lativo ao segundo trimestre de 2011 foi revisto de 24% para 23,4%, informaram os Serviços de Estatística e Censos. A despesa em consumo privado subiu 9%, com o crescimento do número de empregados, a baixa taxa de desemprego e o acréscimo substancial das remunerações do trabalho no terceiro trimestre. Porém, esta subida foi superior aos 8,4% registados no segundo trimestre de corrente ano. A despesa de consumo final das famílias realizada no mercado local e no exterior aumentou 9,4% e 7,8%, respectivamente. Desta-ca-se que a despesa efectuada na China Continental atingiu 1,84 milhões de patacas. A despesa de consumo final do Governo cresceu 6,9%, foi superior aos 6,4% assinalados no segundo trimestre do corrente ano. Destaca-se que a re-muneração dos empregados se elevou 4,3% e as compras líquidas de bens e serviços ascenderam 10%. A formação bruta de capital fixo, que reflecte o investimento, abrandou bastante. No entanto registou uma expansão de 5,7% e no segundo trimestre de 2011 foi de 20,6%. O investimento re-alizado pelo sector privado subiu 1,8%, dado que o inves-timento em construção desceu 8,8% e o investimento em equipamento cresceu 30,8%.

PoRtUGAL SURGE como o tERcEIRo PARcEIRo EcoNÓmIco DA cHINA

comércio chinêscom lusofonia cresce 28%O principal parceiro comercial da China é o Brasil, logo seguido de Angola. Exportações de Portugal para a China também aumentaram mais de 50 por cento

As trocas comerciais entre a China e os pa-íses de língua portuguesa aumentaram 28,3 por cento até Outubro face a igual

período de 2010 para 96 mil milhões de dólares norte-americanos, indicam os dados da alfândega chinesa.

As estatísticas ontem divulgadas pelo Ga-binete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau revelam que a segunda economia mundial comprou, entre Janeiro e Outubro, aos oito países lusófonos, produtos no valor de 64,3 mil milhões de dólares, mais 26,15 por cento do que em igual período de 2010.

Por outro lado, a China exportou para a lu-sofonia produtos no valor de 31,9 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 32,9 por cento em relação aos primeiros dez meses de 2010.

O Brasil manteve-se como o principal parcei-ro económico da China, com um volume de trocas comerciais de 69,8 mil milhões de dólares, mais 37,4 por cento do que em igual período do ano passado.

As exportações brasileiras ascenderam a 43,11 mil milhões de dólares, enquanto as compras à China totalizaram 26,71 mil milhões de dólares, mais 39,3 por cento e 34,5 por cento, respetiva-mente, do que no período homólogo de 2010.

Já com Angola, o segundo parceiro chinês no mundo lusófono, as trocas comerciais aumenta-ram apenas 6,3 por cento para 22,37 mil milhões de dólares, com vendas à China de 20,14 mil mi-

lhões de dólares, mais quatro por cento, e com-pras de 2,23 mil milhões de dólares, mais 33 por cento.

Com Portugal, o terceiro parceiro económico da China na lusofonia, as trocas comerciais regis-taram até Outubro um acréscimo de 24,4 por cen-to para 3,26 mil milhões de dólares numa balança comercial claramente favorável a Pequim, que vendeu produtos no valor de 2,35 mil milhões de dólares, mais 15,80 por cento em termos anuais.

Também as exportações de Portugal para a China aumentaram 53,70 por cento entre Janeiro e Outubro para 912,5 milhões de dólares.

Só em Outubro, as trocas comerciais entre a China e a lusofonia atingiram 9,9 mil milhões de dólares, menos 12 por cento face a Setembro.

As importações do gigante asiático atingiram 6,7 mil milhões de dólares, menos 13 por cento face a Setembro, e as exportações 3,1 mil milhões de dólares, representando também uma queda de oito por cento face ao mês anterior.

Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de manter ligações com Taiwan, ilha que a China ameaça “usar a força” se declarar a independência e que não participa diretamente no Fórum Macau.

A China estabeleceu a RAEM como a sua pla-taforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau que reúne ao nível ministerial de três em três anos.

JTM/Lusa

WORKSHOP COM PERITO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE DA CHINA. 41 profissionais de saúde das equipas de contingência para a emergência de saúde pública e dos Serviços de Saúde participam num workshop com chen xienYi, que trabalhava no Gabinete de emergência de Saúde do ministério da Saúde da china. este, já esteve em diversas contingências de saúde pública, incluindo terramotos ocorridos em Wenchuan, epidemia de enterovírus em fuyang.

DÉFICE COMERCIAL DE MACAU AUMENTA QUASE 50%. o défice da balança comercial de macau aumentou 49,7% nos dez primeiros meses do ano para 44,35 mil milhões de patacas face a igual período de 2010, indicam dados oficiais ontem divulgados. Segundo os Serviços de estatística e censos, as exportações caíram 4,5% entre Janeiro e outubro.

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jorNAl trIbuNA de MACAu quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 PáG 03

localAUMENTO SALARIAL PARA DOCENTES. o coordenador do Gabinete de apoio do ensino Superior, So chio fai, revelou na terça-feira que o Governo de macau planeia aumentar os salários dos docentes do ensino superior. o objectivo é manter os actuais docentes e conseguir ainda atrair mais docentes qualificados.

RECOLHA DE DADOS SObRE ESTUDANTES. a Direcção dos Serviços da educação e Juventude (DSeJ) vai compilar dados sobre estudantes do ensino não superior que desistem dos estudos. a pesquisa vai ser feita através de entrevista telefónica a partir de 5 de Dezembro e até o fim do mês e o principal objectivo é compilar as razões para as desistências.

LEI DE coNtRAtAÇÃo DE NÃo RESIDENtES PoDE SER ALtERADA

Nove trabalhadores “banidos” por diaOs dados mais recentes indicam que está a aumentar a quantidade de pessoas que vêem a sua autorização de permanência cancelada e são impedidas de trabalhar no território durante seis meses. O Secretário para a Economia e Finanças sugeriu ao CPCS a alteração da polémica norma que afecta os trabalhadores não residentes. Mas nem todos estão de acordo

autorizações de residência vistas “caso a caso”em Hong Kong, o tribunal de primeira instância deu razão a evangeline banao vallejos, que trabalha como empregada doméstica no território desde 1986. em 2010, a filipina iniciou uma ação judicial para obter o estatuto de residente permanente. Já foi interposto um recurso desta decisão judicial contestada por sectores da população da raeHK, que pode abrir portas a pedidos semelhantes feitos por milhares de empregadas domésticas ali radicadas. o Jtm quis saber junto do comissariado de estrangeiros do Serviço de migração se alguma empregada doméstica portadora de “blue card” solicitou o pedido de residência, alegando que vive e trabalha na raem há muito tempo. “os requerimentos de autorização de residência são analisados caso a caso e o deferimento ou indeferimento não depende de o requerente ser empregado doméstico ou não. Não tendo este corpo de Polícia de Segurança Pública estatística sobre as causas dos casos de indeferimento, não podemos fornecer os elementos solicitados”, responde o superintendente geral lei Siu Peng. o responsável acrescenta que “o procedimento de apreciação sobre o reconhecimento do estatuto de residente permanente de macau compete à Direcção de Serviços de identificação”. as estatísticas do comissariado relativas ao ano passado indicam que foi concedida autorização de residência a 12.383 pessoas. este número não inclui os titulares de passaporte chinês e de “Salvo-conduto para deslocação a Hong Kong e macau” ou de outros tipos de documento (2.115).

Entre 11 de Abril e 11 de Outubro, 1.636 porta-dores de autorização de

permanência – vulgarmente conhecida como “blue card” – foram sujeitos ao impedimen-to de seis meses previsto na lei da contratação de trabalhado-res não residentes. Dividindo o número que foi fornecido ao JTM pelo Comissariado de Estrangeiros do Serviço de

Migração (órgão tutelado pela Polícia de Segurança Pública) por 180 dias – aproximada-mente seis meses – conclui-se que nove trabalhadores não residentes são diariamente expulsos do território ao abri-go da polémica norma, que é censurada pela Organização Internacional do Trabalho e entrou em vigor em meados de Abril do ano passado.

Os dados anteriores facul-

tados a este jornal referiam-se ao semestre compreendido entre 28 de Julho de 2010 e 28 de Janeiro deste ano. Du-rante esse período, foram 721 os trabalhadores “banidos”, o que representava uma mé-dia diária de quatro pessoas. Se for feita uma comparação entre estes dados e os agora avançados pelo Comissariado de Estrangeiros do Serviço de Migração, conclui-se que mais

DEPUtADo cHAN mENG KAm cRItIcA DERRAPAGENS oRÇAmENtAIS coNStANtES

Dinheiro público é “mal gasto”Os deputados da Assembleia Legislativa, Chan Meng Kam, Au Kan San e Pereira Coutinho têm sido os que mais farpas mandam ao Governo por causa dos aumentos orçamentais frequentes nas obras públicas. Chan Meng Kam exige uma fiscalização mais rigorosa

O deputado da Assembleia Legis-lativa Chan Meng Kam acusou ontem o Governo, numa interpe-

lação feita por escrito, de “gastar mal” o erário público devido a constantes der-rapagens orçamentais em construções e exigiu uma fiscalização mais apertada.

Em declarações ao JTM, o porta-voz do gabinete do deputado, Yang Dafu, cri-ticou ainda o facto da revisão das regras da execução orçamental, que ainda vêm do tempo da Administração portuguesa, estar muito atrasada. E pede prioridade na revisão desta lei.

Para Yang Dafu, não faz sentido o Governo, em média, apenas gastar 70% do orçamento aprovado, o que signifi-ca apenas “falta de rigor científico”. “O valor do orçamento é calculado por cada uma das secretarias, neste sentido, falta um mecanismo que controle, de forma apertada, a distribuição do erário pú-blico”, reclama. “Assim, não só se causa desperdício na Administração Pública, como também as empresas contratadas pelo Governo para as construções civis já podem pedir um orçamento maior sem

que haja qualquer controlo”, sustentou.Também os deputados do Novo

Macau criticaram recentemente, na As-sembleia Legislativa, o “abuso” dos re-cursos públicos feito pelo Governo. As críticas começaram a “chover” princi-palmente quando foram conhecidos os aumentos orçamentais da construção de Metro Ligeiro, do Terminal de Pac On e da construção de novo “campus” da Universidade de Macau (UM) na Ilha da Montanha.

O custo de construção do Terminal Marítimo de Pac On foi duplicado. Por sua vez, o orçamento para construção das estruturas principais do novo “cam-pus” da UM passou de seis mil milhões para 7,8 mil milhões, uma subida de 30%. Mas o valor total da obra subiu dos 6,5 mil milhões para 9,8 mil milhões, um

aumento de mais de 50%. Já o orçamento da primeira fase de construção do Metro Ligeiro também subiu de 4,2 mil milhões patacas para 11 mil milhões. Para os de-putados é inaceitável.

paulo barbosaAs empregadas domésticas não querem estar sujeitas ao impedimento de meio ano

viviana chan

pessoas estão a ser sujeitas ao período de impedimento.

A norma em causa dis-põe que a autorização de per-manência possa ser revogada em casos de despedimento por justa causa, ou quando os empregados decidam, unila-teralmente e sem fundamento legal, terminar a relação con-tratual de trabalho. As pesso-as penalizadas ficam impos-sibilitadas de requerer nova autorização de permanência durante seis meses. Caso con-siderem que foram ilegalmen-te despedidos, os afectados podem apelar para a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Mas, em de-clarações já publicadas pelo JTM, as responsáveis de duas das mais representativas asso-ciações dos trabalhadores não residentes do território consi-deraram ser quase impossível recorrer e defenderam a aboli-ção do período de impedimen-to de seis meses.MUDANÇAS PODEM ES-TAR PARA BREVE. Na reu-nião do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS)

de 11 de Novembro, o Secretá-rio para a Economia e Finanças avançou com a possibilidade de alterar a lei da contratação de trabalhadores não residen-tes no que respeita ao período de impedimento. Francis Tam sugeriu que as empregadas domésticas possam deixar de estar obrigadas a cumprir a penalização de seis meses, caso encontrem emprego na mesma área. Segundo o go-vernante, esta proposta pode-rá entrar em trabalho legislati-vo daqui a dois a três meses, depois da análise no CPCS. “É um assunto que implica a vida das famílias. Portanto, temos de resolvê-lo o mais depressa possível”, disse.

A sugestão sob pondera-ção implica que quem queira mudar de empregador o possa fazer desde que permaneça na mesma categoria de trabalho. No entanto, esta proposta não é consensual. O presidente da Associação Comercial de Ma-cau é um dos responsáveis que apresenta algumas objecções à alteração do regime de impe-dimento. “Penso que isto é um encorajamento muito mau. Muitos patrões enfrentam si-tuações em que os emprega-dos fazem actos propositados para provocar o despedimen-to”, justificou Vong Kok Seng. Na última reunião do CPCS, Shuen Ka Hung - que dirige este organismo e também a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) – informou que novidades mais conclusivas sobre as alterações devem surgir no final de De-zembro, mas foi avançando que será de manter o seguinte princípio: “Se o patrão rescin-dir o contrato com justa causa ou se o trabalhador terminar sem justa causa, o regime de impedimento é obrigatório”.

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PáG 04 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

localROUbO DE COLAR. uma mulher, de setenta anos, foi vítima de assalto na terça-feira, tendo o ladrão levado um colar de ouro, avaliado em mil patacas. o caso ocorreu na travessa das Docas, da parte da manhã, quando a vítima regressava a casa

LADRÃO DE MOEDAS. o furto a uma viatura estacionada no jardim Nam fai, na taipa, rendeu ao ladrão cerca de 50 patacas em moedas. Não foram encontrados quaisquer vestígios de arrombamento, levando as autoridades a crer que o automóvel não tinha sido trancado.

“Familiar” quase deu prejuízouma chamada telefónica, efectuada por um homem que afirmava ser um parente, quase custou a uma família 60 mil renminbis. o caso foi denunciado às autoridades por um residente de macau, de apelido lei, que afirmou ter sido contactado telefonicamente por um homem que afirmava ser seu parente a viver na austrália, e que estava detido no continente chinês por se ter envolvido num caso de prostituição, necessitando de 60 mil renminbis, a serem depositados numa conta, para ser libertado pelas autoridades. Desconfiado, lei decidiu fazer uma chamada para o parente que vivia na austrália, que afirmou nada ter a ver com o caso, acabando por “safar” lei de um prejuízo avultado. as autoridades aproveitaram para alertar para este tipo de burlas efectuadas por “parentes”, uma situação que tem vindo a acontecer com alguma frequência nos últimos meses.

voX populi

IVY NIP(Lojista residente)

-É natural de Macau. Como olha para a sua terra natal?

- Vivo aqui desde sempre e acho que Macau está a evoluir muito “bem”, mas, ao mesmo tempo, a cidade torna-se cada vez mais insegura por causa do aumento da população. Noto que há cada vez mais pessoas. A sociedade de Macau também está mais confusa. Ouvi dizer que alguns turistas foram roubados à saída de casas de câmbio, no centro da cidade, mas por cidadãos não residentes. Este problema de insegurança prejudica a imagem Macau junto dos turistas. Parece que agora a tran-quilidade já não pertence a esta cidade.

- Do que gosta menos de Macau?- Penso que a gestão dos trabalhado-

res não residentes tem algumas falhas. Por exemplo, temos a política que obriga os trabalhadores não residentes a ficarem fora de Macau por seis meses depois de se terem sido despedidos, e com a qual concordo absolutamente, mas alguns tra-balhadores acabam por ficar em Macau, por isso duvido da legalidade da sua per-manência. Parece-me que os trabalhado-res não residentes brincam muito com os patrões quando são despedidos e mudam para outro emprego sem sair de Macau.

- Concorda com o que foi anunciado pelo Chefe do Executivo nas LAG?

- Não conheço muito bem o que foi anunciado. Mas o que me preocupa mais não é o valor do cheque do plano pecu-niário, mas sim os preços das habitações. Embora Macau tenha uma economia me-lhor, para os jovens continua a ser difícil comprar uma habitação sem o apoio da família. Penso que estas LAG não têm muita diferenças em relação às do ano passado, mas de uma forma geral, são satisfatórias. Porém, a proibição de ven-da das habitações económicas durante 16 anos, considero que não ajuda os residen-tes, pelo contrário, porque as habitações não entram tão facilmente nos mercados privados e assim força a que os preços das casas sejam mais baratos. Ou seja, como os residentes não podem vender habita-ções económicas o preço das privadas vão continuar a ser fortemente influenciado para que seja aumentado.

v.c.

“a tranquilidade já não pertence a esta cidade”

SUSPEItA tEm NAcIoNALIDADE PoRtUGUESA

Denúncia “caçou”alegada traficanteUma mulher de nacionalidade portuguesa de apelido Silva foi detida na terça-feira por suspeita de tráfico de droga, tendo sido encontrada com “ketamina” e cocaína na sua posse. Caso venha a ser condenada, a suspeita pode vir a enfrentar uma pena de 3 a 15 anos de prisão

Uma mulher de nacionalidade portuguesa, resi-dente da RAEM, foi detida pela Polícia Judici-ária por suspeita de tráfico de droga. Segundo

o JTM conseguiu apurar, trata-se de uma funcionária pública reformada, de apelido Silva e com 55 anos, que alegadamente transportava droga da China continen-tal para Macau há cerca de seis meses.

A investigação foi lançada há uma semana depois de uma denúncia, tendo a mulher sido detida na terça-feira após ter sido interceptada com perto de 15 gra-mas de “ketamina” e 0.3 gramas de cocaína, avaliadas conjuntamente em cerca de 8 mil patacas.

O caso vai ser agora encaminhado para o Minis-tério Público por tráfico de droga, podendo a detida enfrentar uma pena de 3 a 15 anos de prisão.

Na madrugada de ontem foi ainda detido, na Ave-

nida da Amizade, um outro indivíduo por posse de droga. Após ter sido interceptado por uma patrulha, foi encontrado na sua posse cinco sacos com 2.24 gramas de “ice”, e ainda 16 palhas que as autoridades acredi-tam serem destinadas para o consumo da substância.

O suspeito, da China continental, terá confessado a aquisição da droga em Zhuhai a troco de 2.000 ren-minbis, alegadamente para consumo próprio.

SERvIÇoS DE ALFÂNDEGA

confiscados 900 quilos de marisco

Foram confiscados mais de 900 quilos de marisco que tinham sido introduzidos no territó-

rio de forma ilegal. A operação decorreu na zona de desembarque de mercadorias do Porto Interior e foi da responsabilidade dos Ser-viços de Alfândega. Os produtos apreendidos eram destinados aos mercados locais e a alguns restau-rantes do território.

A operação de combate ao contrabando resultou na detenção de cinco pessoas. Segundo os Ser-viços de Alfândega, esta foi a maior apreensão dos últimos anos. O ma-risco é originário de vários portos de pesca da China continental. A apreensão foi justificada pelo fac-to de os produtos alimentares não terem sido declarados e por não ter sido cumprido o período de qua-rentena obrigatório para todos os importadores de marisco.

O director do Departamento

de Assuntos Alfandegários, José Pou, frisou que a operação só se tornou possível com a cooperação das autoridades homólogas da China interior. O marisco estava

guardado em três embarcações an-coradas nas pontes 28 e 33 do Porto Interior. Os cinco detidos são todos membros das tripulações. Dois de-les são residentes da RAEM.

Cinco membros de três tripulações foram detidos pelas autoridades. Embarcações estavam ancoradas nas pontes 28 e 33 do Porto Interior

Suspeita foi encontrada com “ketamina” e cocaína

pedro andré santos

Embarcações estavam ancoradas nas pontes 28 e 33 do Porto Interior

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jorNAl trIbuNA de MACAu quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 PáG 05

localPRÉDIO PARA bIbLIOTECA SEM ANOMALIAS. o instituto cultural garantiu ontem, em comunicado, que o local onde se encontrava a antiga estação Postal de almirante lacerda, e que vai ser reconvertido numa biblioteca, não tem qualquer anomalia na estrutura, como alertaram moradores. os trabalhos de reconversão e instalação de equipamentos estimam-se num custo total acima de 2 milhões de patacas.

DIA DE TIMOR-LESTE NA LIVRARIA PORTUGUESA. No sábado, pelas 14:00, vai ser exibido na livraria Portuguesa um documentário intitulado “uma lulik” (“casa Sagrada”) da autoria de vasco de Souza. o documentário é considerada a primeira longa-metragem de timor-leste, e obteve o 3º lugar no biff 2011 Showtime movie channels top ten , em brisbane, na austrália.

UNIvERSIDADE DE mAcAU AcoLHEU mAIS Um DEBAtE Do SEmINÁRIo jEAN moNNEt

o papel de Macau nos Direitos HumanosO princípio “um país, dois sistemas” tem levado a uma maior atenção por parte da China no que diz respeito à questão dos Direitos Humanos, e Macau pode ajudar a promover uma maior abertura do país. É esta a ideia apontada por Ricardo Sousa da Cunha, professor da Universidade do Minho que veio a Macau proferir uma palestra sobre o contexto europeu desta temática. Para o docente, a desintegração da zona euro devido à crise económica iria provocar consequências em todo o mundo

Em mais uma palestra proferida na Univer-sidade de Macau, no

âmbito do Seminário Jean Monnet, Ricardo Sousa da Cunha, docente universitário em Portugal e na Universi-dade de Timor-Leste, referiu

que a China “tem evoluído bastante” para uma maior protecção dos Direitos Hu-manos. Contudo, o percurso ainda não acabou aqui. “Não são processos imediatos, são processos de evolução per-manente. O ponto de partida há 20 anos era muito diferen-te daquele que observamos actualmente. É importante insistir para que esse cami-nho seja trilhado em conjun-to. Creio que nesse aspecto a relação com a União Euro-peia (UE) tem sido frutuosa”, disse o docente.

Ricardo Sousa da Cunha acredita que o princípio “um país, dois sistemas” tem tam-bém ajudado nesse percur-so. “Creio que o caminho é o reforço da cooperação e as consequências serão visíveis, mesmo que não imediatamen-te, serão processos de evo-lução permanente. A relação de Macau com a China Con-tinental promove os direitos fundamentais e a evolução do padrão desses direitos”, refe-riu. Esse “caminho” poderá ainda ser trilhado através de uma potencial ligação entre o Fundo Europeu de Estabi-

lização Financeira e “potên-cias exteriores à UE”, referiu o académico português. “DESAFIOS” DE UMA CRI-SE ECONÓMICA. Ainda à margem do debate sobre a protecção dos Direitos Hu-manos na Europa, bem como os respectivos organismos e legislação em vigor, Ricardo

Sousa da Cunha referiu que a actual crise económica traz, sobretudo, desafios aos go-vernos, no sentido de man-terem a integração da zona euro. Mas o docente mostrou optimismo face ao futuro. “A verdade é que a Europa tem saído reforçada das crises. Está em discussão neste mo-

mento a reforma da governa-ção económica europeia, com o projecto dos Eurobonds, e a renovação dos poderes do Banco Central Europeu, que pode ser um passo em fren-te”, frisou Ricardo Sousa da Cunha.

A integração também vai depender de um possí-vel financiamento do Fundo Europeu de Estabilização Fi-nanceira aos países emergen-tes. Tal panorama poderá ter “consequências em matéria de relações internacionais. Esperemos que isso não seja feito às custas da protecção dos direitos fundamentais, e que no futuro tenha uma consequência positiva para a integração europeia”, referiu o docente.

Numa altura em que a zona euro se debate com uma instabilidade financeira de-vido às crises na Grécia, Por-tugal e Itália, a possibilidade do fim da moeda única, um “projecto tão central, de coo-peração económica e mone-tária” iria ter “consequências imprevisíveis” a nível global, admitiu o académico.

a.s.s.

Ricardo Sousa da Cunha (à esquerda) é docente universitárioem Portugal e na Universidade de Timor-Leste

Instituto de Habitação

ANÚNCIO

[ N.º 81/2011 ]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidato a habitação social abaixo indicado, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Após as verificações deste Instituto, notamos que o elemento do agregado familiar de candidato a habitação social acima mencionado são elemento que figure no boletim de candidatura de outro agedado familiar, ao qual este Instituto já tenha autorizado a aquisição de habitação construída em regime de contratos de desenvolvimento para a habitação nos termos do Decreto-Lei nº 13/93/M, de 12 de Abril, pelo que não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos da alínea 3) do nº 4 do artigo 3º do Regulamento Administrativo nº 25/2009.

De acordo com os artigos 93.° e 94.° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro, deve apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio.

Se não apresentar a contestação no prazo fixado ou a mesma não for aceite por este Instituto, as respectiva candidatura será excluída da lista geral de espera por IH, nos termos dos artigo 5º, nº 2 do artigo 9º e alínea 2) do artigo 11.° do Regulamento do Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 296/2009.

No caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sr. Wong através do tel. n.º 28594875 (Ext. 216), para consulta do processo.

A Presidente, Substª, Kuoc Vai Han

25 de Novembro de 2011

NomeHOI CHENg WAI

N.º do boletim de candidatura5006155

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PáG 06 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

PuBlIcIDaDE

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jorNAl trIbuNA de MACAu quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 PáG 07

fátima almeida

Honoré Daumier viajou até à Chi-na através da sua imaginação e retratou nas telas a vida da sua

gente baseando-se em imagens imaginá-rias. A obra do pintor e ilustrador fran-cês, conhecida no mundo, estará exposta no edifício do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), ao lado de outros mestres da pintura Ocidental.

Quando entrar na galeria de Exposi-ções Temporárias também encontrará as expressões digitais de Pablo Picasso a da-rem forma a um carneiro. Depois das ilus-trações a preto e branco de um dos rosto do Cubismo surge o mundo a cores de pintores como André Derain. O negro re-gressa ao espaço com desenhos como “O duro negócio de viver”, de Georges Rou-ault. Já as obras de Henri Matisse, como “As três máscaras”, apresentam linhas simples, mas “precisas” que nos guiam. Mas há mais traços de mestre com Joan Miró, Marc Chagall, Raoul Dufy, Eugène Delacroix e Georges Braque.

No total são mais de 100 obras de dez mestres do desenho, reunidas por Donald Stone, um americano convidado para dar aulas de inglês em Pequim, que decidiu doá-las ao Museu de Arte e Ar-queologia da Universidade de Pequim. Os desenhos chegam a Macau através

de uma colaboração entre o IACM e a instituição de ensino da capital chinesa, organizando a exposição - “Património Gravado – Colecções de Gravuras do Museu de Arte e Arqueologia Arthur M. Sackler na Universidade de Pequim” -, para continuar a construir uma ponte ar-tística entre dois mundos.

Segundo explicou o vice-director do museu, as obras foram doadas por Do-nald Stone, que amanhã estará presente na inauguração da mostra, para que os alunos pudessem apreciar e ter mais conhecimentos sobre a arte de alguns dos mestres do Ocidente. “Quando era jovem, Donald Stone, estudava na Uni-

versidade de Oxford e gostava muito de arte. Como tinha alguns amigos em galerias conseguiu fazer a suas colec-ção. Mais tarde foi para Pequim ensinar inglês e decidiu doar as obras ao nosso Museu para que os alunos as aprecias-sem e se estabelecesse um intercâmbio entre Ocidente e o Oriente”, explicou Song Xiangguang.

A exposição está divida em três partes e contempla obras que ilustraram publicações ou que se inspiraram em pe-ças de teatro, como Hamlet de William Shakespeare. A primeira parte é constituí-da precisamente por 30 ilustrações, como a “Para uma Menina a Apanhar Flores”,

de Picasso, um dos 20 retratos água-tinta, dos “Vingt Poèmes” de Luis Gongora.

Já a segunda parte tem a mão de Honorè Daumier, “considerado o maior crítico visual da cena artística ocidental, ao retratar a vida quotidiana dos france-ses com traços satíricos e humorísticos”, como descreve o director do Museu de Arte e Arqueologia Arthur M. Sackler. Evidenciando este tema estarão presen-tes na mostra, patente até 4 de Março, 46 desenhos, alguns que retratam a vida dos chineses.

As gravuras intituladas “Hamlet”, do pintor romântico francês Eugène De-lacroix, que integram uma colecção, cria-da em Paris, em 1843, em edição limitada, (80 cópias), constituem a terceira parte da mostra, salienta Zhao Hui. Nesta exposi-ção, orçada em 660 mil patacas, estarão patentes 11 desenhos realizados a partir de matrizes originais das gravuras.

No sábado realiza-se ainda uma pa-lestra no Museu de Arte de Macau, cujo orador é Donald Stone. O professor ju-bilado do centro de Pós-Graduação da Universidade da Cidade de Nova Ior-que, e actual professor do Departamento de Línguas Estrangeiras da Universida-de de Pequim falará a partir das 14h30 sobre o universo artístico. A entrada na palestra, proferida em inglês com tradu-ção para chinês, é livre.

1ª Vez

Execução Ordinária nº CV2-09-0117-CEO 2° Juízo Cível

Exequente: BANCO NACIONAl UltrAmArINO, S.A., com sede em Macau na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22.Executados: lEI CHAN CHONg, e sua mulher lEONg SON HONg, casados no regime de comunhão de adquiridos, ambos naturais da China, e residentes em Macau, na Rua da Ribeira do Patane, nº 169, 4º andar “EB”.

Nos autos supra identificados, foi designado o dia 13 de Dezembro de 2011, pelas 10:45 horas, neste Tribunal, para a venda por meio de propostas em carta fechada, o bem penhorado abaixo identificado.

ImóVEl PENHOrADODenominação da fracção autónoma: “EB4” do 4º andar.Situação: Em Macau, na Rua da Ribeira do Patane, nº 169, BLII.Fim: Para habitação.Número de matriz: nº 36795.Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº 21038, a fls. 193v do Livro B46.Número de inscrição da propriedade horizontal: nº 8107, a fls. 15 do Livro F9.O valor base da venda: mOP$900.000,00 (Novecentas mil patacas).

O preço das propostas devem ser superior ao valor da base da venda acima indicado.Os interessados na compra devem entregar a sua proposta em carta fechada, com

indicação nos envelopes das propostas, a seguinte expressão “proposta em carta fechada”, “2º Juízo Cível” e o “Processo Número: CV2-09-0117-CEO”, na Secção Central deste Tribunal, até o dia 12 de Dezembro de 2011, até 17:45 horas, podendo os proponentes assistir ao acto da abertura das propostas.

É fiel depositário o Sr. PAUlO mArIA NUNES, funcionário bancário, com domicílio profissional em Macau, na Avenida Almeida Ribeiro, nº 22, que está obrigado, durante o prazo dos edital e anúncio, a mostrar o bem imóvel a quem pretenda examiná-lo, podendo fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspecção.

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação do imóvel supra referido, podem, querendo, exercerem o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do artº 787º do C.P.C.M.

Macau, aos 14 de Novembro de 2011

A Juiz,Cheong Un Mei

A Escrivã Judicial Principal,Cheong Hio Wa

“JTM” - 1 de Decembro de 2011

trIBUNAl JUDICIAl DE BASE JUízO CíVEl

ANÚNCIO Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro

Aviso de recrutamento

Recruta-se um operário qualificado, 1.º escalão, em regime de contrato de assalariamento, para exercer as tarefas de instalação e manutenção na electricidade e canalizações.

As condições de candidatura e as respectivas informações detalhadas encontram-se afixadas no website www.dscc.gov.mo, ou na Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro, sita na Estrada de D. Maria II, N.ºs 32-36, Edifício CEM, 6.º andar, Macau.

Prazo de inscrição: até 16 de Dezembro de 2011

Aos 30 de Novembro de 2011

O Director da DSCCChan Hon Peng

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Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para

o ano de 2008

1. O prazo limite para a apresentação do pedido de atribuição do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2008 é fixado em 30 de Dezembro do corrente ano.

2. Os indivíduos que satisfaçam os requisitos de atribuição, mas não tenham ainda formulado o pedido, devem dirigir-se até ao prazo supracitado ao Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia grande, nºs 762-804, Edifício “China Plaza”, 2º andar, Macau, para efeitos de tratamento das respectivas formalidades.

3. Por último, solicita-se para que os cheques ainda não sacados sejam apresentados, com a maior brevidade, junto de qualquer instituição bancária de Macau.

Macau, aos 28 de Novembro de 2011

mAIS DE 100 oBRAS DE 10 mEStRES DA PINtURA

Desenhos de Picasso a Miróem exposição no IacMAs obras de dez mestres da pintura estarão patentes ao público em geral a partir de sábado na galeria de exposições temporárias do IACM. Os desenhos de pintores como Pablo Picasso, Henri Matisse, Honoré Daumier, Joan Miró fazem parte de uma colecção de mais de cem peças doadas ao Museu de Arte e Arqueologia Arthur M. Sackler da Universidade de Pequim

localMACAU PASS VAI PODER SER USADO EM ZHONGSHAN. o macau Pass já pode ser utilizado em zhongshan a partir de hoje. a empresa responsável pelo macau Pass já efectuou um convite semelhante à transportadora pública da cidade vizinha de zhuhai.

DESFILE LATINO PARA CELEbRAR CRIAÇÃO DA RAEM. Para celebrar o nascimento da raem, o instituto cultural vai organizar um desfile, a 20 de Dezembro, para o qual foram convidados grupos de países da américa do Sul para actuar. o desfile vai começar às 15:00, e parte das ruínas de São Paulo.

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PáG 08 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

AV. HORTA E COSTA VOLTA A TER DUPLO SENTIDO EM DEZEMbRO. a conclusão em meados do mês de Dezembro dos trabalhos de reparação no âmbito da obra de reordenamento da rede de drenagem da av. de Horta e costa marca a conclusão de toda a empreitada, que durou aproximadamente 1 ano. o duplo sentido de circulação das quatro faixas de circulação da av. de Horta e costa será restituído a partir do próximo sábado (dia 10 de Dezembro). Desta forma, será restituído o sentido de circulação do mercado municipal almirante lacerda em direcção ao túnel da Guia da faixa de rodagem da av. de Horta e costa junto do mercado municipal almirante lacerda.

EDGAR mARtINS Em ENtREvIStA Ao jtm

“uma imagem nunca comunica tudo”Nasceu em Portugal, mas a infância e a adolescência foram passadas em Macau. A primeira exposição e o livro de estreia aconteceram no território, de onde partiu para o Reino Unido. A viagem devolveu-lhe outras formas de pensar a fotografia e novos métodos de trabalho. Não mais abandonou terras britânicas, mas saltita por diferentes geografias ao ritmo de mostras, edição de obras e palestras. Quatro anos depois, Edgar Martins está de regresso ao território para um seminário e lançamento de um livro, ambos com o mesmo nome: “This is not a House”. O projecto, oriundo de um conjunto de fotografias que retratam a crise imobiliária americana e a recessão económica, causou polémica quando publicado nas páginas da “New York Times Magazine”, em 2009. Em entrevista ao JTM, o autor leva-nos por uma navegação onde as marés da realidade e da ficção se encontram

Vai conduzir um seminário e também lançar um livro sobre o projecto “This is not a House”,

nascido em 2008, amanhã [hoje] ao fi-nal da tarde no Albergue SCM. Qual será a abordagem?

- Penso que vai ser um seminário multifacetado, com um cariz retrospec-tivo. Vou apresentar projectos produzi-dos ao longo de oito anos para mostrar a evolução da minha prática artística e também para contextualizar as ideias que têm definido o meu trabalho e pre-ocupado. Quanto ao livro “This is not a House”, em finais de 2008 a revista de fim-de-semana do jornal “The New York Times, a “The New York Times Magazi-ne”, encomendou-me um projecto sobre o colapso imobiliário norte-americano e também sobre a consequente recessão económica. Viajei nos Estados Unidos durante cerca de nove semanas, visitei 16 localidades diferentes, espalhadas por seis regiões distintas. Quando o projecto foi divulgado no Verão de 2009 causou um debate caloroso – utilizo a palavra ‘debate’ por falta de um termo mais apropriado – face à minha decisão de modificar digitalmente um número restrito de imagens. No projecto, no li-vro e também no seminário vou definir, contextualizar e elaborar o porquê desta abordagem. Encarei este projecto como uma espécie de intervenção fotográfica sobre uma crise, que era só em parte eco-nómica, quis referir-me também à crise que estava e está a atravessar o jorna-lismo e o fotojornalismo com o impacto da tecnologia digital. Acabou por ser uma espécie de plataforma para reunir e confrontar, até diria repensar e ‘recon-ceptualizar’ uma paisagem, um fenó-meno particularmente contemporâneo. O projecto procurou reunir e confrontar

novas experiências de um novo tipo de arquitectura americana, mas fazendo uso de uma conjunção inquietante de realismo e ficção.

- Porquê é que optou por juntar esses dois universos para retratar um tema tão sensível?

- O uso da ficção é bastante impor-tante, porque desde o início quis afas-tar-me de uma abordagem puramente documental. Uma das coisas que este projecto tenta estabelecer é que com o passar do tempo acabamos por acei-tar as ficções que criamos como factos, tornando-nos quase como os actores esquecidos, obsoletos das nossas pró-prias narrativas. De forma que as casas representadas neste projecto não se re-ferem só ao particular, são imagens de construções espaciais, géneros de palco. Aquilo a que eu queria fazer alusão era ao facto de a verdade do mundo já não estar presente na superfície, se é que al-guma vez o esteve. De modo que o tra-balho faz alusão a uma multiplicidade de narrativas, diferentes verdades, al-gumas delas contraditórias, mas todas elas válidas.

- Como é que o projecto acabou por dar origem a um livro?

- Não sou jornalista, nem fotojor-nalista, só aceitei a encomenda porque achei interessante e já vinha ao encontro de várias ideias que fui tendo ao longo dos anos, nomeadamente a posição que sempre assumi em relação ao fotojorna-lismo. Achei que seria uma oportunida-de óptima para dar voz a algumas destas preocupações através de um trabalho visual interessante. Mas sempre que co-meço a produzir um trabalho tenho em mente o livro, independentemente de o projecto poder ter uma vida totalmente distinta antes do livro. Há medida que estava a produzir este trabalho estava consciente que seria uma temática para livro. E para além do livro, depois a ex-posição. Neste momento, há uma itine-rância do projecto que está a correr di-versos museus britânicos, passará pelo resto da Europa, Estados Unidos e vem para a Ásia. Ainda estudámos a possibi-lidade de apresentar o trabalho aqui no Albergue SCM, mas as condições não se reuniram.

- Esta itinerância tem um significa-do especial pelo facto de se viver actu-almente uma crise financeira global?

- Sem dúvida. A crise como a conhe-cemos teve origem em 2007 e em alguns casos piorou. Creio que até é mais rele-vante hoje do que talvez em 2008. Penso que esse será um dos motivos pelo qual o projecto está a ter um período de vida tão longo. As itinerâncias vão durar até 2014. Os seminários também vão ser apresentados em 30 e tal instituições di-ferentes. Dentro da Ásia, devem existir apresentações no Japão, Coreia do Sul e estou a discutir com vários curadores na China. Apesar dos problemas logísticos que envolvem uma vinda à Ásia, a mi-nha intenção é que o meu trabalho seja também apresentado aqui em Macau.

- Poderá acontecer uma exposição sua no próximo ano em Macau?

- No próximo ano, vou tentar não expor tanto quanto este ano. Só em 2011 abri seis exposições, o que é uma coisa quase inacreditável. Se calhar fui até

raquel carvalho

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PáG 09quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

AV. HORTA E COSTA VOLTA A TER DUPLO SENTIDO EM DEZEMbRO. a conclusão em meados do mês de Dezembro dos trabalhos de reparação no âmbito da obra de reordenamento da rede de drenagem da av. de Horta e costa marca a conclusão de toda a empreitada, que durou aproximadamente 1 ano. o duplo sentido de circulação das quatro faixas de circulação da av. de Horta e costa será restituído a partir do próximo sábado (dia 10 de Dezembro). Desta forma, será restituído o sentido de circulação do mercado municipal almirante lacerda em direcção ao túnel da Guia da faixa de rodagem da av. de Horta e costa junto do mercado municipal almirante lacerda.

ENXOFRE NOS COMbUSTÍVEIS EM VALORES NORMAIS. a 20 e 21 de Setembro de 2011, a Direcção dos Serviços de Protecção ambiental recolheu vinte amostras de gasóleo para veículos, comercializado nas bombas de combustíveis na raem e no Depósito de combustíveis de Ká-Hó, para serem analisadas num laboratório especializado. Dos resultados obtidos verificou-se que o teor de enxofre nas vinte amostras recolhidas se situava entre 0,0016% e 0,0024%, em peso, não ultrapassando os valores estipulados por lei.

EDGAR mARtINS Em ENtREvIStA Ao jtm

“uma imagem nunca comunica tudo”

local

um pouco optimista quando pensei que conseguiria responder a todos os con-vites e lidar com todo este trabalho. O problema é que isto acaba por abafar o tempo de produção. Portanto, não sei se virá cá para o ano, mas farei os possí-veis. Chegámos a ter um plano até bas-tante concreto, que era para acontecer em Dezembro, mas não tinha tempo suficiente para a produção do trabalho e acabámos por adiá-la.

- O facto de ter crescido em Macau influenciou a sua abordagem à foto-grafia e aos espaços?

- Sim, penso que sim, de duas for-mas. Macau é um sítio de contrastes, paradoxos e, se calhar, isto acabou por motivar o meu espírito critico desde tenra idade. Por outro lado, durante a minha escolaridade, as minhas duas grandes paixões eram a filosofia e a es-crita. Creio que essas duas disciplinas também cultivaram em mim um espíri-

to talvez reflexivo sobre o mundo e in-trospectivo... Vivi em Macau 18 anos. Já estou em Inglaterra há cerca de 14 ou 15 anos. Apesar de continuar a considerar Macau o meu ponto de partida, origem e onde estão as minhas raízes, também me sinto de algum modo desenraiza-do. Acabo por não ter vínculos que me tornem cego, consigo ter um distancia-mento em relação aos espaços que ha-bito para conseguir pensar sobre eles de uma forma crítica.

- Não vinha a Macau há quatro anos... Encontrou uma cidade dife-rente?

- Se viesse a Macau e só saltasse de telhado em telhado, de prédio em prédio, não me surpreendia com a ci-dade, porque sempre foi um sítio com um crescimento alucinante. Mas é claro que temos sempre memórias fortes de determinados espaços e experiências e, apesar de muitos casinos já cá estarem,

alguns nomeadamente no Cotai ainda não existiam na última vez que cá es-tive. Posso dizer que ainda fui surpre-endido por toda a dinâmica e evolução. Por outro lado, saltou-me logo à vista a quantidade de pessoas que existem em Macau actualmente e também não me lembro de alguma vez ter demorado 40 minutos para fazer a viagem de Macau a Coloane, como me aconteceu agora. Penso que o Governo tem de pensar muito bem no desenvolvimento das infra-estruturas, senão esta cidade vai implodir um dia.

- Para os artistas, já é uma cidade que consegue ser mais atractiva?

- Sem dúvida que é um espaço muito mais multicultural agora. Isso notou-se logo um ou dois anos após a transferência de soberania e, nesse sen-tido, acho que Macau é um sítio muito mais interessante. Agora temos de ser realistas e perceber que ainda tem um longo percurso a fazer, sobretudo no que diz respeito à arte contemporânea, tanto a nível institucional, como cultu-ral e psicológico.

- O que é que poderia ajudar à mudança?

- A verdade é que é sempre impor-tante os artistas terem apoio. Macau é um sítio bastante rico. Podia-se investir mais na cultura. Pensando em arte con-temporânea, podia haver instituições que fomentassem mais esta área, porque acaba por haver uma maior tendência para a arte moderna ou a arte tradicio-nal chinesa. Museus mais virados para a arte contemporânea, bem como galerias que pudessem representar artistas e que pudessem levá-los ao estrangeiro seria importante. Mas a verdade é que a vida confortável nem sempre é compatível com o espírito de produção artística. Se calhar essa é uma das razões que faz com que não existam tantos artistas. De qualquer modo, creio que Macau tem um núcleo de artistas interessantes que se vai desenvolver ao seu ritmo.

- O mercado asiático em particular interessa-o?

- A arte e o dinheiro andam sem-pre de mãos dadas. Mas a minha visão pessoal é não encarar a arte como co-mércio. Prefiro ver os novos mercados, nomeadamente na China não como mercados com potencial económico mas com um potencial cultural e socio-lógico interessante. Sendo conhecedor da arte contemporânea chinesa tam-bém estou ciente de que há determi-nados tipos de arte e abordagens que são privilegiados. Creio que os grandes coleccionadores chineses ainda privile-giam a arte local, o que faz todo o sen-tido. Se eu algum dia quiser fazer algo que tenha alguma ressonância na Chi-na, sei que terei de fazer trabalho pro-duzido localmente. E, nesse sentido, teria todo o interesse em voltar e fazer algum trabalho em Macau ou possivel-mente no Continente.

- E já está a gizar um novo pro-jecto?

- Esta itinerância acaba por ser um dos projectos principais que estou a desenvolver, mas há dois outros. Um é um livro que vou lançar “The Time Machine”, com uma tiragem regular e uma limitada. A exposição, inaugurada

no mês passado no Museu da Electrici-dade, em Lisboa, também vai percorrer o mundo inteiro. Além disso, tenho ou-tros projectos nomeadamente a produ-ção de trabalho novo. Tenho um tema na cabeça, mas ainda não tem título, não está bem estruturado ainda. Mas vai ser interessante. Estou a tentar fa-zer uma ruptura com formas de traba-lhar que já me sejam familiares, por isso mesmo quero pensar muito bem o que vou fazer a seguir e desafiar-me ainda mais. De qualquer modo, ainda estou muito ligado a estes dois últimos pro-jectos. Preciso de algum distanciamento em relação à divulgação da obra – uma parte essencial, porque sem isso o pro-jecto não existe. O paradoxo de ser um artista internacional é que acabamos por estar sempre a expor e a falar sobre trabalho. Não conheço ninguém, tenha 18 ou 60 anos, que consiga ter equilíbrio na equação “produção–divulgação”. As viagens também acabam por tirar qual-quer ritmo diário. Por isso, neste mo-mento tenho de trabalhar no sentido de encontrar esse equilíbrio.

- Dizia há pouco que tem sempre em mente o livro e que se sente sedu-zido pela escrita e pela filosofia. Possui uma necessidade de expressão que vá para além da fotografia?

- Sim. Sempre considerei a foto-grafia um modo pouco adequado para nos expressarmos, mas é esta ansieda-de com o meio que me leva a criar uma nova linguagem visual para comuni-car, mas também uma nova linguagem visual de onde possa derivar o meu próprio glossário de vida. A fotogra-fia para mim é um meio insuficiente. Quando olho para uma fotografia não pergunto apenas o que ela me está a dizer, mas também aquilo que não me diz. E por isso é que nas minhas foto-grafias faço sempre alusão a espaços escuros, a espaços negros, acabam por ser uma espécie de tela branca onde po-demos projectar as nossas experiências e memórias. Por ter essa consciência que a fotografia não é suficiente, que uma imagem nunca comunica tudo, é que se calhar utilizo uma metodologia que passa pelas palestras e seminários, mas também pelo livro, pelo trabalho em séries. Acaba por ser não pensar na imagem como um entidade final, mas pensar na fotografia como um todo, como um processo. Estou interessado em expor contradições, paradoxos, em comunicar ideias sobre o próprio pro-cesso de comunicação. Nesse sentido, o meu trabalho é bastante auto-referente, comunica ideias sobre o quão difícil é comunicar, o próprio trabalho faz alu-são a um processo de racionalização de ideias, temáticas, e sobre o modo como estas devem ser comunicadas e perce-bidas. Esta sempre foi a grande critica que tive em relação ao fotojornalismo, a incapacidade de fazer alusão ao pro-cesso. O “This is not a House” tem es-tas questões em conta. É um projecto que antecede um pouco a forma como vai ser visto, mas que adopta toda uma metodologia diferente para poder lidar com essa questão do distanciamento do documentário e para conseguir ins-tigar uma participação mais activa do próprio público.

“[Neste regresso] Posso dizer que ainda fui surpreendido por toda a dinâmica e evolução. Por outro lado, saltou-

me logo à vista a quantidade de pessoas que existem em Macau actualmente”

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PáG 10 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

bARCELONA INTERESSADO EM JOÃO PEREIRA. a rádio cadena Ser assegura que o barcelona está interessado na contratação de João Pereira, que iria competir com Daniel alves por um lugar no onze do clube catalão. DEsPorTo

LIGA MULTA bENFICA E SPORTING. a liga de clubes decidiu abrir um processo de inquérito aos incidentes ocorridos no estádio da luz e determinou já a aplicação de uma multa ao benfica no valor de 1.650 euros e de uma outra ao Sporting, de 1800 euros, por comportamento incorrecto dos respectivos adeptos.

SoRtEIo Do EURo2012 NA SEXtA-FEIRA

Portugal vaicumprir a tradição?Se a tradição for cumprida, a selecção portuguesa de futebol jogará a primeira fase do Campeonato da Europa de 2012, que se disputa na Polónia e Ucrânia, frente a Espanha, Inglaterra e França

Espanhóis, ingleses e gauleses são os paí-ses, entre cada um dos três potes do qual sairão os adversários lusos, no sorteio de

sexta-feira, que Portugal mais defrontou nos 48 jogos em fases finais de Mundiais e Europeus.

A Espanha é, entre as cabeças de serie, a que se cruzou mais vezes com Portugal, num total de três (Mundial de 2010 e Europeus de 1984 e 2004), mais uma do que Holanda (Eu-ropeu de 2004 e Mundial de 2006) e Polónia (Mundiais de 1986 e 2002), co-anfitriã com a Ucrânia, com a qual a equipa das “quinas” se poderá estrear em fases finais.

No Pote 2, a Inglaterra é o adversário “pre-dilecto” da equipa portuguesa, com quem já mediu forças em cinco ocasiões (Mundiais de 1966, 1986 e 2006 e Europeus de 2000 e 2004), apenas mais uma do que a Alemanha (Euro-peus de 1984, 2000 e 2008 e Mundial de 2006).

Pelo contrário, a selecção lusa, que nunca defrontou a Itália em fases finais, já defrontou a Rússia uma vez, no Euro2004, tendo ainda jo-gado com a União Soviética, no jogo de apura-mento do “bronze” do Mundial de 1966.

Seguindo a tendência histórica, a França

seria o sorteado do Pote 4: os franceses já en-frentaram Portugal em três fases finais (Euro-peus de 1984 e 2000 e Mundial de 2006), sempre com triunfos gauleses nas meias-finais.

Por seu lado, a República Checa jogou duas vezes com Portugal (Europeus de 1996 e 2008) e Dinamarca em uma ocasião (Europeu de 1996), enquanto a República da Irlanda nunca se cru-zou com a selecção lusa em fases finais.

As outras selecções do Pote 3 estão impe-didas de partilhar o grupo com Portugal, que já defrontou duas vezes a Grécia (ambas no Euro-peu de 2004), uma a Croácia (Europeu de 1996) e nunca encontrou a Suécia em fases finais.

O alinhamento da fase de grupos do Euro2012 vai ser sorteado sexta-feira, em Kiev, numa cerimónia que vai ser apresentada pela ucraniana Olga Freimut e pelo polaco Piotr So-bczynski, sob a presidência do secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino.

A fase final do Campeonato da Europa de futebol realiza-se na Polónia e na Ucrânia, de 8 de Junho a 01 de Julho.

tAÇA DE PoRtUGAL

Benfica com tarefa difícil na MadeiraBenfica e Marítimo disputam amanhã, na Madeira, o jogo “grande” dos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol, numa ronda com novo “derby” lisboeta, agora entre Sporting e Belenenses, em Alvalade

Nos Barreiros, o Benfica, sem derrotas nos 22 jogos efectuados em

2011/2012 (única equipa da Europa presente nas provas da UEFA com esse estatuto), surge moralizado, após garan-tir um lugar nos “oitavos” da Liga dos Campeões, em Old Traford (2-2), e bater o rival Sporting (1-0), para a Liga. Os “encarnados”, que procuram a 25.ª Taça de Portugal da sua história e um título que não vencem desde 2003/2004, vão encontrar um Marítimo em “alta”.

Os madeirenses, que ape-nas cederam um empate em casa na presente temporada (0-0 com o Beira-Mar), ocu-pam, com surpresa, o quarto posto no campeonato e só por uma vez foram derrotados (0-2 em Braga).

Caso ultrapasse o Maríti-mo - que volta a defrontar, no mesmo local, na próxima ron-da da Liga -, o Benfica poderá

encontrar, de novo, o eterno rival Sporting, nos “quartos”, isto caso os “leões” derrotem segunda-feira o vizinho Bele-nenses, no jogo que encerra a eliminatória.

“Ferido no orgulho”, após a derrota sofrida na Luz, o Sporting recebe os “azuis” do Restelo que, apesar de anda-rem agora pelo 13.º posto da Liga de Honra, contam no seu currículo com três Taças, a úl-tima conquistada em 1988/89.

Vencedor da prova nas úl-timas três edições, o FC Porto já não consta do programa, uma vez que foi surpreenden-temente eliminado na última ronda pela Académica, que continua o seu trajecto rumo à tão desejada final do Jamor frente a outro histórico, o Lei-xões, da Liga de Honra, em Matosinhos.

A equipa de Coimbra ven-ceu a primeira edição da Taça de Portugal, na longínqua temporada de 1938/39, e na última temporada alcançou as meias-finais.

Os oitavos de final contam com seis equipas da Liga e da Liga de Honra e ainda quatro sobreviventes da II Divisão, No campo dos “amadores”, o ressurgido Tirsense, que dis-puta a Zona Norte, tem a tare-fa mais complicada, ao receber o primodivisionário Nacional, em Santo Tirso.

Os potes para o sorteio da fase final:

Pote 1: Polónia (anfitriã), ucrânia (anfitriã), espanha e Holanda.Pote 2: alemanha, itália, inglaterra e rússia.Pote 3: croácia, Grécia, Suécia e Portugal.Pote 4: Dinamarca, frança, república da irlanda e república checa.

AVISO

O Clube de Ténis Civil de Macau está a organizar a Festa de Natal do ano 2011 para a noite de 10-12-2011 (Sábado), e, em conjunto, celebrar também o seu 85º Aniversário. As actividades para as crianças dos filhos de associados começam pelas 16H00 e o jantar será pelas 19H00, pelo que a inscrição começa a partir de hoje até 06-12-2011. Avisa-se aos prezados associados que as cartas-convites já foram enviadas pelos Correios, com o respectivo boletim de inscrição. Ainda, se for necessário, os boletins de inscrição poderão ser levantados no Bar do Clube. Para qualquer pedido de informações, poderá ser através do telefone nº 28572830.

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Page 11: JTM 01-12-2011

jorNAl trIbuNA de MACAu quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 PáG 11

acTualDESbLOQUEADOS FUNDOS PARA AUTORIDADE PALESTINIANA. israel desbloqueou ontem, sob pressão internacional, os fundos devidos à autoridade Palestiniana, cuja entrega estava suspensa desde o início de Novembro, anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelita.

voLtA AomUND

Sequestrado vice-presidente da Caixa o vice-presidente da caixa Geral de Depósitos e do bPN, Norberto rosa, de 56 anos, foi sequestra-do e roubado na terça-feira à noite em lisboa, dis-se o próprio à agência lusa. Norberto rosa expli-cou que foi assaltado para lhe retirarem os cartões de atm, sublinhando que não foi alvo de qualquer tipo de violência. “eu estou bem, não houve vio-lência. Pediram-me os códigos dos cartões e eu dei. ainda não sei o valor levantado mas devem ter feito o máximo permitido”, disse à lusa, acrescen-tando que foram utilizados três cartões em duas caixas de multibanco.

15% de novas infecções são de jovensem 2010, cerca de 15% das novas infecções pelo vírus de imunodeficiência humana (viH) em todo o mundo foram em crianças com menos de 15 anos, refere um relatório internacional. ape-sar dos novos casos, perto de 390 mil, o valor é bastante inferior face ao pico registado entre 2002/2003, altura em que foram verificadas 560 mil novas infecções em crianças.

Mãe de Michael Jackson acha pena curtaPara a mãe do cantor michael Jackson, a pena de quatro anos de prisão efectiva aplicada ao mé-dico do cantor, acusado de homicídio involuntário do seu paciente, «não chega». apesar de consi-derar a decisão «justa», Katherine diz lamentar que o tempo de prisão que conrad vai cumprir não seja mais longo.

Turquia anuncia sanções contra a Síriaa turquia decidiu impor sanções económicas e financeiras contra o regime sírio, que continua a reprimir de forma sangrenta a rebelião contra o presidente bashar al-assad, anunciou o chefe da diplomacia turca, ahmet Davutoglu. a turquia vai suspender a cooperação estratégica, bloquear a entrega de armas e suspender as transacções co-merciais e das linhas de crédito entre Governos e os bancos centrais da Síria e turquia.

Capturado alegado bombista filipinoas autoridades filipinas capturaram um alegado bombista ligado à al-qaida suspeito de pelo menos seis atentados, revelaram fontes oficiais. elementos da polícia e dos serviços secretos capturaram Hus-sein ahaddin na terça-feira à noite num esconderijo do grupo abu Sayyaf, com ligações à al-qaida, na cidade de zamboanga, no sudeste do país.

Hong Kong: 9 mortos e 24 feridosem incêndio num mercado de ruaPelo menos nove pessoas morreram e 24 ficaram feridas na sequência de um incêndio que defla-grou durante a madrugada de quarta-feira no bair-ro comercial de mong Kok, na zona de Kowloon, Hong Kong, informou a imprensa local. o incêndio começou por volta das 4:40h locais e manteve-se activo durante parte da manhã.

Prisões recebem 140 novos reclusos/mêsem cada mês, as prisões portuguesas acolhem 140 novos reclusos, número que é considerado insustentável pelos guardas prisionais, indica a edição de ontem do DN. o jornal, que cita dados do Sindicato Nacional do corpo da Guarda Pri-sional, assinala que os guardas consideram que o sistema que está a «rebentar pelas costuras».

«Tudo pode acontecer» ao euro o ex-ministro dos Negócios estrangeiros luís amado disse no Porto, que o euro enquanto pro-jecto comum a 17 países vive hoje «um momen-to extraordinário», considerando que «tudo pode acontecer». «mas isto já foi mais longe do que eu esperava», acrescentou durante a conferência so-bre o tema «o fim do império americano?», a últi-ma do ciclo dedicado à questão «o que é a amé-rica hoje?», promovido pela casa da música, em parceria com a flaD-fundação luso-americana.

PoRtUGAL

se o escudo voltasse valorizava-se face ao dólarEstudo da Merril Lynch não admite a extinção do euro, mas perspectiva a situação cambial na Europa se tal viesse a suceder

Se o euro acabasse e os países tivessem de voltar às divisas nacionais, o marco alemão, a libra irlandesa e o florim holandês estariam desvalorizados relati-

vamente à moeda americana, enquanto o escudo, a pe-seta, o franco e a lira valeriam mais do que o dólar. São as conclusões do estudo “Eurozona: Pensar o impensá-vel”, do banco norte-americano Merrill Lynch – no qual se sublinha, como o próprio nome indica, que a ruptura da Zona Euro não é o cenário base contemplado, porém antecipam-se as implicações dessa hipótese para as mo-edas nacionais.

Segundo o Merrill Lynch, que toma o câmbio 1 euro=1,35 dólares, em caso de retorno às moedas na-cionais a divisa espanhola seria a mais beneficiada, va-lorizando 20%, enquanto a portuguesa ganharia 14%, a italiana 11% e a francesa 7%. Em sentido inverso, as moedas alemã e holandesa perderiam 6% em relação ao dólar e à libra irlandesa 9%.

Claro que estes câmbios valeriam apenas na teoria, não se traduzindo na realidade que o escudo português enfrentaria num cenário de ruptura da moeda única, em que as importações se tornariam impossivelmente caras, as torneiras se fechariam para os bancos e o valor da moeda nacional cairia a pique.

Segundo o economista Nouriel Roubini, a hipótese de Portugal sair do euro é de 30%; antes pelo contrário. Pelos cálculos dos analistas do banco suíço UBS, aban-donar a moeda única custaria 11 500 euros a cada portu-guês, só no primeiro ano. De um dia para o outro, cerca de 50% do PIB desapareceria. E daí em diante as coisas só iriam piorar. As duas principais consequências seriam a desvalorização brutal da moeda e a subida em flecha

das taxas de juro. A desvalorização da nova moeda face ao euro e a outras divisas tornaria as exportações mais competitivas (boa notícia), mas as importações (péssima notícia) ficariam impossivelmente caras.

O economista João Ferreira do Amaral estima que a saída do euro conduziria a uma depreciação cambial da ordem dos 30%, mas há quem aponte para uma que-da maior, que se acentuaria com o tempo. Para o sector financeiro seria o quase colapso. As linhas de crédito internacionais fechar-se-iam e as poupanças teriam ten-dência a fugir.

A maioria dos especialistas financeiros e economis-tas contactos pelo Diário de Notícias não arriscam uma resposta definitiva: o que aconteceria aos empréstimos dos particulares? Ainda assim, a conversão automática dos empréstimos na nova moeda é admitida como a so-lução mais provável. Qual seria o efeito desta conversão forçada? “Com a desvalorização da moeda, um emprés-timo com uma prestação de 500 euros poderia passar para mais do que os cem contos correspondentes, o que seria muito duro para as famílias”, adianta fonte do sec-tor bancário. Ou seja, o câmbio fixado poderia não ser o mesmo que aquele que existia quando Portugal aderiu ao euro (200 escudos=1 euro); logo a dívida, em escu-dos, poderia ser mais alta do que o valor original.

JTM/DN

BRASIL

Fingiam ser familiares de vítimas de acidenteAutoridades do Rio de Janeiro prenderam 16 pessoas que falsificavam documentos. No total, terão arrecadado 1,2 milhões de euros

O esquema era simples. Os criminosos falsificavam documentos para criar um

falso grau de parentesco e depen-dência económica com vítimas de acidentes aéreos, de forma a poder ter direito às respectivas reformas e pensões por morte. As vítimas eram pessoas que não ti-nham deixado dependentes, para não levantar suspeitas, e o golpe era facilitado graças ao paga-mento de subornos a cinco fun-cionários da Segurança Social. A quadrilha foi desmantelada na semana passada no Brasil.

Nas operações “Miragem” e “Caixa Negra”, a polícia brasilei-ra efectuou buscas em 28 locais e deteve 16 pessoas (há outra em fuga) que terão fingido ser fami-liares de vítimas de pelo menos três catástrofes aéreas no Brasil:

o choque entre um Boeing da Gol e um jacto Legacy, sobre a Amazónia em Setembro de 2006 (154 mortos); o embate do Air-bus da TAM contra um edifício no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em Julho de 2007 (199 mortos); e a queda do Airbus da Air France, que fazia a ligação entre o Rio de Janeiro e Paris, que caiu no Atlântico em Junho de 2009 (228 mortos). Para a fraude foram usados quatro nomes do primeiro acidente, duas do se-gundo e três do terceiro.

O grupo, formado por quatro quadrilhas diferentes, será acu-sado de estelionato, inserção de dados falsos no sistema de infor-mação, formação de quadrilha, fal-sidade ideológica e falsificação de documentos. “Eram quatro núcle-os distintos de pessoas que defrau-davam a Segurança Social. Mas es-sas quadrilhas trocavam favores, como a confecção de documentos

falsos”, disse ao site G1 o delegado federal Álex de Rezende.

A investigação da polícia começou há um ano, quando as autoridades desconfiaram da demora dos familiares em pedir os benefícios. “Normalmente, as pessoas esperam duas ou três semanas após a morte para ir à Segurança Social. No esquema, o primeiro benefício teve início em 2010”, explicou Rezende.

Só as nove pensões por morte representavam um prejuízo de 28 mil reais (quase 11 400 euros) por mês aos cofres públicos. No total, foram identificados 165 pagamen-tos fraudulentos, que representa-ram um prejuízo para o Estado no valor de três milhões de reais (1,2 milhões de euros). Como al-guns dos falsos familiares eram menores, quando pediam o bene-fício, muitos conseguiam obter o dinheiro com retroactivos.

JTM/DN

barbara barroso

susana salvador

Page 12: JTM 01-12-2011

PáG 12 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

(...)“Todos se queixam que estamos a dar muito aos atletas de alta competição e pouco para o programa Desporto para Todos”

José Tavares, vice-presidente do ID, ao “Hoje Macau”

Dit

o oPINIãoIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

01/12/1991

Há 20 anos

FUNCIONÁRIOS JUDICIAISCANSADOS DE ESPERAROs funcionários judiciais, de registos e notariados de Macau, entregaram petições ao secretário-adjunto da Justiça Macedo de Almeida exigindo a revisão do seu regime de carreiras. Os cerca de 300 funcionários de Macau pretendem ver regulamentada a revisão prevista no pacote legislativo aprovado em 1989 que aboliu o estatuto do funcionalismo ultramarino, além do alargamento do quadro de pessoal. Os mais de 200 funcionários judiciais, cujos salários variam entre 7200 e 12 mil patacas, pretendem, designadamente, que o actual complemento até 27,5% do seu vencimento por trabalho fora de horas seja incorporado no salário. Os funcionários exigem, igualmente, além da extinção dos complementos aos vencimentos, um aumento salarial na ordem dos 15% e a entrada no quadro de várias dezenas de trabalhadores em regime eventual, mas que possuem habilitações suficientes e já cumpriram os seus meses de estágio regulamentar.

SETECENTOS CORREMMARATONA DE MACAUA 11ª Maratona Internacional de Macau, marcada para amanhã, conta na edição deste ano com a presença de cerca de 700 atletas de 26 países e territórios, anunciou a organização. Entre os 27 atletas convidados pela organização – Instituto dos Desportos de Macau e Associação de Atletismo de Macau – conta-se o português António Costa, vencedor das duas últimas edições da prova. O lote de atletas convidados incluiu ainda outros dois maratonistas portugueses: António Godinho e Cipriano Lucas. A organização trouxe também ao território atletas da RPC, Hong Kong, Nova Zelândia, Polónia, Suécia, URSS, Singapura, Colômbia, Brasil, Inglaterra e Canadá. Os dois atletas de Macau que alcançaram os dois primeiros lugares na meia Maratona do território foram igualmente convidados a participar na 11ª edição da prova.

TrIBuNa

O fado de Lisboa é um género híbrido e nem sequer mui-to antigo (Rui Vieira Nery situa as primeiras referências

documentais que lhe são feitas no segundo terço do século XIX). Nasce no Brasil e, transplantado para Lisboa, começa por ser dança de bordel e canção de rameiras. Mas, vindo de além Atlântico, mantinha uma relação com as origens afri-canas da música dos escravos negros e hoje ainda se pode notar nele algum parentesco com a música brasileira, com a cabo-verdiana e com algum jazz. Não tanto porque o encon-tremos nos exemplos de época numa perspectiva arqueoló-gica do exame de modinhas e lunduns, mas porque a inova-ção musical que nele se opera tem intuitivamente presente essa relação ou redescobre essas afinidades.

Nas letras populares que, já aclimatado em Portugal, fo-ram sendo cantadas no fado, era natural que se tivesse desen-volvido uma propensão para falar da saudade que, em litera-tura, anda entre nós com expressão lírica desde os cancioneiros medievais e com expressão teórica desde o rei D. Duarte.

Como canção de Lisboa, nessa primeira época, o fado situava-se num mundo boémio e muito humilde, de varinas e mulheres da vida, artesãos e marujos, e circunscrevia-se a uns poucos bairros pobres (Alfama, Mouraria) e às suas ta-bernas. Houve também um fado proletário e anarquista, mas que terá deixado de ter eco popular depois das primeiras dé-cadas do século XX.

Tal como o conhecemos, o fado resulta em grande par-te da exigência legal de profissionalização dos intérpretes (1927), do aparecimento das casas típicas em Lisboa, da voga do teatro de revista, do apuramento de letristas populares, compositores e instrumentistas, bem como das exigências da nova indústria discográfica. A partir da década de 1930, não exprime preocupações ideológicas (até pelo facto de funcio-nar uma censura) e explora exaustivamente e com grande intensidade lírica toda uma série de temas ligados ao amor e às suas vicissitudes (ciúme, paixão, saudade, perda do ser amado...), ao Tejo, a lugares e tempos de Lisboa, becos e vie-las, capelas e mercados, e também à vida ligada ao rio e ao mar, a que entretanto se juntam modalidades de marialvis-mo “ribatejano”, ligadas à tourada e ao cavalo.

Os poetas populares têm um papel fundamental nessa fase. São da sua autoria muitos dos fados que continuamos a recordar e que, nalguns casos, atingem uma perfeição técnica inexcedível e de elaboração muito sofisticada, sobretudo em jogos e engenhos de forma e de sentido que têm longa tradi-ção na poesia portuguesa. Mas os poetas ditos cultivados (ou gente ligada ao jornalismo) tinham já feito a sua aparição.

E depois, Amália provoca uma revolução, fazendo entrar de pleno a grande literatura nos territórios do fado e forçando os paradigmas musicais a incorporar outros contributos que

Vasco Graça Moura

Fado e identidade

uM PoNTo é TuDo

Psiquiatras e eu em total acordo

Os psiquiatras diagnosticaram uma “esquizo-frenia paranóica” a Anders Breivik, o assas-

sino norueguês.É uma segunda opinião, confirmando a mi-

nha: é maluco. A minha escola, como se sabe, di-vide os malucos em dois: os que sentam o cu no fogão quente e os que não.

Aqueles são raros e têm o benefício da dúvi-da, talvez não saibam o que fazem. Os segundos, mais comuns, claro que sabem alguma coisa do que fazem.

A minha escola de psiquiatria tem outra par-ticularidade. Quando um maluco faz mal e - para

não repetir a metáfora do cu no fogão - se entrega a homens armados quando passou a tarde a atirar a jovens aterrorizados, para malucos assim, o meu tratamento é radical: estou-me nas tintas para ele, quero é curar a sociedade da sua presença.

Daí eu estar satisfeito com o diagnóstico dos meus colegas noruegueses.

O tal Breivik diz que matou 77 miúdos “por amor pelo seu povo” - chamar a isso “esquizofre-nia paranóica” não me parece mal, embora seja desperdício de letras.

O essencial é que, à pala da classificação vie-nense, a saúde pública fica a lucrar uns anitos.

Sem maluquice, livrávamo-nos dele só nos próxi-mos 21 anos (talvez menos, em caso de bom com-portamento).

Com ela, aquele imbecil de corpo saudável ficará isolado numa cela a vida inteira.

E há dois bónus. 1) Breivik terá de aturar psiquiatras (e nórdicos!) durante anos e anos.E2) aquilo que ele dizia que era a sua ideologia passa a ser o que, de facto, é: maluquice.

JTM/DN

Ferreira Fernandes

hoje reputamos essenciais, como o de Alain Oulman.Entretanto, as técnicas interpretativas evoluíram muito.

E hoje a força do audiovisual introduz modelos e alterações de gosto, cria novas competitividades e confron- tos quali-tativos, faz tudo isso em tempo real e apela à juventude. O público do fado é cada vez menos composto por saudosistas envelhecidos e sobreviventes das gerações anteriores (que, aliás, têm um papel de enorme relevo na transmissão de um saber, de uma sensiblidade e de um gosto de experiências feitos) e cada vez mais pelas novas gerações, abertas a um grande sincretismo de manifestações musicais.

Os fadistas cantam cada vez mais autores de poesia dita cultivada. A partir de Carlos do Carmo, têm qualificações es-colares e académicas que eram impensáveis nos da geração de Amália. Alimentam uma relação muito mais consistente e versátil com o mundo da cultura e das artes. Procuram con-jugar tradição, cosmopolitismo e modernidade. Não recu-am ante novas experiências e efeitos vocais e instrumentais. Perceberam que o fado é um género aberto e cada vez mais híbrido. Circulam por todo o mundo e dão espectáculos nos lugares mais prestigiados. São muitos. Ajudam a modelar a expressão de uma sensibilidade numa língua com longa e fortíssima tradição literária. Incorporam nos seus fados mui-to do que somos.

Embora tivesse acabado por utilizá-lo como elemento de propaganda cá dentro e lá fora, o Estado Novo considera-va o fado uma canção degenerada e perigosa para a juventu-de. A esquerda pensava mais ou menos a mesma coisa.

Hoje, que tanta coisa mudou, estará o fado a tornar-se um dos elementos da identidade nacional? JTM/DN

Page 13: JTM 01-12-2011

jorNAl trIbuNA de MACAu quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 PáG 13

oPINIão“De tempos a tempos, esta política de mudar de edifícios e localizações, torna o território em algo permanentemente adiável e o desbaratar de investimentos a torto e a direito.” - Jorge Silva

(...) “E agora, que faz ele [Passos Coelho], quando as circunstâncias são semelhantes ou piores? A vocação da sinceridade esvaziou-se nas exigências do “pragmatismo” - baptista-bastos

TrIBuNa

a vocação da trapaça

Baptista-Bastos

O Governo decidiu “suavizar” os cor-tes nos subsídios a pensionistas e

funcionários públicos. O PS ficou muito contente e reivindicou para si o êxito do “recuo” do Executivo. Esqueceu-se, o PS, de dizer, que esteve à beira de apro-var o Orçamento. Não fora a ameaça de rebelião na sua bancada as coisas teriam sido borrascosas. O discurso socialista, no seu garbo aparente, é a banalização do disparate. O PS de Seguro não tem mais nada a dizer senão futilidades. E as migalhinhas que Passos Coelho e os seus atiram aos mais pobres dos portugueses fornecem-nos a verdadeira dimensão de um empreendimento de demolição do Estado com o reforço de uma insensibili-dade social que deixou de ser simbólica. O “socialismo democrático” fez passar, com a ambiguidade cobarde da absten-ção, esta nova afronta à miséria. E afun-dou, ainda mais, uma leitura exclusiva-mente de Esquerda, exigida a quem da Esquerda se reclama.

A coligação de Direita resvala, as-sustadoramente, para um autoritarismo cego, que nem as advertências de muita gente do seu lado conseguem demover. E o aproveitamento das federações patro-nais leva-nos a reequacionar a natureza da sua linguagem, cuja fria amoralidade elimina qualquer resquício de compre-ensão. Os movimentos da sociedade ci-vil são ainda demasiado débeis para se esboçar os princípios de uma força que se opusesse à amplitude desta situação. A verdade, porém, é que nem uns nem outros são suficientemente livres. E os

perigos configuram ameaças de magni-tude, que não excluem ninguém. Ainda há pouco, o próprio Francisco Van Zeller aludia à falta de discernimento de quem governa e nos estava a levar por veredas muito arriscadas.

Não são, somente, a especulação financeira e a nebulosa a que chamam “o mercado”, os fautores desta crise: a ausência de resposta ideológica que se antagonize com a monumental trapaça fortalece os desígnios dos que fortale-cem esta economia criminosa. Trapaça, repito, é o que tentam inculcar, como ge-nerosa bondade, os cortes nos subsídios, sem que ninguém denunciasse a indig-nidade. O fatal Miguel Relvas veio dizer que essa decisão demonstrava a clemen-te humanidade do Governo e a inesgo-tável capacidade deste em promover o diálogo. Estamos em pleno cenário de hipocrisia, e a desfaçatez com que certa gente usa as palavras devia ser punida com a boca cheia de... areia.

A mentira continua a ser a regra e a honestidade a excepção. Em tempos que já lá vão, Pedro Passos Coelho, as-sumindo a pureza como princípio, pe-diu desculpa aos portugueses pelas bal-drocas de José Sócrates. Parecia ter um indiscutível horror aos acontecimentos que nos circulavam. E agora, que faz ele, quando as circunstâncias são semelhan-tes ou piores? A vocação da sinceridade esvaziou-se nas exigências do “pragma-tismo”.

JTM/DN

Não há direito, lili!

Há coisas que um homem lê e não acredita. Volta a ler,

porque pode ter-se enganado, e volta a não acreditar.

Aconteceu-me ontem. A propósito do fim da rubrica Dizem Elas e Ele, que há sete anos fazia parte do Você na TV!, na TVI, Lili Caneças, uma das participantes naquela ter-túlia cor-de-rosa, disse esta pérola à TV 7 Dias: “Nunca foi essa a proposta [de analisar os temas do Social], senão nunca teria aceitado, porque era uma coisa que não me interessava. Não tenho preconceito ne-nhum, até porque acho que se pode falar de tudo com digni-dade. Foi-me apresentado que falaríamos de temas polémi-cos, da Visão e do Expresso. E a rubrica acabou por levar um caminho diferente.”

Fim de citação.Mas eu não me contenho e

repito esta passagem deliciosa: “Foi-me apresentado que fala-ríamos de temas polémicos, da Visão e do Expresso.”

Ou seja, Lili Caneças, que toda a gente conhece das suas prestações televisivas como comentadora de política in-ternacional, de finanças e de economia, andou sete anos a ser enganada por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira.

Não há direito. Anda uma pessoa a ganhar a vida, a estu-dar os assuntos polémicos, a gastar dinheiro no Expresso e na Visão, a ler aquilo tudo de fio a pavio para fazer bem o seu trabalho, e chega à terça-feira e é-lhe pedido que fale dos namoros de Marta Leite de Castro, das novas mamas de Maya ou das festas de José Castelo Branco.

Lili conta à revista que teve para se ir embora, que não aguentava tanta brejeirice.

Mas não foi. Talvez porque gostasse de “ir para a Loja das Meias escolher roupa, ir ao ca-beleireiro e pesquisar temas”.

Como vai ela agora sobre-viver?

JTM/DN

Nuno Azinheira

uM ouTro olHar

Mudanças para a periferia

Jorge Silva*

1. Depois dos Serviços de Mi-gração, surge, agora, a hipótese

mais do que provável de uma mu-dança de instalações do Terminal Marítimo para a Taipa, uma deci-são que vai esvaziar por completo a cidade ou a centralidade do ter-ritório como sala de visitas ou local nevrálgico.

Não se percebe este esvazia-mento da cidade e das suas múlti-plas funções, além dos transtornos de deslocação tanto para os não residentes permanentes como para os turistas. É evidente que as ins-talações dos Serviços de Migração na Taipa são claramente maiores ou melhores do que o edifício do Porto Exterior mas, pergunta-se, não ha-via espaço nesse local para crescer para cima, por exemplo?

Além do mais, as instalações antigas estavam muito bem situ-adas e convenientes para todos.

Já no caso do Terminal, de todo não se compreende o que pretende o go-verno com a eventual mudança, uma vez que estamos perante um grande investimento ainda do tempo da ad-ministração portuguesa o que irá im-plicar mais gastos e recursos financei-ros a aplicar de maneira mais urgente noutras áreas em que as carências se revelam absolutamente notórias.

Por outras palavras, de tempos a tempos, esta política de mudar de edi-fícios e localizações, torna o território em algo permanentemente adiável e o desbaratar de investimentos a torto e a direito.

A actual situação é, sem dúvida, a melhor - dois terminais, um na cida-de, outro na Taipa. Para quê mudar, retirando importância estratégica à cidade?

2. Na mesma linha, além dos custos tremendos, está a mudança nos

Serviços de Urgência do São Januário nas Ilhas. Aqueles serviços funciona-vam irrepreensivelmente na zona dos Jardins do Oceano, sobretudo para os moradores, entre os quais me incluo.

Durante 24 horas, os pacientes tinham acesso gratuito aos medica-mentos entretanto receitados, o que não acontece nos novos serviços se os remédios não forem considerados urgentes. Quem é que ficou a ganhar com a mudança?

3. Em Portugal, o governo volta a dar sinais de total desorientação.

Afinal, há dinheiro suficiente para devolver os subsídios a grande parte dos portugueses atingidos pela medi-da governamental.

O que quer dizer várias coisas - contas mal feitas ou efectuadas à pressa, desejo de mostrar serviço à troika e o primado da economia sobre a política.

Ora, em qualquer executivo, deve ser o primeiro-ministro, logo um político, a impor as coordenadas levando em conta as pessoas e de-pois os números, mesmo em situa-ção de crise como a que vivemos.

É que já basta de crise, é preciso investir na economia e no consumo, renegociar prazos com a troika e a União Europeia, procurar avenidas de crescimento, em vez de orçamen-tos depressivos e que não auguram nada de bom.

A decisão tem de partir de Bru-xelas e só há um caminho - o Banco Central Europeu tem de começar a emitir moeda para que bens e mer-cadorias voltem a circular em be-nefício das pessoas e, depois, é que vem a preocupação com a inflação ou défices.

E que Portugal se deixe de ama-dorismos...

* Jornalista

TrIBuNa

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PáG 14 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu

lazErMÉDICO DE MICHAEL JACKSON CONDENADO A 4 ANOS DE PRISÃO. conrad murray foi considerado culpado pelo homicídio involuntário de michael Jackson pelo tribunal Superior de los angeles, sendo-lhe imposta uma pena de prisão de quatro anos (a pena máxima nestes casos).

NOVO DISCO DE PAUL MCCARTNEY SAI EM FEVEREIRO. o novo álbum do ex-beatle Paul mccartney é editado em fevereiro e será “completamente diferente dos anteriores”, revelou o músico numa entrevista a uma rádio italiana.

Justin Bieber não sabe indicar os continentesNuma entrevista a David letterman, Justin bieber gabou-se de já ter viajado por todos os continentes para dar concertos. foi então que o apresentador lhe fez a pergunta que viria a ser fatal: “quantos continentes existem?”. com grande hesitação, o cantor começou a enumerar um a um. “a Ásia, américa do Norte, américa do Sul... África, antártida e o Pólo Norte”. letterman teve de dar uma ajuda: “mais dois. os mais fáceis”. ao perceber que bieber não se lembrava, letterman disse: “Já estiveste nos dois que faltam”. Justin ainda assinalou o canadá, mas depois lá disse “oh, a austrália”. ainda a lutar para se tentar lembrar do último continente, o apresentador mais uma vez teve de ajudar. “Já foste a frança...”. ao ouvir isto, bieber lá completou. “claro, a europa”.

“rainhada neve”está solteiraa esquiadora norte-americana lindsey vonn, considerada uma das atletas mais belas do mundo, anunciou que vai divorciar-se do seu marido e ex-treinador, thomas vonn. a campeã olímpica e bicampeã mundial, também conhecida como “rainha da neve”, pediu compreensão aos fãs e à imprensa mundial. “estou a atravessar um momento extremamente difícil na minha vida e espero que respeitem o meu pedido de discrição”, disse em comunicado.

Harrison Ford vaifazer de Indiana Jonesaos 70 anosHarrison ford prepara-se para se tornar, provavelmente, o herói de acção mais velho da história do cinema: aos 69 anos promete voltar a encarnar o papel de indiana Jones, mesmo depois de fazer 70. a ideia foi lançada pelo actor numa entrevista à extra tv: “tenho a ambição de voltar a fazer [de indiana Jones]. estou disponível. Não sou barato, mas estou disponível”, disse Harrison ford. e tudo indica que a ambição vai mesmo realizar-se. esta semana, Steven Spielberg disse à revista norte-americana empire que George lucas, o criador da personagem, está a escrever a história do que virá a ser indiana Jones v. “o George está a trabalhar no indy v”, disse o realizador dos quatro filmes da série. “ainda não temos argumento. ele está a trabalhar na história”, acrescentou.

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Comentário semanal

do director do jtM

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Novo vídeo da Tribuna TVInstituto de Habitação

ANÚNCIO

[ N.º 89/2011 ]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação social abaixo indicados, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Após as verificações deste Instituto, notamos que o total do rendimento mensal dos agregados familiares de candidato a habitação social acima mencionados ultrapassam o valor constante da tabela I do nº 1 do Despacho do Chefe do Executivo nº 74/2011, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 170/2011, pelo que não reúnem os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos da tabela I do nº 1 do Despacho do Chefe do Executivo nº 74/2011, alterado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 170/2011, alínea 3 do artigo 2º e nº 1 do artigo 3º do Regulamento Administrativo nº 25/2009.

De acordo com os artigos 93.° e 94.° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro, devem apresentar, por escrito, as suas contestações e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio.

Se não apresentarem as contestações no prazo fixado ou as mesmas não forem aceites por este Instituto, as respectivas candidaturas serão excluídas da lista geral de espera por IH, nos termos dos artigo 5º, nº 2 do artigo 9º e alínea 2) do artigo 11.° do Regulamento do Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 296/2009.

No caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sr. Wong através do tel. n.º 28594875 (Ext. 216), para consulta do processo.

A Presidente, Substª, Kuoc Vai Han

25 de Novembro de 2011

NomeUN SAO MUICHAN HOI KEONgLEONg KA CHILAO KAM WA

N.º do boletim de candidatura5007823501742450213495021522

Page 15: JTM 01-12-2011

jorNAl trIbuNA de MACAu quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 PáG 15

Serviço de atendimento a clientessTar movies cinemaX

28822866Serviço de atendimento a clientes

www.macaucabletv.comroTEIro Rob Roy

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Night & Day

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Telefones ÚTeis

avenida da Praia Grande, 975, macautel: 28714000

Clube Militar de Macau

cinema

número de Socorro 999bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de alfândega 28 559 944Centro Hospitalar Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCaC 28 326 300iaCm 28 387 333dSt 28 882 184aeroporto 88982873/74táxi (amarelo) 28 519 519táxi (Preto) 28 939 939Água - avarias 2990 992telecomunicações - avarias 1000electricidade - avarias 28 339 922directel 28 517 520rádio macau 28 568 333

28703224

Torre De macau The Three muskeTeers 3DFilme de: Paul W.S. Anderson. Com: Logan Lerman, Mila Jovovich.

cineTeaTro SALA 2 The aDvenTure of TinTin 3DFilme de: Steven Spielberg

14:15h 16:15h 18:00h 20:00hcineTeaTro SALA 3 arThur chrisTmas 3DFalado em CantoneseFilme de: Sarah Smith.

14:15h 16:00h 17:45h 19:30h

cineTeaTro SALA 1 seeDiq bale 2Falado em Japonês e Seediq com legendas em Chinês)Filme de: Te-Sheng Wei. Com: Qing-tai Lin, Da-qing You, Zhixiang Ma.

14:30h 17:00h 21:30h

14:30h 16:45h 19:15h 21:30h

TDm 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:55 Linhas de Acção Governativa para 2012 - Área dos Assuntos Sociais e Cultura (Directo)20:00 That 70’s Show 20:30 Telejornal21:00 TDM Talk Show21:30 Together23:00 TDM News23:35 Resumo Liga Europa23:45 Herman 201100:40 Reportagem Sic01:10 Telejornal (Repetição)01:40 RTPi DIRECTO

30 esPn14:30 Chang World of Football15:00 Emotions - Sports Magazine15:30 Big Ten/acc Challenge Wisconsin vs. North Carolina17:30 Rugby World Cup 2011 Wales vs. Namibia19:30 (LIVE) Sportscenter Asia20:00 Stihl Timbersports Series20:30 Emotions - Sports Magazine 21:00 Euro Beach Soccer League Russia vs. Switzerland22:00 Sportscenter Asia22:30 Rugby World Cup 2011 Canada vs. Japan 31 sTar sPorTs 14:00 Monsoon Cup 201116:00 Commonwealth Bank Tournament Of Champions17:00 Sports Max 2011/1218:00 FA Classics 1997/98 Final Arsenal vs. New Castle United19:00 Monsoon Cup 201121:00 Sea Master Sailing 201121:30 (LIVE) Score Tonight22:00 Global Football 2011 22:30 Game23:00 Asian Olympic Qualifiers Final Australia vs. Uzbekistan

40 sTar movies12:50 The Walking Dead Walkthrough 13:25 Father Of The Bride Part Ii 15:15 Astro Boy 16:55 Letters To Juliet 18:45 Skyline 20:25 1322:00 The Walking Dead

23:50 Knight & Day

41 hbo12:55 A Bridge Too Far15:50 The Age Of Innocence18:15 Cemetery Junction20:00 Rocky22:00 True Blood

23:00 Backdraft

42 cinemaX12:30 Faith Of My Fathers: The John Mccain Story14:15 Snatch16:00 Ace High18:00 Son Of Frankenstein19:45 Rob Roy22:00 Wild Things

23:45 Wild Things 2

43 mgm12:30 The Object of Beauty14:15 Joe Dancer III 15:45 Malone17:15 The Rosary Murders19:00 Crooked Hearts21:00 Bojangles22:45 Quigley Down Under

00:45 Women in Love

50 Discovery14:00 Aircrash Confidential15:00 Rampage!16:00 Curiosity: I, Cavemen17:00 Extreme Peril18:00 How It’s Made18:30 How Do They Do It?19:00 Lost Tapes19:30 Destroyed In Seconds

20:00 Swords: Life On The Line21:00 Dirty Money21:30 Auction Hunters22:00 American Chopper23:00 World Biker Build-Off00:00 Dirty Money00:30 Auction Hunters

51 ngc14:00 African Megaflyover15:00 Big, Bigger, Biggest16:00 Locked Up Abroad 17:00 Dangerous Encounters With Brady Barr18:00 My Dog Ate What?19:00 Caught In The Act 20:00 Engineering Connections21:00 Big, Bigger, Biggest22:00 Locked Up Abroad23:00 Megastructures00:00 Crimes Against Nature

54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 Secret Access16:00 Hidden Cities17:00 Egypt’s Golden Empire18:00 Modern Marvels19:00 Swamp People20:00 The Manila Hostage Massacre21:00 Ice Road Truckers23:00 Kings Of Restoration00:00 Pawn Stars

55 biograPhy channel13:00 Intervention14:00 Hoarders15:00 One Born Every Minute16:00 Four Heavenly Kings: Andy Lau17:00 Build a New Life In The Country18:00 Sell This House18:30 Kirstie Alley’s Big Life19:00 Hoarders20:00 Storage Wars20:30 The Quon Dynasty21:00 Private Chefs Of Beverly Hills22:00 Four Heavenly Kings: Leon Lai

62 aXn14:00 So You Think You Can Dance15:45 The Amazing Race Asia16:40 2417:30 Csi: Crime Scene Investigation18:20 Leverage19:15 Csi: Crime Scene Investigation20:10 The Apartment21:05 Csi: Crime Scene Investigation22:00 The Challenger Muaythai22:55 Leverage23:50 Masters Of Illusion

63 sTar WorlD14:00 9021014:55 Happy Endings15:25 Castle17:15 America’s Next Top Model18:10 MasterChef US19:05 How I Met Your Mother19:30 New Girl20:00 Switched At Birth20:55 90210 21:50 MasterChef Battle22:45 MasterChef US 23:40 How I Met Your Mother00:05 Switched At Birth

82 rTPi15:00 Telejornal Madeira 15:36 Especial Saúde16:08 Grandes Livros II 17:00 Bom Dia Portugal 17:58 Fado Maior 18:01 O Elo Mais Fraco 18:57 Resistirei 19:44 Correspondentes20:04 Mariza Nos Palcos Do Mundo21:00 Jornal Da Tarde 22:16 Fado Maior (Rep.) 22:23 O Preço Certo 23:12 Com Ciência 23:41 Estrela Maior 00:00 Fado Maior (Rep.)

a programação é da responsabilidadedas estações emissoras

Instituto de Habitação

ANÚNCIO

[ N.º 85/2011 ]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação social abaixo indicados, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Após as verificações deste Instituto, notamos que os elementos do agregados familiares de candidato a habitação social acima mencionados são proprietários de fracções autónomas na Região Administrativa Especial de Macau, desde o termo do prazo para entrega do boletim de candidatura até à data de assinatura do contrato de arrendamento com este Instituto, pelo que não reúnem os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos da alínea 2) do nº 4 do artigo 3º do Regulamento Administrativo nº 25/2009.

Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 1 de Setembro de 2011, a solicitar aos interessados acima mencionados para apresentarem por escrito as suas contestações pelos factos acima referidos no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, entretanto não o fizeram. Nos termos dosartigo 5º, nº 2 do artigo 9º e alínea 2) do artigo 11.° do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 296/2009, assim como do despacho do Presidente do Instituto, exarado na Informação nº 1977/DAHP/DAH/2011, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera.

E nos termos dos artigos 148° e 149° e nº 2) do artigo 150º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, pode reclamar da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, a reclamação não tem efeito suspensivo; ou pode apresentar directamente recurso judicial ao Tribunal Administrativo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, nos termos do artigo 25º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n° 110/99/M, de 13 de Dezembro.

A Presidente, Substª, Kuoc Vai Han

25 de Novembro de 2011

NomeIEONg KAM SANLO HAP FUNLENg SON MUI

N.º do boletim de candidatura500022950082175009636

ANÚNCIO

[ N.º 84/2011 ]

Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidato a habitação social abaixo indicado, nos termos do nº 2 do artigo 72º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Após as verificações deste Instituto, notamos que o elemento do agregado familiar de candidato a habitação social acima mencionado é elemento que figure no boletim de candidatura de outro agregado familiar, ao qual este Instituto já tenha autorizado a aquisição de habitação nos termos do Decreto-Lei nº 35/96/M, de 8 de Julho, do Regulamento Administrativo nº 24/2000 (Regime de bonificação ao crédito para aquisição ou locação financeira de habitação própria) ou do Regulamento Administrativo nº 17/2009 (Regime de bonificação de juros de crédito concedido para aquisição de habitação própria), pelo que não reúne os requisitos exigidos para a acandidatura, nos termos da alínea 4º do nº 4 do artigo 3º do Regulamento Administrativo nº 25/2009.

Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 1 de Setembro de 2011, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua contestação pelo facto acima referido no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, entretanto não o fez. Nos termos dosartigo 5º, nº 2 do artigo 9º e alínea 2) do artigo 11.° do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo nº 296/2009, assim como do despacho do Presidente do Instituto, exarado na Informação nº 1976/DAHP/DAH/2011, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera.

E nos termos dos artigos 148° e 149° e nº 2) do artigo 150º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, pode reclamar da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, a reclamação não tem efeito suspensivo; ou pode apresentar directamente recurso judicial ao Tribunal Administrativo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, nos termos do artigo 25º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n° 110/99/M, de 13 de Dezembro.

A Presidente, Substª, Kuoc Vai Han

25 de Novembro de 2011

Instituto de Habitação

Nome Chan Kan Man

N.º do Boletim de candidatura5000453

Page 16: JTM 01-12-2011

PáG 16 quinta-feira, 01 de dezembro de 2011 jorNAl trIbuNA de MACAu feCHo deSta edição Jtm - 00:40HoraS

úlTIMajorNAl trIbuNA de MACAu

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EN PassaNT

A Professora Doutora Maria Antónia Espadinha alertou para a necessidade das autoridades locais de proporem a Pequim a adesão da RAEM ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.Os seus argumentos são de peso, e tal como ela, imagino que as autoridades locais não estejam muito sensibilizadas para dar esse passo. Não por não falarem a língua (a RAEM tem apoiado o ensino e a vulgarização da Língua Portuguesa, também língua oficial de Macau) e muito menos por lhe escaparem as repercus-sões futuras do acordo. A verdade é que as autoridades da RAEM não foram tidas nem achadas durante a “gestação” do Acordo o que, de antemão, co-loca os seus “pais” e “mães” em posição difícil de reclamarem. Acresce que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa não se esgota numa decisão política. Obrigaria ao dispêndio de verbas consideráveis, alterando a grafia dos manuais em uso nas esco-las públicas luso-chinesas, no Instituto Politécnico e na Univer-sidade.A RAEM tem dinheiro, toda a gente diz e sabe. Mas é a RAEM que decide onde o gastar, e aí ninguém pode ir contra...

José Rocha Dinis

HuAXI teM Hotel HIPer-luXuosoUma pequena cidade na China que se or-gulha de ser a mais rica do país acaba de inaugurar um hotel avaliado em quase 500 milhões de dólares, com 16 suites presi-denciais, relata a BBC, assinalando que em Huaxi, os cidadãos vivem em casas luxuo-sas e conduzem carros ocidentais, embora há 40 anos, o local fosse apenas mais um dos milhares de locais rurais do leste da China. Na época, o então secretário do comité do Partido Comunista percebeu que o futuro do país estava na manufactura. Ele abriu a primeira de sessenta empresas controladas hoje pelos moradores locais. A receita anual de Huaxi hoje é de mais de 8 mil milhões de dólares. O local já é um destino turístico devido às réplicas de monumentos de outros países, e recentemente Huaxi abriu um hotel. O Hotel Long Wish custou quase 500 milhões de dólares para ser construído e tem 16 suites presidenciais, decorações em ouro e prata, incluindo uma estátua com uma tonelada de ouro. Huaxi é um exemplo do crescimento da classe média no país desde que o governo chinês decidiu mesclar princípios comunistas com estratégias económicas do capitalismo. O repórter da BBC Dominic Kane visitou o local e salienta que o alto padrão de vida dos moradores é perceptível nas ruas. O desenvolvimento industrial da China é uma das razões do crescimento. Em 1995, Huaxi passou a ser a primeira comunidade a ter acções na bolsa. Desde então, a indústria local, especial-mente a de aço e a têxtil, contribuiu para o crescimento da classe média. Mas um modelo diferente de investimento transformou esta comunidade em exemplo para as outras. Huaxi funciona quase como uma cooperativa. Liderados por uma equipe administradora, os moradores reinvestem parte do seu salário e subsídios para impulsionar o desenvolvimento da própria comunidade.

(des) Acordo

bIsPo Pede A PAdres Que dÊeM subsÍdIoO bispo de Viseu, Ilídio Leandro, apelou aos padres da sua diocesse para doarem parte dos seus subsídios de Natal para “compor o fundo de solidariedade diocesa-no”, que esgotou por causa do aumento dos pedidos das famílias carenciadas. O dinheiro angariado será entregue ao Secretariado Diocesano da Pastoral Social, que, através da Cáritas, irá distribuir pelos mais po-bres. “Aceitem partilhar com os mais pequenos e en-

treguem na Tesouraria Diocesana uma parte do subsídio de Natal deste ano”, apela Ilídio Leandro, na mensagem de Advento, publicada no sítio da Internet da diocese e divulgada pela Agência Ecclesia. O bispo de Viseu garante que a receita “será, de ime-diato, entregue ao Secretariado Diocesano da Pastoral Social, que, através da Cáritas Diocesana, fará com que vá contribuir para que haja Natal nas pessoas e nas famílias da nossa Diocese”. Aos “restantes cristãos”, D. Ilídio Leandro pede um contributo financeiro, que justifica com “a data de nascimento de Jesus ser oportunidade rica e propícia para celebrar a fé com gestos e obras de amor”. A única forma, diz o bispo, de “mostrar a existência do Natal e da fé”, porque os organismos de apoio social da Igreja“são veículos próprios para a entrega de um gesto” natalício.

GuerrA Ao PHotosHoP AQueCe MuNdo rosAA velha questão da manipulação das imagens está novamen-te na ordem do dia. Hany Farid, professor da universidade norte-americana de Darmputh, e Eric Kee, um seu aluno, apresentaram na revista Proceedings ofthe National Aca-demy of Sciences, um programa informático capaz de ca-talogar, numa escala de 1 a 5, a quantidade de modificações feitas numa fotografia. O objectivo é informar os consumi-dores de que o que estão a ver não corresponde à realidade. Portugal não é excepção e a maioria das revistas cor-de-rosa e masculinas recorrem a programas informáticos para em-belezar rostos e corpos de figuras públicas. “Nós usamos o

Photoshop, mas não deformamos pessoas, até porque assim deixavam de ser elas próprias”, disse ao DN Fernanda Dias, directora da Caras, revista especializada em produções com figuras públicas e da alta sociedade. “Por vezes, há aquela sombra que não foi evitada ou o braço que não ficou bem em determinada posição. Tudo isso pode ser mexido, mas com bom senso. Já cometemos erros, mas aprendemos com eles”, explica. O profissional António Gamito, habituado a fotografar figuras do denominado jet set, admite que o Photoshop e programas similares “são óptimas fer-ramentas de trabalho”, e reconhece que “o limite é a criatividade e o talento de quem os usa”. Porém, também não gosta de exageros. “Lembro-me de, há já muito tempo, ter tirado uns quilos a uma pessoa , porque ficava melhor na imagem, e não gostei do resultado. Limito-me a fazer correcções, como a borbulha, a ruga...”, exemplifica.

tAC levou A rÉPlICAs PerFeItAs de ‘strAdIvArIus’Se o radiologista Steven Sirr da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, não fosse um violinista amador que gosta de praticar nos tempos mortos do trabalho, não teria dado ontem uma espantosa notícia na conferência anual da Radiological Society ofnorth America, em Chicago. Sirr anunciou que consegue produzir violinos iguaizinhos aos que o mais famoso luthier de todos os tempos, Antonio Stradivari, de Cremona, em Itália, construiu no final do século XVII, princípio do séc. XVIII. Depois de ter feito um estudo de um violino Stradivarius num aparelho de tomografia axial computorizada ( TAC), o radiologista fez uma reconstituição minuciosa do instrumen-to em computador, em 3D, e com a colaboração de dois luthiers, John Waddle e Steve Rossow, reproduziu-o depois num violino real, cortado e colado segundo as medidas obtidas pelo modelo computorizado. Envernizada à mão pelos dois construtores de instrumentos, a réplica do Stradivarius revelou um som muito, muito idêntico em qualidade ao do original, afirmou Steven Sirr. Foi um acaso que levou o radiologista a fazer este estudo. Estava a tocar, num dos seus tempos mortos, quando teve de fazer a supervisão de uma TAC numa emergência. Na pressa, levou o violino e, terminado o exame, resolveu fazer-lhe também uma tac. E foi aí que começou o caminho que o levou à réplica do Stradivarius. Depois de muitas TAC a muitos violinos, Steven Sirr e os colaboradores pediram emprestado o Stradivarius da Biblioteca do Congresso e fizeram mais de mil imagens do instrumento. “Usámos a TAC para determinar a densidade das madeiras, algo que só seria possível de outra maneira dissecando o instrumento, o que, claro, nunca aconteceria”, disse Steven Sirr à BBC News online. As réplicas do precioso violino do Congresso – a equipa já está a fazer a quarta – são feitas ao ínfimo pormenor, incluindo as microrrachas, microdilatações e outras micro-características que fazem do Stradivarius o violino com a sonoridade especial que o caracteriza. E, agora, pelos vistos, também às suas réplicas.

MelCo CrowN eM bolsA de HoNG KoNG A operadora de jogo Melco Crown Entertainment pretende avan-çar com a listagem das operações de Macau na bolsa de Hong Kong a 07 de Dezembro, sendo a última empresa do sector da capital mundial de jogo a fazê-lo. A Melco Crown, liderada por Lawrence Ho, de 34 anos, filho do magnata Stanley Ho, já marca presença no índice Nasdaq, em Nova Iorque. A entrada no mer-cado de capitais da antiga colónia britânica está a cargo do Credit Suisse e Deutsche Bank AG e requer ainda a aprovação das autoridades de Hong Kong. O vice-presidente e CEO (presidente executivo) da Melco Crown, Lawrence Ho, salientou, citado num comunicado da companhia ontem divulgado, que a entra-da na bolsa de Hong Kong “irá colocar a empresa a par dos seus concorrentes, ofere-cer mais liquidez aos accionistas e o acesso directo a oportunidades de investimento [na operadora] aos investidores locais e asiáticos”. A Melco Crown Entertainment registou um lucro líquido de 113,3 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2011, contra os 15,8 milhões de dólares auferidos em igual período de 2010.