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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul
BENS SERVIÇOS
GEStão A importância dos contratos de confidencialidade
coNSumo O consumidor mirim e um mundo de
possibilidades a explorar
EquipES Ambiente de trabalho em perfeita
harmonia
fiNaNçaS
Entrevista lAlA deheinzelin fAlA sObre As OpOrtunidAdes dO mercAdO que tem A criAtividAde cOmO negóciO
caminhos para a eficiência econômica na sua empresa
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luiz carlos bohnPresidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac
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A CoPA do Mundo SediAdA pelo Brasil terminou deixando lições para além do fute-bol. A vitória da campeã Alemanha é prova do que um grupo bem alinhado pode fazer. Não é muito difícil trazer esse exemplo para o contexto empresarial.
Os jogos que levaram a Alemanha da primeira fase à grande final apresentaram ao mundo a equipe que todos os técnicos desejavam ter. O líder Joachim Löw, no entanto, não encontrou um time pronto e entrosado. Esse grupo é resultado de um trabalho consisten-te mantido por anos, desde a captação dos atletas ainda muito jovens até a conquista do conjunto perfeito capaz de levar o país ao tetracampeonato mundial. Todo o processo foi conduzido estrategicamente, observando, sobretudo, a formação dos jovens talentos do país. Nos últimos 14 anos a Alemanha ganhou mais de 350 centros de treinamento, ofe-recendo condições para que mais de 25 mil alemães busquem oportunidades no esporte.
Em uma empresa não é muito diferente. É preciso construir um alicerce para chegar aos objetivos traçados. O planejamento, a estraté-gia e a gestão da equipe, tão bem trabalhados pelos vencedores da Copa, são fundamentais.
As finanças, nesse aspecto, têm uma impor-tância central. Afinal, são os rendimentos da empresa que permitem o investimento em pessoas e na estrutura como um todo. Sabemos que diante de tantos aspectos a serem acompanhados diariamente, o contro-le econômico nem sempre ganha a atenção devida. Por isso, o tema é destaque desta edição da revista Bens & Serviços, a primeira na qual me dirijo a vocês como presidente da Fecomércio-RS.
Além das finanças, atentar para as equipes também é imprescindível. A convivência har-moniosa fortalece e consolida todo o trabalho construído. Esse é um conceito que vai ao en-contro dos princípios da Fecomércio-RS e que pode ser um norteador também das relações construídas no ambiente de trabalho. Não custa reforçar aqui os nossos valores, para que você saiba que pode contar com nosso apoio e para que os propague em benefício do desenvolvimento coletivo: busca de har-monia, consciência em ação, transparência, responsabilidade pelo todo, pró-soluções, equilíbrio de interesses, respeito à diversi-dade e sustentabilidade. Que esses princípios nos conduzam para o crescimento!
Alicerce pArA sustentAr o
desenvolvimento
especial / finanças
revista bens & serviços / 111 / julho 2014
sum
ário
26
você conhece todos os
gastos da sua empresa?
sabe o quanto deve
reservar para investir
no seu negócio? está na
hora de rever contas
e controlar melhor a
gestão econômica para
alçar voos maiores
44
nicho
40
consumo
o exigente público infanto-
juvenil abre espaço para um
mercado que pode ser mais
aproveitado pelo comércio
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entrevista
lala deheinzelin fala sobre
a economia criativa e o
espaço para empreender em
novas áreas
sebos promovem o
encontro com um prazer
que nunca sai de moda,
dos livros aos discos
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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente
responsável da matéria-prima florestal.
Selo FSC
PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil
CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]
www.revista.fecomercio-rs.org.br
Presidente:luiz Carlos bohn
Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani,ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner, diogo
Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva, ivanir antônio Gasparin, João
Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson lídio nunes, ronaldo
Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair umberto mussoi, élvio
renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari
diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,
davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack, Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes lopes, Gilberto
aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio Harb Gobbo,
Joel Carlos Köbe, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,
remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio
odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco
amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares
reinaldo, marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi, régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo
dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa
conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, rudolfo José müssnich, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys
Coward Fogliatto
delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari
conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi
assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, luana trevisol e
Simone barañano
coordenação editorial: Simone barañano
Produção e eXecução: temática Publicações
edição: Fernanda reche (mtb 9474)
rePortagem: diego Paiva de Castro, marina Schmidt e rafael tourinho raymundo
colaboração: ana laura visentini, Edgar vasques e leodir Senger
edição de arte: Silvio ribeiro
diagramação: vanessa bratz
reVisão: Flávio dotti Cesa
imagem de caPa: iStock.com/ktsimage
tiragem: 22,7 mil exemplares
é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.
seção página
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Palavra do Presidente
Sobre / diplomacia
Notícias & Negócios
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Visão Trabalhista
Monitor de Juros
Dicas do mês
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DiplomaciaO trabalhO de um empresáriO, às vezes, cOmpara-
se aO de um diplOmata. É precisO habilidade para
lidar cOm pOntOs de vista divergentes, seja em
grandes negOciações Ou em situações cOtidianas.
O ObjetivO É aprOveitar qualidades e chegar a um
acOrdO que satisfaça tOdOs Os envOlvidOs, mesmO
nOs cenáriOs mais delicadOs
“No calor das emoções, as pessoas acabam tendo
uma visão muito particular sobre um problema, e
defendem sua postura. Há uma dificuldade grande entre
as equipes de ter um mediador. Ele tem o trabalho de
abrir espaço para que os colaboradores possam dar sua
opinião, mas também tem que ser assertivo e mostrar as
regras do jogo. Ao mesmo
tempo que acolhe as
ideias, ele esclarece que
são apenas pontos de
vista. É preciso que estes
sejam relevantes para um
objetivo maior, que é a
busca por uma solução.”
Eduardo CarmEllo, diretor da Entheusiasmos
Consultoria em Talentos Humanos
Diplomacia é mais que dizer ou fazer as coisas certas no momento certo, é evitar dizer ou fazer as coisas erradas em qualquer momento.”“ Bo BEnnEtt, empresário e escritor americano
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“Minha carreira sempre se baseou em trabalhar com pessoas, em compre-ender seus problemas e ajudá-las a resolver essas questões. Como lidar
com pessoas: é disso que trata a diplo-macia. Então, ainda que eu não tenha uma carreira como diplomata, muitas
de minhas habilidades pareceram traduzir-se diretamente dentro do
campo diplomático.”
John V. roos, ex-embaixador dos Estados Unidos no
Japão, explicando por que ele deixou a carreira de advogado no Vale do Silício
para assumir o cargo
Divulgação/Embaixada dos EUA no Japão
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notícias negócios&Ed
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WindoWs XP ainda é utilizado Por
18% das emPresas Segundo pesquisa da empresa
de segurança BitDefender, quase uma em cada
cinco pequenas e médias empresas em todo o
mundo (18%) mantêm o Windows XP instalado,
mesmo meses depois de a Microsoft ter cancelado o
suporte a ele. A pesquisa foi feita com mais de 5 mil
empresas dos setores de varejo, médico-hospitalar,
educação e indústria no Brasil, Estados Unidos,
Reino Unido, Austrália, Alemanha e Espanha. Entre
as empresas pesquisadas, 53,4% migraram para o
sistema mais seguro, o Windows 7 Professional. Com
o fim do suporte ao Windows XP, a Microsoft deixou
de fazer atualizações de segurança semanais para
o sistema, o que o deixa vulnerável aos ataques dos
criminosos virtuais. A vulnerabilidade é ainda mais alta
no mercado brasileiro, onde uma parte expressiva
do comércio o utiliza em soluções de atendimento
nas lojas e no controle de máquinas de captura de
cartões de pagamento.
Troca de emprego a cada dois anos segundo pesquisa realizada pelo PageGroup, grupo mundial de recrutamento executivo especializado, até mesmo os profissionais com mais de dez anos de expe-riência no mercado de trabalho manifestam vontade de trocar de emprego a cada dois anos. O levantamento, realizado em maio com 800 profissionais de diferentes níveis hierárquicos, indica que 92% dos executivos que atuam em cargos de média e alta gerência têm a inten-ção de se movimentar no mercado de trabalho nos pró-ximos dois anos. Ainda de acordo com a pesquisa, a ro-tatividade no mercado se justifica principalmente por três fatores: falta de oportunidade de cres-cimento (27%), von-tade de trabalhar em uma empresa maior (14%) ou de atuar em outra área (13%).
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poupança: capTação aTé junho é a menor desde 2011 os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 9,6 bilhões no primeiro semestre, conforme o Banco Central. O valor é o menor em três anos e representa uma queda de 66% em relação ao mesmo período de 2013. Em junho, a captação foi positiva em R$ 3,2 bilhões, o melhor resultado do semestre. O aumento no saldo de recursos depositados cresceu 5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Os fundos de investimento também tiveram fraco desempenho: captaram R$ 1,98 bilhão no semestre, pior desempenho desde 2002.
espaço sindical
sindilojas Canoas emPossou nova diretoria
O Sindilojas Canoas empossou em abril sua
nova diretoria. O presidente da entidade para
2014/2018 é o empresário Denério Neumann.
Estiveram presentes o ex-presidente sindical
Itamar da Silva, o diretor da Fecomércio-RS, Luiz
Hartmann, e a vice-prefeita Beth Colombo.
sindihotel luta Por menores valores ao
eCad O Escritório Central de Arrecadação e
Distribuição (Ecad) calcula o valor a ser pago
por hotel conforme a taxa média de ocupação
anual dos quartos e a média de utilização dos
aparelhos, não levando em conta a quantidade
total de aposentos. Segundo o presidente
do Sindihotel, Manuel Suárez, o cálculo é
inadequado porque não diferencia pequenos
e grandes hotéis. “A tabela deve contemplar
a categoria, o valor da diária e a região
onde cada meio atua. O ideal seria vincular
ao faturamento, com o mínimo de 30% de
ocupação, vezes a diária média”, diz.
novos dirigentes emPossados O
Sindiatacadistas-RS empossou os dirigentes
dos sete sindicatos do comércio atacadista
gaúcho para 2014/2018. Na presidência do
Sindiatacadistas-RS reassume Zildo De Marchi.
Também foram empossados os presidentes do
Sind. Com. Atac. de Gêneros Alimentícios, Carlos
Schneider; do Sind. do Com. Atac. de Louças,
Tintas e Ferragens, Leonardo Schreiner; do Sind.
Com. Atac. de Madeiras, Levino Crestani; do Sind.
Com. Atac. de Tecidos, Vestuário e Armarinho,
Nelson Nunes; do Sind. Com. Atac. de Produtos
Químicos e Medicamentos, Denis Pizzato, e do
Sind. Com. Atac. de Álcool e Bebidas em Geral
no RS, Luiz Fernando de Oliveira.
giraldo sandri assume sindilojas vale do
taquari O Sindilojas Vale do Taquari tem nova
diretoria. O empresário Giraldo Sandri assume no
lugar de Marcos Mallmann e fica até 2018. Em
seu discurso, reafirmou o empenho na defesa
dos interesses do varejo. “Vamos prosseguir na
luta pela racionalização dos impostos e comba-
te à informalidade”, destacou.
Trabalho Temporário Tem novas regrasno dia 1º de julho, começaram a vigorar as novas regras do trabalho temporário. A duração do contrato de trabalho temporário, inclu-ídas as prorrogações, não poderá ultrapassar um período total de nove meses. Além disso, as empresas do ramo deverão informar, até o dia 7 de cada mês, os dados relativos aos contratos celebrados no mês anterior. As informações serão prestadas no Sistema de Registro de Empresas de Trabalho Temporário, por meio de preenchimento do formulário eletrônico ou pela transmissão de arquivo digital com formato padronizado. O contrato de trabalho de seis meses poderá ser pactuado por mais três meses com relação a um mesmo empre-gado, quando ocorrerem circunstâncias já conhecidas na data da ce-lebração do acordo, que comprovem a contratação de trabalhador temporário por período superior a três meses; ou quando houver motivo que justifique a prorrogação de contrato de trabalho tempo-rário, que exceda o prazo total de três meses de duração.
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Três pergunTas
O coordenador da empresa
júnior ESPM-Sul, Fernando
Trein, assistiu aos cinco jogos
da Copa em Porto Alegre e
fala sobre as empresas que
souberam aproveitar o evento
para divulgar sua marca e
aumentar o faturamento.
Como as marCas e emPresas aProveitaram as
oPortunidades geradas Pela CoPa? Algumas
marcas promoveram ações muito interessantes,
como a Coca-Cola, que lançou copos temáticos dos
jogos. Eles viraram uma febre no país inteiro: houve
pessoas enlouquecidas à procura de modelos e
trocas pelo Facebook. Destaco também a ação da
Johnson&Johnson, envolvendo a distribuição de kits
de produtos infantis. Você podia entrar no estande da
empresa e direcionar este kit para uma criança do
Brasil, por ser o país sede, ou para meninos e meninas
dos países que estariam jogando. Isso envolve não
apenas a exposição da marca, mas toda uma questão
de responsabilidade social.
Fora do ambiente de jogo, algo lhe Chamou
a atenção?Destaco o movimento que alguns
bares fizeram ao longo da cidade. Mesmo com as
restrições relativas aos direitos comerciais associados
à Copa, certos estabelecimentos conseguiram
promover ótimas ações para atrair torcedores
interessados em assistir aos jogos.
a CoPa do mundo deiXa um legado Para
o ComérCio? Sim, vários benefícios podemos
manter. O primeiro: a preparação do negócio para
receber turistas. Quem soube se posicionar de forma
antecipada, com atendentes e cardápios bilíngues,
irá aproveitá-los independentemente do evento.
Podemos também transformar um evento como o
clássico Grenal em atração turística. Por que não
criarmos pacotes para o jogo, com hospedagem,
alimentação e lugar marcado no estádio?
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notícias negócios&
meTade das empresas esTão inseguras com o esocial mais de 50% das empresas se consideram inseguras sobre a qualidade das informações a serem transmitidas ao Fisco por conta do eSocial. A pesquisa foi feita pelo IOB, do Gru-po Sage, e envolveu 451 organizações de todo o país. Apenas 10% afirmaram estar seguras de que poderão cumprir o pra-zo de adaptação ao programa, que deverá entrar em vigor em 2015. O estudo detectou que apesar de 64,97% das em-presas estarem conscientes de que precisam atualizar seu sistema de Folha de Pagamento para a nova obrigação, cerca de 27,10% delas estão tendo alguma dificuldade nesta tarefa, principalmente por não disporem de todas as informações a respeito dos empregados. O eSocial é a última etapa do Sis-tema Público de Escrituração Digital (Sped), que deverá re-duzir a burocracia, aumentar a qualidade das informações e
simplificar o cumprimen-to de obrigações das em-presas junto ao governo, entre outros benefícios.
bc reduz previsão de crescimenTo na economia de acordo com o relatório trimestral de inflação do Banco Central, diminuiu a previsão para o crescimento da econo-mia em 2014, de 2% para 1,6%, ao mesmo tempo que subiu a projeção de inflação, de 6,1% para 6,4%. A meta de controle dos preços do governo determina que a inflação oficial deva subir 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentu-ais para cima ou para baixo. Segundo o relatório, a possibi-lidade de a inflação ficar acima do limite está em torno de 46%. A projeção de inflação do BC foi feita considerando o que é chamado cenário de referência. Neste caso, as condi-ções são que a Selic, taxa básica de juros, se mantenha em 11% ao ano, e que a taxa do dólar esteja em R$ 2,25.
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NO SITE do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, você encontra tudo sobre a posse da nova diretoria da Fecomércio-RS, além de muitas outras notícias da entidade e seus sindicatos filiados. Acesse http://fecomercio-rs.com.br e fique por dentro do
que acontece no comércio de bens, serviços e turismo do Estado.
Transferência eleTrônica enTre bancos Tem novos valores a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reduziu de R$ 1 mil para R$ 750 o valor mínimo para realização da Transferência Ele-trônica Disponível (TED). O novo limite já está disponível. O recur-so é usado para movimentar valores entre bancos diferentes e tem como principal vantagem a disponibilidade do crédito no mesmo dia em que a operação foi realizada – diferentemente do Documento de Crédito (DOC), cujo prazo para conclusão da transação é de pelo menos 24 horas. Segundo a Febraban, os bancos cobram uma taxa de serviço em média de R$ 7 para canais eletrô-nicos e de R$ 13 quando realizadas pessoalmen-te. A exigência de valor mínimo para a TED aju-da a evitar uma deman-da excessiva e que acar-rete em sobrecarga dos sistemas de pagamento e compensação.
porTo alegre sedia fÓrum de TribuTação entre os dias 20 e 22 de agosto, Porto Ale-gre sedia o Fórum Internacional de Tribu-tação. Promovido pela Faculdade Brasileira de Tributação (FBT-Ineje), o evento reunirá expoentes internacionais da área e grandes especialistas reconhecidos nacionalmente para debater o assunto. A expectativa dos realizadores é reunir cerca de 500 pessoas no Teatro do Ciee (R. Dom Pedro II, 861). A correalização é da Academia Tributária das Américas (ATA), e a Fecomércio-RS está en-tre os apoiadores do evento. Entre os paine-listas, o norte-americano David Rosenbloom, diretor do International Tax Program na New York University School of Law e Ives Gandra Martins, um dos principais juristas brasileiros. As inscrições podem ser realiza-das pelo portal forumdatributacao.com.br. Informações pelo telefone (51) 3388-8023.
Consumidor do sul reduz idas ao Ponto de venda O consumidor da região Sul foi o que mais diminuiu suas idas ao
ponto de venda, em -3 vezes no primeiro trimestre do ano, devido ao reajuste nos preços dos produtos pela inflação. O
levantamento é da Kantar Worldpanel e foi divulgado em junho. Apesar disso, as classes D/E foram a que mais compra-
ram bens de consumo não duráveis, mesmo com o menor tíquete médio: R$ 36,73. No total, os consumidores passaram
a levar +4% em volume e aumentaram o valor gasto em +11%. Por conta da diminuição da frequência em idas ao
ponto de venda, os itens comprados por ocasião permaneceu estável, mas o tíquete médio registrado por compra teve
um aumento de +22% em comparação com o primeiro trimestre de 2013, e ficou em R$ 42,80 este ano. Segundo o
estudo de comportamento do consumidor, a cesta de bebidas foi a que mais se destacou no Sul do país, com +9% em
volume, contra uma média de +4% das outras cestas, como alimentos, higiene e beleza e limpeza.
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MERCADO
icitações públicas abertas
às empresas estrangeiras
e condicionadas a
situações externas são uma
oportunidade para ganhar
visibilidade, desde que sejam
observados todos os critérios
do processo com atenção
Lpública, direta ou in-
direta, é um caminho que abre oportunidade para muitas empresas. O processo conhecido como licitação geralmente envolve grandes projetos e traz um valor a mais do que o pró-prio certame oferece: visibilidade para a empresa contrata-da. Afinal, prestar serviço ou fornecer produtos para o poder público pode assegurar, também, boa reputação no mercado. Por outro lado, a licitação exige o cumprimento de uma série de requisitos. Na balança, muitas vezes vale a pena vencer a burocracia para participar da seleção. Uma modalidade que também leva empresas a vislumbrarem um grande espaço para se projetarem são as licitações internacionais.
O que define uma licitação internacional é a forma de condução do processo. A simples participação de empresas estrangeiras, por exemplo, não é suficiente para caracterizar
A contrAtAção de serviços peLA AdministrAção
ConCorrênCia internaCional
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a seleção como internacional. Essa é uma condição que de-pende da divulgação no exterior para ser concretizada.
No Brasil, as licitações são disciplinadas pela Lei 8.666/93. O advogado especializado em licitações públicas Roberto Schultz explica que o certame é publicado como concorrência internacional. “Para as exclusivamente nacionais, há modali-dades como concorrência, tomada de preços, convite e pregão eletrônico. Nas internacionais, a modalidade é obrigatoria-mente a concorrência. Não é possível realizar, por exemplo, um convite ou pregão internacionais.” A participação segue, praticamente, a mesma linha da licitação pública nacional, com exigências básicas a serem cumpridas, como habilitação jurídica, qualificação técnica e econômico-financeira e estar em dia com obrigações fiscais. “A diferença é que toda essa documentação apresentada por empresas estrangeiras deve-rá ser autenticada pelos respectivos consulados e traduzida por tradutor juramentado”, detalha Schultz.
O advogado esclarece que quando a licitação permitir cota-ção em moeda estrangeira, o direito é estendido também à em-presa nacional, o que já não é permitido nas licitações nacio-nais, “ainda que, às vezes, os preços em reais sejam baseados na cotação e na variação do dólar ou do euro, por exemplo”.
RegRamento inteRnacional
Embora estejam amparadas pela legislação brasileira, as licitações internacionais (ou os contratos decorrentes delas) podem ser condicionadas, também, às exigências de organizações internacionais. “Isso acontece porque essas li-citações por vezes decorrem de negociações entre governos para captação de recursos, passando a observar Normas do Banco Mundial (Bird) e as diretrizes do órgão financiador”, esclarece o advogado. Um exemplo recente é o da Copa do Mundo. “Seria como fazer um contrato no Brasil mas sujei-tando-se às diretrizes da Fifa (e não à lei brasileira), que é um organismo internacional. Aliás, a Fifa, no Brasil, fez exa-tamente isso.” Schultz acrescenta que nesse caso a contrata-ção manteve não apenas as diretrizes da Fifa como também foi exigida a aprovação de uma Lei Federal dando apoio do governo a essas diretrizes.
Há, ainda, outros cuidados importantes, como o da for-matação do preço. “São repetidos os casos de empresas que cotam mal os seus preços e, por obra de uma variação cam-
bial imprevista, não conseguem cobrir os custos nem obter lucro na contratação”, ressalta Schultz. Nesse caso, há até uma possibilidade para reverter a perda, mas o advogado pontua que são situações excepcionais. “Dificilmente a ad-ministração pública aceita as justificativas apresentadas e, portanto, não reequilibra os preços do licitante.”
A participação em licitações internacionais requer da empresa o cumprimento de uma série de exigências. Conheça as principais:
Habilitação jurídica – A empresa precisa apresentar contrato
social ou estatuto social (ou, ainda, documento equivalente)
Qualificação técnica – É necessário comprovar que
o trabalho será executado por pessoal capacitado e,
frequentemente, são solicitados atestados de que a
organização já realizou serviços ou forneceu materiais similares
aos que estão contemplados no certame
Qualificação econômico-financeira – Apresentação de
balanços, certidões negativas e garantias de execução do
contrato, entre outros documentos
Regularidade fiscal – provar regularidade para com a Fazenda
federal, estadual e municipal do domicílio ou sede do licitante
Critérios básiCos
Assim como a empresa precisa se certificar de que atende às exigências para participação na licitação, é necessário também fazer uma avaliação da melhor proposta, atentando para os preços e possibilidade de cumprimento do serviço. O advogado Roberto Schultz elenca as principais dicas:
Cotação – se você for comprometer-se, na licitação, a fornecer
algum produto ou equipamento importado, por exemplo, tenha
a certeza de que a cotação apresentada na licitação seja
suficiente para, no momento de entregar, garantir que você
consiga pagar o seu fornecedor e ainda obter algum lucro
Prazos – esteja atento ao estrito cumprimento de prazos, pois
o seu descumprimento pode acarretar em multas e até a
rescisão contratual, caso o atraso seja injustificado
ProPosta alinhada
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Gestão de Projetos
tividades com prazos e metas definidos exigem o devido
gerenciamento. o objetivo é alcançar os resultados esperados sem
desperdiçar tempo ou recursos. acompanhe dicas para melhorar a
execução de projetos em sua empresa
A
Plano e ação
Defina o escopo
Projetos têm prazos delimitados
e metas a serem alcançadas.
Seja o lançamento de um
produto, uma reforma na loja
ou uma promoção sazonal,
é preciso saber a finalidade
da ação e quanto tempo
ela durará. Assim, preveem-
-se também o orçamento,
os recursos – materiais e de
pessoal – que serão alocados
e os indicadores para avaliar a
qualidade do trabalho.
iDentifique as partes
interessaDas
Um projeto pode melhorar o
serviço para o cliente, facilitar a
rotina da equipe ou garantir mais
lucratividade para os sócios. Todos
esses grupos têm expectativas
em relação aos resultados.
São as partes interessadas, ou
stakeholders. Deve-se saber o
quão envolvido cada um estará
no decorrer do processo, até
para que responsabilidades
sejam delegadas.
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planeje a comunicação
Cada stakeholder merece ser
informado sobre o andamento
do projeto. Para um executivo,
talvez baste um e-mail semanal
descrevendo os resultados
parciais. À equipe no chão
de loja, o melhor podem ser
reuniões para tratar de questões
operacionais. Grupos diferentes
exigem estratégias diferentes.
O importante é que
todos estejam por dentro
da situação.
comunique-se sempre
Saber a opinião dos envolvidos
e ouvir sugestões de melhoria
nunca é demais. “O maior
índice de falhas num projeto
é por falta de comunicação”,
afirma André Voltolini, presidente
do capítulo Rio Grande do
Sul do Project Management
Institute (PMI-RS). Sabendo o
que é preciso ser feito e
por que motivo, as equipes
trabalham de forma
mais assertiva.
evite riscos
Um plano de respostas prevê
como agir em situações
adversas. É necessário antecipar-
-se a eventuais problemas,
como atrasos na entrega de
materiais ou uma obra que
gaste além do orçamento
calculado inicialmente.
Não é possível antever tudo,
mas procedimentos-padrão
garantem que os contratempos
sejam solucionados
com tranquilidade.
leve o tempo necessário
Pode até demorar, mas não
apresse a execução do projeto.
“Falta de planejamento é outro
erro. O imediatismo leva a um
desperdício financeiro e de
tempo”, alerta André Voltolini.
Na ânsia de partir para a
execução, algumas etapas
podem ser negligenciadas,
acarretando erros e excessivas
correções de percurso. Leve os
dias suficientes para evitar
o retrabalho.
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Gestão de Projetos10 passos
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acompanhe perioDicamente
Monitore as mudanças que
ocorram. Algumas variações
modificam o planejamento inicial,
então é preciso documentá-las
e saber lidar com elas. Garanta
o acompanhamento de todas
as atividades – especialmente
as mais críticas, que possam
comprometer o cronograma.
Planos corretivos são bons
para manter o projeto no
prazo, com os custos e a
qualidade desejados.
tenha um gerente
Cabe ao Gerente de Projetos
delegar funções e garantir que
todos cumpram sua parte.
Ele deve ter competências
técnicas para gestão e saber
se comunicar – afinal, lida
diretamente com pessoas.
Também é importante a
autonomia para tomar decisões.
Se for preciso verba adicional
ou pagar horas extras para os
colaboradores, o gerente deve
ter o respaldo das chefias.
Divulgue os resultaDos
Sejam positivos ou negativos,
os reflexos do projeto têm
de ser comunicados com
transparência para todos
os stakeholders. Avaliar
os resultados é essencial
para entender os pontos
positivos e o que pode ser
melhorado em ações futuras.
Todo projeto é único e tem
suas particularidades, mas
a experiência acumulada
aprimora a prática.
capacite-se
Quem atua na área de
projetos pode conquistar
certificações específicas,
conforme o tempo de serviço e
a formação acadêmica. Assim,
assegure-se de que a pessoa
é apta a exercer a função.
“O gerenciamento formal de
projetos, com um profissional
hábil, é a maneira mais barata
de aumentar significativamente
as chances de sucesso”,
garante o presidente do PMI-RS.
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Os númerOs da OrganizaçãO Mundial do Comércio (OMC) provam que a quantidade de exigências técnicas no comércio internacional vem crescendo desde a criação da organização em 1995 e, especialmente, nos anos mais recentes.
O Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) da OMC é a principal regulação internacional sobre o tema e entre as suas determinaçõesestão as seguintes: 1 – Que as exigências técnicas e os procedimentos de avaliação da conformidade emitidos pelos países não sejam mais gravosos aos produtos estrangeiros do que são para os produtos nacionais.2 – Que elas não sejam mais restritivas ao comércio do que o necessário para cumprir um objetivo legítimo: proteção a saúde, segurança, meio ambiente, segurança nacional e prevenção de práticas enganosas, entre outros.3 – Que os países utilizem normas técnicas internacionais como base para os seus regulamentos técnicos.4 – Que os países informem à OMC acerca de suas novas exigências emitidas, que as tornem públicas e acessíveis e, ainda, que
deem um prazo razoável para comentários às mesmas e para sua entrada em vigor.
Um estudo realizado pelo Inmetro sobre países selecionados mostra que os setores mais regulados no âmbito do Acordo TBT são os seguintes: 1º Máquinas e equipamentos (incluindo elétricos), 2º Produtos Químicos, 3º Equipamentos de transporte (automóveis, aviões, peças) e 4º Alimentos.
O Inmetro oferece aos exportadores brasileiros vários serviços de informação (todos gratuitos) sobre as exigências técnicas existentes no comércio internacional. Os mesmos podem ser acessados em: http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/.
Por meio desse canal, a empresa brasileira também pode entrar em contato com o governo para denunciar uma barreira técnica que não esteja em conformidade com as determinações do Acordo TBT da OMC. Nesses casos, governo e empresa (ou setor), juntos, definem a estratégia para lidar com a questão, seja em nível bilateral (com o país emissor da medida) ou multilateralmente (na OMC).
Diego eugenio PizettaCoordenação geral de articulação internacional do inmetro – divisão de superação de Barreiras Técnicas
Barreiras Técnicas no comércio
inTernacional
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Lala Deheinzelin
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Qual é o conceito de economia criativa? Para enten-der o conceito de economia criativa é importante imagina-la como uma cebola, com camadas, uma dentro da outra. A primeira, o miolo disso, são as artes, as linguagens artísticas. Depois temos uma segunda camada: além das artes, há os serviços criativos – moda, design, arquitetura, publicidade e tudo o que produz conteúdo, como audiovisual, cinema, TV, rádio, mercado editorial. Essas duas primeiras camadas são os setores criativos. Deveríamos chamar esses dois grupos de indústria criativa, porque é uma visão setorial. Depois vem uma terceira camada, que inclui essas, mas extrapola, que é a das cidades e territórios criativos. Nesse caso, com uma visão mais sistêmica, integrada, porque considera tudo o que caracteriza uma determinada comunidade. Há ainda uma esfera maior, que engloba as anteriores, que é o que eu chamo de economia criativa. Ou seja, todo tipo de economia gerada a partir de recursos intangíveis.
esse é um caminho para solucionar dilemas atuais? Na economia tradicional, geramos riqueza a partir de recur-sos tangíveis, como terra, ouro, petróleo. Na economia criativa o que gera a riqueza é cultura, criatividade, reco-nhecimento e experiências. Aí, entra o turismo, a área de software, e se pegarmos o exemplo de Xangai, o mapa de economia criativa deles é muito interessante: tem uma área em que tudo é ligado à vida e a celebrações. Todo o mercado de festas, cuidados e beleza está dentro da eco-nomia criativa, assim como a área de consultoria, porque é feita a partir da inteligência. A parte de seguros está dentro da economia criativa, já que é um intangível. Por tudo isso, a economia criativa é absolutamente essen-cial. Ela sempre existiu, o que é novo é essa percepção de prioridade, já que um dos grandes desafios atuais é como chegamos a uma situação de sustentabilidade. Evidente-
contexto atual impõe desafios às empresas que extrapolam as tradicionais
problemáticas do mundo corporativo. gerir todos os recursos desponta
como principal preocupação. para a especialista em economia criativa lala
deheinzelin, a solução está no uso dos recursos intangíveis, aplicando-os de
forma integrada e consolidando um processo de desenvolvimento exponencial
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ral
oPor uma nova
economia
entrevista
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mente a solução está em gerar riqueza a partir de recursos intangíveis, que são abundantes.
no cenário internacional, esse segmento tem ganhado
a atenção Que merece? Hoje, há o reconhecimento de que existe a economia criativa e que ela é importante. A questão é que ela ainda não é considerada a grande prioridade es-tratégica, o que é inevitável que aconteça, porque é a única maneira que temos de garantir sustentabilidade.
o Brasil tem se projetado nesse cenário? Existem boas experiências, porém são isoladas, tanto do ponto de vista de empresas quanto no campo fertilíssimo das empresas sociais, que é o futuro. Mas não há um movimento de eco-nomia criativa. Não se percebeu ainda que a questão não é só desenvolver a economia criativa, mas é perceber que esse é o caminho para desenvolver o país. Tem que virar uma causa, prioritária, como foi no Reino Unido quando tudo começou. Foi uma decisão de Estado, junto com todos os setores e ministérios, mais academia e empreendedores. É uma prioridade também na China. Quando vemos a es-trutura chinesa para desenvolver a economia criativa, não surpreende o fato de os chineses serem os maiores expor-tadores de economia criativa do mundo. O que aconteceu aqui é que perdemos o pé. Parecia que a coisa ia começar a se desenvolver a partir de 2006, 2007, mas não foi, por brigas internas de governo, por falta de integração entre poder público federal, estadual e municipal, e pelo terrível desperdício que é a falta de continuidade.
como as empresas podem aproveitar as oportunidades
geradas pela economia criativa? Primeiro é percebendo que ela está relacionada a qualquer tipo de empreendimento, porque é uma economia do intangível, onde o que gera valor não é produto em si, mas o processo, as relações, o conceito, o propósito. Um exemplo é o de uma pessoa que produz mar-mitas. Nada mais comum do que marmitex. Mas essa é uma pessoa que conhece seus clientes, então é uma marmita com diferencial afetivo e efetivo, porque ela sabia que um estava de regime então mandava mais salada, outro era vegetariano, outro gostava de muito feijão e pouco arroz, a diferença é a relação em si. Não é uma marmita qualquer.
de Que Forma a economia criativa contriBui para o
desenvolvimento social? A grande questão do momento atual é da sustentabilidade, claro, e o fato de que todos os problemas que enfrentamos são exponenciais, enquanto os recursos naturais e nossas instituições tradicionais são line-ares. Então nós precisamos de soluções exponenciais, que é tudo aquilo que tem a ver com o intangível, como os qua-tros vetores do ciclo exponencial da abundância: economia de intangíveis, novas tecnologias, processos colaborativos em rede e a noção de riqueza que não é só monetária. Es-sas quatro coisas são exponenciais, uma ativando a outra
Lala Deheinzelin
“Na economia criativa o que gera a riqueza é cultura, criatividade,
reconhecimento e experiências.”
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exponencialmente. Temos chamado esse conjunto de pros-peridade 4D, que é a percepção de que para ter realmente o desenvolvimento precisamos não apenas usar recursos do 4D, mas ter empreendimentos que geram resultados nessas esferas. Ou seja, geram resultados econômicos, mas também resultados sociais e ambientais.
como empresas, governos e sociedade devem se articu-
lar para promover esse desenvolvimento?
A questão é lembrar que esse assunto não pode estar den-tro de uma área de governo. Não funciona. Por exemplo, temos aqui a economia criativa vinculada apenas à área de cultura, que é fraca em termos de possibilidade, ver-ba, estrutura, etc. Nos lugares em que as coisas funcionam melhor, a economia criativa é tratada como política de Es-tado. É o que acontece nos Estados Unidos, no Reino Unido e na China. As melhores experiências são as que vinculam a economia criativa às agências de desenvolvimento. E es-sas agências é que coordenam todas as outras. É preciso pensar como um ecossistema. Porque a economia criativa não é um produto, é um processo, que envolve aqueles que fazem produtos originais, mas também todas as pessoas que trabalham com comércio, comunicação, marketing e a distribuição, enfim, todos que criam um ecossistema para que se tenha um processo que se transforme em geração de riqueza. Quando olhamos a cidade ou território, não temos
visão setorial, mas sim integrada. É preciso ter interfaces, para articular empresas, sociedade e governo, e é aí que entra o papel do Sistema S e de instituições semelhantes. Quando vemos algum avanço, ele geralmente vem vincula-do a uma articulação dessas entidades.
Quais os conselhos mais importantes para Que as empre-
sas Que atuam no ramo cultural sejam Bem-sucedidas?
Meus conselhos vão para as empresas em geral. Para quem é do ramo cultural é preciso se juntar com outras áreas, isso vale para todas as empresas, porque a economia criativa é um ecossistema, nunca acontece sozinha. Quando empre-sas de um mesmo ramo se juntam, geram escassez, isso não existe na natureza. Você consegue avançar mais quando se junta a outras áreas. Então, cadê o pessoal de administração, marketing, comércio, comunicação, sustentabilidade? Quan-do todas essas pessoas estão juntas podem fazer com que um produto faça parte de um processo, e aí a economia criativa começa a dar certo. Lembro para as empresas que elas terão mais valor e darão mais certo quando partirem de um intan-gível. Faça com que seu negócio tenha algum propósito, tra-balhe a partir de algo que é único, que é diverso, que é um santo da casa. E aí você vai conseguir fazer milagres. Para poder fazer com que todos os potenciais se concretizem em prosperidade basta trabalhar com recursos e resultados nas quatro dimensões. Ou seja, é do bem, vai bem.
“Faça com que seu negócio tenha algum propósito,
trabalhe a partir de algo que é único, que é diverso,
que é um santo da casa.E aí você vai conseguir
fazer milagres.”
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reg
iões
região do Vale do Caí, a uma
hora da Capital gaúCha, Conta
Com Cidades de bom padrão
de Vida, forte agroindústria e
ComérCio que luta para atrair
Consumidores. Colonizada por
açorianos, alemães e italianos,
suas Cidades têm festas típiCas e
natureza exuberante
Aabrigam quase 200 mil
pessoas, em sua maioria das etnias portuguesa, alemã e ita-liana. Montenegro desponta como a maior cidade em uma área de natureza exuberante, com serras, quedas d’água e jardins floridos. Lá se encontram também São Sebastião do Caí, Salvador do Sul e cinco das dez cidades mais igualitárias do país: São José do Hortêncio, São Vendelino, Vale Real, Tu-pandi e Alto Feliz. Na primeira delas, por exemplo, os 10% mais ricos ganham só quatro vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
Com baixas taxas de analfabetismo, boa expectativa de vida e forte produção de hortifrutigranjeiros (principal-mente frutas cítricas) em agroindústrias familiares, o Vale é cenário de dezenas de festas municipais anuais para desta-car culinária, artes e danças típicas. O comércio é composto
O VAle dO RiO CAí COnCentRA 20 muniCípiOs que
Igualdade e harmonIa
divulgação/Ascom prefeitura de montenegro
Vale do Caí
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em 99% por pequenas e médias empresas, muitas concor-rentes entre si, o que, segundo estudo do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Caí (Planejamento Estraté-gico 2010 – Análise Situacional), gera pouca diversificação de mercadorias. A proximidade com Porto Alegre também prejudica a oferta de produtos fabricados localmente, mas os comerciantes apostam na proximidade com o cliente e na íntima relação com a região para terem sucesso.
DE TUDO UM POUCO
A rede de Lojas Solar, fundada em 1966 em Salvador do Sul, é quase onipresente no Vale do Caí. São 18 lojas espalha-das em 14 municípios da região (além de outras 17 unidades na Serra, Região Metropolitana, Vale do Sinos e do Taquari), cuja presença é reforçada pelos patrocínios em eventos e projetos ambientais. Surgido como um armazém de secos e molhados, com mercadorias vendidas no sistema de es-cambo, o empreendimento comandado pela família Müller ganhou fôlego com o fornecimento de materiais de constru-ção e atualmente oferece uma ampla gama de produtos e serviços, indo de eletrodomésticos, itens de bazar e móveis a brinquedos, entre outros.
Conforme o diretor geral, João Carlos Müller, o momen-to é de crescimento contínuo. “Nosso desafio é o mesmo de todas as empresas de varejo: treinar constantemente as equipes, ajustar custos operacionais, acompanhar de perto a inadimplência e viabilizar os custos com aluguéis”, explica. Com uma venda equilibrada, sendo que construção e ferra-mentas representam 50% do faturamento, as lojas passaram por climatização e reformulação de layout nos últimos dois anos, valorizando a exposição dos produtos. A rede oferece até mesmo seguro de acidentes para conquistar seus clientes, cujo poder aquisitivo cresceu. “Também percebemos que os consumidores buscam produtos com mais qualidade e tecno-logia em todas as linhas. Outro ponto importante é a mudan-ça cultural com relação às compras a prazo, onde o parcela-mento tem sido maior”, ressalta.
EVOLUÇÃO CONSTANTE
Em Montenegro, a Tecidos e Armarinhos Seelig conta 87 anos de história e é comandada pela quarta geração da família, representada pelas irmãs Josiane e Rosângela Se-elig. Criada também como armazém de secos e molhados, com o passar do tempo especializou-se em confecção femi-nina e masculina e artigos de cama, mesa e banho. No pas-sado, a loja abastecia a cidade e distritos vizinhos. Com as mudanças no cenário econômico do país, foi preciso pro-mover mudanças em produtos e layout para se manter. “A evolução se deu por necessidade financeira e, também, por exigência dos clientes, já que houve um grande número de concorrentes novos que se estabeleceram no município, além de facilidades no alcance dos grandes centros”, con-ta Rosângela. “Procuramos também nos especializar como administradoras e incentivar o empreendedorismo, que estava adormecido.”
O maior diferencial da Seelig é a confiabilidade decorren-te de sua história comercial e familiar na cidade. Há partici-pação contínua nos eventos comunitários. “Os compradores mais fiéis exaltam a confiança que têm em nossos produtos e em nossa empresa, até pela facilidade em se comunicar diretamente com os proprietários”, explica. “Procuramos conhecer cada pessoa, de onde vem e o que prefere.” Com um público-alvo composto em sua maioria por mulheres de 21 a 50 anos, a loja treina e oferece oportunidades de co-nhecimento do negócio ao cliente interno, pois o nível de exigência em atendimento diferenciado só aumenta. “O consumidor de nossa região, ao longo dos anos, passou a ter acesso a mais informações sobre seus direitos e, também, ao que realmente quer.”
Loja Solar: crescimento contínuo de olho
nos custos operacionais
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já teve oportunidade de sentir na pele essa situação. A concorrência desleal, o prazo exíguo, as infinitas cobranças e, não raro, as poucas recom-pensas são alguns elementos que mostram o quanto pode ser atribulada a vida de quem está à frente de um negócio. Isso tudo sem falar nas incansáveis horas de dedicação, que levam muitos empreendedores à exaustão.
Essa é uma condição que aflige não só quem está no coman-do. Não é à toa que o termo ‘empregado’ tem dado lugar ao jargão ‘colaborador’. Afinal, eles vivenciam, numa dimensão diferente (mas não menos importante), todos os percalços im-postos pelo mundo do trabalho e dos negócios, caracterizado pela concorrência cada vez mais acirrada em todos os níveis.
Por outro lado, no ambiente em que as pessoas passam a maior parte de seu tempo, a necessidade de uma convi-vência pacífica e da cooperação entre todos é evidente. Ninguém chega a qualquer lugar sozinho, mas, ao mesmo tempo, todos querem estar na frente. Como, então, conduzir esse grupo sem perder a competitividade, mas também sem acirrar a disputa já tão comum do dia a dia? Não há receitas nem respostas prontas. A única certeza é que um ambien-te de trabalho que privilegie a convivência e seja capaz de equilibrar os múltiplos interesses que congrega tende a ser mais positivo e alcançar melhores resultados. O caminho a
O MundO dOS negóciOS MuitaS vezeS POde Ser hOStil e tOdO eMPreSáriO
oncorrência, competição
e agilidade são elementos
inerentes ao mundo corporativo – que requer, ao
mesmo tempo, colaboração, equilíbrio e qualidade
de vida. difícil equilibrar isso tudo na balança?
na maioria das vezes, sim, mas é possível construir
um ambiente de trabalho mais harmonioso, com
treinamentos e mudanças pontuais
cEm pErfEito
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indicadorEs dE fElicidadE
ser traçado pode ser construído com as palavras-chave que introduzem esse texto: cooperação, equilíbrio, harmonia, convivência e paz, conceitos mais ligados à espiritualidade do que ao mundo dos negócios, mas que podem convergir para o bem da sua empresa.
TreinamenTo para o bem-esTar
O professor de Teologia da PUCRS e pós-doutor no as-sunto Érico Hammes resume a boa convivência em um sen-timento: o bem-querer. Em outras palavras, o amor. Pode parecer piegas, mas, de fato, é preciso querer bem a si mes-mo e ao próximo para estabelecer empatia e uma convivên-cia harmoniosa. “O bem-querer aos outros também tem o efeito reflexivo de querer bem a si mesmo e faz com que se criem laços de relações em que se possibilita trabalhar jun-tos e olhar juntos a realidade externa, que é a competição.”
Tudo começa no indivíduo. “A pessoa precisa se reco-nhecer como alguém com uma história, desejos, condições e capacidade. Isso é ter uma boa imagem de si, que corres-ponda ao que ela é mesmo, mas também pressupõe a rela-ção com os outros, porque essa imagem é compartilhada e espelhada. Nós nos avaliamos a partir do que os outros nos apresentam”, estabelece Hammes.
A empresa e o departamento de gestão de pessoas também precisam treinar o olhar para o indivíduo, reconhecendo que ninguém nasce pronto e que cada um tem sua peculiaridade. Aí entra outro conceito importante, o da responsabilidade, perante si e o grupo, que deve ser nutrido por todos.
Consolidar esses aspectos no grupo não é tarefa simples e começa já na observância das competências na contratação. “A competência é a primeira qualidade que se deve olhar, não se pode querer moldar as pessoas como se não fossem livres, a liberdade é fundamental. A tarefa do gestor é reconhecer e identificar os interesses das pessoas e ao mesmo tempo fo-mentar o interesse pela empresa”, sustenta Hammes.
Uma ferramenta que tem efeito prático no dia a dia são as capacitações e os treinamentos que fortaleçam a empatia entre a equipe. “A empresa precisa achar mecanismos para desenvolver o sentido de cooperação e para fazer com que as pessoas percebam a importância da união.”
Hammes ressalva que a competitividade não precisa ser vista como um problema nesse contexto. “O ambiente de
competição pode ajudar também a contribuir para a melho-ria, na medida em que se permite estabelecer um campo de cooperação.” As associações federativas e cooperativas são um exemplo disso.
Criar espaços para reflexão e até mesmo para relaxar (ou meditar) no ambiente de trabalho é uma tendência nas maiores empresas e têm ajudado profissionais a estabelece-rem melhores relações. “Grandes organizações criam espaços de desenvolvimento de qualidades adicionais, como esporte, arte, cultura e atividades espirituais como a meditação e o próprio relaxamento, que podem contribuir para que as pes-soas se reconheçam como indivíduos”, pontua o especialista.
Felicidade Interna Bruta (FIB) é um indicador sis-têmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia, em 1972. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desen-volvimento (Pnud), começou a colocar esse conceito em prática e atraiu a atenção do mundo com sua fór-mula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas. As nove dimensões do FIB tam-bém podem servir de parâmetro para melhorar o am-biente de trabalho da sua empresa:1. Bem-estar psicológico – avalia o grau de satisfação e de
otimismo de cada indivíduo em relação a sua própria vida
2. Saúde – Mede a eficácia das políticas de saúde, com crité-
rios como autoavaliação do sono e nutrição, entre outros
3. Uso do tempo – a gestão equilibrada do tempo é
avaliada, incluindo tempo no trânsito, no trabalho, etc
4. Vitalidade comunitária – examina o nível de confiança, a
sensação de pertencimento, segurança, voluntariado, etc
5. Educação – leva em conta fatores como participação em
educação formal e informal e competências, entre outros
6. Cultura – Observa as tradições locais, festivas e
oportunidades de desenvolver capacidades artísticas
7. Meio ambiente – Os indicadores incluem acesso a áreas
verdes, sistema de coleta de lixo, poluição sonora, entre outros
8. Governança – acompanha como a população enxerga
governo, mídia, sistema eleitoral, segurança e transparência
9. Padrão de vida – considera a renda individual e familiar,
nível de dívidas e qualidade das habitações, entro outros
especial
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Caminho para o suCesso
finanCeiro
estão econômica bem-sucedida é sinônimo de
crescimento e boas perspectivas para o futuro, o cenário
ideal para qualquer empresário. para chegar a esse
patamar, no entanto, é preciso seguir a cartilha das boas
práticas no controle das finanças
Gvocê sempre terá de ter
um olhar atento à gestão para impulsioná-la. Isso parece algo óbvio, e é, mas dominar todos os aspectos necessários para a manutenção e crescimento da organização não é tarefa tão simples assim. É comum que o empreendedor tenha um foco voltado para o negócio em si, controlando com maior rigor o produto ou serviço com o qual trabalha. Aos poucos, no en-tanto, outras demandas vão surgindo. É natural que venha, na sequência, a preocupação com as pessoas. Afinal, elas são responsáveis por fazer as coisas acontecerem, mas, também, por encantarem clientes. Surge a necessidade de preparar,
texto Marina Schmidt
imagem de abertura ©iStock.com/ktsimage
Não iMportaM o raMo ou o taMaNho da Sua eMpreSa,
Finança
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Finanças
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motivar e recompensar o quadro funcional para que lá na ponta o atendimento seja o melhor possível. E, mesmo assim, sempre será possível melhorá-lo. Dessa forma, o direciona-mento do empresário, sobretudo nos pequenos negócios, volta-se quase que exclusivamente para esses dois aspectos. O controle financeiro frequentemente é relegado a um ges-tor que cuidará apenas disso e, não raro, estará focado em realizar rotinas financeiras diárias.
Assim, cria-se uma brecha no elemento fundamental para o negócio: o planejamento. E para planejar não existe outro caminho: é preciso focar nas finanças. Por mais im-
portantes que sejam o produto e as pessoas, é a sustentabi-lidade econômica que viabiliza tudo. E muitas vezes é tam-bém o dinheiro, ou a falta dele, que emperra os negócios.
No coNtrole
Para o assessor de economia do Grupo Villela Consultoria Empresarial, Ricardo Munzert, a principal falha na condução financeira de uma empresa é a ausência de controles. “Os em-presários, especialmente nas organizações de menor porte, ge-ralmente nem pensam nisso.” Para agravar ainda mais a situa-
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ção, muitas vezes os empresários têm ferramentas que geram bons relatórios, mas falta acompanhar esses indicadores. “Tem que ter alguém na empresa que acompanhe”, orienta. O pro-fissional mais capacitado para fazer essa análise muitas vezes está de fora da situação, e um controller ou um contador podem fazer esse acompanhamento. “O gerente financeiro pratica as atividades do dia a dia e nem sempre consegue ter esse olhar”, explica o assessor. “A contabilidade é um sistema de controle, mas muitas vezes o gestor não olha para esse aspecto.”
Contar com a colaboração de um bom contador, que gere informações estratégicas e as repasse para o empresá-rio, não é o suficiente. Munzert reforça que o gestor precisa acompanhar esse trabalho e usar as informações geradas para fazer as melhores escolhas para o seu negócio.
Gastos ocultos
Pessoal, matéria-prima, energia elétrica e tributos. Não é tão difícil identificar as principais despesas da empresa. O cálculo efetivo dos gastos, no entanto, vai muito além disso. Inúmeros fatores levam a organização a elevar os custos sem que os gestores se deem conta. São os chamados gastos ocul-tos, que, na maioria das vezes, revelam situações em que as perdas são, no fundo, relacionadas à falta de eficiência.
O economista Ricardo Munzert exemplifica o retra-balho como um dos principais custos não contabilizados pelas empresas. “É uma condição em que se deixa de apro-veitar mão de obra e material já disponíveis.” O que leva a equipe a refazer uma atividade muitas vezes são erros de comunicação, estabelece. Portanto, é importante acompa-nhar o que tem levado as pessoas a refazerem tarefas para sanar o problema.
Tempo é outro elemento que muitas vezes deixa de en-trar na conta dos gastos. “Se tem uma pessoa levando duas horas para o que poderia fazer em uma hora é terrível para a empresa.” Embora esses pareçam erros inerentes às ativi-dades dos funcionários, muitas vezes a gestão tem respon-sabilidade sobre essas falhas.
A ausência de treinamento é uma das razões que, por exemplo, levam ao retrabalho ou ao fato de um trabalho ser realizado em maior prazo do que o previsto. Munzert expli-ca que é comum a empresa deixar de investir em treinamen-to, visto como um custo, mas o ganho em eficiência pode ser considerável quando minimiza a ocorrência de erros. “Abrir mão do treinamento pode sair mais caro.”
Outra condição que leva à elevação de gastos nem sem-pre notados é a rotatividade de pessoal, o chamado turnover, que também pode ter relação com escolhas da gestão. “O funcionário quer ficar em uma empresa onde vê perspecti-va, metas e planos de carreira. Quando demora para decidir sobre um modelo mais atrativo, a própria gestão, às vezes, ocasiona o alto turnover.”
Muitas vezes, a falta de atratividade gera desmotivação, que, mesmo quando não resulta em saída imediata do em-pregado, provoca situações como as citadas acima, de erros que levam ao retrabalho ou de tempo prolongado para o cumprimento de determinada tarefa. Quando acaba em tur-nover, a empresa terá gasto não só com a saída e a reposição do funcionário, mas com todo trabalho despendido com a
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Hoje em dia os empresários querem ter uma empresa para ficarem ricos, mas não pensam em deixar a empresa rica. Sempre
aconselho a fazer com que a empresa fique
rica, porque todo mundo ganha com isso.
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ricardo MuNzert
economista
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seleção e treinamento. Pode levar meses para que o novo integrante esteja produzindo no nível desejado.
O tempo gasto com reunião também pode gerar os gas-tos ocultos, principalmente se o encontro demorar um tur-no inteiro ou se o assunto ficar disperso. “A reunião tem que ser bem organizada, tendo definido tempo geral e tempo de fala de cada um”, orienta Munzert. O conselho do economis-ta é que a reunião seja agendada com antecedência e que o assunto seja repassado aos participantes, que devem saber também quanto tempo terão para falar. Dessa forma, reduz-se o tempo e mantém-se o foco nas prioridades. O mais inte-ressante é que não é preciso gastar um centavo para melho-rar a eficiência de uma reunião.
A qualidade do produto ou do serviço é outro aspecto para o qual a gestão da empresa tem que estar atenta. Isso engloba desde cumprir com as expectativas dos clientes até a minimi-zar falhas e atrasos. “O nível da qualidade é importante por-que pode gerar a perda de clientes ou deixar de conquistar novos clientes. Isso aumenta bastante o gasto da empresa, porque ela vai deixar de aumentar o faturamento.”
o seu preço
Conhecendo todos os seus custos, de ponta a ponta, é possível avaliar o preço repassado ao cliente. Essa é uma eta-pa muito importante em que é preciso tomar cuidado para manter-se competitivo no mercado, mas também é preciso
critério para não sair perdendo direito. “É fundamental le-vantar todos os custos e despesas, diretas e indiretas. Não é só a matéria-prima: custo de produção, gastos indiretos para manter a administração do negócio e a margem de lu-cro (justa) que a empresa necessita também precisam ser considerados”, orienta Munzert.
O economista avalia que muitas vezes as empresas de menor porte acabam reduzindo preços para competir com organizações maiores e que conseguem fazer preços meno-res por adquirirem grande quantidade de matéria-prima, por exemplo. Essa é uma condição que pode inviabilizar os negócios em longo prazo. Por outro lado, é difícil manter-se no mercado cobrando o valor justo. A solução para o impas-se é “agregar em diferencial”, sugere.
Ou seja, é preciso defender o seu preço. E mostrar que um valor a mais no seu negócio é um caminho possível. Ou-tra saída é formar parcerias para obter ganho de escala. Jun-tar-se a outras empresas, mesmo que não sejam do mesmo ramo, para comprar materiais em maior quantidade é uma opção para reduzir custos. “É muito interessante quando se consegue fazer isso, porque diminui efetivamente o custo.”
Fluxo de caixa
Depois de identificar todos os custos e estabelecer preço e perspectivas de ganho é possível acompanhar de maneira mais eficiente o seu fluxo de caixa. Basta definir quais são as despe-
reunião precisa
ter foco e prazo
definido para não
comprometer o
tempo de produção
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especial
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sas e os rendimentos para ver o que sobra no final. Fácil? Sim, mas não para por aí.
O fluxo de caixa é uma das ferramentas mais simples para controle financeiro das empresas, independentemente do ta-manho. É fácil contabilizar as receitas usando a antiga e fun-cional conta que faz a diferença entre o que entra e o que sai. Ainda assim, o fluxo de caixa pode ser usado incorretamente. O problema não ocorre no cálculo equivocado, que pode ser feito e refeito na calculadora. E sim na ausência de perspectiva.
Muito usado por empreendedores de empresas de me-nor porte, o cálculo precisa ser feito observando não só um período em questão. O economista Ricardo Munzert orienta para a importância de fazer um provisionamento. “Se eu só trabalho com regime de caixa e vendo a prazo, recebendo em 60 dias e pagando em 90 dias, preciso projetar as despe-sas para os meses seguintes para não sofrer com descontro-les lá na frente ou com sazonalidades.”
reserva para iNvestir
Os rendimentos da empresa vão bem, obrigado. E agora? Aí, sim, mais do que nunca, é preciso planejamento. “Hoje em dia os empresários querem ter uma empresa para ficarem ri-cos, mas não pensam em deixar a empresa rica. Sempre acon-selho a fazer com que a empresa fique rica, porque todo mun-do ganha com isso”, salienta o economista Ricardo Munzert.
A dica valiosa é seguir o que está definido no contrato social da empresa. A destinação ideal para os rendimentos é que um percentual entre 20% a 30% dos resultados seja dividido entre sócios, ficando o restante para a empresa. “Se reservar 75% para aumentar o giro, é possível ampliar a capacidade para conquistar novos clientes. Isso leva a um aumento do faturamento com o tempo.” Essa reserva deve ser sempre investida na empresa. Quando não é possível ampliar a base de clientes, a saída pode ser diversificar o ne-gócio. A perspectiva de crescimento tem que estar no cerne da escolha para o investimento.
reGiMe tributário
A margem de lucro da empresa é determinante para a esco-lha do regime tributário. Observar todos os aspectos anteriores para fazer a melhor opção é determinante para obter menor custo com impostos, que muitas vezes podem levar a empresa a desembolsar valores mesmo estando no prejuízo. “O Simples sempre vai ser interessante, porque é bem mais fácil de cal-cular, mas só serve para um faturamento baixo”, sustenta Ricardo Munzert. A diferença entre lucro real e lucro pre-sumido vai ser determinada pela perspectiva de lucro da empresa. “Muitas empresas estão trabalhando no prejuízo e continuam pagando imposto de renda porque estão no mo-delo presumido.” É uma condição em que não seria neces-sário pagar o imposto se a empresa estivesse no lucro real, que no caso em questão não foi obtido. A avaliação deve ser realizada com apoio de um contador ou auditor e pode ser feita com base na realidade do ano anterior.
coNta No verMelho
As empresas que estão enfrentando problemas financei-ros precisam estar atentas para a razão que levou a conta a ficar no vermelho, orienta Munzert. “Se o endividamento com banco está elevado e isso está levando aos problemas, o ideal é recorrer à negociação com os bancos”, orienta.
Em outras situações, a empresa pode estar operando no vermelho por conta da estrutura de pagamentos muito alongada, situação que é possível reverter com mudanças
Principal erro no fluxo de caixa é
não fazer um provisionamento para
os meses seguintes
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Finanças
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simples a fim de retomar a margem de lucro. Em outros ca-sos, opera-se com perda por conta do custo. Nesse caso, é imprescindível rever custos e preços.
O que não é possível fazer e não trará solução em longo prazo é adotar uma medida paliativa, que pode até minimi-zar os efeitos que levam ao prejuízo, mas que não sustentará a situação melhor por muito mais tempo.
base para o cresciMeNto
O mestre em Administração Financeira pela FGV e pre-sidente do Grupo AfixCode, Orlando Oda, compara o desen-volvimento empresarial ao de uma árvore para mostrar a importância de construir um bom alicerce para o negócio. “A base não é visível, assim como a raiz de uma árvore. A raiz fica dentro da terra, extrai os nutrientes e dá vida à ár-vore para produzir frutos. Se plantar uma árvore sem raiz, em pouco tempo ela acaba morrendo. É o que acontece com 75% das empresas que abrem e fecham as portas antes de completar os cinco anos de vida.”
Entre as explicações para justificar o fracasso, o admi-nistrador comenta que as causas mais citadas são falta de planejamento, inabilidade no trato com os clientes, descon-trole financeiro e falta de conhecimento, entre outras. “To-dos esses fatores apontados são as partes visíveis. É como uma árvore plantada sem raiz ou que não foi plantada ade-quadamente. Permanece viva por muito pouco tempo.”
A parte que passa despercebida, esclarece Oda, é a base do negócio e deve ser observada antes mesmo do planeja-mento e da questão financeira. “A base da empresa é a raiz que sustenta e nutre sua saúde física e financeira. Pode ser percebida como confiança e credibilidade, mas não é visí-vel. No dia da tempestade o que mantém a árvore não é o seu tronco forte. É a raiz que dá a fixação. Da mesma forma, o que mantém viva uma empresa ou um indivíduo no dia do vendaval é a confiança, a credibilidade, o apoio das pes-soas.” Definir valores e princípios é o primeiro passo para suplantar o desenvolvimento do negócio com crescimento econômico. “A base da sustentação de um negócio são os seus princípios e valores ocultos. Qual é a missão da empre-sa? Com certeza não é só ganhar dinheiro sem nada dar em troca. A base da prosperidade é a geração da riqueza.” Con-solidado o caminho que a sua empresa irá seguir, é preciso planejar bem os próximos passos.
O CEO da desenvolvedora de software Asaas, Die-go Contezini, sugere um check-list da gestão financeira empresarial, elencando dicas importantes para auxiliar no gerenciamento de pequenos empreendimentos:
alfabetização Financeira – É importante conhecer bem
conceitos como fluxo de caixa, livro-caixa, as siglas dos
impostos, estoque, logística, gestão e outros. É fundamental
saber interpretá-los. portanto, vá em busca de livros, palestras,
cursos para empreendedores, converse com quem já está no
mercado para adquirir essa bagagem.
Separe as contas pessoais e empresariais – essa ideia é
primordial. Lembre que não é porque você é um pequeno
empresário que pode usar apenas uma conta para
movimentação financeira. defina previamente qual será o
capital de giro, de quanto serão os investimentos no próprio
negócio e qual será o seu pró-labore. dessa forma, você terá
o dinheiro que a empresa precisa no início, representado por
investimentos iniciais, e o que você precisa para viver. Faça
seu orçamento pessoal e jamais pense em cobrir despesas
domésticas, emergenciais ou de lazer com o dinheiro da sua
empresa. Você não sabe como poderá recuperá-lo e ele
fará falta. da mesma forma, não retire dinheiro da poupança
pessoal, por exemplo, para cobrir custos empresariais.
gaste no que for realmente importante – Se você já conta
com espaço físico e alguns funcionários, além dos salários, é
preciso pagar contas de luz, água, manutenção de alguns itens
e fazer compras. assim, incentive que sua equipe fique de olho
para evitar o desperdício. Fechar bem as torneiras, usar o papel-
toalha de forma consciente, tomar o café em canecas em
vez do copo descartável, não deixar lâmpadas e ventiladores
ligados em salas vazias são algumas ações básicas, mas que
se somadas fazem grande diferença no caixa.
tenha um contador confiável – Mesmo que seu regime de
impostos seja o Simples Nacional, por exemplo, você não
deve fazer essa escolha sozinho e nem se sobrecarregar com
os assuntos relativos a isso. escolha uma boa empresa de
contabilidade e trabalhe sempre junto a esse profissional.
use tecnologias que otimizem a gestão – ainda que os
cálculos pareçam fáceis, tomar nota deles e integrá-los não é
tão simples. para isso, folhas e tabelas de excel podem deixá-lo
confuso. assim, use um sistema online de gestão empresarial
para anotar todas as movimentações financeiras. além de
armazenar com segurança os dados da empresa, ele é
atualizado em tempo real e ajuda você a emitir notas fiscais.
No caMiNho certo
saiba
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mais
Gestão / Foco nos resultadosCompanhias privadas e públicas do mundo todo têm adotado uma ferra-menta mais eficaz de administração: a gestão orientada para resultados. A proposta desse método é criar uma cultura organizacional da empresa di-ferenciada, sem preocupação excessiva com os procedimentos. O adminis-trador de empresas e sócio-fundador da Goakira, consultoria empresarial especializada em franquias e varejo, Diego Simioni, indica o passo a passo para implantação do método:
estratégia – É preciso definir missões e valores da empresa, fatores críticos
de sucesso, objetivos estratégicos e operacionais. Para isso, é preciso fa-
zer uma análise minuciosa dos negócios, produtos, serviços, concorrentes
e público-alvo.
Indicadores de rotina – Para acompanhar o desempenho e a efetividade
das ações e do trabalho da equipe, é preciso criar indicadores de rotina. Es-
ses são, basicamente, um conjunto de informações mensuráveis capazes de
avaliar o desempenho quantitativo e qualitativo de um profissional, de uma
equipe ou de toda a organização.
Capacitação da equipe – Se a gestão de resultados não é obcecada com
os horários, ela, ao mesmo tempo, demanda que todos os profissionais este-
jam extremamente focados em atingir as metas esperadas. Não custa nada
lembrar que o comprometimento no trabalho não está diretamente ligado à
carga horária, mas sim ao cumprimento de tarefas.
estabilização – Conseguiu atingir as metas? Ótimo, mas o trabalho não aca-
ba aí. É preciso estabilizar os resultados. A equipe deve estar focada em
mantê-lo ou superá-lo. Não pode esquecer e abrir mão, caso contrário, todo
o trabalho terá sido em vão.
mais & menos
CoPA Do MUNDoA Copa do Mundo FIFA Brasil 2014
deve somar cerca de R$ 30 bilhões à economia brasileira,
segundo pesquisa da Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas
(FIPE) encomendada pelo
Ministério do Turismo.
DINHeIRoSegundo o Banco Central, 51%
dos trabalhadores brasileiros
recebem seus salários em dinheiro.
O número é menor do que o que foi
identificado na última pesquisa
do tipo, realizada pela entidade em
2010, e que identificou que
55% dos brasileiros eram
remunerados em espécie.
CoMÉRCIo eXteRIoROs custos das empresas com
exportações e importações vão
sofrer, no médio prazo, redução
de R$ 50 bilhões, com
a utilização do portal Único de
Comércio Exterior, lançado em maio
pelo governo federal. A projeção é
do secretário-executivo do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Ricardo Schaefer.
IMPostosOs brasileiros pagaram
R$ 802,63 bilhões em
tributos no primeiro semestre deste
ano. Com o valor arrecadado
entre janeiro e junho seria possível
fornecer cestas básicas para
toda a população brasileira
por 13 meses.
PeRsPeCtIvA / otimismo à brasileirao brasileiro continua a ser o povo com mais confiança no futuro. É o que aponta a pesquisa do Instituto Gallup World Poll. Com nota 8,8, numa escala
de 0 a 10, o Brasil vol-tou a liderar o ranking, pelo oitavo ano conse-cutivo. A mesma pes-quisa, realizada em 138 países, constata que na hora de ava-liar sua vida atual e as condições oferecidas pelo país, o brasileiro se dá nota 7,1.
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teCNoloGIA / oásIs URbANo
Toda grande cidade tem carros,
pessoas e muito barulho. A vida
atribulada nos grandes centros
é sempre lembrada por essas
características, em geral. Mas toda
grande cidade também tem espaços
que fogem a essa lógica. Nem
sempre os locais mais tranquilos das
cidades vêm à mente dos moradores,
trabalhadores e visitantes, mas eles
existem. Pensando em facilitar a fuga
do caos urbano, o projeto Stereopublic
desenvolveu um site e um aplicativo
para celular que indica os pontos mais
calmos dos centros urbanos.
Quem indica os caminhos são os
próprios usuários do programa, que
colaborativamente constroem um
mapa de tranquilidade da cidade,
facilitando o acesso aos ambientes que
permitem momentos para relaxar.
O aplicativo está disponível apenas
para aparelhos com sistema iOS, mas
pelo site (stereopublic.net) é possível
encontrar o seu cantinho de paz e até
sugeri-lo como opção.
tRAbAlHo / a Favor da mobilidadeMenos poluentes e ocupando espaço menor nas grandes ci-dades, as bicicletas têm se consagrado como meio de trans-porte sustentável que, além de todos esses benefícios, favo-rece a saúde. No mundo todo a tendência de recorrer às bikes tem se mostrado promissora para diminuir o trânsito, mas ainda está longe do ideal.Uma iniciativa do governo francês quer acelerar esse proces-so. A ideia é remunerar trabalhadores que optam pela bici-cleta como meio de locomoção da casa para o trabalho. Em fase de experimentação, a iniciativa contempla 20 empresas, que juntas empregam aproximadamente 10 mil pessoas. Os funcionários recebem € 0,25 (cerca de R$ 0,77) por quilôme-tro rodado. O governo da França pretende aumentar em 50% o uso da bicicleta como meio de transporte e deve ampliar o projeto após a fase de teste.
CARReIRA / mais tempoos executivos brasileiros não estão satisfeitos com a distribuição do tem-po para cada tarefa. Segundo a Pesquisa Empresa dos Sonhos dos Execu-tivos, realizada recentemente pela consultoria DMRH em parceria com a Nextview People, as atividades diárias dos entrevistados são divididas da seguinte maneira: 36% do tempo para trabalho e carreira; 20% descanso; 14% família; 8% lazer; 8% educação; 7% saúde, e 7% autoconhecimento.O estudo, realizado com mais de 4,5 mil empresários, presidentes, di-retores e gerentes seniores, de todos os setores da economia de todo o Brasil, constatou que 77% deles diminuiriam o tempo dedicado ao tra-balho e 80% aumentariam o tempo dedicado à família. Atividades físicas e cuidados com a saúde também foram citados como quesitos aos quais gostariam de dedicar uma parcela maior do dia (76%).
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nidades sesc de saúde
Preventiva fornecem
atendimentos gratuitos na
área de média comPlexidade,
reduzindo demandas
rePrimidas no estado
Ude forma pioneira no
Brasil, o projeto itinerante de Unidades de Saúde Preventi-va. Nesse período, mais de 26 cidades e 37 mil pessoas foram beneficiadas com exames e atendimentos gratuitos. Com a se-gunda carreta, inaugurada em maio, a capacidade de redução de demandas reprimidas na média complexidade duplicou, embora haja mais de 30 municípios interessados com pedidos em aberto. Capela de Santana e Caiçara receberão as equipes no final de julho, sucedendo Cachoeira do Sul e Sapiranga.
Segundo a gerente de Saúde do Sesc, Mari Estela Kenner, as pesquisas de satisfação indicam que a aceitação ao projeto supe-ra 95%. “As pessoas são muito agradecidas, pois na maioria das vezes aguardavam os exames por muito tempo, principalmente
QUatro anos se passaram desde QUe o sistema Fecomércio-rs/sesc lançoU,
Nova carreta duplica exames
gratuitos
Fotos: catiucia ruas/sesc-rs
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Fórum SeSc diScute educação integral o sistema
Fecomércio-rs/sesc realiza o Fórum sesc de educação
no dia 24 de julho, em porto alegre. o tema central dos
debates é Educação Integral: Desafios Contemporâneos
e o objetivo do evento é promover uma discussão
aprofundada sobre a educação integral e seus impactos
na sociedade contemporânea, estabelecendo uma
conexão entre as teorias e práticas desenvolvidas na
área e suas relações com as ações desenvolvidas pela
entidade. entre as atrações, destacam-se a participação
do professor José pacheco, conhecido mundialmente
pelo trabalho desenvolvido na escola da ponte (portugal)
e pelo projeto Âncora (Brasil), e do professor altino José
martins Filho, estudioso na área da educação, com
ênfase na discussão de temas como cotidianos e
docência na educação infantil.
22/agoPorto alegre recebe mostra Sonora Brasil Sesc o projeto apresenta o tema Tambores e Batuques. a
banda gaúcha alabê Ôni (que se dedica à recuperação
da história do tambor de sopapo) abrirá a mostra no
dia 22, com show às 19h, no teatro do sesc. outras
apresentações estão marcadas para os dias 23, 24 e 25.
ageNda de eveNtos
SeSc tramandaí receBe melhoriaS as instalações da
Unidade operacional do sesc tramandaí (rua Barão do
rio Branco, 69) receberam melhorias, que foram apresen-
tadas aos empresários e trabalhadores do comércio no
dia 24 de junho. Houve ampliação da sala multiúso (audi-
tório), na cobertura do prédio, que passa a ter capacida-
de para 114 pessoas. o sesc tramandaí conta, também,
com escola de educação infantil, consultório odontoló-
gico, academia de musculação e ginástica, além de
desenvolver o programa sesc maturidade ativa.
nas localidades menores, onde a rede de atenção básica é boa, mas a área de diagnóstico especializado apresenta carências. Sabemos do valor da prevenção e que a descoberta de doenças em estágio inicial melhora a expectativa de cura”, comenta.
As Unidades Móveis são equipadas com aparelhos que permitem a realização de diversos exames, como mamogra-fias e ultrassom (sob prescrição médica), citopatológicos de colo de útero, exames oftalmológicos e os Passaportes para a Saúde (colesterol, triglicerídeos, diabetes, hipertensão e ele-trocardiogramas). Também estão inseridos no projeto tes-tes de dependência à nicotina e orientações para estimular fumantes a abandonar o uso do cigarro.
As carretas permanecem 45 dias em cada uma das sete cidades escolhidas para 2014 e realizam exames durante 30 dias úteis. Elas têm uma capacidade instalada de 1.500 exames e contam com uma equipe de enfermeira e técnicos de enfermagem e de radiologia vinculados ao Sesc, além de um oftalmologista, um radiologista e um ultrassonografista contratados. Os municípios são escolhidos com base em ins-crições prévias, por ordem de entrada, obedecendo também a critérios de logística. A estrutura principal apresenta sala de mamografia, consultório oftalmológico, sala de exames, sanitário adaptado para pessoas com deficiência (PCD), con-sultório de ginecologia, ecografia e eletrocardiografia.
A preocupação do Sesc com a saúde não é nova. Desde sua criação, diversos projetos já foram desenvolvidos nessa área, priorizando essencialmente a ação preventiva e o estímulo aos hábitos saudáveis no dia a dia. “No caso das unidades itineran-tes, metade dos pacientes é composta por comerciários e seus dependentes, e a outra é encaminhada por meio de parcerias com as secretarias municipais de Saúde, ou seja, é formada pelo público em geral”, diz Mari Estela. “A mamografia e o ultras-som exigem prescrição médica para sua realização, daí a neces-sidade de nos aliarmos ao poder público, parcerio importante para dar seguimento aos tratamentos quando necessário.”
10/agoetapa torres do circuito Sesc de corridas
o município de torres, no litoral norte, realiza o
circuito sesc de corridas no dia 10 de agosto. as
inscrições podem ser realizadas junto ao site www.sesc-
rs.com.br/circuitodecorridas e se encerram sempre às
18h da quinta-feira que antecede o evento.
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GESTÃO
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uma ferramenta quase indispensável em determinados âmbitos do mundo empre-sarial, pois trazem a segurança jurídica muitas vezes essen-cial às transações. Eles são frequentemente utilizados em negociações entre instituições financeiras, indústria farma-cêutica e no setor de tecnologia. No acordo, as partes sig-natárias concordam em não propagar nem tentar usar ou se beneficiar de qualquer informação divulgada em virtude do termo. Todo escopo negocial de um projeto, contrato ou empreendimento com declaração formal de confidenciali-dade deve ter seu sigilo guardado pelas partes envolvidas por prazo a ser estipulado, sob pena de indenização.
Mestre em Propriedade Intelectual pela George Washing-ton University, o advogado Benny Spiewak, da Zancaner, Cos-ta, Bastos e Spiewak Advogados, tem três regras de ouro para esse termo: especificar bem o que se deseja proteger, como será feita a proteção e o que será divulgado entre as partes. “Nós aconselhamos o contrato de confidencialidade somen-te quando há uma informação extremamente valiosa e que por conta de uma relação comercial o outro lado precisa, de fato, conhecê-la.” O advogado Jorge Cesa, do escritório Sou-to Correa, Cesa, Lummertz e Amaral Advogados, acrescenta ainda a atenção às condições admitidas para a revelação da informação confidencial, e o período dentro do qual a con-fidencialidade passa a ser obrigatória mesmo após findo o contrato ou a relação.
OS cOntratOS de cOnfidencialidade tOrnaraM-Se
s contratos de
confidencialidade
e de exclusividade são importantes
instrumentos de proteção a qualquer
empreendimento. saiba em que situações
eles são necessários
OSIGILO e parcerIa
excLuSIva
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no caso dos contratos de confidencialidade, o problema
mais comum é a dificuldade de recuperação do dano
diante da violação. como provar que uma das partes vazou
informações? a falta de rastreabilidade cria entraves no Poder
Judiciário. “a Justiça brasileira tem dificuldade de quantificar o
dano. O brasileiro fala muito, assina mas não vive o que está
assinado, existe uma situação no papel e outra na prática”,
explica Spiewak.
O advogado Jorge cesa sugere a pré-mensuração mínima
dos danos para constar no acordo, de modo a evitar
dificuldades de mensuração. isso não impede uma das
partes de exigir valores maiores no tribunal, mas ela terá de
apresentar evidências para isso.
nos contratos de exclusividade, nem todos os produtos se
enquadram nas regras, como no caso do ramo farmacêutico.
a Justiça impõe limites. “É preciso cuidado, pois com
frequência essas questões têm de passar pelo conselho
administrativo de defesa econômica (cade). não se pode
ferir a livre circulação econômica ou a livre concorrência”,
pondera cesa. reservas de mercado não são admitidas.
atençãO àS armadILhaS:
divulgação/Via nova
De acordo com os especialistas, na ocorrência de contra-tos envolvendo fase de negociação prévia, o termo de con-fidencialidade é vantajoso. Com muita frequência, a presta-ção de determinados serviços envolve trocas de informações valiosas para ambas as partes. Outra situação recomendada envolve as terceirizações de setores com íntima vinculação à empresa contratante, como a Tecnologia da Informação ou o gerenciamento de Recursos Humanos. “Existem deter-minadas situações em que isso é a essência do jogo: quando temos venda de participação societária”, afirma Cesa.
ExclusividadE
Os contratos de exclusividade são utilizados, em geral, quando uma das partes acordantes dispõe-se a abrir mão de uma fatia maior do mercado em troca de vantagens compe-titivas ou preço diferenciado. “No ramo de cosméticos, ali-mentação ou papelaria, áreas de consumo rápido, é comum que uma empresa, loja ou rede invista no lançamento de um novo produto de algum fabricante, para o qual pede exclusi-vidade na venda”, observa Spiewak. No comércio, o termo é estratégico e possibilita que a margem de lucro aumente, ao passo em que o preço de uma determinada mercadoria seja reduzido para o consumidor. Há termos com o mesmo teor para a prestação de serviços e contratos de trabalho tam-bém, de modo a valorizar talentos e proteger ativos.
O técnico em transações imobiliárias Gilberto Sabino Markoski, proprietário da imobiliária Via Nova, em Porto Alegre, faz uso dos contratos de exclusividade para venda e aluguel de imóveis há 25 anos. A prática só lhe trouxe van-tagens. “No início de minha atividade, eu firmava acordos verbais para a venda, mas a palavra dada não era cumprida pelos donos das moradias e enfrentava leilões na concor-rência. Gastava gasolina, telefone e perdia tempo, negócios, minha comissão e o dinheiro de anúncios nos classificados”, lamenta. Com contratos assinados, isso acabou.
A empresa tem exclusividade em todos os seus aluguéis e para a venda de metade dos imóveis de sua cartela. O ter-mo protege a empresa nos casos de rompimento do acordo ou desistência da transação no prazo de vigência (180 dias), e também prevê ressarcimento da comissão se depois de vencido o contrato for efetivado negócio com adquirente
apresentado pela intermediária. A outra metade à venda é também negociada por outras concorrentes, mas, em casos assim, a Via Nova não publica anúncios e limita-se a fixar placas nas janelas e grades dos prédios e casas. “A exclusivi-dade dá credibilidade ao imóvel e evita que seja feita qual-quer proposta por ele, e ainda garante o empenho total da imobiliária na procura por compradores”, diz.
Sabino, da
Imobiliária
Via Nova:
exclusividade
garante empenho
total na venda
do imóvel
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seNAC
de educação profissional das Américas. Promo-vido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o torneio acontece a cada dois anos. Estudantes de cursos técnicos e de formação profissional do Senai e do Senac participam. Nas disputas, eles são desafiados a executar tarefas do dia a dia das empresas, dentro de pra-zos e padrões internacionais de qualidade. Vence quem alcançar as melhores notas nos dias de provas.
O Senac-RS vem realizando seletivas para a oitava edi-ção da Olimíada do Conhecimento. Entre os dias 9 e 11 de junho, na Faculdade Senac Porto Alegre, Priscila Pena, de Bento Gonçalves, foi selecionada na ocupação Serviço de Restaurante. Ela foi treinada por Ailton Boni e concor-reu com o aluno Daniel Rodrigues, de Caxias do Sul. Con-forme o professor Edison Dias, foi uma disputa de muita técnica, com candidatos muito bem preparados: “Os dois competidores estavam em alto nível.”
Nos dias 16 e 17 do mesmo mês, no Senac Canoas, ocor-reu a seletiva da modalidade Estética e Bem-Estar, que entra pela primeira vez na Olimpíada. Duas alunas da própria uni-dade, treinadas por Marcia Warken, disputaram. A vencedo-ra foi Luana Leite. “Estou ansiosa para que a próxima etapa chegue logo, mas tranquila em relação às provas”, diz a es-tudante, que escolheu a área da estética como um caminho natural, já que mãe e avó também atuam no ramo.
A OlimpíAdA dO COnheCimentO é A mAiOr COmpetiçãO
Foto
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lunos do senac-Rs
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paRa disputaR a olimpíada do
conhecimento, que testa a foRmação
pRofissional dos jovens
AHabilidades à prova
Priscila Pena, de Bento Gonçalves, da ocupação
Serviço e Restaurante, representará o Estado
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DocEntE Do SEnac tRamanDaí SERá inStRutoR DE
cuRSoS noS Eua O professor leandro Balbinot, do
Senac tramandaí, embarcou no início do mês para
mais uma jornada de estudos nos estados Unidos.
O coordenador do curso técnico em Segurança
do trabalho da Unidade tem como destino a texas
A&m University, onde já participou de diversos cursos
de capacitação. este ano, Balbinot será instrutor
convidado dos intensivos de verão na 48ª Spanish
Fire School (escola para Bombeiros em espanhol),
na universidade. O curso técnico em Segurança do
trabalho capacita para investigar e analisar acidentes,
além de recomendar medidas de prevenção e
controle de riscos. informações: (51) 3661-5674.
SEnac canoaS aBRE inScRiçõES PaRa cuRSo inéDi-
to O Senac Canoas está com inscrições abertas para
um novo curso: técnico em modelagem e Vestuário.
esse profissional influencia diretamente na qualidade
do produto, pois é ele que idealiza os modelos criados
pelos designers de moda. O curso, com carga horária
de 800 horas, terá aulas de segunda a sexta-feira, das
19h às 22h, na Unidade (rua mathias Velho, 255). parti-
cipantes devem ter no mínimo 16 anos e ensino médio
completo, ou 3º ano em andamento. informações:
(51) 3476-7222 ou www.senacrs.com.br/canoas.
agenda de eventos
Potencial gaúcho
O desempenho dos jovens na Olimpíada do Conhecimento forma um conjunto de indicadores que apontam tendências tecnológicas e mudanças nos perfis profissionais. A competi-ção não é apenas um incentivo à dedicação dos estudantes, mas uma maneira de avaliar a qualidade da educação oferecida pe-las entidades. Desde 2008, quando o Rio Grande do Sul começou a participar do torneio, os alunos do Senac-RS figuram entre os vencedores. “É um momento em que se colocam à mostra todas as competências educacionais e todo o trabalho que o Senac-RS desenvolve em sala de aula”, explica Ursula Juliane Silva, coordenadora regional da Olimpíada do Conhecimento junto ao Núcleo de Educação Profissional do Senac-RS. Ela credita o bom desempenho ao esforço coletivo das equipes – psicólogos, nutricionistas e outros profissionais que orientam os treina-dores na preparação para as provas. “Foi o aluno que escolheu sua área de atuação. Nós apenas trabalhamos para desenvolver nele o que desenvolvemos com todos os estudantes”, lembra.
A 8ª Olimpíada do Conhecimento acontece de 3 a 6 de se-tembro, em Belo Horizonte. A delegação do Rio Grande do Sul será composta por 11 pessoas, entre avaliadores, competido-res, treinadores e chefes de oficinas. Os ganhadores do torneio nacional formarão a delegação brasileira da WorldSkills 2015, competição com jovens do mundo inteiro, que acontece em São Paulo, no mês de agosto.
18/Jul a 03/agoFenakiwi 2014
o senac Farroupilha estará presente no parque
Cinquentenário para oferecer serviços na área
de beleza – maquiagem, penteados e manicure
–, agendados na hora. também haverá oficinas
diversas, com vagas limitadas. a feira acontece às
sextas, sábados e domingos.
09/agoFormatura
Cerca de mil estudantes dos cursos de
aprendizagem do senac-rs participam de
cerimônia de formatura na Casa do gaúcho (rua
otávio Francisco Caruso rocha, 301), em porto
alegre. o evento tem início às 17h.
Disputa da modalidade Estética e
Bem-Estar terá Luana Leite como
representante do Senac-RS
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CONSUMO
deixou de lado o mix para todos os públicos e segmentou-se ao infantil. A di-retora, Luciana Pozza, explica que a decisão foi para ter foco: “Quando você pulveriza muito, não é bom em nada”. Sem contar que o material da loja já é variado por si só, com roupas para crianças de zero a 14 anos.
A empresária admite que lidar com este tipo de ves-tuário traz vantagens. As peças não costumam seguir modismos, e se um item encalha numa estação, ele ainda
Com 34 anos de merCado, há mais de 20 a empresa Catarinense
er criança hoje é um pouco
diferente do passado. o consumidor
mirim ganhou mais poder – não de
compra, mas de persuadir os adultos
a atenderem às suas vontades
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Informados e exIgentes
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pode ser vendido no ano seguinte. Além disso, conforme os bebês crescem, eles precisam trocar o enxoval por rou-pinhas maiores, naquele ritmo acelerado que as famílias conhecem bem. “Se o cliente for bem trabalhado, ele pode ficar conosco por dez anos”, projeta.
Contudo, o sucesso do negócio não é garantido. É preciso renovar. O público de cada unidade – são três, em diferentes pontos de Porto Alegre – tem características próprias, mas a linha seguida é sempre a do comércio popular. Com a carga pejorativa associada a esse gênero de varejo, alguns clientes tinham até vergonha de andar pelas ruas com sacolas da Ca-tarinense, recorda a diretora. É por isso que a empresa vem investindo em mudanças no layout e na comunicação visual.
Ter uma mercadoria atrativa também é importante. Luciana nota que as crianças, especialmente as meninas, estão bem informadas. “Elas sabem o que é mais transado, se o produto é mais elaborado.” E têm poder de decisão: se os filhos não gostam de um modelo, os pais não levam. Para que todos fiquem satisfeitos, a chave é agradar aos pequenos, mas mantendo um preço competitivo, do qual a companhia não abre mão.
Brincando com qualidade
Também não é possível falar de consumidor mirim sem mencionar brinquedos. Aliás, engana-se quem pensa que as crianças de hoje só querem saber de tablets e jogos de computador. O domínio da tecnologia é evidente, mas ainda há lugar para brincadeiras longe das telas.
Na Mundo da Criança, de São Leopoldo, não entram eletrônicos. Bolas de gude, cordas de pular e itens peda-gógicos em madeira dominam o espaço. A empresa man-tém, ainda, produção própria. Começou com casas de bonecas, há 20 anos. O forte, hoje, são os playgrounds e brinquedos de pátio, daqueles em que garotos e garotas podem se pendurar, correr em volta e agir como as gera-ções de antigamente.
A gerente comercial, Patrícia Jacoby, justifica: o objetivo é manter a qualidade de vida e a interação entre as famílias. “O material vem desmontado, para que todos montem jun-tos. Um pai certa vez me falou que já passa a semana inteira longe do filho, então fazer isso era como construir um sonho para ele.” A procura pelos artigos da loja vem de todos os
lados. A clientela inclui até escolas e estabelecimentos co-merciais. Chega a ser tática de marketing: se o restaurante disponibiliza um espaço recreativo interessante, com brin-quedos diferentes dos que a criança tem em casa, ela mes-ma vai querer voltar ao local. Mais que os pais, inclusive.
Patrícia concorda que, mesmo com a tenra idade, gu-ris e gurias sabem o que querem. “Eles têm conhecimento das próprias necessidades. Quando mostramos um objeto pedagógico, eles comentam que trabalham com aquilo na aula de matemática, aí as mães já compram”, exemplifica.
Com demanda de tantos grupos, não é de se admirar que os negócios sigam em rota ascendente. “A cada ano sentimos o crescimento. Procuramos sempre inovar e buscar produtos diferenciados”, garante a gerente. Entre essas inovações estão os chamados brinquedos de inclu-são social, que permitem a interação de crianças com di-ferentes tipos de deficiência. Afinal, o que importa, para todas, é a diversão.
Pais presenteiam os filhos
para suprir o tempo ausente,
diz pesquisadora
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CONSUMOCom o ritmo acelerado de trabalho, nos dias de hoje, é
comum os filhos passarem muito tempo sozinhos, acompa-nhados de seus videogames e canais de TV por assinatura. A solidão se agrava porque, com taxas de natalidade de-crescentes, os núcleos familiares estão menores. Os casais têm um ou dois bebês, enquanto que a média na década de 1970 era de seis. Há menos irmãos e, consequentemente, menos companhia para os passatempos – que se restrin-gem à sala e ao quarto, pois brincadeira de rua é luxo, em cidades tão violentas.
quem tem a palavra
Iara também elenca outro elemento da atualidade: o fá-cil acesso às informações. A meninada sempre foi esperta, mas, agora, conectada a um sem-fim de dados, está mais sabida do que nunca. Munidos de mais conhecimento, que pode vir acompanhado da crítica, os rebentos também exi-gem mais. E os pais cedem às vontades, na tentativa de su-prir, com presentes materiais, a ausência física.
A publicidade voltada ao público infantil, ainda que com limitações mais rígidas que no passado, aproveita para cumprir seu papel. “A indústria cultural trabalha muito com bonecas, jogos ou mesmo eletrônicos. Nesse ponto, cada vez mais as crianças têm acesso a itens de adultos”, observa a pesquisadora, mencionando que os menores conseguem dominar um smartphone mais facilmente que muito homem feito.
No entanto, não dá para esquecer que essas pessoi-nhas ainda estão em formação. O senso crítico em relação às propagandas começa a se aguçar a partir dos 7 anos de idade. Já antes disso, porém, é imprescindível ensinar va-lores e, principalmente, estabelecer limites. Caso contrá-rio, como alerta a professora Iara, os ímpetos de consumo tendem a ser tratados como um problema a ser resolvido – e muitos pais acabam comprando o que for, apenas para evitar conflito.
Não é de hoje que os especialistas reiteram: o consu-midor está mais exigente. Num mundo “adultizado”, não é de se estranhar que os baixinhos sigam os passos dos mais velhos. Ainda assim, o poder de compra está com a gente grande. São eles que têm – ou pelo menos deveriam ter – a palavra final.
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companhia virtual
Tanto a Catarinense quanto a Mundo da Criança surgi-ram antes do iPhone, das redes sociais e da massificação da internet. Embora brinquedos e roupas sejam necessários em qualquer geração – e, portanto, provavelmente continuarão a ter uma boa fatia do mercado –, a sociedade se transfor-mou muito, de uns anos para cá. Com ela, também mudaram os hábitos de consumo não só de adultos, mas também de quem está crescendo.
A professora Iara Silva da Silva, pesquisadora da ESPM-Sul, aponta que as crianças do século 21 têm mais autono-mia. Isso não significa que elas sejam mais responsáveis, necessariamente. Acontece que, em tempos passados, a pre-sença dos pais era mais constante em casa.
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A CopA do Mundo trouxe muitas surpresas, além das eliminações da Espanha, Itália e Inglaterra ainda na fase de grupos. A principal foi a reabertura do já apelidado “Refis da Copa” através da Lei nº 12.996, de 18 de junho de 2014. Esse Diploma, que ressuscita o finado “Refis da Crise”, bem que poderia ter outro nome: “Ainda em Crise”, mais adequado ao fraco desempenho da economia brasileira nos últimos anos. Poderão ser incluídos no Refis da Copa todos os tributos devidos por pessoas física e jurídica, vencidos até dezembro de 2013, relativos a débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal e os débitos para com a Procuradoria da Fazenda Nacional, inclusive contribuições sociais e contribuições devidas a terceiros. A opção pelo parcelamento deverá ocorrer até o final do mês de agosto.
O prazo para pagamento do passivo inserido no Refis da Copa é de 180 meses e os benefícios obedecem a uma variação que, na opção mais vantajosa, acarreta a eliminação das multas moratória/punitiva, a redução de 40% das multas isoladas, de 45% dos juros de mora e de 100% do valor do encargo legal. Sendo Refis da Copa, o novo
parcelamento não deixou de fora nem a mordida do Suárez, exigindo, para adesão, um pagamento à vista de 10% (quando o total da dívida for inferior a R$ 1.000.000,00) ou 20% (quando a dívida for superior a R$ 1.000.000,00).
O percentual, além de alto, não me parece conveniente, pois dificultará a inclusão dos grandes débitos. Penso que, além de menores, os percentuais deveriam ser regressivos. Caso, entretanto, se quisesse estabelecer uma relação dos percentuais com a capacidade contributiva do contribuinte, que pelo menos variassem conforme o faturamento do contribuinte. Mas há notícias de que o Governo ao menos diminuirá esses percentuais. Espero que os novos patamares já estejam vigentes quando da publicação desta coluna.
Essa janela reaberta pelo Governo é uma boa oportunidade para regularização de passivos com vantagens que só acontecem em conjunções políticas e econômicas singulares. Vale a pena dedicar um tempo ao tema, reavaliando as reais chances de êxito de cada contingência tributária e sua inclusão no Refis da Copa.
Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS
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SurpreSaS da Copa
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ivros, revistas e discos usados
ganham novos públicos. ingressar
neste ramo, porém, pode exigir
muito espaço, proporcional aos
anos de história do material
LCarmen Menezes
a abrir uma casa do ramo, nos anos 1980. Formada em História, ela começou com exemplares de sua biblioteca pessoal e, hoje, mantém um dos mais tradicionais sebos de Porto Alegre: a Traça Livraria. Ainda é a proprietária quem garimpa novos itens para o acervo. “É muito diver-tido, conheço pessoas maravilhosas”, comenta.
A negociação é feita por lote. O estado de conservação, a qualidade de edição e a raridade das obras definem o preço final da remessa. Assim, títulos que poderiam ficar
Foi a paixão peLos Livros que Levou a então proFessora
PassadoPresente
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texto rafael tourinho raymundo
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em desuso nas prateleiras de uma residência acabam chegando até um público mais interessado. E o melhor: por um valor camarada, o que, acredita Carmen, ajuda a po-pularizar a leitura.
Nessa busca em fazer as histó-rias literalmente circularem, já são em torno de 170 mil itens em esto-que. Apenas uma parte fica na loja. O restante é armazenado num de-pósito e cadastrado para consulta dos clientes. Esses, aliás, há muito não se restringem aos estudantes e intelectuais do bairro Bom Fim. Desde 2000, a Traça mantém um espaço de vendas online, o que au-mentou o alcance do negócio. Segundo a proprietária, o e-commerce corresponde a até 80% das vendas.
Apesar de trabalhar com vinis e revistas, o forte da empresa são, mesmo, os livros. Carmen, uma colecio-nadora de dicionários, dá preferência aos de literatura e Ciências Humanas. Questão de afinidade: “Conhecer o material ajuda bastante”.
Becos lotados
Outra referência porto-alegrense no assunto é o Beco dos Livros. Começou numa sala que parecia um corredor estreito – ou um beco, daí o nome. Atualmente, são qua-tro unidades, localizadas em diferentes pontos do Centro. O sócio-proprietário Peter Dullius calcula que o acervo total chegue a meio milhão de exemplares. “O livro usado precisa de muito espaço. Não é como numa livraria co-mercial, que trabalha apenas com lançamentos”, aponta. Fora que, em alguns casos, pode ser trabalhoso, exigindo limpeza e encadernação dos artigos mais avariados.
O empresário também lembra que quanto menor a área física, mais é preciso selecionar o que será vendido. A am-pliação para outros endereços se deu justamente para ga-rantir um sortimento variado. “Não adianta fazer um arma-zém. Tem que ter um mercado”, compara, lembrando que toda venda, por mais pingada que seja, é importante.
E o Beco proporciona diversidade. Há dos clássicos, al-guns em língua estrangeira, até os técnicos e esotéricos, passando por revistas e gibis. A predileção de Dullius é por História, mas ele afirma que, quando se trata de literatura, é o consumidor que decide o que é bom e o que é ruim.
Além das lojas de rua, importantes para suprir a de-manda espontânea, a rede mantém parte do acervo em sites como o Livronauta. Sinal dos tempos em que o co-mércio de bairro disputa com – ou, melhor dizendo, se alia a – gigantes da internet.
Na rede
Se o futuro dos sebos é estar na rede, em parte é por mé-rito de André Garcia, diretor e fundador da Estante Virtual. O site faz a ponte entre o usuário e estabelecimentos de todo o país. São mais de 1,3 mil livreiros cadastrados e 12 milhões de exemplares disponíveis para compra via internet.
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Peter Dullius, do Beco dos Livros,
explica que é necessário ter de tudo,
do esotérico à literatura. toda venda
conta, por menor que seja
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A oportunidade para o negócio surgiu de uma necessidade. Preparando-se para um mestrado em Psicologia Social, o empresário tinha dificuldade de encontrar títulos importantes para suas refe-rências bibliográficas. Percebeu que a procura en-tre as prateleiras dos sebos era rudimentar e que eram poucos os que contavam com busca online. Pensou, então, num portal.
Garcia trocou Freud pelo Java Script e apren-deu programação. Em meio a isso, mapeou empre-
sas do ramo para compor um banco de dados. O convite para adotar o serviço era feito por e-mail, mala-direta e telefone. Levou um ano até que a Estante fosse ao ar.
O sucesso foi uma reação em cadeia. “Antes, a cataloga-ção dos livros era feita só por organização. Depois do site, passou a significar vender”, atesta Garcia. Como os vende-dores que aderiram ao portal passaram a comercializar mui-to mais, os concorrentes resolveram se atualizar, também.
A Estante Virtual continua a crescer, mas de maneira planejada. No último ano, a equipe dobrou e chegou a 40 co-laboradores. Tudo para atingir as melhorias propostas por cem livreiros de todo o Brasil, com quem Garcia conversou pessoalmente. Foi instituído um sistema de pagamento por boleto – tecnologia difícil de implantar, já que uma mesma compra pode possuir itens de lojas diferentes – e um novo sistema de busca também deve ser lançado.
A contrapartida que se exige dos sebos é a excelência: catálogo atualizado e agilidade no envio das encomendas. Não é difícil. “Nossa base de vendedores é extremamente qualificada. Além disso, são pessoas apaixonadas por cul-tura, que têm um ímpeto transformador de levar conhe-cimento adiante”, ressalta o diretor.
som das aNtigas
Os sebos não são espaços apenas para os amantes das palavras. Fãs de música encontram em locais como a Jam Sons Raros, de Novo Hamburgo, o paraíso dos coleciona-dores. São mais de 8 mil LPs e 10 mil CDs – foi inevitável trabalhar com essa mídia, mas os vinis sempre tiveram seu cantinho cativo.
A loja é uma parceria entre três sócios. Luiz Carlos Peretto, um dos proprietários, conta que atuou por duas décadas com sonorização de eventos. Cansado de ter que ceder aos ritmos da moda, lambada e sertanejo entre eles, encontrou na Jam um segmento para trabalhar com as bandas clássicas e, portanto, atemporais.
Até alguns anos atrás, parte do acervo vinha de escam-bos feitos na capital gaúcha. Hoje, o público vai até o es-tabelecimento para oferecer os antigos bolachões. O apelo comercial não chega a ser considerado. “Nunca nos dobra-mos ao que vende mais. Virou quase uma missão para nós”,
sustenta Peretto.Entre os discos mais pro-
curados estão Nevermind, da banda grunge Nirvana, e ál-buns famosos de Jimmy Hen-drix, Ramones, Motorhead e Beatles. No entanto, embora pareça um tanto específica, a oferta tem sua procura. Peretto observa que, com as redes so-ciais, uma clientela mais jovem passou a frequentar a Jam. Com isso, continua possível viver da paixão: “Minha loucura é por música. Se eu não gostasse de ouvir, trabalharia num banco, ou outro lugar qualquer”.
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pelo mundoAluguel de bikes pArA criAnçAs A capital francesa inaugurou recentemente um serviço que pode servir de exemplo para várias cidades do Brasil: aluguel de bicicletas para crianças. O P’tit Velib é uma extensão do já conhecido programa Velib (que conta atualmente com mais de 23 mil bikes para adultos). São oferecidos quatro modelos de bicicletas para crianças, beneficiando meninos e meninas a partir dos 2 anos de idade. Conforme o governo francês, a ideia é incentivar as crianças a pedalarem desde cedo, para que já seja um hábito quando elas chegarem à vida adulta. O serviço parisiense funciona por meio de bilhetes com validade de um dia (a 1,70 euro) ou sete dias (a sete euros). A França é um dos países que têm incentivado de forma bastante significativa o uso de bicicletas (meio de transporte que promove a saúde e não polui o planeta) pela população há vários anos.
HospedAgem sem custo Vários hostels ao redor do mundo trocam algumas horas de trabalho pela hospedagem, desde que a pessoa saiba falar inglês. É um jogo de ganha-ganha: o “mochileiro” tem uma cama garantida, conhece pessoas do mundo inteiro, pratica o idioma, conhece outras culturas, pode receber refeições gratuitas e ainda desfruta de toda a atmosfera do local. O hostel garante um staff motivado e economiza recursos. As atividades costumam envolver serviços de recepção, limpeza, barman/barwoman. O site www.worldpackers.com agencia os estabelecimentos de 75 países em que é possível fazer essa troca. Os interessados devem preencher um cadastro e aguardar o retorno. É possível ficar em um albergue londrino pelo tempo mínimo de uma semana, mediante uma jornada de três horas diárias como party promoter. Em Brisbane, na Austrália, a oportunidade envolve uma estada mínima de seis semanas, com jornada de 14h semanais nas áreas de recepção, decoração e limpeza.
Jogue suA gArrAfA pet vAziA nA impressorA Reduza sua geração de resíduos.
A reciclagem tem dado origem a excelentes projetos, bem como a inventos. Uma empresa
norte-americana fabricou uma impressora 3D que utiliza o plástico de garrafas PET para compor uma variedade de objetos de até 15
centímetros e resolução de 0,07 milímetros. O equipamento tem cartuchos que são compostos por aproximadamente 25% de plástico reciclado, o equivalente a três garrafas PET reaproveitadas. A impressão é feita com auxílio de um aplicativo para celular, que envia as imagens à impressora, chamada Ekocycle, podendo ser impressas nas
cores natural, vermelho, branco e preto, além de formatos já prontos em desenhos, como anéis, palhetas e cases para celular. A iniciativa tem
apoio da Coca-Cola, que está em parceria com a empresa eco-friendly desde 2011. A expectativa
é de que o produto seja lançado no segundo semestre, no valor de US$ 1.200.
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Divulgação P’tit Velib
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As grAndes e médiAs empresas do setor terciário, em sua maioria, adotam progra-mas de participação nos lucros e resultados. O desconhecimento a respeito da forma de contratação, as apreensões próprias do que é novo e a desinformação sobre os custos envolvidos acabam por assustar pequenos empresários, receosos de investirem seu tempo e valores na preparação da empresa para a adoção da participação.
Com efeito, a participação não integra a re-muneração, não sofre a incidência de encar-gos trabalhistas, até determinado limite está isenta de imposto de renda na fonte, e a ela não se aplica o princípio da habitualidade.
Além dessas vantagens, a participação nos lucros acaba por envolver os colaboradores com os objetivos da empresa, aumentando o comprometimento destes na busca e supera-ção de metas e resultados traçados. Tanto a empresa como os empregados ganham com a implantação do programa de participação nos resultados.
Como a grande vantagem da participação nos lucros e resultados é a possibilidade de adequação do programa à realidade da empresa envolvida, não existem modelos de programas ou de acordos a serem cele-brados. Entendo, assim, que existe grande espaço a ser ocupado pelos sindicatos pa-
tronais criando departamento especializado no atendimento de empresas que queiram implantar o programa ou alocando pessoas com expertise no assunto em suas equipes de atendimento. O sindicato, desta forma, prestará um serviço ao representado e poderá utilizá-lo como instrumento de cap-tação de novos associados ou de fidelização das empresas já hoje sindicalizadas.
O programa, depois de desenhado pela em-presa, passará por um estágio de negocia-ção onde normalmente são feitas algumas concessões e adaptações. Em empresas de médio e pequeno portes a participação nos resultados poderá ser instituída de duas for-mas distintas, escolhidas de comum acordo pela empresa e seus empregados: a) atra-vés de negociação com comissão escolhida pelas partes e também integrada por um representante do sindicato laboral; e b) em acordo coletivo de trabalho firmado com o sindicato dos empregados.
A lei que regulamenta a matéria define a par-ticipação nos lucros e resultados como um instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como mecanismo de incentivo à produtividade. Podemos testemunhar que o enunciado não é de simples retórica. Na par-ticipação ganham todos: empresa e empre-gados. As médias e pequenas empresas e seus empregados também podem ganhar.
Flávio obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-rs
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ParticiPação nos Lucros e resuLtados
nas Pequenas emPresas
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monitor de juros mensal
O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de
crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.
O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira
semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis
modalidades de crédito à pessoa jurídica.
Capital de Giro Com prazo até 365 dias
Cheque espeCial
anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito
no
tas
Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias
Conta Garantida
desConto de Cheques
Na modalidade de capital de
giro com prazo de até 365 dias,
apesar de sutil elevação, o Citibank
permaneceu com a taxa média
de concessão mais baixa. HSBC e
Caixa, respectivamente segundo e
terceiro postos em maio, também
mantiveram a colocação, mesmo
com aumento em junho.
Usualmente mais estável, a
modalidade de cheque especial teve
dois bancos como exceção em junho.
A Caixa, apesar da manutenção
do primeiro posto (assumido com a
ausência de informações do Banrisul
nos últimos meses), apresentou
elevação, movimento também
observado na taxa média
do Bradesco.
Na modalidade de antecipação de
faturas de cartão de crédito não houve
alterações significativas em junho.
O Banco Safra, com queda em sua
taxa média de concessão,
permanece na primeira posição.
O Itaú mantém a taxa média mais
alta da modalidade.
Na modalidade de capital de
giro com prazo superior a 365
dias, o Citibank, que mantinha
o primeiro posto há alguns
meses, não registrou
informações na semana de
referência em junho. Com
isso, a Caixa figura no topo da
lista, seguida por Banco Safra
e Santander.
Na modalidade de conta garantida,
apesar de figurar no primeiro posto em
junho, a taxa média de concessão do
Citibank vem apresentando grande
variabilidade no acompanhamento
mensal. Com maior estabilidade,
Banco do Brasil, HSBC e Santander
permanecem muito próximos entre si
na sequência do ranking.
Na modalidade de desconto
de cheques houve
estabilidade geral em junho.
O Banco Safra permanece com
a média de concessão mais
baixa, seguido pela Caixa e
pelo HSBC. Bradesco
apresenta a taxa média mais
elevada da modalidade.
1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, as mesmas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas.3) Período de coleta das taxas de juros: 02/06/2014 a 06/06/2014.
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Instituição
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
Taxa de juros(% a.m.)
MaI
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MaI 2,49
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Caixa
Banco do Brasil
Banco Safra
Santander
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Bradesco
Caixa
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Banco do Brasil
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Santander
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Santander
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Bradesco
Banco Safra
Banco Safra
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8,29
8,58
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2,41
2,54
2,82
2,82
2,97
É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomados com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.
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DICAS DO MÊSlivro
Mão de obraNo estado da Califórnia, nos Estados Unidos, um terço da população é de origem latina. São operários, policiais, babás e outros tantos que realizam os serviços que os próprios americanos não querem fazer. Certa manhã, uma misteriosa névoa encobre as fronteiras da região e esses 14 milhões de trabalhadores desaparecem. Em meio a teorias para explicar o acontecimento – de abdução alienígena a terrorismo biológico –, Um dia sem mexicanos trata da importância dos desvalorizados hispânicos para a economia local. O filme mistura comédia, drama e fantasia e é baseado num curta-metragem homônimo, produzido pelo diretor Sergio Arau seis anos antes.
SeM repetiçõeS Relatórios, memorandos e atas de reuniões podem se tornar muito técnicos. Textos assim já não costumam ser fáceis de ler,
principalmente entre quem não está habituado ao linguajar utilizado, então o mínimo que se espera é torná-los mais agradáveis. Para isso, um cuidado básico é evitar as repetições de palavras. O Dicionário de Sinônimos Online (www.sinonimos.com.br) sugere vários substitutos
aos termos, em suas diferentes acepções – afinal, “ferir” pode ter sentido de “magoar” ou de “lesionar”, dependendo do contexto. Um modo de
verificar quantas vezes cada expressão foi utilizada é recorrer a um contador de palavras. Há vários sites gratuitos disponíveis, como o Word
Frequency Counter (http://www.writewords.org.uk/word_count.asp).
Ficha técnicaTíTulo: Um dia sem mexicanos
Gênero: Drama, Comédia
Direção: Sergio Arau
roTeiro: Sergio Arau, Yareli Arizmendi e Sergio Guerrero
Duração: 91 minutos
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©iStock.com/Badahos
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Ficha técnicaTíTulo: Saga Brasileira – A longa luta de um povo por sua moeda
auTora: Miriam Leitão
eDiTora: Record
número De páGinas: 475
CaMinho inStável Gastos sem controle durante o século 20 aceleraram a inflação no Brasil. Planos para reverter o quadro fracassaram. O resul-tado foi uma situação amarga
para o povo: confisco, preços em disparada e trocas constantes de moedas entre as décadas de 1980 e 1990. Em Saga Brasileira – A longa luta de um povo por sua moeda, Miriam Leitão resgata essa história e vai além. A jor-
nalista narra o impacto do Plano Real e explica por que, após a es-tabilidade, vieram novas crises.
Entenda mais sobre a política econômica brasileira com esta
obra que recorre ao passado para explicar o presente e alertar sobre os perigos do futuro.