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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS PROGRAMA DE PΓ“S-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Juliana Borges Pedrotti O ANEL DE GREEN DA ÁLGEBRA DE TAFT Santa Maria, RS 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS

PROGRAMA DE PΓ“S-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA

Juliana Borges Pedrotti

O ANEL DE GREEN DA ÁLGEBRA DE TAFT

Santa Maria, RS2019

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Juliana Borges Pedrotti

O ANEL DE GREEN DA ÁLGEBRA DE TAFT

Dissertação apresentada ao Curso dePós-Graduação em MatemÑtica, daUniversidade Federal de Santa Maria(UFSM, RS), como requisito parcialpara a obtenção do grau de Mestre emMatemÑtica.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Daiana Aparecida da Silva FlΓ΄resCOORIENTADORA: Profa. Dra. Saradia Sturza Della Flora

Santa Maria, RS2019

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Sistema de geração automÑtica de ficha catalogrÑfica da UFSM. Dados fornecidos pelo autor(a). Sob supervisão da Direção da Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central. BibliotecÑria responsÑvel Paula Schoenfeldt Patta CRB 10/1728.

Borges Pedrotti, Juliana O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft / Juliana BorgesPedrotti.- 2019. 99 f.; 30 cm

Orientadora: Daiana Aparecida da Silva FlΓ΄res Coorientadora: Saradia Sturza Della Flora Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de SantaMaria, Centro de CiΓͺncias Naturais e Exatas, Programa dePΓ³s-Graduação em MatemΓ‘tica, RS, 2019

1. Álgebra de Taft 2. Anel de Green 3. MódulosIndecomponíveis 4. Produto Tensorial de Módulos I.Aparecida da Silva Flôres, Daiana II. Sturza DellaFlora, Saradia III. Título.

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Juliana Borges Pedrotti

O ANEL DE GREEN DA ÁT,çEBRA DE TAFT

Dissertaçã;o apresentada ao Curso de

Pós-Graduação em MatemÑtica, da

Universidade Federal de Sanla Maria

(UFSM, RS), como requisito parcial

para a obtenção do grau de Mestre em

MatemΓ‘tica,

Aprovado em 28 de junho de 2019;

Γ­Presidenta/ Orientadoqa)

Saradia (uFsM)(Coorientadora)

BΓ‘rbara Seelig Pogorelsky (UFRGS)

Santa Maria, RS

201S

Γ£iana Aparecida da Sihxa FlΓ΄res (UFSM)

'Γ©rto Lazzarin (UFSM)

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Agradecimentos

Agradeço à Deus, por sempre me guiar e mostrar que é possível.

Aos meus pais Rita e Manoel, e aos meus irmΓ£os, por todo carinho que semprerecebi, principalmente nestes anos em que estive distante.

Ao Leonardo, pelo companheirismo e incentivo desde o inΓ­cio da minha jornadana matemΓ‘tica. Obrigada por sempre estar disposto a me ajudar, me ouvir e viver estesonho comigo.

Γ€ famΓ­lia do Leonardo, por todo amparo e apoio.

Aos meus colegas de mestrado pelos momentos de descontração, pelas jantas, jogosde truco, estudos e pela parceria durante estes anos. Em especial à Poli e à Ste pelaamizade, por me acalmar nos momentos difíceis e por tornarem meus dias em SantaMaria mais felizes.

As minhas orientadoras Daiana e Saradia, por todos os ensinamentos, dedicaçãoe confianΓ§a que depositaram em mim quando aceitaram me orientar. Obrigada pelapaciΓͺncia e compreensΓ£o durante essa caminhada.

Ao professor MaurΓ­cio, por todo auxΓ­lio e incentivo durante o mestrado.

Aos professores da UFPel, Giovanni, Lisandra e Camila, que sempre estiveramdispostos a me ajudar e ensinar. Em especial, a professora Andrea por me mostrar abeleza da Álgebra e por me motivar a continuar os estudos.

Agradeço a professora BÑrbara Seelig Pogorelsky e ao professor João RobertoLazzarin por terem aceitado participar da banca, e pelas sugestáes e correçáes dadas.

Γ€ CAPES, pelo apoio financeiro.

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"Se vocΓͺ jΓ‘ passou a noite toda acordado e chorou atΓ© acabarem as lΓ‘grimas...EntΓ£o, sabe que no fim somos acometidos por uma grande calma."

(C. S. Lewis - O LeΓ£o, a Feiticeira e o Guarda-Roupa).

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RESUMOO ANEL DE GREEN DA ÁLGEBRA DE TAFT

AUTORA: Juliana Borges PedrottiORIENTADORA: Daiana Aparecida da Silva FlΓ΄res

COORIENTADORA: Saradia Sturza Della Flora

O objetivo deste trabalho Γ© caracterizar o anel de Green da Γ‘lgebra de Taft, denotada por𝑇𝑁(π‘ž), onde 𝑁 Γ© um inteiro positivo maior que 1 e π‘ž Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima primitiva daunidade. O anel de Green, denotado por π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)), Γ© gerado pelas classes de isomorfismos[𝑀 ] de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos de dimensΓ£o finita com adição dada por [𝑀 ] + [𝑁 ] = [𝑀 βŠ• 𝑁 ]e multiplicação dada pelo produto tensorial e possui uma Z-base dada pelas classes deisomorfismos de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos indecomponΓ­veis de dimensΓ£o finita. Neste trabalho des-crevemos os 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos indecomponΓ­veis e o produto tensorial entre estes. A partirdisto mostramos que π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© um anel comutativo gerado por dois elementos sujeitos adeterminadas relaçáes.

Palavras-chaves: Álgebra de Taft. Anel de Green. Módulos Indecomponíveis. ProdutoTensorial de Módulos.

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ABSTRACTTHE GREEN RING OF TAFT ALGEBRA

AUTHOR: Juliana Borges PedrottiADVISOR: Daiana Aparecida da Silva FlΓ΄resCO-ADVISOR: Saradia Sturza Della Flora

The aim of this work is to characterize the Green ring of Taft algebra, denoted by 𝑇𝑁(π‘ž),where 𝑁 is a positive integer greater than 1 and π‘ž is a primitive root of unity of order𝑁 . The Green ring, denoted by π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)), is generated by the isomorphism classes [𝑀 ]of finite dimensional 𝑇𝑁(π‘ž)-modules with addition given by [𝑀 ] + [𝑁 ] = [𝑀 βŠ• 𝑁 ] andmultiplication given by the tensor product and it has a -basis given by the classes of iso-morphisms of indecomposable finite dimensional 𝑇𝑁(π‘ž)-modules. In this work we describethe indecomposable 𝑇𝑁(π‘ž)-modules and the tensorial product between these. From thatwe show that π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) is a commutative ring generated by two elements subject to certainrelations.

Key-words: Taft Algebra. Green Ring. Indecomposable Modules. Tensor Product ofModules.

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SumΓ‘rio

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

2 PRΓ‰-REQUISITOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122.1 Álgebras e Γ‘lgebras livres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122.2 MΓ³dulos sobre Γ‘lgebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202.2.1 MΓ³dulos livres, projetivos e injetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252.2.2 MΓ³dulos indecomponΓ­veis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 302.2.3 Semissimplicidade e radical de Jacobson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 372.2.4 O radical de um mΓ³dulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452.3 Álgebras de Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 492.3.1 Álgebra de Taft . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 572.3.2 O Teorema de Maschke . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 622.3.3 O anel de Green de uma Γ‘lgebra de Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

3 O ANEL DE GREEN DA ÁLGEBRA DE TAFT. . . . . . . . . . . . 693.1 Módulos de dimensão finita da Ñlgebra de Taft . . . . . . . . . . . . 693.1.1 Módulos simples de dimensão finita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 693.1.2 Módulos indecomponíveis de dimensão finita . . . . . . . . . . . . . . . . 733.2 O produto tensorial de módulos indecomponíveis . . . . . . . . . . . 79

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

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1 Introdução

Na teoria de representaçáes finito-dimensionais de uma Γ‘lgebra de Hopf 𝐻 as re-presentaçáes indecomponΓ­veis e o produto tensorial entre estas desempenham um papelde destaque. Entretanto, o cΓ‘lculo de ambos nΓ£o Γ©, em geral, uma tarefa fΓ‘cil. AlΓ©m disso,a decomposição do produto tensorial de representaçáes indecomponΓ­veis em soma diretade indecomponΓ­veis tem sido explorada em diversos trabalhos, (CHEN, 2002), (GUNN-LAUGSDΓ’TTIR, 2003), (CIBILS, 1993) e (LI, L.; ZHANG, Y., 2013). Tendo calculadoestes ingredientes podemos resumir estas informaçáes no anel de representaçáes finito-dimensionais de 𝐻, denotado por π‘Ÿ(𝐻). Precisamente π‘Ÿ(𝐻) Γ© gerado pelas classes de iso-morfismos [𝑀 ] de 𝐻-mΓ³dulos de dimensΓ£o finita com adição dada por [𝑀 ]+[𝑁 ] = [π‘€βŠ•π‘ ]e multiplicação dada pelo produto tensorial. Mais ainda, o anel π‘Ÿ(𝐻) Γ© gerado pelas classesde isomorfismos de 𝐻-mΓ³dulos indecomponΓ­veis de dimensΓ£o finita.

O anel de representaçáes finito-dimensionais tambΓ©m Γ© chamado de anel de Green,por conta dos trabalhos pioneiros de J.A. Green (GREEN, 1962) e (GRENN, 1964) nestadireção, para o caso de Γ‘lgebras de grupo. O interessante desta abordagem Γ© que podemosobter resultados sobre a Γ‘lgebra a partir das propriedades da estrutura multiplicativa desteanel. Por exemplo, a Γ‘lgebra de grupo k𝐺 Γ© de tipo finito se e somente se nΓ£o existemelementos nilpotentes em π‘Ÿ(k𝐺) (BENSON, 1996).

Pode-se dizer que o anel de Green é tão interessante quanto o anel de Grothendi-eck, outra ferramenta interessante na teoria de representaçáes. Em (LORENZ, 1997) e(WITHERSPOON, 1996) os autores mostram que para uma Ñlgebra de Hopf semissim-ples de dimensão finita, o anel de Green é igual ao anel de Grothendieck. No caso geral,entretanto, calcular o anel de Green costuma ter um grau de complexidade um poucomaior que calcular o anel de Grothendieck.

Neste trabalho calculamos o anel de Green da Γ‘lgebra de Taft 𝑇𝑁(π‘ž), conforme otrabalho de (CHEN, H.; VAN OYSTAEYEN F.; ZHANG, Y., 2014). Destacamos queeste foi o primeiro exemplo calculado explicitamente de um anel de Green que difere doanel de Grothendieck, uma vez que a Γ‘lgebra de Taft nΓ£o Γ© semissimples. Este trabalhoestΓ‘ organizado da seguinte maneira. No primeiro capΓ­tulo abordaremos os prΓ©-requisitosnecessΓ‘rios para o desenvolvimento do capΓ­tulo subsequente. Este aborda, em particular,as noçáes de Γ‘lgebras livres e Γ‘lgebras de Hopf, uma vez que a Γ‘lgebra de Taft Γ© o quo-ciente de uma Γ‘lgebra livre, a qual Γ© uma Γ‘lgebra de Hopf. AlΓ©m disso, tendo em vistanosso objetivo, necessitamos tratar de resultados clΓ‘ssicos da teoria de mΓ³dulos sobreuma Γ‘lgebra, sobretudo abordamos as noçáes de mΓ³dulos livres, projetivos, injetivos esemissimples; bem como da noção de radical de um mΓ³dulo. Para encerrar este capΓ­tulo,

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Capítulo 1. Introdução 11

introduzimos o anel de Green de uma Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£o finita. O segundo capΓ­-tulo Γ© inteiramente dedicado ao cΓ‘lculo do anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. Os resultadossΓ£o desenvolvidos conforme (CHEN, H.; VAN OYSTAEYEN F.; ZHANG, Y., 2014). Naprimeira seção sΓ£o calculados os 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda simples e indecomponΓ­veis dedimensΓ£o finita. Mostramos que existem 𝑁2 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veisde dimensΓ£o finita nΓ£o isomorfos (ver Teorema 3.1.11). A seguir apresentamos uma des-crição do produto tensorial destes mΓ³dulos indecomponΓ­veis, com base nos trabalhos de(CIBILS, 1993) e (GUNNLAUGSDΓ“TTIR, 2003). Por fim, descrevemos o anel de Greenπ‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)), mostrando que este Γ© um anel comutativo gerado por dois elementos, sujeito acertas relaçáes.

Ao longo deste trabalho k denota um corpo, todos os espaΓ§os vetoriais aqui consi-derados sΓ£o sobre k e todas as aplicaçáes sΓ£o transformaçáes k-lineares. Denotaremos oproduto tensorial sobre k simplesmente por βŠ—. AlΓ©m disso, para cada 𝑛 inteiro positivo,denotaremos por 𝐼𝑛 = {0, 1, Β· Β· Β· , 𝑛}, e para quaisquer 𝑠, 𝑑 inteiros positivos tais que 𝑠 ≀ 𝑑,denotaremos por 𝐼𝑠,𝑑 = {𝑛 ∈ Z | 𝑠 ≀ 𝑛 ≀ 𝑑}. AlΓ©m disso, para cada 𝑆 subconjunto de umk-espaΓ§o vetorial 𝑉 denotaremos por π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑆} = {βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘›

𝛼𝑖𝑠𝑖 | 𝛼𝑖 ∈ k, 𝑠𝑖 ∈ 𝑆}.

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2 PrΓ©-Requisitos

Neste capΓ­tulo iremos introduzir as ferramentas necessΓ‘rias para o desenvolvimentodeste trabalho que tem por objetivo principal calcular os mΓ³dulos Γ  esquerda indecompo-nΓ­veis da Γ‘lgebra de Taft.

Começaremos este capítulo com os conceitos de Ñlgebras e Ñlgebras livres. A cercadestes provaremos resultados que serão fundamentais para mostrarmos que a Ñlgebra deTaft é uma Ñlgebra de Hopf. Posteriormente, daremos a definição de módulos sobreuma Ñlgebra, com o intuito de estudarmos propriedades sobre os módulos projetivos eindecomponíveis. Além disso, apresentaremos alguns resultados importantes da teoria deÑlgebras de Hopf de dimensão finita e de semissimplicidade.

2.1 Álgebras e Ñlgebras livresNesta seção iremos definir, bem como apresentar alguns resultados e exemplos

importantes sobre Ñlgebras e Ñlgebras livres. Além disso, nosso principal objetivo serÑintroduzir o objeto de estudo deste trabalho, a Ñlgebra de Taft, a qual é um quocientede uma Ñlgebra livre. Os resultados apresentados nesta seção podem ser encontrados em(KASSEL, 1995) e (COHN, 2003).

Definição 2.1.1. Uma Γ‘lgebra sobre um corpo k, ou simplesmente uma k-Γ‘lgebra, Γ© um k-espaΓ§o vetorial 𝐴 munido de duas transformaçáes lineares π‘š : π΄βŠ—π΄ βˆ’β†’ 𝐴 e 𝑒 : k βˆ’β†’ 𝐴,tais que os seguintes diagramas sΓ£o comutativos:

π΄βŠ— π΄βŠ— π΄π‘šβŠ—πΌπ‘‘π΄ //

πΌπ‘‘π΄βŠ—π‘š

οΏ½οΏ½

π΄βŠ— 𝐴

π‘š

οΏ½οΏ½π΄βŠ— 𝐴 π‘š

// 𝐴

π΄βŠ— 𝐴

π‘š

οΏ½οΏ½

kβŠ— 𝐴

πœ‚%%

π‘’βŠ—πΌπ‘‘π΄

99

π΄βŠ— k

πœ‚yy

πΌπ‘‘π΄βŠ—π‘’ee

𝐴.

As aplicaçáes π‘š e 𝑒 sΓ£o chamadas de multiplicação e unidade, respectivamente, edenotaremos 𝑒(1k) = 1𝐴. A aplicação πœ‚ : kβŠ—π΄ βˆ’β†’ 𝐴 denota o isomorfismo canΓ΄nico, ouseja, πœ‚(1k βŠ— π‘Ž) = π‘Ž, para todo π‘Ž ∈ 𝐴. Notemos que o primeiro diagrama Γ© a relação deassociatividade da multiplicação, enquanto o segundo, descreve a existΓͺncia da unidadede 𝐴.

Exemplo 2.1.2. O corpo k é uma k-Ñlgebra com as operaçáes usuais.

Exemplo 2.1.3. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra com multiplicação π‘š e unidade 𝑒. Definimosπ‘šπ‘œπ‘ = π‘š ∘ 𝜏 , onde 𝜏 :π΄βŠ—π΄ βˆ’β†’ π΄βŠ—π΄ Γ© a transformação twist dada por 𝜏(π‘ŽβŠ— 𝑏) = π‘βŠ— π‘Ž,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 13

para quaisquer π‘Ž, 𝑏 ∈ 𝐴. EntΓ£o, (𝐴,π‘šπ‘œπ‘, 𝑒) Γ© uma k-Γ‘lgebra, a qual chamaremos deΓ‘lgebra aposta e denotaremos por π΄π‘œπ‘.

Exemplo 2.1.4. Sejam 𝐴 e 𝐡 duas k-Γ‘lgebras com multiplicaçáes π‘šπ΄ e π‘šπ΅ e unidades𝑒𝐴 e 𝑒𝐡, respectivamente. EntΓ£o, 𝐴 βŠ— 𝐡 Γ© uma k-Γ‘lgebra com multiplicação dada porπ‘šπ΄βŠ—π΅ = (π‘šπ΄ βŠ— π‘šπ΅) ∘ (𝐼𝑑𝐴 βŠ— 𝜏 βŠ— 𝐼𝑑𝐡) e unidade dada por π‘’π΄βŠ—π΅ = (𝑒𝐴 βŠ— 𝑒𝐡) ∘ πœ“, onde𝜏 :𝐡 βŠ—π΄ βˆ’β†’ π΄βŠ—π΅ Γ© a transformação twist e πœ“ : k βˆ’β†’ kβŠ— k Γ© o isomorfismo canΓ΄nico.

Exemplo 2.1.5. Seja (𝐺, Β·) um grupo multiplicativo. Denotamos por k𝐺 o k-espaΓ§ovetorial com base {𝑔 | 𝑔 ∈ 𝐺}. Definimos π‘š : k𝐺 βŠ— k𝐺 βˆ’β†’ k𝐺 por π‘š(𝑔 βŠ— β„Ž) = π‘”β„Ž, paraquaisquer 𝑔, β„Ž ∈ 𝐺, e 𝑒 : k βˆ’β†’ k𝐺 por 𝑒(1k) = 1𝐺. Claramente k𝐺 Γ© uma k-Γ‘lgebra viaπ‘š e 𝑒, chamada de Γ‘lgebra de grupo.

Exemplo 2.1.6. Seja 𝑀𝑛(k) o conjunto das matrizes 𝑛 Γ— 𝑛 com entradas em k. EntΓ£o,𝑀𝑛(k) tem uma estrutura de k-Γ‘lgebra com a multiplicação usual de matrizes e unidadedada pela aplicação que associa 1k a matriz identidade.

Exemplo 2.1.7. Seja k um corpo que contΓ©m uma raiz 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidadeπ‘ž. Considere k𝑁2 ≃ 𝑀𝑁(k) como k-espaΓ§o vetorial. Iremos munir k𝑁2 com um produto,diferente do produto usual de matrizes. Seja {𝑒𝑖,𝑗 | 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} a base canΓ΄nica de k𝑁2 , ouseja, 𝑒𝑖,𝑗 Γ© a matriz que tem 1 na posição 𝑖𝑗 e 0 nas demais. Definimos π‘š : k𝑁2 βŠ—k𝑁2 β†’ k𝑁2

por

π‘š(𝑒𝑖,𝑗 βŠ— 𝑒𝑠,𝑑) = 𝑒𝑖,𝑗𝑒𝑠,𝑑 =

⎧βŽͺ⎨βŽͺβŽ©π‘žπ‘—π‘ π‘’π‘–βŠ•π‘ ,𝑗+𝑑, se 𝑗 + 𝑑 < 𝑁,

0, se 𝑗 + 𝑑 β‰₯ 𝑁 ;

onde βŠ• indica a soma de Z𝑁 . Seja 𝛾 := π›ΎπΌπ‘βˆ’1 a função 𝛾 = π›ΎπΌπ‘βˆ’1 : N βˆ’β†’ {0, 1} dada por𝛾(𝑗) = 1 se 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1 e 𝛾(𝑗) = 0 se 𝑗 /∈ πΌπ‘βˆ’1. Com isso, e convencionando que 𝑒𝑖,𝑗 = 0 se𝑗 > 𝑁 , o produto Γ© dado por 𝑒𝑖,𝑗𝑒𝑠,𝑑 = 𝛾(𝑗+ 𝑑)π‘žπ‘—π‘ π‘’π‘–βŠ•π‘ ,𝑗+𝑑. Vejamos que k𝑁2 Γ© uma Γ‘lgebraassociativa e unitΓ‘ria com esta multiplicação. De fato,

(𝑒𝑖,𝑗𝑒𝑠,𝑑)𝑒𝑒,𝑣 = (𝛾(𝑗 + 𝑑)π‘žπ‘—π‘ π‘’π‘–βŠ•π‘ ,𝑗+𝑑)𝑒𝑒,𝑣= 𝛾(𝑗 + 𝑑)𝛾((𝑗 + 𝑑) + 𝑣)π‘žπ‘—π‘ π‘ž(𝑗+𝑑)𝑒𝑒(π‘–βŠ•π‘ )βŠ•π‘’,(𝑗+𝑑)+𝑣.

Por outro lado,

𝑒𝑖,𝑗(𝑒𝑠,𝑑𝑒𝑒,𝑣) = 𝑒𝑖,𝑗(𝛾(𝑑+ 𝑣)π‘žπ‘‘π‘’π‘’π‘ βŠ•π‘’,𝑑+𝑣)

= 𝛾(𝑑+ 𝑣)𝛾(𝑗 + (𝑑+ 𝑣))π‘žπ‘‘π‘’π‘žπ‘—(π‘ βŠ•π‘’)π‘’π‘–βŠ•(π‘ βŠ•π‘’),𝑗+(𝑑+𝑣).

Como (𝑗 + 𝑑) + 𝑣 = 𝑗 + (𝑑+ 𝑣) e 𝑗 + 𝑑+ 𝑣 ∈ πΌπ‘βˆ’1 implica que 𝑗 + 𝑑 ∈ πΌπ‘βˆ’1 e 𝑑+ 𝑣 ∈ πΌπ‘βˆ’1,segue que 𝛾(𝑗 + 𝑑)𝛾((𝑗 + 𝑑) + 𝑣) = 𝛾(𝑗 + 𝑑+ 𝑣) = 𝛾(𝑑+ 𝑣)𝛾(𝑗 + (𝑑+ 𝑣)). TambΓ©m Γ© claroque (𝑖 βŠ• 𝑠) βŠ• 𝑒 = 𝑖 βŠ• (𝑠 βŠ• 𝑒). AlΓ©m disso, como π‘ž Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima (primitiva) da

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 14

unidade, segue que π‘žπ‘—(π‘ βŠ•π‘’) = π‘žπ‘—(𝑠+𝑒) = π‘žπ‘—π‘ +𝑗𝑒, e assim π‘žπ‘‘π‘’π‘žπ‘—(π‘ βŠ•π‘’) = π‘žπ‘‘π‘’+𝑗𝑠+𝑗𝑒 = π‘žπ‘—π‘ π‘ž(𝑗+𝑑)𝑒.Portanto, (𝑒𝑖,𝑗𝑒𝑠,𝑑)𝑒𝑒,𝑣 = 𝑒𝑖,𝑗(𝑒𝑠,𝑑𝑒𝑒,𝑣). Vejamos que 𝑒0,0 Γ© a unidade. De fato,

𝑒0,0𝑒𝑖,𝑗 = 𝛾(0 + 𝑗)π‘ž0.𝑖𝑒0βŠ•π‘–,0+𝑗 = 𝛾(𝑗)π‘ž0𝑒𝑖,𝑗 = 𝑒𝑖,𝑗

e, 𝑒𝑖,𝑗𝑒0,0 = 𝛾(𝑖+ 0)π‘žπ‘—.0π‘’π‘–βŠ•0,𝑗+0𝛾(𝑖)π‘ž0𝑒𝑖,𝑗 = 𝑒𝑖,𝑗. Esta Γ‘lgebra serΓ‘ denotada por π’œπ‘2 .

Lema 2.1.8. Em π’œπ‘2 valem as seguintes relaçáes:

(i) 𝑒0,1𝑒1,0 = π‘žπ‘’1,0𝑒0,1;

(ii) (𝑒1,0)𝑗 = π‘’π‘—π‘šπ‘œπ‘‘(𝑁),0, para todo 𝑗 ∈ N;

(iii) (𝑒0,1)𝑗 = 𝛾(𝑗)𝑒0,𝑗, para todo 𝑗 ∈ N. Em particular, (𝑒0,1)𝑁 = 0.

Demonstração. (i) Note que 𝑒0,1𝑒1,0 = 𝛾(1 + 0)π‘ž1.1𝑒0βŠ•1,1+0 = 𝛾(1)π‘ž1𝑒1,1 = π‘žπ‘’1,1. Por outrolado, 𝑒1,0𝑒0,1 = 𝛾(0 + 1)π‘ž0.0𝑒1βŠ•0,0+1 = 𝛾(1)π‘ž0𝑒1,1 = 𝑒1,1. Logo, 𝑒0,1𝑒1,0 = π‘žπ‘’1,0𝑒0,1.

(ii) FaΓ§amos indução sobre 𝑗. Para 𝑗 = 0 e 𝑗 = 1 Γ© claro. Suponhamos o resultado vΓ‘lidopara 𝑗 e provemos para 𝑗 + 1. De fato,

(𝑒1,0)𝑗+1 =(𝑒1,0)𝑗𝑒1,0 = π‘’π‘—π‘šπ‘œπ‘‘(𝑁),0𝑒1,0 = 𝛾(0 + 0)π‘ž0.1π‘’π‘—π‘šπ‘œπ‘‘(𝑁)βŠ•1,0+0

=𝛾(0)π‘ž0𝑒𝑗+1π‘šπ‘œπ‘‘(𝑁),0 = 𝑒𝑗+1π‘šπ‘œπ‘‘(𝑁),0.

(iii) Faremos indução sobre 𝑗. Para 𝑗 = 0 e 𝑗 = 1 Γ© claro. Suponhamos o resultado vΓ‘lidopara 𝑗 e provemos para 𝑗 + 1. Com efeito,

(𝑒0,1)𝑗+1 =(𝑒0,1)𝑗𝑒0,1 = 𝛾(𝑗)𝑒0,𝑗𝑒0,1

=𝛾(𝑗)𝛾(𝑗 + 1)π‘žπ‘—.0𝑒0βŠ•0,𝑗+1 = 𝛾(𝑗 + 1)𝑒0,𝑗+1.

Definição 2.1.9. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝐡 um k-subespaΓ§o vetorial de 𝐴. Dizemosque 𝐡 Γ© uma k-subΓ‘lgebra de 𝐴 se π‘š(𝐡 βŠ—π΅) βŠ† 𝐡 e 𝑒(1k) ∈ 𝐡.

Definição 2.1.10. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝐼 um k-subespaΓ§o vetorial de 𝐴. Dizemosque 𝐼 Γ© um ideal Γ  esquerda de 𝐴 se π‘š(𝐴 βŠ— 𝐼) βŠ† 𝐼. Analogamente, define-se ideal Γ direita de 𝐴. Diremos que 𝐼 Γ© um ideal bilateral, ou simplesmente um ideal de 𝐴 se 𝐼 Γ©um ideal Γ  esquerda e Γ  direita de 𝐴.

Exemplo 2.1.11. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑆 um subconjunto nΓ£o vazio de 𝐴. O ideal Γ esquerda gerado por 𝑆 Γ© o conjunto 𝐴𝑆 = {βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛

π‘Žπ‘–π‘ π‘– | π‘Žπ‘– ∈ 𝐴 e 𝑠𝑖 ∈ 𝑆}. Analogamente,definimos o ideal Γ  direita gerado por 𝑆, 𝑆𝐴; e o ideal bilateral gerado por 𝑆, 𝐴𝑆𝐴.

Observação 2.1.12. Se 𝐴𝑆 = 𝑆𝐴, entΓ£o claramente o ideal Γ  esquerda gerado por 𝑆 Γ©um ideal bilateral de 𝐴 e neste caso serΓ‘ denotado por βŸ¨π‘†βŸ©. No caso que 𝑆 tem um ΓΊnicoelemento 𝑠, entΓ£o βŸ¨π‘†βŸ© Γ© o ideal principal gerado por 𝑠 o qual serΓ‘ denotado por βŸ¨π‘ βŸ©.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 15

Definição 2.1.13. Sejam 𝐴 uma k-Ñlgebra e 𝐼 um ideal à esquerda de 𝐴, 𝐼 = 𝐴. Dizemosque 𝐼 é um ideal à esquerda maximal de 𝐴 se para qualquer ideal à esquerda 𝐽 de 𝐴

satisfazendo 𝐼 βŠ† 𝐽 βŠ† 𝐴, entΓ£o 𝐼 = 𝐽 ou 𝐽 = 𝐴. Dizemos ainda que 𝐼 = {0} Γ© umideal Γ  esquerda minimal de 𝐴 se para qualquer ideal Γ  esquerda 𝐽 de 𝐴 satisfazendo{0} βŠ† 𝐽 βŠ† 𝐼, entΓ£o 𝐽 = {0} ou 𝐽 = 𝐼.

Observação 2.1.14. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝐡𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛, ideais Γ  esquerda de 𝐴.Suponha que 𝐴 = ⨁

π‘–βˆˆπΌ1,𝑛𝐡𝑖. Assim, 1𝐴 = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,𝑛𝑒𝑖, com 𝑒𝑖 ∈ 𝐡𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛. Notemos

que 1𝐴𝑒𝑖 = βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

𝑒𝑗𝑒𝑖 e pela unicidade da escrita, segue que 𝑒𝑖𝑒𝑖 = 𝑒𝑖2 = 𝑒𝑖 e 𝑒𝑖𝑒𝑗 = 0,

para todo 𝑖 = 𝑗, 𝑖, 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑛. AlΓ©m disso, temos que 𝐡𝑖 = 𝐴𝑒𝑖, pois 𝑒𝑖 ∈ 𝐡𝑖, e 𝐡𝑖 Γ©ideal Γ  esquerda de 𝐴, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛, assim 𝐴𝑒𝑖 βŠ† 𝐡𝑖. Reciprocamente, seja 𝑏 ∈ 𝐡𝑖, entΓ£o𝑏 = 𝑏1𝐴 = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,𝑛𝑏𝑒𝑖. Logo, 𝑏𝑒𝑖 = 𝑏, ou seja, 𝐡𝑖 βŠ† 𝐴𝑒𝑖. Consequentemente, 𝐡𝑖 = 𝐴𝑒𝑖.

Por outro lado, suponha que existem 𝑒𝑖 ∈ 𝐴, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛, cuja soma Γ© igual a 1𝐴, 𝑒𝑖𝑒𝑗 = 0, paratodo 𝑖 = 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑛, 𝑒𝑖2 = 𝑒𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 e considere 𝐡𝑖 = 𝐴𝑒𝑖. Vejamos que 𝐴 = ⨁

π‘–βˆˆπΌ1,𝑛𝐡𝑖.

Seja π‘Ž ∈ 𝐴, entΓ£o π‘Ž1𝐴 = π‘Žβˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛

𝑒𝑖 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛

π‘Žπ‘’π‘–, e desta forma 𝐴 = βˆ‘π‘›π‘–=1 𝐡𝑖. Mais

ainda, seja 𝑏 ∈ 𝐡𝑖 ∩ (βˆ‘π‘– =π‘—βˆˆπΌ1,𝑛𝐡𝑗), entΓ£o 𝑏 = π‘Žπ‘–π‘’π‘– ∈ 𝐡𝑖 e 𝑏 = βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

π‘Žπ‘—π‘’π‘— ∈ βˆ‘π‘– =π‘—βˆˆπΌ1,𝑛𝐡𝑗,

𝑗 = 𝑖. Assim, 𝑏𝑒𝑖 = π‘Žπ‘–π‘’π‘–π‘’π‘– = π‘Žπ‘–π‘’π‘–2 = π‘Žπ‘–π‘’π‘– = 𝑏 e 𝑏𝑒𝑖 = βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,π‘›π‘Žπ‘—π‘’π‘—π‘’π‘– = 0, pois 𝑒𝑖𝑒𝑗 = 0, para

todo 𝑖 = 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑛. Portanto, 𝑏 = 0 e 𝐴 = β¨π‘–βˆˆπΌπ‘›

𝐡𝑖.

Com isso mostramos que dados 𝐡𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 ideais Γ  esquerda de 𝐴, 𝐴 = β¨π‘–βˆˆπΌπ‘›

𝐡𝑖

se e somente se existem idempotentes 𝑒𝑖 ∈ 𝐴, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 tais que βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛𝑒𝑖 = 1𝐴, 𝑒𝑖𝑒𝑗 = 0,

para todo 𝑖 = 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑛 e 𝐡𝑖 = 𝐴𝑒𝑖.

Definição 2.1.15. Sejam 𝐴 e 𝐡 k-Γ‘lgebras com multiplicaçáes π‘šπ΄ e π‘šπ΅ e unidades 𝑒𝐴e 𝑒𝐡, respectivamente. Uma transformação linear 𝑓 : 𝐴 βˆ’β†’ 𝐡 Γ© um homomorfismo dek-Γ‘lgebras se os seguintes diagramas sΓ£o comutativos:

π΄βŠ— π΄π‘“βŠ—π‘“ //

π‘šπ΄

οΏ½οΏ½

𝐡 βŠ—π΅

π‘šπ΅

��𝐴

𝑓// 𝐡

k 𝑒𝐴 //

𝑒𝐡

οΏ½οΏ½

𝐴

𝑓

��𝐡.

A comutatividade do primeiro diagrama acima pode ser reescrita da seguinte ma-neira:

𝑓(π‘Žπ‘) = 𝑓(π‘Ž)𝑓(𝑏)

para quaisquer π‘Ž,𝑏 ∈ 𝐴. JΓ‘ a comutatividade do segundo diagrama significa simplesmenteque

𝑓(1𝐴) = 1𝐡.

Assim como no caso de grupos e anΓ©is, dado um homomorfismo de k-Γ‘lgebras𝑓 :𝐴 βˆ’β†’ 𝐡 definimos o nΓΊcleo de 𝑓 por πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) = {π‘Ž ∈ 𝐴 | 𝑓(π‘Ž) = 0} e a imagem de 𝑓

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 16

por πΌπ‘š(𝑓) = {𝑓(π‘Ž) | π‘Ž ∈ 𝐴}. Γ‰ fΓ‘cil ver que, πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) Γ© um ideal de 𝐴 e πΌπ‘š(𝑓) Γ© uma k-subΓ‘lgebra de 𝐡. AlΓ©m disso, se 𝐼 Γ© um ideal de 𝐴 tal que 𝐼 βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓), podemos mostrarque existe uma ΓΊnica estrutura de k-Γ‘lgebra no k-espaΓ§o vetorial 𝐴/𝐼 tal que a função𝑓 :𝐴/𝐼 βˆ’β†’ 𝐡 dada por 𝑓(π‘Ž) = 𝑓(π‘Ž), para todo π‘Ž ∈ 𝐴, Γ© um homomorfismo de k-Γ‘lgebras.Um homomorfismo injetor de k-Γ‘lgebras Γ© dito um monomorfismo, um homomorfismosobrejetor Γ© dito um epimorfismo e um homomorfismo bijetor Γ© dito um isomorfismo. Nocaso que 𝑓 Γ© um isomorfismo, as k-Γ‘lgebras 𝐴 e 𝐡 sΓ£o ditas isomorfas e denotaremos por𝐴 ≃ 𝐡. Em particular, se 𝑓 Γ© um homomorfismo injetor entΓ£o 𝐴/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) ≃ πΌπ‘š(𝑓), queΓ© conhecido como o teorema do isomorfismo.

Nosso objetivo com este trabalho serÑ descrever o anel de Green da Ñlgebra de Taft,a qual é o quociente de uma Ñlgebra livre. Por esta razão, vamos apresentar a definiçãoe alguns resultados sobre Ñlgebras livres, a qual serÑ dada pela seguinte propriedadeuniversal.

Definição 2.1.16. Uma Γ‘lgebra livre sobre um conjunto nΓ£o vazio 𝑋 Γ© um par (𝐿, 𝛼),onde 𝐿 Γ© uma k-Γ‘lgebra e 𝛼 : 𝑋 βˆ’β†’ 𝐿 Γ© uma função tal que para qualquer k-Γ‘lgebra 𝐴 equalquer função 𝑓 :𝑋 βˆ’β†’ 𝐴 existe um ΓΊnico homomorfismo de k-Γ‘lgebras 𝑓 :𝐿 βˆ’β†’ 𝐴 talque o seguinte diagrama Γ© comutativo:

𝑋𝑓 //

𝛼

οΏ½οΏ½

𝐴

𝐿.

𝑓

??

Dado 𝑋 um conjunto nΓ£o vazio, vejamos que existe uma Γ‘lgebra livre sobre X.Dizemos que uma palavra de tamanho 𝑛 em 𝑋, 𝑛 ∈ N Γ© uma 𝑛-upla (π‘₯1, π‘₯2, ..., π‘₯𝑛) ∈ 𝑋𝑛.Uma palavra de tamanho zero Γ© a palavra vazia. A fim de facilitar a escrita, denotaremosuma palavra (π‘₯1, π‘₯2, ..., π‘₯𝑛) por π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛. AlΓ©m disso, se π‘₯1 = π‘₯2 = ... = π‘₯𝑛, denotamosπ‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛 = π‘₯𝑛1 . Consideremos kβŸ¨π‘‹βŸ© o k-espaΓ§o vetorial com base dada pelo conjunto detodas as palavras sobre 𝑋. Definimos a multiplicação em kβŸ¨π‘‹βŸ© pela concatenação, isto Γ©,dadas π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛, 𝑦1𝑦2...π‘¦π‘˜ ∈ kβŸ¨π‘‹βŸ© temos que

π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛 Β· 𝑦1𝑦2...π‘¦π‘˜ = π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛𝑦1...π‘¦π‘˜,

a qual Γ© uma palavra de tamanho 𝑛 + π‘˜ em kβŸ¨π‘‹βŸ©. Observemos que a concatenação depalavras Γ© associativa, assim a multiplicação tambΓ©m o Γ©. AlΓ©m disso, a palavra vazia Γ©a unidade. Notemos que (kβŸ¨π‘‹βŸ©, πœ„), onde πœ„ Γ© a inclusΓ£o canΓ΄nica de 𝑋 em kβŸ¨π‘‹βŸ©, satisfaza Definição 2.1.16. Com efeito, sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑓 : 𝑋 βˆ’β†’ 𝐴 uma função.Considere 𝑓 : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝐴 dada por 𝑓(π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛) = 𝑓(π‘₯1)𝑓(π‘₯2) Β· Β· Β· 𝑓(π‘₯𝑛) e 𝑓 aplicada napalavra vazia igual a 1𝐴. Claramente 𝑓 Γ© um homomorfismo de Γ‘lgebras. Para mostrar

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 17

a unicidade, suponhamos que exista 𝑔 : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝐴 homomorfismo de Γ‘lgebras tal que𝑔 ∘ πœ„ = 𝑓 . EntΓ£o, para qualquer π‘₯1π‘₯2 Β· Β· Β·π‘₯𝑛 ∈ kβŸ¨π‘‹βŸ© temos

𝑔(π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛) = 𝑔(π‘₯1)𝑔(π‘₯2) Β· Β· Β· 𝑔(π‘₯𝑛) = 𝑔(πœ„(π‘₯1))𝑔(πœ„(π‘₯2)) Β· Β· Β· 𝑔(πœ„(π‘₯𝑛))

= 𝑓(π‘₯1)𝑓(π‘₯2) Β· Β· Β· 𝑓(π‘₯𝑛) = 𝑓(π‘₯1π‘₯2...π‘₯𝑛).

Logo, 𝑓 Γ© o ΓΊnico homomorfismo de Γ‘lgebras tal que 𝑓 ∘ πœ„ = 𝑓 . Portanto, (kβŸ¨π‘‹βŸ©, πœ„) Γ©uma Γ‘lgebra livre. Mais ainda, vejamos que (kβŸ¨π‘‹βŸ©, πœ„) Γ© a ΓΊnica Γ‘lgebra livre a menos deisomorfismo. Para isso, suponhamos que (𝐿, πœ”) seja outra Γ‘lgebra livre. Como (kβŸ¨π‘‹βŸ©, πœ„) Γ©uma Γ‘lgebra livre, entΓ£o existe um ΓΊnico homomorfismo de k-Γ‘lgebras tal que o seguintediagrama Γ© comutativo:

π‘‹πœ” //

πœ„

οΏ½οΏ½

𝐿

kβŸ¨π‘‹βŸ©.

𝑔

==

Por outro lado, como (𝐿, πœ”) Γ© uma Γ‘lgebra livre, existe um ΓΊnico homomorfismo de k-Γ‘lgebras tal que o seguinte diagrama Γ© comutativo:

π‘‹πœ„ //

πœ”

οΏ½οΏ½

kβŸ¨π‘‹βŸ©

𝐿.

β„Ž

==

Assim, como π‘”βˆ˜ πœ„ = πœ” e β„Žβˆ˜πœ” = πœ„ entΓ£o, (π‘”βˆ˜β„Ž)βˆ˜πœ” = πœ” e consequentemente, π‘”βˆ˜β„Ž = 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©.Analogamente, β„Ž ∘ 𝑔 = 𝐼𝑑𝐿.

Exemplo 2.1.17. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra. Em particular, 𝐴 Γ© um conjunto e assimpodemos considerar a Γ‘lgebra livre (k⟨𝐴⟩, πœ„). Considerando a função identidade de A,𝐼𝑑𝐴 :𝐴 βˆ’β†’ 𝐴, entΓ£o pela propriedade universal da Γ‘lgebra livre temos que existe ΓΊnicohomomorfismo de k-Γ‘lgebras 𝐼𝑑𝐴 : k⟨𝐴⟩ βˆ’β†’ 𝐴 tal que 𝐼𝑑𝐴 ∘ πœ„ = 𝐼𝑑𝐴. Assim, peloteorema do isomorfismo, segue que, k⟨𝐴⟩/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝐼𝑑) ≃ 𝐴. Isso nos diz que toda Γ‘lgebra Γ©o quociente de uma Γ‘lgebra livre.

Definição 2.1.18. Sejam 𝑋 um conjunto e 𝑆 βŠ† kβŸ¨π‘‹βŸ©. A Γ‘lgebra livre gerada por 𝑋 erelaçáes 𝑆 Γ© o quociente kβŸ¨π‘‹βŸ©/βŸ¨π‘†βŸ©.

A partir da Definição 2.1.16 Γ© natural nos perguntarmos se o homomorfismo dek-Γ‘lgebras 𝑓 pode induzir um homomorfismo de Γ‘lgebras 𝑓 : kβŸ¨π‘‹βŸ©/βŸ¨π‘†βŸ© βˆ’β†’ 𝐴. Veremosna proposição a seguir que sob determinadas condiçáes isto Γ© possΓ­vel.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 18

Proposição 2.1.19. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra, 𝑆 um subconjunto nΓ£o vazio de kβŸ¨π‘‹βŸ© e𝑓 :𝑋 βˆ’β†’ 𝐴 uma função. Se 𝑓 :kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝐴 satisfaz 𝑓(𝑆) = {0}, entΓ£o existe um ΓΊnicohomomorfismo de k-Γ‘lgebras 𝑓 :kβŸ¨π‘‹βŸ©/βŸ¨π‘†βŸ© βˆ’β†’ 𝐴 tal que 𝑓 ∘ πœ‹ = 𝑓 , onde πœ‹ Γ© a projeçãocanΓ΄nica de kβŸ¨π‘‹βŸ© em kβŸ¨π‘‹βŸ©/βŸ¨π‘†βŸ©.

Demonstração. Seja 𝑓 :𝑋 βˆ’β†’ 𝐴 uma função, entΓ£o pela propriedade universal da Γ‘lgebralivre existe 𝑓 : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝐴 um homomorfismo de k-Γ‘lgebras tal que 𝑓 ∘ πœ„ = 𝑓 . Se𝑓(𝑆) = {0} mostremos que βŸ¨π‘†βŸ© βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓). Seja π‘₯ = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,𝑛π‘₯𝑖𝑠𝑖𝑦𝑖 ∈ βŸ¨π‘†βŸ©, onde π‘₯𝑖,

𝑦𝑖 ∈ kβŸ¨π‘‹βŸ© e 𝑠𝑖 ∈ 𝑆 entΓ£o

𝑓(π‘₯) = 𝑓(βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛

π‘₯𝑖𝑠𝑖𝑦𝑖) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛

𝑓(π‘₯𝑖)𝑓(𝑠𝑖)𝑓(𝑦𝑖) = 0.

Assim, segue do teorema do isomorfismo que existe um ΓΊnico homomorfismo de Γ‘lgebras𝑓 :kβŸ¨π‘‹βŸ©/βŸ¨π‘†βŸ© βˆ’β†’ 𝐴 tal que 𝑓 ∘ πœ‹ = 𝑓 . Logo, (𝑓 ∘ πœ‹)(π‘₯) = 𝑓(π‘₯) = 𝑓(𝛼(π‘₯)) = 𝑓(π‘₯), paratodo π‘₯ ∈ 𝑋. Portanto, 𝑓 ∘ πœ‹ = 𝑓 .

Exemplo 2.1.20. Fixe um inteiro 𝑁 β‰₯ 2 e suponha que k Γ© um corpo contendo umaraiz 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade π‘ž. Sejam 𝑋 = {β„Ž, 𝑔} e 𝑅 = {β„Žπ‘ , 𝑔𝑁 βˆ’ 1, β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž}.Definimos a Γ‘lgebra de Taft, denotada por 𝑇𝑁(π‘ž), como sendo a Γ‘lgebra gerada por 𝑋 erelaçáes 𝑅, ou seja

𝑇𝑁(π‘ž) = k⟨ 𝑔, β„Ž | 𝑔𝑁 = 1, β„Žπ‘ = 0, β„Žπ‘” = π‘žπ‘”β„Ž ⟩.

Lema 2.1.21. Seja 𝑇𝑁(π‘ž) a Γ‘lgebra de Taft. EntΓ£o,

(i) {π‘”π‘–β„Žπ‘— | 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} Γ© uma base de 𝑇𝑁(π‘ž) sobre k;

(ii) β„Žπ‘—π‘”π‘– = π‘žπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—, para quaisquer 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1;

(iii) (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž)𝑖 = (βˆ’1)π‘–π‘žβˆ’π‘–π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)2

2 𝑔𝑖(π‘–βˆ’1)β„Žπ‘–, para todo 𝑖 ∈ N.

Demonstração. (i) Vejamos que 𝑇𝑁(π‘ž) ≃ π’œπ‘2 como Γ‘lgebra, onde π’œπ‘2 Γ© a Γ‘lgebra intro-duzida no Exemplo 2.1.7. Definimos 𝑓 :𝑋 βˆ’β†’ k𝑁2 por 𝑓(𝑔) = 𝑒1,0 e 𝑓(β„Ž) = 𝑒0,1. Assim,pela propriedade universal da Γ‘lgebra livre, existe um ΓΊnico homomorfismo de Γ‘lgebras𝑓 : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ k𝑁2 tal que 𝑓(𝑔) = 𝑒1,0 e 𝑓(β„Ž) = 𝑒0,1. AlΓ©m disso, pelo Lema 2.1.8, temosque

𝑓(𝑔𝑁 βˆ’ 1) = 𝑓(𝑔)𝑁 βˆ’ 𝑓(1) = (𝑒1,0)𝑁 βˆ’ 𝑒0,0 = π‘’π‘π‘šπ‘œπ‘‘(𝑁),0 βˆ’ 𝑒0,0 = 𝑒0,0 βˆ’ 𝑒0,0 = 0,

𝑓(β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž) = 𝑓(β„Ž)𝑓(𝑔) βˆ’ π‘žπ‘“(𝑔)𝑓(β„Ž) = 𝑒0,1𝑒1,0 βˆ’ π‘žπ‘’1,0𝑒0,1 = 0,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 19

e, 𝑓(β„Žπ‘) = 𝑓(β„Ž)𝑁 = (𝑒0,1)𝑁 = 0. Portanto, 𝑓 induz um ΓΊnico homomorfismo de Γ‘lgebras𝑓 β€² : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ k𝑁2 , satisfazendo 𝑓 β€²(𝑔) = 𝑒1,0 e 𝑓 β€²(β„Ž) = 𝑒0,1. Definimos πœ™ : π’œπ‘2 βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž)por πœ™(𝑒𝑖,𝑗) = π‘”π‘–β„Žπ‘—, para todo 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Pelo Lema 2.1.8,

𝑓 β€² ∘ πœ™(𝑒𝑖,𝑗) = 𝑓 β€²(π‘”π‘–β„Žπ‘—) = 𝑓 β€²(𝑔)𝑖𝑓 β€²(β„Ž)𝑗 = (𝑒1,0)𝑖(𝑒0,1)𝑗

= 𝑒𝑖,0𝑒0,𝑗 = 𝛾(0 + 𝑗)π‘ž0.0π‘’π‘–βŠ•0,0+𝑗 = 𝛾(𝑗)𝑒𝑖,𝑗 = 𝑒𝑖,𝑗,

ou seja, 𝑓 β€² ∘ πœ™ = πΌπ‘‘π’œπ‘2 . Por outro lado, temos que πœ™ ∘ 𝑓 β€²(𝑔) = πœ™(𝑒1,0) = 𝑔1β„Ž0 = 𝑔 e(πœ™ ∘ 𝑓 β€²)(β„Ž) = πœ™(𝑒0,1) = 𝑔0β„Ž1 = β„Ž, ou seja, πœ™ ∘ 𝑓 β€² = 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž). Logo, 𝑇𝑁(π‘ž) ≃ π’œπ‘2 comok-Γ‘lgebra, e em particular, concluΓ­mos que dimk(𝑇𝑁(π‘ž)) = 𝑁2 e {π‘”π‘–β„Žπ‘— | 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} Γ©base de 𝑇𝑁(π‘ž).

(ii) Provemos que o resultado vale por indução sobre 𝑗. Claramente se 𝑗 = 0, entΓ£o𝑔𝑖 = π‘ž0𝑔𝑖, para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Se 𝑗 = 1, vejamos que β„Žπ‘”π‘– = π‘žπ‘–π‘”π‘–β„Ž, para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1.De fato, para 𝑖 = 0 Γ© claro, e para 𝑖 = 1 temos que β„Žπ‘” = π‘žπ‘”β„Ž. Suponha que β„Žπ‘”π‘– = π‘žπ‘–π‘”π‘–β„Ž emostremos que β„Žπ‘”π‘–+1 = π‘žπ‘–+1𝑔𝑖+1β„Ž, para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1. EntΓ£o,

β„Žπ‘”π‘–+1 = π‘žπ‘–π‘”π‘–β„Žπ‘” = (π‘žπ‘–π‘”π‘–β„Ž)𝑔 = π‘žπ‘–π‘”π‘–π‘žπ‘”β„Ž = π‘žπ‘–+1𝑔𝑖+1β„Ž.

Com isso, suponha que o resultado vale para 𝑗 e mostremos que vale para 𝑗 + 1. Assim,

β„Žπ‘—+1𝑔𝑖 = β„Žβ„Žπ‘—π‘”π‘– = β„Ž(π‘žπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—) = π‘žπ‘–π‘—(β„Žπ‘”π‘–)β„Žπ‘— = (π‘žπ‘–π‘—π‘žπ‘–π‘”π‘–β„Ž)β„Žπ‘— = π‘žπ‘–(𝑗+1)π‘”π‘–β„Žπ‘—+1.

(iii) Faremos a prova por indução sobre 𝑖. PorΓ©m inicialmente provaremos algumas afir-maçáes que serΓ£o utilizadas para tal. Tomemos 𝑧 = βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž e notemos que 𝑧𝑔 = π‘žπ‘”π‘§.Com efeito,

𝑧𝑔 = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž)𝑔 = βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Žπ‘” = βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1π‘žπ‘”β„Ž = βˆ’π‘”π‘–β„Ž.

Por outro lado, π‘žπ‘”π‘§ = π‘žπ‘”(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž) = βˆ’π‘”π‘–β„Ž. AlΓ©m disso, pelo mesmo argumentoutilizado no item (ii), podemos ver que 𝑧𝑖𝑔 = π‘žπ‘–π‘”π‘§π‘–, para todo 𝑖 ∈ N. Mostremos porindução sobre 𝑖 que (𝑔𝑧)𝑖 = π‘ž

𝑖(π‘–βˆ’1)2 𝑔𝑖𝑧𝑖, para todo 𝑖 ∈ N. Claramente vale para 𝑖 = 1.

Suponha que seja vΓ‘lido para 𝑖 e mostremos que vale para 𝑖+ 1. De fato,

(𝑔𝑧)𝑖+1 = (𝑔𝑧)𝑖(𝑔𝑧) = (π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 𝑔𝑖𝑧𝑖)(𝑔𝑧) = π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 𝑔𝑖(𝑧𝑖𝑔)𝑧

= π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 π‘”π‘–π‘žπ‘–π‘”π‘§π‘–π‘§ = π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 +𝑖𝑔𝑖+1𝑧𝑖+1 = π‘ž(𝑖+1)𝑖

2 𝑔𝑖+1𝑧𝑖+1.

Finalmente, provemos que (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž)𝑖 = (βˆ’1)π‘–π‘žβˆ’π‘–π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)2

2 𝑔𝑖(π‘–βˆ’1)β„Žπ‘–, para todo π‘–βˆˆN. Para𝑖 = 1 Γ© claro. Suponhamos que o resultado seja vΓ‘lido para 𝑖 e vejamos que vale para𝑖+ 1.

(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)𝑖+1 = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)𝑖 = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)(𝑔(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž))𝑖

= (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)(𝑔𝑧)𝑖 = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)(π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 𝑔𝑖𝑧𝑖)

= βˆ’π‘žβˆ’1π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 𝑔𝑖(β„Žπ‘”π‘–)𝑧𝑖 = βˆ’π‘žβˆ’1π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 𝑔𝑖(π‘žπ‘–π‘”π‘–β„Ž)𝑧𝑖

= (βˆ’π‘žβˆ’1π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)

2 π‘žπ‘–π‘”2π‘–β„Ž)(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–βˆ’1β„Ž)𝑖.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 20

Pela hipótese de indução, temos

(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘–β„Ž)𝑖+1 = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘ž(π‘–βˆ’1)𝑖

2 π‘žπ‘–π‘”2π‘–β„Ž)((βˆ’1)π‘–π‘žβˆ’π‘–π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)2

2 𝑔𝑖(π‘–βˆ’1)β„Žπ‘–)

= βˆ’(βˆ’1)π‘–π‘žβˆ’1π‘ž(π‘–βˆ’1)𝑖

2 π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)2

2 𝑔2𝑖(β„Žπ‘”π‘–(π‘–βˆ’1))β„Žπ‘–

= (βˆ’1)𝑖+1π‘žβˆ’1π‘ž(π‘–βˆ’1)𝑖

2 π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)2

2 𝑔2π‘–π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)𝑔𝑖(π‘–βˆ’1)β„Žβ„Žπ‘–

= (βˆ’1)𝑖+1π‘žβˆ’1π‘ž(π‘–βˆ’1)𝑖

2 π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)2

2 π‘žπ‘–(π‘–βˆ’1)𝑔2𝑖𝑔𝑖(π‘–βˆ’1)β„Žπ‘–+1

= (βˆ’1)𝑖+1π‘žβˆ’π‘–βˆ’1π‘ž(𝑖+1)𝑖2

2 𝑔2𝑖+𝑖(π‘–βˆ’1)β„Žπ‘–+1

= (βˆ’1)𝑖+1π‘žβˆ’(𝑖+1)π‘ž(𝑖+1)𝑖2

2 𝑔(𝑖+1)π‘–β„Žπ‘–+1,

como querΓ­amos.

Lema 2.1.22. O ideal Γ  esquerda gerado por β„Ž Γ© um ideal bilateral de 𝑇𝑁(π‘ž).

Demonstração. Seja π‘₯ = βˆ‘π‘–,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1 𝛼𝑖𝑗𝑔

π‘–β„Žπ‘— ∈ 𝑇𝑁(π‘ž), 𝛼𝑖𝑗 ∈ k, 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1. EntΓ£o, peloLema 2.1.21 (ii), temos

β„Žπ‘₯ = β„Ž(βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—) =

βˆ‘π‘–,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žπ‘–π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—+1 ∈ 𝑇𝑁(π‘ž)β„Ž,

π‘₯β„Ž = (βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—)β„Ž = β„Ž

βˆ‘π‘–,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘— ∈ β„Žπ‘‡π‘(π‘ž).

Logo, pela Observação 2.1.12 temos que 𝑇𝑁(π‘ž)β„Ž Γ© um ideal bilateral de 𝑇𝑁(π‘ž).

A Ñlgebra de Taft definida no exemplo acima tem uma estrutura adicional, à sabera de Ñlgebra de Hopf, o que serÑ mostrado na terceira seção deste capítulo.

2.2 Módulos sobre ÑlgebrasNesta seção apresentaremos a definição e alguns resultados importantes de módulos

sobre uma Γ‘lgebra. O objetivo Γ© estabelecer algumas propriedades que serΓ£o fundamen-tais ao longo deste trabalho e que envolvem classes especiais de mΓ³dulos, mΓ³dulos livres,projetivos, injetivos e indecomponΓ­veis. Por fim, introduziremos o conceito de semissim-plicidade e desenvolveremos um pouco da teoria necessΓ‘ria para o prΓ³ximo capΓ­tulo. Osresultados apresentados nesta seção podem ser encontrados em (MILIES, 1972), (LAM,1991), (ROTMAN, 2009), (SKOWRΓ“NSKI; YAMAGATA, 2011), (ASSEM; SIMSON;SKOWROΕƒSKI, 2006), (LINCKELMANN, 2018), (LEINSTER, 2014) e (CHEN, 2002).

Definição 2.2.1. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra. Um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© um par (𝑀,πœ‡π‘€)onde 𝑀 Γ© um k-espaΓ§o vetorial e πœ‡π‘€ : π΄βŠ—π‘€ βˆ’β†’ 𝑀 Γ© uma transformação linear tal que

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 21

os seguintes diagramas sΓ£o comutativos:

π΄βŠ— π΄βŠ—π‘€πΌπ‘‘π΄βŠ—πœ‡π‘€ //

π‘šπ΄βŠ—πΌπ‘‘π‘€

οΏ½οΏ½

π΄βŠ—π‘€

πœ‡π‘€

οΏ½οΏ½π΄βŠ—π‘€ πœ‡π‘€

//𝑀

kβŠ—π‘€π‘’π΄βŠ—πΌπ‘‘π‘€ //

πœ‚

##

π΄βŠ—π‘€

πœ‡π‘€

��𝑀.

A aplicação πœ‡π‘€ Γ© chamada de ação de 𝐴 sobre 𝑀 , diremos tambΓ©m que 𝐴 agesobre 𝑀 . Denotaremos πœ‡π‘€(π‘ŽβŠ—π‘š) simplesmente por π‘Žπ‘š, para quaisquer π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 .Assim, a comutatividade do primeiro diagrama da Definição 2.2.1 pode ser reescrita naforma:

(π‘Žπ‘)π‘š = π‘Ž(π‘π‘š),

para quaisquer π‘Ž, 𝑏 ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 . Enquanto, a comutatividade do segundo diagramasignifica simplesmente que:

1π΄π‘š = π‘š,

para todo π‘š ∈ 𝑀 .

De maneira anÑloga podemos definir 𝐴-módulo à direita. Os resultados que serãoapresentados neste trabalho valem tanto para 𝐴-módulos à esquerda quanto para 𝐴-módulos à direita, e as demonstraçáes são feitas de maneira anÑloga.

Exemplo 2.2.2. Todo k-espaço vetorial é um k-módulo à esquerda com as operaçáesusuais.

Exemplo 2.2.3. Toda k-Ñlgebra 𝐴 é um 𝐴-módulo à esquerda via multiplicação.

Denotaremos 𝐴 com estrutura de 𝐴-módulo à esquerda (respectivamente à direita)por 𝐴𝐴 (respectivamente 𝐴𝐴).

Definição 2.2.4. Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑁 um k-subespaΓ§o vetorial de 𝑀 .Dizemos que 𝑁 Γ© um 𝐴-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 , ou simplesmente, um submΓ³dulo Γ esquerda de 𝑀 se πœ‡π‘€(π΄βŠ—π‘) βŠ† 𝑁 .

Exemplo 2.2.5. Claramente os 𝐴-submódulos à esquerda de uma k-Ñlgebra 𝐴 são osideais à esquerda de 𝐴.

Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑁 βŠ† 𝑀 um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 .Considere 𝑀/𝑁 como k-espaΓ§o vetorial, e definimos πœ‡π‘€/𝑁 : 𝐴 βŠ— 𝑀/𝑁 βˆ’β†’ 𝑀/𝑁 porπœ‡π‘€/𝑁(π‘ŽβŠ—π‘š) = π‘Žπ‘š. Dessa forma, 𝑀/𝑁 possui estrutura de 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. AlΓ©mdisso, podemos notar que existe uma correspondΓͺncia biunΓ­voca entre os submΓ³dulos Γ esquerda do quociente 𝑀/𝑁 e os submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 que contΓ©m 𝑁 . Ou seja,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 22

para cada 𝐴-submΓ³dulo Γ  esquerda 𝐾 de 𝑀 com 𝐾 βŠ‡ 𝑁 estΓ‘ associado um 𝐴-submΓ³duloΓ  esquerda 𝑋 de 𝑀/𝑁 . Reciprocamente, para cada 𝐴-submΓ³dulo Γ  esquerda 𝑋 de 𝑀/𝑁

estΓ‘ associado um 𝐴-submΓ³dulo Γ  esquerda 𝐾 de 𝑀 com 𝐾 βŠ‡ 𝑁 .

Observação 2.2.6. Sejam 𝐼 um ideal de 𝐴 e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o, 𝑀 é𝐴/𝐼-mΓ³dulo Γ  esquerda via π‘Žπ‘š=π‘Žπ‘š, para todo π‘Žβˆˆπ΄,π‘šβˆˆπ‘€ , se e somente se 𝐼𝑀={0}.Com efeito, suponha que 𝑀 seja um 𝐴/𝐼-mΓ³dulo Γ  esquerda via π‘Žπ‘š = π‘Žπ‘š, para todoπ‘Ž ∈ 𝐴,π‘š ∈ 𝑀 . Em particular, para todo π‘₯ ∈ 𝐼,π‘š ∈ 𝑀 , temos que π‘₯π‘š = π‘₯π‘š = 0π‘š = 0.Logo, 𝐼𝑀 = {0}. Reciprocamente, considere a aplicação πœ‡ : 𝐴/𝐼 Γ— 𝑀 β†’ 𝑀 dada porπœ‡(π‘Ž,π‘š)=π‘Žπ‘š, para quaisquer π‘Žβˆˆπ΄ e π‘šβˆˆπ‘€ . Note que πœ‡ estΓ‘ bem definida, pois dadosπ‘Ž, π‘βˆˆπ΄/𝐼 tais que π‘Ž= 𝑏, entΓ£o π‘Ž βˆ’ π‘βˆˆπΌ. Logo, 0=(π‘Ž βˆ’ 𝑏)π‘š=π‘Žπ‘š βˆ’ π‘π‘š=π‘Žπ‘š βˆ’ π‘π‘š, paratodo π‘š ∈ 𝑀 . Γ‰ fΓ‘cil ver que πœ‡ Γ© uma função bilinear, entΓ£o pela propriedade universaldo produto tensorial segue que existe uma ΓΊnica transformação linear πœ‡ : 𝐴/𝐼 βŠ—π‘€ β†’ 𝑀

tal que πœ‡ ∘ πœ” = πœ‡, onde πœ” : 𝐴/𝐼 Γ— 𝑀 β†’ 𝐴/𝐼 βŠ— 𝑀 Γ© uma função bilinear. Claramenteπ‘Ž(π‘π‘š) = (π‘Žπ‘)π‘š e 1π΄π‘š = π‘š, para quaisquer π‘Ž, 𝑏 ∈ 𝐴/𝐼 e π‘š ∈ 𝑀 .

Vejamos a seguir algumas definiçáes que serão importantes no decorrer desta seção.

Definição 2.2.7. Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo e 𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 , 𝑁 = 𝑀 .Dizemos que 𝑁 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda maximal de 𝑀 se para qualquer submΓ³dulo Γ esquerda 𝑁 β€² de 𝑀 , satisfazendo 𝑁 βŠ† 𝑁 β€² βŠ† 𝑀 , entΓ£o 𝑁 β€² = 𝑁 ou 𝑁 β€² = 𝑀 .

Exemplo 2.2.8. Os submódulos à esquerda maximais de 𝐴𝐴 são precisamente os ideaisà esquerda maximais de 𝐴.

Definição 2.2.9. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. O anulador de𝑀 Γ© o conjunto

𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀) = {π‘Ž ∈ 𝐴 | π‘Žπ‘š = 0, para todo π‘š ∈ 𝑀}.

Observemos que dados π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘₯ ∈ 𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀) temos (π‘Žπ‘₯)π‘š = π‘Ž(π‘₯π‘š) = 0 e(π‘₯π‘Ž)π‘š = π‘₯(π‘Žπ‘š) = 0, para todo π‘š ∈ 𝑀 . Logo, π‘Žπ‘₯ ∈ 𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀) e π‘₯π‘Ž ∈ 𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀), ou seja,o anulador de 𝑀 Γ© um ideal de 𝐴. Pela Observação 2.2.6, 𝑀 Γ© um 𝐴/𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀)-mΓ³duloΓ  esquerda via οΏ½οΏ½π‘š = π‘Žπ‘š, para quaisquer π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 .

Definição 2.2.10. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra, (𝑀,πœ‡π‘€) e (𝑁,πœ‡π‘) 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda.Uma transformação linear 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda seo seguinte diagrama Γ© comutativo:

π΄βŠ—π‘€πΌπ‘‘π΄βŠ—π‘“ //

πœ‡π‘€

οΏ½οΏ½

π΄βŠ—π‘

πœ‡π‘

��𝑀

𝑓// 𝑁.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 23

Ou seja, 𝑓(π‘Žπ‘š) = π‘Žπ‘“(π‘š), para todo π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 .

Exemplo 2.2.11. Seja 𝑓 :𝐴 βˆ’β†’ 𝐡 um homomorfismo sobrejetor de k-Γ‘lgebras. Se 𝑀 Γ©um 𝐡-mΓ³dulo Γ  esquerda, entΓ£o 𝑀 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda via ação induzida por 𝑓 ,ou seja, dados π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 , π‘Žπ‘š = 𝑓(π‘Ž)π‘š.

Exemplo 2.2.12. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝐼 um ideal de 𝐴, entΓ£o πœ‹ :𝐴 β†’ 𝐴/𝐼 Γ© umhomomorfismo sobrejetor de k-Γ‘lgebras. Assim, se 𝑀 Γ© um 𝐴/𝐼-mΓ³dulo Γ  esquerda, entΓ£o𝑀 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda via π‘Žπ‘š = πœ‹(π‘Ž)π‘š, para quaisquer π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 .

Observação 2.2.13. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑉 um k-espaΓ§o vetorial. Considere𝐸𝑛𝑑(𝑉 ) = {𝑇 : 𝑉 βˆ’β†’ 𝑉 | 𝑇 Γ© transformação linear}. Γ‰ fΓ‘cil ver que, 𝐸𝑛𝑑(𝑉 ) Γ© umak-Γ‘lgebra com a multiplicação dada pela composição e unidade dada pela identidade. Noteque se 𝑉 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda via πœ‡(π‘Ž βŠ— 𝑣) = π‘Žπ‘£, para todo π‘Ž ∈ 𝐴 e 𝑣 ∈ 𝑉 entΓ£oexiste 𝜌 :𝐴 βˆ’β†’ 𝐸𝑛𝑑(𝑉 ) homomorfismo de Γ‘lgebras. Com efeito, defina 𝜌 :𝐴 βˆ’β†’ 𝐸𝑛𝑑(𝑉 )por 𝜌(π‘Ž)(𝑣) = πœŒπ‘Ž(𝑣) = π‘Žπ‘£, para todo π‘Ž ∈ 𝐴 e 𝑣 ∈ 𝑉 . Sejam π‘Ž, 𝑏 ∈ 𝐴 e 𝑣 ∈ 𝑉 temos que,

πœŒπ‘Žπ‘(𝑣) = (π‘Žπ‘)𝑣 = (π‘Žπ‘)𝑣 = π‘Ž(𝑏𝑣) = πœŒπ‘Ž(πœŒπ‘(𝑣)) = (πœŒπ‘Ž ∘ πœŒπ‘)(𝑣).

Assim, 𝜌(π‘Žπ‘) = πœŒπ‘Žπ‘ = πœŒπ‘Ž ∘ πœŒπ‘ = 𝜌(π‘Ž) ∘ 𝜌(𝑏). AlΓ©m disso,

𝜌(1𝐴) = 𝜌1𝐴(𝑣) = 1𝐴𝑣 = 𝑣 = 𝐼𝑑𝐸𝑛𝑑(𝑉 )(𝑣),

para todo 𝑣 ∈ 𝑉 . Portanto, 𝜌 Γ© um homomorfismo de Γ‘lgebras. Reciprocamente, se𝜌 :𝐴 βˆ’β†’ 𝐸𝑛𝑑(𝑉 ) Γ© um homomorfismo de Γ‘lgebras entΓ£o, Γ© fΓ‘cil verificar que, 𝑉 Γ© um𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda via π‘Žπ‘£ = πœŒπ‘Ž(𝑣), para todo π‘Ž ∈ 𝐴 e 𝑣 ∈ 𝑉 .

A seguir iremos discutir brevemente sobre sequΓͺncias exatas de mΓ³dulos.

Definição 2.2.14. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra. Sejam {𝑀𝑖}π‘–βˆˆπΌ uma famΓ­lia de 𝐴-mΓ³dulos Γ esquerda e {𝑓𝑖 : 𝑀𝑖 βˆ’β†’ 𝑀𝑖+1}π‘–βˆˆπΌ uma famΓ­lia de homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda.Dizemos que o diagrama

Β· Β· Β· π‘“π‘–βˆ’1βˆ’β†’ π‘€π‘–π‘“π‘–βˆ’β†’ 𝑀𝑖+1

𝑓𝑖+1βˆ’β†’ Β· Β· Β·

Γ© uma sequΓͺncia exata se, πΌπ‘š(𝑓𝑖) = πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓𝑖+1), para todo 𝑖 ∈ 𝐼.

Exemplo 2.2.15. Sejam 𝑀 e 𝑁 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. A sequΓͺncia 0 π‘“βˆ’β†’ π‘€π‘”βˆ’β†’ 𝑁

Γ© exata se e somente se 𝑔 Γ© um monomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. De fato, se asequΓͺncia 0 π‘“βˆ’β†’ 𝑀

π‘”βˆ’β†’ 𝑁 Γ© exata entΓ£o, πΌπ‘š(𝑓) = πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔). Como πΌπ‘š(𝑓) = {0} temosque, πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔) = {0} e, consequentemente, 𝑔 Γ© injetora. Reciprocamente, se 𝑔 Γ© injetoraentΓ£o, πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔) = {0}. Como πΌπ‘š(𝑓) = {0} segue que πΌπ‘š(𝑓) = πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔).

De maneira anΓ‘loga, podemos mostrar que a sequΓͺncia 𝑀 π‘“βˆ’β†’ π‘π‘”βˆ’β†’ 0 Γ© exata se e

somente se 𝑓 Γ© um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Disso decorre que, a sequΓͺncia0 βˆ’β†’ 𝑀

π‘“βˆ’β†’ π‘βˆ’β†’ 0 Γ© exata se e somente se 𝑓 Γ© um isomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ esquerda.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 24

Definição 2.2.16. Uma sequΓͺncia exata do tipo 0 βˆ’β†’ π‘€π‘“βˆ’β†’ 𝑁

π‘”βˆ’β†’ 𝐾 βˆ’β†’ 0 Γ© ditauma sequΓͺncia exata curta.

Exemplo 2.2.17. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra, 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑁 um submΓ³-dulo Γ  esquerda de 𝑀 . EntΓ£o, a sequΓͺncia 0 βˆ’β†’ 𝑁

π‘–βˆ’β†’ π‘€πœ‹βˆ’β†’ 𝑀/𝑁 βˆ’β†’ 0, onde πœ‹ Γ© a

projeção canΓ΄nica, Γ© claramente uma sequΓͺncia exata curta.

Observação 2.2.18. Dada a sequΓͺncia exata curta 0 βˆ’β†’ π‘€π‘“βˆ’β†’ 𝑁

π‘”βˆ’β†’ 𝐾 βˆ’β†’ 0.Considere 𝑀 β€² = πΌπ‘š(𝑓). Claramente 𝑀 β€² Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑁 . Como 𝑔 Γ©sobrejetora, 𝑁/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔) ≃ 𝐾. Mas, πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔) = πΌπ‘š(𝑓) e assim 𝑁/πΌπ‘š(𝑓) ≃ 𝐾. AlΓ©m disso,𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) ≃ πΌπ‘š(𝑓) e como πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) = {0}, temos que, 𝑀 ≃ 𝑀 β€². Logo, a sequΓͺncia0 βˆ’β†’ 𝑀 β€² π‘–βˆ’β†’ 𝑁

πœ‹βˆ’β†’ 𝑁/𝑀 β€² βˆ’β†’ 0 Γ© exata. Isso nos diz que, toda sequΓͺncia exata curtatem a forma da sequΓͺncia do Exemplo 2.2.17.

Proposição 2.2.19. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra. Consideremos a seguinte sequΓͺncia exatacurta de 𝐴-mΓ³dulos

0 βˆ’β†’ π‘π‘“βˆ’β†’ 𝑀

π‘”βˆ’β†’ 𝐾 βˆ’β†’ 0.

Então as seguintes afirmaçáes são equivalentes:

(i) 𝑀 ≃ 𝑁 βŠ•πΎ;

(ii) Existe um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda πœ“ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 tal que πœ“βˆ˜π‘“ = 𝐼𝑑𝑁 ;

(iii) Existe um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda πœ‘ : 𝐾 βˆ’β†’ 𝑀 tal que π‘”βˆ˜πœ‘ = 𝐼𝑑𝐾 .

Demonstração. (i) β‡’ (ii) Suponhamos que 𝑀 ≃ 𝑁 βŠ• 𝐾. Como 𝑓 Γ© injetora segue peloteorema do homomorfismo de mΓ³dulos que, 𝑁 ≃ πΌπ‘š(𝑓). Dessa forma, dado π‘š ∈ 𝑀 ,temos π‘š = π‘š1 +π‘š2, onde π‘š1 ∈ πΌπ‘š(𝑓) e π‘š2 ∈ 𝐾. Assim, existe um ΓΊnico 𝑛 ∈ 𝑁 tal que𝑓(𝑛) = π‘š1. Definimos πœ“ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 por πœ“(π‘š) = 𝑛. Assim, πœ“ estΓ‘ bem definida e Γ© umhomomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. De fato, sejam π‘š,π‘šβ€² ∈ 𝑀 entΓ£o π‘š = π‘š1 +π‘š2,com π‘š1 ∈ πΌπ‘š(𝑓) e π‘š2 ∈ 𝐾 e π‘šβ€² = π‘šβ€²

1 + π‘šβ€²2, com π‘šβ€²

1 ∈ πΌπ‘š(𝑓) e π‘šβ€²2 ∈ 𝐾. EntΓ£o,

πœ“(π‘š + π‘šβ€²) = πœ“(π‘š1 + π‘š2 + π‘šβ€²1 + π‘šβ€²

2) = 𝑦, onde 𝑓(𝑦) = π‘š1 + π‘šβ€²1. Por outro lado,

πœ“(π‘š) + πœ“(π‘šβ€²) = 𝑧 + 𝑧′, onde 𝑓(𝑧) = π‘š1 e 𝑓(𝑧′) = π‘šβ€²1. EntΓ£o,

𝑓(𝑦) = π‘š1 +π‘šβ€²1 = 𝑓(𝑧) + 𝑓(𝑧′) = 𝑓(𝑧 + 𝑧′).

Como 𝑓 Γ© injetora, 𝑦 = 𝑧 + 𝑧′. Logo, πœ“(π‘š + π‘šβ€²) = πœ“(π‘š) + πœ“(π‘šβ€²). Agora, dado π‘Ž ∈ 𝐴

e π‘š = π‘š1 + π‘š2 ∈ 𝑀 , πœ“(π‘Žπ‘š) = πœ“(π‘Žπ‘š1 + π‘Žπ‘š2) = 𝑀, onde 𝑓(𝑀) = π‘Žπ‘š1. Por outrolado, π‘Žπœ“(π‘š) = π‘Žπ‘§, onde 𝑓(𝑧) = π‘š1. Assim, π‘Žπ‘š1 = π‘Žπ‘“(𝑧) = 𝑓(π‘Žπ‘§) e como 𝑓 Γ© injetora𝑀 = π‘Žπ‘§, ou seja, πœ“(π‘Žπ‘š) = π‘Žπœ“(π‘š). AlΓ©m disso, para todo 𝑛 ∈ 𝑁 , temos que 𝑓(𝑛) seescreve unicamente como 𝑓(𝑛) + 0 ∈ πΌπ‘š(𝑓) βŠ•πΎ, logo

(πœ“ ∘ 𝑓)(𝑛) = πœ“(𝑓(𝑛)) = πœ“(𝑓(𝑛) + 0) = 𝑛 = 𝐼𝑑𝑁(𝑛).

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 25

(ii) β‡’ (i) Suponhamos que exista πœ“ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 tal que πœ“ ∘ 𝑓 = 𝐼𝑑𝑁 . Vejamos agoraque 𝑀 ≃ πΌπ‘š(𝑓) βŠ• πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“). Seja π‘š ∈ 𝑀 , tomamos π‘₯ = 𝑓(πœ“(π‘š)) ∈ 𝑀 e consideramos𝑦 = π‘šβˆ’ π‘₯ ∈ 𝑀 . EntΓ£o,

πœ“(𝑦) = πœ“(π‘šβˆ’ π‘₯) = πœ“(π‘š) βˆ’ πœ“(π‘₯) = πœ“(π‘š) βˆ’ πœ“(𝑓(πœ“(π‘š))) = πœ“(π‘š) βˆ’ πœ“(π‘š) = 0,

ou seja, 𝑦 ∈ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“). Logo, π‘š = π‘₯ + 𝑦 ∈ πΌπ‘š(𝑓) + πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“). Seja 𝑧 ∈ πΌπ‘š(𝑓) ∩ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“)entΓ£o, existe 𝑛 ∈ 𝑁 tal que 𝑓(𝑛) = 𝑧 e assim 𝑛 = πœ“(𝑓(𝑛)) = πœ“(𝑧) = 0, donde segue que𝑧 = 0. Portanto, 𝑀 ≃ πΌπ‘š(𝑓) βŠ• πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“). Como 𝑓 Γ© injetora, 𝑁 ≃ πΌπ‘š(𝑓). Pelo teoremado homomorfismo de mΓ³dulos Γ  esquerda, temos que 𝐾 ≃ 𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔), e pela sequΓͺnciaser exata, πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔) = πΌπ‘š(𝑓). Logo, 𝐾 ≃ (πΌπ‘š(𝑓) βŠ•πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“))/πΌπ‘š(𝑓) ≃ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“).

Analogamente, (i) Γ© equivalente a (iii).

Definição 2.2.20. Uma sequΓͺncia exata curta que satisfaz uma, e portanto todas, ascondiçáes da Proposição 2.2.19 Γ© dita uma sequΓͺncia exata curta que cinde.

2.2.1 MΓ³dulos livres, projetivos e injetivos

ComeΓ§aremos esta subseção introduzindo o conceito de mΓ³dulos livres e mos-trando algumas propriedades importantes sobre estes mΓ³dulos. Posteriormente, iremosdefinir e apresentar alguns resultados sobre mΓ³dulos projetivos e injetivos. Os resultadosapresentados nesta subseção podem ser encontrados em (MILIES, 1972), (LAM, 1991),(ROTMAN, 2009), (SKOWRΓ“NSKI; YAMAGATA, 2011) e (LEINSTER, 2014).

Dado uma k-Γ‘lgebra 𝐴, denotaremos por 𝐴(𝐼) o conjunto de todas as sequΓͺnciasquase nulas (πœ†π‘–)π‘–βˆˆπΌ onde πœ†π‘– ∈ 𝐴, para todo 𝑖 ∈ 𝐼, ou seja, πœ†π‘– = 0 exceto para um nΓΊmerofinito de Γ­ndices 𝑖 ∈ 𝐼. Notemos que 𝐴(𝐼) Γ© a soma direta βŠ•π‘–βˆˆπΌπ΄π‘–, onde cada somando Γ©igual a 𝐴.

Seja {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ um conjunto de elementos de um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 . Umelemento π‘š ∈ 𝑀 Γ© uma combinação linear de {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ se existe (πœ†π‘–)π‘–βˆˆπΌ ∈ 𝐴(𝐼) tal queπ‘š = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘–. Notemos que esta soma estΓ‘ bem definida, pois sΓ³ um nΓΊmero finito desomandos Γ© nΓ£o nulo. Dizemos que {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ gera 𝑀 se qualquer elemento de 𝑀 podeser escrito como uma combinação linear finita de elementos de {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ . AlΓ©m disso, umconjunto {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ de elementos de 𝑀 Γ© dito linearmente independente ou livre se paratoda sequΓͺncia quase nula (πœ†π‘–)π‘–βˆˆπΌ ∈ 𝐴(𝐼) tal que βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘– = 0 tivermos que πœ†π‘– = 0, paratodo 𝑖 ∈ 𝐼.

Definição 2.2.21. Um conjunto {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ de elementos de um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 Γ©uma base de 𝑀 se Γ© linearmente independente e gera 𝑀 . Dizemos ainda, que 𝑀 Γ© livrese existe uma base para 𝑀 .

Observação 2.2.22. Notemos que sempre existe um conjunto de geradores de M, aomenos o prΓ³prio 𝑀 .

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 26

Exemplo 2.2.23. O 𝐴-módulo à esquerda 𝐴 é um módulo livre com base {1𝐴}.

Exemplo 2.2.24. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑛 um inteiro tal que 𝑛 β‰₯ 1 entΓ£o o produtocartesiano de 𝐴𝑛 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda livre com base {𝑒𝑖}π‘–βˆˆπΌ , onde 𝑒𝑖 Γ© a 𝑛-uplaque tem 1 na posição 𝑖 e zero nas demais.

Mais geralmente, dada uma k-Γ‘lgebra 𝐴, consideremos a soma direta 𝐴(𝐼). Indi-caremos por π‘’π‘˜ o elemento π‘’π‘˜ = (π‘šπ‘–)π‘–βˆˆπΌ tal que π‘šπ‘˜ = 1 e π‘šπ‘– = 0 se 𝑖 = π‘˜. O conjunto{π‘’π‘˜}π‘˜βˆˆπΌ Γ© uma base de 𝐴(𝐼), chamada de base canΓ΄nica. Portanto, 𝐴(𝐼) Γ© um 𝐴-mΓ³dulolivre.

Definição 2.2.25. Um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 Γ© dito finitamente gerado se existe umconjunto finito de elementos que gera 𝑀 .

A proposição a seguir mostra que para definirmos um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 , onde 𝑀 Γ© livre, Γ© suficiente defini-lo na base.

Proposição 2.2.26. Sejam 𝑀 e 𝑁 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda, {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ uma base de 𝑀 e{𝑛𝑖}π‘–βˆˆπΌ um subconjunto qualquer de 𝑁 . EntΓ£o, existe um ΓΊnico homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 tal que 𝑓(π‘šπ‘–) = 𝑛𝑖, para todo 𝑖 ∈ 𝐼.

Demonstração. Seja π‘š = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘–βˆˆπ‘€ , com (πœ†π‘–)π‘–βˆˆπΌ ∈𝐴(𝐼). Definimos 𝑓(π‘š) = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘›π‘–.Sejam π‘š1 = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘–,π‘š2 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†

β€²π‘–π‘šπ‘– ∈ 𝑀 e 𝛼 ∈ k. EntΓ£o,

𝑓(π›Όπ‘š1 +π‘š2) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

(π›Όπœ†π‘– + πœ†β€²π‘–)𝑛𝑖 = 𝛼

βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘›π‘– +βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†β€²π‘–π‘›π‘–

= π›Όβˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘›π‘– +βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†β€²π‘–π‘›π‘– = 𝛼𝑓(π‘š1) + 𝑓(π‘š2).

Portanto, 𝑓 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Suponha que exista outrohomomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 β€² : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 tal que 𝑓 β€²(π‘šπ‘–) = 𝑛𝑖, para todo𝑖 ∈ 𝐼. EntΓ£o, dado π‘š = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘–, temos

𝑓 β€²(π‘š) = 𝑓(βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘šπ‘–) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘“β€²(π‘šπ‘–) =

βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘›π‘– = 𝑓(π‘š).

Portanto, 𝑓 = 𝑓 β€².

Proposição 2.2.27. Todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 Γ© uma imagem epimΓ³rfica de ummΓ³dulo livre.

Demonstração. Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑋 = {π‘šπ‘–}π‘–βˆˆπΌ um conjunto de ge-radores de 𝑀 . Considere {𝑒𝑖}π‘–βˆˆπΌ base de 𝐴(𝐼). Pela Proposição 2.2.26, 𝑓 : 𝐴(𝐼) βˆ’β†’ 𝑀

dada por 𝑓(βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘’π‘–) = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘– Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Resta

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 27

mostrar que, 𝑓 Γ© sobrejetora. De fato, seja 𝑦 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘šπ‘– ∈ 𝑀 . Tome βˆ‘π‘–βˆˆπΌ πœ†π‘–π‘’π‘– ∈ 𝐴(𝐼),

entΓ£o𝑓(βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘’π‘–) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ

πœ†π‘–π‘šπ‘– = 𝑦.

Definição 2.2.28. Sejam 𝑀 e 𝑁 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Dizemos que um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda 𝑃 Γ© projetivo se dado um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 eum homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑔 :𝑃 βˆ’β†’ 𝑁 existe um ΓΊnico homomorfismode 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda β„Ž :𝑃 βˆ’β†’ 𝑀 tal que o seguinte diagrama Γ© comutativo

π‘ƒβ„Ž

~~𝑔��

𝑀𝑓 // 𝑁 // 0.

Exemplo 2.2.29. Todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda livre Γ© projetivo. Com efeito, seja 𝐿 um𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda livre com base {π‘₯𝑖}π‘–βˆˆπΌ . Dados dois 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑀 e 𝑁 ,𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda e 𝑔 :𝐿 βˆ’β†’ 𝑁 um homomorfismode 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Mostremos que sempre existe um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda β„Ž :𝐿 βˆ’β†’ 𝑀 tal que o seguinte diagrama Γ© comutativo

πΏβ„Ž

~~𝑔��

𝑀𝑓 // 𝑁 // 0.

Para cada π‘₯𝑖 da base de 𝐿, temos que 𝑔(π‘₯𝑖) ∈ 𝑁 e como 𝑓 Γ© sobrejetora entΓ£oexiste π‘šπ‘– ∈ 𝑀 tal que 𝑓(π‘šπ‘–) = 𝑔(π‘₯𝑖), 𝑖 ∈ 𝐼. Defina β„Ž(π‘₯𝑖) = π‘šπ‘–. Pela Proposição 2.2.26β„Ž : 𝐿 βˆ’β†’ 𝑀 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Vejamos que 𝑓 ∘ β„Ž = 𝑔.EntΓ£o, 𝑓(β„Ž(π‘₯𝑖)) = 𝑓(π‘šπ‘–) = 𝑔(π‘₯𝑖), para todo 𝑖 ∈ 𝐼. Logo, o diagrama acima Γ© comutativoe consequentemente, 𝐿 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo.

Em particular, segue do exemplo acima que toda k-Ñlgebra vista como 𝐴-móduloà esquerda é um 𝐴-módulo à esquerda projetivo.

Proposição 2.2.30. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑃 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o, asseguintes afirmaçáes sΓ£o equivalentes:

(i) 𝑃 Γ© projetivo;

(ii) Se existe um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 e 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑃 um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda, entΓ£o 𝑃 Γ© isomorfo a um somando direto de 𝑀 ;

(iii) Existe um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda livre 𝐿 tal que 𝐿 = 𝑃 βŠ•π‘„, para algum 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda 𝑄.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 28

Demonstração. (i) β‡’ (ii) Suponha que 𝑃 seja um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo. Sejam𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑃 um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda.Como 𝑃 Γ© projetivo, temos que o seguinte diagrama Γ© comutativo

π‘ƒβ„Ž

~~𝐼𝑑𝑃��

𝑀𝑓 // 𝑃 // 0.

Assim, a seguinte sequΓͺncia exata curta de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda

0 βˆ’β†’ πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) π‘–βˆ’β†’ π‘€π‘“βˆ’β†’ 𝑃 βˆ’β†’ 0

cinde. Pela Proposição 2.2.19 temos que 𝑀 ≃ πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) βŠ• 𝑃 .

(ii) β‡’ (iii) Pela Proposição 2.2.27 existe um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda livre 𝑀 e um epimor-fismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑃 . Logo, por hipΓ³tese 𝑃 Γ© isomorfo a umsomando direto de 𝑀 .

(iii) β‡’ (i) Seja 𝐿 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda livre tal que 𝐿 = 𝑃 βŠ•π‘„ para algum 𝐴-mΓ³duloΓ  esquerda 𝑄. Sejam 𝑀 , 𝑁 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda, 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda e 𝑔 :𝑃 βˆ’β†’ 𝑁 um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Provemosque existe um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda β„Ž : 𝑃 βˆ’β†’ 𝑀 tal que 𝑓 ∘ β„Ž = 𝑔.Como 𝐿 = 𝑃 βŠ•π‘„, todo π‘₯ ∈ 𝐿 se escreve de forma ΓΊnica como π‘₯ = π‘₯1 + π‘₯2 onde π‘₯1 ∈ 𝑃 eπ‘₯2 ∈ 𝑄. Claramente 𝑔 :𝐿 βˆ’β†’ 𝑁 dada por 𝑔(π‘₯) = 𝑔(π‘₯1 + π‘₯2) = 𝑔(π‘₯1) Γ© um homomorfismode 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Pelo Exemplo 2.2.29 temos que 𝐿 Γ© projetivo. Dessa forma,temos o seguinte diagrama

𝐿

β„Žβ€²

οΏ½οΏ½

𝑔

π‘ƒπœ„oo

𝑔��

𝑀𝑓// 𝑁 // 0.

Definindo β„Ž = β„Žβ€² ∘ πœ„ temos,

(𝑓 ∘ β„Ž)(𝑦) = (𝑓 ∘ (β„Žβ€² ∘ πœ„))(𝑦) = ((𝑓 ∘ β„Žβ€²) ∘ πœ„)(𝑦) = (𝑔 ∘ πœ„)(𝑦) = 𝑔(πœ„(𝑦)) = 𝑔(𝑦),

para todo 𝑦 ∈ 𝑃 . Logo, 𝑃 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo.

Definição 2.2.31. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Uma cobertura projetiva para 𝑀

Γ© um par (𝑃, 𝑓), onde 𝑃 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo e 𝑓 : 𝑃 βˆ’β†’ 𝑀 Γ© umepimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda tal que se 𝑁 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivoe 𝑔 : 𝑁 βˆ’β†’ 𝑃 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda com 𝑓 ∘ 𝑔 : 𝑁 βˆ’β†’ 𝑀

um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda, entΓ£o 𝑔 Γ© um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ esquerda.

A seguir iremos enunciar um teorema que garante a existΓͺncia da cobertura pro-jetiva para todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 29

Teorema 2.2.32. ([Teorema 8.4., SKOWRΓ“NSKI; YAMAGATA, 2011]) Todo 𝐴-mΓ³duloΓ  esquerda possui uma cobertura projetiva.

Observação 2.2.33. Seja 𝑃 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo. EntΓ£o (𝑃, 𝐼𝑑𝑃 ) Γ© acobertura projetiva de 𝑃 . De fato, seja 𝑁 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo e 𝑔 :𝑁 βˆ’β†’ 𝑃

um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda tal que 𝐼𝑑𝑃 βˆ˜π‘” :𝑁 βˆ’β†’ 𝑃 Γ© um epimorfismo de𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. EntΓ£o, claramente 𝑔 Γ© um epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda.

Proposição 2.2.34. Sejam (𝑃1, 𝑓1) e (𝑃2, 𝑓2) coberturas projetivas de um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda 𝑀 . EntΓ£o, 𝑃1 ≃ 𝑃2.

Demonstração. Sejam 𝑓1 : 𝑃1 βˆ’β†’ 𝑀 e 𝑓2 : 𝑃2 βˆ’β†’ 𝑀 dois epimorfismos de 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda. Como 𝑃1 e 𝑃2 sΓ£o 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda projetivos temos que os seguintesdiagramas sΓ£o comutativos

𝑃1β„Ž

~~𝑓1οΏ½οΏ½

𝑃2𝑓2 //𝑀 // 0,

𝑃2β„Žβ€²

~~𝑓2οΏ½οΏ½

𝑃1𝑓1 //𝑀 // 0.

Ou seja, 𝑓2 ∘ β„Ž = 𝑓1 e 𝑓1 ∘ β„Žβ€² = 𝑓2. Assim, 𝑓2 ∘ β„Ž : 𝑃1 βˆ’β†’ 𝑀 e 𝑓1 ∘ β„Žβ€² : 𝑃2 βˆ’β†’ 𝑀 sΓ£oepimorfismos de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Como (𝑃1, 𝑓1) e (𝑃2, 𝑓2) sΓ£o coberturas projetivasde 𝑀 , β„Ž e β„Žβ€² sΓ£o epimorfismos de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. AlΓ©m disso,

𝑓1 = 𝑓2 ∘ β„Ž = (𝑓1 ∘ β„Žβ€²) ∘ β„Ž = 𝑓1 ∘ (β„Žβ€² ∘ β„Ž).

Logo, β„Žβ€² ∘ β„Ž = 𝐼𝑑𝑃1 . Por outro lado, 𝑓2 = 𝑓1 ∘ β„Žβ€² = (𝑓2 ∘ β„Ž) ∘ β„Žβ€² = 𝑓2 ∘ (β„Ž ∘ β„Žβ€²). Assim,β„Ž ∘ β„Žβ€² = 𝐼𝑑𝑃2 . Logo, 𝑃1 ≃ 𝑃2.

Definição 2.2.35. Sejam 𝑀 e 𝑁 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Dizemos que um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda 𝐼 Γ© injetivo se dado um monomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 eum homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑔 :𝑀 βˆ’β†’ 𝐼, existe um ΓΊnico homomorfismode 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda β„Ž :𝑁 βˆ’β†’ 𝐼 tal que o seguinte diagrama Γ© comutativo

0 //𝑀𝑓 //

𝑔��

𝑁

β„Ž~~𝐼.

Exemplo 2.2.36. Todo k-espaΓ§o vetorial 𝑉 Γ© um k-mΓ³dulo Γ  esquerda injetivo. De fato,sejam π‘ˆ e π‘Š dois k-espaΓ§os vetoriais tais que 𝑓 :π‘ˆ βˆ’β†’ π‘Š Γ© uma transformação linearinjetora e 𝑔 :π‘ˆ βˆ’β†’ 𝑉 uma transformação linear. Seja {𝑒𝑖}π‘–βˆˆπΌ uma base de π‘ˆ . Como 𝑓é injetora, {𝑓(𝑒𝑖)}π‘–βˆˆπΌ Γ© linearmente independente em π‘Š . Estendendo {𝑓(𝑒𝑖)}π‘–βˆˆπΌ a umabase de π‘Š , {𝑓(𝑒𝑖)}π‘–βˆˆπΌ βˆͺ {𝑀𝑗}π‘—βˆˆπ½ e escolhendo {𝑣𝑗}π‘—βˆˆπ½ um conjunto qualquer de vetores

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 30

de 𝑉 , defina β„Ž :π‘Š βˆ’β†’ 𝑉 por β„Ž(𝑓(𝑒𝑖)) = 𝑔(𝑒𝑖), para todo 𝑖 ∈ 𝐼 e β„Ž(𝑀𝑗) = 𝑣𝑗, para todo𝑗 ∈ 𝐽 . Assim, claramente o seguinte diagrama Γ© comutativo

0 // π‘ˆπ‘“ //

𝑔��

π‘Š

β„Ž~~𝑉.

Logo, 𝑉 Γ© k-mΓ³dulo Γ  esquerda injetivo.

Definição 2.2.37. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Um fecho injetivo para 𝑀 Γ© umpar (𝐼, 𝑓), onde 𝐼 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda injetivo e 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝐼 Γ© um monomorfismode 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda tal que se 𝑁 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda injetivo e 𝑔 :𝐼 βˆ’β†’ 𝑁 Γ©um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda tal que 𝑔 ∘ 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 Γ© um monomorfismode 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda, entΓ£o 𝑔 Γ© um monomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda.

Observação 2.2.38. Seja 𝐼 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda injetivo. EntΓ£o (𝐼, 𝐼𝑑𝐼) Γ© o fechoinjetivo de 𝐼. De fato, seja 𝑁 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda injetivo e 𝑔 : 𝐼 βˆ’β†’ 𝑁 umhomomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda tal que 𝑔 ∘ 𝐼𝑑𝐼 : 𝐼 βˆ’β†’ 𝑁 Γ© um monomorfismode 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. EntΓ£o, claramente 𝑔 Γ© um monomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ esquerda.

Assim como na cobertura projetiva existe um teorema que garante a existΓͺnciado fecho injetivo, e de maneira anΓ‘loga ao que foi feita na Proposição 2.2.34 podemosmostrar que o fecho injetivo de um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© ΓΊnico a menos de isomorfismo.Denotaremos a cobertura projetiva e o fecho injetivo de um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 por𝑃 (𝑀) e 𝐸(𝑀), respectivamente.

Definição 2.2.39. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra. Dizemos que 𝐴 é auto-injetiva se 𝐴 como𝐴-módulo à esquerda é injetivo.

2.2.2 MΓ³dulos indecomponΓ­veis.

Nesta subseção iremos introduzir a definição de módulos simples, módulos inde-componíveis, módulos uniseriais e mostrar algumas propriedades sobre estes módulos queserão fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Além disso, iremos definir emostrar alguns resultados importantes sobre módulos artinianos e noetherianos. Os re-sultados apresentados nesta subseção podem ser vistos em (MILIES, 1972), (LAM, 1991)e (LEINSTER, 2014).

Definição 2.2.40. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda nΓ£o nulo. Dizemos que 𝑀 Γ© simplesse os ΓΊnicos submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 sΓ£o os triviais.

Exemplo 2.2.41. Os ideais à esquerda minimais de uma k-Ñlgebra 𝐴 são precisamenteos 𝐴-submódulos à esquerda simples de 𝐴.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 31

Exemplo 2.2.42. Considere Z como Z-mΓ³dulo Γ  esquerda. Sabemos que todo Z-submΓ³duloΓ  esquerda de Z Γ© da forma 𝑛Z = {𝑛π‘₯ | π‘₯ ∈ Z}, onde 𝑛 ∈ N. Logo, Z nΓ£o Γ© simples comoZ-mΓ³dulo Γ  esquerda.

Proposição 2.2.43. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o 𝑀/𝑁 Γ© simples se esomente se 𝑁 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda maximal de 𝑀 .

Demonstração. Suponhamos que 𝑀/𝑁 seja simples. Consideremos πœ‹ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑀/𝑁 aprojeção canΓ΄nica de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda e 𝑁 β€² um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 tal que𝑁 ( 𝑁 β€² βŠ† 𝑀 . Notemos que πœ‹(𝑁 β€²) = 𝑁 β€²/𝑁 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀/𝑁 , entΓ£o𝑁 β€²/𝑁 = {0} ou 𝑁 β€²/𝑁 = 𝑀/𝑁 . Como 𝑁 ( 𝑁 β€², 𝑁 β€²/𝑁 = {0}, e assim 𝑁 β€²/𝑁 = 𝑀/𝑁 .Logo, pela correspondΓͺncia entre os submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀/𝑁 e os submΓ³dulos Γ esquerda de 𝑀 que contΓ©m 𝑁 , 𝑁 β€² = 𝑀 , e consequentemente, 𝑁 Γ© submΓ³dulo Γ  esquerdamaximal de 𝑀 . Reciprocamente, suponha que 𝑁 Γ© submΓ³dulo Γ  esquerda maximal da 𝑀e seja 𝐿 = {0} submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀/𝑁 . Pela correspondΓͺncia, segue que 𝑀/𝑁 Γ©simples.

Definição 2.2.44. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda nΓ£o nulo. Dizemos que 𝑀 Γ© indecom-ponΓ­vel se nΓ£o existem submΓ³dulos Γ  esquerda nΓ£o triviais 𝑁1 e 𝑁2 tais que 𝑀 = 𝑁1 βŠ•π‘2.

Notemos que todo mΓ³dulo simples Γ© tambΓ©m um mΓ³dulo indecomponΓ­vel. PorΓ©m,a recΓ­proca nΓ£o Γ© verdadeira. Vimos no Exemplo 2.2.42 que Z nΓ£o Γ© simples como Z-mΓ³dulo Γ  esquerda, mas Z Γ© indecomponΓ­vel como Z-mΓ³dulo Γ  esquerda. Suponhamosque existem submΓ³dulos Γ  esquerda 𝑁1, 𝑁2 βŠ† Z tais que Z = 𝑁1βŠ•π‘2. Consequentemente,𝑁1 = 𝑛1Z e 𝑁2 = 𝑛2Z, com 𝑛1,𝑛2 ∈ Z. Assim, tomando π‘š = 𝑛1𝑛2 = 𝑛2𝑛1, segue queπ‘š ∈ 𝑁1 e π‘š ∈ 𝑁2. Logo, 𝑛1𝑛2 = 0, e isto implica que 𝑛1 = 0 ou 𝑛2 = 0. Portanto,𝑁1 = {0} ou 𝑁2 = {0}.

Definição 2.2.45. Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑁 , 𝐾 βŠ† 𝑀 submΓ³dulos Γ  es-querda de 𝑀 . Dizemos que 𝑀 Γ© um mΓ³dulo uniserial se 𝑁 βŠ† 𝐾 ou 𝐾 βŠ† 𝑁 .

Observação 2.2.46. Seja 𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda de um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda uni-serial 𝑀 . Considere 𝐿,𝐾 βŠ† 𝑁 submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑁 . Consequentemente, 𝐿 e 𝐾sΓ£o submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 , e como 𝑀 Γ© uniserial segue que 𝐿 βŠ† 𝐾 ou 𝐾 βŠ† 𝐿.Logo, 𝑁 Γ© uniserial e, portanto, todo submΓ³dulo Γ  esquerda de um mΓ³dulo Γ  esquerdauniserial Γ© uniserial.

Notemos que todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda uniserial 𝑀 Γ© indecomponΓ­vel. Comefeito, suponhamos que 𝑀 seja decomponΓ­vel. EntΓ£o 𝑀 = 𝑁1 βŠ• 𝑁2 onde 𝑁1, 𝑁2 βŠ† 𝑀

sΓ£o submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 . Como 𝑀 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda uniserial temosque 𝑁1 βŠ† 𝑁2 ou 𝑁2 βŠ† 𝑁1. Assim, em qualquer um dos casos 𝑁1 βˆ©π‘2 = {0}, o que Γ© uma

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 32

contradição. Portanto, 𝑀 Γ© indecomponΓ­vel. Notemos que a recΓ­proca nΓ£o vale, pois Z Γ©indecomponΓ­vel e claramente nΓ£o Γ© uniserial.

No que segue, trataremos brevemente da noção de condiçáes de cadeia com ointuito de definir módulos à esquerda artinianos e noetherianos, bem como dar algumaspropriedades e resultados sobre estes.

Definição 2.2.47. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Dizemos que 𝑀 satisfaz a condiçãode cadeia ascendente (CCA) se nΓ£o existe uma cadeia ascendente infinita de submΓ³dulosΓ  esquerda de 𝑀 . Isto Γ©, se

𝑁1 βŠ† 𝑁2 βŠ† Β· Β· Β· βŠ† π‘π‘˜ Β· Β· Β·

Γ© uma cadeia ascendente, existe um nΓΊmero inteiro 𝑛 tal que 𝑁𝑛 = 𝑁𝑛+𝑖, 𝑖 β‰₯ 1. Nessecaso, dizemos que a cadeia Γ© estacionΓ‘ria.

De maneira analóga, podemos definir condição de cadeia descendente (CCD).

Definição 2.2.48. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Dizemos que 𝑀 Γ© noetheriano (res-pectivamente artiniano) se a famΓ­lia de todos os 𝐴-submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 satisfazCCA (respectivamente CCD).

Exemplo 2.2.49. O corpo k visto como k-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© artiniano e noetheriano,visto que a ΓΊnica cadeia possΓ­vel de submΓ³dulos Γ  esquerda de k Γ© {0} βŠ† k.

Exemplo 2.2.50. Consideremos Z como Z-mΓ³dulo Γ  esquerda. Sabemos que os Z-submΓ³dulos Γ  esquerda de Z sΓ£o da forma 𝑛Z, 𝑛 ∈ Z. Observe que a cadeia descendente2Z βŠ‡ 4Z βŠ‡ Β· Β· Β· 2𝑛Z βŠ‡ Β· Β· Β· nΓ£o Γ© finita, ou seja, Z nΓ£o Γ© artiniano. Por outro lado, temosque 𝑛Z βŠ† π‘šZ se e somente se π‘š divide 𝑛. Como o conjunto dos divisores de um nΓΊmerointeiro Γ© finito, segue que Z Γ© um Z-mΓ³dulo Γ  esquerda noetheriano.

Proposição 2.2.51. Se 𝑀 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda artiniano, entΓ£o 𝑀 contΓ©m umsubmΓ³dulo Γ  esquerda simples.

Demonstração. Suponhamos que 𝑀 nΓ£o contenha um submΓ³dulo Γ  esquerda simples. Emparticular, 𝑀 nΓ£o Γ© simples. EntΓ£o existe 𝑀1 = {0} tal que 𝑀 )𝑀1, e 𝑀1 nΓ£o Γ© simples.EntΓ£o, existe 𝑀2 = {0} tal que 𝑀 ) 𝑀1 ) 𝑀2, e 𝑀2 nΓ£o Γ© simples. Procedendo destaforma, obtemos uma cadeia infinita de submΓ³dulos distintos, ou seja, 𝑀 nΓ£o satisfazCCD. Logo, 𝑀 nΓ£o Γ© artiniano.

Observação 2.2.52. Se 𝑀 Γ© noetheriano, entΓ£o a Proposição anterior nΓ£o Γ© vΓ‘lida pois,Z Γ© um Z-mΓ³dulo Γ  esquerda noetheriano que nΓ£o contΓ©m submΓ³dulos Γ  esquerda simples.

Proposição 2.2.53. Seja 0 βˆ’β†’ 𝑀1π‘“βˆ’β†’ 𝑀

π‘”βˆ’β†’ 𝑀2 βˆ’β†’ 0 uma sequΓͺncia exata curta de𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. EntΓ£o, 𝑀 Γ© noetheriano (respectivamente artiniano) se e somentese 𝑀1 e 𝑀2 sΓ£o noetherianos (respectivamente artinianos).

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 33

Demonstração. Faremos a prova para o caso noetheriano. O caso artiniano é feito demaneira anÑloga.

Consideremos 𝑁1 βŠ† 𝑁2 βŠ† Β· Β· Β· βŠ† 𝑁𝑑 βŠ† Β· Β· Β· uma cadeia de submΓ³dulos Γ  esquerdade 𝑀1 e 𝐾1 βŠ† 𝐾2 βŠ† Β· Β· ·𝐾𝑑 βŠ† Β· Β· Β· uma cadeia de submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀2. Logo,𝑓(𝑁1) βŠ† 𝑓(𝑁2) βŠ† Β· Β· Β· βŠ† 𝑓(𝑁𝑑) βŠ†Β· Β· Β· e π‘”βˆ’1(𝐾1) βŠ† π‘”βˆ’1(𝐾2) βŠ† Β· Β· Β· π‘”βˆ’1(𝐾𝑑) βŠ† Β· Β· Β· sΓ£o cadeiasde submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 . Como 𝑀 Γ© noetheriano, estas cadeias de submΓ³dulos Γ esquerda sΓ£o estacionΓ‘rias, ou seja, 𝑓(𝑁𝑛) = 𝑓(𝑁𝑛+𝑗) e π‘”βˆ’1(πΎπ‘š) = π‘”βˆ’1(πΎπ‘š+𝑗), para todo𝑗 β‰₯ 1. Como 𝑓 Γ© injetora, temos que 𝑁𝑛 =𝑁𝑛+𝑗, para todo 𝑗 β‰₯ 1 e consequentemente,𝑀1 Γ© noetheriano. Desde que, 𝑔 Γ© sobrejetora, temos que πΎπ‘š = πΎπ‘š+𝑗, para todo 𝑗 β‰₯1. Logo, 𝑀2 Γ© noetheriano. Reciprocamente, seja 𝐿1 βŠ† 𝐿2 βŠ† Β· Β· Β· βŠ† 𝐿𝑑 βŠ† Β· Β· Β· umacadeia ascendente de submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 . Esta induz as seguintes cadeias,π‘“βˆ’1(𝐿1) βŠ† π‘“βˆ’1(𝐿2) βŠ† Β· Β· Β·π‘“βˆ’1(𝐿𝑑) βŠ† Β· Β· Β· em 𝑀1 e 𝑔(𝐿1) βŠ† 𝑔(𝐿2) βŠ† Β· Β· Β· βŠ† 𝑔(𝐿𝑑) βŠ† Β· Β· Β·em 𝑀2. Como 𝑀1 e 𝑀2 sΓ£o noetherianos, temos que existem Γ­ndices 𝑛 e π‘š tais queπ‘“βˆ’1(𝐿𝑛) = π‘“βˆ’1(𝐿𝑛+𝑗) e 𝑔(πΏπ‘š) = 𝑔(πΏπ‘š+𝑗), para todo 𝑗 > 0. Tomando 𝑙 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑛,π‘š},obtemos π‘“βˆ’1(𝐿𝑙) = π‘“βˆ’1(𝐿𝑙+𝑗) e 𝑔(𝐿𝑙) = 𝑔(𝐿𝑙+𝑗), para todo 𝑗 > 0. Mostremos que,𝐿𝑙 = 𝐿𝑙+1, para todo 𝑗 > 0. Seja π‘₯ ∈ 𝐿𝑙+1. Assim, 𝑔(π‘₯) ∈ 𝐿𝑙, isto Γ©, existe 𝑦 ∈ 𝐿𝑙 talque 𝑔(π‘₯) = 𝑔(𝑦), de modo que, 𝑦 βˆ’ π‘₯ ∈ πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑔) = πΌπ‘š(𝑓). Logo, existe 𝑧 ∈ π‘“βˆ’1(𝐿𝑙+𝑗) talque 𝑦 βˆ’ π‘₯ = 𝑓(𝑧). Como π‘“βˆ’1(𝐿𝑙+𝑗) = π‘“βˆ’1(𝐿𝑙) temos que, 𝑦 βˆ’ π‘₯ = 𝑓(𝑧) ∈ 𝐿𝑙. Assim,π‘₯ = 𝑦 βˆ’ 𝑓(𝑧) ∈ 𝐿𝑙, ou seja, 𝐿𝑙 = 𝐿𝑙+𝑗, para todo 𝑗 > 0. Logo, 𝑀 Γ© noetheriano.

CorolΓ‘rio 2.2.54. Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda de𝑀 . EntΓ£o, 𝑀 Γ© noetheriano (respectivamente artiniano) se e somente se 𝑁 e 𝑀/𝑁 sΓ£onoetherianos (respectivamente artinianos).

Demonstração. Basta considerar a sequΓͺncia exata curta 0 βˆ’β†’ 𝑁 β†’Λ“π‘€πœ‹βˆ’β†’ 𝑀/𝑁 βˆ’β†’ 0

e aplicar o resultado acima.

Definição 2.2.55. Uma k-Ñlgebra 𝐴 é artiniana (respectivamente, noetheriana) se 𝐴

visto como 𝐴-módulo à esquerda é artiniano (respectivamente, noetheriano).

Observação 2.2.56. Notemos que se 𝐴 é artiniana pela Proposição 2.2.51, 𝐴 contém umsubmódulo à esquerda simples. Assim, pelo Exemplo 2.2.41 𝐴 contém um ideal à esquerdaminimal.

A seguir vejamos algumas definiçáes e resultados que serão fundamentais paramostrarmos uma caracterização importante sobre módulos à esquerda artinianos e no-etherianos.

Definição 2.2.57. Sejam 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Consideremos duas cadeias desubmΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 da forma:

𝑀 = 𝑀0 )𝑀1 ) Β· Β· Β· )π‘€π‘˜ = {0} (π’ž)

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 34

𝑀 β€² = 𝑀 β€²0 )𝑀 β€²

1 ) Β· Β· Β· )𝑀 ′𝑑 = {0} (π’ž β€²).

Dizemos que π’ž β€² Γ© um refinamento de π’ž se todo submΓ³dulo Γ  esquerda de π’ž Γ© um membrode π’ž β€². AlΓ©m disso, π’ž e π’ž β€² sΓ£o equivalentes, se π‘˜ = 𝑑 e apΓ³s uma reordenação dos Γ­ndices,se necessΓ‘rio, 𝑀𝑖/𝑀𝑖+1 ≃ 𝑀 β€²

𝑖/𝑀′𝑖+1, 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘‘βˆ’1.

Definição 2.2.58. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. A cadeia de submΓ³dulos Γ  esquerda

𝑀 = 𝑀0 )𝑀1 ) Β· Β· Β· )π‘€π‘˜ = {0}

Γ© uma sΓ©rie de composição de 𝑀 se o quociente 𝑀𝑖/𝑀𝑖+1 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda sim-ples, para cada 𝑖 ∈ πΌπ‘˜βˆ’1. O inteiro π‘˜ Γ© chamado de comprimento da sΓ©rie de composição.

Exemplo 2.2.59. Seja 𝑉 um k-espaΓ§o vetorial de dimensΓ£o finita com base {𝑣𝑖 | π‘–βˆˆπΌ1,𝑛}.Como 𝑉 Γ© um k-mΓ³dulo Γ  esquerda, consideremos a seguinte cadeia de submΓ³dulos Γ esquerda de 𝑉

𝑉 = 𝑉0 ) 𝑉1 ) Β· Β· Β· ) 𝑉𝑛 = {0}

onde 𝑉0 = 𝑉 , 𝑉𝑖 = π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑣𝑖+1, ..., 𝑣𝑛}, 𝑖 ∈ πΌπ‘›βˆ’1 e 𝑉𝑛 = {0}. Como cada 𝑉𝑖/𝑉𝑖+1 Γ© um k-mΓ³dulo Γ  esquerda simples, para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘›βˆ’1, entΓ£o a cadeia de submΓ³dulos Γ  esquerdade 𝑉 acima Γ© uma sΓ©rie de composição de 𝑉 de comprimento 𝑛.

Observemos que se 𝑀 possui uma sΓ©rie de composição de comprimento π‘˜, entΓ£opodemos mostrar que qualquer outra sΓ©rie de composição de 𝑀 tambΓ©m terΓ‘ comprimentoπ‘˜. Isto Γ© provado no seguinte teorema, conhecido como Teorema de Jordan-HΓΆlder, cujademonstração nΓ£o serΓ‘ apresentada, porΓ©m este Γ© um resultado clΓ‘ssico da Teoria deMΓ³dulos.

Teorema 2.2.60. ([Teorema VI.3.1, MILIES, 1972]) Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerdaque admite uma sΓ©rie de composição. EntΓ£o,

(i) toda cadeia de submódulos à esquerda estritamente descrescente é finita e admiteum refinamento que é uma série de composição;

(ii) duas sΓ©ries de composição de 𝑀 sΓ£o equivalentes.

O teorema acima nos permite definir o comprimento de um mΓ³dulo Γ  esquerda.

Definição 2.2.61. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Se 𝑀 admite uma sΓ©rie de com-posição de comprimento π‘˜, entΓ£o dizemos que 𝑀 possui comprimento π‘˜ e denotamos porβ„“(𝑀) = π‘˜.

Teorema 2.2.62. Um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 tem comprimento finito se e somente seΓ© artiniano e noetheriano.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 35

Demonstração. Suponhamos que o comprimento de 𝑀 seja finito, ou seja, β„“(𝑀) = π‘Ÿ. Setivermos uma cadeia estritamente decrescente de submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 , entΓ£opelo Teorema de Jordan-HΓΆlder esta cadeia deve ser finita. Logo, 𝑀 Γ© artiniano. Seja𝑁0 βŠ† 𝑁1 βŠ† Β· Β· Β· uma cadeia crescente de submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 . Para cada 𝑑 ∈ Npodemos considerar a cadeia finita 𝑀 βŠ‡ 𝑁𝑑 βŠ‡ π‘π‘‘βˆ’1 βŠ‡ Β· Β· Β· βŠ‡ 𝑁0 βŠ‡ {0} (π’ž). Assim,segue do Teorema de Jordan-HΓΆlder que π’ž pode ser refinada a uma sΓ©rie de composiçãoque tem comprimento π‘Ÿ. Logo, 𝑑 ≀ π‘Ÿ = β„“(𝑀). Como 𝑑 Γ© arbitrΓ‘rio a cadeia π’ž deveser finita, e portanto 𝑀 Γ© noetheriano. Reciprocamente, suponha que 𝑀 = {0} sejaartiniano e noetheriano. Entre todos os submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 , escolhemos umsubmΓ³dulo Γ  esquerda maximal 𝑀1, o qual existe jΓ‘ que 𝑀 satisfaz CCA. Se 𝑀1 = {0},entΓ£o 𝑀 βŠ‡ 𝑀1 = {0} Γ© uma sΓ©rie de composição jΓ‘ que 𝑀1 Γ© maximal. Se 𝑀1 = {0},escolhemos um submΓ³dulo Γ  esquerda maximal 𝑀2 de 𝑀1 e se 𝑀2 = {0}, entΓ£o 𝑀 =𝑀0 βŠ‡ 𝑀1 βŠ‡ 𝑀2 = {0} Γ© uma sΓ©rie de composição de 𝑀 . Se 𝑀2 = {0}, entΓ£o continuamoso processo obtendo a seguinte cadeia 𝑀 = 𝑀0 βŠ‡ 𝑀1 βŠ‡ Β· Β· Β· βŠ‡ π‘€π‘˜ = {0} jΓ‘ que 𝑀 Γ©artiniano. Devido a escolha de cada 𝑀𝑗 maximal, para todo 0 ≀ 𝑗 ≀ π‘˜ βˆ’ 𝑙, o mΓ³duloΓ  esquerda 𝑀𝑗/𝑀𝑗+1 Γ© simples. Portanto, a cadeia acima Γ© uma sΓ©rie de composição de𝑀 .

Proposição 2.2.63. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda finitamente gerado. EntΓ£o,

(𝑖) 𝑀 tem dimensΓ£o finita como k-espaΓ§o vetorial;

(𝑖𝑖) 𝑀 tem comprimento finito como 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda.

Demonstração. (i) Suponhamos que {𝑣𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛} seja uma base de 𝐴 como k-espaΓ§ovetorial e que {π‘šπ‘– | 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ} gera 𝑀 como 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Denotemos por𝑀𝑖𝑗 = π‘£π‘–π‘šπ‘—, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 e 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ, e mostremos que o conjunto {𝑀𝑖𝑗 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛, 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ} gera𝑀 como k-espaΓ§o vetorial. Seja π‘₯ ∈ 𝑀 . EntΓ£o, existem π‘Žπ‘– ∈ 𝐴 tais que π‘₯ = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿπ‘Žπ‘–π‘šπ‘–.

Para cada π‘Žπ‘–, existem 𝛼𝑗𝑖 ∈ k tais que π‘Žπ‘– = βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

𝛼𝑖𝑗𝑣𝑗. Portanto,

π‘₯ =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑑

π‘Žπ‘–π‘šπ‘– =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿ

(βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

𝛼𝑖𝑗𝑣𝑗)π‘šπ‘– =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿ,π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

π›Όπ‘–π‘—π‘£π‘—π‘šπ‘– =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿ,π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

𝛼𝑖𝑗𝑀𝑖𝑗.

(ii) Suponha que 𝑀 nΓ£o tem comprimento finito como 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda, ou seja, queexiste uma cadeia 𝑀 = 𝑀0 ) 𝑀1 ) Β· Β· Β· ) π‘€π‘˜ ) Β· Β· Β· infinita de submΓ³dulos Γ  esquerdade 𝑀 . Como todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 Γ© um k-espaΓ§o vetorial via π›Όπ‘š = 𝛼1π΄π‘š, paraquaisquer 𝛼 ∈ k e π‘š ∈ 𝑀 , temos que todo 𝐴-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 Γ©, em particular,um k-subespaΓ§o vetorial de 𝑀 . Assim, qualquer cadeia de 𝐴-submΓ³dulos Γ  esquerda de𝑀 Γ©, em particular, uma cadeia de k-subespaΓ§os vetoriais de 𝑀 . AlΓ©m disso, 𝑀 Γ© umk-espaΓ§o vetorial de dimensΓ£o finita pelo item (i). Digamos que π‘‘π‘–π‘šk𝑀 = 𝑛. Da cadeiaacima temos que π‘‘π‘–π‘šk𝑀𝑖 ≀ π‘›βˆ’ 𝑖, para todo 𝑖. EntΓ£o π‘‘π‘–π‘šk𝑀𝑛 = 0 e, consequentemente,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 36

𝑀𝑛 = {0}, o que Γ© uma contradição. Portanto, 𝑀 tem comprimento finito como 𝐴-mΓ³duloΓ  esquerda.

Observação 2.2.64. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda finitamente gerado. Pela Proposi-ção anterior, 𝑀 tem dimensΓ£o finita como k-espaΓ§o vetorial. Assim, se π‘‘π‘–π‘šk𝑀 = 𝑛 peloExemplo 2.2.59, 𝑀 possui comprimento finito 𝑛. Consequentemente, β„“(𝑀) = π‘‘π‘–π‘šk𝑀 .

O seguinte resultado nos dÑ uma importante caracterização de módulos à esquerdauniseriais via série de composição.

Proposição 2.2.65. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda finitamente gerado. EntΓ£o, 𝑀 Γ©uniserial se e somente se 𝑀 possui uma ΓΊnica sΓ©rie de composição.

Demonstração. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda uniserial. Suponha que 𝑀 possui duassΓ©ries de composiçáes 𝑀 = 𝑁0 ) 𝑁1 ) Β· Β· Β· ) π‘π‘˜ = {0} e𝑀 = 𝑁 β€²

0 ) 𝑁 β€²1 ) Β· Β· Β· ) 𝑁 β€²

π‘˜ = {0}distintas de comprimento π‘˜, ou seja, β„“(𝑀) = π‘˜. Assim, existe 𝑖 ∈ πΌπ‘˜ tal que 𝑁𝑖 = 𝑁 β€²

𝑖 .Como 𝑀 Γ© uniserial, 𝑁𝑖 βŠ† 𝑁 β€²

𝑖 ou 𝑁 ′𝑖 βŠ† 𝑁𝑖. Suponha sem perda de generalidade que

𝑁𝑖 βŠ† 𝑁 ′𝑖 entΓ£o temos a seguinte cadeia de submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀

𝑀 = 𝑁 β€²0 ) 𝑁 β€²

1 ) Β· Β· Β· ) 𝑁 ′𝑖 ) 𝑁𝑖 ) 𝑁𝑖+1 ) Β· Β· Β· ) π‘π‘˜ = {0} (π’ž).

Pelo Teorema de Jorder-HΓΆlder (π’ž) pode ser refinada a uma sΓ©rie de composição, e as-sim β„“(𝑀) β‰₯ π‘˜ + 1, o que Γ© uma contradição. Portanto, 𝑀 possui uma ΓΊnica sΓ©riede composição. Reciprocamente, suponha que 𝑀 tem uma ΓΊnica sΓ©rie de composição𝑀 = 𝑁0 ) 𝑁1 ) Β· Β· Β· ) π‘π‘˜ = {0}. Sejam 𝑁 e 𝑁 β€² 𝐴-submΓ³dulos Γ  esquerda prΓ³priosde 𝑀 . Em particular, 𝑀 ) 𝑁 ) {0} Γ© uma cadeia, consequentemente, pelo Teorema deJordan-HΓΆlder, esta pode ser refinada a uma sΓ©rie de composição de 𝑀 . Logo, 𝑁 ≃ 𝑁𝑖,para algum 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘˜. Analogamente, 𝑁 β€² ≃ 𝑁𝑗, para algum 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘˜. Portanto, 𝑁 βŠ† 𝑁 β€² ou𝑁 β€² βŠ† 𝑁 .

A seguir enunciaremos o clΓ‘ssico Teorema de Krull-Schmidt, que garante que todo𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 de comprimento finito tem uma decomposição em soma diretade submΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis. E mais ainda, esta decomposição Γ© ΓΊnicaa menos de isomorfismo. Optamos por nΓ£o apresentar a demonstração deste resultado,visto que, assim como o Teorema de Jorder-HΓΆlder este Γ© um clΓ‘ssico resultado da Teoriade MΓ³dulos.

Teorema 2.2.66. ([Teorema 19.21, LAM, 1991]) Todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 = {0}de comprimento finito tem uma decomposição em soma direta de submΓ³dulos

𝑀 = 𝑀1 βŠ•π‘€2 βŠ• Β· Β· Β· βŠ•π‘€π‘Ÿ (𝐷)

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 37

onde cada 𝑀𝑖 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda indecomponΓ­vel de 𝑀, para 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ. AlΓ©m disso,essa decomposição Γ© ΓΊnica a menos de isomorfismo, isto Γ©, se tivermos tambΓ©m

𝑀 = 𝑁1 βŠ•π‘2 βŠ• Β· Β· Β· βŠ•π‘π‘  (𝐷′)

onde cada 𝑁𝑗 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda indecomponΓ­vel de 𝑀, para 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑠, entΓ£o π‘Ÿ = 𝑠

e reindexando os Γ­ndices se necessΓ‘rio, temos π‘€π‘–βˆΌ= 𝑁𝑖, para cada 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ.

Se 𝐴 Γ© uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita, em particular, 𝐴𝐴 = 𝑃1 βŠ• 𝑃2 βŠ• ...βŠ• 𝑃𝑛,onde 𝑃𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 sΓ£o 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis unicamente determinados.AlΓ©m disso, pela Proposição 2.2.30 cada 𝑃𝑖 Γ© projetivo. Por outro lado, pelo Exemplo2.1.14 temos que 𝑃𝑖 ≃ 𝐴𝑒𝑖, onde {𝑒𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛} Γ© um conjunto de idempotentes ortogonaistais que βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑛

𝑒𝑖 = 1𝐴.

A seguir enunciaremos um importante lema que nos diz que todo 𝐴-módulo àesquerda projetivo e indecomponível é isomorfo a algum 𝐴-módulo à esquerda projetivoque aparece na decomposição de 𝐴 como 𝐴-módulo à esquerda. A demonstração desteresultado é bem construtiva, e envolve vÑrias propriedades sobre módulos à esquerdasimples e indecomponíveis, por estÑ razão optamos por omití-la do texto. Além disso,utilizaremos apenas a caracterização apresentada no resultado, cuja prova pode ser vistaem (LEINSTER, 2014).

Lema 2.2.67. ([Lema 9.5, LEINSTER, 2014]) Com as notaçáes estabelecidas acima, todo𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo e indecomponΓ­vel Γ© isomorfo Γ  𝑃𝑖, para algum 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛.

2.2.3 Semissimplicidade e radical de Jacobson

Apresentaremos nesta seção a definição de k-Γ‘lgebra semissimples e de radicalde Jacobson de uma k-Γ‘lgebra. Discutiremos algumas propriedades importantes sobreesses conceitos, a fim de introduzir a noção de 𝐽-semissimplicidade. Para isso, utiliza-remos alguns resultados sobre mΓ³dulos artinianos e noetherianos vistos anteriormente.As definiçáes e resultados expostos nesta subseção podem ser encontrados em (MILIES,1972), (LAM, 1991), (SKOWRΓ“NSKI; YAMAGATA, 2011), (ASSEM; SIMSON; SKO-WROΕƒSKI, 2006) e (LINCKELMANN, 2018).

Definição 2.2.68. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Dizemos que 𝑀 Γ© semissimples setodo submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 Γ© um somando direto de 𝑀 .

Claramente se 𝑀 Γ© simples, entΓ£o 𝑀 Γ© semissimples, pois se 𝑀 Γ© simples os ΓΊnicossubmΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 sΓ£o os triviais, assim 𝑀 = π‘€βŠ•{0}. Mas, {0} Γ© semissimplese nΓ£o Γ© simples, logo a recΓ­proca nΓ£o Γ© vΓ‘lida.

Exemplo 2.2.69. O corpo k visto como k-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© simples, consequente-mente Γ© semissimples.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 38

Definição 2.2.70. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. O socle de𝑀 , denotado por π‘ π‘œπ‘(𝑀), Γ© a soma de todos os submΓ³dulos Γ  esquerda simples de 𝑀 .

Observação 2.2.71. Se 𝑀 nΓ£o possui submΓ³dulos simples, entΓ£o π‘ π‘œπ‘(𝑀) = {0}.

Exemplo 2.2.72. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o, π‘ π‘œπ‘(𝑀) Γ© um 𝐴-submΓ³duloΓ  esquerda semissimples de 𝑀 . Mais ainda, o π‘ π‘œπ‘(𝑀) Γ© o maior submΓ³dulo Γ  esquerdasemissimples de 𝑀 .

Apresentaremos agora uma sΓ©rie de resultados sobre mΓ³dulos Γ  esquerda semis-simples, resultados estes que serΓ£o ΓΊteis no decorrer deste trabalho.

Lema 2.2.73. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples. EntΓ£o,

(i) todo submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 Γ© semissimples;

(ii) toda imagem epimΓ³rfica de 𝑀 Γ© semissimples.

Demonstração. (i) Suponha que 𝑀 seja um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples e que 𝑁é um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 . Se 𝐿 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑁 temos que 𝐿é submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 e como 𝑀 semissimples, existe um submΓ³dulo Γ  esquerda𝐾 de 𝑀 tal que 𝑀 = πΏβŠ•πΎ. Assim,

𝑁 = 𝑀 βˆ©π‘ = (πΏβŠ•πΎ) βˆ©π‘ = (𝐿 βˆ©π‘) βŠ• (𝐾 βˆ©π‘) = πΏβŠ• (𝐾 βˆ©π‘).

Logo, 𝑁 Γ© semissimples.

(ii) Sejam πœ™ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 um homomorfismo sobrejetor de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda e 𝐿 umsubmΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑁 . Notemos que πœ™βˆ’1(𝐿) Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 ,pois π‘Žπœ™(π‘š) = πœ™(π‘Žπ‘š) ∈ πœ™βˆ’1(𝐿), para quaisquer π‘Ž ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 . Como 𝑀 Γ© semissimples,existe um submΓ³dulo Γ  esquerda 𝐾 de 𝑀 tal que 𝑀 = πœ™βˆ’1(𝐿) βŠ• 𝐾. Por hipΓ³tese πœ™ Γ©um homomorfismo sobrejetor entΓ£o, dado 𝑛 ∈ 𝑁 , existe π‘š ∈ 𝑀 tal que πœ™(π‘š) = 𝑛. Logo,π‘š = π‘š1 +π‘š2 com π‘š1 ∈ πœ™βˆ’1(𝐿) e π‘š2 ∈ 𝐾, donde

𝑛 = πœ™(π‘š) = πœ™(π‘š1) + πœ™(π‘š2) ∈ 𝐿+ πœ™(𝐾).

Logo, 𝑁 = 𝐿+πœ™(𝐾). AlΓ©m disso, se 𝑦 ∈ πΏβˆ©πœ™(𝐾) entΓ£o, existe π‘₯ ∈ 𝐾 tal que πœ™(π‘₯) = 𝑦,ou seja, π‘₯ ∈ πœ™βˆ’1(𝐿) ∩𝐾 = {0}. Portanto, 𝑦 = πœ™(0) = 0 e assim 𝑁 = πΏβŠ• πœ™(𝐾).

Em particular, segue do item (ii) do lema anterior que todo quociente de ummΓ³dulo Γ  esquerda semissimples Γ© semissimples. Basta considerar, πœ‹ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑀/𝑁 aprojeção canΓ΄nica.

Lema 2.2.74. Todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 semissimples nΓ£o nulo contΓ©m um submΓ³duloΓ  esquerda simples.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 39

Demonstração. Suponha que 𝑀 seja um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples, e seja π‘š ∈ 𝑀

tal que π‘š = 0. Considere o submΓ³dulo Γ  esquerda π΄π‘š de 𝑀 , o qual Γ© semissimples peloLema 2.2.73 (i). Seja β„± = {𝑁 | 𝑁 Γ© submΓ³dulo Γ  esquerda de π΄π‘š e π‘š ∈ 𝑁}. Noteque β„± = βˆ… pois {0} ∈ β„± . Considere uma cadeia de submΓ³dulos Γ  esquerda distintosde β„± ordenada pela inclusΓ£o, claramente a uniΓ£o destes submΓ³dulos Γ  esquerda Γ© umacota superior para esta cadeia. Pelo Lema de Zorn, existe 𝑁 um elemento maximalem β„± . Como π΄π‘š Γ© semissimples, existe um submΓ³dulo Γ  esquerda 𝐾 de π΄π‘š tal queπ΄π‘š = 𝑁 βŠ• 𝐾. Vejamos que, 𝐾 Γ© um mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Primeiramente, noteque como π‘š ∈ 𝑁 entΓ£o π‘š = 𝑛 + π‘˜ com 𝑛 ∈ 𝑁 e 0 = π‘˜ ∈ 𝐾. AlΓ©m disso, se 𝐾 β€² = {0} Γ©um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝐾, devemos ter que 𝐾 = 𝐾 β€² βŠ•πΏ, para algum 𝐿 submΓ³duloΓ  esquerda de 𝐾. Pela maximalidade de 𝑁 , π‘š ∈ 𝑁 βŠ• 𝐾 β€² de modo que 𝑁 βŠ• 𝐾 β€² = π΄π‘š.EntΓ£o, 𝑁 βŠ• 𝐾 β€² = π΄π‘š = 𝑁 βŠ• 𝐾 = 𝑁 βŠ• (𝐾 β€² βŠ• 𝐿) e assim segue que 𝐿 = {0}. Portanto,𝐾 β€² = 𝐾 e temos que 𝐾 Γ© um mΓ³dulo Γ  esquerda simples.

Teorema 2.2.75. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda nΓ£o nulo. EntΓ£o, as seguintes afir-maçáes sΓ£o equivalentes:

(i) 𝑀 Γ© semissimples;

(ii) 𝑀 Γ© escrito como soma direta de uma famΓ­lia de submΓ³dulos Γ  esquerda simples;

(iii) 𝑀 Γ© soma de uma famΓ­lia de submΓ³dulos Γ  esquerda simples.

Demonstração. (i) β‡’ (iii) Suponha que 𝑀 seja semissimples. Seja 𝑀1 a soma de todosos submΓ³dulos Γ  esquerda simples de 𝑀 . Como 𝑀 Γ© semissimples entΓ£o, 𝑀 = 𝑀1 βŠ•π‘€2,para algum 𝑀2 submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 . Se 𝑀2 = {0}, pelo Lema 2.2.74, 𝑀2 contΓ©mum submΓ³dulo Γ  esquerda simples 𝑁 . Como 𝑁 tambΓ©m Γ© submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 ,entΓ£o 𝑁 βŠ† 𝑀1 ∩ 𝑀2. Ou seja, este submΓ³dulo Γ  esquerda deve estar contido em 𝑀1, oque Γ© uma contradição. Logo, 𝑀2 = {0} e assim 𝑀 = 𝑀1.

(iii) β‡’ (i) Suponha que 𝑀 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘€π‘–, onde cada 𝑀𝑖 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda sim-

ples de 𝑀 , e seja 𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 . Considere a seguinte famΓ­lia desubconjuntos 𝐽 βŠ† 𝐼:

β„± = {𝐽 βŠ† 𝐼 |β¨π‘—βˆˆπ½

𝑀𝑗 Γ© uma soma direta e𝑁 βˆ©β¨π‘—βˆˆπ½

𝑀𝑗 = {0}}.

Notemos que β„± = βˆ…, pois {0} ∈ β„± . Podemos aplicar o Lema de Zorn em β„± , pois seconsiderar a relação de ordem parcial em β„± temos que 𝐽1 βŠ† 𝐽2 βŠ† ... βŠ† 𝐽𝑛 βŠ† ... Γ© umacadeia em β„± que possui uma cota superior, assim obtemos um elemento 𝐽 maximal nessafamΓ­lia.

Seja 𝑀 β€² = 𝑁 βŠ• (βŠ•π‘—βˆˆπ½π‘€π‘—), e vejamos que 𝑀 β€² = 𝑀 . Claramente 𝑀 β€² βŠ† 𝑀 jΓ‘ que,𝑁 e 𝑀𝑗, para todo 𝑗 ∈ 𝐽 sΓ£o submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 . Resta mostrar que 𝑀 βŠ† 𝑀 β€².

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 40

Para isso provemos que 𝑀𝑖 βŠ† 𝑀 β€², para todo 𝑖 ∈ 𝐼. Suponha que 𝑀𝑖 ( 𝑀 β€² para algum𝑖′ ∈ 𝐼. Como a interseção de submΓ³dulos Γ  esquerda Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑀𝑖′ Γ©simples, entΓ£o 𝑀𝑖′ βˆ©π‘€ β€² = {0}. Assim,

𝑀 β€² +𝑀𝑖′ = 𝑀 β€² βŠ•π‘€π‘–β€² = (𝑁 βŠ•π‘—βˆˆπ½ 𝑀𝑗) βŠ•π‘€π‘–β€²

o que contradiz a maximalidade de 𝐽 , pois 𝑖′ ∈ 𝐽 . Logo, 𝑀𝑖 βŠ† 𝑀 β€² para todo 𝑖 ∈ 𝐼 econsequentemente 𝑀 Γ© semissimples.

(iii) β‡’ (ii) Suponha que 𝑀 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘€π‘–, onde cada 𝑀𝑖 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda

simples de 𝑀 . Considere a famΓ­lia β„± = {𝐽 βŠ† 𝐼 | βˆ‘π‘—βˆˆπ½π‘€π‘— Γ© uma soma direta}. Usandoum argumento anΓ‘logo ao de cima, existe 𝐼 β€² elemento maximal em β„± . Seja 𝑀 β€² = βŠ•π‘—βˆˆπΌβ€²π‘€π‘—,e mostremos que 𝑀 β€² = 𝑀 . Como 𝑀𝑖 Γ© mΓ³dulo Γ  esquerda simples para cada 𝑖 ∈ 𝐼 temosque, 𝑀𝑖 ∩ 𝑀 β€² = 𝑀𝑖 ou 𝑀𝑖 ∩ 𝑀 β€² = {0}. Se ocorrer 𝑀𝑖 ∩ 𝑀 β€² = {0} entΓ£o, 𝐼 β€² βˆͺ {𝑖} ) 𝐼 β€² oque contradiz a maximalidade de 𝐼 β€². Logo, 𝑀𝑖 βŠ† 𝑀 β€² para todo 𝑖 ∈ 𝐼, e como claramente𝑀 β€² βŠ† 𝑀 segue que 𝑀 = 𝑀 β€².

(ii) β‡’ (iii) Imediato.

Definição 2.2.76. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra. Dizemos que 𝐴 é uma k-Ñlgebra semissimplesà esquerda, se 𝐴 como 𝐴-módulo à esquerda é semissimples.

Vejamos Γ  seguir duas propriedades importantes sobre Γ‘lgebras semissimples.

Proposição 2.2.77. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra. Então, 𝐴 é semissimples à esquerda se esomente se todos os 𝐴-módulos à esquerda são semissimples.

Demonstração. Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Se 𝑀 = {0}, claramente 𝑀 Γ© semissim-ples Γ  esquerda. Suponha que 𝑀 = {0} entΓ£o existe 0 = π‘š ∈ 𝑀 . Consideremos o submΓ³-dulo Γ  esquerda π΄π‘š de 𝑀 e o epimorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda πœ“ : 𝐴 βˆ’β†’ π΄π‘š dadapor πœ“(π‘Ž) = π‘Žπ‘š. Assim, pelo teorema do isomorfismo de mΓ³dulos Γ  esquerda temos que𝐴/πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“) ≃ π΄π‘š. Como 𝐴 Γ© semissimples Γ  esquerda, podemos escrever 𝐴 = πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“)βŠ•πΌ,com 𝐼 submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝐴 e assim, pelo Teorema 2.2.74 𝐼 Γ© semissimples. Logo,π΄π‘š ≃ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“) βŠ• 𝐼/πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“) ≃ 𝐼 e, consequentemente, π΄π‘š Γ© semissimples. Pela Proposi-ção 2.2.75, π΄π‘š Γ© uma soma de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda simples. Como 𝑀 = βˆ‘

π‘šβˆˆπ‘€ π΄π‘š,segue novamente da Proposição 2.2.75 que 𝑀 Γ© semissimples. A recΓ­proca Γ© imediata.

Proposição 2.2.78. Toda k-Ñlgebra semissimples é simultaneamente artiniana e noethe-riana.

Demonstração. Suponhamos que 𝐴 seja uma k-Γ‘lgebra semissimples Γ  esquerda. EntΓ£o𝐴 visto como 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© semissimples. Pelo Teorema 2.2.75 𝐴 = βŠ•π‘—βˆˆπ½π‘‹π‘—,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 41

onde cada 𝑋𝑗 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda simples de 𝐴. Assim, 1𝐴 = βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

π‘Žπ‘—, ondeπ‘Žπ‘— ∈ 𝑋𝑗, 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑛. Logo, dado π‘Ž ∈ 𝐴

π‘Ž = π‘Ž1𝐴 = π‘Žβˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

π‘Žπ‘— =βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

π‘Žπ‘Žπ‘— βˆˆβˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

𝑋𝑗.

Portanto, 𝐴 = βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑛𝑋𝑗, e desta decomposição finita, podemos escrever uma sequΓͺnciade composição de submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝐴.

No que segue, introduziremos o conceito de radical de Jacobson de 𝐴 e provaremosalgumas de suas propriedades.

Definição 2.2.79. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra. Definimos o radical de Jacobson de 𝐴 comosendo a interseção de todos os ideais à esquerda maximais de 𝐴, o qual serÑ denotado por𝐽(𝐴). Ou seja,

𝐽(𝐴) =β‹‚

β„³

onde β„³ percorre todos ideais Γ  esquerda maximais de 𝐴.

Proposição 2.2.80. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e π‘Ž ∈ 𝐴. EntΓ£o, as seguintes afirmaçáessΓ£o equivalentes:

(i) π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴);

(ii) 1 βˆ’ π‘₯π‘Ž Γ© inversΓ­vel Γ  esquerda, para qualquer π‘₯ ∈ 𝐴;

(iii) π‘Žπ‘€ = {0}, para qualquer 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples 𝑀 .

Demonstração. (i) β‡’ (ii) Seja π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴). Suponha por absurdo que existe π‘₯ ∈ 𝐴 talque 1 βˆ’ π‘₯π‘Ž nΓ£o Γ© inversΓ­vel Γ  esquerda. EntΓ£o, existe β„³0 ideal maximal de 𝐴 tal que1 βˆ’ π‘₯π‘Ž ∈ β„³0, pois 𝐴(1 βˆ’ π‘₯π‘Ž) Γ© um ideal prΓ³prio de 𝐴 e assim deve existir β„³0 idealmaximal de 𝐴 tal que 𝐴(1 βˆ’ π‘₯π‘Ž) βŠ† β„³0. Como π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴) = β‹‚β„³, para todo β„³ idealmaximal de 𝐴, temos que π‘Ž ∈ β„³0, e portanto π‘₯π‘Ž ∈ β„³0. Logo, 1 = (1 βˆ’ π‘₯π‘Ž) + π‘₯π‘Ž ∈ β„³0,o que Γ© um absurdo. Portanto, 1 βˆ’ π‘₯π‘Ž Γ© inversΓ­vel Γ  esquerda para qualquer π‘₯ ∈ 𝐴.

(ii) β‡’ (iii) Sejam 1 βˆ’ π‘₯π‘Ž inversΓ­vel Γ  esquerda, para qualquer π‘₯ ∈ 𝐴, e 𝑀 um 𝐴-mΓ³duloΓ  esquerda simples. Suponha por absurdo que exista π‘š ∈ 𝑀 tal que π‘Žπ‘š = 0.Como 𝐴(π‘Žπ‘š) = {π‘₯(π‘Žπ‘š) = (π‘₯π‘Ž)π‘š |π‘₯ ∈ 𝐴} Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 e 𝑀 Γ©simples, temos que 𝐴(π‘Žπ‘š) = {0} ou 𝐴(π‘Žπ‘š) = 𝑀 . Como π‘Žπ‘š ∈ 𝐴(π‘Žπ‘š) e 0 = π‘Žπ‘š,concluΓ­mos que 𝐴(π‘Žπ‘š) = 𝑀 . Assim, existe π‘₯ ∈ 𝐴 tal que π‘š = π‘₯π‘Žπ‘š. Logo, (1βˆ’π‘₯π‘Ž)π‘š = 0.Por hipΓ³tese, 1 βˆ’ π‘₯π‘Ž Γ© inversΓ­vel, entΓ£o π‘š = 0. Absurdo, pois π‘Žπ‘š = 0.

(iii) β‡’ (i) Suponhamos que π‘Žπ‘€ = {0} para qualquer 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 simples.Notemos que para qualquer β„³ ideal maximal de 𝐴, temos que 𝐴/β„³ Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda simples. De fato, desde que todo 𝐴-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝐴/β„³ Γ© da forma

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 42

𝑁/β„³ onde 𝑁 Γ© um ideal de 𝐴 que contΓ©m β„³, assim 𝑁 = 𝐴 ou 𝑁 = β„³, e portanto𝑁/β„³ = 𝐴/β„³ ou 𝑁/β„³ ≃ {0}. Logo, 𝐴/β„³ Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Assim,π‘Ž(𝐴/β„³). Em particular, π‘Ž(1 +𝑀) = π‘Ž+𝑀 = 0 e consequentemente, π‘Ž ∈ 𝑀 . Portanto,π‘Ž ∈ β‹‚β„³ = 𝐽(𝐴).

Notemos que o item (iii) acima Γ© equivalente, π‘Ž ∈ 𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀), para qualquer 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples 𝑀 e π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴). Dessa forma, segue imediatamente da propo-sição anterior o seguinte corolΓ‘rio.

CorolΓ‘rio 2.2.81. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra. EntΓ£o, 𝐽(𝐴) = ⋂𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑀), onde 𝑀 percorre

todos os 𝐴-módulos à esquerda simples.

O resultado Γ  seguir Γ© conhecido como o Lema de Nakayama e Γ© muito utilizadonos estudos de radical de Jacobson, e serΓ‘ importante para mostrarmos que o radical deJacobson Γ© nilpotente.

Lema 2.2.82. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra, 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda finitamente geradoe 𝐼 βŠ† 𝐽(𝐴), onde 𝐼 Γ© um ideal de 𝐴. Se 𝐼𝑀 = 𝑀 , entΓ£o 𝑀 = {0}.

Demonstração. Suponha que 𝑀 seja finitamente gerado e 𝑀 = 𝐼𝑀 . Provaremos o re-sultado por indução sobre o nΓΊmero de geradores de 𝑀 . Se 𝐼𝑀 = 𝑀 = π΄π‘š1, comπ‘š1 ∈ 𝑀 , entΓ£o π‘š1 = π‘₯1π‘š1, para algum π‘₯1 ∈ 𝐼, e consequentemente, (1 βˆ’ π‘₯1)π‘š1 = 0.Logo, π‘š1 = 0, pois 1 βˆ’ π‘₯1 Γ© um elemento inversΓ­vel Γ  esquerda pela Proposição 2.2.80.Portanto, 𝑀 = {0}. Suponha o resultado vΓ‘lido se 𝑀 Γ© gerado por π‘Ÿ elementos. Su-ponha que {π‘šπ‘– ∈ 𝑀 | 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ+1} gera 𝑀 . Desde 𝑀 = 𝐼𝑀 , entΓ£o existem elementosπ‘₯𝑖 ∈ 𝐼, 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ+1, tais que π‘š1 = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿ+1 π‘₯π‘–π‘šπ‘–. Assim, (1 βˆ’ π‘₯1)π‘š1 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ2,π‘Ÿ+1 π‘₯π‘–π‘šπ‘– e,

consequentemente por (1 βˆ’ π‘₯1) ser inversΓ­vel Γ  esquerda, π‘š1 = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ2,π‘Ÿ+1 𝑦π‘₯π‘–π‘šπ‘–, onde 𝑦 Γ© o

inverso Γ  esquerda de (1 βˆ’ π‘₯1). Logo, π‘š1 ∈ βˆ‘π‘–βˆˆπΌ2,π‘Ÿ+1 π΄π‘šπ‘–. Portanto, 𝑀 = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ2,π‘Ÿ+1 π΄π‘šπ‘–

e pela hipΓ³tese de indução 𝑀 = {0}.

Definição 2.2.83. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝐼 um ideal Γ  esquerda de 𝐴. Dizemos que𝐼 Γ© um ideal Γ  esquerda nilpotente, se existir 𝑛 β‰₯ 1 tal que 𝐼𝑛 = {0}. Dizemos ainda, queum elemento de uma k-Γ‘lgebra 𝐴 Γ© nilpotente, se existir 𝑛 β‰₯ 1 tal que π‘Žπ‘› = 0. O menorinteiro 𝑛 tal que 𝐼𝑛 = {0} e π‘Žπ‘› = 0 Γ© chamado de Γ­ndice de nilpotΓͺncia.

Proposição 2.2.84. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra de dimensão finita. Então, 𝐽(𝐴) é um idealà esquerda nilpotente.

Demonstração. Considere a seguinte cadeia decrescente de ideais à esquerda de 𝐴

𝐴𝐴 βŠƒ 𝐽(𝐴) βŠƒ 𝐽(𝐴)2 βŠƒ Β· Β· Β· βŠƒ 𝐽(𝐴)𝑖 βŠƒ 𝐽(𝐴)𝑖+1 Β· Β· Β· .

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 43

Como 𝐴 Γ© uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita entΓ£o 𝐴𝐴 tem comprimento finito, entΓ£oexiste 𝑛 β‰₯ 1 tal que 𝐽(𝐴)𝑛 = 𝐽(𝐴)𝑛+1. Assim, 𝐽(𝐴)𝑛 = 𝐽(𝐴)𝐽(𝐴)𝑛, logo aplicando oLema 2.2.82, 𝐽(𝐴)𝑛 = {0}.

Definição 2.2.85. Sejam 𝐴 uma k-Ñlgebra e 𝐼 um ideal à esquerda de 𝐴. Dizemos que𝐼 é um nil ideal à esquerda de 𝐴 se todo elemento de 𝐼 é nilpotente.

Proposição 2.2.86. Seja 𝐼 um nil ideal Γ  esquerda de uma k-Γ‘lgebra 𝐴. EntΓ£o, πΌβŠ†π½(𝐴).

Demonstração. Sejam π‘₯ ∈ 𝐼 e π‘Ž ∈ 𝐴. Como 𝐼 Γ© nil ideal de 𝐴, temos que π‘Žπ‘₯ Γ© umelemento nilpotente, pois π‘Žπ‘₯ ∈ 𝐼. Consideremos o Γ­ndice de nilpotΓͺncia de π‘Žπ‘₯ igual a 𝑛,isto Γ©, (π‘Žπ‘₯)𝑛 = 0, 𝑛 β‰₯ 1 e (π‘Žπ‘₯)π‘›βˆ’1 = 0. EntΓ£o, temos

(1 + π‘Žπ‘₯+ (π‘Žπ‘₯)2 + ...+ (π‘Žπ‘₯)π‘›βˆ’1)(1 βˆ’ π‘Žπ‘₯) = 1,

onde segue que 1 βˆ’ π‘Žπ‘₯ possui inverso Γ  esquerda. Logo, pela Proposição 2.2.80 temos queπ‘₯ ∈ 𝐽(𝐴).

Definição 2.2.87. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra. Dizemos que 𝐴 é Jacobson semissimples, ousimplesmente 𝐽-semissimples, se 𝐽(𝐴) = {0}.

O próximo teorema nos dÑ uma relação entre as k-Ñlgebras semissimples e a noçãode 𝐽-semissimplicidade.

Teorema 2.2.88. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra. Então, as seguintes afirmaçáes são equivalentes:

(i) 𝐴 é semissimples;

(ii) 𝐴 é 𝐽-semissimples e artiniano à esquerda.

Demonstração. Suponhamos que 𝐴 seja semissimples. Pela Proposição 2.2.78, 𝐴 Γ© arti-niano, e pelo Teorema 2.2.75, temos que 𝐴 Γ© uma soma direta de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerdasimples. Se π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴), π‘Ž anula todos estes mΓ³dulos Γ  esquerda simples, ou seja, π‘Žπ΄ = 0.Logo, π‘Ž = 0. Reciprocamente, suponhamos que 𝐴 Γ© artiniano Γ  esquerda e 𝐽(𝐴) = 0.Consideremos 𝐼1 um ideal Γ  esquerda minimal de 𝐴𝐴, que sempre existe pela Observação2.2.56. Mostremos que 𝐼1 Γ© um somando direto de 𝐴. Vejamos primeiro que deve existir𝑀1 ideal Γ  esquerda maximal de 𝐴 tal que 𝐼1 (𝑀1. De fato, se 𝐼1 estiver contido em to-dos os ideais Γ  esquerda maximais de 𝐴, entΓ£o 𝐼1 βŠ† 𝐽(𝐴) = {0}, o que Γ© uma contradição.Como 𝐼1 Γ© minimal entΓ£o 𝑀1 ∩ 𝐼1 = {0}. AlΓ©m disso, pela maximalidade de 𝑀1 temosque 𝑀1 + 𝐼1 = 𝐴. Consequentemente, 𝐴 = 𝑀1 βŠ• 𝐼1. Notemos que 𝑀1 Γ© artiniano, pois Γ©um submΓ³dulo Γ  esquerda de um mΓ³dulo Γ  esquerda artiniano. Repetindo o argumentoacima, com 𝑀1 em lugar de 𝐴, obtemos que 𝐴 = 𝐼1 βŠ• 𝐼2 βŠ• Β· Β· Β· βŠ• πΌπ‘Ÿ, onde 𝐼𝑗 Γ© um ideal Γ esquerda minimal de 𝐴. Portanto, 𝐴 Γ© semissimples.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 44

Lema 2.2.89. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra artiniana. Então, 𝐴/𝐽(𝐴) é uma k-Ñlgebra artinianae 𝐽-semissimples.

Demonstração. Como 𝐴 é artiniana e 𝐽(𝐴) é um ideal à esquerda de 𝐴, pelo CorolÑrio2.2.54, 𝐴/𝐽(𝐴) é um 𝐴-módulo à esquerda artiniano. Vejamos que 𝐴/𝐽(𝐴) é um 𝐴/𝐽(𝐴)-módulo à esquerda artiniano. Pela Observação 2.2.6 𝐴/𝐽(𝐴) é um 𝐴/𝐽(𝐴)-módulo àesquerda, pois 𝐽(𝐴)(𝐴/𝐽(𝐴)) = {0}. Considere a seguinte cadeia de 𝐴/𝐽(𝐴)-submódulosà esquerda de 𝐴/𝐽(𝐴)

𝐴/𝐽(𝐴) = 𝑀0 βŠ‡ 𝑀1 βŠ‡ 𝑀2 βŠ‡ Β· Β· Β· βŠ‡ 𝑀𝑛 βŠ‡ Β· Β· Β· (π’ž).

Pelo Exemplo 2.2.12 cada 𝑀𝑖 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda, entΓ£o a cadeia acima Γ© umacadeia de 𝐴-submΓ³dulos Γ  esquerda. Como 𝐴/𝐽(𝐴) Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda artiniano,(π’ž) Γ© estacionΓ‘ria, ou seja, existe um inteiro 𝑖 tal que 𝑀𝑖 = 𝑀𝑖+π‘˜, para todo π‘˜ β‰₯ 1.Consequentemente, (π’ž) Γ© estacionΓ‘ria como 𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³dulo e, portanto, 𝐴/𝐽(𝐴) Γ© um𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³dulo Γ  esquerda artiniano. Resta mostrar que, 𝐴/𝐽(𝐴) Γ© uma k-Γ‘lgebra 𝐽-semissimples. De fato, basta observar que todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples, com açãodada por π‘Žπ‘š = π‘Žπ‘š, para todo π‘š ∈ 𝑆, onde 𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Estaação estΓ‘ bem definida, pois por definição, 𝐽(𝐴) βŠ† 𝐴𝑛𝑛𝐴(𝑆).

Para finalizar esta subseção provaremos um resultado que serÑ uma ferramentaimportante para desenvolver a próxima subseção.

Proposição 2.2.90. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra artiniana e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerdafinitamente gerado. EntΓ£o, 𝑀 Γ© semissimples se e somente se 𝐽(𝐴)𝑀 = {0}.

Demonstração. Suponha que 𝑀 seja um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples. EntΓ£o, 𝑀é uma soma de submΓ³dulos Γ  esquerda simples. Assim, se π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴), π‘Ž anula todos estessubmΓ³dulos Γ  esquerda simples e, consequentemente, 𝐽(𝐴)𝑀 = {0}. Reciprocamente,suponha que 𝐽(𝐴)𝑀 = {0}. EntΓ£o, pela Observação 2.2.6 𝑀 Γ© um 𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³duloΓ  esquerda via π‘Žπ‘š = π‘Žπ‘š. AlΓ©m disso, pelo lema anterior temos que 𝐴/𝐽(𝐴) Γ© uma k-Γ‘lgebra artiniana e 𝐽-semissimples. Logo, pela Proposição 2.2.77 𝑀 Γ© um 𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³duloΓ  esquerda semissimples, ou seja, 𝑀 = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑛𝑆𝑖, onde cada 𝑆𝑖 Γ© um 𝐴/𝐽(𝐴)-submΓ³duloΓ  esquerda simples de 𝑀 . Basta mostrar que cada 𝑆𝑖 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples,para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Como cada 𝑆𝑖 Γ© um 𝐴/𝐽(𝐴)-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 , entΓ£opelo Exemplo 2.2.12 cada 𝑆𝑖 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Considere 𝐿 um 𝐴-submΓ³duloΓ  esquerda de 𝑆𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 entΓ£o 𝐽(𝐴)𝐿 βŠ† 𝐽(𝐴)𝑆𝑖. Note que pela Observação 2.2.6temos 𝐽(𝐴)𝑆𝑖 = {0}, consequentemente, 𝐽(𝐴)𝐿 = {0}. Logo, pela Observação 2.2.6 𝐿

Γ© um 𝐴/𝐽(𝐴)-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑆𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛 e como cada 𝑆𝑖 Γ© 𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³duloΓ  esquerda simples temos que 𝐿 = {0} ou 𝐿 = 𝑆𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛. Portanto, cada 𝑆𝑖 Γ© um𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 45

2.2.4 O radical de um mΓ³dulo

Nesta subseção definiremos o radical de um mΓ³dulo Γ  esquerda e apresentaremosalgumas propriedades sobre este, com o objetivo de introduzirmos uma classe especial dek-Γ‘lgebras de dimensΓ£o finita, Γ  saber, as Γ‘lgebras de Nakayama. Os resultados expostosnesta subseção podem ser encontrados em (ASSEM; SIMSON; SKOWROΕƒSKI, 2006).

Definição 2.2.91. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. O radical de𝑀 , denotado por π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀), Γ© a interseção de todos os submΓ³dulos Γ  esquerda maximais de𝑀 .

Exemplo 2.2.92. Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra. Considere 𝐴 como 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda. Cla-ramente π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝐴𝐴) = 𝐽(𝐴).

Vejamos agora algumas propriedades do radical de um 𝐴-módulo à esquerda.

Proposição 2.2.93. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita e 𝑀 e 𝑁 dois 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda finitamente gerados. EntΓ£o, as seguintes afirmaçáes sΓ£o vΓ‘lidas.

(i) Seja π‘š ∈ 𝑀 . EntΓ£o, π‘š ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) se e somente se 𝑓(π‘š) = 0, para qualquerhomomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑆, onde 𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda simples;

(ii) π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀 βŠ•π‘) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ• π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁);

(iii) Considere 𝑓 : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. EntΓ£o,𝑓(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀)) βŠ† π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁);

(iv) π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = 𝐽(𝐴)𝑀 .

Demonstração. (i) Seja 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑆 um homomorfismo nΓ£o nulo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda,onde 𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Vejamos que πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) Γ© um submΓ³dulo Γ  es-querda maximal de 𝑀 . De fato, considere πœ‹ :𝑀 βˆ’β†’ 𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓), entΓ£o pelo teorema dohomomorfismo, existe um monomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 :𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) βˆ’β†’ 𝑆

tal que 𝑓 ∘ πœ‹ = 𝑓 . Assim, 𝑓(𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓)) Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑆. Como𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples, 𝑓(𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓)) = {0} ou 𝑓(𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓)) = 𝑆.PorΓ©m, πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) = {𝑀}, pois 𝑓 Γ© nΓ£o nula. Logo, 𝑓(𝑀/πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓)) = 𝑆 e, consequen-temente, pela Proposição 2.2.43 πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda maximal de 𝑀 .Logo, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓). Reciprocamente, seja 𝐿 um submΓ³dulo Γ  esquerda maximalde 𝑀 . Pela Proposição 2.2.43 𝑀/𝐿 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Considereπœ‹ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑀/𝐿 a projeção canΓ΄nica. Por hipΓ³tese, πœ‹(π‘š) = 0 entΓ£o π‘š ∈ 𝐿, poisπΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹) = 𝐿. Logo, π‘š ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀).

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 46

(ii) Seja π‘₯ = (π‘š,𝑛) ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀 βŠ• 𝑁), com π‘š ∈ 𝑀 e 𝑛 ∈ 𝑁 . Consideremos 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑆

um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda, onde 𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda sim-ples. Definimos, 𝐹 : 𝑀 βŠ• 𝑁 βˆ’β†’ 𝑆 por 𝐹 (π‘šβ€², 𝑛′) = 𝑓(π‘šβ€²). Γ‰ fΓ‘cil ver que, 𝐹 Γ©um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Como π‘₯ ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀 βŠ• 𝑁), pelo item (i),0 = 𝐹 (π‘₯) = 𝐹 (π‘š,𝑛) = 𝑓(π‘š). Logo, π‘š ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀). De maneira anΓ‘loga, mostramosque 𝑛 ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁). Portanto, π‘₯ ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ• π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁). Reciprocamente, seja π‘₯ = (π‘š,𝑛) βˆˆπ‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ• π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁). Consideremos 𝑓 : 𝑀 βŠ• 𝑁 βˆ’β†’ 𝑆 um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda, onde 𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Definimos 𝐹 : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑆 por𝐹 (π‘šβ€²) = 𝑓(π‘šβ€², 0). Γ‰ fΓ‘cil ver que, 𝐹 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Comoπ‘š ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) temos que 0 = 𝐹 (π‘š) = 𝑓(π‘š, 0). Analogamente, definimos 𝐺 :𝑁 βˆ’β†’ 𝑆 por𝐺(𝑛) = 𝑓(0, 𝑛). Claramente 𝐺 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos e como 𝑛 ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁)temos que 0 = 𝐺(𝑛) = 𝑓(0, 𝑛). Logo, 𝑓(π‘š,𝑛) = 𝑓(π‘š, 0) + 𝑓(0, 𝑛) = 0, e portanto peloitem (i) π‘₯ ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀 βŠ•π‘).

(iii) Seja π‘₯ ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀). Consideremos 𝑔 : 𝑁 βˆ’β†’ 𝑆 um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulosΓ  esquerda, onde 𝑆 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Definimos, 𝐹 : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑆 por𝐹 (π‘š) = (𝑔 ∘ 𝑓)(π‘š). Claramente 𝐹 Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda e comoπ‘₯ ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) temos que 0 = 𝐹 (π‘₯) = (𝑔 ∘ 𝑓)(π‘₯) = 𝑔(𝑓(π‘₯)). Portanto, 𝑓(π‘₯) ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑁).

(iv) Seja 𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda maximal de 𝑀 . Pela Proposição 2.2.43 temos que𝑀/𝑁 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. EntΓ£o, π‘Ž(𝑏 + 𝑁) = π‘Žπ‘ + 𝑁 = 0, para todoπ‘Ž ∈ 𝐽(𝐴) e 𝑏 ∈ 𝑀 , assim, π‘Žπ‘ ∈ 𝑁 e 𝐽(𝐴)𝑀 βŠ† 𝑁 . Portanto, 𝐽(𝐴)𝑀 βŠ† β‹‚

π‘βˆˆβ„³π‘Žπ‘₯(𝑀) 𝑁 ,onde β„³π‘Žπ‘₯(𝑀) denota o conjunto de todos os submΓ³dulos Γ  esquerda maximais de 𝑀 .Resta mostrarmos que 𝐽(𝐴)𝑀 βŠ† π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀). Seja π‘š ∈ 𝑀 e consideramos π‘“π‘š : 𝐴 βˆ’β†’ 𝑀

dada por π‘“π‘š(π‘Ž) = π‘Žπ‘š, para todo π‘Ž ∈ 𝐴. Vejamos que π‘“π‘š Γ© um homomorfismo de 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda. Sejam π‘Ž, 𝑏 ∈ 𝐴 e π‘š ∈ 𝑀 , entΓ£o π‘“π‘š(π‘π‘Ž) = (π‘π‘Ž)π‘š = 𝑏(π‘Žπ‘š) = π‘π‘“π‘š(π‘Ž).Sejam π‘Ž ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝐴𝐴) = 𝐽(𝐴) e π‘š ∈ 𝑀 . Assim, pelo item (iii), temos que π‘Žπ‘š = π‘“π‘š(π‘Ž) βˆˆπ‘“π‘š(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝐴𝐴)) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀).

Observação 2.2.94. Prova-se por indução que π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(βŠ•π‘–βˆˆπΌπ‘›π‘€π‘–) = βŠ•π‘–βˆˆπΌπ‘›π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀𝑖).

Lema 2.2.95. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita e 𝑀 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerdafinitamente gerado. Se 𝑀 Γ© semissimples, entΓ£o π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = {0}.

Demonstração. Suponhamos que𝑀 seja um𝐴-mΓ³dulo semissimples. EntΓ£o, 𝑀 = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿπ‘†π‘–,onde cada 𝑆𝑖 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Pela Observação 2.2.94 temos queπ‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘Ÿπ‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑆𝑖). Como 𝐽(𝐴)𝑆𝑖 = {0}, 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ, entΓ£o π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑆𝑖) = {0}, 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘Ÿ.Portanto, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = {0}.

Proposição 2.2.96. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda finitamente gerado. EntΓ£o, as seguintes afirmaçáes sΓ£o vΓ‘lidas

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 47

(i) O 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) Γ© semissimples e Γ© um 𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³dulo Γ  es-querda;

(ii) Se 𝐿 Γ© um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 tal que 𝑀/𝐿 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerdasemissimples, entΓ£o π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ† 𝐿.

Demonstração. (i) Como π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = 𝐽(𝐴)𝑀 , vejamos que 𝐽(𝐴)(𝑀/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀)) = {0}. Defato, sejam π‘Ž ∈ 𝐽(𝐴) e π‘š ∈ 𝑀 . Assim, π‘Žπ‘š = π‘Žπ‘š = 0, para todo π‘š ∈ 𝑀/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀). Logo,𝐽(𝐴)(𝑀/𝐽(𝐴)𝑀) = {0} e, pela Proposição 2.2.90 𝑀/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) Γ© semissimples. AlΓ©m disso,pela Observação 2.2.6 segue que 𝑀 Γ© 𝐴/𝐽(𝐴)-mΓ³dulo Γ  esquerda.

(ii) Suponha que 𝐿 seja um submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 tal que 𝑀/𝐿 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda semissimples. Considere πœ‹ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑀/𝐿 a projeção canΓ΄nica. Pelo item (iii) daProposição 2.2.93, πœ‹(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀)) βŠ† π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀/𝐿). Como 𝑀/𝐿 Γ© semissimples entΓ£o pelo Lema2.2.96, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀/𝐿) = {0}. Assim, πœ‹(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀)) βŠ† {0}, e assim π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹) = 𝐿.

Como consequΓͺncia das proposiçáes anteriores temos o seguinte corolΓ‘rio que nadamais Γ© que a recΓ­proca do Lema 2.2.95.

CorolΓ‘rio 2.2.97. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda finitamente gerado. Se π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = {0}, entΓ£o 𝑀 Γ© semissimples.

Demonstração. Suponha que π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) = {0}. Assim, 𝑀 ≃ 𝑀/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) e pela Proposição2.2.96 (i) temos que 𝑀 ≃ 𝑀/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples. Logo, 𝑀é um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples.

Seja 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda finitamente gerado. Note que para cada 𝑖 β‰₯ 1,definimos π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) = 𝐽(𝐴)𝑖𝑀 e π‘Ÿπ‘Žπ‘‘0(𝑀) = 𝑀 . EntΓ£o, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–βˆ’1(𝑀)), pois

π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) = 𝐽(𝐴)𝑖𝑀 = 𝐽(𝐴)𝐽(𝐴)π‘–βˆ’1𝑀 = 𝐽(𝐴)π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–βˆ’1(𝑀) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–βˆ’1(𝑀)).

EntΓ£o, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)) = 𝐽(𝐴)π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀), e assim π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) βŠ† π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀). Maisainda, se π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀), para algum 𝑖β‰₯0 entΓ£o 𝐽(𝐴)(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀). Logo,pelo Lema 2.2.82 temos que π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) = {0}. AlΓ©m disso, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›(𝑀) = {0}, para algum𝑛β‰₯ 1, visto que, 𝐽(𝐴) um ideal Γ  esquerda nilpotente. Agora, se π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀),π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda semissimples. Com efeito, sabemos que

π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀)) = 𝐽(𝐴)(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀))

= 𝐽(𝐴)(𝐽(𝐴)𝑖𝑀/𝐽(𝐴)𝑖+1𝑀) = {0}.

Logo, pelo CorolΓ‘rio 2.2.97, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) Γ© semissimples.

A partir da discussΓ£o feita acima, temos a seguinte cadeia decrescente de submΓ³-dulos Γ  esquerda de 𝑀 , existe um 𝑛 (mΓ­nimo) tal que 𝑀

𝑀 ) π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) ) π‘Ÿπ‘Žπ‘‘2(𝑀) ) Β· Β· Β· ) π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›βˆ’1(𝑀) ) π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›(𝑀) = {0},

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 48

tal que os 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀), 𝑖 ∈ πΌπ‘›βˆ’1 sΓ£o semissimples. Cha-mamos estΓ‘ cadeia de sΓ©rie radical de 𝑀 ou de sΓ©rie de Loewy de 𝑀 . O nΓΊmero 𝑛 Γ© ditoo comprimento de Loewy do mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 , e denotaremos por β„“β„“(𝑀). Com isso,podemos concluir que os 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda finitamente gerados semissimples sΓ£o os𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda de comprimento de Loewy igual a 1.

Observação 2.2.98. Sejam 𝑀𝑖 e 𝑁𝑖, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛, 𝐴-mΓ³dulos Γ  esquerda finitamente gerados.Pela Observação 2.2.94, β„“β„“(βŠ•π‘›βˆˆπΌ1,𝑛𝑀𝑛) = π‘šπ‘Žπ‘₯{β„“β„“(𝑀𝑖) | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛}.

CorolΓ‘rio 2.2.99. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finita e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ esquerda finitamente gerado. EntΓ£o, β„“β„“(𝑀) ≀ β„“β„“(𝐴𝐴).

Demonstração. Consideremos β„“β„“(𝑀) = 𝑛 e β„“β„“(𝐴𝐴) = π‘˜. Assim, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›(𝑀) = {0} eπ‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘˜(𝐴𝐴) = 𝐽(𝐴)π‘˜ = {0}. Como π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) = 𝐽(𝐴)𝑖𝑀 = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝐴𝐴)𝑖𝑀 , para todo 𝑖 β‰₯ 0,entΓ£o 𝑛 ≀ π‘˜.

A seguir veremos uma importante caracterização de mΓ³dulos uniseriais a partir dasΓ©rie radical do 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 .

Proposição 2.2.100. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 𝑀 um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda finitamentegerado. EntΓ£o, as seguintes condiçáes sΓ£o equivalentes

(i) 𝑀 Γ© uniserial;

(ii) a sΓ©rie radical Γ© uma sΓ©rie de composição de 𝑀 ;

(iii) β„“(𝑀) = β„“β„“(𝑀).

Demonstração. (i) β‡’ (ii) Suponhamos que 𝑀 seja uniserial e consideremos

𝑀 = 𝑀0 βŠ‡ 𝑀1 βŠ‡ Β· Β· Β· βŠ‡ 𝑀𝑛 = {0}

a ΓΊnica sΓ©rie de composição de 𝑀 . Em particular, 𝑀1 Γ© o ΓΊnico submΓ³dulo Γ  esquerdamaximal de 𝑀 , jΓ‘ que todo submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 Γ© um termo em uma sΓ©rie decomposição. Consequentemente, 𝑀1 = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀). AlΓ©m disso, como 𝑀 Γ© uniserial entΓ£o𝑀1 tambΓ©m Γ© uniserial. Assim, de maneira anΓ‘loga temos que 𝑀2 = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀1), dondesegue que 𝑀2 = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀)) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘2(𝑀). Repetindo este argumento segue que a sΓ©rie𝑀 = 𝑀0 βŠ‡ 𝑀1 βŠ‡ Β· Β· Β· βŠ‡ 𝑀𝑛 = {0} Γ© a sΓ©rie radical de 𝑀 .

(ii) β‡’ (iii) Imediato.

(iii) β‡’ (i) Como β„“(𝑀)=β„“β„“(𝑀)=𝑛. EntΓ£o, 𝑀=π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) βŠ‡ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘2(𝑀) βŠ‡Β· Β· Β·βŠ‡ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›(𝑀)={0}Γ© uma sΓ©rie de composição de 𝑀 . Logo, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀), para todo 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘›βˆ’1 Γ©simples. Pela Proposição 2.2.43, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) Γ© submΓ³dulo Γ  esquerda maximal de π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀).Desde que π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀)) Γ© a interseção de todos os submΓ³dulos Γ  esquerda

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 49

maximais de π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) temos que π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) Γ© o ΓΊnico submΓ³dulo Γ  esquerda maximal deπ‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀). Em particular, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀) Γ© o ΓΊnico submΓ³dulo Γ  esquerda maximal de 𝑀 . Seja𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda nΓ£o trivial de 𝑀 . EntΓ£o, 𝑁 βŠ† π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀). Seja 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘›βˆ’1 omaior Γ­ndice tal que 𝑁 βŠ† π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀). Como π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) Γ© o ΓΊnico submΓ³dulo Γ  esquerdamaximal de π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀) e 𝑁 π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–+1(𝑀) temos que 𝑁 = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘–(𝑀). Logo, a sΓ©rie radical de𝑀 Γ© formada por todos os submΓ³dulos Γ  esquerda de 𝑀 , ou seja, ela Γ© a ΓΊnica. Portanto,𝑀 Γ© uniserial.

A seguir enunciaremos um lema que nos diz que se o comprimento de Loewy de𝐴𝐴 Γ© igual ao comprimento de Loewy do 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 e 𝑀 Γ© indecomponΓ­vel,entΓ£o 𝑀 Γ© projetivo e injetivo. A demonstração deste resultado Γ© bem construtiva, eenvolve vΓ‘rias propriedades sobre mΓ³dulos indecomponΓ­veis, projetivos, injetivos e outrosconceitos que nΓ£o foram apresentados neste trabalho, por esta razΓ£o optamos por omitΓ­-lado texto. A demonstração deste resultado pode ser vista em (CHEN, 2002).

Lema 2.2.101. ([Lema 3.5. CHEN, 2002]) Seja 𝐴 uma k-Γ‘lgebra de dimensΓ£o finitaauto-injetiva com β„“β„“(𝐴𝐴) = 𝑛. Se 𝑀 Γ© um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda com β„“β„“(𝑀) = 𝑛, entΓ£o𝑀 contΓ©m um somando direto projetivo e indecomponΓ­vel. Mais ainda, se 𝑀 Γ© indecom-ponΓ­vel, entΓ£o 𝑀 Γ© projetivo e injetivo.

Para finalizar esta subseção vamos apresentar a definição de Ñlgebra de Nakayama.

Definição 2.2.102. Seja 𝐴 uma k-Ñlgebra de dimensão finita. Dizemos que 𝐴 é umaÑlgebra de Nakayama se todo 𝐴-módulo à esquerda projetivo e indecomponível é uniseriale todo 𝐴-módulo à esquerda injetivo e indecomponível é uniserial.

O teorema a seguir serΓ‘ fundamental para garantir que os mΓ³dulos indecompo-nΓ­veis da Γ‘lgebra de Taft que serΓ£o calculados no Lema 3.1.9 (ii) sΓ£o os ΓΊnicos mΓ³dulosindecomponΓ­veis nesta Γ‘lgebra.

Teorema 2.2.103. ([Teorema 3.5, ASSEM; SIMSON; SKOWROΕƒSKI, 2006 ]) Seja 𝐴

uma k-Γ‘lgebra de Nakayama. EntΓ£o, todo 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda 𝑀 finitamente gerado eindecomponΓ­vel Γ© isomorfo a um 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda da forma 𝑃/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›(𝑃 ), para algum𝑃 𝐴-mΓ³dulo Γ  esquerda finitamente gerado, projetivo e indecomponΓ­vel com 𝑛 ∈ 𝐼1,β„“β„“(𝑃 ).

2.3 Álgebras de HopfNesta seção daremos a definição de Ñlgebra de Hopf, bem como algumas proprie-

dades importantes. Além disso, nossos objetivos nesta seção serão mostrar que a Ñlgebrade Taft é uma Ñlgebra de Hopf e demonstrar um resultado importante sobre Ñlgebrasde Hopf de dimensão finita, à saber, o teorema de Maschke. Por fim, introduziremos o

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 50

anel de Green de uma Ñlgebra de Hopf de dimensão finita. Os resultados expostos nestaseção podem ser encontrados em (DASCALESCUS; RAIANU; NASTASESCUS, 2001),(RADFORD, 2012), (KASSEL, 1995), (KLIMYK; SCHMUDGEN, 1997), (SCHNEIDER,1995) e (ARMSTRONG, 1988) e (LANG, 2002).

Definição 2.3.1. Uma coΓ‘lgebra sobre um corpo k, ou simplesmente uma k-coΓ‘lgebra,Γ© um k-espaΓ§o vetorial 𝐢 munido de duas transformaçáes lineares, Ξ” : 𝐢 βˆ’β†’ 𝐢 βŠ— 𝐢 eπœ€ : 𝐢 βˆ’β†’ k, tais que os seguintes diagramas sΓ£o comutativos:

𝐢Δ //

Ξ”

οΏ½οΏ½

𝐢 βŠ— 𝐢

Ξ”βŠ—πΌπ‘‘πΆ

��𝐢 βŠ— 𝐢

πΌπ‘‘πΆβŠ—Ξ”// 𝐢 βŠ— 𝐢 βŠ— 𝐢

πΆπœ‚βˆ’1

%%

πœ‚βˆ’1

yyΞ”

οΏ½οΏ½

kβŠ— 𝐢 𝐢 βŠ— k

𝐢 βŠ— 𝐢.πœ€βŠ—πΌπ‘‘πΆ

ee

πΌπ‘‘πΆβŠ—πœ€

99

As aplicaçáes Ξ” e πœ€ sΓ£o chamadas de comultiplicação e counidade, respectiva-mente. AlΓ©m disso, notemos que a comutatividade do primeiro diagrama Γ© a relação quechamamos de coassociatividade, ou seja:

(Ξ” βŠ— 𝐼𝑑𝐢) ∘ Ξ” = (𝐼𝑑𝐢 βŠ— Ξ”) ∘ Ξ”.

JΓ‘ a comutatividade do segundo diagrama Γ© a existΓͺncia da counidade de 𝐢, ou seja,

(πœ€βŠ— 𝐼𝑑𝐢)(Ξ”(𝑐)) = 1k βŠ— 𝑐 e (𝐼𝑑𝐢 βŠ— πœ€)(Ξ”(𝑐)) = π‘βŠ— 1k,

para todo 𝑐 ∈ 𝐢.

Observação 2.3.2. Seja (𝐢,Ξ”, πœ€) uma k-coΓ‘lgebra, para qualquer 𝑐 ∈ 𝐢 temos que

Ξ”(𝑐) =π‘›βˆ‘π‘–=1

𝑐𝑖1 βŠ— 𝑐𝑖2 onde 𝑐𝑖1, 𝑐𝑖2 ∈ 𝐢, 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑛.

Para denotar a imagem de um elemento 𝑐 ∈ 𝐢 pela aplicação Ξ”, usaremos anotação de Sweedler (ou notação sigma) a qual suprime os Γ­ndices 𝑖 e nos permite escrever:

Ξ”(𝑐) =π‘›βˆ‘π‘–=1

𝑐𝑖1 βŠ— 𝑐𝑖2 :=βˆ‘

𝑐1 βŠ— 𝑐2.

Como Ξ”(𝑐) ∈ 𝐢 βŠ— 𝐢 temos duas maneiras possΓ­veis de reaplicar a função Ξ”,Ξ” βŠ— 𝐼𝑑𝐢 e 𝐼𝑑𝐢 βŠ— Ξ”. Utilizando a notação estabelecida na Observação acima, obtemosque Ξ” βŠ— 𝐼𝑑𝐢(Ξ”(𝑐)) = βˆ‘

𝑐11 βŠ— 𝑐12 βŠ— 𝑐2 e tambΓ©m que 𝐼𝑑𝐢 βŠ— Ξ”(Ξ”(𝑐)) = βˆ‘π‘1 βŠ— 𝑐21 βŠ— 𝑐22. A

comutatividade do primeiro diagrama na Definição 2.3.1 diz que estes sΓ£o iguais. PodemosentΓ£o definir Ξ”2 : 𝐢 βˆ’β†’ 𝐢 βŠ— 𝐢 βŠ— 𝐢 por Ξ”2 = Ξ” βŠ— 𝐼𝑑𝐢 = 𝐼𝑑𝐢 βŠ— Ξ” e estendemos nossanotação para

Ξ”2(𝑐) =βˆ‘

𝑐11 βŠ— 𝑐12 βŠ— 𝑐2 =βˆ‘

𝑐1 βŠ— 𝑐21 βŠ— 𝑐22 :=βˆ‘

𝑐1 βŠ— 𝑐2 βŠ— 𝑐3.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 51

Definindo recursivamente Δ𝑛 : 𝐢 βˆ’β†’ 𝐢 βŠ— Β· Β· Β· βŠ— 𝐢, onde 𝐢 aparece 𝑛 + 1-vezes,por Ξ”1 = Ξ” e Δ𝑛 = (Ξ” βŠ— πΌπ‘‘π‘›βˆ’1

𝐢 ) ∘ Ξ”π‘›βˆ’1 para 𝑛 β‰₯ 2, enunciamos o seguinte resultado,que Γ© conhecido como coassociatividade generalizada.

Proposição 2.3.3. ([Proposição 1.1.7, DASCALESCUS; RAIANU; NASTASESCUS,2001]) Seja (𝐢,Ξ”, πœ€) uma k-coΓ‘lgebra. EntΓ£o, para todo 𝑛 β‰₯ 2 e 0 ≀ 𝑝 ≀ 𝑛 βˆ’ 1, vale aseguinte equação Δ𝑛 = (𝐼𝑑𝑝𝐢 βŠ— Ξ” βŠ— πΌπ‘‘π‘›βˆ’π‘βˆ’1

𝐢 ) ∘ Ξ”π‘›βˆ’1.

Neste trabalho optamos por não apresentar a demonstração da Proposição acima,visto que, este é um resultado clÑssico da Teoria de Ñlgebras de Hopf. A prova desseresultado pode ser encontrada com detalhes em (DASCALESCUS; RAIANU; NASTA-SESCUS, 2001).

Exemplo 2.3.4. O corpo k tem uma estrutura de k-coΓ‘lgebra dada por Ξ”(1k) = 1k βŠ— 1ke πœ€(1k) = 1k.

Exemplo 2.3.5. Sejam 𝐢 e 𝐷 k-coΓ‘lgebras com comultiplicaçáes Δ𝐢 e Δ𝐷 e counidadesπœ€πΆ e πœ€π·, respectivamente. EntΓ£o, 𝐢 βŠ— 𝐷 Γ© uma k-coΓ‘lgebra com comultiplicação dadapor Ξ”πΆβŠ—π· = (𝐼𝑑𝐢 βŠ— 𝜏 βŠ— 𝐼𝑑𝐷) ∘ (Δ𝐢 βŠ— Δ𝐷) e counidade dada por πœ€πΆβŠ—π· = πœ“β€² ∘ (Δ𝐢 βŠ— Δ𝐷),onde 𝜏 : πΆβŠ—π· βˆ’β†’ π·βŠ—πΆ Γ© a aplicação twist e πœ“ : kβŠ—k βˆ’β†’ k Γ© o isomorfismo canΓ΄nico.

Exemplo 2.3.6. A Γ‘lgebra de grupo k𝐺 Γ© uma k-cΓ³algebra com comultiplicação dadapor Ξ”(𝑔) = 𝑔 βŠ— 𝑔 e counidade por πœ€(𝑔) = 1k, para todo 𝑔 ∈ 𝐺.

Definição 2.3.7. Sejam 𝐢 uma coΓ‘lgebra e 𝐸 um k-subespaΓ§o vetorial de 𝐢. Dizemosque 𝐸 Γ© uma subcoΓ‘lgebra de 𝐢 se Ξ”(𝐸) βŠ† 𝐸 βŠ— 𝐸.

Definição 2.3.8. Sejam 𝐢 uma k-cóalgebra e 𝐷 um k-subespaço vetorial de 𝐢. Dizemosque

(i) 𝐷 Γ© um coideal Γ  esquerda se Ξ”(𝐷) βŠ† 𝐢 βŠ—π·;

(ii) 𝐷 Γ© um coideal Γ  direita se Ξ”(𝐷) βŠ† 𝐷 βŠ— 𝐢;

(iii) 𝐷 Γ© um coideal se Ξ”(𝐷) βŠ† 𝐢 βŠ—π· +𝐷 βŠ— 𝐢 e πœ€(𝐷) = 0.

Definição 2.3.9. Sejam 𝐢 uma k-cΓ³algebra e 𝑐 ∈ 𝐢 tal que 𝑐 = 0. Dizemos que 𝑐 Γ© umelemento de tipo grupo se Ξ”(𝑐) = 𝑐 βŠ— 𝑐, e denotamos por 𝐺(𝐢) o conjunto de todos oselementos de tipo grupo de 𝐢.

Observação 2.3.10. Uma consequΓͺncia imediata da definição acima Γ© que πœ€(𝑐) = 1, paratodo 𝑐 ∈ 𝐺(𝐢), pois 𝑐 = 𝑐1k = π‘πœ€(𝑐) e consequentemente (1 βˆ’ πœ€(𝑐))𝑐 = 0.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 52

Definição 2.3.11. Sejam 𝐢 e 𝐷 k-coΓ‘lgebras com comultiplicaçáes Δ𝐢 e Δ𝐷 e counidadesπœ€πΆ e πœ€π·, respectivamente. Uma transformação linear 𝑓 : 𝐢 β†’ 𝐷 Γ© um homomorfismo dek-coΓ‘lgebras se os seguintes diagramas sΓ£o comutativos:

𝐢𝑓 //

Δ𝐢

οΏ½οΏ½

𝐷

Δ𝐷

��𝐢 βŠ— 𝐢

π‘“βŠ—π‘“// 𝐷 βŠ—π·

𝐢𝑓 //

πœ€πΆ

οΏ½οΏ½

𝐷

πœ€π·

οΏ½οΏ½k.

As comutatividades dos diagramas acima, podem ser reescritas das seguintes ma-neiras: βˆ‘

𝑓(𝑐1) βŠ— 𝑓(𝑐2) =βˆ‘

(𝑓(𝑐))1 βŠ— (𝑓(𝑐))2 e πœ€π·(𝑓(𝑐)) = πœ€πΆ(𝑐),

para todo 𝑐 ∈ 𝐢.

Seja 𝑓 : 𝐢 β†’ 𝐷 um homomorfismo de coΓ‘lgebras. Γ‰ fΓ‘cil ver que πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓) Γ© umcoideal 𝐢. AlΓ©m disso, se 𝐸 βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓), entΓ£o existe ΓΊnica estrutura de k-coΓ‘lgebra 𝐢/𝐸tal que πœ‹ : 𝐢 β†’ 𝐢/𝐸 Γ© um homomorfismo de k-coΓ‘lgebras.

Quando um k-espaço vetorial possui tanto a estrutura de k-Ñlgebra quanto a es-trutura de k-coÑlgebra, e se estas estruturas são compatíveis obtemos uma nova estrutura,chamada de biÑlgebra, conforme a seguinte definição.

Definição 2.3.12. Seja 𝐻 um k-espaΓ§o vetorial. Dizemos que uma quΓ­ntupla (𝐻,π‘š, 𝑒,Ξ”, πœ€)Γ© uma k-biΓ‘lgebra, ou simplesmente uma biΓ‘lgebra, se

(i) (𝐻,π‘š, 𝑒) Γ© uma k-Γ‘lgebra;

(ii) (𝐻,Ξ”, πœ€) Γ© uma k-coΓ‘lgebra;

(iii) Ξ” e πœ€ sΓ£o homomorfismos de k-Γ‘lgebras.

Exemplo 2.3.13. Dos Exemplos 2.1.5 e 2.3.6 vimos que a Γ‘lgebra de grupo k𝐺 Γ© umaΓ‘lgebra e uma cΓ³algebra. Para verificar que k𝐺 Γ© uma biΓ‘lgebra, devemos mostrar queπœ€ e Ξ” sΓ£o homomorfismos de Γ‘lgebras. Com efeito, para quaisquer 𝑔, β„Ž ∈ 𝐺, temos queΞ”(π‘”β„Ž) = π‘”β„Ž βŠ— π‘”β„Ž = (𝑔 βŠ— 𝑔)(β„Ž βŠ— β„Ž) = Ξ”(𝑔)Ξ”(β„Ž) e Ξ”(1𝐺) = 1𝐺 βŠ— 1𝐺, e portanto Ξ” Γ© umhomomorfismo de Γ‘lgebras. E tambΓ©m πœ€(π‘”β„Ž) = 1k = 1k1k = πœ€(𝑔)πœ€(β„Ž) e πœ€(1𝐺) = 1k, eportanto πœ€ Γ© tambΓ©m um homomorfismo de Γ‘lgebras.

Definição 2.3.14. Sejam 𝐻 e 𝐿 k-biΓ‘lgebras. Uma transformação linear 𝑓 :𝐻 β†’ 𝐿 Γ©homomorfismo de k-biΓ‘lgebras se 𝑓 Γ© um homomorfismo de k-Γ‘lgebras e de k-cΓ³algebras.

Sejam (𝐴,π‘š, 𝑒) uma k-Γ‘lgebra e (𝐢,Ξ”, πœ€) uma k-cΓ³algebra. Considereπ»π‘œπ‘šk(𝐢,𝐴)o conjunto de todas as transformaçáes k-lineares de 𝐢 em 𝐴. Este Γ© um k-espaΓ§o veto-rial com a soma pontual e a multiplicação por escalar dada por (𝛼𝑓)(π‘₯) = 𝑓(𝛼π‘₯), para

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 53

quaisquer 𝑓 ∈ π»π‘œπ‘šk(𝐢,𝐴), 𝛼 ∈ k e π‘₯ ∈ 𝐢. Dados 𝑓, 𝑔 ∈ π»π‘œπ‘šk(𝐢,𝐴) podemos definirem π»π‘œπ‘šk(𝐢,𝐴) uma multiplicação, chamada de produto convolução, por:

(𝑓 * 𝑔)(𝑐) = (π‘š ∘ (𝑓 βŠ— 𝑔) ∘ Ξ”)(𝑐) = 𝑓(𝑐1)𝑔(𝑐2),

para todo 𝑐 ∈ 𝐢, e uma unidade dada por π‘’π»π‘œπ‘šk(𝐢,𝐴)(1k) = 𝑒 ∘ πœ€. Γ‰ fΓ‘cil verificar, queπ»π‘œπ‘šk(𝐢,𝐴) tem estrutura de k-Γ‘lgebra.

Considerando 𝐻 uma biΓ‘lgebra e denotando por 𝐻𝐢 o k-espaΓ§o vetorial 𝐻 comestrutura de cΓ³algebra e 𝐻𝐴 o k- espaΓ§o vetorial 𝐻 com estrutura de Γ‘lgebra, pelo quevimos acima, π»π‘œπ‘šk(𝐻𝐢 , 𝐻𝐴) Γ© uma Γ‘lgebra com o produto convolução. Mais ainda,notemos que 𝐼𝑑𝐻 ∈ π»π‘œπ‘šk(𝐻𝐢 , 𝐻𝐴). Com isso, podemos dar a seguinte definição.

Definição 2.3.15. Seja 𝐻 uma k-biΓ‘lgebra. Uma transformação linear 𝑆 :𝐻 βˆ’β†’ 𝐻 Γ©chamada de antΓ­poda de 𝐻 se 𝑆 Γ© a inversa da identidade com relação ao produto deconvolução, ou seja, 𝑆 * 𝐼𝑑𝐻 = 𝐼𝑑𝐻 * 𝑆 = 𝑒 ∘ πœ€.

Da definição acima temos: (𝑆 * 𝐼𝑑𝐻)(β„Ž) = (π‘š ∘ (𝑆 βŠ— 𝐼𝑑𝐻) ∘ Ξ”)(β„Ž) = βˆ‘π‘†(β„Ž1)β„Ž2,

para todo β„Ž ∈ 𝐻. Analogamente, (𝐼𝑑𝐻 * 𝑆)(β„Ž) = βˆ‘β„Ž1𝑆(β„Ž2), para todo β„Ž ∈ 𝐻.

Definição 2.3.16. Uma Ñlgebra de Hopf é uma biÑlgebra 𝐻 que possui uma antípoda.

Exemplo 2.3.17. Vimos que k𝐺 Γ© uma biΓ‘lgebra. Para que k𝐺 seja uma Γ‘lgebra deHopf, resta apenas definir a antΓ­poda. Seja 𝑆 : k𝐺 βˆ’β†’ k𝐺 dada por 𝑆(𝑔) = π‘”βˆ’1, ondeπ‘”βˆ’1 denota o elemento inverso de 𝑔 com relação a operação do grupo. Vejamos que 𝑆 Γ© aantΓ­poda de k𝐺. Seja 𝑔 ∈ k𝐺 entΓ£o,

(𝑒k𝐺 ∘ πœ€k𝐺)(𝑔) = 𝑒k𝐺(πœ€k𝐺(𝑔)) = 𝑒k𝐺(1k) = 1𝐺.

Por outro lado,

(𝑆 * 𝐼𝑑k𝐺)(𝑔) = 𝑆(𝑔)𝐼𝑑k𝐺(𝑔) = 𝑆(𝑔)𝑔 = π‘”βˆ’1𝑔 = 1𝐺.

Assim, 𝑆 * 𝐼𝑑k𝐺 = 𝑒k𝐺 ∘ πœ€k𝐺. Analogamente, 𝐼𝑑k𝐺 * 𝑆 = 𝑒k𝐺 ∘ πœ€k𝐺. Logo, 𝑆 Γ© a antΓ­podade k𝐺.

Definição 2.3.18. Sejam 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf com antΓ­poda 𝑆 e 𝐾 um k-subespaΓ§ovetorial de 𝐻. Dizemos que 𝐾 Γ© uma subΓ‘lgebra de Hopf de 𝐻 se 𝐾 Γ© uma subΓ‘lgebra euma subcoΓ‘lgebra de 𝐻 satisfazendo 𝑆(𝐾) βŠ† 𝐾.

Definição 2.3.19. Sejam 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf com antΓ­poda 𝑆 e 𝐼 um k-subespaΓ§ovetorial de 𝐻. Dizemos que 𝐼 Γ© um ideal de Hopf de 𝐻 se 𝐼 Γ© um ideal e um coideal de𝐻 tal que 𝑆(𝐼) βŠ† 𝐼.

Definição 2.3.20. Sejam 𝐻 e 𝐿 Γ‘lgebras de Hopf. Dizemos que 𝑓 : 𝐻 βˆ’β†’ 𝐿 Γ© umhomomorfismo de Γ‘lgebras de Hopf se 𝑓 Γ© um homomorfismo de biΓ‘lgebras.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 54

A proposição a seguir prova que todo homomorfismo de Ñlgebras de Hopf preservaa antípoda.

Proposição 2.3.21. Sejam 𝐻 e 𝐿 Γ‘lgebras de Hopf e 𝑓 : 𝐻 βˆ’β†’ 𝐿 um homomorfismo debiΓ‘lgebras. EntΓ£o, 𝑓 ∘ 𝑆𝐻 = 𝑆𝐿 ∘ 𝑓 .

Demonstração. Considere a k-Γ‘lgebra π»π‘œπ‘šk(𝐻,𝐿) com o produto convolução. Mostre-mos que 𝑓 ∘ 𝑆𝐻 Γ© um inverso Γ  direita de 𝑓 e 𝑆𝐿 ∘ 𝑓 um inverso Γ  esquerda de 𝑓 emπ»π‘œπ‘šk(𝐻,𝐿). Com efeito, para qualquer β„Ž ∈ 𝐻, temos que

(𝑓 * (𝑓 ∘ 𝑆𝐻))(β„Ž) =βˆ‘

𝑓(β„Ž1)(𝑓 ∘ 𝑆𝐻)(β„Ž2) =βˆ‘

𝑓(β„Ž1)𝑓(𝑆𝐻(β„Ž2)) = 𝑓(βˆ‘

β„Ž1𝑆𝐻(β„Ž2))

= 𝑓(πœ€π»(β„Ž)1𝐻) = πœ€π»(β„Ž)𝑓(1𝐻) = πœ€π»(β„Ž)1𝐿 = (𝑒𝐿 ∘ πœ€π»)(1k)

Analogamente, temos que ((π‘†πΏβˆ˜π‘“)*𝑓)(β„Ž) = (π‘’πΏβˆ˜πœ€π»)(1k). Logo, π‘“βˆ’1 = π‘†πΏβˆ˜π‘“ = π‘“βˆ˜π‘†π» .

Seja 𝑓 :𝐻 β†’ 𝐿 um homomorfismo de Γ‘lgebras de Hopf. Γ‰ fΓ‘cil ver que πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓)Γ© um ideal de Hopf de 𝐻. AlΓ©m disso, se 𝐼 βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(𝑓), entΓ£o existe ΓΊnica estrutura deΓ‘lgebra de Hopf sobre 𝐻/𝐼 tal que πœ‹ : 𝐻 β†’ 𝐻/𝐼 Γ© um homomorfismo de Γ‘lgebras deHopf.

Vejamos a seguir alguns resultados importantes sobre Γ‘lgebras de Hopf.

Proposição 2.3.22. Seja (𝐻,π‘š, 𝑒,Ξ”, πœ€, 𝑆) uma Γ‘lgebra de Hopf. EntΓ£o, para quaisquer𝑔, β„Ž ∈ 𝐻, temos

(i) 𝑆(β„Žπ‘”) = 𝑆(𝑔)𝑆(β„Ž);

(ii) 𝑆(1𝐻) = 1𝐻 ;

(iii) Ξ”(𝑆(β„Ž)) = βˆ‘π‘†(β„Ž2) βŠ— 𝑆(β„Ž1);

(iv) πœ€(𝑆(β„Ž)) = πœ€(β„Ž).

Demonstração. (i) Considere a k-Γ‘lgebra 𝐡 = π»π‘œπ‘šk(𝐻 βŠ—π»,𝐻) com o produto convolu-ção. Sejam 𝐹,𝐺,𝑀 : 𝐻 βŠ—π» βˆ’β†’ 𝐻 dadas por 𝐹 (β„ŽβŠ— 𝑔) = 𝑆(𝑔)𝑆(β„Ž), 𝐺(β„ŽβŠ— 𝑔) = 𝑆(β„Žπ‘”) e𝑀(𝑔 βŠ— β„Ž) = π‘”β„Ž para quaisquer 𝑔, β„Ž ∈ 𝐻. Vamos provar que 𝑀 Γ© a inversa Γ  esquerda de𝐹 e Γ© a inversa Γ  direita de 𝐺. Dados 𝑔, β„Ž ∈ 𝐻, entΓ£o

(𝑀 * 𝐹 )(𝑔 βŠ— β„Ž) =βˆ‘

𝑀((𝑔 βŠ— β„Ž)1)𝐹 ((𝑔 βŠ— β„Ž)2) =βˆ‘

𝑀(𝑔1 βŠ— β„Ž1)𝐹 (𝑔2 βŠ— β„Ž2)

=βˆ‘

(𝑔1β„Ž1)(𝑆(β„Ž2)𝑆(𝑔2)) =βˆ‘

𝑔1πœ€(β„Ž)1𝐻𝑆(𝑔2) = πœ€(β„Ž)πœ€(𝑔)1𝐻= πœ€π»βŠ—π»(𝑔 βŠ— β„Ž)1𝐻 = πœ€π»βŠ—π»(𝑔 βŠ— β„Ž)𝑒(1k) = (𝑒𝐻 ∘ πœ€π»βŠ—π»)(𝑔 βŠ— β„Ž)

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 55

Por outro lado,

(𝐺 *𝑀)(𝑔 βŠ— β„Ž) =βˆ‘

𝐺((𝑔 βŠ— β„Ž)1)𝑀((𝑔 βŠ— β„Ž)2) =βˆ‘

𝐺(𝑔1 βŠ— β„Ž1)𝑀(𝑔2 βŠ— β„Ž2)

=βˆ‘

𝑆(𝑔1β„Ž1)((β„Ž2)(𝑔2)) =βˆ‘

𝑆((π‘”β„Ž)1)((π‘”β„Ž)2) = πœ€(π‘”β„Ž)1𝐻= πœ€(𝑔)πœ€(β„Ž)1𝐻 = πœ€π»βŠ—π»(𝑔 βŠ— β„Ž)1𝐻 = πœ€π»βŠ—π»(𝑔 βŠ— β„Ž)𝑒(1k)

= (𝑒𝐻 ∘ πœ€π»βŠ—π»)(𝑔 βŠ— β„Ž)

Portanto, 𝐹 = 𝐺.

(ii) Como Ξ”(1𝐻) = 1π»βŠ—π» , temos que 𝑆(1𝐻)1𝐻 = πœ€(1𝐻) = 1k1𝐻 = 1𝐻 .

Os itens (iii) e (iv) sΓ£o feitos de maneira anΓ‘loga.

Observamos que os itens (i) e (ii) da proposição acima dizem que 𝑆 Γ© um anti-homomorfismo de k-Γ‘lgebras, e os itens (iii) e (iv) dizem que 𝑆 Γ© tambΓ©m um anti-homomorfismo de k-coΓ‘lgebras.

Lema 2.3.23. Seja 𝐻 uma Ñlgebra de Hopf. Então, 𝐺(𝐻) tem estrutura de grupo com amultiplicação induzida de 𝐻.

Demonstração. Como 𝐻 Γ© uma Γ‘lgebra de Hopf, entΓ£o Ξ” : 𝐻 βˆ’β†’ 𝐻 βŠ— 𝐻 Γ© um homo-morfismo de Γ‘lgebras. Assim, Ξ”(1𝐻) = 1𝐻 βŠ— 1𝐻 , ou seja, 1𝐻 ∈ 𝐺(𝐻). Se 𝑔 β„Ž ∈ 𝐺(𝐻),entΓ£o

Ξ”(π‘”β„Ž) = Ξ”(𝑔)Ξ”(β„Ž) = (𝑔 βŠ— 𝑔)(β„ŽβŠ— β„Ž) = π‘”β„ŽβŠ— π‘”β„Ž,

consequentemente, π‘”β„Ž ∈ 𝐺(𝐻). Por fim, como 𝑆 Γ© anti-homomorfismo de cΓ³algebrastemos que, Ξ”(𝑆(𝑔)) = 𝑆(𝑔) βŠ— 𝑆(𝑔) donde 𝑆(𝑔) ∈ 𝐺(𝐻), para todo 𝑔 ∈ 𝐻. AlΓ©m disso, se𝑔 ∈ 𝐺(𝐻), entΓ£o π‘”βˆ’1 = 𝑆(𝑔) ∈ 𝐺(𝐻) pois, pela definição da antΓ­poda 𝑆 temos

𝑆(𝑔)𝑔 = 𝑔𝑆(𝑔) = πœ€(𝑔)1𝐻 = 1𝐻 ,

Analogamente, 𝑔𝑆(𝑔) = 1𝐻 .

Exemplo 2.3.24. Seja 𝐺(𝐻) o conjunto dos elementos de tipo grupo de uma Ñlgebra deHopf 𝐻. Então, pelo lema acima k𝐺(𝐻) é uma subÑlgebra de Hopf de 𝐻.

Proposição 2.3.25. Seja 𝑋 um conjunto nΓ£o vazio. EntΓ£o, a Γ‘lgebra livre kβŸ¨π‘‹βŸ© Γ© umaΓ‘lgebra de Hopf.

Demonstração. Para mostrarmos que kβŸ¨π‘‹βŸ© Γ© uma k-Γ‘lgebra de Hopf precisamos definirΞ”, πœ€ e 𝑆, de tal maneira que Ξ” e πœ€ sejam homomorfismos de k-Γ‘lgebras e 𝑆 seja anti-homomorfismo de k-Γ‘lgebras e de k-coΓ‘lgebras. Seja Ξ”β€² : 𝑋 βˆ’β†’ kβŸ¨π‘‹βŸ© βŠ— kβŸ¨π‘‹βŸ© a funçãodada por Ξ”β€²(π‘₯) = π‘₯ βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯. Pela Definição 2.1.16 existe ΓΊnico homomorfismo deΓ‘lgebras Ξ” : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ kβŸ¨π‘‹βŸ© βŠ— kβŸ¨π‘‹βŸ© tal que Ξ” ∘ 𝛼 = Ξ”β€². Analogamente, existe um ΓΊnico

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 56

homomorfismo de k-Γ‘lgebras πœ€ : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ k induzido por πœ€(π‘₯) = 0, para todo π‘₯ ∈ 𝑋.Mostremos que (kβŸ¨π‘‹βŸ©,Ξ”, πœ€) Γ© uma k-coΓ‘lgebra, ou seja, que valem as seguintes igualdades(Ξ” βŠ— 𝐼𝑑) ∘ Ξ” = (πΌπ‘‘βŠ— Ξ”) ∘ Ξ”, ((πœ€βŠ— 𝐼𝑑) ∘ Ξ”)(π‘₯) = 1k βŠ— π‘₯ e ((πΌπ‘‘βŠ— πœ€ ∘ Ξ”)(π‘₯) = π‘₯βŠ— 1k paratodo π‘₯ ∈ kβŸ¨π‘‹βŸ©. Basta provar que estas valem para os elementos da base de kβŸ¨π‘‹βŸ©. Sejaπ‘₯ ∈ 𝑋, entΓ£o

(Ξ” βŠ— 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©)(Ξ”(π‘₯)) = (Ξ” βŠ— 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©)(π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯)

= Ξ”(π‘₯) βŠ— 1 + Ξ”(1) βŠ— π‘₯ = (π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯) βŠ— 1 + 1 βŠ— 1 βŠ— π‘₯

= π‘₯βŠ— 1 βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— 1 βŠ— π‘₯.

Por outro lado,

(𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ© βŠ— Ξ”)(Ξ”(π‘₯)) = (𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ© βŠ— Ξ”)(π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯)

= π‘₯βŠ— Ξ”(1) + 1 βŠ— Ξ”(π‘₯) = π‘₯βŠ— 1 βŠ— 1 + 1 βŠ— (π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯)

= π‘₯βŠ— 1 βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— 1 βŠ— π‘₯.

AlΓ©m disso,

(πœ€βŠ— 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©)(Ξ”(π‘₯)) = (πœ€βŠ— 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©)(π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯) = πœ€(π‘₯) βŠ— 1 + πœ€(1) βŠ— π‘₯ = 1k βŠ— π‘₯.

Analogamente, ((𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ© βŠ— πœ€ ∘ Ξ”)(π‘₯) = π‘₯βŠ— 1k. Logo kβŸ¨π‘‹βŸ© Γ© uma coΓ‘lgebra.

Como Ξ” e πœ€ sΓ£o homomorfismos de Γ‘lgebras, segue que kβŸ¨π‘‹βŸ© Γ© uma biΓ‘lgebra.Resta mostrar que existe uma antΓ­poda para kβŸ¨π‘‹βŸ©. Seja 𝑆 β€² : 𝑋 βˆ’β†’ kβŸ¨π‘‹βŸ©π‘œπ‘ a função defi-nida por 𝑆 β€²(π‘₯) = βˆ’π‘₯, para todo π‘₯ ∈ 𝑋. Pela Definição 2.1.16 existe ΓΊnico homomorfismode Γ‘lgebras 𝑆 : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ kβŸ¨π‘‹βŸ©π‘œπ‘ tal que 𝑆 βˆ˜π›Ό = 𝑆 β€². Vejamos que 𝑆 Γ© a antΓ­poda de kβŸ¨π‘‹βŸ©,ou seja, que (𝑆 * 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©) = 𝑒 ∘ πœ€ = (𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ© *𝑆). Da mesma forma que feito anteriormente,se mostrarmos as igualdades para os elementos de 𝑋, entΓ£o essas igualdades se estendempara elementos de kβŸ¨π‘‹βŸ©. Seja π‘₯ ∈ 𝑋, entΓ£o

(𝑆 * 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©)(π‘₯) = (π‘š ∘ (𝑆 βŠ— 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©))(Ξ”(π‘₯)) = (π‘š ∘ (𝑆 βŠ— 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©))(π‘₯βŠ— 1 + 1 βŠ— π‘₯)

= π‘š(𝑆(π‘₯) βŠ— 1 + 𝑆(1) βŠ— π‘₯) = 𝑆(π‘₯)1 + 1π‘₯ = βˆ’π‘₯+ π‘₯ = 0 = 𝑒(πœ€(π‘₯)).

Logo, (𝑆 * 𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ©) = 𝑒 ∘ πœ€. Analogamente, (𝐼𝑑kβŸ¨π‘‹βŸ© * 𝑆) = 𝑒 ∘ πœ€. Portanto, kβŸ¨π‘‹βŸ© Γ© umaΓ‘lgebra de Hopf.

A seguir apresentaremos um teorema que garante a injetividade de Ñlgebras deHopf de dimensão finita. Este é um resultado bem conhecido da Teoria de Ñlgebras deHopf. De fato, encontramos na literatura que este vale em uma situação mais geral.Entretanto, enunciaremos a versão mais adequada ao nosso interesse.

Teorema 2.3.26. ([Teorema 1.4.13, SILVA, 2014]) Toda Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£ofinita Γ© auto-injetiva.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 57

2.3.1 Álgebra de Taft

Nesta subseção mostraremos que a Γ‘lgebra de Taft introduzida no Exemplo 2.1.20Γ© uma Γ‘lgebra de Hopf. Para isso, vamos usar os resultados sobre Γ‘lgebras livres vistosanteriormente, definir o conceito de π‘ž-binomial e provarmos alguns resultados sobre este.Os resultados apresentados nesta subseção podem ser encontrados em (KASSEL, 1995) e(KLIMYK; SCHMUDGEN, 1997).

Para cada 𝑛 ∈ N e 0 = π‘ž ∈ k, considere

(𝑛)π‘ž = 1 + π‘ž + ...+ π‘žπ‘›βˆ’1.

Se π‘ž = 1, entΓ£o claramente (𝑛)π‘ž = 𝑛. AlΓ©m disso, se π‘ž = 1, entΓ£o (𝑛)π‘ž = π‘žπ‘›βˆ’1π‘žβˆ’1 .

Definição 2.3.27. Seja 𝑛 ∈ N, o π‘ž-fatorial de 𝑛 Γ© dado por

(0)π‘ž! = 1, (𝑛)π‘ž! = (𝑛)π‘ž(π‘›βˆ’ 1)π‘ž...(1)π‘ž.

Claramente se π‘ž = 1, entΓ£o (𝑛)π‘ž! = 𝑛!.

Definição 2.3.28. Seja 𝑛 ∈ N. Para cada 𝑖, 1 ≀ 0 ≀ 𝑛 βˆ’ 1, o coeficiente π‘ž-binomial de𝑛 Γ© dado por (

𝑛

𝑖

)π‘ž

= (𝑛)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖)π‘ž!(𝑖)π‘ž!

.

AlΓ©m disso,(𝑛0

)π‘ž

= 1 =(𝑛𝑛

)π‘ž.

Observação 2.3.29. Se π‘ž Γ© uma raiz 𝑁-Γ©sima primitiva da unidade e 𝑁 |𝑛, entΓ£o

π‘žπ‘› = π‘žπ‘π‘˜ = (π‘žπ‘)π‘˜ = 1,

onde π‘˜ ∈ Z. Consequentemente, (𝑛)π‘ž = 0 e(𝑛𝑖

)π‘ž

= 0, 1 ≀ 𝑖 ≀ π‘›βˆ’ 1.

Proposição 2.3.30. Sejam 𝑛 ∈ N tal que 0 = π‘ž ∈ k e 0 ≀ 𝑖 ≀ 𝑛. EntΓ£o,

π‘žπ‘–(𝑛

𝑖

)π‘ž

+(

𝑛

π‘–βˆ’ 1

)π‘ž

=(𝑛+ 1𝑖

)π‘ž

.

Demonstração. Sejam 𝑛 ∈ N e 0 ≀ 𝑖 ≀ π‘›βˆ’ 1. Faremos por indução em 𝑛.

Se 𝑛 = 1 entΓ£o, 𝑖 = 0 e 𝑖 = 1. Assim, para 𝑖 = 0, π‘ž0(

10

)π‘ž

= 1. Por outro lado,(20

)π‘ž

= 1. Para 𝑖 = 1, temos que π‘ž(

11

)π‘ž+(

10

)π‘ž

= π‘ž+1. Por outro lado,(

21

)π‘ž

= (2)π‘ž! = 1+π‘ž.Logo, vale para 𝑛 = 1. Suponha o resultado vΓ‘lido para 𝑛 e mostremos que vale para𝑛+ 1.

π‘žπ‘–(𝑛

𝑖

)π‘ž

+(

𝑛

π‘–βˆ’ 1

)π‘ž

= π‘žπ‘–(𝑛)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖)π‘ž!(𝑖)π‘ž!

+ (𝑛)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž!(π‘–βˆ’ 1)π‘ž!

= π‘žπ‘–(𝑛)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž + (𝑛)π‘ž!(𝑖)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž!(𝑖)π‘ž!

= (𝑛)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž!(𝑖)π‘ž!

(π‘žπ‘–(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž + (𝑖)π‘ž)

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 58

Como 𝑖 ≀ 𝑛 entΓ£o,

π‘žπ‘–(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž + (𝑖)π‘ž = π‘žπ‘– + π‘žπ‘–+1 + ...+ π‘žπ‘› + 1 + π‘ž + ...+ π‘žπ‘–βˆ’1 = (𝑛+ 1)π‘ž.

Assim,

(𝑛)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖+ 1)π‘ž!(𝑖)π‘ž!

(𝑛+ 1)π‘ž = (𝑛+ 1)π‘ž!(π‘›βˆ’ 𝑖+ π‘ž)π‘ž!(𝑖)π‘ž!

=(𝑛+ 1𝑖

)π‘ž

.

Proposição 2.3.31. Sejam 𝐴 uma k-Γ‘lgebra e 0 = π‘ž ∈ k e π‘₯, 𝑦 ∈ 𝐴 tais que π‘₯𝑦 = π‘žπ‘¦π‘₯.EntΓ£o,

(π‘₯+ 𝑦)𝑛 =βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘›

(𝑛

𝑖

)π‘ž

𝑦𝑖π‘₯π‘›βˆ’π‘–.

Demonstração. Faremos por indução em 𝑛. Claramente vale para 𝑛 = 1. Suponhamosque vale para 𝑛 e mostremos que vale para 𝑛+ 1.

(π‘₯+ 𝑦)𝑛+1 = (π‘₯+ 𝑦)𝑛(π‘₯+ 𝑦) = (βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘›

(𝑛

𝑗

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—)(π‘₯+ 𝑦)

=βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘›

(𝑛

𝑗

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1 +βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘›

(𝑛

𝑗

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—π‘¦

=βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘›

(𝑛

𝑗

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1 +βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘›

(𝑛

𝑗

)π‘ž

π‘žπ‘›βˆ’π‘—π‘¦π‘—+1π‘₯π‘›βˆ’π‘—

=βŽ›βŽ(0

𝑛

)π‘ž

π‘₯𝑛+1 +βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

(𝑛

𝑗

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1

⎞⎠+βŽ›βŽ(𝑛

𝑛

)π‘ž

𝑦𝑛+1 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌπ‘›βˆ’1

(𝑛

𝑗

)π‘ž

π‘žπ‘›βˆ’π‘—π‘¦π‘—+1π‘₯π‘›βˆ’π‘—

⎞⎠= π‘₯𝑛+1+𝑦𝑛+1+

βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

(𝑛

𝑗

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1+βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

(𝑛

𝑗 βˆ’ 1

)π‘ž

π‘žπ‘›βˆ’π‘—+1𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1.

Notemos que,(π‘›π‘—βˆ’1

)π‘ž

= π‘›π‘ž !(π‘—βˆ’1)π‘ž !(π‘›βˆ’π‘—+1)π‘ž ! =

(𝑛

π‘›βˆ’π‘—+1

)π‘ž

e(𝑛𝑗

)π‘ž

=(

π‘›π‘›βˆ’π‘—

)π‘ž. Assim,

(π‘₯+ 𝑦)𝑛+1 = π‘₯𝑛+1 + 𝑦𝑛+1 +βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

((

𝑛

π‘›βˆ’ 𝑗

)π‘ž

(𝑛

π‘›βˆ’ 𝑗 + 1

)π‘ž

π‘žπ‘›βˆ’π‘—+1)𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1

= π‘₯𝑛+1 + 𝑦𝑛+1 +βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑛

(𝑛+ 1

π‘›βˆ’ 𝑗 + 1

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1

=βˆ‘

π‘—βˆˆπΌπ‘›+1

(𝑛+ 1

π‘›βˆ’ 𝑗 + 1

)π‘ž

𝑦𝑗π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1.

Como(

𝑛+1π‘›βˆ’π‘—+1

)π‘ž

=(𝑛+1𝑗

)π‘ž

entΓ£o, (π‘₯+ 𝑦)𝑛+1 = βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘›+1

(𝑛+1𝑗

)π‘žπ‘¦π‘—π‘₯π‘›βˆ’π‘—+1.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 59

Pelo Exemplo 2.1.20 a Γ‘lgebra de Taft Γ© definida como o quociente da Γ‘lgebralivre kβŸ¨π‘‹βŸ©, onde 𝑋 = {𝑔, β„Ž}. Considere Ξ”β€² : 𝑋 βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž) βŠ— 𝑇𝑁(π‘ž), πœ€β€² : 𝑋 βˆ’β†’ k e𝑆 β€² : 𝑋 βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž) definidas, respectivamente, por:

Ξ”β€²(β„Ž) = 1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔, Ξ”β€²(𝑔) = 𝑔 βŠ— 𝑔,

πœ€β€²(β„Ž) = 0, πœ€β€²(𝑔) = 1,

𝑆 β€²(𝑔) = π‘”π‘›βˆ’1, 𝑆 β€²(β„Ž) = βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘›βˆ’1β„Ž.

Pela propriedade universal das Γ‘lgebras livres, existem Ξ”β€²β€² : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž) βŠ— 𝑇𝑁(π‘ž),πœ€β€²β€² : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ k e 𝑆 β€²β€² : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž)π‘œπ‘ homomorfismos de k-Γ‘lgebras tais que:

Ξ”β€²β€² ∘ 𝑖 = Ξ”β€², πœ€β€²β€² ∘ 𝑖 = πœ€β€² e 𝑆 β€²β€² ∘ 𝑖 = 𝑆 β€².

Do Exemplo 2.1.20 sabemos que 𝑇𝑁(π‘ž) = kβŸ¨π‘‹βŸ©/βŸ¨π‘…βŸ©, onde 𝑅 = {β„Žπ‘ , 𝑔𝑁 βˆ’ 1, β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž}.Logo, pela Proposição 2.1.19 resta mostrar que Ξ”β€²β€²(𝑅)=0, πœ€β€²β€²(𝑅)=0 e 𝑆 β€²β€²(𝑅)=0. Vejamosinicialmente que vale para πœ€β€²β€² e 𝑆 β€²β€². De fato, πœ€β€²β€²(β„Žπ‘”βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž)= πœ€β€²β€²(β„Ž)πœ€β€²β€²(𝑔) βˆ’ π‘žπœ€β€²β€²(𝑔)πœ€β€²β€²(β„Ž)) = 0,πœ€β€²β€²(𝑔𝑁 βˆ’1) = (πœ€β€²β€²(𝑔))𝑁 βˆ’1 = 0 e πœ€β€²β€²(β„Žπ‘) = (πœ€β€²β€²(β„Ž))𝑁 = 0. AlΓ©m disso, pela Proposição 2.1.21(iii) temos

𝑆 β€²β€²(β„Žπ‘) = (𝑆 β€²β€²(β„Ž))𝑁 = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Ž)𝑁 = (βˆ’1)π‘π‘žβˆ’π‘π‘žπ‘(π‘βˆ’1)2

2 𝑔𝑁(π‘βˆ’1)β„Žπ‘ = 0,

e,

𝑆 β€²β€²(𝑔𝑁 βˆ’ 1) = (𝑆 β€²β€²(𝑔))𝑁 βˆ’ 1 = (π‘”π‘βˆ’1)𝑁 βˆ’ 1 = (𝑔𝑁)π‘βˆ’1 βˆ’ 1 = 0.Finalmente,

𝑆 β€²β€²(β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž) = 𝑆 β€²β€²(𝑔)𝑆 β€²β€²(β„Ž) βˆ’ π‘ž(𝑆 β€²β€²(β„Ž)𝑆 β€²β€²(𝑔))

= ((βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Ž)π‘”π‘βˆ’1) βˆ’ π‘ž((π‘”π‘βˆ’1)(βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Ž))

= βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Žπ‘”π‘βˆ’1 + π‘”π‘βˆ’1(π‘”π‘βˆ’1β„Ž)

= βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Žπ‘”π‘βˆ’1 + π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Žπ‘”π‘βˆ’1 = 0.

Consequentemente, πœ€ :𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž) βŠ— 𝑇𝑁(π‘ž) e 𝑆 :𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž) sΓ£o homo-morfismo de k-Γ‘lgebras tais que πœ€ ∘ πœ‹ = πœ€β€²β€² e 𝑆 ∘ πœ‹ = 𝑆 β€²β€². Para mostrar que Ξ”β€²β€²(𝑅) = 0,utilizaremos os resultados sobre o coeficiente π‘ž-binomial.

Notemos que (1βŠ—β„Ž)(β„ŽβŠ—π‘”) = β„ŽβŠ—β„Žπ‘” = β„ŽβŠ—π‘žπ‘”β„Ž = π‘ž(β„ŽβŠ—π‘”)(1βŠ—β„Ž). Pela Proposição2.3.31 temos

Ξ”β€²β€²(β„Žπ‘) = (Ξ”β€²β€²(β„Ž))𝑁 = (1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔)𝑁 =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑁

(𝑁

𝑖

)π‘ž

(1 βŠ— β„Ž)𝑖(β„ŽβŠ— 𝑔)π‘βˆ’π‘–

(*)=(𝑁

0

)π‘ž

(1 βŠ— β„Ž)0(β„ŽβŠ— 𝑔)𝑁 +(𝑁

𝑁

)π‘ž

(1 βŠ— β„Ž)𝑁(β„ŽβŠ— 𝑔)0

= (β„ŽβŠ— 𝑔)𝑁 + (1 βŠ— β„Ž)𝑁 = β„Žπ‘ βŠ— 𝑔𝑁 + 1 βŠ— β„Žπ‘ = 0.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 60

Como π‘ž Γ© uma raΓ­z 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade, pela Observação 2.3.29(𝑁𝑖

)π‘ž

= 0, paratodo 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1, isto foi usado em (*). AlΓ©m disso,

Ξ”β€²β€²(𝑔𝑁 βˆ’ 1) = Ξ”β€²β€²(𝑔)𝑁 βˆ’ Ξ”β€²β€²(1) = (𝑔 βŠ— 𝑔)𝑁 βˆ’ 1 βŠ— 1

= 𝑔𝑁 βŠ— 𝑔𝑁 βˆ’ 1 βŠ— 1 = 𝑔𝑁 βŠ— 𝑔𝑁 βˆ’ 1 βŠ— 𝑔𝑁 + 1 βŠ— 𝑔𝑁 βˆ’ (1 βŠ— 1)

= (𝑔𝑁 βˆ’ 1) βŠ— 𝑔𝑁 + 1 βŠ— (𝑔𝑁 βˆ’ 1) = 0.

Finalmente,

Ξ”β€²β€²(β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž) = Ξ”β€²β€²(β„Ž)Ξ”β€²β€²(𝑔) βˆ’ π‘ž(Ξ”β€²β€²(𝑔)Ξ”β€²β€²(β„Ž))

= (1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔)(𝑔 βŠ— 𝑔) βˆ’ π‘ž((𝑔 βŠ— 𝑔)(1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔))

= 𝑔 βŠ— β„Žπ‘” + β„Žπ‘” βŠ— 𝑔2 βˆ’ 𝑔 βŠ— π‘žπ‘”β„Žβˆ’ π‘žπ‘”β„ŽβŠ— 𝑔2

= (β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž) βŠ— 𝑔2 + 𝑔 βŠ— (β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž) = 0.

Assim, existe ΓΊnico homomorfismo de Γ‘lgebras Ξ” : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ 𝑇𝑁(π‘ž) βŠ— 𝑇𝑁(π‘ž) tal queΞ” ∘ πœ‹ = Ξ”β€²β€². Para que 𝑇𝑁(π‘ž) seja uma k-coΓ‘lgebra, resta mostrar que Ξ” Γ© coassociativa eπœ€ satisfaz a propriedade da counidade. Γ‰ suficiente provarmos para 𝑋 = {𝑔, β„Ž}. De fato,para β„Ž ∈ 𝑋 temos:

(𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— Ξ”)(Ξ”(β„Ž)) = (𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— Ξ”)(1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔)

= 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž)(1) βŠ— Ξ”(β„Ž) + 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž)(β„Ž) βŠ— Ξ”(𝑔)

= 1 βŠ— (1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔) + β„ŽβŠ— 𝑔 βŠ— 𝑔

= 1 βŠ— 1 βŠ— β„Ž+ 1 βŠ— β„ŽβŠ— 𝑔 + β„ŽβŠ— 𝑔 βŠ— 𝑔.

Por outro lado,

(Ξ” βŠ— 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž))(Ξ”(β„Ž)) = (Ξ” βŠ— 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž))(1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔)

= Ξ”(1) βŠ— 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž)(β„Ž) + Ξ”(β„Ž) βŠ— 𝐼𝑑𝑇𝑛(π‘ž)(𝑔)

= 1 βŠ— 1 βŠ— β„Ž+ (1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔) βŠ— 𝑔

= 1 βŠ— 1 βŠ— β„Ž+ 1 βŠ— β„ŽβŠ— 𝑔 + β„ŽβŠ— 𝑔 βŠ— 𝑔

Mais ainda,

(𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— πœ€)(Ξ”(β„Ž)) = (𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— πœ€)(1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔)

= 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž)(1) βŠ— πœ€(β„Ž) + 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž)(β„Ž) βŠ— πœ€(𝑔) = β„ŽβŠ— 1k.

Analogamente, (πœ€βŠ— 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž))(Ξ”(β„Ž)) = 1k βŠ— β„Ž.

Para β„Ž ∈ 𝑋,

(𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) * 𝑆)(β„Ž) = (π‘š ∘ (𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— 𝑆))(1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔)

= π‘š((𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— 𝑆)(1 βŠ— β„Ž) + (𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— 𝑆)(β„ŽβŠ— 𝑔))

= 𝑆(β„Ž) + β„Žπ‘†(𝑔) = (βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Ž) + β„Žπ‘”π‘βˆ’1

= βˆ’π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Ž+ π‘žβˆ’1π‘”π‘βˆ’1β„Ž = 0 = πœ€(β„Ž) = (𝑒 ∘ πœ€)(β„Ž).

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 61

Analogamente, (𝑆 * 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž))(β„Ž) = (𝑒 ∘ πœ€)(β„Ž).

Para 𝑔 ∈ 𝑋,

(𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) * 𝑆)(𝑔) = (π‘š ∘ (𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž) βŠ— 𝑆))(𝑔 βŠ— 𝑔) = 𝑔𝑆(𝑔) = π‘”π‘”π‘›βˆ’1

= 𝑔𝑛 = 1 = πœ€(𝑔) = (𝑒 ∘ πœ€)(𝑔).

Da mesma forma, (𝑆 * 𝐼𝑑𝑇𝑁 (π‘ž))(𝑔) = (𝑒 ∘ πœ€)(𝑔). Logo 𝑆 Γ© a antΓ­poda de 𝑇𝑁(π‘ž), e portanto𝑇𝑁(π‘ž) Γ© uma Γ‘lgebra de Hopf.

Observação 2.3.32. (i) Pelo Lema 2.1.21 (i) sabemos que, {π‘”π‘–β„Žπ‘— | 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} formauma base para 𝑇𝑁(π‘ž) sobre k, entΓ£o π‘‘π‘–π‘šk𝑇𝑁(π‘ž) = 𝑁2. Assim, pelo Teorema 2.3.26,𝑇𝑁(π‘ž) Γ© auto-injetiva. AlΓ©m disso, como (1 βŠ— β„Ž)(β„ŽβŠ— 𝑔) = β„ŽβŠ— β„Žπ‘” = π‘ž(β„ŽβŠ— 𝑔)(1 βŠ— β„Ž),entΓ£o pela Proposição 2.3.31 temos que Ξ”(π‘”π‘–β„Žπ‘—) = βˆ‘

π‘™βˆˆπΌπ‘—

(𝑗𝑙

)π‘žπ‘”π‘–β„Žπ‘™ βŠ— 𝑔𝑖+π‘™β„Žπ‘—βˆ’π‘™, para

quaisquer 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1.

(ii) Claramente βŸ¨β„ŽβŸ© Γ© um ideal de Hopf de 𝑇𝑁(π‘ž).

A prΓ³xima proposição mostra que o conjunto dos elementos de tipo grupo de 𝑇𝑁(π‘ž)Γ© um grupo cΓ­clico.

Proposição 2.3.33. O conjunto 𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) formado pelos elementos de tipo grupo de𝑇𝑁(π‘ž) Γ© um grupo cΓ­clico gerado por 𝑔.

Demonstração. Como Ξ” Γ© multiplicativa, entΓ£o toda potΓͺncia de 𝑔 pertence a 𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)).Reciprocamente, seja π‘Ž = βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1 π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘— ∈ 𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)). Pela Observação 2.3.32 (ii) segue

que

Ξ”(π‘Ž) =βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βˆ‘π‘™βˆˆπΌπ‘—

(𝑗

𝑙

)π‘ž

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘™ βŠ— 𝑔𝑖+π‘™π‘™β„Žπ‘—βˆ’π‘™.

Por outro lado,

Ξ”(π‘Ž) = π‘ŽβŠ— π‘Ž =βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘— βŠ—

βˆ‘π‘˜,π‘™βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘˜π‘™π‘”π‘˜β„Žπ‘™ =

βˆ‘π‘–,𝑗,π‘˜,π‘™βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π›Όπ‘˜,π‘™π‘”π‘–β„Žπ‘— βŠ— π‘”π‘˜β„Žπ‘™. (2.1)

Como {π‘”π‘–β„Žπ‘— βŠ— π‘”π‘˜β„Žπ‘™ | 0 ≀ 𝑖, 𝑗, π‘˜, 𝑙 ≀ 𝑁 βˆ’ 1} Γ© uma base de 𝑇𝑁(π‘ž) βŠ— 𝑇𝑁(π‘ž), entΓ£o tomando𝑖 = π‘˜ e 𝑗 = 𝑙 β‰₯ 1, temos que 𝛼2

𝑖𝑗 = 0, pois o termo π‘”π‘–β„Žπ‘— βŠ— π‘”π‘–β„Žπ‘— nΓ£o ocorre na primeiraparcela da igualdade acima. Logo, 𝛼𝑖𝑗 = 0 para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1 e 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1. Logo,π‘Ž = βˆ‘

𝑖 𝛼𝑖0𝑔𝑖 e de (2.1) temos βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1 𝛼𝑖0𝑔

𝑖 βŠ— 𝑔𝑖 = βˆ‘π‘–,π‘ βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1 𝛼𝑖0𝛼𝑠0𝑔

𝑖 βŠ— 𝑔𝑠. Note que se𝑖 = 𝑠, entΓ£o 𝛼2

𝑖0 = 𝛼𝑖0 para todo 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1. Se 𝛼𝑖0 = 0 para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1, entΓ£o π‘Ž = 0, oque Γ© uma contradição. Logo, existe algum 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1 tal que 𝛼𝑖0 = 1. Mais ainda, existeΓΊnico 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1 tal que 𝛼𝑖0 = 1, pois se 𝑠 = 𝑖 temos que π›Όπ‘–π‘œπ›Όπ‘ 0 = 0, e consequentemente𝛼𝑠0 = 0. Portanto, π‘Ž = 𝛼𝑖0𝑔

𝑖 = 𝑔𝑖.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 62

2.3.2 O Teorema de Maschke

Nesta subseção introduziremos o conceito de integral em uma Ñlgebra de Hopf como objetivo de demonstrar o teorema de Maschke para Ñlgebras de Hopf de dimensão finita,o qual apresenta uma caracterização para Ñlgebras de Hopf semissimples. Os resultadosapresentados nesta subseção podem ser encontrados em (DASCALESCUS; RAIANU;NASTASESCUS, 2001), (RADFORD, 2012) e (SCHNEIDER, 1995).

Definição 2.3.34. Seja 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf. Uma integral Γ  esquerda em 𝐻 Γ© umelemento 𝑑 ∈ 𝐻 que satisfaz β„Žπ‘‘ = πœ€(β„Ž)𝑑, para todo β„Ž ∈ 𝐻. Denotamos por

∫ 𝑙𝐻 o conjunto

dos elementos integrais à esquerda em 𝐻. Analogamente, podemos definir uma integral àdireita em 𝐻.

Observação 2.3.35. O conjunto das integrais em 𝐻 Γ© um ideal de 𝐻. De fato, sejam𝑑 ∈

∫ 𝑙𝐻 e π‘˜, β„Ž ∈ 𝐻 entΓ£o,

π‘˜(π‘‘β„Ž) = (π‘˜π‘‘)β„Ž = (πœ€(π‘˜)𝑑)β„Ž = πœ€(π‘˜)π‘‘β„Ž,

ou seja, π‘‘β„Ž ∈∫ 𝑙𝐻 . Analogamente, β„Žπ‘‘ ∈

∫ 𝑙𝐻 . Portanto,

∫ 𝑙𝐻 Γ© um ideal de 𝐻. Similarmente,∫ π‘Ÿ

𝐻 o conjunto das integrais à direita de 𝐻, é um ideal de 𝐻.

Exemplo 2.3.36. Seja (𝐺, Β·) um grupo multiplicativo finito e considere a Γ‘lgebra de Hopfk𝐺. EntΓ£o, 𝑑 = βˆ‘

π‘”βˆˆπΊ 𝑔 Γ© um elemento integral Γ  esquerda e Γ  direita em k𝐺. Com efeito,seja β„Ž ∈ 𝐺, entΓ£o

β„Žπ‘‘ = β„Žβˆ‘π‘”βˆˆπΊ

𝑔 =βˆ‘π‘”βˆˆπΊ

β„Žπ‘” =βˆ‘π‘™βˆˆπΊ

𝑙 = 𝑑.

Por outro lado, temos que 𝑑 = 1k𝑑 = πœ€(β„Ž)𝑑. Logo, β„Žπ‘‘ = πœ€(β„Ž)𝑑, para todo β„Ž ∈ 𝐺. Analoga-mente, π‘‘β„Ž = πœ€(β„Ž)𝑑, para todo β„Ž ∈ 𝐺.

O resultado a seguir é conhecido como Teorema de Larson-Sweedler, e nos diz que oespaço das integrais tem dimensão 1 e que a antípoda é bijetora, quando 𝐻 tem dimensãofinita. Optamos por não apresentar sua demonstração, pois a mesma demandaria exibiralguns resultados auxiliares. A demonstração pode ser vista em (SCHNEIDER, 1995).

Teorema 2.3.37. ([Teorema 2.3, SCHNEIDER, 1995]) Seja 𝐻 Ñlgebra de Hopf de di-mensão finita. Então:

(i) dim(∫ 𝑙𝐻) = dim(

∫ π‘Ÿπ») = 1;

(ii) A antΓ­poda 𝑆 Γ© bijetora e 𝑆(∫ 𝑙𝐻) =

∫ π‘Ÿπ» ;

(iii) Para todo 0 = πœ† ∈∫ 𝑙𝐻*, a aplicação πœƒ : 𝐻 βˆ’β†’ 𝐻*, dada por πœƒ(β„Ž) = β„Žπœ† Γ© um

isomorfismo de k-espaços vetoriais.

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 63

Observação 2.3.38. Seja 𝐺 um grupo multiplicativo finito. O teorema acima nos garanteque qualquer outra integral em k𝐺 Γ© mΓΊltipla escalar de 𝑑 = βˆ‘

π‘”βˆˆπΊ 𝑔.

Definição 2.3.39. Seja 𝐻 uma Ñlgebra de Hopf. Dizemos que 𝐻 é uma Ñlgebra de Hopfsemissimples se 𝐻𝐻 é semissimples.

A observação a seguir serÑ necessÑria para a demonstração do Teorema de Maschke.

Observação 2.3.40. Seja 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf. Sabemos que 𝐻 Γ© um 𝐻-mΓ³duloΓ  esquerda via multiplicação de 𝐻 e notemos que k Γ© um 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerda via πœ€,ou seja, β„Žπœ† = πœ€(β„Ž)πœ†, para quaisquer β„Ž ∈ 𝐻 e πœ† ∈ k. Assim, πœ€ Γ© um homomorfismo de𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Com efeito, πœ€(β„Žπ‘”) = πœ€(β„Ž)πœ€(𝑔) = β„Žπœ€(𝑔), para quaisquer β„Ž, 𝑔 ∈ 𝐻.

Teorema 2.3.41. ([Teorema de Maschke]) Seja 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£ofinita 𝑛. EntΓ£o, 𝐻 Γ© semissimples se e somente se πœ€(𝑑) = 0, para algum 𝑑 ∈

∫ 𝑙𝐻 .

Demonstração. Suponhamos que 𝐻 seja semissimples. Como 𝐻 Γ© uma Γ‘lgebra de Hopf,entΓ£o πœ€ :𝐻 βˆ’β†’ k Γ© um homomorfismo de Γ‘lgebras. AlΓ©m disso, pelo Exemplo 2.3.40 πœ€ Γ©um homomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Assim, 𝑁 = πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ€) Γ© um 𝐻-submΓ³duloΓ  esquerda e pelo teorema do nΓΊcleo e da imagem, segue que π‘‘π‘–π‘šk𝑁 = 𝑛 βˆ’ 1. Como𝐻 Γ© semissimples, existe 𝐼 submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝐻 tal que 𝐻 = 𝑁 βŠ• 𝐼. Assim,π‘‘π‘–π‘šk𝐻 = π‘‘π‘–π‘šk𝑁 + π‘‘π‘–π‘šk𝐼, ou seja, π‘‘π‘–π‘šk𝐼 = 1. Notemos que 1𝐻 = 𝑔 + 𝑑, com 𝑔 ∈ 𝑁 ,0 = 𝑑 ∈ 𝐼, pois 1𝐻 ∈ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ€). Consequentemente, 𝐼 = k𝑑. Vejamos que, 𝑑 ∈

∫ 𝑙𝐻 . Seja

β„Ž ∈ 𝐻 entΓ£o β„Žπ‘‘ = 0+β„Žπ‘‘. Por outro lado, β„Žπ‘‘ = β„Žπ‘‘βˆ’πœ€(β„Ž)𝑑+πœ€(β„Ž)𝑑. Notemos que πœ€(β„Ž)𝑑 ∈ 𝐼 eβ„Žπ‘‘βˆ’πœ€(β„Ž)𝑑 ∈ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ€), pois πœ€(β„Žπ‘‘βˆ’πœ€(β„Ž)𝑑) = πœ€(β„Žπ‘‘)βˆ’πœ€(β„Ž)πœ€(𝑑) = πœ€(β„Ž)πœ€(𝑑)βˆ’πœ€(β„Ž)πœ€(𝑑) = 0. Como𝐻 = 𝑁 βŠ• 𝐼 segue que β„Žπ‘‘ = πœ€(β„Ž)𝑑. Assim, 𝑑 ∈

∫ 𝑙𝐻 . Como 𝐼 Γ© precisamente o complemento

de 𝑁 entΓ£o πœ€(𝑑) = 0.

Reciprocamente, suponhamos que exista 𝑑 ∈∫ 𝑙𝐻 tal que πœ€(𝑑) = 0. Podemos supor

que, πœ€(𝑑) = 1k. Usaremos esse elemento para mostrar que todo 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerdaΓ© semissimples. Seja 𝑀 um 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerda e 𝑁 um submΓ³dulo Γ  esquerda de𝑀 . Considere πœ‹ : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 a projeção canΓ΄nica de k-espaΓ§os vetoriais de 𝑀 sobre 𝑁 .Definimos Ξ  : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑁 por Ξ (π‘š) = βˆ‘

𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)π‘š), para todo π‘š ∈ 𝑀 . Temos que Ξ  Γ©um homomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda, pois dado π‘š ∈ 𝑀 e β„Ž ∈ 𝐻:

β„ŽΞ (π‘š) = β„Ž(βˆ‘

𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)π‘š)) =βˆ‘

β„Žπ‘‘1πœ‹(𝑆(𝑑2)π‘š)

=βˆ‘

β„Ž1πœ€(β„Ž2)𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)π‘š) =βˆ‘

β„Ž1𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)πœ€(β„Ž2)π‘š)

=βˆ‘

β„Ž1𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)𝑆(β„Ž2)β„Ž3π‘š) =βˆ‘

β„Ž1𝑑1πœ‹(𝑆(β„Ž2𝑑2)β„Ž3π‘š)

=βˆ‘

(β„Ž1𝑑)1πœ‹(𝑆(β„Ž1𝑑)2β„Ž2π‘š).

Como 𝑑 βˆˆβˆ«π»π‘™ entΓ£o, Ξ”(β„Ž1𝑑) = Ξ”(πœ€(β„Ž1)𝑑) = (πœ€(β„Ž1)𝑑1) βŠ— 𝑑2. Logo, πœ€(β„Ž1)𝑑1 = (β„Ž1𝑑)1 e

𝑑2 = (β„Ž1𝑑)2. Assim,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 64

βˆ‘(πœ€(β„Ž1)𝑑)1πœ‹(𝑆((πœ€(β„Ž1)𝑑)2β„Ž2π‘š) =

βˆ‘π‘‘1πœ‹(𝑆(πœ€(β„Ž1)𝑑2)β„Ž2π‘š)

=βˆ‘

𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)πœ€(β„Ž1)β„Ž2π‘š)

=βˆ‘

𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)β„Žπ‘š) = Ξ (β„Žπ‘š).

Portanto, β„ŽΞ (π‘š) = Ξ (β„Žπ‘š). AlΓ©m disso, se 𝑛 ∈ 𝑁 , entΓ£o

Ξ (𝑛) =βˆ‘

𝑑1πœ‹(𝑆(𝑑2)𝑛) =βˆ‘

𝑑1𝑆(𝑑2)𝑛 =(βˆ‘

𝑑1𝑆(𝑑2))𝑛 =πœ€(𝑑)1𝐻𝑛 = 𝑛.

Logo, Ξ  Γ© projeção sobre 𝑁 como 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerda. Vejamos que, 𝑀 = π‘βŠ•πΎπ‘’π‘Ÿ(Ξ ),como 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Com efeito, seja π‘š ∈ 𝑀 entΓ£o π‘š = π‘š βˆ’ Ξ (π‘š) + Ξ (π‘š),onde Ξ (π‘š) ∈ 𝑁 e π‘šβˆ’ Ξ (π‘š) ∈ πΎπ‘’π‘Ÿ(Ξ ), pois

Ξ (π‘šβˆ’ Ξ (π‘š)) = Ξ (π‘š) βˆ’ Ξ 2(π‘š) = Ξ (π‘š) βˆ’ Ξ (π‘š) = 0.

Agora, se π‘₯ ∈ 𝑁 βˆ©πΎπ‘’π‘Ÿ(Ξ ) temos que π‘₯ = Ξ (𝑦), para algum 𝑦 ∈ 𝑀 e Ξ (π‘₯) = 0, donde

0 = Ξ (π‘₯) = Ξ (Ξ (𝑦)) = Ξ 2(𝑦) = Ξ (𝑦) = π‘₯.

Logo, π‘₯ = 0 e consequentemente, 𝐻 Γ© uma Γ‘lgebra de Hopf semissimples.

CorolÑrio 2.3.42. Seja 𝐺 um grupo multiplicativo finito. Então, k𝐺 é uma Ñlgebrasemissimples se e somente se a característica de k não divide a ordem de 𝐺.

Demonstração. Pela Observação 2.3.38 sabemos que,∫ 𝑙k𝐺 =

∫ π‘Ÿk𝐺 = π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑑}, 𝑑 = βˆ‘

π‘”βˆˆπΊ 𝑔.Assim,

πœ€(𝑑) = πœ€(βˆ‘π‘”βˆˆπΊ

𝑔) =βˆ‘π‘”βˆˆπΊ

πœ€(𝑔) =βˆ‘π‘”βˆˆπΊ

1k = |𝐺|1k,

onde |𝐺| é a ordem do grupo. Pelo Teorema de Maschke, k𝐺 é semissimples se e somentese a característica de k não divide a ordem de 𝐺.

Proposição 2.3.43. A Γ‘lgebra de grupo k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© semissimples.

Demonstração. Pelo Proposição 2.3.33 sabemos que 𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© o grupo cΓ­clico geradopor 𝑔. Como k contΓ©m uma raΓ­z 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade, entΓ£o 𝑐(k) nΓ£o divide 𝑁 ,donde segue pelo CorolΓ‘rio 2.3.42 que k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© semissimples.

2.3.3 O anel de Green de uma Γ‘lgebra de Hopf

Nesta subseção apresentaremos uma construção para o anel de Green de uma Γ‘l-gebra de Hopf de dimensΓ£o finita 𝐻. Com este objetivo, iniciaremos enunciando umaproposição clΓ‘ssica que garante a existΓͺncia de um grupo abeliano livre a partir de ummonΓ³ide, a qual serΓ‘ fundamental para provarmos que o anel de Green Γ© um grupo abeli-ano. Os resultados apresentados nesta seção podem ser encontrados em (ARMSTRONG,1988) e (LANG, 2002).

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 65

Proposição 2.3.44. Seja Ξ“ um monΓ³ide comutativo. EntΓ£o, existe um grupo abeliano𝐾(Ξ“) e um homomorfismo de monΓ³ides 𝛾 : Ξ“ βˆ’β†’ 𝐾(Ξ“) com a seguinte propriedadeuniversal: para qualquer par (𝐺, 𝑓), onde 𝐺 Γ© um grupo abeliano e 𝑓 : Ξ“ βˆ’β†’ 𝐺 Γ© umhomomorfismo de monΓ³ides, existe um ΓΊnico homomorfismo de grupos 𝑓 :𝐾(Ξ“) βˆ’β†’ 𝐺 talque 𝑓 ∘ 𝛾 = 𝑓 .

Seja 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£o finita. Considere π’ž o conjunto de todosos 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda finitamente gerados. Definimos a seguinte relação sobre π’ž

𝑀 ∼ 𝑁 se e somente se 𝑀 ≃ 𝑁,

para quaisquer 𝑀,𝑁 ∈ π’ž. Claramente ∼ Γ© uma relação de equivalΓͺncia sobre π’ž. Assim,podemos considerar [𝑀 ] = {𝑀 ∈ π’ž | 𝑀 ∼ 𝑁}, a classe de equivalΓͺncia de um elemento𝑀 ∈ π’ž, e o quociente π’ž/ ∼ = {[𝑀 ] |𝑀 ∈ π’ž}.

Lema 2.3.45. O conjunto quociente π’ž/ ∼ Γ© um monΓ³ide comutativo com a seguinteoperação [𝑀 ] + [𝑁 ] = [𝑀 βŠ•π‘ ].

Demonstração. Sejam [𝑀 ], [𝑁 ], [𝑀 β€²] 𝑒 [𝑁 β€²] ∈ π’ž/ ∼ tais que [𝑀 ] = [𝑀 β€²] e [𝑁 ] = [𝑁 β€²].Assim, existem 𝑓 : 𝑀 βˆ’β†’ 𝑀 β€² e 𝑔 : 𝑁 βˆ’β†’ 𝑁 β€² isomorfismos de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda.Definimos πœ“ : 𝑀 βŠ• 𝑁 βˆ’β†’ 𝑀 β€² βŠ• 𝑁 β€² por πœ“(π‘š,𝑛) = (𝑓(π‘š), 𝑔(𝑛)), para quaisquer π‘š ∈ 𝑀

e 𝑛 ∈ 𝑁 . Claramente πœ“ Γ© um isomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Assim, temos que[𝑀 βŠ•π‘ ] = [𝑀 β€² βŠ•π‘ β€²], ou seja, a operação estΓ‘ bem definida. AlΓ©m disso, Γ© fΓ‘cil ver que

𝑀 βŠ• {0} ≃ 𝑀,𝑀 βŠ• (𝑁 βŠ• 𝐿) ≃ (𝑀 βŠ•π‘) βŠ• 𝐿 e 𝑀 βŠ•π‘ ≃ 𝑁 βŠ•π‘€,

para quaisquer 𝑀,𝑁 e 𝐿 ∈ π’ž. Portanto, [𝑀 ] + [{0}] = [𝑀 ], [𝑀 ] + [𝑁 ] = [𝑁 ] + [𝑀 ] e[𝑀 ] + ([𝑁 ] + [𝐿]) = ([𝑀 ] + [𝑁 ]) + [𝐿], para quaisquer [𝑀 ], [𝑁 ] e [𝐿] ∈ π’ž/ ∼.

Considerando Ξ“ = π’ž/ ∼, entΓ£o pela Proposição 2.3.44, existe um grupo abeliano𝐾(Ξ“) e um homomorfismo de monΓ³ides 𝛾 :Ξ“ βˆ’β†’ 𝐾(Ξ“) que satisfaz a propriedade univer-sal. Denotaremos 𝐾(Ξ“) por π‘Ÿ(𝐻). Vejamos que π‘Ÿ(𝐻) possui uma estrutura de anel. Paratanto, necessitamos dos seguintes resultados.

Lema 2.3.46. Sejam 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf, 𝑀 e 𝑁 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. EntΓ£o,𝑀 βŠ—π‘ Γ© um 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerda via Ξ”.

Demonstração. Vejamos que (β„Žβ„Žβ€²)(π‘š βŠ— 𝑛) = β„Ž(β„Žβ€²(π‘š βŠ— 𝑛)) e 1𝐻(π‘š βŠ— 𝑛) = π‘š βŠ— 𝑛, paraquaisquer β„Ž, β„Žβ€² ∈ 𝐻 e π‘šβŠ— 𝑛 ∈ 𝑀 βŠ—π‘ , onde β„Ž(π‘šβŠ— 𝑛) = βˆ‘

β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2𝑛. De fato,

(β„Žβ„Žβ€²)(π‘šβŠ— 𝑛) =βˆ‘

(β„Žβ„Žβ€²)1π‘šβŠ— (β„Žβ„Žβ€²)2𝑛 =βˆ‘

β„Ž1β„Žβ€²1π‘šβŠ— β„Ž2β„Ž

β€²2𝑛

= β„Ž(βˆ‘

β„Žβ€²1π‘šβŠ— β„Žβ€²

2𝑛) = β„Ž(β„Žβ€²(π‘šβŠ— 𝑛)),

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 66

pois usamos na segunda igualdade que Ξ” Γ© multiplicativa. AlΓ©m disso,

1𝐻(π‘šβŠ— 𝑛) =βˆ‘

1π»π‘šβŠ— 1𝐻𝑛 = 1π»π‘šβŠ— 1𝐻𝑛 = π‘šβŠ— 𝑛.

Proposição 2.3.47. Sejam 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf, 𝑀,𝑁,𝐿 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda.EntΓ£o, temos os seguintes isomorfismos de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda.

(i) 𝑀 βŠ— k ≃ 𝑀 ≃ kβŠ—π‘€ ;

(ii) 𝑀 βŠ— (𝑁 βŠ— 𝐿) ≃ (𝑀 βŠ—π‘) βŠ— 𝐿;

(iii) 𝑀 βŠ— (𝑁 βŠ• 𝐿) ≃ (𝑀 βŠ—π‘) βŠ• (𝑀 βŠ— 𝐿).

Demonstração. Lembremos que, pela Observação 2.3.40, k Γ© um 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerdavia πœ€. AlΓ©m disso, pelo Lema (2.3.46) o produto tensorial de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda Γ© um𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerda.

(i) Seja πœ‘ : 𝑀 βŠ— k βˆ’β†’ 𝑀 dado por πœ‘(π‘šβŠ— 1k) = π‘š. Como πœ‘ Γ© isomorfismo de k-espaΓ§osvetoriais, resta ver que πœ‘ Γ© um homomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Seja β„Ž ∈ 𝐻,entΓ£o

πœ‘(β„Ž(π‘šβŠ— 1k)) = πœ‘(β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž21k) =βˆ‘

πœ‘(β„Ž1π‘šβŠ— πœ€(β„Ž2)) =βˆ‘

πœ‘(πœ€(β„Ž2)β„Ž1π‘šβŠ— 1k)

=βˆ‘

(πœ€(β„Ž2)β„Ž1)π‘š = β„Žπ‘š = β„Žπœ‘(π‘šβŠ— 1k).

Analogamente, kβŠ—π‘€ ≃ 𝑀 .

(ii) Considere πœ“ : 𝑀 βŠ— (𝑁 βŠ—πΏ) βˆ’β†’ (𝑀 βŠ—π‘) βŠ—πΏ dada por πœ“(π‘šβŠ— (π‘›βŠ— 𝑣)) = (π‘šβŠ—π‘›) βŠ— 𝑣,para quaisquer π‘š ∈ 𝑀 , 𝑛 ∈ 𝑁 e 𝑣 ∈ 𝐿. Como πœ“ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais,resta ver que πœ“ Γ© um homomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Seja β„Ž ∈ 𝐻, entΓ£o

β„Žπœ‘(π‘šβŠ— (π‘›βŠ— 𝑣)) = β„Ž((π‘šβŠ— 𝑛) βŠ— 𝑣) =βˆ‘

β„Ž1(π‘šβŠ— 𝑛) βŠ— β„Ž2𝑣

=βˆ‘

β„Ž11π‘šβŠ— β„Ž12π‘›βŠ— β„Ž2𝑣 =βˆ‘

β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2π‘›βŠ— β„Ž3𝑣.

Por outro lado,

πœ‘(β„Ž(π‘šβŠ— 𝑛) βŠ— 𝑣) = πœ‘(βˆ‘

β„Ž1(π‘šβŠ— 𝑛) βŠ— β„Ž2𝑣)

=βˆ‘

πœ‘((β„Ž11π‘šβŠ— β„Ž12𝑛) βŠ— β„Ž2𝑣)

=βˆ‘

β„Ž11π‘šβŠ— (β„Ž12π‘›βŠ— β„Ž2𝑣) =βˆ‘

β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2π‘›βŠ— β„Ž3𝑣,

para quaisquer π‘š ∈ 𝑀 , 𝑛 ∈ 𝑁 e 𝑣 ∈ 𝐿.

(iii) Seja πœ™ : 𝑀 βŠ— (𝑁 βŠ•πΏ) βˆ’β†’ 𝑀 βŠ—π‘ βŠ•π‘€ βŠ—πΏ dada por πœ™(π‘šβŠ— (𝑛, 𝑣)) = (π‘šβŠ—π‘›,π‘šβŠ— 𝑣),para quaisquer π‘š ∈ 𝑀 , 𝑛 ∈ 𝑁 e 𝑣 ∈ 𝐿. Como πœ™ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais,

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 67

resta ver que πœ™ Γ© um homomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Seja β„Ž ∈ 𝐻, entΓ£o

πœ™(β„Ž(π‘šβŠ— (𝑛, 𝑣))) = πœ™(βˆ‘

β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2(𝑛, 𝑣)) =βˆ‘

πœ™(β„Ž1π‘šβŠ— (β„Ž2𝑛, β„Ž2𝑣))

=βˆ‘

(β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2𝑛, β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2𝑣) = (β„Ž(π‘šβŠ— 𝑛), β„Ž(π‘šβŠ— 𝑣))

= β„Ž(π‘šβŠ— 𝑛,π‘šβŠ— 𝑣) = β„Žπœ™(π‘šβŠ— (𝑛, 𝑣)),

para quaisquer π‘š ∈ 𝑀 , 𝑛 ∈ 𝑁 e 𝑣 ∈ 𝐿.

Observação 2.3.48. Sejam 𝑀,𝑁 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda, Em geral, 𝑀 βŠ— 𝑁 nΓ£o Γ© iso-morfo Γ  π‘βŠ—π‘€ como 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. PorΓ©m, pelo menos para uma classe especialde Γ‘lgebras de Hopf, as Γ‘lgebras de Hopf quase-triangulares, temos que 𝑀 βŠ—π‘ ≃ 𝑁 βŠ—π‘€

como 𝐻-módulos à esquerda.

Proposição 2.3.49. O grupo abeliano π‘Ÿ(𝐻) Γ© um anel com unidade com a seguinteoperação [𝑀 ][𝑁 ] = [𝑀 βŠ—π‘ ].

Demonstração. Inicialmente provemos que a operação dada estΓ‘ bem definida. Sejam[𝑀 ], [𝑁 ], [𝑀 β€²] e [𝑁 β€²] ∈ π‘Ÿ(𝐻) tais que [𝑀 ] = [𝑀 β€²] e [𝑁 ] = [𝑁 β€²]. Assim, existem isomorfismosde 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda 𝑓 :𝑀 βˆ’β†’ 𝑀 β€² e 𝑔 :𝑁 βˆ’β†’ 𝑁 β€². Para ver que [π‘€βŠ—π‘ ] = [𝑀 β€² βŠ—π‘ β€²],consideremos a função πœ“ : 𝑀 Γ— 𝑁 βˆ’β†’ 𝑀 β€² βŠ— 𝑁 β€² dada por πœ“(π‘š,𝑛) = 𝑓(π‘š) βŠ— 𝑔(𝑛), paraquaisquer π‘š ∈ 𝑀 e 𝑛 ∈ 𝑁 . Claramente πœ“ Γ© bilinear. EntΓ£o, pela propriedade universaldo produto tensorial, existe uma ΓΊnica transformação k-linear πœ“ : 𝑀 βŠ— 𝑁 βˆ’β†’ 𝑀 β€² βŠ— 𝑁 β€²

tal que πœ“(π‘š βŠ— 𝑛) = 𝑓(π‘š) βŠ— 𝑔(𝑛), para quaisquer π‘š ∈ 𝑀 e 𝑛 ∈ 𝑁 . Vejamos que πœ“ Γ©homomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda.

πœ“(β„Ž(π‘šβŠ— 𝑛)) = πœ“(βˆ‘

β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2𝑛) =βˆ‘

πœ“(β„Ž1π‘šβŠ— β„Ž2𝑛) =βˆ‘

𝑓(β„Ž1π‘š) βŠ— 𝑔(β„Ž2𝑛)

=βˆ‘

β„Ž1𝑓(π‘š) βŠ— β„Ž2𝑔(𝑛) = β„Ž(𝑓(π‘š) βŠ— 𝑔(𝑛)) = β„Žπœ“(π‘šβŠ— 𝑛),

para quaisquer π‘š ∈ 𝑀 , 𝑛 ∈ 𝑁 e β„Ž ∈ 𝐻. AlΓ©m disso, note que πœ“β€² : 𝑀 β€² βŠ— 𝑁 β€² βˆ’β†’ 𝑀 βŠ— 𝑁

definida por πœ“β€²(π‘šβ€²βŠ—π‘›β€²) = π‘“βˆ’1(π‘š)βŠ—π‘”βˆ’1(𝑛), para quaisquerπ‘š ∈ 𝑀 e 𝑛 ∈ 𝑁 , Γ© inversa de πœ“.Logo, πœ“ Γ© isomorfismo de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda. Para quaisquer 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda𝑀,𝑁 e 𝐿, pela Proposição 2.3.47 temos que [𝑀 ]([𝑁 ][𝐿]) = ([𝑀 ][𝑁 ])[𝐿], [𝑀 ][k] = [𝑀 ],[𝑀 ]([𝑁 ] + [𝐿]) = [𝑀 ][𝑁 ] + [𝑀 ][𝐿] e ([𝑁 ] + [𝐿])[𝑀 ] = [𝑁 ][𝑀 ] + [𝐿][𝑀 ]. Portanto, π‘Ÿ(𝐻) Γ©um anel com unidade.

Definição 2.3.50. Seja 𝐻 uma Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£o finita. O conjunto π‘Ÿ(𝐻)das classes de isomorfismos de 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda finitamente gerado com as seguintesoperaçáes [𝑀 ] + [𝑁 ] = [𝑀 βŠ•π‘ ] e [𝑀 ][𝑁 ] = [𝑀 βŠ—π‘ ] Γ© um anel com unidade [k] chamadode anel de Green.

Exemplo 2.3.51. Considerando 𝐻 = k, temos que k Γ© uma k-Γ‘lgebra de Hopf dedimensΓ£o finita. Assim, os k-mΓ³dulos Γ  esquerda sΓ£o k-espaΓ§os vetoriais. Como em π‘Ÿ(𝐻)consideramos os 𝐻-mΓ³dulos finitamente gerados, neste caso, os k-mΓ³dulos Γ  esquerda

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CapΓ­tulo 2. PrΓ©-Requisitos 68

finitamente gerados sΓ£o k-espaΓ§os vetoriais de dimensΓ£o finita. Portanto, π‘Ÿ(𝐻) Γ© o anelformado pelas classes de isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais de dimensΓ£o finita. Comodois k-espaΓ§os vetoriais 𝑉 e π‘Š de dimensΓ£o finita sΓ£o isomorfos se e somente se tΓͺm amesma dimensΓ£o, entΓ£o, denotando 𝑉 por 𝑉𝑛, onde 𝑛 Γ© a dimensΓ£o de 𝑉 , obtemos que[𝑉𝑛] = [k𝑛]. Portanto,

π‘Ÿ(𝐻) = π‘ π‘π‘Žπ‘›{[k𝑛] |𝑛 ∈ N} = π‘ π‘π‘Žπ‘›{[k]} = Z,

pois [k𝑛] = [kβŠ• kβŠ• Β· Β· Β· βŠ• k] = 𝑛[k].

Para concluir esta subseção, veremos a seguir que para toda Γ‘lgebra de Hopf dedimensΓ£o finita 𝐻, π‘Ÿ(𝐻) possui uma Z-base. De fato, sabemos que todo grupo abelianoΓ© um Z-mΓ³dulo Γ  esquerda entΓ£o π‘Ÿ(𝐻) Γ© um Z-mΓ³dulo Γ  esquerda. Mais ainda, π‘Ÿ(𝐻)possui uma base como Z-mΓ³dulo Γ  esquerda. Precisamente, temos o seguinte resultado.

Lema 2.3.52. O anel de Green da Γ‘lgebra de Hopf 𝐻 Γ© um grupo abeliano livre comZ-base dada por {[𝑀 ] |𝑀 ∈ 𝑖𝑛𝑑(𝐻)}, onde 𝑖𝑛𝑑(𝐻) denota o conjunto dos 𝐻-mΓ³dulos Γ esquerda indecomponΓ­veis de dimensΓ£o finita.

Demonstração. Mostremos que {[𝑀 ] |𝑀 ∈ 𝑖𝑛𝑑(𝐻)} Γ© uma base para π‘Ÿ(𝐻) como Z-mΓ³dulo Γ  esquerda. Considere [𝑀 ] ∈ π‘Ÿ(𝐻). Em particular, pela Proposição 2.2.63 𝑀 Γ©um 𝐻-mΓ³dulo Γ  esquerda de comprimento finito entΓ£o, pelo Teorema de Krull-Schmidt,[𝑀 ] = [𝑁1]+[𝑁2]+Β· Β· Β·+[π‘π‘Ÿ], onde cada 𝑁𝑖, 1 ≀ 𝑖 ≀ π‘Ÿ Γ© um 𝐻-submΓ³dulo Γ  esquerda inde-componΓ­vel de 𝑀 . AlΓ©m disso, essa decomposição Γ© ΓΊnica a menos de isomorfismo, o quegarante a independΓͺncia linear da famΓ­lia {[𝑀 ] |𝑀 ∈ 𝑖𝑛𝑑(𝐻)}. Logo, {[𝑀 ] |𝑀 ∈ 𝑖𝑛𝑑(𝐻)}Γ© uma Z-base de π‘Ÿ(𝐻).

O lema anterior nos diz que para descrevermos π‘Ÿ(𝐻) basta descrevermos as classesde isomorfismos dos 𝐻-mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis de dimensΓ£o finita.

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3 O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft.

Neste capΓ­tulo descreveremos o anel de Green da Γ‘lgebra de Taft 𝑇𝑁(π‘ž). No capΓ­-tulo anterior, introduzimos o anel de Green de uma Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£o finita𝐻 e mostramos que este Γ© um Z-mΓ³dulo livre, cuja base Γ© formada pelos 𝐻-mΓ³dulos Γ esquerda indecomponΓ­veis finitamente gerados. Com isso, Γ© natural que iniciemos este ca-pΓ­tulo determinando todos os mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis de 𝑇𝑁(π‘ž). AlΓ©m disso,Γ© necessΓ‘rio calcular o produto tensorial entre os mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis de𝑇𝑁(π‘ž), isto serΓ‘ feito na Seção 3.2.

3.1 Módulos de dimensão finita da Ñlgebra de TaftNeste seção descreveremos os módulos à esquerda indecomponíveis de dimensão fi-

nita da Γ‘lgebra de Taft 𝑇𝑁(π‘ž), conforme o desenvolvimento apresentado no artigo (CHEN;VAN OYSTAEYEN; ZHANG, 2014).

3.1.1 MΓ³dulos simples de dimensΓ£o finita

Inicialmente iremos determinar todos os mΓ³dulos Γ  esquerda simples da Γ‘lgebra deTaft, com este intuito estabeleceremos uma relação entre os mΓ³dulos Γ  esquerda simplesda Γ‘lgebra de grupo k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) e da Γ‘lgebra de Taft 𝑇𝑁(π‘ž). Pelo Exemplo 2.3.24, temosque k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© uma subΓ‘lgebra de Hopf de 𝑇𝑁(π‘ž).

Vejamos primeiro que existe πœ‹ : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) um homomorfismo sobre-jetor de k-Γ‘lgebras. Lembremos que 𝑋 = {𝑔, β„Ž} Γ© o conjunto de geradores de 𝑇𝑁(π‘ž).Seja πœ‹β€² : 𝑋 βˆ’β†’ k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) a função dada por πœ‹β€²(𝑔) = 𝑔 e πœ‹β€²(β„Ž) = 0. Pela proprie-dade universal da Γ‘lgebra livre, temos que existe um ΓΊnico homomorfismo de k-Γ‘lgebrasπœ‹ : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) tal que πœ‹ ∘ πœ„ = πœ‹β€², onde πœ„ Γ© a inclusΓ£o canΓ΄nica de 𝑋 em kβŸ¨π‘‹βŸ©.Notemos que

πœ‹(β„Žπ‘) = (πœ‹(β„Ž))𝑁 = πœ‹β€²(β„Ž)𝑁 = 0,

πœ‹(β„Žπ‘” βˆ’ π‘žπ‘”β„Ž) = πœ‹(β„Žπ‘”) βˆ’ πœ‹(π‘žπ‘”β„Ž) = πœ‹(β„Ž)πœ‹(𝑔) βˆ’ π‘žπœ‹(𝑔)πœ‹(β„Ž) = πœ‹β€²(β„Ž)πœ‹β€²(𝑔) βˆ’ π‘žπœ‹β€²(𝑔)πœ‹β€²(β„Ž) = 0.

AlΓ©m disso,

πœ‹(𝑔𝑁 βˆ’ 1) = πœ‹(𝑔𝑁) βˆ’ πœ‹(1) = πœ‹(𝑔)𝑁 βˆ’ 1 = πœ‹β€²(𝑔)𝑁 βˆ’ 1 = 𝑔𝑁 βˆ’ 1 = 0.

Assim, πœ‹(𝑅) = 0. Portanto, pela Proposição 2.1.19 existe um ΓΊnico homomorfismo dek-Γ‘lgebras πœ‹ : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)). Claramente πœ‹ Γ© sobrejetor. Pelo Exemplo 2.2.11,k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) possui estrutura de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda via πœ‹. Mais ainda, k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ©um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda simples como mostra o seguinte resultado.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 70

Proposição 3.1.1. A Γ‘lgebra de grupo k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda simples.

Demonstração. Seja 𝐿 = {0} um submΓ³dulo Γ  esquerda de k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)). EntΓ£o, existeπ‘₯ = 𝑔𝑖 ∈ 𝐿, com 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Assim, dado π‘Ž = π‘”π‘—βˆ’π‘– ∈ 𝑇𝑁(π‘ž), para todo 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1, temos que

π‘Žπ‘₯ = π‘”π‘—βˆ’π‘–π‘”π‘– = 𝑔𝑗 ∈ 𝐿. (3.1)

Portanto, 𝐿 = k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)).

A prΓ³xima proposição mostra que πœ‹ : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© um homomorfismode Γ‘lgebras de Hopf com nΓΊcleo igual ao gerado por β„Ž, βŸ¨β„ŽβŸ©.

Proposição 3.1.2. O homomorfismo de k-Γ‘lgebras πœ‹ : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© um ho-momorfismo sobrejetor de Γ‘lgebras de Hopf com πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹) = βŸ¨β„ŽβŸ©.

Demonstração. Resta mostrar que πœ‹ Γ© homomorfismo de k-cΓ³algebras. Como Ξ” e πœ‹ sΓ£ohomomorfismo de Γ‘lgebras entΓ£o Ξ” ∘ πœ‹ e (πœ‹ βŠ— πœ‹) ∘ Ξ” sΓ£o homomorfismo de Γ‘lgebras.Assim, Γ© suficiente mostrar que (Ξ” βˆ˜πœ‹)(𝑔) = (πœ‹βŠ—πœ‹) ∘ Ξ”(𝑔) e (Ξ” βˆ˜πœ‹)(β„Ž) = (πœ‹βŠ—πœ‹) ∘ Ξ”(β„Ž).De fato,

(Ξ” ∘ πœ‹)(𝑔) = Ξ”(𝑔) = 𝑔 βŠ— 𝑔 = πœ‹(𝑔) βŠ— πœ‹(𝑔) = (πœ‹ βŠ— πœ‹) ∘ Ξ”(𝑔),

(πœ‹ βŠ— πœ‹ ∘ Ξ”)(β„Ž) = (πœ‹ βŠ— πœ‹)(1 βŠ— β„Ž+ β„ŽβŠ— 𝑔) = 0 = Ξ”(0) = (Ξ” ∘ πœ‹)(β„Ž).

AlΓ©m disso, (πœ€βˆ˜πœ‹)(𝑔) = πœ€(𝑔) = 1 = πœ€(𝑔) e (πœ€βˆ˜πœ‹)(β„Ž) = πœ€(β„Ž) = 0 = πœ€(β„Ž). Portanto, πœ‹ Γ© umhomomorfismo de k-coΓ‘lgebras. Finalmente, mostremos que πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹) = βŸ¨β„ŽβŸ©. ClaramenteβŸ¨β„ŽβŸ© βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹). Reciprocamente, seja π‘Ž = βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1 π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘— ∈ 𝑇𝑁(π‘ž) tal que πœ‹(π‘Ž) = 0.

Assim,

0 = πœ‹

βŽ›βŽ βˆ‘π‘–,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—

⎞⎠ =βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—πœ‹(𝑔)π‘–πœ‹(β„Ž)𝑗 =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝛼𝑖0𝑔𝑖.

Como {𝑔𝑖 |𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1} Γ© um conjunto linearmente independente, temos que π›Όπ‘–π‘œ = 0, paratodo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Logo,

π‘Ž =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1,π‘—βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘— =

βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1,π‘—βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—βˆ’1β„Ž

=βŽ›βŽ βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1,π‘—βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

π›Όπ‘–π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—βˆ’1

βŽžβŽ β„Ž ∈ βŸ¨β„ŽβŸ©.

A seguir apresentaremos alguns fatos importantes a respeito do radical de Jacobsonde 𝑇𝑁(π‘ž) que serΓ£o fundamentais para descrever os mΓ³dulos Γ  esquerda simples destaΓ‘lgebra.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 71

Proposição 3.1.3. O radical de Jacobson de 𝑇𝑁(π‘ž) Γ© o nΓΊcleo da transformação πœ‹, ouseja, 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž)) = πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹).

Demonstração. Seja π‘Ž=βˆ‘π‘–,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1 𝛼𝑖𝑗𝑔

π‘–β„Žπ‘— ∈ 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž)), entΓ£o π‘Žβˆˆπ΄π‘›π‘›π‘‡π‘ (π‘ž)(𝑀), para qual-quer 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda simples 𝑀 . Em particular, π‘Žπ‘€=0, para 𝑀 = k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)).Assim,

0 = π‘Žπ‘”π‘‘ = πœ‹(π‘Ž)𝑔𝑑 =βŽ›βŽπœ‹

βŽ›βŽ βˆ‘π‘–,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝛼𝑖,π‘—π‘”π‘–β„Žπ‘—

⎞⎠⎞⎠ 𝑔𝑑 =βˆ‘

𝑖,π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝛼𝑖𝑗(πœ‹(𝑔)π‘–πœ‹(β„Ž)𝑗)𝑔𝑑 =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝛼𝑖0𝑔𝑖+𝑑.

Logo 𝛼𝑖0 = 0, para todo 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1, e consequentemente π‘Ž ∈ βŸ¨β„ŽβŸ© = πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹). Reciproca-mente, seja π‘₯ ∈ πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹) = βŸ¨β„ŽβŸ©. EntΓ£o, π‘₯𝑁 = 0, pois βŸ¨β„ŽβŸ© = 𝑇𝑁(π‘ž)β„Ž = β„Žπ‘‡π‘(π‘ž). Ou seja, βŸ¨β„ŽβŸ©Γ© um nil ideal de 𝑇𝑁(π‘ž). Assim, pela Proposição 2.2.86, πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹) = βŸ¨β„ŽβŸ© βŠ† 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž)).

CorolΓ‘rio 3.1.4. Para todo π‘š β‰₯ 1, 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š = 𝑇𝑁(π‘ž)β„Žπ‘š = βŸ¨β„Žπ‘šβŸ©.

Demonstração. Vejamos que 𝑇𝑁(π‘ž)β„Žπ‘š = β„Žπ‘šπ‘‡π‘(π‘ž), para todo π‘š β‰₯ 1. Para isso, faremosindução sobre π‘š. Para π‘š = 1 o resultado segue diretamente do Lema 2.1.22. Suponhaque, 𝑇𝑁(π‘ž)β„Žπ‘š = β„Žπ‘šπ‘‡π‘(π‘ž), π‘š β‰₯ 1 e mostremos que vale para π‘š+ 1. EntΓ£o,

β„Žπ‘š+1𝑇𝑁(π‘ž) = β„Žβ„Žπ‘šπ‘‡π‘(π‘ž) = β„Žπ‘‡π‘(π‘ž)β„Žπ‘š = 𝑇𝑁(π‘ž)β„Žβ„Žπ‘š = 𝑇𝑁(π‘ž)β„Žπ‘š+1.

Disso decorre que βŸ¨β„Žπ‘šβŸ© Γ© um ideal bilateral de 𝑇𝑁(π‘ž).

Agora, mostremos que 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š = βŸ¨β„Žπ‘šβŸ© por indução sobre π‘š. Pela Proposição3.1.3, o resultado vale para π‘š = 1. Suponha que 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š = βŸ¨β„Žπ‘šβŸ©, para todo π‘š β‰₯ 1e mostremos que 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š+1 = βŸ¨β„Žπ‘š+1⟩. Seja π‘₯ ∈ 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š+1 = 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘šπ½(𝑇𝑁(π‘ž)).Ou seja, π‘₯ = π‘Žπ‘ onde π‘Ž = π‘¦β„Žπ‘š ∈ 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š e 𝑏 = π‘§β„Ž ∈ 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž)), com 𝑦, 𝑧 ∈ 𝑇𝑁(π‘ž). Assim π‘₯ = π‘Žπ‘ = (π‘¦β„Žπ‘š)(π‘§β„Ž) = π‘₯(β„Žπ‘šπ‘§)β„Ž = 𝑦(π‘§β€²β„Žπ‘š)β„Ž = (𝑦𝑧′)β„Žπ‘š+1, onde 𝑧′ ∈ 𝑇𝑁(π‘ž).Portanto, π‘₯ ∈ βŸ¨β„Žπ‘š+1⟩. A inclusΓ£o contrΓ‘ria se verifica, pois

βŸ¨β„Žπ‘š+1⟩ βŠ† βŸ¨β„Žπ‘šβŸ©βŸ¨β„Ž1⟩ = 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘šπ½(𝑇𝑁(π‘ž)) = 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘š+1.

Como uma consequΓͺncia da proposição acima temos que 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))π‘βˆ’1 = 0 e𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))𝑁 = 0. Como π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑇𝑁 (π‘ž)𝑇𝑁(π‘ž))𝑁 = 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))𝑁 = 0, entΓ£o o comprimento Lo-ewy de 𝑇𝑁(π‘ž) como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© 𝑁 .

CorolΓ‘rio 3.1.5. Seja 𝑀 um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o, 𝑀 Γ© semissimples se esomente se β„Žπ‘€ = {0}.

Demonstração. Pela Proposição 2.2.90 Γ© suficiente provar que 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))𝑀 = β„Žπ‘€ . Defato, seja 𝑦 = π‘₯π‘š ∈ 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))𝑀 , ou seja, π‘₯ = π‘Žβ„Ž ∈ 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž)) = βŸ¨β„ŽβŸ©, com π‘Ž ∈ 𝑇𝑁(π‘ž).EntΓ£o, 𝑦 = π‘Žβ„Žπ‘š = β„Žπ‘Žβ€²π‘š ∈ β„Žπ‘€ , onde π‘Žβ€² ∈ 𝑇𝑁(π‘ž). Claramente β„Žπ‘€ βŠ† βŸ¨β„ŽβŸ©π‘€ .

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 72

Notemos que todo k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerda Γ© um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerdavia πœ‹ : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ π‘˜πΊ(𝑇𝑁(π‘ž)). Reciprocamente, todo 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda semis-simples 𝑀 Γ© um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerda, pois pela Proposição 3.1.5 β„Žπ‘€ = {0} eβŸ¨β„ŽβŸ© = πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‹).

Proposição 3.1.6. Seja 𝑀 um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o, 𝑀 Γ© simples se esomente se 𝑀 Γ© um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerda simples e β„Žπ‘€ = {0}.

Demonstração. Suponhamos que 𝑀 seja um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. Em par-ticular, 𝑀 Γ© semissimples. Pela correspondΓͺncia estabelecida acima, temos que 𝑀 Γ© umk𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerda. Vejamos que 𝑀 Γ© simples como k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  es-querda. De fato, seja {0} ( 𝑁 βŠ† 𝑀 um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-submΓ³dulo Γ  esquerda. EntΓ£o, 𝑁 Γ©um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda via πœ‹ e como 𝑀 Γ© simples como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerdaentΓ£o 𝑁 = 𝑀 . Reciprocamente, suponhamos 𝑀 seja um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerdasimples e β„Žπ‘€ = {0}, entΓ£o pela correspondΓͺncia estabelecida 𝑀 Γ© um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³duloΓ  esquerda, com β„Žπ‘€ = {0}. Resta mostrarmos que 𝑀 Γ© simples como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³duloΓ  esquerda. Seja {0} ( 𝑁 βŠ† 𝑀 um 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulo Γ  esquerda, e assim, β„Žπ‘ = {0}.Novamente pela correspondΓͺncia, 𝑁 Γ© um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀 . Como𝑀 Γ© simples, 𝑀 = 𝑁 .

A partir disto conseguimos estabelecer uma relação entre os mΓ³dulos Γ  esquerdasimples da Γ‘lgebra de grupo k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž)) e os mΓ³dulos Γ  esquerda simples de 𝑇𝑁(π‘ž).

Lema 3.1.7. Existem 𝑁 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda simples 𝑆𝑖 nΓ£o isomorfos, onde cada𝑆𝑖 Γ© unidimensional e determinado por

𝑔𝑣 = π‘žπ‘–π‘£, β„Žπ‘£ = 0, 𝑣 ∈ 𝑆𝑖, (3.2)

onde 𝑖 ∈ Z𝑁 := Z/𝑁Z.

Demonstração. Inicialmente provemos que os 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda simples sΓ£o uni-dimensionais e determinados por (3.2). Seja 𝑆 um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda simples. PelaProposição 3.1.6, temos que 𝑆 Γ© um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerda simples e β„Žπ‘† = {0}.Definimos a transformação linear 𝑇 :𝑆 βˆ’β†’ 𝑆 por 𝑇 (𝑣) = 𝑔𝑣, para todo 𝑣 ∈ 𝑆. Notemosque 𝑇𝑁 = 𝐼𝑑𝑆. Logo, o polinΓ΄mio 𝑝(π‘₯) = π‘₯𝑁 βˆ’ 1 anula 𝑇 . Como k contΓ©m uma raiz𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade π‘ž, entΓ£o 𝑝(π‘₯) = (π‘₯ βˆ’ 1)(π‘₯ βˆ’ π‘ž) Β· Β· Β· (π‘₯ βˆ’ π‘žπ‘βˆ’1). Como opolinΓ΄mio minimal de 𝑇 , π‘šπ‘‡ divide qualquer polinΓ΄mio que anula 𝑇 , entΓ£o π‘šπ‘‡ Γ© produtode fatores lineares e consequentemente 𝑇 Γ© diagonalizΓ‘vel. Assim, existe uma base 𝛽 de 𝑆formada por autovetores de 𝑇 , entΓ£o 𝑇 (𝑣) = 𝛼𝑣, ou seja, 𝑔𝑣 = 𝛼𝑣. Logo, βŸ¨π‘£βŸ© = π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑣}.Como 𝑆 Γ© um k𝐺(𝑇𝑁(π‘ž))-mΓ³dulo Γ  esquerda simples, temos que 𝑆 = π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑣} e portanto𝑆 Γ© unidimensional. AlΓ©m disso, 𝑔𝑁𝑣 = 𝛼𝑁𝑣. Por outro lado, 𝑔𝑁𝑣 = 𝑣, pois 𝑔𝑁 = 1.EntΓ£o, 𝛼𝑁𝑣 = 𝑣 e assim 𝛼𝑁 = 1. Isso significa, que 𝛼 Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima da unidade.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 73

Logo, 𝛼 = π‘žπ‘–, para algum 𝑖 ∈ Z𝑁 . Portanto, 𝑔𝑣 = π‘žπ‘–π‘£, onde 𝑖 ∈ Z𝑁 . Por fim, sejam 𝑆 e𝑆 β€² 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda simples determinados, respectivamente, por

𝑔𝑣 = π‘žπ‘–π‘£, β„Žπ‘£ = 0, 𝑣 ∈ 𝑆,

𝑔𝑣′ = π‘žπ‘—π‘£β€², β„Žπ‘£β€² = 0, 𝑣′ ∈ 𝑆 β€².

Suponhamos que o isomorfismo linear πœ‘ : 𝑆 βˆ’β†’ 𝑆 β€² definido por πœ‘(𝑣) = 𝑣′ seja umisomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. EntΓ£o, πœ‘(𝑔𝑣) = π‘”πœ‘(𝑣) = 𝑔𝑣′ = π‘žπ‘—π‘£β€². Por outrolado, πœ‘(𝑔𝑣) = πœ‘(π‘žπ‘–π‘£) = π‘žπ‘–πœ‘(𝑣) = π‘žπ‘–π‘£β€². Logo, π‘žπ‘–βˆ’π‘— = 0 e como π‘ž Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©simaprimitiva da unidade, 𝑖 = 𝑗.

3.1.2 MΓ³dulos indecomponΓ­veis de dimensΓ£o finita

Nesta subseção descreveremos os mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis de 𝑇𝑁(π‘ž).

Lema 3.1.8. Sejam 𝑙 ∈ 𝐼1,𝑁 e 𝑖 ∈ Z. EntΓ£o, existe um homomorfismo de k-Γ‘lgebrasπœŒπ‘™,𝑖 : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ 𝑀𝑙(k) dado por

πœŒπ‘™,𝑖(𝑔) =

βŽ›βŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽ

π‘žπ‘–

π‘žπ‘–βˆ’1

π‘žπ‘–βˆ’2

. . .π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1

⎞⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎠, πœŒπ‘™,𝑖(β„Ž) =

βŽ›βŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽ

01 0

1 . . .. . . 0

1 0

⎞⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎠.

Demonstração. Considere a função πœŒβ€² : 𝑋 βˆ’β†’ 𝑀𝑙(k) dada por

πœŒβ€²(𝑔) =

βŽ›βŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽ

π‘žπ‘–

π‘žπ‘–βˆ’1

π‘žπ‘–βˆ’2

. . .π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1

⎞⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎠, πœŒβ€²(β„Ž) =

βŽ›βŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽ

01 0

1 . . .. . . 0

1 0

⎞⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎠.

Pela propriedade universal da Γ‘lgebra livre, temos que existe um ΓΊnico homomorfismode k-Γ‘lgebras 𝜌 : kβŸ¨π‘‹βŸ© βˆ’β†’ 𝑀𝑙(k) tal que 𝑓 β€² ∘ πœ„ = 𝑓 , onde πœ„ : 𝑋 β†’ kβŸ¨π‘‹βŸ© Γ© a inclusΓ£ocanΓ΄nica. Uma vez que 𝜌(𝑔) Γ© uma matriz diagonal e π‘ž Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima da unidade,entΓ£o 𝜌(𝑔)𝑁 = 𝐼𝑑𝑙. AlΓ©m disso, como 𝜌(β„Ž) Γ© nilpotente e 𝑙 ≀ 𝑁 , entΓ£o 𝜌(β„Ž)𝑁 = 0. Porfim,

𝜌(β„Ž)𝜌(𝑔) =

βŽ›βŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽœβŽ

0π‘žπ‘– 00 π‘žπ‘–βˆ’1

. . .π‘žπ‘–βˆ’π‘™+2 0

⎞⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎟⎠= π‘žπœŒ(𝑔)𝜌(β„Ž).

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 74

Pela Proposição 2.1.19 existe ΓΊnico homomorfismo de k-Γ‘lgebras πœŒπ‘™,𝑖 : 𝑇𝑁(π‘ž) βˆ’β†’ 𝑀𝑙(k).

Na Observação 2.2.13 vimos que existe uma correspondΓͺncia entre os mΓ³dulos deuma k-Γ‘lgebra 𝐴 e os homomorfismos de k-Γ‘lgebras de 𝐴 em 𝐸𝑛𝑑(𝑉 ), onde 𝑉 Γ© um k-espaΓ§o vetorial. Em particular, se 𝑉 tem dimensΓ£o finita 𝑛, entΓ£o a Γ‘lgebra de matrizes𝑀𝑛(k) Γ© isomorfa a 𝐸𝑛𝑑(𝑉 ). Denote por 𝑀(𝑙, 𝑖) o 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda obtido poresta correspondΓͺncia. Explicitamente, seja {𝑣𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑙} base de 𝑀(𝑙, 𝑖) tal que:

β„Žπ‘£π‘— =

⎧βŽͺ⎨βŽͺβŽ©π‘£π‘—+1, 1 ≀ 𝑗 ≀ 𝑙 βˆ’ 1

0, 𝑗 = 𝑙, 𝑔𝑣𝑗 = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1𝑣𝑗,

para todo 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙. Claramente 𝑣𝑗 = β„Žπ‘—βˆ’1𝑣1, para todo 𝑗 ∈ 𝐼2,𝑙. Chamamos esta base debase canΓ΄nica de 𝑀(𝑙, 𝑖). Para qualquer inteiro 𝑖, iremos considerar 𝑖 como sua imagemsobre a projeção canΓ΄nica de Z em Z𝑁 .

Lema 3.1.9. Para 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,𝑁 e 𝑖, 𝑖′ ∈ Z𝑁 , seja 𝑀(𝑙, 𝑖) o 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda definidono Lema 3.1.8. EntΓ£o,

(i) π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = k𝑣𝑙 ≃ π‘†π‘–βˆ’π‘™+1 e 𝑀(𝑙, 𝑖)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) ≃ 𝑆𝑖;

(ii) 𝑀(𝑙, 𝑖) Γ© indecomponΓ­vel e uniserial;

(iii) 𝑀(𝑙, 𝑖) ≃ 𝑀(𝑙′, 𝑖′) se e somente se 𝑙′ = 𝑙 e 𝑖′ = 𝑖 ∈ Z.

Demonstração. (i) Como π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) Γ© o maior 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulo Γ  esquerda semissimplesde 𝑀(𝑙, 𝑖), pela Proposição 2.2.90, β„Žπ‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = {0}. Logo, π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = {π‘š ∈ 𝑀 |β„Žπ‘š=0}. Vejamos que, π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = k𝑣𝑙. Seja π‘š = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,𝑙𝛼𝑖𝑣𝑖 ∈ π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)). EntΓ£o,

0 = β„Žπ‘š = β„Žβˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑖𝑣𝑖 =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑙

π›Όπ‘–β„Žπ‘£π‘– =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’1

𝛼𝑖𝑣𝑖+1.

EntΓ£o, 𝛼𝑖 = 0 para todo 𝑖 ∈ 𝐼1,π‘™βˆ’1, consequentemente, π‘š ∈ k𝑣𝑙. A outra inclusΓ£o Γ©imediata. Portanto, π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = k𝑣𝑙 e pelo Lema 3.1.7, π‘ π‘œπ‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) ≃ π‘†π‘–βˆ’π‘™+1. AlΓ©mdisso, π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = β„Žπ‘€(𝑙, 𝑖) entΓ£o π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) = π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑣2, ..., 𝑣𝑙}. Consideremos atransformação πœ“ : 𝑀(𝑙, 𝑖) βˆ’β†’ 𝑆𝑖 definida por πœ“(𝑣1) = 𝑣 e πœ“(𝑣𝑗) = 0, se 𝑗 ∈ 𝐼2,𝑙. Assim,πœ“(𝑔𝑣1) = πœ“(π‘žπ‘–π‘£1) = π‘žπ‘–πœ“(𝑣1) = π‘žπ‘–π‘£ = 𝑔𝑣 = π‘”πœ“(𝑣1) e πœ“(β„Žπ‘£1) = πœ“(𝑣2) = 0 = β„Žπœ“(𝑣1). Para𝑗 β‰₯ 2, πœ“(𝑔𝑣𝑗) = πœ“(π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1𝑣𝑗) = π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1πœ“(𝑣𝑗) = 0 = π‘”πœ“(𝑣𝑗) e πœ“(β„Žπ‘£π‘—) = πœ“(𝑣𝑗+1) = 0 = β„Žπœ“(𝑣𝑗).Logo, πœ“ Γ© um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda e πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“) = π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑣2, ..., 𝑣𝑙}.Portanto, pelo teorema do homomorfismo, 𝑀(𝑙, 𝑖)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) ≃ 𝑆𝑖.

(ii) Note que β„Žπ‘™βˆ’1𝑣1 = 𝑣𝑙 entΓ£o β„Žπ‘™βˆ’1𝑀(𝑙, 𝑖) = 0. Mas β„Žπ‘™π‘£1 = 0, assim β„Žπ‘™π‘€(𝑙, 𝑖) = 0.Logo, β„“β„“(𝑀(𝑙, 𝑖)) = 𝑙, pois π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(𝑙, 𝑖))𝑙 = 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))𝑙𝑀(𝑙, 𝑖) = βŸ¨β„Žπ‘™βŸ©π‘€(𝑙, 𝑖) = 0. Assim,pela Proposição 2.2.100 𝑀(𝑙, 𝑖) Γ© uniserial e, desta forma Γ© indecomponΓ­vel.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 75

(iii) Seja πœ‘ :𝑀(𝑙, 𝑖) βˆ’β†’ 𝑀(𝑙′, 𝑖′) um isomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Em parti-cular, πœ‘ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais, entΓ£o 𝑙=π‘‘π‘–π‘šk𝑀(𝑙, 𝑖)=π‘‘π‘–π‘šk𝑀(𝑙′, 𝑖′)= 𝑙′.AlΓ©m disso, notemos que πœ‘(𝑣𝑙) = βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑙𝛼𝑙𝑗𝑣

′𝑗, onde {𝑣′

𝑗 | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙} Γ© a base canΓ΄nica de𝑀(𝑙′, 𝑖′). Assim,

0 = πœ‘(β„Žπ‘£π‘™) = β„Žπœ‘(𝑣𝑙) = β„Žβˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑙𝑗𝑣′𝑗 =

βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑙𝑗(β„Žπ‘£β€²π‘—) =

βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’1

𝛼𝑙𝑗𝑣′𝑗+1.

Logo, 𝛼𝑙𝑗 = 0, para todo 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘™βˆ’1. Portanto, πœ‘(𝑣𝑙) = 𝛼𝑙𝑙𝑣′𝑙. Como 𝛼𝑙𝑙 = 0, pois πœ‘ Γ©

isomorfismo. EntΓ£o, πœ‘(𝑔𝑣𝑙) = πœ‘(π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1𝑣𝑙) = π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1πœ‘(𝑣𝑙) = π‘žπ‘–=𝑙+1𝛼𝑙𝑙𝑣′𝑙. Por outro lado,

πœ‘(𝑔𝑣𝑙) = π‘”πœ‘(𝑣𝑙) = 𝑔(𝛼𝑙𝑙𝑣′𝑙) = 𝛼𝑙𝑙(𝑔𝑣′

𝑙) = π›Όπ‘™π‘™π‘žπ‘–β€²βˆ’π‘™+1𝑣′

𝑙. Logo, π‘žπ‘–βˆ’π‘™+1𝛼𝑙𝑙𝛼𝑙𝑙 = π‘žπ‘–β€²βˆ’π‘™+1𝛼𝑙𝑙 e

consequentemente π‘žπ‘– = π‘žπ‘–β€² . Como π‘ž Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade, segue que

𝑖 = 𝑖′. A recΓ­proca Γ© imediata.

Mais adiante veremos que os mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis dados no lemaacima sΓ£o todos os mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis de 𝑇𝑁(π‘ž). Antes, como con-sequΓͺncia do Lema 3.1.9 obtemos o seguinte resultado.

CorolΓ‘rio 3.1.10. Sejam 𝑙 ∈ 𝐼1,𝑁 e 𝑖 ∈ Z. EntΓ£o,

(i) 𝑀(𝑙, 𝑖) Γ© simples se e somente se 𝑙 = 1. Nesse caso, 𝑀(1, 𝑖) ≃ 𝑆𝑖;

(ii) 𝑀(𝑙, 𝑖) Γ© projetivo (injetivo) se e somente se 𝑙 = 𝑁 ;

(iii) 𝑀(𝑁, 𝑖) ≃ 𝑃 (𝑆𝑖) ≃ 𝐼(𝑆𝑖+1).

Demonstração. (i) Suponha que 𝑙 β‰₯ 2. Claramente π‘ π‘π‘Žπ‘›{𝑣2, ..., 𝑣𝑙} = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(𝑙, 𝑖)) Γ© umsubmΓ³dulo nΓ£o trivial de 𝑀(𝑙, 𝑖) e consequentemente 𝑀(𝑙, 𝑖) nΓ£o Γ© simples. A reciproca Γ©imediata. Pelo Lema 3.1.9 temos que 𝑆𝑖 ≃ 𝑀(1, 𝑖)/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘(𝑀(1, 𝑖)) ≃ 𝑀(1, 𝑖)/{0} ≃ 𝑀(1, 𝑖).(ii) Inicialmente, mostremos que {𝑒𝑖 | 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1}, onde 𝑒𝑖 = 1

𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1 π‘ž

βˆ’π‘–π‘—π‘”π‘—, para todo𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1 Γ© um conjunto de idempotentes ortogonais tal que 1 = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1 𝑒𝑖, ou seja,𝑒𝑖 = 𝑒𝑖

2 e 𝑒𝑖𝑒𝑗 = 0, para todo 𝑖 = 𝑗 onde 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Com efeito,

𝑒2𝑖 = 1

𝑁2

βˆ‘π‘—,π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘—βˆ’π‘–π‘˜π‘”π‘—+π‘˜ = 1𝑁2

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–(𝑗+π‘˜)𝑔𝑗+π‘˜

⎞⎠= 1𝑁2

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘™βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘™π‘”π‘™

⎞⎠ = 1𝑁2

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝑁𝑒𝑖 = 1𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝑒𝑖 = 1𝑁𝑁𝑒𝑖 = 𝑒𝑖.

Na quarta igualdade temos que fixado 𝑗, podemos substituir 𝑗 + π‘˜ por 𝑙, pois tanto π‘ž

quanto 𝑔 sΓ£o cΓ­clicos. AlΓ©m disso,

π‘’π‘–π‘’π‘˜ =βŽ›βŽ 1𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘—π‘”π‘—

βŽžβŽ βŽ›βŽ 1𝑁

βˆ‘π‘™βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘˜π‘™π‘”π‘™

⎞⎠ = 1𝑁2

βˆ‘π‘—,π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’(𝑖𝑗+π‘™π‘˜)𝑔𝑗+𝑙.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 76

Fixado 𝑗 e substituindo 𝑙 por π‘‘βˆ’ 𝑗, obtemos

π‘’π‘–π‘’π‘˜ = 1𝑁2

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘‘βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’(𝑖𝑗+(π‘‘βˆ’π‘—)π‘˜)𝑔𝑗+(π‘‘βˆ’π‘—)

⎞⎠ = 1𝑁2

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘‘βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘—+π‘—π‘˜βˆ’π‘‘π‘˜)𝑔𝑑

⎞⎠= 1𝑁2

βˆ‘π‘‘βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

(π‘ž(π‘˜βˆ’π‘–)𝑗)π‘žβˆ’π‘‘π‘˜π‘”π‘‘

⎞⎠ = 1𝑁2

βˆ‘π‘‘βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

(π‘ž(π‘˜βˆ’π‘–)𝑗)⎞⎠ π‘žβˆ’π‘‘π‘˜π‘”π‘‘.

Como π‘˜ = 𝑖, temos que π‘žπ‘˜βˆ’π‘– Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima da unidade, portanto βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1(π‘ž(π‘˜βˆ’π‘–))𝑗 =0.Consequentemente, π‘’π‘–π‘’π‘˜ = 0, para todo 𝑖 = π‘˜ com 𝑖, π‘˜ ∈ πΌπ‘βˆ’1. Por fim,

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

𝑒𝑗 =βˆ‘

π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ 1𝑁

βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘—π‘˜π‘”π‘˜

⎞⎠ =βˆ‘

π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ 1𝑁

βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’1

(π‘žβˆ’π‘˜)π‘—βŽžβŽ  π‘”π‘˜

= 1𝑁

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

(π‘ž0)𝑗𝑔0 +βˆ‘

π‘˜βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

(π‘žβˆ’π‘˜)π‘—βŽžβŽ  π‘”π‘˜

⎞⎠ = 1𝑁

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

1π‘—βŽžβŽ  = 1

𝑁𝑁 = 1.

Como π‘˜ = 0 entΓ£o π‘žπ‘˜ Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade, logo βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1(π‘žβˆ’π‘˜)𝑗 = 0.Pelo Exemplo 2.1.14 temos que 𝑇𝑁(π‘ž) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1𝑇𝑁(π‘ž)𝑒𝑖.

Desde que β„Žπ‘βˆ’1 = 0 temos

β„Žπ‘βˆ’1𝑒𝑖 = β„Žπ‘βˆ’1

βŽ›βŽ 1𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘—π‘”π‘—

⎞⎠ = 1𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

β„Žπ‘βˆ’1π‘žβˆ’π‘–π‘—π‘”π‘— = 1𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘—β„Žπ‘βˆ’1𝑔𝑗 = 0.

Vejamos que 𝑇𝑁(π‘ž)𝑒𝑖=π‘ π‘π‘Žπ‘›{β„Žπ‘—π‘’π‘– |π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1}. Claramente π‘ π‘π‘Žπ‘›{β„Žπ‘—π‘’π‘– | π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1}βŠ†π‘‡π‘(π‘ž)𝑒𝑖.Para a outra inclusΓ£o, iniciaremos por provar via indução sobre 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1 que 𝑔𝑗𝑒𝑖 = π‘žπ‘–π‘—π‘’π‘–.Para 𝑗 = 1 obtemos

𝑔𝑒𝑖 = 1𝑁

βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘—π‘”π‘—+1 = π‘žπ‘–

βŽ›βŽ1𝑁

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–(𝑗+1)𝑔𝑗+1

⎞⎠= π‘žπ‘–

βŽ›βŽ 1𝑁

βˆ‘π‘™βˆˆπΌ1,𝑁

π‘žβˆ’π‘–π‘™π‘”π‘™

⎞⎠= π‘žπ‘–

βŽ›βŽ1𝑁

βˆ‘π‘™βˆˆπΌπ‘βˆ’1

π‘žβˆ’π‘–π‘™π‘”π‘™

⎞⎠ = π‘žπ‘–π‘’π‘–

Suponha que 𝑔𝑗𝑒𝑖 = π‘žπ‘–π‘—π‘’π‘–, para todo 𝑗 β‰₯ 1. Assim,

𝑔𝑗+1𝑒𝑖 = 𝑔(𝑔𝑗𝑒𝑖) = 𝑔(π‘žπ‘–π‘—π‘’π‘–) = π‘žπ‘–π‘—π‘”π‘’π‘– = π‘žπ‘–π‘—π‘žπ‘–π‘’π‘– = π‘žπ‘–(𝑗+1)𝑒𝑖.

Γ‰ suficiente provar que π‘”π‘ β„Žπ‘‘π‘’π‘– ∈ 𝑇𝑁(π‘ž)𝑒𝑖 pertence ao π‘ π‘π‘Žπ‘›{β„Žπ‘—π‘’π‘– | 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1}. Pelo Lema2.1.21, π‘”π‘ β„Žπ‘‘π‘’π‘– = π‘žβˆ’π‘ π‘‘β„Žπ‘‘π‘”π‘ π‘’π‘– = π‘žβˆ’π‘ π‘‘π‘žπ‘ π‘–β„Žπ‘‘π‘’π‘– = π‘žπ‘ (π‘–βˆ’π‘‘)β„Žπ‘‘π‘’π‘–.

Agora, definindo πœ“ : 𝑀(𝑁, 𝑖) βˆ’β†’ π‘ π‘π‘Žπ‘›{β„Žπ‘—π‘’π‘– | 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} por πœ“(𝑣𝑗) = β„Žπ‘—βˆ’1𝑒𝑖 paratodo 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 , onde {𝑣𝑗 | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁} Γ© a base canΓ΄nica de 𝑀(𝑁, 𝑖). A aplicação πœ“ Γ© umisomorfismo linear, pois {β„Žπ‘—π‘’π‘– | 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} Γ© linearmente independente. Mostremos que πœ“Γ© um isomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Com efeito,

πœ“(𝑔𝑣𝑗) = πœ“(π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1𝑣𝑗) = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1πœ“(𝑣𝑗) = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1β„Žπ‘—βˆ’1𝑒𝑖.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 77

Por outro lado,

π‘”πœ“(𝑣𝑗) = 𝑔(β„Žπ‘—βˆ’1𝑒𝑖) = π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1𝑔𝑒𝑖 = π‘ž1βˆ’π‘—β„Žπ‘—βˆ’1π‘žπ‘–π‘’π‘– = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1β„Žπ‘—βˆ’1𝑒𝑖.

Logo, πœ“(𝑔𝑣𝑗) = π‘”πœ“(𝑣𝑗), para todo 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 . AlΓ©m disso,

πœ“(β„Žπ‘£π‘—) = πœ“(𝑣𝑗+1) = β„Žπ‘—π‘’π‘– = β„Žβ„Žπ‘—βˆ’1𝑒𝑖 = β„Žπœ“(𝑣𝑗).

Portanto, 𝑇𝑁(π‘ž) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1𝑇𝑁(π‘ž)𝑒𝑖 ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’1𝑀(𝑁, 𝑖), ou seja, 𝑀(𝑁, 𝑖) Γ© so-mando direto de um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda e, consequentemente, pela Proposição2.2.30 𝑀(𝑁, 𝑖) Γ© projetivo. Note que do Lema 3.1.9 (ii) β„“β„“(𝑀(𝑁, 𝑖)) = 𝑁 . AlΓ©m disso,sabemos que β„“β„“(𝑇𝑁(π‘ž)) = 𝑁 e pela Observação 2.3.32 𝑇𝑁(π‘ž) Γ© auto-injetiva. Logo, doLema 2.2.101, 𝑀(𝑁, 𝑖) Γ© injetivo. Reciprocamente, suponha que 𝑀(𝑙, 𝑖) projetivo. PeloLema 3.1.9 (ii) temos que 𝑀(𝑙, 𝑖) Γ© indecomponΓ­vel, entΓ£o pelo Lema 2.2.67 𝑀(𝑙, 𝑖) Γ©isomorfo Γ  algum 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo e indecomponΓ­vel que aparece nadecomposição de 𝑇𝑁(π‘ž) como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda. Como 𝑇𝑁(π‘ž) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1𝑀(𝑁, 𝑖)entΓ£o 𝑀(𝑙, 𝑖) ≃ 𝑀(𝑁, 𝑖), Lema 3.1.9 (iii) segue que 𝑙 = 𝑁 .

(iii) Seja 𝑃 (𝑆𝑖) a cobertura projetiva de 𝑆𝑖. Considere πœ“ : 𝑀(𝑁, 𝑖) βˆ’β†’ 𝑆𝑖 dada porπœ“(𝑣1) = 𝑣 e πœ“(𝑣𝑗) = 0, se 𝑗 ∈ 𝐼2,𝑙. Note que πœ“ Γ© um epimorfismo e pelo item (ii) 𝑀(𝑁, 𝑖)Γ© projetivo. Dados 𝐿 um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo e 𝑔 : 𝐿 βˆ’β†’ 𝑀(𝑁, 𝑖) umhomomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda tal que πœ“ ∘ 𝑔 : 𝐿 βˆ’β†’ 𝑆𝑖 Γ© um epimorfismode 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Devemos mostrar que 𝑔 Γ© um epimorfismo. Como 𝑀(𝑁, 𝑖)Γ© projetivo o seguinte diagrama Γ© comutativo

𝑀(𝑁, 𝑖)β„Ž

{{πœ“

��𝐿

πœ“βˆ˜π‘” // 𝑆𝑖 // 0.

Ou seja, existe β„Ž : 𝑀(𝑁, 𝑖) βˆ’β†’ 𝐿 homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda tal queπœ“ = (πœ“ ∘ 𝑔) ∘ β„Ž = πœ“ ∘ (𝑔 ∘ β„Ž). Assim, 𝑔 ∘ β„Ž = 𝐼𝑑𝑀(𝑁,𝑖), entΓ£o 𝑔 Γ© um epimorfismo de𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Portanto, (𝑀(𝑁, 𝑖), πœ“) Γ© a cobertura projetiva de 𝑆𝑖, dondesegue pela Proposição 2.2.34 que 𝑀(𝑁, 𝑖) ≃ 𝑃 (𝑆𝑖). De maneira anΓ‘loga podemos mostrarque (𝑀(𝑁, 𝑖), πœ‘), onde πœ‘ : 𝑆𝑖 βˆ’β†’ 𝑀(𝑁, 𝑖) dada por πœ‘(𝑣) = 𝑣1 Γ© o fecho injetivo de 𝑆𝑖.Logo 𝑀(𝑁, 𝑖) ≃ 𝐸(𝑆𝑖), e consequentemente, 𝑀(𝑁, 𝑖) ≃ 𝑃 (𝑆𝑖) ≃ 𝐸(𝑆𝑖).

Notemos que do Lema 3.1.9 e do CorolΓ‘rio 3.1.10 𝑀(𝑁, 𝑗), 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1 sΓ£o todos os𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda projetivos (injetivos) e indecomponΓ­veis que nΓ£o sΓ£o isomorfosentre si. Assim, desde que os 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda projetivos (injetivos) e inde-componΓ­veis sΓ£o uniseriais, entΓ£o 𝑇𝑁(π‘ž) Γ© uma Γ‘lgebra de Nakayama. Com isso, temos oseguinte resultado.

Teorema 3.1.11. Existem, a menos de isomorfismo, 𝑁2 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda in-decomponΓ­veis de dimensΓ£o finita, Γ  saber {𝑀(𝑙, 𝑖) | 𝑙 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1}.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 78

Demonstração. Pela Proposição 2.2.103 temos que todo 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda fini-tamente gerado e indecomponΓ­vel Γ© isomorfo 𝑃/π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘›(𝑃 ), com 𝑛 ∈ 𝐼1,≀ℓℓ(𝑃 ), para algumum 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerda projetivo e indecomponΓ­vel 𝑃 . Considere {𝑣𝑗 | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁} abase canΓ΄nica de 𝑀(𝑁, 𝑖) e {𝑣′

𝑗 | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙} a base canΓ΄nica de 𝑀(𝑙, 𝑖). Considere a trans-formação linear sobrejetora πœ“ : 𝑀(𝑁, 𝑖) βˆ’β†’ 𝑀(𝑙, 𝑖) dada por πœ“(𝑣𝑗) = 𝑣′

𝑗, para 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙

e πœ“(𝑣𝑗) = 0, para 𝑗 ∈ 𝐼𝑙+1,𝑁 . Vejamos que πœ“ Γ© um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ esquerda. De fato,

πœ“(𝑔𝑣𝑗) = πœ“(π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1𝑣𝑗) = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1πœ“(𝑣𝑗) = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1𝑣′𝑗,

para todo 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙. Por outro lado, π‘”πœ“(𝑣𝑗) = 𝑔𝑣′𝑗 = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1𝑣′

𝑗, para todo 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙. AlΓ©mdisso, πœ“(β„Žπ‘£π‘—) = πœ“(𝑣𝑗+1) = 𝑣′

𝑗+1 = β„Žπœ“(𝑣𝑗). Agora se 𝑗 ∈ 𝐼𝑙+1,𝑁 temos que

πœ“(β„Žπ‘£π‘—) = πœ“(𝑣𝑗+1) = 0 = β„Žπœ“(𝑣𝑗)

eπœ“(𝑔𝑣𝑗) = π‘žπ‘–βˆ’π‘—+1πœ“(𝑣𝑗) = 0 = π‘”πœ“(𝑣𝑗).

AlΓ©m disso, πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“) = π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘™(𝑀(𝑁, 𝑖)). De fato, notemos que pela Proposição 2.2.93 eCorolΓ‘rio 3.1.4 temos que π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘™(𝑀(𝑁, 𝑖)) = 𝐽(𝑇𝑁(π‘ž))𝑙𝑀(𝑁, 𝑖) = βŸ¨β„Žπ‘™βŸ©π‘€(𝑁, 𝑖). Assim,basta mostrarmos que πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ“) = βŸ¨β„Žπ‘™βŸ©π‘€(𝑁, 𝑖). Seja π‘₯ = βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,𝑁𝛼𝑖𝑣𝑖 ∈ 𝑀(𝑁, 𝑖) tal que

πœ“(π‘₯) = 0. EntΓ£o,

0 = πœ“(π‘₯) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑁

π›Όπ‘–πœ“(𝑣𝑖) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑙

π›Όπ‘–πœ“(𝑣𝑖) +βˆ‘

π‘–βˆˆπΌπ‘™+1,𝑁

π›Όπ‘–πœ“(𝑣𝑖) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑖𝑣′𝑖.

Logo 𝛼𝑖 = 0, para todo 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑙, e consequentemente, π‘₯ = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1+𝑙,𝑁

𝛼𝑖𝑣𝑖. Portanto,βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

𝛼𝑖+𝑙𝑣𝑖+𝑙 =βˆ‘

π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

𝛼𝑖+π‘™β„Žπ‘™π‘£π‘– = β„Žπ‘™

βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

𝛼𝑖+𝑙𝑣𝑖 ∈ βŸ¨β„Žπ‘™βŸ©π‘€(𝑁, 𝑖).

Seja π‘₯ = π‘β„Žπ‘™π‘š ∈ π‘Ÿπ‘Žπ‘‘π‘™(𝑀(𝑁, 𝑖)) = βŸ¨β„Žπ‘™βŸ©π‘€(𝑁, 𝑖), ou seja, 𝑏 ∈ 𝑇𝑁(π‘ž) eπ‘š = βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑖𝑣𝑖 ∈ 𝑀 ,𝛼𝑖 ∈ k para 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑁 . EntΓ£o, πœ“(π‘₯) = 0 pois

π‘₯ = π‘β„Žπ‘™π‘š = π‘β„Žπ‘™

βŽ›βŽ βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑖𝑣𝑖

⎞⎠ = 𝑏

βŽ›βŽ βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,𝑁

π›Όπ‘–β„Žπ‘™π‘£π‘–

⎞⎠= 𝑏

βŽ›βŽ βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

π›Όπ‘–β„Žπ‘™π‘£π‘– +

βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘βˆ’π‘™+1,𝑁

π›Όπ‘–β„Žπ‘™π‘£π‘–

⎞⎠ = 𝑏

βŽ›βŽ βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

π›Όπ‘–β„Žπ‘™π‘£π‘– + 0

⎞⎠= 𝑏

βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

π›Όπ‘–β„Žπ‘™π‘£π‘– = 𝑏

βˆ‘π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

𝛼𝑖𝑣𝑖+𝑙.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 79

3.2 O produto tensorial de módulos indecomponíveisNesta seção provaremos algumas propriedades sobre o produto tensorial dos mó-

dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis da Γ‘lgebra de Taft 𝑇𝑁(π‘ž), os quais foram totalmentedescritos na subseção anterior. Os resultados que mostraremos serΓ£o fundamentais paradescrever o anel de Green da Álgebra de Taft, visto que, estes mΓ³dulos formam umaZ-base para o anel de Green de uma Γ‘lgebra de Hopf de dimensΓ£o finita.

Lema 3.2.1. Sejam 𝑙 ∈ 𝐼1,𝑁 e π‘Ÿ, π‘Ÿβ€² ∈ Z. EntΓ£o,

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— π‘†π‘Ÿβ€² ≃ π‘†π‘Ÿβ€² βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²).

Demonstração. Definimos πœ“ :𝑀(𝑙, π‘Ÿ)βŠ—π‘†π‘Ÿβ€² βˆ’β†’ π‘†π‘Ÿβ€²βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) por πœ“(π‘£π‘—βŠ—π‘£) = π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²π‘£βŠ—π‘£π‘—, para

todo 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙. Claramente πœ“ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais. Resta mostrarmosque πœ“ Γ© um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Para tanto, Γ© suficiente provarpara os geradores de 𝑇𝑁(π‘ž) e para a base de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— π‘†π‘Ÿβ€² . De fato,

πœ“(𝑔(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣)) = πœ“(𝑔𝑣𝑗 βŠ— 𝑔𝑣) = πœ“(π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘—+1𝑣𝑗 βŠ— π‘žπ‘Ÿβ€²π‘£) = π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘—+1π‘žπ‘Ÿ

β€²πœ“(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣)

= (π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1)π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²π‘£ βŠ— 𝑣𝑗 = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—(1+π‘Ÿβ€²)+1𝑣 βŠ— 𝑣𝑗 = π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²(π‘žπ‘Ÿβ€²π‘£ βŠ— π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘—+1𝑣𝑗)

= π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²(𝑔𝑣 βŠ— 𝑔𝑣𝑗) = 𝑔(π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²π‘£ βŠ— 𝑣𝑗) = π‘”πœ“(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣),

Logo, πœ“(𝑔(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣)) = π‘”πœ“(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣). AlΓ©m disso,

πœ“(β„Ž(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣)) = πœ“(𝑣𝑗 βŠ— β„Žπ‘£ + β„Žπ‘£π‘— βŠ— 𝑔𝑣) = πœ“(𝑣𝑗+1 βŠ— π‘žπ‘Ÿπ‘£) = π‘žπ‘Ÿπœ“(𝑣𝑗+1 βŠ— 𝑣)

= π‘žπ‘Ÿβ€²(π‘žβˆ’(𝑗+1)π‘Ÿβ€²

𝑣 βŠ— 𝑣𝑗+1) = π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²π‘£ βŠ— 𝑣𝑗+1.

Por outro lado,

β„Žπœ“(𝑣𝑗 βŠ— 𝑣) = β„Ž(π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²π‘£ βŠ— 𝑣𝑗) = π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²

β„Ž(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗) = π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²(𝑣 βŠ— β„Žπ‘£π‘— + β„Žπ‘£ βŠ— 𝑔𝑣𝑗)

= π‘žβˆ’π‘—π‘Ÿβ€²π‘£ βŠ— 𝑣𝑗+1.

Para ver que π‘†π‘Ÿβ€² βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²), consideremos πœ‘ : π‘†π‘Ÿβ€² βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) βˆ’β†’ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²)dada por πœ‘(π‘£βŠ— 𝑣𝑗) = 𝑣𝑗. Facilmente se vΓͺ que πœ‘ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais.Mostremos que πœ‘ Γ© um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. De fato,

πœ‘(𝑔(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗)) = π‘žπ‘Ÿβ€²π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘—+1πœ‘(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗) = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—+1𝑣𝑗 = 𝑔𝑣𝑗 = π‘”πœ‘(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗).

πœ‘(β„Ž(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗)) = πœ‘(𝑣 βŠ— β„Žπ‘£π‘— + β„Žπ‘£ βŠ— 𝑔𝑣𝑗) = πœ‘(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗+1) = 𝑣𝑗+1 = β„Žπ‘£π‘— = β„Žπœ‘(𝑣 βŠ— 𝑣𝑗).

Observação 3.2.2. Note que como 𝑀(1, π‘Ÿ) = π‘†π‘Ÿ, em particular, pelo lema acima temosque π‘†π‘Ÿ βŠ— π‘†π‘Ÿβ€² ≃ π‘†π‘Ÿ+π‘Ÿβ€² e π‘†π‘Ÿ βŠ—π‘€(𝑙, 0) ≃ 𝑀(𝑙, 0) βŠ— π‘†π‘Ÿ ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ).

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 80

O lema anterior diz que o produto tensorial de um 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo Γ  esquerdasimples por um indecomponΓ­vel Γ© comutativo, bem como prova que este continua sendoindecomponΓ­vel.

Proposição 3.2.3. Sejam 𝑙 ∈ 𝐼2,𝑁 e π‘Ÿ, π‘Ÿβ€² ∈ Z. EntΓ£o, temos os seguintes isomorfismosde 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑁, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙).

Demonstração. Sejam {𝑣𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑙} e {𝑒𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑁} as bases canΓ΄nicas de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) e de𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²), respectivamente. Mostremos que 𝛾 = {𝑀𝑙,𝑗, β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1 | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑙},Γ© base de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²), onde 𝑀𝑖,𝑗 := 𝑣𝑖 βŠ— 𝑒𝑗. Primeiramente, vejamos que 𝛾 Γ© umconjunto linearmente independente. Sejam 𝛼𝑗, 𝛽𝑗,𝑠 ∈ k, 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑙, tais que

0 =βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑗𝑀𝑙,𝑗 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑗,π‘ β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1

=βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑗𝑀𝑙,𝑗 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑗,π‘ β„Žπ‘—βˆ’1π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— 𝑒1

=βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑗𝑀𝑙,𝑗 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑗,π‘ βˆ‘

π‘˜βˆˆπΌπ‘—βˆ’1

(𝑗 βˆ’ 1π‘˜

)π‘ž

β„Žπ‘—βˆ’1βˆ’π‘˜π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— π‘”π‘—βˆ’1βˆ’π‘˜β„Žπ‘˜π‘’1

=βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑗𝑀𝑙,𝑗 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑗,π‘ βˆ‘

π‘˜βˆˆπΌπ‘—βˆ’1

(𝑗 βˆ’ 1π‘˜

)π‘ž

π‘£π‘™βˆ’π‘ +π‘—βˆ’π‘˜ βŠ— π‘ž(π‘—βˆ’1βˆ’π‘˜)(π‘Ÿβ€²βˆ’π‘˜)π‘’π‘˜+1

=βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

𝛼𝑗𝑀𝑙,𝑗 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,𝑁

βŽ›βŽ βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘—βˆ’1

(𝑗 βˆ’ 1π‘˜

)π‘ž

βŽ›βŽ βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑗,π‘ π‘£π‘™βˆ’π‘ +π‘—βˆ’π‘˜

βŽžβŽ βŠ— π‘ž(π‘—βˆ’1βˆ’π‘˜)(π‘Ÿβ€²βˆ’π‘˜)π‘’π‘˜+1

⎞⎠ .Na equação acima vamos separar os termos 𝑣𝑖 βŠ— 𝑒𝑁 , 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑁 dos demais. Note que noΓΊltimo somatΓ³rio isto ocorre quando π‘˜ + 1 = 𝑁 , ou equivalentemente quando 𝑗 = 𝑁 eπ‘˜ = 𝑁 βˆ’ 1. Assim,

0 =βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

𝛼𝑗𝑀𝑙,𝑗 +βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,π‘βˆ’1

βŽ›βŽ βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘—βˆ’1

(𝑗 βˆ’ 1π‘˜

)π‘ž

βŽ›βŽ βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑗,π‘ π‘£π‘™βˆ’π‘ +π‘—βˆ’π‘˜

βŽžβŽ βŠ— π‘ž(π‘—βˆ’1βˆ’π‘˜)(π‘Ÿβ€²βˆ’π‘˜)π‘’π‘˜+1

⎞⎠+

βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘βˆ’2

⎑⎣(𝑁 βˆ’ 1π‘˜

)π‘ž

βŽ›βŽ βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑁,π‘ π‘£π‘™βˆ’π‘ +π‘βˆ’π‘˜

βŽžβŽ βŠ— π‘ž(π‘βˆ’1βˆ’π‘˜)(π‘Ÿβ€²βˆ’π‘˜)π‘’π‘˜+1

⎀⎦+

𝛼𝑁𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑁 +βŽ›βŽ βˆ‘π‘ βˆˆπΌ2,𝑙

𝛽𝑁,π‘ π‘£π‘™βˆ’π‘ +1

βŽžβŽ βŠ— 𝑒𝑁 .

Como {π‘£π‘–βŠ—π‘’π‘— | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑙, 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁} Γ© base de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ)βŠ—π‘€(𝑁, π‘Ÿβ€²), entΓ£o 𝛼𝑁 = 𝛽𝑁,𝑠 = 0, paratodo 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑙. Procedendo desta forma indutivamente, isto Γ©, destacando os termos queacompanham o maior Γ­ndice de 𝑒, concluΓ­mos que π›Όπ‘βˆ’π‘ = π›½π‘βˆ’π‘,𝑠 = 0, para cada 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑙,𝑝 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Portanto, 𝛼𝑗 = 𝛽𝑗,𝑠 = 0, para cada 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑙, e consequentemente 𝛾 Γ©linearmente independente. Como 𝛾 Γ© linearmente independente e a cardinalidade de 𝛾 Γ©igual a dimensΓ£o de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑁, π‘Ÿβ€²), entΓ£o 𝛾 Γ© base de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑁, π‘Ÿβ€²).

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 81

Seja 𝛽 = β‹ƒπ‘–βˆˆπΌ1,𝑙

𝛽𝑖, onde 𝛽𝑖 = {π‘₯𝑖𝑗 | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁} Γ© a base canΓ΄nica de𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™).A aplicação πœ“ : 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑁, π‘Ÿβ€²) βˆ’β†’ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+ π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙) dada por πœ“(𝑀𝑙𝑗) = π‘₯1𝑗 e

πœ“(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1)1) = π‘₯𝑠𝑗+𝑁(π‘ βˆ’1), 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑠 Γ© claramente um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais.Para provar que πœ“ Γ© um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda basta mostrar paraos geradores de 𝑇𝑁(π‘ž). De fato,

πœ“(𝑔𝑀𝑙,𝑗) = πœ“(𝑔(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗)) = πœ“(π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1𝑣𝑙 βŠ— π‘žπ‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1𝑒𝑗) = π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1π‘žπ‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—+1πœ“(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗)

= π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘™βˆ’π‘—+1π‘₯1

𝑗 = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™βˆ’π‘—+2π‘₯1

𝑗 = 𝑔π‘₯1𝑗 = π‘”πœ“(𝑀𝑙,𝑗),

πœ“(β„Žπ‘€π‘™,𝑗) = πœ“(β„Ž(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗)) = πœ“(𝑣𝑙 βŠ— β„Žπ‘’π‘— + β„Žπ‘£π‘™ βŠ— 𝑔𝑒𝑗) = πœ“(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗+1) = π‘₯1𝑗+1

= β„Žπ‘₯1𝑗 = β„Žπœ“(𝑀𝑙𝑗).

AlΓ©m disso,

πœ“(π‘”β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = πœ“(π‘ž1βˆ’π‘—β„Žπ‘—βˆ’1π‘”π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = π‘ž1βˆ’π‘—πœ“(β„Žπ‘—βˆ’1(π‘”π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— 𝑔𝑒1))

= π‘ž1βˆ’π‘—π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+π‘ π‘žπ‘Ÿβ€²πœ“(β„Žπ‘—βˆ’1π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— 𝑒1) = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘™βˆ’π‘—+𝑠+1πœ“(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1)

= π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™βˆ’π‘—+𝑠+1π‘₯𝑠𝑗+𝑁(π‘ βˆ’1) = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²+π‘ βˆ’π‘™βˆ’(𝑗+𝑁(π‘ βˆ’1))+1π‘₯𝑠𝑗+𝑁(π‘ βˆ’1)

= 𝑔π‘₯𝑠𝑗+𝑁(π‘ βˆ’1) = π‘”πœ“(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1),

πœ“(β„Ž(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1)) = πœ“(β„Žπ‘—π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = π‘₯𝑠𝑗+1+𝑁(π‘ βˆ’1) = β„Žπ‘₯𝑠𝑗+𝑁(π‘ βˆ’1)

= β„Žπœ“(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1).

Finalmente, para mostrar que 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) note quede maneira anΓ‘loga ao que foi feito para mostrar que 𝛾 Γ© base de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²),podemos mostrar que 𝛾 = {��𝑗,𝑙, β„Žπ‘—βˆ’1οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) | 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑠 ∈ 𝐼2,𝑙}, Γ© uma base de𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ), onde ��𝑗,𝑖 := 𝑒𝑗 βŠ— 𝑣𝑖, para quaisquer 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑖 ∈ 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙. Definimosπœ‘ : 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²) βˆ’β†’ 𝑀(𝑁, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿβ€²) por πœ‘(𝑀𝑙,𝑗) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)��𝑗,𝑙, 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑁 eπœ‘(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = β„Žπ‘—βˆ’1οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1), 𝑠 ∈ 𝐼𝑠,𝑙. Claramente πœ‘ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§osvetoriais. Resta mostrar que πœ‘ Γ© um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Defato,

πœ‘(β„Žπ‘€π‘™,𝑗) = πœ‘(β„Ž(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗)) = πœ‘(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗+1) = πœ‘(𝑀𝑙,𝑗+1) = π‘ž(𝑗+1)(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)��𝑗+1,𝑙,

πœ‘(𝑔𝑀𝑙,𝑗) = πœ‘(𝑔(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗)) = πœ‘(𝑔𝑣𝑙 βŠ— 𝑔𝑒𝑗) = πœ‘(π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1𝑣𝑙 βŠ— π‘žπ‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1𝑒𝑗)

= π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1πœ‘(𝑣𝑙 βŠ— 𝑒𝑗) = π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1πœ‘(𝑀𝑙,𝑗)

= π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)��𝑗,𝑙.

Por outro lado,

β„Žπœ‘(𝑀𝑙,𝑗) = β„Ž(π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)��𝑗,𝑙) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)β„ŽοΏ½οΏ½π‘—,𝑙 = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)β„Ž(𝑒𝑗 βŠ— 𝑣𝑙)

= π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)(𝑒𝑗+1 βŠ— 𝑔𝑣𝑙) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)(𝑒𝑗+1 βŠ— π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1𝑣𝑙)

= π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1(𝑒𝑗+1 βŠ— 𝑣𝑙) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)+(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)(𝑒𝑗+1 βŠ— 𝑣𝑙)

= π‘ž(𝑗+1)(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)��𝑗+1,𝑙,

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 82

π‘”πœ‘(𝑀𝑙,𝑗) = 𝑔(π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)��𝑗,𝑙) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)𝑔(𝑒𝑗 βŠ— 𝑣𝑙) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)(𝑔𝑒𝑗 βŠ— 𝑔𝑣𝑙)

= π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)(π‘žπ‘Ÿβ€²βˆ’π‘—+1𝑒𝑗 βŠ— π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1𝑣𝑙) = π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’π‘—βˆ’π‘™+2(𝑒𝑗 βŠ— 𝑣𝑙)

= π‘žπ‘—(π‘Ÿβˆ’π‘™+1)π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’π‘—βˆ’π‘™+2��𝑗,𝑙.

AlΓ©m disso,

πœ‘(β„Ž(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1)) = πœ‘(β„Žπ‘—π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1)) = β„Žπ‘—οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) = β„Žβ„Žπ‘—βˆ’1οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1)

= β„Žπœ‘(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1),

πœ‘(π‘”β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = πœ‘(π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1π‘”π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = πœ‘(π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1𝑔(π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— 𝑒1))

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)πœ‘(β„Žπ‘—βˆ’1(π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+(π‘ βˆ’1)+1π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— π‘žπ‘Ÿβ€²π‘’1))

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+(π‘ βˆ’1)+1π‘žπ‘Ÿβ€²πœ‘(β„Žπ‘—βˆ’1π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1) βŠ— 𝑒1)

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)+π‘Ÿβˆ’π‘™+(π‘ βˆ’1)+1+π‘Ÿβ€²πœ‘(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1)

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)+π‘Ÿβˆ’π‘™+(π‘ βˆ’1)+1+π‘Ÿβ€²β„Žπ‘—βˆ’1οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1).

Por outro lado,

π‘”πœ‘(β„Žπ‘—βˆ’1π‘€π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1),1) = 𝑔(β„Žπ‘—βˆ’1οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1)) = π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1𝑔��1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1)

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1𝑔(𝑒1 βŠ— π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1))

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1(𝑔𝑒1 βŠ— π‘”π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1))

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)β„Žπ‘—βˆ’1(π‘žπ‘Ÿπ‘’1 βŠ— π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1))+1π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1))

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)π‘žπ‘Ÿβ€²π‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1)+1β„Žπ‘—βˆ’1𝑒1 βŠ— π‘£π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1)

= π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’π‘™+(π‘ βˆ’1)+1β„Žπ‘—βˆ’1οΏ½οΏ½1,π‘™βˆ’(π‘ βˆ’1).

Portanto, πœ‘ Γ© um isomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda.

Segue do Lema 3.2.1 e da Proposição 3.2.3 que o produto tensorial entre dois 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) e 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) Γ© comutativo quando 𝑙′ = 1 ou𝑙′ = 𝑁 . Queremos mostrar que isto vale para quaisquer 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,𝑁 . Para isso, iremosutilizar o seguinte lema.

Lema 3.2.4. Sejam 𝑙 ∈ 𝐼2,π‘βˆ’1 e π‘Ÿ ∈ Z. EntΓ£o,

(i) 𝑀(𝑁, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(2, 0) ≃ 𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑁, π‘Ÿ) ≃ 𝑀(𝑁, π‘Ÿ βˆ’ 1) βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ);

(ii) 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(2, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑙 + 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(𝑙 βˆ’ 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1).

Demonstração. (i) Segue imediatamente da Proposição 3.2.3, para 𝑙 = 2.

(ii) Sejam {𝑣𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,2} e {𝑒𝑖 | 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑙} bases canΓ΄nicas de 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) e de 𝑀(𝑙, π‘Ÿ),respectivamente. Mostremos que 𝑀(2, π‘Ÿβ€²)βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) ≃ 𝑀(𝑙+1, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²)βŠ•π‘€(π‘™βˆ’1, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€² βˆ’1).

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 83

Considere π‘Š1 = π‘ π‘π‘Žπ‘›{β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1) | 𝑗 ∈ 𝐼𝑙} e π‘Š2 = π‘ π‘π‘Žπ‘›{β„Žπ‘—(𝑀) | 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’2}, onde𝑀 = 𝑣1 βŠ— 𝑒2 βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))𝑣2 βŠ— 𝑒1. Vejamos que π‘Š1, π‘Š2 sΓ£o 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulosΓ  esquerda de 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ). Claramente β„Ž(β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) ∈ π‘Š1, para todo 𝑗 ∈ 𝐼𝑙.Provemos que β„Žπ‘™+1(𝑣1 βŠ— 𝑒1) = 0. De fato, pela Proposição 2.3.31

β„Žπ‘™+1(𝑣1 βŠ— 𝑒1) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘™+1

(𝑙 + 1𝑖

)π‘ž

β„Žπ‘–π‘£1 βŠ— π‘”π‘–β„Ž(𝑙+1)βˆ’π‘–π‘’1

=(𝑙 + 1

0

)π‘ž

𝑣1 βŠ— β„Žπ‘™+1𝑒1 +(𝑙 + 1

1

)π‘ž

β„Žπ‘£1 βŠ— π‘”β„Žπ‘™π‘’1

= 𝑣1 βŠ— 0 + (𝑙 + 1)π‘ž 𝑣2 βŠ— 0 = 0.

AlΓ©m disso,

π‘”β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1) = π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—π‘”(𝑣1 βŠ— 𝑒1) = π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—(𝑔𝑣1 βŠ— 𝑔𝑒1) = π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—(π‘žπ‘Ÿβ€²π‘£1 βŠ— π‘žπ‘Ÿπ‘’1)

= π‘žβˆ’π‘—+π‘Ÿβ€²+π‘Ÿβ„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1) ∈ π‘Š1, (3.3)

para todo 𝑗 ∈ 𝐼𝑙. Portanto, π‘Š1 Γ© um 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ).Γ‰ claro que β„Žβ„Žπ‘—(𝑀) ∈ π‘Š2, para todo 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’3. Vejamos que β„Žπ‘™βˆ’1(𝑀) = 0. De fato,

β„Žπ‘™βˆ’1(𝑀) = β„Žπ‘™βˆ’1(𝑣1 βŠ— 𝑒2 βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))𝑣2 βŠ— 𝑒1)

= β„Žπ‘™βˆ’1(𝑣1 βŠ— 𝑒2) βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))β„Žπ‘™βˆ’1(𝑣2 βŠ— 𝑒1).

Considere 𝑐 = (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)) = π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(1 + π‘ž + Β· Β· Β· + π‘žπ‘™βˆ’2) = π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž naigualdade acima, assim

β„Žπ‘™βˆ’1(𝑀) =βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘™βˆ’1

(𝑙 βˆ’ 1𝑖

)π‘ž

β„Žπ‘–π‘£1 βŠ— π‘”π‘–β„Ž(π‘™βˆ’1)βˆ’π‘–π‘’2 βˆ’ π‘βˆ‘π‘–βˆˆπΌπ‘™βˆ’1

(𝑙 βˆ’ 1𝑖

)π‘ž

β„Žπ‘–π‘£2 βŠ— π‘”π‘–β„Ž(π‘™βˆ’1)βˆ’π‘–π‘’1

=(𝑙 βˆ’ 1

0

)π‘ž

𝑣1 βŠ— β„Žπ‘™βˆ’1𝑒2 +(𝑙 βˆ’ 1

1

)π‘ž

β„Žπ‘£1 βŠ— π‘”β„Žπ‘™βˆ’2𝑒2

βˆ’ 𝑐

βŽ›βŽ(𝑙 βˆ’ 10

)π‘ž

𝑣2 βŠ— β„Žπ‘™βˆ’1𝑒1 +(𝑙 βˆ’ 1

1

)π‘ž

β„Žπ‘£2 βŠ— π‘”β„Žπ‘™βˆ’2𝑒1

⎞⎠= (𝑣1 βŠ— 0 + (𝑙 βˆ’ 1)π‘ž 𝑣2 βŠ— 𝑔𝑒𝑙) βˆ’ 𝑐(𝑣2 βŠ— 𝑒𝑙 + (𝑙 βˆ’ 1)π‘ž 0 βŠ— 𝑔𝑒𝑙)

= (𝑙 βˆ’ 1)π‘žπ‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1 (𝑣2 βŠ— 𝑒𝑙) βˆ’ 𝑐(𝑣2 βŠ— 𝑒𝑙)

= (𝑙 βˆ’ 1)π‘žπ‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1 (𝑣2 βŠ— 𝑒𝑙) βˆ’ (𝑙 βˆ’ 1)π‘žπ‘žπ‘Ÿβˆ’π‘™+1 (𝑣2 βŠ— 𝑒𝑙) = 0.

Temos ainda,

π‘”β„Žπ‘—(𝑀) = π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—π‘”(𝑣1 βŠ— 𝑒2 βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))𝑣2 βŠ— 𝑒1)

= π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—(𝑔(𝑣1 βŠ— 𝑒2) βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))𝑔(𝑣2 βŠ— 𝑒1))

= π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—((π‘žπ‘Ÿβ€²π‘£1 βŠ— π‘žπ‘Ÿβˆ’1𝑒2) βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))(π‘žπ‘Ÿβ€²βˆ’1𝑣2 βŠ— π‘žπ‘Ÿπ‘’1))

= π‘žβˆ’π‘—β„Žπ‘—(π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’1(𝑣1 βŠ— 𝑒2) βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’1(𝑣2 βŠ— 𝑒1)

= π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’π‘—βˆ’1β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1 βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))(𝑣2 βŠ— 𝑒1))

= π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’π‘—βˆ’1β„Žπ‘—(𝑀) ∈ π‘Š2, (3.4)

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 84

para todo 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’2. Logo, π‘Š2 Γ© um 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ).Consequentemente, π‘Š1 + π‘Š2 Γ© um 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulo Γ  esquerda de 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ).AlΓ©m disso, π‘Š1 βˆ©π‘Š2 = {0}. De fato, seja π‘₯ ∈ π‘Š1 βˆ©π‘Š2 entΓ£o

π‘₯ =βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘™

π›Όπ‘—β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1) =

βˆ‘π‘—=βˆˆπΌπ‘™βˆ’2

π›½π‘—β„Žπ‘—(𝑀).

Vejamos,

π‘₯ =βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘™

π›Όπ‘—β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1) =

βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘™

𝛼𝑖

βŽ›βŽβˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘—

(𝑗

π‘˜

)π‘ž

β„Žπ‘˜π‘£1 βŠ— π‘”π‘˜β„Žπ‘—βˆ’π‘˜π‘’1

⎞⎠= 𝛼0(𝑣1 βŠ— 𝑒1) +

βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑖

βŽ›βŽβˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘—

(𝑗

π‘˜

)π‘ž

β„Žπ‘˜π‘£1 βŠ— π‘”π‘˜β„Žπ‘—βˆ’π‘˜π‘’1

⎞⎠= 𝛼0(𝑣1 βŠ— 𝑒1) +

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑗(𝑣1 βŠ— β„Žπ‘—π‘’1 + (𝑗)π‘ž 𝑣2 βŠ— π‘”β„Žπ‘—βˆ’1𝑒1)⎞⎠

= 𝛼0(𝑣1 βŠ— 𝑒1) +βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑗(𝑣1 βŠ— β„Žπ‘—π‘’1 + (𝑗)π‘ž 𝑣2 βŠ— π‘ž1βˆ’π‘—β„Žπ‘—βˆ’1𝑔𝑒1)

= 𝛼0(𝑣1 βŠ— 𝑒1) +βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑗(𝑣1 βŠ— β„Žπ‘—π‘’1 + (𝑗)π‘ž 𝑣2 βŠ— π‘ž1βˆ’π‘—β„Žπ‘—βˆ’1π‘žπ‘Ÿπ‘’1)

= 𝛼0(𝑣1 βŠ— 𝑒1) +βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

𝛼𝑗(𝑣1 βŠ— β„Žπ‘—π‘’1 + (𝑗)π‘ž 𝑣2 βŠ— π‘ž1βˆ’π‘—+π‘Ÿβ„Žπ‘—βˆ’1𝑒1)

= 𝑣1 βŠ—

βŽ›βŽβˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘™

π›Όπ‘—β„Žπ‘—π‘’1

⎞⎠+ 𝑣2 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

π›Όπ‘—π‘ž1βˆ’π‘—+π‘Ÿ(𝑗)π‘ž β„Žπ‘—βˆ’1𝑒1

⎞⎠= 𝑣1 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘™βˆ’1

𝛼𝑗𝑒𝑗+1

⎞⎠+ 𝑣2 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

π›Όπ‘—π‘ž1βˆ’π‘—+π‘Ÿ(𝑗)π‘ž 𝑒𝑗

⎞⎠ . (3.5)

Por outro lado, de maneira anΓ‘loga ao que foi feito acima, temos

π‘₯ =βˆ‘

π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

π›½π‘—β„Žπ‘—(𝑀) =

βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

π›½π‘—β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒2 βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’1 + Β· Β· Β· + π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1))(𝑣2 βŠ— 𝑒1))

= 𝛽0(𝑣1 βŠ— 𝑒2) βˆ’ 𝛽0(π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž 𝑣2 βŠ— 𝑒1)+βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

𝛽𝑗

βŽ›βŽβˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘—

(𝑗

π‘˜

)π‘ž

β„Žπ‘˜π‘£1 βŠ— π‘”π‘˜β„Žπ‘—βˆ’π‘˜π‘’2 βˆ’ (π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž)βˆ‘π‘˜βˆˆπΌπ‘—

(𝑗

π‘˜

)π‘ž

β„Žπ‘˜π‘£2 βŠ— π‘”π‘˜β„Žπ‘—βˆ’π‘˜π‘’1

⎞⎠= 𝛽0(𝑣1 βŠ— 𝑒2 βˆ’ 𝛽0(π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž 𝑣2 βŠ— 𝑒1)+βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

𝛽𝑗

βŽ›βŽβŽ›βŽπ‘£1 βŠ— β„Žπ‘—π‘’2 +(𝑗

1

)π‘ž

β„Žπ‘£1 βŠ— π‘”β„Žπ‘—βˆ’1𝑒2

βŽžβŽ βˆ’ π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž 𝑣2 βŠ— β„Žπ‘—π‘’1)⎞⎠

= 𝛽0(𝑣1 βŠ— 𝑒2 βˆ’ 𝛽0(π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž 𝑣2 βŠ— 𝑒1)+βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

𝛽𝑗(𝑣1 βŠ— 𝑒𝑗+2 + (𝑗)π‘ž 𝑣2 βŠ— π‘žβˆ’π‘—+π‘Ÿπ‘’π‘—+1 βˆ’ π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž (𝑣2 βŠ— 𝑒𝑗+1)

)

= 𝑣1 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

𝛽𝑗𝑒𝑗+2

⎞⎠+ 𝑣2 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,π‘™βˆ’2

𝛽𝑗((𝑗)π‘ž π‘žβˆ’π‘—+π‘Ÿπ‘₯βˆ’ π‘žπ‘Ÿβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž) 𝑒𝑗+1)⎞⎠ .

(3.6)

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 85

De (3.5) e (3.6) segue que 𝛼0 = 0, 𝛼𝑗 = π›½π‘—βˆ’1, para todo 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘™βˆ’1, π›Όπ‘™π‘ž1βˆ’π‘™(𝑙)π‘ž = 0e π›Όπ‘—π‘ž

1βˆ’π‘—(𝑗)π‘ž = π›½π‘—βˆ’1((𝑗 βˆ’ 1)π‘ž π‘žβˆ’(π‘—βˆ’1)) βˆ’ π‘žβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž), 𝑗 ∈ 𝐼1,π‘™βˆ’1. Assim 𝛼𝑙 = 0 e𝛼𝑗[1 + π‘žβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž] = 0. Note que 1 + π‘žβˆ’(π‘™βˆ’1)(𝑙 βˆ’ 1)π‘ž = 0 e consequentemente π‘₯ = 0.

Vejamos que π‘Š1 ≃ 𝑀(𝑙 + 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²). Note que 𝛽 = {β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1) | 𝑗 ∈ 𝐼𝑗} Γ© umabase de π‘Š1, pois dado π‘₯ = βˆ‘

π‘—βˆˆπΌπ‘—π›Όπ‘—β„Ž

𝑗(𝑣1 βŠ— 𝑒1) = 0, onde 𝛼𝑗 ∈ k, 𝑗 ∈ 𝐼𝑗. Por (3.5) temosque

0 = π‘₯ = 𝑣1 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌπ‘™βˆ’1

𝛼𝑗𝑒𝑗+1

⎞⎠+ 𝑣2 βŠ—

βŽ›βŽ βˆ‘π‘—βˆˆπΌ1,𝑙

π›Όπ‘—π‘ž1βˆ’π‘—+π‘Ÿ(𝑗)π‘žπ‘’π‘—

⎞⎠ .Como {𝑣𝑖 βŠ— 𝑒𝑗+1 | 𝑖 ∈ 𝐼1,2, 𝑗 ∈ 𝐼1,𝑙} Γ© uma base de 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ), entΓ£o 𝛼𝑗 = 0,para todo 𝑗 ∈ 𝐼𝑙. Defina πœ‘ : π‘Š1 βˆ’β†’ 𝑀(𝑙 + 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²) por πœ‘(β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1))) = π‘₯𝑗+1,𝑗 ∈ 𝐼𝑙. Claramente πœ‘ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais. Resta mostrar que πœ‘ Γ©um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda, para isso Γ© suficiente mostrar para osgeradores 𝑔 e β„Ž de 𝑇𝑁(π‘ž). EntΓ£o por (3.3) temos que πœ‘(π‘”β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—πœ‘(β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ—π‘’1)) = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—π‘₯𝑗+1. Por outro lado,

π‘”πœ‘(β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = 𝑔π‘₯𝑗+1 = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’(𝑗+1)+1π‘₯𝑗+1 = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—π‘₯𝑗+1.

Se 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’1, entΓ£o

πœ‘(β„Žβ„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = πœ‘(β„Žπ‘—+1(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = π‘₯𝑗+2 = β„Žπ‘₯𝑗+1 = β„Žπœ‘(β„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1))

Agora se 𝑗 = 𝑙, entΓ£o

πœ‘(β„Žβ„Žπ‘™(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = πœ‘(β„Žπ‘™+1(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = 0 = β„Žπœ‘(β„Žπ‘™(𝑣1 βŠ— 𝑒1)).

Portanto, πœ‘ Γ© um isomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos.

Finalmente, mostremos que π‘Š2 ≃ 𝑀(𝑙 βˆ’ 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1). De fato, notemos que𝛼 = {β„Žπ‘—(𝑀) | 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’2} Γ© uma base de π‘Š2, a prova Γ© feita de maneira anΓ‘loga aoque foi realizado para provar que 𝛽 Γ© uma base de π‘Š1. Definimos o isomorfismo linearπœ“ : π‘Š2 βˆ’β†’ 𝑀(𝑙 βˆ’ 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1) por πœ“(β„Žπ‘—(𝑀)) = 𝑦𝑗+1, 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’2. Da mesma forma, paramostrar que πœ“ um homomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda Γ© suficiente mostrar paraos geradores 𝑔 e β„Ž de 𝑇𝑁(π‘ž). Por (3.4) temos

πœ“(π‘”β„Žπ‘—(𝑀)) = π‘žπ‘Ÿβ€²+π‘Ÿβˆ’π‘—βˆ’1πœ“(β„Žπ‘—(𝑀)) = π‘žπ‘Ÿ

β€²+π‘Ÿβˆ’π‘—βˆ’1𝑦𝑗+1.

Por outro lado,

π‘”πœ“(β„Žπ‘—(𝑀)) = 𝑔𝑦𝑗+1 = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1βˆ’(𝑗+1)+1𝑦𝑗+1 = π‘žπ‘Ÿ+π‘Ÿ

β€²βˆ’π‘—βˆ’1𝑦𝑗+1.

Se 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’3, entΓ£o πœ“(β„Žβ„Žπ‘—(𝑣1 βŠ— 𝑒1)) = πœ“(β„Žπ‘—+1(𝑀)) = 𝑦𝑗+2 = β„Žπ‘₯𝑗+1 = β„Žπœ“(β„Žπ‘—(𝑀)). Agora,se 𝑗 = 𝑙 βˆ’ 2, entΓ£o πœ“(β„Žβ„Žπ‘™βˆ’2(𝑀)) = πœ“(β„Žπ‘™βˆ’2(𝑀)) = 0 = β„Žπœ“(β„Žπ‘™βˆ’1(𝑀)). Portanto πœ“ Γ© umisomorfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Como π‘‘π‘–π‘škπ‘Š1βŠ•π‘Š2 = π‘‘π‘–π‘škπ‘Š1+π‘‘π‘–π‘škπ‘Š2 = 2𝑙,

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ou seja, π‘‘π‘–π‘škπ‘Š1 βŠ• π‘Š2 = π‘‘π‘–π‘šk𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ). Logo, π‘Š1 βŠ• π‘Š2 = 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ)como k-espaΓ§o vetorial. Logo, como π‘Š1 ≃ 𝑀(𝑙 + 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²) e π‘Š2 ≃ 𝑀(𝑙 βˆ’ 1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1),segue que 𝑀(𝑙+1, π‘Ÿ+ π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(𝑙+ 1, π‘Ÿ+ π‘Ÿβ€² βˆ’ 1) ≃ 𝑀(2, π‘Ÿβ€²) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ), como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulosΓ  esquerda.

Para mostrar que 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(2, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑙+ 1, π‘Ÿ+ π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(𝑙+ 1, π‘Ÿ+ π‘Ÿβ€² βˆ’ 1), noteque se definirmos π‘Š β€² = {β„Žπ‘—(𝑀′) | 𝑗 ∈ πΌπ‘™βˆ’2}, onde 𝑀′ = (𝑙 βˆ’ 1)π‘ž π‘žβˆ’(π‘Ÿβ€²βˆ’1)𝑒1 βŠ— 𝑣2 βˆ’ 𝑒2 βŠ— 𝑣1,entΓ£o de maneira anΓ‘loga ao que foi feito acima, apenas trocando π‘Š2 por π‘Š β€² teremos oresultado.

As duas prΓ³ximas proposiçáes serΓ£o necessΓ‘rias para provar que o produto tensorialentre 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) e 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) comuta. Provaremos que 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) Γ© soma direta demΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis, para tanto serΓ‘ necessΓ‘rio analisarmos os casos𝑙 + 𝑙′ ≀ 𝑁 e 𝑙 + 𝑙′ > 𝑁 .

Proposição 3.2.5. Sejam 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1 e π‘Ÿ, π‘Ÿβ€² ∈ Z. Se 𝑙 + 𝑙′ ≀ 𝑁 , entΓ£o

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0),

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′}.

Demonstração. Convencionemos que 𝑀(0, π‘Ÿ) = {0}. Suponha que 𝑙′ + 𝑙 ≀ 𝑁 . Provemoso resultado por indução sobre 𝑙′. Para 𝑙′ = 1 temos pelo Lema 3.2.1 que

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(1, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— π‘†π‘Ÿβ€² ≃ π‘†π‘Ÿβ€² βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²).

Por outro lado, como 𝑙′ = 1 entΓ£o 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 1} = 1, e |𝑙 βˆ’ 1| = 𝑙 βˆ’ 1. Assim,βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,1𝑀(|𝑙 βˆ’ 1| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 1) = 𝑀(𝑙, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²). Suponhamos que o resultado sejavΓ‘lido para 𝑙′ ∈ 𝐼1,π‘βˆ’2 e mostremos que vale para 𝑙′ + 1 onde 𝑙′ + 𝑙 + 1 ≀ 𝑁 , ou seja,queremos provar que

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘˜π‘€(|𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 1| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ π‘˜), (3.7)

onde π‘˜ = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′ + 1}.

Iremos analisar o seguinte produto tensorial 𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) de duasmaneiras. Pelo Lema 3.2.4 (ii) e pela hipΓ³tese de indução temos que:

𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃ (𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ)) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²)

≃ (𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(2, 0)) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²)

≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— (𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²))

≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— (𝑀(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(𝑙′ βˆ’ 1, π‘Ÿβ€² βˆ’ 1)

≃ (𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²)) βŠ•

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑑 𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑑), (3.8)

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onde 𝑑 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′ βˆ’ 1}. Por outro lado, aplicando a hipΓ³tese de indução e o Lema 3.2.4(ii) temos que:

𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(2, 0) βŠ— (𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²))

≃ 𝑀(2, 0) βŠ—(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0

𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0))

≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0(𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0))

≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0(𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0)βŠ•

𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑙0))

≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0)βŠ•

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑙0). (3.9)

Para provar (3.7) vamos dividir a anΓ‘lise em trΓͺs casos:1o Caso: 𝑙 ≀ 𝑙′ βˆ’ 1.

Neste caso temos que 𝑑=π‘šπ‘–π‘›{𝑙, π‘™β€²βˆ’1}= 𝑙, 𝑙0 =π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′}= 𝑙 e π‘˜=π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′+1}= 𝑙.AlΓ©m disso, |𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1| = (𝑙′ βˆ’ 1) βˆ’ 𝑙 e |𝑙 βˆ’ 𝑙′| = 𝑙′ βˆ’ 𝑙. Assim,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑑𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²+1|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘‘) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙𝑀(π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘™βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙𝑀(𝑙′ βˆ’ 𝑙 βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑙)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑙0).

Consequentemente, de (3.8) e (3.9) temos que

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 1| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘˜π‘€(|𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 1| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ π‘˜),

pois |𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 1| βˆ’ 1 + 2𝑖 = βˆ’π‘™ + 𝑙′ + 1 βˆ’ 1 + 2𝑖 = 𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 2𝑖 = |𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖.2o Caso: 𝑙 = 𝑙′.

Neste caso temos 𝑑=π‘šπ‘–π‘›{𝑙, π‘™β€²βˆ’1}= π‘™β€²βˆ’1, 𝑙0 =π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′}= 𝑙′ e π‘˜=π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′+1}= 𝑙′.Assim,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑑𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²+1|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘‘) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(|1|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™β€²+1)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙′),

e, alΓ©m disso

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™0) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙′

𝑀(βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™β€²)

= 𝑀(0, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+1βˆ’ 𝑙′) βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,𝑙′

𝑀(2(π‘–βˆ’ 1), π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′ + (π‘–βˆ’ 1)))

= βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(2𝑗, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑗 βˆ’ 𝑙′)

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 88

Consequentemente, de (3.8) e (3.9) temos que

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘˜π‘€(|𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ π‘˜).

3o Caso: 𝑙 β‰₯ 𝑙′ + 1.

Neste caso temos 𝑑=π‘šπ‘–π‘›{𝑙, π‘™β€²βˆ’1}= π‘™β€²βˆ’1, 𝑙0 =π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′}= 𝑙′ e π‘˜=π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′+1}= 𝑙′+1.AlΓ©m disso, |𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1| = 𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1. Assim,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑑𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²+1|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘‘)=βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(π‘™βˆ’π‘™β€²+1βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™β€²+1)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙′).(3.10)

AlΓ©m disso, como |𝑙 βˆ’ 𝑙′| = 𝑙 βˆ’ 𝑙′, entΓ£o

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|βˆ’ 2+ 2𝑖, π‘Ÿ+ π‘Ÿβ€²βˆ’ 1+ π‘–βˆ’π‘™0) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙′

𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑙′)

= 𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,𝑙′

𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1 + π‘–βˆ’ 𝑙′))

= 𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′) βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,𝑙′

𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′+2(π‘–βˆ’ 1), π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′ + π‘–βˆ’ 1))

= (𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′)) βŠ•(βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 2𝑗, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′ + 𝑗)

).

(3.11)

Logo por (3.8) e (3.9), temos que

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0) βŠ•π‘€(𝑙 βˆ’ 𝑙′, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙′).

Mas,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘˜π‘€(|π‘™βˆ’π‘™β€²βˆ’1|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘˜) =βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙′+1𝑀(π‘™βˆ’π‘™β€²βˆ’1βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™β€²βˆ’1)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙′+1𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 1)

= (𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑙′)) βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,𝑙′+1𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 2(π‘–βˆ’ 1), π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+(π‘–βˆ’1)βˆ’π‘™β€²)

)= (𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑙′)) βŠ•(βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑙0

𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 2𝑗, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 1)),

entΓ£o segue o resultado.

Proposição 3.2.6. Sejam 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1 e π‘Ÿ, π‘Ÿβ€² ∈ Z. Se 𝑙 + 𝑙′ > 𝑁 , entΓ£o

𝑀(𝑙, π‘Ÿ)βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1

𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′} e 𝑙1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙′}.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 89

Demonstração. Convencionemos que βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑑𝑀(𝑛𝑖, 𝑠𝑖)={0}, quando 𝑑 ≀ 0 e 𝑀(𝑙, π‘Ÿ)={0},quando 𝑙 ≀ 0. Suponhamos que 𝑙′ + 𝑙 > 𝑁 . Provaremos o resultado por indução sobre𝑙′. Observemos que se 𝑙′ = 1, entΓ£o 𝑙 + 1 > 𝑁 , o que Γ© uma contradição pois 𝑙 ≀ 𝑁 βˆ’ 1.Logo, 𝑙′ > 1. Suponhamos que 𝑙′ = 2. Como 𝑙 + 2 > 𝑁 , entΓ£o 𝑙 > 𝑁 βˆ’ 2. PorΓ©m, 𝑙 < 𝑁 ,consequentemente 𝑙 = 𝑁 βˆ’ 1. Se 𝑁 = 2, entΓ£o 𝑙0 = 𝑙 = 1 e 𝑙1 = 2. Neste caso, pelo Lema3.2.4 (ii), temos

𝑀(1, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(2, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(2, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(0, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1) ≃ 𝑀(2, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²).

Por outro lado,(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,2βˆ’2𝑀(|1 βˆ’ 2| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑖 βˆ’ 2)

)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,1𝑀(2, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)

)≃ 𝑀(2, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²).

Consequentemente, o resultado vale. Se 𝑁 β‰₯ 3, entΓ£o 𝑙1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{2, 𝑁 βˆ’ 1} = 𝑁 βˆ’ 1 e𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{2, 𝑁 βˆ’ 1} = 2. Pelo Lema 3.2.4 (i), temos

𝑀(𝑁 βˆ’ 1, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(2, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(𝑁 βˆ’ 2, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1).

Por outro lado,(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,1𝑀(|π‘βˆ’3|βˆ’1+ 2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’2)

)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,1𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)

)≃ 𝑀(π‘βˆ’2, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1)

βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²).

Assim, o resultado tambΓ©m Γ© vΓ‘lido neste caso. Portanto, o resultado Γ© vΓ‘lido quando𝑙′ = 2 e 𝑁 β‰₯ 3. Suponhamos que o resultado Γ© vΓ‘lido para 𝑙′ e mostremos que vale para𝑙′ + 1, ou seja, devemos provar que

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) ≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’πΏ1

𝑀(|𝑙 βˆ’ (𝑙′ + 1)| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝐿0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+(𝑙′+1)βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)), (3.12)

onde 𝐿0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′+1} e 𝐿1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙′+1}. Assim como foi feito na proposição anterior,iremos analisar o produto tensorial 𝑀(2, 0) βŠ— 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) de duas maneiras. PeloLema 3.2.4 e pela hipΓ³tese de indução temos

(𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²)) βŠ— 𝑀(2, 0) ≃((

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑖 βˆ’ 𝑙0)

)βŠ•(

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)

))βŠ— 𝑀(2, 0)

≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1

𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑖 βˆ’ 𝑙0) βŠ— 𝑀(2, 0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖) βŠ— 𝑀(2, 0))

≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1

𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑖 βˆ’ 𝑙0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1

𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑖 βˆ’ 1 βˆ’ 𝑙0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘–))

(3.13)

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 90

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′} e 𝑙1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙′}. Por outro lado, aplicando a hipΓ³tese de indução eo Lema 3.2.4 (ii) temos

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— ((𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) βŠ— 𝑀(2, 0)) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— (𝑀(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) βŠ• 𝑀(𝑙′ βˆ’ 1, π‘Ÿβ€² βˆ’ 1))

≃ (𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²)) βŠ• (𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′ βˆ’ 1, π‘Ÿβ€² βˆ’ 1))

≃ (𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²)) βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘˜1

𝑀(|π‘™βˆ’(π‘™β€²βˆ’1)|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+(π‘Ÿβ€²βˆ’1)+π‘–βˆ’π‘˜0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+(π‘™β€²βˆ’1)βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+(π‘Ÿβ€²βˆ’1)+1βˆ’π‘–)), (3.14)

onde π‘˜0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′ βˆ’ 1} e π‘˜1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙′ βˆ’ 1}. Como na proposição anterior, dividiremosa anΓ‘lise em casos.1o Caso: 𝑙 β‰₯ 𝑙′ + 1 e 𝑙 + 𝑙′ = 𝑁 + 1.

Neste caso, 𝑙0 = 𝑙′, π‘˜0 = 𝑙′ βˆ’ 1, 𝐿0 = 𝑙′ + 1 e 𝑙1 = π‘˜1 = 𝐿1 = 𝑙. AlΓ©m disso,|𝑙 βˆ’ 𝑙′| = 𝑙 βˆ’ 𝑙′ e |𝑙 βˆ’ (𝑙′ βˆ’ 1)| = 𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1. Assim,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™0) = (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

𝑀(𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙′))βŠ•

= (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘˜1𝑀(|π‘™βˆ’(π‘™β€²βˆ’1)|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+(π‘Ÿβ€²βˆ’1)+π‘–βˆ’π‘˜0)),

(3.15)

e, βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖) = {0}. Assim, de (3.13) e (3.14) temos

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′+1, π‘Ÿβ€²) ≃ (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™π‘€(π‘™βˆ’π‘™β€²βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+ π‘–βˆ’1βˆ’π‘™β€²)) βŠ•

(𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²) βŠ• 𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1))

= (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™π‘€(π‘™βˆ’π‘™β€²βˆ’ 2+ 2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+ π‘–βˆ’1βˆ’π‘™β€²)) βŠ• (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,2𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

= (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘™β€²βˆ’1𝑀(π‘™βˆ’π‘™β€²βˆ’ 2+ 2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+ π‘–βˆ’1βˆ’π‘™β€²)) βŠ• (βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,2𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)).

como querΓ­amos.2o Caso: 𝑙 β‰₯ 𝑙′ + 1 e 𝑙 + 𝑙′ β‰₯ 𝑁 + 2.

Neste caso, ainda temos que 𝑙0 = 𝑙′, π‘˜0 = 𝑙′ βˆ’ 1, 𝐿0 = 𝑙′ + 1 e 𝑙1 = π‘˜1 = 𝐿1 = 𝑙.AlΓ©m disso, |𝑙 βˆ’ 𝑙′| = 𝑙 βˆ’ 𝑙′ e |𝑙 βˆ’ (𝑙′ βˆ’ 1)| = 𝑙 βˆ’ 𝑙′ + 1. EntΓ£o,(

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’πΏ1𝑀(|π‘™βˆ’(𝑙′+1)|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’πΏ0)

)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+(𝑙′+1)βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™π‘€(𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 1 βˆ’ 𝑙′) βŠ•

(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)).

(3.16)

Notemos que

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)βŠ• (3.17)

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ (𝑙 + 𝑙′ + 1 βˆ’π‘))

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘βˆ’(𝑙+𝑙′))

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘βˆ’(𝑙+𝑙′)),

(3.18)

Page 91: Juliana Borges Pedrotti - repositorio.ufsm.br

CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 91

e,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖) βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖) βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² +𝑁 βˆ’ 𝑙 βˆ’ 𝑙′).

(3.19)

Logo, de (3.17) e (3.19)

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖) βŠ• βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖) βŠ• βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖). (3.20)

Temos de (3.16) e (3.17) que(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’πΏ1

𝑀(|π‘™βˆ’(𝑙′+1)|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’πΏ0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+(𝑙′+1)βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™π‘€(𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 1 βˆ’ 𝑙′) βŠ• βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖) βŠ•

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² +𝑁 βˆ’ (𝑙 + 𝑙′)).

Com isso, de (3.20),(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’πΏ1

𝑀(|π‘™βˆ’(𝑙′+1)|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’πΏ0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+(𝑙′+1)βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™π‘€(𝑙 βˆ’ 𝑙′ βˆ’ 2 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 1 βˆ’ 𝑙′) βŠ• βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)βŠ•

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖).

Da igualdade acima e de (3.15), temos que o resultado segue de (3.13) e (3.14).3o Caso: 𝑙 = 𝑙′.

Neste caso, 𝑙0 = 𝑙′, π‘˜0 = 𝑙′ βˆ’ 1, 𝐿0 = 𝑙, 𝑙1 = 𝑙′, π‘˜1 = 𝑙 e 𝐿1 = 𝑙′ + 1. Assim,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′|+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™0) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€²

𝑀(2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙′)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™π‘€(2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ π‘–βˆ’ 𝑙′). (3.21)

AlΓ©m disso,((βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€²βˆ’1𝑀(2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙)

)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖)). (3.22)

Notemos que 𝑙 + 𝑙′ = 𝑁 + 1 entΓ£o 𝑙 + 𝑙′ βˆ’π‘ = 1. Consequentemente, (3.22) se torna(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€²βˆ’1𝑀(2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙)

)βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€²) βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 1).

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 92

Logo, de (3.21) e da igualdade acima temos que o resultado segue de (3.13) e (3.14).Agora, se 𝑙 + 𝑙′ β‰₯ 𝑁 + 2 temos

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖) βŠ•

(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖))

=((

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘βˆ’1𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘–))

βŠ•π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™βˆ’π‘™β€²+𝑁))

βŠ•

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)

=(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘βˆ’1𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖)

)βŠ•

βŽ›βŽπ‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑙 βˆ’ 𝑙′ +𝑁)βŠ•

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)

⎞⎠=(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘βˆ’1𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖)

)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘+1𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖)

).

Portanto usando a igualdade acima em (3.22) temos que o resultado segue por (3.13) e(3.14).4o Caso: 𝑙 ≀ 𝑙′ βˆ’ 1.

Neste caso, 𝑙0 = 𝑙, π‘˜0 = 𝑙, 𝐿0 = 𝑙, 𝑙1 = 𝑙′, π‘˜1 = 𝑙′ βˆ’ 1 e 𝐿1 = 𝑙′ + 1. AlΓ©m disso,|𝑙 βˆ’ 𝑙′| = 𝑙′ βˆ’ 𝑙. Assim,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘˜1𝑀(|π‘™βˆ’(π‘™β€²βˆ’1)|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+(π‘Ÿβ€²βˆ’1)+π‘–βˆ’π‘˜0) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€²+1𝑀(π‘™β€²βˆ’1βˆ’π‘™βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™)

= 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,π‘βˆ’π‘™β€²+1𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’1+π‘–βˆ’π‘™)

)= 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™)βŠ•(βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€² 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™+2𝑗, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘—βˆ’π‘™)

)(3.23)

Notemos que

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’1βˆ’π‘™0) = βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€² 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’1βˆ’π‘™)

=(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€² 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™βˆ’2+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’1 βˆ’π‘™)

)βŠ•

𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™)

=(βŠ•π‘βˆ’π‘™β€²βˆ’1𝑖=1 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™βˆ’2𝑗, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘—βˆ’π‘™)

)βŠ• 𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘™), (3.24)

e

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–) =

(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

βŠ• 𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑁 βˆ’ 𝑙 βˆ’ 𝑙′)

= βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖) βŠ• 𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑁 βˆ’ 𝑙 βˆ’ 𝑙′).

(3.25)

AlΓ©m disso,

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² βˆ’ 𝑖) =

(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘βˆ’1𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘–)

)βŠ• 𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑁 βˆ’ 𝑙 βˆ’ 𝑙′).

(3.26)

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 93

Logo, de (3.25) e (3.26) temos

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)βŠ•

(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘βˆ’1𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²βˆ’π‘–)

)=βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–)βŠ•

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–).

Portanto de (3.13) e (3.14) temos(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™β€²βˆ’1𝑀(π‘™β€²βˆ’π‘™βˆ’2𝑗, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘—βˆ’π‘™)

)βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+𝑙′+1βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1βˆ’π‘–))

≃𝑀(𝑙, π‘Ÿ)βŠ—π‘€(𝑙′+1, π‘Ÿβ€²).

Logo, em ambos os casos, temos que vale

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′ + 1, π‘Ÿβ€²) ≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’πΏ1

𝑀(|𝑙 βˆ’ (𝑙′ + 1)| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 𝑖 βˆ’ 𝐿0))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+(𝑙′+1)βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑖))

, (3.27)

onde 𝐿0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′ + 1} e 𝐿1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙′ + 1}.

Do Lema 3.2.1 e das Proposiçáes 3.2.3, 3.2.5 e 3.2.6 segue imediatamente o seguintecorolÑrio.

CorolΓ‘rio 3.2.7. Sejam 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,𝑁 e π‘Ÿ, π‘Ÿβ€² ∈ Z. EntΓ£o,

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃ 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) βŠ—π‘€(𝑙, π‘Ÿ).

Demonstração. Se 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1, entΓ£o o resultado segue das Proposiçáes 3.2.5 e 3.2.6, umavez que π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′} = π‘šπ‘–π‘›{𝑙′, 𝑙}, π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙′} = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙′, 𝑙} e |𝑙 βˆ’ 𝑙′| = |𝑙′ βˆ’ 𝑙|. Se 𝑙 ∈ 𝐼2,𝑁 e𝑙′ = 𝑁 ou 𝑙′ ∈ 𝐼2,𝑁 e 𝑙 = 𝑁 , entΓ£o o resultado segue do Lema 3.2.3. Por fim, se 𝑙 = 𝑙′ = 1,entΓ£o o resultado segue do Lema 3.2.1.

CorolΓ‘rio 3.2.8. Sejam 𝑀 e 𝑁 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda finitamente gerados. EntΓ£o,

𝑀 βŠ—π‘ ≃ 𝑁 βŠ—π‘€.

Demonstração. Como 𝑀 e 𝑁 sΓ£o 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda finitamente gerados entΓ£o 𝑀e 𝑁 possuem comprimento finito como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Assim, pelo Teoremade Krull-Schmidt temos 𝑀 ≃ βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿπ‘€π‘‘ e 𝑁 ≃ βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠𝑁𝑗, onde cada 𝑀𝑑, 𝑁𝑗 sΓ£o 𝑇𝑁(π‘ž)-submΓ³dulos Γ  esquerda indecomponΓ­veis de 𝑀 e 𝑁 , respectivamente. Pelo Teorema 3.1.11segue que 𝑀𝑑 ≃ 𝑀(𝑙𝑑, 𝑖𝑑), para 𝑙𝑑 ∈ 𝐼1,𝑁 , 𝑖𝑑 ∈ πΌπ‘βˆ’1 e 𝑁𝑗 ≃ 𝑀(𝑙′𝑗, 𝑖′𝑗), para 𝑙′𝑑 ∈ 𝐼1,𝑁 ,𝑖′𝑑 ∈ πΌπ‘βˆ’1. Assim,

𝑀 βŠ—π‘ ≃(βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿπ‘€π‘‘

)βŠ—(βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠𝑁𝑗

)≃ βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿ βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠 (𝑀𝑑 βŠ—π‘π‘—)

≃ βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠 βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿ 𝑀(𝑙𝑑, 𝑖𝑑) βŠ—π‘€(𝑙′𝑗, 𝑖′𝑗) ≃ βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠 βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿ 𝑀(𝑙′𝑗, 𝑖′𝑗) βŠ—π‘€(𝑙𝑑, 𝑖𝑑)

≃ βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠 βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿ 𝑁𝑗 βŠ—π‘€π‘‘ ≃(βŠ•π‘—βˆˆπΌ1,𝑠𝑁𝑗

)βŠ—(βŠ•π‘‘βˆˆπΌ1,π‘Ÿπ‘€π‘‘

)≃ 𝑁 βŠ—π‘€.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 94

CorolΓ‘rio 3.2.9. Sejam 𝑙, 𝑙′ ∈ 𝐼1,π‘βˆ’1 e π‘Ÿ, π‘Ÿβ€² ∈ Z. EntΓ£o, 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) tem umsomando simples se e somente se 𝑙 = 𝑙′.

Demonstração. Suponhamos que 𝑙 = 𝑙′. Se 2𝑙 ≀ 𝑁 , entΓ£o pela Proposição 3.2.5 temosque

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(βˆ’1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0)

= 𝑀(1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑙0) βŠ• βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,𝑙0𝑀(1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0)

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙} = 𝑙. Agora, se 2𝑙 > 𝑁 pela Proposição 3.2.6

𝑀(𝑙, π‘Ÿ)βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²)≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™

𝑀(βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™))βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,2π‘™βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1+𝑖))

≃(𝑀(1, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 βˆ’ 𝑙) βŠ• βŠ•π‘–βˆˆπΌ2,π‘βˆ’π‘™

𝑀(βˆ’1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙))

βŠ•(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,2π‘™βˆ’π‘

𝑀(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 + 𝑖)),

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙} = 𝑙 e 𝑙1 = π‘šπ‘Žπ‘₯{𝑙, 𝑙} = 𝑙.

Reciprocamente, suponhamos que 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ— 𝑀(𝑙′, π‘Ÿβ€²) possui um somando diretosimples. Se 𝑙 + 𝑙′ ≀ 𝑁 pela Proposição 3.2.5,

𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃ βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙0𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0),

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′}. Assim, como 𝑀(𝑙, π‘Ÿ) βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) possui um somando simples, existe𝑖 β‰₯ 1 tal que |π‘™βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖 = 1. Consequentemente, |π‘™βˆ’ 𝑙′| = 2(1 βˆ’ 𝑖). Para 𝑖 β‰₯ 2, temosque 2(1 βˆ’ 𝑖) ≀ 0, o que nΓ£o ocorre, pois |𝑙 βˆ’ 𝑙′| β‰₯ 0. EntΓ£o, 𝑖 = 1 e assim |𝑙 βˆ’ 𝑙′| = 0.Portanto, 𝑙 = 𝑙′. Agora, se 𝑙 + 𝑙′ < 𝑁 pela Proposição 3.2.6, temos

𝑀(𝑙, π‘Ÿ)βŠ—π‘€(𝑙′, π‘Ÿβ€²) ≃(βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1

𝑀(|𝑙 βˆ’ 𝑙′| βˆ’ 1 + 2𝑖, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + π‘–βˆ’ 𝑙0))βŠ•(

βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ + π‘Ÿβ€² + 1 + 𝑖)

),

onde 𝑙0 = π‘šπ‘–π‘›{𝑙, 𝑙′} e 𝑙1 = π‘šΓ‘π‘₯{𝑙, 𝑙′}. Como 𝑁 β‰₯ 2, a soma βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,𝑙+π‘™β€²βˆ’π‘π‘€(𝑁, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+1+𝑖)

nΓ£o possui um somando simples, consequentemente, βŠ•π‘–βˆˆπΌ1,π‘βˆ’π‘™1𝑀(|π‘™βˆ’π‘™β€²|βˆ’1+2𝑖, π‘Ÿ+π‘Ÿβ€²+π‘–βˆ’π‘™0)

possui um somando simples. Logo, pelo mesmo argumento utilizado anteriormente, temos𝑙 = 𝑙′.

Consideremos π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) o anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. Notemos que dadosquaisquer elementos [𝑀 ] e [𝑁 ] ∈ π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)), [𝑀 ][𝑁 ] = [𝑁 ][𝑀 ], pois vimos no CorolΓ‘rio3.2.8 que 𝑀 βŠ—π‘ ≃ 𝑁 βŠ—π‘€ , para quaisquer 𝑀 e 𝑁 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. Com isso,segue imediatamente o seguinte resultado.

Lema 3.2.10. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft, π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© um anel comutativo.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 95

Observemos que a unidade de π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© o 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo simples 𝑆0.

Os prΓ³ximos resultados irΓ£o na direção de caracterizar o anel de Green da Γ‘lgebrade Taft. Veremos que π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© isomorfo a um quociente do anel de polinΓ΄mios sobreZ nas variΓ‘veis 𝑦 e 𝑧, Z[𝑦, 𝑧]. Por conta disto introduzimos algumas notaçáes que irΓ£ofacilitar na identificação. Denote π‘Ž = [π‘†βˆ’1] e π‘₯ = [𝑀(2, 0)].

Lema 3.2.11. Com as notaçáes anteriores, valem as seguintes afirmaçáes:

(i) π‘Žπ‘ = 1 e [𝑀(𝑙, π‘Ÿ)] = π‘Žπ‘βˆ’π‘Ÿ[𝑀(𝑙, 0)], para todo 𝑙 ∈ 𝐼2,𝑁 e π‘Ÿ ∈ Z𝑁 ;

(ii) se 𝑁 > 2 entΓ£o [𝑀(𝑙 + 1, 0)] = π‘₯[𝑀(𝑙, 0)] βˆ’ π‘Ž[𝑀(𝑙 βˆ’ 1, 0)], para todo 𝑙 ∈ 𝐼2,π‘βˆ’1;

(iii) π‘₯[𝑀(𝑁, 0)] = (π‘Ž+ 1)[𝑀(𝑁, 0)];

(iv) π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© gerado por π‘Ž e π‘₯ como anel.

Demonstração. (i) Iniciaremos provando que [π‘Ž]π‘˜ = [π‘†βˆ’π‘˜], para todo π‘˜ ∈ N. Com efeito,provemos por indução sobre π‘˜. Como π‘ŽβŠ— π‘Ž ≃ π‘†βˆ’1 βŠ— π‘†βˆ’1 ≃ π‘†βˆ’2, entΓ£o

[π‘Ž]2 = [π‘†βˆ’1 βŠ— π‘†βˆ’1] = [π‘†βˆ’2].

Suponhamos que o resultado seja vΓ‘lido para π‘˜ e provemos que vale para π‘˜ + 1. EntΓ£o,

[π‘Ž]π‘˜+1 = [π‘Ž]π‘˜[π‘Ž] = [π‘†βˆ’π‘˜][π‘†βˆ’1] = [π‘†βˆ’π‘˜ βŠ— π‘†βˆ’1] = [π‘†βˆ’(π‘˜+1)],

pois π‘†βˆ’π‘˜ βŠ— π‘†βˆ’1 ≃ π‘†βˆ’(π‘˜+1). Assim, π‘Žπ‘ = [π‘†βˆ’1]𝑁 = [𝑆𝑁 ], consequentemente basta provarque π‘†βˆ’π‘ ≃ 𝑆0 como 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulo. Definimos πœ‘ : π‘†βˆ’π‘ βˆ’β†’ 𝑆0 dada por πœ‘(𝑣) = 𝑣′.Claramente πœ‘ Γ© um isomorfismo de k-espaΓ§os vetoriais. Resta mostrar que πœ‘ Γ© um homo-morfismo de 𝑇𝑁(π‘ž)-mΓ³dulos Γ  esquerda. De fato, Γ© suficiente provar para o gerador 𝑔 de𝑇𝑁(π‘ž), pelo Lema 3.1.7. De fato, como π‘ž Γ© uma raiz 𝑁 -Γ©sima primitiva da unidade temosque

πœ‘(𝑔𝑣) = πœ‘(π‘žβˆ’π‘π‘£) = π‘žβˆ’π‘πœ‘(𝑣) = 𝑣′ = π‘ž0𝑣′ = π‘ž0πœ‘(𝑣) = π‘”πœ‘(𝑣).

Por fim,

π‘Žπ‘βˆ’π‘Ÿ[𝑀(𝑙, 0)] = [π‘†βˆ’1]π‘βˆ’π‘Ÿ[𝑀(𝑙, 0)] = ([π‘†βˆ’1]𝑁 [π‘†βˆ’1]βˆ’π‘Ÿ)[𝑀(𝑙, 0)]

= ([𝑆0][π‘†βˆ’1]βˆ’π‘Ÿ)[𝑀(𝑙, 0)] = [π‘†π‘Ÿ][𝑀(𝑙, 0)] = [𝑀(𝑙, π‘Ÿ)],

pois π‘†π‘Ÿ βŠ—π‘€(𝑙, 0) ≃ 𝑀(𝑙, π‘Ÿ).

(ii) Note que pelos Lemas 3.2.1 e 3.2.4 (ii) temos

𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑙, 0) ≃ 𝑀(𝑙 + 1, 0) βŠ•π‘€(𝑙 βˆ’ 1,βˆ’1) ≃ 𝑀(𝑙 + 1, 0) βŠ• (𝑆1 βŠ—π‘€(𝑙 βˆ’ 1, 0)).

Logo, [𝑀(𝑙 + 1, 0)] + π‘Ž[𝑀(𝑙 βˆ’ 1, 0)] = π‘₯[𝑀(𝑙, 0)].

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 96

(iii) Pela Proposição 3.2.3 e pelo Lema 3.2.4 (i), temos

𝑀(2, 0) βŠ—π‘€(𝑁, 0) ≃ (π‘†βˆ’1 βŠ—π‘€(𝑁, 0)) βŠ•π‘€(𝑁, 0) ≃ (π‘†βˆ’1 βŠ—π‘€(𝑁, 0)) βŠ• (𝑆0 βŠ—π‘€(𝑁, 0))

≃ (π‘†βˆ’1 βŠ• 𝑆0) βŠ•π‘€(𝑁, 0).

E o resultado segue.

(iv) Pelos itens (i), (ii) e (iii) temos que π‘Ž = [π‘†βˆ’1] e π‘₯ = [𝑀(2, 0)] geram π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) comoanel.

A seguir definiremos os elementos 𝑒𝑛, 𝑛 ∈ N, que juntamente com os elementos π‘Že π‘₯ caracterizarΓ£o um ideal 𝐼 de Z[𝑦, 𝑧] tal que π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) ≃ Z[𝑦, 𝑧]/𝐼.

CorolΓ‘rio 3.2.12. Seja 𝑒𝑛 ∈ π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)), 𝑛 ∈ N, definido recursivamente por 𝑒1 = 1, 𝑒2 = π‘₯

e 𝑒𝑙 = π‘₯π‘’π‘™βˆ’1 βˆ’ π‘Žπ‘’π‘™βˆ’2, 𝑙 β‰₯ 3. EntΓ£o, [𝑀(𝑙, 0)] = 𝑒𝑙, para todo 𝑙 ∈ 𝐼1,𝑁 e (π‘₯βˆ’ π‘Žβˆ’ 1)𝑒𝑁 = 0.

Demonstração. Mostremos que [𝑀(𝑙, 0)] = 𝑒𝑙 por indução sobre 𝑙. Notemos que 𝑒1 = [𝑆0]e 𝑒2 = [𝑀(2, 0)]. Suponhamos que o resultado seja vΓ‘lido para 𝑙 e provaremos que valepara 𝑙 + 1. Pelo Lema 3.2.11 (ii) segue que

𝑒𝑙+1 = π‘₯𝑒𝑙 βˆ’ π‘Žπ‘’π‘™βˆ’1 = π‘₯[𝑀(𝑙, 0)] βˆ’ π‘Ž[𝑀(𝑙 βˆ’ 1, 0)] = [𝑀(𝑙 + 1, 0)],

e pelo item (iii) do lema anterior temos que π‘₯[𝑀(𝑁, 0)] = (π‘Ž + 1)[𝑀(𝑁, 0)], portanto0 = (π‘₯βˆ’ π‘Žβˆ’ 1)[𝑀(𝑁, 0)] = (π‘₯βˆ’ π‘Žβˆ’ 1)𝑒𝑁 .

Definimos o polinΓ΄mio de Fibonacci generalizado 𝑓𝑛(𝑦, 𝑧) ∈ Z[𝑦, 𝑧], 𝑛 β‰₯ 1, recursi-vamente por

𝑓1(𝑦, 𝑧) = 1, 𝑓2(𝑦, 𝑧) = 𝑧 e 𝑓𝑛(𝑦, 𝑧) = π‘§π‘“π‘›βˆ’1(𝑦, 𝑧) βˆ’ π‘¦π‘“π‘›βˆ’2(𝑦, 𝑧), 𝑛 β‰₯ 3.

Considere 𝐼 o ideal de Z[𝑦, 𝑧] gerado pelos polinΓ΄mios 𝑦𝑁 βˆ’ 1 e (𝑧 βˆ’ 𝑦 βˆ’ 1)𝑓𝑁(𝑦, 𝑧).

Teorema 3.2.13. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft Γ© isomorfo a Z[𝑦, 𝑧]/𝐼.

Demonstração. Pelo Lema 3.2.11 (iv), π‘Ž e π‘₯ geram π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) como anel. Logo, existeum ΓΊnico homomorfismo sobrejetor de anΓ©is πœ‘ :Z[𝑦, 𝑧] βˆ’β†’ π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) tal que πœ‘(𝑦) = π‘Ž eπœ‘(𝑧) = π‘₯. Vejamos que 𝐼 βŠ† πΎπ‘’π‘Ÿ(πœ‘). De fato, pelo Lema 3.2.11 (iv) temos que

πœ‘(𝑦𝑁 βˆ’ 1) = πœ‘(𝑦𝑁) βˆ’ πœ‘(1) = πœ‘(𝑦)𝑁 βˆ’ 1 = π‘Žπ‘ βˆ’ 1 = 0.

Observe que πœ‘(𝑓1(𝑦, 𝑧)) = πœ‘(1) = 1 = 𝑒1 e πœ‘(𝑓2(𝑦, 𝑧)) = πœ‘(𝑧) = π‘₯ = 𝑒2. Agora, seja 𝑖 β‰₯ 3e suponha que πœ‘(π‘“π‘–βˆ’2(𝑦, 𝑧)) = π‘’π‘–βˆ’2 e πœ‘(π‘“π‘–βˆ’1(𝑦, 𝑧)) = π‘’π‘–βˆ’1. EntΓ£o,

πœ‘(𝑓𝑖(𝑦, 𝑧)) = πœ‘(π‘§π‘“π‘–βˆ’1(𝑦, 𝑧) βˆ’ π‘¦πœ‘(π‘“π‘–βˆ’2(𝑦, 𝑧)) = πœ‘(𝑧)πœ‘(π‘“π‘–βˆ’1(𝑦, 𝑧)) βˆ’ πœ‘(𝑦)πœ‘(π‘“π‘–βˆ’2(𝑦, 𝑧))

= π‘₯π‘’π‘–βˆ’1 βˆ’ π‘Žπ‘’π‘–βˆ’2 = 𝑒𝑖.

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CapΓ­tulo 3. O anel de Green da Γ‘lgebra de Taft. 97

Logo, πœ‘(𝑓𝑖(𝑦, 𝑧)) = 𝑒𝑖, para todo 𝑖 β‰₯ 1. Em particular, πœ‘(𝑓𝑁(𝑦, 𝑧)) = 𝑒𝑁 . EntΓ£o, peloCorolΓ‘rio 3.2.12

πœ‘((𝑧 βˆ’ 𝑦 βˆ’ 1)𝑓𝑁(𝑦, 𝑧)) = πœ‘(𝑧 βˆ’ 𝑦 βˆ’ 1)πœ‘(𝑓𝑁(𝑦, 𝑧)) = (πœ‘(𝑧) βˆ’ πœ‘(𝑦) βˆ’ πœ“(1))𝑒𝑁= (π‘₯βˆ’ π‘Žβˆ’ 1)𝑒𝑁 = 0.

Pelo teorema do homomorfismo existe um ΓΊnico homomorfismo πœ‘ : Z[𝑦, 𝑧]/𝐼 βˆ’β†’ π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž))tal que πœ‘ ∘ πœ‹ = πœ‘ onde πœ‹ : Z[𝑦, 𝑧] βˆ’β†’ Z[𝑦, 𝑧]/𝐼 Γ© a projeção canΓ΄nica.

Iremos determinar uma inversa para πœ‘. Notemos que,𝐴 = {1, π‘Ž, π‘Ž2, ..., π‘Žπ‘βˆ’1} Γ©um subanel de π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)). AlΓ©m disso, βŸ¨π‘ŽβŸ© = {1, π‘Ž, ..., π‘Žπ‘βˆ’1} Γ© um grupo, entΓ£o podemosconsiderar o anel ZβŸ¨π‘ŽβŸ© o anel do grupo cΓ­clico βŸ¨π‘ŽβŸ© sobre Z, o qual coincide com 𝐴. Vejamosque 𝑒𝑖 ∈ 𝐴+ 𝐴π‘₯+ Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘–βˆ’1, para todo 𝑖 β‰₯ 1. Faremos isto por indução sobre 𝑖. PeloCorolΓ‘rio 3.2.12 sabemos que 𝑒1 = 1 ∈ 𝐴 e 𝑒2 = π‘₯ ∈ 𝐴π‘₯. Suponhamos que o resultadoseja vΓ‘lido para 𝑖 e mostremos que vale para 𝑖+1. Como 𝑒𝑖+1 = π‘₯π‘’π‘–βˆ’π‘Žπ‘’π‘–βˆ’1, pela hipΓ³tesede indução π‘₯𝑒𝑖 ∈ 𝐴π‘₯+ 𝐴π‘₯2 + Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯𝑖 e π‘Žπ‘’π‘–βˆ’1 ∈ 𝐴+ 𝐴π‘₯+ Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘–βˆ’2. Logo,

𝑒𝑖+1 = π‘₯𝑒𝑖 βˆ’ π‘Žπ‘’π‘–βˆ’1 ∈ 𝐴π‘₯+ 𝐴π‘₯2 + Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯𝑖 + 𝐴+ 𝐴π‘₯+ Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘–βˆ’2.

Assim, 𝑒𝑖+1 = π‘₯π‘’π‘–βˆ’π‘Žπ‘’π‘–βˆ’1 ∈ 𝐴+𝐴π‘₯+𝐴π‘₯2 + Β· Β· Β·+𝐴π‘₯𝑖+1. Logo, 𝑒𝑖 ∈ 𝐴+𝐴π‘₯+ Β· Β· Β·+𝐴π‘₯π‘βˆ’1,para todo 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑁 . Pelo Lema 3.2.11 (i) e pelo CorolΓ‘rio 3.2.12 temos que

[𝑀(𝑖, π‘Ÿ)] = π‘Žπ‘βˆ’π‘Ÿ[𝑀(𝑖, 0)] = π‘Žπ‘βˆ’π‘Ÿπ‘’π‘– ∈ 𝐴+ 𝐴π‘₯+ Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘βˆ’1,

para todo 𝑖 ∈ 𝐼1,𝑁 e π‘Ÿ ∈ Z𝑁 . Logo, π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) βŠ† 𝐴 + 𝐴π‘₯ + Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘βˆ’1 e claramente𝐴+ 𝐴π‘₯+ Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘βˆ’1 βŠ† π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)). Portanto, π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) = 𝐴+ 𝐴π‘₯+ Β· Β· Β· + 𝐴π‘₯π‘βˆ’1.

Como 𝐴 Γ© um grupo cΓ­clico e π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) Γ© um grupo abeliano, entΓ£o 𝐴 e π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž))sΓ£o Z-mΓ³dulos. Como 𝑋 = {π‘Žπ‘– | 𝑖 ∈ πΌπ‘βˆ’1} Γ© uma base de 𝐴 como Z-mΓ³dulo, entΓ£oπ‘Œ = {π‘Žπ‘–π‘₯𝑗 | 𝑖, 𝑗 ∈ πΌπ‘βˆ’1} Γ© uma base de π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) como Z-mΓ³dulo, visto que o anel deGreen de 𝑇𝑁(π‘ž) Γ© livre de posto 𝑁2. AlΓ©m disso, claramente Z[𝑦, 𝑧]/𝐼 Γ© gerado peloselementos 𝑦𝑖𝑧𝑗, 𝑖, 𝑗 ∈ 𝐼0,π‘βˆ’1. Com isso, podemos definir πœ“ : π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) βˆ’β†’ Z[𝑦, 𝑧]/𝐼 porπœ“(π‘Žπ‘–π‘₯𝑗) = 𝑦𝑖𝑧𝑗, para todo 𝑖, 𝑗 ∈ 𝐼0,π‘βˆ’1. Notemos que

πœ“ ∘ πœ‘(𝑦𝑖𝑧𝑗) = πœ“(πœ‘(𝑦𝑖𝑧𝑗)) = πœ“(π‘Žπ‘–π‘₯𝑗) = 𝑦𝑖𝑧𝑗

para todo 𝑦𝑖𝑧𝑗 ∈ Z[𝑦, 𝑧]/𝐼. Assim, πœ‘ ∘ πœ‘ = 𝐼𝑑Z[𝑦,𝑧]/𝐼 . Por outro lado,

πœ‘ ∘ πœ“(π‘Žπ‘–π‘₯𝑗) = πœ‘(πœ“(π‘Žπ‘–π‘₯𝑗)) = πœ‘(𝑦𝑖𝑧𝑗) = π‘Žπ‘–π‘₯𝑗,

para todo π‘Žπ‘–π‘₯𝑗 ∈ π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)), assim πœ‘ ∘ πœ“ = πΌπ‘‘π‘Ÿ(𝑇𝑁 (π‘ž)). Portanto π‘Ÿ(𝑇𝑁(π‘ž)) ≃ Z[𝑦, 𝑧]/𝐼.

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