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Juliane House is a professor of applied linguistics at Hamburg University. Her research focuses on intercultural communication, cross-cultural pragmatics and discourse analysis, translation, and English as a lingua franca. Her publications include A Model for Translation Quality Assessment; Interlingual and Intercultural Communication (with S. Blum-Kulka), Let's Talk and Talk About It: A Pedagogic Interactional Grammar of English (with W. Edmondson), Cross-Cultural Pragmatics (with S. Blum-Kulka and G. Kasper), Misunderstanding in Social Life (with G. Kasper and S. Ross), and English as a Lingua Franca: A Threat to Multilingualism? How do we know when a translation is good? - Como reconhecer uma boa tradução? - Como saber quando uma tradução é boa? 1 Disciplina: Aprendizagem da tradução e competência do tradutor: bases, polêmicas, pesquisa. Geocinara de Faria Ávila Profª.Drª.Heloísa Pezza Cintrão 07 de Maio de 2010

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Juliane House is a professor of applied linguistics at Hamburg University. Her research focuses on intercultural communication, cross-cultural pragmatics and discourse analysis, translation, and English as a lingua franca. Her publications include A Model for Translation Quality Assessment; Interlingual and Intercultural Communication (with S. Blum-Kulka), Let's Talk and Talk About It: A Pedagogic Interactional Grammar of English (with W. Edmondson), Cross-Cultural Pragmatics (with S. Blum-Kulka and G. Kasper), Misunderstanding in Social Life (with G. Kasper and S. Ross), and English as a Lingua Franca: A Threat to Multilingualism?

How do we know when a translation is good? - Como reconhecer uma boa tradução?- Como saber quando uma tradução é boa?

1

Disciplina: Aprendizagem da tradução e competência do tradutor: bases, polêmicas, pesquisa. Geocinara de Faria Ávila Profª.Drª.Heloísa Pezza Cintrão

07 de Maio de 2010

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SUMÁRIO “How do you know when a translation is good?”

É uma das mais importantes questões da tradução, e para respondê-la é crucial considerar a teoria e a crítica da tradução.

A autora apresenta algumas abordagens teóricas para uma análise linguística e avaliação da tradução.

Primeiramente, ela faz um breve resumo de como as traduções tem sido discutidas e avaliadas em suas diferentes abordagens teóricas.

Depois apresenta um modelo “funcional-pragmático” para avaliação da tradução

E, por último faz uma análise da tradução alemã de um texto literário infantil em inglês para evidenciar as suas hipóteses com base nos modelos apresentados.

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How do we know when a translation is good? As perguntas subjacentes que darão suporte a questão

central sobre a boa tradução

Qual a relação do texto fonte e a tradução?

Qual a relação entre as características do texto fonte e da tradução, e como elas são percebidas pelos agentes envolvidos na tradução (autor, tradutor, leitores)

Considerando os dois pontos acima, como podemos dizer quando uma tradução é uma tradução, e quando um texto é resultado de várias operações textuais (adaptações, recriação, por exemplo)

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Avaliação da traduçãoDiferentes perspectivas teóricas

Anecdotal, Biographical and Neo-hermeneutic Views. Abordagens anedóticas, biográficas e neo-hermenêutica As avaliações são de caráter subjetivas e intuitivas envolvendo

tradutores profissionais, poetas, escritores, psicológos e filosófos.

Nesta abordagem, a compreensão e interpretação do original são atos individuais e criativos que não podem ser generalizados ou sistematizados.

A interpretação subjetiva do tradutor e decisões são baseadas em suas experiências e conhecimentos intuitivos. Os textos não contém significados estáveis, pois sofrem mudanças em qualquer momento histórico.Considerando esta relativização do “conteúdo” e “significado” , além das questões previamente formuladas pela autora, ela afirma que esta teoria não responde de modo satisfatório “quando uma tradução é boa” .Alguns estudiosos dentro desta abordagem teórica: Stolze 1992, Buhler 1998.

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Response-oriented, Behavioral Approaches

Abordagens orientadas para resposta ou “equivalência de resposta” – visão behaviorista. Ao contrário das abordagens intuitivas-subjetivas, os adeptos da

visão “equivalência de resposta”, ignoram as ações mentais do tradutor como pertencente a algum princípio desconhecido “caixa preta”. Basicamente, a preocupação é com as reações dos receptores/leitores como meio de avaliar a qualidade da tradução, adotando o critério behaviourista da “informatividade” e “inteligibilidade” .

Para House, assumir que uma tradução devesse produzir respostas equivalentes para seu original, deveria antes perguntar imediatamente se é possível medir uma “resposta equivalente”, somente com “informatividade” ou “inteligibilidade”. Se esses fenômenos não possam ser empiricamente medidos, é inútil postulá-los como critérios para avaliação da tradução.

Avaliação da traduçãoDiferentes perspectivas teóricas

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Response-oriented, Behavioral Approaches

Abordagens orientadas para resposta ou “equivalência de resposta” – visão behaviorista.

Portanto, baseado nas questões da autora, ela diz que esses adeptos nada tem a dizer sobre a relação entre o original e o texto traduzido, aliás o texto fonte é totalmente ignorado, nem se a tradução é de fato uma tradução ou um outro produto secundário derivado de texto original através de diferentes operações textuais ( adaptação por exemplo)

Alguns estudiosos dentro desta abordagem teórica: Nida 1964; Nida and Taber 1969; Carroll 1966;

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Literature-oriented Approaches: Descriptive Translation Studies.Abordagem orientada para Literatura: Estudos descritivo da Tradução.

Os pesquisadores descritivistas nesta abordagem se baseiam na suposição de que traduzir é uma atividade orientada por normas culturais e históricas. O texto de origem é visto como subordinação privilegiando na tradução a cultura de chegada. A tradução é avaliada predominantemente em suas formas e funções dentro de um sistema da literatura e cultura da língua alvo.

Para House, o problema básico nesta abordagem descritivista é “como definir quando um texto é uma tradução e que critério a ser usado para avaliar uma tradução.

Estudioso dentro desta abordagem teórica: Toury 1995

Avaliação da traduçãoDiferentes perspectivas teóricas

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Functionalistic, “skopos” - related approachesAbordagens funcionalistas ou de “escopos”

Dentro de uma teoria funcionalista ou de escopos da tradução, Reiss and Vermeer mencionam que o “escopos” é uma proposta de tradução de suma importância. É o modo como as normas da cultura alvo são atendidos, é o critério mais importante para avaliar a qualidade da tradução.

House questiona como que “Escopos” de um texto é realizado linguisticamente, e mais crítico ainda, menciona que a adequação da tradução por meio do “escopo” não é claro.

Teoria de “escopos” não é uma teoria adequada para lidar com a questão da avaliação.

Escopos - é um termo utilizado para designar o propósito da tradução

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Post-modernist and deconstructionist Approaches.Abordagens Pós-Modernista e desconstrucionista

Os teóricos desta abordagem tem tentado examinar de maneira crítica as práticas de tradução de uma posição política e sócio-filosófico a fim de desmascarar a relação de poder na tradução.

O foco é levantar os interesses de poder individual ou em grupo ao selecionar o texto a ser traduzido adotando estratégias particulares de re-textualização. Mas, esta abordagem não resolve a questão da avaliação na tradução, mesmo porque não responde quando um texto é uma tradução e quando um texto pertence a diferentes procedimentos textuais.

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Linguistically-oriented approaches. Abordagem Linguisticamente- orientada

As abordagens da Linguística-Textual considera de maneira importantíssima a relação texto fonte e o texto traduzido , mas fazem distinção de suas competências a fim de estabelecer procedimentos detalhados e técnicas para análise e avaliação.

Recentemente, vários trabalhos orientados linguísticamente na tradução , como Hatim and Mason (1990), Bell (1991), Baker (1992), Doherty (1993), Fawcett (1997) e Gerzymisch-Arbogast and Mudersbach (1998) tem trazido muitas contribuições para avaliação da tradução. Embora não estejam preocupados diretamente com a avaliação da qualidade na tradução, abrem campo para o estudo da tradução para incluir questões linguísticas como teoria dos atos de fala, pragmática, sociololinguísstica, estilística e análise do discurso.

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Linguistically-oriented approaches. Abordagem Linguisticamente- orientada

A tentativa de explicitar o elo entre o texto e contexto, e ao mesmo tempo levar em conta a intervenção humana envolvida na recepção do texto e operação da produção de uma abordagem sistêmico funcional proporciona uma das bases úteis para análise e avaliação dos textos de origem e chegada (Steiner 1998). Tal abordagem tem sido adotada pela House para desenhar o modelo de avaliação da qualidade na tradução (House 1977). Este modelo foi revisado recentemente (House, 1997)

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Um modelo funcional pragmático de avaliação da tradução. A functional-pragmatic model of translation evaluation

House desenvolve um modelo funcional para tradução baseada na teoria sistêmico-funcional de Halliday e também adapta ao modelo de Crystal e Davy baseado no esquema de análise estilistica constrastiva. O modelo revisado pela House fornece análise para comparação do original e tradução em três diferentes níveis: níveis da linguagem/texto, registro (Field, Mode e Tenor) e Gênero.

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Um modelo funcional pragmático de avaliação da tradução. A functional-pragmatic model of translation evaluation

House desenvolveu seu modelo de avaliação de traduções. O primeiro é o de equivalência, considerado um critério fundamental para determinar a qualidade da tradução. A equivalência nesta abordagem é entendida não como conceito absoluto, ao contrário, é relativa em vários aspectos: determinada pelas condições histórico-sociais e pelos vários fatores linguísticos e contextuais, entre eles: língua de partida e chegada com suas estruturas específicas constrastivas, extra-linguística resultando em diferentes representações da realidade nas duas línguas, o original refletindo de modo particular nos recursos linguístico e estilístico nas normas da linguagem, as normas linguísticas do tradutor e a língua e cultura alvo, características estruturais do original, as normas de expectativa dos receptores da língua alvo, a interpretação e compreensão do tradutor do original e sua “criatividade”, a teoria implícita e/ou explícita do tradutor, interpretação do original pelo seu ator.

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A visão de equivalência simplesmente baseado somente em semelhanças lexicais, sintáticas e formais tem sido criticadas por um longo tempo. Além disso, definição puramente formal de equivalência tem sido revelada como deficiente ,pois não explica o uso apropriado no desempenho da comunicação. Por esta razão que a equivalência pragmática e funcional tem sido aceita já que este modelo está relacionado a preservação do “significado” nas duas diferentes línguas e culturas. Três aspectos do “significado” são importantes para tradução: o aspecto semântico, pragmático e o textual, a tradução é vista como substituição da linguagem do texto de origem por um equivalente semântico e pragmático na linguagem do texto alvo. Como primeiro requisito para equivalência é se posicionar que a tradução do texto tenha uma função equivalente do seu original.

Um modelo funcional pragmático de avaliação da tradução. A functional-pragmatic model of translation evaluation

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O termo “função” na visão pragmática de House não deve ser confundida com função de linguagem. A função aqui é definida simplesmente como “aplicação ou uso que o texto tem no contexto específico de uma situação.

Assim, a autora sugere “dimensões situacionais” (Situational dimensions) que destacam características do contexto situacional a serem observadas durante o processo de constituição da crítica. Para elaborar a categoria de “dimensões situacionais”, House utilizou o modelo de Crystal e Davy (1969).

Um modelo funcional pragmático de avaliação da tradução. A functional-pragmatic model of translation evaluation

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A operação do modelo envolvia inicialmente uma análise do original de acordo com o grupo de “dimensões situacionais” de correlatos linguísticos estabelecidos. Esses correlatos linguísticos são os meios pelo qual a função textual é concretizado.

“Para estabelecer a função de um texto é preciso caracterizar o seu perfil textual. Para isso é preciso realizar uma análise detalhada de cada texto, considerando a situação única a qual ele está ligado. Quando a intenção é “estabelecer a equivalência funcional entre um texto original e um texto traduzido, o texto original deve ser analisado primeiro, de modo que a equivalência que porventura se busque para o texto traduzido possa ser estabelecida com precisão”. Segundo esse modelo, o perfil particular do texto original, é “a norma pela qual a qualidade de uma tradução deve ser mensurada”.

Um modelo funcional pragmático de avaliação da tradução. A functional-pragmatic model of translation evaluation

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O modelo revisado de avaliação da tradução. The revised model of translation evaluation

No modelo revisado são usados os conceitos clássicos de Halliday, (field – conteúdo e natureza da atividade social), (tenor – relações entre os participantes) e modo (mode – meio e canal da comunicação). Juntos esses elementos determinam o registro da linguagem e representam o contexto da situação.

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O modelo revisado de avaliação da tradução. The revised model of translation evaluation

Embora esta categoria “registro” (Field, Tenor, Mode) captura o relacionamento entre texto e contexto, as descrições de registro são basicamente limitados para capturar as características individuais na superfície lingüística. Diferentes conceitos são necessários a fim de caracterizar padrões e estruturas textuais mais profundas através do “Genêro” (Gender) . Assim, o gênero é concebido como uma categoria superior ao registro. Enquanto o registro captura a conexão entre textos e “microtexto”, o Gênero conecta textos como o “macro texto” da comunidade linguística e cultural. Registro e ^Genêro são ambos sistemas semióticos concretizados pela linguagem.

Gênero é o plano de conteúdo do registro / registro é o plano da expressão do genêro e é o plano de conteúdo da linguagem, e a linguagem plano de expressão do registro. (Martin 1993)

Vejamos um esquema para avaliação, comparação e análise textual.18

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O modelo revisado de avaliação da tradução

The revised model of translation evaluation

House propõe um método de avaliação da qualidade da tradução utilizando os conceitos de Lingüística Sistêmico Funcional de Halliday. Ela defende que devemos comparar o texto original e sua tradução em termos de gênero e os três domínios, registro, campo, tenor, e modo Dentre desses três domínios do registro, temos três meios para comparar o original e a sua tradução, léxico, sintático e textual. Ela faz uma distinção entre tradução manifesta (overt) e velada (covert).

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Dois tipos de Tradução Two types of translation

Overt t ranslation (tradução manifesta) – o original e sua tradução devem ser equivalente no nível da Linguagem/Texto, Registro e Gênero. Entende-se como as relações tradutórias que se fazem notar. O trabalho do tradutor neste caso é importante e visível.

Covert translation (tradução velada) - ser equivalente no nível do Gênero e Função do Texto Individual - A tarefa do tradutor é revelar/desvendar o original e encobrir/ocultar a transformação do original. Aqui, o tradutor é menos visível, senão totalmente ausente.

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Dois tipos de Tradução Two types of translation

“Na tradução manifesta o texto original é fortemente associado à sua cultura, seja por estar ligado a um evento histórico exclusivo da cultura fonte, seja por possuir um valor único como obra literária que lhe garante um status dentro da cultura receptora e, algumas, vezes, também em outras comunidades.

A tradução velada não é marcada como um texto traduzido, podendo ser lido como um texto original. Nesses casos, o texto original e sua tradução são produzidos para atender necessidades similares das comunidades fonte e meta. A possibilidade dessa “relação direta” entre o original e sua tradução existe porque na tradução velada um texto traduzido é escrito para ser lido como original. Assim, nesses tipo de tradução, o tradutor deve simplesmente limitar-se a transpor o texto original para a língua-alvo de modo que os leitores dessa tradução possam ter acesso ao texto como se tivesse sido escrito originalmente em uma língua estrangeira, mas sem deparar com as características próprias dessa língua e cultura.

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O conceito e função do “filtro cultural;The concept and function of a “culture filter

Para análise comparativa do texto de origem e texto alvo a avaliação da tradução velada (covert) é essencial para levar em conta o conhecimento sobre a diferença cultural entre as comunidades da língua alvo e de origem. Deve salientar que neste ponto que há poucas pesquisas empíricas na área de análise pragmática constrastiva para o par de língua específica . Na verdade, as pesquisas nesta área parecem ser de grande expectativa nos estudos da tradução para o próximo milênio

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Diferença entre traduções e versõesDistinguishing between different types of translations and versions

Overt versions – são produzidos quando uma função especial é acrescentada no texto traduzido.Há dois diferentes casos de overt version (versão manifesta): 1. quando a “tradução” é realizada para alcançar um público específico. Ex.: edições especiais para jovens, atividades específicas para determinado público. 2. quando a “tradução” é realizada para um fim específico. Exemplo, versão interlingual ou “traduções lingüísticas”, resumes e abstracts, em que a finalidade/objetivo expresso do “tradutor” (producer) da versãoé passar somente o essencial do original (Obs.: vejam que aqui que tradutor foi subsituído pelo “producer”)

Covert versions – quando o tradutor com o objetivo de preservar a função do texto fonte aplica o filtro cultural empreende mudanças na dimensão situacional.

House define como uma versão de tradução para funções especiais em que há acréscimos.Se o texto preserva a função da fonte de texto e algumas mudanças são feitas em conformidade com o sistema da língua-alvo, o texto é chamado de 'tradução. 

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Há casos em que a escolha overt-covert translation é subjetiva, por exemplo as fábulas que podem ser vista como produto de uma cultura particular.

O caso da Bíblia, por exemplo, se for tratado como uma coleta de documentos histórico literários, neste caso aplica-se overt translation, ou se for tratado como uma coleção de verdades humanas diretamente relevantes a toda humanidade, neste caso, aplica-se covert translation por parecer mais apropriado. A tradução se distingue da versão pelos tipos de operações textuais realizadas pelas condições específicas.Filtro cultural baseado nas pesquisa empíricas aplicado nas traduções é julgada mais como covert version.

Diferença entre traduções e versõesDistinguishing between different types of translations and versions

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ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

Field – Campo É uma pequena estória para crianças de 2 a 06 anos de

uma família harmoniosa e afável de ursos : Mr. Bean, Mrs.Bear e Baby Bear. A trama é simples, uma experiência do dia a dia. Mr. Bean não consegue dormir, ele fica perambulando pela casa. Quando finalmente ele vai pra sua cama e cai no sono, o relógio logo desperta, e ele acaba acordando. No entanto, tudo é recompensado quando a Mrs. Bear lhe traz uma xícara de um chá delicioso.

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Field – Campo

Ítem Lexical Este ítem é provavelmente parte da competência das crianças

desenvolvida nas interações num ambiente “hic-et-nunc” (aqui e agora) real, por exemplo, em suas casas e vizinhança: tired, go to bed, fall asleep, sleep, snore, Baby Bear´s room, living-room, etc.

Ítem Sintático oração curta com estruturas simples no decorrer da estória.

Ítem Textual presença forte da coesão textual o que torna o texto de fácil

compreensão para crianças pequenas. A coesão é alcançada através de uma série de procedimentos, a maioria pela ligação icônica linkage) e dinâmica temática (theme dynamics)

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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Field – Campo ligações icônicas (iconic linkage)

similaridade das orações que proporciona o reconhecimento das declarações e ações evidenciando os efeitos do drama.

2,3: Mr. Bear was tired. Mrs. Bear was tired; Baby Bear was tired

6,10,13,16,21,27: Oh NO! I can´t stand THIS. 6,11,14,17,22,28: So he got up and went to sleep in Baby

Bear´s room (the living room, the kitchen, in the garden, in the car). So he got up and went back into the house.

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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Field – Campo

Dinâmica temática (theme dynamics Movimento temático frequentemente organizado nas

sequências do movimento rima-tema para assegurar uma nova ordem.

28-29 - So he got up and went back into the house / In the house, Baby Bear was fast asleep, and Mrs. Bear had

Onomatopéias que também contribui para os efeitos do drama: 9,12,15, etc9 - to be an aeroplane: “NYAAOW! Went to Baby Bear, “NYAAOW! “NYAAOW!12- TICK-TOCK... Went the living-room clock...TICK-TOCK, TICK-TOCK,15-drip,drip...went the leaky kitchen tap.

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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TENOR (relação entre os participantes) Author´s Temporal – não marcadoGeographical – contemporâneo Social Provenance : inglês britânico para

classe de padrão médio

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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Tenor Author´s Personal (Emotional and Intellectual) Stance – Atitude

pessoal do autor (Emocional e Intelectual)A autora visualiza os personagens que ela criou com senso de humor, empatia e envolvimento, sem sentimentalismo. Os personagens mantém suas dignidades sem serem infantilizados.

Item Lexical Os nomes dos personagens (Mr. And Mrs. Bear)

revelam modo neutro e imparcial na descrição, mas no decorrer to texto apresentam os efeitos de humor considerando que os personagens são “ursinhos de pelúcia”.

Ítem Sintático Repetição intensa dos sintagmas com efeito

humorístico. 34,35: Did you sleep well? – Not VERY well

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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Tenor Relação da Função Social

Autor-leitor: simetria, relação íntima entre os leitores/destinatários envolvidos – adultos (pais ou qualquer outro que toma conta da criança), não apresenta agressão/insulto na fala, não há evidência de uma leitura ideológica, de motivação pedagógica e educacional.

Autor-personagens na estória: respeito pela individualidade dos personagens revelado pelos títulos e termos genéricos (Mrs.Bears), simpatia e empatia.

Entre os personagens: tolerância, simpatia, ironia e um bom humor.

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Tenor Relação da Função Social

Item Lexical

Título e nomes (Mr.Mrs., Bear) no decorrer da estória paraum efeito humorístico

Uso do tratamento “dear” para criar intimidade.

Item Sintático 18: Contato direto com os leitores para criar uma relação

de envolvimento e intimidade “ Well you would not believe what noises there are in the garden at night”

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Tenor Relação da Função Social

Ítem Textual 34-35: Presença de um movimento ritualizado “How-are-

you” e na segunda parte (Not very well) em seguida um ato de compreensão (never mind) para contrastar o momento da estória infeliz e de desconforto de Mr. Bear para um efeito de humor.

37 : um curto sintagma final para selar o ato de promessa, fechando e “selando” também a relação de conforto, intimidade e confidência.

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Tenor Atitude Social

Estilo do nível informal: coloquial, estilo íntimo caracterizando o tipo de conversa em família.

Ítem Sintático Simplicidade das orações, mais coordenação que

subordinação, simplicidade nos sintagmas, ausência de pré e pós alteração.

Ítem Lexical Uso dos itens lexicais marcados de maneira informal e

familiaridade. Por exemplo, nas onomatopéias, DRIP, MIAAOW, seguido do verbo informal “go” no passado (“went”), e conjunção informal “So”.

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Modo Meio : Complexo “Escrito para ser lido em voz alta como se não tivesse sido

escrito”, a idéia é criar uma ilusão de que a estória está sendo inventada no momento da leitura.

Segundo as dimensões de Biber características para discurso (oral-escrito):

produção com interação vs. produção informacional: referências explícitas vs. referências dependente do

contexto Informação abstrata vs. não-abstrata Assim, as gravuras do livro podem ser estabelecidas

como envolvimento, referências dependente do contexto e não abstrato.

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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Modo Meio: Complexo

Item Sintático Freqüência de orações coordenadas curtas ligadas pelo

and; uso de conjunção so caracterizando linguagem oral.

Item Fonológico Presença frequente do acento tônico/tonicidade na

oralidade marcado na escrita em letras maiúsculas (exemplo: BRBRBRBR quando o alarme do relógio disparou)

Item Textual Uso amplo e repetitivo no texto a fim de propiciar fácil

compreensão aos leitores/ ouvintes.

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Modo Participação

Complexo: monólogo embutido com diálogos a parte Item Lexical: Uso do well, uma marca/indicação

tipicamente usada no início de uma resposta num diálogo (18)

Item Sintático: Presença retórica, enunciado dirigido ao leitor.

Item Textual: Uso intenso do discurso direto para aumentar o envolvimento do ouvinte/leitor na estória. Este discurso direto inclui considerável “animação” dos animais e objetos, tais como a torneira e o relógio da sala que são representados pelos barulhos proporcionando a interação com Mr.Bear. 

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GÊNEROO livro ilustrado para as crianças é designado para ler em voz alta pelos adultos, muitas vezes usado como estória de ninar.O “propósito comunicativo” do livro é entreter as crianças, confortar e tranquilizá-los, e talvez também educá-los. Na tradução inglesa, o livro das crianças frequentemente apresenta humor para socializar de forma suave os jovens na vida familiar e no mundo. O Texto é ilustrativo. Tem sido omitido no anexo já que não há palavras que precisam torná-las explicitas. Na verdade a ilustração é a mesma do original e da tradução alemã.

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DESCRIÇÃO DA FUNÇÃOA função do texto original consiste de um componente funcional ideacional e interpessoal que pode ser resumido conforme segue:

• Embora o componente funcional ideacional não esteja marcado, o texto implicitamente revela aos leitores alguns acontecimentos e atividades sociais envolvendo os protagonistas descritos no texto, em outras palavras, contam a estória! No entanto o componente ideacional é menos importante que o interpessoal, que é marcado em todas as dimensões usadas para análise do texto.

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DESCRIÇÃO DA FUNÇÃO

Quanto ao GÊNERO , o livro é escrito e é ilustrado para crianças, determina que a função interpessoal é fundamental, com o propósito de tranqüilizar e auxiliar, um senso de pertences/propriedades e aumento de entendimento de como o mundo funciona ao redor das crianças. 

FIELD, também é marcado fortemente pelo componente interpessoal: a descrição de uma vida típica em família, em que um membro da família vivencia uma noite em claro, é apresentado de forma bem humorada, sem más intenções, resignação, tornando a estória divertida, interessante e de fácil compreensão.

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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DESCRIÇÃO DA FUNÇÃO

TENOR, a posição pessoal do autor assim como relação social e atitude social evidencia no texto uma forte marca do componente funcional interpessoal. O relacionamento entre ambos, leitor e autor e entre (ficcional) os personagens são qualificados pelo bom humor. O estilo informal também sustenta o componente funcional interpessoal pela crescente intimidade e humor do texto . 

MODE, o meio caracterizado como “ escrita para ser lido como se não fosse escrito” marcado pelo envolvimento, situação dependente e não abstrato, assim como muitos trechos do discurso simulado (monólogo e diálogo) também fortalecido pela função interpessoal por causa do efeito emotivo da integridade e imediações espontâneas.

ANÁLISE DO TEXTO ORIGINAL Peace at Last – Jill Murphy

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Comparação do texto original vs. tradução e análise da qualidadeComparison of original and translation and statement of quality

Como oposto do original, a tradução está longe de apresentar uma família serena, amorosa, conforme apresentado no título Keine Ruh für Vater Bar, diferente da estória. A tradução transforma a atmosfera positiva do original em “negativa”. A posição ideológica é expressada forçosamente de maneira irônica e “engraçada”. A estória do original, inocente, serena/pacífica é modificada por uma série de desastres. Esta impressão é suportada pelos registros não correspondentes ao Field (Campo), Tenor(Relação), Mode (Modo) e Gênero.

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Comparação do texto original vs. Comparison of original and translation and statement of quality

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FIELD (campo)Textual Mismatches (não correspondência textual)Perda de Coesão: o item lexical onomatopéico não é representado/interpretado de forma coerente: (28/29): Um die Sonne chien immer Heller vs (26) SHINE, SHINE went the Sun, presume-se uma tentativa de corrigir o original em que Sun não faz ruídos e por isto, presumidamente não foi apresentado no mesmo vein como outros objetos da estória que faz barulho. Esta não correspondência resulta na perda de humor, precisamente porque a ação do Sun é omitida. O uso coerente de um equivalente da conjunção so no texto não é mantido na tradução: DORT wollte er schlafen no início do texto (7,11,15,18)(22): So he went off to sleep é apresentado (23): Er stand auf ging in den Garten.

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FIELD (campo)

Não correspondência SintáticaO uso da onomatopéia em inglês é baseado padrão “normal”. Exemplo: verbos lexicalizados (snore, drip, snuffle), na “equivalência” do alemão frequentemente assemelha-se às estórias em quadrinhos infantilizados pelas interjeições (sch-sch-sch-schnüff-schnüff).

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TENORPosição pessoal do autor (Emocional e Intelectual)Perda de humour, sentimentalização e infantilização dos personagens na estória. Não correspondência LexicalOs personagens Mr.Bear, Mrs.Bear e Baby Bear são modificados nas colocações sentimentais e infantilizadas alemã Vater Bar, Mutter BAR, baby Bar. Esta mudança também contribui para a perda de humor em conflito com o que foi criado no inglês para os títulos Mr.Mrs., além do fato de que nós estamos aqui lidando com o bichinho de pelúcia funcionando também como brinquedo das crianças

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TENOR

Não correspondente SintáticoAs estruturas das orações estão bem mais simples que a do original em inglês. Duas orações curtas simples são emitidas mais longa do que uma oração coordenada.:

(6/7); So he got up and went to sleep in Baby Bear´s room vs. Er stand auf und ging ins Kinderzimmer. DORT wollte er schlafen. 

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TENORRelação do Papel SocialEntre autor e leitores, entre autor e os protagonistas, e entre os protagonistas. Esses três papéis são claramente interdependentes, tal que a relação entre o protagonista é a reflexão da avaliação do autor de seus leitores e a visão do autor dos seus personagens. Essas relações são modificadas quase que radicalmente na tradução alemã, o que prova a não correspondência. Não correspondente TextualNa tradução alemã o cenário positivo da obra original é transformada em negativa. Para começar, o título do original Peace at last é transformado em Keine Ruh für Vater Bar, uma total contradição do título original. No final da estória, a mãe é amável, carinhosa, amiga (never mind...a Nice cup of tea) e a frase final and she did indica que ela trouxe o chá conforme consolo selado “sealing”. Na tradução alemã, no entanto, a oração Warte, ich bring dir das Frühstück ans Bett insinua que este ato é parte de uma rotina diária.

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TENORRelação do Papel SocialNão correspondente LexicalEstruturado pela manipulação do título e final, o corpo do texto contém um padrão de negativização e problematização, não somente na relação entre pai e filho apresentado de uma maneira negativa e problemática, mas também a relação entre mãe e pai. De forma implícita as relações das funções autoritárias são construídas na versão do tradutor. A primeira sentença: The hour was late é traduzida de uma maneira que evoca a diferença do relacionamento entre os pais e a criança: Es war Schafenszeit, esta oração implica uma norma dos pais (quando está tarde e escuro, as crianças devem ir prá cama), no original em inglês a mensagem permanece neutra. Baby Bear´s room virou das Kinderzimmer, um termo genérico, a sala então não é individual, mas passa a pertencer a alguém na posição da criança. A função do relacionamento entre criança e os pais são marcados de maneira fixa e normativa.

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TENORRelação do Papel SocialNão correspondente Lexical.../...Uso das expressões em alemão mein Lieber und meine Liebe (29/30) ajuda a romper a harmonia de uma família feliz representada no original em inglês. Apesar do deceptivo formal equivalente entre my dear and mein(e) Liebe(r), essas sentenças não são pragmaticamente equivalentes.Sentença Macht nichts também não é quivalente a never mind. Na verdade, Macht nichts é muito mais direto, menos gentil. O uso de Macht nichts and warte dá um ar indiferente.

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MODEParticipationNo original (18) e (19) na tradução, a tentativa via retórica, para diretamente envolver os participantes não é mantida na tradução. Em vez disso, a tradução apresenta uma mensagem impessoal, descontraído com início informal, regional tja.

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GÊNEROAinda que a tradução apresenta uma obra para crianças, o gênero não mudou. Porém, a “estrutura” é muito diferente no texto: ambos, título e o final tem um tom diferente: a obra inocente e humorística para ser lido com prazer, diversão e alegria é transformada em uma obra ideológica e pedagógica.A análise mostra que parece ser padronizada as diferenças entre os textos neste gênero em duas comunidades linguística e cultural. Nas obras infantis alemãs parece ser uma tendência descrever um tipo de função na relação entre crianças e adultos da mesma maneira como foi mencionado acima, há mais sentimentalização e infantilização assim como menos humor, maior necessidade de impor idéias pedagógicas e ideológicas nas estórias contadas nos livros infantis alemã.

Comparação do texto original vs. tradução e análise qualidadeComparison of original and translation and statement of quality

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COMENTÁRIOS SOBRE A QUALIDADE

As análises do original e tradução revelou não correspondências com as dimensões FIELD(Campo), MODE(modo) e em particular TENOR (relação) com conseqüente modificação substancial do componente funcional interpessoal da função do texto. No FIELD, perda de coesão foi encontrado em vários casos.

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COMENTÁRIOS SOBRE A QUALIDADETENOR – a mudança mais incisiva foi na relação da função social retratada no original e na tradução. O cenário positivo do original foi transformado em negativo. Se retomarmos o que já foi dito anteriormente sobre as relações, veremos que as diferenças se devem ao fator cultural. Assim, a tradução alemã analisada pode ser descrita como tradução velada(covert) em que o filtro cultural foi aplicado. Por que será que o tradutor ou o editor não optou por uma tradução manifesta (overt).? É uma triste verdade que os tradutores de obras infantis parecem sentir particularmente permitidos a produzir traduções veladas (covert) para fazer as modificações quando lhes pareçam apropriadas, desta forma, impedindo as crianças ao acesso a voz do original. Crianças na maioria das vezes são totalmente subestimadas em suas capacidades de aprender e imaginar.

Comparação do texto original vs. tradução e análise qualidadeComparison of original and translation and statement of quality

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COMENTÁRIO SOBRE A QUALIDADE

Há uma razão para esta tendência de adaptar textos originais para cultura de chegada , o GÊNERO pode ser de um lado recepção-orientada dogmática, ambiente hermenêutico, que necessita, na opinião deste autor, ser submetido pelo texto e contexto baseado nas análises linguísticas.

Comparação do texto original vs. tradução e análise qualidadeComparison of original and translation and statement of quality

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POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES DA CRÍTICA DA TRADUÇÃO. Possibilities and impossibilities of translation criticism

Algumas considerações: Na crítica da tradução é importante conscientizar sobre a

diferença de uma análise linguística e julgamento social. Há uma diferença entre comparação, descrição e explanação das diferenças estabelecidas na análise linguística e de julgamento. “how good a translation”

 A abordagem funcional-pragmática foca no texto, ou seja,

produtos dos processos de decisão humana. 

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Qualquer análise depende de uma série de fatores que necessariamente entra num julgamento avaliativo social. Este tipo de avaliação emana do processo comparativo analítico da critica da tradução, ou seja, a análise lingüística fornece base para argumentar um julgamento avaliativo.

  A escolha de uma tradução manifesta(overt) ou velada (covert) não

depende somente do tradutor ou do texto a ser traduzido, ou ainda de uma interpretação subjetiva do texto, mas também as razões da tradução, os leitores envolvidos, política de marketing e publicidade, fatores que nada tem a ver com procedimentos linguísticos na tradução, são fatores sociais.

POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES DA CRÍTICA DA TRADUÇÃO. Possibilities and impossibilities of translation criticism

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No entanto, apesar de todas essas influências externas, a tradução está no núcleo do fenômeno lingüístico-textual e pode ser legitimamente descrito, analisado e avaliado.

  O interesse fundamental para crítica da tradução permanece na

análise lingüística textual e comparativa. Os fatores sociais é vista como segundo plano.

A descrição e explanação lingüística não deve ser confundida com afirmações avaliativas com bases nos fatores sociais, políticos, éticos ou individuais.A tradução é vista como operação linguística-textual.

A crítica da tradução está preocupada na questão da qualidade na tradução, embora seja um tema problemático considerando a dificuldade para se chegar a um “julgamento final” que requer objetividade científica, deve ser levado em conta que a crítica da tradução é um campo que vale a pena.

POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES DA CRÍTICA DA TRADUÇÃO. Possibilities and impossibilities of translation criticism

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Resumindo e concluindo, a crítica da tradução, como linguagem tem dois componentes funcionais básicos, um ideacional e um interpessoal que são levados a separar as duas fases :

Ideacional - refere-se análise linguistica, descrição e explanação baseados nos conhecimentos e pesquisa.Interpessoal – refere-se a julgamentos de valores, social, interpessoal e questões éticas de relevância e gosto pessoal.  Sem o primeiro, o segundo é inútil, em outras palavras, julgar é

fácil, explicar e entender é menos ainda. Em outras palavras, sabemos quando uma tradução é boa, quando somos capazes de explicitar as bases para nosso julgamento fixado em procedimentos teoricamente estabelecidos.

POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES DA CRÍTICA DA TRADUÇÃO. Possibilities and impossibilities of translation criticism

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HOUSE, Juliane: How do you know when a translation is good. In: STEINER, Erich; YALLOP, Colin(eds.) Exploring translation and multilingual text production: beyond content. Berlin/New York:Mouton de Gruyter, 2001.p.127-160

http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0210370 http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/07105581 http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica_Sist%C3%

AAmico-Funcional http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1599-8.p

df?PHPSESSID=2010012610220293 http://www.interaula.com/portugues/ora..o.htm

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