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Kacttüus¨ Kacttüus¨ Informativo AnarkoPunk Nº01 Ano 2013 ¨

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Kacttüus¨Kacttüus¨Informativo AnarkoPunk Nº01 Ano 2013

¨

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Editorial

Kac�üs, não é simplesmente uma planta originária de regiões quentes e semidesér�cas e que resiste a vários

períodos de seca.

Kac�üs é também o nome de uma rede, uma ar�culação de grupos e pessoas envolvidas com a cena anarkopunk

da região nordeste.

Kac�üs tem o significado justamente de enaltecer a nossa resistência aqui nesse recanto do mundo onde a falta

de chuva, de perspec�va, a falta de acreditar em transformações atrofia não só as plantas, mas também as mentes das pessoas. A miséria germina, cresce e ganha proporções gigantescas. Não falamos da miséria de não ter o que comer. Esta também existe, mas está inserida na miséria mais ampla, na pobreza das relações sociais e no pensamento raquí�co que não consegue ir além do óbvio, do que é co�diano: submissão, parasi�smo, obediência, fé cega... Aqui a roubalheira dos governantes é prá�ca considerada normal. Polí�co cassado como ladrão se elege na próxima eleição como o mais votado do local, parece até apologia à bandidagem.

Kac�üs tem o obje�vo de relatar experiências, a�vidades, movimentações de pessoas que não se enquadram

nesse perfil de acomodação e passividade. Que enfrentam essa realidade brutal procurando desenvolver a�vidades que denuncie a pilantragem oficial e que também proponha outras formas de se organizar, de viver sem depender de polí�cos, religiões, polícia e tantas outras merdas. Aqui os espinhos estão prontos e envenenados pra a�ngir quem merece.

Kac�üs bole�m anarkopunk da região nordeste, onde os grupos se ar�culam mediados não pela divisão de

fronteiras estabelecidas por leis, mas sim por afinidade geográfica e de ideias, de postura. Somos parceirxs e temos sede de comunicação, de ligação com outras experiências libertárias que possam contribuir para a construção de uma vida menos miserável. Algo que nos possa trazer alguma expecta�va de transformação, de sair da mesmice. Por isso que durante o 9º Encontro Anarkopunk da região resolvemos organizar esse informa�vo, justamente pra difundir nossas ações e tentar ouvir ecos libertários e punx também de outras localidades. A semente está plantada. Sigamos adiante sempre resis�ndo às mazelas, as desgraças que nos impõem uma organização social estúpida.

VIVA PUNK, VIVA ANARQUIA!!!!

9ª ENCONTRO

ANARCOPUNK

NORDESTE

CAMPINA GRANDE - PB

2012

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- I Feira Anarquista de Natal/RN

Trata se de um evento promovido por Anarquista, simpatizantes e libertários

que na ideia de reunir pessoas de pensamentos livres de preconceito e que

acreditam no “faça você mesmo”. Com matérias de fabricação artesanal,

recicláveis e produções independentes, sendo vendidos a preço de custo ou

através de trocas.

A feira ocorreu no dia 20 de outubro de 2012,de inicio com um delicioso

café da manhã (Vegano) com troca de ideias com a galera de Campinas

Grande, Recife, São Paulo e entre outros convidados internacionais. Muito bom

saber que a movida foi tão positiva que abril um leque, que motivaram outras

galeras a fazer o mesmo, Que é promover eventos libertários onde si possa ter

acesso a materiais com um custo baixo ou sem custo algum e conhecer

pessoas novas com os mesmo ideais e vivências.

Bem! Foram expostos matérias como: camisas, zines, livros, roupas

customizadas, cachaças, licores, bijuterias, bolsas, sapatos, CD, DVD, vinil,

comidas veganas. Ouve uma oficina de confecção artesanal de livros com

Marina de São Paulo.

Com uma belíssima feijoada vegana, deu início as atividades da feira, foi

muito boa a receptividades das pessoas presentes, a oficina de

encadernamento foi bem interativa, todos que puderam por em pratica a

fabricação ficarão impressionados de como é fácil,simples, e criativo fazer seu

próprio livro.

Essa realmente deu um gostinho de quero mais.....(risos).

- A�vidade: Lançamento do Vídeo Relatos de uma Cena Anarko punk

A a�vidade aconteceu no dia 05/01/2013 em um espaço alterna�vo chamado

Eletro Cana, Colaram uma quan�dade interessante de pessoas para o acontecido.

No dia foi exibido o documentário Relatos de uma Cena Anarkopunk, Que Foi produzido

em 2008 e apresentado como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da UFRN

por César Medeiros e Danilo Tázio. Foi re-editado em julho de 2012 com novos cortes,

cenas e imagens de arquivo que haviam ficado de fora, e reduzido em 20 minutos para

exibição.

Achei bem interessante a par�cipação da rapaziada que conferiu o vídeo, rolou

uma troca de ideia bem caó�ca entre os envolvidos, cheia de sinceridade e curiosidade

para saber como era a cena aqui em natal nas décadas passadas.

Por fim rolou uma cofraternização ruidosa com as bandas: Os Cramunhão, Insane

Madness e Fratelli.

- Par�cipação no programa da Pós-TV no debate Papo Camarão com o tema: Cena underground po�guarEvento organizado pelo pessoal ligado ao Fora do Eixo Natal e com par�cipação de anarkopunks, hardcores e grindcores da cidade.Para assis�r o debate acessar: http://www.ustream.tv/channel/papo-camar%C3%A3o

Relatório / Informes - Natal/RN

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Rupturas libertárias

Foi um evento organizado pelo movimento anarcopunk de Natal que aconteceu de 2 a 5 de maio de 2013 e procurou provocar questionamentos sobre vários pontos da nossa existência relacionados a anarquismos, violência, Estado, gênero e organização através de discussões com a participação de coletivos e indivíduos de Natal e outros lugares. Pensamos inicialmente em algo muito simples e já imaginando uma presença não muito grande de pessoas nas atividades do evento, mas nos surpreendemos com a quantidade de amigxs que vieram de outras cidades para participar, e com a convivência deliciosa que tivemos juntxs. Os corres que ainda tínhamos que fazer para as atividades foram divididos entre todxs que estavam presentes.Um dos pontos mais interessantes e proveitosos da programação foi uma oficina ministrada por Akenaton (coletivo Dhuzati) de desconstrução de gênero para homens. Foi levantada uma polêmica anteriormente à realização do evento sobre a participação restrita aos homens na atividade, alegando que essa divisão seria uma reprodução das normas de gênero. Em alguns momentos da própria programação discutimos sobre isso e nos foi explicado a proposta da oficina, em que seria em justificada em razão de que a maior parte das discussões em torno das questões de gênero são levantadas por mulheres, e o propósito de exclusividade para homens cis seria para que essas reflexões atingissem aqueles que são possíveis grandes reprodutores das normas de gênero e que normalmente não refletem sobre isso. A oficina consistiu numa mistura de dança, carícias, toques, beijos, ao som de músicas e aromas exóticos, para que construímos junto a Akenaton um processo de desconstrução de nossas masculinidades. Ideias que estão atualmente em alta, principalmente nas manifestações contra o aumento das passagens, que propõem uma forma de agir mais pacífica e contra “vandalismos” foram profundamente contestadas em outra discussão puxada por Akenaton sobre como essas estratégias podem ser autoritárias e conservadoras, expondo o livro Como a não violência protege o estado de Peter Gelderloos.

O próprio local que estávamos fazendo essas discussões foi também posto em cheque. Na palestra ministrada pelo prof. Nildo Avelino houve a tentativa de fazer uma conexão entre as teorias de Michel Foucault e a tradição teórica anarquista, analisando a presença desta na academia. Nildo mostrou convergências que nunca tinha notado e enriqueceu os debates que estávamos tendo. Houve pessoas que contestaram as propostas do professor e a presença do anarquismo na academia. Ficamos muito felizes ao saber que a rádio cordel libertário iria comparecer e puxar um bate papo sobre comunicação e propaganda libertária. Essa rádio on-line vem cumprindo um papel importante ao suscitar discussões entre pessoas próximas ao anarquismo no brasil todo e até em outros países. Conhecemos um pouco mais a história da rádio, as dificuldades e a existência de outras rádios libertárias pelo país, como a rádio Lama (Recife). O pessoal do coletivo matilha negra daqui de Natal trouxe uma discussão sobre formas de nos organizarmos nas lutas, com base numa experiência em que alguns membros tiveram no Elaopa (encontro latino americano de organizações populares autônomas) e na convivência que tiveram com militantes que reivindicam um anarquismo especifista. Numa conversa bem informal foi argumentado que formas rígidas de se organizar, semelhantes a partidos políticos tradicionais, excluem a espontaneidade, que é algo que não pode deixar de existir nas nossas relações.

Houve ainda a gig de encerramento que contou com a presença das bandas: Derrotista (PB), Grillus Sub (CE), Tudo acabado (CE), Fratelli, e Insane Madness. No som a única coisa que ocorreu de ruim foi uma briga entre o pessoal punk e um indivíduo que no meio do som fez comentários sexistas e agrediu o vocalista da tudo acabado. Ainda foi foda a cumplicidade do pessoal do bar (eletrocana) que autorizavam aquele tipo de comportamento no local, e disseram que aquela pessoa podia fazer o que quisesse.

Para além das atividades que rolaram, a vivência que tivemos juntxs no espaço do dce (onde o pessoal que veio de fora ficou alojado) foi um dos momentos mais ricos que tivemos ao longo de todos esses dias. O fato de termos cozinhado, dormido, mangueado, conversado e estado juntxs por esse período nos fizeram mais fortes e convictxs daquilo que acreditamos e afirmamos nas discussões. Por Igor, ao som de “Você tem coragem” – Derrotista

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F e i r a L i b e r t á r i a d e C a i c ó

Nesse dia 20 de abril foi realizada em Caicó (RN) a primeira feira libertária do Seridó, contando em sua programação a exposição stands de colet ivos da região, debate, exibição de curtas, apresentações musicais e venda de comida vegana. O evento aconteceu na Ilha de Santana e iniciou às 17 h da tarde com a montagem de algumas b a n q u i n h a s c o m m a t e r i a i s p a r a v e n d a e d i s t r i b u i ç ã o . C o m p a r e c e r a m o c o l e t i v o M a t i l h a N e g r a ( N a t a l ) , V E D D A S ( N a t a l ) , LAMPEAR/NARC TRAVESSIA/AFESOL (Caicó), e o Movimento AnarcoPunk (Natal). F i z e r a m - s e p r e s e n t e a i n d a , a s b a n d a s C . U . S . P. E . , S c ó r i a e D e r r o t i s t a . A mesa do veddas foi uma das que mais chamou atenção das pessoas que passavam, p o i s h a v i a u m a t e l e v i s ã o c o m c e n a s f o r t e s d e m a l t r a t o a o s a n i m a i s . Num local bastante carente de informações sobre veganismo foram variadas as reações a o s v í d e o s , c o m o u n s p o u c o s v e g e t a r i a n o s q u e b u s c a v a m i n f o r m a ç õ e s p a r a a s s u a s d i e t a s , p e s s o a s q u e t r a b a l h a v a m e m a ç o u g u e s que começavam a se questionar, gente que nunca tinha visto essas cenas e se horrorizavam. F o i m u i t o r i c a e m i n f o r m a ç ã o e s s a e x p o s i ç ã o , q u e a l é m d a t e l e v i s ã o q u e p a s s a v a o s v í d e o s , distribuiu panfletos, banners, dvds e estavam sempre dispostos a dialogar com quem passava. O Lampear e o Afesol são dois projetos de Caicó sediados na ufrn q u e j á a p r e s e n t a m u m h i s t ó r i c o d e a t i v i d a d e s l i b e r t á r i a s e m C a i c ó e e m N a t a l . T a m b é m f a z p a r t e d o g r u p o o p r o f e s s o r F e r n a n d o B o n fi m e t r o u x e r a m p a r a e x p o r c ó p i a s d e t e x t o s c l á s s i c o s e c o n t e m p o r â n e o s a n a r q u i s t a s . O coletivo matilha negra trouxe livros principalmente da editora Deriva de Porto Alegre, da imprensa marginal e artesanatos para venda. O Map-RN marcou presença no evento com textos, cds e livros quase todos para distribuição. Cuspe e Derrotista que tocaram no dia, t a m b é m l e v a r a m m a t e r i a i s p a r a e x p o r .

Por Igor

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Informe de Aracaju/SE

Relatório / Informe - BA (Simões Filho - SSA)

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Relatos Sobre a Movida Punk/Libertária em São Luíz/MA

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ESPAÇO INFIXO

Aqui estamos autogerindo o espaço Infixo. Esse espaço não é uma ocupação, ele foi cedido para ficarmos por tempo indeterminado, pois o dono do espaço ficou sabendo através de uma amigo nosso do ciclovida que o prazo para sairmosdo squat toren estava acabando e não �nhamos pra onde ir. Daí ele resolveu nos dar essa força. O espaço já completou 1 ano de existência e nele já foram realizadas várias a�vidades e vivencias como troca de idéias, oficinas, vídeos-debate,

várias reformas, etc.Já está sendo ar�culados dois projetos para o espaço que é a renovação da biblioteca e a construção do estúdio de ensaio. Fizemos dois pedágios comprar os livros da biblioteca e faremos mais dois para os materiais do estúdio. Estamos também

nas correrias para revelar novas telas para serigrafia.A banquinha de materiais voltou a a�va e estamos colocando em alguns lugares da cidade.

No dia 9 de fevereiro foi realizada uma gig beneficente ao espaço e de comemoração de 1 ano. Na gig tocaram as bandas: 3 indivíduos, porcos leprozos, grillus sub, d-zakato e destruir y construir. Rolou também venda de materiais e rango vegan.

Estamos pensando na possibilidade de fazer mais gigs, mas isso ainda está em pauta.Nós não temos a intenção de permanecer muito tempo nesse espaço, porque é um espaço totalmente fechado e forrado sem

muita circulação de ar, ao tem quintal para horta, não dá pra abrir janela pois tem vizinhos dos lados e atrás e em cima. Não dá para usar a placa solar, fazer banheiro seco, composteira, etc. ou seja, não dá para fazer as mesmas a�vidades

e vivencias que man�nhamos no toren.Por isso estamos juntando dinheiro através de a�vidades beneficentes e contribuições voluntarias para comprarmos

um terreno.Está sendo feita uma compilação de bandas em prol desse terreno. E se rolar da gente ocupar outro espaço, a grana será voltada para a reforma do mesmo.quem quiser contribuir conosco para esse novo espaço, estamos abertos.

Dia 31 de Março, também aconteceu um protesto contra a banda new hit, esta que estupraram 2 meninas na Bahia e con�nuam a fazer shows, inclusive se usando do acontecido e da visibilidade que �veram para chamarem mais atenção. No local foram exibidas faixas com frases de repudio a banda e ao acontecido. Muito barulho com tambores e panelas.

Idéias foram gritadas no megafone para as pessoas que estavam entrando e financiando aquilo e conseqüentemente contribuindo para a cultura que trata o estupro como algo normal.

Relatos - Fortaleza/CE

Dia 21 e 22/03/2013 Vivência na Aldeia dos Pitaguary/Ceará

Nesses dias atendemos a chamada de solidariaedade do povo Pitaguary que habitam tradicionalmente o sopé da serra, entre os municípios cearenses de Maracanaú e Pacatuba. Distando aproximadamente 26 quilômetros de Fortaleza, a Terra Indígena (TI) Pitaguary está situada na Região Metropolitana da capital, tendo em seus arredores uma área caracterizada

pela concentração de indústrias e uma crescente urbanização.Umas das tribos do povo Pitaguaty ocupa desde novembro de 2011 no sopé da montanha uma an�ga pedreira que estava

desa�vada a mais de 15 anos. E com as movimentações na cidade relacionadas a copa do mundo, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado em Recife, concedeu uma liminar que autoriza a Empresa Britaboa a explorar a área e

determina a re�rada imediata dos Pitaguary. Ocorre que essa pedreira está dentro do Território tradicional e faz parte de toda a memória e do patrimônio cultural reivindicado pelo grupo étnico, sendo inclusive espaço para realização de seus rituais.

Assim, desalojo da tribo foi marcado para dia 22 de março.Dessa maneira o povo Pitaguary realizou um chamado de solidariedade onde par�ciparam outros povos indígenas do Ceará,

alguns movimentos sociais e nós anarcopunks. No final de semana anterior ao desalojo o Pajé Barbosa convidou todos que se afetavam com a causa para um grande almoço

de confraternização e vivência no qual também par�cipamos. Esse convívio foi bem interessante, pois nos possibilitou conhecermos a tribo, suas relações com os animais com as plantas, dançamos o Toré e ainda ouvimos muitas histórias da

tribo e da vida do Pajé contadas por ele. Foi também constru�vo no sen�do da experiência com o outro no que diz respeito às diferenças. Nesse caso destaco a hora do almoço. Nesse dia havia sete punks (entre anacopunks e outros) na tribo e cinco

eram vegetarianos. O almoço estava servido em pratos já feitos colocados em cima de uma mesa e cada um con�nha um pedaço de frango. Assim os vegetarianos ficaram sem saber o que fazer e começaram a colocar o frango de seus pratos nos pratos vizinhos, inclusive eu fiz isso também, o que fez alguns índios perguntarem por que estávamos fazendo isso.

Assim respondemos que éramos vegetarianos e tudo ficou bem. Acho interessante pensar a respeito e sempre avisarmos diante mão sobre nosso regime alimentar para não se cometer situações de incomodo por parte de quem nos recebe.

Já no dia 21, véspera do desalojo, houve a apresentação dos grupos e cole�vos presentes, formação de comissões de coleta de água, limpeza, de atualizadores das informações via facebook e twiter e de vigilância noturna para o caso da polícia ainda chegar de madrugada. Houve também momentos fes�vos com o Toré e apresentações de malabares com fogo por parte dos anacopunks. Foi planejado também pela manhã, caso a polícia ainda não houvesse chegado, uma manifestação ocupando a

rodovia CE 060 para panfletagem expondo a situação dos indígenas e o interesse capitalista e desumano do desalojo. E assim, con�nuamos de vigília a noite toda.

No dia 22, iniciamos a manhã com um chamado do Pajé Barbosa para um ritual ma�nal pra�cado pela tribo. Pela manhã também chegaram vários ônibus trazendo outras etnias indígenas como os Tremembé, Tapebas e Jenipapo-Kanindé se não me engano. Chegaram também algumas pessoas do movimento estudan�l, algumas ONGs e o companheiro Inácio do ciclovida e dois anarcopunks que estavam no assentamento da barra do leme. Em seguida fomos todos para a CE-060, fechamos as duas

mãos da rodovia e panfletamos para os motoristas que passavam. Depois de um tempo alguém informa que o desalojo foi desmarcado e por enquanto a posse da região onde se localiza a pedreira ia con�nuar com os índios. Assim, festejamos e voltamos para a tribo. Uma coisa que me inquietou foi que ao voltarmos para a tribo alguns grupos an�-capitalistas que estavam no local se revoltaram com nosso regresso a tribo. Falavam no microfone que a luta dos indígenas nunca foi por

migalhas e que deveríamos voltar para a rodovia para gerarmos um colapso maior. Em seguida uma representante indígena falou que o planejado era a panfletagem na CE 060 até conseguirem a anulação do desalojo e que os demais presentes respeitassem a vontade dos índios e o que foi acordado. Assim no final entraram em conflito essas duas posições, uma mais abrangente que

pretendia com a parada da rodovia algo para além da causa indígena no momento e a dos indígenas que visavam garan�r a con�nuidade de sua morada.

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CARTA DOS PITAGUARY A SOCIEDADE CEARENSE

Nós, índios Pitaguary, habitamos tradicionalmente o sopé da serra, entre os municípios cearenses de Maracanaú e Pacatuba. Distando aproximadamente 26 quilômetros de Fortaleza, nossa Terra Indígena (TI) está situada na Região Metropolitana da

capital, tendo em seus arredores uma área caracterizada pela concentração de indústrias, empresas de mineração e crescente especulação imobiliária.

Nos úl�mos anos, nós, Pitaguary, temos enfrentado diferentes ataques à efe�vação de nossos direitos, principalmente o acesso ao nosso território tradicional, que, embora em demarcação, ainda sofre pressões judiciais que impedem a conclusão do procedimento de regularização fundiária e a consequente desintrusão dos posseiros da área. Tal situação vem trazendo consequências graves para o nosso povo, tais como a crescente ocorrência de grandes obras e empreendimentos dentro

da área ou nos limites da terra.Dentre as principais dificuldades enfrentadas por nós, Pitaguary, destacamos a existência de inúmeras pedreiras a�vas nas

proximidades do nosso território. Tais empresas, por exemplo, são responsáveis por diversos problemas nas aldeias da Monguba e do Olho D'Água, tais como os desmatamentos, doenças respiratórias como asma, bronquite e gripe. São culpadas

ainda por rachaduras nas paredes das casas, devido às constantes explosões das rochas. As nossas crianças indígenas são as mais afetadas.

Apesar dos grandes impactos socioambientais ocasionados por tais empreendimentos, os mesmos possuem autorização da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE) para seu livre funcionamento mesmo estando,

na maioria das vezes, em desacordo com o que determina a legislação ambiental no que se refere a concessão de Licenças de Operação.

De acordo com a Lei 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97, o estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA) se faz imprescindível quando a a�vidade é potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente. Do mesmo modo, a resolução estadual do COEMA 08/04, no anexo I, define ser obrigatório a apresentação desse �po

estudo para a�vidades de Extração de Rochas de Uso Imediato na Construção Civil. O Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM igualmente tem liberado as Concessões de Lavra sem realizar a

consulta aos povos indígenas, desconsiderando, portanto, o que dispõe a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que garante o processo de consulta prévia, livre e informada às comunidades indígenas sobre toda e qualquer

medida que venha afetar direta ou indiretamente a vida das nossas populações.Diante destas problemá�cas, nós, índios Pitaguary, estamos há alguns anos lutando contra a rea�vação de uma an�ga

pedreira, desa�vada há mais de 20 anos, nas imediações de nossa Terra Indígena. A reabertura dessa pedreira vai prejudicar não apenas nós indígenas, mas toda a população residente em Monguba, haja vista que o uso de fortes explosivos põe em

risco a vida de todos e causa prejuízos ines�máveis ao meio ambiente e à saúde de nossas populações.Para barrar mais esse crime contra nosso povo e a mãe natureza, realizamos, desde novembro de 2011, a retomada do

terreno que �nha sido invadido pelos proprietários da pedreira Britaboa LTDA com a conivência do próprio estado, que há anos vem emi�ndo concessões de extração e liberando licenças irregulares de instalação para tais empreendimentos. É o caso, por exemplo, da referida empresa Britaboa que teve sua Licença de Operação mesmo sem a apresentação

obrigatória do estudo de impacto ambiental - EIA/RIMA.Desde então, estamos sofrendo vários �pos de ameaças, tais como: visitas inesperadas a algumas lideranças indígenas, por parte de policiais portando supostos recados dos proprietários da empresa; presença de carros suspeitos entrando

sem permissão na área indígena; �ros nas proximidades, além de várias outras ameaças e tenta�vas de in�midação.Para agravar ainda mais a situação, nos úl�mos dias o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado em Recife, concedeu

uma decisão judicial que autoriza a Empresa Britaboa a explorar a área e determina a re�rada imediata dos Pitaguary. Ocorre que essa pedreira está dentro do Território tradicional e faz parte de toda a nossa memória e do patrimônio cultural,

sendo inclusive espaço para realização de nossos rituais.Importante ressaltar que a mesma pedreira que ameaça a nossa Terra Indígena Pitaguary, se encontra em Terra da União e

já foi objeto de relatório emi�do pelo IBAMA que concluiu não ser possível a exploração da a�vidade em questão por razão dos impactos nega�vos ao meio ambiente, bem como dos perigos para as populações que residem nas proximidades.

Diante de tais problemas, nós povo indígena Pitaguary, convocamos todos e todas que se solidarizam com nossa luta a nos apoiar, divulgando esta carta e se fazendo presentes conosco no distrito de Monguba-Pacatuba CE-060, KM 15, no próximo

dia 21/03 (quinta-feira), véspera da data marcada para a reintegração de posse. Reafirmamos que essa luta não é apenas nossa, mas de todos os que foram e são oprimidos pelo modo de vida capitalista.

O que acontece neste momento em nossas terras ocorre também com populações urbanas que estão sendo brutalmente removidas. Estes males, não podemos negar, são causados pela ganância de uma elite que quer lucrar de qualquer forma.

Nosso chamado busca fortalecer nossa resistência e impedir, mais uma vez, a reabertura da pedreira na Terra Indígena Pitaguary, bem como afirmar, com todas as nossas forças, que não sairemos do nosso território tradicional e que lá

permaneceremos até nosso úl�mo índio!!!

NÃO A INSTALAÇÃO DE MAIS UMA PEDREIRA EM TERRITÓRIO INDÍGENA!VIVA A RESISTÊNCIA ÍNDIGENA NO CEARÁ!

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06 e 07/04/ 2013 1º feira cultural do cilovida.

No dia seis de abril, par�cipamos da primeira feira cultural do Ciclovida, localizado no assentamento Barra do Leme no município de Pentecoste/Ce. O projeto ciclovida é uma inicia�va de cunho cole�vo, cultural e sócio-ecológico, que busca

uma nova relação do homem com a terra e com as sementes que são plantadas. Nesse sen�do o projeto busca a preservação e a troca de sementes crioulas, ou seja, sementes naturais, não modificadas. Assim uma família de camponeses decidiu sair

do sertão central do Ceará de bicicleta em busca sementes naturais por todo o Brasil, Paraguai, Argen�na e Uruguai para construírem uma proposta de autonomia alimentar contra o agronégocio e a manipulação das sementes.

O projeto de autonomia alimentar se estende ao assentamento barra do leme que serve como um espaço de construção libertária e autônoma que dialoga com a permacultura, a bioconstrução e visa a construção de uma agrofloresta no

assentamento. No entanto esse ano devido a grande seca que vem assolando o Nordeste, o açude que alimenta a região está completamente seco. Nesse sen�do a feira cultural vem como uma forma tanto de conseguir recursos para o

assentamento quanto para informar a comunidade local sobre a construção da seca enquanto fato polí�co. Chegamos ao assentamento depois do almoço e dois que haviam ido de bicicleta no dia anterior já estavam no local. A noite estava marcada uma apresentação teatral, a apresentação da banda oco do mundo e projetos espontâneos

assim como um bingo para arrecadar recursos para o assentamento. Assim alguns compas ajudaram na montagem da aparelhagem de som, já outros animavam com apresentações circenses e outros procuravam vender as cartelas do bingo.

Em seguida, com tudo pronto deu-se início ao bingo que possuía como prêmio um ven�lador. Depois do bingo houve a apresentação de teatro de rua do cole�vo muquifo que encenava um casal que saia do sertão e iam morar na cidade e lá

viviam problemas que não encontravam no campo como pagar por água, até mesmo em período de racionamento ou mesmo na falta dela. A noite con�nuou com a apresentação da banda oco do mundo e com apresentações espontâneas

dos presentes.No dia sete de abril houve um almoço de confraternização com todos os cole�vos envolvidos na feira e no final da tarde

fizemos uma grande roda no meio do açude que estava completamente seco.Nesse momento Inácio falou que o assentamento está passando por um período de es�agem muito grande. Comentou que a seca foi um problema criado pelo homem branco, ainda na colonização. Segundo ele, quando os colonizadores chegaram

e cercaram as terras e as reclamaram enquanto propriedade, estes acuaram os índios, que eram nômades e seguiam o percurso das águas, nas regiões altas. Assim, impossibilitados de seguirem o percurso das águas e obrigados a se

sedentarizarem em cidades, o problema da seca se transformou de fato natural para fato polí�co. Dessa maneira as terras e as águas se concentraram nas mãos dos grandes proprietários e é assim até hoje pois Inácio conta ainda que o

açude de pentecoste disponibiliza água para o agronegócio.Ivania falou também que na época das eleições no ano passado, as ofertas de carro pipa eram sempre vindas de candidatos

polí�cos em troca de votos. Ivania comenta emocionada que é muito di�cil e doloroso conversar com companheiros que moram nas proximidades e perceber que vendiam seus votos por favores polí�cos. A sede deixava as pessoas em condições desesperadas e os candidatos se aproveitavam disso. Inácio complementou falando que a defensoria pública não declarou a

situação da Barra do Leme como situação de risco e por isso não mandava carro pipa, e este serviço custava em torno de 100 reais. Fico pensando no interesse polí�co de deixar essa região sem o serviço, seria talvez um ato de retaliação as

propostas autônomas do assentamento, assim como sua resistência em não se tornar um curral eleitoral. Inácio destacou ainda os problemas relacionados ao açude da barra do leme. Comentou que o açude é muito raso e

tanto o calor quanto a absorção da água pelo solo faz com que seque muito rápido. Assim, o açude precisaria de algum projeto que tornasse o acúmulo de água mais estável e pediu para divulgarmos essas informações para a par�cipação e

solidariedade de mais cole�vos e movimentos sociais.No final cada um fez uma fala e finalizamos com uma ciranda de roda.

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A PROPRIEDADE É UM ROUBO ABSOLUTO! Com o intuito de fazer ecoar ideias, informação e conhecimento, como forma de propaganda anarquista e libertária, surge a B a n q u i n h a L i b e r t á r i a : A P r o p r i e d a d e é U m R o u b o .

Acreditamos que a propriedade, sobretudo de conhecimento, é uma exploração inadmissível que, como qualquer outra,t e m q u e s e r d e s c o n s t r u í d a ! Te n d o c i ê n c i a d i s s o ,

A ideia da banquinha é fazer ecoar nas ruas o conhecimento e as ideias anarquistas e libertárias. Todos os materiais são distribuídos gratuitamente, para que seja acessível a qualquer pessoaque se interesse. Dessa forma, incentivamos a construção de relações independentes e livres, para além da lógica exploratório do capital. A ideia inicial é que a banquinha seja montada no 1º sábado de cada mês, todos os meses. No momento, a banquinha está rolando nas cidades de S a l v a d o r - B A e C a m p i n a G r a n d e – P B , o n d e a s experiências tem sido muito interessantes, mas o intuito é q u e e s s a i d e i a s e e s p a l h e , e m a i s b a n q u i n h a s surjam em todos os lugares!

Vamos Ocupar

o Mundo com

Nossas Idéias!

Campina Grande - PB

Salvador - BA

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Mais vulvas nos Meios Anarquistas

Gostaria aqui de desabafar sobre um tema que nos últimos meses têm sido bastante recorrentes na minha vida e nas rodas de conversas que participo, é na verdade uma angústia do âmbito do visceral. A questão do machismo no meio anarquista. Nossa sociedade é baseada na heteronormatividade, no binarismo entre feminino e masculino que pressupõe uma relação de dominação e que muitas vezes reproduzimos, ou não refletimos sobre nosso lugar de privilégio nessa sociedade. O notório é que infelizmente mesmo entre anarquistas a questão de gênero não é tão importante e visceral como outras questões e acaba muitas vezes sendo deixada de lado, como se fosse uma discussão/reflexão de menor ou até mesmo de nenhuma importância. As formas cotidianas e “sutis” de falar de “casos amorosos” em rodas de testosterona que retroalimentam a prática machista tratando a mulher como objeto sexual, como um pedaço de carne, fazendo das relações humanas mero cine-espetacular para que um grupo elitista de privilégios assista às novelas sobre como é “comer” essa ou aquela... Isso me dar nojo, e essa prática deve ser rechaçada no meio libertário.Alguns podem [blá,blá,blá] que tal incomodo advêm de um certo puritanismo a cerca da prática sexual, ou da liberação sexual e do amor livre, porém para mim isso nada tem haver com o amor livre, porque amar é respeito e perceber acima de tudo a(xs) outrxs como seres dignos de um tratamento humano e livre das amarras que assombram o imaginário secular de autoridade e submissão sexual. Nos espaços ditos anarquistas, várias vezes não se tem a discussão sobre gênero que não parta das mulheres, não são somente as vulvas que sofrem com a lógica machista, os homens também recebem pressões e caixas padrões que determinam seu comportamento, mas tais pressões não os levam a refletir e nem a abandonar porque são esses comportamentos de “machão”, “de pegador”, “de sou homem e por isso eu posso” que respaldam o privilégio patriarcal da atualidade.Nesse sentido queremos através dessas “letras negras em fundo branco” fazer intervir na urgência dos corpos mudanças concretas que tornem o convívio relações de fato dignas, que essa convivência seja encarada como pessoal que é em si um campo político. Portanto não me venha com desculpinhas de “não sou machista, isso é só problema de convivência”, é preciso ter maturidade para querer desconstruir a hierarquização e exploração que perpassam xs gêneros. “Machistas, fascistas, não passarão”.“Por mais liberdade do corpo nos espaços anarquistas”.“Não é porque você se diz anarquista que está isento de criticas”. “ A n a r q u i s t a é , p o r d e fi n i ç ã o , a q u e l e q u e n ã o q u e r s e r o p r i m i d x e q u e n ã oq u e r s e r o p r e s s o r ( x ) , a q u e l e q u e d e s e j a o m a i o r b e m - e s t a r , a m a i o r l i b e r d a d e , o maior desenvolvimento possível para todos os seres humano”.

Por Louise Caroline (Cole�vo Ma�lha Negra-Natal/RN)

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ARROGANTE E VIOLENTO? NÃO É ESSE O PUNK QUE ACREDITAMOS E VIVENCIAMOS!

Na década de 1990 se expandiu em algumas cidades do Brasil e em outros lugares uma concepção do punk fundamentada em ideias pessimistas; eram os “punks/hardcores” que, na época, provocaram divisões na cena, brigas e semearam mais fofocas e picuinhas do que vivenciaram plenamente o punk como eles próprios acreditavam. Afirmavam-se os verdadeiros, “punks reais”, e todas as demais facções eram consideradas inimigas, pois não se enquadravam no padrão punk estabelecido por esse grupo. Elegeram como inimigo principal o movimento anarcopunk, pois, segundo os pessimistas, desvirtuava o punk envolvendo-o com anarquismo e lutas sociais, além de não adotarem como exclusividade o padrão de visual estereo�pado de punk.Pra�camente todos os indivíduos que defendiam tal postura se afastaram das movimentações punks. Fizeram merdas, disseminaram venenos, traíram amigos, agrediram pessoas e depois se afastaram do punk como se não �vesse acontecido nada.Prá tornar novamente trágico o que �nha se tornado cômico, eis que aparecem novas pessoas com o mesmo �po de postura: intolerante, agressiva, dogmá�ca, arrogante, policialesca e que tem por obje�vo propagar a desunião e agredir as pessoas que não estão no padrão de punk que eles acreditam. Recentemente, em evento acontecido no mês de março na Paraíba, alguns indivíduos agiram com tá�cas de gangue e agrediram algumas pessoas libertárias e anarcopunks que tentaram se defender e proteger um dos companheiros agredidos. No dia seguinte, durante o Seminário de Estudos Anarquistas na UFPB, os pessimistas claramente liderados por Maike Neuró�co (foto), voltaram e aparentando ameaçadoramente que estariam armados. A organização do seminário percebeu o clima tenso e prá preservar a con�nuidade do evento resolveu chamar a segurança da universidade.Não é no punk pessimista, baseado apenas em visual e som, que acreditamos. Não defendemos um punk que só sabe resolver os seus problemas através da violência e da intransigência. O punk que vivenciamos acredita e luta por relações mais igualitárias, libertárias, an�capitalistas e an�-autoritárias.O anarcopunk con�nua a�vo e envolvido com lutas sociais trazendo nesse envolvimento a postura punk de negação a autoridade, de contestação das formas arcaicas, centralizadoras e burocrá�cas ainda existentes nestas lutas. Não serão as ameaças ganguistas e autoritárias dos pessimistas, dos skinheads, do Estado, que irão nos desmobilizar ou deixarmos de vivenciar a nossa forma de ser punk. Fica a tristeza de percebermos pessoas se assumindo punk, mas com postura de skinhead, de policial. Por outro lado, não temos a menor intenção de direcionar nossas energias prá brigar com tais indivíduos. Organizamos esse informa�vo no sen�do de alertar sobre o que tem acontecido e para deixar explícitas as diferenças que temos com esse pessoal. Violento, arrogante, intransigente? Não é esse o punk que acreditamos e vivenciamos!

- Foi lançado o primeiro número do zine Apropria-Te. Um zine feito em Pernambuco e que trata de temas relacionados a tecnologia e punk. Este primeiro número trata questões como apropriação

de tecnologia, facebook e movimento anarcopunk. O zine aguarda receber sugestões e crí�cas,também contribuições de textos e visões.

Contato: [email protected] pra baixar: http://apropriate.pelivre.org/

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- No dia 15/05/2013 foi realizado o debate "Anarcopunk no Nordeste" transmi�do ao vivo pela Rádio Cordel Libertário. O �tulo do programa foi: Anarcopunk: Muito Além do Barulho e divulgado com o seguinte texto:

Desde a década de 80 o anarcopunk teve e tem �do uma importância muito grande para a propaganda do anarquismo no Brasil, e no Nordeste brasileiro não foi diferente, sendo palco de diversos eventos, ações, manifestações e a�vidades no decorrer dos anos protagonizadas por companheirxs anarcopunks.

Uma caracterís�ca muito marcante é a histórica união dos grupos e indivíduos de cada região do Nordeste, por meio de a�vidades conjuntas, encontros regionais, bole�ns unificados e outras inicia�vas, que tem como obje�vo a organização das movimentações anarcopunks não somente no nordeste como também no mundo. Um exemplo disso foi o III Encontro Internacional Anarcopunk em 2002 que aconteceu em Salvador/Ba, e outros que agregavam uma infinita quan�dade de individualidades e cole�vos anarcopunks do nordeste. Depois de um período de rear�culação do Movimento Anarcopunk, acontece no final de 2012 em Campina Grande/PB o 9º Encontro Anarcopunk Nordeste, reunindo cole�vos de várias partes do nordeste, que resultou em algumas propostas de organização, e a ar�culação de um próximo encontro que será em Simôes Filho/BA no final de 2013. Além desse encontro tem surgido Feiras Libertárias e espaços de debates que também tem contribuído para organização do Movimento Anarcopunk do Nordeste.

Esta terceira edição do programa Anarcopunk: Muito Além do Barulho tem o Obje�vo de dar maior visibilidade e contribuir para a organização e a luta anarcopunk no Nordeste, e a Rádio Cordel Libertário convidou diversas pessoas ligadas a esta luta para debater a atual conjuntura do movimento.

Par�ciparam do debate pessoas de Natal, Salvador, Campina Grande e Fortaleza e a questão que norteou a reflexão foi: Como aproveitar a forte ligação histórica que existe entre as cenas anarcopunks de várias regiões do nordeste para construir uma movimentação mais ampla que funcione em rede e que vá para muito além da questão sonora?

Quem �ver interesse em escutar o que foi discu�do pode acessar:

Radiocordel-libertario.blogspot.com.br

- Lançado o cd da banda CUSPE. “Sem fé, sem lei, sem rei”

é o �tulo do material com oito músicas, encarte

feito em gráfica. O disquinho foi lançado pela Distro Hate