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TRADUÇÃO DA 3ª EDIÇÃO HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR Uma Introdução à Patologia Abraham L. Kierszenbaum Laura L. Tres

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TRADUÇÃO DA 3ª EDIÇÃO

HISTOLOGIA E BIOLOGIACELULAR

Uma Introdução à Patologia

Abraham L. Kierszenbaum Laura L. Tres

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HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULARUma Introdução à Patologia

3a Edição

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HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULARUma Introdução à Patologia

3a Edição

Abraham L. Kierszenbaum, M.D., Ph.D.Professor and ChairDepartment of Cell Biology and AnatomyThe Sophie Davis School of Biomedical EducationThe City University of New YorkNew York, New York

Laura L. Tres, M.D., Ph.D.ProfessorDepartment of Cell Biology and AnatomyThe Sophie Davis School of Biomedical EducationThe City University of New YorkNew York, New York

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© 2012 Elsevier Editora Ltda. Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Saunders – um selo editorial Elsevier Inc.Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios emprega-dos: eletrônicos, mecânicos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros.ISBN: 978-85-352-4737-4

Copyright © 2012, 2007, 2002 by Saunders, an imprint of Mosby, Inc.This edition of Histology and Cell Biology, 3rd edition by Abraham L. Kierszenbaum, Laura L. Tres is published by arrangement with Elsevier Inc.ISBN: 978-0-323-07842-9

Capa Folio Design

Editoração EletrônicaRosane Guedes

Elsevier Editora Ltda.Conhecimento sem Fronteiras Rua Sete de Setembro, nº 111 – 16º andar20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ Rua Quintana, nº 753 – 8º andar04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP Serviço de Atendimento ao Cliente0800 026 53 [email protected] Consulte também nosso catálogo completo, os últimos lançamentos e os serviços exclusivos no site www.elsevier.com.br

NOTAComo as novas pesquisas e a experiência ampliam o nosso conhecimento, pode haver necessidade de alteração dos métodos de pesquisa, das práticas profi ssionais ou do tratamento médico. Tanto médicos quanto pesquisadores devem sempre basear-se em sua própria experiência e conhecimento para avaliar e empregar quaisquer informações, métodos, substâncias ou experimentos descritos neste texto. Ao utilizar qualquer informação ou método, devem ser criteriosos com relação a sua própria segurança ou a segurança de outras pessoas, incluindo aquelas sobre as quais tenham responsabilidade profi ssional.Com relação a qualquer fármaco ou produto farmacêutico especifi cado, aconselha-se o leitor a cercar-se da mais atual informação fornecida (i) a respeito dos procedimentos descritos, ou (ii) pelo fabricante de cada produto a ser administrado, de modo a certifi car-se sobre a dose recomendada ou a fórmula, o método e a duração da administração, e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base em sua experiência pessoal e no conhecimento de seus pacientes, determinar as posologias e o melhor tratamento para cada paciente individualmente, e adotar todas as precauções de segurança apropriadas.Para todos os efeitos legais, nem a Editora, nem autores, nem editores, nem tradutores, nem revisores ou colaboradores, assumem qualquer responsa-bilidade por qualquer efeito danoso e/ou malefício a pessoas ou propriedades envolvendo responsabilidade, negligência etc. de produtos, ou advindos de qualquer uso ou emprego de quaisquer métodos, produtos, instruções ou ideias contidos no material aqui publicado.

O Editor

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

K59h Kierszenbaum, Abraham L. Histologia e biologia celular : uma introdução à patologia / Abraham L. Kierszenbaum ; [tradução Caludia Coana ... et al]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2012. 704p. : il. ; 28 cm Tradução de: Histology and cell biology : an introduction to pathology, 3nd ISBN 978-85-352-4737-4 1. Histologia patológica. 2. Patologia celular. I. Título. 12-0351. CDD: 616.07 CDU: 616-091.8

18.01.12 19.01.12 032683

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REVISÃO CIENTÍFICA

Alessandra Alves Thole (Caps. 1 a 12)Doutora em Ciências (Fisiopatologia Clínica e Experimental) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)Professora Adjunta do Departamento de Histologia e Embriologia da UERJ

Mara Ibis Rodrigues Apfel (Caps. 13 a 23 e Índice)Médica (Centro Universitário de Volta Redonda – UNIFOA)Mestre em Histologia e Embriologia (Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro – ICB/UFRJ) Doutora em Ciências (Centro de Ciências da Saúde da UFRJ) Especialista em Educação Médica (Faculdades de Medicina de Petrópolis e Arthur de Sá Earp – FMP-FASE)Professora Adjunta do Departamento de Histologia e Embriologia da UERJProfessora Titular de Histologia e Biologia (FMP-FASE)

TRADUÇÃO

Adriana Paulino do NascimentoMestre em Morfologia pela UERJDoutora em Biologia Humana e Experimental pela UERJ

Claudia CoanaBacharel em Letras/Tradução pelo Centro Universitário Ibero-Americano (UNIBERO), São Paulo

EZ2Translate Tecnologia e Serviços LTDA

Fabiana Mendes ContiMédica Hemoterapeuta do Hospital Israelita Albert EinsteinMestre em Clínica Médica/Hematologia pela UFRJ

Gabriella da Silva Mendes Mestre em Microbiologia pela UFRJDoutora em Microbiologia pela UFRJPós-doutoranda em Microbiologia (Virologia) pela UFRJ

Maria Inês Corrêa NascimentoBacharel em Letras (Tradução Bilíngue) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ)

Thaís Porto AmadeuPós-Doutora do Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC – FIOCRUZ)

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DEDICATÓRIA

Às nossas duas fi lhas, Adriana e Silvia, e Ryan, Trevor, Kyle, e Marielle, porque “o tempo se divide perpetuamente em inumeráveis futuros”.*

À memória de nossos amados pais.

*Jorge Luis Borges, “The Garden of Forking Paths”.

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APRESENTAÇÃO

A 3a edição de Histologia e Biologia Celular: Uma Introdução à Patologia contém novida-des que reforçam a abordagem visual para o aprendizado da Histologia no contexto da Biologia Celular introduzido na 1a e na 2a edições. A abordagem integrada de Histologia e Biologia Celular pretende preparar os estudantes de Medicina para a visão moderna da Biologia Molecular e o aprendizado da Patologia e Medicina Clínica. A prática da Medicina muda gradualmente à medida que novos conhecimentos são adquiridos. Os futuros médicos podem encontrar neste livro a base para a educação continuada, por meio da integração das ciências básicas e clínicas, entendendo melhor os processos biológicos para a adequada assistência aos seus pacientes.

A abordagem visual apresentada neste livro surgiu a partir de muitos anos de expe-riência no ensino de Patologia, primeiramente, e de Biologia Celular e Histologia para estudantes de Medicina. Surgiu, também, em razão da carência de maior comunicação com os alunos e da necessidade de reforçar conceitos importantes a serem dominados em pouco tempo, devido às restrições crescentes deste tempo, resultantes de alterações no currículo básico na maioria das escolas médicas. O objetivo da abordagem visual é proporcionar aos alunos de Medicina um método integrado que leva ao melhor entendimento de alterações patológicas. Os conteúdos de Biologia Celular, embora incompletos, trazem as informações necessárias para a integração com a Histologia. Estudantes e residentes de Patologia podem achar este livro útil para rever conceitos básicos de Histologia e Biologia Celular. A Histologia e a Patologia são ciências orientadas visualmente, e os elementos visuais incluídos neste livro podem facilitar as oportunidades de interpretação úteis para a prática clínica.

Semelhante às edições anteriores, a 3a edição é composta por seis partes. A Parte I integra a Histologia e a Biologia Celular no contexto dos tecidos básicos. O Capítulo 3, Sinalização Celular, é uma seção incomum em um livro de Histologia. Ela serve para unifi car o conceito de que o estudo de tecidos e órgãos não pode ser separado da Fisiologia, Bioquímica e Biologia Molecular. Da parte II até a parte VI, o livro apresenta vários sistemas orgânicos, organizados em função de melhor integração. Os professores e estudantes podem achar útil essa organização na prática de ensino-aprendizagem. Na Parte VI, Sistemas de Órgãos: Sistema Genital, os títulos dos capítulos fogem da denominação tradicional para enfatizar funções importantes. Todas as informações são apresentadas de forma clara, concisa, que facilita a vida do aluno, usando gráfi cos e fotografi as em cores, destinados ao estudo. Em alguns casos, os gráfi cos reforçam o texto conciso; em outros, acrescentam informações que enriquecem o texto. Vários quadros presentes ao longo da seção, na maioria dos capítulos, apresentam aos alunos condições clínicas com base em conhecimentos moleculares novos ou em evolução. Cada capítulo termina com um mapa conceitual, uma nova seção que precede o resumo dos conceitos essenciais, introduzida na 2a edição. Cada mapa conceitual orientado pela Histologia fornece uma nova visão integrada dos conceitos, dispostos de forma hierárquica em um fl uxograma, que conduzem à integração e ao pensamento crítico. O mapa conceitual e o resumo dos conceitos essenciais destacam as questões relevantes para se lembrar, correlacionar e estender nos futuros cursos de educação médica. Os estudantes podem considerar a abordagem visual conveniente, combinada ao mapa conceitual e aos resumos dos conceitos essenciais, ao rever tópicos complexos e integrá-los na época dos exames fi nais. Os professores podem julgar o material útil para ministrar uma palestra usando a mesma sequência ou uma diferente na sua apresentação.

Há muitas pessoas para serem reconhecidas e agradecidas. Nossos agradecimentos aos nossos colegas, Edward W. Gresik e Wan-hua Amy Yu, e aos alunos da The Sophie Davis School of Biomedical Education, The City University of New York, e a muitos colegas de várias partes do mundo. Somos gratos por suas inúmeras sugestões, comentários e incentivos. Todos deram contribuições valiosas para tornar as explicações mais claras e consistentes. Agradecemos também aos editores e especialmente à equipe de produção da Elsevier, na Filadélfi a e no escritório de St. Louis, por seu esforço magnífi co para garantir que a terceira edição atenda ao mais alto padrão de publicação.

Abraham L. Kierszenbaum e Laura L. Tres

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HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR: Uma Introdução à Patologia | xi

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IOPARTE I | TECIDOS BÁSICOS E BIOLOGIA CELULAR INTEGRADA

Capítulo 1 EPITÉLIOClassifi cação 1Polaridade das células epiteliais 5Diferenciações apicais 5Moléculas de adesão celular 7Proteínas ADAM 11Junções celulares 12Signifi cado clínico: mutações das conexinas nas doenças

em humanos 18 Membrana basal 18Como as células interagem entre si e com a lâmina basal

20 Citoesqueleto 22Microfi lamentos 22Microtúbulos 25Centrossomo: um centro organizador dos microtúbulos

25Microtúbulos nos cílios e fl agelos 27Signifi cado clínico: drogas direcionadas aos microtúbulos

e esterilidade 27 Microtúbulos – trilhos do citoesqueleto para o transporte

de cargas potencializado pelas proteínas motoras 28 Transporte axonal 29A família da miosina se associa com a actina F para

formar estruturas contráteis 30 Fosforilação da cadeia leve pela quinase de cadeia leve

da miosina 32 Filamentos intermediários 33Hemidesmossomos e fi lamentos intermediários 36Signifi cado clínico: fi lamentos intermediários e doenças

bolhosas 36 Núcleo celular 36Envoltório nuclear e o complexo do poro nuclear 36Transporte nucleocitoplasmático: Ran-GTPase 38Cromatina 38Compensação de dose: inativação de um dos

cromossomos X 40 Nucléolo 40Localização dos ácidos nucleicos 42Ciclo celular 45Autorradiografi a e FACS: análise da dinâmica do ciclo

celular 45 Ruptura e reorganização do envoltório nuclear, 45 Genes supressores de tumor 47Signifi cado clínico: o gene do retinoblastoma e outros

genes supressores 48 Mitose 49Telomerase, senescência e câncer 50Signifi cado clínico: papel da proteína p53 na

quimioterapia 51 Cariotipagem 54Conceitos essenciais | Epitélio 55

Capítulo 2 GLÂNDULAS EPITELIAISDesenvolvimento das glândulas epiteliais 59Classifi cação das glândulas epiteliais 59A porção secretora pode ser unicelular ou multicelular 60Tipos de secreção 63Mecanismos de secreção 63Citomembranas 63Membrana plasmática 63Bicamada de fosfolipídios 64 Proteínas membranares 65Criofratura: diferenças entre uma superfície e uma face

66Proteínas transportadoras e proteínas-canal 67Retículo endoplasmático 67Retículo endoplasmático granuloso 68Síntese e triagem de proteínas 69

Aparelho de Golgi 69Funções do Aparelho de Golgi 71Exocitose ou via secretora e endocitose 72 Triagem das vesículas cobertas com clatrina e das

vesículas cobertas com COP 73 A fusão da vesícula a uma membrana-alvo requer a

presença das proteínas NSF e SNARE 76Via de triagem lisossômica: importância da M6P e de seu

receptor 76 Endocitose mediada por receptores: captação do

colesterol 77Signifi cado clínico: hipercolesterolemia familiar 79Lisossomos e digestão intracelular 79Signifi cado clínico: doenças por armazenamento nos

lisossomos 80Mitocôndrias 80As mitocôndrias participam da apoptose, da

esteroidogênese e da termogênese 82Signifi cado clínico: herança mitocondrial 84Peroxissomos 85Signifi cado clínico: síndrome de Zellweger 85Mapa Conceitual | Glândulas Epiteliais 86Conceitos essenciais | Glândulas Epiteliais 86

Capítulo 3 SINALIZAÇÃO CELULARMecanismos de sinalização celular 89Mecanismos de ação das moléculas de sinalização

celular 89Óxido nítrico 91As moléculas de sinalização celular ligam-se a receptores

situados na superfície celular 91Vias de sinalização intracelular por meio de receptores da

superfície celular 92 Signifi cado clínico: tirosina quinases, alvos de agentes

terapêuticos 93Principais vias de sinalização celular intracelular 94A via do AMPc 95A via do GMPc 95A Via da fosfolipase-C-Ca2+ 96A via do fator de transcrição NF-κB 96A via Ca2+-calmodulina 96A via da MAP quinase 97A via JAK-STAT 98Genes de fatores de transcrição: SOX9 98Célula-tronco: uma população de células multipotente

99Proliferação celular in vitro, envelhecimento e telomerase

101Apoptose ou morte celular programada 101O que aprendemos com um nematoide sobre a

apoptose 103Sinais externos desencadeiam a apoptose: receptor

Fas/ligante Fas 103 Caspases: as inciadoras e executoras da morte celular 103A Bcl-2 controla a liberação do citocromo c mitocondrial

por meio da Bax 104Signifi cado clínico: a apoptose no sistema imune 105 Signifi cado clínico: doenças neurodegenerativas 105Três mecanismos celulares importantes estão envolvidos

na proteólise 105 Proto-oncogenes e oncogenes 106Conceitos essenciais | Sinalização Celular 108

Capítulo 4 TECIDO CONJUNTIVOClassifi cação 111Componentes celulares do tecido conjuntivo 114Colágeno: síntese, secreção e montagem 114Signifi cado clínico: síndrome de Ehlers-Danlos 114Fibras elásticas: síntese, secreção e montagem 116Signifi cado clínico: síndrome de Marfan 118Macrófagos 119Mastócitos 120

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IOSignifi cado clínico: mastócitos e as reações alérgicas de

hipersensibilidade 120 Plasmócitos 121Matriz extracelular 122Degradação da matriz extracelular 123Signifi cado clínico: biologia molecular da invasão tumoral

124 Tecido adiposo ou gordura 124Signifi cado clínico: obesidade 128Cartilagem 128Crescimento da cartilagem (condrogênese) 128Tipos de cartilagem 129Osso 132Estrutura macroscópica do osso maduro 132Estrutura microscópica do osso maduro 134Periósteo e endósteo 136Matriz óssea 137Componentes celulares do osso 137Osteoblastos e osteócitos 137Signifi cado clínico: diferenciação do osteoblasto para

osteócito 140 Osteoclastos 140Osteoclastogênese (diferenciação osteoclástica) 142Signifi cado clínico: osteoporose e osteomalacia 145 Mapa conceitual | Tecido Conjuntivo 146 Conceitos essenciais | Tecido Conjuntivo 147

Capítulo 5 OSTEOGÊNESEFormação óssea (osteogênese ou ossifi cação) 151Ossifi cação intramembranosa 151Ossifi cação endocondral 153Centros de ossifi cação secundários e a placa epifi sária de

crescimento 155 Signifi cado clínico: a placa epifi sária de crescimento e o

nanismo 156 Zonas de ossifi cação endocondral 158Crescimento em espessura da diáfi se 161Remodelação óssea 162Signifi cado clínico: doenças ósseas hereditárias e

degenerativas 163 Articulações 164Signifi cado clínico: artrite reumatoide 164Mapa conceitual | Osteogênese 167Conceitos essenciais | Osteogênese 167

Capítulo 6 SANGUE E HEMATOPOESESangue 169Plasma 169Elementos celulares do sangue: hemácias (eritrócitos)

169Signifi cado clínico: anormalidades do citoesqueleto e da

hemoglobina 170 Signifi cado clínico: eritroblastose fetal 171 Leucócitos 172Granulócitos 172Agranulócitos 174Signifi cado clínico: endereçamento (homing) e

infl amação 175Signifi cado clínico do endereçamento (homing):

defi ciências de adesão dos leucócitos 176Signifi cado clínico: interação entre mastócitos e

eosinófi los na asma 177 Plaquetas 177Signifi cado clínico: trombocitopenia 177Signifi cado clínico: hemostasia e cascata da coagulação

sanguínea 178Hematopoese 179Populações de células hematopoéticas 182Signifi cado clínico: fatores de crescimento

hematopoéticos 185Linhagem eritroide 186Leucopoese 186

Granulócitos 186Agranulócitos: linfócitos 188Monócitos 189Signifi cado clínico: fatores estimuladores de colônias

(CSF) e interleucinas 193 Plaquetas e megacariócitos 194Signifi cado clínico: trombopoetina 196Signifi cado clínico: Fator de célula-tronco (ligante c-kit)

196 Signifi cado clínico: Transferrina e metabólitos férricos

198 Mapa conceitual | Sangue e Hematopoese 199Conceitos essenciais | Sangue e Hematopoese 200

Capítulo 7 TECIDO MUSCULARTecido muscular esquelético 203Características da célula ou fi bra muscular esquelética

203Miofi brila: uma repetição das unidades de sarcômero

205Componentes dos fi lamentos fi nos e espessos do

sarcômero 206 Mecanismo de contração muscular 208Fosfato de creatina: uma fonte de reserva de energia

209Um sinal de despolarização se propaga para dentro da

fi bra muscular através dos túbulos T 210Junção neuromuscular: placa motora 210Signifi cado clínico: distúrbios da transmissão

neuromuscular 211 O cálcio controla a contração muscular 212Signifi cado clínico: distrofi as musculares 213Signifi cado clínico: células satélite e a regeneração

muscular 215 Fuso neuromuscular 216Tecido muscular cardíaco 218Signifi cado clínico: proteínas transportadoras no

sarcolema dos cardiomiócitos 221 Signifi cado clínico: infarto do miocárdio 222Tecido muscular liso 222Mecanismo de contração do tecido muscular liso 222Mapa conceitual | Tecido Muscular 225Conceitos essenciais | Tecido Muscular 225

Capítulo 8 TECIDO NERVOSOOrganização geral do sistema nervoso 227Desenvolvimento do sistema nervoso 227Tipos celulares: neurônios e células da glia 229Neurônio 229Tipos de neurônios 229Designação dos grupos de neurônios e axônios 230Terminais sinápticos e sinapses 231Signifi cado clínico: transporte axonal do vírus da raiva

233Glia ou Neuroglia: o “tecido conjuntivo” do SNC 234Astrócitos 234Oligodendrócitos e células de Schwann: mielinização

235Mielina: proteína e componentes lipídicos 239Signifi cado clínico: doenças desmielinizantes 241Signifi cado clínico: doenças neurodegenerativas 242Células microgliais 244Epêndima 245Plexo coroide 245Líquido cerebrospinal 247Signifi cado clínico: barreiras de permeabilidade

encefálica 248Sistema nervoso periférico 252Estrutura do nervo periférico 252Signifi cado clínico: desmielinização segmental e

degeneração axonal 252 Gânglio sensitivo 253

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HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR: Uma Introdução à Patologia | xiii

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IOSistema nervoso autônomo 253Neuro-histoquímica 256Mapa de conceitos | Tecido nervoso 256Conceitos essenciais | Tecido nervoso 257

Capítulo 9 ÓRGÃOS SENSORIAIS: VISÃO E AUDIÇÃOOlho 259Desenvolvimento do olho 259Túnica externa: esclera e córnea 261Córnea 261Túnica média: úvea 264As três câmaras do olho 268Cristalino (ou lente) 268Signifi cado clínico: catarata 271Acomodação visual 271Camada interna: Retina 272Signifi cado clínico: descolamento da retina 275Camadas celulares da retina 277Neurônios fotorreceptores: bastonetes e cones 277Neurônios condutores: células bipolares e ganglionares 279Neurônios de associação: células horizontais e amácrinas

280 Células gliais de sustentação: células de Müller 280Fóvea central e disco óptico 280Pálpebras, conjuntiva e a glândula lacrimal 281Signifi cado clínico: olho vermelho 283Orelha 283Orelha externa 284Orelha média 284Orelha interna 286Desenvolvimento da orelha interna 286Estrutura da orelha interna 287Órgão vestibular 287Canais semicirculares 288Signifi cado clínico: doença de Ménière 291Órgãos otolíticos: utrículo e sáculo 291Cóclea 291Processo de audição 296Signifi cado clínico: surdez e equilíbrio 298Mapa conceitual | Órgãos Sensoriais: Visão e Audição

298, 300Conceitos essenciais | Órgãos Sensoriais: Visão e Audição

299, 300

PARTE II | SISTEMAS DE ÓRGÃOS: PROTEÇÃO DO ORGANISMO

Capítulo 10 SISTEMA LINFÁTICO-IMUNOLÓGICOOrganização do sistema linfático-imunológico 303Imunidade inata (natural) e adaptativa (adquirida) 304 Propriedades da imunidade adaptativa ou adquirida 305Linfócitos B 306Linfócitos T 307Complexo de histocompatibilidade maior e antígenos

leucocitários humanos 307 Complexo receptor de linfócito T 307Correceptores CD4 e CD8 308Moléculas de MHC e respostas imunológicas adaptativas

309Células T que se desenvolvem no timo expressam

moléculas de superfície específi cas 309 Imunidade mediada por linfócitos T 310Como as células T auxiliares auxiliam? 311Como os linfócitos T citolíticos destroem? 312Linfócitos T regulatórios, supressores e efetores 312Signifi cado clínico: síndrome da imunodefi ciência

adquirida 313 Signifi cado clínico: alergia 315 Sistema complemento 315Órgãos linfoides 318Linfonodos 318Estrutura do linfonodo 318

Signifi cado clínico: linfadenite e linfomas 321 Timo 322Desenvolvimento do timo 322Signifi cado clínico: síndrome de DiGeorge 324Estrutura do timo 324Baço 328Vascularização do baço 329Polpa branca 329Polpa vermelha 329Signifi cado clínico: anemia falciforme 331Signifi cado clínico: imunoterapia celular adotiva 333 Mapa conceitual | Sistema Linfático-imunológico 335Conceitos essenciais | Sistema Linfático-imunológico 335

Capítulo 11 SISTEMA TEGUMENTARTipos de pele e organização geral 339Epiderme 339Signifi cado clínico: cicatrização 340Signifi cado clínico: psoríase 342Diferenciação do queratinócito 344Melanócitos 347Células de Langerhans (células dendríticas) 350Células de Merkel 351Derme 351Suprimento sanguíneo e linfático 351Signifi cado clínico: doenças vasculares 352Receptores sensoriais 352Hipoderme (fáscia superfi cial) 354Anexos cutâneos: pelo 354Células-tronco do queratinócito e folículo piloso 356Glândulas 356Glândulas sudoríparas 357Signifi cado clínico: glândulas sudoríparas e a fi brose

cística 359 Unhas 361Mapa conceitual | Sistema Tegumentar 361Conceitos essenciais | Sistema Tegumentar 362

PARTE III | SISTEMAS DE ÓRGÃOS: SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO DO SANGUE

Capítulo 12 SISTEMA CARDIOVASCULARCaracterísticas gerais 365 Coração 365Sistema condutor do coração 366Diferenças entre fi bras musculares cardíacas de trabalho

e fi bras de Purkinje 367Artérias 367As artérias elásticas de grande calibre são vasos

condutores 368Signifi cado clínico: aneurismas da aorta 369As artérias musculares de médio calibre são vasos

distribuidores 369 As arteríolas são vasos de resistência 370Os capilares são vasos de troca 371Três tipos de capilares: contínuos, fenestrados e

descontínuos 373 As veias são vasos de capacitância, ou reservatórios

374Vasos linfáticos 376Signifi cado clínico: edema 376Disposições capilares especiais: sistemas glomerular e

porta 377 Regulação do fl uxo sanguíneo mediada pela célula

endotelial 377 Signifi cado clínico: aterosclerose 379 Vasculogênese e angiogênese 379Signifi cado clínico: angiogênese em tumores e terapia

antitumoral 383 Mapa conceitual | Sistema Cardiovascular 384Conceitos essenciais | Sistema Cardiovascular 384

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| HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR: Uma Introdução à Patologiaxiv

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IOCapítulo 13 SISTEMA RESPIRATÓRIO

Descrição geral do sistema respiratório 387Cavidades nasais e seios paranasais 387Nasofaringe 388Epitélio olfatório 389Laringe 389Traqueia 391Segmentação intrapulmonar da árvore brônquica 392Lóbulo pulmonar e ácino pulmonar 396Signifi cado clínico: enfi sema 397Signifi cado clínico: asma 399Células de Clara não ciliadas 401Signifi cado clínico: fi brose cística 402Porção respiratória do pulmão 405O alvéolo é a unidade funcional dos ácinos pulmonares

405Células alveolares do Tipo II 407Signifi cado clínico: síndrome da angústia respiratória

aguda no adulto (SARA) 409 Pleura 411Signifi cado clínico: distúrbios pleurais 411Mapa conceitual | Sistema Respiratório 412Conceitos essenciais | Sistema Respiratório 412

Capítulo 14 SISTEMA URINÁRIORins 415Organização do sistema vascular renal 415Vasos retos (Vasa recta) 417Diferença entre lobo e lóbulo 418O túbulo urinífero consiste em um néfron e um ducto

coletor 419 Corpúsculo renal 420Barreira de fi ltração glomerular 423Signifi cado clínico: defeitos de fi ltração glomerular 423Signifi cado clínico: síndrome nefrótica congênita 424 Mesângio 425Signifi cado clínico: doenças glomerulares mediadas pelo

sistema imunológico 426 Aparelho justaglomerular 426Túbulo contorcido proximal: o componente da

reabsorção 427 Alça de Henle 433Túbulo contorcido distal 433Túbulo (ou ducto) coletor 433Células intersticiais ou conjuntivas 435Vias excretoras de urina 435Regulação da absorção de água e NaCl 436Sistema renina-angiotensina-aldosterona 437Mecanismo multiplicador e trocador por contracorrente

439Signifi cado clínico: mecanismo de ação dos diuréticos

440 Mapa conceitual | Sistema Urinário 442Conceitos essenciais | Sistema Urinário 442

PARTE IV | SISTEMAS DE ÓRGÃOS: SISTEMA DIGESTÓRIO

Capítulo 15 PARTE ALTA DO SISTEMA DIGESTÓRIODescrição geral do sistema digestório 445Parte alta do sistema digestório: boca, esôfago e

estômago 445 Boca 445Língua 446Dente 447Desenvolvimento dentário 449Odontoblastos 451Cemento 453Ameloblastos 453Organização geral do sistema disgestório ou digestivo 453Microvasculatura ou microcirculação do sistema

digestório 455

Signifi cado clínico: microcirculação gástrica e úlceras gástricas 455

Inervação do sistema digestório 457Esôfago 457Signifi cado clínico: mecanismo da deglutição e disfagia

459 Estômago 460Região do cárdia 462Funções da glândula gástrica fúndica 462Secreção de ácido clorídrico pelas células parietais 465Signifi cado clínico: infecção por Helicobacter pylori 466Células gastroenteroendócrinas 469Signifi cado clínico: síndrome de Zollinger-Ellison 471Glândulas gástricas pilóricas 471Mucosa, submucosa e muscular do estômago 471Mapa conceitual | Parte alta do sistema digestório 472Conceitos essenciais | Parte alta do sistema digestório 473

Capítulo 16 PARTE BAIXA DO SISTEMA DIGESTÓRIOIntestino delgado 475Parede intestinal 475Microcirculação do intestino delgado 477Inervação e motilidade do intestino delgado 478Diferenças histológicas entre duodeno, jejuno e íleo 480 Vilosidades e glândulas intestinais (de Liberkühn) 480Células absortivas ou enterócitos 481Células caliciformes 483Células enteroendócrinas 484Proteção do intestino delgado 484Barreira de permeabilidade intestinal 485Placas de Peyer 487Signifi cado clínico: vetores das vacinas orais para as

células M 488 Plasmócitos e dímeros de IgA de secreção 489 Célula de Paneth 490Signifi cado clínico: doenças infl amatórias intestinais 492Signifi cado clínico: síndromes de má absorção 492Intestino grosso 492Signifi cado clínico: doença de Hirschsprung 497Signifi cado clínico: gene da polipose familiar e

tumorigênese colorretal 498 Mapa conceitual | Parte Baixa do Sistema Digestório 500Conceitos essenciais | Parte Baixa do Sistema Digestório

501

Capítulo 17 GLÂNDULAS DIGESTÓRIASTipos de glândulas digestórias 503Sistema de ductos ramifi cados de uma glândula salivar

504A saliva é o principal produto das glândulas salivares 504Glândula parótida 504Signifi cado clínico: caxumba, raiva e tumores 506Glândula submandibular (submaxilar) 508Glândula sublingual 508Pâncreas exócrino 509Signifi cado clínico: carcinoma do pâncreas 510Funções do ácino pancreático 512Signifi cado clínico: pancreatite aguda e fi brose cística 513Fígado 514Lóbulo hepático 515Visão funcional do lóbulo hepático 516Hepatócito 519Peroxissomas 520Signifi cado clínico: doenças do depósito no fígado 520Signifi cado clínico: alcoolismo e fígado gorduroso

(esteatose hepática alcoólica) 521Signifi cado clínico: células perissinusoidais 522Bile: mecanismo de secreção 523Metabolismo da bilirrubina 525Composição da bile 527Signifi cado clínico: condições patológicas que afetam a

secreção da bile 528

Page 16: Kierszenbaum-ESAMPLE

HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR: Uma Introdução à Patologia | xv

SUM

ÁR

IOSignifi cado clínico: hiperbilirrubinemia 528Vesícula biliar 530Mapa conceitual | Glândulas Digestórias 530Conceitos essenciais | Glândulas Digestórias 530

PARTE V | SISTEMAS DE ÓRGÃOS: SISTEMA ENDÓCRINO

Capítulo 18 SISTEMA NEUROENDÓCRINOSistema hipotálamo-hipófi se 533Hipófi se 533Origem embriológica da hipófi se 533Vascularização da hipófi se: circulação porta hipotálamo-

hipofi sária 534 Histologia da parte distal (lobo anterior) 535Hormônios secretados pelas células acidófi las: hormônio

do crescimento e prolactina 536Hormônio do crescimento 537Signifi cado clínico: gigantismo (em crianças) e

acromegalia (em adultos) 538 Prolactina 539Signifi cado clínico: hiperprolactinemia 540Hormônios secretados pelas células basófi las:

gonadotrofi nas, TSH e ACTH 540Gonadotrofi nas: hormônio foliculoestimulante e

hormônio luteinizante 540Signifi cado clínico: infertilidade 541Hormônio estimulante da tireoide (tireotrofi na) 541Signifi cado clínico: hipotireoidismo 542Hormônio adrenocorticotrófi co 542Signifi cado clínico: doença de Cushing 543Neuro-hipófi se 544Signifi cado clínico: diabete insípido 547Glândula pineal 548Desenvolvimento da glândula pineal 548Histologia da glândula pineal 549A glândula pineal secreta melatonina, o “hormônio da

escuridão” 551Relógio circadiano, um oscilador endógeno que controla

os ritmos biológicos 551Signifi cado clínico: puberdade precoce 552Mapa conceitual | Sistema Neuroendócrino 552Conceitos essenciais | Sistema Neuroendócrino 553

Capítulo 19 SISTEMA ENDÓCRINOGlândula tireoide 555Desenvolvimento da glândula tireoide 555Organização histológica da glândula tireoide 555Função da glândula tireoide 555Signifi cado clínico: hipertireoidismo (doença de Graves)

e hipotireoidismo 560Regulação do cálcio 661Glândula paratireoide 561Desenvolvimento das glândulas paratireoides 561Organização histológica das glândulas paratireoides

561Função do paratormônio 562Signifi cado clínico: hiperparatireoidismo,

hipoparatireoidismo e mutações CaSR 564 Células C (folículo tiroidiano) 564Signifi cado clínico: síndrome de neoplasia endócrina

múltipla 566 Vitamina D 566Signifi cado clínico: raquitismo e osteomalacia 567Glândula suprarrenal 567Desenvolvimento da glândula suprarrenal 567Funções do córtex da suprarrenal fetal 567Organização histológica do córtex da suprarrenal 569Medula da suprarrenal 572As ações das catecolaminas são mediadas por receptores

α e β-adrenérgicos 575Vascularização da glândula suprarrenal 575

Signifi cado clínico: atividade secretora anormal do córtex da suprarrenal 576

Signifi cado clínico: atividade hipersecretora da medula da suprarrenal 577

Signifi cado clínico: hiperplasia congênita da suprarrenal 577

Pâncreas endócrino 577Desenvolvimento do pâncreas 577Ilhotas de Langerhans 577Signifi cado clínico: canais de K+ sensíveis ao ATP e

secreção de insulina, 582 Signifi cado clínico: insulina e diabetes 583Mapa conceitual | Sistema Endócrino 584Conceitos essenciais | Sistema Endócrino 584

PARTE VI | SISTEMAS DE ÓRGÃOS: SISTEMA GENITAL

Capítulo 20 ESPERMATOGÊNESEOs testículos 587Epitélio seminífero 589Células de Sertoli 591Espermatogônias 593Espermatócitos 595Meiose 598Espermátides 598Eventos na fi nalização da espermiogênese 603Estrutura do espermatozoide 603Signifi cado clínico: condições patológicas que afetam a

espermatogênese 604Temperatura 604Criptorquidia 604Quimioterapia para câncer 604Caxumba 604Torção do funículo espermático 604Varicocele 604Células de Leydig 606Signifi cado clínico: proteína reguladora aguda

esteroidogênica 606 Controle hormonal do sistema genital masculino 607O ciclo espermatogênico 609Signifi cado clínico: reprogramação epigenética 611Mapa conceitual | Espermatogênese 613Conceitos essenciais | Espermatogênese 613

Capítulo 21 TRANSPORTE E MATURAÇÃO DE ESPERMATOZOIDESDesenvolvimento das gônadas 617O fator determinante do testículo controla o

desenvolvimento da gônada para o testículo 618Papel do hormônio antimülleriano e da testosterona

no desenvolvimento da genitália interna masculina e feminina 619

Descida do testículo 619Signifi cado clínico: síndrome de Klinefelter 619 Signifi cado clínico: síndrome da insensibilidade aos

andrógenos (SIA) (feminização testicular) 619Signifi cado clínico: defi ciência da 5α-reductase 620Via genitais onde ocorre a maturação dos

espermatozoides 620Glândulas genitais acessórias 624Vesículas seminais 624Próstata 624Signifi cado clínico: hiperplasia prostática benigna e

câncer de próstata 625 Uretra masculina e feminina 629Glândulas bulbouretrais 629Pênis 630Signifi cado clínico: disfunção erétil 630Mapa conceitual | Transporte e Maturação de

Espermatozoides 631 Conceitos essenciais | Transporte e Maturação de

Espermatozoides 631

Page 17: Kierszenbaum-ESAMPLE

| HISTOLOGIA E BIOLOGIA CELULAR: Uma Introdução à Patologiaxvi

SUM

ÁR

IOCapítulo 22 DESENVOLVIMENTO FOLICULAR E CICLO MENSTRUAL

Desenvolvimento do sistema genital feminino 633Desenvolvimento do ovário 633Desenvolvimento dos ductos genitais femininos 634Desenvolvimento da genitália externa 634Signifi cado clínico: anomalias no desenvolvimento do

sistema genital feminino 634Signifi cado clínico: anomalias no desenvolvimento do

ovário: síndrome de Turner 634 Os ovários 635Ciclo ovariano 635A comunicação ovócito primário-célula granulosa durante

a foliculogênese 639Atresia ou degeneração folicular 641Fase ovulatória 641Fase lútea: corpo lúteo 641Regulação hormonal da ovulação e do corpo lúteo 641Tuba uterina ou trompa de falópio 644Útero 647Vascularização do endométrio e menstruação 649Signifi cado clínico: endometriose 649Cérvice 652Signifi cado clínico: neoplasia intraepitelial cervical e vírus

do papiloma humano (HPV) 652 Vagina 652Signifi cado clínico: citopatologia diagnóstica 653Monte do púbis, lábios maiores e lábios menores 653Meato uretral e glândulas (parauretrais e de Bartholin)

655 Mapa conceitual | Desenvolvimento Folicular e Ciclo

Menstrual 656Conceitos essenciais | Desenvolvimento Folicular e Ciclo

Menstrual 656

Capítulo 23 FERTILIZAÇÃO, PLACENTAÇÃO E LACTAÇÃOFertilização 659Zona pelúcida durante a fertilização 661 Placentação 661Implantação do blastocisto 662Diferenciação do trofoblasto 663O papel das células deciduais durante a implantação 663Formação das vilosidades primárias, secundárias e

terciárias 664

Características histológicas da placenta 665Componentes: materno e fetal 665Circulação sanguínea da placenta 668Estrutura da vilosidade coriônica 668Signifi cado clínico: distúrbios da gravidez ectópica

placentária 669Placenta prévia (patologia da segunda metade da

gravidez) 669Descolamento de placenta (latim abruptio placentae,

patologia da segunda metade da gravidez) 671 Atonia uterina 671Placenta acreta 671Signifi cado clínico: doença trofoblástica gestacional 672Signifi cado clínico: funções da placenta, 672Trocas gasosas 672Transferência de imunoglobulinas maternas 672Isoimunização de Rh (antígeno D) 673Produção de hormônios esteroides: a unidade feto-

placentária 673Produção de proteínas de hormônio: desvio

luteal-placentário 674Transporte ativo de íons e glicose 674Síndrome alcoólica fetal 675Agentes infecciosos 675Lactação 675As glândulas mamárias 675Desenvolvimento das glândulas mamárias 675Sucção durante o aleitamento 677Signifi cado clínico: síndrome de insensibilidade aos

andrógenos (SIA) 679Signifi cado clínico: doenças benignas da mama e câncer

de mama 680Mapa conceitual | Fertilização, Placentação e Lactação

682Conceitos essenciais | Fertilização, Placentação e Lactação

682

ÍNDICE, 685

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 59

Desenvolvimento das glândulas epiteliaisA maioria das glândulas desenvolve-se como proliferação de células epiteliais que pene-tram no tecido conjuntivo subjacente (Fig. 2-1). As glândulas exócrinas permanecem conectadas à superfície do epitélio por meio de um ducto excretor que transporta a secreção para o exterior. As glândulas endócrinas não têm ducto excretor, e seu produto é liberado na circulação sanguínea.

As glândulas endócrinas são rodeadas por capilares fenestrados. Normalmente armazenam as secreções que sintetizam e as liberam depois de serem estimuladas por sinais químicos ou elétricos. Glândulas exócrinas e endócrinas podem ser encontradas juntas (p. ex., no pâncreas), podem formar estruturas separadas em órgãos endócrinos (tireoide, paratireoide) ou podem se apresentar como células isoladas (células entero-endócrinas). As glândulas endócrinas serão estudadas mais adiante no Capítulo 18, Sistema Neuroendócrino, e no Capítulo 19, Sistema Endócrino.

2. GLÂNDULAS EPITELIAIS

Penetraçãodas célulasepiteliais no

tecidoconjuntivo

Ducto excretorEpitélioDegeneração do ducto

Porçãosecretora

A porçãosecretoraé rodeada

por capilaresDesenvolvimento de

uma glândula endócrina

Proliferação celularlocalizada e inícioda penetração dascélulas epiteliais

no tecido conjuntivosubjacente

Glândula exócrina: O produto da glândulaé liberado na superfície.

Glândula endócrina: O produto daglândula é liberado no sangue.

Epitélio

Glândulasintestinaisde Lieberkühn

Glândula sudorípara (pele)

Ausência de ductoexcretor ou ductoexcretor curto. A glândula abre-se diretamente na superfície epitelial.

Ductoexcretorlongo

Porção secretora enovelada

Glândula tubular simplesGlândula tubular

enovelada simples

Ductoexcretor

Porção secretora

Glândulas do estômago e do útero

A glândula é dividida em dois ou mais ramos. Ausência de ducto excretor

As glândulas da língua e do esôfago têm ducto excretor curto.

Glândula tubularramificada simples

Glândulas sebáceas da pele

Ducto excretor A porção secretoraterminal é dividida em sacos denominados ácinos ou alvéolos.

Glândula acinosa oualveolar simples

Figura 2-1. Desenvolvimento das glândulas exócrinas e endócrinas

Figura 2-2. Glândulas simples

Classifi cação das glândulas epiteliaisDe acordo com o tipo de ducto excretor, as glândulas são classifi cadas em simples e ramifi cadas (também denominadas compostas). Uma glândula é simples (Fig. 2-2) quando seu ducto excretor não é ramifi cado e é ramifi cada quando seu ducto excretor se subdivide (Fig. 2-3).

Page 19: Kierszenbaum-ESAMPLE

| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS60

A porção secretora pode ser unicelular ou multicelularUma glândula exócrina tem dois componentes: uma porção secretora e um ducto excretor. A porção secretora da glândula pode ser formada por uma única célula (unicelular, como as células caliciformes do epitélio respiratório e do intestino) ou por muitas células (multicelular).

Figura 2-3. Glândulas com ductos ramifi cados

Ducto excretor Ducto excretor

Septo de tecidoconjuntivo

Vaso sanguíneo

Ducto interlobular

Ducto intralobular

Ducto excretor

Porção tubular

Porção acinosa

Glândulas da cavidade oral Pâncreas exócrino Glândula mamária

Glândula parótidaLóbulo Ácinos secretores

21

3

4

Glândula tubuloacinosa ramificadaGlândula tubular ramificada Glândula acinosa/alveolar ramificada

Glândula parótida

Organização geral de uma glândula ramificada (composta)

5

A glândula ramificada é rodeada por uma cápsula de tecido conjuntivo que envia para o interior da glândula traves ou septos que formam unidades grandes denominadas lobos (não mostrado). Os lobos são subdivididos por tecido conjuntivo em pequenas subunidades chamadas de lóbulos . Uma glândula ramificada é constituída por número variável de unidades secretoras classificadas de acordo com sua morfologia em tubulares, acinosas , ou tubuloacinosas. A secreção drena para um ducto excretor localizado dentro do lóbulo (ducto intralobular ). Em geral, os ductos excretores intralobulares

1

5

são formados por um ducto intercalado, seguido por um ducto estriado (não mostrado). O ducto estriado — presente apenas nas glândulas salivares — drena para um ducto excretor que é contínuo com o ducto intralobular (não mostrado). Ductos intralobulares associam-se a outros ductos intralobulares para formar um ducto interlobular . Os ductosinterlobulares associam-se a outros ductos interlobulares para formar um ducto intralobar de diâmetro maior (não mostrado). Os ductos intralobares convergem para formar um ducto lobar.Para obter mais informações, veja a Figura 2-4 e o Capítulo 17, Glândulas Digestivas.

2

3

4

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 61

De acordo com a forma da porção secretora (Figs. 2-2 e 2-3), as glândulas podem ser tubulares, enoveladas ou alveolares (do latim alveolus, pequeno saco oco; plural alveoli). Estas últimas também são denominadas acinosas (do latim acinus, uva; plural acini).

As glândulas tubulares são encontradas no intestino grosso. As glândulas sudoríparas da pele são glândulas enoveladas típicas. A glândula sebácea da pele é um exemplo de glândula alveolar.

Forma da porção secretoraDe acordo com a forma da porção secretora, as glândulas podem ser classifi cadas em tubulares simples ou alveolares simples (também chamadas de acinosas simples). Além disso, porções secretoras tubulares e alveolares podem coexistir com ductos excretores ramifi cados; uma glândula assim formada é denominada glândula tubuloalveolar (ou tubuloacinosa) ramifi cada (ou composta) (p. ex., as glândulas salivares). A glândula mamária é um exemplo de glândula alveolar ramifi cada.

A glândula ramifi cada (Fig. 2-4) é circundada por uma cápsula. Septos ou trabéculas estendem-se da cápsula para o interior do tecido glandular. Septos grandes dividem a

Cápsula

Septo

Membrana basal

Células mioepiteliais

Epitélio estratificadocolunar

Epitélio cúbico baixo

Epitélio cúbico a colunar

Epitélio cúbico a colunar

Epitélio pseudoestratificadocolunar

Adaptada e modificada de Leson TS, Leson CR, Paparo AA: Text/Atlas of Histology. Philadelphia, WB Saunders, 1988.

Ácino

Ducto intercalado

Ducto interlobular

Ducto lobar

Ducto principal (não mostrado)

Lóbulo

Ducto estriado

1

2

3

5

6

7

Ducto intralobular4

Lóbulo

Lobo

Todas as glândulas exócrinas ramificadas contêm componentes epiteliais (ductos e ácinos secretores) denominados parênquima e tecido conjuntivo de sustentação, que inclui vasos sanguíneos e nervos, chamado de estroma. A glândula é envolta por uma cápsula de tecido conjuntivo que penetra nela e se ramifica, formando septos que subdividem o parênquima. Nas glândulas ramificadas grandes, o parênquima é subdividido anatomicamente em lobos. Lobos adjacentes são separados por um septo interlobar. Um lobo é formado por lóbulos, separados uns dos outros por um septo interlobular delgado.

Os septos sustentam as ramificações principais do ducto excretor. Osductos interlobulares estendem-se ao longo dos septos interlobulares;os ductos interlobares estendem-se ao longo dos septos interlobares.Contudo, os ductos intralobulares estão dentro dos lóbulos e são rodeados por pouco tecido conjuntivo. Os ductos intralobulares são revestidos por epitélio simples cúbico a colunar, enquanto o revestimento epitelial dos ductos interlobulares é pseudoestratificado colunar. Os ductos lobares são revestidos por epitélio estratificado colunar.

Figura 2-4. Esquema da histologia de uma glândula salivar composta

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS62

glândula em vários lobos. Ramifi cações dos septos que separam lobos adjacentes dividem os lobos em compartimentos menores denominados lóbulos.

Durante o desenvolvimento, o ducto excretor principal dá origem a ramifi cações que passam entre os lobos (interlobares) ou dentro dos lobos (intralobares). Ramifi cações pequenas derivadas de cada um desses ductos originam subdivisões pequenas que cons-

Figura 2-5. Diferenças histológicas entre as glândulas submandibular, sublingual e parótida

Núcleo de umacélula mioepitelial

Glândula submandibular

Ducto estriado

Meia-lua serosa

Lúmen do ácino

Porção secretora mucosa

Glândula sublingual

Glândula parótida

Grânulos de zimogênio

Aparelhode Golgi

Grânulos de secreção

Retículoendoplasmático

granuloso

Núcleo comforma irregulare localização

basal

Produto mucoso

Célula acinosa serosa

Célula acinosa mucosa

Porção secretora mista (glândula submandibular ou submaxilar)A glândula submandibular contém porções secretoras serosas e mucosas, e elas produzem uma secreção seromucosa que é liberada em um lúmen comum. As unidades secretoras mistas são constituídas de células mucosas e de uma pequena coifa de células serosas em um dos lados. Essa coifa é denominada meia-lua serosa por causa de sua forma de lua crescente. Circundando cada unidade secretora e também a porção inicial do ducto excretor estão as células mioepiteliais.Essas células estão situadas entre as células secretoras e a lâmina basal, e seus processos citoplasmáticos longos e ramificados formam um cesto frouxo. Sua função é se contrair e, dessa forma, expulsar a secreção para fora da porção secretora e do sistema ductal.

Porção secretora serosa (glândula parótida)A glândula parótida contém porções secretoras serosas. As células que secretam o produto seroso têm um núcleo grande e esférico, uma região basal na qual predomina o retículo endoplasmático granuloso e uma região apical com grânulos de zimogênio corados de vermelho. Esses grânulos representam vesículas de secreção que contêm precursores de enzimas.

Porção secretora mucosa (glândula sublingual)A glândula sublingual contém porções secretoras mucosas com aspecto pálido por causa da grande quantidade de vesículas de secreção repletas de muco. Os núcleos geralmente são achatados e estão na porção basal das células secretoras. O conteúdo da secreção pode ser visualizado com a reação do PAS, que cora as glicoproteínas. As células mioepiteliais também são encontradas ao redor das porções secretoras mucosas.

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 63

tituem os lóbulos da glândula. Essas ramifi cações podem ser encontradas primeiro entre os lóbulos (interlobulares) e dentro dos lóbulos (intralobulares). Detalhes adicionais são apresentados no Capítulo 17, Glândulas Digestivas.

Tipos de secreçãoCom base no tipo de secreção, as glândulas exócrinas podem ser classifi cadas em glân-dulas mucosas, quando seus produtos são ricos em glicoproteínas e água; glândulas serosas, aquelas com secreções ricas em proteínas e água; e glândulas mistas, que contêm tanto células mucosas quanto células serosas (Fig. 2-5).

Mecanismos de secreçãoAs glândulas exócrinas também podem ser classifi cadas com base no modo como a secreção é liberada (Fig. 2-6).

Na secreção merócrina (do grego meros, parte; krinein, separar), o produto é liberado por exocitose. Os grânulos de secreção são delimitados por uma membrana que se funde na membrana plasmática apical durante sua liberação ou exocitose. Um exemplo é a secreção dos grânulos de zimogênio pelo pâncreas.

Na secreção apócrina (do grego apokrino, separar), a liberação da secreção envolve a perda parcial da porção apical da célula. Um exemplo é a secreção de lipídios pelas células epiteliais da glândula mamária. As proteínas secretadas pelas células epiteliais da glândula mamária seguem a via merócrina (exocitose).

Na secreção holócrina (do grego holos, todo), a secreção corresponde à célula in-teira e ao seu produto. Um exemplo são as glândulas sebáceas da pele, que produzem uma secreção denominada sebo.

CITOMEMBRANASMembrana plasmáticaNeste capítulo, apresentamos uma revisão dos principais conceitos de citomembranas e organelas e sua importância clínica, e as glândulas epiteliais são um tema conveniente para essa integração. Iniciamos a revisão enfocando as características estruturais e bioquímicas da membrana plasmática. Informações adicionais relacionadas à sinalização celular me-diada pela membrana plasmática são apresentadas no Capítulo 3, Sinalização Celular.

Secreção apócrina

Secreção merócrina Exocitose (caseína, proteína do leite)

Sebo

Secreção apócrinaParte do citoplasma apical é englobada e eliminada com as secreções. A glândula mamária secreta lipídios do leite por secreção apócrina e a proteína do leite, a caseína, por secreção merócrina.

Secreção merócrinaA vesícula secretora aproxima-se do domínio apical da célula epitelial. A membrana vesicular funde-se na membrana plasmática para liberar seu conteúdo no espaço extracelular. A membrana plasmática fundida pode ser levada de volta para o interior da célula por endocitose e reciclada para ser usada novamente por vesículas secretoras.

Secreção holócrinaA célula produz e acumula uma secreção no citoplasma, como o sebo nas glândulas sebáceas, e posteriormente desintegra-se para liberar esse material.

Figura 2-6. Mecanismos da secreção glandular

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS64

A membrana plasmática determina os limites estruturais e funcionais de uma célula. As membranas intracelulares, denominadas citomembranas, separam diversos processos celulares em compartimentos conhecidos como organelas. O núcleo, as mitocôndrias, os peroxissomos e os lisossomos são organelas delimitadas por membrana; os lipídios e o glicogênio não são delimitados por membrana e são conhecidos como inclusões.

A membrana plasmática é composta por lipídios e proteínas. Uma camada dupla de fosfolipídios compõe a estrutura fundamental da membrana e forma uma barreira de duas camadas entre dois compartimentos aquosos: o compartimento extracelular e o intracelular. As proteínas estão incrustadas na bicamada de fosfolipídios e desempe-nham funções específi cas da membrana plasmática, como reconhecimento célula-célula e transporte seletivo de moléculas (Quadro 2-A).

Bicamada de fosfolipídiosOs quatro principais fosfolipídios das membranas plasmáticas são a fosfatidilcolina, a fosfatidiletanolamina, a fosfatidilserina e a esfi ngomielina (Fig. 2-7). Elas representam mais da metade dos lipídios presentes na maioria das membranas. Um quinto fosfolipí-dio, o fosfatidilinositol, está localizado no folheto interno da membrana plasmática.

Além dos fosfolipídios, a membrana plasmática das células animais contém gli-colipídios e colesterol. Os glicolipídios, um componente secundário da membrana, são encontrados no folheto externo, e sua fração carboidrato fi ca exposta na superfície da célula.

O colesterol, um constituinte importante das membranas, está presente quase na mesma quantidade que os fosfolipídios; trata-se de uma estrutura rígida em anel, que não participa da formação da membrana, mas está inserida no interior da bicamada de fosfolipídios, onde regula a fl uidez da membrana restringindo o movimento das cadeias de ácidos graxos dos fosfolipídios em temperaturas altas. O colesterol não está presente nas bactérias.

Vale a pena lembrar dois aspectos gerais da bicamada de fosfolipídios:1. A estrutura dos fosfolipídios é responsável pela função das membranas como

barreira entre dois compartimentos aquosos. As cadeias hidrofóbicas de ácidos graxos

EsfingomielinaFosfatidilcolina

GlicolipídioEspaço extracelular

Espaço intracelular

FosfatidilinositolFosfatidiletanolamina

Fosfatidilserina

Colesterol

Carboidrato

Célula

Célula 2Espaço intercelular

7,5 nm

Folheto externo Folheto interno

Folhetoexterno

Folhetointerno

O folheto externo é composto principalmente de fosfatidilcolina, esfingomielina e fosfatidiletanolamina.Os glicolipídios são encontrados apenas no folhetoexterno, e sua porção carboidrato fica exposta ao espaço extracelular.

O colesterol é um componente importante da membrana, mas não participa sozinho da sua formação. Ele tem um efeito sobre a fluidez da membrana ao regular o movimento das cadeias de ácidos graxos dos fosfolipídios de um modo dependente da temperatura.

O folheto interno é composto principalmente de fosfatidilserina, fosfatidilinositol e fosfatidiletanolamina.Os grupamentos da cabeça da fosfatidilserina e do fosfatidilinositol têm carga negativa; por essa razão, a face citosólica da membrana plasmática tem carga líquida negativa. O fosfatidilinositol desempenha um papel significativo na sinalização (Cap. 3, Sinalização Celular).

Figura 2-7. Estrutura da membrana plasmática

� Uma balsa lipídica é uma região da membrana plasmática rica em colesterol e esfingolipídios. Embora a balsa lipídica clássica não tenha proteínas estruturais, outras balsas apresentam grande quantidade de uma proteína estrutural específica que modifica sua composição e função.� As proteínas do tipo caveolina são componentes das balsas lipídicas que participam da circulação de vesículas ou cavéolas (Fig. 7-21 no Cap. 7, Tecido Muscular). As cavéolas são encontradas em vários tipos de células, particularmente em fibroblastos, adipócitos, células endoteliais, células alveolares de tipo I, células epiteliais e células musculares lisas e estriadas.� Além da família das proteínas caveolinas (caveolina 1, 2 e 3), outras famílias de proteínas podem modificar a estrutura e a função das balsas lipídicas. Tais proteínas compreendem as flotilinas, as proteínas ligadas aos glicoesfingolipídios e as tirosina quinases Src.� As balsas lipídicas podem participar da sinalização celular concentrando ou separando proteínas associadas à membrana específica em domínios lipídios exclusivos.

Quadro 2-A | Balsas lipídicas

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 65

do interior da bicamada de fosfolipídios são responsáveis pela impermeabilidade das membranas às moléculas solúveis em água.

2. A bicamada de fosfolipídios é um fl uido viscoso. As longas cadeias de carbono e hidrogênio dos ácidos graxos dos principais fosfolipídios estão agrupadas de modo frouxo e podem se mover no interior da membrana. Como consequência, fosfolipídios e proteínas podem se deslocar lateralmente dentro da membrana para realizar funções importantes dessa estrutura.

Proteínas membranaresA maioria das membranas plasmáticas é constituída, aproximadamente, por 50% de lipídios e 50% de proteínas (Fig. 2-8). O componente carboidrato dos glicolipídios e glicoproteínas representa 5% a 10% da massa da membrana. A superfície da membrana plasmática é coberta pelo glicocálice (Quadro 2-B).

De acordo com o modelo do mosaico fl uido da estrutura membranar, as membra-nas são fl uidos bidimensionais com uma bicamada de lipídios na qual estão incrustadas proteínas. As proteínas e os fosfolipídios membranares têm difi culdade para se deslocar de um lado para o outro entre os folhetos interno e externo da membrana. Entretanto, por estarem em um ambiente fl uido, tanto as proteínas quanto os lipídios são capazes de se difundir lateralmente através do plano da membrana. Contudo, nem todas as proteínas conseguem se difundir livremente; a mobilidade das proteínas membranares é limitada pela sua associação com o citoesqueleto.

As restrições da mobilidade das proteínas membranares são responsáveis pela natureza polarizada das células epiteliais, que são divididas em dois domínios distintos, o apical e o basolateral. Tais domínios diferem quanto à composição e à função das proteínas. Junções oclusivas localizadas entre células epiteliais adjacentes (discutido no Cap. 1, Epi-télio) não apenas selam o espaço entre essas células, mas também atuam como barreiras contra a difusão de proteínas e lipídios entre os domínios apical e basolateral.

Existem duas classes principais de proteínas associadas à membrana: as proteínas membranares periféricas e as proteínas membranares integrais.

As proteínas membranares periféricas não estão incrustadas no interior hidrofóbico da membrana, mas, em vez disso, estão associadas indiretamente às membranas por meio de interações proteína-proteína estabelecidas por ligações iônicas, que são rompidas por soluções com alta concentração de sal ou pH extremo.

Espaço extracelular

Espaço intracelular

Proteína integral da membrana com várias regiões α-helicoidais que se estendem por toda a espessura da membrana

Proteína do citoesqueleto (actina)

Proteínaintegral damembrana

Proteína periférica da membrana Carboidrato

Proteína periférica da membrana

As proteínas integrais da membrana estão incrustadas na bicamada de lipídios.

As proteínas periféricas da membrana estão ligadas indiretamente à membrana plasmática por interações proteína-proteína.

A porção extracelular das proteínas membranares integrais e periféricas é geralmente glicosilada. A porção intracelular das proteínas da membrana está ligada a componentes do citoesqueleto.

A maioria das proteínas integrais da membrana corresponde a proteínas transmembranares que se estendem por toda a espessura da bicamada de lipídios na forma de α-hélice.

Membrana plasmática:proteínas periféricas e integrais

Carboidrato

Figura 2-8. Proteínas periféricas e integrais da membrana plasmática

� O domínio extracelular da membrana plasmática é geralmente glicosilado pelas porções carboidrato dos glicolipídios e pelas glicoproteínas transmembranares. Portanto, a superfície da célula é coberta por uma camada de carboidratos, conhecida como glicocálice.� O glicocálice protege a superfície da célula e facilita as interações célula-célula. Um exemplo apropriado é o mecanismo de endereçamento (homing), um processo que possibilita que leucócitos deixem os vasos sanguíneos e medeiem respostas inflamatórias. Como se sabe, a etapa inicial da adesão entre células endoteliais e leucócitos é mediada pelas selectinas, uma família de proteínas transmembranares que reconhecem açúcares específicos da superfície celular.

Quadro 2-B | Glicocálice

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS66

Porções das proteínas membranares integrais estão incrustadas na bicamada de li-pídios e só podem ser desprendidas dali por meio da solubilização com detergentes. Os detergentes são agentes químicos que contêm grupos hidrofóbicos e hidrofílicos. Os do-mínios hidrofóbicos do detergente penetram nos lipídios membranares e ligam-se à porção hidrofóbica da proteína incrustada na membrana. Os domínios hidrofílicos combinam-se com a proteína e formam complexos detergente-proteína solúveis em meio aquoso.

Numerosas proteínas integrais são proteínas transmembranares, que se estendem por toda a espessura da bicamada de lipídios e ainda expõem segmentos em ambos os lados da membrana. As proteínas transmembranares podem ser visualizadas por meio da técnica de criofratura.

Criofratura: diferenças entre uma superfície e uma faceA técnica da criofratura é valiosa para a visualização das proteínas intramembranares com o uso do microscópio eletrônico. Essa técnica forneceu a primeira evidência da pre-sença de proteínas transmembranares na membrana plasmática e nas citomembranas.

As amostras são congeladas em nitrogênio líquido (temperatura de −196°C) e “sepa-radas” por uma lâmina (sob alto vácuo) ao longo do núcleo hidrofóbico da membrana. Como consequência, são produzidas duas metades complementares, que correspondem aos folhetos da membrana. Cada metade da membrana tem uma superfície e uma face. A face é produzida artifi cialmente durante a cisão da membrana.

Gera-se então uma cópia da amostra evaporando-se uma camada muito fi na de um metal pesado (geralmente platina com espessura de 1,0 a 1,5 nm) em ângulo de 45° para produzir um efeito de sombra contrastante. Em seguida, a réplica de platina é destacada da amostra por fl utuação em água, montada sobre uma tela metálica e examinada sob o microscópio eletrônico.

A Figura 2-9 apresenta a nomenclatura para a identifi cação das superfícies e faces das micrografi as eletrônicas das preparações de criofraturas.

A superfície da membrana plasmática em contato com o espaço extracelular é denominada superfície extracelular (SE). A superfície da membrana plasmática em contato com o citoplasma (também chamado de protoplasma) é denominada superfície protoplasmática (SP).

A face do folheto membranar voltado para o espaço extracelular (o folheto exo-citoplasmático da ilustração) é chamada de face extracelular (FE). De modo similar, a face do folheto voltado para o espaço protoplasmático (identifi cado como folheto protoplasmático) é a face protoplasmática (FP).

Vesículas de secreção

Corte

Núcleo

Aparelho de Golgi

Poros do núcleo

Membrana externa

Membrana interna

A criofratura de uma membrana celular separa a bicamada em dois folhetos.Cada folheto tem uma superfície e uma face. A superfície de cada folheto está voltada para a superfície extracelular (SE) ou para a superfície intracelular ou protoplasmática (SP). As faces extracelular (FE) e protoplasmática (SE) são produzidas artificialmente pela cisão da bicamada membranar ao longo de sua região hidrofóbica. Após a fratura da membrana, as proteínas membranares permanecem associadas ao folheto membranar protoplasmático e aparecem como partículas na cópia da FP. A região anteriormente ocupada pela proteína exibe uma depressão complementar na cópia da FE.

Superfície extracelular (SE)

Superfície protoplasmática (SP)

Face extracelular (FE)

Face protoplasmática (FP)

Depressão

Membrana plasmática

Proteína do citoesqueleto

Proteína transmembranar(partícula)

Figura 2-9. Criofratura: diferenças entre superfície e face

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 67

Agora que compreendemos o que representam os termos superfície e face, lembre-se de que as faces são quimicamente hidrofóbicas e as superfícies são quimicamente hidrofílicas. Uma última observação: note que a proteína transmembranar permanece no folheto protoplasmático e deixa uma depressão complementar no folheto exocito-plasmático oposto. Por quê? Componentes do citoesqueleto podem estar presos direta ou indiretamente na extremidade da proteína voltada para o citoplasma, impedindo assim sua saída.

Proteínas transportadoras e proteínas-canalA maioria das moléculas biológicas não consegue se difundir através da bicamada de fosfolipídios. Proteínas de transporte específi cas, como as proteínas transportadoras e as proteínas-canal, medeiam a passagem seletiva de moléculas através da membrana, possibilitando assim que a célula controle sua composição interna.

Algumas moléculas (como o oxigênio e o dióxido de carbono) conseguem atravessar a membrana plasmática seguindo seu gradiente de concentração. Para tal, dissolvem-se primeiramente na bicamada de fosfolipídios e, em seguida, no meio aquoso do lado citosólico ou extracelular da membrana. Esse mecanismo, conhecido como difusão passiva, não envolve proteínas da membrana. Substâncias lipídicas também são capazes de atravessar a bicamada.

Outras moléculas biológicas (como glicose, moléculas com carga elétrica e íons pequenos — H+, Na+, K+ e Cl−) são incapazes de se dissolver no interior hidrofóbico da bicamada de fosfolipídios. Elas necessitam da ajuda de proteínas de transporte específi cas (Fig. 2-10) e de proteínas-canal, que facilitam a difusão da maioria das moléculas biológicas.

Similarmente à difusão passiva, a difusão facilitada de moléculas biológicas é deter-minada pelos gradientes de concentração e elétrico existentes através da membrana. Contudo, a difusão facilitada requer uma das duas proteínas a seguir:

1. Proteínas transportadoras, capazes de se ligar a moléculas específi cas que serão transportadas.

2. Proteínas-canal, que criam portões abertos através da membrana.As proteínas transportadoras conduzem açúcares, aminoácidos e nucleosídeos. As proteínas-canal são canais iônicos envolvidos no transporte rápido de íons (transporte mais rápido que o realizado pelas proteínas transportadoras), são altamente seletivos quanto ao tamanho da molécula e à sua carga elétrica e não estão sempre abertos.

Alguns canais se abrem em resposta à ligação de uma molécula sinalizadora e são chamados de canais dependentes de ligante. Outros canais se abrem em resposta a mudanças no potencial elétrico através da membrana e são chamados de canais de-pendentes da voltagem.

Retículo endoplasmáticoO retículo endoplasmático é uma rede interconectada de canais delimitados por membrana situada no citoplasma; é parte do sistema de citomembranas e está separado da membrana plasmática.

Figura 2-10. Transportadores

Íon

Íon

UniportadorUm transportadorleva uma única

molécula de um lado damembrana para o outro.

SimportadorUm cotransportador leva

duas moléculas simultâneaou subsequentemente na

mesma direção.

AntiportadorUm cotransportador leva

duas moléculas simultâneaou subsequentemente em

direções opostas.

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS68

O sistema do retículo endoplasmático, que é composto por cisternas (sacos acha-tados), túbulos e vesículas, divide o citoplasma em dois compartimentos:

1. Compartimento luminal ou endoplasmático.2. Compartimento citoplasmático ou citosólico.O retículo endoplasmático não granuloso é desprovido de ribossomos e geral-

mente está próximo dos depósitos de glicogênio e lipídios do citoplasma. Tem um papel importante nas reações de detoxifi cação necessárias para a conversão de substâncias nocivas lipossolúveis ou insolúveis em água em compostos hidrossolúveis mais adap-tados para a eliminação pelos rins. Esse retículo endoplasmático também participa da esteroidogênese (Cap. 19, Sistema Endócrino).

Os produtos liberados no compartimento luminal do retículo endoplasmático são transportados para o Aparelho de Golgi por uma vesícula transportadora e, por fi m, para o exterior da célula por exocitose. É possível imaginar uma sequência na qual todos os lúmens do sistema de citomembranas estão interconectados; dessa forma, é possível visualizar que o compartimento luminal de uma célula secretora é contínuo com o exterior da célula (Fig. 2-11). O espaço circundante é o compartimento citosólico, onde há proteínas solúveis, componentes do citoesqueleto e organelas.

Agora, imagine que a membrana de cada componente do sistema de citomembranas seja constituída por dois folhetos (Fig. 2-12):

1. Folheto exocitoplasmático (voltado para o espaço extracelular).2. Folheto protoplasmático (voltado para o compartimento citosólico).Imagine também que os folhetos exocitoplasmático e protoplasmático formam

um continuum. Durante o processo de criofratura, uma lâmina fratura a membrana à medida que salta de um plano de fratura para outro através do núcleo hidrofóbico e divide as membranas em dois folhetos. A lâmina não consegue permanecer em uma única membrana porque as organelas delimitadas por citomembranas ocupam níveis diferentes e têm orientações aleatórias no interior da célula. Essa aleatoriedade será aparente durante o exame da réplica.

A amostra pode conter uma combinação de folhetos exocitoplasmático e protoplas-mático que, por sua vez, podem expor superfícies e faces. As proteínas membranares tendem a permanecer associadas ao folheto citoplasmático (protoplasmático) e aparecer como partículas na FP (face protoplasmática). Uma depressão complementar rasa é visualizada na FE (face exocitoplasmática).

Retículo endoplasmático granulosoO retículo endoplasmático granuloso é identifi cado sob o microscópio de luz como uma estrutura citoplasmática basofílica difusa denominada ergastoplasma.

Figura 2-11. Compartimentos intracelulares

Compartimentodo retículoendoplasmático

Vesículatransportadora

Aparelhode Golgi Vesículas

secretoras

Exocitose

Citosol

Membrana plasmática

O compartimento luminal de uma célulasecretora é contínuo com o exterior da célula

2

13

4

5

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 69

O retículo endoplasmático granuloso está envolvido na síntese de proteínas, que é realizada pelos ribossomos presos a ele (Fig. 2-13). Por outro lado, não há ribossomos presos às membranas do retículo endoplasmático não granuloso (Fig. 2-13). A maioria das proteínas sai do retículo endoplasmático granuloso em vesículas transportadas para a porção cis do Aparelho de Golgi (Figs. 2-16 e 2-17). Outras proteínas são retidas pelo retículo endoplasmático granuloso para participar das etapas iniciais da síntese proteica (Fig. 2-15). As proteínas retidas contêm a sequência Lys-Asp-Glu-Leu (KDEL) na extremidade C terminal. A ausência da sequência KDEL marca as proteínas que são transportadas para o Aparelho de Golgi.

Síntese e triagem de proteínasO papel do retículo endoplasmático na síntese e na triagem das proteínas foi demonstrado por meio da incubação de células acinosas pancreáticas em um meio com aminoácidos radiomarcados seguida da localização das proteínas radiomarcadas com o uso da autorra-diografi a. A via de secreção percorrida pelas proteínas secretoras compreende a seguinte sequência: retículo endoplasmático granuloso, Aparelho de Golgi, vesículas secretoras e lúmen ou espaço extracelular (Fig. 2-14). As proteínas da membrana plasmática e dos lisossomos também seguem o caminho do retículo endoplasmático granuloso até o Aparelho de Golgi, mas são retidas dentro da célula.

As proteínas que têm como alvo o núcleo, as mitocôndrias ou os peroxissomos são sintetizadas em ribossomos livres e, em seguida, liberadas no citosol. Por outro lado, as proteínas que serão secretadas ou que têm como alvo o retículo endoplasmático, o Aparelho de Golgi, os lisossomos ou a membrana plasmática são sintetizadas por ribos-somos ligados a membranas e, em seguida, transferidas para o retículo endoplasmático à medida que a síntese proteica avança.

Os ribossomos fi xam-se no retículo endoplasmático sob a orientação da sequência de aminoácidos da cadeia polipeptídica que está sendo sintetizada. Os ribossomos que sintetizam proteínas que serão secretadas são direcionados para o retículo endo-plasmático por uma sequência-sinal situada na extremidade em crescimento da cadeia polipeptídica.

O mecanismo por meio do qual as proteínas são direcionadas para o retículo en-doplasmático é explicado pela hipótese do sinal (Fig. 2-15).

APARELHO DE GOLGIO Aparelho de Golgi consiste em pilhas de sacos achatados denominados cisternas (Figs. 2-16 e 2-17). Cada pilha do aparelho tem duas faces distintas: uma face de entrada, ou cis, e uma face de saída, ou trans. O Golgi cis é adjacente ao retículo endoplasmático; o Golgi trans aponta para a membrana plasmática ou para o núcleo.

Cargas provenientes do retículo endoplasmático transportam proteínas solúveis e membrana para o Golgi cis. O termo carga designa proteínas e membrana recém-

Figura 2-12. Folhetos das citomembranas e da membrana plasmática

O folheto exocitoplasmático está voltadopara o compartimento luminal

O folheto protoplasmáticoestá voltado para o

compartimento citosólico

Retículoendoplasmático

Aparelhode Golgi

Grânulo desecreção

Folheto exocitoplasmáticoFolheto protoplasmático

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS70

sintetizadas, que serão armazenadas em um compartimento celular ou secretadas para fora da célula.

O material viaja através das cisternas dentro de vesículas transportadoras que brotam de uma cisterna e se fundem na seguinte. Por fi m, as vesículas-carga migram do Golgi trans para a rede do Golgi trans, o centro de distribuição tubulovesicular de cargas para a superfície da célula ou para outro compartimento celular (p. ex., os lisossomos).

O Aparelho de Golgi passa continuamente por um processo de renovação. Des-monta-se durante a mitose/meiose e reorganiza-se na interfase.

Figura 2-13. Retículo endoplasmático

Núcleo

Citosol

Região do Aparelho de Golgi

Lisossomo Área do retículoendoplasmático granuloso

O lúmen ou cisternado retículo endoplasmático

granuloso contém polipeptídios glicosilados

Ribossomo preso na membrana do retículo

endoplasmático granuloso

1

2

1

Retículo endoplasmático

Lúmen ou cisterna do retículo endoplasmático

não granuloso

Polirribossomo

2

O retículo endoplasmático granuloso consiste em pilhas de cisternas achatadas interconectadas. Os ribossomos estão fixados nas membranas em um arranjo linear. Não há ribossomos presos às cisternas do retículo endoplasmático não granuloso. Observam-se polirribossomos no citosol

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 71

Funções do Aparelho de GolgiO Aparelho de Golgi realiza três funções específi cas: (1) Modifi cação de carboidratos presos a glicoproteínas e proteoglicanas provenientes do retículo endoplasmático. Esse processo é denominado glicosilação. Uma glicosilação característica que ocorre no interior do Aparelho de Golgi é a modifi cação de oligossacarídeos N ligados de glicoproteínas. Mais de 200 enzimas participam da biossíntese de glicoproteínas e glico-lipídios no Aparelho de Golgi. As enzimas denominadas glicosiltransferases adicionam resíduos específi cos de açúcar; as enzimas chamadas de glicosidases removem resíduos específi cos de açúcar. (2) Triagem das cargas para vários destinos dentro da célula. Discutiremos em outra seção deste capítulo como o Aparelho de Golgi marca proteínas específi cas que serão enviadas para os lisossomos. (3) Síntese de esfi ngomielina e de glicoesfi ngolipídios.

Uma vez processadas, as cargas brotam do Aparelho de Golgi e seguem para a via de triagem secretora ou lisossômica (tráfego anterógrado) ou voltam para o retículo endoplasmático (tráfego retrógrado) (Fig. 2-16).

Certos tipos de cargas são armazenados em grânulos de secreção liberados em mo-mento posterior em resposta a um sinal extracelular. Esse mecanismo é chamado de secreção facultativa ou regulada. Outras cargas podem ser secretadas continuamente sem a necessidade de um estímulo. Esse mecanismo é denominado secreção consti-tutiva; ele fornece lipídios e proteínas recém-sintetizados para a membrana plasmática ou proteínas que são liberadas para o exterior da célula, como proteínas da matriz extracelular ou imunoglobulinas durante reações imunológicas.

A triagem das cargas ocorre ao longo de microtúbulos ou de fi lamentos de actina com a ajuda de proteínas motoras. A presença de domínios lipídicos específi cos na membrana da vesícula-carga promove o recrutamento de proteínas de cobertura (coat

Lúmen do ácino

Lúmen do ácino

Grânulos dezimogênio

Grânulos de zimogênio dentrode vesículas de secreção

Ribossomos presosao retículo

endoplasmático

Lúmen do retículoendoplasmático

Á cino pancreático (microscopia de luz) Células acinosas do pâncreas (microscopia eletrônica)

As células acinosas do pâncreas secretam no trato digestivo proteínas recém-sintetizadas. Quando as células foram marcadas com um aminoácido radioativo a fim de rastrear a via intracelular das proteínas secretadas, descobriu-se com o uso da autorradiografia que havia proteínas recém-sintetizadas no interior do retículo endoplasmático granuloso 3 minutos após a marcação. Mais tarde, foram observadas proteínas radiomarcadas migrando para o Aparelho de Golgi e, em seguida, dentro de vesículas secretoras como grânulos dezimogênio ; posteriormente, essas proteínas migraram para a membrana plasmática e, em seguida, para o espaço extracelular .

2

2

2

1

1

1

3

3

3

3

4

4

4

Figura 2-14. Síntese, transporte e secreção de proteínas pelas células exócrinas do pâncreas

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS72

proteins) e de fatores de amarração que triam a carga para um sítio da membrana aceptora. Basicamente, a triagem e o transporte das cargas dependem de envoltórios especializados que preparam a carga para ser movida ao longo do citoesqueleto por pro-teínas motoras moleculares. Os fatores de amarração (proteínas com forma de bastão) prendem a carga ao citoesqueleto. Quando a vesícula-carga alcança uma membrana aceptora, funde-se com a ajuda de proteínas de fusão.

Exocitose ou via secretora e endocitoseO transporte de vesículas envolve a mobilização de proteínas e membrana entre os compartimentos citomembranosos. A exocitose ou via secretora começa no retículo endoplasmático, continua através do Aparelho de Golgi e termina na superfície da cé-lula. A endocitose consiste na internalização e degradação de material extracelular que provém da membrana plasmática, passa por endossomos e chega aos lisossomos.

Esses dois eventos dependem de proteínas especiais que cobrem o lado citosólico da membrana da vesícula transportadora, que se transforma em vesícula coberta. O envoltório auxilia no recrutamento de moléculas para o transporte. Antes da fusão com

Figura 2-15. Síntese proteica: hipótese do sinal

Peptidase-sinal

Proteína translocada

Peptídio-sinal Partícula reconhecedora do sinal

Receptor da partículareconhecedora do sinal

Clivagem do peptídio-sinal

RNAm

5'

3'

Transportador fosfatode dolicol

Glicose

Manose

N-acetilglicosamina

Asparagina (N-ligada)

Após a síntese proteica, as proteínas transmembranares permanecem ancoradas à membrana da cisterna do retículo endoplasmático por um ou mais segmentos transmembranares hidrofóbicos como consequência dos sinais de parada da transferência. Esses sinais impedem a translocação completa da proteína através da membrana.

A síntese de uma proteína começa com um peptídio-sinal. Uma partícula reconhecedora do sinal (PRS) liga-se ao ribossomo e interrompe o crescimento ulterior da proteína. O complexo é ancorado no lado citoplasmático da cisterna do retículo endoplasmático, onde a PRS liga-se ao receptor da PRS. Após a ligação, a PRS é removida do complexo.

Uma cadeia de açúcar ligada ao fosfato de dolicol (lipídio transportador) é presa ao resíduo asparagina (N-glicosilação).

A proteína sintetizada é liberada. A glicose e uma manosesão removidas do oligossacarídeo já preso.

As subunidades do ribossomo separam-se na extremidade 3 do RNAm.

2

1

3

2

1

3

4

5

6

6

5

4

Uma peptidase-sinal remove o peptídio-sinal, e o crescimento da proteína continua.

Direção do movim

ento dos ribossomos

Membrana do retículo

endoplasmático

Lúmen da cisternado retículo

endoplasmático

A proteína reinicia seu crescimento, o peptídio-sinal atravessa a bicamada de lipídios e alcança o lúmen do retículo endoplasmático granuloso.

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 73

a membrana aceptora, as vesículas perdem seu invólucro, possibilitando assim que as membranas interajam diretamente e se fundam.

As vesículas transportadoras são cobertas pela proteína clatrina. Vesículas cober-tas com clatrina são vistas na via secretora/exocitose e na endocitose. Na endocitose (Fig. 2-18), as vesículas começam na membrana plasmática como depressões revesti-das de clatrina. As moléculas de clatrina agrupam-se de forma semelhante a um cesto sobre a face citosólica da membrana plasmática, e a depressão transforma-se em uma vesícula.

A dinamina, uma proteína pequena que se liga ao GTP, circunda o colo da depressão revestida invaginada, fazendo com que o colo da vesícula se desprenda da membrana plasmática. As adaptinas constituem um segundo tipo de proteínas de cobertura. Elas estabilizam a cobertura de clatrina da vesícula e auxiliam na seleção das cargas para trans-porte, ligando-se aos receptores de carga situados na membrana da vesícula. Quando a carga alcança a membrana-alvo aceptora, as proteínas de cobertura desprendem-se e as membranas podem se fundir.

Triagem das vesículas cobertas com clatrina e das vesículas cobertas com COPUm processo contínuo de brotamento e fusão de vesículas transportadoras mobiliza produtos do retículo endoplasmático para o Aparelho de Golgi (tráfego anterógrado) entre as pilhas membranosas do Aparelho de Golgi e do Aparelho de Golgi para o retículo endoplasmático (tráfego retrógrado) (Fig. 2-16).

O mecanismo de transporte vesicular envolve dois tipos de vesículas cobertas (Fig. 2-19):

1. Vesículas cobertas com clatrina, que transportam produtos do Aparelho de Golgi para os lisossomos e também do exterior da célula para os lisossomos (p. ex., o colesterol; Fig. 2-18).

Figura 2-16. Vias de triagem secretora e lisossômica

Via secretora

Via detriagem

lisossômica

Tráfegoanterógrado

Tráfegoretrógrado

Aparelho de Golgi

Golgi cis Golgi trans

Núcleo

Núcleo

Retículoendoplasmático

Vários Aparelho de Golgi no citoplasma de neurônios

Rede do Golgi trans

A cisterna mais próxima do retículo endoplasmático é o Golgi cis, enquanto a cisterna mais próxima do domínio apical da célula é o Golgi trans. A rede do Golgi trans é o local de triagem de vesículas ou cargas. Vesículas transportadoras brotam de uma pilha e fundem-se na pilha seguinte, estabelecendo um tráfego anterógrado (do retículo endoplasmático para o Aparelho de Golgi) ou um tráfego retrógrado (do Aparelho de Golgi para o retículo endoplasmático).

Descrito pela primeira vez em 1898 por Camillo Golgi (italiano, 1843-1926. Prêmio Nobel de Fisiologia-Medicina em 1906) em neurônios impregnados com sais de prata (coloração de Golgi).

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS74

Retículo endoplasmático

Golgi cis Golgi trans Rede do Golgi trans Pilha de cisternas do Aparelho de Golgi

Domínio de exportação do retículo endoplasmático

O Aparelho de Golgi é visualizado sob o microscópio eletrônico como um conjunto de sáculos ou cisternas achatadas e curvos empilhados uns sobre os outros. As extremidades dos sáculos são dilatadas e podem formar vesículas esféricas. Os sáculos e as vesículas contêm proteínas que estão sendo glicosiladas para posterior secreção ou triagem.

O Aparelho de Golgi consiste em três compartimentos principais funcionalmente distintos:1. O Golgi cis é o local de entrada no Aparelho de Golgide produtos provenientes do retículo endoplasmático.2. O Golgi trans é o local de saída das cargas.3. A rede do Golgi trans é o local de triagem das cargas que serão transportadas para lisossomos ou secretadas (exocitose).

Complexo carga-receptor em uma depressão revestida

Perda doinvólucrode clatrina

Complexo carga-receptor internalizado e dentro de uma vesícula coberta

Internalização do complexo carga-receptor

Um lisossomo primário funde-se no endossomo que contém os complexos carga-receptor. Formam-se endossomos jovens e tardios

LDL

Receptor de LDL

LisossomoprimárioEndossomo

Cobertura de clatrina

Colesterol livre

O receptor livre é reciclado de volta para a membrana plasmática

Captação de LDL por endocitose mediada por receptor

2

1

3

4

65

2

3

1

Adaptina

LDL

Cobertura de clatrina Receptor de LDL

Constrição do colo da vesícula pela dinamina e por outras proteínas recrutadas para essa região

As proteínas de cobertura são removidas, portanto a vesícula pode se fundir na membrana-alvo

Depressão revestida

Constrição do colo da vesícula

Vesícula sem cobertura

Detalhes da endocitose mediada por receptor

Figura 2-17. Compartimentos do Aparelho de Golgi

Figura 2-18. Endocitose: captação de colesterol

Page 34: Kierszenbaum-ESAMPLE

2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 75

2. Vesículas cobertas com COP (coat protein; proteína de cobertura), que transpor-tam produtos entre as pilhas do Aparelho de Golgi (vesículas cobertas com COPI) e do retículo endoplasmático para o Aparelho de Golgi (vesículas cobertas com COPII).

Já vimos que as adaptinas medeiam a ligação da clatrina à membrana da vesícula e também selecionam moléculas específi cas que serão aprisionadas em uma vesícula. E as vesículas cobertas com COP?

A proteína ARF (adenosine diphosphate [ADP]-ribosylation factor; fator de ribosilação do ADP), que se liga ao trifosfato de guanosina (GTP), é necessária para a montagem das moléculas COPI e COPII sobre o lado citosólico da vesícula transportadora,

2

2

1

1

Enzima lisossômica

Manose-6-fosfato

Receptor da manose-6-fosfato

Adaptina

A clatrina agrega-se ao lado citosólico das membranas, formando uma trama que se assemelha a um cesto. A adaptina medeia a ligação da clatrina à membrana vesicular.

A clatrina é constituída por três cadeias proteicas

Coatômero (COPI ou COPII)

Desagregaçãodo coatômero

ARF

GTP

GDP

A hidrólise do GTP ligado à ARF forma GDP ligado à ARF, o que leva à desagregação da cobertura da vesícula antes de a vesícula se fundir à membrana-alvo

Golgi cis

Golgi trans

Retículoendoplas-mático

Retículo endoplasmático

1. Formação de vesícula que brota de uma membrana. 2. Montagem de um invólucro proteico sobre a superfície citosólica das vesículas transportadoras. Existem dois tipos de vesículas cobertas: 1. As vesículas cobertas com clatrina, que compreendem as vesículas endocíticas e as vesículas direcionadas da rede do Golgi trans para um lisossomo. 2. As vesículas cobertas com COP (coat protein; proteína de cobertura), que correspondem às vesículas que efetuam o transporte entre as pilhas do Aparelho de Golgi (vesículas cobertas com COPI) ou aquelas que fazem o transporte do retículo endoplasmático para o Aparelho de Golgi (vesículas cobertas com COPII).

Golgi cis

Golgi trans Rede do Golgi trans

Rede doGolgi trans

Vesícula coberta com COP

Clatrina

Clatrina

COPI

Endocitose

Triagem Inter-Golgi

O transporte vesicular consiste em: A montagem da COP é regulada por dois mecanismos diferentes:

Vesícula coberta com clatrina

COPII

Do RE para o Aparelhode Golgi

A proteína ARF (ADP-ribosylation factor; fator de ribosilação do ADP) ligada ao GTP associa-se à membrana das pilhas do Aparelho de Golgi para possibilitar a ligação da proteína de cobertura COP (coatômero), o que leva ao brotamento da vesícula

1. A ligação da clatrina a uma vesícula é mediada pelas adaptinas. 2. A ligação da COP a uma vesícula é mediada pela proteína ARF ligada ao GTP. O coatômero desprende-se quando a hidrólise do GTP transforma ARF-GTP em ARF-GDP. Em seguida, a vesícula funde-se à membrana aceptora ou à membrana-alvo. A proteína ARF é um membro da família de proteínas Ras (envolvidas com oncogenes no câncer; veja a via da MAP quinase no Cap. 3, Sinalização Celular). As proteínas relacionadas à Ras (denominadas proteínas Rab) também estão envolvidas no transporte vesicular:

Figura 2-19. Transporte de vesículas mediado pela clatrina e pela COP

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| 2. GLÂNDULAS EPITELIAIS76

formando assim uma cobertura proteica denominada coatômero. Quando o GTP é convertido por hidrólise em difosfato de guanosina (GDP), o coatômero dissocia-se da vesícula, e isso ocorre um pouco antes de a vesícula se fundir na membrana-alvo. A ARF está relacionada às proteínas Ras, um grupo de proteínas de oncogenes também reguladas pela ligação alternante entre GTP e GDP (veja a via da MAP quinase no Cap. 3, Sinalização Celular).

A fusão da vesícula a uma membrana-alvo requer a presença das proteínas NSF e SNAREA fusão de uma vesícula transportadora a uma membrana-alvo (Fig. 2-20) requer o reconhecimento da membrana-alvo específi ca; dessa forma, a vesícula e a membrana-alvo podem se fundir para liberar a carga transportada.

A fusão da vesícula é mediada por duas proteínas citosólicas: a proteína NSF (N-ethylmaleimide-sensitive fusion; proteína de fusão sensível à N-etilmaleimida) e as proteínas SNAPs (soluble NSF attachment proteins; proteínas solúveis que se ligam à proteína NSF). A NSF e a SNAP ligam-se a receptores específi cos da membrana deno-minados SNAREs (SNAP receptors; receptores da SNAP). Os SNAREs estão presentes na vesícula transportadora (SNARE-v) e nas membranas-alvo (SNARE-t) e representam proteínas de ancoragem. Após a ancoragem, o complexo SNARE recruta as proteínas NSF e SNAPs para produzir a fusão da vesícula com as membranas-alvo.

Via de triagem lisossômica: importância da M6P e de seu receptorAs hidrolases lisossômicas são sintetizadas no retículo endoplasmático, transportadas para o Golgi cis e, no fi nal, direcionadas para os lisossomos. Esse mecanismo de triagem envolve duas etapas importantes (Fig. 2-21):

1. No Golgi cis, a inserção de manose-6-fosfato (M6P) em oligossacarídeos presos a glicoproteínas destinadas aos lisossomos.

2. Na rede do Golgi trans, a presença de proteínas transmembranares receptoras de M6P na vesícula em processo de triagem.

Figura 2-20. Fusão da vesícula

2

1

2

1

NSF (N-ethylmaleimide-sensitive fusion; proteína de fusão sensível à etilmaleimida); SNAPs (soluble NSF attachment proteins; proteínas solúveis que se ligam à NSF). As proteínas NSF e SNAP são recrutadas pelos SNAREs (SNAP receptors; receptores da SNAP) para induzir a fusão da vesícula às membranas-alvo.

ReconhecimentoFusão

A fusão da vesícula envolve duas etapas: reconhecimento da membrana-alvo e fusão

Membrana-alvo

SNARE-v

NSF

SNAP

SNARE-v

SNARE-t

Vesícula transportadora

Reconhecimento da membrana-alvo apropriada por um receptor localizado na vesícula (SNARE-v) e por um receptor situado na membrana-alvo (SNARE-t).

Fusão da vesícula com as membranas-alvo. A fusão envolve duas proteínas: 1. 2.

SNARE-t

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2. GLÂNDULAS EPITELIAIS | 77

Por meio desse mecanismo, as enzimas lisossômicas que contêm M6P são separadas das outras glicoproteínas em vesículas que têm o receptor da M6P. Depois de serem transportadas para a vesícula transportadora coberta com clatrina, as enzimas lisossômicas dissociam-se do receptor da M6P e são rodeadas por uma membrana, formando assim um lisossomo primário. As membranas que contêm receptor de M6P livre retornam para o Aparelho de Golgi, onde são recicladas.

Endocitose mediada por receptores: captação do colesterolA endocitose mediada por receptores aumenta a capacidade da célula de internalizar macromoléculas específi cas com grande efi ciência e em quantidades consideráveis. Um exemplo clássico é a captação do colesterol utilizado na formação de novas membranas celulares. Conforme estudado no curso de bioquímica, o colesterol é altamente insolúvel e circula na corrente sanguínea ligado à proteína na forma de partículas de lipoproteína de baixa densidade (LDL). O LDL transporta cerca de 75% do colesterol e circula no sangue por dois a três dias. Aproximadamente 70% do LDL é removido do sangue por células que contêm receptores de LDL; o restante é removido por uma via depuradora, que utiliza um mecanismo não dependente de receptores.

A internalização de um ligante (como o LDL, a transferrina, os hormônios poli-peptídicos ou os fatores de crescimento) por uma célula requer um receptor de mem-brana específi co. O complexo LDL-receptor de LDL é internalizado por endocitose mediada por receptor. Já vimos que esse processo envolve a montagem da proteína clatrina sobre a face citosólica da membrana plasmática, a qual forma uma depressão revestida (Fig. 2-16).

A função da clatrina, juntamente com a adaptina, é concentrar os complexos ligante-receptor em uma pequena área da superfície da membrana plasmática. Os receptores presos a seus ligantes movem-se por difusão lateral no plano da bicamada de lipídios. A depressão revestida invagina-se para formar uma vesícula coberta, que se desprende da membrana plasmática para transportar os complexos ligante-receptor até uma via intrace-lular específi ca, geralmente um endossomo. Lembre-se de que a dinamina se enrola no colo da vesícula coberta em brotamento e o comprime até que a vesícula se desprenda da membrana plasmática com a ajuda de outras proteínas recrutadas para a região do colo.

Após a internalização, a clatrina da vesícula coberta é removida, e a vesícula, agora sem invólucro, funde-se ao endossomo, que tem pH interno baixo. Nesse meio ácido, o LDL desconecta-se de seu receptor e é entregue a um lisossomo primário, que se transforma em lisossomo secundário. O LDL é quebrado por enzimas hidrolíticas lisossômicas e liberado como colesterol livre para o citosol, onde pode ser utilizado para a síntese de novas membranas.

Figura 2-21. Aparelho de Golgi: vias de triagem lisossômica

Golgi cisGolgi trans

Rede do Golgi trans

Síntese dasenzimas

lisossômicas

Fosforilação das enzimas lisossômicas (manose-6-fosfato, M6P)

Vesículas transportadoras migrandoentre as partes do complexo

Ligação das enzimas lisossômicas ao receptor da M6P

Vesícula transportadoracoberta com clatrina

Perda da cobertura de clatrina. O receptor da M6P volta para o Aparelho de Golgi onde é reciclado e as enzimas lisossômicas são armazenadas em um lisossomo primário.

Receptorda M6P

Lisossomo primário

Domínio de exportação do retículo

endoplasmático

2

1

3

4

5

6

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Figura 2-22. Tipos de lisossomos

H+

1

1

1

3

3

3

2

2

2

Fagocitose

Autofagia

Endocytosis

Endossomo jovem

Lisossomo secundário

Lisossomo primário

Lisossomo primário

Endossomo tardioAutofagossomo

Corpo residual

MitocôndriaLisossomossecundários

Fagossomo

Citosol

pH ~7,2 pH ~5,0

Os lisossomos são organelas que contêm cerca de 40 tipos de enzimas hidrolíticas ativas em meio ácido (pH ~5,0). A função dessas enzimas é degradar proteínas, ácidos nucleicos, oligossacarídeos e fosfolipídios.

Lisossomos primários

Lisossomos

Endocitose: o material que é endocitado é entregue a um endossomo jovem e, em seguida, a um endossomo tardio. A membrana do endossomo tardio contém a bomba de H+, e a do endossomo jovem não contém. Um lisossomo primário funde-se ao endossomo tardio para dar início à função catalítica. A endocitose é característica da endocitose de hormônios polipeptídicos e de fatores de crescimento que ocorre por mediação de receptores. Fagocitose: o material que é fagocitado é encerrado dentro de um fagossomo, que então se funde a um lisossomo. Observa-se grande quantidade de fagossomos no interior de macrófagos. Autofagia: a autofagia (autoalimentação) tem início quando o retículo endoplasmático cerca um componente celular velho e forma um autofagossomo, que, em seguida, funde-se a um lisossomo. A fusão leva à digestão do conteúdo do autofagossomo. A autofagia desempenha um papel importante na remodelação tecidual durante a diferenciação. O corpo residual é uma estrutura que contém material parcialmente digerido.

Bactéria

Mitocôndria

Retículo endoplasmático

Aparelho de Golgi

O pH do endossomo tardio é de cerca de 5,0.

O pH do endossomo jovem é de 7,3-7,4.

ATPADP

Pi

Núcleo

A membrana circundante tem três características: 1. Separar as enzimas hidrolíticas do citosol. 2. Abrigar proteínas de transporte (glicoproteína lisossômica A e B) que translocam os produtos da degradação do lisossomo para o citosol (aminoácidos, açúcares e nucleotídeos). 3. Contém uma bomba de H+ dependente de ATP que mantém o meio intralisossômico ácido. Existem três vias principais para a degradação intracelular de materiais. As partículas extracelulares podem ser captadas por endocitose ou fagocitose. Os componentes intracelulares envelhecidos são degradados por autofagia.

Bomba de H+ dependente de ATP

Hidrolases ácidas

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