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Setembro/Outubro 2012 Ano XLII - nº 359 Directora: Isabel de Castro e Lemos ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95 Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL Fax: 226165769 - E-mail: [email protected] LAICADO DOMINICANO Directora: Cristina Busto ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95 Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL COLÓQUIO DE 6 DE OUTUBRO DE 2012 ‘A RESTAURAÇÃO DA PROVÍNCIA DOMINICANA EM PORTUGAL – MEMÓRIA E DESAFIOS’ No passado dia 6 de Outubro (Sábado) teve lugar no centro paroquial de Cristo Rei, um coló- quio subordinado ao tema acima indicado. O refe- rido colóquio constituiu o encerramento das acti- vidades de comemoração dos 50 anos da restaura- ção da Província portuguesa da Ordem dos Prega- dores (OP), comemorações essas que se iniciaram em Fátima, continuaram em Lisboa, por ocasião do encontro europeu dos provinciais da Europa – com a presença do Mestre da Ordem, frei Bruno Cadoré -, e na paróquia de S. Domingos de Benfi- ca. Ainda que haja presença dominicana em Por- tugal desde o ano de 1217, através do pioneiro frei Soeiro Gomes, a Província portuguesa da OP foi fundada apenas em 1418, durante o pontifica- do do Papa Martinho V. De todo o modo, devido a uma série de acontecimentos preponderantes na nossa história nacional, particularmente no ano de 1834, e, mais recentemente, em 1910, por ocasião da implantação da Primeira República, os frades dominicanos deixaram de ter, formalmen- te, Província em Portugal. Será apenas em 1962 que se dará a restauração oficial da Província, tendo sido eleito Prior Pro- vincial o irmão da Província do Canadá, frei Louis-Marie Sylvain. São estes 50 anos da restaura- ção que foram celebrados ao longo deste ano com uma série de iniciativas por todo o país e que cul- minaram neste encontro dominicano no Porto. No colóquio em apreço procurou-se fazer a história da presença dominicana nestes últimos 50 anos, as marcas da sua pregação e evangelização, institutos, colégios, assim como a abertura de um Vicariato em Angola. Este encontro revelou-se assim, não só como uma oportunidade de celebra- ção do aniversário da Província, como também um importante espaço de reflexão aberto a toda a Família Dominicana, onde, para além dos frades, se incluem as monjas, as irmãs de vida activa e os leigos das Fraternidades de São Domingos ou, simplesmente, os muitos amigos da Ordem e da espiritualidade dominicana em geral. Ao longo do dia de Sábado (6 de Outubro), no auditório do centro paroquial, decorreram várias intervenções – de cerca de 20 minutos cada - inte- gradas num conjunto de três painéis. O primeiro painel, sob o título ‘Um Olhar para o Passado’, contou com as intervenções do professor Paulo Fontes, da Universidade Católica Portuguesa; da Madre Rita Nicolau, I.D.S.C.S.; e, ainda, do frei Rui Carlos Lopes, que foi também o secretário do colóquio. O segundo painel, intitulado ‘A Presen- ça Dominicana em Portugal no Século XX’, con- tou com a intervenção do frei José Carlos Almei- da, do convento de S. Domingos em Lisboa; o frei Miguel dos Santos; o dr. Eduardo Bento; o frei Bento Domingues; o dr. Moisés Martins; e o frei José Nunes, actual prior provincial da OP em Por- tugal. Finalmente, o 3º painel foi dedicado ao tema ‘Marcas Dominicanas’, com a participação do professor José Carlos Gomes da Costa; da Ir. Deolinda Rodrigues I.M.D.R; do frei José Manuel Fernandes; e do arquitecto João Alves da Cunha. Presencialmente ou através da oração, todos os membros da Família Dominicana em Portugal estiveram unidos neste encontro. Neste ‘Ano da Fé’, que agora se inicia, somos assim chamados a acolher, com novo vigor, o dom da fé e da espe- rança, a alimentá-los e a transmiti-los... sempre ao jeito de São Domingos! fr. Gonçalo Diniz, O.P.

Laicado Dominicano Setembro Outubro 2012

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Setembro/Outubro 2012

Ano XLII - nº 359

Directora: Isabel de Castro e Lemos ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95 Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

Fax: 226165769 - E-mail: [email protected] LAICADO DOMINICANO

Directora: Cristina Busto ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95

Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL

COLÓQUIO DE 6 DE OUTUBRO DE 2012 ‘A RESTAURAÇÃO DA PROVÍNCIA DOMINICANA EM PORTUGAL – MEMÓRIA E DESAFIOS’

No passado dia 6 de Outubro (Sábado) teve lugar no centro paroquial de Cristo Rei, um coló-quio subordinado ao tema acima indicado. O refe-rido colóquio constituiu o encerramento das acti-vidades de comemoração dos 50 anos da restaura-ção da Província portuguesa da Ordem dos Prega-dores (OP), comemorações essas que se iniciaram em

Fátima, continuaram em Lisboa, por ocasião do encontro europeu dos provinciais da Europa – com a presença do Mestre da Ordem, frei Bruno Cadoré -, e na paróquia de S. Domingos de Benfi-ca.

Ainda que haja presença dominicana em Por-tugal desde o ano de 1217, através do pioneiro frei Soeiro Gomes, a Província portuguesa da OP foi fundada apenas em 1418, durante o pontifica-do do Papa Martinho V. De todo o modo, devido a uma série de acontecimentos preponderantes na nossa história nacional, particularmente no ano

de 1834, e, mais recentemente, em 1910, por ocasião da implantação da Primeira República, os frades dominicanos deixaram de ter, formalmen-te, Província em Portugal.

Será apenas em 1962 que se dará a restauração oficial da Província, tendo sido eleito Prior Pro-vincial o irmão da Província do Canadá, frei Louis-Marie Sylvain. São estes 50 anos da restaura-ção que foram celebrados ao longo deste ano com uma série de iniciativas por todo o país e que cul-minaram neste encontro dominicano no Porto.

No colóquio em apreço procurou-se fazer a história da presença dominicana nestes últimos 50 anos, as marcas da sua pregação e evangelização, institutos, colégios, assim como a abertura de um Vicariato em Angola. Este encontro revelou-se assim, não só como uma oportunidade de celebra-

ção do aniversário da Província, como também um importante espaço de reflexão aberto a toda a Família Dominicana, onde, para além dos frades, se incluem as monjas, as irmãs de vida activa e os leigos das Fraternidades de São Domingos ou, simplesmente, os muitos amigos da Ordem e da espiritualidade dominicana em geral.

Ao longo do dia de Sábado (6 de Outubro), no auditório do centro paroquial, decorreram várias intervenções – de cerca de 20 minutos cada - inte-gradas num conjunto de três painéis. O primeiro painel, sob o título ‘Um Olhar para o Passado’, contou com as intervenções do professor Paulo Fontes, da Universidade Católica Portuguesa; da Madre Rita Nicolau, I.D.S.C.S.; e, ainda, do frei Rui Carlos Lopes, que foi também o secretário do colóquio. O segundo painel, intitulado ‘A Presen-ça Dominicana em Portugal no Século XX’, con-tou com a intervenção do frei José Carlos Almei-da, do convento de S. Domingos em Lisboa; o frei Miguel dos Santos; o dr. Eduardo Bento; o frei Bento Domingues; o dr. Moisés Martins; e o frei José Nunes, actual prior provincial da OP em Por-tugal. Finalmente, o 3º painel foi dedicado ao tema ‘Marcas Dominicanas’, com a participação do professor José Carlos Gomes da Costa; da Ir. Deolinda Rodrigues I.M.D.R; do frei José Manuel Fernandes; e do arquitecto João Alves da Cunha.

Presencialmente ou através da oração, todos os membros da Família Dominicana em Portugal estiveram unidos neste encontro. Neste ‘Ano da Fé’, que agora se inicia, somos assim chamados a acolher, com novo vigor, o dom da fé e da espe-rança, a alimentá-los e a transmiti-los... sempre ao jeito de São Domingos!

fr. Gonçalo Diniz, O.P.

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Laicado Dominicano Setembro/Outubro 2012

PALAVRA DO PROMOTOR

REUNIDAS PARA A MISSÃO

Continuando com o projeto de dar a conhecer as congregações de irmãs dominicanas de vida apostólica com residência em Portugal, vamos apresentar uma outra Congregação presente em Portugal desde 1936, as Irmãs Missionárias de S. Domingos.

Todas as congregações têm uma história muito pró-pria, frequentemente cheia de peripécias. Também as Missionarias Dominicanas de S. Domingos se podem orgulhar da sua história e dos acontecimentos que estão na sua base.

Tudo começa muito longe, tem as suas raízes numa Província Dominicana peculiar. Como todos sabem as Ordem está dividida em Províncias, ou seja em territórios geográficos de dimensão variável, às vezes um país, como é o caso de Portugal, outras vezes, uma região dentro de um país. A Província Dominicana do Santíssimo Rosário é um caso peculiar. Em 1579 a Santa Sé nomeava o pri-meiro Bispo de Manila, Domingo de Salazar, um domini-cano de grande dimensão missionária. Este Bispo queria ter entre os seus missionários os seus irmão de hábito. Os primeiros 18 que buscou em Espanha para esta tarefa morrem durante o tajeto. Mas teve melhor fim uma nova expedição saida de Cádiz em 1586, composta por 40 reli-giosos dominicanos de vários conventos de Espanha. Destes 15 chegaram a Filipinas e entraram em Manila em 25 de Julho de 1587. Esta é a data referência da formação da Província Dominicana Missionária da o Santíssimo Rosário.

Fruto do labor missionário dos religiosos nasce em 1696 uma casa religiosa para mulheres com o nome de Beatério de Santa Catarina de Sena, que depois de uma história atribulada acaba por adotar uma Regra que con-jugava a da Segunda Ordem (a das monjas e a da Terceira Ordem, o que se concretizou apenas em 1735. Esta comunidade sentiu-se chamada a participar de perto no trabalho missionário desenvolvido pela Província Mis-sionária. Abrem-se à formação de jovens e em 1859 algu-mas religiosas acompanham os missionários para a China para tomar conta da Santa Infância de Fokien. O colégio em Manila abre-se a alunas externas em 1865.

Estas Santas Infâncias eram uma obra pioneira pois levavam a cabo a educação de crianças abandonadas por seus pais, em atitudes de autentico infanticidio com que as religiosas se depararam.

Por outro lado a necessidade de mais irmãs e de irmãs mais preparadas faz buscar em Espanha apoios que não havia em Manila.

Entretanto em Espanha começava uma outra história que cruzará o seu rumo com esta. Uma senhora chamada

Dona Valentina Garcia Suelto y Lopez Infantes, mulher de grandes propriedades decidiu fundar na vila de Ocaña um colégio para a formação de raparigas. A conselho dos Dominicanas que nessa cidade tinham convento foram indicadas para essa função irmãs que deverima vir de um convento de Pamplona situado na rua Jarauta, nº26, con-vento que mais tarde se tornará a casa-mãe de uma con-gregação dominicana chamada: Irmã Dominicanas de Ensino da Imaculada Conceição, que hoje exercem labor missionária também em Moçambique. Nesse convento se começam a formar irmãs para a nova fundação. O pri-meiro grupo de irmãs para a fundação de Ocaña obtêm licença para efetuar a viagem que as levaria a atravessa grande parte de Espanha em 9 de Janeiro de 1887. O primeiro grupo de 18 religiosas tem como superiora a Madre Maria Josefa de Santa Catalina Alzua que sofrerá dificuldades incríveis com a ins-talação das religiosas na nova fundação. De facto, as religiosas foram acolhidas, num primeiro tempo, na casa da benfeitora Dona Valentina, com graves inconvenientes para a vida das religiosas e intromissões graves na vida comunitária. Madre Josefa de Santa Catarina foi uma mulher de uma incrível coragem e a obra permanece no meio das maiores dificuldades.

Entretanto este grupo que se tinha desenvolvido em Ocaña manifestava a disponibilidade para enviar irmãs a Manila, devido á necessidade que a comunidade tinha. Para solidificar a situação das Irmãs para que este serviço se pudesse realizar esta irmãs são incorporadas na Provín-cia Dominicana Missionário do Santíssimo Rosário em 20 de Abril de 1891, também a comunidade de Santa Catarina de Manila, passa a ter o mesmo estatuto do colé-gio de Ocaña. Assim estas comunidades passavam a depender do Provincial da dita Provincia Dominicana. E assim de um lado e de outro, do Atlântico e do Pacífico nasce uma só família voltada para o Oriente.

Só em 1933 a Congregação a sua perfeita autonomia, as irmãs reunem-se em Capítulo Geral de onde saiu eleita a Madre Catalina Yaben. A Congregação continua o seu caminho o Oriente é ainda o seu lugar de eleição mas esse tempo em que foram parte integrante de uma Por-víncia dominicana marcou-a com uma vinculação muito particular à Ordem e ao seu projeto missionário.

fr. Rui Carlos Lopes, O.P.

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Laicado Dominicano Setembro/Outubro 2012

NOVA EVANGELIZAÇÃO a partir dos ‘Lineamenta’ do Sínodo dos Bispos de 2012

1. A ‘Nova Evangelização’ foi uma expressão inventada por João Paulo II, tendo-se tornado uma bandeira do seu pontificado. Ele próprio definiu tal expressão, logo numa das primeiras vezes que a utilizou, concretamente numa comunicação aos bispos da América Latina, em 1983: a nova evangelização será uma evangelização «nova no seu ardor, nos seus métodos, nas suas expressões»(1). 2. O documento dos Lineamenta, primeiro texto prepa-ratório do XIII Sínodo Ordinário dos Bispos sobre a ‘Nova Evangelização’, redigido pelo Secretariado da Pre-paração dessa Assembleia Sinodal, foi apresentado publi-camente em 2 de Fevereiro de 2011(2) Para além da Intro-dução, Conclusão e Perguntas para animar a reflexão e contributo das Igrejas locais, o documento divide-se em 3 capítulos: I – Tempo de Nova Evangelização; II – Procla-mar o Evangelho de Jesus Cristo; III – Iniciação à expe-riência cristã. 3. Aqueles três capítulos querem sublinhar, essencial-mente, o seguinte(3): a) o primeiro, chama a atenção para a necessidade de estar aberto aos sinais dos tempos, às novas realidades do mundo e da(s) cultura(s) em que hoje

vivemos. Todo este ‘kairos’ é uma oportunidade para a Igreja, desde que ela também seja capaz de um diálogo sério e honesto com essas autónomas realidades terres-tres, diálogo no qual há que usar as mesmas linguagens, sob pena de nem sequer existir comunicação; b) o segun-do, chama a atenção para a necessidade de um anúncio explícito e não apenas de um testemunho de vida (embora seja esta que venha selar aquele). E tal anúncio deve centrar-se claramente em Jesus e no seu Evangelho, mais do que em mandamentos, leis morais ou listas de pecados: «No coração do anúncio está Jesus Cristo, pro-fessado e testemunhado. Transmitir a fé significa, no essencial, transmitir as Escrituras e, de um modo especial, o Evangelho que permite conhecer a Jesus, o Senhor» (Lineamenta, nº2) também aqui valeria a pena recordar J.Paulo II, sobre a ‘centralidade de Jesus Cristo’ em todo o ser e viver da Igreja e de cada cristão(4(; finalmente, no terceiro, o documento recorda-nos que o anúncio kerig-mático deveria ser seguido de uma proposta concreta, realista e convidativa ao continuar a experiência de vida cristã no quadro de uma experiência comunitária, isto para além da possível celebração de algum sacramento por parte dos evangelizandos. ________ (1) J.Paulo II, Discurso na XIX Assembleia da CELAM (9-3-

1983),nº3. Esta definição é aliás citada no nº5 dos Linea-menta.

(2) Lembre-se, entretanto, que já foi criado, recentemente, o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangeliza-ção.

(3) Cfr uma boa apresentação sintética em A.Janela, Nova Evangelização – os ‘Lineamenta’, Síntese nº210 (Set-Out 2011), pp.11-16.

(4) J.Paulo II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte (6-1-2001), cap. III: «Partir de Cristo».

fr. José unes, O.P.

MOVIMENTO JUVENIL DOMINICANO

Realizou-se no passado dia 14 de Outubro, em Fátima, a II Assembleia Geral Eletiva do MJD em Portugal, onde foram eleitos os membros do novo Concelho Nacional: Coordenador: Tiago Pinho | Comunidade do Pinheiro da Bemposta Secretário: Pedro Assunção | Comunidade do Pinheiro da Bemposta Tesoureira: Inês Rebelo | Comunidade de S.Domingos de Benfica Ficamos unidos na oração e na amizade, a esta linda equipa, desejando as melhoras felicidades para o seu trabalho e para o crescimento do MJD.

Liliana Santos

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NOTÍCIAS DAS FRATERNIDADES

FRATERNIDADE DE ELVAS CELEBRAÇÃO DO DIA DE S. DOMINGOS

No dia 8 de Agosto, pelas 17.00 h, fizemos a exposição da Relíquia de São Domingos que é o que nós temos de mais valioso na nossa igreja e na Fraternidade não só pelo valor do relicário mas pelo que ele contém, um fragmento de um dos ossos de São Domingos e está autenticado num pequeno documento que existe no interior do relicário; durante este tempo em que a Relíquia esteve exposta entrou um bom número de elvenses na igreja para rezar e também por curiosidade, isto porque foi anunciado nos meios comunicação social cá da terra.

Às 19,15 h tivemos a Missa Solene em que assistiu um bom núme-ro de fiéis, presidida pela última vez pelo nosso Padre Carmelita e pároco, o Padre José Maria. António José Brito Car-

los, o.p.

PROMESSAS EM IDANHA-A-NOVA

O dia 15 de Setembro foi a data escolhida para a emis-são das Promessas de sete elementos do Núcleo da Frater-nidade Leiga dominicana de Nossa Senhora do Almurtão de Idanha-a Nova.

Depois de alguns anos de estudo, reflexão e oração, ao estilo de S. Domingos de Gusmão e, com toda a humilda-de e simplicidade possíveis, sentiram estes 7 elementos do nosso Núcleo que estavam minimamente preparados para fazer a Promessa definitiva.

O nosso Promotor local, Francisco Piçarra, apresentou ao Promotor provincial o seu parecer favorável, pelo que tudo se preparou para o dia acima mencionado..

Na presença do Promotor Provincial, Frei Rui Almeida Lopes, o Promotor local, Francisco Piçarra e sua Esposa, Filomena Piçarra, bem como alguns elementos do Núcleo e pessoas da comunidade, emitiram a sua Promessa as irmãs:

Ângela Marques Trolho Folgado, Benvinda Pires de Andrade Gaspar, Catarina Pires Fernandes, Josefa Tabor-da da Silva Lourenço, Maria José Barroso, Maria Lurdes Duarte Gaspar Gouveia e Maria Manuela Antunes Domingues Silveira Catana.

Na preparação próxima da mesma e, depois do ensaio dos cânticos e distribuição das leituras da Eucaristia, o Frei Rui falou sobre o significado e importância das Promessas

e explicou todos os passos do ritual que iria acontecer no meio da celebração Eucarística.

Na altura própria, o nosso Promotor chamou uma a uma as sete irmãs que iam emitir a Promessa e, tendo cada uma a sua vela acesa, emitiram a fórmula da promessa.

Às mesmas foi entregue a Bíblia e a Cruz da Ordem, pelo Promotor Provincial que, na homilia fez a explicação das leituras do 24º Domingo do Tempo Comum, relacio-nando-as com a missão das Fraternidades leigas dominica-nas, cujos elementos devem orientar a sua vida, tendo em conta três princípios fundamentais: a Oração, o Estudo, o Amor Fraterno e o Testemunho Apostólico, o que nos levou a concluir que fazer a Promessa é essencialmente viver com Deus o resto da nossa vida. A Celebração termi-nou com o Hino de S. Domingos.

Queremos agradecer de todo o coração, o enorme empenho e dedicação do Casal Piçarra que nos tem acom-panhado na nossa formação, ao longo destes anos, bem como ao Frei Rui que muito nos honrou com a sua pre-sença. Para todos o nosso sincero Bem Haja.

A Coordenadora do Núcleo

Manuela Catana

FRATERNIDADE DO PINHEIRO DA BEMPOSTA Nos dias 22 e 23 de Setembro alguns membros da Fra-

ternidade Dominicana do Pinheiro da Bemposta integra-ram-se numa peregrinação a Caleruega, terra natal de S. Domingos.

Nunca nos cansamos de ir àquela terra que, com raízes profundas de frades e monjas Dominicanos, nos sentimos envolvidos num ambiente alegre, de paz e felicidade.

Destacamos a Eucaristia lado a lado com as monjas, às quais oferecemos os nossos presentes no Ofertório – um Menino Jesus e um saquinho com bilhetes escritos com os nossos nomes e pedidos, para que nos possam incluir nas suas fervorosas orações.

A despedida foi muito animada, cantando um hino a S. Domingos – “Caleruega tem mais encanto na hora da despedida…”. Ao dizer adeus levamos uma lição para a vida!

Assim nos despedimos, com vontade de lá voltarmos. Laura de Jesus Martins, o.p. Presidente da Fraternidade

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Foi com grande alegria que fui com as nossas irmãs leigas dominicanas do Pinheiro da Bemposta até Avanca, no passado mês de Maio, para estarmos com o nosso Promo-tor Mundial do Laicado Domini-cano, frei David Kammler e com a nossa simpática presidente, Cristina Busto.

Adorei escutar o nosso Promotor e sobretudo ver e ouvir os documentários feitos por ele nas mais diversas partes do mundo. Nunca imaginei que o Laicado Dominicano estivesse tão ativo e divulgado em tantas e diversas partes do nosso grande Planeta.

Neste momento sinto ainda muita insegurança, mas peço a S. Domingos e ao Divino Espírito Santo que inter-

cedam junto do Senhor Jesus, par que me fortaleça e não me deixe cair no desânimo. Sinto a responsabilidade de dar continuidade à Fraternidade que tantas esperanças deposita em mim para poder seguir os passos de S. Domin-gos. Apesar de o grupo ser formado maioritariamente por pessoas de idade, tenho aprendido muitas lições de vida e ao pé delas sinto-me pequenina e frágil.

A quem também devo muito e com quem tenho apren-dido bastante é com a irmã Engrácia, que tem sido incan-sável, apesar da sua idade, com inúmeras vindas à minha casa e com verdadeiros mimos e conversas enriquecedoras a respeito da Ordem.

Confio em Deus e o futuro a Ele pertence. Confio-Lhe com todo o meu coração a minha família e a toda a Fra-ternidade a orientação da minha vida.

Catarina Arede

TESTEMUNHO DE UMA LEIGA EM CAMINHADA NA FRATERNIDADE DO PINHEIRO DA BEMPOSTA

ECOS DA 57ª PEREGRINAÇÃO NACIONAL DO ROSÁRIO E DA FAMÍLIA DOMINICANA

Estive em Fátima, na 57ª Peregrinação Nacional do Rosário e da Família Dominicana, que teve lugar nos dias 29 e 30 de Setembro. Estive presente, porque tenho neces-sidade de parar, refletir e rezar, e pelo fim de Setembro, quando a minha atividade profissional inicia um novo ciclo e retoma o seu dia-a-dia, uma paragem é um exercício de higiene mental, revigorização espiritual e concentração na missão a que somos chamados – o melhor da viagem é a

paragem, dizia-nos há tempos, ao seu jeito tão peculiar, o Fr. Marcos Vilar.

Este ano subordinada ao tema As Dominicanas e a Prega-

ção, esta peregrinação anual foi bem o exemplo da diversi-dade do Povo de Deus, visível na apresentação das dio-ceses, na coreografia da tarde, na vigília de oração, ou na eucaristia e procissão. Em convergência com a celebração dos 50 anos da Restauração da Província Portuguesa dos

Dominicanos (1962-2012), sublinhou-se a urgência do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo, capaz de dar sentido ao mundo de hoje e à vida de todos e de cada um, num mundo em que o sentido parece ter sido reduzido à lógica do consumo e em vidas que se sentem esmagadas e humil-hadas pela ditadura da economia. Muito a propósito, fo-ram realçados os exemplos de vida de duas grandes mul-heres dominicanas que, a exemplo de duas mulheres bíbli-cas – Maria, mãe de Jesus e Maria Madalena, padroeira da Ordem dos Pregadores – souberam ler os sinais dos tem-pos e, ousando contrariar ventos e marés, foram fiéis teste-munhas da Boa Nova: Madre Ascensión Nicole (fundadora da Congregação das Missionárias Dominicanas do Rosário) e Madre Teresa de Saldanha (fundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena).

José Carlos Gomes da Costa, O.P.

DIA DE FORMAÇÃO PARA LEIGOS EM FORMAÇÃO INICIAL E COMPLEMENTAR

No próximo dia 10 de Novembro, em Fátima, na sala da fraternidade leiga (ao convento dos frades), terá lugar um dia de formação subordinado ao tema “Leigos membros de uma Ordem religiosa? A Ordem dos Pregadores”. Este encontro destina-se a leigos com promessa temporária e a leigos em formação para esta primeira promessa. O encontro será orientado pelo Gabriel Silva e pelo frei Rui Carlos Lopes e terá início pelas 10 horas, terminando às 17 horas.

Dado que no mesmo dia e local se comemora o Dia da Família Dominicana, os participantes do encontro de for-mação irão associar-se a este evento participando na Eucaristia e no almoço partilhado.

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CONFERÊNCIAS NO MOSTEIRO Viver a Fé aqui e agora

Muitas vezes, para explicar o que é a fé, vou buscar a imagem de Dela-croix sobre o encontro nocturno de Jacó e o Anjo. Volto a ele repetida-mente porque, na espécie de teologia visual que ali se constrói, encontro o realismo, a lucidez e a consolação que a maior parte dos discursos teóricos não nos dá. No fundo, o que é que nos diz?

Diz-nos que a fé é uma experiência inseparável da história de cada um. No jogo da fé expomos o nosso corpo como Deus expõe o Seu; tocamos e somos tocados, num encontro sem armaduras nem artifícios, a presença é sempre reclamada por inteiro e as presenças que mutuamente se entre-gam (a de Deus e a nossa) inauguram um presente.

Depois, diz-nos que a fé, mesmo quando se desenha como percurso ao sol, não deixa de ter uma condição nocturna. A fé integra necessariamen-te um estado de pergunta, de incerte-za, de maturação e de caminho. Não se trata de uma marcha por evidên-cias, mas de uma sucessão de começos ancorados na confiança.

E, por fim, mostra-nos que a ten-ção da fé se resolve numa promessa, num abraço, numa dança. E não ape-nas como realidade projectada num além, mas já no aqui e agora saborea-da.

José Tolentino Mendonça

15:30 - Conferência

- Debate e convívio - Eucaristia

6 de Outubro - A importância do agora: os desafios de um cristianis-mo sapiencial

José Tolentino Mendonça 10 de Novembro - O que é viver bem? - Uma viagem pelo mundo dos clássicos

Pedro Falcão

8 de Dezembro - Escutar o Natal de Deus: a música como lugar teoló-gico

Alfredo Teixeira 12 de Janeiro - O tempo e os tempos da vida. Falar da Fé a partir de nós

Fr. Mateus Peres 9 de Fevereiro - Lugares inesperados para a visão de Deus - uma viagem pelas artes

Paulo Pires do Vale 9 de Março - "Errar. Errar mais. Errar melhor": o papel do erro na construção da verdade pessoal

Emília Leitão 13 de Abril - Eu creio na Ressurrei-ção

Luís Miguel Cintra 11 de Maio - Para uma poética da Fé: uma leitura de José Augusto Mou-rão

Maria José Vaz Pinto 8 de Junho - Por vezes luto com Deus, por vezes danço

José Tolentino Mendonça

DIA MUNDIAL DA FAMÍLIA DOMINICANA

No próximo dia 7 de Novembro, celebra-se o Dia Mundial da Família Dominicana.

Em Portugal, celebraremos no dia 10 de Novem-bro, em Fátima, no Convento dos Frades.

Às 12.00h teremos a Eucaristia, seguida de almoço partilhado.

Durante a tarde haverá tempo de formação e de convívio.

Cristina Busto, O.P.

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Senhor Deus, Tu és o Deus dos impossíveis.

Nós vimos-te pedir, essas coisas impossíveis,

Porque és tu, só tu,

Que pudeste transformar as pedras

Em filhos de Abraão,

E que as fizeste florir como uma rosa na areia do deserto;

És Tu que fizeste cair o pão do céu para o teu povo esfo-meado,

És tu que fizeste brotar água dum rochedo,

Foste tu que tornaste fecundas as entranhas estéreis de Isabel,

E foste tu, ainda que fizeste Jesus nascer duma virgem…

És tu que fizeste da morte uma porta para a vida…

Tu és o Deus dos impossíveis.

Vede Senhor, o mundo no qual vivemos:

Milhões de seres humanos têm fome, não tem tecto,

Milhões de jovens não tem trabalho e estão sem futuro,

E os grandes deste mundo não encontram solução!

Vede Senhor,

Nós não conseguimos construir o teu Reino de Amor:

Falta-nos criatividade,

Os nossos egoísmos emergem à superfície,

A nossa fraternidade consiste, muitas vezes em belas pala-vras.

Falta-nos um amor fraternal, forte e verdadeiro.

E isto, Senhor, só tu nos podes dar.

É por isto que nós vimos a Ti: muda os nossos corações…

Porque nada é impossível para Ti. Bruno de Roeck

O DEUS DOS IMPOSSÍVEIS…

• A sorte ajuda os ousados e os impostos os abastados.

• Diz-me o que tens mas não declares ao fisco, que isso hoje em dia é um enorme risco.

• Tristezas não pagam dívidas, excepto se forem as tristezas do Ronaldo

• Ladrão que sucede a ladrão, já está na administração.

• Ladrão que vence ladrão, lá ganhou uma eleição.

• Não há mulheres sem casa, besta sem sanha, e Go-verno sem manha.

• No S. Martinho, vai à adega, prova o vinho e emigra deste cantinho.

• Os fins não justificam os meios, a menos que já nem tenhamos meios para prosseguir os fins.

• Quem pode luta, quem não pode escuta e, no geral, quem tem o poder tem aqui uma rima fácil.

•• Zero à esquerda não vale um pisco e do outro lado vai para o fisco.

•• Se não queres ter má fama e mau provento, não fiques muito tempo em S. Bento.

•• Vento do FMI, tirem-me daqui; vento de Atenas,são duras penas.

Comendador Marques de Correia, (Retirado da Revista do Expresso, 22/09/2012)

AFORISMOS DUM TEMPO EM QUE ESTÁ TUDO DOIDO OU EM ESTADO DE SÍTIO

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F i c h a T é c n i c a Jornal bimensal Publicação Periódica nº 119112 ISSN: 1645-443X Propriedade: Fraternidade Leigas de São Domingos Contribuinte: 502 294 833 Depósito legal: 86929/95 Direcção e Redacção Cristina Busto (933286355) Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)

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O s a r t i g o s p u b l i c a d o s e x p r e s s a m a p e n a s a o p i n i ã o d o s s e u s a u t o r e s .

Laicado Dominicano Setembro/Outubro 2012

Com o intuito de bem celebrar o Ano da Fé, que será iniciado no próximo dia 11, o Presidente da Comissão para a Evangelização e a Catequese da Conferência Epis-copal dos Estados Unidos (USCCB), D. David Laurin Ricken, apresentou dez simples conselhos para viver bem esse período.

O primeiro conselho é participar da Santa Missa. "Uma participação regular na Missa reforça a própria fé através das Escrituras, o Credo, as orações, a música sagra-da, e a homilia, recebendo a Comunhão e formando parte de uma comunidade de fé", afirmou o prelado.

Confessar-se é o segundo conselho dado pelo prelado. "Os católicos recebem forças e aprofundam sua fé cele-brando o sacramento da Penitência e da Reconciliação". A Confissão "convida a voltar-se a Deus, a expressar a dor pelas quedas, e a abrir nossa vida à potência das graças

sanadoras de Deus. Perdoa as feridas do passado e dá for-ça para o futuro".

Em terceiro lugar está "conhecer a vida dos Santos". Se bem seguido, esse conselho ajudará os fiéis a terem exem-plos válidos de como viver uma vida cristã, através de dife-rentes formas de trabalho.

A leitura diária da Bíblia é o quarto conselho. Ela ofe-rece um acesso directo à Palavra de Deus e narra a salva-ção dos homens "não se pode prescindir da Bíblia para um são crescimento durante o Ano da Fé".

O quinto conselho é a leitura dos documentos do Concílio Vaticano II, que celebra este ano seu 50º aniver-sário.

Estudar o Catecismo da Igreja Católica é outro ponto fundamental, o sexto conselho, e serve com "um verdadei-ro recurso para crescer na compreensão da fé".

Como sétimo conselho está ser voluntário na paró-quia, pois o Ano da Fé "não pode limitar-se ao estudo e sua reflexão", e assim "os carismas de todos ajudarão a construir a comunidade". Acompanhar musicalmente a liturgia, fazer as leituras, dar catecismo, entre outros actos fazem parte desse voluntariado.

Ajudar os necessitados é o oitavo conselho. "A Igreja pede aos católicos fazer doações de caridade e socorrer aos mais necessitados durante o ano da Fé, pois no pobre, no marginalizado, e no vulnerável, se encontra Cristo pessoal-mente".

Convidar amigos e conhecidos para participarem da Celebração Eucarística é o nono conselho. "Um convite pessoal pode realmente fazer a diferença para alguém que tenha se distanciado da fé ou se sinta um estranho dentro da Igreja. Todos conhecemos alguém assim."

O último conselho dado por D. Ricken é o de encar-nar as Bem-aventuranças na vida diária, afim de crescer na humildade, paciência, justiça, misericórdia, transparência e liberdade.

Fonte: gaudiumpress.org

DECÁLOGO PARA BEM VIVER O ANO DA FÉ