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FACULDADE SÃO LUCAS
LASER TERAPÊUTICO – PROPOSTA DE GUIA DE ESTUDO
Porto Velho/RO
2015
LENOIR JOSÉ SERGE
MARTA DIVINA DA SILVA FERREIRA
LASER TERAPÊUTICO – PROPOSTA DE GUIA DE ESTUDO
Manual apresentado ao curso de
Fisioterapia da Faculdade São Lucas,
como requisito para conclusão disciplina
TCC II.
Orientador: Prof.ª Esp. Laurise Sousa
Oliveira
Co-Orientador: Prof.º M.º Rainier Antonio
Q. C. Junior
Porto Velho/RO
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 08
2 HISTÓRICO DO LASER
2.1 – Definição 09
2.2 – Histórico 12
3 BASES FISICAS DA RADIAÇÃO LASER
3.1 - Princípios Físicos 14
3.2 - Fibras Ópticas 16
3.3 - Princípios de Suposição 16
3.4 - Espectros Eletromagnéticos 17
3.5 - Radiações Corpuslares 18
3.6 - Ondas Eletromagnéticas 19
4 TIPOS DE LASER
4.1 - Tipos de Laser 20
4.2 - Laser de baixa potência 24
4.3 - Laser de alta potência 25
5 MODO DE AÇÃO DO LASER 27
5.1 - Frequências de Transmissão da onda 27
5.2 - Transmissão Laser 27
5.3 - Penetração e absorção do laser 28
6 EFEITOS DO LASER 29
6.1 - Efeito fotobiológico 29
6.2 - Efeito bioquímico 29
6.3 - Efeito bio-elétrico 30
6.4 - Efeito bioenergético 30
6.5 - Efeito terapêutico
6.5.1 Efeito analgésico 30
6.5.2 Efeito anti-inflamatório 31
6.5.3 Efeito antiedematoso 31
6.5.4 Efeito cicatrizante 32
7 TÉCNICAS DE TRATAMENTO COM LASER 34
7.1 – Técnicas de utilização do laser 34
7.2 – Dosagem 34
7.3 – Profundidade de penetração 36
8 APLICAÇÃO CLINICA DO LASER 37
8.1 – Cicatrização de ferimentos 39
8.2 - Força de tensão 39
8.3 - Respostas imunológica e óssea 40
8.4 – Inflamação 40
8.5 – Tecido cicatricial 40
8.6 – Considerações clinicas 40
8.7 - Indicação e Contra Indicação 41
9 PROTOCOLO DE TRATAMENTO 42
9.1 - Alivio da dor 42
9.2 - Reparo tecidual 44
9.3 - Edema e inflamação 44
9.4 - Tratamento das articulações 44
9.4.1 – Tratamento das lesões traumáticas das articulações 45
9.4.2 – Tratamento da artrite e reumatóide 45
10 METODOLOGIA 46
11 RESULTADO 47
12 CONCLUSÃO 53
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 54
Agradecimento
Agradecemos ao “Pai Eterno” e a “Santa Virgem Maria” por sempre nos
conduzir, iluminar e fortalecer dando a sabedoria de viver cada momento de nossas
vidas;
Agradecemos aos nossos pais, irmãos e familiares pelo o apoio e incentivo;
Agradecemos por nosso maior tesouro nossas famílias que para:
Eu (Marta) agradeço pelo amor e dedicação de meu esposo, Ângelo, e de
nossas lindas princesas Clara Mariana e Karol Marina, confirmando a cada instante
o amor de Deus em nossas vidas.
Eu (Lenoir) agradeço por pode compartilhar a vida com amor e alegria com
minha esposa, Jéssica e nossos filhos João Lucas e Giovanna;
Agradecemos a Professora e Mestra: Ana Paula Fernandes de Angeles
Rubira, pela credibilidade e apoio quando apresentou o tema como trabalho de
conclusão do curso, dando início ao processo de desenvolvimento do mesmo.
Agradecemos a Professora e Especialista: Érica Michele Freitas Maia pela
orientação inicial, colaboração e ajuda sempre que foi solicitada para construção do
presente trabalho.
Agradecemos a todos os nossos “Mestres, Professores” da Faculdade São
Lucas, de modo especial a nossa Orientadora Professora e Especialista: Laurise de
Sousa Oliveira e ao nosso Co-orientador Professor e Mestre: Rainier Antônio Q. C.
Junior pelo o apoio e contributo para o nosso crescimento profissional e pessoal;
Agradecemos a todos os amigos pela oportunidade de convivência e amizade
neste período tão valioso de nossas vidas.
Apresentação
Este manual de estudo tem como ideal demonstrar a utilização terapêutica do
laser, enfatizando suas bases físicas da radiação do laser, tipos de lasers,
classificações, dosimetria, frequência de transmissão de onda, penetração,
absorção, aplicação clínica, seu modo de ação e seus efeitos terapêuticos,
destacando sua indicação e contra indicação. Tendo como foco principal a
facilitação do entendimento e manuseio na utilização da prática clínica dos
fisioterapeutas.
1 - INTRODUÇÃO
Laser (Light amplification by stimulated emission of radiation – Amplificação
da luz por emissão estimulada de radiação) é um recurso terapêutico não invasivo
atérmico e asséptico que emprega luz altamente organizada com o objetivo de
proporcionar e estimular alterações fisiológicas.
O cientista Albert Einstein no ano de 1916 foi o primeiro a demonstrar e
comprovar as bases teóricas com radiação eletromagnética de amplificação micro
ondas por estimulação de radiação (masers). Townes e Schawlow em 1955
demonstraram a possibilidade de produzir emissão estimulada de microondas sendo
estendida para a região óptica do espectro eletromagnético. Theodore Maiman em
1960 desenvolveu pela primeira vez o laser de rubi sintético. Somente em 1965 que
definitivamente o laser substitui o termo masers óptico. [2].
Existem diversos de tipos diferentes de laser, conforme comprimentos de
ondas específicos e características únicas para cada um, dependendo do meio
condutor utilizado. De acordo com cada tipo, são utilizados em aplicações
industriais, comerciais, médicas, cirúrgicas e terapêuticas. Mas enfatizando o laser
terapêutico temos o de alta potência e o de baixa potência determinando assim sua
classificação. [2].
Os lasers de alta potência (lasers quentes) possuem potencial destrutivo
devido às respostas térmicas que provocam. São utilizados no campo médico, nas
áreas de cortes cirúrgicos e coagulação, oftalmologia, dermatologia, oncologia,
dentre outras. [2].
Os lasers de baixa potência (frio ou suave) não possuem potencial destrutivo
sendo eficiente na ação antiinflamatória e analgésica, que ajudam no reparo dos
tecidos biológicos traumatizados, atua ainda na cicatrização aumentando o
metabolismo da proliferação e da maturação celular, quantidade de tecido de
granulação e diminuição dos mediadores inflamatórios. [30].
De acordo com o exposto acima esse trabalho tem o objetivo descrever aos
fisioterapeutas os princípios físicos utilizados para produção da luz laser, os tipos de
lasers, classificação, dosimetria, enfatizando as características dos lasers de baixa
potência, analisando as aplicações, ações e efeitos terapêuticos, bem como
observar suas indicações e contra-indicações.
2 – HISTÓRICO DO LASER
2.1 - DEFINIÇÃO
Analisando o significado da terminologia LASER, podemos dizer que é a
amplificação da luz por estimulação de radiação. Essa luz possui altos níveis de
energia e, é concentrada em um estreito feixe de luz monocromática. [10].
O laser é uma forma de energia eletromagnética com comprimentos de onda
e frequências que estão dentro das porções de luz infravermelha e luz visível do
espectro eletromagnético. [2].
O termo Laser significa – Light Amplification for the Stimulated Emission
of Radiation (Amplificação da luz por emissão estimulada da radiação). Luz
altamente organizada estimulando alterações fisiológicas. [30].
Analisando este termo em partes temos:
Segundo Veçoso (1993) a amplificação da luz: a radiação laser é
constituída por ondas eletromagnéticas, visíveis ou não de acordo com
o comprimento da onda. A amplificação explica-se pela alta
concentração de energia devido ao grande número de fótons dos quais
é constituída.
A emissão estimulada de radiação ocorre quando um átomo é
estimulado a emitir um fóton antes que ocorra espontaneamente.
Sendo que nesse caso, o agente estimulador é outro fóton que, ao
atingir o átomo excitado, estimula o elétron que havia saltado para um
nível de maior energia a retornar à sua posição de equilíbrio, emitindo
um fóton. [31].
A emissão estimulada ocorre quando um fóton interage com um átomo em
estado de alta energia, gerando uma queda do sistema atômico e liberando dois
fótons. Quando um fóton é liberado por um átomo excitado, estimula outro átomo
igualmente excitado a se desexcitar, liberando fóton idêntico. [31].
Figura 1: Emissão Luz
Fonte: http://papofisico.tumblr.com/page/5
Mester et al.(1971) afirma que fótons liberados são idênticos em fase, direção
e frequência. Para conte-los e gerar mais fótons, são colocados espelhos nas
terminações da câmara. Os fótons são refletidos na câmara, que amplifica a luz e
estimula a emissão de outros fótons a partir dos átomos excitados. Quando se
atinge um nível especifico de energia, fótons de um comprimento de onda particular
são ejetados pelo espelho semipermeável. Assim, é produzida uma luz amplificada
por meio de estimulação de emissões “O Laser”.
O laser é composto por um feixe de fótons idênticos, oscilando na mesma
freqüência e com mesmo comprimento de onda, sendo assim monocromático. A
partir do fato que todos os fótons podem se propagar na mesma direção, surge outra
característica da radiação laser, a direcionalidade (colimação), onde permite que a
luz se propague como um feixe. Outra característica do laser é ser coerente, pois
todos os seus fótons estão na mesma fase, em tempo e espaço. [4].
Três propriedades distinguem o laser das fontes de luz incandescente e
fluorescente.
Coerência: as ondas emitidas por um laser são ditas coerentes por estarem
sincronizadas no tempo e no espaço, isto quer dizer que, elas não apenas possuem
o mesmo comprimento de onda e a mesma direção de propagação, como também
se encontram alinhadas entre si, crista com crista e vale com vale. [31].
Ondas em fase podem somar energia. Este fato acontece quando duas ondas
idênticas e em fase ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. Nesse caso, seus
efeitos individuais se somam e é produzida uma onda com a mesma freqüência,
porém com o dobro da amplitude. Esse fenômeno é explicado pelo principio da
superposição, válido para qualquer tipo de onda. [31].
Figura 2: Feixe Coerente
Fonte: http://www.spaceclick.com/it/nav/content/tech/show/electronic/components/laser
Monocromaticidade: significa a especificidade da luz de um único
comprimento de onda definida. Monocromático é aquele que apresenta “uma só
cor”. Uma das principais diferenças entre a luz comum e a luz produzida por um
aparelho de laser reside no quão monocromático é o feixe. Segundo os físicos
Young e Freedman (2004), a luz monocromática, ou luz com um único comprimento
de onda, é uma idealização inatingível. A luz emitida em um aparelho de laser é
muito mais próxima do monocromático do que qualquer luz obtida por outra fonte. A
luz vermelha obtida por uma lâmpada de gás neônio é menos monocromática que a
luz laser vermelha. [31].
Figura 3: Característica da Luz laser de monocromaticidade
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-54192005000500015&script= sci_arttext
Segundo Mello et al. (2001) a importância dessa propriedade reside no fato
de que, em determinado tecido, tanto a profundidade de penetração quanto a
capacidade de absorção do laser estão diretamente relacionadas ao comprimento
de onda emitido.
Colimação ou Direcionalidade: é uma consequência da coerência espacial,
quando os raios lasers permanecem em um feixe paralelo. Como as radiações não
divergem, a energia é propagada em distâncias muito longas. Por isso, os lasers têm
uma boa localização de alvo. [13].
Refere-se à direcionalidade do feixe de luz laser. Na luz comum, as ondas se
propagam em várias direções, ou seja, o feixe é divergente. Isso faz com que a
intensidade da luz diminua conforme se afasta da fonte. Já no caso do laser, as
ondas se propagam de forma paralela entre si. A dispersão é mínima, evitando que
o feixe perca intensidade conforme se propaga no espaço. Além disso, o feixe é bem
estreito, o que permite a concentração de energia emitida. [31].
2.2 – Histórico
Albert Einstein, no ano de 1916 demonstrou os princípios básicos de geração
desse tipo de luz. O primeiro trabalho feito com radiação eletromagnética
amplificada tratava de amplificação de micro-ondas por estimulação da emissão de
radiação MASERS (Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou
Amplificação de Microondas por Emissão Estimulada de Radiação). [2].
No ano de 1955, Townes e Schawlow demonstraram que era possível
produzir emissão estimulada de micro-ondas além da região óptica do espectro
eletromagnético, onde esse trabalho logo se estendeu para a região óptica do
espectro eletromagnético, resultando no desenvolvimento de aparelhos masers
ópticos. Assim sendo foi construído em 1960 o primeiro masers óptico, por Theodore
H. Maiman (criador do primeiro disparo de luz), quando desenvolveu o laser de rubi
sintético. Vários tipos de laser foram construídos ao longo do tempo. Somente no
ano de 1965 é que o termo maser óptico foi substituído por laser. [2].
No ano de 1963, o dermatologista Leon Goldman, foi o primeiro a testar o
laser rubi na pele. [5].
Já no ano de 1964 fora desenvolvido os Lasers de árgon e dióxido de carbono
(CO2), onde rapidamente tornou-se o foco para o desenvolvimento de lasers
cutâneos nos anos seguintes, neste mesmo ano fora realizado o primeiro tratamento
com lasers Rubi e neodímio em um carcinoma das células basais. [5].
Em 1965 através do laser rubi Q-switched foi efetuado a primeira remoção de
uma tatuagem. [5].
Em 1970, houve o surgimento do laser de argônio para o tratamento de
lesões vasculares, porém de uso limitado devido à grande possibilidade de
cicatrizes. Com a publicação do conceito de fototermólise seletiva em 1983, foi
possível a compreensão da interação laser com os tecidos. (Kaminsky, S.K., 2009).
Os principais avanços estiveram relacionados ao surgimento do “excimer
laser” e do “free-electron laser”. Os primeiros “excimer laser” foi desenvolvido com
fluoreto de xenônio. Em 1976 foi produzido o primeiro “free-electrons laser”, onde o
meio ativo é composto por um feixe de elétrons livres. Além dos avanços
tecnológicos nos lasers de diodo, em 1980 destacou-se a criação do primeiro laser
emissor de raios X. [31].
O fenômeno laser é amplamente utilizado em aplicações industriais, militares,
científicos dentre as quais variam entre discos de áudio e leitura óptica de
supermercado até aplicações em comunicações e medicina. [2].
O Primeiro procedimento cirúrgico com sucesso utilizando laser foi na área da
oftalmologia com a remoção de um pequeno tumor de retina. [31]
Habitualmente os lasers médicos são denominados pelo nome do meio ativo
ou meio lasante. Em relação ao estado físico o termo laser pode ser: gasoso,
líquido, sólido e semicondutor ou de diodo. [21].
Braveman (1989) sugeriu que o tratamento a laser infravermelho era mais
eficiente para a indução de cicatrização de feridas cutâneas, estimulando a atividade
angiogênicas, contribuindo para uma maior atividade na cicatrização de úlceras na
pele, em decorrência de um maior fluxo sanguíneo local.
3 – BASES FÍSICAS DA RADIAÇÃO DO LASER
3.1 – PRINCÍPIOS FISÍCOS
Na física a energia luminosa é transmitida no espaço como ondas que contêm
os fótons os quais contém uma quantidade definida de energia de acordo com seu
comprimento de onda, sendo assim o laser é uma forma de energia eletromagnética
com comprimentos de onda e frequências que estão dentro das porções de luz
infravermelha e luz visível do espectro eletromagnético. [2].
FIGURA 4: Espectro Eletromagnético
Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica5/leituras/laser.html
Quando um fóton de luz é direcionado em átomo, ele pode ser absorvido,
refletido ou transmitido, se ocorrer da partícula refletir ou transmitir não ocorrerá
mudança da energia luminosa. Mas se o fóton for absolvido, a energia na orbita será
aumentada. [19].
Os princípios da geração do laser são explicados pelas bases da teoria
anatômica. Como se sabe o átomo é a menor partícula de um elemento retém todas
as propriedades do respectivo elemento. Essa partícula fundamental é ainda
subdividida outras partículas, os nêutrons, prótons e elétrons. Sendo que os
nêutrons e os prótons possuem carga positiva e são encontrados no núcleo do
átomo, já os elétrons possuem carga negativa giram em órbita ao redor do núcleo
em níveis distintos de energia. Essa movimentação é causada pela diferença de
polaridade entre o núcleo, com carga positiva e os elétrons com carga negativa.
Deve- se ressaltar que os elétrons, uma vez mantidos em sua órbita não absorvem
nem irradiam energia ficando assim em seu menor nível, portanto é necessário que
absorva uma quantidade de energia adequada para que seja movido ao mais alto
nível orbital. [2].
Figura 5: Por dentro de um átomo
Fonte: http://www.guia.heu.nom.br/atomos.htm
O átomo fica em estado excitado quando um elétron chega ao seu estado
mais alto de energia, assim elimina o excesso de energia na forma de um fóton de
luz, com as mesmas características do fóton incidente retornando o seu estado
fundamental. Em pouco tempo, essa emissão estimulada de radiação, alcança
relevantes proporções na ativação atômica, produzindo uma constante emissão de
laser, o que chamamos de emissão espontânea. [31].
Os lasers têm assumido um importante papel no tratamento de doenças.
Foram possíveis avanços significativos na área clinica em virtude do maior
desenvolvimento de laser a funcionar a diferentes comprimentos de ondas, o laser
constitui uma onda eletromagnética. [5].
A luz é uma forma de energia radiante que se propaga através de ondas
eletromagnética e faz parte de um imenso espectro eletromagnético. Comprimento
de onda é à distância entre dois pontos semelhantes de onda, dado em metros. [29].
3.2 – FIBRAS ÓPTICAS
Os equipamentos disponíveis, geradores de laser He-Ne o terapeuta utiliza a própria
ampola de gás como caneta aplicadora (são chamados laser de aplicação direta),
muitos aparelhos são construídos mantendo-se a ampola de gás dentro do aparelho.
Na saída desta ampola é conectada uma fibra óptica que possibilita ao terapeuta
grande facilidade na aplicação. O uso da fibra óptica proporciona perdas variáveis
de potência, o que pode interferir com o tempo na aplicação, mas uma das
vantagens da utilização das fibras ópticas é que elas proporcionam a perda de
paralelismo típico da radiação a laser. Assim, ao se afastar a ponta da fibra da
superfície do corpo do paciente, pode-se observar que a região irradiada aumenta
proporcionalmente com o aumento da distancia. [28].
3.3 – PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO
As ondas, diferentemente do que acontece com a matéria, podem ocupar ao
mesmo tempo o mesmo lugar no espaço. Este fato se da devido à teoria do princípio
da superposição, sendo aplicável às ondas mecânicas e eletromagnéticas, que diz
que: “Quando duas ou mais ondas passam por um dado ponto, em determinado
instante, a perturbação resultante é a soma algébrica das perturbações de cada
onda”. [9].
Onda mecânica é uma perturbação que se propaga através de um “meio
material”, sólido, líquido ou gasoso. Um exemplo é uma corda esticada, sob tensão.
Quando seguramos uma das extremidades da corda e a agitamos para cima e para
baixo, a agitação se propaga através dela em movimentos do mesmo tipo. Nesse
caso, a corda representa o meio de propagação. Outro exemplo de onda mecânica é
o som, que se propaga no vácuo. Temos ainda as ondas do mar, as ondulações
provocadas por uma pedra caindo sobre a água, os terremotos, entre outros. [31].
As Ondas eletromagnéticas não necessitam de material algum podendo se
propagar no vácuo, diferentemente das ondas mecânicas, que se propagam através
das oscilações das partículas de um meio. Uma onda eletromagética é formada por
um campo elétrico e um campo magnético variáveis que se sustentam mutuamente.
[29].
Figura 6: Frequência Onda
Fonte: http://www.observatorio.ufmg.br/dicas12.htm
Nesse Caso, as grandezas que oscilam são o campo elétrico e campo
magnético, originado por cargas elétricas oscilantes. São exemplos de ondas
eletromagnéticas: as ondas de transmissão de rádio e televisão, as microoondas, a
luz visível, os raios X e os raios gama. [29].
Figura 7: Tipos de Ondas Eletromagnética
Fonte: http://www.mundoeducacao.com/fisica/o-que-sao-ondas-eletromagneticas.htm
3.4 – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
É o conjunto de ondas eletromagnéticas, provenientes da variação de seus
comprimentos de onda e de sua frequência. [9].
As ondas eletromagnéticas possuem propriedades comuns e estão
agrupadas no espectro eletromagnético. A faixa comum desse espectro abrange as
ondas de transmissão de rádio e TV, a luz infravermelha, a luz visível, a luz
ultravioleta, os raios x e os raios gama. Os comprimentos de onda correspondentes
à luz visível estão compreendidos num intervalo de 400 a 700 nm aproximadamente.
Esse intervalo pode ser subdividido em intervalos menores, equivalentes às
diferentes cores. Dentro da faixa correspondente à luz visível no espectro
eletromagnético, o intervalo que vai de 440 a 480 nm é responsável por provocar
aos olhos humanos a sensação de cor azul. [31].
A maioria dos aparelhos LASER utilizados para fins terapêuticos emite ondas
entre 600 a 1000nm. [20].
Juntas as várias cores que compõem o espectro de luz visível (violeta, azul,
verde, amarelo, laranja e vermelho) formam a luz branca. Através de um prisma, é
possível decompor a luz branca nessas diversas cores. [20].
Figura 8: Espectro Eletromagnético
Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/12/espectro-visivel-da-luz.jpg
As ondas de rádio são radiações eletromagnéticas com freqüências entre 105
aHz a 108 Hz e comprimentos de onda de alguns metros a centenas de quilômetros.
Isso porque existe uma relação direta entre essas grandezas, ou seja, uma
determinada freqüência corresponde a um determinado comprimento de onda. [9].
A radiação emitida por instrumentos de laser também é radiação
eletromagnéticas, sendo que os aparelhos mais comuns emitem ondas com
freqüências entre o infravermelho e o ultravioleta. [9].
3.5 – RADIAÇÕES CORPUSCULARES
Normalmente o termo radiação remete a conceitos destrutivos e prejudiciais à
saúde, mas pelo contrário alguns tipos são totalmente inofensivos e outros, quando
bem utilizados são benéficos. [15].
As radiações corpusculares são assim denominadas por serem constituídas
por partículas reais, tais como:
Radiação alfa: radiação corpuslar oriunda de átomos instáveis. Composta por dois
prótons e dois nêutrons, equivalente ao núcleo do elemento Hélio. Não é muito
lesivo, seu poder de penetração nos tecidos nos seres vivos é extremamente
reduzido, devido possuir baixa velocidade e uma massa elevada. [15].
Radiação Beta: Elétron que se origina no núcleo de determinados átomos. É
emitida a partir do núcleo atômico com uma determinada energia, diminuindo no
decorrer de sua trajetória, podendo emitir radiações gama e raios X. Tem poder de
penetração maior que alfa e menor que gama. [15].
Nêutrons: São partículas sem carga, de grande alcance.
Figura 9: Partículas de Radiação
Fonte: http://aprendendoquimicaonline.blogspot.com.br/2014_07_01_archive.html
Cada elemento químico possui seu próprio padrão característico de camadas
eletrônicas, níveis de energia. Cada elemento e caracterizado pelo número de
elétrons que ocupam as camadas que circulam seu núcleo atômico. [14].
3.6 – ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
Onda é uma perturbação ou distúrbio, transmitido através do vácuo ou de um
meio gasoso, líquido ou sólido. Podemos usar como exemplos de ondas: as ondas
do mar, ondas de rádio etc. Todas podem transmitir energia de um ponto a outro,
sem haver transporte de matéria. Cada onda pode ser caracterizada pela oscilação
de uma ou mais variáveis que se propagam através do espaço. [29].
Na fisioterapia a aplicação de ondas de forma terapêutica, tem tido um uso
amplo. As quais podem ser exemplificadas o ultra-som, as ondas curtas, os raios
laser de baixa potência, o infravermelho e o ultravioleta. [7].
Também chamado de espectro eletromagnético, são variados grupos de
ondas eletromagnéticas, definidos a partir de seu comprimento de onda e, como
consequência, sua frequência. O conjunto das frequências emitidas por cada
elemento químico quando excitado representa o espectro de emissão desse
elemento. [14].
Apenas as radiações gama e X não fazem parte do arsenal fisioterápico.
4 – TIPOS DE LASER
4.1 – Tipos de Lasers
Atualmente no Brasil, são utilizados variados tipos de lasers em fisioterapia,
os quais não têm potêncial destrutivo, emitindo radiação de baixa a média potência e
são nomeados de acordo com o que compõe sua substância radioativa. Entre eles
em de forma de cristais sólidos, como o Rubi sintético, Neodímio: ítrio-alumínio-
granada (Nd:YAG), Hólmio: ítrio-alumínio-granada (Ho:YAG) e Érbio: ítrio-alumínio-
granada (Er:YAG); na forma de gases, como o Hélio-Neônio (HeNe), Argônio e o
Dióxido de Carbono (CO2); ou na forma de semicondutores diodos, como Arseneto
de Gálio (GaAs) e Arseneto de Gálio e Alumínio (GaAlAs). [20].
Segundo Agne (2005), os lasers são classificados em categorias (I, II, IIIA,
IIIB, e IV), segundo intensidades e perigos:
I e II – São lasers de potência muito baixa e emitem luz vermelha visível,
emitem radiação na faixa do infravermelho e não produzem efeitos na pele. São
utilizados em leitores CD e códigos de barras. [11].
IIIA e IIIB – São lasers de potência média inferior a 500 mW, emitem luz
vermelha visível ou infravermelho invisível. São utilizados na fisioterapia para efeitos
biomoduladores. São conhecidos como laser de baixa potência. Não produz efeitos
térmicos significativos, embora sejam altamente prejudiciais à retina do olho. [20].
IV – Lasers de alta potência são utilizados em cirurgias para coagulação ou
corte. Com potência superior a 500mW, podendo chegar à 450.000nW. [20].
Na área da fisioterapia se utiliza laser de média potência abaixo da potência
utilizada em cirurgias. [17].
Tabela I: Lasers utilizados em fisioterapia
Tipo Laser ּג Forma de Emissão Percepção do Feixe Potência
HeNe 632,8 nm Contínua Visível 2 a 15 mW
AlGalnP 660 nm Contínua e Pulsada Visível 15 a 20 mW
AsGa 904 nm Pulsada Não Visível 15 a 30 mW
AsGaAl 830 nm Contínua e Pulsada Não Visível 30 mW
Fonte: Agne, 2009.
Os lasers são classificados de acordo com a natureza do material colocado
entre as duas superfícies refletoras. Existem diferentes tipos de lasers, cada um
conforme seu comprimento de onda específico e características únicas, dependendo
do meio produtor. Os meios de produção de laser incluem as seguintes categorias:
cristal e vidro (estado sólido), gás e excimer, semicondutor, corante líquido e
químico. [2].
Os lasers podem ser classificados, dentre diversos parâmetros, quanto ao
meio ativo que produz a radiação e quanto à potência. [21].
Segundo Genovese (2007) quanto ao meio que produz a radiação, ele
classificou os lasers quanto à: sólidos, gasosos, líquidos e semicondutores.
Laser Sólido: seu meio ativo é constituído de um material sólido, como é
o caso do laser rubi, composto por íons de alguns elementos químicos
como o neodómio, érbio e o holmio, suspensos por um cristal sintético de
ítrio e alumínio chamado de cristal YAG (yttrium aluminum garnet, ou
granada de ítrio e alumínio). O cristal YAG serve para hospedar os íons
produtores de radiação laser. Entre os mais utilizados estão: O laser de
ND (neodímio: YAG), o de Er (érbio: YAG) e o de Ho (Hólmio: YAG). [31].
O rubi sintético (óxido de alumínio e cromo) está incluído nos cristais de laser,
assim como o neodímio, ítrio, alumínio, granada e outros. Os materiais sintéticos
garantem a pureza do meio, necessária para que as características físicas do laser
se materializem ao invés dos materiais naturais. [2].
Laser Gasoso: é o tipo de laser mais comumente utilizado na odontologia
e na medicina. Podem ser atômicos, iônicos ou moleculares e são os mais
comuns e mais antigos. São constituídos por misturas de gases. São
exemplos o laser de CO2, o de HeNe, o de argônio, o de criptônio e o
Excimer Laser. [21].
Laser Líquido: seu meio ativo é composto por corantes orgânicos, como
a rodamina ou a cumarina. São os chamados “Dye Laser” lasers de
corante. [31].
Laser Semicondutores ou Laser de Diodo: Sua base e composta por
diodo, que opera no espectro infravermelho, conhecidos como diodos de
laser condutores, constituído de Arseneto de Gálio (As-Ga), atuando na
forma continuada ou pulsada. Fontes de emissoras de luz não coerentes,
onde a sua fonte de radiação conhecido como LED. A palavra LED é a
sigla para a expressão Light Emitting Diode - Diodo Emissor de Luz. O
LED é um tipo de Diodo semicondutor que emite luz. Operam com
correntes elétricas mais baixas que os lasers. [19].
Um diodo semicondutor é um dispositivo eletrônico composto pela união de
duas placas de materiais semicondutores, sendo que uma delas é o pólo positivo
(placa P) e a outra, o pólo negativo (placa N) de um circuito que permite a passagem
de corrente elétrica em um único sentido. O pólo negativo de um diodo é composto
de um semicondutor com elétrons livres. O pólo positivo é composto por um
semicondutor onde faltam elétrons. Aplicando-se uma voltagem negativa no pólo
negativo, e uma voltagem positiva no pólo positivo, os elétrons livres se
movimentam, estabelecendo-se uma corrente elétrica. [31].
A luz emitida por um LED situa-se dentro de um faixa relativamente estreita
de comprimentos de onda no espectro eletromagnético. Os LEDs mais comuns
emitem luz vermelha visível, mas existem aqueles capazes de emitir luz amarela,
verde ou infravermelha. [29].
Um laser de diodo é obtido adicionando-se superfícies refletoras em ambas
as extremidades da união de semicondutores em um LED, estabelecendo-s com
isso uma cavidade ressonante. Desta forma, é possível obter um feixe de luz muito
mais monocromática e coerente, ou seja, um feixe de luz laser. [31].
Os laser de AsGa (arseneto de gálio), o de AsGaAl (arseneto de gálio e
alumínio) e o de InGaAlP (fosfeto de índio, gálio e alumínio) são exemplos de lasers
de diodo. Sendo o primeiro laser de diodo desenvolvido o arseneto de gálio (GaAs),
possuindo comprimento de onda de 904 nm no espectro infravermelho trabalhando
no modo pulsado. [2].
Logo após surgir o primeiro laser de rubi, o laser a gás fora desenvolvido o
quais incluem o hélio-neônio (HeNe), emite onda de luz no espectro visível em torno
de 630 nm, podendo trabalhar no modo continuo ou pulsado. Sendo sua potência
entre 1 a 10 mW. [20].
Os lasers líquidos também conhecidos como lasers de corante, devido
usarem corantes orgânicos como meio produtor. Os comprimentos da onda do laser
podem variar de acordo com a variação da mistura de corantes. [2].
Os lasers químicos geralmente têm potência excessivamente elevada e são
usados frequentemente com objetivos militares. [2].
De acordo com a potência de emissão, a radiação laser pode ser classificada
em:
Power-Laser: Radiações emitidas com alta potência. Utilizado para viabilizar as
cirurgias com o uso do raio laser, fornecendo à radiação um potêncial destrutivo.
Exemplo Laser de CO2, Argônio etc. [13].
Mid-Laser: Radiações emitidas com potências médias e não possui potêncial
destrutivo. Exemplo do Laser de Arseneto de Gálio (As-Ga). [13].
Soft-Laser: Radiações emitidas em baixa potência e também não possui potêncial
destrutivo. Exemplo do Laser de Hélio-Neônio (He-Ne). [13].
Os lasers terapêuticos mais comuns são os do tipo semicondutores de
arseneto de gálio (GaAs), arseneto de gálio e aluminio (GaAlAs) e os do tipo gasoso
hélio-neônio (HeNe). Na década de 80 surgiu o diodo semicondutor de Arseneto de
gálio, o mesmo possui comprimento da onda de 904nm no espectro infravermelho.
Além de apresentar maior penetração no tecido biológico de 30 a 50mm, o mesmo
possui menor dimensão em relação ao HeNe. [13].
O diodo semicondutor de Arseneto de Gálio e alumínio possui comprimentos
de 780 a 870nm, sua luz é invisível e está no espectro vermelho. [21].
Os lasers dependendo da intensidade de energia que fornecem são
classificados como alta ou baixa potência. [2].
Cepera et al., (2008) afirma que a classificação do laser se da pela potência
de emissão de radiação: laser de alta intensidade ou Hit (Higth-intensity Laser
Treatment) , proporcionam potêncial destrutivo,são utilizados em cirurgias e tem a
função de cortar, coagular e vaporizar os tecidos; Laser não cirúrgico ou Lilt (Low
Intensity Laser Treatment) emitem radiação de baixa potência,não possuem
potêncial destrutivo promovendo assim a bioestimulação sobre os processos
moleculares e bioquímicos nos tecidos, além de possuírem ação (analgésica e anti -
inflamatória). [36].
Na área da saúde, a classificação dos tipos de laser tem sido sintetizadas
como Laser de Alta Potência e Laser de Baixa Potência, sendo que os laser de alta
potência, com potêncial destrutivo, não pertencem aos recursos fisioterapêuticos,
enquanto os lasers sem potêncial destrutivo (Mid e Soft) constituem os fisioterápicos
dentro do contexto da radiação laser. [13].
4.2 - LASERS DE BAIXA POTÊNCIA
Lasers de baixa potência, não produzem calor significante e não possuem
poder destrutivo. São conhecidos como “frios ou suaves”, por suas propriedades
analgésicas, antiinflamatórias e regeneradoras. É também denominado de “lasers de
baixa intensidade” ou “lasers terapêuticos”. Os principais lasers de baixa potência
são o laser hélio-neônio (HeNe) e os lasers semicondutores de arseneto de gálio e
alumínio (AsGaAl), de arseneto de gálio (AsGa) e de fosfeto de índio, gálio e
alumínio (InGaAlP). [31].
A laserterapia de baixa potência, nos últimos anos com a introdução de
pequenos fotodiodos compactos para a emissão de laser tem produzido um
aumento no uso dessa terapia. Portanto tal modalidade tem encontrado aplicações
cada vez maiores, apesar de ainda precisar de aprovação pelo órgão
regulamentador americano (FDA), para várias condições como o tratamento de
lesões de tecidos moles, feridas abertas, condições artríticas e dores associadas.
[34].
Laser de baixa potência é um termo genérico que define a aplicação
terapêutica de lasers e monocromáticos com potência baixa menor (‹500 mW) para
tratamentos de doenças com dosagem (‹35 J/cm²) são consideradas baixas para
efetuar o aquecimento detectável nos tecidos irradiados. [22].
A utilização do laser de baixa potência é uma área de aplicação nova na
medicina para utilização de cicatrização de feridas e manejo da dor. O laser de baixa
potência produzem potência máxima de menos de 1 mw, que ao invés de produzir
efeitos térmicos produzem efeitos fotoquímicos e com isto não aquece dos tecidos.
Ocorrem variações na diferença exata do débito de potência que limita o laser de
alta e baixa potência. Qualquer aparelho de laser que não gera resposta térmica
apreciável, até 500 mW de potência, são considerados de baixa potência. [37].
A radiação laser obtida através da mescla de gases hélio e neônio se tem
mostrado com grande poder terapêutico tanto em lesões superficiais como em
lesões profundas. Porém, comparativamente aos laser As-Ga, apresenta potêncial
terapêutico mais destacado em lesões superficiais, tais como lesões dermatológicas,
estéticas ou em processo de cicatrização. Por ser visível o laser He-Ne permite um
maior número de formas de aplicação quando comparado ao laser As-Ga. O laser
As-Ga é uma radiação obtida a partir de estimulação de um diodo semi-condutor e
apresenta potêncial terapêutico destacado em lesões profunda, do tipo articular,
muscular etc. Devido o fato de não visível limita o laser As-Ga no que se refere às
formas de utilização. [20].
Os comprimentos de onda empregados situam-se entre o vermelho e o
infravermelho. Comprimentos de onda na faixa o vermelho são indicados
principalmente para estimular o processo de reparo de tecidos moles e promover
efeito antiinflamatório nos tecidos musculares. Já os comprimentos de onda na faixa
do infravermelho são mais utilizados sobre o processo de reparo de tecidos duros e
neurais, no controle da dor e na drenagem sobre os linfonodos. [8].
Inicialmente, o laser de baixa potência era tido como “bioestimulador”, um
reflexo dos primeiros resultados encontrados nos testes biológicos feitos com esse
tipo de laser, entre eles a aceleração do reparo de feridas. No entanto, esse termo
passou a ser substituído por “biomodulação”, já que se acredita que esse laser
possa tanto estimular quanto inibir a atividade celular. [37].
Figura 10: Photon Laser I, II e III
Fonte: Faculdade São Lucas – Clínica de Fisioterapia
Potência útil do emissor: 100mw;
Emissor invisível: Laser infravermelho;
Comprimento de onda: 808 nm (típico);
Meio ativo: AsGaAl.
4.3 - LASERS DE ALTA POTÊNCIA
O laser de alta potência são conhecidos como “quentes”, são usados no
âmbito médico incluindo oftalmologia, dermatologia, oncologia e cirurgia vascular.
Elevam a temperatura local e possuem poder destrutivo. Podem cortar, vaporizar,
coagular e desinfetar tecidos. [12].
Também são chamados de “lasers de alta intensidade” ou “lasers cirúrgicos”.
Os lasers de rubi, cristal YAG, CO2, argônio e os excimer são exemplos de lasers de
alta potência. [5].
Os lasers de alta potência são utilizados em inúmeras áreas no âmbito
médico, tais como: corte cirúrgico e coagulação, oftalmologia, dermatologia,
oncologia, cirurgia vascular e odontologia. [21].
Figura 11: Penetração Laser Alta Potência
Fonte: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4086
Os raios lasers são atraídos por cromóforos específicos, sendo necessário
menor potência para incisar o tecido quando este apresenta grande quantidade de
cromóforos.Na presença de inflamação , hiperemia menor potência é necessária
pela quantidade de cromóforos (aglomerados moleculares capazes de absorver a
luz) existente no tecido. No entanto em tecidos mais fibrosos é necessário maior
potência. [20].
5 – MODO DE AÇÃO DO LASER
Quando a radiação a laser interage com a matéria os efeitos são os mesmos
de qualquer outra radiação eletromagnética, ocorrendo reflexão, refração e
absorção. [6].
5.1 – FREQUÊNCIAS DE TRANSMISSÃO DA ONDA
O comprimento da onda do laser é determinado pelo material que compõe o
meio ativo. Para que o aparelho produza um certo comprimento de onda, é preciso
selecionar um meio ativo cujos átomos apresentem camadas com diferenças de
energia equivalentes ao comprimento de onda desejado, por onde transitarão os
elétrons. [29].
Na relação período/frequência considerando que o período é o tempo gasto
para realizar um ciclo e que frequência é o número de ciclos por segundo, torna-se
fácil compreender a relação inversa entre essas duas medidas. Isso implica em que,
quanto maior for o período, menor será a frequência. A frequência é o número de
ciclos ou pulsos por segundo e é representada pela letra “f” e sua unidade é o Hertz
(Hz). [29].
Uma grande porcentagem dos aparelhos a laser usados rotineiramente na
prática clínica tem uma saída de onda contínua (CW – continuous wave -, ou seja, a
potência de saída é essencialmente invariável ao longo do tempo). As unidades
pulsadas, a frequência de repetição de pulso é expressa em hertz (Hz, pulsos por
segundo). Os valores típicos da frequência de repetição de pulso podem variar de 1
a dezenas de milhares de Hz. [37].
5.2 - TRANSMISSÃO DO LASER
A radiação a laser passa inalterada através do espaço e ser ligeiramente
alterada no ar (no caso da radiação visível), mas é marcadamente alterada ao inserir
material mais denso, tais como os tecidos. [6].
Os lasers podem ser pulsados ou focados. Quando a radiação a laser é
absorvida pelos tecidos, isto pode ocasionar aquecimento se a intensidade for
suficiente. O modo pulsado reduz drasticamente a quantidade de energia emitida
pelo laser. A profundidade de penetração da radiação vermelha visível e
infravermelha curta é de apenas poucos milímetros. [6].
Para que a radiação laser produza algum efeito sobre o corpo humano é
necessário que ela seja absorvida pelo mesmo, é necessário que ocorra uma
uma interação dessa radiação com as estruturas moleculares e celulares do corpo
humano. [4].
5.3 – PENETRAÇÃO E ABSORÇÃO DO LASER
Qualquer energia aplicada ao corpo pode ser absorvida, refletida, transmitida
e refratada. Os efeitos biológicos resultam apenas da absorção de energia e, à
medida que mais energia é absorvida, há menos disponível para os tecidos mais
profundos e adjacentes. A quantidade de radiação absorvida depende, em parte, da
quantidade e da distribuição de pigmentos que, de pessoa a pessoa, se apresentam
em diferentes maneiras e quantidades. Mesmo numa só pessoa. Diferentes partes
do corpo possuem maior ou menor quantidade de estruturas absorventes. Num
mesmo individuo, a quantidade de radiação absorvida pode variar de acordo com a
região do corpo irradiada. [2].
Figura 12: Interação Tecidual
Fonte: http://www.garnet.com.br/saibamais/laser_medicina.php
A absorção é o ponto de maior importância, pois é a absorção que
determinará seus efeitos, cuidando para que a maior quantidade de radiação
possível seja absorvida. A incidência da radiação deve ser sempre perpendicular, de
modo a dificultar a reflexão e a parte do corpo a ser irradiada deve estar sem
barreiras mecânicas, tais como, cremes, suor pelos em excesso etc. [2].
6 - EFEITOS DO LASER
As duas maiores utilizações da terapia a laser são para a cicatrização tecidual
e o controle da dor, sendo utilizada para promover a cicatrização e tratamento de
diferentes tipos de lesões do tecido mole, como no rompimento muscular,
hematomas, e tendinopatias. [6].
Figura 13: Efeitos do Laser
Fonte: http://pt.slideshare.net/BelloCuerpo/lidiane-rocha
6.1 – EFEITO FOTOBIOLÓGICO
A teoria do efeito fotobiológico justifica a existência dos efeitos apresentados
a partir do extremo contraste luminoso que a radiação laser proporciona, ou seja,
quanto maior for o contraste luminoso, maior será o efeito, sendo assim quanto
maior for a potência de emissão, maior será os contrastes luminosos e
consequentemente, melhores serão os efeitos. [4].
6.2 – EFEITO BIOQUÍMICO
Reúnem a liberação de substâncias pré-formadas, que ocorrem em
decorrência da incorporação da radiação a laser. É um dos principais efeitos
decorrentes da interação da radiação com os tecidos, causando a liberação de
substâncias pré-formadas como histamina, serotonina, e bradicinina; modifica as
reações enzimáticas normais provocando a produção de ATP, provocando a
aceleração da mitose, e a síntese de prostaglandinas, além da lise de fibrinas,
aumento do número de leucócitos e atividade fagocitária, aumento do fluxo hemático
por vasodilatação e estimula a produção de tecido de granulação. [7].
6.3 – EFEITO BIOELÉTRICO
O efeito bioelétrico da radiação laser se resume na manutenção do potêncial
de membrana, a qual pode ser favorecida pela radiação a laser a partir da
interferência direta sobre a mobilidade iônica. [25].
As células têm seu interior eletricamente negativo em relação ao seu exterior,
possuindo gradiente iônico preservado pelo potêncial de membrana, porém este em
situações patológicas não funciona de forma satisfatória. O LASER tem ação dupla
no que diz respeito aos efeitos fotoelétricos, de forma direta atua sobre a mobilidade
iônica entre o exterior e interior celular; e de forma indireta, através do incremento da
produção de ATP, torna a bomba de sódio e potássio mais eficaz devido à maior
disponibilidade de ATP consumido em seu mecanismo funcional. [28].
6.4 – EFEITO BIOENERGÉTICO
O efeito bioenergético é a normalização energética que a radiação laser
proporciona ao bioplasma. O aporte energético da radiação a laser tem a
capacidade de normalizar o contingente energético que coexiste com o contingente
físico dos indivíduos. [25].
Na teoria da bioenergia sugere que a matéria orgânica não tenha somente
uma estrutura material-bioquímica, mas também uma estrutura energética não bem
compreendida. O efeito bioenergético é uma normalização, reposição da energia
orgânica perdida. Essa normalização proporciona benefícios terapêuticos, pois
ocorre interferência do contingente energético sobre o físico e vice-versa; tendo
aplicação comum nos pontos de acupuntura com fins de restabelecer o equilíbrio
energético de um órgão ou sistema. [28].
6.5 – EFEITOS TERAPÊUTICOS DA RADIAÇÃO LASER
6.5.1 – EFEITO ANALGÉSICO
Justifica-se o efeito analgésico do laser de baixa potência devido, caráter
antiinflamatório, Interferência na mensagem elétrica, Estímulo à liberação de β-
endorfina, Redução do limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos, eliminação
de substâncias algógenas, Equilíbrio energético local. [27].
O LASER garante efeito de forma local e até sistêmica quando reduz a
inflamação, pela reabsorção do exudato favorecendo a eliminação de substâncias
algógenas, eleva o limiar doloroso das terminações nervosas livres, e interfere no
potencial elétrico de transmissão do estimulo doloroso; no nível do tálamo bloqueia a
percepção da dor estimulando a produção de neurotransmissores endógenos como
a encefalina e a beta-endorfinas, e a partir de zonas reflexas ocorre à atuação sobre
o cérebro diminui os níveis de bradicinina e ativa a liberação de endorfinas. [28].
6.5.2 – EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO
Dá-se pela inibição da síntese de prostaglandinas, além do estímulo a
microcirculação que garante um maior aporte de nutrientes, oxigênio e substâncias
defensivas. A partir de qualquer lesão tecidual, são liberadas substancias como:
histamina, serotonina, bradicinina, fosfolipase entre outras. [27].
Figura 14: Efeito Analgésico e / ou Anti-Inflamatório
Fonte: Faculdade São Lucas – Clínica de Fisioterapia
O efeito anti-inflamatório da radiação a laser de baixa potência justifica-se a
partir dos pontos:
Interferência na síntese de prostaglandinas: Desempenham um papel
importante em toda a instalação do processo inflamatório, determinando uma
sensível redução nas alterações proporcionadas pela inflamação.
Estímulo à Microcirculação: Garante um eficiente aporte de elementos
nutricionais e defensivos para a região lesada proporcionando melhores condições
para a resolução da congestão causada pelo extravasamento de plasma. [25].
Figura 15: Efeito Antiedematoso
Fonte: Faculdade São Lucas – Clínica de Fisioterapia
6.5.3 – EFEITO ANTIEDEMATOSO
Um dos resultados da instalação do processo inflamatório é o surgimento do
edema, consequentemente do aumento da permeabilidade de vênulas e do
inevitável extravasamento do plasma. Uma vez que modifica a pressão hidrostática
intracapilar, melhora da absorção de líquidos intersticiais com a ativação da
generação tissular e ação fibronilítica. [27].
A ação antiedematosa do laser de baixa potência justifica-se a partir dos
seguintes fatos:
Estímulo à Microcirculação: Há melhoras condições de drenagem da coleção de
plasma que forma o edema. O LASER estimula a microcirculação em decorrência de
efeitos bioquímicos como a liberação de histaminas que exerce ação sobre os
esfíncteres pré-capilar paralisando-os e deixando-os abertos, garantindo maior
vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo local levando a um maior aporte de
nutrientes e oxigênio e uma maior eliminação de catabólitos, além de um maior
aporte de elementos defensivos, promovendo um efeito antiinflamatório. [25].
Estímulo ao Trofismo local e da reparação: o aumento da produção de ATP e o
incremento da velocidade mitótica, leva ao trofismo de células, tecidos e órgãos na
zona irradiada, aumentando também os processos de reparação a nível tissular e
orgânico, devido ao estímulo a capacidade de cicatrização do tecido conjuntivo e a
neoformação de vasos sanguíneos a partir dos já existentes. Outras ações são:
aumento da velocidade de regeneração das fibras nervosas lesionadas, ação sobre
a aceleração do calo ósseo, aumento da troficidade da pele, ação específica sobre
os fibroblastos das fibras colagenosas e elásticas. [25].
Ação fibrinolítica: Proporciona resolução efetiva do isolamento proporcionado pela
coagulação do plasma. [25].
6.5.4 – EFEITO CICATRIZANTE
Os efeitos terapêuticos proporcionados pela radiação laser de baixa potência,
certamente é o cicatrizante que mais se destaca, sendo assim podem afirmar que,
dentro os recursos físicos existentes, o laser de baixa potência é o mais eficaz no
que se refere ao estímulo à cicatrização. Esse poder terapêutico deve-se a
incremento à produção ATP, aumento de fibroblastos e fibras de colágeno; a
regeneração dos vasos sanguíneos e o incremento da velocidade da mitose,
garantindo assim o aumento da velocidade de crescimento de nervos seccionados e
da reepitelização. [27].
Figura 16: Efeito Cicatrizante
Fonte: http://eccofibras.com.br/blog/efeitos-do-laser-na-cicatrizacao/
Como precaução e uma melhor absorção, o procedimento da limpeza deve
ser mantido para evitar contaminações cruzada com a ponta do aplicador. Sendo de
suma importância o uso de óculos de proteção tanto o paciente quanto o
fisioterapeuta, evitando assim a exposição aos reflexos e a possibilidade de danos
irreversíveis a retina. [2].
Figura 17: Assepsia local para Aplicação do Laser
Fonte: Faculdade São Lucas – Clínica de Fisioterapia
7 – TÉCNICAS DE TRATAMENTO COM LASER
O método de aplicação do tratamento com laser é relativamente simples, mas
certos princípios devem ser discutidos de modo que o fisioterapeuta possa
determinar com precisão a quantidade de energia fornecida aos tecidos. A energia a
laser é emitida a partir de um aplicador remoto manual. Existem duas técnicas de
aplicação que podem ser utilizadas isoladamente ou combinadas, a técnica pontual
e a de varredura. [20].
7.1 – TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DO LASER
Para se administrar um tratamento com laser, a ponta do aplicador deve estar
em contato leve com a pele e direcionada perpendicularmente ao tecido alvo
enquanto o laser funciona no tempo determinado. A técnica de varredura é o método
utilizado com mais frequência e deve ser empregada sempre que possível, e
consiste em dividir a área de tratamento em uma grade de centímetros quadrados,
com cada centímetro quadrado estimulado por tempo específico. A alternativa é a
técnica de varredura na qual não há contato entre a ponta do laser e a pela, a ponta
do aplicador deve ser mantida entre 5 e 10 mm do ferimento. Como ocorre
divergência de feixe, a quantidade de energia diminui à medida que a distancia do
alvo aumenta. Não se recomenda tratamento com distancias maiores do que 1 cm.
[20].
7.2 – DOSAGEM
Para determinar a dose de radiação laser que será utilizada em um
tratamento, é preciso conhecer os parâmetros seguintes:
Energia (E): que é a capacidade de efetuar trabalho. É quantificada em
joules (J). [12].
Potência (P): que é a grandeza que indica a quantidade de energia
depositada por unidade de tempo. É medida em watts (W). Um watt é o
mesmo que 1 joule por segundo (1J/s). [12].
Densidade de energia (DE): que é a grandeza que relaciona a
quantidade total de energia aplicada com a área irradiada. É expressa em
J/cm2. [12].
O parâmetro densidade de energia é normalmente utilizado para expressar a
dose de energia recomendada em função do tipo de tratamento. O cálculo de DE é
feito com base na área de secção transversal do feixe laser. [25].
Os primeiros protocolos que regiam o cálculo de DE consideravam que um
feixe de laser se distribuía de maneira uniforme através do tecido abrangendo uma
área de 1 cm2, e que essa deveria ser a área considerada para calcular a DE. Essa
metodologia foi sendo abandonada aos poucos, visto que é difícil estabelecer com
precisão uma área de alcance para um feixe de radiação que incide sobre um tecido
biológico devido à complexidade e heterogeneidade desse tecido. Os novos
protocolos passaram então a utilizar a área de secção transversal do feixe laser para
o cálculo de DE. Como essa área é cerca de 20 vezes menor que 1 cm2, as doses
recomendadas para terapia a laser de baixa potência passaram de 1 a 4 J/cm2 para
25 a 140J/cm2. [5].
Densidade de potência (DP): indica a relação entre à potência e a
área irradiada, ou seja, a quantidade de energia por tempo que é aplicada em uma
determinada área. É expressa em W/cm2. Para realizar os cálculos necessários para
se obter a densidade de energia ou o tempo desejado. Devem-se conhecer as
potências de pico em Watt (W), área a ser tratada em centímetros quadrados (cm²)
entre outros, e fazer uso de algumas fórmulas (tabela II) como meio de obtenção
desses dados [16].
Tabela II: Fórmulas para dosimetria da radiação LASER.
Fórmulas Legenda
D=E/A D = Densidade de energia (J/cm²)
E = Energia (J)
E=P.t A = Área (cm²)
P = Potência (W)
t=D.A/P t = Tempo (seg)
Fonte: AGNE, 2005; BUENO, 2008
Porém ao se fazer uso de lasers que façam emissão pulsada de radiação,
além das fórmulas já citadas deve-se usar a fórmula seguinte para se obter a
Potência média de emissão de radiação, sendo ela: Pm=Pp.Dp.F [Pm = Potência
média (W), Pp = Potência de Pico (W), Dp = Duração de um pulso (s), F =
Frequência (Hz)]. [16].
O laser HeNe tem potência média de 1,0 mW na ponta de fibra óptica e é
fornecido no modo de onda contínua. O laser GaAs tem potência de 2 W, mas
potência média de apenas 0,4mW quando pulsado em frequência máxima de
1.000Hz. A frequência do GaAs é variável, e o fisioterapeuta pode escolher uma
frequência de pulso de 1 a 1.000Hz. A dose ou densidade de energia do laser é
relatada como Joules por centímetro quadrado (j/cm2). A dose deve ser calculada
precisamente para que sejam padronizados tratamentos e estabelecidas diretrizes
de tratamento para lesões específicas. [30].
7.3 – PROFUNDIDADE DE PENETRAÇÃO
O que define a profundidade de penetração no tecido é o comprimento da
onda, os tecidos biológicos são complexos e compostos por uma infinita variedade
de fluídos e elementos celulares. Os resultados da interação da energia absorvida
com o tecido dependem da potência do laser, quantidade de energia aplicada, se o
modo de aplicação é por emissão pulsada, contínua, pontual, por varredura, contato
ou não e tempo de exposição. [31].
O Laser HeNe produz um feixe vermelho característico com comprimento da
onda de 632,8 nm. O laser é emitido em onda continua e tem penetração direta de 2
a 5mm e penetração indireta de 10 a 15 mm. Os lasers GaAs são invisíveis e
possuem comprimento de onda de 904 nm. Eles são emitidos em modo pulsado e
possuem débito de potência de 0,4 nW. Esse laser tem penetração direta de 1 a 2
cm e penetração indireta de 5 cm. [2].
Figura 18: Profundidade e Penetração do Laser
Fonte: http://www.btlportugal.pt/catalogue/high-intensity-laser/medical-effects/
8 – APLICAÇÃO CLÍNICA DO LASER
Os efeitos biológicos e físicos dessa energia luminosa concentrada ainda
estão sendo exploradas. Os efeitos dos lasers de baixa potência ocorrem
primariamente no nível celular. São incertos os mecanismos de ação, embora os
efeitos fisiológicos propostos incluam aceleração na síntese de colágenos, redução
nos micro-organismos, aumento na vascularização, redução da dor e ação anti-
inflamatórios. [2].
O laser que incide sobre um tecido pode sofrer reflexão, absorção, difusão e
transmissão.
Reflexão: ocorre quando a radiação é refletida pela superfície, sem que
ocorra penetração ou interação da mesma com o tecido. Secreção salivar
e secreção sebácea apresentam certo grau de reflexão, podendo dificultar
a penetração do laser no tecido. [31].
Transmissão: ocorre quando o feixe atravessa o tecido sem interagir com
o mesmo, ou seja, sem provocar nenhum efeito. Em algumas situações,
pode ocorrer transmissão de um tecido para outro até que a radiação
alcance um tecido com afinidade para absorvê-la. [31].
Absorção: ocorre quando componentes teciduais, tais como moléculas de
água ou substancias cromóforas, como a melanina e a hemoglobina,
absorvem a radiação. Nesse caso, existe uma transferência de energia
para o tecido. A parcela de radiação não refletida é então absorvida pelo
organismo. Não há dúvidas de que a absorção é o fenômeno óptico de
maior relevância na laserterapia e para se obter a absorção da maior
quantidade possível de radiação devemos como já comentado, sempre
incidir a radiação de forma perpendicular, assim como a área irradiada
deve estar isenta de barreiras mecânicas como suor, cremes, e pêlos.
[12].
Difusão: ocorre quando a radiação penetra o tecido e é dissipada sem
produzir efeitos significantes. A energia transmitida será difundida nas
moléculas, partículas, fibras e organelas dos diferentes estratos da pelo.
[16].
Quando um feixe de laser incide sobre um tecido biológico ocorrem esses
quatros fenômenos, o que pode ser atribuído à falta de homogeneidade desse tipo
de tecido. A taxa de ocorrência de cada um dos fenômenos é determinada
basicamente por dois fatores: a composição do tecido e o comprimento da onda
emitido pelo laser. [31].
Existem diferentes modalidades de aplicação do laser, as mais empregadas
são:
Aplicação Pontual: Consiste na irradiação de diversos pontos em uma
área a ser tratada, mantendo-se a distância média de 1cm entre os
pontos. Este pode ser chamado de modalidade universal de aplicação, a
qual é utilizada por todos os tipos de lasers e é exclusivo dos lasers de
emissão pulsada, ou infravermelha. Este método também é aplicado sobre
os pontos de acupuntura (laseracupuntura), porém não se pode manter
pressão entre a ponta da caneta e a pele, somente um contato suave para
que não se faça associação com a técnica de acupressão nos pontos de
acupuntura [27].
Aplicação por Varredura Manual: Só deve ser usado em lesões
dermatológicas como úlceras por pressão, diabéticas e outras alterações
onde se busca estimular a cicatrização. Consiste na aplicação
movimentando a caneta aplicadora fazendo com que o ponto de aplicação
“varra” toda a região a ser tratada. Esta modalidade de aplicação somente
é utilizada por lasers que tenham emissão de radiação visível. [27].
Aplicação por Zona: Forma de aplicação já em desuso consiste na
aplicação de uma só vez de uma área maior que um ponto, sendo
necessários para tal a utilização de recursos como lentes divergentes [27].
Figura 19: Aplicação Pontual
Fonte: Faculdade São Lucas – Clínica de Fisioterapia
Figura 20: Aplicação Varredura
Fonte: portuguese.cryolipolisisslimmingmaichine.com
8.1 – CICATRIZAÇÃO DE FERIMENTOS
O laser de alta potência pode danificar e vaporizar os tecidos, pouco se
conhecia sobre o efeito de pequenas dosagens na viabilidade e na estabilidade das
estruturas celulares. Baixas dosagens de radiação de lasers de baixa potência
estimulavam processos metabólicos e promoviam a proliferação celular comparadas
com a luz incandescente ou de tungstênio. [2].
Mester conduziu vários experimentos in vitro com dois lasers na porção
vermelha do espectro visual, sendo o laser de rubi e o de HeNe. Cultura de tecidos
humanos mostrou aumento significativo na proliferação fibroblásticas (células
precursoras das estruturas do tecido conjuntivo como colágeno, células epiteliais e
condrócitos) após a estimulação com ambos os lasers. Certas doses de laser de
HeNe e GaAs levam os fibroblastos da pele humana in vitro a aumentar em três
vezes a produção de pró-colagéno. [2].
As amostras de tecido revelaram crescimento do número de fibroblastos e
das estruturas colagenosas, bem como aumentos no material intracelular e nas
mitocôndrias edemaciadas nas células. As células estavam intactas a despeito de
sua morfologia e estrutura após a exposição a lasers de baixa potência. Abergel
relatou que células tratadas com laser apresentavam quantidades significativamente
maiores de pró-colageno RNA mensageiro, ratificando que a produção aumentada
de colágenos ocorre devido a modificações no nível de transcrição. [4].
Mester comprovou que não era necessário irradiar todo o ferimento para
conseguir benefícios, uma vez que a estimulação de áreas remotas obteve
resultados similares. [20].
8.2 – FORÇA DE TENSÃO
A força de tensão aumentada dos tecidos tratados com laser foi confirmada
muitas vezes. A contração do ferimento, a síntese do colágeno e o aumento da força
de tensão são função dos fibroblastos e foram demonstradas mais acentuadamente
na fase inicial de cicatrização do ferimento. Os ferimentos tratados com laser tinham
força de tensão significativamente maior, mais comumente nos primeiros 10 a 14
dias após a lesão. Cicatrizes hipertróficas não produziram respostas normalizadas
dos tecidos após 14 dias. [4].
8.3 – RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS E ÓSSEA
A análise bioquímica e traçados radioativos foram usados para delinear os
efeitos imunológicos da luz laser em culturas de tecidos humanos. Mester observou
efeitos imunológicos com os laser de rubi, HeNe e argônio. Trelles fez investigações
in vitro e in vivo e relatou que o laser não teve efeitos bactericidas isolados. Porem
em conjunto com antibióticos produziu efeitos bactericidas significativamente
maiores comparado com os controles. Mester tratou úlceras que não cicatrizavam e
que não respondiam à fisioterapia convencional com lasers de HeNe e de argônio.
As doses foram variadas. Os ferimentos, classificados por etiologia, levavam uma
média de 12 a 16 semanas para cicatrizar. Trelles demonstrou resultados
promissores com os lasers infravermelhos de GaAs e de HeNe na cicatrização de
úlceras, na união de fraturas e em lesões herpéticas. [20].
8.4 – INFLAMAÇÃO
Biópsias de ferimentos experimentais foram examinados quanto à presença
de atividade de prostaglandina para delinear os efeitos da estimulação a laser sobre
os processos inflamatórios. A redução na prostaglandina é o mecanismo proposto
pelo qual o laser promove a redução do edema. No período da inflamação, as
prostaglandinas promovem vasodilatação, que contribui com o fluxo de plasma para
os tecidos intersticiais. [16].
8.5 – TECIDO CICATRICIAL
Os ferimentos expostos à irradiação com laser tiveram menos tecido cicatricial
e um aspecto cosmético melhor. O exame histológico mostrou maior epitelização e
menos material exsudativo. [31].
Estudos com ferimentos de queimaduras mostraram alinhamento mais regular
do colágeno e de cicatrizes menores. Treller utilizou laser de GaAs e de HeNe em
queimaduras que mostrou cicatrização significativamente mais rápida, sendo que o
melhor resultado obtido foi com laser de GaAs devido à sua penetração. Foi
observado aumento de circulação com a produção de novos vasos sanguíneos no
centro da lesão comparado com os controles. [20].
8.6 – CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
Dados clínicos mais controlados são necessários para determinar a eficácia e
estabelecer a dosimetria que produz respostas reprodutíveis. A impressão dos
lasers de baixa potência é que els tem um efeito bioestimulatório sobre os tecidos
comprometidos, a não ser que doses altas sejam administradas. [25].
As aplicações do laser de baixa potência em um ambiente clínico são
potencialmente ilimitadas. Suas aplicações podem incluir propriedades cicatrizantes
em lacerações, abrasões ou infecções. Outras lesões de tecidos moles podem ser
tratadas eficazmente pela irradiação a laser em decorrência da profundidade de
penetração do laser infravermelho. Distenções, entorses e contusões apresentam
índices de cicatrização mais rápidos com menos dor. [25].
8.7 – INDICAÇÃO E CONTRA INDICAÇÃO
A laserterapia e indicado para casos de traumatismo musculares, lesões sem
ruptura ou com ruptura parcial de fibras, lesões com ruptura total de fibras, lesões
traumáticas com fratura, traumatismo com lesões nervosas, traumatismo articulares,
cicatrização de feridas, regeneração de nervos e etc. [20].
Os lasers fornecem radiação não-ionizantes. Não foram observados efeitos
mutagênicos sobre o DNA e nenhum dano às células ou membranas celulares. [25].
Embora não há comprovação dos efeitos adversos recomenda-se evitar
exposição em pacientes com carcinoma, pois é possível que os efeitos
fotobioestimuladores potenciais da radiação laser possam acelerar a carcinogênese.
A laserterapia é contra-indicada em pacientes com carcinoma ativo ou sob suspeita.
É prudente ao aplicar todas as formas de eletroterapia, precaução no tratamento
diretamente sobre o útero em gestão, apesar de não ter comprovado evidencias que
demonstrem que não há risco para o feto ou a mãe. [7].
Evitar a exposição direta ou indireta da irradiação aos olhos devido à
possibilidade de causar cataratas ou até um processo degenerativo na retina e em
áreas de hemorragia, podendo ocorrer vasodilatação. [25].
Estudos realizados recomendam-se cuidado em pacientes que possuem
reações adversas á luz (fotossensibilidade), tratamento em áreas de pele sensível,
sobre gânglios linfáticos simpáticos, nervo vago e região cardíaca em pacientes com
doenças cardíacas. É importante cuidado também em aplicar o laser em tecidos
infectados. [7].
9 – PROTOCOLO DE TRATAMENTO
As pesquisas sugerem algumas densidades de laser para tratamento de
vários modelos clínicos. Tendo uma variação para condições agudas em média de
0,05 a 0,5 J/cm2 e para condições crônicas de 0,5 a 3 Jcm2. As respostas dos
tecidos dependem da dose fornecida, também o tipo de laser influencia o efeito. Há
pouca diferença quando se compara as doses de laser de HeNe e de GaAs, embora
sua profundidade de penetração apresentem diferenças significativas. [12].
O princípio de Arndt-Schutz afirma que na fisioterapia com laser, não é
necessariamente o melhor, assim o laser deve ser administrado no máximo uma vez
ao dia por área de tratamento. A Fisioterapia utiliza recursos que promovem a
analgesia de maneira não farmacológica e não invasiva como o laser de baixa
potência. O qual é não invasivo indolor e facilmente administrado em contextos de
cuidados primários. [8].
Josep Colls, em seu livro La Terapia Laser, Hoy, descreveu um esquema
orientativo para critérios de doses:
- Efeito analgésico: ------------------ 2 a 4 J/cm2
- Efeito anti-inflamatório: ----------- 1 a 3 J/cm2
- Efeito cicatrizante: ----------------- 3 a 6 J/cm2
- Efeito circulatório: ------------------ 1 a 3 J/cm2
Na mesma obra esse autor, se refere a diferentes níveis de dosagem de
acordo com o estágio do processo inflamatório:
- Agudo: ------------------------------ Doses baixas (1 a 3 J/cm2)
- Subagudo: ------------------------- Doses médias (3 a 4 J/cm2)
- Crônico: ---------------------------- Doses altas (5 a 7 J/cm2)
Também foi considerado o caráter inibitório e o estimulatorio da dosagem:
- Estimulatório: -------------------- Doses abaixo de 8 J/cm2
- Inibitório: -------------------------- Doses acima de 8 J/cm2
9.1 – ALÍVIO DA DOR
O laser de baixa potência no tratamento da dor aguda e crônica pode ser
utilizado de várias maneiras. Após diagnóstico da etiologia da dor, o local da
patologia pode ser gradeado. Para tratamento de pontos de acupuntura e de pontos-
gatilho para o manejo da dor, o laser pode ser aumentado como estimulação.
Quando do tratamento dos pontos-gatilho (Trigger Ponts) o aplicador deve ser
mantido perpendicular à pele com contato leve. Outros tratamentos poderão ser
utilizados antes de considerar essa modalidade ineficaz no manejo da dor. [2].
Figura 21: Efeito Analgésico
Fonte: Faculdade São Lucas – Clínica Fisioterapia
Tabela III: Aplicações de tratamento sugeridas
APLICAÇÃO TIPO DE
LASER
DENSIDADE
DE ENERGIA
Ponto-gatilho
Superficial
Profundo
HeNe
GaAs
1-3 J/cm2
1-2 J/cm2
Redução de edema
Agudo
Crônica
GaAs
GaAs
0,1 – 0,2 J/cm2
0,2 – 0,5 J/cm2
Cicatrização de lesão (tecidos superficiais)
Aguda
Crônica
HeNe
HeNe
0,5 – 1 J/cm2
4 J/cm2
Cicatrização de lesão (tecidos profundos)
Aguda
Crônica
GaAs
GaAs
0,05 – 0,1 J/cm2
0,5 – 1 J/cm2
Tecido cicatricial GaAs 0,5 – 1 J/cm2
Fonte: Prentice, Willian E. 2014, pag. 475 – Copiado com permissão de Physio Technology
O tratamento dos pontos de gatilhos esta relacionado à sua desativação. A
alternativa de tratamento com a laserterapia promove reações biomoduladoras e
restabelece a normalidade metabólica da região e do local. Como vantagem
terapêutica tem-se recuperação funcional, o alivio da dor em um curto período com
redução do consumo de analgésicos e anti-inflamatórios. [32].
Figura 22: Ponto-Gatilho
Fonte: http://toshiroms.com.br/2015/01/29/pontos-gatilho-e-a-dor-de-cabeca/
9.2 – REPARO TECIDUAL
Feridas abertas, úlceras, contusões, abrasões e lacerações devem ser
tratadas com laser a fim de acelerar a cicatrização e diminuir a infecção. O exsudato
espesso que cobre a ferida diminui a penetração do laser, assim recomenda-se a
aplicação do laser ao redor da periferia da lesão. As lacerações faciais podem ser
tratadas com laser, sempre tomando o cuidado para não direcionar o feixe para os
olhos. [2].
9.3 – EDEMA E INFLAMAÇÃO
A ação primária da aplicação do laser para controle do edema e da
inflamação ocorre por meio da interrupção da formação de substratos intermediários
necessários para a produção de mediadores químicos da inflamação. Sem esses
mediadores químicos, a interrupção do estado homeostático corporal é minimizada,
e a extensão da dor e do edema é reduzida. [10].
Biópsias de ferimentos experimentais foram examinadas quanto á atividade
de prostaglandina para delinear o efeito da estimulação a laser sobre o processo
inflamatório. [2].
9.4 – TRATAMENTO DAS ARTICULAÇÕES
De um modo geral o tratamento das articulações sempre proporcionou um
maior numero de fatores a serem considerados no momento da definição da conduta
terapêutica. Sob os aspectos anatômicos e fisiológicos, as articulações possuem
detalhes que interferem de maneira decisiva nos caminhos terapeuticos a serem
adotados pelo fisioterapeuta. [25].
Nestes casos o papel da laserterapia dependerá do tipo de lesão a ser
tratada, da fase em que o tratamento é iniciado e de fatores ligados às origens
etiológicas das lesões. [36].
9.4.1 – TRATAMENTO DAS LESÕES TRAUMÁTICAS DAS ARTICULAÇÕES
O tratamento das lesões traumáticas das articulações segue moldes idênticos
aos adotados para as lesões traumáticas de modo geral. [25].
Estando imobilizado ou não, o paciente pode se beneficiar da laserterapia em
diferentes fases do processo de recuperação. [20].
A aplicação por pontos é normalmente a utilizada e a dosagem sugerida deve
obedecer ao critério relativo às fases do processo inflamatório. [21].
9.4.2 – TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATÓIDE
Há duas maneiras de tratamento laserterápico da artrite reumatóide:
Nas fases iniciais da artrite reumatóide, a laserterapia apresenta um alto
poder terapêutico. Após as primeiras sessões, os sintomas como a rigidez matinal,
dor leve, edema e rubor, apresentam-se reduzidos, se não totalmente ausentes.
Nesta fase precoce o tratamento é feito por pontos, irradiando-se as
articulações interfalangianas, articulações metacarpofalangianas, linha articular do
punho e outras regiões dolorosas. [4].
No inicio do tratamento deve ser utilizadas doses de 2 a 3 J/cm2, subindo para
4 a 5 J/cm2 após a 4ª ou 5ª sessão. [20].
Na fase avançada da artrite reumatóide a laserterapia tem como objetivo
aliviar os sintomas inflamatórios de um modo geral e impor um contra estimulo à
progressão das deformidades já instaladas. [4].
A forma de tratamento é semelhante aos casos precoces, havendo somente,
necessidade de doses mais elevadas, chegando a 5 ou 6 J/cm2. Além dos pontos de
aplicação, há que se atentar para as possíveis afecções das articulações do
cotovelo e do ombro que também devem ser irradiadas. Recomenda-se tanto para
os quadros em fase precoce como para os avançados, após a irradiação por pontos,
que seja realizada aplicação zonal em todas as regiões tratadas, com dose de 0,25
J/cm2. [20].
10 - METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado em pesquisas em livros, artigos e nas bases
de dados eletrônicos: Bireme, Pub/MedLine, Scielo e Lilacs.
Para a realização de buscas, foram utilizadas as palavras chaves: Laser,
laserterapia, laser terapêutico.
O material foi selecionado seguindo os critérios de inclusão: Artigos que
possuem as palavras chaves; Textos completos sobre a laserterapia com aplicação
em humanos, escritos na língua portuguesa, com estudos efetuados entre os anos
de 2005 a 2015 e excluídos os artigos que apresentavam estudos em animais e com
publicações com mais de 10 anos, os de língua inglesa e que não apresentasse os
parâmetros do laser.
Banco de Dados:
Os dados foram agrupados por tipo de estudo: Estudos de revisão
bibliográfica sobre o laser, estudos que avaliam o uso do laser na DTM comparando
com a intervenção terapêutica, estudos que avaliam o alívio da dor na síndrome da
fibromialgia, estudos que avaliam o laser terapêutico em relação ao quadro álgico, a
musculatura, e os movimentos da ATM. Esses estudos foram descritos de forma
quantitativa e suas principais informações (autores, ano de estudo, título do trabalho,
amostra, protocolo, objetivo do trabalho, índices avaliados e conclusões) tais
informações foram reunidas em quadros.
11 – RESULTADOS: Protocolo de aplicação e efeitos do laser de baixa potência.
NOME E ANO
DOS AUTORES TITULO AMOSTRA PROTOCOLO RESULTADOS
Fev. 2010.
Natalia A. Ricci, et
al.
A utilização
dos recursos
eletrotermofot
oterapêuticos
no tratamento
da síndrome
da
fibromialgia:
uma revisão
sistemática.
Foram selecionados
75 indivíduos, 15
sexos masculino e 60
sexos feminino, com
variações de 25 a 60
anos.
Pacientes com
diagnóstico clínico de
SFM;
A dor crônica está
intimamente
relacionada com
os sintomas da
síndrome da
fibromialgia,
acredita-se que
sua redução da
dor causaria um
efeito cascata para
a melhora dos
demais. Vale
ressaltar que os
efeitos dessa
terapia são doses
dependentes, e
elas variam
amplamente de 1 a
23 J/cm2. A dose
ideal deve levar
em consideração a
espessura da
camada tecidual a
ser atingida, o
tamanho da área
afetada, o tipo de
laser, a potência
usada e o tempo
de aplicação.
Sendo aplicado
nos tender point.
Para a síndrome da
fibromialgia o laser
é recomendado
para o alivio da dor.
Entretanto, na
prática clínica, é
muito utilizada
pelos
fisioterapeutas,
mesmo sem
evidências
científicas que
comprovem a
efetividade nessa
doença, portanto,
devem ser
empregadas com
precaução para
cada caso.
Jun. 2010.
Kelly Rossetti
Fernandes et al.
Efeitos dos
recursos
eletro físicos
na
osteoporose:
uma revisão
Foram consultadas as
bases de dados: The
Cochrane Library,
MEDLINE, Embase,
LILACS, SCIELO,
referências dos
Dentro dos efeitos
fisiológicos,
podemos citar:
anti-inflamatório,
analgésico, nestes
mesmos foram
Neste estudo foi
investigada a
concentração do
cálcio intracelular,
que revelou uma
tendência de
da literatura. artigos identificados e
contato com
especialistas em laser
durante o ano de
1983 até 2009.
utilizadas doses
diárias de laser
GaAlAs (830 nm,
90 mw,
densidades de
energia de 1,7 a
25,1 J/cm²) por 10
dias.
mudança transitória
positiva pós-
irradiação e
aumento de
circulação no local.
Esse aumento
intracelular de
cálcio indicou que
as células
osteoblásticas
responderam
positivamente à
laserterapia.
Outubro/dezembro
. 2010. Ernesto
Cesar Pinto Leal
Junior et al.
A laserterapia
de baixa
potência
melhora o
desempenho
muscular
mensurado
por
dinamômetro
isocinética em
humanos.
Foram selecionados
14 indivíduos
saudáveis do sexo
masculino entre 18 a
25 anos que não
praticavam atividades
físicas regular.
Parâmetros
utilizados na
aplicação do laser
de baixa potência;
Comprimento de
onda 655 nm;
frequência, modo
continuo; potência
saída 50 mW,
densidade da
potência 5W/cm²;
energia irradiada
por ponto2,4 joules
por ponto;
densidade da
energia 240J/cm²
por ponto;
irradiação 48
segundos por
ponto.
Conclui-se que o
laser de baixa
potência, aplicada
com os parâmetros
utilizados neste
estudo, melhora o
desempenho do
músculo tibial
anterior, sem
interferir no
desenvolvimento da
fadiga muscular.
Jan/mar. 2012.
Paola Pelegrineli
Artilheiro, et. al.
Analise
comparativa
dos efeitos do
ultrassom
terapêutico e
laser de baixa
potência
sobre a
Estudos tem
mostrado que o laser
é capaz de influenciar
a proliferação de
fibroblastos e
osteoblastos e
células epiteliais.
Além disso, essa
Submetidos para o
tratamento com
laser de baixa
potência, potência
de saída de 10
mW, densidade de
energia de 3 a 5
O laser de baixa
potência não
apresentou
aumento
significativo no
número de células
dentro dos períodos
de 24h e 72h após
proliferação
de células
musculares
durante a
diferenciação
celular.
terapia também
possui efeitos sobre o
colágeno e a síntese
de colágeno.
J/cm², por 20 seg.
Mas recentemente,
um estudo analisou
os efeitos do Laser
de AsGaAL nos
parâmetros de
830nm 0,3 J/cm²,
685nm 0,6 J/cm² e
670nm 1,2J/cm²
sobre células
precursoras.
o tratamento.
O laser é capas de
influenciar a
proliferação de
fibroblastos,
osteoblastos e
células epiteliais.
Essa terapia
também possui
efeitos sobre o
colágeno e a
síntese de
colágeno; mas o
efeito de laser
AsGaAL nos
parâmetros
utilizados, sobre
células precursoras
miogênicas
concluíram que a
taxa de proliferação
celular induzida por
essas irradiações
foi de 84,3%, 70% e
56,8%
respectivamente, os
quais
transformaram a luz
laser em energia
útil para as células.
Abril/junho. 2012.
Thiago de Oliveira
Assis, Matheus
dos Santos
Soares, Márcio
Melo Victor.
O uso do laser
na reabilitação
das
desordens
temporomandi
bulares.
Foram selecionados
165 indivíduos, sendo
141 do sexo feminino,
e 24 do sexo
masculino, dor nas
articulações
temporomandibulares
.
Foram tratados
com laser diodo
seguindo os
comprimentos de
onda: 632,8nm,
670nm e 830nm.
Dose média de 2,5
J/cm², com 12
aplicações, duas
vezes por semana.
Nos resultados 120
pacientes eram
assintomáticos, 25
melhoraram
consideravelmente
e 20 permaneceram
sintomáticos. Assim
com esses
resultados se torna
uma ferramenta
importante e traz
muitos benefícios.
Set. 2012.
Ana Carolina
Brandt de Macedo.
Efeitos da
aplicação do
L.A.S.E.R.
HeNe e do
ultravioleta B
no vitiligo.
Foram selecionados
22 pacientes (11
mulheres e 11
homens), com idade
entre12 e 60 anos.
Foi utilizado o
laser de baixa
potência Hélio-
Neônio (HeNe),
com comprimento
de onda de 632,8
nm (marca HTM
Compact),
densidade de
energia de 6 J/cm2,
modo de emissão
contínua durante 1
minuto e 15
segundos por
ponto (esse tempo
foi estipulado pelo
equipamento)
técnica utilizada foi
a pontual, com
aproximadamente
3 cm de distância
entre cada ponto,
perpendicularment
e à pele. A escolha
do laser HeNe foi
em função de ter
penetração mais
superficial,
atingindo a
Concluíram que a
irradiação do
laserHeNe estimula
a migração e a
proliferação de
melanócitos e a
liberação mitógeno
para o crescimento
de melanócitos,
podendo, também,
recuperar as
células danificadas,
fornecendo um
microambiente para
induzir
repigmentação no
vitiligo.
epiderme e
ativando produção
dos melanócitos e
de melanina.
Nov. 2012.
Stella Pelegrini et
al.
Efeitos local e
sistêmico do
laser de baixa
potência no
limiar de dor
por pressão
em indivíduos
saudáveis.
Foram selecionados
150 indivíduos
saudáveis (75
homens, 75 mulheres;
idade de 25 a 49
anos).
E divido em 5 grupos
aleatoriamente.
Utilizou-se um
laser de baixa
potência, da marca
Ibramed®
(Laserpulse,
Amparo, Brasil),
previamente
aferido pelos
pesquisadores
com o
dosímetroLaserCh
eck, Santa Clara –
Estados Unidos,
da marca
Coherent®, com
comprimento de
onda infravermelho
(830 nm), feixe de
0,1 cm2 e potência
média de 30 mW.
Foram aplicados
nos 5 grupos 3J,
6J e 12J nos
pontos de dor por
pressão.
Houve redução da
dor de pressão com
uso de 3J nos 5
grupos, e porém
não ouve alteração
sistêmica.
Jan\mar. 2014.
Franassis Barbosa
de Oliveira et.al.
Laser terapia
de baixa
potência
intensidade e
performance
do movimento
humano.
Foram selecionados
22 voluntários
destreinados do
gênero masculino.
Parâmetros
usados 810 nm,
200 mW, por 30
segundos,
164.85J/cm2, 6 J
por ponto.
Concluíram que, 10
aplicações ao longo
do músculo bíceps
braquial, ocorreu
um retardo no
desenvolvimento da
fadiga muscular.
Tem sido
empregado com
frequência e há
resultados que
melhora na
performance
humana e otimizar
os
movimentos,quand
o utilizado antes da
prática da atividade
física e efeitos na
recuperação
muscular após
atividade.
12 – CONCLUSÃO
Os resultados obtidos com a utilização do laser são cada vez mais eficazes,
deste modo nota se a importância de tornar cada vez mais próximo o conhecimento
dos fisioterapeutas, uma vez que a laserterapia proporciona além da eficácia,
praticidade dentre outras qualidades, se tem a agilidade no tempo de tratamento que
chega a ser incomparável a qualquer outro recurso. Portanto, este estudo tem o
intuito de torna mais próxima a teoria da prática de maneira segura, proporcionando
assim uma abertura ao leque do conhecimento.
Porém, ainda há muito que se pesquisar sobre o fenômeno “LASER” pois,
esse valioso recurso terapêutico é pouco utilizado, mesmo com as evoluções
técnicas e suas aplicabilidades em diversas áreas da saúde para tratamento de
variadas anomalias.
13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Porto Alegre, 2014.
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EdipucRS, 2014.
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