Lavanderia Hospitalar Central

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA ESPECIALIZAO EM ARQUITETURA DE SISTEMAS DE SADE

Maria rsula Milfont Pontes

LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL O DESAFIO DO SEU ESPAO

SALVADOR BAHIA 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ARQUITETURA ESPECIALIZAO EM ARQUITETURA DE SISTEMAS DE SADE

Maria rsula Milfont Pontes

LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL O DESAFIO DO SEU ESPAO

Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Arquitetura de Sistemas de Sade da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obteno do Ttulo de Especialista em Arquitetura em Sistema de Sade. Orientador: Prof. Antonio Pedro Alves de Carvalho.

SALVADOR BAHIA 2008

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Pontes, Maria rsula Milfont, Lavanderia Hospitalar Central Fortaleza/CE/ rsula Pontes - Fortaleza: rsula Pontes, 2008. 59f.: il. Monografia (Especializao) Programa de Ps-Graduao em Arquitetura. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura, 2008. 1. Arquitetura Hospitalar 2. Arquitetura e Sade I. Ttulo II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura III. Monografia.

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Maria rsula Milfont Pontes

LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL O DESAFIO DO SEU ESPAO

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO submetida em satisfao parcial dos requisitos ao grau de ESPECIALISTA EM ARQUITETURA DE SISTEMAS DE SADE Cmara de Ensino de Ps-Graduao e Pesquisa da Universidade Federal da Bahia

Aprovado:

Comisso Examinadora

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Data da Aprovao: ......./......./.........

Conceito:

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A memria de minha me, Silah de Nores Milfont, que partiu enquanto eu escrevia esse trabalho

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Antonio Pedro Alves de Carvalho, pela dedicao com que dirigiu esse curso de ps-graduao e orientou essa monografia. Ao corpo docente do Curso de Especializao em Sistemas de Sade pela competncia com que ministraram as disciplinas do curso. A Neila pela presteza e carinho com que solucionou os problemas que emergiram durante a realizao desse curso. Aos amigos, Maria Florice Raposo Pereira, gegrafa e Nelson Serra e Neves, arquiteto, pelas sugestes enriquecedoras. Ao Sr. Paulo Coutinho, representante de equipamentos para lavanderia hospitalar, pela presteza com que atendeu aos meus questionamentos. Aos administradores de hospitais e empresrios de lavanderias, pelas valiosas informaes prestadas. Aos meus colegas de turma que animaram e alegraram um tempo difcil. Ao Ministrio da Sade que financiou esse curso de especializao.

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RESUMO

Este trabalho avaliou as possibilidades de implantao de uma Lavanderia Hospitalar Central LHC, na cidade de Fortaleza. Teve como base uma investigao sobre a capacidade de atendimento dos hospitais desta cidade, a quantidade de roupas utilizadas pela sua rede hospitalar e a forma como atualmente essa roupa processada. Apesar do mtodo de processamento de roupa ter evoludo a partir do sculo XIX, as mudanas essenciais s ocorreram nas ltimas dcadas. A unidade de processamento de roupas precisava atender com eficcia s exigncias do processo de evoluo do Estabelecimento Assistencial de Sade EAS, necessitando de rea para se expandir, de novos equipamentos e de melhores condies de trabalho. A constatao de dificuldades como falta de espao, custos elevados, lentido na aquisio de equipamentos, apontavam para a necessidade de estudar e pesquisar as lavanderias fora das dependncias do EAS. A observao prvia e o contato com hospitais nessa cidade permitiram constatar que esse servio funciona precariamente em algumas unidades, favorecendo o contgio de doenas, expondo mdicos e pacientes a infeces e ocupando espaos nos hospitais que poderiam ser destinados a outras funes. Atualmente essa cidade conta com quatro lavanderias hospitalares privadas e a maioria dos EAS j est terceirizando o servio de processamento de roupa. Entretanto, essas unidades so insuficientes para atender a demanda de todos os EAS. O servio especializado e privado de processamento de roupa tem condies de acompanhar a evoluo tecnolgica do mercado, diminuindo o custo operacional e garantindo a qualidade dos seus servios, podendo, dessa forma, os EAS se dedicarem com mais eficincia aos seus pacientes. Um projeto arquitetnico de lavanderia hospitalar, utilizando-se de elementos construtivos como barreiras fsicas, protees, materiais de acabamento de fcil limpeza etc, contribui para a eficincia da lavagem e higienizao das roupas de uso hospitalar, para uma melhor rentabilidade operacional e, principalmente, para a reduo de infeces nos EAS. A partir do dimensionamento da demanda, do funcionamento de lavanderias dentro dos hospitais, da identificao das vantagens econmicas e sociais de um servio de lavanderia hospitalar sob o sistema de administrao terceirizada e do levantamento da oferta desse servio j existentes em Fortaleza, foi possvel estabelecer os requisitos arquitetnicos de uma LHC para a capital cearense. A presente proposta coaduna-se com a poltica de melhoria das condies de funcionamento hospitalar definida pelo Ministrio da Sade e poder servir como subsdio tcnico para a implantao de lavanderias hospitalares, tanto no mbito do setor pblico, como no do setor privado. Palavras chaves: lavanderia hospitalar; arquitetura hospitalar; terceirizao de servios.

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ABSTRACT

This work evaluated the possibility of constructing a Central Hospital Laundry (CHL) to service the hospitals in the city of Fortaleza. This work was based in the study of the number of patients being treated in the hospitals of Fortaleza, the quantity of laundry being generated by these hospitals, and the way this laundry is currently processed. Although the way laundry is processed has evolved since the 19th century, the essential changes have only occurred in the last few decades. The laundry processing unit had the need to comply with the rules from the process of evolution of the Health Care Assistance Establishment (HCAE). Therefore, the laundry processing unit showed the needed for more space, new equipment and better work conditions. Difficulties such as the lack of physical space, elevated costs, and delay in the purchase of equipment lead us to research other laundries outside the supervision of the HCE. Previous observations and contact with the hospitals in Fortaleza allowed us to conclude that the service supplied by the HCE is of low quality in some units leading to spread of diseases, exposing doctors and patients to infections and occupying unnecessary space. Nowadays, Fortaleza has four private hospital laundries and the majority of the HCEs is already outsourcing laundry processing. however, these units are unable to supply service to all of the HCEs. Private services for the processing of laundry have the funds for keeping up with advances in technology, allowing for the HCEs to concentrate more efficiently in their patients. The development of a architectural project for hospital laundry utilizing constructive elements such as physical barriers, protection, and materials that allows for easy cleaning, contributes to the efficacy of the washing and disinfecting of hospital laundry, for a better budget, and more importantly, to the reduction of infections in the HCEs. The study of the demands, the laundry functions in the hospitals, the social and economic benefits of outsourcing the hospital laundry service and the fact that this outsourcing services are already available in Fortaleza, made it possible to establish the architectural requirements for the development of a CHL for the capital of Ceara. This proposal is in agreement with the advancement of hospital services defined by the health ministry and may serve as a technical quide for the development of both public and private hospital laundries. Keys words: hospital laundry; outsourcing services.

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SUMRIO

LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................... 9 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 10 1 INTRODUO ............................................................................................................11 2 CONSIDERAES SOBRE O TEMA ......................................................................14 3 PROCESSAMENTO DE ROUPAS HOSPITALARES EM FORTALEZA .......... 18 3.1 Hospitais .................................................................................................................. 20 3.1.1 Hospital A ...................................................................................................... 20 3.1.2 Hospital B ....................................................................................................... 22 3.1.3 Hospital C ....................................................................................................... 24 3.1.4 Hospital D ...................................................................................................... 26 3.1.5 Hospital E ....................................................................................................... 28 3.2 Lavanderias .............................................................................................................. 29 3.2.1 Lavanderia I ...................................................................................................31 3.2.2 Lavanderia II ..................................................................................................31 4 REQUISITOS ARQUITETNICOS PARA IMPLANTAO DE UMA LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL EM FORTALEZA. .........................36 4.1 Planejamento ..........................................................................................................36 4.2 Localizao da Lavanderia Hospitalar Central .......................................................36 4.3 Partido Arquitetnico ............................................................................................. 37 4.4 Saneamento e Programa de Necessidades .............................................................. 37 4.5 Dimensionamento ...................................................................................................39 4.6 Instalaes .............................................................................................................. 41 4.7 Equipamentos .........................................................................................................44 4.8 Material de Acabamento .........................................................................................50 4.9 Normas e portarias ..................................................................................................51 4.10 Exemplo de Planta de Lavanderia ........................................................................ 52 5 CONCLUSO................................................................................................................56 6 REFERNCIAS BIBLIGRFICAS ...........................................................................57

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associao Brasileira de Normas e Tcnicas ANVISA Agncia de Vigilncia Sanitria CNES Cadastro Nacional de Estabelecimento de Sade DML Depsito de Material de Limpeza. DNOSS Diviso Nacional de Organizao de Servios de Sade EAS Estabelecimento Assistencial de Sade. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica INAMPS Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social LHC Lavanderia Hospitalar Central MS Ministrio da Sade RDC Resoluo Diretrio Colegiado SUS Sistema nico de Sade

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma da barreira de contaminao ............................................................ 15 Figura 2: Rede de Unidades Ambulatoriais e Hospitalares Fortaleza 2007 ..................... 19 Figura 3: Leitos Hospitalares segundo Clnicas Especializadas Fortaleza 2007 .............19 Figura 4: reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos ......................... 21 Figura 5: Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade ........... 22 Figura 6: reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos ......................... 23 Figura 7: Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade ............ 24 Figura 8: reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos ......................... 25 Figura 9: Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade ............ 25 Figura 10: Unidade de processamento de roupa, distribuio dos equipamentos e fluxos 27 Figura 11: Zoneamento da unidade de processamento de roupa ........................................27 Figura 12: reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos .......................28 Figura 13: Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade ..........29 Figura 14: Planta Baixa e Layout do pavimento trreo ......................................................32 Figura 15: Mquina de lavar de barreira separando rea contaminada da limpa ...............33 Figura 16: Veneziana em PVC translcido ........................................................................ 33 Figura 17: Calandragem e dobragem da roupa limpa..........................................................34 Figura 18: Secadora isolada por divisria .......................................................................... 35 Figura 19: Calandra com coifa e exaustor .......................................................................... 35 Figura 20: Carga de roupa de acordo com o tipo do hospital ............................................. 40 Figura 21: Lavadora de Barreira ......................................................................................... 45 Figura 22: Lavadora Extratora ............................................................................................45 Figura 23: Centrfuga ......................................................................................................... 46 Figura 24: Secadora ............................................................................................................ 47 Figura 25: Calandra monorol .............................................................................................. 48 Figura 26: Prensa e mesa de passar .................................................................................... 48 Figura 27: Balanas plataforma e digital ............................................................................. 49

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1 INTRODUO

O presente trabalho avalia as possibilidades de implantao de uma lavanderia hospitalar central na cidade de Fortaleza. Define-se aqui como Lavanderia Hospitalar Central uma unidade especializada que se localize fora dos limites dos espaos dos Estabelecimentos Assistenciais de Sade (EAS) e destine-se ao atendimento de mltiplos hospitais. O desenvolvimento desse projeto de Lavanderia Hospitalar Central (LHC) para o municpio de Fortaleza teve como base uma investigao sobre a capacidade de atendimento dos hospitais desta cidade, a quantidade de roupas utilizadas pela sua rede hospitalar e a forma como atualmente essa roupa processada. Essa investigao permitiu estabelecer o dimensionamento fsico das diversas reas de uma LHC capaz de atender a atual demanda da capital cearense, assim como a definio dos equipamentos necessrios ao seu funcionamento. Segundo Torres e Lisboa (2001) at meados do sculo XIX as roupas dos doentes, na maioria dos hospitais, eram lavadas fora dos mesmos. Essa prtica apresentava muitos problemas alm de aumentar o ndice de infeco entre os seus usurios. Nessa mesma poca, durante a guerra da Crimia, Florence Nightingale, na busca de melhorar as condies de higiene e reduzir os ndices de infeco, implantou uma lavanderia no Barrack Hospital, obtendo considervel reduo da mortalidade. A partir de ento, ampliaram-se as preocupaes com a limpeza da roupa hospitalar e surgiram as lavanderias nas plantas arquitetnicas dos hospitais nos locais onde a medicina e o sistema de internao se apresentavam mais eficientes e j se reconhecia a importncia da higiene no controle da disseminao das doenas infecciosas e na recuperao dos pacientes. O desenvolvimento dos meios de transporte e da tecnologia de mquinas de lavagem de roupas, ao tempo em que se acelera o crescimento das cidades, o gigantismo dos hospitais, a multiplicao de clnicas cirrgicas especializadas, a difuso do homecares, estimula uma melhor racionalizao dos espaos, em especial em cidades que, como Fortaleza, apresentam um rpido ritmo de crescimento. A prestao do servio de lavagem de roupas hospitalares fora dos limites das unidades de sade, realizado dentro dos devidos padres de qualidade enquadra-se nesta poltica de utilizao racional e eficiente dos espaos. Em muitos hospitais, o setor de processamento de roupa ainda relegado a um segundo plano apesar do reconhecimento da importncia da lavanderia dentro do complexo hospitalar, pois a eficcia do seu funcionamento fundamental para a eficincia do hospital. Sobre o assunto, o Ministrio da Sade (MS) publicou, em 1986, o Manual de Lavanderia Hospitalar, destinado a orientar o servio de processamento de roupas, haja vista

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a sua influncia no controle das infeces, na recuperao, conforto e segurana do paciente, na segurana para a equipe de trabalho, na racionalizao de tempo e material e at mesmo na reduo dos custos operacionais. Esse manual foi reeditado no final do ano 2007 com o ttulo, Processamento de Roupas de Servios de Sade: Preveno e Controle de Riscos. Atravs da Diviso Nacional de Organizao de Servios de Sade (DNOSS), o MS articulado a outros rgos, elaborou instrues na rea de lavanderia, destinadas a rede hospitalar, exigindo o seu cumprimento pelos hospitais. Um projeto arquitetnico de lavanderia hospitalar, utilizando-se de elementos construtivos como barreiras fsicas, protees, materiais de acabamento de fcil limpeza etc. e das instrues do Ministrio da Sade, contribui para a eficincia da lavagem e higienizao das roupas de uso hospitalar, para uma melhor rentabilidade operacional e, principalmente, para a reduo de infeces nos EAS. Este pesquisa avaliou a viabilidade tcnica da instalao desse tipo de equipamento em Fortaleza. A observao prvia e o contato com hospitais nessa cidade permitiram constatar que esse servio ainda funciona precariamente em algumas unidades, favorecendo o contgio de doenas, expondo mdicos e pacientes a infeces e ocupando espaos nos hospitais que poderiam ser destinados a outras funes. A partir do dimensionamento da demanda, da avaliao do espao fsico e do funcionamento de lavanderias dos hospitais, da identificao das vantagens econmicas e sociais de um servio de lavanderia hospitalar sob o sistema de administrao terceirizada e do levantamento da oferta desse servio j existentes em Fortaleza, foi possvel estabelecer os requisitos arquitetnicos necessrios para a implantao de uma lavanderia hospitalar central na capital cearense. A presente proposta coaduna-se com a poltica de melhoria das condies de funcionamento hospitalar definida pelo Ministrio da Sade e poder servir como subsdio tcnico para a implantao de lavanderias hospitalares, tanto no mbito do setor pblico, como no do setor privado. O trabalho desenvolveu-se a partir das seguintes etapas: - pesquisa bibliogrfica referente construo, localizao e funcionamento das lavanderias destinadas s redes hospitalares; - visitas aos hospitais selecionados para analisar a demanda de processamento de roupas e as condies das lavanderias existentes;

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- entrevistas com administradores dos hospitais selecionados contemplando aspectos referentes ao processamento das roupas hospitalares. - visita a lavanderias especializadas na prestao de servios a hospitais; - anlise dos dados coletados; - estabelecimento dos requisitos arquitetnicos necessrios para a implantao de uma Lavanderia Hospitalar Central destinada ao atendimento de Hospitais de Fortaleza. O trabalho est ordenado em trs captulos. O primeiro tece consideraes sobre a temtica e faz uma breve reviso da literatura que aborda a questo. O segundo captulo apresenta o resultado da observao em hospitais e em lavanderias internas e externas, incluindo registros fotogrficos. Relata ainda os aspectos mais relevantes das entrevistas realizadas com os profissionais das unidades de sade pesquisadas. O terceiro captulo estabelece os requisitos arquitetnicos necessrios para a implantao de uma Lavanderia Hospitalar Central destinada ao atendimento da rede de hospitais pblicos e privados de Fortaleza.

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2 CONSIDERAES SOBRE O TEMA

A anlise de trabalhos que se ocupam da temtica faz-se necessria no sentido de permitir uma melhor compreenso da funo e da importncia desse tipo de equipamento para o funcionamento ideal de unidades hospitalares. O conhecimento das normas de instalao de lavanderias hospitalares, assim como da origem e difuso das mesmas por diversos pases e de seus resultados, torna-se importante quando se pretende propor a adoo de um sistema mais eficiente em termos de higiene, de segurana e de racionalizao do uso dos espaos hospitalares. O Ministrio da Sade no seu Manual de Lavanderia Hospitalar destaca:[...] o planejamento de uma lavanderia hospitalar depende de suas funes, complexidade de aes e aspecto econmico das instalaes. A lavanderia de grande importncia para o funcionamento das diversas unidades hospitalares e assim, qualquer que seja a sua dimenso e capacidade, dever ser planejada, instalada, organizada e controlada com o rigor dispensado s demais unidades do hospital. (BRASIL, 1986, p. 4).

Torres e Lisboa (2001) desenvolveram um estudo sobre a importncia da construo de reas de apoio aos hospitais com vistas reduo de infeces e a maior agilidade e eficincias nos servios, com destaque para as lavanderias hospitalares. Segundo Torres e Lisboa os cuidados com a roupa hospitalar j existiam desde meados do sculo XIX em locais onde a medicina e o sistema de internao j se apresentavam mais eficientes e j se reconhecia a importncia da higiene no controle da disseminao das doenas infecciosas e na recuperao dos pacientes. As plantas hospitalares desta poca contemplam espao para lavanderias, substituindo o servio realizado, at ento, de forma ineficiente fora dos domnios dos hospitais. Estas plantas, com certeza, por serem iniciais, apresentaram inmeros problemas que, ao longo da histria dos hospitais, foram objeto de discusso e de tentativas de soluo. As descobertas na rea da microbiologia revelaram o risco de contaminao ou recontaminao de pacientes atravs da utilizao de roupas mal lavadas. Pesquisas comprovaram que quando todas as etapas de processamento das roupas hospitalares se do em um mesmo ambiente, aquelas, aps a lavagem, voltam a contaminar-se com as bactrias que ficaram presentes no ar aps a manipulao das roupas sujas. Passou-se a considerar, ento, indispensveis a construo de lavanderias dentro de novos padres de excelncia em que se exigia que houvesse a separao dos espaos

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destinados a roupa suja e a roupa limpa, limitados por barreiras fsicas denominadas barreiras de contaminao. Tal medida, por si s, passou a ser responsvel pela reduo dos ndices de mortalidade hospitalar. Na planta fsica da lavanderia hospitalar, imprescindvel a incluso das referidas barreiras que separam duas reas distintas, a contaminada, onde se d a pesagem, a separao, a classificao e o processo de lavagem da roupa suja, e a limpa, utilizada para secagem, calandragem, separao, dobra e estocagem da roupa limpa. O fluxograma abaixo ilustra um modelo de barreira de contaminao. (Figura 1)

FIGURA 1 Fluxograma da barreira de contaminao Fonte: (RICHTER, 1979, p. 9)

A lavanderia hospitalar responsvel pelo processamento de roupa e de sua distribuio considerada pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) uma rea crtica. Em

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Normas para Projetos Fsicos de Estabelecimentos Assistenciais de Sade, assim consta: reas crticas so ambientes onde existe risco aumentado de transmisso de infeco, onde se realizam procedimentos de risco, com ou sem pacientes, ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos. (BRASIL, 2004, p. 112) Para reduzir os riscos de contaminao provenientes do processamento de roupas hospitalares, um projeto arquitetnico deve contemplar medidas para a garantia de controle de infeco nos EAS. O manuseio das roupas sujas e a sua pr-seleo na rea contaminada concorrem para a disseminao de microorganismos e oportunizam a contaminao. Essa rea requer uma srie de requisitos arquitetnicos, como barreiras fsicas, proteo, circulao e fluxos corretos, sistemas de renovao e controle das correntes de ar, instalaes e materiais de acabamento de fcil limpeza - os quais contribuem para minimizar a transmisso da infeco hospitalar. Essas mesmas preocupaes devem estender-se s demais reas que compem a lavanderia. A partir da segunda metade do sculo XX vem se tornando crescente no mundo, principalmente nos pases mais desenvolvidos, a tendncia separao da lavanderia das unidades hospitalares. Miquelin relata:O primeiro servio que vem desaparecendo do complexo hospitalar a lavanderia. Um dos primeiros casos de centralizao do processamento de roupas de vrios hospitais aconteceu no Royal Melbourne Hospital, na Austrlia. Este hospital tinha uma lavanderia muito grande. S. Morris, o administrador percebeu que se ele processasse a roupa de outros hospitais, utilizado sua capacidade ociosa, ele poderia comprar equipamentos novos. Em 1953 o processo foi iniciado e teve tanto sucesso que em 1967 a lavanderia reequipada j estava processando por volta de quarenta (!) toneladas de roupa por dia, para 73 hospitais. (MIQUELIN, 1992, p. 194).

importante definir bem a rea onde dever ser localizada essa unidade de servio hospitalar. Deve-se considerar o custo da implantao, a distncia e a acessibilidade dos usurios, entre outros fatores. Os projetos complementares de instalaes sanitrias devero ainda, estabelecer como sero tratados e esgotados os resduos gerados pela lavagem de roupas, tais como gua contaminada e produtos qumicos evitando a contaminao de solo, gua e ar a partir da realizao desta atividade. A definio do partido arquitetnico d-se em funo das dimenses dos espaos disponveis para a sua implantao, podendo ser feita opo por lavanderia vertical em reas mais reduzidas ou por lavanderia horizontal, quando houver disponibilidade de reas amplas. A lavanderia hospitalar composta de cinco setores especficos: separao e triagem de roupa suja; lavagem; acabamento; costura; rouparia e distribuio.

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Ocorre, atualmente no mundo, uma tendncia terceirizao de servios em geral, no sentido de otimiz-los tornando-os mais geis, econmicos e eficientes. A atividade hospitalar, com seu elevado grau de complexidade e particularidades que envolvem mo-deobra e equipamentos especializados, no poderia ser excluda dessa tendncia. A lavanderia dentro do espao fsico do hospital gera controvrsias. Richter sugere que esse equipamento deve ser instalado fora do EAS e afirma:Uma lavanderia centralizada, bem instalada, poder funcionar com rentabilidade operacional ainda maior do que as lavanderias de pequeno e mdio porte, pertencentes a um nico hospital, porque poder lanar mo de todas as possibilidades tcnicas modernas para o processamento da roupa. (RICHTER, 1979, p. 3)

Como Richter (1979), Jarbas Karman (1994) defende o uso de lavanderias em espaos externos aos hospitais que tenham possibilidade de atender a toda uma rede de unidades de sade. Tal prtica coloca-se como meio de alcanar a eficincia no processamento de roupas hospitalares. Torres e Lisboa (2001), tambm favorvel terceirizao das unidades de apoio nos EAS, destacando como vantagens da Lavanderia Hospitalar Central, a liberao do espao fsico, a diminuio dos encargos com a folha de pagamento, a eliminao de despesas com compras de mquinas, equipamentos, produtos, luz, gua, manuteno e a menor manipulao da roupa suja nas organizaes de sade. A opo pela terceirizao permite que os EAS possam dedicar-se com empenho e concentrao no desenvolvimento de sua atividade primordial, sua atividade fim, ou seja, a cura de pacientes.

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3 PROCESSAMENTO DE ROUPAS HOSPITALARES EM FORTALEZA

Fortaleza uma cidade tipicamente tropical, localizada no litoral e muito prxima linha do Equador. Apresenta clima quente e mido com temperatura mdia de 27 C. Sua populao est estimada em 2.458.545 habitantes, dado fornecido pelo IBGE (BRASIL, 2007). Fortaleza faz parte da regio Nordeste do Brasil que apresenta um ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual a 0,610 (inferior ao do Pas que de 0,699) segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (TOTHMANN; AMORIM, 2003). Este ndice correspondente ao de reas pobres do mundo. Seus problemas sociais so graves. Grande parcela de sua populao habita em reas de risco onde as possibilidades de ocorrncia de doenas infecto-contagiosas se acentuam aumentando a busca por assistncia mdica e a incidncia de internaes hospitalares. Os grandes hospitais de Fortaleza atendem sua populao, parte da populao metropolitana e em casos de maior complexidade, a pacientes de todo o estado do Cear, alm de grande nmero de pessoas de estados vizinhos. Devido a esta grande procura por pacientes no habitantes dessa cidade, o ndice de relao leitos/populao que de 3,8 leitos por 1.000 habitantes, prximo aos parmetros do Ministrio da Sade que define 4 ou mais leitos para 1.000 habitantes, deixa de ser significativo, pois, embora o ndice local esteja na mdia esperada ocorre efetivamente a deficincia de leitos. O municpio de Fortaleza est inserido na 1a Microrregio de Sade do Estado do Cear, juntamente com os municpios do Euzbio, Aquiraz e Itaitinga. Atualmente conta com 1.791 unidades de sade cadastradas junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimento de Sade CNES. Os quadros abaixo mostram a quantidade de estabelecimentos de sade por tipo e o nmero de leitos de internao existentes no municpio de Fortaleza, dados importantes para o dimensionamento de uma Lavanderia Hospitalar Central. (Figuras 02 e 03)

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Tipo de Estabelecimento Centro de sade/unidade bsica de sade Consultrio isolado Hospital especializado Hospital geral Hospital dia Policlnica Pronto socorro especializado Pronto socorro geral Unidade de servio de apoio de diagnose e terapia Unidade mvel de nvel pr-hosp-urgncia/emergncia TotalFIGURA 2 Rede de Unidades Ambulatoriais e Hospitalares - Fortaleza/2007 Fonte: MS CNES/DATASUS

Fortaleza 90 1600 42 37 6 8 4 1 71 3 1791

Especialidade Cirrgicos Clnicos Complementares Obsttrico Peditrico Outras especialidades Hospital/DIA TotalFIGURA 3 Leitos Hospitalares segundo Clnicas Especializadas - Fortaleza/2007 Fonte: MS CNES/DATASUS

Fortaleza 2.635 1.881 832 913 1.240 1.117 288 8.906

Com o objetivo de avaliar as condies de processamento das roupas hospitalares em Fortaleza, foram realizadas visitas tcnicas, entre os meses de novembro de 2007 e janeiro de 2008, a cinco hospitais e a duas lavanderias privadas que terceirizam seus servios rede hospitalar dessa cidade. Essas informaes coletadas permitiram realizar um diagnstico do funcionamento do servio de processamento de roupas, tanto dentro como fora das dependncias dos hospitais. Foi constatado que destes hospitais, quatro j terceirizam completa ou parcialmente o servio de processamento de roupas.

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3.1 Hospitais Seguem-se a descrio das caractersticas principais dos hospitais visitados com destaque para o nmero de leitos, peso de roupa processada por dia e condio externa ou interna ao EAS do processamento de roupa. 3.1.1 Hospital A O primeiro hospital pesquisado funciona desde 1969 e mantm servios de sade em nvel tercirio, atendendo 34 especialidades mdicas. Est implantado em um terreno de 25.147,83 m na zona leste de Fortaleza e tem aproximadamente 30.000 m de rea construda. um hospital com 333 leitos. Atualmente est sendo reformado e ampliado aumentando o nmero de leitos para 550. O hospital tem em torno de 1.900 kg de roupa a ser processada por dia. A sua direo geral optou pela terceirizao do servio de processamento de roupa para liberar a rea at ento destinada lavanderia para a expanso de novos servios, ficando apenas uma rea reservada para pesagem e armazenamento da roupa suja e rea para guarda e distribuio da roupa limpa, obedecendo a RDC 50/02 que determina que o servio de sade que no possui unidade de processamento de roupa interna deve dispor dessas salas. A rea ocupada de 103,42 m. O piso e as paredes so revestidos de cermica com visores para a sala da chefia dessa unidade. As figuras 4 e 5 mostram a distribuio fsica das reas contaminada/limpa e fluxos e zoneamento do setor, respectivamente. Os dados foram fornecidos pelo administrador responsvel pela unidade de processamento que tambm acompanhou a visita pelo setor.

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FIGURA 4 reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos Fonte: A autora

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FIGURA 5 Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade Fonte: a autora

3.1.2 Hospital B O hospital visitado localiza-se fora do permetro urbano da capital cearense, no municpio de Eusbio que faz parte da Regio Metropolitana de Fortaleza. Este municpio passou por um processo de conurbao com a capital com a qual est totalmente integrado em termos de habitao e servios. Est implantado em um terreno de 19.914,09 m e tem 12.654,10 m de rea construda. Funciona h seis anos, com 253 leitos, prestando servios de sade em nvel secundrio aos usurios do Sistema nico de Sade (SUS) referenciados por hospitais pblicos tercirios do Cear.

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O hospital processa em torno de 1.600 kg de roupa por dia. A administrao optou pela terceirizao do servio de processamento de roupa e pelo aluguel do enxoval utilizado no hospital. Com essas medidas, conforme informao coletada, a evaso de roupas diminuiu e a eficincia aumentou. Como nos demais hospitais a pesagem, e o armazenamento da roupa suja e guarda e distribuio da roupa limpa, continuam no espao interno do hospital e ocupa uma rea de 87,40 m. A empresa que presta servios de terceirizao ao hospital desenvolveu um software de cdigo de barras que otimiza o controle do enxoval hospitalar, que de sua propriedade, reduzindo, sobremaneira, a evaso das roupas. Os croquis abaixo mostram as reas de apoio lavanderia externa, o fluxo de chegada e sada da roupa suja e limpa e o zoneamento do setor. (Figuras 6 e 7)

FIGURA 6 reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos Fonte: A autora

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FIGURA 7 Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade Fonte: A autora

3.1.3 Hospital C um hospital com referncia estadual em nvel tercirio de ateno sade na rea de pediatria geral. Conta com servios de emergncia, atendimento clnico e cirurgia peditrica. Funciona h 56 anos para atender, preferencialmente, as crianas enfermas e carentes oriundas do interior do Estado. Est localizado em um bairro predominantemente residencial, na zona sudoeste da cidade, ocupando um terreno de 10.064,87 m e tem 9.288,00 m de rea construda. Atualmente est com srios problemas de expanso porque seu terreno pequeno para atender s necessidades requeridas pela complexidade dos seus servios. O servio de processamento de roupa do hospital terceirizado com a rede privada de lavanderia. Tem 180 leitos e produz 1.000 kg de roupa suja por dia. Tem rea reservada nas dependncias do hospital para os servios de pesagem e armazenamento da roupa suja e guarda e distribuio da roupa limpa, como mostram as figuras abaixo. (Figura 8 e 9)

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FIGURA 8 reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos Fonte: A autora

FIGURA 9 Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade Fonte: A autora

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3.1.4 Hospital D Hospital pblico de nvel tercirio e de referncia em doenas cardacas e pulmonares de alta complexidade. Este hospital que foi construdo em 1930 e projetado para atender pacientes com problemas pulmonares. Quando de sua construo, por destinar-se principalmente ao tratamento de tuberculose pulmonar, doena contagiosa e na poca de difcil cura, localizou-se em rea afastada da zona residencial e bastante arborizada na parte sudeste da cidade. Atualmente o seu entorno densamente povoado. um hospital de tipologia horizontal, desenvolvendo-se em pavilhes e apresentando grandes reas de circulao. Est implantado em um terreno de 62.910,00 m e tem uma rea construda de 18.910,00 m. Com a expanso da tecnologia e a necessidade de espaos para novos servios, o hospital para adaptar-se a essa nova realidade est constantemente em processo de ampliao sem, no entanto, perder as linhas gerais do seu estilo original. Atualmente conta com 310 leitos e processa em torno de 2.310 kg de roupa por dia. O servio de processamento de roupa acontece na dependncia interna do hospital de maneira insatisfatria por falta de espao fsico para sua expanso. Funciona 24 horas com quarenta e dois funcionrios que se revezam em turnos. O enxoval pequeno para a quantidade de leitos o que sobrecarrega a lavanderia que necessita trabalhar mais para no faltar roupa para pacientes e funcionrios. Conta com os seguintes equipamentos: quatro mquinas de lavar, trs centrfugas, duas secadoras e uma calandra de quatro rolos, distribudos em 293,00 m, como mostra a figura 10. Alguns equipamentos so antigos reduzindo a eficincia do servio. A figura 11 mostra o zoneamento e os fluxos da unidade de processamento de roupa. A direo geral do hospital pretende terceirizar esse servio, solucionando dessa maneira a falta de espao fsico e melhorando a eficincia do servio de processamento de roupa.

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FIGURA 10 Unidade de processamento de roupa, distribuio dos equipamentos e fluxos Fonte: A autora

FIGURA 11 Zoneamento da unidade de processamento de roupa Fonte: A autora

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3.1.5 Hospital E Atua como hospital geral de assistncia terciria, com procedimentos de alta complexidade em clnica e cirurgia e no atendimento materno-infantil. Foi fundado em 1928, com 46 leitos, para atender pessoas carentes vindas do interior do Estado. Originalmente, era uma instituio filantrpica. Alguns anos depois o Governo do Estado assumiu as responsabilidades administrativas da Instituio. Desde ento, vem crescendo, e est atualmente com 276 leitos, o que vem sendo um srio problema, pois est localizado na rea central de Fortaleza e no tem espao fsico para se expandir. Est implantado em um terreno de 9.170,27 e tem 12.342,67 m de rea construda. O servio de processamento de roupa terceirizado. Processa aproximadamente 1.900 kg de roupa por dia. Parte do enxoval pertence ao hospital e outra parte da empresa contratada. No futuro todo o enxoval ser da empresa contratada. O setor de armazenamento de roupa suja e limpa, que fica dentro da dependncia do hospital, funciona 24 horas com vinte e dois funcionrios, sendo quatorze do hospital e oito da empresa contratada. Esse setor est no espao onde funcionava a antiga lavanderia e ocupa uma rea de 371,05 m, muito maior do que realmente necessita para realizar essa atividade. Essa rea excedente ser utilizada para outros servios quando acontecer a reforma prevista. As figuras abaixo mostram a distribuio das reas e o fluxo do setor.

FIGURA 12 reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade e fluxos Fonte: A autora

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Figura 13 Zoneamento das reas de apoio do hospital lavanderia extra-unidade Fonte: A autora

3.2 Lavanderias O processo de mecanizao da lavagem de roupa e a integrao da indstria txtil a produtos de lavagem fizeram com que as lavanderias evolussem, acompanhando as novas tendncias do mercado e conduzindo o processo de lavagem de roupa do sistema convencional para o sistema cientfico. Segundo Farias (2006), o processo de lavagem de roupa uma interao cooperativa de fatores que alm das influncias qumicas, mecnicas, de tempo e temperatura, envolve ainda influncias de fatores biolgicos, equipamentos, recursos humanos, gua, fibras txteis, cenrios, meio ambiente, custo, benefcio e classificao (tipo, forma, grau) de sujidades. (FARIAS, 2006, p.33) O processo de lavagem de roupa passou a ser uma operao complexa que envolve benefcios como: lucratividade, eficincia, menor desgaste dos equipamentos, menor agresso s fibras, menor agresso ao meio ambiente, menores riscos aos funcionrios da lavanderia,

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menor custo por quilo de roupa lavada, reduo do tempo ou processo de lavagem e reduo do custo de servios (energia, gua, vapor, etc.). Com a globalizao, as aes de qualidade permitiram avanos na aplicao de modernos conceitos, de que higiene sade. Esse avano levou o sistema hospitalar, onde a relao de intimidade existente entre os pacientes e o enxoval necessria e que antes de tudo deve estar limpa para o seu reuso, a repensar e avaliar a eficincia do processamento de roupa intra e extra, unidade de sade. As roupas hospitalares, que incluem lenis, fronhas, toalhas, roupas de pacientes e funcionrios, campos cirrgicos, panos de limpeza, entre outros, necessitam passar por um processo de lavagem e secagem para sua reutilizao. Pode-se perceber a grande variedade, as diferentes utilizaes, sujidades, e contaminao das roupas utilizadas dentro de hospitais. Essa roupa, altamente poluda, deve ser coletada e transportada para a lavanderia. O seu recolhimento e manuseio requerem precaues e tcnicas seguras de acondicionamento, armazenamento, transferncia e transporte. (FIORENTINI; LIMA; KARMAN, 1995, p.40). O processamento da roupa dos servios de sade abrange vrias etapas, desde sua utilizao at seu retorno em ideais condies de reuso. Para as unidades onde o processamento da roupa acontece externamente ao EAS, temos as seguintes atividades: Atividades desenvolvidas dentro dos Hospitais: - Retirada da roupa suja da unidade geradora e o seu acondicionamento; - Coleta e transporte da roupa suja at o setor; - Acondicionamento, pesagem e armazenamento da roupa suja. - Armazenamento e distribuio da roupa limpa aps o retorno da LHC. Atividades desenvolvidas pela Lavanderia Hospitalar Central: - Transporte da roupa suja do EAS para a Unidade de Processamento Externa; - Recebimento, pesagem, separao e classificao da roupa suja na lavanderia; - Processo de lavagem da roupa suja; - Centrifugao (quando a mquina no extratora); - Secagem, Calandragem ou prensagem ou passadoria da roupa limpa; - Separao, dobra, embalagem da roupa limpa; - Transporte da roupa limpa da lavanderia para o EAS; - Entrega da roupa limpa na rouparia do EAS; Existem atualmente em Fortaleza quatro lavanderias especializadas que prestam servios aos EAS, processando, juntas, at vinte mil quilos de roupa por dia. Seguem-se abaixo as caractersticas principais das duas lavanderias pesquisadas.

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3.2.1

Lavanderia I

Esta lavanderia funciona h seis anos e lava exclusivamente roupa hospitalar. Apanha e entrega a roupa nos horrios e locais determinados pelos clientes e oferece a opo de fornecer o enxoval. Foi projetada atendendo as exigncias sanitrias de higiene e manuseio do Ministrio da Sade, evitando o cruzamento de roupas limpas com roupas contaminadas. O processo de lavagem exclusivamente elaborado para cada cliente. Tem capacidade de lavar em torno de cinco mil quilos de roupa por dia, funcionando vinte e quatro horas com oitenta e cinco funcionrios que se revezam em turnos. Os equipamentos utilizados no processo de lavagem so: quatro lavadoras de 120 kg, sendo duas extratoras e duas convencionais de barreira, uma lavadora extratora de 60 kg, centrfugas de 50 kg, trs secadoras de 100 kg, duas secadoras de 50 kg e duas calandras monorol. Funciona com sistema de caldeiras que proporciona gua aquecida a uma temperatura de at 90 C no processo de lavagem, permitindo, junto com o choque trmico, a desinfeco da roupa com qualidade.

3.2.2 Lavanderia II

A segunda lavanderia pesquisada foi projetada com o objetivo de atender a demanda do servio de processamento de roupa dos hospitais locais e est funcionando h quatro anos. uma lavanderia compacta ocupando uma rea de 407,00 m como mostra a planta de layout abaixo, na figura 14. Est localizada em um bairro de fcil acesso e no muito distante dos seus clientes. Tem capacidade para processar cinco mil quilos de roupa por dia funcionando 24 horas. O projeto de arquitetura foi desenvolvido atendendo s exigncias do Manual de Lavanderia (1986), do MS, com separao entre rea contaminada e rea limpa por mquinas de lavar extratoras pneumticas de barreira. (Figura 15)

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FIGURA 14: Planta Baixa e Layout do pavimento trreo Fonte: MW3 Arquitetura e Consultoria Hospitalar

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FIGURA 15 Mquina de lavar de barreira separando rea contaminada da limpa Fonte: A autora

O piso revestido com cermica de alta resistncia e as paredes com tinta epxi. Foi utilizada telha trmica na coberta permitindo maior conforto interno. O fechamento vertical com veneziana em PVC translcido proporciona boa iluminao e ventilao rea de trabalho, oferecendo maior conforto aos seus funcionrios. (Figura 16)

FIGURA 16 Veneziana em PVC translcido Fonte: A autora

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As mquinas foram dimensionadas para atender a demanda proposta: - quatro lavadoras extratoras hospitalar de barreira com suspenso pneumtica e capacidades variadas: 140kg, 120kg, 100kg e 60kg; - quatro secadores rotativos com capacidade de 50kg cada; - duas calandras monorol. A figura 17 mostra a disposio da calandra e mesa de dobragem dentro da rea limpa da lavanderia.

FIGURA 17 Calandragem e dobragem da roupa limpa Fonte: A autora

Os motores das secadoras foram isolados com divisrias com o objetivo de reduzir o calor interno da rea de trabalho e facilitar a manuteno, que acontece fora do ambiente de produo. (Figura 18)

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FIGURA 18 Secadora isolada por divisria Fonte: A autora

As calandras receberam coifas com exaustores com o mesmo objetivo de reduzir o calor interno, melhorando dessa forma o conforto trmico do ambiente de trabalho.(Figura 18)

FIGURA 19 Calandra com coifa e exaustor Fonte: A autora

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REQUISITOS

ARQUITETNICOS

PARA

IMPLANTAO

DE

UMA

LAVANDERIA HOSPITALAR CENTRAL EM FORTALEZA

Neste captulo pretendo produzir informaes tcnicas e grficas para os que tiverem interesse na implantao de uma Lavanderia Hospitalar Central. O material elaborado ser disponibilizado para consulta atravs dos meios eletrnicos.

4.1 Planejamento

O planejamento de uma LHC deve ser elaborado por uma equipe multiprofissional e considerar diretrizes bsicas em que se destacam: a localizao; o dimensionamento, a planta fsica, o fluxo interno, a distribuio dos equipamentos, os materiais de acabamento, as instalaes necessrias para o seu funcionamento, as tcnicas de lavar, centrifugar, calandrar e secar, a dosagem dos produtos e sua manipulao e o transporte e estocagem da roupa. Para Kotaka (1989, apud BRASIL, 2007, p.13) uma unidade de processamento de roupas bem planejada resultar na eficincia dos processos realizados, na economia dos custos operacionais e de manuteno, na confiabilidade, segurana e conforto dos trabalhadores e usurios. A edificao da lavanderia deve respeitar as normas tcnicas estabelecidas pela RDC 50 da ANVISA (BRASIL, 2002), e seu planejamento deve seguir as orientaes do Manual de Processamento de Roupa de Servio de Sade: Preveno e Controle de Riscos do Ministrio da Sade. (BRASIL, 2007).

4.2 Localizao da Lavanderia Hospitalar Central

A escolha do local fundamental para o sucesso do empreendimento em termos de funcionalidade e de rentabilidade econmica. Acesso fcil para os veculos que devero transportar roupas sujas e lavadas entre os hospitais e a LHC permitir uma maior rapidez na recepo das roupas sujas e entrega das roupas j processadas. Para Richter (1979) o raio de localizao da LCH em relao aos EAS no deve ultrapassar 40 km. A lavanderia, preferencialmente, deve estar alocada em zona industrial, em reas amplas, no midas e com boa drenagem e que permita ter boa ventilao, iluminao natural, diminuindo ou at evitando o uso da iluminao artificial durante parte do dia.

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4.3 Partido Arquitetnico

Quanto ao partido arquitetnico a lavanderia pode ser vertical ou horizontal. Quando o terreno s permite a implantao de uma lavanderia vertical, onde o setor operacional precisa ficar em pavimentos separados, deve-se levar em conta as desvantagens apresentadas, tais como: fluxo operacional complexo; maior dificuldade nas instalaes, canalizaes e manuteno; custo da construo mais elevado e falta de flexibilidade para ampliao e remanejamento. Na lavanderia horizontal as zonas de processamento se encontram no mesmo plano, separadas apenas pela barreira de contaminao, permitindo uma organizao mais racional do fluxo operacional da roupa alm dos custos com construo e manuteno serem mais baixos. A forma escolhida para a lavanderia deve permitir um fluxo linear da roupa, sem cruzamentos e retornos entre as vrias operaes, com separao fsica da entrada da roupa suja e sada da roupa limpa.

4.4 Zoneamento e Programa de Necessidades

A lavanderia hospitalar est zoneada em trs setores: - Setor administrativo; - Setor operacional; - Setor de apoio logstico. O setor operacional subdivide-se em rea contaminada e rea limpa, separadas atravs de uma barreira fsica (mquina de lavar de barreira). Essa barreira de contaminao possibilita um fluxo nico sem cruzamento de circulaes das atividades, como pode ser observado no fluxograma da figura 1, minimizando, dessa maneira, o risco de contaminao. O programa de necessidades inclui:

Setor Administrativo - recepo e espera; - diretoria/wc; - departamento financeiro e administrativo; - sala de reunies; - sala de treinamento;

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- almoxarifado de material de expediente; - sanitrios (masc., fem. E portadores de necessidades especiais);

Setor Operacional rea Contaminada - recepo da roupa suja; - rea para pesagem, separao e classificao da roupa suja; - lavagem; - almoxarifado de produtos qumicos; - vestirios com sanitrios de barreira (masc. E fem.); - DML. rea Limpa - chefia e controle da lavanderia; - rea para centrifugao, calandragem, secagem e dobragem da roupa limpa; - costura; - acondicionamento e armazenamento da roupa limpa; - pesagem e expedio da roupa limpa; - vestirios com sanitrios (masc. E fem.); - DML.

Setor de Apoio Logstico - controle do ponto - copa/cozinha; - refeitrio; - estar funcionrios; - oficina de manuteno; - rea para os dosadores dos produtos qumicos utilizados no processo de lavagem das mquinas; - rea para lavagem dos carros de transporte de roupa; - rea para caldeiras, central de GLP, central de ar comprimido; - rea para carga e descarga; - reservatrios de gua.

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4.5 Dimensionamento Na elaborao do dimensionamento da LHC necessrio determinar a demanda que se pretende atender, levando-se em conta o peso de roupa a ser processado, o nmero de processos de lavagem efetuados por dia, os equipamentos selecionados, o nmero de funcionrios e o programa de necessidades detalhado, contendo a relao de todos os ambientes e reas aproximadas. Para o dimensionamento de uma lavanderia localizada dentro das dependncias do hospital a Vigilncia Sanitria recomenda reservar 25% da rea total para o recebimento, pesagem, classificao e lavagem da roupa suja (rea contaminada), 45% da rea total para centrifugao, secagem, costura, pesagem, separao e dobragem e DML (rea limpa) e 30% da rea total para armazenamento e distribuio da roupa limpa. No entanto, em uma lavanderia hospitalar localizada fora do EAS esse percentual se modifica dependendo do equipamento utilizado e do nmero de funcionrios trabalhando no setor operacional. Em relao ao armazenamento essa percentagem pode ser reduzida, visto que a roupa limpa no ser estocada por muito tempo, permanecendo apenas no aguardo de ser expedida para os hospitais contratantes. A anlise de projetos de lavanderias hospitalares, localizadas em Fortaleza, revela a seguinte distribuio aproximada: 30% do espao operacional destinado rea contaminada, 55% rea limpa e apenas 15% fica reservado para o armazenamento da roupa lavada. A lavanderia deve contar com espaos para atender todas as demais atividades preconizadas no programa de necessidades, e, o dimensionamento dever estar de acordo com o nmero de funcionrios que trabalharo nestes locais. Para se fazer uma estimativa da quantidade e peso da roupa a ser processada deve-se levar em conta alguns parmetros, tais como: o tipo do hospital; a especialidade do servio de sade; a freqncia de troca de roupa; as condies climticas da localidade, entre outras. Para o clculo dessa estimativa usa-se a frmula do Manual de Lavanderia de 1986. A figura a seguir apresenta o quadro com estimativa de carga de roupa produzida pelo hospital fornecedor de acordo com sua tipologia.

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Tipo de hospital Hospital de longa permanncia, para pacientes crnicos. Hospital geral, estimando-se uma troca diria de lenis. Hospital geral de maior rotatividade, com unidades de pronto socorro, obsttrica, peditrica, e outras. Hospital especializado, de alto padro. Hospital escolaFIGURA 20 Carga de roupa de acordo com o tipo de hospital Fonte: Manual de Lavanderia, ANVISA/MS, 1986

Carga de roupa 2Kg/leito/dia 4Kg/leito/dia 6Kg/leito/dia

8 Kg/leito/dia 8 a 15Kg/leito/dia

O dimensionamento de uma Lavanderia Hospitalar Central passa pelo levantamento da demanda por esse servio. possvel calcular essa demanda de forma aproximada tomando-se por base o nmero de leitos hospitalares existentes em Fortaleza (Figura 3) e a carga de roupa processada (kg/leito/dia) de acordo com a tipologia do EAS (figura 20). Para calcular a roupa hospitalar a ser processada por dia em Fortaleza utilizou-se a seguinte frmula. N de leitos* x Carga de Roupa (Kg/leito/dias) segundo tipologia

Como em todos os hospitais visitados a mdia de roupa processada foi de 6Kg/leito/dia, valor correspondente ao da tipologia Hospital Geral (fig. 20), dominante de forma absoluta nessa capital (figura 2), considerou-se este valor para todos os EASs dessa cidade. O que resultou no seguinte clculo aproximado:

8.906 leitos x 6 kg/leito/dia = 53.436 kg/dia Esse clculo no inclui outros tipos de unidades de sade de Fortaleza e demais municpios que compem a Regio Metropolitana que tambm se utilizam dos servios de lavanderias. As lavanderias privadas existentes atendem alguns EASs de Fortaleza e tm capacidade de processar em torno de vinte mil quilos de roupa por dia, capacidade essa aqum da necessidade local.

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4.6 Instalaes

Os projetos de instalaes de uma lavanderia hospitalar devem obedecer as orientaes dos manuais e normas publicados pelo Ministrio da Sade. O cumprimento das normas estabelecidas pela ANVISA contribui para a segurana dos ambientes de trabalho e diminui os riscos de infeces. O dimensionamento das instalaes determinado em funo do equipamento escolhido. O Manual de Processamento de Roupas de Servios de Sade: Preveno e Controle de Riscos (BRASIL, 2007) recomenda uma reserva de pelo menos 30% para produo energtica composta de caldeiras, compressores, cilindros de gs, etc. Em virtude da manuteno preventiva e corretiva das mquinas e dos equipamentos deve-se prever unidades sobressalentes para evitar a paralisao dos servios em caso de reparos. As instalaes devem permitir a eventual ampliao ou alterao futura dos equipamentos. As canalizaes devem estar completamente livres, com facilidade de acesso, pintadas nas cores convencionais e com smbolos adequados, segundo normas da ABNT, a fim de permitir a sua identificao, manuteno e aumentar a segurana. Todas as linhas de vapor e gua quente devem ser isoladas visando a proteo da equipe de trabalho, a diminuio dos custos operacionais e a reduo do calor transmitido ao meio ambiente. importante que a gua, o esgoto, as instalaes eltricas, a exausto e o vapor funcionem corretamente para que os equipamentos operem com qualidade.

gua A qualidade da gua importante para um bom resultado na lavagem da roupa. indispensvel fazer anlise da gua para saber se ela preenche os requisitos exigidos quanto ao aspecto, teor de slidos em suspenso, dureza, alcalinidade e temperatura para ser utilizada numa lavanderia hospitalar. A base de clculo da gua necessria na lavanderia depende da quantidade de roupa a ser processada e dos equipamentos utilizados. necessrio entre 25 a 30 litros de gua para cada quilo de roupa seca. O reservatrio deve ter autonomia para, no mnimo, dois dias de consumo e possuir compartimentos que permitam as operaes de limpeza e manuteno sem prejudicar o funcionamento da lavanderia. Deve ter, tambm, reservatrio para armazenar gua de reuso para retorno da gua de lavagem de roupas do ltimo enxge. Esta gua ser

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utilizada na primeira lavagem de roupas, objetivando uma economia de gua e reduo nos custos. A ANVISA, em seu Manual de Processamento de Roupa recomenda que a presso da gua e o dimetro da tubulao devem ser suficientes para abastecer as lavadoras em menos de um minuto. O consumo de gua quente na lavanderia em torno de quinze litros a 90 C por quilo de roupa seca.

Esgoto A capacidade do esgoto da lavanderia deve ser prevista para receber o efluente de todas as mquinas de lavar, sem perigo de transbordamento e contaminao. Separar o esgoto da rea contaminada da rea suja. As canaletas no piso, sob as mquinas lavadoras, devem ter 0,20 m de profundidade e serem cobertas por grade metlica para permitir a limpeza. O uso de canaleta de esgoto com grade, na rea limpa, s ser necessrio se a lavadora no for do tipo extratora, necessitando o arraste da roupa ainda molhada para uma centrfuga ou mquina extratora. Com a lavagem, grande quantidade de felpa e outros resduos acompanham o efluente, o que torna necessrio a instalao de uma caixa de suspenso com tela para reter os fiapos de roupa e impedir o entupimento da rede.

Eltrica O clculo da demanda de energia eltrica a ser consumida na lavanderia hospitalar depende das mquinas e equipamentos utilizados. A alimentao eltrica deve ser trifsica, na tenso e freqncia da rede local e provida por um sub-alimentador da alimentao geral. O painel de distribuio deve ser de fcil acesso manuteno e provido de fechadura. Todas as mquinas devem ser adequadamente aterradas (NB-3 Instalaes Eltricas de Baixa Tenso, da ABNT). Todos os equipamentos e cabos eltricos devem ser devidamente protegidos por disjuntores e circuitos individualizados.

Vapor O dimensionamento das caldeiras deve levar em considerao a presso de operao e a capacidade de gerao de vapor. As caldeiras podem ser aquecidas por combusto ou eletricidade.

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Para cada equipamento deve ser observada a presso adequada, esse procedimento diminui o custo operacional e aumenta a qualidade do processamento. Na instalao das linhas de vapor, devem ser usados tubos de ao galvanizado, sem costura, devidamente revestidos e levemente inclinados, com purgadores para o escoamento do condensado.

Ar comprimido O ar comprimido utilizado para acionamento de equipamentos e de controles automticos. A lavanderia pode ser suprida por uma central de ar comprimido. Quando no for possvel essa central, necessria a instalao de um ou mais compressores equipados com secador de ar, separador de leo, condensador e silenciador.

Iluminao A iluminao artificial, onde necessria, deve proporcionar uma luminosidade uniforme, sem ofuscamentos ou sombras. A ANVISA (BRASIL, 2007) recomenda o uso de lmpadas fluorescentes e luminrias dotadas de refletores para melhor distribuio da luz e aletas que impeam a iluminao direta excessiva.

Climatizao Quando for necessrio o uso de sistema de climatizao na lavanderia esse deve ser seguro e proporcionar conforto rea de trabalho. Os sistemas de climatizao da rea suja e da rea limpa devem ser independentes. necessrio implantar um sistema de exausto mecnica na rea suja, onde todo ar exaurido seja descarregado para o exterior. Devem ser utilizadom filtros G3+F1 nas descargas dos exaustores de ar da rea suja para o exterior para evitar a contaminao do seu entorno. importante a criao de uma diferena de presso baromtrica, com presso mais baixa na zona contaminada. O ar deve fluir sempre do lado limpo para o lado sujo. A tomada de ar fresco para a rea limpa deve ser localizada o mais distante possvel da exausto de caldeiras e da rea contaminada da prpria lavanderia Nos equipamentos que irradiam calor e que no possuem exausto prpria deve ser previsto coifas com exaustores sobre eles.

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5.10 EquipamentosOs equipamentos utilizados no processo de lavagem de roupa tiveram uma grande evoluo nos ltimos anos. Esto cada vez mais automatizados e necessitando menos do manuseio humano. Os novos tecidos tambm determinaram essa evoluo. Segundo Farias (2006) a evoluo desses equipamentos visa principalmente reduzir os custos operacionais com menor consumo de gua e energia, facilitar o manuseio operacional e aumentar sua vida til, segurana e produtividade. A seleo dos equipamentos adequados, segundo Richter (1979) baseia-se nos seguintes dados indispensveis: - estimativa do peso a ser processado por dia e por hora, - tecidos a serem lavados, - tamanho dos artigos a serem lavados, - composio percentual do volume de roupa segundo: - o processo de lavagem (grau e tipo de sujidade) - o acabamento necessrio ou desejado. Torna-se tambm necessrio conhecer as especificaes dos equipamentos, tipo de instalao, nveis de rudo e segurana presentes em normas e as recomendaes do fabricante. O Manual de Processamento de Roupas de Servios de Sade: Preveno e Controle de Riscos recomenda:As reas de circulao e os espaos em torno dos equipamentos devem ser dimensionados de tal forma a permitir a movimentao com segurana de trabalhadores e de carros de transporte de roupa. Entre partes mveis dos equipamentos deve haver uma faixa livre varivel de 70 cm (setenta centmetros) a 1,30 cm (um metro e trinta centmetros), a critrio da autoridade competente em segurana e medicina do trabalho. (BRASIL, 2007, p. 60)

Os principais equipamentos necessrios para o funcionamento de uma lavanderia so:

Lavadora de Barreira Processa a roupa em cargas individuais ou lotes. Caracteriza-se por ser encaixada na barreira fsica e por possuir duas portas: uma de entrada da roupa suja, localizada na rea suja, e outra de sada da roupa lavada, localizada na rea limpa. A roupa sai molhada e transferida para a centrfuga para extrao de gua. Essa lavadora pode possuir acessrios para uso com oznio ou com produtos qumicos e vapor.

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FIGURA 21 Lavadora de Barreira Fonte: www.nevadaitu.com.br/lavage

Lavadora Extratora Lavadoras de barreira que lavam e centrifugam a roupa. Tm capacidade para at 360 kg. Essas lavadoras propiciam ambientes menos midos, mais compactos e menor custo de mo-de-obra, por eliminar o trabalho de carga, operao e descarga da centrfuga.

FIGURA 22 Lavadora Extratora Fonte: Folder do Fabricante

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Lavadora Extratora Pneumtica So similares s lavadoras extratoras com um diferencial de ter amortecedores que proporcionam ao equipamento uma excelente estabilidade na centrifugao, como tambm um funcionamento silencioso e suave.

Lavadora Contnua ou Tnel de Lavagem Mquina de sofisticao tecnolgica, composta de mdulos, onde a roupa processada contnua e ininterruptamente e efetua o processo de diluio progressiva de sujidade. As lavadoras contnuas tm elevada capacidade de processamento e, portanto, necessitam de um volume expressivo de roupas. Essas mquinas traduzem o que existe de mais moderno no conceito de lavar roupa.

Centrfuga um equipamento destinado a torcer a roupa aps o processo de lavagem, extraindo o excesso de gua. Essa mquina opera em alta rotao, favorecendo a eliminao da gua pelo processo de centrifugao.

FIGURA 23 Centrfuga Fonte: www.nevadaitu.com.br/lavage

Secadora Esse equipamento tem a funo de secar as roupas que no so processadas pela calandra, como cobertores, fraldas, etc. Funciona no sistema de fluxo cruzado de ar quente no processo de exausto forada. O aquecimento realizado por meio de serpentinas, no plano superior do equipamento, que so aquecidas por vapor, gs, eletricidade ou fluido trmico.

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FIGURA 24 Secadora Fonte: Folder do fabricante

Dobrador de Toalha Destina-se a dobrar toalhas e faz parte da nova gerao de equipamento de lavanderia.

Calandra A calandra tem a funo de secar e passar a roupa plana como lenis, fronhas, campos cirrgicos, etc, em sistema contnuo. Esse equipamento encontrado em diversos tamanhos de mesa e pode ter de um a quatro rolos com dimetros diferenciados. Funciona por aquecimento a vapor, eletricidade ou gs. complementada pela coifa que tem a funo de remover o calor liberado no processo, melhorando as condies ambientais. Atualmente so fabricadas calandras com dobrador incorporado. Seu processo seca, passa e dobra as roupas. utilizada em espaos pequenos e economiza mo-de-obra.

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FIGURA 25 Calandra Monorol Fonte: Folder do fabricante

Prensa / Ferro e Mesa de Passar A prensa destinada a passar a roupa num sistema no-continuo, principalmente aventais, uniformes, entre outros. O ferro de passar usado para o acabamento de alguns tipos de roupa. Esses equipamentos funcionam com aquecimento a vapor ou por eletricidade.

FIGURA 26 Prensa e mesa de passar Fonte: www.nevadaitu.com.br/lavage

Carro de Transporte Destina-se ao transporte da roupa entre os ambientes ou entre os equipamentos como lavadoras, centrfugas, calandras, secadoras ou prensas. Ele deve ser leve, confeccionado de material no oxidvel e no poroso, lavvel, de fcil higienizao e resistente aos processos de limpeza, descontaminao e desinfeco.

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Balana utilizada para determinar o peso da roupa suja que chega na lavanderia e da roupa processada que sai para os hospitais. utilizada, tambm, para pesar os insumos usados no processo de lavagem. So diferenciadas pela sua capacidade, finalidade de uso (tipo de carga) e mecanismo de funcionamento (mecnico ou eletrnico/digital).

Balana plataforma

Balana plataforma Balana digital FIGURA 27 Balanas plataforma e digital Fonte: www.nevadaitu.com.br/lavage

Mquina de Costura um equipamento que tem a finalidade de reparar peas de roupas danificadas.

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4.8 Material de Acabamento

Os materiais de acabamento aplicados na lavanderia devem seguir as orientaes estabelecidas pela RDC 50 (BRASIL, 2004) e nos manuais de Processamento de Artigos e Superfcies em Estabelecimentos de Sade, 1993, e Processamento de Roupas de Servios de Sade: Preveno e Controle de Riscos, 2007. Outro parmetro a ser considerado a qualidade desses materiais utilizados que devem garantir a manuteno de suas caractersticas, mesmo aps o uso intenso e limpeza freqente. A ANVISA classifica a lavanderia hospitalar, quanto ao risco de transmisso de infeces, como rea crtica a rea de manuseio da roupa suja e rea semicrtica rea de acabamento da roupa limpa. Portanto importante o uso correto do material de acabamento, considerando-se que quanto mais crtica for a rea, maior ser a exigncia quanto higienizao. Na escolha do material de acabamento necessrio observar os seguintes pormenores: Piso O piso deve ser liso (sem frestas), de cor clara, resistente ao desgaste, impermevel, lavvel, de fcil higienizao e resistente aos processos de limpeza, descontaminao e desinfeco. Quando tiver juntas devem ser rasas e rejuntadas com epxi para garantir a impermeabilizao. A superfcie no pode ser escorregadia e deve ter queda direcionada para as canaletas ou ralos. Richter aconselha que:O calculista do piso da lavanderia precisa receber em tempo hbil a especificao exata do peso das mquinas carregadas e da localizao das centrfugas. Cuidados especiais e relativamente simples na fixao das mquinas ao piso podem diminuir sensivelmente a transmisso das vibraes, proporcionando melhores condies de funcionamento. (RICHTER, 1979, p. 14)

Paredes As paredes devem ter superfcie lisa, clara e uniforme, de fcil higienizao e resistente aos processos de limpeza, descontaminao e desinfeco. As tintas elaboradas base de epxi, PVC, poliuretano podem ser utilizadas em todas as paredes da lavanderia desde que atendam s exigncias anteriores e no sejam aplicadas com pincel. Nas reas crticas no permitido o uso de divisrias removveis, entretanto as paredes pr-fabricadas, como as de gesso acartonado, podem ser usadas desde que apresentem acabamento monoltico e atendam as orientaes do Manual de Processamento de Superfcies

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do MS. Essas paredes tornam o EAS mais flexvel, facilitando a demolio no caso de reformas. As portas devem ser revestidas de material lavvel, de fcil limpeza e ter visores. H necessidade de uma porta ou painel removvel com largura e altura suficientes que permita a passagem dos equipamentos. As janelas devem ser teladas para evitar a entrada de vetores, ficar a 1,50 m do piso, proporcionar boa iluminao natural, dispensando, se possvel, o uso de luz artificial durante o dia. O material dos caixilhos tem que ser resistente corroso. importante o uso de visores nas paredes internas da lavanderia para permitir visualizao entre as reas. Quando o material de acabamento for tinta deve ser usado rodap para proteger as paredes contra batidas ocasionadas por vassouras, rodos, etc. A unio do rodap com a parede tem que ser alinhada, ficando o rodap totalmente inserido na parede, evitando dessa forma o ressalto que permite acumulo de poeira e dificulta a limpeza. Flvio Bicalho e Regina Barcellos recomendam em Temas de Arquitetura de Estabelecimentos Assistenciais de Sade que quando o piso for de material confeccionado in loco ou flexvel, pode ser feito uma leve curvatura, no maior que 1,5 cm de raio (espessura de um dedo), na juno do piso com a parede, observando-se, como j dito, o perfeito alinhamento entre a parede e o rodap (CARVALHO, 2003, p. 48) Teto O teto deve ser claro, difusor de luz e ter superfcie lisa e uniforme, de fcil higienizao e resistente aos processos de limpeza, descontaminao e desinfeco e receber tratamento acstico para reduzir o rudo das mquinas. permitido o uso de forro de gesso corrido, sem ranhuras ou perfis e que atendam s exigncias anteriores. proibido o uso de forros removveis. Na rea de lavagem e acabamento o p direito dever ser estudado de acordo com o equipamento a ser instalado, no devendo ser inferior a quatro metros (PINTO, 1996, apud TORRES; LISBOA, 2001). Nos demais locais o p direito pode ser reduzido para a altura permitida pelo cdigo de obra local.

4.9 Normas e Portarias

Para implantao de uma lavanderia hospitalar foram estabelecidas normas e portarias que devem ser seguidas, como, entre outras:

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ABNT NBR 05413 Iluminncia de Interiores ABNT NBR 05419 Sistemas de proteo quanto s Descargas Eltricas ABNT NBR 05626 Instalao Predial e gua fria ABNT NBR 06493 Emprego de Cores em Tubulao ABNT NBR 07198 Instalao Predial e gua Quente ABNT NBR 09441 Deteco e Alarme contra Incndio ABNT NBR 10152 Nveis de Rudo para conforto Acstico ABNT NBR 12179 Tratamento Acstico em Recinto Fechado ABNT NBR 13534 Instalaes Eltricas em EAS segurana ABNT NBR 13932 Instalaes internas de gs liquefeito de petrleo (GLP) Projeto em execuo ABNT NBR 13932 Instalaes internas de gs natural (GN) Projeto em execuo ABNT NBR 14024 Centrais prediais e industriais de gs liquefeito de petrleo (GLP) Sistema de abastecimento a granel. ANVISA RDC n 50 Normas para Projetos Fsicos de EAS ANVISA RE 09 Qualidade do ar Interior em Ambientes climatizados artificialmente NR-13 do Ministrio do Trabalho, publicada no DOU de 26.04.1996.

4.10 Exemplo de planta de lavanderia

A lavanderia hospitalar apresentada como exemplo foi programada para processar 9.000 kg de roupa por dia, funcionando com dezesseis processos de lavagem em vinte e quatro horas. A rea reduzida do terreno determinou a implantao da lavanderia em dois pavimentos. No pavimento trreo est localizado o setor operacional, com seus respectivos apoios e a sala de recepo e espera do setor administrativo. O setor administrativo ocupa uma parte do pavimento superior. A lavanderia apresentada compacta e sua implantao s se tornou vivel porque os equipamentos atualmente so menores e automatizados o que reduz a mo-de-obra e o espao para o seu funcionamento. A rea contaminada que recebe, pesa, separa e classifica a roupa suja est separada da rea limpa por barreira feita com as mquinas de lavar de porta dupla. Estas mquinas so carregadas de um lado com a roupa suja que retirada, depois de lavada, pelo outro lado, na

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rea limpa. Na parede divisria, entre a rea suja e a limpa, foram colocados visores para integrar visualmente os ambientes. Na rea limpa a roupa recebe o acabamento final e em seguida vai para a rea de armazenamento aguardando ser expedida para os hospitais contratantes. O fluxo da roupa linear evitando o cruzamento da roupa contaminada com a roupa limpa. As secadoras esto separadas da rea de trabalho por divisrias isolantes trmicas para reduzir o calor interno e garantir um melhor conforto ao ambiente. A localizao das secadoras facilita a sua manuteno. A rea de trabalho da roupa limpa tem o p direito de 4,00m, permitindo iluminao e ventilao natural por sheds. A situao das janelas a 1,5m do piso tambm contribui para melhorar a iluminao e ventilao naturais, alm de garantir a privacidade dos servios. A seguir o desenho da lavanderia apresentada como exemplo.

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FIGURA 28 Planta baixa e layout do pavimento trreo Fonte: A autora

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FIGURA 219 Zoneamento da rea de produo Fonte: a autora

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5 CONCLUSO

Durante o desenvolvimento desta pesquisa foi possvel concluir que em Fortaleza crescente a procura, pelos Estabelecimentos Assistenciais de Sade, do servio de processamento de roupas hospitalares prestado por lavanderias privadas. Essa demanda justifica-se entre outros fatores: - pelo reconhecimento da eficincia da terceirizao desse servio que reduz bastante a evaso da roupa nos hospitais; - pela possibilidade de terceirizao do enxoval sobre o qual o controle da empresa contratada mais eficiente; - pela reduo do espao fsico necessrio ao armazenamento e expedio da roupa suja e a recepo e armazenamento da roupa limpa dentro do EAS, liberando espaos para outros usos hospitalares; A pesquisa concluiu que as lavanderias privadas existentes em Fortaleza so insuficientes para atender a demanda dos EASs dessa Capital. A evoluo dos equipamentos usados para o processamento de roupa que tiveram o seu peso e tamanho diminudos e o aperfeioamento das mquinas que necessitam cada vez menos de manipulao tornou possvel a reduo dos espaos fsicos das lavanderias. Estas, atualmente podem localizar-se em rea menores, prximas as unidades as quais atendem e podem ser edificadas de forma vertical ou horizontal conforme as dimenses dos terrenos onde se situam. O crescimento da cidade, a difuso dos servios terceirizados, a ampliao e diversificao da rede hospitalar tornam urgente a necessidade da ampliao dos servios de processamento de roupas hospitalares fora das unidades dos EASs e, acredita-se, justificam iniciativas no sentido de fornecer subsdios para que o processo de implantao Lavanderias Hospitalares Centrais se torne vivel dentro da maior brevidade. de

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6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

BICALHO, Flvio de Castro; BARCELLOS, Regina Maria Gonalves Materiais de Acabamento em Estabelecimentos Assistenciais de Sade in CARVALHO, Antnio Pedro Alves (organizador) Temas de Arquitetura de Estabelecimentos Assistenciais de Sade Salvador: Quarteto Editora, 2003. BOBROW, Michel; THOMAS, Julia Building Type Basics For Healthcare Facilities John Wiley & Sons, INC: New York, 2000. BRASIL. Ministrio da Sade. Manual de Lavanderia Hospitalar. Braslia, 1986. ____. Coordenao de Controle de Infeco Hospitalar. Processamento de Artigos e Superfcies em Estabelecimentos de Sade. Braslia, 1993. ______. Ministrio da Sade - Manual Brasileiro de Acreditao Hospitalar Arte visual: ed. 1998. ____. Resoluo RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispe sobre o regulamento tcnico para planejamento, programao, elaborao e avaliao de projetos fsicos de estabelecimentos assistenciais de sade. D.O.U. Dirio Oficial da Unio; Poder Executivo, de 20 de maro de 2002. ____. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n 189, de 18 de julho de 2003. Dispe sobre a regulamentao dos procedimentos de anlise, avaliao e aprovao dos projetos fsicos de estabelecimentos de sade no Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria, altera o Regulamento Tcnico aprovado pela RDC n 50, de 21 de fevereiro de 2002 e d outras providncias. D.O.U. - Dirio Oficial da Unio; Poder Executivo, de 21 de julho de 2003. ____. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Normas para projetos fsicos de estabelecimentos assistenciais de sade. 2 ed. Braslia: ANVISA, 2004. 160 p. ____. Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria. Processamento de Roupas de Servios de Sade: Preveno e Controle de Riscos, Braslia, 2007. ____. Ministrio da Sade. SOMASUS. Disponvel em: