65

LETRA L.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: LETRA L.pdf
Page 2: LETRA L.pdf

Tradução Degmar Ribas Júnior

CB4D

Rio de Janeiro

Digitalizado Por

Editado Por

Page 3: LETRA L.pdf

KETHIB LAÇO

L LÃ A palavra heb, gez é traduzida como “là”(Dt 18.4; Jó 31.20) e também como “erva cei-fada” (SI 72.6; Am 7.1), Ela fala daquilo queé tosquiado. A forma similar gizza também étraduzida como “lã” em Juizes 6.37-40, ondeas experiências de Gideão com a lã são rela-tadas, Parece que a palavra refere-se primei-ramente à lã depois de tosquiada.

LÃ Veja Vestuário; Animais: Ovelha 1.12.

LAADE Um homem de Judá, filho de Jaate(1 Cr 4.2),

LAAI-ROI Veja Beer-Laai-Roi.

LAAMÁS Uma aldeia na Sefelá de Judá (Js15.40) que talvez possa ser identificada comKhirbet el-Lahm, quatro quilômetros a les-te de Laquis.

LABAO Filho de Betuel, neto de Naor, ir-mão de Abraão e tio de Jacó. Ele viveu emHarã de Padã-Arã na Mesopotâmia (Gn24,15; 28.2; 29.4,5). Quando Abraão enviouum servo à terra de Labão para encontraruma esposa para Isaque, ele lançou um olharcobiçoso para os anéis e braceletes de ouroconcedidos como presentes a sua irmãRebeca. Encorajou o casamento proposto e,então, compartilhou os presentes adicionaisque o servo apresentou (24.22,29,30,53).Muitos anos mais tarde, Jacó fugiu de Esaúara a casa de Labão em Harã. Este deu-lheoas-vindas e o empregou para cuidar deseus rebanhos, por sete anos, em retribui-ção por Raquel, sua filha caçula (29.18). MasLabão enganou-o e fez com que recebesse suafilha mais velha, Léia, como mulher, em lu-gar de Raquel (29.21-26). Embora Jacó ti-vesse conseguido permissão para se casarcom Raquel uma semana depois, Labão fezcom que ele trabalhasse mais sete anos por

ela (29.27-30). Jacó, então, desejou retornarpara o seu antigo lar, mas Labão não queriaperdê-lo, acreditando que Deus havia lheabençoado por causa da presença do moço(30.25-27). Quando Labão permitiu que Jacópropusesse seu salário, ficou acertado quecertos animais do rebanho seriam de Jacódevido ao acordo que Labão pensou ser lucra-tivo para si. No entanto, Jacó foi mais bem-sucedido. Labão sentiu-se ressentido, e Jacóvoltou para casa após 20 anos de serviço(31,41). Tomou seu rebanho, agora numero-so, seus filhos e suas mulheres que sentiramque seu pai as tinha usado injustamente.Labão perseguiu Jacó com um grupo, masDeus o advertiu a não fazer mal a Jacó(31.22-24). Ao alcançar Jacó, Labão o acu-sou de tê-lo enganado e forçado Léia e Ra-quel a partirem com ele. Labão posterior-mente acusou Jacó de ter roubado seus ído-los do lar. Jacó era inocente nisto; Raquelos havia tomado secretamente e escondido,porque de acordo com a cultura predomi-nante naquele período, a posse destes ído-los concedia direitos de herança. Labão fezuma aliança com Jacó pela qual ambos con-cordavam em respeitar os direitos um dooutro, e então partiram pacificamente.Labão era um homem astuto e cobiçoso. Elereconheceu o Deus de seu parente Abraão,porém mesclou este conhecimento com umareverência idólatra aos ídolos do lar (outerafins).

N. B. B.

LAÇO Duas palavras são assim traduzidas naversão KJV: pah, em Jó 18.9 e I saias 8.14; emoaesh, em Salmos 140.5; 141.9; Amós 3.5.Ambas as palavras são normalmente traduzi-das como “armadilha” ou “laço”. Pah é a ar-madilha, e moqesk possivelmente seja a iscapara a armadilha. Parece que havia laços depêlos ou de arame para capturar vivos alguns

1126112611261126

Page 4: LETRA L.pdf

LAÇO LAEL

pássaros selvagens, crina de cavalo para pe-quenos pássaros, e arame para os maiores.Veja Armadilha.

LAÇOS Provavelmente feitos com cordõesde pêlos de cabra tingidos de azul, os laçosdeveríam ser amarrados às cortinas de li-nho do Tabemáeulo para que a tenda fossefeita com uma única peça de tecido. Dez cor-tinas ou pedaços de tecido, cada uma com 28por 4 côvados (considerando o côvado iguala aproximadamente 18 polegadas, ou 45 cen-tímetros), deveríam ser amarradas forman-do uma superfície de 28 por 40 côvados. Essaligação era feita costurando 50 laços em cadauma das longas laterais de uma cortina. Oslaços eram então unidos por grampos pararesultar em uma única peça de tecido. VejaÊxodo 26 e 36.

LACUM Uma cidade fronteiriça em Naftali(Js 19.33), provavelmente Khirbet el-Mansurah, perto do escoadouro do mar daGaliléia, a oeste do Jordão.

LADA Um descendente de Judá, o segundofilho de Selá, e “pai” ou fundador de Maressa(1 Cr 4.21).

LADÃ 1. Filho de Taâ e pai de Elisama. Elisamafoi príncipe de Efraim na época de Moisés eo avô de Josué (1 Cr 7.26). 2. O primeiro dos dois filhos de Gérson, filhode Levi, que é citado. Ele estabeleceu um dosclãs dos gersonitas pelos quais as genealogiasforam traçadas por séculos (1 Cr 23.7-9; 26.21).Em 1 Crônicas 6.17, ele é chamado de Libni.

LÁDANO Veja Plantas.

LADRÃO Uma palavra hebraica e duas gre-gas são traduzidas desta forma em algumasversões, porém, a segunda palavra grega étraduzida como “salteador” em outras. O ter-mo salteador combina melhor com o signifi-cado preciso desta palavra. O termo “ladrão”sugere alguém que comete um furto secreto.Já o termo “salteador” sugere violência. EmJoão 10.8, o Senhor Jesus fala de ambos,“ladrão e salteador”, referindo-se àqueles quevieram antes dele reivindicando ser o Pas-tor de Israel, o Messias. Em Mateus 6.19,20,muitas versões trazem o termo “ladrões”.Mas em Mateus 21.13; Marcos 11.17 e Lucas19.46 a expressão Covil de salteadores é ade-quada. Em Mateus 27.38,44 e Marcos 15.27,os “ladrões” crucificados com Cristo são “sal-teadores”. Em Lucas 10.30,36, o homem quecaiu nas mãos dos marginais, caiu, de fato,nas mãos dos “salteadores”. Os ladrões (ou salteadores) crucificados comJesus são chamados de “malfeitores" emLucas. Embora estes homens maus tenhamprocurado ridicularizar Jesus (Mt 27.44),

um deles mais tarde arrependeu-se, repre-endeu seu amigo criminoso, pediu miseri-córdia ao Senhor Jesus, e foi perdoado (Lc 23.39-43). Veja Crime e Punição; Lei; Roubar, As-saltante.

J. A. S.

LADRÃO, ROUBO Roubar é se apossar dapropriedade alheia pela força ou por meiode alguma ameaça. No AT, a palavra “la-drão” não representa nenhuma palavra he-braica em particular (cf. as diferenças entreas versões em passagens como Jó 5.5; 18.9;Pv21.7; Na 3.1). Os textos em Jé 1.15,17; Números 31.1-54 eo livro de Juizes nos dão testemunhos da fre-quência dos roubos entre os nômades do an-tigo Oriente Próximo. Os profetas se quei-xavam constante mente a esse respeito (porexemplo, Os 4.2; 6.9 e Mq 2.8). O banditismocontinuou através do período romano quan-do administradores corruptos fomentavambandos de ladrões aceitando suborno. Ban-dos de saqueadores infestavam a Palestina.Alguns motivados pelo simples desejo deganhos financeiros; outros, pelo deséjo deindependência nacional (Lc 10.30; At 5.36,37;21.38). O texto de Êxodo 22 contém a seção da leimosaica que trata do roubo. A restituição eraobrigatória, e a quantia variava de acordo como animal que havia sido roubado, e com a si-tuação, se tivesse sido morto, vendido ou re-cuperado. Se necessário, o ladrão e suas pro-priedades poderíam ser vendidos para fazeressa restituição (Êx 22.3). Matar um ladrãoem flagrante durante a noite representava umhomicídio justificado (22.2),e o seqüestro erapunido com a pena capital (Êx 21.16; Dt 24.7).A propriedade roubada deveria ser devolvidacom a adição de um quinto de seu valor (Lv6.5). Era estritamente proibido alterar os li-mites da terra (Dt 17.17). Na versão KJV em inglês, a palavra grega les-tes foi traduzida 11 vezes como “ladrão” e 4vezes como “salteador” (jo 10.1,8; 18.40; 2 Co11.26), significando um saqueador, um ladrãode estrada, um salteador ou bandido. Pode terhavido uma distinção entre o ladrão comum(em grego kleptes) que se apossava dos objetosalheios, e o “ladrão'’ que, na época do NT, eramuitas vezes um rebelde contra o poder deRoma. Como Barrabás (Jo 18.40), os dois “la-drões” crucificados com o Senhor Jesus talvezfossem marginais ou rebeldes. A pena capitalindica que eram culpados por crimes mais gra-ves, e durante sua própria conversa podemosentender que consideravam a pena que lhesfora imposta como justa (Lc 23.41). Veja Cri-me e Punição; Lei; Ladrões.

I. R.

LAEL O pai de Eliasafe, um levita gersonita(Nm 3.24).

1127112711271127

Page 5: LETRA L.pdf

LAGARLAGARLAGARLAGAR LAMENTAÇÕES, LI VE O DELAMENTAÇÕES, LI VE O DELAMENTAÇÕES, LI VE O DELAMENTAÇÕES, LI VE O DE

LAGAR Um tanque ou tina usados para com-primir o sumo das uvas. O termo hebraicoyeqeb, usado cerca de 16 vezes no AT, vem deuma raiz que significa “escavar”. “Todos oslagares [eram] depositados no chão, em umburaco que havia sido cavado ou lavrado narocha” (Keil e Delitzsch, Joshua, Judges,Ruth, p. 331). Na parábola da vinha, contadapelo Senhor Jesus Cristo, o proprietário“construiu nela um lagar [gr. fenos]” (Mt 21.33) . Veja Vinha. Yeqeb pode se referir aolagar superior onde as uvas eram esmagadas;ou ao inferior, para o qual o sumo escorria.Este suco de uva em seu estado ainda nãofermentado é, às vezes, chamado de “mosto”ou “vinho novo.” O método de espremer o suco das uvas dava-se pela aplicação de algo pesado ou, mais fre-quentemente, pisando-se sobre elas com ospés descalços. “Era um arranjo simples, po-rém eficiente, e a engenhosidade modernanão melhorou muito nisso, nem qualquersubstituto eficaz foi encontrado para o péhumano como um aparato para espremer osuco das uvas sem esmagar as sementes ou‘pedras’” (Fairbairn, Imperial StandardBible Encyclopaedía, VI, 316). Este processode espremer o suco pisando nas uvas com ospés é citado muitas vezes no AT (por exem-plo, Jó 24.11; Ne 13.15). O “pisar das uvas”, tão familiar às pessoasnos dias bíblicos, é usado como uma figurapara a terrível matança que ocorreu na des-truição babilônica de Jerusalém (Lm 1.15).Visto que este foi um juízo de Deus, ele éretratado como “aquele que pisa o lagar”com o sangue dos jovens vertendo como omosto no lagar, A mesma figura é aplicadaao Messias quando Ele vier pela segundavez “como labareda de fogo, tomando vin-gança dos que não conhecem a Deus” (2 Ts 1. 8; cf. Is 63.2,3; J13.13; Ap 14.19,20; 19.15). Todas essas profecias têm em vista o terrí-vel derramamento de sangue que ocorrerána batalha do Armagedom. Alguns enten-dem que a passagem em Isaías 63.2,3 temsido freqüentemente mal aplicada a Cristo,ao derramamento de seu próprio sangue pornós em sua primeira vinda, quando é ditoque Ele “pisou sozinho o lagar”. “A impossi-bilidade deste sentido na passagem origi-nal não pode ser afirmada com demasiadaênfase” (J. A. Alexander, Commentary ontke Propkecies oflsaiak, II, 415). Biederwolfestá certo quando escreve: “Ele pisa o lagarnão como o sofredor, mas como aquele queinflige o sofrimento” {The Millennium Bible,p. 125).

G. C. L.

LAGARTAS Veja Animais; Gafanhotos, III. 29.

LAGARTIXA Veja Animais, IV, 16, 22.

LAGO DE FOGO Veja Geena.

LAGO A palavra gr. limme vem de leíbo, “der-ramar”, e expressa o conceito de água derra-mada de um rio para formar a água fresca deum mar ou lago. O termo mais comum para o lago deGenesaré (Lc 5.1,2; 8.22,23,33) é mar daGaliléia (cerca de 30 vezes), que usa a pala-vra gr. thalassa, seguindo o termo heb. yam.O livro de Apocalipse fala do “lago de fogo”quando descreve o lugar final preparadopara o diabo e seus anjos, e do destino detodos os não salvos (Ap 19.20; 20.10,14,15; 21.8) . Veja Geena.

LÁGRIMAS Vejo Lamento

LAÍS Veja Dâ, Cidade de, LAMA ou LEMA O termo interrogativo heb.e aram, mah, “o que”, junto com a preposiçãofe, “para”, significa “Por que razão?” “Paraque propósito?” Os evangelistas citam e tra-duzem para o grego as palavras de Jesus nacruz, “Eloí, Eloí, lemá [ou lama] sabactâni”(Mt 27.46; cf. Mc 15.34). Veja “Eloí, Eloí, lemásabactâni”.

LAMACEIRO A palavra utilizada emEzequiel 47.11, tanto na versão KJV em in-glês como em outras versões, é uma antigaforma de pântanos. Veja Pântano,

LAMBER Beber lambendo o líquido com alíngua como fazem os cães e os gatos. Gideãorecebeu instruções de Deus para usar esseteste a fim de diminuir o número de seussoldados e mais tarde os israelitas não segabarem de ter conquistado uma vitória so-bre os midianitas com suas próprias forças(Jz 7.2-7). Foi feita uma separação entre os9.700 que se abaixaram “de joelhos a beberas águas”, e os 300 que “lamberam, levandoa mão à boca”, isto é, levando a água à bocacom a mão para depois lambê-la. A BíbliaSagrada não informa por que os 300 que lam-beram foram considerados superiores aosdemais. Acredita-se geralmente que com esseato eles estavam mostrando sua atenção ecautela em contraste com o descuido e a in-dolência mostrados pela maioria, A mesmapalavra hebraica também foi traduzida como“lamber” no registro dos cães que lambiam osangue do iníquo Acabe (1 Rs 21.19; 22.38).

G. C. L.

LÂMEDE A 12a letra do alfabeto hebraico,que pode sçr traduzida para o portuguêscomo “L”. E o caractere romano utilizadopara o número “50”. Ele aparece no título da12a seção do Salmo 119, onde (w. 89-96) cadaversículo no original começa com esta letra.

LAMENTAÇÕES, LIVRO DE O livro con-siste de cinco poemas separados, similaresem estilo, todos tratando da desolação de

1128112811281128

Page 6: LETRA L.pdf

LAMENTAÇÕES, LI VE O DELAMENTAÇÕES, LI VE O DELAMENTAÇÕES, LI VE O DELAMENTAÇÕES, LI VE O DE LAMENTAR ou LUTOLAMENTAR ou LUTOLAMENTAR ou LUTOLAMENTAR ou LUTO

Jerusalém e dos sofrimentos dos judeus,causados pela tomada da cidade por Nabu-codonosor em 586 a.C. Cada um dos poe-mas consiste de 22 estrofes ou versos, onúmero de letras do alfabeto hebraico. Osrimeiros quatro capítulos estão organiza-os em ordem alfabética (acróstico). No cap.3, que possui 22 estrofes de três versos cada(66 versos ao todo), cada verso na estrofecomeça com a mesma letra do alfabetohebraico, A métrica peculiar à elegia hebrai-ca caracteriza o livro - linha longa, um mo-vimento vagaroso e solene. Os poemas sáo anônimos. A tradição que osatribui a Jeremias pode ser identificada naLXX, onde a autoria de Jeremias é direta-mente afirmada, porém a data da traduçãoé de aprox. 400 anos depois do profeta. Épossível que os tradutores tivessem algumaautoridade documental ou uma tradiçãoconfiável para afixar o nome de Jeremias.Muitos estudiosos modernos rejeitam suaautoria com base em diferenças de estilo comrelação ao livro de Jeremias. O autor, porém,parece ter sido uma testemunha ocular doshorrores da época da queda de Jerusalém.Imagens similares, e as mesmas causas paraa destruição, podem ser encontradas em Je-remias e Lamentações, de forma que muitoscomentadores ainda são a favor da autoriado profeta Jeremias. O lamento não é simplesmente por Jerusa-lém estar destruída e o povo devastado. Éque a catástrofe é um ato de Deus, execu-tando um castigo merecido. Aqueles que de-veríam ter sido líderes responsáveis não agi-ram corretamente, e o povo, voluntariamen-te, os seguiu. Deus está castigando Israel porseu pecado. Mas a adversidade não é apenaspunitiva, é também corretiva. O amor e opropósito da afiança de Deus jamais falha-ram e jamais falharão.

R. S,

LAMENTAR ou LUTO Expressão de má-goa ocasionada por calamidade ou perda trá-

f *ca como a morte de um parente ou amigo. tão universal quanto a morte propriamente

dita. No OrientePréximo, o choro veemen-te sempre fez parte do luto, embora muitasvezes acompanhasse qualquer emoção for-te, como, por exemplo, a de José quandorevelou sua identidade aos seus irmãos (Gn45.2,14,15). Abraão lamentou e chorou porcausa da morte de sua esposa Sara (Gn 23.2).Jacó chorou acreditando no falso relato deque José estava morto (Gn 37.35), e maistarde José chorou quando Jacó morreu (Gn 50.1) . Davi e seus homens choraram ao sa-berem da morte de Saul e Jônatas (2 Sm 1.12) . As viúvas de Jope choraram enquan-to mostravam os trabalhos manuais de suafalecida amiga Dorcas (At 9.39). Não pode-mos deixar ae nos comover pelo pesar doSenhor Jesus, ao chorar pela morte de Láza-

ro, compartilhando a tristeza de seus ami-gos (Jo 11.33-35). Veja também Salmo 6.6,7;Lamentações 1.16; 3.48. Muitas vezes, a lamentação era alta e nãocontrolada, com gemidos, lamúrias e gritosacompanhados de soluços e derramamentode lágrimas (Gn 23.2; 2 Sm 1.12; 3.31-34;11.26; 19,4). Carpideiras profissionais eramcontratadas para aumentar o volume destaslamentações (possivelmente Jr 9.17ss.; Am 5,16) . Talvez elas estivessem entre os ver-dadeiros lamentadores na casa de Jairo, poisquando Jesus veio “viu o alvoroço e os quechoravam muito e pranteavam” (Mc 5.38) eMateus menciona os tocadores de flauta (Mt9,23; cf. cantores, 2 Cr 35.25) que certamen-te foram chamados para a ocasião. Privação pessoal, negação ou insultos a sipróprio muitas vezes caracterizavam os ri-tos de luto. Os ornamentos eram tirados (Ex 33.4- 6); os enlutados rasgavam suas vestescomo símbolo de pesar (Gn 37.34; 2 Sm3.31). Freqüentemente, o rasgar as roupase vestir-se com sacos representavam pesare humildade (1 Rs 21.27; Et 4.1; Jr 4.8). Póou cinzas eram colocados sobre a cabeça (Js7.6; Lm 2.10; Ez 27.30). A barba e os cabe-los da cabeça eram arrancados (Ed 9.3) oucortados (Is 15.2; Jr 7.29). Observava-se ojejum (2 Sm 1.12; Ne 1.4; Zc 7.5). Algumaspráticas de luto eram expressa mente proi-bidas a Israel, provavelmente por seremritos pagãos. Os israelitas não se cortavamnem podiam fazer “marca alguma* em suastestas em homenagem aos mortos (Lv 19.28;Dt 14.1). As regras para os sacerdotes eramparticularmente severas (Lv 21.1-5,10-12).Aliteratura de outras terras bíblicas fornecealgum conceito, da tristeza na Mesopotâmiae no Egito. O Épico de Gilgamesh retrata oamargo luto do herói por seu companheiroEnkidu, “chorando amargamente como umamulher que pranteia alguém” (Tábua VIII,col. ii, linha 3; veja ANET, p. 87). Em suatristeza, ele vagou pelo deserto e confessouque tinha medo da morte (IX, i, 1-5; ANET, p.88). Ele arrancou seus cabelos, tirou seusbelos trajes e os lançou ao chão. Os resquícios literários do Egito e as cenasdas tumbas se combinam para apresentar aprofundidade da tristeza (por exemplo,ANEP, números 634, 638). Isto é particular-mente verdadeiro por causa da psicologiareligiosa desse povo que, como nenhum ou-tro, tentava escapar da realidade da morte.Enfatizar a vida presente era parte dessatentativa. Outra parte era tentar fazer pre-parativos adequados para a morte, incluin-do representar os serviços funerais apropri-ados nas paredes da tumba, Aqni, parentesaflitos são vistos chorando copiosamente egesticulando largamente com seus braços.Carpideiras profissionais exibiam pesar eabandono. As mulheres eram especial men-te efusivas; elas besuntavam seus rostos com

1129112911291129

Page 7: LETRA L.pdf

LAMENTAR ou LUTOLAMENTAR ou LUTOLAMENTAR ou LUTOLAMENTAR ou LUTO LÂMPADALÂMPADALÂMPADALÂMPADA

lama, vestiam-se com trajes rasgados, cho-ravam, gemiam, cobriam suas cabeças comsujeira, acenavam com suas mãos e batiamem suas próprias cabeças. Apesar do ritual,a consciência da perda e separação era ine-vitável, e os textos pungentes transmitemessa realidade de forma vivida (PierreMontet, Everyday Life in Egypt in the Daysof Rameses the Great, Nova York. St.Martin’s Press, 1958, pp. 322ss.; Heródoto,ii, 20, 85). O tempo dedicado ao luto variava. O períodomais longo mencionado na Bíblia são os 70dias durante os quais os egípcios chorarampor Jacó (Gn 50.3), um período habitual en-tre os egípcios. Ao tempo do sepultamentode Jacó, os egípcios lamentavam-se na eirado espinhal com “um grande e gravíssimopranto”, que impressionou os cananeus porsua intensidade. Aqui José chorou sete diaspor seu pai (Gn 50.10,11). Trinta dias dechoro foram observados por Arão (Nm 20.29)e por Moisés (Dt 34.8). Os homens de Jabes-Gileade jejuaram por sete dias após crema-rem e então sepultarem os restos de Saul ede seus filhos (1 Sm 31.13). Veja Sepultamento; Morto, O; Funeral;Tumba,

Bibliografia. Gustav Stãhlin, “Threneo etc”,TDNT, III, 148-155; “Kopetos etc”, TDNT, III,830-852.

C. E. D.

LAMENTO Veja Lamentar.

LAMEQUE 1. Filho de Metusael, um descendente deCaim, que foi o primeiro polígamo, tendo secasado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24), Seus fi-lhos foram Jabal (“pai dos que habitam emtendas e têm gado”), Jubal (pai de todos osque tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mes-tre de toda obra de cobre e de ferro). Lamequecantou para suas esposas, vangloriando-se deter matado os homens que o feriram ou o gol-pearam. Esta vangloria é geralmente enten-dida como sendo a confiança nas armas demetal de seu filho, em oposição à confiançaem Deus. Estes filhos parecem torná-lo o paidos nômades, músicos e artífices em metal. 2. O filho de Metusalém que, com a idade de182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu atéa idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por oca-sião do nascimento de seu filho, ele expres-sou o desejo de que em Noé a maldição deAdão chegasse ao fim: “Este nos consolaráacerca de nossas obras e do trabalho de nos-sas mãos, por causa da terra que o Senhoramaldiçoou” (Gn 5.29). Ele está incluído nagenealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36). A teoria documentária liberal, às vezes, afir-ma que o filho de Metusael faz parte do docu-mento J, o filho de Metusalém do documentoP, e o filho de Lameque seria diferente destes

dois. As três fontes foram então editadas paraformar a presente narrativa. O Gênesisapócrifo dos rolos de Qumran, e o Livro dosJuhbeus contêm tradições que se expandema partir do relato bíblico.

W.A.

LAMIO irmão de Golias, o geteu, morto porElanã, o filho de Jair em uma das guerras deDavi (1 Cr 20.5). A passagem paralela em 2Samuel 21.19 diz: “Elanã feriu Golias, ogeteu”, Embora o texto tenha sido conside-rado por alguns como tendo alguma varia-ção em umas poucas passagens, é possívelue tenha existido um outro gigante chama-o Golias de Gate além daquele que foi mor-to por Davi (WBC, p. 304).

LÂMPADA As palavras traduzidas como“lâmpada” em algumas versões são os ter-mos nebraicos lappid e ner, e os gregoslampas e lycknos. ó termo heb. lappid sig-nifica “tocha” (BDB, p. 542), e é traduzidona LXX (Gn 15.17) pelo termo gr. lampas,cujo significado básico é “tocha” (Arndt, p.466). O termo heb. ner significa “lâmpada"(BDB, p. 632), e é traduzido na LXX (Ex25.37) pelo termo gr. lycknos, que significabasicamente “lâmpada” (Arndt, p. 484). Es-tas palavras uniformemente designam umpequeno vaso contendo azeite queimado pormeio de um pavio de linho, nunca uma velade cera (que era desconhecida nos temposbíblicos). Em várias versões, o termo lychnos é cons-tantemente traduzido como “candeia” emmuitas passagens (Mt 5.15; 6.22; Mc 4.21;Lc 8.16; 11.33,34,36; 12.35; 15.8; Jo 5.35; 2Pe 1.19; Ap 18.23; 21.23; 22.5), mas lampasé traduzido como “lâmpada” (Mt 25.1,3,4,7,8;Ap 4.5), “tocha” ou “archote” (Jo 18.3; Ap8.10), e “luz” (At 20.8). Trench considera queseria melhor traduzir lampas como “tocha”e lychnos como “lâmpada” em todas as pas-sagens (Trench, p. 165). Mesmo na paráboladas dez virgens (Mt 25.1ss.), as lampades nãoprecisam ser designadas simplesmente como“lâmpadas”, porque eram abastecidas comóleo, “uma vez que no Oriente a tocha, bemcomo a lâmpada, são alimentadas destamaneira” (Trench, p. 166; cf. NBD, p. 709).No entanto, outras autoridades acreditamque o termo gr. lampas seja ambíguo, de for-ma que em Mateus 25.1-8 o significado é ode uma lâmpada verdadeira (BA, XXIX[1966], 4-7). Outros termos associados incluem o gr.phanos (Jo 18.3), “lanterna”; e o heb. nPnora(Êx 25.31; et aL; Ze 4.2,11), e o gr. lychnia(Mt 5.15;Áp 1.12, et aL), ou “castiçais* iq.v.).Forma. Não há nenhuma indicação na Bíbliauanto à forma das lâmpadas mencionadas,eus formatos variaram de acordo com operíodo da história, juntamente com outrostipos de cerâmica. Na época de Abraão (Ida-

li 30

Page 8: LETRA L.pdf

LÂMPADALÂMPADALÂMPADALÂMPADA LANÇADEIRALANÇADEIRALANÇADEIRALANÇADEIRA

de Média do Bronze I, 2100-1900 a.C.), aslâmpadas freqüentemente possuíam quatropavios. Durante o período da conquista daPalestina, os hebreus adotaram a lâmpadacananéia de um único pavio para o uso co-mum. “Um pires para o óleo que tinha umatampa com uma pinça para segurar o pavio”(BA, II [1939], 23). Este tipo com variaçõesfoi usado por mais de mil anos. Lâmpadas desete bicos também foram encontradas emtumbas e nas ruínas de templos cananeus, eeram aparentemente usadas em cerimôniasreligiosas. Assim, o conceito de uma lâmpadasétupla para uso sagrado no Tabernáculomosaico não era anacrônico, como os críticosdo AT costumavam afirmar. Sabe-se que lâmpadas babilônicas, de um tipomenor com um tubo fechado para o pavio,chegaram à Palestina no século VI a.C. Em-bora estas fossem mais econômicas com óleo,e, provavelmente dessem mais luz do que alâmpada de pires cananéia, não eram ampla-mente utilizadas na Palestina, porque nãoeram bem conhecidas dos oleiros hebreus.No século IV a.C., a bonita e compacta lâm-pada grega foi largamente imitada na Pales-tina. Esta era pequena e poderia ser carre-gada sem derramar o óleo. Durante o curtoperíodo de intenso interesse nacional no sé-culo II a.C., os judeus rejeitaram toda influ-ência estrangeira e usaram novamente alâmpada de pires. No entanto, com a chega-da dos romanos no século I a.C. todas as no-vas lâmpadas eram de confecção estrangei-ra, ou criadas a partir de modelos estrangei-ros (BA, II [1939], 24). As lâmpadas eram feitas quase que inteira-mente de barro até que o metal se tornouabundante. Então elas também apareceramem cobre, bronze e ouro. Veja Candelabro;óleo; Cerâmica. Ao menos uma lâmpada era mantida acesa,dia e noite, nas casas antigas, tanto parafornecer luz nas salas, que freqüentementenão possuíam janelas, como para manter aoalcance um meio de acender o fogo. As lâm-padas eram freqüentemente colocadas emnichos na parede da casa, bem como nas la-terais das tumbas e de túneis que desciamaté o suprimento de água das cidades.Figurativo: A palavra “lâmpada” ou “candeia”é freqüentemente usada nas Escrituras deum modo figurado para indicar. (1) a Palavrade Deus (SI 119.105; Pv 6.23; 2 Pe 1.19); JoãoBatista, como a voz profética de Deus era “acandeia que ardia e alumiava” (Jo 5.35); (2) adireção de Deus (2 Sm 22.29; cf. SI 27.1); (3)a consciência humana. “A alma do homem éa lâmpada do Senhor” (Pv 20.27); (4) salva-ção (Is 62.1, lit., “tocha”); (5) a vida em oposi-ção à morte, e ao reino das trevas (Jó 18.5,6;21.17; Pv 13.9; 20.20; 24.20); este conceito éresponsável pela prática quase que univer-sal de colocar lâmpadas em tumbas, demons-trando a crença em uma existência após a

Um soldado heteu de Carquemis com uma lança (século VIII a.C.). Museu Heteu, Ancara

morte; (6) bênção e prosperidade (Jó 29.3); e(7) a posteridade, ou a existência duradourada linhagem ou dinastia da família de umapessoa(l Rs 11.36; 15.4; 2 Rs 8.19; SI 132.17);Deus ordenou que houvesse uma série dedescendentes de Davi, culminando com oMessias, a Luz do mundo.

Bibliografia. R. W. Funk e I. Ben-Dor,“Lamp”, IDB, III, 63ss. Robert H. Smith, "TheHousehold Lamps of Palestine m Old Testa-ment Times’’, BA, XXVII (1964), 1-31; “... inIntertestamental Times’’, ibid, 101-124;"... inNew Testainent Times”, BA, XXIX (1966), 1-27. G. E. Wright, "Lamps, Politics, and theJewish Religion”, BA, II (1939), 22-24.

J. McR.

LANÇA Uma arma de ataque usada embatalhas (Jr 50.42). O termo heb. kidon étraduzido como “lança” em cinco outras pas-sagens na versão KJV em inglês. No Rolo deGuerra da caverna I de Qumran, a kidon éuma espada. O termo heb. romah é, maiscorretamente, o nosso arpão leve, ou lança.Veja Lanceta; Armadura; Armas.

LANÇADEIRA Ferramenta de tecelão usa-da para arremessar a linha da trama de umlado para o outro por meio dos fios da urdidu-ra. Em Jó 7.6, a palavra hebraica ’ereg, “umateeedura”, foi traduzida como “lançadeira” emvárias versões. Usada figurati vam ente para

1131113111311131

Page 9: LETRA L.pdf

LANÇADEIRA LA0D1CÉ1A

A porta norte de Laodicéia. HFV

mostrar que os dias da vida de uma pessoapassam tão rapidamente quanto o movimen-to de vaivém da lançadeira na urdidura. EmJuizes 16.14, a palavra hebraica ’ereg foitraduzida como “pino1’ ou “estaca" de tecelão.Veja Ocupações: Tecelão.

LANCETA Este termo aparece em váriasversões em 1 Reis 18.28 como uma antigaforma da palavra “lança”, traduzindo o ter-mo heb. romah. Esta arma começou a to-mar o lugar da lança mais pesada (hanit)no primeiro milênio a.C., embora romahestivesse em uso na época de Moisés (Nm25.7, “lança" ou “dardo") e durante o perío-do dos juizes (Jz 5.8, “lança”). Veja Arma-dura, Armas.

LANTERNA Essa palavra é usada apenasuma vez na Bíblia Sagrada (Jo 18.3), ondeestá registrado que Judas liderou um grupode soldados carregando lanternas, tochas earmas até o jardim do Getsêmani a fun deprender Jesus. Não há uma real distinçãoentre a palavra grega phanos usada aqui elampas, ou “lâmpada” (A-S, p. 466). Talvezhouvesse uma espécie de proteção anexadaa uma lâmpada (q.v.) para fazer dela umalanterna. Originalmente, a palavra phanossignificava “tocha”. A palavra “lâmpada”, edepois “lanterna”, foram modificações pos-teriores introduzidas no uso dessa palavra(Arndt, p. 861).

LApDICÉIA Cidade da província romanada Ásia, na área da Frigia. Situava-se sobreuma colina de 280 metros de altitude, adezesseis quilômetros de Colossos, no gran-de vale do rio Lico, um afluente do rioMeander. Estava cerca de 144 quilômetrosa leste de Éfeso, na grande rota comercialque ia da costa até o interior da Ásia Menor.Laodicéia foi fundada pelo rei selêucidaAntíoco II (261-246 a.C.), que lhe deu o nomede sua irmã e de sua esposa, Laodice. Ele acolonizou com povos sírios, e judeus trazi-dos da Babilônia.Sua grande riqueza provi-nha do comércio e da produção de uma mun-

dialmente famosa lã negra de fina qualida-de. Era uma cidade tão próspera que recu-sou um subsídio imperial quando foi destruí-da por um desastroso terremoto no ano 60d.C. Seus cidadãos se apressaram a recons-truí-la com seus próprios recursos, O Senhorjulgou os membros da Igreja de Laodicéiapor sua confiança nas riquezas (Ap 3.17), eos aconselhou a ungir os olhos com um colírio(espiritual) para que enxergassem melhor(Ap 3.17). Esse conselho sem dúvida é umaalusão ao “pó frígio”, um remédio para osolhos que parece ter se originado emLaodicéia, e cujo uso se tomou muito difun-dido entre os gregos. A cidade era abastecida por fontes de águaquente, situadas a uma certa distância, atra-vés de canos feitos com blocos cúbicos de pe-dra de três pés de largura, ligados e cimenta-dos entre si. Quando a água chegava à cidadejá não estava tão aquecida para banhos sau-dáveis, nem suficientemente fria para ser be-bida, e só servia como um emético. Para mui-tos, isso explica a referência feita em Apoca-lipse 3.16: “Assim, porque és momo e não ésfrio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.Já existia uma igreja em Laodicéia quandoPaulo escreveu sua E pistola aos Colossen-ses, embora ele ainda não tivesse visitadoessa cidade pessoalmente (Cl 2.1). A grandepreocupação de Epafras com os cristãos su-gere que ele pode ter sido o fundador dessaigreja (Cl 4.13). Paulo conclamou os crentesde Colossos a saudar os irmãos de Laodicéiae a trocar cartas com eles (4.15,16). Prova-velmente, a epístola de Paulo a Laodicéia foiperdida, assim como outras de suas cartas(cf. 1 Corlntios 5.9), embora alguns estudio-sos mais devotos tenham afirmado que o li-vro canônico dos Efésios foi originalmenteenviado aos laodicenses (veja Efésios, Epís-tola aos). A última das cartas de João às seteigrejas da Ásia foi enviada a Laodicéia (Ap 2-3). Na época em que ele escreveu essa carta,a maior parte da congregação havia se tor-nado apóstata (Ap 3.14-22),

Canos de água feitos com blocos cúbicos de pedra (ao centro) em Laodicéia

1132113211321132

Page 10: LETRA L.pdf

LA0DICF1A LAQU1S

Cerco de Laquis por Senaqueribe. BM

As ruínas dessa cidade, que cobrem cente-nas de acres, começaram a receber atençãodos escavadores em 1961.

H. F. V.

LAODICENSES, EPÍSTOLA AOS VejaEfésios, Epístola aos; Epístolas, Espúrias;Laodieéia.

LAPIDADOR Veja Ocupações: Pedreiro,Lapidador.

LAPIDOTE Marido de Débora, a profetisa(Jz 4.4). Seu nome significa “tochas” (cf. Jz7.16; 15.4) ou “clarão do relâmpago” (cf. Éx20.18).

LÁPIS Veja Escrita. LAPIS-LAZULI Veja Jóias.

LAQUIS Identificada com Tell ed-Duweir,era a cidade mais importante da Sefelá. Si-tuava-se nos baixos contrafortes entre aFilístia e a região montanhosa de Judá. O topodo monte mede aprox. 73.000 metros quadra-dos, igualando-se a Gezer, sendo maior que aJerusalém ou Megido do AT. Está situada 50quilômetros a sudeste de Jerusalém e 24 qui-lômetros a oeste de Hebrom. Muitos escaravelhos da 18a dinastia revelama importância desta cidade para o Egito. Masna época de Josué, a influência egípcia naPalestina estava desaparecendo rapidamen-te, e ele capturou Laquis na campanha quelhe deu todo o sul da Palestina, exceto a pla-nície costeira (Js 10.1-43, especialmente vv.31-33). Porém, Josué não deixou uma guar-nição na cidade (veja Êxodo, O; Josué). Aposse da cidade foi designada a Judá (15.39).Laquis é várias vezes mencionada como umaimportante cidade-estado nas tábuas deAmavna (ANET, pp. 4S8ss.). Seus governan-tes são acusados de tramarem contra o Faraóe de favorecerem os ‘Apiru iueja Cartas deAmarna; Povo Hebreu). G. E. Wright acredi-ta que durante a Última Idade do Bronze,

Laquis tenha sido protegida por uma sériede pequenas cidades fortificadas cujas ruí-nas aparecem hoje como montes em forma-to de cones (BA, XXXIV, 80-85). Três tem-plos cananeus sobrepostos (1500-1200 a.C.)construídos sobre um fosso hicso ou valadefensiva mostram algo sobre a prática deculto local, bem como a história deste lugar(ANEP #150, 731). Os mais antigos destesedifícios foram demolidos, sem nenhum tra-ço de incêndio, e substituídos por uma se-gunda estrutura durante o reinado deAmenotep III (1417-1379 a.Cj. Uma vasilhaquebrada com inscrições em caracteresnieráticos egípcios menciona “ano quatro...”,referindo-se quase certamente ao quarto anodo reinado de Merneptah (1236-1223 a.C.).Um escaravelho de Ramsés III (1198-1166)sugere que a Laquis cananéia só foi destruí-da no início do século XII a.C. As escavações da expedição de Welleome-Marston (1932-38) indicam que Davi ou Sa-lomão fizeram de Laquis uma cidade impor-tante. Roboão a refortificou (2 Cr 11.9), pro-vavelmente após a invasão de Sisaque. O reiAmazias foi assassinado nela depois de ten-tar fugir de seus conspiradores de Jerusa-lém (2 Rs 14.19). De acordo com a Bíblia Sagrada, o eventomais dramático na história da cidade foi ainvasão de Senaqueribe em 701 a.C. De La-quis ele enviou uma delegação para exigir arendição de Ezequias de Jerusalém (2 Rs18.13-19,36; Is 36.1-37.38). Jerusalém foipoupada por um milagre, mas Senaqueribeafirmou que 46 cidades foram destruídas,incluindo Laquis (ANET, p. p. p. p. 288). Em seu pa-lácio em Ninive ele retratou o episódio deLaquis, Descreveu o ataque sobre a cidade,sua tomada, e seus habitantes conduzidos àmorte por tortura, ou ao cativeiro (ANEP#371-374). Uma cova no declive noroeste domonte continha ossos de pelo menos 1.500corpos humanos misturados à cerâmica que-brada, e em seguida profanados por uma ca-mada de ossos de porcos. Estes podem tersido corpos levados para fora da cidade pelosvitoriosos assírios.

O monte de Laquis. HFV

1133113311331133

Page 11: LETRA L.pdf

LAQU1S IASÉ1A

Uma carta de Laquis. Expedição Arqueológica Wellcome

Uma nova cidade com muros duplos foi cons-truída, e se tornou a segunda cidade do reinode Judá. Ela caiu nas mãos de Nabucodono-sor em 597 a.C., mas nào foi destruída. Ao darfim à revolta de Ezequias dez anos mais tarde(Jr 34.7), Nabucodonosor aniquilou toda a ci-dade. Nas ruínas de suas sólidas portas du-

Íilas, os arqueólogos encontraram 21 cacos de ouça de barro inscritos com tinta, as agorafamosas cartas de Laquis (ANET, pp. 321ss.;ANEP #273), Estas demonstram por meio dasimilaridade de vocabulário e gramática queos escritos canônicos de Jeremias e seus pro-fetas contemporâneos sào obras literáriasgenuínas desta data. A cidade foi reocupada no período põs-exílico(Ne 11.30). Os arqueólogos descobriram avila ou palácio (ANEP #728) do governadorpersa, que pode ter sido Gesém, o arábio (Ne6.1; veja Gesém). Um pequeno Templo (“osantuário solar”) perto desta vila, que sepensava ser contemporâneo, é comprovada-mente uma edificação israelita de 200 a.C.Este fato foi provado pelas escavações de1966 e 1968. Dois níveis abaixo destaedificação, foi encontrado um templo (talvezisraelita) do século X a.C. com objetos deculto despedaçados, incluindo um altar depedra com pontas, quatro queimadores deincenso, lâmpadas e outros utensílios (AJA,LXXIV [1970], 188ss.; veja no tópico Aradeinformações sobre outro provável temploisraelita). Isto dá um novo sentido à acusa-ção de Miquéias em relação a Laquis: “Fosteo princípio do pecado para a filha de Sião,porque em ti se acharam as transgressõesde Israel” (Mq 1.13).

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. CornPBE, pp. 89-94. AntonT. Pearson, “Laehish”, BW, pp. 343-349. D.Winton Thomas, “The Prophet” in theLaehish Ostraca, Londres. Tvndale Press,1946. Olga Tufnell, “Laehish”, TAOTS, pp.296-308. G. Ernest Wright, “JudeanLaehish”, BA, XVIII (1955), 9-17; “A Problemof Ancient Topography. Laehish and Eglon”,BA, XXXIV (1971), 76-86.

J. L. K. e J. R.

LAR Veja Família; Casa.

LASA LASA LASA LASA Cidade incluída com Sodoma e Gomor-ra na descrição dos limites de Canaâ emGênesis 10.19. Jerônimo, erroneamente,acompanhou a tradição judaica ao identifi-car Lasa (que significa literalmente “estou-rar”) com fontes de água quente que maistarde ficaram conhecidas como Callirrhoe namargem oriental do mar Morto, perto deMacaero. Embora sua localização seja des-conhecida, ela ficava possivelmente perto daextremidade sul dessa área.

LASAROM LASAROM LASAROM LASAROM Essa cidade foi incluída na re-lação das cidades-estado conquistadas a oes-te do Jordão (Js 12.18). Alguns sugerem quepode ser identificada com o distrito deSarona (Onomasticon de Eusébio) na BaixaGaliléia, cerca de oito quilômetros a nordes-te do monte Tabor. Se de fato Lasarom eraum distrito, seria mais provável que o nome(literalmente “de” ou “em Sarom”) fosse umamodificação de Afeca, que estava realmentena planície de Sarom (algo necessário, por-que existem várias Afecas). Esse uso tem um

frecedente (cf. v, 22; registros de TutmósísII), e nos textos de Amarna o rei de Sarom é

igualado ao rei de Afeca (EA #241).

LASCÍVIALASCÍVIALASCÍVIALASCÍVIA 1, A palavra grega aselgeia significa desen-freada luxúria, devassidão, licenciosidade,libertinagem, deturpação, impudência. Foiincluída pelo Senhor Jesus Cristo na rela-ção das coisas más que nascem do coraçãoou da natureza pecadora do homem. Ela pro-vavelmente envolve a fornicaçáo e o adulté-rio (Mc 7.22; cf. Rm 13.13). Foi usada com osentido geral de intemperança e licenciosi-dade em 1 Pedro 4.3 e Judas 4; e de sensua-lidade em 2 Coríntios 12.21; Gálatas 5.19;Efésios 4.19 e 2 Pedro 2.2,7,18. 2. Apalavra hebraica zimma significa plano,propósito ou desejo obscuro no interior deum pensamento ímpio e pecaminoso, espeei-almente com referência à imoralidade sexu-al (Jz 20.6; Jr 13.27; Ez 16.27,43,58; 22.9,11;Os 6.9). 3. A palavra grega porteros significa imoral,no sentido de imoralidade física ou moral.Ela foi traduzida uma vez como “lascivo” emalgumas versões do NT (At 17.5), embora ostermos “imoral” ou “iníquo” também sejampossíveis traduções.

LASÉIA LASÉIA LASÉIA LASÉIA Mencionada em conexão com a vi-agem de Paulo a Roma, o texto (At 27.8) in-dica que a cidade de Laséia estava localiza-da na região sul da ilha de Creta. As muitas variantes nos manuscritos gregosdo NT, da Vulgata e de Plínio, e sua ausênciada onomástica parecem indicar que esse lu-gar não era muito conhecido. Por causa desua proximidade com Bons Portos i.q.v.) elaé

1134113411341134

Page 12: LETRA L.pdf

LASÉ1ALASÉ1ALASÉ1ALASÉ1A LÁZAROLÁZAROLÁZAROLÁZARO

geral mente identificada com um promontó-rio a meio caminho da costa sul de Creta.

LATÃO LATÃO LATÃO LATÃO Veja Minerais e Metais: Bronze.

LATIM A língua de Roma. Seu uso na Pa-lestina estava limitado às comunicações le-gais, militares e governamentais, pois o gre-go era o idioma mais difundido. O título colocado na cruz “estava escrito emhebraico, grego e latim” (Jo 19.20; Lc 23.38).

LATRINA, PRIVADA LATRINA, PRIVADA LATRINA, PRIVADA LATRINA, PRIVADA O termo gr, aphedronem Maeust 15.17 e Marcos 7.19 significalatrina ou vaso sanitário. Vejb Esterco.

LAVAGEM LAVAGEM LAVAGEM LAVAGEM Veja Ablução.

LAVAGEM DOS PÉS LAVAGEM DOS PÉS LAVAGEM DOS PÉS LAVAGEM DOS PÉS A lavagem dos pésera um costume comum nas terras do orien-te. O efeito de estradas empoeiradas eenlameadas sobre os pés calçados, com san-dálias abertas, fez com que fosse costumeiroque água e uma bacia estivessem disponí-veis na entrada das casas. Um escravo, ou opróprio visitante, realizava a lavagem (Gn18,4), embora o anfitrião pudesse fazer istocomo uma marca de especial favor (1 Sm25.41). Negligenciar esta prática significa-va falta de cortesia (Lc 7.44). A lavagem dos pés dos discípulos por Jesus(Jo 13.1-17) teve um profundo significado.Sua admoestação a Pedro, “O que eu façonão o sabes agora" mostrou que a intençãodo Senhor ia além do costume bem conheci-do. Muitos defendem que Jesus estava dan-do uma lição de humildade por meio de seuexemplo. A humildade era certamente mos-trada por aquele que lavava. Contudo, Jesusdisse que se Ele não realizasse este ato, seriaPedro e não Ele que estaria em falta. Assim,Ele devia estar ensinando algo que Pedroprecisava aprender, e não apenas mostran-do as suas próprias virtudes. A limpeza espiritual é algo básico para opropósito de Cristo (Jo 13.10,11), e a faltadesta é especificada em relação a Judas.Todos, exceto Judas, haviam se banhado{leloumenos - banho completo), mas eles ain-da precisavam ter os seus pés lavados(nipsasthai - lavagem parcial). U banho com-pleto referia-se à salvação, conforme simbo-lizado pelo batismo. A lavagem dos pés retra-tava a necessidade que os crentes têm dalimpeza da sujeira que vem do contato com omundo pecador. Podemos entender a partir de João 13.14,15que Jesus pretendia que este ato fosse perpe-tuado pela igreja. A prática do Pedilavium podeser vista na igreja primitiva em 1 Timóteo5.10 e a partir de escritos de patriarcas comoTertuliano (De Corona, Cap, 8), Atanásio(Canon 66), e Agostinho (Caria a Januário).O sínodo de Toledo (694 d.C.) especificou queo rito deveria ser observado na quinta-feira

santa. Ela ainda é praticada por alguns gru-pos protestantes, incluindo os menonitas, oswalaensianos, os winebrenarianos e algunspoucos batistas. Para as cerimônias religiosas judaicas de la-vagens, veja Ablução.

H. . K.

LAVANDEIRO LAVANDEIRO LAVANDEIRO LAVANDEIRO Veja Ocupações. LAVOURA LAVOURA LAVOURA LAVOURA Este termo refere-se à prática decultivar a terra, ou à própria terra cultivada.Como tradução do hebraico ‘aboda ela signifi-ca “trabalho, serviço, labuta". É usada em 1Crônicas 27.26 referindo-se à “lavoura da ter-ra" ou à aragem do solo e, em Neemias 10.37,na frase “as cidades da nossa lavoura”. Al-guns questionam a tradução da palavra he-braica nir como lavoura (“terra arada") emProvérbios 13.23, alegando que esta tradu-ção deveria ser “terra não cultivada” (cf. Jr4.3; Os 10.12). Veja Agricultura.

LAVOURA, LAVLAVOURA, LAVLAVOURA, LAVLAVOURA, LAVRADORES RADORES RADORES RADORES Veja Agricultura; Ocupações: Lavrador.

LAVRADOR LAVRADOR LAVRADOR LAVRADOR Veja Agricultura; Ocupações:Fazendeiro, Lavrador.

LÁZARO LÁZARO LÁZARO LÁZARO Forma abreviada do nomehebraico Eleazar (que significa “Deus aju-dou* ou aquele “a quem Deus ajuda”). 1, Na história do homem rico (Lc 16.19-31),o mendigo chamado Lázaro morreu e foi parao seio de Abraão, enquanto o anônimo ho-mem rico partiu para o Hades. A históriaensina que as pessoas devem determinar seudestino antes da morte e que esse destinonão pode ser determinado por circunstânci-as externas como a riqueza. 2. Irmão de Maria e Marta, de Betânia, quefoi ressuscitado pelo Senhor Jesus Cristo (Jo 11. 1-44) e que mais tarde esteve presente em um jantar em honra ao Senhor (Jo 12.1-3).Embora Cristo tivesse ressuscitado a filhade Jairo (Mc 5,22-42, disse que ela estava“dormindo”, v, 39) e o filho da viúva de Naim(Lc 7.11-18), somente Lázaro havia sido se-pultado já havia quatro dias. Esse foi o maiormilagre de Cristo antes de sua crucificação,morte e ressurreição. E foi tão convincentea respeito da pessoa e da obra do Senhor,que os fariseus queriam condenar Jesus (Jo11.47-57) e Lázaro à morte (12.9-11). Alguns críticos questionaram sua autentici-dade porque o milagre foi omitido dos evan-gelhos Sinóticos, porém seus autores podemter sido movidos pelo temor dos inimigos quedesejavam matar Lázaro, ou, por terem pre-ferido relatar outros milagres. Sua autenticidade é comprovada pelos se-guintes fatos: (1) A história está registradapor uma testemunha ocular; (2) E uma des-crição vivida e humana. Por exemplo, “Jesuschorou” (Jo 11.35). E não resulta do exagero

1135113511351135

Page 13: LETRA L.pdf

LÁZAROLÁZAROLÁZAROLÁZAROLEBO-BAMA^

. . . ■■ ' ■

Túmulo tradicional de Lázaro em Betânia. HFV

fantasioso das histórias apócrifas; (3) Nadafoi registrado sobre Lázaro em relação às suasexperiências durante os quatro dias em queesteve sepultado, depois de sua ressurrei-ção, e também não se registrou que ele te-nha se tornado uma espécie de herói, antes,durante ou depois da paixão de Jesus.

H. W. H.

LEABIM O terceiro filho de Mizraim (Gn10.13; 1 Cr 1.11). Os estudiosos têm discuti-do a correta ortografia dessa palavra. Algunspreferem considerá-la como uma variaçãode Lubim (2 Cr 12.3), enquanto outros acre-ditam que a forma correta seria Lu‘bim, Aversão LXX transcreve a palavra Labieim,que poderia refletir Lubim. Entretanto, exis-te pouca evidência textual para qualquer umadessas identificações. Eles parecem ter sidovizinhos dos antigos egípcios com base nosagrupamentos de Gênesis 10 e 1 Crônicas 1.

LEÃO Veja Animais II 25.

LEAOZINHO O filhote do leão (Na 2.11; Jó4.11), Algumas versões utilizam este termorepresentando os filhotes dos chacais (Lm4.3). Os leões tinham uma posição proemi-nente nas terras bíblicas. Seus filhotes fo-ram usados para representar Judá (Gn 49.9),os príncipes de Israel (Ez 19.2-9), e os mora-dores da Babilônia (Jr 51.38).

LEBANA ou LEBANÁ Chefe de uma famí-lia de netineus que retornou da Babilôniacom Zorobabel em aprox. 538 a.C. (Ed 2.45.Ne 7.48).

LEBAOTE Veja Bete-Lebaote.

LEBEU Nome de um dos apóstolos do Se-nhor Jesus, baseado em uma anotação dife-rente do texto ocidental (D) e escolhido peleTextus Receptus para Mateus 10.3, ao invésda melhor anotação como Thaddaios queaparece no texto grego de Nestle e Souter.Mateus, entretanto, pode lembrar o nomehebreu de Tadeu. Marcos (3.18) relaciona ;nome desse discípulo como Tadeu, e pareceque copistas posteriores fizeram uma com-posição entre si em Mateus 10.3 e incluíramos dois nomes; “e Lebeu, apelidado Tadeu*Lucas o chama de Judas, filho de Tiago > Lc6.16; At 1.13). Tanto Lucas como João (14.22fazem uma cuidadosa distinção entre ele eJudas Iscariotes. Esses dois nomes, Lebeu eTadeu, podem ser uma designação descriti-va desse apóstolo, introduzida para evitar 2confusão com o traidor. O primeiro nome pode ter derivado da pala-vra hebraica leb, “coração”, e o segundo do a-Tamaico thad, o “seio” da mãe, e ambos signi-ficam um filho amado. Veja Tadeu; Judas 3.

R.A. K.

LEBO-HAMATE Nome de um lugar quemarca a fronteira ideal ao norte de Israel(Nm 34.8; Js 13.5; Jz 3.3; Ez 48,1). Há versões que traduzem essa expressãocomo “entrada de Hamate” ou “entrando emHamate”. Textos egípcios e assírios deixam claro queLebo’ não significa “entrada”, e se refere auma cidade ao sul da Síria, a moderna Lebwec.cerca de 24 quilômetros ao norte de Baaibek.e 32 quilômetros a sudoeste de Cades, no r>:Orontes, perto de Ribla. Como ela governa 2bacia hidrográfica entre os rios Orontes eLeontes, no grande vale entre as montanhasdo Líbano e Anti-Líbano, é possível que SEalguma ocasião tenha sido utilizada como forforforfor----taleza para proteger a rota sul até a grandecidade de Hamate. Dessa forma, sua tradu-ção pode ser “Lebo de Hamate”. Os 12 homens enviados por Moisés espio-naram a terra até o norte de Lebo-Hamate(Nm 13.21). Davi reuniu israelita; desdedesdedesdedesdeessa longínqua região quando trouxe a arrapara Jerusalém (1 Cr 13.5). O reino de Sa-lomão se estendia desde Lebo-Hamate até faté faté faté frio do Egito (Uádi el-‘Arish) no Sinai ' 1 Re8.65; 2 Cr 7.8). Jeroboão II ampliou n<wa-mente as fronteiras do norte do reino dedededeIsrael até Lebo-Hamate (2 Rs 14.25 '. masDeus advertiu que inimigos iriam importu-ná-los desde a entrada de Hamate até a fron-teira ao sul (Am 6.14).

J R.

1 136

Page 14: LETRA L.pdf

LEBONA LEI

LEBONA Uma vila, em forma de sela, situ-ada em uma depressão na região montanho-sa de Efraim, 5 quilômetros a oeste-noroes-te de Siló, e 16 quilômetros ao sul de Siquém(Jz 21.19). Esse lugar, conhecido pelo nomeárabe de Lubbân Sharqiya, está situado aoeste da estrada que liga Betei a Siquém.

LEBRE Veja Animais: 11.26.

LECA Mencionado apenas em 1 Crônicas4.21 como filho de Er, um descendente deJudá. Ele pode ser considerado o provávelfundador de uma outra cidade também des-conhecida no território de Judá.

LEGIÃO Principal unidade do exército ro-mano na época do AT composto geralmentepor 6.000 homens. A legião era dividida emdez coortes, cada uma formada por três tro-pas que, por sua vez, eram formadas por duascompanhias de cem soldados (centúrias). NoNT, esse termo só é usado como uma refe-rência aos demônios (Mc 5.9,15; Lc 8.30) ouaos anjos (Mt 26,53). Veja Coorte; Exército.

LEGISLADOR “Aquele que faz a lei” (emhebraico m‘hoqeq, em grego nomothetes). Apalavra hebraica foi aplicada ao Messias (Gn49.10), ao território da tribo de Gade (Dt33.21), a Judá como tribo messiânica (SI 60.7; 108.8) , e ao próprio Deus (Is 33,22). A pala-vra grega foi aplicada somente a Deus (Tg 4.12) . Seu plural foi usado em Juizes 5.14(“legisladores” ou “comandantes”). Em Gênesis 49,10; Números 21.28; Salmos60.7 e 108.8 várias versões traduzirammehoqeq como “cetro, bastão ou vara” dogovernador. O texto em Gênesis 49.10 éespecialmente importante por indicar pro-feticamente que o Messias viria da tribo deJudá (cf. Hb 7.14; Ap 5.5), e que Ele seria osupremo Legislador, como foi previsto emIsaías 2,3.

LEGUMINOSAS Veja Plantas.

LEI A palavra lei foi usada para traduzir apalavra hebraica tora (que significa instru-ção), e a palavra grega nomos (que signifi-ca hábito estabelecido). Veja Torá. Funda-mentalmente, as duas indicam alguma re-gra, ou regulamento, impostos sobre o ho-mem ou a natureza por um poder superior.O legislador reserva-se ao direito de punirtoda desobediência. As forças invisíveis que residem na nature-za, produzem a ordem e determinam o des-tino do universo são geralmente chamadasde leis da natureza. A Bíblia Sagrada rara-mente fala sobre tais leis de forma abstrata,e muitas vezes a razão oferecida é que elanão é um livro de ciências. Entretanto, ape-sar disso, a Bíblia tem muito a dizer sobre asleis científicas como reveladoras da nature-

za de Deus. Verbos como “fazer” (Jó 36.27-33), “dirigir” (37.3), “mandar” (37.12; 38.12),“causar" (37.13,15; 38.26,27), “guiar” (38.32),e substantivos como “caminha1 (38.24), “or-denanças” (38.33) e “tempo” (39.1ss.) indi-cam, em uma linguagem não técnica, o con-trole de Deus sobre a natureza por meio deleis que Ele estabeleceu. Será impossívelpressupor a existência de um verdadeiro con-flito entre essas leis da natureza e as leisque Deus estabeleceu em outros reinos deseu poder universal. Em um outro nível encontramos as leis deDeus escritas no coração dos homens. Nessecaso devemos fazer duas distinções: de umlado, as leis de Deus estão escritas no cora-ção dos homens como resultado da imagemde Deus plantada no homem no momento dacriação (Gn 1.26ss.), Essas leis, tão definiti-vas como a cor da pele, fazem com que até ospagãos “façam naturalmente as coisas quesão da lei [mosaica!” (Rm 2.14). A evidênciade tais leis se manifesta na consciência (2.15)e é confirmada pela natureza (Rm 1.26ss.; 1Co 11.14). Vejo Consciência. Por outro lado,as leis de Deus estão escritas no coração doscrentes pela nova aliança (Jr 31.31-33; Ez11.19ss.; 36.25-27; 2 Co 3.3,7,8). Essas leis,implantadas pela “nova criação” (2 Co 5.17),são evidenciadas pelo fruto do Espírito (G15.22ss,), e confirmadas pelo “verdadeiroamor” (1 Jo 4.17ss.). Ainda em um outro nível estão as leis do es-tado, instituídas como agentes de Deus nasociedade humana (Rm 13.1-7; 1 Pe 2.13-15.Para uma coleção de leis e documentos legaisda antiga Mesopotâmia, Egito e Ásia Menor,veja ANET, pp. 159-198, 212-222). Existemépocas, entretanto, em que o estado, inspira-do por uma satânica hostilidade para com averdade de Deus, elabora leis que devem serdesobedecidas pelos verdadeiros filhos deDeus (Dn 3.8-30; 6.1-28; At 5.26-29,40-42).Leis injustas promulgadas no reino do Anti-cristo trarão perseguição e morte aos segui-dores do Cordeiro (Ap 13.1-17; 20,4), A su-prema demonstração de obediência do crentedeverá ser sempre dirigida a Deus e não aohomem (Atos 5.29; Ap 1.9; 12.11). Em um nível mais elevado estão aquelasleis instituídas por Deus para o presenteestágio da existência humana. Elas podemser classificadas como judiciais e rituais. Asjudiciais se baseiam principalmente nos DezMandamentos (q.v.) e tratam do relaciona-mento dentro da sociedade onde restriçõesdevem ser impostas sobre as inclinaçõespecaminosas da natureza humana (Rm 7.6;G1 3.19). Essas leis ainda eram válidas naEra dos evangelhos, pelo fato de represen-tarem os relacionamentos básicos da vidaonde estão envolvidos o pecado e a justiça.As leis rituais, entretanto, têm o propósitodivino de serem representações tipo lógicasdas verdades dos evangelhos embutidas no

1137113711371137

Page 15: LETRA L.pdf

LEILEILEILEI LEI, ADMINISTRAÇÃO DALEI, ADMINISTRAÇÃO DALEI, ADMINISTRAÇÃO DALEI, ADMINISTRAÇÃO DA

AT, Agora que Cristo já cumpriu toda a ti-pologia por sua morte na cruz, elas per-deram a validade (Mt 27.51; GZ 5.1-9; Hb9.1-28; 10.1-22). Em um nível superior a todas as leis, estãoas leis morais de Deus resumidas nos DezMandamentos. Essas leis são etemamenteválidas porque estão baseadas na imutávelnatureza divina. O crente, finalmente, en-trará em um reino de glória onde a desobedi-ência às leis divinas será nâo só inadmissívelcomo impossível. Essas leis Divinas, enunci-adas nos Dez Mandamentos e reinterpreta-das em termos de absoluto amor a Deus e aopróximo (Mt 22.36-40; Rm 13.8-11; G1 5.14),encontram o seu cumprimento presente navida do crente, e o seu cumprimento finalquando este for viver na cidade celestial, des-frutando a eternidade junto com o Senhor.Resumindo, podemos fazer as seguintes dis-tinções; (1) As leis feitas por Deus (Êx 20.1-17) e as leis feitas pelo nomem (Dn 6.6-9); (2) as leis de importância temporal (Hb 10.1-4) e as leis que terão uma duração eterna (2Sm 7.12-26; SI 1-4); (3) as leis escritas emtábuas de pedra (Dt 5.22) e as leis escritasno coração dos homens (Hb 8.10; cf. 2 Co 3.3);(4) as leis dirigidas apenas aos judeus (At15.1,10) e as leis destinadas a toda humani-dade (Gn 1.28; 9.5-7). Veja Lei de Moisés; Lei, Administração da.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. H. Kleinknecht e W. Gutbrod,“Momos etc.”. TDNT, IV, 1022-1091. G. Quelle G. Schrenk, “Dikeetc”, TDNT, II, 174-225.A. N, Sherwin-White, “Roman Public Law”,HDD rev., pp. 855-859,

W. B.

LEI, ADMINISTRAÇÃO DA O nono man-damento indica a existência de um sistemade jurisprudência em um estágio bastanteantigo da nação de Israel. O perjúrio, ouprestar falso testemunho emum tribunal (Ex 20.16), é considerado a pró-pria ruína desse aspecto essencial da soci-edade. A primeira Teferênçia bíblica à administra-ção da lei está em Êxodo 18.13-27. A fim deevitar a criação de inimizades familiares nainexperiente nação, as pessoas procuravamos julgamentos de Moisés, que tentava ofe-recer uma decisão que estivesse de acordocom os estatutos de Deus. Entretanto, haviacasos em demasia para julgar, o que tornavaa justiça demorada. Com vistas ao bem estar de Moisés e à suanatural serenidade, Jetro sugeriu que fos-sem nomeados uma série de administrado-res ou juizes com vários níveis de autorida-de. Esses homens podiam cuidar dos casosmenos importantes, enquanto os mais im-portantes poderíam ser levados à atenção deMoisés. Esse foi o início da administração dasleis cíveis em Israel. A prosperidade da na-

ção dependia de uma eficiente e rápida justi-ça ministrada por homens que haviam sidotreinados para essa tarefa. Os juizes eram nomeados por alguém quetivesse autoridade, como Moisés (Ex 18.25),ou Samuel (1 Sm 8.1). Em uma época poste-rior ela se tornou uma função real (2 Cr 19.5),e os homens escolhidos eram geral mentesacerdotes (Dt 17.8-13; Ez 44.24). No reinado de Josafá, depois da ditadura deAsa, o rei distribuiu juizes por toda a nação.Esses homens estavam a serviço de Deus, eeram ajudados por Ele em sua função de jul-gar. Deveríam se lembrar que também seri-am julgados pelo Juiz Supremo que deveriaser o seu exemplo. Os julgamentos deverí-am ser imparciais e honestos (2 Cr 19.5-7).Depois do exílio, Artaxerxes incumbiu Es-dras de nomear magistrados e juizes parajulgar todas as pessoas e ensinar as leis deDeus (Ed 7.25,26), e destinou um prêmio àsdecisões mais rápidas. Afinal de contas, foi ograve atraso da administração da justiça quedeu a Absalão a abertura de que precisavapara afastar de Davi a lealdade das pessoas(2 Sm 15.4). Moisés deu instruções para o estabelecimentode um tribunal superior, pois chegaria o diaem que ele não estaria mais presente Por-tanto, um tribunal de justiça deveria ser for-mado por levitas, sacerdotes e juizes no lu-gar em que o Senhor escolhesse, e as suasdecisões seriam definitivas (Dt 17.8-13). No deserto, a entrada do Tabernácnlo era olugar do tribunal. O texto em Deuteronômio16.18 antevê a vida na cidade de Canaã eprescreve que os juizes deveríam ser nome-ados em todas as “portas”. Assim sendo, naprática, a porta da cidade tornou-se o localonde estavam os tribunais de Israel (Rt4.1,2,11; Am 5.15). Samuel era um juiz itinerante que ia delugar em lugar para fazer justiça (1 Sm 7.16) . E isso ele fazia além de servir comojuiz de Israel em uma sede central em Ramá(1 Sm 7,17). Na administração da lei, a Bíblia Sagrada proi-bia certos atos que poderíam perverter a jus-tiça. Era essencial evitar a cobiça por partedos juizes (Êx 18.21), e eles não podiam mos-trar favoritismo ou parcialidade para com ospobres nem para com os ricos (Lv 19.15). Osuborno era condenado, pois representavauma ofensa a Deus e prejudicava a existên-cia da nação (SI 26.9,10; Pv 17.23; Is 33.15;Am 5.12; Mq 3.11; 7.3). O perjúrio, da mesmamaneira, nâo deveria ser tolerado (Pv 6.16,19;21.28; 24.28; 25.18; Zc8.17; Ml 3.5) e sua pu-nição era obrigatória (Dt 19.16-19). Outro requisito essencial envolvido era a exi-gência de duas testemunhas para a condena-ção (Dt 17.6). Apenas uma testemunha nãoera suficiente para a punição, pois o fatormotivador pgdia ser a maldade de alguém. O texto em Êxodo 22.9 descreve o direito de

1138113811381138

Page 16: LETRA L.pdf

LEI, ADM1N1STRAÇA0 DALEI, ADM1N1STRAÇA0 DALEI, ADM1N1STRAÇA0 DALEI, ADM1N1STRAÇA0 DA LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS

ambas as partes de serem ouvidas, pois umajusta audição é imprescindível para a admi-nistração da justiça (Dt 1.17). O texto em Êxodo 21.24 declara; “olho porolho, dente por dente” (cf. Lv 24.20; Dt 19.21).Esse é um bom princípio da jurisprudèncía, efoi ele o orientador da administração da jus-tiça em Israel. O castigo deveria ser propor-cional ao crime. Esse princípio reconhece agravidade do crime, porém evita um castigoexagerado. O AT estimula a resolução das controvérsiaspor meios legais e não de vinganças pessoais.Está claro, devido a denúncias feitas pelosprofetas, que existia uma certa corrupção nosistema jurídico de Israel. Amós condenavaaqueles que aceitavam suborno quando es-tavam aporta, e impediam a justiça em favordos necessitados (Am 5.12,15; Mq 3.1,9-11).Dessa forma, os tribunais tomavam-se, àsvezes, instrumentos de opressão e não deministração de justiça. No Novo Testamento, o conceito cristão doperdào desempenharia importante papel nabusca da justiça por parte dos tribunais,Embora o cristão tenha o dever de acatar asdecisões de um tribunal (Rm 13.1-3), ele nãodeve esperar deste a completa satisfação. OSenhor Jesus nos aconselha a caminhar umasegunda milha (Mt 5.38-41). Se o cristão foro ofensor e não o ofendido, ele deve procu-rar se reconciliar (Mt 5.23,24) para que nãoseja necessário recorrer a um tribunal. Em 1 Coríntios 6.1-7, Paulo mostrou-se es-candalizado com a frequência com que os cris-tãos procuravam os tribunais para resolveras próprias controvérsias. Entre cristãos, taiscontrovérsias devem ser dirimidas dentro docírculo da igreja, e o uso dos tribunais só trazvergonha para o precioso nome de Cristo. O julgamento de Cristo pode servir como umexemplo em que se seguiram alguns deta-lhes técnicos legais, embora a verdadeira jus-tiça lhe tenha sido negada. Ele não foi exe-cutado pelos judeus, pois somente os roma-nos detinham o poder legal para fazê-lo.Como Jesus era galileu, Herodes Antipas,como governante da Galiléia, tinha o direitode julgá-lo por ser um habitante de sua juris-dição. Pilatos ofereceu a libertação do prisio-neiro, como era costume nas festas, mas ain-da assim o inocente foi assassinado. O livro de Atos oferece vários exemplos daadministração da lei. Em Filipos, Paulo e Silasforam aprisionados e açoitados por causa daacusação feita por aqueles que exploravam ajovem que era possuída pelo Diabo. Quando omagistrado procurou libertá-los pacificamen-te, Paulo insistiu em seu direito como cidadãoromano. Da mesma forma, o cristão pode de-fender os seus direitos legais (At 16.35-39). O escrivão da cidade de Efeso apaziguou umarebelião que podería ter se transformado emtragédia, apelando para as funções normaisdos tribunais. Se Demétrio tinha alguma quei-

xa contra Paulo, o tribunal podería resolveradequadamente a questão (At 19.35-40).Afinal, foram alguns detalhes técnicos queenviaram Paulo a Roma e à sua execução.Depois de absolvido por Festo e HerodesAgripa, ele poderia ter sido libertado. Entre-tanto, o apóstolo havia apelado a César; ogovernante o ouviría e julgaria seu caso. Esseapelo, quando feito por nm cidadão romano,não podia ser negado; mas também não po-dia ser cancelado depois de feito. Veja Lei; Lei de Moisés.

R, D. B.

LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS

A Explicação da Lei de MoisésA Explicação da Lei de MoisésA Explicação da Lei de MoisésA Explicação da Lei de Moisés Os vários aspectos da Lei de Moisés podemser descritos pelas seguintes distinções: (1) Algumas partes da lei estabelecem ordenscomo imperativos cqtegóricos (Exemplo: osDez Mandamentos, Ex 20.1-17); outras, tra-tam de casos específicos e geralmente sãointroduzidas por “se” (como em Ex 21-22). Aprimeira estabelece os princípios básicos detoda a lei (leis irrefutáveis e categóricas); e aúltima, aplica esses princípios, juntamentecom as leis da consciência e da sociedade, acasos específicos (casuística ou jurisprudên-cia). Essa é a forma dominante da lei conhe-cida na Antiguidade do Oriente Próximo (vejaANET, pp. 159-198). (2) As mudanças introduzidas nas leis origi-nalmente outorgadas no Êxodo, como en-contramos em Deuteronômio, levantaramum problema para muitos. As diferenças queexistem entre as leis do Sinai e aquelas queforam renovadas por Moisés, 40 anos maistarde nas planícies de Moabe, e encontra-das em Deuteronômio, devem ser explica-das pelas mudanças ocorridas nas circuns-tâncias e, conseqüentemente, nas leis es-pecificas necessárias quando Israel passouaa vida nômade no deserto, menos comple-xa e mais simples, para as condições maisdifíceis que acompanhavam a residência fixana Terra Prometida. Devemos, também, daratenção ao que parece para muitos ser umadiferença entre a atitude em relação à lei deMoisés nos Sinóticos e no evangelho de João.Elas têm um aspecto legal - “Faze isso eviverás” (Lc 10.28), enquanto o evangelhode João é considerado cheio de amor e bon-dade. Esse problema fica resolvido quandoobservamos que a lei está expressa de duasmaneiras nas Escrituras: negativamentenos Dez Mandamentos, pois foi distribuídaa pessoas rebeldes; e, positivamente nos doisgrandes mandamentos da lei, “Amarás, pois,o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, ede toda a tua alma, e de todo o teu poder”(Dt 6.5; cf. Mt 22.37) e “Amarás o teu próxi-mo como a ti mesmo” (Lv 19.18; cf. Mt 22,39).Nos Sinóticos, o aspecto negativo da lei émais acentuado. Em João, prevalece o posi-

1139113911391139

Page 17: LETRA L.pdf

LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS

tivo. Está evidenciado que ambos não de-vem ser considerados mutuamente exclu-dentes, quando vemos Cristo reuni-los, aofazer um resumo dos mandamentos dasduas tábuas da lei e dizer: “Destes dois man-damentos dependem toda a lei e os profe-tas” (Mt 22.40). (3) Uma distinção muito comum foi estabe-lecida entre as legislações moral, cível (oujudiciária) e cerimonial incluídas no Penta-teuco. A lei moral está resumida nos DezMandamentos. A cível é encontrada nas mui-tas aplicações ou amplificações da lei moral acasos específicos (como em Êx 21-22). E acerimonial está contida nos numerosos ritosrelativos ao sacerdócio e aos sacrifícios (comoem Êx 25.1-31.17; 35-40, em todo o livro deLevítico e Números 1.1-10.10; 15; 17-19; 28-36). Essa distinção recebe uma análise maiscompleta abaixo sob o título, “O Cristão e aLei de Moisés”. (4) Podemos fazer uma distinção entre asleis que se originam à parte de um caso espe-cífico (como na entrega dos Dez Mandamen-tos), e as leis que se originam claramente deuma situação específica (como em Nm 27.1-11; 36.1-12). (5) Outra diferença pode ser vista nas leisanteriores ao Sinai, como a circuncisão (Gn17.9-27) e a Páscoa (Êx 12.1-28) e, por outrolado, nas leis que se originaram no Sinai comoregulamentos completamente novos (como alegislação cerimonial mencionada acima). (6) Também podemos ver uma diferença en-tre as leis que tratam principal mente de gen-tios, geralmente chamados de “estrangeiros”ou “forasteiros” igerim, Ex 23.9; Lv 19.10 etc.),e as leis que tratam principalmente dosisraelitas, como em Êxodo 20-23. (7) Final mente, pode ser feita uma distin-ção entre leis que tratam quase exclusiva-mente de sacerdotes e levitas (como emLevítico 1.10), e leis que tratam de toda anação de Israel (como em Dt 19.26). Nãodevemos supor, entretanto, que qualquerdas diferenças mencionadas acima estejaincluindo contradições ou uma autoria quenão seja mosaica.

A Importância dos Dez MandamentosA Importância dos Dez MandamentosA Importância dos Dez MandamentosA Importância dos Dez Mandamentos A lei moral outorgada a Moisés no monteSinai assume um lugar muito importante narevelação bíblica: (1) Esta lei foi especifica-mente escrita pela mão de Deus; portanto,foi recebida por Israel como o fundamentode sua teocracia (Êx 24.12; 31.18; 32.15,16;Dt 5,22; 9.10,11). (2) Essa lei foi colocada naarca do testemunho onde continuamente re-

firesentou a base da aliança entre Deus esrael (Dt 10.1-5; 1 Rs 8.9). (3) Provavelmen- te, essa parte da lei foi mencionada naquelaspassagens que retratam o prazer que o justosente pela lei de Deus (SI 1 e 119). (4) Essaparte da lei estava provavelmente na mentedos profetas quando falavam sobre a lei de

Deus escrita sobre o coração do homem nanova aliança (Jr 31.31-34; Ez 11.17-20; 36.25-27; 37.24-28). (5) Nas questões e controvérsias sobre a leide Deus, os Dez Mandamentos (q.v.) são ci-tados como o receptáculo da essência de sualei (Mt 19.16-20; Lc 10.25-28; Rm 2.17-23; 7.7;13.9,10; lTm 1.7-10). (6) Este é o componen-te da lei qne Paulo descreve como: “santo,justo e bom” (Rm 7.12), e “espiritual” (7.14).Essa é a lei que revela o pecado do homem(7.7). (7) Cristo tinha em mente, em primei-ro lugar, os Dez Mandamentos em sua res-tauração do verdadeiro propósito da lei quan-do exigiu a obediência do coração ao invés deunicamente a conformidade exterior (Mt5.21-48; cf, Rm 13.9,10).

Contraste entre as Opiniões Crítica eContraste entre as Opiniões Crítica eContraste entre as Opiniões Crítica eContraste entre as Opiniões Crítica e Conservadora da Lei de MoisésConservadora da Lei de MoisésConservadora da Lei de MoisésConservadora da Lei de Moisés

Aproximadamente no final do século XIX, aopinião tradicional ou conservadora sobre aautoria mosaica da lei recebeu a oposição dacomumente chamada opinião crítica. As di-ferenças radicais entre essas duas opiniõespodem ser estabelecidas da seguinte manei-ra: (1) Os conservpdores afirmam que a le-gislação do Sinai (Ex 10-Nm 9) e das planíci-es de Moabe (Deuteronômio) originaram-sena época histórica de Moisés; porém, os críti-cos liberais negam que tenha sido nessa épo-ca, insistindo, antes, que ela foi produzidapor autores ou escolas (geralmente chama-das J, E, D, e P) no decorrer da história quese estende desde o retomo do exílio na Babi-lônia. (2) Os conservadores acreditam na his-toricidade dos acontecimentos relatados noPentateueo, enquanto os críticos questionamou negam os eventos dessa história, incluin-do, com bastante firmeza, que esses eventosforam embelezados e exaltados por autorestendenciosos de uma era posterior. (3) Os conservadores aceitam, sem questio-nar, os acontecimentos miraculosos da eramosaica, ao contrário dos críticos liberais quesutilmente insinuam que esses milagres sedevem mais à invenção de um autor on deautores posteriores do que ao sóbrio relato deum historiador contemporâneo, (4) Finalmen-te, os conservadores afirmam a superiorida-de e singularidade da legislação mosaica so-bre todas as outras leis que se originaram naAntiguidade (como o famoso Código deHamurabi, ANET, pp. 163-180), enquanto osestudiosos liberais, admitindo, muito a contraosto, certa superioridade, procuram “distri-uir" as leis de Israel ao longo de seus prede-cessores ou contemporâneos pagãos a pontode asseverarem com audácia que certos ritosforam na verdade emprestados dos cananeuse de outros povos não israelitas. Veja Cânondas Escrituras - AT; Aliança; Pentateueo.

A Lei na História de IsraelA Lei na História de IsraelA Lei na História de IsraelA Lei na História de Israel A difundida prevalência da legislação mosai-

1 1401 1401 1401 140

Page 18: LETRA L.pdf

LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS

ca na história de Israel será prontamentereconhecida no breve resumo que fizemosabaixo: (1) As provisões da lei foram escru-pulosamente elaboradas por Josué na gera-ção seguinte à de Moisés (Js 1.13-18; 4.10;8.30-35; 11.12,15,20,23; 14.1-4; 17.4; 20.2;21.2,8; 22.2,4,5,9; 23.6). (2) As injunções dalei que conclamavam Israel à obediência sãocitadas em importantes ocasiões (1 Es 2.1-3;1 Cr 22.11-13; 28.8,9; 29.19), (3) A funçãolegislativa da lei é insistentemente mencio-nada em ocasiões específicas (2 Rs 14.6 [cf.Dt 24,16); 1 Cr 15.15 [cf. Nm 4.1-15; 7.9]; 1Cr 23.13 [cf. Êx 28.1; 29.33-37,44; 30,6-10;Nm 6.23-27; 18.3-8); 2 Cr 8.13 [cf. Ex 23.14-17; Lv 23.37); 2 Cr 23.18 [cf. Nm 28.1-31); 2Cr 24.6-9 [cf. Ex 30.12-14); 2 Cr 30.16-20 [cf.Nm 9.1-14]; Ed 3.1-4 [cf. Nm 29.16; Dt 12.5-7); Ed 6.18-22 [cf. Nm 3.6-13; 8.6-19); Ed9.11,12 [cf. Lv 18.24-30; Dt 7.3); Ne 13.1-3[cf. Dt 23.3-5). (4} Os castigos relacionadoscom a desobediência à lei são citados e exe-cutados em acontecimentos da história deIsrael (2 Rs 18.11,12 [cf. Dt 29.24-28); 2 Rs21.8-15; 2 Cr 34.24,25,30-32 [cf. Dt 28.15-68); Ne 1.7-9 [cf. Dt 30.1-6); Ne 9.13-18; Dn9.11-13 [cf.Dt 32.15-43). (5) Ao longo de todaa história do AT a lei é sempre atribuída aMoisés (Js 1.7; 22.5; 23.6; Jz 3.4; 1 Rs 2.3; 2Rs 18.6,12; 2 Cr 8.13; 34.14; Ed 6.18; 7.6,10;Ne 1.7,8; 9.14; Ml 4.4). As instituições de Is-rael (como o sábado e a adoração no Taber-náculo) são atribuídas à era mosaica (1 Cr21.29; 2 Cr 1.3; Ne 9.14). Os profetas sãoconsiderados confirmadores do testemunhoda lei (2 Rs 17.13,23; Dn 9.10-14).

A Latente EspiritualizaçãoA Latente EspiritualizaçãoA Latente EspiritualizaçãoA Latente Espiritualização da Lei no ATda Lei no ATda Lei no ATda Lei no AT

Até para o leitor ocasional do AT torna-seevidente que a lei de Moisés não é um fimem si mesma, nem a suprema adoração porparte do homem, O breve resumo abaixomostra como a lei, corretamente entendida,preparou o caminho para a revelação do NT. (1) A legislação mosaica contém referênciasmostrando que a lei só pode ser cumpridadevido a uma mudança radical da naturezada pessoa (Dt 10.16; 30.6; cf. Jr 6.10;9.25,26). (2), Na história e nas profecias doAntigo Testamento, a obediência a Deus édescrita de maneira muito mais importantedo que a obediência aos ritos e às cerimôni-as (1 Sm 15.21-23; SI 40.6-8; Is 1.11-17; Os6.6). (3) A incapacidade humana de cumprira lei toma-se, muitas vezes, uma obrigaçãonas confissões do povo de Deus (Ne 9.13-38;SI 51.1-9; Dn 9.4-19). (4) A obediência exte-rior à lei tornou-se tão deturpada que mui-tas vezes os profetas faziam o contraste en-tre a forma exterior e a obediência interior(Is 1.11-17; Jr 7.21-28; Am 5.21-24; Mq 6.6-8). (5) A incapacidade da lei de justificar éexpressa tacitamente no exemplo de Abraão(Gn 15.6 [cf. Rm 4.1-25; G1 3.9-29]), na afir- 1

mação de Davi (SI 32.1,2), e nas declaraçõese símbolos dos profetas (Is 53.11,12; 60.21;62.1,2; Jr 33.15,16; Hb 2.4; Zc 3.1-10). Des-sa forma, o “evangelho” foi preparado antesda outorga da lei (cf. G13.6-8). (6) Consequen-temente, os profetas estão aguardando omomento em que a lei será escrita nos cora-ções regenerados e não em tábuas de pedra(Jr 31.31,33; Ez 11.19,20; 36.24). (7) Tãoextensa e precursora é a antecipação profé-tica relacionada com a vinda do Messias, queeles antevêem uma completa transformaçãoda adoração. O Templo de Jerusalém serárestaurado na vinda do Messias (Ez 40-48),e dele os gentios participarão e oferecerãosacrifícios de louvor (Is 2.1-4; 56.3-8; Zc 6.13,15; Ml 1.11; cf. Rm 15.9-12; Ef 2.11-22). (8)Com uma esperança tão gloriosa à sua fren-te, os profetas falam sobre uma lei que irásurgir em Jerusalém, e que, à luz ao NT,deverá ser o evangelho propagado em todo omundo pelos renascidos em Cristo (cf Is 2.3;51.4,5 com Lc 24.47; At 1.8; 13.46-48; Rm10.18). Dessa forma, a lei introduz o evange-lho (cf. G1 3.19-25).

Jesus e a Lei de MoisésJesus e a Lei de MoisésJesus e a Lei de MoisésJesus e a Lei de Moisés As inúmeras relações de Cristo com a legis-lação mosaica podem ser sucintamente des-critas da seguinte maneira: (1) “Nascido soba lei” (G1 4.4). Aqui a palavra “sob" indicaque Ele estava sujeito a obedecer às cerimô-nias da lei (Lc 2.21-27), que observava os ri-tuais básicos da lei (Mt 1,21; 14.12), e ensi-nava os outros a obedecer a esses rituais (Lc5.14; 17.14). Esses ritos e cerimônias foramváhdos até a crucificação (Mt 27.51). (2) OPurificador da lei. Jesus purificou a lei moraldas perversões que a ela foram anexadaspelos judeus (Mt 5.27-48) e purificou a leicerimonial das mesmas perversões (Mt 15.1-11). Isso estava de acordo com a missão dele,que havia sido prevista (Ml 3.1-4). (3)0 De-fensor da lei. Jesus ensinou que a lei tinhaautoridade divina (Mt 5.18; Lc 16.17). Elecolocou a lei no mesmo nível de suas própri-as palavras (João 5.45-47). Ele mostrou quea lei tinha previsões a seu respeito (Lc24.27,44; Jo 5.45,46). O Intérprete da lei. Jesus resumiu a lei noabsoluto amor a Deus e ao próximo (Mt 7.12;22.34-40; Mc 12.28-34; Lc 10.25-37). (5) O Cumpridor da lei. Jesus cumpriu a leicerimonial ao observar os seus ritos (Lc 2.21-27). Ele praticou a lei cível (ou judicial) aoobservar a lei romana (Mt 17.24-27; 22.17-22), e praticou a lei moral ao obedecer per-feitamente os mandamentos de Deus. Poressa obediência, Ele se tornou a perfeita jus-tiça do pecador que infringiu a lei (Dn 9.24;Mt 3.15; Rm 10.3,4; 2 Co 5.21; G1 4,4,5). (6)Aquele que aboliu a lei cerimonial. A mortede Cristo na cruz aboliu a legislação cerimo-nial (Mt 27.51); porém, mesmo antes desseacontecimento, Cristo havia feito declarações

1

141

Page 19: LETRA L.pdf

LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS LEI DELEI DELEI DELEI DE MOISÉSMOISÉSMOISÉSMOISÉS

que prepararam o caminho para uma adora-ção simplificada na Era dos evangelho (Mc7.15,19; Lc 11.41; Jo 4.23,24; cf. At 10.15; 11.9;Rm 14.1-12; Cl 2.16; Hb 13.9-16).

A Lei e o EvangelhoA Lei e o EvangelhoA Lei e o EvangelhoA Lei e o Evangelho O relacionamento entre a lei e o evangelhodeu margem a inúmeros erros e falsas inter-pretações no ensino, e na prática cristã, des-de a época dos apóstolos até hoje. Portanto,seria bom descrever alguns aspectos desserelacionamento à luz de toda a revelação deDeus na Bíblia. (1) A lei outorgada no Sinai não alterou apromessa da graça dada a Abrãao (Gn 12,3;18.18,19; 22.18; 26,4,5; At 3,25,26; Rm 4.11-18; G1 3.5-9,16-18). A lei foi dada para mos-trar com mais clareza o pecado humano con-tra o cenário da graça de Deus (Rm 7.7-11;G1 3.19-25). Devemos sempre nos lembrarde que, tanto Abraão como Moisés, assimcomo os outros santos do AT, todos foramsalvos exclusivamente pela fé (Hb 11.1-40). (2) A lei, dentro de sua natureza essencialfoi escrita no coração dos homens no momen-to da criação e, ali, permanece para esclare-cer a consciência humana (Rm 2.14). O evan-gelho, entretanto, só foi revelado ao homemdepois que ele havia pecado (Gn 3.15; Jo 3.16;Rm 16.25,26; Ef 3.3-9). A lei leva a Cristo,mas somente o evangelho pode salvar (G13.19-25). (3) A lei declara o homem pecador com baseem sua desobediência (Rm 3.19,20; 5.20), eo evangelho declara o homem como justocom base em sua fé em Jesus Cristo (Is45.24,25; 54.17; Jr 23.6; 33.16; Rm 3.22-28;4.6-8; 22-24; 5.19. 1 Co 1.30; 2 Co 5.21; Fp3.9). (4) A lei promete a vida em termos deuma perfeita obediência (Lv 18.5; Lc 10.28;Rm 10.5; G1 3.10,12; Tg 2.10), um requisitoagora impossível ao homem (At 13.39; Rm3.20; G1 2.16), enquanto o evangelho prome-te a vida em termos da fé na perfeita obedi-ência a Jesus Cristo (Is 58.10-12; Dn 9.24;Rm 5.18,19; Fp 2.8; Tt 3.4-7; Ap 7.9-17). (5) A lei é uma ministração da morte (Rm7.9-11; 2 Co 3.6-9; Hb 12.18-21); o evangelhoé a ministração da vida (Jo 10.10,28; 17.2,3;20.31; Rm 5.21; 6.23; 1 Jo 5.11-13,20). A leiconduz o homem à escravidão (At 15.10; Rm8.15; G1 4.1-7,9-11,21-31); o evangelho con-duz o homem à liberdade em Cristo (Jo 8.36;2 Co 3.17; G1 2.4; 3.23-26; 5.1,13). (7) A lei escreve os mandamentos de Deusem tábuas de pedra (Êx 24.12; 34.1,4,28); oevangelho coloca os mandamentos de Deusno coração do crente (Jr 31.31, 33; Ez 11.19,20; 36.24-27; Rm 7.6; 8,1-10; 2 Co 3.3; 7.12;G15.22,23; Hb 8.10; 10.16). (8) Alei estabele-ce para o homem um perfeito padrão de con-duta, mas não fornece os meios pelos quaisesse padrão pode ser alcançado (Rm 7.21-25); o evangelho fornece os meios pelos quaiso padrão divino de justiça pode ser conquis-

tado pelo crente por meio da fé em Cristo(Mt 5.10; Rm 8.1-4; 10.3-10; G12.21; Fp 3.9).(9) A lei coloca o homem sob a ira de Deus(Rm 2.1-29; 3,19; 4.15); o evangelho livra ohomem da ira de Deus (1 Ts 1,10; 5.10; Ef2.3-6). Veja evangelho.

O Cristão e a Lei de MoisésO Cristão e a Lei de MoisésO Cristão e a Lei de MoisésO Cristão e a Lei de MoisésQual seria o relacionamento mais adequadoentre o cristão atual e a lei de Moisés? Essaé uma questão que pode ser debatida inter-minavelmente. Posições opostas e extremasjá foram adotadas e a solução de um dos la-dos poderá ser rejeitada pelo outro. Entre-tanto, nenhuma delas seria adequada semconsiderar globalmente toda a legislaçãomosaica sem qualquer distinção, Como indi-camos acima sob o título “A Explicação da Leide Moisés”, existe uma diferença válida en-tre as legislações moral, cível ou judicial e alegislação cerimonial recebida por intermé-dio de Moisés. Essa tríplice diferença levacertas questões a um foco mais apropriado.Lei moral. A atitude do cristão em relação aessa parte da lei de Moisés pode ser resumidada seguinte maneira: (1) Ninguém pode sersalvo apenas obedecendo aos Dez Mandamen-tos. Esse fato não só é explicado claramenteno NT (At 13.39; Rm 3.20; G12.16), como tam-bém é aceito pela maioria dos cristãos. (2)Entretanto, esses mandamentos ainda estàoválidos porque levam o cristão a descobrir anatureza e o poder do pecado. Essa verdade éensinada por Paulo (Rm 3.20; 5.20; 7.7; G13.19) e é universalmente reconhecida peloscristãos. (3) Como a lei é “santa” (Rm 7.12),ela é uma fonte de prazer espiritual para osfilhos de Deus. Essa abordagem da lei moral,ainda válida para o cristão de nossos dias, émagnificamente descrita no Salmo 119.97,“Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha medita-ção em todo o dia!” (4) Ela também represen-ta uma norma para a vida cristã porque qua-se todos os Dez Mandamentos são repetidosespecificamente em um princípio aplicável aocrente (Mt 5.21-48; Rm 7.7; 13.9; 1 Co 8.1-6;10.14-22; Ef 5.3-5; 6.1-3). No NT, sé está fal-tando o mandamento referente à guarda dosábado. Assim sendo, a lei moral do AT funci-ona como um guia para conhecer a vontadede Deus, e faz parte do padrão de nossasantificação. Ao mesmo tempo, os requisitosda lei são exercidos apenas pelo Espírito San-to quando Ele opera no interior e por meio decada crente (Rm 8.3,4), Lei cível ou judicial. É difícil explicar o re-lacionamento da vida cristã com essa legis-lação. Por exemplo, até que ponto iria umcristão atual, se desejasse observar as leisrelativas às restrições alimentares (Dt 14.1-21), ao vestuário (22.5), à mistura das se-mentes (22.9-11), e ao serviço militar (24.5)?Se tais leis fossem extensões ou aplicaçõesdos Dez Mandamentos, em princípio elasainda seriam válidas.

1142114211421142

Page 20: LETRA L.pdf

LEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉSLEI DE MOISÉS LEITELEITELEITELEITE

O apelo de Paulo à lei da natureza em umcaso semelhante (1 Co 11.14) irá certamen-te justificar a obediência a Deuteronômio22.5 em nosso mundo moderno. O discer-nimento espiritual do qual o NT está im-pregnado irá guiar o cristão sincero eprotegê-lo contra os extremos, tanto dolegalismo como da licenciosidade. Devemos nos lembrar que essas leis especí-ficas foram outorgadas principalmente ànação de Israel da Antiguidade, e a sua apli-cação à vida cristã atual deve ser governadapelos princípios básicos estabelecidos no NT.Lei Cerimonial. Aqui o cristão deverá obser-var certas verdades facilmente percebidas àluz do NT. (1) Os ritos e as cerimônias levi-tas eram válidos até a morte de Cristo (Mt27.51), mas desde esse momento perderamessa validade na vida cristã (G1 5.1-12; Cl2.16-23). Esses ritos haviam sido impostos aIsrael como exemplos da futura salvação pormeio do Messias (Hb 9.9,10); porém agora,pela morte do Senhor Jesus Cristo, eles sãocompletamente retirados e já não servemmais como instrumentos de adoração (Hb10.8-10). Recorrer a tais coisas (como é feitopor Roma no vestuário de seu clero) é algototalmente contrário à espiritualidade daadoração do NT (Jo 4.23,24; Fp 3.3), E que podemos dizer sobre o retomo aos pre-nunciados sacrifícios de animais, se admitir-mos literalmente Ezequiel 40-48 para umaera futura (Ez40.39-43; 42.13; 43.19-27; 45.15-25; 46.2-24; Zc 14.21)? Muitos afirmam queestas passagens devem ser consideradas deforma figurada. Certamente as palavras deHebreus 10.18 devem ser cuidadosamenteconsideradas e, de forma alguma ignoradas;“Ora, onde há remissão destes, não há maisoblação pelo pecado”. Duas respostas seriampossíveis: Talvez a passagem em Ezequiel 40-48 devesse ser considerada em sentido figu-rado. Entretanto, muitos acreditam que umato tão drástico seria desnecessário. Deus pode ter escolhido, em sua infinita sa-bedoria, reinstituir o sacrifício de animaisdurante o reino milenial de Cristo. Se assimfor, este é um privilégio exclusivo do Senhore, além de estar certo, deve ser absolutamen-te respeitado. No entanto, podemos certamen-te concluir, a partir de Hebreus 10.18, queeste seria um ato meramente comemorativo.(2) O cristão não deve negligenciar o vasto sig-nificado espiritual e típico da legislação levítica.Ele irá compreender que Cristo é o verdadeiroCordeiro Pascal (Jo 1.29; 1 Co 5.7) e que ocrente, como um sacerdote (1 Pe 2.5,9; Ap 1.6)agora oferece “sacrifícios” aceitáveis a Deus(Ml 1,11; Rm 12.1; Fp 4.18; Hb 13.15,16). Veja Aliança; Lei; Dez Mandamentos.

Bibliografia. H. J. Brokke, The Law is Holy.Mineápolis. Bethany Fellowship, 1963. J.Oliver Buswell, Jr., Systematic Theology,Grand Rapids, Zondervan, 1962,1 345-418.

“Law of Israel”, CornPBE, pp. 487-496. W. D.Davies, “Law in the New Testament”, IDB,III 95-102. Roland de Vaux, Ancient Israel,trad. por John McHugh, Nova York.McGraw-hill, 1961, pp. 143-163. P. Fairbaim,The Revelation of Law In Scripture,Edinburgh, T. & T. Clark, 1869. R.V, French,ed. Lex mosaica, or The Law of Moses andthe Higher Criticism, Londres. Eyre eSpottiswoode, 1894, W. J. Harrelson, “Lawin the Old Testament”, IDB, III, 77-89.Archibald M’Caig, “Law in the New Testa-ment”, ISBE, III, 1844-1852. S. M. Paul,Studies in “the Book of the Cooenant” in theLight of Cuneiform and Biblical Law,Leiden. E. J. Brill, 1970. W. S. Plummer, TheLaw of God as Contained in the TenComnuxndments, Filadélfia. PresbyterianBd.of Educ., 1864. Ulric Z. Rule, “Law in the OldTfestament”, ISBE, III, 1852-1858. A vanSelmse J. Murray. “Law”, NBD, pp. 718-723. E. C.Wines, Commentaries on the Laws of theAncient Hebrews, Nova York. Putnam, 1853.

W.B.

LEÍ Local elevado de Judá que significa “quei-xada” (Jz 15.9), ao qual os filisteus vieram afim de capturar Sansào. Ele recebeu essenome por causa de uma série de rochedosrecortados com essa aparência, ou porqueSansão usava o osso maxilar como arma. Foimencionado como Ramate-Leí, “altura daqueixada” (Jz 15.17), e estava, provavelmen-te, localizada algumas milhas a noroeste deBelém, nas proximidades de Malhah.

LÉIA Filha mais velha de Labão que se casoucom Jacó por causa de um embuste armadopor seu pai depois dele ter servido durante seteanos para conseguir a mão de Raquel, a filhamais nova. Léia tomou-se a mãe de seis filhose de uma filha: Rúben, Simeão, Levi, Judá,Issacar, Zebulom e Diná (Gn 29.16-35; 30.17-21). Ela foi sepultada no sepulcro da famíliaem Macpela, em Hebrom, antes da imigraçãode Jacé para o Egito (Gn 49.31). A Mesquitados Patriarcas foi construída sobre a grutaonde ela foi sepultada. Veja Jacó.

LEITE O leite e seus derivados (queijo, coa-lhada e manteiga) representavam uma gran-de parte da dieta dos hebreus desde osprimórdios (Gn 18.8). O termo usado para lei-te é encontrado mais de 40 vezes no AT e 5vezes no NT - predominantemente no senti-do figurado. O leite de cabra era o mais co-mum (Pv 27.27), entretanto, também encon-tramos leite materno (Is 28.9), de vacas, ove-lhas, jumentas (Dt 32.14; 1 Co 9.7), e camelas(Gn 32.15). O leite era ordenhado em baldes(Jó 21.24) e preservado em peles de animais(Jz 4.19; odre). Veja Alimento: Leite.Metaforicamente, o leite é usado para des-crever a fertilidade da terra de Canaâ, “uma

1143114311431143

Page 21: LETRA L.pdf

LEITELEITELEITELEITE LENDALENDALENDALENDA

terra que mana leite e mel” (18 vezes). 0Egito (Gósen) é descrito com a mesma ex-pressão pelos israelitas amargurados no de-serto (Nm 16.13). Em outras passagens doAT, o leite é usado como símbolo de abun-dância (Dt 32.14), incluindo a da era escato-lógiea (Is 55.1; J1 3.18); para a brancura dosdentes (Gn 49.12) ou da pele (Lm 4.7); comodefesa de Israel (“E mamarás o leite das na-ções”, Is 60.16); e para a excelência dos ama-dos (Ct 4.11; 5.12). No NT, o leite é usadopara se referir às instruções fundamentaisaos novos convertidos (1 Co 3.2; 1 Pe 2.2);entretanto Paulo (1 Co 3.2,3) e o escritor aosHebreus (Hb 5.12,13) repreenderam seus lei-tores por não serem mais maduros. A estranha proibição contra cozinhar o ca-brito no leite de sua mãe (Êx 23.19; 34.26; Dt 14.21) provavelmente se dirigia contra os sa-crifícios rituais dos cananeus. Referências atais rituais de fertilidade foram encontradasnas tábuas de Ras Shamra (q.v.). “Ossacrifieadores cozinhavam o cabrito no leitesete vezes sobre o fogo” (G. R. Driver.Canaaníte Myths and Legends, Edinburgh.T. & T. Clark, 1956, p. 121; cf. p. 23). Destaproibição, que consta na Bíblia Hebraica, veioa ordem de não comer leite e carne na mes-ma refeição, estritamente seguida peloshebreus,

R. L. S.

LEME Veja Navios. LEMUEL Esse nome significa “pertencentea Deus”. Lemuel é mencionado em Provér-bios 31.1-9 como alguém que escreve osaforismos ou oráculos ensinados por suamãe. Nada se sabe a seu respeito, mas al-guns comentaristas rabinos o identificam comSalomão. Outros (como Gesênio) pensam queo nome refere-se a algum príncipe árabe, eainda outros (como Grotio) preferemidentificá-lo com Ezequias. Algumas versõescolocam a palavra “oráculo” depois de sennome, apresentando a tradução “rei deMassá” (Gn 25.14).

LENÇO Essa palavra ocorre somente noNT. Tecido usado para limpar o suor. Len-ços tocados por Paulo eram levados paracurar os enfermos (At 19.12). A mesma pa-lavra grega foi traduzida como “guardana-po” em Lucas 19.20; João 11.44; 20.7. VejaGuardanapo. A palavra “lenços”, usada em algumas ver-sões, provavelmente se refira a véus de di-ferentes tamanhos usados pelas falsas pro-fetizas nas adivinhações, a fim de encoDri-las das pessoas que as consultavam (Ez 13.18.21) .

LENÇOL No AT, a palavra “lençol” (Jz14.12,13) refere-se ao sadin, um simples pe-daço de pano de linho fino usado como uma

veste para aparte de cima do corpo (Pv 31.24).A palavra gr. usada nestas passagens na LXX(sinon) aparece no NT referindo-se ao teci-do no qual o Senhor Jesus foi envolto (Mt27.59), e a veste, ou talvez o lençol de cama,que envolvia o jovem quase preso no jardimcom o Senhor Jesus (Mc 14.51). Uma outra palavra gr. othone, usada em Atos10.11; 11.5 como o grande lençol que desceudo céu na visão de Pedro, também significaum pano de linho, e é usada na Literaturasecular para a vela de um barco.

LENDA A opinião predominante da escolaliberal é que a Bíblia Sagrada contém lendasque podem ou não ter um núcleo histórico, edas quais não se pode depender para obteruma confiabilidade histórica básica (um típi-co exemplo dessa abordagem pode ser en-contrado no artigo “Legend” de SigmundMowinckel em IDB, III, 108-110). Ao afirmar que a Bíblia contém lendas, esseestudioso liberal está aceitando o significa-do vinculado à palavra “lenda", usualmenteanexado pelos críticos literários, e esse sig-nificado é muito amplo. Os contos de fada são considerados lendas.Eles são histórias onde fadas, duendes, gi-gantes, demônios, animais ou plantas agemcomo pessoas, e a jumenta falante de Balaãoé identificada por alguns como um dos con-tos de fada da Bíblia. O leitor deve fazer adistinção entre a lenda e o artifício literárioconhecido como fábula ou parábola, delibe-radamente usados como a história de Jotãosobre as árvores (Jz 9.7-20). Os contos folclóricos também foram classifi-cados como lendas. Foram identificados cer-ca de cinco ou seis tipos básicos desses con-tos, mas, essencialmente todos eram históri-as relacionadas a; uma localidade, pessoa,acontecimento, coisa real; ou, referência so-ciológico-cultural. Portanto, existe a semen-te de um fato. Mas, a essa semente a tradi-ção acrescentou toda sorte de contos de fadae artifícios poéticos. Muitos dos relatos doAT sobre Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés,os juizes, Saul ou Davi foram classificadoscomo pertencentes a um dos cinco ou seistipos de contos folclóricos. Os mitos são às vezes classificados comolendas, embora sejam geralmente tratadoscomo uma categoria separada. Mitos sãocontos nos quais as ações e os aconteci-mentos relacionados a Deus são especial-mente proeminentes, particularmente seusatos salvadores como têm sido sucessiva-mente relatados e experimentados poraqueles que buscam a Deus. Naturalmen-te, o crítico liberal não iria concordar queDeus tivesse realmente agido da forma des-crita pelo mito; no entanto, esta era a for-ma pela qual a religião expressava a fé emDeus e em suas obras. O termo “lenda” também é usado em um sen-

1144

Page 22: LETRA L.pdf

LENDALENDALENDALENDA LEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSO

tido mais restrito, juntamente com outros ter-mos como “mito" e “conto de fadas”. Nessesentido, a lenda é uma história devotamenteedificante a respeito de um grande herói reli-gioso ou santo do passado, no qual a atividadede Deus desempenhou um importante papel.Embora as lendas possam ter um núcleo his-tórico, sua tendência é glorificar o indivíduo afim de despertar a admiração e a imitação desuas virtudes religiosas e morais. Dizer que a literatura comum contém len-das, na forma descrita acima, é fato óbvio eindiscutível. Entretanto, dizer que elas tam-bém estão presentes nas Escrituras, é umfato sujeito a discussões. Embora as lendaspossam ter um núcleo ou semente de al-gum fato histórico, elas não são historica-mente confiáveis. No entanto, os resulta-dos dos trabalhos arqueológicos do séculoXX têm consistentemente comprovado asanotações históricas contidas nas Escritu-ras. Os estudiosos liberais, que alegam apresença de lendas na Bíblia Sagrada, pare-cem ignorar as implicações do crescentecorpo de evidências sobre sua historieidade.E, embora aleguem a presença de lendasnas Escrituras, parecem ignorar a grandediferença entre esses relatos, aos quais dãoo nome de “lendas” das Escrituras, e as len-das encontradas fora delas. Isto é, as histó-rias da Bíblia sào contos racionais, consis-tentes, fundamentados e lógicos. Neles, nãoexiste a tendência de glorificar o herói (àsvezes, fazem exatamente o oposto!), nãotêm qualquer inclinação àquilo que é fan-tástico, e não dão provas de serem a criaçãode vôos de uma imaginação poética ou reli-giosa. A difereuça entre as lendas do folclo-re popular e os relatos bíblicos é tão grandeque pode ser constatada por todos. Em vista dessas duas considerações, por queos estudiosos liberais ainda persistem em suaassertiva de que a Bíblia contém lendas? Apa-rentemente, porque esse tipo de estudioso écontrolado por um preconceito anti-sobre-natural, A Bíblia, obviamente, contém mui-tas referências a Deus e às suas obras nahistória do homem. Na verdade, ela afirmaser a Palavra de Deus escrita - por meio deuma revelação escriturada. Sua orientaçãoé consistente e profundamente sobrenatu-ral (embora diferente da forma do folclorereligioso popular). Dessa forma, a mente fica controlada porpressuposições que rejeitam naturalmente osobrenatural, e relegam aqueles elementosdas Escrituras que transportam esse padrãode pensamento ao reino das lendas. Em outras palavras, não é a análise literáriaou a pesquisa histórica que determinaram aexistência de lendas na Bíblia; ao contrário,foi o estudioso liberal que predeterminou arejeição da historicidade da maior parte dasEscrituras, e a classificação como lendária.

S. N. G.

LENHADOR LENHADOR LENHADOR LENHADOR Veja Cortar; Ocupações: Le-nhador.

LENTILHAS Veja Plantas.

LEOPARDO LEOPARDO LEOPARDO LEOPARDO Veja Animais: 11.27.

LEPRA, LEPROSO LEPRA, LEPROSO LEPRA, LEPROSO LEPRA, LEPROSO O significado preciso dapalavra lepra, tanto no AT como no NT, ain-da estã em discussão. E um termo bastantevago que, possivelmente, inclui a modernadoença que tem esse nome. No AT, a palavra hebraica sara‘atk, traduzi-da como “lepra” quer dizer: (1) uma condi-ção escamosa da pele humana e de objetosinanimados; e, (2) uma doença humana, àsvezes grave, e às vezes um sinal do desa-grado aivino ligado à impureza cerimonial,e à exclusão da comunidade. Em alguns con-textos, sara‘ath indica uma enfermidade quedebilita e enfraquece as pessoas. A ênfasenão está nas manifestações clinicas ou nocontágio (embora as primeiras possam es-tar implícitas), mas em seu significado ceri-monial. Os termos médicos e cerimoniaissão usados indiscriminada mente em dife-rentes passagens. A palavra sara'aíA como é usada por médi-cos e leigos na moderna Israel, transmite aidéia de qualquer doença de pele repulsiva,inclusive a lepra. Em países bastante varia-dos, a verdadeira lepra tem, durante anos,evocado profundas reações emocionais atri-buídas a diversos elementos (complexo deculpa, violação de tabus, medo de deformi-dade, castigo divino ou temor de contrairuma doença supostamente muito contagio-sa). Infelizmente, tal atitude pode resultar,ou ser reforçada, por uma errônea identifi-cação da “lepra” bíblica com a verdadeiradoença chamada lepra. A lepra é uma doença pouco contagiosa cau-sada por um germe (Mycobacterium leprae),descrita em 1874 por Hansen (daí o nome“Mal de Hansen” ou “Hanseníase”, que signi-fica lepra) e que afeta principal mente os ner-vos dos membros e a pele. Em 1847 ela foiclinicamente diferenciada das outras doen-ças por Daniellsen e Boeck. Seu período deincubação é muito longo e chega até 15 anos.Ela nunca é hereditária, porém a suscetibili-dade à doença pode ser herdada. Nenhuma evidência de lepra é encontradaem inscrições, remanescentes ósseos ou mú-mias das dinastias do Egito ou da Palestina.Os registros mais antigos (deaprox. 600 a.C.)vêm da índia, e o mais antigo esqueleto comlesões leprosas data do século V d.C.Referências no AT. Os detalhes reveladosem Levítico 13 e 14 para ajudar os sacerdo-tes a fazer a distinção entre sara‘ath e ou-tras doenças benignas não têm, atualmen-te, nenhum valor diagnóstico, e o significa-do exato das palavras hebraicas em Levítico13.2-10,30 traduzidas como “inchaçâo, ou

1145114511451145

Page 23: LETRA L.pdf

LEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSO LEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSO

pústula, ou mancha lustrosa” são muito du-vidosas. Os sinais da sara‘aih (depressão central, des-coloração da pele e do cabelo, escamas, infec-

P ÍO do couro cabelo) não são típicos da lepra. or outro lado, os sinais característicos da

verdadeira lepra (nódulos, face leonina, man-chas indoíores, ulceração irregular das extre-midades) não são mencionados. Em Levítico, a “lepra” podia ser uma infec-ção localizada da pele (13.3); uma erisipelaadjacente a uma úlcera (v. 18); complicaçõesde uma queimadura com fogo (v. 24); infec-ção por tinha ou pústulas no couro cabeludoou na barba (v. 29), uma dermatite pustular(v.36); um favo ou ferida do deserto (v. 42);míldio das vestes ou do couro (w. 47-59); ouum fungo que cresce nos muros de pedra(14.34), O sacerdote podia ordenar a expul-são do acampamento como medida provisó-ria (que não seria quarentena) dependendodo aparecimento de sinais indubitáveis. Aaparência da verdadeira lepra torna-se per-ceptível em uma ou duas semanas. A mão de Moisés tornou-se “leprosa, brancacomo a neve” (Êx 4.6). “Miriã (tornou-se] le-prosa como a neve” (Nm 12.10), e Geazi tor-nou-se um “leproso, branco como a neve” (2Rs 5.27). Entretanto, a verdadeira lepra nun-ca é acromática e incolor, e a expressão “comoa neve” pode caracterizar uma escamosidadee não uma ausência de cor. As referências a uma vítima da lepra como“alguém que morreu”, cuja carne está umtanto consumida, não podem indicar a be-nigna “lepra branca" (vitiligo, leucoderma)da Europa medieval e da índia moderna. As instruções em Números 5,2 e Deuteronô-mio 24.8 colocam a “lepra” em um ritual se-melhante à poluição sexual e ao contato comum cadáver. A natureza da sara‘ath deNaamã (2 Rs 5.1-14), que não o tomou soci-almente “impuro” ou impróprio para a fun-ção pública, é desconhecida; é possível quese tratasse da sarna para a qual os banhoscom enxofre de Rabbi-Mayer, perto de Tibe-ríades, são até hoje reputados como curati-vos, e os portadores dessa infecção são acon-selhados a “mergulhar sete vezes”, prova-velmente expressando um ato de fé. A doença transmissível que repentinamenteacometeu Geazi também pode ter sido a sar-na, contraída por causa das vestes que elehavia cobiçado (v. 27). Os quatro homens le-prosos de Samaria (2 Rs 7.3) estavam viven-do fora da cidade, mas podiam se locomover.A lesão na testa do rei Üzias (ou Azarias) em2 Crônicas 26,19-21, possivelmente era a ver-dadeira lepra que se tornava mais visívelquando seu rosto ficava rubro de raiva.Referências no NT. Ocorre uma imprecisãosemelhante em relação à lepra no NT. A LXXtraduz sara‘ath utilizando a palavra gregalepra, um termo abrangente que cobre qual-quer doença escamosa da pele. A verdadeira

lepra era conhecida por Aristóteles (345 a.C.)com o nome de leontíase ou satiríase. Osmédicos Alexandrinos descreveram a verda-deira lepra no século III a.C., e lhe deram onome de elefantíase. Galeno (133-201 d.C.)a descreveu com o nome de elephantiasisGraecorum. Essa doença foi introduzida nolitoral Mediterrâneo (inclusive na Palestina)e na Itália com o retomo dos soldados dePompeu (62 a.C.). Os evangelistas referem-se à lepra (Mt 10.8;11.5; 26.6; Mc 1.40-44; 14,3) e não à elephan-tiasis Graecorum grega. Porém, o diagnós-tico em Lucas 4.27 relembra a referência aNaamã em 2 Rs 5.1-27. Da mesma formasão imprecisas as referências ao “homemcheio de lepra” (Lc 5.12), aos dez leprosos(Lc 17.11-19) ea “Simào, o leproso” (Mt 26.6;Mc 14.3). O desaparecimento da lepra era geralmenteassociado à purificação com ênfase no aspec-to cerimonial. A palavra “cura” foi usada umavez no NT (Lc 17.15) falando de um gentio.Entretanto, a frase neutra “a lepra desapa-receu, e [ele] ficou limpo” (Mc 1.42; Lc 5.13)foi usada para os judeus, e a palavra “purifi-cado” foi usada para um gentio (Lc 4.27).Uma extravagante exegese investiu Jó eLázaro, o mendigo (Lc 16.20,21), de lepra.Lázaro de Betânia também era consideradopor alguns um leproso, e tornou-se em algu-mas religiões o santo padroeiro daqueles quesofrem dessa doença (daí as expressões casade lázaro, lazarado, lazareto, lazarento lepralazarena). A crença anteriormente disseminada de quenosso Senhor tinha lepra pode ser atribuídaa uma tradução errada, feita por Jerônimo(383 d.C.), da palavra hebraica nagua1 - emsua obra Vulgata (a expressão correta é “fe-rido [de Deus] em Isaías 53.4) - como“leprosu/n”, que a versão de John Wycliffe(falecido em 1384) traduziu como “leproso”.Wycliffe usou a transliteração de Jerônimoda palavra grega lepra no NT, antecipandooutras versões na maioria das línguas euro-péias. O uso do termo “leproso" está de acor-do com a terminologia medieval: a “lepra”incluía doenças sarnentas de animais, a fer-rugem nas colheitas em crescimento ou ar-mazenadas, as pragas, a varíola e a indigên-cia. A palavra “lepra” era usada com o artigodefinido ou indefinido e podia ser singularou plural. Por causa de sua implícita conotação de im-pureza cerimonial e castigo divino, e, em vis-ta do terrível estigma social que a acompa-nha, a palavra 'leproso” não deve ser usadaatualmente para designar aqueles que so-frem da verdadeira doença. Da mesma for-ma, seu uso sob forma figurada em um sen-tido pejorativo deve ser evitado. Nosso Se-nhor mostrou verdadeira compaixão poraqueles que estavam cerimonialmente im-puros e pelos social mente excluídos quando

1 146

Page 24: LETRA L.pdf

LEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSOLEPRA, LEPROSO LEVILEVILEVILEVI

“estendeu a mão” e “tocou” (Mc 1.41) aquelesque sofriam de lepra. Veja Doença.

S. G. B.

LEPTO Uma pequena moeda de bronze oucobre (gr. lepton, Mc 12.42; Lc 12.59; 21.2)usada na Palestina nos dias de Jesus. Foiassim traduzida, porque era a menor de to-das as moedas. E difícil equacioná-la com asmoedas americana ou brasileira, mas valiaapenas uma pequena fração de um centavo.Veja Pesos, Medidas e Moedas.

LESÉM Cidade também chamada Laís (q.v.)conquistada pelos danitas e depois rebatiza-da com o nome de Dã, seu ancestral (Js 19.47).Situada na Bacia do Huleh, no lado sudoestedo monte Hermom, ao longo dos afluentesda parte superior do rio Jordão, ficava nafronteira oriental da colônia tribal de Naftali.

LESMA Termo encontrado em Levítico11.30. Foi traduzido como “lagarto” e “les-ma” nas várias versões da Bíblia Sagrada.Veja Animais IV. 18.

LESTE, ORIENTE (heb. qedem, lit., “fren-te” ou “diante”; e mizrah, “o local da aurora”;gr. anatole, “o nascer” do sol). Os hebreus dividiam o mundo em quatropartes e as descreviam como “cantos da ter-ra” (Is 11.12; Ap 7.1; 20.8), ou como os “qua-tro ventos” (Ez 37.9). Como muitos povossemitas, os hebreus olhavam para o leste, “olocal da aurora” como sua direção básica. Aodescrever os quatro pontos cardeais, os “qua-tro cantos”, a pessoa estaria diante do leste,fazendo daquela direção a frente; o oeste es-taria atrás; o norte à esquerda; e o sul à di-reita. Veja Filhos do Leste.

LETUSIM Uma tribo (Gn 25.3) de descen-dentes de Abraão e Quetura, originada deDedã, o progenitor de Assurim (q.v.) eLeu mim (q.v.).

LEUMIM Uma das três tribos semíticas dedescendentes de Abraão e Quetura origina-da de Dedã (Gn 25.3). Ela nio foi positiva-mente identificada, mas provavelmente es-tava situada na Transjordãnia ou na Arábia(cf. Gn 25.6).

LEVANTAR Tradução de 16 ou mais raízeshebraicas e seis gregas, e corresponde exclu-sivamente à tradução de formas verbais,nunca de substantivos. Portanto, transmitea idéia do ato de levantar ou erguer. Foi usa-da com respeito a muitas situações, de for-ma literal ou figurada. O verbo mais freqü ente mente traduzidocomo “levantar” é nasa, “levantar”, “carre-gar”, “suportar”, “levar” (como em Is 53.4,12).Foi usado em se tratando de olhos, para seter uma visão maior e mais clara (Gn 13.10);

Uma moeda de baixíssimo valor datada do governo de Pôncio Pilatos. G. L, Archer; foto

de W, LaSor

para a voz que grita em desespero e angús-tia (Nm 14.1); e para a alma ou as mioserguidas ao Senhor, em oração, ou paraapresentar ofertas (SI 25.1; 28.2; 63.4; 86.4;1 Tm 2.8). As expressões que apresentam maior difi-culdade para serem entendidas pelo pensa-mento ocidental são: 1. Levantar ou exaltar a cabeça de alguém(Gn 40.13,19ss.; 2 Rs 25.27; SI 3.3; 27.6; Jr52.31), significando levantar a pessoa deuma condição de escravidão. 2. Levantar a fronte (SI 75.4,5,10; Zc 1.21; 1Cr 25.5; 1 Sm 2.1,10), isto é, exaltar alguémou assumir uma atitude superior, sendo queessa figura foi tirada de um touro em posiçãode luta sacudindo (ou levantando) os chifres. 3. Levantar a mão (Gn 14.22; Ex 6.8; Dt 32.40;Ez 20,5; Ap 10.5,6) como sinal de assumiruma promessa, ou de fazer um juramento.Mas levantar a mão contra outra pessoa sig-nifica atacá-la ou lutar contra ela (2 Sm 18.28;20.21; 1 Rs 11.26), ou talvez fazer um jura-mento contra ela. 4. Levantar o rosto em direção a alguém (Gn 4.4- 7; 2 Sm 2.22; Ed 9.6; Jó 11.15; 22.26ss.) significa ousar ter confiança ou estar con-tente em sua presença. 5. Quando o coração de alguém se eleva, ouse levanta (Dt 8.14; 2 Cr 25.19; 26.16; 32.25;Ez 28.2,5,17; Dn 5.20; 11.12), a pessoa tor-na-se muito ousada, geralmente com orgu-lho de si mesma, mas ocasionalmente comuma santa coragem por confiar no Senhor(2 Cr 17.6).

H. E. Fi. e J. R.

LEVANTAR E MOVER Veja Sacrifícios.

LEVANTAR OFERTAS, LEVANTAR OSOMBROS Veja Sacrifícios.

LEVI 1. O terceiro filho de Léia e Jacó. Provavel-mente, essa palavra está relacionada ao ver-bo lavah, “estar unido a”. Quando o menino

1147114711471147

Page 25: LETRA L.pdf

LEVILEVILEVILEVI LEVITASLEVITASLEVITASLEVITAS

nasceu, Léia declarou que seu marido tal-vez estivesse disposto a se aproximar maisdela (Gn 29.34). Os irmãos de Levi eram:Rúben, Simeão, Judá, Issacar e Zebulom.Sua irmã era Diná, Levi adquiriu a reputação de ser um adver-sário impiedoso por causa da trágica experi-ência que se seguiu à desastrosa viagem deDiná a Siquém (Gn 34). A traiçoeira vingan-ça de Levi e Simeão provocou uma guerra defeudos com os siquemitas, e incitou a justaindignação de Jacó. O velho patriarca nãoesqueceu os vergonhosos detalhes daquelehorrível encontro com a tribo vizinha. Seucoração ainda estava amargurado pela tris-teza quando fez o último pronunciamento aosfilhos, antes de sua morte no Egito. Essa ati-tude explica porque ele ignorou Simeão eLevi e deu a bênção do primogênito ao seuuarto filho, Judá, pois Rúben havia perdi-o o seu direito (Gn 49.1-12). Os filhos de Levi, que se tomaram chefes declãs eram Qérson (1 Cr 6.16), Coate e Merari(Gn 46.11; Ex6.16 etc.), Esses homens forampara o Egito com Jacó e seus descendentes, emorreram nas terras de Gósen. O nome Leviadquiriu uma estatura incomum porque essehomem e sua família foram escolhidos paraser uma família de sacerdotes (por exemplo,Ex 32.25-29; Dt 33.8-11). Veja Levitas. 2. Um outro Levi (Mc 2.14; Lc 5.27-32; Mt9.9; 10.3) foi apresentado como discípulo doSenhor Jesus, e é geralmente identificadocomo o apóstolo Mateus (q.v.). 3 e 4. Dois descendentes de Davi, desconhe-cidos de outro modo, que aparecem na gene-alogia do Senhor Jesus que foi preparadapor Lucas (Lc 3.24,29).

K. M. Y.

LEVIATÃ Uma coisa é descobrir o signifi-cado literal do termo Leviatã (veja Animais,V, 7), e outra muito diferente é determinar oseu uso em sentido figurado ou simbólico. Namitologia dos povos mediterrâneos, parecehaver uma referência bastante difundida aum grande monstro capaz de devorar emgrande escala. Essa criatura de muitas ca-beças também tinha as feições de uma ser-pente. Semelhante ao leviatã do Salmo 74,14é o cananeu Lotà de sete cabeças, de Ras-Shamra, ou da literatura ugaritica de aprox.1700-1400 a.C. (ANET, pp. 137ss.). Embora Jó 41.1 e o Salmo 104.26 pareçamnão ter qualquer importância simbólica, épossível que o Salmo 74.14 e, certamenteIsaías 27.1, estejam realmente ligando oleviatã com as forças do mal (ou até mes-mo especialmente com Satanás) que serãosem dúvida destruídas pelo poder de Deusno dia do Juízo Final. As palavras de Isaías(“o leviatã, a serpente veloz... que está nomar”) trazem à mente uma fraseologia se-melhante à do épico ugarítieo Baal. “Quan-do tiveres matado Lotã, a veloz serpente, e

colocado um fim na traiçoeira serpente, opoderoso ser com sete cabeças” (Charles F.Pfeiffer, “Lotan/Leviathan from Ugarit toPatmos”, Bulletin of the Near East Archa-eological Society, VIII [1965], 4). O profetado AT estava se referindo a uma imagempoética conhecida por seu povo, da mesmaforma que os autores cristãos fazem alu-são à mitologia greco-romana sem encora-jar a crença nas divindades pagãs. Veja tam-bém Raabe 1. O NT reflete a figura do leviatã em Apocalip-se 12.9, onde Satanás é chamado de “grandedragão” e “a antiga serpente” (Veja Animais,

n. 11. “Dragão).

Bibliografia. Nicolas K. Kiessling, “Antece-dent of tne Medieval Dragon in SacredHistory”, JBL, LXXXIX (1970), 167-177.Howard Wallaee, “Leviathan and the Beastin Revelation”, BA, XI (1948), 61-68.

H. F. V.

LEVIRATO Veja Casamento, Levirato.

LEVTTAS São os descendentes de Levi, fi-lho de Jacó, portanto membros da tribo for-mada por seus descendentes. O AT os tratapor esse foco. Entretanto, existe uma opinião apresentadapor Julius Wellhausen em 1878, que consi-dera que o(s) autor(es) do Pentateuco e oCronista estão em perfeito acordo, mas queEzequiel, per estar em desarmonia com eles,seria uma ficção dos sacerdotes e dos levitas.Durante um século os estudiosos tiveram atendência de dividir o Pentateuco em algunsfragmentos e declarar que o Cronista nãomerece confiança para apresentar um qua-dro preciso dos levitas. Eles transformaramEzequiel em uma ligação importante para oestudo do desenvolvimento da vida levítica,e para eles o ponto crucial do relacionamen-to entre o sacerdote e o levita foi o rebaixa-mento dos levitas de sacerdotes a servos doTemplo (Ez 44.6-16). Críticos modernos maisrespeitados preferem descrever os levitascomo sacerdotes profissionais que original-mente escolheram esse modo de vida porcausa de seus pares e de suas aptidões. Nareconstrução de Wellhausen não havia ne-nhuma ligação com Levi, filho de Jacó. Pelocontrário, os levitas eram considerados uma“tribo artificial” de funcionários profissionaisda religião, convocados para guardar a arcadurante sua jornada e que, mais tarde, seanexaram aos santuários locais. Foi feita umareferência às inscrições mineanas da Arábiae a inferência é que os levitas surgiram comouma classe para atender as exigências dosrituais religiosos do sul da Arábia. No entanto, parece ser mais prudente acei-tar a apresentação feita pela Bíblia Sagrada,e considerar essas pessoas como descenden-tes de Levi, o escolhido por Deus no deserto

1148114811481148

Page 26: LETRA L.pdf

LEV1TASLEV1TASLEV1TASLEV1TAS LEV1TASLEV1TASLEV1TASLEV1TAS

durante a época de Moisés, encarregados dedeveres específicos em relação ao Taberná-eulo e, embora proibidos de ministrar diantedo santuário sagrado, eles afirmavam serservos especiais de Deus em assuntos da re-ligião, Deviam ensinar o livro da Torá ao povo(Dt 33.10; 2 Cr 17.7-9) e ajudar os sacerdotesem todos os assuntos ligados à adoração nosantuário. A eles não seria reservada qual-quer herança na nova terra quando Josuéfez a divisão oficial do território (Js 21; cf.Nm 18.20-24; Dt 10.9; 12.12), pois Deus seriaa sua herança. Quarenta e oito cidades e vi-las foram separadas como os lugares ondedeveríam viver. Veja Cidades Levíticas. Os três filhos de Levi - Gérson, Coate eMerari — foram relacionados como aquelespor quem fluiriam as bênçãos divinas. Nos

f>rimeiros anos da vida nacional, essas famí-ias receberam a função de cuidar do Taber-

náculo e transportá-lo (Nm 3.5ss.t. QuandoArão e seus familiares foram escolhidos comosacerdotes, foi necessário escolher um gru-po de pessoas para ajudá-los (Nm 8.19), etoda a tribo se julgou diferenciada por serum grupo sagrado designado para executardeveres relacionados com os ritos e as fun-ções sacerdotais. Durante a construção do Tabemáculo noSinai, foram escolhidos alguns homens des-sa ilustre família para trabalhar como por-teiros e ajudantes em todas as fases da obra.Parece claro que eles transportaram os ma-teriais do Tabernáculo na longa jornada atéa Terra Prometida (Nm 4.1-33). Eles servi-am aos sacerdotes quando necessário, dei-xando-os livres para os trabalhos no altar. Opropósito original do Senhor para os levitasestá resumido em Números 1.50, “Eles leva-rão o Tabemáculo e todos os seus utensílios;e eles o administrarão e assentarão o seuarraial ao redor do tabernáculo.” Os levitas recebiam uma posição apropria-da no acampamento quanao a nação viajavapelo deserto. Como estavam localizados ime-diatamente em volta do tabemáculo, eramconsiderados protetores em quem se podiaconfiar, e que dariam a própria vida paraproteger a sagrada casa de Deus. Como ha-viam sido separados como uma propriedadeespecial de Deus (Nm 8.14-19; 18.6), eleseram considerados como dele, no lugar dosprimogênitos de Israel e, se não fosse poreles, o povo teria sido privado da presençade Deus. Por causa da posição dos levitas emvolta do Tabernáculo nenhuma ira divinachegaria até a comunidade (Nm 1.51,53).Dessa forma, estavam localizados entre ossacerdotes e o povo. A maior parte de seutrabalho era pesada e servil, Não podiam en-trar para ver o altar santo, nem tocar no san-tuário senão morreríam (Nm 4.15). Eram ser-vos dos sacerdotes, e passavam a vida execu-tando tarefas comuns que tornavam possívela realização dos serviços sagrados. Como pa-

gamento por seu trabalho, recebiam um déci-mo da renda de todos os israelitas e, em troca,deviam pagar nm dízimo dessa renda aos sa-cerdotes (Nm 18,21-28; Dt 14,27-29). É claro que os deveres atribuídos aos levitasiriam mudar à medida que as condições devida também se alterassem. Quando as tri-bos de Israel se assentaram na Palestina, osdescendentes de Levi encontraram-se distri-buídos por toda a terra, nos dois lados doJordão, mas em geral estavam intimamenteligados ao santuário central em Siló (Js 21).Os deveres e as responsabilidades geralmen-te associados aos membros dessa tribo nãocontinuariam exatamente iguais aos deve-res e às responsabilidades que tinham nosdias da peregrinação pelo deserto. Não hádúvida de que aqueles que estavam estabe-lecidos mais próximos a Siló receberam al-gumas das responsabilidades do sistema deculto e de sacrifícios, porém o trabalho dedesmontar e transportar o Tabernáculo nãoera mais exigido deles. Aqueles que estavamengajados de outras formas, trabalhavamprincipalmente como mestres nas cidadesonde estavam estabelecidos (cf. Dt 12.18,19;14.27,29; 2 Cr 17,7-9; 35.3; Ne 8.7). Depois que Davi transportou a arca paraJerusalém e estabeleceu um programa maiselaborado para a adoração, foi necessárioformar um grupo maior de ajudantes na ca-pital (cf. 1 Cr 15.1-15; 25-28; 2 Sm 15.24).Quando o Templo ficou pronto, e foram fei-tas provisões para os cantores e membros dasorquestras, se fez necessário um maior nú-mero de levitas (1 Cr 6.16-31; 15.16-24;16.1,4,37-42). Com tantos levitas disponíveisem toda a nação, parecia razoável esperarque tomassem o caminho em direção ao lu-gar central. Quando Jeroboão assumiu as dez tribos donorte, deixou bem claro que os levitas e ossacerdotes não faziam parte de seus planospara a vida religiosa de sua nação. Ele usouhomens de sua própria escolha em seus doislugares de culto religioso (2 Cr 13.9,10). Essamudança radical praticamente afastou desen reino todos os levitas remanescentes.Seria difícil calcular os efeitos dessa mudan-ça no desenvolvimento religioso de Israel. Oslevitas haviam sido encarregados de exer-cer um poder de preservação entre o povo.Se todo esse “sal” fosse eliminado, os resul-tados poderíam ser desastrosos. Os levitastambém estavam encarregados de ensinar opovo a respeito do Senhor (por exemplo, 2Cr 35.3). Não é de admirar que sem essesensinos o povo de Jeroboão se inclinasse cadavez mais ao paganismo e a um comportamen-to indigno perante Deus. Durante o reinado de Josafá em Judá, os levi-tas foram encarregados de percorrer o reinocom o “livro da lei” e permanecer em cada loca-lidade durante o tempo necessário para ensi-nar ao povo a respeito de Deus e de sua Pala-

1149114911491149

Page 27: LETRA L.pdf

LEVITASLEVITASLEVITASLEVITAS LEVI TICO, LIVRO DELEVI TICO, LIVRO DELEVI TICO, LIVRO DELEVI TICO, LIVRO DE

vra (2 Cr 17.7-9). Josafá também inaugurouum tribunal em Jerusalém sobre o juízo doSenhor e sobre as causas judiciais” (2 Cr 19.8-10), e selecionou os levitas que iriam formaraquele corpo de santos conselheiros. Quando Joiada, o sumo sacerdote, procuroueliminar a influência do culto a Baal que Ataliahavia introduzido em Jerusalém, ele foi aju-dado pelos heróicos esforços dos levitas, e ocruel usurpador foi deposto e executado. Joásfoi colocado no trono de Judá (2 Cr 23.1-21),e os levitas foram usados para ajudar a repa-rar o Templo. Na reforma instituída por Ezequias, os levi-tas ficaram na vanguarda do movimento querestabeleceu o programa de Davi para a ado-ração espiritual (2 Cr 29.12-16). Eles foramresponsáveis pela restauração do programado coro que tinha muito a ver com a renova-ção que estava em curso. Os planos e as su-estões de Davi foram executados detalha-amente (2 Cr 29.25-30). Alguns levitas com-puseram salmos durante esse período.Quando Josias subiu ao trono, percebeu queera bastante fácil projetar as forças que iriamgarantir suas reformas, porque os levitas ha-viam preparado o terreno com uma dedica-çãoe fidelidade fora do comum (2 Cr 34.12,13).O movimento da reforma já estava progre-dindo por causa dos efetivos ensinos dos levi-tas (2 Cr 35.3); portanto, o programa comple-to de Davi tomou-se totalmente operacional.Cantores, mestres, porteiros, guardas da por-ta e ajudantes receberam fiinções específicaspara executar sua parte nessa história queestava rapidamente se desenrolando. Entre-tanto, não podemos minimizar a influênciados sacerdotes Huida e Jeremias, embora avigorosa atitude de Josias tenha sido a gran-de propulsora desta reforma. Nenhuma palavra confiável sobre o traba-lho e a vida dos levitas durante o exílio che-gou até nós. Durante mais de 50 anos emuma terra estranha e sem o templo, os cati-vos esperaram a prometida libertação.Daniel e Ezequiel exerceram uma importan-te influência sobre esses exilados, mas o quedizer a respeito dos sacerdotes e dos levitas?Essa reposta não é imediata. Durante essesanos nasceu a idéia da sinagoga, salmos fo-ram escritos, e manuscritos foram copiadose preservados; provavelmente, foi dessamaneira que o programa de ensino dos levi-tas conseguiu progredir. Quando Zorobabelliderou o povo de volta para Jerusalém, pou-cos levitas foram relacionados como mem-bros do grupo que retornava (Ed 2.40,70; 3.8-18; 6.16-20). Embora o número daqueles quevoltaram com Esdras fosse pequeno demais,ele representava um contingente percentu-almente maior do que aquele que esteve pre-sente no primeiro grupo (Ed 7.7,13; 8.15-20,33; cf. Ne 11.18). Antes que os trabalhosde Neemias em Jerusalém tivessem termi-nado, o antigo programa que Davi havia es-

tabelecido já havia sido restaurado e as obrasestavam continuando em um ritmo mais acei-tável (Ne 12.8,27,30,44-47; 13.10-31). Sob a direção de Esdras, os levitas recebe-ram um número crescente de responsabili-dades. Eles estavam à sua disposição e parti-ciparam zelosamente de seu programa deensino. O excepcional interesse de Esdraspelos manuscritos exigia muito trabalho napreservação e cópia desses primeiros docu-mentos. Os levitas fizeram muito nessa área,e se mostraram muito úteis como instruto-res, assumindo quase todas as funções deensino no segundo Templo. Seria concebívelentender que seus deveres também se esten-dessem aos trabalhos nas sinagogas. O Cronista que viveu em aprox. 400 a.C,deu muita importância aos levitas e os apre-sentou como instrumentos extremamentefavorecidos por Deus. Ele os retratou comoguardiões especiais da arca da aliança, ecomo os únicos que tinham permissão detransportá-la (1 Cr 15.2). Quando a arcaprecisava ser transportada, os levitas eramchamados para executar essa tarefa especi-al. Mais tarde, alguns levitas escolhidos re-ceberam a incumbência de ministrar peran-te o lugar santo (1 Cr 16.4J, e de elevar lou-vores a Deus nas cerimônias públicas deadoração. Era uma posição muito distantedas épocas anteriores, quando suas atribui-ções se caracterizavam pelas tarefas servis.Gradualmente, serviços mais especializados,como ensinar e exortar, foram acrescenta-dos aos seus trabalhos, e eles ficaram deso-brigados de executar deveres mais onero-sos, Sua função se tornou um nobre minis-tério com muitos e agradáveis benefícios.Era uma grande alegria servir perante osantuário QO Senhor. Ao se descrever suas peculiares qualidadespara ministrar perante Deus, foi dito; “Oslevitas foram mais retos de coração para sesantificarem do que os sacerdotes” (2 Cr 29.34) . Dessa forma, os descendentes de Levitornaram-se os provedores da cultura e dareligião. O plano divino era que toda a na-ção fosse um “reino de sacerdotes”, portantoum povo santo. Os sacerdotes e os levitas setomaram os mediadores desta aliança sagra-da. Veja Levi; Sacerdote.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. R. Abba, “Priests and Levi-tes”, IDB, III, 876-889. Roland de Vaux,Ancient Israel, trad. por John McHugh, NovaYork. McGraw-Hill, 1961, pp. 358-371.

K. M. Y.

LEVÍTICO, LIVRO DE O terceiro livro doAT, assim chamado pelas versões gregas elatinas por causa de sua ênfase no sacerdóciolevítieo. O título hebraico é wayyiqra’ (E Elechamou). Expressão que dá início ao livro.Parte integral do Pentateuco, a narrativa doscapítulos 8-10 e o capítulo 16 continuam a

1150115011501150

Page 28: LETRA L.pdf

LEVÍTICO, LIVRO DELEVÍTICO, LIVRO DELEVÍTICO, LIVRO DELEVÍTICO, LIVRO DE LEVÍTICO, LIVRO DELEVÍTICO, LIVRO DELEVÍTICO, LIVRO DELEVÍTICO, LIVRO DE

partir de Êxodo 40 e estão resumidos emNúmeros 1. Os acontecimentos começamdesde a construção do Tabemáculo, passampela ordenação dos sacerdotes araônieos epelo Dia da Expiaçào, e vão até o censo e areorganização ao povo. Entre eles aparecemquatro coleções de instruções e leis. Os capítulos 1-7 contêm o único tratamentotécnico do sistema sacrifieial do AT, Essaseção aparece, muito propriamente, entre otérmino do Tabernáculo e a ordenação dossacerdotes. Além dos sacrifícios, os sacerdotes deveríamtransmitir instruções a respeito da purezaritual. E a descrição do puro e impuro é en-sinada nos capítulos 11-15. Esse tratamento completo e repleto de auto-ridade, representava o fundamento das ins-truções que o profeta Ageu procurou nos sa-cerdotes depois do exílio (Ag 2.10-14). As palavras “Santos sereis, porque eu, o Se-nhor, vosso Deus, sou santo” nos capítulos17-26 (Lv 19.2; 20.7. 26; 21.6-8) deram a essaseção o nome de código da santidade. O tex-to em Levítico 19.1-17 parece conter umaversão do Decálogo dentro desse código. Com-pare o código da aliança (Êx 21-23) com ocódigo de Deuteronômio (Dt 12-26). Todoseles fazem o equilíbrio das exigências estri-tamente religiosas com as da moralidadepessoal e social. O livro de Levítico enfatizasua inseparável relação com a santidadeexigida das pessoas no meio das quais Deushabitará. A frase “Eu sou Jeová [o Senhor]”também é típica. Essas exigências são ne-cessárias pela própria natureza de Deus. O capítulo 27 é um apêndice das leis relati-vas aos votos.

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço I. Instruções para o Sacrifício, caps. 1-7 II. Ordenação do Sacerdócio de Arão, caps.

8-10 III. Instruções Relativas ao que Era Puro e

Impuro, caps. 11-15 IV. O Dia da Expiaçào, cap. 16 V. O Código da Santidade, caps. 17-26 VI. Apêndice Relativo aos Votos, cap. 27

Embora esse material sacerdotal esteja emuma ordem adequada, ele está inter-relaci-onado com bastante mobilidade, e está mu-tuamente ligado somente por uma repetidaintrodução para a narrativa e para as leis.“E o Senhor [Jeová] disse a Moisés”. Jeová éa fonte do conhecimento de Israel sobre aaliança e também sobre todas as suas insti-tuições; e Moisés é o mediador da sua vonta-de no manancial da existência de Israel comopovo da aliança. Cada,um dos chamados có-digos encontrados em Êxodo, Levítico e Deu-teronômio, seja em relação a sacerdotes, sa-crifícios ou legislação geral, afirma ser deautoridade mosaica e, acima dela, de autori-dade divina.

O tema básico de Levítico é santidade; a dife-rença entre santidade de Deus e do homem,até mesmo na aliança. O Tabernáculo, os sa-crifícios, e o sacerdócio demarcam o contatoentre Deus e seu povo, para impedir que asdiversidades tornem-se intoleráveis. Embo-ra ofereçam um contato mínimo necessárioà vida, em conformidade com os ditames daaliança. O perdão e os ritos da purificaçãotestemunham a disposição de Deus para re-mover os elementos inimigos de uma santacomunhão, A lei, com suas exortações, reve-la a vontade de Deus de que o seu povo sejaverdadeiramente santo, também, em umsentido moral. As referências do NT aLevítico em Romanos 3.25, Hebreus e Mar-cos 12.31 mostram o valor desse livro para ocristão, ao expor a expiaçào do pecado e seusfrutos em uma vida de santidade.

J. D, e W. W.

Autoria Autoria Autoria Autoria e DataDataDataData A questão da autoria e da data do livro deLevítico é parte integrante da crítica do Pen-tateuco. Veja Cânone das Escrituras, o AT;Lei de Moisés; Pentateuco. A Escola Crítica, geralmente, localiza o livro deLevítico na época de Esdras. W. Mõller, entre-tanto, mostrou que muitas passagens de Deu-teronômio pressupõem a existência de Levíticode modo que, mesmo estando de acordo com ahipótese documental de Wellhauser, esse livrodeve ter sido colocado sob a forma escrita an-tes, ou depois, do período do exílio (ISBE, III,1878). O livro de Deuteronômio, por exemplo,leva em consideração tipos diferentes de sacri-fício (cf. Dt 12.6,11,17,26,27), da mesma formacomo foram descritos em Levítico 1-7. Ele men-ciona o direito que os sacerdotes tinham dereceber recursos do povo (Dt 18.3-5) em formade ofertas, com as quais os israelitas já deverí-am estar familiarizados (veja Lv 7.32-34). Otexto em Deuteronômio 24.8 refere-se direta-mente às leis relativas à lepra, também encon-tradas em Levítico 13-14. Os regulamentospara não comer sangue, mesmo de animaisselvagens, e para derramá-lo sobre o solo (Dt12.15,16,22-25; 15.22,23) só podem ser enten-didos à luz de Levítico 17.10-14, Além disso, referências indiretas nas leis deLevítico apontam para uma época em queIsrael vivia em acampamentos (Lv 4.12;13.46; 14.3,8; 17.3), no meio do deserto (Lv16.10,21,22). Qualquer pessoa podería facil-mente trazer o animal que havia matadopara a tenda da congregação, ou Tabemácu-lo, para oferecê-lo primeiro ao Senhor (Lv17.3-9). Entretanto, em relação a comer asua carne, foram feitas provisões em Deute-ronômio para as ocasiões em que as pessoasnão podiam ir ao lugar central de adoração(Dt 12.15,20,21). E. K. Harrison argumentou a favor de umadata (mosaica) anterior para o livro deLevítico, a partir de comparações feitas en-

1151115111511151

Page 29: LETRA L.pdf

LEViTICO, UVRO DE L1BAÇÃO

tre textos religiosos e sacerdotais da antigaSuméria e do Egito. As práticas escrituraisdessas regiões indicam que as liturgias e ri-tuais estavam, desde tempos remotos, com-prometidos com sua anotação, e foram cui-dadosamente preservados durante muitosséculos. Eles não eram transmitidos de umageração a outra sob a forma oral antes deserem finalmente escritos. A literaturasumeriana era propagada por meio de cópi-as textuais, e ela foi conservada por compi-ladores ou comentaristas posteriores semqualquer modificação {Introductíon to tkeÒld Testament, pp. 591ss.). Os nomes das ofertas, semelhantes àquelasdescritas em Levíticos 1-7, foram descober-tos na literatura ugarítica (cananéia) dos sé-culos XIV e XIII a.C., encontrada em RasShamra (Archer, SOTI, pp. 149, 163). Esca-vações realizadas em Laquis desenterraramtrês santuários cananeus (1500-1200 a.C.) aolado de uma pilha de refugos contendo umagrande quantidade de ossos de animais. Amaioria deles pertencia à perna dianteira ouao ombro (cf. Lv 7.32,33), desmentindo a afir-mação de críticos destacados de que os sacri-fícios dos levitas seriam, necessariamente,uma instituição posterior. Documentos legaisde Ugarite, que representam escrituras depropriedade têm, muitas vezes, semelhançascom o termo ‘‘em perpetuídade” encontradoem Levítieo 25,23,30 indicando que a transfe-rência havia sido feita com grau de perpetui-dade (J. J. Rabinowitz, AT, VIII [1958], 95).Estas descobertas são suficientes para ne-gar a afirmação de que a terminologia do

livro de Levítieo exige uma data posterior,isto é, um milênio inteiro após a época deMoisés.

J. R.

Bibliografia. Oswald T. Allis, “Leviticus”,NBC. Andrew A. Bonar, A Commentary ontke Book of Leviticus, 1851; 5a ed,, Londres.Nisbet, 1875 (Zondervan, reimpresso em1959). A. T. Chapman e A. W. Streave, TheBook of Leviticus, Cambridge. UniversityPress, 1914. Charles R. Erdman, The Bookof Leviticus, Westwood, N. J,; Revell, 1951.Roland K. Harrison, Introductíon to the OldTestament, Grand Rapids; Eerdmans, 1969,

E

p. 589-613. A. Jukes, Law of Offerings ineviticus, I-VII, Londres. Nisbet, 1870.

Samuel H. Kellog, The Book of Leviticus,ExpB, 3a ed., Londres. Hodder & Stoughton,1899. Wilhelm Mõller, “Leviticus”, ISBE, III,1870-1880. Charles F. Pfeiffer, The Book ofLeviticus, a Study Manual, Grand Rapids.Baker, 1957, e a literatura ali relacionada.

LIBAÇÃO Na Antiguidade, a palavra liba-ção referia-se a um líquido ou a uma mistu-ra de líquidos derramados sobre a ofertacomo parte do sacrifício. Entre os hebreus,a quantidade dessa libação era designadacomo a quarta parte de um “him", isto é, umpouco mais do que duas medidas (Nm 15,5).A libação geralmente consistia de vinho puro,mas, às vezes, o vinho era misturado commel e água. Era costume derramá-lo sobre avítima no altar depois de morta (Lv 9.4; 2 Rs16.13). Veja Altar; Sacrifício; Oferta.

1152115211521152

Page 30: LETRA L.pdf

LÍBANOLÍBANOLÍBANOLÍBANO LIBERALISMOLIBERALISMOLIBERALISMOLIBERALISMO

LÍBANO LÍBANO LÍBANO LÍBANO Apalavra Líbano vem provavel-mente de uma palavra semítica que significa“ser branco.” Nome sugerido pelos penhas-cos de pedra calcária brilhante das monta-nhas da região, ou pela neve que cobre al-guns dos picos durante a maior parte do ano.O moderno país do Líbano abrange uma áreageográfica de aproximadamente 9.000 quilô-metros quadrados, cerca da metade do Paísde Gales, ou uma área um pouco menor doque o estado de Connecticut, nos E.U.AO Líbano faz parte de uma estrutura geo-lógica que se estende desde a cordilheiraTaurus, da Ásia Menor, até o golfo de Suez.Basicamente, essa estrutura inclui uma pla-nície costeira, uma cadeia de montanhasdo lado ocidental, um vale fértil e uma ou-tra cadeia de montanhas do lado oriental.Sua planície costeira tem em média cercade dois quilômetros e meio de largura.Atrás dessa planície encontram-se as mon-tanhas do Líbano. Com cerca de 170 quilômetros de comprimen-to, elas têm muitos picos, e alguns chegam a2.300 ou 2.600 pés de altitude. Na regiãonorte, eles alcançam uma altura máxima demais de 3.300 metros, e sua largura variaentre 56 quilômetros ao norte e 10 quilôme-tros ao sul. O fértil vale entre as montanhas do Líbano eas montanhas Anti-Libano, isto é, o vale doBeqa, tem uma média de 10 quilômetros delargura, e se estende por 120 quilômetrosentre o norte e o sul. Esse vale está localiza-do em uma altitude média de 900 metros que,nas proximidades de Baalbek, se eleva a1.200 metros. Nesse local encontra-se a ba-cia hidrográfica de onde o rio Orontes correna direção noroeste, e o Leontes ou Litanique corre na direção sudoeste. A cadeia oriental de montanhas, o Anti-Lí-bano, corre paralela às montanhas do Líba-no em igual comprimento e altura. Esse com-plexo de montanhas encontra-se dividido emduas partes pelo planalto e pela foz doBarada, ou rio Abana. A região sul dessacadeia oriental, ou o monte Hermom, eleva-se a uma altura de aprox. 3.200 metros, e éum dos mais altos e majestosos picos daSíria. As montanhas Anti-Libano recolhemsuas águas e as enviam em direção sul até osistema do Jordão, e em direção oeste até oscanais do Barada (ou Abana) e o Farpar(Farfar) ou Awaj, que formam o oásis deDamasco. Os povos que habitavam a região do Líbanodurante os tempos bíblicos, os fenícios, (q.v.)prosperaram por causa do comércio que, emparte, se baseava na produção de uma tintapúrpura (q.v.) obtida de um molusco chama-do murex, e em parte pela venda de madeirade cedro (q.v.) para egípcios, hebreus, persase outros. A beleza e a prosperidade da região do Líba-no, muitas vezes, inspiraram os escritores da

Bíblia Sagrada (por exemplo, Dt 3.25; SI 72,16; 92.12; Ct 4.15; 5.15; Is 35.2; 60.13; Os 14.5). Veja Também Fenícia; Irã; Tiro; Sidom.

H. F. V.

LIBERALIDADE As seguintes palavras se encontram na base desse conceito: (1) A pa- lavra grega haplotes, simplicidade, naturali- dade, sinceridade mental, franqueza de co- ração e generosidade. Ela foi usada com es- ses dois últimos significados em 2 Coríntios 8.2 (cf. 9.11,13). (2) A palavra grega charis, graça ou benevolência, no sentido de se fa- zer alguma coisa além daquilo que é reque- rido, como, por exemplo, enviar uma oferta ou dádiva a cristãos necessitados em qual- quer lugar do mundo (1 Co 16.3).

LIBERALISMO O liberalismo - ou moder- nismo, como é chamado popularmente - é um sistema religioso que rejeita a Bíblia como a infalível Palavra de Deus, e procura desa- creditar seu objetivo e sua verdade intelec- tual. Ele está baseado em uma experiência pessoal subjetiva e emocional. Esse sistema foi fundado por Schleiermacher (1768-1834). Ele afirmava que os conceitos sobre a criação, os milagres, a concepção virgi- nal do Salvador, e outros conceitos bíblicos, eram cientificamente insustentáveis. Portan- to, a religião devería ser reconstruída a fim de não perder o apoio das pessoas cultas. A beatice já havia preparado o caminho para a rejeição da teologia intelectual em favor de uma experiência emocional. Embora os reformadores tivessem argumentado que a experiência cristã resulta va de uma crença baseada em evidências razoáveis - aquele que vai a Deus deve (primeiro) acreditar que Ele existe - Schleiermacher negava a necessida- de de uma revelação verbal que transmitisse conhecimentos, e eliminava a necessidade da graça afirmando que a religião é essencial- mente uma questão de sentimentos. A graça não é necessária porque toda pessoa tem uma

Cedros do Líbano nas encostas das montanhas do Líbano

1153115311531153

Page 31: LETRA L.pdf

LIBERALISMOLIBERALISMOLIBERALISMOLIBERALISMO LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE

capacidade inata para a religião. Esses senti-mentos são naturais e, por eles, o homemrealiza suas possibilidades inerentes. De acordo com o sistema de Sch lei erma cher,as doutrinas particulares de seus dogmas sãoobtidas pela análise dos sentimentos das pes-soas. Os sentimentos, naturalmente, sãosubjetivos. Eles não refletem o caráter obje-tivo do ambiente. Ao contrário, eles refletemos sentimentos interiores da pessoa que osexperimenta. Portanto, para ele, os dogmasnâo eram o conhecimento de Deus, mas adescrição dos sentimentos das pessoas.Dessa forma, Schleiermacher substituiu ateologia bíblica ou sistemática pela psicolo-gia da experiência religiosa. Filosoficamente falando, ele era uma espé-cie de panteísta. Porém, para conservar suareputação de proeminente pregador cristãoda Alemanha, ele disfarçou ao máximo pos-sível suas verdadeiras opiniões, e usava ape-nas uma linguagem conservadora. Um importante desenvolvimento posteriordo liberalismo pode ser encontrado emAlbrecht Ritschl (1822-1889). Embora esti-vesse mais convencido que Schleiermacherde que a Bíblia está científica e historica-mente errada, ele procurou preservar a se-mente essencial do cristianismo descartan-do tudo que considerava sem valor. A ciên-cia e a crítica bíblica, ele afirmava, tratamde fatos. Elas são objetivas. Afirmam coisasque existem. Mas a religião consiste exclu-sivamente de julgamentos de valores. Aofalar sobre a Divindade ou a Natureza Divi-na, seus predicados podem ser conservados,mas somente como a expressão do valor darevelação de Cristo, isto é, o seu valor reli-gioso. Dizer que Cristo é Deus não é umaproposição intelectual que se refere à es-sência ou à natureza de Cristo, mas umaavaliação emocionai e subjetiva do termoCristo aplicado à experiência do adorador.Da mesma forma, o termo milagre expressao valor religioso de um evento, mas nadadiz sobre a sua posição científica. Dessa for-ma, os termos ortodoxos podem ser manti-dos, porém sem se guardar o seu significa-do comum. A religião é um conjunto de va-lores e não de fatos, enquanto a ciência éum conjunto de fatos e não um conjunto devalores; portanto, a religião e a ciência nãopodem perturbar uma à outra. Como, de acordo com essa opinião, a reli-gião se desenvolveu a partir de uma capaci-dade humana natural, a doutrina bíblica datotal depravação do homem foi substituídapela doutrina de que o homem é essencial-mente bom. Como resultado, Herbert Spen-cer escreveu sobre o desaparecimento domal e os religiosos passaram a insistir comos políticos para construir o reino de Deusna terra por meio do socialismo e do pacifis-mo. Esse tema, que passou a ser constantena maioria dos sermões, logo se tornou a

paternidade universal de Deus, e a frater-nidade universal do homem. Essas idéias se espalharam pela América. Nadécada de 1920, o modernismo popular pro-duziu resultados como o ataque de HarryEmerson Fosdiclt ao nascimento virginal; seussermões sobre “O perigo de adorar Jesus” e“Será que os fundamentalistas irão vencer?;além da “Auburn Affirmation”, um documen-to assinado por mais de 1.200 ministrospresbiterianos que repudiavam a verdade daBíblia e declaravam que o nascimento virgi-nal, a expiação e a ressurreição não eram es-senciais ao cristianismo. Eles foram acompa-nhados por homens mais profundos comoWalter Rauschenbusch do RochesterTheological Seminary, que em 1907 publicousua influente obra “Ckristianity and the So-cial Cmis”. Esta ênfase sociológica levou aum desinteresse em relação ao céu (mais tar-de e de forma mais incipiente) e em relaçào aDeus. Naturalmente, o termo Deus foi con-servado, mas H. N. Wieman, da Universidadede Chicago, definiu Deus como “aquele con-junto de acontecimentos aos quais o homemdeve se ajustar a fim de alcançar maiores bense evitar maiores males”. Portanto, Deus tor-nou-se uma parte ou um aspecto do mundo.Os humanistas têm acusado os liberais de in-consistência e desonestidade no seu uso daterminologia ortodoxa, e insistido para queadotem abertamente o naturalismo. Na Europa, a esperança liberal de penetrarno reino de Deus pelo socialismo fòi abala-da pela Ia Guerra Mundial, enquanto a 2a

Guerra Mundial enfraqueceu o otimismoamericano. Agora, ninguém poderia deixar de ver que osocialismo - seja o socialismo nacionalista deHitler ou o socialismo internacional do co-munismo - ou qualquer outra forma de“grande governo sõ serve para dar maiorescopo à depravação do homem. O homemprecisa ser guiado, não pelas emoções ou porsubjetivos pensamentos válidos, mas por umamensagem divina objetiva. Ele precisa, nãodo desenvolvimento de suas capacidades ine-rentes, mas de uma regeneração sobrenatu-ral. O homem precisa, basicamente, não deatos políticos ou econômicos, mas da teolo-gia da salvação do pecado por meio de Se-nhor Jesus Cristo. Veja Existeneialismo; Teologia “Deus EstáMorto”; Neo-ortodoxia; Teologia.

G. H. C.

LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE1 O conceito do AT sobre li-berdade. A palavra hebraica deror freqüen-temente implica em libertação da escravidãoou da prisão (por exemplo, Jeremias 34,8-17), com o seu cognato acadiano correspon-dente, andurarum, significando uma liber-tação nos documentos legais do reino deHana. A LXX traduz o termo como aphesis,um termo grego para isenção ou libertação

1154

Page 32: LETRA L.pdf

LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE

de impostos, que foi encontrado na PedraRoseta (1.12; inscrita em 196 a.C.), e nos pa-piros do período Ptolemaieo (Deiss BS, pp.lOOss.). Na economia do AT, ela era exem-plificada pela libertação, a cada sete anos, detodos os escravos que eram iguais aos israe-litas a não ser que preferissem continuar per-manente mente com os seus senhores (Dt15.12-18), Também a cada cinqüenta anos,ocasião em que ocorria o chamado ano dojubileu, os escravos hebreus deveríam serlibertados, e todas as terras agrícolas de pos-se de particulares deveríam ser devolvidasao seu dono original (Lv 25.10; Ez 46.17),Jeremias falou contra os cidadãos de Jeru-salém que haviam celebrado uma aliançacom o rei Zedequias para libertar seus escra-vos e que, em seguida, tornaram a colocá-losem servidão pela segunda vez (Jr 34.8-22).Dessa forma, liberdade significava “o felizestado de ter sido libertado da servidão parauma vida de alegria e satisfação que anteri-ormente não era possível!” (NED, p. 732). O conceito do NT sobre liberdade. Ao falar na sinagoga de Nazaré, o Senhor Jesus Cris- to escolheu a passagem de Isaías 61,lss. que previa a libertação dos cativos e a Liberdade ara os oprimidos e prisioneiros. Depois, Ele eclarou: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.16-21). O Senhor tinha vindo para libertar os escravos do pecado e de Satanás (Jo 8.34-36,41-44). Duas espécies de liberdade foram previstaspor Cristo: a liberdade espiritual que teveinício, em seu sentido mais amplo, depois doCalvário; e a completa liberdade política, quesomente será alcançada com a inauguraçãodo reino milenial. O apóstolo Paulo fala so-bre a liberdade espiritual (gr. eleutheria, deeleutheros, “livre”) inaugurada pela cruz, edeclara que ela liberta o homem de todolegalismo e autojustificação (Rm 8.21; G15.1ss.). Ela terá o seu apogeu na “liberdadeda glória dos filhos de Deus”, quando toda acriação será libertada da escravidão dacorrupção (Rm 8.21). Alguns acreditam que essa liberdade nãoexistia, dentro de um sentido real, antesda cruz, embora outros estejam convenci-dos de que ela já existia no AT, e que issopode ser provado pelo fato de os israelitasterem sido salvos pela graça baseada ex-clusivamente na fé. Essa afirmação encon-tra evidências em Romanos 4, onde foi ditoque Abraão foi justificado pela fé, antes dereceber a lei, e Davi foi justificado depoisda lei e de acordo com ela. Entretanto, elesconsideram a cruz como um fator de ver-dadeira diferença, no sentido de que elatrouxe a liberdade necessária para que oEspírito Santo realizasse um ministériomais completo no NT do que no AT. Paulo insistia em uma absoluta liberdade dosistema de leis de Moisés como o resultadoda justificação por meio da fé em Cristo (Rm

7.1-6; 1 Co 10.29; 2 Co 3.17; G1 2.4; 4.21-31;5.1,13). Ao mesmo tempo, ele advertiu con-tra o uso desta liberdade como uma base paraa licenciosidade (1 Co 6.12; 10.23; G1 5.13;cf. 1 Pe 2.16), e também contra a permissãopara que ela se torne uma pedra de tropeçopara algum irmão mais fraco (Rm 14.1-23; 1Co 8.7-13).

R. A. K.O exercício da liberdade cristã com referên-cia à lei. A liberdade cristã está sujeita a umagrande quantidade de mal-entendidos, por-ue, muitas vezes, o conceito da lei é enten-ido de forma imprópria. Sem palavras oufrases adjetivas a ele anexadas, o conceitoda lei faz referências ao ensino e à instruçãoque emergem em regras ou princípios de con-duta. Lei é norma de vida. A lei de Deus éuma norma de vida que Ele entregou paraensinar sua vontade aos homens. No progres-so da divina revelação, Deus achou por bemestabelecer diferentes formas ou sistemas deregras que variam de acordo com a época, ospovos e o propósito divino. Uma visão ade-quada dessa organização é especialmenteimportante, quando se trata da questão daliberdade cristã, e da lei. A lei de Moisés, também chamada de lei doAT, contém a revelação de Deus a Moisés.Embora se acredite que os Dez Mandamen-tos sejam praticamente o sinônimo da leimosaica, esse sistema de leis, de acordo com ainterpretação judaica mais comum, está divi-dido em 613 mandamentos que abrangemtodas as áreas da vida e da religião judaica.Embora seja possível dividir esse sistema deleis em diferentes categorias, nunca se deve-ria permitir que ele obscurecesse o fato de quea lei de Moisés é uma unidade e, como tal, elase mantém como um todo, ou desmorona comoum todo. Dizer que apenas uma parte da leimosaica permanece em vigor atualmente(como o Decálogo) é ignorar sua naturezaunitária (cf. Charles Ryrie, The Grace ofGod,Moody Press, 1963, pp. 98-105). Além de ser unitária em sua natureza, a leimosaica é distintamente judaica, isto é, seuspretendidos destinatários eram os israelitas,e esse ponto ficou bem claro nos dois Testa-mentos (Lv 26.46; Rm 2.14; 9.4). Como regra de conduta para o crente, a leimosaica teve o seu fim a partir do ministé-rio do Senhor Jesus Cristo, em virtude deCristo ter atendido todos os seus requisi-tos, além de ter sido o seu cumprimento e asua meta (Rm 7.4; 10.4; G1 3.10-13; 2 Co3.7-11; Hb 7.11,12). Agueles que destacamalgumas seções da lei de Moisés (como oDecálogo ou as leis alimentares) e insistemque ainda estão em vigor atualmente, em-bora outros elementos tenham chegado aofim a partir do ministério do Senhor JesusCristo, ignoram o fato de que quando a leide Moisés terminou, ela terminou comouma unidade, um sistema ou um todo. O

1155115511551155

Page 33: LETRA L.pdf

LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE

crente de hoje não está vinculado ao siste-ma de leis de Moisés. Isso não significa que a lei mosaica não te-nha qualquer uso ou valor atualmente, por-que ela ainda prevalece “se alguém dela usalegitimamente” (1 Tm 1.8). Em parte, esseuso parecería consistir em indicar o caráterdo pecado aos ímpios e pecadores (1 Tm 1.7-10), e conduzir o crente até o ponto de en-tender sua condição de condenação e deses-pero (Rm 3 e G1 3). Além disso, devemos reconhecer que na leimosaica estão incorporados princípios mo-rais e espirituais (como nove dos Dez Man-damentos, excluindo-se a guarda do sábado),com uma duradoura validade universal quetranscende o caráter judaico temporário dosistema de leis de Moisés, O crente deve seconsiderar responsável por esses princípiosatemporais, não por estarem personificadosna lei Mosaica, mas por causa desse caráteratemporal indicado por sua inclusão essen-cial na revelação do NT. Entretanto, o fato do cristão estar isento dalei mosaica (Rm 7.6) não significa que eleesteja isento da lei, isto é, das normas devida. Essa não é a natureza da liberdade cris-tã, pois além do cristão estar livre da leiMosaica, ele também está livre da escravi-dão do pecado (Rm 6.17-23), Isso não impli-ca em uma falta de normas. Na verdade, essamesma passagem fala sobre a nova situaçãodo crente como servo da justiça, e servo deDeus (Rm 6.19,22). Talvez, a melhor maneira de nos referir-mos a essa nova norma, à qual o cristão estásujeito, fosse chamando-a de “lei de Cristo”(G16.2; 1 Co 9.21). A essência da lei de Cristoé o amor a Deus e ao próximo (Lc 10.27; Mt22.35-40; Jo 13.34; Mt 5.44), além de todosos outros imperativos do NT pelos quais ocristão é responsável, que estão implícitos eque fluem dessa ética do amor (Rm 13.8; cf.1 Co 13; G15.14,22,23; Cl 3.14). Embora a leide Cristo não tenha sido codificada no mes-mo sentido que a lei de Moisés, ainda assimseus preceitos estão divididos em três cate-orías, isto é, mandamentos positivos, man-amentos negativos e princípios não espe-cíficos de conduta. A liberdade cristã com referência à licencio-sidade. As doutrinas da graça e da liberda-de têm sido, muitas vezes, mal interpreta-das e mal utilizadas por aqueles que procu-ram satisfazer seus desejos pecaminosos.Está bastante claro que a graça e a liberda-de não justificam a indulgência que algunsdemonstram em relação à carne (Rm 6.1,2;G1 5.13), A liceneiosiaade e a libertinagemforam não só categoricamente repudiadas(como em Rm 6.1,2 e Gi 5.13), mas sua im-propriedade para o cristão está claramenteimplícita na responsabilidade que este temperante a lei de Cristo, como explicamos aci-ma. Mas, nesta conexão, três coisas são es-

pecialmente importantes: a liberdade cristãestá limitada pelo amor (G15.13,14); a liber-dade cristã, em um certo sentido, é uma novaescravidão (Rm 6.16-22); e, a liberdade cristãdeve ser exercida sob o controle do EspíritoSanto (G1 5.13-22). A liberdade cristã com referência ao EspíritoSanto. Sem o ministério do Espírito Santo, ocrente cairá na libertinagem ou no legalismo.O Espírito Santo protege o cristão contra alibertinagem, provendo a direção para o exer-cício da liberdade pela aceitação de sua Pa-lavra escrita, e pelo controle que Ele desejaexercer em cada cristão por meio de sua pre-sença interior (1 Co 6.19,20). Este controle édescrito por meio de conceitos como andarno Espírito (G15.16,25), andar de acordo coma direção do Espírito (Rm 8.4), ser guiadopelo Espírito (Rm 8.14), e ser cheio com oEspírito (Ef 5.18). Por outro lado, a forma de controle do Espíri-to evita o legalismo. Ao invés dos preceitos doNT serem objetos de temor, eles são objetosde prazer, pois o Espírito produz a vida, o po-der e a motivação que tomam a obediência aCristo e aos seus preceitos uma questão deamor, e não uma mera necessidade legalista.Por essa razão, as graças cristãs são chama-das de “fruto do Espírito” (G1 5.22,23). Veja LiberdadeLei.

S. N. G.

Bibliografia. Ch. Biber, “Freedom”, ACompanion to the Bíble, ed. por J. J, vonAiimen, Nova York. Oxford Union Press,1968, pp. 129-132. J. I. Packer, “Liberty",NBD, pp. 732ss. Charles C. Ryrie, The GraceofGoa, Chicago. Moody Press, 1963, pp. 92-113, 121-126. Heinrich Schlier, “Eleutherosetc.”, TDNT, II, 487-502.

LIBERDADE1 Liberdade é a isenção on li-bertação de uma pessoa do domínio ou obri-gação que tinha para com algo ou alguém. Oconceito aparece frequentemente na Bíblia,especialmente nas passagens que tratam dasleis de escravidão sob o redime mosaico e,também, nas epístolas paulmas, onde o ter-mo é aplicado à vida espiritual individual.Quando Abraão encarregou seu servo de en-contrar uma esposa para Isaque, exigiu queeste jurasse que não levaria Isaque de voltaà terra de tinha vindo, mas que persuadiría amulher escolhida a vir ao encontro de Isaque.Se a mulher se recusasse, o servo estarialivre de seu compromisso (Gn 24,8,411. Es-tar livre significava que o servo não precisa-ria mais continuar a busca, mas podería con-siderar sua missão cumprida. Liberdade política. A teoria de governo nãoé discutida na Bíblia. O governo autocráticoprevaleceu na época em que foi escrito, masa semente e a origem da liberdade podemser encontradas na revelação cristã. No diá-logo de Paulo com o comandante (on tribuno)

1156115611561156

Page 34: LETRA L.pdf

LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE LIBERDADELIBERDADELIBERDADELIBERDADE

romano, responsável pela guarnição em Je-rusalém, este último disse que havia com-prado sua cidadania por um alto preço, Pauloorgulhosamente afirmou que tinha esta ci-dadania desde seu nascimento (At 22,28).A liberdade política era geralmente herda-da dos ancestrais, e era um privilégio dasclasses mais elevadas. Era um direitoinalienável, a menos que alguma complica-ção legal estivesse envolvida. Liberdade social. Cada membro da comuni-dade judaica era um homem livre, exceto osprisioneiros de guerra, que eram feitos es-cravos, e aqueles que voluntariamente sevendiam a fim de pagar alguma dívida. Soba lei do AT, um escravo era geralmente li-bertado ao completar seis anos de serviços(Ex 21.2-6; Dt 16.12). Após o escravo com-prar sua liberdade com seu trabalho, era li-berado e podia, então, viver sua própria vida.Liberdade espiritual. Liberdade na Bíbliaestá ligada principalmente ao conceito delibertação do pecado. Jesus declarou quequalquer homem que comete pecado é es-cravo do pecado, e que este sõ pode ser li-berto pela intervenção do Filho de Deus, queé o único capaz de quebrar o jugo do pecado(Jo 8.32-36). A operação da nova vida doEspírito pode livrar o homem da lei depres-siva do pecado e da morte, e pode produzir aesperança da libertação final da corrupçãoque segue o pecado (Rm 8.2,21). Esta liber-dade não é o produto do legalismo, mas dafé (Gl 4.23-31). A liberdade, porém, não consiste em licen-ciosidade, mas é manifestada em amor (G1 5.13) . E a operação voluntária da vontadeque motiva os homens a cumprirem o pro-pósito de Deus. Fazer o que é certo para sa-tisfazer o desejo mais profundo que existeem si mesmo, é liberdade. A liberdade da vontade humana é reconhe-cida pela Bíblia, embora não seja discutidafilosoficamente. Ela assevera a habilidadede escolher uma dentre duas ou mais alter-nativas sem uma compulsão externa. Deustambém é livre; Ele pode escolher fazer o quequiser (Dn 4.35). Pelo fato de Deus ser umapersonalidade infinita, e o homem ser finito,a liberdade do homem reside dentro do cír-culo da liberdade de Deus. O homem pode, aqualquer momento, decidir aceitar ou rejei-tar a alternativa que aquele momento ofere-ce, mas ele não pode escolher evitar as con-sequências de sua escolha, nem pode se re-cusar a responder às alternativas. Recusar-se a escolher é em si uma escolha. Além dis-so, cada escolha modifica todas as subse-qúentes. Um ato pode ser repudiado ou con-trariado, mas nunca se pode voltar atrás oudesfazê-lo. A liberdade do homem está cir-cunscrita por seus atos anteriores, visto queo passado afeta o presente. Uma vez que opresente afeta o futuro (excetuando-se a in-tervenção de Deus), o homem vive em um

circulo vicioso de causa e efeito, que deve,finalmente, amarrá-lo completa mente. O homem pecou; consequentemente, o ho-rizonte de sua liberdade foi limitado. Ele podeescolher se irá ou não praticar algum peca-do em particular, mas não pode escolher seirá ou não ser um pecador. Ele pode apenasreconhecer o fato, e aceitar o livramento queDeus lhe quer dar. Ele tem a liberdade derecusá-lo, mas não pode evitar as eonseqü-ências de sua recusa. Deus desfruta de liberdade perfeita, porquenunca está sob a necessidade de agir demodo contrário à sua própria natureza.Nenhuma compulsão exterior pode ter qual-quer efeito sobre Ele, porque Ele criou ouniverso e é soberano sobre este. Como oBem Absoluto, Ele é superior a toda obri-gação e coerção. Por Deus ser completamente justo, Ele nãoestá limitado pelos embaraços do mal. Ele élivre para exercer seu poder criador e re-dentor como julgar adequado, e a qualquermomento, e o que quer que seja que Elefaça, deve, por fim, resultar em bem paratodos os interessados. Não pode haver umconflito real entre a responsabilidade moraldo homem e a vontade soberana de Deus,uma vez que a constituição do universo, queabrange a opção da escolha moral, é estabe-lecida pelo decreto divino. Deus criou omundo com a possibilidade de liberdade por-que ela é uma parte essencial de sua natu-reza. Embora a liberdade do homem estejacircunscrita pelo que é finito, ela não é me-nos genuína do que a de Deus, que é infini-to. Dentro da esfera reservada ao homem,ele é livre. Esta liberdade, porém, tem sido seriamentereduzida pelo pecado. Os males que têm sidoproduzidos pelas escolhas erradas do passa-do colocam em situação desvantajosa o ple-no exercício do livre arbítrio, não porqueDeus tenha arbitra ri a mente determinadoassim, mas porque em um universo ordena-do, a liberdade só pode sobreviver dentro dalei. Aliberdadenão é sinônimo de caos. Afimde restringir o mal e impedir que o mundofosse permanentemente escravizado, Deusinterveio recorrendo à redenção. Ele detéma prerrogativa da decisão final. Tanto a liberdade do homem como a sobera-nia de Deus são apresentadas na revelaçãobíblica, frequentemente nas mesmas passa-gens, ou em passagens contíguas. A liberda-de depende de se permanecer na obra deCristo, o que envolve um ato da nossa von-tade (Jo 8.31,32); mas a liberdade é um domde Deus, é algo que só Ele pode verdadeira-mente dar (Jo 8.36). Veja Exemplo; Libertação; Liberdade1.

BibliografiaBibliografiaBibliografiaBibliografia Heinrich Schlier, “Eleutherosetc”., TDNT, 11,487-502.

M. C. T.

1157115711571157

Page 35: LETRA L.pdf

LIBERDADE, ANOS DELIBERDADE, ANOS DELIBERDADE, ANOS DELIBERDADE, ANOS DE LIBERTOSLIBERTOSLIBERTOSLIBERTOS

LIBERDADE, ANOS DE Veja Festividades;Jubileu.

LIBERTAÇÃO Liberação, livramento, liber-dade são palavras que abrangem o conceitobíblico de libertação da escravidão, servidão,ou prisão. São utilizadas as seguintes pala-vras: as hebraicas Yshu‘a (três vezes) e fshua(cinco vezes), “segurança, libertação”; tfleta(cinco vezes), “fuga, libertação”; e as palavrasgregas apolutrosis, “desligar, soltar” (uma vezem Hb 11.35 como livramento); aphesis, “man-dar embora, libertar" (uma vez em Lc 4.18).Essas palavras são complementadas por umestudo de palavras que denotam liberdade: apalavra hebraica hophshi, “livre”, usada 12vezes para liberdade da escravidão e quatrovezes para liberdade em relação a outras si-tuações; e a palavra grega eleutheros (livre)usada 18 vezes para expressar o conceito deliberdade do NT. No AT, são mencionadas três espécies delibertação: 1. Libertação da escravidão do Egito para setornar um povo especial de Deus, .um reinode sacerdotes e uma nação santa (Ex 19.3-6;cf. 1 Pe 2.9; Ap 1.6; 5.10). Foi Deus, com suasçberana graça, que trouxe essa libertação(Ex 20.1,2). Esta libertação da opressão e dapenúria no Egito para a liberdade e a opulên-cia da Palestina (Ex 3.8; Dt 89.7), não foi umalibertação para a libertinagem, mas da servi-dão do Faraó para o serviço de Deus (Lv25.55). Cada uma dessas fases da libertaçãode Israel do Egito pode ser encontrada no NT.Os crentes estão livres da servidão de Sata-nás e do mundo (Ef 2.1-3; Rm 6.16) para for-mar um reino de sacerdotes (1 Pe 2.9) e deservos do Senhor (Mt 10.24. Lc 17.10; Rm 1.1). 2. Libertação de escravos. A dignidade dohomem era preservada nas leis para liber-tar os escravos a cada sete anos ou no ano dojubileu, o que acontecesse primeiro, e no tra-tamento humanitário (Êx 21,2-11; Lv 25.39-55; Dt 15.12-15; Jr 34.8-11,14). 3. Libertação de Israel. Se Israel obedecessea Deus, o povo gozaria de paz e liberdade(Dt 28.1-14), porém a rebelião e a idolatriaos levariam a ser escravos de outras nações(Dt 28.15-69). Entretanto, uma gloriosa li-bertação foi prometida com a vinda do Mes-sias (Is 61.1), e esta situação está divididaem duas partes. O Senhor Jesus Cristo citoue cumpriu a primeira: “O Espírito do Senhoré sobre mim ”... para “anunciar o ano aceitá-vel do Senhor” (Lc 4.16-20) em sua primeiravinda (v. 21), enquanto a segunda, “o dia davingança do Senhor”, ainda deverá ser cum-prida pouco antes de seu segundo advento.Com esse retorno milenial, Ele conduzirátodos os salvos ã maior libertação, da qualparticiparão tanto a Igreja como Israel (J12.32; Am 9.11; cf. Rm 11.26; Ob 17; Zc 14.1ss.[cf. Rm 4.16; Hb 11.39,401). No NT, a libertação assume uma natureza

muito mais teológica. O NT fala sobre umalibertação mais espiritual do que física. Comomencionamos, o Senhor Jesus Cristo citouIsaías 61.1 e falou de seu cumprimento com asua vinda (Lc 4.16-20; cf. Jo 8.34-36; 41-44) ecom o julgamento de Satanás (Jo 12.31; 16.11;Mc 3.27; cf Lc 10.17). Suas palavras cobrem alibertação; (1) de Satanás e de seu poder aoconsiderarmos que estamos mortos para o pe-cado e que ele não terá poder sobre nós (Rm6.6,7,11-23); (2) de Satanás e seus poderesdemoníacos (Lc 10.17; Cl 1.13; cf. Ef 6.10-18);(3) da lei como meio de redenção (Rm 6.14; 7.5-15; 8.2-4; G1 4.2lss.; 5.1,2); (4) da abolição docerimonialismo que acompanha a lei (G1 2.5;5.3-6; Hb 10.26; 12.27); (5) da morte e do te-mor da morte, não no sentido de que o cristãonão irá morrer, mas de que sua natureza pe-cadora será eliminada e ele terá um corpo res-suscitado (Rm 6.9,10; 8.18-23; Hb 2.14,15); e(6) das superstições págãs. O crente não é maisescravo de idéias politeístas e das práticas dopaganismo (1 Co 10.23; Rm 14.1ss.). A libertação espiritual ensinada nas Escri-turas protege contra dois extremos. Primei-ro, proibindo a libertinagem: “Façamos ma-les para que venham bens?” e “para que agraça seja mais abundante?” (Rm 3.8; 6.1,2);Segundo, ela não ensina o legalismo, isto é, asalvação pelas obras, pela perfeita obediên-cia às leis. Somente Cristo pôde cumprir e defato cumpriu a lei para a nossa salvação; por-tanto, toaa obediência praticada pelo homemvisando sua autojustifícação está condenada(Rm 3.19,20; G1 5.4). A liberdade do crente éaquela que dever ser mantida por uma vidade santificação progressiva, e que ocorre den-tro dos limites da lei (Mt 5.17-19,21,27,43,48;22.35-40; Rm 13.8-10). Gozamos de liberda-de quando vivemos de acordo com seus pre-ceitos; portanto, ela é chamada de “lei per-feita da liberdade" (Tg 1.25), “lei real” (Tg 2.8) , e “lei da liberdade” (Tg 2.12).

R. A. K.

LIBERTINAGEM Um pecado sexual men-cionado como uma das obras das trevas emRomanos 13.12,13 (no grego plural koitais,“libertinagem”, “relação sexual ilícita”). Aforma singular koite ocorre em Lucas 11.7como “cama”; e em Hebreus 13.4 como o “lei-to sem mácula”. Em Romanos 9.10, Rebeca“concebeu” (koiten) de Isaque. Portanto, otexto original condena o aviltamento de umrelacionamento natural (e divinamente or-denado).

LIBERTOS Essa palavra só ocorre em Atos6.9 em algumas versões. Em determinadasversões, a expressão “sinagoga dos libertos”foi traduzida como “sinagoga dos homens li-vres". Evidentemente, tratava-se de uma si-nagoga de Jerusalém composta não por li-vres pensadores religiosos ou pessoas defen-dendo a libertação da moralidade convencio-

1158115811581158

Page 36: LETRA L.pdf

LIBERTOSLIBERTOSLIBERTOSLIBERTOS LÍBIOSLÍBIOSLÍBIOSLÍBIOS

nal, mas, muito provavelmente, por descen-dentes daqueles judeus que, no século ante-rior, haviam sido levados a Roma como pri-sioneiros e depois libertados, Não se sabe sea “sinagoga dos homens livres” incluía entreseus membros alguns judeus da Cirenaicaou Alexandria, ou alguns da Cilícia e da Ásia,ou se havia duas ou mais sinagogas que en-traram em discussão com Estêvão. De qual-quer maneira, os componentes da sinagogados homens livres argumentaram com ele, eo acusaram de blasfemar contra Deus eMoisés, e de denunciar o Templo e a lei.Eles, sem dúvida ajudados por outros, con-seguiram por fim levar Estêvão ao martírio.Durante escavações feitas em Jerusalém em1914 foi descoberta uma inscrição que podeter vindo dessa sinagoga. As palavras, muitolegíveis, e escritas com letras gregas maius-culas, mencionam que o edifício deveria serusado pelos judeus aa Dispersão;“Theodotus, filho de Vettenus, sacerdote echefe da sinagoga, filho do filho de um chefeda sinagoga, construiu a sinagoga para a lei-tura da lei e para o ensino dos mandamentos,e também para a acomodação dos estrangei-ros. Os quartos e as instalações de água de-vem funcionar como um albergue para aque-les que dele precisam como estrangeiros. Seuspais, os anciãos e os simonidas colocaram osalicerces da sinagoga” (DeissLAE, p. 440). O termo “liberto” ou “libertino” é, às vezes,utilizado em teologia como uma referênciaàqueles que dão liberdade (ou vazão) à con-cupiscência carnal, e que rejeitam todos ospadrões de moralidade. Veja Liberdade.

J.A. S.

LÍBIA LÍBIA LÍBIA LÍBIA Nação representada no Quadro dasNações (Gn 10; 1 Cr 1) como Pute, um des-cendente de Cam. Os líbios eram uma nação completa que habi-tava a costa norte da África. Eles receberammuitos nomes nos antigos textos egípcios:Tehenu (Velho Reino), Temehu (Reino doMeio), Meshwesh {18a Dinastia), Rbw (Libu,19a-20a Dinastia). Três diferentes palavrashebraicas foram traduzidas como “Líbia” ou“Líbios” nas várias versões: (o) kub, “Cube”,na LXX Libues, seguindo a versão RSV eminglês, e outras; (f>) lubim (sempre na formaplural), na LXX Libues, na KJV em inglês“Lubim”; (c) put, na LXX Phout, Phoud ouLibues, na KJV em inglês “Phut”, “Pute”. Putepode se referir à região da Líbia chamadaCirenaica pelos romanos, e que se encontraalém do inóspito deserto a oeste do delta. VejaCube; Lubim; Pute Aparentemente, a inflyência exercida peloslíbios sobre o norte da África e o Egito desen-volveu-se e, depois, declinou na Antiguidade.Isso pode ser entendido pelo fato de teremsido dominados em aprox. 1230 a.C. por Mer-ne-Ptah do Egito. Apartir do século X, X, X, X, os líbiosrestabeleceram seu domínio sobre o Egito e

O rio Nilo com as colinas da Lábia, que elevam-se na direção oeste s HFV

reinaram até aprox. 730 a.C., apartir da cida-de do delta chamada Bubastis. O primeiro reida 22a dinastia, Sisaque Juntou-se a JeroboãoI na guerra civil israelita, em 926 a.C., e inva-diu Judá (1 Rs 14.25,26). Os judeus da Líbia estavam em Jerusalémno dia de Pentecostes (At 2.10). Eles, prova-velmente, vinham da Cirenaica, que haviasido incorporada a Creta, tomando-se umaúnica província em 67 a.C. Cirene era a suacapital. Foi de lá que vieram Simão, que car-regou a cruz do Senhor Jesus quando Ele caiu(Mt 27.32); alguns cristãos da igreja primi-tiva de Antioquia (At 11.20; 13.1); e os ju-deus que discutiram com Estêvão (At 6.9).

P. W. F.

LÍBIOS LÍBIOS LÍBIOS LÍBIOS Um p ovo da Líbia, provavelmentedescendente de Leabim (q.v.; Gn 10,13), umaantiga tribo do delta do Nilo. Eles aparecempela primeira vez na história bíblica no exér-cito de Sisaque (2 Cr 12.3), quando este sa-queou o Templo de Salomão levando seusescudos de ouro na época de Roboão. Os líbiosforam incluídos no exército de Zerá, o líderetíope das tropas do Egito, cujo exército foidestruído por Asa (cf. 2 Cr 16.8 com 14.9-12), Eles vieram em auxílio a Nô (Nô-Amom-Tebas) quando Assurbanipal saqueou a ci-dade egípcia (Na 3.9), e aliaram-se a Pute(q.v.) ali. No futuro, os líbios seguirão na co-mitiva do rei do norte (Dn 11,43). O nome ocorre como Rbw (=Libu) em textosegípcios dos séculos XIII e XII a.C., referin-do-se a uma tribo hostil a oeste do delta(Gardiner, Ancient Egyptian Onomastics, I[1947J, 121ss,). Nos monumentos egípcios,os líbios foram retratados como um povo alto,de pele clara e bem formado. Os governan-tes Seti I, Ramsés II e III registram suas for-tes tentativas de invasão, e a dificuldade deum contra-ataque. Posteriormente, por cau-sa de sua coragem e de suas proezas, eles setomaram mercenários egípcios, e, ainda maistarde, soldados egípcios privilegiados. Sisa-que, um líbio, depois de ter sido general noexército egípcio, tomou o trono por volta de

1159115911591159

Page 37: LETRA L.pdf

LÍB10S LIDERAR ou LÍDER

950 a.C. e, em Bubastis, no delta do Nilo,teve inicio a 22s Dinastia on Dinastia Líbia,que durou mais de 200 anos. Veja Líbia; Pute.

H. G. S.

LIBNA Cidade na Sefelá ou contrafortes daPalestina, na fronteira de Judá e da Filístia.Sen nome, que significa “brancura”, pode terse originado dos rochedos brancos da vizi-nhança, Foi uma das cidades tomadas porJosué em sua conquista de Canaá (Js 10.29-32). Libna estava no território de Judá (Js15.42), e era uma das cidades destinadas aos]evitas (Js 21.13). Esta cidade revoltou-secontra Jeorâo quando ele foi atacado pelosedomitas (2 Rs 8.22), mas, aparentemente,foi mais tarde recuperada por Judá, pois estámencionado que foi sitiada por Senaqueribe(2 Rs 19.8). Hamutal, que era filha de Jere-mias, esposa do rei Josias e mãe de Joaeaz eZedequias, nasceu em Libna (2 Rs 23.31;24.18). Sua localização é incerta, pode serTell Bomat (aprox. 40 quilômetros a sudo-este de Jerusalém), ou Tell es-Safi (que podeser a atual Gate, q.v.).

S. C.

LIBNI 1. Filho mais velho de Gérson e neto de Levi(Êx 6.17; Nm 3.18,21; 1 Cr 6.17,20). Era tam-bém progenitor dos libnitas, uma família de ersonitas (Nm 3.21; 26,58). Foi identifica-

o com Ladã em 1 Crônicas 23,7-9; 26.21. Veja Ladã 2. 2. Um levita descendente de Merari (1 Cr 6.29).

LIBRA LIBRA LIBRA LIBRA Veja Pesos, Medidas e Moedas.

LICAONIA LICAONIA LICAONIA LICAONIA Uma região do sul da Ásia Me-nor sujeita a variações em suas fronteiras.No século I d.C., porém, ela fazia parte daprovíncia romana da Galácia (Exceto por umpequeno setor na extremidade oriental). Em Atos 14.5,6, Listra e Derbe são chama-das de “cidades da Licaônia”. Embora o idi-oma grego fosse amplamente utilizado naÁsia Menor, a língua local não se extin-guiu, como Átos 14.11 indica. E os missio-nários foram incapazes de entender sua lin-guagem. Como Paulo e Barnabé não encontraramnenhuma sinagoga, parece ter havido poucainfluência judaica nesta área, e o povo pare-ce ter sido guerreiro e primitivo.

Lf CIA Lf CIA Lf CIA Lf CIA Esta província romana ocupava a ex-tremidade sudoeste da Ásia Menor. Comouma região bastante montanhosa, sua prin-cipal importância residia em seus portos, dosquais dois são mencionados no NT. Pauloparou em Pátara durante sua última viagema Jerusalém, onde trocou de navio, suposta-mente com a finalidade de apressar a sua

viagem (At 21.1,2). Posteriormente, em suaviagem a Roma como um prisioneiro, seunavio aportou em Mirra e ali ele foi transfe-rido para um navio de cereais que viajariapara a Itália (At 27.5,6). Lícia se tomou umterritório romano em 188 a.C., mas só foiorganizada como uma província romana porordem de Cláudio em 43 d.C.

LIDA Uma cidade na antiga área tribal deBenjamim, cerca de 17 quilômetros a sudes-te de Jope. Seu nome no AT era Lode (1 Cr8.12) e hoje é conhecida como Lude. A igrejaem Lida pode ter sido iniciada por Filipe, aoevangelizar o norte, depois de conhecer oeunuco etíope (At 8.40). Ali, Pedro cnrou oparalítico Enéias, um milagre que fez comque muitos se entregassem ao Senhor (At9.32-35). Veja Lode.

LIDERAR LIDERAR LIDERAR LIDERAR OU LÍDER LÍDER LÍDER LÍDER O conceito de lide-rança e de direção permeia as Escritorascomo um todo. Ele é encontrado não só nasinúmeras palavras que significam liderar eguiar, mas também em suas derivadas. Empassagens que ocorrem mais de 150 vezesna versão KJV em inglês e, também, em pas-sagens que falam sobre a vontade de Deus,a conduta de Deus, a sabedoria, a oração, aconduta do homem, seus caminhos e passos;além de versículos que usam verbos comoproduzir, apresentar, dirigir, governar, mos-trar e ensinar.

Liderança Divina A Palavra de Deus insiste qne o homem pre-cisa dele como seu líder. Jeremias declarou:“Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seucaminho, nem do homem que caminha, o di-rigir seus passos” (10.23). “Os passos do ho-mem são dirigidos pelo Senhor; o homem,pois, como entenderá o seu caminho?” (Pv20.24). Portanto, o homem precisa ser hu-milde para depender do Senhor para orien-tação e aprendizado (SI 24.4,5,9). Deus, o Pai (1 Ts 3.11), é apresentado emmuitas passagens diferentes e por meio devárias metáforas, como o líder de seu povo.Ele guiou a partida de Israel do Egito, atra-vés do deserto até a Terra Prometida (Êx6.6-8,13.17-21; 15.13; Dt 4.38,39; 8.2,15;11.29; 29.5; Is 63.7-14; Am 2.10; Hb 8.9).Como pai de Israel, Ele trará seu povo devolta das partes mais remotas da terra (Jr31,7-9). Como seu Salvador, Ele o carre-gou e elevou durante todos os dias da An-tiguidade (Is 63.8,9). Ele nos guia comoum pastor guia o seu rebanho (SI 23;77.20; 78.52,53; 80.1; Is 40.11; 49.10). Elenos guiará até o momento de nossa morte(SI 48.14). De acordo com as profecias do AT e as de-clarações do NT, Cristo, o Filho, revela-secomo nosso Líder. Aquele que cumpre a ali-ança de Davi é declarado nosso Líder (em

1160

Page 38: LETRA L.pdf

LIDERAR ou LÍDERLIDERAR ou LÍDERLIDERAR ou LÍDERLIDERAR ou LÍDER LIDERAR ou LÍDERLIDERAR ou LÍDERLIDERAR ou LÍDERLIDERAR ou LÍDER

hebraico nagid, Isaías 55.4), Esta é a mes-ma palavra utiíizada para “príncipe” na ex-pressão “Messias, o Príncipe” (Dn 9.25). NoNT, o Senhor Jesus é chamado em grego dearchegos, o principal líder; em At 3.15, Ele éo “Príncipe da vida” (cf. At 5.31); em Hb 2.10,Ele é o “Capitão” ou o “Autor” da nossa sal-vação; em Hb 12.2, Ele é o “autor” da nossafé. Ele se intitula “o bom Pastor” (Jo 10.11,14) que leva as suas ovelhas ao pasto eelas o seguem (Jo 10.3,4,27; cf. Hb 13.20; 1Pe 2.25). Ele se adiantou para abrir o cami-nho do céu para nós, como um precursor(Hb 6.20; cf. 4.14). Ele pode nos guiar por-que é a luz do mundo (Jo 8.12), e o caminho(Jo 14,6). Por ser a verdade (a realidade e oconteúdo) e a vida (a verdadeira experiên-cia), Ele age juntamente com o Pai na ori-entação e direção de cada crente. O Espírito Santo também orienta os filhosde Deus (Rm 8.14). O Espírito estava com osisraelitas para instrui-los na jornada do de-serto (Ne 9.20; Is 63.10,11; cf. SI 143.10), etambém para guiar o Senhor Jesus no de-serto (Mt 4.1; Lc 4.1), Ele guia a todos na verdade, quando explicao significado do evangelho ao crente (Jo16.13-15; cf. 14.26; 15.26). Ao se submeter àliderança do Espírito, o cristão liberta-se dogrilhão da lei, e está em condições de venceros desejos da carne (G1 5.16,18). O EspíritoSanto dá sua orientação e direção pela reno-vação da mente e dos pensamentos (Rm 12.2;Ef 4.24; Tt 3.5, por exemplo, At 8.29) e, pe-las palavras da profecia (Át 13.4; talvez16.6,7). Conhecendo a fragilidade e a ignorância hu-manas, Deus nos guia porque Ele é bom (Rm2.4) e cheio de compaixão (Is 49.10). Sen pro-pósito é nos conduzir ao seu amor, à firmezamanifestada por Cristo (2 Ts 3.5), à justiça(SI 5.8; 23.3; 25.8-10), ao caminho da paz (Lc1.79; cf. Is 59.8),, ao caminho da vida eterna(SI 139.24; cf. SI 16.11; Jr 6.16) - tudo emSeu nome (SI 31.3). Ele nos guia em respos-ta à oração (Gn 24.12-14,27,48; Jr 42.2-22;Lc 6.12,13). Deus pode guiar diretamente por meio deum anjo (Êx 23.20-23; Is 63.9; At 12.7-11;veja Anjo); dos servos que Ele nomeou (porexemplo, Natã foi enviado para orientar Daviquanto ao arrependimento, 2 Sm 12); de so-nhos e visões (Mt 1.20; 2.12,13,19,22; At10.3,10-16); da instrução e ensino encontra-dos na Palavra escrita (Js 1.7,8; SI 19.7-9,11;119.35,105); da sabedoria e do conhecimentode sua verdade (1 Rs 4.29; Pv 2.1-12; 8.20,21;Tg 1.5; SI 25.5; 43,3); levantando ou estimu-lando o espírito (por exemplo, Ciro, Ed 1.1;Zorobabel etc., Ag 1.14), isto é, plantando umpensamento, desejo ou ambição no coraçãoou na mente (cf. Fp 2.13) e, de alguma vozpessoal exterior e audível (1 Sm 3.10; Is30.21) que pode ser estrondosa ou macia comoum suave murmúrio (1 Rs 19.12).

Muitas vezes, Deus orienta indiretamente sobuma forma providencial, isto é, por meio decircunstâncias. No curso da necessidade e dodever, procurando alimento para Noemi epara si mesma,"aconteceu” que Rute chegouao campo de Boaz (Rt 2.3), e isso a levou aum casamento divinamente abençoado. Omeio de assegurarmos que essa orientaçãovem de Deus, e não de nossa própria imagi-nação ou de qualquer outra fonte, é quandosentimos a paz de Cristo que age como árbi-tro secreto no coração (Cl 3.15). Quando oramos e buscamos orientação divi-na, devemos estar dispostos a abandonarnossos próprios desejos e depender da for-ma, da direção e da ocasião dessa orientação.Devemos esperar até que três indicadoresestejam perfeitamente alinhados: (a) a Pala-vra de Deus (o padrão objetivo); (6) o Espíri-to Santo (o testemunho interior e subjetivo);e (c) as circunstâncias (que se tomam ade-quadas pela providência divina). O princípiobíblico é que uma questão é estabelecida ouconfirmada por duas ou três testemunhas<Dt 17.6; 19.15; Mt 18.16; 2 Co 13.1; 1 Tm 5.19; Hb 10.28; cf. Jo 5.31-39). Pedir um sinalespecífico não é o principal método para ob-ter essa orientação. O propósito de Gideâoao usar o velo de lã não era descobrir qualera a vontade de Deus, mas estar seguro dela(Jz 6.36-40). A maior parte da orientação divina para avida do crente é condicional. Ela está condi-cionada à sua disposição de obedecer (Jo 7.17) . Portanto, as seguintes condições re-presentam um obstáculo a essa orientação:egoísmo ou falta de compaixão (Is 58.10,11);teimosia ou obstinação (SI 32.8,9; Jr 11,6-8); desobediência e murmuraçâo (Nm 14.2,3,27,36,39-45; Is 48.17,18); falta de sincerida-de ou falsidade ao desejar a aprovação deDeus para uma conduta previamente deter-minada (Jr 42); impaciência (Hc 2.3; 1 Sm13.8-14), além de orgulho da própria sabedo-ria e auto-suficiência (Pv 3.5-7). O segredopara alcançar a orientação divina é assumira mesma atitude de Davi: “Deleito-me emfazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tualei está dentro do meu coração” (Sl 40.8). Essatambém foi a atitude do Senhor Jesus Cristo(Hb 10.7,9), como revelam suas próprias pa-lavras: “Minha comida é fazer a vontade da-quele que me enviou e realizar a sua obra”(Jo 4.34; cf. Lc 22.42). Veja Autoridade; Von-tade de Deus; Sabedoria.

Liderança HumanaLiderança HumanaLiderança HumanaLiderança Humana Existem inúmeros exemplos, nas Escrituras,de homens que Deus nomeou para liderar.Alguns deles foram Moisés (Êx 6.13,26,27; 32.34) , Josué (Nm 27.18,23; Dt 34.9; Js 1.1-9), Davi (1 Cr 11.1-3; Sl 78.70-72), os valentes deDavi (1 Cr 11.12), os apóstolos de Cristo (Mc3,13-19; 6.7-13,30,31), Paulo (At 26.16-18;13.1-3; Ef 3.2,7-10; Cl 1.23-29), Timóteo (Fp

1161116111611161

Page 39: LETRA L.pdf

UDERAR ou LÍDERUDERAR ou LÍDERUDERAR ou LÍDERUDERAR ou LÍDER LIGAR E DESUGARLIGAR E DESUGARLIGAR E DESUGARLIGAR E DESUGAR

2.19- 23; 1 Tm 4.12; 2 Tm 2.2), Epafrodito (Fp2.25,26) e Epafras (Cl 1.7,8; 4.12). Além desses indivíduos, o Senhor Jesus Cris-to escolheu um incontável número de ou-tras pessoas como “bênçãos” para a Igreja,consistindo de apóstolos, profetas, evange-listas e pastores e mestres (Ef 4.7-13). Elechama e nomeia (2 Tm 1.9-11; Jo 15.16) e fazcom que a pessoa se torne líder (um pesca-dor de homens, Mc 1.17). Os presbíteros e osdiáconos também são líderes designados porDeus (veja Diácono; Presbítero). Na verda-de, cada cristão toma-se um líder no sentidoque deve ser uma testemunha representan-te de Cristo perante os outros, e faz delesnovos discípulos quando ensina as doutrinasde Cristo (At 1.8; Mt 29.19; veja Comissão, AGrande). O ideal é que cada crente, à medidaque cresce em maturidade, tome-se um lí-der dos cristãos mais recentes. O líder cristão deve ser obedecido e respeita-do por sua posição de responsabilidade (Hb13.7,17,24; 1 Ts 5.12,13; 1 Tm 5.17; vejaObediência). Obviamente, não é errado, nempecado, desejar ser um líder, pois Paulo es-creveu a Timóteo: “Se alguém deseja o epis-copado, excelente obra deseja” (1 Tm 3.1).Aquele que preside deve desempenhar suasfunções com diligência (Rm 12.8). O líder agecomo um pastor espiritual que orienta o re-banho pelo seu exemplo, e não pelo poder queexerce sobre ele (1 Pe 5.2,3). Paulo viveu umavida tão exemplar que podia encorajar ou-tros a imitá-lo e a seguir seu exemplo (1 Co4.16; 11.1; Fp 3.17; 4.9; 1 Ts 1.6; 2 Ts 3.9).Portanto, a maioria das qualificações dospresbíteros e diáconos está relacionada à suavida pessoal (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). O objetivo de toda liderança cristã é levar aspessoas a um contato vital com Deus. Por-tanto, o líder deve ser um homem de fé (At6.5; 11.24). Ele deve ensinar outros a conhe-cer a Cristo experimentalmente e, também,a adorar a Deus e a ter comunhão com Ele.Outras responsabilidades são: orientar e to-mar decisões (At 15.2,6-30), defender a fé(Tt 1.9; Jd 3; At 20.28-31), admoestar osdesordeiros, consolar os de pouco ânimo, sus-tentar os fracos e ser paciente para com to-dos (1 Ts 5.14). Paradoxalmente, o líder deve ser um servo,mesmo quando é um governante ou mestre(Mt 20.26,27). As palavras que se referem àsdiferentes funções e posições de liderançaimplicam em servir, em uma abnegada dedi-cação, e nunca em poder ditatorial ou egoís-ta. Ele deve amar as pessoas e aprender aconhecer seus seguidores individualmente,além de estar pronto para lhes oferecer umadequado reconhecimento de seu desenvol-vimento e realizações (por exemplo, a manei-ra como Paulo cumprimentou Timóteo, Fp 2.19- 23). Acima de tudo, o líder deve ser um homem “cheio do Espírito Santo” (At 6.3). Veja Bispo; Diácono; Discípulo; Presbítero; 1

Ministro; Ministério; Pastor; Serviço; Ensinar.

Bibliografia. Melvin L. Hodges, Grow Towará Leadership, ed. rev., Chicago. Moody Press, 1969. Derek Prime, A Christian’s Guide to Leadership, Chicago. Moody Press, 1966. J, Oswald Sanders, Spiritual Leader- ship, Chicago. Moody Press, 1967. Kenneth Gangel, Leadership for Church Edueation, Chicago. Moody Press, 1970. J. R. LÍDIA Uma mulher que vivia em Filipos, quando Paulo ali chegou em sua segunda viagem missionária (At 16.14). Ela era co- merciante (talvez viúva), uma vendedora de púrpura ou produtos tingidos, uma conver- tida ao monoteísmo ético do judaísmo (ela “servia a Deus”). Embora Lídia fosse um nome próprio, tam- bém pode ser uma forma adjetiva, “a lidiana” (cf. pros ten Lydian, v. 40). A cidade de sua origem, Tiatira (q.v.), que ficava na região de Lí dia, era renomada por suas tinturas de cor púrpura (veja Lude). Quando Paulo foi para Filipos, Lídia rece- beu o evangelho, pois o Senhor Deus abriu o seu coração. Depois de ser batizada, ela hospedou o grupo missionário em sua casa. Após a experiência da prisão de Paulo e Silas, e sua libertação, eles retornaram à casa de Lídia antes de deixarem a cidade (At 16,40).

LIGA Veja Pacto. LIGAR Duas palavras hebraicas diferentes são geralmente traduzidas como “ligar”. 1. Uma forma de habar, que significa “ligar junto, conectar” (1 Cr 22.3). Já foi traduzida como “ligação”, “aperto” e “juntura”. 2. Adjetivo que vem de dabaq, significando “aderir, juntar, penetrar” (2 Cr 3.12).

LIGAR E DESLIGAR Estas palavras eram comuns nos círculos rabínicos tanto no sen- tido legislativo como judiciário. Eram empre- gadas para significar: (1) proibir ou permi- tir; (2) condenar ou absolver; e, (3) reter ou perdoar pecados. O fato de Cristo ter conferido a Pedro poder para ligar e desligar (Mt 16.19) foi interpre- tado de diversas formas, através dos sécu- los da era cristã, como referindo-se a ligar decisões com relação a certo e errado, ao poder de excomungar ou restaurar mem- bros da igreja, e à retenção ou perdão de pecados. A Igreja Católica romana insiste que este poder é legislativo, judiciário e admi- nistrativo, e que foi conferido a Pedro e a seus sucessores, os papas. Deve, porém, ser notado que o poder não foi prometido apenas a Pedro (Mt 16.19), mas também aos outros discípulos (Mt 18.1,18). Um outro fator significativo é o tempo dos

1 162

Page 40: LETRA L.pdf

LIGAR E DESLIGARLIGAR E DESLIGARLIGAR E DESLIGARLIGAR E DESLIGAR LÍNGUALÍNGUALÍNGUALÍNGUA

verbos empregados. A alegação de que ligar edesligar na terra são acompanhados de açõessemelhantes no céu é expressa pela constru-ção perifrástáca do futuro perfeito no grego,significando que o que quer que seja ligadoou desligado pelos apóstolos (já) deve ter sidoligado ou desligado pelo próprio Deus. Osapóstolos, portanto, estão meramente repe-tindo ou declarando o que Deus já fez. Em vista do contexto anterior em Mateus16.19, parecería que o poder para ligar e desli-gar está relacionado às chaves que, por suavez, deveríam ser empregadas para abrir asportas para a entrada no reino de Deus, e que,na realidade, eram mal usadas pelos escritasjudeus (cf. Mt 23.13; Lc 11.52). Alguns, porém,explicam a passagem escatologicamente, comoaplicando-se ao reino dos santos na terra, du-rante o Milênio (A J. McClain, The GreatnessoftheKingdom, pp. 329ss.). O paraleüsmo com João 20.23 sugere queligar e desligar refere-se a perdoar ou reteros pecados, os fatores que determinam a en-trada no reino. Um exemplo do exercício detal autoridade é dado em Atos 10.43. Pedroanunciou que aceitar Cristo e o evangelhotrazem a libertação da penalidade do peca-do, mas a rejeição deixa a pessoa presa aojuízo. Estes termos podem também incluir opoder de excomungar e reintegrar (Mt 18.15-18), bem como a autoridade para proibir oupermitir várias ações tais como aquelas des-critas em Atos 15.23-29 e 1 Coríntios 5. Deveser claramente entendido, porém, que esteúltimo poder foi dado aos apóstolos, e quenão há nenhuma indicação ou exemplo bí-blico de que ele deveria ser transmitido aossucessores papais. De acordo com Mateus 18.18, os crentes-dis-cípulos podem anular o poder de Satanás esuas hostes demoníacas, ou libertar as pes-soas de suas garras declarando o que Cristojá realizou ao desfazer as obras do Diabo (cf.Hb 2.14,15; 1 Jo 3.8; Ap 12.11).

D. W. B.

LILITH Veja Falsos deuses.

LIMPO, LIMPEZA LIMPO, LIMPEZA LIMPO, LIMPEZA LIMPO, LIMPEZA Tradução de várias pa-lavras hebraicas e gregas dando a idéia delimpeza física e, então, de pureza moral. Otermo é usado nos sentidos físico, cerimoni-al, ético, figurativo e espiritual, com os usosfrequentemente se sobrepondo. O uso prin-cipal é o cerimonial, aplicado a pessoas, lu-gares ou coisas (Lc 5.14; Hb 9.13,22; 2 Cr23.19; Is 52.11). A idéia de limpeza tambémé aplicada a animais e aves (Gn 7.2; Dt14.11). Veja Alimento: Carne. A importância da limpeza para Israel é que anação deveria refletir em sua vida nacionalas qualidades atribuídas a Yahweh. O idealespiritual de limpeza está refletido no AT prin-cipalmente em Jó, Salmos, e nos profetas. A“limpeza” é necessária para a comunhão com

Yahweh (cf. SI 15). A maior ênfase com rela-ção à limpeza espiritual é encontrada no NT(Jo 13.11; At 18.6; 1 Jo 1.7,9). Veja Castidade;Pureza; Santificação.

Bibliografia. R. Meyer e F. Hauck,“Katheros etc.”, TDNT, III, 413-431.

LÍNGUALÍNGUALÍNGUALÍNGUA 1. Órgão muscular alongado, móvel, situadona cavidade bucal que serve para a degusta-ção, para a deglutição e para a articulaçãodos sons da voz (Lm 4.4; Jó 29.10; Jó 20.12).“Qualquer que lamber as águas com a sualíngua, como as lambe o cão, esse porás àparte” (Jz 7.5). 2. É também utilizada por sinédoque parapessoa como na frase “minha língua exultou”(At 2.26; cf SI 52.2; Pv 26.28; Is 45.23; Tg1.26). Às vezes, a expressão “toda língua”significa “toda pessoa”, independente do idi-oma que fale (Is 45.23; Fp 2.11). Ela é, também, objeto de discurso, tanto parao bem como para o mal. Amor e bondade po-dem estar na língua, isto é, no discurso (1 Jo3.18; Pv 31.26) tanto quanto a insolência, afalsidade, e a calúnia (Js 10.21; SI 78.36;15.3). Ela pode ser lenta (Êx 4.10) ou tãorápida quanto a pena de um escritor habili-doso (SI 45.1). Imperfeições morais são atri-buídas a ela, como arrogância (SI 12.3), en-ano (SI 52.4) e mentira (Pv 6.17). Ela tam-ém é um instrumento de louvor (SI 51.14;126.2; Is 35.6). E uma palavra usada também como sinôni-mo para idioma ou dialeto (Dt 28.49; At 1.19).Também é usada, em referências a animais,incluindo o cão (Êx 11.7; SI 68.23), a víbora(Jó 20.16), e o crocodilo (Jó 41.1). A palavra designa também o que, por seu for-mato, lembra uma língua. Assim, “uma bar-ra [língua] de ouro" (Js 7.21,24) e “a baía [lín-gua] do mar” (Js 15.2,5; 18.19; cf. Is 11.15).Alguns usos metafóricos da palavra tambémsão importantes: A “insolência da língua”,ou “a violência da língua”, significa abusoverbal (Os 7.16), enquanto a “contenda daslínguas” e o “açoite da língua” significamamaldiçoar e irar-se (SI 31.20; JÓ5.21). “Cur-var a língua” ou “estender a língua” signifi-ca proferir falsidades maliciosas (Jr 9.3) e,“aguçar a língua” denota uma fala cortante(SI 140.3). “Usar a língua” significa lisonje-ar (Jr 23.31), e “ferir com a língua” significacaluniar (Jr 18.18). “Esconder debaixo da lín-gua” significa esconder-se na maldade (Jó20.12). e a palavra de Deus na língua é umsinal ae inspiração (2 Sm 23.2). “Deitar parafora a língua” significa zombar (Is 57.4) e,“dividir” a língua dos ímpios é levantar dis-sensão entre eles (SI 55.9). “Morder a lín-gua” é um sinal de fúria, desespero e tor-mento (Ap 16.10). A passagem bíblica mais importante com re-lação ao uso certo ou errado da boca e da

1163116311631163

Page 41: LETRA L.pdf

LÍNGUALÍNGUALÍNGUALÍNGUA LÍNGUA HEBRAICALÍNGUA HEBRAICALÍNGUA HEBRAICALÍNGUA HEBRAICA

Uma inscrição alfabética hebraica de Sebna, um mordomo, de aproximadamente 700 a.C., possivelmente o mordomo real que foi repreendido por Isaías (22.5-16), BM

língua é Tiago 3.1-12. Tiago compara o poderou a influência da língua com o leme de umnavio, com uma fagulha que coloca uma flo-resta em chamas e com uma serpente indo-mável cheia de veneno mortífero. Veja Línguas, Confusão de; Línguas, Dom de;Línguas de Fogo; Idiomas; Boca.

E. C. J.

LÍNGUA ESTRANHA Veja Línguas, Dom de.

LÍNGUA HEBRAICA No Novo Testamento,o termo “hebraico” é aplicado ao idioma, masno Antigo Testamento é apenas uma designa-ção étnica. Os hebreus são mencionados comoos que falam a ''língua de Canaâ” (Is 19.18) ouainda “a língua dos judeus” (Ne 13.24). Na ver-dade, o hebraico era um dialeto dos cananeus,adquirido por Abraão depois de sua migraçãopara Canaã, e empregada pela maioria dasnações vizinhas, como os moabitas, os feníciose, provavelmente, os filisteus. Como outras línguas semitas, o hebraico éformado principalmente pelas raízes de trêsconsoantes (embora algumas das palavrasmais comuns tivessem apenas duas conso-antes) e as variações no significado eramindicadas pelas vogais inseridas entre asconsoantes. Desta forma, katab queria di-zer “ele escreveu”; kat‘ba, “ela escreveu";yiktob, “ele escreverá”; koteb, “escrever”;niktabj “estava escrito”; kiktib, “ele fez es-crever” e assim por diante. Em cada caso, astrês consoantes da raiz são k-t-b. Os prono-mes eram simplesmente agregados ao finaldo verbo; desta forma, “ele escreverá a eles”é yikvbem. Essa capacidade de expressartantas palavras em um universo de umaúnica palavra permitiu que o hebraico trans-mitisse muitas idéias em poucas palavras, ecom isso facilitasse um modo de expressãopoderoso e concentrado, admiravelmenteadequado tanto à poesia quanto à oratóriaprofética. A frequência de vogais longas lhe

dava uma característica impressionante, sonora, muito agradável aos ouvidos, e ade- quada para transmitir o humor do poeta, ou do pregador, ou do homem que ora. O sistema verbal hebraico não se preocupava com a flexão dos tempos ou de valores tempo- rais, mas, ao invés disso, com o modo de ação, fosse uma ação completa e isolada (tempo ou estado perfeito) ou uma ação incompleta ou prolongada (tempo ou estado imperfeito). Com maior ireqüência, o perfeito se referia a ações passadas, mas também podia se referir a cer- tos tipos de presente (por exemplo, “Assim dis- se o Senhor”), ou até mesmo ao futuro profé- tico. O imperfeito normalmente se referia a ações presentes ou futuras (consequentemen- te, a versão RSV em inglês com freqüência traduz como presente aquelas formas verbais que a versão KJV em inglês traduz como fa- turo - e ambas as interpretações são possí- veis, dependendo do contexto); mas também podería descrever ações continuadas no pas- sado (“ele estava escrevendo”) ou ações po- tenciais (“para que ele possa escrever”). Ações continuadas mais demoradas poderíam ser expressas por um particípio com uma forma do verbo “ser” expressa (no caso de tempos passados ou futuros) ou não (no caso do pre- sente). Esta falta de precisão em relação aos valores temporais causam eventuais descon- certos para aquele que desejar traduzir um texto ao hebraico para alguma língua euro- péia moderna. Isto contrasta consideravel- mente com o grego no Novo Testamento. Ao contrário do grego, o hebraico também care- ce de um gerúndio neutro, e trata igualmen- te objetos inanimados ou idéias como mascu- linas ou femininas. O fato de que o hebraico originalmente se es- crevesse somente com consoantes, e as vogais tivessem que ser fornecidas pelo leitor à luz do contexto, significa que era muito fácil a ocor- rência de diferenças de interpretação, quando mais do que uma vocalização fosse possível.

1164

Page 42: LETRA L.pdf

LÍNGUA LÍNGUA LÍNGUA LÍNGUA HEBRAICAHEBRAICAHEBRAICAHEBRAICA LÍNGUAS DE FOGOLÍNGUAS DE FOGOLÍNGUAS DE FOGOLÍNGUAS DE FOGO

Como consequência, a versão LXX, ou a tra-dução grega do Antigo Testamento, vocalizouas consoantes de h-sh-m-n em Isaías 6.10 comohushman (“tornou gordo” ou “endureceu”),quando os escríbas judeus massoréticos apre-sentam hashmen (“engorde!” ou “endureça!”).Confira Mateus 13.15 (trad. lit.): “O coraçãodeste povo está endurecido”, o que está de a-cordo com a tradução da LXX, em contrastecom o texto hebraico dos judeus (que recebeuos pontos vocálicos em alguma ocasião entre500 e 800 d.C,), que diz: “Endureça o coraçãodeste povo”. Normalmente, deve-se confiar natradição judaica quanto a esses pontosvocálicos, mas algumas vezes uma leitura me-lhor é sugerida pelas traduções clássicas nogrego, latim ou siríaco. Todo o Antigo Testamento foi escrito em he-braico, exceto Daniel 2-6 e Esdras 3-6, queforam escritos em aramaico. O hebraico co-meçou a sair do uso comum depois do séculoV a.C., mas ainda era cultivado pela classeerudita judaica e, ocasionalmente, revividopor razões patrióticas durante as revoltas dosjudeus contra Roma. Muito do Midrash e doTalmude, e também dos comentários rabíni-cos sobre o Antigo Testamento, foi escritoem uma forma posterior de hebraico. Com oestabelecimento do moderno estado de Is-rael, reinstalou-se o hebraico como sendo oidioma da população judaica na Terra Santa,e ele se desenvolveu em um meio lingüísticoversátil e preciso, adequado às necessidadesmodernas. O termo “hebreu” (ou hebraico) é menciona-do pelo menos dez vezes no Novo Testamen-to, mas não fica clara a questão de quantasvezes essa palavra se refere à língua hebrai-ca histórica, e quantas vezes ao dialeto ju-deu representado pelo aramaico (naquelaépoca, a língua franca do Oriente Médiosemita). Mas é significativo que cada vez queuma palavra “hebraica” é mencionada, ouuma palavra de Jesus é registrada em sualíngua mãe, a menção, ou a palavra, está emaramaico e não em hebraico (exceto nos ca-sos em que a palavra é idêntica em ambasas línguas). Cf. João 5.2 (“Betesda”); João19.13 (“Gabatá”); João 19.17 (“Gólgota”);Marcos 5.41 (“Talitá”, “talitha koum”, me-lhor texto grego); Marcos 7.34 (“Efatá”,“ephphatha") e Mateus 27.46 (“lemásabactâni”, “lema sabachthani”, melhor tex-to grego). Conseqüen temente, pode-se suporque as palavras de Paulo à multidão de Je-rusalém em Atos 22 foram em aramaíco-hebraico e não no hebraico propriamente.

G. L. A.

LÍNGUAS, CONFUSÃO DE DE DE DE O juízo divinode Gênesis 11 ocorreu na terra de Sinar (istoé. na Mesopotâmia). O fundamento lógico paraa construção de uma cidade e uma torre foiduplo: preservar a unidade e a solidariedadesocial aa raça humana, e glorificar a conquis-

ta humana em uma estrutura que atingiríaos céus. Veja Babel, Torre de. Atorre serviríaà área circundante como um centro e pontode reunião. Ela caracterizava o espírito urba-no ao invés do espírito nômade. A prerrogativa humana mostra a rebelião dohomem contra a ordem de Deus registradaem Gênesis 1.28 de encher a terra. Os cons-trutores de cidades nas primeiras históriasde Gênesis eram homens ímpios, enquantoas narrativas posteriores de Gênesis refle-tem o pensamento hebreu de deixar as cida-des, para uma vida mais devota sob a orien-tação de Deus nas cercanias, como nômades.Este conceito religioso é recorrente na lite-ratura do AT. A unidade original da fala humana é sugeridacom base na unidade da criação como é vistoem Adão e Eva, e em Noé e sua família, osúnicos sobreviventes do Dilúvio. Nenhum sis-tema de filologia pode provar por uma pes-quisa empírica a unidade do idioma, baseadoem idiomas historicamente preservados, Oúnico argumento lógico, então, é o da fé.Este evento, portanto, enfatiza o rompimen-to da família numana por Deus. O elementoantropomórfico é visto na descida do Senhorpara inspecionar o programa de construçãodos homens. O homem sempre tentou cons-truir estruturas fisicas permanentes. Osfaraós construiram as pirâmides colossais; osgregos, suas pirâmides da sabedoria huma-na; os assírios e os romanos, seus impériosmilitares com imperadores supostamente di-vinos; o homem dos séculos XX e XXI, as suas“pirâmides” atômicas que se estendem até àlua e ao além. O registro de Gênesis 11: é omesmo, confusão, frustração, dispersão e re-moção. A porta do céu (Bab-el) não é cons-truída com mãos humanas, nem sobre alicer-ces materiais, mas é alcançada pela peregri-nação que é pela fé. Qualquer outro caminhoconduz à confusão (balai) e alienação do ho-mem para com o próprio homem, e do ho-mem em relação a Deus.

F. E. Y.eE. L. C.

LÍNGUAS DE DE DE DE FOGO As línguas de fogo(cf. Is 5.24, na versão ASV em inglês e emversões mais recentes) apareceram repar-tidas ou distribuídas e pousando sobre cadaum dos 120 discípulos no Pentecostes (At2.3). Esta manifestação particular que acom-panhou o batismo inicial no Espírito Santonunca foi repetida na forma visível, e por-tanto sua explicação deve ser buscada emfenômenos similares nas Escrituras, Estafoi uma manifestação do Espírito Santo, aterceira pessoa da Trindade. Houve uma manifestação semelhante deDeus (o Pai): no monte Sinai, “descera sobreele em fogo; e a sua fumaça subia como fu-maça de um forno, e todo o monte tremiagrandemente” (Êx 19.18; cf. 24.17; Dn 7.9;Ez 1.4; Ml 3.2); na sarça ardente no monte

1165116511651165

Page 43: LETRA L.pdf

LLLLÍNGUAS DE FOGOÍNGUAS DE FOGOÍNGUAS DE FOGOÍNGUAS DE FOGO LÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DE

Horebe (Êx 3.2; veja Sarça Ardente); na con-sagração do Templo de Salomão (2 Cr 7.1), eno monte Carmelo (1 Es 18,38). Mais tarde, no livro do Apocalipse, João viuo Cristo glorificado cujos olhos eram “comochama de fogo” (1.14; 2.18; cf. Ml 3.2). As-sim, no aparecimento de cada uma das trêspessoas da Trindade, sua divindade e santi-dade foram manifestadas como fogo (cf. Is 10.17) . Pelo fato de o Senhor Jesus Cristoter se esvaziado a si mesmo, e colocado delado sua glória para se tomar homem (Fp2,6-8), e morrer por nossos pecados, Eleapareceu sem esta glória resplandecente eofuscante. Mesmo assim, ela retomou mo-mentaneamente na ocasião da transfigura-ção (Mt 17.2; Lc 9.29). As línguas de fogo no dia de Pentecostes (q.v.)eram um cumprimento do pronunciamentode João Batista de que o Senhor Jesus Cris-to batizaria com o Espírito Santo e com fogo(Mt 3.11; Lc 3.16). Muitos crêem que as lín-guas de fogo são um símbolo da obra purifi-cadora e santificadora do Espírito Santo (q.v.;cf. Is 6.6,7). Veja Fogo; Santificação.

R. A. K.

LÍNGUAS, DOM DE Este é observado duasvezes como um dos dons espirituais (oucarismáticos) concedidos, e que está em, ple-na vigência na igreja (1 Co 12.10,28). E ge-ralmente mencionado como o falar em lín-guas, embora também seja designado comoglossolalia (gr. glossa, “língua”; lalein, “fa-lar"). As principais referências bíblicas são At2.1-13 e 1 Co 12-14.

OcorrênciaOcorrênciaOcorrênciaOcorrência A palavra grega glossa (“língua”) aparececerca de 50 vezes no NT com vários usos. Elaé usada 17 vezes como o órgão do corpo rela-cionado à fala (por exemplo, Mc 7.33; Lc 1.64),uma vez figurativamente para línguas re-partidas como que fogo (At 2.3), e sete vezesno livro de Apocalipse em um sentido étnico(por exemplo, 5.9; 7.9). Nas 25 vezes restan-tes, ela descreve o fenômeno de falar emlínguas (Mc 16.17; At 2.4,11; 10.46; 19.6; 1 Co12.10 [duas vezes],28,30; 13.1,8; 14.2,4,5[duas vezes], 6,13,14,18,19,22,23,26,27,39).As construções variam; Ela é descrita como“novas línguas" (glossais. kainais, Mc 16.17),“outras línguas” (heterais glossais, At 2.4),“tipos [ou variedade] de línguas” (geneglosson, 1 Co 12.10,28), e simplesmente “lín-gua” ou “línguas” (por exemplo, 1 Co14.19,22), O adjetivo “estranha” que constaem 1 Coríntios 14.2,4,13,14,19,27 não é en-contrado no texto original, mas é nma adiçãoínterpretativa dos tradutores. Na maioria dasvezes, a palavra é encontrada no singular ouno plural com o verbo “falar" (laleo; por exem-plo, 1 Co 14.2,4,5,6). Uma vez ela é usadacom o verbo “orar” (1 Co 14.14) e uma vezcom o verbo “ter” (1 Co 14.26).

Os lexicógrafos estão, de forma geral, de acor-do com a opinião de que glossa pode ser clas-sificado de três maneiras: (1) literalmentecomo o órgão da fala (ou figurativamentecomo línguas repartidas como que de fogo);(2) de idiomas (e como um sinônimo parauma distinção étnica); e, (3) de uma expres-são ininteligível ou de êxtase (Amdt, p. 161).

IdentificaçãoIdentificaçãoIdentificaçãoIdentificação O fenômeno de falar em línguas não ocorreuno AT ou durante o período dos evangelhos.Alguns intérpretes identificam certos casosde profecia no AT com o fenômeno daglossolalia (Nm 11.26-30; 23.7-10,18-24;24.3-9,15-24; 1 Sm 10.1-13; 19.18-24; 1 Rs18.26-29), mas não há nenhuma declaraçãoexplícita de que os homens mencionados fa-laram em línguas, e isto não pode ser de-monstrado (para os casos históricos deglossolalia em religiões não-cristãs, veja aobra de Robert Gromacki, The ModemTongues Movement, pp. 5-10.). A única refe-rência à glossolalia nos evangelhos (Mc 16,17)é profética, e é encontrada na porção discu-tida do evangelho de Marcos (16.9-20). A primeira ocorrência bíblica de glossolaliaocorreu no dia de Pentecostes em Jerusalém(At 2.4-13). Além disso, somente duas outrasocasiões históricas e uma seção didática sãoencontradas no registro bíblico. Aqueles quecreram na casa de Cornélio em Cesaréia fa-laram em línguas (At 10.46), como aconte-ceu com cis discípulos de João quando cre-ram, em Efeso (At 19.6), A prática de falarem línguas em Corinto foi o motivo de umtratamento mais longo do assunto (1 Co 12-14). Nenhum outro caso específico é regis-trado, embora alguns comentaristas acredi-tem ter ocorrido em Samaria (At 8,17,18;NBD, p. 1286), e por ocasião da conversãode Paulo (At 9.1-17). As instruções de Paulo, no que diz respeito àglossolalia em 1 Coríntios 14, são evidente-mente endereçadas a todas as igrejas (vv. 33,34) , o que implicaria em que o dom nãoestava limitado a Corinto, Alguns intérpre-tes enxergam o fenômeno em certas frasesdistintas das Escrituras (por exemplo, “anun-ciavam com ousadia a palavra de Deus”, At4.31; “o mesmo Espírito intercede por nóscom gemidos inexprimíveis”, Rm 8.26;“cânticos espirituais”, Ef 5.19; cf. 1 Co 14.15;“Não extingais o Espírito. Não desprezeis asprofecias”, 1 Ts 5.19,20; “fale segundo aspalavras de Deus”, 1 Pe 4.11). Tal identifi-cação, se não for dúbia, é, na melhor hipóte-se, incerta, uma vez que não é feita nenhu-ma referência específica à língua. Como devem ser identificadas estas ocasiõesem que há uma expressão de glossolalia?Seriam elas ocasiões em que se expressa ummiraculoso dom de falar idiomas estrangei-ros anteriormente desconhecidos? Seriamestas ocasiões de fala humanamente desco-

1166116611661166

Page 44: LETRA L.pdf

LÍNGUAS, DOM DE LÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DE

nhecída, apenas uma miraculosa fala de al-guém em estado de êxtase? Ou ambos? Ex-cetuando aqueles que negariam qualquerelemento miraculoso, e que procurariam ex-plicar os acontecimentos com alguma basepuramente naturalista, há três posições bá-sicas quanto à identificação: Fala extática. Alguns intérpretes vêem to-dos os casos e referências à glossolalia comoexpressões orais extáticas, isto é, uma falahumana ininteligível, talvez celestial (cf, 1Co 13.1, “línguas... dos anjos”). No caso dosestrangeiros em Atos 2, quando “cada um osouvia falar na sua própria língua” (v. 6; cf.w. 8,11), deve ter ocorrido um milagre doouvir bem como do falar. Porém devemos noslembrar de que o falar em línguas teve iní-cio antes da chegada de qualquer público (cf.v. 4 com v, 6). Alguns estudiosos modernos discutem sobreum relato “original” do Pentecostes (At 2.1-6o,12ss. e sem o heterais [“outras”] do v. 4),o que significaria então apenas expressõesorais em êxtase, e que Lucas posteriormen-te acrescentou as referências a idiomas es-trangeiros (At 2.6Ô-11 e o heterais do v. 4).Este suposto acréscimo posterior serviríacomo uma explicação mais favorável quan-do a glossolalia havia caído em descrédito,ou como uma interpretação simbólica doPentecostes como uma reversão de Babel, oucomo um paralelo ao registro Midrash da en-trega da lei no Sinai nos 70 idiomas dos ho-mens. Esta teoria carece de qualquer evidên-cia adicional (para mais detalhes sobre asdiscussões relacionadas a esta teoria, e ano-tações daqueles que contribuem com ela, vejaNBD, p. 1286). Idiomas estrangeiros. Uma segunda opinião,e a mais comumente sustentada, é a de quetodos os relatos bíblicos de glossolalia eramidiomas estrangeiros miraculosamente con-feridos. Alguns alegam, porém, que existemalgumas diferenças detectáveis entre os fe-nômenos em Atos e aqueles que foram regis-trados em 1 Coríntios. Por exemplo. (1) EmAtos, grupos inteiros sobre os quais o Espíritoveio, começaram imediatamente a falar emlínguas, ao passo que em Coríntios parece quenem todos receberam este dom (1 Co12.10,30), ou receberam e não o mantiveram.(2) Em Atos as línguas parecem ter sido umaexperiência inicial irresistível e temporária,ao passo que em Coríntios foi um dom contí-nuo sob o controle daquele que falava (1 Co14.27,28). (3) Em Atos, as línguas eram pron-tamente entendidas pelos ouvintes, ao passoque em Coríntios o dom adicional de inter-pretação era necessário para tornar a falainteligível (1 Co 14.5,13,27). Porém, algunsargumentam que estas diferenças são de umanatureza tal que não se exige que as línguasem Coríntios sejam diferentes (quanto ao tipo)daquelas que foram mencionadas em Atos(que foram claramente ouvidas como idiomas

estrangeiros). Para a argumentação daque-les que sustentam esta posição, veja a obra deCharles Hodge, An Exposition of tke FirstEpistle to the Corinthians. pp, 248-252, e E,C. H. Lenski, The Interpretation of St. PauTsFirst and Second Epistles to the Corinthi-ans, pp. 504-509. Idiomas estrangeiros e fala extática. A inter-pretação mais comumente sustentada é a deque os fenômenos em Atos devem ser identi-ficados como idiomas estrangeiros (faladosou assim interpretados), e que os fenômenosem Coríntios devem ser identificados comouma fala em estado de êxtase Para conheceros argumentos desta posição veja a obra de H. A. W. Meyer, Criticai and ExegettcalHand-Book to the Epistles to the Corinthi-ans, pp. 284-287.

PropósitoPropósitoPropósitoPropósito Os dons do Espírito foram dados para queos membros do corpo único de Cristo pudes-sem funcionar adequada e harmoniosamen-te (1 Co 12.12,27; cf. Rm 12.3-8), e para queDeus pudesse ser glorificado (1 Pe 4.10,11).Além destes propósitos gerais, é possívelobservar pelo menos dois propósitos distin-tos para o dom de línguas em particular.Um propósito evidenciai. Várias passagensindicam claramente que as línguas foramdada» primeiramente para servir em um ca-ráter evidenciai ou comprovador. Em Atos 2,as línguas eram um sinal de confirmação daverdade da mensagem cristã para o povo ju-deu (w. 5-12). Pedro usou este milagre, cla-ramente, como uma evidência no que diz res-eito à ressurreição e ascensão do Senhoresus Cristo (w. 32-36; v. 335 - “isto que vósagora vedes e ouvis”), e isto certamente de-sempenhou um papel importante no resulta-do de 3.000 pessoas que responderam com fé(v. 41). O dom de línguas, que pode ser classi-ficado na categoria geral de milagres, parecetambém ter servido como um meio de auten-ticar tanto o mensageiro quanto a sua men-sagem (cf Hb 2.3,4; At 2.22; 2 Co 12.12).Embora em Atos 2 as línguas tenham sidoum sinal para os não salvos, em Atos 10 elasserviram como um sinal para os judeus quecreram; este sinal indicava que os crentesgentios haviam recebido privilégios idênti-cos aos seus (At 10.46,47; cf. 11.15-18). EmAtos 19, as línguas serviram para comprovaràqueles crentes a realidade aa presença e doministério do Espírito Santo em suas vidas(w. 2,5,6). Alguns comentaristas têm suge-rido que as línguas também serviam comoum sinal de juízo sobre os incrédulos, pornão responderem com fé ao evangelho (1 Co14.21,22 [cf. o contexto histórico do v. 21 quevem de Isaías 28.11,12]; cf. At 2.13). Um propósito devocional. Embora certa-mente não seja algo primário, existe a indi-cação de que as línguas poderíam servir emum caráter totalmente pessoal. Aquele que

1167116711671167

Page 45: LETRA L.pdf

LÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DE LÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DELÍNGUAS, DOM DE

fala eni línguas “edifica-se asi mesmo” (1 Co14.4), E possível orar e louvar em línguas(w. 14-17). Assim, um cristão podería falar“consigo mesmo e com Deus” (v, 28). Embo-ra o próprio apóstolo Paulo tivesse o dom (1Co 14.18), ele preferia que ao se falar emlínguas em público, todos pudessem enten-der (exercendo o dom de interpretação) eser beneficiados (v. 16). Se alguém, falandoem línguas, não pudesse interpretá-las (1 Co 14.13) , ou se nenhum intérprete estivessepresente, este dom deveria ser exercitadoem particular (v. 28). Um valor institucionalmuito limitado, e certamente não preferido,pode ser visto se a língua for interpretada (1Co 14.2-6,12,13,19,28).

NormaNormaNormaNorma Paulo reconheceu este dom como uma dádi-va genuína do Espírito Santo (1 Co 14.5), ecom um valor claro (veja a seção acima sobreo propósito), e advertiu contra a proibição deseu exercício (v. 39). Mas Paulo também en-xergou perigos nesta prática, tão importan-tes quanto os seus benefícios. Ele não atri-buiu uma precedência e não encorajou a suaprática na adoração pública (1 Co 14.19,28),porque por natureza este dom é individualis-ta (v. 4), e a sua principal característica é a suaininteligibilidade (w. 15,16). Nas duas listasde dons onde o dom de línguas é mencionado(1 Co 12.8-10,28-30), este dom (e o dom deinterpretação que deve acompanhá-lo) é co-locado em último lugar em uma escala deimportância. Este dom deve ser desejado porter a sua importância e valor, O benefício doexercício dos dons espirituais deve ser medi-do por sua capacidade de ediíicar a igreja emamor (1 Co 13; 14.4,5,12-19,26). Em vista de seu valor limitado na adoraçãopública, e da instrução para que “faça-se tudodecentemente e com ordem” (1 Co 14.40),Paulo estabeleceu certas normas para oexercício deste dom em público: (1) O exer-cício deste dom deve, como devem todos osoutros elementos compartilhados, contri-buir para a edificação dos presentes (1 Co14.26). (2) Na adoração pública, não maisque dois ou três devem falar em línguas (v.27). (3) Aqueles que assim falam devem fazê-lo um de cada vez, e não simultaneamente(v. 27). (4) Se nenhum intérprete estiverpresente, o que fala em línguas deve per-manecer calado (v. 28). Além destas normas tão claras e explícitas,alguns comentaristas têm sugerido duas ou-tras normas. A partir da última oração do v.27, “e haja intérprete”, alguns têm concluídoque não deveria haver mais que um intérpre-te em uma reunião. Outros têm concluído apartir da ordem, “as mulheres estejam cala-das nas igrejas” (w. 34,35), que as mulheresnunca deveriam exercitar o dom de línguasna adoração pública. Embora tais interpreta-ções sejam possíveis, outras interpretações

igualmente boas (se não melhores) também são possíveis para estas expressões. Devemos observar, ao concluirmos esta se- ção, que as quatro normas explícitas indicam que as línguas não são exercidas em um es- tado de excitação inconsciente e incontrolada (ou incontrolável), mas em um estado de controle autodeterminado.

,,,, ContinuidadeContinuidadeContinuidadeContinuidade E a glos solai ia um dom contínuo para a igreja ou ela deve ser considerada, em certo senti- do, como um dos dons temporários (ou fun- damentais)? Sabemos que as línguas devem cessar (1 Co 13.8). A questão é: quando? Três respostas são comumente propostas: Jã cessaram. Alguns alegam que as línguas estão entre os dons temporários, limitados à era apostólica (isto é, ao ano 100 d.C.), É ar- gumentado mais especificamente que, visto que o NT ainda não estava concluído, e que havia um número limitado de apóstolos e pro- fetas na época, Deus revelou sua verdade e a si mesmo mediante certos dons que eram tem- porários, enquanto que outros deveriam ser parte permanente da vida da igreja. A ques- tão é proposital. Se o motivo não é mais ne- cessário, então o dom era temporário e não será visto por toda a história da igreja. Outros argumentos comumente proferidos são os seguintes: (1) A declaração de que as línguas cessarão (1 Co 13.8), quando o que é perfeito se manifestar (v. 10), olha para o cânon completo das Escrituras, que trouxe o clímax para o processo de amadurecimento da igreja. (2) Nos livros escritos depois de 1 Coríntios que também lidam com problemas da igreja e com a vida cristã, não há nenhu- ma menção do dom de línguas. (3) Em listas posteriores de dons espirituais, as línguas não estão incluídas (cf. Rm 12.3-8; Ef 4.7- 11). (4) Nos três séculos seguintes à era apos- tólica não há nenhum caso genuíno de glossolalia. O falar em línguas aparentemen- te havia cessado no final do século I Contínua, Uma segunda posição argumenta que todos os dons espirituais, incluindo o de línguas, cessarão apenas na ocasião da se- gunda vinda de Cristo, e que todos eles são necessários hoje. Os argumentos neste caso são os seguintes: (1) A expressão “O que é perfeito” (1 Co 13.10) pode se referir apenas à era perfeita introduzida pela segunda vinda de Cristo (cf. v. 12). (2) Paulo estava preocu- pado qne não faltasse à igreja “nenhum dom” enquanto os cristãos esperavam a manifesta- ção de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.7). (3) O dom de Línguas foi dado à Igreja, e, en- quanto a Igreja do Senhor estiver na terra, as línguas devem continuar. (4) O dom de lín- guas é uma parte integrante da grande co- missão (Mc 16,15-20). (5) O propósito dos dons era a confirmação, não a substituição, da Pa- lavra para um mundo pagão. Esta confirma- ção é continuamente necessária.

1168116811681168

Page 46: LETRA L.pdf

LÍNGUAS, DOM DE LINHO

Contínua, porém limitada, Uma terceira po-sição, um pouco moderada, defende que aslínguas são permanentes e possíveis hoje,embora não necessárias (no sentido que pos-suíam no século I), e nem normais. Algunsescritores sugerem uma diminuição contínuabaseada na ilustração de 1 Co 13.10,11 (F.Godet, Commmtary on the First Epistle tothe Corinthians, II, 321). Como uma adiçãoa pelo menos alguns dos argumentos, os se-guintes são oferecidos: (1) Não há nenhumaescritura que declare explicitamente que aslínguas cessariam com o fim da era apostóli-ca. (2) Em vista da soberania de Deus, é umaatitude arrogante impor uma limitação so-bre o poder ou sobre os propósitos de Deus.Se uma vez o Senhor cumpriu o seu intentodivino por meio deste dom, Ele pode muitobem continuar a fazê-lo.

Bibliografia, Johannes Behm, “Glossa”,TDNT, I, 719-726. Frederick Dale Bruner.A Theology of the Holy Spirit, Grand Rapids.Eerdmans, 1970. Robert G. Gromacki, TheModem Tongues Movement, Filadélfia.Presbyterian and Reformed Pub. Co,, 1967.Charles Hodge, An Exposítion of the FirstEpistle to the Corinthians, Grand Rapids.Eerdmans, 1953. H, A. W. Meyer, Criticaiand Exegetical Hand-Book to the Epistlesto the Corinthians, Nova York. Funk eWagnalls, 1884.

H. D. F.

LINHA Tradução de várias palavras gregase hebraicas da Bíblia. 1. A palavra hebraica qaw ou “linha”, é amais comum e se refere a linha de medir (Jó38.5; Jr 31.39; Zc 1.16). Ela foi usada parainformar que um local havia sido medidopara o juízo (2 Rs 21.13; Is 28.17; 34.11).Alguns usos (1 Rs 7.23; 2 Cr 4.2; Ez 47,3)trazem alguma indicação do moderno uten-sílio do agrimensor. Seu uso no Salmo 19.4 éum outro problema. Talvez qaw esteja de-signando a linha do horizonte para indicar ocírculo celestial completo em torno da terra,e desse modo a ilimitada expansão do teste-munho da criação. O termo qaw pode ter sederivado de uma raiz hebraica diferente quesignifica uma chamada (Dahood, Psalm 1,Anchor Bible, pp. 121ss.). Laird Harris afir-ma com convicção que a Septuaginta (LXX)preserva a escrita hebraica original, “suaforça* (qlm ao invés de qwm) que Paulo cor-retamente escolheu para citar Rm 10.18(Inspiration and Canonicity of the Bible,Grand Rapids, Zondervan, 1957, p. 69). 2. Apalavra hebraica hebel, ou “corda”, é umalinha ou corda de medir usada para marcaras porções de terra (SI 16.6; Am 7.17) ou aspróprias partes ou porções (Js 17.5). 3. A palavra hebraica hut corresponde a “li-nha”, “corda” ou “fio^íl Rs 7.15; Ct 4.3; Jr 52.21). 4. A palavra hebraica tiqwa ou “linha”, “cor-

da”, é derivada de qaw e indica uma espéciede linha ou cordão (Js 2.18). 5. A palavra hebraica sered ou “estilo”, “lápis”e “giz vermelho” (Is 44.13) era um instru-mento ou material para desenhar uma linhaou marca. Há alguns que interpretam o ter-mo como representando uma régua. 6, Apalavra grega kanon, ou “linha" (2 Co 10.16), indica um costume ou padrão que controla umaatividade. Vejo Pesos e Medidas e moedas.

H. G. S.

LINHAGEM Termo que significa família (emgrego, patria), encontrado em algumas ver-sões em Lc 2,4. A linhagem enumera as liga-ções dos ancestrais de uma pessoa. Ela servepara fornecer a seqüéncia da história (Gn 5);para assegurar os direitos sacerdotais (Êx6.14-27; 1 Cr 15.1-15; Ne 7.61-65); para asse-gurar um lugar no trono de Davi (1 Cr 3.10-15); e, mais importante ainda, para cumpriras Escrituras em relação à ligação do Messi-as com a tribo de Judá (Gn 49.10; Hb 7.13,14),e com a semente de Davi (Is 9.7; Mt 1.1-25;Lc 1.32,33,69). Veja Genealogia.

LINHO Fio ou tecido feito de fibra de linho.A palavra linho representa várias palavrashebraicas e gregas. Em geral, o materialdesignado por elas é produto da planta dolinho (Éx 9.31) que é anualmente cultivadaprincipalmente por causa de sua fibra. Essafibra longa e sedosa é separada do caulelenhoso depois de ser deixada apodrecendoou “macerando” na água. Depois que o cauleé malhado, a fibra é retirada por meio de uminstrumento parecido com um pente (Is 19.9)e trefilado para se tornar um fio que é, de-pois, transformado em tecido. O cânhamo émuito parecido com o linho. Veja Ocupações:Tecelão; Plantas: Linho. Tanto o calendário Gezer (ANET, p. 320; vejaCalendário) como a história de Raabe indicamque a planta do linho era cultivada em Canaã(Js 2.6). O povo da Palestina fabricava o linho,pois foram encontrados pesos de teares e tinaspara tingir em muitas cidades que foram esca-vadas. Tecidos simples de linho estavam enro-lados em alguns dos rolos do mar Morto. Bolasde fios de linho e tecidos de linho da Idade doCobre, junto com a revolta de Bar Kokhba,foram encontrados em cavernas isoladas per-to de En-Gedi, em 1960 e 1961. Tecer era uma tarefa geralmente desempe-nhada pelas mulheres (Ex 35.25; Pv 31.13,19). Às vezes, era o trabalho da família (1 Cr4.21). Entretanto, o linho de melhor quali-dade vinha do Egito, como já mencionamos(Gn 41.42; Ez 27.7; Pv 7.16). Documentosegípcios como a História de Wen-Amon(ANET, p. 28) revelam que o linho foi ex-portado do Egito para a Fenícia durantemuitos séculos. Em geral, o linho era usadopara todo o tipo de vestuário, para sacaria,envoltório para os mortos, velas de navio e

1169116911691169

Page 47: LETRA L.pdf

LINHOLINHOLINHOLINHO L1N0L1N0L1N0L1N0

Uma cena da Tumba 139 em Tebas mostrando uma variedade de vestes de linho, algumas das quais são transparentes, LL

cortinas. As vestes de linho eram mais fres-cas do que as de lâ, e especialmente preferi-das nos climas quentes. As quatro palavras hebraicas comumentetraduzidas como “linho” são: 1. pishteh, que pode se referir à planta dolinho como matéria prima (Js 2.6; Jz 15.14;Pv 31.13; Is 19.9; Ez 40.3; Os 2.5,9) ou aopróprio produto, isto é, o linho (Lv 13.47; Dt22.11, eí aL), Esse linho também era usadopara fazer cintos ou saiotes masculinos (Jr 13.1) e para as vestes dos sacerdotes (Ez44.17,18). Veja Vestuário. 2. bup, em grego byssos, byssinos era, apa-rentemente, uma palavra que surgiu maistarde para designar o linho oranco fino e ostecidos mais preciosos usados para as vestesdos reis, sacerdotes e pessoas distintas e hon-radas: (o) A realeza (o manto de Davi, 1 Cr15.27) e os homens de elevada posição, comoMardoqueu (Et 8.15), além dos ricos (Lc16.19). O linho mais fino, branco e puro, seráusado para vestir a Noiva do Cordeiro (Ap 19.8) , assim como os exércitos celestiais (Ap19.14) , simbolizando a justiça e a pureza dossantos. (í>) Os cantores levíticos (1 Cr 15.27;2 Cr 5.12). (e) No Templo, esse Unho era usa-do para fazer o véu (2 Cr 3.14), e para ascordas que seguravam as tapeçarias do jar-dim do palácio de Susã (Et 1.6). Era um arti-go de muito valor para o comércio, tanto noAT (Ez 27.16) como na época do NT (Ap18.12,16). 3. baã significa parte on pedaço de tecido,geralmente de linho puro. As calças ou ves-tes íntimas dos sacerdotes eram fgitas comesse tipo mais durável de linho (Èx 28.42;39.28; Lv 6.10), assim como as suas vestescerimoniais feitas com linho branco, usadasno Dia da Expiação (Lv 16.4,23). O éfode ousaiote usado por Samuel e Davi era feito delinho baã (1 Sm 2.18; 2 Sm 6.14), assimcomo as vestes do anjo na visão de Daniel(Dn 10.5; 12.6,7). O vestuário oficial dos sa-

cerdotes egípcios era sempre feito com li-nho branco e puro. 4. shesh (em egípcio ss) corresponde a umlinho egípcio de peculiar brancura e delica-deza, como nas vestes de José (Gn 41.42).Os israelitas ofereceram delicados tecidosde linho como presentes para a construçãodo Tabernáculo e para as vestes dos sacer-dotes (Êx 25.4; 26.1; 28.5; 35.6,23), sem dú-vida, recebidos dog egípcios apavorados nanoite da Páscoa (Ex 12.35,36). Os egípciosenrolavam as múmias com linho, e às vezeschegavam a usar mais de 90 metros em umaúnica múmia. Os judeus da época do NT seguiam esse cos-tume de envolver o corpo dos mortos comervas e faixas de linho (gr. othonion, Lc 24.12;Jo 19.40; 20.5-7), mas não o embalsamavam.O morto era, então, enrolado em um lençolde linho ou mortalha (em grego, sindon, Mt27.59; Mc 15.46; Lc 23.53). Outras palavras que se referem à planta dolinho são as hebraicas 'etun, ou linho verme-lho do Egito (Pv 7.16); sadín, um tecido luxu-oso feito pela esposa virtuosa (Pv 31,24) emuito valorizado pelas mulheres de Jerusa-lém (Is 3.23), e os trinta lençóis de linho pro-metidos por Sansão (Jz 14.12,13); e as pala-vras gregas othone, tecido ou lençol de li-nho, como aquele que Pedro contemplou emuma visão (At 10.11; 11.5); e linon, o paviofumegante (Mt 12.20) e as vestes dos setear\jos (Ap 15.6).

I. R.

LINO Uma das inúmeras pessoas que sejuntaram a Paulo para enviar saudações aTimóteo (2 Tm 4.21). Ele só ficou conhecidopela identificação feita por Irineu (AgaírtsfHeresies III iil 3) e confirmada por Eusébio(Church History III 2; V. 6) como o primeirobispo de Roma (cf. Blunt, s.v. “Popes, Cata-logue oF). Presume-se que ele tenha escri-to dois tratados sobre os martírios de Pedro

1170

Page 48: LETRA L.pdf

L1N0L1N0L1N0L1N0 LITERATURA DELITERATURA DELITERATURA DELITERATURA DE SABEDORIA DO ANTIGO TESTAMENTOSABEDORIA DO ANTIGO TESTAMENTOSABEDORIA DO ANTIGO TESTAMENTOSABEDORIA DO ANTIGO TESTAMENTO

e de Paulo (profusamente detalhados na obraA Dictionary on Christian Biography, III,726-729). Existem outras obras também atri-buídas a ele (cf. HDB, III, 126). A Igreja Ro-mana o celebra no dia 23 de setembro. Na controvérsia romana em relação à prima-zia de Pedro, o lugar de Lino foi amplamentedocumentado a partir de fontes originais naobra “A Treatise of the Pope’s Supremacy”, eem The Works oflsaac Barrows, D. D. (NovaYork. John C. Riker), 1845, III, 124-129.

LIQUI Este nome só é mencionado em 1 Crô-nicas 7.19, como o terceiro dos qnatro filhosde Semida, um descendente de Manassés.Aparentemente, ele era membro da meia tri-bo de Manassés que vivia a leste do Jordão.

LIRA Veja Música.

LÍRIO DOS VALES Veja Plantas.

LÍRIO Veja Plantas, LISÂNIAS Tetrarea de Abilene (Lc 3.1), umaregião do Anti-Líbano, a noroeste de Damas-co. Lucas o citou juntamente com outros doano 26-27 d.C. (ou 28-29) para datar o inícioda pregação de João, filho de Zacarias.Josefo (Ant. xv.4.1) referiu-se a um Lisâniasanterior, rei dos itureus (uma região a oes-te de Abilene), que foi executado por MarcoAntônio em 36 a.C. Não se sabe ao certo seesta pessoa ou o Lisânias de Lucas é aqueleque foi mencionado nas moedas que trazema inscrição: “Lisânias tetrarea e sumo sa-cerdote”. O nome aparece em uma inscri-ção (Corpus Inscríptíonuin Graecarum,4521) do período de 14-29 d.C, na frase“Lisânias o tetrarea”. A história de Abilene não é clara e, emboraJosefo forneça outras referências sobre estaregião (veja Ant. xix.5.1; xx.7.1), o problemada identificação específica de Lisâniaspermanec. Veja Abilene.

LÍ SI AS Um oficial romano em Jerusalémna época da prisão de Paulo. Ele é chamadode “comandante” ou “tribuno” (At 21.31-33,37). A palavra grega chiliarchos é, lite-ralmente, “um governante de mil”, portan-to ele comandava uma coorte (cerca de 1.000homens). Seu nome mais longo, Cláudio Lísias (o se-gundo provavelmente significando o seu nas-cimento grego), é dado em Atos 23.26. Elehavia comprado sua cidadania romana (At22.28). Sua base em Jerusalém estava na“fortaleza” (At 21.34), a torre de Antônia, naextremidade noroeste da área do Templo, umlocal de pronto acesso (por uma escada) atéos limites do próprio Templo,

LISTRA Uma cidade a aprox. 29 quilôme-tros a sudoeste de Icônio, na província roma-

Colina de Listra. Robeit Cooley

na da Galácia, onde Paulo estabeleceu umaigreja em sua primeira viagem missionária.Ele a visitou em sua segunda e terceira via-gens missionárias (At 14.6-20; 16.1-5; 18.23).Aqui, o apóstolo e Bamabé foram saudadoscomo Júpiter e Mercúrio, mas Paulo foi de-pois apedrejado e deixado como morto. Foiem Listra ou em Derbe que Paulo encon-trou-se com Timóteo. Fundada como umacolônia romana por Augusto, por volta de 6a.C., com o propósito de treinar e controlaras tribos da montanha na fronteira sul daprovíncia da Galácia, Listra era um local dealguma importância sob o governo dos pri-meiros imperadores. Em 1885, J. R, S.Sterrett demarcou a sua localização por meiode um altar inscrito, ali edificado, e que pos-sui o nome Listra em latim.

LISTRADO Tradução da palavra hebraica‘aqod, que significa “riscado”, “estriado” oualgo que tem “faixas” (Gn 30.35,39-40;31.8,10,12). Esse termo descreve as cabras(normalmente pretas) dos rebanhos deJacó que estavam marcadas com listrasbrancas, e os carneiros com listras mar-rons ou pretas.

LITEIRA Tradução de uma palavra hebrai-ca que aparece em Isaías 66.20; Cantares 3.7;Amós 3.12. Na forma composta, ela foi tra-duzida como “carro coberto” em Números 7,3.A liteira era um sofá ou cadeira portátil, co-berta e, muitas vezes, fechada por cortinas,para ser carregada por homens ou animais.A liteira era muito comum na Antiguidadeem todo o Oriente, mesmo nas partes maislongínquas deste.

LITERATURA DE SABEDORIA DO AN-TIGO TESTAMENTO As principais pala-vras usadas para sabedoria no AT sãohokma (usada 146 vezes), bina e fbitna. Asduas últimas são freqüentemente traduzi-das como “entendimento” (q.v.). A palavratushiyya é usada algumas vezes para sig-nificar “sã sabedoria”, ou “empreendimen-

1171117111711171

Page 49: LETRA L.pdf

LITERATURA DE SABLITERATURA DE SABLITERATURA DE SABLITERATURA DE SABEDORIA DO ATEDORIA DO ATEDORIA DO ATEDORIA DO AT LITERATURA DE SABEDORIA DO ATLITERATURA DE SABEDORIA DO ATLITERATURA DE SABEDORIA DO ATLITERATURA DE SABEDORIA DO AT

Uma cadeira coberta de Ur montada sotxre um trenó, de aproj:. 2500 a C. BM

to”. O adjetivo hakam, “sábio”, é usado 102 vezes, e como “homens sábios” 15 vezes. Bem mais da metade dos casos do uso des- tas palavras é encontrada em Jó, Provér- bios e Eclesiastes, os quais sâo frequente- mente chamados de livros da sabedoria. Um material de espécie um pouco similar é co- nhecido tanto do Egito como da Babilônia. Assim, a Literatura de Sabedoria é uma ampla categoria de escrita no antigo Ori- ente Próximo. Os livros de sabedoria do AT, porém, são bas- tante variados em estrutura e conteúdo. O trato da palavra “sabedoria” também é dife- rente nestes livros e em outras partes do AT. No Êxodo, a habilidade dos construtores do Tabemáculo é chamada de sabedoria e é con- siderada um dom de Deus. A arte de gover- nar e o julgamento de Salomão, Daniel, e outros é da mesma forma considerado como uma habilidade e são chamados de sabedo- ria. Ela é atribuída a Deus. Este é o uso ha- bitual do AT fora dos livros de sabedoria. Em Eclesiastes, a palavra “sabedoria” é con- siderada - em contraste com outras coisas - como um possível propósito elevado de vida, e, como tal, ela é rejeitada. A sabedoria ex- cede a loucura, é verdade, mas o homem sá- bio morre da mesma forma que o tolo (Ec 2.16). Há um exemplo da relativa falta de proveito da sabedoria (Ec 9.17,18). Uma ci- dade foi tomada e um homem sábio a liber- tou. Mas este sábio foi esquecido. A sabedo- ria aqui é usada para significar inteligência ou habilidade. Mas ela nâo é altamente esti- mada: “Porque, na muita sabedoria, há mui- to enfado; e o que aumenta em ciência au- menta em trabalho” (Ec 1.18). A palavra é usada com menos freqüência em Jó, e nào é uma característica principal do

livro, que possui um tema maior: “Por que osjustos sofrem?” Geralmente a palavra refe-re-se à inteligência e é usada igualmente porJó e seus consoladores, Mas há um uso muitodistinto em Jó 28, um capítulo dedicado aolouvor da sabedoria. Porém, a sabedoria e oentendimento, da forma que sâo usados nes-te capítulo, não são mera inteligência, masretidão. A expressão em Jó 28,28 contribuipara uma nova definição: “O temor do Se-nhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é ainteligência”. O uso da “sabedoria” em Provérbios é bemdistinto e é exatamente como o de Jó 28. Noinício do livro (Pv 1.7), no final da primeiraseção (9.10), e no final do livro (31.26-30), a“sabedoria” é definida em termos religiosos.“Sabedoria” aqui não é a mera habilidade ouinteligência. Ela é retidão; é uma qualidademoral e religiosa. Provérbios é o livro da sa-bedoria por excelência (cf. “Proverbs”, WBC,pp. 553-583). Em Provérbios 1-9 a “sabedo-ria” é personificada como uma mulher hon-rada. Isto é natural, pois “sabedoria” em he-braico é um substantivo feminino. O con-traste é feito com a mulher leviana. Observeque o oposto de “sabedoria” não é ignorân-cia, mas pecado. Em Provérbios 9.4,16, o con-traste é mais evidenciado. A sabedoria e amulher tola fazem o mesmo chamado ao tran-seunte. Uma chama para o temor do Senhor;a outra, para o pecado. Em Provérbios 8, a“sabedoria” é apresentada como a companhei-ra de Deus na criação e na providência. Apersonificação é tão admirável que muitostêm considerado Provérbios 8.22ss. como umprenuncio de Cristo (veja Sabedoria). No res-tante de Provérbios, há muitos elogios aohomem sábio. Ele é contrastado com o filhoinsensato em 10,1 e 15.20 (onde o filho in-sensato peca ao desonrar os pais). O sábioganhador de almas, em 11.30, é aparente-mente o homem justo do v. 31. A lei do sábioem 13.14 é comparada com o temor do Se-nhor em 14.27. Um rei sábio é aquele quedissipa o mal (20.8,26). As palavras do sábiosão, certamente, um convite a confiar noSenhor (22.17-19), Paralelos da Literatura de Sabedoria bíblicacom outras literaturas de sabedoria do ori-ente são inexpressivos. A obra Sfory ofAhikar (ANET, pp. 426-430) é a história deum homem sábio sob o governo do rei Sena-queribe que perdeu o favor do rei, mas quefoi restaurado no devido tempo, Uma cópiafoi encontrada entre os papiros elefantinosdatados de aprox. 400 a.C. Há alguma suges-tão de que esta cópia, usada por judeus noEgito, mostra uma dependência de Provér-bios 23.14 (veja o comentário do autor, inloc.), A obra Wisdom of Amem-em-Opet doEgito (ANET, pp. 421-424) tem alguns para-lelos com Provérbios, porém em seu arranjodeve ter aprox. 30 capítulos a mais (como as30 seções alegadas em Pv 22.17-24.22). A

1172117211721172

Page 50: LETRA L.pdf

LITERATURA DE SABEDORIA DO ATLITERATURA DE SABEDORIA DO ATLITERATURA DE SABEDORIA DO ATLITERATURA DE SABEDORIA DO AT LIVROLIVROLIVROLIVRO

£SS£ sssga? sãSfefi í”** V'JJ ' ttMÉhWnq

|1‘VM »^n f« 1

• • , ,W* *—>T >*» ++■**+ ** '&•*>** **•" "■"'>*•“■ *sr. wsçx *” ■>& .

Um livro hebraico em forma de rolo - o Comentário de Hábacuque, dos Rolos do mar Morto. Y, Yadin e o Santuário do Livro

obra babilônica I Will Praise the Lord ofWisdom (ANET, pp. 434-437) é às vezes cha-mada de Jô babilônico. A obra Dialogue AboutHuman Misery (ANET, pp. 438ss.) é compa-rada por alguns a Eclesiastes. Vários pro-vérbios sumerianos são conhecidos, escritosno estilo de máxima curta. Eles têm sido des-critos por S. N. Kranvav em ffistovy Begittsat Sumer (Garden City, N. Y.: DoubledayAnchor, 1959), pp. 117-126. Nenhuma des-tas obras tem alguma relação real com osensinos dos livros bíblicos. Em geral, a Lite-ratura de Sabedoria bíblica inclui tipos de li-teratura encontrados no mundo antigo, masexpressa o ensino bíblico único do temor aDeus, a principal finalidade do homem, e otriunfo do homem piedoso sobre o sofrimen-to e o mal.

Bibliografia. G. L, Archer, A St/ruey ofOldTesíomení Introduction, Chicago. MoodyPress, 1964, pp. 438-472. M. Noth e D. W,Thomas, eds., Wíísdom in Israel and theAncient Near East, Leiden, Brill, 1955. R. B.Y. Scott, “The Wisdom Movement and ItsLiterature”, Prooeròs, Ecelesiastes, TheAnchor Bible, Garden City, N. Y.: Double-day, 1965, pp. xv-liii; The Way of Wisdom inthe Old Testament, Nova York, Macmillan,1971.

R. L. H.

LITÓSTROTOS Veja Pavimento.

LIVRAMENTO Vejo Liberdade; Liberação.

LIVRE Há versões que não utilizam este ter-mo no AT (por exemplo, a versão KJV em in-glês). Porém, há versões que assim traduzema palavra heb. horim (que significa “livres denascença”, “nobres” em Ec 10.17). No NT, otermo apeleutkeros (1 Co 7.22) refere-se aum escravo liberto e, nesta referência em par-ticular, a alguém que recebeu a liberdade es-piritual. O termo eleutheros ÍG1 4.22,23,30;Ap 6.15) diz respeito a um homem livre emcontraste com o escravo. Veja Liberdade.

LIVRO Antigo Testamento. Em hebraico, apalavra usaaa para “livro” é, geralmente,

seper, provavelmente emprestada da línguaacadiana - uma língua semítica. Acredita-seque em acádio a raiz significasse “tarefa”, emseguida o documento que descrevia uma ta-refa e, depois, o verbo que significava “envi-ar” o documento. Em todos esses casos, sepersignifica “livro” ou “carta”. O verbo que seoriginou significa “contar” ou “relatar”. Opartícípío soper designa um escriba ou umoficial que passa em revista as tropas. Nos ternpos do AT, um livro poderia ter vá-rias formas. As “cartas” de 2 Reis 20.12 eram,provavelmente, tábuas de argila iguais àsque haviam sido usadas na Mesopotâmiadesde a invenção da escrita, antes do ano3200 a-C. Na Palestina, os hebreus geral-mente usavam papiros do Egito, ou, prova-velmente, peles de animais como materialpara escrevei. O alfabeto hebraico não seadaptava para ser escrito na argila. O livrohebreu, comp o Livro do Concerto (ou Livroda Aliança; Ex 24.7) eia sem dúvida um per-gaminho ou rolo igual aos que são vistosnas gravuras egípcias. Tais rolos (q.v.) erammuito bem adaptados para longas peças li-terárias. Cinco TOIOS podiam facilmente aco-modar os cinco livros de Moisés, Posterior-mente, eles receberam o nome de megilla(Jr 36.28). Os Rolos do mar Morto (q.v.) nosdão muitos exemplos de pergaminhos escri-tos sobre o couro desde o ano 225 a.C. Todoo livro de Isaías, datado do ano 150 a.C, estáem bom estado de conservação. Muitas vezes, escritas menores eram dobra-das ou seladas. Exemplos desse formato sãoencontrados nos papiros do período de 500 a400 a.C nas colônias judaicas de Elefantineno Egito. Veja Papiros Elefantine. Muitos livros são mencionados no AT, algunsconhecidos, outros não. O livro da lei deMoisés é mencionado repetidamente. Josuétambém escreveu uma seção no livro da leide Deus (Js 24.26). Vários profetas fazemreferência a seus livros. Daniel, evidentemen-te, tinha uma coleção de livros sagrados den-tre os quais estava o de Jeremias (Dn 9,2; cf.BDB, p. 707). Os reis da Antiguidade conservavam os re-gistros da corte em livros (Et 6.1; Ed 4.15).Havia também crônicas dos reis de Israel e

1 173

Page 51: LETRA L.pdf

LIVROLIVROLIVROLIVRO LIVRO DA ALIANÇALIVRO DA ALIANÇALIVRO DA ALIANÇALIVRO DA ALIANÇA

Um "livro” babilônieo escrito em uma tábua de argila. ORINST

Judé (X Rs 14.19,29). Os livros das Crônicasreferem-se a livros de sucessivos profetas,como sendo a sua fonte (2 Cr 9.29; 20.34; 32.32etc.). Por sabermos que essas fontes eram oslivros de Samuel e Reis, podemos afirmar queesses livros eram verdaueiramente obra des-ses profetas. Uma referência enigmática éfeita ao Livro de Jasar (ou Livro dos Justos,ou Livros do Justo, ou Livro do Reto; Js 10.13;2 Sm 1.18). Jasar significa “o reto” (ou “o jus-to") e a nação de Israel era chamada Jesurum(Dt 32.15; 33,26). Jasar pode ter sido exata-mente a crônica da história da nação. Novo Testamento. A palavra grega para “li-vro" é biblion ou biblos, de onde provém apalavra Bíblia, o Livro. A palavra grega, porsua vez, parece ter derivado do nome da ci-dade de Biblos, um porto da Síria através doqual era importado o papiro do Egito para aPalestina e para a Síria, e daí transportadopara a Grécia. No NT, muitas vezes a palavra “livro” refere-se a escritos do AT, que eram evidentemen-te pergaminhos ou rolos (Lc 4.17). As com-posições mais curtas de Paulo e de Pedro sãochamadas de “epístolas", Estas, provavelmen-te, foram dobradas ao invés de serem enro-ladas, não sendo, portanto, os “rolos" no sen-tido tradicional. 0 Apocalipse e o evangelhode João são chamados de “livros” (Ap 22.18;Jo 20,30). O evangelho de Mateus começa da

seguinte forma: “Livro da geração de JesusCristo" que nos faz lembrar, imediatamente,da passagem em Gênesis 5.1. Paulo pede osseus livros em 2 Timóteo 4.13. Geralmente, supõe-se que os apóstolos es-creveram em rolos, com exceção das cartasmais resumidas. Mas os fragmentos dos papi-ros Rylands, do evangelho de João, datadosaproximadamente do ano 125 d.C., foram es-critos em páginas iguais às de nossos livros,sob uma forma chamada cddex. B possívelque alguns dos escritos do NT tenham sido,originalmente, confeccionados desta forma.Isso podería explicar o fato de a primeira cole-ção dos evangelhos ter sido confeccionada emuma única unidade, e as epístolas de Pauloem outra. A forma atualizada de cddex de umlivro provavelmente tenha ajudado a propa-gar o NT como uma unidade e, como resulta-do, esse uso ampliado do NT provavelmentetenha ajudado na disseminação da adoçãodessa forma de livro. Veja Rolo; Escrita.

R. L. H.

LIVRO DA ALIANÇA Moisés Ha o “Livroda Aliança" ou “Livro do Concerto” ao trans-mitir ao povo as leis que lhe haviam sidodadas por Deus no monte Sinai (Ex 24,7).Essa expressão provavelmente se refira àcoleção de leis encontrada em Êxodo20,22-23.33.

1174

Page 52: LETRA L.pdf

LIVRO DA VIDALIVRO DA VIDALIVRO DA VIDALIVRO DA VIDA LOGOSLOGOSLOGOSLOGOS

LIVRO DA VIDA Veja Vida, Livro da

LO Sobrinho de Abraão que se mudou de Urdos caldeus com sua família, e então continuoucom Abraão, de Harâ na Mesopotâmia paraCanaã (Gn 11.31; 12.4,5). Mais tarde foi parao Egito com Abraão (13.1), e retornou com ele.Quando os rebanhos de Ló e Abraão aumen-taram, surgiu uma disputa entre seus pas-tores por este espaço que representava a so-brevivência de seus animais. Abraão gene-rosamente deixou que Ló escolhesse que ter-ra desejaria ocupar. Ele tomou o bem rega-do vale do Jordão em direção ao mar Morto,perto de Sodoma, Mas, foi observado que opovo de Sodoma era extremamente pecador(Gn 13.5-13). O NT declara que Ló sentia-seperturbado pela maldade explícita à sua vol-ta em Sodoma (2 Pe 2.7ss.). Um grupo de reis da Mesopotâmia derrotouos reis de Sodoma e Gomoira e seus aliados,em uma batalha, e se apossaram de Ló, desua casa e de seus bens (Gn 14.12). O fielAbraão derrotou o inimigo com uma tropade homens em uma batalha noturna que oslevou para Damasco. Ló, seu grupo e seusbens foram recuperados (14.15,16). Mais tarde, Deus resgatou misericordiosa-mente a Ló, sua mulher e suas duas filhaspor uma intervenção angelical. Naquele mo-mento, o Senhor estavaprestes a destruiras cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Ainvestida maligna dos homens de Sodomacontra os visitantes de Ló, ilustra a depra-vação que trouxe o juízo divino. E a tentati-va de Ló de pacificar os cidadãos mostra osefeitos nocivos da cidade sobre ele (vv. 4-9).Ló e sua família foram advertidos a não olha-rem para trás ao fugirem, mas sua mulherdesobedeceu esta ordem e se tornou umaestátua de sal (19.26; cf. Lc 17.28-32). De-pois disso, na região montanhosa, as filhasde Ló fizeram com que ele, sob o efeito devinho, lhes gerasse dois filhos que se torna-riam os ancestrais dos moabitas e dos amo-nitas (Gn 19.30-38).

N. B. B.N. B. B.N. B. B.N. B. B.

LO-AMI Nome hebraico do terceiro filhode Oséias com Gomer (Os 1.9), que signifi-ca “Não-Meu-Povo”, e deve ser interpreta-do como um contraste simbólico de Ami, quesignifica “meu povo” (Os 2.1,23). Este nomeindica o Reino do Norte chamado Israel.Simbolicamente, portanto, Israel como“Não-Meu-Povo” está fazendo um contras-te com Judá, a tribo escolhida (Os 1.6,7; cf.Gn 49.10; Hb 7.14), e com os fiéis remanes-centes e naturais de Israel (Os 1.9,10; Is10,21, 22; Zc 13.9; Rm 9.27-29). Veja Lo-Ruama; Ruama.

LOBO Veja Animais 11.28.

LOCUSTA Veja Animais III.38.

A destruição de Sodoma (Corot)

LODE Chamada de Lida (ç.r.)no NT, a cida- de de Lode está localizada na extremidade oriental da planície filistéia, ao longo da via Maris, entre Gate e Afeca, 18 quilômetros a sudeste de Jope. Aparentemente, era governada por um re- belde rei vassalo, no final do século XIX ou no início do século XVIII, como aparece nos textos de execração usados nos rituais egíp- cios, amaldiçoando as rebeldes cidades-es- tado satélites de Canaã, Ela foi conquistada por Tutmósis III no século XV. Obviarnente, Lode gozava de uma posição estratégica, pois dominava a planície de Ono (no vale dos Artífices, cf. Ne 11.35) onde a via Maris interceptava o Caminho de Bete-Ho- rom, a estrada principal que levava á região montanhosa. O texto em 1 Crônicas 8.12 está indicando qne a cidade foi construída e habi- tada pelo povo de Benjamim nos períodos dos juizes e da monarquia. A cidade foi nova- mente habitada pelos benjamitas durante a restauração (Ne 7.37; Ed 2.33), porém mais tarde caiu nas mãos dos samaritanos; então foi, mais tarde, incluída na área sugerida por Sambalate como uma “terra de ninguém”, Lode só foi considerada um território da Judéia em 145 a.C, (cf. 1 Mac 10.30; 11.34; Josefo, Ant., xiiI4.9.).

P. W. F.P. W. F.P. W. F.P. W. F.

LO-DEBAR Lugar em Gileade onde Maquir (2 Sm 9.4,5; 17.27) viveu e onde Mefibosete per- maneceu depois da morte de Jônatas, Também é chamado Debir (veja Debir 3). Amós, sarcasti- camente, faz um jogo de palavras contra aque- les “que se alegram em Lo-debar” (Am 6.13), porque esse nome significa, literalmente, “coisa de nada”. Embora a sua localização seia incerta, ela foi identificada com Umm ed-Dabar, cerca de 13 quilômetros ao sul do mar da Galiléia.

LOGOS Contexto HistóricoContexto HistóricoContexto HistóricoContexto Histórico

A fim de entender a eentrovérsia qne certa a doutrina do Logos, será necessário fazer um

1175117511751175

Page 53: LETRA L.pdf

LOGOS LÓ1DE

breve resumo a respeito do início históricode seu conceito. Provavelmente, o germedesse conceito vem dos ensinos e dos escri-tos do filósofo grego Heráclito (aprox. 490a.C.}, que retratou o universo como tendosido formado por um elemento ardente, ouuma inteligência cósmica, do qual fazemparte as almas dos homens. Anaxágoras, deAtenas (aprox. 500-428 a.C.), deu um passoadiante ao ensinar que uma inteligência for-madora (em grego nous) agiu na ordenaçãoda matéria e que, apesar disso, era indepen-dente dela. Platão (430-348 a.C.) usou a pa-lavra logos para descrever a Força divina daqual surgiu o mundo. Aristóteles (384-322a.C.) postulava que existe uma fagulha divi-na no homem, ou Logos, que este comparti-lha com Deus. Provavelmente, os estóicos foram os respon-sáveis pelo primeiro manifesto sistemáticosobre o conceito do Logos. O estoieismo (emvoga a partir de aprox. 300 a.C.) modificava aidéia do fogo de HeTáclito e deu o nome deLogos a uma alma inteligente, interior,autoconsciente e universal da qual a nossarazão é parte. Ela era uma espécie de sabe-doria diviua totalmente cósmica e domina-dora. Diziam que o homem tinha um deusinterior ao qual podia seguir. Se o homemtinha a divindade dentro de si, diziam os es-tóicos, “Nós também somos seus filhos”.Fazendo uma ponte no tempo, e conciliandoos conceitos da época anterior a Cristo (a.C.)e depois dele (d.C.), está o filósofo judeuFilo de Alexandria que ensinava haver, en-tre Deus e o mundo, um grupo intermediá-rio de poderes divinos, sendo que Logos erao poder mais elevado, Ele emanava de Deuse foi o agente por quem Ele criou o mundo edo qual fluem todos os outros poderes. Porintermédio do Logos foi criado o homem ide-al, “do qual o homem atual é uma cópia de-feituosa, uma obra feita por poderes espiri-tuais inferiores e também pelo Logos. Ape-sar desse estado decaído, o homem pode seelevar para fazer uma conexão com Deus

f>or meio do Logos, o agente da divina reve-ação” (Williston Walker, A History of the

Christian Ckurch, Nova York. Scribner’s,1947, p. 17).

O Conceito do Novo TestamentoO Conceito do Novo TestamentoO Conceito do Novo TestamentoO Conceito do Novo Testamento Muitos estudiosos têm afirmado que o após-tolo João trazia esse desenvolvimento filo-sófico no recôndito de sua mente ao escre-ver o prólogo de seu evangelho, e que real-mente tentou transmitir alguns desses con-ceitos. Muitos argumentaram, durante umlongo período, que o contexto do quartoevangelho era essencialmente helenista, enão hebraico. Ao analisar essa assertivaobservamos que os estudos sobre os Rolosdo mar Morto têm a tendência de confirmara tradicional posição conservadora de que aorientação cultural do Evangelho de João

era hebraica. Além disso, devemos obser-var que João era um simples pescador daPalestina e, embora tenha real mente vivi-do na sofisticada cidade de Efeso, provavel-mente depois da queda de Jerusalém em 70d.C., não existem provas de que ele tenhaabsorvido qualquer orientação filosóficagrega naquela cidade. Mas se ele tivesse aintenção de fazer filosofia nos primeirosversos, certamente não estaria em outrolugar. Podemos argumentar que João usoua palavra “logos” (que fazia parte da lingua-gem comum da época) com seu entendimen-to original, e derramou sobre ela um signi-ficado espiritual. Logos significa simplesmente “palavra” ou“expressão”. Portanto, o Senhor Jesus é aexpressão, o revelador e o expositor de DeusPai. As palavras são os veículos para mos-trar aos outros os pensamentos e as inten-ções da mente. Na Pessoa do Logos o Deusencarnado se fez totalmente conhecido paranós. Cristo, como a Palavra, constitui a com-pleta e suprema revelação divina. A expres-são “No princípio, era o Verbo” (Jo 1.1) im-plica a eternidade; “E o Verbo era Deus” (Jo 1.1) , declara a divindade - em essência, Eleé idêntico a Deus, “E o Verbo se fez carne”(1.14); o Logos se encarnou para revelarDeus aos homens (no v. 18 a palavra “reve-lou” significa literalmente “o fez conhecer”)e assim poderem ser salvos, Além disso, paraenfatizar ainda mais a divindade de Cristo,a passagem declara qne o Logos era o cria-dor do universo visível (“Todas as coisas fo-ram feitas por ele”, v. 3) e Ele é a fonte davida intelectual, moral e espiritual do ho-mem (“Nele, estava a vida e a vida era a luzdos homens”, v. 4). Os primeiros versículos do Evangelho deJoão fornecem uma descrição simples, dire-ta e não filosófica, porém profunda, de Jesuscomo a completa e suprema revelação deDeus aos homens. Somente por meio desseLogos humano e divino, Deus podia “expres-sar” completamente a si mesmo.

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. J. N. Birdsall, “Logos”, NBD,pp. 744ss. A Debrunner, eí o/., “Lego, Logosetc.”, TDNT, IV, 69-143. C. H. Dodd, The In-terpretation of the Fourth Gospel, Cambrid-ge. University Press, 1953, pp. 263-285.Merrill C. Tenney, “The Meaning of theWord”, The Bible. The Living Word ofRevelation, Grand Rapids. Zondervan, 1968,pp. 11-27. Andrew F. Walls, “Logos”, BDT,pp, 327ss. Veja também os comentários so-bre João, Evangelho de.

H. F. V.

LOGUE ou SEXTÁRIO Veja Pesos, Medi-das e Moedas.

LÓIDE LÓIDE LÓIDE LÓIDE Avó de Timóteo e, sem dúvida, mãede Eunice, a mãe de Timóteo. Ela é mencio-

1176117611761176

Page 54: LETRA L.pdf

L01DEL01DEL01DEL01DE LOUCO, TOLOLOUCO, TOLOLOUCO, TOLOLOUCO, TOLO

nada apenas uma vez (2 Tm 1.5). Aparente-mente, a família vivia em Listra, onde Paulofoi apedrejado. Loide possuía uma fé sinceraem Deus, à qual juntaram-se Euniee e Timó-teo, embora o marido de Euniee fosse gregoe, evidentemente, um homem descrente (At 16.1) . Parece bem provável que ela tenha sido uma judia religiosa antes da primeira visitade Paulo a Derbe e Listra e que ela, sua filhae seu neto se converteram ao cristianismopor causa do ministério de Paulo. Talvez ascircunstâncias que cercaram o apedrejamen-to de Paulo e sua recuperação tenham contri-buído para essa conversão. Veja Timóteo.

LOMBOS Tradução de várias palavrashebraicas, sendo que as mais importantessão halasiyim e mothnayim (os dois lados dascostas), ambas com formas duplas, e da pa-lavra grega osphus, ‘Tombo”, “quadril” ouparte inferior aas costas. Os quadris correspondem à região das cos-tas e dos lados que fica entre as costelas e abacia, formando dessa forma o pivô do corpo.Essa palavra é usada principalmente no sen-tido.físico como o lugar para se colocar o cin-to (Êx 12.11; 2 Rs 1.8; Ez 23.15; Mt 3,4). Oslombos (ou os quadris) também compreen-dem a região dos órgãos reprodutores, “e reisprocederão de teus lombos” (Gn 35.11; cf. 1Rs 8.19; Hb 7.5,10). Em sentido figurado, os lombos eram consi-derados a sede da força (Dt 33.11; Jó 40.16;Pv 31.17; Na 2.1), e dizia-se que eram afeta-dos pela dor ou pelo terror (Dt 33.11; SI 38,7;89.23; Dn 5.8). Os lombos eram cingidos compano de saco em sinal de luto (Gn 37.34; 1 Rs20.31,32; Am 8.10). Aexpressão “cingir os lom-bos” (1 Rs 18.46; 2 Rs 4.29; 9,1; 1 Pe 1.13)vem da necessidade de juntar na cintura alonga e flutuante veste dos orientais antes departicipar de qualquer esforço ou atividade,

E. C, J.

LONGANIMIDADE A expressão hebraica’erek 'aph significa literalmente “nariz lon-go” ou “respiração longa”, porque a ira éacompanhada por uma respiração rápidaatravés das narinas; daí as possíveis tradu-ções “demorado para se irar”, “tardio em irar-se” e “longânimo”. Essa palavra foi aplicadaa Deus (Ex 34.6; Nm 14.18; SI 86.15; cf. Ne9.17; J1 2.13; Jo 4.2; Na 1.3, onde várias ver-sões a traduziram como “tardio em irar-se”).

Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia.Bibliografia. J. Horst, '‘Makrothvinia'’,TDNT, IV, 374-387.

R. A, K.

LO-RUAMA Uma filha, nascida de Gomer,mulher de Oséias (Os 1,6) cujo nome hebrai-co significa “desfavorecida”. Como no caso dosoutros filhos de Oséias, Jezreel e Lo-Ami, onome “Lo-Ruama” simboliza a condição espi-ritual de Israel (0 Reino do Norte) na época

de Oséias. Este reino havia alcançado tal graude apostasia - exemplificado na vida de todosos reis que sucederam Jeroboão - que a mi-sericórdia do Senhor havia agora chegado aofim. No entanto, como ilustrado no caso de“Lo-Ami” o remanescente fiel na naçãose torna Rua ma, que significa “favor” (Os2.1,23). Veja Ruama.

LOTÃ Veja Leviatã.

LÓTUS Veja Plantas: Lírio.

LOUCO, TOLO O termo é usado nas Escri-turas com respeito às deficiências morais eespirituais mais do que às mentais e intelec-tuais. O “louco” nào é aquele que não pensaou raciocina, mas que raciocina de forma ego-ísta e errônea. Nó AT o louco é a pessoa querejeita o temor do Senhor; que pensa e ageindependente mente, como se pudesse igno-rar 0 governo de Deus; e que blasfema o seunome e zomba do pecado, com aparente im-punidade (SI 14.1; 74.18,22; Pv 14.8,9 etc.).Em outras passagens 0 termo tem o signifi-cado mais comum, denotando alguém queseja rude, que fale alto demais, ou que sejairracional. Esta palavra traduz várias palavras heb. egr. Uma palavra para “louco” no heb., nabal,também é 0 nome de um indivíduo que per-sonificou a loucura, Nabal (1 Sm 25.25). Eleera o que era não por idiotice, mas porqueera insensível às reivindicações religiosas eéticas; nem mesmo a sua própria mulher opodia recorrer (25.17). Como tal, ele poderiaser considerado espiritualmente néscio, comono Salmo 14.1. O texto em Isaías 32.6 traz adescrição de um louco. “O louco fala louca-mente, e seu coração pratica a iniqüidade,para usar de hipocrisia, e para proferir er-ros contra 0 Senhor, e para deixar vazia aalma do faminto, e para fazer com que o se-dento venha a ter falta de bebida”. Este tipode pessoa é ativamente irreligiosa e cruel.Trata-se, definitivamente, de um pecador(Gn 34.7; Js 7.15; 2 Sm 13.12,13; Jz 19.23),praticando a loucura (q.v.). O termo heb. ’ewil é encontrado em suamaior parte em Provérbios e é descrito comouma pessoa que despreza o conselho e a ins-trução (1,7; 10.8; 15.5), que tem falta de sa-bedoria e bom senso (10.21; 11.29; 12.15; 24,7;Jr 4.22), e que é rápida em retrucar ou agirsem pensar (10.14; 12.16; 14.17; 20.3; 29,9).O termo heb. k‘sil é usado muito frequente-mente tanto em Provérbios como em Eclesi-astes. Este louco é caracterizado detalhada-mente em Provérbios 26.1-12 e Eclesiastes 7.4- 9. k‘sil é alguém obstinado que não ouve bons conselhos, que odeia o conhecimento(Pv 1.22; 23.9) e não tem a capacidade deobter a sabedoria (Pv 17.16); ele é compla-cente e autoconfiante (Pv 1.32; 14.16; 28.26);gosta de fazer 0 que é errado (Pv 10.23; 13.19)

1177117711771177

Page 55: LETRA L.pdf

LOUCO, TOLOLOUCO, TOLOLOUCO, TOLOLOUCO, TOLO LOUCURALOUCURALOUCURALOUCURA

Uma pedra cassita utilizada para demarcação de fronteiras* mostrando Melisbípak oferecendo

sua filha como presente à deusa-lua Nanna

ede exibirasua loucura (Pv 13.16; 18.2); eletrata a repreensão com desdém (Pv 17,10); asua fala é perversa (Pv 19.1), e tende a fazermuitas promessas imprudentes (Ec 5,1-6). O termo heb. sakal ocorre mais freqüente-mente em Eclesiastes; ele parece represen-tar alguém voluntariamente teimoso ou obs-tinado, que tem olhos mas não vê (Jr 4.22;5.21; Ec 10.3), como no caso do rei Saul (1Sm 13.13; 26.21). Por esta palavra tambémser aplicada a outros reis em suas trans-gressões (Davi, 2 Sm 24.10; Asa, 2 Cr 16.9; epossivelmente a Salomão em Ec 2.12,13,19),talvez sakal possa indicar a loucura em umnível oficial com uma culpa consequente-mente maior. Derek Kidner inclui o sim-ples (prti) e o zombador (/es) na categoriageral de loucos (The Proverbs, TyndalePress, 1964, pp, 39-42). No NT (usando o termo gr. anoetos, “insen-sato’’), Cristo censura os dois discípulos naestrada de Emaús, e Paulo censura osgaiatas pela falta de fé (Lc 24.25; G1 3.1,3).Este termo também descreve a insensatezdos desejos e cobiças que arrastam o homempara a perdição (1 Tm 6.9; Tt 3,3). O termo gr. asunetos denota alguém sem en-tendimento (Mt 15.16; Mc 7.18), e é usadopara retratar os corações ou os pensamentosdos pagãos que negam a Deus (Rm 1.21,31).Assim como o louco rico (aphron) teve umfim prematuro por ter falhado em levar emconta a vontade de Deus, da mesma formaPaulo roga aos cristãos que não sejam lou-cos, mas entendam qual é a vontade do Se-nhor (Lc 12.20; Ef 5.15-171. Este louco é ne-

gligente (Lc 11.40), ilógico, ignorante (1 Pe2.15), e precisa ser corrigido (Rm 2,20). Pau-lo usa este termo referindo-se a si mesmo,sarcasticamente, ao concordar com a opiniãoque os coríntios tinham em relação à suapessoa (2 Co 11.16,19; 12.6,11). Em 1 Coríntios 1,18,21,25,27; 2.14, moros eseus derivativos parecem indicar a atitudedo homem em relação a algo incomum quenão tem nenhuma explicação intelectual,ou que não se encaixa nas idéias pré-con-cebidas de uma pessoa. Aqueles, por suavez, que tentam o acesso ao reino espiritu-al por meio de seu raciocínio humano sãoconsiderados loucos à vista de Deus (1 Co 1. 20; 3.19; Mt 23.17). Assim, as cinco vir-gens loucas eram dependentes de seu pró-prio entendimento natural (Mt 25.2,3,8;veja Georg Bertram, “Moros etc”., TDNT,IV, 832-847). Em Mateus 5.22, o termo “tolo" ou “louco”(more) pode ser a única palavra heb. pura(isto é, não aramaica) no NT. O teimo heb.moreh ê uma rebeldia ímpia contra Deus, efoi a expressão que Moisés usou quando seirritou com os israelitas e os repreendeu (Nm20,10). Seu uso implica ódio assassino.

I. G. P.e J. R.

LOUCURA' Há uma variedade de significa-dos nas palavras heb. e gr. traduzidas como“loucura’’. Em geral, ela expressa a ação inú-til ou os resultados da insensatez. A loucuraé o oposto da sabedoria (q.v.). 1. O termo heb, ’iwwelet é a palavra maisfrequentemente traduzida como “loucura”,encontrada com frequência em Provérbios.Ela vem da palavra que significa “ser um tolo”. 2. O termo heb. kesel é usado duas vezes (SI49.13; Ec 7.25) e está relacionado à idéia deconfiança; portanto, loucura na forma deexcesso de confiança. É a loucura que surgedo interior de uma pessoa. 3. O termo heb, kisla tem praticamente omesmo significado do termo kesel (SI 85,8). 4. O termo heb. n‘bala é a loucura signifi-cando a fraqueza da decadência que provémda impiedade. Este é o significado no nomede Nabal - um vazio, ou a loucura da impie-dade interior (1 Sm 25,25). 5. Os termos heb. sekel, siklut sugerem aloucura que é devida a estupidez (Ec 2.3). 6. O termo heb. tohola denota a loucura queé pecaminosa (Jó 4.18). 7. O termo heb. tipla transmite a idéia dealgo insípido, sem.sal; desse modo, algo tolopor ser insípido. E a loucura de uma idéiaou ação quando algo está faltando (Jó 24.12;Jr 23.13). 8. O termo gr. anoia é a loucura resultanteda falta de sentido, de juízo ou de compreen-são (2 Tm 3.9), uma loucura que se expressapor meio da ira (Lc 6.11). 9. O termo gr. apkrosune (2 Co 11,1,17,21) éusado por Paulo para denotar a leviandade e

1178117811781178

Page 56: LETRA L.pdf

LOUCURALOUCURALOUCURALOUCURA LUALUALUALUA

a tolice ao falar ínsensatamente de si mesmode uma forma que beira a vangloria. Veja Tolo.

A. E. T.

LOUCURA1 Além de seu uso bíblico co-mum para os lunáticos, o conceito de lou-cura tinha uma variedade de aplicações. Erafrequentemente utilizado em condiçõestemporárias ou atos em que alguém rara-mente utilizaria o termo, exceto sob a for-ma coloquial. Por exemplo: o píadista prá-tico de Provérbios 26.18; a fúria dos ímpioscontra os bons (SI 102.8). As doenças men-tais de natureza crônica não eram inco-rrí uns no antigo Oriente Próximo, emboraalguns exemplos de insanidade estejamregistrados nas Escrituras sob a forma decomparação. Veja Doença. Na Antiguidade, o homem louco ficava presoao pavor universal, pois acreditava-se quesua insanidade era o resultado de contatosespeciais com a divindade, geralmente porpossessão demoníaca. Como uma conse-quência disso, ninguém interferia em suavida, e todos os contatos eram cuidadosamen-te evitados, como é refletido na atitude deAquis para com a loucura fingida de Davi (1Sm 21.12-15). A loucura era considerada umjulgamento divino, infligida àqueles que de-sobedeciam à lei de Deus (Dt 28.28). Era tam-bém atribuída a um espírito enviado por Deus(1 Sm 16.14; 18.11; 20.30-34; 28.20) e acom-panhava a possessão demoníaca (Lc8.2,29,30). Exemplos clássicos de loucura nasEscrituras são Saul e Nabucodonosor (q.v.)Veja Demonologia.

H. D. F.

LOURO Veja Plantas: Freixo ou Loureiro.

LOUVOR As principais palavras hebraicaspara louvor são hillel, da raiz halal, e hoáàdeyadà. A primeira corresponde à conheci-da expressão hallelujah, “Louvai ao Senhor[Yahweh]”. O título hebraico do livro dosSalmos é “louvores" (tehillim), enquanto osSalmos 113-118 são conhecidos como sal-mos Halel, e utilizados nas festas judaicas.O “hino” cantado antes da saída de Jesus daúltima ceia pode ter sido a segunda parte doHalel, Salmos 115-118 (cf. Mishna Pesahim10,6ss.). A palavra hoda, embora comum noAT, ficou agora mais conhecida a partir doshinos sectários (Hodayoth) encontrados emQumran. O louvor a Deus é uma das característicasmais típicas da piedade bíblica. Desde ocântico de Moisés (Êx 15.1-19), o Senhor foilouvado por seus atos redentores; mas, a sis-tematização do louvor israelita é atribuídaa Davi, Os livros das Crônicas registramdetalhadamente a instituição dos músicos edos porteiros do Tfemplo levíticos (1 Cr 23.1-26.32, especialmente 23,5,30; cf. capítulo 6),

e a atribuição de muitos Salmos a Davi ouaos seus músicos (por exemplo, Asafe, os fi-lhos de Corá, Hemã ou Jedutum) dão supor-te a essa tradição. Quando Judá foi para o exílio, tornou-se im-possível realizar cultos no Templo e, dessaforma, o louvor ficou centralizado na sinago-ga. Ele assumiu algumas das característicasdos sacrifícios designados naquela época, efoi concedido um mérito especial ao louvor“incessante” (ou oração, q.v.), isto é, a oraçãoantes do amanhecer ou durante toda a noite(veja, por exemplo, Salmos de Salomão 3.1ss.Qumran Hodayoth xill-ll). O louvor como sacrifício (Hb 13.15) e comoum dever e privilégio contínuos (1 Ts 5,16ss.;cf. Ap 4.8) também são temas do NT, Os hinosde louvor do NT têm como enfoque a reden-ção que há em Jesus Cristo (por exemplo, Lc1.46-55,68-79; 2.13ss.; Ef 1.3-14; Cl 1.18-20;Ap 5.9-14; 7.10-12), embora o Senhor Deus esua obra da criação (Ap 4.8,11; Cl 1.15-17) nãotenham sido esquecidos. Além disso, os cris-tãos são encorajados a fazer de sua conduta ede toda a sua vida uma forma de louvor aDeus (Ef 1.12; Fp 1.11; 4.8; 1 Pe 1.7; 2.9).Veja Adoração.

J. R. M.

LUA Pelo menos 34 referências são feitas àlua no AT e 9 no NT, com ênfase em passa-gens cosmogônicas, de adoração, e tambémem passagens escatológicas. O termo hebrai-co mais comum éyareah, cujo significado éobscuro, mas pode vir da raiz do verbo ‘rh,“viajar, peregrinar”. A mesma palavra apare-ce em outras línguas semíticas: acádio(w)arhu, ugarítico yrh, e fenício yrh, Naspassagens poéticas, lebana, o termo “bran-co* em hebraico, é usado para a lua em Can-tares 6.10; Isaías 24.23; 30.26, A palavraselene, do NT, ocorre em Mateus 24.29; MaT-cos 13.24; Lucas 21.25; Atos 2.20; 1 Coríntios15.41 e no Apocalipse. Seu u$o cosrnogoníco. A lua é citada pela pri-meira vez no relato da criação feito porMoisés (Gn 1.14-16). Ela foi formada comouma parte do firmamento no quarto dia, como propósito de iluminar a noite e regular asestações. Ela aparece simultaneamente como sol, embora independente dele, “para si-nais e para tempos determinados e para diase anos”. Junto com o sol, ela distribuiría aluz e faria a divisão entre o dia e a noite. Alua era considerada inferior ao sol (Gn 1.16;Is 30,26) e suas funções eram controladaspor Deus (SI 104.19; 136.9). O calendário hebraico (q.v.), como o da maiorparte do povo antigo, estava baseado nas fa-ses regulares da lua no seu circuito regularem volta da terra. Por esta razão, a palavrahebraica para mês, yerah, está intimamenteassociada a yareah. O primeiro dia de cadamês, o dia da “lua nova”, era separado comoum dia especial para adoração e celebração

1179117911791179

Page 57: LETRA L.pdf

LUALUALUALUA LUCASLUCASLUCASLUCAS

(Nm 10.10; 28.11-15; 1 Sm 20.5; 2 Rs 4.23; SI81.3; Ez 46.1,3)- Neste dia, o trabalho normalera suspenso, bem como as atividades co-merciais (Am 8.5). Sua importância na adoraeão. A adoração àlua era comum no antigo Oriente Próximo(cf. Jó 31.26,27) e, inevitavelmente, afetavaos israelitas. As seitas pagas consideravam alua como uma divindade chamada yrh emugarítico, à qual se ofereciam sacrifícios(ANET, pp. 152, 155, Yarikh). Nomes pesso-ais trazendo o nome do deus-lua como umelemento aparecem nos documentos de Marí.A lua denominada Khonsu (ANEP, #563) re-cebia a reverência de todo o Egito. Por estarazão Moisés advertiu Israel a não ser atraí-do à adoração à lua (Dt 4.16-19; 17.3). NaMesopotámia, o deus-lua sumério Nanna,chamado Sin em acádio, era adorado em Urcomo o deus líder da cidade. E o mesmo acon-tecia em Harã, na Síria, A associação do deus-lua assírio Sin com o Sinai e com o deserto deSin, que já foi amplamente aceita duranteuma determinada época, é agora discutidapor causa da falta de evidências do uso donome daquela divindade em Canaã ou pelosnômades semíticos. A cidade de Jerico (yeriho) foi evidentementedenominada de acordo com o antigo deus-luasemítico. Em Hazor (q.v,), na Galiléia, umpequeno santuário cananeu (de aprox. 1300a.C.) foi descoberto em 1955, e continha, den-tre outros objetos de culto, uma esteiabasáltica, com a impressão de duas mãos le-vantadas como se estivessem orando a umalua crescente (BA, XIX [1956], 10-12). Diante da imposição mosaica contra a adora-ção à lua, parece que as maiores violações doAT surgiram nos tempos dos reis Manassese Josias. Mesmo nos dias de Isaías as mulhe-res usavam ornamentos em forma de lua (ls3.18), provavelmente associados, de algumaforma, com a adoração à lua (Jz 8.21,26).Manasses promoveu ativamente a adoraçãoà lua como parte da adoração a “todo o exér-cito dos céus” (2 Rs 21.3-5). Esta forma deidolatria parece ter sido amplamente prati-cada em Judá, embora Josias tenha tentadoacabar com a adoração à lua em um aviva-mento de curta duração (2 Rs 23.5). Mas Je-remias fez várias referências à dissemina-ção desta influência (Jr 7.18; 8.2; 44.17), re-tratando as famílias cooperando no trabalhode adoração, fazendo suas ofertas à lua. Istopode ter incluído cerimônias incomuns nostelhados (Jr 19.13; Sfl.5). Sua importância escatológica. As referênci-as do NT à lua, junto com várias referênciasdo AT, têm geralmente um significado futu-rista. A atenção volta-se para a lua em cone-xão com a volta de Cristo. A lua escurecerá(Is 13.10; Mt 24.29; Mc 13.24) e se tornaráem sangue (J12.31; Ap 6.12), uma referênciaao julgamento iminente. A lua de Apocalipse12.1 sob os pés da mulher, aparentemente

aponta para a futura glória de Israel, tendo osimbolismo possivelmente seguido o sonhode José em Gênesis 37, Durante o reinadomilenial de Cristo, sua glória superará tantoa grandeza do sol como ada lua (Is 60.19,20),

J. Ma.

LUA NOVA Veja Festividades; Sacrifícios. LUCAS Autor do terceiro evangelho e deAtos dos Apóstolos. E mencionado pelo nomeem três passagens do NT (Cl 4.14; Fm 24; 2Tm 4.11). Pode ser inferido desses versícu-los que Lucas (Fm 24, do gr. Louka.s) eTamédico e colaborador de Paulo. Ele acompa-nhou o apóstolo em sua primeira prisão emRoma, e foi o único companheiro de Paulodurante a segunda e última prisão do após-tolo. Em Colossenses 4.11,14, Lucas é dis-tinguido dos homens da circuncisão. Entre-tanto, W. F. Albright argumentou - a partirda forma aramaica de seu nome nos idio-mas grego e hebraico nos três poemas deLucas 1-2 - que Lucas era um judeu con-vertido (New Horizons in Biblical Research,Londres. Oxford Univ. Press, 1966, pp.49ss,). A partir das seções “nós” de Atos,pode ser deduzido que o escritor viajou comPaulo de Trôade a Filipos (At 16.10-12), deFilipos a Jerusalém (At 20.5-21.17), e tam-bém a Roma (At 27.1-28.16). O Prólogo Anti-Mareionita (do século II) doevangelho de Lucas afirma que ele era umgentio de Antioquia da Síria, que viveu umavida simples e morreu em Bitínia (algunsmanuscritos trazem o nome “Boeotia”, naGrécia) com a idade de 74 anos. Uma seção“nós” no Codex Bezae em Atos 11.28, mais agrande quantidade de material em Atos tra-tando da Igreja em Antioquia, também têmsido consideradas como apontando para umaresidência em Antioquia. Alguns, porém, têmentendido que uma tendência a confundirLucas com o Lúcio de Atos 13.1 fez surgir atradição. Sir William Ramsay argumentouque as seções “nós” começam exata menteantes de Paulo ir para Filipos; que Lucaspermaneceu em Filipos; que ele mostra or-gulho pelo lugar em sua frase ‘‘primeira ci-dade” (At 16.12); e que assim Lucas era umnativo de Filipos. Não se pode ter certezasobre estas questões. A partir do século II, a igreja primitiva atri-buiu a Lucas tanto o terceiro evangelho comoo livro de Atos dos Apóstolos. Ele é prova-velmente o único grego a quem é atribuída aautoria de um livro ao NT. Lucas 1.2 tornaimprovável que ele tenha sido testemunhaocular dos eventos relatados do evangelho.Alguns estudiosos acreditam que ele tenhacoletado as informações para o seu evange-lho, e talvez o tenha escrito enquanto Pauloesteve na prisão em Cesaréia durante doisanos. Veja Lucas, Evangelho de.

J. P, L,

1180118011801180

Page 58: LETRA L.pdf

LUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DE LUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DE

LUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DE

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço l. Prefácio, 1,1-4. 11. N arrativas de Nascimentos, 1.5-2.52

m. Missão de João Batista, 3.1-20

IV. Ministério de Jesus na Galiléia, 3.21- 9.50

V. Narrativa de Viagem, 9.51-19.44 VI. Ministério em Jerusalém, 19.45-21,38 VII. Experiências da Paixão, 22.1-24.53

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução As evidências do século II para o reconheci-mento de Lucas como um dos quatro evan-gelhos podem ser encontradas no CanonMuratório, na obra Diatessaron, e nas obrasde Irineu e Tertuliano. Uma forma mutila-da dele foi usada por Marcion (os textos sãocoletados na obra de D. Theron, TheEvidence of Tradition.). Os manuscritosmais antigos de Lucas que se conhece sãoos papiros Bodmer (P e Chester Beatty(P Í5) do século III, A tradição unânime da igreja primitiva é quetanto o terceiro evangelho como Atos foramescritos por Lucas, o médico, que foi o com-panheiro de Paulo. Veja Lucas. O propósitode Atos era ser uma parte de uma obra maior(At 1.1). Ambos os livros são endereçados aTeófilo, e o vocabulário e o estilo mostramsemelhanças. Esses dois livros juntos for-mam um grande bloco de material, maior doque a obra de qualquer outro escritor do NT.Discussões sobre a data do livro levantamum problema complicado envolvendo a su-posição de datas previamente atribuídas aMarcos e Atos, e a questão se as afirmaçõesem Lucas 19.43ss. e 21,20-24 refletem umconhecimento da queda de Jerusalém em 70d.C. O prólogo sugere que algum tempo ha-via se passado durante o qual outros relatoshaviam sido escritos. Consequentemente, olivro foi provavelmente escrito em algummomento na segunda metade do século I. O escritor não foi uma testemunha oculardos acontecimentos que narra (Lc 1.1,2).Nada claro é conhecido sobre Teófilo, a quemo livro é endereçado, exceto o título, o qnesugere que ele seria um oficial de alta pa-tente (cf. At 23.26). Lucas provavelmenteescreveu para leitores gentios, uma vez queseu HVTO é comparativamente livre de cita-ções do AT. A afirmação do Prólogo Antí-Marcionita deque o evangelho foi escrito na Acaia, nãopode ser nem substanciado nem negado. Al-guns têm entendido que o interesse do escri-tor pelo movimento do evangelho em dire-ção a Roma, faz desta cidade o local maisprovável da redação. Na falta de informa-ções, não se pode ter certeza quanto a essasquestões. Lucas escreveu um relato ordenado de acon-tecimentos para confirmar os pensamentos

daqueles que já haviam crido na verdade quelhes fora ensinada. Alguns têm pensado queo propósito secundário de Lucas era demons-trar que o cristianismo não era politicamen-te perigoso. Esses propósitos são reveladosquando o escritor traça paralelos entre oseventos do evangelho e a história contempo-rânea (1.5; 2,1,2; 3.1,2) e, quando, repetida-mente, deixa claro que os apóstolos, emboraacusados pela multidão, foram inocentadospelas autoridades. Tem sido observado que Lucas enfatiza osprivilégios dos pobres. Ele está preocupadocom os excluídos da sociedade: a mulher pe-cadora, o publieano, o filho pródigo, o sama-ritano, Ele tenta demonstrar que a vida,morte e ensino do Senhor Jesus formam umamensagem de salvação dirigida a todos oshomens: a revelação é dada aos gentios (2,32);os convidados das estradas e das sebes sãoforçados a entrar (14.23); a pregação deveser dirigida a todas as nações (24.47). Umconsiderável interesse é demonstrado pelopapel que as mulheres desempenharam navida do Salvador. Lucas também está inte-ressado no papel que a oração ocupava naspráticas devocionais do Senhor Jesus. Nosevangelhos Sinóticos Jesus ora 15 vezes, dasquais 11 são narradas em Lucas. O terceiroevangelho dá uma grande ênfase ao EspíritoSanto, uma característica semelhante ao li-vro de Atos. O escritor do terceiro evangelho iniciou seulivro com um prólogo clássico, Ele era habili-doso em grego e possuía um vocabulário ver-sátil. Ele usou em seu livro 312 palavras úni-cas no NT. Embora tenha usado frases gre-gas ao invés de frases hebraicas e aramaicasencontradas em Marcos, e embora a expres-são “na verdade” seja preferível a “amém”, oshebraísmos são frequentes: “E aconteceuque”; “E eis”. Estas expressões são especial-mente freqüentes nas seções de nascimentoe infância como se o escritor conscientemen-te imitasse o estilo semita da Septuaginta(LXX). Paul Winter procurou demonstrar emvários artigos que Lucas usou uma fonte deorigem palestina judaica escrita em hebraicopara os caps. 1-2, mostrando, nesta seção, ocaráter judaico de várias expressões (porexemplo, “On the Margin of Luke I, II”, StudiaTheologica, XII [1958], 103-107. Lucas é caracterizado pelas longas narrativasdo nascimento de João e do Senhor Jesus(1.5-2.52) e pela longa narrativa de viagem(9.51-19.44), que não são encontradas nosoutros evangelhos. Diversas parábolas e mi-lagres significativos são incluídos na seção fi-nal. Dezoito das parábolas de Jesus são pecu-liares a Lucas. O Sermão na Planície (6.20-49) é muito mais breve do qne o Sermão doMonte em Mateus, mas outras palavras deJesus que fazem um paralelo com o Sermãodo Monte estão espalhadas por todo o livro deLucas. Somente Lucas conta que Cristo co-

1181118111811181

Page 59: LETRA L.pdf

LUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DELUCAS, EVANGELHO DE LUDE ou LUD1MLUDE ou LUD1MLUDE ou LUD1MLUDE ou LUD1M

Muros lídianos eiu Sardes. HFVMuros lídianos eiu Sardes. HFVMuros lídianos eiu Sardes. HFVMuros lídianos eiu Sardes. HFV

meu ao aparecer aos dez apóstolos (24.36-431.Só ele registra o aparecimento do Senlior aosdiscípulos de Emaús (24.13-31). Veja o tópico Lucas em Evangelhos, Os Quatro.

Bibliografia. H. J. Cadbury, The Making ofLuke-Acts, Nova York. Macmillan, 1927;“The Tradition”, na obra de F. J. Foakes-Jackson e K. Lake, The Beginnings ofChristianity, II, 200-264, Earle E. Cairns,“Luke as a Historian”, BS, CXXII (1965), 220-226. J. M, Creed, The Gospel Aceording toLuke, Londres. Macmillan, 1953. J. NorvalGeldenhuys, Commentary on the Gospel ofLuke, Grand Rapids. Eerdmans, 1956; “Lukethe Evangelist”, “Luke, Gospel of’, NBD, pp.755-759. Frederic Godet, A Commentary onthe Gospel of Luke, trad. por E. W. Shalderse M D. Cusin, 3a ed. rev., Nova York. Funk &Wagnalls, 1887. A. Harnack, Luke thePhysician, Londres. Williams e Norgate,1909. I. Howard Marshall, Luke, Historianand Theologian, Grand Rapids. Zondervan,1971. A. Plummer, 77íe Gospel Aceording toLuke, ICC. A. T. Robertson, Luke the Histo-rian in the Light of Research, Nova York,Scribneris, 1923. Ned B. Stonehouse, TheWitness of Luke to Chríst, Grand Rapids.Eerdmans, 1951. Vincent Taylor, “Luke,Gospel of’, IDB, III, 180-188. Merrill C.Tenney, “Luke”, WBC, pp. 1027-1070.

J. P. L.

LÚCIFER (Heb. helel, “o resplandecente” ou“aquele que brilha”). O termo é usado apenasuma vez (Is 14.12) em determinadas versões.É especialmente dirigido ao rei da Babilônia,No entanto, esta profecia em particular, atéo momento, transcende qualquer coisa quepossa ser dita a respeito de qualquer rei ter-reno, e é amplamente aceita como referindo-se a Satanás, o “príncipe deste mundo”. Omesmo fenômeno literário deve ser encon-trado na descrição do rei de Tiro em Ezequiel28, e da Grande Babilônia, a mulher que estámontada na Besta em Apocalipse 17. Alguns têm procurado demonstrar que emIsaías 14.12 Satanás é chamado de “filho da

alva”, enquanto Cristo é chamado de “a bri-lhante estrela da manhã” ou “a resplandecen-te Estrela da manhã” (Ap 22.16), e que estefato em si revela tanto o poder original comoa beleza deste que foi o maior anjo já criadopor Deus, antes de sua rebelião e queda (Ez28.12-19). Um estudo de passagens comoDaniel 10.13; 2 Coríntios 11.14 (“anjo de luz”);Efésios 6,12; Apocalipse 12; 13; 17 revelamuma parte da presença e da atividade de Sa-tanás e seus poderes demoníacos na condu-ção de religiões e governos seculares nesteséculo. Veja Estrela da Alva; Diabo; Satanás.Para a opinião de que Lúcifer é apenas o reiorgulhoso (e agora caído) da Babilônia, vejaRobert L. Alden, “Lúcifer, Who or What?”BulETS, XI (1968), 35-39. Para uma explica-ção mitológica, veja J. W. McKay, “Helel andthe Dawn Goddess”, VT, XX (1970), 451-464.

R. A. K.

LÚCIOLÚCIOLÚCIOLÚCIO 1. Lúcio de Cirene, um dos cinco homens naIgreja de Antioquia chamados de “profetas edoutores” (At 13.1). 2. Lúcio de Corinto, um dos “parentes” oucompanheiros judeus de Paulo que enviousaudações aos cristãos em Roma (Rm 16.21).Os dois homens mencionados acima podemser a mesma pessoa; mas é bastante impro-vável que Lucas, um gentio (Cl 4.11,14), devaser identificado como um deles.

LUDE ou LUDIMLUDE ou LUDIMLUDE ou LUDIMLUDE ou LUDIM 1. O quarto filho de Sem (Gn 10.22; 1 Cr

1.17) , Josefo (Ant. 16.4) refere-se aos lídiosdo sudoeste da Ásia Menor como seus des-cendentes, mas eles não falavam um idiomasemita. Nada é realmente conhecido doslídios semitas, a menos que eles possam seridentificados com o país de Lubdí, mencio-nado em antigos registros cuneiformes comoestando localizado entre a parte superior dosrios Tigre e Eufrates. Heródoto (1.7) relata a tradição de que oqome Lidia é derivado do nome Lido, filho deÁtis, mas que a terra foi previamente cha-mada de Maeonia (ílíad., íi, 865 etc,). É pro-vável que os lídios, uma tribo ao norte dosmaeonianos, os tenham conquistado e entãodado o seu nome à terra. O nome Ludu apa-rece nas inscrições assírias do século VII deAssurbanipal (veja Rassam Cilinder, II, 95) epor volta de 175 a.C. na época dos macabeus(1 Mac 8.8). Em Isaías 66.19, Lude é citada com Tubal eJavã {Jônia). Aqui a área do Egeu até o marCáspio está incluída, parecendo resolver aquestão da localização de Lídia. Os lídios eram empregados como mercenári-os pelos egípcios (Jr 46.9; Ez 30.5). O rei Giges(de aprox. 662 a.C.) enviou tropas lídias paraPsamético do Egito (663-609 a.C.) contra osexércitos assírios (Rassam Cilinder II, 114-115), que foram descritos por Heródoto (i, 79)

1 182

Page 60: LETRA L.pdf

LUDE ou LUD1MLUDE ou LUD1MLUDE ou LUD1MLUDE ou LUD1M LU GAT?ES ALTOSLU GAT?ES ALTOSLU GAT?ES ALTOSLU GAT?ES ALTOS

como “bons soldados” em tempos pré-persas.A Lídia era um reino próspero com sua capi-tal em Sardes (o. v,). Ciro da Pérsia venceu oseu último rei, Creso, em 546 a.C. A área con-tinuou a ser conhecida por sua tintura púr-pura e por seus tecidos de lâ. 2. Em Gênesis 10.13; 1 Crônicas 1.11, é oprimeiro filho de Mizraim (Egito). De acordocom alguns estudiosos, este povo estava si-tuado a oeste da Líbia (Pute, q.v.). No en-tanto, eles não foram identificados com cer-teza. Esses lídios podem ter migrado do nor-te da África muito cedo em sua história. Dequalquer modo, os lídios são conhecidos so-bre a planície de Sardes no oeste da ÁsiaMenor antes de 1500 a.C. Eles podem ter setornado os mercenários de Giges (veja 1 aci-ma). Em Isaías 66.19, a LXX cita Pute comoPul, que, junto com Lude, estaria de acordocom o relato de Nabucodonosor da guerra quefez em seu trigésimo sétimo ano contraAmasis, rei do Egito. Neste relato, ele men-ciona um povo de Pute-Iaman (Pute-Jônia).Isaías certamente mostra o contato entregregos-jonianos e o Egito algum tempo an-tes de Psamético.

H. G. S.

LUETAS Palavra usada em Juizes 8.21,26.E também traduzida como ornamentos, co-lares e enfeites. Veja Amuletos.

LUGAR Geralmente, “lugar” é um local de-finido pelo contexto. Certos lugares assumi-ram especial importância na história da re-denção, por cansa dos atos de Deus e de seupovo. O “lugar” do Éden (Gn 2.8) não é co-nhecido geograficamente, mas é muito sig-nificativo na teologia por cansa do primeiropecado cometido por um ser humano. Deusdisse que escolhería um lugar (rrntqom) paracolocar o seu nome, isto é, Ele designaria umlugar para o seu Templo (Dt 12.5), e Moriáseria esse lugar. Jesus foi crucificado no “Lu-gar [topos] da Caveira” (Mt 27.33), e estedetalhe é muito significativo. Judas, quetraiu o Senhor Jesus Cristo, foi para o seuróprio lugar (topos), em sua própria mora-a, isto é, o Hades. De acordo com a promes-sa expressa em João 14.2,3, Cristo foi pre-arar um lugar (topos) para os seus, chama-o “mansões'* (ou “moradas”).

Bibliografia. Helmut Kõster, *Topos”,TDNT, VIII, 187-208.

LUGAR LAMACENTO Veja Pântano

LUGAR SANTO Veja Tabemáculo; Templo.

LUGARES ALTOS O significado originaldesta expressão era simplesmente cume demontanha ou colina (Dt 32.13; 2 Sm 1.19-25). A esmagadora proporção dos usos, noentanto, refere-se a santuários em uma área

elevada. Estes pertenciam originalmente aoscananeus. Devem ter sido usados para ritu-ais funerários, e eram certamente um fre-quente cenário de rituais de fertilidade (Os4.11-14; Jr 3.6; 19.5; 48.35). Ruínas de tais santuários estão espalhadaspor toda a Canaã (como em Petra, Bab edh-Dra, Gezer, Megido, Hazor, q.v.), e estavamaparentemente localizadas próximas a qua-se todas as aldeias e, algumas vezes, até mes-mo dentro das cidades (Jr 7.31; 19.13; Ez6.3).Cada santuário pagão incluía em suas insta-lações um altar de rocha ou terra, pilares depedra (masseboth, Dt 12.3; Os 10.1), postes demadeira (1asherim, Ex 34.13), e uma bacia paraas lavagens cerimoniais. Alguns lugares altospossuíam uma imagem como o bezerro de ourode Jeroboâo ou o éfode de Mica; outros ti-nham alguns objetos sagrados, como uma arcaou éfode. Isto requeria uma casa ou Templopara abrigá-los (Jd 17.5; 1 Rs 12.31). Um lu-gar onde os grupos comessem juntos tam-bém podería ser chamado de lugar alto (1 Sm9.13,22; 1 Rs 3.4,15). Uma vez que os lugares altos foram os únicoslocais de adoração na antiga Israel após adestruição de Siíó, eles se tornaram cenáriosde muitos atos religiosos. Nestes lugares,eram oferecidos sacrifícios (1 Sm 9.13; 1 Rs3.3,4; 12.32). Isto significava que, ao mesmotempo em que eram lugares para matança detodos os animais que seriam consumidos comoalimento, era também um lugar de sacrifício.Nos tempos mais antigos, isto era feito pelopróprio adorador. Mais tarde, foram designa-dos sacerdotes para cada altar para executarestas funções adequadamente. Aos altares eram levados os dízimos e as ofer-tas, quando os homens iam consultar o “ho-mem de Deus” para ouvir o oráculo sacerdo-tal ou palavra profética (1 Sm 9.7-12). Aqui,como “no portão”, a justiça era administradaem nome do Senhor, Estes eram, muito pro-vavelmente, lugares de refúgio suplementaràs seis cidades levíticas. Pesquisas recentessugerem que eles foram também santuáriosfúnebres, algumas vezes alcançando sua famae importância como o local de sepultamentode um herói ou rei, ou como o lugar onde seumonumento (masseba) ou lápide ipeger) foierguido (Ez 43.7; 6.3-6; Lv 26.30), Não há dúvida de que a principal importânciados altares vinha ae seu uso como um santu-ário local. A religião israelita oficial consistiade grandes festivais anuais de peregrinação.A passagem ao aspecto religioso de cada se-mana e de cada dia da semana, encontrava-se nos santuários que estavam localizados noslugares altos. Eles, aparentemente, enfatiza-vam uma área de interesse amplamente ig-norada pela religião oficial israelita: a da mor-te, e vida após a morte. Pela sincretização dalei mosaica (Torá) com a ideologia dos cana-neus, os apóstatas israelitas envolveram-secom uma atividade subjetiva contrária à reli-

1 1831 1831 1831 183

Page 61: LETRA L.pdf

Degraus que conduzem ao grande lugar alto de Petra, MIS

1184118411841184

Page 62: LETRA L.pdf

LUGARES ALTOSLUGARES ALTOSLUGARES ALTOSLUGARES ALTOS LUZLUZLUZLUZ

giâo oficial, como a fertilidade. Por causa des-tes interesses extra-ortodoxos, e dos exces-sos aos quais sua celebração dava ocasião, elesestavam sujeitos a severas críticas por partedos profetas. Embora a reforma religiosaconduzida por Ezequias (2 Rs 18.4,22) nãotenha sido seguida por seu filho Manasses (2Rs 21.1-6), a partir da época de Josias (2 Rs 23.4- 20) os altares foram sumariamente con- denados. A adoração cerimonial só foi permi-tida em Jerusalém.

Bibliografia,Bibliografia,Bibliografia,Bibliografia, W. F. Albright, “The HíghPlace in Ancient Palestine”, VT, SuplementoIV (1957 ), pp. 242-58; ComPBE, pp. 391-94.

D. W. W.

LUGARES SECOS Faixas de terra que sãosecas, quebradiças e calcinadas pelo sol ar-dente (Jr 17.6).

LUÍTE Uma cidade não identificada deMoabe que estava destinada à condenaçãojuntamente com outras cidades deste terri-tório. Aparentemente, Luíte estava localiza-da no alto ou em algum tipo de encosta, eoferecia um refúgio temporário para aque-les que fugiam das invasões (Is 15.5; Jr 48.5).

LUNÁTICO Veja Demonologia; Doença.

LUTA’ Veja Batalha. LUTA10 AT fala metaforicamente das lutas(naphtulin) de Raquel com sua irmã Lia (Gn 30.8) e refere-se à luta (da raizheb. ’abaq) deJacó em Gênesis 32.24,25. O nome do ribei-ro de Jaboqne (heb. yabboq) parece ter sidodado como resultado da experiência de Jacó(veja Jaboque). Tem sido sugerido que o tor-neio entre os 12 homens de Davi e os 12 deIsbosete em Gibeâo começou com uma com-petição de luta (2 Sm 2.14). A expressão “per-na junta mente com coxa” (Jz 15.8) pode serum termo técnico de luta, pois selos cilíndri-cos babilônios retratam o herói Gilgameshderrotando um leão ou um búfalo com o qualele está lutando, segurando a sua pata tra-seira para despedaçá-lo de membro a mem-bro com suas mãos nuas (A Parrot, Sumer,Londres. Thames & Hudson, 1960, pp. 186ss.).Nos tempos do AT, a forma de luta era geral-mente uma luta com cinto, na qual o compe-tidor, que de outra forma estaria nu, usavaum cinto especial que o seu adversário agar-raria. Foram encontradas uma placa decalcário e uma estatueta de bronze retratan-do lutadores com cintos. Estes objetos datamdo início do terceiro milênio a.C. e são deKhafajah, na Suméria (ANEP #218, 219). Talluta era muito populaT no Egito, de acordocom os murais cio túmulo da 12a Dinastia emBeni Hasan (Everyday Life in Ancient Ti-mes, National Geographic Soeiety, 1951, pp.76-77,116).

A metáfora de Paulo em Efésíos 6.12 para oconflito dos crentes com os poderes demoní-acos é a única referência no NT à luta (pale).Ele extrai esta figurada linguagem dos jogosgregos. A luta era, de longe, o esporte maispopular dentre os próprios atletas gregos.Palestras ou escolas de luta abundavam nascidades gregas a partir do século VI a.C. atéo final da época imperial romana. Na lutagrega, o objetivo era jogar o adversário e en-costar seus ombros no solo. A partida tinhano máximo três quedas. O pancratium, umdos eventos prediletos para os espectadores,era uma combinação de boxe e luta, com chu-tes e golpes permitidos, mas sendo proibidodar mordidas e atacar os olhos do adversá-rio. Este evento proporcionava o supremoteste de força e habilidade em conjunto (H.A. Harris, Greek Athletes and Athletics, Lon-dres. Hutchinson, 1964, pp. 102-109). A lutado crente requer a força do Senhor (Ef 6.10),perseverança na oração (v. 18), e destrezada fé para apagar todos os dardos inflamadosdo Maligno (v. 16). Paulo também usa a me-táfora complementar do boxe (1 Co 9.26). A tragédia grega usava o termo pale no sen-tido mais geral de conflito. Filo escreveu so-bre a luta dos ascetas, tendo provavelmenteem vista o ‘'conflito" moral geral. Em seusescritos, os estóicos sentiam-se como lutado-res e guerreiros ao resistirem no mundo, e omesmo ocorria com os devotos das religiõesde mistério. Veja Armadura Espiritual; Jogos; Guerra.

F. D. L.

LUTO Veja Lamentar.

LUZ A Origem da Luz

As primeiras palavras registradas de Deusforam “Haja luz” (Gn 1.3). Assim, a luz co-meçou a existir por causa de uma ordem di-reta de Deus. Ela foi considerada “boa”, foiseparada da escuridão, e foi chamada “dia”(Gn 1.4,5). Devemos observar que a luz existia antesda criação das fontes de luz do sol, da lua edas estrelas no quarto dia (Gn 1.14-19).“Possivelmente, alguma coisa semelhanteà difundida atividade eletromagnética daaurora boreal penetrou na noite caótica domundo. O supremo foco de luz dos sóis,estrelas e sistemas solares levaram o pro-cesso inicial da criação ao seu término,como condição essencial a toda vida orgâ-qica” (ISBE, III, 1891). E bastante significativo que Deus, que é luz(1 Jo 1.5) tenha iniciado seu projeto da cria-ção com a luz. Antes de sua ordem, a terranão tinha forma (Gn 1.2), e o ato de produzirluz formou uma associação direta e pessoalentre o Criador e sua criação. Paralelos aestas atitudes podem ser notados na diretaassociação de Deus com os israelitas, quando

1 1851 1851 1851 185

Page 63: LETRA L.pdf

LUZLUZLUZLUZ LUZLUZLUZLUZ

Ele os conduziu por uma coluna de fogo (Êx 13.21,22); e pela manifestação da glória da presença de Deus, quando o Tabernáculo (Êx 40.34-38) e também o Templo de Salomão (1 Rs 8.11; 2 Cr 5.13,14) ficaram prontos. A plena associarão de Deus com sua criação teve início quanáo a Segunda Pessoa da Trin- dade, a luz do mundo (Jo 3.19; 8.12) se fez carne e habitou entre nós. Devemos notar ainda que na nova criação nâo houve neces- sidade da luz das velas, da lua, ou do sol (Ap 22.5; 21,23), “porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada [li- teralmente, lâmpada ou fonte de luz]” (Ap 21.23; cf. Is 60.19,20).

Palavras Traduzidas como “Luz”Palavras Traduzidas como “Luz”Palavras Traduzidas como “Luz”Palavras Traduzidas como “Luz” A versão KJV em inglês traduz o termo “luz”, com o sentido de iluminar, a partir de 12 palavras hebraicas (cinco raízes diferentes), e seis palavras gregas (quatro raízes dife- rentes). A palavra hebraica mais comum é ’or, traduzida 108 vezes como "luz” em todo o AT. Ela ocorre 28 vezes em Jó, 23 vezes em Isaías e 18 vezes nos Salmos, sendo que to- das as outras ocorrências estão espalhadas

Í

ielos outros 17 livros do AT. A segunda pa- avra hebraica mais comum traduzida como

"luz” é maór (a mesma raiz de br), que lite- ralmente significa "fonte de luz” e ocorre 17 vezes, 11 em Gênesis e Êxodo, Todas as ou- tras palavras hebraicas traduzidas como “luz” ocorrem apenas 14 vezes. A palavra grega mais comum é phos, tradu- zida como “luz” 64 vezes, e encontrada ao longo de todo o NT. Ela ocorre mais freqüen- temente nos escritos de João (23 vezes no evangelho e 5 vezes na primeira epístola), e no livro de Atos (10 vezes). A segunda pala- vra grega mais comum é lychnos, que signi- fica “lâmpada” ou “fonte de luz”, e que ocorre 6 vezes. As outras 4 palavras gregas foram traduzidas apenas 8 vezes como “luz”.

Usos Bíblicos da Palavra “Luz”Usos Bíblicos da Palavra “Luz”Usos Bíblicos da Palavra “Luz”Usos Bíblicos da Palavra “Luz” O conceito de luz foi usado literal e metafori- camente nas Escrituras. No AT seu empre- go é quase igual, mas no NT o uso metafóri- co supera o literal na proporção de quatro para um, Além desses dois usos, existem outros exemplos distintamente milagrosos dessa palavra. Uso literal no AT. A palavra luz é usada (1) para a primeira lumineseência criada por Deus (Gn 1.3-5); (2) para as fontes de luz, sol, lua e estrelas (Gn 1.14-16); (3) para a alva (Jó 7.4); (4) para a luz do sol, da lua e das estrelas (1 Sm 14.36; Is 30.26; Ez 32.7; Ec 12.2); (5) para a lpz do fogo (Is 50.11); (6) para as lâmpadas (Êx 25.6; Lv 24.2); e (7) para o relâmpago (Jó 36.32). Uso literal no NT. No NT a palavra luz é usa- da (1) para a primeira lumineseência criada por Deus (2 Co 4.6; ef. Tg 1.17); (2) para as lâmpadas (At 20.8; 2 Pe 1.19; Ap 18.23); (3)

para a luz do dia (Jo 11.9; Ap 22.5); (4) paraaquilo que é iluminado pela luz (Ef 5.14); e (5)em um sentido semi-literal para os olhos comoórgãos da luz (Mt 6.22,23; Lc 11.34,35). Uso metafórico no AT, Em um sentido figu-rado ou simbólico, a palavra luz foi usada noAT como uma imagem de boa sorte ou pros-peridade (Jó 22.28; Et 8.16); (2) da própriavida (Jó 3.16,20; SI 56.3); (3) da doutrina ouinstrução (Is 2,5; 49.6; 51.4); (4) da liderançade Deus (Jó 29.3; SI 112.4; Is 58.10); (5) dopoder iluminador das Escrituras (SI 119.105);(6) da sabedoria (Dn 2.22; 5.11,14); (7) da ale-gria e serenidade (Jó 29.24); (8) do favormostrado por Deus, pelo rei, ou por algumapessoa influente (SI 4.6; Pv 16.15); (9) da pro-gênie (1 Rs 11.36; 2 Rs 8.19; 2 Cr 21.7); erovavelmente (10) da glória de um indiví-uo (2 Sm 21.17). Uso metafórico no NT. Metaforicamente, apalavra luz foi usada no NT: (1) para a natu-reza de Deus (1 Jo 1.5); (2) para a glória damorada de Deus (1 Tm 6.16; cf. SI 104.2); (3)para Jesus Cristo como aquele que iluminaos homens (Jo 1.4,5,9; 3.19; 8.12); (4) para oevangelho da salvação (Mt 4.16; At 26.18; Cl1.12; 1 Pe 2.9; 2 Co 4.4,6); (5) para a verdadeque deve ser obedecida (1 Jo 1.7; Jo 12.36; Ef5.8; Rm 13.12; 1 Jo 2.9,10); e, (6) para aque-les que são portadores da verdade (Mt 5.14,16;At 13.47; Jo 5.35; Fp 2.15; cf. Rm 2.19).Exemplos da luz miraculosa. As Escriturasregistram vários exemplos de luz em um sen-tido miraculoso: (1) Os israelitas tinham luzem suas casas, enquanto os egípcios esta-vam em densas trevas (Êx 10.21-23); (2) a“coluna de fogo” que guiava os israelitas ànoite (Êx 13.21; 14.20; SI 78.14); (3) o brilhosobrenatural das vestes de Cristo em suatransfiguração (Mt 17.2); e, (4) a luz que eramais brilhante que o meio-dia no episódio daconversão de Paulo (At 9.3; 22.6; 26.13). As implicações de cada um desses exemplossão, claramente, a imediata presença e gló-ria de Deus.

O Contraste entre a Luz e as TrevasO Contraste entre a Luz e as TrevasO Contraste entre a Luz e as TrevasO Contraste entre a Luz e as Trevas Um rápido estudo de concordância irá de-monstrar quantas vezes foram empregadosos conceitos de luz e escuridão (q.v.) sob aforma de contraste. Ao longo de toda a Bí-blia, pode-se notar um dualismo ético modi-ficado entre a luz e as trevas, isto é, entre obem e o mal. Luz e trevas têm sido mutua-mente excludentes desde a criação quandoDeus “fez separação entre a luz e as trevas”(Gn 1.4,5,18; 2 Co 4.6). No mesmo grau emque a luz está presente, a escuridão é dissi-pada ou reprimida. Embora esse contrasteseja empregado em sentido literal (Ee 2.13;SI 139.12; 2 Co 4.6a), na maioria das vezes, osentido é metafórico. “Trevas são símbolo econdição universal de pecado e morte, e luz ésímbolo e expressão de santidade” (ISBE, III,1891). Veja Santidade.

1186118611861186

Page 64: LETRA L.pdf

LUZLUZLUZLUZ LUZLUZLUZLUZ

Quando aprendemos que “Deus é luz, e não hánele treva nenhuma” (1 Jo 1.5) entendemos,figuradamente, que Deus é totalmente bom,sem nenhum sinal do mal. A frase “Eu, com asua luz, caminhava pelas trevas” (Jó 29.3) deveser entendida como uma vida guiada e prote-gida através de momentos difíceis e ruins (cf.Is 42.16). Aqueles que “fazem da eseuridadeluz, e da luz, eseuridade" (Is 5.20), são os ho-mens que chamam o mal de bem e o bem demal. O dia do juízo está representado como ummomento de trevas do qual o indivíduo serárestaurado à luz (Am 5.18; Mq 7.8). Da mesma forma, no NT os nomens são re-presentados nas trevas do desespero e damorte, e a estes é oferecida a luz da esperan-ça (Mt 4.16. 2 Pe 1.19; Jo 1.5). E embora osnomens amem as trevas da iniquidade, e nãoa luz da verdade em Jesus Cristo (Jo 3.19,20),e embora eles resistam à luz, as trevas nãopodem extingui-la (Jo 1.5). Os homens sãoexortados a caminhar enquanto existe luz,para não serem dominados pelas trevas (Jo 12.35) . Os crentes são chamados de “filhosda luz” que não são “da noite nem das trevas”(1 Ts 5.5; cf. Cl 1.13). Aqueles que foram cha-mados “das trevas para a... maravilhosa luz”(1 Pe 2.9), devem “andar na luz” (responderà verdade) (1 Jo 1.7), e aqueles que “não pra-ticam a verdade” são aqueles que “andamem trevas” (1 Jo 1.6; cf. Lc 11.35). Os crentes são exortados a serem cuidado-sos em suas associações com aqueles querejeitam a verdade, “porque que sociedadetem a justiça com a injustiça? E que comu-nhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).As vezes, isso pode ser difícil de perceber,pois Satanás, o príncipe das trevas desteséculo (Ef 6.12), “se transfigura em anjo[mensageiro] de luz [verdade]” (2 Co 11.14).Contudo, o dever do cristão é muito claro -vestir-se das “armas da luz” (Rm 13.12; cf. Ef 6.14) . Os cristãos devem resplandecer “comoastros no mundo” (Fp 2.15; cf. Mt 5.14); elesdevem levar os homens “das trevas” à “luz”(At 26.18; cf. 2 Co 4.4).

A Luz como Símbolo nosA Luz como Símbolo nosA Luz como Símbolo nosA Luz como Símbolo nos Escritos de JoãoEscritos de JoãoEscritos de JoãoEscritos de João

Entre todos os autores do evangelho, Joãofoi aquele que mais usou símbolos, e a luz éo principal deles. Não deixa de ter algum significado o fato deseu evangelho, que se inicia com a frase “noprincípio”, estar fazendo eco ao livro deGênesis para a vinda da luz. Provavelmente,João está refletindo seu passado judaico ehelenista nessa extensa referência à luz, em-bora não seja necessário identificar esse con-ceito com o misticismo helenista, no qual aluz está identificada com Deus. João, ao con-trário, parece ter sido influenciado por algu-mas idéias e linguagens da seita de Qumran,talvez por meio de João Batista, que deve terconhecido os ensinos desses sectários. Dessa

forma, o apóstolo João pode ser consideradodevedor da comunidade do mar Morto pelaforma particular como dá expressão à idéiada luta entre a luz e as trevas (Morris, Studiesin the Fourth Gospel, pp. 321-358; veja Rolosdo Mar Morto; João, Evangelho de). Com uma única exceção (Jo 5.35, lychnos,uma lâmpada, referindo-se a João Batista), apalavra empregada por João para “luz” é phos,que significa brilho ou esplendor. Ela ocorre23 vezes ao longo dos primeiros 12 capítulosdo evangelho. Apenas uma vez (11.9) ela serefere claramente à luz física. Em outro caso,ela se refere àqueles que responderam à ver-dade (12.36, “filhos da luz”, cf. 1 Jo 1.7; 2.8-10). As outras 21 vezes estão diretamenterelacionadas com o Senhor Jesus Cristo, oucom a verdade que Ele trouxe. Jesus é a “luz verdadeira” (Jo 1.9), a verda-deira revelação de Deus, Como tal, Ele dife-re de todos os outros homens, mesmo de al-guém tão grande como João Batista (1.7,8;cf. 5.35). Ele veio como “a luz dos homens”(1.4) e como a “luz do mundo” (8.12; 9.5;12.46). Na tradição rabúlica, a frase “luz domundo” foi aplicada à Torá e ao Templo, enão chega a ser um apelo à Divindade. Mas,para João ela deixa claro que Cristo é a ver-dadeira luz, a suprema realidade. Como a luzque “resplandece nas trevas” (1.5) Ele veiopara todos os homens (1.9; cf. 12.36), porémmuitos rejeitaram a luz porque ela expunhaa iniqüidade que praticavam (3.19-21). Paraaqueles que o aceitam, o Senhor torna-se a“luz da vida” (8.12; cf. 12.36). Aqueles que orejeitam perdem o propósito e a verdade, poisqndam nas trevas (11.10; 12.35). É mais que coincidência a última ocorrênciada palavra “luz”, no evangelho de João, estarno final do capitulo 12, pois é nesse pontoque a oferta de Jesus de si mesmo ao mundochega à sua conclusão. A partir do capítulo13, o ministério de Jesus é dirigido aos seusdiscípulos, para a sua instrução particular.Qual seria o propósito de mais luz para omundo quando a luz que já havia sido conce-dida fora rejeitada? Para o crente, como o aparecimento da luzé uma exibição do amor de Deus, a verda-deira vida na luz envolve a obediência aosmandamentos do Senhor Jesus, especial-mente quanto a amar os irmãos (1 Jo 2.8-11) e praticar a verdade (1 Jo 1.6,7). VejaVida; Amor; Verdade.

Jesus Cristo Como a LuzJesus Cristo Como a LuzJesus Cristo Como a LuzJesus Cristo Como a Luz Foi profetizado que o Messias seria a “luzdos gentios” (Is 42.6; 49,6), e o velho Símeãoviu em Jesus Cristo o cumprimento destaprofecia (Lc 2.32). Como a aurora ou o solnascente, Ele viría “para alumiar os que es-tão assentados em trevas e sombra de mor-te” (Lc 1.78,79). O verbo eterno (Jo 1.1-3)que ordenou “Haja luz” (Gn 1.3; cf. Cl 1.16),se tornou o “resplendor da sua glória” (Hb

1187118711871187

Page 65: LETRA L.pdf

LUZLUZLUZLUZ LUZLUZLUZLUZ

1.3), “a luz verdadeira, que alumia a todohomem que vem ao mundo” ÍJo 1.9). Ele re-feriu-se a si mesmo como a ‘‘luz do mundo”(Jo 8,12; 9.5; 12.46). Isaías havia profetizado:“O povo que andava em trevas viu uma gran-de luz, e sobre os que habitavam na região dasombra de morte resplandeceu a luz” (Is 9.1,2);e, quando o Senhor Jesus começou a pregarna Galiléia, Ele estava cumprindo essa profe-cia (Mt 4,12-16). No momento de sua transfi-guração, a glória visível de Deus, escondidasob a baixeza da carne, irrompeu para algu-mas testemunhas escolhidas. Sua face bri-lhou, e suas vestes resplandeciam como a luz(Mt 17.1,2). Esse era o prenuncio de seu esta-do de ascensão e ressurreição. Na gloriosaressurreição de seu corpo, Ele apareceu aPaulo em uma luz brilhante (At 9.3; 22.6;26.13) e a João em uma visão (Ap 1,12-18). A principal revelação de Jesus Cristo comoa luz do mundo foi pela demonstração desuas obras e palavras. Aqui, a cura dos ce-gos tem uma importância particular, comoa demonstração de sua capacidade e desejode curar a grande cegueira espiritual doshomens (Mc 8.22-26; Jo 9.5; cf. jo 8.12;12.46). “Ao invés das intermitentes mani-festações de luz celestial, característica deuma velha eternidade onde a luz e a escuri-dão alternam-se, como na ordem natural, aluz agora está permanentemente presenteem Jesus Cristo” (IDB, III, 132), Mas, noconfronto entre a luz e as trevas (Jo 3,19),os homens rejeitaram essa luz de modo que,no momento de ser preso, o Senhor Jesusdisse: “... essa é a vossa hora e o poder dastrevas” (Lc 22,53). Mas o poder das trevasnão podia conter sua pessoa, e Ele ressur-giu dos mortos para “anunciar a luz a estepovo e aos gentios” (At 26,23). Esta luz con-tinua presente ainda hoje nos evangelho“Porque Deus, que disse que das trevas res-plandecesse a luz, é quem resplandeceu emnossos corações, para iluminação do conhe-cimento da glória de Deus, na face de JesusCristo” (2 Co 4.6; cf. 4.4,5; Ef 5.13-14). Avinda de Cristo trouxe o raiar de um novodia que nunca será sucedido pela noite (Ap21.23; 22,5). Veja Jesus Cristo.

Bibliografia. J, A. MacCulloch, et al., “Lightand Darkness”, HERE, VIII, 47-66. LeonMorris, Studies in the Fourth Gospel, Grand

Rapids, Eerdmans, 1969. O. A. Piper, “Light,Light and Darkness”, IDB, III, 130-132.Dwight M. Pratt, “Light”, ISBE, III, 1890-92.

H. D. F.

LUZ 1. O antigo nome de Betei (Gn 28.19;35.6; Js 18.13; Jz 1.23). O nome Luz (“amen-doeira”) também aparece em Gênesis 48.3;Josué 16.2. Os textos de Josué 16.2 e 18.13 merecematenção especial. Um problema é propostopela referência anterior, pois o texto fala dafronteira dos descendentes de José comoem parte alcançando de Betei até Luz. Se ostermos são intercambiáveis, por que estadistinção? Várias respostas têm sido propos-tas: (1) A ocorrência de Luz em Josué 16.2talvez seja uma interpretação explicativa(BDB, p. 531); (2) Deve ser notado que tan-to o Texto Massorético hebraico (Js 16.2)como a Septuaginta (v. 1) permitem a tra-dução “Bete-el-Luzá” (veja a obra de AugustW. Knobel, Kritik des Pentateuch und Josua[Exegetic Handhuch, Part XIII]; citado emLange’s Commentary onthe Holy Scriptures,Joshua, pp. 142, 154). E mostrado, porém,que tal construção é contrária ao uso nor-mal contido no livro de Josué; (3) Betei podeter sido o nome que Abrão havia dado ao“lugar” (Gn 28,11,19, heb.) onde ele haviaerigido um altar, a leste da cidade (cf. Gn 12.8) . Como um lugar santo, seu nome pode,em última análise, ter sido usado tanto emrelação àquele local como à cidade (W,Ewing, “Luz”, ISBE, III, 1942); Í4) O textoem Josué 18.13 pode fornecer a solução. Estapassagem traz a frase: “ao lado de Luz (queé Betei)”. A palavra katep, traduzida como“lado” ou “banda”, significa “ombro”, e é usa-da com o sentido de “declive montanhoso”(cf. Nm 34.11; Js 15.10). A Septuaginta (LXX)utiliza o termo notos atribuindo a esta pala-vra hebraica o significado de “costas”. Seráesta uma referência a um cume, um ápicerochoso? De qualquer modo, Luz e Betei es-tão intima mente ligadas pela localização, eBetei substituiu Luz no uso comum. VejaBetei. 2.0 nome de uma cidade construída na terrados heteus, depois que a cidade cananita foicapturada pelos israelitas (Jz 1.26), Ela ain-da não foi identificada.

W. C.

1183