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Língua e Cultura Professor: Leonardo Bérenger Doutorando em Linguística Aplicada – UFRJ Mestre em Literaturas de Língua Inglesa – UERJ Professor de Língua Inglesa – PUC-RIO Professor de Inglês Instrumental – Instituto Infnet Professor de Língua Inglesa e Literaturas de Língua Inglesa – UNESA

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Língua e CulturaProfessor: Leonardo Bérenger

Doutorando em Linguística Aplicada – UFRJMestre em Literaturas de Língua Inglesa – UERJ

Professor de Língua Inglesa – PUC-RIOProfessor de Inglês Instrumental – Instituto Infnet

Professor de Língua Inglesa e Literaturas de Língua Inglesa – UNESA

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O conceito de cultura: uma perspectiva histórica

• Confúcio (quatro séculos a.C.): “a natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantêm separados”.

• Heródoto (484-424 a.C.): estudou o sistema social dos lícios e se assombrou com o fato de não seguirem uma linhagem patriarcal.

• Tácito (55-120): admirava a retidão dos germânicos em questões de moral e política.

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• Marco Polo (em visita à Ásia entre 1271-1296): “coisa alguma os faria tocar na mulher do outro: têm extrema consciência de que isto é um erro e uma desgraça”.

• Padre José de Anchieta (1534-1597): ao contrário de Heródoto, se surpreendeu com os costumes patrilineares dos índios Tupinambás.

• Montaigne (1533-1572): apurado sentido de relativismo cultural; diz em relação aos Tupinambás: “estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto”.

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• Jean Bodin, filósofo francês do século XVI, desenvolveu a teoria que os povos do norte têm como líquido dominante da vida o fleuma, enquanto os do sul são dominados pela bílis negra. Em decorrência disto, os nórdicos são fiéis, leais ao governantes, cruéis e pouco interessados sexualmente; enquanto os do sul são maliciosos, engenhosos, abertos, orientados para ciências, mas mal adaptados para as atividades políticas.

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O determinismo biológico

• A história humana marcada por políticas racistas e genocidas.

• Em 1950, após os horrores do Holocausto, a UNESCO firma documento que postula, em seu artigo 15: “no estado atual de nossos conhecimentos, não foi ainda provada a validade da tese segundo a qual os grupos humanos diferem uns dos outros pelos traços psicologicamente inatos, quer se trate de inteligência ou temperamento. As pesquisas científicas revelam que o nível das aptidões mentais é quase o mesmo em todos os grupos étnicos”.

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Sexo X Gênero

• Mesmo as diferenças de comportamento entre os sexos também são construções culturais.

• A oposição entre as noções de sexo (um dado biológico) e gênero (uma construção discursiva).

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O determinismo geográfico

• O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural.

• A partir de 1920, antropólogos refutam este tipo de determinismo e demonstram que é possível e comum existir uma grande diversidade cultural localizada em um mesmo tipo de ambiente físico.

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• “A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações: um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas, dominou ares; sem guelras ou membranas próprias, conquistou os mares. Tudo isto porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura”.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura, um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2009.

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Antecedentes históricos do conceito de Cultura

• Duas acepções até o século XVIII;• O termo germânico KULTUR: utilizado para

simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade;

• A palavra francesa CIVILIZATION: referindo-se principalmente às realizações materiais de um povo.

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Edward Tylor (1832-1917)

• Sintetiza os dois termos no vocábulo inglês CULTURE, que “tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”

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Kroeber

• Em 1917, Kroeber acabou de romper todos os laços entre o cultural e o biológico, postulando a supremacia do primeiro em detrimento do segundo em seu artigo, hoje clássico, “O Superorgânico”.

• Distancia-se o conceito de cultural do conceito de natural.

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A contribuição de Kroeber para a ampliação do conceito de Cultura

• A cultura, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e justifica as suas realizações.

• O homem age de acordo com os seus padrões culturais. Os seus instintos foram parcialmente anulados pelo longo processo evolutivo por que passou.

• A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes ecológicos. Em vez de modificar para isto o seu aparato biológico, o homem modifica o seu equipamento superorgânico.

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• Em decorrência da afirmação anterior, o homem foi capaz de romper as barreiras das diferenças ambientais e transformar toda a terra em seu hábitat.

• Adquirindo cultura, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do que a agir através de atitudes geneticamente determinadas.

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• Como já era do conhecimento da humanidade, desde o Iluminismo, é este processo de aprendizagem que determina o seu comportamento e a sua capacidade artística ou profissional.

• A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores. Este processo limita ou estimula a ação criativa do indivíduo.

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• Os gênios são indivíduos altamente inteligentes que têm a oportunidade de utilizar o conhecimento existente ao seu dispor, construído pelos participantes vivos e mortos de seu sistema cultural, e criar um novo objeto ou uma nova técnica.

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• What kind of cultural knowledge do we achieve in a ESL classroom?

• National identity?• Literary heritage?• Folklore?• Musical heritage?• Ways of living?

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“Culture in Language Learning and Teaching”, by Bilal Genc and Erdogan

Baga

• The dialectical connection between language and culture has always been a concern of L2 teachers and educators. Whether culture of the target language is to be incorporated into L2 teaching has been a subject of rapid change throughout language teaching history.

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• The advent of Communicative Language Teaching (CLT) in the late 70s marks a critical shift for teaching culture, for the paradigm shift from an approach based largely on form and structure to a plurality of approaches causing an unintended side effect: the negligence of culture.

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• It has been emphasized that without the study of culture, teaching L2 is inaccurate and incomplete. For L2 students, language study seems senseless if they know nothing about the people who speak the target language or the country in which the target language is spoken. Acquiring a new language means a lot more than the manipulation of syntax and lexicon.

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• The most striking linguists dealing with the issue of language and culture are Sapir (1962) and Whorf (1956). They are the scholars whose names are often used synonymously with the term “Linguistic Relativity” (Richards et al, 1992). The core of their theory is that a) we perceive the world in terms of categories and distinctions found in our native language and b) what is found in one language may not be found in another language due to cultural differences.

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• Although by mid 80s, various advantages of teaching culture in L2 classes were virtually universally accepted, and culture was widely taught in language classes, there were still problems about what should be taught and how culture could be taught most beneficially. These questions were faced more and more 1990s (Kitao, 2000).

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Kitao (2000) giving reference to several authors lists some of the benefits of teaching culture as

follows:

• Studying culture gives students a reason to study the target language as well as rendering the study of L2 meaningful (Stainer, 1971).

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• From the perspective of learners, one of the major problems in language teaching is to conceive of the native speakers of target language as real person. Although grammar books gives so called genuine examples from real life, without background knowledge those real situations may be considered fictive by the learners. In addition providing access into cultural aspect of language, learning culture would help learners relate the abstract sounds and forms of a language to real people and places (Chastain, 1971).

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• The affect of motivation in the study of L2 has been proved by experts like Gardner and Lambert (1959, 1965, 1972). In achieving high motivation, culture classes does have a great role because learners like culturally based activities such as singing, dancing, role playing, doing research on countries and peoples, etc. The study of culture increases learners’ not only curiosity about and interest in target countries but also their motivation. For example, when some professors introduced the cultures of the L2s they taught, the learners’ interests in those classes increased a lot and the classes based on culture became to be preferred more highly than traditional classes. In an age of post-modernism, in an age of tolerance towards different ideologies, religions, sub-cultures, we need to understand not only the other culture but also our own culture.

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• Besides these benefits, studying culture gives learners a liking for the native speakers of the target language. Studying culture also plays a useful role in general education; studying culture, we could also learn about the geography, history, etc. of the target culture (Cooke, 1970).

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• Most people are so ethnocentric that when they begin to study another language their restrictedness in their own culture prevents them from seeing the world via different ways of looking. Overcoming the limits of monocultural perspective and reaching the realm of different perspective could be facilitated by studying another culture.

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• To sum up, culture classes have a humanizing and a motivating effect on the language learner and the learning process. They help learners observe similarities and differences among various cultural groups. Today, most of L2 students around the world live in a monolingual and monocultural environment. Consequently, they become culture-bound individuals who tend to make premature and inappropriate value judgments about their as well as others’ cultural characteristics. This can lead them to consider others whose language they may be trying to learn as very peculiar and even ill-mannered, which, in turn, plays a demotivating role in their language learning process.

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Terry Eagleton’s idea of Culture

• http://marshalmadise.blogspot.com/2010/05/discussion-of-terry-eagletons.html