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Linguagem Documentária
MARIA LUIZA DE ALMEIDA CAMPOS
Linguagem DocumentáriaTeorias que fundamentam sua elaboração
EdUFFEDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Niterói, RJ - 2001
Copyright@2001byMariaLuizadeAlmeidaCampos
DireitosdestaediçãoreservadosàEdUFF- EditoradaUniversidadeFederalFluminense- RuaMigueldeFrias9- anexo- sobreloja-Icaraí- Niterói,RJ-CEP24.220-000- Niterói,RJ- Brasil-Tel.:(21)704-2119- Telefax:(21)621-6426-http://www.uff.br/eduff- E-mail:[email protected]
ÉproibidaareproduçãototalouparcialdestaobrasemautorizaçãoexpressadaEditora.
Normalização:AnamariaCostaCruzCopidesque:SôniapeçanhaRevisão:CacildaEggerAlfradiqueDigitação:CamillaPinheirodeSouzaCapa:JoséLuizStalleikeinMartinsProjetográfico:AnaPaulaCamposEditoraçãoeletrônica:]ussaraMooredeFigueiredoSupervisãográfica:AnaPaulaCamposeKáthiaM.P.MacedoCoordenaçãoeditorial:Rieat'doBorges
Catalogação-na-fonte(CIP)
C198 Campos,MariaLuizadeAlmeida.Linguagemdocumentária:teoriasquefundamentamsua
elaboração.- Niterói; RJ:EdUFF,2001.
133p.;21em.
ISBN85-228-0319-61.ClassificaçãoBibliográfica2.Catalogaçãoporassuntoetítulo
CDD025.48
UNIVERSIDADEFEDERALFLUMINENSE
Reitor
CíceroMauroFialhoRodriguesVice-Reitor
AntônioJosédosSantospeçanhaDiretoradaEdUFF
LauraCavalcantePadilhaComissãoEditorial
CéliaFrazãoLinharesHildetePereiradeMeioHermesdeAraújo
IvanRamalhodeAlmeidaLuizAntonioBotelhoAndrade
MagnóliaBrasilBarbosadoNascimentoMarcoAntonioTeixeiraPorto
MarleneGomesMendesReginaHelenaFerreiradeSouza
RogérioHaesbaertdaCostaSuelyDruck
VeraReginaSallesSobralVirgíniaMariaGomesdeMattosFontes
A minha mestraHagar,
ensinandosempre
que aprenderé secomover.
-AGRADECIMENTOS
"Ser um com o todo, essaé a vida do divino, esse,o céu dos homens."
Friedrich H61derlin, Hipérion, 1994
Todotrabalhodepesquisaseconfigura,emcertamedida,emumaatividadesolitária.Porém,nestecaminho,encontramosmuitosamigos
quequeremcompartilharconoscoaalegriadeconhecer,dedescobrire,porvezes,apenasdenosouvir.Assim,queroagradecerimensamenteaorientaçãoquerecebi,emtodasasfasesdeminhapesquisademestrado,deHagarEspanhaGomes.Osseusensinamentos,sempretãopertinentes,foramfundamentaisparaosmeusestudos.
Meusagradecimentosao DepartamentodeEnsinoe PesquisadoInstitutoBrasileirodeInformaçõesemCiênciae Tecnologia(IBICT),emespecialàsprofessorasLenaVaniaPinheiro,MariaNélidaGonzalezdeGomez,MariadeNazaréFreitasPereiraeRosaliFernandezdeSouza.
Ao Departamentode Documentaçãoda UniversidadeFederalFluminense,emespecialaoscolegasLecyMariaCaldasTorres,EstherLuck,AlbaMaciel,LídiaFreitas,MariaOdilaFonseca,CarlosHenrique
MarcondesdeAlmeida,MaraElianeRodrigueseJoséMariaJardim.Como
nãopoderiadeixardeser,agraéleçoaosmeusalunostodososmomentosdealegriaeleveza,importantíssimosnoatoúnicodeensinareaprender.UmcarinhoespecialàFabianadeMeioAmara!.
MeusagradecimentosàEdUFFpeloapoionestaedição.
Nãopoderiadeixardeagradeceraosmeuspais,YoneseMaria,eaosmeusqueridosirmãos,peloapoio,carinhoe incentivoem todososmomentosdeminhavida.E aosmeussogros,Antônioe Ilda,quesão
pessoasmaravilhosas.
Aomeumarido,porsuacompreensão,emtodosessesanos,Ricardoexerceuumaincansávelpaciência.Aosmeusfilhos,MarianaeTiago,agradeçoa alegriadeviver.
Por fim, agradeçoa todosaquelesqueparticiparam do meupercurso.Éfundamentalencontrarpessoastambémmovidaspeloamoràsabedoria.Aomeuirmão]onesAlbertodeAlmeidaeaosmeusamigos,Maria]oséBelém,VeraReginaCostaAbreu,MaríliadeAlmeidaMarch,
MariadasGraçasAugusto,SandraReginaPorto,ElianePoppeeSérgioGuida.
-SUMÁRIO
PREFÁCIO 11CONSPECTUS 151 INTRODUÇÃO 172 TEORIA DA CLASSIFICAÇÃOFACHADA 27
2.1 CLASSIFICAÇÃOBIBLIOGRÁFICA:análise de seu desenvolvimento 28
2.1.1 Caracterização dos esquemas descritivos 332.1.2 Caracterização dos esquemas
com base na Teoria Dinâmica 35
2.2 PRINCíPIOS DA TEORIADA CLASSIFICAÇÃOFACETADA 38
2.2.1 Universo do conhecimento e universodos assuntos 38
2.2.2 Universo de Trabalho da Classificação 442.3 ELEMENTOSDA ESTRUTURA
CLASSIFICATÓRIA 482.3.1 Unidades dassificatórias 482.3.2 Características 502.3.3 Renques e cadeias 512.3.4 Facetas 532.3.5 Categoriasfundamentais 54
3 TEORIA DA TERMINOLOGIA 593.1 AS ESCOLAS 603.2 A TEORIAGERALDA TERMINOLOGIA 663.2.1 Princípios do trabalho terminológico 71
4 TEORIA DO CONCEITO 874.1 ORIGEM DO TERMO TESAURO 874.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICADO TESAURO
DE RECUPERAÇÃO 914.2.1 Os tesauros na América do Norte 92
4.2.2 Os tesauros na Europa 954.2.3 Tendências: tesauros com
base em conceitos 994.3 PRINCíPIOS DA TEORIA DO CONCEITO 100
4.3.1 Modelo para a construção do conceito 1014.3.2 Categorização e relações conceituais 1034.4 TRABALHOSREALIZADOS 1054.4.1 Estudo-Piloto de Tesauro para a Deutsche
Bibliothek 1064.4.2 Experiências norte-americanas 1084.4.3 Tesauro de literatura 1084.4.4 Método Relacional 1094.4.5 Tesauro de Engenharia Civil 1114.4.6 Manual de elaboração de tesauros
monolíngües 1145 PRINCíPIOS COMUNS ENTREAS TEORIAS 117
5.1 CONCEITOS ETERMOS 117
5.1.1 Forma de abordagem onomasiológica 1175.1.2 A ligação linguagem-pensamento-realidade 1185.1.3 A questão da monossemia absoluta 1195.1.4 Imprecisão do conceito de "termo" 1195.1.5 Precisão dos termos 1205.1.6 Direção teórica para o conceito de
termo e conceito 1215.2 IMPORTÂNCIA DAS CARACTERÍSTICASDO
CONCEITO E SEU USO 1215.3 RELAÇÃOENTRECONCEITOS 1225.3.1 Relações hierárquicas x relações lógicas/
ontológicas 1235.4 SISTEMASDE CONCEITOS E SUA
APRESENTAÇÃO 1245.5 DEFINiÇÃO E SUA FINALIDADE 1255.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 126
REFERÊNCIAS 127
.PREFÁCIO
Linguagem documentária é uma contribuição ímpar para a
cultura bibliotecária. É a primeira obra a abordar o tema sob seu aspecto
teórico, de uma forma tão abrangente.
A professora Maria Luiza escolheu o singular, provavelmente, para
designar um instrumento de representação dos assuntos dosdocumentos
que sepode apresentar sob uma notação ou sob forma verbal. Supomos,
desta maneira, que ela queira mostrar que, em sua essência, asexpressões
"linguagem documentária verbal" e "linguagem documentária
notacional" designem instrumentos que diferem apenas em seu
revestimentoformal eque,portanto, asbasesteóricaspara realizar uma
seriam asmesmaspara realizar a outra. E isto fica bastanteclaro emseulivro.
Na Biblioteconomia, a baseestá na Teoria da Classificação. Osaudoso
padre Astério enfatizou sempre este aspecto em vários artigos, numa
tentativa de mostrar que a Classificação está viva, ao contrário do que
diziam muitos bibliotecários, que viam nos tesauros um instrumento
de substituição das Tabelas de Classificação. A professora Maria Luiza é,
de alguma forma, sua seguidora, no sentido de tentar mostrar que
classificação não se restringe a Tabelas de Classificação, mas a algo muito
mais amplo, que é a Teoria de Classificação, a qual tem múltiplas
aplicações, dentro e principalmente fora da Biblioteconomia.
Seu trabalho seinscreve numa linha européia, pouquíssimo estudada
no País, mas que se vem mostrando de grande valor para outras áreas
do conhecimento que lidam com conceitos e sua organização.
A Biblioteconomia brasileira é herdeira da Biblioteconomia norte- o
americana. Esta influência teve início nos anos 40, num movimento ;gQ)
iniciado por São Paulo. Apesar da grande contribuição daquele país, cl:
suasiniciativasnemsempreforampautadasporprincípiosteóricos..
AClassificaçãoDecimaldeDewey,porexemplo,nuncamereceudeseuidealizadorum trabalhoqueexplicasseosprincípiossubjacentes.Oscabeçalhosdeassunto- que,deummodogeral,osautoresnãoconsideramcomolinguagemdocumentária,apesardesuafunção-sãocriadosad-hoc e têmsuabasena línguainglesa,impedindoquepaísesde outras línguas que os adotam produzam contrapartesequivalentesouadotemseusprincípiosna íntegra.Nosanos60,comaintrodução dostesaurosdocumentários,mais uma vezos norte-americanos procuram na língua a solução para a criação deinstrumentosderepresentaçãodosassuntos,recorrendoaoThesaurus
ofEnglish wordçand phrases,um interessantedicionárioanalógicodePeterMarkRoget,comomodelo.
AintroduçãodaInformáticanotratamentodainformaçãoreforçou,mais uma vez,a abordagemlingüística.Aquelesque defendemotratamentoautomáticodainformaçãofreqüentementeesquecemqueosucessodetalprocessoestánadependênciadeumadocumentaçãonummesmoidioma, e numa áreaem que a terminologia estejabemestabelecida.
Otempomostrou,noentanto,quearecuperação"automática"nãoeraassimtãosatisfatória,fatoconhecidodequantosbuscaminformaçãona Internet.
«:0;::,«:cQ)
E:JUooEQ)00
~ Na Europadosanos30, Shialy RamamritaRanganathan,um00
:§ indiano,professordeMatemáticaqueestudavaBiblioteconomiana
11Inglaterra,dá início a um movimentorevolucionário,estabelecendo
postuladosecânones,sejaparaaordenaçãofísicadoslivrosnasestantes,
Nessesentido,umaluz sefazsentir.Osengenheirosdecomputação
quedesenvolvemsojiwarepara a Redejá perceberamqueé.precisoproduzirosdocumentoseletrônicoscomalgunsrequisitosqueconfiramqualidadeecondiçõesdeserem"encontrados",assumindoquedevamser"catalogados"e "indexados"no momentodesuaprodução.Comisto, a linguagemdocumentáriavolta a ter seu lugar no cenárioinformacional.
sejaparaaorganizaçãodasinformaçõescontidasneles.
Continuandoseutrabalho,osinglesescriamoClassificationResearchGroup;seusestudoseprojetoscontribuemtantoparadifundirasidéiasdeRanganathancomoparaaprimorarseusprincípios,jáagoranoutroambientetecnológico.
Ranganathannospresenteoucomumcorpoteóricoque,aindahoje,mantémsuaforça.O MétododeFacetatem-semostradoapropriadoparaváriasaplicaçõesnaorganização,sistematizaçãoerecuperaçãodeinformação,em ambienteautomatizadoou nãoporque,defato,elecriou um métodoparapensara organizaçãodo conhecimentocomfinalidadesbemconcretas.
DuasvertentesdesenvolvidasforadaBiblioteconomia,comoaTeoria
Geralda Terminologia,do engenheiroaustríacoEugenWüester,e aTeoriadoConceito,dapesquisadoraalemãIngetrautDahlberg,somam-seaosprincípiosdeRanganathannum corpointegradodeprincípiosparatratara informaçãoalémdosmurosdabiblioteca.
Indiretamente,Linguagemdocumentáriacontribuiparaampliaro escopoda Biblioteconomia,desinstitucionalizando-a,porqueosprincípiosdeClassificação,conformesededuzdesua leitura, são
fundamentaisemqualqueratividadequerequeiraorganização:dedados,de informação,de conhecimento.Há vários gruposprofissionaispreocupadoscom tais níveisde organização,como informáticos,educadores,professores,administradores,que lidam com questões
conceituais,com osquaisa professoraMariaLuiza tem interagido,comprovandoa pertinênciadaTeoriadaClassificaçãoparaa soluçãodeinúmerasquestões.
Elanãotemumaposiçãocorporativista:estáabertaaoconhecimentoproduzidoem outrasesferas,no caso,àscontribuiçõesdeWüestere ,2u
Dahlberg.Seu livro mostra a riquezadesta"cross fertilization" , 'tevidenciandocomocadaumadessasvertentespodeseenriquecercom a:
asoutras. .
o corpoteóricoqueela apresentaé fruto de açãoconcretaempesquisa,ensinoeconsultoriae,sobretudo,desuacapacidadedereflexãosobreotrabalhodesenvolvido,noqualasteoriasaquiapresentadasestãoconstantementesendopostasàprova.
Didaticamentesomosapresentadosaosprincípiosdecadaumadessasvertentes.Usandoosmesmosprincípiosdeanálisee identificaçãodeconceitos,aautoranosmostraacontribuiçãodecadaumadelasecomoelaspodemsecomplementar.
Por tudoisto, Linguagem documentária é uma obraoriginal.Pela primeira vez,se encontramsistematizadose perfeitamentearticuladososprincípiosqueregemsuaelaboração.
Agora,quandonosperguntarem"ondepodemosler algosobreoassunto?",já temosoqueresponder.
Niterói,dezembrode1999
HagarEspanhaGomes
.ê,raEaJE::JUooEaJ00ra::J00c::::;.
r
-CONSPECTUS
Con.çpectuséo espaçoencontradoporRanganathan,no iníciodeseustrabalhos,parafalarnãodotextoquesepropunhaaescrever,masdo "pré-texto",daquelemomentoem queocorreo atodecriaçãodaescrita,domomentoemqueo sujeitosetornaautor.
Opretextodestetrabalhosecolocanoespaçodeumagrandeescassez
deestudosteórico-metodológicosnaáreaderepresentação/recuperaçãodeinformaçãono País.Alémdisso,a áreadeinformaçãotemficadofadada,viaderegra,aoespaço,quasesempre,deumsaberinstrumental.Massabe-se,também,quenãoexisteinstrumentalizaçãoquenãosejasustentadaporbasesteóricase/oumetodológicas.
Sente-sehojequeénecessáriomunir oprofissionaldestaáreanão
sódeum saberpráticomas,principalmente,deum saberteóricoquepossaoferecerascondiçõesnecessáriaspara um fazerconscientee,sobretudo,crítico(GOMES,CAMPOS,1993).Épreciso,primeiramente,buscaroconhecimentodentrodaprópriaáreadeatuação,nocaso,dentrodaprópriadocumentação.Masaindaé necessárionãosócomeçarapercebere principalmentepesquisarquaisasáreasqueauxiliam nafundamentaçãodaprópriadocumentação,comotambém,sobretudoparanósprofissionais,começara ampliaro escopodadocumentaçãoverificandodequeformaoseusaberéútil parao desenvolvimentodasoutrasáreas.
Pretende-secomestetrabalhoapresentarosautoreseseusestudos
consideradosseminais,quederambasespara a fundamentaçãodaslinguagensdocumentárias.Comoos instrumentosde representação/recuperaçãotêma funçãodepermitiracomunicaçãoentreumabasedocumental,ou informacional,e o usuário,foram buscadasbases
terminológicas,umavezqueacomunicação,nestecaso,éfeitaatravésda linguagem.
Dessaforma, serãoapresentadas,numa perspectivahistóricaeconceitual,asTeoriasdaClassificaçãoFacetadadeShialyRamamritaRanganathan,a TeoriaGeraldaTerminologiadeEugenWüestere aTeoriadoConceitodeIngetrautDahlberg.
Busca-se,assim,um núcleocomumdeconhecimento,queenvolveas questõesdo conceito,do termo e de suasrelações,visandoaoestabelecimentodesistemasdeconceitosmaisbemestruturados,paraaelaboraçãodelinguagensdocumentárias.
(\3
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E:JUooEQ)OD(\3:JODc:
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11
.1 INTRODUÇÃO
Todo movimento existente nos Sistemas de Recuperação deInformação tem por princípio geral possibilitar a seu usuário o acesso à
informação/documentos. Nestes Sistemas, vários são, atualmente, os
instrumentos utilizados para representar o conhecimento de uma dada
área do saber. Estes instrumentos são denominados, de uma forma geral,
linguagens documentárias, como o Tesauro e os Esquemas de
Classificação, para citar apenas os mais relevantes.
Os Esquemas de Classificação e os Tesauros se apresentam ambos,
na maioria das vezes, sob duas formas: a alfabética e a sistemática. A
forma sistemática torna evidente uma estrutura de conceitos.' Esta
estrutura permite ao usuário compreender as relações que existem entre
os conceitos de uma dada área do conhecimento, o que facilita a
comunicação entre o usuário e a base de dados. Osconceitos, para serem
manipulados, necessitam de um símbolo que permita a comunicação.
Na área da documentação, o símbolo é lingüÍstico, sendo denominado
"termo de recuperação". Osconceitos e termos são, portanto, elementos
de qualquer esquema de classificação e dos tesauros.
No ambiente das comunicações científicas, as terminologias
possuem, também, conceitos e termos. Portanto, todos estes instrumentos
lidam com conceitos e termos, embora em ambientes diferentes. Os
esquemas de classificação, os tesauros e as terminologias são elaborados
em um espaço onde se dá a produção do conhecimento.
No ambiente de produção de conhecimento percebem-se dois espaços oimbricados, mas de natureza diferente: o espaço comunicacional, onde 'G.::J
as descobertas e avanços do conhecimento viram registros, através da gc:
1 Conceitoé entendidoaquicomoumelementodesignificação. .
interaçãoentreo"gerador"deconhecimentoeo"gerador"eseuspares;eoespaçoinformacional,ondeexisteum"necessitador"deinformaçãoe umsistemapossuidordedocumentos/informação.Entreessesdoisespaçosencontra-se,anossover,oqueseriao"SistemaT" - oSistemaTerminológico- nomeadoparaumdadoSistemaC,no casoumambientecontextualizadode produção,controladopelasleis dalinguagem e da lógica. É nesteSistemaque pareceter origem aTerminologia,poiselaécriadaparapossibilitaracomunicaçãoprecisaentreos"geradores"deconhecimento.
No espaçoinformacionalverifica-sea necessidadedecriaçãodeinstrumentosquepossibilitemacomunicação,nãomaisentreospares,masentreosusuáriosdeumsistemadeinformaçãoeoprópriosistema,queseriao espaçodo tesauroedatabeladeclassificação.Porém,estesinstrumentos,para seremcriados, necessitamde uma estrutura
terminológicaqueserábuscadaemumsistematerminológico.AFigura1apresentadeformaesquemáticaessasrelações.
Assim,mesmocomfinalidadesdiferentes,osinstrumentoslidam
comelementosquepermitema comunicaçãodoconhecimento,sejaeleregistradooucomunicado:ossímboloslingüísticos.
Sistema E
Sistema C
ra.;:~c:Q)E:;]uOOEQ)cora:;]coc:::; Sistema T. Figura I EspaçosComunicacional e Informacional e suas Relações
,oquesepretendedemonstraréqueexistemprincípioscomunsentre
a TeoriadaClassificaçãoFacetada,a1eoriaGeralda'lerminologiaeaTeoriadoConceito,quepodemcontribuirparao melhoramentodas
basesteóricasda áreaderepresentaçãoerecuperaçãodainformação.Aexistênciadeprincípioscomunsevidencia,também,a "interdisci-
plinaridade"daquestãodarepresentaçãoerecuperaçãodainformação.Percebe-se,ainda,queessasteorias,casopossuaminterfacescomoutras
áreas,como se verá mais adiante, também contribuem para oaperfeiçoamentodeoutrossaberes.
A literaturatemmostradoquea comparaçãoentreessasteoriase
seusrespectivosinstrumentostem sidode algum modoabordada.Verifica-se,contudo,queumestudosistemáticosobreprincípioscomunsataisteoriasaindanãofoi devidamenterealizado.
o queefetivamentealiteraturavemmostrandoéqueaclassificaçãoestána basedas três teorias.Na áreada Documentação,ShiyaliRamamritaRanganathanelaboraa TeoriadaClassificaçãoFacetada,na qual apresentaprincípios para a organização de conceitoshierarquicamenteestruturados.Osestudiososdessaáreacomeçamaperceberqueostesauros,comoosesquemasdeclassificação,tambémpossuemtermosquerepresentamconceitosligadosentresi, formando
um sistemadeconceitos.Campos(1986,p.85),inclusive,afirmaque"qualquerautênticotesaurocontémemsioselementosbásicosdeuma
classificação,eesseselementospoderãoassumiraformadeumatabela
declassificação".Porémaclassificação,hojeemdia,nãopodemaisser
vistanoseusentidorestritodeestruturashierárquicas.SegundoaFIO!CR-ComitêTécnicodePesquisadeClassificação(1973),"classificação"é"qualquermétododereconhecimentoderelações,genéricasououtras,entreitensde informação,não importao graudehierarquiausada,
nem se aquelesmétodossãoaplicadosem conexãocom sistemas I~
tradicionaisoucomputadorizadosdeinformação". 1Umadasáreasquetem relaçãoestreitacom a classificaçãoé a :g
Terminologia. Wüester(1981, p. 106), autor da 1eoria Geralda.
Terminologia, observaa "semelhançadas tarefasrealizadasnaelaboração de um tesauro e na normalização terminológica em geral",
e reconhece que deveria existir um maior intercâmbio entre as áreas.
Em outro trabalho (WÜESTER, 1971), aborda as diferenças essenciais
entre os sistemas de conceitos e as tabelas de classificação, enfatizando,
inclusive, o que possuem de semelhante à luz da Teoria Geral da
Terminologia. Em ambos os trabalhos, recomenda maior aproximação
entre documentalistas e terminólogos.
Dahlberg (1993, p.225), estudiosa da área de Filosofia, estabelece
relações não mais entre uma teoria e um instrumento, mas entre a Teoria
da Classificação Facetada e a Teoria do Conceito, por ela desenvolvida.
A Teoria do Conceito apresenta princípios que podem auxiliar na
determinação do termo e de suas relações, tanto para as tabelas de
classificaçãoquanto para os tesauros (DAHLBERG,1978).
m.;:~cQ)E~uooEQ)00m~
.~ Outrosautores,no entanto,realizaram,efetivamente,umtrabalho-'. de integração dos dois instrumentos. Em 1968, Davis (apud GOPINATH,I 1987,p. 211)publica um artigosobreaintegração devocabulárioscom
Asprimeiras constatações de semelhança entre tesauros e sistemas
de classificação se dão no âmbito da documentação, como é de se esperar.
Gupta e Tripathi (1975,C40) analisam o tesauro de Exploração eProduçãode Petróleoda UniversidadedeTulsa,que tem uma estrutura
facetada,e comprovama sua utilidade na preparação de um esquemaespecial de classificaçãopara Geofísica.Este método de trabalho é
possível pela adoção de princípios compatíveis. Gopinath e Prasad
(1975,A 37) apontam as diferenças essenciais entre esses dois
instrumentos. Observamque o tesauro tem doisplanos de trabalho - o
plano ideacionale oplano verbal;um esquemadeclassificaçãoabrange
três planos de trabalho, ou seja, o plano ideacional,o plano verbale o
plano notacional. Estesrepresentamdiferentesníveisde profundidade
de organização e podem coexistir num sistema de recuperação de
informação, complementando as eficiências ou deficiências de ume de outro.
um esquemadeclassificação.Em 1969,a EnglishElectricCompanypublicaseu"Thesaurofacet:AthesaurusandfacetedclassificationforEngineeringandrelatedsubjects".Estetrabalhofoi desenvolvidoporJeanAitchison,membrodoCRG- ClassificationResearchGroup- daInglaterra.Atéo final dosanos50eprincípiodos60,ostesauroseram
estruturadospuramenteemordemalfabética.
Aslimitaçõesdoarranjoalfabéticolevaramaoempregodemeiosauxiliaresdaclassificaçãoqueiamdesdeosdispositivosmaisamplosatéosdetalhadosedosdispositivosauxiliaresaosintegrados(AITCHISON,1972,p.72).
Osclassificacionistasutilizaram ainda outrosdispositivosclassificatórios para os relacionamentos puramente hierárquicos.
ométodotradicionaldetesaurosparaindicarashierarquiasdetermosmaisamplosatéosmaisrestritossemostrouinsatisfatórioporquenemtodososníveisdahierarquiapodemserdispostosalfabeticamentedeumaúnicavez,ouseostermosforemdispostosalfabeticamente,nãoépossíveldistinguirosdiferentesníveishierárquicosentreeles[...] Finalmenteaanálisedefacetapodeserusadacomoumdispositivodaclassificaçãonaconstruçãodetesauros[...]. Dousodefacetasnaconstruçãodetesaurosparaumaclassificaçãototalmentefacetadacomoumtesauro,foi umpasso.OThesaurofacet[...]foiprovavelmenteumdesenvolvimentoinevitável(AITCHISON,1972).
Estenovo tipo deinstrumento tem múltiplouso:servepara catálogosconvencionais e organizações nas estantes, bem como para indexação
coordenadae uso em sistemascomputadorizados (AITCHISON,1970).
Gopinath0987, p.211)ressalta a complementaridadedas duasabordagens, pois existe uma "relação simbiótica entre um esquema de
classificação e um tesauro". O Thesaurofacet é,portanto, um marco no
desenvolvimento das linguagens documentárias pela integração da
tabela de classificação com o tesauro. Na literatura, um novo nome tem
sido usado para instrumentos que integram tesauro e classificação, o
"Classaurus" (BHATTACHARYYA,1982; FUGMANN,1990).o""Ij>:J"o
Sefoi possíveladotarprincípiosclassificatóriospara solucionar ~problemasda estruturação de conceitos,tanto nas classificações.bibliográficasquanto nos tesauros,omesmo não acontececom respeito
aosdescritoresou termos,suaforma,suadefinição.Asrespostasparaestasquestõestêmtido soluçõesestritamentelingüísticas.Aspalavrascompostassempreapresentamproblemasnossistemaspós-coordenados,eostesauros,num certomomento,foramvistoscomofonteparaessesdescritores.A Lingüísticaserviudebasepara o estabelecimentodepalavrascompostasemsistemasderecuperaçãoGONES,1981,p.54),maselastêmsidoinconsistentes.Asdiretrizese normaspara tesaurosoferecempropostasdesoluçãoparaos"termoscompostos"atravésdoquechamamde"fatoração"(IBICT,1985;BSI5723-1979;AFNORZ47-100,1981;UNESCO,1973;ISO2788,1986).Emum artigosobreotema,
)ones (1981) relata váriaspropostaspara tratamentode palavrascompostas,desdeCoatesatéAustin,passandopor Farradane,Leee)espersen,osquaisabordamaquestãooradopontodevistalingüístico,oradopontodevistaconceitual.Seetharama(1975)reforçaafaltadecritériosconsistentesparao estabelecimentodostermosnostesauros;noentanto,propõetambéma fatoraçãocomosolução.Naverdade,otermonecessitadeum tratamentoterminológicoe não lingüístico(DROZD,1981).Combasena Teoriado Conceito,Dahlberg(1978)desenvolveumestudosobredefiniçõesterminológicasquesevaimostrarútil aostesaurosnofuturo.
rn.;::~c(])E::JUooE(])00rn::J00C
:.:; Oprimeirotrabalhodecomparaçãosistemáticaentreterminologia
11etesaurocabeaoterminólogoLeska(1979,p. 583).Eleobservaqueos
SegundoRahmstorf(1993),asdefiniçõesterminológicasabremumcampodeestudodecomplexidadecrescente,porquepodemserúteisnãoapenasparaoscientistasdainformação,indexadores,especialistasemrecuperaçãoeoutrosespecialistasdaorganizaçãodoconhecimento,mastambémparatradutores,cientistas,engenheiros,especialistasemnormas,epistemólogos,psicólogos,engenheirosdo conhecimento,lingüistaseterminólogos.Eleapresenta,também,deformaesquemática,ao ladodasclassesdeusuários,a finalidadedasdefiniçõesparacadaclasse,osaspectosprincipais(estruturaconceitual,sintaxe,ouconceitoetc.)e opapeldadefiniçãoparacadaclassedeusuário.
tesaurosderecuperaçãoprecisam"expandirsuasreferênciaslexicaistornando os conceitosmais precisos,bem como definindo-os equalificando-os de acordocom seu relacionamentocom outrosdescritores".Sãoosseguintesosaspectoscomuns:
1.Ossistemasdeconceitossãocriadosparasistematizarosconceitosdeumacertaárea[...]
2. Osconceitosdosistemadeconceitossãodefinidospormeiodesuascaracterísticas[...]
3.Ossistemasdeconoeitoscomoostesaurosvisamaabrangertodososconceitos
e/outermosdeum campodeassunto[...]
4.Aestruturabásicadosistemadeconceitoséoesquemaestruturalnoqualtodososconceitosrelevantesdevemencontrarseulugarapropriado[...]
5.Cadasistemadeconceitos,especialmentecomrelaçãoadesenvolvimentos
futuros,visaaindaàcomplementaçãonoquadrodoseuâmbitotemático[...]
6.Aatividadededesenvolvimentoe aperfeiçoamentodosistemadeconoeitos
não fica forada influência dasregrasgramaticaisquegovernamosnomes
querepresentamessesconceitos[...]
Asterminologiasdevem-seapresentardeformasistemática,e não
alfabética.Esteaspectotemlevadoànecessid~dedeempregarnotação,aproximandoaterminologiadaclassificação.Oconteúdodeumconceitoé estabelecidoa partir da áreade conhecimentoe do propósitodaterminologia.Porsuanaturezasistemática,o
o''''U":J"'O
gc:
Osbancosdedadosterminológicossão,na verdade,sistemasde.-classificação,na medidaem que agrupamconceitosligados
códigodoassuntoéumdoselementosmaisimportantesnaentradadosbancosdedadosterminológicos[...] Umalistaalfabéticanãoajuda[...] Somenteumesquemadeclassificaçãopodemostraremquedetalheumcampodeassuntofoiestruturadoeocódigoajudaaverificaraamplitudecorretadoconteúdodeum conceito,especialmentequandousadocomotermodeindexação,efacilitaointercâmbioentrevárioscamposdetermos(NEDOBITY,1987,p. 12.)
hierarquicamente. E é a área tecnológica, responsávelpelodesenvolvimentodestesbancos,queestásuscitandoadiscussãoemtornodo carátersistemáticoda Terminologiae, conseqüentemente,daClassificação.
[Um recente]levantamentoda atividadeterminológica[h'] mostraanecessidadeda atividadeterminológicasistemáticaparamelhoraraconfiabilidadedeprodutos,processose serviços,bemcomofacilitar acooperaçãotécnicaeaeliminaçãodasbarreirascomerciais.Comoécomumnaatividadeterminológica,aestruturaçãoconceitualeaclassificaçãosãoosprincipaiscomponentesdaatividade(STREHLOW,WRIGHT,1993,p.3).
Aterminologia,porsuanaturezasistemática,aoladodaclassificação,temsidovistaem literaturamaisrecentecomocontribuindoparaodesenvolvimentodeoutrasáreasque,dealgumaforma,trabalhamcomrepresentaçãodainformação.Osprincípiosdesistematizaçãodetermos,comunsà Terminologiae à Classificação,sãofundamentaisparaosBancosde Conhecimento,uma vezque, neles,os conceitossãoestruturados,classificadose sistematizados(DZHINCHARADZE,1993,
p.127).
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~ Budin (1993)vê a possibilidadedeseestabeleceruma Teoriada~ Terminologiaque resultariada junção das teoriasda Ciênciada~ Informação, aplicadas à construção e uso das linguagens de:.:J documentação(sistemasdeclassificação,tesaurosetc),coma teoria.compreensivada organizaçãodo conhecimento.
Nedobityidentificanosprincípiosteóricosdaterminologiaaspectosque devemser observadospara o desenvolvimentode sistemasespecialistasedepesquisanaáreadeinteligênciaartificial,camposquelidam comconceitos,sistemasdeconceitos,ligaçõesdeconceitosetc.ConsideratambémossistemasdaclassificaçãodaCiênciadaInformação
e daTerminologia,bemcomoossistemasespecialistascombasenoconhecimento,como duaspontasde um continuum de recursosrelevantesparasíntesee interpretaçãodoconhecimento(NEDOBITY,1987).
A problemática relativa à representaçãoda informação e doconhecimentovemsendoabordadaporváriosestudiosos,atualmente,extrapolandoo domíniodaDocumentáção.Nãosepode,entretanto,abandonarsuasprópriasteoriasrelacionadascomarepresentação,poiselassãoparteintegrantedessenovomovimento,e têmemcomumaorganizaçãodoconhecimento.
.
-2 TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO FACETADA
ATeoriada ClassificaçãoFacetadaé desenvolvidapor ShiyaliRamamrita Ranganathan na décadade 30, a partir da ColonClassification,tabeladeclassificaçãoelaboradaparaaorganizaçãodoacervodaBibliotecadaUniversidadedeMadras,na Índia.
Atéaquelemomento,no âmbito da Documentação,as tabelasexistentesnão apresentavamasbasesteóricasparasuaelaboração.Ranganathanfoi o primeiro! a evidenciarosprincípiosutilizadosnaelaboraçãodesuatabela,proporcionandouma verdadeirarevoluçãona áreada ClassificaçãoBibliográfica.Na verdade,ele nãoelaborasomenteum trabalhoteóricoparaexplicaraconstruçãodaTabela,masapresentauma teoriasólidae fundamentadaparadarà ClassificaçãoBibliográficaumstatus queaelevaadisciplinaindependente.
SuaTeoriaestáapresentadapraticamenteemquatroobrasbásicas:FiveLawsofLibraryScience,1931, prolegomenatoLibraryClassification,1937,Philosophyof BookClassification,1951,alémdaprópriaColonClassification, 1933.Suasobrasevidenciam,de forma bastante
contundente,a influência que a Filosofiaoriental exerceuem suaatividade.Alémdisso,suaformaçãomatemáticadeveterinfluenciado,igualmente,no desenvolvimentodesua Teoria.É estaintegraçãoextremamentepeculiar do pensamentoracional e do pensamentooriental quedá à Teoriada ClassificaçãoFacetadaum espaçotodopróprio.
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'Kumar (1981, p. 409), estudioso e professor de classificação indiano, a ~respeito do trabalho inovador de Ranganathan acrescenta que ele se ~"beneficiou dos trabalhos de Richardson, Cutter, Hulme, Brown, Sayers, Bliss De assim por diante. Ele teve a oportunidadede melhorarsua teoria ao <O
experimentá-Ia por um período de 40 anos. E formulou a Classificação dos ;;:Dois Pontos, na qual aplicou sua teoria. Testou sua teoria com a ajuda de '§princípiosnormativos. Produziuuma terminologiatécnica própria e não hesitou ~em adotá.la de outros. Além disso, sua base Bramânica e matemática deu-lhe uma mente clara e lógica [...] Como resultado, foi capaz de sistematizar.o estudo e a prática da Classificação."
Nestecapítulo procura-sedeixarevidenteocaminhopercorridoporRanganathanparaodesenvolvimentodesuaTeoria,alémdospricípiosquearegem.
2.1 CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA: análise deseu desenvolvimento
A classificaçãobibliográfica2 como esquemaque permite aorganizaçãoe a recuperaçãodoconhecimentoregistradoé objetodeanálise nesta seção,a partir dos princípios estabelecidospor
Ranganathan.
Ranganathan é um dos primeiros teóricos da classificaçãobibliográficaque,aoexplicaranaturezadestaatividade,deixaevidentea necessidadede elaboraresquemasde classificaçãoque possamacompanharasmudançaseaevoluçãodoconhecimento.Segundoele,oconhecimentoé liatotalidadedasidéiasconservadaspeloserhumano"(RANGANATHAN,1967,p.81),atravésdaobservaçãodascoisas,fatoseprocessosdomundoqueocerca.
Osesquemasdeclassificaçãobibliográficateriam, assim,duplafunção:adepermitiraorganizaçãodosdocumentosnasestanteseaderepresentaroconhecimentoregistradonumadadaáreadeassunto.Este
2 Ranganathan adota a terminologia"classificação de assunto" em vez de"classificação bibliográfica": "o principal núcleo da classificação bibliográficaé a classificação de assunto. Devemos chamar este núcleo de classificaçãode assunto" (RANGANATHAN, 1967, p. 94). Para Cavalcanti, "a classificação
.!!! bibliográfica é essencialmente uma classificação de assuntos", que estão~ registrados nos documentos; estes, por sua vez, nada mais são do que o~ conhecimento produzido e registrado pelo ser humano. Uma vez que esteE tipo de classificação trata dos assuntos registrados em material bibliográfico,
g encontramos na literatura da área os termos classificação bibliográfica eO classificação de assuntos como sinônimos, para diferenciar estes esquemasE das classificações filosóficas e das ciências. Apesar de os dois termos seremgj, usados na literatura da área como termos gerais que abrangeriam todas as~ classificaçõesque visam a organizardocumentos, são usados, também, como~ termos que definem classificações específicas: "Classificação de Assunto",:.::J que foi usadopor JamesDuffBrown,1906,na Inglaterra,paradesignaro. seu esquema de classificação; e "Classificação Bibliográfica", usado por
. H.E.Bliss, em 1935, nos Estados Unidos (CAVALCANTI, 1976, p. 241-253).
enfoque,quevisaatornarasclassificaçõesmaisdinâmicaseatualizadas,vemsendohámuito tempoconsideradoporváriosteóricosdaárea:
Emgeral,quantomaisumaclassificaçãochegaàverdadeiraordemdaciência
equantomaispróximasemantémdela,melhorseráo sistemaemais longaserásuaexistência(RICHARDSONapudPIEDADE,1983,p.66).
Deve-seterclaroemmentequeaclassificaçãodoconhecimentodeveserabasedaclassificaçãodelivros;queaúltimaobedeceemgeralàsmesmasleis,segueamesmaseqüência[...]Umaclassificaçãodelivros,nãopossorepetirmaisenfaticamente,éumaclassificaçãodoconhecimento(SAYERSapudPIEDADE,1983,p.66).
Adistinçãofeitatãofreqüentementeentreclassificaçãodoconhecimentoeclassificaçãodelivrosnãodevenoslevaraconclusõesnegativas[...]Há,naverdade,doistiposdeclassificação:deumladoalógica,naturalecientífica,deoutro ladoa prática,arbitráriae utilitária; masna classificaçãodebibliotecas,devemosunirestasduas,asduasfinalidadesdevemsercombinadas(BLISSapudPIEDADE,1983,p.66).
o melhorpensamentoatualmenteacreditaqueumaclassificaçãobibliográficaéidênticaaumaclassificaçãodoconhecimento,comalgunsajustes,devidoaomodopeloqualosassuntossãoapresentadosemlivros,masconsideraquedevemosprocuraroutrosprincípiosalémdaquelesprópriosdasclassificaçõescientíficase lógicas,poisclassificaçõescientíficasdefenômenosnaturais,baseadasemrelaçõesgênero/espéciesãosóumapartedaclassificaçãobibliográfica.Hámuitasoutrasrelaçõesnosassuntosdosdocumentos,relaçõesdapartecomo todo,dapropriedadecomseupossuidor,daaçãocomseupacienteouagente,eassimpordiante(LANGRIDGEapudPIEDADE,1983,p.66).
Ranganathanfoi, no entanto,aquelequeconseguiuestabelecerprincípiosparauma novateoriadaclassificaçãobibliográfica,eo feztendocomobaseo próprioconhecimento.
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A grandeproblemáticadosEsquemasdeClassificaçãoexistentes ~-osemprefoiaadequaçãodosassuntostratadosnosdocumentosàestrutura .!!1
classificatória existentenos esquemas.Sobreestaproblemática &Ranganathannãoéoúnicoatrabalhar,mastalvezumdosprimeirosa.tentar solucioná-Iade forma prescritiva.Em seusProlegomena
(RANGANATHAN,1967,p. 370), apresentaa questãodo "Desen-volvimentodoUniversodeAssuntos"esuarelaçãocomo conteúdodeassuntosexistentesnosdocumentos,evidenciandoque,comoprogressoda Ciência,os livrosnão mais abordamapenasum aspectodeumassunto,mastêmum tal graudecomplexidadeque,na maioriadasvezes,tratam de vários aspectosde um problema ou reúnemconhecimentodeáreasdiversas.Sendooconhecimentoum continuum
dinâmico,eranecessáriodesenvolverumateoriaquefossecapazdesu-peraralgumasdificuldadesapresentadaspelasTabelasemuso.Porexem-plo,poderiaum assuntoserclassificado,emgeral,nastabelasemduas
áreasdiferentes?Eranecessáriaumaestruturaclassificatóriaqueprevissetaisdificuldades,comum sistemanotacionalcapazdesuperá-Ias.
Contaum deseusalunos(PALMER,AUSTIN,1971,p. 46) queRanganathan,comoalunodeBiblioteconomiaemLondres,aoestudar
aClassificaçãoDecimaldeDewey,em1925,jáseressentiadoproblemadafaltadeadequaçãodosistemaparacertosassuntos.
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~ Nestesentido,paraaelaboraçãodeum EsquemadeClassificação,:5 RanganathanevideI)ciadoisespaçosdeaçãodiferenciados:oespaçodo.documentoeo espaçodoconhecimento.Parte,primeiramente,parao
Seusestudosemclassificaçãopráticano UniversityCollege,emLondres,mostraramclaramentea incapacidadedaClassificaçãoDecimalclassificardemodopreciso.Haviaumexercícioentãousado,noqualoprofessorliaonomedeumlivrocomumtítuloexpressivoeosestudantesforneciamumnúmeroapropriado.Ranganathanmuitasvezesachavaquepoderiafornecerdois:eleestavainconscientementeencontrandoumfenômenoquejáhavíamosobservado,queosassuntosdoslivroscomumentetêmmaisdeumafaceta.OsassistentesdabibliotecapúblicainglesacondicionadosaoDewey,e queformavamamaioriadosestudantes,encontravampoucadificuldade:elesestavamseguindoinconscientementeatrilhadeixadapelasbibliotecasdeondevinham[...] MasRanganathannãoestavacondicionadoetinhaumabaseintelectualcomtradiçãonopensamentoanalíticoenãopodiaaceitaroscom-promissosqueousodaClassificaçãoDecimalexigiadele[...]Sentiuqueelaerainadequadapararegistraracomplexidadecrescentedaliteratura,mesmoem1925,ecomeçoualançarumasériedecaminhosparamelhorá-Ia.
entendimentodeste"espaçododocumento",tentandoevidenciartodaaproblemáticadamanifestaçãodoconhecimentoquesedáatravésdosassuntosdosdocumentos:quaissãoos modosde formaçãodessesassuntos,paraquea tabeladeclassificação,atravésdesuanotação,possarepresentá-Ias.Inicia, portanto,analisandoos assuntosparaidentificarseuselementosconstitutivos.Estes,enãomaisosassuntos,
passamaseraunidadedaestruturaclassificatória,capaz,então,deserdinâmica o bastantepara abarcar todosos assuntosadvindosdodesenvolvimentocientífico,comsuaspeculiaridades.
ParaseentendermelhorascontribuiçõesdeRanganathanemfacedosesquemasdeclassificaçãoexistenteséprecisoidentificara teoria'declassificaçãoqueestásubjacenteà elaboraçãodeum esquemadeclassificação.A teoriada classificaçãobibliográficapassoupor doisestágiosdeevolução:o primeiroestágioé o da teoriadescritivae o
segundo,o da teoriadinâmica(KUMAR,1981,p. 78).Defato,nãosepodeafirmar queexistauma TeoriaDescritiva.O nomefoi dadoporRanganathanparacontraporàTeoriaDinâmica.
Atéa décadade 30, os esquemasde classificaçãobibliográficosexistentes não estão elaborados de forma a acompanhar odesenvolvimentodeum "Universode assuntosdinâmico, infinito,
multidimensional, multidirecional e sempre turbulento"(RANGANATHAN,1967,p. 373), e, por isso,acabamquasesempretornando-seobsoletos,poispossuemescassaspossibilidadesdeinclusãodenovosassuntosemsuastabelas.A "teoria" subjacenteàelaboração
dosprimeirosesquemasdenomina-sedescritiva,poisdescreveo estadoatualdoconhecimentoenãotemmecanismosquepermitamatenderàsmudançasadvindasdasdiversasáreasdoconhecimento.
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3Segundo Kumar (1981, p. 77), "Uma teoria refere-se a um corpo organizado "de princípios. Estes princípios fornecem direção a profissionais do assunto .~tratado.Qualquerteoria,assimcomo qualquer assunto, vai ao encontro de ~um processo de crescimento e desenvolvimento. Assim, uma teoria deve ro.ser elementar por um lado e avançada por outro, dependendo do seu estágio.de desenvolvimento".
OsClassificacionistasanterioresa Ranganathanorganizamosesquemasa partir dosassuntosrepresentativosda literaturada área,naquelemomentohistórico, isto é, os elementosconstitutivosdos
esquemassãoos assuntosrepresentadosa partir da freqüênciadeocorrênciana literatura.Sópermitem,por issomesmo,representaroconhecimentojáestabelecido.Daíadificuldadeemclassificarassuntosnovos,muitosdosquaisaindasemum nomefixado.Pode-seafirmarque,naquelesesquemas,nãoocorrea ligaçãoentreo conhecimentoeas classificações,mas entre os assuntosdos documentose asclassificações.
A partir da primeira ediçãoda Colon Classificationem 1933,
Ranganathanapresentaumanovamaneiradeelaborarclassificaçõesbibliográficas.Eleconstróium esquemaquegaranteum lugarparaosnovosassuntosquevenhamasurgircomadinâmicadoconhecimento.
Osprincípiosquepassamaregeraelaboraçãodetaisclassificaçõesestãocontidosna teoriaqueRanganathanapresentacomoTeoriaDinâmicadoConhecimento:
UmaTeoriaDinâmicaéaquelaqueécapazdeproduzirumametodologiaseguraparaoplanejamentodeumesquemadeclassificaçãobibliográfica.Talteoriapossibilitaorganizarnovosassuntoseassuntosjáconhecidosemlugaresapropriadosnoesquema,semtrazerdificuldadesparaaseqüênciaútil (KUMAR,1981,p.82).
Estateoriaé descritapela "primeira vezna segundaediçãodosProlegomenato Library Classification(publicadoem 1957).Este
.ê trabalhoapresentaa descriçãoda TeoriaDinâmicada Classificação't't!
~ Bibliográficadesenvolvidaaté 1955.Uma avançadaversãoda Teoria§ Dinâmicafoi publicadaem 1967,na formadaterceiraversãodo8 ProlegomenatoLibraryClassification"(KUMAR,1981,p.83).ComoE desenvolvimentodoseuestudopode-seobservarque,emtodootrabalho,C]) .
~ eledesenvolveprimeiramenteumaatividadepráticaparadepoisteorizar.~ sobreestaprática.Ranganathannão.apresenta,porém,ateoriadeforma-'.didática.Osprincípiosquenorteiamaelaboraçãodestetipodeesquema
estãodistribuídosportodaaterceiraediçãodoProlegomena.Naverdade,
aTeoriaDinâmicadoConhecimentoparaaClassificaçãoBibliográficaéconstituídaportodososPostulados,PrincípioseCânonesapresentadosna terceiraedição,elaboradosparacadaum dosplanosdetrabalhoda
classificação:PlanoIdeacional,PlanoVerbalePlano~otacional.
Deumamaneirageral,aTeoriaDinâmicavemsecontraporàTeoriaDescritiva.Se,nestaúltima, seconfundema estruturada tabelae os
assuntosdosdocumentos,naquelao esquemaéelaboradoa partirdaestruturado conhecimento,com mecanismosque possibilitam aconstanteinovaçãodoconhecimento.Defato,oqueelatornapossívelé
organizaros conceitosrelevantesdasáreasrepresentadas,os quaisdevidamentecodificados(notação)ecombinadosemumaordempre-estabelecida representamosassuntosdosdocumentos.O assuntonãoestáprontono esquema;eleé construídono momentodaanálisedo
documento.Assim,seo usodaTeoriaDescritivapermiterepresentaroconhecimentoregistradodeum dadomomentohistórico,a Teoria
Dinâmica,porsuavez,vai interagircomestarealidade,já quepossuiprincípiosquenorteiamaelaboraçãodeesquemasflexíveis.
NodesenvolvimentodaTeoriaDinâmica,Ranganathanapresentaumavisãofilosóficadodesenvolvimentodoconhecimento,apartirdadefiniçãodoUniversodeConhecimentocomoumaespiralqueestáemmovimentocontínuo agregandonovosconceitos,trazendopara oUniversodeTrabalhodaClassificaçãoumaperspectivadinâmica.
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Osesquemasproduzidosdurantea vigênciada TeoriaDescritiva ~foram classificadospor Ranganathanem EsquemadeClassificação .~Enumerativa,EsquemadeClassificaçãoQuaseEnumerativa,Esquema.~
deClassificaçãoQuaseFacetada.Deformageral,estesesquemaspossuem
Aseguir,faz-seumabrevedescriçãodosesquemasqueadotamosprincípiosdaTeoriaDescritivaedaquelesqueadotam..o.sprincípiosdaTeoriaDinâmica,classificadossegundoopróprioRanganathan(1967,p.94).
2.1.1 Caracterização dos esquemas descritivos
umatabelabásicaquetemporfunção"enumerartodososassuntos-dopassado,dopresenteedofuturoantecipado"(RANGANATHAN,1967,p.95).Astabelassão,em geral,longas,encontrandodificuldadeem"acomodarnovosassuntosnumaposiçãoadequadacomrespeitoaosassuntosexistentes"(KUMAR,1981,p. 68). Sua basenotacionalcaracteriza-seporpossuirdígitossemanticamentericos,ondeosassuntossãoenumerados,acarretandoclassesnuméricaslongas.Nestesesquemasverifica-se,ainda,queosassuntosdosdocumentosqueexistemequevirãoaexistirsãodeterminadosapriori dacriaçãodetaisesquemas.
Nãoexiste,assim,umaseparaçãonítidaentreomomentodaelaboraçãodosesquemase,conseqüentemente,da representaçãodoestadoatualdoconhecimento,eo momentodaanálisedodocumento.
Pode-sedizerqueadiferençabásicaentreosEsquemasEnumerativo,QuaseEnumerativoe QuaseFacetado,quetomampor basea TeoriaDescritiva,équenosEsquemasEnumerativosexisteumaúnicatabela
queenumeraassuntosbásicos- suabasenotacionalé monolíticaedevecomportar todosos assuntosbásicos;nos EsquemasQuaseEnumerativosamplia-seaindamaisa tabela- queagoranãoémaissingulare passaa serprincipal- queenumeraassuntosbásicosecompostos,verificando,ainda,acriaçãodetabelasdeisoladoscomuns,4enosEsquemasQuaseFacetadosestãopresentestodososelementosdoEsquemaanterior,acrescidosdetabelasdeisoladosespeciaisedealgumaorientaçãopara a elaboraçãoda notação,queé menosmonolítica(RANGANATHAN,1967,p.95-105).
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:§ 4 Isolado comum: Isolados (ver subitem "Elementos da Estrutura. Classificatória") que podem integrar assuntos compostos em todos ou quasetodos os assuntos básicos. Ex.: local, tempo.
Estesesquemasforammais tardeclassificadospor Ranganathancomopertencentesa doisperíodos:o PeríodoPré-Faceta,quedatade1876a1896,noqualosEsquemasEnumerativoseQuaseEnumerativosestãoinseridos;eo PeríodoTransiçãoparaaFaceta,quedatade1897a1932,noqualosEsquemasQuaseFacetadospodemserincluídos.
o PeríodoPré-Facetaé caracterizadopor Ranganathan(1978,
p. 17) a partir dos seguintespontos: 1. Uso dos conteúdosdeconhecimentooudosassuntosdoslivros- oumacropensamentos-
comobaseparaa classificaçãoe arranjodoslivrosedesuasentradasprincipaisnoscatálogosebibliografias;2.Usodeum sistemanotacionalou númerosordinaisparamecanizaro arranjodoslivrose desuasentradas;3.Usodafraçãodecimalpuranosistemanotacional.
NoPeríododeTransiçãoparaa Faceta,foi introduzidaa notaçãomista,poisosesquemasenumerativosexclusivamentemonolíticos
mostraram-seinsuficientespara acompanharas mudançasquecomeçamasurgirnoiníciodoséculoXX(RANGANATHAN,1978,p.2I),taiscomo:aacumulaçãomundialdecercade12milhõesdedocumentos- inclusiveosmicrodocumentos,a umataxaanualdecrescimentode
cercadeum milhãodedocumentos;astentativasdospróprioscientistasparaenfrentarasituaçãoeseusfracassos;eaprofissãobiblioteconômicaquenãosedesenvolveuosuficiente.
RanganathaneseusseguidoresconsideramEsquemasEnumerativosa Library of CongressClassification e a Rider's International
Classification;EsquemaQuaseEnumerativo,aDecimalClassification,de Melvil Dewey;e EsquemaQuaseFacetado,a UniversalDecimalClassification.
2.1.2 Caracterização dos esquemas com base naTeoria Dinâmica
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AprimeiraediçãodaColonClassijication,em 1933,éconsiderada ~como o primeiro esquemade ClassificaçãoFacetadaregidapelos 'g.
uprincípios da Teoria Dinâmica do Conhecimento,muito embora ~Ranganathanafirme, mais tarde,no Prolegomena, que o termo ~"Facetada"nãofoi usadonaquelemomentoe,sim, anosmaistarde -25
(RANGANATHAN,1967,p. 106).Porém,já no primeiro ano desua '§profissãocomobibliotecário,a idéiasobreo conceitocomeçoua se ~
formaremsuamente.ContaRanganathanque,naqueleperíodo,.
verificouqueastabelasdaCDDeLCfalhavamaonãopermitirexpansõesemsuaclassenumérica.
Naquelesanos,osprincipaisassuntosdemeuinteresseerammatemática,literaturaeeducação.Emtodosessescamposdeassuntos,viqueoEsquemaEnumerativodaCODnãopermitiaaco-extensãodaclassenumérica.AcheiqueissoerapiornoassuntoHistória.EunãopodiadizerondenaCOOestavaafalha.Eunãopodiadizerentãooqueeraumaclassificaçãofacetada.Masalgumacoisaocupavameupensamentocontinuamente.Umdiaaconteceuqueeuviumjogo"Meccano"emumadaslojasSelfridgesemLondres.Foioquemedeuapista.Issomefezsentirqueonúmerodeclassedeumassuntodeveriaserrealmentefeitopelareuniãodos"NúmerosdeFacetas"encontradosemdiversastabelasdistintas,domesmomodocomoumbrinquedoqueéfeitopelareuniãodeumavariedadedepartes.EscolhiodígitoDoisPontos(:)comoodígitoconectanteparaqualquerfacetaisolada.Posteriormente,issotambémmefezsentirqueumassuntodeveriaseranalisadoemfacetasantesqueseunúmerodeclassepudesseserconstruído(RANGANATHAN,1967,p.106).
Osprincípiosda TeoriaDinâmicainfluenciamum novotipo deClassificaçãoBibliográfica,aClassificaçãoFacetada,quenãoserárefémda "emergênciadenovosassuntos",mas,aocontrário,possibilitaráhospitalidade.AColonClassifica/ionéconsideradaoprimeiroesquemafacetado.SuasediçõesposterioresapresentamaperfeiçoamentosquelevamRanganathanaclassificarasprimeirasedições(a P em 1933,a2aem1939ea3aem1950)emRigidamenteFacetadaseasposteriores,emLivrementeFacetadas(4aed.em 19525emdiante).
OEsquemaRigidamenteFacetadosecaracterizacomoaqueleemque"as facetase suasseqüênciassãopredeterminadasparatodosos
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§ 5 ParaKumar(1981,p. 72 ), sãotrêsos períodosda ColonClassification:o~ período Rigidamente Facetado, que vai da 1" à 3" edição, o período QuaseO Livremente Facetado, que vai da 4" edição até a 6" edição (1963) e o período~ Livremente Facetado, a partir da 7" edição, que ele chama de Versão 3 da~ Colon Classification. O segundo período é assim justificado: "Um esquema5b se torna quase livremente facetado porque o uso de diferentes dígitos:§ indicadorespara diversos tipos de facetas e o conceito de ciclos e níveis
removeram a rígidezsevera no número e na seqüênciadas facetas que podem. ocorrer num assunto composto. No entanto, alguma rigidez se escondia comrelação aos níveis de facetas dentro de um ciclo."
assuntos e acompanhamuma classebásica"(RANGANATHAN,1967,p. 107),ouseja,cadaclassebásicatemumafórmulafacetadaetodosos
elementosdafórmuladevemestarpresentesnoassunto- o que,porvezes,nãoocorre.É issoquetornao esquemarígido (KUMAR,1981,p. 72). Nestafase,Ranganathanprocuraevidenciara estruturadoconhecimento(fórmuladefaceta)decadaáreadoconhecimento(classebásica)etransferi-Iaparaoplanododocumento.Noentanto,osassuntostratadosnosdocumentosnão englobam,na maioria dasvezes,o
conhecimentocomoumtodo,e,sim,partedele.Elepercebe,então,queé necessáriosepararestruturado conhecimentoe representaçãodoassuntododocumentoparatornarosistemamaist1exível-nestecaso,
naelaboraçãodanotação.AColonClassifica/íoné,então,aprimorada,tornando-seumaClassificaçãoLivrementeFacetada.
Numesquemalivrementefacetadodeclassificação,semqualquerinfluência
dastabelasdeclassificaçãoexistentes,quaisquerquesejamasfacetasqueocorramnum assuntocomposto,elassãodescobertaspelaanáliseda facetadaqueleassunto.Aseqüênciaapropriadadasfacetasencontradasédeterminada
deacordocomospostuladoseprincípiosestabelecidos.Ostermosdasfacetas
sãoorganizadosnestaseqüência.Logo,cadatermodafacetaésubstituídoporseunúmeroda faceta.Finalmente,osnúmerosda facetasãosintetizadosno
númerodaclassecomo auxíliododígitodeconexãoapropriado.Assim,cadaassuntocompostodeterminasuasprópriasfacetas- enúmerosdeclasses.Determina,também,~uaprópriaseqüênciadefacetas.Nãohánadarígidonemnonúmeronemnasucessãodefacetas.Thdoélivre.ÉporistoqueoesquemaéchamadoClassificaçãoLivrementeFacetada.Tendoemvistaa ~
análisee a síntese,que figuram sucessivamenteno cursoda classificação, ]outronomeparaessetipodeclassificaçãoéaClassificaçãoAnalítico-Sintética.~Comoaseqüênciadefacetasdeumassuntocompostoédeterminadadeacordo ~comalgunspostuladoseprincípiosbásicosaplicáveisaqualquerassunto '(3.~composto,a fim deenfatizaressacaracterísticada classificaçãoanalítico- "g
sintética,ela é chamadade ClassificaçãoAnalítico-SintéticaGuiadapor .~PostuladosePrincípios.Deve-seenfatizarquequalquerClassificaçãoFacetada Unão é analítico-sintética a menos que seja livremente facetada .g(RANGANATHAN,1967,p.109). .êo
~As ClassificaçõesLivrementeFacetadaspassam,assim,a ser.chamadasdeAnalítico-Sintéticas.
2.2 PRINCíPIOS DA TEORIA DA CLASSIFICAÇÃOFACETADA
ATeoriadaClassificaçãoFacetada,comotodateoria,éum corpuscomplexo.Paraquepossasercompreendidaem todaasuaextensão,procura-seorganizarsuaexposiçãodemodo a seguirum pretensocaminhododesenvolvimentodasidéiasdeRanganathan,umavezquesuasobrasbásicas,citadasnoinÍCiodesteCapítulo,nãoo indicamnemapresentamuma disposiçãodidática. Pode-seobservarque osfundamentosquepermitemo entendimentodesuaTeoriacomoumtodoestãodistribuídosnaquelasobras.Assim,acredita-seque,parachegaraonúcleodesteestudo,istoé,aosprincípioscomunsàTeoriadaClassificação,TeoriadaTerminologiaeTeoriadoConceito,apresentedisposiçãoé amaisadequada.
2.2.1 Universo do conhecimento e universodos assuntos
Aimportânciadaproduçãodoconhecimentoea int1uênciaqueessa
produçãoexercesobreo planejamentodeesquemadeClassificaçãoBibliográficaétemarelevantenostrabalhosdeRanganathan.Oprocessoderelacionarobjetosefatoséumprocessoclassificatório,oquefazcomque Ranganathantraga essasquestõespara dentro da TeoriadaClassificação.NosProlegomena (RANGANATHAN,1967,p. 80), elediscuteo processodeformaçãodeconceitose suarelaçãocomo quedenominaUniversodasIdéiasoudoConhecimentoesuaint1uênciano
trabalhodaclassificação.rn.;::,rn
~ SegundoRanganathan,o homemdepositanamemóriaperceptosEa puros,istoé, impressõesproduzidasporqualquerentidadeatravésdeoo um sentidoprimáriosimples.Porexemplo,a luzquevemdasestrelasé
~ operceptoproduzidoporumaentidadedomundofísico- asestrelas.As~ entidadescorrelatasde um percepto,queestãofora da mente,são:.5 denominadasporRanganathandepercepção.Quandoa impressãoé.depositadanamemória,comoresultadodaassociaçãodedoisoumais. perceptospuros,formadossimultaneamenteounumasucessãorápida,
nãotemosmaissomenteumperceptopuro,masumperceptocomposto.Comoficaclaronoexemploabaixo:
Vamosassumirqueoperceptopurodosom"COIVO",emitidosimultaneamente
pelamãe,setornaimpressonamemóriadacriançacomooperceptocomposto
"COIVOcrocitante".Vamos,alémdisso,assumirqueoperceptopurodacordo
COIVOeo perceptopuro do som "preto" emitidopelamãesejaassociadonamemóriadacriança.Entãoo perceptocomposto"COIVOépretoeelecrocita"
ou "COIVOpretocrocita"éformadonamemóriadacriança.Logo,umpercepto
compostopodeserformadopelaassociaçãodedoisou maisperceptospuros(RANGANATHAN,1967,p.80).
Nomomentoemquesãodepositadosnamemóriaosperceptospurose compostos,dá-seuma associaçãoe os conceitos se formam.Ranganathan(1967,p. 80) alertaparao fatodequea linha divisóriaentreumperceptocomposto- aqueleformadopelaaglutinaçãodeváriosperceptospuros- e o conceitoé tênue.Oprimeiro,istoé,o perceptocomposto,transitaparaoúltimo,sendosónecessáriosomaraoprocesso
deaglutinaçãooprocessodeassociação,oqueacarretaoestabelecimentoderelações.Dessaforma,éapartirdaformaçãodosconceitosquesevaiproduzirna mentedo serhumanoum quadrode identidadecomomundoqueocerca.Emummomentoposterioràformaçãodosconceitos,istoé,a partir daexistênciadeum padrãoconceitualjá estabelecido,podeocorreraassimilaçãodenovasexperiências,oquelevaaoprocesso
que Ranganathan denomina de apercepção.O conjunto destasapercepçõesdepositadasnamemóriasedá,então,apartirdosconceitosjápresentesnamemória,como acréscimodaassimilaçãodeperceptosrecentementerecebidoseconceitosrecentementeformados.
ra"'Ora~ura
LL.o
Ira
Para chegarmos,entretanto,à definição de Universode ÔConhecimentoemRanganathan,serápreciso,primeiramente,analisar ~aindaosconceitosdeidéia,informação,conhecimentoeassunto.Idéia ÕparaRanganathan(1967,p. 81)é umprodutodopensamento,da .grareflexão,da imaginação,quepassoupelointelecto,integrandocoma '§
<1J
ajudada Lógicaumaseleçãodeconjuntosdeapercepção,e/ou I-'"
diretamenteapreendidapelaintuiçãoedepositadanamemória..
A informaçãosedariano momentoemqueuma idéiaécomunicada
por outrosou obtida a partir do estudopessoale da investigação.ConhecimentoédefinidocomoatotalidadedeidéiasconservadaspelaHumanidade;assim,nestesentido,conhecimentopodesersinônimodeUniversode Idéias.Assuntoé um corpo de idéiasorganizadasesistematizadas,porextensãoe intensão,queincidedeformacoerenteno campodeinteresse,decompetênciaintelectualedeespecializaçãoinevitáveldeumapessoanormal (RANGANATHAN,1967,p.92).
O UniversoOriginalde Idéias,tambémchamadodeUniversodoConhecimento,não só é o local onde as idéiasconservadasestão
agrupadas,mastambémolocalondeexisteum movimentoquepropiciaum repensarconstantesobreaapreensãodasobservaçõesfeitaspeloserhumano,apartirdomundoqueocerca.OUniversodoConhecimento
éasomatotal,nomomento,doconhecimentoacumulado.Eleestásempreem desenvolvimentocontínuo.Diferentesdomíniosdo Universodo
Conhecimentosãodesenvolvidospordiferentesmétodos.OMétodoCientíficoéumdosmétodosreconhecidosdedesenvolvimento[...]OMétodoCientíficoécaracterizadopelomovimentosemfimemespiral(RANGANATHAN,1963a,,p.359).
Assim,paraexplicaro movimentodopróprioatodeconhecer,percebere sua influência sobreos esquemasde classificação,Ranganathanapresentaa EspiraldoUniversodo Conhecimento,quepossuivárias fasesno seudesenvolvimento.Por conveniênciade
referência,Ranganathan(1963a,p. 359) utiliza a denominaçãodospontoscardeaisparademonstrá-Ias:.ê
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E::JUo
~ ASCENDENTE - apresentaa acumulaçãode leis indutivasou~ empíricasemreferênciaaosfatosacumuladosemNadir.::J0.0 A
:.5 ZENITE- apresentaasleis fundamentaisformuladas,isto é, a.compreensãode todasasleisindutivasou empíricasacumuladasnoI Ascendentecomimplicaçõesobrigatórias.
NADIR- apresentaaacumulaçãodosfatosobtidospelaobservação,experimentaçãoe outrasformas deexperiência.
nãotemosmaissomenteumperceptopuro,masumperceptocomposto.Comoficaclaronoexemploabaixo:
Vamosassumirqueoperceptopurodosom"calVo",emitidosimultaneamente
pelamãe,setornaimpressonamemóriadacriançacomooperceptocomposto
"calVocrocitante".Vamos,alémdisso,assumirqueoperceptopurodacordo
calVoeo perceptopuro do som"preto" emitidopelamãesejaassociadonamemóriadacriança.Entãoo perceptocomposto"COIVOépretoeelecrocita"
ou "COIVOpretocrocita"éformadonamemóriadacriança.Logo,umperceptocompostopodeserformadopelaassociaçãodedoisou maisperceptospuros(RANGANATHAN,1967,p.80).
Nomomentoemquesãodepositadosnamemóriaosperceptospurose compostos,dá-se uma associaçãoe os conceitosse formam.Ranganathan(1967,p.80)alertaparaofatodequealinhadivisóriaentreumperceptocomposto- aqueleformadopelaaglutinaçãodeváriosperceptospuros- e o conceitoé tênue.Oprimeiro, istoé,o percepto
composto,transitaparaoúltimo,sendosónecessáriosomaraoprocessodeaglutinaçãooprocessodeassociação,oqueacarretaoestabelecimentoderelações.Dessaforma,éapartirdaformaçãodosconceitosquesevaiproduzirna mentedo serhumanoum quadrode identidadecomomundoqueocerca.Emummomentoposterioràformaçãodosconceitos,istoé,a partir daexistênciadeum padrãoconceitualjá estabelecido,podeocorreraassimilaçãodenovasexperiências,oquelevaaoprocessoque Ranganathan denomina de apercepção.O conjunto destasapercepçõesdepositadasnamemóriasedá,então,apartirdosconceitosjápresentesnamemória,como acréscimodaassimilaçãodeperceptosrecentementerecebidoseconceitosrecentementeformados.
ra"'Ora~urau.oIra
Para chegarmos,entretanto,à definição de Universode 13
ConhecimentoemRanganathan,serápreciso,primeiramente,analisar ~aindaosconceitosdeidéia,informação,conhecimentoeassunto.Idéia Dpara Ranganathan(1967,p. 81) é um produtodopensamento,da .grareflexão,da imaginação,quepassoupelointelecto,integrandocoma '§
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ajuda da Lógica uma seleçãode conjuntos de apercepção,e/ou ~
diretamenteapreendidapelaintuiçãoedepositadanamemória..
A informaçãosedariano momentoem queuma idéiaécomunicadapor outrosou obtida a partir do estudopessoale da investigação.
ConhecimentoédefinidocomoatotalidadedeidéiasconservadaspelaHumanidade;assim,nestesentido,conhecimentopodesersinônimodeUniversode Idéias.Assuntoé um corpo de idéiasorganizadasesistematizadas,porextensãoe intensão,queincidedeformacoerentenocampodeinteresse,decompetênciaintelectualedeespecializaçãoinevitáveldeumapessoanormal (RANGANATHAN,1967,p.92).
O UniversoOriginalde Idéias,tambémchamadodeUniversodoConhecimento,não só é o local ondeas idéiasconservadasestão
agrupadas,mastambémolocalondeexisteummovimentoquepropiciaum repensarconstantesobreaapreensãodasobservaçõesfeitaspeloserhumano,apartirdomundoqueocerca.OUniversodoConhecimento
éasomatotal,nomomento,doconhecimentoacumulado.Eleestásempreem desenvolvimentocontínuo.Diferentesdomíniosdo Universodo
Conhecimentosãodesenvolvidospordiferentesmétodos.OMétodoCientíficoéumdosmétodosreconhecidosdedesenvolvimento[...]OMétodoCientíficoécaracterizadopelomovimentosemfimemespiral(RANGANATHAN,1963a,,p.359).
Assim,paraexplicaro movimentodopróprioatodeconhecer,percebere sua influência sobreos esquemasde classificação,Ranganathanapresentaa EspiraldoUniversodoConhecimento,quepossuivárias fasesno seudesenvolvimento.Por conveniênciade
referência,Ranganathan(1963a,p. 359)utiliza a denominaçãodospontoscardeaisparademonstrá-Ias:.ê,'"
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~ ASCENDENTE - apresentaa acumulaçãode leis indutivasou~ empíricasem referênciaaosfatosacumuladosem Nadir.:J0.0 ~
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11 compreensãode todasas leisindutivasou empíricasacumuladasnoAscendentecomimplicaçõesobrigatórias.
NADIR- apresentaa acumulaçãodosfatosobtidospelaobservação,
experimentaçãoeoutras formas deexperiência.
DESCENDENTE- marcaa acumulaçãodas leisde deduçãonadireção das leisfundamentais deZênite.
Esses pontos cardeais produzem quatro quadrantes no ciclo daespiral, a saber:
QUADRANTE1
Situa-se entre Descendente e Nadir. Corresponde ao estágio do
desenvolvimento do domínio do Universo do Conhecimento, onde os
fatos são encontrados e registrados. Nele estão inseridos os seguintes
conceitos: experimentação, observação, concretude e particularização.
QUADRANTE2
Situa-se entre Nadir e Ascendente. Corresponde ao momento em que
as leis empíricas ou indutivas são formuladas e registradas. São osseguintes os conceitos nele inseridos: intelecto, indução, abstração,generalização.
QUADRANTE 3
Situa-se entre o Ascendente e Zênite. Corresponde ao estágio em que
as leis fundamentais são entendidas e registradas. Intuição, abstração e
generalização são conceitos inseridos,
QUADRANTE4eu
"'C
euQ)ueu
LI...
oleu
Tendo a Espiral um movimento contínuo e infinito, a cada novo 13
ciclo é necessárioreintroduzir o quadrante 1, que se torna um pouco ~eu
diferente, a saber: observações e experimentos são feitos para verificar D
empiricamente a validade de novas leis; além disso, observações e .geuexperimentossão feitoscontinuamente, conduzindo à acumulação de '§
(lJ
novos fatos empíricos. Neste movimento contínuo, verifica-se que, em t"'"
dado momento, existem contradições entre os fatos empíricos e as leis 11
Situa-se entre Zênite e Descendente. Corresponde ao momento em
que as leis dedutivas são derivadas e registradas. Os conceitos inseridos
são intelecto, particularização, dedução e concretude.
fundamentaisatéentãoexistentes.Temosquereconhecer,nesteinstante,aexistênciadenovasclassesdefatosedeclarara incidênciadacrisena
aplicaçãodométodocientífico.Assim,novasclassesdefatosempíricos
sãoacumuladosemNadireum novociclonaEspiralseinicia (verFig.2) (RANGANATHAN,1963a,p. 364).
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E::JUooEQ)00'"::J00c:::;
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. Figura 2 - A Espiral do Universo do Conhecimento(RANGANATHAN, 1963 a).
AlémdaEspiraldoConhecimentoeparaevidenciaraindamaisaligaçãoentreaproduçãodeconhecimentoeosesquemasdeclassificação,Ranganathanapresentatambéma Espiraldo DesenvolvimentodeA'Isuntos:seomovimentodaEspiraldoConhecimentopropiciaoatode
perceberosfatosqueocorremnomundofenomenal,coma EspiraldoDesenvolvimentodeAssuntosé possívelverificara relaçãoentreestepercebere a produção de conhecimento que, no nossocaso,éconhecimentoregistrado.
Apesardeestasquestõesteremum cunhofilosófico,Ranganathandeixaevidente,atodomomento,suapreocupaçãoemrelacioná-Iascomo universode trabalhoda documentação,apresentandocomo umametaespiraldo conhecimentoa espiraldouniversodeassunto.Estesassuntosseapresentame sãoanalisadosna áreadadocumentaçãoa
partir dos documentosproduzidospor um grupo de falantes dedeterminadouniversodediscurso.Dessaforma,a garantialiteráriaeadinâmica do conhecimentoandam juntas, e sãoessesfatoresquedeterminamarelaçãododocumentocomoconhecimentoeinfluenciamaelaboraçãodeesquemasclassificatóriosparaaáreadadocumentação.
A Espiraldo DesenvolvimentodeAssuntos(RANGANATHAN,1967,p. 372)é uma metaespiraldaEspiraldo Universodo Conhecimento,poiséregidapelasmesmasleisdomovimentocontínuoedodinamismoqueregema EspiraldoConhecimento.Omovimentoem espiral(verFig.3)podesercaracterizadoapartirdefatosquepodemosobservarnodesenvolvimentodenovosassuntos,asaber:novosproblemas;pesquisa
fundamental;pesquisaaplicada;projetopiloto;novasmáquinas;novosmateriais;novosprodutos;utilizaçãodestesprodutos;novosproblemas.
.
Figura 3 - A Espiral do Desenvolvimento de Assuntos(RANGANATHAN 1967).
<1J''::'<1JCQ)
E::JUo .O 2.2.2 Universo de trabalho da ClassificaçãoEQ)
~ NoUniversode Trabalhoda Classificação,Ranganathandemarca:§ três planos de trabalho: Plano Ideacional, Plano Verbal,Plano.Notacional. O trabalho nestes planos é mentalmente separado, cada um
. deles possuindo princípios normativos próprios, como se verá a seguir.
O Método Científico em Espiral propicia a integração constante do
conhecimento, do desenvolvimento de assuntos e a relação com a
atividade de trabalho da classificação. Ranganathan, assim, é singular
na medida em que evidencia essa dinâmica, esse movimento constante
e a possibilidade também de constantes modificações no Universo do
Conhecimento e de Assuntos que influenciam o Universo de Trabalho
da Classificação.
1) Plano Ideacional
O PlanoIdeacionalé o plano ondeexistea formaçãode todooprocessodopensar,poiseleserelacionacomotrabalhodamente,"queéo lugarondeseoriginamasidéias"(RANGANATHAN,1967,p.327).Éo planoda análisedosconceitos,independentementedo termoqueodenotaou do número que poderepresentá-loem uma tabeladeclassificação(KUMAR,1981,p. 17).
RanganathanapresentaoPlanoIdeacionalcomoumplanosuperior,pois,segundoele,osnúmerose aspalavrassónosinteressamporqueexisteuma idéia atrásdelas,sendoos outrosdoisplanossomentemanifestaçõesdoPlanoIdeacionalqueé invisível.
Vamosolhar uma tabelade classesou de isolados.Percebemosnúmerose
palavrasapenas.AliestãomanifestadosoPlano~rbal eo Notacional.OPlanoIdeacional não está.As idéias se escondematrás dos números que as
representame aspalavrasque asdenotam.Essesnúmerose palavrasnosinteressamsomenteporqueasidéiasestãoescondidasatrásdeles.OPlanoIdeacionaléoplanosuperior,eaindamais,elenãosemanifestaporsimesmodiretamente.EleéinvisívelcomoDeus.EétambémtãotolerantecomoDeus.
Poiselenãoforçaosoutrosalémdesuacapacidade.Eleesperacompaciência
atéelesseajustarem(RANGANATHAN,1967, p.335).
OtrabalhonoPlanoIdeacionalé interpretadoporKaula(1984,p.38)comootrabalhodeanálisedoconceito.Dizele:
rn-crnWurnu..oIrnl)ornu
<;::::'Vi.."rn
Nocapítuloaseguir,verifica-seque,naverdade,oPlanoIdeacional, S-ccomo afirma Kaula, é o plano que possibilita representaruma .êdeterminada área de conhecimento, através de seus princípios &normativos,paraorganizarosseusconceitoseformarumaestrutura.classificatória.Parece,entretanto,queRanganathan,apartirdoPlano
Umaidéiaéumconceitoque,aotomarformaconcreta,podelevaraalgumainformação.Aanálisedoconceitoéumatarefadifícilquetemqueseresgotadanaconcepçãodoesquemadeclassificação.Umconceitopodeserumisoladoouum assunto,ea identificaçãodeconceitos,suaposiçãonoUniversodeAssuntos,seu arranjo sistemático entre outros conceitos etc. fazem do trabalhoumatarefaárdua.
Ideacional,introduznoplanodetrabalhodaclassificaçãoapossibilidadede um mundo inteligível quesó poderámanifestar-sea partir domovimentodoPlanoVerbaledoNotacional.
2) Plano verbal
Ranganathanafirmaque
junto coma capacidadedecriar idéias,coexistea capacidadeparaodesenvolvimentodeumalinguagemarticuladacomomeiodecomunicação.Eéalinguagemquediferenciaohomemdeoutrascriaturas.Alinguagemescritafazcomqueacomunicaçãosejamaisdifundidadoquealinguagemfalada.Masa linguagemé maisperigosadoquea idéia.Homônimosesinônimos,portanto,florescemcomoervasdaninhas(RANGANATHAN,1967,p.327).
o PlanoVerbal,então,tempor funçãopermitir quea linguagempossaseruma mediadoraparaa comunicaçãodeidéiasouconceitos:
ela deveserlivredehomonímiae sinonímia,particularmenteem setratandodeumalinguagemclassificatóriaquenãoéumalinguagemnatural.
Kaulaafirma queo "trabalhonoplanoverbaltemquelevaremconsideraçãoaterminologiausadanainterpretaçãodaquelesconceitosaocomunicarocorretosignificadoea relaçãonocontextocomoutrosconceitos"(1984,p. 39). Assim,oplanoverbaléo "planodaspalavras,dosgruposdepalavras,frases,sentençase parágrafosna linguagemnatural" (KUMAR,1981,p.18).
rc
:§ 3) Plano Notacionalc:Q)E:JUooEQ)bOrc:JbO
:.5 Otrabalhono PlanoNotaciol1alestárelacionadodiretamentecom.o quefoi convencionadonoPlanoIdeacional,emboracomrestrições:
O PlanoNotacionalé o plano dosnúmerosquerepresentamosconceitos.EstePlano"seesforçaportirarosresíduosqueoPlanoVerbal
causouno PlanoIdeacional" (RANGANATHAN,1967,p. 330).Estesresíduossão,comoseviu anteriormente,oshomônimosesinônimos.
a relaçãoentreo PlanoNotacionaleo PlanoIdeacionaléadosenhoreocriado.Mas,assimcomoumtemqueseguirtodasasextravagânciasefantasiasdeseusenhor,tambémoPlanoNotacionaltemquedesenvolversuacapacidadeeversatilidade,comoobjetivodecomplementartotalmenteasdescobertasnoPlanoIdeacional(KAUlA,1984,p.38).
OPlanoNotacionalpermite, atravésdosseusprincípios normativos,
que o princípio da hospitalidade possa manifestar-se na estrutura
classificatória, isto é, que novosconceitoscriadosno Plano Ideacional
tenham seulugar garantido nastabelas.Elepossibilita a representação
dos assuntosexistentesnos documentose a manipulação do arranjodosdocumentos.
OPrincípiodaHospitalidadefoi considerado,inicialmente,comoa
propriedadequeum EsquemadeClassificaçãopossuipararecebernovosassuntos.Esteconceitofoi primeiramenteutilizado por Cuttere se
denominavaExpansividade.MelvilDewey,naprimeiraediçãodaDecimalClassification,aoelaboraruma notaçãoquetem porbasea notaçãodecimal, introduziu esteprincípio sem,contudo,denominá-Ioouapresentarqualquerteoriaa respeito.Assim,
oespaçoempregadonaclassificaçãodecimalparaguardarhospitalidadedanotaçãoéafixaçãodolugardevalordodígitodeumnúmero,comoseeleestivessesendousadocomoumafraçãopuramentedecimal[...]porexemplo:336representaFinançasPúblicaseficaentre33querepresentaEconomiae34querepresentaDireito[...]Aseqüênciacorretadosnúmerosordinaisdadosdeveser33,336,34,poiselesdevemserlidoscomofraçãodecimalpura(RANGANATHAN,1951 p. 19).
<'ti-o<'tiQ)U<'ti
Ranganathan,noentanto,introduzumnovoaspectoparaoconceito ~.<'tI
deHospitalidade,apresentandoa Hospitalidadeou Expansividadeem ~uMuitosPontos.OconceitoinicialdeHospitalidadesópermitiaainclusão ~denovosassuntosdentrodasclassesprincipaise subclasses;nãoera 8possívela inclusãodenovasclassesemsuabasenotacional.Assim,a .g
representaçãodoconhecimentoficavarestritaadezclassesprincipaise '§todoassuntonovoquesurgissedeveriaserclassificadodentrodessabase. ~
A Hospitalidadeou Expansividadeem MuitosPontostornapossívela .
introduçãodediversosmecanismosparaqueoesquemadeclassificaçãoacompanheadinâmicadoconhecimento.Sãoeles:
a) ampliaçãodabasenotacional- Ranganathanpassaa utilizarumanotaçãoalfabética,comaintroduçãododígitooitavizante;
b) ampliaçãodosrenques,poisomecanismododígitooitavizanteéintroduzidotambémnosrenques;
c) organização da estrutura classificatória em categoriasfundamentaisPMEST(Personalidade,Matéria,Energia,EspaçoeTempo)e, como conseqüência,o elementoutilizado na estruturaclassificatórianãoé maiso assuntododocumento,masosconceitos
quefazempartedesteassunto,organizadosapartirdascategoriasdentrodaáreadoconhecimento;
d) adoçãodo métodoanalítico-sintético,quepermitea separaçãoentreos momentosda elaboraçãodeesquemasdeclassificação,daanálisedodocumentoedousodoesquema.
2.3 ELEMENTOS DA ESTRUTURACLASSIFICATÓRIA
'"';::,'"ê:Q)
E::JUooE
~ 2.3.1 Unidades classificatórias::J00
:.§ Um dosprimeirospassosna elaboraçãode uma estrutura.classificatóriaéadefiniçãodasunidadesqueconstituemosistema.Essas
Qualquerteoriadeveserbaseadaemprincípiosnormativos.NaTeoria
daClassificaçãoFacetada,osprincípiosnormativossãopostuladosemváriosníveis,desdeoprocessodepensarqueohomemdesenvolvesobreo mundofenomenalqueocerca,equeinterferenoseuconhecimentoda realidade,atéo trabalhodeelaboraçãodastabelasdeclassificação.Nestaseção,sãoexaminadososelementosdaestruturaclassificatória,segundoa TeoriadeRanganathan:a organizaçãodessasunidades,apartir desuascaracterísticas,emrenquesecadeias,a distribuiçãodosrenquesecadeiasnasfacetaseaorganizaçãodasfacetasnascategorias.
unidades,naverdade,representamosconceitosesuasrelações.NaTeoriada ClassificaçãoFacetada,asunidadesclassificatóriassãoo assuntobásicoe a idéiaisolada.Comoseobservouánteriormente,em todaa
teoriadeRanganathanoselementosestãointerligados.Definirassuntobásicoeidéiaisoladatorna-sedifícil,porqueum conceitoédependentedo outro, ou seja,não é possíveldefinir um semdefinir o outro evice-versa.
oassuntobásicoéum "assuntosemnenhumaidéiaisoladacomo
componente"(RANGANATHAN,1967,p. 83).Assuntoédefinidocomoum corposistematizadodeidéiasinseridasemumcampoespecializado(RANGANATHAN,1967,p.82).Pode-sedizer,então,queassuntobásicorepresentaas áreasmais abrangentesdo conhecimento, comoMatemática,Agricultura.Porém,nãosepodedizerqueAgriculturadeMilhorepresenteumassuntobásico,poiselepossuiaidéiaisoladaMilho.
A idéiaisoladaé "alguma idéiaou complexode idéiasajustadasparaformarum componentedeum assuntomas,em si mesma,ela
não é consideradaum assunto"(RANGANATHAN,1967,p. 83). Porexemplo,Milhodenotaumaidéiaisolada,mas,seforcombinadocom
o assuntobásicoAgricultura,forma-seo assuntoAgriculturadoMilho.O isolado(idéiaisolada)podeserconsideradoum conceito;algumasvezes,porém,funcionacomoumaunidadecombinatóriaquetemporfunçãofacilitar a formaçãoda notação.Quandoisto acontece,eleéchamado,por algunsautores(KUMAR,1981,p. 19),deespecificador.Porexemplo,naColonClassificatíon(1963),a formaçãodanotaçãoPsicologiaInfantil (S1)correspondeaoassuntobásicoPsicologia(código oS)eaoisoladoCriança(código1).Pode-sedizerqueorepresentantedo 'G.t\3
conceito,nestetipodeTabela,é a notação.Nestecaso,o isoladoé um sespecificador,istoé,um determinantedo termoPsicologia.Comisto, ~uRanganathanconseguerepresentarconceitosquenãoestãonomeados .gnalíngua,comoporexemplo,Psicologia+ Pré-adolescente,Psicologia .ê
M. o
+ emno. ~
11
NasuaTeoria,Ranganathanpropõequ~seidentifiquemoselementosformadoresdoassuntododocumento,parapoderdistribuí-Iasnatabela(processodeanálise),deformaaagrupá-Iasdenovo(processodesíntese)atravésdanotação,quedeverepresentaro assuntododocumento.Naverdade,istoépossívelporque,paraidentificarasunidadesquedeveriamcomporsuaTabela,elefoi aoUniversodosDocumentosafimdeverificar
comoosassuntosseapresentavamnaliteraturae,apartirdaí,estabeleceros princípios de formaçãodos assuntos:Dissecação,Laminação,AgregaçãoLivre,Superposição(RANGANATHAN,1967,p.351).
Nosassuntosdosdocumentos,algunssãoformadosporumoumaisassuntosbásicos,enquantooutrossãoformadospelacombinaçãodeassuntobásicoe isolado.Quandoo assuntododocumentopossuidoisassuntosbásicos,diz-sequeéum assuntocomplexo;quandoéformadoporum assuntobásicoe um oumaisisolados,édenominadoassunto
composto.Matemáticapara Físicos,por exemplo,é um assuntocomplexo,porqueéformadopordoisassuntosbásicos;AgriculturaemJavae Milho emJavasãoassuntoscompostos,poissãoformados,respectivamente,pelacombinaçãode assuntobásico+ isoladoe deisolado+ isolado.
A Tabelade ClassificaçãoAnalítico-Sintéticapermite apenasaorganizaçãodos isoladose dosassuntosbásicosem sua estrutura
classificatória,porqueestessãooselementosnecessáriosparaaformaçãodosassuntoscomposto'e complexo,que fazemparte do plano dodocumento.
ro
~ 2.3.2 CaracterísticasOJ
§ A Característicaé definidapor Ranganathan(1967,p. 55) como8 "um atributooualgumcomplexo".Umatributo,porsuavez,"é uma~ propriedadeou uma qualidadeou uma medidaquantitativadeumaDO
~ entidade"(KUMAR,1981,p. 14).AscaracterísticassãousadasparaDO
:§ compararoselementosclassificatórios,objetivandoformarclassese,.dentrodestas,osrenquesecadeias.
2.3.3 Renques e cadeias
Renquessão classes derivadasde um Universocom base em uma
única característica em algum passo de divisão para estabelecer um
arran jo completo na seqüência preferida (RANGANATHAN,1967,p.61),
ou seja, sãoclassesformadas a partir de uma única característicade
divisão, formando séries horizontais. Por exemplo: Macieira e Parreira
são elementos da Classe Árvore Frutífera, formada pela característica de
divisão- tipode árvoresfrutíferas.
Cadeia é uma seqüência formada por classes e seu universo de
deslocamento 1,2,3 etc. até um ponto desejado(RANGANATHAN,1967,
p. 63), ou seja, são séries verticais de conceitos em que cada conceito
tem uma característica a mais ou a menos, conforme a cadeiadescendente ou ascendente. Por exemplo: Macieira é um tipo de Árvore
Frutífera, que, por sua vez, é um tipo de Árvore.Neste exemplo, observa-se uma cadeia descendente.
Os renques e cadeias revelam a organização da estruturaclassificatória que é totalmente hierárquica, evidenciando as relações
hierárquicas de gênero-espécie e de todo-parte. Ranganathan desenvolve
uma série de regras (cânones) para estabelecer uma conduta uniforme
na formação dos renques e cadeias. Oscânones para a formação dos
renquessãoosda Exaustividade,da Exclusividade,da Seqüênciaútil e
da Seqüênciaconsistente.t't!
-ot't!õJUt't!
LL
oIt't!u-t't!U
<;:'ij;V1t't!
UOcânonedaExclusividadeestabelecequeoselementosformadores .g
dos renquesdevemser mutuamenteexclusivos,ou seja,nenhum .êcomponentedaestrutura(isoladoouassuntobásico) podepertencera ~maisdeumaclassenorenque.Ranganathan, destemodo,nãoaceitaa11poliierarquia. .
OcânonedaExaustividadeestabelecequeasclassesformadasporumrenquedevemserexaustivas,demodoque,sealgumtópico novosurgir, ele podeser acrescentadoà estrutura, e esta tem que terhospitalidadepara agrupá-Ionumaclasseexistenteou numaclasserecém-formada.
ocânonedaSeqüênciaútil eocânonedaSeqüênciaconsistentesãoexclusivosdeTabelasde Classificação.Determinama ordemmais
adequadaparaaclassificaçãoadotada.
Quantoaoscânonesparaaformaçãodecadeias,sãodedoistipos:oCânonedaExtensãoDecrescenteeoCânonedaModulação.
Ranganathan (1967, p. 174) define o Cânoneda ExtensãoDecrescenteapartirdaseguinteexplicação:"aomover-senumacadeiadescendentedoprimeiroatéo últimoelo,aextensãodasclassesoudosisoladosordenados,conformeo caso,devedecrescerea intençãodevecrescera cadapasso",isto é, segundoestecânone,a classemaisabrangentedevesempreprecedera maisespecíficaem quesedivide.Nestecânone,eleapresentaumaexplicaçãobastanteútil paratodososqueestãoenvolvidoscomo processodeclassificação,aoexplicarosconceitosdeextensãoe intenção.Realçaqueostermoscitadossãodoâmbito da Lógica,ondeexisteuma sériede discussõessobreseusignificado.Adota,então,o quechamadeuma "medidatosca"paraexplicá-losequeserveperfeitamenteaosnossospropósitos.Aextensãotempormedidaonúmerodeentidadescompreendidasnaclasseounoisolado,eaintençãotempormedidaonúmerodecaracterísticasusadas
paraa derivaçãodo UniversoOriginal.Utilizandouma terminologiaatual,pode-sedizerquea intençãodeum conceitoéa totalidadeouonúmerodascaracterísticasrelevantesqueconstituemo conceito,e a
extensãodeum conceitoé a totalidadeouo númerodeconceitosqueabarca.Acrescenta,ainda,que,num certosentido,a extensãoé uma
.2! medidaquantitativadeuma classeou deum isoladoordenado.AE intençãoéqualitativa.Q)
§ OCânonedaModulação(RANGANATHAN,1967,p. 176)temau
8 seguintedefinição:"Umacadeiadeclassesdevecompreenderumaclasse~ decadaordemqueestejaentreasordensdoprimeiroedoúltimoeloda
~ cadeia."Istoquerdizerqueaseqüênciadascaracterísticasnaformação~ doselosdacadeiadeveregistraroselosintermediários.A modulação.depende,assim,do usocorretodascaracterísticasrelevantese da
seqüênciadeempregodestascaracterísticas.
2.3.4 Facetas
Facetaé"um termogenéricousadoparadenotaralgumcomponente
- podeserumassuntobásicoouum isolado- deum assuntocomposto,tendo, ainda, a função de formar renques,termos e números"(RANGANATHAN,1967, p. 88). No contexto das classificaçõesespecializadas,édefinidacomoumamanifestaçãodascincocategoriasfundamentais(VICKERY,1980,p.212).Asfacetassãodedoistipos:facetasbásicasefacetasisoladas.
Afacetabásicaagrupaassuntosbásicos(áreasdoconhecimento)eafacetaisoladaagrupaisolados(conceitos).Afacetabásicaéoprimeiroelementodo contextoespecificado.Um assuntosimplestemsomente
uma facetabásica,e um assuntocompostotemuma facetabásicaeumafacetaisolada,porexemplo,AgriculturadoMilho.Opapeldafacetabásicaédirigiroclassificadorparaaáreadoconhecimento(Matemática,Lireratura,História).Paraclassificarodocumento,eleprecisadasfacetasisoladasqueseencontramnointeriordafacetabásica.
A faceta isolada pode ser uma manifestaçãodas categoriasfundamentais,por exemplo,Ensino(categoriaEnergia).Comoumelementodaformaçãodaestruturaclassificatória,elatemafunçãodeagruparosrenques,dentrodecadacategoria.Ospostuladosapresentadosanteriormentetêmafunçãodedeterminaraseqüênciadasidéiasisoladasem um assuntocomposto,no casode uma idéia isoladaserumamanifestaçãodeumadasdiferentescategoriasfundamentais,Entretanto,estespostuladosnãoauxiliamnadeterminaçãodeduasoumaisidéiasquepodemserconsideradascomofazendopartedamesmacategoriafundamental,istoé,nãoauxiliamnaseqüênciaquesedevedarquando,por exemplo,dentroda categoriaPersonalidade,tem-seduasfacetasisoladas(KUMAR,1981,p.233).
ttI"ttIãJuttIu...o
.ttIlJoottIU
~'U;VIttI
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Facetasdamesmacategoriapodemmanifestar-sedentrodomesmo .~assunto.Quandoistoacontece,énecessáriooestabelecimentodealguns &princípiosparaauxiliaremnadeterminaçãodeumaordemquegaranta.consistêncianaorganizaçãodoslivrosnasestantes.
2.3.5 Categorias fundamentais
OPostuladodasCategoriasé o princípionormativoadotadopara
organizar um Universo de Assuntos,ou seja, um "corpo" deconhecimentoorganizadoe sistematizado.Mapearo Universode
Assuntosé o primeiropassodo classificacionistapara elaborarumEsquemade Classificação,sejaele facetadoou enumerativo.Estaatividadetempor funçãodefinirem queníveldeextensãosedaráocorteclassificatóriodoUniversodeAssuntos.
Ranganathanconsideraomapeamentodeum UniversodeAssuntosumatarefabastantecomplexa,comoéopróprioatodeclassificar:
[...] a tarefadaclassificaçãoémapearo universomultidimensionaldosassuntosaolongodesuaatividade[...] Vimosquãotortuosaéa tarefadeterminarepriorizarumaescaladerelaçõespreferidasentretodasasidéiasisoladaseentretodososassuntos[...] Há muitas relaçõesvizinhas imediatas
entreos assuntos.Tendofixado um destesassuntosna primeira posiçãoda
linha, devemosdecidirqualseráseuvizinho imediato,qual seráseuvizinhodetransferênciadois,eassimsucessivamente.Podemosperdernoitesdesono
e aindanãoestarmospertodeumasoluçãofirme. Senãoformosestudantessériosdeclassificaçãopodemosdesistirdizendo"a classificaçãoéimpossível"
(RANGANATHA.I\j,1967,p. 395).
Paraunspoucos,aclassificaçãoémesmomarcadaporum absurdológico.Estaéa medidadamagnitudedomapeamentodoUniversodeAssuntosmultidimensionalaolongodaatividadequeéaclassificação.
.ê Omapeamentoconsiste,num primeiromomento,em sedecidira,ro
~ áreadeassuntoqueserátomadacomobaseparaa organizaçãodas§ unidadesclassificatórias(assuntobásico,isolados)naTabela,ecomou
8 essaáreaseráclassificada.RanganathanconduzseutrabalhotentandoE definir uma formaquepossibilitea análisedo UniversodeAssuntos,Q)
W poisasclassificaçõesbibliográficasatéaquelemomento- apesarde.~ seremorganizadastambémporáreasdoconhecimento/disciplina- não-'.deixavam evidentes os princípios que empregavam para o. estabelecimentodasclassese subclassesdentro decadaárea.Isto
provocava uma certa imobilidade, não permitindo que elasacompanhassema dinâmicadoconhecimento.Ranganathanresolvebuscarprincípioslógicosatravésdousodepostulados.
Euclidespostulouqueduaslinhasparalelasnãoseencontram.Durantequasevinteséculosninguémquestionouestepostulado.EntãovemGauss,quediz:"Comovocêsabequeelasnãoseencontram?Vocêjácaminhouaolongodelasparaverificarseufim?Eudigoqueelasseencontram- numlugarmuitodistante;vocêpodenegar?Entãoelefezseuprópriopostulado,queaslinhasparalelasseencontramemaJnbasaspontas.Qualdessespostuladospreferimos?Qualquerumquesirvaparanossopropósito;qualquerumqueauxilienossotrabalho(RANGANATHAN,1967,p.396).
Postula,então,queexisteemtodoUniversodeAssuntoscincoidéiasfundamentaisquesãoutilizadasparaadivisãodoUniverso.Arespeitodototalcinco,eleapresentao seguinteargumento:
Alguémpodeperguntar:Porqueasidéiasfundamentaispostuladassãoemnúmerodecinco?Porquenãotrês?Porquenãoseis?Istoépossível.Háliberdadeabsolutaparatodostentarem.Umapessoapodetalvezgostardeseis.Eladeveclassificarnessabasealgunsmilharesdeartigosvariados.Seelasproduziremresultadossatisfatóriosarranjandoosassuntosdosartigosaolongodeumalinha,aquelepostuladopodeseraceito.Istonãoéumamatériaaserdiscutidaexcathedrasemumtestecompletoeprolongado.Trabalharcombaseemcincoidéiasfundamentaisproduziuresultadossatisfatóriosnosvinteúltimosanos(RANGANATHAN,1967,p.398).
EstasidéiassãodenominadasCategoriasFundamentais.O termoCategoriaFundamentaléusadoporRanganathanpararepresentaridéiasfundamentaisquepermitemrecortarumUniversodeAssuntoemclasses
bastanteabrangentes.AsCategoriasFundamentaisfuncionamcomooprimeirocorteclassificatórioestabelecidodentrodeum Universode
Assuntos.Poroutrolado,sãoelasquefornecemavisãodeconjuntodosagrupamentosque ocorremna estrutura,possibilitando,assim,oentendimentoglobaldaárea.OpostuladodasCategoriasFundamentaisé apresentadoporRanganathan:
HácincoesomentecincoCategoriasFundamentais;sãoelas:Tempo,Espaço,.Energia,MatériaePel'Sonalidade.Estestermoseasidéiasdenotadassãousadas
estritamenteno contextodadisciplinadeclassificação.NãotêmnadaavercomseuempregoemMetafísicaou Física.Emnossocontexto,seusignificadopodeservistosomentenasdeclaraçõessobreasfacetasdeum assunto- sua
separaçãoeseqilência.Esteconjuntodecategoriasfundamentaisé,emsíntese,
denotadopelasiniciais PMEST(RANGANATHAN,1967,p. 398).
RanganathandefineascategoriasPMESTdemodoa explicá-Ias,istoé,pelaenumeraçãodealgumasdesuasfacetasquesãomanifestaçõesdasprópriascategoriasdentrodeumaáreadoconhecimento.
A categoria Tempo é definida com seu significado usual,exemplificando-acom algumasidéiasisoladasde tempocomum,asaber:milênios,séculos,décadas,anose assimpordiante.Eleprevêmanifestaçõesdeisoladosdetempodeoutrotipo,taiscomo:diaenoite,estaçõesdoano,tempocomqualidademeteorológica.
A categoriaEspaçoé tambémdefinidacomseusignificadousual,
apresentandocomosuasmanifestaçõesasuperfíciedaTerra,seuespaçointerioreexterior,comoporexemplo,continentes,países,estados,idéiasisoladasfisiográficasetc.
AcategoriaEnergiaédeentendimentoum poucomaisdifícil. Elapodeserentendidacomoumaaçãodeumaespécieououtra,ocorrendoentretodaespéciedeentidadesinanimadas,animadas,conceituaise
até intuitivas, como,por exemplo,atravésdasseguintesfacetas:problema,método,processo,operação,técnica.
A CategoriaMatériaapresentaum entendimentodecomplexidade.~ ainda maior que a da CategoriaEnergiae é assimdefinida por~ Ranganathan:Q)
E:JUooEQ)toO'":JtoOc:::J.
Aidentificação da categoria fundamental Matéria é mais difícil do que Energia.
Vê-se que suas manifestações são de duas espécies: Material e Propriedade.
Pode parecer estranho que propriedade fique junto com o material. Mas,
peguemos uma mesa como exemplo: a mesa é feita de material de madeira
ou aço, conforme o caso. O material é intrínseco à mesa, mas não é a própria
mesa. Principalmente o mesmo material também pode aparecer em muitas
outras entidades. Assim, a mesa tem a propriedade de ter dois pés e meio de
altura e a propriedade de ter um tampo meio duro. Esta propriedade é intrínseca
àmesamasnãoéaprópriamesa.Alémdisso,amesmapropriedadepodeapareceremmuitosoutroslugares(RANGANATHAN,1967,p.400).
Assim,acategoriaMatériapodeserencaradacomoamanifestaçãode materiaisem geral, como suapropriedade,e tambémcomo oconstituintematerialdetodasasespécies.
A categoriaPersonalidadeé consideradapor RanganathancomoindefiníveI.Explicaque,seuma certamanifestaçãofor facilmentedeterminadacomonãosendoespaço,energiaou matéria,elaé vistacomo uma manifestaçãoda categoriafundamentalPersonalidade.ConsideraqueestetipodeidentificaçãodacategoriaPersonalidadeéoquedenominademétododeresíduos.Acrescentaqueestemétodopodenãoserfácilemcertoscasos,massuaexperiênciamostrouqueasidéiasisoladas vão manifestar-seem algumas das categorias acimamencionadas.Asdificuldadesencontradassãorarasnamaioriadasvezes
(RANGANATHAN,1967,p. 401). Asseguintesfacetas podem serconsideradascomomanifestaçãodacategoriaPersonalidade:bibliotecas,números,equações,comprimentosdeondasde irradiação,obrasdeengenharia,substânciasquímicas,organismose órgãos,adubos,religiões,estilosdearte,línguas,grupossociais,comunidades"(VICKERY,1980,p.212).
Para finalizar, cabeevidenciardois pontos fundamentaisnaconstruçãodesistemasdeconceitosnoâmbitodaTeoriadaClassificação
Facetada.OprimeiropontoasalientaréqueRanganathan,aoenfocarodocumentocomoumregistrodeconhecimento,trazparaoambientedadocumentaçãoapreocupaçãocomoUniversodeConhecimento.Destaforma,naestruturaelaboradaapartirdesuaTeoria,asunidadesqueaconstituemnãosãomaisosassuntosdosdocumentos,masosconceitos,
queeledenominadeisolados.Estes,reunidosporumprocessodearranjooucombinação,permitemformarqualquerassunto.
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Outropontoa salientaré queeleelaborauma sériedeprincípios .~~
quevisama permitir queessesconceitospossamserestruturadosde.formasistêmica,istoé,o§conceitosseorganizamemrenquesecadeias,
estasestruturadasem classesabrangentes,quesãoasfacetas,e estasúltimasdentrodeumadadacategoriafundamental.Areuniãodetodas
ascategoriasformaumsistemadeconceitosdeumadadaáreadeassuntoecadaconceitono interiordacategoriaétambémamanifestaçãodessacategoria.
tU:~cQ)E:JUooEQ)0.0tU:J0.0c::J
.
-3 TEORIADA TERMINOLOGIA
A palavra terminologia vem-seapresentandona literatura,deumaformageral,comtrêssignificadosdistintos:lumalistadetermoseseussignificados;ostermosdeumaáreadeespecialidade;eumconjuntodeprincípiosteóricos(WÜESTER,1981,p.56).
o primeirosignificadodotermonoslevaaocampodosdicionáriostécnicos,dosvocabuláriose léxicos.Assim,terminologiaé aquientendidacomoaapresentaçãoordenadadeumcertogrupodeconceitosetermosdeumaáreadeassuntoqualquer.
osegundosignificadoconsideraotermoterminologiacomoocampoqueabrangeo estudocientíficodostermosdeuma áreaparticulardeconhecimentoemumacertalíngua,e,nestecaso,apresentabastantesemelhançacoma lexicologiaespecializada,istoé,o estudocientíficodoconjuntodetermosdeumadadalíngua,emumaáreaespecializada.
Oterceirosignificadoconsideraaterminologiacomoaáreadeestudodos princípios teóricos básicospara o trabalho terminológico,denominadocomoo estudocientíficofundamentalda terminologia,istoé,aquelequepropiciaaotermoostatusdeáreadesaber,atravésdoestabelecimentodestesprincípios.Nestesentido,etimologicamente"ciênciadaterminologiasignifica:ramodosaber,disciplinacientífica,umaciênciaemsi,ciênciacomotal" (DROZD,1981,p. 117).
Nesteestudo,otermo"terminologia"éempregadocomoseuterceirosignificado,ouseja,comodisciplinacientíficaquepropiciaprincípiosmetodológicospara a elaboraçãode terminologias (sistemasdeconceitos) mais bem estruturadas para as diversas áreas doconhecimento.
~'00ooc:E
~~
"'C~
1 Lubomir Drozd, terminólogo da Escola de Praga, acrescenta mais um a '2esses três significados: aquele que denominou uma lista de nomenclatura I-'"técnica de terminologia - a Nomenclatura de Botânica, de Zoologia, de .Química (1981, p. 106).
oprecursordosestudosquepropiciamà terminologiao stattiSdeáreadoconhecimentofoi o engenheiroaustríacoE.Wüesterque,nosanos30,aoorganizaraTerminologiadeEletrotécnica,como objetivodegarantircomunicaçãoprecisanessecampodatécnica,terminoupordesenvolvera TeoriaGeralda Terminologiaem sua teseintituladaInternationale Sprachnormung in der Technik(NormalizaçãoInternacional da Língua no Campoda Técnica) (FELBER,1981,p. 64).Segundoestateoria,a Terminologiaseocupadosconceitosdeumalínguatécnicaou línguaespecial,osquaisserelacionamentresicomoum sistemadeconceitos.
ComapublicaçãodotrabalhodeWüesterecom adisseminaçãodesuasidéiassobrea TeoriaGeralda Terminologiaque,maistarde,éconsideradacomoparteconstituintedaCiênciadaTerminologia,váriaslinhasdepesquisaseformame seapresentamrefletidasemtrêsescolasclássicas- aEscoladeViena,aEscoladePragae aEscolaSoviéticadeTerminologia."EstasEscolaspossibilitaramaformaçãodeinstituiçõesportodoo mundo" (FELBER,1981,p.47) .
3.1 AS ESCOLAS
A EscoladeVienasurgea partir da trajetóriadeE. Wüester,seufundadore criadorda TeoriaGeralda Terminologia,na qual estãofundamentadassuasbasesteóricasemetodológicas.
E. Wüester,engenheiroaustríaco,apóster sido graduadoemEngenharia Elétrica pela Universidade Técnica de Berlim,
tO Charlottenburg,seentusiasmouporalgumasidéiasque,naAlemanha:§ do início do século,estimulavamprofissionaisde diversasáreasc:::
E (lingüistas, filósofos, documentalistas,engenheiros), inclusiveg organizaçõesprofissionais,abuscaremafundamentaçãocientíficadao terminologia.Istodeuorigemà pesquisada línguatécnicadoE~ engenheiro.Wüester,entusiastadestasidéias,defendeem 1931sua tesetO
~ dedoutorado,intitulada Internationale Sprachnormung in derc:::
:.:; Tecknick(NormalizaçãoInternacional da Língua no Campoda
.
Técnica),publicadano mesmoano,pelaUniversidadedeStuttgart.Oseulivro
contémumadetalhadainvestigaçãodaterminologiacomoferramentadacomunicação,deacordocomanaturezadoconceito,arelaçãodeconceitos,adescriçãodosconceitos(definição),aformaçãodetermos,anormalizaçãodeconceitosetermos,ainternacionalizaçãodeconceitosetermos(FELBER,1984,p.15).
Em 1935,por recomendaçãodaAcademiaSoviéticadeCiências,otrabalhodeWüesterfoi traduzidoparao russoe tevecomoseumaiordivulgadoro terminólogosoviéticoDrezen.Assim,asidéiasdeWüester,desdeessetempo,vêminfluenciandoapesquisaterminológicanaquelepaís.ApartirdeumrepertóriofeitoporDrezen,referindo-seàimportânciadasidéiasinovadorasdotrabalhodeWüester,aUniãoSoviéticapropõeacriaçãodeum ComitêTécnicodentrodaFederaçãoInternacionaldeAssociaçõesde Normalização Nacional, que seria o "ISA-37Terminologia".Fundadoem 1936,visaà harmonizaçãodo trabalhoterminológicointernacional.Coma SegundaGuerraMundial,foramsuspensosos trabalhos,que tinham por objetivoa preparaçãodovocabulárioda ISA,com regraspara denominaçãode conceitosindependentesdalínguatécnicainternacional(FELBER,1984,p.15).
Em 1957,foi fundadoo "ComitêTécnicoTC37deTerminologia(princípios e coordenação)", da OrganizaçãoInternacional deNormalização(ISO),quecontinuoua tarefadaISA37.AISOpublicouosresultadosdostrabalhosdaISO/TC-37,de1967a 1973.Entre1972e1974, "Wüesterescreveuseu Einführung um die allgemeineTerminologielehreund terminologischeLexikographie(Introduçãoà .~TeoriaGeraldaTerminologiaeLexicografiaTerminológica),queutilizou ]>ocomobaseparasuasaulasno InstitutodeLingüística,daUniversidade.~deViena"(FELBER,1981,p. 70), ondefoi professora partirde1955. ~Estelivrofoipublicadocoma"cooperaçãodetrêsinstituiçõesaustríacas:~
a UniversidadedeTecnologiadeViena,aUniversidadedeEconomiade '8VienaeoDepartamentodeLingüísticaAplicada.Estefatoretleteocaráter ~
interdisciplinardaTerminologia"(KROMMER-BENZ,1981,p.263)..
Wüesterpreparouumabasede
quinhentaspublicaçõessobretemascomo:terminologia,normalizaçãoterminológica,padrãointernacionalparaterminologia,documentação,transliteração,teoriadossímbolos,classificação,teoriadetesauros,CDU,princípiosdearquivamento,lingüística,lexicologia,métodosdelexicografia,ortografia,eoutros(FELBER,1984,p.15).
Algunsdestesestudosforampublicados,outrospermaneceramemforma demanuscritoe podemseridentificadosem seuarquivodepesquisaquehojeseencontrano Infoterm- CentroInternacionalde
InformaçãoemTerminologiadaUNESCO,emViena.
Desde1931,ao retomardeseusestudosnaAlemanha,Wüesterseempenhouem organizaruma coleçãoquepudessereunir toda aliteraturaexistentesobreterminologianomundo,paraqueservissecomobaseparapesquisasnestaárea.Estabiblioteca,depoisdesuamorteem1977,foi adquiridapelo InstitutodeNormalizaçãoAustríaca,sendotransferidaparao InfotermemViena,ondesepretendeestabelecerumInstituto InternacionaldeEstudosAvançadosem TerminologiaquecontinuariaaspesquisasdeWüester(FELBER,1984,p. 15).
Aindanadécadade30,cientistaseengenheirossoviéticostomaram
conhecimentodaTeoriadaTerminologiadesenvolvidanaÁustriaporE.Wüester,atravésdeseulivroInternationaleSPrachnormungin derTechnickedeseusartigos,queforamtraduzidosparaalínguarussa.OterminólogosoviéticoDrezen,comovimosanteriormente,foi o maior
responsávelporestadisseminação,dandoimpulsoparaafundação,em~~ 1933,daEscoladeTerminologiaSoviética.Doisengenheirossoviéticos~ quetambémestiveramàfrentedestaEscolacomograndesincentivadores~ dodesenvolvimentodaáreadeTerminologianaquelepaísforamoProL8 Caplygin,membrodaAcademiadeCiênciasda UniãoSoviética,e o~ eminenteterminólogoLotte.A partir destainiciativa, foi criada aOD
~ ComissãodeTerminologiaTécnica,chamadaposteriormentedeComitêOD
:.5 deTerminologiaTécnicaeCientífica(KNTT)daAcademiadeCiências.da UniãoSoviética.SegundoFelber(1984,p. 17), a Comissãoestavapreocupadacomasseguintesquestões:
a) elaboraruma teoriada terminologiatécnicae científicaqueseguisseos princípios para construção dos termos técnicos eestabelecimentodesistemasdeconceitosetermos;
b) fazero trabalhovisandoàregulamentaçãoeaoestabelecimentodesistemasde termosem russoe símboloscartográficosnasprincipaisdisciplinasdatecnologia;
c) prepararesquemaspadronizados,listagensdetermosesímboloscartográficos,ecompilarcoleçõesdetermosrecomendados;
d) introduzircientistaseengenheirosnosmétodosaplicadospararegulamentara terminologiatécnicadaRússia;
e)prepararmanuais(destinadosaprofessoreseaautoresdelivroseliteraturacientífica)paraaplicaràterminologiaeàpreparaçãodenovostermos;
A.MTerpagoreve- terminólogo e presidentedo Comitê deTerminologiaTécnicaeCientífica(KNTT)em1942- apontouparaanecessidadedeseiniciaremestudosvisandoaoestabelecimentodebases
teóricasparaoSistemadeConceitos,oquepontuoutodoo trabalhodaEscolaSoviética.Vistoqueostermosnãopoderiamsertratadoscommaisdeum significado,eranecessárioter uma noçãoda naturezasistemáticadotermo(FELBER,1984,p. 18).
D.S.Lottefoi oprincipalrepresentantedestalinha depensamentoquecoloca"o termocomoum membrodeum sistematerminológicodefinidoenãocomoum objetoisolado".Avisãosistêmicafoi adotada
porque"sistemasprecisosde termossatisfazema noçãodesistemas '"adotadana literaturafilosófica,vistoquepossuemtodososatributosde ..Qum sistema - eles são estruturados, integrais, apresentam .~comportamentocomplexoetc.,podendo,então,serestudadospelos ~I-"métodosdasistemologia"(LEICHIK,1990,p.23).AinvestigaçãodeLotte .gpodeserresumidanosseguintestópicos(FELBER,1984,p. 18): .~o
Q)
· elaboraretrabalharmétodospararegulamentaçãodaterminologia.1-"
técnico-científica; .
· detectaralgunsdosprincipaisproblemascomo a seleçãoe aestruturadaterminologiatécnico-científica;
· estabelecimentodesistemadetermoseconceitoscientíficos;
· int1uênciadaclassificaçãonadeterminaçãodaterminologia;
· requisitodeexatidãoenão-ambigüidadeemterminologia;
· formaçãodeformascurtasdetermospelaomissãodeelementos.
ParalelamenteaosestudosdesenvolvidosnaEscolaSoviética,apartirde 1931,com asiniciativasdesenvolvidasna áreaterminológicaporE.Wüester,estudiosostchecosiniciamtambémpesquisasnosentidodepossibilitarum tratamentoterminológicoparaa línguadaciênciaedatécnica.Desdeentão,temhavidouma contínuatrocade informaçãoentrerepresentantesdasEscolasdePragaedeViena(FELBER,1984,p.17).
A Escolade Praga de Terminologia tevesua baseteórico-metodológicaestabelecidaapartirdosfundamentosdaEscoladePragadeLingüísticaFuncional,cujasteoriasestãobaseadasno trabalhodeSaussurre,queenfatizao aspectofuncionaldalíngua.Nestaépoca,osprincipaisrepresentantesdaEscoladeLingüísticafuncionalsão,segundoFelber0984, p. 16), Benes,Mathesius,Vachceke Trubetzkoy,que
encaminhavamsuaspesquisasnosentidodedefinireinvestigara línguapadrãonacionaPsobum pontodevistafuncional,comoferramentadacomunicaçãoemtodasasáreasdavidasocial,emparticularnaáreadaculturahumana,civilizaçãoetecnologia.
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Q)
E:JUooEQ)00~:J00C
:.::; 2 Segundo Drozd (1981, p. 107), "a Língua Padrão Nacional é uma língua. polifuncional que serve às necessidades de comunicação de uma dada, comunidade funcional".
Foi estavisãoestruturalda lingüísticafuncional quecapacitoulingüistastchecosacompreenderemasteoriasdeWüester,incluindoarelaçãoentre linguagem-pensamento-realidadeem suasteorias,denominandoalínguadaciênciacomoumalínguaespecializada,isto
é, uma língua funcional que tem propósitos especiais.3O termo é
definido, aqui, como amenor unidade da língua funcional, eosistema
terminológico é conceituado como um sistema de designaçõesque
representam um sistema de conceitos.
Lubomir Drozd, atualmente o maior representant~ da Escola de Praga
de Terminologia, afirma que "a teoria da terminologia não foidiretamenteinspiradapela Lingüística, maspela necessidadededesenvolver dicionários especializados para asindústrias" (DROZD,1981,
p. 106). Uma de suas linhas de pesquisa é o desenvolvimento das bases
lingüísticas da Teoria da Terminologia.
Segundo os terminólogos de Praga, existem dois grupos de saberes
relativos aos aspectosmetodológicos na área da Terminologia: a Teoria
Geral da Terminologia e a Teoria Especial da Terminologia.
UmaTeoriaGeraldaTerminologia(Wüester)develidar comquestõesterminológicasgerais,seusresultadossendoaplicáveisa todasaslínguasrelevantes.UmaTeoriaEspecialdaTerminologiadeve"lidarcomquestõesterminológicas"dentrodeumalínguaindividual.Nãodevehaver"espaço"entreasdescobertaseprincípiosestabelecidosparaaTI GeraleEspecial:seasobservaçõesdeumaTI especialforemverdadeiras,issosignificaqueelaspertencema umarealidadeobjetivadeumadadalíngua,elasdevemseraplicáveisigualmenteaoutralíngua.Estasconclusõesforamconfirmadaseverificadaspelosresultadosobtidosnumconfrontoentreaterminologiatchecaeaalemã(DROZD,1981,p.106).
Inúmeros terminólogos, atualmente, estão envolvidos na pesquisa
básica e aplicada na Tchecoslováquia. Eles trabalham para a Academia
de Ciências, em universidades e na organização das normas tchecas
(FELBER, 1984, p. 17).
n:I'õoo
(5c:E
~3 SegundoDrozd(198,p.107),uma línguafuncionalé umasublínguade -25uma Língua Padrão Nacional, "que tem por função preencher necessidades .~específicas de comunicação dentro do campo especializado da atividade ohumana; é uma língua monofuncional. O indivíduo que se comunica num ~assunto especializado precisa de meios lingüísticos especiais que ele
11seleciona de acordo com a esfera de comunicação em que fala ou escreve". .
3.2 A TEORIA GERALDA TERMINOLOGIA
ATeoriaGeraldaTerminologiadesenvolvidaporEugenWüesteréuma disciplinacientífica,quepossibilitauma baseparao trabalhoterminológico.ÉabasedetodasasEscolasde'1erminologia.Oobjetivodotrabalhoterminológicoéafixaçãodeconceitos,visandoàelaboraçãodedefiniçõesorgânicas,alémdeestabelecerprincípiosparaacriaçãodenovostermose possibilitar,assim,comunicaçãomaisprecisaentreespecialistasdediversasáreasdoconhecimento,noâmbitodaCiênciaedaTecnologia,emnívelnacionale internacional.
O grandeavançodadopela TGT foi sistematizarprincípiosterminológicosquederamaestaatividadeumcarátercientíficopróprio,diferenciando-ada atividadelexicográfica.Paramuitosprofissionaisenvolvidoscomasquestõesdedenominação,atéaquelemomento,nãoestava bem determinadoo campode atuaçãode cada uma dasatividades.ParaaTGT,o trabalhoterminológicoiniciacomoconceito
quepossuiuma unidadededenominaçãoqueé o termo.Um termodesignaumconceito.Destaforma;énecessáriogarantiraunificaçãodeconceitose termos,o quecaracterizaa Terminologiacomosendodenaturezaprescritiva.Porém,a esferado termoé diferentedaqueladoconceito.Oconceitoé o significadodo termo.Paraa Lexicologia,aunidadedetrabalhoéapalavra,quepodepossuirconotações.NaTGT,oconceitopertence,sempre,aumalínguaespecializada.
UmadasdiferençasfundamentaisentreaLexicologiaea pesquisa.~ terminológicaéqueaprimeiratrabalhanoâmbitodalínguanatural,~ queéfrutodeumalongaevoluçãohistóricae,devidoa isto,aspalavrasE não sãounívocase secaracterizampor apresentarempolissemia,::;
g homonímia,sinonímiaetc.Poroutro lado,a segunda-trabalhano
~ âmbitodalínguaartificial,aquientendidacomoaquelaqueseconfigura~ dentrodeumdeterminadogrupodeespecialistas,construídademaneira~ a permitiruma relaçãounívocaentreo conceitoe a denominação.A
li pesquisaterminológica,assim,selimita a situaçõesbemdefinidase
nãopodesergeneralizada,comopor exemplo,o sistemaformal daQuímicaeaslinguagensdeprogramação(WERSIG,1981,p.285).
Outra questãoque diferencia o trabalho terminológico dolexicográficoéqueesteúltimo temporum deseusobjetivosincluir os
váriossignificadosqueuma palavraapresentano tempo.Já para aatividadeterminológicao queimportaé o usoemvigorqueo termodenota,endossadoporumadeterminadacomunidadedeespecialistas.Destaforma,aterminologiavêotermosobumpontodevistasincrônico(WÜESTER,1981,p.64).Masesteslimitesnemsempresãoclaros.
Riggs (1979,p. 150) propõetrêsparadigmasterminológicos,demonstrandoa íntima associaçãoda terminologiaanalíticacom aLexicologia,da terminologianormativacom a Conceptologiae daterminologiasintéticacoma Terminologia,atuandoestacomoponteentreaConceptologiaeaLexicologia.Cadaparadigmatemumconceitodetermo,oqueexplicariaaformadeabordagemdoproblemaemcadacaso.Porexemplo,oslexicólogossereferemasignijicadosde termo,enquantoosconceptólogosachamque"a vidaficamuitomaisfácilse,
para cadaconceito,houverum único nomenão usadopara outroconceito".Porúltimo,osestudiososnoâmbitodaterminologiasintética,numaposiçãointermediária,procuram
'"'5"0oo.~E~'"
A abordagemda TGTsecaracterizaria,segundoosparadigmas ~propostosporRiggs,comoterminologianormativa.Eraisso,certamente,'§
oqueWüesterdesejava,tantoquesuaTeoriaseajustouaosobjetivosdali
umpontodevistaque,curiosamente,aindaestásemnome.Oconceitoqueeutenhoemmenteéapossibilidadedeque,emboraumapalavratenhaumavariedadedesentidos,osentidopretendidodevaserinequivocamenteaparentenocontextoemuso,Defato,esteéo idealimplícitodetodotextocientífico.Um"elemento"químicoéconhecidodeformanão-ambíguaporquímicosebastantediferentedeum"elemento"matemático,musicaloumilitar.Quandoumapalavraevocaapenasseusentidopretendido,elanãoevocaaomesmotempotodososoutrossentidospossíveis,econtudonãoprecisaserunívoca(RIGGS,1979,p.151).
normalizaçãotécnicaeestánabasedoComitê37daISO- FundamentosdeTerminologia.
A TGTbusca,então,estabelecerprincípiosquevisama propiciaruma correspondênciaexataentreconceitose termos,parafacilitar acomunicaçãonosváriosdomíniosdaCiênciaedaTecnologia.Umdelesé o princípio da univocidade.Estaquestãoé complexae, para osterminólogosdeformaçãolingüística,a correspondênciaúnicaentresignificante/significado- ouentredenominaçãoeconceito- serealizanostermostécnicosnovos,aneonímia.ParaosterminólogosqueseguemaTGT,noentanto,estacorrespondênciasedávianormalização,o quecaracterizaa naturezaprescritivada Terminologia.Oslingüistaspoderiamargumentarqueistoé artificial,eé,mas,segundoWüester,"Recentementefez-seumaobservaçãodasmaisimportantes:nalínguaespecializadaapoiada[porumapolíticae normastécnicas],anormaprescritivatorna-semuito rapidamentea norma descritiva"(198I,p.65).
OutroprincípiogeraldaTGTéo damonorreferencialidadequeserelacionaao fato de que "um significanteterminológico,mesmocomplexo,representanoespíritodeumespecialistadaáreaumconjuntoconceitualúnico" (RONDEAU,1981,p. 164).
.ê'<\3cQ)
E:JU
8 Kandelaki(1981,p.157),representantedaEscolaSoviética,quetem~ origemnaTeoriadeWüester,apontaparaoutraformadeabordagem~ doconceito.Elepartedostermoseafirmaqueoconjuntodossignificados01)
:5 dos termosque compõema terminologia técnicaconstituirá,por.: conseqüência,osistemadesignificadosdaterminologiatécnica.Colocaa seguintequestão:a organizaçãodo sistemade significadosda
Umavançoparaaépocafoi considerara línguacomosistema.Ostermossedefinemunsemrelaçãoaosoutros,formandoum sistema.
Napesquisaterminológicaestudam-seosconceitosenquantopartedeum sistemadeconceitos(WÜESTER,1971).Qualqueralteraçãonoconteúdode um conceito,refletidona definição,alteraosdemaisconteúdose,portanto,asrespectivasdefinições.
terminologia é diferentedo sistemade significadosda área de assunto
correspondente? Para responder a esta pergunta, vai primeiramente ao
ambiente de formação dos conceitos:
Naliteraturacientífica,numaanáliseteórica,distingue-sehabitualmente:1)oobjeto,2)oconhecimentodoobjeto,e3)oobjetodoconhecimento[...]Atualmente,cadaumdestesconceitosestáligadoà idéiadeumsistema.
o objetoexisteindependentementedoconhecimento,é anteriora seuaparecimento.Ésistematizadopornatureza.
oconhecimentoéigualmentesistematizadopornatureza.Ocarátersistêmicodoconhecimentoéconsideradocomoaconseqüênciaimediatadanaturezasistêmicadoobjeto,doqualeleconstituioreflexo.Contudo,oreconhecimentodanaturezasistêmicadoobjetonãopodeserautomaticamenteestendidoaosfenômenosdoconhecimentoeaplicadoàcompreensãoeàexplicaçãodaestruturadoconhecimentodoobjetodado.Osistema,enquantoformadeorganizaçãodoconhecimento,porcomparaçãocomo objetoenquantosistema,possuiparticularidadesespecíficas.
[...]Oobjetodoconhecimentoéformadopelopróprioconhecimento...[mas]nãoéidênticoaoobjeto.Éumprodutodaatividadecognitivadohomeme,comocriaçãoparticulardohomem,eleésubmetidoaregrasparticularesquenãocoincidemcomasqueregemopróprioobjeto(KANDELAKI,1981,p.157),
Os objetosdo conhecimento (objetos abstratos) se exprimem no
sistema de conceitos que constitui a teoria, porque os objetosquesetornaramobjetosda teoria não são idênticos aos objetosiniciais, aosque existem na realidade, São apenas maquetes aproximadas que
colocam em relevo um único aspecto da coisa real. Em conseqüência
destecaráterlimitado,todasasteoriastêmporobjetosascoisasabstratas, ,~O()
comoo númeropara a matemática,a espécieparaa biologia.Estes -§objetosseexprimemno sistemade conceitosqueconstituia teoria,e '~esse sistema reflete a organizaçãodosobjetosem sistema de grupos ~segundocritérios da subordinação"dos particulares aosgerais" .gra(KANDELAKI,1981).Cadaconceitoocupa,então,umlugarnosistema, '§
Q)
e estelugarédeterminadono momentodaformaçãodoconceito,pondo- ~
seemevidênciaascaracterísticasgenéricaseespecíficasdosobjetos.
expressos,o quedesvela,aomesmotempo,suanatureza.Esteaindanão é o espaçoda Terminologia, que se ocupa dos sistemasdesignificados.SegundoKandelaki(1981)sãodoisossistemas:osistema
designificadosda terminologiade formaçãonatural e o sistemade
significadosda terminologiaordenada.Oprimeirorecolhedefinições,melhor dizendo, definiçõespreliminares, as quais têm umacaracterísticaparticular.Cadaumadelasfoielaboradaparaumconceitotomadoem separado,independentementedo conteúdodosoutrosconceitosquelhesãoligados.
Épor issoquea terminologiadeformaçãonaturalfixadaporelas[asdefinições]têmlimitesmutuamenteimprecisos.Elasrefletem,deumlado,asopiniõesdasdiferentesescolaseorientaçõese,deoutro,asdiversasetapasdodesenvolvimentodaciênciarelacionada,odesenvolvimentocronológicodaformaçãodestesconceitos(KANDElAKI,1981,p.161),
Os sistemas de significados imprecisos que compõem asterminologias de formação natural "não podem servir de base para as
terminologias ordenadas concebidas para a comunicação científica. Para
esta finalidade, épreciso estabelecer uma rede de significados precisos e
únicos que responde ao nível de desenvolvimento o mais atual da ciência"
(KANDELAKl,1981,p.163), Para a ordenação, o conhecimento científico
éconsiderado como um sistema, cujos elementos são constituídos pelas
ciências particulares. Por seu turno, os conceitos que compõem estas
ciências são considerados como sistema, e a ordenação servepara separaras partes do sistema, isto é, os subsistemas e os subsubsistemas. Mas
estes conceitos fazem parte da ciência..~
~ Para Kandelaki,a atividadeterminológica tem início no glossárioCIJ
§ preliminar cujos termos compõem as terminologias de formação natural.
8 Nem todos os conceitos ali presentes pertencem ao sistema de conceitos
E da ciência, ou seja, nem todos se referem aos fundamentos da ciência,CIJ
~ somente os conceitos abstratos, gerais. Estes "representam as regras gerais:J
.se que regem seu objeto de estudo e são ligados a todas as suas teorias".-' (KANDELAKI,1981, p. 160). Deles derivam os demais. A ordenação dos
I conceitos serve,então, não apenas para tirar estesconceitos e suas relações
maispróximas,mastambémparacompreenderasregrassegundoasquaiselesproduzemoutrosconceitos.Definindo-oslogicamente,podem-seisolarsuascaracterísticasessenciaise,com isso,fornecerasbases
paraa unificação,a divisãoeo ordenamento(GORKOVA,1980,p. 8):estaé a abordagemepistemológica.Paraostermosespecíficosusadosna comunicaçãoprática,interpreta-seo significadodo termo,sendosuficiente,muitas vezes,uma "interpretaçãoadequada":estaé aabordagempragmática. Uma estatísticadas característicasdasterminologiasindicaqueosconceitosbásicosdeumaáreanãoalcançammaisdoque10%(GORKOVA,1980,p.8).
Observa-seque a metodologia de trabalho desenvolvidaporKandelaki,queprovaqueosistemadeconceitosdaciênciaédiferentedosistemadeconceitosordenados,é menosabstratado quea TeoriaGeralda Terminologia,não sepodendodizer,no entanto,quesejacOr:J.flitantecom ela. E se justifica, quandoKandelakirespondeà
indagação.
3.2.1 Princípios do trabalho terminológico
Aseguir,sãoapresentadosprincípiosespecíficosquefundamentamo trabalhoterminológico.
Conceitos e termos
ParaaTGT,conceitoéumaunidadedepensamento,constituídodecaracterísticasquerefletemaspropriedadessignificativasatribuídasa
um objeto,ou a uma classedeobjetos.Suafinalidadeé permitir a '"ordenaçãomentaleacomunicaçãoatravésdosímbololingüísticoque '§>
é o termo.A TGTtraz,então,paraseuâmbito,a tríadelinguagem- ]pensamento-realidade,defendidaporSaussure(1987).Oconceitoéum ~
f-"-
elementodesignificaçãodotermo,querepresentaumobjetonarealidade ~empírica.Comounidadedepensamento,eleéumaconstruçãomental, .~própriadeum indivíduo,que,aoobservararealidadequeocerca,percebe&"objetosindividuais"quenelaestãoinseridos,Osobjetospodemserseres.oucoisas,qualidades,ações,locais,Aobservaçãoacabaporprivilegiar
algunsaspectosdoobjeto,quenoníveldopensamento,istoé,naesferadoconceito,constituemacaracterísticadoconceito.
Acaracterísticaqueconstituium conceitoétambémum conceito.Atravésdelapodem-secompararconceitos,cIassificá-losemumsistemadeconceitos,sintetizá-Iosatravésdadefiniçãoedenominá-Iosatravésdostermos.Oagregadodascaracterísticasqueconstituemo conceitodeterminasuaintenção.Apartirdadeterminaçãoda intençãodocon-ceito,ouseja,dadelimitaçãodesuascaracterísticas,épossíveldeterminar,também,conceitosquepossamserrelacionadosaoconceitoemanáliseporpossuíremcaracterísticassemelhantes;emoutraspalavras,épossíveldeterminara totalidadeou o númerodeconceitosqueesteconceito
abarca,o queconstitui suaextensão(FELBER,1984,p.58).
Como a Terminologia se ocupa, sempre, de uma área deconhecimento,háumaseleçãodascaracterísticasrelevantesparaaquelaáreae,também,paraospropósitosdotrabalho.Assim,conformeaáreaeconformeopontodevistaabordado,mudamascaracterísticase,comoconseqüência,as relaçõesentre os conceitos.Ao selecionar ascaracterísticasa seremusadasparadefinirum conceito,é importanteconsiderara naturezadosistemadeconceitosa serconstruído,bem
comoasexpectativasdosusuários.Extensãoe intençãosãoformasdeapreensãoe identificaçãodoconceito,e influenciama elaboraçãodesuadefinição,comoveremosmaisadiante.
Outropontoimportantea serobservadoé o tipodecaracterística,~ quefuncionacomoumaunidadededivisãoepossibilitaaformaçãode~ classesdeconceitos(renquesecadeias),poisprivilegiaum aspectogeral~ e comum a todosos conceitosque estãoinseridosna classe.As:J
g característicassãoclassificadasda seguinteforma: características
~ intrínsecasecaracterísticasextrínsecas- elasnãosãoexcludentes,isto~ é, o objeto individual observadopodepossuir,ao mesmotempo,ê> característicasintrínsecaseextrínsecas.::J. Ascaracterísticasintrínsecassãopartesconstituintesdopróprioob-
jeto,emoutraspalavras,sãoinerentesaoobjeto,porexemplo,material,
coretc.Ascaracterísticasextrínsecasestabelecemasrelaçõesdoobjetoobservadocomoutrosobjetos.Podemserconsideradassobdoisaspectos,
asaber:característicasdepropósito(aplicação,função,posição)eca-racterísticasdeorigem(paísdeorigem,produtor)(FELBER,1984,p.58),
Dentreelas,algumassemostramúteisàordenação:aquelasque,numaoperaçãoespecíficadeanálisedeum grupodeconceitos,sãousadasparaa definiçãoou a fixaçãodasrelaçõesentreelese,portanto,parasua ordenação.Asdemaissão consideradasnão-essenciaisparaordenação.
No processode fixação e ordenaçãodos conceitos,algumascaracterísticastêm precedênciasobreoutras. Isto ocorre entre
característicasdependentese característicasindependentes.Ascaracterísticasserãodependentesdeoutrasseestasoutrastiveremqueser previamente definidas para que as primeiras possam sercompreendidas;as característicasserão independentesquandoproduziremconceitosquepuderemserincluídosemmaisdeumaclasse,produzindopoliierarquias.
Aodefinirconceitoseposicioná-losemum sistemadeconceitos,as
característicasintrínsecassãoasprimeirasquedevemserevidenciadas,poisdeterminamsuaessência.Logoapós,obedecendoaumaordemdepreferência,asdepropósitoe,porúltimo,asdeorigem.
Outroaspectoa serobservadoquantoà questãodoconceitoéqueele,como uma unidadedepensamento,necessitade um símbololingüísticoparasercomunicado.Estaquestãoda denominaçãodosconceitosé devital importânciaparaa atividadeterminológica,pois
seuobjetivoéestabelecer,apartirdafixaçãodoconceito,um adequadosímbololingüísticoparadesigná-lo.
'"'50o
(5c'EQj
Na TGT,o termoé a unidadedecomunicaçãoquerepresentao t-;"conceitoepodeserconstituídodeumaoumaispalavras,umaletra,um .~
símbolográfico,uma abreviação,uma notação.Eleé normalmente &designadoporumespecialista,ougrupodeespecialistas,queseapropria11depalavrasou cria palavraspara determiná-Ia.Assim,o termo é
determinadodeuma formaprescritiva.Alémdisso,"o termocomo
representantedoconceitoédependentedosistemadeconceitosnoqualestáinserido"(FELBER,1984,p.17).Portanto,aunivocidadeérelativa.
Relações entre conceitos
Osconceitosserelacionamcomoutrosconceitosemumsistemade
conceitoterminológico,poissãorepresentaçõesmentaisdasrelaçõesque ocorrementreosobjetosna realidadeempírica.Quandoestasrelaçõessãotratadasemumnívelconceitual,passamaserconsideradasrelaçõeslógicase ontológicas.Wüester(1981,p. 97) explicapor queestasrelaçõessãoassimconsideradas,asaber:
nJ'L:'nJc:E Emoutraspalavras,asrelaçõesontológicassedãoentreoconceitoe::I
g a realidade.A identificaçãodasrelaçõesentreconceitospermite,em~ primeirolugar,oentendimentodopróprioconceito,tendoemvistaque~ osconceitossedefinemunsem relaçãoaosoutros.Alémdisso,elas
~ auxiliamna formaçãodasestruturasconceituais,emespecialaquelas.:.::; queformamrenquese cadeias.Wüester(1981)apresentaum quadro, comumasíntesedaclassificaçãodasrelações(Quadro1).
A experiência mostracomoé difícilparaum grandenúmerodepessoasdistinguir asduasespéciesderelação.Contudo,um abismointransponível
separamuitobemestasduascategoriasderelaçõesconceituais.Cadaindivíduo,
porexemplo,meucãoBruno,podesersubmetidopelopensamentohumano
a diferentesgrausdeabstração.Segue-sequeum único emesmoindivíduopoderepresentarcadaum dosconceitossucessivosdeuma mesmacadeiade
abstração.MeucãoBrunoé,porexemplo,aomesmotempoumSãoBernardo,
um mamíferoeum servivo.Aocontrário,nãoexisteum indivíduoquepossa
representarao mesmotempovários grausde uma cadeiaontológicadeconceitos.Nãoseencontraráem qualquercartageográficaum pedaçodeterraquesejaaomesmotempoumaprovínciaouum cantãodestaprovíncia.
Emoutrostermos,entreconceitosexistemsomenterelaçõeslógicas,ourelaçõesdeabstração.Asrelaçõesontológicasnascemdofatodeelevarem-seaumníveldeabstraçãoasrelaçõesqueexistemnarealidadeentreosindivíduos(relaçõesônticas)fazendo-sedestasrelaçõesindividuais(porassimdizerdestesindivíduosderelações)conceitosderelação(porexemplo,acima,abaixo)(1981,p.97).
Quadro1- ClassificaçãodasRelaçõessegundoa TGT-(Wüester,1981)
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ~e!a5Õ!!~ 'Õ.0!:!c!!i!U2i~ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _Sistema de conceitos (ordena ão de conceitos
Relações lógicas Relações Ontológicas(relação de
abstração, relaçãode semelhanca)
2
Genérica~
t~!!~""
.QE"
::;:
Relações de contacto(relações de contigüidade)
3
Relações decoordenação (em
panicular, relações,ane-todo~15
> Concei (Q de
inclusão
Específica------Conceitodepane
Conceitoexpandido BT
<
Co;ccitõ resi;itõ - - - - NT- - - - -
~
I~C:E§Ú
Determinação
------Conjunção deconceitos------Disjunção deconceitos
11 Teoria da Terminologia
"
------integração
Relaçõesdeencadeamento (em
panicular, relações desucessão
Predecessor>,
'<
------Sucessor
------
------
------
------
Geral
7
Ascendente
Õe~c;nde~t;
------------
------
------
8 9 10 11
Ex. larvado ovo
Relação Lógica
Asrelaçõeslógicasresultamforçosamentedaprópriacompreensãodos conceitos.Chamam-se,também, relações de semelhança(WÜESTER,1971),desimilaridade,deabstraçãoougenéricas.Emgeral,sedividemem doisgrandesgrupos:relaçõeslógicasdecomparação,quesedãoentredoisconceitos,erelaçõesdecombinaçãológica,quesedãoentretrêsoumaisconceitos.
Asrelaçõeslógicasdecomparaçãopodemserclassificadasemquatro
tipos,a saber:hiponímialógicaou subordinaçãológica;coordenaçãológica;interseçãológica;erelaçãológicadiagonal.
Umarelaçãodehiponímialógicaocorrequandoum conceitotemtodasascaracterísticasdo outroconceito,e esteúltimo possuiumacaracterísticaadicional;pode-sedizerqueesteconceitoé umaespéciedooutro,ogênero.Assim,oconteúdodoconceitomaisrestrito(conceitosubordinado) inclui o conteúdodo conceitosuperordenado.Nasuperordenaçãode conceitos, temos,portanto, o gênero,e nasubordinação,a espécie,comopor exemplo,veículoé o gênerodeaeronave.Acoordenaçãológicaseestabelecequandoosdoisconceitosanalisadossãoespecíficosdo mesmotermogenérico,distinguindo-seentresipor umaúnicacaracterística(WÜESTER,1981,p.87).Ditodeoutraforma,elasedáentreconceitosdeum mesmorenquelógico.Arelaçãodeinterseçãológicaseapresentaquandosãocomparadosdoisconceitos,cujaintençãosóéidênticaparcialmente,istoé,nemtodasas
.~ característicassãoasmesmas,comoporexemplo,Ensino- Instrução.~ Arelaçãodiagonallógicaocorrequandoduasespéciesdeconceitosdo~ mesmogêneronãoestãoligadospor relaçãodesubordinaçãonemde~
g coordenação,comoporexemplo,balão/foguete,navio/avião.oE(])0.0ro~0.0c:
:.::;
AsrelaçõesdecombinaçãológicasãodefinidasporWüester(1981,p. 87)daseguinteforma:. Consideremostrêsconceitosquenãosãoligadosentresi,nemporumarelação
dehiponímialógica,nemporrelaçãodecoordenaçãológica.Doisdentreeles
podementãoserconceitosdepartidaque,porsualigação(chamadatambém
decombinação),constituemum terceiroconceito(1981,p,87),
Sãotrêsasespéciesdecombinaçãológicadeconceitos:determinação,conjunçãoe disjunção.A determinaçãoocorrequandoum segundoconceitoaparecena compreensãode um primeiro conceitocomocaracterísticasuplementar,eo resultado,ouseja,o terceiroconceito,éum específicodoprimeiroconceitodepartida.Wüester(1981,p. 87)apresentaoseguinteexemplo,paraestetipoderelação:acombinaçãodosconceitosImport = importare Kaufmann= homemdenegóciosresultanoconceitoImport-Kaufmann= importador.
Quandoascaracterísticasdedoisconceitossãoreunidas,resultando
emum terceiroconceitoqueéespecíficocomumaosdoisconceitosdepartida,diz-sequeexisteumaconjunçãodeconceitos.Wüester(1981,p. 87) apresentao seguinteexemplo:a combinaçãodosconceitosIngenieur= engenheiroeKaufmann= homemdenegóciopoderesultar[emalemão]noconceitoIngenieur-Kaufmann= engenheiro-homemde negócio,Assim,um engenheiro-homemde negócioé tanto umengenheirocomoum homemdenegócio.Osconceitosformadosporconjunção de conceitosacabamformando, no momentode sua
estruturaçãoemum sistemadeconceitos,sistemaspolierárquicos(versistemadeconceitos).
A disjunçãodeconceitosé definidacomouma somalógica.Estarelaçãoocorrequando"asextensõesdosdoisconceitos,ou seja,seusespecíficos,sãoreunidas.Um exemplo:indo-europeu.Daí resultaogenéricocomumdosconceitosdepartida" (WÜESTER,1981,p. 88).Outroexemplo:homem,mulher= serhumanoadulto.
'"'50o
(5c:'E
~Asrelaçõesontológicassãorelaçõesindiretasentreconceitos,porque ~
resultamdaspropriedadesquepossuemosrepresentantesdosconceitos '§(osobjetosdomundoempírico).Caracterizam-sepelacontigüidadeno ~
tempo eno espaçoou pela conexãodecausaeefeito. .Relação ontológica
Wüester(1981,p. 91), considerandoo usodoconceitoantologiapararepresentarestetipoderelaçãoconceitual,adverteque"o conceitodeantologiaou 'ciênciadoser'correo riscodeserum poucodelicadoparaum bomnúmerodeleitores.Masapreocupaçãocomaantologiasóapareceà medidaqueé necessárioelucidarasrelaçõesquepodemexistirentreosconceitos".Argumentaqueaterminologiatevedecriarnãoapenasostermosutilizadosnestetipoderelação,mastambémseussímbolos.Mas acrescentaque, apesarde uma das funçõesdosterminólogosseradeelaborartermos,"elesaindasevêemconstrangidosem introduzirtermosapropriados,emparticularrelaçõesparte-todo,cadeiaparte-todoesistemaparte-todo"(WÜESTER,1981,p.95).
Asrelaçõesontológicassãoclassificadasemdoisgrandesgrupos:asrelaçõesdecontactoeasrelaçõesdecausalidade.
Relação de contato
Arelaçãodecontactoéamaisimportantedasrelaçõesontológicas,queseauto-explicamapartirdasduasespéciesqueincluem:arelaçãodecoordenação(ontológica)earelaçãodeencadeamento.
Aprincipalrelaçãodecoordenaçãoéarelaçãoparte-todo,ouseja,arelaçãoentreo todoe suaspartes,ou entreasprópriaspartes,sendoconsiderada "relação espacial e por conseguinte relação desimultaneidade"(WÜESTER,1981,p.96).Elapodeocorrerentredoisconceitosouentredoisou maisconceitos.Aocomparardoisconceitosem uma relaçãodecoordenaçãoontológica,surgemquatrotiposde
:~ possibilidades:subordinaçãopartitiva,coordenaçãopartitiva,interseção~ partitivae relaçãodiagonalpartitiva.A subordinaçãopartitivaocorre
~ quandoum objetoindividualéumaparte(subordinaçãopartitiva)de8 outroobjetoqueé o todo(superordenaçãopartitiva).Estarelaçãoé~ tambémchamadade relaçãoverticalpartitiva,porqueformacadeias~ partitivas, ou seja, uma sérievertical de conceitos.Nestasérie,
:§ considerando-sedoisconceitosvizinhos,oconceitosuperiorcorresponde.aotodoeo conceitoinferioré umadesuaspartesconstitutivas,como. porexemplo,Avião- Motor.
A relaçãodecoordenaçãopartitiva existeentredoisobjetosque
representampartede um todo comum. Estarelaçãoforma sérieshorizontaisdeconceito,sendotambémchamadasderelaçãohorizontal
deconceitospartitivos,ondeseencontramosrenquespartitivos.Umrenquepartitivoéumasériehorizontaldeconceitosquecorrespondemàspartesdeum todonum certoníveldedesagregação.Porexemplo,"fuselagemé coordenadodeasa(queestãosubordinadosa avião)"(FELBER,1984,p.62).
A relaçãointerseçãopartitiva ocorreentre dois conceitosque,comparados,possuemalgumapartecomum.Porexemplo,Biologiae
QuímicaproduzemoconceitoBioquímica.
Arelaçãodiagonalpartitivaéaquelaqueseapresentaquandoduaspartesdeum todocomumestãoem relação,e estarelaçãonãoé desubordinaçãonemdecoordenação.Porexemplo,MecânicaeQuímicasãopartesdotodoCiência.
A relaçãodeencadeamentoé uma relaçãotemporal.A principal
relaçãodeencadeamentoé a relaçãodesucessão,ouseja,relaçãodecontigüidadeno tempo,comoporexemplo,predecessorsucessor.
Relação de causalidade
Relaçãodecausalidadeéaquelaquesebaseiaemum elosucessivodecausas(WÜESTER,1981,p.96).Asprincipaisrelaçõesdecausalidadesãoasrelaçõesdeparentesco,tambémchamadaspor Felber(1984,p" 64) de relaçõesde descendência,a saber:relaçãogenealógica(pai~filho); relaçãoontogenética(ovo~larva);relaçãodesubstância "~
(urânio~rádio). Apresentaaindaoutrasrelações,taiscomo:material- iproduto(madeira~mesa);instrumental(instrumento~eseuuso). E
~Alémdeestabelecerasrelaçõesentreosconceitosemseutrabalho, ~
Wüesterreconheceanecessidadedeumaclassificaçãodosconceitoscomo "i§
baseparaaatividadeterminológica.Sendoassim,posicionaosconceitos ~
emconjuntosharmônicosaosquaisdáonomedesistemadeconceitos..
Sistema de conceitos
Umsistemadeconceitos,paraa TGT,é um sistemaformadoporconceitose suasrelações,quepodemser lógicase ontológicas.Arepresentaçãodosistemadeconceitosserveadiversosobjetivos,taiscomo:organizaçãoefetivado conhecimentodentro de uma dadaárea;representaçãoclaradasrelaçõesentreconceitos;revelaçãodeconceitosaindainexistentesouconceitosredundantes(sinonímia),ajudandoaassegurarum nível ótimo de normalização da terminologia;estabelecimentodeequivalênciasclarasentretermosem diferenteslínguas(ISO/DIS704).
Paraa determinaçãodeum conceito,dentrode um sistemadeconceitos,trabalham-seassuascaracterísticas,que têm um papelfundamentalnesteprocesso.Oagrupamentodeconceitossedáquandoseidentificaumacaracterísticaespecificadoracomumaosconceitos;quandoseempregaestacaracterísticacomocritérioparadivisãodosistema,diz-sequeelaéum "tipo decaracterística".
Todomembrodosistemaformaumaestruturacomníveis,chamada
dehierárquica.Aesterespeito,Wüester0981,p.98)explica:
'".~,'"1:Q)E
§ Destaforma,asrelaçõeshierárquicasformamsistemashierárquicos
~ queenvolvemsuperordenação,subordinaçãooucoordenação,podendo~ serdivisionaisou combinatórios.Ossistemasdeconceitosdivisionais'"51 sãomonoierárquicos,istoé, um único sistemaservecomoconceitoc:
:::; superordenadomaiselevadoetodososoutrossãosubordinadosaele.
11Ossistemasdeconceitoscombinatóriosformamossistemasdeconceitos
Napráticaverifica-sesertambémnecessáriodarum nomeàrelaçãoqueliga
doisconceitosquandoestesdoisconceitosnãoestãosituadosnamesmacadeia.Hátrêspossibilidades:ou estesconceitosestãocoordenados,ou sesuperpõem,
ousãoligadosporumarelaçãodiagonalnointeriordeumsistemadeconceitos.
Naterminologiachama-serelaçãoassociativatal relaçãoconceitualoumaisexatamenterelação hierárquica.Por oposição,reúnem-sesobo nomede
relaçõesdecomparaçãonão-hierárquicatodasasoutrasrelaçõesontológicas,
ou seja,todasaquelasquenãosãorelaçõesparte-todo(1981,p. 98).
poliierárquicos,istoé, ascaracterísticassãocombinadase o conceito
podeserestruturadoemváriashierarquias.Aapresentaçãodossistemashierárquicose poliierárquicosformao sistemadeconceitocomoum
todoe coloca,assim,emevidênciasuaeskuturana qualosconceitossãorepresentadosportermos.Asmaisimportantesrepresentaçõesgráficassãoasseguintes:
· Diagramaemárvore(temaformadeumapirâmide,ondecadatopoapresentaumacaracterísticaquepossibilitaadivisão);
· Diagramaemcadeia(formadoporváriosdiagramasemárvore);
· Diagramaemcampocircularou retangular(tabelas)(FELBER,1984,p.66).
Arespeitodaapresentaçãodosconceitos,Wüesterargumentaaindaoseguinte:
1Pode-serecorreraum planográficodosistemaparacolocarasrelaçõesemrelevo;
2Esteplanográficoésubstituído,namaioriadasvezes,porumplanoquetomaa formadeumalista;ditodeoutromodo,porumalistaseguidadeconceitos.Estalistalevaonome,igualmente,de"registrosistemático"ou"partesistemática".
2.1Ostermoscorrespondentesaumacadeiadosistemasãoinscritosnumaescala.Ostermosdeumrenquesãocolocadosunsabaixodosoutros.
2.2Àfrentedecadatermo,coloca-seumsi~o ideacional(porexemplo,umnúmero),ouumtermo,queexprimeapenasograudacadeia.
'"'50oo
, c2.3Afrentedecadatermo,coloca-seum símbolodenotaçãosistemática.'EQuandoseempregaumsistemadenotaçõesdestetipoénecessário,então, ~inscreverostermosdeforma recuada.Ossímbolos mencionados nosparágrafos -f!5
trazemigualmenteonomede"símbolosdeclassificação"(1981,p.19). .~o<1J
Ousodoplanográficoéumprocessodeorganizaçãodosconceitos, ~
nafasedeanálisedeseuentendimento.Aorganizaçãodosconceitosno.Talsímbolochama-se"símbolodegrau".
planopodevariaratéquesecheguea umaconclusãosobreaposiçãoadequadadoconceitonoSistemadeConceitos.Estaorganizaçãofinal éque deveserapresentadanas terminologiase é ela queforneceoselementosdadefinição.
Definição
Adefinição,naTGT,éreconhecidacomouma formadedescriçãodoconceito.Oconceitopodeserdescrito,também,porumaexplicação,casonãosejapossívelestabelecersuadefinição.Porém,adefiniçãoéachaveparaumtrabalhocientífico.Umadefiniçãoé,então,umadescriçãodeumconceitopelosignificadodeoutrosconceitosconhecidos.Elarevelaaposiçãodoconceitoemumsistemadeconceitosrelacionados,enquantoque uma explicaçãoé uma descriçãodo conceitosemconsiderar,entretanto,aposiçãodoconceitoemumsistemadeconceitos(FELBER,1984,p.73).
A definiçãona terminologia não é apenasrecolhidaentreosmembrosdeumalínguaespecial,maséfrutodaordenação/classificaçãodosconceitosem um sistemade conceitos.Assim,uma definiçãorecolhidaemum primeiromomentopodesofreralteraçõesou ajustesno processode fixaçãodo conceito,ou seja,duranteo processodeordenação/classificação(KANDELAKI,1981,p.160). A definição
resultanteéquevaideclararosignificadoqueotermodeveternaquelesistemaespecíficodeconceitos.Por isso,diz-sequea Terminologiaéprescritiva.
~~ Osconceitospodemestarligadosna definiçãopor:determinação~ (intenção)ouconjunção,disjunçãoeintegração(extensão).SãoessesEa os dois tiposmais importantespara a atividadeterminológica.Osoo elementosdadefiniçãoporintenção(oudefiniçãológicaouanalítica)
~ sãoascaracterísticasdoconceitodefinido.Oselementosdadefinição~ porextensãosãoosmembrosdaclassedoconceitodefinido.c
:::; Aordemdascaracterísticas,determinadano momentodafixação.doconceito,é amesmadadefiniçãointencional,ouseja,o termoque
designaogêneroimediatamentesuperior(genusproximum) vememprimeiro lugar (característicaintrínseca), seguindo-seasdemaiscaracterísticas(differentiaspecifica).Paraqueadefiniçãoassumasuapropriedadesistematizante,énecessáriomanternestepadrão.
Comoascaracterísticasdosconceitostambémsãoconceitos,devem
ter uma definição,ficandoevidenteasrelaçõesentreosconceitos.A
normaISO704(Princípiosemétodosdaatividadeterminológica),queseguea TGT,forneceelementosparaa definição,masnãoestabelece
princípios,ouseja,édescritiva.Osproblemasdadefiniçãotêmsidoobjetodeestudosdiversosna línguageral.Nalínguaespecializada,todavia,apenasrecentementecomeçouaserobjetodeestudosistemático.
Em 1982o GroupeInterdisciplinairedeRechercheScientifiqueetAppliquéeen Terminologie(GIRSTERM),no Canadá,realizaum
ColóquioInternacionaldeTerminologiasobo tema"Problemasdadefiniçãoe da sinonímiaem terminologia"(TERMIA,1982),como
objetivodediscutirespecificidadesdadefiniçãoemTerminologia,comoporexemplo:o quedefinir,comodefinir,por quedefinir,a sinonímia
dostermosversusasinonímiadaspalavras - questõesqueseapresentamno cotidianodosterminólogosno exercíciodeseutrabalho.Comoadefiniçãoé um elementofundamentalpara a Terminologia,cabe
destacaracontribuiçãodealgunsteóricosparticipantesdoColóquio.
Dahlberg(1983,p. 13),umadasteóricasmaisimportantesparaasáreasdeClassificaçãoeTerminologia,apresentaumalongaexposição
sobreocarátereosrequisitosdadefiniçãoterminoló~a, àluzdaTeoriado Conceito(ver4 ). SegundoessaTeoria,a definiçãoterminológicaseriaa definiçãoconceitual,poisela incorporaos trêselementosdoconceito,asaber,o referente,ascaracterísticaseo termo,aocontrário
dadefiniçãonominal,quecontemplaapenasotermoeumaequivalênciatextual,edadefiniçãoostensiva,queincorporaapenasoreferenteeotermo.
'"'õoo
"Oc'E
~'"".~
Umadifiniçãoconceitual(oudefiniçãoreal)éumadefiniçãonaqualo &definienscontémascaracterísticasnecessáriasdeum referentenomeadopelo.definiendum(DAHLBERG,1983,p.21). ;
SegundosuaTeoria,ascaracterísticasrelevantesdoconceitosão,então,oselementosconstitutivosda definição.O pontoprincipalnoestabelecimentodas definiçõesdos conceitosestá,portanto, naidentificaçãodascaracterísticas.Ela estabeleceum padrãoparadefinição,conformeacategoriadoconceito(definiçãogenérica,partitiva,funcional) (DAHLBERG,1983, p. 22). Com isto, a definiçãoterminológicaforneceriaa basepara seestabeleceremos sistemasterminológicos,uma vezque incorporaa noçãode Categorianaidentificação/definiçãodoconceito.É importanteressaltar,aqui,que,naTerminologia,adefiniçãoevidenciaoconteúdodoconceitoenãoosignificadodotermo.Natanson(1983,p.55)chamadedefiniçãológicaalgosemelhanteaoqueDahlbergchamadedefiniçãoconceitual:eleincorpora,igualmente,a noçãodeCategoriaeforneceasbasesparaoestabelecimentodasproposições.ApesardeempregarumaterminologiadiferentedaqueladeDahlberg,percebe-sequesuaabordagemsegueosmesmosprincípios.Paraele,ascategoriaslógicasé quefornecemoselementosparaumadefiniçãoprecisa:
ns
~ Outracontribuiçãorelevante,noColóquio,éadoteóricotchecoDrozdQ)
5 (1983,p.87),daEscoladeTerminologiadePraga.Pesquisadordebase
8 lingüística,eleofereceimportantesubsídioparaa questãodo termo.E Emborareconhecendo"trêsrelaçõesprincipaisdetermos"- osistemaQ)
~ deentidadesextralingüísticas(o mundoda realidade),o sistemade:J
.~ conceitoseosistemadetermos(quenomeiaosistemadeconceitos)--'.Drozdinclui apenaso sistemadeconceitoseo sistemadetermoscomo
. "os maisimportantesparaosterminólogos"no estabelecimentodas
Comefeito,antesdetrazerum "conceitualizado"àsuacategoriaexata,parece-
nosnecessárioverificartodasasdependênciaspossíveisdoconceitoemquestão
com ascategoriaslógicas,o quepoderiaevitarerroseventuaisdedefinição...
Éprecisoteremcontaqueo gelosendooresultadodocongelamentodaágua,
já nãoé a água;é um outro objeto,do pontodevistadesuaspropriedades.
Assim,deve-serelacioná-Ioà categoriadosobjetos,Ollantesa lima desuas
subcategorias,a dasmatérias.Nestaperspectiva,a definição deveriaser
formulada,porexemplo,com"Matériasólidaresultantedofenômenooudaoperaçãodocongelamentodaágua" (NATANSON,1983,p. 57).
detlnições,sendoestasoúnicomeiodedescobriredistinguirossinônimosterminológicos(DROZD,1983,p. 89). Reconhecequeo sistemadeconceitosémaiságilqueosistemadetermos.ParaDrozd,(1983),como
para os autoresjá citados,a definiçãoterminológicaé a definiçãoanalítica.
Ossignosdalinguagemsãomaisconstantes,mesmoqueosconteúdosdesignadostenhamsemodificadooualterado.Osconteúdosdostermos(nãomodificados)"átomo"e"molécula"sãogarantidospeladefinição,quetemumafunçãocognitiva(DROZD,1983,p.92).
O quartoe último trabalho,relativoà definiçãoapresentadonoColóquio,édeSager(1983),terminólogoinglêsdeformaçãolingüística.Elenãoconsideraapropriadofalardedefiniçõesterminológicascomoumacategoriaseparada,partindodopressupostodequeasdefiniçõesvariamdeacordocomostiposdeusuáriosdeumdadobancodetermos.
Assim,numasituaçãoótima,umúnicotipodedefiniçãopodesatisfazertodasasdiferentesnecessidadesdosusuários.Suadiscussãosebaseia
noqueeleconsidera"termo"- umaunidadeglobalparaa unidade"designaçãoeconceito".Issosignificaquea"definição"seaplicatantoàdesignaçãoquantoaoconceito.Assim,asdefiniçõessãodadasparaosconceitoseasdesignaçõessópodemserexplicadasdemodosignificativolingüisticamente(SAGER,1983,p. 114).
ParaSager,asdefiniçõesestãointimamenterelacionadascomoutros
termos(genérico,específico,associado,genéricomaisamplo),eestasrelaçõessãodeclaradasno interiordaclassificaçãodoassuntodeumadeterminadaáreado conhecimento.Eleconsideraqueos diversos
ro
métodosdedefiniçãodependemdanaturezadoconceitoeservemaos '§>diferentespropósitosda definição.Umadefiniçãoanalíticasempre grelacionaum termocom seutermosuperordenadoe podeincluir, .~também,termoscoordenados.Umadefiniçãosintéticaidentificao lugar t;;;
""O
de um conceitonum sistemade relaçõese mencionaos termos .~subordinados(SAGER,1983,p. 118).Aoenfatizar o propósitoda &definição,queestariarelacionadoàsnecessidadesdo usuário,Sager.,acreditaqueotradutornãoprecisadeumadefiniçãoparacompreender
o texto,vistoqueeletrabalhaapartir deum contexto.Paraele,bastaum equivalentenumbancodetermossepuderconfiarnoterminólogo,necessitandoapenasdaconfirmaçãodeumcódigodetalhadodeassuntoedeumanotadeusoparaorientá-Io.Oespecialistaconheceoconceitoquequerusareprecisaapenasrecordaraestruturaterminológicaqueexistenaqueleassunto,sejaparaverificar,sejaparacriar termos.Issopodeserfeitopor uma "definiçãoterminológica".Onão-especialistaprecisadeumaexplicaçãonaformadeumadefiniçãoenciclopédica,jáquenãosebeneficiariadenenhumoutrotipo (SAGER,1983,p. 130).
'".>:,'"c:Q)E::JUooEQ)co'"::Jcoc::.:;
.
.4 TEORIADO CONCEITO
A Teoriado Conceitopossibilitouuma basemais sólidapara adeterminaçãoe o entendimentodo queconsideramosconceito,parafinsderepresentação/recuperaçãodainformação.DahlbergdesenvolveestaTeorianocampodaTerminologia.Nosanos70,elademonstraapossibilidadedeadotarprincípiosparaa elaboraçãodeterminologiasnoâmbitodasCiênciasSociais(DAHLBERG,1978).Nestamesmaépoca,evidenciaaligaçãoentreaTeoriadoConceitoeaTeoriadaClassificação(DAHLBERG,1978a).Posteriormente,utiliza a TeoriadoConceitono
campo das linguagensdocumentáriasde abordagemalfabética,especificamenteparaaelaboraçãodeTesauros(DAHLBERG,1980).
OsprincípiosdaTeoriado Conceitotêm-semostradoúteisparaaelaboraçãode tesaurosporquefornecembasesseguras,tantoparaoestabelecimentoderelações,comoparasuarealizaçãonoplanoverbal,ouseja,adeterminaçãodoquesedenominatermo.SegundoestaTeoria,assoluçõesparao termoesuaformanãosãomaisopontodepartida,masopontodechegada,comoseverámaisadiante.
Nestecapítulo,procura-sedeixarevidente,alémdosprincípiosqueregema teoriadoConceito,'suaimportânciaparaa formaçãodeumcorpoteóricopróprioparaaelaboraçãodetesauros.Destaforma,seráapresentada,primeiramente,a evoluçãohistórica dostesaurosderecuperaçãoatéosdiasatuais,ondeseverificaumanovametodologiapara elaboraçãode tesauroscom baseem conceito.A seguirseráapresentadaateoriadoconceitoealgumasexperiênciasdeconstruçãodetesaurosterminológicos.
.9'Qiuc:oUo-o
Apalavra "thesaurus" etimologicamentevemdo gregoedo latim e ,êosignifica "tesouro" tendo sido usada durante muitos séculos,para ~
designar léxico, ou "tesouro depalavras", Estapalavra popularizou-se.
4.1 ORIGEM DO TERMO TESAURO
apartirdapublicaçãodoThesaurusoJEnglishWordçand Phrtl$es,dePeterMarkRoget,em Londres,1852. Osubtítulodeseudicionárioexpressabemo objetivo:"palavrasclassificadase arranjadasparafacilitaraexpressãodasidéiaseparaajudarnacomposiçãoliterária."
Aocontráriodostradicionaisdicionáriosdelíngua,nosquaisseparte
deumapalavraparasaberossignificadosqueelapodeter,noThesaurusdeRogetparte-sedeum significado,deuma idéia,parasechegaràspalavrasquemelhorarepresentem.Eleéum esquemadeclassificação,comum índicealfabéticoremissivo.SegundoFoskett(1985,p. 271),"seuvalorconsisteemserumaestruturadeconceitosrelacionadosentre
si,atravésdeváriossignificados;istoéquetornaRogetfamiliara todososqueseinteressampelaqualidadeeoestilonaescrita."KarenSparck-Jones,emseutrabalhoSomeThesauricHistory, resume,empoucaspalavras,oobjetivodoThesaurusdeRoget:
[u.] RogetpensouemseuThesauruscomoumaclassificaçãodeidéiasquepoderiaajudaraquelesqueprocurassempalavrasapropriadas;econsiderouaorganizaçãodemil seções,ou tópicos,expressosna TabelaSinóticadeCategoriascomoumimportantecomponentedotodo.Umapessoapoderia,emprincípio,encontrarseucaminhoparaa formulaçãodeuma idéiainicialmentenebulosaseguindoatrilhaapropriadadaárvore[daTabela]atéumaseçãoparticularondepoderiaencontrarapalavraespecíficamaisapropriadaparaexpressaraidéia(1972,p.402).
OThesaurusé organizadoemduaspartes:a primeira,comumaestruturaclassificatória,ou, como Rogetchama, um sistemadeclassificaçãodasidéias;asegunda,um índicealfabéticodos"cabeçalhostO
:§ sobos quaisocorremaspalavrase frases"(ROGET,1925,p. 383),
~ remetendoaosnúmerosquerepresentamasidéiasnapartesistemática.::JuooEQ)00tO::J00c::.::;
Apartesistemáticaéconstituídadeseiscategorias:RelaçõesAbstratas,Espaço,Matéria,Intelecto,Vontade,Afeições.
. 1. Aprimeira destas classes compreende idéias derivadas de Relações Abstratas
e mais gerais entre as coisas, tais como: Existência, Semelhança, Quantidade,
Ordem, Número, Tempo, Poder.
2.Asegundaclassesereferea Espaçoe suasváriasrelaçõesincluindoMovimento,oumudançadelugar.
3.Aterceiraclasseinclui todasasidéiasrelacionadasaoMundoMaterial,a
saber:PropriedadesdaMatéria,taiscomoSolidez,Fluidez,Calor,Som,Luzeosfenômenosqueelesapresentam,bemcomoassimplespercepçõesa que
elasdãoorigem.
4.AquartaclasseabarcatodasasidéiasdefenômenosrelacionadosaoIntelecto
esuasoperaçõescompreendendoaAquisição,a Retençãoea ComunicaçãodeIdéias.
5.Aquintaclasseinclui asidéiasdoexerCÍciodaVontade,ForçasVoluntárias
e Ativas tais como: Escolha, Intenção, Utilidade, Ação,Antagonismo,Propriedadeetc.
6.Asextaeúltima classecompreendetodasasidéiasderivadasdasoperações
denossasForçasMoraledoSentido,incluindonossosSentimentos,Emoções,
Paixões,SentimentosMoraise Religiosos(ROGET,1925,p. XIX).
.9'vuc:oUo
"'O
Em 1950, Hans PeterLuhn, do Research Center da IBM nos Estados .êoUnidos,foi o primeiro a utilizar o termo Thesaurus para nomear seu ~
sistema de palavras autorizadas que possuemuma estrutura de.
Em seu trabalho, Roget apresenta um "Quadro SinóticodeCategorias", no qual especifica as divisõese subdivisões de cada Categoria.
Cada uma destas divisões e subdivisões édetalhada em diversos tópicos
ou cabeçalhos de significação sob os quais as palavras são organizadas.
Os tópicos são numerados para facilitar a localização. Para mostrar com
maior individualidade as relações entre as palavras que exprimem idéias
opostas e correlatas, Roget colocou os tópicos em duas colunas paralelas
na mesma página, de forma que as expressões pudessem ser contrastadas
com aquelas que ocupavam a coluna ao lado e constituíam sua antítese.
Em muitos casos, idéias que são completamente opostas entre si admitem
uma idéia intermediária ou neutra, equidistante de ambas, sendo
expressas por termos correspondentes (ROGET, 1925, p. XXI). Por
exemplo: Identidade - Diferença - Contrariedade, Começo - Meio -Fim.
referênciascruzadas(FOSKEIT,1985,p.270).Luhn,aoorganizarseuSistema,percebeuqueumasimpleslistagemalfabéticanãosolucionariao problemadelocalizarapalavra/idéiamaisadequadaàrecuperação.Algumarelaçãoentreestaspalavrasdeveriaserestabelecida,paraquealista pudesseapresentaruma estruturamais sólida de referências
cruzadas;era necessáriodefinir,de algumaforma, as "famíliasdenoções"entreaspalavras,istoé,evidenciarqueidéiasafinsestavamligandouma palavraa outra.Aonomearestanovalistadepalavrasautorizadasdeuo nomede"thesaurus",influenciadopelotrabalhodeRogetque,emseudicionárioanalógico,expõeestaquestãodaseguinteforma:a revisãodeum catálogodepalavrasdesignificadoanálogovaisugerir,comfreqüência,porassociação,outrassucessõesdepensamento.Aapresentaçãodosassuntossobaspectosnovosevariadospodeexpandirgrandementeaesferadenossavisãomental(ROGET,1925,p.XVIII).
Destemodo,umnovotipodelinguagemdocumentáriaestánomeado
- o tesauroderecuperaçãodeinformação- queveiosecontraporàslistasdecabeçalhosdeassuntoeservircomoinstrumentodeauxílioaossistemasqueutilizavamum únicotermo(unitermo).Outraslistasde
termosqueapresentavamalgumarelaçãoentreelespassaramachamar-se,também,tesauro.
Vickery,nosanos60,demonstraquatrosignificadosdiferentesusadosna literaturadeCiênciadaInformaçãoparaotermo"tesauro",sendoa
interpretaçãomaiscomumadeumalistaalfabéticadepalavras,ondecadapalavraé seguidadeoutrasquea elaserelacionam(VICKERY
.~ apudFOSKEIT,1985,p.270).,'"
~ Noiníciodadécadade70,atravésdoprogramaUnisist(UNESCO,~ 1973,p. 6), a Unescodefine "tesauro"para a áreade Ciênciada8 Informação,sobdoisaspectos:E~ a) Segundoaestrutura:'"=> ,g? "E um vocabuláriocontroladoedinâmicodetermosrelacionados.:.:; semânticae genericamentecobrindo um domínio específicodo.I conhecimento."
b) Segundoafunção:
"É um dispositivodecontroleterminológicousadona traduçãodalinguagemnaturaldosdocumentos,dosindexadoresoudosusuários
numalinguagemdosistema(linguagemdedocumentação,linguagemdeinformação)maisrestrita."
Percebe-sea preocupaçãodaUnescoem apresentardefiniçõesquepudessematendertantoà áreadeelaboraçãodetesauro(definiçãoa),quantoà áreadeorganizaçãoerecuperaçãodeinformação(definiçãob). Estasdefinições,dealgumaforma,vêmsendoutilizadasnaliteraturaatéosdiasatuais.
4.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO TESAURODE RECUPERAÇÃO
A necessidadede elaborarcritérios que pudessemcontrolar epadronizar a linguagem de indexaçãoutilizada nos SistemasdeRecuperaçãolevouprofissionaisdeinformaçãoapercorreremdiversoscaminhosparaatingiresseobjetivo.AevoluçãohistóricadoTesaurodeRecuperação- instrumentoquereúneconceitosdeumadadaáreadoconhecimentorelacionadosentresi- podesertraçadaapartirdeduasvertentes:umaquetomanitidamentecomobaseo Unitermo- umaúnica palavra-, e a outra influenciadapelaTeoriada ClassificaçãoFacetada.
Cadaumadessaslinhasseráapresentadaaseguir,chegandoaoquedenominaremosdeTesaurocombaseemConceito.Énecessário,porém,repetiro queLancasterdeixaevidente,quandoapresentaum quadro(Figura4)daevoluçãohistóricadotesauro,nocontextodocontrolede o
vocabulário,tomadocomobasenestecapítulo:"[...] ocaminhotraçado .~c:
não podeser consideradode fato definitivo, desdeque não está 8completamenteclaroqueminfluenciouquem.Entretanto,odiagrama..g
descreveoprocessosegundominhainterpretação"(LANCASTER,1986, .êop.29).Oqueficaevidentenodiagramaéadicotomianalinhaevolutiva ~
dostesauros.Deum lado,avertentedeabordagemalfabética,degrande.
~o.:,~CQ)
E::JUoOEQ)00~::J00c::::;.
influência na América do Norte, e, de outro, a abordagem sistemática,
que tem seus pressupostos estabelecidos pela Classificação Facetada.
4.2.1 Os tesauros na América do Norte
Os tesauros elaborados na América do Norte, especificamente nos
Estados Unidos, foram fruto do desenvolvimento que ocorreu a partir do
Cabeçalho de Assuntos para o Unitermo; talvez fosse mais adequado
fazer referência a uma ruptura, porque se introduziu um novo modelo,estranho ao anterior.
CLASSIFICA TlON
BIBlIOGRAPHICAlPHABETICSUBJECT
INDEXING
Analylico.synlhelic (Iaceled)
(Rangan.lh.n 11930s) 1(CullerRules11876)
LislSossubjeclheadingsIIX~SI)
~
Alph.b.li<:subieclindexing
{Co.les(1969))
Unilerm(T.ub.(195111
IDuponl(1959) U.S.D.p.~.m.nl
... 01O.I.nse11960)
Alh.(19611/EJC(19641...
P,ojecllEX (196501967)
~ ~T{1967}
Thesa:ro,.cel~O lSATI ~f1~691 UnescoMonhngualgUldellnes(1970)
PRECIS : ANSI ~ ~ ~1197
\ : Z39019 ISO DIN1463 AFNOR,
~(19741 2788 119J~1 "Z47oI00
... 11974/' ,/ (um55723 '''' ""11979) ,,' /
/ ~ ("::::"";nescoMOn]~gu.19Uid.linesI19761: :
/fRevisedversion.19801
Unescomonolingual : i +Gu~.lines 119811 , , ISO5964(19851
~ ...,ISO2788{draIl2" Edi]~no1983}
Figura 4 - Evolução Histórica do Tesauro de Recuperação(LANCASTER,1986)
ApartirdaSegundaGuerraMundial,comodesenvolvimentocien-tíficoetecnológico,aliteraturapassouaexigirumtipoderepresentação,nos catálogos,que os cabeçalhosde assuntonão conseguiramacompanhar.Onúmerodecabeçalhossimples- constituídosporso-menteumapalavra- passouasetomarinferiorfrenteaograndenúmero
decabeçalhoscompostos- constituídospormaisdeumapalavra.Estefatoacarretoualgunsproblemasnarepresentaçãoda informação,poisaentradanoscatálogosalfabéticosé linear.Sendoassim,
alguns dos elementos dos cabeçalhos compostos não poderiam ser encontrados
diretamente, mas deveriam ser procurados indiretamente, através de entradas
adicionais (sistemas de entrada múltipla), ou por meio de índices ou remissivas.
Ademais, a existência de uma ordem de citação ou importância prefixada
separava alguns elementos de um assunto composto que, se fossem reunidos,
teriam interesse para o usuário. Mais uma vez, era necessário proceder a este
tipo de busca por meios indiretos ou fazer entradas múltiplas de acordo com
certas técnicas (FOSKETI, 1973, p.307).
Oscabeçalhoscompostoscomeçam,então,a exigir do indexadorumasériedesubterfúgiosparafacilitar a recuperaçãoda informação,que não seriamnecessáriossecadaaspectotratadono documentopudesseserum pontodeacesso.
Em1951,MortimerTaubeintroduzoSistemaUnitermo,quetinhapor principalcaracterísticaa "representaçãodo assuntoporpalavrasúnicas(uniterm)extraídasdo textodeum documentosemnenhuma
formadecontrole"(LANCASTER,1986,p.31).EsteSistemapossibilitavaa composiçãodoassuntonomomentoda recuperaçãoda informaçãoe,porestarazão,foi denominadoSistemaCoordenadoe,maistarde,
SistemaPós-Coordenado,emoposiçãoaoscabeçalhosdeassunto,que oseriamconsideradosPré-Coordenados.Noscabeçalhosdeassunto,a .~coordenaçãodosassuntossedánomomentodaindexaçãododocumento3(entrada),aocontráriodossistemaspós-coordenados,que"permitem ~transferiro atodecoordenação,ouseja,acombinaçãodoselementos .goque,juntos,formamum assuntocomposto,daetapadeentradaparaa ~
etapadesaídaoubusca"(FOSKETT,1973,p.307). .
Lancasterjustificao fato desero SistemaUnitermoconsiderado
responsávelpeloaparecimentodoTesauro:
o SistemaUnitermofoiprimeiramenteimplantadoatravésdousodefichasdatilografadasoumanuscritas;maistarde,foramusadossistemasdecartãoperfurado.Infelizmente,ossistemasnãotinhamqualquercontroledevocabulário,especialmenteaquelesbaseadosempalavrasúnicas,quetendiamafalharporcausadanecessidadedemanipulaçãodegrandenúmerodetermos(um problemaquedesaparecequandocomputadoressãoempregadosnarecuperaçãodainformação);isto,defato,foiexatamenteoqueaconteceu.OprimeirotesaurofoiintroduzidoparaimporcontrolenoqueeraessencialmenteumSistemaUnitermo.AinfluênciadeTaubeévisívelnograndenúmerodetermosconstituídosdepalavrasúnicasquepodemserencontradasemumdosprimeirostesauros,pelomenosnaquelesproduzidosnosEstadosUnidos;issopodetambémterinfluenciadoasprimeirasnormasparaaconstruçãodetesauros(1986, p. 31).
Emrelaçãoa"uma estruturamaissólidadereferênciascruzadas",comodesejavaLuhn,Vickery(1980,p. 141)afirmaque
asreferênciascruzadasdesenvolveram-secompletamentenostesaurosquetendemasubstituirastradicionaislistasdecabeçalhosdeassunto.Enquantoestasúltimasapresentavamagrupamentossignificativamentesimplescomoreferências"vertambém",ostesaurosusamumaanáliserelacionalmaisrefinada.
Durante a década de 60, os tesauros foram sistematicamente
aperfeiçoados.Em 1960,o CentrodeInformação do Ministério daDefesa
dos Estados Unidos (anteriormente Armed Services Technical
InformationAgency- ASTIA)produzseuprimeirolesauro.Em1961,o<O~ AmericanInstituteofChemicalEngineers(AICHE)publicao "Chemical
~ EngineeringThesaurus",queeraum derivadodiretodo trabalhodaa Dupont (ver Figura 4), primeiro tesauroa sercoclocadoà vendaoo (LANCASTER,1985,p. 31). Baseadono AICHE,o Thesaurusof
~ EngineeringTermsépublicado,em 1964,peloEngineersjoint Council~ (EjC),coma finalidadedecobrir todaa áreadeEngenharia.Noano:S seguinte,oEngineersjoint CouncileoDepartmentofDefensedosEstados
11Unidosestabeleceramum acordovisandoa reunirambosostesauros,
que abarcavamtemasligados à Engenharia, com considerávelparticipaçãoda indústria. Atravésdo projeto Lex, cuja metaeraestabelecerprincípioscomunsdeconstruçãoeusoe,também,criarumúnicoinstrumentoparaambasasinstituições,prepara-seum manual
deconstruçãodetesaurosepublica-seoThesaurusofEngineeringandScientijzc Terms (TEST),em 1967.Endossadoe publicado peloCommitteeon ScienceandTechnical1nformation(COSATI),órgãooficialdoFederalCouncilforScienceandTechnologydosEstadosUnidos,o manualfoi recomendadocomofonteparaa construçãodetesauros,tendo servido de basepara as diretrizes e normas produzidas,posteriormente,pelaANSI- AmericanNationalStandardizationInstitute(ANSI,1981)epelaUNESCO(1973).Porsuavez,asdiretrizesdaUnescoderamorigemàsnormasnacionaise internacionais.
4.2.2 Os tesauros na Europa
Avertenteeuropéia,mostradanodiagramadeLancaster(Figura4),desembocanaIndexaçãoAlfabéticadeAssuntos,deCoates,enoPRECIS
(PreservedContextIndexingSystem),sistemadeindexaçãoalfabéticadesenvolvidopor Austin,para o índiceimpressoda BritishNationalBibliography, trabalhos que sofreram influência da Teoria daClassificaçãodeRanganathan(LANCASTER,1986,p.33).Comojáfoivistoanteriormente,estaTeoriasebaseianopressupostodasCategoriaseéapartirdelasqueseofereceumasintaxemaisadequadaàorganização
e recuperaçãoda informaçãoemsistemaspré-coordenados,comoéocasodeCoates(paraaformaçãodoscabeçalhos)edoPRECIS(paraaformaçãodecadaentrada).
OutrodesenvolvimentonestavertenteéoThesaurofacet,queutiliza .8
a Teoria da Classificaçãode Ranganathannão somentepara a .~organizaçãodeumasintaxe(nocaso,anotação),mastambémparaa 8organizaçãodosconceitosemum dadoUniversodoConhecimento.O ..g'"domíniodeconhecimentoquepermeiaestesinstrumentoséaTeoriada '§
(lJ
ClassificaçãodeRanganathan,tendoinfluenciadotodaumageraçãoI-'-deprofissionaisinteressadosemrepresentaçãoe recuperaçãoda .
informação.EstateoriaseconstituiuemumdossuportesutilizadospeloClassificationResearchGroup- CRG- doqualfazemparteCoates,AustineAitchison.
O CRGtem suasedeem Londres.SeuprimeiroEncontrofoi emfevereirode 1952,tendo,nestaépoca,membroscomoAJ.Wells,B.C.Vickery,E.J.Coates,J.E.L.Farradane,D.J.Foskett,].MillseB.C.Palmer.MaistarderecebeadesãodeváriosoutrospesquisadorescomoR.A.Fairthorne,BarbaraKyle,D.W.Langridge,D.J.Campbell,D. Austin,]. Aitchison,entreoutros.Enquantogrupo,o CRGtempublicadomuito
pouco,masseusmembrossãoextremamenteativoseinfluentes(KUMAR,1981,p.480).SegundoWilsonemseusdezprimeirosanosdeatividades,o CRGseconcentroupredominantementeemtrêsáreas,asaber:
a) Desenvolvimentodeesquemasespecializadosdeclassificaçãoparaumaamplagamadeassuntos,desdeCiênciasdoSoloatéMúsica,combasena"análisedefacetas"deRanganathan.Nocursodeseutrabalhoo Grupoafastou-sedoconceitodascincocategoriasfundamentaisdeRanganathan(Personalidade,Matéria,Energia,EspaçoeTempo)atéchegaraumconjuntodecategoriasdenaturezamaispragmáticaquepossuía,noentanto,umagrandemargemdeaplicabilidade,asaber:Coisa,Tipo,Parte,Material,Propriedade,Processo,Operação,Agente,EspaçoeTempo.Estaformadeabordagemfoitambémempregadaporoutromembrodogrupo,EJ.Coates,emsuaobrasobreindexaçãoalfabéticadeassunto,quedesenvolveunoBritishTechnologyIndex.
tO.;::,tOCQ)
E~uoOEQ)00tO~00c:::J
b) PesquisasobreSistemasNotacionaisparaTabelasdeClassificação.Nestaárea,umagrandeconclusãofoiqueumanotaçãopodeserpuramenteordinal,istoé,ela nãoprecisaexpressara estruturahierárquicadaTabeladeClassificação.TalidéiaestavadefatoimplícitanosrequisitosdeBlissparaumanotaçãobreve,aplicadaatécertopontoemsuaprópriaTabela;masaidéiafoidesenvolvidadeformalógicapeloCRGatéo pontodepropor,emalgumastabelasespeciais,o usodeumanotaçãopuramenteordinal.UmdesenvolvimentodestaidéialevouàinvençãodanotaçãoordinalretroativadeCoates.. c) Análisederelaçõesentreconceitos.Nosprimeirosanosummembroemparticular,asaber,].ELFarradane,escolheuestaáreacomoáreadepesquisaeevoluiuparaoqueagoraconhecemoscomo"operadoresderelação".Estes
relacionadoressebasearamnumateoriadepsicologiaepensamentoeéinteressantenotarquepodiamserusadostambémparaaanálisedefacetas,emboraointentooriginaldeFarradanefosseodeusá-Ioscomoligaçõesentreostermosdalinguagemnaturalnumsistemaalfabético(1972,p.63).
Em1962a Otan- OrganizaçãodoTratadodoAtlânticoNorte-atravésda ScienceFoundation,deu à Library Associationauxíliofinanceiroparaestudara viabilidadede uma novaTabelaGeralde
Classificação.ALibraryAssociationdesignouoCRGcomoseuagentedepesquisa.Assim,o trabalhodo CRG,a partir do auxílio da Otan,
concentrou-seemtrêsáreasdepesquisa:aprimeira,adeterminaçãodeprincípiosparaacategorizaçãodeconceitos;asegunda,aordenaçãode
conceitos dentro das categorias; a terceira, a investigaçãodosrelacionamentosentreconceitos(WILSON,1972,p.65).Comosepodeobservar,aslinhasdepesquisasãopraticamenteasmesmasparaosesquemasdeclassificação.OThesaurofacetéfrutodestaspesquisas.JeanAitchison organizouprimeiramenteuma Tabelade ClassificaçãoFacetadapara a English Electric Company ("English FacetedClassificationforElectricEngineering").ApósaquartaediçãodaTabela,eladesenvolveum protetopara"casar"esteesquemacomum tesauroparaservirdeíndicealfabético(AITCHISON,1972,p. 72)
Atéo final dosanos50e iníciodosanos60,ostesaurospossuíamsomentearranjoalfabético,tipodearranjoqueeraincapazderepresentarbem asrelaçõesúteisentreos termos(RIVIER,1992,p. 72). Suaslimitaçõeslevaramaoemprego,maistarde,deprincípiosdeclassificação.Quandodesenvolveuo Thesaurofacet(nome dado ao tesauro-e-
classificaçãofacetadaparaEngenhariaeassuntoscorrelatos),Aitchison
pensouestarcriandoumanovaespéciedelinguagemderecuperação,omaspercebeuque o conceitonão era tão novo nos Sistemasde .~
c
RecuperaçãodeInformação;tratava-sedeuma técnicamaisrefinada (3de construçãode tesauro,quevemevoluindodesdea metadedos ..ganos60(AITCHISON,1972,p.72).Estatécnicamaisrefinadasedeveà .êoTeoriadaClassificação,queofereceprincípiosparamelhorposicionaro ~
conceitonosistemadeconceitos(áreadeassunto). .
o Thesaurofacetse apresentaem duas seções:a Tabela de
ClassificaçãoFacetadaeoTesauroAlfabético,sendoqueasduaspartessãocomplementares;seconsultadasemseparado,sãoincompletas,poiso tesauroservedeíndiceparaa tabelaque,por suavez,apresentaosconceitosde formasistemática.AitchisonrepeteestaexperiêncianoUnescoThesaurus(1977),umaclassificaçãogeralpara Educação,Ciênciae Cultura,queé bem-sucedida,apesardetratardetrêsáreastemáticas.A tabeladeclassificação,isto é, a parte sistemáticadoThesaurofacet,estruturaosconceitospor camposde assuntosmaisamplos;ela segueuma "ordemcanônica".Assim,o primeirocorteclassificatórioé por disciplinasfundamentaise cadacampoestáorganizado em facetas.A respeitodo arranjo classificatório doThesaurofacet,Aitchison(1972,p.81)argumenta:
Tradicionalmente,osesquemasdefacetaquebramosassuntosemcategorias
fundamentais. No casodo Thesaurofacetque cobre tantos camposdatecnologia,decidiu-sequeseriammantidasasdisciplinasconvencionaiscomoprincipaisagrupamentos(cabeçalhos)eaplicaraanálisedefacetasdentrodecada disciplina... Dentrode cada área,no Thesaurofacet,os termossão
distribuídosdeacordocomosprincípiosdefaceta.Istosignificaqueanatureza
dosconceitosé examinadae separadaem gruposhomogêneos,de acordo
comcaracterísticasbemdivididas[...] Numdadosubcampo,aanálisedefacetaéusadaparaagruparostermosemfacetasoucategoriasfundamentais.Estas
variamdesdeEntidades(coisas,partes),Atributos(propriedades,processos)
atéaplicaçõeseefeitos.Estasdivisõesformamaespinhadorsaldeumaestruturadetermosnoscamposdeassuntoesãomostradasnastabelas(1972,p.81).
o tesauromostraasrelaçõeshierárquicas(BT/NT)e os termos'":~ relacionadosdeoutromodoquenãoohierárquico(RT),porexemplo,~ paraosrelacionamentostodo/parteouprocesso/equipamento,ecoisa!Ea propriedade.Poroutrolado,paraconceitosqueestãonomesmocampo8 deassuntocomoPlasmaeTecnologiadoPlasma,nãohánecessidade
~deapresentaro relacionamentono tesauro,porqueesteficaclarona~ partesistemática,ouseja,natabeladeclassificaçãodeFísicadoPlasma:3 (TabelaET) (AITCHISON,1970,p. 192).
.
4.2.3 Tendências: tesauros com baseem conceitos
Como se viu no início desteCapítulo,o tesauro surgiu como umaruptura em relação ao cabeçalho de assunto, tomando por unidade a
palavra, em geral uma palavra técnica, ou "term" em inglês. Noentanto,
logo se percebeu que algumas palavras sozinhas eram insuficientes para
designar um conteúdo de informação. A solução foi considerar a
possibilidade de que, em alguns casos, a unidade seria um termo
composto; bases teóricas para seu estabelecimento, no entanto, não foramdesenvolvidas de forma satisfatória. Diretrizes e normas continuam a se
referir à pré-coordenação e fatoração, abordagens lingüísticas que
privilegiam a forma lexical e, portanto, variam de tesauro para tesauro,
de norma para norma e de língua para língua. De fato, os tesauros
produzidos nos Estados Unidos, dentro da linha tradicional americana
que privilegia a organização alfabética dos termos, não apresentam uma
base teórica explícita, na grande maioria. Mas seus autores avançam
em relação ao modelo anterior - o cabeçalhode assunto:a unidade de
trabalho passa a ser o termo e não o assunto; osdiferentes tiposde relação,
que nos cabeçalhos vinham sob forma de referência cruzada, se
apresentam de forma mais estruturada. No entanto, as instruções para
a seleção da unidade de trabalho ainda apresentam fortes bases
lingüísticas; aproveitá-Ias em outras línguas é sempre problemático,
porque não há uma correspondência lexical nas diferentes línguas para
a denominação de um mesmo conceito.
Os tesauros produzidos pela linha européia, mais especificamente
por membros do CRG que exploram os princípios da Teoria da
Classificação,fornecemas basespara a ordenaçãodasclassese chegam .~
a preconizar a apresentação sistemática do tesauro, além da tradicional §ordem alfabética. Em relação ao termo, no entanto, seus autores ~apresentam um comportamento semelhante ao dos autores americanos. ~
::;Esteaspectonão resolvidopelasduasgrandesvertentes- a americana ~
e a dosclassificacionistas- pareceencontrarsoluçãoa partir da década.
de70com I. Dahlbergem sua"TeoriaAnalíticado ConceitovoltadaparaoReferente"(aquireferenciadaapenascomoTeoriadoConceito)(DAHLBERG,1978). Outra contribuição importante, tambémdeDahlberg,é a defesado usodasCategorias- preconizadasporRanganathanno âmbitodaconstruçãodeTabelasdeClassificação-comoumasoluçãoparaaorganizaçãodosconceitosnumSistemadeConceitos,nãoimportaafinalidadedeaplicação.
Verifica-se,atualmente- devidoaessacorrentequeligaaTeoriadoConceitoàTeoriadaClassificação- umatendênciaparaum novotipode tes,auro o Tesauro-com-base-em-conceito.Estenovotes,auro oumelhor,estanovametodologiaparaaelaboraçãodetesauros,está,assim,fundamentadanasquestõesqueenvolvemoconceitoeascategorias,eédenominada,no momento,TesauroTerminológico(TÁLAMOet ai,1992).Segundooprincípiodaeconomia,recomendadoparaoprocessodedenominação,adota-seestenomeparao novoconceito.
4.3 PRINCíPIOS DA TEORIA DO CONCEITO
.ê.rocQ)E:JUooEQ)
:';? SegundoDahlberg(DALHBERG,1978,p.148)"o estabelecimento:J
.W deumaequivalênciaentreotermo(odefiniendum)eascaracterísticas.-' necessáriasde um referentede um conceito(o df!/zniens),com o" propósitodedelimitar o usodo termoem um discurso"resultana
A Teoriado Conceitopossibilitouum métodopara a fixaçãodoconteúdodo conceitoe paraseuposicionamentoem um SistemadeConceitos.Oconceitonãoémaisapenasum elementodesignificaçãodotermo:o termoacabasendoumelementodopróprioconceito- o"terminum"- , quesintetizao conceitocomoumtodoepermiteacomunicação,nestecaso,verbal.Destemodo,o tratamentolingüísticodadoaotermo,nostesauros,perdeseusentido.Nãoimporta,agora,seotermoéformadopor umaou maispalavras,seé constituídopor umsubstantivoouporum substantivomaisum adjetivoetc.oqueimportaéqueeledenotaum referente.Assim,trataro termocomorepresentantedeum referente,comsuascaracterísticas,é dar a eleum tratamentoterminológico.
de70com I. Dahlbergem sua"TeoriaAnalíticado Conceitovoltadaparao Referente"(aquireferenciadaapenascomoTeoriadoConceito)(DAHLBERG,1978). Outra contribuição importante, tambémdeDahlberg,é a defesado usodasCategorias- preconizadasporRanganathannoâmbitodaconstruçãodeTabelasdeClassificação-
comoumasoluçãoparaa organizaçãodosconceitosnum SistemadeConceitos,nãoimportaafinalidadedeaplicação.
Verifica-se,atualmente- devidoaessacorrentequeligaaTeoriadoConceitoàTeoriadaClassificação- umatendênciaparaum novotipode tesauro,o Tesauro-com-base-em-conceito.Estenovotesauro,oumelhor,estanovametodologiaparaaelaboraçãodetesauros,está,assim,
fundamentadanasquestõesqueenvolvemoconceitoeascategorias,eédenominada,no momento,TesauroTerminológico(TÁLAMOet aI,1992).Segundooprincípiodaeconomia,recomendadoparaoprocessodedenominação,adota-seestenomeparao novoconceito.
4.3 PRINCíPIOS DA TEORIA DO CONCEITO
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A Teoriado Conceitopossibilitouum métodopara a fixaçãodoconteúdodoconceitoe paraseuposicionamentoem um Sistemade
Conceitos.Oconceitonãoémaisapenasum elementodesignificaçãodotermo:o termoacabasendoumelementodopróprioconceito- o"terminum"- , quesintetizao conceitocomoumtodoepermiteacomunicação,nestecaso,verbal.Destemodo,o tratamentolingüísticodadoaotermo,nostesauros,perdeseusentido.Nãoimporta,agora,seotermoé formadopor umaou maispalavras,seé constituídopor umsubstantivoouporum substantivomaisum adjetivoetc.oqueimportaéqueeledenotaum referente.Assim,trataro termocomorepresentantedeum referente,comsuascaracterísticas,é dar a eleum tratamentoterminológico.
definiçãodesteconceitodentrodeum sistema.Assim,adefiniçãonãoémais colocadaem segundoplano,como um recursoauxiliar paraminimizardúvidasque,poracaso,possamvir aocorrernousodotermo;lá é inseridanotesaurocomoum tipodenotadeaplicaçãoecolocadacomoum recursoparaestabelecerasfronteirasdaintençãodoconceito.Adefiniçãopossibilita,alémdafixaçãodoconceito,seuposicionamento
nopróprioSistemadeConceitos."
4.3.1 Modelo para a construção do conceito
Dahlberg,emseustrabalhossobreaTeoriadoConceito,propõeumanovadefiniçãopara "Conceito", que vai de encontroà definiçãoapresentadapela Teoria Geral da Terminologia e adotadapelaISOrrC-37(ISO/DIS704- 1993).Define-se"Conceito",emgeral,comouma"unidadedepensamento".Estadefiniçãofoi adotada,noâmbitoda Terminologia,por Wuestere pela ISOrrC-37.Em princípio,podepareceradequada,mas,apósuma análisemaisespecíficadostermosqueacompõem- nocaso,"unidade"e "pensamento"- verifica-sequeaíseinstauraum problemadeapreensãodessesprópriosconceitosqueprecisaseridentificado.Apesardeserevidentequeconceitossãounidades,seforemconsideradoscomo "unidadesdepensamento",parece que tal unidade não será entendida de forma precisa,permanecendoalgosubjetivo,"algo queestána cabeçade alguém"(DAHLBERG,1978,p."143).Dahlbergpropõe,então,que"Conceito"sejadefinidocomo"unidadedeconhecimento",poisconhecimentopressupõeumentendimentomaisobjetivodealgoobservável,eapresentao quechamade"Modeloparaa ConstruçãodeConceitos"(Figura5).
Sabendo-sequeo homemtemcapacidadedefazerafirmações.9
corretassobreascoisasreais(itensempíricos)e sobreidéiasquesó "~existememsuamente,elepodefazerafirmaçõesverdadeirassobreesses8itens.Seoconhecimentopodeserconsideradoatotalidadedeproposições.g
tO
verdadeirassobreo mundo,existindo,em geral,nosdocumentosou "§11)
nascabeçasdaspessoas,podeparecerqueexiste,também,emtodasas...afirmaçõesverdadeiras(emtodososjulgamentos)e emtodasas _
'"'':.",C(IJ
E::JUoOE(IJ00'"::J00C
:.::;.
proposiçõescientíficasqueobedecema um postuladodeverdade,Istopressupõea aceitabilidadeeo reconhecimento,porindivíduosdeumamesmaáreade interesse/profissão/especialidade,dessasproposiçõescomoverdadeirase passíveisdeseremcomunicadasatravésdeumaformaverbal(DAHLBERG,1978,p. 143).Assim,aodefiniro conceitocomouma unidadedeconhecimento,quecompreendeafirmaçõesverdadeirassobreum dadoitemdereferênciarepresentadosobformaverbal,Dahlbergconsideraa existênciade trêspassosenvolvidosnaformaçãodoconceito:a) opassoreferencial,b) opassopredicacionalec)opassorepresentacional.Estespodemser"representadosgraficamentena formadeum triângulo" (DAHLBERG,1978,p. 144),
1----------------------------------------1 UNIVERSO DE ITENS: IDÉIAS, OBJETOS, :: FATOS, LEIS, PROPRIEDADES, AÇÕES ETC, 1I 11 I
1
ACERCA DO
SÍNTESE DE ASSERÇÕES EM FORMA VERBAL:TERMO OU NOME
r ~I USO DA FORMA VERBAL NO UNIVERSO I
: DOS DISCURSOS (APLICAÇÕES) :~ ~
Figura 5 - Modelo para a construção dos Conceitos(DAHLBERG,1978).
o Conceitoem Dahlbergé formadopor trêselementos,a saber:o
referente,ascaracterísticase a forma verbal,quepodemassimserrepresentados:
A REFERENTE
P"d""~""O"'ãO .CARACTERÍSTICASB C FORMAVERBAL~
Designação
ParaDahlberg,o processodedeterminaçãodo conceitosedá nomomentoemqueéselecionadoum itemdereferência- umreferente-
eanalisadodentrodeumdeterminadoUniverso.Apartirdaí,atribuem-sepredicadosaoreferente,selecionandocaracterísticasrelevantes.Estas
devemauxiliar noprocessodedes~gnaçãodeumaformaapropriada,quedenotaoconceito.Assim,oconceitosópodeserdeterminadoapartirdareuniãodetodosesseselementosqueo compõem.
4.3.2 Categorização e relações conceituais
.9'cvuc:oUo
Ascategoriaspossuemapropriedadedepossibilitar asistematização ~de todo o conhecimento da realidade e podem ser identificadas no 2~momentodadeterminaçãodoconceito,aosereminferidaspredicações.verdadeirasefinaisarespeitodeum itemdereferênciadestarealidade '
o 11..'10dascategoriaspara a organizaçãodeconceitosem umadeterminadaáreade interessefoi introduzidopor Ranganathannoâmbito da documentação,a partir de sua Teoriada ClassificaçãoFacetada,naqualutilizaanoçãodecategoriaparaaanálisedosassuntoscontidosnosdocumentoseparaaorganizaçãodoscomponentesdessesaSsuntos(isolados)em um sistemadeclassificação(verCapítulo2).Dahlbergutiliza,também,anoçãodecategoriasobdoisaspectos:como
um recursopara o entendimentoda naturezado conceitoe para aformaçãodeestruturasconceituais.OsdoisaspectosemDahlbergnãose apresentamde forma excludente,muito pelo contrário, sãocomplementares.
observada.Asafirmativasfinais devemserfeitaspassoa passoporexemplo:
Comocategorizarumjornalsemanal?Umjornalsemanaléumjornal.Umjornaléumdocumentopublicadoperiodicamente.Umdocumentopublicadoperiodicamenteéumdocumento.Umdocumentoéumveículodeinformação.Umveículodeinformaçãoéumobjetomaterial(DAHLBERG,1978a,p.21).
Ora,essas predicaçõessãoumdoselementosdoconceito- ascaracterísticas- queestãopresentesnadefinição.Características,paraDahlberg(1978a,p. 16),sãopropriedadesdosobjetosque,noníveldoconceito,passama sertambémcaracterísticasdo conceito.Elassedividemem: característicasnecessárias/essenciaise características
acidentais.Ascaracterísticasessenciaisservemparadefinir conceitos
gerais.Osconceitosespecíficoseindividuaissãodescritosadicionando-seàscaracterísticasessenciaisasacidentais.Possuemtambémuma
funçãodeessênciaconstitutiva(terumasubstância,terumaestrutura)edeessênciaconsecutiva(terumapropriedadefísica,química,elétrica).Ascaracterísticasacidentaispodemseracidentaisgerais(terumacertaforma, ter um certo defeito, ter uma certa cor) e acidentais
individualizantes(ter uma certalocalização,ter um certo tempo)(DAHLBERG,1978a,p. 16).
Ascaracterísticassãolimitadaspor relaçõesdediferentesespécies,
classificadasem quantitativase qualitativas.A espéciequantitativa.~ comparadoisconceitosdopontodevistaestritamenteformal;aquiestão~ incluídasasseguintesrelações:deidentidade,deinclusão,deinterseçãoE e dedisjunção.A espéciequalitativaconsideraos aspectosformal e:J
g material,podendoserclassificadascomo:relaçãoformaVcategorial;oE relaçãomaterial/paradigmática; relaçãosintagmáticafuncional~ (DAHLBERG,1978a,p. 18).Estaredederelaçõesconstituiosistemade:J .~ conceitos.
:.::;. A relaçãoformal-categorialdependecompletamentedaespéciedeitemdereferênciaqueseestáanalisando.Dahlberg(1978a,p.19)cita
algumasespéciesdeitensesuascombinações:fenômeno,objetosgerais,objetosmateriais,quantidades,qualidades,comparações,operações,estados,processos,períodos,posições,lugaresnoespaço.Estarelaçãoreúneosconceitosdentrodeumamesmacategoria.Istoocorreporquetaisconceitossãotodosdemesmanatureza,ouseja,apartirdaanálisedoconceitoascaracterísticasessenciaislevamàmesmacategoria.
A relaçãomaterial-paradigmáticapermiteorganizarconceitosde
mesmanatureza,ouseja,aquelesqueestãonointeriordeumacategoria.Podeserhierárquica,partitivae de oposição.A relaçãohierárquicabaseia-sena relaçãológicadeimplicaçãoeédedoistipos:relaçãodeabstração(relaçãogênero-espécie)e relaçãolateral (relaçãodosconceitosnorenque).Arelaçãopartitivaexisteentreotodoesuaspartes,e aspartestambémpodemestarrelacionadasentresi. A relaçãodeoposiçãopodeserdetrêsespécies:relaçãodeoposiçãocontraditória,
relaçãodeoposiçãocontrária,relaçãopositiva-indiferente-negativa.
Arelaçãofuncional-sintagmáticasedáentreconceitosdediferentescategorias.Apartirdeumconceitoquedenoteumprocessoouoperação,leva a conceitosquesuplementamessasações,como na seguinteseqüência:produção-produto-produtor-compradoretc.
Dahlbergenfatizaa importânciafundamentalda Categorianaestruturaçãodoconceitoedosistemadeconceitos:
.9'Q)uc:oUo
"1:)'"
Nestaseção,registram-seasexperiênciasdeorganizaçãodetesauros]que,alémda adoçãodosprincípiosdeclassificação,incorporamas.contribuiçõesdaTenninologiae,maisespecificamente,daTeoriadoConceito.
Podemosverqueascategoriastêmumacapacidadedeestrutura:nãoapenasestruturam,defato,todososnossoselementosdeconhecimentoe unidades
doconhecimento;elasfornecem,aomesmotempo,porestemeio,oesqueleto,osossose tendõesparaestruturartodoo nossoconhecimento.Comseuuso
consciencioso,então,o corpodonossoconhecimentopodesemanterunido,
podesemover,podese manter flexível - e podecrescerorganicamente(DAHLBERG,1978a,p.34).
4.4 TRABALHOS REALIZADOS
4.4.1 Estudo-Piloto de Tesauro para aDeutsche Bibliothek
Em1977,Dahlbergfoiencarregadadedesenvolverumestudo-pilotocomoobjetivodeorganizarumtesaurogeralparaaDeutscheBibliothek.Ela investigouo tipoea formadostermosusados,naquelabiblioteca,para a descriçãodosassuntos,visandoa testarsuaadequaçãocomoelementosdeum tesaurogeralparabibliotecas.Em1989,publicaumestudo-pilotona áreadeEsporte,por seruma áreaquepossuíaumnúmerodetermosnãomuitoelevado(cercade130)(DAHLBERG,1980).A partir destaproposta,constrói, inevitavelmente,um sistemade
conceitos;ao mesmotempo,cria uma tabelade classificação,nomomentoemqueatribuium códigoacadaconceitona tabela.Nestaparte,queé a sistemática,eladeixaevidente,atravésda notação,asrelaçõesgenérico-específicas.Quandootermoespecíficoéconsideradonão-preferidonosistemaderecuperação,devidoàpolíticadeindexaçãoadotada,eleaparecena partesistemática,semnotação,precedidodosímbolopeculiarderemissiva.
Dahlbergempregamaissímbolosdoqueostesaurostradicionais,deixandomaisevidentesostiposderelaçãoeasdecisõesligadasàpolíticadeindexação.Osconceitosestãoorganizadosnapartesistemáticadentrodeclassestradicionaisdeassunto,no interiordasquaisosconceitosestãoorganizadosporcategorias.Apartealfabética,queéotesauroemsuaformatradicionaldeapresentação,servedeíndicetambémparaatabeladeclassificação.Nela,asrelaçõesconceituaissãotambémmuito
'" maisevidenciadasdoquenostesaurosatéentãopublicados.Dahlberg~ estabeleceumadiferençaentreostiposderelação,empregandoletrasc
~ maiúsculasparaasrelaçõesentreconceitoseletrasminúsculasparaasg relaçõesdeequivalêncialingüística.Elaevidenciaasseguintesrelações
~ conceituaisQ)00'";:)00c
:.::;
· RelaçãoGenéricadeAbstração,indicadapelossímbolos:. OOberbegriff(conceitosuperordenado)
U Unterbegriff(conceitosubordinado)
· Relaçãopartitiva,indicadapelossímbolos:
GGesarntbegriff(conceitoabrangente)
BBestandbegriff(conceitopartitivo)
· RelaçãodeOposição,indicadapelosímbolo:
KKomplementarbegriff(conceitocomplementar)
· RelaçãodeFunção,indicadapelosímbolo:
FFunktionsbegriff(conceitodefunção)
Asrelaçõesdeequivalêncialingüísticasãodiferenciadassegundoseutipoem:
· Termonãopreferido,indicadopelosímbolob = benutze(use)
· Termoantigo,indicadopelosímbolov = vetus(antigo)
· Termonovo,indicadopelosímbolon = novus(novo)
· Termosinônimo,indicadopelosímbolos= synonyme(sinônimo)
· Termoquasesinônimo,indicadopelosímboloq= quasisynonyme(quasesinônimo)
Ostermosespecíficosnãopreferidosemdecorrênciadapolíticadeindexaçãoadotadasãoremetidosaoconceitosuperordenado,o qualéprecedidoporumacombinaçãodesímbolos,indicandoquesetratanãodeum equivalentelingüístico(porexemplo,sinônimo),masdeumaequivalênciaartificial,exigidapelosistemaderecuperação,comoporexemplo:
Alpinistik
bOBergsteigen
Bergsteigen58423
OWandern
UAlpinistic(DAHLBERG,1980,p.62)
4.4.2 Experiências norte-americanas
ANasafoi pioneirana construção,detesauros,tendoempregadotécnicasdefacetação.Passadosmaisde30anos,ela continuasendo
pioneira.Buchan(1989),lexicógrafodoserviçodeinformaçãotécnicaecientíficadaNasa,registraoesforçoquevemsendofeito,desdeo iníciodadécadade80,nosentidodeincluir definiçõesdostermosdotesauro,tentandocombinardicionáriocom tesauro.Váriosoutrostesauros,ligadosa órgãosdeadministraçãofederaldosEstadosUnidos,estãoseguindoessaorientação:TheComputer DatabaseThesaurus&Dictionary, TheManagement ContentsDatabase Thesaurus&Dictionary,theEnergyDatabaseSubjectThesauruseDTICThesaurus
(DTICRetrievaland Indexing Terminology.A inclusão dedefiniçõesnostesauroséumatentativademelhorararecuperaçãodainformação."Começarcomuma estruturade tesauropodeajudarna redaçãodeumadefinição.Começarcomumadefiniçãopodeajudaracompreendermelhorahierarquiadeum termonotesauro"(BUCHAN,1989,p. 173).Odicionárioestásendovistocomoumaferramentacomplementaraotesauro.Emboraaclientelaatendidasejadealtonível,a maioriadosusuáriosnãoéespecialistaemtodososcamposeainformaçãodotesaurojunto como dicionáriotemsidovaliosa."O valordostesaurose dos
dicionáriosnãoselimita àbuscapormeiodevocabuláriocontrolado.A
buscano textoé melhoradapeloconhecimentoqueos tesaurosedicionáriostrazem"(BUCHAN,1989,p. 175).
4.4.3 Tesauro de literatura'"
~ Nosprimeirosanosdadécadade80,aBibliotecaNacionalincluiu
~ emsuaprogramaçãoumprojetoparasistematizaçãodoscabeçalhosde:J
g assunto.Issosignificavaidentificarosconceitospresentesnoscabeçalhos,~ isolá-losafim deincluí-losemum Tesauroemsuadevidaposiçãonas~ classese prescreveruma ordemdecitaçãoparaquetermos/conceitos~ formassemosassuntosdosdocumentos(cabeçalhossistematizados).A
II~ áreadeLiteraturafoi escolhidacomoPilotoporapresentarum númeroI; nãomuito elevadodetermos(aproximadamente300) (GOMESetal.,
1985).Foramidentificadas22facetas,sendo17dedicadasàLiteraturapropriamentedita (Teoria,Criadores,Gênerosliterários)easdemaisà
Técnica(Narrativa),Estilística(Retórica,FigurasdepensamentoeFigurasdeDicção)eVersificação.Estaseqüênciadefacetasdeveriaseradotadacomobaseparaaordemdecitaçãonaformaçãodocabeçalho.AordemPMESTpodeserali identificada:
Personalidade:AutoresMatéria:GênerosLiterários
Energia:Narrativa,EstilísticaeVersificaçãoTempo:Tabeladeperiodização
A faceta Espaçoestápresenteapenascomo qualificador paraespecificaraLiteratura:Literaturalatino-americana,Literaturaafricana,Literaturabrasileiraetc.Asdefiniçõessãoapresentadasemanexoemborasemmuita sistematização.Comesteestudo,a BibliotecaNacionalpretendiacriar um instrumentodinâmico(passíveldeincluir/excluirtermos)e prescritivo(a ordemdostermosestariadecididaapriori),eliminando,comisto,asinconsistênciaseasexceções,tãocomunsnaslistasdecabeçalhosdeassunto.
4.4.4 Método Relacional
Em 1986,Motta(1987)propõeemsuadissertaçãodeMestradoumnovométodoparaestabelecerrelaçõesemsistemasconceituais.Com
basenaTeoriadoConceito,elausaadefiniçãointencionalcomopontodepartidaparaoestabelecimentoderelaçõesconceituaise lingüísticase, também,parao mapeamentodeáreasdeassunto.AssumindoumprincípiodaTerminologia,segundooqualosconceitossedefinemuns
. em relaçãoaosoutros,formandoum sistema,elaestabelecerelaçõesentre os conceitosa partir da presença,em cada definição, decaracterísticasquetambémsãorelevantescomoconceitos,naáreade
EconomiaIndustrial. Em outraspalavras,na definição,para cadacaracterísticaquea integrae que,também,sejaum conceitodaárea,estabelece-seumarelaçãonotesauro.
Elaempregaosseguintessímbolosparaindicarasrelações:
.9'(jjuc:oUo"O'""§~
.
'".;::,'"CQIE:JUoOEQI00'":J00c:
:.::;.
up=remissiva dotermonãopreferido
USE =remissivaparaotermopreferido
TG=termohierárquicosuperior
TE=termohierárquicoinferior
TGP= termopartitivosuperior
TEP=termopartitivoinferior
TA= termoassociado
Apesarde mantera nomenclaturatradicional em tesauros,elaidentificaasdiversasrelaçõesnomeadascomoassociativas.Porexemplo:
· RelaçãodeCausalidade
CRESCIMENTOECONÔMICO
TADESENVOLVIMENTOECONÔMICO
· RelaçãoInstrumental
POLÍTICAMONETÁRIA
TATAXADEJUROS(instrumentodepolíticamonetária)
· RelaçãodeInfluência
POLÍTICAMONETÁRIA
TAINFLAÇÃO
· RelaçãodeOposição
EMPREGO
TADESEMPREGO
· RelaçãoInterfaceta
NÍVELDEATIVIDADEECONÔMICA
TAPOLÍTICAMONETÁRIA
Nesteúltimo exemplo,NÍVELDEATIVIDADEECONÔMICA,porserum dosconceitosembutidosnadefiniçãodePOLÍTICAMONETÁRIA,faz-sea associaçãoentre ambosos termos,ainda que POLÍTICAMONETÁRIAnãosejaumdosconceitosconstantesdadefiniçãodeNÍVELDEATIVIDADEECONÔMICA.Especificamentenesteexemplo,está-sediantedeumarelaçãoquesepoderiachamarde"relaçãointerfaceta",já queosdoistermosassociadospertencemaduasfacetasdistintas,ouseja,POLÍTICAMONETÁRIA,à faceta INSTRUMENTOS,e NÍVELDE
ATIVIDADEECONÔMICA,àfacetaCoisa(MOTTA,1987,p.49).
ARelaçãoInterfacetaéexplicadapelaautoradaseguintemaneira:
&tarelaçãosedáquandootennoBéa&')(JCiadoaAporqueAjáhaviasidoassociado
aBpreviamente,pelofatodeAserumadascaracterísticasdeB,esemqueseja,
necessariamente,umadascaracterísticasdeA(MOITA,1987,p.49).
· RelaçãoAtributiva(relaçãoidentificadaatravésdosatributosqueascoisaspossuem):
ECONOMIA
TANÍVELDEATIVIDADEECONÔMICA
RelaçãodeAssociaçãoImplícita (naquelescasosemquea relaçãoentreum conceitoesuacaracterísticanãoseconfiguravaemnenhumdoscasosanteriores,nem era uma relaçãológicaou partitiva, foiatribuídaestadenominação):
AGRICULTURA
TAALIMENTO
Oempregodadefiniçãosemostrouútil, também,na identificaçãodesinônimos,porexemplo:MercadodeCapitais= MercadoFinanceiro(termosquetiveramdefiniçãoidêntica).
B'ã)uc:ouo
"'C.~o~
Em 1989,atravésdo ProgramaNacionalde Bibliotecas_Universitárias-PNBU,quetemcomoumadesuasfinalidadesproveras...4.4.5 Tesaurode Engenharia Civil
bibliotecasuniversitáriasdeTesaurosnasdiversasáresdoconhecimento,
foi desenvolvidoum tesaurodeEngenhariaCivil.OTesaurotevecomo
baseparaseudesenvolvimentoaTabeladeClassificaçãoemEngenhariaCivil, desenvolvidaem 1987para o curso de Pós-GraduaçãoemEngenhariaCivildaUniversidadeFederalFluminense(CAMPOS,1987).
ATabelaéumsistemadeclassificaçãofacetadacomáreadeconcentraçãoemConstruçãoCivil,comcercade300conceitoshierarquizados.Aáreade abrangênciado Tesauro,da mesmaforma que a TabeladeClassificação,évoltadaparaaáreadeConstruçãoCivil.Destaforma,no
processodeelaboraçãodoTesauro,foi tomadacomopontodepartidauma estrutura facetadade conceitosque influenciou não só a
metodologiadeelaboraçãodetesauro,mastambémaestruturaçãodosconceitos.Obedecendo,assim,aessescritérios,olevantamentodostermos
sedeu,noprimeiromomento,apartirdaTabelajácitada.Masalgunsajustesforamnecessáriosdevidoàfunçãodecadainstrumento,nocaso,aTabelade
ClassificaçãoeoTesauro,comofoimencionadopelosprópriosautores:
Verificou-se,porém,que,dos300conceitosexistentesnaTabela,algunspre-cisavamseranalisadosemsuadenominação,vistoqueostesaurostrabalham
comtermos,diferentementedastabelasdeclassificação,cujopontoessencialé anotação,ouseja,a notaçãorepresentao conceito,substituindoo termo.
Numsegundomomentofoirealizadoumlevantamentojuntoà literaturatécnico-científicadaárea,ondeseverificouaexistênciadealgunsproblemasterminológicos:oraumdadotermoerausadonaliteraturaparadesignarumprocesso,oraparadesignarumproduto.Porexemplo:apalavraConstrução,naEngenhariaCivil,oraévistacomooprocessodeconstruir,oracomoa
.ê coisaconstruída(CAMPOS,MOREIRA,1989,p.6).,.."
~ OTesauropossuiumapartesistemáticaeumapartealfabética.Na§ partesistemática,ostermosestãodispostosemfacetas,subdivididosem8 classesesubclasses,obedecendoaumaseqüênciaútil estabelecidapelo
~usuário.Asfacetasadotadasforamasseguintes:Construção,Estrutura,~ ElementosdeConstrução,Material,Propriedade,Fenômeno,Processo,:§ Métodose Técnicas,Equipamento,Grandeza,Profissõese Ocupações,.Ramosda Ciência,Documentos.Napartealfabéticaforam estabelecidos
quatrotiposderelaçõesentreosconceitos,comseusrespectivossímbolos:
RelaçãoGenérico-Específica
TG TermoGenérico
TE TermoEspecífico
RelaçãoPartitiva
TGPTermoGenéricoPartitivo
TEP TermoEspecíficoPartitivo
RelaçãoAssociativa
TA TermoAssociado
RelaçãodeEquivalência
up usadopor
up+ usadopor,emconexãocomoutrotermo
USEpararemeteraotermopreferencial
A RelaçãoAssociativaocorreentreum conceitoe uma de suascaracterísticas,presentenadefinição,quandoelaétambémumconceito.ARelaçãodeEquivalênciaocorreentresinônimosequase-sinônimos.Umavezqueaunidadedetrabalho,nesteTesauro,éoconceito,nãose
admiteafatoraçãosintática.A(atoraçãosemânticaéutilizadasomentenoscasosemquea unidadelexical,solicitadapelosusuários,contiverdoisconceitos.Quandoistoocorre,usa-seo símboloup+. Exemplo:
Estruturadeconcretoarmado
USEESTRUTURAARMADA
USECONCRETO
ESTRUTURAARMADA
up+ Estruturadeconcretoarmado
B'Qjur:::oUo
-o'"
'§~.up+ Estruturadeconcretoarmado
CONCRETO
otesaurofoi elaboradorespeitandoosprincípiosdeclassificação;adotou-se,destaforma,o recursodecriarnomesartificiais,necessários
paradesignarumaclassegera!.Quandoistoocorre,o termoéseguidopelosinal+, nãopodendoserusadocomotermodeindexação.Asnotasdeaplicaçãotambémsãousadasparaorientarousuárioquantoaousodotermonaquelecontexto.Porém,sóocorremquandoostermostêmseusignificadorestringidoouampliado.Quantoàordemdeprecedênciaentreasfacetas,foi adotadaaquelaqueapresentasseuma seqüênciaútil paraa áreaemquestão,podendo"serutilizadaemsistemaspré-coordenadosparasistematizara formaçãodecabeçalhosdeassunto"(CAMPOS,MORElRA,1989,p.4) .
4.4.6 Manual de elaboração de tesaurosmonolíngües
O Manualde ElaboraçãodeTesaurosMonolíngüesfoi fruto dosprojetosrealizadosno Programade Pesquisa,EstudosTécnicoseDesenvolvimentodeRecursosHumanosparabibliotecasdasInstituiçõesdeEnsinoSuperior- PET,noâmbitodoPNBU- PlanoNacionaldeBibliotecasUniversitárias(GOMESeta!.,1990).OTesauroévisto,nesseManual,comoumsistemadeconceitos.Assim,otermodenotaoconceito
e, portanto,esteé o pontodepartida para estabeleceras relaçõesconceituaisedeterminaraformaverbalmaisadequadapararepresentá-10.Oconceitoé entendidocomo"unidadedeconhecimento",comopropõeDahlberg(1978),incluindoadefiniçãocomoelementoessencialparaafixaçãodoconceito.
C"d
~ Outroprincípioadotadoparaaorganizaçãodosconceitosemclasses~ esubclasseséo dacategorização,sendoCategoriaali entendidacomo:I
~ conjunto mais abrangentede idéias/conceitos.Paraestruturaros
~ conceitos,seusautoresadotamprincípiosdaTeoriadaClassificaçãoe~ daTeoriaGeraldaTerminologia,quesãoconvergentesemmuitoscasos.~ AsrelaçõesadotadasnoManualsãoreunidasemtrêsgrandesgrupos:
:.::;
.
Relaçõeslógicas
Relaçãogenérico-específica
Relaçãoanalítica
Relaçãodeoposição
Relaçõesontológicas
Relaçãopartitiva
Relaçãodesucessão
Relaçãomaterial-produto
Relaçãodeefeito
Relaçãodecausalidade
Relaçãoinstrumental
Relaçãodedescendência
Asrelaçõesdeequivalênciasãovistasnapartededicadaaosaspectoslingüísticos do tesauro,ao lado da homonímia e polissemia.Orelacionamentogenérico-específicoé indicadopelossímbolosTG/TE,respectivamente.Orelacionamentopartitivoé indicadopelossímbolosTGp,paraoTermoabrangente,eTEPparaotermopartitivo.OsdemaisrelacionamentossãoindicadospelosímboloTA- Termoassociado.
OManualsugerequeosTesaurosseapresentemsobduasformas:
sistemática,acompanhadadaapresentaçãoalfabética,ouplanigráfica,
acompanhadada apresentaçãoalfabética.É iRteressantenotarqueapartealfabéticanãoéapresentadacomoparteprincipal.Dedica,ainda,um capítulopara o usodeTesaurosem sistemaspré-coordenados,tomandocomobaseaOrdemdeCitaçãodasCategorias.
.9'Qjuc:oUo".~o
IÍ
.5 PRINCíPIOS COMUNS ENTREAS TEORIAS
EsteCapítulotemporobjetivoacomparaçãodasteoriasanalisadasnoscapítulos2, 3 e 4,paraverificaro queexistedesemelhanteentre
elas e o que é próprio de cada uma, levando em consideração,principalmente,a baseteórico-metodológicautilizadana elaboraçãodeestruturasclassificatóriasparaaslinguagensdocumentáriasverbaisenotacionais.Oencaminhamentoadotadoéaquelequedeixaevidente
oselementosconstitutivosdaestruturaclassificatória,ouseja,conceitosetermos,relaçõesentreosconceitosesistemasdeconceitos.
5.1 CONCEITOS ETERMOS
ConceitoseTermossãoapresentadosnumaúnicaseçãoporque,neste
estudo,sãoelementosquenãosedissociam.Aseguir,algumasquestõessecolocamaesterespeito.
5.1.1 Forma de abordagem onomasiológica
O primeiro aspectocomum àstrêsáreasestudadas- TeoriadaClassificaçãoFacetada,TeoriadoConceito,TeoriadaTerminologia- é
aformadeabordagemdotermonoesquemadeclassificação,notesauro ~enaterminologia.Noatodolevantamentodostermos,paraorganizar'§
Q)
os instrumentosde representação/recuperação/comunicaçãoe para ~indexardocumentos,ostermossãotomadoscomumsignificadopróprio, :dadopelocontexto.Essesignificadoéquevaisertrabalhado,ouseja,o ~tratamento do termo é feito a partir dessesignificado assumido ~
previamente. Isso determina a abordagem adotada que é Eoonomasiológica,aocontráriodaabordagemsemasiológica,daáreada ULexicografia,quetomacomopontodepartidaapalavra,comseusváriossignificados.A abordagemonomasiológicaincorpora,obviamente,o
referenterepresentadopelotermo.
V>o'5-'ucQ:
.
5.1.2 A ligação linguagem-pensamento-realidade
Quandoa apropriaçãodostermossedávia significadofornecido
pelocontexto,coloca-sea questãoda ligaçãolinguagem-pensamento-realidade.O termoguardauma relaçãomuito própriacoma áreadeespecialidadenaqualestáinserido,poiselerepresenta,emsua formaescrita/oral,oconhecimentoapreendidodeumarealidadeconcretaouabstratapelosmembrosdaáreadeespecialidade.Defato,estarelaçãosedáviaconceitos,e nãoentrepalavras,por causada relaçãodiretaentreo conceitoe o termo,istoé,um conceitoé representadoporum
termoeestetermoéusadoparadesignaraqueleconceito.
Wüesterapresentaestaquestãoquandodiz queo conceitoé umaunidadedepensamento.Paraaformaçãodestasunidadesénecessárioqueexistaum indíviduoquepensesobredados/fatosdeumarealidadeconcretaou abstrata.O conceitoformadona mentedesseindivíduo
precisadeumsímboloquepermitasuacomunicação- o termo.Eledeveserprecisoe biunívoco,propriedadesquepermitemestabelecera
ligaçãolinguagem-pensamento-realidade.
Ranganathan, ao estabeleceros três planos de trabalho dadocumentação,apresentao PlanoIdeacionalcomoum espaçoonde
estáa totalidadedasidéiasproduzidaspelahumanidade,a partir daobservaçãoda realidade.No âmbitoda comunicaçãodessasidéias,apresentaoPlanoVerbaleoPlanoNotacional,noescopodalinguagem
~ enoescopodacomunicação,respectivamente,porqueparaeleanotaçãooro
C éo termo.Q)
E
i3 Nostesaurostradicionais,pelainexistênciadeumateoriaconsistente,c3 estaquestãonãosecoloca.Porém,nostesaurosterminológicos,coma
~ adoçãoda Teoriado Conceito,na qualo conceitoé vistocomouma~ tríadereferente-caracterÍstica-termo,arelaçãolinguagem-pensamento-::::I
.~ realidadeocorredeformamaisconsistente,pelofato,inclusive,de-' incorporaroreferente.
.
5.1.3 A questão da monossemia absoluta
Amonossemia- um termodesignandoum únicoconceito- éumaexigênciada terminologiae do tesauro.Paraoslingüistas,istotalvezpareçaum absurdo,masparaoambienterestritodeCiênciaeTecnologiaa monossemiadevee podeexistir. Essaé uma característicada
Terminologia,queéprescritiva,oqueadistinguedaLexicografia,queédescritiva.Nasclassificações,entretanto,o "termo" é a notação,que
garanteuma relaçãounívocaentreo conceitoe suadenominaçãoe,maisainda,permiteexprimirumconceito,mesmoque,paraele,aindanão existauma denominação.Esseé um dospontospositivosda
classificação,quelheconfereflexibilidadeehospitalidade,seadotadososprincípiosdoPlanoNotacionaldeRanganathan.
Emboraamonossemiaabsolutasejaum idealinatingível,esteideal
é possíveldentrodeuma áreado conhecimentoou deuma línguaespecial.Pode-sefalar, nestecaso,de monossemiarelativa, ouunivocidaderelativa,uma vezqueo termo,comorepresentantedo
conceito,édependentedaáreadeconhecimentonaqualestáinserido,eo conceito,por suavez,é fixadoa partir dospropósitosdosistemade
comunicaçãoqueestásendoorganizado.
5.1.4 Imprecisão do conceito de "termo"V>!'ti
Nostesaurostradicionais,aodefinir "termo"comoumapalavra '§
ougrupodepalavras pararepresentarum conceito,asquestõesquese ~apresentamsãodenaturezalingüística,taiscomo:ousodosingularou ~QJ
doplural,a formadotermo(composto,pré-coordenado)etc.Nosma- ~nuaisenormasdetesauros,o conceitoéapresentadocomo"algocon- ~c:
cebidonamente",comosehouvesseumúnicopensamento,umaúnica Eformadopensar.Oconceito,entendidodessaformavaga,érepresentado8pelotermooudescritor,semqueseestabeleçaqualquerrelaçãoentreo .2termoe o conceito.Naverdade,asquestõesrelativasao termosãode .§-c:
naturezalingüísticae é nesteâmbitoquesãotratadas.A fatoração ~
sintáticaeamorfológicasãoexemplosrepresentativosdestefato. 11
A TGTdefineo termocomoum representantedoconceito.Neste
sentido,elaavança,porqueo termo,sendoumaunidade,prescindedapreocupaçãoquantoaonúmerodepalavrasparadesigná-lo.Aquinãoexisteoconceitodetermocomposto,dafatoração,daquestãodonúmero,da inversãodoselementosqueconstituemo termoetc.Masaindasedefine o conceitocomo uma unidadede pensamento.Apesardeincorporaro objetoformal,esteconceitode "conceito" nãopermiteumacomprovaçãocientífica,porqueopensamentoéaquiloqueestánamentedecadaum.
NaTeoriadoConceito,oconceitoéumaunidadedoconhecimento,constituídoda tríadereferente-características-termo.Otermodenotao
conceito.Aqui a definiçãotemum papelrelevante,não apenasparacomprovarcientificamenteo conceito,masparafixar o conteúdodoconceitoeosignificadodotermo.
5.1.5 Precisão dos termos
Aquestãodaprecisãodostermosestárelacionadadiretamentecom
oconceitoquesetemde"termo".Nostesauros,háapreocupaçãocomaprecisãodostermos,dandoênfaseaotermopreferencial.Porestaremem um ambientederecuperaçãoda informação,ostermosdevemser
submetidosa controlesterminológicosrígidos,para possibilitaraprecisãona buscae/ou recuperação.A baseteórica dos tesauros
tradicionaisnão garantea precisãodostermospelo fato de queo~ tratamentodotermoprivilegia,quasesempre,o aspectolingüístico.
.r<J
~ Aterminologiatambémestápreocupadacomaprecisãodostermos,
~ porqueéumaexigênciadaCiência.NoambientedaCiênciaeTecnologiau
~ éprecisoqueosconceitosfiquembemestabelecidosparaacompreensãoE do termo,demodoapermitiremacomunicação.Assim,o tesauroea
~ terminologiatêmesterequisitocomum- aprecisãodotermo- porque~ um SistemadeRecuperaçãodeInformaçãotambéméumSistemadec
~ Comunicação.
11
Naclassificação,aunidadedetrabalhonãoédenaturezalingüística,poiso termonãoémaisrepresentadoporsímboloslingüísticos.Porém,aprecisãodotermo,mesmosendonotacional,existe.Esteaspectorecebeude Ranganathana devidaimportância, tendosido desenvolvidosprincípioseregrasparao PlanoNotacional.
5.1.6 Direção teórica para o conceito de termoe conceito
A Teoriado Conceitoé,semdúvida,aquelaque,atéo momento,ofereceo melhor suporte teórico-metodológico,no contexto darepresentação/recuperaçãodainformação,pararesolverasquestõesdoconceito e dar ao termo a sua devidadimensão.Possibilita a
representaçãodoconhecimento,umavezqueapresenta,comoum doselementosda tríade, ascaracterísticasdoconceito.Ascaracterísticas,selecionadasdentreaquelasconsideradasrelevantes,conformeospropósitosdo trabalho, evidenciamasrelaçõesentreosconceitos.Os
conceitosfixadoscomesterigor permitemcomunicaçõesprecisasnoâmbitodaCiênciaedaTecnologia.
5.2 IMPORTÂNCIA DAS CARACTERíSTICASDOCONCEITO E SEU USO
Osconceitosserelacionamentresi por existiremcaracterísticas~comunsentreeles.Sãoelasquedeterminamo tipode relaçãoquese '§
Q)
evidenciaentredoisou maisconceitos.Ascaracterísticasdoconceito ~V'>
são,então,fatorprimordialparao estabelecimentodasrelaçõesentre :conceitose seuposicionamentono SistemadeConceitos.Alémdisso, ~
Q)
auxiliamnaidentificaçãodoconceito,porquesãoestabelecidasapartir ~daseleçãodaspropriedadesrelevantesdeumdadoobjetoque,nonível Edoconceito,é conhecidocomoo referentedo conceito.NaTeoriada 3Classificação,Ranganathandesenvolveuma sériedecânonesparaa .Qa.identificaçãodascaracterísticas,a formaçãode renquese cadeias,a 'gsucessãodascaracterísticasno SistemadeConceitos.Porém,todaa ~
11
ênfasedadaaousodascaracterísticasvisaà elaboraçãodeestruturascIassificatóriasmaisconsistentes.
Poroutrolado,aquestãodousodascaracterísticasnaTeoriaGeraldaTerminologianãoficarestritasomenteaoposicionamentodoconceitono Sistema.Entretanto,elassãoutilizadas,principalmente,comoumelementoda definição,poisuma dasfinalidadesda terminologiaésolucionaraquestãodadenominaçãoe,paratanto,éprecisoqueestejabemclaroo significadodo termo,ou o conteúdodo conceito,queérepresentadoporum dadotermo.Umdosprincípiosda terminologia,adotado,inclusive,pelaEscolaSoviéticadeTerminologia,équeotermoévistocomoum membrodeumsistemaenãocomoumobjetoisolado.Acaracterísticadeum conceitopodesertambémconceito,estabelecerelaçãoentreosconceitosquetenhamumacaracterísticaemcomum.Issosignificaqueostermossedefinemunsemrelaçãoaosoutros.Porém,nãoépossíveldefinir,consistentemente,semseterumavisãodoSistemadeConceitosnoqualelesestãoinseridos.
Nosprincípiosqueregema elaboraçãodostesaurostradicionais,estadiscussãonãoacontece.O tesauroterminológico,entretanto,aotrazerno seubojo a Teoriada Classificação,a Teoriado Conceitoeprincípiosterminológicos,utiliza ascaracterísticascomoum elementoessencialparaoestabelecimentodasrelaçõesentreosconceitoseparaaformaçãodedefiniçõesquesãoparte integrantedestenovo tipo deinstrumento.
ra
~ 5.3 RELAÇÃO ENTRECONCEITOSCI)
5 AsrelaçõesapresentadasnastrêsTeoriasnão sãoexplicitadas/u
8 denominadasdamesmaforma.
~ A Teoriada Classificaçãoe a TeoriadaTerminologiaconsideram00
~ relaçõeslógicasasrelaçõesgenérico-específicasqueseformamapartir.~ do agrupamentodosconceitosem renquese cadeias.É interessante-'.salientarcomoosprincípios,nestaquestão,possuempontosbastante
semelhantes,inclusivenoprópriousodostermos"renque"e"cadeia",talvezporqueambasasteoriasadotamosprincípiosdaprópriaLógica.Ran,ganathan em sua Teoriada Classificação,diferentementedaTerminologia,nãoadotaaexpressão"relaçõeslógicas",masapresentaasrelaçõesgenérico-específicascomoum tipoderelaçãoquepossibilitaaformaçãoderelaçõeslógicas- cadeiaserenques.Emsuateoriaéqueparecemestarmaisbemdesenvolvidosospostuladosecânonesparaaformaçãoeoestabelecimentodeumaordemdecadeiaserenqueslógicos.Na Teoria do Conceito,esta relação é denominada de relaçãoparadigmática-material,incluindo a relaçãoparte-todo.A TeoriadaTerminologiainclui a relaçãoparte-todocomoum tipo de relaçãoontológica,quesedivideemdoistipos:relaçõesdecausalidadeerelaçõesdecontacto.Nestaúltima,a relaçãoparte-todoseinsere.
Poroutro lado,asdiversasrelaçõesclassificadascomorelaçãodecausalidadepor Wüesterestão,em suagrandemaioria,classificadascomorelaçõessintagmáticasfuncionaisem Dahlberg.Na TeoriadaClassificação,estetipoderelaçãonãoseapresenta,poisosEsquemasdeClassificaçãosó possuemasrelaçõesqueformamcadeiase renqueslógicosepartitivos,ouseja,ashierarquias.Apesardetodososesforçosnestesentido,ostesauros,deumamaneirageral,aprisionamemunspoucossímbolostodasasrelaçõesexistentesentreosconceitos.
ATeoriadaTerminologiaeaTeoriadoConceitoparecemapresentar,.~ocadauma,umafundamentaçãobemestabelecidaparaadeterminação~dasrelaçõesqueestãopresentesentreosconceitos.Entretanto,apesarde ;:;:
utilizaremumaformadeabordagemdiferente,nãosãoconflitantes. c:Q)
5.3.1 Relações hierárquicas x relações lógicas7ontológicas
V>c::JEou
As relações hierárquicassãodeterminadasquandoseobservaa orelaçãoexistenteentredoistermoscoma finalidadedeposicioná-los :~
c:
emuma estruturasistemática,ouseja,quandoexisteumaprecedência;:t
entredoisconceitos,omaiordeveficaracimadomenor. .
AsrelaçõesLógicase Ontológicasnão possuema finalidadedeestabelecerumacertaordementreosconceitos,massimdedeterminar
anaturezadasrelaçõesqueocorrementreeles.Aoestabelecerasrelações,verifica-seque,em algunscasos,existemdoisou maisconceitosqueguardamentresiumarelaçãodesubordinaçãooudesuperordenação.Nesteespaço,estãoas cadeiase renques.Assim,no momentoda
apresentaçãodessesconceitosemuma estruturasistemáticaé queseimpõea questãoda hierarquiaque,por analogiacom as relaçõesexistentesentreosconceitos,remeteàsrelaçõeshierárquicas.Istonãoficasuficientementeclaronastrêsteoriasanalisadas.Porvezes,parecequeaclassificaçãopelahierarquiasubstitui aclassificaçãopelanatureza
doconceito.Éo caso,porexemplo,daapresentaçãodosconceitosque.guardamentresiumarelaçãodehiponímialógica.Quandoistoocorreemumalistaestruturada,ahierarquiaficaevidente.
Estaimprecisãoconceitualé mais evidente,ainda,nostesaurostradicionais, provavelmentepela ausênciade uma baseteóricaconsistente.Neles,asrelaçõessãoclassificadasapenascomohierárquicaenão-hierárquica.
5.4 SISTEMASDE CONCEITOS ESUAAPRESENTAÇÃO
NoSistemadeConceitos,osconceitosdevemestarrelacionadosde
modoaformarum todocoeso.Nostesaurostradicionaisdeabordagem
~ alfabética,nãosepercebeseostermosformamumtodo,porqueaordem~ alfabéticareúneostermosnãodeuma forma lógicaou sistemática,E masdeumaformaprática.Quandoexisteumapartesistemática,ela
~ apresenta,em geral,apenasashierarquias.Nãohá uma forma deo apresentaçãoquemostretodososconceitosetodasasrelaçõeseainda
~ forneçaumavisãodotodo.Aitchison,emsuastabelasdeclassificaçãoOD
~ acopladasatesauros,consegueapresentarosconjuntosdasclassesdentro.~ deumafacetaeasrelaçõesexistentesentretermosdefacetasdiferentes.-'.Organizasuatabelaporsubárease,dentrodestas,reúneasfacetasem
categorias.Esteconjuntoassimestruturadoéquepermitequesetenhaumavisãodotodoedesuaspartes.ComomembrodoCRG,elasegueosprincípiosranganathianos.
UmadasgrandescontribuiçõesdeRanganathanfoi introduziropressupostodas CategoriasFundamentais:é a Categoriaquepermiteque os conceitospossamestarreunidosem classessegundoa suanatureza,istoé, propriedade,entidade,processoetc.,formandoum
todocoeso,poisreúneasfacetas,suasclassesesub-classes.AquestãodaCategoria,aplicadaa SistemasdeClassificação,foi desenvolvidacom
um aparatofilosóficosólidoporDahlbergemsuasOnticalStructuresand UniversalClassification(1978a),o quepermitedizerque,nestesentido,eladáumpassoàfrentedeRanganathan.
A TeoriaGeraldaTerminologia,apesardeapresentarum suporteteórico-metodológicopara o estabelecimentodasrelaçõesentreosconceitos,restringe-sesimplesmenteaumaclassedeconceitosquandoserefereaosistemadeconceitos.Istoficaevidentenomomentoemqueserelacionaosistemaàapresentaçãográfica;defato,pode-sedizerque,nestaTeoria,o quesechamadesistemaé um sistemaparcial,istoé,umaclasse.
5.5 DEFINiÇÃO ESUA FINALIDADEV>
Adefiniçãoé um elementoimportanteparaentendero conceitoe '§posicioná-loemumSistemadeConceitos.ATeoriadaClassificaçãonão ~abordaaquestãodadefinição.Nostesaurostradicionais,elaéabordada ~, Q)
somentecomoum elementoqueauxilia o entendimentodo termo.E ~empregada,eventualmente,"noscasosdedúvida"quantoaosignificado ~, c
do termo, no campo deNotasdeAplicação.E aTeoria da Terminologia Equepropiciaàdefiniçãoostatusqueeladeveternoprocessodefixação3doconceitoedeseuposicionamentoemum sistemadeconceitos. V>
oo-
Ostesaurosquesepautamemumabaseterminológicajáincorporam :~
estaquestão,havendoreferênciaà organizaçãodeum"novo"li
instrumento,ondesereuniriamum glossárioeumtesauroemumúnicoinstrumento de representaçãoe recuperaçãoda informação, oGlossaurus.
5.6 CONSIDERAÇÕESFINAIS
Na comparaçãodastrêsáreas,fica evidenteque seocupamdesistemasdeconceitos,emboracomfinsdiferentes.Apesardisto,existembasesteóricascapazesdeaprimoraro desenvolvimentodesistemasdeconceitos,sejapara a elaboraçãode instrumentosde representação/comunicação/recuperação,sejaparaoutrosfins.
ATeoriadaClassificaçãoFacetadadáasbasesparareunirosconceitosdesdecadeiaserenques,passandopelasfacetas,atéascategorias.ATeoriaGeraldaTerminologia,porsuavez,aprimoraasquestõesreferentesàsrelaçõesentreosconceitos,alémdedar asbasesparaum tratamento
terminológico,e não lingüístico, ao termo. Inova, ainda, quandoconsideraa línguanumaperspectivasistêmica.ATeoriado Conceito,alémdeincorporarasbasesteóricasanteriores,dáespecialdestaqueàdefinição.Estaexplicitaascaracterísticasdoconceitoeéutilizadacomoum mecanismoparaposicionaro conceitonasclasses,facetase atécategorias.
O plenodomínio destasteoriasé essencialpara serealizarumtrabalhomaiseficaznoâmbitodarepresentaçãoda informação,comvistasàrecuperação.Mascomosepôdeobservarduranteoestudo,estas<li
,~ teorias têm suasbasestambémestabelecidasem outras áresde
~ conhecimento.Assim,tudoindicaqueoplenodomíniodetaisteoriassó5 sedaráà medidaqueseampliaremaspesquisasnasentidodedefinirv
(5 que áreassãoessasequepartedelasénecessáriapara o profissional daE informação.Q)01)<li::301)c:-'
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