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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Português Ensino Médio, 3° Ano Produções literárias da literatura pernambucana

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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - Português

Ensino Médio, 3° Ano

Produções literárias da literatura pernambucana

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Produções literárias pernambucanas

# Qual a importância de um escritor para o desenvolvimento cultural de um estado?# Que escritores de Pernambuco são conhecidos pelo público, principalmente, o jovem?# Você já leu algum poema ou romance de escritor do seu estado?# Que razões fazem com que conheçamos mais escritores de outras regiões que os da nossa?

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Leitura Você já se imaginou em PASÁRGADA?E viajando no TREM DAS ALAGOAS?Talvez, participando do ENTERRO DA CIGARRA? Ou em uma ROMARIA NA CAPELA DE SÃO SEVERINO DOS RAMOS?E ser surpreendido por uma MORTE E VIDA SEVERINA?E envolver-se nas conquistas de LISBELA E O

PRISIONEIRO?Talvez andar no TREM DE FERRO e percorrer o Recife

olhando DUAS ESTRELAS na companhia de Luzilá.

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Tantas vozes João Mário Ascenso Bandeira Olegário Lins

Souto Mota Gonçalves Accioly.

Bem que este poderia ser o nome de um descendente da nobreza. E é, pois faz parte de pessoas que enobrecem Pernambuco com sua capacidade de transformar pequenos detalhes numa beleza extraordinária, pura, uma vez que em suas veias “Corre o sangue de heróis rubro veio/Que há de sempre o valor traduzir”.

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ASCENSO FERREIRA (1895-1965)

Poeta, Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira nasceu no município de Palmares, Zona da Mata de Pernambuco, a 09 de maio de 1895, filho único do comerciante Antônio Carneiro Torres e da professora Maria Luiza Gonçalves Ferreira. Órfão aos 13 anos de idade, passa a trabalhar na mercearia de um tio e, em 1911, publica no jornal A Notícia de Palmares o seu primeiro poema, "Flor Fenecida". Em 1920, muda-se para o Recife, onde se torna funcionário público e passa a colaborar com o Diario de Pernambuco e outros jornais. Em 1925, participa do Movimento Modernista de Pernambuco e, em 1927, publica seu primeiro livro, "Catimbó". Viaja a vários estados brasileiros para promover recitais. Em 1941, publica o seu segundo livro ("Cana Caiana"). O terceiro livro ("Xenhenhém") estava pronto para ser editado, mas só sairia em 1951.

Em 1963, a Editora José Olympio (RJ) lança "Catimbó e Outros Poemas". A 05 de maio de 1965, morre, no Recife.

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Acesse o Link: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=325&Itemid=180v

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Comentário crítico Ascenso Ferreira inicia sua carreira como poeta fazendo uso de

modelos poéticos tradicionais, compondo sonetos, baladas e madrigais. Só depois da Semana de Arte Moderna e sob a influência de Mário de Andrade (1893 - 1945), Joaquim Cardozo (1897 - 1978) e Luís da Câmara Cascudo (1898 - 1986), entre outros, é que sua poesia se volta para os temas regionais ligados ao universo dos engenhos, das casas-grandes, da cana-de-açúcar, dos vaqueiros, dos cangaceiros, dos cegos violeiros, dos folguedos e das lendas populares. Manuel Bandeira observa que os poemas de Ascenso Ferreira "são verdadeiras rapsódias nordestinas, nas quais se espelha amoravelmente a alma ora brincalhona, ora pungentemente nostálgica das populações dos engenhos".

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TREM DE ALAGOAS O sino bate,

o condutor apita o apito, solta o trem de ferro um grito, põe-se logo a caminhar... — Vou danado pra Catende, vou danado pra Catende, vou danado pra Catende com vontade de chegar... Mergulham mocambos nos mangues molhados, moleques mulatos, vem vê-lo passar. — Adeus! — Adeus! Do livro: "Poemas de Ascenso

Ferreira", Nordestal Editora, 1995, PE

A poesia de Ascenso Ferreira é marcada por um senso aguçado do ritmo. Como se percebe nos famosos versos dedicados ao trem de Alagoas, que corre sobre os trilhos e passa pelo município pernambucano de Catende, vizinho à cidade natal do poeta.

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Fazendeiro – Ascenso Ferreira─ Ô Maria! Maria!Compadre Cazuza vem almoçaramanhã aqui em casa…Que é que tu preparaste pra ele?!─ Eu matei uma galinha,matei um pato,matei um peru,mandei matar um cevado…─ Oxente, mulher!Tu estás pensando que compadreCazuza é pinto?!Manda matar um boi!!! (Xenhenhém, idem.)

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Manuel Bandeira (1886 – 1968)

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu em Recife (PE), em 1886. Depois de morar no Rio, em Santos e em São Paulo, a família regressou ao Recife, onde permaneceu por mais algum tempo. A nova mudança para o Rio levou o menino a ser matriculado no Colégio Pedro II. Com 17 anos, Manuel Bandeira foi para São Paulo, a fim de ingressar na Escola Politécnica, mas já no ano seguinte (1904) ficou tuberculoso. Abandonou os estudos, passando temporadas em várias outras cidades, de clima mais propício ao seu estado de saúde. Em 1913, partiu para a Suíça em busca de tratamento. Regressou no ano seguinte, em decorrência da Primeira Guerra Mundial, que estava começando. Em 1917, publicou seu primeiro livro: “A Cinza das Horas”.

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Imagem: marcusrg/Creative Commons Attribution 2.0 Generic

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Análise crítica segundo Alfredo Bosi “O crítico, porém, faz uma ressalva e atenta para o fato de

que, mesmo que sua poesia tenha um caráter ‘libertário’, Manuel Bandeira não estava imune ao ‘prestígio das velhas poéticas’, o que quer dizer que, em sua obra, algumas vezes, notam-se resquícios da Literaturas do século XIX e neoclássica.

Podemos verificar isto no poema ‘Vou-me embora pra Pasárgada’, em que há um eu lírico angustiado, conturbado, com tendências à evasão no espaço e ao escapismo, recorrentes do espírito romântico, e uma métrica impecável, conforme os padrões neoclassicistas, com versos em redondilha maior.”

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Vou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolherei[...]

Em Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcalóide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorar.

E quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar- Lá sou amigo do rei -Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada.

Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90

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Poema tirado de uma notícia de jornal

João Gostoso era carregador de feira livre [e morava no morro da Babilônia [num barracão sem número.

Uma noite ele chegou no bar Vinte de [Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Neste poema, verificamos o tom prosaico de Bandeira, com fortes tendências surrealistas, versos livres e brancos (mantendo o que Bosi chama de “homologia entre sentimento e ritmo”), que corporificam a liberdade “vital”, e “estética”, apontada pelo crítico também.

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OLEGÁRIO MARIANO(1889-1958)

Olegário Mariano Carneiro da Cunha, poeta, diplomata, deputado federal e constituinte, nasceu em Recife, Pernambuco. Estreou na vida literária aos 22 anos com o volume Angelus, em 1911. Segundo os biógrafos da Academia Brasileira de Letras, da qual foi membro, “sua poesia lírica é simples, correntia, de fundo romântico, pertinente à fase do sincretismo parnasiano-simbolista de transição para o Modernismo. Ficou conhecido como o "poeta das cigarras", por causa de um de seus temas prediletos, e considerado o último poeta romântico brasileiro.

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Acesse o Link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Oleg%C3%A1rio_Mariano

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Análise crítica feita por Francisco Martins “Mesmo quando se nota certa artificialidade na inspiração

de alguns dos poemas de seus primeiros livros, está sempre presente aquele lirismo contagiante que os converteu em peças obrigatórias nos recitais de declamação, tal como acontece com ‘O enterro da Cigarra” ou com ‘A Boêmia Triste’. Olegário Mariano, com seus versos, especialmente ‘O Enamorado da Vida’, desnorteia qualquer um que se proponha a explicá-lo. Todos os cálculos, fórmulas e sistemas falharão, tão radicais se apresentam as divergências entre a sua existência e a melancolia de suas rimas. A verdade é uma só: não é possível citar alguma peça sem sentir que todas merecem ser citadas.”

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O Enterro da CigarraAs formigas levavam-na...Chovia...Era o fim...Triste Outono fumarento...Perto, uma fonte, em suave

movimento,Cantigas de água trêmula carpia.

Quando eu a conheci, ela traziaNa voz um triste e doloroso acento.Era a cigarra de maior talento,Mais cantadeira desta freguesia.

Passa o cortejo entre árvores [amigas...

Que tristeza nas folhas..., que [tristeza

Que alegria nos olhos das formigas!

Pobre cigarra! Quando te levaram,Enquanto te chorava a Natureza,Tuas irmãs e tua mãe cantavam... Olegário Mariano

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A Boêmia TristeÉramos três em torno à mesa. Três que a vida, Na sua trama de ilusões urdida, Juntou ao mesmo afeto e na mesma viuvez... Um músico, um pintor, e um poeta. Éramos três...

O primeiro falou: - Veio da melodia De um noturno, a mulher que me fez triste assim. Amei-a como se ama a fantasia E ela sendo mulher fugiu de mim... Hoje tenho a alma como um piano vivo Que mão nenhuma acordará talvez... É por esse motivo que eu sou mais desgraçado

que vocês...

Disse o segundo: - Meus amigos, a sorte Golpeou-nos, com a mais vil ingratidão A mim levou-me à morte, o que eu tinha de

melhor.

A ilusão de que a vida era ilusão. A força, a graça, o espírito, a beleza A estátua humana olímpica e pagã Espelho, natural da natureza Nota da flauta mágica de Pan Morreu com ela a vida, a luz, a cor Manhã de sol e tarde de ametista A paleta e a esperança de um pintor... Todo o delírio de um impressionista.

Fez-se um grande silêncio em torno à mesa, Silêncio de saudade e tristeza... O terceiro baixou os olhos devagar Disse um nome baixinho e não pode falar...

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Mauro Mota(1911 – 1984)

Nascido em Nazaré da Mata – PE, Mauro Ramos da Mota e Albuquerque, filho de José Feliciano da Mota e Albuquerque e de Aline Ramos da Mota e Albuquerque, estudou na Escola Dom Vieira, em Nazaré da Mata, no Colégio Salesiano e no Ginásio do Recife. Diplomou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1937.

Como poeta, destaca-se por suas Elegias, publicadas em 1952. Nessa obra figura também o "Boletim sentimental da guerra do Recife“, um dos seus poemas mais conhecidos. Sua poesia é de fundo simbólico, sobre temas nordestinos, retratando dramas do cotidiano em linguagem natural e espontânea.

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option=com_content&view=article&id=827&Itemid=1

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Análise crítica segundo Cláudia Cordeiro

“As referências regionais, em sua poética, são, enfim, fruto de um ‘eu lírico’ coerentemente comprometido com um universo de imagens, sons, perfumes e valores socioculturais que servem à instauração de um canto novo, o canto mauromoteano.”

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O Galo

É a noite negra e é o galo rubro,da madrugada o industrial.É a noite negra sobre o mundoe o galo rubro no quintal.

A noite desce, o galo sobre,plumas de fogo e de metal,desfecha golpe sobre golpena treva unidimensional.

Afia os esporões e o bico,canta o seu canto auroreal.O galo inflama-se e fabricaa madrugada no quintal.

Em: Antologia Poética, Mauro Mota, Editora Leitura: 1968, Rio de Janeiro

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Romaria na Capela de São Severino do Ramo

O Engenho nasceu no vale, nasceu no Engenho a Capela. São Severino do Ramo (pelos infelizes vela) do pátio, esta noite, indaga: --Que romaria é aquela? Quando bole a ventania, os romeiros saem do chão. Cada um deles se aproxima com sua vela na mão, as velas verdes de cana com a chama no pendão.

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João Cabral de Melo Neto(1920 – 1999)

Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. 1942 marca a publicação de seu primeiro livro, “Pedra do Sono”. Em 1950, publica “O cão sem plumas”. Escreve o livro “O rio”, em 1953. Em 1954, a Editora Orfeu publica seus “Poemas Reunidos”. A Editora José Olympio publica, em 1956, “Duas águas”, volume que reúne seus livros anteriores e os inéditos: “Morte e vida severina”, “Paisagens com figuras” e “Uma faca só lâmina”. Em 1961, a Editora do Autor, de Rubem Braga e Fernando Sabino, publica “Terceira feira”, livro que reúne “Quaderna”, “Dois parlamentos”, ainda inéditos no Brasil, e um novo livro: “Serial”. Em 1980, publica a antologia “Poesia crítica”. Em 1985, publica os poemas de “Agrestes”. Nesse livro há uma sessão dedicada à morte ("A indesejada das gentes"). Em Recife, no ano de 1988, lança sua antologia “Poemas pernambucanos”. Publica, também, o segundo volume de poesias completas: “Museu de tudo e depois”.

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Crítica literária “A obra de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) é uma das

maiores criações da cultura brasileira do século XX. Trata-se de uma poesia cerebral e não emotiva. O poeta recorre a uma construção elaborada da linguagem para criar uma atmosfera poética.

Poemas como ‘Morte e Vida Severina’ e ‘O Cão sem Plumas’ estarão, para sempre, incluídos entre os maiores que a poesia brasileira produziu. Seu rigor formal e expressivo pode ser visto como uma lição que não é só de poesia, mas também de ética.”

Folha Online

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Cão sem plumasNada sabia da chuva azul,da fonte cor-de-rosa, da água do copo de água, da água de cântaro, dos peixes de água, da brisa na água.

Sabia dos caranguejos de lodo e ferrugem. Sabia da lama como de uma mucosa. Devia saber dos povos. Sabia seguramente da mulher febril que habita as ostras.[...]

A cidade é passada pelo rio como uma rua é passada por um cachorro; uma fruta por uma espada.

O rio ora lembrava a língua mansa de um cão ora o ventre triste de um cão, ora o outro rio de aquoso pano sujo dos olhos de um cão.

Aquele rio era como um cão sem plumas.

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Morte e Vida Severina

— O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias.

Mais isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria.[...]

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Osman Lins(1924 – 1978)

Osman da Costa Lins nasceu a 05 de julho de 1924, em Vitória de Santo Antão, cidade de Pernambuco. Aos dezesseis dias de vida, perdeu a mãe, Maria da Paz de Mello Lins, em decorrência de complicações do parto. Com frequência, Osman Lins menciona, em entrevistas, desconhecer seu rosto, porque ela não deixou fotografia. Segundo ele, esse fato teria configurado seu trabalho de escritor que, metaforicamente, seria o de construir com a imaginação um rosto inexistente. A transfiguração poética dessa situação aparece em vários momentos de sua obra, em que irrompe o motivo da fotografia surgir, nos suplementos da capital pernambucana, suas primeiras experiências no campo da ficção (“Menino Mau” e “Fantasmas...”). Escreve contos e apresenta-os em concursos. Em 1950, obtém a terceira colocação no Concurso Jornal de Letras, com o conto “O Eco”. Outro, “A doação”, é agraciado com primeiro prêmio no Concurso Minas-Brasil.

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Acesse o Link: http://www.osman.lins.nom.br/home.htm

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Apresenta mais um livro de conto, “Os sós”, a concurso literário, obtendo o segundo prêmio no Concurso Livro de Contos Tentativa, em Atibaia, São Paulo.

Entre as atividades da década de 1950, incluem-se publicações de poesias em jornal (entre 1953 e 1959: “Instante”, “Lamentação Tranviária”, “A Corola”, “A Imagem”, “Sonetinho Ingênuo”, “Poema sobre a melhor maneira de amar”, “Serenata Recifense para Cacilda Becker”, “Soneto do Oferecimento” e “Soneto Arquitetônico”).

Enquanto se encontra na capital parisiense, estreia, no Rio de Janeiro, a peça “Lisbela e o prisioneiro”, que recebera o prêmio Concurso Cia. Tônia- -Celi-Autran.

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Crítica literária Osman Lins era um autor que não se submetia a fórmulas preestabelecidas, consideradas tradicionais. Ao contrário, o exercício de experimentação da escrita, da palavra é uma constante em sua obra, pois o escritor busca, por meio de um processo rigoroso de escrita, alcançar a plenitude da palavra. Isso, de certa forma, explica a sua constante preocupação para com a renovação da narrativa ficcional e as suas estratégias narrativas e discursivas. Enfim, ele concebe o romance como uma selva a ser explorada, mas cada escritor a explora a seu modo. O escritor pernambucano estabelece, ao longo de sua obra literária, constantes semelhanças entre o trabalho do escritor e o do artesão, em razão da paciência, do labor e da precisão com que ambos realizam seu trabalho. O autor estava, portanto, disposto a aprender “os segredos da arte de escrever” (LINS,1979, p. 190), da arte romanesca. Como todo aprendiz, ele irá percorrer um longo caminho até chegar à fase do encontro, ou seja, da plenitude. Sabemos que ele praticava o exercício da palavra com apurado senso crítico, como um verdadeiro artesão da palavra, obstinado no trato de seu objeto de trabalho. Flávio Pereira Camargo

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Trecho do conto Retábulo de Santa Joana Carolina

“A lenta rotação da água, em torno de sua vária natureza. Sua oscilação entre a paz dos copos e as inundações. Talvez seja mineral; ou um ser mitológico; ou uma planta, um liame, enredando continentes, ilhas. Pode ser um bicho, peixe imenso, que tragou escuridões e abismos, com todas as conchas, anêmonas, delfins, baleias e tesouros naufragados. Desejaria ter, talvez, a definição das pedras; e nunca se define. Invisível. Visível. Trespassável. Dura. Amiga. Existem os ciclones, as trombas marinhas. Golpes de barbatanas? E também as nuvens, frutos que, maduros, tombam em chuvas. O peixe as absorve e cresce. Então este peixe, verde e ramal, de prata e sal, dele próprio se nutre? Bebe a sua própria sede? Come sua fome? Nada em si mesmo? Não saberemos jamais sobre este ente fugidio, lustral, obscuro, claro e avassalador. Tenho-o nos meus olhos, dentro das pupilas. Não sei portanto se o vejo; se é ele que se vê.”

Do conto “Retábulo de Santa Joana Carolina”, uma das narrativas do livro “Nove Novena”.

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Lisbela e o prisioneiro O regionalismo de “Lisbela e o

Prisioneiro”, fundado no aproveitamento de incidentes testemunhados por amigos, por familiares e por Osman Lins, bem como apoiado na transposição de ditados, expressões populares e dísticos encontrados em para-choques de caminhões, é transfigurado sob a pena de seu autor. Matéria e linguagem reelaboradas tecem esta peça, regada por uma equilibrada dosagem de leveza, comicidade e ternura, e assentada em valores libertários em prol da vida, o que lhe abre as portas para outros tempos e outros espaços.

Fonte:www.submarino.com.br

Lisbela: Não! Leléu, você não pode ir?Leléu: Pude. Estou com dois cavalos aí fora. Mas

era grosseria eu ir com a senhora.Lisbela: Não precisa continuar me chamando de

senhora.Leléu: Pra mim é o que a senhora há de ser

sempre. Chamar “você” é um exagero, não mereço tanto.

Dr. Noêmio: Por que você não foi embora, rapaz? Por que voltou?

Leléu: Por causa de dona Lisbela, Doutor. Pra ficar perto do chão onde ela pisa.

Lisbela: Você podia ouvir minhas pisadas junto de você a vida toda. Por que não me levou?

Leléu: Porque a senhora não merece a incerteza da minha vida. Não tenho eira nem beira, que trono lhe podia oferecer?

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Mário Souto Maior(1920 – 2001)

Nasceu no dia 14 de julho de 1920, na cidade de Bom Jardim, Pernambuco.

Frequentou a escola da professora Josefa Coleta de Albuquerque (Santinha), onde aprendeu as primeiras letras. No Colégio Marista do Recife, fez o curso primário e ginasial. No Colégio Carneiro Leão, fez curso pré-jurídico e em Maceió, na Faculdade de Direito de Alagoas, concluiu o curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.

Advogado, exerceu as funções de promotor público das comarcas de Surubim e João Alfredo. Foi prefeito de Orobó, professor na Escola Normal Santana, de Bom Jardim, fundador, diretor e professor do Ginásio de Bom Jardim, Inspetor Federal de Ensino, do Ministério da Educação e Cultura.

Utilizava uma linguagem simples, vinda do povo.

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Acesse o link: http://www.soutomaior.eti.br/

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Dentre as obras, destacam-se:

Como nasce um cabra da peste (1969) Cachaça (1970/1) Antônio Silvino Capitão de Trabuco (1971) Em torno de uma possível etnografia do pão (1971) Dicionário da cachaça (1973) A morte na boca do povo (1974) Nome próprios poucos comuns (1974) Território da danação (1976) Nordeste: a inventiva popular (1978) Dicionário do palavrão e termos afins (1980) A língua na boca do povo (1992)

Sogras: prós & contras (1992) O Recife - quatro séculos de sua paisagem, com Leonardo Dantas Silva (1992) O puxa-saco: aqui, ali & acolá (1993) Frei Damião: um santo? (1998) Oração que o povo reza (1998) Pedro e seu mil carneirinhos (1998) Cangaço: algumas referências bibliográficas (1999) A mulher que casou com uma cobra (1999)

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A obra de Mário Souto Maior faz uma análise do cangaço nordestino dos idos de 1900, onde se nota o rigoroso senso de pesquisa do autor, dissecando uma situação que perdurou no sertão durante mais de cinco décadas. Uma característica marcante no estilo do autor é sintetizar o máximo suas obras, atendendo às necessidades do homem que vive em plena era tecnológica, com pouco tempo para dedicar-se a leituras extensas. Para ele, folclore é ciência, é gente, povo, costumes, tradições e também presente. "Muito do que fazemos no cotidiano tem uma origem folclórica, como tomar chá de ervas, soltar um palavrão, pedir uma lapada, nada menos do que uma entre as mil designações populares da cachaça". Fonte: Gente Nossa, por Anamelia Dantas Maciel, Livraria São José, Rio de Janeiro, 1975

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DUAS ESTRELASDuas estrelas! Duas estrelas!Que fazeis na imensidão?Não vedes os homens que vivem?Não vedes os homens que sofremE morrem na solidão?Como as estrelas são felizes...Não veem as misérias do mundo...Não veem as famílias desamparadas...Não veem o destino melancólicoDos que matam para viver...Duas estrelas! Duas estrelas!

Que fazeis na imensidão?Não vedes os homens que vivem?Não veem os homens que sofremE morrem na solidão?As estrelas não sabem falar...As estrelas não têm coração...

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Luzilá Gonçalves

Nasceu em Garanhuns, é uma escritora e professora universitária brasileira.

Professora aposentada de língua e literatura francesa da UFPE. Concluiu seu doutorado na Universidade de Paris, o mestrado na UFPE e especialização na Universidade de Paris (área de Letras). É também pesquisadora nas áreas de Literatura Escrita por Mulheres em Pernambuco e Imprensa Feminina em Pernambuco.

ObrasMuito Além do Corpo (1988) , A Anti-poesia de Alberto Caeiro (1990) ,Os Rios Turvos (1993), A Garça Malferida (1995),Em Busca de Thargélia (1996), Humana, Demasiado Humana (2000), Voltar a Palermo (2002), No Tempo Frágil das Horas (2004).

PrêmiosO livro “Os Rios Turvos”, que conta a vida romanceada do poeta Bento Teixeira, foi agraciado com o

Prêmio Joaquim Nabuco da Academia Brasileira de Letras, concedido a biografias.

”Muito além do corpo” foi premiado na IV Bienal Nestlé de Literatura.

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Luzilá por Moisés Neto

“O texto de Luzilá, como sempre, é extremamente poético. Ela tem uma intimidade total com a criação literária e uma visão particular sobre o ‘feitiço’ das letras.

Criou um romance (novela?) moderno, cheio de impulso vital. Tentativa de conjurar passado e presente num texto sintético e denso, imagem a imagem, balançando entre o corpo e o espírito.

Luzilá, pernambucana que soube buscar no silêncio da palavra a força da linguagem.”

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"Percorro o Recife como quem percorre o corpo amado:

que ruazinha, que curva de repente, que cheiro de flor

em jardim antigo, despertarão aos sentidosaspectos ignorados e insuspeitados do meu

amor?Uma fachada na rua da Aurora, uma casaentre palmeiras na Várzea do Poço. Um prédio

pertodo porto, que a luminosidade faz vibrar- e o encontro se faz, corpo que descobre o

corpo,coisa viva e inteira, alegria que se transformaem algo mais do que ela própria. Amar o Recifecomo se quer o Amado, espaço onde me espraio

e respiro, onde me perco e me realizo,prolongamento de mim que no outro reconhecee se constrói, eu a salvo. Tudo cabe aqui: umamenina magrinha retoma o caminho do colégiopelas ruas do Espinheiro e a adolescência se refazno Parque 13 de Maio, onde a gente festejava a

vidadepois das aulas. Aqui reencontro amigos,naquela praça ouvi meu primeiro "eu te amo",

naquelecais chorei o amor desesperadamente perdido,O Capibaribe por testemunha.” Luzilá Gonçalves

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Marcus Accioly

Marcus Moraes Accioly nasceu no Engenho Laureano, município de Aliança, Pernambuco, a 21 de janeiro de 1943. Fez seu curso primário no Grupo Escolar Joaquina Lyra (Aliança) e o curso secundário no Colégio Americano Batista (Recife). Formou-se em Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, concluído em 1969. Tem o curso de Pós-Graduação em Letras, na Universidade Federal de Pernambuco, defendendo sua dissertação de Mestrado em Teoria da Literatura (1980). Foi, em condição de poeta, lançado pelo poeta César Leal no Suplemento Literário do Diario de Pernambuco e reuniu-se no grupo recifense que o professor Tadeu Rocha denominou de “Geração 65”. Foi vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), seção Pernambuco, e professor de Teoria Literária e Literatura Brasileira da Universidade Federal de Pernambuco.

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Acesse o Link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcus_Accioly

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Obras – Marcus Accioly

• Cancioneiro (1968);• Nordestinados: poemas-canção

(1971);• Xilografia (1974); • Poética (1977);• Narciso(1984);• Óxion (1986);• Guriatã (1986); • Para(ti)nação (1986); • Poética-Popular;• Latinoamérica;• Louvação & Incelença; • O Exílio da Canção.

“Trata-se dum domador de palavras, dum fascinado de todos os jogos que a boa Retórica, antiga e moderna, oferece aos artífices do encantamento por meio da expressão verbal. Marcus Accioly faz a coreografia de todos os ritmos, pratica as convenções e as audácias de todos os tempos.”

Fábio Lucas

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XXXII do trem-de-ferroQuem grita na noite?Não vejo ninguém,é o eco do gritodo apito do trem,é a boca-da-noiteque grita também,é o eco do ecoque ecoa no além.Quem grita na noite?Não vejo ninguém,é o grito da pontedebaixo do trem,é o vento que chorapor morte de alguém,é o coro das almasque dizem amém.Quem grita na noite?[...]

Quem grita na noite?Não vejo ninguém,é o sonho-barulhodas rodas do trem,é a luz de uma estrelaque tange belémno sino-silêncioque a noite não tem.Quem grita na noite?Não grita ninguém,é o trem dos fantasmasnos trilhos sem trem,é a voz dos dormentesque às vezes contémo grito da vidaque a morte detém.”

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Para este momento, foram apresentados alguns dos escritores pernambucanos, sabendo-se, é claro, que nossa produção cultural é bastante rica, inclusive com nomes mais jovens, porém, não menos importantes.

O professor poderá utilizar esses nomes para apresentar parte dessa produção aos alunos, bem como os links apresentados como referências para aprofundar o estudo sobre nossas produções literárias.

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Referências:http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_3153.html http://www.plataforma.paraapoesia.nom.br/trilhasclau22004.htmhttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5034&cd_item=35http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u320288.shtmlhttp://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=M%C3%A1rio+Souto+Maior&ltr=m&id_perso=1215http://www.moisesneto.com.br/estudo31.htmlhttp://www.google.com.br/imagenshttp://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/ascenso_ferreira.htmlhttp://www.culturabrasil.pro.br/bandeira.htmwww.academia.org.br http://www.jornaldepoesia.jor.br/wladimirsaldanha3.htmlhttp://www.enemsimples.info/2011/07/resumo-pedra-do-sono-joao-cabral-de.html#ixzz1y5lACic5http://www.biografia.inf.br/osman-lins-escritor.htmlhttp://www.astormentas.com/din/poema.asp?key=12782&titulo=Prosa%E7%E3ohttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?

fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5762http://onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Luzil%C3%A1+Gon

%C3%A7alves&ltr=l&id_perso=601

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Tabela de Imagens

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9 marcusrg/Creative Commons Attribution 2.0

Generic http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Manuel_Bandeira.jpg

12/09/2012

21 Marcus Guimarães/Disponibilizado por Eugenio Hansen, OFS (talk)/ Creative Commons Attribution 2.0 Generic

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Joao_Cabral_de_Melo_Neto_.jpeg

12/09/2012