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Lit. Semana 4
Diogo Mendes(Maria Carolina Coelho)
Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.
10/03
17/03
24/03
Exercícios de revisão: conceitos iniciais e gêneros literários
16:30
Quinhentismo
16:30
Barroco
16:30
CRONOGRAMA
31/03 Arcadismo
16:30
Exercícios de revisão: con-ceitos iniciais e gêneros literá-rios
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
10mar
76Li
t.
A arteA palavra arte é derivada do termo latino “ars”, que
significa arranjo ou habilidade. Neste sentido, po-
demos entender a noção de arte como um meio de
criação, produção de novas técnicas e perspectivas.
Há diferentes visões artísticas, mas todas possuem
em comum a intenção de representar simbolica-
mente a realidade, sendo assim, resultado de valo-
res, experiências e culturas de um povo em um de-
terminado momento ou contexto histórico.
(Quadro “Operários”, de Tarsila do Amaral)
A arte pode ser composta pela linguagem não verbal
(por meio de imagens, sons, gestos, etc.) ou, ainda,
pela linguagem verbal, formada por palavras. Quan-
do ocorre a fusão entre os dois tipos de linguagem,
chamamos de linguagem mista ou híbrida. É impor-
tante dizer, ainda, que mesmo que a arte faça refe-
rência a algum período histórico ou político, essa
não possui compromisso de retratar fidedignamente
a realidade e possui o intuito de instigar, despertar o
incômodo, romper com os padrões.
A literaturaAlém disso, a literatura também é um tipo de mani-
festação artística e sua “matéria prima” são as pala-
vras, que podem compor prosas ou versos literários.
A linguagem, em geral, explora bastante o sentido
conotativo e o uso das figuras de linguagem contri-
buem para a construção estética do texto. Os mo-
vimentos literários, que estudaremos em breve, es-
tão vinculados a um contexto histórico e possuem
características que representam os anseios e costu-
mes de um determinado tempo.
Textos literáriosOs textos literários têm maior expressividade, há
uma seleção vocabular que visa transmitir subjeti-
vidade, uma preocupação com a função estética, a
fim de provocar e desestabilizar o leitor, as palavras
possuem uma extensão de significados e faz-se pre-
ciso um olhar mais atento à leitura, que não prioriza
a informação, mas sim, o caráter poético.
Textos não literáriosOs textos não literários são aqueles que possuem o
caráter informativo, que visam notificar, esclarecer
e utilizam uma linguagem mais clara e objetiva. Jor-
nais, artigos, propagandas publicitárias e receitas
culinárias são ótimos exemplos de textos não literá-
rios, pois esses têm o foco em comunicar, informar,
instruir.
Os gêneros literáriosOs gêneros literários são conjuntos ou categorias
que reúnem aspectos semelhantes de forma e con-
teúdo em relação às produções literárias. Esse agru-
pamento também pode ser realizado de acordo com
características semânticas, contextuais, discursivas
e sintáticas. O filósofo Aristóteles foi o primeiro a
definir os gêneros e os dividiu em três importantes
classificações: épico ou narrativo, dramático e lírico.
Gênero épicoNo gênero épico, temos a presença de um narrador
que conta, de forma heroica, um episódio sobre a
história de um povo e seus personagens. O narrador
fala de um determinado passado e apresenta tam-
bém o espaço onde sucederam as ações. Em geral,
o texto é constituído por versos e há a presença de
elementos míticos ou fantasiosos.
Gênero narrativoO gênero narrativo deriva do épico, no entanto, o
texto é constituído em prosa e uma narração acer-
ca da movimentação, das ações dos personagens.
Há cinco elementos importantes no texto narrativo:
✓ Enredo
✓ Tempo
✓ Espaço
✓ Personagem
✓ Narrador
RESUMO
77Li
t.
(Encenação da peça “O topo da montanha”, com os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo)
Gênero líricoO gênero lírico é o mais poético dos gêneros. Os
textos possuem expressividade e as palavras, geral-
mente, trazem marcas de musicalidade, além disso,
há um forte direcionamento às emoções do eu lírico,
que representa a voz do texto. É comum a presen-
ça de figuras de linguagens, verbos e pronomes na
1ª pessoa, a subjetividade e o sentido conotativo da
linguagem.
Leia, abaixo, um poema de Adélia Prado e observe a
sensibilidade do eu lírico:
“Simplesmente Amor
Amor é a coisa mais alegre
Amor é a coisa mais triste
Amor é a coisa que mais quero
Por causa dele falo palavras como lanças
Amor é a coisa mais alegre
Amor é a coisa mais triste
Amor é a coisa que mais quero
Por causa dele podem entalhar-me:
Sou de pedra sabão.
Alegre ou triste
Amor é a coisa que mais quero.”
EXERCÍCIOS DE AULA1.
Dia do Músico, do Professor, da Secretária, do Veterinário... Muitas são as datas
comemoradas ao longo do ano e elas, ao darem visibilidade a segmentos espe-
cíficos da sociedade oportunizam uma reflexão sobre a responsabilidade social
desses segmentos.
Nesse contexto, está inserida a propaganda da Associação Brasileira de Impren-
sa (ABI), em que se combinam elementos verbais e não verbais para se abordar
a estreita relação entre imprensa, cidadania, informação e opinião. Sobre essa
relação, depreende-se do texto da ABI que,
a) para a imprensa exercer seu papel social, ela deve transformar opinião em
informação.
b) para a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecionar a informação.
c) para o cidadão expressar sua opinião, ele deve democratizar a informação.
d) para a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar-se em opinião.
e) para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso à informação.
78Li
t.
3. (UFES) Leia o trecho abaixo, de “Morte e vida Severina”, de João Cabral de Melo
Neto, e responda ao que se pede:
“ – Severino retirante,
Deixa agora que lhe diga:
Eu não sei bem a resposta
Da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
(...)
2. (ENEM)
Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, mo-
lhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutri-
do reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o
estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negocian-
tes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu
desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar
em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso
dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ra-
mos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram bo-
letins de propaganda pelas províncias, conferências em diversos pontos da
cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, cai-
xões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegan-
te e esbaforido concurso de professores prudentemente anônimos, caixões
e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas
públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, ama-
relas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo
venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que
não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita,
espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca
para o pão do espírito.
POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.
Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar
sobre a inserção social do colégio demarcado pela
a) ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais.
b) interferência afetiva das famílias, determinantes no processo educacional.
c) produção pioneira de material didático, responsável pela facilitação do ensi-
no.
d) ampliação do acesso à educação, com a negociação dos custos escolares.
e) cumplicidade entre educadores e famílias, unidos pelo interesse comum do
avanço social.
79Li
t.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida
ver a fábrica que ela mesma
teimosamente, se fabrica,”
Quanto ao gênero literário, é correto afirmar que o fragmento lido é:
a) narrativo, que conta em prosa histórias do sertão nordestino.
b) uma peça teatral, desprovido de lirismo e com linguagem rústica.
c) bastante poético e marcado por rimas, sem metrificação.
d) uma epopeia, que traduz o desencanto pela vida dura do sertão.
e) dramático, que encena conflitos internos do ser humano.
4. (UERJ) Coplas¹
Texto I
O GERENTE – Este hotel está na berra² !
Coisa é muito natural!
Jamais houve nesta terra
Um hotel assim mais tal!
Toda a gente, meus senhores,
Toda a gente ao vê-lo diz:
Que os não há superiores
Na cidade de Paris!
Que belo hotel excepcional
O Grande Hotel da Capital
Federal!
CORO – Que belo hotel excepcional, etc....
Texto II
O GERENTE – Nesta casa não é raro
Protestar algum freguês:
Acha bom, mas acha caro
Quando chega o fim do mês.
Por ser bom precisamente,
Se o freguês é do bom-tom
Vai dizendo a toda a gente
Que isto é caro mas é bom.
Que belo hotel excepcional!
O Grande Hotel da Capital
Federal!
CORO – Que belo hotel excepcional, etc....
O GERENTE (Aos criados) – Vamos! Vamos! Aviem-se! Tomem as malas e
encaminhem estes senhores! Mexam-se! Mexam-se!...
(Vozerio. Os hóspedes pedem quarto, banhos, etc... Os criados respondem.
Tomam as malas, saem todos, uns pela escadaria, outros pela direita.)
80Li
t.
Texto III
Cena II
O GERENTE, depois, FIGUEIREDO
O GERENTE (Só.) – Não há mãos a medir! Pudera! Se nunca houve no Rio
de Janeiro um Hotel assim! Serviço elétrico de primeira ordem! Cozinha
esplêndida, música de câmara durante as refeições da mesa redonda! Um
relógio pneumático em cada aposento! Banhos frios e quentes, duchas, sala
de natação, ginástica e massagem! Grande salão com um plafond³ pintado
pelos nossos primeiros artistas! Enfim, uma verdadeira novidade! – Antes
de nos estabelecermos aqui, era uma vergonha! Havia hotéis em S. Paulo
superiores aos melhores do Rio de Janeiro! Mas em boa hora foi organizada
a Companhia do Grande Hotel da Capital Federal, que dotou esta cidade
com um melhoramento tão reclamado! E o caso é que a empresa está dando
ótimos dividendos e as ações andam por empenhos! (Figueiredo aparece no
topo da escada e começa a descer.) Ali vem o Figueiredo. Aquele é o verda-
deiro tipo do carioca: nunca está satisfeito. Aposto que vem fazer alguma
reclamação.
(AZEVEDO, Arthur. A Capital federal. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de
Teatro, 1972.)
Vocabulário:
¹ - espécie de estrofe
² - estar na moda
³ - teto
O texto acima faz parte de uma peça de teatro, forma de expressão que se des-
tacou na captação das imagens de um Rio de Janeiro que se modernizava no
início do século XX.
Aponte o gênero de composição em que se enquadra esse texto e um aspecto
característico desse gênero.
5. (UFPA) Os gêneros literários constituem modelos aos quais se deve submeter a
criação artística. Deles NÃO se deve considerar como verdadeiro:
a) Segundo a concepção clássica, são três os gêneros literários.
b) Embora a obra literária possa encerrar emoções diversas, podendo haver in-
tersecção de elementos líricos, narrativos e dramáticos, há sempre a prevalên-
cia de uma destas modalidades.
c) A criação poética, de caráter lírico, privilegiará os diálogos dos personagens.
d) Novelas, crônicas, romances e contos são espécies literárias de caráter nar-
rativo.
e) O discurso literário é considerado dramático quando permite, em princípio,
ser representado.
81Li
t.
EXERCÍCIOS DE CASA1. (ENEM)
Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então
apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especia-
rias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que expli-
cava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números
racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde
sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimu-
lante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as
cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Í. (Org.).
Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evoluti-
vo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo mani-
festa uma percepção que:
a) recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a humanidade.
b) desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de dever.
c) resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes irracionais.
d) transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida cotidiana.
e) satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber científico.
2. (ENEM)
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, princi-
palmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais mara-
vilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família,
dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lan-
çando em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte
do nosso clã. [...]
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que que sabia naquela
noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em
frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do
dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia
Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela
queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom
que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais uma
coisa ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado
no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por
cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles con-
figura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar
descortina um(a)
82Li
t.
3. (UERJ)
Autorretrato faladoVenho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que
fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral,
um deles se mostre dominante. O poema de Manoel de Barros, predominante-
mente lírico, apresenta características de um outro gênero.
Identifique esse gênero e cite duas de suas características presentes no poema.
4. (UFRGS) O soneto, uma das formas poéticas mais tradicionais e difundidas nas
literaturas ocidentais, expressa, quase sempre, conteúdo:
a) dramático, revelando uma cena cotidiana;
b) satírico, estabelecendo uma jocosidade grosseira;
c) lírico, revelando o modo apaixonado de sentir e de viver;
d) épico, deixando marcas históricas de um povo, de uma época, de uma nação;
e) cronístico, estabelecendo uma crítica de costumes sutil.
a) convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes.
b) tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca.
c) pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias.
d) tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e seus tios.
e) velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus.
83Li
t.
5. (UFG) Leia a canção abaixo:
“Aos quatro cantos o seu corpo
Partido, banido.
Aos quatro ventos os seus quartos,
Seus cacos de vidro.
O seu veneno incomodando
A tua honra, o teu verão.
Presta atenção!
Presta atenção!
Aos quatro cantos suas tripas,
De graça, de sobra,
Aos quatro ventos os seus quartos,
Seus cacos de cobra,
O seu veneno arruinando
A tua filha, a plantação.
Presta atenção!
Presta atenção!
Aos quatro cantos seus gemidos,
Seu grito medonho,
Aos quatro cantos os seus quartos,
Seus cacos de sonho,
O seu veneno temperando
A tua veia, o teu feijão.
Presta atenção!
Presta atenção!
Presta atenção!
Presta”
BUARQUE, Chico; GUERRA Ruy. Calabar. O elogio da traição. Rio de Janei-
ro: Civilização Brasileira, 2002. p. 68-69.
Na peça teatral Calabar, a personagem Bárbara entoa a canção “Cobra-de-Vi-
dro”, acima transcrita.
Considerando-se os gêneros literários, o que a presença desse texto na obra evi-
dencia?
6.
Jornal Zero Hora, 2 mar. 2006.
84Li
t.
Na criação do texto, o chargista Iotti usa criativamente um intertexto: os traços
reconstroem uma cena de Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os hor-
rores e a destruição provocados pelo bombardeio a uma pequena cidade da Es-
panha. Na charge, publicada no período de carnaval, recebe destaque a figura
do carro, elemento introduzido por lotti no intertexto.
Além dessa figura, a linguagem verbal contribui para estabelecer um diálogo en-
tre a obra de Picasso e a charge, ao explorar
a) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, esclarecendo-se o referen-
te tanto do texto de Iotti quanto da obra de Picasso.
b) uma referência ao tempo presente, com o emprego da forma verbal “é”, evi-
denciando-se a atualidade do tema abordado tanto pelo pintor espanhol quanto
pelo chargista brasileiro.
c) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a imagem negativa de mundo
caótico presente tanto em Guernica quanto na charge.
d) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à permanência de tragédias
retratadas tanto em Guernica quanto na charge.
e) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”, remetendo-se tanto à obra
pictórica quanto ao contexto do trânsito brasileiro.
7. (UFF)
Recordação Agora, o cheiro áspero das flores leva-me os olhos por dentro de suas pé-
talas.
Eram assim teus cabelos; tuas pestanas eram assim, finas e curvas.
As pedras limosas, por onde a tarde ia aderindo, tinham a mesma exalação
de água secreta, de talos molhados, de pólen, de sepulcro e de ressurreição.
E as borboletas sem voz dançavam assim veludosamente.
Restitui-te na minha memória, por dentro das flores!
Deixa virem teus olhos, como besouros de ônix, tua boca de malmequer or-
valhado, e aquelas tuas mãos dos inconsoláveis mistérios, com suas estrelas
e cruzes, e muitas coisas tão estranhamente escritas nas suas nervuras níti-
das de folha, – e incompreensíveis, incompreensíveis.
(MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora,
1972, p.154.)
O poema de Cecília Meireles caracteriza-se pela visão intimista do mundo, a pre-
sença de associações sensoriais e a aproximação do humano com a natureza. A
memória é a fonte de inspiração do eu poético.
A partir dessas afirmações, determine o gênero literário predominante no texto,
justificando sua resposta com suas próprias palavras.
85Li
t.
QUESTÃO CONTEXTOA autoria Adélia Prado é um dos principais nomes da literatura Contemporânea.
Ao final de 2016, a autora ganhou o “Prêmio Minas Gerais” na categoria Conjun-
to da Obra, que homenageia o conteúdo artístico, cultural e criativo dos grandes
escritores.
(Adélia Prado)
Leia o poema abaixo, intitulado “Paciência Sem Limites”, e identifique o gênero
literário predominante no texto e, ainda, transcreva um verso em que mostre a
existência de outro gênero, justificando a sua resposta.
“Dá a entender que me ama,
mas não se declara.
Fica mastigando grama,
rodando no dedo sua penca de chaves,
como qualquer bobo.
Não me engana a desculpa amarela:
‘Quero discutir minha lírica com você’.
Que enfado! Desembucha, homem,
tenho outro pretendente
e mais vale para mim vê-lo cuspir no rio
que esse seu verso doente.”
86Li
t.
01.Exercício de aula1. e
2. a
3. e
4. Gênero dramático.
Podemos citar como características desse gênero:
- ausência de narrador
- presença de rubricas
- predomínio de diálogos
- personagens encarnados por atores
- encenação dos episódios em um palco (Gabarito
Oficial Uerj)
5. C
02.Exercício de casa1. d
2. c
3. O poema apresenta características do gê-
nero narrativo. Essa mistura dos gêneros - em que o
verso se aproxima da prosa - é uma herança da po-
esia modernista. Uma das características do gêne-
ro narrativo que se mostra no poema de Manoel de
Barros é a apresentação dos fatos numa sequência
temporal, tal como se dá quando contamos uma his-
tória.
Este traço pode ser observado na seguinte passa-
gem do poema: “Meu pai teve uma venda de bana-
nas no Beco da/ Marinha, onde nasci. /Me criei no
Pantanal de Corumbá entre bichos do / chão, pesso-
as humildes, aves, árvores e rios.”
Outra característica diz respeito à organização for-
mal do gênero narrativo, que, normalmente, não
apresenta ritmo marcado nem rimas, aproximando-
-se do fluxo da fala. Os versos mais longos do frag-
mento anterior exemplificam esta característica,
assim como o exemplo: “Já publiquei 10 livros de po-
esia; ao publicá-los me/ sinto como que desonrado
e fujo para o / Pantanal onde sou abençoado a gar-
ças.” (Gabarito Oficial Uerj)
4. c
5. Demonstra a hibridização dos gêneros dra-
mático e lírico. (Gabarito oficial UFPA)
6. e
7. O gênero literário predominante no poema
é o lírico, confirmado pela presença do “eu lírico”,
pela subjetividade na escolha das imagens, pela va-
lorização das sensações e pela aproximação entre
sujeito e objeto. (Gabarito Oficial Uff)
03. Questão ContextoO gênero predominante no poema é o gênero líri-
co, no entanto, percebe-se alguns traços do gênero
narrativo, uma vez que há uma narração/apresenta-
ção das ações exercidas pelo amado, como nos ver-
sos “fica mastigando grama, rodando no dedo suas
pencas de chaves” e, além disso, há a transcrição de
um discurso direto “Quero discutir minha lírica com
você”.
GABARITO