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ROMANTISMO: POESIA O que você deve saber sobre O Romantismo foi uma corrente artística que predominou na Europa por quase todo o século XIX e esteve ligado aos movimentos burgueses. No Brasil, o Romantismo se deu, sobretudo, na primeira metade do século XIX, inserido no contexto da Independência, em 1822. Essa estética procurou expressar os devaneios, os desejos, as frustrações e as fantasias de um "eu" livre de qualquer compromisso com os padrões clássicos de representação artística, fugindo muitas vezes da realidade que o circundava.

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O Romantismo foi uma corrente artística que predominou na Europa por quase todo o século XIX e esteve ligado aos movimentos burgueses. No Brasil, o Romantismo se deu, sobretudo, na primeira metade do século XIX, inserido no contexto da Independência, em 1822. Essa estética procurou expressar os devaneios, os desejos, as frustrações e as fantasias de um "eu" livre de qualquer compromisso com os padrões clássicos de representação artística, fugindo muitas vezes da realidade que o circundava.
Revolução Industrial (1760)
Revolução Francesa (1789)
ROMANTISMO: POESIA
A liberdade guiando o povo, 1830, de Delacroix. Óleo sobre tela, 260 × 325 cm
MUSEU DO LOUVRE, PARIS
Clique aqui para ver a animação
Professor: a imagem, que não se encontra no caderno impresso, é uma alegoria da Liberdade, tão cara ao movimento romântico. Note que o quadro também rompe com o estilo clássico da pintura, com cores sombrias e dando espaço ao grotesco.
A apresentação da Sequência Temática disponibilizada permite que os alunos percebam as características gerais do Romantismo.
Contexto do Romantismo brasileiro
Independência do Brasil (1822)
ROMANTISMO: POESIA
O grito do Ipiranga (1888), de Pedro Américo. Óleo sobre tela, 415 × 760 cm
MUSEU PAULISTA/USP, SÃO PAULO
Contexto do Romantismo brasileiro
Marco inicial: Niterói (1836) e Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães
Marco final: O mulato (1881), de Aluísio Azevedo, e Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis
ROMANTISMO: POESIA
Gonçalves Dias (1823-1864)
Consolidou o romantismo no Brasil.
Temática: pátria, religião e natureza
Obras de destaque: Primeiros cantos (1846), Leonor de Mendonça (1847), Segundos cantos (1848), As sextilhas do frei Antão (1848) e Últimos cantos (1851)
Segunda geração romântica – byronismo/mal do século/ultrarromantismo
Ápice do egocentrismo romântico
ROMANTISMO: POESIA
Retrato de Lord Byron (1814), por Thomas Phillips. Óleo sobre tela
THE BRIDGEMAN ART LIBRARY/KEYSTONE
Fascínio pelo mórbido e pelo misterioso
Idealização da mulher
Álvares de Azevedo (1831-1852)
Poemas: pessimismo crônico, herança do inglês Lord Byron e do francês Alfred de Musset.
Lira dos vinte anos (1853):
1ª e 3ª partes: temática religiosa, do sonho e da figura feminina virginal
2ª parte: apresenta o irônico e o sexual.
ROMANTISMO: POESIA
Professor: é importante mencionar que a obra Lira dos vinte anos foi idealizada pelo autor em apenas duas partes, correspondentes ao projeto de uma persona literária dupla (Ariel e Caliban). A terceira parte foi inserida postumamente, no ato da publicação.
Casimiro de Abreu (1839-1860)
O mais popular dos poetas da segunda geração pelo distanciamento das temáticas mórbidas ou satânicas, típicas
da segunda geração.
Temática: natureza, amor, saudade da infância, pátria idealizada e a mulher amada
ROMANTISMO: POESIA
Autor de transição da segunda para a terceira geração romântica
Temática: escravidão (comum à terceira geração), solidão e morte (comum à segunda geração)
ROMANTISMO: POESIA
Preocupação social
ROMANTISMO: POESIA
Busto de Victor Hugo (1887-1888), por Auguste Rodin. Escultura de mármore
PATRICK PIERRAIN/PETIT PALAIS/ROGER-VIOLLET/IMAGEPLUS
Inspirados em Victor Hugo, eram porta-vozes da luta contra as injustiças e crueldades praticadas contra os escravos.
Castro Alves (1847-1871)
Poesia retórica: versos musicais e grandiloquentes; uso de hipérboles, personificações e matáforas.
Obras de destaque: “Vozes d’África” e “Navio negreiro”, publicados em Os escravos (1883), Espumas flutuantes (1870) e A cachoeira de Paulo Afonso (1876)
ROMANTISMO: POESIA
O navio negreiro (c. 1835), de Johann Moritz Rugendas. Litografia
(colorida à mão), 35,5 × 51 cm
VIAGEM PITORESCA ATRAVÉS DO BRASIL.
BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO
Sousândrade (1832-1902)
Obras de destaque: “Guesa errante” e Harpas selvagens (1850)
ROMANTISMO: POESIA
(UFG-GO)
No tocante à descrição dos costumes indígenas, José de Alencar, em Ubirajara, retoma um procedimento já utilizado nos relatos dos cronistas do século XVI. No romance, o tratamento das informações referentes à cultura indígena resulta na:
a) transformação do passado colonial do Brasil.
b) idealização da figura do indígena nacional.
c) indicação dos sentidos da cultura autóctone.
d) apresentação dos primeiros habitantes do Brasil.
e) introdução do índio na literatura brasileira.
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ROMANTISMO: POESIA – NO VESTIBULAR
Professor: aproveite para revisar Ubirajara, romance em que José de Alencar aborda uma série de costumes e hábitos de tribos que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses. Estabeleça também um diálogo entre os romances indianistas e os textos informativos produzidos pelos viajantes europeus sobre o Brasil no século XVI que exploram os aspectos pitorescos da nova terra e de seus habitantes.
(Ufac)
A poesia romântica desenvolveu-se em três gerações: nacionalista ou indianista, do mal do século e condoreira. O indianismo de nossos poetas românticos é:
a) um meio de reconstruir o grave perigo que o índio representava durante a instalação da capitania de São Vicente.
b) um meio de eternizar liricamente a aceitação, pelo índio, da nova civilização que se instalava.
c) uma forma de apresentar o índio como motivo estético; idealização com simpatia e piedade; exaltação de bravura, heroísmo e de todas as qualidades morais superiores.
d) uma forma de apresentar o índio em toda a sua realidade objetiva; o índio como elemento étnico da futura raça do Brasil.
e) um modelo francês seguido no Brasil; uma necessidade de exotismo que em nada difere do modelo europeu.
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ROMANTISMO: POESIA – NO VESTIBULAR
Professor: retome com os alunos os principais autores nativistas ou indianistas do Brasil: Gonçalves Dias (poesia) e José de Alencar (prosa). Ressalte que os indianistas brasileiros foram influenciados pela teoria do “bom selvagem”, de Jean-Jacques Rousseau.
(Unirio-RJ)
Marabá
Acaso feitura
Se algum dentre os homens de mim não se esconde:
– “Tu és”, me responde,
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
Imitam as nuvens de um céu anilado,
As cores imitam das vagas do mar!
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
– “Teus olhos são garços”,
“Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,
“Uns olhos fulgentes,
É alvo meu rosto da alvura dos lírios,
Da cor das areias batidas do mar;
As aves mais brancas, as conchas mais puras
Não têm mais alvura, não têm mais brilhar.
Se ainda me escuta meus agros delírios:
– “És alva de lírios”,
“Quero antes um rosto de jambo corado,
“Um rosto crestado
Meu colo de leve se encurva engraçado,
Como hástea pendente do cáctus em flor;
Mimosa, indolente, resvalo no prado,
Como um soluçado suspiro de amor!
– “Eu amo a estatura flexível, ligeira,
Qual duma palmeira”,
Quero antes o colo da ema orgulhosa,
Que pisa vaidosa,
O oiro mais puro não tem seu fulgor;
As brisas nos bosques de os ver se enamoram,
De os ver tão formosos como um beija-flor!
Mas eles respondem: “Teus longos cabelos,
“São loiros, são belos,
“Cabelos compridos,
A quem as direi?
Jamais cingirei:
Me desprenderá:
Que sou Marabá!
Tupá: Tupã.
Engraçado: gracioso.
Arazoia (ou araçoia): saiote de penas usado pelas mulheres indígenas.
EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
ROMANTISMO: POESIA – NO VESTIBULAR
Professor: aproveite o poema “Marabá” para relembrar aos alunos que Gonçalves Dias abordou em sua obra os mitos e lendas indígenas, seus dramas, amores, lutas, sua fusão com o branco. Entre os textos produzidos pelo autor, destacam-se os poemas “Marabá”, “Leito de folhas verdes”, “Canto do piaga”, “Canto do tamoio”, “Canto do guerreiro” e “I-Juca-Pirama” (ponto alto da poesia indianista brasileira). Além da análise do texto, é possível revisar, por meio dos exercícios propostos, regência verbal e figuras de linguagem, especialmente a metáfora.
Após leitura, análise e interpretação do poema “Marabá”, algumas afirmações como as seguintes podem ser feitas, com EXCEÇÃO de uma. Indique-a.
a) O poema se inicia com uma pergunta de ordem religiosa e termina com uma consideração de aspecto sensual.
b) O poema é um profundo lamento construído com base na estrutura dialética, apresentando argumentação e contra-argumentação.
c) Ocorre interlocução registrada em discurso direto, estrutura que enfatiza assim o desprezo preconceituoso dado a Marabá.
d) A ocorrência de figuras de linguagem e o emprego da primeira pessoa marcam, respectivamente, as funções da linguagem poética e emotiva.
e) “Marabá” é poema representante da primeira fase que cultua o aspecto físico da mulher.
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ROMANTISMO: POESIA – NO VESTIBULAR
A expressão “Quero antes” pode ser substituída, sem que haja alteração de significado, por “preferir”. Quanto à regência desse verbo, de acordo com a norma-padrão, está CORRETO:
a) Prefiro uns olhos bem pretos, luzentes, uns olhos fulgentes, bem pretos, retintos, que cor d’anajá!
b) Prefiro uns olhos bem pretos, luzentes, uns olhos fulgentes, bem pretos, retintos, do que cor d’anajá!
c) Prefiro a uns olhos bem pretos, luzentes, uns olhos fulgentes, bem pretos, retintos, do que cor d’anajá!
d) Prefiro uns olhos bem pretos, luzentes, uns olhos fulgentes, bem pretos, retintos, à cor d’anajá!
e) Prefiro uns olhos bem pretos, luzentes do que, uns olhos fulgentes, bem pretos, retintos, a cor d’anajá!
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