Livro Do Clan Gangrel

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Livro do Cl: GangrelDas Florestas do Mistrio No corao da natureza, o sobrenatural flui livremente.

Por Brad FreemanA Natureza jamais produz coisas de qualidade excelente para serem mal usadas ou no terem utilidade. John Locke, "Um Ensaio sobre a Compreenso Humana" Os olhos observam enquanto voc caminha, medindo cada um dos seus gestos. Voc sabe que eles esto l fora, em algum lugar, e esse no um pensamento nem um pouco reconfortante. Voc apressa o passo, diminui, pra, recomea a andar, mas eles continuam l, observando e esperando. Um leve rudo sua esquerda chama a sua ateno e voc se volta apenas para ver que no h nada ali. Mas eles esto l. Voc prossegue e o rudo recomea. Voc pra novamente, com resultado idntico vez anterior. Voc comea a correr, fugindo, gritando e ento, tudo acaba.

Introduo: O Livro do Cl GangrelPor Lorde Ashton (incluindo um prefcio do Dr. Raoul King)

ApresentaoPor Dr. Raoul King Antes de mais nada, quero dizer ao cara que se diz meu senhor que valeu me deixar escrever isto. A. maioria dos sujeitos mortos h to pouco tempo quanto eu no teria a mesma chance. Em segundo lugar, quero agradecer ao filho da me por ter sido tomado pela Besta, o que me deu a chance de terminar este livro, que ele nunca julgava perfeito. Diabos, um saco transcrever fitas mordidas e encrost-las de sangue! Pelo menos o desgraado fala melhor que eu. Droga, ele sabe contar a verdade melhor do que eu sei mentir. Em terceiro, quero me desculpar pela linguagem nesta porcaria. A dele, no a minha. Ashton fala como um filsofo guerrilheiro, mas quando escreve parece um acadmico. A culpa do ensino pblico ingls. Tentei cortar as partes mais maantes,

mas teve hora que no deu para segurar a onda. Quanto minha linguagem, no me desculpo, a no ser quando voc vir um monte de ***, mas a a culpa do maldito revisor! No quero ser radical, mas se voc est lendo isto provavelmente est morto, e talvez no faa a mnima idia do que lhe aconteceu. Ashton idealizou este projeto como uma forma de orientar infelizes como voc. Como ainda estava comeando quando me secou (por volta de 68), eu no usufru da sabedoria dele. Mas agora voc tem a chance de aprender com ele e comigo, seu sortudo!

PrefcioPor Ashton Bem vindo, nefito! Embora possa no entender como ou por qu, voc recebeu uma grande ddiva. imortal: os problemas da vida so coisa do passado. Claro que voc vai descobrir problemas novos, mas tambem conhecer coisas diferentes de tudo que viu quando respirava. Voc pertence a uma tribo poderosa e bastante diferente do resto da Famlia. Eles nos chamam de "Cl" Gangrel, porque, ao contrrio de ns, necessitam rotular as coisas. Mas mesmo sendo um rtulo, orgulho-me de ser chamado de "Gangrel", no tanto pelo que o nome transmite, mas pelo que ele esconde. Somos um "cl" no sentido verdadeiro da palavra, unidos por sangue e, ao contrrio dos outros Membros, compromissados pelo medo com uma hierarquia antiga. Mantemo-nos unidos quando o fazemos por interesse comum. Enquanto os outros mantm-se acocorados em seus refgios bolorentos, ns corremos em liberdade, tomando como abrigo qualquer lugar que encontramos. A nossa nica proteo a astcia. Enquanto nossos irmos temem os Lupinos, ns os aceitamos como so. Alguns entre ns chegam at mesmo a obter sua amizade. Existe uma aliana tradicional, ainda que informal, entre os membros de nosso cl e o Rom, que o mundo dos vivos conhece como povo cigano. Incumbi um de meus filhos que quando vivo foi um especialista em cultura cigana da tarefa de descrever este relacionamento. Como costume nosso deixar os novos rebentos sua prpria sorte, enfrentando a difcil transio entre vida e ps-vida, ocasionalmente aparecem Gangrel selvagens que no compreendem sua condio. Alm disso, existem outros seres com os quais os Gangrel s vezes so confundidos. Os Ciganos, ou Rom, que so nossos parentes mortais (falaremos deles mais adiante) esto entre eles. Voc descobrir que os Lupinos, a quem os mortais chamam Lobisomens, podem ser confundidos conosco devido a tambm possurem o dom da metamorfose. Por ltimo esto os Ravnos, vampiros renegados de origem cigana. No os confunda com seus irmos de cl ou com os Rom verdadeiros! Eles so uns patifes, to honrados quanto um gato preto. Se voc estiver se sentindo confuso, no se preocupe: as coisas se esclarecero aos poucos. Voc pelo menos tem como trunfo este documento, afinal, por um motivo ou por outro, alguns de nossa espcie jamais so procurados e educados pelos seus senhores. A esses chamam Caitiff, e talvez muitos deles pertenam nossa linhagem. De fato, como at mesmo aqueles que so educados corretamente so deixados por sua prpria conta por um ou dois anos, suas idias equivocadas sobre quem e o qu so, freqentemente se enrazam. Assim, temos entre ns indivduos que escolheram trilhas incomuns. No de admirar que de todos os cls, os Gangrel sejam os que refletem a concepo popular do Vampiro. Falarei um pouco sobre isso nas pgi-

nas que se seguem, mas, em essncia, este documento apresentado com o propsito de evitar alguns dos erros mais comuns que uma criana da noite possa cometer. Para comear, apresentarei a histria da Famlia, com uma nfase especial nos Gangrel. Leia cuidadosamente e aprenda, para que comece a apreciar o que voc e o que se tornar. E, se me permite a ousadia, o que precisa evitar tornar-se, a qualquer custo.

Captulo I: Uma Breve Histria do Cl GangrelPor Ashton Nota do Editor: O que se segue um longo extrato da desconexa Histria da Famlia, tagarelada por Lorde Ashton durante umas oito horas. Ele tirou a maior parte do Livro de Nod e de outras fontes igualmente questionveis, mas tambm coletou informaes em sei-l-onde. S mantive material que nunca vi em qualquer outro lugar, a maior parte relativa aos Grangrel e aos Lupinos. Se no gostou, me processe. R. K.

As Origens do Cl GangrelOs Gangrel mantm um relacionamento especial com as criaturas conhecidas como Lupinos. Segundo a lenda, isso se deve ao fato de ns e essas criaturas pertencermos mesma linhagem. A histria, conforme a ouvi, esta: No comeo dos tempos, quando Deus criou Ado, tambm fez uma esposa para ele, usando o mesmo barro com o qual criou o primeiro homem. O nome dela era Lilith, e ela foi a primeira feminista. Ela descrita (em antigos textos hebraicos e em outras fontes) como uma mulher incomumente hirsuta, que no queria ser subserviente a Ado. Quando Ado queixou-se dela, Deus baniu Lilith do Jardim do den, e tirou do prprio Ado a matria-prima para criar Eva. Porm, ao sair do den, Lilith estava grvida. Ela pariu sozinha na floresta, sob os cuidados de animais selvagens, pois naquela poca eles no tinham nome, nem sabiam que estavam destinados a serem predadores ou presas. Assim, as parteiras do primeiro nascimento foram animais, e quatro crianas nasceram. Um urso, um lobo, um tigre, uma serpente e outro animal descrito apenas como "fera" compuseram a "equipe mdica". Cada animal tomou um dos bebs como seu filho. Todos menos a serpente, porque a criana que lhe fora prometida nasceu morta. E cada animal levou a criana para criar da forma que achasse melhor. Essas crianas tornaram-se os ancestrais dos zoantropos, os quais chamamos hoje Lupinos. Uma das filhas de Lilith, cujo nome chegou at ns como Enia, foi criada pelos lobos. At mesmo depois que os lobos descobriram que eram carnvoros e passaram a alimentar-se de outros animais, continuaram cuidando dela como se fosse uma deles. Quando Enia cresceu, tomou por marido um lobo da matilha e deu-lhe filhos. Alguns foram como ela, humanides. Outros pareciam com o pai e corriam como ele. Ainda assim, cada um deles tinha em seu interior a semente do outro: foi a partir deles que surgiram os Lupinos. Tempos depois, Enia ficou cada vez mais insatisfeita com sua vida, e deixou a matilha para viajar pelo mundo. Imortal como seus pais, ela vagou sozinha durante muitos anos, finalmente chegando a uma cidade erigida pelos seus meio-irmos, os

descendentes de Ado e Eva. Sua grande beleza e natureza ligeiramente mundana fizeram com que ela fosse bem recebida em Enoque. Ela residiu ali durante muitos anos at que, numa srie de incidentes semelhantes aos que muito mais tarde envolveriam Helena de Tria, ela se tornou fonte de discrdia nesta protocidade. Por fim, ela partiu, mas no antes de dar filhos a muitos de seus amantes. So desses filhos de Enia que descendem os ciganos. Mais uma vez ela vagou pelo mundo, sem jamais encontrar um lugar onde se estabelecer. Em qualquer lugar que ela parava, sua presena causava discrdia e ela era expulsa. Finalmente, muito depois de seu sangue ter-se misturado ao dos filhos de Eva, ela encontrou um dos filhos de Caim, que a convenceu a retornar a Enoque. Ele no poderia satisfazer os apetites dela, mas isso tinha pouca importncia, pois ele provouse interessante de outras formas. Em sua paixo um pelo outro, nao tardou muito at que ela fosse Abraada. Dela descendem todos aqueles que so chamados Gangrel. Com ela aprendemos as lnguas dos animais, e como mudar nossa forma para nos assemelharmos a eles. Dela tambm obtivemos nossa licena para correr o mundo em liberdade. Assim como a rvore genealgica dos Lupinos tem seu pice nos dias em que Lilith respirava, ns podemos marcar nossa origem no momento em que ela bebeu do sangue de um vampiro. Mas ns lembramos, embora nossos meio-irmos lupinos j tenham esquecido, que possumos uma me em comum.

Os Gangrel na HistriaComo, por via de regra, os Gangrel no registram sua prpria histria, muito do que pode ser dito aqui apcrifo. Contudo, certo que, dos cls mais antigos, o Gangrel tem sido um dos mais envolvidos nos assuntos humanos. Raramente isso aconteceu devido a alguma razo ideolgica; antes por autodefesa. por esse motivo que muitos dos vampiros "histricos" na cultura humana pertenceram ao nosso cl. Mas a histria humana altamente deturpada por seus historiadores humanos, e talvez o que eles digam no seja nada mais que pura inveno. As histrias da Famlia tambm nos ensinam sobre nossa linhagem. Por exemplo, dito que um dos nossos em Cartago tinha conhecimento dos eventos sangrentos que viriam. Em vez de simplesmente fugir, como os Gangrel fazem tradicionalmente, ele tentou avisar os outros cls sobre a catstrofe iminente. Hoje tentador considerlo um caipira ingnuo, recm-sado das florestas, que foi passado para trs pela gente esperta da cidade. Se foi isso que realmente aconteceu ou no, discutvel. O que sabemos que ele foi trado por seus confidentes, desta forma iniciando a tradio dos Gangrel em sempre desconfiar dos outros cls, que persiste at hoje. Outras fontes tambm nos contam sobre a histria de nosso cl. A tradio oral uma delas, porque embora qualquer histria boa o bastante para ser lembrada de um sculo para outro tenha sem dvida sido aumentada, sempre h um gro de verdade por trs dela. Outros textos humanos a maioria relatos em primeira pessoa contam histrias que podem ser relacionadas aos Gangrel e, por fim, existem muitos registros escritos por outros cls. Porm, esses cls no possuam a necessidade ou o talento para contar histrias sobre ns. Para comear onde me sinto pela primeira vez em terreno firme, estou certo de que os vikings tinham cincia sobre o Gangrel por volta de 400 a.C. H uma saga que data dessa era que descreve uma batalha entre Grettir, um heri escandinavo, e um vampiro que porta claramente as caractersticas de um Gangrel.

Muitos afirmam, e eu acredito neles, que certos textos gnsticos apontam que Jesus curou um Gangrel de um frenesi, se no de sua Maldio. Contudo, improvvel que um dia eu encontre um telogo que confirme ou negue essa possibilidade. Contudo certo, graas a uma testemunha cujo nome no posso revelar, que no saque a Roma estavam vampiros Gangrel. As pessoas da antigidade tinham cincia de que Membros caminhavam entre elas, e os romanos no eram exceo. Um fato interessante so os relatos dessa poca, a respeito de um vampiro que alterava a sua forma para a de um belua, ao qual pode-se atribuir o significado "besta" ou "monstro", mas que provavelmente um lobo. A histria das disciplinas ligadas Metamorfose interessa-me por razes pessoais, mas falaremos mais disso adiante. Tambm foi nessa poca que apareceram os primeiros ciganos, embora alguns estudiosos afirmem ter encontrado indcios de sua presena na ndia por volta de 420 a. C. No sabemos se eles tinham conhecimento de nossa ancestralidade comum, mas um documento da poca fala sobre uma carruagem feita sob as especificaes de um "rei" cigano. Segundo o documento, esse cigano misterioso testou a carruagem noite, pedindo ao construtor que ficasse no interior dela com uma vela acesa, para ter certeza de que no vazava luz por suas paredes. A no ser que isso fosse um truque para manter o construtor ocupado enquanto o bando saqueava sua oficina, esse cigano certamente estava comprando-a para um Gangrel que queria garantir sua segurana diurna.

A Idade MdiaOs cruzados da Frana e Bretanha que alcanaram a Espanha encontraram mais que mouros espanhis sua espera. Eles descobriram uma nova doena (a sfilis) e um sintoma curioso, aparentemente decorrente dessa enfermidade: as vtimas definhavam, seu sangue sendo "sugado do corpo como o tutano que o co chupa do osso", um pouco a cada noite. Esse sintoma foi o resultado da caada empreendida pelos filhos e filhas Gangrel de Al-Gamiz, que chegaram s praias da Espanha um pouco antes dos Mouros.

A Renascena

Durante esta era, medida que novas reas do mundo eram descobertas, as linhagens dos Membros expandiram-se com a "civilizao", e sempre encontraram sinais dos Gangrel. Isso se deu porque, ao herdarmos de nossa me o controle sobre a forma, tambm herdamos sua incapacidade de permanecer num mesmo lugar por muito tempo. E como nosso cl dispe-se a substituir com o sangue de animais quando isso for necessrio, possumos uma vantagem sobre as linhagens de apetite mais exigente: no precisamos esperar que os mortais explorem primeiro novas terras. Na verdade essa a raiz de uma de nossas estratgias mais eficazes muitas vezes fomos batedores avanados para Membros e humanos. Quando fomos aceitos entre os mortais, tornou-se at mesmo legtimo que exigssemos sangue como pagamento por nossos servios. Depois da Inquisio, obviamente, a Mscara proibiu tudo isso. Mas estou me adiantando. Foi um Gangrel nativo, chamado gua Falante, que recebeu o primeiro grupo de colonos na Virgnia, e foi um Gangrel e seus aliados que morreram no massacre dos colonos empreendido pelos Lupinos. Quando os novos colonos europeus vieram para a Amrica do Norte, eles encontraram vampiros Gangrel que eram relativamente aceitos entre os nativos. Dessa poca em diante, os Gangrel passaram a odiar as cidades que os invasores construam, mas eles no estiveram entre os primeiros a combater os colonizadores. Isso apenas aconteceu quando certos grupos religiosos intolerantes, fugindo de outros grupos religiosos intolerantes, estabeleceram-se no nordeste e comaaram a eliminar tudo que

no se enquadrava com sua viso do mundo. Isso inclua praticamente todos os seres que bebiam sangue para sobreviver e que se transformavam em animais por diverso.

A Idade da Razo medida que os europeus se expandiam pelo mundo, os Gangrel se viram em ambos os lados de conflitos inevitveis. Eles caminharam com los conquistadores, saudados pelos nativos como uma profecia que se cumpria. Ouvi falar que o lendrio Quetzalcoatl pode ter sido um Brujah, embora certamente houvesse Membros do Gangrel na Amrica antes que los conquistadores chegassem. Embora os integrantes de nosso cl estivessem imiscudos tanto entre os pioneiros quanto entre os nativos, nosso relacionamento com os colonos seguintes foi bem menos amistoso. Eles derrubaram as florestas onde amvamos correr, mataram os animais e os nativos nossos amigos, e seu sangue fraco e inspido deixou-nos preguiosos. Alm disso, trouxeram com eles outros Membros que no eram de nosso sangue. Trouxeram os Ventrue e os Sab, e mais tarde, os Tremere. Na Austrlia, os Malkavianos e os Caitiff vieram com os condenados, e os Ventrue e os Brujah com os administradores. Ali, eles obviamente encontraram vampiros Gangrel capazes de se transformar em dingos ferozes quando ameaados, misturados com os nativos. Como esses Gangrel fizeram a viagem para a Austrlia quando praticamente nenhuma outra criatura conseguiu? Os muitos aborgenes falam de uma mulher alta e plida com cabelos compridos que passou por suas terras seguindo a estrela Altair. Se essa mulher foi a nossa Progenitora, como defendem alguns, ou simplesmente uma anci de nosso cl, uma questo em aberto. No obstante, indiscutvel o fato de que um nmero desproporcional de Gangrel aborgenes australianos pertenam a geraes antigas.

Os Gangrel no Sculo XX

Dizem que o campo de concentrao perto de Gldker foi destrudo quando os nazistas incluram um Gangrel entre os muitos ciganos encarcerados ali. Naquela noite, com o respeito tpico dos Gangrel pela preservao da Mscara, Talos, um Gangrel de stima gerao, Abraou metade da tribo de ciganos Szdano com quem ele foi capturado. Os novos Gangrel dormiram durante o longo dia de inverno que se seguiu. Quando a segunda noite chegou, levantaram-se para Abraar mais nefitos e criar alguns novos Carniais. Ao cair da terceira noite, mais de 20 prisioneiros tinham surpresas para seus captores. Desnecessrio dizer, os Nefitos alimentaram-se bem, e a histria oficial em Berlim foi que o campo foi perdido durante um imprevisto bombardeio dos Aliados. Mais tarde neste sculo, quando o movimento ecolgico entre as dcadas de 60 e 90 ergueu-se, ns tivemos (e ainda temos) uma participao nele. realmente vergonhoso que alguns de ns tirem vantagem do idealismo desses ativistas, apenas para saciar nossa sede com seu sangue. Nota do Editor: No d ouvidos a esse idiota de mim que ele est falando. Pessoalmente, no acho que os ambientalistas sejam um espcie em extino. Alguns at mesmo criaram Carniais para se infiltrarem nas organizaes de eco-guerrilha. Ali encontramos os Lupinos que aparentemente so capazes de farejar um Carnial e em alguns casos conseguimos manter um breve relacionamento cooperativo com eles.

A Geografia dos Gangrel

fricaEmbora minhas prprias jornadas pelo Continente Negro, como ento chamavam a frica, tenham sido involuntrias, perquisei as lendas locais sobre Membros. Ouvi rumores entre os nativos a respeito de uma cidade de vampiros, ou pelo menos de homens e mulheres que evitavam o dia, podiam alterar sua forma para a de animais e possuam um repugnante (ao menos aos olhos de meu guia) desejo por sangue. Devo mencionar, contudo, que tambm existem histrias sobre tribos de metamorfos, alguns dos quais vestem outras peles que no a dos lobos.

Alasca

Desde a corrida do ouro que o poder dos ancies Gangrel no Alasca tem estado decadente. A maioria dos Gangrel de l tem se satisfeito em estragar os esforos dos cientistas de pesquisa em mapear a rea e localizar animais nativos. Remover as etiquetas sinalizadoras de rdio das orelhas dos bois almiscarados e dos caribus e coloc-las nos tanques de combustvel dos veculos das companhias um de seus passatempos mais populares. Contudo, como fora poltica, o poder dos lderes Gangrel coisa do passado. O recente vazamento de leo, pelo qual os Ventrue foram pelo menos parcialmente responsveis e pelo qual no assumem a culpa, um exemplo perfeito. Acredito que se os nativos Gangrel no mantivessem uma guerra acirrada com os Lupinos, seriam mais bem-sucedidos na proteo de seu territrio.

AntrtidaTodos os rumores a respeito de uma vampira Gangrel Inconnu ter estabelecido residncia na Antrtida so falsos. No d-lhes a mnima ateno. Embora as longas noites da Antrtida possam permitir que esse tipo de pessoa possa evitar o sono diurno por meses, l praticamente no existe sangue fresco para ser encontrado, e o frio incessante nos insuportvel. Mesmo se houvesse esse tipo de vampiro ali, que tipo de interesse essa regio poderia ter-lhes despertado? No, temo que esses rumores pertenam ao reino dos mitos. Tambm os Garou tm mitos sobre esse lugar, assim como os humanos. Divirta-se com as fbulas, mas no as leve a srio.

Austrlia

Por algum motivo, h muitos ancies Gangrel nessa regio, e a forma pela qual governam com mo de ferro seus grandes territrios lembra em muito o que ocorria no Velho Oeste americano. Fenton, um Gangrel de sexta gerao (Abraado em 1880!) que governa a Tasmnia, um exemplo tpico. Ele mantm boas relaes com seu amigo Prncipe em Victoria, mas sua ligao com o Prncipe Brujah de Canberra, em Nova Gales do Sul, e menos amistosa.

Europa OrientalOs poucos fatos que nos chegam da velha Rssia e de seus estados subalternos so especialmente difceis de serem confirmados ou negados. As histrias que os Gangrel refugiados contam so, na melhor das hipteses, muito confusas, mas aparentemente um ser muito poderoso (o que em nosso crculo costuma significar muito velho) entrou em cena na antiga Unio Sovitica. Esta pessoa ou pessoas est muito ocupada em reformular aquela parte do mundo segundo suas necessidades. Isto inclui o extermnio ou subjugao dos Membros ativos na rea. Correm rumores de que a atual perseguio racial na Iugoslvia faa parte desta consolidao. A palavra de ordem que os Gangrel devem evitar esta rea, embora obviamente qualquer um que nos traga a histria verdadeira ser recebido como um heri. Muitos Gangrel ainda operam na rea, mas o ideal e manter a discrio.

A Desunio SoviticaOs Nosferatu afirmam que alguma coisa terrvel est acontecendo na regio que foi conhecida como Unio Sovitica. Voc decerto j ouviu os rumores. Tudo que eu sei que uma integrante do grupo alemo Gangrel, Oddin-dhter (uma ramificao das Valqurias) conseguiu atravessar a fronteira para Smolensk, e o que ela encontrou aterrorizou-a. Aparentemente est ocorrendo algum tipo de perseguio, no apenas a Membros mas a muitos tipos de seres sobrenaturais. Curiosamente, os cls mais predominantes na rea parecem estar mais interessados em encobrir essas ocorrncias do que em tentar fazer alguma coisa quanto a elas.

Frana

Sempre a provncia do Toreador e de algumas seitas Brujah, a Frana tem sido evitada pelos Gangrel at muito recentemente. Agora que o governo francs est incentivando agressivamente as indstrias de alta tecnologia, os Gangrel mais perspicazes que sobreviveram aos distrbios nas Alemanhas esto se mudando para evitar que o mesmo ocorra na Frana. Se eles sero bem-sucedidos ou no, algo que depender da cooperao de outros poderes. Uma coisa certa: medida que as cidades se alastram (a Euro-Disney foi construda num campo de caa favorito dos Gangrel), muitos dos nossos enlouquecem ou se voltam para a violncia ou para as drogas como uma forma de fugir realidade de terem perdido suas terras. Muitos Gangrel franceses j desapareceram do mapa, talvez por terem entrado em torpor. Alguns comearam a caar exclusivamente alcolatras, viciados em drogas ou Lupinos, por ficarem "altos" ao beberem de sangue impregnado com drogas ou com fria. J outros, friamente, voltaram a se alimentar dos loucos, prtica que a instituio da Mscara proibiu. Hoje suspeitamos que a causa mais neuroqumica que demonaca, mas claro que alimentar-se exclusivamente de indivduos perturbados pode conduzir loucura. Para alguns Gangrel, privados das florestas nas quais corriam, os sonhos selvagens de um paranico ou de um megalomanaco so substitutos aceitveis.

AlemanhaAssim como as grandes florestas caem a machadadas, o Muro que separava as duas metades da Alemanha tambm ruiu. Todos esto satisfeitos com o fato das viagens serem menos restritas agora, mas os Membros so cautelosos em relao UCS. A aliana recm-forjada e ainda frgil entre certas tribos de Lupinos e indivduos Gangrel na Floresta Negra est sendo testada neste exato momento, tendo como inimigos comuns o Sab e a indstria alem, a qual teve muitas restries abolidas numa tentativa de ressuscitar uma economia decadente. Porm, nas regies urbanas da Alemanha, os Gangrel tm entrado em conflito com os cls que normalmente habitam as cidades, na medida que so forados a buscar abrigo nelas. Mas nem todos so capazes de se adaptar vida urbana, e as recentes caadas s bruxas empreendidas pelos Lupinos (e noticiadas pela imprensa humana como ataques terroristas) tm sido dirigidas com freqncia contra Gangrel perturbados. Ainda no se sabe se os Lupinos foram manipulados por Membros que temem a queda da Mscara ou se eles simplesmente acham que os Gangrel enlouquecidos passaram dos limites. Alm disso, os recentes ataques a estrangeiros e, especialmente, a ciganos na Alemanha podem ter sido provocados por inimigos dos Gangrel. Certos Lupinos guerreiros foram associados com movimentos racistas e, agora, com os "Skinhead", embo-

ra os Ventrue talvez lucrassem tambm com a destruio dos poucos aliados mortais que ns possumos.

Gr-BretanhaNa regio sudoeste da Inglaterra concentra-se a maioria dos Gangrel selvagens do pas. Em muitas outras partes do Reino Unido, os Lupinos que se autodenominam Fianna e os magos humanos mais perniciosos nos caaram at a extino (ou nos tocaram at as cidades, o que pode ser to ruim quanto). Algumas matilhas individuais dos Fianna parecem ter feito um juramento de no molestar os Gangrel, mas as explicaes sobre isso variam. Aqui tambm existem ciganos, embora eles tenham uma tendncia a ser to "civilizados" quanto os da Amrica do Norte.

Amrica do Norte

Embora os Grangrel no costumem manter refgios fixos, existem lugares neste continente onde eles normalmente podem ser encontrados, aos quais um Gangrel pode ir para encontrar ajuda. Existem fendas no Grand Canyon onde um vampiro corajoso ou incauto pode parar para um dia de sono ao ar livre e jamais temer o sol pelo menos enquanto sua sorte durar. Os penhascos so simplesmente escarpados e fechados demais em alguns lugares para deixar que um raio de sol alcance o fundo, mas poucos conseguem encontrar esses locais. As florestas nacionais dos Estados Unidos, que j pertenceram aos Gangrel e aos Lupinos, esto agora praticamente desprovidas de ambos. nas regies selvagens e acidentadas que vivemos agora aqueles lugares esquecidos pelos mortais ou ignorados por sua cobia. O oeste da Virgnia e outras reas "pobres" e "subdesenvolvidas" so os nossos refgios, assim como os terrenos baldios abandonados pelos capitalistas.

Amrica do SulOs conflitos sangrentos entre os Setitas e os Gangrel em algumas partes da Amrica do Sul no foram vantajosos para nenhum dos cls. O melhor seria que os Gangrel ignorassem os Setitas e se concentrassem em proteger seus lares nas florestas tropicais. As tentativas de manter contato com os peculiares Lupinos jaguarides da rea redundaram em pouco sucesso. Aparentemente, eles no temem ou odeiam os Membros mais do que qualquer outro estrangeiro. Definitivamente, merece ateno.

Por Ashton Tendo lido um pouco sobre nossa histria, talvez voc consiga compreender porque ns Gangrel somos to contrditrios. Praticamente sem exceo, somos solitrios que apreciamos fervorosamente a privacidade, mas somos tambm vidos narradores, que no amam outra coisa mais do que uma noite contando histrias uns aos outros. Sim, embora sejamos os contadores de histrias da sociedade vamprica, no somos fofoqueiros. Sabemos guardar os nossos segredos. Costumamos ser muito orgulhosos, ainda que nos associemos regularmente com ciganos e outros prias. Alm disso, a despeito de possuirmos uma aptido extraordinria para a sobrevivncia, ns sabemos colocar nossa cabea em risco, infiltrando-nos em tribos

Captulo II: A Cultura Gangrel

Lupinas. Para resolver essas contradies, necessrio compreender a parte mais fundamental e bem guardada de ser um Gangrel. Estou falando, claro, das histrias. Durante a Histria, muitas culturas vitais sobreviveram apenas atravs da tradio oral. As culturas nmades, em particular, preferem sua memria aos livros, por ser mais fcil de carregar e adaptar a qualquer situao ou ambiente. Uma faceta comum das culturas que conduzem sua histria atravs das tradies orais que elas retm histrias memorveis de uma forma muito precisa e durante muito tempo. Poemas, versos aliterativos e padres formulados so tcnicas comuns de auxlio manuteno de uma histria de uma gerao para outra. Assim, quando dois Gangrel se encontram, fica mais fcil transmitir histrias de um para os outros se elas forem fceis de memorizar principalmente se elas rimarem e possurem um ritmo empolgante. Mas talvez possamos demonstrar isso melhor com um exemplo. Vejamos um encontro entre dois Gangrel, um tipo de reunio mais ritualizada que a maioria, mas que serve para demonstrar o processo. O Reverendo, um Gangrel de 12 gerao de passagem pelo Texas, acorda ao fim de um dia e assume a forma de lobo para uma corrida noturna. Um cheiro se torna evidente no ar: h outro Membro nas proximidades! Seguindo o rastro com cuidado, ele chega at CJ, uma Gangrel de 11 gerao, que antes de ser Abraada era garonete na Filadlfia. Depois de verificar a rea, o Reverendo segue as regras da boa educao e muda para a mesma forma em que CJ se encontra, a humana. Ele se aproxima de CJ, fazendo apenas rudo suficiente para que ela o oua. CJ, por sua vez, chama pelo Reverendo, deixando claro que ele bem-vindo. O Reverendo: Ol, irm. Posso entrar em seu acampamento? CJ: Chega o traseiro pra c antes que voc congele! (Ri) Claro que voc bem-vindo. O Reverendo: Muitssimo obrigado. Sou o Reverendo; levo a palavra do Senhor pelo percurso do Arizona. CJ: CJ. Voltando para o leste. De onde voc , afinal? O Reverendo: Meu senhor foi Coville, e fui criado na poca de Jac, o Matador de Lobos. Desde ento tenho andado por toda a terra, para cima e para baixo. No deserto, ao sul de Vegas, encontrei com um nmade de nome Corey, que tinha sido caado... (Ele conta a histria de Corey). CJ: (imitando um staccato de rap de rua) Me chamam CJ, e Mikki foi a piranha que me mordeu Tem 50 anos que ela tirou meu sangue e depois devolveu Pensei que 'tava doente, fiquei tonta e esverdeada, Num troo que nunca vi me senti viciada (Ela conta a histria de seu Abrao e sua primeira caada) Eles continuaro trocando histrias at que cada um tenha contado ao outro tudo que achar interessante. Como este seu primeiro encontro, eles comearo pelo incio. Se eles se encontrarem depois, continuaro de onde pararam. Ao fim, fazem uma espcie de "avaliao" dos relatos de suas experincias. s vezes os participantes da troca de histrias exageram um pouco em seus relatos, embora ser pego numa mentira deslavada seja considerado humilhante. A nfase na verdade da histria varia de acordo com as circunstncias s vezes uma mentira bem contada angariar mais respeito que uma histria mal contada mas absolutamente autntica. Outras vezes (particularmente em emergncias) um relato cuidadoso e completo o ideal. Existe outra anomalia no respeito do cl por um indivduo. Embora muitas das medidas tradicionais de status dos vampiros nada signifique para ns, h um acordo

entre todos ns: contar vantagem contra os Lupinos. Se voc tiver a oportunidade de passar por um Lupino, de aprender uma de suas histrias ou percias, ou mesmo de roubar um pouco de plo do rabo de um deles e sair vivo para contar a histria, voc obter muito respeito no cl.

Os Gangrel CivilizadosA despeito de todo nosso amor pela natureza e pela vida nmade, houve muitas vezes em que, por escolha ou necessidade, um Gangrel tornou-se Prncipe de uma cidade ou territrio. Isto aconteceu rapidamente em So Francisco, no ltimo sculo. Aconteceu recentemente no Alasca, e ainda h alguns Prncipes Gangrel na Austrlia. Normalmente, eles regem mais liberalmente que a maioria dos Prncipes. Embora os estilos divirjam, os reinados dos Gangrel costumam apresentar as seguintes similaridades: um respeito pela natureza; um desejo de manter a Mscara; uma desconsiderao pelas tradies (exceto casos apontados adiante); uma tendncia dos Prncipes em perambular disfarados pelos seus domnios. Eles costumam tentar governar seus domnios como faria um animal nmade ou de matilha. Os integrantes mais fracos, velhos e valiosos da tribo so mantidos no centro do reino, enquanto patrulhas de jovens guarnecem as fronteiras. Mesmo dentro das cidades, os prncipes Gangrel so conhecidos por mudar muito de residncia, como se os nmades dentro deles estivessem dando sinal de vida. O julgamento por combate uma forma aceita de avaliao, embora uma disputa fsica injusta possa ser prejudicial ao caso. Neste caso, o Prncipe indica um "campeo" para um ou ambos os lados da disputa.

A ReunioUmadas facetas mais interessantes da cultura Gangrel so as Reunies tradicionais. Elas costumam ocorrer em cada Solstcio, e novamente em cada Equincio. Os festivais de Solstcio geralmente so abertos a convidados, enquanto aqueles realizados no Equincio so festas secretas s quais podem comparecer apenas integrantes do cl ou da tribo. A notcia de uma Reunio vindoura se espalha pelo "boca-a-boca", mas o nmero de participantes que ela atrair depender do nvel de interesse despertado pelo evento. Uma reunio realmente boa e regularmente marcada (como o Festim de San Francisco) atrair membros Gangrel do mundo inteiro, mas nunca houve uma Reunio que tenha recebido o cl inteiro. Desnecessrio dizer, os Malkavianos so conhecidos pelas peas que pregam nos festivais de Solstcio, que so reunies peridicas. Felizmente, eles no descobriram as mais secretas. Ou se eles descobriram, nenhum de ns jamais foi convidado. Elas geralmente comeam com uma festa (todos os tipos de variaes de sangue a cargo do anfitrio), e em seguida se tornam uma sesso/concurso de narrao de histrias. Algum provavelmente iniciar uma luta, que inaugurar todo o tipo de competio fsica que pode haver numa noite. Sempre existe a possibilidade de algum cair na fogueira o que invariavelmente anima uma noitada e o inevitvel concurso de metamorfose que se segue s disputas fsicas. Neste ponto, muitos dos nefitos podem ter cado num sono, devido a drogas, exausto ou espancamento, mas os integrantes mais velhos do cl sempre permanece-

ro acordados at as primeiras horas da manh. Durante as reunies excepcionalmente bem-sucedidas, a narrao de histrias pode at mesmo durar o dia inteiro e a noite seguinte. uma grande honra para um Narrador envolver seus ouvintes to completamente que eles resistam a dormir de dia, apenas para ouvir o final da histria (embora passaro para uma rea prova de luz, continuando a ouvir o Narrador enquanto se movem). De fato, dito que o velho Snorri manteve uma audincia de ancillae acordada e presa a sua histria durante um dia inteiro. Finalmente a Reunio ir dispersar-se; com cada um de seus integrantes seguindo sua prpria direo para levar aos Gangrel que no estavam presentes as notcias sobre as decises, lutas e histrias. Muitas vezes uma reputao pode ser feita ou destruda numa reunio, o que ocorre de muitas formas. Ao se fazer ou contar alguma coisa notvel, ao se lutar particularmente bem ou mal, ao se contar uma histria fascinante, ao promover uma Reunio extraordinria, um Gangrel pode mudar drasticamente a sua posio dentro do cl. Uma Reunio excepcional pode at mesmo se tornar ela mesma uma lenda.

Os LupinosNota do editor: Ashton revela-se surpreendentemente conciso ao comentar sobre nossos meio-irmos peludos. O ensaio a seguir foi extrado de outro discurso. Raoul King.

O Estilo de Vida dos LupinosPor Ashton

Fala-se deles com medo, mesmo entre os vampiros. A maioria dos mortais que os encontra fica to traumatizada com a experincia, que a racionaliza como se tivesse sido outra coisa qualquer outra coisa. Um nico lobisomem preo para qualquer vampiro, mesmo para o mais velho e poderoso. Agora, contra uma matilha, mesmo o ancio mais forte teria pouca chance de sobrevivncia. Eles so a principal razo para os vampiros manterem-se confinados em suas cidades ftidas, como trogloditas supersticiosos reunidos em torno de suas fogueiras. De todos os cls, o Gangrel o nico cujos integrantes no demonstram nenhum medo por essas feras aterradoras. Somos os nicos a compreend-las bem o bastante para combat-las, negociar abertamente com elas, e, s vezes, at mesmo conquistar-lhes a amizade. Os Lupinos possuem uma cultura tribal, semelhante dos ndios americanos. Eles, como ns mesmos, preferem uma tradio oral, embora aqueles que nascem humanos sejam capazes de ler e escrever to bem quanto qualquer um. Eles tambm valorizam muito a honra, embora sua definio de honra seja um pouco diferente da nossa. Para eles, a honra implica um reconhecimento do dever para com a tribo, bem como uma dedicao proteo de toda a vida e do esprito da MeTerra conforme manifesto na Natureza. Contudo, eles no so pacifistas. Eles lutam pelo que protegem, e com toda certeza no incluem os Cainitas entre seus protegidos! Costumam atacar qualquer vampiro que lhes aparecer pela frente, pois acreditam que a simples existncia de um Cainita represente um crime contra a natureza. Eles acreditam que sejamos pees ou aliados da Wyrm, uma fora arquetpica de destruio. Sobre essa Wyrm, no estou certo se eles crem realmente em sua existncia ou se apenas se referem metaforicamente a ela. Para eles, essa Wyrm trouxe destruio Me-Terra atraves de seus pees e aliados, e hoje ameaa toda a vida no planeta. A lista dos aliados da Wyrm inclui todos os Membros, desde o mais civilizado Ventrue ao mais depravado demonista Sab. Para os Lupinos, queiramos ou no, a

nossa existncia como seres sobrenaturais corri a Terra. Entre seus inimigos encontram-se tambm os demnios, fantasmas e outras criaturas sobrenaturais que violam a ordem natural das coisas. Para os Lupinos, todos os tipos de indstria companhias refinadoras de petrleo, empresas madeireiras, fbricas de automveis, usinas nucleares tambm esto do lado da Wyrm. Alguns Lupinos tambm incluem nessa lista os humanos normais, eles mesmos direta e indiretamente responsveis pela ameaa a Gaia. Outros so mais moderados, comparando os mortais a simples ovelhas, desgarradas porque seu pastor est adormecido. Contudo, todos concordam que existe um outro e poderoso agente da Wyrm. No consegui descobrir muita coisa sobre os "Danarinos da Espiral Negra", mas acredito que sejam Lupinos renegados, que sirvam Wyrm e que dela extraiam poderes malignos. Se existe uma unanimidade no dio por esses vira-casacas, o mesmo no pode ser dito pela forma como os Gangrel so vistos pelos Lupinos. Alguns acreditam que sejamos traidores de nossa espcie porque em algumas ocasies caamos Membros na companhia de matilhas de Lupinos. A maioria deles no confiaria em ns, mesmo se fssemos inimigos dos outros cls. Mas alguns integrantes de nosso cl conseguiram conquistar a confiana dessas criaturas nobres. Contarei como isso aconteceu comigo. Sempre fui um desses Membros abenoados que no aterrorizam os animais, talvez porque j me desse bem com eles em minha vida mortal. Como um vampiro, aprendi com o tempo a adquirir algo mais que uma mera afinidade com animais: descobri que, at certo ponto, seria capaz de control-los. Isso facilitou a sobrevivncia durante jornadas longas pelas regies selvagens, porque eu podia convocar vassalos que jamais me trairiam. Uma bela noite aprendi a mudar minha forma para a de lobo (o que atribuo a ter bebido muito sangue de lobo). Para aqueles que jamais correram sobre quatro patas luz das estrelas, e respiraram o ar glido que a humanidade ainda no poluiu, recomendo veementemente a experincia. Contudo, numa dessas noites, uma lua cheia flutuava no cu, e o lobo solitrio que eu escolhera para o jantar revelou-se muito resistente ao meu poder. Depois de uma caada que talvez tenha sido a mais rdua de nossas vidas, finalmente consegui alcanar minha presa. Quando afundei meus dentes em seu ombro, senti um fluxo de energia vital to poderoso que achei que ia enlouquecer. A sensao no lembrava em nada o que sentimos ao receber o sangue de um ancio. Senti-me imbudo de um vigor tal, que a experincia empalideceu tudo o que eu sentira desde que havia comeado a beber sangue de animais. Arranquei meus dentes de sua garganta antes que no pudesse mais resistir a secar minha presa at a morte. Ela comeou a correr novamente e eu a segui rpido como se minhas pernas tivessem ganho asas. Ela chegou clareira onde, ao redor de uma pequena fogueira, reuniam-se monstros. Alguns, como ela, eram grandes lobos. Outros pareciam completamente humanos. A maioria se encontrava numa forma intermediria, corpos enormes com propores variadas de lobo e homem. Ela contou-lhes sua histria numa linguagem rica em rosnados e ganidos, que minha empatia com animais permitiu-me decifrar parcialmente. Por sorte, eu no havia lambido o ferimento, que fizera com dentes de lobo eles, portanto, no tinham como identificar o qu eu era. Na verdade, acreditaram que eu era um deles, um Lupino pria e ignorante de sua natureza, perdido daqueles que o haviam criado.

Armado com este conhecimento, retornei ao local onde atacara o Lupino, reassumi minha forma de lobo e comecei a rastre-lo como um lobo faria. Talvez eu estivesse sendo muito imprudente, mas ainda estava excitado com o seu sangue, e queria aprender mais sobre essas criaturas. Bem antes de alcanar seu grupo, fui atacado. Dois lobos jovens saltaram de trs de um arbusto e se revezaram avanando contra mim e mordendo meus calcanhares. Eles no pararam de dar voltas ao meu redor, o que dificultava que eu desse um bote em qualquer um deles. Eu j estava quase assumindo minha forma de morcego para escapar, quando vi um crculo de olhos ao meu redor. Lutei contra eles com todas as minhas foras, em desvantagem dupla, porque precisava derrot-los sem revelar minha natureza. Eles eram mais rpidos e mais fortes que eu, embora o sangue que roubara deles estivesse me fortalecendo. Ainda assim, fui um adversrio bem mais difcil do que eles esperavam. Um deles afundou os dentes em meu ombro, mas feriu-me pouco e aproveitei-me de seu descuido para atac-lo com toda fora que me restava. Minhas presas atingiram o seu pescoo, tomei um gole de seu sangue potente e joguei-o para o lado de modo a poder enfrentar o outro. Este lutava melhor, com mais sabedoria que fora, e poderia ter-me derrotado se eu no tivesse feito aquilo que jurei jamais fazer: deixeime tomar pelo frenesi. Como se eu tivesse me afastado de mim mesmo, observei-me assumir parcialmente minha forma humana, com grandes garras em minhas mos, a Besta rugindo em meu peito. Eu o empurrei para longe de minha garganta e o ergui sobre minha cabea, alheio dor, uivando minha necessidade por sangue e vingana, e em seguida joguei-o ao cho e, com um golpe de minhas garras, abri um ferimento profundo em sua barriga. Com a sua derrota obtive um pouco de controle. Fui capaz de reassumir minha forma lupina, e gradualmente o vermelho sumiu de meus olhos. Surpreendentemente, nenhum de meus inimigos estava morto, e embora eu ansiasse por isso, no curei meus prprios ferimentos, porque percebi que os Lupinos no se regeneravam da mesma forma que eu eles se mantinham com uma enorme vitalidade enquanto sofriam um processo de cura acelerada, mas aparentemente normal. (Apenas mais tarde percebi que minha capacidade regenerativa no teria adiantado muito carreguei aquelas marcas durante semanas!) O crculo ao meu redor estreitou, e um velho lobo aproximou-se para me confrontar. Ele tinha pelagem grisalha, era maior que os outros e carregava cicatrizes de muitas batalhas. Alguma coisa em seu cheiro me disse que ele era o lder. Foi o instinto que me impediu de desafi-lo. Em vez disso, abaixei-me quando ele se aproximou, em sinal de submisso sua autoridade, como todo nefito faz com um Prncipe. Ele cheirou-me cuidadosamente, parecendo um pouco perturbado com o meu odor, mas eu estava encharcado com o sangue de sua gente, por dentro e por fora. Ele encostou o focinho no meu, os seus olhos fitando-me como duas luas brilhantes. Finalmente ele me deu as costas e se afastou, o crculo abrindo para que passasse. Logo eu estava sozinho na clareira, e embora soubesse que eles no me tinham aceito em sua tribo, haviam me reconhecido como um deles. Meu uivo de triunfo cortou a noite.

A Confiana do LoboOutros j obtiveram aceitao ou tolerncia entre os Garou, alguns mediante preparativos mgicos, outros atravs de subterfgios, outros ainda por viverem aventuras com eles. Alguns de ns somos capazes de colocar nossa mente dentro do corpo de um lobo genuno, e desta forma viajar luz do sol. Alguns j se passaram por hu-

manos e se encontraram com Garou nessa forma. Outros simplesmente usaram os mesmos poderes de ofuscao que funcionam to bem com os mortais.

Confiando no LoboSeja qual for o mtodo de angariar a confiana dos Lupinos, se um de ns provar-se merecedor, a descoberta inevitvel de nossa natureza pode no redundar num completo desastre. Uma vez que eles aceitem um indivduo como membro de sua tribo, passam a ser incrivelmente leais a ele. At mesmo a revelao de que ele nasceu numa raa de inimigos no suficiente para quebrar o elo de lealdade tribal embora eu deva admitir que o enfraquece muito. Alguns indivduos podem at mesmo querer o seu sangue como pagamento por sua fraude, embora a tribo como um todo dificilmente far isso. Este elo uma coisa preciosa que no deve ser arriscada toa. Muitas vezes devi minha sobrevivncia ao elo que possuo agora com esse povo. No me refiro apenas minha sobrevivncia fsica, embora essa tambm seja preciosa, mas tambm devo um pouco de minha Humanitas a eles. Procurei aprender a forma pela qual os Garou lidam com sua Besta. Em essncia, eles dizem: sou uma criatura nascida da violncia, fadada a morrer pela violncia. No posso mudar isto. Contudo, posso orientar a violncia segundo a minha vontade. No se iluda: a Besta dos Lupinos no a nossa. A deles apenas primitiva, a nossa primeva. No obstante, podemos aprender com o seu exemplo. Se levar a Besta para passear pode faz-la agitar-se menos em sua jaula, ento talvez devamos tentar. E, de fato, alguns Gangrel levam isto ao p da letra. Quando a Besta ameaa tomar conta deles, costumam fugir da situao, ir para a floresta na forma de lobo e correr atrs de alguma presa. Deixando que os impulsos do Frenesi venham tona, mas jamais deixando a Besta assumir o controle, possvel escapar ao prprio Frenesi.

A Cultura LupinaNota do editor: O texto a seguir fazia parte de um discurso bem maior, intitulado A Histria Sobrenatural dos Lupinos. Eu o cortei porque fazia meno principalmente a lobos muito velhos ou mortos. Temos de nos preocupar mais com os jovens e vivos. Existem mais de cinco tribos de Lupinos (que, a propsito, preferem ser chamados Garou). No conheo os nomes de todas, mas posso falar a respeito de algumas. A tribo de um Lupino no envolve apenas a que linhagem ele pertence, mas tambm a fase da lua sob a qual ele nasceu. Espero que voc compreenda que minha pesquisa foi prejudicada pelo fato de que eu no podia fazer perguntas demais sem que os Lupinos descobrissem quem eu era. Como muitas informaes devero estar incompletas ou incorretas, desculpo-me antecipadamente.

Algumas Tribos GarouOs Andarilhos do AsfaltoEsta a tribo mais fcil de ser encontrada nas cidades. E, conseqentemente, a mais provvel de ser encontrada pelos vampiros. Os Andarilhos do Asfalto geralmente possuem uma aptido razovel para tecnologia, sendo, por causa disso, vistos com desconfiana por seus irmos e irms. Possuem entre eles subdivises, talvez famlias famosas. Os Philodox so uma dessas sub-tribos, cujo propsito aparentemente reconciliar as velhas tradies com as novas.

Outras subcategorias dos Andarilhos do Asfalto so os Roedores de Ossos, uma classe de necrfagos, e os Infolobos, um movimento jovem que aparentemente pretende voltar a tecnologia contra a Wyrm (incluindo ns).

A Cria de FenrisEsta tribo guerreira composta por lobisomens nascidos sob a lua cheia e, em particular, aqueles que pretendem morrer gloriosamente em batalha. Eles so os guerreiros mais intrpidos que j foram vistos num campo de batalha, embora sua imprudncia seja comparvel a sua bravura. Eles no exitam em atacar um ou vrios vampiros. Os Garras Vermelhas so um subgrupo militarista e se isso possvel ainda mais radical.

Os Ragabash

Esta uma tribo de Lupinos afeitos trapaa, aos mistrios e aos enigmas. Eles so absolutamenre indignos de confiana. O nico comportamento que se pode esperar de um Ragabash a imprevisibilidade. Neste sentido, eles tm muito em comum com os Malkavianos. O nico que pareceu disposto a conversar comigo foi um velho que disse saber quem e o qu eu era, mas que no me desmascararia porque tinha achado graa na brincadeira. Da forma como ele me contou (e eu no tenho nenhum motivo para confiar em sua palavra), os Ragabash adoram se infiltrar em outras tribos, para pregarem peas ou simplesmente realizar um ato difcil. Tenho certeza que h muita coisa que poderamos aprender se pudssemos confiar no que eles dizem. Aparentemente, h sinais que distinguem um Ragabash de integrantes de outras tribos, mas no descobri quais so. Revelarei mais medida que obtiver novas informaes.

Os Danarinos da Espiral NegraJ mencionei essas coisas antes, mas quero enfatizar novamente o quanto podem ser perigosas. Elas combinam o que h de pior nos humanos e nos lobisomens, e, em sua nsia pelo poder, no respeitam nenhuma regra. Um Gangrel que conheo foi procurado por um dos Danarinos, cujo lder estava morrendo e que pensou no Abrao camo uma forma de sobreviver morte. Desnecessrio dizer, meu amigo negou-se a atender o pedido. Mais tarde ele foi atacado por alguns indivduos que queriam tirar sua Vitae fora. Cuidado com essas criaturas! Um comentrio final destinado a aqueles que caminham com os abenoados pela lua: respeite-os e s suas tradies. Para ns, eles podem parecer selvagens e so. Para ns, eles podem parecer rudes e iletrados. Eles so. Mas o que toda nossa "civilizao" nos trouxe, seno violncia, conflitos dissimulados e desespero? Sob muitos aspectos eles trilham um caminho mais puro e, embora eles no tenham as mesmas pretenses de nobreza que a maioria de ns, so criaturas nobres. Tambm so uma espcie em extino, e morrem um pouco mais a cada criana da noite que ns criamos. Aprenda com eles enquanto eles ainda podem nos ensinar.

O RomPor Dr. Raoul KingDepois que me formei pela Universidade de Michigan (ou foi a de Minnesota? droga, foi num lugar frio), recebi um ttulo de Doutor em Jornalismo para colocar antes do meu nome e absolutamente nenhum assunto sobre o que escrever. Ento fiz o que qualquer jornalista que se preze teria feito. Decidi escrever um livro. A minha inteno era escrever um livro sobre o fenmeno hippie, seguindo-os pelo pas, e casualmente forando a mim mesmo a provar os prazeres proibidos que a cultura tinha a oferecer.

Infelizmente, o meu editor, um antigo colega de faculdade que largara os estudos acadmicos depois de obter seu mestrado, tinha outras idias. Quem est a para os hippies? ele disse. Essa histriade drogas j coisa do passado. Foi o Presidente Johnson quem disse. Como ? No consigo ouvir voc! A ligao est ruim! E que tal os Ciganos? Eles no foram vendidos para o Detroit? No o time, seu idiota! Estou falando dos ciganos de verdade! Os nmades do mundo. A questo racial est na moda. D para se divertir estudando eles? T brincando? Eles bebem cerveja caseira e vinho roubado ao redor da fogueira, assistindo um monte de ciganas sensuais danar ao som de violinos! Voc vai adorar! Por quanto tempo? E qual a minha verba? O tempo e o dinheiro eram suficientes. Logo eu estava num avio para a Inglaterra, onde encontrei uma tribo Rom autntica. Eles se enquadravam muito bem no que eu havia aprendido sobre os ciganos europeus. Passavam quase o tempo todo com o p na estrada, indo de um lugar para o outro ao sabor do clima, fazendo trabalhos exticos, roubando qualquer coisa que pudessem carregar e geralmente evitando fazer muito barulho para no serem enxotados. No comeo eles foram reservados e at mesmo hostis, sua prpria maneira. Eles ficavam tentando vender-me coisas, limpar-me no jogo, dizer a minha sorte. Mesmo depois que lhes disse que estava escrevendo um livro, continuaram tentando arrancar meu dinheiro. Disse-lhes que se eles estavam achando que escritores eram gente rica, estavam enganados. Mas eles no me deram ouvidos. Finalmente usei de um estratagema para ganhar sua confiana. Depois de uma longa noite num pub local, fui preso por roubar um letreiro de bar que eu havia gostado, danificar o dito letreiro no capacete de um policial e resistir priso (teria conseguido fugir, se no estivesse segurando minhas calas com uma s mo mas se quiser conhecer a histria inteira, compre meu livro Entre Os Ciganos: Uma Saga Estra-nha e Maravilhosa com os Nmades Modernos). Depois que fui solto, percebi que a atitude deles para comigo tinha mudado. Era claro que, antes de me liberar, a polcia tinha lhes feito perguntas a meu respeito, porque eu tinha sido visto em sua companhia. Quando voltei, Jorge, o homem com quem eu vinha tentando falar, recebeu-me como um irmo. Por que no disse que era um dilo, meu amigo? O seu tipo d bacht aquilo que vocs chamam sorte. Voc bem-vindo entre ns! Fiquei com eles durante cerca de um ms, aprendendo seus costumes e algumas palavrinhas em Rom, e quando eles se prepararam para sair de Liverpool para encontrar alguns amigos, fui convidado a acompanh-los. Sua kumpania fazia parte de uma tradicional caravana cigana, com carroas pintadas e charretes puxadas a cavalo, muito embora tambm inclusse alguns trailers modernos. O meu Land Rover alugado nao destoava muito. Durante o tempo que viajei e acampei com Jorge e sua kumpania, aprendi muita coisa que no sabia sobre os Rom, inclusive informaes que depois no encontrei em mais nenhum lugar. Por exemplo, embora tenhamos ficado juntos durante muitas semanas, reparei que as filhas dele, que tinham mais ou menos 10 e 14 anos, pareciam me evitar o tempo inteiro. Perguntei a Jorge se ele no confiava em mim.

Se eu confio em voc? Claro, tanto quanto confiaria em qualquer giorgio. Mas nunca deixamos meninas ciganas perto de nenhum homem. Elas so bonitas demais. Tudo que queremos evitar que um amigo caia em tentao. Aprendi tambm como roubar galinhas: voc amarra uma espiga de milho num pedao de barbante e a joga at onde a ave possa alcan-la. Depois que a galinha beliscar o milho, voc poder atra-la puxando o barbante. Os ciganos mantm as galinhas em seu poder, mas nem sempre as comem. Quando perguntei o motivo, Jorge disse que eles guardam uma galinha de cada tipo. Fazem isso para que nenhum fazendeiro possa provar o roubo de uma galinha pela cor de penas cadas. Tudo que eles tm a fazer mostrar uma galinha de cor igual da que o fazendeiro deu falta. Adquirir um porco quase to fcil: uma das crianas mergulha uma esponja numa panela de banha. Depois que endurece, a criana d a esponja para o porco de um fazendeiro comer. A banha se desfaz no organismo do porco, a esponja se expande e o animal morre devido a um bloqueio intestinal. Depois disso alguns garotos ciganos passam "por acaso" pela fazenda e compram o porco morto baratinho, para "dar de comer ao cachorro". Vi perpetrarem esse tipo de trapaa vezes sem conta enquanto viajei com Jorge. A maioria desses truques baseava-se em uma psicologia primitiva que qualquer freudiano aprovaria. Mas os ciganos possuam um senso de honra entre eles mesmos e qualquer um que considerassem amigos. Certa vez perdi uma caneta, uma esferogrfica simples que tinha roubado do meu hotel, e uma das crianas caminhou mais de um quilmetro para encontr-la para mim. Contudo, os mesmos padres no se aplicavam a estranhos. Alguns os chamavam gaje, outros giorgio, mas todos concordavam que eles no valiam um tosto furado. Por exemplo, dois ciganos tinham um cavalo que, de to velho, poderia ter servido a Napoleo. Em vez de matar o animal com uma injeo ou uma bala, arrumaram-no para parecer o mais saudvel possvel. Remendaram os buracos em seus dentes, pintaram seus plos grisalhos e encheram os sulcos de suas faces com palha tingida. Depois, embriagaram um fazendeiro e venderam-lhe o animal. Quando, mais tarde, o pobre desgraado veio reclamar, os ciganos o acusaram de haver maltratado o bicho. Claro que entre eles mesmos, os Rom jamais faziam essas trapaas. Foi assim que conheci os Rom quando ainda respirava para viver. Mas s foi algum tempo depois de morrer que vim a conhecer o outro lado dos ciganos. Estava em Toronto por razes de sade, com um grupo de caadores de bruxas nos meus calcanhares. Encontrei um estacionamento de trailers que pareceu um bom lugar onde me esconder, mas os desgraados eram persistentes. Juro que eles eram capazes de me farejar! Em todo o caso, j estava desesperado quando vi um patrin, um sinal de que havia ciganos por perto. Assobiei a melodia que Jorge tinha me ensinado, que me identificava como um amigo de sua kumpania. Com efeito, um velho, que estava num grupo reunido ali perto, chamou-me para juntar-me a eles. Estavam ao redor de uma grande fogueira de refugos, sentados em latas de lixo viradas de cabea para baixo. Disse o meu nome, eles disseram os deles, e provavelmente todos ns estvamos mentindo. Mas eu no estava numa situao boa para negociar. Olha, tem uns caras me seguindo, e eles no vo ser gentis com ningum que encontrarem comigo. Odeio arranjar problemas para vocs, mas estou desesperado. Vocs podem me esconder? O velho que com toda certeza era o baro do grupo olhou fixamente para mim e disse: Esses homens so da polcia?

No. Eles so free-lancers. Mas so muito determinados. Sentindo que precisava ser honesto com eles completei: E no tenho certeza se todos so exatamente humanos. Ele me fitou novamente: Venha. Segui-o at seu vurdon, um trailer prateado que deve ter custado caro h muitos anos. Fiquei surpreso com a baguna dentro do vurdon, mas no foi isso que me deixou preocupado: o cu la fora estava claro o bastante para que eu pudesse ver uma luminosidade suave passando atravs das rachaduras e falhas nas paredes de metal. Vocs tm algum lugar mais escuro? Terei de me esconder o dia inteiro talvez a mala de um carro? Eu no tinha dito que era um vampiro, mas ele parecia suspeitar disso. Certa vez meu senhor disse que os ciganos colaboravam com a Mscara, e eu tinha ouvido histrias mas ainda no podia me dar ao luxo de me revelar. Ele me fitou novamente sempre tive um rosto confivel e assentiu levemente com a cabea. Levou-me para fora e at um buraco que havia abrigado uma fogueira no cho, dias antes. Voc mulasi? Nunca tinha ouvido o termo. Sim, acho que sou. Voc no rouba de parente, rouba? No. Tento roubar apenas o que preciso Bom. Sabe cavar? ele disse, gesticulando para o cho. Posso fazer melhor que isso, mas Esconda-se a embaixo. Amanh noite conversamos. Deu-me as costas e, a passos largos, voltou para junto dos outros. Mesclei-me ao solo. Antes de adormecer, pude ouvir o velho e os outros ciganos movendo-se acima de mim. Acordei com um som de batidas surdas vindo do alto. Entrei em pnico por um segundo, mas percebi que os sons estavam se distanciando ao invs de se aproximar. Se estvamos encurralados, no deixaria que os pobres ciganos pagassem em meu lugar. Levantei-me de meu esconderijo com minha pistola em punho, mas as nicas pessoas ali eram Samed e alguns de seus homens. As batidas que ouvira eram eles apagando a fogueira que havia ardido sobre mim o dia inteiro! Quando viu a expresso no meu rosto, Samed apenas riu e disse: Ento, dormiu bem? Quer saber o que aconteceu aqui em cima? Contendo um estremecimento, respondi: Sem dvida! Voc estava certo sobre eles. Pelo menos um no era exatamente humano. Era primitivo, mais animal que homem. Acho que ele seguiu voc at o meu vurdon pelo cheiro. Mas ele veio at a fogueira, onde eu e meus irmos estvamos contando paramitsha o que vocs chamam de histrias de fantasmas. Perguntaram se tnhamos visto alguma coisa incomum, fantasmas, por exemplo. Eu perguntei se eles tinham bebido! O velho deu um tapinha no joelho. Eram homens srios, que no gostam que brinquem com eles. Eles me disseram que um grande mal cairia sobre mim se eu deixasse um fantasma passar. Prometi que se visse o fantasma, iria jog-lo na fogueira. Como v, sou um homem de palavra! Eles no ficaram contentes com a resposta, mas farejaram um pouco mais o acampamento e foram embora. O velho ficou srio por um momento. Mas voc estava errado, amigo. Um deles era um policial. Ele no usava aquela roupa preta de mau agouro, mas ele tinha cheiro de tira. Tenha cuidado.

Muito obrigado, eu terei. Mas me diga uma coisa: afinal de contas, por que vocs me esconderam? Ele deu com os ombros. Meu av me disse que se aparecesse um de vocs com conhecimento de nossas tradies, ns deveramos confiar nele. Ele disse que h muito tempo tivemos a mesma av, de modo que muitos de vocs tm sangue cigano pelo menos um pouco. Ele sorriu. Ele disse tambm que, embora no seja considerado boa sorte ter um de vocs entre ns, quando voc fosse embora levaria toda a prikasa, todo o azar de nossa kumpania. Claro. S que o seu azar deve ser melhor que a minha sorte. Muito melhor! Mas agora venha danar conosco, e faa alguns truques para que esses jovens no pensem que este velho est acreditando em contos de fadas! Assim fizemos, e l fui comparecer de novo a uma festa cigana, desta vez mais como observador que participante. Samed ficou por perto durante toda a festividade, tanto para ficar de olho em mim, quanto para mostrar aos seus amigos que no tinha medo. No demorou muito para que me aceitassem completamente. Nunca fui to bem tratado por seres vivos, talvez porque eles soubessem exatamente o que eu era e que no lhes faria nenhum mal. Nunca esqueci como comer e beber, e fiz um pouco dos dois. Isso deixa as pessoas mais vontade. Em resposta aos meus pequenos truques para demonstrar minha condio de criatura sobrenatural, eles me mostraram truques diversos relativos a furto, trapaa e brincadeiras. Resumindo, foi a melhor festa cigana em que estive desde o dia que morri. Samed me contou algumas antigas histrias sobre sua espcie e a minha, incluindo uma histria sobre uma cigana que foi Abraada e voltava todas as noites para cuidar de seu beb. Ela dava-lhe de mamar (com vitae, tenho certeza) e a criana acabou morrendo. Os ciganos tiveram de eliminar a mulher para proteger o seu marido e a tribo. Samed no se estendeu nesse aspecto, mas eu tive certeza de que eles saberiam o que fazer se eu abusasse de sua hospitalidade. Quando chegou minha hora de ir embora, vrios membros da companhia vieram trazer-me presentes, a maioria deles pequenos pedaos de tecido. Samed explicou que eram representaes tangveis das maldies e da m sorte que eu levaria comigo quando partisse. Eles fizeram um grande alarde quando parti, mas embora tenha visto alguns irromperem em lgrimas por eu estar indo, nenhum pediu-me que voltasse. Eu no disse nada sobre isso, mas esperava no recorrer novamente sua hospitalidade. Samed ensinou-me alguns atalhos para o sul e recomendou-me um lugar onde poderia roubar um carro sem que dessem falta. Entao abraou-me como a um irmo e eu parti. E isso tudo que tenho a dizer sobre os ciganos, como Membro e como Gangrel. Nao posso garantir que voc ter a mesma sorte, mas posso dar algumas dicas: S se meta com eles se no houver outro jeito. Por que arriscar? Tente primeiro os Rom mais velhos e apegados s tradies. mais provvel que eles lembrem as histrias que o av de Samed lhe contou. Jamais mencione os ciganos a vampiros de outros cls. Eles usariam mal este conhecimento e ns perderamos nossos aliados. Trate-os bem! Nao os prejudique. No flerte com suas filhas, no beba de seus ces. Nem mesmo mencione sangue (praticamente todas as funes corporais so tabu. Falar sobre elas traz m sorte). D-lhes qualquer coisa que pedirem. Samed me disse para ficar com os prikasa at que os perdesse por acaso, que algum se oferecesse para ficar com eles ou que eu os vendesse. Perdi aquelas porcarias quando capotei com meu Ford roubado numa es-

trada traioeira decida voc se foi por causa da m sorte que trazia comigo ou por causa da decadncia da indstria americana de automveis.

A Criao de um GangrelA explicao de Ashton sobre o nascimento de um Gangrel insuportavelmente elaborada e um pouco desatualizada. O que se segue a minha verso de como ocorre o processo:

RazesQualquer um que pense que s existe uma razo para transformar alguma outra pessoa num sanguessuga noturno, ou louco ou Tremere. J ouvi dizerem que foi feito porque "eu o amava" ou "eu a odiava". J ouvi dizer que foi feito porque o mortal detinha habilidades valiosas que o Membro queria manter vivas, e j ouvi que foi feito porque isso divertiu o criador.

A CaadaComo contar a histria de uma criao pode valer uma bebida quente no acampamento de outro Gangrel, seu dever torn-la o mais dramtica possvel. A maioria prefere caar sua futura criana da noite. Isso pode ser feito atravs de uma caada tradicional, culminando no encurralamento da criana e no seu Abrao, ou pode ser feito durante um ataque sbito enquanto ela dorme. Existe uma histria popular (que pode ser verdadeira ou no) sobre um Membro que Abraou uma mulher com tanto cuidado e destreza que ela dormiu como uma mortal e acordou como uma vampira! Em todo caso, a Mudana tambm d uma boa histria, e mostra as habilidades do senhor e da criana.

A MudanaAntes de abandonar sua nova prole, o costume manda que o pobre infeliz seja deixado bem alimentado seja com a barriga cheia de seu prprio sangue, ou com uma fonte acessvel nas proximidades. Voc no dever entrar em contato com a Criana da Noite novamente at que a julgue digna de pertencer aos Gangrel.

Criana Sozinha Na NoiteNesta altura ela est por conta prpria pelo menos at onde sabe. considerado de pssimo tom interferir com a sua cria, mas melhor ficar de olho nela. Se puder impedir que a pobre cria viole a Mscara, timo. Em todo caso, se ela conseguir virar-se sozinha (fica por sua conta decidir por quanto tempo), voc pode procur-la novamente e se apresentar. Se voc do tipo tmido, remeta este livro a ela (afinal de contas, para isso que o estamos editando). Depois leve-a prxima Assemblia. Congratulaes! Nasceu um Gangrel!

As Formas dos GangrelAs muitas formas Gangrel so bastante conhecidas entre os Membros, e igualmente temidas. Cada forma uma mistura do corpo do prprio personagem com alguma coisa. Deste modo, quando ele muda novamente para a forma humana, todas as suas posses e roupas estaro da mesma maneira como estavam antes da metamorfose. Embora os Gangrel mais velhos possam, com freqncia, assumir muitas formas dife-

rentes, a Sombra permite ao personagem assumir apenas as formas de lobo e morcego.

O LoboA forma de Lobo confere ao Gangrel um grande nmero de vantagens. Assumir esta forma aumenta todos os Atributos Fsicos do personagem em um ponto, mas subtrai um ponto em Manipulao. Alm disso, o personagem recebe os sentidos aguados do lobo aumentando seus poderes de audio, faro e paladar. Se o personagem tambm tiver Auspcios, esses sentidos aumentados sero ampliados ainda mais pela Disciplina. Alm disso, o personagem em forma de lobo pode morder o alvo aps imobiliz-lo agarrando-o; o grau de dificuldade dos testes de ataques com garras e com mordidas ser igual a cinco. Alm disso, o personagem pode aumentar o salto horizontal em meio metro por sucesso enquanto estiver na forma de lobo, e pode correr igualmente rpido, reduzindo o grau de dificuldade dos respectivos testes em um ponto. Esta forma tambm apresenta algumas desvantagens. Obviamente, o personagem no pode realizar uma manipulao precisa de objetos, nem carregar nada que no caiba na boca. Os humanos raramente se descuidam quando sabem de um lobo nas redondezas, e os Gangrel urbanos aprendem rapidamente a ficar de olho na carrocinha.

O Morcego

A vantagem mais bvia em se metamorfosear em morcego adquirir o poder de vo. Os morcegos podem voar a at 37 km/h em pequenas distncias e at 19 km/h em percursos prolongados. Membros que possuam a disciplina Rapidez podem aumentar estas velocidades com o uso de pontos de sangue, e aqueles com Fortitude so capazes voar a velocidades mais altas por mais tempo. Na forma de morcego, o vampiro perde dois pontos de Fora, mas ganha um ponto de Destreza. Contrariando a crena popular, os morcegos no so cegos. Alm disso, nesta forma um personagem possui os benefcios do sonar de morcego e todas as vantagens que isso implica. Por outro lado, o personagem no pode manipular nenhum objeto, sendo apto a carregar apenas objetos pequenos que caibam em suas garras. Os morcegos em geral pesam menos de trs quilos e se movem lentamente quando no esto voando. A lendria forma de homem-morcego voador pode ser obtida como uma Qualidade ou como uma Disciplina de stimo nvel.

Captulo III: Os Gangrel e os OutrosPor Raoul King Em geral, os integrantes do cl vem a Camarilla como um mal necessrio. Afinal de contas, um Gangrel solitrio no meio do Parque de Yosemite tem muito mais a perder quebrando a Mscara do que uma sala cheia de vampiros Ventrue. Portanto, embora os Gangrel achem a Camarilla prefervrl alternativa, existe uma opo extra-oficial aos caminhos que conduzem ou a uma associao com os anarquistas, ou a transformao num peo da Camarilla. Os Autarcas so aqueles que nem obedecem nem desafiam a Camarilla: simplesmente a evitam. Oficialmente, os Gangrel ignoram esses vampiros. Na prtica, eles deixam o que estiverem fazendo para ajud-los.

Ser mais fcil entender isto se eu simplesmente mostrar como as Tradies so praticadas pelos Gangrel de hoje: 1. Aceitao Se voc chegar a uma cidade onde acha que o Prncipe ir aceit-lo, faa o que for possvel para se anunciar. Se no o fizer, ento seja discreto muito discreto. Dependendo do Prncipe, pode ser melhor deix-lo pensar que voc um anarquista, e no um invasor. 2. Domnio Mais uma vez, vale a pena prestar ateno nisto para no arranjar problemas. Nunca se esquea de que, ao contrrio de muitos vampiros, os seus ps no esto presos ao cho. Para citar um famoso carnial: "No existe nenhum problema do qual no se possa correr." 3. Iniciao Que se dane o Prncipe. Quem reina no Vale da Morte, no Parque de Yellowstone, ou no Grand Canyon? Pea o conselho de seu senhor sobre isto (se conseguir encontr-lo). Seja cuidadoso ao fazer novos Membros, se no por outra razo, pelo menos porque eles logo sero seus adversrios na cadeia alimentar. Alguns velhos Gangrel "suicidas" costumam passar seu sangue antes de dar trmino a uma existncia que se tornou insuportvel uma atitude louvvel, de um ponto de vista ecolgico. 4. Responsabilidade T certo. por isso que escolhemos os mais independentes para no termos que dar trela a essa besteira. 5. Sigilo Uma idia danada de boa. Os Gangrel solitrios so mais vulnerveis a uma quebra de sigilo que os que moram na cidade. Fique atento! 6. Destruio Mais uma daquelas regras que no se aplicam em campo aberto. Como nossos amigos ciganos costumam dizer (com um significado diferente), "na estrada, cada homem seu prprio Prncipe".

Relacionamentos MembrosCls da CamarillaBrujah

com

Outros

So uns animais (e eu digo isto com sinceras desculpas a qualquer animal de meio-expediente que esteja lendo este livro). Mas eles tm o mrito de no cooperarem com a Camarilla e sabem como dar uma festa. Eles tambm gostam de lutar, o que agrada a muitos. So carniceiros rpidos, mas no possuem garras para ajudar. Mas bom tomar cuidado com os Brujah mais velhos. Eles pensam demais.

MalkavianosA maioria dos Malkavianos so loucos, e os demais, simplesmente vis. Isso no significa que voc no deva dar-lhes ouvidos, mas bom no acreditar numa nica palavra do que eles dizem. Os mais vis no diro a verdade e os loucos no sabero a verdade nem se a tiverem recebido intravenosamente.

Nosferatu

No deixe a aparncia deles enganar voc esses caras so mais unidos que qualquer outro cl, com exceo dos Tremere, e os Tremere trapaceiam. Os Nosferatu tambm possuem uma rede de informaes razovel, e eles podem estar dispostos a compartilhar as novidades. A sua carncia de talento para a narrativa, preferindo a verdade literal licena potica, torna-os uma boa fonte de informaes.

ToreadorA maior parte desses mauricinhos completamente intil, no valendo nem mesmo o esforo de lhes enfiar uma estaca no corao e deix-los queimar ao sol. Pelo menos no so excessivamente cruis. Porm, alguns possuem talento narrativo e eles tendem a desperdiar seu tempo montando peas teatrais de vanguarda e fazendo filmes experimentais (para no mencionar a prtica da crtica "desconstrutiva") . Mas alguns so capazes de inventar tramas bem convincentes. Divirta-se com eles, mas no espere muito. Confiar neles como brincar com fogo.

Tremere

Eles so manipuladores organizados, cheios de segredos e traioeiros. Confiar neles como deixar sua irm com um Ravnos. Apenas muito ocasionalmente, quando os seus interesses coincidirem, valer a pena trabalhar com um Tremere mas to logo a sua utilidade houver acabado, voc se tornar um risco.

VentrueO cl Ventrue aquele cujos integrantes mais lembram os polticos profissionais, motivo pelo qual so desprezados por todos os mortos-vivos de bom-senso. Algumas coisas que eles fazem so realmente teis, mas de pouco vale apoiar esses sanguessugas (figurativa e literalmente falando). A prxima vez que encontrar um, pea emprestado o seu leno e o d primeira matilha de Lupinos que encontrar. Eles o acharo pelo cheiro.

Cls que no Pertencem CamarillaAnarquistasT legal, eles no so um cl pode me processar. O que pode ser dito sobre um grupo que no quer ter nenhuma relao com a Camarilla? Se essa turma toda no vier a ganhar um bom bronzeado, acabaro tornando-se poderosssimos.

Assamitas

O nico que me falou sobre esses caras foi um amigo, que afirma que eles so os assassinos de Hassan-I-Sabah, Abraados por seu mestre morto-vivo para levar a cabo seus planos secretos de domnio do mundo. At onde sei, essa uma explicao to boa quanto a Teoria da Bala Mgica. Sejam eles o que forem, tenho certeza que sabiam exatamente o que estavam fazendo quando comearam a se mirar nos assassinos dos bons velhos tempos, e tenho certeza que eles so perigosssimos quando querem ser. Evite-os especialmente quando estiver no Oriente Mdio.

CaitiffQualquer um que no conhea seu senhor ou coisa alguma sobre a Camarilla, um Caitiff. Eles so gerados por todos os tipos de acidentes, incluindo ser Abraados por um Gangrel que venha a morrer antes que possa apresentar-se a sua prole.

Portanto, se encontrar um desses infelizes, d-lhe uma mo. Tente minimizar a sua chance de quebrar a Mscara e veja se pode conduzi-lo aos anarquistas ou arranjar um senhor adotivo para ele. De vez em quando acontece. Ma alguns desses pobres desgraados no tm nenhuma esperana, estando destinados a virar manchete de jornal sensacionalista. Nesses casos, o melhor que voc pode fazer dar-lhes corda e assegurar que ningum da sua gente esteja por perto quando eles explodirem.

RavnosPor mais difcil que possa parecer, esses vis bastardos conseguiram sujar a barra tanto dos ciganos quanto dos Gangrel. Na Europa Oriental, onde eles alcanaram inicialmente a proeminncia, os Gangrel mais velhos falam de uma bruxa cigana maligna versada nas artes msticas da iluso, que seduziu um amante vampiro para ganhar seu poder. O vampiro traiu a Famlia contando cigana os seus segredos. A cigana, por sua vez, traiu a tribo em troca do Abrao. Segundo os velhos ciganos, desse ato vergonhoso nasceram os Ravnos. Mas os velhos ciganos so mentirosos notrios De qualquer modo, se puder, evite os Ravnos. Todos estaramos bem melhor sem eles.

Seguidores de Set

No sei quanto a voc, mas eu odeio os adoradores do "deus da escurido". Set no era o demnio da mitologia egpcia? Chame-me de louco, mas eles no so exatamente o que eu costumo chamar de bons camaradas. Por outro lado, soube que as festas que eles fazem sao sensacionais, se voc nao se importar em ficar ouvindo uma cantilena incessante.

GiovanniNo sei muita coisa sobre eles, mas sei que eles j ajudaram um indivduo de nosso cl que requisitou santurio em sua manso ancestral. Por outro lado, um deles acabou com um Gangrel e um Brujah com quem precisou competir por negcios. No pea dinheiro emprestado a eles.

Outras SeitasInconnuS estive com um Inconnu uma vez, e foi por puro acidente. Ele pode um dia ter sido um Gangrel (nao se iluda: eles no ligam para lealdade de cl e coisas do gnero). Em todo caso, pareceu simptico causa Gangrel. Talvez o fato de que muitos desses caras tenham nascido quando o mundo era coberto por florestas faa-os apreciarem nosso cl de amantes das rvores. Sei l.

Sab

A minha humilde opinio sobre esses desgraados que eles so os vampiros mais honestos que existem. No se iluda com isso: eles no prestam. Mas pelo menos eles no correm por a lamentando Humanitas perdida, e geralmente agem como se nossa existncia fosse apenas o filme de bordo em nossa viagem para o inferno. Justamente por isso eles so dor de cabea certa para quem ficar por perto. Eu certamente no quero que ningum se comporte pior que eu. Se voc quiser irritar um deles de verdade, ria dele mas antes de fazer isso, melhor estar preparado para correr para a floresta.

Caadores de Bruxas

Se um dia desses voc se deparar com um caador de vampiros a servio de Deus, faa que no com voc e de o fora rapidinho. A maioria desses caras viu filmes de terror demais. Cave um buraco e se enterre nele. Depois deste pequeno conselho, vamos dar uma olhada nos grupos que representam uma ameaa sua ps-vida:

O ArcanoSei que dizer isto heresia, afinal, se algum dia algum vai derrubar a Mscara, sero esses caras, mas eles no passam de uns patetas! No estou dizendo que eles so to inofensivos que voc possa convid-los para jantar, mas o fato que simplesmente nunca conseguem levar a cabo nenhuma ameaa. Se voc por acaso no sabe, o Arcano uma ramificao dos investigadores acadmicos e cabalistas do oculto, decididos a deslindar tudo que o Homem Ainda No Sabe. Cruze um uflogo com o protagonista de um conto do H. P. Lovecraft e voc ter uma idia. Aproximadamente uma vez por gerao (pelo que ouvi), um membro snior decide que hora de publicar suas descobertas sobre os vampiros. Assim, um comit designado para atualizar os registros, outro para catalogar as evidncias fsicas, um terceiro comea a combinar referncias de materiais publicados anteriormente, todos os envolvidos comeam a tirar o corpo fora... e nada jamais publicado. Se no soubesse bem como o Congresso e as universidades funcionam, eu suspeitaria que algum sabota os procedimentos. Quando se envolver com esses caras, tome as precaues de sempre, mas nao preciso se desesperar.

A Inquisio

Voc sabia que, em termos estatsticos, a Inquisio tambm relativamente inofensiva? Pelo menos para os vampiros. Ashton conversou com algum que teve acesso aos registros dos inquisidores, e estimou que eles matam cerca de 80 humanos e meio-humanos para cada ps-vida que tiram. Obviamente, ningum sabe quantos deles so comprometidos com a verdadeira Ordem de Leopoldo e quantos pertencem a grupos dissidentes ou so membros renegados, mas Ashton confiava em sua fonte e eu confio nele. A pior coisa que voc pode fazer aqui agir como um vampiro, o que atrai a ateno dos inquisidores, ou pisar no calo de algum que ir delat-lo apenas para se livrar de voc (o que acontece com mais freqncia que a maioria de ns gostaria de admitir). Por outro lado, depois que voc estiver com esses caras nos seus calcanhares, estar com problemas at o pescoo. Apesar de nos perseguirem h geraes, esses fanticos sabem a nosso respeito tanto quanto qualquer mortal e no hesitam em usar um martelo para matar uma mosca. A maioria dos humanos que eles exterminam provavelmente morre inalando fumaa quando a Inquisio queima um prdio inteiro para pegar um nico vampiro em seu interior. Marque bem estes caras. Se souber que eles esto na cidade, avise os outros, de preferncia por telefone celular, de um carro a meio caminho da estrada mais prxima.

O Governo dos Estados UnidosEmbora no seja conhecido como caador de bruxas, o bom e velho governo dos Estados Unidos est interessado em ns. Acredito que o encarregado dessa rea seja o FBI, mas h rumores de que a CIA tem investigado algo relacionado a vampiros na Amrica do Sul. Pelo que sei, os caadores do FBI agem por conta prpria; so agentes que se depararam com vampiros durante suas misses e que juraram menter

segredo at terem conseguido reunir provas que possam divulgar para o resto do mundo. Felizmente, exceto por uns poucos incidentes no Noroeste do Pacfico, no temos tido muitos problemas com o FBI. Mas agora, quanto Guarda Florestal Voc sabia que esses caras gastam o dinheiro que voc e as suas vtimas pagam nos impostos para abrir estradas pelas quais os lenhadores possam chegar velha floresta, derrubar todas as rvores e pagar "Guarda Florestal" menos do que ela gastou na estrada? Soube que certos guardas de parque descobriram algo a respeito dos vampiros ou dos lobisomens, mas no posso confirmar os boatos. Me informe se souber alguma coisa.

Regras Especiais para Jogar com os GangrelComentrio ao Narrador:Vampiro, mais do que qualquer outra coisa, um jogo de narrativa. Nossa inteno foi escrever este suplemento como um histria ambientada no mundo punk-gtico de Vampiro. Porm, como agora teremos de apresentar algumas informaes especficas sobre regras, teremos de retornar para o mundo que conhecemos como "real". O que se segue um conjunto de mecanismos suplementares para contar histrias sobre os Gangrel. Como todas as regras de Vampiro, elas so opcionais! Se alguma delas ofender voc, livre-se dela! Se uma regra no parecer abrangente o bastante, ou lhe inspire uma idia melhor, fique vontade para mud-la. Voc pode querer manter essas modificaes em segredo para os jogadores, como um material avanado a ser aprendido mais adiante com os ancies. Acima de tudo, faa o que voc achar que ir tornar a histria mais interessante e divertida para todo mundo no apenas para voc, no apenas para os jogadores, no apenas para os Gangrel. Boa sorte!

Novas Qualidades e Defeitos para os GangrelGeralmente, as qualidades e os defeitos devem ser escolhidos apenas durante o processo de criao do personagem, embora o Narrador possa querer tornar um deles disponvel retroativamente a um personagem criado antes da publicao deste livro. Estas qualidades e defeitos foram concebidos para serem usados com as regras apresentadas no Guia dos Jogadores.

Supersticioso (Dois pontos de Defeito)O personagem possui uma idia errnea do que ele . Na falta de um senhor, ele se torna o que ele acredita que . A forma mais comum pela qual este defeito se apresenta a "Hollywoodinizao" das caractersticas do Cainita, porque este acredita que seus poderes e limites sejam aqueles que ele viu num dos muitos filmes de vampiro. Uma manifestao mais grave deste defeito (que possivelmente valeria mais pontos) mum Gangrel que acredite ser um Lupino.

Ardil das Roupas Qualidade)

de

Lobo

(Dois

pontos

de

Apenas na forma animal, o vampiro conserva o cheiro de ser vivo, mesmo ao olfato supersensvel dos Lupinos. Esta , essencialmente, uma qualidade de "Rosto de Beb" para formas alteradas, podendo incluir outros recursos semelhantes a critrio do Narrador, bem como uma defesa contra o dom lupino de Sentir a Wyrm. Se este for o caso, ento o Narrador pode querer aumentar o custo desta Qualidade.

Dom de Proteu (Um, dois ou quatro pontos de Qualidade)Esta Qualidade permite ao Gangrel acertar a "sintonia fina" das formas obtidas atravs da Disciplina Metamorfose. O nmero de pontos gastos determina a amplitude da variao, que precisa ser especfica, aprovada pelo Narrador e definida quando a qualidade for escolhida. Exemplos: Por 1 ponto, o personagem capaz de variar os efeitos especiais. O personagem pode modificar os efeitos secundrios ligados a uma forma. Os Olhos Vermelhos poderiam emitir um brilho verde sinistro, ao invs de vermelho. Por 2 pontos, o personagem pode conseguir uma pequena variao de uma forma. Por exemplo, um jogador pode determinar a verdadeira raa de lobo que o personagem pode se tornar. Por 4 pontos, o personagem pode fazer uma variao significativa em uma das formas da Metamorfose (pelo menos enquanto ela ainda for uma forma tradicionamente associada aos Vampiros), como se tornar um gato preto ao invs de um lobo. Entre as formas tradicionalmente atribudas aos Vampiros esto as dos gatos, corvos, cachorros pretos, lobos, sapos e morcegos.

Outras Disciplinas dos GangrelAdaptabilidade (Metamorfose Nvel 6)Com esta disciplina, um vampiro pode se adaptar a um ambiente particularmente hostil. Frio extremo, calor insuportvel (cerca de 200 C, a temperatura de combusto dos vampiros), at mesmo presses do fundo do oceano ou o vcuo do espao podem ser suportadas com um nvel maior ou menor de conforto. Repare que a habilidade em sobreviver a um determinado ambiente em nada influi para proteg-lo contra outras ameaas. Um vampiro resistente s profundezas do oceano ainda pode ser comido por um tubaro, um vampiro viajante sideral deve evitar os raios solares.

Comunicando-se com LupinosSe voc tem Lobisomem: O Apocalipse, h vrias modificaes que voc pode fazer no seu jogo. Vrias tribos de Lupinos possuem vises diferentes do que so os vampiros. Em particular, aqueles que mais tendem a tolerar ou simpatizar com os Gangrel, so os Peregrinos Silenciosos, os Portadorcs da Luz e os Uktena. Os Andarilhos do Asfalto costumam ser mais liberais que a maioria, mas esses lobisomens metropolitanos no se identificam com os Gangrel amantes da natureza. Os Senhores das Sombras so uma outra possibilidade, mas provvel que eles estejam escondendo alguma coisa Desnecessrio dizer, os Danarinos da Espiral Negra (sobre quem Ashton apenas ouviu rumores) provavelmente tero interesse em contatar os vampiros, mas apenas os integrantes do Sab no teriam nada a perder com uma troca como essa. Todos os integrantes das outras tribos matariam o primeiro vampiro que encontrassem (seja Gangrel ou no), exceto sob as circunstncias mais incomuns.

DisfarceUm Gangrel que esteja tentando passar por Garou precisar de uma histria para acobert-lo. De preferncia ele deve fingir que um homindeo (um lobisomem nascido homem), porque isso denota uma certa falta de familiaridade com a cultura Lupina. Os "filhotes perdidos" os indivduos de sangue Lupino sobre os quais as tribos no tm conhecimento so recebidos com grande alegria. Afinal de contas,

os Garou no so mais uma raa muito frtil, e poucos ainda so capazes de se reproduzir. Porm, a atmosfera de desconfiana que reina nos tempos modernos j afetou tambm os Lupinos. possivel at mesmo que um Gangrel possa passar por lobisomem, mas ainda assim ser visto como um inimigo um Danarino da Espiral Negra, por exemplo. Repare que certas Percias podem impedir os lobisomens de perceber que esto vendo um vampiro. Uma percia em Mscara com uma especializao em "Lupinos", ou a percia Subterfgio mais Empatia com Animais pode funcionar. Vrias Disciplinas exercem um efeito semelhante. Um comentrio de esclarecimento: o Dom dos Garou de Sentir a Wyrm normalmente detectar qualquer vampiro com Humanidade menor que sete. Os outros estaro a salvo. Porm, a critrio do Narrador, prticas como Demonismo ou Taumaturgia tambm podero delatar um vampiro.

Cultura LupinaTrata-se de um Conhecimento importantssimo para qualquer um que queira infiltrar-se entre os lupinos. Pode ser possvel encontrar um Gangrel ancio que esteja disposto a trabalhar com um Nefito e ensinar-lhe esta habilidade, porm mais provavelmente ela ser obtida atravs de experincia.

Lngua Lupina

A "linguagem" de rosnados, latidos e comunicao no-verbal torna a lingua franca Lupina extremamente til. Repare que qualquer um que ensine esta percia invariavelmente passa o seu prprio "sotaque". Portanto, dependendo do professor com quem tiver aprendido, um personagem vampiro pode passar mais informaes a seu prprio respeito do que espera, ao conversar na lngua Lupina. Mais uma vez, os Gangrel ancies que sejam aptos, e estejam dispostos, a ensinar esta percia sero raros, embora seja possvel encontr-los.

Combate LupinoOs Membros com a disciplina Metamorfose podem ser aptos a aprender os princpios das artes marciais Lupinas. A maioria das tcnicas envolve formas inumanas, freqentemente com mudanas surpreendentes de uma para outra. Sujeito aos limites de sua habilidade em metamorfose (veja adiante) um Gangrel pode tornar-se to proficiente quanto o seu professor e o tempo disponvel (bem como os pontos de experincia) permitam.

Outras Formas

Os Lupinos podem assumir cinco formas Homindea (humana), Glabro (semi-humana), Crinos (homem-lobo), Hispo (semi-lobo) e Lupus (lobo). Entre essas (e supondo um Gangrel com a disciplina Metamorfose), as formas humana, lobo e semilobo so razoavelmente fceis. A critrio do Narrador, um Gangrel suficientemente bestial, que seja dotado de garras, pode passar por um Glabro. Apenas um monstro de verdade (e mestre da disciplina Metamorfose) pode passar por um Crinos. O Narrador pode querer oferecer um feitio especial, um ritual ou uma Qualidade que permita a um Gangrel assumir esta meia-forma, ou torn-la uma das Disciplinas Metamorfose de sexto nvel.

Percias LupinasCertas percias dos Lupinos podem estar disponveis aos Gangrel que se tornaram aceitos ou tolerados pelos Garou. Qualquer percia que, por uma razo ou por outra, possa requerer adaptaes para ser ensinada a um vampiro (uma dana-ritual do

sol ou coisa do gnero) no pode ser aprendida por um personagem vampiro que esteja se passando por Garou obviamente, apenas os p