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8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )
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Universidade Federal do PiauCentro de Educao Aberta e a Distncia
TAXONOMIA DAS
FANERGAMASProfa. Dra. Roseli Farias Melo de Barros
Profa. Dra. Gardene Maria de Sousa
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade
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Ministrio da Educao - MEC
Universidade Aberta do Brasil - UAB
Universidade Federal do Piau - UFPI
Universidade Aberta do Piau - UAPICentro de Educao Aberta e a Distncia - CEAD
Profa. Dra. Roseli Farias Melo de Barros
Profa. Dra. Gardene Maria de Sousa
Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade
Taxonomia dasFanergamas
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Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira
Nazioznio Antonio Lacerda
Roberto Denes Quaresma Rgo
Samuel Falco Silva
Diego Albert
PRESIDENTE DA REPBLICA
MINISTRIO DA EDUCAO
GOVERNADOR DO ESTADO
REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAU
SECRETRIO DE EDUCAO A DISTNCIA DO MEC
PRESIDENTE DA CAPES
COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
DIRETOR DO CENTRO DE EDUCAO ABERTA A DISTNCIA DA UFPI
Dilma Vana Rousse
Fernando Haddad
Wilson Marns
Luiz de Sousa Santos Jnior
Carlos Eduardo Bielshowsky
Jorge Almeida Guimares
Celso Costa
Gildsio Guedes Fernandes
CONSELHO EDITORIAL Prof. Dr Ricardo Allagio Ribeiro (Presidente)
Des. Tomaz Gomes Campelo
Prof. Dr Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz
Prof. Francisco Antonio Paes Landim Filho
Prof. Manoel Paulo Nunes
Prof. Iracildes Maria Moura F Lima
Prof. Vnia Soares Barbosa
Prof. Dr. Wladimir Alexandre Pereira Silva
COORDENAO DE MATERIAL DIDTICO
COORDENAO DE REVISO
EDIO
PROJETO GRFICO
EDITORAO ELETRNICA
REVISO
2010. Universidade Federal do Piau - UFPI. Todos os direitos reservados.
A responsabilidade pelo contedo e imagens desta obra dos autor. O contedo desta obra foi licenciado tem-porria egratuitamente para ulizao no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, atravs da UFPI.
O leitor se compromete a ulizar ocontedo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reproduo e
distribuio caro limitadas ao mbito interno dos cursos.
A citao desta obra em trabalhos acadmicos e/ou prossionais poder ser feita com indicao da fonte. A c -pia deste obra sem autorizao expressa ou com intuito de lucro constui crime contra a propriedade intelec -
tual, com sanses previstas no Cdigo Penal.
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As angiospermas correspondem s plantas mais abundantes
da ora atual, compreendem a diviso Anthophyta, que inclui cerca de
235.000 espcies. Os trpicos do Novo Mundo foram, at o presente,apenas parcialmente explorados botanicamente. Em um pas de
dimenses continentais como o Brasil, cuja ora pouco conhecida,
bastante provvel que em algumas das excurses botnicas realizadas
sejam coletadas espcies novas, ou seja, ainda no descritas para a
cincia.
Com exceo de algumas algas, todas as plantas cultivadas pelo
homem para o seu sustento so angiospermas. Elas surgiram no perodo
Cretceo h cerca de 120 milhes de anos e logo depois j dominavam
toda a terra.
Nas suas caractersticas vegetativas, as angiospermas soenormemente diversicadas. Seus representantes variam em tamanho,
desde espcies de Eucalyptus LHer (Myrtaceae) com mais de 100m de
altura e troncos de quase 20m de circunferncia, at representantes de
Lemna L. (Lemnaceae) aquticas com menos de 1mm de comprimento.
Alguns dos representantes de angiospermas so lianas, outros eptas;
alguns esto adaptados para crescer em regies ridas, outros crescem
em regies extremamente frias.
Angiosperma um grupo de plantas com caractersticas especiais
como a presena de ores, e pelo fato de suas sementes se desenvolveremdentro de um fruto e possurem um ciclo de vida que as distinguem de
todas as outras plantas. A or das angiospermas interpretada como
um ramo foliceo altamente modicado e possivelmente derivado do
estrbilo das Gymnospermae.
As angiospermas foram tradicionalmente divididas em dois
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grandes grupos: as dicotiledneas e as monocotiledneas. Esses grupos
estavam separados por uma srie de caractersticas: as Dicotiledneas
pela presena de ores com quatro ou cinco ptalas (ou um nmero
mltiplo destes), enquanto as monocotiledneas pela presena de trs
ptalas ou mltiplos de trs. Alm das sementes apresentarem dois
cotildones, nas dicotiledneas, e nas monocotiledneas apenas um,
atualmente, atravs de anlises logenticas, no se sustenta a diviso
monocotilednea e dicotilednea.
A nova classicao sustenta trs grandes grupos, as
monocotiledneas, as eudicotiledneas e as Angiospermas Basais ou
Magnoliideas. As monocotiledneas e as eudicotiledneas compreendem
cerca de 97% da diviso. As monocotilednes tiveram claramente um
nico ancestral, como indicam o cotildone nico e algumas outras
caractersticas. O mesmo verdadeiro para as eudicotiledneas, que
apresentam uma caracterstica claramente derivada: a presena deplen triaperturado (plen com trs fendas ou poros e tambm tipos
de plen derivados de plen triaperturado). Os 3% remanescentes das
angiospermas vivas, as magnoliideas, incluem aquelas com caractersticas
mais primitivas. As relaes evolutivas das magnoliideas no so ainda
bem compreendidas. Apesar de terem sido tradicionalmente vistas como
dicotiledneas, todas as magnoliideas, como as monocotiledneas, tm
plen com uma nica abertura ou modicaes deste tipo de plen.
A origem e radiao das angiospermas esto entre os assuntos
mais fascinantes da botnica e apesar do enorme progresso nosltimos anos, muito ainda est em aberto. A compreenso sobre a
origem e diversicao do grupo inuencia diretamente os sistemas de
classicao, assim como as hipteses de evoluo dos caracteres. Alm
disso, o tema tem sido explorado por grandes cientistas, oferecendo
exemplos excelentes na abordagem de problemas em sistemtica.
Este livro destinada aos estudantes do curso de Graduao
em Cincias Biolgicas, disciplina Taxonomia das Fanergamas, que
participam do Programa de Educao a Distncia da Universidade
Federal do Piau. Poder ser utilizado tambm nos cursos de graduao
em Engenharia Agronmica e Cincias Farmacuticas.O objetivo deste livro reunir e apresentar, de forma didtica e em
uma nica fonte, os contedos que tratam a taxonomia vegetal, ou seja,
nele sero apresentados os mtodos e princpios da Taxonomia Vegetal;
os princpios, regras e recomentaes da nomenclatura botnica; o
histrico da classicao vegetal; o processo de coleta e herborizao de
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material botnico; e a diversidade de famlias de angiospermas, atravs
da utilizao de chaves de identicao.
Espera-se, no nal do curso, que os alunos possam ter um
embasamento terico e prtico para o reconhecimento e o posicionamento
das fanergamas nos sistemas de classicao, alm de estarem aptos
para identicar famlias botnicas, descrever e preparar material para
estudos de cunho taxonmico e orstico.
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UNIDADE 1PRINCPIOS E MTODOS DA TAXONOMIA VEGETAL
Taxonomia (taxis+nomos) (taxionomia)Definio dos Principais Termos Taxonmicos
UNIDADE 2TCNICAS DE COLETA E HERBORIZAO. HERBRIO FANEROGMICOColeta e Preservao dos Espcimes (Mori et al., 1889)Secagem e resfriamentoMontagem das exsicatas e incorporao
UNIDADE 3SISTEMAS DE CLASSIFICAO DAS ANGIOSPERMAS: HISTRIA
Sistemas de Classificao das AngiospermasHistria da Classicao BotnicaPerodo de Sistemazao
UNIDADE 4NOMENCLATURA BOTNICAImportncia do Cdigo Internacional de Nomenclatura Botnica
Regras e Recomendaes Importantes
UNIDADE 5MAGNOLIOPHYTA (ANGIOSPERMAE)
Teoria do Pseudanto (postulada por Wettstein em 1907)
Evoluo dos Caracteres Morfolgicos nas Angiospermas
Sistema de Classificao de Cronquist (1988)
1318
232627
495054
7374
848587
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13PSICOLOGIA DA EDUCAO
PRINCPIOS E MTODOS DATAXONOMIA VEGETAL
Taxonomia (taxis+nomos) (taxionomia)
Taxonomia foi um termo criado por De Candolle em 1813, e uma
palavra que est ligada ao termo txon, ou seja, grupo de organismos
descritos e nomes cientcos que lhes so designados. Segundo Simpson
(1961), o estudo terico da classicao, incluindo as suas bases,
princpios, procedimentos e regras. Barroso et al. (1978) deniram como
sendo a parte da Botnica que tem por nalidade agrupar as plantas
dentro de um sistema, levando em considerao suas caracterst icas
morfolgicas internas e externas, suas relaes genticas e suas
anidades.
A taxonomia compreende trs segmentos: a identicao, anomenclatura e a classicao.
Identicao
Processo utilizado para se conseguir a denominao de uma
planta. Pode ser realizado atravs da comparao com um material
j identicado ou com o auxl io de literatura especializada, que utiliza
chaves analticas para identicao dos espcimes: Chave emparelhada => na qual as coplas possuem
alternativas opostas, uma logo abaixo da outra (Anexo 1). P. ex:
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14 UNIDADE 01
DICOTILEDNEASARQUICLAMDEASMONOCLAMDEASSUPEROVARIADAS
DE FLORES ANDRGINAS
1. Anteras valvulares................................................................Lauraceae
Anteras no valvulares....... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ...2
2. Flor calcarada..................................................................................35
Flor no calcara.....................................................................................3
3. Folhas normais alternas, espiraladas ou em feixes...4
Folhas normais opostas ou verticiladas.................................................21
Folhas anormais ou escamosas ou reduzidas a espinhos ou
faltam...................................................................................................29
4. Folhas providas de creas........ ............... ............... ........Polygonaceae
Folhas desprovidas de crea..................................................................5
5. Um estigma.........................................................................................6
Dois ou mais estigmas...........................................................................12
6. Um ou trs estames...... ............... ............... ............... ........Leguminosas
Dois estames........................................................................................67
Quatro estames.......................................................................................7Mais de quatro estames.............................................8
7. Estames inseridos na metade superior das spalas..............Proteaceae
Estames nunca inseridos na metade superior das spalas....................40
8. Flores actinomorfas.............................................................................9
Flores zigomorfas..................................................................................63
9. At dez estames................................................................................10
Mais de dez estames.............................................................................39
10. Estames de um s tamanho.............................................................11
Estames de dois tamanhos.......... ................... ................... ................... ..31
Estames de trs ou mais tamanhos....................................Nyctaginaceae
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15PSICOLOGIA DA EDUCAO
11. Fruto: pixdio.................................................................Amarantaceae
Fruto: nunca pixdio..............................................................................30
12. Ramos espinhosos..........................................................................32
Ramos no espinhosos.........................................................................13
13. Flores insignicantes, escamosas ou verdes..................... ............... .14
Flores visveis, coloridas ou alvas..........................................................16
14. Estilete menor, igual ou at o dobro do comprimento do clice........15
Estilete dez vezes ou mais o comprimento do clice....... ............Moraceae
15. Folhas de base simtrica.................................................................44
Folhas de base assimtrica.......................................................Ulmaceae
16. Flor com estamindios ou com apndices entre os estames...... .......20
Flor sem estamindios e sem apndices entre os estames....... .............17
Chave identada => na qual as alternativas opostas da copla
podem no se apresentar uma logo abaixo da outra. P. ex:
Chave para a identicao de gneros da famlia Asteraceae
(Tribo Vernonieae)
1. Inorescncia glomerular.
2.- Folha lirato, margem partida; glomrulo stuloso..... ...... 3. Pithecoseris
2. - Folha inteira, margem inteira, crenulada, serreada ou denteada;
glomrulo no stuloso.
3. - Glomrulos terminais; invlucro externo com brcteas lineares ou
cordiformes a ovaladas; captulos com oito brcteas involucrais naviculares,
decussadas, geralmente em nmero de oito.....2. Elephantopus
3. - Glomrulos axilares, sem invlucro externo; captulos com brcteas
involucrais imbricadas, com a externa encobrindo totalmente a interna,sempre em nmero de duas....................... ............... .............. 4. Rolandra
1. Inorescncia no glomerular.
4.- Captulos com invlucro duplo; cipselas com papus
unisseriado.......................... ...........................................1. Centratherum
4. - Captulos com invlucro simples; cipselas com papus bisseriado.
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16 UNIDADE 01
5.- Srie externa de pleas alargadas; srie interna de pleas lineares,
cerdiformes ou raramente cerdas.................................. 5. Stilpnopappus
5- Srie externa de pleas estreitas; srie interna de pleas liformes.
...............................................................................................6.Vernonia
Nomenclatura
Est relacionada com o emprego correto do nome das plantas e
compreende uma srie de princpios, regras e recomendaes.
Classicao
Processo de ordenao das plantas de forma hierrquica emgrupos ou txons. P.ex: cada espcie classicada como um membro de
um gnero, cada gnero pertencente a uma determinada famlia, e assim
por diante.
A Taxonomia tem por nalidade classicar as plantas em um
sistema logentico (princpio da evoluo). Para tanto, a taxonomia
baseia-se, fundamentalmente, em caracteres clssicos da morfologia
oral, mas tambm leva em conta outros aspectos: estrutura epidrmica,
anatomia, toqumica, folhas, frutos, sementes, dentre outros.
A misso da taxonomia descobrir, descrever e inventariar adiversidade de espcies do mundo; analisar e sintetizar as informaes
oriundas desse esforo em prol da cincia e da sociedade.
Para alguns autores, a taxonomia considerada uma disciplina da
sistemtica vegetal.
A Sistemtica Vegetal a parte da botnica que tem a nalidade
de agrupar as plantas dentro de um sistema. Segundo Judd et al. (2009),
a cincia da diversidade dos organismos e envolve a descoberta, a
descrio e a interpretao da diversidade biolgica na forma de sistemas
de classicao preditivos. reas ans: taxonomia, logeograa,
evoluo, gentica de populaes, biogeograa, etc.A funo da sistemtica na crise da biodiversidade inventariar
todas as espcies, focalizar espcies-chave, indicadoras ambientais e
demais espcies mutualistas, focalizar relaes logenticas e processos
coevolutivos, espcies primitivas, potencial para irradiao evolutiva; e
identicar e estudar espcies endmicas em ambientes vulnerveis.
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17PSICOLOGIA DA EDUCAO
A metodologia da taxonomia vegetal, de um modo geral, inclui as
seguintes etapas bsicas:
1. Coleta de material => a etapa inicial de obteno de material
para pesquisa.
2. Herborizao => o material coletado dever ser processado
por tcnicas usuais e incorporado ao acervo de um herbrio.
3. Identicao => o material dever ser identicado, inicialmente
at famlia, depois ao nvel de gnero e espcie, utilizando-se
chaves de identicao.
4. Descrio => o material descrito minuciosamente em seus
caracteres vegetativos e reprodutivos, comparando tais dados
com as espcies mais prximas.
Em caso de tratar-se de uma espcie nova (aps tentativas
de identicao com literatura especializada, estudo de materiaisincorporados em herbrios e comparao com os typus do gnero), o
taxonomista dever proceder s seguintes etapas:
- Descrio minuciosa do material;
- Ilustrar o hbito e os caracteres diagnsticos, atravs de
desenhos feitos com auxlio de um estereomicroscpio (lupa), acoplado
cmara-clara (Figura 01);
Fazer a diagnose em latim;
Realizar comparao com a espcie mais prxima;
Dentre as exsicatas estudadas, escolher o holotypus e osparatypus;
Publicar em peridico de circulao internacional
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18 UNIDADE 01
Figura 01: estereomicroscpio (lupa), acoplado cmara-clara (Fonte: autoras)
Denio dos Principais Termos Taxonmicos
Sistemtica Vegetal- a parte da botnica que tem a nalidade
de agrupar as plantas dentro de um sistema, observando seus caracteres
morfolgicos internos e externos, suas relaes genticas e anidades.
Estuda concomitantemente o comportamento da planta na natureza,
sua organograa, estruturas internas, caracteres genticos, ecologia,
distribuio geogrca, etc. visando compreender e estabelecer
anidades e graus de parentesco existente entre os diversos grupos de
plantas.
Compreende a identicao, a nomenclatura e a classicao.
Txon um agrupamento taxonmico de qualquer categoria.
Taxonomia vegetal - cincia que elabora as leis da classicao.
Espcie- categoria bsica de hierarquia taxonmica e, segundo
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19PSICOLOGIA DA EDUCAO
Cronquist (1968, a menor populao permanente (tempo humano)
distinta e distinguvel das outras. Em populaes sexuais, a troca de
genes dentro de uma espcie normalmente livre, enquanto que tais
trocas gnicas, entre espcies diferentes bem restrita ou mesmo
impossvel.
Caracteres taxonmicos - so atributos como a forma, a estrutura
ou comportamento, que podem ser utilizados na classicao dos
seres vivos, considerados separadamente ou em comparao a outros
caracteres de seres da mesma espcie ou de espcies diferentes. P.
ex: analticos, biolgicos, contnuos, crpticos, fanerticos, diagnsticos,
bons, maus, ontognicos, plsticos, xos, primitivos, avanados, etc.
Evidncias taxonmicas - caracteres morfolgicos vegetativos
(raiz, caule ou folhas) ou reprodutivos (or, fruto ou semente), qumicos,palinolgicos, embriolgicos, citolgicos, genticos, ecolgicos,etc.
1. Qual a principal misso da cincia taxonmica vegetal?
2. Qual o segmento da taxonomia que utiliza chaves analticas para
conseguir a denominao de um espcime vegetal?
3. ual a funo da sistemtica para a biodiversidade vegetal?
4. Dena os termos identicao, classicao e nomenclatura.
5. Quais as principais etapas da metodologia utilizada na taxonomia
vegetal?
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20 UNIDADE 01
Nesta unidade discutimos sobre Taxonomia, que um dossegmentos da Botnica que tem a nalidade de agrupar as plantasdentro de um sistema, levando em considerao suas caractersticasmorfolgicas internas e externas, suas relaes genticas e suasanidades, compreendendo as fases de identicao, nomenclaturae classicao.
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UNIDADE 2
Tcnicas de Coletae Herborizao:Herbrio Fanerogmico
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22 UNIDADE 01
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23PSICOLOGIA DA EDUCAO
Coleta e Preservao dos Espcimes (Mori et al., 1889)
Todas as expedies de coleta devem ser cuidadosamente planejadas,
visando o mnimo de imprevistos no processo de aquisio do material
botnico como, por exemplo, o esquecimento de materiais imprescindveis.
Materiais necessrios coleta:
Tesouras de poda e de poda alta (podo)
Faco
Potes hermticos
Prensas de madeira Papel jornal
Papelo
Caderneta de campo
Sacos plsticos de alta densidade
Pincel atmico
GPS
Altmetro
Mquina fotogrca
Binculo
Lupa de mo
Luvas de couro
Borrifador
lcool
TCNICAS DE COLETA E
HERBORIZAO: HERBRIOFANEROGMICO
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24 UNIDADE 01
A Figura 02: traz alguns desses materiais.
Materiais necessrios ao pesquisador:
Cala comprida
Blusa de manga comprida
Chapu
Bota
Caneleiras
Protetor solar
gua
Alimentos leves
Figura 02: Alguns instrumenos utilizados na coleta: a - caderneta de campo; b -GPS; c - tesousa de poda; d- faco; e - podo ou tesoura de poda alta; f - sacoplstico e prensa.
Procedimentos principais:
1. Coletar plantas frteis (ores e/ou frutos).
2. Plantas de hbito herbceo coletar todo o indivduo.
3. Plantas de hbito arbustivo ou arbreo Coleta-se o ramo orido
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25PSICOLOGIA DA EDUCAO
com dimenses de mais ou menos 20 cm.
4. Planta ultrapassar as dimenses do papel, dobra-se preferivelmente
em forma de N.
5. As folhas devem car sob o caule, e se necessrio, retira-se algumas
folhas, deixando o pecolo. Colocar sempre uma folha com a parte
abaxial visvel.
6. O nmero do coletor dever constar sempre no papel jornal.
7. Coletam-se, no mnimo, cinco exemplares de um mesmo indivduo.
8. Indivduos da mesma espcie, porm coletados separadamente,
recebem nmero de coletores distintos. P ex: planta com or (N 1) e
a mesma planta com frutos (N 2).
9. Caderno de campo de boa qualidade. Anotaes necessrias:
Data, nome dos coletores (s o primeiro que dar nmero s coletas),
local da coleta (pas, estado, municpio, localidade, coordenadas
geogrcas, localizao em relao a um lugar geogracamenteconhecido), tipo vegetacional (Caatinga, Cerrado, mata semidecdua,
mata ombrla, capoeira, area cultivada, jardim, etc.), hbito da planta
(indicando a altura aproximada), nome vulgar, substrato (terrcola,
saxcola, rupcola, epta, parasita, saprta, aqutica, etc.),dados
etnobotnicos.
10. Informaes importantes: estado da vegetao, solo (constituio
argiloso, arenoso, pedregoso, humfero, rochoso, pedregoso,
calcreo, etc.; natureza seco, mido, brejoso, inundado, inundvel,
etc.) frequncia, drenagem, textura das folhas, colorao doselementos orais e do fruto.
11. A srie dos nmeros do coletor deve comear com 1 e continuar, sem
repeties.
12. A citao do nome do coletor poder inicia pelo seu sobrenome,
seguido da inicial do nome ou o inverso.
13. Preferivelmente efetua-se todas as coletas das plantas frteis de um
s lugar, em vez de poucas coletas em locais diferentes.
14. Identica-se a planta at onde for possvel.
15. As plantas coletadas e postas entre jornal, papelo e nas prensas,
esto prontas para o processo de secagem.16. Deve-se colocar, em local visvel da prensa, a data de sua formao
e o nome do coletor responsvel.
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27PSICOLOGIA DA EDUCAO
Montagem das exsicatas e incorporao
1. O material para ser incorporado ao acervo de um herbrio
dever estar identicado, no mnimo, na categoria genrica.
2. O material seco ir ser costurado (linha n 0) em cartolina (30
x 40cm) ou preso com ta adesiva e no canto inferior direito,
dever ser colada a cha com os dados provenientes da coleta
(Figuras 04a e Figura 04b).
3. No canto superior direito, coloca-se o nmero de registro do
herbrio.
4. No canto inferior esquerdo, coloca-se um envelope (para
acondicionar partes que se desprenderem do material).
OBS: Os dados da caderneta de campo devero ser digitados
em planilha excel a qual gerar as chas (Figura 04c).
5. Digitar os dados da exsicata no Programa utilizado peloherbrio.
6. As exsicatas devero ser guardadas em armrios de ao,
hermeticamente fechados.
Figura 04: Montagem de exsicatas: a - costura da exsicata; b - exsicata pronta; c -
detalhe da cha de identicao.
HERBRIO
Em seu sentido original, referia-se a um livro sobre plantas
medicinais. Tournefort em 1700, foi o primeiro a referir esse termo como
uma coleo de plantas secas. Luca Ghini (1490-1556), um professor
de Botnica da Universidade de Bolonha na Itlia, foi talvez a primeira
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28 UNIDADE 01
pessoa a secar plantas sob presso e mont-las em papel para servir
como um registro permanente. Essa tcnica se difundiu pela Europa e
at a poca de Lineu (1707-1778) j era bem conhecida. No incio eram,
em sua maioria, de propriedade particular, porm a prtica de depositar
espcimes em colees estabelecidas, bem como sua permuta ou venda
de colees, era prtica comum j no tempo de Lineu.
As informaes contidas em um herbrio constituem-se em fontes
primrias dos estudos taxonmicos, fenolgicos, evolutivos, ecolgicos,
biogeogcos, de biodiversidade, alm de contribuir com dados
etnobotnicos.
Herbrio pode ser denido como:
Local onde se armazenam colees de material botnico
proveniente de diversas regies geogrcas.
Acmulo de uma coleo de plantas preservadas ao longo deum determinado tempo.
So locais depositrios de material cientco de respaldo das
investigaes que documentam a riqueza da ora de um pas.
Finalidades de um herbrio
Banco de dados
1. Representao da diversidade e distribuio de vegetaesregionais;
2. Dados complementares, como: xiloteca (coleo de madeiras)
e laminrio associado, carpoteca (frutos) e palinoteca (plen);
3. Subsdios para pesquisas botnicas nas mais variadas reas.
Meios de identicao
1. Comparao de plantas com nomes de espcimes da coleo;
2. Utilizao de chaves taxonmicas.
3. rbitro para nomes corretos
4. Manuteno do status nomenclatural, atravs da consulta arevises taxonmicas, trocas de informaes e espcimes
com outras insttituies.
Armazenagem de todas as espcies de plantas da regio
levantada. Se possvel, identicadas ao nvel de espcie.
Todo herbrio, quandoatinde o nmerode 5.000 exsicatas
incorpordas, deverenviar sua liao aondex Herbariorum,e a partir dessa,ser reconhecidointernacionalmente
tambm por seu
acrstico ou sigla
SAIBA MAIS
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29PSICOLOGIA DA EDUCAO
Fornecer identicaes de plantas a pesquisadores, no
taxonomistas
Identicar plantas txicas.
Ajudar na elaborao de trabalhos cientcos ou populares
sobre a ora da regio.
Servir como centro de treinamento em botnica.
Prover toda a ajuda possvel aos outros pesquisadores
(nacionais ou internacionais) em seus estudos taxonmicos,
atravs do intercmbio de material.
Lutar pela preservao da natureza .
Atividades desenvolvidas no herbrio
Coleta de amostras no campo.
Processamento dos materiais (herborizao). Identicao dos txons.
Doao de duplicatas das amostras para outros herbrios.
Emprstimo de exsicatas para pesquisadores de outras
instituies.
Pesquisas botnicas variadas (anatomia, ecologia, sistemtica,
siologia, etnobotnica, orstica, etc.).
Elaborao de listas de espcies.
Apoio a produo de monograas sobre grupos especcos.
Conscientizao de alunos nos mais variados nveis (educaoambiental).
Importncia dos herbrios
Fundamental para as pesquisas botnicas.
Centro de treinamento em botnica, especialmente taxonomia.
Banco de dados.
Prestao de servios: apicultura, paisagismo, fruticultura,
engenharia, etc.
Levantamento da ora, recursos e potencialidades.
Apoio as cincias ans: Fitogeograa, Ecologia, Farmcia,Nutrio Animal, Fitossanidade, Qumica, Bioqumica, etc.
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30 UNIDADE 01
Colees Cientcas em Botnica
O Brasil, Mxico e Indonsia disputam o ttulo de pas mais rico
em biodiversidade global. Porm, ocupamos o primeiro lugar em nmero
total de espcies, em extenso de orestas tropicais e em diversidade de
Angiospermas (EMBRAPA 1994).
Herbrios brasileiros
O primeiro herbrio do nosso pas foi o do Museu Nacional ( cuja
sigla ou acrstico R) no RJ, fundado em 1808, e ainda no sculo XIX
foram criados, no Jardim Botnico do Rio de
Janeiro, o herbrio RB, em 1890; na Escolade Farmcia de Ouro Preto (OUPR) em MG,
fundado em 1891; no Museu Paraense Emlio
Goeldi (MPEG) no PA em 1895 e no Instituto
Florestal de So Paulo (SPSF), SP em 1896.
O herbrio Graziela Barroso (TEPB)
da Universidade Federal do Piau foi fundado
em 1977 e localiza-se no prdio do Ncleo de
Referncia em Cincias Ambientais do Trpico
Ecotonal do Nordeste (TROPEN). Seu nomehomenageia a grande botnica nacional Dra.
Graziela Maciel Barroso. Atualmente possui
em seu acervo 27. 191 exsicatas (Figura 05 a
e b).
Figura 05 a: Herbrio Graziela Barroso (TEPB) daUFPI (Fonte: autoras)
Figura 05 b: Herbrio Graziela Barroso(TEPB) da UFPI (Fonte: autoras)
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31PSICOLOGIA DA EDUCAO
Diferentes tipos de herbrios e suas funes
1. Herbrio geral ou internacional so muito grandes,
frequentemente com 4 milhes de espcimes de representao global.
Foram fundados cedo na histria da taxonomia formal e cresceram at
seu atual tamanho ao longo dos anos (p.ex: Kew (K), na Inglaterra).
Suas principais funes incluem:
Estudos gerais ao nvel de famlia e acima;
Produo de monograas genricas, oras (cobrindo vrios
pases), oras locais e nacionais, checklist;
Prestam servios de emprstimos, instalaes para botnicos
visitantes, identicao de espcies,despacho de listas deidenticaes, distribuio de exsicatas.
2. Herbrio nacional ou regional abrangem o pas em questo
e reas vizinhas ou togeogracamente semelhantes. Podem ser
relativamente velhos (Museu Nacional R e Jardim Botnico do Rio de
Janeiro (RB, Figuras 06 a, b, c e d ) ou modernos (Embrapa- Cenargen,
CEN, Figura 07 a, b e c e Herbrio do Instituto de Botnica de So Paulo,
SP, Figuras 08 a e b).
Suas principais funes incluem:
Contribuies a oras, envolvendo vrios pases.
Produo de oras nacionais e locais.
Checklists
Prestam servios de emprstimos, instalaes para botnicos
visitantes, identicao de espcimes relevantes ao pas,
despacho de listas de identicaes, coleta de material em
campo, distribuio de duplicatas, fornecer material para
disciplinas auxiliares (p.ex: anatomia, citologia, qumica).
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32 UNIDADE 01
Figura 06 a: Detalhe dos armrios compactados noHerbrio do Jardim botnico do Rio de Janeiro- RB.
Figura 06 b: Detalhe de um armrio compactadoaberto do Herbrio RB (http://jbrg.gov.br)
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33PSICOLOGIA DA EDUCAO
Figura 06 c: Detalhe interno dos armrios compactados noHerbrio do Jardim Botnico do Rio de Janeiro RB
Figura 06 d: Detalhe dos bancadas internas para visitantes no
Herbrio do Jardim Botnico do Rio de Janeiro RB
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34 UNIDADE 01
Figura 07 a: Detalhe dos armrios compactados no Herbrio daEMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF CEN.
Figura 07 b: Detalhe interno dos armrios compactados noHerbrio da EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF CEN.
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35PSICOLOGIA DA EDUCAO
Figura 07 c: Detalhe das bancadas internas para pesquisadorvisitante no Herbrio da EMBRAPA-Cenargem, Brasilia, DF
CEN.
Figura 08 a: Coleo de Britas do Herbrio doInstituto de Botnica de So Paulo SP
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UNIDADE 0336
Figura 08 b: Detalhe da coleo de Britas do Herbrio do Instituto de Botnica de
So Paulo SP (Fonte: Autoras).
3. Herbrio Local => lidam com uma regio dentro do pas (estado,
municpio, distrito, Parques Nacionais). P. ex. Graziela Barroso (TEPB),
Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), Escola de Agronomia de Areia
(EAN).
Suas principais funes incluem:
Contribuies a oras nacionais; Produo de oras locais e Checklists;
Identicao de espcies para pesquisadores no
taxonomistas;
Presta servios de emprstimos, contribuies a oras nacionais,
produo de oras locais e checklists, coleta de material em campo,
distribuio de duplicatas, fornecer material para disciplinas auxiliares
(p.ex: anatomia, citologia, qumica).
4. Herbrios Especiais => frequentemente pequenos e de mbito
limitado ou com nalidade especca. So separados nos seguintes tipos,
dependendo de suas funes:
Herbrios histricos => podem ser mantidos como herbrios
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37PSICOLOGIA DA EDUCAO
separados dentro de um geral (p.ex: Wallich Herbarium em
Kew ou o de De Candolle em Genebra) ou podem pertencer a
um instituto separado (Linnean Society, museus, monastrios).
Organizados na sua sequncia original (sem atualizaes
taxonmicas).
Herbrios de alcance limitado => podem ser taxonomicamente
restritos (criptogmicos) ou ecolgicos (orestais).
Frequentemente mantidos dentro de herbrios gerais, em
universidades ou museus.
Herbrios de ensino => mantidos em universidades,
faculdades, escolas (muitos herbrios universitrios guram
entre herbrios nacionais ou locais).
5. Herbrios relacionados a negcios ou prosses especcas
colees de ervas daninhas para agricultores ou plantas apcolas, plantas
cultivadas.
6. Herbrios para programas de pesquisas especiais, possuem
exsicatas para estudos de anatomia, citologia, qumicos, levantamentos
ecolgicos, plantas forrageiras.
Dinmica de Herbrio
Conjunto de atividades que envolvem desde a coleta do material
no campo, prensagem, secagem, identicao, expurgo, etiquetagem,
montagem, incorporao at a poltica de intercmbio.
Mtodo de Descontaminao
Todo herbrio deve anualmente proceder ao processo de
descontaminao, fumigao ou expurgo, onde geralmente utilizado o
gastoxin, porm alguns herbrios utilizam diariamente naftalina e cnfora.
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38 UNIDADE 02
Pragas e tratamentos
A preservao dos espcimes contidos nas exsicatas por longo
perodo de tempo requer vigilncia constante, visando sua proteo
contra o ataque de pragas, que ocorrem principalmente em herbrios
localizados em regies tropicais e sub-tropicais, devido a alta temperatura
e nveis de umidade que permitem que as pragas cresam e multipliquem
no herbrio.
Os principais tipos de pragas so os insetos que so divididos em
trs grupos, dependendo do dano que causam:
Os anobideos so os mais destrutivos, pois se alimentam
diretamente das plantas. P. ex: broca-de-livros (Stegobium
paniceum); besourinho-do-fumo (Lasioderma serricorne).
Os detritvoros se alimentam de mofo ou detrito. P. ex:
besourinho-aranha (Ptinus tectus); traas-de-livros (Lepismasaccharina); piolho-de-livros (Liposcelis spp).
As brocas de madeira podem causar danos a tecidos, colees
de madeira, etc. P. ex: cupins (Cryptotermes spp e Kalotermes
spp).
Prevenes contra infestao
Os mtodos de controle de pragas podem ser divididos emqumicos e fsicos .
Os qumicos devem ser usados com cautela porque a maioria dos
inseticidas pode prejudicar a sade dos funcionrios, acumular a nveis
nocivos ao meio ambiente, no ter efeito mortal contra as pragas e ser
muito caros. Exemplos:
1. Fumigao regular => so utilizados vrios gases como o
brometo de metila, fosna, xido de etileno e menos comumente bissulfeto
de carbono, tetracloreto de carbono, cianureto de hidrognio, dicloreto de
etileno e uoreto de sulfreo. Possui aspectos desagradveis como: nomatar os ovos e pupas dos insetos; serem muito venenosos, s podendo
ser efetuados por pessoas capacitadas e sua efetividade depende de
tratamento regular e repetido.
2. Repelentes => so utilizados comumente a naftalina ou a
cnfora, que no so aconselhados por razo de sade, porm no so
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39PSICOLOGIA DA EDUCAO
proibidos.
3. Envenenamento prvio dos espcimes => tem a nalidade de
dar gosto desagradvel para insetos e acarinos. Substncias venenosas
so aplicadas por imerso (em espcimes no montados) ou borrifados
(em espcimes montados).
4. P dessecativo => feito de partculas renadas de terra
diatomcea ou slica. Age destruindo as camadas superciais de cera e
cutcula dos insetos.
5. Armadilhas para insetos => ajudam a controlar pequenas
infestaes.
6. Inseticidas => usados tanto para infestaes localizadas como
para prevenir o acmulo da populao. A maioria txico para humanos
e so persistentes e poluem o meio ambiente. P. ex: piretrinas (so os
mais seguros), DDT, Diclorvos (tas de emanao gradual).
Os fsicos, apesar de seguros para humanos, de serem nopoluentes e muito menos caros, podem, em algumas circunstncias,
danicar os espcimes.
Procedimentos que podem ser adotados:
1. Excluso de Pragas => utilizado para minimizar o acesso
de insetos, como por exemplo: usar telas nas em portas e janelas;
assegurar que as portas dos armrios estejam sempre fechadas; no
deixar que adentre nos cmodos da coleo material que no tenha
sido descontaminado; no trazer plantas em vasos ou ores cortadas
para dentro do herbrio e remover a vegetao prxima ao herbrio quepoderia abrigar pragas.
2. Controle Ambiental => so recomendados os seguintes
cuidados: manter a temperatura em torno de 20-23C a 40-60%; a moblia
deve ser encaixada de modo a minimizar os espaos entre ela; retirar
periodicamente ninhos de pssaros, escombros e entulhos do teto do
herbrio; manter a parte interna do herbrio limpa; comida no deve ser
consumida em suas dependncias
Organizao da coleo do herbrio
Por ser um laboratrio que contem informaes valiosas, deve ser
organizado de forma a otimizar as informaes nele contidas. A escolha
do mtodo a ser utilizado depende de vrios fatores, como: tamanho da
coleo, pblico-alvo, pessoas disponveis para organizao, nalidade
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40 UNIDADE 02
do uso, etc. Primordialmente existem duas maneiras de organizar um
herbrio: a alfabtica e a sistemtica.
Organizao alfabtica => as famlias, gneros e espcies so
organizados alfabeticamente. Suas vantagens so a facilidade para o
no especialista encontrar os txons e que o material montado novo pode
ser incorporado por um funcionrio inexperiente. Suas desvantagens
so: txones relacionados e consequentemente prximos so colocados
longe um do outro, a incorporao contnua por funcionrios inexperientes
pode levar a um acmulo de erros.
Organizao sistemtica as famlias so organizadas de
acordo com um dos vrios sistemas logenticos que colocam famlias
supostamente relacionadas juntas. Suas vantagens so que famlias
semelhantes so colocadas prximas, facilitando a identicao por
comparao. Suas desvantagens so primeiramente que um no
especialista pode achar difcil encontrar famlias e que a incorporaonecessita de pessoas com conhecimento mais especializado.
Exemplares de um herbrio
1. Plantas dessecadas, coladas em cartolina - exsicatas (Figura
09)
Figura 09: Exsicata de umaOrchidaceae (TEPB 13.570)
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41PSICOLOGIA DA EDUCAO
2. Frutos dessecados ou em meio lquido carpoteca (Figura 10
a e b)
Figura 10 a : Carpoteca da cnpf/Embrapa (http://www.cnpf.embrapa.br)
Figura 10 b :Carpoteca do herbrio INPA (http://chc.cienciahoje.uol.com.br)
3. Madeiras dessecadas xiloteca (Figuras 11 )
Figuras 11: Xiloteca do Instituto de Botnica de So Paulo
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42 UNIDADE 02
4. Coleo de ilustraes e fotograas Fototypus (Figura 12)
Literatura essencial
Index herbariorum
Dicionrios de nomes de plantas Index Filicum
Index Muscorum
Index hepaticarum
Index of fungi
Floras, manuais de identicao, glossrios
Teses e dissertaes taxonmicas
Peridicos especializados
Informtica em herbrios
Uso de banco de dados: garantia de maior rapidez nas
atividades e consultas
Produo de etiquetas, rtulos e relatrios gerais;
Facilita tambm ao intercmbio entre herbrios;
Figura 12: Fototypus da fototeca doherbrio RB (http://jbrg.gov.br)
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43PSICOLOGIA DA EDUCAO
Uso de internet: muitas colees j se encontram disponvel
na rede.
Intercmbio
Permuta => quando doamos material herborizado e em troca
recebemos material do herbrio ao qual zemos a doao.
Doaes => quando doamos material herborizado e em troca
recebemos a identicao correta do espcime fornecida pelo
especialista (doao por identicao) ou quando apenas
doamos exsicatas para um determinado herbrio.
Emprstimos => quando emprestamos materiais herborizados
para a realizao de estudos taxonmicos.
Maiores herbrios do mundo
NOME DO HERBRIO DATA DAFUNDAO
SIGLA NO. DEEXSICATAS
Museum Naonal dHistore Natralie, ParisLaboratoire Phanerogamie
Laboratorie Cryptogamie
1793
1904
PCU
PC
8.000.0006.500.000
1.500.000
Royal Botanic Gardens, Kew 1853 K 8.000.000
V.L. Kmarov Botanical Instute, Leningrado 1823 LE 8.000.000
Conservaitore et Jardin Botaniques, Genebra 1817 G 6.800.000
Brish Museum, Londres 1753 BM 4.500.000
U. S. Naonal Herbariorm, Washington, DC 1868 US 4.100.000
The New York Botanical Garden, Nova York 1891 NY 4.200.000
Field Museum of Natural History, Florena 1842 Fl 3.400.000
Risjksherbarium, Leiden 1575 L 2.600.000
Botanical Museum and Herbarium, Copenhague 1759 C 2.100.000
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44 UNIDADE 02
Maiores herbrios do Brasil
NOME DO HERBRIO DATA DAFUNDAO
SIGLA NO. DEEXSICATAS
Herbrio do Depto. De Botnica, MuseuNacional
1842 R 500.000
Herbrio do Jardim Botnico do Rio de
Janeiro
1808 RB 230.000
Herbrio do Estado Maria Eneyda P. K.Fidalgo, Instuto de Botnica
1917 SP 190.000
Centro de Pesquisa Agropecuria do Trpi-co mido (Instuto Agronmico do Norte)
1940 IAN 190.000
Herbrio Instuto Nacional do Amazonas 1954 INPA 120.000
Museu Paraense Emlio Goeldi 1895 MG 90.000
Herbarium Bradeanum 1858 HB 85.000
Principais Herbrios do Nordeste do Brasil
NOME DO HERBRIO DATA DAFUNDAO
SIGLA NO. DEEXSICATAS
Empresa Pernambucana de Pesquisa Agro-
pecuria
1935 IPA 80.000
Centro de Pesquisa do Cacau 1965 CEPLAC 65.000
Herbrio da Universidade Estadual de Feirade Santana 1980 HUEFS 50.000
Herbrio Prisco Bezerra 1939 EAC 47.000
Herbrio Graziela Barroso 1977 TEPB 27.191
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45PSICOLOGIA DA EDUCAO
1.Enumere os procedimentos principais que devero ser realizados no
momento da realizao de coletas botnicas.
2. Em quais aparelhos as coletas botnicas podero sofrer o processo
de secagem?
3. Comente os diferentes tipos de herbrios estudados.
4. Cite os tipos de mtodos de controle de pragas, dando exemplo decada um deles.
5. Cite quais os tipos de exemplares que podemos conservar em um
herbrio.
Nesta unidade abordamos as tcnicas de coleta e herborizaodo material botnico, alm de fornecer informaes sobre herbrios(local onde so armazenadas as colees de plantas de um determinadolocal).
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46 UNIDADE 02
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UNIDADE 3
Sistemas de Classificao
das Angiospermas: Histria
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 49
Sistemas de Classicao das Angiospermas
Os seres vivos so classicados por meio de critrios pr-estabelecidos, isto , usamos regras de classicao de acordo com a
necessidade e com o sistema de classicao adotado. As classicaes
so utilizadas para organizar as informaes de grupos de organismos
e, assim, construir chaves de classicao e identicao desses
organismos.
Um sistema de classicao consiste em um meio de delimitar
e arranjar grupos taxonmicos, podendo ser construdo com diferentes
objetivos. Cada um deles ter um princpio losco e normativo distinto
e ir empregar distinto conjunto de caracteres.
As primeiras tentativas de classicao estavam frequentemente
ligadas ao uso, hbito e outras caractersticas gerais. Atravs de
novas ideias e metodologias, novos sistemas mais trabalhados foram
aparecendo. Os princpios da classicao logentica so amplamente
aceitos.
Segundo Judd et al. (2009) as classicaes logenticas, tendo
em vista reetir a genealogia, apresentam maior utilidade em reas
biolgicas, tais como, em estudo de distribuio de plantas (togeograa),
biologia da polinizao e disperso de frutos, bem como na abordagem
de questes relativas origem de caracteres adaptativos. So tambmteis na tomada de decises de conservao. So a base de estudos
comparativos conectando todos os diferentes campos da Biologia.
Segundo Judd (2005), a construo de classicaes envolve duas
etapas. A primeira consiste na delimitao e nomeao dos grupos. Em
uma classicao logentica, essa etapa no apresenta controvrsias;
SISTEMAS DE CLASSIFICAODAS ANGIOSPERMAS: HISTRIA
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 51
vegetais realizada desde os primrdios da civilizao humana e
praticada quotidianamente pelas populaes rurais e urbanas de todo
o mundo, quando procuram agrupar os vegetais, por exemplo, como
plantas ornamentais, hortcolas, daninhas, medicinais, madeireiras, etc.
Antes da inveno da escrita, tentativas de agrupar
sistematicamente os vegetais j eram feitas para auxiliar a distino de
plantas teis e no teis de acordo com a necessidade.
Todas as culturas que deixaram qualquer vestgio de sua
passagem na histria mostraram sinais evidentes de que detinham
conhecimentos positivos sobre plantas. Com o passar dos sculos e dos
milnios, a cultura humana acumulou enorme massa de conhecimentos
sobre plantas, que aoram em diversos povos da antiguidade, porm de
maneira especial na civilizao grega. Os estudos botnicos na Grcia
clssica foram tidos como muito importantes. A prpria palavra Botnica
(Botan=pasto) de origem grega. Certas plantas como o trigo (Triticumsp.) e a uva (Vitis sp.) eram consideradas ddivas especiais dos deuses.
Os gregos foram o nico povo da antiguidade a desenvolver um sistema
de classicao das plantas e a tentar descrever cienticamente suas
diversas partes.
Vrios povos, como os egpcios, persas, medos, babilnios,
rabes, chineses e outros detinham admirvel conhecimento emprico
sobre sua ora. Vrios desses povos escreveram compndios de plantas
medicinais, que eram utilizados como receiturio, gerao aps gerao.
Radford (1974) citou um trabalho botnico produzido antes da eracrist (no datado) de um escritor chamado Parasara. Trata-se de um
livro-texto de botnica geral com discusso de morfologia, classicao
e distribuio das espcies. As descries so apresentadas com tantos
detalhes que o leitor moderno suspeitaria de que o autor teria usado
algum tipo de microscpio ou uma boa lente de mo.
Na Idade Mdia, a Botnica quase no progrediu. A nfase toda
era colocada nas plantas medicinais, que eram cultivadas especialmente
nos mosteiros.
Como visto acima, as primeiras tentativas de classicao
estavam frequentemente ligadas ao uso, hbito e outras caractersticasgerais. Atravs de novas ideias e metodologias, novos sistemas mais
trabalhados foram aparecendo. Diante do exposto, possvel sistematizar
o desenvolvimento histrico da classicao vegetal em dois grandes
perodos: o descritivo e o de sistematizao.
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UNIDADE 0352
Perodo descritivo: compreende duas fases
Fase 1: Classicao antiga ( 1as civilizaes)
Compreende o incio das tentativas mais srias de classicao
das plantas, que pode ser datado por volta de 370 a.C., at o m da
Idade Mdia. Foi representado pelos seguintes botnicos:
Theophrastus (370-285 a.C.)
Grego, discpulo de Pluto e Aristteles, foi o primeiro a
desenvolver uma classicao de forma lgica e permanente. Foi
considerado por muito tempo o pai da Botnica. Classicou os
vegetais com base no hbito (rvore, arbustos, subarbustos e ervas),
nos tipos de inorescncia (centrpetas ou indenidas e centrfugas
ou denidas), e observaes de caracteres orais. Alguns dos nomesque Theophrastus usou em seu trabalho De Historia Plantarum foi
depois adotado por Linaeus em seu Genera Plantarum, e so ainda
usados nos dias atuais. Nesta obra descreveu cerca de 500 taxa
usando principalmente informaes sobre hbito, alm da posio
do ovrio e fuso do perianto.
Dioscorides (40-90 d.C)
Tambm grego foi um fsico interessado nas propriedades mdicas
das plantas. Em sua obra De Matria Medica descreveu ca. 600 taxa,
com observaes e detalhes de sua aplicao. Seu trabalho foi arranjado
numa maneira menos ordenada que a de
Theophrastus, contudo, foi considerado
o trabalho de referncia modelo para o
milnio e no foi completamente substitudo
antes do sculo XVI. Dioscorides, portanto,
pode ser considerado o primeiro herbalista
e uma autoridade na Farmacologia. Seustrabalhos eram ilustrados e representavam
as suas observaes, portanto, considerado
o autor do primeiro Herbrio ilustrado.
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 53
Fase 2: Os herbalistas
Surgiram no perodo da Renascncia. A Botnica da Idade Mdia
era sinnimo de herbarismo, ou seja, estudo da planta em relao ao seu
valor para o homem, particularmente como alimentcias e medicinais.
Nesta poca, havia em Bolonha um professor de Botnica chamado
Luca Ghini (1490-1556) que iniciou o processo de prensar plantas,
sec-las e mont-las em papel. Esse processo, apesar de simples, foi
revolucionrio, pois a planta assim tratada mantinha-se indenidamente,
podendo ser estudada quando e onde se quisesse. Com o tempo, esse
conjunto de plantas secas para estudo recebeu o nome de herbrio.
A planta derivada de herva (herba, em latim). Essa foi a poca dos
herbalistas, pois o processo de Luca Guin obteve grande aceitao e
surgiram grandes colees de plantas. At hoje, ainda existem algumas
dessas colees em bom estado de conservao. Quem visita os grandesherbrios europeus, como os de Amsterd e Leiden, pode contemplar
essas preciosidades cientcas da renascena.
Durante o Renascimento, surgiu a inveno da tcnica de imprimir
na Europa o que possibilitou a publicao e distribuio de um grande
nmero de trabalhos. Alguns dos herbalistas proveram os rudimentos de
uma classicao natural, mas isto no era seu objetivo e muitos foram
arranjados articialmente, s vezes alfabeticamente.
Entre os mais importantes esto:
Albertus Magnus (1193-1280) reconheceu a diferena entre
dicotiledneas e monocotiledneas com base na estrutura do caule.
Neste perodo podem ser citados ainda: Otto Brunfels (1530,
1464-1534), Leonard Fuchs (1542, 1501-1566), Mathias de LObel (1570,
1538-1616), John Gerard (1545-1612) e Charles LEcluse (1601, 1526-
1609).
A imensa maioria dos trabalhos incorporava muito de mito e de
superstio dado que se tratava de uma poca em que se pensava que
as plantas tinham sido oferecidas pelo criador ao homem, para que este
aproveitasse suas virtudes.Herbalistas tornaram-se populares bem aps o sculo XVI,
marcando um importante estgio de desenvolvimento no somente
em Botnica e taxonomia de plantas, mas tambm em Medicina e
Farmacologia. interessante notar que nos dias atuais tm-se um grande
interesse pelo ambiente e um desejo em alimentos e medicamentos
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UNIDADE 0354
naturais, com isso um nmero de cientistas herbalistas tem se tornado
popular pela descrio de espcies de plantas utilizando sistema
vernaculares que possuem valor medicinal e de utilidade domstica.
Nota: A Botnica como cincia mdica ou no, era uma disciplina
que despertava muito interesse. J ento, existiam em Portugal botnicos
que tambm se preocupavam com tais temas. Um deles, era talvez o mais
conhecido, Garcia da Orta, mdico que estudou na Espanha. Em 1534,
partiu para a ndia e tornou-se um mdico importante, estabelecendo-se
em Goa. O seu trabalho que tinha como ttulo em portugus Colquios
dos simples e drogas e coisas medicinais da ndia e de algumas frutas,
baseado no sistema de classicao de Clusius, descreve todas as
principais plantas de cultivo do Sul da sia. Embora a sua preocupao
fosse com as plantas medicinais, tambm incluiu plantas comestveis
no seu trabalho, tendo se tornado o primeiro autor a referir frutos comoa manga (Mangifera indica L,), por exemplo. Como o resultado do seu
trabalho, tornou-se um especialista em doenas da ndia e a sua descrio
da clera da sia tornou-se uma referncia standard. Os seus trabalhos
foram os primeiros a serem impressos na ndia.
Perodo de Sistematizao
No sculo XVI as plantas comearam a ser foco de ateno de umnmero de cientistas por seu interesse intrnseco, antes que seu valor
nutritivo e medicinal. Com isso sistemas de classicao mais cientcos
e lgicos foram criados em lugar de arranjos mais informais. Os livros
produzidos por esses botnicos marcaram um importante passo para a
classicao das plantas. Os sistemas de classicao desde perodo
so agrupados em trs categorias:
Sistemas articiais
So utilizados critrios arbitrrios, geralmente de natureza
morfolgica de fcil reconhecimento. Podendo ser critrios vegetativos
ou reprodutivos.
Apesar de simples, os sistemas articiais apresentavam o
inconveniente de reunir num mesmo grupo plantas de parentesco
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55PSICOLOGIA DA EDUCAO
gentico muito diferente, ou ainda separar espcies muito prximas.
Apesar da fundamentao morfolgica, os sistemas articiais ainda se
ressentiam da inuncia losca relativa ao princpio da imutabilidade
das espcies. Dentre outros se destacaram pela criao dos sistemas
articiais:
Andrea Caesalpino (1519-1603) mdico italiano, considerado
primeiro taxonomista vegetal, aplicava na Botnica a
losoa aristotlica que sobrepunha observao, a razo.
Considerava que as folhas tinham como nalidade proteger as
gemas, negou a existncia de sexo nas ores, etc. Seu sistema
de classicao foi reproduzido no trabalho De Plantis
(1583), que utilizava o hbito, caracteres do fruto, sementes
e estruturas orais, tais como: posio do ovrio, nmero de
lculos, ausncia ou presena de bulbos, de sulcos, etc.
Jean Bauhin (1541-1631) elaborou a obra Historia Universalis(1560), em trs volumes, na qual se trata de 5.000 espcies
de plantas.
Gaspar Bauhin (1560-1624) publicou em 1623 o trabalho
denominado Pinax (Registro) que classica 6.000 espcies,
com base na textura e forma das folhas. notvel pela criao
de sistema binomial de denominar espcie de plantas, ou seja,
uma nomenclatura binria composta de nomes genricos
seguidos de um epteto especco para substituir os nomes
polinomiais designados anteriormente para as espcies.Mais tarde esse sistema foi sistematizado e popularizado por
Linnaeus.
J. P. de Tournefort (1656-1708) inventou um sistema de
classicao baseado em grande parte na estrutura das ores.
Em 1700, classicou cerca de 900 espcies em 698 gneros
e 22 classes. Seu sistema foi largamente adotado na Europa.
Ele tambm considerado o pai do conceito de gnero. Muitos
dos nomes dos gneros foram adotados por Linnaeus e so
usados at hoje (p. ex: salix, fagus e verbena). Tournefort foi o
primeiro a conhecer o gnero como uma unidade taxonmicabsica representando uma similaridade fundamental entre as
espcies includas, as quais considerou como variantes do
gnero.
John Ray (1628-1705), lsofo e naturalista ingls, publicou
em 1703 a obra Methodus Plantarum Nova, em que props
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UNIDADE 0356
um sistema de classicao baseado na forma externa das
estruturas. Descreveu 18.000 espcies. Foi o primeiro botnico
a reconhecer a importncia do embrio na Sistemtica e a
presena de um ou dois cotildones na semente.
Carolus Linnaeus ou Carl Linn (1707-1778) foi o mais
famoso e importante botnico de todos os tempos. Era sueco,
mas estudou tambm na Holanda, onde publicou muitos
trabalhos importantes. Nas mos de Linnaeus, a Botnica
Sistemtica passou a ser mais disciplinada e bem organizada,
principalmente pela metodologia rigorosa, uniformidade e pela
economia de estilo dos trabalhos publicados.
Linnaeus inventou um sistema articial de classicar as plantas
denominado sistema sexual, baseado no nmero de estames e de
pistilos da or, em que estabeleceu 24 classes, cada uma dividida emordens pelo nmero de pistilos. Uma dessas classes era criptogamia
dividida em quatro ordens: Filices, Musci (musgos conhecidos e hepticas
com ldios); algae (algas, liquens e hepticas talosas) e Fungi. Esta
classicao permitiu, pela primeira vez, a identicao, por qualquer
pessoa interessada, dos milhares espcies de plantas ento conhecidas.
A consequncia foi a grande popularidade e larga difuso dos mtodos e
da classicao de Linnaeus.
A poca de Linnaeus foi tambm um perodo em que os pases
mais energticos da Europa estavam em plena expanso pelo mundoa fora, explorando e conquistando novos territrios. Embora Linnaeus
tenha considerado o estabelecimento de um sistema de classicao
natural, como aspirao suprema da Botnica, de nenhum modo poderia
alcanar os objetivos de um sistema logentico, pois acreditava no
dogma da imutabilidade da espcie.
O sistema de Linnaeus foi articial, mas ele mesmo sabia disto e
publicou tambm uma outra classicao mais natural. Mesmo assim,
sua importncia reside mais na grande reorganizao que ele fez das
informaes j existentes, a utilidade de seu sistema para identicao e
o sistema binomial de nomenclatura que simplicou muito o trabalho dasistemtica.
considerado o pai da Botnica e da Zoologia, pois descreveu
vrias plantas e animais provenientes de diversas regies e deu-lhes
nomes que foram adotados pela cincia. Seus trabalhos foram: Systema
naturae (1735); Species plantarum (1735) eGenera plantarum
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 57
(1737). O trabalho Species Plantarum (1753) foi o ponto de partida para
o sistema de nomenclatura que hoje usamos na Botnica. Nessa obra, o
sistema binomial (sistema de dois termos) foi utilizado pela primeira vez
de maneira sistemtica e, tambm, a estrutura fundamental de apresentar
informaes de nomes botnicos:
1. nome genrico;
2. nome especco (trivial para Linnaeus);
3. Frase diagnstica da espcie (nome especco para Linnaeus);
4. Referncias abreviadas a publicaes e sinnimos em
literaturas anteriores;
5. Provenincia da espcie.
O sistema Lineano de classicao atingiu marcante sucesso nos
meios cientcos europeus de sua poca, e sua aceitao atravessouuma completa gerao, mesmo depois do seu desaparecimento do
cenrio botnico. Contudo, a cincia botnica francesa nunca aceitou
denitivamente o sistema Lineano, apesar da tentativa fracassada de
atrair Lineu para trabalhar na Frana.
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UNIDADE 0358
SISTEMA SEXUAL DE LINEU
(Classes)
I. PLANTAS COM FLORES
1. Flores hermafroditas
A. Estames no concrescidos com os carpelos B. Estames livres
a) Comprimento dos letes como carter no diferencial 1 estame Cl. I. Monandria
2 estames Cl. II. Diandria
3 Cl. III. Triandria
4 Cl. IV. Tetrandria
5 Cl. V. Pentandria
6 Cl. VI. Hexandria
7 Cl. VII. Heptandria 8 Cl. VII. Octandria 9 Cl. IX. Eneandria 10 Cl. X. Decandria
11-19 Cl. XI. Dodecandria 20 ou epiginos Cl. XII. Icosandraia
mais hipginos Cl. XIII. Poliandria b) Comprimento dos letes como carter diferencial
4 estames (2 maiores, 2 menores) Cl. XIV. Didinamia
6 estames (4 maiores
2 menores) Cl. XV. Tetradinamia
BB. Estames soldados
1 feixe Cl. XVI. Monadela a) pelos letes 2 feixes Cl. XVII. Dialdela 3 feixes ou
mais Cl. XVIII. Poliadela
b) pelas anteras Cl. XIX. Singensia
AA. Estames concrescidos com os
Carpelos Cl. XX. Ginandria
2. Flores unissexuais
A. Na mesma planta Cl. XXI. Moncia
AA. Em plantas disntasa) Sem ores hermafroditas Cl. XXII. Dicia
b) Com ores hermafroditas Cl. XXIII Poligamia
II. PLANTAS SEM FLORES Cl. XXIV. Criptogamia
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UNIDADE 0360
devem ser consideradas para criar classicaes naturais.
Desenvolveu um mtodo analtico de identicao muito
semelhante ao utilizado nas chaves modernas.
Augustin Pyramus de Candolle (1778-1841) separou as
plantas vasculares das taltas, mas incorria no erro de incluir
na classe II, Monocotiledoneae, a subclasse 2 (Cryptogamae)
que correspondia s Pteridtas.
SISTEMA DE A. P. DE CANDOLLE
Classe I. DICOTYLEDONEAE (exogenae)
Subclasse 1. Thalamiorae (com 15 ordens) Subclasse 2. Calyciorae (com 64 ordens)
Subclasse 3. Corolliorae (com 23 ordens)
Subclasse 4. Calyciorae (com 20 ordens)
Classe II. MONOCOTYLEDONEAE (Endogenae)
Subclasse 1. Phanerogamae (com 21 ordens)
Sibclasse 2. Cryptogamae (com 5 ordens)
Classe III.ACOTYLEDONEAE (Cellulares)
Subclasse 1. Foliaceae (Musci et Hepacae) Subclasse 2. Aphyllae ( Lichenes, Hypoxyla, Fungi et Algae
George Bentham (1800-1884) e Joseph Dalton Hooker (1817-1911), no seu Genera Plantarum, publicaram a ltima grande
classicao a seguir o sistema estabelecido por Jussieu,
baseado diretamente no de A. de Candolle. So trs volumes
em latim, onde foram descritos todos os gneros de plantas
com sementes. Estes autores dividiram as Dicotiledneas
em Polypetalae (ptalas livres), Gamopetalae (ptalas
fundidas) e Monochlamydae (aptalas), as quais se seguiam
as Gimnosprmicas e as Monocotildones, totalizando 200
famlias e 7.569 gneros. As descries feitas por eles so
completas, baseadas em material depositado nos herbrios
britnico e continental. O grande herbrio do Royal Botanic
Gardens ( Kew) ainda organizado de acordo com esse
sistema, em boa parte porque os dois trabalharam l.
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 61
Os botnicos desse perodo trabalhavam com um conceito xo
de espcies, e a sistemtica deles assim pr-evolucionria. O sistema
no representava um esquema logentico. importante saber que a
publicao das teorias da evoluo e origem das espcies de Darwin
coincidiu com a poca em que saiu o primeiro volume da publicao
Genera Plantarum de Bentham e Hooker, e que este tentou reformular
sua classicao, no que foi impedido por Bentham, que no aceitou a
essncia do trabalho de Darwin, embora o zesse uma dcada depois.
Este perodo foi encerrado pela difuso da teoria de evoluo de Darwine Wallace, que explodia no mundo com a publicao de On the origen of
species por Charles Darwin (1859).
Sistemas logenticos (1880 atual)
A teoria da evoluo ofereceu, pela primeira vez, uma explicao
racional e no teolgica para a existncia dos taxa naturais j reconhecidos
pelos taxonomistas do perodo anterior. Esses sistemas tentam arranjar
os taxa em ordem evolutiva baseados em ideias de progresso evolutivade mudana de caracteres taxonmicos, por exemplo, estruturas simples
so mais primitivas do que as mais complexas. Assim imprescindvel
informaes dos ramos da Fitopaleontologia, Gentica, Embriologia,
Bioqumica e outras, para que seja possvel a elaborao de um esquema
de classicao de acordo com a teoria da evoluo.
Joseph Dalton Hooker(1817-1911)
George Bentham(1800-1884)
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UNIDADE 0362
Desde o incio, se compreende-se que o desenvolvimento e
construo de tais sistemas de classicao sofrem de graves problemas,
sendo um deles, talvez o mais importante, a falta de registro fssil que
impede a reconstruo das vias evolutivas. Existem diculdades hora
de denir que grupos so monolticos e que taxa so os mais e os
menos especializados.
Entre os muitos sistemas logenticos, podemos citar:
Sistemas de Eichler (1839-1887) foi criado em 1875 e at
hoje o sistema de classicao evolucionrio que forma o
esquema que todos aprendem na escola. O reino vegetal
foi dividido em criptgamas e fanergamas. As criptgamas
foram divididas em taltas, britas e pteridtas, e as
fanergamas em angiospermas e gymnospermas, todasordenadas em sequncia evolutiva. Tratou as algas
separadamente dos fungos, dividindo-as em quatro grupos
distintos: Cyanophyceae, Chlorophycee, Phaeophyceae e
Rhodophyceae. As Bryophyta em Musci e Hepaticae; as
Pteridophyta em Equisetinae, Lycopodinae e Filicinae; e as
Phanerogamae em Angiospermae e Gymnospermae.
Sistema de Heinrich Gustav Adolf Engler (1844-1930) surgiu
pela primeira vez como parte de um guia do Jardim Botnico
de Breslau e se baseava fundamentalmente no sistema deEichler, diferindo deste por detalhes nomenclaturais. Nesse
sistema, o Reino Vegetal foi dividido em 14 Divises, que por
sua vez, se compunham de subdivises, e estas de classes,
ordens e famlias supostamente relacionadas. Por esse
sistema, as angiospermas foram divididas em duas classes
(mono e dicotiledneas), baseado no embrio mono ou
dicotiledonar, na persistncia da raiz principal, na nervao das
folhas, na presena ou ausncia de bainha foliar e no nmero
de segmentos do clice e da corola. Nas primeiras edies
de seu sistema, considerou a classe das monocotiledneasmais primitiva que a das dicotiledneas. Na ltima edio
do Syllabus, porm, as monocotiledneas j so tratadas
depois das dicotiledneas. Ele dividiu as dicotiledneas em
duas subclasses: Archyclamideae (aclamdeas, mono ou
diclamdeas com ptalas livres entre si) com 37 ordens e
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 63
Sympetalae (heteroclamdea de corola simptala) com 11
ordens. Considerou as Casuarinales o grupo mais primitivo
por ter como uma das caractersticas, aclamdeas. Bessey
(1987) foi o primeiro a discordar das teorias de Engler.
Arber e Parkin (1907) chegaram concluso que a famlia
Magnoliaceae representava a angiosperma atual com maior
nmero de caracteres primitivos, e que as plantas como as
casuarinales, fagales e outras, desprovidas de ptalas, so
tipos reduzidos derivados de ancestrais petalferos e, desse
modo, no poderiam iniciar um sistema, como Engler o zera.
O sucesso do trabalho de Engler foi devido apresentar chaves
de determinao de gneros, amplas diagnoses das famlias,
descries das caractersticas mais importantes dos gneros
e boa ilustrao.
Richard von Wettstein (1862-1931) apresentou uma
classicao bastante parecida com a de Engler, mas baseada
num entendimento mais profundo de logenia de plantas.
SISTEMA DE A. EICHLER
A. CRYPTOGAMAE
Diviso I. Thallophyta
Classe 1. Algae
Classe 2. Fungi
Diviso II. Bryophyta
Diviso III. Pteridophyta
B. PHANEROGAMAE
Diviso I. GymnospermaeDiviso II. - Angiospermae
Classe 1. Monocotyleae
Classe 2. Dicotyleae
SISTEMA DE A. ENGLER
Divises: I. Schyzophyta II. Myxomycetes
III. Flagellatae
IV. Dinoagellatae ?. Silicoagellatae V. Heterocontae
VI. Bacillariophyta
VII. Conjugatae
VIII. Chlorophyceae
IX. Charophyta X. Phaeophyceae
XI. Rhodophyceae
XII. Eumycetes
XIII. Rchegoniatae
Subdiviso 1. Bryophyta
Subdiviso 2. Pteridophyta
XIV. Embryophyta siphonogama
Subdiviso 1. Gymnospermae
Subdiviso 2. Angiospermae
Classe 1. Monocotyledoneae
Classe 2. Dicotyledoneae
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UNIDADE 0364
Ao contrrio de Engler, considerou as Dicotiledneas mais
primitivas que as Monocotiledneas.
Charles E. Bessey (1845-1915) forneceu uma grande contribuio
para a classicao das plantas, porm assemelhava-se ao sistema de
Engler, diferindo na natureza dos caracteres primit ivos, e da dos grupos
mais primitivos, dentro das angiospermas. Sua classicao baseou-se
em vinte e dois princpios: 1. a evoluo tanto pode ser uma progresso
como uma regresso de caracteres; 2. a evoluo no abrange todos os
rgos ao mesmo tempo, etc. Esse sistema juntamente com o de Harllier
(1868-1932), que so semelhantes em alguns aspectos, so classicaes
logentica-evolucionrias que formam a base dos sistemas modernos
de classicaes, tais como: Sporne (1974), Takhtajan (1987), Cronquist
(1981) e Dahlgren (1989).
Os sistemas de Tahktajan e Cronquist, embora tenham elucidadoalguns pontos controvertidos, so restritos s plantas superiores.
Hutchinson, no seu Families of owering plants (1973) e no
Genera of owering plants, propunha um sistema de classicao
semelhante ao de Bessey, porm diferindo em alguns pontos importantes.
Hutchinson derivava as angiosprmicas de um hipottico ancestral
designado proangiosprmicas, as quais seriam plantas de transio
entre angiosprmicas e gimnosprmicas. Considerando que o hbito
lenhoso e o hbito herbceo representavam diferentes vias evolutivas
importantes, dividia as angiosprmicas em trs grupos: Monocotyledones,Herbaceae Dycotyledones e Lignosae Dycotyledones. Propunha,
tambm, que as monocotiledneas seriam um grupo primitivo com origem
nas dicotiledneas herbceas. Contudo, embora o seu trabalho tivesse
sido extremamente vlido e coerente, a diviso das dicotiledneas
lenhosas e herbceas foi considerada infeliz e pouco natural, por situar
famlias aparentadas longe uma das outras.
Atualmente, os sistemas de classicaes do reino vegetal
so continuamente modicados medida que novas informaes so
reconhecidas. Nos ltimos anos, as classicaes de plantas tm
evoludo ao beneciarem da incluso de dados de reas recentes comoa paleobotnica, a ultraestrutura ou a bioqumica. A incorporao e
combinao de dados to diferentes com os dados do tipo tradicional
(morfologia, anatomia comparada, etc.) tm permitido renar as
classicaes.
Tahktahan (1910) apresentou um sistema de classicao baseado
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 65
em 67 princpios lticos e em dados provenientes de todas as reas
disciplinares, classicando as angiospermas como diviso Magnoliophyta,
dividindo-a em duas classes: Magnoliopsida (dicotiledneas) e Liliopsida
(Monocotildneas). Nesse sistema, as classes se subdividem em dez
subclasses (7 Magoliatae e 3 Liliatae), 92 ordens e 418 famlias.
Considerou as ordens Magnoliales e Laurales independentes
entre si e subordinou a ultima as Chloranthaceae, e incluiu Magnolidae e
Ranunculidae como duas subclasses distintas.
Arthur Cronquist (1916-1993) foi o mais util izado nos ltimos anos.
Trata-se, na verdade, do sistema de Taktajan aperfeioado com algumas
modicaes. Cronquist usou uma gama muito maior de caracteres
que os anteriores e aproveitou-se dos rpidos avanos em novas reas
de investigao como Palinologia, Fitoqumica e Citologia. Procurou
comparar e interpretar estruturas, que considerou primitivas. Cronquist
trata as angiosprmicas como diviso Magnoliophyta. Considerou 83ordens e 383 famlias.
Dahlgren (1985), botnico dinamarqus cujo sistema
baseado no nvel hierrquico de superordem nvel acima
de ordem e abaixo de subclasse. mais complexo que o
de Cronquist, talvez por isso nunca tenha conseguido maioradeso pela comunidade botnica. Considerou a classe
Magnoliopsida dividida nas clases Magnoliidae (dicotiledneas)
e Liliidae (monocotildones). Dividiu as Magnoliopsida em 34
superordens (27 dicotiledneas e 7 monocotiledneas) e 96
ordens. O sistema representado gracamente como uma
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UNIDADE 0366
rvore ltica. A posio relativa das ordens foi determinada
pelo maior nmero de caracteres ans dos seus componentes.
De acordo com Dahlgren, as monocotiledneas formam um
grupo monoltico devido presena de um cotildone, corpos
de protena triangulares nos plastdeos.
Deve-se ressaltar que nenhum desses sistemas foi construdo
com base em metodologia cladstica (pe nfase na logenia de modo a
reetir a histria evolutiva), e podemos denomin-los mais precisamente
de sistemas gradistas. Dentre os autores citados, apenas Dahlgren
demonstrou maior preocupao com a construo de logenias, e
chegando a realizar tratamentos cladsticos para as monocotiedneas.
Vale ressaltar aqui que duas abordagens novas de maior
importncia apareceram na sistemtica, a Sistemtica Fnetica ea Sistemtica Filogentica, esta ltima sendo baseada em anlise
cladstica. As duas resultam diretamente do emprego de computadores
possibilitando o uso de quantidades de dados muitos maiores do que
anteriormente. Na Sistemtica Fentica, os caracteres empregados so
geralmente considerados de igual valor e procura-se usar o mximo
possvel de caracteres, e a atitude que a logenia tem um papel secundrio
na criao das classicaes.
Na Sistemtica Filogentica, o objetivo revelar o verdadeiro
padro de logenia das plantas. Quem tem essa atitude acredita tambm
que uma classicao logentica bem estabelecida de grande utilidade
para a cincia, enm, para todos.
A Sistemtica Filogentica foi gradativamente consolidando-se
como paradigma em Botnica, e a partir da dcada de 90 muitos trabalhos
integradores trouxeram progressos imensos para nosso entendimento
da evoluo das plantas e consequentemente aprimoramento da sua
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 67
classicao.
Nos dias de hoje, a grande maioria dos taxonomistas que
realizam trabalhos logenticos recorrem s tcnicas moleculares, isto
, sequenciamento de DNA, que tem vindo a criar novas perspectivas e
abordagens na elaborao de classicaes.Filogenia Molecular o estudo das relaes evolutivas entre
organismos, atravs do estudo do DNA e RNA. Um exemplo desse tipo
de estudo o de Mark Chase (e cerca de 30 coautores), que utilizaram
sequncias do gene rbcl (cpDNA) para comparar cerca de 500 espcies
de angiospermas.
Atualmente, considera-se como uma qualidade importante num
sistema de classicao a sua previsibilidade ou o seu poder de predio.
A qualidade mais importante para um sistema de classicao que ele
retrate, to elmente quanto possvel, a rvore da vida. Se ele tiver sido
construdo com base em clara deteco de homologias entre caracteres,gerando um corpo de hipteses de parentesco entre grupos expresso
na forma de cladograma (rvore logentica- diagrama que indica os
ancestrais e os descendentes e agrupa os organismos de acordo com o
grau de parentesco entre eles), os taxa sero consistentes representando
linhagens evolutivas que devem ter tido existncia na natureza. Em
consequncia, o seu poder de predio tambm ser avaliado.
O sistema de classicao mais atual o APG Angiosperm
Phylogeny Group. Trata-se de um sistema construdo com base em
sequenciamento de nucleotdeos de regies do DNA, rbcl e atpb(cloroplastos) e 18S (ncleo). Atravs dos resultados do sequenciamento
de genes e os critrios da sistemtica logentica (cladstica) se
estabelece as coneces entre os taxa.
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 69
Esses estudos logenticos mostram que apesar das
monocotiledneas formarem um grupo monoltico, as dicotiledneas
so paralticas, com alguns grupos mais relacionados com as
monocotiledneas do que com algumas dicotiledneas. Dessa forma,
atualmente reconhecido o grupo das uudicotiledneas, fortemente
sustentado em anlises cladsticas e reconhecido pelos plens tricolpado
ou derivado desse. As angiospermas passaram ento a estar divididas
em angiospermas basais formando um grado na base, seguidas por
um clado composto de grupos de Magnoliideae contendo 6% das
angiospermas mais as Monocotiledneas com cerca de 19% e nalmente
as eudicotiledneas com os restantes 75%. Atualmente, estudos com um
nmero maior de dados mostram que as Magnoliideae no esto mais
relacionadas com as monocotiledneas e sim com as eudicotiledneas,
de modo que com exceo de Amborella, as aquticas Nymphaeales e
trs pequenas famlias, Iliciaceae, Schizandraceae e Trimeniaceae, asEuangiospermas poderiam sim ser divididas em dois grandes grupos
semelhantes s tradicionais mono e dicotiledneas.
importante levar em conta que ainda no h uma publicao
apresentando uma classicao logentica ou fentica para todos os
organismos. A rpida difuso da sistemtica logentica molecular est
oferecendo, na nossa poca uma ferramenta capaz de providenciar
um novo perodo sinttico na sistemtica, com futuros novos sistemas
verdadeiramente logenticos.
1. As tentativas iniciais de classicao botnica do homem estavam
relacionadas a quais caracteres?
2. O desenvolvimento histrico da classicao vegetal pode ser dividido
em dois grandes perodos: o descritivo e o sistematizado. Cite o nomedas suas fases e caractersticas de cada uma delas.
3. No perodo de sistematizao, os sistemas formados foram agrupados
em categorias. Com base na armao, responda:
a) Cite seus nomes e caractersticas.
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UNIDADE 0470
b) Cite nomes de representantes de cada de cada sistema.
4. Qual o objetivo principal da sistemtica logentica e como os
caracteres so utilizados na sistemtica fentica.
5. Cite o conceito de logenia molecular e como o sistema de classicao
denominado APG construdo
Nesta unidade apresentamos os diferentes tipos de
sistemas j utilizados para tentar organizar as informaessobre as plantas. Observa-se que a construo de classicaesenvolve a delimitao, nomeao, ordenamento dos grupos e oposicionamento destes de acordo com uma hierarquia.
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UNIDADE 4
Nomenclatura Botnica
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 73
At a metade do sculo XVIII, os nomes dos seres vivos eram
Polinomiais. S a partir de Linnaeus, em 1753, que se iniciou a utilizao
do Sistema Binomial.
O primeiro Cdigo de Nomenclatura Botnica foi idealizado no
1 Congresso Internacional de Botnica em 1867, denominado Cdigo
de Paris. O Congresso Internacional de Nomenclatura Botnica ocorre
a cada seis anos e o Cdigo atualmente vigente o de Viena (2005),
que substitui todas as edies anteriores. O prximo ser realizado na
Austrlia em 2011.
Importncia do Cdigo Internacional de Nomenclatura Botnica
Foi formulado devido necessidade de uniformizao dos nomes
cientcos que so aplicados aos grupos taxonmicos individuais, alm
da necessidade de que seja utilizado, por botnicos de todo o mundo, um
sistema preciso e simples de nomenclatura.
O cdigo est organizado em princpios, regras e recomendaes.
Os Princpios constituem a base do sistema de nomenclatura
botnica:
1. A nomenclatura botnica independente da zoolgica e dabacteriolgica;
2. A aplicao de nomes de grupos taxonmicos determinada
por tipos nomenclaturais;
3. A nomenclatura de um grupo taxonmico est baseada no
critrio de prioridade de publicao;
4. Cada grupo taxonmico pode receber apenas um nome
NOMENCLATURA BOTNICA
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UNIDADE 0474
correto, ou seja, o mais antigo que esteja de acordo com as
regras;
5. Nomes cientcos de grupos taxonmicos devem ser escritos
em latim, independente de sua derivao;
6. As regras de nomenclatura so retroativas.
As regras esto organizadas em artigos e recomendaes e
objetivam pr em ordem os nomes j existentes e orientar a criao de
novos nomes.
As recomendaes tratam de pontos secundrios e indicam
a melhor escolha de um nome, dando maior clareza e uniformidade aos
mesmos, porm nomes contrrios a uma recomendao no podem ser
rejeitados, entretanto no constituem bons exemplos.
As Regras e Recomendaes so aplicadas a todos os organismos
tradicionalmente tratados como plantas, sejam fsseis ou no.
REGRAS E RECOMENDAES IMPORTANTES:
1. Grupos taxonmicos de qualquer categoria devem conforme
esse cdigo, ser tratados como txons.
2. Txons fsseis podem ser tratados como morfotxons, podendo
compreender apenas uma parte, estdio do ciclo de vida ou
estado de preservao do tipo nomenclatural correspondente.3. Cada planta individualmente pertencente a um nmero
indenido de txons de nveis hierarquicamente subordinados,
dentre os quais a espcie o nvel bsico.
4. Os txons so arranjados hierarquicamente em categorias
subordinadas e as principais em ordem decrescente so as
seguintes: reino, diviso ou lo, classe, ordem, famlia, gnero
e espcie.
5. Txons hbridos so tratados como nototxons (o prexo noto
indica o carter hbrido) e os principais so: notognero e
notoespcie.
6. Em ordem decrescente, os nveis secundrios de txons so
os seguintes:
Tribo - entre famlia e gnero
Seo e srie entre gnero e espcie
Variedade e forma abaixo de espcie (infraespecco)
8/10/2019 Livro Ead Taxonomia (001 )
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PSICOLOGIA DA EDUCAO 75
Observao: As seguintes abreviaes so recomendadas:
cl. (classe), ord. (ordem), fam. (famlia), tr. (tribo), gen. (gnero), sect.
(seo), ser. (srie), sp. (espcie), var. (variedade) e f. (forma).
7. Um txon com circunscrio, posio e nvel particular pode ter
apenas um nome correto, com exceo feita a oito famlias:
Compositae = Asteraceae; Cruciferae = Brassicaceae;
Graminae = Poaceae; Guttiferae = Clusiaceae; Labiatae =
Lamiaceae; Leguminosae = Fabaceae; Palmae = Arecaceae;
Umbeliferae = Apiaceae..
8. Para qualquer txon, desde famlia at gnero, o nome correto
o nome legtimo mais antigo dentro do mesmo nvel.
9. Para txons infra-genricos, o nome correto a combinao
do epteto nal (refere-se ao ltimo epteto na sequncia em
qualquer combinao, seja em nvel de subdiviso de umgnero, espcie ou de um txon infra-especco) do nome
legtimo mais antigo daquele txon ao mesmo nvel, com
o nome correto do gnero ou da espcie ao qual ele est
assinalado.
10. A publicao efetiva dos nomes de plantas de diferentes
grupos tratada como iniciando na data de publicao de
matria impressa (por meio de venda, intercmbio ou doao)