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8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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A ORIGEM DO ESPORTE MODERNO
A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE ESPORTE
A DISCUSSÃO INTERNACIONAL
DO TERMO ESPORTE
O
ESPORTE,
A
EDUCAÇÃO FÍSICA
E OS
DOCUMENTOS FILOSÓFICOS INTERNACIONAIS
A FUNÇÃO SOCIAL DO ESPORTE
ESPORTE, ESTADO E SOCIEDADE
O
ESPORTE MODERNO
E OS ESTADOS CONTEMPORÂNEOS
TEORIA
GERAL
ma
gr
wÉ idb
••Vfb
Mfl
GOMES
TUBINO
V R O S oue
CONS TÜOCM
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Biblioteca DIDÁTICA
— 34
Teoria Geral
do
Esporte
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Dados
de Catalogação na
Publicação CIP) Internacional
Câmara Brasileira do Livro, S P , Brasil)
Tubino, Manoel José Gomes, 1939-
C822t
Teoria geral do esporte / Manoel José Gomes Tubino
— São Paulo ': IBRASA, 1987.
(Biblioteca
didática ; 34)
1. Esportes -
Aspectos
sociais 2 Esportes - Filo-
sofia
3.
Esportes
-
História
I.
Título.
II.
Série.
87-1639
CDD-796
^fjé
-796.09
índices
para catálogo sistemático:
1
Esportes
:
Aspectos sociais
796
2 Esportes
:
Filosofia 796 01
3
Esportes :
História
796 09
TEOR IA
GERA L
DO
ESPORTE
Manoel
José
G o m e s Tubino
.Edição
orientada pelos
professores
MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO
CLÁUDIO
DE
MACEDO REIS
IBRASA
Instituição Brasileira
de
Difusão Cultural Ltda.
São
Paulo
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Direitos desta edição reservados
à
IBRASA
INSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE DIFUSÃO CULTURAL LTDA.
Rua Vinte e Um de Abril, 97 — Tel. 92-9639
03047 — SÃO PAULO
Copyright 0
1987 by
MANOEL
JOSÉ GOMES TUBINO
Capa:
Ilustração de Wagner L. Coutinho
Montagem
de Carlos Cézar
Publicado
em
1987
MANOEL
JOSÉ
GOMES
TUBINO
IMPRESSO
NO
BRASIL
—
PRINTED
IN
BRAZI1
Doutor
em
Educação Física
pela Universidade Livre de Bruxelas
Mestre em
Educação pela
Universidade
Federal
do Rio de
Janeiro
Presidente do
Conselho Nacional de Desportos
Decano de
Ciências Humanas
da
Universidade
Gama
Filho — RJ
Conselheiro do Comitê Executivo da Associação
Internacional das Escolas Superiores
de
Educação Física
(AIESEP).
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OBRAS DO
AUTOR
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
DO
TREINAMENTO DESPORTIVO
l.
a
Edição
— IBRASA — 1979
2.
a
Edição — IBRASA — 1980
3.
a
Edição — IBRASA — 1982
4.
a
Edição — IBRASA — 1983
5.
a
Edição — IBRASA — 1984
AS
QUALIDADES FÍSICAS NA
EDUCAÇÃO
FÍSICA E DESPORTOS
1.»
Edição — FÓRUM — 1973
2.
a
Edição
—
FÓRUM
—
1974
3.
a
Edição — IBRASA — 1979
4.
Edição — IBRASA — 1985
5.
a
Edição — IBRASA — 1987
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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EM BUSCA DE UMA TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA AS
ESCOLAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
l.« Edição — CULTRIX — MEC 1976
2.
a
Edição
—
IBRASA
— 1980
EFICIÊNCIA
E
EFICÁCIA
N AS
UNIVERSIDADES
l.
a
Edição
—
IBRASA
—
1981
TECNOLOGIA EDUCACIONAL - DAS MÁQUINAS D E APRENDIZAGEM
À
PROGRAMAÇÃO FUNCIONAL
PO R OBJETIVOS DE ENSINO
l.
a
Edição — IBRASA — 1984
OS
CON CEITOS DE EFICIÊNCIA
E
EFICÁCIA COMO ORIENTADORES
ADMINISTRATIVOS EM CURSOS DE GRADU AÇÃO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ME C
— 1977
AVALIAÇÃO DO ENSINO DE FUTEBOL EM ESCOLAS
DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
(Co-autor) MEC — 1976
A UNIVERSIDADE ONTEM E HOJE
Co-autor e organizador)
l
a
Edição — IBRASA -
98 5
TERMINOLOGIA APLICADA
À EDUCAÇÃO — UMA
INTRODUÇÃO
l
a
Edição
—
IBRASA — 1985
SUMÁRIO
Apresentação - • •
I. A Origem do Esporte Moderno 17
II.
A
Evolução
do
Conceito
de
Esporte
.
23
III.
A Discussão Internacional do Termo
Esporte 37
IV .
O
Esporte,
a Educação
Física
e os Documentos
Filosóficos Internacionais 43
V . A Função Social do Esporte 55
VI.
Esporte, Estado
e
Sociedade
61
VIL
O
Esporte Moderno
e os
Estados
Contemporâneos
71
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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APRESENTAÇÃO
A
história
dos
esportes
nas
civilizações antigas passa
por
diversas evidências importantes, mas de registros impre-
cisos.
Civilizações
primitivas
como a dos
chineses,
maias,
incas, egípcios, japoneses, aztecas, hindus, e outros povos,
deixaram vestígios de jogos praticados com o caráter es-
portivo,
e que
permitiram diversas especulações sobre
a
verdadeira origem do esporte.
Foi na
Grécia antiga
que os
exercícios físicos
e as
ati-
vidades esportivas tiveram realce, primordialmente pela
importância que receberam na Educação e
pelo
lugar que
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ocuparam nas celebrações e nas festas. O momento culmi-
nante
da história dos
esportes
na
Antigüidade grega
é
atingido nas celebrações dos Jogos Olímpicos, disputados
em Olímpia durante 12 séculos, de 884 a.C., a 394 d.C.,
«de
quatro
em
quatro anos, provocando, inclusive, perío-
do s
de trégua entre as guerras, durante o período das
disputas.
As
provas de caráter individual, abertas so-
mente para o sexo masculino, ofereciam aos vencedores
como
recompensa uma coroa traçada por ramos de oli-
veira, colhidos em árvores consagradas a Zeus. Nos anos
de
intervalos dos Jogos Olímpicos na Antigüdade os gre-
gos
celebravam outras competições desportivas
como
os
Jogos ístmicos, Píticos, Nemeus e Fúnebres.
Após
a con-
quista da Grécia pelos romanos, os jogos entraram em
decadência até o seu encerramento por Teodósio.
O esporte, na sua conceituação e revisão histórica, in-
dependente
da
educação física, isto
é, com forma
insti-
tucionalizada, fo i recriado no século XIX na Inglaterra
por Thomas Arnold.
Após
a institucionalização esportiva descrita, o outro
período importante do movimento esportivo moderno teve
início com o francês Pierre de
Coubertin,
quando restau-
rou os Jogos Olímpicos em
1896.
Coubertin, após viagem
à Inglaterra, ficou entusiasmado em
reformar
o sistema
educativo
francês, utilizando-se
do s
esportes.
Após
várias
campanhas neste sentido, resolve estender sua proposta
para
o
campo internacional, integrando-se totalmente
ao
resgate
do
ideal olímpico, reconceituando-o
d e
acordo
com
a
modernidade daquele momento histórico.
14
A
partir da instalação das Olimpíadas Modernas, o mo-
vimento esportivo internacional cresceu em torno dessas
competições promovidas pelo Comitê Olímpico Interna-
cional e nas atividades das federações internacionais de
cada
modalidade esportiva, criadas
já no
século
XX.
O
esporte
na
perspectiva
da
alta
competição perma-
neceu até
1964, quando, depois
dos
Jogos Olímpicos
de
Tóquio,
em
documento assinado
por
Noel Baker,
o es-
porte passou a ser estendido também para o homem co-
mum, isto é, o não-atleta, na expectativa da utilização
esportiva para
a
qualidade
de
vida. Este renovado enten-
dimento do fato esportivo, depois de referendado pelo
Conselho da Europa em
1966
e por organismos interna-
cionais, como a UNESCO, através de importantes do-
cumentos filosóficos, interferiu inclusive com as respon-
sabilidades sociais
do
Estado diante
do
esporte.
Desse
modo,
uma
teoria geral para
o
esporte, conside-
rando toda a sua modernidade, e
colocando-o
nas suas in-
terseções
efetivas
com a
Sociedade
e o
Estado, pôde contri-
buir para novas reflexões sobre este fenômeno,
sem dú-
vida, um dos mais importantes deste final de século XX.
15
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cada
pelo
fato de que aquele
estudioso alemão entendeu
o
esporte pertencendo
ao
domínio
do
jogo.
Entretanto,
Ulmann (1965),
mesmo tentado a acre-
ditar numa perenidade
do
esporte,
e
considerando
uma
diferença
de
séculos
e de
civilizações
e até o
atestado
da
história sobre a permanência dos jogos em todas as épocas,
insiste em explicar o esporte na sua origem, a
partir
da
interpretação moderna deste fenômeno. Nesta perspec-
tiva,
o
esporte teria
o seu início
formal
com
Thomas
JrS
f <3O^
\
oaiO
rnold em 1$28, quando exercia a direção do Colégio de
Rugby,
na
Inglaterra
e,
utilizando-se
dos
jogos físicos
praticados pela aristocracia
e
burguesia inglesa, incorpo-
rou-os aos métodos de educação, deixando nessa prática
esportiva
uma
autonomia
tal que
seus alunos pudessem
dirigi-lo,
levando-os a organizarem-se segundo os precei-
tos do fair
play .
Além disso, as regras começaram a
surgir
naturalmente das práticas e, logo, passaram os
limites de Rugby, estendendo-se rapidamente para fora
da Inglaterra, atingindo outros países da Europa e o resto
do
mundo.
As
percepções
de
Arnold
são
consideradas
o
início
do
esporte institucionalizado,
do
esporte popular
e
do
esporte escolar, isto
é,
constituem
o
marco histórico
da
modernização
do esporte. Esta
teorização
da origem do
esporte defendida por Ulmann também recebe o apoio de
Poplow, citado por Ueberhorst
(1973).
Thomas Arnold,
no seu
entendimento
e
utilização
do
esporte, identificou dois aspectos diferentes,
mas
insepa-
ráveis: o fornecimento de prazer para os jogadores e espec-
tadores,
e a
oportunidade
de
formação moral. Segundo
18
Ulmann, o esporte recebeu com Arnold uma influência
específica do darwinismo, ao recuperar o utilitarismo no
qual o pensamento inglês estava compreendido.
O esporte moderno, então originado na concepção de
Arnold, apresentava neste seu momento histórico inicial
três características principais:
a) é um jogo;
b) é uma
competição;
c) é uma
formação.
Essas características, segundo Ulmann, se aproximam
às dos gregos antigos. Apenas quanto à
formação
do ,
homem, o esporte nã o é compreendido do mesmo modo,
pois
Arnold colocou
o
esporte
a
serviço
da
ação moral, ofe-
recendo
ao
corpo
a função de
ajudar
o
homem
a
obedecer
à lei moral. Nesta expectativa, o corpo tornou-se um agen-
te, um
meio
da
moralidade,
e o
esporte
um
auxiliar
do
corpo. A o contrário, esta percepção nã o representa o ponto
de
vista dos gregos antigos. Platão, citado por Ulmann
(1965), que expressou bem o espírito grego, dizia que
o
corpo deveria
te r
beleza para
que a
alma
fosse
bela
e
reciprocamente a alma deveria estar pura e bela para
que a
beleza
e o
vigor
do
corpo
não
fossem
somente apa-
rentes. Verifica-se que o esporte para os gregos,
diferen-
temente da concepção arnoldina, era valorizado, sem tor-
nar-se num
meio
de um
meio.
Pierre de Coubertin, citado por Gillet (1975), e que
teve
influência
dos
pensamentos
de
Arnold
na sua
inicia-
tiva, na final do século XIX, de restaurar os Jogos Olím-
19
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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picos, disse
que o
esporte enquanto cultivado como arte
pelos gregos
provocou
um florescimento magnífico e per-
sistente. Mas, para ele,
ao
ficar
sem a
proteção
de
certas
atenções, debilitou-se, reaparecendo em estado selvagem
e com
vigor
na
Idade Média para
ser
aquecido diante
do
próprio
avanço
da
sociedade,
até
reencontrar-se
no
século
XIX num processo que o submeteria a uma
força
inten-
siva que o conduziria a um crescimento rápido e a uma
produção de variedades de modalidades que, muitas vezes,
se tornou
incontrolada.
As reflexões sobre outras teorias sobre a origem do es-
porte,
embora reconhecendo-as subjetivas em função das
próprias interpretações,
das
dificuldades
do
restabeleci-
mento das estruturas de passado e das imagens de homem
na cosmovisão de cada autor, tornam-se imperativas para
que se possa desenvolver uma melhor compreensão do
presente do fenômeno esportivo.
U ma
dessas teorias mais aceitas e consideradas no estu-
do do esporte é a de Eppensteiner (1973), que se refe-
rencia nas motivações da ação esportiva. Ao distinguir
que
essas motivações derivam
de
duas vertentes,
a
natu-
reza
e a cultura, e ao entender a cultura
como tudo aquilo
que advém da vivência do homem em sociedade, esse
autor refere-se à origem do esporte como um fenômeno
biológico
e não
histórico.
Para
ele,
em
todas
as
épocas,
as causas culturais e biológicas do esporte coexistem, crian-
do um
instinto esportivo,
que
pode
ser
considerado
a re-
sultante da combinação dos instintos do lúdico, do mo-
vimento e da luta.
20
Outra teoria importante sobre
a
origem
do
esporte
m o-
derno
é a dos historiadores
norte-americanos
Van Dalen,
Mitchel
e
Bennet,
os
quais, segundo Ueberhorst
(1973),
concebem
o
fato esportivo como
um
problema pedagógico
desde as épocas primitivas. Nesta perspectiva, a questão
da
origem
do
esporte está ligada
aos
fins educacionais
do
homem nos tempos primitivos. Desse modo, essa origem
pode ser buscada pelos aprofundamentos sociológicos e pela
investigação etnológica nos povos primitivos, pois a des-
coberta
da
consciência
e da
solidariedade
de
grupo serão
sempre
as
orientações indicadas.
Em todas as teorias e colocações observadas, é possível
extrair-se alguns pontos comuns, que permanecem no es-
porte
moderno:
a) que o
componente psicossocial fundamental
do es-
porte
é o
caráter competitivo;
b) que o esporte, desde o início colocado sempre na
perspectiva
do
progresso
do
homem, necessita
de
uma visão
interdisciplinar;
c) que o esporte moderno, ao delimitar-se pelas regu-
lamentações e codificações, supõe um autocontrole,
que se
constitui
num dos
princípios básicos
da
con-
vivência humana.
Concluindo, observa-se que na tentativa da aceitação
de uma teoria para a explicação da origem do esporte
moderno podem-se aceitar
os
posicionamentos
d e
Ulmann
e Poplow, nos quais a ruptura do esporte antigo ocorreu
em
1928, com Thomas Arnold, e, sem absolutizá-los,
21
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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admite-se que as demais teorias, como propõe
Ueberhorst,
apresentam aspectos parciais válidos
e
relevantes para
o
entendimento da gênese do fenômeno esportivo contem-
porâneo.
Referências
Bibliográficas
1.
DIEM, C. — História de lo s Deportes. Barcelona:
Luís
de
Coralt, 1966.
2.
EPPENSTEINER,
F. — El
Origen dei Deporte,
In
Citius,
Altius,
Fortius. Madrid:
Instituto
Nacional de Educacion Fí-
sica
y Deportes, 1973, XV, 259 — 272.
3. GILLET, B.
Histoire
du
Sport. Paris: Presses Universitaires
de France,
1975.
22
II - A Evolução do Conceito de
Esporte
Os
impactos da evolução social britânica do século XVIII
e
da
estruturação pedagógico-esportiva inglesa
do
século
XIX, segundo
Cagigal (1979
), contribuíram decisivamen-
te
para
a
conformação
do
chamado esporte moderno,
com
suas características, de organização por unidades sociais
específicas
denominadas clubes, de regulamentações e co-
dificações
que
facilitaram
a
internacionalização
das
mo-
23
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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dalidades esportivas,
e, ainda, a
exaltação
da
conduta
esportiva sintetizada
na
expressão fair
play , a
qual
compreende o cavalheirismo, o respeito ao adversário, a
aceitação da derrota, a colaboração em equipe e muitas
outras virtudes. Observa-se desse modo que o conceito de
esporte
na sociedade
moderna recebeu
dilatações
notáveis,
que vieram permitir o entendimento desse fenômeno em
toda a sua renovada
amplitude.
O
esporte, como entidade multifuncional
que
compreen-
de
tantas riquezas
e
aspectos
da
vida humana
e da
socie-
dade, também tem evoluído conceitualmente no sentido
de uma
maior abrangência, para
o
cumprimento
do seu
papel
de bem
cultural, pois, como patrimônio herdado,
a
sociedade deve dele servir-se
e
depois transmiti-lo acres-
cido das experiências desenvolvidas.
Neste sentido, é importante iniciar a trajetória dessa
evolução
iniciando com Thomas Arnold
(1928),
quando
propiciou meios para
sua
institucionalização. Este edu-
cador histórico criou
uma
utilização educativa
do
esporte,
na qual apresentava uma primeira divisão em elementos
ou
características, como
ele
chamou:
a) o
jogo;
b)
a
competição;
c) a formação.
Por outro lado, o utilitarismo, de inspiração darwinista,
e
a busca prioritária da modalidade, constituíram-se em
outras características fundamentais da concepção de es-
porte
de
Arnold.
O
sucesso
da
experiência
de
Arnold
24
levou
a sua
concepção para outras nações,
e até a
inspira-
ções importantes, como para Coubertin, que restaurou o
ideal olímpico
com a
certeza
de que o
esporte serviria
para
as
finalidades
da paz que
defendia.
Para
Coubertin,
segundo Gillet (1975), o esporte era entendido como o
culto voluntário
e
habitual
do
esforço muscular intensivo
apoiado sobre
o
desejo
de
progresso
e
podendo chegar
até
o risco. Com o Barão
Pierre
de Coubertin, o esporte criou
o seu organismo internacional mais importante, o Comitê
Olímpico Internacional
(COI), que ficou
encarregado
de
desenvolver
o olimpismo
como movimento filosófico
do
esporte, e a promover as Olimpíadas de quatro em qua-
tro
aaos,
sem
dúvida
a
celebração máxima
do
esporte
mundial,
e
consolidação
do fenômeno
esportivo
na sua
manifestação de
maior nível técnico.
Entre os conceitos de esporte elaborados po r diferentes
tendências, existem aqueles
que se
vinculam principal-
mente
ao
conceito
de
jogo. Para esses,
de um
modo
geral,
o
esporte, além
de ser
exercício físico,
ter
caráter com-
petitivo,
e
cumprir
funções
relevantes como
a
higiênica,
a educativa, a hedonística, a biológica, a de promoção
social, constitui-se numa conduta lúdica
de
alcance psi-
cossomático.
A
referência principal desse grupo
é
Caillois
(1958),
que
caracterizou
os
jogos
em:
a) agon
jogos
de competição);
b) álea (jogos
de
azar);
c) mimicry
jogos
de mímica);
d)
ilintix
(jogos de vertigem).
25
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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Para Caillois, o esporte é a forma socializada do agora.
Nesta
mesma tendência ainda
se
encontra outro conceito
importante do esporte, que é o de Diem (1966). Para
ele o esporte pertence ao domínio do jogo, e,
como
o
jogo,
é de uma índole especial, livremente adotado, pleno
de
valor, levado a
sério,
regulado com exatidão e, antes
de tudo, buscando rendimento.
Por
outro lado, Bouet (1968), numa tendência con-
trária a Caillois e Diem, ao reconhecer o esporte como
intensivo
e
transcendente,
em
oposição
ao
jogo
que é ex-
tensivo e
iminente,
considerando ainda que o tempo es-
portivo condiciona
a
preparação
do
esportista,
o
qual visa
entre outros a máxima rentabilidade no tempo regulamen-
tar de uma
competição, campeonato, época esportiva
ou
sucessão de
épocas esportivas, onde seus
.praticantes
nele
penetram
por
intermédio
da
arbitragem
e do
espetáculo,
af i rma:
O
esporte
é
efetivação, aplicação
de
princípios, nor-
mas,
superação, consciência
do
indivíduo, busca
de ob-
jetivos,
especialização .
Outra
percepção
das
mais interessantes
do
fenômeno
esportivo
é a de Eppensteiner (1973), que compreende
o
esporte como
um
atributo originário
da
natureza huma-
na, devendo sua origem a instintos profundamente liga-
dos ao
prazer, entre
os
quais
o
movimento,
e a uma
clara
intenção
de
conjugar,
com
repercussões positivas biológi-
cas
e
culturais,
o
instinto lúdico
e o
instinto
de
luta
no
instinto
esportivo.
26
U m a das contribuições mais
efetivas
para o entendi-
mento sobre
o
esporte
foi a do
italiano Antonelli (1963),
que ao
conceituar esse fenômeno identificou seus
três
elementos básicos:
a) o
jogo;
b)
o
movimento;
c) o
agonismo
(competição).
Ainda distinguiu
quatro aspectos característicos do
esporte:
a) o
ético-social;
b) o psicopedagógico;
c)
o
psicoprofilático;
d) o
psicoterapêutico.
Observa-se
que os
elementos
distinguidos por
Antonelli
correspondem
às características percebidas por Arnold
com
a
substituição
da
formação pela competição.
U m a outra posição
e
entendimento sobre
o
esporte mui-
to considerada na literatura esportiva especializada é a
de Magnane (1969), que ao examinar o esporte desde
o
ângulo individual, desprezando a sua perspectiva social,
o qualifica como atividade de prazer, podendo deixar de
exercer este papel com relativa facilidade, quando con-
verte
a
prática esportiva
em
profissão. Para esse sociólogo
francês o esporte é uma atividade de prazer em que o
dominante é o esforço físico, que participa em vez do
jogo e do trabalho, praticado de maneira esportiva, com-
27
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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portando regulamentos e
instituições
específicas, e é sus-
cetível
de
transformar-se
em
atividade profissional.
Entretanto, o grande marco numa revisão no conceito
do
esporte foi o Manifesto do Esporte, editado pelo Con-
seil
Internationale d'Educatíon
Physique
et
Sport ,
órgão
ligado
à
UNESCO,
no
qual
o
fenômeno esportivo
foi
tra-
tado na perspectiva do tempo
livre
e da escola, além da
referência ao esporte de alta competição, que já estava
exaustivamente abordado nas concepções anteriores do
fato
esportivo. Logo a seguir, a Carta Européia de Esporte
Para Todos, publicada em 1966 sob a responsabilidade
do
Conselho da Europa, referendou toda a nova responsa-
bilidade do esporte diante do fenômeno da participação.
A
partir
desses documentos, as conceituações de esporte
passaram a referenciar-se nessa nova abrangência, com as
interseções necessárias nas práticas esportivas institucio-
nalizadas e populares, e às vezes com abordagens especí-
ficas
das responsabilidades esportivas no meio escolar.
Nesse sentido, são importantes as concepções de Noronha
Feio (1978), Cazorla Prieto (1979), Cagigal (1979)
e
Clayes
(1984).
Para
Noronha Feio
(1978),
o
esporte
é o
lugar onde
se
desenvolve o comportamento do homem, o homem só ,
o homem em pequenos grupos ou em
multidão,
numa si-
tuação agonístico-recreativa. Esse
autor,
para
uma
melhor
compreensão do fenômeno esportivo na atualidade, tam-
bém mostrou a necessidade de isolar-se um dos seus com-
ponentes fundamentais: o
jogo.
Ao entender que o esporte
é jogo e algo mais, justifica esta posição ao
salientar
que
28
o
homem dele participa na sua totalidade, pois o mesmo
é um fenômeno complexo universal, uno e indivisível,
que mantém as características essenciais do jogo e acres-
centa outros conteúdos.
Como
jogo, Feio entende o esporte
através
da definição de jogo de Huizinga
(1951):
O jogo é uma ação livre, sentida como fictícia e situa-
da fora
da vida corrente, capaz de absorver totalmente
o
jogador, que se realiza num espaço e num tempo
expressamente circunscrito e se desenvolve ordenada-
mente segundo determinadas regras, suscitando na
vida relações de grupos, os quais voluntariamente se
envolvem de mistério ou acentuam po r disfarce a sua
estranheza face ao
mundo
habitual...
Nesta
definição
de jogo de
Huizinga, Noronha Feio
ainda acrescentou os dois elementos da atividade lúdica:
a tensão
e
a
alegria.
Entretanto, o próprio Feio reconhece
que o esporte não se identifica totalmente com o jogo,
existindo diferenças, e até antagonismos, onde a Psicolo-
gia, a Sociologia e a Política tornam-se ciências indispen-
sáveis para estudar o homem e/ou agrupamentos huma-
nos em
situação esportiva.
Cazorla
Prieto
(1979)
por sua
vez,
ao
conceituar
o
esporte, coloca-o inicialmente como problemática
com
duas hipóteses: se o esporte é por sua natureza um a ati-
vidade
finalística, isto
é, com um fi m em si
mesmo,
ou,
pelo contrário, se é instrumental, ou seja, somente um
meio para alcançar outras metas. A seguir, este autor
listou vários pontos de' vista, pelos quais o
fato
esportivo
29
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pode ser examinado: o esporte, meio de aperfeiçoamento
pessoal
e
existencial;
o
esporte, acumulação
de
força
e raiz
criadora; o esporte como jogo; o esporte
como
fenômeno
estético; o esporte como treinamento ético; o esporte,
modelo
de
sociedade competitiva;
o
esporte, reação
de
compensação
e
adaptação frente
às
condições
de
vida
e
do
trabalho industrial; o esporte, mundo dos signos; o
esporte, válvula
de
escape
da
agressividade, reação
de
instinto de conservação da espécie; o esporte, meio para
aumentar a produção, a serviço da luta de classes e para
acabar com a alienação; o esporte, simbolização do con-
flito e
compensação
narcisista. Pelas
relações apresenta-
das, que provocam um grande número de expectativas
para a análise do fato esportivo, Prieto reconheceu as
contradições. Ao continuar na busca de um conceito para
o esporte, este autor formulou três pressupostos básicos:
a) o esporte deve se r entendido como expressão indi-
vidual
e
como
fato
social;
b) o esporte tem um ingrediente de esforço
físico
no -
tável;
c)
a natureza do esporte pode ser instrumental ou
finalística, segundo a predisposição psicológica da-
quele que o pratica e da manifestação esportiva de
que se trata.
Assim, para Cazorla
Prieto, o
esporte
é
entendido:
a) do ponto de vista individual, como uma atividade
humana predominantemente física, que se pratica
isolada
ou
coletivamente
e em cuja
realização
pode-
30
se
encontrar
a auto-satisfação ou um
meio
de
alcan-
çar outras aspirações;
b) do
prisma social, como
um
fenômeno
de primeira
magnitude na sociedade, m as também com conse-
qüências econômicas e políticas.
Cagigal
(1979)
compreendeu o
esporte
como uma
conduta humana típica e
específica
e um sucesso antro-
pológico, onde
o
protagonista, centro desse sucesso, é o
esportista, que é um ser humano com uma característica
especificada
por um certo tipo de
praxis ,
.entendida
como um exercício liberador da evidência lúdica, além
de uma
confrontação
d e
capacidades pessoais, evoluciona-
das até uma competitividade. Na
verdade,
o
conceito
de
esporte
de
Cagigal reconheceu
a sua
veracidade multifun-
cional diante
da
atualidade, mostrando
que
esta diversi-
dade de realidades humanas e sociais pode ser resumida
em duas grandes direções:
a) o esporte-espetáculo;
b) o esporte-práxis.
O primeiro caracterizado pela sua condição de espe-
tacularidade e organização progressiva, enquanto o segun-
do, em outra direção, com características mais higiênicas,
educativas, ociosas, lúdicas,
è de
espontânea relação social.
Outro
autor que tem acompanhado o avanço conceituai
do esporte é Clayes
(1984),
quando considera que a am-
pliação desse conceito ocorreu justamente pela sua rela-
ção com o
movimento
Esporte Para
Todos ,
iniciada
há
31
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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alguns anos, mas que em 1966 pela
Carta
Européia de
Esporte
Para Todos
do Conselho da Europa recebeu sua
efetiva formulação e passou a apresentar um novo refe-
rencial
teórico básico. Ao colocar-se diante desse
fenôme-
no
social, porque desconhece
que
previamente
o
esporte
é uma
atitude pessoal,
ele
defende
que o
esporte precisa
se r teorizado a partir do esportista que o
pratica.
Guima,
ao
defender
que o
esporte
se
define
por uma
prática,
justifica que deve ser estudado
pelas
atividades e inte-
resses, concluindo que o esporte é uma prática e uma
atitude. Ao fixar-se de que a prática do esporte afeta o
esportista,
sem
caracterizar suas relações sociais,
ele
situa
que a natureza da atividade esportiva pode ser entendida
pela liberdade pessoal, respeito e compreensão. O espor-
tista, para melhorar seus movimentos, necessita conhecer-
se
e dominar-se, e assimilando seus defeitos e capacidades,
comparando-os
com os outros, aceitando-se como é e acei-
tando os demais como são. N a perspectiva d e valores trans-
mitidos
à
sociedade, independentemente
se o
esporte
seja
um espetáculo, um a ocupação do ócio, um a prevenção
sanitária,
uma
tentativa
de
melhorar
a
raça
e
espécie
humana,
ou
propaganda
de um
regime político,
ele
tam-
bém
admite que o esporte, por sua generalização, chega
a
formar
parte da cultura. Finalmente, Guima
(1984)
conclui como conceito de esporte:
Trata-se
de uma atitude
pessoal,
uma
forma
de
admi-
tir a vida, que se consegue pela reiteração de exercícios
físicos, que se concretiza em conhecer-se e aceitar-se
32
e aos demais sem que se produza outro benefício para
a
sociedade .
Depois desta passagem por diferentes interpretações do
fato esportivo nas suas relações com a sociedade, chega-se
à certeza de que a maior amplitude do conceito de esporte,
proposta pelo Manifesto do Esporte , depois validada
pela Carta Européia de Esporte Para Todos e por inú-
meros
pensadores
da questão esportiva, passa a conside-
ra r praticamente todas as
formas
de movimento físico
que se vinculam à recreação e condição física, como as
corridas e outras atividades casuais, localizando-as nas
manifestações do
chamado esporte popular. Verifica-se
que a abrangência do conceito de esporte absorveu tam-
bém
o sentido da participação, enriquecendo o entendi-
mento
do
fenômeno esportivo.
Na
verdade,
o
conceito,
no
sentido
estrito do
esporte,
que
supunha
um
número limi-
tado de atividades humanas realizadas sob o caráter com-
petitivo, deu lugar a um conceito mais amplo, em que
todas as formas possíveis de movimento
físico
podem se r
interpretadas como atividades esportivas. Nesta nova pers-
pectiva do
esporte,
até os
processos
de
aprendizagem
es-
portiva passaram também
por uma
revisão, pois agora
terão
que ser
compreendidos
na
estrutura social
em que
estão inseridos. Desse modo, as estruturas sociais nas quais
as
pessoas estão situadas são decisivas para os seus com-
portamentos esportivos, e a cultura será determinante
nesta
participação.
Enfim, o esporte nesta renovada interpretação, com o
acréscimo do sentido participativo, deverá constituir-se
33
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muito mais em fator de favorecimento ao bem-estar do
que em atividade de utilidade econômica, recriando a pró-
pria percepção
do
fenômeno esportivo,
ao
estabelecer
as
linhas para um
novo
estatuto, no qual a participação
3
con-
quista
um
papel predominante
e
passa
a
representar
a
nova
característica
do
esporte contemporâneo,
e o
esporte
de
alta competição torna-se mais trabalho
do que
jogo.
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III - A Discussão Internacional do
Termo Esporte
No
século XIV, lembra Cagigal
(1979),
os
marinheiros
mediterrâneos usavam
as
expressões fazer esporte, des-
portar-se
ou
estar
de portu para referir-se a diversões de
confronto entre as suas habilidades físicas. Embora o
ter-
m o esporte tenha
um
largo emprego, também sobre
a
forma desporto,
ele
apresenta algumas diferenças
de
signi-
ficados e conteúdos nos países que mais aprofundaram a
interpretação
do
fenômeno esportivo.
37
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Loy
Jr.
(1968),
ao desenvolver a interpretação deste
termo
na
língua inglesa, focaliza
o
esporte como
um
acon-
tecimento de jogo, no qual é definido como qualquer
forma alegre
de
competição cujo resultado
é
determinado
pela habilidade física, estratégica,
ou
oportunidade
em-
pregada individualmente
ou em
combinação . Nesta pers-
pectiva, o esporte é considerado como a coletividade de
esportes individuais que podem ser compreendidos como
tipos
de
jogos especializados. Essa definição
de
jogo,
e
conseqüentemente de esporte, segundo Broekhoff (1986),
é remetida principalmente das concepções de Huizinga
(1938) e
Caillois
(1958). Também Rijsdorp (1966)
respalda o conceito de esporte de Loy Jr. ao afirmar que
o
esporte
é
o
desenvolvimento
da
antítese
do
jogo
na
direção da competição . Mas é o próprio Loy Jr. quem
concebe o
esporte como
um
jogo institucionalizado,
já
que compreende uma organização, a constituição de equi-
pes, responsabilidades,
funções
simbólicas e outras carac-
terísticas, provocando
uma
relação
com
a educação,
por
considerar que o resultado e o seu conhecimento necessi-
tam de
mais processos
de
instrução formal
do que informal
e de aprendizagem casual.
Broekhoff,
ao
identificar
na literatura
esportiva alemã
diferenças
terminológicas
e de conteúdo no vocábulo
esporte do alemão para o inglês, encontra um a explicação
,.na
reforma
educacional germânica de 1950, quando
ocor-
reu a substituição do termo L eibeseiziechung Korpererzie-
chung
1
1
, que significava educação física, pelo termo Spor-
tunterricht , traduzido
por
esporte. Essa mudança
não
38
foi somente semântica como à primeira vista parece, pois
a evolução social e a importância política e promocional
do
esporte após
a
Segunda Guerra Mundial foram deter-
minantes nessa alteração, que coincidiu com o apareci-
mento de estímulos do governo alemão para a ciência
do
esporte, criando instituições científicas e mecanismos
de financiamento à pesquisa esportiva nas universidades.
Por sua
vez,
nos
Estados Unidos, embora
se
registrem
algumas tentativas de mudança de terminologia como na
Alemanha Federal, segundo Broekhoff
(1986),
o termo
educação física permaneceu
nas
escolas públicas
e
uni-
versidades,
e o
termo esporte continuou
com o
sentido uti-
lizado
na Inglaterra. Na França, também ocorreu o mes-
mo fenômeno, permanecendo
no
idioma francês
os
termos
Education Physique e
Sport .
A
palavra esporte para Haag (1979) até agora nã o
provocou problemas
de
interpretação internacional
que
possam prejudicar a chamada ciência do esporte, pois as
suas subdisciplinas, a medicina esportiva, a biomecânica
do esporte, a psicologia esportiva, a sociologia esportiva,
a história do esporte e a filosofia do esporte, possuem
organismos internacionais próprios, publicações específi-
cas
e têm
realizado números congressos científicos inter-
nacionais com seus temas e discussões peculiares. Não
obstante, está surgindo um novo campo de discussão cien-
tífica, já com
muitas
controvérsias, que é a chamada Pe-
dagogia do Esporte ( Sport Pedagogy ) que já mereceu
uma
sessão específica no Congresso Olímpico de Eugene/
Oregon (1984) e muitas publicações, consolidando uma
39
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literatura
especializada. Para Haag
(1979), a
Pedagogia
do Esporte constitui
a
sétima subdisciplina
da
ciência
do
esporte. Registre-se que, segundo Broekhoff (1984), a
Pedagogia do Esporte (Sport Pedagogik) se desenvolve
na Alemanha, a partir da teoria da educação
física,
e em
consonância
com o
movimento trocou-se
o
nome
de
edu-
cação física para esporte.
Por
outro lado, Grupe
e
Kurtz
(1966)
no dicionário
tfilíngüe
da ciência do esporte,
ao confirmar a tradução de Pedagogia do Esporte para
Teoria da Educação
Física,
relacionaram o esporte com
a
educação, oferecendo
a
fundamentação para
a
prática
esportiva educativa, e objetivando a valorização do de-
senvolvimento humano e da qualidade de vida, esta
colo-
cação ultrapassou a definição de esporte de Loy Jr. no seu
aspecto
d a
institucionalização, colocando-o como meio para
uma consecução ampliada de objetivos pedagógicos.
Na União Soviética, os termos
Fizcultura,
traduzido
por cultura
física,
e esporte são muito empregados, onde
o
esporte, segundo Adam
(1979,
Pavlov
(1980)
Riordan
(1980) e
Dmitroux
(1980),
está situado
na
abrangência
da cultura física, constituindo-se a base de uma estrutura
esportiva denominada Gotov k trudi i oborne ( GTO), so b
a
forma
de uma
pirâmide,
qu e
compreende toda
a
popu-
lação esportiva soviética ativa.
N o
Brasil, especificamente, outro aspecto importante
do debate do esporte é a discussão semântica da utiliza-
ção
apropriada dos termos desporto,
sport,
ou esporte.
Lyra
Filho (1973)
é quem oferece a melhor contribuição
neste sentido. Ele explica que o vocábulo
desport
era
40
usado no francês antigo com o significado de
(prazer,
descanso,
espairecimento,
recreio, transformando-se pos-
teriormente
em sport
para
o
próprio francês,
e
também
chegando
ao
idioma inglês
do
mesmo modo.
Por
outro
lado, os
espanhóis
passaram a utilizar
deporte,
os italianos
Deporto,
e os
portugueses consagraram
o uso do
termo
desporto.
Lyra
Filho,
após consultar Antenor Nascentes,
e explicar
a
utilização
de
Desporto
na
criação
da
antiga
Confederação Brasileira
de Desportos
(CBD),
como um
arcaísmo revivido por Coelho Neto, e ao mostrar que no
país existe
una uso
indiscriminado
das
palavras
desporto
e esporte, nos
textos legais
e na
linguagem popular, opta
pelo vocábulo arcaico
desporto.
Ao
reconhecer-se que no nosso país há apenas uma
relativa relevância de relação entre o termo utilizado e o
seu
conteúdo,
nas
hipóteses
do uso de esporte ou desporto,
conclui-se
que
qualquer
uma das
opções atende para
a
percepção da abrangência conceituai do
fato
esportivo,
acrescentando-se que por uma questão de hábito se achou
por bem prosseguir no emprego do termo esporte.
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42
IV ~ O Esporte, a
Educação
Física
e os
Documentos Filosóficos
Internacionais
Á
partir
da
década
de 1960,
surgiu
uma série de do-
cumentos
emitidos
pelos organismos internacionais
que
tratam
das
questões
do
esporte
e da
educação física,
os
quais evidenciaram
a
tendência internacional
do
pensa-
mento ideológico na tentativa de uma proposta de resgate
dos
princípios desses campos de conhecimento e atividade
43
w
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humana. Segundo
Costa Ferreira
(1985), essas entida-
des, ao formularem seus posicionamentos, mostraram uma
consciência das crises atuais e uma preocupação com a
vontade de
anunciar
o
futuro, respeitando
o
passado
da
educação física
e do
esporte.
Os
documentos
que
serviram
de
reflexões para
a
comu-
nidade educacional e esportiva foram:
a) Manifesto Mundial do Esporte; pelo CIEPS
(1964);
b) Carta Européia de Esporte Para Todos, pelo Con-
selho da Europa
(1966);
c) Manifesto da Educação Física, pela FIEP (1970);
d) Carta Internacional de Educação Física e Esporte,
pela UNESCO (1978).
O primeiro documento, o Manifesto Mundial do Espor-
te, editado pelo Conseil Internacionale d'Education Phy-
sique
et
Sport (CIEPS)
da
UNESCO,
em
1964, logo
após
os
Jogos Olímpicos
de
Tóquio, representou
uma
primeira grande
reflexão
internacional sobre o esporte,
seu
conceito, sua abrangência, suas virtudes e seus peri-
gos. Após
uma
introdução,
na
qual conceituou
o
esporte,
tratou
do
grupo desportivo,
da
promoção
do
homem
pelp
esporte,
do
direito
de
todos
em
praticarem esporte,
das
obrigações do esporte e dos deveres dos dirigentes espor-
tivos,
desenvolvendo três capítulos:
a)
O esporte na escola;
b) O
esporte
nos
tempos livres;
d)
O esporte de alta competição.
44
N o capítulo I, ao
tratar
do esporte :ua escola, o do-
cumento dividiu-se
em
partes referentes
a:
„
a)
esporte, parte integrante
da
educação;
b) uma educação equilibrada;
c)
o esporte a serviço do homem;
d)
os problemas novos num mundo de transformação;
e) a contribuição do esporte para a solução dos novos
problemas;
f)
o
desenvolvimento
do
talento esportivo;
g) a qualificação dos ensinamentos.
N o Capítulo II do Manifesto do Esporte, tratou-se do
esporte nos tempos livres e, para que esta perspectiva
esportiva
fosse
abordada,
foram
apresentadas as seguintes
partes:
a) o esporte e os tempos livres;
b)
programas apropriados;
c) o esporte, a oportunidade para atividades livres;
d) a
importância
do fair
play ;
e)
o
espírito esportivo;
f ) o
equipamento necessário.
No
terceiro e último capítulo, este manifesto considera
o esporte de alta competição, apresentando colocações
sobre:
a) o esporte e a promoção do campeão;
b)
o
dilema atual;
45
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c) os princípios de uma reforma;
d) uma
solução;
e)
conclusão.
O Manifesto do Esporte, com a autoridade e a relevân-
cia da assinatura principal,
Philip
Noel-Baker,
prêmio
Nobel
da Paz de 1939, foi um
grande impacto
na
própria
aceitação
do
esporte naquela época, pois serviu
de
marco
para um a nova abrangência do conceito do esporte, con-
siderando
o
esporte
na
escola
e o
esporte
no
tempo livre,
além do
esporte
de
alta competição,
que até
então preen-
chia perfeitamente
o
entendimento sobre
o
fato esportivo.
O segundo documento
d e
importância para
o
novo en-
tendimento
do
esporte
no
mundo
foi a
Carta
Européia
do Esporte para Todos, do Conselho da Europa, em 1966,
que
teve
a
preocupação
de
promover
o
esporte
na
pers-
pectiva
da educação permanente e do desenvolvimento
cultural.
Registre-se que o movimento esporte
para
todos
teve
início na Noruega
pela
campanha denominada
Trimm, sendo logo seguida pela Alemanha Federal, Sué-
cia e Bélgica, para depois chegar aos Estados Unidos e
Canadá.
A Carta Européia para Todos f oi estruturada em cinco
textos:
a)
adoção
e
princípios
do
esporte para todos;
b) o papel das autoridades públicas diante do Esporte
para Todos;
c) as
formas
de cooperação;
46
d)
as
estruturas
de cooperação;
e)
a resolução geral.
O primeiro texto, compreendendo oito artigos, coloca
a sua
^premissa básica logo
no
primeiro artigo, quando
estabelece
que
todos
têm
direito
à
prática
do
esporte.
Os
demais
sete artigos desenvolvem
os
princípios
fundamen-
tais
do
movimento Esporte para Todos ,
os
quais, pode-
se acrescentar, constituem
a
própria base
do
chamado
esporte
popular.
O
segundo texto,
ao
discutir
o
papel
das
autoridades públicas quanto ao desenvolvimento do
esporte para todos, distingue o assunto em cinco itens:
a) as responsabilidades das autoridades públicas;
b)
participação
de
distintos grupos sociais;
c)
as
condições materiais
da
prática
do
esporte;
d) o financiamento do esporte;
e) proteção
da
integridade
do
esporte
e dos
esportistas.
Os textos de número três e quatro, ao tratarem das
formas de
cooperação
e das
estruturas
de
cooperação,
apresentam uma série de diretrizes nestas duas perspecti-
vas
sob a
forma
d e
ações
e de
recomendações.
Finalmente,
o texto número cinco encerra o documento com o anúncio
e os
agradecimentos
das
colaborações prestadas
à
elabo-
ração dos textos, mas, fundamentalmente, esclarece que
o documento é apenas uma referência e que o
compro-
misso permanece
com
todos.
Para Clayes (1964) a Carta Européia de Esporte para
Todos é o estímulo
inicial
para o novo conceito de esporte.
Entretanto, com o conhecimento do Manifesto do Esporte
47
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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de 1964, verifica-se que aquele documento é realmente
0
marco para o alargamento do conceito de esporte. Por
outro lado, esta carta serviu para
uma
consolidação teóri-
ca
do que já estava acontecendo na
prática,
inclusive no
Brasil. O movimento esporte para todos é, sem dúvida,
a
manifestação maior do chamado esporte popular.
O terceiro desses documentos, elaborado a partir de
1968
e
divulgado pela
Féderation
Internacionale d'Edu-
cation
Physique (FIEP),
é o Man ifesto da
Educação
Fí -
sica.
Neste documento, de seis capítulos, o primeiro apre-
senta o conceito de educação física, o segundo trata do s
meios
de
educação física,
o
terceiro trata
do
lugar
das
atividades esportivas na educação física, o quarto aborda
as técnicas e formas pedagógicas, o quinto dedica-se aos
educadores, enquanto
o
último complementa
o
documento
apresentando preceitos sobre
as
condições.
N o
conceito
de
educação física formulado
no
Capítulo
1
do Manifesto, ela é entendida como o meio de educação
que usa as atividades físicas na sua intenção educativa,
utilizando-se dos meios naturais, ar, sol e água. Os objeti-
vos da
educação física são:
a)
corpo
são e
equilibrado;
b)
aptidão para
a
ação;
c)
valores morais.
O
objetivo
corpo são e equilibrado
trata
da
finalidade
higiênica da
Educação
Física.
N o
objetivo
aptidão para a ação
o
documento sugere
que o desenvolvimento da s qualidades
psicomotoras faci-
litará a vida diária, subdividindo-se em :
48
a)
qualidades perceptivas (percepções
internas — co-
nhecimento do próprio corpo, e percepções externas
— apuramento dos sentidos);
b)
qualidades motoras (destreza, velocidade, força,
habilidade, resistência
e
descontração);
c)
qualidade
de
autodomínio
e
raciocínio.
Estes visam
a reagir
eficazmente pelo equilíbrio psico-
fisiológico
contra os efeitos nefastos da mecanização, da
sedentarização, da
poluição,
da fadiga
nervosa provocada
pelo ritmo acelerado e tensões da vida civilizada.
Quanto ao
objetivo valores morais, este visa
à
morali-
dade em ação, ressaltando o clima ético da s sessões de
educação física e o
meio social ativo
no
qual
os
educado-
res têm
função
de
responsabilidade
na
formação
da
juven-
tude tanto para o mundo de hoje quanto para o de ama-
nhã. Torna-se evidente
que
tais valores estão diretamente
dependentes do conceito de Educação e do quadro políti-
co,
econômico
e
humano
de
cada país.
Observa-se que os
objetivos propostos pelo Manifesto
e o conceito formulado de educação física no mesmo rea-
f i rmam uma posição humanista de educação na perspec-
tiva
da
totalidade
do
ser, contrariando
a
perspectiva dua-
lista de
homem.
A
seguir, no capítulo III, o manifesto classifica as
atividades esportivas utilizadas na educação
física em:
a)
competição esportiva sistematicamente organizada;
b)
treino esportivo;
c ) j ogo-esporte.
4 9
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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No
primeiro caso, o esporte tratado é aquele institucio-
nalizado, com as características da
eliminação,
seleção,
codificação
e
outras.
Na segunda abordagem o
treino.es-
portivo,
embora desenvolva as mesmas qualidades físicas
que a educação física, tem uma utilização para a compe-
tição esportiva. E, finalmente, o
jogo-desporto
é
sugerido
no documento como aquele que melhor atende às necessi-
dades da sociedade moderna, por constituir-se numa per-
cepção humanista
do
esporte, onde
o
prazer
e a
satisfação
estão presentes no lúdico, ao contrário do que ocorre nas
competições
do
esporte federado.
No
quarto capítulo, as técnicas e as
formas
pedagó-
gicas,
ao
serem abordadas, provocam
a
evidência
da
neces-
sidade da investigação científica, ressaltando que a educa-
ção
física deve constituir-se numa ciência aplicada
e
autônoma, tendo o seu domínio próprio e os seus métodos
específicos.
Além disso, neste capítulo foram apresentados
os princípios fundamentais
que
devem orientar
a
ação
dos educadores:
a) grau biológico do esforço;
b) dosagem do
esforço
como adaptação às possibilida-
des individuais;
c) primado da preparação geral;
d)
importância das atividades ao ar livre;
e)
motivação do exercício;
f) ação educativa
do
grupo
e
influência
do
meio social.
O capítulo cinco
fala
da
importância
da
formação
do-
cente
e da
valorização
dos
educadores, enaltecendo
a ne-
cessidade do desenvolvimento das qualidades essenciais
50
do
pedagogo, da dedicação e do respeito aos valores
humanos.
Finalmente,
aborda os meios, isto é, as condi-
ções administrativas
e
materiais
que devem envolver um
processo de ensino de
educação física.
O Manifesto da Educação Física, além do aprofunda-
mento conceituai nas questões da educação física, reconhe-
ceu as relações deste campo educacional com o esporte,
colocando três perspectivas nas quais abordou os aspectos
positivos
e negativos, contribuindo também para a elucida-
ção
da percepção do esporte na sociedade moderna, quando
esse
fenômeno já era entendido numa concepção mais
alargada.
O
quinto documento
de
referência, emitido
por
orga-
nismos internacionais, e de importância fundamental para
o esporte e a educação física foi a
Carta
Internacional da
Educação
Física
e do Esporte da UNESCO, editada em
1978. Essa Carta apresenta-se com dez artigos, e já no
seu preâmbulo evidencia que foi formulada para
favore-
cer o desenvolvimento da educação física e do esporte a
serviço
do
progresso humano
e
estimular
os
governos,
as
organizações não-governamentais, os educadores, as
famí-
lias
e os próprios 'ndivíduos, a utilizá-la, difundindo-a e
colocando-a
em prática. No seu artigo primeiro, o direito
à prática da educação
física
e dos esportes é reforçado.
No
seu artigo segundo, o documento reafirma que a edu-
cação física
e o
esporte
são
elementos essenciais
da
edu-
cação permanente. No artigo três é colocado que o progra-
ma de educação física e esportes devem corresponder às
necessidades dos indivídoos e da sociedade. O quarto artigo
51
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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aborda
a questão da necessidade de qualificação dos recur-
sos humanos para atuar no ensino e na administração dos
assuntos da educação física e esportes. Os artigos quinto,
sexto, sétimo
e
oitavo tratam respectivamente
das
ques-
tões dos equipamentos e materiais, da pesquisa e avaliação,
da informação e documentação e dos meios de comunica-
ção
de massa, quando nas suas relações com o processo de
educação física
e
esportes. Depois,
os
artigos nono
e dé-
cimo valorizam a atuação das instituições nacionais e dos
programas de cooperação internacional, como condições
para o desenvolvimento universal e equilibrado da educa-
ção
física
e do esporte.
A carta
da
UNESCO para
a
Educação Física
e
Esporte
fo i
resultante das recomendações da conferência de minis-
tros e responsáveis de esporte, promovida pela UNESCO
em
1976.
Pode-se dizer
que
esta carta, além
de
constituir
uma posição oficial da UNESCO, tem o mérito de rela-
cionar a educação com os processos de educação física e
esporte, através de uma referência com a educação per-
manente. Acrescente-se que este documento consolidou a
tendência internacional da ampliação do conceito de
esporte, antes visto sornente sob a perspectiva da alta com-
petição e agora refletindo também o fenômeno da parti-
cipação.
Referências Bibliográficas
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A
evolução
do
conceito
do
Desporto
e o fe-
nômeno
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1964.
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1966.
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V. L. — Prática
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1984.
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Autor,
1970.
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tos aos
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da
UNESCO:
Autor,
1976.
7. UNESCO — Carta Internacional de Educação Física: Autor,
1978.
53
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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V - A Função Social do Esporte
O
homem é um ser delimitado por suas próprias dimensões
e
incapacidades físicas, por sua curva biológica, por sua
capacidade
psicológica
e por
suas
limitações
culturais
e
sociais. Quando tenta assumir sua realidade, ele na
verda-
de
busca uma primeira garantia de liberdade humana.
Mas
eis que
surge
a
sociedade
na
qual está envolvido,
com
sua problemática e historicidade, delimitando esse
homem ainda mais.
55
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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A sociedade
de
hoje,
ao
receber várias
demonstrações
diferentes, como sociedade tecnológica, sociedade
de
mas-
sa, sociedade
pós-industrial,
sociedade de rendimento, so-
ciedade de consumo, sociedade cibernética, e outras adje-
tivações, deixa na verdade algumas marcas, que podem
ser aceitas em quaisquer dessas
interpretações
de socie-
dade: a competitividade, a especialização, o rendimento, o
consumo, a desumani/ação, a desescolarização, o tecnicis-
mo, o
mecanicismo,
o
sedentarismo,
a
internacionalização,
e outras.
O sedentarismo tem levado à chamada doença do sécu-
lo: a hipocinestesia. Esse sintonia da sociedade moderna,
ao levar os homens a uma perda da qualidade de vida,
fez
com que
esse homem percebesse
a
valorização
da
vida.
E foi na
busca dessa valorização
da
vida
que
surgiu
a
necessidade
de um
aproveitamento mais adequado
do
ócio
e do
tempo livre
de
trabalho, surgindo, então,
o
esporte
popular, que também recebe várias denominações, tais co-
mo
esporte-participação, esporte de tempo livre, esporte-
lazer, esporte comunitário, esporte para todos, etc., o que,
sem dúvida, aumentou consideravelmente a dimensão so-
cial
do
esporte
ao
introduzir-se
na
abrangência
do
novo
conceito
de
esporte. Nesse
novo
conceito, além
do
esporte
institucionalizado, antes já assumido conceitualmente,
incorpora-se agora o sentido da participação, relacionando
a perspectiva de bem comum da população. O bem comum,
que
consiste
no
conjunto
de
meios
de
aperfeiçoamento
que
a
sociedade politicamente organizada
tem por fim
oferecer
aos homens, e que constitui patrimônio comum e reserva
56
da
comunidade, passou a representar a finalidade maior
desse
renovado esporte de
alcance
social. E foi justamente
este esporte, considerado como um dos maiores fenômenos
sociais
deste final
de
século
XX, que
provocou
a
impor-
tante colocação de Cagigal
(1979),
segundo a
qual,
em-
bora não se
viva numa sociedade desportiva, pode-se
afir-
mar que se
trata
de uma
sociedade esportivizada.
Por sua vez, Cazorla
Prieto
(1979), ao afirmar a
notável relevância social do esporte, mostra seis
referên-
cias para a localização dessa importância:
a) a dupla perspectiva: como fenômeno social universal
e como instrumento de equilíbrio pessoal;
b) o consumismo esportivo;
c)
os
espetáculos esportivos;
d)
os valores que o esporte leva à sociedade;
e)
o impacto social do associacionismo esportivo;
f ) a difusão do
esporte através
dos
meios
de
comuni-
cação.
Para Prieto, o esporte tem uma dupla perspectiva na
análise
de sua importância social:
a)
como
fenômeno social universal;
b) como instrumento de equilíbrio pessoal.
Como fenômeno social universal, o esporte constitui-se
de relações entre grupos sociais urbanos e até nacionais,
contribuindo para a existência biológica, para as combina-
ções
de
trabalho
e
vida
e
para enriquecer
a
cultura huma-
na. O esporte tornou-se um fenômeno cultural e social
57
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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universal,
que
reflete objetivos econômicos, ideológicos,
políticos,
culturais,
científicos e sociais.
Por
outro lado, numa sociedade
que
cada
vez
mais sub-
traiu os direitos do homem, estabelecendo um processo
de desumanização no mundo, a preocupação com o corpo
e o
lazer tornaram-se imperativos para enfrentar
o
dese-
quilíbrio presente.
O
esporte, como instrumento
de
saúde
e lazer, oferece ao homem reações importantes aos sinto-
mas negativos
da
sociedade atual, levando-o inclusive
a
uma busca de reencontro com a natureza.
Outro aspecto localizado por Cazorla Prieto é o fato
de que uma das coisas que numa sociedade de consumo
leva
as
pessoas
a
consumir
é o
esporte. Este consumismo
é
também impulsionado
e
influenciado pela sociedade
desportivizada
de
hoje.
O
homem,
ao
envolver-se
num
consumismo, transmite-o a outras necessidades que em
quadros circunstanciais diferentes talvez fossem prescin-
díveis,
mas que
atualmente compõem inclusive
o
próprio
estudo
de vida daqueles que pertencem da classe média
para cima.
O
esporte
é, sem
dúvida,
uma das
variáveis
mais ponderáveis no estilo de vida atual.
Quanto
aos
espetáculos esportivos, pode-se dizer que,
segundo Prieto, eles manifestam
a
própria importância
do
esporte, tornando-se verdadeiros retratos da sociedade de
massas, ao mesmo tempo que também servem de escapismo
do
homem moderno.
O
espetáculo esportivo, para este
autor espanhol, exerce
uma
grande atração sobre
a
massa
de cidadãos, suplantando de fo rma nítida a maioria dos
outros tipos de espetáculo, inclusive, levando os especta-
58
dores a processos de identificação com os ídolos dos está-
dios, conduzindo-os
a
emoções fortíssimas
de
sofrimento,
síress,
alegria,
prazer, convivência,
etc.,
podendo chegar
até à violência. A imprensa, na sua atuação permanente
de
busca
da
notícia sensacionalista, contribui
em
muito
para a
conexão
das pessoas com o
fato
esportivo, a
qual
propicia muitas vezes formas de liberação momentânea
dos indivíduos.
Quanto
aos valores com que o esporte pode contribuir
para a sociedade, Cazorla Prieto reconhece que o
fenô-
meno esportivo conduz
os
homens
a
inúmeras virtudes
sociais, levando-os à convivência, à coesão e identifica-
ção social, além de valorizar o tempo do ócio como tempo
eminentemente pessoal.
O
esporte também
é
considerado
uma atividade idônea,
por
Prieto, para esta ocupação
do
tempo
livre
de
trabalho
e
ainda como meio
de
promoção
social e comercial. Neste último aspecto, ele
justifica
este
posicionamento pelos precedentes
de
mobilidade social
de
atletas profissionais pertencentes
a
estratos sociais mais
modestos, pelo prestígio
que os
protagonistas esportivos
alcançam, gerando novas oportunidades comerciais, em-
bora reconheça
a
transitoriedade
da
situação,
o
estrelato
esportivo efêmero e o
fato
de que somente alguns poucos
têm mais chance nessa mobilidade social.
Outro aspecto importante citado
por
Prieto (1979)
é
o
impacto
que o
associacionismo esportivo provocou,
re-
cordando-se que
Thomas Arnold,
ao conduzir o esporte
para
uma
modernização, concluiu
que o
mundo
do es-
porte
é um
microcosmo,
uma
miniatura
da
sociedade
hu-
59
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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mana. Na
verdade,
o
desenvolvimento
e o
ordenamento
do desenvolvimento esportivo cabem às associações espor-
tivas,
sem
prejuízos
das
competências
dos
poderes públi-
cos a
esse
respeito.
Finalmente, o último aspecto foi a difusão do esporte
através
dos
meios
de
comunicação social. Para Cazorla
Prieto,
o esporte constitui o grande entretenimento do
ócio
passivo contemporâneo, pois, além
da sua
repercussão
social, constitui
um
meio idôneo para inocular
na
socie-
dade valores extra-esportivos.
Referências Bibliográficas
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CAGIGAL,
J. M. —
Cultura intelectual
y
cultura física
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Kapelusz, 1979.
2. CAZORLA PRIETO, L. M. — Los poderes públicos ante ei
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ei deporte
espetáculo. In
Deporte Popular
— Deporte
de Elite
— Elementos para
Ia reflexión. Valencia:
Ayuntamento de Valencia,
1984.
60
V I -
Esporte, Estado
e
Sociedade
A sociedade
já era
entendida desde
o
século passado como
um a
coletividade
de
indivíduos reunidos
e
organizados
para alcançar
uma
finalidade comum
(Giddings/1897).
A
partir
dessa concepção
de
sociedade, para
Azambuja
(1984), o
Estado constitui
o
próprio prolongamento dessa
sociedade, tornando-se sociedade política, ordenada de
forma política, acrescentada de modo necessário por um
dinamismo movido através
de uma
relação legítima
go -
vernante-governado, tudo isso promovido
e
aceito
em
61
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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nome do bem comum dessa sociedade. Assim sendo, o
Estado (Azambuja/1984), como organização político-ju-
rídica de uma sociedade
constituída
para realizar o bem
público,
com
governo próprio
e
território determinado,
aparece aos indivíduos e sociedades como um poder de
mando, evidenciando um governo onde o aspecto coativo
e a
generalidade
é o que o distingue nas
normas
por ele
editadas. Os objetivos do Estado estarão permanentemen-
te sintetizados no conceito de bem público e serão inva-
riavelmente de ordem e defesa social, diferindo em con-
teúdo de qualquer tipo de organização. E importante res-
saltar que a oportunidade e o direito ao esporte consti-
tuem-se efetivamente
em
bens
públicos.
Para propiciar
à
sociedade os bens públicos, o Estado emprega diversos
me/ios,
que
variam conforme
as
>épocas,
os
povos,
os
cos-
tumes
e as culturas.
O Estado interátua
com a sociedade através de
fatos
políticos. As diversas correntes da teoria geral do Estado
estudam os fenômenos ou fatos políticos como fatos so-
ciais e não como fatos históricos.
Para
entender-se o sen-
tido
do s fatos políticos,
é
Azambuja
quem ainda acres-
centa que a utilização do termo político relaciona o
fato
ao
Estado
e ao
Governo,
fazendo
parte dele através
de
uma relação numa justa medida. Desse modo, os
fatos,
mesmo mantendo
a sua
natureza, tornam-se
políticos,
toda
vez
que apresentarem interseções
diretas
com o Estado,,
na abrangência do seu domínio e responsabilidade.
Outro aspecto fundamental para o entendimento das
relações
entre Estado, Sociedade
e
Esporte
é a
necessária
62
interdependência entre Estado
e
Nação,
a
qual
se
torna
essencial no
aprofundamento
d a
questão
do
esporte, prin-
cipalmente quando é colocada na perspectiva de um Es-
tado
liberal desejável. A nação, entendida conceptualmen-
te por
Azambuja
(1984)
como
distinta do Povo, é ex-
plicada como um grupo de indivíduos unidos pela mesma
origem, pelos interesses comuns e principalmente por
ideais e aspirações comuns.
Garcia-Pelayo
(1977)
justifica a ação do Estado na
sociedade pela incapacidade das leis naturais para condu-
zir a um
equilíbrio social desejável,
ao
contrário levando
sempre à irracionalidade. Para ele, somente o aprimora-
mento de técnicas administrativas, econômicas, de pro-
gramação de decisões, etc., pode neutralizar os efeitos
disfuncionais
de um
desenvolvimento econômico
e
social
não
controlado. Garcia-Pelayo acrescenta que o Estado
não pode limitar-se a assegurar as condições ambientais
de
uma suposta ordem parcial iminente, nem a vigiar os
distúrbios de um mecanismo auto-regulado, devendo tor-
nar-se o regulador decisivo do sistema social e apresentar
disposições para o exercício de trabalho de estruturar a
sociedade
através de medidas diretas ou
indiretas. Fors-
thoff (1975) reforça as posições de Garcia-Pelayo ao
mostrar
que as funções do
Estado estão confundidas
com
os processos sociais, não permitindo uma separação de
Estado e
sociedade.
Por sua vez Cazorla
Prieto (1984),
ao fundamentar
a
relação Estado, Sociedade e Esporte parte das chama-
da s necessidades individuais. Entre essas necessidades
en-
63
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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contram-se as atividades esportivas, que devem receber
pelo
menos
condições
mínimas,
o que
explica
a
presença
do Estado como protagonista e o crescente papel dos po-
deres públicos nas questões do
esporte.
Prieto propõe:
a) os poderes públicos têm que apoiar tanto econômica
como
política e socialmente o esporte popular, como
valor
que
deve
ser
colocado
à
disposição
e com fa-
cilidade a todos os cidadãos;
b) a
educação física, como instrumento
a
serviço
da
formação
do
homem
e do
desenvolvimento inte-
gral
da
personalidade humana,
é
outra
das
mani-
festações
que
integram
com as
atividades esporti-
vas, e que devem ser protegidas por todos os pon-
tos
de vista, pelo Estado Contemporâneo;
c) o esporte de alta competição, por não apresentar,
em
princípio,
as mesmas virtudes que o esporte
popular, deve ser considerado um instrumento in-
direto
de
popularização
do
esporte,
e por
isto
os
poderes públicos devem protegê-lo. Ao mesmo tem-
po,
esse esporte
de
rendimento promove
com
fre-
qüência as representações esportivas nacionais, o
que impede que o Estado se desinteresse pelo seu
desenvolvimento e aperfeiçoamento;
d) o
Estado deve abster-se
da
formulação
de
progra-
mas de
fomento
do
esporte-espetáculo, pela pers-
pectiva inteiramente comercial
do
mesmo, devendo
apenas acompanhá-lo nos seus aspectos éticos, mo-
rais e políticos.
64
Para Noronha Feio
1978), à
medida
que os
países
se desenvolvem e as
grandes
massas alcançam progressi-
vamente mais rendimento econômico per capita humani-
zam-se os
horários
de
trabalho,
dando aos cidadãos mais
tempo
livre, surgindo
o esporte como um dos meios mais
importantes
de
ocupação útil. Esse novo
estilo de
vida
impõe, segundo aquele autor, a realização de complexas
estruturas
materiais
e a existência de quadros humanos
preparados, justificando assim
a
intensificação
da
inter-
venção do Estado neste novo âmbito do esporte, inclusive
formulando uma
política
adequada para essa nova situa-
ção. Feio ainda reconhece a importância dos educadores
e
suas preparações para
que
possam atuar
com
eficácia
neste novo contexto.
Outro
aspecto ponderável
é que o
Estado cada
vez
mais se utiliza de seus recursos públicos para o investi-
mento no esporte, facilitando o seu desenvolvimento. Este
investimento estatal, sob diversas formas, desde o repasse
direto até o estabelecimento de
incentivos
fiscais, torna a
comunidade esportiva dependente
da
ideologia política
ou
do tipo de governo, condicionando a ação governamental.
Cazorla Prieto 1979)
colocou
que o
esporte
não é
exclusivamente um problema da sociedade, em que o Es-
tado permaneça alheio. Ao contrário, cada vez é mais
uma prestação
que os
poderes públicos facilitam
a
seus
cidadãos.
O
Estado
tem
assumido
uma
cota crescente
no
financiamento do esporte, em consonância com o alto
valor
atribuído ao esporte na sociedade moderna. Nesta
65
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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perspectiva, este autor analisou
a
atuação
do Estado em
relação aos seguintes itens:
a)
o
esporte como instrumento
de
saúde física
e
men-
tal;
b) o esporte-entretenimento, o esporte popular;
c) o esporte-espetáculo e profissional;
d) o
esporte
de
alta competição;
e) o
esporte-educação
ou
educação física.
No
seu posicionamento quanto ao esporte como ins-
trumento de
saúde física
e
mental, após compreender
que
o
sedentarismo
e a
inatividade
física
conduzidos pelo
progresso
urbano levam
a uma
sociedade hipocinética
em
que a
proteção
da
saúde
é a
base essencial
de
todas
as
atividades do
homem,
que tem
direito
à
garantia social
de
proteção
da sua
saúde, defende
o
esporte como
a
forma
mais econômica da medicina social, o que já é inequivo^
çamente
reconhecido. Assim,
o
esporte, como meio
im-
portante
profilático e
terapêutico para enfrentar
o
dese-
quilíbrio físico
do
homem moderno, mesmo àqueles
que
ocupam na escala social um lugar modesto, passa a exigir
do
Estado
um a
proteção constante
na sua
adoção
como
um
elemento a mais na sua política
sanitária.
Quanto
ao
esporte popular, chamado
por
Prieto tam-
bém de esporte-entretenimento, foi considerado como uma
da s
realidades sociais
e
humanas mais importantes
da
sociedade
moderna. Mesmo considerado como diversão,
o
esporte tem a possibilidade de causar o reencontro com
valores negados
e
prejudicados pelos obstáculos sociais
66
contemporâneos.
Para
esses incômodos do homem, o es-
porte popular,
na sua
perspectiva
de
entretenimento
e
diversão, é um instrumento eficaz. Embora saindo das
estruturas clássicas da organização esportiva, o esporte
popular teve
uma
grande proliferação neste final
de sé-
culo, tornando-se
uma
nova possibilidade para
as
grandes
multidões
de
pessoas desatendidas pelo elitismo
do
espor-
te-performance. O
papel
do
Estado
na
promoção social
do esporte popular, segundo Cazorla Prieto, seria a cons-
trução
de
instalações mínimas para
a
prática esportiva,
deixando uma
infraestrutura necessária
que
facilita, como
disse Cagigal (1979),
a
nível popular
e
espontâneo. Desse
modo, para esse autor, o Estado propiciaria meios para
atender o povo, na sua grave necessidade de movimento^
jogo e
canalização
de
frustrações
em que se
encontra
o
homem
contemporâneo
e de que o
esporte espontâneo pode
servir de meio de erradicação.
No
que diz
respeito
ao
chamado esporte-espetáculo,
profissional e/ou de alta competição, embora compreenda
a
necessidade de autofinanciamento, reconhecem-se as in*
terseções
de
responsabilidade
do
Estado
com as
equipes
nacionais.
O
campeão
ou o
recordista sempre pertencem
a
um
país,
e é
justamente
o
nacionalismo
que
conduz
o
apelo popular
até o
Estado,
no
sentido
do
oferecimento
de
subvenções
ao esporte de
alto rendimento, para pre-
miar
o
prestígio atingido
com o
esporte,
ou
propiciar
meios
de
busca desse prestígio nacional através
dos
seus
campeões e recordistas. A
verdade
é que os
Estados,
de
um modo geral,
têm
sido sensíveis
ao
apelo popular
do
67
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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esporte
de
alto nível.
A
justificativa
do
efeito-imitação
do
esporte
de alto
nível,
repercutindo imediatamente na po-
pularidade
do
esporte
com a
multiplicação
do
número
de
participantes,
tem explicado a colocação, de um interesse
nacional na ação do Estado em responsabilizar-se pelas
deficiências
do esporte de alto rendimento.
Concluindo, a primeira Conferência Internacional de
Ministros e Altos Funcionários responsáveis pela Educa-
ção Física e Desportos, promovida pela UNESCO em
1976, considerou consenso entre
a
maioria
dos
Estados
membros que a cultura física e particularmente os
es-
portes são
elementos
fundamentais para a Educação per-
manente dos povos, transferindo para os governos toda
a
responsabilidade
das
estratégias políticas
e das
coorde-
nações
intragovernamentais.
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Bibliográficas
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23. edição, 1984.
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Buenos Aires: Kapelusz, 1979.
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L. M. —
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Madrid:
Editorial Labor,
1979.
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públicos
ante ei deporte popular y ei deporte
espetáculo.
In
Deporte Popular
—
Deporte de Elite
—
Ele-
mentos para Ia reflexión. Valencia: Ajuntamento de
Valen-
tia,
1984.
5. FEIO,
N. —
Desporto e política — - ensaios para sua com-
preensão. Lisboa: Compendium, 1978.
68
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drid: Instituto de Estudos Políticos, 1975.
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transformaciones dei Estado
contemporâneo.
Madrid:
Alianza Universidad,
1977.
8. GIDDINGS, F. H. — Principies de SocioZogie.
Paris:
Giard
et Biére,
1897.
9. UNESCO. Carta Internacional de Educação Física: Autor,
1978.
69
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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V I
- O Esporte Moderno e os
Estados
Contemporâneos
Os registros, segundo Cazorla Prieto
(1979),
da primeira
interferência efetiva
do
Estado
com o
fato
esportivo
fo i
no século XVIII, quando Maria Tereza, durante o cha-
mado despotismo ilustrado, com o Ratio Educations, em
1790,
introduziu na Hungria e Bohemia um controle pú-
blico sobre a cultura física.
Prieto
também mostra que o esporte moderno, assim
entendido após a concepção de Thomas Arnold no século
71
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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XIX, foi desde o início considerado como um valor social
e privado, justamente por ter surgido num período histó-
rico em que a
sociedade recebia forte influência
da na-
turalidade, onde o naturalismo era uma das manifesta-
ções nítidas do
liberalismo.
Então, o esporte, envolvido
por uma naturalidade privada e regido por suas próprias
regras,
não admitia as interferências públicas.
Desse
modo,
o esporte moderno,
pode-se
afirmar, surgiu na Inglaterra,
com princípios de autogoverno, autodisciplinado, e com
características
de
autonomia, sendo
que
muitos destes
as-
pectos
permanecem
até os
dias
atuais.
Este quadro cir-
cunstancial do esporte moderno nos seus
primórdios
jus-
tifica-se também pela sua pouca solicitação econômica
nesta
primeira
etapa liberal, podendo-se dizer que o es-
porte constituía uma atividade social privada
autofinan-
ciada.
Para
Cazorla
Prieto, nas
regras
da
conjuntura
li-
beral da época, a coordenação econômica do esporte, prin-
cipalmente pela reduzida dimensão financeira, permane-
cia sob a responsabilidade das organizações sociais, na
perspectiva
liberalizante
do
equilíbrio
natural. Até as
construções dos estádios, nesse período, eram de respon-
sabilidade da iniciativa privada, embora em períodos pos-
teriores, quando passaram á exigir mais investimentos,
ocorresse a colaboração financeira pública. Outra obser-
vação
importante que explica a ausência do Estado nos
primeiros tempos
do
esporte institucionalizado
era a
pouca
significação que
apresentava.
A partir dos anos trinta do século XX, quando surgi-
ram os
grandes agrupamentos esportivos,
o
autogoverno
72
que preponderava no esporte começou a ceder para uma
maior participação do Estado. Foi neste período que o
Estado sentiu necessidade de uma ordenação geral do es-
porte, pelas implicações sociais, econômicas e políticas que
começava
a
apresentar.
Daí em
diante,
a
atenção
do Es-
tado ao esporte passou a ser crescente, chegando em alguns
casos até à
incorporação estatal
de
todos
os
assuntos
do
esporte.
O
exemplo mais doloroso
de
incorporação
do es-
porte pelo Estado, contrariando as bases do associacionis-
mo
esportivo lançado
na Inglaterra, foi o do
regime nazi-
fascista
da Alemanha e
Itália
na década de
trinta,
quando
fizeram
do esporte um meio estratégico para as suas am-
bições políticas,
totalitárias
e também para a tentativa
de
evidenciar uma suposta supremacia da raça ariana,
através
dos resultados dos Jogos Olímpicos de Berlim em
1936. Felizmente, o resultado da Segunda Guerra Mun-
dial surgiu também para apagar esse mau uso do esporte
pelos ditadores
Hitler e
Mussolini.
No mundo atual,
faz-se
necessária
uma
análise
dos Es-
tados socialistas e capitalistas em relação ao esporte, para
o entendimento desta relação Estado-Esporte na contem-
poraneidade.
Quanto aos Estados socialistas,
é
curioso, como disse
Cazorla Prieto (1979), o
fato
de que logo após a revo-
lução de 1917 os dirigentes soviéticos consideravam o
esporte um passatempo eminentemente burguês, tentando,
inclusive, erradicá-lo
da
prática
na
União Soviética. Mas,
alguns anos depois, conforme explica Diem (1966), o
esporte começou a reintegrar-se aos hábitos soviéticos
73
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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graças a seus valores educativos. Semaschko, o primeiro
comissário soviético para
a
saúde
pública, criou o
termo
Fizkultura,
traduzido por Cul tura
Física,
que não era
utilizado pelos países
capitalistas,
passando
as
atividades
esportivas
a fazer
parte
dos
objetivos
e
diretrizes
do
par-
tido comunista.
A
seguir,
a
educação
física
esportiva
so-
viética teve um grande impulso, embora o esporte de
alta competição permanecesse rejeitado. Assim, segundo
Adam (1979), o esporte começou a incorporar-se no ideal
revolucionário-marxista, através dos preceitos educacio-
nais soviéticos. Na etapa
seguinte,
o esporte, na
perspec-
tiva socialista, foi todo revisto e, por uma
formulação
motivada pelo sentido agonístico contra o bloco ocidental,
resultou
no
ingresso
nas
disputas esportivas internacio-
nais, inclusive Olimpíadas, pelos países socialistas lide-
rados pela União Soviética, com um suporte estatal vi-
goroso.
Verifica-se
que o esporte dirigido pelo Estado
nos países socialistas passou por um inevitável processo
de politização, chegando a uma supremacia esportiva em
resultados nas principais competições internacionais, con-
vertendo-se este fato nu m instrumental de propaganda
ideológica considerável.
Quanto
aos países capitalistas, o Estado tem presença
efetiva
principalmente nos vultosos investimentos, além
das interferências eventuais no processo esportivo. Cazorla
Prieto (1979) mostra
que o
investimento
do
Estado
no
esporte dos países capitalistas foi sempre crescente na
Bélgica, Holanda, Alemanha Ocidental, Espanha
e
outros.
Segundo Noronha Feio
(1978),
a progressiva expansão
74
da
luta
de
interesses subjacentes
ao
fenômeno esportivo
criou bases
para um
intervencionismo
neutralizador de
vocação
estatal. Essa postura intervencionista nos países
capitalistas tem-se exacerbado quando
as
questões
políti-
cas e
ideológicas
se fazem
presentes, como
foi o caso das
Olimpíadas
de
Moscou, onde
as
nações
do
Ocidente
boico-
taram a competição por determinação dos seus governos,
desertando da mesma. Recorde-se que os países socialistas,
nos
Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 retribuíram
esse
boicote
com uma
nova
ausência, também decidida
pelos seus poderes estatais.
N u m a
comparação entre a posição do Estado diante do
esporte nos países socialistas e capitalistas, pode-se dizer
que nos primeiros fo i assumido como um instrumento re -
volucionário
com implicações internas e externas, enquan-
to
nos Estados ocidentais o esporte fo i apoiado em alguns
países
mais
e
outros menos,
na
perspectiva
do
consumo
para o chamado esporte de rendimento, e como questão de
Estado, para o esporte popular, ou do tempo livre de tra-
balho. No esporte de alto nível, um sintoma
nítido
desta
diferença
ocorre quando os Estados
socialistas
convertem
seus
atletas em funcionários, como servidores públicos
diretos, enquanto os Estados capitalistas resolvem os
problemas do s seus grandes atletas profissionalizando-os.
Ao relacionar-se o esporte moderno com os Estados con-
temporâneos, é relevante colocar-se que o homem da
atua-
lidade,
ao ser
alijado
de seu
contato
com a
natureza
e
outras necessidades
de sua
existência
e,
além disso, cons-
ciente
de que o
esporte
pode
constituir
um dos
meios
de
75
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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resgate dessa situação perdida, cada vez mais tem exigido
dos governos
uma
ação neste sentido. Assim, o esporte
como condução pessoal e atividade esportiva espontânea
somente
tem
obtido
as
condições necessárias para
a sua
prática quando
os
Estados
têm
apresentado
uma
postura
de
respeito, apoio, intervenção
e
absorção
ao
esforço
co-
munitário.
Por sua
vez, Garcia Pelayo
(1977)
explica
a
atuação
do
Estado contemporâneo
no esporte
como conseqüência
do complexo processo
em que
intervém fatores políticos,
econômicos, sociais, técnicos, onde somente
a
ação estatal
por
muitas
vezes
consegue
a
possibilidade
de
desenvolvi-
mento e de decisões que neutralizem os efeitos disfuncio-
nais
de um
crescimento
sócio-econômico
incontrolável.
A
presença
do
Estado
na
sociedade atual está expressa
através
dos
financiamentos, legislações
ordinárias
especí-
ficas, existência
de
órgãos responsáveis pela formulação
e execução de
uma
política esportiva e da normalização
das questões relativas ao esporte e até com a introdução
nas
constituições
das
aspirações esportivas
das
sociedades,
como
foram
os casos da República Democrática Alemã
(1968), Bulgária (1971),
Grécia
(1975), China
(1975),
Cuba
(1976), Portugal (1976),
Albânia
1976), União Soviética 1977)
e
outros.
Como conclusão dessa revisão sobre
a
relação
entre os
Estados contemporâneos
e o
esporte, chega-se
à
convicção
de
que o
esporte deve
ser uma
questão
de
Estado, respei-
tadas as circunstâncias políticas,
as
distinções culturais
e
demais fatores que diferenciam as diversas sociedades
76
atuais. No
caso
das
sociedades ocidentais, baseadas
em
princípios liberais,
o
associacionismo
tem
preponderado
sobre um
papel
de
apoio
e
normativo
do
Estado
no
esporte
de alta competição e, ao contrário, uma ação efetiva no
chamado
esporte popular.
Entretanto, no chamado Ter-
ceiro Mundo, inclusive
no
Brasil, mesmo
o
esporte
de
rendimento nasceu equivocadamente
sob a
égide
da
res-
ponsabilidade
e
tutela
do
Estado.
Referências
Bibliográficas
1. ADAM, Y. — Lê
Sport
dans Ia vie dê s
Sovietiques.
Moscou:
Editions du
Progrés, 1979.
2.
CAZORLA
PRIETO, L. M. — Deporte y Estado
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3. DIEM,
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Deportes
Barcelona: Luís
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1966.
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GARCIA-PELAYO,
M. —
Lãs
transformacion.es de i
Estado
contemporâneo
Madrid: Alianza Universidad, 1977.
77
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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BIBLIOTECA DIDÁTICA
Volumes Publicados:
1.
Contabilidade
de
Custos
2.
Curso
d e
Secretariado Moderno:
(Datilografia, Taquigrafia,
Caligrafia)
3.
Curso d e Secretariado
Moderno:
(Comunicação e
Correspondência)
4.
Física
— 2.°
Grau
— dos
Experimentos
à
Teoria
5.
Aulas
de Educação Física —
L? Grau
6. Matemática
1.
Grau —
5. Série
1.
Matemática
1.
Grau
—
6.
Série
8. Matemática
1.°
Grau —
7.
Série
9 .
Matemática 1. Grau
—
8.
a
Série
10.
Test
Your English
11. A Arte de Estudar
12. Saúde na Escola — 1. Grau
(Livro
do
Professor)
13.
Saúde
na
Escola
—
1.
Grau
.
(Manual
do
Professor)
14 . Metodologia Científica no
Treinamento Desportivo
15.
As
Qualidades Físicas
na
Educação Física e Desportos
16.
Teoria Organizacional da
Educação
Física e Desportos
Lawrensce
e Ruswinckel
Luiza Chaibub
Luiza Chaibub
Darcio
P. Santos
Hudson V. Teixeira e
M. C.
Pine
Carlos Cattony
Carlos Cattony
Carlos
Cattony
Carlos Cattony
J. M. Gonçalves
V. Murça Viotto
Ruth Sandoval Marcondes
e outros
Ruth
Sandoval
Marcondes
e outros
M. J.
Gomes
Tubino
M.
J.
Gomes
Tubino
J. M. Capinussú
79
a.
K
8/18/2019 Livro Tubino - Teoria Geral Do Esporte
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17 . Planejamento e Avaliação d o
Ensino
18. Em Busca de uma Técnica
Educacional
para
Escolas de
Educação
Física
19. O Sentido da Arte
2 0 . O s
Exercícios
Físicos
na
História e na Arte
21. Ginástica
Rítmica Desportiva
22. O Cidadão e o Civismo
23.
Curso
Avançado
de
Psiquiatria
24 .
Educação
Nutricional
25. Curso
de Secretariado Moderno:
(Prática Comercial e
Bancária)
26 .
Jornalismo
— Dicionário
Enciclopédico
27 .
Jornal
—
História
e
Técnica
28 .
Terminologia
Aplicada à
Educação Física
29 . Planejamento Macro em
Educação Física
30 .
Prática da
Educação
Física no
1.° Grau:
Modelo de Reprodução ou
Perspectiva
de Transformação?
31 .
Esporte Para
Todos:
Um Discurso Ideológico
32 .
Comunicação
e Expressão
33 . Competições Desportivas —
Organização e Esquemas
P. D. Lafourcade
M .
J.
Gomes Tubino
Herbert
Read
Jayr Jordão Ramos
Estet de A. Vieira
Vários
Darcy de M .
Uchôa
Denise Giacomo Motta
e
Maria F F. Boog
Luiza Chaibub
J.
Nabantino Ramos
Juarez Bahia
M. J.
Gomes
Tubino
J. M.
Capinussú
Vera . Lúcia M. Gosta
Katia Brandão Cavalcanti
Heraldo M. Vianna
J.
M. Capinussú
8
Impresso na
« it r gráfica H dm
O esporte, como entidade
multifuncional que compreende
inúmeras riquezas e aspectos da
vida humana e da sociedade e,
neste final de século X X
entendido como bem
cultural,
tem
merecido inúmeras importantes
concepções, muitas das quais
serviram de referência para
esta obra.
O
Prof. Manoel José Gomes Tubino,
como Presidente do Conselho
Nacional de
Desportos, sentiu
a
n e c e s s i d a d e d e
oferecer
à
comunidade esportiva brasileira
a possibilidade de
estimular
esta
no v a
discussão sobre
o
esporte.
> £ . aproveitando
se u
espírito
de investigador e seu compromisso
de intelectual, nos oferece
através
d e s u a
Teoria Geral
d o
Esporte
a oportunidade d e u m a
grande
reflexão sobre
o fato esportivo.