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Chamamos ‘lixo’ a uma grande diversidade de resíduos sólidos de
diferentes procedências, dentre eles o resíduo sólido urbano gerado
em nossas residências.
A taxa de geração de resíduos sólidos urbanos está relacionada aos
hábitos de consumo de cada cultura, onde se nota uma correlação
estreita entre a produção de lixo e o poder econômico de uma dada
população.população.
Normalmente apresentam-se em estado sólido, semi-sólido ou
semilíquido (com quantidade de líquido insuficiente para que possa fluir
livremente).
São também classificados como resíduos sólidos vários resíduos
industriais, resíduos nucleares e lodo de esgoto desidratado, conforme
aponta Mata-Alvarez et al. (2000).
Observou-se assim um vertiginoso crescimento
populacional, favorecido também pelo avanço da
medicina e conseqüente aumento da expectativa de vida.
A partir de então, os impactos ambientais passaram a ter
um grau de magnitude alto, devido aos mais diversos
tipos de poluição, dentre eles a poluição gerada pelo lixo.
O fato é que o lixo passou a ser encarado como um
problemaproblema, o qual deveria ser combatido e escondido da
população.
A solução para o lixo naquele momento não foi encarada como
algo complexo, pois bastava simplesmente afastá-lo,
descartando-o em áreas mais distantes dos centros urbanos,
denominados ‘lixões’‘lixões’..
Nos dias atuais, com a maioria das pessoas vivendo nas cidades
e com o avanço mundial da indústria provocando mudanças nos
hábitos de consumo da população, vem-se gerando um lixo
diferente em quantidade e diversidade.
Até mesmo nas zonas rurais encontram-se frascos e sacos
plásticos acumulando-se devido a formas inadequadas de
eliminação
Para Bidone (1999), em um passado não muito distante a produção
de resíduos era de algumas dezenas de quilos por habitante/ano;
no entanto, hoje, países altamente industrializados como os Estados
Unidos produzem mais de 700700 kg/hab/anokg/hab/ano. No Brasil, o valor médio
verificado nas cidades mais populosas é da ordem de 180180
kg/hab/anokg/hab/ano.
A produção elevada de lixo norteamericano deve-se ao alto grau deA produção elevada de lixo norteamericano deve-se ao alto grau de
industrialização e aos bens de consumo descartáveis produzidos e
amplamente utilizados pela maioria da população.
No caso do Brasil, a geração do lixo ainda é, em sua maioria, de
procedência orgânica; contudo, nos últimos anos vem se
incorporando o modo de consumo de países ricos, o que tem levado
a uma intensificação do uso de produtos descartáveis.
Sem dúvida, a associação do crescimento populacional à intensa
urbanização e às mudanças de consumo estão mudandomudando oo perfilperfil dodo
lixolixo brasileirobrasileiro..
Porém, essa ‘modernidade’ não está sendo acompanhada das medidas
necessárias para dar ao lixo gerado um destino adequado. Segundo a
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada em 1989
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e editada empelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e editada em
1991, “o brasileiro convive com a maioria do lixo que produz”.
São 241241..614614 toneladastoneladas de lixo produzidas diariamente no país. Fica a
céu aberto (lixão) 7676%% de todo esse lixo. Apenas 24% recebe
tratamento mais adequado”.
Destinação final do lixoDestinação final do lixo (%)(%)
Disposição a céu aberto 76
Aterro controlado 13
Aterro sanitário 10
Usina de compostagem 0,9
Incineração 0,1
Dos 2424%% dede tratamentotratamento considerado mais adequado, 13%
é através de aterro controlado, o que ainda possibilita a
contaminação do lençol freático.
Lixão, aterros sanitários e aterros controladosLixão, aterros sanitários e aterros controlados
LixãoLixão é uma mera disposição do lixo a céu aberto, sem nenhum critério
sanitário de proteção ao ambiente, que possibilita o pleno acesso de
vetores de doenças como moscas, mosquitos, baratas e ratos ao lixo.
Segundo a ABNT/NBR-8849/85, um aterroaterro controladocontrolado caracteriza-se
pela disposição do lixo em local controlado, onde os resíduos sólidospela disposição do lixo em local controlado, onde os resíduos sólidos
recebem uma cobertura de solos ao final de cada jornada.
Ao contrário dos aterrosaterros sanitáriossanitários, os aterros controlados geralmente
não possuem impermeabilização dos solos nem sistema de dispersão
de chorume e gases, sendo comum nestes locais a contaminação de
águas subterrâneas.
ATERROS SANITÁRIOSATERROS SANITÁRIOS
Trata-se de um processo para a disposição de resíduos sólidos no solo,que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionaisespecíficas, permite um confinamento seguro.
Implantação do Aterro SanitárioImplantação do Aterro Sanitário
Compreende, dentre outras, as atividades de escolha da área, elaboração doprojeto, licenciamentos ambientais, limpeza do terreno, obras de terraplenagem,acessos, impermeabilização utilizando material geossintético, drenagem e obras deconstrução civil.
Operação do Aterro SanitárioOperação do Aterro Sanitário
Compreende o espalhamento, compactação, cobertura e drenagem dosresíduos, monitoramento do sistema de tratamento de efluentes,monitoramento topográfico e das águas, manutenção dos acessos edas instalações de apoio.
Chorume: impacto ambiental associado à disposição Chorume: impacto ambiental associado à disposição
inadequada de lixoinadequada de lixo
Chorume é o líquido que escoa de locais de disposição final de lixo.
É resultado da umidade presente nos resíduos, da água gerada durante
a decomposição dos mesmos e também das chuvas que percolam
através da massa do material descartado.através da massa do material descartado.
É um líquido com alto teor de matéria orgânica e que pode apresentar
metais pesados provenientes da decomposição de embalagens
metálicas e pilhas.
A composição final do chorume é fruto do tipo de lixo depositado e do
seu estado de degradação.
Os lixões, por serem na verdade uma mera disposição de
resíduos a céu aberto, são construídos sobre terrenos que
permitem não apenas o escoamento do chorume, mas
também a sua infiltração no solo, levando à contaminação
das águas subterrâneas.
Ao contrário dos lixões, os aterrosaterros sanitáriossanitários, que recebemAo contrário dos lixões, os aterrosaterros sanitáriossanitários, que recebem
resíduo sólido municipal urbano (o lixo gerado em nossas
casas), e os aterros industriais, que recebem resíduo sólido
industrial, têm as suas construções pautadas em normas da
ABNTque prevê impermeabilização do terreno e o
tratamento do chorume gerado.
Compostagem de resíduosCompostagem de resíduos
Compostagem é o conjunto de técnicas aplicadas
para controlar a decomposição de materiais
orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo
possível, um material estável, rico em húmus epossível, um material estável, rico em húmus e
nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e
biológicos superiores àqueles encontrados na(s)
matéria(s) prima(s).
Quais materiais são considerados resíduos orgânicos?Quais materiais são considerados resíduos orgânicos?
Os resíduos orgânicos constituem todo material de origem
animal ou vegetal e cujo acúmulo no ambiente não é
desejável.
Por exemplo, estercos de animais (cavalo, porco, galinhaPor exemplo, estercos de animais (cavalo, porco, galinha
etc), bagaço de cana-de-açúcar, serragem, restos de capina,
aparas de grama, restos de folhas do jardim, palhadas de
milho e de frutíferas etc.
Estão incluídos também os restos de alimentos de cozinha,
crus ou cozidos, como cascas de frutas e de vegetais, restos
de comida etc.
INCINERADORES INCINERADORES –– GERADORES DE LIXOGERADORES DE LIXO
A incineração é um processo tecnológico que emprega a
decomposição térmica, via oxidação em alta temperatura
(usualmente 900ºC ou superior), para destruir a fração
orgânica de um resíduo ou reduzir o seu volume.orgânica de um resíduo ou reduzir o seu volume.
É um erro comum crer que as coisas simplesmente
desaparecem quando queimadas.
Na verdade, a matéria não pode ser destruída – ela
apenas muda de forma.
Isso pode ser exemplificado examinando-se o destino de
algumas substâncias presentes no lixo queimado em
incineradores de resíduos sólidos urbanos.
Esses incineradores são em geral alimentados com
correntes de resíduos misturados que contêm substâncias
perigosas, como metais pesados e organoclorados.perigosas, como metais pesados e organoclorados.
Após a incineração, os metais pesados presentes no
resíduo sólido original são lançados junto com os gases
pela chaminé do incinerador, associados a pequenas
partículas; também estão presentes nas cinzas e em outros
resíduos.
A incineração de substâncias cloradas, como o
plástico PVC, leva à formação de novos compostos
clorados, como as dioxinas altamente tóxicas, que
vão se juntar aos vários resíduos da incineração já
mencionados.
As dioxinas e furanos são compostos orgânicos
contendo carbono, hidrogênio, oxigênio e cloro e são
reconhecidamente tóxicos, com grande potencial
nocivo à saúde humana.
Devido a essas três propriedades, pode-se dizer que
esses compostos são os poluentes mais problemáticos
aos quais os sistemas naturais podem estar expostos.
Alguns são carcinogênicos (causam câncer); muitos
também causam perturbações no sistema endócrino.também causam perturbações no sistema endócrino.
Outros, como o dióxido de enxofre (SO2), o dióxido de
nitrogênio (NO2) e o material particulado fino foram
associados a efeitos adversos na saúde respiratória.
INCINERAÇÃOINCINERAÇÃO
As emissões tóxicas, liberadas mesmo pelos incineradores
mais modernos, são formadas por três tipos de poluentes
perigosos para o ambiente e para a saúde humana:
1. os metais pesados,
2. os produtos de combustão incompleta e
3. as substâncias químicas novas formadas durante o
processo de incineração.
Nenhum processo de incineração opera com 100% de
eficácia.
Norma Brasileira: NBR 10004/2004Norma Brasileira: NBR 10004/2004
Resíduos Sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido,
que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos ede tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso
soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível.
Norma Brasileira: NBR 10004/2004Norma Brasileira: NBR 10004/2004
Periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por
um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas
ou infecto-contagiosas, pode apresentar:
a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de
doenças ou acentuando seus índices;doenças ou acentuando seus índices;
b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de
forma inadequada.
Toxicidade: Propriedade potencial que o agente tóxico possui de
provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso em
consequência de sua interação com o organismo.
Norma Brasileira: NBR 10004/2004Norma Brasileira: NBR 10004/2004
Agente tóxico: Qualquer substância ou mistura cuja inalação,
ingestão ou absorção cutânea tenha sido cientificamente
comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico,
mutagênico, teratogênico ou ecotoxicológico).
Agente teratogênico: Qualquer substância, mistura,
organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando
presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma
alteração na estrutura ou função do individuo dela resultante.
Norma Brasileira: NBR 10004/2004Norma Brasileira: NBR 10004/2004
Agente mutagênico: Qualquer substância, mistura, agente físico
ou biológico cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea possa
elevar as taxas espontâneas de danos ao material genético e ainda
provocar ou aumentar a freqüência de defeitos genéticos.
Agente carcinogênico: Substâncias, misturas, agentes físicos ouAgente carcinogênico: Substâncias, misturas, agentes físicos ou
biológicos cuja inalação ingestão e absorção cutânea possa
desenvolver câncer ou aumentar sua freqüência.
Agente ecotóxico: Substâncias ou misturas que apresentem ou
possam apresentar riscos para um ou vários compartimentos
ambientais.