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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Engenharia de Computação
PAULO ROBERTO RODRIGUES DA MATA
LIXO ELETRÔNICO: COMPONENTES ENVOLVIDOS,
PROGRAMAS DE SUSTENTABILIDADE E LEGISLAÇÃO
Itatiba 2010
PAULO ROBERTO RODRIGUES DA MATA – R.A. 002200500954
Lixo Eletrônico: Componentes Envolvidos, Programas de
Sustentabilidade e Legislação
Monografia apresentada ao Curso de
Engenharia de Computação da Universidade
São Francisco, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
de Computação.
Orientadora: Prof.a Ms Vânia Franciscon
Vieira
Itatiba 2010
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela vida, por estar sempre no meu caminho,
iluminando e guiando às minhas escolhas com sabedoria.
Aos meus pais Ildabete e Antonio e minha querida irmã Luana pelo apoio oferecido
durante todo período do curso.
À Prof.a Ms Vânia Franciscon Vieira, um muito obrigado pela dedicação e por todas as
orientações para que esse trabalho pudesse ser concluído.
As colegas e amigos que conquistei durante o curso.
RESUMO
Ao longo dos tempos, o homem vem, cada vez mais, aperfeiçoando o modo de
fabricação e pesquisa de produtos tornando a tecnologia sofisticada, tendo os produtos mais
acessíveis à população. Mas com esta crescente evolução, os equipamentos passaram a se
tornar obsoletos muito rápido. Com a crescente demanda da população por novas tecnologias,
nota-se uma preocupação com o descarte deste lixo eletrônico conforme a sua
descontinuidade sobre o impacto que venha causar ao meio ambiente, pois tais resíduos,
quando descartados em lixões, oferecem um sério risco ao meio ambiente, sendo que em suas
composições contém metais pesados altamente tóxicos, como o mercúrio, cádmio, berílio e
chumbo que contaminam os lençóis freáticos, e, quando queimados poluem o ar, além de
causarem doenças em pessoas que sobrevivem da venda dos materiais catados nos lixões. Este
trabalho tem como objetivo apresentar os principais componentes tóxicos envolvidos na
fabricação de produtos eletrônicos e que são descartados na natureza como lixo eletrônico,
bem como levantar quais programas de sustentabilidade estão sendo desenvolvidos pelos
fabricantes destes produtos e a legislação existente sobre o tema. A metodologia a ser
utilizada consiste no levantamento bibliográfico sobre o tema, consulta à legislação vigente e
abordagem dos programas desenvolvidos por empresas nacionais e multinacionais do ramo
eletroeletrônico.
Palavras-chave: lixo eletrônico, sustentabilidade, lixo digital.
ABSTRACT
Throughout time, men have been increasingly perfecting mode research and
manufacturing of products making sophisticated technology, taking the products more
accessible to the population. But with this growing development, the instruments started to
become obsolete very quickly. With the growing population's demand for new technologies,
there is a concern about the disposal of electronic waste as its discontinuity on the impact that
might cause to the environment because such waste when discarded in landfills, offer a
serious risk to environment, and in his compositions containing heavy metals highly toxic,
like mercury, cadmium, beryllium and lead that contaminate ground water, and pollute the air
when burned, and cause disease in people who survive by selling materials picked in landfills.
This paper aims to present the main toxic components involved in manufacturing electronic
products and that are discarded as junk in nature as well as raise which sustainability
programs are being developed by Manufacturers of these products and the existing legislation
on the subject. The methodology to be used is the literature on the subject, refers to legislation
and program approach developed by national and multinational companies in the industry
electronics.
Key words: electronic waste, sustainability, digital garbage.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Legislação Internacional comparada de lixo eletrônico
Quadro 2 - Vantagens da reciclagem
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Cd - Cádmio
Hg - Mercúrio
Cr(VI) - Cromo hexavalente
PBDEs - Éteres difenil-polibromados
PBBS - Bifenilos polibromados
Pb - Chumbo
PVC - Cloreto de polivinila
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
RoHs - Restriction of Certain Hazardous Substances
WEEE - Waste from Eletrical and Electronic Equipament
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Logotipo da PNRS
Figura 2 - Símbolo WEEE
Figura 3 - Ranking Greenpeace
Figura 4 - Ciclo de vida produtos Apple
Figura 5 - Redução de volume iMac
Figura 6 - Remoção dos materiais tóxicos do MacBook
Figura 7 - Reciclagem por peso
Figura 8 - Ciclo de vida do aparelho
Figura 9 - Regiões disponíveis para descarte de equipamentos
Figura 10 - Exemplo de virtualização de servidores
Figura 11 - Visão interna de processadores (Intel)
Figura 12 - Como o Thin Client trabalha
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 01
2 COMPOSIÇÃO E EFEITOS ................................................................................................. 03
2.1.1 Cádmio (Cd) ........................................................................................................................ 03
2.1.2 Mercúrio (Hg) ...................................................................................................................... 04
2.1.3 Cromo hexavalente (Cr(VI)) ............................................................................................... 04
2.1.4 Éteres difenil-polibromados (PBDEs) ................................................................................. 05
2.1.5 Bifenilos polibromados (PBBs) ........................................................................................... 05
2.1.6 Chumbo (Pb) ....................................................................................................................... 05
3 LEIS, NORMAS e CERTIFICAÇÃO ................................................................................... 07
3.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos ................................................................................... 07
3.2 RoHs (Restriction of Certain Hazardous Substances) ........................................................... 09
3.3 WEEE (Waste from Eletrical and Electronic Equipament) ................................................... 09
3.4 Carbonfund.org ....................................................................................................................... 10
3.5 Ranking GreenPeace............................................................................................................... 10
3.6 Plataforma de Resíduos Eletrônicos da América Latina e Caribe .......................................... 11
4 PROJETOS TI VERDE .......................................................................................................... 12
4.1 Apple ...................................................................................................................................... 12
4.2 Nokia ...................................................................................................................................... 15
4.3 Philips ..................................................................................................................................... 16
4.4 Banco Itaú ............................................................................................................................... 17
4.5 Vivo ........................................................................................................................................ 18
4.6 Claro ....................................................................................................................................... 18
4.7 HP ........................................................................................................................................... 19
4.8 Motorola ................................................................................................................................. 20
4.9 CRMG Network & Security ................................................................................................... 20
4.10 Projeto Lixo Eletrônico do município de Pompéia-SP ......................................................... 20
5 TECNOLOGIAS .................................................................................................................... 22
5.1Virtualização ............................................................................................................................ 22
5.2 Processadores Multi-Core....................................................................................................... 23
5.3 Thin Clients ............................................................................................................................ 23
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 27
1
1 INTRODUÇÃO
Antes de iniciar o presente trabalho sobre lixo eletrônico, faz- se necessário conceituar
primeiramente o termo lixo.
A palavra lixo é derivada do termo em latim lix que significa "cinzas" . No dicionário,
ela é definida como sujeira, imundície, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo, na
linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é representado por materiais descartados
pelas atividades humanas. (Lixo, 2010)
Lixo eletrônico ou resíduo eletrônico - termo que não deve ser confundido com spam - é
o nome dado aos resíduos resultantes da rápida obsolescência (condição que ocorre a um
produto ou serviço que deixa de ser útil) de equipamentos eletrônicos (o que inclui
televisores, pilhas, bateria de celulares e de computadores, computadores, mouses, teclados,
impressoras, cartuchos de impressoras e outros dispositivos). (Jornal RMC on-line/2010).
Ao longo dos tempos, a sofisticada tecnologia vem aperfeiçoando tanto o modo de
fabricação quanto a pesquisa de produtos, tornando-os mais acessíveis à população. No
entanto, paralelo a esse implemento, os produtos tornam-se, automaticamente, obsoletos, o
que gera necessidade de sua imediata substituição.
Esse implemento, embora facilite o cotidiano do homem contemporâneo, cria uma
premente preocupação: o descarte do lixo eletrônico e seus efeitos sobre o meio ambiente,
pois, quando descartados em lixões, oferecem sério risco ambiental, uma vez que em suas
composições há metais pesados altamente tóxicos, como o mercúrio, cádmio, berílio e
chumbo, que contaminam os lençóis freáticos. Além da poluição do solo e da água, quando
queimados, poluem o ar causando doenças a toda a população e, não apenas, às pessoas que
sobrevivem da venda dos materiais retirados dos lixões. Pensando nisso, veio então a
motivação para este trabalho, que terá como principal objetivo apresentar alguns programas
de sustentabilidade, a legislação e os componentes tóxico no processo de fabricação de
produtos eletrônicos.
No caso dos componentes eletrônicos, observa-se uma preocupação maior, pois alguns,
muitas vezes, não são construídos para serem reciclados, ou contêm substâncias tóxicas que
acabam tornando a sua reciclagem muito perigosa. Na Europa, algumas medidas já foram
adotadas, como a lei Extended Producer Responsibility - EPR (Responsabilidade
compartilhada do produtor), sendo uma política que obriga os fabricantes a se
2
responsabilizarem por todo o ciclo de seus produtos, ou seja, a empresa que utilizar
substâncias tóxicas em seus produtos será responsável por recolhê-la.
No Brasil, após dezenove anos sendo discutida, reescrita, rejeitada, avaliada e
modificada, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos foi aprovada pela câmara dos
deputados, em especial quanto à logística reversa dos eletrônicos que tem como semelhança
as leis EPR, ou seja, a obrigatoriedade dos fabricantes em recolher seus produtos, sendo
eletrônicos ou lâmpadas fluorescentes; e por sua vez sancionada pelo presidente da república
Luiz Inácio Lula da Silva em agosto deste ano.
3
2 COMPOSIÇÃO E EFEITOS
Para o processo de fabricação de produtos eletroeletrônicos, placas e componentes são
utilizados para a sua confecção, mas muitos desses em sua estrutura possuem substâncias
cujas características podem afetar de forma nociva o meio ambiente e à saúde humana, pois
não são biodegradáveis devido ao seu alto peso molecular.
Tais equipamentos são compostos por elementos básicos, como o plástico, mas também
por elementos danosos, entre eles o cádmio, mercúrio, cromo hexavalente, éteres difenil-
polibromados, bifenilos polibromados, chumbo dentre outros, que quando acumulados no
organismo, causam várias doenças podendo levar à morte.
Os plásticos utilizados em carcaças de monitores possuem características como
retardantes de chama, já os demais podem carregar várias funções desde a proteção à
corrosão, como auxiliador em processo de soldagem e condução de corrente elétrica.
2.1.1 Cádmio (Cd)
Do latim cadmia (antigo nome para o carbonato de zinco) foi descoberto por um
químico alemão Friedrich Strohmeyer a partir das impurezas no carbonato de zinco em 1817,
tem-se como símbolo na tabela periódica (Cd) de número atômico 48 e massa atômica igual a
112u, em temperatura ambiente encontra-se no estado sólido. A maior parte desse elemento é
obtida através do subproduto do processamento de minérios de zinco, já que na crosta
terrestre é um elemento escasso e difícil de ser encontrado. Sua principal aplicação, cerca de
¾ da demanda, dá-se na indústria eletrônica na produção de baterias, entre as quais se
destacam as baterias do tipo níquel-cádmio.
Por ser um metal pesado, produz efeitos tóxicos nos seres vivos mesmo em
concentração baixa. Os meios de contato com o elemento pode ser via oral através da água ou
alimentos contaminados, e por inalação, sendo mais grave para os fumantes, pois esse
elemento está presente nos cigarros; há ainda o contato mediante a queima de combustíveis
fósseis, como o carvão e o petróleo e pela incineração do lixo doméstico.
4
2.1.2 Mercúrio (Hg)
Descoberto na Grécia antiga é um dos primeiros elementos estudados, gerando
interesse para os estudantes de química desde a época da alquimia, com diversas aplicações,
entre elas o termômetro, barômetro, lâmpadas, medicamentos e outros. Para classificar o
elemento, os romanos latinizaram o nome para hidrargirium, já que em grego hydro significa
água e argyros prata. E como os símbolos químicos são dados pela inicial maiúscula e a
segunda minúscula, para diferenciação do mercúrio obteve-se o símbolo (Hg) para não
confundir com o símbolo do hidrogênio (H).
Com número atômico 80 e massa atômica 200,5u é um metal que se apresenta líquido
em temperatura ambiente, cuja característica é sua cor prateada e ser inodoro; quando
comparado com outros metais, não possui boa condução de calor, mas é um bom condutor de
eletricidade e estabelece facilmente ligação metálica com metais, entre eles o ouro e a prata.
Na indústria, sua aplicação é abrangente, sendo mais utilizado em instrumentos de
medidas, lâmpadas fluorescentes e na área odontológica, como elemento principal para
obturação de dentes. No ramo eletrônico é utilizado nos visores dos aparelhos celulares.
Os efeitos toxicológicos são bastante preocupantes; sendo eles leves, podem causar
anemia, anorexia, depressão, dermatite, fadiga, dores de cabeça, hipertensão, insônia,
irritabilidade, tremores, fraqueza, entre outros; e nas condições mais severas, causam
problemas neurológicos graves, inclusive paralisias cerebrais.
2.1.3 Cromo hexavalente (Cr(VI))
Do grego pronunciado como “Chroma”, significando cor, é um elemento químico de
símbolo (Cr), número atômico 24 e massa atômica 52, na presença de temperatura ambiente
são apresentados na forma sólida.
Metal de transição, de coloração cinza semelhante ao aço, muito resistente à corrosão,
devido a essa característica é amplamente utilizado em metalurgia para aumentar sua
resistência contra corrosões e dar um acabamento brilhante, como, por exemplo, no aço
inoxidável. Na natureza são encontrados três tipos de isótopos estáveis crômio-52, crômio-53
e crômio-54, sendo o mais abundante o primeiro com ( 83,789%). Crômio metálico ou
composto do crômio (III), não é considerado prejudicial à saúde, uma vez que se trata de um
elemento essencial para o ser humano, mas em altas concentrações é tóxico.
Os compostos de crômio (VI), quando ingeridos, são tóxicos, sendo a dose letal em
poucos gramas; no caso dos não letais esse composto é altamente carcinógeno. Limites de
5
concentração de crômio (IV) na água de consumo, estabelecidos pela OMS (Organização
Mundial de Saúde), são de no máximo 0,05mg/litro, sendo revisado conforme novos estudos
sobre os efeitos na saúde.
2.1.4 Éteres difenil-polibromados (PBDEs)
Grupo de moléculas orgânicas, cuja principal característica da sua estrutura é a ligação
de um átomo de oxigênio a dois átomos de carbono da cadeia. Uma das maneiras para a sua
formação é a desidratação intramolecular dos alcoóis. Resumidamente, esses compostos
orgânicos são derivados dos alcoóis pela substituição do (H) hidrogênio do grupo (-OH) por
um radical derivado do hidrocarboneto. Há uma grande aplicação na indústria, pois são
usados como retardantes de chamas em equipamentos eletrônicos, plásticos, tecidos, materiais
de construção, carpetes de veículos, aviões e outros.
Com relação à toxidade destas substâncias, são voláteis e principalmente os dissolvidos
tendem a desprender-se, com a ação do tempo, da luz e do calor, ou podem ser removidos por
produtos abrasivos e de limpeza, reduzindo sua função de retardante de chama ao mesmo
tempo em que são lançados no meio ambiente.
2.1.5 Bifenilos polibromados (PBBs)
Produtos químicos cuja função é similar aos éteres difenil-polibromados, ou seja, são
usados como retardantes de chamas em monitores de computador, televisores, espuma
plásticas etc.; tornando mais difícil de queimar. A maioria dos bifenilos são líquidos ou
sólidos oleosos, e sua aparência varia de incolor a amarelo claro, não possui cheiro ou sabor;
alguns podem se apresentar como voláteis e podem existir como vapor no ar.
Ao ser despejado no meio ambiente, não se degradam facilmente e, portanto, podem
permanecer no ambiente por muito tempo, podendo se mover entre o ar, a água e o solo. Em
contato com o ser humano a níveis altos, podem apresentar problemas de pele como acne e
erupções cutâneas.
2.1.6 Chumbo (Pb)
Do latim plumbum, é um metal de símbolo químico (Pb) e apresenta número atômico
82 e massa atômica 207,2u. Em temperatura ambiente, apresenta, em estado sólido, metal
6
tóxico e pesado, não possui características de condutividade elétrica. Suas principais
aplicações são na construção civil evitando corrosões, bateria de ácido, munição e proteção
contra raios-X, na indústria eletroeletrônica é utilizado como parte de ligas metálicas para a
produção de soldas, fusíveis e revestimento de cabos elétricos.
No fator toxicologia, as principais vias de exposição são a oral, inalatória e cutânea,
sendo que no primeiro caso o chumbo pode ser encontrado na água potável, através da
corrosão das tubulações formadas pelo elemento. Isso é comum de ocorrer quando a água for
ligeiramente ácida, nesse caso, há preocupação na correção do ph (fator de hidrogênio) nas
estações de tratamento de águas públicas para o uso doméstico. Na via cutânea, uma vez
absorvido, o chumbo pode ser armazenado no tecido mineralizado, nesse caso, nos ossos e
dentes por longos períodos.
7
3 LEIS E NORMAS
A adoção de iniciativas geradas pelos consumidores ambientalmente responsáveis,
mostrando a preocupação com o planeta. Além disso, a elaboração de leis adequadas obrigam
os fabricantes a desenvolverem produtos ambientalmente corretos.
Segundo Aguilar (2009, p.69), atualmente essa postura constitui uma necessidade
financeira, fiscal e até mesmo legislativa. Governos de diversos países têm instituído normas
e regulamentações para encorajar a chamada TI Verde ou Computação Verde.
3.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Após dezenove anos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos passou de ser projeto de
lei para se tornar lei, sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na data de 02 de
agosto de 2010. Muito atrasada, a lei é esperada com grande expectativa para começarmos a
resolver os graves problemas sociais, ambientais e econômicos que a desastrosa gestão do lixo
em nosso país apresenta. (lixoeletronico/2010). A figura 1 mostra o logotipo utilizado na
apresentação do arquivo digital fornecido pela biblioteca digital da câmara.
Fonte: <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/4283/politica_residuos_solidos.pdf?>
Figura 1 – Logotipo da PNRS
8
No quadro 1, observa-se um comparativo com a legislação internacional para o lixo
eletrônico.
Fonte: <http://www.crea-rs.org.br/crea/download.php?file=ed73.pdf>
Quadro 1 – Legislação Internacional comparada de lixo eletrônico
A Política Nacional de Resíduos Sólidos contempla todo e qualquer conteúdo
relacionado com resíduos sólidos, mas apenas serão destacados os pontos destinados
exclusivamente para o lixo eletrônico.
Um ponto importante da lei é a valorização do trabalhado dos catadores de lixo, uma
vez que, no dia em que foi sancionada, durante a celebração, o representante do movimento
nacional de catadores de lixo, expressou que os trabalhadores não querem ser conhecidos
como catadores de lixo, mas de materiais recicláveis. Há inclusive previsão de recursos
federais aos municípios que façam coleta seletiva com catadores.
Exigência na elaboração de um plano de gestão para o uso dos recursos federais, uma
vez que o mesmo servirá de incentivo para responsabilizar os municípios pela destinação final
dos resíduos.
Outro ponto importante relatado na lei é que fica proibida a importação de resíduos
perigosos e rejeitos que venham causar algum dano à natureza. Fica determinado o tratamento
consorciado de resíduos, o qual permite que seja planejada conjuntamente a destinação do
resíduo a pequenos municípios.
9
O Modelo de Responsabilidade Compartilhada obriga os fabricantes, produtores e
importadores de resíduos especiais, a darem o melhor destino aos resíduos descartados pelos
consumidores.
3.2 RoHs (Restriction of Certain Hazardous Substances)
RoHs é conhecida como (lead-free) que significa lei do chumbo, mas não se trata
necessariamente somente do chumbo, mas de outras cinco substâncias, sendo elas: cádmio,
mercúrio, cromo hexavalente, bifenilos polibromados e éteres difenil-polibromados.
Lançada em 2006, essa diretiva proíbe, na Europa, a venda de produtos que contenham
tais substâncias; e obriga os fabricantes a adequarem seus produtos à nova diretiva; obriga
também a reciclagem de eletro-eletrônicos ditada pela diretiva WEEE (Waste from Electrical
and Electronic Equipament ), Lixo Vindo de Produtos Eletro-Eletrônicos.
É claro que essa diretiva não exige que os produtos tenham 100% de isenção das
substâncias químicas proibidas, mas há uma tolerância máxima de 0,1% no uso destas na
composição de manufaturados na União Européia, ou os importados de outros países, como a
China, EUA, Nova Zelândia.
3.3 WEEE (Waste from Eletrical and Electronic Equipament)
Segundo o site da BBC, é uma peça de legislação que abrange a totalidade da União
Européia que visa reduzir a quantidade de lixo eletrônico (computadores, televisores, consoles
de jogos, equipamentos de comunicação, etc.) de residências e empresas, acabando com os
aterros; nesta diretiva as nações membros são responsáveis por reciclar o equivalente a 4kg de
resíduos eletrônicos para cada pessoa que vive no país. (BBC, 2010)
A quantidade obrigatória de eletroeletrônicos reciclados se dará de forma gradativa e os
prazos e metas a serem cumpridos serão calculados a partir de estudos periódicos para medir
impacto da aplicação da lei. A figura 2 apresenta o símbolo da WEEE.
10
Fonte: <http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/6253250.stm>
Figura 2 – Símbolo WEEE
3.4 Carbonfund.org
Carbonfound.org é uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é a luta contra o
aquecimento global, tornando fácil e acessível a qualquer indivíduo, empresa ou organização
reduzir e compensar os impactos no clima.
Com os objetivos de educação climática, e divulgação ao meio, o que mais se destaca é
a compensação e redução das emissões de dióxido de carbono.
3.5 Ranking Greenpeace
O guia do Ranking Greenpeace tem o objetivo de classificar as dezoito maiores
empresas do ramo de eletrônicos voltados para computadores pessoais, telefones celulares,
televisões e consoles de jogos. Essa classificação é feita com a política de produtos químicos
tóxicos, reciclagem e mudanças climáticas.
De acordo com o Greempeace, as três metas que as empresas devem conseguir são:
limpar os produtos através da eliminação de substâncias perigosas; recolher e reciclar os
produtos de forma responsável, uma vez que eles se tornem obsoletos; e reduzir os impactos
das operações e produtos. O Ranking do Greenpeace em sua versão de número dezesseis é
mostrado na figura 3.
11
Fonte: <http://www.greenpeace.org/international/campaigns/toxics/electronics/how-the-
companies-line-up/>
Figura 3 – Ranking Greenpeace
3.6 Plataforma de Resíduos Eletrônicos da América Latina e Caribe
A Plataforma de Resíduos Eletrônicos da América Latina e Caribe é um projeto sem
fins lucrativos que articula iniciativas que promovam soluções para a prevenção, gestão e o
tratamento final dos resíduos eletrônicos gerados pelos computadores da região.
(Mercadoetico/2009)
De acordo com o site lixoeletronico.org, o projeto conhecido como RELAC, tem por
objetivo criar uma rede associativa que fomente, articule e difunda as práticas e iniciativas do
lixo eletrônico em toda região, contando com financiamento do Centro Internacional de
Pesquisa para o Desenvolvimento do Canadá. Sua atividades iniciaram em 2004 e já se
encontra na segunda fase de implementação.
Em sua primeira fase foram analisados comparativamente a situação de manejo dos
resíduos eletrônicos nos EUA e na América Latina, bem como os efeitos da reutilização de
PC’s nos projetos de inclusão digital.
12
4 PROJETOS TI VERDE
O planeta dá sinais claros de que não suporta mais o ritmo de consumo que é
apresentado nos dias atuais; os diversos tipos de poluição chegaram a níveis muito altos
provocando sérios problemas de saúde aos seres vivos.
De acordo com Aguilar (2009, p.14), em resposta a estes ritmos, ações catastróficas
começam a ocorrer. Assim, a humanidade é forçada a repensar sua forma de se relacionar com
o planeta, sendo um ponto positivo de que algo deve ser mudado para preservar o meio
ambiente.
Observa-se a preocupação de muitas empresas do setor privado de grande e pequeno
porte em reciclar os resíduos eletroeletrônicos, como também do setor público, em especial
os programas de incentivos criados por municípios.
4.1 Apple
Antes de analisar o que a Apple vem fazendo para reduzir os impactos causados em
relação ao lixo eletrônico, será apresentado um pouco de sua relação com o efeito estufa em
todo o ciclo de vida de seus produtos. Na figura 4, observa-se a porcentagem de emissão de
gases no ciclo de vida.
Fonte: <http://www.apple.com/br/environment/complete-lifecycle/#facilities>
Figura 4 – Ciclo de vida produtos Apple
O processo de fabricação é responsável por 38% de emissões de gases; é nessa etapa
que ocorre a extração de matéria prima e a montagem. A etapa seguinte, com participação de
5%, destina-se a todo o transporte, inclusive às linhas de produção até os centros de
distribuição, mas o maior colaborador é o uso dos produtos propriamente ditos. Em seguida,
13
com apenas 1% da parcela, a emissão ocorre no processo de reciclagem, e, por fim, com 3%
suas instalações, incluindo escritórios, centros de distribuição e lojas de varejo.
A empresa Apple oferece diversos produtos no mercado nas mais diversas áreas, sendo
elas entretenimento, telefonia e informática, com características de produtos menores, finos e
leves, isso faz com que os mesmos sejam fabricados com menos material. Exemplo disso
destaca-se o MacBook, sendo fabricado com uma revolucionária estrutura monobloco,
substituindo diversas peças individuais por uma única de alumínio reciclável. Além do
produto MacBook, a linha do iMac passou por diversas mudanças em seu volume, como
apresenta a figura 5.
Fonte: <http://www.apple.com/br/environment/complete-lifecycle/#facilities>
Figura 5 – Redução de volume iMac
Com esse tipo de tecnologia, um iMac atual de 20 polegadas usa 55% a menos de
matérias do que sua primeira geração de 15 polegadas. Tal economia de material equivalente
a 10000 toneladas referente a um milhão de computadores iMac vendidos, equivalente a 7200
veículos do modelo Toyota Prius.
Preocupada com os tipos de materiais utilizados nos produtos que atacam o meio
ambiente, a empresa não esperou uma legislação para banir substâncias tôxicas ver figura 6,
como o arsênio, os retardadores de chama brominados (BFRs), mercúrio, ftalatos e cloreto
de polivinila (PVC), esse processo já vem sendo utilizado há mais de uma década. A tela de
vidro do produto MacBook está isenta de arsênio e o sistema de retroiluminação não
contém mercúrio.
14
Fonte: <http://www.apple.com/br/environment/complete-lifecycle/#facilities>
Figura 6 – Remoção dos materiais tóxicos do MacBook
Com programas de reciclagem em 95% dos países onde seus produtos são
comercializados, desde 1994, mais de 37 milhões de quilos de equipamentos deixaram de ir
para os aterros. Em 2008, a empresa chegou com uma taxa de reciclagem de 41,9%, sendo
reciclados cerca de 15 milhões de lixo eletrônico. Para o cálculo desses valores, como
metodologia, foi utilizada uma medida proposta pela Dell, a qual assume vida útil de sete
anos para um produto. Sendo assim, o peso do material que a empresa recicla é comparado ao
peso dos produtos Apple vendidos em sete anos. Na figura 7 é mostrado a relação entre
reciclagem e peso.
Fonte: <http://www.apple.com/br/environment/complete-lifecycle/#facilities>
Figura 7 – Reciclagem por peso
15
4.2 Nokia
Uma das principais características no desenvolvimento dos produtos da Nokia é sua
durabilidade, com isso muitos dos aparelhos que são trocados acabam sendo inutilizados e
guardados sem receberem um destino adequado; de acordo com a empresa, cerca de 44% dos
aparelhos obsoletos estão nessas condições.
A empresa possui programa de reciclagem dos aparelhos, sendo realizado por empresas
de terceiro criteriosamente selecionados, que são avaliadas regularmente com o intuito de
garantir a qualidade na reciclagem do material. Reciclar aparelhos significa reaproveitar suas
peças, evitando a extração e refinamento de materiais para os novos produtos, economizando
energia, produtos químicos e resíduos.
De acordo com a Nokia, “se cada usuário Nokia reciclasse apenas um aparelho que não
está mais sendo utilizado, juntos, poderíamos economizar cerca de 80.000 toneladas de
matéria-prima.” (Nokia, 2010).
De acordo com a pesquisa, apenas 3% das pessoas reciclam seus aparelhos em todo o
mundo. Esse dado preocupa a empresa, pois, apoiando o conceito de responsabilidade
individual do fabricante para que a mesma possa cumprir suas responsabilidades, deve haver
o comprometimento de todos os membros de sua cadeia, seja revendedores ou consumidores
na hora de devolver os produtos para reciclagem, uma vez que a Nokia possui tecnologia para
utilizar 100% dos materiais reciclados, sendo para gerar energia ou na própria fabricação de
novos produtos.
Além da preocupação com o meio ambiente, há também uma relação com o consumidor
em função dos seus dados, ou seja, a perda de números ou fotos armazenadas no aparelho;
esse é apenas um dos problemas que a companhia pretende superar com a reciclagem.
O processo de recolhimento para a reciclagem é bem simples, basta deixar o produto
(aparelho, bateria ou carregador) em um dos pontos de coletas. Esses pontos são denominados
Nokia Care que representam mais de 5.000 pontos espalhados pelo mundo. Para os locais
onde não possuem a Nokia Care, os aparelhos podem ser recolhidos através dos pontos de
venda da Nokia, revendedores autorizados ou entrar em contato com autoridades locais. Na
Europa e na Austrália também existem diversos esquemas de coleta.
Países como EUA e Reino Unido, além de possuírem os pontos convencionais de
coleta, também podem optar por envio postal; através de um cadastro online é gerada uma
etiqueta postal pré-paga, com a qual o consumidor pode enviar o aparelho sem nenhum custo
a um reciclador autorizado Nokia.
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Antes de enviar o aparelho ou acessório para reciclagem, a Nokia recomenda fazer
backup dos dados pessoais ou profissionais através do software proprietário PC-Suite ou do
portal online OVI (http://www.ovi.com/services/).
As ações eficientes no fim da vida útil do produto fecham seu ciclo de vida, e, com isso,
geram energia e materiais novamente em circulação. As ações no fim da vida útil incluem a
reciclagem do lixo eletrônico proveniente de nossas próprias operações, das operações dos
fornecedores e dos aparelhos que você deixa para reciclagem. (Nokia, 2010)
A figura 8 mostra o gerenciamento da reciclagem durante todo o ciclo de vida dos
aparelhos, desde o projeto até o momento da sua coleta.
Fonte: <http://www.nokia.com.br/a-nokia/meio-ambiente/we-recicle/reciclagem-por-todo-o-ciclo-de-
vida>
Figura 8 – Ciclo de vida do aparelho
4.3 Philips
O programa EcoVision resume-se na elaboração de novos produtos ecoeficientes que
apresentem resultados nas áreas de educação, preservação ambiental e desenvolvimento de
produtos ambientalmente responsáveis. (Philips, 2010).
Com o compromisso de tornar-se líder global em eficiência ecológica nas áreas em que
atua, a empresa desenvolveu o programa EcoVision, o qual se resume nos esforços da
companhia em prol da eficiência energética, conteúdos químicos, destinação e reciclagem de
seus produtos. O programa EcoVision tem objetivos mensuráveis, e cada etapa tem duração
de quatro anos.
Como parte do programa EcoVision, foi criado o conceito EcoDesign, cujo objetivo
baseia-se na redução de cinco critérios principais, sendo eles: peso, uso de substâncias
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tôxicas, consumo de energia, reciclagem e descarte final e embalagem. Os produtos que
seguem tais critérios do programa EcoDesing recebem o selo Green Flagship, o qual é
concedido pela matriz da empresa após uma investigação de duas ou mais áreas, consideradas
como Green focal Area; tal selo identifica como produtos ambientalmente amigáveis.
Como solução para o lixo eletrônico, a empresa criou um programa de reciclagem
composto por 40 pontos espalhados em 25 cidades no Brasil. Nesses pontos, ocorre a coleta
dos equipamentos da marca e Walita. Esse programa tem o apoio da empresa Oxil, que tem a
responsabilidade por retirar todo o material e encaminhá-lo para a triagem e a reciclagem em
uma usina localizada na cidade de Paulínia em SP. Essa empresa realiza toda a separação e
venda, e encaminha os resíduos para seus parceiros.
4.4 Banco Itaú
O instituto Uptime, uma das maiores autoridades mundiais em certificações em data
centers, premiou o banco brasileiro Itaú com o Green Enterprise IT Awards. Esse prêmio tem
como características eleger as melhores ações de sustentabilidade ambiental na área de TI; na
categoria de ganhos de eficiência e de tecnologias, a instituição recebeu o primeiro prêmio.
Um investimento formado por um comitê de IT verde desde 2004 promove ações,
identificando e mapeando as esferas econômicas, social e ambiental da instituição.
O projeto premiado usou tecnologias sustentáveis para integrar as áreas de infra-
estrutura; entre elas, a virtualização de servidores que resultou em uma economia de energia
de 3,7 GWh desde a sua implementação, além do uso de desktops virtuais e a compra de
máquinas de refrigeração precisa.
Outra iniciativa foi a troca, em 2009, de 16 mil monitores de CRT (Tubo de Raios
Catódicos) pelos monitores de LCD (Display de Cristal Líquido), proporcionando um
consumo energético de 1,9 GWh, com previsão para 2010 de mais de 10 mil equipamentos
substituídos.
Através dessas ações, o banco conseguiu uma economia mundial de R$ 500 mil no
consumo de energia elétrica, alcançados através da virtualização de seus data centers. Tem
como proposta, até 2011, a ampliação de 30% ao ano da sua capacidade de processamento de
dados, mas com apenas 10% de acréscimo na conta de energia elétrica.
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4.5 Vivo
Desde 1999, a operadora Vivo já disponibilizava em suas lojas próprias e outros pontos-
de-venda a coleta de baterias de celulares usados, mas com o passar dos anos o projeto
ganhou mais estrutura e foi substituído pelo programa Vivo Recicle seu celular.
Programa iniciado no fim de 2006 como projeto-piloto, em 2007 já contemplava mais
de 161 lojas da própria operadora distribuídas em oito estados, sendo eles, Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Espiríto Santo, Goiás e Distrito Federal.
Comemorando em 2008 o Dia Mundial do Meio Ambiente, o programa cresceu para
todas as lojas próprias, revendas exclusivas e sedes administrativas da operadora. O programa
cresce rápido e já recolheu mais de dois milhões de itens, que são encaminhados para o
descarte adequado.
O interessado em doar seu aparelho, os acessórios ou as baterias, deve se dirigir a uma
das lojas da operadora. Antes de depositar nas urnas de coletas, deve preencher e assinar duas
vias do termo de doação, o qual fica exposto na própria urna; uma das vias fica com o doador
e a outra deve ser depositada junto com o item. Neste programa, pode participar qualquer
pessoa independente da operadora ou marca e modelo do aparelho.
Toda logística e destinação dos materiais são realizadas por duas empresas que formam
parceria com a operadora, a empresa Belmont Trading, responsável pela disposição correta
dos materiais coletados, reaproveitando aparelho semi-novos, ou encaminhando todos os
materiais para reciclagem, e a segunda GM&C, responsável pela logística dos pontos de
coletas, Lojas Vivo e revenda exclusivas.
4.6 Claro
Diferente da operadora Vivo, descartar um celular, bateria ou acessório, não existe
nenhum tipo de burocracia, basta o usuário se dirigir a uma loja da Claro que contenha a urna
e depositar. Esse processo também incluiu qualquer item independente da marca, modelo ou
operadora.
A empresa responsável pela logística e destinação do lixo eletrônico é a mesma que
possui parceria com a Vivo, a GM&C junto com as recicladoras homologadas no IBAMA e
nos órgãos ambientais do estado.
Uma vez depositado nas urnas de coletas, o conteúdo é movido para destinação correta.
Quando retirados, são divididos em grupos: baterias, aparelhos ou acessórios, e encaminhados
para recicladoras. Certa de 80% de um telefone celular é reciclável, transformando-se em bens
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e utensílios novos. No quadro 2 são apresentados os benefícios que os materiais podem gerar
após reciclagem.
Fonte: <http://www.claroblog.com.br/conteudo.asp?post_id=89>
Quadro 2 – Vantagens da reciclagem
4.7 HP – Hewlett Packard
A empresa disponibiliza campanhas chamadas Trade-in, nas grandes lojas de varejo.
Um programa interessante, pois o equipamento usando de qualquer marca ou modelo pode ser
revertido em desconto na compra de um equipamento novo. Caso o cliente possua um
equipamento usado e não tenha a intenção de aquisição de um novo, mas queria se desfazer
do produto, pode entrar em contato com a HP através do Programa de reciclagem da HP
Brasil, enviando um email para [email protected], com a descrição do modelo, da
quantidade e de sua localidade, a empresa entrará em contato para informar como descartá-lo.
Na figura 9 é apresentado as regiões disponíveis para descarte dos equipamentos.
Fonte: <http://www.hp.com/country/br/pt/companyinfo/globalcitizenship/reciclagem_hardware.html>
Figura 9 – Regiões disponíveis para descarte de equipamentos
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Para o descarte de acessórios, como exemplo as baterias, o processo é diferenciado,
basta o cliente preencher o formulário disponível em
http://www.hp.com/latam/br/baterias/form_baterias.html, em um prazo de até sete dias úteis, a
empresa encaminhará para o email fornecido o número de autorização de postagem pré-paga;
de posse do número, basta comparecer em qualquer agência dos correios e fazer o envio da
bateria. No ato da postagem, o cliente receberá a embalagem, a qual deverá ser feita em até 30
dias do recebimento do número de autorização.
4.8 Motorola
Preocupada com o lixo eletrônico, a empresa comercializa um aparelho de celular cujos
25% da sua estrutura externa são formados por material reciclado de garrafas pet, seu novo
aparelho o MOTO W233, também possui o certificado Carbonfree, documento emitido pela
Carbonfound.org, líder mundial em projetos de compensação de carbono.
Com esse certificado, há uma garantia de que tal produto compensa as emissões de
carbono no seu processo de fabricação, distribuição e uso com investimentos em projetos
ambientais. Em parceria com o grupo Wal-Mart, a empresa de telefonia implementou a coleta
de baterias, pilhas e celulares na rede de supermercados.
4.9 CRMG Network & Security
Empresa especializada em desenvolver soluções em T.I, localizada na cidade de
Campinas - São Paulo, tem como característica para reduzir o impacto do lixo eletrônico o
uso de hardware antigo de um computador, transformando em um multi-terminal, sendo
utilizadas para o trabalho simultâneo até nove pessoas nas ferramentas básicas do pacote
Office da Microsoft (Word, Excel, PowerPoint, Outlook) e navegação na internet.
Tal projeto gera a redução na compra de novos equipamentos, como também em
softwares, reduzindo custo com manutenção e consumo de energia elétrica.
4.9 Projeto Lixo Eletrônico do município de Pompéia-SP
Localizado no interior do estado de São Paulo, o município de Pompéia lança projeto de
Lixo eletrônico e torna-se exemplo para todo o Brasil. Projeto denominado como Semana da
Faxina Eletrônica.
21
O projeto surgiu devido à necessidade de um tema para um trabalho de conclusão de
curso do curso Gestão de Projetos da Univem (Centro Universitário Eurípedes de Marília).
Após desenvolvido, o projeto foi apresentado ao diretor de meio ambiente e do prefeito do
município, ambos apoiaram a implantação do projeto.
Projeto lançou uma semana de conscientização e recolhimento do lixo eletrônico,
realizado no mês de fevereiro de 2010. Como parceiras, dez empresas de informática foram
convidadas para se obter cem por cento de participação da população, e tornam-se referência à
comunidade, pois disponibilizaram em seus estabelecimentos ilhas de coleta de lixo
eletrônico.
Além das dez empresas, oitos escolas também participaram da coleta, oferecendo em
suas unidades ilhas de coleta para seus alunos. Toda divulgação do projeto, foi realizado
através dos meios de comunicação, como estação de rádio, jornais, outdoors, cartilhas,
cartazes e um carro de som.
Durante a semana, foram realizadas mais de trinta palestras sobre conscientização para
todos os alunos da escola que participaram do projeto. As palestras foram ministradas pelo
sócio da empresa Reciclo Ambiental, localizada na zone leste de São Paulo, cujo objetivo é
focar solução para os problemas com a destinação do lixo eletroeletrônico.
Durante a semana, foram arrecadadas cerca de 7,5 toneladas de lixo eletroeletrônico,
superando em 50% a valor estipulado pelo criadores do projeto e seus idealizadores. A
semana da faxina foi estendida por mais duas semanas a pedido de diversas empresas e
moradores.
Todo material recebido foi armazenado em galpões da prefeitura e destinado a empresa
Reciclo Metais, também situada na zona leste de São Paulo. Após o termino da campanha,
todas as empresas envolvidas receberam certificado de participação emitido pela prefeitura.
O sucesso do projeto foi tão grande que a prefeitura está em fase de implantação de um
novo projeto com o mesmo objetivo, mas desta vez em caráter contínuo e não de forma
periódica como apresentado no primeiro. Tal projeto torna-se pioneiro no Brasil, pois o
município está dentro do seleto grupo de cidades brasileiras que já desenvolveram e
implantaram soluções geradas pelos problemas do lixo eletrônico.
22
5 TECNOLOGIAS
Além de programas de reciclagem oferecidos pelas empresas de eletroeletrônicos,
empresas de TI desenvolvem softwares e hardwares com o intuito de reduzir cada vez mais
os danos causados ao meio ambiente, ambas as tecnologias proporcionam redução de energia
elétrica, espaço físico e emissão de gases CO2 na atmosfera.
5.1 Virtualização
O conceito geral de virtualização tem como fundamento a forma de esconder as
características físicas de uma plataforma computacional de forma que este mostre um
hardware virtual, ou seja, emulando um ou mais ambientes isolados. Este método é uma ótima
saída com o qual se pretende a utilizar diversos servidores em apenas um espaço físico.
Na TI antiga, era comum dividir diversas tarefas em equipamentos isolados dedicados,
ou seja, para cada aplicação, como servidor de email, banco de dados, internet, era necessário
o seu equipamento; com o avanço tecnológico, esse cenário passa a ser diferente, pois com a
virtualização é possível gerenciar diversos servidores virtuais em apenas uma máquina física,
proporcionando redução nos gases CO2 na atmosfera, em refrigeração de ambiente, na
energia elétrica e economia na aquisição futura de hardware, além de diversos benefícios. Na
figura 10 é exemplificado a virtualização de servidores.
Fonte: <http://www.codix.com.br/virtualizacao_de_servidores.html>
Figura 10 – Exemplo de virtualização de servidores
23
5.2 Processadores Multi-Core
Basicamente, os processadores multi-core possuem vários núcleos (core) em um
mesmo encapsulamento, ou seja, cada núcleo representa um processador; como mostrado na
figura 11. Com isso, há um maior processamento com melhor custo/benefício. Na maioria
dos casos, os núcleos possuem seu próprio cache ou compartilham, processando várias
instruções simultaneamente em alta velocidade.
Várias vantagens do uso dos multi-núcleos podem ser alcançadas, como obtenção no
desempenho para executar vários aplicativos simultaneamente, aprimoramento para
aplicativos multi-threaded, compatibilidade para mais usuários ou tarefas em aplicativos com
muitas transações, redução em dissipação térmica, economia de espaço e de energia,
entre outros.
Fonte: <http://blogs.intel.com/brasildigital/2007/08/processadores_multicore_alguma.php>
Figura 11 – Visão interna de processadores (Intel)
5.2 Thin Clients
Baseado em uma rede de modelo cliente-servidor de duas camadas, com poucos ou
nenhuns aplicativos instalados, o cliente acessa um servidor central específico para o
processamento das atividades.
24
A origem da palavra “thin” refere-se a uma imagem de boot, do qual os clientes
necessitam para fazer a conexão com a rede, depois de conectado é iniciado um navegador
web disponibilizando uma área de trabalho remota.
Com a utilização dos thin clients há grandes vantagens ao meio ambiente, como baixo
consumo de energia, menor dissipação de calor, reduzindo e economizando gastos com ar
condicionado, redução com custos com aquisição de hardware, além de as máquinas serem
mais compactas. Na figura 12 é mostrado o funcionamento de como um thin client trabalha.
Fonte: <http://www.continentetecnologia.com.br/conteudo/thin-clients/>
Figura 12 – Como o Thin Client trabalha
25
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o avanço tecnológico e com ele os efeitos causados ao meio ambiente, a
comunidade como um todo está cada vez mais preocupada, tomando iniciativas capazes de
preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, como mudanças culturais e projetos
conhecidos como TI verde.
Fica claro que grandes empresas do ramo estão preocupadas com tal efeito, e mesmo
sem uma lei corrente no país, programas existem e funcionam, mas ainda faltam campanhas
para divulgação através dos meios de comunicação.
Na sua maioria as empresas não são de origem nacional, isso faz com que suas
tecnologias evoluam devido a exigências internacionais para o comércio em diversas regiões,
como as diretrizes européias que obrigam os fabricantes a mudarem seus processos de
fabricação caso queriam comercializar em determinados mercados.
Após sancionar o projeto de lei que ficou na “fila” por mais de dezenove anos, fica na
expectativa como o poder executivo a colocará em prática e quais suas penalidades, pois
através da lei há um controle melhor no gerenciamento dos resíduos gerados; é claro que não
basta somente a lei se não existir o monitoramento das atividades; uma vez que, cada dia
mais, o problema do lixo eletrônico vem se agravando, pois a tecnologia não para de crescer.
Por um lado isso é muito bom, mas por outro tem que haver a consciência da sua reciclagem.
O modelo de Responsabilidade Compartilhada obriga os fabricantes, os produtores e os
importadores de resíduos especiais, a darem o melhor destino aos resíduos descartados pelos
consumidores. Isso faz com que o Poder Público deva auxiliar na responsabilidade dos
consumidores, ou seja, o não descarte do lixo eletroeletrônico em lixo comum, mas apenas
nos postos autorizados para coleta; e na conscientização do consumidor em não adquirir
produtos ilegais e nem de fabricantes já inoperantes.
Deve haver exigência com relação aos produtos importados por parte do órgão
competente juntamente com os estudos periódicos dos resíduos auxiliando o Poder Público a
fiscalizar, fazendo com que as empresas organizam-se e passem a oferecer uma transparência
melhor no descarte do lixo eletrônico.
Faz-se necessário aumentar cada vez mais o incentivo e o financiamento a todo
mercado de reciclagem e aterros, como centro de pesquisa, produtos fabricados com altas
taxas de reciclados, apoio aos municípios na criação de aterros sanitários
Dentre os programas de reciclagem, o que mais chamou a atenção foi o da Nokia, que,
mesmo preocupado em reciclar seus aparelhos, ainda se preocupa com os dados do usuário,
26
como contatos e fotos, além de disponibilizar um portal na internet para realização de backups
dos dados dos aparelhos.
Paralelamente aos programas de reciclagem, fabricantes desenvolvem softwares e
hardwares com o intuito de reduzir excesso de equipamentos como por exemplo os
servidores. Um meio para isso é o uso da virtualização; surgem também hardwares mais
avançados, como processadores multi-core em um mesmo encapsulamento com menos gastos
de energia e com maior desempenho.
27
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