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Sumario
1 Logica matematica 4
1.1 Negacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Conjuncao, (e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3 Disjuncao ou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Condicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.1 Condicional →, se · · · entao · · · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · · . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.5 Tautologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.6 Proposicoes logicamente falsas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.7 Relacao de implicacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8 Relacao de equivalencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8.1 Comutatividade da conjuncao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.8.2 Associatividade da conjuncao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.8.3 p ∧ p ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.8.4 p ∧ v ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.5 p ∧ f ⇔ f. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.6 Comutatividade da disjuncao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.8.7 Associatividade da disjuncao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.8.8 p ∨ p ⇔ p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.9 p ∨ v ⇔ v. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.10 p ∨ f ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r). . . . . . . . . . . . 14
1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r). . . . . . . . . . . . 14
1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2
SUMARIO 3
1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.9 Sentencas abertas e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.9.1 Quantificador universal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.9.2 Quantificador existencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.10 Negacao de proposicoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.10.1 Negacao da negacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.10.2 Negacao da conjuncao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.10.3 Negacao da disjuncao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.11 Contrapositiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.11.1 Condicoes necessarias e suficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.11.2 Analise logica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.11.3 Sımbolos para conectivos e quantificadores . . . . . . . . . . . . . . 21
1.12 Nıvel proposicional e nıvel quantificacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.13 Questoes logicas e brincadeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Capıtulo 1
Logica matematica
m Definicao 1 (Proposicao). Nao daremos definicao rigorosa de proposicao, tentaremos
dar apenas uma nocao intuitiva . As proposicoes sao sentencas, declarativas, que podem
ser classificadas como verdadeiras (v) ou falsas (f). Iremos considerar como proposicao o
conteudo verdadeiro ou falso expresso por uma frase, entao por exemplo uma proposicao
nao depende da lıngua em que foi escrita, dependendo apenas do que se entende dela.
� Proposicoes sao declarativas, nao sao exclamativas, nem interrogativas.
� Possuem apenas um valor logico v ou f .
Diremos que os valores logicos v e f sao opostos . Os valores v ou f tambem podem ser
simbolizados por 0 ou 1 respectivamente.
m Definicao 2 (Argumento). Um argumento e uma sequencia finita de proposicoes, de
uma determinada linguagem, da forma
(pk)n+11 := (p1, . . . , pn+1)
onde as n primeiras proposicoes (pk)n1 se chamam premissas do argumento e a ultima
proposicao pn+1 = c e a conclusao do argumento. Podemos ler tal argumento como:
p1, . . . , pn, entao c,
4
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 5
ou usar outras conjuncoes conclusivas como “portanto”, “por conseguinte”, “logo”no lugar
de “entao”. Outros modos de se escrever um argumento sao
p1, . . . , pn, pn+1,
p1, . . . , pnpn+1
,
p1, . . . , pn/pn+1,
p1...
pnpn+1
m Definicao 3 (Argumentos validos e invalidos). Um argumento (pk)n+11 e dito correto
ou valido se a conclusao c = pn+1 for verdadeira sempre que as premissas (pk)n1 forem
verdadeiras. Se as premissas sao verdadeiras e a conclusao for falsa o argumento e dito
invalido ou incorreto.
1.1 Negacao
m Definicao 4 (Negacao de uma proposicao). Dada uma proposicao p, definimos a
negacao da proposicao p como uma proposicao ∼ p, de tal maneira como na tabela
abaixo
p ∼ p
v f
f v
Os valores logicos de p e ∼ p sao sempre opostos, por definicao .
1.2 Conjuncao, (e)
m Definicao 5 (Tabela verdade da conjuncao). Dadas duas proposicoes p e q formamos
uma nova proposicao chamada conjuncao das proposicoes p e q, denotada por p ∧ q, que
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 6
sera verdadeira quando p e q sao simultaneamente verdadeiras, conforme a tabela verdade
a seguir:
p q p ∧ q
v v v
v f f
f v f
f f f
p ∧ q le-se p e q.
1.3 Disjuncao ou
m Definicao 6 (Tabela verdade da disjuncao). Dadas duas proposicoes p e q formamos
uma nova proposicao chamada disjuncao das proposicoes p e q, denotada por p ∨ q, que
sera verdadeira quando pelo menos uma for verdadeira, conforme a tabela verdade a seguir
p q p ∨ q
v v v
v f v
f v v
f f f
1.4 Condicionais
1.4.1 Condicional →, se · · · entao · · ·
m Definicao 7 (Tabela verdade do condicional →). Dadas duas proposicoes p e q
formamos uma nova proposicao p → q , que tem como algumas opcoes de leitura : Se p
entao q, p e condicao necessaria para q, q e condicao suficiente para p. Os valores logicos
da nova proposicao sao conforme a tabela verdade a seguir
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 7
p q p → q
v v v
v f f
f v v
f f v
1.4.2 Condicional ↔, · · · se e somente se · · ·
m Definicao 8 (Tabela verdade do condicional ↔). Dadas duas proposicoes p e q
formamos uma nova proposicao p ↔ q , que tem como algumas opcoes de leitura :p se
e somente se q, p e condicao necessaria e suficiente para q. Os valores logicos da nova
proposicao sao conforme a tabela verdade a seguir
p q p ↔ q
v v v
v f f
f v f
f f v
p ↔ q e verdadeira quando p e q possuem mesmo valor logico .
1.5 Tautologias
m Definicao 9 (Tautologia). Uma proposicao p, e uma tautologia se ela possui o valor
logico v (verdadeiro), independente do valor logico das proposicoes que formam p .
Z Exemplo 1. p ou ∼ p e uma tautologia, pois a proposicao p ou a proposicao ∼ p e
uma proposicao verdadeira.
b Propriedade 1. A proposicao
(p∧ ∼ p) → (q ∨ p)
e uma tautologia.
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 8
ê Demonstracao. Precisamos testar apenas um numero finito de casos, das com-
binacoes possıveis das proposicoes p e q, por isso montamos uma tabela .
p q ∼ p p ∧ ∼ p q ∨ p (p∧ ∼p ) → (q ∨ p)
v v f f v v
v f f f v v
f v f f v v
f f v f f v
$ Corolario 1. Como vimos na tabela anterior p∧ ∼p e sempre falsa, logo sua negacao
e uma tautologia, ∼ (p∧ ∼p) sempre assume valor verdadeiro.
b Propriedade 2. ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q) e uma tautologia .
êDemonstracao. Novamente construımos a tabela verdade da proposicao, testando
todas possibilidades de valores logicos para p e q .
p q p ∧ q ∼ (p ∧ q) ∼ p ∼ q (∼ p) ∨ (∼ q) ∼ (p ∧ q) ↔ (∼ p∨ ∼ q)
v v v f f f f v
v f f v f v v v
f v f v v f v v
f f f v v v v v
1.6 Proposicoes logicamente falsas
m Definicao 10 (Proposicao logicamente falsa). Uma proposicao p, e uma Proposicao
logicamente falsa se ela possui o valor logico f (falso), independente do valor logico das
proposicoes que formam p .
Tais proposicoes tambem podem ser chamadas de inconsistentes ou contradicoes.
Z Exemplo 2. p∧ ∼ p e uma Proposicao logicamente falsa, pois a proposicao p ou a
proposicao ∼ p e uma proposicao falsa.
b Propriedade 3. (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) e uma proposicao logicamente falsa.
ê Demonstracao. Faremos a tabela verdade analisando todas possibilidades para
p e q .
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 9
p q ∼ p ∼ q p∨ ∼ q (∼ p) ∧ q (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q)
v v f f v f f
v f f v v f f
f v v f f v f
f f v v v f f
$ Corolario 2. Como (p∨ ∼ q) ↔ (∼ p ∧ q) e uma proposicao logicamente falsa, entao
sua negacao e uma tautologia.
1.7 Relacao de implicacao
m Definicao 11 (Relacao de implicacao). Dadas proposicoes p e q, dizemos que p
implica q, quando a proposicao p → q e verdadeira , simbolizamos tal ocorrencia com
p ⇒ q.
m Definicao 12 (Teorema). Um teorema e uma implicacao da forma h ⇒ t, onde h e
chamada de hipotese, t de tese .
Em geral consideramos h como sendo verdadeira.
m Definicao 13 (Demonstracao de um teorema). Como ideia intuitiva a demonstracao
de um teorema, significa mostrar que nao ocorre o caso da hipotese ser verdadeira e a tese
falsa , isto e, temos h ⇒ t.
1.8 Relacao de equivalencia
m Definicao 14 (Relacao de equivalencia). Dadas proposicoes p e q, dizemos que p e
equivalente a q, quando a proposicao p ↔ q e verdadeira e simbolizamos tal ocorrencia
com p ⇔ q.
1.8.1 Comutatividade da conjuncao
b Propriedade 4 (Comutatividade da Conjuncao). Vale que p ∧ q ⇔ q ∧ p.
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 10
ê Demonstracao. Comparamos as tabelas verdade
p q p ∧ q q ∧ p
v v v v
v f f f
f v f f
f f f f
portanto sao equivalentes.
1.8.2 Associatividade da conjuncao .
b Propriedade 5 (Associatividade da conjuncao .). Vale que
(p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r),
para quaisquer proposicoes p, q e r.
ê Demonstracao.
Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos possıveis .
p q r (p ∧ q) (p ∧ q) ∧ r q ∧ r p ∧ (q ∧ r)
v v f v f f f
v v v v v v v
v f f f f f f
v f v f f f f
f v f f f f f
f v v f f v f
f f f f f f f
f f v f f f f
(p ∧ q) ∧ r e p ∧ (q ∧ r) possuem tabelas verdade iguais logo sao equivalentes.
1.8.3 p ∧ p ⇔ p.
b Propriedade 6. Vale que p ∧ p ⇔ p.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 11
p p ∧ p
v v
f f
Por isso p ∧ p assume sempre o valor logico de p .
1.8.4 p ∧ v ⇔ p.
b Propriedade 7. Vale que p ∧ v ⇔ p. Onde v e uma proposicao verdadeira.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
p p ∧ v
v v
f f
Por isso p ∧ v assume sempre o valor logico de p .
1.8.5 p ∧ f ⇔ f.
b Propriedade 8. Vale que p ∧ f ⇔ f. Onde f e uma proposicao falsa.
ê Demonstracao.
Analisamos a tabela verdade
p p ∧ f
v f
f f
Por isso p ∧ f assume sempre o valor falso, independente do valor logico de p.
1.8.6 Comutatividade da disjuncao
b Propriedade 9 (Comutatividade da disjuncao). Vale que p∨q ⇔ q∨p. Para quaisquer
proposicoes p e q .
ê Demonstracao.
Analisamos as possibilidades usando a tabela verdade.
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 12
p q p ∨ q q ∨ p
v v v v
v f v v
f v v v
f f f f
Analisando as possibilidades de valores verdade para p e q , observamos que as tabelas
para p ∨ q e q ∨ p sao identicas .
Se pelo menos p ou q sao verdadeiras entao p∨ q e q ∨ p sao verdadeiras. Caso ambas
p e q sejam falsas entao p ∨ q e q ∨ p sao falsas.
1.8.7 Associatividade da disjuncao .
b Propriedade 10 (Associatividade da disjuncao .). Vale que
(p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r),
para quaisquer proposicoes p, q e r.
ê Demonstracao.
Iremos construir a tabela verdade analisando todos casos possıveis .
p q r (p ∨ q) (p ∨ q) ∧ r q ∨ r p ∨ (q ∨ r)
v v f v v v v
v v v v v v v
v f f v v f v
v f v v v v v
f v f v v v v
f v v v v v v
f f f f f f f
f f v f v v v
(p ∨ q) ∨ r e p ∨ (q ∨ r) possuem tabelas verdade iguais logo sao equivalentes.
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 13
1.8.8 p ∨ p ⇔ p
b Propriedade 11. Vale que
p ∨ p ⇔ p,
para qualquer proposicao p.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
p p ∨ p
v v
f f
Como as tabelas verdades sao iguais entao as proposicoes possuem mesmo valor logico .
1.8.9 p ∨ v ⇔ v.
b Propriedade 12. Vale que
p ∨ v ⇔ v,
para qualquer proposicao p e v o valor verdade.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
p p ∨ v
v v
f v
Entao p ∨ v sempre assume o valor v e por isso vale a equivalencia p ∨ v ⇔ v .
1.8.10 p ∨ f ⇔ p.
b Propriedade 13. Vale que
p ∨ f ⇔ p,
para qualquer proposicao p e f o valor falso.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 14
p p ∨ f
v v
f f
Entao p∨ f sempre assume o valor verdade de p e por isso vale a equivalencia p∨ f ⇔ p .
1.8.11 Distributividade p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r).
b Propriedade 14. Para quaisquer proposicoes p, q e r vale que
p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r).
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade com todos possıveis valores verda-
des de p, q e r
p q r q ∨ r p ∧ q p ∧ r p ∧ (q ∨ r) (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
v v f v v f v v
v v v v v v v v
v f f f f f f f
v f v v f v v v
f v f v f f f f
f v v v f f f f
f f f f f f f f
f f v v f f f f
de onde podemos perceber que p ∧ (q ∨ r) e (p ∧ q) ∨ (p ∧ r), possuem sempre o mesmo
valor logico por isso temos a equivalencia .
1.8.12 Distributividade p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r).
b Propriedade 15. Para quaisquer proposicoes p, q e r vale que
p ∨ (q ∧ r) ≡ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r).
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade com todos possıveis valores verda-
des de p, q e r
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 15
p q r q ∧ r p ∨ q p ∨ r p ∨ (q ∧ r) (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
v v f f v v v v
v v v v v v v v
v f f f v v v v
v f v f v v v v
f v f f v f f f
f v v v v v v v
f f f f f f f f
f f v f f v f f
de onde podemos perceber que p ∨ (q ∧ r) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r), possuem sempre o mesmo
valor logico por isso temos a equivalencia .
1.8.13 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
b Propriedade 16. Para quaisquer proposicoes p e q vale que
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
p q p ∨ q p ∧ (p ∨ q)
v v v v
v f v v
f v v f
f f f f
daı segue que p ∧ (p ∨ q) equivale a p.
1.8.14 p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
b Propriedade 17. Para quaisquer proposicoes p e q vale que
p ∧ (p ∨ q) ⇔ p.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 16
p q p ∨ q p ∨ (p ∧ q)
v v v v
v f f v
f v f f
f f f f
daı segue que p ∨ (p ∧ q) equivale a p.
1.9 Sentencas abertas e quantificadores
m Definicao 15 (Sentencas abertas- funcoes proposicionais). Sentencas abertas sao
sentencas que contem variaveis, proposicoes que podem assumir valores logicos distintos
nao determinados a priori. Tais sentencas nao sao proposicoes pois seu valor logico nao
e definido a princıpio, dependendo das variaveis. Podemos denotar uma sentenca aberta
como P (X) onde X e um conjunto de variaveis . Sentencas abertas tambem podem ser
chamadas de funcoes proposicionais.
1.9.1 Quantificador universal
m Definicao 16 (Quantificador universal ∀). O quantificador universal ∀ e um sımbolo
que associado a uma sentenca aberta P (X) a transforma em uma proposicao, da forma
que (∀X) (P (X)) e verdadeira se para qualquer conjunto X de variaveis aplicaveis a
sentenca P , P (x) e verdadeira e falsa caso contrario .
O sımbolo ∀ pode ser lido como “para todo”, “qualquer que seja”, “para cada”.
1.9.2 Quantificador existencial
m Definicao 17 (Quantificador existencial ∃). O quantificador existencial ∃ e um
sımbolo que associado a uma sentenca aberta P (X) a transforma em uma proposicao,
da forma que (∃X) (P (X)) e verdadeira se existe algum conjunto X de variaveis apli-
caveis a sentenca P tal que P (x) e verdadeira e falsa caso nao exista esse conjunto de
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 17
variaveis aplicaveis , isto e, a negacao de (∀X) (P (X)) e (∃X) (∼ P (X)) e a negacao de
(∃X) (P (X)) e (∀X) (∼ P (X)).
O sımbolo ∃ pode ser lido como “existe”, “existe pelo menos um”, “existe um”.
1.10 Negacao de proposicoes
1.10.1 Negacao da negacao
b Propriedade 18 (Negacao da negacao). Para qualquer proposicao p vale que
∼ (∼ p) ⇔ p.
ê Demonstracao. Analisamos a tabela verdade
p ∼ p ∼ (∼ p)
v f v
f v f
daı segue que ∼ (∼ p) equivale a p.
1.10.2 Negacao da conjuncao
b Propriedade 19 (Negacao da conjuncao). Para quaisquer proposicoes p e q temos
que
∼ (p ∧ q) ⇔ (∼ p) ∨ (∼ q).
A negacao da conjuncao e a disjuncao das negacoes.
ê Demonstracao. Comparamos a tabela verdade das proposicoes
p q ∼ p ∼ q p ∧ q ∼ (p ∧ q) (∼ p) ∨ (∼ q)
v v f f v f f
v f f v f v v
f v v f f v v
f f v v f v v
observando que sao equivalentes.
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 18
1.10.3 Negacao da disjuncao
b Propriedade 20 (Negacao da disjuncao). Para quaisquer proposicoes p e q temos
que
∼ (p ∨ q) ⇔ (∼ p) ∧ (∼ q).
A negacao da disjuncao e a conjuncao das negacoes.
ê Demonstracao. Comparamos a tabela verdade das proposicoes
p q ∼ p ∼ q p ∨ q ∼ (p ∨ q) (∼ p) ∧ (∼ q)
v v f f v f f
v f f v v f f
f v v f v f f
f f v v f v v
observando que sao equivalentes.
1.10.4 ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q.
b Propriedade 21 (Negacao de uma condicional simples). ∼ (p → q) ⇔ p∧ ∼ q.
Negacao de p implica q e equivalente a p e nao q.
ê Demonstracao. Analisamos os casos na tabela verdade.
p q ∼ q p → q ∼ (p → q) p ∧ (∼ q)
v v f v f f
v f v f v v
f v f v f f
f f v v f f
por meio da tabela verdade acima podemos perceber que o valor verdade de ∼ (p → q)
e p∧ ∼ q sao identicos .
b Propriedade 22 (Negacao de proposicao quantificada). Lembrando que temos as
seguintes negacoes, da definicao dos quantificadores:
∼ (∀xp(x)) ⇔ ∃ ∼ p(x),
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 19
nao ( para todo x p(x)) e equivalente a existe nao p(x),
∼ (∃xp(x)) ⇔ ∀ ∼ p(x),
nao ( existe x p(x)) e equivalente a para todo x nao p(x).
1.11 Contrapositiva
b Propriedade 23 (Contrapositiva).
p ⇒ q ⇔∼ q ⇒∼ p.
A proposicao ∼ q ⇒∼ p e chamada contrapositiva da proposicao p ⇒ q.
ê Demonstracao. Comparamos as tabelas verdades das duas proposicoes .
p q p → q ∼ q ∼ p ∼ q →∼ p
v v v f f v
v f f v f f
f v v f v v
f f v v v v
como as tabelas verdade coincidem, entao as proposicoes sao equivalentes.
A contrapositiva e util em matematica, algumas proposicoes sao consideradas mais
faceis de serem demonstradas quando colocadas da forma contrapositiva.
1.11.1 Condicoes necessarias e suficientes
m Definicao 18. Dizemos que A e condicao necessaria para B quando B ⇒ A . B ⇒ A
equivale pela contrapositiva a proposicao ∼ A ⇒∼ B.
Z Exemplo 3. Morar na Europa e uma condicao necessaria para morar em Portugal.
Se nao mora na Europa nao mora em Portugal.
m Definicao 19. Dizemos que A e condicao suficiente para B quando A ⇒ B .
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 20
Z Exemplo 4. Morar em Portugal e uma condicao suficiente para morar na Europa.
Uma pessoa mora que mora em Portugal mora na Europa.
z Observacao 1. A e uma condicao e necessaria e suficiente para B quando temos
A ⇔ B. Definicoes sao condicoes necessarias e suficientes. Uma condicao necessaria
e suficiente tambem e chamada sine qua non. Consideramos definicoes, intuitivamente,
apenas o nome dado a certas entes que poderiam existir ou ser imaginados.
m Definicao 20 (Definiendum). O que desejamos definir chamamos de definiendum .
m Definicao 21 (Definiens). O que usamos para definir se chama definiens.
Z Exemplo 5. Considere a seguinte definicao de numero par. Um numero e chamado
de par se e da forma 2n com n ∈ Z. Neste caso “par”e o definiendum, o que definimos e
“Numero da forma 2n com n ∈ Z”e o definiens.
m Definicao 22 (Proposicao como consequencia logica). Seja C um conjunto de pro-
posicoes e p uma proposicao. Dizemos que p e consequencia logica (ou semantica) de
C quando p e verdadeira sempre que todas as proposicoes de C possuam valor logico
verdadeiro, denotamos tal fato por
C � p.
A expressao C � p pode ser lida como :
1. de C conclui-se logicamente p (ou semanticamente),
2. C implica logicamente p.
Se C for um conjunto finito, digamos C = {p1, . . . , pn} podemos escrever tambem
p1, . . . , pn � p,
Se C for o conjunto vazio podemos denotar � p .
$ Corolario 3. Um argumento (pk)n+11 e valido ⇔ p1, . . . , pn � pn+1
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 21
1.11.2 Analise logica
Vamos entender como explicitar a forma logica de uma proposicao p sendo o ato de
deixar claro o modo como essa proposicao e formada a partir de proposicoes ou condicoes
mais simples utilizando operadores logicos.
m Definicao 23 (Analise Logica). Entendemos como analise logica a identificacao e
classificacao das componentes logicas e nao logicas de proposicoes e demais expressoes de
uma lıngua ou linguagem.
1.11.3 Sımbolos para conectivos e quantificadores
Resumimos aqui alguns sımbolos para conectivos e quantificadores.
Sımbolo, Leitura Operacao logica Alternativos
∧, e Conjuncao &- ·∨, ou Disjuncao +
∼, nao Negacao ¬,p→, se . . ., entao Implicacao, condicionalidade ⇒, ⊃↔, se e so se Equivalencia ⇔, ≡∀, para todo Quantificacao universal Π, ()
∃, existe Quantificacao existencial Σ, E
1.12 Nıvel proposicional e nıvel quantificacional
m Definicao 24 (Nıvel proposicional e nıvel quantificacional). Temos pelo menos 2
nıveis de analise logica, que citamos a seguir.
� O nıvel proposicional em que interessa apenas o modo como uma proposicao e com-
posta de proposicoes mais simples por meio de conectivos, sem importar o conteudo
das proposicoes.
� O nıvel quantificacional em que o intuito e analisar
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 22
1.13 Questoes logicas e brincadeiras
Z Exemplo 6. A gata do Pedrinho sempre espirra antes de uma chuva. Ela espirrou
hoje e Pedrinho pensou:”Isto significa que vai chover”. Ele esta necessariamente certo?
Nao necessariamente pois choveu implica a gata espirrou nao e o mesmo que a gata
espirrou implica que chovera .
Z Exemplo 7. Um professor desenhou diversos cırculos em uma folha de papel. Ele
mostrou a folha para um estudante e depois perguntou : ”Quantos cırculos ha nesta
pagina?”A resposta foi sete , e estava correto . O professor mostrou a folha para outro
aluno e perguntou, novamente quantos cırculos havia naquela pagina que foi mostrada, a
resposta foi cinco, e estava correta. Quantos cırculos havia na folha?
O professor mostrou paginas diferentes da mesma folha ( por exemplo, frente e verso
), em uma havia 5 e em outra 7 . Logo o total na folha e de 5 + 7 = 12.
Z Exemplo 8. O filho do pai de uma pessoa esta falando com o pai do filho desta
pessoa e esta pessoa nao esta participando da conversa, isto e possıvel?.
Sim, como na imagem abaixo, e uma solucao sendo a pessoa do sexo feminino.
Figura 1.1: legenda
Z Exemplo 9 (OBM-2012-Primeira fase -nıvel 3-Questao 1). Quantas vogais tem a
resposta correta desse problema?
CAPITULO 1. LOGICA MATEMATICA 23
1. Seis
2. Cinco
3. Quatro
4. Tres
5. Duas
A resposta correta tem que possuir o mesmo numero de vogais que a quantidade que
indica, entao e a opcao 5), Duas, que possui duas vogais.
Z Exemplo 10. Um recipiente A possui exatamente x litros de leite e nada mais ,
outro recipiente B possui exatamente x litros de cha magico e nada mais. E retirado
do recipiente A, z litros e colocados em B, a mistura se torna entao homogenea , se
retira dessa mistura z litros que sao colocados no recipiente A, qual a relacao entre a
porcentagem de cha magico no recipiente A com a de leite no recipiente B ? .
Sao iguais, pois considere (x, 0)A, a primeira coordenada da a quantidade de leite no
recipiente A e a segunda a quantidade de cha magico . (0, x)B a primeira coordenada da
a quantidade de leite no recipiente B a segunda a quantidade de cha magico .
Na segunda etapa temos (x − z, 0)A e (z, x)B, na terceira etapa o liquido em B fica
homogeneo, entao tiramos z, mais metade deve ser de cha e a outra metade de leite,
entao ficamos com (x − z
2,z
2)A, (
z
2, x − z
2)B daı a porcentagem de cha em A e igual a
porcentagem de leite em B , como se pode verificar .
Z Exemplo 11. Tres logicos entram em um bar. Um Garcom pergunta se todos
tres desejam cerveja. Um dos logicos responde, ”nao sei”, um segundo logico responde o
mesmo, ja o terceiro responde, sim, todos queremos cerveja e com isso todos sao servidos
e bebem . Explique como o terceiro logico deduziu que todos realmente queriam cerveja.
Se o primeiro logico a falar nao quisesse cerveja, ele poderia dizer que nao seria verdade
que todos tres queriam e poderia responder ”nao”, como ele deseja beber entao responde
que nao sabe, pois nao tem informacao sobre o que desejam os outros, o mesmo acontece