Lutero

Martinho Lutero foi o catalisador do movimento da Reforma. Os precurssres como John Huss e Savonarola, e outros, que a História se recusa a nomear e torná-los conhecidos, atraíram a atenção momentânea do povo, mas foram mortos por não terem o que Lutero teve; o apoio forte e incondicional dos nobres e príncipes.

Lutero é um filme que não é totalmente histórico; pois há elementos próprios de drama. Apesar de haver elementos reconhecíveis da personalidade de Lutero,o filme "joga" com a personalidade real de Lutero e o drama e visão original do filme, o que nem sempre é aconselhável, já que se espera ver em um filme "biográfico" a essência da pessoa.

Lutero é uma produção inteligente e atrativa, porém reconhece-se nas primeiras cenas ser uma produção de Hollywood. O cenário, o

figurino, a maneira de atuação do filme é boa, mas falta à obra manter o que podemos chamar de "alma alemã", e todos no filme não atuam como se estivéssemos na Alemanha da Idade Média.

O filme tem o clímax quando Lutero rompe com a Igreja Católica queimando a carta do papa. Depois desta cena, nós veremos cenas de Lutero traduzindo a Bíblia para o alemão, as disputas do imperador Carlos V contra os príncipes que apoiam Lutero, e Lutero na Dieta de Worms defendendo os ideais espirituais da Reforma Protestante.

O filme segue um padrão lógico e linear dos acontecimento pré e pós Reforma, e criam no espectador uma leve curiosidade de desfecho que todos podem saber apenas pesquisando a Reforma na Wikipedia.

Lutero foi um filme criado com certo desejo de retratar a espiritualidade de Lutero, e sua inovação como mestre e teólogo. Nisto, o filme é excepcional e leva os espectadores a uma genuína atenção. A beleza deste filme não é de todo opaca, e ainda assistiremos este filme com respeito pela preservação que o filme manteve do Lutero como homem espiritual.