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QUAL É O SEGREDO DO SUCESSO? A NOSSA MISSÃO O MELHOR REMÉDIO CONTRA O MEDO, É A OUSADIA

Magazine Oficina Escola Rosalino Felipe

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Revista com o revew da Oficina Escola Rosalino Felipe, em Betim, Minas Gerais, Brasil, desde 1993.

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QUAL É O SEGREDO DO SUCESSO?

A NOSSA MISSÃO

O MELHOR REMÉDIO

CONTRA O MEDO, É A OUSADIA

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D esde a fundação da Ofici-na Escola Rosalino Feli-pe, em 1993, já passa-ram pela cidade, quatro

governos, cada um com a sua ca-racterística própria de decidir os destinos da cidade. Nascemos com o propósito de dimi-nuir o sofrimento de pessoas de-salojadas da sociedade, tanto adolescentes, quanto funcionários desajustados com o serviço públi-co, por alcoolismo, indisciplina e outras mazelas nas suas vidas. Nestes dezenove anos, confirmamos que a nossa vocação para o traba-lho com jovens e adolescentes po-deria trazer economia para o muni-cípio, o que está confirmado até hoje, com um projeto que sempre

foi mantido, apesar das várias cor-rentes de pensamento sobre a sua utilidade e praticidade. Cometemos, ao longo desta jorna-da, alguns erros que não pretende-mos esconder e tivemos muitos acer-tos. Queremos crer que as próximas administrações que passarem pela Prefeitura de Betim procurarão formas de manter o funcionamento, corrigir erros para que o projeto se torne referência e que o gerencia-mento seja feito com probidade administrativa, para que não seja manchada a história de uma escola que procurou ser diferente, valori-zando as características pessoais e a história familiar de cada usuário que por aqui passou ou passará.

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O contexto em que ela nasceu

A cidade recebia, anualmente, cerca de 20.000 (vinte mil) imigrantes. Em 1980, poucos anos depois da chegada da FIAT Automóveis, a sua população era de aproximadamente 84 mil habitantes e no ano de 1999, já ultrapassava os 300 mil.

A direção da Oficina Escola aplicava

uma prática da filosofia, das crenças e

dos princípios de governo de 1993

Um pouco da nossa história

Q uando iniciamos este trabalho, já no inicio do Governo de Mari-a do Carmo, em 1993, não tínhamos

bem claro o que queríamos.

ONDE SOMOS

FORTES

E OS NOSSOS

PONTOS

FRACOS

Nossa vi-

são tem a ver com este conceito

e propósi-

to

Somos um espaço de convívio social, em que pode ser exercitada a vontade de aprender os ofícios por nós

oferecidos, ou não.

EIXOS DO

GOVERNO

DA FRENTE

BETIM POPULAR

A NOSSA

MISSÃO

Ao fazer pergun-

tas aos aprendi-

zes com quem

estamos interagin-

do, estas devem

abranger as di-

mensões pessoal,

social e de políti-

ca institucional,

tentando reconhe-

cer todos os fato-

res que podem

influenciar nestas

vulnerabilidades.

25 PLANEJA-

MENTO

Queremos ser

um lugar que os

adolescentes

gostem e se

orgulhem dele

cada vez mais.

34 PARÂMETROS

ESTRATÉGICOS

Não rotularemos as

pessoas. Não permiti-

remos intolerância

para com os outros.

Não seremos paterna-

listas.

38 2009 - O ANO DO RECOMEÇO

Conforme a nossa filoso-

fia de pensar o ensino e

as relações interpesso-

ais, muita coisa precisou

ser reenquadrada dentro

dos princípios para os

quais a Oficina Escola

fora criada.

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39PLANOS DE METAS PARA 2011—2012

A cada biênio, ano e mês, nos reunimos e traçamos nossas metas e, semanalmente, avaliamos o seu cumprimento. A avaliação contínua da nossa prática, a elaboração de regras compartilhadas e a adminis tração partic ipativa constituem a base da nossa

organização.

APRENDENDO A SER E CONVIVER

Trecho do livro ―Aprendendo a Ser e a Conviver‖ de Margarida

Serrão e Maria Clarice

Baleeiro.

OS OBJETIVOS

As ações discutidas e desenvolvidas na Ofi-cina Escola têm a clara intenção de incremen-tar um programa de melhoria contínua a

fim de que a sua mis-são seja cumprida com

êxito.

Há coisas de que precisamos a todo mo-mento e estão onde é difícil alcançá-las. Então qual é a melhor solução?

PARA CHEGAR ONDE QUEREMOS

O Programa de Melhorias Contínuas da Oficina

Escola implica na organização, execução e

avaliação de uma matriz de tarefas, composta

de estratégias e ações a serem executadas

pela equipe de administração e monitores.

EXPEDIENTE

Prefeita Municipal de Betim: Maria do Carmo Lara Vice-Prefeito: Alex Amaral Secretária Municipal de Educação: Sandra Angélica Castro Gomes Secretária Adjunta de Educação: Shirley Siqueira Braga Diretor Oficina Escola: Isnar Marcil Carneiro Vice-Diretora: Lucília A. dos Reis Coordenador de Dados e Finanças: Thiago Rener Comunicação/Relações Pública: Carlos Nicomedes Metas, Estoque e Distribuição: Vanusa Gonçalves Coordenadores dos Setores de Produção: – Acabamento final: Geraldo Luiz da Ressurreição – Construção e reforma: Jean Antônio de Souza – Estofamento: Jorge Rodrigues dos Santos – Marcenaria: Erick da Silva Pinto – Serralheria: Ubiratan Pereira de Moraes – Pintura (interna) e reforma (seleção e armazenamento dos móveis): Marco

Elias Soares da Silva

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Q uando iniciamos este traba-lho, já no inicio do Governo de Maria do Carmo, em 1993, não tínhamos bem

claro o que queríamos.

Faltavam carteiras nas escolas do Muni-cípio e, eu, Isnar, fui escolhido para o cargo de chefe de Seção de Assistência

ao Educando.

Então, conheci o José Evangéli-co, uma pessoa discriminada pelo gover-no anterior. Ele me disse que parte da escola Cetap estava cheia de carteiras quebradas. Fomos até lá e não consegui-mos entrar nas salas. Já do portão, de-paramos com um depósito e incinerador de lixo e percebemos uma completa de-

gradação do ambiente.

Logo, apareceu na minha cabe-ça a idéia de consertar aquela monta-nha de carteiras. Não tínhamos nem pes-soas, nem ferramentas e tampouco co-nhecimentos de carpintaria e serralheria. A força de vontade e o desejo de aten-der às necessidades do educando, toda-via, não faltaram. Sou muito de fazer sem pensar demais. Pedimos um serrote, um martelo e uma furadeira empresta-

dos da escola Afonso Pena.

Enquanto isto, José Evangélico foi atrás de funcionários da Prefeitura que possuíssem alguma habilidade em carpintaria o solda. Descobrimos o Mar-quinho, o Geraldo, o Tiazinho. Logo de-pois, chegaram o Ademir, Baiano, Bira,

Wilson e Zinho.

O MELHOR REMÉDIO CONTRA O ME-

DO, É A AÇÃO CONTRÁRIA .

Já em abril, dois meses depois, a Ro-semeire Tupinambá )funcionária da Se-cretaria Municipal de Educação) excla-

mou meio chateada:

- ―Isnar, você não vê esses meninos ali naquela tal de Casa Menino Legal, nas nossas barbas, sendo presos pela polí-cia! Por que você não pega eles e leva para consertar carteiras? Tire esse pes-

soal da rua!

Acabei de ouvir e fui direto para a Casa Menino Legal. Lá eles comiam, bebiam e saiam para a rua para ba-gunçar. Não sei se a preocupação do povo era com os meninos ou com a ba-gunça que eles faziam. Ninguém recla-mava da situação das meninas pobres. Todos estão preocupados com os pro-blemas que eles geram. Não acredito ser este o caso da Rosemeire, pois ela apontava a solução. Sentei lá na casa e fiquei observando. Não tinha idéia do que era ―menino de rua‖ – tinha um rótulo – fiquei com medo, mas acredi-tava que o único remédio contra o me-

do era a ação contrária. Assim o fiz.

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DISPOSIÇÃO PARA MUDAR MUI-

TAS VIDAS

Os meninos chegaram: Jurandi, Vanderley, Marcos Elias, Eduardo, Claudiano...fiquei amigo deles, retiramos o medo e eles se sentiram em casa. Não os pressionamos e tudo caminhava diferente do que se esperava ou imaginava. Nenhum advogado, promotor ou juiz apontava sequer um meio para legalizar a vinda dos

meninos.

Fizemos assim mesmo. Arrumamos escolas para eles e pagamos meio salário mínimo men-sal pelas quatro horas diárias. A Caixa Escolar pagava o salário e a Secretaria de Educação, cada vez mais, valorizava o trabalho da Oficina. Conseguimos a transferência do Marcos Antonio Felipe, um ótimo soldador e técnico inigualável, que trabalhava como vigia na prefeitura e

havia sido excluído anteriormente.

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José Evangélico dos Anjos, uma figu-

ra ―suigeneris‖, totalmente desligada de

qualquer convenção da sociedade atual.

Em 1993, ele já era funcionário

efetivo da prefeitura e perambulava, de

setor em setor, já que não era aceito em

nenhum deles. Ele questionava e dava ―nó

cego‖ mesmo. Ganhou até o apelido de

―nó cego‖.Tinha seus motivos: não era bem

tratado pelas chefias. os seus problemas, a

sua origem, a sua história e cultura não

encontravam eco em lugar nenhum. Na

realidade, o tratamento dispensado aos

negros e pobres, é uma vergonha. Esse

tratamento piora, ainda mais, se a pessoa

for rotulada, é o caso do José.

Quando chegamos à Secretaria de

Educação em 1993, lá, ele estava. Dei

atenção a ele e escutava suas reclama-

ções. Descobri que era muito inteligente.

Tinha um poder de elaboração da fala,

excelente. Quando falei da falta de car-

teiras nas escolas, ele, rapidamente, infor-

mou que havia milhares delas no CETAP e

que a gente deveria ir lá ver para conser-

tá-las. Assim o fizemos e iniciamos a Ofici-

na Escola. Ele, do seu jeito, deu uma gran-

de contribuição para que ela fosse bem

sucedida.

Vale aqui, a meu ver, um questiona-

mento para que possamos refletir: Será

que não deveríamos entender melhor essas

pessoas? Será que o espírito dele não é

aquele de UBUNTU onde a simplicidade e

o compartilhamento são as bases do com-

portamento?

O espírito do UBUNTU em que a simplicidade e o compartilhamento são as bases do comportamento

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José Evangélico

A gente o chamava, carinhosamente, de

―Seu Rosa‖. Pai do Marcus Felipe, um dos

primeiros funcionários da Oficina.

Veio fazer 3500 placas de identificação

para o novo Cemitério da Cachoeira.

Um dia, enquanto soldava hastes em uma

delas, o Isnar perguntou: ―Qual será a sua,

―Seu Rosa‖? ‖ Ele, em sua conhecida bon-

dade, apenas sorriu.

Três meses depois, veio a falecer. Todos

sentimos a sua falta e colocamos o nome

―Oficina Escola Rosalino Felipe‖ em sua

homenagem. Este trabalhador, honesto e

bondoso, acabou fazendo a sua plaquinha

na Oficina que continuaria com seu nome e

nunca esquecerá o seu exemplo.

Percebia-se facilmente o que ele dizia e o seu querer fazer

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Não tinha idéia do que era ―menino de rua‖ – tinha um rótulo – fiquei com medo, mas acreditava que o único

remédio contra o medo era a ação contrária

Jurandi, Vanderley e Marco Elias, os primeiros meninos acolhidos pela Oficina. Agora, dezesseis anos depois, quando os vemos pelos pátios e corredores, como funcio-nários, temos a sensação alegre de uma família criada, com filhos já casados, carregando alguns defeitos como que petrificados e tantos outros já corrigidos pela convivên-cia e pelo tempo. Vanderley, aban-

donado, desde criança, epiléptico e pobre, aprendeu a viver sozinho e vence como um herói. Jurandi retornou para cá e para a prisão. Voltou em 2009, junto com a gen-te. Casou, teve filhos, era nosso funcionário para toda obra.Em 2011, o Juiz de Direito ordenou que ele voltasse para a prisão por roubo feito, há anos, quando ado-lescente. Confirma, assim, os co-

mentários de que cadeia é para ladrão de galinha. O Marco Elias é o mais tranqüilo. Casou, é um lutador, e , como os seus colegas, faz da Oficina a sua casa.

É isto que queremos que a Oficina seja a casa, o lar, dos meninos e meninas, onde eles são sempre bem acolhidos.

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Não tinha idéia do que era ―menino de rua‖ – tinha um rótulo – fiquei com medo, mas acreditava que o único

remédio contra o medo era a ação contrária

―Cheguei aqui muito pequeno. Eu vivia na rua, não tinha lugar onde morar. Doente, passava mal e ficava caído na rua. As pessoas viam e chamava o SAMU. Fui, então, morar no abrigo antes de chegar à Oficina. Aqui, ajudei na limpeza, aprendi a usar o telefo-ne e fazia, algumas vezes, serviço de Office-boy. Nunca mexi com álcool e nem com drogas, e dava apoio para que os meninos dei-xassem de usar. Na Oficina me-lhorei a minha saúde, não estou passando tanto mal mais. Agora, tomo os remédios e faço trata-mento. Trabalhar na Oficina me agrada muito, porque fico com força e energia. Hoje, ajudo na recepção e atendo o telefone. Tenho um carinho grande pelo Isnar. A Oficina Escola é muito

importante para mim.‖

Vanderlei

Quando cheguei eu tinha 14 a-nos, ficava vendendo picolé nas ruas, sem perspectiva nenhuma para a minha vida. Foi então, que conheci a Oficina, onde a-prendi uma profissão e onde tiro o sustento para a minha família. Aprendi muitas coisas na Oficina Escola. E hoje eu passo para ou-tros aprendizes, o que aprendi. A Oficina foi boa para toda a mi-nha família, porque consegui me-lhorar a minha casa. Melhorei não só a minha vida, mas da mi-nha família também, porque cui-do dela. Se não fosse a Oficina talvez não teria conseguido as

coisas que tenho hoje.‖

Marco Elias

“Foi triste, não foi uma chegada boa. Porque eu vivia na rua, rou-bava e usava drogas. Agora estou bem, graças a Deus, traba-lhando muito e sem nenhum vício. Casei, sou evangélico e serei pai em breve. Quero ser um bom exemplo não só para o meu filho, mas para todos os que me conhe-ciam. Hoje, tenho o meu dinheiro suado, que é o importante. Quan-do cheguei na Oficina eu tinha 12 anos de idade. Vivi a minha infância quase toda praticamen-te na rua. Depois, o governo an-terior não deu oportunidade para a gente, a gente não era bem recebido e não tive chance de continuar trabalhando. Fi-quei desempregado por um tempão. Só agora surgiu opor-tunidade de trabalho, com o novo governo. A Oficina é tudo na minha vida. Ela é o futuro para outros jovens como eu. A Oficina é boa, ela me ensinou a trabalhar e esta ensinando, também a outros jovens.‖

Jurandi Marcelino Dias

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Qual o segredo do sucesso obtido pela Oficina Escola? Não existe segredo! A direção da Oficina Escola aplicava uma prática da filosofia, das crenças e dos princípios de governo de 1993. Nos galpões do CETAP estava estampada a imagem do desper-dício: salas enormes, ocupadas, do chão ao teto, com carteiras quebradas que sepultavam ferramen-tas e máquinas, proporcionando um tríplice desper-dício e revelando a indisciplina nas escolas e o des-perdício da coisa pública. O único espaço existente não media mais que 6 m² na entrada do salão en-tulhado. Um serrote e um martelo e uma furadeira emprestada pelo marceneiro José Maria, que tam-bém vivia insatisfeito, como vigia, deram início ao trabalho de desentulhamento para reposição de mo-biliário nas escolas.

Como foi formada a turma e definida a metodo-logia de trabalho? Acolhemos os adultos e adolescen-tes excluídos e desperdiçados pela sociedade e pelo sistema. O segredo, então, é a simplicidade no tra-

T r e ch o s d e en t r e v i s t a c om I s n a r M ar c i l C a r n e i -r o , c o nc e d i d a à R e v i s t a R ed e , e s pe c i a l i z a d a em e d u ca ç ã o , em m ar ç o d e 19 9 6 , t r ê s a n os d e -p o i s d a i n s t a l a ç ão d a O f i c i n a Es c o l a R os a l i n o F e l i pe .

Um antigo galpão, usado como depósito de car-teiras quebradas, se transformou, em 1993, em uma esperança de futuro para alunos carentes das escolas públicas de Betim. Os móveis sucate-ados que formavam montanhas de desperdício deram lugar à organização e ao profissionalis-mo de 35 aprendizes que entraram no mercado de trabalho com o pé direito. A experiência da Oficina Escola Rosalino Felipe foi um sucesso que atraiu para Betim os olhos do mundo inteiro. O programa virou notícia na imprensa nacional e internacional e recebeu visitas freqüentes de de-

legações de vários estados e países.

Ainda hoje, além da formação profissional, na Oficina Escola, os adolescentes são lapidados para a vida assistindo e realizando palestras, participando de oficinas e desenvolvendo ativi-

dades artísticas.

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balho. O adolescente chegava e encon-trava um ambiente sem medo, onde ele se sentia seguro e ouvia: ―Você pode, você tem uma missão neste mundo, nin-guém aqui vigia você. Crie seu ambien-te, junte-se a nós, crie seu código, as suas regras básicas‖. Passamos a preve-nir conflitos e não viver em conflito e todos passamos a gostar do ambiente que se tornou um local de aprendiza-gem interativa, que vinha de dentro. Nunca era preciso gritar com um menino ou menina e eles consertavam e fabrica-ram mais de 20 mil móveis, de todos os tipos, em três anos. Cantaram, jogaram bola, plantaram horta, colheram ovos e fizeram palestras para diretores, professores e alunos sobre como conservar as car-teiras e o meio ambiente da escola.Todo mundo fala que a educação no Brasil vai mal, que as crianças não gostam da escola, mas que a solução dos nossos problemas passa pela educação. Qual a saída para este quadro trágico? Várias sugestões têm saído de todos os lados: escola plural, escolas separadas para po-bres, decisões compartilhadas, mais tempo na escola, privati-zações, melhorias salariais, mais capacitação... Essas reco-mendações atingem os sinto-mas do problema, mas não atacam as causas na raiz. É a idéia de se colocar rapida-mente um band-aid em um sistema educacional que está sangrando. Brinca-se com um processo que tem que ser sis-tematicamente mudado.

Qual o caminho a ser percorrido para transformar o sistema? Esses problemas não foram desenvolvidos de uma hora para outra e não podem ser resolvidos, também de uma noite para outra. Precisamos de um processo dese-nhado para identificar as causas do fracasso da escola e removê-las.

Tradicionalmente nós culpamos alu-nos por nossos problemas. Os pais cul-pam as escolas. As escolas culpam os pais. Todos culpam as forças externas: televisão, violência em casa e na mídia, a quebra do núcleo familiar, drogas e falta de dinheiro. É como o pedreiro culpando a ferramenta pelo defeito do prédio que está construindo. Não adian-ta procurar culpados, devemos, sim,

consertar o processo que dirige o siste-ma e perceber que todos temos ―um interesse‖, ―um risco‖ no futuro das cri-anças do nosso país.

O senhor acha possível manter a esperança deste quadro ser reverti-do? Os nossos grandes pregadores têm apontado o quadro, que de fato está mal. Não apontaram, todavia, o como fazer. Tivemos, por três vezes, governos populares e a felicidade de fazer Prefeitos e Secretários de Edu-

cação que não foram doutrinadores, embora não faltasse pressão de den-tro para fora para que isso aconte-cesse. Na Secretaria de Educação, as ações foram planejadas, avaliadas e sofreram outras ações corretivas. Os planos de trabalho sempre foram elaborados pelo coletivo da Secreta-ria, com base nos resultados dos anos anteriores e em uma ampla pesquisa realizada na comunidade escolar. Foram determinados ataques às cau-sas da evasão e da repetência esco-lar, já que se detectava a existência de resultados doentios no sistema.

A visão, desde o início, era mu-dar esta cultura através da univer-salização de vagas, da melhoria do

ambiente físico nas escolas e da de-mocratização com ampla participa-ção de todos os envolvidos no pro-cesso educacional, da capacitação contínua e do uso de instrumentos que permitissem a detecção das causas dos problemas e uma conse-qüente atuação. Foi enfraquecido o sistema autoritário, gerido de cima para baixo, doutrinador e, em contra-partida, fortaleceu-se o sistema participativo .

Qual é a proposta pra se manter a auto-estima de cri-anças carentes? Enfraquece-mos a cultura da competição, onde, antes, havia vencidos e vencedores, fortalecendo a cultura dos campeões sem per-dedores. O professor que ―dá bomba‖ é visto como o médico que deixa seu paciente morrer, ou como o padeiro que diz que vai envenenar os pães se os fregueses não os comprarem em grandes quantidades.

O professor eficiente é aque-le que ensina com qualida-de e que sabe que o saber vem de dentro e é um pro-cesso dinâmico, interativo e contínuo .

Por mais que o aluno apren-da na escola, vai precisar continuar aprendendo ao lon-go da vida.

O principal, então, é saber aprender, é ter a expectativa que gera ação, que gera resultados, que gera motiva-ção, que gera mais expectati-va, iniciando o ciclo de de-senvolvimento.

O primeiro passo para a construção de um sistema educacional novo? É preciso vencer o medo do risco de mu-dar, mas o risco de ficar é bem pior. Já se fala bastante que é insanidade con-tinuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes. É preciso mudar a maneira de gerir a escola e essa mu-dança passa por uma contínua capaci-tação dos seus dirigentes. Temos, en-tão, o conhecimento de que devemos fazer (o quê e por quê), temos a capa-cidade de fazer (como), falta-nos a vontade pra que criemos o hábito, fin-cado nos princípios sólidos, de crescer como seres humanos que se inter-relacionam.

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14 O contexto em que ela nasceu

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Betim é uma cidade típica de 3º mundo com indústrias de ponta, per-feitamente enquadradas no modelo globalizado. No seu contorno se a-glomerou um cinturão de miséria nas vilas e favelas que possuem um gran-

de número de excluídos sociais.

A sua taxa de crescimento popula-cional anual foi de 7,88% em 1996. A cidade recebia, anualmente, cerca de 20.000 (vinte mil) imigrantes. Em 1980, poucos anos depois da chega-da da FIAT Automóveis, a sua popu-lação era de aproximadamente 84 mil habitantes e no ano de 1999, já ultrapassava os 300 mil. Agora, em 2012, estamos aproximando do meio

milhão de pessoas.

O modelo econômico implantado, nos últimos 40 anos, fez da cidade uma selva de pedras. Um pólo de atração que recebe milhares de pes-soas oriundas das áreas rurais. Todos

trazem na bagagem a ilusão de con-seguir um bom emprego e ficar rico, embora o nível de qualificação pro-fissional seja muito baixo. Com a im-plementação das políticas públicas do Governo Lula, todavia, o desem-prego e o subemprego vêm diminuin-

do nos últimos anos.

A desestruturação da família e a quebra do vínculo familiar de crian-ças e adolescentes; a solidão no meio da multidão e o conseqüente desen-canto com a cidade e com as pesso-as,ainda são uma ferida facilmente

percebida e sentida em nosso meio.

A conseqüência dessa ferida, des-se inchaço desordenado, é o sofri-mento dos jovens sem perspectivas de vida. Muitos se tornam revoltados, perambulam pelas ruas, tornam-se alvos de pessoas inescrupulosas que os conduzem aos perigosos caminhos da criminalidade. A criança e o jo-

vem, nessa realidade, estão em situa-ção de risco. A sua integridade está

ameaçada.

Em 1993, a frente Betim Popular, liderada pela professora Maria do Carmo Lara, venceu as eleições muni-cipais. A visão a partir daí era de-mocratizar os serviços públicos e le-var os seus benefícios, com qualida-de, às camadas mais pobres. Saúde e educação tomaram novas dimen-sões. As crianças, os jovens e os ido-sos receberam atenção especial. Foi neste contexto que nasceu a Oficina Escola, um programa da Secretaria

Municipal de Educação.

Em 1997 a Frente Betim Popular venceu, outra vez, as eleições, sendo eleito o vice-prefeito Jésus Lima. Jé-sus recebeu o prêmio Prefeito Crian-

ça da Fundação Abrinq.

Aglomerado do Teresópolis

(à esquerda

Centro de Betim na década

de 70 (acima e abaixo)

Instalação da Regap (acima)

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Nossa Identidade

Somos uma escola não formal, não temos intenção de ajudar aprendizes a fazer seus deveres de casa, de melhorar as suas notas em matemática ou geo-grafia. Somos um espaço de convívio social, em que pode ser exercitada a vontade de apren-der os ofícios por nós oferecidos, ou não. Cada aprendiz é livre para trilhar seu próprio caminho,

com responsabilidade.

O que visualizamos, ainda ago-ra, e lá na frente, é este jovem, hoje acuado e quase esmagado, sem rumo, sem vivência e convi-vência, fugindo de si mesmo e perambulando entre as drogas e a violência, sofrendo por não experimentar a compreensão, o carinho ou o afeto dos seus se-melhantes. Visualizamos este jovem saindo para uma vida mais leve, na qual ele vai abrin-do o seu caminho e aprendendo

com os acertos e desvios.

Somos como um piloto que dese-ja levantar vôo de um lugar e chegar ao outro. Sabemos que, para chegar lá, não basta ape-nas o desejo. É preciso ter um bom plano de vôo e disciplina em segui-lo. Um desvio de rota o deixará distante de seu objetivo. É assim na vida quando deseja-

mos realizar os nossos sonhos.

NOSSA VISÃO tem a ver com este

Nossa realidade

Já estivemos inseridos num con-texto em que precisávamos in-vestir em ―meninos de rua‖, quando a cidade estava em de-senvolvimento desorganizado. Hoje (2012) procuramos atender alunos de qualquer escola, com idade entre 15 e 29 anos e pes-soas da comunidade interessa-das em aprender algum dos nos-sos ofícios. Continuamos produ-zindo mobiliário escolar para manutenção da rede pública em Betim e atendemos com oficinas de serralheria, marcenaria, in-formática, manutenção de com-putadores, artesanato, pintura,

elétrica predial e grafite.

Nossos sonhos

O Brasil precisa de uma socie-dade justa, fraterna, consciente das suas responsabilidades e de olho no futuro. Para isso, é preci-so incentivar as pessoas no seu crescimento moral, espiritual e cidadão. O nosso sonho é que um dia as pessoas que por aqui passaram se lembrem do seu passado enquanto aprendizes e que procurem contribuir, mesmo que não seja na Oficina Escola, com outras pessoas que precisem do mesmo tipo de oportunidades

que tiveram.

Onde estamos em relação ao

que queremos

Sabemos das dificuldades em mudar uma sociedade herdeira de princípios quase puramente capitalistas, de um mercado o-portunista, voltado mais para a grande fortuna do que para a

formação humana do seu povo.

Dentro desta realidade, os pro-jetos de resgate são poucos, mas nós nos incluímos nesta minoria. A nossa realidade é que faltam recursos financeiros e treinamen-to adequado para lidar com a situação de risco sofrida pela nossa sociedade. Fizemos pouco até agora, mas o suficiente para entender que estamos no cami-nho certo. A sociedade precisa de emprego, de saúde, de edu-cação. Dentro do que nos é pos-sível, estamos dando a nossa contribuição desde 1993, sem forçar a barra sobre a cultura que cada um trás dentro de si e dos seus costumes familiares e

sociais.

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O que queremos: Na nossa concepção, a escola ideal é aquela em se misturam os saberes programáticos da escola formal , em que

o aluno tenha as possibilidades de melhorar seus conhecimentos como preparação para o vestibular, para concursos públicos e

discussões acadêmicas e , de outro lado, o inusitado, uma oportunidade para descobrir as suas capacidades enquanto cidadão e

pessoa, que o ensine a se relacionar respeitando as suas próprias limitações e nunca se interferindo no espaço do outro.

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Em 1993, quando o partido dos trabalhadores assumiu, pela primeira vez, o governo de uma cidade que começava a sua vocação para o pro-gresso, suas vantagens e to-dos os problemas inerentes ao seu crescimento, houve a ne-cessidade de se planejar for-mas de inter-relação entre o poder e o povo, de tal forma a garantir condições de cida-dania que os governos anteri-ores não se preocuparam em

desenvolver.

Com isso, foram planejados quatro eixos de governo para nortear as ações corretivas de que a cidade precisava nessa sua nova fase de desenvolvi-mento; Ampliação da partici-pação popular, integração da cidade, física e culturalmente, consolidação do programa de geração de emprego e renda e melhoria na qualidade dos

serviços.

Os mandatos Betim Popular de Maria do Carmo (1993-1996) e de Jesus Lima (1996-1999), possibilitaram que as ações da Oficina Escola Rosa-lino Felipe se ligassem aos seus eixos de governo, funcio-nando em consonância com a proposta de melhoria na qua-lidade de serviços, quando resolvemos corrigir as defici-ências em mobiliário escolar

em um primeiro momento. Ao trazer funcionários despreza-dos pelo serviço público e os chamados ―meninos de rua‖, estávamos, definitivamente, nos incorporando às demais propostas de governo, o que, inclusive conferiu ao Prefeito Jésus Lima o direito de rece-ber da Fundação Abrinq, o

prêmio ―Prefeito Criança‖.

Ao mesmo tempo, a Secretari-a de Educação já traçava as suas linhas de conduta, como forma de democratização da Educação com os seguintes eixos: Universalização do en-sino fundamental, Melhoria na qualidade do ensino, garantia de permanência e da continui-dade dos alunos nas escolas, valorização dos profissionais de educação, acesso igualitá-rio às informações, fortaleci-mento das interfaces da Se-cretaria de Educação com os

outros setores.

A Oficina Escola, junto com o Centro de Apoio, o Programa Bolsa Escola, o Prosa, a Divi-são de Merenda Escolar, as equipes de inclusão, democra-tização e Educação básica da Divisão Pedagógica, constituí-ram frentes de trabalho em direção ao cumprimento das estratégias estabelecidas em

favor dos excluídos.

Fomos interrompidos em 2001 e retornamos em 2009, com firme propósito de fazer valer o slogan:

EM BETIM, QUEM MANDA É O POVO

Eixos de Governo da Frente Betim Popular

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O contexto social de 2009 quando da

O município de Betim apre-sentou em 2008, a maior taxa de homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes , de a-cordo com estudo da Funda-ção João Pinheiro. De acordo com a Polícia Civi l , em 2008 261 pessoas morreram vítimas da violência na cidade. Se comparado ao ano de 2007, são 47 pessoas a mais que perderam a vida, o que re-presenta um aumento de 22% no número de homicídios ocor-

ridos na cidade naquele ano.

De acordo com um relatório da Coordenadoria da Juventude de Betim, baseado em dados da Polícia Militar, os jovens da ci-dade são o grande alvo da cri-minalidade em conseqüência do envolvimento com o tráfico de drogas. Do total de homicídios registrados em 2008, 81% en-volviam vítimas com idades entre

18 e 30 anos.

O Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Betim também apresenta dados alar-mantes. Dos cerca de 1.000 de-tentos da unidade, aproxima-damente 700 são jovens de 18 a 29 anos. Destes, cerca de 400 não têm o ensino funda-mental completo. Em toda a uni-dade, 20% dos detentos são

analfabetos.

Ainda, de acordo com a Coor-denadoria da Juventude, 24 mil jovens do município, entre 18 e 29 anos, não concluíram o ensi-no médio. Segundo o órgão, a falta de escolaridade é um dos fatores que leva o jovem à cri-minalidade, exigindo medidas de prevenção por parte do po-

der público.

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O que devemos fazer para chegar

ao que queremos

A primeira parte do plano já está concluída desde 1993, quando tivemos a coragem e a iluminação para convencer o poder público da necessidade e da importância do projeto. Mesmo descontinuado na sua essência por oito anos de mandato de outro partido, pelo menos o esboço continuou, nos dando oportunidade e confiança para continuar o trabalho depois de 2009. Isso prova que a pro-posta foi lucrativa para os cofres públicos e que o cunho social teve

a sua devida importância.

Resta-nos, agora, em vésperas de outro pleito eleitoral, fazer todos os esforços para que esta etapa seja finalizada com êxito. Só assim tere-mos a garantia de que, nas mãos des-te ou daquele novo governo, o proje-to de amparo aos jovens e adolescen-tes e a fabricação e reposição de móveis escolares não sejam deixados ao relento. A nossa missão continua

até não haja mais um betinense se-quer que precise que alguém o ajude a olhar para o futuro. Nesta caminha-da demos muitos passos prá frente e outros tantos por trilhas erradas, mas temos a confiança de que acertamos a maioria deles. Trabalhar em conjun-to é naturalmente mais difícil, pois é preciso exercer o poder de convenci-mento com fatos e números reais., o

que fizemos sempre.

Os pontos fracos da Oficina Escola

Na época da instalação da Oficina Escola, a prefeitura de Betim se en-contrava em dificuldades devido à troca de governo, às contas penden-tes e a natural falta de experiência em governar. Por isso, no próprio gal-pão onde se encontrava um monte de lixo e sucata, instalamos a nossa pri-meira oficina de recuperação de mó-

veis e de pessoas.

Até hoje as instalações se encontram no mesmo local, em terreno de topo-grafia irregular e espaços aperta-dos que mal dão conta da demanda de produção e algumas salas de

aulas. O maquinário de serralheria e algumas oficinas encontram-se defasados, mas nem tudo são per-das: temos o melhor auditório de toda a rede escolar de Betim, inclu-sive servindo ao atendimento comu-nitário, temos caminhão próprio pa-ra a entrega dos móveis e demais serviços de manutenção e localiza-ção privilegiada, fora dos atropelos

de trânsito e barulhos da cidade.

Ainda temos um sério problema de comunicação interna, em que o ciúme talvez seja o maior entrave para que as oficinas se interliguem e ajam como

um só corpo.

A diversidade de pensamentos e con-cepções são características que po-dem prejudicar uma tarefa, um proje-to desde que as formas de pensar, o comprometimento e as vontades não sejam os mesmos. Um dos entraves na Oficina Escola é que alguns instrutores e funcionários ainda não conhecem perfeitamente o projeto e, por isso,

não se comprometem com o sistema.

Onde somos

fortes E os nossos pontos frágeis

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As oportunidades geradas pela Oficina Escola- A Oficina Escola representa uma nova oportuni-dade para os jovens que a freqüentam. De ser cidadão, de aprender um ofício, de matar a curiosidade sobre determinada profissão, de participar de passeios temáticos e atividades

esportivas e artísticas .

Embora com problemas de verbas de manutenção , somos reconhecidos pela sociedade pelo serviço que prestamos |à coletividade e ao poder públi-co. O trabalho de repor móveis estragados e fa-bricar novos equipamentos nos levou a designar jovens aprendizes para palestrar nas escolas so-bre a conservação do patrimônio público, o que nos possibilitou um contato maior com a rede es-colar da cidade. Mesmo sendo a única instituição a abastecer toda a rede municipal, ao longo de 19 anos de existência, nenhuma escola de Betim ficou sem o nosso produto. Esta é uma grande satisfação, pois já construímos mais de 120 mil carteiras e mesas escolares e economizamos vá-rios milhares de reais para os cofres públicos, mas o nosso maior orgulho é ter participado na construção de muitas vidas e ter levantado o debate sobre os paradigmas de uma escola formal desligada das diversas culturas e sabe-

res populares e familiares dos seus alunos.

As ameaças Mesmo representando uma ino-vação no modelo escolar desde 1993, nunca fugimos das ameaças contra a instituição. Uma delas é a possibilidade de corrosão das lide-ranças e o crescimento do medo, do ciúme e da delação. A resistência à quebra dos paradig-mas de vida, de trabalho e de métodos educa-cionais também foram e serão um eterno pro-blema para o crescimento de qualquer projeto e a construção de relações de respeito entre

comando e comandados .

A ameaça mais grave pode ser a possibilidade de troca de comando político no município. Nenhum go-verno tem responsabilidade em continuar os projetos do seu antecessor. Existem várias visões sobre proje-to políticos, uns priorizando o povo, os investimentos em infra estrutura , e outros com visão mais centrada na exploração capitalista. Não que sejam tão ruins para a cidade, mas tem uma forma de relaciona-mento diferente com as camadas populares, priori-zando os grandes investimentos, as obras faraônicas e o embelezamento superficial, em detrimento do

desenvolvimento popular.

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1 Não é possível continuar pensando na prevenção a partir da idéia de univer-salidade dos seres humanos, sem reco-nhecer a sua diversidade, sua plurali-

dade, sua unicidade e suas vulnerabilidades. Portanto, não podemos falar de adolescência, mas de " adolescências", a partir do que está ao seu redor, ao redor da sua realidade. Ao fazer perguntas aos aprendizes com quem estamos interagindo, estas devem abranger as dimensões pessoal, social e de política institucional, tentan-do reconhecer todos os fatores que podem influ-

enciar nestas vulnerabilidades.

Na adolescência, como um momento especial de definições na área da sexualidade, da profis-sionalização, da família, podem convergir al-guns desafios, aos quais nem todos os jovens po-dem responder positivamente, ocasionando sofri-

mento social e conflitos internos.

Esse é o mundo que precisamos transformar. Fazer com que a vida dessa clientela seja mais branda,

produtiva socialmente e interessante.

2 Abastecer o estoque de mobiliário do

sistema educacional de Betim.

Em 2009 fabricamos 8050 móveis para escolas municipais, 219 para creches,

195 para escolas estaduais e outros 2593 para diversos setores da Prefeitura ao custo total de

465.084,45 reais

Em 2010 foram fabricados 7250 moveis para as

escolas municipais, 664 para creches, 729 para escolas estaduais e 1344 para outros setores,

representando um custo total de R$573.809,37.

3 É necessário alterar a forma como a sociedade encara, ou não, o crescente número de casos de idosos que não têm uma vida com dignidade e por vezes,

devido à sua solidão, morrem esquecidos.

Outrora os pais que cuidavam dos filhos eram retribuídos por estes na sua velhice, mas a socie-dade evoluiu e com ela vieram boas e más prá-ticas, hoje é quase o inverso, são os pais e os avós que continuam a cuidar dos filhos e netos, mesmo ficando sós. Na falta dos valores familia-res que se verificam atualmente só há dois cami-nhos a seguir: retomar, dentro do possível, esses princípios ou encontrar novas formas para am-parar aqueles que já exerceram o seu papel na

sociedade e agora precisam dos outros.

A Oficina Escola tem como um dos seus eixos de atuação um programa de visitas aos asilos oficiais de Betim, levando música, artesanato e bate-papo entre os aprendizes e a popula-

ção interna.

Por falta de infra estrutura, o programa está descontinuado e deve voltar a funcionar a partir

de 2013.

RESISTÊNCIA

SEGURANÇA

PRATICIDADE

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RESISTÊNCIA

SEGURANÇA

PRATICIDADE

RESISTÊNCIA

SEGURANÇA

PRATICIDADE

Nossa Produção

Carteiras, mesas e armários preparados para o rasta-rasta do dia–a-dia em salas de aula. Solda mig em todas as ligações, tampos de MDF15 mm rebitados e pintura industrial

Móveis testados ao longo de 19 anos de fabricação, com material de primeira qualidade.

Todos os projetos passam por testes de ergonomia em escolas públicas antes de entrar na linha de produção.

OFICINA ESCOLA ROSALINO FELIPE—Rua Rita Maria de Jesus, 31—Bairro Angola CEP 32630-410– BETIM– MG- fone 31-3594.2008

[email protected]

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As questões que geram o nosso

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OS NOSSOS SONHOS (que se misturam com desejos, propósitos e visão de futuro)

Ser um lugar que os adolescentes gostem e se orgulhem dele cada vez mais.

Ser, cada vez mais, referência de qualidade, atendimento e economia

Ser, cada vez mais, um lugar onde os princípios do amor e da honestidade e da paz, fiquem no

centro de suas ações.

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Estrutura física

Alguns instrutores ainda não conhecedores e comprometidos com o sistema.

Ainda há muito espaço para crescimento da comunicação interna.

Discrepância salarial entre os instrutores.

Funcionamento como fábrica e gerenciamento das compras de material como escola.

Ser uma instituição única para abastecer um universo muito grande e complexo.

QUAIS SÃO OS

PONTOS FRACOS DA

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QUAIS SÃO AS

PRINCIPAIS

OPORTUNIDADES PARA A

Dar uma nova opção (oportunidade, ocupa-ção) para os jovens.

Ter uma maior oportunidade de relaciona-mento com as escolas.

Ser uma instituição única para abastecer um universo muito grande e complexo.

Ser reconhecida, valorizada pela cidade.

Ter a possibilidade de provocar mudanças de paradigmas da educação.

A possibilidade de corrosão da liderança e con-seqüente crescimento do medo, do ciúme e da

delação.

Críticas e resistência externa sem conhecimen-to do trabalho

Troca de comando político no município

Resistência a quebra de paradigma.

QUAIS SÃO AS PRIN-CIPAIS AMEAÇAS PA-RA A OFICINA ESCO-

LA?

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Planejado Metas 2009/2010 Executado

Acolher 350 aprendizes Matriculados 356 em 2009 e 245 em 2010. Permaneceram

Criar 30 oficinas de ocupação-

aprendizagem Criadas 24 oficinas de ocupação-aprendizagem

Reformar 10.000 peças de mó-

veis escolares Não executado. (As peças de móveis foram reutilizadas para fabricação)

Fabricar 20.000 peças de móveis

escolares ao custo estimado de

R$3.000.000,00

Fabricados em 2009:

11.057 móveis (R$465.084,45).

8050 móveis para escolas municipais (R$320.769,30).

219 móveis para creches (R$11.433,73)

195 móveis para escolas estaduais (R$11.040,11).

2593 para outros setores (R$ 121.841,31)

Fabricados em 2010:

9987 móveis (R$573.809,37)

7250 móveis para escolas municipais (R$423.697,65)

664 móveis para creches (R$30.724,91)

729 móveis para escolas estaduais (R$28.088,98)

1344 móveis para outros setores (R$91.297,83)

FABRICADOS 2009/2010 21044 MÓVEIS AO CUSTO DE R$1.038.893,82

Construir 03 galpões ao custo

estimado de R$ 150.000,00 no

mercado

Construído 1 galpão com 408m².

Construído 1 galpão com 210 m²

Construir uma praça na entrada

da Oficina Escola ao custo esti-

mado de R$50.000,00

Construída a Praça na entrada da Oficina Escola

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PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO DE QUALIDADE AOS

APRENDIZES E SERVIDORES

Implementar o programa SOL -SA

Capacitar

Selecionar e descartar

Organizar (ordenar)

Realizar encontros de

treinamento

Separar o que precisa

do que não precisa

Mandar para outro

Definir lugar certo para

cada coisa que a gente

precisa

Limpar

Melhorar a estrutura

física da Oficina e adja-

cências

Eliminar, acabar com

toda a sujeira

Cuidar da saúde

Manter jardins e árvores

Eliminar, acabar com toda

a sujeira

Realizar cursos para

Implementar programa de

alimentação

Fazer acompanhamento

médico-odontológico

Adquirir

auto - disciplina

Incrementar educação

holística

Construir regras básicas

compartilhadas para consolidar

o Programa SOL - SA

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2 PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO DE QUALIDADE AOS APRENDIZES E SERVIDORES

Manter acompanhamento do programa de "Adoção de Afilhados"

Realizar o plano de capacitação

Elaborar a Matriz de capacitação

Estabelecer parceria com a SEMED

Divulgar a Oficina Escola

Adquirir equipamentos de fotografia, filmagem e dia-gramação

Estabelecer parceria com a Secretaria de Comunicação

Preparar material publicitá-rio (Jornalzinho, blog, site, exposições e galeria)

PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO DE QUALIDADE AOS

APRENDIZES E SERVIDORES

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Não rotularemos as pessoas

Não permitiremos intolerância para com os outros

Não seremos paternalistas

Não seremos autoritários

Não admitiremos que tradições restrinjam inovações

Não permitiremos que a vida fique ainda mais pesada

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NÃO ROTULAREMOS AS PESSOAS

Por mais que nos achemos indepen-dentes, que busquemos ao longo dos anos assumir as rédeas de nossas vidas, somos prova do quanto dependemos de outros. Ainda bebê, dependemos de nos-sa mãe, nosso pai, de alimento e da segurança que possam nos proporcionar. E ao crescermos es-sa dependência não nos abando-na. Dependemos de permissão, de afeto, de aprovação. E assim é em todos os grupos que passamos a

integrar.

O ser humano busca aprovação em tudo. Procuramos nos defender e garantir nossa sobrevivência, e isso é instinto. É por instinto que rotulamos as pessoas. Julgamos, esse ou aquele, á medida que a-meacem ou não nossa existência. Se fulano não me dá atenção, é metido; se beltrano rouba as atenções, é extravagante. E assim carimbamos as pessoas, fazendo-lhes descrições que podem ou não condizer com a realidade, só porque em deter-minadas situações nos sentimos

ameaçados.

Agimos instintivamente a toda hora e ainda nos achamos no direito de recriminar quem assim o faz. Cada um se defende com as armas que tem. E antes de sermos racionais, somos animais. E como animais, nada mais natu-ral que nos comportemos sob a

influencia dos apelos instintivos.

Podemos passar a vida inteira sendo rotulados a partir de características que possuí-mos ou que as pessoas acredi-tem que temos. Mas isso só vai interferir na minha, na sua vida se permitirmos. As coisas só a-contecem a nós porque deseja-

mos ou porque consentimos.

ÃO PERMITIREMOS A INTOLERÂN-

CIA COM OS OUTROS

Se observarmos o ser humano, veremos um universo em funcio-namento – um microcosmo. Cada órgão de seu corpo funciona de forma autônoma, mas interde-pendente dos demais. Se, por qualquer motivo, um órgão sofre algum mal, afetará também os outros órgãos, comprometendo o funcionamento do todo. Mesmo que agentes imunológicos tentem resolver o problema, se não fo-rem fortes o suficiente, pouco a pouco todo o sistema orgânico

do indivíduo sucumbirá.

Podemos perceber o mesmo pro-cesso dentro do universo no qual o homem está inserido - a sociedade humana - numa escala de tempo e conseqüências proporcionais, com suas atitudes sendo agentes ativos da qualidade da própria vida e das dos outros, e, conseqüente-

mente, de suas relações.

Uma pessoa do tipo tolerância zero gera em seu meio certo mal estar e por esta razão, as pessoas à sua volta também se sentirão mais indispostas a atendê-la e se relacionar amistosamente com ela, e, como que contaminados por um vírus – pouco a pouco – todos se colocarão indispostos uns com os outros, estabelecendo a dinâmica específica nas suas relações do

tipo tolerância zero.

Essas pessoas sairão de seus ambi-entes familiares, irão para outros ambientes levando consigo essa indisposição. Teremos, assim, uma rede de relacionamentos intoleran-tes que apenas tende a crescer e onde a intolerância tudo contami-

na e acaba se instalando.

NÃO SEREMOS PATERNALISTAS

Não usaremos ou permitiremos comportamento de ―bonzinhos‖ para exercer vontade própria sobre aprendizes ou colegas de trabalho de forma autoritária disfarçada, garantindo o direito individual à tomada de decisões ou defesa de princípios e uma relação colegiada para resolu-

ção de problemas internos.

NÃO SEREMOS AUTORITÁRIOS

A individualidade é uma caracte-rística própria do humano. Há quem goste do vermelho e outro. Somos o único ser vivo que pre-serva as suas vontades e é ca-

paz de brigar por elas.

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NÃO ROTULAREMOS AS PESSOAS Por mais que nos achemos indepen-dentes, que busquemos ao longo dos anos assumir as rédeas de nos-sas vidas, somos prova do quanto dependemos de outros. Ainda be-bê, dependemos de nossa mãe, nosso pai, de alimento e da segu-rança que possam nos proporcio-nar. E ao crescermos essa depen-dência não nos abandona. Depen-demos de permissão, de afeto, de aprovação. E assim é em todos os

grupos que passamos a integrar.

O ser humano busca aprovação em tudo. É por instinto que rotulamos as pessoas. Julgamos, esse ou aquele, á medida que ameacem ou não nossa existência. Se fulano não me dá atenção, é metido; se beltrano rouba as atenções, é extravagante. E assim carimbamos as pessoas, fazendo-lhes descrições que podem ou não condizer com a realidade, só porque em determinadas situa-

ções nos sentimos ameaçados.

Agimos instintivamente a toda hora e ainda nos achamos no direito de recriminar quem assim o faz. Podemos passar a vida inteira sendo rotulados a partir de características que possuí-mos ou que as pessoas acredi-tem que temos. Mas isso só vai interferir na minha, na sua vida se permitirmos. As coisas só acontecem a nós porque dese-

jamos ou porque consentimos.

NÃO PERMITIREMOS A INTOLERÂN-CIA COM OS OUTROS Se obser-varmos o ser humano, veremos um universo em funcionamento – um microcosmo. Cada órgão de seu corpo funciona de forma autônoma, mas interdependente dos demais. Se, por qualquer motivo, um órgão sofre algum mal, afetará também os outros órgãos, comprometen-do o funcionamento do todo. Mesmo que agentes imunológi-cos tentem resolver o problema, se não forem fortes o suficiente,

pouco a pouco todo o sistema

orgânico do indivíduo sucumbirá.

Podemos perceber o mesmo proces-so dentro do universo no qual o ho-mem está inserido - a sociedade humana - numa escala de tempo e conseqüências proporcionais, com suas atitudes sendo agentes ativos da qualidade da própria vida e das dos outros, e, conseqüentemen-

te, de suas relações.

Uma pessoa do tipo tolerância zero gera em seu meio certo mal estar e por esta razão, as pessoas à sua volta também se sentirão mais indispostas a atendê-la e se relacionar amistosamente com ela, e, como que contaminados por um vírus – pouco a pouco – todos se colocarão indispostos uns com os outros, estabelecendo a dinâmica específica nas suas relações do

tipo tolerância zero.

Essas pessoas sairão de seus ambi-entes familiares, irão para outros ambientes levando consigo essa indisposição. Teremos, assim, uma rede de relacionamentos intoleran-tes que apenas tende a crescer e onde a intolerância tudo contamina

e acaba se instalando.

NÃO SEREMOS PATERNALISTAS Não usaremos ou permitiremos comportamento de ―bonzinhos‖ para exercer vontade própria sobre aprendizes ou colegas de trabalho de forma autoritária disfarçada, garantindo o direito individual à tomada de decisões ou defesa de princípios e uma relação colegiada para resolu-

ção de problemas internos.

NÃO SEREMOS AUTORITÁRIOS: A individualidade é uma caracte-rística própria do humano. Há quem goste do vermelho e outro. Somos o único ser vivo que pre-serva as suas vontades e é ca-

paz de brigar por elas.

CITAÇÃO: Embora as informações sobre o universo das crianças indí-genas não são constantes na biblio-grafia antropológica brasileira, sabe-se que os indiozinhos eram educados conforme o seguinte pro-cedimento: o filho estava sempre presente no acompanhamento do labor diário de seus pais e avós, aprendendo a ser independente, a apreciar o trabalho e respeitar u-ma relação coletiva com a terra (Cohn 2002). Meninas socavam pi-lão, descascavam mandioca, cuida-vam dos bebês e auxiliavam as mães. E piás assessoravam os pais, que depois ensinavam artesanato e caça. Não havia espaço para vio-lência, vez que “o extraordinário respeito à personalidade e à vontade individual, desde a mais tenra infân-cia, torna praticamente impossível o processo educativo no sentido da repressão” (Schaden 1974). Os pais i n d í g e n a s a p o s t a v a m (inconsciente-mente) no exemplo,

não castigavam.

A tradição educacional cristão-européia, alçada para o Brasil, tinha outro matiz. Conforme a histo-riadora Mary Del Priore, no li-vro História das Crianças no Brasil, a imposição de sofrimento físico era

considerada uma ―forma de amor.

A demonstração de afeto era havi-da como uma ação equivocada dos pais e educadores, porque suposta-mente prejudicava a educação dos filhos, que deviam temer seus instru-tores. A relação entre os pais e fi-lhos, segundo tal modo de ver, tinha de espelhar o amor entre o Senhor Deus e o homem caído em pecado, seguindo-se a máxima: amar é cas-tigar (o pecador). O erro da crian-ça era visto não como um momento necessário do aprendizado (é er-rando que se aprende), mas um pecado que reclamava por um cas-tigo físico. (Texto retirado do site

http://guiasaoluiz.net/ )

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NÃO ADMITIREMOS QUE TRADI-ÇÕES RESTRINJAM INOVAÇÕES Pesquisas desenvolvidas com a teo-ria de aprendizagem mostram que os estudantes compreendem melhor e retêm o que aprenderam quando são expostos a: 1.um exemplo real, vívido e familiar para ancorar os concei-tos; 2. um segundo exemplo, menos familiar, que demonstra a ampla aplica-bilidade dos conceitos; 3. uma forma de descobrir o principio geral; 4. realizar trabalhos práticos utilizando os concei-tos. Manter a convivência entre religiões, formas do pensar, opções de vida e filosofias é uma “cola” para a garantia

de que o produto final da nossa missão seja coroada de êxito ou não. Por isso, instalamos, dentro da nossa estrutura administrativa, uma comissão de resolu-ção de conflitos que, felizmente, não tem tido muito trabalho nessa área.

NÃO PERMITIREMOS QUE A VIDA FIQUE AINDA MAIS PESADA As ex-pectativas de sucesso não implicam em que as experiências da vida sejam levadas tão a sério. Não queremos, principalmente que elas magoem nossos colegas de traba-lho e de convivência. Se precisarmos suportar circunstân-

cias ruins e que seja necessário su-portá-las, queremos que elas não se-jam experiências traumáticas. Desem-penharemos o nosso papel no palco da vida, mas nunca esquecendo de que se trata apenas de um papel. Mui-to do que perdemos no mundo não será uma perda para a alma. Quere-mos destruir o medo, que paralisa todos os esforços para o sucesso e atrai exatamente aquilo que nós mais receamos

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No ano de 2009, retomamos os trabalhos na Oficina Escola, depois de vencer as eleições muni-

cipais.

Conforme a nossa filosofia de pensar o ensino e as relações in-terpessoais, muita coisa precisou ser reenquadrada dentro dos princípios para os quais a Oficina

Escola fora criada.

Na troca de governo, entre 2000 e 2008, foi instalado o mé-todo tradicional de trabalho com estudantes, forma que moldou a entidade a servir de apoio ao rendimento escolar, com aulas de reforço das matérias curriculares e um inchaço da máquina adminis-trativa com a chegada de vários

professores PI e PII.

Houve, no período, um acrésci-mo exagerado na folha de pa-gamento, a desagregação en-tre escola e fábrica, pois os antigos mestres voltaram às suas funções como profissionais de área, deixando em segundo plano o seu contato pessoal

com os aprendizes.

O visual arquitetônico precisa-va de manutenção, pois fora qua-se completamente desvirtuado da sua função de lugar agradável e leve, para uma estrutura com a ―cara‖ de escola formal misturada com uma fábrica, onde se encon-travam mato, sujeira e material

sucateado em decomposição.

O quadro desanimador encon-trado deu lugar ao entusiasmo de reencontrar o projeto, algumas pessoas antigas e remoldá-los,

voltando às origens.

Planejado Metas 2009/2010

Executado

Acolher 350 aprendizes Matriculados 356 em 2009 e 245 permaneceram em 2010.

Criar 30 oficinas de ocupa-ção-aprendizagem

Criadas 24 oficinas de ocupação-aprendizagem

Reformar 10.000 peças de móveis escolares

Não executado. (As peças de móveis foram reutiliza-das para fabricação)

Fabricar 20.000 peças de móveis escolares ao custo estimado de R$3.000.000,00

Fabricados em 2009: 11.057 móveis (R$465.084,45). 8050 móveis para escolas municipais (R$320.769,30). 219 móveis para creches (R$11.433,73) 195 móveis para escolas estaduais (R$11.040,11). 2593 para outros setores (R$ 121.841,31) Fabricados em 2010: 9987 móveis (R$573.809,37) 7250 móveis para escolas municipais (R$423.697,65) 664 móveis para creches (R$30.724,91) 729 móveis para escolas estaduais (R$28.088,98) 1344 móveis para outros setores (R$91.297,83) FABRICADOS 2009/2010 21044 MÓVEIS AO CUS-TO DE R$1.038.893,82

Construir 03 galpões ao custo estimado de R$ 150.000,00 no mercado

Construído 1 galpão com 408m². Construído 1 galpão com 210 m²

Construir uma praça na entra-da da Oficina Escola ao custo estimado de R$50.000,00

Construída a Praça na entrada da Oficina Escola

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A cada biênio, ano e mês, nos reunimos e tra-çamos nossas metas e, semanalmente, avalia-mos o seu cumprimento. A avaliação cont ínua da nossa prática, a elaboração de regras comparti lhadas e a administração participati-va consti tuem a base da nossa organização.

Toda a fabricação de mobil iário segue um pa-drão programado de acordo com as necessi-dades de implantação de novas escolas ou a manutenção daquelas já existentes no municí-

pio.

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As pessoais mais antigas tem grande sabe-doria de dizer ―no meu tempo não era as-sim‖. A frase vem carregada de sentido ao lembrarmos que os pais do começo do sécu-lo XX apostavam na grande quantidade de filhos como uma forma de tê-los como seus guardiães na terceira idade. As crianças eram ―treinadas‖ desde muito jovens a se-guir conselhos e hábitos dos mais velhos.

As mudanças sociais inverteram esse papel e hoje já é comum se encon-trar jovens que são cuidados pelos seus avós ou pais idosos.

Quando a famíl ia se sente sem for-ças para cuidar dos seus ―velhos‖, a solução é enviá-lo para inst ituições apropriadas, como uma forma de se aliviar-se do fardo dos cuidados, dos horários de medicação e da de-dicação total . Essa atitude acaba formando um costume em que lugar de velho é no asilo.

Para eles só restam a solidão, a falta da família e a relação com pessoas que nunca fizeram parte do círculo de amizade.

As experiências de visitas a essas entida-des praticadas pela Oficina Escola, com seus jovens aprendizes renderam frutos, simples, mas de um grande significado. Os jovens que já participaram dessa ati-vidade, conheceram, de perto, a realida-de que pode estar reservada para os seus avós, pais e até para eles próprios quando começarem a representar um far-do doloroso para as suas famílias.

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O ESPAÇO QUE EU OCUPO

NUNCA DEVE INTERFERIR NO DIREITO DE ESPAÇO DO OUTRO

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DENTRO DE DOIS ANOS (DE JANEIRO DE 2011 A DEZEMBRO DE 2012) NOS-SA MISSÃO ESTARÁ MAIS PRÓXIMA

DO CUMPRIMENTO SE NÓS TIVERMOS:

Oferecido aos adolescentes em s i tua-ção de r isco : At iv idades ocupacionais de marcenaria , carpintar ia, serralher i-a , informát ica, t rabalhos manuais (br inquedos pedagógicos , apagado-res , por ta-caneta, etc . ) aprovei tando res to de mater ia l ; At iv idades educa-cionais em forma de of ic inas , pales-t ras, f i lmes , excursões , hor t icu ltura e outros ; Ativ idades de lazer e cu ltura (esporte , ar tes v isuais , mús ica, dança, teatro) v isando melhor ia da auto -es t ima, socia l ização e re integração à sociedade enquanto evidenciado em medidas subjet ivas e objet ivas; Inser-ção no mercado de trabalho; Acompa-nhado os aprendizes , junto às escolas que freqüentam obtendo dados sobre o seu progresso e proporcionando a devida intervenção; Proporcionado aos serv idores , ambiente energizante a part ir do sent imento de apropr iação do trabalho, so luc ionando problemas e conf l i tos de forma colet iva; Capacita-do 100% do quadro de servidores no que diz respei to ao cresc imento do ser humano e uso da tecnologia moderna; Fabr icado e recuperado móveis e ma-ter ia is escolares , com segurança, rapi-dez, perfeição e economia atendendo às necess idades educacionais ; Ofere-c ido móveis e mater iais de qual idade aos es tabelecimentos de ens ino munici -pais e conveniados; Faci l i tado o aces-so dos aprendizes e funcionár ios aos serv iços de saúde, da informação, do conhecimento e da economia; Levado

as of icinas a setores necess itados .

Transformar a missão em ação, produzindo resultados, é o fim dos objetivos. Um número limitado de objetivos concentra sua atenção em itens importantes que podem ser medidos. Esco-lhemos os seguintes:

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As ações discutidas e desen-volvidas na Oficina Escola têm a clara intenção de incrementar um programa de melhoria con-tínua a fim de que a sua mis-são seja cumprida com êxito.

Evasão Escolar - A efetivação da educação tem várias etapas a ser cumpridas; proporcionar ativida-des extra-classe, reduzir a repe-tência escolar, contribuir com os programas de educação inclusiva, contribuir com o projeto político pedagógico das escolas municipais e, no nosso caso, garantir o pleno funcionamento das diversas oficinas de marcenaria, solda, informática, manutenção de computadores, ar-tes, artesanato, grafite, música e outras esporádicas, cada uma de forma independente, mas que, ao final, acabam se interligando para se transformar na grande ação de

transformação de vida.

Daí a necessidade de se apostar no programa de apadrinhamento, em que o interessado tem a função de acompanhar o seu afilhado nos estudos, na vida em família, na sua convivência social e, se for da sua própria vontade, com infra estrutu-ra para o aprendizado, com aqui-sição de livros, cadernos e outros

materiais.

Procuramos parcerias público-privadas com Oficinas, ONGs, se-tores públicos, universidades e insti-tutos de pesquisas cientificas, para aquisição de infra-estrutura, mão-

de-obra especializada em ensino e know - how para o pleno funcio-

namento das oficinas.

A redução da evasão escolar é um velho entrave na educação desde tempo remotos em que a ação de aprender era ligada ao castigo e a aquisição de saber deveria ser

penosa e dolorida.

Se pensarmos no aprendiz como construtor do seu próprio conheci-mento, a atividade extra-classe se constitui em estratégia para ampli-ar o processo de formação do indi-víduo para além do seu ambiente escolar, fomentando nele experiên-

cias variadas.

Como o nosso papel passa por ca-minhos diferentes da educação formal, torna-se necessário montar uma grade de ativida-des diferenciadas para garantir que eles sintam que o ambiente e todas as atividades que os cercam, quando estão conosco, sejam agradáveis, proporcio-

nando novas descobertas .

Realizar palestras e momentos de reflexão, exibir filmes, fazer ex-cursões, praticar e apresentar tea-tro, fazer artesanato, realizar can-torias, praticar esportes e várias

outras atividades são ações que nos incentivaram a construir um auditório para 120 pessoas, fe-char convênio de cooperação com a Funarbe para a cessão de ins-trutores de teatro e musicaliza-ção, e encarregamos a vice dire-toria da Oficina Escola pela res-ponsabilidade das atividades

fora do nosso ambiente.

REPETÊNCIA ESCOLAR

Porque? De quem é a culpa? Gran-de parte da comunidade de edu-cadores procura colocar a culpa nos alunos, nas suas deficiências e desinteresse pelo aprendizado. Pouco se discute sobre os métodos de ensino e sobre a eficiência e eficácia das diversas matérias na vida particular e profissional do aluno, além da ignorância quase completa sobre sua vida fora da escola. Acompanhar a vida escolar não implica em apenas chamar os pais para conversar, transcrever notas ou créditos em boletins esco-lares ou instalar um sistema de dis-ciplina militar na escola. O acom-panhamento escolar passa por visitar o ambiente social do aluno (no nosso caso, visitar também a

escola onde ele estuda).

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O Programa de Melhorias Contínuas da Oficina Escola implica na organi-zação, execução e avaliação de uma matriz de tarefas, composta de estratégias e ações a serem execu-tadas pela equipe de administração

e monitores. Algumas tarefas foram executadas em 2010/2011 com sucesso e outras foram paralisadas ou prejudicadas devido ao desli-gamento de atores ou o seu desvio para outras tarefas na própria Ofi-

cina Escola ou em outros órgãos de estrutura da Secretaria de Educa-

ção.

Para efetivar a educação dos a-prendizes à equipe número 1, de coordenação geral, ficou com a

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tarefa de aprimorar o projeto po-lítico-pedagógico da Oficina Esco-la, realizado com sucesso e entre-gue à equipe de organização do plano de trabalho em 28 de feve-

reiro de 2011.

Ficou a cargo dessa equipe, a ela-boração do sistema de compartilha-mento de normas de convivência, . O prazo de conclusão foi definido pa-ra 30 de novembro de 2011 e a proposta não foi executada, deven-do voltar às discussões no segundo

semestre de 2012.

A equipe número dois, responsável pelo Setor de Ensino e Aprendiza-gem juntou esforços com a equipe de Coordenação Geral para elabo-rar o calendário constando as ações voltadas à redução da evasão esco-lar com atividades de recreação e cultura, tais como palestras, filmes, excursões, teatro, momentos de re-flexão, cantorias e esportes. O Pla-no foi entregue em 30 de janeiro de 2011 e está suscetível a constantes mudanças de acordo com as necessi-dades e mudanças culturais ou difi-culdades e facilidades da própria

Oficina Escola.

Também coube à Equipe número 2 a tarefa de elaborar o cronograma de visitas escolares e ao meio em

que vivem os aprendizes.

A mesma equipe tinha a função de Elaborar o plano de funcionamento das oficinas de dança, teatro, arte-sanato, mini marcenaria, 3M (madeira, metal e mecânica), serra-lheria, pintura em tecido, grafite, musicalização (violino, canto, flauta, violão, guitarra, saxofone, bateria) informática (básico, formatação de sites, programas de produção), ma-nutenção de computadores. A tarefa foi executada com sucesso, porém a sua implantação ficou deficitária e deve retornar para uma discussão a ser refeita de acordo com as neces-sidades e deficiências da Oficina

Escola.

Elaborar o projeto de uma banda sinfônica ficou a cargo da equipe

número 22, de musicalização.

O programa de Produção e manu-tenção, a cargo da Equipe de Pro-dução, ficou com a incumbência de elaborar plano de produção e re-forma, organizar o método de com-pras, formalizar parceria com de-mais equipes para dar suporte à produção, apresentar planilha de convênios para obtenção de recur-sos , manter manutenção de máqui-nas, ferramentas e placas e disposi-tivos de sinalização de espaço de trabalho, elaborar plano de organi-zação de almoxarifado, sistema de requisições, patrimônio e prestação de contas, elaborar plano de de-mandas e necessidades do sistema

de transporte e entregas

O Programa SOL (Saúde, Organiza-ção e Limpeza) é uma das ferramen-tas de educação e organização de trabalho e ambiente. O assunto é tão importante que o seu planejamento e colocação em uso ficou a cargo de todas as equipes de planejamento, cada uma cuidando de um ou mais pontos específicos. A sua implanta-ção na Oficina Escola tem vários objetivos, que se desdobram em

ações e tarefas complementares.

CAPACITAR com a realização de encontros de treinamento, assistir palestras de especialistas e minis-trar palestras internas utilizando a própria equipe de aprendizes e

servidores.

SELECIONAR E DESCARTAR os itens necessários ao desenvolvimento dos trabalhos daqueles que podem ser descartados. A segunda etapa da tarefa é destinar a outro lugar aquilo de que não se precisa. Esta destina-ção pode ser para lugares externos ou para outros departamentos dentro

da própria Oficina Escola.

ORGANIZAR E ORDENAR, definindo lugar certo para as coisas, ferramen-tas e material de consumo que neces-

sitamos no setor de trabalho.

LIMPAR para melhorar a estrutura física da Oficina e suas adjacências.

Esta tarefa se aplica a Oficinas espe-cíficas como serralheria, marcenaria, pintura, artesanato, etc. e ao conjunto arquitetônico da própria Oficina Es-cola e as ruas, prédios e sociedade no seu entorno. (ruas, lixeiras, capina de rua, limpeza e organização de passeios, deposição de entulhos, cor-reção de pichações em muros, com-

bate às epidemias e endemias, etc.).

CUIDAR DA SAÚDE, mantendo jar-dins. Árvores, canteiros e áreas de circulação limpos e desobstruídos, acabar com a sujeira, realizar cursos para se acabar com o ―stress‖, imple-mentar um programa de alimentação e nutrição, fazer e incentivar o acom-

panhamento médico-odontológico.

ADQUIRIR AUTO DISCIPLINA E AU-TO-ESTIMA com a implementação da educação holística, que se baseia na propriedade em que cada pessoa en-contra identidade, significado e propó-sito de vida através de conexões com a comunidade, com o mundo natural, e valores espirituais tais como a paz e compaixão, com o objetivo de inspirar a reverência pela vida e pela paixão de aprender dentro da nossa proposta de educação para a vida e convivência social e a construção de um mundo me-

lhor.

Construir regras básicas compartilha-das para consolidar o Programa SOL-

SA.

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Há coisas de que precisamos a todo momento e estão onde

é difícil alcançá-las. Então qual é a melhor solução?

É preciso saber o que se vai fazer para ficar claro quais

as coisas úteis e as inúteis que devem ficar ao nosso lado ou no ambiente de trabalho. É sempre bom lembrar que a

utilidade das coisas depende do tipo de atividade a ser

desenvolvida.

Melhorar a qualidade de vida; Melhorar o relacionamento entre

as pessoas.

Vamos abrir as portas e deixar o SOL brilhar. Vamos nos sentir mais leves, mais alegres e mais sadios. O nosso local de trabalho, acolhedor e pro-dutivo. O tempo vai passando e a gente vai mantendo a limpeza sim-plesmente não sujando. Fazendo assim, a gente começa a respeitar o ―outro‖ na medida em que reconhe-cemos a verdade de que o ambien-te é de todos nós e a nossa alegria está muito ligada à qualidade do ambiente em que vivemos. Na Ofici-na, a cozinha é nossa, a secretaria também. Usamos todas as salas, to-mamos sol nos pátios, admiramos as plantas e as aves e gostamos de

banheiros bons e limpos.

As nossas ferramentas ficam em seus lugares e apenas usamos o que preci-samos. Não gostamos de desperdício, principalmente das coisas públicas. É por isso que pegamos um parafuso no chão, não quebramos a broca e não jogamos pedaços de madeira fora. O mais importante é que formemos hábi-tos baseados nos princípios do respei-to e da confiança e assim vamos for-

mando o nosso caráter. Aos poucos vamos nos auto-disciplinando e cui-dando do nosso corpo e da nossa ali-mentação e fortalecendo também o nosso espírito. Afinal queremos ser felizes e os dias escuros só nos fazem

esperar mais pelo sol.

Dentro do local de trabalho deve ser desti-nada uma área exclusiva para descarte. Importante é definir, também, quem faz o

que, o seu lugar e equipamento cor-reto de trabalho e a rotina de como

realizar a tarefa.

Todos os itens, maquinários, pes-soas, material de consumo, área de circulação, ligações elétricas e hidráulicas devem ser alvos cons-tantes de observação. Um simples vazamento de água pode se tor-nar um grande problema, trans-formando áreas de circulação em ambiente escorregadio ou gerar a possibilidade de descargas elétri-cas, além de pesar na conta fi-

nanceira no final do mês.

Existem alguns questionamentos que devem ser feitos, sempre, com o in-

tuito de organizar o ambiente:

Isso deve ser jogado fora? Isso pode ser reciclado? O que deve ser guar-

dado no almoxarifado ou depósito?

Isso pode ser útil para outro se-tor? Essa máquina ou produto pode ser consertado? Esse mate-rial está em condições de ir pa-

ra a área de descarte?

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SEIRI — Senso da Utilização —Saber identificar materiais, equipa-mentos, ferramentas, utensílios, in-formações e dados necessários e desnecessários, descartando ou dando a devida destinação àquilo considerado desnecessário ao exer-cício das atividades é o exercício do senso da utilização. Em outro sentido, ter Senso de Utilização é preservar consigo apenas os senti-mentos valiosos como amor, amiza-de, sinceridade, companheirismo, compreensão, descartando aqueles sentimentos negativos e criando ati-tudes positivas para fortalecer e ampliar a convivência , apenas com

sentimentos valiosos. a

SEITON - Senso de Organização - São os locais adequados e formas corretas para guardar materiais necessários, tornando rápido e fácil sua localização. Vantagens: Rapi-dez, facilidade e controle na busca de documentos e ferramentas, es-tabelecendo o que cada um deve usar, fazendo com que haja uma redução na perda de tempo, esti-mulando a criatividade e reduzindo o risco de acidentes. Como fazer: Padronizar a nomenclatura, adotan-do nomes, cores e procedimentos padrões em toda a Oficina Escola. Padronizar a maneira de guardar ferramentas. Utilizar a comunicação visual usando gravuras e cores. Seisoh - Senso de Limpeza - O termo Seisoh é utilizado quando se quer referir à limpeza do ambiente

A gente espera

Manter a nossa saúde física e

mental.

Eliminar as fon-tes de acidentes.

Evitar vários abu-sos físicos e men-

tais.

Estar de bem com a vida.

Manter ambien-te, corpo e mente saudáveis.

Melhorar o

relacionamento com as outras

pessoas.

Evitar vários, abusos físicos e

mentais.

Criar bons hábi-tos.

Gostar das coisas limpas e arruma-

das

Praticar o bem e desejar o que é

bom para todos.

Fazer auto-avaliação e tomar atitudes para melhorar, quando necessário.

de trabalho, máquinas e ferramen-tas. Sugere que limpeza seja sinôni-mo de inspeção. Este senso abrange os 5 sentidos. Olfato, paladar, vi-são, audição e tato. O lance é man-ter o local de trabalho sempre lim-po. Pois é muito mais fácil manter a limpeza, do que sujar e limpar toda hora. Vantagens: Higiene no local de trabalho, eliminação de desper-dícios, redução de riscos de aciden-tes autoconhecimento de ferramen-tas e equipamentos, além de maior satisfação no trabalho. Como che-gar lá: Zelar pela limpeza e con-servação das condições físicas e saúde no local de trabalho. Condi-ções físicas são as máquinas e fer-ramentas. E saúde são os sons, visu-alização, linguagem na comunica-ção e cuidado de si mesmo. Seiketsu - Senso de Asseio - Toda a equipe deve ter cuidado com a higie-ne em todos os locais, deixando sau-dável tanto o corpo, quanto a mente. O pessoal deve ter consciência da importância desta fase, tomando um conjunto de medidas, como: Ter os 3S's previamente implantados; Capacitar o pessoal para que avali-em se os conceitos estão sendo apli-cados realmente e corretamente; eliminar as condições inseguras de trabalho, evitando acidentes ou ma-nuseios perigosos; humanizar o local de trabalho numa convivência har-mônica; difundir material educativo sobre a saúde e higiene; respeitar os colegas como pessoas e como profissionais; colaborar, sempre

que possível, com o trabalho do colega; cumprir horários; entregar documentos ou materiais requisita-dos no tempo hábil; não fumar em locais impróprios etc. Ter a Oficina Escola limpa e assea-da requer gastos com sistema e ma-terial de limpeza. Requer manuten-ção da ordem, da limpeza e princi-palmente disciplina. Cada membro da equipe deve ter consciência da importância de se trabalhar num local limpo e organizado. As vantagens são: melhor segurança e desempenho do pessoal; prevenção de danos à saúde dos que convivem no ambiente; melhor imagem da Ofi-cina Escola internamente e externa-mente; elevação do nível de satisfa-ção e motivação do pessoal para com o trabalho.

aShitsuke - Senso de Auto – Discipli-

na - Trata-se de cumprir os outros quatro sensos. Seguir as orientações e colaborar com os colegas de e-quipe. Participar das soluções e respeitar a opinião do pessoal. Co-mo chegar lá: Utilizar de maneira racional a comunicação visual / procedimentos com linguagens sim-ples. Promover reuniões semanais com as equipes e mensais com os funcionários, tratando sobre o siste-ma 5s. Descobrir as causas de com-portamento inadequado a fim de eliminá-las. Incentivar a dedicação e adesão, para obter o comprome-timento de todos os funcionários da Oficina Escola.

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- E ai?

- O SOL entrou?

- Não? Não se preocupe, ele

nasce amanhã novamente!

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O outro foco da Oficina Escola Ro-salino Felipe é o seu setor de produ-ção, responsável pela reposição de móveis danificados na rede públi-ca de ensino de Betim e a constru-ção de outros tantos de acordo com a demanda de instalação de novas escolas ou municipalização

de outras.

A média de produção gira em torno de 1500 unidades por mês para aqueles seriados e aproximadamen-te 200 fora de padrão para atendi-mento de outros órgãos da Adminis-

tração pública.

O Planejamento para organização de produção foi elaborado em 2011, com algumas diretrizes para tornar o sistema de fabricação efici-ente, com baixo custo e níveis acei-táveis de refugo e sobras e adequa-

ção ergonômica de todos os itens.

As prioridades levantadas apontam para a necessidade de se elaborar um plano de produção e reforma predial, que inclui, inclusive, a longo prazo, a mudança de endereço, em lugar mais plano, com acesso mais facilitado e instalações mais ade-quadas para estocagem e fabrica-

ção; buscar métodos para estabele-cer o custo de produção com aquisi-ção de material, renovação de ma-quinário e equipamentos, convênios e contratação de Oficina Escolas para prestação de serviços, rema-nejamento de pessoal, construção de um catálogo dos produtos e material de marketing, registro histórico e organização do arquivo

de documentos.

A estrutura de suporte da entidade ainda é deficitária e precisa urgen-temente da instalação de um pro-grama de organização de dados de compras, estoque e requisições. Por outro lado, os esforços são contínuos para a fabricação própria dos ga-baritos de produção, apenas com uma deficiência: falta de um setor de ajustagem mecânica com equipa-mentos de usinagem e metrologia que garantam a uniformidade e a-

justes perfeitos.

POUCOS RECURSOS - Financeira-mente, enquanto não se muda o es-tatuto da Caixa Escolar, um mecanis-mo de destinação de verba para escolas públicas, ligada à Secretaria de Educação, muito dos projetos e-xecutados têm o seu suporte finan-

ceiro ligado a convênios de coope-

ração com outros órgãos municipais.

O problema da falta de verbas só poderá ser resolvido, a curto prazo, com a instalação de uma Organiza-ção Não Governamental ou outra entidade afim que venha assumir as responsabilidades de gerenciamento da Oficina Escola. Outra tarefa im-portante para buscar parcerias seria a procura de um profissional com profissionalização em busca de par-cerias público privadas para obten-

ção de recursos financeiros.

SEGURANÇA NO TRABALHO - Grande parte dos funcionários são contratado com a Oficina Escola Terraplenar Construções Ltda. Para estas pessoas existe um tratamento da questão que já vem pronto da Oficina Escola onde são registra-dos. Para os demais, com cargos de carreira e comissionados, ainda não foi implantado um programa oficial de Segurança no Trabalho. É urgente que se procurem soluções para implantação de uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes).

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Ao tentarmos traçar um perfil do adolescente das comunidades populares em trabalhamos, fize-mos a mesma pergunta: Quem é este adolescente? Quais as suas características? É esse adolescente

diferente dos demais?

Fomos, então, nos aperceben-do das semelhanças entre todos aqueles que se encontram nesse período de transformações e emo-ções intensas a que denominamos ―adolescência‖. Para toso eles, adolescentes, esta é uma passa-gem caracterizada por uma crise de identidade na qual se debatem sobre questionamentos relativos ao seu corpo, aos valores existentes, às escolhas que devem fazer, ao que exigimos deles, ao seu lugar

na sociedade.

O adolescente se afasta da identidade infantil e vai construin-do pouco a pouco uma nova defi-nição de si mesmo. É um período de reorganização pessoal e social que se inicia, na maioria das ve-zes, com contestações, rebeldias, rupturas, inquietações, podendo passar por transgressões, para desembocar numa reflexão sobre

os valores que o cercam, so-bre o mundo e seus fatos e sobre

o seu próprio existir neste mundo.

Trata-se, na verdade, da passagem do mundo infantil pa-ra o mundo adulto. O amor, a amizade, o trabalho, a escola, a família e o projeto de vida cons-tituem-se em grandes questões cujo ponto central é a identida-de: Quem sou eu? Qual e meu valor? Quem me valoriza? O que

quero? O que quero ser?

Neste quadro comum, fomos observando, particularmente nos adolescentes das comunidades po-pulares com as quais trabalhamos que os distinguiram enquanto gru-po. Essas particularidades se refe-rem mais a diferentes formas de ver o mundo, de reagir e de ex-pressar sentimentos do que uma essência ou natureza pessoal di-versa em relação aos adolescentes

de outra classe social.

Esse ―modo particular‖ de es-tar no mundo relaciona-se ao con-texto social em que estão inseri-dos. Nesse contexto, a escola e a família muitas vezes não têm con-

seguido responder aos seus reais anseios e necessidades. A dificul-dade de alcançar escolaridade e formação profissional satisfatórias leva muitas vezes o jovem do meio popular a ingressar prematura-mente no mundo do trabalho, sem o preparo e o acompanhamento

adequados.

As observações que se se-guem não se apresentaram ne-cessariamente nos três grupos que serviram de base para a elaboração deste manual. Lista-mos aquelas que consideramos importantes para a reflexão dos educadores que atuam com po-

pulações semelhantes.

Essas observações foram feitas de forma assistemática durante o trabalho com os grupos de refe-rência, não seguindo nenhum crité-rio de ordenação. Elas não devem ser tomadas como definitivas e

invariáveis.

AUTO-ESTIMA FRAGILIZADA - A maioria dos adolescentes obser-vados nos grupos de referência espantava-se ao receber elogios

ou qualquer palavra de reconheci

Trecho do l ivro “Aprendendo a Ser e a Conviver” de Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro.

Fundação Odebrecht e Serviço Social do Mosteiro de São Bento - Editora FTD

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mento dirigida à sua pessoa, de-monstrando uma auto-estima en-fraquecida. O conceito de auto-estima diz respeito ao valor que o sujeito atribui a si mesmo. Perce-bemos que o fortalecimento dessa auto-estima passava por um repo-sicionamento na família, na comu-nidade, na escola e na sociedade e acontecia pelo vínculo estabele-cido com o educador e o grupo e como resultado do trabalho reali-zado. Recolocar-se nesses ambi-entes modificava o olhar sobre si próprio e possibilitava readquirir dignidade que ficou perdida no

processo histórico.

AUTO-IMAGEM CONTAMI-NADA POR PRECONCEITOS - Preconceitos relativos à classe social, etnia, nível cultural, profis-são e local de moradia constituí-am referências de identidade so-cial. Ser negro, ser pobre ou ser da periferia parecia vincular-se a obstáculos ―intransponíveis‖ e de-terminantes de uma condição da

qual não podiam escapar. Muitos adolescentes percebiam o fato de ser negro e/ou pobre como um elemento de desvalorização den-tro da sociedade. Observamos que esse adolescente, quando em ambientes estranhos, freqüente-mente omitia ou mentia sobre a sua origem. Esse dado tanto pode indicar que sua auto-imagem es-tava comprometida, quanto reve-lar um manejo eficaz para lidar

com os preconceitos sociais.

MEDO DE EXPRESSAR-SE - A dificuldade de se expor, presente alguns jovens, relacio-nava-se com o medo do ridícu-lo e da exclusão. A desconfian-ça dentro do grupo era muito intensa. Como a sociedade, de modo geral, não lhes oferecia oportunidades , desenvolv iam defesas que foram sendo que-bradas à medida que estabe-leciam vínculos de confiança

com o educador e com o grupo .

DIFICULDADE EM RECONHE-CER EM SI MESMO ATITUDES DE RACISMO - Para reagir à discri-minação sofrida, muitos tomavam atitudes que vinham reforçar seu próprio preconceito. Por exemplo: colocando-se como vítimas do branco ou assumindo comporta-mento racista em relação ao mes-mo. Esse tipo de atitude também aparecia dirigido a si próprio e semelhantes. . Eles não se davam conta de que perpetuavam este preconceito que repetiam entre si brincadeiras e palavras precon-ceituosas e pejorativas em rela-

ção ao negro.

PRESENÇA DA SENSUALIDA-DE - A relação com o próprio corpo era, em geral, colorida por uma sensualidade natural, eviden-ciada na movimentação, no gesto, no andar, no modo de vestir, nas cores escolhidas. Essa sensualida-de natural não era sinônimo ape-nas de sexualidade, referia-se mais a uma facilidade de expres-sar-se com o próprio corpo e um

jeito sedutor de ser.5

MÚSICA E DANÇA COMO FORMA DE EXPRESSÃO - Havia uma musicalidade permeando o-lhar, voz e corpo, que estava pre-sente em todas as manifestações dos grupos. As músicas, geralmen-te, tinham letras cheias de signifi-cado, cantando o corpo, a negri-tude, os protestos, a liberdade. O ritmo era primitivo, repetindo as batidas do coração e trazendo de

volta as raízes africanas.

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Em 1993, a Oficina Escola era uma novi-dade nunca experimentada, pelo menos

com repercussão jornalística, no Brasil.

A característica de ser uma entidade que buscava trabalhar com a vocação para agrupar meninos com graves problemas sociais em torno de uma equipe formada por servidores públicos desacreditados por causa de vícios do alcoolismo e da falta de vontade de se enquadrar dentro dos parâmetros que o governo entendia ser o melhor para o município, era um empreendimento considerado ―suicida‖ pela sociedade e por visionários de po-der ligados aos velhos conceitos de

―governar para as elites‖.

Naquela época, o Partido dos Traba-lhadores, depois de várias tentativas, começava a ocupar o espaço político que lhe era de direito na democracia brasileira e, com a sua formação basi-camente voltada para o atendimento às necessidades das classes operárias ou de oprimidos pelo poder, logicamente trazia alguns conceitos considerados estranhos a um povo que acabara de sair de um processo anti-democrático

de governar - a Ditadura Militar.

Muitas ações dos governos ligados à linha popular eram fiscalizados pela imprensa e aqueles que tinham bons resultados, eram objeto de curiosidade e de reporta-gens por se tratar de coisa ainda desco-nhecida. A Oficina Escola passou por esta experiência e teve seu nome veiculado em periódicos nacionais e estrangeiros e seu idealizador, Isnar Marcil Carneiro foi agraciado com Título de Cidadão Hono-rário de Betim, a entidade recebeu pre-miações da Fundação Abrinq, da Funda-

ção Ford e da Fundação Getúlio Vargas.

O prefeito da época. Jésus de Almeida Lima, inclusive foi agraciado com o prê-mio de Prefeito Criança pela sua com-preensão da dimensão da assistência social às crianças e pelo seu investimen-

to neste setor de trabalho.

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O OFICINEIRO é o meio de comu-nicação da Oficina Escola Rosali-no Felipe com seus aprendizes, com a sociedade e com o poder

público da cidade.

É um informativo eclético, que a-borda vários assuntos de interesse comunitário da entidade, informa-ções internas e externas, prestação de contas sobre o setor de produ-ção e cultura, mas a sua função principal é sempre resgatar a his-tória da Oficina Escola, dos seus colaboradores e dos meninos e me-ninas que passaram pela institui-

ção.

O OFICINEIRO tem uma proposta sim-ples como um veículo de comunicação, é despretensioso e é produzido com a intenção de proporcionar uma leitura

fácil, gostosa e rápida.

Este informativo é peça da campa-nha de promoção da Oficina Escola, juntamente com o ´ Dia do Orgulho, celebrado no mês de junho/julho, com festividades, resgate histórico e

brincadeiras, muitas brincadeiras.

A sua edição não tem, pelo menos até agora, um caráter continuado, obrigatório todos os meses. Ele sur-ge de fatos novos ou da necessida-

de de mobilização para determi-

nado ato ou assunto.

Abaixo estão as duas fases do seu cabeçalho e os lay- outs completos de todas as publica-ções feitas até agora são exibi-

dos nas páginas seguintes.

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O prêmio “Prefeito Criança” é um privilégio concedido apenas às administrações que atuam em programas infantis com qualidade.

Temos orgulho de ter sido reconhecidos

não só pelo Sociólogo Herbert de Souza,

o Betinho e pela Imprensa, como também

pelas Fundações Ford, Getúlio Vargas e

Abrinq.

O Betinho considerou este Programa como

um dos cinco melhores do Brasil no comba-

te à fome e a miséria.

A Fundação Ford e Getulio Vargas, após

minuciosa e longa averiguação, nos colo-

cou entre os 20 melhores, dentre 930 con-

correntes.

Nos governos do Partido dos Trabalhado-

res e sob a coordenação do Prof. Isnar

Marcil Carneiro, a Oficina-Escola produziu

mais de 150 mil móveis para as escolas e

os diversos setores do Município.

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Em 2008, a Profe-

sora Maria do Car-

mo Lara ganhou as

eleições municipais,

o Prof. Carlos Ro-

berto de Souza re-

tornou como Secre-

tario Municipal de

Educação e o Prof.

Isnar Marcil Carnei-

ro, como diretor da

Oficina Escola.

As mudanças ocor-

ridas, nos poucos

meses, foram ob-

servadas e comen-

tadas por muitos.

Alguns dos comen-

tários:

“Até os jardins volta-

ram!” “Agora todos

estão juntos, não tem

separação.”

“Preocupam até com

água filtrada para a

gente, antes bebíamos

água das caixas de

amianto que nunca fo-

ram lavadas.”

“Chegaram 30 máqui-

nas novas de uma

vez.”“Fazemos reunião

administrativa toda

semana e tomamos as

decisões.” “Agora te-

mos metas e objeti-

vos.” “Como tudo é or-

ganizado!” “Temos até

jornalzinho mensal (A

Voz da Oficina Esco-

la)” “Temos até um au-

ditório.” “Ficamos aí 8

anos com um banheiro,

só para homens e mu-

lheres. Agora temos

banheiros na recepção

(masculino e feminino),

na marcenaria e na

serralheria e outro pa-

ra os aprendizes.” “A

comida, agora, parece

até que é de restau-

rante granfino.”

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Cada um, com as suas próprias peculiaridades, ajudou e ajuda a construir uma

história de sucesso na Oficina Escola Rosalino Felipe.

Obrigado a todos

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