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Manejo do pastejo como ferramenta para aumentar a produção animal em pastagens
Sila Carneiro da SilvaDepartamento de ZootecniaESALQ/USP
Introdução
* Em sistemas intensivos de produção animal em pasto o método de pastejo mais utilizado é o de pastejo rotativo;
* Importância de conhecer o ponto correto de colocar e de retirar os animais nos piquetes (entrada e saída);
Introdução
* Necessidade de conhecer como a colheita de forragem é feita pelo animal e saber identificar a forma correta de ofertar o pasto e o ponto adequado de retirada dos animais do piquete;
* Necessidade de conhecer como a planta cresce durante a rebrotação, como isso afeta a colheita da forragem pelo animal e saber identificar o ponto ideal de colheita;
O consumo de forragem como produto final da colheita de bocados:
Componentes do consumo diário de um animal em pastejo (adaptado de Cangiano, 1999 e de Carvalho et al., 2001).
Entrada dos animais no pasto:
Altura do pasto (cm)
Ta
xa
de
con
sum
o
(g M
S m
in-1
kg
PV
-1)
Taxa de consumo de novilhas de corte pastejando Sorghum bicolor L. manejado com diferentes alturas de entrada no pasto (30, 40, 50, 60, 70 e 80 cm - Fonte: Fonseca et al., 2012).
Aumento da porcentagemde colmos e de materialmorto no pasto.
Saída dos animais do pasto:
Ta
xa
de
con
sum
o
(g M
S m
in-1
kg
PV
-1)
Porcentagem de rebaixamento da
altura de entrada no pasto (50 cm)
Taxa de consumo de novilhas de corte pastejando Sorghum bicolor L. manejado com diferentes porcentagens de rebaixamento da altura de 50 cm de entrada (16, 33, 50, 67 e 84% - Fonte: Fonseca et al., 2012).
Aumento da porcentagem decolmos e de material morto noestrato de pastejo.
Altura de resíduo não inferior a 50% da
altura de entrada.
IL
IAF
Tempo
Índ
ice
de
áre
a fo
liar In
terceptação
de lu
z
A rebrotação do pasto no pastejo rotativo:
Folha
Colmo
MortoAcú
mu
lo d
e fo
lhas
e
sen
escê
nci
a (c
m/p
erfi
llho
)
Acú
mu
lo d
e colm
os
(cm/p
erfillho
)
Dinâmica do acúmulo de forragem durante a rebrotação de pastos de capim-Mombaça pastejados com 100% de interceptação luminosa e resíduo de 50 cm (Fonte: Carnevalli, 2003).
90 cm
Resíduo Interceptação de luz (%)
(cm) 95 100 Média
30 26900 24900 25900A
50 17920 20280 19100B
Média 22410 22590 22500
Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas não são diferentes (P> 0,10)
Produção de forragem (kg MS/ha) em pastos de capim-mombaçasubmetidos a pastejo com 95 ou 100% de interceptação luminosa dodossel (Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2002)
Fonte: Carnevalli (2003)
Altura de entrada (cm)
90 110
Resíduo Interceptação de luz (%)(cm) 95 100 Média
Folha:30 70,9Aa 60,3Ab 65,6A
50 57,7Ba 57,5Aa 57,6B
Média 64,3a 58,9b
Colmo:30 14,7Ab 26,4Aa 20,650 18,9Aa 22,1Aa 20,5
Média 16,8b 24,2a
Morto:30 13,7Bb 19,0Aa 16,450 20,7Aa 18,1Aa 19,4
Média 17,2 18,6Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas e minúscula nas linhas não são diferentes (P> 0,10)
Composição morfológica (%) da massa de forragem em pré-pastejo de pastos decapim-Mombaça submetidos a regimes de desfolhação intermitente (Janeiro de2001 a Fevereiro de 2002).
Fonte: Carnevalli (2003)
Altura de entrada (cm)
90 110
Interceptação de luz (%)Estação 95 100 Média
PB (%):Verão 11,3Aa 9,7Ab 10,5A
Outono/inverno 10,9Aa 9,0ABb 9,9AB
Primavera 11,4Aa 8,2Bb 9,8B
Média 11,2a 9,0b
DIVMO (%):Verão 59,9Ba 56,6Ab 58,3A
Outono/inverno 52,4Ca 53,0Ba 52,7B
Primavera 61,9Aa 55,3ABb 58,6A
Média 58,1a 55,0b
Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas não são diferentes (P> 0,10)Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas não são diferentes (P> 0,10)
Concentração de proteína bruta (PB) e digestibilidade in vitro da matéria orgânica(DIVMO) (%) da massa de forragem em pré-pastejo de pastos de capim-Mombaçasubmetidos a pastejo com 95 or 100% de interceptação luminosa do dossel(Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2002).
Fonte: Carnevalli (2003)
Altura de entrada (cm)
90 110
Resíduo Interceptação de luz (%)
(cm) 95 100 Média
30 3120Bb 5810Aa 4470
50 5000Aa 5900Aa 5450
Média 4060b 5860a 4960
Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas colunas não são diferentes (P> 0,10)
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas não são diferentes (P> 0,10)
Perdas totais de forragem (kg MS/ha) durante o pastejo de capim-mombaça realizado com 95 ou 100% de interceptação luminosa do dossel(Janeiro de 2001 a Fevereiro de 2002).
Fonte: Carnevalli (2003)
Altura de entrada (cm)
90 110
Produção diária de leite (kg/vaca.dia) em pastos de capim-mombaça pastejados a 90 ou 140 cm de altura pré-pastejo.
Altura do pasto (cm)
Mês 90 140
Janeiro 15,7 12,1
Fevereiro 12,3 9,5
Média 14,0a 10,8b
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05)
Hack (2004)
Teores de PB e de NDF, digestibilidade, consumo de forragem, ganhomédio diário, taxa de lotação e ganho de peso por hectare de novilhosnelore em capim-mombaça manejado com 95%IL (90 cm de altura deentrada) e alturas de saída de 30 e 50 cm (Set/09 a Mai/10)
Altura pós-pastejo (cm)
Resposta 30 50
PB (%) 11,6b 14,0a
NDF (%) 75,7a 73,1b
Digestibilidade MS (%) 57,7b 61,9a
Consumo (kg/100 kg) 2,0b 2,6a
Ganho diário (g/nov.dia) 392 655Tx lotação (UA/ha) 6,73 5,10Ganho por ha (kg/ha) 637 1069Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05)
Euclides et al. (2015)
0
30
60
90
120
150
180
210
63,2 91,1 95,9 99,1
Sw ard light interception (%)
Le
af accum
ula
tion a
nd
sene
sce
nce (cm
/till
er)
0
6
12
18
24
30
Ste
m a
ccum
ula
tion
(cm
/tiller)
IAF
Altura do pasto (cm)
2,0 3,2 4,1 6,0
49,0 62,0 73,7 87,0
Data (dias)
08/12 28/12(20)
04/01(27)
14/01(37)
95% LI
Alo
ng
am
en
to d
e f
olh
as
e s
en
escê
ncia
(cm
/pe
rfilh
o) A
lon
ga
me
nto
de
co
lmo
s
(cm
/pe
rfilho
)
Interceptação de luz (%)
70 cm
Dinâmica do acúmulo de forragem durante a rebrotação de pastos de capim-Tanzânia pastejados com 100% de interceptação luminosa e resíduo de 50 cm (Fonte: Barbosa, 2004).
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
12,0 15,9 23,5 29,3 32,5 41,9
Pro
ce
ss
os
(re
su
lta
do
cu
mu
lati
vo
–c
m)
Altura do pasto (cm)
95% IL
Morto
Colmo
Folha
Total
Dinâmica do acúmulo de forragem durante a rebrotação de pastos de capim-Aruana manejados com altura de entrada 40 cm e altura de saída 10 cm (Fonte: Sbrissia, 2008).
30 cm
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
08/02/09 15/02/09 22/02/09 01/03/09 08/03/09 15/03/09 22/03/09 25/03/09
82,7 89,6 92,1 95,4 95,7 96,0 97,8 99,1
2,72 3,00 3,28 3,59 3,63 3,75 4,39 5,20
22 28 30 33 34 35 38 43
Ta
xas
do
s p
roc
ess
os
(cm
pe
rfd
ia-1
)
TAF (cm perf dia-1) TSF (cm perf dia-1) TAC (cm perf dia-1)
Data
IL
IAF
AlturaAlong. folhas Along. colmo Senescência
95% IL
Dinâmica do acúmulo de forragem durante a rebrotação de pastos de capim-mulato (Brachiaria ruziziensis x Brachiariabrizantha) pastejados com 100% de IL e altura de resíduo 20 cm (Fonte: Barbero, 2011).
35 cm
0
100
200
300
400
500
600
700
0,4 0,45 0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1
Interceptação Luminosa
Kg
MS
/ha
Hastes
M. morto
45 55 65 75 85 95 100
Interceptação de luz do dossel (%)
Colmo
Material mortokg M
S/h
a
700
600
500
400
300
200
100
0
Acúmulo de colmo e material morto durante a rebrotação de cultivares de Panicum maximum (Tobiatã, Tanzânia, Mombaça, Massai e Atlas) submetidos a regimes de corte (Fonte: Moreno, 2004).
Acúmulo de colmos e de material morto durante a rebrotação de cultivares de Brachiaria (Basilisk, Marandu, Xaraés, Arapoti e Capiporã) submetidos a regimes de corte (Lara, 2007).
Produção e produtividade de leite de vacas em capim-elefanteCameroon manejado com as metas de 95% e máxima IL em pré-pastejo (Dez/15 a Abr/16)
IL pré-pastejo (%)
Resposta 95 (100 cm) Máx. (130 cm)
Prod. leite (kg/vaca.dia) 17,9a 15,1b
Tx. lotação (vacas/ha) 9,3a 7,0b
Perdas de forragem (kg/ha) 310b 1200a
Produtividade (kg leite/ha.dia) 160,4a 102,9b
Produtividade (kg gord./ha.dia) 11,2a 7,9b
Produtividade (kg prot./ha.dia) 9,2a 6,9b
Produtividade (kg sólidos/ha.dia) 19,8a 12,7b
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05)
Congio et al. (2017)
+ 18,5%
+ 32,8%
- 74,2%
+ 55,9%
+ 41,8%
+ 33,3%
+ 55,9%
Emissão de metano entérico por vacas leiteiras em capim-elefanteCameroon manejado com as metas de 95% e máxima IL em pré-pastejo (Dez/15 a Abr/16)
IL pré-pastejo (%)
Resposta 95 (100 cm) Máx. (130 cm)
Metano (g):
Por litro de leite 16,7b 23,4a
Por kg de proteína 528,1b 703,5a
Por kg de gordura 437,9a 606,5b
Por kg sólidos 135,2a 186,1b
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si (P > 0,05)
- 28,6%
- 24,9%
- 27,8%
- 27,3%
Congio et al. (2017)
Composição da forragem consumida durante o rebaixamento - Mulato
✓ Lâminas foliares na extrusa (%)
Souza Júnior (2010)
Forragem contendo de 14 a 18% de PB e 65 a 70% de digestibilidade
Ingredientes% MS Total
T1 T2 T3
Milho moído fino 95,4 83,8 72,2
Farelo de soja 0,0 11,6 23,2
Mineral 4,6 4,6 4,6
Composição do concentrado
PB (% MS) 8,7 13,4 18,1
Composição dos concentrados experimentais
ESALQ: Teor de PB no concentrado
Danés (2010)
Variável analisadaT1
(8,7% PB)T2
(13,4% PB)T3
(18,1% PB)
Peso das vacas (kg) 467 460 458
DEL médio (dias) 171 136 176
Variável analisadaT1
(8,7% PB)T2
(13,4% PB)T3
(18,1% PB)
Peso das vacas (kg) 467 460 458
DEL médio (dias) 171 136 176
Consumo de concentrado (kg/dia)
6,8 6,8 6,8
Leite (kg/dia) 19,5 19,2 19,6
Gordura (%) 3,53 3,47 3,43
Proteína (%) 3,22 3,26 3,35
Caseína (%) 2,59 2,61 2,67
NUL (mg/dL) 8,43c 10,45b 13,05a
Danés (2010)Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas não são diferentes (P> 0.05)
Variação mensal no peso corporal (kg) de novilhos Nelore em pastos de capim-marandu manejados sob lotação rotativa nas alturaspré-pastejo de 25 e 35 cm e adubados com 50 e 200 kg ha-1 de N de January de 2009 a Março de 2010 (Fonte: Gimenes et al., 2011).
300
350
400
450
500
550
Pe
so
co
rpo
ral (k
g)
Datas25/50 25/200 35/50 35/200 Target
0
100
200
300
400
500
600
700
25 35 50 200
680 A
500 B530 B
650 A
kg
ga
nh
o d
e p
es
o h
a-1
Altura pré-pastejo(cm)
Dose de nitrogênio(kg ha-1)
34% 22%
Ganho de peso por unidade de área (kg ha-1) de novilhos Nelore em pastos de capim-marandu submetidos a estratégias de pastejorotativo e doses de nitrogênio de janeiro de 2009 a março de 2010 (Fonte: Gimenes et al., 2011).
Considerações Finais
O pastejo pode ser controlado a partir de metas simples de condição dopasto (e.g. altura do dossel), desde que geradas de maneira apropriada(intensificação pela colheita eficiente)
Cada planta possui sua altura ideal de manejo
Planta forrageira Altura de entrada (cm) Altura de saída (cm)
Mombaça 90 30 a 50
Tanzânia 70 30 a 50
Elefante (Cameroon) 100 40 a 50
Marandu 25 10 a 15
Xaraés 30 15 a 20
Mulato 35 15 a 20
Tifton-85 25 10 a 15
Coastcross e Florakirk 30 10 a 15
Pastejo rotativo:
95% de IL
40 a 60% da altura de entrada
Valores de altura válidos desde que o mínimode fertilidade de solo requerido pela plantaforrageira seja garantido.
Pastos precisam ser adaptados ao novomanejo – pode levar até um ano!
Considerações Finais
Essa altura é a forma como o pasto “fala” que está na hora de colocar oude tirar animais dos piquetes, se há sobra ou falta de forragem, quando eem que fração da área conservar forragem ou fração do rebanhosuplementar
Adubação nitrogenada, irrigação, conservação e suplementação são meiospara realização e/ou manutenção dessas metas de manejo
Necessidade de monitoramento frequente no campo
Importância de “medir” para “gerenciar”