11
50 51 MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do Manifesto: O meio e a mensagem W hat should a manifesto look and sound like? How long should it be? Can I write it alone, or do I need co-conspirators? What should I do with it once I’m finished? e two great reference points for man- ifestos written during the past century are e Communist Manifesto (1848) and “e Founding and Manifesto of Futurism” (1909). 1 While the former is widely acknowledged as the granddad- dy of all modern manifestos (including, of course, the manifestos of Futurism), julian hanna 1 2 A que deve soar um manifesto e com que deve parecer-se? Que extensão deve ter? Posso escrevê-lo sozinho ou devo recorrer a co-conspiradores? E que fazer logo que esteja pronto? Os manifestos escritos no século passado tiveram como pontos de referência im- portantes O Manifesto Comunista (1848) e “Fundação e Manifesto do Futurismo” (1909). 1 Enquanto aquele é amplamente reconhecido como o avô de todos os ma- nifestos modernos (incluindo, obviamente, os manifestos do Futurismo), o primeiro manifesto futurista determinou o ritmo de Abstract // What should a manifesto look and sound like? Most are short, visual, and slogan-filled. But how short is too short? When does a manifesto become a slogan? On the other hand, their impact diminishes rapidly as the page count increases. Mani- festos are a form of advertising, and who wants to read a 200-page ad? A manifesto is meant to make its point immediately, forcefully, eschewing reasoned argument. With a bang: not a whimper. Length and visual appeal are just two aspects of mani- festo form. Theatricality, narrative, collab- oration, distribution, and poetic elements are some of the other features discussed in the last in a series of three essays on the manifesto written exclusively for CQN. Keywords // Manifesto, avant-garde, poetry, modernism, revolution. Resumo // A que deve soar um manifesto e com que deve parecer-se? Na sua maioria são curtos, agradáveis à vista e cheios de slogans. Mas até que ponto curto é dema- siado curto? E em que ocasião o manifesto passa a ser um slogan? Por outro lado, à medida que o número de páginas aumenta, o impacto inicial diminui rapidamente. Os manifestos são uma forma de publicidade e, como tal, quem está disposto a ler duzentas páginas de anúncios? Um manifesto existe para fazer valer os seus pontos de imedia- to, de forma enérgica, evitando argumentos lógicos. Com estrondo: não com lamúrias. O comprimento e o apelo visual são apenas dois aspectos da forma do manifesto. Tea- tralidade, narrativa, participação, distribui- ção e elementos poéticos são algumas das outras características discutidas na última de uma série de três ensaios sobre manifes- tos escritos em exclusivo para a CQN. Palavras-chave // Manifesto, vanguarda, poesia, modernismo, revolução. 1 For evidence, see Martin Puchner’s Poetry of the Revo- lution: Marx, Manifestos, and the Avant-Gardes (2005), which begins in 1848, and the recent Penguin Modern Classics book 100 Artists’ Manifestos: From the Futurists to the Stuckists (2011), which begins in 1909. 1 Vide Poesia da Revolução: Marx, Manifestos e as Van- guardas de Martin Puchner (2005), que começa em 1848, e a recente edição publicada pela “Penguin Modern Classics” do livro 100 Manifestos de Artistas: desde os Futuristas aos Estuquistas (2011), que começa em 1909.

MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

  • Upload
    ngodieu

  • View
    223

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

50

51

MA

NIF

ES

TO

FO

RM

: T

HE

ME

DIU

M A

ND

T

HE

ME

SS

AG

E

A F

orm

a d

o M

an

ife

sto

: O

me

io e

a m

en

sa

ge

m

W ha

t sho

uld

a m

anife

sto

look

an

d so

und

like?

How

long

sh

ould

it b

e? C

an I

writ

e it

alon

e, o

r do

I nee

d co

-con

spira

tors

? Wha

t sh

ould

I do

with

it o

nce

I’m "

nish

ed?

# e t

wo

grea

t ref

eren

ce p

oint

s for

man

-ife

stos

wri

tten

dur

ing

the

past

cen

tury

ar

e e Communist Manifesto

(18

48)

and

“# e

Fou

ndin

g an

d M

anife

sto

of

Futu

rism

” (1

909)

. 1 W

hile

the

form

er is

w

idel

y ac

know

ledg

ed a

s th

e gr

andd

ad-

dy o

f all

mod

ern

man

ifest

os (i

nclu

ding

, of

cou

rse,

the

man

ifest

os o

f Fut

uris

m),

juli

an

ha

nn

a

12 A qu

e de

ve so

ar u

m m

anife

sto

e co

m

que

deve

par

ecer

-se?

Que

ext

ensã

o de

ve te

r? P

osso

esc

revê

-lo

sozi

nho

ou d

evo

reco

rrer

a c

o-co

nspi

rado

res?

E q

ue

faze

r log

o qu

e es

teja

pro

nto?

Os

man

ifest

os e

scrit

os n

o sé

culo

pas

sado

tiv

eram

com

o po

ntos

de

refe

rênc

ia i

m-

port

ante

s O Manifesto Comunista

(18

48)

e “F

unda

ção

e M

anife

sto

do F

utur

ism

o”

(190

9). 1

Enq

uant

o aq

uele

é a

mpl

amen

te

reco

nhec

ido

com

o o

avô

de t

odos

os

ma-

nife

stos

mod

erno

s (in

clui

ndo,

obv

iam

ente

, os

man

ifest

os d

o Fu

turi

smo)

, o

prim

eiro

m

anife

sto

futu

rist

a de

term

inou

o r

itmo

de

Ab

stra

ct

// W

ha

t s

ho

uld

a m

an

ife

sto

lo

ok

an

d s

ou

nd

lik

e?

Mo

st a

re s

ho

rt, v

isu

al,

an

d

slo

ga

n-fi

lle

d.

Bu

t h

ow

sh

ort

is

to

o s

ho

rt?

Wh

en

do

es

a m

an

ife

sto

be

co

me

a s

log

an

?

On

th

e o

the

r h

an

d, t

he

ir im

pa

ct

dim

inis

he

s

rap

idly

as

th

e p

ag

e c

ou

nt

inc

rea

se

s. M

an

i-

fest

os

are

a f

orm

of

ad

vert

isin

g,

an

d w

ho

wa

nts

to

re

ad

a 2

00

-pa

ge

ad

? A

ma

nif

est

o

is m

ea

nt

to m

ak

e i

ts p

oin

t im

me

dia

tely

,

forc

efu

lly,

es

ch

ew

ing

re

as

on

ed

arg

um

en

t.

Wit

h a

ba

ng

: n

ot

a w

him

pe

r. L

en

gth

an

d

vis

ua

l ap

pe

al a

re ju

st t

wo

as

pe

cts

of

ma

ni-

fest

o f

orm

. Th

ea

tric

ali

ty, n

arr

ati

ve, c

oll

ab

-

ora

tio

n,

dis

trib

uti

on

, a

nd

po

eti

c e

lem

en

ts

are

so

me

of

the

oth

er

fea

ture

s d

isc

us

se

d

in t

he

last

in a

se

rie

s o

f th

ree

es

sa

ys

on

th

e

ma

nif

est

o w

ritt

en

exc

lus

ive

ly f

or CQN

.

Ke

yw

ord

s //

Ma

nif

est

o, a

van

t-g

ard

e, p

oe

try,

mo

de

rnis

m, r

evo

luti

on

.

Re

su

mo

//

A q

ue

de

ve s

oa

r u

m m

an

ife

sto

e

co

m q

ue

de

ve p

are

ce

r-s

e?

Na

su

a m

aio

ria

o c

urt

os,

ag

rad

áve

is à

vis

ta e

ch

eio

s d

e

slo

ga

ns.

Ma

s a

té q

ue

po

nto

cu

rto

é d

em

a-

sia

do

cu

rto

? E

em

qu

e o

ca

siã

o o

ma

nif

est

o

pa

ss

a a

se

r u

m s

log

an

? P

or

ou

tro

la

do

, à

me

did

a q

ue

o n

úm

ero

de

gin

as

au

me

nta

,

o i

mp

ac

to i

nic

ial

dim

inu

i ra

pid

am

en

te.

Os

ma

nif

est

os

o u

ma

fo

rma

de

pu

bli

cid

ad

e e

,

co

mo

ta

l, q

ue

m e

stá

dis

po

sto

a le

r d

uze

nta

s

gin

as

de

an

ún

cio

s? U

m m

an

ife

sto

exi

ste

pa

ra f

aze

r va

ler

os

se

us

po

nto

s d

e i

me

dia

-

to, d

e f

orm

a e

rgic

a, e

vita

nd

o a

rgu

me

nto

s

lóg

ico

s. C

om

est

ron

do

: n

ão

co

m l

am

úri

as.

O c

om

pri

me

nto

e o

ap

elo

vis

ua

l s

ão

ap

en

as

do

is a

sp

ec

tos

da

fo

rma

do

ma

nif

est

o.

Tea

-

tra

lid

ad

e,

na

rra

tiva

, p

art

icip

ão

, d

istr

ibu

i-

çã

o e

ele

me

nto

s p

tic

os

o a

lgu

ma

s d

as

ou

tra

s c

ara

cte

ríst

ica

s d

isc

uti

da

s n

a ú

ltim

a

de

um

a s

éri

e d

e t

rês

en

sa

ios

so

bre

ma

nif

es

-

tos

es

cri

tos

em

exc

lus

ivo

pa

ra a

CQN

.

Pa

lavr

as-

cha

ve //

Ma

nif

est

o, v

an

gu

ard

a,

po

es

ia, m

od

ern

ism

o, r

evo

luç

ão

.

1 F

or

evi

de

nc

e, s

ee

Ma

rtin

Pu

ch

ne

r’s

Po

etr

y o

f th

e R

evo

-

luti

on

: M

arx

, M

an

ife

sto

s,

an

d t

he

Ava

nt-

Ga

rde

s (

20

05

), w

hic

h b

eg

ins

in

18

48

, a

nd

th

e r

ec

en

t P

en

gu

in M

od

ern

C

las

sic

s b

oo

k 1

00

Art

ists

’ Ma

nif

es

tos

: Fro

m t

he

Fu

turi

sts

to t

he

Stu

ck

ists

(2

01

1),

wh

ich

be

gin

s in

19

09

.

1 V

ide

Po

es

ia d

a R

evo

luç

ão

: M

arx

, M

an

ife

sto

s e

as

Va

n-

gu

ard

as

de

Ma

rtin

Pu

ch

ne

r (2

00

5),

qu

e c

om

a e

m 1

84

8,

e

a

rec

en

te

ed

içã

o

pu

bli

ca

da

p

ela

“P

en

gu

in

Mo

de

rn

Cla

ss

ics”

do

liv

ro 1

00

Ma

nif

es

tos

de

Art

ista

s:

de

sd

e o

s

Fu

turi

sta

s a

os

Es

tuq

uis

tas

(2

01

1),

qu

e c

om

a e

m 1

90

9.

Page 2: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

52

53

the

"rst

Fut

uris

t m

anife

sto

set

the

pace

for

all

the

“ism

s” t

hat

expl

oded

in

to e

xist

ence

at

the

turn

of

the

last

ce

ntur

y. O

ver

the

past

cen

tury

, man

y m

anife

stos

hav

e be

en w

ritt

en d

irec

tly

over

top

of

the

orig

inal

s, i

n ke

epin

g w

ith t

he F

utur

ists

’ de

man

d th

at t

he

next

gen

erat

ion

trea

t th

em w

ithou

t re

vere

nce.

“Art

,” in

Mar

inet

ti’s

wor

ds,

“can

be

noth

ing

but

viol

ence

, cr

uelt

y an

d in

just

ice.

Man

ifest

os a

re a

for

m o

f ad

vert

isin

g (s

ee Cine Qua Non

#4)

, so

it is

not

sur

-pr

isin

g th

at t

hey

are

mos

t oft

en s

hort

, vi

sual

, and

slog

an-"

lled.

For

all

its rh

e-to

rical

pow

er, e Communist Manifesto

is

bes

t kn

own

as e

ither

a h

oly

obje

ct

that

com

mun

icat

es n

ot b

y its

arg

u-m

ents

but

by

its “

aura

” or

obj

ect-

ness

, or

as

a se

ries

of f

ragm

ente

d slo

gans

: “W

orke

rs o

f the

wor

ld, u

nite

!” (Q

uick

! B

efor

e “A

ll th

at is

solid

mel

ts in

to a

ir”!)

L

engt

h an

d vi

sual

app

eal a

re ju

st t

wo

aspe

cts

of m

anife

sto

form

. #

ese

and

som

e ot

her

broa

d fe

atur

es a

re t

he s

ub-

ject

of t

he fo

llow

ing

ten

tene

ts.

#e

man

ifest

o is

:

How

sho

rt i

s to

o sh

ort?

Do

we

need

to

di

stin

guish

be

twee

n a

man

ifest

o

todo

s os

“is

mos

” qu

e in

icia

ram

a s

ua e

xis-

tênc

ia n

a vi

rage

m p

ara

o sé

culo

XX

. A

o lo

ngo

do sé

culo

pas

sado

mui

tos m

anife

stos

fo

ram

esc

ritos

dir

ecta

men

te a

par

tir

dos

orig

inai

s, c

onsu

man

do a

exi

gênc

ia d

os F

u-tu

rist

as d

e qu

e as

fut

uras

ger

açõe

s os

tra

-ta

ssem

sem

rev

erên

cia.

De

acor

do c

om a

s pa

lavr

as d

e M

arin

etti,

“A a

rte

não

é m

ais

do q

ue v

iolê

ncia

, cru

elda

de e

inju

stiç

a.”

Os

man

ifest

os s

ão u

ma

form

a de

pub

li-ci

dade

(vid

e Cine Qua Non

#4)

, e p

or is

so

não

adm

ira

que

seja

m c

urto

s, a

grad

ávei

s à

vist

a e

chei

os d

e slo

gans

. M

as a

pesa

r do

se

u po

der

retó

rico

, O Manifesto Comunis-

ta é

sob

retu

do c

onhe

cido

que

r co

mo

um

obje

cto

sagr

ado

que

com

unic

a nã

o at

ravé

s de

arg

umen

tos

mas

ant

es p

ela

sua

“aur

a”

ou n

ão-o

bjec

to,

quer

com

o um

a sé

rie

de

sloga

ns f

ragm

enta

dos:

“Tra

balh

ador

es d

e to

do o

mun

do,

uni-

vos!

” (R

ápid

o! A

ntes

de

“Tu

do o

que

é s

ólid

o se

des

faça

no

ar”!

E

xten

são

e ap

elo

visu

al sã

o ap

enas

doi

s as-

pect

os d

a fo

rma

de u

m m

anife

sto.

Est

as e

ou

tras

car

acte

ríst

icas

ger

ais s

ão o

tem

a do

s de

z pr

incí

pios

a se

guir

indi

cado

s.

O m

anife

sto

é:

Até

que

pon

to c

urto

é d

emas

iado

cur

to?

Será

nec

essá

rio

dist

ingu

ir e

ntre

um

ma-

nife

sto

e um

“m

ero”

slo

gan?

Vej

a-se

com

o ex

empl

o o

céle

bre

cart

az d

os a

nos

60 q

ue

and

a “m

ere”

slo

gan?

Tak

e fo

r exa

mpl

e th

e fa

mou

s po

ster

fro

m t

he 1

960s

tha

t co

mbi

nes

a ph

oto

of M

alco

lm X

hol

d-in

g an

M1

sem

i-au

tom

atic

ri>

e an

d pe

erin

g ou

t a

win

dow

with

the

tex

t: “L

iber

ate

Our

Min

ds –

By

Any

Mea

ns

Nec

essa

ry.”

It h

as b

oth

a cl

ear m

essa

ge

and

a ca

ll to

act

ion.

Is

it a

man

ifest

o?

Or

Ezr

a Po

und’

s of

t-re

peat

ed d

ictu

m,

“Mak

e it

new

.” It

sim

ulta

neou

sly

cap-

ture

s th

e sp

irit

of a

mov

emen

t (m

od-

erni

sm,

broa

dly

de"n

ed)

and

exho

rts

the

read

er t

o do

som

ethi

ng –

it

mus

t be

a m

anife

sto!

Has

any

oth

er m

ani-

fest

o be

en s

o cl

ear

or s

o co

mpe

lling

? Je

an (

Han

s) A

rp’s

“In"

nite

Mill

ime-

tre

Man

ifest

o” (

1938

) is

, as

the

titl

e su

gges

ts,

both

bri

ef a

nd a

ll-en

com

-pa

ssin

g, s

ugge

stin

g th

at “

we

have

to

"rst

let

for

ms,

col

ours

, w

ords

, so

unds

gr

ow”

on t

heir

ow

n: “

I fo

r on

e do

n’t

draw

up

a pl

an "

rst

as i

f I

wer

e de

al-

ing

with

a t

imet

able

a c

alcu

latio

n or

a

war

.” Tw

o ye

ars

ago

the Design Ob-

server

pub

lishe

d “A

Sho

rt M

anif

esto

on

the

Fut

ure

of A

tten

tion

” by

the

au

thor

Mic

hael

Era

rd,

in w

hich

the

au

thor

con

fron

ts t

he is

sue

of s

hort

at-

tent

ion

span

s an

d th

e lin

k to

val

uing

co

mm

oditi

es. U

nfor

tuna

tely

, it w

as n

ot

com

bina

um

a fo

togr

a"a

de M

alco

lm X

co

m u

ma

espi

ngar

da M

1 se

mi-

auto

mát

ica,

en

quan

to e

spre

ita p

ela

jane

la e

xibi

ndo

o te

xto:

“L

iber

dade

Par

a o

Esp

írito

– Q

ual-

quer

Mei

o é

Leg

ítim

o.”

Enc

erra

não

uma

nítid

a m

ensa

gem

com

o ap

ela

à ac

ção.

Se

rá u

m m

anife

sto?

Ou

entã

o a

máx

ima

de E

zra

Poun

d re

petid

a ve

zes

sem

con

ta

“Faz

er N

ovo.

” A

pree

nde

o es

pírit

o de

um

m

ovim

ento

(o

mod

erni

smo,

am

plam

ente

de

"nid

o) a

o m

esm

o te

mpo

que

exo

rta

o le

itor

a re

agir

– t

em d

e se

r um

man

ifes-

to!

Alg

um o

utro

man

ifest

o fo

i as

sim

tão

ev

iden

te o

u tã

o ir

resi

stív

el?

Com

o o

pró-

prio

títu

lo i

ndic

a, o

“M

anife

sto

Mili

mé-

tric

o In

"nito

” (1

938)

de

Jean

(H

ans)

Arp

é

tão

brev

e qu

anto

env

olve

nte,

sug

erin

do

que

“em

pri

mei

ro l

ugar

, te

mos

de

deix

ar

cres

cer

form

as,

core

s, p

alav

ras,

son

s” p

or

si p

rópr

ios.

“Eu,

por

exe

mpl

o, n

ão t

raço

um

pla

no a priori

com

o se

est

ives

se a

lida

r co

m u

m h

orár

io,

um c

álcu

lo m

atem

átic

o ou

um

a gu

erra

.” H

á do

is a

nos

foi

publ

i-ca

do n

o Design Observer

um “

Pequ

eno

Man

ifest

o so

bre

o Fu

turo

da

Ate

nção

” de

M

icha

el E

rard

, no

qual

o a

utor

est

abel

ece

conf

ront

o en

tre

o pr

oble

ma

de p

eque

nos

perí

odos

de

aten

ção

e a

tend

ênci

a pa

ra a

va

lori

zaçã

o de

obj

ecto

s. L

amen

tave

lmen

te

não

é as

sim

tão

pequ

eno

e a

min

ha a

tenç

ão

depr

essa

se d

ispe

rsou

.V

ery

Sho

rt

Mu

ito

Cu

rto

Page 3: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

54

55

shor

t eno

ugh

and

my

atte

ntio

n qu

ickl

y w

ande

red

else

whe

re.

Mor

e eG

ecti

ve

is

the

trul

y sh

ort

man

ifest

o “#

e L

aws

of S

culp

tors

” (1

969)

by

the

Eng

lish

arti

sts

Gilb

ert

& G

eorg

e (w

ho g

ave

an e

ncor

e pe

r-fo

rman

ce o

f th

e pi

ece

in 2

008

at t

he

Serp

enti

ne G

alle

ry “

Man

ifest

o M

ar-

atho

n”

in

Lon

don)

. It

co

ntai

ns

no

prea

mbl

e an

d on

ly f

our

brie

f po

ints

di

spen

sing

con

cise

“la

ws”

for

fel

low

ar

tist

s, s

uch

as:

“Nev

er w

orry

ass

ess

disc

uss

or c

ritic

ize

but

rem

ain

quie

t re

spec

tful

an

d ca

lm.”

(#e

lack

of

co

mm

as m

akes

it s

hort

er s

till.

) In

the

sa

me

deca

de,

Dut

ch c

once

ptua

l ar

t-is

t St

anle

y B

rouw

n’s

“A S

hort

Man

i-fe

sto”

(196

4) p

rese

nted

a v

isio

n of

the

fu

ture

in

“400

0 A

.D.”

usin

g al

l ca

ps

(see

bel

ow) a

nd g

etti

ng s

trai

ght t

o th

e po

int:

Mai

s e"c

az é

o m

anife

sto

verd

adei

ram

ente

cu

rto

“As

Nor

mas

dos

Esc

ulto

res”

(19

69)

de G

ilber

t & G

eorg

e, a

rtis

tas i

ngle

ses (

que

apre

sent

aram

a p

eça

por

duas

vez

es e

m

2008

dur

ante

a “

Mar

aton

a do

Man

ifest

o”

na S

erpe

ntin

e G

alle

ry d

e L

ondr

es).

Não

te

m p

reâm

bulo

e e

m q

uatr

o po

ntos

bre

-ve

s fa

culta

“no

rmas

” co

ncis

as a

os a

rtis

tas.

Po

r ex

empl

o: “

Nun

ca s

e pr

eocu

par

opin

ar

disc

utir

ou

criti

car a

pena

s "ca

r em

silê

ncio

re

spei

tado

r e

sere

no.”

(A a

usên

cia

de v

ír-gu

las

torn

a-o

aind

a m

ais

curt

o.)

Na

mes

-m

a dé

cada

(196

4) o

art

ista

con

cept

ual d

i-na

mar

quês

Sta

nley

Bro

uwn

escr

eveu

“U

m

Pequ

eno

Man

ifest

o” e

m q

ue a

pres

enta

va

uma

visã

o do

fut

uro

em “

4000

d.C

.” em

-pr

egan

do a

pena

s m

aiús

cula

s (v

ide

abai

xo)

e in

do d

irei

to a

o as

sunt

o:

O to

m u

rgen

te e

aut

oritá

rio

que

resu

lta tã

o be

m e

m m

anife

stos

de

pequ

ena

dim

ensã

o to

rna-

se f

astid

ioso

ao

"m d

e du

as o

u tr

ês

pági

nas.

exce

pçõe

s, c

omo

é o

caso

do

#e

urge

nt, h

ecto

ring

ton

e th

at w

orks

so

wel

l ov

er a

sho

rt d

ista

nce

in t

he

man

ifest

o us

ually

bec

omes

tire

som

e af

-te

r tw

o or

thre

e pa

ges.

#er

e ar

e ex

cep-

tions

, suc

h as

And

ré B

reto

n’s

"rst

Sur-

realist Manifesto

(19

24)

– m

id-l

engt

h tr

acts

tha

t re

tain

, fo

r th

e m

ost

part

, th

eir p

ace

– bu

t the

se a

re ra

re. A

s not

ed

prev

ious

ly, m

anife

stos

are

a fo

rm o

f ad-

vert

isin

g, a

nd w

ho in

the

ir r

ight

min

d w

ants

to re

ad a

200

-pag

e ad

? H

ere

you

may

rais

e an

obj

ectio

n – What about the

sustained and reasonable argument of X’s

manifesto?

But

is it

trul

y a

man

ifest

o? I

f th

ere

is n

o sh

outi

ng g

oing

on,

mer

ely

reas

oned

arg

umen

t, pe

rhap

s it

is a

n es

-sa

y yo

u ho

ld i

n yo

ur h

ands

and

not

a

man

ifest

o at

all.

A m

anife

sto

is m

eant

to

mak

e its

poi

nt i

mm

edia

tely

, fo

rce-

fully

, es

chew

ing

reas

oned

arg

umen

t. W

ith a

ban

g, a

s it w

ere,

not

a w

him

per.

Man

ifest

os

quic

kly

lose

th

eir

com

-m

unic

ativ

e eG

ectiv

enes

s as

the

ir p

age

coun

t in

crea

ses.

Ver

y lo

ng m

anife

stos

ar

e us

ually

the

pro

duct

s of

dis

turb

ed

min

ds: t

hink

of H

itler

’s 70

0-pa

ge Mein

Kampf

(1

925)

, th

e U

nabo

mbe

r Te

d K

aczi

nski

’s 35

,000

-wor

d Industrial So-

ciety and Its Future

(199

5),

and

mor

e re

cent

ly

Nor

weg

ian

mas

s-m

urde

rer

prim

eiro

Manifesto Surrealista

(192

4)

de

And

ré B

reto

n –

text

os d

e ta

man

ho m

édio

qu

e m

antê

m, n

a su

a m

aior

ia, o

ritm

o –

mas

es

ses

são

raro

s. T

al c

omo

a"rm

ado

ante

-ri

orm

ente

, os m

anife

stos

são

uma

form

a de

pu

blic

idad

e e,

que

m, n

o se

u pe

rfei

to ju

izo,

va

i que

rer

ler

200

pági

nas

de p

ublic

idad

e?

E a

qui

pode

lev

anta

r-se

um

a ob

jecç

ão –

Que dizer do argumento sustentado e razoável

do manifesto de X?

E s

erá

que

é ve

rdad

ei-

ram

ente

um

man

ifest

o? S

e nã

o há

bra

dos,

ap

enas

arg

umen

taçã

o ra

cion

al, e

ntão

talv

ez

se e

stej

a a"

nal

pera

nte

um e

nsai

o, e

não

um

man

ifest

o. U

m m

anife

sto

exis

te p

ara

vinc

ar a

s su

as r

azõe

s de

im

edia

to,

de f

or-

ma

vigo

rosa

, evi

tand

o ar

gum

ento

s ló

gico

s.

Com

est

rond

o, p

or a

ssim

diz

er, e

não

com

la

múr

ias.

Os m

anife

stos

dep

ress

a vã

o pe

rden

do e

"cá-

cia

com

unic

ativ

a à

med

ida

que

aum

enta

o

núm

ero

de p

ágin

as. P

or n

orm

a os

man

ifes-

tos

mui

to e

xten

sos

são

prod

uto

de m

ente

s pe

rtur

bada

s: é

o ca

so d

as 7

00 p

ágin

as d

e Mein Kampf (

1925

) de

Hitl

er,

das

35.0

00

pala

vras

de

U

nabo

mbe

r Te

d R

aczi

nski

so

b o

títul

o Industrial Society ans Its Future

(199

5) [A Sociedade Industrial e o seu Futu-

ro],

e m

ais

rece

ntem

ente 2083: A Europe-

an Declaration of Independence [2083: Uma

Declaração Europeia de Independência]

de

And

ers

Bre

ivik

, au

tor

de o

rige

m n

orue

-

NO

MU

SIC

NO

TH

EA

TR

EN

O A

RT

NO

TH

ER

E W

ILL

BE

SO

UN

D

C

OL

OU

R

LIG

HT

S

PAC

E

TIM

E

M

OV

EM

EN

T

Ver

y L

ong

O À

SIC

AN

ÃO

AO

TE

AT

RO

O À

AR

TE

O H

AV

ER

Á S

OM

C

OR

L

UZ

E

SPA

ÇO

T

EM

PO

MO

VIM

EN

TO

Mu

ito

Ext

enso

Page 4: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

56

57

And

ers B

reiv

ik’s 2083: A European Dec-

laration of Independence. #

ese

inte

rmi-

nabl

y lo

ng m

anife

stos

try

to im

pres

s by

thei

r she

er p

hysic

al b

ulk

– co

mm

unic

a-tio

n ha

s litt

le to

do

with

it.

On

the

othe

r han

d, th

e m

anife

sto

does

re

pres

ent,

as M

ary

Ann

Caw

s su

g-ge

sts,

“an

art

of e

xces

s… g

oing

pas

t w

hat i

s th

ough

t of a

s pr

oper

, san

e, a

nd

liter

ary.”

#er

e is

sur

ely

noth

ing

mor

e ex

cess

ive

than

scr

ibbl

ing

hund

reds

of

page

s of

fan

atic

al d

rive

l an

d fu

rthe

r co

mpl

emen

ting

this

“m

anife

sto”

with

a

shoo

ting

ram

page

, an

ass

assi

natio

n,

a bo

mbi

ng c

ampa

ign,

or

a w

orld

war

. V

aler

ie

Sola

nas’s

SCUM Manifesto

(197

1) i

s pe

rhap

s th

e m

ost

read

able

ex

ampl

e of

thi

s su

bgen

re,

but

then

sh

e w

as a

n as

piri

ng a

utho

r –

perh

aps

War

hol s

houl

d ha

ve g

iven

her

a c

hanc

e af

ter a

ll.

Alth

ough

man

ifest

os u

sual

ly a

void

an-

ythi

ng th

at c

ould

be

desc

ribe

d as

“mid

-dl

ing”

or

“rea

sona

ble”

beh

avio

ur,

it is

ge

nera

lly a

gree

d th

at t

he i

deal

len

gth

of

a m

anife

sto

– th

e “G

oldi

lock

s”

leng

th, n

eith

er t

oo lo

ng n

or t

oo s

hort

is 1

-2 p

ages

. A p

age

of p

ream

ble

and

a pa

ge o

f num

bere

d te

nets

are

nor

mal

ly

gues

a e

assa

ssin

o em

sér

ie.

Est

e tip

o de

m

anife

stos

de

exte

nsão

int

erm

ináv

el t

en-

tam

impr

essio

nar

pelo

mer

o vo

lum

e fís

ico

– po

uco

têm

a v

er c

om c

omun

icaç

ão.

Por o

utro

lado

, o m

anife

sto

repr

esen

ta si

m,

com

o su

gere

Mar

y A

nn C

aws,

“um

a ar

te

do e

xage

ro…

atr

opel

ando

o q

ue s

e cr

ê se

r di

gno,

se

nsat

o e

liter

ário

.” C

erta

men

te

não

há n

ada

mai

s ex

cess

ivo

do q

ue e

scre

-vi

nhar

cen

tena

s de

pág

inas

de

disp

arat

es

faná

ticos

e l

á pa

ra d

iant

e co

mpl

emen

tar

esse

“m

anife

sto”

com

vio

lênc

ia f

eroz

, um

as

sass

ínio

, um

a ca

mpa

nha

bom

bist

a ou

um

a gu

erra

mun

dial

. SCUM Manifesto [Manifesto

da Escumalha

] (19

71) e

scrit

o po

r Val

erie

So-

lana

con

stitu

i tal

vez

o ex

empl

o m

ais

legí

vel

dess

e su

b-gé

nero

; no

enta

nto,

nes

sa é

poca

, as

pira

va e

la a

ser

aut

ora

– ap

esar

de

tudo

, ta

lvez

War

hol

lhe

deve

sse

ter

dado

um

a op

ortu

nida

de.

Em

bora

, por

nor

ma,

os

man

ifest

os e

vite

m

quas

e tu

do o

que

pos

sa s

er c

onsid

erad

o de

co

mpo

rtam

ento

“m

edia

no”

ou “

razo

ável

”, há

o s

enti

men

to g

ener

aliz

ado

de q

ue o

co

mpr

imen

to i

deal

de

um m

anife

sto

– o

cham

ado

com

prim

ento

à m

anei

ra d

a “M

e-ni

na d

os C

achi

nhos

Dou

rado

s”, n

em d

e-m

asia

do g

rand

e, n

em d

emas

iado

peq

ueno

é de

um

a a

duas

pág

inas

. De

um m

odo

gera

l, tu

do o

que

é n

eces

sári

o pa

ra a

pre-

sent

ar u

m c

aso

e co

nver

ter o

leito

r dev

e se

r

A m

edid

a ce

rta

all o

ne n

eeds

to m

ake

the

case

and

win

th

e co

nver

t.

To

avoi

d bo

ring

re

ader

s w

ith

long

ra

nts,

mov

emen

ts w

ill o

ften

pub

lish

num

erou

s sh

orte

r m

anife

stos

, ev

en

with

in t

he s

ame

mag

azin

e. #

e V

or-

ticis

t m

agaz

ine BLAST

(19

14-1

5),

for

exam

ple,

fea

ture

s a

num

ber

of s

hort

“b

last

s” a

long

side

poe

try,

"ct

ion,

and

ar

t. A

s w

ell a

s be

ing

mor

e eG

ecti

ve in

th

e sh

ort t

erm

, iss

uing

fre

quen

t man

i-fe

stos

– in

terv

entio

ns o

r pro

voca

tions

also

serv

es to

kee

p th

e m

ovem

ent i

n th

e pu

blic

eye

(not

unl

ike

the

role

blo

ggin

g an

d so

cial

med

ia "

ll fo

r br

ands

of

all

sort

s now

aday

s). F

utur

ism

was

a m

odel

in

thi

s re

spec

t, pu

blis

hing

mor

e th

an

thir

ty m

anife

stos

in it

s "rs

t thr

ee y

ears

al

one

(190

9-12

), an

d go

ing

on t

o pu

b-lis

h do

zens

if n

ot h

undr

eds

mor

e ov

er

the

next

tw

o de

cade

s, o

n ev

eryt

hing

fr

om p

aint

ing,

mus

ic,

and

cine

ma

to

fash

ion,

coo

king

, and

lust

.

#e

Ital

ian

Futu

rist

s and

Rus

sian

Con

-st

ruct

ivist

s w

ere

amon

g th

e "r

st to

pla

y w

ith ty

pogr

aphy

in th

eir m

anife

stos

, cre

-at

ing

a fo

rm to

mat

ch th

e ex

plos

ive

con-

tent

. #e

Futu

rist c

ry o

f parole in libertà!

wor

ds in

free

dom

– w

as re

pres

ente

d by

apre

sent

ado

em d

uas

pági

nas:

a pr

imei

ra

com

um

pre

âmbu

lo e

a o

utra

com

os p

rin-

cípi

os d

evid

amen

te n

umer

ados

.

Para

não

dar

ori

gem

a l

eito

res

enfa

dado

s co

m l

ongo

s di

scur

sos

ocos

, os

mov

imen

-to

s op

tam

mui

tas

veze

s po

r pu

blic

ar m

a-ni

fest

os m

ais

pequ

enos

em

mai

or n

úme-

ro,

aind

a qu

e na

mes

ma

revi

sta.

Vej

a-se

, po

r ex

empl

o, o

cas

o da

rev

ista

vor

ticis

ta

BLAST

(19

14-1

5), e

m q

ue s

ão a

pres

enta

-da

s vá

rias

peq

uena

s “e

xplo

sões

” a

par

de

poes

ia,

"cçã

o e

arte

. A

té p

orqu

e, s

endo

m

ais e

"caz

es n

o cu

rto

praz

o, e

miti

r man

i-fe

stos

freq

uent

es –

inte

rven

ções

ou

prov

o-ca

ções

– s

erve

tam

bém

par

a m

ante

r o m

o-vi

men

to p

rese

nte

aos

olho

s do

púb

lico

(de

form

a nã

o m

uito

dife

rent

e do

pap

el a

gora

de

sem

penh

ado

pela

abu

ndân

cia

das

rede

s so

ciai

s pa

ra a

ssun

tos

de t

oda

a es

péci

e).

Nes

te a

spec

to,

o Fu

turi

smo

foi

mod

elo,

da

do q

ue f

oram

pub

licad

os m

ais

de t

rin-

ta m

anife

stos

nos

prim

eiro

s tr

ês a

nos

(190

9-12

), co

ntin

uand

o a

apar

ecer

dúz

ias

ou m

esm

o ce

nten

as a

o lo

ngo

das

duas

cada

s se

guin

tes,

sob

re t

udo

o qu

e di

zia

resp

eito

a t

emas

des

de a

pin

tura

, mús

ica,

ci

nem

a at

é à

mod

a, c

ulin

ária

e lu

xúri

a.

Os

futu

rist

as it

alia

nos

e os

con

stru

tivis

tas

russ

os e

stiv

eram

ent

re o

s pr

imei

ros

que

joga

ram

com

efe

itos

tipog

rá"c

os n

os s

eus

Vis

ual

Vis

ual

Just

rig

ht

Page 5: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

58

59

scat

ters

hot t

ypog

raph

y in

art

ists

’ boo

ks

(like

M

arin

etti

’s Zang Tumb Tumb,

19

14),

pam

phle

ts,

and

post

ers.

#e

“Fut

uris

t Syn

thes

is o

f the

War

” (1

914)

dr

ew u

p a

plan

of a

ttac

k, w

ith a

wed

ge

of “

Futu

rist

” A

llied

For

ces

adva

ncin

g on

“Pa

sséi

st”

Axi

s Po

wer

s, no

t un

-lik

e th

e R

ussia

n E

l Lis

sitsk

y’s f

amou

s pr

opag

anda

po

ster

Beat the Whites

with the Red Wedge (1

919)

. G

uilla

ume

Apo

llina

ire’s

“ca

lligr

amm

es”

wer

e al

so

in>u

entia

l, an

d so

me

may

be

read

as

man

ifest

os

in

them

selv

es.

“Che

val”

(c

. 191

5), f

or e

xam

ple,

dec

lare

s: “G

ive

your

self

up t

o th

is a

rt w

here

the

sub

-lim

e do

es n

ot e

xclu

de c

harm

and

bri

l-lia

ncy

does

not

blu

r th

e nu

ance

it

is

now

or

neve

r th

e m

omen

t to

be

sens

i-tiv

e to

poe

try

for i

t dom

inat

es all dread-

fully

.” V

ortic

ism sh

owed

that

the

use

of

AL

L C

AP

S, f

row

ned

upon

in

othe

r co

ntex

ts,

can

achi

eve

pow

erfu

l re

sults

in

an

avan

t-ga

rde

man

ifest

o by

mix

ing

eye-

catc

hing

aud

acity

, an

ger,

and

hu-

mou

r in

scr

eam

ing

tabl

oid

head

lines

: “L

ON

DO

N I

S N

OT

A P

RO

VIN

-C

IAL

TO

WN

… w

e do

not

wan

t th

e G

LO

OM

Y V

ICT

OR

IAN

CIR

CU

S in

Pic

cadi

lly C

ircus

. IT

IS

PIC

CA

-D

ILLY

’S C

IRC

US!

” D

ada

built

upo

n al

l of t

hese

inno

vatio

ns.

man

ifest

os, c

rian

do fo

rmas

de

harm

oniz

ar

o co

nteú

do e

xplo

sivo

. O g

rito

futu

rist

a pa-

role in libertá! –

pal

avra

s em

libe

rdad

e –

foi

divu

lgad

o po

r fo

rça

da p

ulve

riza

ção

tipo-

grá"

ca e

m li

vros

de

artis

tas

(por

exe

mpl

o,

Zang Tumb Tumb

de M

arin

etti,

191

4),

em p

an>e

tos

e ca

rtaz

es. A

“Sí

ntes

e Fu

tu-

rist

a da

Gue

rra”

(19

14)

traç

ou u

m p

lano

de

ata

que,

com

cun

ho d

e Fo

rças

Alia

das

“Fut

uris

tas”

pro

duzi

ndo

um “

Pass

éist

” de

A

xis

Pow

ers,

não

mui

to d

ifere

nte

do c

éle-

bre

cart

az d

e pr

opag

anda

rus

sa d

e E

l Lis-

sitsk

y Beat the Whites with the Red Wedge

(1

919)

[V

ença

m o

s B

ranc

os c

om o

Cun

ho

Ver

mel

ho].

Os

“cal

igra

mas

” de

Gui

llau-

me

Apo

llina

ire

exer

cera

m t

ambé

m a

sua

in

>uên

cia,

sen

do q

ue a

lgun

s po

dem

ser

lid

os c

omo

se d

e m

anife

stos

se

trat

asse

. Po

r ex

empl

o, “

Che

val”

(c.

191

5) d

ecla

ra:

“Ent

regu

e-se

a e

sta

arte

em

que

o s

ublim

e nã

o ex

clui

enc

anto

e o

bri

lhan

tism

o nã

o to

lda

os m

atiz

es é

ago

ra o

u nu

nca

o m

o-m

ento

de

ser

sens

ível

à p

oesi

a já

que

é e

la

que

dom

ina

tudo

de

man

eira

ter

ríve

l.”O

vo

rtic

ism

o ve

io m

ostr

ar q

ue o

rec

urso

ao

TU

DO

EM

MA

IÚSC

UL

AS,

ind

esej

á-ve

l nou

tros

con

text

os, p

ode

cons

egui

r re

-su

ltado

s po

dero

sos

num

man

ifes

to v

an-

guar

dist

a, p

ois

mis

tura

aud

ácia

vis

ual

atra

ente

, có

lera

e h

umor

em

man

chet

es

prov

ocad

oras

no

s ta

beló

ides

: “L

ON

-D

RE

S N

ÃO

É U

MA

CID

AD

E D

E

Page 6: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

60

61

In

the

seco

nd-w

ave

avan

t-ga

rde

of

the

1960

s th

e vi

sual

tri

cks

of t

he e

ar-

lier

mov

emen

t w

ere

recy

cled

and

ex-

pand

ed.

#e Fluxus Manifesto

(19

63)

empl

oyed

han

dwri

tten

cap

itals

, in

ter-

sper

sed

with

blo

cks

of t

ype,

whe

n it

calle

d on

rea

ders

to

“PR

OM

OT

E A

R

EV

OL

UT

ION

AR

Y F

LO

OD

AN

D

TID

E I

N A

RT

.” A

ll ca

pita

l le

tter

s w

ere

also

use

d in

the

tabl

oid-

styl

e King

Mob Echo

(196

8-69

), th

e m

agaz

ine

of

the

Lon

don-

base

d Si

tuat

ioni

st c

olle

c-tiv

e. #

e slo

gan-

heav

y 19

68 K

ing

Mob

m

anife

sto

“WE

AR

E O

UT

LA

WS,

” w

hose

ran

som

not

e de

sign

was

lat

er

used

by

Jam

ie R

eid

in h

is c

over

art

wor

k fo

r the

Sex

Pis

tols

, is s

prin

kled

with

the

all-

caps

“B

AM

N,”

the

acro

nym

for t

he

sloga

n (“

By

Any

Mea

ns N

eces

sary

”)

popu

lari

zed

by M

alco

lm X

and

the

B

lack

Pan

ther

s. #

e Si

tuat

ioni

sts

and

thei

r oG

spri

ng a

lso

used

com

ic s

trip

s,

phot

o co

llage

s, a

nd e

ven

trad

ing

card

s –

the

“Out

law

s of

Am

eric

a” s

erie

s –

to

get t

heir

mes

sage

hea

rd a

nd a

ttra

ct p

o-te

ntia

l con

vert

s to

the

stru

ggle

.

Dra

ma

is an

ess

entia

l par

t of t

he m

ani-

fest

o; i

t is

a pe

rfor

mat

ive

genr

e an

d th

eatr

ical

ity i

s in

scrib

ed i

n its

hist

ory.

PR

OV

ÍNC

IA…

não

que

rem

os o

ME

-L

AN

LIC

O C

IRC

O V

ICT

OR

IAN

O

em P

icca

dilly

Cir

cus.

AQ

UI

É P

ICC

A-

DIL

LY C

IRC

US!

” D

ada

cons

trui

u o

seu

trab

alho

a p

arti

r de

toda

s est

as in

ovaç

ões.

Na

segu

nda

onda

van

guar

dist

a do

s an

os

60 f

oram

rec

icla

dos

e ex

pand

idos

os

es-

trat

agem

as v

isua

is d

o pr

imei

ro m

ovim

en-

to.

O Manifesto Fluxus

(196

3) e

mpr

egou

m

aiús

cula

s m

anus

crita

s, i

nter

pola

das

com

le

tras

de

impr

ensa

, qua

ndo

quis

cha

mar

a

aten

ção

dos

leito

res

para

o “

PRO

MO

VE

R

UM

A M

AR

É-C

HE

IA R

EV

OL

UC

IO-

RIA

NA

AR

TE

.” T

ambé

m s

e us

ava

tudo

em

mai

úscu

las

ao e

stilo

tab

elói

de n

o King Mob Echo

(196

8-69

), a

revi

sta

do c

o-le

ctiv

o sit

uaci

onis

ta c

om s

ede

em L

ondr

es.

O m

anife

sto

de K

ing

Mob

de

1968

com

o

pode

roso

slo

gan

“NÓ

S SO

MO

S M

AR

-G

INA

IS,”

cuja

not

a de

res

gate

apr

esen

ta-

va u

ma

"gur

a m

ais

tard

e us

ada

por

Jam

ie

Rei

d na

cap

a da

obr

a de

art

e Se

x P

isto

ls,

está

che

io d

a pa

lavr

a “B

AM

N,”

em m

aiús

-cu

las,

acr

ónim

o da

exp

ress

ão in

gles

a by any

means necessary

[qua

lque

r m

eio

é le

gíti

mo]

po

pula

riza

da p

or M

alco

lm X

e p

elo

gru-

po P

ante

ras

Neg

ras.

Os

situa

cion

ista

s e

os

seus

des

cend

ente

s usa

ram

ain

da e

xcer

tos d

e ba

nda

dese

nhad

a, c

olag

ens

de fo

togr

a"as

e

até

cart

as c

omer

ciai

s –

a sé

rie

“M

argi

nais

da

Am

éric

a” –

de

mod

o a

cons

egui

r qu

e a

!ea

tric

al

One

of

the

mos

t st

riki

ng p

re-1

909

art

man

ifest

os,

Jam

es M

cNei

ll W

hist

ler’s

“#

e Te

n O

’Clo

ck” (

1885

), sa

w th

e au

-da

ciou

s Am

eric

an a

rtist

(in

the

voic

e of

a

prea

cher

) te

lling

his

fash

iona

ble

up-

per-

clas

s L

ondo

n au

dien

ce to leave art

to the artists.

#e

unde

rgro

und

thea

tre

has

long

bee

n as

soci

ated

with

man

ifes-

tos,

from

aud

ienc

e ba

iting

by

Futu

rists

or

in

the Cabaret Voltaire,

whe

re t

he

"rst

Dad

a m

anife

sto

was

dec

laim

ed

in 1

916,

to

Ant

onin

Art

aud’

s m

ani-

fest

os fo

r a

“#ea

tre

of C

ruel

ty”

or t

he

guer

rilla

the

atre

of

the

1960

s. SCUM

Manifesto

aut

hor

Val

erie

Sol

anas

’s dr

a-m

atic

shoo

ting

of A

ndy

War

hol i

n 19

68

whe

n he

“los

t” th

e on

ly co

py o

f her

pla

y,

“Up

Your

Ass

,” is

one

exam

ple

of t

he

freq

uent

fora

ys m

anife

stos

mak

e ac

ross

te

xt/a

ctio

n lin

es.

Shor

tly a

fter

her

ar-

rest

, Sol

anas

’s fe

llow

man

ifest

o w

riter

s in

the

New

Yor

k co

llect

ive Up Against

the Wall, Mother Fucker,

sta

ged

a st

reet

th

eatr

e “h

appe

ning

” to

try

(un

succ

ess-

fully

) to

attr

act s

uppo

rt fo

r her

def

ence

.

“We

had

stay

ed u

p al

l nig

ht, m

y fr

iend

s an

d I,

und

er h

angi

ng m

osqu

e la

mps

w

ith d

omes

of

"lig

reed

bra

ss …

.” So

be

gins

, in

an

oddl

y 0n-de-siècle

set-

ting

, th

e op

enin

g na

rrat

ive

of “

#e

sua

men

sage

m fo

sse

ouvi

da e

vie

sse

a at

rair

po

ssív

eis a

dept

os p

ara

a lu

ta.

A d

ram

atiz

ação

é p

arte

ess

enci

al d

o m

a-ni

fest

o; s

endo

um

gén

ero

perf

orm

ativ

o co

ntém

teat

ralid

ade

insc

rita

na su

a pr

ópri

a hi

stór

ia. U

m d

os m

ais

notá

veis

man

ifest

os

de a

rte

escr

itos

ante

s de

190

9 é

“#e

Ten

O’C

lock

” [A

s D

ez H

oras

] (1

885)

, em

que

o

auto

r Ja

mes

McN

eil W

hist

ler

imag

inou

o

artis

ta a

mer

ican

o au

daci

oso

(pel

a vo

z de

um

pre

gado

r) r

ecom

enda

ndo

a um

a au

-di

ênci

a lo

ndri

na, e

lega

nte

e da

cla

sse

alta

que deixasse a arte para os artistas

. O t

eatr

o su

bter

râne

o de

sde

há m

uito

que

vem

send

o as

soci

ado

aos

man

ifest

os:

desd

e os

Fut

u-ri

stas

alic

iand

o au

diên

cias

ou

no Cabaret

Voltaire,

loca

l ond

e, e

m 1

916,

foi d

ecla

ma-

do o

pri

mei

ro m

anife

sto

Dad

a, a

té a

os m

a-ni

fest

os d

e A

nton

in A

rtau

d po

r um

“Te

a-tr

o da

Cru

elda

de”

ou o

teat

ro d

e gu

erri

lha

dos

anos

60.

O a

taqu

e dr

amát

ico

de V

ale-

rie

Sola

na, a

utor

a do

Manifesto SCUM

, a

And

y W

arho

l em

196

8, q

uand

o es

te “

per-

deu”

o ú

nico

exe

mpl

ar d

a pe

ça “

Up

Your

A

ss”

[Pel

o cu

aci

ma]

, é u

m b

om e

xem

plo

das

freq

uent

es in

vest

idas

pro

duzi

das

pelo

s m

anife

stos

ao

long

o da

s lin

has

do t

exto

/ac

ção.

Pou

co d

epoi

s da

sua

det

ençã

o, o

u-tr

os e

scrit

ores

ade

ptos

do

man

ifest

o en

ce-

nara

m e

m p

lena

rua

um

“ac

onte

cim

ento

” te

atra

l so

b o

títul

o Up Against the Wall,

Mother Fucker,

[De

pé c

ontr

a a

pare

de, s

eu

Tea

tral

Nar

rati

ve

Page 7: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

62

63

Communist Manifesto

fam

ousl

y op

ens:

“A s

pect

re i

s ha

unti

ng E

urop

e –

the

spec

tre

of

Com

mun

ism

.” A

lthou

gh

they

aim

to

disp

el t

he “

nurs

ery

tale

” of

the

spe

ctre

of

Com

mun

ism

, th

e ab

sorb

ing

ghos

t st

ory

told

by

Mar

x an

d E

ngel

s gu

aran

tees

th

e re

ader

’s en

gage

men

t th

roug

h th

e m

ore

pro-

saic

par

ts o

f the

man

ifest

o (s

uch

as th

e th

ird

sect

ion,

on

“Soc

ialis

t and

Com

-m

unis

t Lite

ratu

re”)

.

In t

heir

spa

rene

ss,

thei

r co

ncen

trat

ed

ener

gy a

nd i

nten

sity,

and

the

ir l

yric

al

utop

iani

sm,

man

ifest

os a

re a

lway

s in

so

me

sens

e po

etic

. #ey

may

go

furt

her

at t

imes

and

cro

ss t

he li

ne in

to p

oetr

y,

even

bei

ng w

ritte

n as

poe

ms.

#is

can

be

risk

y, s

ince

did

actic

ism a

nd o

vert

m

essa

ging

are

oft

en c

onsid

ered

tab

oo

for

poet

s, bu

t ne

vert

hele

ss i

t is

don

e.

Witn

ess L

awre

nce

Ferli

nghe

tti’s

“Pop

-ul

ist M

anife

sto”

(197

6), w

hich

beg

ins:

Poets, come out of your closets,

Open your windows, open your

/doors,

You have been holed-up too long,

In your closed worlds.

Come down, come down …

Poe

tic

derr

ubar

(“o

rang

er d

as o

ssad

as d

e pa

láci

os

decr

épito

s”),

e a

bata

lha

que

vai t

oman

do

form

a en

tre

Nós

e E

les (

o le

itor t

em d

e to

-m

ar p

artid

o!).

Tal

com

o os

pró

prio

s fu

turi

stas

se

com

-pa

ram

a “

espe

ctro

s ne

gros

que

son

dam

os

inte

rior

es v

erm

elho

-fog

o de

loco

mot

ivas

,” al

imen

tand

o o

fogo

da

revo

luçã

o, a

ssim

o

céle

bre

iníc

io d

o Manifesto Comunista

: “U

m e

spec

tro

asso

mbr

a a

Eur

opa

– o

es-

pect

ro d

o co

mun

ism

o.”

Em

bora

des

ejem

di

ssip

ar o

“co

nto

para

cri

ança

s” d

o es

pec-

tro

do c

omun

ism

o, a

abs

orve

nte

hist

ória

de

fan

tasm

as c

onta

da p

or M

arx

e E

ngel

s as

segu

ra o

com

prom

isso

do

leito

r por

mei

o da

s pa

rtes

mai

s pr

osai

cas

do m

anife

sto

(vej

a-se

com

o ex

empl

o a

terc

eira

secç

ão so

-br

e a

“Lite

ratu

ra S

ocia

lista

e C

omun

ista

”).

Ape

sar

da f

ruga

lidad

e, d

as e

nerg

ias

con-

cent

rada

s e

da s

ua i

nten

sida

de,

a pa

r de

um

a ut

opia

líri

ca, o

s m

anife

stos

são

sem

-pr

e, d

e al

gum

mod

o, p

oétic

os.

Pode

m,

por

veze

s, i

r m

ais

além

e a

trav

essa

r a

fron

teir

a da

poe

sia,

sen

do a

té a

lgun

s es

-cr

itos

com

o po

emas

. Si

tuaç

ão a

rris

cada

, na

med

ida

em q

ue a

for

ma

didá

ctic

a e

a m

ensa

gem

cla

ra s

ão m

uita

s ve

zes

cons

i-de

rada

s m

atér

ia ta

bu p

ara

os p

oeta

s, m

as,

mes

mo

assi

m,

exis

te.

Eis

o t

este

mun

ho

de L

awre

nce

Ferl

ingh

etti

no

“Man

ifest

o Po

pulis

ta”

(197

6) q

ue c

omeç

a:

Poé

tico

Foun

ding

and

Man

ifest

o of

Fut

ur-

ism

.” #

e su

cces

s of

thi

s m

anife

sto

unde

rlin

es t

he i

mpo

rtan

ce o

f an

en-

gagi

ng n

arra

tive

, no

t ju

st a

ten

-poi

nt

plan

. #

e “F

ound

ing”

rel

ates

a t

ale

of “

fren

zied

scr

ibbl

ing”

(of

man

ifes-

tos,

pre

sum

ably

), fo

llow

ed b

y a

race

th

roug

h th

e ni

ght

in “

thre

e sn

orti

ng

beas

ts”

– “l

ike

youn

g lio

ns w

e ra

n af

-te

r D

eath

” –

endi

ng in

a d

ram

atic

car

cr

ash

that

see

s th

e le

ader

, M

arin

etti

, th

row

n in

to a

“m

ater

nal

ditc

h.”

Out

of

thi

s w

reck

age

aris

es, p

hoen

ix-l

ike,

th

e m

anife

sto

itsel

f: “A

nd s

o, f

aces

sm

eare

d w

ith g

ood

fact

ory

muc

k …

w

e, b

ruis

ed,

our

arm

s in

slin

gs,

but

unaf

raid

, dec

lare

d ou

r hig

h in

tent

ions

.” #

e br

eath

less

sus

pens

e an

d ec

-st

atic

imag

ery

are

used

in p

art t

o dr

aw

the

read

er i

n, b

ut t

hey

also

cre

ate

a ro

ugh

pict

ure

of t

he n

ew m

ovem

ent

and

the

wor

ld i

t en

visi

ons,

the

one

it

wan

ts t

o ov

erth

row

(“t

he c

reak

ing

bone

s of

sic

kly

pala

ces”

), an

d th

e ba

t-tle

tha

t is

shap

ing

up b

etw

een

Us

and

#em

(the

read

er m

ust t

ake

side

s!).

Just

as

the

Futu

rist

s co

mpa

re t

hem

-se

lves

to “t

he b

lack

spec

tres

who

gro

pe

in t

he r

ed-h

ot b

ellie

s of

loco

mot

ives

,” st

okin

g th

e "r

e of

rev

olut

ion,

so e

"lho

da

puta

] te

ntan

do (

sem

suc

esso

) an

-ga

riar

apo

ios e

m su

a de

fesa

.

“Fic

ámos

aco

rdad

os d

uran

te t

oda

a no

ite,

eu e

os

meu

s am

igos

, à lu

z de

lant

erna

s de

pula

s em

"lig

rana

de

latã

o su

spen

sas,

co

mo

as q

ue s

e vê

em n

as m

esqu

itas

…”

Ass

im s

e dá

iníc

io, n

um c

enár

io u

m ta

nto

ou q

uant

o ex

cênt

rico

de 0n-de-siècle

, à e

s-tr

eia

da n

arra

tiva

“Fun

daçã

o e

Man

ifest

o do

Fut

uris

mo.

” O

suc

esso

des

te m

anife

sto

subl

inha

a i

mpo

rtân

cia

de u

ma

narr

ativ

a ca

tivan

te, e

não

ape

nas

com

o um

pla

no d

e de

z po

ntos

. A “

Fund

ação

” co

nta

a hi

stór

ia

dos

“gat

afun

hos

fren

étic

os”

(pre

sum

ivel

-m

ente

de

man

ifest

os),

segu

idos

de

uma

corr

ida

pela

noi

te, à

s co

stas

de

“trê

s fe

ras

viol

enta

s” –

“qu

ais

jove

ns l

eões

cor

rem

os

atrá

s da

Mor

te”

– ac

aban

do n

um b

ru-

tal c

hoqu

e de

aut

omóv

eis

em q

ue o

gui

a,

Mar

inet

ti,

é pr

ojec

tado

par

a um

“fo

sso

mat

erna

l.” S

aind

o de

stas

ruí

nas

ergu

e-se

, qua

l fén

ix r

enas

cida

, o m

anife

sto:

“E

as

sim

, ros

tos

man

chad

os d

e be

lo lo

do d

as

fábr

icas

… n

ós,

feri

dos,

de

braç

os e

stro

-pi

ados

, m

as d

este

mid

os,

proc

lam

ámos

as

noss

as i

mpo

rtan

tes

inte

nçõe

s…”

A a

nsie

-da

de o

fega

nte

e as

"gu

ras

extá

ticas

são

us

adas

em

par

te p

ara

envo

lver

o l

eito

r, cr

iand

o ao

mes

mo

tem

po u

ma

imag

em

gros

seir

a do

nov

o m

ovim

ento

e d

o m

un-

do p

or e

le "

gura

do,

o m

undo

que

des

eja

Nar

rati

vo

Page 8: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

64

65

Or

D.

H.

Law

renc

e’s p

oem

, “M

ani-

fest

o” (1

917)

, whi

ch b

uild

s to

the

"nal

“W

e” p

rocl

amat

ion:

We shall not look before and after.

We shall be, now.

We shall know in full.

We, the mystic NOW.

Rep

etiti

on a

nd r

efra

in i

s of

cou

rse

a fe

atur

e of

mos

t m

anife

stos

, an

d it

is

perh

aps t

heir

mos

t poe

tic fe

atur

e. A

n-ot

her

poem

, th

is t

ime

a m

ock

man

i-fe

sto,

is

Leo

nard

Coh

en’s

“#e

only

to

uris

t in

Hav

ana

turn

s hi

s th

ough

ts

hom

ewar

d” (

1961

), w

ritt

en a

fter

wit-

ness

ing

even

ts in

rev

olut

iona

ry C

uba.

C

ohen

add

ress

es h

is f

ello

w C

anad

i-an

s: “C

ome,

my

brot

hers

,” an

d fo

llow

s w

ith a

list

of

prop

ositi

ons:

“let

us

sell

snow

/ to

und

er-d

evel

oped

nat

ions

”; “l

et

us t

each

sex

in t

he h

ome

/ to

par

ents

.” A

lthou

gh it

is a

par

ody,

it ca

ptur

es t

he

spir

it of

soc

ial r

evol

t in

Can

adia

n ci

ties

that

at

the

time

para

llele

d th

e po

litic

al

revo

lt ha

ppen

ing

abro

ad.

And

ers

Bre

ivik

’s sp

raw

ling

man

ifest

o,

a ho

dgep

odge

of

cons

pira

cy t

heor

ies

asse

mbl

ed f

rom

acr

oss

the

Web

, ha

s th

e du

biou

s di

stin

ctio

n of

bei

ng p

er-

haps

the

mos

t lin

k-"l

led

man

ifest

o

Poetas, saiam dos vossos armários,

Abram janelas, abram portas,

Tempo demais 0caram trancados

Nos vossos mundos fechados

Saiam daí, saiam…

Ou

o po

ema

de D

.H.L

awre

nce,

int

itula

-do

“M

anife

sto”

(191

7), e

m c

resc

endo

até

à

proc

lam

ação

"na

l “N

ós”:

Nós não olharemos o antes e o depois

Nós seremos, agora.

Nós saberemos tudo.

Nós, o místico AGORA.

É e

vide

nte

que

repe

tiçõe

s e

refr

ãos

são

uma

das c

arac

terí

stic

as d

a m

aior

ia d

os m

a-ni

fest

os e

ser

á es

sa t

alve

z a

sua

cara

cter

ís-tic

a m

ais

poét

ica.

Um

out

ro p

oem

a, d

esta

ve

z um

man

ifest

o de

esc

árni

o, d

e L

eona

rd

Coh

en “O

úni

co tu

rist

a em

Hav

ana

põe

os

olho

s no

seu

paí

s” (1

961)

esc

rito

logo

apó

s te

r tes

tem

unha

do a

cont

ecim

ento

s na

Cub

a re

volu

cion

ária

. C

ohen

dir

ige-

se a

os s

eus

com

patr

iota

s ca

nadi

anos

: “V

enha

m, m

eus

irm

ãos,”

e se

gue-

se u

ma

lista

de

prop

osta

s: “v

amos

ven

der

neve

a n

açõe

s su

b-de

sen-

volv

idas

”; “v

amos

ens

inar

sexo

em

cas

a/ao

s pa

is.”

Em

bora

ten

ha u

m a

r jo

coso

, ca

pta

o es

pírit

o de

rev

olta

soc

ial e

m c

idad

es c

a-na

dian

as q

ue, a

o te

mpo

, seg

uiam

a p

ar d

a re

volta

pol

ítica

viv

ida

no e

stra

ngei

ro.

Col

labo

rati

ve

Page 9: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

66

67

begi

ns:

“Tod

ay,

____

____

__

itsel

f is

obs

olet

e.”

(Onc

e th

ey a

re "

nis

hed,

vi

sito

rs c

an h

it “R

eset

.”) A

noth

er i

n-te

ract

ive,

te

mpl

ate-

base

d m

anife

sto,

“#

e M

anife

sto

Man

ifest

o” (

2011

) by

K

im M

ok, i

s m

ore

inst

ruct

iona

l:

Today, we write a manifesto.

Today, our second sentence starts

with the 0 rst word of the 0 rst

sentence.

We write a short sentence.

en a shorter one. 4

And

so

on.

Man

ifest

o fo

rm is

a q

uest

ion

not o

nly

of a

ppea

ranc

e bu

t als

o of

dis

trib

utio

n.

Whe

re d

id y

ou "

nd

that

man

ifest

o?

# is

asp

ect i

s ad

dres

sed

by th

e ed

itors

of

the

cla

ssic

ant

holo

gy BAMN (By

Any Means Necessary): Outlaw Mani-

festos and Ephemera,

196

5-70

(19

71).

# ey

wri

te in

the

Fore

wor

d, re

> ect

ing

the

“hea

vy t

imes

” in

whi

ch t

he b

ook

was

com

pile

d:

At some moment in the social frenzy

of the past six years, you may have

held a piece of this book in your hand.

Perhaps … it caught your eye as a

8 yposter, nailed to a tree, published

visit

ante

s do

síti

o da

Int

erne

t a

com

plet

ar

um m

anife

sto

Dad

a qu

e co

meç

a: “

Hoj

e,

o pr

ópri

o __

____

_ é

obso

leto

.” (Q

uan-

do t

erm

inam

, os

vis

itant

es p

odem

tec

lar

“rep

or.”)

“O

man

ifest

o do

s m

anife

stos

” (2

011)

de

Kim

Mok

, out

ro m

anife

sto

in-

tera

ctiv

o ba

sead

o nu

m m

odel

o, é

de

cari

z m

ais e

duca

tivo:

Hoje escrevemos um manifesto.

Hoje, a nossa segunda frase começa com a

primeira palavra da primeira frase.

Escrevemos uma pequena frase.

Depois uma mais pequena. 4

E a

ssim

por

dia

nte.

A fo

rma

do m

anife

sto

é um

a qu

estã

o qu

er

de a

parê

ncia

que

r de

dis

trib

uiçã

o. O

nde

terá

sid

o en

cont

rado

aq

uele

m

anife

sto?

E

sse

aspe

cto

é an

alis

ado

pelo

s ed

itore

s da

an

tolo

gia

clás

sica BAMN (Qualquer meio

é legítimo): Manifestos marginais e escritos

efémeros, 1965-70

(197

1).

Re>

ect

indo

os

“tem

pos

difíc

eis”

em

que

o li

vro

foi c

om-

pila

do, n

o pr

efác

io p

ode

ler-

se:

Nalgum momento do frenesim social dos

últimos seis anos, é possível que qualquer

um possa ter tido acesso a parte desta obra.

Talvez… tenha despertado a nossa aten-

ção sob a forma de pan8 eto, pregado uma

árvore, publicado numa revista de ‘tão-

depressa-se-lê-como-não’ ou numa folha

4 V

ide

“O

Ma

nif

es

to d

o M

an

ife

sto

” e

m:

htt

p:/

/ww

w.k

imm

ok

.co

m/#

51

47

99

/TH

E-

MA

NIF

ES

TO

-MA

NIF

ES

TO

.

4 “

Th

e M

an

ife

sto

Ma

nif

es

to”

ca

n b

e f

ou

nd

he

re:

htt

p:/

/ww

w.k

imm

ok

.co

m/#

51

47

99

/TH

E-M

AN

IFE

ST

O-

MA

NIF

ES

TO

.

Sca

tter

edD

ispe

rso

ever

writ

ten.

# e

man

ifest

o B

reiv

ik

sent

out

und

er a

pse

udon

ym s

hort

ly

befo

re h

is k

illin

g sp

ree

in O

slo a

nd

on t

he i

slan

d of

Utø

ya i

n Ju

ly 2

011

adhe

res

to t

he “

colla

bora

tive”

cha

rac-

teri

stic

see

n in

mos

t m

anife

stos

in t

he

sens

e th

at, a

lthou

gh it

is t

he w

ork

of a

“l

oner

,” it

is a

vir

tual

“we”

: a c

ompe

ndi-

um o

f voi

ces –

mos

tly fa

r-ri

ght e

xtre

m-

ists

, with

the

odd

exce

ptio

n lik

e G

eorg

e O

rwel

l thr

own

in –

asse

mbl

ed b

y Bre

ivik

to

repr

esen

t his

raci

st id

eolo

gy.2

# an

kful

ly, t

here

are

man

y m

ore

posi-

tive

exa

mpl

es o

f co

llabo

ratio

n. #

ese

in

clud

e no

t on

ly t

he c

omm

on g

roup

eG

ort

see

n in

man

y “i

sms,”

but

als

o on

e-ti

me

allia

nces

like

the

team

ing

up

of A

ndré

Bre

ton,

Leo

n T

rots

ky,

and

Die

go R

iver

a to

pro

duce

“M

anife

sto:

To

war

ds a

Fre

e R

evol

utio

nary

Art

” in

19

38.

Man

ifest

o w

rite

rs o

ccas

iona

lly

cele

brat

e th

e in

tera

ctiv

e po

ssib

ilitie

s –

or m

ock

the

over

used

tem

plat

es –

of

the

genr

e by

invi

ting

rea

ders

to

" ll i

n th

e bl

anks

. O

ne e

xam

ple

is t

he a

rt-

ist

and

theo

rist

Mic

hael

Bet

anco

urt’s

“#

e _

____

____

Man

ifest

o” (1

996)

, 3

whi

ch in

vite

s w

ebsi

te v

isito

rs t

o co

m-

plet

e a

Dad

a-ba

sed

man

ifest

o th

at

O l

ongo

man

ifest

o de

And

ers

Bre

ivik

, m

isce

lâni

a de

teo

rias

da

cons

pira

ção

reu-

nida

s at

ravé

s da

Web

, te

m u

ma

part

icu-

lari

dade

dúb

ia p

or s

er t

alve

z o

man

ifest

o co

m m

aior

núm

ero

de links j

amai

s es

crito

. O

man

ifest

o qu

e Bre

ivik

pub

licou

sob

pseu

-dó

nim

o po

uco

ante

s da

cha

cina

em

Oslo

e

na i

lha

de U

tøya

em

Jul

ho d

e 20

11 a

dere

à

cara

cter

ístic

a “p

artic

ipat

iva”

sur

gida

na

mai

oria

dos

man

ifest

os, n

a m

edid

a em

que

, em

bora

rep

rese

nte

o tr

abal

ho d

e um

“so

li-tá

rio”,

é um

“nó

s” v

irtu

al: u

m c

onju

nto

de

voze

s – a

mai

or p

arte

vin

das d

e ex

trem

istas

de

dire

ita, e

xcep

ção

feita

a G

eorg

e O

rwel

l al

i inc

luíd

o –

reun

idas

por

Bre

ivik

par

a re

-pr

esen

tar a

sua

ideo

logi

a ra

cist

a. 2

Feliz

men

te h

á m

uito

s m

ais

exem

plos

po-

sitiv

os d

e co

labo

raçã

o. A

í se

inc

luem

não

o e

sfor

ço c

omum

de

grup

o ev

iden

ciad

o em

mui

tos

“ism

os,”

mas

tam

bém

alia

nças

po

ntua

is c

omo

a qu

e re

uniu

And

ré B

reto

n,

Leo

n T

rots

ky e

Die

go R

iver

a qu

ando

pro

-du

zira

m o

“Man

ifest

o: P

ara

uma

Art

e R

e-vo

luci

onár

ia L

ivre

” em

193

8. P

or v

ezes

os

escr

itore

s de

man

ifest

os e

xplo

ram

as

pos-

sibi

lidad

es in

tera

ctiv

as –

ou

ridi

cula

riza

m

os m

odel

os e

xces

siva

men

te u

sado

s –

do

géne

ro c

onvi

dand

o os

leito

res

a pr

eenc

her

os e

spaç

os e

m b

ranc

o. V

eja-

se o

exe

mpl

o do

art

ista

e te

óric

o M

icha

el B

etan

cour

t “O

m

anife

sto_

____

_”(1

996)

,3 c

onvi

dand

o os

2 T

he

Gu

ard

ian

ne

ws

pa

pe

r c

om

mis

sio

ne

d a

vis

ua

liza

-ti

on

co

mp

an

y, L

ink

fl u

en

ce

, to

cre

ate

a m

ap

of

the

ma

ny

we

bs

ite

s m

en

tio

ne

d b

y B

reiv

ik. T

he

re

su

lt c

an

be

fo

un

d

he

re:h

ttp

://w

ww

.gu

ard

ian

.co

.uk

/ne

ws

/da

tab

log

/in

-te

rac

tiv

e/2

01

1/s

ep

/07

/no

rwa

y-b

reiv

ik-m

an

ife

sto

-m

ap

pe

d?i

ntc

mp

=2

39

.

3 F

ind

th

e m

an

ife

sto

he

re:

htt

p:/

/ww

w.m

ich

ae

lbe

tan

co

urt

.co

m/i

nd

ex.

htm

l.

2 O

jo

rna

l G

ua

rdia

n e

nc

om

en

do

u à

“L

ink

fl u

en

ce”

, em

pre

-s

a d

e v

isu

ali

zaç

ão

, a c

ria

çã

o d

e u

m m

ap

a c

om

os

rio

s

sít

ios

da

Inte

rne

t m

en

cio

na

do

s p

or

Bre

ivik

.

3 h

ttp

://w

ww

.mic

ha

elb

eta

nc

ou

rt.c

om

/in

de

x.h

tml.

Par

tici

pati

vo

Page 10: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

68

69

If t

he 2

008

“Man

ifest

o M

arat

hon”

in

L

ondo

n’s

Serp

enti

ne

Gal

lery

is

an

ythi

ng to

go

on, t

he m

anife

sto

is a

) al

ive

and

wel

l an

d al

way

s ch

angi

ng,

and

b) a

ver

y m

alle

able

gen

re in

deed

. So

me

of t

he m

ore

wel

l kno

wn

mar

a-th

on p

artic

ipan

ts in

clud

ed Y

oko

Ono

, G

ilber

t &

Geo

rge,

Rem

Koo

lhaa

s,

Bri

an E

no,

Ben

(V

autie

r, of

Flu

xus)

, al

l-ro

und

prov

ocat

eur

Stew

art

Hom

e (ta

lkin

g to

a h

and

pupp

et),

and

the

"lm

dir

ecto

r A

gnès

Var

da (

dres

sed

in

a po

tato

sui

t). I

n te

rms

of m

alle

abili

ty,

man

ifest

os w

ere n

ot o

nly p

erfo

rmed

by a

w

ide

rang

e of

peo

ple

for d

iver

se re

ason

s, th

ey w

ere

also

per

form

ed i

n in

spir

ing

new

way

s: V

ivie

nne

Wes

twoo

d’s

“Ac-

tive

Res

istan

ce t

o Pr

opag

anda

” m

ani-

fest

o, fo

r exa

mpl

e, w

as st

aged

by

no le

ss

than

26

perf

orm

ers

in v

ario

us r

oles

, as

a so

rt o

f “m

edie

val m

oral

ity p

lay,”

with

W

estw

ood

hers

elf

play

ing

“Act

ive

Re-

sista

nce.”

Man

ifest

os w

ere

sung

, act

ed,

shou

ted,

pro

ject

ed,

danc

ed (

by Y

oko

Ono

), se

t on

"re

, and

sim

ply

read

(or

pl

ayed

fro

m a

cas

sett

e re

cord

ing,

in

one

inst

ance

).

#e

follo

win

g ye

ar, i

n th

e la

st o

f eig

ht

man

ifest

os p

ublis

hed

in a

spec

ial i

ssue

of

Poetry

mag

azin

e to

cel

ebra

te 1

00

Rei

nv

ente

dA

dmiti

ndo

que

a “M

arat

ona

do M

anife

s-to

” na

Ser

pent

ine

Gal

lery

de

Lon

dres

sej

a te

ma

para

man

ter,

o m

anife

sto

está

a) v

ivo

e de

boa

saú

de e

sem

pre

em m

udan

ça,

e b)

é, d

e fa

cto,

um

gén

ero

mui

to m

aleá

vel.

Incl

uem

-se

entr

e os

mai

s co

nhec

idos

par

-tic

ipan

tes n

a m

arat

ona

Yoko

Ono

, Gilb

ert

& G

eorg

e, R

em K

oolh

asas

, B

rian

Eno

, B

em (

Vau

tier,

de F

luxu

s), o

pro

voca

dor

com

plet

o St

ewar

t Hom

e (fa

land

o pa

ra u

m

fant

oche

), e

a re

aliz

ador

a ci

nem

atog

rá"c

a A

gnès

Var

da (v

estid

a co

m u

m fa

to b

atat

a).

Em

ter

mos

de

mal

eabi

lidad

e, o

s m

anife

s-to

s er

am r

epre

sent

ados

não

por

uma

ampl

a va

ried

ade

de p

esso

as e

por

div

er-

sas

razõ

es, c

omo

tam

bém

a p

rópr

ia fo

rma

de o

s re

pres

enta

r se

rev

elav

a in

spir

ada

e in

ovad

ora:

o m

anife

sto

de V

ivie

nne

Wes

-tw

ood

“Res

istê

ncia

Act

iva

à Pr

opag

anda

”, po

r exe

mpl

o, fo

i rep

rese

ntad

o no

pal

co p

or

nada

men

os d

o qu

e 26

act

ores

em

dife

-re

ntes

pap

éis,

com

o um

a es

péci

e de

“au

to

de m

oral

idad

e m

edie

val”

, co

m a

pró

pria

W

estw

ood

inte

rpre

tand

o o

pape

l de

“Re-

sist

ênci

a A

ctiv

a.”

Os m

anife

stos

era

m c

an-

tado

s, re

pres

enta

dos,

grita

dos,

proj

ecta

dos,

da

nçad

os (

por

Yoko

Ono

), qu

eim

ados

e

simpl

esm

ente

lido

s (o

u re

prod

uzid

os a

par

-tir

de

uma

grav

ação

em

cas

sete

, a p

edid

o).

No

ano

segu

inte

, na

ediç

ão e

spec

ial d

a re

-vi

sta Poesia

com

emor

ativ

a do

s 100

ano

s de

Rei

nv

enta

doin a ‘now-you-see-it-now-you-don’t’

magazine or news-sheet. It could have

been incanted at a wedding service,

passed round as trading cards, posted

as a chain letter, read on a menu. It

may even have whizzed past your

head while wrapped round a brick …

#e

Free

Cit

y m

ovem

ent o

f the

196

0s

in S

an F

ranc

isco

enc

oura

ged

its d

is-

cipl

es t

o re

use

its n

ewsp

aper

(w

hich

co

ntai

ned

a nu

mbe

r of

man

ifest

os)

in

crea

tive

way

s: “U

se t

his

pape

r to

sta

rt

a "r

e or

for

toile

t pa

per;

tea

r it

up fo

r co

nfet

ti a

nd c

eleb

rate

the

fre

e ci

ty;

use

it to

sta

rt a

rev

olut

ion.

Wad

it u

p an

d th

row

it a

t you

r lov

er.”

#e

edito

rs

of BAMN

cla

im t

o ha

ve f

ound

one

m

anife

sto,

wri

tten

by

Salv

ador

Dal

í an

d “d

ated

18

May

196

8,” “

behi

nd th

e ba

rric

ades

in

Pari

s.” O

nce

agai

n, t

he

Futu

rist

s w

ere

ther

e "r

st,

thro

win

g th

eir m

anife

stos

into

cro

wds

and

hur

l-in

g th

em o

ut o

f sp

eedi

ng m

otor

cars

. L

ars

von

Tri

er’s

"lm

col

lect

ive,

Dog-

me 95,

paid

to

ngue

-in-

chee

k ho

m-

age

to t

he F

utur

ists

whe

n th

ey s

cat-

tere

d le

a>et

s co

ntai

ning

thei

r “V

ow o

f C

hast

ity”

into

the

aud

ienc

e at

a P

aris

ci

nem

a co

nfer

ence

to w

hich

von

Tri

er

had

been

invi

ted

to s

peak

.

informativa. Podia ter sido declamado

numa cerimónia de casamento, podia ter

sido trocado como um cromo, ser enviado

por correio como numa cadeia de cartas,

lido num menu. Até pode ter passado

rasando a nossa cabeça embrulhando um

tijolo…

O m

ovim

ento

da

Cid

ade

Liv

re d

os a

nos

60 e

m S

ão F

ranc

isco

enc

oraj

ava

os s

eus

segu

idor

es a

reu

tiliz

ar o

jor

nal

loca

l (q

ue

incl

uía

algu

ns

man

ifest

os)

de

man

eira

s cr

iativ

as:

“Use

est

e jo

rnal

par

a at

ear

um

fogo

ou

com

o pa

pel

higi

énic

o; r

asgu

e-o

para

faz

er c

onfe

tis e

fes

teja

r a

cida

de l

i-vr

e; u

se-o

par

a co

meç

ar u

ma

revo

luçã

o.

Am

achu

que-

o co

mo

uma

bola

e a

tire

-o a

o se

u am

or.”

Os e

dito

res d

e BAMN

a"r

mam

te

r en

cont

rado

um

man

ifest

o es

crito

por

Sa

lvad

or D

alí e

“co

m d

ata

de 1

8 de

Mai

o de

196

8,”

“esc

ondi

do n

as b

arri

cada

s em

Pa

ris.”

Mai

s um

a ve

z fo

ram

os

Futu

rist

as

os p

rim

eiro

s a

cheg

ar, l

ança

ndo

os m

ani-

fest

os à

s m

ultid

ões,

e a

tira

ndo-

os d

e ca

r-ro

s a

alta

vel

ocid

ade.

Dogma 95

, col

ectiv

o de

"lm

es d

e L

ars

von

Tri

er, p

rest

ou u

ma

hom

enag

em

irón

ica

aos

Futu

rist

as

que

lanç

aram

pan

>eto

s co

nten

do o

seu

“V

oto

de C

astid

ade”

sobr

e um

a au

diên

cia

que

as-

sist

ia a

um

col

óqui

o nu

m c

inem

a de

Par

is

para

o q

ual o

pró

prio

von

Tri

er t

inha

sid

o co

nvid

ado

a in

terv

ir.

Page 11: MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE …repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7911/1/1647-4198_2012-005-000... · MANIFESTO FORM: THE MEDIUM AND THE MESSAGE A Forma do ... vanguarda,

70

71

year

s si

nce

“# e

Fou

ndin

g an

d M

ani-

fest

o of

Fut

uris

m,”

the

Hat

e So

cial

ist

Col

lect

ive

wro

te: “

like

you,

oh Poetry,

w

e pr

opos

e to

rea

nim

ate

the

man

ifes-

to. W

e w

ill "

rst

requ

ire

the

follo

win

g th

ings

: a

cent

ury

of r

evol

utio

ns.

De-

light

and

terr

or. S

hit o

n th

e cu

rato

rial

. Sh

it on

ban

kers

and

tru

sts.

Shi

t on

ou

rsel

ves.

… #

ose

who

mak

e a

man

i-fe

sto

by h

alve

s di

g th

eir

own

grav

es.”

So it

wou

ld s

eem

that

Mar

inet

ti’s

“vio

-le

nce”

as a

pre

requ

isite

for t

he m

anife

sto

lives

on.

Or d

oes i

t?

# e

man

ifest

o fo

rm i

s so

mal

leab

le

and

so p

erva

sive

thes

e da

ys,

in f

act,

that

it

no l

onge

r ha

s to

be

urge

nt o

r sh

ocki

ng. #

e m

ost

rece

nt n

ew m

ani-

fest

o I’v

e re

ad (y

este

rday

), in

fact

, is

“A

Stre

ss F

ree

Man

ifest

o” b

y M

adel

eine

L

ohm

an,

a yo

ga i

nstr

ucto

r ba

sed

in

Sacr

amen

to, C

alifo

rnia

. A yoga

man

i-fe

sto?

Str

ess free

? W

here

is th

e m

ascu

-lin

ist

angs

t, th

e vi

olen

t re

volu

tion,

the

“s

hit”

? St

ill th

ere,

cer

tain

ly, b

ut it

is n

o lo

nger

the

onl

y ga

me

in t

own.

I l

iked

“A

Str

ess

Free

Man

ifest

o,”

and

so d

id

the

man

y co

rres

pond

ents

on

the

blog

. 5

As P

ound

him

self

said

: “M

ake

it ne

w.”

“Fun

daçã

o e

Man

ifest

o do

Fut

uris

mo”

, o

Col

ectiv

o So

cial

ista

do

Ódi

o es

crev

eu n

o úl

tim

o de

oito

man

ifest

os a

í pu

blic

ados

: “à

tua

sem

elha

nça,

ó Poesia,

pro

pom

o--n

os a

dar

nov

a vi

da a

o m

anife

sto.

Par

a ta

nto,

ped

imos

o s

egui

nte:

um

séc

ulo

de

revo

luçõ

es. P

raze

r e

terr

or. M

erda

par

a os

cu

rado

res.

Mer

da p

ara

banq

ueir

os e

con

-só

rcio

s. M

erda

par

a nó

s. …

Aqu

eles

que

fa

zem

man

ifest

os a

mei

as c

avam

as

pró-

pria

s se

pultu

ras.”

Des

te m

odo

até

pare

ce

que

a “v

iolê

ncia

” de

Mar

inet

ti co

mo

requ

i-sit

o pr

évio

par

a um

man

ifest

o co

ntin

ua a

ex

isti

r. Se

rá q

ue si

m?

Nos

dia

s qu

e co

rrem

, a fo

rma

do m

anife

s-to

é, n

a re

alid

ade,

tão

mal

eáve

l e tã

o su

btil

que

já n

ão te

m d

e se

r ur

gent

e ou

esc

anda

-lo

sa. N

a ve

rdad

e, o

man

ifest

o qu

e li

mai

s re

cent

emen

te (o

ntem

) int

itula

-se

“Um

ma-

nife

sto

sem

stre

ss” d

e M

adel

eine

Loh

man

, in

stru

ctor

a de

yog

a e

que

vive

em

Sac

ra-

men

to n

a C

alifo

rnia

. Um

man

ifest

o yo

ga?

Sem

str

ess?

Ond

e es

tá a

fúr

ia m

achi

sta,

a

revo

luçã

o vi

olen

ta, a

“mer

da”?

Dec

erto

que

po

r al

i ain

da, m

as já

não

é o

úni

co d

iver

-ti

men

to n

a ci

dade

. Gos

tei d

e “U

m m

ani-

fest

o se

m s

tres

s,” t

al c

omo

mui

tos

outr

os

corr

espo

nden

tes

do b

log.

E c

omo

a" r

mou

o

próp

rio

Poun

d: “

Faça

m n

ovo.

Tra

duçã

o de

Mar

ia Ja

cint

a M

agal

hães

5 T

he

blo

g c

an

be

fo

un

d h

ere

: htt

p:/

/ma

dyo

ga

.wo

rdp

res

s.

co

m/2

01

1/1

0/1

3/a

-str

es

s-f

ree

-ma

nif

es

to/.

5 V

ide

blo

gu

e:

htt

p:/

/ma

dyo

ga

.wo

rdp

res

s.c

om

/20

11

/10

/13

/a

-str

es

s-f

ree

-ma

nif

es

to/.