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Manual da Pesquisa em ComunicaçãoUniversidade de Brasília - UnBBrasília, 2011Comunicação Organizacional
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Manual da Pesquisaem Comunicao
Comunicao Organizacional
Unb | Braslia | 2011
Ficha Catalogrfica
Curso de Comunicao Organizacional - UnB
Manual da Pesquisa em Comunicao. Braslia: FAC/UnB, 2011.
1. Metodologia Cientfica-Comunicao Organizacional.
CDU:
Realizao: Carolina RiquelmeLorena PalmeiraMaria Luiza RosaNathalia Dourado Del CastiloOtaclio MarquesVanessa Negrini
Orientao:Professora Janara SousaDisciplina Metodologia de Pesquisa em Comunicao
Pesquisa e Reviso Textual:Otaclio Marques
Entrevistas e Degravao:Carolina Riquelme, Lorena Palmeira, Maria Luiza Rosa e Nathalia D. Del Castilo
Edio, Fotografias e Diagramao:Vanessa Negrini
Edio de udio:Lorena Palmeira
Colaborao: Gabriel Martins - Logomarca
Impresso e Acabamento:Digital Copy - Tel.: 3273-5201
Agradecimentos
Aos professores do curso de Comunicao Organizacional da Universidade de Braslia - UnB, Dlcia Vidal, Elen Geraldes, Liziane
Guazina e Tiago Quiroga por compartilharem suas experincias.
professora Janara Sousa, orientadora da disciplina Metodologia de Pesquisa em Comunicao, que nos inspira e motiva a
desbravar o universo da pesquisa cientfica.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Apresentao ...................................................................................
Introduo ........................................................................................
Depoimentos ....................................................................................O que pesquisa em Comunicao? ....................................Caractersticas de uma boa pesquisa ....................................Os erros mais comuns ...........................................................A importncia do mtodo ........................................................Dicas para uma boa pesquisa ................................................Sua pesquisa mais significativa ..............................................
Passos para elaborao de um projeto de pesquisa ..........................
Mtodos e tcnicas de pesquisa ......................................................
Regras para apresentao de um trabalho acadmico .....................Elementos pr-textuais, textuais e ps-textuais .....................Formatao ............................................................................Referncias ............................................................................
Mandamentos de quem quer ser um bom pesquisador ...................
Referncias Bibliogrficas ................................................................
Sumrio
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12141618202224
26
28
32323232
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37
Apresentao
A professora Janara Sousa, da disciplina Metodologia de Pesquisa em Comunicao, do curso de Comunicao Organiza-cional da Universidade de Braslia
- UnB, lanou um desafio a seus
alunos: produzam um material - udiovisual, grfico ou fotogrfico
- que fale sobre o que pesquisa em Comunicao.
Duplamente desafiadora a ta-refa. Tanto pela temtica (ainda uma incgnita para os alunos de segundo semestre), quanto pela liberdade de escolha da forma de apresentao.
Perguntamos a ns mesmos: o que precisamos nesse momen-to, como alunos recm iniciados no universo da produo cientfi-ca, para decifrar o que pesqui-sa em Comunicao? A resposta est consolidada neste Manual da Pesquisa em Comunicao.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Apresentao
Nosso grupo imaginou um guia de consulta para os iniciantes que, assim como ns, tomam contato pela primeira vez com o universo
da pesquisa e, em especial, com a pesquisa em Comunicao.
Iniciamos nosso trabalho co-lhendo depoimentos de alguns professores da Faculdade de Co-municao. Dlcia Vidal, Elen Geraldes, Liziane Guazina e Tiago Quiroga falaram conosco sobre o que pesquisa em Co-municao, as caractersticas e as dicas para uma boa pesquisa, os erros mais comuns e a importn-cia do mtodo.
Com a conceituao elucida-da, partimos para a parte prtica. Sabamos o que pesquisa em Comunicao, agora era preciso saber como fazer uma.
Elaboramos ento um passo-a-passo que mostra as etapas ne-
cessrias para realizar um projeto de pesquisa. Ao final, apresenta-mos as regras bsicas para apre-sentao de um trabalho cientfi-co. Afinal, depois de tanto trabalho
com o contedo, no se pode des-cuidar da forma. Ela tambm e im-portante e ser avaliada.
Esperamos que este trabalho possa auxiliar os jovens pesquisa-dores, assim como nos ajudou. A partir dessa experincia, samos mais confiantes e preparados para
o mundo acadmico-cientfico.
Braslia, 19 de maio de 2011.
Carolina Riquelme, Lorena Palmeira, Maria Luiza Rosa,
Nathalia Dourado Del Castilo, Otaclio Marques e
Vanessa Negrini
Introduo
A metodologia cientfica uma cincia que nos ensina um caminho para chegarmos a um fim cientfico. a experincia do
dia a dia, as constantes pesquisas feitas em todo mundo, a nos dar segurana para a utilizao das normas dessa cincia.
Portanto, para ns, a metodo-logia se torna cincia porque baseada numa experincia cons-tante em que cada ao testada inmeras vezes at que se possa
ter segurana em sua utilizao.
Ordem e Organizao
Quando vamos calar sapatos
com meias, se eu coloco o sapato e depois tento colocar as meias, vou ter que voltar atrs e recome-ar a atividade, pois no fiz o pro-cedimento na ordem certa.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Introduo
Organizao a disposio adequada de todos os fatores que sero utilizados em uma atividade.
Quando falamos de Organiza-o, estamos falando da Ordem Prtica, que aquela que ajuda a ganhar tempo, que facilita o uso rpido do material organizado, ou seja, o mtodo, que pode ser defi-nido como conjunto de etapas, or-denadamente dispostas, a serem vencidas na investigao da ver-dade, no estudo de uma cincia ou para alcanar determinado fim.
O mtodo indica O QUE fazer, a forma COM QUE INSTRUMEN-TO se faz e a tcnica COMO se faz. O mtodo o orientador ge-ral da atividade, a estratgia da
ao. A tcnica a ttica, solucio-na o modo especifico e mais ade-quado pelo qual a ao se desen-volve em cada etapa. E a forma
a tecnologia adotada.
Para a concepo de traba-lhos acadmicos, necessrio
mtodo e organizao. E para isso alguns recursos so necess-rios para o seu desenvolvimento.
O intuito desse manual demons-trar algumas normas e tcnicas necessrias para o bom desenvol-vimento de trabalhos acadmicos
por alunos de graduao em Co-municao Organizacional.
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Manual da Pesquisa em Comunicao
Depoimentos
Profa Dlcia Maria de M.Vidal Doutora (2009) e Mestre (2003) em Comunicao, Especializao em Estratgias de Comunicao e Marketing Social (2001), pela UnB. Graduada em Relaes P-blicas pelo Ceub (1981). Atual co-ordenadora do curso de Comuni-cao Organizacional, ministra as disciplinas Introduo ao Marke-ting e Introduo Comunicao. Linha de Pesquisa: Comunicao e Sociedade.
Profa Elen Cristina GeraldesDoutora em Sociologia (UnB, 2000), mestre em Comunicao (USP, 1995). Bacharel em Comu-nicao, habilitao Jornalismo (USP, 1991). Ministradas as disci-plinas Legislao e Direito em Co-municao, Comunicao e Socie-dade, Polticas de Comunicao, Sociedade e Cidadania e Metodo-logia de Pesquisa em Comunica-o. Linha de Pesquisa: Polticas de Comunicao e Cultura.
Ficha Tcnica
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Prof Tiago Quiroga F. NetoDoutorado em Cincias da Co-municao pela ECA/USP (2009); Mestrado em Comunicao e Cul-tura pela ECO/UFRJ (2004); Es-pecializaco em Fotografia como
Instrumento de Pesquisa em Ci-ncias Sociais pela UCAM (2002); Graduao em Jornalismo pela ECO/UFRJ (2001). Ministra as dis-ciplinas Teoria da Comunicao e Mtodos e Tcnicas de Pesquisa em Comunicao.
Profa Liziane Soares GuazinaDoutoranda em Comunicao - Jornalismo, tambm pela UnB. Graduada em Comunicao - Jor-nalismo (1997) e mestre em Co-municao e Cultura (2001) pela Universidade de Brasilia (UnB).
Pesquisadora do Ncleo de Estu-dos sobre Mdia e Poltica (NEMP/UnB). Ministra a disciplina de Pla-nejamento em Comunicao. rea de pesquisa: Jornalismo e poltica, mdia e poltica, telejornalismo.
Professores do curso de Comunicao Organizaional da
Unb respondem o que pesquisa em Comunicao, as
caractersticas e as dicas para uma boa pesquisa, os erros
mais comuns e a importncia do mtodo.
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Profa Dlcia Maria de M.Vidal voc pesquisar os fenmenos
da Comunicao, seja pesqui-sar os meios de comunicao, seja pesquisar as mensagens de comunicao, seja pesquisar os emissores, seja pesquisar os re-ceptores, todos os sujeitos e ato-res envolvidos no processo de co-municao. A sua pesquisa pode ser direcionada para um veculo
de comunicao, um meio de co-municao. O objeto da sua pes-quisa pode ser tambm o pblico, como o pblico est recebendo determinada mensagem, ou pode ser a prpria mensagem.
O que pesquisa em Comunicao?
Profa Elen Cristina GeraldesPesquisa em comunicao uma tentativa de produo de conheci-mento na rea de Comunicao, considerando tanto os meios de comunicao, os produtos de co-municao e os processos de co-municao.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Prof Tiago Quiroga F. NetoPesquisa em Comunicao, de um modo geral, so todos os tra-balhos investigativos que querem
entender o fenmeno da comuni-cao seja na atualidade, seja em outra poca. o que propriamen-te caracteriza todos os trabalhos que tm como objetivo produzir ou
acumular conhecimento no campo da chamada Comunicao Social. A pesquisa em Comunicao, em-bora seja um tema muito amplo, pode ser definida como todas as
tentativas de compreender, estu-dar e, sobretudo, discorrer sobre os fenmenos que caracterizam a
nossa poca, que tem a comuni-cao no centro do debate.
Profa Liziane Soares Guazina aventura, descoberta e produ-o de conhecimento ao mesmo tempo. Aventura porque voc vai
por um caminho a partir de uma ideia, a partir de algo que te in-comoda, que voc quer saber na
rea de Comunicao. Voc no sabe o resultado desse caminho, ento uma aventura. Uma des-coberta porque voc est pensan-do em um problema de Comunica-o, que voc vai descobrir como
funciona ou porque funciona, se ele existe mesmo. E produo de conhecimento cientfico, por-que voc vai pensar a Comuni-cao a partir dos parmetros da cincia.
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Caractersticas de uma boa pesquisa
Profa Dlcia Maria de M.Vidal Definir bem o seu objetivo de pes-quisa, ter o mtodo adequado para observar determinado fen-meno da comunicao, escolher bem a sua amostra, o seu recor-te, o seu objeto de pesquisa. Mas para a pesquisa ser legal mesmo, o pesquisador tem que ter vontade
de fazer.
Profa Elen Cristina GeraldesTrs pilares. O primeiro um bom problema, que se relacione com as demandas da rea, da socie-dade, que tenha relevncia social.
Em segundo, uma boa fundamen-tao terica. Voc tem de ler mui-to, isso te ajuda a construir o pro-blema, entende-lo, a interpreta-lo. Em terceiro, a escolha e aplicao correta do mtodo. Falo em tercei-ro, mas ele tem uma importncia imensa. Principalmente na rea de Comunicao deixamos o mtodo para o ultimo lugar. Somos bons de teoria, nos preocupamos com problemas de relevncia social,
mas o mtodo frequentemente esquecido.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Caractersticas de uma boa pesquisa
Prof Tiago Quiroga F. NetoUma boa pesquisa em Comunica-o aquela que consegue con-ciliar um trabalho de campo, um trabalho emprico, com as chama-das hipteses ou prospeces te-ricas. um trabalho que faz uma
boa caracterizao do assunto, trazendo autores, que vai colher o
conjunto de informaes empirica-mente e depois retorna para juntar essas duas coisas. Ou seja, uma boa pesquisa em Comunicao aquela que constri uma boa re-ciprocidade entre uma pesquisa terica e uma pesquisa de campo.
Profa Liziane Soares GuazinaRigor no mtodo muito importan-te; acho que a transparncia no mtodo um dos aspectos mais importantes. Um bom problema de pesquisa, um problema que seja exequvel, um problema que seja
original, um problema que seja re-levante para rea, que no tenha
sido estudado ou ento que tenha pouca informao que voc possa
dar um olhar original para esse problema de pesquisa.
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Os erros mais comuns
Profa Dlcia Maria de M.Vidal Um erro comum , quando se faz uma anlise dos dados, colocar um pouco da sua opinio. A pes-quisa, a sua anlise, tem que re-fletir exatamente o que os dados
trouxeram para voc. muito im-portante fazer a anlise com base nos dados, nas informaes, e fi-car o mais isento possvel. uma
pesquisa cientfica, um texto
cientfico, no um texto opinati-vo. E ns que somos de Comuni-cao temos a tendncia de que-rer colocar alguma opinio.
Profa Elen Cristina GeraldesA pesquisa deve ser efetuada com
rigor. Ela tem de ter uma slida fundamentao terica, uma fun-damentao metodolgica, para evitar que os erros sejam muito
primrios, muito infantis. E mes-mo assim possvel que os erros
aconteam. Estamos suscetveis
a eles, mas a cincia tem um pro-cesso de autocorreo. As vezes
voc se equivoca em um concei-to, ou o seu momento histrico no permite que voc entenda
um conceito, uma associao, uma relao, mas chega um outro pesquisador, talvez com ferramen-tas de outro momento histrico e aprofunda aquilo que voc iniciou.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Prof Tiago Quiroga F. NetoEu no sei se a palavra seria erro.
Talvez uma das principais dificul-dades seja justamente como fazer uma pesquisa. O que uma pes-quisa? Por que fazer uma pesqui-sa? Por que uma pesquisa dife-rente do senso comum? Para que serve a pesquisa para o merca-do? Quais so as pesquisas que o mercado demanda? A pesquisa que se faz de mercado igual pesquisa que se faz na ps-gradu-ao? Essa compreenso do que a pesquisa, a grande dificulda-de dos alunos.
Profa Liziane Soares GuazinaO primeiro erro um problema muito genrico, muito amplo para ser respondido. Voc tem uma dvida, mas a sua dvida muito
genrica e difcil de ser realizada do ponto de vista da cincia, que
exige mtodo, exige definio de
amostra, exige um aporte terico. O problema muito amplo uma das questes que implica numa pesquisa mal feita, mal dirigida, que no consiga respostas sufi-cientes.
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A importncia do mtodo
Profa Dlcia Maria de M.Vidal Voc tem mtodos e tcnicas. Se voc no utilizar uma metodolo-gia adequada, sua pesquisa aca-ba no trazendo os dados reais e a voc acaba emitindo, fazendo
uma anlise dos dados que no so verdadeiros, que no so cor-retos. O ideal voc ter anlise
em cima de dados, se o mtodo que voc escolhe para recolher
esses dados, para colher essas informaes no o correto, con-sequentemente pode ser que ele tenha informaes que no so corretas para analisar.
Profa Elen Cristina GeraldesO mtodo o caminho. Ento, imagine que voc deseja ir daqui
para Planaltina. Provavelmen-te, voc pode ir por dois ou trs
caminhos, mas em um voc vai
gastar muito mais tempo. Ento, o melhor mtodo aquele que se adequa melhor ao seu objeto, mas tambm que se adequa melhor ao conhecimento do pesquisador.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Prof Tiago Quiroga F. NetoNa realidade voc est em contato
com as diversas formas de produ-zir conhecimento. As pesquisas podem ser empricas, qualitativas,
quantitativas, elas podem ser ape-nas tericas, h modos de pesqui-sar, digamos assim, diversos.
Profa Liziane Soares GuazinaAcho que existem pesquisas cujo mtodo falho, existem pesquisas com a utilizao errada de mto-do, mas algum mtodo tem que ter para se caracterizar uma pes-quisa.
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Dicas para uma boa pesquisa
Profa Dlcia Maria de M.Vidal Primeiro trabalhar com temas que voc realmente goste, que
voc tenha vontade de pesquisar.
Grande parte do xito do trabalho est na nossa vontade em pes-quisar, por que realizar uma pes-quisa uma coisa cansativa, que
demanda horas de trabalho, muita leitura e criao de texto. Se voc
est lendo uma coisa que no gosta, esse trabalho se torna en-fadonho. Outra coisa ter a noo dos limites que temos como pes-quisadores. No adianta querer pesquisar determinado objeto se voc no tem condies de aces-so total a ele. A pesquisa no vai
ficar correta.
Profa Elen Cristina GeraldesLeiam outras pesquisas. O primei-ro passo ler para se familiarizar com a linguagem da cincia. En-to leiam, conheam outras pes-quisas. Esse o primeiro passo para voc elaborar a sua.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Prof Tiago Quiroga F. NetoO mais importante hoje que os alunos faam perguntas. Que vo-cs tenham perguntas, tenham questes. Que queiram conhecer melhor alguma coisa, aprofundar melhor o interesse. Que vocs no
se preocupem em ter as respos-tas e sim as perguntas, formular perguntas o comeo para se ter uma boa pesquisa. Sem pergunta no tem pesquisa. Se voc j tem
uma resposta para aquilo por que fazer uma pesquisa?
Profa Liziane Soares GuazinaLeitura, principalmente. Voc pre-cisa ler bibliografia atualizada da
rea, o que se pesquisa nessa rea, o que se pesquisa em co-municao. Quais so as tendn-cias? O que j tem conhecimento acumulado? O que eu posso des-cobrir de novo que ainda no foi
descoberto? O que eu posso olhar de maneira diferente que ainda no foi feito? Para saber isso, voc precisa ler o que foi feito.
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Sua pesquisa mais significativa
Profa Dlcia Maria de M.Vidal Foi a minha pesquisa de mestra-do. Foi sobre a divulgao das
aes sociais das empresas, como divulgar e porque ter uma,
e certa resistncia da grande im-prensa em divulgar isso. o que
chamamos de jornalismo da boa notcia, da cidadania, o porqu dessa dificuldade.
Profa Elen Cristina GeraldesFoi a minha pesquisa de doutora-do, uma pesquisa sobre a relao entre a Comunicao, o Estado e a Sociedade na erradicao da poliomielite no Brasil.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Prof Tiago Quiroga F. NetoNa verdade so muitas, mas uma
questo que me interessa muito entender os fenmenos historica-mente, fazer da histria uma for-ma de produo de conhecimento, ou seja, fazer com que a comuni-cao seja hoje um marco de uma atualidade, porque na realidade a ideia de atualidade muito impor-tante em uma pesquisa.
Profa Liziane Soares GuazinaFoi a que eu fiz na poca da gradu-ao num projeto de PIBIC (Pro-grama Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica). Fui pesquisar
os valores da poltica em progra-mas de entretenimento, as teleno-velas. Tive um contato muito legal
com os entrevistados. Uma parte
dessa pesquisa era para fazer estudo de recepo. Conversar
com as pessoas sobre o que elas pensavam a respeito da poltica foi
muito interessante; pessoas que moravam em lugares diferentes,
pessoas que no tinham ideia da-quilo que eu estava pesquisando,
foi muito legal. Foi uma descober-ta pra mim.
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Manual da Pesquisa em Comunicao
Passos para elaborao de um projeto de pesquisa
Como toda atividade racional e sistemtica, a pesquisa
exige que as aes desenvolvidas ao longo de seu
processo sejam efetivamente planejadas. De modo
geral concebe-se o planejamento como a primeira fase da pesquisa, que envolve a escolha do tema e sua
delimitao, a formulao do problema, a elaborao de hipteses, a elaborao de objetivos gerais e
especficos, a metodologia...
(GIL, Antnio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. So
Paulo: Atlas, 1988, p. 21).
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Etapa
Escolher o tema, delimitar e justificar
Formular e identificar o problema
Elaborar hipteses
Elaborar os objetivos gerais e
especficos
Definir a metodologia
Construir o referencial terico
Definir a forma de
desenvolvimento do trabalho
Planejar o cronograma
Fazer a previso oramentria
Elencar a bibliografia bsica
Caracterizar o autor da pesquisa
Pergunte-se
Por que a escolha desse tema? Qual a relevncia?
O que voc quer tentar resolver?
Quais possibilidades vou
investigar para o meu problema?
Qual o foco da minha pesquisa?
Caminho a seguir: como fazer?
O que j foi dito sobre o tema? Qual a relao com a pesquisa?
Qual esquema do trabalho (sumrio preliminar)?
Quando ser feita cada etapa?
Quanto vai custar?
Onde buscar a informao?
Quem far a pesquisa?
Mtodos e tcnicas de pesquisa
Existem diversos mtodos e tcnicas, quantitativas e qua-litativas, que podem ser utilizadas
numa pesquisa. A seguir veremos
as caractersticas das principais delas:
Pesquisa Documental
Coleta de dados restrita a docu-mentos, sejam eles escritos ou no, constituindo o que se deno-mina de fontes primrias. Pode ocorrer no momento em que o fato ou fenmeno pesquisado aconte-ce ou depois. Tem como principais fontes de pesquisa os arquivos
pblicos, arquivos particulares,
fontes estatsticas. Os documen-tos podem ser escritos, orais, ico-nografias, objetos, vesturio. Pode
resultar em uma anlise qualitativa
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Entrevista um encontro entre duas pesso-as, a fim de que uma delas obte-nha informaes a respeito de de-terminado assunto, mediante uma conversao de natureza profis-sional. um procedimento utiliza-do na investigao social, para a
coleta de dados, a partir da experi-ncia subjetiva de uma fonte.
Questionrio
Instrumento de coleta de dados, constitudo por uma srie ordena-da de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presena do entrevistador.
Formulrio
Instrumento essencial para a in-vestigao social, cujo sistema de
coleta de dados consiste em obter informaes diretamente do entre-vistado.
Mtodo Biogrfico
Consiste em retratar a histria de vida de uma pessoa selecionada,
(contedo do material) e quantita-tiva (quantidade de informaes).
Pesquisa Bibliogrfica
Abrange toda bibliografia j tor-nada pblica em relao ao tema estudade, desde publicaes avulsas, boletins, jornais, livros,
revistas. So conhecidas como
fontes secundrias. Tem por fina-lidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre de-terminado assunto.
Pesquisa de Campo
aquela utilizada com o objetivo
de conseguir informaes e/ou conhecimentos acerca de um pro-blema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hiptese, que se queira comprovar. Consiste na
observao de fatos e fenmenos
tal como ocorrem espontanea-mente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de vari-veis que se presume relevantes,
para anlisa-los.
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Manual da Pesquisa em Comunicao
produo da pesquisa de forma que os resultados sejam utilizados pelo grupo investigado. O pesqui-sa tem o propsito de solucionar algum problema ou dificuldade do
grupo investigado.
Pesquisa de Opinio
Tambm conhecida como sur-vey, possibilita a coleta de ampla
quantidade de dados de grande nmero de entrevistados. Permi-te a investigao do problema em
ambiente reais. Deve-se ter cui-dado com possveis interferncias
ou manipulaes do pesquisador, que podem ocorrer intencional-mente ou no. Os dados podem ser coletados de vrias formas:
entrevista pessoal, entrevista por
telefone, questionrio por correio, pela internet. A amostra deve ser
bem definida, dentro de critrios
probabilsticos adequados.
Grupo Focal
Trata-se de uma espcie de entre-vista coletiva que tem por objetivo
a partir da coleta de informaes em documentos oficiais e no ofi-ciais, correspondncias, clippings, testemunhos orais, questionrios, fotos e dirios, dentre outros.
Pesquisa Etnogrfica
ou Participante
Etnografia significa descrio
densa. Velho conhecido da An-tropologia, o mtodo etnogrfico
ganha espao cada vez maior nas
pesquisas em Comunicao. Exi-ge uma imerso do pesquisador no objeto de estudo. No dirio ou caderno de campo o pesquisador registrar suas observaes sobre
o grupo no qual estiver inserido. O
pesquisar se insere no ambiente que ocorre o fenmenos e inte-rage com a situao investigada
(mas no se confunde ou se faz passar por membro do grupo).
Pesquisa-Ao
O pesquisador alm de comparti-lhar do ambiente investigado per-mite que o investigado participe da
Manual da Pesquisa em Comunicao
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identificar tendncias. Possibilita
obter respostas enriquecedoras, com profundidade e qualidade.
Estudo de CasoTipo de pesquisa que utiliza o ra-ciocnio indutivo, com princpios
e generalizaes emergindo da anlise de dados particulares.
Auditoria da Comunicao
Pesquisa que tem por objetivo
examinar e melhorar os processos de comunicao de uma organiza-o, do ponto de vista da eficcia
e eicincia. Para tanto, podem ser utlizados questionrios, entrevis-tas, diagnsticos, anlises de re-des, canais e produtos de comu-nicao.
Anlise de Contedo
Dedica-se anlise da mensagem a partir de requisistos de sistema-cidade e confiabilidade.
Anlise do Discurso
Analisar significa dividir. Logo, fa-
zer uma anlise do discurso signi-fica desconstruir o texto do discur-so em vozes, com o intito de se
identificar as construes ideolgi-cas presentes em cada fala.
Auditoria de Imagem
Pesquisa que identifica a presena
e avalia a imagem de determinada
organizao junto a um pblico especfico. Inclui a mensurao
qualitativa do espao ocupados
pela organizao na mdia.
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Manual da Pesquisa em Comunicao
Regras para apresentao de um trabalho acadmico
Segundo a NBR 14724, refe-rente apresentao de tra-balhos acadmicos, a estrutura de uma tese, dissertao, monografia
ou trabalho de concluso de cur-so (TCC) compreende: elementos pr-textuais, elementos textuais e elementos ps-textuais.
ELEMENTOS PR-TEXTUAIS
So os elementos que vem an-tes do texto, podem ser obrigat-rios ou opcionais.
1. Capa (obrigatrio)2. Lombada (opcional)3. Folha de rosto (obrigatrio)4. Errata (opcional)5. Folha aprovao (obrigatrio)
6. Dedicatria(s) (opcional)7. Agradecimento(s) (opcional)8. Epgrafe (opcional)9. Resumo na lngua de origem
(obrigatrio)10. Resumo em lngua estrangei-
ra (obrigatrio)11. Lista de ilustraes (opcional)12. Lista de tabelas (opcional)13. Lista de abreviaturas e siglas
(opcional)14. Lista de smbolos (opcional)15. Sumrio (obrigatrio)
ELEMENTOS TEXTUAIS
1. Introduo: Parte inicial do texto, onde deve constar a de-limitao do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros
Manual da Pesquisa em Comunicao
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elementos necessrios para situar o tema do trabalho.
2. Desenvolvimento:Parte prin-cipal do texto, que contm a exposio ordenada e porme-norizada do assunto. Divide-
se em sees e subsees, que variam em funo da
abordagem do tema e do m-todo.
3. Concluso: Parte final do texto, na qual se apresentam concluses correspondentes aos objetivos ou hipteses.
ELEMENTOS PS-TEXTUAIS
1. Referncias (obrigatrio)2. Glossrio (opcional)3. Apndice(s) (opcional)4. Anexo(s) (opcional)5. ndice(s) (opcional)
FORMATAO
Os textos devem ser apresen-tados em papel formato A4, no an-verso da folhas. Recomenda-se,
a utilizao de fonte tamanho 12 para o texto e tamanho 10 para citaes de mais de trs linhas, notas de rodap, paginao e le-gendas das ilustraes e tabelas. O espaamento deve ser 1,5. As
margens esquerda e superior de-vem ser de 3 cm; a direita e infe-rior de 2 cm.
REFERNCIAS
Segundo a NBR 6023, refern-cias so a forma convencionada
para transcrio e apresentao da informao originada do docu-mento e/ou outras fontes.
Uma referncia constitu-da de elementos essenciais e, quando necessrio, acrescida de elementos complementares. Os elementos essenciais, so as in-
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Manual da Pesquisa em Comunicao
formaes indispensveis identi-ficao do documento. Esses ele-mentos devem ser apresentados
em sequncias padronizadas.Elas devem ser alinhadas so-
mente margem esquerda do texto e de forma a se identificar
individualmente cada documen-to, separadas entre si por espao duplo. O elemento titulo deve ser
destacado em negrito, itlico ou sublinhado.
MODELOS DE REFERNCIAS
Livros e trabalhos acadmicos:
GOMES, L. G. F. F. Novela e so-ciedade no Brasil. Niteri: EdUFF, 1998.
Livros e trabalhos acadmicos
em meio eletrnico:
ALVES, Castro. Navio negreiro. Rio de Janeiro: Virtual Books, 2000. Disponvel em: . Acesso em: 10 jan. 2002.
Parte de livros e trabalhos acadmicos:
ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHIMIDT, J. (Org.).
Histria dos jovens 2. So Paulo:
Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
Artigo ou matria de peridico:
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurana pblica. Poltica e Ad-ministrao, Rio de Janeiro, v. 3,
n. 2, p. 15-21, set. 1997.
Imagens em movimento (filmes,
DVDs):
OS PERIGOS do uso de txicos. Produo de Jorge Ramos de An-drade. So Paulo: CERAVI, 1983. 1 videocassete.
Documento Iconogrfico (pintu-ra, gravura, ilustrao, fotogra-fia, desenho tcnico, diapositi-vo, diafilme, transparncia):
KOBAYASHI, K. Doena dos xa-vantes. 1980. 1 fotografia.
Manual da Pesquisa em Comunicao
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Mandamentos de quemquer ser um bom pesquisador
1 - Lers
2 - No sucumbirs ao plgio
3- Reverenciars os pares com referncias suas obras
4 - No cairs na tentao da pesquisa fcil na internet
5 - Apaixonar-te-s pelo seu tema
6 - Seguirs as normas ABNT
7 - Redigirs com esmero, sem vcios de linguagem
8 - Sers disciplinado e organizado
9 - Seguirs fielmente o mtodo eleito
10 - Ters humildade para reconhecer que a cincia pode ser refutada.
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Manual da Pesquisa em Comunicao
Referncias Bibliogrficas
ABNT. NBR 6028. Resumos. Rio de Janeiro: ABNT, jun. 2001.
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