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Manual de Formação
Técnicas de Animação -
Comunicação e Expressão Não
VerbalFormador: Rui Bernardino
1
Índicepág.
Introdução 3
Expressão Plástica 4
Expressão Plástica na Creche 7
Importância da Comunicação e da Expressão Não-verbal na 1ª Infância 10
Desenvolvimento da Garatuja 11
O Meio e o Processo de Desenvolvimento 14
Garatuja como Reflexo do Desenvolvimento 15
Motivação Artística 16
A Arte Infantil 18
Técnicas de Expressão Plástica Apropriadas ao Jardim-de-Infância 20
Cores Primárias/Cores Secundárias 24
Técnicas de Pintura Apropriadas ao Jardim-de-Infância 25
Rasgarem Papel e Colagem 46
Colagem de Massas e Grãos 47
Atividades com Massa/Gesso/Pasta de Papel 48
Marioneta/Fantoches 52
Construção de Teatros para Fantoches 58
Construção de Porta-chaves 64
Construção de Copos para Lápis 66
Construção de Fantoches para Dedos 67
Construção Caixa Colorida 68
2
1. Introdução
“Durante muito tempo, a criatividade não foi considerada nas escolas, foi posta de lado, foi
marginalizada, foi observada como uma atividade exclusiva de seres especialmente dotados ou
privilegiados.
A escola de hoje procura estimular no aluno a criatividade, o prazer da descoberta, o espírito e
a capacidade de intervir pelos seus próprios meios, consoante as situações que se lhe
deparam.
A criatividade desperta-se através do fazer, da experimentação constante. A criatividade apela
para uma pedagogia não diretiva, ou pelo menos, flexível e aberta, que permita que seja a
própria criança a descobrir o seu modo de agir e de se exprimir, bem como o material e a
técnica que melhor se adaptam à sua expressão pessoal.
…ora, nas atividades espontâneas, como a pintura livre, o tema não é dado, nem imposto, nem
necessariamente obrigatório, nem tão pouco unidade de medida ou denominador comum
para a apreciação do trabalho realizado. Esses limites condicionariam a própria liberdade de
expressão, sendo esta faculdade que importa estimular e desenvolver. Assim, a criança é livre
de escolher o seu tema e fá-lo naturalmente, visto que o tema está sempre nela (são as suas
aspirações e preocupações predominantes), exprimindo-o ludicamente, ao agrado da sua
própria imaginação. Por vezes, um pormenor plástico (uma cor, uma linha) e pretexto para
desenvolver uma pintura que acaba por narrar uma pequena história ou exprimir em imagem
plástica um estado emocional de alegria, de tristeza ou de serenidade.
Eurico Gonçalves in A Arte Descobre a Criança, Raiz Editora, Lda., 19
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2. Expressão Plástica
A Expressão Plástica é, muitas vezes, compreendida com prejuízo evidente do conceito exato
que a mesma deve ter. Com frequência, se relaciona o termo plástico em execução e registo
gráfico, com trabalhos de aplicação prática, colagens, picagens,…
Distinguiremos, portanto, de modo sumário, a expressão plástica e a atividade manual com ou
sem interferência plástica.
A dobragem de papéis, a picotagem, o recorte, a costura, a iniciação à escrita, utiliza processo
de execução manual. Quando utilizamos no jardim-de-infância visam, fundamentalmente, o
desenvolvimento de uma coordenação viso-motora e, embora não costume ser referido, a
habituação das crianças a uma atitude de docilidade e disciplina em atividades calmas.
Atividades deste tipo, embora utilizem a mão, não podem considerar-se como expressão
plástica.
Em estudos sobre a psicologia infantil ou mais particularmente sobre as motivações da criação
livre infantil, vê-se da necessidade de deixar a criança exprimir-se tal como ela é.
O manejo dos dedos como utensílios, do lápis, do pincel, em idade pré-escolar, é tão
espontâneo como a atitude de observar ou o gesto para expressar.
Da observação, dos contactos, da sua relação com o mundo, vai a criança a criança reter uma
visão pessoal e inacessível a qualquer outro.
Ao registo gráfico chamaremos expressão plástica e nela poderemos também incluir o registo
manual, em qualquer material de modelação, quando não tenha havido:
- pretensão de sugerir ideias exteriores aos interesses imediatos da criança;
- acerto de formas;
- completar de cenas;
- aferimento de valores classificados ou comparativos – até os de simples verbalização.
Aos 5 – 6 anos, a criança já teve oportunidade de se manifestar, de modo próprio, em vários
domínios e a quem se reconhece lugar de existência nas decisões, sabe já organizar as suas
preferências.
4
O jardim-de-infância será um local onde ela vai progredir na sua evolução, dependendo dos
seus próprios meios e dos estímulos resultantes do convívio num sistema escolar.
Aos 5 – 6 anos, a criança, que foi privada de experimentação, vai sofrer uma alteração
profunda ao integrar-se numa turma de pré-escolar que corresponda ao nível das suas
capacidades e, consequentemente, uma adaptação que lhe permita atingir a expressão
adequada.
Posteriormente, ela conseguirá tanto quanto a criança do primeiro caso, mas irá requerer, um
certo tempo, antes que comece a manifestar-se.
A atitude do adulto-educador será fundamental na garantia da validade das interpretações da
criança e modos de as experimentar.
Facilmente se compreende que se ministrem conhecimentos, se esclareçam aspetos, se
facultem vivências, mas não se podem induzir registos de sensações nem conduzir relatos das
mesmas.
A expressão plástica vai ser a da criança – e só ela – sem interferências de gestos corretos,
ainda que justificados numa boa intenção.
Sabemos que o início da aprendizagem se faz através da experiência pessoal. Chamou Luquet
ao registo gráfico próprio de cada criança – TIPO.
O desenhar, o pintar, o manejar, a criação pelo grafismo, a criação pela forma, correspondem a
um meio de expressão individual e própria, tal como é o ritmo, o cálculo ou outra atividade
intelectual mas nuns mais desenvolvido, segundo a via que escolheram, noutros não
desabrochando, porque o processo de experimentação ou o acesso a ela foi limitado.
A criança vive de maneira muito espontânea e espontaneamente se manifesta, por meio de
linguagens que para o adulto avisado serão de leitura fácil.
O grafismo infantil reflete aspetos de desenvolvimento intelectual, evidencia capacidades
motoras ao nível da mão e do braço mas, é reflexo de uma personalidade intimamente ligado
às vivências emocionais adentro de características evolutivas.
Sabemos que há esquemas-tipos constantes no processo do grafismo (os círculos, os
quadrados, a figura humana, a casa, o sol, …) e que a relação e o tratamento, entre esses
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elementos é, cada criança, original. Ela não copia. Cria. Quer isto dizer que inventa segundo a
sua natureza, segundo o seu sentir, segundo uma síntese mental, fala-nos, graficamente,
daquilo que a ocupa. A cada criança corresponderá uma natureza própria com uma
exteriorização também própria. Os educadores habituados a um grupo infantil, sabem atribuir
a uma folha preenchida, graficamente, à criança que a executou.
O manuseio é gesto fundamental para a experimentação, para a expressão que se segue.
No campo plástico de uma atividade sentida ludicamente, vai a criança deixar registo gráfico
que corresponde a uma linguagem específica. Necessitará de apoios que lhe facilitem um
natural evoluir:
- Garantia do valor dos seus conhecimentos, suas emoções e consequentes manifestações;
- Confiança – a criança pequena não sabe analisar mas sente quando o adulto rodeia a
verdade.
O desenho, a pintura, poder-se-ão considerar como meios de expressão mais completos do
que outras técnicas plásticas. Permitem a transposição para o papel em forma e cor, de
vivências infantis, com um mínimo de esforços, sem que a quando o adulto rodeia a verdade.
Será importante considerar que a criança se expresse verbal, corporal, melodicamente, no seu
dia-a-dia, sem necessitar de outros meios para além dos que dispõem em si. Para que a
linguagem plástica se manifeste, é necessário que se faculte materiais. As ocupações serão
aquelas que a criança pretender dentro da acessibilidade disponível.
A organização de uma tarefa de uma tarefa geral, a ocupação a nível do grupo pode, em certas
condições não permitir uma atividade individualizada. Mas terá que facultar-se a substituição
na altura ou a garantia da execução, em tempo muito próximo, já que, um desejo de expressão
infantil deverá ser considerado com toda a atenção pois que é reflexo de uma necessidade de
exteriorização e, no caso da expressão plástica, deixa um registo, após o gesto.
In: “Educação Pré-escolar”Ministério da Educação e Cultura
Secretaria de Estado do Ensino Básicoe Secundário.
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3. Expressão Plástica na Creche
Educar pela arte é partilhar com as crianças universos sensoriais e promove as suas múltiplas
linguagens expressivas.
Todos sabemos hoje que a criatividade não se ensina nem se aprende nos livros, mas com a
prática diária e reflexiva de todas as formas de expressão, de todas as suas linguagens, a par
com o desenvolvimento precoce de uma imaginação transformadora e transgressora que vai
convertendo o ser humano num indivíduo crítico, capaz de transformar o seu meio.
“A criança expressa-se desde que nasce”, diz Herbert Read, e nesta fase, as crianças realizam
atividades que implicam o corpo, a palavra e os sentidos, que são nitidamente expressivos e
desenvolvem a criatividade através das diferentes linguagens de comunicação que o ser
humano possui.
Lorens Malaguzzi, pedagogo e jornalista italiano, criador dos famosos Centros de Creche e
jardim-de-infância de Regio Emilia, em Itália, diz-nos que o ser humano tem mais de cem
linguagens para poder expressar-se, e o processo parai r desenvolvendo estas linguagens
começa nos primeiros anos de vida.
Uma dessas cem linguagens é a plástica; as outras correspondem à dança, ao teatro, à
literatura e à música. Se observarmos a criança durante o jogo, constatamos que desde o
momento em que deixa uma marca com os seus dedos, ou pega num pincel, num bocadinho
de esponja ou num pedaço de massa, começa a aperfeiçoar a sua motricidade fina e cada vez a
vai ajustando mais à sua necessidade de agir, explorar, perceber, pensar e sentir; e sabemos
que as experiências destes primeiros anos atingem o seu ponto máximo de expressão através
da linguagem da plástica.
Mediante a exploração e a manipulação de diferentes materiais, acriança constrói as primeiras
representações: forma, cor, tamanho, espaço, tempo, … expressa-se e comunica por meio de
múltiplas linguagens, e vai formando representações mentais que lhe permitem a
generalização de dados e de informações, começando desta maneira a sistematizar o
aprendido.
Pintar com água, explorar diferentes massas, amassar papéis, deixar marcas no barro… são
ações que realiza com objetos e materiais e que se convertem progressivamente em atividades
criadoras.
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Brinca espontaneamente, e o contacto com estes materiais levam-na a explorar e a investigar
as suas propriedades. Com uns poderá modelar, triturar, escorrê-los entre os seus dedos e até
chegar a modificar a sua forma primitiva; com outros deixará marcas, uma marca de si mesma,
da sua personalidade, e irá despertando a sua criatividade.
Qual será, então, a intencionalidade desta busca?
Poder dominar e submeter os materiais aos seus desejos e necessidades.
O prazer que sente, imerso nestas ações, transmite-lhe sensações de “poder” que lhe pedem
“mais” e “melhores” ações, a partir de um jogo espontâneo, que aparece só, e desde idades
muito precoces.
Porque o importante para a criança é a criatividade, o jogo pelo jogo, em si mesmo.
E é fundamental nesta etapa da sua educação que a elaboração do produto, o processo em si
mesmo, é o que mais compromete a criança, não o resultado.
A aproximação desde tenra idade à linguagem da plástica permitirá à criança ir ampliando os
seus esquemas de pensamento de acordo com o que compreende e num tempo cronológico
próprio.
Um tempo fora do tempo, um tempo pleno de silêncio, de largas pausas, um tempo interior,
só para ela.
Conclusão
A manipulação e experiência com os materiais, com as formas e com as cores permite que, a
partir de descobertas sensoriais, as crianças desenvolvam formas pessoais de expressar o seu
mundo interior e de representar a realidade.
A exploração livre dos meios de expressão gráfica e plástica não só contribui para despertar a
imaginação e a criatividade dos alunos, como lhes possibilita o desenvolvimento da destreza
manual e a descoberta e organização progressiva de volumes e superfícies.
A possibilidade de a criança se exprimir de forma pessoal e o prazer que manifesta nas
múltiplas experiências que vai realizando, são mais importantes do que as apreciações feitas
segundo moldes estereotipados ou de representação realista.
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Premissas fundamentais a ter em conta:
- As técnicas são meios para chegar a um fim;
- Partir dos conteúdos curriculares selecionados e, a partir deles, escolher as técnicas;
- Deve começar-se uma técnica quando já estiverem adquiridos hábitos de trabalho e de
higiene;
- Poucas técnicas, muitas vezes, mas sobre suportes diferentes e com elementos que deixem
diferentes marcas;
- Crianças de pé: em superfícies verticais ou horizontais, sobre mesas largas ou uma por detrás
da outra;
- Crianças de pé: em superfícies verticais ou horizontais, sobre mesas largas ou uma por detrás
da outra;
- Crianças sentadas: no chão quando a técnica não seja pintura, para evitar deslocações
durante o trabalho;
- Realizar atividades individuais e de grupo.
Para começar a trabalhar:
- O diagnóstico do grupo e das possibilidades de cada criança. Desta maneira não frustraremos
as crianças, nem nos frustraremos a nós ao não conseguir levar até ao fim alguns trabalhos;
- Cada educador saberá quando o seu grupo está preparado para começar a tomar contacto
com os diferentes materiais da plástica.
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4. Importância da Comunicação e da Expressão Não-Verbal na 1ª Infância
Primeiros anos de vida: vitais para o desenvolvimento da criança.
Estabelecimento de pontes de aprendizagem.
Início: 1º Riscos no papel
1º Contacto com o meio através dos sentidos e relacionar experiências sensoriais
Garatujas – A partir dos 18 meses - Começo da expressão
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5. Desenvolvimento da Garatuja
1. Traços desordenados;
2. Traços com algum conteúdo e sentido reconhecível para adultos;
3. Imagem visual tem um notável desenvolvimento (4 anos).
Três categorias de garatujas
1) Desordenada;
2) Controlada/ orientada;
3) Com nome.
Garatuja Desordenada
18 Meses / 2 anos
Traços sem sentido
Diferentes direções;
Pode haver repetição;
Resultados acidentais;
Diferentes modos de segurar o lápis;
Movimentos amplos;
Não há ainda desenvolvimento muscular;
Garatujas não transmitem o meio circundante;
Garatujas não têm a ver com o desenvolvimento físico e psicológico;
Traçar é agradável – atividade sem estética;
Não há controlo visual nem motor;
Não devem dar modelos para as crianças copiarem – elas não conseguem;
Devem interessar-se por este meio de comunicação e expressão da criança.
Garatuja Controlada3 Anos
Garatujas mais elaboradas;
Copia círculos e não quadrados;
Traços: com trajetória mais ou menos definida, 2 vezes mais largos, horizontais e
verticais;
Desenha toda a página;
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Utiliza vários métodos para segurar o lápis;
Aquisição de preferências manuais;
Controlo dos movimentos (visual e motor);
Já há alguma relação com os elementos do ambiente;
Não devem chamar a atenção para alguns pormenores do desenho da criança;
Devem participar no seu entusiasmo de desenhar.
Garatuja com Nome4 Anos
desenhos bem distribuídos por toda a página acompanhados de descrição verbal
começa a dar nome às garatujas;
não há ideia pré-concebida do que vai desenhar – explorar traços no papel;
há alguma intenção de relacionar o desenho a objetos;
a dedicação ao desenho mais tempo a experimentar;
pensamento mais imaginativo;
retenção visual – movimentos relacionados com o mundo que o rodeia (tato, visão,
audição, gosto);
traços circulares e longitudinais;
devem aperceber-se que a criança representa o que para ela é real – tem
interpretação própria das garatujas;
devem transmitir confiança e entusiasmo.
O Significado da Cor
Garatuja – atividade motora.
Movimentos sem estética – satisfação.
Controlo visual das linhas.
Relação das linhas com o mundo.
Cor – papel secundário na etapa da garatuja, afasta a concentração da criança nas garatujas –
joga apenas com cores.
Deve-se optar por lápis pretos ou brancos.
Na etapa da garatuja com nome:
- usa cores com significados distintos;
- distingue as cores, mas sem saber os seus nomes – primeiro passo para a perceção das cores.
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Na etapa da garatuja – pintura é uma experiência mecânica, faz parte do processo da garatuja,
é agradável para a criança, primeiro é exploratória. Pode significar que pintam segundo a
disposição física das cores, algo na etapa da garatuja com nome.
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6. O Meio e o Processo de Desenvolvimento
Crianças com 18 meses
- Expressão do corpo e da voz – meio rico – desenvolvimento é rápido (jogos, mobiles);
- Interação com o ambiente – favorece a aprendizagem.
Jardim-de-infância/casa
- Atividades artísticas – barro, tintas, desenho;
- Interação com o meio – através dos sentidos – desenvolvimento de todos os níveis;
- Estímulos dos pais educadores – interesse e apoio.
Arte – solução para problemas de desenvolvimento das crianças
Criança – produzir algo por si própria e com valor
Estímulos – descobrir e elaborar as suas possibilidades de desenhar. Explorar sensações
distintas (quente e frio, duro e mole…) através da arte.
Interação com o meio – desenvolvimento das atividades (motora, preceptora, manipuladora,
cognitiva). Observação e experiências com materiais vindos do meio.
Tornar a arte atraente para um melhor desenvolvimento afetivo.
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7. Garatuja como Reflexo do Desenvolvimento
Arte – Reflexo das criações do indivíduo perante o ambiente.
Reflexo do desenvolvimento afetivo e físico da criança (2 aos 4 anos).
Idade pré-escolar – consegue identificar formas.
1ª Garatujas
- Atividade sem estética;
- Linhas e elos ao acaso;
- Linhas repetidas – traço em particular;
- Cria configurações completas;
- Crianças muito pequenas captam primeiro a dimensão vertical depois a horizontal e
finalmente a diagonal (cerca dos 5 anos);
- Aos 3 anos copiam, mas não um quadrado (cerca de 4 anos);
- Idade pré-escolar – consegue identificar formas.
Diferentes níveis de garatuja – transformações físicas e psicológicas
Crianças abaixo ou acima dos níveis normais de desenvolvimento da garatuja:
- Problemas;
- Retrocesso na expressão;
- Progressão mais rápida do desenvolvimento.
Interpretação da garatuja
- Melhor compreensão das crianças;
- Manifestação dos sentimentos e inibições das crianças (às vezes nem sempre).
Garatuja deve ser encarada como uma fase do desenvolvimento infantil.
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8. Motivação Artística
Nas 1ª etapas da garatuja não é necessário motivação, é apenas necessário materiais
apropriados.
Tempo a desenhar:
- 2 Anos – poucos minutos;
- 3 Anos – 15 minutos;
- 4 Anos – 30 minutos.
O educador deve motivar a criança para o desenho.
Causas do desinteresse para o desenho:
- Não motivação dos pais;
- Ansiedade e medo da criança.
Estimular a criança para que o desenho seja uma atividade tentadora:
- 1º - Dar uma bola de massa ou plasticina;
- 2º - Dar lápis de cor.
Estimular a relação:
- Garatuja e meio;
- Pensamento imaginativo e garatuja.
Compreensão do adulto – dar independência e tornar a criança responsável para o seu
trabalho.
Crianças mais criativas garatujam independentemente.
Crianças menos criativas copiam os movimentos e desenhos dos outros – fazem perguntas
sobre o material e a forma de o fazer.
Todas as crianças deviam ser motivadas para o desenho (processo de expressão).
Materiais Artísticos:
- Adaptados a cada idade;
- Devem estimular as expressões espontâneas;
- Devem facilitar a expressão;
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- Um material novo deve ser analisado antes de ser dado à criança.
Materiais Riscadores:
- Pastel/ lápis de cera;
- Lápis de cor;
- Giz;
- Aguarelas – tendem a escorregar e a misturar-se, a criança não consegue controlar os
momentos;
- Lápis comum – não desliza facilmente, quebra facilmente.
Material de Apoio:
- Papel branco ou de cor clara;
- Diários velhos;
- Papeis de embrulho;
- Papéis de parede – ásperos a tinta desliza facilmente.
Outros Materiais:
- Material tridimensional;
- Não devem ser mole nem duros;
- Deve ser consistente.
Garatuja desordenada – golpes e amassadura sem intenção.
Garatujas controladas – bolas e bolinhas.
Garatuja com nome – dá nome às formas que executa.
Consistentes para não escorregar:
- Superfície horizontal do papel;
- Pode utilizar-se um cavalete para suporte do papel;
- Papel grande e absorvente;
- Pincel com 18 mm de largura e cabo pouco largo.
Com papel reciclados:
- Permitem familiarização com cor e textura;
- Conveniente para as crianças na idade da garatuja;
- Experiências visuais e motoras.
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9. A Arte Infantil
3 Meses – exploração do meio
- Meios de comunicação.
6 Meses – 1º fonemas: má, tá, pá
- Emoções: birra, alegria, dor, “beicinho”.
12 Meses – primeiros passos
- Relações afetivas – distinguir as pessoas – ser sociável;
- Agarrar num lápis – traços sem significado.
18 Meses – risca intensamente – curvas, riscos – 1ª manifestação gráfica da criança
- Perceção visual e gesto – prazer.
“Traço fino, suave, hesitante, curvilíneo, impetuoso, forte, retilíneo, anguloso, ocupando toda
ou parte da folha, são características que se estudam nas garatujas”.
Jogo – crianças rabiscam papel à vontade, atividade com funções psicológicas facilita:
perceção, controlo manual, execução e integração psicomotoras.
2 Anos – caminha só, sobe degraus, tenta vestir-se só
- Progressos na linguagem;
- Surge a garatuja.
3 Anos – esboço da “figura isolada”
- Risca para reproduzir e representar os objetos que a rodeiam;
- Formas redondas – figura humana;
- Associação entre: regras gráficas e representação interiorizada impedida;
- Auge da garatuja.
A criança quer comunicar – desenhar – copiar o adulto.
4 Anos – egocentrismo – criança quer ser o centro do mundo
- Controlo visual – figura humana incompleta.
5 a 6 anos – figura humana com precisão – formas duras e convencionais
- Adoção de um modelo favorito.
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O jardim-de-infância deverá ser:
- Meio de jogos e exercícios;
- Permite à criança integrar-se no coletivo;
- Permite à criança ocupar, dentro desse meio, diversas situações;
- Aprende a fazer figuras humanas;
- Coloca-se em diferentes relações e no seu mundo de vivências;
- Liga-as a certos objetos o que a criança não consegue verbalizar.
Desenho traduz: desejos, interesse, sentimentos, emoções….revelam evoluções, situações de
depressão, conflitos, frustração, adaptação e integração social.
7 a 9 anos – desenhos lógicos e comunicativos
- surge o perfil;
- detalhes e pormenores decorativos.
9 a 10 anos – desenhos de observação
10 a 14 anos – desenhos convencional
15 anos – adolescência
Raparigas – formas graciosas, beleza e cor
Rapazes – técnica e mecânica
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10. Técnicas de Expressão Plástica Apropriadas ao Jardim-de-infância
Digitinta
A Digitinta é uma técnica de expressão plástica, que consiste na mistura de água, farinha e
corante, permitindo a realização de trabalhos em que a criança explora a textura e a cor,
desenvolvendo a motricidade fina. Ou seja, é uma técnica de que as crianças “desenham” e
“pintam” com os dedos. Além dos dedos, podemos utilizar também para pintar, as mãos, os
punhos, os cotovelos, os pés,….
São atividades de execução individual ou coletiva (cada criança pode trabalhar com o seu papel
ou várias crianças utilizando um papel comum).
Permite inúmeras experiências:
- Trabalha a componente sensorial;
- Estimula a imaginação e criatividade, através do lúdico;
- Permite a descarga emocional e motora;
- Satisfaz a necessidade que a criança tem em manusear e sentir texturas diferentes;
- Adquire destreza manual;
- Enriquece conhecimentos das noções: forma, espaço, dimensão, volume, resistência,
consistência, peso e equilíbrio.
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Pintura com Esponja e Pincel
Um pincel leve e médio para “brincar” com água (pintar) sobre o chão, por exemplo, sobre
uma parede ou papel que deixe marca ao humedecê-lo. Se possível, trabalhar de pé, na parede
ou com a mesa como limite, e com papéis muito grandes, que lhe permitam movimentos
amplos, inclusivamente caminhar enquanto trabalha.
Deixar que utilizem livremente as suas mãos sem indicar o uso de uma ou outra… ou das duas.
Podem trocar o suporte e o objeto para deixarem marca; podem trocar o espaço vertical pelo
horizontal.
- Desenvolve a motricidade fina;
- Exploração do espaço;
- Atividade projetiva de si, de noção do seu próprio corpo;
- Habilidade manual;
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- Representações matemáticas (quantidades, representações de objetos).
Desenho
Podemos dar à criança ceras ou giz húmido para desenharem sobre papéis, caixas, objetos de
diferentes tamanhos, cores e texturas.
- Desenvolve a imaginação, associação de ideias, capacidade criativa e memória;
- Noções de cor, forma, tamanho, resistência, consistência, textura e equilíbrio;
- Através do desenho a criança exprime-se, diverte-se e comunica.
Massa de cores ou Barro
- Através da manipulação, a criança desenvolve a coordenação visual e motora;
- Imaginação, atenção e persistência;
- Adquire destreza manual – controlo manual;
- Enriquece os conhecimentos das seguintes noções: profundidade, dimensão, volume e
textura;
- Permite descarga emocional e motora;
- Proporciona divertimento.
Receita: Farinha, água, óleo, corante alimentar ou guache e sal grosso. O sal faz com que o
trabalho final da criança possa ser guardado, evitando que apodreça com facilidade. Amassar
tudo até formar uma bola que não se cole às mãos.
Vantagens
- Tem uma consistência mais mole que a plasticina;
- É colorida;
- É económica;
- Pode envernizar-se depois de seca.
Inconvenientes
- Para as crianças pequenas torna-se perigoso, pois têm tendência a meter na boca. Contudo
trabalhando em pequenos grupos haverá mais controle;
- Quando se amassa muito a humidade das mãos faz com que a massa comece a colar, basta
acrescentar mais um pouco de farinha para resolver o problema.
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Atitude educativa
- Deixar em primeiro lugar a criança explorar a massa à vontade (sem formas e sem grandes
exemplos e explicações);
- Não impor que a criança faça algo em concreto, deixar a sua imaginação voar.
- É importante que seja uma atividade frequente e não esporádica
- Não desmanchar logo quando a criança termina, deixar exposto na sala para observação e
sempre que possível enviar para casa a carimbagem no papel.
23
11. Cores Primárias/Cores Secundárias
Existem algumas cores que misturadas resultam noutras cores ou noutras tonalidades. A luz é
imprescindível para a perceção da cor. Por exemplo, se estiver tudo escuro vemos tudo preto.
Existem cores:
Primárias - são aquelas que são puras, que não as podemos fazer… estas cores não se podem
obter-se a partir de outras:
- Vermelho;
- Azul;
- Amarelo;
- Preto;
- Branco.
Secundárias - cores obtidas a partir da mistura de cores primárias:
- Vermelho + azul = violeta;
- Amarelo + vermelho = laranja;
- Azul + amarelo = verde.
É importante saber que, em geral, se acrescenta branco a uma cor para a aclarar, e acrescenta-
se preto para a escurecer.
Há exceções, como no caso do amarelo + negro = verde azeitona, e outros casos em que,
embora a cor se aclare, recebe uma denominação diferente, como por exemplo: negro +
branco = cinzento e vermelho + branco = rosa.
Curiosidade:
Há pessoas que só vêem algumas cores, a estas pessoas chamadas daltónicas. O olho possui 3
tipos de células, que permitem diferenciar as cores entre si: uma delas é sensível à luz
vermelha, outra à verde e outra à azul. Essas 3 cores combinadas em maior ou menor
intensidade resultam numa infinidade de tonalidades. O olho daltónico, tem falta de uma ou,
em casos mais raros, de dois tipos de cones. Por isso, o que a maioria das pessoas.
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12. Técnicas de Pintura Apropriadas ao Jardim-de-Infância
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28
29
30
31
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33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
13. Rasgarem Papel e Colagem
46
14. Colagem de Massas e Grãos
47
15. Atividades com Massa/Gesso/Pasta de Papel
48
49
50
51
16. Marioneta/Fantoches
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
1. Para preparar os bichinhos de feltro é necessário escolher o animal de sua preferência,
assim como a cor que será utilizada. A linha para costurar também deve ter a cor do
tecido. Em sites da internet, há inúmeros exemplos de moldes. Basta imprimi-los,
recortá-los e usar como base para cortar o feltro. Também será preciso espuma
(aquelas usadas para revestir travesseiros) para preencher o corpo do bichinho.
2. Em uma superfície rija (pode ser uma mesa), dobre o pedaço de feltro e risque com
uma caneta o molde. Recorte. Haverá duas partes iguais: a que será usada na frente e
na parte de trás do corpo do bichinho. Coloque uma parte sobre a outra e forre com a
espuma. Costure com a linha da cor do feltro, dando pontos pequenos para que o
trabalho fique delicado.
3. Quando o corpo estiver costurado e forrado com a espuma, faça os detalhes do rosto.
Desenhe os olhos com a caneta para tecido, recorte em outro pedaço de feltro
detalhes como focinho, nariz, parte interna da orelha e barriga e cole. Na parte de trás
da cabeça, costure a base do chaveiro.
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Caixa organizadora
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